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COMPENSAÇÃO REATIVA MANOBRÁVEL E

CONTROLÁVEL - ASPECTOS OPERACIONAIS,


ESPECIFICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E ESTUDOS

DE DESENERGIZAÇÃO DE REATORES

Operador Nacional do Sistema Elétrico


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COMPENSAÇÃO REATIVA MANOBRÁVEL E

CONTROLÁVEL - ASPECTOS OPERACIONAIS,


ESPECIFICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E

ESTUDOS DE DESENERRGIZAÇÃO DE

REATORES

23 de setembro de 2020
Sumário

1 INTRODUÇÃO 5
2 Compensação Reativa – Conceitos Básicos 5
2.1 Compensação Fixa 5
2.2 Compensação Manobrável de Barra 7
2.3 Compensação Manobrável de Linha 8
2.4 Compensação Controlável – Compensadores Estáticos de
Reativos 9
2.4.1 O conceito de operação dos SVCs 10
2.4.2 Curva de Operação do SVC 11
2.4.3 Operação em condições de sobretensão 12
2.4.4 Faixa Preferencial de Operação 15
2.4.5 Resumo dos Compensadores Estáticos (SVCs) em Operação
17
2.5 Recursos Extraordinários para Controle de Tensão 19
2.5.1 Desligamento de linhas 19
2.5.2 Chaveamento de reatores fixos de linhas mediante manobra
de chaves 20
2.5.3 Chaveamento de reatores manobráveis de linha para controle
de tensão 21
2.5.4 Resumo dos Reatores Fixos de Linha no SIN manobrados na
barra 22
3 Os Fenômenos envolvendo Desenergização de Reatores 23
3.1 O Fenômeno da interrupção de pequenas correntes
indutivas 23
3.2 O Fenômeno da Reignição 26
3.3 TRT de abertura de reatores para pequenas correntes
indutivas 27
4 ESPECIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS 29
4.1 Limitação de Sobretensões durante as Manobra de
Reatores 30
4.1.1 Resistores de Abertura 30
4.1.2 Para-raios no reator 30
4.1.3 MOV em paralelo com o disjuntor 30
4.1.4 Capacitor de Surto ou Divisor Capacitivo de Potencial junto
ao Reator 30
4.1.5 Manobra Controlada 31
4.1.5.1 Estratégia a ser adotada na implementação da manobra
controlada 31
4.2 Especificação dos Disjuntores 33
5 ESTUDOS DE MANOBRA DE REATORES 35
5.1 Representação da Equipamentos 36
5.1.1 Representação do Reator 37
5.1.2 Representação dos Transformadores na subestação 37

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5.1.3 Para-raios 38
5.1.4 Disjuntores 38
5.1.5 Linhas de Transmissão 41
5.1.6 Fontes de Tensão 41
5.1.7 Equivalentes e Cargas 41
5.1.8 Metodologia 42
5.1.9 Apresentação de Resultados – Tabela Exemplo 44
5.1.10 Apresentação de Resultados – Gráficos Exemplo 45
6 CONCLUSÕES 46
6.1 Situação Regulatória e Técnica 46
6.2 Soluções aplicáveis para viabilizar a desenergização de
reatores 46
6.3 Manobra de Reatores de Linha Manobráveis 47
6.4 Manobra de Reatores Fixos 47
6.5 Compensadores Estáticos de Reativos (Compensação
Controlável) 48
7 RECOMENDAÇÕES 49
8 DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA 53
9 CRÉDITOS 54

Lista de figuras e tabelas 55

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1 INTRODUÇÃO

Nos sistemas de potência há necessidade de que se mantenha, nos equipamentos


que o integram e naqueles pertencentes aos consumidores, as tensões dentro dos
limites estabelecidos pelas suas normas técnicas de fabricação.
Sendo assim, as tensões durante a operação não devem exceder as tensões
nominais da classe de tensão de fabricação de seus equipamentos que via de regra
não excedem as tensões máximas operativas. O fluxo de reativos ao longo do
sistema é quem vai determinar os níveis de tensão nas diversas barras da rede, no
processo de transmissão de potência ativa aos consumidores.
A compensação reativa se localiza de forma distribuída em sistemas de potência,
devendo ser planejada para que o controle de tensão seja possível para as diversas
configurações operativas de suprimento a carga, em condições de carga mínima,
leve, média e pesada, situações que se caracterizam ao longo de cada dia e ao
longo de toda a semana.

Entretanto, na operação diária, a compensação reativa disponível na rede tem se


revelado, em muitas situações, insuficiente para atingir os seus objetivos em
situações de carga mínima. No momento atual, tal situação foi agravada pelas
consequências da pandemia, que resultou em redução ainda maior da carga a ser
suprida, ocasionando um excesso de reativos circulando pelo sistema.
Isso tem colocado a operação frente a dificuldades severas, levando o sistema ao
limite na busca de opções que propiciem controle adequado da tensão.

Como exemplo mencionamos o Sistema Sudeste nas regiões próximas a SE


Araraquara 2, bem como a rede de 440 kV da região de São Paulo, que têm
experimentado um esgotamento dos seus recursos de absorção de potência reativa,
durante o período da pandemia de COVID-19.

2 Compensação Reativa – Conceitos Básicos


A compensação reativa (shunt ou série) pode ser classificada como controlável,
manobrável ou fixa. O fluxo de reativos controlável se origina em máquinas
síncronas (geradores), em compensadores síncronos, em equipamentos FACTS
(SVCs, STATCOMs) e tem uma característica de resposta rápida, por meio de
controle e/ou das características eletromagnéticas dos equipamentos.
Essa Nota Técnica, na presente revisão, não aborda a compensação série.

2.1 Compensação Fixa


Reatores shunt fixos são adicionados às linhas de transmissão para as tensões mais
elevadas de transmissão, como por exemplo 345 kV e acima, ou ainda a linhas de
230 kV muito extensas, quando se tornam indispensáveis para a sua manobra de

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conexão e desconexão, onde as tensões nas suas duas extremidades necessitam
ser mantidas dentro de limites.
Esses reatores também podem ser indispensáveis em situações onde ocorra uma
desconexão inesperada da linha, interrompendo o suprimento a uma carga (rejeição
de carga). Nessa situação impedem o crescimento transitório da tensão acima de
valores aceitáveis e a ocorrência de sobretensões sustentadas/temporárias
perigosas aos equipamentos conectados ao sistema de transmissão.
A compensação reativa fixa é caracterizada pela presença de reatores que também
têm o papel de compensar parte do fluxo de reativo capacitivo (charging) oriundo da
operação das linhas de transmissão as quais estão associados. Usualmente essa
compensação, quando existente nas linhas, é da ordem de 60-80% do reativo
gerado pelas mesmas. Do ponto de vista regulatório, o conjunto formado pela linha
de transmissão e seus reatores é denominado como Função Transmissão, que, por
sua vez, recebe remuneração pela sua disponibilidade integral. Caso, por exemplo,
um reator fixo de linha estiver indisponível, a Função Transmissão como um todo
estará “regulatoriamente” indisponível, sendo a Transmissora responsável pelo ativo
penalizada por meio de perda de receita.

Conforme acima explicado, os estudos de engenharia levam em conta, durante o


dimensionamento dos equipamentos que fazem parte da Função Transmissão,
todos os aspectos técnicos mencionados anteriormente, por meio de estudos de
60 Hz (regime permanente) e de manobra (transitórios eletromagnéticos). Trata-se
de um dimensionamento conjunto da linha, dos seus reatores e dos equipamentos
que realizam as suas manobras.
Os equipamentos que permitem a manobra dessa linha, tais como disjuntores e suas
respectivas chaves, não fazem parte da Função Transmissão, mas são
dimensionados mediante simulações e cálculos que levam em consideração a
presença do grupo completo, ou seja, da linha e seus reatores fixos.
A operação da linha na ausência dos seus reatores fixos não é estudada na fase de
engenharia, ou seja, durante o projeto básico. Esse tipo de situação caso se
apresentasse por algum motivo, poderia trazer impactos e danos aos equipamentos
que foram projetados e especificados para aquisição sem levar em conta os efeitos
desse tipo de operação.
Por fim, a utilização de reatores fixos de linha configurados como reatores de barra
não é prevista pela Aneel e muito menos estudada no dimensionamento e projeto
desses reatores. Por conseguinte, este tipo de operação não é remunerado.

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2.2 Compensação Manobrável de Barra
Reatores e/ou capacitores manobráveis são conectados às barras, nas subestações
existentes do sistema. Esses equipamentos têm por função possibilitar o controle de
tensão dentro dos limites necessários e são manobrados em bases diárias.
Reatores em derivação manobráveis e seus disjuntores estão submetidos a
solicitações de tensão transitórias provocadas por manobras diárias de energização
e desenergização.
As manobras de capacitores necessitam ser estudadas na fase de projeto, tendo em
vista que podem trazer consequências para o próprio equipamento manobrado, para
os seus disjuntores e para outros equipamentos vizinhos, com a introdução de
correntes de alta frequência e magnitude, além de solicitações elevadas de tensão
que devem ser levadas em conta no dimensionamento dos equipamentos.
Uma das soluções usualmente adotadas nessas manobras é a inclusão de reatores
limitadores nos bancos de capacitores e a escolha do momento mais propício para o
fechamento do disjuntor, pela adoção do que se denomina manobra controlada.
Estes dispositivos são também conhecidos como sincronizadores.
Os sincronizadores usam como referência para a escolha do momento adequado
para a manobra a tensão do sistema, a tensão fornecida por um transformador de
potencial (TP). Esse tipo solução exige precisão e, para ser efetivo, a medição deve
ter qualidade, o disjuntor deve dispor de um mecanismo de fechamento e abertura
por polo (fase) que permita uma precisão adequada (repetibilidade), e o dispositivo
eletrônico (sincronizador) deve também ser preciso o suficiente.
As manobras de reatores, durante a sua desconexão, podem apresentar impactos
muito severos para os disjuntores que os manobram e para o isolamento do reator
manobrado (reignições/reacendimentos), que pode vir a ser submetido a frentes de
onda muito íngremes, superiores a suportabilidade do isolamento do reator, caso
essas condições não tenham sido identificadas durante a etapa de projeto, e
consideradas na fabricação do isolamento do reator.
Usualmente a interrupção de correntes pelos disjuntores se daria, em condições
normais, no momento da ocorrência do zero de corrente. Entretanto, não se trata da
interrupção de falta, mas da desenergização de bancos de reatores, que envolvem
correntes baixas em relação àquelas que os disjuntores abrem em condições de
curto-circuito.
Os disjuntores que efetuam as manobras não são chaves ideais. Existem
capacitâncias parasitas e capacitâncias de equalização entre câmaras que formam
um circuito oscilante com os reatores que serão desconectados. Dependendo do
circuito formado, em consequência das características dos equipamentos envolvidos
(disjuntores, reatores, cabos de ligação, etc.) e da sua disposição física (distâncias),
a oscilação ocasionada na corrente a ser interrompida, que decorre das

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características mencionadas, pode ocasionar a antecipação da ocorrência do zero
de corrente em relação ao zero que ocorreria numa onda de frequência fundamental.
Essa interrupção antecipada (corte de corrente) traz uma série de problemas a
serem equacionados, para evitar danos tanto ao disjuntor quanto ao reator e devem
ser identificados ainda na fase de projeto.
A solução adotada pelos Anexos Técnicos e pelos Procedimentos de Rede foi tornar
obrigatório, para todo e qualquer disjuntor que manobre reatores, de dispositivos de
manobra controlada para realizar a desconexão desses reatores. Esses dispositivos
ajustam o “corte da corrente” para valores pré-determinados, isolando o efeito das
oscilações que ocasionam o “corte de corrente”.
Solução adotada no SIN, nos disjuntores:
✓ Anexos Técnicos: obrigatoriedade de sincronizadores desde 2007
✓ Procedimentos de Rede: obrigatoriedade de sincronizadores desde 2017
Transcrevemos, a seguir, trecho de [10.5]:
“Em condições onde os dispositivos de manobra controlada encontram-se
indisponíveis, há elevada probabilidade de reignições (reacendimento do arco
elétrico após a interrupção de pequenas correntes indutivas) durante abertura do
disjuntor, o que implica em sobretensões severas impostas aos terminais dos
reatores, com elevadas taxas de variação e espectro de frequência de centenas de
kHz. A suportabilidade dielétrica dos reatores em longo prazo irá depender de
algumas características das sobretensões impostas aos seus terminais como, por
exemplo, da taxa de crescimento de tensão oriunda de reignições, do pico máximo
de tensão pré e pós-reignição, de seu espectro de frequência e por fim da
quantidade de ocorrências e topologias associadas à subestação, a ser considerada
ao longo da vida útil do equipamento.”
Ressaltamos que, desde 2002, os Procedimentos de Rede [10.7] já mencionam a
preocupação com os efeitos da interrupção de pequenas correntes indutivas, quando
da manobra de reatores.
A partir de 2007 quando a obrigatoriedade de sincronizadores foi incluída nos
Anexos Técnicos, os projetos básicos não têm a obrigação de apresentar estudos de
interrupção de correntes indutivas, questão supostamente equacionada por
premissa, considerando a instalação de sincronizadores nos disjuntores.

