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PENSAMENTOS EM IMAGENS
ICONOGRAFIA
"É o aspeto da história da arte que lida com a identificação, descrição, classificação
e interpretação do conteúdo das artes figurativas" assim como " procura entender o
sentido e significado total da obra de arte no seu contexto histórico".
O discurso das imagens e sobre elas. implica uma dupla "retórica de imagens"
ICONOLOGIA
Eikon (imagem) + logia (discurso)
Segundo Aby Warburg, esta deve estudar as imagens produzidas dentro e fora do
domínio restrito da arte. E de modo a traçar os significados, as histórias e as
transformações das imagens, ela é intrinsecamente interdisciplinar.
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identificar St.Catarina, perguntaremos o porque que ela fora retratada neste espaço
em particular, neste tempo e por este particular artista.
INTERPRETAÇÃO
OS ANTECEDENTES DO MÉTODO ICONOGRÁFICO
1. Écfrase
2. Leitura anagógica
3. Emblemática
4. Análise formalista
1. ÉCFRASE
De um modo geral, é a descrição visual, literária ou pictórica de uma obra de arte
real ou imaginária. Um exercício retórico.
Texto vívido que substitui a imagem (real ou fotográfica) Texto inevitavelmente
interpretativo.
O termo foi delimitado por alguns estudiosos à descrição de objetos de arte, objetos
estes que teriam detalhes visuais significativos
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sua vez, a Écfrase é um exercício retórico que consiste na descrição visual de
alguma obra de arte.
Deste modo, entendemos a Écfrase como um texto interpretativo, pois o objetivo é
conseguir com que o leitor crie uma imagem da obra na sua imaginação como se
esta estivesse á sua frente, os elementos, as formas, as cores são descritos ao
leitor, tal como na iconografia faz-se igualmente uma identificação dos motivos de
uma obra para que depois possam ser interpretados. Concluísse então que a
Écfrase pode ser considerada um antecedente da iconografia ao ambas partilharem
o mesmo exercício de descrição e identificação.
Filóstrato o Velho
Sofista grego do período imperial romano, séc. III
“Aquele que for fiel à arte [da pintura] deve ter um conhecimento profundo da
natureza humana, deve ser capaz de distinguir os sinais do carácter dos homens
mesmo quando eles são silenciosos, e aquilo que é revelado pela tensão do rosto,
pela expressão dos olhos, pelo carácter das sobrancelhas e, em suma, através de
tudo aquilo que tenha a ver com a mente (..)”
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tentar apanhá-lo através de uma
descarga elétrica, ligando assim á
inatividade da preguiça.
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Representação de um espaço de estudo. Transvecilidade do silenco
independentemente de serem "tolos" ou sábios.
O dedo na boca simboliza a infância. Os gregos identificam como o simbolo do
silencio.
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CONTRIBUTOS DE ABY WARBURG
Formalismo
Um approach ás obras de arte que enfatiza o engajamento do observador com as
características físicas e visuais, em vez de uma análise contextual ou procura do
significado.
Todo o contexto e significado deve ser posto de parte para um compromisso direto e
puro com a obra, esta deve ser apreciada pela suas qualidades formais: material,
composição, forma, linhas, cor; em vez de ser apreciada por ser uma representação
de uma figura, história ou ideia.
Do século XIX ao século XX a arte foi pautada por uma abordagem mais formalista.
Aby Warburg
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e os seus estudantes desenvolveram a teoria da iconografia moderna, rejeitando o
pensamento de Wolfflin sobre ser simplesmente e puramente uma abordagem
formal á arte. Para Aby, os periodos de arte não estavam só conectados ás
formas, técnicas ou materiais como também aos contextos politicos, sociais,
económicos, culturais, científicos, entre outros.
Ele teve um grande contributo para a iconologia, com as suas ideias tão distintas do
formalismo, a historia da arte tradicional que foi importante para o percurso da
História da Arte mas não soube receber figuras como Warburg, ele sofre um
renascimento e reconhecimento nos finais do século 20-21.
Esta biblioteca foi e é um ninho onde começa a ideia de que interpretar imagens é
algo que a HIstória da arte deve fazer, e não se sentir menos valorizada por isso.
Este instituto e escola reforçou o entendimento de uma imagem enquanto um facto
social.
