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Diálogos Estratégicos de

SEGURANÇA
E COMPORTAMENTO
Bruno Pimentel dos Anjos et al.

Diálogos Estratégicos de
SEGURANÇA
E COMPORTAMENTO

Salvador
2019
SUMÁRIO SUMÁRIO
Parte I – Acidentes Graves Prudência ao volante é indispensável para dirigir caminhões e veículos de grande porte
42
Seja um motociclista seguro
Análise Preliminar de Risco identifica possíveis ameaças
11 43
Importância do comportamento seguro em serviços de manutenção
12
Utilize a marcha à ré com segurança
44
Tenha cuidado ao volante para evitar acidentes
13
Dicas para melhorar a visibilidade para quem dirige em estradas
45
Trabalho seguro exige o uso de equipamento adequado
14
Cinto de segurança é proteção para motorista e passageiros
46
Regras de ouro precisam ser cumpridas
15
Condutor consciente age de maneira preventiva
48
Medidas indispensáveis para o trabalho seguro em altura
16
Procedimentos básicos para a segurança no trânsito
49
Pratique atitudes seguras no trânsito
18
A importância da direção preventiva na ultrapassagem
50
Utilização correta dos EPIs representa segurança
19
Prevenção de acidentes no trabalho em campo
52
Lições importantes de segurança
20
Melhoria do convívio no trânsito
53
Como minimizar o risco de acidentes nas estradas
22
Direção e álcool: combinação com risco de tragédia
54
Atividades técnicas exigem capacitação prévia
23
Cuidado com acidentes e riscos provocados pelo uso do celular
56
Situações da vida real reafirmam a importância da atitude preventiva
24
Direção defensiva reforça a segurança do motociclista
57
Aplique os seus conhecimentos técnicos de maneira correta
26
Segurança nas viagens de férias
58
Trabalho com rede energizada exige controle de riscos
28
Manutenção e vistoria de pneus
60
Tenha atenção no dia a dia para afastar acidentes evitáveis
30
Respeite o ciclista no trânsito
61
Trabalho em equipe deve ser bem planejado para atingir os melhores resultados
32
Parte III – Eletricidade

Parte II – Trânsito Procedimentos para desenergizar redes MRT


65
A importância de manter o braço no volante e usar o cinto de segurança
35 Técnicas adequadas de utilização e seleção do jumper temporário (bypass)
66
Medidas seguras para dirigir em dias de chuva
36 Cuidado com o efeito chaminé ou sino
68
Cuidados fundamentais para diminuir os riscos de acidentes na estrada
38 Guardião da Vida: um aliado para a sua proteção no trabalho
69
Evite ocorrências indesejáveis na hora de estacionar
39 Saiba como conservar os EPIs isolantes
70
Como frear adequadamente na pista molhada
40 Procedimentos para reduzir incidentes em redes de distribuição
71
SUMÁRIO SUMÁRIO
Procedimento para a desenergização de circuitos elétricos
72 Importância da Linha de Vida no trabalho em altura
106
Como fechar corretamente a chave-fusível
73 Utilização do kit de resgate em altura
108
Operação em rede desenergizada exige cuidados
74 Como realizar a inspeção de condições estruturais de postes de BT e MT
110
Como utilizar o dispositivo de abertura com carga (DAC)
76
Festejos juninos reforçam o alerta contra acidentes na rede elétrica
78 Parte VI – Administrativo
Utilização do protetor facial previne acidentes de trabalho
79
Saiba como diminuir o risco de acidentes em redes elétricas
80
Benefícios do uso do protetor solar
113
Cuidado com a instalação da decoração natalina!
82
Cuidados com a postura
114
Saiba como diferenciar acidente e incidente no trabalho
116
Suicídio: uma epidemia silenciosa
117
Parte IV – Máquinas e Equipamentos Saiba como lidar com o estresse emocional no ambiente de trabalho
118
Como fazer a amarração de cargas conforme a resolução do CONTRAN
87 Orientações para a higienização e conservação de EPIs
120
Inspeções e ensaios são necessários para cestas aéreas e guindautos com e sem o
cesto acoplado 88
Primeiros socorros ajudam a salvar vidas
122
Utilize os EPIs necessários para o manuseio de motosserra
90
Conheça as condições ideais para aferir a pressão arterial
124
Armazenagem de concreto circular e duplo T
91
Novembro Azul: alerta para a prevenção do câncer de próstata
126
Uso seguro de cintas para a movimentação de cargas
92
Outubro Rosa: alerta para a prevenção do câncer de mama
128
Necessidade de sinalização na realização das atividades de campo
94
Cuide bem da sua saúde mental
130
Inspeção e manutenção dos equipamentos de cesto aéreo
96
Saiba quais são os riscos da Síndrome do Edifício Doente
132
Procedimentos para a inspeção de cesta aérea e de guindauto
98
Práticas seguras para evitar acidentes em escritórios e em áreas administrativas
134
Uso de calços no veículo evita deslocamentos acidentais e aumenta a segurança
100
Saiba como evitar acidentes com cabos de extensão e adaptadores elétricos
135
Procedimentos de segurança para evitar acidentes domésticos
136
Organização no ambiente de trabalho
138
Parte V – Queda de diferença de nível

Orientações para a conservação de EPI usado para o trabalho em altura


103
Inspeção de equipamentos é uma prerrogativa exigida para o trabalho seguro
104
EXPEDIENTE APRESENTAÇÃO
Caro leitor,

COELBA Prezar pela saúde e pela segurança de todos os colabora-


dores que ajudam no desenvolvimento da COELBA (Com-
de que os debates promovidos ao longo dos últimos anos
foram preciosos para evitarmos mais acidentes e ocorrên-
panhia de Eletricidade do Estado da Bahia) sempre foi cias. Acreditamos que a informação é uma grande aliada
Autor Principal Marcus Vinicius Santos Pereira uma preocupação fundamental, um objetivo que orienta para a construção de ambientes de trabalho seguro.
todas as ações do Grupo Neoenergia. É com muita dedi-
Bruno Pimentel dos Anjos Mario Cezar de Araujo Pinto cação que encaramos o desafio constante de promover A cultura da segurança faz parte da atuação da COEL-
um ambiente de trabalho saudável, em que todos os co- BA em todas as suas instâncias. Com esta publicação
Mario Jambeiro Fonseca de cunho educativo, a empresa pretende intensificar as
laboradores estejam engajados com a melhoria contínua
Autores colaboradores Otacilio Neves da Silva Neto da proteção e com o reforço da segurança, saúde e do orientações a todos os colaboradores envolvidos direta ou
bem-estar. indiretamente com eletricidade, para que possam realizar
Adriana Silva Monteiro Rafhael Macedo Lima um trabalho seguro, controlando ou eliminando os riscos
Como forma de reforçar ainda mais esse compromisso e de acidentes. A COELBA busca assegurar a integridade
Alisson Fonseca dos Santos Ramon Neves Ferreira Santos
esse vínculo com os seus colaboradores, foi elaborada a física e mental dos trabalhadores por meio de ações inte-
Antonio Carlos Xavier dos Santos Reinaldo Silva Santos presente publicação, baseada em histórias reais que ser- gradas das áreas de Segurança, Saúde e Serviço Social,
vem como fontes de aprendizado para a adoção de me- além de proporcionar treinamento técnico adequado a
Caliceia Nascimento Deiro Ricardo Souza Santos lhores práticas tanto no ambiente de trabalho quanto no todo empregado designado para área de risco, antes de
Carlos Vinicius Sueira Santos Rita Alexandra Dias Sosnierz de Andrade dia a dia das pessoas. Reunimos nesta edição uma com- assumir as suas funções.
pilação de casos marcantes, com detalhes que ilustram
Diego Gomes dos Santos Monteiro Rodolpho Mascarenhas e Silva Santos situações de risco que foram negligenciadas e poderiam Neste grande universo de pessoas, todos são responsáveis
ter sido evitadas, além de dicas de condutas recomenda- por adotar condições seguras e saudáveis no seu cotidia-
Diego Silveira da Silva Sandra Magelli Moreira Silva Souza no profissional. A quebra das regras e normas de seguran-
das no trabalho. Acreditamos que revisar os erros e descui-
Douglas da Silva Machado Sirino Suzana Maria Silva Ramos dos cometidos no passado é um exercício fundamental ça é injustificável e pode trazer consequências muito gra-
para moldarmos um futuro mais seguro. Os acidentes e ves ao infrator ou às pessoas que estão envolvidas com
Dulce Laura Freire Ferreira Suzane Machado Pires Caires a atividade. A vida deve estar sempre em primeiro lugar.
ocorrências passados devem sempre ser fontes de apren-
Elton Maia de Lucena Souza Tiago Santos Lopes dizado e reflexão. Cada um deve fazer a sua parte, pois a segurança e a
saúde no trabalho são resultados do conhecimento, do
Iane de Jesus Vanessa do Nascimento Barbosa O objetivo desta publicação é informar e conscientizar em- comprometimento e das atitudes.
pregados e terceiros sobre a preservação da segurança e
Iara Augusto dos Santos da saúde pessoal e coletiva. Trata-se de um instrumento
Joao Marcos Souza de Cerqueira Supervisora do Projeto de leitura que deve ser sempre consultado e, inclusive, Uma boa leitura a todos!
compartilhado com os colegas. Temos total convicção
Laiza Barreto Cunha Carla Cristina Saldanha Boa Morte

REALIZAÇÃO
LUX COMUNICAÇÃO

Diretoria Executiva
Ana Lúcia Martins

Edição de texto
Gabriela Rossi

Projeto Gráfico
Gabriela Oliveira

Revisão Ortográfica
Gabriela Ponce

Impressão
GráficaJB

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Manual de Segurança • Parte I • Acidentes Graves

Análise Preliminar de Risco identifica possíveis ameaças

Uma Análise Preliminar de Risco (APR) bem ela- Diante de tudo aqui exposto, a hipótese técni-
borada é fundamental para evitar ocorrências fa- ca mais provável é que o poste inclinou e, com
tais. Cada um deve contribuir para a segurança o peso do conjunto de cruzetas e anéis (+2,1
do seu ambiente de trabalho. Se isso não for feito, toneladas), ultrapassou o ângulo de suportabili-
podem acontecer casos com finais trágicos, que dade dos esforços aplicados na face de menor
deveriam ser evitados, como o que relataremos resistência (750 daN, e ruptura de 1.500 daN se
a seguir. estivesse totalmente engastado). Como consequ-
ência, a face, ao se apoiar sobre o solo natural,
Em 2018, uma equipe foi alocada para atender
causou o efeito “alavanca”, momento em que o
uma ocorrência de instalação de postes que in-
poste quebrou no ponto de apoio, quando ocor-
cluía a preparação de uma cava; o posiciona-
reu a sua queda ao solo, levando a óbito um dos
mento de um poste através de guindaste; o ali-
nossos colaboradores.
nhamento do poste; o reaterro da base do poste;
e, por fim, a instalação dos conjuntos de anéis e
cruzetas. No momento em que era realizada a
instalação dos conjuntos de anéis e cruzetas, o
poste se desnivelou e acabou quebrando, cau-
sando a queda de um dos colaboradores, que
veio a óbito.
O poste iniciou um desnivelamento, fora do pru-
mo, causando o desequilíbrio de toda a estrutura,
fazendo com que ela inclinasse e provocasse o
seu tombamento e a sua quebra. Houve o deslo-
camento ou a acomodação do solo na funda-
ção, ocorrido após a instalação das cruzetas. O
alinhamento do poste foi comprometido durante
a instalação das cruzetas, provocado por forças
laterais sobre o poste, decorrentes, possivelmente,
do trabalho de instalação dos anéis e das cruze-
tas. Houve o engastamento do poste abaixo do Aproximadamente, 0,80 m sem “reaterro” na me-
projeto e do que é definido pela ABNT, na medida nor cota do solo natural.
de 2,40 m, quando deveria ser de 3,20 m. Além
disso, foi feita a fundação com uma compacta-
ção insuficiente.
Os aspectos mencionados acima evidenciam
que em atividades de instalação de postes é
fundamental a realização de uma Análise Pre-
liminar de Risco (APR) criteriosa para que não
haja falhas estruturais e acidentes entre os co-
laboradores.

PARTE I Tombamento do poste causado por seu desni-


velamento.

2019• COELBA | 11
Acidentes Graves • Parte I • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte I • Acidentes Graves

Importância do comportamento seguro em Cuidados ao volante para evitar acidentes


serviços de manutenção
Os acidentes de trânsito estão entre as principais Preze pela segurança
causas de ferimentos graves e morte entre os co-
Prezar pela segurança deve ser uma máxima
laboradores da empresa. É preciso ter atenção
quando se fala em direção defensiva. Arriscar ul-
redobrada quando se está dirigindo em véspera
trapassagens em locais proibidos, realizar mano-
de feriados festivos, como o São João e o Natal,
bras perigosas, aproveitar o sinal vermelho e não
ou à noite, em especial sob condições climáticas
respeitar a sinalização são algumas das atitudes
adversas como chuva ou neblina.
que podem colocar em risco não apenas o veí-
Alguns casos servem como lição, como o grave culo, o condutor e os passageiros, mas também
acidente de trânsito ocorrido pouco antes dos as demais pessoas que circulam pelas vias, como
festejos juninos. Após o atendimento de uma motociclistas, ciclistas e pedestres.
ocorrência na zona rural, os colaboradores da
empresa se envolveram em um acidente automo-
tivo, quando o caminhão em que a turma estava Respeite as placas
colidiu com uma carreta carregada de biodiesel,
As placas de sinalização alertam e sinalizam situ-
que vinha no sentido contrário. A parte traseira
ações adversas, limitam a velocidade etc. Respei-
da mesma atingiu o caminhão da empresa na
tar os sinais e as placas de trânsito é fundamental
parte dianteira e na lateral esquerda, vitimando
para evitar acidentes e, inclusive, evitar multas e a
fatalmente o motorista e causando lesões graves
perda de pontos na carteira.
e leves em outros seis colaboradores.

Mantenha a calma
O trânsito pode ser um lugar bastante estressan-
te, e perder a calma pode ser muito perigoso. O
Detalhes aparentemente pequenos fazem uma Em seguida, o eletricista segurou uma das extremi- estresse leva ao tensionamento dos músculos, o
grande diferença quando se trata de eliminar dades do bypass com as mãos e deixou a outra que pode comprometer as respostas rápidas do
possíveis riscos no trabalho. Para exemplificar extremidade descer quatro degraus abaixo dos nosso corpo.
como é importante ter atenção e cumprir as re- seus pés, a, aproximadamente, dois metros do solo.
comendações, vejamos o seguinte caso: O outro eletricista, que estava em apoio no solo,
avançou em direção ao bypass, fechando o cir- Manutenção periódica e preventiva
Ao chegar a determinada subestação, por volta
cuito entre a terra, o próprio, o bypass e o outro ele- A manutenção do carro deve ser feita de manei-
das 08h:00min, a equipe de linha viva realizou o
tricista, que estava no potencial, vitimando ambos. ra periódica, já que, ao longo do tempo, o veículo
Diálogo de Estratégia, Segurança e Comporta-
Os colegas de apoio, ao perceberem o desloca- sempre sofre alguns desgastes. Mais do que fazer
mento (DESC) e fez a Análise Preliminar de Ris-
mento do eletricista em direção ao bypass, tenta- reparos, a manutenção preventiva tem como obje-
co (APR). Às 08h:40min, foi dada a Permissão do
ram impedi-lo de aproximar-se da escada, porém tivo conferir o estado de conservação das peças,
Serviço (PMS) pelo controlador, autorizando a
não houve tempo hábil para a intervenção. Vista geral da via ainda com os veículos envolvi- de forma que as boas condições sejam mantidas.
equipe de linha viva a iniciar o serviço de manu-
dos no local.
tenção na conexão da chave CIT 32X2-4. Após a Nesse caso, observa-se que seria preciso ter uma
permissão para a realização do serviço, a equipe atitude segura, cumprindo o procedimento para
desconectou, utilizando a técnica de linha viva a atividade de movimentação de materiais e fer- Conhecimento em direção defensiva
O trânsito é um sistema complexo de muitas va-
ao potencial, as três passagens da chave seccio- ramentas, utilizando a corda de serviço. A equipe riáveis e é responsável por milhares de acidentes Atualizar-se nunca é demais! Estar sempre infor-
nadora para a realização da regulagem da cha- deve estar atenta a esse tipo de situação, alertan- por todo o território brasileiro. A imprudência e a mado sobre novas regras preventivas ajuda a evi-
ve desenergizada. do ou impedindo a descida do bypass fora da falta de paciência dos motoristas são as princi- tar infrações e, principalmente, acidentes.
corda de serviço e também a aproximação do pais responsáveis por causar acidentes.
Para a conexão das passagens, um dos eletri-
eletricista de solo para o recebimento do bypass,
cistas escalou a escada; conectou a primeira AAdotar medidas de direção preventiva é uma
além da necessidade de fazer o içamento de fer- Esteja preparado
extremidade do bypass na passagem, ainda mudança de hábito necessária para os condu-
ramentas e materiais com o uso da bolsa de lona.
desenergizada; fixou a segunda extremidade tores que tornará o trânsito mais seguro. A seguir, Nem todas as estradas e rodovias possuem boas
do bypass ao barramento energizado, através As equipes possuem um procedimento específico veremos algumas dicas para melhorar os seus condições de asfalto, iluminação ou de clima.
do método de trabalho à distância; equalizou- que prevê a necessidade de não soltar ou jogar fer- conhecimentos e aprimorar a sua direção defen- Quanto mais informações você tiver sobre o per-
-se ao potencial; conectou a passagem ao bar- ramentas e/ou materiais ao solo - nesses casos, deve siva no trânsito: curso a ser realizado, melhor.
ramento e desconectou as duas extremidades ser utilizada a corda de serviço. Esteja atento para
do bypass. cumprir essa orientação e evitar qualquer fatalidade.

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Acidentes Graves • Parte I • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte I • Acidentes Graves

Trabalho seguro exige o uso de equipamento adequado Regras de ouro precisam ser cumpridas

Devemos sempre chamar a atenção para algo Durante o içamento do cabo da fase A da rede Para condições de trabalho seguras, além da utili-
muito importante: a segurança é um compro- MT de 13,8 kV, este atingiu uma altura tal que zação correta dos equipamentos de proteção in-
misso de todos. Para entender e se conscientizar invadiu a zona de risco da rede LT de 69 kV, que dividual e coletiva (EPIs e EPCs), é fundamental a
da importância do compromisso dos colabora- cruza perpendicularmente o trecho em constru- realização das cinco regras de ouro para garantir
dores no dia a dia, leia com atenção o relato a ção. Nesse momento, um arco elétrico ocorreu a desenergização do circuito. Nunca esqueça
seguir. entre a linha de transmissão e o cabo da fase A, que antes de qualquer procedimento é preciso:
energizando a rede e provocando um curto-cir-
Três equipes, uma delas de linha viva e as ou- 1º Sinalizar e isolar a sua área de trabalho.
cuito fase–terra. O caminho à terra foi provocado
tras duas de construção, realizavam uma ativi-
pelo toque do cabo da fase A, que estava sendo 2º Realizar a abertura das chaves corta-cir-
dade de substituição de poste MT e duplicação
lançada, com a fase C da rede superior, onde a cuitos e retirar os cartuchos.
de rede MT quando um acidente causou lesões
sobra do cabo veio a tocar na fase C da rede
corporais e queimaduras em dois colaboradores 3º Bloquear mecanicamente as fontes de
inferior, causando a energização.
que participavam da atividade. A turma de linha tensão e sinalizar com placas.
viva realizou a abertura das passagens e insta- A corrente atingiu os colaboradores, causan-
4º Realizar o teste de ausência de tensão.
lou o conjunto de aterramento entre o primeiro e do queimaduras de segundo e terceiro graus e
o segundo poste do novo alimentador na saída um princípio de incêndio na vegetação rasteira 5º Instalar os conjuntos de aterramento
da SE CIAIII. Após a instalação dos aterramentos, na base dos postes e em veículos-sucatas que temporário nos circuitos primários e secun-
a turma de linha viva liberou a rede para as tur- estavam próximos. Após análises sobre o ocor- dários. Ponto do acidente
mas pesadas efetuarem as suas atividades. rido, concluiu-se que o choque elétrico poderia Fique atento e siga essas normas para evitar
ter sido evitado se no planejamento prévio da ocorrências como a que relataremos a seguir:
Logo após, foi executado o rebaixamento da
atividade estivesse estabelecida a utilização do Este caso chama a atenção para a necessidade
rede existente e, em seguida, a construção de Durante um atendimento na zona rural, um aci-
equipamento específico para a medição de al- da disciplina operacional: o isolamento e a sinali-
uma rede acima da rebaixada e o lançamento dente levou ao falecimento de um dos colabora-
tura do cabo aéreo. zação da área de trabalho; o uso do detector de
do primeiro cabo (fase C) da rede. Enquanto um dores que realizou o fechamento de um jumper ausência de tensão; e a instalação de aterramen-
dos eletricistas realizava a amarração do cabo Neste caso, devemos estar atentos às medidas (passagem), com o objetivo de normalizar uma tos temporários. É preciso contar com o envolvi-
MT no isolador na cruzeta inferior e outro eletri- que precisam ser cumpridas e que poderiam ter anomalia na rede de distribuição em média ten- mento de todos para o fortalecimento da cultura
cista também realizava a amarração do cabo evitado essa ocorrência danosa: são (classe 15 KV). Para entender o acidente, va- baseada no comportamento seguro e no respeito
de rede MT ao isolador na cruzeta inferior, estava mos acompanhar a sequência dos fatos:
• Fazer o planejamento e a supervisão de às regras e aos procedimentos de trabalho.
sendo realizado o içamento do segundo cabo
maneira adequada; utilizar sempre o equi- 1. Sob a orientação do Centro de Opera-
da rede (fase A), com o auxílio de uma corda A proximidade do final da jornada e a possibili-
pamento para a medição de altura dos ções, a equipe iniciou a sequência de
tracionada. dade de realizar a atividade com menor esforço
condutores. manobras, deslocando-se até a chave (1), e em menor tempo podem influenciar no descui-
• Cumprir o procedimento operacional onde executou a sua abertura. do das normas de segurança e na negligência
para a realização da atividade com o cru- 2. Em seguida, a equipe deslocou-se até o quanto à utilização dos EPIs e EPCs obrigatórios.
zamento de LT. Religador Automático (2). Evite a autoconfiança exagerada sem levar em
• Fazer a APR completa, considerando que conta os riscos e as normas a serem cumpridas.
3. A equipe operou o Religador Automático
as medidas de controle registradas devem (2), abrindo o lado da carga que se encon- A utilização dos EPIs e EPCs é obrigatória e garan-
mitigar os riscos associados. trava com a chave de “bypass” fechada. te um ambiente de trabalho seguro. Botas, óculos
• Cumprir as distâncias de segurança. de proteção, luvas, capacetes e cintos devem ser
4. A equipe deslocou-se para o ponto do utilizados por todos os colaboradores. O seu uso
acidente (3). correto deve ser estimulado pelo guardião de
Lembre-se: É fundamental a utilização do equi- 5. A equipe chegou ao ponto do acidente vida, que atua como o “anjo da guarda” do co-
pamento de medidor de altura para o cabo aé- (3), identificou o reparo a ser realizado, fez a lega, como também exigido pelo encarregado.
reo nesse tipo de atividade. Análise Preliminar de Risco (APR) e identifi-
cou os riscos.
6. A equipe posicionou a escada extensível.
O acidentado escalou o poste e colocou-se
sobre a cruzeta (N4) da derivação.
Estrutura PG03 de travessia com sombra de cabos.
7. O acidentado tocou um ponto energiza-
do, recebendo descarga elétrica de forma
contínua, vindo a óbito no local.

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Acidentes Graves • Parte I • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte I • Acidentes Graves

Medidas indispensáveis para o trabalho seguro em altura • As escadas possuem as capacidades e


os valores registrados no corpo delas.
• Não faça uso da escada sob o efeito de
bebida alcoólica, remédios controlados
É preciso sempre estar atento e cumprir rigorosa- Esse trágico acidente reforça a importância de nem durante tempestades e ventos fortes.
mente as normas recomendadas para o traba- cumprir todas as medidas de segurança. Em toda As escadas articuladas devem ter a engre-
lho em altura. Para ilustrar falhas que podem ser escalada, a partir de 2 metros de altura, deve-se nagem voltada para a parede e o parafuso
evitadas, vamos usar como exemplo uma ocor- utilizar a Linha de Vida e a ancoragem. apertado corretamente.
rência de 23 de maio de 2017. Todos chegaram O Manual de Procedimentos Operacionais Pa-
ao local da execução da atividade por volta das drão - Atividades Comuns - Trabalho em Altura em
7h00min. Após a elaboração da Análise Prelimi- Estruturas de BT e MT Utilizando Escada Singela
nar de Risco (APR), cada eletricista pegou a sua ou Extensiva, no passo 5, diz: priorizar a instalação
escada e amarrou a Linha de Vida, aguardando com o agulhão na parte superior do poste. Caso
a autorização do Centro de Operações de Distri- não seja possível, instalar com o ICC (dispositivo
buição (COD) para iniciar as atividades de me- utilizado para o içamento de corda de Linha de
lhoramento, substituição de poste e cabeamento. Vida em postes). Na impossibilidade da instala-
Um dos eletricistas finalizou a amarração dos con- ção de ambos, instalar com a fita de ancoragem
dutores nos isoladores da estrutura B1 e iniciou o nos montantes da escada antes de posicioná-la
procedimento de descida, saindo da cruzeta para no poste.
a escada extensível que se encontrava abaixo da O caso citado é uma oportunidade de reforçar
mão francesa, sem usar o trava-quedas fixado à a importância do guardião da vida, que funcio-
linha de vida. Já na escada, que possui o compri- na como o “anjo da guarda” - é um alerta sobre
mento de 10,80 metros, quando ele foi instalar o desvios durante a execução dos serviços, a fim
talabarte de posicionamento, abraçando o poste, de evitar acidentes. O termo “guardião da vida”
caiu em queda livre de uma altura de, aproxima- deriva de exigências legais das Normas Regula-
damente, 9 metros e faleceu. mentadoras 10 e 35.

Lições importantes para o trabalho em altura


com a utilização de escadas:
• Use SEMPRE o cinto de segurança do tipo
paraquedista. Faça o uso de cones de ad-
vertência, sapatos de borracha com salto
de até 2 cm e capacete.
• Não deixe excesso de corda solta ao
amarrar a escada. A escada deve ser sem-
pre fixada em piso firme e plano estável, Todas as práticas mencionadas acima são indis-
nunca sobre mesas, tijolos etc. pensáveis para uma rotina de trabalho segura
• Em escadas portáteis, deve ser impedido quando for realizada uma atividade em altura.
o deslizamento dos apoios inferiores através Lembrando que se cada um fizer a sua parte,
da fixação da parte superior ou inferior dos inclusive orientando o colega para a prática
montantes, de dispositivo antiderrapante correta, garantiremos um ambiente de trabalho
ou outro meio de eficácia equivalente. seguro.
• Fixe os apoios de escadas portáteis em su-
portes estáveis e resistentes, com a dimen-
são adequada e fixa, fazendo com que os
degraus se mantenham em posição hori-
zontal durante o uso.
• Respeite o limite de projeto de extensão
da escada. Não coloque uma escada so-
bre a outra com o objetivo de prolongar o
seu comprimento, pois isso compromete a
resistência da escada.

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Acidentes Graves • Parte I • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte I • Acidentes Graves

Pratique atitudes seguras no trânsito Utilização correta dos EPIs representa segurança

Em véspera de festejos como o Natal e outros A utilização correta dos equipamentos de prote-
A. B.
feriados é preciso ter atenção redobrada, já ção faz a diferença e é decisiva para evitar uma
que muitas pessoas ficam ansiosas e acabam ocorrência fatal em caso de acidente. Vamos re-
sendo negligentes com a própria segurança e latar uma ocorrência ilustrativa de forma detalha-
a dos colegas de trabalho. É o que se constatou da para demonstrar como é importante utilizar o
em um acidente ocorrido na véspera do Natal EPI adequado. Durante uma atividade de mudan-
de 2017, no qual um colaborador veio a óbito e A. Simulação de como o caminhão tombou. ça de estrutura tipo M1 para B4 e a instalação
outros quatro apresentaram lesões graves. B. Caminhão tombado no local. do primeiro nível de chaves-facas, aconteceu um
acidente que causou um óbito.
Vamos à cronologia dos fatos. Após se reuni-
rem às 07h:00min no alojamento, as equipes Este caso exige a atenção para a necessidade Para entender as causas desse acidente fatal,
realizaram a APR de deslocamento e se diri- de avaliação dos riscos e da programação do vamos rever cada passo, desde o início. Após a
giram para a obra, onde chegaram por vol- transporte dos trabalhadores nas condições realização da Análise Preliminar de Risco (APR) e
ta das 8h00min da manhã para a conclusão adequadas e seguras, além do cumprimento das liberações, iniciaram-se as atividades de mu-
dos serviços pendentes. A equipe era formada quanto à exigência do uso do cinto de segu- dança de estrutura (M1 para B4). Quando a ati-
por três turmas de construção e os seus ca- rança. É imprescindível analisar as condições vidade foi finalizada, foi realizada a emenda dos
minhões guindauto e um supervisor com uma do trajeto. A ponte, onde ocorreu o tombamen- condutores. Após a cobertura das partes vivas e
caminhonete de cabine simples traçada. to, possuía tábuas soltas que inviabilizavam o das estruturas, foram instaladas as três chaves-fa-
acesso do caminhão carregado com mate- cas (bypass) do primeiro nível da estrutura. Pos-
Devido às chuvas naquela madrugada, ape- teriormente, o eletricista retirou as coberturas da
riais de serviço e os 19 trabalhadores na sua
nas um caminhão conseguiu acessar a obra rede (rígidas), mantendo apenas a fase C cober-
carroceria.
com a sua turma. Os outros dois caminhões ta (isolada). Depois, instalou a cobertura (rígidas
não conseguiram ter acesso à obra em função A importância do planejamento e da análise circulares) nas passagens das fases A e B, ponto
do estado do terreno. Os integrantes dos outros dos riscos é imprescindível para a tomada de de realização da atividade.
dois caminhões foram transportados para den- decisão assertiva. A liderança de equide deve
tro da obra e distribuídos em suas atividades pensar e agir de forma exemplar para evitar Dando continuidade ao trabalho, o SKY foi dire-
pela caminhonete traçada do supervisor, de acidentes. É fundamental que a liderança de cionado para as atividades no segundo nível da
cabine simples. equide respeite as regras estabelecidas e que estrutura. A chave-faca para a alimentação do
seja criteriosa na Análise Preliminar de Risco. religador, que seria posteriormente instalada, foi
Atenção para o que não deveria ter aconte- içada através da corda de serviço e da carreti-
cido: o transporte de trabalhadores na carro- O compromisso com a segurança de todos co- lha ancoradas no ponto de fixação localizado na
ceria do caminhão. Quando o caminhão se meça com o adequado planejamento e a dis- ponta da lança do SKY. Ao pegar a chave, o ele-
deslocava para a saída da obra com os ocu- ciplina operacional para manter um ambiente tricista direcionou o equipamento para a cruzeta
pantes da turma original e os demais compo- de trabalho seguro. do segundo nível, de forma manual, para fixá-la
nentes das outras equipes, parte transitando na estrutura.
dentro da cabine auxiliar e a maioria na carro-
Houve um curto-circuito que se iniciou na fase
ceria, tombou em uma ponte de madeira.
B para a terra, provavelmente devido à aproxi-
mação do jumper da chave seccionadora pre-
Um detalhe fez toda a diferença e poderia ter evi-
viamente instalado (parte superior) à chave-fa-
tado a fatalidade: o eletricista manuseava a rede
ca na passagem energizada do primeiro nível,
utilizando as luvas de vaqueta, que não atendem
bypass da fase B, que se encontrava coberta,
aos critérios de segurança exigidos para a ativi-
causando a descarga elétrica. Ao receber a
dade. Nesse caso, o correto seria a utilização de
descarga, o eletricista foi projetado para dentro
equipamentos de proteção individual obrigatória
do cesto aéreo, mantendo-se afastado da es-
(luva de borracha isolante Classe IV).
trutura energizada. O curto-circuito (arco elétri-
co) evoluiu para as fases BC (Fase-Fase) e, logo Esse tipo de ocorrência traz uma recomendação
após, avançou para as fases BCG (Bifásico–Ter- indispensável: use sempre o equipamento com-
ra) e, sem seguida, o equipamento foi a lockout, pleto designado para cada atividade e cultive
Ponte onde ocorreu o tombamento. desligando o circuito. O técnico fez contato para o hábito de alertar os colegas sobre a utilização
informar o arco elétrico no momento do desar- correta dos EPIs. A segurança no trabalho é um
me do equipamento. compromisso de todos.

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Acidentes Graves • Parte I • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte I • Acidentes Graves

Lições importantes de segurança B.

A segurança no ambiente de trabalho é uma ção, porque a mesma encontrava-se danificada


responsabilidade de todos. É indispensável a uti- por um ponto quente.
lização correta dos Equipamentos de Proteção
Concluída a substituição das chaves em linha
Individual (EPIs), associada a fatores como a
viva pela equipe da EPS, iniciou-se a etapa de
presteza dos colegas em ajudar aquele que pre-
normalização do equipamento pelo técnico da
cisa. A soma dessas atitudes pode salvar vidas,
COELBA. A primeira chave do solo, 31T1-4 (fase
como aconteceu no caso ilustrativo de um téc-
C), foi fechada, com a utilização de uma vara
nico que acabou se acidentando durante uma
telescópica, quando houve um ruído caracte-
ocorrência e, apesar da gravidade do ocorrido,
rístico de explosão na bucha do terminal infe-
ficou bem.
rior do religador, gerando uma explosão elétri-
O técnico, juntamente com a equipe de linha ca. Naquele momento, o técnico, supostamente
viva subtransmissão de uma EPS, trabalhava no desorientado em função da atmosfera gerada
atendimento de uma solicitação de intervenção, pelo arco elétrico, deslocou o sentido da estru-
cujo serviço consistia na substituição da chave tura metálica de sustentação do equipamento,
TANDEM 31T1-4/6, no religador 21T1 da subesta- sendo atingido pelas chamas.

A. B. Fechamento da chave e o posicionamento de cada envolvido.

• Calçado de segurança, tipo botina.


• Capacete de segurança.
• Óculos de proteção.

Como melhoria do processo, a fim de diminuir


a gravidade de lesões em caso de acidente, foi
estipulado que, para manobras dentro de subes-
tação, deve ser cumprida a distância mínima de
2,5 metros do equipamento.

Instalações da subestação.

ao ocorrido porque no momento do acidente


ele utilizava todos os EPIs necessários, em bom
A. Distância horizontal que o técnico da COELBA e o encarregado da equipe Engelmig mantinham da estado de conservação e teste de rigidez dielé-
chave fase C. trica dentro do prazo. São eles:

Em virtude da intensidade do arco elétrico, a Com base na avaliação da Análise Preliminar de • Luva isolante AT classe II; 17.000 volts.
abertura da chave seccionada só era possível Risco (APR) e das etapas de trabalho realizadas,
com a cessão da chama, que ocorreu com o foi constatado que não houve falha de proce- • Luva de couro de cobertura de borracha.
rompimento da conexão do terminal da bucha dimento durante a atividade. Mesmo seguindo • Camisa resistente a arco elétrico.
inferior. Após isso, teve início o salvamento do todos os procedimentos corretos, o técnico da
técnico. COELBA acabou se acidentando e sobreviveu • Calça resistente a arco elétrico.

