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DE DESENERGIZAÇÃO DE REATORES
ESTUDOS DE DESENERRGIZAÇÃO DE
REATORES
23 de setembro de 2020
Sumário
1 INTRODUÇÃO 5
2 Compensação Reativa – Conceitos Básicos 5
2.1 Compensação Fixa 5
2.2 Compensação Manobrável de Barra 7
2.3 Compensação Manobrável de Linha 8
2.4 Compensação Controlável – Compensadores Estáticos de
Reativos 9
2.4.1 O conceito de operação dos SVCs 10
2.4.2 Curva de Operação do SVC 11
2.4.3 Operação em condições de sobretensão 12
2.4.4 Faixa Preferencial de Operação 15
2.4.5 Resumo dos Compensadores Estáticos (SVCs) em Operação
17
2.5 Recursos Extraordinários para Controle de Tensão 19
2.5.1 Desligamento de linhas 19
2.5.2 Chaveamento de reatores fixos de linhas mediante manobra
de chaves 20
2.5.3 Chaveamento de reatores manobráveis de linha para controle
de tensão 21
2.5.4 Resumo dos Reatores Fixos de Linha no SIN manobrados na
barra 22
3 Os Fenômenos envolvendo Desenergização de Reatores 23
3.1 O Fenômeno da interrupção de pequenas correntes
indutivas 23
3.2 O Fenômeno da Reignição 26
3.3 TRT de abertura de reatores para pequenas correntes
indutivas 27
4 ESPECIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS 29
4.1 Limitação de Sobretensões durante as Manobra de
Reatores 30
4.1.1 Resistores de Abertura 30
4.1.2 Para-raios no reator 30
4.1.3 MOV em paralelo com o disjuntor 30
4.1.4 Capacitor de Surto ou Divisor Capacitivo de Potencial junto
ao Reator 30
4.1.5 Manobra Controlada 31
4.1.5.1 Estratégia a ser adotada na implementação da manobra
controlada 31
4.2 Especificação dos Disjuntores 33
5 ESTUDOS DE MANOBRA DE REATORES 35
5.1 Representação da Equipamentos 36
5.1.1 Representação do Reator 37
5.1.2 Representação dos Transformadores na subestação 37
O SVC/CER não tem o papel de contribuir durante defeitos no sistema, devendo ter
o cuidado de não tornar as sobretensões mais severas após a recuperação do
defeito. Por esse motivo possui estratégias de subtensão que o levam para um ponto
neutro de contribuição (0 Mvar) durante a ocorrência de faltas, identificadas pelo
nível da subtensão após a aplicação do defeito. Esta detecção é devidamente
temporizada e os níveis de detecção e suas temporizações são definidas nos
Estudos Pré-Operacionais.
A área hachurada representa a região onde o SVC pode operar sem restrições de
qualquer espécie, em regime permanente e indefinidamente.
Entretanto, caso o SVC exceda a sua máxima tensão operativa, no exemplo acima
1,1 pu, ele pode ser desconectado da rede por sua proteção intrínseca, para
salvaguardar seus componentes internos.
2.4.3 Operação em condições de sobretensão
Para evitar a desconexão do SVC durante manobras em barras próximas na rede
CA, advindas de energizações e religamentos de linhas, energização de
transformadores, reatores ou capacitores, o SVC é especificado com uma
característica de sobrecarga indutiva (overload).
Esse procedimento, a definição de uma sobrecarga indutiva, é adotado em todo o
mundo, não apenas no Brasil, sendo referendado, por exemplo, entre outros
Nota : (1) Ciclos de 60 hz – 1,8pu (50ms), 1,4 pu (200 ms), 1,25 pu(1s)
Ressalte-se que este ciclo não prevê um retorno suave (tempo inverso, por exemplo)
entre o último patamar dos níveis de sobrecarga (1,25 pu por 1 segundo) e o retorno
a tensão máxima operativa, neste caso, 1,05 pu.
Neste guia se diferencia entre a máxima tensão para operação em condição de
absorção de reativos (1,10 pu) e a máxima tensão para a inserção de reativos no
sistema (1,10 pu) que se trata da máxima tensão operativa nesta rede, tomada como
exemplo.
