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Capítulo 1:A criação

No início não havia nada, somente uma massa


branca que ficava no centro de tudo, esse era o
núcleo do universo. Depois de passado muito tempo,
de dentro do núcleo foi formado um objeto, uma
espécie de cristal que ao surgir absorveu toda a
energia presente ali causando assim uma grande
explosão, com isso surgiram planetas e diferentes
realidades, universos que possuíam as mesmas
coisas mas separados, com cada um tomando um
rumo diferente do outro, assim surgiu o multiverso.
O cristal recebeu o nome de Éra, logo após a
explosão, devido ao poder que absorveu, ele se
quebrou gerando oito fragmentos, cada um com seu
próprio poder único, esses foram nomeados
conforme as habilidades que apresentavam: poder,
caos, matéria, vida, elemental, ponto zero, cronos e
o mais importante, o equilíbrio, assim foram
chamados de fragmentos do cristal Éra ou
fragmentos da criação. Mesmo divididos eles
vagavam em forma circular com certa distância os
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separando, por onde passavam um novo tipo de vida


se formava. Num certo momento esses fragmentos
caíram no mesmo planeta, primeiramente o
equilíbrio, que deu forma aquele lugar, depois o
elemental que criou o solo, a água, o vento, a
energia, o fogo e o gelo, logo após isso os do ponto
zero e o crônos separaram a divisão entre o fim e o
início e deram a noção de tempo em 24 horas, o caos
originou as magias tanto negra quanto branca, por
último o fragmento da vida deu origem aos animais
e plantas, o poder antes de tudo se uniu com o
elemental e criou o sol e a lua, por esse motivo em
certas épocas ela fica azulada e o sol nunca se apaga.
Os fragmentos, após terem feito tudo isso, se
espalharam pela face do planeta e sumiram sem
deixar rastros, alguns seguiram para o espaço e
nunca mais foram vistos. Com o tempo, os seres que
habitavam aquele lugar recém formado foram
evoluindo e originaram os humanos, devido aos
aspectos primitivos da terra alguns dessa raça se
adaptaram para viver nas profundezas dos oceanos,
eles foram chamados de atlantis.
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Capítulo 2:Aurons

Em outro lugar do universo havia uma galáxia que se


encontrava em um ponto desconhecido, onde
planetas rodeavam uma estrela de cor branca, cada
um possuía mais de uma lua e sua composição era
diferente da terra e dos planetas que rodeavam o sol,
essa galáxia era duas vezes maior do que a via láctea,
portanto tinha em seu interior mais planetas. Um
deles se destacava, ele atendia pelo nome de aurônia
e possuía uma raça de seres chamados aurons, essa
espécie era conhecida pelo seu poderio tecnológico;
entre todas os outras espécies eles foram os que
tiveram a evolução mais rápida, seguidos da
humanidade (que incluía também as outras raças
que viviam na terra),os concobianos, os edemônitas
e os astérions, os aurons invadiam planetas,
escravizavam outras raças e tomavam suas
tecnologias, por isso eles se tornaram o maior
império do universo.
Se preparando para invadir outro planeta, o
general ermóf, encarregado pelo imperador arclínt
V(quinto) de comandar as estratégias de batalha e as
invasões, ainda estava vestindo sua armadura
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quando ouviu alguém bater a porta: “-Entre!” Disse


enquanto embainhava a gigante espada feita de
arkadérion, um metal que só se encontrava nas
montanhas de climístia, em aurônia.
O soldado abriu a porta e automaticamente
ajoelhou-se. Ermóf, de costas para ele, falou:
-O que foi?- Ele perguntou.
-Senhor- O soldado tremia. -Estamos nos
aproximando de livério, mas...- hesitou por um
instante, suas mãos tremiam e sua respiração
parecia ofegante.
Ermóf não se surpreendia com aquela reação,
afinal, o conheciam por sua frieza, na verdade era
mais uma questão de medo do que respeito melhor
dizendo.
Os aurons, além de terem poder tecnológico,
possuíam poder militar considerável, chegaram à um
ponto que a sua reprodução não era mais biológica e
sim por clonagem. Isso era necessário para terem um
certo controle populacional. A maioria dos recém
nascidos, quando atingiam a idade certa, eram
entregues ao império e treinados para depois de
alguns anos entrarem definitivamente no exército.
Ermóf atingiu a posição de general
consideravelmente rápido, no campo de batalha ele
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era excepcional, seus movimentos sempre precisos e


o seu talento para comandar admirável, o Imperador
viu potencial nele e mandou para que o chamassem
a sua presença. Ao chegar na sala do trono ele se
ajoelhou, arclínt ainda no trono se inclinou e ficou
observando o talentoso soldado que demonstrava
calma e serenidade, ficou surpreso, a maioria dos
que eram chamados à sala do trono eram
condenados a morte por algum crime então ele não
se surpreenderia se esse tal de ermóf ficasse nervoso
e começasse a falar que era inocente sem nem
mesmo saber o motivo por qual foi chamado, mas
não, dessa vez foi diferente. De joelhos e calmo ele
não falava nada, o imperador foi tomado pelo receio,
parecia que se chegasse muito perto receberia um
bote como de uma cobra, os soldados que estavam
enfileirados nos cantos também sentiram isso e
imediatamente se prepararam para qualquer
situação que representasse perigo ao soberano.
Arclínt se levantou do trono e chegou perto do
rapaz, um arrepio subia pela sua espinha, aquela
presença era muito estranha, ermóf ainda estava de
joelhos quando foi-lhe dada a ordem para que se
colocasse de pé, se levantando ele viu que em sua
frente o soberano tinha levantado o braço e pôs a
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palma da mão para cima: “-Me dê sua espada!”- Ele


disse.
Desembainhando-a ele a entregou nas mãos de
arclínt, o mesmo desferiu um movimento tão rápido
que causou uma ventania no lugar, os soldados
apenas foram perceber o que havia acontecido
quando o imperador parou do lado de ermóf com a
espada à poucos centímetros de seu pescoço, não
esboçando nenhuma reação o mesmo permanecia
parado: “-Se eu tentasse te matar , o que faria?”-
arclínt perguntou.
Ermóf não falou nada, apenas continuou parado
olhando para a frente, o soberano, fechando o
semblante, repetiu o que disse, dessa vez com um
tom de raiva, de novo sem resposta, quando parecia
que arclínt iria matá-lo algo estranho aconteceu, o
soberano parou, mudou a expressão e deu um leve
sorriso, depois de alguns segundos virou o cabo da
espada para o rapaz que ao mesmo tempo a pegou,
colocando-a de volta na bainha. Depois desse dia o
imperador nomeou-o como general e o encarregou
de organizar as invasões à outros planetas, sempre o
perguntaram o motivo disso mas respondia sempre
a mesma coisa: “-há coisas que não precisam de
explicação, se funcionarem bem, já está perfeito!”.
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O soldado que foi informar ermóf ainda estava