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Como minimizar o risco de acidentes nas estradas Atividades técnicas exigem capacitação prévia

É preciso ter atenção e cuidados redobrados Evite distrações ao dirigir na estrada Na supervisão das atividades em campo, é pre-
ao dirigir em rodovias estaduais e federais. Nes- ciso analisar aspectos como o preparo técnico
Evite qualquer descuido quando estiver dirigindo.
sas circunstâncias, as ocorrências e os acidentes de cada integrante da equipe, pois todo trabalho
O telefone celular é uma das maiores distrações
costumam ser graves, causando lesões sérias e, exige conhecimento prévio e o treinamento as-
dos motoristas e não deve ser usado pelo con-
muitas vezes, o óbito dos envolvidos. segurado pelas empresas do Grupo Neoenergia.
dutor. O aparelho é considerado um dos maiores
Nunca devemos delegar funções para alguém
Um possível desvio de outro veículo ou uma ultra- responsáveis por acidentes de trânsito.
que está despreparado ou não habilitado. “Arran-
passagem indevida, somada a uma velocidade
jos” assim representam ameaças e podem levar
superior à permitida na via, podem ter um resulta-
Não dirija na estrada com sono ou cansado a desfechos negativos, como ocorreu no caso re-
do trágico, como podemos observar no exemplo
latado a seguir.
de dois colaboradores que se envolveram em um
Dirigir cansado ou com sono representa um gran-
grave acidente e vieram a falecer, em 2017. Durante a poda de algumas árvores em uma
de perigo para o motorista. Esse risco aumenta
na estrada, devido à monotonia do percurso, o rede secundária convencional energizada de
Ao trafegar da zona rural para a base da empre-
que pode causar sonolência. baixa tensão, com a participação do supervisor
sa, após a conclusão do atendimento de uma
da atividade e de dois auxiliares de eletricista,
ocorrência, o condutor do veículo saiu da sua via
foi utilizado o cesto aéreo do caminhão de linha
de condução normal e trafegou na contramão
Respeite os limites de velocidade viva. Um dos auxiliares identificou a necessidade
da pista de rolagem da estrada. Na sequência,
de colocação do espaçador na referida rede
o motorista perdeu o controle do veículo, que co- Em estradas, o tempo de frenagem é maior, ou elétrica, e, por conta própria, enquanto o supervi-
lidiu no guarda-corpo de uma ponte e foi parar seja, haverá a necessidade de uma distância sor se dirigia para o próximo serviço, ele resolveu
dentro do rio. maior. Por isso, manter a velocidade dentro dos efetuar a instalação do espaçador. O supervisor
limites recomendados é um cuidado importante da atividade já havia se deslocado até a outra
a ser considerado em relação à segurança na árvore, para dar continuidade ao trabalho, e so-
estrada. licitou a outro auxiliar que se dirigisse até o local,
a cerca de 23 metros de distância, e que levasse
uma escada para ter acesso ao local do serviço.
Só ultrapasse se tiver certeza
Momentos após, o supervisor subiu em uma ár-
Não se arrisque! Veículos lentos deixam qualquer vore, utilizando a escada, e avistou o auxiliar es- Foi verificado um equívoco no preenchimento da
motorista irritado, mas isso não pode ser motivo tático sobre a rede elétrica. Ele desceu imedia- APR, bem como na adoção do controle dos riscos.
de precipitação ao fazer uma ultrapassagem tamente, chamou o segundo auxiliar até o local Apesar de a turma reconhecer e sinalizar os riscos
- manobra que é responsável por grande par- do acidente, quando fez a manobra da cesta de arco voltaico e de choque elétrico, não realizou
te das colisões frontais. A regra é: antes de fazer aérea; afastou o acidentado da rede e prestou os todos os procedimentos de segurança, tampouco
qualquer ultrapassagem, certifique-se de que primeiros socorros dentro da cesta. Uma equipe fez uso dos equipamentos de proteção individual
não haverá perigo, que a pista contrária está livre do SAMU foi chamada e retirou o acidentado da e coletiva (EPIs e EPCs) necessários para controlar
e se a sinalização permite. cesta com o auxílio de oito homens. A vítima foi os riscos. Tais como: a instalação do aterramento
transportada para o hospital, mas, devido à gravi- temporário do caminhão linha viva; a instalação
dade, veio a óbito. das coberturas isolantes na rede secundária; e a
Use a sinalização corretamente utilização das luvas e mangas isolantes pelo eletri-
Local da colisão com a mureta.
Evite surpresas, comunicando-se com os outros cista que realizava a atividade.
motoristas na estrada através da sinalização do Fatos apurados
O auxiliar acidentado utilizava somente a luva
seu carro. O farol alto deve ser usado apenas Na análise dos fatos, constatou-se que o acidente de vaqueta, sem mangas isolantes nem mantas
Existem muitas atitudes e ações que podem mini- para alertar carros que vêm na contramão. Use aconteceu, principalmente, pelo fato de o auxiliar para a cobertura da rede secundária. Ao se de-
mizar os riscos e trazer mais segurança nas estra- a seta, seja para sinalizar um desvio, realizar ter realizado por conta própria a instalação do parar com uma situação dessa natureza, con-
das. Confira algumas dicas a seguir: uma manobra ou para indicar uma ultrapassa- espaçador, sem a devida supervisão da ativida- vém alertar imediatamente a todos os envolvidos
gem. Já o pisca-alerta deve ser usado apenas de - item exigido pela NR-10 para o trabalho com sobre a obrigatoriedade de usar os EPIs corretos.
no acostamento e com o carro parado. eletricidade. Além disso, o mesmo não era capa- Esse deve ser o compromisso de todos os que
Verifique os equipamentos de segurança citado para exercer tal atividade e tampouco ti- atuam na equipe. O caso também alerta para a
nha o curso de operação de cesta aérea; portan- exigência de capacitação adequada para cum-
Os itens de segurança como estepe, macaco, luz to, não poderia ter sido autorizado pelo supervisor prir qualquer tarefa técnica. Jamais arrisque exer-
de freio, setas, faróis e para-brisa são essenciais. para atuar sem estar habilitado. cer uma função sem estar preparado para isso!
Por isso, antes de pegar a estrada, confira se to-
dos eles estão funcionando perfeitamente.

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Acidentes Graves • Parte I • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte I • Acidentes Graves

Situações da vida real reafirmam a importância A turma possuía os Equipamentos de Proteção In-
dividual (EPIs) e Coletiva (EPCs) adequados, bem
da atitude preventiva como treinamentos de segurança, capacitação
e autorização para exercer atividades em áreas
de risco no Sistema Elétrico de Potência (SEP),
Nesta publicação estão reunidos textos de cunho do executado e que há a possibilidade de apro- conforme estabelece a NR-10. Nesse caso, foi
educativo e preventivo, além de relatos de aciden- ximação demasiada e/ou de contato acidental identificada uma falha na Análise Preliminar de
tes para que os casos sirvam de reflexão e cons- dos pontos, deve ser protegida com coberturas Risco (APR), sem considerar os riscos potenciais; a
cientização sobre o rigor que todos devem ter isolantes. A instalação das coberturas deve ser de negligência da equipe ao deixar de utilizar ade-
em relação às práticas seguras. Acontecimentos caráter obrigatório e cada passo desse controle quadamente o EPC disponível (cobertura isolan-
da vida real servem para nos alertar que o perigo de risco deve ser seguido rigorosamente, pois a se- te) e a imprudência ao utilizar um balde de lona
pode parecer distante algumas vezes, mas pode gurança do eletricista depende disso. com argola de ferro, inadequado para trabalhos
acarretar efeitos trágicos em uma fração de se- de linha viva. Esses fatos enfatizam que é preciso
gundos, quando nos descuidamos. Todos devem ter toda a atenção para detalhes que podem le-
executar as suas ações cotidianas com o máximo var a desfechos danosos!
de zelo, cuidado e segurança.
Em outro acontecimento, o eletricista realizava
Para reflexão, vejamos o caso de um eletricista uma atividade no topo do poste, quando o moto-
que, enquanto realizava o serviço de substituição rista do trator que estava trabalhando na mesma
de isoladores, encostou o seu ombro esquerdo no obra estacionou em um local com declive e se
condutor e sofreu uma descarga elétrica, causan- afastou. O veículo entrou em movimento e colidiu
do-lhe graves queimaduras. A turma de linha viva, com a base do poste, onde se encontrava o ele-
composta pelo eletricista encarregado, outro ele- tricista, quebrando-o e caindo junto com o aci-
tricista e um auxiliar, foi designada para executar dentado, que teve traumatismo intracraniano. A
serviços de substituição de isoladores, cruzetas, vítima foi conduzida para o hospital local, depois Posição do poste atingido pelo trator após a
chaves e poda de árvores, em uma manutenção para outra unidade hospitalar da região, onde equipe retirar a caixa.
preventiva em determinado alimentador. chegou sem vida. A equipe estava devidamente
Após ter substituído o isolador de pino, o eletricis- Ponto onde ocorreu a descarga da corrente.
ta encarregado pegou o condutor com as duas treinada, com os cursos de NR-10, básico e com-
mãos, elevando-o acima do seu ombro esquer- plementar, conforme as exigências do Ministério
do, ao tempo em que puxava a cobertura flexí- do Trabalho.
vel para frente, para poder fixar o condutor no Na análise da ocorrência, houve claros indícios
isolador. Essa operação fez com que a parte do de que faltou utilizar o freio de estacionamento e
condutor, sem proteção, tocasse no seu ombro. engatar o câmbio na primeira marcha, descum-
Como as suas pernas estavam em contato com prindo os procedimentos e as Políticas e Diretrizes
a argola de ferro do balde de içar ferramentas e de Saúde e Segurança do Grupo Neoenergia. O
esse equipamento estava junto do parafuso da 1.
fato demonstrou que houve falha na supervisão
cruzeta inferior, ocorreu um curto-circuito entre o das atividades, o que jamais poderia ter acon-
condutor da fase A, o seu corpo e o poste. Des- tecido. Seja qual for a situação, o colaborador
2.
falecido no alto da estrutura, ele foi socorrido e deve cumprir os requisitos legais e as normas de
resgatado. Com queimaduras de 1º, 2º, 3º e 4º segurança para evitar o risco de acidentes que,
graus, a vítima foi conduzida pelo SAMU ao hospi- muitas vezes, poderiam ter sido evitados. Cumpra
tal local e, devido à gravidade das lesões sofridas, o seu papel: seja preventivo e haja sempre de
foi transferida para a Unidade de Queimados do maneira segura!
Hospital Geral do Estado, em Salvador.

Observações importantes
A tarefa estava sendo executada no método de
linha viva ao contato, com a utilização de escada.
Nesse método, para que o eletricista esteja prote-
gido é necessária a utilização das luvas isolantes
de borracha, de mangas isolantes, dos óculos de
segurança, do capacete, da botina de segurança 1. Ponto de contato da rede com o ombro do Distância de 17m de onde o trator estava até o
e de roupas com retardo de chama. A zona de tra- eletricista. poste do acidente. O trator bateu no estai desse
balho, ou seja, o espaço onde o trabalho está sen- 2. Posição da escada no momento do acidente. poste e desviou para outro onde estava a vítima.

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Aplique os seus conhecimentos técnicos de maneira correta Cuidados necessários Segurança elementar – Rota de fuga
Antes de iniciar a etapa da derrubada do dende-
zeiro, algumas medidas de segurança deveriam
ter sido adotadas:
No dia a dia, nem sempre nos damos conta de 1) Verificar a existência de possíveis obstá-
como é importante analisar previamente, discutir culos que impedissem a fuga para um lu-
e planejar uma conduta técnica para minimizar gar seguro, caso o tronco viesse a cair para
a margem de erros e de riscos. Essa afirmativa o lado contrário ao planejado. O local do
pode ser exemplificada no relato de uma ocor- acidente era uma área de mata fechada,

Fu
rência trágica, causada pelo impacto do tronco

ga
dificultando o deslocamento.
de um dendezeiro que causou a morte do cola-
borador por politraumatismo, na zona rural. 2) Deveria ser construída, em torno do den-
Queda
dezeiro, uma rota de fuga. Como não foi
A equipe estava realizando a poda e a erradica- construído esse caminho, a vítima, ao per-

Fuga
ção de árvores no alimentador situado em uma ceber a eminente queda do dendezeiro
fazenda. Após realizar a análise, foi constatada a para o lado oposto, não teve como fugir do
necessidade de erradicar alguns dendezeiros. A alcance do tronco.
turma era composta por seis integrantes. Pela ma-
nhã, o encarregado realizou a análise de riscos e
subdividiu a equipe em duplas para que o servi- O trágico acidente traz um ensinamento: cuida-
ço fosse realizado de forma a não sobrecarregar dos para a realização de uma manobra técnica A erradicação do dendezeiro foi efetuada com
uns e deixar outros ociosos. Técnica padrão - Forma correta jamais devem ser negligenciados! Faça a sua a sua derrubada. A dupla utilizou a técnica pa-
Divididos os trabalhos, a dupla envolvida no ser- parte e alerte os colegas de trabalho sempre que drão, efetuando os cortes na base. O procedi-
viço erradicou alguns dendezeiros utilizando a notar um procedimento sendo realizado de forma mento elementar de segurança não foi aplicado
técnica de “corte padrão”. A técnica consiste em equivocada ou insegura – advirta-os sobre os ris- – a limpeza da área, retirando eventuais obstá-
três entalhes: cos da ação. culos, e a construção da rota de fuga.

1. Abertura da boca – corte horizontal no


tronco, sempre no lado em que se deseja a
queda da árvore.
2. Corte diagonal – corte diagonal com um
ângulo de 45º até atingir o corte horizontal,
formando a “boca”.
3. Corte oposto (ou de abate) – corte ho-
rizontal no lado oposto à “boca”, uns 10
centímetros acima do corte horizontal da
“boca”.
Quando o último dendezeiro estava sendo
erradicado, ele caiu sobre o corpo do ele-
tricista. Técnica padrão - Forma incorreta

Motivo do acidente Ao aplicarem a técnica de forma incorreta, a ár-


Embora os colaboradores fossem capacitados vore não caiu. Então, eles pegaram duas foices,
para a atividade que estavam realizando, eles com cabos de, aproximadamente, 4 metros de
não a fizeram de maneira correta. comprimento, e começaram a empurrar o tron-
co do dendezeiro. Como este não caiu, um dos
A técnica escolhida foi a apropriada para o encarregados efetuou um corte lateral, e com as
tipo de serviço que se prepuseram a fazer, po- foices começaram a balançar o tronco. Ao ba-
rém foi observado que não a aplicaram de for- lançarem o tronco, ele caiu para o lado oposto à
ma correta. “boca”, atingindo o trabalhador.

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Trabalho com rede energizada exige controle de riscos O poste estava danificado na base, risco não
identificado na APR. Portanto, o serviço não pode-
ria ser executado sem a liberação do cabo preso
na estrutura, pois a utilização da escada pode-
ria provocar o tombamento do poste. Além disso,
Na rotina de trabalho da sua equipe, é indispen- técnicas. Os eletricistas iniciaram os serviços de houve o tensionamento excessivo do cabo, com
sável que a Análise Preliminar de Risco (APR) este- emenda do cabo. Um deles estava alguns metros o risco concretizado de tocar no circuito energi-
ja corretamente preenchida, com o detalhamen- à frente de onde se encontrava o colega para zado acima, que estava a, aproximadamente,
to das situações verificadas e analisadas para os liberar o cabo que estava preso na vegetação. 1,20 metro. Não foi providenciada a abertura da
controles de riscos. Esse levantamento minucioso chave do circuito bifásico que estava sobre o cir-
Concluído o serviço, o eletricista, utilizando ape-
indica quando há ameaças e condições insegu- cuito monofásico em questão e o eletricista viti-
nas as luvas de vaqueta, tencionou o cabo, apli-
ras a serem evitadas. Vamos tomar como exem- mado pelo choque não utilizava a luva de alta
cando a sua própria força. Como o poste da
plo uma ocorrência que não foi bem relatada na tensão para protegê-lo em um eventual contato
estrutura anterior estava inclinado para o lado
APR, quando houve um acidente fatal que levou acidental com o circuito energizado.
fonte e localizado em terreno alagadiço e desa-
um eletricista a óbito na zona rural.
prumado, cedeu para o lado carga e, ao retornar
A turma de emergência leve da prestadora de à posição inicial, provocou uma onda que se pro- A vítima utilizava luva de vaqueta.
Fique atento
serviços, com dois eletricistas, foi acionada para pagou ao longo do cabo e, consequentemente,
atender a ocorrência na zona rural. Chegando ao tocou na rede bifásica superior que se encontra- Na execução desse tipo de serviço, envolvendo
local, eles verificaram que se tratava de um defeito va energizada. Nesse momento, o eletricista so- a emenda de cabo rompido no meio dos vãos, Sobre o aterramento temporário
na rede monofásica de média tensão (7.9 kV). A freu a descarga elétrica e não resistiu ao choque. o cabo deve ser liberado das estruturas adjacen- Veja algumas informações úteis sobre a utili-
rede encontrava-se rompida em um local de difícil tes (após a realização das cinco regras de ouro), zação e a instalação correta dos conjuntos de
acesso, com pouca iluminação natural e em terre- para que os executantes o façam com qualida- aterramento temporário para alta tensão. Reco-
no alagadiço. Devido ao horário, a referida turma Análise do acidente de e, principalmente, com segurança. menda-se que os terminais dos conjuntos de
informou ao Centro de Operação da Distribuição aterramentos temporários de alta tensão sejam
Na averiguação do acidente, foi constatado pela
(COD) que não havia condições para executar os do tipo torção e não de encaixe (bico de pato)
comissão responsável que a chave monofásica
serviços. Comunicaram que iriam deixar a chave para a melhoria da resistência de contato.
estava aberta sem o cartucho com a placa de
monofásica aberta, ao tempo em que solicitaram
sinalização “Não opere este equipamento” insta- Antes da instalação dos conectores terminais dos
deixar a ocorrência em aberto, avisando à turma
lada no poste, bem como havia dois conjuntos conjuntos de aterramento temporário, deve ser
de outra viatura que trabalharia no dia seguinte.
de aterramento instalados na rede elétrica em feita, primeiramente, a limpeza dos cabos com a
No dia seguinte, a turma composta por uma du- manutenção corretiva nos lados fonte e carga. escova de aço e instalar os mesmos para a me-
pla de eletricistas cadastrou a viatura no COD e Foram encontradas hastes de terra dos aterra- lhoria da resistência de contato.
se deslocou para a zona rural para executar os mentos temporários engastadas no solo, com
serviços interrompidos por falta de condições profundidade de, aproximadamente, 25 cm. O caso ilustra uma sequência de falhas e a não
execução de procedimentos corretos na exe-
cução dos serviços. Isso nos chama a atenção
para a necessidade constante de verificar todas
as condições de trabalho, usar os instrumentos
de proteção adequados e registrar todas as situ-
ações para um melhor controle dos riscos. Tudo
isso está relacionado com a sua segurança e a
integridade da sua equipe.

Local de cruzamento das redes monofásica e bifásica. Aproximadamente, 1,20m de distância. Estrutura do poste quebrada

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Acidentes Graves • Parte I • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte I • Acidentes Graves

Tenha atenção no dia a dia para afastar acidentes evitáveis licitou de seu parceiro o bastão com o detector
de tensão, tendo o devolvido logo em seguida, e
nos cursos de NR-10, básico e complementar. Na
apuração do trágico acidente, foi constatado
recebeu do colega o balde com os conectores e que a Análise de Risco em Campo (ARC) não foi
o alicate bomba d’água. De posse desses mate- preenchida corretamente. A vítima não estava uti-
riais e ferramentas, o mesmo se dirigiu para o alto lizando o trava-quedas no momento do acidente,
Acidentes reafirmam a importância de realizar Quando se posicionavam para executar o ser- da escada, enquanto o parceiro desmontava o mas havia no veículo dois desses equipamentos
as tarefas com o máximo de atenção, evitando viço, a equipe informou ao COD que já estava detector de tensão, dirigindo-se para o fundo do em bom estado de conservação. Na comunica-
ruídos na comunicação e com o foco no cum- abrindo a chave anterior à chave em questão, eli- veículo para guardar o equipamento. ção do COD com as viaturas observou-se que foi
primento das normas de segurança, em bene- minando o risco de energização do cabo partido. utilizada uma linguagem inadequada para iden-
Tudo indica que no momento da passagem da
fício de toda a equipe. Como fonte de reflexão O COD orientou a viatura sobre como proceder. tificar o local de realização dos serviços por parte
escada para a estrutura do poste o eletricista to-
e aprendizado sobre as condutas adequadas, da equipe envolvida.
Após a abertura da chave, o COD orientou a cou em um dos lados da rede que estava ener-
ilustramos o caso ocorrido com eletricistas que
equipe a retornar ao alimentador da localidade gizada, recebeu uma descarga elétrica e caiu Esses acontecimentos servem de alerta sobre a
atendiam a uma ocorrência com um alimenta-
inicial para verificar a ausência de tensão, retirar de uma altura de, aproximadamente, 8 metros. A obrigatoriedade e a importância da realização
dor que se encontrava com um condutor partido
os aterramentos temporários e fechar o 2° jumper vítima foi socorrida pela equipe de pronto atendi- da Análise de Risco no Campo (ARC) na preven-
no solo.
da estrutura. Após concluir essa atividade, eles mento do SAMU, vindo a óbito. ção de acidentes. Vale lembrar também que é
Ao chegar ao local, a dupla de eletricistas veri- deveriam se deslocar ao local do 1° jumper, pois necessário refazer a APR, em caso de substituição
Vale informar que todos os envolvidos no aciden-
ficou que os aterramentos já haviam sido insta- o COD desligaria o alimentador para possibilitar da turma. É preciso estar sempre atento e inclusi-
te, inclusive a vítima, foram treinados e reciclados
lados tanto no lado fonte quanto no lado carga o seu fechamento e a conclusão do trabalho de ve confirmar as informações recebidas para evi-
e que os jumpers também já estavam abertos, manutenção. Entretanto, a equipe da viatura se tar falhas de entendimento, o que pode ocasio-
caracterizando a desenergização do trecho em dirigiu, equivocadamente, ao local do 1º jumper, nar problemas graves.
que o cabo se encontrava partido. ao invés do 2º jumper.
Em comunicação com o Centro de Operação Enquanto a equipe se preparava para o fecha-
da Distribuição (COD), eles foram informados de mento do jumper na estrutura errada, outro grupo
que já estavam sendo executadas as referidas também chegou ao local do 1º jumper. Ao se pre-
emendas. Mas, antes da conclusão do serviço, pararem para a execução dos serviços, um dos
eles foram novamente acionados pelo COD para eletricistas se ausentou do local. Em seu depoi-
atender a outra ocorrência, em um alimentador mento, ele relatou que havia se deslocado para
situado em outra localidade, tratando-se tam- a rodovia buscando uma melhor comunicação
bém de condutor partido no solo. com o COD, para confirmar a abertura da chave.
Ao chegarem ao local, a turma composta por Ao dar prosseguimento à atividade, na estrutura
dois eletricistas avaliou as condições e solicitou errada, o eletricista subiu a escada sem utilizar o
a permissão do COD para a abertura da chave. trava-quedas e a Linha de Vida. Em seguida, so-

Uma recomendação que todos devem seguir, em


qualquer situação, é utilizar os equipamentos de
proteção individual e coletiva para realizar o tra-
balho em condições seguras. Segurança é prio-
ridade!

Local com rede partida.


Aterramento temporário instalado.

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Acidentes Graves • Parte I • Manual de Segurança

Trabalho em equipe deve ser bem planejado


para atingir os melhores resultados

Para obter os resultados esperados nas atividades Na apuração das causas do acidente, foi cons-
de trabalho, o espírito de equipe deve prevalecer tatado um erro de posicionamento da escada
com o planejamento do que vai ser executado, a para a realização da atividade. O trabalho foi
observação das condições técnicas e operacionais realizado de forma que cada eletricista fazia
e a prioridade na utilização dos equipamentos de serviços isolados, sem um planejamento. Foi ve-
segurança. Quando isso não acontece, estamos su- rificada, ainda, a falta do uso dos equipamen-
jeitos a graves ocorrências, como veremos no caso tos de segurança (mangas isolantes BT, mantas
relatado a seguir. Uma equipe composta por dois e/ou coberturas de rede e luvas). A situação foi
eletricistas foi realizar duas substituições de ramais e, agravada pela demora do resgate do aciden-
logo após, foi a uma residência em um povoado ru- tado, que não foi submetido à tentativa de re-
ral, onde iniciou a atividade em um poste que possui animação cardíaca, mesmo sendo perceptível
rede secundária bifásica, tendo como seguimento que ele se encontrava arroxeado.
uma rede monofásica que possui passagens (fase/
Este caso enfatiza a importância dos aprendi-
neutro) e ficava em um ângulo de 140 graus.
zados realizados nos treinamentos de Resgate
A turma posicionou a escada de frente para as em Altura e Primeiros Socorros, nos quais você
passagens e no meio do ângulo do lado oposto tem a oportunidade de adquirir conhecimentos
ao serviço. Enquanto um eletricista fazia a coleta importantes que ajudam a salvar vidas. O aci-
dos dados do medidor, o outro foi fazer a escala- dente reforça, ainda, a necessidade de cumprir
da do poste, quando gritou e ficou dependurado, sempre as cinco regras de ouro, fazendo uma
seguro pelo cinto paraquedista e pela Linha de escalada segura, com a utilização de Equipa-
Vida. Pessoas da comunidade retiraram o aciden- mentos de Proteção Individual e Coletiva (EPIs/
tado de cima do poste, transportando a vítima no EPCs), dentre outras medidas seguras. Traz, ain-
veículo de serviço até o hospital local, onde deu da, a lição de como é necessário desenvolver
entrada já sem vida. um trabalho em equipe bem organizado.

32 | COELBA • 2019
Manual de Segurança • Parte II • Trânsito

A importância de manter o braço no volante e usar


o cinto de segurança
Um costume muito frequente entre os motoristas braço ou uma “amputação traumática”. São inú-
de automóvel é dirigir com o braço apoiado na meros casos registrados de pessoas que tiveram
janela para fora do carro. Muitas vezes essa ação o braço decepado em acidentes de trânsito por
é vista como um “estilo” ou “charme”. Por muitos, estarem com ele para fora do veículo no momen-
também é considerado um sinal de destreza ao to da colisão.
volante ou, simplesmente, uma mania. Porém esse
Outra contravenção bastante recorrente é a não
hábito não só é muito perigoso, como também é
utilização do cinto de segurança. Estatísticas de-
mais um vício de trânsito considerado uma infra-
monstram que o uso do cinto de segurança re-
ção, de acordo com os incisos I e V do artigo 252
duz tanto a gravidade dos acidentes quanto a
do Código de Trânsito Brasileiro. A multa prevista
ocorrência de ferimentos. O cinto de segurança
é de R$ 130,16, mais quatro pontos na carteira
é um dispositivo de defesa dos ocupantes do veí-
nacional de habilitação.
culo. É um dispositivo de segurança muito útil em
Segundo a legislação de trânsito, o condutor deve caso de colisão, pois não permite a projeção do
manter as duas mãos no volante permanente- passageiro para fora do veículo e evita a batida
mente, podendo ser retirada apenas uma para a da cabeça contra o para-brisa ou outras partes
troca de marchas ou para acionar algum dispositi- duras do veículo.
vo do veículo. No artigo, há um adendo atentando
que o braço do condutor pode estar do lado de
fora apenas para realizar gestos que indiquem al-
guma manobra que o motorista irá realizar, como Importante: A utilização do cinto de segurança
conversões à direita e à esquerda. Fora isso, o mo- é obrigatória. De acordo com o Código de Trân-
torista será autuado e multado no ato. sito Brasileiro (CTB), o motorista enquadrado sem
o equipamento será punido com a perda de cin-
co pontos na carteira de habilitação e obrigado
a pagar uma multa no valor total de R$ 195,23. É
fundamental que todos os passageiros, incluindo
os que se encontram no banco traseiro, estejam
usando o cinto de segurança. Faça a sua parte e
garanta a segurança de todos.

Flagrante de um colaborador dirigindo com o


braço para fora do veículo e sem utilizar o cinto
de segurança.

Dirigir com o braço para fora do veículo é uma


situação que diminui a segurança de qualquer

PARTE II
motorista, podendo provocar graves colisões e
outros acidentes em casos de aparecimento de
obstáculos que necessitem de reflexos imediatos
do motorista, como o surgimento de pedestres ou
a entrada repentina de outro veículo à frente. É re-
comendável que o motorista esteja sempre com
as duas mãos no volante para reagir e tomar de-
cisões de forma rápida e eficaz. Além disso, em
uma situação extrema, como uma colisão late-
ral, pode haver até mesmo o esmagamento do

2019• COELBA | 35
Trânsito • Parte II • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte II • Trânsito

Medidas seguras para dirigir em dias de chuva • Utilizar um antiembaçante líquido com
um lenço de papel.
Cuidado com a visibilidade

Durante a noite e com chuva forte, a visibilidade


• Acione o ar-condicionado e o desemba-
fica muito prejudicada com a perda de eficiência
çador (no caso de veículos com esses op-
dos faróis do carro. A pista molhada reflete ainda
cionais).
mais a luz. Com isso, os faróis dos veículos no senti-
É importante manter-se concentrado no ato de do contrário têm a luminosidade multiplicada pe-
dirigir. Com o veículo em movimento, o motorista los pingos de chuva no para-brisa.
nunca deve dividir a sua atenção com ações su-
pérfluas. Em caso de embaçamento, estacione o Para evitar o ofuscamento da luz, evite olhar dire-
veículo em local seguro, para em seguida realizar tamente para os faróis do carro em sentido con-
um dos procedimentos citados. Já é regra na CO- trário e direcione a sua visão central para o acos-
ELBA transitar com os faróis baixos acesos, para tamento, em locais onde exista a faixa contínua.
que se possa, principalmente, ser visto pelos ou- Siga-a como base, para não sair do seu trajeto,
tros condutores e pedestres. Essa conduta deve ser enquanto a sua visão periférica acompanhará a
praticada independentemente das condições do sua trajetória.
tempo: chuvoso ou seco.
Reduza a velocidade na pista escorregadia
A lei exige o farol baixo ligado. O farol alto só deve
ser usado em lugares com iluminação mínima. Os Os primeiros pingos de chuva não têm volume de
carros equipados com a luz de LED diurna podem água suficiente para tirar do asfalto, do concreto
substituir o farol baixo. ou do paralelepípedo a poeira, o óleo ou resídu-
os de borracha que se acumulam com o tráfego.
Com isso, nos primeiros minutos de chuva, a pista
fica extremamente escorregadia e o espaço per-
E com o seu veículo particular? corrido da frenagem até a parada total do veículo
A Lei 13.290 modifica o art. 40 do Código de Trân- aumenta consideravelmente.
sito Brasileiro e diz: “o condutor manterá acesos
A chuva diminui a visibilidade do motorista, o que exige atenção e medidas de segurança. os faróis do veículo, utlizando luz baixa, durante a Portanto, recomenda-se reduzir a velocidade com
noite e duranteo dia nos túneis providos de ilumi- os primeiros pingos de chuva. Como as rodovias
O tempo chuvoso traz condições adversas para o Lembre-se: Ligue o limpador de para-brisa. Dessa nação pública e nas rodovias”. têm diversificação no limite de velocidade para as
motorista, pois reduz a visibilidade, diminui a ade- forma, é possível reduzir ao mínimo o tempo de condições normais de tempo, recomenda-se uma
rência dos pneus e exige mais espaço para a fre- menor visão e ter maior segurança. redução de, aproximadamente, 45%, conforme
nagem. Então, quando estiver dirigindo em dias abaixo:
de chuva, fique bem atento, controle a pisada no Manter o farol aceso é uma determinação prevista
acelerador e mantenha a distância adequada do na legislação do trânsito. O valor da multa por di-
veículo à sua frente. Reunimos algumas dicas úteis rigir com o farol apagado é de R$ 130,16 e resulta
para encarar a estrada em dias de tempestade. em 4 pontos na carteira de habilitação.

Em relação ao uso do limpador de para-brisa, sai-


ba que aguardar alguns segundos para apertar
o esguicho e ligar o limpador de para-brisa é er- Você sabia?
Utilizar os faróis acesos mesmo durante o dia au- Tempo normal (km/h) Sob chuva (km/h)
rado e pode ser perigoso. Em apenas um segun-
do, um veículo a 80 km\h percorre 22 metros. Em menta em até 60% a visibilidade e pode evitar- 120 80
três segundos, essa distância triplica! Nessa situa- muitos acidentes.
Para evitar o embaçamento do para-brisa, abra 110 70
ção, quanto mais tempo passa, menos visibilida- “dois dedos” dos vidros laterais. Assim é possível 100 60
de você tem. Por isso, não espere a chuva molhar evitar o embaçamento interno. Mas, em caso de
todo o vidro. Acione imediatamente o esguicho já 80 50
chuva forte, é preciso colocar em prática as se-
nos primeiros pingos. guintes medidas eficazes:

Mantenha o reservatório do limpador de para-bri- Para garantir a sua segurança, coloque em práti-
• Mantenha o ventilador ligado e direcio- ca medidas que solucionam problemas de redu-
sa sempre cheio d’água, com uma colher de café nado para o para-brisa na condição frio
de detergente neutro doméstico. Esse produto aju- ção de aderência e de visibilidade causados pela
(não usar ar quente), pois o contraste entre Errado Certo chuva.
da a eliminar resíduos de óleo no para-brisa e evi- a temperatura interna e a externa poderá lanterna farol aaixo
ta o entupimento do esguicho. provocar mais embaçamento.

