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84 M.

4otnNAS ElÊTRICAS

2.5 ASPECTOS DE ENGENHARIA DA ANÁLISE DE


TRANSFORMADORES
Em análises de cngenhariu que envolvem o transformador como elemento de circuito. coslU·
ma·sc adOtar. ao invés do circuito completo. uma entre diversas formas de aproximação para o
circuito equivalente da Fig. 2.10. Em gemi. a aproximação escolhida pam um dado caso em
pankulardependc grandemente do raciocínio físico, tom:mdo·sc como b:LSC as ordens de gran·
deza das quantidades desconsideradas. As aproximações mais comuns são apresenmdas nesta
seção. Alérn disso. são fornecidos métodos de ensaio paru se detcrminnr as constantes do 1nms·
formador.
Os circuitos equivalentes comumente usados nas análise de transformadores de potên·
cia, em freqíiê ncia constante, estão resumidos para compamção maFig. 2.12. Todus as quan·
lidades nesses circuitos são refe ridas ou ao primário, ou ao secundário, e o u·ansfonnador
ideal não es1á mostrado.
freqUentememe os cálculos podem ser grandemente simplificados deslocandcrse ora·
mo em derivação. que representa a corrente de excitação. do meio do circuito T para os tenni·
nais do primário, ou do secundário. como na Pig. 2. 12a e b. Essas forma~ de circuito equiva·
lente são referidas como circrtitos L.• O ramo em série é a combinaç-ão das resistências c das
rcntâncias de dispersão do primário c do secundário. referidas ao mesmo l ~tdo. Essa impcdân·
cht é chamada algumas vezes impeJ(inci(' equivnleme em série, c seus componentes são a re·
sistê11cia equivalente em série R~ c a reatância equimleme em série X~ . como mostrado nas
Fig. 2.12a c b.
Quando comparado com o circuito equivalente T da Fig. 2.10d. os em>s presentes no
circuito L vem da ausência da queda de tensão causada pela corrente de excitação na impe·
dância de dispersao do primário, ou secundário. Como a impcdância do ramo de exciwç.ão é
nom1almcmc bem e levada em transformadores de potC:nçin de grundc porte. u corrcmc de ex·
citação correspondente é bem pequena. Esse erro é insignificante na maioria das silu:1çõcs <IUC
envolvem transformndores de grande pOrte.

-i,
-1~
uuu

+ +
v,
-I
L !_ _ _::t::__j
<•• ( b)

x.,
+
v.
-
i. - 12 +
v!
+r-~,~-:
v,
~~.::---t
V2

-1~--t -l_ _______,r


(<) (d)

FtauAA 2.12 Circuitos equivalentes aproximados de transfOJmadores.

• N. de T.: Camilt:l'tT cin.•JiiU. em inglês.

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CAPITULO 2 TAANSfOAMAOOAES 85

Considere o circuito equivalente T dn Fig. 2. 11 a do transfonnador de distribuição, com 50


kVA c 2400:240 V. do Exemplo 2.3. no qual as imrx:dâncias es1ão referidas ao lado de alia
tenSão. (a) Desenhe o circ.uito equivalente L com o ramo em derivação nos renninais de nha
tensão. CaJcule c indique numericameme no desenho os valores de Rtt~t e X.,... (b) Com os te-r .
minais de baixo tensão em aberto, e 2400 V aplicados aos terminais de alta tensão. calcule a
tensão nos 1enninais de baixa tensUo para cada tipo de circuito equivalente.
• Soluçio
o. O circuito equiv~alcntc L csu1 mostrado na Fig. 2.13. Os valores de R.:q c X~ são calculados
como sendo simplesmente a soma das impcdâncias em série dos enrolamentos de all:-l c
bnixa tensão dn Fig. 2.11 a. ou scj:a.
R., = 0.12 + 0.10 = 1.42 n