2.3 Compensação Manobrável de Linha


Por diretriz filosófica, usualmente, a compensação reativa manobrável de um
sistema planejado se situa de forma distribuída nas diversas subestações do
sistema, conectada diretamente à barra.
Entretanto, caso o planejamento da Transmissão tenha previsto uma evolução do
sistema que não se realizou no tempo conforme imaginado, na sua topologia e no

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montante e localização das suas cargas, pode ocorrer que em situações de fluxo
elevado em determinadas linhas, a tensão a jusante das mesmas sofra uma redução
de magnitude demasiada por falta de compensação reativa local disponível,
dificultando a operação da rede.
Nessas situações, se a subestação onde a compensação reativa adicional deveria
estar localizada para equacionar o problema, não tenha espaço físico disponível,
uma solução pode até vir a ser a instalação de disjuntores nos reatores de linha que
os desconectem durante a operação em carga pesada com alto fluxo na linha, por
exemplo.
O reator manobrável de linha é considerado pela regulação como uma compensação
reativa convencional e ele não faz parte da Função Transmissão e sim da Função
Compensação Reativa.
Apesar da questão filosófica e da questão regulatória, no sul do Brasil tem surgido
alguns casos nos quais o planejamento indicou para licitação linhas de alta tensão e
de grande extensão, com pelo menos um dos reatores de linha como sendo
manobrável.
No entanto, mesmo nesses casos, o planejamento não previu que estes reatores
fossem utilizados com a finalidade de controle de tensão diário, por exemplo,
provisoriamente conectados a barra com a linha associada desligada. Os disjuntores
desses reatores são equipados com dispositivos de manobra controlada. Entretanto,
por questões de posicionamento físico, alguns deles tem seus sincronizadores
conectados a TPs que se localizam na linha. Nessa situação, caso a linha seja
desconectada da rede, mesmo que seja para controle de tensão, o TP perde a sua
alimentação e seu sincronizador a sua referência, impossibilitando, nessa condição,
a efetivação da manobra controlada.
Da mesma forma como ocorre com os reatores de barra, a desenergização de
reatores de linha manobráveis gera solicitações em função do corte de corrente e
reignições que devem ser contempladas por estudos de engenharia na fase de
projeto do reator e/ou mitigadas pela instalação de mecanismos de manobra
controlada.

2.4 Compensação Controlável – Compensadores Estáticos de Reativos


Neste tópico abordamos equipamentos FACTS (Flexible AC Transmission Systems),
tais como Compensadores Estáticos de Reativos - CERs (SVCs – Static VAR
Compensators) e STATCOMs.

Hoje no SIN (Sistema Interligado Nacional) se encontra em operação apenas um


STATCOM, localizado em Rio Branco, com uma faixa operativa de +55 Mvar
(capacitivo) a – 20Mvar (indutivo).

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Os SVCs são equipamentos compostos por elementos passivos tais como reatores,
capacitores, filtros de harmônicos, transformadores e por válvulas de tiristores que
chaveiam os capacitores (TSCs – Capacitores Chaveados a Tiristores) e por
válvulas de tiristores que variam o ângulo de disparo para controlar a corrente nos
reatores (RCT – Reator Controlado a Tiristores). Existem também, mas são casos
específicos, SVCs que substituem as válvulas a tiristores por disjuntores, cujos
módulos são denominados MSCs (Capacitores Chaveados Mecanicamente, do
inglês Mechanical Switched Capacitors).
Os compensadores estáticos fazem parte do sistema brasileiro desde 1985 e já
somam mais de 40 unidades em operação, sendo que já há a previsão da entrada
em operação de diversas outras unidades, conforme detalhado mais adiante. As
primeiras unidades utilizavam tecnologia analógica, mas atualmente os sistemas de
controle já são inteiramente digitais.

2.4.1 O conceito de operação dos SVCs


Estes equipamentos têm por objetivo automatizar o controle de tensão (sequência
positiva) nas barras onde estão conectados e fornecem o reativo necessário dentro
de seus limites de projeto (capacitivo e indutivo), na faixa de operação especificada,
usualmente aquelas definidas pelos Procedimentos de Rede para a operação em
condição normal e de emergência. Por ser composto apenas por elementos passivos
não contribui para o aumento da potência de curto circuito no local de sua
instalação.
Não são concebidos, do ponto de vista sistêmico, para operar em seus extremos de
fornecimento e de absorção de reativos continuamente, uma vez que as perdas
nestes pontos de operação são elevadas.
A ideia central é operar próximo ao zero Mvar (numa faixa de 20 a 30% da potência
disponível) e utilizar a folga de reativos para o controle de emergências no sistema,
onde pode ajudar tanto o controle de tensão frente a solicitações transitórias
(milissegundos), temporárias (segundos) quanto permanentes (horas).
Estes equipamentos não se destinam a operação como reatores/capacitores
manobráveis nem como reatores fixos. Para esse tipo de operação a compensação
manobrável convencional é muito mais barata e possui perdas menores.
Do ponto de vista operativo, quando obrigados a operar próximo ao limite da faixa de
tensão especificada no projeto, é necessário operar com uma certa folga, para
garantir a este equipamento capacidade de regulação de tensão para fazer frente
não somente a contingências no SIN, mas a variações instantâneas de carga ao
longo do dia.
A característica dos SVCs é a de fornecer uma resposta muito rápida com tempos
de subida (rise time) de aproximadamente dois ciclos de 60 Hz e durante

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recuperações de tensão após afundamentos de tensão na barra de controle, tempos
de acomodação (settling time) inferiores a 100 ms.
Os capacitores e reatores são dimensionados para, em conjunto com os filtros e por
meio do controle do ângulo de disparo das válvulas, proverem uma resposta
imediata às variações de tensão na barra de tensão controlada pelo equipamento.
O sistema de controle é alimentado por um sistema de medição, utilizando TPs e
TCs próprios, cujo sinal é filtrado, comparado a uma referência (set point), fornecido
pelo operador, e dirigido a um controlador PI (Proporcional-Integral). Daí a ação é
direcionada para lógicas usualmente denominadas como unidades de distribuição,
que decidem o que chavear (capacitores) e quanto deve ser absorvido pelos
reatores, por meio do controle da corrente que deve ser a eles direcionada,
modulando assim o reativo a ser entregue ao sistema.
A ação de disparo dos tiristores das válvulas gera harmônicos de correntes que
devem ser devidamente filtrados de forma a não poluírem a rede. Trata-se, na
verdade, de um controlador de susceptância, que acaba se refletindo em fluxo de
reativos no sentido de controlar as tensões na barra do seu ponto de acoplamento
com a rede de transmissão.

O SVC/CER não tem o papel de contribuir durante defeitos no sistema, devendo ter
o cuidado de não tornar as sobretensões mais severas após a recuperação do
defeito. Por esse motivo possui estratégias de subtensão que o levam para um ponto
neutro de contribuição (0 Mvar) durante a ocorrência de faltas, identificadas pelo
nível da subtensão após a aplicação do defeito. Esta detecção é devidamente
temporizada e os níveis de detecção e suas temporizações são definidas nos
Estudos Pré-Operacionais.

2.4.2 Curva de Operação do SVC


Apresentamos na Figura 2-1 uma curva de operação típica de um SVC, referida ao
lado de alta tensão da transformação que o conecta ao PCC (Ponto de Acoplamento
Comum).
A curva se refere ao projeto do SVC de Fernão Dias, fornecido pela ABB, que entrou
em operação este ano.

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Figura 2-1: Curva VxI,Base100MVA–F.Dias 300 Mvar cap./150 Mvar ind.–0,95/1,10 pu(500kV)

Nota: 1- Os pontos H, I, 1 e 2 são aqueles constantes da curva de sobrecarga indutiva

A área hachurada representa a região onde o SVC pode operar sem restrições de
qualquer espécie, em regime permanente e indefinidamente.
Entretanto, caso o SVC exceda a sua máxima tensão operativa, no exemplo acima
1,1 pu, ele pode ser desconectado da rede por sua proteção intrínseca, para
salvaguardar seus componentes internos.
2.4.3 Operação em condições de sobretensão
Para evitar a desconexão do SVC durante manobras em barras próximas na rede
CA, advindas de energizações e religamentos de linhas, energização de
transformadores, reatores ou capacitores, o SVC é especificado com uma
característica de sobrecarga indutiva (overload).
Esse procedimento, a definição de uma sobrecarga indutiva, é adotado em todo o
mundo, não apenas no Brasil, sendo referendado, por exemplo, entre outros

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documentos, no IEEE Standard 1031 – 2011 – IEEE Guide to Standard Specification
of Transmisson VAR Static Compensators, conforme ilustrado abaixo:
Figura 2-2: Typical Overload Cycle (IEEE Standard 1031)

Nota : (1) Ciclos de 60 hz – 1,8pu (50ms), 1,4 pu (200 ms), 1,25 pu(1s)

Ressalte-se que este ciclo não prevê um retorno suave (tempo inverso, por exemplo)
entre o último patamar dos níveis de sobrecarga (1,25 pu por 1 segundo) e o retorno
a tensão máxima operativa, neste caso, 1,05 pu.
Neste guia se diferencia entre a máxima tensão para operação em condição de
absorção de reativos (1,10 pu) e a máxima tensão para a inserção de reativos no
sistema (1,10 pu) que se trata da máxima tensão operativa nesta rede, tomada como
exemplo.
O Brasil a prática tem sido mais conservadora, pelas características do nosso
sistema, com linhas longas, que sugerem a possibilidade de sobretensões
transitórias de mesma ordem (1,80 e 1,40 pu) mas sobretensões temporárias mais
severas (1,30 e 1,20 pu).
A engenharia das concessionárias de transmissão tradicionais (Eletronorte, Furnas,
Chesf, outras), tem adotado em diversas especificações de SVCs a adoção de uma
curva de sobrecarga indutiva.

Como exemplo mencionamos o CER de Coxipó, da Eletronorte, que entrou em


operação em 1990:
✓ 1,80 pu (50 ms)

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✓ 1,40 pu (200 ms)
✓ 1,30 pu (1 segundo)
✓ 1,20 pu (10 segundos)
No entanto os Anexos Técnicos inicialmente não mencionavam diretamente a curva
de sobrecarga indutiva. Assumia-se que a especificação seguia as “normas da boa
engenharia” e que a engenharia do proprietário iria seguir as melhores práticas
durante o processo de especificação e aquisição do equipamento, conforme
ilustrado, por exemplo, pelo guia do IEEE mencionado anteriormente.
No dimensionamento de CERs no Brasil se costuma adotar o mesmo valor de
tensão máxima, tanto para a operação indutiva quanto a capacitiva. Esse
procedimento é mais conservador, pois a igualdade é realizada pelo maior valor.
Apesar do ciclo acima mencionado ser praticado nos Anexos Técnicos dos Leilões
de Transmissão desde o Leilão 001/2013, ele somente foi incluído na última versão
dos Procedimentos de Rede, vigente a partir de 01.07.2020, conforme abaixo:
Figura 2-3: Ciclo de Sobrecarga Indutiva

Nota: 1 - Sem que haja disparo protetivo da válvula de tiristores produzido pelas sobretensões de bloqueio
dos tiristores; 2 – Para as tensões 440 kV e 765 kV a tensão contínua é 1,046 pu e não 1,05 pu.

