Você está na página 1de 9

Reflexão sobre o texto

“Iconografia e a Iconologia: uma introdução


ao estudo do da arte do renascimento”
ERWIN PANOFSKY (1989). “O significado nas artes visuais”

História da Arte I
– Professor Luís Jorge Gonçalves

Iara Filipa Teixeira Abreu


Curso de Design de Equipamento
Turma A

0
ÍNDICE

. Introdução
- Biografia de Erwin Panofsky ------------------------------------------ 2-3
- Principais obras---------------------------------------------------------- 3

. Desenvolvimento
- Método iconológico----------------------------------------------------- 4-6

. Conclusão-------------------------------------------------------------------- 7

. Bibliografia ------------------------------------------------------------------ 8

. Web Grafia ------------------------------------------------------------------- 8

1
BIOGRAFIA DE ERWIN PANOFSKY

Erwin Panofsky foi um dos mais importantes historiadores e críticos de arte alemão tendo
sido também um dos principais representantes do método iconológico, onde desenvolveu
profundamente e detalhadamente a sua tese no seguinte objeto de estudo “Significado nas Artes
Visuais”

Nasceu em 30 de março de 1892 em Hannover, na Alemanha e faleceu a 14 de março de


1968 em Princeton em New Jersey. Estudou em várias faculdades, nomeadamente Berlim;
Monique e em Freiburg, onde em 1914 acaba por se graduar com a tese sobre o pintor alemão
Albrecht Durer. Em novembro de 1915 conhece Aby Warbung, um historiador de arte celebre
pelos seus estudos sobre o ressurgimento do paganismo no renascimento italiano, mais tarde
Panofsky é reconhecido como o seu discípulo.

Deu aulas na Universidade de Hamburgo entre 1921 a 1933. Em 1924 aparece a primeira
das suas grandes obras “Ideia: uma contribuição para a história das ideias na história da
arte”, na qual examina a história da Teoria Neoplatónica

Em 1933 abandonou a Alemanha e instalou-se nos Estados Unidos, devido à ascensão de


poder nazi. Voltando a lecionar no Instituto para Estudos Avançados da Universidade de
Princeton (1935-1962) e ainda na Universidade de Harvard (1947-1948) e em Nova Iorque
(1963-1968).

Em 1939, Panofski apresenta o seu método iconológico de análise da obra de arte, onde
definiu as diferenças entre os conceitos de iconografia e iconologia, e defendeu que não se pode
apenas depender das fontes literárias para o estudo da história da arte. Panofski manteve a linha
de pensamento de Warbung, que considerou a iconografia como ciência fundamental para a
compreensão do significado de obra de arte. Influenciou-se também pelo termo “valores

2
simbólicos” de Ernest Cassirer, ao propor que a interpretação e a descoberta das formas puras;
os motivos; imagens; histórias e alegorias como manifestações de princípio básico para o objeto
da Iconologia

PRINCIPAIS OBRAS

A perspetiva como forma simbólica

Arquitetura Gótica e Escolástica: sobre a analogia entre arte, filosofia e teologia na Idade
Média

Estudos de Iconologia - Temas Humanísticos na Arte do Renascimento

Idea: a evolução do conceito de belo

O desenvolvimento do discurso e dos conceitos científicos

Significado nas Artes Visuais.

“A caixa de pandora”, com Dora Panofsky. (1955)

3
MÉTODO ICONOLÓGICO

Para Panofsky, uma obra de arte também têm relevância como documento histórico, no
entanto. a análise da mesma é necessário métodos eficazes capazes de não só analisar os
aspetos estético-formais como também o significado e conteúdo implícito/explicito na imagem.
Constatando isto, este vai desenvolver o método iconológico que têm como princípio interpretar
o conteúdo intrínseco trazido pela obra.

Tendo como base o seu livro “Significado na Artes Visuais” ao qual o autor inicia por fazer
a distinção dos conceitos iconografia e iconologia, mesmo considerando que ambas fazem parte
de um mesmo processo,

Iconografia têm como sufixo derivado do verbo grego graphein “escrever”, ou seja, implica
um método meramente descritivo ou até menos estatístico “A iconografia é o ramo da História
da Arte que se ocupa do significado das obras de arte em oposição à forma “. Este tipo de leitura
permite identificar; classificar e descrever os motivos artísticos, auxiliando no esclarecimento de
datas; origens e autenticidade.