Com o regime Nazi, quase todos os humanista eram Judeus e sofreram o impacto
deste regime, devido ás suas posições sociais conseguiram fugir fazendo com que
os textos de Warburg e Panofsky fossem traduzidos e espalhados levando a uma
abertura internacional daquilo que haveria se ser a iconologia.
O estudo da astrologia:
Foi por volta do século XX que Warburg despertou intresse nesta área.
(...)
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não receberia importância, como por exemplo o movimento dos cabelos ou dos
tecidos. - PREOCUPAÇÃO TOTALIZANTE
Para entender uma obra como reflexo do seu tempo, é essencial levantar uma rede
densa de questionamentos. Por exemplo: Compreender a dinâmica das pessoas
envolvidas na ação. Quem decide o que pinta? Onde? Quem? Como? etc
É fundamental perceber que as obras são sempre mediadas e com intermitentes e
encomendadores que controlam a criação de uma obra, diretamente ou com um
programador. Há um conjunto de informação essencial para compreender e
analisar uma obra.
Trabalhar no ponto de vista iconológico: Warburg não se preocupa exatamente com
a descodificação simbólica, mas sim com a compreensão do seu conteúdo
expressivo, da expressão humana para lá do significado e sentido das figuras
humanas (ele estudava obras clássicas)
Campos de questionamento:
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tem certos elementos ou formas caracteristicas que nos dizem muito sobre a
obra, exemplo: O caracol de Francesco.
Exemplo:
Francesco Del Cossa, era o pintor que liderava a obra juntamente com Ercole
Roberti, além disso houve também envolvido um astrologo, um historiador,
programador e outras fontes de inspiração, isto mostra a imensa rede de
influencias sobre uma única obra.
Nesta obra seria importante por exemplo entender o circulo social e cultural da
família que a encomendara./financiara.
A programação de uma obra requere vários, neste caso, sabe-se que o pintor é
um intelectual que cria ficções e constelações, que estão presentes nesta obra,
assim criamos a suspeita de que o artista esteve mesmo presente na
programação da obra.
COMUNICAÇÃO E INTREPERTAÇÃO
Fazemos a passagem da iconografia enquanto descrição e classificação das
imagens (Livros a descrever os Deuses, por exemplo), ao estudo e interpretação
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historicamente fundada das obras de arte.
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Da esquerda para a direita, a última figura, de branco, traz uma oferenda, algo
comum depois de uma mãe dar á luz, normalmente algo aluzivo á maternidade. esta
figura feminina é exótica e distinta das outras em termos de gestos e expressões,
capta o nosso olhar por ser mais exentrica e apaixonante, é a marca dinamica e
emocional colocada pelo pintor.
A NINFA
Modelo: Antiguidade
Ressurgimento: Renascimento.
No ponto de vista da composição desta pintura, esta figura, esta ninfa, oferece
dinamismo á estática das putras figuras, num ponto de vista mais profundo e
sintomático corresponde á libertação de constragimentos e dogmas da cultura
humanista, sabendo que na idade Média era algo pesado e constragido.
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O tecido começa a funcionar como um elemento por si só, o seu movimento e
caracteristicas dependendo do tipo de tecido que é leva os artista a realizarem
vários estudos, para garantir o dinasmismo que este deve dar á pintura.
Warburg procura várias referencias literárias nas suas análises, ás quais retira o que
melhor se encaixa. Por exemplo no Nascimento de Vénus de Botticelli, Aby
pesquisa segundo o que poderia fazer sentido com a época, o pintor e aquilo a que
ele teria acesso na altura.
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Andrea Mantegna, Parnasso, 1497
No canto inferior direito, Apollo associado às 9 musas, com a sua lira. Apollo
é o deus da luz e da música, da poesia e da beleza. A presença das musas
convoca-nos a temática das artes. Poderia ser Orfeu, mas nada temos da
sua história que nos ligue à sua figura.
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alinhamento destas figuras não têm nenhuma fonte que suporte a sua
justificação. Temos uma invenção. Isabella faz representar estas figuras juntas
consoante valores simbólicos não relacionadas à mitologia em si.
Isabella pede que Andrea e ao poeta que criem um "tema clássico com um belo
significado" - a ideia é que a obra seja recorrentemente descodificada através
de variados intervenientes.