X., =0.92+0.90= 1.8211


b. Para o circuito equivalente T da Fig. 2. 11a, a tensão nos terminais c'~d' será dada por

v........ = 2400 ( z. ) s 2399.4 + }0.315 v


z. + z,,
Isso corrcsponde a uma te-nsão eficaz de 2399.4 V. Quando renetida aos tcm1inais de bai·
xa tensão. pela relação de es piras de baixa para alta tensão. essa tensão corrcspondc a
239,94 V.
Como a impedJncia de excitação. no circuito equivalente L da Fig. 2. 13, é ligada dire·
tameme aos tenninais de aha tensão. eruão não haver.'í. queda de tensão em nenhuma das im·
pedâncias de dis pers5o em série, e a tensão de secundário setá 240 V. Essas duas soluções
diferem em 0,025% o que está bem dentro de uma exatidão ruoável em tennos de cngcnha..
ria, justificando cla.rame-me o uso do cin:-uito equivalente L na análise desse transformador.

Uma simpl ificação analítica adiciOJlal resulta, se descollsiderarmos a con-ente de exci·


ração pOr completo. como na Fig. 2.12<:. em que o tnmsfonnador é representado por uma im-
pedfíncia equivalente em série. Se o tr..lnsfonnador for de gmnde porte (diversa." centenas de
quilovohs-amphes ou mais). a resistência equivalente R~ é pequena, quando co•nparada com
a reatânci;.l equivalente X(,.. e freqüe-ntemente pode licr desconsiderada. resullando o circuito
cquiv:'tlcrue da Fig. 2. 12d. Os circui(OS da Fig. 2.12c e d são suficie111emerue exatos para a
maioria dos problemas ordinários de sistemas de potência. c são usados em todas as análises,
com exceção das 1nais detalhadas. Finalme.ue. em situações onde as correntes e as tensões são
determinadas qua.w que inteiramente por circuitos externos ao lr::msrormador. ou quando um
alto gmu de exatidão não ê exigido. pcxle-se desprezar completameme a impedilncia do t.rans-
ronnador e considetá-lo ideal. corno na Seçolo 2.3.

14.. = X«~=

a o-----.-----\A~--']~~R~u~~
1
1
U'-
' --OC
I .42ft

FKiUAA 2.13 C ircuito equWalente L do Exemplo 2.4.

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86 M ÃOUINAS E LbRICAS

Os circui1os d" Fig. 2.12 1êm a vanwgcm ndicional de que a resistência equivalente
lOii.d R~ c a remância equivalente tOtal X~ pOdem ser detem1jnadas por meio d-e um e nsaio
muito simples. no qual um dos lcrmin.ais é curto-circuilado. Por outro lado. o processo p:l-
ra se determinar as rcatâncias de dispersão X11 c X11 , c também um conjunto completo de
parfimeu os, é mais difícil no caso do circ uiiOequiválenle T du Fig. 2. 10c. O Exemplo 2.4
ilustro que. devido à queda de 1e11São nas i rnpedãnc i n..~ de dispersão, a rel:1çi'ío das 1cnsões
medidas de um transformador n5o será ide nticame-nte igunl à relnção ideali7.ada de ten-
sões que seria medida se o transformador fosse ideaL De fato. sem algum conhecimento
a priori da relação de espiras (baseado. por exemplo, no conhecimento da constn•ção in-
terna do transfom1ador), não é possível fazer um conjunto de medidas que determine de
fonna ónica a relação de espiras, a indutância de magnetização e as impedâ:ncias indivi-
duais de dispersão.
Podc-.se mostrar. .simplesmente a partir de mcdid'IS feitas nos terminais. que a relação de
cspiru. a rcatância de mugnctiz..1.ção e as rc01tâncias de dispersão de um circuito equi valente
de um aransrormador não são c,oracleríslicas únic-as. Por exemplo. " relnção de espiras pode
ser escolhida. arbitrariamente e, para cada. escolha, have-rá um conjunto conespondente de va-
lol'e s de re.atfincias de djspersão e de mngnetizaç.ão que se ajustam às caract eríst i ca.~ medidas.
Cada um dos circuitos equivale111es terá as mesmas c.a raclel'fSticas elélricas nos terminais. Es-
se fato tem a feliz conseqüência de que qualquer conjunto autoconsistentc de parâmetros de·
[emtinados empiricamente pode representar adequadamente o transformador.

