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Em vista da importância da

obra de Carlo Ginzburg


diante as áreas da história e
ciências sociais, conquanto
ao dispor seus textos como
caminhos de novas
abordagens
teóricas no quadro
epistemológico nas
humanidades; adiante
vamos a uma resenha
objetiva de um dos seus
principais textos: Sinais:
raízes de um paradigma
indiciário (1989), e os
suscitar seus atenuantes
apontamentos ali
trabalhados.
Todavia, Ginzburg
(1989) procura demonstrar
como por volta do final do
século
XIX, emergiu
silenciosamente no âmbito
das ciências humanas um
novo modelo
epistemológico; ou como
também aponta, um novo
paradigma. Assim, Ginzburg
nos diz
em seu texto, que sobre tal
paradigma até então não se
prestou suficiente atenção.
Contudo, a análise desse
paradigma – amplamente
operante e ainda não
teorizado
explicitamente –, visa ajudar
a sair dos incômodos da
contraposição entre
“racionaismo”
e “irracionalismo”.
Adiante, Ginzburg
(1989) nos convida a
adentrarmos no universo da
história da
arte, com destaque
importante neste
percorrido se expõe
quando enfatiza que é
indispensável distinguir os
originais das cópias. E para
tanto, é preciso não se basear
em
características mais vistosas,
portanto mais facilmente
imitáveis nos quadros. O
que
chama atenção de pronto nas
formulações de Ginzburg
(1989) é quando acentua que
é
necessário examinar os
pormenores mais
negligenciáveis, e menos
influenciados pela
característica da escola de
formação do artista. Com
isto, infere que o conhecedor
(da
arte) é comparável ao
detetive que descobre o autor
do crime baseado em
indícios
imperceptíveis para a
maioria.
Continua Ginzburg
(1989) a apontar através
do seguinte dito um
passo da
psicologia moderna, então
ressalta que “a
personalidade deve ser
procurada onde o
esforço pessoal é menos
intenso”. No rastro do
pensamento de Giovanni
Morelli (1816-
1891) e seu minucioso
estudo da arte, Ginzburg
(1989) também desponta ao
sublinhar
que muito antes de ouvir
falar de psicanálise, venho
saber do especialista russo,
Ivan
iermolieff (pseudônimo de
Morelli) cujos primeiros
ensaios foram publicados
em
alemão em 1874 e 1876, o
qual havia provocado uma
revolução nas galerias da
Europa
Em vista da importância da
obra de Carlo Ginzburg
diante as áreas da história e
ciências sociais, conquanto
ao dispor seus textos como
caminhos de novas
abordagens
teóricas no quadro
epistemológico nas
humanidades; adiante
vamos a uma resenha
objetiva de um dos seus
principais textos: Sinais:
raízes de um paradigma
indiciário (1989), e os
suscitar seus atenuantes
apontamentos ali
trabalhados.
Todavia, Ginzburg
(1989) procura demonstrar
como por volta do final do
século
XIX, emergiu
silenciosamente no âmbito
das ciências humanas um
novo modelo
epistemológico; ou como
também aponta, um novo
paradigma. Assim, Ginzburg
nos diz
em seu texto, que sobre tal
paradigma até então não se
prestou suficiente atenção.
Contudo, a análise desse
paradigma – amplamente
operante e ainda não
teorizado
explicitamente –, visa ajudar
a sair dos incômodos da
contraposição entre
“racionaismo”
e “irracionalismo”.
Adiante, Ginzburg
(1989) nos convida a
adentrarmos no universo da
história da
arte, com destaque
importante neste
percorrido se expõe
quando enfatiza que é
indispensável distinguir os
originais das cópias. E para
tanto, é preciso não se basear
em
características mais vistosas,
portanto mais facilmente
imitáveis nos quadros. O
que
chama atenção de pronto nas
formulações de Ginzburg
(1989) é quando acentua que
é
necessário examinar os
pormenores mais
negligenciáveis, e menos
influenciados pela
característica da escola de
formação do artista. Com
isto, infere que o conhecedor
(da
arte) é comparável ao
detetive que descobre o autor
do crime baseado em
indícios
imperceptíveis para a
maioria.
Continua Ginzburg
(1989) a apontar através
do seguinte dito um
passo da
psicologia moderna, então
ressalta que “a
personalidade deve ser
procurada onde o
esforço pessoal é menos
intenso”. No rastro do
pensamento de Giovanni
Morelli (1816-
1891) e seu minucioso
estudo da arte, Ginzburg
(1989) também desponta ao
sublinhar
que muito antes de ouvir
falar de psicanálise, venho
saber do especialista russo,
Ivan
iermolieff (pseudônimo de
Morelli) cujos primeiros
ensaios foram publicados
em
alemão em 1874 e 1876, o
qual havia provocado uma
revolução nas galerias da
Europa
Universidade do Estado da Bahia
Componente curricular – Filosofia Mito e História
Docente – Ivaldo Marciano
Discente – Nilton César Silva Ferreira Junior

