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Os jardins têm muita história pra contar, é um tipo de cultivo, que não
necessariamente rende frutos, mas que a humanidade faz desde a antiguidade, como no Egito
Antigo, ou na Mesopotâmia, com os chamados Jardins Suspensos da Babilônia, que foram
construídos pelo rei Nabucodonosor para sua esposa, considerados como uma das maravilhas
do mundo antigo. Seja naquela época ou agora, seu propósito é principalmente oferecer
beleza, além de aproximar um pouco o ser humano da natureza, mesmo que seja em um
pequeno espaço diante de uma grande construção.
No entanto, existem jardins que não são planejados por ninguém, não crescem em
ordem ou obedecem aos padrões humanos. São aqueles que nascem sem ser semeados, seja
em um terreno baldio esquecido, em uma casa abandonada, uma calçada destruída, ou até
mesmo em jardins não bem cuidados. Nesse caso, são desprezados e se possível
exterminados, isso porque, como são comumente conhecidas, as ervas daninhas ou
infestantes aparecem e dominam o cenário. São chamadas assim por serem espécies de
caráter selvagem, extremamente bem adaptadas à região e, por isso, nascem com muita
facilidade, atrapalhando algumas culturas ou sendo um “pé no saco” nos jardins planejados
com tanto carinho por todos ao redor do mundo.
No entanto, o nome não poderia ser mais antropocêntrico, visto que só causa danos
aos seres humanos, já que são as plantas que nascem de forma natural, mais bem adaptadas
do que qualquer uma plantada pelas mãos humanas no mesmo ambiente.
As ervas daninhas então podem ser vistas de várias formas, principalmente como uma
praga para a agricultura, no entanto, percebidas por uma outra ótica, podem ser como um
respiro da natureza no meio urbano, uma forma dessa natureza se impor com sutileza diante
dos seres humanos. Podem inclusive serem bem úteis para o meio ambiente, protegendo o
solo de uma erosão, melhorando a matéria orgânica, gerando um microclima favorável para
alguns cultivos e atraindo polinizadores que são extremamente necessários. Além disso, essas
plantas podem regenerar o ambiente urbano, enquanto muitas outras espécies têm dificuldade
de se adaptar às cidades e suas estruturas, as ervas daninhas encontram certa facilidade. Outro
ponto não muito reconhecido é que algumas são comestíveis, outras medicinais, e ainda
podem servir até mesmo por sua beleza, já que várias espécies, como a dente-de-leão, dão
flores bonitas e bem conhecidas.
Fato é que crescem e dominam os espaços, sejam espaços de cultivo ou espaços
abandonados pelos seres humanos, a ironia está justamente nisso, vemos um local em que
reinam essas ervas daninhas como desprovido de vida, desprovido de cuidado, quando no
entanto, é onde a natureza pôde se impor sem limites. Suas “ervas daninhas” tornam aquele
espaço, visto por nós como sem vida, em um local de muita vida, um espaço verde. Ervas
daninhas se espalham, insetos podem se reproduzir e seguir os seus ciclos livremente,
animais podem usar o local como pouso, com paz e tranquilidade, diante de um ambiente
urbano completamente devastado por concreto.
● Justificativa
O título faz referência a um dos jardins mais famosos da cultura, o Jardim do Éden,
conhecido na religião judaico-cristã como o ambiente criado por Deus para Adão e Eva, em
que tudo era perfeito e estava em seu devido lugar. A ideia é mostrar então que essas “ervas
daninhas” são partes dessa natureza que resistem em meio a esse mundo imperfeito do ser
humano, como os resquícios do que um dia foi o Jardim do Éden.
● Detalhamento personagens
● Cronograma de gravação
O período de gravação será entre os dias 20 e 31 de outubro de 2022. A edição fica do dia
primeiro ao dia 10 de novembro, com alguns dias de sobra para o caso de situações
inesperadas.
● Orçamento