E UMPLO 2 .5

Um transformador de 50 k VA e 2400:240 V, t ujos parâme-tro::> estão dados no Exemplo 2.3, é


usado para baixar a tensão no lado da carga de um sistema alime-ntador cuja impedância é
0,30 + jl .60 O. A tensão v. no terminal de envio do alimentador é 2400 V.
Encon1re a tensão nos tenninais do secundário do transformador quando a c:ttga conec-
tada ao seu secundário recebe a corremc nominal do transformador. com u111 fator de potên·
cia (FP) de c-arga de 0.80 indutivo. Despreze :IS quedas de tensão. no transformador e no sis-
lcma de ulimentação. causadas pela corrente de cxcitnçào.
• Solução
O c ircuito. com todas a~ quantidades re ferida~ no lado de alta tens:io (primál'iO) do 1ransfor·
mador, está mosu ado na fig. 2.14a, onde o tran~fonnador foi representado por sua impedân-
cia equivalente. como na Fig. 2. 12c. Da Fig. 2.1la, o valor da impedância equivalente é Z«~ =
1.42 + j l .82 n cu impcdância combinada do alimcntador e do transfonnador em série é z =
1,72 + j3,4 2 O . Da espet::iticnção nominal do tronsfonnador, a corrente de carga. referida :10
lado de alta 1ensão. é f = 50.1J00/2400 = 20.8 A.
Essa solução é obtida majs facilmente com ajuda do diagrama fasorial refe1·ido llO lado
de aJta tensão. como mostr::ado na Fig. 2.14b. Observe que o f::ator de potência está de finido no
lado da carga do tr.msfonnador c. portanto. detenninu o ângulo de fase 8. entre a concnte de
carga f c a tensão (t,. como
Oc - at\.'t."OS (0.80) e - 36,87"

Do diagrama fasorial. vem


Ob = JV.2 - (bc)! e \'1= Ob - ab

Obsen•e que
bc = I X ~o.-.osO - I R r.e.nO aiJ = I R1.-osO + I X sen O

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C APiTuLO 2 T RANSFORMADORES 87

a
"· O'o
c

v, "f<!!- '\-'•
)IX
iR

i
(o) (I>)

FIGURA 2.14 (a) Circuito equivalente e (b) diagrama rasO<ial do Exemplo 2.5.

onde R e X são. respectjv~uncntc. a resistência c a rcatância combinadas. Assim.


lx: = 20.8(3.42)(0.80)- 20.8( 1.72)(0Jo0) = 35.5 V

oh = 20.8( 1.72)(0.80) +20.8(3.42)(0.60) = 71.4 V


A substituição dos valores numéricos mostra que V 2 = 2329 V, referida ao lado de alta tensão.
A tensão real nos tcm1inais do secundário é 2329/ 1O. ou
V:=233V

Repita o Exemplo 2.5 p;~ra urna cargo <1uc recebe~~ torrente nominal do trnnsformador, com
urn fator de potência de 0.8 capacitivo.
• Solução
V!•239V

Dois ensaios muito simples servem l)am derenninar 08 parâmetft)S dos circuil.os equivn 4

lentes das Figs. 2. 1O c 2.12. Consistem em medir tensão. corrente c potência de entrada do
primário~ primeiro, com o secundário em curto<in:uito e opós com o sccu.ndá.ri<, em circuito
oberto.
E·nsaio de Curto~ CirwH o O e11saio dt' curto-circuito pode ser usado par;.1 encontrar a im 4

pcdtmcia cquiv:alcnte em série R~'1 + jXcq· Embora seja :arbitrárin a escolha de <1ual cnrol:uncn 4

to usar pnrn o cuno-cirt:uilo. iremos simpliticnr esta discussão considerando que o curto-cir-
cuito seja 3plicado ao secu n d~rio do tra.n$fonnador e a tensão, ao primário. Neste tipo de en 4

s~1i0, por conveniência. o lado de ah.a le-nsão é tomado usualmente como sendo o primário.
Como a impedância equivalente em série é relatjvarneme baixa em um transformador tfpico,
\lma tcnsflo da ordem de 10 :l 15% ou menos do v:llor nominal, aplicada ao primário. rcsul-
lará nn corrente nominal.
A Fig. 2.15a mostra o circ-uito equiva.lente, com a imt,OOância do secundário do trans-
formador referida ao lado do primário. c um curto--circuito aplicado ao secundário. A impc-
dáncia de curto-circuito Zw. olhando par.r. o primário sob essas condições. é
z - R ·x1 Z• (Rz + jX,,)
(2.28)
ce -
1
+J ' + l f' + R2 + j Xt~
Como a impedância Z., do ramo de excitação é muito maior do que a impedància de dispersão
do secund;irio (o que é verdadeiro a não ser que o núcleo esteja fortemente saturado por uma