de joelhos, engolindo seco voltou a falar: “-Nossos
radares identificaram uma energia estranha e nós
não conseguimos descobrir o que é.”- Ele disse.
No mesmo momento a nave tremeu como se
houvesse sido atingida por algo, segundos depois
outro soldado apareceu de repente na porta, estava
cansado mas rapidamente se recompôs: “-General! -
Livério ativou os canhões e está nos atacando!”-
Disse ofegante.
Ouvindo isso ermóf saiu às pressas de sua sala
rumo ao centro de comando, ainda no corredor, e
com os dois soldados o acompanhando, ele estava
apressado:
-Qual a situação da nave?- Ermóf perguntou.
-Perdemos um motor e o casco está rachado!- O
soldado a sua direita respondeu olhando para ele.
-O que?! Isso é impossí...
Nesse momento a nave tremeu novamente, com
isso ermóf perdeu o equilíbrio e bateu o ombro
contra a parede, levantando-se ele franziu a testa,
seu rosto demonstrava um ar de preocupação, o
motivo disso era que os cientistas e desenvolvedores
que projetaram as armas haviam dito que os escudos
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que protegiam as naves eram impenetráveis, ao


menos era o que parecia. O motivo dos aurons
quererem atacar livério é porque o planeta era
desconhecido, então poderia haver alguma
tecnologia ou recurso de algum valor para eles, os
escudos de batalha foram projetados em base nas
tecnologias que já conheciam então tecnicamente
deveriam ser quase impossíveis de serem
atravessados, “quase”. Com muito esforço os
sistemas de ataque conseguiram destruir os canhões
que impediam as naves de pousar, em contra partida
o exército liveriano já estava os esperando. Ao
chegar a sala de comando ele observou o planeta e
principalmente os canhões, eles tinham um brilho
vermelho, ficou olhando aquilo por alguns segundos
mas logo deu as costas e com muita pressa saiu dali.
Descendo até o lugar onde as tropas estavam, o
general se pôs na beirada do portão, e levantando
sua espada, gritou: -Ataquem!!!

Capítulo 3:A primeira grande


guerra Éra
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Os portões dos hangares começaram a se abrir,


milhares de soldados, naves e monstros saíam deles
em direção á um só lugar, LIVÉRIO.
Ermóf foi o primeiro a pular, pegando sua espada
e a colocando em sua frente ele parecia um asteroide
destruindo tudo a sua volta, ao entrar na atmosfera
do planeta o som que se ouvia era como de uma
bomba atômica seguido de um rastro de fogo
deixado por ele. Uma imensa explosão pôde ser
sentida à quilômetros de distância como
consequência do impacto gerado pela aterrisagem. O
exército liveriano estava a poucos metros dele,
apenas uma nuvem de poeira causada pelo impacto
os separava; conforme a densa parede de terra e pó
ia desaparecendo notava-se que mais profunda e
larga se tornava a cratera no chão. Ermóf, que estava
de joelhos, logo começou a se levantar, conforme ele
ia se pondo de pé uma energia avassaladora e quase
palpável se manifestava em sua espada na forma de
uma chama amarela e intensa; isso tudo em questão
de alguns segundos.
Ermóf começou a pensar que aquela seria uma luta
como as outras, fácil e rápida quando começou a
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ouvir passadas em meio aos soldados, a cada passo


os homens iam para o lado abrindo um caminho que
se fechava logo depois; o som ecoante de uma
armadura pesada se aproximando ficava cada vez
mais alto, sentindo que talvez algo novo estava vindo
ele se pôs a ficar de pé, atento ao que ia ver. A última
fileira se abriu, um homem forte, alto e bem
equipado parou à frente das tropas, atrás dele os
soldados voltaram a suas posições, sua armadura era
prateada com adornos dourados que formavam
linhas desenhadas a mão, as juntas da armadura
eram bem fechadas permitindo que ele se movesse
livremente. O homem apertou o cabo de sua espada
com a mão, olhou por alguns segundos para toda
aquela destruição e depois para cima vendo os
rastros de fogo, depois disso voltou sua atenção para
ermóf, respirando um bocado de ar falou:

-O meu nome é Lêmic Silzever, eu sou o general a


serviço do grande império liveriano, quem quer que
você seja pegue suas tropas e vá embora,
imediatamente!
“-Nunca senti uma energia dessas antes, do que será
que é feita aquela armadura?”- Ermóf imaginou.
-Então?! Não vai me responder?
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-Há, desculpe, eu estava perdido em meus


pensamentos. -Você disse que é Lêmic Silzever não
é?
O mesmo olhou para ele com a expressão
fechada e ao mesmo tempo em sua mente pensou “-
O que?- Ele nem ao menos ouviu o que eu disse, e...
essa calma, ela me preocupa”.
-Como eu já disse, o meu nom..
O barulho de uma forte explosão o interrompeu,
eram destroços de naves que começavam a cair do
céu, batendo contra o solo e levantando bolas de
fogo. As tropas auronianas finalmente conseguiram
passar pelas defesas e estavam prestes a chegar
onde ermóf estava; lêmic vendo que a guerra seria
inevitável puxou sua espada e invocou um escudo no
braço esquerdo, depois deu a ordem para seu
exército se preparar:
-Você ainda tem a chance de dar meia volta!- Disse
lêmic.
Ermóf apertou o cabo da espada com a mão, a
esse ponto seu exército já havia aterrissado e estava
atrás dele apenas esperando a ordem ser dada.
-Eu nunca fugi de uma guerra!- Pra ser sincero já faz
bastante tempo que não fico tão empolgado-. Deu
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um leve sorriso. -Não saber se irá ganhar, essa


imprevisibilidade me excita!- Ele argumentou.
Lêmic fechou os olhos com cara de
desapontamento, logo em seguida deu um suspiro e
gritou:
-Então venha. ATACAR!!!
Ermóf fez o mesmo, levantou sua espada em
direção aos liverianos. Os dois exércitos começaram
a ir um em direção ao outro até baterem de frente.
Ermóf pulou para o alto e segurando o cabo da
espada com as duas mãos desferiu um golpe direto
por cima de lêmic, que se defendeu usando seu
escudo, a força do impacto que o atingiu fez com que
seus pés quebrassem o chão e afundassem, logo em
seguida lêmic revidou usando sua espada para tentar
golpeá-lo, ermóf deu um salto para trás esquivando-
se do ataque, mas percebeu que o golpe atingira de
raspão sua bochecha que sangrava um pouco,
aquela era a primeira vez que ermóf havia sido
atingido por um ataque que, de certa forma, o feriu.
Depois de ver que sua tentativa de matá-lo falhou,
lêmic desfez seu escudo e segurou a espada com as
duas mãos, ela era uma arma de lâmina fina, longa e
leve; controlando sua respiração ele inspirava e
expirava o ar fazendo com que sua circulação
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sanguínea aumentasse, e consequentemente, sua


força e seus reflexos também, ele bem sutilmente se
curvou e em um pico de força se impulsionou para
frente, a força foi tão grande que gerou uma onda
de choque muito forte. Uma velocidade absurda
acompanhada por uma força avassaladora estava
indo direto na direção do pescoço de ermóf que
colocou a espada na frente para se defender, quando
as duas lâminas se bateram elas ficaram acima dos
dois. Faíscas caíam e mesmo fazendo força, a espada
de lêmic chegava cada vez mais perto, ermóf lhe deu
um chute contra na perna, fazendo com que
perdesse um pouco o equilíbrio. Conseguindo afastar
a outra espada ele agarrou o braço de lêmic e depois
deu-lhe uma cabeça que o jogou para longe,
aproveitando a oportunidade, ermóf carregou sua
espada com energia e bateu-a contra o chão,
gerando uma onda que estava indo na direção de ,
que usou as mãos como freio para parar, em contra
partida aquela onda de energia estava quase
chegando nele. Sem poder pensar muito ele pegou
sua espada do chão e fez a primeira coisa que
pensou, deu um golpe na onda, segurando-a o
máximo que podia ele estava começando a ser
empurrado para trás quando de repente tudo
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explodiu. Sem poder ver nada por causa da fumaça