O trip de proteção dos compensadores pode ser ajustado pelo fornecedor


exatamente sobre a característica de sobrecarga ilustrada acima. Entretanto, a
prática operativa indicou dificuldades na coordenação da proteção de sobretensão
das linhas que se originavam na barra onde o SVC está conectado, quando da saída
da curva de sobrecarga e retorno a máxima tensão operativa.

Este problema foi detectado pela primeira vez na interligação Turucruí-Macapá-


Manaus nos SVCs Jurupari e Oriximiná. Estes SVCs tiveram uma característica de
tempo inverso implementado entre os patamares de 1,20 pu e 1,10 pu, após o
estudo e contratação do fabricante, pelo agente concessionário.

Por este motivo, nos Anexos Técnicos Gerais, dos Leilões mais recentes, a partir do
Leilão 002/2019, passou-se a incluir a necessidade de uma transição de retorno do
último ponto da curva de sobrecarga indutiva para a máxima tensão operativa
mediante uma curva característica de tempo inverso. Essa transição tem
proporcionado em alguns dos últimos projetos, para a conexão em 500 kV, um ponto

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adicional na transição entre o patamar de 1,20 pu e a tensão máxima operativa, de
aproximadamente 100 segundos, num patamar intermediário, exigindo também que
o fornecedor possibilitasse um ajuste de uma curva de tempo inverso, passando
pelos pontos definidos na sobrecarga indutiva e chegando até a tensão máxima
operativa.
O argumento adotado e submetido a audiência pública, sem que alguma
contestação tivesse sido feita pelos fornecedores, foi de que para o tempo envolvido,
de menos de dois minutos, não havia preocupação crível relacionada ao
aquecimento da temperatura de junção dos tiristores acima do valor suportável.
Nesse caso o nosso entendimento é que o equipamento mais afetado é o para-raios
de alta tensão, cujo valor de TOV (Temporary Overvoltage) deve ser escolhido com
cautela, caso contrário ele pode ser danificado.
Os compensadores fornecidos pela ABB em 2019 e 2020, a saber, Fernão Dias,
Biguaçu e Sobral III, já incluíram em seu dimensionamento atendimento a essa
questão (Exemplo: Fernão Dias, conectado ao 500 kV, 100 segundos – 1,15 pu). Os
seus Leilões de Transmissão foram de cerca de 4 anos atrás quando esse requisito
ainda não era obrigatório.

2.4.4 Faixa Preferencial de Operação


O Anexo Técnico específico dos lotes dos leilões define claramente a faixa de
operação (tensão máxima, tensão mínima, reativo injetado nominal, reativo
absorvido nominal).
Entretanto, as necessidades diárias do sistema para o atendimento a carga, num
contexto de redução drástica da carga e da falta de recursos disponíveis para
controle de tensão, têm levado a operação com tensões muito próximas ao valor
máximo operativo nas barras onde há compensadores estáticos disponíveis.
Nessa condição, os compensadores estão absorvendo o máximo reativo possível,
como se fossem reatores fixos. Entretanto, a carga varia ao longo do tempo e
pequenas variações percentuais em seu valor e em seu fator de potência podem
levar a tensão na barra controlada acima do valor definido como máximo aceitável
pelo dimensionamento do SVC.
Essa é uma condição que pode levar ao trip do compensador, caso os tempos
definidos na curva de sobrecarga sejam excedidos, para tensões entre o último
patamar da sobrecarga indutiva e a tensão máxima operativa. Por 1 kV, 2 kV, pode
ser que o compensador seja levado a trip, o que poderia ocasionar um distúrbio local
severo, agravando as sobretensões na região e podendo ocasionar uma cascata de
desligamentos indesejáveis.
Por este motivo os estudos do planejamento da operação definem uma faixa
preferencial de operação, menor que a faixa de operação especificada, onde a
sobretensão advinda da variação local da carga é evitada, protegendo o
compensador estático e a rede à qual ele está conectado.

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A possibilidade de permitir uma parametrização diferente, com alguma folga, da
proteção do SVC depende da anuência do fornecedor e da Transmissora detentora
do ativo. Após os equipamentos comprados e pagos, quando essa “folga” não
consta da especificação, esse tipo de concessão envolve aspectos técnicos e
comerciais.

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2.4.5 Resumo dos Compensadores Estáticos (SVCs) em Operação
A Tabela a seguir resume os SVCs atualmente em operação no SIN:
Figura 2-4: SVCs em operação no SIN ( informações ainda serão verificadas )

Descrição Data Faixa Operativa Conexão Estado


(Mvar) (kV)
CAMPOS 02/06/2000 +100 / -60 345 RJ
BARRO ALTO 1 GO 31/12/1990 33 / -22 230 GO
BARRO ALTO 2 GO 21/09/2022 150 / -75 230 GO
OURO PRETO 2 31/12/1990 100 / -80 138 MG
FERNAO DIAS 07/03/2020 300 / -150 500 SP
SANTA BARBARA 08/02/2019 300 / -300 440 SP
BAURU 11/02/2021 250 / -125 440 SP
ANASTACIO 27/09/2013 50 / -50 230 MS
BOM DESPACHO 3 16/09/2015 300 / -200 500 MG
IMBIRUSSU 17/10/2006 100 / -100 230 MS
LUZIANIA 24/08/2018 300 / -150 500 GO
JOAO NEIVA 2 30/12/2020 150 / -150 345 ES
PADRE FIALHO 02/05/2013 100 / -90 345 MG
SANT.DUMONT 2 22/01/2014 100 / -84 345 MG
PE. PARAISO 2 09/02/2022 300 / -150 500 MG
SINOP 13/06/2008 55 / -20 230 MT
PARANATINGA 24/08/2017 200 / -200 500 MT
R.VERDE NORTE 21/12/2017 300 / -200 500 GO
MILAGRES Q1 CE 31/12/1990 58 / -35 230 CE
MILAGRES Q2 CE 31/12/1990 58 / -35 230 CE
FORTALEZA Q1 CE 31/12/1990 100 / -70 230 CE
FORTALEZA Q2 CE 31/12/1990 100 / -70 230 CE
SOBRAL III 22/01/2020 250 / -150 500 CE
SAO LUIS II 1 MA 05/09/2007 150 / -100 230 MA
SAO LUIS II 2 MA 23/11/2013 150 / -100 230 MA
TAUA II 16/12/2016 90 / -45 230 CE
PARNAIBA III B10 02/10/2019 300 / -150 500 PI
ELISEU MARTINS 10/03/2018 30 / -20 230 PI
FUNIL 09/11/2001 200 / -100 230 BA
JAGUARUANA II 21/09/2023 300 / -150 500 CE
GENTIO OURO II 04/05/2018 200 / -100 500 BA
EXTREMOZ II 16/04/2014 150 / -75 230 RN
CEARA MIRIM 2 18/06/2016 150 / -75 230 RN
MORRO CHAPEU II 04/09/2017 200 / -100 500 BA
BOM.JES.LAPA II 05/04/2003 250 / -250 525 BA
SAPEACU 02/05/2014 250 / -150 230 BA
ITATIBA 28/02/2020 300 / -300 525 SP
VILHENA 13/04/2012 100 / -50 230 RO
RIO BRANCO (Statcom) 05/09/2012 55 / -20 230 AC
JURUPARI 01/10/2013 200 / -200 500 PA
MACAPA 05/05/2014 160 / -100 230 AP
ORIXIMINA 26/10/2013 300 / -200 500 PA
SILVES 14/09/2014 200 / -200 500 AM
BIGUACU 18/07/2020 300 / -100 525 SC
BANDEIRANTES 1 GO 31/12/1990 100 / -50 345 GO
BANDEIRANTES 2 GO 31/12/1990 100 / -50 345 GO

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COXIPO 31/12/1990 70 / -50 230 MT
MOSSORO II Q1 RN 31/12/1990 20 / 0 230 RN
NATAL II Q1 RN 31/12/1990 20 / 0 230 RN
NATAL II Q2 RN 31/12/1990 20 / 0 230 RN
BOA VISTA CR1 04/05/2015 150 / -120 230 RR
CAMP. GRANDE II Q1 04/05/2022 100 / 0 230 PB
CAMP. GRANDE II Q2 04/05/2022 100 / 0 230 PB

Nota: As datas de entrada referenciadas como 31/12/1990 referem-se a comissionamento


anterior a esta data.

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2.5 Recursos Extraordinários para Controle de Tensão
Caracterizada a insuficiência dos recursos convencionais, mencionados nos itens
anteriores, o operador dispõe de algumas possibilidades adicionais, que podem ser
divididas em dois grupos:
✓ Manobras que podem ser efetuadas pelo operador, com a devida ciência do
proprietário das instalações;
✓ Manobras que necessitam de validação prévia, mediante estudos a serem
efetuados pelas Transmissoras detentoras dos ativos a serem manobrados.

Detalharemos a seguir as medidas mencionadas acima.


2.5.1 Desligamento de linhas
Dentro do primeiro grupo destacamos o desligamento de linhas. Entende-se por
linha a Função Transmissão completa, ou seja, caso existam reatores fixos eles são
também desligados em conjunto com a linha.
Esse tipo de manobra não coloca em risco a linha, o reator ou os disjuntores. Mas
altera a confiabilidade do sistema, que passa a operar com um caminho de
suprimento a menos.
Quando se trata de casos isolados normalmente não há consequências danosas,
uma vez que nessas situações ocorre geralmente em carga mínima ou em situações
que gerem uma redução de consumo apreciável, tais como, por exemplo, o período
de pandemia do COVID-19. Nesses casos o risco de que ocorra sobrecarga em
linhas existentes, por conta de eventos não previstos, é muito baixo.
Entretanto, quando esse tipo de medida é generalizado, com dezenas de linhas que
necessitam ser desconectadas, além das avaliações de regime permanentes que
serão necessárias antes que isso possa ser consumado, a confiabilidade da
operação pode ser reduzida.
Por esse motivo, o ONS definiu como medida estratégica procurar evitar a todo
custo esse tipo de desconexão em massa.
Entretanto, a solução prática da carência de recursos por meio dos caminhos
naturais, identificação da carência via Plano de Ampliação e Reforços, emissão da
autorização e aquisição e instalação dos equipamentos necessários leva alguns
anos. E o que fazer enquanto isso?
Ressaltamos que a carência de recursos pode ser ocasionada por vários motivos,
tais como: atraso na entrada em operação de recursos de transmissão planejados e
licitados e sua compensação reativa associada, evolução do sistema de forma
diversa das premissas de planejamento, variações abruptas e inesperadas do
montante da carga a ser suprida em função de situações conjunturais (pandemia do
COVID-19).

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2.5.2 Chaveamento de reatores fixos de linhas mediante manobra de chaves
Dependendo do arranjo físico, pode ser possível, após a desconexão de uma linha
que possua reatores fixos, transferir os reatores fixos mediante a manobra de
chaves para a operação na barra, permitindo dessa forma a redução do nível de
tensão local.
Entretanto, como citado anteriormente, essa é uma prática para a qual os
equipamentos não foram dimensionados e os estudos de engenharia não
contemplam essa possibilidade pois, por definição, reatores fixos não são
manobráveis e fazem parte da Função Transmissão
Na condição exposta no 1º parágrafo, a desconexão dos reatores fixos se dá
mediante algum outro disjuntor do arranjo que não foi dimensionado para esse tipo
de manobra, o que pode vir a colocar em risco tanto o disjuntor quanto o próprio
reator.
No caso dos disjuntores, tal manobra pode implicar em desgaste excessivo dos
contatos principais e com o tempo e a repetição da manobra, na redução da
suportabilidade dielétrica da câmara.
Com relação ao reator fixo, esta operação sem as devidas precauções de mitigação
implica em envelhecimento precoce do isolamento em papel e riscos de falha por
ressonâncias internas.
Por esse motivo, entendemos que esse tipo de recurso só deveria ser utilizado com
a anuência do concessionário do ativo, cuja engenharia deve avaliar esse tipo de
manobra e suas consequências mediante estudo específico, nos termos em que
mostraremos mais adiante, neste documento.
Tanto a modelagem do disjuntor quanto do reator é específica e caso a caso, o que
demanda informações do fabricante de cada um desses equipamentos. As
informações das distâncias, das conexões e dos cabos são de responsabilidade da
Transmissora.
Uma solução fortemente recomendada, e que reduz os riscos de danos aos
disjuntores e reatores, é a instalação de dispositivos de manobra controlada
(sincronizadores) aos disjuntores que porventura venham ser chamados a operar
nessas condições.
No entanto, a manutenção desta solução deve ser cuidadosamente acompanhada
pelo agente de forma a se garantir a operação de abertura com sucesso,
minimizando a possibilidade de reignições.
No caso de indisponibilidade do sincronizador, o reator somente deveria ser
manobrado após a realização dos devidos estudos de engenharia para a
identificação adequada dos riscos, uma vez que no caso em tela, os estudos de
engenharia não foram feitos na época da aquisição dos equipamentos.