Análises de vídeos para avaliação parcial do componente curricular Filosofia Mito e


História

Este trabalho tem como objetivo analisar vídeos que foram disponibilizados pelo
professor Ivaldo Marciano, como complemento pedagógico, cuja finalidade foi
estabelecer diálogos e conexões com os temas explorados durante o semestre. Para isto,
serão utilizados como critérios a relevância científica, a linguagem, os recursos
utilizados por quem produziu os vídeos e demais artifícios que os autores lançaram mão
para viabilizar o entendimento no que tange aos assuntos pertinentes componente
curricular.

Vídeo I
Título – cantinho da História 10: O paradigma indiciário
Duração – 21:51 min.
Data de publicação – 07/04/2013
Classificação – livre
Número de visualizações até o momento da análise – 24.953 visualizações

A análise do seguinte vídeo é resultado de uma miniaula, ministrada por Anna


Gicelle Garcia Alainz, na qual a professora reflete sobre o texto “Sinais: raízes de um
paradigma indiciário” de Carlos Ginzburg. O vídeo é especialmente indicado para
alunos, professores e frequentadores da academia, pois, trata-se de uma discussão
teórica que exige, minimamente, alguma propriedade e noção dos conceitos aplicados
no texto de Ginzburg, além de não ser um conteúdo “atrativo” com efeitos especiais.
Alainz diz que Ginzburg procura demonstrar como, por volta do final do século
XIX, emergiu silenciosamente, no âmbito das ciências humanas, um novo modelo
epistemológico ou um novo paradigma. Assim, Ginzburg diz no texto que sobre tal
paradigma até então não se prestou atenção devida. Contudo, a análise desse paradigma
– amplamente operante e ainda não teorizado explicitamente –, visa ajudar a sair dos
incômodos da contraposição entre “racionalismo” e “irracionalismo”.
Adiante, Ginzburg nos convida a adentrarmos no universo da história da arte,
destacando a importância de distinguir os originais das cópias. E para tanto, é preciso
não se basear em características mais vistosas, portanto mais facilmente imitáveis nos
quadros. O que chama atenção de pronto nas formulações do autor é quando acentua
que é necessário examinar os pormenores mais negligenciáveis, e menos influenciados
pela característica da escola de formação do artista. Com isto, infere que o conhecedor
da arte é comparável ao detetive que descobre o autor do crime baseado em indícios
imperceptíveis para a maioria. Ele então ressalta que “a personalidade deve ser
procurada onde o esforço pessoal é menos intenso”. A partir de Giovanni Morelli e seu
minucioso estudo da arte, Ginzburg também desponta ao sublinhar que muito antes de
ouvir falar de psicanálise, venho saber do especialista russo, Ivan Iermolieff
(pseudônimo de Morelli), cujos primeiros ensaios foram publicados em alemão em
1874 e 1876, o qual havia provocado uma revolução nas galerias da Europa,
recolocando a discussão da atribuição de muitos quadros respectivos a cada pintor,
todavia ensinando a distinguir com segurança entre as imitações e os originais, e
construindo novas individualidades artísticas a partir daquelas obras que haviam sido
liberadas das suas atribuições anteriores.
A professora argumenta que, ao trazer à tona o tema da psicologia moderna,
Ginzburg traz então uma correlação com o pensamento de Freud, ao indicá-lo em uma
proposta interpretativa com um método centrado nos resíduos sobre os dados marginais