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88 M AoUINAS ELrn>ICAS

-
i..:
+
x,,
'000 I .••• +
• uuu

~x...
L..-,lr'
<•l (b)
FrGURA 2.15 Circuito equivaleme com o secundálio em curlo-circuito. (a) Circuito equivalente
completo. (b) Circuito equivalente L com o ramo de excitação no secundálio do transfa<mada<.

tensão excessiva aplicada ao primário: que cenamente não é o caso aqui), a impcd:lncia de
curro-circuiro pode ser aproximada por
l " "< R,+ jX,, +R, + jX,, =R., + j X"' (2.29)
Obsen•e que a aproximação fei1a aqui é equivaleme à aproximação feiw ao se reduzir o cir-
cuito equivalente T ao equivalente L. Isso pode ser consratado a panir da Fig. 2.15b. A impe-
dância vis1a na entrada desse circuiro equivalerue é claramente Z,'C = Z~ = R'-'4 + jX.,11 porque a
OOrTente de excitação foi t.'Oiocada diretamente em curto pelo curto-circuilo do secundário.
Tipicameme, a insrrumemaç.ão utili1..ada nesse ensaio mede. em módulo. os valores cti·
cazes da tensão aplicada Vc.:• da corrente de cuno.circ.uito /« e da pocência P«' Baseando-se
nessa...; três medidas. a resistência e reatância equivalentes (referidas ao primário) podem ser
obtidas a partir de

(2.30)

(2.31)

X,.q = Xc.: = j1 Z,-cl 2 - R].: (2.32)

onde o símbolo ll indica o módulo da grandeza complexa abarcada.


A impcdfmcia equivalente pode muumlmcnte !i<.:r referida de um Indo a outro do modo
usual. Nas rarJ.S ocasiõe!i em que se deve us:lr o circuico equivalente T da Fig. 2.10d. valores
aproximados das resistência.~ e remilncias de dispersão individuais do primário e do secundá ·
rio podem ser obtidas s upondo que R1 =R! = O.SR"' c X1 :::: X12 = 0.5Xtq. com todas a.s impc·
é
dâncias referidas ao mesmo lado. Estrilamence falando. C\•i dente <IUC pode-se medir R, c R~
diretamente, realizando uma medida CC de resistência em cada enrolamento (e entt.o referin-
do uma ou outra ao outro lado do transfonnador ideal). Entretanto, como j á foi discutido. não
existe um teste simples como esse para as reatâncias de dispersão X,, e X 1! .
Ensaio de Circuilo Aberto O ensaio de ârc:uilo aberto (ou a vaz.io) é realizado com o sc-
cund(trio em abcno c a tensão nominal aplicada ao primário. Sob essas condições. uma cor-
re.ue de excitaçâQ de alguns poucos por ccnco da corrence de carg~~ tocai (menor nos grandes
cransfonnadorcs c maior nos pequenos) é obtida. A tensão nominal é escolhida de modo a as·
segurar que a rcatância de mag:nclizo.tçt.o opere em um nível de n uxo próximo daquele que
ocorre em condições oomtais de operação. Se o cransrormador fot· usado em alguma outra ten-
são. diferente da nominal. então o ensaio deve ser feito com uqucla tensão e não com {t nomi·