ermóf estava alerta o tempo todo, do nada lêmic
surgiu com sua espada em mãos já tentando lhe
cortar a cabeça, com o susto ermóf se inclinou para
trás fazendo a lâmina passar a poucos centímetros de
seu rosto. Questão de segundos, esse foi o tempo pra
lêmic fazer a espada voltar e, toda vez que ermóf se
defendia, o ataque seguinte voltava com o dobro da
velocidade. Os movimentos dos dois eram tão
velozes que começaram a destruir todo ao redor, de
tanto se defender ermóf já estava perdendo as forças
quando, por um milésimo de segundo, pôde ver uma
abertura no intervalo dos golpes e se preparou para
contra atacar, puxando uma pequena adaga de sua
cintura ele esfaqueou lêmic, isso fez com que os
ataques cessassem, com isso ermóf, muito fraco, caiu
de joelhos ao chão se apoiando em sua espada, seu
corpo estava coberto de arranhões. Lêmic, que havia
se afastado alguns metros, puxou a adaga de si e a
jogou no chão. Preparando o golpe final, em
consideração ao inimigo, ele argumentou:
-Por que luta por um lugar que só traz destruição e
mata inocentes?.- Perguntou.
Ermóf cuspiu sangue
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-Todos tem seus motivos, eu tenho os meus, você os


seus.- Se inclinou. -Essa batalha já foi decidida,
lêmic.- Ele disse se sentando novamente.
Lêmic olhou para ermóf no chão, aquela era a
oportunidade perfeita para acabar com tudo aquilo;
“um golpe de misericórdia”, foi assim que ele
pensou, instantes depois pegou sua arma.
Levantando-a com os braços, parecia que aquela luta
finalmente iria acabar, de repente uma dor muito
forte fez lêmic soltá-la e a deixar cair no chão, a dor
vinha de debaixo de seu braço, ao olhar percebeu
que a área do ferimento da adaga estava começando
a ficar escura, se espalhando por todo seu tronco até
sua perna, sem forças ele caiu de joelhos enfrente a
ermóf:
-Ah, desgraçado! -Uma adaga envenenada- Disse
,com a mão no local da ferida.
-Você estava tão distraído com seus ataques que
nem passou por sua mente que a adaga poderia
conter veneno-. Ermóf com muito esforço se apoiou
em sua espada e se pôs de pé.
-Lêmic Silzever, um guerreiro com um potencial tão
grande como você tendo que morrer de uma forma
tão vergonhosa.- Ermóf continuou. -Quando
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acharmos o que vocês protegem com tanto cuidado,


vamos reduzir esse planeta a pó!
Antes de ir ele olhou para aquela cena, seu antes
inimigo agora estava jogado ao chão, tremendo e
lutando para respirar. Lêmic viu pela última vez o
campo de batalha, seus olhos se encheram de
lágrimas, amigos e companheiros sendo
massacrados ou até devorados, o som dos gritos
ficava mais abafado conforme sua visão escurecia, as
lágrimas escorriam pelo canto do rosto e molhavam
o chão. Aos poucos seus olhos foram se fechando
,bem devagar.
Passando pelo corpo, ermóf seguiu rumo a torre
que se localizava no centro daquela região, “-Aquele
deve ser o lugar.” Assim ele pensou.
Quando chegou enfrente a porta sentiu algo vindo
de lá, observando mais a esquerda viu que para
acessar a parte de dentro do local era preciso
decodificar uma série de padrões, mas achou melhor
por derrubar a porta; levantar sua espada se tornou
muito difícil já que estava muito fraco, mesmo assim
conseguiu cortar a porta em duas com um golpe.
O ar frio saia daquele ambiente escuro e gélido,
dentro do local ele ouviu uma voz, ficou assustado e
olhava rapidamente para os lados, não econtrando
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nada viu que fios e cabos estavam espalhados pelo


chão, seguiam rumo a alguma coisa. Seguindo-os ele
notou que mais a frente havia um pilar, devia ter de
três a quatro metros de altura com linhas que
formavam símbolos o cobrindo, tais podiam ser
vistas com facilidade pois uma luz vermelha
enigrecida as destacava.
Observando o local ermóf acabou pisando no que
parecia areia, “-Hum?-Areia?-O chão estava limpo
quando entrei aqui-” Ele pensou, então ouviu
novamente a voz, dessa vez notou que dizia algo, as
palavras que ouviu não eram claras, de início não se
encaixaram muito bem, depois ouviu de novo e de
novo, várias vezes sem parar, ele soltou a espada e
caiu de joelhos no chão com as mãos nos ouvidos já
não suportando mais, repentinamente tudo parou,
cansado e sem nenhuma força ele desmaiou batendo
com o rosto em terra.
Abrindo lentamente os olhos ermóf viu uma luz,
sua visão estava turva e o brilho machucava seus
olhos, quando conseguiu recobrar a consciência ele
se apoiou em seus braços e tentou se levantar, suas
pernas não tinham força então conseguiu apenas
ficar sentado. Seus olhos já enxergavam melhor,
olhando para cima viu um objeto flutuante ligado ao
h

pilar, logo notou que todo aquele poder que


presenciou era só uma ínfima fração do que estava a
sua frente. O objeto era cristalino como uma pedra
preciosa, em seu interior um imenso e incalculável
poder emergia como uma onda e tragava todo o
ambiente ao redor, seu brilho era vermelho
enigrecido com chamas que apareciam e
desapareciam a todo momento envolta dele. Ermóf
não tinha nem ideia de que o que observava era o,
FRAGMENTO DO CAOS.

Capítulo 4: Themerus
O objeto refletia nos olhos arregalados de ermóf,
em um instante toda a dor que estava sentindo
desapareceu porque sua concentração estava
somente naquilo que parecia o chamar para perto,
mesmo estando sentado ele usou o braço direito
para se apoiar e finalmente levantar-se. Já sobre os
pés e mancando ele se aproximou do pilar, seus
olhos estavam fascinados com tamanha beleza, sua
mente não acreditava que algo tão pequeno e
h

simples poderia conter tanto poder assim, parecia


que ele estava sentindo a própria criação o
chamando e o convidando para se apresentar. A
passos lentos ele colocava um pé depois do outro
quando ouviu novamente as vozes, dessa vez mais
suaves e calmas:”-Venha, chegue mais perto. -Nós
queremos te conhecer, nós queremos te conhecer!-”
Os sussurros diziam. “-Tanta dor, tanto sofrimento,
venha, nós somos a sua recompensa!-.” Ermóf
ouvindo tudo isso chegava cada vez mais e mais
perto do objeto, quando estava apenas a alguns
centímetros ele levantou o braço e esticou os dedos,
então suavemente foi chegando perto:“-Toda honra
seja dada ao grande... THEMERUS!” então o tocou.
Se arrastando pelo chão usando os braços o soldado
liveriano deixava um rastro de sangue, enquanto
lutava para se mover e tentar escapar ele foi
atravessado por uma lança, com isso cuspiu sangue
pela boca e bateu a cabeça no chão, não se movendo
mais. Narel, considerado o braço direito de ermóf,
liderava o exército, puxando a lança ele olhou para e
o corpo e depois seguiu dando o comando as tropas
para irem as cidades, ao chegarem começaram a
roubar tudo que achavam de valor, matavam os
homens e levavam as mulheres e crianças do sexo
h