que podem ser considerados reveladores. Assim, os pormenores considerados sem
importância ou triviais, forneciam a chave interpretativa para ascender “aos produtos
mais elevados do espírito humano”. Nesse sentido, Ginzburg, em sua proposta, traz
enfoque desta correlação entre Freud, que era um médico, e Morelli, que havia se
formado em medicina. Também aponta Ginzburg que o literato Arthur Conan Doyle
havia sido médico antes de dedicar-se a literatura. Com isto, entrevê-se o modelo da
semiótica sendo a disciplina que permite diagnosticar as doenças inacessíveis à
observação direta na base dos sintomas superficiais. O que caracteriza esse saber é a
capacidade, a partir de dados aparentemente negligenciáveis, de remontar a uma
realidade complexa não experimental diretamente. Com isto, pode-se acrescentar que
esses dados são sempre dispostos pelo observador de modo tal a dar lugar a uma
sequência.
Alainz discute também que Ginzburg coloca em foco que, por de trás desse
paradigma indiciário ou divinatório, entrevê-se o gesto mais antigo da história
intelectual do gênero humano que é o caçador agachado na lama, que escruta as pistas
da presa. Com efeito, ressalta Ginzburg que tudo isso explica porque a história nunca
conseguiu se tornar uma ciência galileana. Haja vista que a história se manteve como
uma ciência social suigeneris “irremediavelmente ligada ao concreto”. Nestes termos
Ginzburg também ressalta que o historiador não pode deixar de se referir – explícita ou
implicitamente – a uma série de fenômenos comparáveis a sua estratégia cognoscitiva,
sendo que seus códigos expressivos permanecem “intrínsicamente individualizantes”,
seja para o estudo de um grupo social ou uma sociedade inteira. Por fim, infere
Ginzburg que o historiador é comparável ao médico, pois, o conhecimento histórico é
indireto, indiciário e conjectural.
Outro apontamento que segue dando corpo à ideia do paradigma indiciário de
Ginzburg é quando o autor diz que quanto mais os traços individuais são considerados
pertinentes, tanto mais se esvai a possibilidade de um conhecimento científico rigoroso,
haja vista que a tendência para apagar os traços individuais de um objeto é diretamente
proporcional à distância emocional do observador. Afirma também Ginzburg que houve
tentativas de introduzir o método matemático nos estudos dos fatos humanos. Todavia,
nas discussões sobre a “incerteza” da medicina, já estavam formulados os futuros nós
epistemológicos das ciências humanas.
A professora discute que, diante de uma perspectiva histórica, Ginzburg acentua
que, ao longo do século XVIII, ocorre uma “verdadeira ofensiva cultural da burguesia”,
o qual se apropria de grande parte do saber – indiciário e não indiciário – codificando e
simultaneamente intensificando um gigantesco processo de aculturação. Iniciado pela
Contra Reforma o símbolo e instrumento central dessa ofensiva é a Enciclopédie. No
percurso dos acontecimentos históricos, para um número sempre crescente de leitores, o
acesso a determinadas experiências torna-se cada vez mais mediado pelas páginas dos
livros. Sendo que o romance forneceu à burguesia, graças à literatura de imaginação, o
acesso a um novo e inesperado destino ao paradigma indiciário. Em vista disso,
Ginzburg busca trazer à tona uma remota origem provável do paradigma indiciário em
uma coletânea de contos traduzida do persa para o italiano no século XVI, intitulado,