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CAPITULO 2 TAANSFORMADOAES 89

nal. Por conveniência. o lado de buixa tensão é tomado usualmente como sendo o primário
nesse ensaio. Se o primário nesse teste for escolhido como sendo o cnrohuncnto oposto no
usado no ensaio de curto circuito, dc-vc se :~s.scgur.1r·sc de-que as diversas im.pcdiinciru; medi ~
4 4

das sejam refel'idas a um mesmo lado do transformador, para que um conjunto de valores de
parãmeU'Os autoconsistente seja obtido.
A Fig. 2. J6a mostra o circuito equivalente-, com a impedância do secundário do trans 4

fom1ador referida ao lado do primário, e o secundário e-m aberco. A impedância de circuito


aberto ZNI vista no primário sob essas condições é
. . R< (jXm)
2" =R, + 1 x,, + z. = Ro + JXo , +R ·x
c+ J rn
(2.33)

Como a irnpedãncia do ramo de excitação é bem elevada. a queda de tensão na impcdância de


dispersão do primário, causada peln correm c de excitaçtto. é nonnalmentc desprezível, c a
tens.io aplicada ao primário v(.
é (JU:.lSe igual à FEM t(. induzida pelo nuxo resultante no nú·
cleo. Do mesmo modo. a perda ~;tR1 no primário, causada pela corrente de excitação. é des·
prezível, de rnodo que a po1ência de entrada Pu é (JUasc igual à perda no míclco E;;R~. Como
resuhado. é comum ignorar a impedância de dispersão do prim;lrio. c aproximar a impcdân·
cia de circuito abel'lO como sendo igual à impedüncia de magnetização

(2.34)

Observe que a aproximação feita aqui é equivalente à aproximação feita ao se reduzir o cir·
cuito equivalente T ao equivalente L da Fig. 2. 16b. A impedância vista na entrada desse circuito
equivalente é claramente z. porque nenhuma corrente irá circular no secundário em aberto.
Como no ensaio de curto..circuito. a instrumentação tipicamente utilizada nesse ensaio
mede os valores eficazes da tensão aplicada v,•. da corrente de circuito abeno /a e-da JX>tência
Pr.· Dcsprcz~mdo a impcdância de dispersão do primário e baseando-se nessas três medidas, a
resistência c a rcatftnciu de magnetização (referidas ao primário) podem ser obtidas a partir de
V'
Rc =~ (2.35)
p"

(2.36)

I
Xm= r======2 (2.37)
V< 1/ 1Z.D' - (I/ R,J

- "·
Xe>~ • Rcq=

+
~~;a x,,
'000
I

x,:
•••
R,
+
-
i~

I
x,,+ x4
••••
R 1 +R2

R,' + ~
,,(li
:·:~X, v..,. R, ;~Xm
I I
( a) (b)
FIGURA 2.16 Circuito equivalente, com o secundário em aberto. (a) Circullo equivalente
completo. (b) Circuito equivalente L. com o ramo de excitação no primário do transformadOt.

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90 MÁ01JINAS EtETRICAS

Natumlmcnte, os valores obtidos são referidos ao lado usado como primário neste ensaio.
O ensaio de circuito aberto pode ser usado par..t se Obter as perdas no míclco, em cá leu·
los de rendimento, e para se verilicar o módulo da COJTente de exciwçt.o. Algumas vezes, a
tcnsüo nos terrninnis em aberto do secundário é medida para se verilicar a relação de espira.~.
Observe que, se de-sejado, um cálculo ligeiramente mais exaw de Xme Rt é possl\tel
u.s:mdo-sc as medidas de 1< 1 c X11• obtid:.t.s do ensaio de cuno-drcuito (referido no lt)dOode·
qundo do LrnnsJonnador) e base:mtlo-se a de.dução na Equaç~o 2.33. Entrelanto. esse e.~forço
adicional rarameme é necessário parn os propósitos de exatidão tal como se adota em enge·
nharia.

ExEMPLO 2.6

Com os instn•mcntos ~Lpl i c:• dos no lodo de :dia tensão e com o Indo de b:üxa tensào en\ curto·
circuito. as leituras tiO ensaio de curt.o-circuito com o ttansfonnador de 50 kVA e 2400:240 V
do Exemplo 2.3 são 48 V. 20,8 A e 6 17 W. Um ensaio de circuito abeno, com o lado de baixa
lensão energizado. lon1ece as leituras naquele lado de 240 V. 5.4 1 A e 186 W. Determine o
rendimento e~ regulação de tensão :• plena carga com um fa tor de polência de 0,80 indutivo.