O Brasil a prática tem sido mais conservadora, pelas características do nosso
sistema, com linhas longas, que sugerem a possibilidade de sobretensões
transitórias de mesma ordem (1,80 e 1,40 pu) mas sobretensões temporárias mais
severas (1,30 e 1,20 pu).
A engenharia das concessionárias de transmissão tradicionais (Eletronorte, Furnas,
Chesf, outras), tem adotado em diversas especificações de SVCs a adoção de uma
curva de sobrecarga indutiva.
Nota: 1 - Sem que haja disparo protetivo da válvula de tiristores produzido pelas sobretensões de bloqueio
dos tiristores; 2 – Para as tensões 440 kV e 765 kV a tensão contínua é 1,046 pu e não 1,05 pu.
Por este motivo, nos Anexos Técnicos Gerais, dos Leilões mais recentes, a partir do
Leilão 002/2019, passou-se a incluir a necessidade de uma transição de retorno do
último ponto da curva de sobrecarga indutiva para a máxima tensão operativa
mediante uma curva característica de tempo inverso. Essa transição tem
proporcionado em alguns dos últimos projetos, para a conexão em 500 kV, um ponto
Tais sobretensões podem ser mitigadas, por exemplo, pela aplicação adequada de
para-raios conectados junto ao reator, especificados de acordo com os chamados
estudos de interrupção de pequenas correntes indutivas.
O nível de corrente interrompida, por sua vez, depende do circuito equivalente visto
pelos polos do disjuntor, determinado pelas capacitâncias e indutâncias presentes
em equipamentos, cabos, conexões.
Nesses casos, quando a corrente se aproxima do zero, a oscilação pode apresentar
uma magnitude maior e provocar a ocorrência de “um zero antecipado”.
Ao final se trata de uma impedância série R-L-C que se torna instável quando sua
parte real se torna negativa, situação na qual ocorrerá o corte de corrente.
Onde
Ich = corrente de corte, ʎ = número de corte, N = Número de câmaras por polo
CT = capacitância vista do ponto de manobra (lado fonte, lado carga e equalização)
De acordo com IEC 62271-306, faixas de números de corte típicas para disjuntores
são apresentadas (*104):
✓ Pequeno volume de óleo: 5,8 a 10;
✓ Ar comprimido: 15 a 20;
✓ SF6 – Puffer: 4 a 19
✓ SF6 – Self Blast: 3 a 10
✓ SF-6 – Rotating Arc: 0,39 a 0,77
Usualmente são especificados recursos para limitação dos efeitos desse tipo de
manobra, em disjuntores e em reatores.
4.1.1 Resistores de Abertura
São medida de mitigação efetiva aplicados em disjuntores que possuam alto número
de chopping, como por exemplo, de ar comprimido ou SF-6 “dual pressure”.
Não reduz o valor de Ka para outros disjuntores que não o disjuntor a vácuo, no qual
o material dos contatos tem efeito preponderante. Reduz a frequência da tensão
imposta ao isolamento do reator, o que reduz o risco de falha do mesmo
As sobretensões podem ser limitadas pela seleção adequada dos disjuntores, por
esquemas de proteção adequados (para-raios ou mecanismos de manobra
controlada instalados nos disjuntores).
Onde:
N= número de câmaras de interrupção por polo
ʎ = número de corte
CP= capacitância de equalização
Q = Mvar do reator, CL= capacitância do lado carga (reator)
Para reatores com neutro não efetivamente aterrado, quando o nível de tensão é
baixo (52 kV) as correntes já são elevadas e a preocupação não é com a corrente de
chopping mas com a tensão do arco (TRV com envoltória T10/T30 por exemplo).
Ressalta-se que apenas a presença dos para-raios dos reatores é incapaz de limitar
taxas elevadas de variação das sobretensões incidentes sobre o reator decorrentes
da manobra de abertura e resultantes de reignições, bem como não mitigam a
ocorrência de ressonâncias internas aos seus enrolamentos.