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Entretanto, caso esses disjuntores sejam dotados de resistores de pré-inserção
(fechamento) ou possuam baixa repetibilidade do tempo de abertura, a aplicação de
sincronizadores pode não ser possível. Os RPIs se localizam nas câmaras
auxiliares, mas o mecanismo hidráulico que processa a abertura e fechamento dos
contatos principais e auxiliares dos disjuntores pode ser afetado em sua precisão
pela presença dos RPIs, dependendo do fabricante e do projeto específico. Isso
poderia tornar o disjuntor impreciso para que a manobra controlada nessa condição
de abertura possa ser efetuada com sucesso.

2.5.3 Chaveamento de reatores manobráveis de linha para controle de tensão


Esses reatores possuem seus próprios disjuntores e embora não tenham sido
projetados com essa finalidade, controle de tensão da rede, os disjuntores são
equipados com mecanismos de manobra controlada e, em tese, na fase de
engenharia, a compatibilidade disjuntor/sincronizador é avaliada e atestada.
Entretanto, o planejamento do sistema não considera esse tipo de operação de
chaveamento do reator manobrável de linha para a barra em conjunto com o
desligamento da linha como um recurso de controle de tensão viável à disposição do
sistema.
Esse tipo de manobra é possível. No entanto, o TP que envia o sinal de referência
para o sincronizador provavelmente estará localizado no lado linha que será
desligada para a conexão/desconexão do reator a barra. Se isso ocorrer o
sincronizador não irá funcionar e a manobra pode se tornar de risco para o disjuntor
e para o reator.

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2.5.4 Resumo dos Reatores Fixos de Linha no SIN manobrados na barra
Figura 2-5: LTs cujos reatores fixos/manobráveis de linha têm sido utilizados p/controle de tensão ( presença sincronizador a ser confirmada)
Reator de LT descrito Linha de Transmissão Reator Potencia Reator Disjuntor Disjuntor c/ Transmissora
na Instrução de Operação Manobrável (Mvar) Fixo Sincronizador ?
RE-2 na SE Taubaté LT 500 kV Araraquara 2 - Taubaté X 136 18652-70 SIM COPEL
RTTAAR na SE Araraquara 2 LT 500 kV Araraquara 2 - Taubaté X 136 102R SIM COPEL
RT8 na SE Assis LT 500 kV Marimbondo 2 - Assis 149 X 4552-60 NÃO TMT
RT5 na SE Assis LT 525 kV Assis - Araraquara X 100 4552-59 ? TAESA
RT1 na SE Ribeirão Preto LT 440 kV Água Vermelha - Ribeirão Preto X 180 19952-4 Sim (modelo F236) CTEEP
RT2 na SE Bauru LT 440 kV Ilha Solteira -Bauru C1 X 100 10552-45 Sim (modelo PSD) CTEEP
RT4 na SE Bauru LT 440 kV Ilha Solteira -Bauru C2 X 200 10552-42 Sim (Modelo PSD) CTEEP
RT1 na SE Cabreúva LT 440 kV Bauru - Cabreúva X 90 10652-38 NÃO CTEEP
RT3 na SE Araraquara LT 440 kV Água Vermelha - Araraquara X 200 14352-45 Sim (Modelo PSD) CTEEP
RT1 na SE Sumaré LT 440 kV Assis - Sumaré X 91,5 16852-36 ? TAESA
05E6 na SE São João do Piauí LT 500 kV Curral Novo do Piauí II - São João do Piauí 180 X 15C1 NÃO CHESF
05E4 na SE Milagres LT 500 kV Curral Novo do Piauí II - Milagres 148,76 X 15V4 /D4 NÃO IRACEMA
05E3 na SE Milagres LT 500 kV Milagres - Quixadá 148,76 X 15V3 NÃO CHESF
05E3 na SE Garanhuns II LT 500 kV Luiz Gonzaga - Garanhuns II C1 X 150 15E3 SIM CHESF
05E1 na SE Garanhuns II LT 500 kV Luiz Gonzaga - Garanhuns II C2 X 150 15E1 SIM IE GARANHUNS
RE3 na SE Nova Santa Rita LT 525 kV Itá - Nova Santa Rita C2 X 150 1024 SIM TSBE
RE7-03 na SE Marabá LT 500 kV Tucuruí - Marabá C2 136 X MBDJ7-04 NÃO ELETRONORTE
RE7-03 na SE Presidente Dutra LT 500 kV Miranda II - Presidente Dutra 136 X PDDJ7-06 NÃO ELETRONORTE
??? na SE Taubaté LT 500 kV Tijuco Preto - Taubaté - - - - - -
RE-4 na SE Assis LT 440 kV Taquaruçu - Assis X 100 4552-42 ? TAESA
RE6-01 na SE Ji-Paraná LT 230 kV Ariquemes – Ji-Paraná C1 X 20 JPDJ6-01 ? ELETRONORTE
RE6-02 na SE Ji-Paraná LT 230 kV Ariquemes – Ji-Paraná C2 X 20 JPDJ6-04 SIM JTE
RE6-03 na SE Ji-Paraná LT 230 kV Ariquemes – Ji-Paraná C3 X 20 JPDJ6-14 SIM ELETRONORTE
RE6-01 na SE Ariquemes LT 230 kV Samuel – Ariquemes C1 X 20 AQDJ6-01 NÃO ELETRONORTE
RE6-02 na SE Ariquemes LT 230 kV Samuel – Ariquemes C2 X 20 AQDJ6-07 NÃO JTE
RE6-03 na SE Ariquemes LT 230 kV Samuel – Ariquemes C3 X 20 AQDJ6-10 SIM ELETRONORTE
RE03 na SE Nova Santa Rita LT 525 kV Itá – Nova Santa Rita C2 X 150 DJ-1024 SIM CGT ELETROSUL

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3 Os Fenômenos envolvendo Desenergização de Reatores

Disjuntores atuam para interromper correntes, sejam elas de carga ou de curto


circuito, na situação que propicia esta possibilidade, ou seja, durante a ocorrência de
zeros de corrente na(s) fase(s) afetadas. No caso de desenergização de reatores, a
interrupção da corrente resulta em elevadas sobretensões impostas ao mesmo que
dependem do nível de corrente interrompida.

Tais sobretensões podem ser mitigadas, por exemplo, pela aplicação adequada de
para-raios conectados junto ao reator, especificados de acordo com os chamados
estudos de interrupção de pequenas correntes indutivas.

O nível de corrente interrompida, por sua vez, depende do circuito equivalente visto
pelos polos do disjuntor, determinado pelas capacitâncias e indutâncias presentes
em equipamentos, cabos, conexões.
Nesses casos, quando a corrente se aproxima do zero, a oscilação pode apresentar
uma magnitude maior e provocar a ocorrência de “um zero antecipado”.

Esse fenômeno é denominado “current chopping” (corte de corrente) e está presente


na interrupção de pequenas correntes indutivas, durante manobra de desconexão de
reatores:
✓ Reatores solidamente aterrados, presentes em sistemas de 230 kV e acima.
✓ Reatores com neutro aterrado por meio de reatores de neutro, presentes em
redes de 230 kV e acima.
✓ Reatores não aterrados em redes de 138 kV e abaixo.

3.1 O Fenômeno da interrupção de pequenas correntes indutivas


O circuito a seguir, extraído de [10.2], ilustra o caso geral de interrupção de
pequenas correntes indutivas durante manobras de reatores:
Tabela 3-1: Manobra de Reatores, caso geral

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O corte de corrente é causado por uma interação instável entre o arco e o circuito. A
instabilidade pode ser definida como qualquer mudança abrupta na condutividade do
arco, ocorrendo fora de seu zero natural da corrente. Essa instabilidade tem origem
na característica do arco e/ou no mecanismo de resfriamento do disjuntor.
Figura 3-2: Comportamento do arco (Ua – Tensão do Arco, Ia – Corrente do Arco )

Em uma abordagem simplificada, podemos ilustrar o fenômeno por meio do circuito


monofásico apresentado na Figura 3-3.
As indutâncias Ls (indutância do lado fonte) e L (indutância do reator) são
consideradas grandes o suficiente para que a variação instantânea de corrente seja
baixa. A indutância da barra local pode ser considerada muito pequena, portanto,
desprezível.
Figura 3-3: Circuito para o cálculo da instabilidade do arco

Assim, o sistema externo influencia a instabilidade do arco por meio de Cp


(capacitância parasita ou de equalização entre câmaras), em paralelo com CS
(capacitância do lado fonte) e CL (capacitância do lado carga). Esse equivalente é
denominado como C no circuito equivalente para a determinação da instabilidade do
arco, conforme mostra a Figura 3-4.

ONS DPL-REL-XXX/2020 - REVISÃO 0 24 / 55


Figura 3-4: Circuito para o cálculo da instabilidade do arco

O circuito em paralelo com C é denominado como equivalente de Rizk para


pequenos desvios da fundamental (instabilidade do arco). Neste circuito Ra é a
resistência do arco e La a sua indutância
Nesse circuito, a resistência R I é definida como:

Ao final se trata de uma impedância série R-L-C que se torna instável quando sua
parte real se torna negativa, situação na qual ocorrerá o corte de corrente.

Nessa situação, caso o numerador se torne negativo, estarão dadas as condições


para o surgimento da instabilidade do arco. Isso ocorre numa frequência WL (limite
de instabilidade).
Nesta frequência o arco se torna uma indutância pura. Testes de laboratório
indicaram que alfa é aproximadamente 1.

Pode-se demonstrar [10.2] que se chega a seguinte expressão, para Ic (corrente de


corte):

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O termo λ é denominado número de corte e correlaciona o valor da corrente e o das
capacitâncias em paralelo com o disjuntor (parasita e/ou de equalização) em
conjunto com as capacitâncias do lado fonte e do lado carga.
Essa expressão é válida para disjuntores a ar, pequeno volume de óleo e SF-6. A
frequência da instabilidade oscilatória é alta e o corte de corrente pode ser
considerado instantâneo.
Pode-se definir o tempo de arco (t) como o tempo decorrido depois do início da
separação dos contatos do disjuntor.

3.2 O Fenômeno da Reignição

Durante o processo de abertura dos disjuntores do reator, há a formação do arco


elétrico entre seus contados, sendo este interrompido quando da passagem da
corrente por zero ou pelo corte prematuro do corrente. A partir deste momento,
surge entre os contatos principais do disjuntor a chamada tensão de
restabelecimento transitório (TRT), que por sua vez tende a restabelecer o arco e re-
energizar o reator (reignição).

Quando um disjuntor interrompe uma corrente de falta, a separação dos contatos é


caracterizada primeiro por uma fase térmica, com forte elevação de temperatura na
câmara de extinção e suas consequências para o comportamento dielétrico do meio,
no caso em tela, impregnado com o sopro de SF6.

No entanto, em interrupções de pequenas correntes a fase térmica não ocorre da


mesma forma e se passa a fase dielétrica.

Visando-se alongar o tempo de arco e elevar a suportabilidade dos disjuntores em


termos de TRT evitando-se a reignição, emprega-se o dispositivo de manobra
controlada (sincronizador). Tal equipamento atua calculando o tempo de atraso
adequado para envio do comando de abertura dos polos dos disjuntores de forma
independente e suficiente para se reduzir a probabilidade de restabelecimento do
arco elétrico.

De acordo com [10.12], há uma tendência de ocorrência de reignição próximo ao


valor máximo da tensão de restabelecimento transitória através do disjuntor. Neste
ponto, a tensão resultante sobre o reator varia de forma abrupta, mudando de
polaridade e impondo elevadas taxas de variação de tensão com espectro de
frequência de centenas de kHz.