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Trânsito • Parte II • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte II • Trânsito

Cuidados fundamentais para diminuir Evite ocorrências indesejáveis na hora de estacionar


os riscos de acidentes na estrada
Dirigir em estradas é bem diferente de transitar em
centros urbanos. Enquanto na cidade costuma-
mos realizar manobras de estacionamento, o des-
vio de obstáculos e a constante troca de marchas,
na estrada a velocidade é normalmente superior
e o tempo de reação diante de algum imprevisto é
bem menor. Isso reforça a importância de praticar
a direção defensiva.
Nas estradas, as ocorrências costumam ser mais
graves, principalmente por conta das velocida-
des maiores. É preciso ter cuidado redobrado
quando estamos dirigindo em estradas para não
colocar as nossas vidas e a de outras pessoas
em perigo. Abaixo, listamos uma série de proce-
dimentos fundamentais para reduzir a chance Cuidado redobrado ao dirigirnas estradas.
de ocorrências e contribuir para um trânsito mais
consciente e solidário.
• É muito importante revisar o veículo todas
tar ocorrências, nunca estacione o veículo
as vezes em que for necessário dirigir em es-
onde não haja visibilidade nem em curvas.
tradas. Sempre verifique as condições dos
Se for preciso parar o carro, use sempre o
pneus, do estepe, o nível do óleo, o limpador
triângulo de sinalização e o pisca-alerta.
de para-brisa, as lanternas, os faróis, as setas É fundamental estacionar sempre em local permitido.
de sinalização e, principalmente, os freios. • Procure sempre praticar uma direção de-
Também é importante sempre abastecer fensiva. Mantenha uma distância segura
para ter o tanque cheio antes de seguir na do carro à frente, possibilitando tempo para Quando falamos em direção defensiva sempre • Sempre verifique o freio de mão e faça a
estrada. Use sempre o cinto de segurança. a frenagem em caso de acidentes. nos lembramos de premissas básicas, como an- manutenção desse item periodicamente
dar dentro do limite de velocidade das rodovias para que, ao parar em descidas, não haja
• Procure sempre se informar sobre as con- • Preste atenção e obedeça às sinalizações ou manter uma distância segura em relação ao perigo do seu carro se movimentar. Outra
dições da estrada. Estude o trajeto a ser re- das estradas. veículo à nossa frente. Entretanto uma questão dica importante é deixar a primeira marcha
alizado, principalmente se nunca realizou • É importante sempre estar atento aos si- bastante negligenciada pelos motoristas e que engatada nesses casos, pois ajuda a man-
o percurso anteriormente. Busque informa- nais de cansaço e fadiga do corpo. Busque merece grande atenção é o cuidado na hora ter a inércia do automóvel. Além disso, deixe
ções sobre o destino e sobre a presença quebrar a monotonia e faça paradas para de estacionar o veículo. É fundamental estacio- sempre a transmissão engrenada e calce as
de postos de gasolina ou outros locais de descanso. Atividades como mascar chiclete nar sempre em local permitido e estar atento a rodas, se necessário.
suporte ao longo do trajeto. e manter os olhos em movimento ajudam a alguns procedimentos que garantem mais segu-
• Não estacione de forma que o veículo impe-
• Ao entrar em uma estrada, procure ga- manter a atenção. Caso perceba que está rança e evitam a ocorrência de acidentes. Apre-
ça ou dificulte a passagem de outros veículos
nhar velocidade na pista de aceleração dirigindo com dificuldade, pare e busque sentamos abaixo algumas medidas defensivas
ou de pedestres. Evite estacionar em curvas
até sincronizar a sua velocidade com a ve- descansar antes de dirigir novamente. que devem ser consideradas na hora de esta-
ou em locais que propiciam pontos cegos.
locidade do trânsito para, então, se incor- cionar o veículo:
• Em condições de chuva, diminua a veloci- • Nunca estacione em cima de faixa de pe-
porar ao fluxo de carros da estrada. dade e redobre a atenção. • Sempre estacione o veículo do lado direi-
destres.
• Mantenha-se sempre no fluxo do trânsito. to da rua (no sentido da via), a menos que
• As ultrapassagens devem ser realizadas seja uma rua de mão única ou de estacio- • Evite estacionar perto de cruzamentos ou
Nunca pare ou diminua a velocidade brus- utilizando a sinalização e em locais permi-
camente. namento especial. em entradas de ruas e rodovias. Muitas ve-
tidos, ou seja, onde a sinalização horizontal zes, ocorrem colisões nesses lugares e o veí-
• Nunca use a marcha à ré em estradas. é tracejada. É fundamental ter visibilidade, • Estacione em locais indicados. Se for ne-
culo pode ser danificado.
Caso perca uma saída, siga em frente para por isso nunca ultrapasse em curvas. cessário estacionar na rua, evite parar o
realizar um retorno ou pegar uma saída carro na diagonal, a menos que assim es- O Brasil possui, por lei, espaços exclusivos de esta-
Fique atento aos sinais de outros motoristas. Um fa- teja indicado. Sempre observe o local do cionamento para idosos e deficientes físicos, que
mais adiante. rol piscando atrás de você significa que alguém estacionamento para se certificar de não devem ser respeitados. O descumprimento está
• A utilização do acostamento é indicada quer te ultrapassar. Já alguém que venha do sen- cometer alguma infração, como bloquear sujeito a punição com multa e guincho. Fique
caso o veículo apresente um problema tido oposto piscando o farol é uma indicação de garagens ou passagens para portadores sempre atento à sinalização e aos horários de per-
ou em situações de emergência. Para evi- que pode haver problemas à frente. de deficiência. missão de estacionamento.

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Trânsito • Parte II • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte II • Trânsito

Como frear adequadamente na pista molhada 3. Resíduos de óleo e lama contidos na


água se acumulam no para-brisa e podem
2. Passar pelo alagamento: deve-se engrenar a
primeira marcha, mantendo o motor acelera-
provocar a perda momentânea da visibili- do. Isso impede a entrada de água pelo cano
dade, mesmo com o uso correto do esgui- do escapamento, o que faria o motor parar.
cho e do limpador de para-brisa. 3. Controle de velocidade: a velocidade
Em primeiro lugar, é preciso ter a manutenção do
4. Ligue a seta para a esquerda, indicando deve ser constante e moderada para evitar
carro em dia e os freios devem estar sempre em
visualmente que você vai ultrapassar, to- ondas e o choque com a água, que pode
bom estado. Em dias de chuva, a frenagem é pre-
cando levemente a buzina para chamar a atingir a parte elétrica, assim como ser aspi-
judicada e é preciso manter distanciamento dos
atenção. Acelere o carro com decisão. Tor- rada pelo motor, provocando calço hidráu-
veículos e evitar algumas práticas que podem
ne a ligar a seta para a direita, indicando lico e, consequentemente, uma parada no
aumentar o risco de acidentes.
que você vai retornar à sua pista. meio do alagamento.
Não pise forte no pedal de freio, pois em pista
5. Antes de entrar, certifique-se pelo retrovi- 4. Freios após a travessia: os freios devem ser
molhada a aderência diminui e aumenta a pos-
sor de que o veículo ultrapassado já este- testados, pois quando molhados podem
sibilidade de derrapagem. Uma freada forte pode
ja em uma distância segura, que deve ser não funcionar satisfatoriamente. Nessa si-
travar as rodas e, nessa condição, elas perdem o tuação, engrene a primeira marcha, acele-
contato com o solo, deslizam e deixam o veículo quatro vezes o tamanho do seu veículo,
aproximadamente. rando o veículo ao mesmo tempo. Com o
fora de controle. Pise firme e de forma progressiva pé esquerdo, pise levemente no pedal de
para evitar o travamento das rodas. Nos veículos freio até sentir que ele está recuperando a
com freios ABS, o motorista deve seguir orientações Pista alagada ação normal. Em 100 metros percorridos, em
exclusivas ditadas pelo fabricante. É recomenda- baixa velocidade (em torno de 30 Km/h),
da a leitura atenta do manual do proprietário. 1. Avaliar a proporção do alagamento: é ne-
cessário tomar cuidado, pois a água pode os freios devem voltar à ação normal.
Veja no diagrama abaixo a distância percorrida estar escondendo algum buraco mais pro- Todas as recomendações descritas auxiliam o
para um veículo pequeno a 80 km/h: fundo. Se a via apresentar movimento, deve- condutor a frear de maneira segura, ajudando-o
-se observar o comportamento de veículos a lidar com as condições desfavoráveis de tráfe-
Para retomar o controle do veículo, reduzir a ve- de maior porte (caminhões e ônibus) para go em dias chuvosos. Essas orientações devem
locidade é fundamental. avaliar a profundidade do alagamento e ser seguidas para evitar o risco de manobras ar-
escolher o melhor caminho. riscadas e acidentes.

porque o pneu já perdeu o contato com o solo.


Logo, a frenagem trava as rodas e, quando os
pneus voltam a entrar em contato com o solo, o
travamento pode fazer o veículo rodopiar ou até
capotar.
Além de não pisar no freio quando o veículo fica
desgovernado, não faça movimentos bruscos.
Distância percorrida em metros (m). Vire levemente a direção para a direita e para a
esquerda. Dessa maneira, você retoma o controle
do carro logo que ele entra em contato com o
Quando o veículo fica desgovernado, provavel-
solo. Reduzir a velocidade é essencial para reto-
mente, você está aquaplanando. A aquaplana-
mar o controle do veículo, pois a espessura da lâ-
gem é um fenômeno que acontece quando os
mina de água entre o pneu e o solo é diminuída.
pneus perdem o contato com a pista pela forma-
ção de uma camada de água entre o pneu e o
solo, particularmente em estradas planas e bem Ultrapassagem em tempo chuvoso
calçadas, sob chuvas fortes.
1. Com chuva forte, as ultrapassagens de-
A aquaplanagem parcial pode ocorrer em uma vem ser evitadas, mas quando são realmen-
velocidade próxima dos 50 km/h. Quando o veí- te necessárias devem ser avaliados, com o
culo está acima dos 80 km/h, os pneus podem máximo de cuidado, o momento e o local.
não mais cortar a camada de água e o veículo
2. Ultrapasse no menor tempo possível, den-
começa a aquaplanar, desgovernado.
tro dos limites da sua observação de segu-
rança. Lembre-se que o veículo que está
Como sair da aquaplanagem?
sendo ultrapassado levanta uma nuvem de
Tire o pé do acelerador imediatamente. Não pise água, que vai aumentando à medida que
no freio, pois quando o carro desliza na água é você se aproxima dele. Passe pelo alagamento engrenando a primeira marcha e mantenha o motor acelerado.

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Trânsito • Parte II • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte II • Trânsito

Prudência ao volante é indispensável para Seja um motociclista seguro


dirigir caminhões e veículos de grande porte
Segundo números do Observatório Nacional de em velocidade adequada possuem menos para motociclistas. O uso desses itens é proteção
Segurança Viária, caminhões representam so- chances de se envolver em um acidente. certa para o motociclista.
mente 2% da frota total de veículos do Brasil. Ape-
• Nunca permita o transporte de pneus e Para garantir a sua segurança, sempre afivele a
sar de parecer um número pequeno, quando ser
estepes nas plataformas ou em qualquer cinta jugular do capacete na parte inferior do
trata de segurança na estrada, os caminhões
local fora do que é especificado para isso. maxilar. Essa cinta jamais pode estar frouxa.
apresentam um impacto enorme no número de
ocorrências. Por se tratar de um veículo longo e • Mantenha sempre os faróis limpos. Ao cru-
pesado, as ocorrências que envolvem caminhões zar com outros veículos na estrada, utilize
costumam causar lesões graves e muitas vezes le- sempre o farol baixo.
vam a óbito os envolvidos.
• Tenha paciência, respire fundo e priorize
sempre a segurança. Quando o trânsito ficar
lento ou alguém fizer algo que te prejudique
na estrada, é fundamental ter calma e não
revidar. É fundamental ter responsabilidade
ao dirigir um veículo de grande porte.
• Use sempre o cinto de segurança.
• Esteja disposto e saudável para dirigir. Co-
nheça os seus limites; durma o quanto for
necessário e respeite a sua saúde. Quando
for dirigir por um longo período de tempo é
importante fazer paradas para descansar e
alongar o corpo.
• Não pare em lugares desertos ou sem ilu- A segurança pessoal começa antes de sair com
minação. Procure não estacionar o veículo a moto, com a manutenção em dia para manter
dentro de pistas ou vias. a máquina bem regulada e em ótimo estado de
Para evitar acidentes, motoristas de caminhão de- Assegurar a manutenção do veículo é tão im- funcionamento. Faça uma rápida inspeção antes
vem dirigir com prudência, ter cuidado redobra- portante quanto praticar a direção defensiva. Os de sair, verificando os seguintes itens:
do e ter consciência da responsabilidade para pneus são equipamentos fundamentais para ga- • Sistema elétrico: farol, lanternas, pisca, buzi-
conduzi-lo. Respeitar os procedimentos de segu- rantir a segurança dos caminhões, principalmente na, luz de freios, nível de água e baterias.
rança é muito importante, por isso, antes mesmo Em muitos acidentes com motos que envolvem
quando transportam carga ou peso adicional. Ve- automóveis, o motorista alega não ter visto o mo-
de pegar a estrada, projete a sua rota, locais de rifique se todos os estepes estão em condições de • Ajuste de retrovisores.
parada e trechos alternativos. Esse tipo de plane- tociclista. Você deve fazer o possível para se tor-
uso para não ser surpreendido na estrada. Faça a • Combustível e nível de óleo de motor. nar visível aos motoristas e pedestres, seguindo as
jamento contribui para reduzir o estresse e o can- calibragem dos pneus regularmente, conforme a
saço e evitar imprevistos. • Calibragem de pneus: pneus bem cali- indicações abaixo:
indicação do manual do veículo. Triângulo, maca-
brados duram mais, ajudam a economizar • Mantenha-se ao alcance visual dos retrovi-
A manutenção do caminhão é um fator funda- co e chaves de roda devem estar sempre em local
combustível e a aumentar a sua segurança. sores do motorista.
mental para a segurança dos passageiros e de fácil acesso e em bom estado de conservação.
deve ser realizada rotineiramente, atendendo a • Freios: mantenha os cabos de acionamen- • Ande com o farol aceso, mesmo de dia.
um calendário de controle. Além disso, é muito to lubrificados.
• Sempre sinalize com a seta quando for mu-
importante que o motorista seja capacitado e • Suspensão: force a suspensão para cima dar de faixa.
conheça bem os equipamentos de segurança e e para baixo várias vezes, procurando obser-
o funcionamento do veículo. Também é sempre var se a resposta da suspensão é progressi-
importante verificar se a carga transportada está va e suave.
acomodada corretamente. Abaixo descrevemos
outras orientações para evitar ocorrências inse- Use sempre um capacete aprovado pelo INME-
guras e aumentar a segurança dos colaborado- TRO, com viseira ou óculos protetores e com ele-
res envolvidos em atividades com caminhão: mento retrorrefletivo, assim como um colete com
elementos retrorrefletivos e fluorescentes com-
• Respeite sempre os limites de velocidade si- binados (Resolução nº 356 do CONTRAN). Para
nalizados. Esta é a regra fundamental para a circular com mais segurança, utilize também ves-
preservação da vida. Motoristas que dirigem timentas como luvas, botas e jaquetas próprias

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Trânsito • Parte II • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte II • Trânsito

Utilize a marcha à ré com segurança Dicas para melhorar a visibilidade ao dirigir nas estradas

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, a mar- Visualizar bem as condições de tráfego é funda- • Nunca beba ao dirigir. O consumo de álco-
cha à ré é classificada como uma manobra de mental para manter a segurança e diminuir o ol reduz sensivelmente o tempo de reação,
risco porque o motorista encontra dificuldades risco de acidentes nas estradas. Visibilidade é o além de interferir na sensibilidade dos olhos.
maiores de visibilidade e de mobilidade na parâmetro utilizado em meteorologia para indi-
• Procure diminuir a luminosidade do pai-
sua execução. Na maioria dos casos em que car a medida da distância em que um objeto ou
nel de instrumentos para reduzir o contraste
ocorrem acidentes por conta desse tipo de si- uma luz podem ser claramente percebidos atra-
com a escuridão, proporcionando mais con-
tuação, a responsabilidade recai sobre quem vés do ar. É definida, ainda, como a propriedade
forto para os olhos.
executa a marcha à ré, pois é o motorista que pela qual os corpos são percebidos pelo sentido
deve tomar um cuidado especial ao realizar da visão. A visibilidade afeta todas as formas de • Evite olhar diretamente para os faróis dos
esse deslocamento. tráfego, incluindo o rodoviário, e muitas outras ati- carros que transitam no sentido contrário
vidades que dependem da boa propagação da da via. Caso os veículos que estiverem com
Ao executar esse tipo de manobra, muitas vezes
luz através da atmosfera. iluminação alta não abaixarem os faróis,
essa movimentação é feita de forma negligen-
busque olhar para a linha-guia da estrada,
te, sem o motorista priorizar a direção defensiva, O cuidado para se ter uma visão clara e nítida
localizada do lado direito.
voltada para a prevenção de acidentes. A seguir, durante os deslocamentos com veículos é muitas
estão descritos alguns procedimentos para dimi- vezes negligenciado pelos motoristas e pode ser Em condições climáticas desfavoráveis, como
Evite dar a ré em situações imprudentes.
nuir a possibilidade de acidentes que envolvem a um fator fundamental para evitar acidentes. Lista- chuva e neblina, a visibilidade fica bastante com-
manobra de marcha à ré: mos abaixo um conjunto de procedimentos que prometida, principalmente à noite. Nessas condi-
possibilitam ao motorista ter uma melhor visibili- ções, alguns cuidados são fundamentais:
• O primeiro passo é sempre manter os re- ao redor do veículo para comprovar que dade enquanto dirige em estradas:
trovisores limpos e em boas condições de não há objetos ou obstáculos.
utilização. Arranhões e sujeira atrapalham • Mantenha sempre o para-brisa limpo. Ar-
sensivelmente a visibilidade para realizar a • Ao realizar manobras em marcha à ré, ranhões e sujeira diminuem a visibilidade e
manobra. Antes de dar a ré, sempre alinhe mantenha a velocidade baixa, sempre com aumentam o ofuscamento. Limpe os vidros
os retrovisores, para obter uma melhor visibi- o pé sobre o pedal do freio, utilizando-o ao por dentro e por fora com um pano úmido,
lidade do local. Verifique também a luz de ré mesmo tempo em que acelera com suavi- incluindo as janelas e os retrovisores.
para ter sempre uma boa visão. dade. Em locais de tráfego intenso de veícu-
los e pessoas, a atenção deve ser redobrada
• Sempre devemos observar e avaliar muito e a velocidade, ainda menor.
bem o local onde a manobra será realiza-
da. Não devemos nos limitar a olhar apenas • Tenha sempre uma visão nítida e livre nos
pelo espelho retrovisor ou pela janela: em al- retrovisores, sem objetos ou cargas que obs-
guns casos é recomendado sair e caminhar truam e possam diminuir a visibilidade.
• Quando realizamos manobras em mar-
cha à ré devemos observar ambos os lados.
Utilize os retrovisores de todos os lados para
calcular a distância e, sempre que for neces-
sário, olhe através das janelas e sobre os om-
bros para ter mais segurança.
• Se não sentir segurança, não hesite em pe-
• Em condições de neblina, utilize sempre os
dir ajuda. Peça auxílio a algum colega que
faróis baixos. A luz do farol alto causa ofusca-
estiver no carro e que possa lhe orientar do • O ajuste do farol é um fator muito importante, mento ao refletir no nevoeiro.
lado de fora do carro, ou até mesmo a al- sobretudo à noite. Pesquisas já demonstraram
guém na rua, caso esteja sozinho. que cerca de 30% dos veículos transitam com • Sempre utilize os limpadores de para-brisa
faróis desajustados. Nesses casos, perde-se quando estiver dirigindo em condições de
Evite a necessidade de dar a ré em situações im-
muita visibilidade, na medida em que os faróis neblina. As gotículas de umidade se acumu-
prudentes, planejando sempre o seu trajeto. Se
não estão apontando para o local correto de lam aos poucos e diminuem a visibilidade.
perder alguma saída ou passar por algum esta-
belecimento, faça o retorno ao invés de realizar iluminação e a estrada fica mal iluminada.Ve- • Utilize o desembaçador quando surgir a
a marcha à ré em locais que possam oferecer rifique periodicamente o ajuste dos faróis. neblina, mesmo quando não estiver frio.
Ter sempre uma visão nítida e livre dos retroviso-
perigo. A segurança deve estar acima de tudo. • Busque sempre transitar com os faróis trasei-
res é muito importante. • Em casos de neblina e chuva, sempre dimi-
ros e dianteiros limpos. Lentes sujas diminuem nua a velocidade e pratique a direção de-
a iluminação e dificultam a visualização. fensiva. A vida deve sempre ser preservada.

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Trânsito • Parte II • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte II • Trânsito

Cinto de segurança é proteção para motoristas e passageiros baixo do cinto e o seu abdômen será forte-
mente comprimido, causando lesões.
• Um levantamento mostra que de cada dez
vítimas de trânsito atendidas, três estavam
no banco traseiro e sem o cinto.
• Em mulheres grávidas, o cinto deve ser cen-
trado na clavícula e apertado o mais baixo • Em carros com mais de dois ocupantes,
possível da barriga da mulher. cerca de 80% das vítimas fatais de acidentes
de trânsito que estavam no banco da frente
• Em crianças, é preciso estar atento para a
seriam evitadas se no banco traseiro todos
idade e a altura. Isso porque o cinto do carro
estivessem com o cinto.
é um equipamento projetado para adultos
com, no mínimo, 1,45 m de altura. Para esse • 40% das mortes em acidentes são causa-
tipo de transporte existem outros equipa- das por choque contra o para-brisa ou o
mentos como o bebê-conforto, cadeirinhas painel de instrumentos.
e assentos de elevação.
• Uma em cada cinco lesões acontece por-
que pessoas dentro do veículo se bateram
umas contra as outras.

É importante ressaltar que o uso do cinto não é


opcional. Desde 1997, a legislação brasileira de-
termina a sua utilização. Abrir mão dele em suas
viagens é infração grave e pode gerar multa. Use
o cinto para proteger o seu corpo e o seu bolso!

O cinto de segurança é muito eficiente na prevenção de acidentes relacionados ao trânsito.

O cinto de segurança é um equipamento simples • Se o veículo apresentar regulagem de


e muito eficiente na prevenção de acidentes gra- altura do cinto de segurança em sua co-
ves relacionados a ocorrências de trânsito. O uso luna de fixação, ajuste-a para adaptá-la
do cinto de segurança é negligenciado com fre- à sua altura e peso. Esse procedimento é
quência, principalmente em deslocamentos de fundamental para ter a máxima proteção
curta e média distância e pelos passageiros do do cinto.
banco traseiro, que, muitas vezes, não acionam
• Para que o seu cinto fique em posição se-
esse dispositivo de segurança.
gura, é necessário ajustá-lo entre o seu om- É preciso estar atento para a idade e a altura
A principal função do cinto de segurança é im- bro e o pescoço, ou melhor, no meio do seu quando se trata da segurança dos pequenos.
pedir que, em casos de colisão, os passageiros ombro. Quando o seu cinto é ajustado no
sejam arremessados para fora do veículo ou que pescoço ou braço, ele não mostrará a sua
se choquem contra o volante, painel, para-brisa eficácia na hora da colisão e pode gerar Passageiros transportados no banco traseiro, sem
ou janelas. Segundo a Associação Brasileira de lesões aos passageiros. os cintos de segurança, estão expostos ao perigo,
Medicina de Tráfego, passageiros localizados no como também colocam em risco os passageiros
• Não torça o cinto. Do contrário, haverá dos bancos dianteiros. Em uma colisão frontal, eles
banco da frente estão 45% mais protegidos com
uma forte pressão no local da dobra, cau- também se moverão para frente, onde podem ba-
a utilização do cinto de segurança. Esse índice
sando traumatismo em caso de choque ter e ferir o motorista ou o passageiro do banco
aumenta para 75% se o passageiro do banco tra-
envolvendo o veículo. dianteiro. Veja a seguir algumas curiosidades so-
seiro estiver usando o cinto de segurança. A se-
guir, listamos algumas dicas para o uso correto • Não incline o banco para trás em dema- bre a utilização do cinto de segurança no banco
do cinto de segurança: sia. Nesse caso, o seu corpo deslizará por de trás:

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Trânsito • Parte II • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte II • Trânsito

Condutor consciente age de maneira preventiva Procedimentos básicos para a segurança no trânsito

Ao fazer uma análise sobre os acidentes de trân- possibilitarão a verificação do veículo e do con- A direção preventiva deve se tornar um hábito na b) No caso de rotatória, aquele que estiver
sito, as estatísticas mostram que, aproximada- dutor. Essa etapa eliminará condições de risco e vida de todos, para que o trânsito seja menos ar- circulando por ela.
mente, 49% estão relacionados ao excesso de contribuirá para a sua condução preventiva. riscado e a ameaça de acidentes seja afastada.
velocidade, ao desrespeito à sinalização, a ultra- Jamais negligencie ao volante nas vias públicas,
passagens indevidas, à distração do condutor evitando o conhecido “jeitinho” que pode acar-
(rádio, celular e objetos soltos no interior do veí- retar graves consequências em manobras arris-
culo), à falta de uso do cinto de segurança e à cadas. Logo abaixo estão reunidas informações
ausência de inspeção prévia no veículo. Ou seja, Lembre-se: Você deverá preencher o formulário práticas para a segurança dos motoristas, passa-
atitudes que poderiam ser evitadas, afastando toda vez que for conduzir o veículo da companhia, geiros e pedestres.
desfechos trágicos. pois nesse documento estão sinalizadas as condi-
ções indispensáveis para a sua segurança e a dos Todo condutor deve manter distância lateral e
Diante de um acidente de trânsito, as pessoas passageiros. frontal dos demais veículos e da margem da pista.
sempre perguntam pelo responsável, mas o ques-
tionamento deve ser: o que poderia ter sido feito
para evitar aquele acidente? Ou qual atitude os
envolvidos deveriam ter tomado? Uma das princi- Antes de assumir a condução, faça uma verifica-
pais causas dos acidentes é a falta uma postura ção 360º em torno do veículo. Pode haver barrei-
preventiva no trânsito. ras físicas (piquetes), pessoas, animais e, especial-
mente, crianças no entorno, que não são visíveis
Dirigir preventivamente é a atitude do condutor que quando você está posicionado dentro do veículo.
busca conhecer e aplicar as normas de trânsito
para evitar uma situação de risco, independente-
mente das condições das vias e dos demais moto- Visibilidade longitudinal
c) Nos demais casos, o que vier pela direita
ristas. É ter responsabilidade e agir com habilidade do condutor.
técnica e inteligência comportamental.
Todo condutor habilitado sabe que deve manter
uma distância de segurança de outro carro para
evitar choques e colisões. Entretanto é comum na
descrição do acidente o seguinte relato: “O veícu-
lo parou subitamente e não houve tempo de frear Quando veículos estão transitando por fluxos que
antes da colisão”. O distanciamento adequado se cruzam em local não sinalizado, terá a preferên-
Visibilidade transversal
evita o choque em caso de manobra repentina cia de passagem:
feita pelo veículo que está à sua frente.
a) No caso de apenas um fluxo ser prove-
niente de rodovia, aquele que estiver circu-
lando por ela.
Seja um condutor preventivo!
• Conheça e aplique as normas e os sinais
de trânsito.
• Tenha pleno domínio do seu veículo a
todo momento, conduzindo-o com a aten-
ção e os cuidados indispensáveis à segu-
rança do trânsito.
• Conheça as vias por onde transita. Conhecer e aplicar as regras o torna um condu-
tor preventivo e garante a sua segurança e a de
• Sinalize para indicar as suas intenções. terceiros.
• Mantenha a distância de segurança en-
tre o seu carro e os demais.
Para auxiliar os colaboradores na condução pre-
ventiva, foi elaborada a APR GIRO DO VEÍCULO E
TRÂNSITO. A sua análise e o seu preenchimento

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Trânsito • Parte II • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte II • Trânsito

A importância da direção preventiva na ultrapassagem • Nas subidas, só ultrapasse quando estiver


disponível a terceira faixa, destinada a ve-
técnica que já calculou que naquele trecho não
é possível a ultrapassagem, porque há perigo de
ículos lentos. Não existindo essa faixa, siga acidentes.
as mesmas orientações anteriores, mas
considere que a potência exigida do seu
veículo vai ser maior do que na pista plana.
• Nos declives, as velocidades de todos os
veículos são muito maiores. Para ultrapassar,
tome cuidado adicional com a velocidade
necessária. Lembre-se que o condutor não
pode exceder a velocidade máxima permi-
tida naquele trecho da via.
• Ao ultrapassar um ônibus que esteja pa-
rado, reduza a velocidade e preste muita
atenção. Passageiros poderão estar de-
sembarcando ou correndo para tomar a
condução.

Os veículos pesados devem, quando circulam


em fila, permitir um espaço suficiente entre si
para que outros veículos possam ultrapassá-los
por etapas. Tenha em mente que os veículos
mais pesados são responsáveis pela segurança
dos mais leves; os motorizados, pela segurança
dos não motorizados, e todos, pela proteção dos
pedestres.

As ultrapassagens mal executadas estão entre as ver livre e, mesmo assim, só tome a decisão A menos que haja uma sinalização específica
principais causas de acidentes no trânsito. Para considerando a potência do seu veículo e permitindo a manobra, jamais ultrapasse nas se-
ser bem executada, a ultrapassagem precisa ser a velocidade do veículo da frente. guintes situações:
realizada com toda prudência e seguir procedi- 1. Sobre pontes, viadutos ou túneis.
mentos regulamentares. Essa manobra deve ser
feita com muita cautela, sem forçar o movimento 2. Em travessias de pedestres.
de ultrapassar o veículo à sua frente, e com aten- 3. Nas passagens de nível.
ção para as condições que proporcionam ao A atenção deve ser redobrada na ultrapassa-
condutor uma movimentação segura. 4. Nos cruzamentos ou em sua proximidade.
gem de ônibus.
5. Em trechos sinuosos ou em aclives e decli-
ves sem visibilidade suficiente.
Saiba quais são as regras: • Sinalize de volta, antes de voltar à faixa da
6. Nas áreas de perímetro urbano das rodo-
• Ultrapasse sempre pela esquerda e ape- direita.
vias.
nas nos trechos permitidos, exceto quando • Outros veículos podem querer ultrapas-
o veículo a ser ultrapassado estiver sinali- Conhecer e aplicar as regras o torna um condu-
sá-lo. Não dificulte a ultrapassagem, man-
zando o propósito de entrar à esquerda. tor preventivo.
tenha a velocidade do seu veículo ou, até
• Nunca ultrapasse no acostamento das es- mesmo, reduza-a ligeiramente.
tradas. Esse espaço é destinado a paradas Não ultrapasse caso não tenha espaço na faixa • Se você está sendo ultrapassado, mante-
e saídas de emergência. da esquerda para a manobra. nha a sua velocidade constante. Se estiver
• Se outro veículo o estiver ultrapassando na faixa da esquerda, vá para a da direita,
ou tiver sinalizado o seu desejo de fazê-lo, • Sinalize sempre com antecedência a sua sinalizando corretamente.
dê a preferência e aguarde a sua vez. intenção de ultrapassar. Ligue o indicador
de direção e/ou faça os gestos convencio-
• Certifique-se de que a faixa da esquer- Quando é proibido ultrapassar
nais de braço.
da está livre e de que há espaço suficien-
Onde houver sinalização proibindo a ultrapas-
te para a manobra. Se estiver trafegando • Mantenha distância em relação a quem
sagem, não ultrapasse. A sinalização é a repre-
em uma via de mão dupla, só ultrapasse está ultrapassando. Deixe um espaço late-
sentação da lei e foi implantada por uma equipe
se a faixa do sentido contrário de fluxo esti- ral de segurança.

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Trânsito • Parte II • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte II • Trânsito

Prevenção de acidentes no trabalho em campo Melhoria do convívio no trânsito

Em março de 2018, um dos nossos colaborado- Esse tipo de ocorrência pode ser evitado. É muito A educação no trânsito não consiste em apenas
res se acidentou quando manuseava uma roça- importante cumprir o procedimento operacional decorar placas e regras, mas também em ensi-
deira para realizar uma capinação mecânica na para a execução de qualquer tipo de atividade. nar como conviver de forma pacífica no mesmo
área verde de uma subestação. Durante a reali- Abaixo, veja os principais procedimentos de se- ambiente. As atitudes de cada pessoa são fun-
zação do serviço de corte da vegetação, um dos gurança em áreas verdes: damentais para melhorar o convívio no trânsito e
operadores tocou com a lâmina da roçadeira reduzir o número de acidentes. Além de conhecer
• Utilizar sempre óculos de proteção, prote-
em uma estaca de concreto que estava coberta bem as leis e respeitá-las, os motoristas precisam
tor auricular,sapatos de segurança, pernei-
pela vegetação e, em seguida, foi projetada uma praticar gentilezas e manter a boa educação ao
ras, luvas, camisa e calças compridas.
partícula de concreto que atingiu e feriu outro dirigir, em busca de uma convivência mais har-
profissional que estava próximo a ele e também • Ao manusear a roçadeira, abrir frente e moniosa.
realizava o serviço. A partir desse acidente, po- depois deslocar-se, nunca trabalhar dentro
O trânsito é responsável por tirar a vida de cerca
demos tirar lições para que situações como essa da vegetação.
de 50 mil pessoas por ano no Brasil, número que
não se repitam mais.
• Ter cuidado ao manusear uma roçadeira coloca o país na quinta posição entre os países
Nesse caso, podemos apontar duas falhas funda- ou transitar em áreas de encosta ou talude. recordistas em mortes no trânsito, atrás da Índia,
mentais para que o acidente acontecesse. Houve China, EUA e Rússia, segundo dados da Organi-
• Verificar a presença de buracos.
falha por não ter sido realizada uma Análise Preli- zação Mundial da Saúde (OMS). De acordo com
minar de Risco criteriosa, considerando os mate- • Checar se há aterramento. a Polícia Rodoviária Federal (PRF), entre as princi-
• Pare junto ao meio-fio ou no acostamento
riais dispostos na área de execução da atividade. pais causas dos acidentes com mortes estão a
• Verificar a presença de animais peço- para o embarque ou desembarque de pas-
E outra atitude insegura foi o descumprimento da falta de atenção, velocidade incompatível, inges-
nhentos que possam causar um acidente. sageiros e cargas.
distância mínima de segurança para o trabalho tão de álcool, desobediência à sinalização, ultra-
com roçadeiras. • Consultar o COD/COS, gestores e coorde- passagens indevidas e sono. • Não dificulte a passagem de pedestres,
É fundamental sempre respeitar a distância de nadores sobre o histórico de presença de No trânsito, o condutor precisa conviver com car- principalmente crianças, pessoas idosas e
segurança estipulada, que é de 15 (quinze) me- animais peçonhentos no local. ros, caminhões, ônibus, motocicletas, bicicletas e portadoras de deficiência física.
tros, para pessoas, carros e equipamentos que • Respeitar a distância de segurança entre pedestres. É fundamental lembrar que todos fa- • Respeite as vagas reservadas para idosos
estejam realizando serviços. Nesse caso, o outro pessoas, carros e equipamentos (15 m). zem parte desse sistema e devem agir para man- e deficientes. A gentileza melhora a convi-
profissional estava a apenas 5 metros de distân- ter a paz ao trafegar nas vias públicas. vência no trânsito.
cia do seu companheiro.
É possível melhorar o convívio no trânsito com ati- • Facilite a passagem dos carros de bom-
tudes essenciais, como as listadas a seguir: beiros, ambulâncias, polícia e veículos pre-
• Respeite as regras de trânsito e os limites cedidos de batedores.
de velocidade das vias. • Evite colocar o som alto e ficar buzinando
• Todos os ocupantes do veículo devem o tempo todo.
1. Óculos de proteção e protetor facial usar o cinto de segurança, inclusive no ban- • Preste socorro a vítimas de acidentes.
2. Protetor auricular co traseiro.
3. Alça de sustentação • Só utilize o farol alto em vias sem ilumina-
4. Roupa justa • Dirigir embriagado reduz em até 50% o ção pública.
5. Sapatos de segurança antiderrapantes tempo de reação. Se beber, não dirija.
• Não revide as provocações de outro mo-
6. Calças jeans compridas e perneiras • Dirigir cansado ou com sono é tão peri- torista.
goso quanto dirigir alcoolizado. Pare e des-
canse. • Lembre-se sempre de ter em mãos o do-
cumento do carro e a licença para dirigir,
• Não use o celular enquanto dirige. A dis- além dos equipamentos obrigatórios: triân-
tração é um dos principais fatores de risco gulo, estepe e extintor.
para quem está ao volante.
• O motociclista deve usar sempre os equi-
• Mantenha-se a uma distância segura do pamentos de proteção: capacete, luvas,
Importante! Procure fazer sempre uma
veículo que está à sua frente. botas e jaqueta.
Análise Preliminar de Risco eficiente,
considerando todos os possíveis even- • Não costure no trânsito e ultrapasse ape-
tos que possam causar acidentes. nas pela esquerda. Importante! Responsável pela informação: Ge-
• Respeite o sinal amarelo. Não faça dele rência Corporativa de Saúde e Segurança do
um complemento do verde. Grupo Neoenergia.