Neste contexto, este item tem como objetivo orientar a elaboração dos estudos
necessários à análise e especificação de reatores manobráveis em termos de
solicitações dielétricas decorrentes de desenergização, quais sejam:
5.1.4 Disjuntores
São simulados no programa ATP pelo cartão SWITCH, com o devido ajuste do
parâmetro Imargin para a representação da corrente de corte previamente calculada
(estudos prospectivos) ou informada pelo fornecedor do disjuntor, para aquele
modelo específico do disjuntor.
Capacitor de equalização – 1600 pF por câmara (disjuntores com capacitores). Capacitância da câmara
de 25 pF, com ou sem capacitores de equalização
Nota : Dados extraídos dos ensaios de tipo dos disjuntores (Kema 522-06), conforme IEC62271-306 – capítulo 16.
Onde:
A amplitude desta fonte deve ser ajustada de forma a se fixar a tensão pré-manobra
no valor máximo operativo.
A rede retida pode ser representada até a 1ª vizinhança, de uma forma geral.
Entretanto, deve-se calcular o tempo de tráfego da onda para verificar se a
refração/reflexão chega a tempo na barra de manobra de influir no fenômeno
estudado.
Em linhas longas a 1ª vizinhança será o suficiente. Para linhas muito curtas pode ser
necessário afastar mais uma barra.
5.1.8 Metodologia
Como o valor de corte de corrente depende também das capacitâncias do lado fonte
(subestação), devem ser previstas indisponibilidades de equipamentos de forma a
ser alterar tal parâmetro em busca da condição mais desfavorável de corte.
Destaca-se ainda que tal processo deve ser realizado para cada disjuntor previsto
para a manobra do reator (disjuntor central e de barra no caso de arranjo disjuntor e
meio, disjuntor próprio, etc). Como margem de segurança, pode-se considerar um
valor de corte de corrente ligeiramente superior ao indicado nos cálculos.
Sobretensões pós-reignição
Sobretensão
Tempo
LADO LADO Capacitância Frequência pré- Frequência
XX uF de
REATOR FONTE da câmara= SS dos Energias reignição da 2a Frente de Taxas de variação
frente
modelos máximas [kV] oscilação onda [kV/µs]
Disjuntor Topologia de
Caso das nos paralela
manobrado Subestação onda
conexões para-
raios [kJ]
CLoad CSource CEQ Icorte [kHz] Instantânea
[kV] [p.u.] [kHz] [µs] [kV] [p.u.] Média
[pF] [pF] [pF] [A] máxima
1 Completa
2 SEM LT A
3 SEM TF A
DJ Barra
4 Completa
5 SEM LT A
6 SEM TF A
7 Completa
8 SEM LT A
9 SEM TF A
DJ Central
10 Completa
11 SEM LT A
12 SEM TF A
FIGURA EXEMPLO - CASO A: TENSÃO NO REATOR - MANOBRA PELO DJ DE BARRA; TOPOLOGIA COM REDE COMPLETA.
A relocação física de qualquer dos reatores hoje em operação, para segurança dos
mesmos, demanda estudos por parte do proprietário, uma vez que a topologia do
circuito do lado carga se altera, e isso pode ocasionar a necessidade de
providências adicionais, inclusive possíveis reajustes na parametrização dos
sincronizadores, ou medidas adicionais a serem determinadas por estudos.
• Resistores de abertura.
Sendo assim, quando essas linhas são desconectadas para controle de tensão os
sincronizadores perdem a sua referência e passam a ficar inativos.
A manobra de reatores fixos por meio das chaves para colocá-los na barra pode ser
a segunda etapa de um processo para garantir uma maior absorção de reativos. A
primeira etapa é o desligamento da linha à qual ele está conectado.
Esse tipo de operação se expõe a variações de tensão acima do limite definido para
a faixa operativa de tensão do compensador.
Por esse motivo é usual se definir uma faixa preferencial de operação, mais estreita
que a faixa nominal de operação, para minimizar o risco de que ocorra o acima
exposto.
7 RECOMENDAÇÕES
Caso o reator analisado venha a ter sua função e/ou posicionamento físico alterado,
passando por exemplo de reator de barra para reator de linha manobrável, onde se
configuram menores distâncias entre este e seu disjuntor, as sobretensões de
manobra e reignição também deverão ser reavaliadas pelo agente e encaminhadas
ao fabricante para nova consulta acerca da suportabilidade do isolamento.