Pode-se constatar que a ocorrência de reignição independe de haver ou não o corte


de corrente. Por outro lado, a amplitude e as taxas de sobretensão impostas ao
reator estão intimamente relacionadas com o nível de corrente cortada. A figura
abaixo, extraída de [10.12], ilustra esta correlação.

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Figura 3-5: Reignição com e sem corte de corrente

Em condições onde os sincronizadores se encontram indisponíveis, há elevada


probabilidade de reignições, em pelo menos uma das fases do disjuntor durante a
desenergização de reatores.

Transcrevemos a seguir, trecho de [10.5]:

“A suportabilidade dielétrica dos reatores em longo prazo irá depender de algumas


características das sobretensões impostas aos seus terminais como, por exemplo, da taxa de
crescimento de tensão oriunda de reignições, do pico máximo de tensão pré e pós-reignição, de
seu espectro de frequência e por fim da quantidade de ocorrências e topologias associadas à
subestação, a ser considerada ao longo da vida útil do equipamento”.

Com base na literatura e informações de fabricantes, fica evidenciada a correlação


entre as reignições oriundas de manobras de reatores e a degradação do
equipamento, reafirmando-se a necessidade de atenção na realização de manobras
de forma segura, embasadas em estudos adequados de engenharia.

3.3 TRT de abertura de reatores para pequenas correntes indutivas

Conforme citado no item anterior, durante o processo de abertura do disjuntor,


ocorre a chamada Tensão de Restabelecimento Transitória entre os contados do
disjuntor, que seria a denominação dada à tendência natural de manutenção da
corrente passante pelo disjuntor após sua extinção. Tal fenômeno ocorre tanto para
condições de falta, nas quais os disjuntores interrompem correntes de curto-circuito
de magnitude elevadas, quanto para condições de correntes nominais do reator,
com amplitude consideravelmente pequenas frente à capacidade de interrupção do
disjuntor.

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No processo de interrupção de faltas, a rigidez dielétrica do meio isolante é afetada
pelo efeito térmico em função da elevada dissipação de energia na câmara de
extinção. Para análise deste tipo de TRT, a norma IEC 62271-100 é atualmente a
referência rotineiramente empregada para especificação dos disjuntores no Brasil.

Por outro lado, durante abertura de pequenas correntes indutivas, a característica de


suportabilidade frente à TRT do disjuntor é composta basicamente pela sua
característica fria, uma vez que a dissipação de energia na câmara é desprezível.
Nesta condição, deve-se empregar a norma IEC 62271-110, que trata
especificamente deste tipo de manobra.

Portanto, disjuntores que manobram reatores devem, em complemento ao


preconizado pela IEC 62271-100 para definição de TRT em condições de curto-
circuito, definir também as envoltórias de TRT para abertura de correntes de carga
do reator (pequenas correntes indutivas), conforme a IEC 62271-110. Tais
características formam o conjunto de dados técnicos necessários para a adequada
especificação de disjuntores para este tipo de aplicação.

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4 ESPECIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS

Chaveamento de reatores é um tipo particular de manobra que demanda cuidados


na especificação e na seleção dos disjuntores destinados a efetivar esse tipo de
chaveamento.

Para facilitar o entendimento, ilustramos a forma de onda da tensão que é imposta


ao reator, durante a interrupção de corrente:

Figura 4-1: Tensão no reator durante a interrupção de corrente

V0 = Tensão máxima da rede


Ka = Supression peak Overvoltage, Krv = TRT imposta ao disjuntor

Os parâmetros acima ilustrados são influenciados pelas características do circuito


interrompido assim como pela escolha dos disjuntores e pelos mecanismos de
mitigação adotados.
Lembrando que:

Onde
Ich = corrente de corte, ʎ = número de corte, N = Número de câmaras por polo
CT = capacitância vista do ponto de manobra (lado fonte, lado carga e equalização)
De acordo com IEC 62271-306, faixas de números de corte típicas para disjuntores
são apresentadas (*104):
✓ Pequeno volume de óleo: 5,8 a 10;
✓ Ar comprimido: 15 a 20;
✓ SF6 – Puffer: 4 a 19
✓ SF6 – Self Blast: 3 a 10
✓ SF-6 – Rotating Arc: 0,39 a 0,77

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4.1 Limitação de Sobretensões durante as Manobra de Reatores

Usualmente são especificados recursos para limitação dos efeitos desse tipo de
manobra, em disjuntores e em reatores.
4.1.1 Resistores de Abertura

São medida de mitigação efetiva aplicados em disjuntores que possuam alto número
de chopping, como por exemplo, de ar comprimido ou SF-6 “dual pressure”.

Reduz o valor de Ka e de Krv.

Mecânicamente complexo, manutenção difícil, são inviáveis em SF-6 “single


pressure”. Reignições. ainda podem ocorrer.

Reduz a taxa de variação durante reignições em função da queda de tensão no lado


fonte.

4.1.2 Para-raios no reator

Limita a sobretensão aplicada ao reator (Ka). O efeito é limitado ao nível de proteção


do para-raios.

Não altera a probabilidade de ocorrência de reignições. A amplitude das reignições


podem atingir até o dobro do nível de proteção do para-raios. Não afeta a frequência
de excursão da tensão na câmara do disjuntor.

4.1.3 MOV em paralelo com o disjuntor

Limita o valor de Krv (TRT) no disjuntor ao nível de proteção do varistor. Da mesma


forma limita as reignições subsequentes ao máximo de (1+β*KARV), onde KARV é o
nível protetivo do para-raios, em pu de V0.

Magnitude e número de reignições são significativamente reduzidos. Algumas


reignições ainda podem ocorrer para baixos valores de tensão.

Não se trata de uma solução tradicionalmente aplicada para manobras de reatores.

4.1.4 Capacitor de Surto ou Divisor Capacitivo de Potencial junto ao Reator

Reduz a frequência da sobretensão advinda da reignição.

Não reduz o valor de Ka para outros disjuntores que não o disjuntor a vácuo, no qual
o material dos contatos tem efeito preponderante. Reduz a frequência da tensão
imposta ao isolamento do reator, o que reduz o risco de falha do mesmo

Pode reduzir a probabilidade de reignições (Tabela 30 de [10.2]) mas não as evita.


Necessita de espaço físico para instalação.

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Aumenta o número de corte mas não necessariamente contribui para o aumento do
valor de supressão de sobretensões (Ka). Pode afetar o tempo de arco mínimo
reduzindo seu valor.

4.1.5 Manobra Controlada


Elimina as reignições. Garante que a partida dos contatos para a sua abertura em
relação a onda de corrente se dê de forma que a interrupção efetiva se dá no 1º zero
subsequente.
Somente é viável em disjuntores com acionamento monopolar e em equipamentos
com tempos de arco mínimo compatíveis com as necessidades e que derivam de um
acionamento mecânico suficientemente preciso.
4.1.5.1 Estratégia a ser adotada na implementação da manobra controlada

O termo “abertura controlada” (desenergização) se refere a técnica de controlar a


separação dos contatos de cada polo de um disjuntor em relação ao ângulo da
corrente e, portanto, controlar como consequência os tempos de arco, minimizando
os efeitos desse tipo de manobra nos componentes envolvidos e no próprio sistema.

A Figura a seguir extraída de [10.4] ilustra a questão:


Figura 4-2: Abertura Controlada de Disjuntores com Controle por Polo

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Definições:
✓ CSD: Control Switch Device – Sincronizador
✓ Scatter: significa espalhamento, dispersão
✓ Mechanical Scatter: Variação estatística do tempo de operação mecânico de
um disjuntor, excluindo a influência de variáveis externas e do
envelhecimento. Esses tempos são distintos para abertura e fechamento
(closing time scatter e opening time scatter).
A corrente através do disjuntor ou uma tensão de referência é monitorada. Neste
exemplo, o controlador detecta o cruzamento periódico pelo zero, como um sinal de
referência de sincronização. O tempo de arco de cada polo é controlado pelo ajuste
do instante da separação dos contatos em relação a forma de onda.
Quando necessário, um comando inicial de abertura é enviado ao sincronizador.
Então o comando para o disjuntor para a separação dos contatos em cada fase é
“atrasado” na tentativa de obter uma otimização do tempo de arco na abertura de
cada uma das fases, garantindo a segurança da manobra.

A Figura a seguir ilustra uma estratégia passível de ser adotada, no sentido de


minimizar os efeitos de uma desenergização de reatores.
Figura 4-3: Estratégia para abertura controlada de reatores [10.4]

O tempo de arco “alvo” pode ser definido como:


✓ Tempo Mínimo de Arco (conforme definido em 62271-110)
✓ “Opening Time Scatter”
✓ Margem de segurança (1 ms), que pode ser ligeiramente reduzida para evitar
o zero precedente de corrente
Para alguns disjuntores esse tempo de arco alvo pode exceder meio ciclo, o que
pode ocasionar uma pequena reignição, que precisa ser enfrentada. Nessas
situações a margem de segurança deve ser reduzida.

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4.2 Especificação dos Disjuntores

Devem ser especificados na aquisição do disjuntor [10.2]:


✓ Requisitos de suportabilidade dielétrica conforme estudos de engenharia;
✓ Valores da corrente nominal e de pico
✓ Valor nominal do reator a ser manobrado
✓ Corrente nominal do reator
✓ Características do circuito do lado carga: indutância L do reator, capacitância
total do lado carga incluindo a do reator e demais equipamentos conectados
✓ Limitação de sobretensões: o valor máximo de pico da sobretensão de
supressão (ka) deve ser informada (um valor de 2,0 pu é recomendável para
tensões superiores a 72,5 kV). Sobretensões advindas de reignições não
devem ser especificadas pois são muito dependentes do circuito onde se
localizam.
✓ Informar a forma de aterramento do reator, solida ou não efetivamente
aterrada, conectada a reatores de neutro cuja indutância deve ser fornecida
✓ Disjuntores devem ser especificados como classe M2, já que são sujeitos a
múltiplas operações

As sobretensões podem ser limitadas pela seleção adequada dos disjuntores, por
esquemas de proteção adequados (para-raios ou mecanismos de manobra
controlada instalados nos disjuntores).

Para reatores solidamente aterrados, ka (“supression peak overvoltage”):

Onde:
N= número de câmaras de interrupção por polo
ʎ = número de corte
CP= capacitância de equalização
Q = Mvar do reator, CL= capacitância do lado carga (reator)

Quanto aos disjuntores:

✓ Escolher disjuntores com ʎ baixo (número de chopping) baixo. Disjuntores


a gas tendem a ver esse número aumentar com o aumento do tempo de
arco e, portanto, deve-se buscar um tempo de arco o menor possível;

✓ A capacitância de equalização (CP) deve ser a menor possível;

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✓ A redução, se possível, do número de câmaras de interrupção reduz o
componente N, ajudando do resultado final.

Para disjuntores a vácuo a consideração relativa ao número de chopping não é


aplicável da mesma forma.

Para reatores com neutro não efetivamente aterrado, quando o nível de tensão é
baixo (52 kV) as correntes já são elevadas e a preocupação não é com a corrente de
chopping mas com a tensão do arco (TRV com envoltória T10/T30 por exemplo).

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5 ESTUDOS DE MANOBRA DE REATORES

A suportabilidade dielétrica dos reatores, em longo prazo, irá depender das


características das sobretensões impostas aos seus terminais em termos de taxa de
crescimento, pico máximo de tensão pré e pós-reignição, de seu espectro de
frequência e por fim da quantidade de ocorrências e do efeito das topologias
associadas à subestação ao longo da vida útil do equipamento.

Ressalta-se que apenas a presença dos para-raios dos reatores é incapaz de limitar
taxas elevadas de variação das sobretensões incidentes sobre o reator decorrentes
da manobra de abertura e resultantes de reignições, bem como não mitigam a
ocorrência de ressonâncias internas aos seus enrolamentos.

Em caso de reignições nos disjuntores durante a manobra de abertura do reator,


essas taxas de crescimento da tensão podem ser extremamente elevadas e assim
danificar o isolamento entre espiras dos reatores.