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Trânsito • Parte II • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte II • Trânsito

Direção e álcool: combinação com risco de tragédia • Mantenha a manutenção do veículo atu-
alizada.
• Mantenha o reservatório de água sempre
cheio para a limpeza do para-brisa.
• Utilize o cinto de segurança durante todo • Limpe os faróis antes de viajar à noite.
o tempo.
• Use as duas mãos no volante enquanto
dirige.
• Não utilize o celular enquanto dirige.

• Evite distrações.
• Respeite as normas e a sinalização de
trânsito, considerando os potenciais aci- • Acenda os faróis nas estradas e rodovias,
dentes que podem ocorrer. a qualquer hora.
• Se dirigir, não beba.

Fim de ano é tempo de comemoração, de confra- mento dos outros motoristas; reconhece que o
ternização na empresa, encontros entre amigos, outro condutor não possui controle de ações
festejos natalinos e várias outras modalidades de imprevistas por parte de outros motoristas e pe-
interação e divertimento. Esses eventos comemo- destres, nem sobre as condições de tempo e da
rativos geralmente são regados a bebida alcoóli- via; portanto, tem uma conduta de defesa contra
ca e a maior preocupação é conduzir o volante todos esses riscos.
depois de beber.
O motorista defensivo concede a sua preferência
Vários estudos demonstram que o uso de drogas e faz outras concessões para evitar uma colisão;
ou álcool afeta a capacidade individual em ope- é cuidadosamente comprometido em não co-
rar com segurança um veículo, coloca em risco a meter erros de direção e está sempre alerta para
saúde e a segurança do motorista e dos acom- evitar armadilhas de acidentes e riscos criados • Conte até dois antes de entrar em uma in-
panhantes, e constitui uma ameaça para a co- pelo tempo, vias, pedestres e outros motoristas. terseção após um semáforo ou uma placa
munidade em geral. de PARE.
É essencial que cada motorista pratique a dire-
Considerando apenas as rodovias federais do ção defensiva e tome todas as precauções possí- • Não insista em se colocar como “minha
Brasil, de janeiro a outubro de 2018 foram 135.453 veis para evitar um acidente. vez”, ciente de que os outros motoristas
pessoas envolvidas em acidentes nos quais 4.356 também o farão. Nunca assuma que o ou-
morreram. Na Bahia, foram 7.399 ocorrências com tro motorista tomará uma ação específica.
383 óbitos. Na COELBA, foram 249 ocorrências de Adote um comportamento seguro Esteja preparado para o inesperado.
trânsito, resultando em um óbito de uma pessoa
Nunca arrisque nem seja imprudente, para não
da comunidade. • Use setas para estacionar, mudar de faixa
ser mais um número a entrar na estatística de aci-
e todas as vezes que for fazer conversão, in-
O motorista que dirige defensivamente faz con- dentes. Seja preventivo, adotando algumas medi-
cluindo em estacionamentos.
cessões para a falta de habilidade e conheci- das simples:

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Trânsito • Parte II • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte II • Trânsito

Cuidado com acidentes e riscos provocados Direção defensiva reforça a segurança do motociclista
pelo uso do celular
A utilização de motocicletas vem aumentando,
principalmente nas grandes cidades. Esse au-
mento está relacionado à praticidade, velocida-
de e facilidade em vencer os diversos obstáculos
no trânsito, além dos custos de manutenção e o
consumo de combustível menores, quando com-
parados aos veículos como carro e caminhão.
A utilização de motocicletas como meio de deslo-
camento, entretanto, traz riscos maiores de aciden-
tes. Segundo informações do Observatório Nacio-
nal de Segurança Viária, a motocicleta é o veículo
de transporte que mais mata no Brasil. Dados reve-
lam que, em 2017, o número de mortes de motoci-
clistas representou 32% do total de óbitos no trânsito.
Por ser um veículo mais frágil, acidentes com moto
costumam gerar lesões graves, levando muitas
vezes o motociclista a óbito. Diante desse quadro,
listamos algumas dicas para garantir a integrida-
de e a segurança do motociclista. Confira:
• Sempre dirija com o farol aceso, pois isso
O uso do celular tem se tornado um grande fa- tropeções, choques com portas de vidro ou mer- possibilita que outros motoristas percebam
tor de distração entre as pessoas, provocando gulhos em chafarizes e piscinas. a aproximação da motocicleta.
acidentes como tropeços, esbarrões, quedas e • Nunca acelere em “corredores”. Não tra- O uso do capacete é obrigatório em qualquer
atropelamentos. Nos últimos 15 anos, a quanti- Para evitar acidentes, é muito importante: fegue entre ônibus e caminhões (veículos tipo de deslocamento com moto.
dade de acidentes vem aumentando exponen- de grande porte), pois os motoristas po-
cialmente no Brasil e no mundo. Calcula-se que • Não usar o celular enquanto caminha.
dem não perceber a presença da moto em
nesse período as ocorrências se mutiplicaram e • Não usar o celular ao subir e descer es- “pontos cegos”. • Se a pista estiver molhada, lembre-se que
chegaram a aumentar oito vezes. cadas.
• Evite andar nas filas entre os carros. é necessária uma maior distância para frear.
Segundo estudos, digitar, ler, falar e usar o fone • Não usar o celular ao entrar e sair de ele-
• A antena “corta-pipa” é fundamental para • O uso do capacete é obrigatório em qual-
de ouvidos enquanto caminha compromete a vadores
evitar acidentes com cerol. quer deslocamento de moto, tanto para o
atenção do pedestre em até 80%. De acordo
Além dos cuidados para a prevenção de aciden- motorista quanto para passageiros. A visei-
com especialistas, o risco de caminhar e usar o
tes , é muito importante fazer bom uso do celular • Nunca passe por cima de chapas de ra do capacete deve ser mantida fechada
celular ao mesmo tempo é tão grande quanto
no ambiente de trabalho, para melhorar o con- aço usadas para tapar buracos. Elas são durante o trajeto e sempre deve ser trocada
o de dirigir utilizando o aparelho. Outro estudo
vívio entre os colaboradores. É fundamental ter escorregadias e podem causar quedas e quando estiver arranhada.
da Universidade Stony Brook, de Nova Iorque,
bom senso nos momentos em que utilizar o celu- acidentes.
descobriu que as pessoas distraídas chegam a • Os retrovisores devem estar limpos e bem
desviar até 61% da rota enquanto mandam uma lar e estar sempre consciente para que isso não • Tenha cuidado ao frear sobre sinalizações posicionados para aumentar o campo de
mensagem. interfira no seu desempenho profissional. Abaixo pintadas como a faixa de pedestres. A tinta visão do piloto.
estão algumas dicas para a utilização do celular faz com que o local se torne mais escorre-
Ao usar o celular em paralelo com outra ativida- em ambientes de trabalho: • Evite ultrapassagem em curvas, faixas
gadio e pode causar quedas.
de, a nossa mente se afasta da tarefa, mas conti- contínuas, subidas ou descidas, pontes ou
nuamos executando-a mecanicamente. Essa ati- • Tenha consciência do volume da sua voz. • Use roupas de proteção e de cores cla- durante a chuva ou neblina.
tude potencializa a probabilidade de acidentes. • Não atenda ao celular durante reuniões. ras para ser visto por outros motoristas du-
A audição e a visão são muito importantes para rante a noite. Por estar sobre duas rodas apenas, a frenagem das
manter o foco e a atenção nas atividades do dia • Respeite áreas de silêncio. motos apresenta características diferenciadas. Em
• Sinalize as manobras com antecedência. motocicletas, o freio dianteiro deve ser acionado
a dia. Quando realizamos atividades como en- • Atenda apenas às chamadas realmente
viar mensagens, acessar a internet e as redes so- • Diminua a velocidade em cruzamentos, com mais ênfase, cerca de 70%, em relação ao
importantes.
ciais ou até mesmo ouvir música com os fones de mesmo que você tenha preferência. traseiro. O papel da roda traseira é equilibrar o veí-
ouvido, comprometemos a percepção do risco e • Desative os alertas sonoros. culo durante a frenagem. Siga as recomendações
• Evite disputas com veículos maiores, pois o de segurança e seja um motociclista cauteloso,
aumentamos a possibilidade de acidentes que Seja atencioso em todos os momentos, colabore
motociclista sempre fica mais exposto. preservando a sua vida e a de terceiros.
incluem atropelamentos, quedas em escadarias, para o acidente zero!

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Trânsito • Parte II • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte II • Trânsito

Segurança nas viagens de férias 3. Verifique se todas as luzes funcionam per-


feitamente
7. Respeite os limites de velocidade
Nunca se deve dirigir acima dos limites per-
É recomendável ter a certeza de que to- mitidos por lei e também é recomendável
das as lâmpadas externas (faróis, lanternas, dar uma “tirada de pé” em caso de tempo
luzes de freio, sinalizadores de direção, de chuvoso.
marcha à ré e da placa de licença) estão
8. Mantenha distância do veículo à frente
funcionando, pois elas são fundamentais
para a segurança, especialmente em traje- Jamais pense em colar na traseira dos ou-
tos com condições de visibilidade precária, tros carros, e em caso de pista molhada
como neblina em trechos de serra. fique atento para aumentar a distância, fa-
vorecendo o tempo de frenagem.
4. Mantenha os pneus bem calibrados
Não se esqueça de calibrar os pneus, inclu-
sive o estepe. Outra recomendação é não
deixar de levar ferramentas e o triângulo de
segurança no porta-malas do automóvel.
5. Acomode bem as bagagens
Em um acidente, um objeto solto na cabine
tem o seu peso multiplicado 25 vezes quan-
do arremessado. Por isso, leve as bagagens
apenas no porta-malas. Evite sobrecarregar
o carro. O peso extra faz com que o tem-
po de frenagem seja maior e a aceleração
seja menor, aumentando o risco nas ultra-
passagens.

Nunca dirija colado na traseira de outros carros.

9. Não faça ultrapassagens arriscadas


Férias! Palavra que renova o ânimo e traz a opor- 2. Planeje o trajeto que vai fazer antes de sair
tunidade de vivenciar momentos de diversão e Jamais ultrapasse pela direita e sempre uti-
Planejar a viagem é outro passo importan- lize as setas para mostrar a sua intenção
tranquilidade com toda a família. O clima é de
te para evitar imprevistos indesejáveis. Antes para outros motoristas. Em vias de mão
alegria com os preparativos da viagem, mas será
de pegar a estrada, verifique a documenta- dupla, respeite a indicação da faixa de di-
que você não se esqueceu de checar todos os
ção do veículo e do condutor. Procure sa- visão. Mesmo seguindo essas dicas, certifi-
itens de segurança antes de viajar?
ber se existem postos de abastecimento e que-se do mais importante: somente ultra-
É importante lembrar que o comportamento se- restaurantes no seu trajeto. passe caso você se sinta seguro.
guro é uma atitude de vida, seja no trabalho, em
casa ou em outros destinos. Quem planeja viajar Em caso de dúvidas, consulte o técnico de Segu-
de carro ou de moto durante o período de fes- rança de sua localidade.
tas ou nas férias de verão deve seguir algumas
regras básicas para ter certeza de que fará uma Leve as bagagens somente no porta-malas.
viagem segura.

6. Siga os procedimentos básicos de segu-


Quais recomendações de segurança devo seguir? rança
1. Realize a manutenção preventiva Se a viagem for de moto, já prepare os
Não deixe de cumprir os prazos de manu- equipamentos de segurança: capacete,
tenção do veículo que constam no manual calças e jaquetas confeccionadas em te-
do proprietário. Sistema de freios, direção, cido grosso ou couro, calçados fechados e
motorização, iluminação, arrefecimento, luvas. O capacete precisa estar dentro do
ventilação, desgaste dos pneus, alinha- prazo de validade. A viseira também exige
mento e balanceamento são algumas das atenção, pois precisa estar sempre limpa e
verificações periódicas obrigatórias. O planejamento é essencial antes de cada viagem. sem riscos.

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Trânsito • Parte II • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte II • Trânsito

Manutenção e vistoria de pneus rém eles não fazem parte desse processo.
Geralmente, a recapagem é feita a “frio”,
e fará o processo de vulcanização. Ocor-
re em um ambiente com temperatura por
com temperatura de vulcanização entre volta de 150°C. É chamado de processo “a
110°C e 120°C. quente”, pois apresenta uma temperatura
maior que a recapagem. Esse processo vai
de ombro a ombro do pneu.
• Remoldagem - Processo de reforma de
pneus que retira a banda antiga e raspa as
laterais do pneu (costado). Na sequência,
é aplicada uma nova manta de borracha
sobre todo o pneu. Esse conjunto de manta
de borracha e pneu vai para um forno que
modela o desenho final da banda e das la-
terais do pneu também. É um processo que
reforma de talão a talão.

Muitos colaboradores que trabalham com veícu- tões referentes a reformas em pneus. A lei passou a A reforma de pneus é uma prática que contribui
los precisam se conscientizar sobre a importância valer a partir de outubro de 2017 em todo o territó- para a sustentabilidade financeira das frotas, atu-
dos pneus para a segurança de todo o equipa- rio nacional e estabelece os parâmetros mínimos almente. Além do custo mais alto de substituir um
mento. Os pneus são o único elemento do veículo para que pneus reformados sejam liberados para pneu sempre que houver desgaste, a reforma ain-
que tem contato direto com a estrada e, quando uso nas vias públicas. da garante um retorno ambiental, com 80% a me-
estão em mau estado de conservação, podem nos de CO² que seria gerado pela produção de
Segundo as novas regras, pneus em reúso preci- um pneu novo. Pneus reformados têm se mostrado
gerar acidentes graves. A utilização de pneus ajus-
sarão conter um Selo de Identificação de Con- uma solução eficiente para as frotas de veículos e
tados ao veículo, bem como a sua manutenção
formidade do Instituto Nacional de Metrologia, garantem economia e sustentabilidade, mas vale
regular, é uma forma de garantir a segurança de
Qualidade e Tecnologia (INMETRO), que atesta a informar que a legislação brasileira proíbe o uso
todos os que transitam por estradas. Isso inclui vis-
manutenção de sua qualidade mediante análises de pneus reformados em motocicletas e a utiliza-
torias para verificar se não há rachaduras ou bo-
com os produtos reformados. Nesse selo devem ção de pneus reformados por qualquer processo
lhas e calibragens constantes na peça.
constar o tipo de reparo, a data do conserto e o em ônibus.
Na escolha do pneu correto para o veículo, é reco- número de reformas já efetuadas, além das tradi-
mendável olhar o manual para encontrar as medi- cionais indicações de uso e velocidades a serem
das recomendadas para o modelo do automóvel. obedecidas.
É notório que o uso de pneus novos é sempre mais
recomendado, pois utilizam borracha e estrutura
novas, e são mais seguros em qualquer condi- Você sabe a diferença entre recapagem, recau-
ção. No entanto, no mercado atual também são chutagem e remoldagem? Confira abaixo: • Recauchutagem - Recauchutar um pneu
encontradas outras soluções como pneus recau- é o ato de também raspar a banda anti-
• Recapagem - Recapar um pneu significa ga e aplicar uma nova manta de borracha
chutados, recapados e remoldados, que também
raspar a banda de rodagem antiga e apli- sobre a carcaça (camelback). O produto
podem ser uma opção segura para o veículo.
car uma nova banda somente no topo do será enviado para uma prensa que dará
Por meio da Portaria 554, de 29 de outubro de 2015, pneu. A nova banda de rodagem começa a forma da banda de rodagem definitiva
o INMETRO passou a regulamentar todas as ques- de um ombro do pneu e vai até o outro, po-

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Trânsito • Parte II • Manual de Segurança

Respeite o ciclista no trânsito

A educação no trânsito não consiste em apenas • É obrigatório ao motorista respeitar a dis-


decorar placas e regras, mas também em apren- tância mínima de 1,5 m ao ultrapassar ci-
der a conviver de maneira pacífica com os outros clistas. Tirar “finos” dos ciclistas pode assus-
usuários, como pedestres, ciclistas, motociclistas, tá-los e provocar quedas ou acidentes mais
motoristas e caminhoneiros, de forma pacífica. O graves.
bom convívio entre os usuários do trânsito é uma
• Não use buzinas para alertar ciclistas, pois
das melhores formas de evitar conflitos e aciden-
eles percebem a presença do carro através
tes. Quando se fala em motoristas e ciclistas, essa
do som do motor. A buzina pode intimidar
regra é fundamental para um trânsito mais seguro.
o ciclista, levando-o a atitudes imprevisíveis.
Segundo o Código Brasileiro de Trânsito (CTB),
• Respeite a preferência do ciclista ao fazer
as bicicletas, por sua maior fragilidade, têm pre-
a conversão em alguma via. Se o motoris-
ferência diante dos carros. Nesse convívio, cabe
ta estiver atento, ele pode desacelerar aos
aos motoristas a maior dose de cuidado e res-
poucos o veículo para permitir que o ciclis-
ponsabilidade. A regra é clara e define que veí-
ta cruze a via em segurança.
culos maiores devem proteger veículos menores.
Além de conhecer bem as leis e respeitá-las, os • Não ultrapasse o ciclista em alta velocida-
motoristas precisam praticar gentilezas e manter de, porque isso pode desequilibrá-lo.
a boa educação, promovendo a convivência
• Tenha cuidado e muita atenção ao mu-
harmoniosa.
dar de faixa, sair de imóveis ou estaciona-
mentos e abrir a porta do carro. O uso dos
retrovisores é essencial.
• Sempre utilize o pisca-pisca. A comunica-
ção entre os usuários da via é feita através
dessa sinalização. Não há como o ciclista
ou o pedestre preverem as mudanças dos
veículos.
• Em situações adversas de luz, dirija deva-
gar e com a atenção redobrada. Regule
corretamente os faróis e nunca dirija com
eles apagados ou com defeito. Nunca dê
a partida sem ter o campo de visibilidade
completo. Os ciclistas podem estar em pon-
tos cegos.
No convívio entre motoristas e ciclistas, cabe aos
primeiros a maior dose de cuidado.

Abaixo estão reunidas algumas orientações que


precisam ser praticadas para melhorar a convi-
vência com ciclistas nas vias urbanas:
• Os ciclistas circulam pelo lado direito. Evite
trafegar muito próximo ao meio-fio e preju-
dicar o espaço da bicicleta.
• Ao conduzir, crie o hábito de prever situa-
ções e locais de perigo, a exemplo de com-
plicações em um cruzamento, de ciclista na
contramão e pedestres que saem em frente
ao veículo. Dirigir defensivamente significa
completar o percurso sem desrespeito às
normas e regras de trânsito. Não ultrapasse o ciclista em alta velocidade.

62 | COELBA • 2019
Manual de Segurança • Parte III • Eletricidade

Procedimentos para desenergizar redes MRT

As redes de distribuição Monofilares com Retorno acusará a presença da alta tensão no pé do


por Terra (MRT) são sistemas monofásicos (fase poste, apresentando um risco elevado de cho-
+ neutro) construídos com transformadores que que elétrico. Nesses casos, é preciso desenergizar
possuem apenas um terminal de fase de alta o trafo, abrir a chave-fusível e o para–raios, aplicar
tensão, sendo o retorno (cabo neutro) efetuado as regras de ouro e verificar o aterramento.
através de um terminal conectado ao sistema de
Para iniciar o uso do aparelho, é necessário ligar
aterramento.
e pressionar o botão de teste. Os sinais luminosos
A grande dispersão das unidades consumidoras e sonoros intermitentes deverão iniciar, indicando
em regiões rurais e a baixa potência típica das que o equipamento está operando corretamente
cargas fazem com que o fornecimento de ener- e pronto para ser utilizado. Conecte o equipamen-
gia para consumidores rurais, geralmente, precise to na vara ou no bastão de manobra, utilizando
de longos ramais e da utilização de transforma- o cabeçote universal e leve o equipamento até
dores monofásicos com potências entre 5 a 15 o aterramento a ser testado (por contato). Fique
kVA. Nas zonas rurais, raramente são necessários atento para as seguintes situações:
sistemas trifásicos para atender às necessidades
• Se o aterramento estiver rompido ou com
de energia elétrica dos consumidores. As princi-
problemas, o equipamento vai emitir sinais
pais características do sistema MRT são:
luminosos e sonoros intermitentes, informan-
• Utilização de apenas um condutor-fase. do uma diferença de potencial elevado no
local e um alto risco de choque elétrico.
• Postes sem cruzetas e ferragens associadas.
• Se o aterramento estiver íntegro, o equipa-
• Simplificação da construção, permitindo
mento não vai emitir nenhum tipo de sinal,
maior rapidez e menores custos.
garantindo a segurança do eletricista.
• Utilização de estações transformadoras
mais simples e baratas, pois os transforma-
dores têm somente uma bucha de alta ten-
são e exigem, portanto, um único para-raios
e uma chave monofásica.
Um bom aterramento é fundamental para garan-
tir o funcionamento do sistema MRT.
Para a realização da atividade de inspeção dos
sistemas MRT, é imprescindível realizar o teste de
ausência de tensão no aterramento, verificando
se o aterramento não está rompido. Caso o ater-
ramento esteja rompido, o detector de tensão

Monofásico com Retorno pela Terra (MRT) Este equipamento permite detectar com total se-
gurança a presença de tensão a partir de 1 kV. É
Média tensão Baixa tensão
obrigatório sempre testar o perfeito funcionamen-
to do equipamento, antes e depois do seu uso.

PARTE III
Para Raio

Transformador

Detector de tensão

64 | COELBA • 2019 2019• COELBA | 65


Eletricidade • Parte III • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte III • Eletricidade

Técnicas adequadas de utilização e seleção Os cabos que compõem os jumpers temporários


são extremamente flexíveis, mesmo em tempera-
Deve ser observada e analisada, em conjunto
com o Centro de Operações (COD/COS), a cor-
do jumper temporário (bypass) turas baixas, e têm combinações de coberturas
e isolamento resistentes à abrasão, óleo, calor e
rente existente no circuito, selecionando o jumper
temporário adequado. Veja mais informações na
umidade. O condutor é composto de filamentos tabela abaixo.
O jumper temporário, também conhecido como Outro tipo muito utilizado na manutenção em re- de cobre extraflexíveis.
bypass, é um equipamento utilizado para desviar des de distribuição é o jumper temporário para
a corrente e a tensão dos equipamentos. Atuan- a bucha de transformador, também conhecido
do como derivação temporária de energia, esse como “algema”. Esse equipamento é utilizado Cabos proetegidos para 15kV
recurso se tornou uma prática usual nas interven- para a substituição e/ou o reparo de componen-
ções em instalações energizadas, podendo ser tes instalados entre as buchas do transformador Seção nominal Bitola do cabo O nominal condu- Capacidade máxi- Peso aproximado
executado pelo método à distância, com o au- e a rede, em procedimento à distância ou pelo (mm2) (AWG) tor de cobre (mm) ma de corrente (A) (kg)
xílio de bastões de manobra, ou pelo método de método de contato. 35 2 8 200 0,77
contato. 50 1/0 10 260 1,40
Conforme estabelece o item 10.7.8 da Norma
O dispositivo bypass é utilizado quando tem que Regulamentadora NR-10, o jumper temporário 70 2/0 12 300 1,70
ser feita a manutenção ou a substituição dos deve ser submetido a testes elétricos ou ensaios 95 4/0 15 400 2,35
equipamentos ou componentes da estrutura do de laboratório periódicos, obedecendo às espe-
poste, servindo como medida de segurança para cificações do fabricante e aos procedimentos da
os funcionários envolvidos no processo. Os jum- empresa, e na ausência desses, anualmente.
Dupla isolação e a instalação da outra extremidade com total
pers temporários protegidos mais utilizados são
Para a segurança de todos, o trabalhador deve segurança.
os de bitola de 35 mm², 50 mm², 70 mm², 95 mm². É importante observar que a proteção isolante
verificar a corrente existente no circuito antes de
desse cabo deve ser considerada apenas para Sua fixação ao condutor é feita através do gram-
Os jumpers temporários são compostos por cabos selecionar o jumper temporário (cabo) para rea-
eventuais contatos acidentais de fase-fase ou fa- po de torção com o parafuso olhal.
protegidos e grampos (isolados e não isolados) e lizar a atividade, registrando essa informação na
se-terra. O contato prolongado deve ser evitado
podem ser adquiridos sepados ou completos. Análise Preliminar de Risco (APR).
com o uso de coberturas adicionais, por meio da
dupla isolação.
As atividades de linha viva devem ser precedi-
das de dupla isolação. Para o jumper temporário,
deve ser utilizada, preferencialmente, a cobertura
flexível sobre o mesmo.

Instalação de jumper temporário


Nas atividades com rede de MT energizadas que
necessitem o uso de jumper temporário, é obri-
gatório o uso do suporte isolado, conforme es-
tabelece o PRO.DISTRIBU-ENGE-0019 Manual de
Procedimentos Operacionais Padrão - Rede de
Distribuição até 34,5 kV - Utilizando Linha Viva.
Veja como proceder:
Nota 1: Em caso de apenas 01 cesta aérea, o ele-
tricista deverá utilizar obrigatoriamente o suporte
isolado.
Nota 2: Em caso de cestas aéreas de dois cestos,
os eletricistas poderão instalar o jumper temporá-
rio simultaneamente, não sendo necessário o uso
do suporte isolado.
O suporte isolante é indispensável para a instala-
ção do jumper temporário em redes energizadas.
Esse material suporta uma das extremidades do
jumper sem energizá-lo, permitindo o manuseio

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Eletricidade • Parte III • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte III • Eletricidade

Cuidado com o efeito chaminé ou sino Guardião da Vida: um aliado para a sua
proteção no trabalho
Com o intuito de garantir a segurança e a saúde • Os botões ou velcros da roupa devem es- Guardião da Vida é a denominação de qualquer visão da equipe. Todos os envolvidos na tarefa
dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, li- tar completamente fechados. profissional que exerce as suas atividades ope- deverão estar cientes, previamente, de quem é o
dam com instalações elétricas e serviços de eletri- racionais no Grupo Neoenergia designado para Guardião da Vida da sua equipe.
• Não colocar ou retirar os EPIs enquanto
cidade é de suma importância o uso das camisas supervisionar a atividade de outro profissional,
estiver em um ambiente potencialmente ex- O Serviço Especializado em Engenharia de Segu-
do tipo Retardante ao Fogo (FR) por dentro das visando à segurança do trabalho de quem está
plosivo, com riscos de chamas ou de arco rança e Medicina do Trabalho (SESMT), juntamen-
calças durante a execução das atividades. Quan- executando a atividade e de terceiros. É uma atri-
elétrico. te com os líderes operacionais, faz a indicação dos
do essas camisas são utilizadas por fora da calça buição inerente à execução de todas as ativida-
multiplicadores para o treinamento específico de
pode ocorrer o chamado efeito chaminé ou sino, • Caso as roupas sejam impregnadas com des operacionais. Somente os profissionais devida-
Guardião da Vida. A indicação do guardião em
provocado pela propagação da energia inciden- materiais contaminantes ou inflamáveis, re- mente capacitados e autorizados podem exercer
uma equipe não se limita apenas a um integrante
te (calor) por baixo da camisa FR. comenda-se que elas passem pelo proces- essa atribuição.
nomeado e não pode exceder a 50% do número
so adicional de lavagem para que haja a
A maneira adequada de utilizar essa vestimenta é O procedimento de Guardião da Vida se aplica de componentes da equipe.
remoção total dessas substâncias.
demonstrada na foto abaixo. Dessa forma, há maio- a toda força de trabalho do Grupo Neoenergia,
Para desempenhar a função de Guardião da
res chances de recuperação do eletricista após o • É de responsabilidade do usuário do EPI incluindo as de contrato temporário.
Vida é preciso: ter autonomia; ser um exemplo; ter
acidente, devido à redução das queimaduras pela ler as instruções de uso nas embalagens
Na equipe, o Guardião da Vida será sempre o líder um comportamento preventivo; ter atitude; ser co-
propagação do calor por debaixo da camisa FR. e examinar o estado do produto antes de
responsável pelo grupo e pelos componentes sob municativo; ser responsável; ter senso de organiza-
cada uso, para verificar se a vestimenta
a sua supervisão. O colaborador que ocupar essa ção; ter boa relação interpessoal e saber trabalhar
está em boas condições para ser usada.
função deve considerar a distância-limite ao seu em equipe.
campo de visão e a fácil comunicação entre os
Em rede desenergizada, sem perigo de energi-
colaboradores.
Como identificar os tipos de queimaduras zação acidental, o Guardião da Vida pode ser
Nos casos em que o serviço a ser realizado ultra- qualquer colaborador que atenda aos seguintes
As lesões causadas por eletricidade (arcos elétri-
passe o campo de visão do Guardião da Vida e requisitos:
cos) em qualquer parte do corpo são classifica-
dificulte a comunicação entre os colaboradores,
das como: • Possuir treinamento de resgate em altura
será determinada mais de uma pessoa para essa
(NR-35).
• Queimaduras de 1º grau — Têm aspecto função, dividindo as responsabilidades de super-
de vermelhidão. As lesões aparecem nas • Ser autorizado pela empresa (Ordem de
camadas superficiais da pele, danificando Serviço).
a epiderme.
• Possuir EPI e EPC necessários para realizar
• Queimaduras de 2º grau — A pele fica o resgate em altura.
avermelhada e há o aparecimento de bo-
• Possuir treinamento de NR-10 básico e SEP.
lhas. As lesões ocorrem nas camadas mais
profundas da pele, ou seja, na epiderme e • Possuir treinamento dos POPs para ativida-
na derme. des comuns.
Colaborador em campo utilizando a vestimenta
de maneira correta. • Queimaduras de 3º grau — Caracteri- • Estar consignado no ASO, com aptidão
zam-se pela ocorrência de lesões em to- para o trabalho em altura.
das as camadas da pele, ocasionando a
Em rede energizada ou com possibilidade de
destruição de tecidos, incluindo gordura,
Dicas de como usar corretamente a vestimenta FR: energização acidental, o Guardião da Vida deve
músculos e até o tecido nervoso.
atender aos requisitos especificados no item an-
• Verificar a classificação apropriada resis- • Queimaduras de 4º grau — São gravíssi- terior e possuir competência técnica para a atu-
tente a chamas. mas, podendo atingir até os ossos e destruir ação em rede energizada. Em atividades que uti-
• A roupa deve cobrir os pulsos (mangas), completamente os tecidos. Em geral, são lizam técnicas de linha viva, o Guardião da Vida
os tornozelos (calças) e a cabeça (capuz - causadas por acidentes com eletricidade. deve estar capacitado, também, no curso de for-
para atividades em ambientes fechados e/ mação de linha viva.
Todo cuidado é pouco quando o assunto é ele-
ou cubículos). tricidade. Por isso, siga as dicas e orientações de Considerando a quantidade de colaboradores
• As camisas devem estar por debaixo das segurança, muito úteis para prevenir acidentes e e de serviços executados, o papel do Guardião
calças. ocorrências de difícil controle que podem ser evi- da Vida é fundamental para que sejam evitados
tadas ou minimizadas. acidentes, sem esquecer que a segurança é obri-
• As roupas não devem ser usadas quando gação de todos os envolvidos nas atividades do
estiverem rasgadas, descosturadas e não Responsável pela informação: Gerência de Saú- O Guardião da Vida está sempre atento aos outros grupo COELBA Neoenergia.
higienizadas. de e Segurança COELBA colaboradores, visando à segurança de todos.

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Eletricidade • Parte III • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte III • Eletricidade

Saiba como conservar os EPIs isolantes Procedimentos para reduzir incidentes em


redes de distribuição
Saber conservar os nossos instrumentos de traba- Em relação à estocagem, esses dois tipos de EPIs No início do mês de abril de 2018, duas equipes ramento temporário que garantirá a segurança
lho é uma atitude que gera benefícios para to- devem ser armazenados do seguinte modo: da nossa força de trabalho foram designadas necessária à execução das atividades.
dos, garantindo a integridade dos materiais e o para realizar um serviço de substituição de postes
a) No almoxarifado: acondicionadas em Em operações realizadas em locais de redes
seu bom uso, além de minimizar o seu desgaste. e recondutoramento da rede de média tensão,
caixas de papelão, com o lado da etiqueta energizadas é imprescindível desenergizar a área
É obrigatório o fornecimento dos Equipamentos em Salvador. Ao chegar ao local, a equipe foi di-
para fora. na qual será desenvolvida a atividade. De acordo
de Proteção Individual (EPIs), entretanto, é preciso vidida em dois grupos, sendo o primeiro respon-
com critérios estabelecidos pela NR-10, somente
que cada colaborador tenha o cuidado com a b) No veículo: acondicionadas em uma sável pelo seccionamento da rede e o segundo
serão consideradas desenergizadas as instala-
sua conservação. bolsa de lona apropriada. Nunca acondi- com a incumbência de fazer o aterramento do
ções elétricas liberadas para trabalho mediante
cioná-las junto a ferramentas de trabalho e sistema. Após a realização da secção da rede, o
As luvas e mangas isolantes são destinadas às os procedimentos apropriados, obedecida a se-
materiais de aplicação em campo. primeiro grupo comunicou e autorizou o segun-
atividades em que existe o contato com uma fon- quência abaixo:
do grupo a iniciar os procedimentos necessários
te energizada ou a possibilidade de energização, c) Em locais livres de ozônio, produtos quí-
para o aterramento do sistema. No momento em • Seccionamento da rede.
a fim de proteger contra choques elétricos. Não micos, óleos, solventes, vapores prejudiciais,
que a atividade era realizada, ocorreu um inci-
existe validade definida por norma para esses fumos e descargas elétricas. • Impedimento de reenergização.
dente que fez com que o alimentador operasse,
EPIs e a orientação geral é realizar os testes de
d) Fora da ação direta e afastadas da irra- com o religamento automático. O incidente ocor- • Constatação da ausência de tensão.
rigidez dielétrica, o que garante a segurança dos
diação de qualquer fonte de calor. reu porque a chave “corta-circuito” da derivação
usuários enquanto esses equipamentos estive- • Instalação de aterramento temporário com
e) Guardadas em locais de temperatura apresentava desgaste, o que gerou uma fuga de a equipotencialização dos condutores dos
rem aprovados nos testes.
ambiente não superior a 35ºC. corrente na rede MT, quando esta deveria estar circuitos.
totalmente desenergizada.
f) Não devem ser dobradas, enrugadas,
comprimidas nem submetidas a qualquer O incidente indica que houve erros que poderiam
situação que possa causar o seu alonga- ter sido evitados: o não cumprimento do modo
mento ou compressão. operante durante a execução da atividade e a
falha pela não realização do teste de ausência
de tensão.
Realizar o teste de ausência de tensão é uma das
regras de ouro a ser cumprida por colaboradores
que operam em redes energizadas. Para isso, é
utilizado o detector de tensão. Esse equipamento
permite detectar com total segurança a presen-
ça de tensão a partir de 1 kV.