A obra foi puramente criada para ser distração à corte de Isabella, motivo de
estudo e de descodificação por estes intelectuais. O propósito era estimular
estes jogos eruditos da corte. Que alguém conseguisse descobrir as
simbologias e piadas representadas na obra em si.
(...)
Iconografia e Mitologia Greco-Romana - cadeira recomendada
Temos de ter noção de que os atributos relativos a certos deuses não são comuns a
todas as épocas históricas, dependendo dos contextos e temas.
Vénus tem diversos filhos que correspondem a variados tipos de amor (por
exemplo, o amor não correspondido)
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Comparação em torno da mesma figura (e da forma de representação da
mesma) com outras representações anteriores a essa mesma obra, como forma
de suporte de teoria
Alegoria - forma de comunicação (pode ser literária ou visual) que parte da junção
de uma série de figuras (por norma personificações) que representam conceitos
abstratos e ideias, sentidos simbólicos. Alegoria da verdade desovada pelo tempo,
uma imagem que nos apresenta de forma altamente codificada e simbólica a ideia
de que a mentira não resiste ao tempo, e no fundo esta ideia é veiculada nestas 3
figuras.
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A mentira não resiste ao tempo, a verdade sempre aparece. Esta ideia está
associada a estas 3 figuras, A verdade está a ser revelada pelo pai tempo, o
códigos de cores são importantes, não são fixos de época para época, mas têm
alguns elementos que permanecem, as vestes brancas associadas á verdade e as
vestes mais cinzentas que simbolizam a mentira, o pai tempo revela o rosto da
mentira.
Em termos de personificações fica claro, há duas ideias claras e abstratas, vamos
fazer acompanhar estas ideias por símbolos e atributos, nestes caso a atribuição
física, cor e rosto, e a verdade jovial, bom e verdadeiro. Poder da verdade sobre o
globo terrestre. O pai tempo por sua vez é uma figura que resulta da passagem da
figura mitológica de saturno durante os séculos. Dois símbolos/atributos: a foice e
as asas que simbolizam o tempo, é uma figura aérea, as alegorias associadas a
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ideias muito complexas como a passagem do tempo são representadas com asas.
Esta figura nem sempre tem mas é frequente.
O discurso já está montado, mas temos um acréscimo das virtudes que estão em
relação estreita coma verdade, isto em ponto de vista da composição, sendo que a
iconografia estuda o significado relacionado com a forma. È muito importante
perceber a relação de uma figura com as outras, estas virtudes são figuras positivas
neste balanço moral da representação. Representação alegórica, muitas das
alegorias são femininas. Estas estão identificadas a partir de atributos em torno da
arte ocidental, as virtudes cardiais. A espada é um atributo da justiça, ela até tem a
balança a repousar na perna. O Leão desde a época medieval é um animal positivo
mas tbm está associado a forças opressoras, mas nesta lógica é um atributo da
coragem e força, da fortaleza. Há uma serpente alegoria da prudência, e asa de um
jarro a alegoria da temperança.
Relativamente às virtudes, estas complementam o discurso já delineado pela
representação da verdade e da mentira. Estão do lado da verdade, a composição é
muito importante. A iconografia estuda o significado a partir da forma, não em
oposição.
Estas quatro figuras estão em relação diretas com a verdade, sendo em partida
figuras positivas. Todas elas femininas, correspondendo um pouco ao que se vai
cristalizando como caracterização alegórica (a maioria das alegorias são femininas,
quase sempre). Neste caso, estas estão identificadas a partir de atributos que foram
sendo cristalizados na arte ocidental em torno das virtudes.
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Costuma estar com as mãos juntas, como que orando. QUando acompanhada
de objetos, âncora.
A caridade por norma surge acompanhada por crianças pequenas que alimenta
ou dá colo. Figura de nutrição e cuidado.