Em vista deste risco, a literatura técnica [10.13], [10.14] e [10.15] recomenda


atenção especial aos engenheiros responsáveis pelas especificações e aplicação
dos disjuntores no tocante à investigação dos efeitos dessas sobretensões nos
reatores e disjuntores e a definição, quando eventualmente necessário, de
providências para minimizá-las e adequar estes equipamentos às necessidades
operativas.

Neste contexto, este item tem como objetivo orientar a elaboração dos estudos
necessários à análise e especificação de reatores manobráveis em termos de
solicitações dielétricas decorrentes de desenergização, quais sejam:

- Definição dos cortes de corrente através dos disjuntores do reator;

- Estudo de sobretensões impostas ao reator, decorrentes de reignição do arco


elétrico no disjuntor.

As simulações devem ser realizadas em programas de EMT trifásicos, como por


exemplo, o ATP ou o EMTP RV, entre outros.

Em estudos de engenharia realizados antes da aquisição dos equipamentos são


prospectivos e podem ser parametrizados, a partir de valores típicos.

Em caso de equipamentos existentes cuja suportabilidade deve ser averiguada,


dados reais dos equipamentos e instalações estudados devem ser adotados.

Diagramas unifilares, plantas e cortes com as distâncias exatas das instalações


físicas serão necessários para a elaboração dos modelos dos circuitos de manobra.

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Tendo em vista a frequência do fenômeno, de dezenas a centenas de kHz, o passo
de integração deve ser suficientemente baixo, da ordem de 1 nanosegundo.

5.1 Representação da Equipamentos


A subestação e a rede elétrica adjacente devem ser modeladas de acordo com as
recomendações das referências [10.16], [10.17], [10.18] e [10.19], segundo as quais
um modelo trifásico com representação adequada dos componentes de natureza
distribuída é indispensável para a determinação precisa das sobretensões
associadas à reignições.

Neste contexto, devem ser adotados modelos distribuídos com parâmetros


dependentes da frequência (JMarti, por exemplo), não transpostos, dos barramentos
superiores, intermediários e inferiores bem como das conexões aéreas e trechos de
linhas de transmissão.

Após análises de aferição iterativas, verificando-se a frequência de oscilação


principal durante o processo de reignição, deve-se readequar a frequência de
minimização de erros dos modelos LCC (frequência “SS”) de tal forma que novos
reajustes não alterem de forma significativa o comportamento da reignição.

A Figura 5-1 apresenta um caso hipotético de determinação da frequência


dominante por transformada de Fourier, onde se observa a frequência de 188 kHz
como dominante (o eixo x representa a ordem harmônica 163, com frequência
fundamental de 1153 kHz).
Figura 5-1: Frequência dominante (kHz) - Transformada discreta Fourier, durante reignição

As capacitâncias parasitas dos equipamentos, isoladores de pedestal e cadeias de


isoladores devem ser representadas individualmente nos próprios pontos de
instalação.

ONS DPL-REL-XXX/2020 - REVISÃO 0 36 / 55


Com relação a resistividade do solo e em função da faixa de frequência sob análise,
recomenda-se adotar o valor típico de 1000 Ω.m

Os arranjos da subestação e da instalação do reator devem se basear nos desenhos


de planta e cortes em suas versões finais. Nos desenhos podem ser identificadas as
distâncias entre componentes, entre fases e alturas de barramentos.

5.1.1 Representação do Reator

Preferencialmente, o reator manobrável deve ser representado por associações de


indutâncias, capacitâncias e resistências, informadas por seu fabricante, com base
na resposta em frequência do reator, obtida a partir de um “Black-box Model”, por
exemplo.

A Figura 5-2 apresenta o circuito equivalente proposto para simulações pelo


programa ATP e a resposta em frequência do modelo.

Figura 5-2: Modelo Matemático do Reator e sua Resposta em Frequência

No caso de ausência de modelo derivado da resposta em frequência, o reator pode


ser modelado por capacitâncias parasitas, a serem fornecidas pelo fabricante a partir
de dados de projeto ou extraídas de relatórios de ensaios de projetos semelhantes.

5.1.2 Representação dos Transformadores na subestação

Os transformadores devem, preferencialmente, ser modelados por capacitâncias


extraídas dos relatórios de ensaios.

No caso de indisponibilidade de informações de ensaios, pode-se optar pela


representação por dados típicos disponibilizados na literatura, como por exemplo em
[10.19].

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5.1.3 Para-raios

Os para-raios conectados aos terminais do reator devem ser modelados com


característica V x I para surtos de manobra, extraída do catálogo do fabricante.

Tendo em vista a faixa de frequência dos fenômenos envolvidos, recomenda-se


empregar o modelo sugerido por [10.20], com curva de tensão residual dependente
da frequência.

Conforme citado em [10.5], o uso de modelo tradicional de para-raios, sem


dependência da frequência e com representação da curva de manobra, apenas,
tende a apresentar taxas de variação das sobretensões de reignição
consideravelmente reduzidas.

Os demais para-raios da subestação devem ser modelados por suas capacitâncias


parasitas.

5.1.4 Disjuntores

São simulados no programa ATP pelo cartão SWITCH, com o devido ajuste do
parâmetro Imargin para a representação da corrente de corte previamente calculada
(estudos prospectivos) ou informada pelo fornecedor do disjuntor, para aquele
modelo específico do disjuntor.

Como os disjuntores usualmente possuem mais de uma câmara, os mesmos podem


ser representados por um equivalente simplificado com apenas uma câmara, mas é
possível que com o andamento dos estudos seja necessário representar essas
câmaras de forma individualizada, considerando inclusive o efeito de um fator de
distribuição de tensões entre as câmaras.

Em estudos prospectivos de engenharia, anteriores a aquisição dos equipamentos,


uma parametrização dessa distribuição é satisfatória. Em estudos de equipamentos
existentes, trata-se de uma informação a ser fornecida pelo fabricante.

Um mesmo modelo de disjuntor pode dispor de dispositivos de abertura/fechamento


de contatos com características diferentes, bem como capacitâncias de equalização
ou não. Vide exemplos abaixo:

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Figura 5-3: Dados Disjuntores Fabricante A, adotados p/manobras de reatores (2 câmaras)

Capacitor Tempo min


Subestação Disjuntor Pressão Alfa Betha
Equalização arco
não 0.95 20966 -17530 4.6
não 0.8 18281 -13344 5
A Modelo A
sim 0.8 18281 -13344 4.5
sim 0.7 16491 -10533 4.8
não 0.95 20966 -17530 4.6
não 0.8 18281 -13344 5
B Modelo A
sim 0.8 18281 -13344 4.5
sim 0.7 16491 -10533 4.8
não 0.95 20032 -9279 4.4
não 0.8 17347 -5093 4.8
C Modelo A
sim 0.8 17347 -5093 4.3
sim 0.7 15557 -2302 4.5
não 0.95 14214.5 -209 4.4
não 0.8 12872 1884.1 4.8
D Modelo A
sim 0.8 11529.5 3977.2 4.3
sim 0.7 10187 6070.3 4.5
não 0.95 18865 1034 4.3
não 0.8 16180 5221 4.6
E Modelo A
sim 0.8 16180 5221 4.2
sim 0.7 14390 8012 4.3

Capacitor de equalização – 1600 pF por câmara (disjuntores com capacitores). Capacitância da câmara
de 25 pF, com ou sem capacitores de equalização

Nota : Dados extraídos dos ensaios de tipo dos disjuntores (Kema 522-06), conforme IEC62271-306 – capítulo 16.

Sendo no caso acima:


(formulação do fornecedor para representação dos disjuntores)
Onde:
(número chopping)
= Alfa
=Betha

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t =tempo de arco em ms.

Pode-se então determinar a corrente de corte:

Onde:

CT = Capacitância total em paralelo com o disjuntor

Figura 5-4: Dados Disjuntores Fabricante B, adotados p/manobras de reatores (2 câmaras)

Os disjuntores devem ser representados por meio de chaves ideais e as reignições


simuladas pelo fechamento de outra chave tempo-controlada, em paralelo com a
primeira, ajustada para fechar nos instantes de ocorrência dos valores máximos da
TRT.

Os capacitores de equalização, caso existentes, também deverão ser representados.

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5.1.5 Linhas de Transmissão

Preferencialmente, as linhas de transmissão devem ser representadas por modelo


dependente da frequência, como o modelo JMARTI, sendo seus comprimentos
definidos a partir da subestação de modo a se evitar reflexões indevidas sobre o
ponto de análise. As primeiras torres devem ser modeladas conforme construído,
considerando eventual compartilhamento na saída da subestação. Os trechos
seguintes podem ser modelados conforme as torres predominantes de cada linha de
transmissão.

5.1.6 Fontes de Tensão

Sugere-se representar através de uma fonte de tensão tipo 14, conectada


diretamente ao terminal remoto de uma das linhas de transmissão conectadas à
subestação ou através de casamento de impedâncias após um terminado trecho de
linha. A distância deverá ser suficiente para evitar interferência das reflexões de
onda internas à subestação.

Cabe ao executor do estudo a necessidade de se certificar de que a modelagem não


interfere no fenômeno estudado de forma indevida.

A amplitude desta fonte deve ser ajustada de forma a se fixar a tensão pré-manobra
no valor máximo operativo.

Os ângulos de fase da referida fonte podem ser ajustados para se antecipar a


passagem por zero da corrente de um dos polos do disjuntor responsável pela
abertura, visando-se otimização do tempo de simulação.

5.1.7 Equivalentes e Cargas

Em função do tipo de análise empregado nestes estudos, torna-se desnecessária a


representação de equivalentes de fronteira e cargas.

A rede retida pode ser representada até a 1ª vizinhança, de uma forma geral.
Entretanto, deve-se calcular o tempo de tráfego da onda para verificar se a
refração/reflexão chega a tempo na barra de manobra de influir no fenômeno
estudado.

Em linhas longas a 1ª vizinhança será o suficiente. Para linhas muito curtas pode ser
necessário afastar mais uma barra.

Em situações de abertura indevida do disjuntor do reator como consequência de


falta monofásica aplicada nos arredores ou de uma falta entre o disjuntor e o reator,
o sincronizador pode ficar by-passado pela proteção e as fases sãs vão abrir
pequenas correntes indutivas.

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Nessa situação existe um determinado grau de acoplamento entre as fases. Para
esse tipo de análise, seria adequado representar o sistema a fim de se reproduzir
fielmente a corrente interrompida de 60 Hz, como ponto inicial do fenômeno.

No entanto, dada as limitações em função de capacidade de simulação com passo


de simulação extremamente pequeno, torna-se praticamente inviável a
representação da rede com equivalentes de 60 Hz. Desta forma, caso o agente opte
por considerar tal condição no dimensionamento e/ou avaliação do reator e disjuntor,
uma alternativa prática seria desconsiderar os equivalentes e ajustar a tensão pré
abertura na barra conforme a elevação prevista nas fases sãs, resultante, por
exemplo, de estudos de curto-circuito em 60 Hz.

5.1.8 Metodologia

Inicialmente, deve-se simular os cortes de corrente seguindo-se as orientações


citadas anteriormente, com os parâmetros dos disjuntores fornecidos pelo fabricante.

Como o valor de corte de corrente depende também das capacitâncias do lado fonte
(subestação), devem ser previstas indisponibilidades de equipamentos de forma a
ser alterar tal parâmetro em busca da condição mais desfavorável de corte.

Destaca-se ainda que tal processo deve ser realizado para cada disjuntor previsto
para a manobra do reator (disjuntor central e de barra no caso de arranjo disjuntor e
meio, disjuntor próprio, etc). Como margem de segurança, pode-se considerar um
valor de corte de corrente ligeiramente superior ao indicado nos cálculos.

Definidos os valores de corte, são então realizadas as simuladas as diversas


condições de abertura do disjuntor, registrando-se os valores máximos de TRT em
cada caso.

Para cada condição de TRT avaliada, procede-se então à simulação de reignição


correspondente, definindo-se como instante de ocorrência o ponto de máxima TRT
correspondente, conforme orientação de [10.12].

Os comportamentos das oscilações da tensão aplicada aos terminais dos reatores


de barra, durante e seguidos à reignição (valores de pico e taxas de variação),
devem ser quantificados em todas as configurações.