feminino para as naves, como prisioneiros de guerra;


depois simplesmente queimavam tudo. Narel estava
andando rumo a torre quando um soldado o
abordou:
-Senhor.- Disse se curvando
Narel não disse nada.
-Já acabamos de levar todos.- continuou. -O que
devemos fazer agora?
Permaneceu sem dizer nada, apenas virou o olhar
para a grande torre no centro. O soldado
imediatamente entendeu.
-Acha que o general ermóf está lá?- ele perguntou.
-Eu tenho certeza!- respondeu narel.
Depois de dizer isso outro soldado se
apresentou. Ele estava arrastando um homem que
vestia uma túnica, desenhos cobriam sua pele na
forma de tatuagens:
-Senhor.- jogou o homem que caiu aos pés de narel.-
Esse homem se diz sacerdote, também disse que
aquela torre é na verdade o templo de adoração
deles.- disse o soldado.
O homem que estava jogado no chão rapidamente
se ajoelhou, o lado direito de sua cabeça estava
machucado então sangrava. Ajoelhado ele tremia
com muito medo de morrer.
h

-Levantem ele!- ordenou.


Então o soldado o agarrou e o colocou de pé. Ele
imediatamente se apresentou.
-Senhor.- sua voz estava trêmula. -Muito prazer, me
chamo...Raniar.- engoliu seco. -Eu sou o líder dos
adoradores da criação.- disse roco.
Ouvindo isso narel pegou sua espada, o sacerdote,
sabendo que iria ser decapitado, começou a implorar
pela vida.
-Não, senhor, senhor! -Eu lhe suplico, me poupe!.-
dizia chorando e se debatendo. Percebendo que seria
morto ele não viu outra opção, virou o rosto pro chão
e gritou:
-O PODER!!!
Narel imediatamente parou a espada.
-Poder?- ele perguntou.
Depois que a espada parou e o perigo de morrer
passou raniar caiu de joelhos tentando controlar a
respiração, estava extremamente ofegante e tossia
muito.
-Sim.- tossiu mais. -Naquela torre há um objeto que
tem um poder inimaginável, um cristal, nós o
adoramos mas principalmente usamos a energia que
vem dele como fonte para nossas armas.
Narel deu as costas para ele e olhou para a torre.
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-Não vi outros como você, o que aconteceu com


eles?- perguntou.
-No momento em que as suas naves estavam se
aproximando o objeto começou a agir de forma
muito estranha, começou a girar e....- gaguejou. -
Todos começaram a virar areia, uma fumaça saía
deles e entrava no cristal, depois todos viravam areia
e caíam no chão.- falava assustado.
-Entendi.- disse narel, suspirando.
Depois virou novamente para ele.
-E...como você não morreu?- perguntou.
-Eu estava resolvendo alguns assuntos na capital
real, fiquei sabendo por um sobrevivente o que havia
acontecido, parece que metade do braço dele virou
areia, suponho que ele estava à uma distância que o
ataque não alcance.
Depois de ouvir isso narel deu as costas para eles e
foi andando, parecia muito preocupado, um soldado
rapidamente correu para alcançá-lo, o que ficou com
o homem perguntou em alta voz:“-O que devo fazer
com ele?!-”. Narel apenas levantou o braço e abanou
a mão. Raniar, vendo isso, levantou a cabeça e olhou
para o soldado, vendo um sorriso no rosto dele.
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Os dois estavam correndo para tentar chegar à torre


o mais rápido possível quando foram surpreendidos
por um terremoto:
-Está vindo dali!- disse o soldado, apontando para a
frente.
Narel olhou para a torre
-General, o que o senhor está fazendo?!- narel se
perguntou.
Simultaneamente uma explosão surgiu de dentro
para fora dela, isso fez com que viesse à baixo. O
impacto da queda lançou destroços por toda a parte
atingindo as casas e naves que estavam por perto,
narel e o soldado foram pegos em cheio pela força e
foram lançados alguns metros para trás, batendo de
costas no chão o soldado não teve tempo de reagir
quando um pedaço grande e pesado de pedra caiu
sobre ele, o esmagando. Simultaneamente narel
lutava para cortar ao meio as pedras que voavam a
toda velocidade em sua direção; quando as coisas
finalmente se acalmaram narel virou a lâmina da
espada para baixo e a fincou no chão, se sentando do
lado dela, estava ofegante. Depois de se recuperar
ele se levantou e viu que a torre estava toda
destruída, apenas uma montanha de escombros
podia ser vista, narel arregalou os olhos quando viu
h

tudo aquilo: “-General ermóf!!!”- gritou correndo em


direção ao monte gigante de entulho, chegando lá
soltou a espada e desesperadamente começou a
pegar e jogar para trás grandes pedras, enquanto se
esforçava para tentar encontrar ermóf mais soldados
apareceram e começaram à ajudá-lo, durante seus
esforços uma voz falou no ouvido de narel, era um
sussurro que disse:“-Mais à direita.”- narel achou
estranho mas disfarçou e foi para a direita, depois a
voz voltou:“-Para baixo.”- sem questionar fez
exatamente o que a voz disse e, depois de poucos
segundos, ao tirar uma rocha, ele viu a mão de
ermóf:“-Aqui!!!, aqui!!!, eu o encontrei! -Me
ajudem!”- gritava ordenando para todos os soldados
o ajudarem. Com muito custo eles levantaram a
grande e pesada parede que estava por cima de
ermóf, enquanto narel e alguns soldados seguravam
a parede outros dois tiravam o general de lá; quando
o tiraram debaixo dela, narel e os que o estavam
ajudando, soltaram a parede de uma vez só,
causando um barulho alto, sem ninguém perceber
sutilmente um brilho vermelho desapareceu no
braço de ermóf.
Alguns dias se passaram, a morte de ermóf foi
confirmada logo após terem chegado em aurônia, o
h

corpo estava em um laboratório sob a desculpa de


que nunca o haviam encontrado. O cristal também
não foi achado. No laboratório, enquanto
examinavam o corpo de ermóf, as telas nas paredes
começaram a ter estática e falhar, as luzes piscavam
e o ambiente ficou frio, de repente um assistente
ficou muito assustado: “-Os dedos, os dedos dele se
mexeram!” dizia apontando para o corpo, o cientista
rapidamente olhou mas não viu nada, tudo estava
exatamente como sempre, calmo e quieto. O
cientista se virou para o assistente e muito nervoso
começou a repreende-lo: “-Acha que esse tipo de
brincadeira é engraçada?! Você está aqui a pouco
tempo mas deve saber que aqui não é lugar para esse
tipo de coisa!”. O cientista continuava muito nervoso
e gritava com o rapaz, enquanto estava gritando o
cientista percebeu que o assistente não estava
olhando para ele, viu que estava pálido e tremendo
muito, em poucos segundos percebeu que uma
sombra muito grande os cobriu, imediatamente
parou de falar quando uma voz aterradora o
interrompeu:“-Quanto barulho.” Lentamente ele se
virou e viu um ser alto olhando para ele:“-Seu verme.
Cale a boca.” O ser agarrou sua cabeça e o levantou
para o alto, o assistente caiu no chão, tremendo de
h