Temperânça a verter água para uma taça, normalmente tempera vinho com
água ou a temperatura da água. Figura de moderação, uma virtude que todo o
cristão deve procurar alcançar
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A cabeça da górguna surge como Esta versão de Atena permite-nos
motivo e tema iconográfico por si reconhecer versões menos
mesmo, desde a arte grega, como completas desta mesma figura.
motivo apotropaico (imagem que se Falta o escudo, a serpente (neste
acreditava ter o poder de afastar e caso, símbolo de sabedoria e cura)
proteger do mal); Ela nem sempre na mão esquerda falta uma lança
surge representada na armadura, (deusa da guerra)
pode aparecer representada no
Vamos procurar representações de
escudo. variantes iconográficas da
Atena (antigas ou contemporâneas)
mesma simbologia
que nos ajudem a perceber a sua
Na mão de Atena, a Niké (vitória), narrativa e os seus atributos.
figura feminina alada
(possivelnente relacionada com a
iconografia cristã do anjo)
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Representação concreta de um terma mitológico de Minerva e neptuno pela cidade
de Atenas. Minerva bate com a arma no chão e faz surgir determinadas oferendas
que constituem a cidade de Atena (a oliveria, a ela associada, que na cultura
clássica é dos bens mais preciosos, o azeite) Deusa mais jovem.
Identificação fácil das figuras em si. Neptuno acompanhado dos seus animais e
de tritões. Século XVIII, inspirados em culturas iconológicas diferentes. Os
tritões, por vezes até com duas caudas, são muito representadas como a corte
de Neptuno
Não estão identificadas o suficiente para podermos ter a certeza de que estas
figuras se tratam de certos deuses ou não.
Dioniso (baco na cultura romana), num êxtase alcoólico convocado pelo consumo
excessivo de vinho, a tocar a sua sátira e acompanhada dos seus sátiros. Os sátiros
fazem parte do grupo de figuras que não têm por norma nomes individuais, que
personificam forças de natureza mais brutas e livres.
Vamos encontrar por exemplo um Baco jovem e muito interessante em termos de
dialogo com o observador. Representação do inicio da embriaguez, de
Michelangelo, uma embriaguez que o retira do seu estado racional mas que o torna
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numa figura mais elegante e sedutora para o observador, é uma representação de
baco característica para o renascimento. As figuras com pernas de cabra e chifres,
associados á força bruta e consumo exagerado de vinho, os faunos, os mais que
surgem na cultura ocidental. Depois o do lado direito é um Sátiro particularmente
famoso.
Na obra acima, temos um Baco com mais curvas, o movimento das linhas
característico do Barroco. Vemos então, uma figura feminina, Arianede, associada
ao labirinto do minotauro.
3 grupos: sátiros, centauros e faunos.
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da simbologia cristã). Sabemos que é Juno devido à narrativa em que estão
envolvidas as três narrativas e em que Vénus ganha um pomo de ouro (o juízo
de Páris, que decide quem delas será a deusa mais bela). Apesar de ter o
crescente lunar na cabeça, não poderá ser Diana devido à narrativa, ao
episódio do juízo de Páris.
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Páris toma para si Helena de Esparta, e emerge a guerra de Tróia. É por isso
que entre esta cena bucólica, encontramos em cima uma fúria, que anuncia a
desgraça prestes a acontecer.
Panofsky fora aluno do instituto de Warburg penso eu, onde era estudado as
sobrevivencias clássicas ao longo da história da arte, e Panofsky colaborou num
trabalho, onde abordaram esta questão entre o clássico e o medieval.
As figuras mitologicas pagãs vão estar ao serviço das ideias medievais, das
menagens morais.
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Este principio propoe que a Arte Medieval não quis ou não pode reter os protótipos
clássicos sem lhes destruir a forma ou o sentido original. Não tinham a intenção de
representar os episodios mitologicos em si, mas sim utilizar a simbologia original
para representar os valores que queriam.
Alegorias
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Intrepertação moral: por exemplo usar Marte, não para representar o deus da
guerra em si, mas para representar a virtude da força e coragem. Utilizaram a
simbologia original da figura, mas não a historia em si.
ERWIN PANOFSKY
Sendo que hoje em dia, analisar imagens é facil e quase intuitivo devido á bagagem
de conhecimento que viemos a acumular dos mestres, mas no tempo de Panofsky
era algo novo, por isso ele sistematizou e simplificou um método complexo que para
nós seria intruitivo.
Além disso, é fundamental para ele afirmar a História da Arte como uma ciencia,
assim para o historiador era essencial retirar a intrepertação das imagens do ambito
da expeculação e simbolismo volátil, era importante afirmar a intrepertação como
uma necessidade de uma ciencia, de uma disciplina, cuja seria teria de ter algumas
orientações, para quem quissese interrogar o contéudo das imagens o fizesse com
uma orientação cientifica. As fases deste método realmente parece muito simples,
algo obvio e intuitivo para nós hoje em dia pois já temos uma bagagem de
conhecimento que nos permite ser familiarizados com inumeras imagens e
simbolismos.