• SoluçAo
Do ens~j o de curto circuito. os valores da impcd(tncia e<Juivalcnte, da rcsistênci:.t equivalente
c da re,;uânciu equivalente do 1ransronnador (rererido ao lado de alta tensão. indíc,ado pelo
subscrito A) são
6 17
R"'~·" -- -20.8 1 -141
-
n
• - u

X('OI,A = J2.3P - 1.421 = 1.82 Q


A l)per~u;ão a plena carga, com um fatOI' de pOiência de 0.80 indutivo. corresponde a
uma correme de
50000
I• = = 2(),8 A
2400

e urna potência de saída de


P.u.; P~,.; (0,8) 50000 ; 40000W

O valor das perdas totais sob css:as condições de opcrnçfto é igual à soma das perdas no
enrolamento

e das perdas no núcleo dcte•·minadas pelo e-nsaio de circuito abeno


p ookleo = 186\V

Assim.
P~.._ = P~AJJ + PoiKJ~M = 803 W

c a potência de cntn·td:t do tmnsronnndor é


p(rfhJ.o = p~ + p~ = 40803 w
O remlimento de um dispositivo conven;or de potência é definido como sendo
' p..u;., p---.J;. - p..,..,. p~
re-nduUtlllO ;;;;: - - ;;;;: = I - --
p~ p~''"""" p........

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CAPiTULO 2 TAANSf0AMAOOf1ES 91

que pode ser expresso perccntuahncnte muhiplicando·se por I00%. Assim. para essa condi-
ção de operação. vem

.
rendunentu = 100% ( -
P•'* - ) = 100% ( 40000 ) = 98,0%
p\'1'11.. 40000 + 803

A regulaçiio de 1enscio de um transformador é definida como sendo a variação de (ensão


nos terminais do secundário quMdOse passa do. condição sem carga para cargn total. É ex·
pressa usualmente como uma percemagern do tensão em plena carga. Em aplicações de sistc·
mas de potência. a regulação é uma figura de mérito de um transfonnador: um valor baixo in·
dica que as variaçõe." de carga do secundário do trarlsfonnador nlio afetam de fonn:l signifi·
cativa o valor da tensão fornecida à carga. É calculada supondo que a tensão do primário per-
manece constante quando a c.arga é removida do secundário do transfonnador.
O circuito equivale me da Fig. 2. 12c se.rá usado com toda.-; as quantidades referidns ao
lado de aha tensão. Supõe.se que a tensão do primário seja ajustada de modo que a tens?io dos
tenninnis do secundário tenha o seu valor nominal a plena carga. ou V 2" = 2400 V. Para uma
carga com o valor nominal e fator de potência 0.8 indutivo (correspondendo a un"' ângulo de
fator de potência de 6 =- arccos <0.8) = -36,9• , a corrente de carga será

( 502400
!" • x tO') ~-Jif..• =20.8(0.8 - j0.6)A

O valor necessário de tensão no primário V1 " pode ser calculado como


Vu. = v!.\+ i"<R.,.. ... +; x.,..o\>
= 2400 + 20,8(0.80 - j0.60)( I.42 + j I.82)
= 2446+ jl3

O módulo de fi'" é 2446 V. Se essa tensão fosse mantida constante e a carga removida.
a tensão do secundário em circuito abe-n o se eteva1·ia para 2446V. referida ao lado de alta tcn·
são. Então,

Repita o cálculo da regulação de tensão do Exemplo 2.6 com uma carga de 50 kW (carga no-
minal, fator de pocência uni1ário).
• Solução
Regulação = 1.24 %

2.6 AUTOTRANSFORMADORES, TRANSFORMADORES DE


MÚLTIPLOS ENROLAMENTOS
Os princ(pios discutidos nas seções ameriores foram desenvolvidos c.om refetência especifl.
c-a a transformadores de dois eMolamentos. Aplicam.se 1ambém a transformadores com ou.
Iras configurações de enrolamentos. Aspectos relativos a autotransfonnadores e tra.nsfonna-
dores de múltiplos enrolamentos são examinados nesta seção.

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