medo. O cientista se debatia, seus olhos começaram


a ficar vermelhos e do nada sua cabeça explodiu,
sangue voou por todo lado sujando tudo. O ser olhou
para baixo e viu o rapaz coberto de sangue e
começou a andar na direção dele, o assistente com
medo de ser morto também, colocou o braço na
frente do rosto já esperando o pior, mas o ser
simplesmente o ignorou e foi direto até a caixa de
metal que continha a espada de ermóf, ele a quebrou
e pegou a espada.
Depois de destruir a porta, ermóf foi direto a sala
do trono. No caminho vários soldados o viram
assustados, ele matou cada um sem dar chance para
se defenderem. Arclínt estava sentado em seu trono
quando um guarda muito machucado entrou
desesperado, ele gritava dizendo para todos fugirem
quando foi cortado ao meio, arclínt viu tudo e não
pensou, rapidamente tentou pegar sua espada.
Ermóf, vendo isso, pegou a espada e a disparou,
arclínt, sem poder desviar, foi atravessado por ela.
Ermóf se aproximava a passos lentos, quando ficou
de frente para o trono agarrou o cabo da espada e a
puxou violentamente, ermóf colocou a mão em seu
ombro e o apoiou, sangue começou a escorrer da
boca de arclínt, ele olhou para ermóf e viu que quem
h

estava na sua frente não era mais o brilhante jovem,


mas sim um ser puramente maligno, antes de ser
jogado no chão ele ouviu:“-Vossa majestade – ermóf
se aproximou. -Sinto em dizer que senhor foi
destituído.” Depois ermóf o soltou e ele caiu, uma
poça de sangue se formava envolta do corpo do
imperador.
Narel corria apressado pelo corredor, passando
pelos vários corpos jogados ele só pensava em uma
coisa:“Quem fez isso tudo?”, ao ficar de frente para
a porta a abriu com muita pressa, a cena que viu o
deixou pasmo, arclínt no chão em meio a uma poça
de sangue e ermóf sentado no trono, narel largou a
espada e caiu de joelhos:
-General....ermóf- disse com a voz trêmula.
-Não, meu nome não é mais esse- levantou do trono
e foi na direção de narel, quando chegou perto o
suficiente se agachou e colocou a mão em seu
ombro. -THEMERUS, me chame de themerus.
-Sim, senhor.
-E você, uhmmm....seu nome não será mais narel,
será...DARKERUS.
Narel, não, darkerus imediatamente se curvou
encostando a testa no chão.
h

-Fico muito feliz pelo senhor, por favor, permita-me


continur ao seu lado.
Themerus tirou a mão do ombro dele, virou de
costas e voltou para o trono, sentando-se ele disse:
-Muito bem, nada mudará, você continua sendo meu
braço direito- se inclinou para frente. -Espero que
não me decepcione.
-Sim....sim.
Em seguida, themerus foi até o local aonde todos
os soldados ficam, chegando lá ele abriu os portões e
se deparou com milhões de soldados que o olhavam
assustados, ele pegou algo de trás das costas e jogou,
era a cabeça de arclínt que saiu rolando até parar na
frente de um dos soldados.
-Aqui está a cabeça de alguém que ousou me
desafiar, não vou obrigá-los a me servir- pegou a
espada. -Mas fiquem sabendo, quem não ser útil, vai
morrer!
Um a um os soldados foram se colocando de
joelhos, alguns ficaram apreensivos mas vendo e
sentindo a pressão que themerus exercia desistiram
de lutar. Depois que todos se curvaram themerus
passou entre a multidão e foi direto a sala de
controle, quando entrou lá os que estavam
h

manipulando os controles se curvaram, themerus


não deu muita importância.
-Senhor, o que vamos fazer?- darkerus perguntou.
-Procurá-los- disse olhando para fora.
-Senhor, se me permite a pergunta. -Procurar quem?
-Vocês verão.
Em seguida themerus mexeu nos controles e a
nave começou a se mover.
-Ah, onde vamos senhor?
Themerus deu as costas e saiu da sala, darkerus
rapidamente correu e o alcançou.
-Senhor, senhor- parou do lado de themerus. -Onde
vamos agora?!
Themerus continuou andando, chegou enfrente à
uma porta e antes de abrí-la disse:
-Para um lugar bem especial.
Depois a empurrou e os dois entraram.

CAPÍTULO 5:Terra

Os tempos eram primitivos mas a humanidade


estava avançada em termos de tecnologia, o
gigantesco continente pangeia cobria a superfície do
h

planeta e logicamente os humanos encontraram um


lugar para se estabelecerem, depois de um longo
tempo os avanços da cartografia possibilitaram a
divisão de estados e cidades e assim uma civilização
foi criada. Esse lugar possuía quatro capitais
principais: Teléstia(centro tecnológico e capital
real), Carátis(capital portuária), Aluél( cidade das
fontes termais) e Alterã( cidade mercantil), um
país cujo os habitantes viviam sem
preocupações, esse lugar que muitos pensariam
ter saído de um livro de ficção científica foi
chamado de CÂNDERA.
O sol estava se pondo no fim da tarde, as estrelas
começando a aparecer no céu e o som dos insetos
reçoando enquanto o laranja do horizonte ia se
esvaecendo a medida que a noite chegava, um
garoto, sentado na grama, admirava tudo aquilo.
Todos os dias eram iguais para askam, os deveres do
filho da realeza eram muito chatos e entediantes,
aula de línguas, instrumentos, ciência e outras coisas
o deixavam sempre desanimado, o único prazer que
tinha era no fim do dia, admirar o sol e as estrelas o
fazia pensar se algo poderia existir além das nuvens
h

e do céu, e ainda mais, “como tudo começou?” ele se


perguntava enquanto olhava para cima. Enquanto
estava admirando o horizonte laranja algo chamou
sua atenção, às margens do rio um brilho azul claro
saía dentre a grama seguido de um som grave e
pulsante, isso intrigou o garoto que rapidamente foi
ver o que era, o som do barro e da água corrente iam
ficando mais altos a cada passo, se agachando ele
afastou o mato com as mãos e viu que ali havia uma
pedra azul, ele pegou e a levantou na frente dos
olhos: “Nunca vi uma pedra assim.” ele disse
enquanto a observava, depois desviou sua atenção
para o rio e viu que mais ao longe a água saía de uma
abertura no início de um canto isolado do morro
coberto por mato, “Será que, ela veio de lá?”, de
repente ele ouviu uma voz:
-Ei!, oi askam!
Ao longe uma garota de cabelos brancos usando
um vestido bege que ia até a altura do joelho vinha
correndo em sua direção, era neara, por ser filha de
um nobre ela sempre estava nas mesmas aulas que
askam, com o tempo os dois se tornaram amigos
muito próximos, tinham a mesma idade, ele 16 e ela
apenas um ano mais velha, 17. A garota estava
correndo na direção dele com algumas pastas
h

embaixo do braço direito e abanando o esquerdo,


askam rapidamente guardou a pedra em sua bolsa,
neara, não prestando atenção no chão, acabou
tropeçando e caindo de um jeito tosco, o garoto de
longe viu isso e fez uma cara de decepção, depois
correu na direção dela e a ajudou a se levantar:
-Caramba– a levantou pelo braço. -Você precisa olhar
pra onde pisa.
-Ai, ai– neara esfregou a cabeça com a mão. -Oi
askam, ah não.
-O que foi?
-Minha roupa, eu queria tanto te mostrar, comprei
ela ontem e agora...
-Calma, fica tranquila– disse enquanto batia no
vestido para tirar a terra.
-De qualquer forma, askam.
-O que foi?
-O que você estava olhando?
Askam parou por um momento, receoso.
-Ah, eu....eu
Neara o olhou com a cara séria.
-Anda, me mostra, eu sei que você tá escondendo
alguma coisa.
-Ahhh, ok– virou a cabeça para baixo e suspirou. -Não
consigo esconder nada de você né?
h