Para aprimorar e reforçar a importância de re-


A Norma Regulamentadora NR06 – EPI diz que
alizar essas atividades antes de operações em
cabe ao empregador quanto ao EPI: adquirir o
redes energizadas, estabelecemos um procedi-
item adequado ao uso de cada atividade; exigir
Para higienizar as luvas e mangas isolantes, ao fi- mento próprio conhecido como SALVA. São cinco
o seu uso; orientar e treinar o trabalhador sobre o
nal de cada jornada de trabalho, elas devem ser regras de ouro para a segurança do trabalhador,
uso adequado, a sua guarda e conservação.
lavadas com sabão tipo neutro e colocadas para que devem ser seguidas rigorosamente por todos
A referida Norma NR06 – EPI define que é respon- os colaboradores:
secar na sombra.
sabilidade do empregado quanto ao EPI: usá-lo,
Antes de sair a campo para a atividade, diariamen- 1º - Sinalize e isole a sua área de trabalho.
utilizando-o apenas para a finalidade a que se
te, deve ser realizado um teste no inflador para as destina; responsabilizar-se pela sua guarda e 2º - Realize a abertura das chaves corta-cir-
luvas, além verificá-las visualmente antes e depois conservação; comunicar ao empregador qual- cuitos e retire os cartuchos.
de cada serviço para checar se elas estão intactas. quer alteração que o torne impróprio para o uso;
3º - Bloqueie mecanicamente as fontes de
O intervalo máximo entre as inspeções das lu- e cumprir as determinações do empregador so-
tensão e sinalize com placas.
vas e das mangas não deve exceder o período bre o uso adequado.
A utilização do detector de tensão é indispensá-
de seis meses para as luvas utilizadas em contato 4º - Realize o teste de ausência de tensão.
O EPI é indicado para proteger o colaborador da vel nos serviços de manutenção das instalações
direto com circuitos energizados, e doze meses exposição a riscos, portanto, cuide bem desse ins- elétricas para que o eletricista confirme se o local 5º - Instale os conjuntos de aterramento
para as luvas não distribuídas ou utilizadas em trumento destinado a preservar a sua segurança de trabalho está desenergizado. Somente assim temporário nos circuitos primários e secun-
contatos indiretos. pessoal. poderá ser feita a instalação do conjunto de ater- dários.

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Eletricidade • Parte III • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte III • Eletricidade

Procedimento para a desenergização de circuitos elétricos Como fechar corretamente a chave-fusível

A desenergização das instalações elétricas, asso- c) Constatação da ausência de tensão: é a verifi- No final de 2017, um dos nossos colaboradores Para realizar o fechamento da chave-fusível é ne-
ciada às cinco regras de ouro, é um procedimen- cação da ausência de tensão nos condutores do se acidentou quando realizava o fechamento da cessário:
to que visa controlar os riscos de trabalho com circuito elétrico. chave-fusível. Durante a atividade, o fusível se sol-
• Estender o bastão e acoplar o dispositivo no
eletricidade, protegendo o trabalhador de um tou do cabeçote do bastão de manobra e caiu,
olhal superior do cartucho.
possível contato com partes energizadas e a sua atingindo-o no rosto e causando lesões no super-
consequente morte por descarga elétrica. cílio e no nariz do colaborador. A partir desse aci- • Pressionar a haste móvel com um movimen-
dente, podemos tirar lições para que situações to lateral até o fechamento da mesma.
As instalações elétricas só são consideradas de-
como essa não se repitam mais.
senergizadas e seguras para o trabalho após a • Realizar o fechamento da chave (fotos 5
realização do procedimento completo descrito a A situação foi resultado do não cumprimento do e 6).
seguir. modo operante durante a execução da atividade
de fechamento da chave, além do posicionamen-
a) Seccionamento: é o ato de promover a des-
to inadequado para a execução da atividade.
continuidade elétrica total, obtida mediante o 5. 6.

acionamento de um dispositivo apropriado. Para prevenir esse tipo de ocorrência, é muito impor-
A faixa de tensão do detector deverá estar de tante cumprir o procedimento operacional voltado
acordo com a tensão do circuito elétrico a ser para a execução desse tipo de atividade. Para rea-
testado. lizar a instalação do cartucho, é necessário:
d) Instalação de aterramento temporário: cons- • Acoplar o cartucho ao cabeçote e esten-
tatada a ausência de tensão, deverão ser insta- der o bastão.
lados os conjuntos de aterramento, tantos quan- • Instalar o cartucho na base da chave (fo-
to forem necessários, em pontos adjacentes ao • Retirar o dispositivo do cartucho, girando
tos 1 e 2).
local de trabalho. Os condutores deverão ser o bastão de manobra em torno do seu eixo
conectados à haste-terra do conjunto de aterra- de forma que o DAQC se apoie no cartu-
mento temporário e deverá ser realizada a equi- cho, forçando-o para dentro, contra a cha-
1º- Abrir a chave mais próxima à do meio. 1. 2.
potencialização das fases, a fim de formar a cha- ve, até a liberação total da haste móvel
2º - Abrir a chave mais afastada do meio. mada zona protegida. do DAQC (foto 7). O movimento do DAQC
contra o cartucho dificulta a abertura aci-
3º - Abrir a chave do meio.
dental da chave, caso ela mesma esteja
desregulada, e facilita a abertura da haste
b) Impedimento de reenergização: é o estabele- móvel.
cimento de condições que impedem a reenergi-
zação do circuito ou equipamento, assegurando 7.
ao trabalhador o controle do seccionamento. No • Retirar o dispositivo do cartucho, girando
caso das chaves-fusíveis, o bloqueio caracteriza- o bastão de manobra em torno do seu eixo,
-se pela retirada dos cartuchos. no sentido da base, até a liberação total da
haste móvel do Dispositivo Antiqueda de Car-
tucho (DAQC) - (fotos 3 e 4).

e) Instalação da sinalização de impedimento de 3. 4.

energização: destinada à advertência e à identifi-


cação do circuito desenergizado. Instalar a placa
de sinalização “Não opere este equipamento” em
local visível e próxima aos dispositivos de seccio-
namento.
Seguir o passo a passo do procedimento de
desenergização, com cautela e atenção plena,
é fundamental para evitar o risco de acidentes
Após o seccionamento, o cartucho da chave-fu- causados pela descarga elétrica, que podem
sível deverá ser retirado. causar lesões graves e até levar a óbito.

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Eletricidade • Parte III • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte III • Eletricidade

Operação em rede desenergizada exige cuidados Realizar o teste de ausência de tensão é uma das
regras de ouro a ser cumprida por colaboradores
que planejam operar em redes desenergizadas,
e para isso é utilizado o detector de tensão. Esse
equipamento permite detectar com total segu-
Uma equipe foi designada para a realização de Com o intuito de aprimorar e reforçar a importân- rança a presença de tensão a partir de 1 kV.
adição de fase. Ao chegar ao local, os encarrega- cia de realizar essas atividades antes de opera-
dos se dividiram para realizar a tarefa e enquanto ções em redes desenergizadas, foi estabelecido Sua utilização é indispensável nos serviços de ma-
o primeiro ficou no local onde seria realizada a um procedimento próprio conhecido como SAL- nutenção das instalações elétricas, para permitir
operação (Ponto B), o segundo se dirigiu para o VA. São cinco regras de ouro para a segurança que o eletricista tenha a certeza de que o local
local onde seria realizado o seccionamento da do trabalhador, que devem ser seguidas rigorosa- de trabalho está desenergizado, possibilitando,
rede no intuito de desenergizá-la (Ponto A). Um mente por todos os colaboradores: assim, a instalação do conjunto de aterramento
supervisor autorizou o seccionamento para o en- temporário que garantirá a segurança necessá-
1º - Sinalize e isole a sua área de trabalho. ria à execução das atividades.
carregado do ponto A. O supervisor dirigiu-se ao
encarregado do ponto B (adição de fase), que 2º - Realize a abertura das chaves corta-cir- Para iniciar o uso do aparelho, é necessário ligar
lhe perguntou, de forma genérica, se estava libe- cuitos e retire os cartuchos. e pressionar o botão de teste. Os sinais luminosos
rado e recebeu, de forma genérica, um “sim”. A e sonoros intermitentes deverão iniciar, indicando
3º - Bloqueie mecanicamente as fontes de
partir dessa informação, o encarregado informou que o equipamento está operando corretamente
tensão e sinalize com placas.
ao eletricista que ele poderia iniciar a atividade. e pronto para ser utilizado.
O eletricista escalou o poste e tocou na rede, re- 4º - Realize o teste de ausência de tensão.
cebendo a descarga elétrica que causou o seu 5º - Instale os conjuntos de aterramento
óbito. temporário nos circuitos primários e secun-
Em relação aos aspectos que levaram a esse gra- dários.
ve desfecho, podem ser observados os seguintes Além dos procedimentos de desenergização de
pontos: rede expostos acima, para evitar acidentes nesse
• Falha de comunicação entre os encarre- tipo de operação, é fundamental agir da seguin-
gados e o supervisor. te forma:
• Não cumprimento do procedimento ope- • Ser claro e objetivo nas comunicações
racional estabelecido entre os encarrega- para evitar equívocos e falsas interpretações.
dos para a execução da atividade. • Planejar adequadamente os recursos,
• Não cumprimento das 5 regras de ouro avaliando a equipe, o cenário, as condi-
(SALVA) para a realização de operações ções do tempo, o horário da execução (evi- É importante ter os cuidados a seguir:
em redes desenergizadas. tar o final de expediente) e o dia da execu- • Evite choques ou baques que podem da-
ção (evitar dia anterior a feriados). nificar o equipamento.
• Falha na função do padrinho. Conecte o equipamento na vara ou no bastão
• Identificar, registrar e mitigar os riscos da de manobra, utilizando o cabeçote universal. • Quando estiver em trabalho, certifique-se
• Falha na realização da Análise Preliminar
atividade, fazendo a Análise Preliminar de de que o “Led Piloto” esteja sempre aceso, o
de Risco (APR). O equipamento é ativado pelo campo eletro-
Risco (APR). que indica que a bateria está com carga.
magnético do condutor energizado. Eleve o equi-
Como prevenir esse tipo de ocorrência? pamento utilizando o bastão ou a vara de mano- • Caso o “Led Piloto”não esteja aceso, ou se
Como utilizar o detector de tensão bra até o campo eletromagnético do condutor a durante o teste ele apagar ou piscar alea-
Para prevenir esse tipo de ocorrência, é indispen- ser testado, atento para: toriamente, substitua a bateria.
sável observar cada um dos seguintes pontos:
• Se o condutor estiver energizado, o equi- • É obrigatório sempre testar o perfeito fun-
• Seccionar a rede. pamento vai emitir sinais luminosos e sono- cionamento do equipamento, antes e de-
• Impedir a reenergização. ros intermitentes. pois do seu uso.

• Constatar a ausência de tensão. • Se o condutor estiver desenergizado, o • Sempre que o equipamento não estiver
equipamento não vai emitir nenhum tipo sendo utilizado, ele deverá permanecer
• Instalar o aterramento temporário com a equi- de sinal. acondicionado em seu estojo, em local
potencialização dos condutores dos circuitos. fresco e seco.
Abaixe o equipamento, evitando baques contra
• Proteger os elementos energizados exis- o solo, e certifique-se novamente de que o “Led • Remova a bateria se o instrumento não for
tentes nas zonas controladas. Piloto”esteja aceso, e execute novamente o teste, utilizado por um longo período de tempo.
• Instalar a sinalização de impedimento de para ter a certeza de que o instrumento está fun- Esse procedimento evita a descarga ou a
reenergização. cionando corretamente. corrosão da bateria.

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Eletricidade • Parte III • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte III • Eletricidade

Como utilizar o dispositivo de abertura com carga (DAC) eficiente ação de desionização de gases
gerados pelos materiais circundantes da
• A ferramenta DAC deve ser acoplada
de forma a ficar posicionada pela frente
ponteira e do revestimento. A trava de re- da chave-fusível, seccionadora, fusível de
posicionamento mantém a ferramenta na potência ou fusível limitador. Ou seja, a ân-
posição aberta, até a liberação que repo- cora do DAC deve se atar ao gancho de
Objetivo: Informar sobre os procedimentos neces- tribuição. Assim, é minimizado o tempo de inter- siciona o DAC para a próxima operação. fixação no lado distante do dispositivo. A
sários para a utilização do DAC e zelar pela segu- rupção, afetando um menor número de consu- ferramenta DAC nunca deve ser acoplada
rança das equipes. midores. com a sua âncora no lado mais próximo
3.
Para interromper uma rede primária energizada é da chave-fusível ou de outro dispositivo. O
primordial utilizar um equipamento que possibilite acoplamento da ferramenta dessa forma
Saiba como funciona: não somente obstrui a linha de visão do
a operação do circuito sob carga, sem risco para
os colaboradores. O dispositivo utilizado nessa 1 - Fornecendo o caminho da corrente: o operador como também pode resultar na
manobra para seccionar, ou seja, abrir as chaves DAC fornece um caminho de corrente entre imposição de um esforço de flexão na fer-
instaladas nas redes de distribuição, é conhecido o contato superior e o anel de tração do ramenta e, com isso, dificultar o desengate.
como DAC (Dispositivo de Abertura com Carga). seccionador, chave-fusível, fusível de potên- • As chaves devem ser abertas de acordo
É popularmente chamado de Loadbuster e a sua cia ou fusível limitador. (Indicado pela linha com a sequência indicada a seguir:
principal função é extinguir o arco elétrico, prote- vermelha da Figura 1).
gendo o operador.
2 - Esticando o DAC: quando o DAC é es-
O DAC é uma ferramenta portátil para abertura ticado por um puxão firme e constante
sob carga original, leve e fácil de usar para sec- para baixo no poste universal, o disposi-
cionadores, chaves-fusíveis, chaves-fusíveis de po- tivo associado é aberto, a corrente é des-
tência e limitadores de fusíveis. O equipamento viada através da ferramenta (ao longo do
leva a capacidade de seccionamento de cargas caminho da corrente representado pela
até o seu sistema de distribuição para uso exter- linha contínua vermelha da Figura 2) e a
no de até 34,5 kV. mola de operação é carregada. Em um
ponto predeterminado do movimento, o • Antes de cada operação, é necessário
gatilho dispara, liberando a mola carre- realizar o teste no DAC no alto da estrutu-
gada para efetuar uma separação em ra, para verificar se o dispositivo está ar-
alta velocidade entre o contato móvel e o mado.
contato estacionário. • É indispensável engatar o DAC na argo-
la do cartucho e nos chifres das chaves,
para que ele atue adequadamente na • Ao final das operações, é necessário
eliminação do arco elétrico como mostra- anotar no formulário próprio a quantida-
1. 2. do abaixo: de de operações realizadas, caso o DAC
não possua o contador de operação.
Fique atento, pois caso o operador realize o tes-
te mecânico de abertura do DAC, isso é conta-
do como uma operação.

Âncora
Olhal do
cartucho Gancho de
Gancho de engate da
engate do chave
loadbuster

Trava do
gancho de
engate

Imagem de um modelo de DAC

O DAC é usado em conjunto com o bastão de


manobra, ou seja, acoplado na sua extremida- 3 - Interrompendo o circuito: a corrente é
de, de modo que possibilite que cada chave interrompida positivamente pelo alonga-
seccionadora e/ou chave-fusível se transforme Loadbuster corretamente colocado em uma
mento rápido do arco confinado no inte- chave-fusível e pronto para ser operado.
em um ponto de interrupção do sistema de dis- rior da câmara de extinção de arco e pela

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Eletricidade • Parte III • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte III • Eletricidade

Festejos juninos reforçam o alerta contra Utilização do protetor facial previne acidentes de trabalho
acidentes na rede elétrica
Todos os colaboradores que realizam atividades provenientes do arco elétrico, os impactos de
e operações em medidores de energia precisam partículas volantes (arc blast), a radiação infra-
utilizar o protetor facial para a prevenção de aci- vermelha (arc flash) e a luminosidade intensa
dentes de trabalho. A explosão dos medidores (arc flash), impedindo que consequências mais
ocorre, de forma geral, próxima ao rosto. Por isso, graves possam ocorrer aos operadores envolvi-
o uso do protetor facial é fundamental para a dos nesse tipo de acidente.
proteção dos executantes. Esses equipamentos Veja abaixo todas as características do equipa-
fornecem proteção contra os agentes térmicos. mento:
• Possibilita a realização de trabalhos com
segurança em locais de alta tensão elétrica.
• Visor com alto índice de proteção contra arco
elétrico 11cal/cm2.
• Queixeira para maior proteção da face.
• Visor com propriedade antiembaçante.
• Lente de proprianato de 185 mm x 510 mm x 2 mm
(A x L x E).
• Testado e aprovado no laboratório acreditado
internacionalmente Kinectrics Inc.
• Não deve ser utilizado em ambientes de solda.

C. A. 28376
Norma ANSI/SEA 287.1 e ASTM F2178

Produto Código
Kit protetor facial MSA Arcvisor 218798

Na realização desse tipo de atividade, fique sem- saíram ilesos. Não houve danos porque a equipe
O São João é um dos festejos mais tradicionais eles podem causar incêndios e danos nas pre atento a estas dicas: utilizava os EPIs adequados (fardamento FR, bo-
do Nordeste e é comemorado em cidades que redes elétricas. tas de segurança, óculos de segurança, protetor
• O curto-circuito pode ocorrer em caixas de
proporcionam grandes festas, com a concentra- facial, luvas de borracha e cobertura), que evita-
• Não solte fogos de artifício perto da rede qualquer tipo de material (metal/plástico).
ção de muitas pessoas e atrações. O São João ram qualquer tipo de lesão corporal.
elétrica, porque eles podem romper cabos
é comemorado no dia 23 de junho, mas as ce- • Um curto em um medidor pode ocorrer
e causar acidentes. Essas situações servem de exemplo para a ne-
lebrações costumam ocupar, em algumas locali- de forma repentina, por isso a importância
cessidade de utilizar os Equipamentos de Prote-
dades, todo o calendário do mesmo mês. • Barracas, arquibancadas, palanques e da disciplina operacional na execução dos
ção Individual (EPIs) durante o trabalho.
palcos devem ser montados a uma distân- procedimentos.
No período junino aumentam as possibilidades cia de 1,5 m (horizontal) da rede elétrica,
de ocorrência de acidentes elétricos por conta • A utilização correta da vestimenta FR, den-
seguindo a referência da Associação Brasi-
das fogueiras, dos fogos de artifício, da decora- tro da calça, também é muito importante 1. 2.
leira de Normas Técnicas (ABNT).
ção com bandeirolas e do uso indevido da rede para evitar o efeito “sino” ou “chaminé”.
elétrica para fornecer energia a barracas e pal- • Nas ligações internas de barracas, evite
cos que compõem a área dos festejos. Para redu- emendas mal feitas, abuso no uso dos “Ts”
Casos reais
zir o número de acidentes é preciso estar atento e e gambiarras.
evitar situações de risco. Abaixo, seguem algumas Em junho de 2018, dois dos nossos colaboradores
• Faça uma solicitação à distribuidora em
dicas para evitar acidentes durante esse período: se envolveram em incidentes quando realizavam
caso de ligações provisórias de energia elé-
atividades de substituição de medidores digitais
• Não acenda fogueiras embaixo da rede trica. Lembre-se: “ligações cladestinas”, além
trifásicos. Em ambos os casos, enquanto os co-
elétrica, pois o calor pode causar danos e de ser crime, podem causar acidentes.
laboradores desconectavam os cabos do lado
falta de energia. • Não use postes para prender bandeirolas carga, ocorreu uma explosão nos medidores. Nos
1. Medidor que explodiu em Gandu.
• Não solte balões, pois, além de ser crime, ou enfeites. Fique longe da rede elétrica. dois casos, apesar da explosão, os colaboradores
2. Medidor que explodiu em Amargosa.

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Eletricidade • Parte III • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte III • Eletricidade

Saiba como diminuir o risco de acidentes em redes elétricas Seu uso pode provocar acidentes graves com ci-
clistas e motociclistas.
Poda de árvores - Nunca deve ser feita a poda
de árvores que estiverem próximas às redes elé-
tricas. Nessas situações, deve-se entrar em con-
• Não jogue objetos na rede de energia elétrica,
O Nordeste é a segunda região do país com o Abaixo estão algumas dicas para evitar aciden- tato com a prefeitura e solicitar o serviço. A poda
como arames, correntes e cabos de aço.
maior número de registros de acidentes em redes tes com a rede elétrica ao soltar pipas: de árvores é uma atividade que deve ser rea-
elétricas, de acordo com a Associação Brasileira lizada somente por profissionais preparados e
• Soltar pipa apenas em locais afastados da rede • Em caso de relâmpagos, recolha a pipa imedia-
de Distribuidoras de Energia Elétrica (ABRADEE). qualificados.
elétrica, em campos abertos ou parques. tamente. Não solte pipas em dias de chuva ou
Por isso, é de extrema importância a participação
• Nunca usar fios metálicos nem papel laminado com vento muito forte.
de toda a sociedade na realização de um forte
trabalho educativo com o objetivo de diminuir o para confeccionar a pipa, pois esses materiais
são como condutores de energia e podem cau- • Prefira pipas que não precisem de rabiola.
alto índice de acidentes.
sar choques fatais.
Empinar pipa próximo à rede elétrica é uma das • Não suba em telhados, lajes, postes ou torres
principais causas de acidentes. O que aparen- • Se a pipa ficar presa nos fios elétricos, não tente para recuperar pipas.
temente representa uma simples diversão pode retirá-la. Nunca use varas nem suba em um poste
causar danos graves e problemas no fornecimen- para tirar uma pipa, pois o choque nesses casos • O simples ato de tentar puxar uma pipa presa
to de energia elétrica. Além de provocar falhas na é fatal. aos fios da rede elétrica pode provocar uma vio-
rede, possibilitando a ocorrência de curto-circuito • Se a pipa cair em uma árvore que esteja tocan- lenta descarga elétrica, capaz de levar à morte.
e o rompimento de cabos elétricos, a brincadeira do a rede elétrica, é perigoso tentar retirá-la, pois
também pode se tornar perigosa e colocar em o movimento dos galhos pode provocar curto-cir- Como posso atuar de forma preventiva para re-
risco a vida das pessoas. cuito e choques. duzir o risco de acidentes?
Pipas e papagaios devem ser soltos em campos • Não use cerol. Além do risco de ferir ou mesmo Cuidar da segurança é estar atento aos riscos
abertos, evitando áreas impróprias como aero- matar, o cerol costuma cortar os fios de alta e bai- a que estamos expostos diariamente e atuar na
portos, subestações, lajes de casas, muros próxi- xa tensão. Vale lembrar que o uso de cerol é proi- prevenção de situações que representam ame-
mos a redes elétricas e árvores. bido e constitui um grande risco para as pessoas. aça. A maioria dos acidentes nas redes elétricas
é provocada por falta de conhecimento ou de
atenção de quem está utilizando ou trabalhando Área rural – É indispensável manter distância da
próximo à rede de eletricidade. Desde que sejam rede elétrica ao usar máquinas agrícolas. É im-
observadas as regras mínimas de segurança, a portante estar sempre atento para evitar aciden-
energia elétrica não deveria oferecer riscos para tes com máquinas agrícolas movimentadas próxi-
a população. Veja abaixo outros fatores causado- mas da rede elétrica. Jamais praticar queimadas
res de acidente e como se deve proceder nessas nem deixar a vegetação chegar perto dos fios e
situações: postes.
Construção ou reforma - Ao construir ou reformar,
deve-se manter sempre uma distância segura da
rede elétrica, principalmente ao movimentar ma-
teriais metálicos, como barras de ferro e arames.
Esses materiais são condutores de eletricidade e
podem causar acidentes caso entrem em conta-
to com a rede energizada. É necessário consultar
sempre um profissional capacitado para realizar
esse tipo de serviço.
Antena de TV - Ao instalar ou consertar antenas,
deve-se ter cuidado com a rede elétrica. É acon-
selhável escolher um lugar afastado dos fios, ob-
servando quando o tempo estiver bom e sem
chuva. Caso a antena caia na fiação, nunca se
deve tentar segurá‐la ou recuperá-la.
Ligação clandestina (gato) - As ligações da rede
elétrica devem ser feitas somente pelo eletricista
da sua distribuidora de energia. Usar meios para
furtar energia é muito perigoso. Além de ser crime,
provoca acidentes e coloca vidas em risco.

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Eletricidade • Parte III • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte III • Eletricidade

Cuidado com a instalação da decoração natalina! Dicas para instalar a decoração 7. As luzes devem ser desligadas quando
não houver alguém na casa ou quando as
Antes de colocar as luzes natalinas, verifique se a
pessoas estiverem dormindo.
instalação elétrica suporta o aumento de carga.
Instalações ou manutenções elétricas devem ser 8. Por serem fontes de calor, as luzes necessi-
feitas apenas por profissionais qualificados e com tam de acompanhamento contínuo.
materiais devidamente certificados pelos órgãos
9. Evite o contato das lâmpadas com ob-
correspondentes.
jetos e enfeites que podem ser inflamáveis,
como cortinas e tapetes.
Siga as dicas antes de instalar os enfeites natali-
nos para garantir que tudo seja feito com segu-
rança e economia:
1. Sempre faça a instalação das luzes de
Natal com o circuito desligado.
2. Não utilize benjamins e tenha cuidado
para não ultrapassar o limite de carga do
circuito que liga as lâmpadas a serem ins-
taladas.

10. No caso das árvores de Natal, é impor-


tante procurar pela etiqueta “resistente ao
fogo”.
11. Não faça instalações próximas de pisci-
nas ou áreas alagadas.
12. Em áreas sujeitas a chuvas, o consumi-
Na escolha e montagem da decoração de Na- ponto que merece muita atenção, pois o procedi- dor deve procurar aqueles modelos de pis-
tal é preciso ter cuidado em relação à instalação mento pode resultar em um significativo aumento ca-pisca que são resistentes à água.
dos adornos decorativos, principalmente os lumi- de consumo de energia e também em acidentes
nosos, que podem representar perigo em alguns devido aos possíveis curtos-circuitos. 13. Evite instalar a decoração natalina com
casos e até mesmo o desperdício no consumo as mãos ou os pés molhados, pois isso pode
As ligações desses enfeites devem ficar longe do gerar risco de choque.
de energia elétrica.
alcance de crianças e de ornamentações como
A primeira atitude para evitar qualquer transtorno cortinas, tapetes ou móveis de MDF. Esses artigos 14. Adquira produtos certificados com o
3. Não deixe os fios no chão, onde há a cir-
é chamar um profissional habilitado para fazer a decorativos nunca devem ser instalados próximos selo do INMETRO em lojas especializadas e
culação de pessoas, veículos e animais.
revisão das instalações elétricas internas, pois o a postes ou fios da rede elétrica. utilize uma iluminação à prova d’água em
sistema desses locais pode já estar em situação 4. Não faça emendas nos fios do circuito da ambientes externos.
Em ambientes externos, evite instalar a decora- iluminação de Natal.
de sobrecarga.
ção natalina junto de cercas, grades ou qualquer
Com relação aos enfeites, a recomendação é parte metálica. Esses locais devem ser isolados 5. Distribuir entre diferentes pontos da casa
que artigos como cordões luminosos, manguei- dos fios, pois um pequeno rompimento em uma o consumo de energia gerado pela deco-
ras, pisca-piscas e os demais objetos decorativos conexão poderá energizá-los e causar um grave ração natalina diminui a possibilidade de
devem ser de procedência e qualidade certifica- acidente. uma faísca por sobrecarga ou superaque-
das pelo selo do Instituto Nacional de Metrologia, cimento dos cabos.
Qualidade e Tecnologia (INMETRO). Na hora da reutilização dos enfeites, é importante
conferir a integridade do fio condutor de energia. 6. Somente os profissionais da COELBA es-
Para as decorações internas, a orientação é que Emendas e conexões mal feitas devem ser evita- tão autorizados a intervir na rede elétrica
sejam comprados produtos com a etiqueta que das ao máximo, pois os fios não devem ter o seu de distribuição. Portanto, não tente ligar o
indique resistência ao fogo. A utilização de benja- isolamento (capa protetora) rompido nem cone- enfeite diretamente na rede elétrica externa
mim para interligar vários equipamentos é outro xões e emendas com folga. (da distribuidora de energia).

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Eletricidade • Parte III • Manual de Segurança

15. Não utilize estruturas metálicas próximas 19. Cuidado também com enfeites que pos-
da rede elétrica e não suba nos postes ou sam causar cortes e/ou perfurações, princi-
nas árvores próximas de redes elétricas palmente com crianças e animais.
para instalar os enfeites.
20. Ao comprar um enfeite novo, opte por
16. Anualmente, revise os seus pisca-piscas; produtos que utilizam lâmpadas LED, que
caso identifique pontos sem isolação (des- duram mais, são mais econômicas e emi-
cobertos) ou a estrutura quebradiça, faça o tem menos calor.
descarte em local adequado.
21. Os enfeites também devem ser bem afi-
xados, de forma que não arrebentem du-
rante um temporal, vindo a ser lançados na
rede e podendo provocar um curto-circuito.
No caso de dúvidas sobre a instalação ex-
terna, consulte sempre a distribuidora.
22. Na dúvida, consulte sempre um eletricis-
ta capacitado.

17. Para o comércio ou residências que


possuem enfeites na fachada, é necessário
manter uma distância segura entre a deco-
ração externa e a rede de distribuição de
energia elétrica da COELBA.
18. Cuidado com as crianças! Elas se sen-
tem atraídas pelas lâmpadas e podem so-
frer acidentes elétricos ao manusear indevi-
damente os enfeites.

84 | COELBA • 2019
Manual de Segurança • Parte IV • Máquinas e Equipamentos

Como fazer a amarração de cargas conforme


a resolução do CONTRAN
O risco do transporte das cargas pode ser repre- § 1º Os dispositivos de amarração devem
sentado pela queda da própria carga, que pode estar em bom estado e serem dotados de
atingir o veículo e/ou pessoas e causar uma sé- mecanismo de tensionamento, quando
rie de transtornos e, até mesmo, acidentes graves. aplicável, que possa ser verificado e reaper-
Os riscos de transporte de cargas aumentam em tado, manual ou automaticamente, duran-
função das dimensões, geometrias e pesos das te o trajeto.
cargas, dos equipamentos para a amarração e
§ 2º É responsabilidade do condutor verifi-
fixação e, ainda, do trajeto escolhido.
car periodicamente durante o percurso o
De acordo com a atualização da Resolução tensionamento dos dispositivos de fixação,
N°552 do Conselho Nacional de Trânsito (CON- e reapertá-los quando necessário.
TRAN), em seu artigo 4º, está determinado que
devem ser utilizados dispositivos de amarração, § 3º Fica proibida a utilização de cordas
como cintas têxteis, correntes ou cabos de aço, como dispositivo de amarração de carga,
com resistência total à ruptura por tração de, no sendo permitido o seu uso exclusivamente
mínimo, 2 (duas) vezes o peso da carga, bem para a fixação da lona de cobertura, quan-
como dispositivos adicionais, tais como: barras de do exigível.
contenção, trilhos, malhas, redes, calços, mantas A amarração da carga, por sua vez, deve seguir
de atrito, separadores, bloqueadores, protetores as determinações da NBR 15883-1 (Norma Brasi-
etc., além de pontos de amarração adequados leira aprovada pela Associação Brasileira de Nor-
e em número suficiente. mas Técnicas – ABNT).
O descumprimento dessa resolução é considerado O cumprimento das normas regulatórias é uma
grave, com a perda de 5 pontos na Carteira Nacio- exigência para o desempenho seguro da ativi-
nal de Habilitação e multa no valor de R$ 197,53. dade em campo, além de proteger de sanções
Leia com atenção alguns pontos importantes da como multas e evitar acidentes. Faça a sua parte
referida normatização: e siga as determinações regulamentadas.

PARTE IV
2019• COELBA | 87
Máquinas e Equipamentos • Parte IV • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte IV • Máquinas e Equipamentos

Inspeções e ensaios são necessários para cestas aéreas e REGISTRO Não necessário por
norma. A boa prática
Relatório feito por uma pessoa qualificada e certificada.
Deve ser arquivado por cinco anos.
Relatório feito por uma pessoa qualifi-
cada e certificada. Deve ser arquivado
guindautos com e sem o cesto acoplado recomenda arquivá-lo
pelo período de 90 dias.
por cinco anos.