Dentre as grandezas a serem quantificadas nos estudos, seguindo as orientações de


[10.14] e [10.15], recomenda-se registrar as taxas de variação média, definidas
pelas inclinações dos segmentos de reta que passam pelos pontos das curvas de
tensão que correspondem a 30% e 90% da variação total de tensão imposta ao
reator, entre o instante da reignição e o instante de ocorrência do valor m áximo da
primeira excursão de tensão.

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Da mesma forma, os valores das taxas de variação instantâneas que definem as
inclinações máximas unindo-se dois pontos consecutivos de cada curva da primeira
excursão de tensão, separados pelo intervalo de tempo correspondente a um passo
de integração, também devem ser registrados.

Na figura abaixo, são ilustradas as grandezas supracitadas:

Figura 5-5: Taxas de variação média a serem quantificadas no estudo

Visando validação do projeto para a aplicação do reator ou avaliação de reator


existente em nova condição de manobra, as curvas no domínio do tempo referentes
aos casos críticos em termos de taxas médias e máximas, devem ser fornecidas ao
fabricante a fim de considerá-las no dimensionamento ou na viabilidade de operação
na nova configuração de manobra.

Além das formas de onda, recomenda-se ao agente informar ao fabricante as


quantidades de ocorrências previstas e respectivas topologias a serem consideradas
no cálculo das taxas de falha do isolamento perante surtos de alta frequência, no
caso de indisponibilidade do sincronizador.

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5.1.9 Apresentação de Resultados – Tabela Exemplo
Figura 5-6: Tabela Exemplo – Cenários avaliados e Sínteses dos resultados – Manobras pelo DJ de Barra e Central

Sobretensões pós-reignição
Sobretensão
Tempo
LADO LADO Capacitância Frequência pré- Frequência
XX uF de
REATOR FONTE da câmara= SS dos Energias reignição da 2a Frente de Taxas de variação
frente
modelos máximas [kV] oscilação onda [kV/µs]
Disjuntor Topologia de
Caso das nos paralela
manobrado Subestação onda
conexões para-
raios [kJ]
CLoad CSource CEQ Icorte [kHz] Instantânea
[kV] [p.u.] [kHz] [µs] [kV] [p.u.] Média
[pF] [pF] [pF] [A] máxima

1 Completa
2 SEM LT A
3 SEM TF A
DJ Barra
4 Completa
5 SEM LT A
6 SEM TF A
7 Completa
8 SEM LT A
9 SEM TF A
DJ Central
10 Completa
11 SEM LT A
12 SEM TF A

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5.1.10 Apresentação de Resultados – Gráficos Exemplo

Não há uma referência para balizamento da curva. O fabricante trata cada


oscilograma caso a caso.

Figura 5-7: Manobra de desenergização do reator pelo disjuntor de barra

FIGURA EXEMPLO - CASO A: TENSÃO NO REATOR - MANOBRA PELO DJ DE BARRA; TOPOLOGIA COM REDE COMPLETA.

FIGURA EXEMPLO – TENSÃO NO REATOR - DETALHE REIGNIÇÃO DA FIGURA ANTERIOR.

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6 CONCLUSÕES

As informações e diretrizes ora apresentadas permitirão ao agente quantificar, com


maior precisão e segurança, os riscos associados as manobras de desenergização
de reatores, orientando-o nas tomadas de decisão considerando, inclusive, o risco
futuro de eventual incidência de Parcela Variável por Indisponibilidade (PVI).

6.1 Situação Regulatória e Técnica


Resumimos a seguir a situação dos equipamentos existentes:

• Todos os reatores manobráveis (de barra ou de linha) licitados desde 2007


devem obrigatoriamente dispor de dispositivos de manobra controlada
(sincronizadores) instalados nos disjuntores que os manobram (Anexos
Técnicos dos Leilões de Transmissão).

• Todos os reatores manobráveis (de barra ou de linha) licitados ou autorizados


na rede básica desde 2017 (inclusão do requisito nos Procedimentos de
Rede) devem obrigatoriamente dispor de dispositivos de manobra controlada
(sincronizadores) instalados nos disjuntores que os manobram;

• Situações que não atendam ao disposto acima caracterizam não


conformidades e ações devem ser tomadas junto à Transmissora no sentido
de equacioná-las.

Quanto aos equipamentos anteriores a 2007, podem ou não dispor de


sincronizadores. Nesse caso, devem dispor de estudos de engenharia que validem a
sua operação e os seus riscos assumidos para esse tipo de manobra para os seus
equipamentos.

A relocação física de qualquer dos reatores hoje em operação, para segurança dos
mesmos, demanda estudos por parte do proprietário, uma vez que a topologia do
circuito do lado carga se altera, e isso pode ocasionar a necessidade de
providências adicionais, inclusive possíveis reajustes na parametrização dos
sincronizadores, ou medidas adicionais a serem determinadas por estudos.

6.2 Soluções aplicáveis para viabilizar a desenergização de reatores

A solução mais efetiva para a redução do risco da manobra de desenergização de


reatores é a adoção de mecanismos de manobra controlada associados a
disjuntores que possuam repetibilidade suficiente nos mecanismos de abertura,
número de corte (ʎ) preferencialmente baixo e tenham sido especificados como
classe M2, (Extended mechanical endurance tests on circuit breakers for special
service conditions) de acordo com a norma.

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Entretanto, soluções alternativas são possíveis e embora não eliminem por completo
o risco das reignições reduzem a probabilidade de que seus efeitos tragam
consequências para os reatores e disjuntores afetados, a saber:

• Instalação de varistores de óxido metálico (MOVs) em paralelo com os


disjuntores;

• Adoção de capacitores de surto;

• Resistores de abertura.

Em qualquer das soluções alternativas acima mencionadas, estudos de engenharia


são indispensáveis. Esses estudos são atribuição da engenharia do proprietário.

6.3 Manobra de Reatores de Linha Manobráveis

Em função de sua posição física em relação a subestação e à entrada de linha à


qual estão conectados, os TPs que alimentam os sincronizadores estão conectados
as próprias linhas, em quase a totalidade desse tipo de aplicação.

Sendo assim, quando essas linhas são desconectadas para controle de tensão os
sincronizadores perdem a sua referência e passam a ficar inativos.

Reatores de linha manobráveis não foram concebidos para operarem conectados à


barra com a linha à qual estão conectados desenergizada e sim para as situações
nas quais são manobrados em função do fluxo passante na linha ser elevado e a
sua desconexão ajuda no controle de tensão na barra à qual o fluxo se destina.

A desenergização de reatores manobráveis de linha, quando operando como


reatores de barra, com a linha previamente desligada pode vir a colocar em risco
tanto o reator quanto o disjuntor e certamente afetam a sua vida útil.

Nessa situação se vislumbram três encaminhamentos, em caso de equipamentos


existentes:

✓ Acrescente-se um TP adicional localizado, por exemplo, na barra (nas três


fases) para dar a referência necessária ao sincronizador;

✓ Solicite-se ao concessionário do ativo estudos de engenharia para verificar os


efeitos sobre os reatores e disjuntores da manobra pretendida e avaliar a
viabilidade técnica da manobra prevista;

✓ Não manobrar o reator com a linha a qual ele pertence desconectada.

6.4 Manobra de Reatores Fixos

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Esse tipo de manobra não foi concebida como uma opção viável na fase de
engenharia de projeto. Nem do ponto de vista conceitual (reatores são fixos e não
manobráveis) nem do ponto de vista técnico e regulatório.

Na escala de prioridades se posiciona como a última opção, pelas seguintes razões:

✓ Na maior parte das vezes o disjuntor que vai efetuar a manobra de


desenergização do reator foi originalmente destinado a outro equipamento e
não foi dimensionado para esse tipo de manobra;

✓ Essa manobra pode afetar a vida útil de ambos os equipamentos, reator e


disjuntor;

✓ No limite coloca em risco a integridade do disjuntor e o próprio reator.

Esse tipo de manobra só deve ser executada em caso de necessidade extrema da


operação, na total falta de outros recursos de controle de tensão.

A manobra de reatores fixos por meio das chaves para colocá-los na barra pode ser
a segunda etapa de um processo para garantir uma maior absorção de reativos. A
primeira etapa é o desligamento da linha à qual ele está conectado.

A primeira etapa já é questionável pois pode eventualmente afetar a confiabilidade


da operação. Já a segunda etapa somente deve ser realizada após a realização de
estudos de engenharia pelo proprietário dos ativos, para quantificar os riscos e
identificar as medidas necessárias para a sua mitigação.

6.5 Compensadores Estáticos de Reativos (Compensação Controlável)

Em todo o mundo compensadores estáticos são projetados para operarem mais


próximos a neutralidade de fornecimento e absorção de reativos, atuando em
situações nas quais mudanças topológicas na rede impliquem em brusca variação
do fluxo de reativos local.

O conceito é que resolvida a situação temporária, os elementos de fornecimento e


absorção de reativos sejam reajustados para permitir um retorno do estático a sua
situação original.

Caso fosse a intenção do planejador que ele operasse continuamente no limite da


sua absorção de reativos ele teria optado por reatores manobráveis, muito mais
baratos para esse tipo de operação.

Esse tipo de operação se expõe a variações de tensão acima do limite definido para
a faixa operativa de tensão do compensador.

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É prática internacional comum nos últimos 30 anos se especificar Compensadores
Estáticos de Reativos com um requisito de sobrecarga indutiva para fazer frente a
sobretensões temporárias (dezenas de segundos) advindas de manobras na rede à
qual eles estão conectados.

Entretanto, ultrapassado este limite de dezenas de segundos, o compensador irá se


desconectar e o sistema ver-se-á sujeito a uma perturbação e eventual risco
indesejável de descontrole local de tensão, com possíveis repercussões sistêmicas.

Por esse motivo é usual se definir uma faixa preferencial de operação, mais estreita
que a faixa nominal de operação, para minimizar o risco de que ocorra o acima
exposto.

Qualquer operação fora da especificação original depende de consulta ao fornecedor


do equipamento, que avaliará se pode conseguir algumas dezenas de segundos
adicionais para operação sem ativação do trip do compensador em tensões
superiores a tensão máxima operativa.

Esse tipo de solução, quando possível, tem custos associados.

7 RECOMENDAÇÕES

Manobras de desenergização de reatores por meio de disjuntores não projetados em


sua fase de concepção pela engenharia do proprietário para manobrar reatores
devem ser evitadas pois podem implicar em riscos a estes equipamentos.

Caso absolutamente indispensáveis para prover flexibilidade e rapidez à operação


no controle de tensão, uma consulta prévia ao agente Transmissor proprietário do
ativo deve ser realizada, solicitando a sua autorização e informando-o da
necessidade da execução de estudos de engenharia para a identificação do risco
associado a esse tipo de manobra, para que a sua decisão seja tomada
considerando todos os fatores envolvidos.

Caso o reator analisado venha a ter sua função e/ou posicionamento físico alterado,
passando por exemplo de reator de barra para reator de linha manobrável, onde se
configuram menores distâncias entre este e seu disjuntor, as sobretensões de
manobra e reignição também deverão ser reavaliadas pelo agente e encaminhadas
ao fabricante para nova consulta acerca da suportabilidade do isolamento.

Resumimos a seguir as principais recomendações:

✓ Disjuntores que manobram reatores devem dispor de mecanismos de


manobra controlada ou de alguma das soluções alternativas exemplificadas
no item 6 (Conclusões), conforme estabelecem os Procedimentos de Rede.

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✓ O agente concessionário dos ativos deve zelar por uma manutenção
periódica do conjunto disjuntor/sincronizador que o manobra.

✓ O agente deve acompanhar ao longo do tempo o desempenho do


chaveamento controlado com base em registros oscilográficos e investigação
de indícios de reignição;

✓ Eventual reposicionamento de reatores dentro do arranjo físico da subestação


implica na necessidade de estudos por parte da engenharia do proprietário da
instalação, avaliando o seu efeito nos reatores e disjuntores afetados;

✓ Os estudos de engenharia devem considerar a ocorrência de reignição no


momento de máxima TRT no disjuntor manobrado, conforme [10.12];

✓ O fabricante do reator deve ser consultado pelo agente a respeito das


solicitações oriundas das reignições previstas pelos estudos, manifestando-
se quanto à quantidade de manobras permissíveis por ano, sem
chaveamento controlado. A partir desta informação, o agente poderá definir a
estratégia operativa mais adequada e segura quando da ausência ou falha do
sincronizador.