-Que bom que você sabe, então, o que tava


olhando?!
Askam hesitou mas logo colocou a mão na bolsa,
antes de tirar ele olhou para os lados, desconfiado:
-Você não pode contar isso pra ninguém ouviu?
-Tá tá, anda logo.
Neara olhou com atenção quando ele estendeu o
braço e abriu a mão.
-Uma pedra?
-sim, más olha bem, essa pedra é diferente.
-Uhmm– olhou mais de perto. -Pra mim é só uma
pedra.
Askam se convenceu de que ela era uma tonta.
-Tá bom– disse decepcionado, depois colocou a
pedra de volta na bolsa. -Deixa pra lá. Mas então por
que você veio aqui?
Neara deixou as costas retas, como em pose de
continência.
-Ehem!- tossiu. -Vim pra te acompanhar.
-Me acompanhar né– disse com um olhar suspeito
-Uhum– a garota afirmou. -Tá muito perigoso andar
sozinho por aí.
-Não preciso que ninguém se preocupe comigo. -
estava distraído mexendo na bolsa.
h

-Poxa– deu um peteleco nele. -Me responde direito


garoto.
-Ai!
Após isso neara deu um sorriso e saiu correndo,
askam rapidamente foi atrás dela gritando: “-Ei sua
idiota, assim você vai cair de novo!-”, ele parou aos
pés do morro ofegante de cansaço, ela estava mais
acima, quando percebeu isso imediatamente parou e
se virou ficando de costas para o sol, pondo as mãos
ao lado da boca ela gritou: “-Ei, você é tão molenga
assim?!, anda logo, vem!-”. Askam olhou para ela,
pela visão dele tudo parecia estar em câmera lenta,
os raios de sol e o céu estrelado em tom laranja atrás
de neara a iluminando. Askam, por um momento,
admirou aquilo e, dentro de si, agradeceu pela vida
que tinha e principalmente, “por quem tinha”.
Neara o viu parado com um sorrisinho gentil no
rosto, imediatamente o chamou a atenção: “-Olha o
que eu tenho nas minhas mãos hehehe-” disse
levantando um saco cheio de moedas, askam viu isso
e prontamente apalpou os bolsos.
-Ei!, Isso é meu!
-Uhmmm, me deu uma vontade de comer carne de
inum, hehehe– neara disse.
-Nem pense nisso!
h

-Se você quiser de volta, vai ter que vim pegar– logo
após falar isso ela desceu o morro.
-Neara!
Askam mais uma vez correu atrás dela, quando
chegou no ponto alto ele a viu no meio do campo, ela
parou e abanou o saco de moedas no ar.
-A minha fome só tá aumentando viu! -dizia
enquanto estava correndo.
Ele fechou o semblante.
-Ah, neara sua tonta.
Novamente foi correndo, quando a alcançou
ele agarrou seu ombro, com isso ela perdeu o
equilíbrio e os dois caíram no chão, askam ficou por
cima dela, por alguns segundos tudo ao redor ficou
silencioso somente com o som do vento e da árvores,
olhando um para o outro askam lentamente foi
aproximando o rosto.
-Me devolve.
Disse, pegando o saco de moedas das mãos de
neara, depois se levantou e limpou a roupa, voltando
a falar:
-Se você quiser, ehem!- fingiu tossir para disfarçar. -
....depois eu compro pra você.
-O que?!– neara ainda estava deitada no chão,
surpresa.
h

-A carne, você não disse que queria carne de inum?


Ela imediatamente se levantou.
-Áh, é verdade.– estava sem jeito.
Askam olhou para o céu, já estava de noite e
a cidade brilhava ao longe.
-Agente precisa ir, os nossos pais devem estar
preocupados.
Neara olhou para o chão, decepcionada
cochichou:
-Sério que é com isso que você tá preocupado?
-O que?
-Nada, vamo logo!– disse empurrando ele.
-Ok, não precisa empurrar poxa.
Os dois foram em direção à cidade, um tempo
depois de entrarem o garoto queria comprar a tal
carne mas neara disse que não queria mais. Primeiro
seguiram ruma a casa dela, se despedindo
apressadamente a garota virou as costas e entrou,
batendo a porta antes que askam terminasse o
“tchau”, ele não entendeu nada e apenas foi embora.
Parado enfrente à casa real, o garoto suspirou e
abriu a porta, imediatamente sua mãe veio correndo
e o abraçou preocupada:
-Áh, graças a deus, askam eu já estava mandando os
guardas irem te procurar.
h

-Mãe, para.
-Por que você demorou?
-Deitei na grama e acabei dormindo, só isso.
Enquanto sua mãe o verificava seu pai apareceu.
O imperador Vastos, regente de cândera, era um
homem de grande estatura, sério e arrogante, como
sempre, advertiu askam:
-Garoto.
-Pai eu....
-Sem desculpas, já te falei tantas vezes e mesmo
assim se faz de surdo.
Askam foi até a escada, enquanto subia os degraus
ele falou:
-Sim, “o seu dever como o filho do rei é entender
como o reino funciona e garantir que continue
assim” e blá blá blá.
-Garoto! Olhe para mim enquanto falo com você!
Askam terminou de subir os degraus e parou
enfrente a porta de seu quarto, colocou a mão na
maçaneta e antes de abrir disse:
-Pai, eu sei que o meu dever é importante– abriu a
porta deu um passo e antes de fechá-la se virou para
trás, olhando para seu pai. -Más eu também tenho
vida.
h

-Garo...– foi interrompido pelo bater da porta. -Esse


moleque, vou ensiná-lo a nunca mais me responder
ass..
-Espere! Querido, não faça isso – sua esposa disse,
segurando-o pelo braço. -O askam é só um garoto,
logo vai entender sua responsabilidade.
-Catarine, você, como esposa real, deveria saber que
essa atitude pode arruinar o futuro do reino! – disse
irritado.
-Sim, eu sei, mas não é assim que devemos ensiná-lo.
Vastos olhou para ela por alguns segundos,
depois puxou o braço e dando as costas saiu nervoso.
Ela o deixou ir, depois, decidindo ver como estava
askam, subiu as escadas e parou enfrente a porta.
TOC TOC -Askam? Estou entrando. – abriu a porta e
viu o garoto deitado sobre a cama, sua bolsa estava
jogada ao chão.
-Vai embora.
-Filho –
Catarine se sentou na cama perto dos pés de
askam, em seguida deu um leve sorriso e ajeitou seu
cabelo com a mão.
-Pode não parecer, mas mesmo com aquele jeito de
durão que o seu pai tem, ele te ama, só não sabe
demonstrar isso.
h