OBJETIVO Identificar defeitos Realizar inspeções visuais e funcionais, a aplicação de Identificar a existência de desconti-
Muitas atividades que envolvem o trabalho em aparentes como a carga (para confirmar o bom funcionamento de válvulas, nuidades ativas na estrutura de uma
altura necessitam utilizar como suporte equipa- existência de trincas, a comandos e cilindros), a tensão aplicada (para cestas cesta aérea.
mentos como cestas aéreas ou guindautos, com falta de componentes, isoladas) e sempre que for identificado algum item ou com- Esse ensaio é aliado a ensaios com-
ou sem o cesto acoplado. É muito importante to- a falta de adesivos ponente suspeito devem ser realizados ensaios complemen- plementares:
mar cuidados criteriosos em relação à manuten- de segurança, danos tares, tais como ultrassom, partículas magnéticas, líquido - Ultrassom
ção preventiva, ensaios e inspeções, que devem causados por acidentes penetrante, dentre outros, de modo a confirmar a existência - Partículas magnéticas
ser realizados conforme as normas aplicáveis e ou pelo uso normal e ou não de um defeito funcional ou estrutural que possa - Líquido penetrante
quaisquer outros defei- colocar em risco a segurança dos usuários, de terceiros ou Os ensaios complementares permitem
orientações do fabricante, com o objetivo de ga-
tos que possam colocar do próprio equipamento. identificar áreas frágeis ou em
rantir o bom funcionamento e a integridade es- em risco a integridade processo de degradação mecânica e
trutural dos equipamentos. Essa prática previne do equipamento e a estrutural.
acidentes que, geralmente, têm consequências segurança dos usuários
gravíssimas. ou de terceiros.
Criada pelo Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE), a Norma Regulamentadora número 12, ou Ensaios não destrutivos
NR-12, tem como objetivo garantir que máquinas Uso do guindauto em atividades que envolvem
e equipamentos sejam seguros para o uso do o trabalho em altura. São procedimentos periódicos que visam eviden- mas hidráulicos, além de verificar a qualidade dos
trabalhador; definição também estabelecida por ciar a segurança operacional dos equipamentos, componentes dielétricos. O principal benefício ofe-
normas específicas da ABNT. a partir da identificação de falhas funcionais e es- recido pela realização dos ensaios não destrutivos
A norma classifica os ensaios e as inspeções em truturais nos componentes mecânicos e nos siste- está relacionado com a segurança.
Conforme definido no Anexo XII da NR-12, na ABNT três categorias:
NBR 16.092 e na ABNT NBR 14.768, as cestas aére-
• Inspeções e ensaios frequentes.
as e os guindautos com e sem o cesto acoplado TABELA II – ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
devem ser submetidos a três tipos de ensaios e • Inspeções e ensaios periódicos. INSPEÇÃO VISUAL/FUNCIONAL APLICAÇÃO DE CARGA EMISSÃO ACÚSTICA
periodicidades.
• Inspeções e ensaios eventuais. Técnica de ensaio/inspeção impor- Além de confirmar se a regulagem e o funcio- Consiste no monitoramento acústico de um
tantíssima, pois verifica as seguintes namento das válvulas de segurança estão de equipamento submetido a uma carga controlada e
condições: acordo com o esperado e verificar a eficácia normatizada. O monitoramento é realizado por meio
TABELA I - CLASSIFICAÇÃO DE ENSAIOS E INSPEÇÕES a parte operacional do equipamento; das vedações dos cilindros hidráulicos, a de sensores específicos que geram sinais que são
estrutural visual; a conservação; e como aplicação de carga permite o monitoramento compilados e analisados por um software específico
INSPEÇÕES E ENSAIOS INSPEÇÕES E ENSAIOS PERIÓDICOS INSPEÇÕES E ENSAIOS EVENTUAIS está a sua manutenção. da estrutura do equipamento pelo método de para esse fim. Os sinais coletados pelos softwares
FREQUENTES emissão acústica. são ondas emitidas pela propagação das desconti-
EXECUÇÃO Pelos usuários (opera- Pessoa qualificada. Pessoa qualificada. nuidades na estrutura do equipamento.
dor do equipamento).
TÉCNICA Inspeção visual. Inspeção visual, funcional e aplicação de carga. Emissão acústica.
(CHECKLIST DIÁRIO). Ensaios complementares
PERIODICI- De 1 a 30 dias. No período de 1 a 12 meses, a empresa deverá realizar No período de 1 a 48 meses, a empre- Os ensaios complementares são realizados para durante os ensaios visuais/funcionais e durante o
DADE inspeções e ensaios periódicos, levando em conta aspectos sa deverá realizar as inspeções e os confirmar ou afastar suspeitas que venham a surgir ensaio de emissão acústica.
A critério de cada como a intensidade e a severidade do uso; a “idade” do ensaios eventuais, levando em conta
empresa. equipamento; a qualidade da manutenção; e o próprio histó- aspectos como a intensidade e a se-
rico de ocorrências de incidentes com o equipamento. veridade do uso; a “idade” do equipa-
TABELA III – ENSAIOS COMPLEMENTARES
Ensaios elétricos devem ser realizados com periodicidade mento; a qualidade da manutenção; e
máxima de 12 meses para verificar a resistividade dielétri- o próprio histórico de ocorrências de PARTÍCULAS MAGNÉTICAS ULTRASSOM LÍQUIDO PENETRANTE
ca e detectar mudanças de condutividade nas seções de incidentes com o equipamento. Visa confirmar a existência ou não de Método usado principalmente para a inspe- Utilizado principalmente para a análise de compo-
isolamento. trincas em componentes ferromagnéti- ção de pinos e eixos sem a necessidade de nentes fabricados em materiais não ferromagnéticos
Conforme requisitos básicos de Saúde e Segurança para cos. Recomendado para a inspeção de desmontagem. Identifica a descontinuidade ou para situações em que não é possível utilizar a
Empresas Prestadoras de Serviços (EPS) do Grupo Neoener- soldas críticas ou soldas sob suspeita interna no componente inspecionado. técnica de partículas magnéticas.
gia, os equipamentos hidráulicos (guindastes, cestas aéreas, de trincas.
guindautos etc.) devem cumprir o plano de manutenção
preventiva do fabricante e ser operados por pessoas capa-
citadas e autorizadas, conforme a NR-12. A cada 6 (seis)
meses, a EPS deverá apresentar um laudo emitido por uma Importante: Elabore o plano de manutenção preventiva, conforme o manual de fabricação e a legislação
empresa credenciada pelo fabricante, atestando que os pertinente, e mantenha a documentação dos equipamentos devidamente arquivada e atualizada.
equipamentos estão em condições de realizar as atividades
contratadas.

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Máquinas e Equipamentos • Parte IV • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte IV • Máquinas e Equipamentos

Utilize os EPIs necessários para o manuseio de motosserra Armazenagem de concreto circular e duplo T

Jamais dispense os Equipamentos de Proteção queda e o impacto de objetos, bem como A armazenagem é constituída por um conjun-
Individual (EPIs) ao utilizar equipamentos que tra- evita cortes causados pela corrente do to de funções que inclui a recepção, descarga,
zem riscos durante a sua operação. Esse é o caso equipamento. carregamento, arrumação e conservação de
da motosserra, equipamento muito utilizado na matérias-primas, produtos acabados ou semia-
4. Equipamento de proteção conjugado
poda e no corte de árvores. A motosserra deve cabados. Para atender às necessidades das em-
(capacete, protetor facial e abafador de
ser manuseada sempre por uma pessoa treina- presas, é preciso fazer a estocagem racional dos
ruído): o capacete com protetor facial e
da, por se tratar de uma ferramenta cortante e de materiais e atender à quantidade suficiente para
abafador de ruído deve ser utilizado sem-
alto grau de periculosidade. a produção planejada, com qualidade recomen-
pre durante a operação com a motosserra.
dada ou pré-definida. Correto Errado
A ferramenta é composta, normalmente, por um O capacete com protetor facial protege o
motor de dois tempos a gasolina, com uma cor- rosto do operador contra a projeção e o im- Conforme a definição da Norma Regulamenta-
rente acoplada ao mesmo. O motor faz girar a pacto de objetos durante a realização do dora (NR-11) sobre Transporte, Movimentação, Poste circular
corrente que possui dentes cortantes. Durante a trabalho, já o abafador é necessário devido Armazenagem e Manuseio e Materiais, o arma-
utilização da motosserra, o operador deverá utili- à exposição ao ruído em alto volume. zenamento deverá obedecer aos requisitos de
zar os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) segurança especiais para cada tipo de material.
Veja quais são as partes do corpo mais atingidas
necessários, pois há o risco de corte, de projeção
pela motosserra e a importância do uso dos res- A armazenagem, quando efetuada de uma for-
e impacto de objetos, da perda auditiva induzida
pectivos EPIs. ma racional, poderá trazer inúmeros benefícios,
pelo ruído, além da exposição à vibração. A seguir,
entre os quais a diminuição de risco de acidentes
fizemos a descrição desses itens de uso pessoal
e o consequente aumento da segurança; redu-
para preservar a segurança do trabalhador. Cabeça 19%
- destes 9%
Capacete com viseiras ções de custos; melhor aproveitamento do espa-
e protetores auriculares
correspondem ço; menos perdas e inutilização.
aos olhos Correto Errado
1. 2. Trajes para trabalho
4. Tronco 12% com peças na cor
laranja de sinalização Formas de armazenagem dos postes As orientações citadas visam assegurar as condi-
Os postes devem ser armazenados de forma pira- ções de segurança de armazenamento, desenvol-
Braços 7%
midal, mantendo sempre tiras de madeiras entre vendo operações para a proteção dos empregados
Luvas de proteção
eles, em terreno plano, sobre um lastro e estacas envolvidos, das instalações e dos materiais estoca-
cravadas no solo ou cunhas de madeiras ou con- dos, com a adoção de medidas preventivas contra
Mãos 19% creto, para dar maior estabilidade à pilha e evitar riscos de acidentes e avarias de materiais.
3. desmoronamentos. Deve ser obedecido o empi-
lhamento máximo de sete camadas.
Calça com malha de
Pernas 29% proteção e peças na cor
laranja de sinalização Deve-se ter um cuidado maior com a armazena-
gem de postes acima de 9 metros, seguindo o
critério de colocar as tiras de madeiras na base,
no meio e no topo do poste.
1. Calça de motosserrista: é um Equipa-
mento de Proteção Individual (EPI) que tem Pés 14% Botina de segurança
com bico de aço
como finalidade a proteção do usuário Poste duplo T
contra impactos de objetos sobre as per-
nas e os pés, agentes térmicos e agentes Lesões mais frequentes e os Equipamentos de
cortantes e escoriantes. Proteção Individual (EPIs).

2. Luvas de proteção: a luva de proteção


deve ser do tipo antiderrapante, pois per- Lembre-se que o uso dos equipamentos de se-
mite que o operador segure firmemente o gurança para a utilização de motosserra torna o
equipamento e também reduz a transmis- trabalho mais seguro. Assim, o trabalhador conse-
são da vibração do motor para quem ope- gue se prevenir de possíveis acidentes ou doen-
ra o equipamento. ças ocupacionais.
Correto Errado
3. Botina de segurança: o calçado com
biqueira de composite protege os pés do
operador da motosserra contra o risco de

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Máquinas e Equipamentos • Parte IV • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte IV • Máquinas e Equipamentos

Uso seguro de cintas para a movimentação de cargas existência da etiqueta de identificação obri-
gatória e assegurar-se que a especificação
• Conferir se a carga está livre para a movi-
mentação.
está correta em relação ao uso pretendido.
• Se a carga pender, arriar imediatamente.
O manuseio seguro de cargas é feito com uma • Inspecionar todos os encaixes e acessórios
3302058 12/1000 Poste Circular 1700 • Jamais sobrecarregar o sistema ou o equi-
cinta produzida totalmente com fios sintéticos de usados em conjunto com a cinta.
3302059 12/2000 Poste Circular 2500 pamento de elevação.
multifilamentos de alta tenacidade, com olhais • Retirar a cinta de serviço e enviá-la ao res-
do mesmo material. As especificações devem ser
3302085 12/1500 Poste Circular 1980 • Posicionar corretamente a cinta têxtil na
ponsável qualificado para a inspeção crite-
adequadas às dimensões e ao peso da carga. 3302087 14/1500 Poste Circular 2800 carga a ser movimentada.
riosa, quando houver dúvida quanto à ade-
Observe as características descritas abaixo: quação para o uso, se qualquer marcação • Usar ganchos com o raio de apoio nunca
Fator de Segurança (FS) da cinta for perdida ou se tornar ilegível. inferior ao diâmetro de 1 (uma) polegada
de seção lisa e redonda.
ESPECIFICAÇÕES DAS CINTAS É o número que expressa quantas vezes, em rela- • Jamais utilizar cintas danificadas.
COR KG LARGURA ção à Carga Máxima de Trabalho (CMT), o produ- • Não colocar mais de um par de cintas no
• Cortar e descartar cintas defeituosas, asse-
to deve suportar ao teste de ruptura. É usado nos mesmo gancho.
Roxo 1 tonelada 30 mm gurando a sua não reutilização.
Verde 2 toneladas 60 mm
ensaios laboratoriais destinados ao planejamento • Operar a movimentação com suavidade,
da construção do produto para atender à legis- • Verificar a existência de cantos vivos. Se eles
Amarelo 3 toneladas 90 mm evitando movimentos bruscos.
lação e garantir a segurança da movimentação. existirem, devem ser utilizadas proteções para
Cinza 4 toneladas 120 mm evitar danos à cinta ou riscos de acidente.
Vermelho 5 toneladas 150 mm
O Fator de Segurança entra em uso durante a mo-
vimentação da carga, dadas as forças inciden- • Proteger as cintas de bordas cortantes, Substitua a cinta nos casos abaixo:
Marrom 6 toneladas 180 mm fricção e/ou abrasão, utilizando reforços ou
tes na movimentação. Trata-se de uma condição • Cinta plana, apresentando acentuada
Azul 8 toneladas 240 mm normativa da fabricação do produto, mas não proteções complementares, de modo a ga-
“abrasão”.
Laranja 10 toneladas 300 mm substitui as cargas de trabalho especificadas na rantir a segurança e a vida útil da cinta.
Acima de 10 toneladas todas são da cor laranja etiqueta de identificação da cinta. O Fator de Se- • Corte no sentido longitudinal.
gurança jamais deve ser usado como capacida- • Corte no sentido transversal.
de de carga.
• Ataque químico.
Relação de postes de concreto uso COELBA A NBR 15637 especifica os requisitos mínimos para
• Dano por aquecimento ou fricção.
CÓDIGO ESFORÇO DESCRIÇÃO KG a fabricação de cintas planas manufaturadas,
3300095 9/200 29F Poste DT 480 com fitas tecidas com fios sintéticos de alta tenaci- Lembre-se que as áreas de movimentação devem
3300012 9/400 29F Poste DT 797,7 dade, formados por multifilamentos, para a eleva- propiciar condições de forma que o trabalho seja
3300076 9/600 29F Poste DT 809,11
ção de cargas. Se o usuário for elevar 6.000 kg por realizado com total segurança e com a sinaliza-
ponto de elevação, terá de utilizar uma cinta que ção feita de forma adequada. Esteja atento para
3300151 11/200 29F Poste DT 657,22
atenda à Carga Máxima de Trabalho (CMT) com inspecionar todos os encaixes e acessórios usa-
3300006 11/400 44F Poste DT 1135,7
capacidade de, no mínimo, 6.000 kg na forma de dos em conjunto com a cinta. Todas as recomen-
3300016 11/600 44F Poste DT 1149,22 uso empregada, independentemente do Fator de dações mencionadas fazem a diferença para um
3300007 12/400 44F Poste DT 1300,5 Segurança (FS) 7:1. Isso representa a garantia de ambiente de trabalho seguro.
3300009 12/600 DT Poste DT 1345 qualidade e segurança.
3300008 13/600 DT Poste DT 1400
Cinta especial para a movimentação de postes
3300023 11/800 DT Poste DT 1159
3301004 11/1000 DT Poste DT 1462,14 Especialmente desenvolvida para a verticalização
3301045 11/1500 DT Poste DT 1520 de postes e estacas pré-moldadas de concreto,
esse dispositivo é fabricado com cinta tubular e
3301021 12/1000 DT Poste DT 1623,6
proteção especial contra cortes e abrasão. Tem
3300097 12/1500 DT Poste DT 1719,8
ainda a vantagem de não danificar a carga, além
3301005 14/1000 DT Poste DT 1870 de proporcionar maior desempenho e segurança
3301289 15/1000 DT Poste DT 2240 na movimentação. Todas as cintas para a movi- • Conhecer o peso e o ponto de equilíbrio
3302003 9/400 Poste Circular 797,7 mentação de postes recebem três etiquetas de (centro de gravidade) da carga.
3302010 9/600 Poste Circular 826,5 identificação (núcleo, capa e proteção externa).
• Preparar o local de destino, antes de iniciar
3302005 11/400 Poste Circular 1116 a movimentação da carga.
3302007 11/600 Poste Circular 1218
Antes de iniciar os trabalhos com a cinta, devem • Jamais exceder as especificações técni-
3302006 12/400 Poste Circular 1260 ser cumpridas as seguintes medidas: cas (carga de trabalho e uso apropriado).
3302016 12/600 Poste Circular 1268
• Inspecionar as cintas antes de cada uso, • Colocar o gancho de elevação perpendi-
3302082 11/1000 Poste Circular 1326
observando se há danos, como cortes e cularmente sobre o centro de gravidade da
3303000 11/1200 Poste Circular 1880 abrasão acentuada, além de verificar a carga.

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Máquinas e Equipamentos • Parte IV • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte IV • Máquinas e Equipamentos

Necessidade de sinalização na realização do uma distância média de 1 metro entre


os cones.
das atividades de campo 7. Em vias urbanas, viabilizar a passagem
dos pedestres através de um corredor com
cones que poderá ser posicionado na cal-
çada ou na lateral do veículo.
8. Passar a fita de sinalização, com o objetivo
de restringir o acesso de pessoas ao veículo
e ao local de trabalho.

Importante: Quanto maior for a velocidade do


trânsito no local, maior deve ser o quantitativo de
cones utilizados.

Para assegurar a eficiência da sinalização, devem


ser respeitadas, entre outras, as seguintes reco-
mendações relativas às condições de utilização
dos equipamentos:
• Os sinais devem ser instalados em local
bem iluminado, na altura e em posição
apropriadas, para que estejam visíveis e na
distância apropriada.
• Em caso de iluminação deficiente, devem
ser usados materiais com cores fosforescen-
tes, refletores ou iluminação artificial na sina-
lização de segurança.
• Os sinais devem ser retirados quando não
houver mais situação de risco.
• Os meios e os dispositivos de sinalização
devem ser regularmente limpos, conserva-
dos, verificados e, se necessário, reparados
Podemos definir a sinalização de segurança como 2. Estacionar o veículo no local de trabalho,
ou substituídos.
o conjunto de estímulos necessários para informar preferencialmente no mesmo sentido do flu-
colaboradores e civis sobre a melhor conduta a to- xo da via, de forma que o veículo sirva de
mar em circunstâncias de atividades em campo. proteção contra abalroamentos e atropela-
O objetivo é bem simples: proporcionar mais segu- mento dos eletricistas.
rança a todos os envolvidos. Durante as atividades
3. Calçar as rodas do veículo, quando for um
dos colaboradores, a sinalização desempenha um
caminhão ou um veículo de maior porte.
papel importante como forma de alertar sobre os
vários riscos inerentes à atividade realizada. Essa é 4. Se necessário, solicitar a retirada de veí-
uma prática que reforça atitudes preventivas e de culos, pedestres, ambulantes e outros em-
proteção e, portanto, reduz o risco de acidentes. pecilhos.
Para ser eficiente, a sinalização deve chamar a 5. Prever uma rota de fuga para a equipe,
atenção, de forma rápida e inteligível, para objetos em caso de necessidade de evacuação rá-
e situações que podem provocar determinados pida da área de trabalho.
riscos. Veja a seguir qual é o procedimento básico
6. Sinalizar com cones distribuídos uniforme-
para realizar a sinalização de uma área onde irá
mente junto ao meio-fio da calçada ou do
ocorrer uma atividade:
canteiro central, posicionando o primeiro
1. Verificar as condições da área para identi- cone próximo ao veículo e, em seguida, os
ficar o melhor local para o estacionamento demais, sucessivamente, criando uma for-
do veículo. ma retangular ao redor do veículo, manten-

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Máquinas e Equipamentos • Parte IV • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte IV • Máquinas e Equipamentos

Inspeção e manutenção dos equipamentos de cesto aéreo e) Controles inferiores prontamente acessíveis e
dotados de um meio de prevalecer sobre o con-
trole superior de movimentação da caçamba.

Na realização de serviços que envolvem o trabalho Nas inspeções e nos ensaios frequentes, realiza- f) Dispositivo de parada de emergência nos co-
em altura é comum a utilização de equipamentos dos pelos próprios usuários do equipamento, é mandos superior e inferior, devendo manter-se fun-
de suporte, como as cestas aéreas. Com o objeti- fundamental uma análise minuciosa para evitar cionais.
vo de garantir o seu bom funcionamento e a inte- qualquer tipo de falha. Para garantir uma boa ins- g) Cestas aéreas devem possuir, pelo menos, um
gridade estrutural e, assim, prevenir acidentes com peção, é preciso conhecer o equipamento e veri- ponto de aterramento elétrico temporário, locali-
consequências graves para os trabalhadores, é ficar alguns itens. Veja os principais itens, descritos zado na estrutura da máquina ou na carroceria
muito importante fazer a manutenção preventiva, a seguir: metálica do veículo.
os ensaios e as inspeções do equipamento.
a) Ancoragem para o cinto de segurança tipo Importante! Acima estão contemplados alguns
As possíveis causas de um acidente com cestas paraquedista, conforme projeto e sinalização do dos aspectos para a inspeção por parte dos co-
aéreas incluem a falta de manutenção adequa- fabricante. laboradores, mas existem muitos outros aspectos
da, a deterioração do material, o seu mau uso e que devem ser consultados junto ao manual do
até mesmo pequenos incidentes - muitas vezes b) Todos os controles devem estar claramente
Anexo XII da NR-12.
não relatados pelos usuários - que desgastam a identificados em relação às suas funções e prote-
sua estrutura. A identificação prévia da debilidade gidos contra o uso inadvertido e acidental. A pro-
estrutural de um equipamento minimiza ou elimi- teção dos controles destina-se a evitar o seu con-
Dicas importantes
na o risco de um acidente grave, medida indis- tato acidental com objetos ou obstáculos, o que
pensável para preservar vidas e reduzir prejuízos pode causar danos. Veja a seguir outras dicas importantes para garan-
patrimoniais. tir a segurança de todos os colaboradores que re-
c) Controles para a movimentação da caçamba alizam atividades com cestos aéreos:
Os ensaios e as inspeções estão classificados em na parte superior e na parte inferior, que devem
três categorias, conforme definido no Anexo XII da voltar para a posição neutra quando liberados • É proibida a movimentação de carga, ex-
NR-12, na ABNT NBR 16.092 e ABNT NBR 14.768: pelo operador, exceto o controle das ferramentas ceto as ferramentas, os equipamentos e ma-
hidráulicas. teriais necessários para a execução da tare-
• Inspeções e ensaios frequentes; fa e acondicionados de forma segura.
d) Dispositivo de travamento de segurança, de
• Inspeções e ensaios periódicos; modo a impedir a atuação inadvertida dos con- • As ferramentas, os equipamentos e mate-
• Inspeções e ensaios eventuais. troles superiores. riais a serem transportados não devem ter
dimensões que possam trazer riscos ou des- k) Categoria de isolamento da cesta aérea,
conforto para os trabalhadores. se aplicável

• O peso total dos trabalhadores, ferramen- l) Razão social e CNPJ do fabricante ou im-
tas, equipamentos e materiais não pode ex- portador
ceder, em nenhum momento, a capacida- m) Empresa instaladora
de de carga nominal da caçamba.
n) Existência de acessórios para manuseio
• As cestas aéreas devem ter placa de identi- de materiais (guincho e JIB)
ficação, localizada na parte inferior do equi-
o) Indicação de que o equipamento aten-
pamento, onde devem constar, no mínimo,
de à Norma NBR 14631 (atual NBR 16092)
as seguintes informações:
Todas essas informações devem ser observadas
a) Marca
e utilizadas pelos trabalhadores em atitudes práti-
b) Modelo cas no dia a dia, com ações preventivas indispen-
c) Isolado ou não isolado sáveis para garantir a segurança no trabalho e
minimizar o risco de acidentes.
d) Teste de qualificação e data do ensaio,
se aplicável
e) Número de série
f) Data de fabricação (mês e ano)
g) Capacidade nominal de carga
h) Altura nominal de trabalho
i) Pressão do sistema hidráulico
j) Número de caçambas

96 | COELBA • 2019 2019• COELBA | 97


Máquinas e Equipamentos • Parte IV • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte IV • Máquinas e Equipamentos

Procedimentos para a inspeção de cesta


aérea e de guindauto
CHECKLIST - GUINDAUTO
Toda máquina ou equipamento utilizado na ope- • Tampas soltas ou faltando
ração deve ser inspecionado conforme as deter-
• Vazamentos de óleo
minações do fabricante, a fim de verificar as con-
dições mínimas para o funcionamento seguro. É • Parafusos ou porcas soltas Equipe/ Área:
importante agir dessa forma para a prevenção DATAS E CONDUTORES
• Mangueiras (atrito indevido e condição)
de acidentes, além de garantir a vida útil do equi-
pamento. • Gancho e trava de segurança
Localidade: Data: Data: Data: Data: Data: Data: Data:
O item 12.131 da Norma Regulamentadora 12 • Danos estruturais ___/___/___ ___/___/___ ___/___/___ ___/___/___ ___/___/___ ___/___/___ ___/___/___
- Segurança no Trabalho em Máquinas e Equi- • Todos os comandos
pamentos sinaliza que, ao início de cada turno
de trabalho ou após uma nova preparação da • Condição dos componentes de fibra Condutores: Condutores: Condutores: Condutores: Condutores: Condutores: Condutores:
máquina ou do equipamento, o operador deve • Checar se não há itens condutores nas
efetuar a inspeção rotineira das condições de seções isoladas
operacionalidade e segurança, e se constata- Marca/Modelo do 1º 1º 1º 1º 1º 1º 1º
das anormalidades que afetem a segurança, as • Observar os níveis de fluidos e os níveis de ar equipamento:
atividades devem ser interrompidas, com a co- • Chassis
municação ao superior hierárquico. 2º 2º 2º 2º 2º 2º 2º
• Óleo do motor e da transmissão
O operador deve verificar diariamente ou antes
de cada turno os seguintes itens do cesto aéreo: • Fluido do radiador
• Pressão e estado dos pneus Placa veículo nº/ordem: 3º 3º 3º 3º 3º 3º 3º
• Pinos
• Correntes • Cintos de segurança

• Lanças isoladas e plataforma(s) • Checar se há vazamentos de fluido


CHECKLIST DO VEÍCULO C NC NA C NC NA C NC NA C NC NA C NC NA C NC NA C NC NA
Livro de manutenções/
registros do equipamento
Manual de instruções
Nível Normal fornecido pelo fabricante
Pode-se trabalhar normalmente sem a necessidade de manutenção. Tomada de força
(funcionamento/
vazamento)
Nível de Alerta
*Freio de estacionamento
Pode-se trabalhar, mas com a obrigação de complemento o mais
rápido possível. (freio de mão)
*Calços de roda
e pranchões dos
Nível Crítico
estabilizadores
Não se pode trabalhar em hipótese alguma, é necessário o envio
imediato para complemento. Banqueta isolada
(implantação de poste com
LINHA VIVA)
Análise da checagem no nível do fluído.

Consulte o manual do fabricante para ter aces- BU-SEGU-0003 - Inspeção e Manutenção de Má-
so à lista completa e conhecer as especificações quinas e Equipamentos ANEXO II e IV e deve ser
dos materiais e os níveis adequados. arquivado durante três meses.
O checklist para a inspeção de cesta aérea e Cumpra todas as etapas de verificação e inspe-
guindauto está contido no normativo PRO.DISTRI- ção previstas no checklist.

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Máquinas e Equipamentos • Parte IV • Manual de Segurança

Uso de calços no veículo evita deslocamentos


acidentais e aumenta a segurança
A Análise Preliminar de Risco (APR) é uma ferra- O calço deve ser de material resistente, colocado
menta consagrada e eficaz para a identificação atrás das rodas do veículo para evitar movimentos
de potenciais riscos no ambiente de trabalho. Par- acidentais. Os calços são colocados para garantir
tindo da identificação antecipada de elementos a segurança, além dos freios, e podem ser reves-
e fatores ambientais que representem perigo ele- tidos de borracha para permitir maior aderência
vado, é analisada, de maneira detalhada, cada ao chão.
uma das etapas do processo, o que possibilita a
escolha das ações mais adequadas para minimi-
zar a possibilidade de acidentes. Importante: Nunca utilize tijolos e blocos de con-
creto como calço. Esses materiais podem não re-
Em atividades que envolvem veículos como cami-
sistir em uma situação de pressão e desintegrar-se,
nhões, é necessário cumprir com todos os proce-
com sérios riscos aos envolvidos.
dimentos para realizar uma APR criteriosa e estar
sempre atento a questões como sinalização, cal-
ço nos veículos e a criação de passagem para
Os condutores dos veículos operacionais deverão
pedestres, entre outras.
garantir a parada e o estacionamento do veículo
Uma das atividades mais negligenciadas nesse operacional de maneira regulamentada, respei-
tipo de operação é a utilização de calço para tando a legislação de trânsito vigente de forma
garantir que não ocorram deslocamentos aci- a não se expor ou colocar terceiros em risco. Nas
dentais dos veículos. Recomenda-se que quando situações em que não é possível para a equipe
houver aclive ou declive acentuado, ou situações fazer o controle dos riscos para a execução das
em que o condutor identifique riscos de estabili- atividades, deverá ser solicitado o apoio da auto-
zar a parada do veículo, seja feito sempre o cal- ridade competente, seja a Polícia Militar, guardas
çamento do veículo, com preferência para o do de trânsito, concessionárias de rodovia ou o DER,
lado da calçada. responsável pela segurança.

100 | COELBA • 2019


Manual de Segurança • Parte V • Queda de diferença de nível

Orientações para a conservação do EPI


usado para o trabalho em altura
Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) ca utilize solvente ou ácidos para a limpeza dos
destinados ao trabalho em altura precisam ser equipamentos.
conservados adequadamente, pois precisam es-
tar em bom estado para garantir a proteção ao Antes de cada uso, o usuário deve verificar se to-
trabalhador. Em relação ao uso, o cinto do tipo das as fitas de náilon e costuras estão em per-
paraquedista para atividades em altura deve ser feitas condições, sem cortes, furos, rupturas, par-
ajustado ao usuário nas pernas, nos ombros e na tes queimadas ou linhas desfiadas, mesmo que
região lombar da coluna, sabendo que as cone- parciais. Os componentes metálicos não devem
xões devem ser de engate rápido. apresentar ferrugem nem partes amassadas ou
qualquer dano prejudicial à sua estrutura.
O cinto do tipo paraquedista deve ser estocado
no almoxarifado, acondicionado em embala- A vida útil do equipamento é definida pelo fabri-
gem plástica, longe de poeira e umidade. Deve cante a partir da sua data de fabricação, desde
ser guardado em sacola apropriada (bolsa de que observadas as condições corretas de uso, hi-
lona) em local arejado e escuro, evitando so- gienização e estocagem.
frer qualquer tipo de tensão mecânica. Deve ser
armazenado sempre em locais limpos e secos, Em linhas gerais, a Norma Regulamentadora NR-
protegido de choques mecânicos, intempéries, 06 – EPI define que cabe ao empregador forne-
substâncias químicas ou abrasivas, materiais cor- cer o EPI e orientar e treinar o trabalhador sobre o
tantes e emanação de gases. seu uso adequado, a sua guarda e conservação.
A mesma norma diz que o empregado deve fa-
Para a higienização do EPI, basta água pura e zer o uso adequado do equipamento e assumir
sabão neutro. Utilize uma escova com cerdas a guarda e a conservação do EPI, informando
macias para esfregar o cadarço do talabarte, sobre qualquer alteração que o torne impróprio
pois as cerdas rígidas podem desgastar o ca- para o uso. Fazer bom uso e realizar a manuten-
darço e diminuir a sua resistência. Não o guarde ção adequada dos itens destinados à sua segu-
se estiver úmido e deixe-o secar na sombra. Nun- rança são condutas indispensáveis para todos.

PARTE V
102 | COELBA • 2019 2019• COELBA | 103
Queda de diferença de nível • Parte V • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte V • Queda de diferença de nível

Inspeção de equipamentos é uma prerrogativa Inspeção do cinturão paraquedista e do cinturão


abdominal
cho deve assentar-se no nariz sem prender-
-se, sem estar distorcido nem desobstruído.
exigida para o trabalho seguro Para inspecionar seu cinturão, observe os seguin-
A mola do fecho deve exercer força sufi-
ciente para fechá-lo firmemente. As travas
tes procedimentos:
do fecho devem impedi-lo de se abrir invo-
Tão importante quanto utilizar um equipamento a incidência de raios ultravioleta; sujidades como 1) Cinturão: usando as mãos, afaste a tra- luntariamente.
adequado é saber como validar a sua vida útil graxa e outros produtos químicos; impactos, que- ma cerca de 20 cm. Dobre-a em forma de
e o seu desempenho seguro, através de técnicas das ou qualquer tipo de agressão mecânica. b. Sapatilhas: a sapatilha deve ser firme-
“U” invertido. A tensão superficial resultante
de inspeção. A Norma Regulamentadora NR-35 mente assentada no olhal da junção e a
Os equipamentos metálicos costumam ter maior torna mais fácil detectar fibras danificadas
(Trabalho em Altura) traz alguns pontos que re- junção não deve possuir feixes soltos ou
durabilidade, contudo impactos frequentes po- ou cortes. Repita este procedimento por
afirmam a obrigatoriedade de inspecionar equi- cortados. As bordas da sapatilha não de-
dem levá-los à deformação permanente e, con- toda a extensão do cinturão, verificando
pamentos - exigência diretamente associada à vem apresentar cantos vivos, deformações
sequentemente, ao comprometimento de sua ambos os lados de cada fita (cadarço).
segurança do trabalhador. nem rachaduras.
funcionalidade mecânica. A exposição a am- Procure bordas gastas, fibras rompidas, cos-
Veja abaixo alguns pontos da NR-35 que tratam bientes corrosivos também pode prejudicar a sua turas abertas, cortes, pontos queimados e 2) Talabarte de cabo de aço: ao girar o ta-
de inspeção: performance, daí a exigência da inspeção e da danos químicos. labarte de cabo de aço, verifique se há cor-
manutenção periódica. tes, áreas gastas ou padrões de desgastes
1- Na aquisição e periodicamente devem 2) Argolas em D: verifique as argolas em D
anormais no cabo. Feixes rompidos deverão
ser efetuadas inspeções nos EPIs, acessó- Materiais como as fibras sintéticas são bastante quanto a deformações, rachaduras, que-
separar-se do corpo do talabarte.
rios e sistemas de ancoragem, destinados à difíceis de ser inspecionados, uma vez que po- bras e cantos ásperos ou vivos. Se possível,
proteção de queda de altura. Os que apre- dem equivocadamente ter aparência de novos compare com argolas de outros cinturões 3) Talabarte em fita: ao dobrar a fita sobre
sentem defeitos ou deformações devem ser quando, na verdade, estão fragilizados pela ação do mesmo modelo. um tubo, observe cada lado do talabarte.
recusados. de agentes químicos agressivos. Então, a checa- Isso irá revelar cortes ou quebras. Inchaço,
3) Fixação das fivelas: verifique desgaste
gem precisa ser cuidadosa. descoloração, rachaduras e carbonização
2- Antes do início dos trabalhos, deve ser anormal, fibras gastas ou cortadas e cos-
são sinais óbvios de danos químicos ou
efetuada a inspeção rotineira de todos os A vida útil de um equipamento pode variar con- turas rompidas na fixação da fivela e das
térmicos. Observe cuidadosamente se há
EPIs, acessórios e sistemas de ancoragem. forme os seguintes fatores: frequência de uso; argolas em D.
rompimentos nas costuras.
modo de armazenagem; condição de uso e con- 4) Lingueta/olhais: a lingueta fica bastante
3- Registrar o resultado das inspeções: 4) Talabarte de corda torcida: gire o tala-
servação; e ambiente de trabalho. gasta devido ao constante afivelamento e
a) na aquisição; barte de corda para verificar se há fibras di-
Independente dos fatores que interferem na sua desafivelamento. Verifique se há olhais sol-
fusas, gastas, rompidas ou cortadas. Áreas
b) periódicas e rotineiras quando os EPIs, durabilidade, os fabricantes estabelecem prazos tos, deformados ou quebrados. O cinturão
debilitadas por cargas extremas irão surgir
acessórios e sistemas de ancoragem forem de validade médios de forma a nortear o usuário não deve ter punções adicionais.
como alteração visível no diâmetro original.
recusados. em processos de inspeção e manutenção. 5) Lingueta: a lingueta deve estar livre de O diâmetro da corda deve ser uniforme em
4- Os EPIs, acessórios e sistemas de anco- É imprescindível que equipamentos vencidos, de distorções, tanto no formato quanto no mo- toda a sua extensão.
ragem que apresentarem defeitos, degra- procedência desconhecida ou com sinais de des- vimento. Deve sobrepor-se à moldura da fi-
5) Pacote de absorvedor de impacto: a
dação, deformações ou sofrerem impactos gaste ou mau uso sejam inspecionados por um vela e mover-se para frente e para trás no
parte externa do pacote deve ser examina-
de queda devem ser inutilizados e descar- profissional habilitado de forma que sejam valida- suporte. O rolete deve girar livremente na
da quanto a furos de queima e desgaste.
tados, exceto quando a sua restauração for dos quanto à sua integridade operacional. Equi- moldura. Verifique se há deformações ou
As costuras nas áreas em que o pacote é
prevista em normas técnicas nacionais ou, pamentos não passíveis de reparo devem ser des- cantos vivos.
firmado a cintos ou talabartes devem ser
na sua ausência, em normas internacionais. cartados imediatamente, para evitar acidentes. 6) Fivelas de atrito e fivelas duplas: verifique examinadas quanto a feixes soltos, rasgos
Os equipamentos devem ser mantidos em bom se existem deformações. As barras externas e deterioração.
estado de conservação, de preferência armazena- e centrais devem estar retas. Preste atenção
Inspeção diária Consulte o manual do fabricante para verificar
dos, abrigados de radiação ultravioleta (raios UV) especial aos cantos e aos pontos de fixa-
o prazo de validade do equipamento e tenha
e em ambientes arejados, quando fora de serviço. A inspeção diária deve ser realizada pelo pró- ção na barra central. Compare as fivelas do
como hábito fazer a inspeção regular de todos
prio trabalhador, antes e durante a utilização do cinto entre si.
O cuidado com o EPI é inerente ao seu bom fun- os itens utilizados em sua rotina de trabalho.
equipamento. É obrigatório, todo usuário deve
cionamento e cabe ao usuário mantê-lo em boa Inspeção do talabarte
receber treinamento para executar esse tipo de
condição de uso. Isso é válido para todos os equi-
inspeção, de forma que esteja munido de infor- Ao inspecionar talabartes, comece em uma ex-
pamentos de proteção em altura: cintos de se-
mações mínimas para identificar algo que possa tremidade e trabalhe em direção à extremidade
gurança, dispositivos de ancoragem e elementos
gerar risco à sua segurança. Caso algo chame a oposta, girando o talabarte vagarosamente, de
de união como talabartes e trava-quedas.
atenção do trabalhador, o mesmo deve relatar o modo a verificar todos os lados. Além disso, siga
Os produtos podem sofrer vários tipos de desgas- ocorrido ao Departamento de Segurança (GSS) os procedimentos abaixo.
te, em especial as cordas sintéticas e os materiais e encaminhar o equipamento para uma inspe-
têxteis. Além do desgaste natural oriundo do uso ção mais aprofundada. 1) Ferragens
frequente, outros fatores podem contribuir para a a. Engates: verifique de perto se há defor-
A seguir, critérios para a inspeção dos equipa-
deterioração dos EPIs, dentre eles: o deslizamento mações nos ganchos e olhais, rachaduras,
mentos para o trabalho em altura.
sobre superfícies abrasivas e materiais cortantes; corrosão ou superfície com impactos. O fe-

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Queda de diferença de nível • Parte V • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte V • Queda de diferença de nível

Importância da Linha de Vida no trabalho em altura O cabo sintético deverá ser submetido a ensaio,
conforme a Nota Técnica ISO 2307/1990. Esse ma-
É preciso tomar alguns cuidados para manter a
corda em boas condições. Evite superfícies abra-
terial deve ter a avaliação de carga de ruptura e sivas. Não pise, não arraste e nem permita que a
material constituinte feita pela rede brasileira de corda fique em contato com quinas desprotegi-
laboratórios de ensaios e calibração do Sistema das. Evite o contato com a areia, pois os pedris-
A Linha de Vida é um procedimento que consiste Existe uma legislação específica sobre cordas Brasileiro de Metrologia e Qualidade Industrial cos podem se alojar entre as fibras, danificando-
na instalação de cordas ou fitas ligadas ao cinto de segurança. A Norma Regulamentadora Nº 18, (SINMETRO). -as, além de manter a corda longe de materiais
de segurança e a ancoragens, com o objetivo de Item 18.16.5, trata das características para cabos como graxa, solventes, combustíveis e produtos
permitir que as pessoas trabalhem em altura com de aço e cabos de fibra sintética. Veja quais são: Ao inspecionar a corda da Linha de Vida, che-
químicos de uma forma geral. Ao manusear a li-
segurança. que todo o seu comprimento e observe:
Anexo I – Especificações de segurança para os nha, evite que a corda fique pressionada em um
As atividades desenvolvidas no sistema elétrico cabos de fitas sintéticas. • Qualquer irregularidade, caroço, encurta- ponto, “mordida” e não a deixe sob tensão por
de potência normalmente são realizadas por mento ou inconsistência. um período prolongado, tampouco a utilize para
1. O cabo de aço de fita sintética utilizado rebocar um carro ou para qualquer outro uso.
profissionais que necessitam promover a ascen- • Sinais de corte e abrasão, queimadura,
nas condições previstas no subitem 18.16.5
são vertical em estruturas de rede de distribuição traços de produtos químicos ou fios desfia- Cuidar da integridade da corda significa man-
deverá atender às especificações técnicas
(RD), para operar, fazer a manutenção ou reparar dos e felpudos. ter a Linha de Vida em condições seguras. São
a seguir:
as redes elétricas. medidas simples que contribuem para manter a
a) Traçado triplo e alma central. segurança daqueles que realizam atividades em
Além dos riscos elétricos, esses profissionais estão
expostos à ameaça de queda em diferença de b) Traçado externo em multifilamento de altura.
nível, pois são serviços realizados em mais de dois poliamida.
metros de altura. Nesse contexto, um dos equipa-
c) Traçado intermediário e o alerta de visual
mentos essenciais para o desenvolvimento dessa
de cor amarela em multifilamento.
tarefa é a Linha de Vida, que deve ser montada
para oferecer segurança aos profissionais que d) Traçado interno em multifilamento de po-
trabalham em altura. liamida.
e) Carga de ruptura mínima 20 Kn.