Peregrinação dos três jovens filhos do rei Serendi, que remonta a fábula oriental dos
irmãos que, interpretando uma série de indícios, conseguem descrever o aspecto de um
animal que nunca viram. Por conseguinte, Ginzburg enfatiza a obra de François Marie
Arouet – Voltaire que, no terceiro capítulo de Zadig, em sua reelaboração, o camelo do
original havia se transformado numa cadela e num cavalo que Zadig conseguia
descrever minuciosamente, decifrando as pistas sobre o terreno. Então, acusado de furto
e conduzido perante os juízes, Zadig justificava-se reconstituindo em voz alta o trabalho
mental que lhe permitia traçar o retrato dos dois animais que nunca havia visto.
Contudo, assegura Ginzburg, que o nome Zadig tornara-se simbólico de tal modo que
Thomas Huxley, no ciclo de conferências proferidas para a difusão das descobertas de
Charles Darwin, definiu como “método Zadig” o procedimento que reunia a história, a
arqueologia, a geologia, a astronomia física e a paleontologia, no sentido da
“capacidade de fazer profecias retrospectivas”.
Nesse sentido, disciplinas como essas, profundamente permeadas pela diacronia,
não podiam deixar de se voltar para o paradigma indiciário, descartando o paradigma
galileano. Haja vista que, quando as causas não são produzíveis, só resta inferi-las a
partir de efeitos. Segue as análises Ginzburg em outra rica metáfora do paradigma
indiciário a ressaltar que poderíamos comparar os fios que compõem esta pesquisa aos
fios de um tapete, sendo chegado o ponto em que vemo-los a compor-se numa trama
densa e homogênea, tendo em conta que a coerência do desenho que se forma é
verificável percorrendo o tapete em várias direções. Para tanto, o tapete é o paradigma
que chegamos a cada vez, conforme os contextos, indiciário ou semiótico. Aqui,
Ginzburg faz crasear o que se trata de aspectos não sinônimos do qual remetem a um
modelo epistemológico comum, articulado em disciplinas diferentes, muitas vezes
ligadas entre si pelo empréstimo de métodos ou termos chave. Retomando uma
perspectiva de longa duração, Ginzburg ressalta que entre os séculos XVIII a XIX, com
o surgimento das “ciências humanas”, a “constelação de disciplinas indiciárias
modifica-se profundamente”. Por outro lado, afirma-se o prestígio epistemológico e
social da medicina. Conquanto, para ela se referia – explícita ou implicitamente – todas
as “ciências humanas”. Por conseguinte, no século XIX, vemos desenhar-se uma
alternativa que é o modelo anatômico e o modelo semiótico, a metáfora da “anatomia da
sociedade”, usada numa passagem crucial por Karl Marx, exprime a aspiração a um
conhecimento sistemático numa época que viu o desmoronamento do sistema filosófico
hegeliano. Contudo, não obstante o destino do marxismo, as ciências humanas acabaram
por assumir sempre mais o paradigma indiciário da semiótica.
. O mesmo paradigma indiciário, usado para elaborar formas de controle social,
sutis e minuciosas, por outro lado, pode se converter num instrumento para dissolver as
“névoas da ideologia” que obscurecem uma estrutura social. Os neologismos de
François Rabelais são alguns entre os exemplos de como, esporadicamente, alguns
indícios mínimos eram assumidos como elementos reveladores de fenômenos gerais,
como para a visão de mundo, de uma dada classe social, de um escritor ou de toda uma
sociedade.