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Influenciado por Warburg, afirmou igualmente que a forma tem de estar
relacionada ao contéudo e contexto, pois a distribuição das linhas, cores,
composição, jogos de luz e sombra, etc carrega um significado maior do que
apenas o significado/relevancia visual.
Panofsky tenta definir a diferença entre o contéudo temático/significado e a forma, é
estranho pois chegamos ao contéudo através da forma, mas teremos que lembrar a
altura em que Panofsky escrevera esta obra (1939 por aí) altura em que a arte era
entendida como essencialmente formalista, além de que ele vai propor u método de
intrepertação, assim é natural que começe por sublinhar no contexto de uma historia
da arte excluisivamente formalista, onde a preocuopação caía sobre a forma, a
diferença entre esta e o contéudo, ele não diz que elas se opõem, não nos diz que
chegamos a uma ignorando a outra mas é essencial delienar esta diferença.
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As leituras do método de Panofsky
O tema da natividade, o presépio - Diz que por volta do século XIV que o tipo de
composição e a organização das figuras no espaço muda, justificando esta
mudança significativa. Deixamos de ter uma composição mais linear, para uma
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composição piramidal (composição mais sacralizadora), despertando uma
ilusão no observador.
Panofsky menciona também da representação dos três reis magos de van der
Weyden (fazem parte de um tríptico, uma narrativa mais alargada a partir da
qual já vimos o tema da natalidade).
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Andrea Solario, Salomé com a cabeça de São João Batista.
O caso dos dois quadros sobre Judite e Salomé, mostra-nos que não temos de
depender exclusivamente de fontes literárias para poder identificar estas figuras. No
caso desta pintura temos de procurar paralelos iconográficos. Antes de este quadro
ter sido pintado, temos de ver se existe uma outra representação anterior a esta que
demonstre Judite tanto com a espada como com a bandeja, em vez do saco. Após
pesquisa, conclui-se que existem precedentes da representação de Judite com a
bandeja, mas não de Salomé com a espada.
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de um povo, de um período, de uma classe ou de uma região. O ícone desenvolvido
pela sociedade é qualificado pela personalidade do artista, mas os valores
simbolicos nele expressos são, em última análise, manifestaões de um princípio ou
estrutura subjancente.
Críticas a Panofsky:
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expressionismo, monocromatismo,
suprematismo, etc)
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O que pauta o discurso da iconologia hoje: diálogo interartistico, intercultural,
informação histórica, abertura epistemológica e metodológica, história da arte e
estudos visuais. Reconhecimento de que a historia da arte faz parte de um universo
muito mais abrangente, chamado de estudos visuais e culturais.
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Na obra o Vulcano é a figura a trabalhar, Panofsky justifica por ter uma testa
pensadora, um argumento um pouco, né, mas pronto. A figura em cima do cavalo é
um jovem que vem ver como está a correr.
A figura a dormir, tem uma posição estranha, nu e agarrado a si mesmo, com frio,
vai se aquecer com o fogo, e o fogo vai criar civilização. A família é uma
representação da evolução da comunicação visual e verbal, faz muito mais sentido
estas correções.
Às vezes há gestos e posições muito específicos que nos lançam na duvida. Vamos
á procura de figuras com poses semelhantes.
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A girafa, não faz sentido enquanto símbolo e parte explícita da civilização do fogo,
mas faz sentido explica-la a partir das preferências do artista: presente a
necessidade de convocação da várias ramos para entender uma obra. Este artista
tinha um gosto particular pela representação de animais, e principalmente a girafa,
manifestação de algo.
O fascínio do pintor pela natureza, justifica uma serie de apontamentos. A tentação
numa pintura destas seria pesquisar o símbolo deste animais naquela época
relacionando com a civilização, mas a verdade é que a girafa é justificada pelo
fascínio do autor, é um meio termo, não temos um significado especifico mas
também não está ali so por motivos de decoração, transmite talvez a domesticação
e convivência pacifica com os animais que antes era com violência.
Panofsky assume que temos o inicio de um ciclo de pinturas sobre a civilização do
fogo.
Nesta obra, a construção revela arquitetura no seu estado mais primitivo, entendido
pelo artista como um primeiro momento da arquitetura que serviria para proteção
contra os elementos.