Enquanto o sufixo “grafia” denota para a descrição, o sufixo “logia” deriva de logos, o que
significa “pensamentos”, ou seja, para a interpretação. A iconologia é, portanto, um método de
interpretação que permite fazer uma síntese assente nas “tendências essências do ser humano,
de modo a interpretar a obra de arte em seu todo.

O método Iconológico foi repartido pelo autor em três fases de compreensão da história
da arte.

Numa primeira fase, designada por pré-iconográfico, trata-se da identificação simples das
formas, ou seja, os motivos artísticos (cores; formas; linhas; etc.) e a reação que estas
provocam no observador. Este é o nível dos “significados primitivos ou naturais”, nele retrata-
se a familiaridade do expectador com os objetos e eventos representados na obra, normalmente

4
são de identificação imediata e acessível, no entanto, depende da experiência prática básica de
cada um.

Na segunda fase ou analise iconográfica, refere-se à identificação das imagens; histórias


e alegorias. Nesta fase os motivos artísticos são associados aos conceitos e assuntos
portadores de significado, usando o exemplo do autor, o quadro de Leonardo da Vinci “Ultima
ceia”, um grupo de pessoas sentadas à mesa a comer, pode ser tomado na primeira instância
como um jantar-convívio, no entanto, para se reconhecer o assunto representado é necessário
um conhecimento no conteúdo dos Evangelhos, ou seja, é neste nível em que os registos
escritos se confrontam com as formas identificadas na primeira fase.

Finalmente, na terceira fase, temos o significado intrínseco ou conteúdo. É nesta camada


que se implica a “averiguação dos princípios que revelam a atitude básica de uma nação,
período, classe, condições religiosas e filosóficas, aliadas à personalidade da obra”, ou seja, é
feita uma interpretação que abrange não só a obra, mas também o seu criador e o contexto
histórico sociocultural a que se insere. Representa os significados simbólicos que se podem
extrair após uma averiguação exaustiva, podemo-nos assim questionarmo-nos o porquê
daquela personagem se encontrar numa posição específica ou o porquê de o autor usufruir de
uma certa cor e não outra. Sendo este o nível da iconologia propriamente dita.

O autor resumiu o seu estudo num quadro sinóptico, ressaltando, porém, que a
representação interdependente, na verdade, se refere a aspetos de um mesmo fenômeno, ou
seja, à obra de arte como um todo.

5
6
CONCLUSÃO

A História da Arte para Erwin Panofski é a ciência do estudo que interpreta as obras de arte
como um todo, sendo assim são necessárias estas três fases de compreensão: a descrição pré-
iconográfica, a análise iconográfica e a interpretação de seu conteúdo essencial como expressão
de valores, a interpretação iconológica.

Deste modo, ressalto para o início do capítulo em estudo onde o autor difere os conceitos
de iconologia e de iconografia, podendo assim concluir que a iconografia representa a descrição
e classificação de imagem, “o ramo da história da arte que se ocupa do significado das obras de
arte em oposição à sua forma”, já a iconologia especifica-se ao método interpretativo da obra,
de uma forma exaustiva, estudando-a em todos os aspetos possíveis podendo assim apreender
“os princípios básicos que subjazem à escolha e apresentação dos motivos, assim como à
produção e interpretação de imagens, histórias e alegorias”.

7
BIBLIOGRAFIA

Panofsky, Erwin (trad. port. 1989). O Significado nas Artes Visuais, Lisboa, Editorial
Presença.TT

WEB GRAFIA

Elizabeth Sears (2016): First Contact: Panofsky meets Warburg, The Warburg
Institute

http://www.capfbaul.weebly.com/uploads/5/5/9/1/55914193/f
icha_leitura_panofsky.pdf

https://fenix.letras.ulisboa.pt/courses/thart-4-283923108077430/ver-artigo/erwin-panofsky-e-
a-iconologia

https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/28949

https://fenix.letras.ulisboa.pt/courses/thart-3-283923108072052/ver-post/erwin-panofsky-e-o-
metodo-iconologico

Você também pode gostar