Vídeo II
Título – A filosofia nasceu na África?
Duração – 7:53 min.
Data de publicação – 03/08/2020
Classificação – livre
Número de visualizações até o momento da análise – 3.692 visualizações

O vídeo é apresentado pelo professor Filício Mulinari, que é doutor em filosofia e,


portanto, tem autoridade para se debruçar sobre o assunto proposto. Não há efeitos
utilizados na gravação, entretanto a linguagem é acessível para todos os públicos,
tornando o vídeo uma possibilidade de indicação para qualquer pessoa interessada em
história da filosofia de maneira didática.
O apresentador inicia o vídeo afirmando que há uma nova discussão que tomou as
redes sociais ultimamente e que ganhou adeptos com o argumento de que a filosofia não
teria nascido na Grécia, mas sim na África e, com isso, revela-se uma tentativa de tirar o
berço da filosofia. Para ele, isso não é uma novidade, pois, durante boa parte dos
séculos XVII e XIX, vários teóricos tentaram colocar esse berço do nascimento em
outra situação, como se a filosofia tivesse nascido no oriente por exemplo. Mais um
candidato ao berço da filosofia hoje não é mais o oriente e sim a África, argumento que
pode ser verificado pelo livro “Um legado roubado” de George James, ou mesmo em
“A filosofia: mito dos gregos” de Nunes Carreira que tem no seu núcleo a mesma
estrutura argumentativa e levam em conta a mesma ideia de que a filosofia não nasceu
na Grécia e sim na África. Esse argumento ganhou muito corpo nos últimos anos,
sobretudo por conta do movimento negro que alega que a ideia de que a filosofia tenha
nascido na Grécia é uma visão eurocêntrica das coisas.
Ainda que as razões críticas do eurocentrismo sejam bastante válidas e
importantes, hoje em dia é preciso refletir sobre essa questão do surgimento da filosofia
com mais cautela. O primeiro ponto a ser analisado é o de que não há consenso entre
especialistas em História da Filosofia de que a filosofia tenha nascido na África, muito
pelo contrário, o consenso entre os maiores especialistas é que de fato a filosofia é um
produto do gênio grego, algo novo criado pelo espírito grego e é importante mencionar
que essa ideia de outra origem da filosofia que não a grega não é, nem de perto, a visão
ortodoxa da academia sobre a produção do conhecimento filosófico. Mas é claro que
esse é um argumento dado por quem tem autoridade na área e que alguns pontos e
argumentos podem ser utilizados. Outro argumento bastante legitimado contra essa
visão do surgimento da filosofia na África é de que nenhum historiador ou filósofo
antigo ou clássico mencione uma suposta origem que não a grega da filosofia, mas há
carência de relatos antigos sobre uma suposta origem da filosofia em outra parte que
não a Grécia. Outro argumento, bastante forte, aparece quando a gente pega o espírito
próprio do pensamento grego e compara, por exemplo, com o pensamento egípcio. De
fato o pensamento egípcio, assim como o pensamento oriental e pensamentos de outras
culturas, tinha, na época antiga, uma forte ligação com a religião e talvez a gente tenha
aqui de fato um grande argumento em volta do nascimento da filosofia na Grécia, ao
saber que esse pensamento puramente racional e não intimamente ligada a nenhuma
religião acontece na Grécia. A separação entre razão e religião acontece na Gréciae é lá
que essa laicização de um pensamento puramente racional se consolida. Se a gente
pegar a cultura egípcia ou qualquer outra cultura africana na época, nós vamos ver uma
grande sabedoria envolvida na produção de conhecimento, mas essa sabedoria estava
intimamente ligada ao discurso religioso que, obviamente, é bastante diferente da
própria criação da filosofia, que nasce exatamente para se separar e se desvincular do
pensamento mitológico. Outro argumento que o professor considera mais válido é o de
que a filosofia é uma criação do espírito grego e essa justificativa diz respeito a uma
mudança qualitativa na produção de conhecimento, sobretudo o caráter teórico dessa
produção. É claro que o povo grego teve contato com outras culturas e bebeu muito da
fonte da sabedoria de outros povos, como por exemplo os babilônios, com certo nível de
conhecimento astronômico, ou os egípcios com saberes geométricos e matemáticos.
Mas a grande diferença é que os gregos realizaram uma modificação bastante estrutural
nesse conhecimento, os babilônios usavam a astronomia para o horóscopo e previsões
do futuro, como da mesma forma os egípcios utilizavam o conhecimento da matemática
para fins práticos como a divisão da colheita e produção das pirâmides , ou seja, tinha
um objetivo puro e prático na produção de conhecimento. Os gregos, por sua vez,
pegam esse conhecimento, ligado intimamente a pratica e produz um outro tipo de saber
que é o teórico , ou seja, a produção de conhecimento separada do seu princípio prático
é de fato produção dos gregos, ligada à filosofia ou a busca do conhecimento pelo
conhecimento e a busca do saber pelo saber.
Esses três argumentos servem para refutar a hipótese da existência de uma
filosofia africana, visto que a) não há evidencias históricas que justifiquem e sustentem
tal argumento; b) a filosofia tem um caráter laico e, nesse sentido, os gregos estão mais
próximos desse conceito; c) a filosofia também tem um caráter teórico (não-prático) que
os gregos também desenvolveram.
Vídeo III
Título – Como Medir o Tempo: A Invenção do Relógio - Grandes Invenções - Foca na
História
Duração – 5:17 min.
Data de publicação – 07/09/2022
Classificação – livre
Número de visualizações até o momento da análise – 9.303 visualizações