2. O cabo de fibra sintética utilizado nas con-


dições previstas no subitem 18.16.5 deverá
atender às prescrições de identificação a
seguir:
a) Marcação com fita inserida no interior
do trançado interno gravado NR 18.16.5 ISO
1140 1990 e fabricante com CNPJ;
b) Rótulo fixado firmemente contendo as
seguintes informações:
I. Material constituinte: poliamida
II. Número de referência: diâmetro de 12 mm
III. Comprimentos em metros
c) Incluir o aviso: “Cuidado: cabo para uso
específico em cadeiras suspensas e cabo-
-guia de segurança para a fixação de tra-
va-quedas”.

Capa amarela
Alma (amarela visual) • O ângulo formado pela corda realizan-
do um semicírculo com as mãos, devendo
haver certa resistência e um raio constante
em toda a sua extensão.

Fita de
• Se há falcaça (arremate), se a capa en-
Três capas
identificação contra-se acumulada em algum dos chico-
tes ou se os fios saíram da capa.

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Queda de diferença de nível • Parte V • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte V • Queda de diferença de nível

Utilização do kit de resgate em altura


5. 7.
4.

Trabalhos em altura exigem perícia e técnica • O trava-quedas do socorrista já deverá es-


dos profissionais envolvidos, uma vez que o risco tar instalado na mesma Linha de Vida do
envolvido na execução dessas tarefas é muito acidentado.
grande. Quando ocorre algum acidente nas ati-
• Acoplar o trava-quedas no cinto para-
vidades realizadas em altura é muito importante
-quedista, subir na estrutura e passar o tala-
que o resgate seja realizado de forma rápida e
barte do seu cinto no poste ou na escada.
competente pelos responsáveis, exigindo conhe-
cimento e precisão nas ações. • Se necessário, inclinar a cabeça da víti-
ma para trás, desobstruindo as vias aéreas
Nessas situações, é fundamental o uso apropria- • A Figura 6 indica a carretilha devidamente
para a passagem de ar pelo nariz e pela
do do kit de resgate em altura, que deve conter travada para o início do resgate.
boca.
os seguintes itens:
• Passar o gancho da corda da carretilha
• Roldana Dupla Ação, com o corpo e a rol-
no olhal do cinto do acidentado, onde está
dana feitos com polímero isolante de alta
instalado o trava-quedas, como mostra a 6.
resistência.
Figura 1.
• Gancho com trava de segurança em aço
forjado.
1.
• Fita de ancoragem. • Quando o acidentado chegar ao solo, o
• Sacola para acondicionamento e transporte. socorrista soltará a corda da carretilha e
desprenderá o seu talabarte.
Resgate com o uso da Carretilha Dupla Ação • Após descer da estrutura, o socorrista
deve retirar o seu trava-quedas do mosque-
A Carretilha Dupla Ação é uma ferramenta que tão do peito.
funciona acoplada a uma corda de poliamida,
com um gancho na extremidade, para o trans- • Iniciar a prestação dos primeiros socorros
porte de materiais e pessoas. O posicionamento e a remoção conforme o plano de emer-
da corda é essencial para que a carretilha suba gência.
e desça livremente, podendo também descer Antes de qualquer atividade de trabalho, é im-
com o sistema de freio acionado, ou ainda fique A partir desse ponto, o corpo do acidentado será
portante verificar as condições dos equipamen-
travada em qualquer posição. • Esticar a corda da carretilha, deixando-a amparado pela corda da carretilha, sendo que o
tos destinados ao resgate quanto ao seu estado
tensionada, para evitar que o acidentado trava-quedas e o talabarte têm que ser liberados.
Apresentamos um guia com ações para a exe- de conservação. Se o corpo do acidentado esti-
sofra trancos quando ocorrer a transferên- Assim, é preciso:
cução do resgate, que traz o passo a passo para ver tocando os condutores, podendo trazer risco
esse tipo de atividade: cia do seu trava-quedas para a corda da • Suspender o corpo do acidentado para elétrico para quem faz o resgate, essa operação
carretilha. poder desprender o seu trava-quedas e o só poderá ser feita após a interrupção do circuito
• Travar a corda no dispositivo de travamen- talabarte. elétrico.
to da carretilha, Figuras 2, 3, 4 e 5. • Se o talabarte e/ou o trava-quedas não
puderem ser desconectados do cinto do
acidentado com facilidade e rapidez, cor-
2. 3. tar um ou ambos, utilizando o canivete (cui-
dado para não cortar a linha de vida).
• Destravar a corda da carretilha e iniciar a
descida do acidentado.
• Controlando o freio da carretilha, soltar
a corda devagar, guiando a corda para
desviar o acidentado de empecilhos da es-
trutura ou da escada até ele atingir o solo
(Figura 7).

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Queda de diferença de nível • Parte V • Manual de Segurança

Como realizar a inspeção de condições


estruturais de postes de BT e MT
Para realizar atividades na rede elétrica em cima real está de acordo com o engastamento devido,
de postes de BT e MT é fundamental uma criterio- através da contagem das gavetas expostas. Para
sa inspeção prévia nas condições de sua estru- isso, deve ser utilizada a Tabela de Engastamen-
tura. Esse procedimento evitará a ocorrência de tos abaixo:
acidentes com os colaboradores, como queda
ou tombamento. Tabela de Engastamentos

Para a realização correta desse tipo de inspeção Poste Comprimento Comprimento Comprimento Conferência
do topo (m) do da parte pelas
é muito importante seguir os procedimentos indi- engastamento exposta do gavetas
cados abaixo: devido (m) poste (m)
Gavetas +
1 - Estacionar, sinalizar e delimitar a área de metros
trabalho e, posteriormente, elaborar a Análi- 9/300 3 1,5 7,5 3 0
se Preliminar de Risco (APR) conforme o POP. 9/600 3 1,5 7,5 3 0
2 - Localizar o poste, PG ou barramento. 9/1000 3 1,5 7,5 3 0
11//200 3 1,7 9,3 4 0,3
3 - Identificar rachaduras, ferragens expos-
tas e deformações no concreto (poste es- 11/300 4,5 1,7 9,3 3 0,3
tourado). 11/600 4,5 1,7 9,3 3 0,3
11/1000 4,5 1,7 9,3 3 0,3
4 - Verificar o estado de conservação da
base dos postes. 12/600 4,5 1,8 10,2 3 1,2
12/1000 4,5 1,8 10,2 3 1,2
Quando houver qualquer indício de fragilidade
15/1000 4,8 2,1 12,9 5 0,6
como fissuras, ferrugem e concreto solto nos pos-
tes desprotegidos por calçadas, recomenda-se
que a sua base seja escavada em, aproximada-
mente, 30 centímetros, para a verificação do seu Importante! Quando o eletricista não tiver a cer-
estado de conservação. teza do comprimento do topo, ele deve conferi-la
através da contagem dos furos, pois cada furo tem
uma distância de 10 centímetros do outro. Se o pos-
te não oferecer segurança, o eletricista não deve
subir nele. Nesse caso, o serviço deverá ser realiza-
do com o apoio do guindauto para segurar o poste
ou através do cesto aéreo ou da escada de centro.
Caso real
Há cerca de três anos, um dos colaboradores da
COELBA desenvolvia uma atividade de retirada de
um condutor convencional em um poste de 9/200.
Ao soltar a rede de baixa tensão, o poste acabou
caindo sobre o telhado de uma residência, levan-
do o colaborador a óbito. O poste que tombou
apresentava apenas 30 centímetros de engasta-
mento, que é a profundidade de instalação, quan-
do deveria ter, pelo menos, 1,5 m. Que erros pode-
É importante verificar se os esforços dos cabos mos identificar com esse trágico acidente?
instalados ou a soltura deles compromete a esta- • Não cumprimento dos procedimentos bá-
bilidade do poste. Deve-se checar se o poste está sicos na realização de uma APR bem feita,
corretamente engastado, observando o traço de negligenciando a inspeção de condições
engastamento e o traço de referência. O traço de estruturais de postes.
referência fica localizado sempre a 3 metros da
base do poste. Caso nenhum dos traços esteja vi- • Não verificação do engastamento.
sível, é recomendável verificar se o engastamento • Ausência de atuação do papel do “padrinho”.

110 | COELBA • 2019


Manual de Segurança • Parte VI • Administrativo

Benefícios do uso do protetor solar

O uso do protetor solar diariamente é essencial O protetor solar é considerado um EPI?


para evitar danos à saúde da pele, como o enve- Na Norma Regulamentadora Nº 06 não há a ci-
lhecimento precoce e até o câncer de pele. No tação do filtro solar, há apenas uma referência
período de trabalho, é de extrema importância sobre a proteção de membros superiores com o
que os colaboradores que estiverem expostos à creme protetor, citada no Anexo I:
luz solar apliquem diariamente na pele um pro-
duto com filtro de proteção.
F.2 – Creme protetor:
Ao atingir a pele, a radiação ultravioleta (UV)
emitida pelo sol desencadeia reações imediatas, a) creme protetor de segurança para a proteção
como queimaduras e bronzeamento, e tardias, dos membros superiores contra agentes químicos.
como o envelhecimento cutâneo e mutações
Apenas o creme protetor contra agentes quími-
genéticas, que podem gerar o câncer de pele.
cos é considerado um EPI!
Os raios do sol são responsáveis por 80% do enve-
lhecimento cutâneo e podem triplicar o número O filtro solar não é considerado um EPI, mas é in-
de casos de melanoma (câncer de pele). dispensável para a proteção do trabalhador. A lei
8213 – art. 19, inciso 1º, afirma o seguinte: § 1º - A
empresa é responsável pela adoção e uso das
medidas coletivas e individuais de proteção e se-
gurança da saúde do trabalhador.
Portanto, proteger o trabalhador dos riscos que o
ambiente de trabalho proporciona à sua saúde
também é responsabilidade da empresa.
Nos trabalhos a céu aberto, quando há maior ex-
posição ao sol, a proteção é determinada atra-
vés da NR-21, que determina no segundo pará-
grafo: 21.2 Serão exigidas medidas especiais que
protejam os trabalhadores contra a insolação
excessiva, o calor, o frio, a umidade e os ventos
inconvenientes.
Diante desses aspectos, todos os colaboradores
Existem dois tipos de filtro solar: os que absorvem que executam as suas atividades expostos por
os raios ultravioleta e protegem a pele contra da- alguma forma à radiação solar devem receber
nos causados pela exposição solar e os que fun- da empresa essa forma de proteção, sendo de-
cionam como uma barreira, refletindo os raios UV. vidamente registrada pelo empregador por meio
O FPS (Fator de Proteção Solar) define o nível de da ficha de controle de fornecimento de EPI/EPC.
proteção que um determinado produto é capaz
de oferecer contra a queimadura solar. Quanto
mais clara a pele, maior deve ser o FPS. Faça virar um hábito: deixe o seu protetor visível
É preciso passar o filtro solar sobre a pele durante e acostume-se a usá-lo todos os dias.
o dia, mesmo com o tempo nublado. As nuvens

PARTE VI
não conseguem filtrar os raios e a chance de
queimar a pele no mormaço é igual ou maior do
que em um dia de sol. A maioria dos dermato-
logistas recomenda a reaplicação do protetor a
cada 2 horas.
O sol emite três tipos de radiação ultravioleta: UVC
(barrada pela camada de ozônio), UVB (cuja
maior incidência se dá entre as 10h e as 16 ho-
ras) e UVA (que tem 95% de toda a radiação UV).

2019• COELBA | 113


Administrativo • Parte VI • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte VI • Administrativo

3.
Cuidados com a postura
Muitos problemas e lesões podem ocorrer por
falta de cuidados ergonômicos no ambiente de
trabalho, principalmente:
A Ergonomia é o estudo científico das relações as suas atividades, preservando a sua saúde e o 1. Fadiga
entre o homem e a máquina, em busca da se- bem-estar.
2. Dores nas costas
gurança e eficiência ideais na interação entre
Alguns fatores influenciam o surgimento de pro-
ambos. O principal objetivo da Ergonomia é de- 3. LER/DORT
blemas ergonômicos, entre os quais:
senvolver e aplicar técnicas de adaptação de
1. Postura estática 4. Tenossinovite
elementos do ambiente de trabalho ao ser hu-
mano, com o objetivo de gerar bem-estar para 2. Forma como o trabalhador utiliza ferra- 5. Escoliose
o trabalhador e, consequentemente, aumentar a mentas e máquinas A Lesão por Esforço Repetitivo (LER) é uma das
sua produtividade. 4.
3. Locais de trabalho restrito grandes causas de licenças e afastamento de
A Norma Regulamentadora NR-17, que trata so- atividades laborais. É causada pelo uso ou ma-
bre a Ergonomia, visa estabelecer parâmetros 4. Biotipo físico nuseio excessivo de algum equipamento ou
que permitam a adaptação das condições de Para combater esses fatores é importante posicio- ferramenta por um período maior do que o nor-
trabalho às características físicas e psíquicas nar as suas ferramentas e materiais de trabalho mal. Em alguns casos, a LER pode ficar restrita ao
dos trabalhadores, de modo a proporcionar o sem que precise se posicionar de forma estática, membro afetado, geralmente mãos e braços. Co-
máximo de conforto, segurança e desempenho mantendo o seu corpo ereto e da maneira mais meça com uma inflamação, que acaba exigin-
eficiente. acessível ao serviço a ser executado. do imobilização e medicação. Nesse caso, a vol-
ta ao trabalho ou às atividades cotidianas pode
Quando se aborda a Ergonomia, é comum di- É preciso ter cuidado com a postura para não demorar.
recionar esse tema apenas às pessoas que exe- sofrer lesões futuras. O levantamento de materiais
cutam atividades em escritórios. Porém para os deve ser executado de forma que o esforço físico Também são comuns os casos de escoliose, o
encurvamento anormal da coluna vertebral que 5.
colaboradores que trabalham na área opera- realizado pelo trabalhador seja compatível com
cional é de extrema importância saber quais as a sua capacidade de força e não comprometa a provoca dor lombar e nas costas. O problema é
melhores metodologias e práticas para executar sua saúde ou a sua segurança. agravado pela má postura. O diagnóstico preco-
ce favorece o tratamento e diminui as chances
de desenvolver deformidades.

1. 2. 1.

Como cuidar da Ergonomia?


• Mantenha a postura ideal de acordo com o tra-
balho a ser executado, colocando os braços e as
pernas, preferivelmente, bem apoiados, para que
não haja sobrecarga.
• Mantenha a cabeça e o pescoço alinhados.
• Faça intervalos no trabalho para reduzir a pres-
3. 4. 2. são nos discos vertebrais, tensões na coluna, nos
ombros e na área cervical, e para melhorar a cir-
culação sanguínea.
• Alongue o seu corpo, sobretudo braços, pes-
coço, costas e pernas, para o fortalecimento dos
músculos.
• Beba água. Hidratar o corpo ajuda as articula-
ções e os músculos a ficarem lubrificados.
• Cultive o hábito de ter uma rotina de atividades
físicas para fortalecer os seus músculos e melho-
rar a saúde cardiovascular.

114 | COELBA • 2019 2019• COELBA | 115


Administrativo • Parte VI • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte VI • Administrativo

Saiba como diferenciar acidente e incidente no trabalho Suicídio: uma epidemia silenciosa

Objetivo: Conscientizar os colaboradores sobre A imagem 1 ilustra um acidente: o material atinge O suicídio mata mais de um milhão de pessoas • Doar objetos de estimação, colocar em
a diferença entre acidente e incidente e instruir alguém e gera lesões. As imagens 2 e 3 mostram anualmente, o que representa um óbito a cada 40 ordem as finanças e resolver as pendências
sobre como utilizar esse tipo de situação para re- situações de incidente, quando o material cai pró- segundos. É a terceira causa de morte entre jovens no trabalho.
forçar a segurança. ximo ou distante de alguém. de 15 a 29 anos no Brasil, depois da violência e
Comportamento verbal (clássico)
dos acidentes de trânsito. Mas dentro do universo
Utilizadas constantemente como sinônimos, as pa- Caso o material tenha caído no chão e ninguém
de indivíduos com mais de 50 anos, percentual- • “Quero morrer”; “Vou me matar”; “Esta é
lavras acidente e incidente apresentam significa- tenha sido atingido por ele, a ocorrência será
mente, o crescimento de casos é maior. Cerca de a última vez que você me vê”; “Não tenho
dos diferentes, principalmente quando aplicadas classificada como um incidente. Nesses casos,
11.000 pessoas morrem por suicídio a cada ano nada pelo que valha a pena viver”; “Preferia
ao universo da segurança do trabalho. A legisla- costumamos nos refazer do susto e seguimos tra-
no país. está morto” (frases de alerta).
ção trabalhista brasileira define como acidente de balhando normalmente, sem pensar nas causas
trabalho uma ocorrência durante a execução de que possibilitaram a existência desse incidente. Se uma atitude extrema como tirar a própria vida
uma atividade profissional, provocando lesão cor- já passou pela sua cabeça ou foi relatada por al-
Como ajudar:
poral ou qualquer tipo de perturbação funcional gum conhecido, busque apoio junto à família, aos
que possa levar ao desenvolvimento de doenças, Como podemos usar os incidentes como forma amigos de confiança e, se for o caso, recorra ao • Conversa e atenção: não rechaçar nega-
perda ou redução da capacidade do trabalha- de prevenção de acidentes? acompanhamento terapêutico. Muitas vezes, uma tivamente (expressões como “Credo! Isso
dor e até mesmo levar a óbito o profissional. pessoa está em um processo de sofrimento extre- é pecado!”); não esboçar expressões de
Incidentes devem sempre servir como um aviso,
mo e silencioso, precisando de ajuda. Um gesto so- choque (“Não acredito que você está pen-
Já o incidente é definido como uma ocorrência ou seja, um alerta para a segurança de todos.
lidário nesse tipo de situação faz toda a diferença. sando nisso!”); e não reprimir nem a fala
não planejada, que pode interferir ou interromper São sinais claros de que algo está errado no nos-
nem o choro com comentários inadequa-
o fluxo de uma atividade, gerando situações de so ambiente de trabalho e algum procedimento Reunimos, a seguir, algumas informações úteis
dos (“Para quê chorar? Você sempre teve
perda de tempo, dano material ou pequenas le- de segurança está sendo negligenciado. Sempre para uma melhor compreensão sobre o ato suici-
tudo do bom e do melhor”).
sões aos colaboradores. Dessa forma, podemos que esse tipo de situação acontecer, analise o da e como prestar a ajuda necessária.
entender o incidente como uma ocorrência com ocorrido e procure as falhas que propiciaram a • Indicar e, se possível, acompanhar a visita
potencial para provocar um acidente, mas que ocorrência. Busque levantar os aspectos que de- a um profissional de saúde mental.
O que leva uma pessoa a não querer mais viver?
não gerou nenhuma consequência mais grave veriam ser evitados e procure soluções para que
aos envolvidos ou ao local de trabalho. o evento não se repita. A prevenção é sempre a • Transtornos mentais, como depressão,
melhor forma de garantir a segurança de todos transtorno bipolar do humor, esquizofrenia, Verdade:
Para ficar ainda mais claro, vamos utilizar um exem-
no ambiente de trabalho. entre outros. • O suicídio é o sofrimento em sua versão
plo. Em um local de circulação, encontra-se uma
pilha de material que não possui nenhum tipo de • Uso abusivo de álcool e de drogas. mais terrível.
trava. De repente, alguém se esbarra na pilha e o Mito:
• Dificuldades financeiras e/ou emocionais.
material, que é bem pesado, tomba e cai no chão.
Se o material cair sobre algum colaborador que es- • Quem quer se matar não avisa antes. Ou-
teja passando no momento e causar lesões, como Estatísticas: vir e levar esse tipo de comentário a sério é
fissuras resultantes do peso caindo sobre o pé, a fundamental.
• 60% das pessoas que cometem suicídio
ocorrência será classificada como um acidente e as nunca tinham tentado antes.
causas do acontecimento deverão ser investigadas.
• 50% a 60% nunca tiveram um contato com
um profissional de saúde mental.
1. 2. 3.
Onde procurar ajuda:
• 2/3 dos que cometeram suicídio comuni-
caram claramente a amigos ou parentes a • Centro de Valorização da Vida (CVV)
sua intenção. • Telefone: 141
Acidentes podem acontecer em qualquer am- • Chat: www.cvv.org.br/chat/
biente. Os colaboradores que operam em redes Métodos mais utilizados:
de alta tensão ou em subestações estão propí-
cios a perigos maiores. Entretanto, existem mi- • Ingestão de produtos tóxicos, como pesti-
lhões de registros de acidentes em escritórios e cidas, herbicidas e medicações (mulheres).
áreas administrativas, anualmente. Essas ocorrên- • Arma de fogo (homens).
cias geram lesões sérias e, em alguns casos, po-
1. A imagem ilustra um acidente, quando o ma- dem ser fatais. Seja proativo para evitar essas situ-
Sinais:
terial atinge alguém e gera lesões. ações; aja de forma atenta e preventiva. Sempre
2. e 3. Situações de incidente, quando o material que perceber uma situação de perigo, busque Comportamento social (padrão)
cai próximo ou distante de alguém. expor a questão e encontrar soluções.

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Administrativo • Parte VI • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte VI • Administrativo

Saiba como lidar com o estresse emocional • Angústia • Realize exercícios físicos regularmente.
• Cansaço constante
no ambiente de trabalho • Dificuldade para se concentrar
Nesses momentos críticos, costumamos ser mais
negligentes com as questões relacionadas à se-
gurança e estamos mais suscetíveis a tomar deci-
sões erradas, que podem gerar acidentes.
É preciso estar muito atento para perceber quan-
do o estresse emocional está influenciando as
nossas decisões, assim como é preciso estar
sempre alerta para perceber quando o estresse
influencia os nossos colegas de trabalho. Cordia-
lidade, atenção e companheirismo são recursos
poderosos para criar um ambiente de trabalho • Tirar férias regularmente é fundamental,
mais integrado e solidário, buscando amenizar pois, além de ser um direito do trabalhador,
aspectos desgastantes. ajuda a manter a vida saudável, na medi-
da em que possibilita um tempo para se
dedicar a questões pessoais e estar mais
Abaixo, listamos algumas dicas para diminuir a
próximo de familiares e amigos.
possibilidade de estresse no trabalho:
• Passamos uma boa parte do nosso tempo
no trabalho, por isso devemos buscar ma-
neiras de tornar esse ambiente um local que
gere satisfação. Fortalecer as relações pes-
soais é fundamental, criando um ambiente
saudável com os outros colegas. Ir ao traba-
lho não deve ser encarado como algo ruim.
Caso isso esteja ocorrendo, procure identifi-
car o motivo para transformar o seu ambien-
te de trabalho em um lugar agradável.

Objetivo: Conscientizar os colaboradores sobre No ambiente de trabalho, o acúmulo de tare-


os problemas que o estresse emocional pode fas, aliado à falta de descanso e a uma rotina • Reconheça e respeite os seus limites. Or-
ocasionar e orientar sobre a importância de um fatigante, está entre as principais causas do que ganize as suas atividades de acordo com
ambiente de trabalho saudável. costumam chamar de estresse ocupacional. Exis- a prioridade. Se for constatada uma carga
tem muitos estímulos que podem desencadear de tarefas superior àquela que você conse-
A palavra estresse vem sendo cada vez mais uti-
essa situação: estar exposto a condições como gue executar, fale com o seu supervisor.
lizada e tem se tornado um termo muito comum
a falta de recursos materiais; exigências físicas
no cotidiano das pessoas. Tradução da palavra • Equilibre a sua vida pessoal com a car-
e psíquicas superiores às que correspondem à
inglesa stress, o vocábulo traz entre os seus prin- reira. Procure um hobby, uma atividade
função do trabalhador; ambientes de trabalho
cipais significados a ideia de tensão e pressão. • Uma boa alimentação é fundamental de lazer ou qualquer outra atividade que
com problemas de relacionamento interpessoal
Apesar de ser uma expressão comum, devemos para a saúde e para o equilíbrio do orga- te traga prazer. Isso contribuirá para a sua
ou que não garantam a saúde, o bem-estar e a
compreender melhor sobre como somos afeta- nismo. Ter uma dieta balanceada e sem ex- qualidade de vida.
segurança do colaborador.
dos pelas situações estressantes e quais são as cessos diminui as chances de estresse.
consequências de ficar estressado. Quando estamos estressados vários sintomas são
desencadeados, tais como:
O estresse é definido como um conjunto de rea-
ções fisiológicas que ocorrem quando estamos • Insônia
expostos a novas situações ou ocorrências não
• Irritabilidade
planejadas. Muitas vezes, essas reações orgâni-
cas e psíquicas se tornam exageradas em inten- • Tristeza
sidade e/ou duração, provocando desequilíbrios
• Ganho ou perda de peso
no organismo e colocando as pessoas em um
estado estressante que gera desgaste. • Agitação

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Administrativo • Parte VI • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte VI • Administrativo

Orientações para a higienização e conservação de EPIs o seu uso, não deixar meias armazenadas
na parte interior do calçado.
• É recomendável substituir a vestimenta
após 100 lavagens ou caso tenha sido sub-
metida à ação do arco elétrico, apresente
• Para higienizar o calçado de segurança,
furos, rasgos ou desgaste acentuado.
use um pano úmido, deixe-o secar na som-
O Equipamento de Proteção Individual (EPI) é in- • Ao final da jornada, passe um pano úmi- bra, em local ventilado.
dicado quando o colaborador se expõe a riscos do no capacete, para retirar o excesso de Protetor facial
• A inspeção visual consiste na verificação
em sua atividade de trabalho e funciona como sujeira. das medidas, furos, rebarbas, costuras cor-
uma barreira para evitar que ele possa se aciden- tadas, cortes no couro ou quaisquer outros
• Faça regularmente a inspeção do ca-
tar. Portanto, esse é um item que precisa ser pre- defeitos que venham a diminuir a proteção
pacete para verificar o aparecimento de
servado com zelo. do trabalhador, a marcação e o acondicio-
trincas, furos, deformações, esfolamento ex-
É responsabilidade do empregador fornecer o EPI cessivo ou a suspensão com deformações, namento.
e orientar o trabalhador para o seu uso adequa- condições que sinalizam a necessidade de • Esse EPI tem uma vida útil de 12 meses em
do, a sua guarda e conservação, de acordo com substituir o equipamento. uso. Se apresentar qualquer defeito, deve
a Norma Regulamentadora NR-06 – EPI. Essa regu- ser substituído imediatamente.
lamentação estabelece que é papel do empre-
Óculos de segurança
gado usar o EPI apenas para a finalidade a que Fardamento retardante
se destina e de maneira adequada; assumir a res-
ponsabilidade pela sua guarda e conservação;
e comunicar ao empregador qualquer alteração • Protetor facial confeccionado em policar-
que torne o equipamento impróprio para o uso. bonato verde, com um suporte (queixeira)
O prazo de validade dos EPIs é definido a par- de material plástico preto, que é encaixado
tir da data de fabricação pelo fabricante, desde na parte inferior do visor por meio de três
que observadas as condições corretas de uso, pinos plásticos, para a proteção dos olhos
higienização e estocagem. Reunimos a seguir in- e da face do usuário contra o impacto de
formações úteis para manter os diferentes equi- partículas volantes multidirecionais, lumino-
pamentos de proteção em boa condição de uso: sidade intensa e agentes térmicos prove-
• Devem ser ajustados adequadamente ao nientes de arco elétrico.
rosto do usuário. • Deve ser acondicionado em bolsa especí-
Capacete
• Deverão ser guardados em estojos ou em- fica com proteção contra riscos, raios infra-
balagens individuais para evitar que as len- vermelhos e substâncias químicas.
tes sejam riscadas ou danificadas. • Para higienizar o equipamento, deve-se
• Ao final da jornada, pode lavá-los com • A vestimenta retardante protege o usuário utilizar detergente ou sabão neutro e usar
sabão neutro ou detergente, sem utilizar es- contra o calor e chamas provenientes do escovas de cerdas macias, enxaguando-o
ponja, apenas com as mãos. Seque-os com arco elétrico ou do fogo repentino. com água fria ou morna.
papel toalha ou toalha macia. • Deve ser usada abotoada e com as par- • Fazer a inspeção antes do uso para de-
• Faça a inspeção do equipamento antes tes do corpo totalmente cobertas, com a tectar possíveis defeitos (perfurações, arra-
da sua utilização para detectar possíveis camisa por dentro da calça, evitando, as- nhões, rupturas).
defeitos (perfurações, arranhões, rupturas). sim, queimaduras graves em caso de aci-
• Em caso de qualquer tipo de defeito, tais
dentes provocados por arco elétrico ou
• Se estiverem embaçados ou com riscos como aranhões profundos, rachaduras ou
fogo repentino.
que prejudicam a visibilidade ou trincados, quebra, o equipamento deve ser substituí-
• Deve ser usado sempre com a suspensão devem ser substituídos. • No almoxarifado, manter a vestimenta na do imediatamente.
bem ajustada ao tipo da cabeça e com a embalagem original, em local seco e ven-
O cuidado com os EPIs significa zelar pela sua
jugular passada sob o queixo, para evitar a Calçado de segurança tilado.
própria segurança, portanto, adquira o hábito
queda do equipamento. A suspensão deve • Antes de usá-la, deve ser lavada com de- de inspecionar, higienizar e armazenar o equipa-
• Item destinado à proteção dos pés du-
estar posicionada a uma distância de, aproxi- tergente neutro, sem utilizar cloro. mento em condições adequadas.
rante a jornada de trabalho, nos serviços
madamente, 40 mm em relação ao casco do
com eletricidade em que não haja riscos • Não lavá-la junto com outras peças de
capacete, presa adequadamente e ajustada
de queda de material sobre os pés, corte roupa e evitar passar o ferro nas faixas re-
à cabeça do usuário. Não colocar nenhum
ou perfuração da planta do pé por material fletivas.
objeto entre a suspensão e o casco nem en-
pontiagudo ou cortante.
tre a suspensão e a cabeça do usuário. • As vestimentas que tenham sofrido da-
• Os calçados devem ser guardados em nos acentuados como furos, desgaste ou a
• Guarde-o sempre em local fresco e seco,
lugar ventilado e não devem ser armazena- ação de um arco elétrico devem ser des-
livre de substâncias contaminantes e longe
dos por um prazo superior a 180 dias. Após cartadas.
da luz solar.