(texto no power point sobre a figura a trabalhar) O próprio pai da iconografia pode
forçar uma identificar, risco que todos corremos, á muitas infirmações difíceis de
identificar.
Isto prova que nem tudo numa obra tem um simbolismo super coiso, mas sim
relaciona-se com o contexto do pintor. Mais pinturas deste autor, civilização
evoluindo. Animais e pessoas convivem.
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humanos, haveria união entre homens e animais, até a própria mitologia pagã há
isto, estamos aqui num estágio primitivo de existência.
Panofsky afirma que estas pinturas representam a evolução com Hefesto como
protagonista? Temos 3 eras: Antes de Vulcano, no domínio de Vulcano e na era de
prometeu.
Ele não propõe a união destas obras só por terem os mesmos temas.
Perfil do artista: Os contemporâneos, como Vassari, dão a entender que Piero era
um homem com os seus gostos, não gostava da igreja, admirava uma forma de vida
simplista e primitiva e que teria uma fobia ao fogo, irónico, medo tremendo de
relâmpagos e incêndios, o medo do fogo impedia-o de cozinhar.
Esta fobia faz sentido fase ao fascínio pelo fogo nas obras.
CONSEQUÊNCIAS
excepcionalidade de um
grupo
manutenção do fogo
desenvolvimento da
linguagem
habitações permanentes
vida familiar
ICONOGRAFIA CRISTÃ
Vê-se surgir uma moda de consumo de pintura flamenga. Esta pintura estava
comprometida com a inspiração do real, muito próximo do quotidiano e mais
emotiva do que a pintura Italiana da época.
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Há consumo entre a moda renascentista italiana, a corte encomenda obras eruditas
renascentistas para consumo proprio, para oferta a determinadas figuras da corte, e
depois num contexto publico, as encomendas feitas para a igreja, e para o povo vão
encomendar obras flamengas, esculturinhas, uns livros que não ouvi o nome. A arte
flamenga tem um impacto grande na europa do sec15-16, é um desafio á iconologia
para perceber o que é símbolo, o que é real e o que não é.
Maria tem os atributos, a ler o texto e o vaso das flores. Aqui as figuras não
surgem com cenas que as distingam, devido ao realismo destas obras
flamengas. O próprio contexto permite-nos identificar as figuras. È feita para
comunicar com o observador por isso as pistas vão lá estar.
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Em termos de identificação e representação especifica do espaço onde Maria está:
Maria costuma ser representada em azul, mas o azul vai passar para os tecidos
que cobre o bancal/sofá e na almofada onde maria se apoia. Maria está de
vermelho, pois simboliza a paixão cristã, o sangue que cristo derrama para
salvar a humanidade.
Erguer a mão, o Arcanjo Gabriel está a comunicar. Maria está absorta na sua
leitura, presenciámos o momento inicial do acontecimento.
Pela descida do espirito santo, representado pela pomba, no caso desta pintura
não há pomba mas sim um feixe de luz com uma cruz. Assim a arte flamenga é
mais querida á pessoas populares, representa de uma forma mais evidente.
Provavelmente o pintor não montou este cenário no seu estúdio, nem viu na casa
de alguém, provavelmente escolheu um conjunto de elementos que faziam parte da
nobreza da época. Objetos reais que funcionam como símbolos e chaves para
reforçar a narrativa central.
Temos ainda 2 livros, o livro aberto sobre a mesa pode ser o antigo testamento ou o
novo, pode ser uma historia em curso ou a meio, mas essencialmente temos o
retrato da época dos hábitos materiais associados á leitura, o cuidado com os livros
sagrados, respeito e preservação.
A vela sobre o castiçal de metal, que acabou de ser apagada, é o primeiro elemento
a refletir a presença do anjo, ninguém repara na sua presença mas temos o objeto,
que transmite o caracter físico de algo a romper o espaço de Maria.
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A figura acabou de fazer ratoeiras, que sentido faz? Está relacionada com teologia,
com textos de santo agostinho, que diz que cristo na cruz é a ratoeira do Diabo.
No outro volante temos, senhor vestido de preto com o chapéu na mão. Ou está á
porta da sua casa a ver uma visão, ou á porta de Maria a ver o mistério acontecer. A
esposa foi adicionada posteriormente. Também há um mensageiro.
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