O garoto esquivou a cabeça, cobrindo o rosto com


o travesseiro.
-Eu sei, mesmo assim é um saco.
-Filho, você lembra do que sua vó te falava?
Askam apertou a mão.
-Não quero falar sobre isso.
-Ela falava que não importa o quanto você se
dedique à alguma coisa, sempre haverá pessoas
cobrando mais de você, que você faça aquilo “sem
cometer erros”.
-....
Colocou a mão sobre ele.
-Filho, o importante não é o que fazer, mas sim por
quem fazer! Sempre terão pessoas precisando de
você, o peso de cuidar de um lugar como esse não é
fácil, você tem que tentar entender ele, esse trabalho
é muito estressante.
Askam continuou quieto.
-Haaa- suspirou. -Ok, quando quiser conversar eu
vou estar aqui. – deu um beijo na bochecha dele. -Te
amo filho.
-.....
Depois disso ela se levantou e foi em direção à
porta, antes de sair ela olhou para ele uma última
vez, depois deu as costas, fechando a porta. Askam
h

continuou na cama, após sua mãe sair ele se sentou


e ficou pensativo, foi rodeando o quarto com os
olhos e viu sua bolsa no chão e imediatamente se
lembrou da pedra que havia achado. Apressado se
levantou e abriu-a, vasculhando dentro dela ele viu a
pedra brilhando, a pegou e foi para a mesa que
estava encostada na parede, abriu uma gaveta que
estava ao lado e pegou vários materiais de ciência.
Tudo aquilo estava por cima da mesa e a pedra
no meio, askam se apoiou sobre a mão e ficou
pensando: “-E agora? O que eu faço?” depois que
falou isso ele viu uma caixinha de música velha com
alguns fios pra fora, a pegou e colocou do lado da
pedra, pegou dois dos fios e os posicionou: “-Vamo
lá.”. Devagar ele foi aproximando os dois fios até que
encostaram na pedra:“-Uhm? Ué?” disse quando viu
que nada aconteceu, de repente o brilho azul foi
passando pelo fio até que chegou na caixinha, a
mesma foi coberta por linhas azuis e seguido de
estalos começou a se mexer, askam ficou
maravilhado enquanto o som da música e das
engrenagens ecoava pelo quarto.
Enxugando a lágrima de seu rosto ele admirou a
caixinha que sua vó lhe deu antes de morrer,
enquanto a olhava ele percebeu que a música
h

começou a tocar mais rápido, acelerando cada vez


mais askam começou a se afastar lentamente
quando do nada a caixinha explodiu, o barulho foi
tão repentino que ele se assustou e caiu para trás.
Rapidamente pegou a pedra.
-Askam?! O que foi isso? – a mãe dele perguntou
abrindo a porta assustada.
-Nada! Eu apenas deixei um dos cristais de magma
cair.
Ela olhou e viu uma marca escura na mesa.
-Filho, já te falei pra não brincar com isso.
-Desculpa! Ele apenas escorregou da minha mão.
-Tudo bem, só não coloque fogo no quarto ok?
-Sim, pode ficar tranquila.
O garoto suspirou aliviado depois que ela fechou
a porta, colocando a mão no bolso ele tirou a pedra
e a observou, em seguida olhou para a mesa e a
caixinha em pedaços: “-Caramba!”, olhou para a
pedra novamente, “-Amanhã eu falo com o
professor, talvez ele possa me ajudar.”. Após
arrumar a mesa e guardar as coisas ele foi dormir.
Durante toda a noite ele não parava de imaginar o
que poderia ser aquilo.
-Uf! Finalmente – disse passando as costas da
mão na testa. -Acabei de arrumar.
h

Reins Zimer era professor de geologia na


universidade real de teléstia, um homem que
presava pela organização sempre arrumando todos
os materiais em caixas específicas e guardando-os no
armário no canto da sala após as aulas. Não sendo
diferente, ele, depois que fez tudo, estava se
preparando para ir embora quando ouviu alguém
bater na porta.
-Professor?
-Oi askam é você? – disse se virando para o garoto.
Askam entrou e colocou a pedra em cima da
mesa.
-O que é isso? – ficou surpreso.
-Eu vim aqui justamente pra saber, achei ela jogada
perto do rio e levei pra casa... digamos que depois de
alguns experimentos eu fiquei preocupado.
-Uhmm, nunca vi algo assim antes, você tem um
nome pra isso?- Reins perguntou enquanto olhava a
pedra.
-Não, até pensei em uns mas não ficaram bons.
-Me fala aí, se isso for um novo minério precisaremos
de um nome não acha?
Askam suspirou.
-Verdade, bom eu pensei em uns tipo “Anorionite”
ou “Ironite”.
h

-Uhmm, você gosta mesmo da palavra “Rionite” né?


-Hehe verdade, não tinha percebido. – askam disse,
passando a mão na cabeça.
-Ok, já que é assim, o que você acha
de....“CANDERIONITE”?
-Legal, eu gostei.
-Tudo bem, então isso vai se chamar canderionite.
Mudando de assunto, vou analisar a pedra e amanhã
você pode vir aqui. – disse, guardando-a.
-Tudo bem.
Askam levantou da cadeira, depois de colocar a
bolsa nas costas ele foi até a porta, antes de sair se
virou.
-Há, vê se não vai explodir a sala.
-O quê? – tirou os olhos do microscópio e olhou para
a porta.
Askam já havia saído e reins, percebendo isso,
suspirou “-Esquece.” ele disse voltando a olhar a
pedra.
Na manhã seguinte, o garoto estava se
arrumando para ir a escola quando alguém bateu na
porta,
-Askam, sua amiga tá te esperando.
h

O garoto acabou de se vestir, colocando a bolsa


nas costas ele abriu a porta, dando de cara com sua
mãe.
-Áh, você já tá pronto? – disse surpresa.
-Sim, o que você tinha dito?
-Eu falei que sua amiga tá esperando você lá no
portão.
-Ahh, aquela tonta. E o pai, onde ele está? – disse
enquanto descia a escada.
-O seu pai teve que ir às pressas para o palácio,
parece que tem havido muitas coisas estranhas
recentemente.
-Entendi, bom já vou indo.
-Ok, tchau.
-Tchau mãe.
Quando askam abriu a porta ele avistou neara, ela
estava com o uniforme e, como sempre, alegremente
balançava o braço gritando oi, parecia
despreocupada com qualquer atenção que atraía.
Askam continuou andando, ao chegar perto dela ele
simplesmente passou reto, a garota se virou foi até
ele, parando ao seu lado.
-Ei! Vai passar assim sem mais nem menos?
-Oi pra você também, neara.
h

A garota o passou e parou em sua frente,


colocando as mãos atrás das costas ela se inclinou
chegando perto. Askam ficou sem jeito.
-Nana nina não! Você me conhece a todo esse tempo
só pra simplesmente me dizer um “oi neara”. O que
tá acontecendo?
Askam a contornou.
-Não é nada, são só as montanhas de tarefas que eu
tenho que fazer.
-Tarefas né? Sei.
Askam não disse nada, por todo o caminho ele
ouviu neara falar como seria bom se ele se distraísse
um pouco, de como ele só vivia uma vida chata.
Quando chegaram na universidade, o garoto já não
aguentava mais ouvir tanto falatório, neara
percebendo a hora foi na frente entrando primeiro,
quando percebeu que ela tinha ido ele suspirou e
seguiu para sua aula rotineira.
O sinal tocou mostrando o fim da aula, do lado de
fora o céu alaranjado. Askam estava sentado em sua
mesa quando ouviu o barulho, simultaneamente ele
largou o lápis e se espreguiçou sobre a cadeira logo
guardando suas coisas e saindo da sala, depois de
andar um pouco ele parou enfrente à uma porta,
nela estava escrito:
h