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Primeiros socorros ajudam a salvar vidas Terminologia da temperatura Padrões de pulso


• Normotermia: temperatura corporal normal Pulso normal Faixa etária
60 – 70 bpm Homens adultos
• Afebril: ausência de elevação da tempe-
ratura 70 – 80 bpm Mulheres adultas
Estar preparado para agir em casos de aciden- Sinais vitais estão relacionados à temperatura, 80 – 90 bpm Crianças acima de 7 anos
te ou de emergência é fundamental para ajudar frequência cardíaca e respiratória e pressão • Febrícula: 37,7ºC a 37,7ºC
80 – 120 bpm Crianças de 1 a 7 anos
a salvar vidas. Toda pessoa deveria ter conheci- arterial. Indicam as condições de saúde do in- • Febre ou hipertermia: a partir de 37,8ºC 110 – 130 bpm Crianças abaixo de um ano
mento básico sobre primeiros socorros, aplicados divíduo e até mesmo mudanças no seu esta-
• Hiperpirexia: a partir de 41ºC 60 – 70 bpm Recém-nascidos
para manter sinais vitais, evitando o agravamento do geral, evidenciando o funcionamento e as
de diferentes reações do organismo. Trata-se de alterações de diversas funções corporais. A se- • Hipotermia grave: menor de 28ºC
um atendimento inicial a vítimas de acidentes, guir, listamos algumas orientações básicas que
• Hipotermia moderada: 28ºC a 31,9ºC Saturação de oxigênio
mal súbito ou em perigo de vida. Se estiver envol- ajudam a agir em situações emergenciais que
vido em uma situação assim, acione rapidamen- envolvem vítimas em estado crítico e níveis dos • Hipotermia leve: 32ºC a 35ºC Valor de referência para um adulto: igual ou
te a assistência especializada. sinais vitais. maior que 90%.
Padrões de tensão ou pressão arterial
Em primeiro lugar, você precisa manter a calma,
Pressão sistólica Pressão diastólica para conseguir agir sem pânico, com rapidez e
Classificação
Aproxime-se da vítima somente se o (mmHg) (mmHg)
precaução. Em qualquer situação de emergên-
local for seguro. Ótima < 120 < 80 cia, após avaliar a gravidade do acontecimento,
Normal < 130 < 85 comunique o ocorrido aos órgãos competentes
Vítima Limítrofe 130 - 139 85 - 89 (SAMU/192, Corpo de Bombeiros/193 e Polí-
SIM
responsiva:
Hipertensão estágio 1 140 - 159 90 - 99 cia/190).
Avalie a responsividade da vítima. apresente-se
e pergunte se Hipertensão estágio 2 160 - 179 100 - 109
precisa de ajuda.
NÃO Hipertensão estágio 3 > 180 > 110

Vítima irresponsiva: peça a uma pessoa que ligue para o


192 e consiga um DEA/desfibrilador.

Respira
SIM normalmente:
Verifique se a vítima respira.
aguarde e
observe.
NÃO

Não respira ou respira anormalmente: inicie compressões


torácicas contínuas.

Assim que o DEA chegar, ligue-o e


siga as suas instruções.

Ritmo chocável: após afastar


todos da vítima, aplique Ritmo não chocável:
o choque e reinicie a RCP reinicie a RCP.
imediatamente.

Continue até que o SAMU chegue ou a vítima retome a


consciência. A cada dois minutos do DEA, é analisado o ritmo
da vítima (reveze as compressões com outro socorrista para
evitar fadiga).

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Conheça as condições ideais para aferir a pressão arterial 4. Lave as mãos antes de iniciar qualquer
procedimento.
tólica estimado pelo método palpatório e
continue insuflando, rapidamente, até 20
mmHg acima dessa pressão.
5. Posicione a pessoa com o braço apoia-
do ao nível do coração, permitindo cinco 18. Desinfle o manguito de modo que a
minutos de repouso. pressão caia de 2 a 4 mmHg por segundo,
identificando pelo método auscultatório a
6. Informe sobre o procedimento, a fim de
pressão sistólica (máxima) em mmHg.
diminuir qualquer ansiedade.
19. Observe no manômetro o ponto correspon-
7. Descubra o membro a ser aferido e meça
dente ao primeiro ruído regular audível - 1ª fase
a sua circunferência para assegurar-se do
dos sons de Korotkoff - e a pressão diastólica
tamanho do manguito.
(mínima) em mmHg, observando no manô-
8. Nunca afira a PA sobre roupas grossas e metro o ponto correspondente à cessação dos
prefira o local descoberto. ruídos - 5ª fase dos sons de Korotkoff, no adulto.
9. Meça a distância entre o acrômio e o olecra- 20. Desinfle totalmente o manguito com a
no, colocando o manguito no ponto médio. atenção voltada para o completo desapa-
10. Envolva o manguito em torno do braço, recimento dos sons.
mantendo-o a 2,0 cm de distância da sua mar- 21. Repita a ausculta após 30 segundos.
gem inferior e posicionando o centro da bolsa
22. Retire o aparelho do membro da pes-
inflável sobre a artéria braquial, permitindo que
soa, deixando-a confortável.
o manômetro esteja em posição visível.
23. Informe o valor da pressão aferida.
11. Apalpe a artéria braquial e centralize a
bolsa inflável, ajustando o seu meio sobre 24. Registre a posição em que a pessoa se
a mesma. Para identificar o meio da bolsa encontrava no momento da verificação da
inflável basta dobrá-la ao meio e colocar pressão arterial, o tamanho do manguito
essa marcação sobre a artéria apalpada. utilizado, o membro utilizado e os valores da
pressão arterial (em mmHg).
12. Com a mão “não dominante”, apalpe
a artéria radial e, simultaneamente, com a 25. Guarde os aparelhos em local adequa-
mão “dominante”, feche a saída de ar (vál- do e lave as mãos após terminar quaisquer
vula da pera do esfigmomanômetro), in- procedimentos.
Para medir a Pressão Arterial (PA) corretamente, 2. Posicionar o manômetro de modo que o flando a bolsa rapidamente até 70 mmHg.
de maneira mais precisa, é preciso ter alguns cui- menisco da coluna de mercúrio ou a agu- (Recomendações da American Heart Association)
Gradualmente, aumente a pressão aplica-
dados antes e durante o procedimento. Antes de lha do manômetro não estejam inclinados da até que perceba o desaparecimento do
aferi-la com o aparelho de medição, é necessário em relação aos seus olhos. pulso, inflando 10 mmHg acima desse nível.
seguir algumas recomendações, entre elas não
3. Anotar a posição do cliente, o tamanho 13. Desinfle o manguito lentamente, identi-
fumar, não fazer ingestão de alimentos nem con-
do manguito, o membro utilizado e os valo- ficando pelo método palpatório a pressão
sumir bebidas alcoólicas, pelo menos, 30 minutos
res obtidos da medida da pressão arterial. arterial sistólica.
antes; não praticar atividade física até uma hora
antes; esvaziar a bexiga e repousar por cinco a 4. Estar atento(a) para os sons de Korotkoff e 14. Aguarde de 15 a 30 segundos para inflar
dez minutos antes de iniciar o procedimento.Tudo saber diferenciá-los de ruídos externos. novamente o manguito.
isso pode comprometer o resultado da medida.
15. Posicione o estetoscópio no canal auri-
Na hora de fazer a medição, é recomendável es- Passo a passo para a verificação de PA: cular, certificando-se da ausculta adequa-
tar em um ambiente calmo, confortável e com a da na campânula.
1. Prepare o material, separando estetoscó-
temperatura agradável. Mantenha a pessoa sen-
pio, esfigmomanômetro, caneta ou lápis, 16. Posicione a campânula do estetoscópio
tada, com as costas apoiadas confortavelmente
papel para o registro, fita métrica e algodão sobre a artéria braquial, apalpada abaixo
no encosto da cadeira e o braço apoiado sobre
com antisséptico. do manguito na fossa antecubital. Simulta-
uma superfície próxima, posicionado ao nível do
coração. Acima de 140x90 mmHg, a pressão é 2. Certifique-se de que o estetoscópio e o neamente, com a mão “dominante”, feche
considerada alta. esfigmomanômetro estejam íntegros e ca- a saída de ar (válvula da pera do esfigmo- O local mais indicado para se aferir a pressão ar-
librados, o que deve ser feito, no mínimo, manômetro) e, com a mão “não dominan- terial, seja com o aparelho manual ou digital, é o
Orientações quanto às condições ideais para uma vez ao ano. te”, apalpe a artéria braquial. braço. Para obter um valor diagnóstico, a pressão
quem faz a medição: 3. Certifique-se se o manguito está desin- 17. Em seguida, novamente com a mão arterial deve ser medida com a técnica adequa-
1. Deve coordenar habilidades visuais, ma- suflado antes de ajustá-lo ao membro do “dominante”, insufle o manguito, gradual- da, por meio de aparelhos confiáveis e devida-
nuais e auditivas. cliente. mente, até o valor da pressão arterial sis- mente calibrados.

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Novembro Azul: alerta para a prevenção Prostático Específico). Níveis altos podem
significar câncer, mas também indicam do-
próstata em homens com peso corporal
elevado.
do câncer de próstata enças benignas da próstata.
• Homens negros sofrem maior incidência
desse tipo de câncer.
O câncer de próstata é a causa de morte de • Diminuição do jato de urina. O surgimento do câncer de próstata pode estar
28,6% da população masculina, sendo o segun- ligado a vários fatores de risco. Dessa maneira,
• Necessidade de urinar mais vezes durante
do tipo mais frequente entre os homens, depois não há como garantir a prevenção integral da
o dia ou à noite.
do câncer de pele, de acordo com o Instituto Na- doença, mas uma vida com hábitos saudáveis e
cional do Câncer (INCA). As estimativas apontam Mesmo na ausência de sintomas, homens a par- o diagnóstico precoce sempre serão os maiores
que podem surgir mais de 68 mil novos casos em tir dos 45 anos que se enquadram nos fatores de aliados para uma boa saúde e para garantir o
2018. Com a idade avançada e o cuidado redo- risco, como antecedentes familiares, e todos aci- tratamento bem-sucedido em casos confirmados
brado, a partir dos 50 anos, um em cada seis ho- ma de 50 anos devem fazer a consulta com o da doença.
mens terá câncer de próstata, segundo as estatís- urologista.
ticas médicas. Portanto, é indispensável que todo Os principais fatores que ajudam a prevenir o
homem faça os seus exames preventivos. Quanto câncer de próstata são:
Os principais exames para o diagnóstico do
mais cedo a doença é diagnosticada, maiores
câncer de próstata são: • Ter uma alimentação saudável.
são as chances de cura.
• Exame de toque retal: o médico avalia o • Manter o peso corporal adequado.
Na fase inicial, o câncer de próstata não apresen-
tamanho, a forma e a textura da próstata
ta sintomas e quando alguns sinais começam a • Praticar atividade física por, pelos menos,
introduzindo o dedo protegido por uma
aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em 30 minutos diários.
luva lubrificada no reto. Esse exame permi-
fase avançada, dificultando a cura. Na fase avan-
te apalpar as partes posterior e lateral da • Não fumar.
çada, os sintomas são os seguintes: Além desses, o médico também pode solicitar
próstata.
exames complementares e a biópsia da próstata. • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
• Dificuldade ou dor na hora de urinar.
• Exame de PSA: teste sanguíneo que mede
• Demora em começar e terminar de urinar. Fatores de risco para o desenvolvimento do cân- A escolha do melhor tratamento é feita individu-
a quantidade de uma proteína produzida
cer de próstata almente por um médico especializado, caso a
• Sangue na urina e/ou no sêmen. pela próstata, denominada PSA (Antígeno
caso, após a definição dos riscos, benefícios e
• Idade: o risco aumenta com o avançar
melhores resultados para cada paciente, confor-
da idade. No Brasil, a cada dez homens
me o estágio da doença e as condições clínicas
diagnosticados com câncer de próstata,
do paciente. O importante é cuidar da sua saú-
nove têm mais de 55 anos.
de, mantendo um estilo de vida saudável, com
atenção aos cuidados médicos.

menos frequente mais frequente

45 anos 55 anos 65 anos

• Histórico de câncer na família: homens


cujo pai, avô ou irmão tiveram câncer de
próstata antes dos 60 anos fazem parte do
grupo de risco.
• Sobrepeso e obesidade: estudos recen-
tes mostram um maior risco de câncer de

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Outubro Rosa: alerta para a prevenção do câncer de mama Alguns fatores que ajudam a prevenir o câncer
de mama são:
• Evite o consumo de bebidas alcoólicas.
• Amamente o seu bebê – a amamentação
é um fator protetor!
• A Terapia de Reposição Hormonal (TRH)
Quem ama cuida. Ter atenção à própria saúde • Não ter tido filhos. deve ser feita sob um rigoroso controle mé-
é fundamental. Isso se aplica, sobretudo, à pre- dico e pelo mínimo tempo necessário.
• Uso de contraceptivos orais e de terapia de
venção de doenças como o câncer de mama,
reposição hormonal pós-menopausa, espe- • Mulheres de 50 a 69 anos devem fazer a
o segundo mais comum entre mulheres no mun-
cialmente se for por tempo prolongado. mamografia a cada dois anos.
do e no Brasil, com uma média de 28% de novas
ocorrências a cada ano. A maioria dos casos tem • Ingestão demasiada de bebida alcoólica, • Mulheres consideradas com risco elevado,
cura quando o diagnóstico é feito na fase inicial. sobrepeso e obesidade após a menopausa. que têm histórico de câncer de mama e de
Vale informar que 1% dos casos da doença aco- ovário na família, devem conversar com os
• Mulheres com histórico de casos de cân-
mete o público masculino. seus médicos para que seja avaliada, caso
cer de mama em familiares consanguíneos.
O Outubro Rosa é a campanha mundial que a caso, a necessidade de exames de diag-
acontece no referido mês para conscientizar a nóstico por imagem antes dos 50 anos.
Conheça os principais sintomas:
população sobre a prevenção e o combate ao Além de estar atentas ao próprio corpo, também
câncer de mama. Medidas como o autoexa- é recomendado que mulheres com idade entre
me dos seios e a consulta a um especialista em 50 a 69 anos façam uma mamografia de rastre-
caso de qualquer alteração na mama ajudam amento, quando não há sinais nem sintomas, a
a detectar anormalidades que exigem terapias • Faça o autoexame regularmente no ba- cada dois anos. Esse exame pode ajudar a identi-
indicadas. nho e ao trocar de roupa. Tocar-se é a prin- ficar o câncer antes do surgimento dos sintomas.
cipal forma de conhecer e cuidar da sua As informações descritas foram baseadas em da-
Reunimos algumas informações esclarecedoras
mama e possibilita a percepção de algu- dos do Instituto Nacional do Câncer (INCA), ór-
sobre esse tipo de tumor maligno e como ter uma
ma alteração. gão do Ministério da Saúde.
vida mais saudável, com ênfase na prevenção.

Fatores de risco

• Presença de nódulo único, não doloroso e


endurecido na mama.
• Deformidade e/ou aumento da mama.
• Retração da pele ou do mamilo.
• Gânglios axilares aumentados.
• Vermelhidão e/ou edema.
• Dor.
• Saída de líquido anormal da mama.

Uma vida com hábitos saudáveis e o diagnósti-


Não há uma causa única para o câncer de
co precoce são decisivos para uma boa saúde
mama. Diversos fatores estão relacionados, tais
e para obter êxito no tratamento em casos confir-
como:
mados da doença.
• História de menarca precoce (idade da
Pratique exercícios físicos regularmente e invista
primeira menstruação menor que 12 anos)
em uma boa alimentação. Hábitos como esses
e menopausa tardia (após os 55 anos).
diminuem em até 28% o risco de a mulher desen-
• Primeira gravidez após os 30 anos. volver câncer de mama.

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Cuide bem da sua saúde mental • Problemas financeiros, como dificuldades


no pagamento de contas e dívidas.
• Aperto no peito.
• Sensação contínua de mal-estar.
• Perda de vontade de fazer coisas rotineiras.
• Amortecimento do sistema imunológico.
• Tremor nas pálpebras.
Se você identificar esses sinais, procure ajuda mé-
dica ou recorra a um profissional especializado
que possa te acompanhar, te orientar ou realizar
o tratamento adequado. Assim, você poderá cui-
dar da sua saúde e do seu bem-estar!

Confira algumas dicas que podem te ajudar a


cuidar da sua saúde mental no dia a dia:
• Receio da violência, incluindo o medo de • Descobrir e praticar o que te faz feliz.
assaltos e da insegurança.
• Cultivar amigos.
• Realizar trabalhos voluntários.
• Deitar-se mais cedo e dormir mais.
• Fumar e beber menos.
• Ter uma alimentação saudável.
• Sair com os amigos, dançar e praticar ati-
vidades físicas.
• Viajar e aproveitar as suas férias.
• Cultivar um hobby.
• Melhorar o condicionamento físico.
• Manter o ambiente de trabalho organizado.
• Parar e respirar por cinco minutos quando
• Problemas no trabalho. se sentir pressionado ou exaurido.
Quando pensamos em cuidar da saúde, geral- Causas que deixam a mente transtornada: • Planejar a sua rotina de trabalho.
mente, o foco é manter o corpo em forma e fazer
• Preocupação com a família, envolvendo, • Optar sempre pelo bom humor.
uma dieta equilibrada, mas é preciso estar atento
por exemplo, problemas de saúde de filhos
também à saúde mental. Ela interfere em tudo, Cuidar da saúde mental nada tem a ver com
ou pessoas próximas.
seja nas reações do organismo, nas relações de a loucura. Aprenda a lidar com os seus senti-
trabalho ou no convívio social. Se a pessoa não mentos, evitando desgastes desnecessários e
está bem mentalmente, os reflexos logo serão cultivando relações de harmonia e paz. Para ter
sentidos e podem piorar caso a situação persista autocontrole, a emoção e a razão devem estar
e não sejam tomadas as medidas adequadas. equilibradas. Reserve um tempo para se autoco-
nhecer e compreender melhor o que te faz bem
Em 2017, mais de 8 mil pessoas precisaram ser
e as coisas que te incomodam. Todos nós es-
afastadas das suas atividades laborais por moti-
tamos em constante evolução, portanto, esteja
vos relacionados à saúde mental, de acordo com De acordo com a OMS, o ambiente de convivên-
aberto a melhorias em sua vida.
dados da Campanha Nacional de Prevenção de cia pode contribuir com o surgimento de proble-
Acidentes de Trabalho (CANPAT). Segundo a Or- mas de saúde física, mental e também levar ao
ganização Mundial de Saúde (OMS), entendem- uso de substâncias nocivas como o álcool.
-se como transtorno mental as condições carac-
terizadas por alterações mórbidas do modo de Sintomas de desgaste mental:
pensar ou do humor (emoções) ou de compor-
• Dores sem causa específica.
tamentos associados à angústia expressiva ou à
deterioração do funcionamento psíquico. • Sensação de formigamento pelo corpo.

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Saiba quais são os riscos da Síndrome do Edifício Doente limpeza, mesmo aqueles com cheiro bom,
porque podem liberar vapores nocivos ou
• Anormalidades na pele que envolvem se-
cura, coceira, irritação, alergia e dermato-
irritantes que permanecem no ar por longo ses em geral. Já os problemas gerais vão
tempo após o seu uso. Por isso, é recomen- desde enxaquecas graves e moderadas
dável sempre lavar as mãos antes de ingerir a vertigem, fadiga generalizada, tonturas,
Começa assim: um colega de trabalho tosse; ou- e rinite. Aparelhos que fazem barulho ou alimentos. letargia (sonolência e debilidade), dificul-
tro espirra; o chefe reclama de dor de cabeça; e ruído podem irritar e causar estresse. Os dade de concentração, náusea, mal-estar
você sente aquela fadiga que incomoda muito. principais problemas relacionados com o Os sintomas podem ser divididos em alguns gru- e estresse. O estresse pode desencadear
Diversos sintomas no mesmo local de trabalho. sistema de ar-condicionado são: tempera- pos principais: uma série de outras enfermidades, como
Estranho, não é? E quando esses sintomas desa- tura inadequada de operação, velocida- distúrbios de sono, alimentação e ansieda-
parecem depois que você sai do trabalho, qual de do ar, umidade abaixo ou acima do re- • Problemas nos olhos, manifestações res-
de, entre outros.
será o significado? comendável, níveis elevados de materiais piratórias, manifestações cutâneas e pro-
particulados, surgimento de bactérias, fun- blemas gerais. Os problemas nos olhos in-
A Síndrome do Edifício Doente (SED) é caracteri- cluem irritação, sensibilidade, dor, secura,
gos e protozoários.
zada quando uma parcela significativa de ocu- coceira ou constante lacrimejamento.
pantes de um edifício apresenta sintomas per-
sistentes como alergias, tosse, dor de cabeça e
garganta, irritação nos olhos e demais sintomas
corriqueiros. “Por falta de informações, a Síndro-
me do Edifício Doente é comumente confundida
com outras enfermidades, como alergias, gripes
e resfriados”, afirma o Dr. Clovis Cechinel, médico
do setor da Medicina do Trabalho do Delboni Au-
riemo Medicina Diagnóstica.

Saiba quais são os agentes de risco da SED:


• Poeira e mofo: a utilização de carpetes,
cortinas e até arquivos mal conservados
podem proliferar a doença. “Esses materiais
soltam microfibras e todo tipo de poeira,
fungos e ácaros. Se não podem deixar de Viver e trabalhar em ambientes saudáveis, bem
ser usados, o ideal é higienizá-los constan- arejados e limpos aumenta a qualidade de vida,
temente”, afirma Cechinel. Sempre que pos- • Substâncias tóxicas: alguns móveis mo- melhora a saúde e a disposição, como também
sível, deve-se permitir a entrada da luz solar dernos utilizam madeira aglomerada com diminui a exposição a doenças oportunistas e o
• Irritação nasal, constipação nasal, coriza,
no ambiente. produtos químicos sintéticos à base de for- absenteísmo no trabalho.
rinorreia, sensação de opressão e dificulda-
maldeído, e os carpetes geralmente são
de respiratória, agravamento de sintomas
fixados com cola sintética. “Essas substân-
de asma, rinite e outras doenças respirató-
cias tendem a evaporar lentamente no
rias, sensação de secura, dor e irritação da
ambiente, podendo ser muito prejudiciais
garganta.
à saúde”, declara Cechinel. É preciso ter
cuidado até com os produtos usuais de

• Ar-condicionado: esse aparelho, quan-


do não higienizado com frequência e de
forma correta, pode causar e agravar pro-
blemas respiratórios como bronquite, asma

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Administrativo • Parte VI • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte VI • Administrativo

Práticas seguras para evitar acidentes em escritórios Saiba como evitar acidentes com cabos
e em áreas administrativas de extensão e adaptadores elétricos
Muitas pessoas imaginam que quando estão tra- Com o intuito de conscientizar sobre os riscos É muito comum em atividades no trabalho, ou sempre na tomada mais próxima do local onde
balhando em escritórios ou áreas administrativas existentes, listamos vários procedimentos que ga- até mesmo em casa, a utilização de cabos de será utilizada, para evitar fios estendidos pelo chão.
não estão expostas a riscos ou à possibilidade de rantem a segurança de todos e podem, muitas extensão com o intuito de interligar dois ou mais
• Manuseie o cabo com cuidado. Não o dobre
acidente. Apesar dos riscos de ocorrências serem vezes, melhorar o ambiente de trabalho e aumen- sistemas elétricos distantes entre si. Muito utilizados
nem amasse ou tencione o cabo de extensão,
menores nesses locais, anualmente, são registra- tar a produtividade. Confira abaixo: para ligar ferramentas ou aparelhos cujos fios são
para evitar riscos de desgastes. Ao guardá-lo, faça
dos milhares de acidentes, alguns chegando a le- curtos para se conectar com tomadas disponíveis,
• Sempre deixe o seu local de trabalho limpo e grandes laçadas e evite os nós.
var a vítima a óbito. Além disso, pesquisas mostram cabos de extensão necessitam de cuidados e
organizado. Objetos de trabalho espalhados e
que, atualmente, escritórios são responsáveis por de atenção permanente com o intuito de evitar • Fique sempre atento à capacidade da extensão.
desarrumados, além de gerar um aspecto visual
70% dos casos de registros de doenças profissio- a queima de aparelhos, incêndios inesperados e A corrente do cabo deve ser compatível com a
ruim, provocam atrasos no desenvolvimento de
nais ou ocupacionais como a Lesão por Esforço acidentes com lesões graves. corrente da carga e do equipamento.
atividades e podem causar acidentes.
Repetitivo (LER) e o Distúrbio Osteomuscular Rela-
• Situações especiais pedem cabos de extensão
cionado ao Trabalho (DORT). • Nunca coloque objetos perfurantes e/ou cor-
especiais. O mercado oferece cabos com resis-
tantes sem proteção dentro de gavetas.
tência à água, mais resistentes ao calor ou apro-
• As quedas são o tipo de acidente mais comum priados para suportar solventes e outros produtos
em escritórios. Ao se deslocar, observe o caminho químicos. Use cabos de extensão de acordo com
com atenção. Não utilize o celular durante o des- a atividade a ser executada.
locamento, principalmente se estiver subindo ou
• O plugue do cabo de extensão deve ser com-
descendo escadas. Procure não deixar fios elétri-
patível com o do equipamento (três pinos ou dois
cos espalhados pela sala e em locais de circula-
pinos). Nunca é permitido anular o fio terra, qual-
ção de pessoas.
quer que seja o artifício.
• Nunca deixe pisos molhados em área de circu-
lação. Quando não for possível resolver o proble-
ma imediatamente, sinalize o local de alguma
forma, evidenciando a condição de risco.
Importante: É preciso sempre tomar cuidado em
• Ferramentas e objetos de maior uso devem relação ao uso indiscriminado dos adaptadores
Apesar da sensação de segurança que esse tipo sempre estar próximos, ao alcance da mão. Des- como benjamim, “T” e réguas de tomadas. O uso
de local nos passa, não podemos ser negligen- sa forma, é possível evitar deslocamentos sem ne- de diversos equipamentos em uma só extensão
tes e devemos sempre estar atentos para evitar cessidade e diminuir a possibilidade de estresse pode gerar sobrecarga e curtos-circuitos e repre-
acidentes. Para garantir uma boa condição de Cabos de extensão devem ser utilizados em cará-
e de dores lombares. ter temporário e por curto período de tempo. Para senta risco de danos nos equipamentos e de in-
trabalho, é fundamental fazer uma vistoria com- cêndios. Respeite a capacidade dos adaptadores
pleta do escritório para encontrar os problemas • Ajuste os móveis do seu local de trabalho de garantir a segurança, também é recomendado
que primeiro sejam conectados a ferramenta ou e procure sempre utilizar equipamentos certifica-
que podem colocar em risco a segurança das acordo com a sua estatura. Quando estamos
o aparelho à extensão e, somente depois, deve-se dos pelo INMETRO.
pessoas que atuam nesses locais, como falhas sentados, as pernas devem ficar em um ângulo
elétricas ou pontos de energia sobrecarregados de 90°, assim como os cotovelos sobre a mesa. ligar a extensão na tomada. Esse procedimento
(vários equipamentos ligados a uma tomada Uma boa postura evita dores lombares e propor- pode evitar acidentes como explosões e curtos-cir-
através de um adaptador do tipo T, por exemplo). ciona mais conforto no seu dia a dia. cuitos. Abaixo, listamos alguns procedimentos de
segurança e dicas para evitar acidentes:
• A iluminação do ambiente deve ser adequa-
da à atividade desempenhada. Excesso ou falta • A qualidade dos produtos que compõem a ex-
de luz causam fadiga e cansaço à visão, o que tensão (cabos, plugues e tomadas) é fundamen-
pode provocar acidentes de trabalho e doenças tal para a segurança de todos. Utilize apenas pro-
ocupacionais. dutos certificados pelo INMETRO. Nunca compre
produtos no comércio informal.
Sempre comunique quando se deparar com uma
situação de risco em seu ambiente de trabalho. • Inspecione periodicamente os cabos de exten-
Agir de maneira proativa é um fator fundamental são para verificar as condições da isolação do
para garantir a segurança, antecipar-se a possí- cabo e dos plugues e tomadas.
veis situações de risco e trazer soluções eficientes • Cabos de extensão que apresentarem desgas-
para o ambiente de trabalho. tes devem ser reparados ou descartados.
Sempre arrume a sua mesa de trabalho. Am- • Realize uma inspeção visual no local onde o
bientes bagunçados favorecem acidentes. cabo de extensão será utilizado e ligue a extensão

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Administrativo • Parte VI • Manual de Segurança Manual de Segurança • Parte VI • Administrativo

Procedimentos de segurança para evitar acidentes domésticos coloque no seu interior louças com deco-
ração prateada ou dourada, pois elas cau-
• Instale protetores adequados em todas as to-
madas da casa, para evitar choques elétricos.
sam faíscas.
• Esteja sempre alerta: tomadas geram uma
atração especial para as crianças que es-
Medidas para evitar quedas
Objetivo: Conscientizar sobre a importância de Cuidados na cozinha tão na fase de engatinhar ou um pouco
priorizarmos a segurança no nosso cotidiano e mais crescidas.
mostrar dicas para que nunca ocorram aciden- • Ao plugar equipamentos elétricos, veja
tes no lar. antes se eles estão desligados.
Segurança é uma prioridade para o grupo Neo- • Sempre verifique se a tensão do equipamen-
energia. Tratada como valor principal dentro da to é compatível com a tensão da tomada.
empresa, buscamos sempre conscientizar todos
os colaboradores sobre procedimentos e cuida- • Para trocar a temperatura do chuveiro, é
dos para ter um ambiente de trabalho seguro. sempre recomendável desligá-lo antes.
Procuramos estimular sempre uma atitude proa- • Qualquer troca de lâmpada deve ser
tiva por parte dos colaboradores para evitar aci- feita com circuitos desligados (desligue o
dentes, por meio de ações preventivas, em que a disjuntor).
segurança de todos é o bem maior.
• Sempre que trabalhar com água dentro de
casa, assegure-se de não molhar as tomadas.

• Procure nunca deixar o piso molhado. • Não manuseie equipamentos elétricos es-
Caso algum líquido se espalhe pelo piso, tando descalço.
• Guarde facas e objetos cortantes em lo-
cais seguros, de preferência com as lâmi- procure removê-lo imediatamente. Quando
nas cobertas ou voltadas para baixo. estiver limpando o local, evite que pessoas Combate ao risco de incêndio
se desloquem na área.
• Muito cuidado com líquidos quentes,
como sopa ou água fervente, já que quei- • Não ande de meias pela casa.
maduras são frequentes e costumam cau- • Evite obstruções no meio do caminho.
sar graves lesões. Nunca deixe móveis com gavetas abertas,
• Nunca deixe o fogão ligado quando aca- por exemplo, principalmente entre o quarto
bar de cozinhar. Quando estiver cozinhan- e o banheiro.
do, foque na sua atividade. Muitas vezes, • Em casas com escadas, instale corrimãos e
cortamos a mão ou deixamos o fogo liga- fita antiderrapante nos degraus, quando for
do por distrações causadas por outras pes- necessário.
Além da segurança no ambiente de trabalho, é soas ou, até mesmo, pelo celular.
muito importante alertar para as condições segu- • Não descuide da iluminação da casa.
• Não deixe crianças sozinhas na cozinha. Muitos acidentes com queda ocorrem por
ras em sua residência. No Brasil, estima-se que 37% • Aquecedor, ferro de passar roupa, chuvei-
de todos os feridos atendidos em hospitais são ví- • Atenção ao utilizar panelas de pressão. falta de visibilidade. ro elétrico e torneira elétrica devem ser usa-
timas de algum tipo de acidente doméstico. Esse Cumpra sempre as indicações do fabricante. • Recolha objetos como brinquedos ou rou- dos de maneira responsável e, se possível,
número alarmante é um dos fatores que mais pas do caminho. Ambientes bagunçados evitar ligar todos ao mesmo tempo, pois po-
• Tenha cuidado na utilização do gás no
causam impactos no sistema de saúde brasilei- são propícios a quedas. dem sobrecarregar a rede elétrica da casa.
fogão. Acenda o fósforo antes de abrir o
ro. Pesquisas apontam que as quedas causam
gás. Se o seu fogão tiver acendedor elé- • Não sobrecarregue as tomadas com di-
a maioria das ocorrências domiciliares, seguidas
trico, acenda primeiro o gás e, só então, Proteja-se da eletricidade versos adaptadores acoplados a elas.
pelas queimaduras. A cozinha é considerada o
acione o acendedor. Verifique se o botijão
local mais perigoso da casa, pois é onde costu- • Não carregue celulares sobre móveis es-
de gás está em local seguro, na parte ex-
ma acontecer a maioria das ocorrências. tofados.
terna da casa.
É de extrema importância manter-se atento aos • Ao sair de sua residência ou do ambiente
• Quando acender o forno, coloque-se ao
pequenos riscos dentro de casa e adotar algu- onde você se encontra, não deixe equipa-
lado e não na frente do fogão.
mas precauções para evitar acidentes, por mais mentos ligados.
que certos detalhes pareçam insignificantes. • Use apenas toalhas, aventais e panos de
• Em casos de falta de energia, mantenha
Crianças e idosos são as principais vítimas desse tecidos naturais. Evite usar roupa de tecidos
velas dentro de copos altos e nunca sobre
tipo de acidente, portanto os cuidados devem ser sintéticos e aventais de plástico quando es-
pratos. Não deixe as velas próximas de cor-
redobrados. tiver cozinhando.
tinas, móveis ou sobre a cama, tapetes, car-
Abaixo listamos uma série de procedimentos • Na utilização do micro-ondas, não cubra petes etc. Quando sair de sua casa ou mes-
para reforçar a segurança doméstica: alimentos com papéis metalizados nem mo do ambiente, apague todas as velas.

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Administrativo • Parte VI • Manual de Segurança

Organização no ambiente de trabalho

Zelar pela organização do ambiente de trabalho do centro onde realiza as atividades, e de


é fundamental para profissionais que querem ter forma organizada.
mais produtividade e foco nas suas atividades,
• Descarte da sua área de trabalho todo o
pois garante melhores condições e facilidades
material que não está sendo utilizado.
para desenvolver o trabalho no dia a dia.
• Utilize pastas e divisórias para guardar do-
A desordem pode causar situações desconfortá-
cumentos.
veis, como a perda de tempo, a perda de docu-
mentos ou informações de valor, pode afetar o • Mantenha sempre o ambiente limpo.
humor e a saúde dos profissionais, além de criar
a possibilidade de desentendimento ou desgaste É importante para o profissional que utiliza com-
com outras pessoas. putador ou notebook ter a sua área de traba-
lho virtual (desktop) organizada, assim como o
Para garantir que o ambiente de trabalho esteja
e-mail, as pastas de arquivos e a agenda virtual.
sempre adequado, há algumas dicas práticas:
Essas medidas garantem mais praticidade e a
• Tenha os materiais que mais utiliza sempre segurança de ter acesso a todos os dados impor-
à mão e em local de fácil visualização. tantes no momento em que for preciso.
• Todos os objetos devem ter o seu devido Um ambiente de trabalho organizado traz mui-
lugar e após serem utilizados devem sem- tas vantagens, como o aumento da produtivida-
pre voltar para o seu local original. de e da motivação para trabalhar e a melhoria
da convivência entre os profissionais que atuam
• Tenha sempre uma lixeira para descartar lixo.
em um mesmo ambiente de trabalho.Faça você
• Coloque o material que menos utiliza fora também a sua parte!

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