✓ Caso isso não seja possível por conta de características técnicas do disjuntor
ou pela sua degradação decorrente de um longo período de uso, recomendar
ao agente que este disjuntor seja substituído por um novo com os requisitos
necessários e com um dispositivo de manobra controlada;
✓ Por fim, observa-se que o agente concessionário do reator fixo de linha não é
remunerado para operar esse reator na barra pela regulação vigente. Em
caso de haver um dano ao reator, a linha de transmissão não poderá voltar a
operar sem este reator e isso poderá resultar em aplicação de PVI a esse
agente, resultando em prejuízo financeiro ao proprietário do ativo e em
prejuízo a operação do sistema, por conta da indisponibilidade da linha.
▪ Operação de SVCs:
Figuras
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Tabelas
FIGURA 2-1: CURVA VXI,BASE100MVA–F.DIAS 300 MVAR CAP./150 MVAR IND.–0,95/1,10 PU(500KV)
............................................................................................................................................ 12
FIGURA 2-2: TYPICAL OVERLOAD CYCLE (IEEE STANDARD 1031) ........................................................ 13
FIGURA 2-3: CICLO DE SOBRECARGA INDUTIVA ................................................................................ 14
FIGURA 2-4: SVCS EM OPERAÇÃO NO SIN ( INFORMAÇÕES AINDA SERÃO VERIFICADAS ) .................. 17
FIGURA 2-5: LTS CUJOS REATORES FIXOS/MANOBRÁVEIS DE LINHA TÊM SIDO UTILIZADOS
P/CONTROLE DE TENSÃO ( PRESENÇA SINCRONIZADOR A SER CONFIRMADA) ...................... 22
TABELA 3-1: MANOBRA DE REATORES, CASO GERAL ......................................................................... 23
FIGURA 3-2: COMPORTAMENTO DO ARCO (UA – TENSÃO DO ARCO, IA – CORRENTE DO ARCO ) ....... 24
FIGURA 3-3: CIRCUITO PARA O CÁLCULO DA INSTABILIDADE DO ARCO ............................................. 24
FIGURA 3-4: CIRCUITO PARA O CÁLCULO DA INSTABILIDADE DO ARCO ............................................. 25
FIGURA 3-5: REIGNIÇÃO COM E SEM CORTE DE CORRENTE ............................................................... 27
FIGURA 4-1: TENSÃO NO REATOR DURANTE A INTERRUPÇÃO DE CORRENTE .................................... 29
FIGURA 4-1: ABERTURA CONTROLADA DE DISJUNTORES COM CONTROLE POR POLO ........................ 31
FIGURA 4-1: ESTRATÉGIA PARA ABERTURA CONTROLADA DE REATORES [10.4] ................................. 32
FIGURA 5-1: FREQUÊNCIA DOMINANTE (KHZ) - TRANSFORMADA DISCRETA FOURIER, DURANTE
REIGNIÇÃO .......................................................................................................................... 36
FIGURA 5-2: MODELO MATEMÁTICO DO REATOR E SUA RESPOSTA EM FREQUÊNCIA ........................ 37
FIGURA 5-3: DADOS DISJUNTORES FABRICANTE A, ADOTADOS P/MANOBRAS DE REATORES (2
CÂMARAS) ........................................................................................................................... 39
FIGURA 5-4: DADOS DISJUNTORES FABRICANTE B, ADOTADOS P/MANOBRAS DE REATORES (2
CÂMARAS) ........................................................................................................................... 40
FIGURA 5-5: TAXAS DE VARIAÇÃO MÉDIA A SEREM QUANTIFICADAS NO ESTUDO ............................. 43
FIGURA 5-6: TABELA EXEMPLO – CENÁRIOS AVALIADOS E SÍNTESES DOS RESULTADOS – MANOBRAS
PELO DJ DE BARRA E CENTRAL ............................................................................................. 44
FIGURA 5-7: MANOBRA DE DESENERGIZAÇÃO DO REATOR PELO DISJUNTOR DE BARRA .................... 45