A proposta do vídeo é mostrar as transformações do relógio ao longo da história,


bem como identificar os fatores e agentes que contribuíram para que esse dispositivo,
que praticamente mudou a forma dos homens e mulheres existirem, passasse a ser um
acessório indispensável após a Revolução Industrial. O vídeo é didático, tem uma
linguagem acessível, e é indicado para qualquer um que se interesse pela história do
relógio.
O narrador inicia dizendo que hoje em dia basta olhar no relógio, ou em qualquer
outro dispositivo capaz de contar o tempo, para sabermos a hora exata, seja dia ou noite,
mas para os nossos ancestrais essa contagem do tempo era bastante difícil. Desde
milênios os seres humanos vêm medindo o tempo de várias maneiras, algumas incluem
rastreamento do movimento do sol com relógios solares, o uso de relógios de água,
relógios de velha e ampulhetas. Por volta do ano 2000, antes da era comum, a antiga
civilização suméria inventou o sistema de 60 minutos e 60 segundos que usamos até
hoje.
Segundo ele, o método mais antigo de dizer a hora do dia foi o relógio de sol. Não
se sabe quando ele foi inventado, mas certamente foram utilizados no Egito Antigo e no
Iraque Antigo, sendo até mesmo mencionado no Antigo Testamento da bíblia. Com o
tempo, outras civilizações antigas, como os gregos e os romanos, também utilizaram os
relógios e por volta do ano 1500, antes da era comum, os egípcios inventaram o relógio
de água que consiste em dois recipientes de água, um dos quais era mais alto que o
outro, e a água fluía de forma controlada, ao longo de um tubo, de um recipiente mais
alto para o mais baixo e quando o nível da água atingia uma marcação no recipiente
mais baixo, significava que outra hora havia se passado. O relógio da água chegou até a
China provavelmente através do comércio com os mesopotâmios. Os chineses
melhoraram o projeto original do relógio de água acrescentando o sistema que inclui as
correntes e a balança e mais tarde criaram uma versão que utilizavam mercúrio em vez
de água, evitando assim que o relógio congelasse durante o inverno.
Durante a Idade Média, surgiram outros modelos de relógio como a ampulheta,
ponteiros do tempo e relógios de vela. Os primeiros relojoeiros medievais eram monges
cristãos a desenvolver um mecanismo para medir o tempo e anunciar os chamados para
as orações, mas o grande destaque desse período foram os relógios mecânicos. Os
primeiros relógios mecânicos foram inventados na Europa. Por volta do início do século
XIV, os relógios mecânicos estavam normalmente em torres de igrejas e eram muito
pesados porque eram trabalhados por peso. O relógio da Catedral Salisbury, na
Inglaterra, é datado de aproximadamente 1386, é um dos relógios de trabalho mais
antigos do mundo e ainda tem a maioria de suas peças originais. Já o relógio da Catedral
de Wells, que também fica na Inglaterra, foi construído em 1392, ele é o único que
ainda mantém sua face medieval original, acima do relógio estão conjuntos de figuras
de cavaleiros medievais que tocam um sino e giram em torno de uma pista a cada cinco
minutos.
O primeiro relógio de pêndulo foi criado em 1656, pelo cientista inventor
holandês Chistiaan Huygens, e patenteado no ano seguinte. O cientista foi inspirado
pelas investigações de pêndulo de Galileu Galilei. A onda de inovação relojoeira dos
séculos XVIII e XIX que se seguiu a invenção do pêndulo trouxe muitas melhorias para
os relógios, estes eram feitos a mão por artesãos individualmente e eram muito caros. A
rica ornamentação dos relógios de pêndulo, nesse período, indicava seu valor e conferia
status ao seu proprietário. Os relojoeiros de cada país e região da Europa desenvolveram
seus próprios estilos distintos.
No século XIX, a produção industrial de peças de relógio, gradualmente, tornou
os relógios de pêndulo acessíveis às famílias de classe média. Durante a Revolução
Industrial, o ritmo de vida mais rápido e a programação de turnos e transporte público
como os trens, tornou-se dependente do que era possibilitado pelos relógios. Por volta
de 1500, Peter Laif fabricou o primeiro relógio de bolso, na cidade de Nuremberg, na
Alemanha, esse foi o tipo mais comum de relógio, desde o seu desenvolvimento no
século no século XVI, até que os relógios de pulso se tornaram populares após a
Primeira Guerra Mundial, durante a qual um relógio de transmissão conhecido como
relógio de trincheira foi usado pelos militares. Existe uma história de que foi Santos
Dummont quem inventou os relógios de pulso, entretanto essas história não passa de
uma lenda, pois, os primeiros relógios de pulso conhecidos foram feitos em cerca de
1814, por Abrahan Louis Breguet, por encomenda de Caroline Morato, princesa de
Nápoles, irmã de Napoleão Bonaparte.
O vídeo encerra-se com a afirmação de que a invenção do relógio auxiliou as
pessoas a organizar melhor o seu tempo em suas tarefas diárias, possibilitando assim um
grande aumento da produtividade e importantes avanços para a humanidade.

Filmografia

A FILOSOFIA EXPLICA. A filosofia nasceu na África? YouTube, 03 ago 2020.


Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=FsuhptiSYCE
ANA GICELE GARCIA ALAIZ. O paradigma indiciário. YouTube, 07 ab 2013.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=8Wg5pvauCzE&t=669s
FOCA NA HISTÓRIA. Como Medir o Tempo: A Invenção do Relógio - Grandes
Invenções - Foca na História. YouTube, 07 set 2022.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=cEj-cz0vfw4

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