✓ Deve ser avaliada cuidadosamente a posição onde está localizado o TP que


dá referência ao sincronizador evitando que a referência seja perdida no
momento em que é necessária.

✓ Situações de faltas monofásicas que ocorram na zona de proteção do reator,


entre o reator e o seu disjuntor, devem ser avaliadas pela engenharia do
proprietário desses equipamentos. Nessa situação a proteção pode vir a by-
passar a lógica de atuação do sincronizador, que não estará ativo na abertura
das fases sãs.

✓ Situações de falta monofásica na linha, com atuação indevida da proteção


própria do reator e que possam desativar o mecanismo de manobra
controlada em reatores manobráveis de linha devem ser consideradas na
fase de engenharia de projeto. Atualmente esta situação não é coberta no
projeto básico das instalações.
FALTA NA LINHA
Recomenda-se ao ONS:

▪ Manobras de reatores por disjuntores:

✓ Identificar todas as situações de manobra de reatores por disjuntores não


projetados com esta finalidade, mas que são muito importantes para a
operação;

ONS DPL-REL-XXX/2020 - REVISÃO 0 50 / 55


✓ Solicitar ao agente, caso seja tecnicamente factível, que sejam instalados
mecanismos de manobra controlada nos disjuntores;

✓ Caso isso não seja possível por conta de características técnicas do disjuntor
ou pela sua degradação decorrente de um longo período de uso, recomendar
ao agente que este disjuntor seja substituído por um novo com os requisitos
necessários e com um dispositivo de manobra controlada;

✓ Nas situações onde o disjuntor em questão possua RPI (resistor de pré-


inserção) e por este motivo a instalação de sincronizadores não seja uma
solução viável, solicitar à Transmissora que realize estudos de engenharia
avaliando a possibilidade de instalação de capacitores de surto, divisores de
potencial capacitivo, de para-raios em paralelo com os contatos do disjuntor
ou outras soluções técnicas.

✓ Referenciar a presente Nota Técnica nos leilões de transmissão e no Guia de


Diretrizes para Elaboração de Projetos Básicos a fim de se complementar as
definições para os estudos de engenharia envolvendo especificação de
reatores manobráveis.

✓ Para obras autorizadas, solicitar ao agente os estudos de engenharia de


corte de correntes e reignição, explicitando-se a possibilidade de manobra
sem sincronizadores e os riscos associados.

✓ Por fim, observa-se que o agente concessionário do reator fixo de linha não é
remunerado para operar esse reator na barra pela regulação vigente. Em
caso de haver um dano ao reator, a linha de transmissão não poderá voltar a
operar sem este reator e isso poderá resultar em aplicação de PVI a esse
agente, resultando em prejuízo financeiro ao proprietário do ativo e em
prejuízo a operação do sistema, por conta da indisponibilidade da linha.

▪ Operação de SVCs:

✓ Procurar operar os SVCs, sempre que possível, próximos a neutralidade de


fornecimento/recebimento de reativos;

✓ Em caso de extrema necessidade de absorção de reativos, operar o SVC


dentro de uma faixa preferencial, de tensão e de reativos, previamente
estudada e que deixe uma margem para contemplar a variação instantânea
local de carga, evitando que o compensador possa ir a trip por exceder a
máxima tensão operativa acima do tempo permitido pela curva de sobrecarga
indutiva implantada no SVC.

✓ Caso seja necessário operar o SVC no seu limite de especificação, tensão e


Mvar, por longos períodos de tempo, solicitar ao proprietário do SVC para

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que verifique a possibilidade junto ao seu fornecedor, de abrandar a restrição
de operar acima da tensão máxima operativa, hoje limitada a 10 segundos
pelo ciclo de sobrecarga indutiva para algo em torno de 100 segundos.

✓ Mesmo que obtenha sucesso na solicitação acima, tomar as medidas


operacionais para evitar a necessidade de trip do SVC, com a consciência
que essas medidas terão que ser implementadas dentro do tempo disponível
para tal.

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8 DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA
Segue abaixo a relação de documentos utilizados como referência para a análise do
Projeto Básico, elaborado pela TRANSMISSORA:
[10.1] IEC62271-100 - International Standard - High Voltage Switchgear and
Controlgear – Part 100 – Alternating Current Circuit Breaker, 2017-06,
Amendment 2;
[10.2] IEC62271-306E – High Voltage Switchgear and Controlgear - Part 306 -
Technical Report - Guide to IEC 62271-100, IEC 62271-1 and other IEC
standards related to alternating current circuit-breakers – Edition 1.0 –
2012;
[10.3] IEC62271-110 - International Standard - High-voltage switchgear and
controlgear - Part 110: Inductive load switching.

[10.4] TB_757_2019 – Cigré Technical Brochure – A3 – Technical Committee –


Transmission and Distribution Equipment – Guidelines for the
Commissioning and Operation of Controlled Switching Projects;

[10.5] Análise de Suportabilidade Dielétrica de Reatores para Surtos Rápidos


Decorrentes de Manobras de Desenergização – J. Montanha, R. Antunes e
A. Rocha, XXIV SNPTEE, Outubro 2017;

[10.6] Estudo da Abertura de Pequenas Correntes Indutivas pelos Disjuntores dos


Reatores de Barra de 525 kV das Subestações Guaíra e Sarandi,
22.06.2018, Marte Engenharia.

[10.7] Submódulo 2.3 dos Procedimentos de Rede – Requisitos mínimos para


subestações e seus equipamentos.
✓ Revisão vigente - 2020.06
✓ Revisão 2016.12
✓ Revisão 2.0 - dezembro 2010
✓ Revisão 1.1 – junho 2010
✓ Revisão 1.0 – agosto 2009
✓ Revisão 0.3 – julho 2008
✓ Revisão 0.1 – dezembro 2002
[10.8] Anexos Técnicos de Leilões de Transmissão, Gerais e Específicos.

[10.9] Diretrizes para a Elaboração de Projetos Básicos para Empreendimentos


de Transmissão, Estudos Elétricos, Especificação das Instalações de
Equipamentos e de Linhas de Transmissão 2012 – ONS – 2013
[10.10] Nota Técnica – Síncronos e Estáticos, Nota Técnica GET/DAT sem
número, 22.01.2015

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[10.11] Nota Técnica – ONS-NT-149/2018 – Requisitos Básicos para Modelagem
de Compensadores Estáticos no Programa ATP, Ricardo Tenório, Hélio
Pessoa e outros.
[10.12] BT50 - Interruption of Small Inductive Currents, Cigré WG 13.02,
Dezembro de 1995.
[10.13] Reckleff, J.G., McCabe, A.K., Mauthe, G. e Ruoss, E. – “Application of
Metal-Oxide Varistors on an 800 kV Circuit-Breaker used for Shunt-Reactor
Switching”. Informe no 13-16 da Sessão de 1988 do CIGRÉ – Paris, agosto
/ setembro de 1988.
[10.14] Morais, S.A., Portela, C.M., Colombo, R., Carvalho, A.C.C. – “Limitação de
Transitórios no Chaveamento de Pequenas Correntes Indutivas – Impacto
de Novas Técnicas sobre os Critérios Tradicionais”. X SNPTEE – Curitiba,
Paraná, 1989 – artigo n° CTBA/GSP/16. Publicado também no Caderno
de Engenharia Elétrica da Revista Brasileira de Engenharia (RBE), Vol. 6,
nº 2, março 1991, pp. 37/57.
[10.15] Morais, S.A. – “Considerations on the Specification of Circuit-Breakers
Intended to Interrupt Small Inductive Currents”. Electra no 147, abril 1993,
44/69.
[10.16] Berneryd, S., et al. (WG 13-02) – “Interruption of Small Inductive Currents
– Introduction, Definitions and Physical Phenomena” (Capítulos 1 – 2).
Brochura Técnica 50 do CIGRÉ.
[10.17] Berneryd, S., et al. (WG 13-02) – “Interruption of Small Inductive Currents
– Reactor Switching: General and Specific Theory” (Capítulo 4, Parte A) –
Brochura Técnica 50 do CIGRÉ.
[10.18] IEEE Power Engineering Society – “IEEE Application Guide for Shunt
Reactor Switching”. IEEE Standard C37.015-1993.

[10.19] Greenwood, A. – “Electrical Transients in Power Systems” (livro) – Capítulo


15, “System and Circuit Parameteres for Use in Transient Calculations”.
Wiley – Interscience, 1971.
[10.20] P. Pinceti, M Giannettoni, “A Simplified Model for Zinc Oxide Surge
Arresters”, IEEE – Transactions on Power Delivery, April 1999.
[10.21] Sobretensões de Frente Rápida Decorrentes de Cortes de Corrente e
Reignições - S103-730-0007, Eletrosul, R. Antunes, maio de 2017.
9 CRÉDITOS
Este parecer técnico foi elaborado no âmbito da Gerência de Engenharia de
Instalações – EGI, subordinada à Gerência Executiva – EG e à Diretoria de
Planejamento – DPL, com a participação dos engenheiros Hélio Pessoa (EGI),
Ricardo Antunes (EGS) e Ricardo Tenorio (EGE).

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Lista de figuras e tabelas

Figuras
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Tabelas
FIGURA 2-1: CURVA VXI,BASE100MVA–F.DIAS 300 MVAR CAP./150 MVAR IND.–0,95/1,10 PU(500KV)
............................................................................................................................................ 12
FIGURA 2-2: TYPICAL OVERLOAD CYCLE (IEEE STANDARD 1031) ........................................................ 13
FIGURA 2-3: CICLO DE SOBRECARGA INDUTIVA ................................................................................ 14
FIGURA 2-4: SVCS EM OPERAÇÃO NO SIN ( INFORMAÇÕES AINDA SERÃO VERIFICADAS ) .................. 17
FIGURA 2-5: LTS CUJOS REATORES FIXOS/MANOBRÁVEIS DE LINHA TÊM SIDO UTILIZADOS
P/CONTROLE DE TENSÃO ( PRESENÇA SINCRONIZADOR A SER CONFIRMADA) ...................... 22
TABELA 3-1: MANOBRA DE REATORES, CASO GERAL ......................................................................... 23
FIGURA 3-2: COMPORTAMENTO DO ARCO (UA – TENSÃO DO ARCO, IA – CORRENTE DO ARCO ) ....... 24
FIGURA 3-3: CIRCUITO PARA O CÁLCULO DA INSTABILIDADE DO ARCO ............................................. 24
FIGURA 3-4: CIRCUITO PARA O CÁLCULO DA INSTABILIDADE DO ARCO ............................................. 25
FIGURA 3-5: REIGNIÇÃO COM E SEM CORTE DE CORRENTE ............................................................... 27
FIGURA 4-1: TENSÃO NO REATOR DURANTE A INTERRUPÇÃO DE CORRENTE .................................... 29
FIGURA 4-1: ABERTURA CONTROLADA DE DISJUNTORES COM CONTROLE POR POLO ........................ 31
FIGURA 4-1: ESTRATÉGIA PARA ABERTURA CONTROLADA DE REATORES [10.4] ................................. 32
FIGURA 5-1: FREQUÊNCIA DOMINANTE (KHZ) - TRANSFORMADA DISCRETA FOURIER, DURANTE
REIGNIÇÃO .......................................................................................................................... 36
FIGURA 5-2: MODELO MATEMÁTICO DO REATOR E SUA RESPOSTA EM FREQUÊNCIA ........................ 37
FIGURA 5-3: DADOS DISJUNTORES FABRICANTE A, ADOTADOS P/MANOBRAS DE REATORES (2
CÂMARAS) ........................................................................................................................... 39
FIGURA 5-4: DADOS DISJUNTORES FABRICANTE B, ADOTADOS P/MANOBRAS DE REATORES (2
CÂMARAS) ........................................................................................................................... 40
FIGURA 5-5: TAXAS DE VARIAÇÃO MÉDIA A SEREM QUANTIFICADAS NO ESTUDO ............................. 43
FIGURA 5-6: TABELA EXEMPLO – CENÁRIOS AVALIADOS E SÍNTESES DOS RESULTADOS – MANOBRAS
PELO DJ DE BARRA E CENTRAL ............................................................................................. 44
FIGURA 5-7: MANOBRA DE DESENERGIZAÇÃO DO REATOR PELO DISJUNTOR DE BARRA .................... 45

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