SALA DE GEOLOGIA
Prof-Reins Zimer

Antes de abrí-la o garoto inspirou, o dia todo ele


só pensava naquilo e o que o professor deveria ter
descoberto. Abrindo-a ele viu o professor sentado na
cadeira, sobre a mesa um microscópio apontado
para a pedra. Askam entrou e acabou pisando em
algumas folhas no chão, achou estranho, toda a sala
estava uma bagunça com várias coisas espalhadas.
-Você por acaso deu aula nessa semana?
-O que? Askam!
-Então – foi se aproximando, desviando dos papéis
jogados. -O que você descobriu?
-Que bom que você apareceu, olha. – disse,
apontando para o microscópio.
-Tá legal.
Askam se aproximou e colocou os olhos no
encaixe do microscópio, ele ficou pasmo, o que via
era uma série de linhas sendo cortadas e se
recompondo a todo momento. Quando se levantou
ele pegou uma cadeira e sentou.
-Isso... é
-Sim.
-Meu deus. E você conseguiu determinar a idade?
h

-Não, mas consigo dizer que....- se inclinou na direção


de askam. -Isso veio de alguma coisa, melhor
dizendo, isso é só uma pequena parte do que quer
que seja.
-...
Reins desencaixou a parte que prendia a pedra no
aparelho, a pegou e segurou na frente de askam.
-Como você deve ter visto, essas linhas que são
cortados e depois se recompõe são células tronco,
também percebi que esse ato de cortar e regenerar
gera energia. Além disso, se você derreter à uma
determinada temperatura e depois reaquecer-
pegou um pequeno pedaço de metal prateado. -Ele
vira um metal praticamente indestrutível.
-Você contou isso pra mais alguém?
-Não, quis falar com você primeiro.
-Tudo bem- pegou a pedra das mãos de reins. -Não
conte a ninguém, você me ouviu?!
-O que?! Não contar a ninguém?! Isso provavelmente
é a maior descoberta já feita, um material que
provavelmente surgiu junto com o universo deve ser
estudado, as capacidades disso são inimagináveis!
Askam se levantou.
-Eu sei, mas pensa comigo. Se todo mundo souber
que isso existe você não acha que vai acabar caindo
h

nas mãos erradas? Provalmen... Não, com certeza


uma guerra ia eclodir assim!- estralou os dedos. -De
um dia pro outro.
Reins se apoiou sobre as mãos e pensou um pouco
, depois de alguns segundos falou:
-Verdade. Então sendo assim, o que você vai fazer
com isso?
Sentou novamente na cadeira.
-Já tenho uma ideia, por hora você só precisa guardar
segredo – olhou para toda a sala. -Também dá uma
arrumada nisso, credo você tá um caco.
Reins passou a mão na cabeça enquanto olhava
para tudo.
-Hehe, verdade. Desde ontem eu não parei um
minuto, fiquei o tempo todo analisando isso e nem
percebi que o lugar ficou assim. O diretor deve estar
tendo muito trabalho com as reclamações dos alunos
por minha causa.
-Espero que você consiga ajeitar tudo.
-É... Eu também.
Antes de ir askam se virou, olhando para reins.
-Ó, bico fechado! Nada disso aconteceu até eu falar
que aconteceu ok?
-Já disse, não vou contar pra ninguém, pode ficar
tranquilo.
h

O garoto, depois de ouvir isso, deu um tchau com


a mão e foi andando. Reins ficou ali, olhando aquilo
tudo ele apenas suspirou sarcasticamente.
Askam estava saindo da universidade quando deu
de cara com neara, quando a viu ele começou a andar
mais rápido. Ela veio correndo, rindo muito pulou em
suas costas colocando os braços envolta do pescoço
dele, askam tentava se soltar.
-Eiii! Vai me ignorar agora?
-Áh, me solta, argh! Sua tonta!
Neara o soltou.
-Esse não é o caminho pra sua casa, tá indo aonde
hein?
Askam ajeitou suas roupas.
-Eu tô indo onde sempre vou.
-Ahh, hehehe – deu um sorriso suspeito. -Posso ir
com você né?
Askam olhou para cima de relance e lembrou da
última vez que deixou ela o acompanhar.
-Não.
-Ahhhh, pooooor queeeeee?
-Porque eu preso pelo meu dinheiro.
Neara não parava de pedir para que ela a deixasse
ir. Depois de alguns minutos ele pensou melhor: “-
Pensando bem, ela pode ser útil pra uma coisa.”
h

-Neara
Ela estava cabisbaixa e prontamente se levantou
e olhou fixamente pra ele com os dedos das mãos
cruzados. Isso o deixou um pouco incomodado.
-Oi!
-Talvez, mas só talvez, você possa me ajudar. Mas só
se você não ficar me atrapalhando.
-Sim! – fez uma posição de continência, depois
começou a andar.
-É pro outro lado.
Neara deu meia volta e askam a seguiu, depois de
alguns minutos caminhando eles pararam em cima
de um morro, neara olhou e, se lembrando da última
vez, imediatamente reconheceu o lugar.
-Hã, hã!- ficou envergonhada.
-O que foi, você não vem? – askam disse, descendo.
-Nada! Eu tô indo. – desceu, tomando cuidado para
não tropeçar.
Quando neara o alcançou ele estava parado
enfrente à uma pequena abertura de onde água saía,
eles estavam em um lugar que ela nunca havia ido.
Estava quase anoitecendo e o som dos insetos e da
água correndo a deixou apreensiva.
-Que lugar é esse? -disse preocupada enquanto
olhava ao redor.
h

Askam apenas apontou para a rachadura. Neara o


olhou, depois olhou a brecha.
-V... você não vai entrar aí né?
Askam sorriu.
-É claro que eu vou – se aproximou e começou a
entrar dentro da fenda. -Vou deixar minha mochila
aqui, você vai ficar bem aí vigiando tudo entendeu?
-Hã, não! Espera! – ela correu na direção dele, mas já
havia entrado.
Neara ficou sozinha, com apenas o som dos insetos
e do vento para lhe fazer companhia.
-A cara, askam volta logo. Há! – gritou de susto com
o estalo de um graveto que pisou.
O garoto, quanto mais ia andando mais a luz da
entrada sumia, o cheiro do limo e o som da água
gotejando ressoavam pela caverna, um certo ponto
ele pegou uma pequena pedra vermelha de seu bolso
e a encaixou em seu protetor de ombro que havia
colocado ao entrar, no mesmo momento, com um
clique a pedra começou a emitir uma luz que
aumentava cada vez mais como uma lanterna.
-Isso aí, eu sabia que era uma boa ideia ter trazido
isso. – sussurrou.
Conforme andava ele percebeu que mais a frente
uma luz azul saía pela direita, imediatamente sentiu
h

algo em seu bolso e ao pegar a pedra viu que quanto


mais se aproximava mais brilhante ela ia ficando.
Quando chegou perto de onde o brilho vinha ele
respirou fundo e foi.

CAPÍTULO 6:Aédros

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