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Nome: Caio Bernardi Zaia RA: 11201921142

A partir do vídeo de Rogério Haesbaert, esse texto tratará de responder algumas perguntas em
relação ao tema desterritorialização e território, levando em conta a visão de Haesbaert sobre
o assunto e seu conhecimento, após uma breve introdução a sua apresentação ele vai trazer a
necessidade entender como se dá a importância da desterritorialização para o meio social
contemporâneo para entender os processos sociais que estão se desencadeando.
Dada essa introdução ele fala de sua pesquisa sobre outros autores (a maioria fora da
geografia) que também utilizam tal conceito, e ele encontra quatro composições que
fundamentam a desterritorialização, são elas: econômica, política, cultural e filosófica,
levando em conta que na última dois autores foram quem mais se desenvolveu esse tema.
Começando pela econômica, onde um sociólogo francês diz que a própria modernização e a
globalização causada pelo capitalismo seria um sinônimo de desterritorialização, outros
autores também trarão a questão que o momento contemporâneo do capitalismo está
completamente ligado ao tema, além de um geógrafo que define tal assunto fazendo uma
relação com as empresas e a mobilidade que elas têm, logo ligando a outros autores que darão
o nome de deslocalização, onde as empresas seriam muito flexíveis em relação a sua
mobilidade, e por último ele fala de Pierre Levi que considera que a desterritorialização
estaria atrelada a virtualização do mundo contemporâneo, onde o trabalhador não precisa
estar necessariamente no trabalho presencialmente. Já na perspectiva política, ele fala de dois
autores mais conhecidos do tema e que eles falam que o Estado está se debilitando (entrando
em crise) e as fronteiras não tem mais aquele peso que tinha antes, e esse fim desse peso
estaria ligado ao assunto, outros autores vão dizer que o mundo é uma sociedade em rede,
logo dominada pela rede, não se tem uma fixação no local e por fim a ideia de império
contemporâneo tem a ideia de desterritorialização. Passando para a questão cultural, ele traz a
visão de Néstor García Canclini em que ele trata a desterritorialização como um produto do
hibridismo cultural, onde o mundo estaria culturalmente desterritorializando, ou seja, não
teria mais bases definidas, como por exemplo o surgimento da América do Sul que tem uma
cultura híbrida na sua base de formação, outro autor é o Arjun Appadurai que trará o termo
translocalização como sinônimo do tema, onde o mundo não teria uma posição fixa da
população. Por fim na visão filosófica, ele trará os autores Gilles Deleuze e Félix Guattari em
que eles associam desterritorialização como linha de fuga, como a saída do território.
Assim fica claro como se forma a linha de pensamento da desterritorialização e quais
conceitos de território estão atrelados a isso, Rogério vai então falar primeiramente de duas
vertentes que ele identifica a partir das concepções tratadas acima e depois vai tratar de uma
terceira.
As duas primeiras vertentes são a perspectiva materialista e a perspectiva idealista, onde a
visão mais materialista estarão mais presentes, dentro dessa visão ele trará vários autores que
irão tratar tal conceito de várias maneiras, seja ela a concepção de materialismo em si, o
físico, ou seja, a desterritorialização se daria na visão do Pierre Levi, que é essa falta de
território no ciberespaço, seja a visão mais física, onde a problemática da desterritorialização
estaria ligada aos fins das distâncias, onde a tecnologia acabou com as distâncias, e por fim
uma visão mais tradicional que considera o território como um recurso natural, trazendo um
pensamento mais atrelado a biologia, fazendo relação do território animal, pois o homem
também traz essa necessidade de se ter um território. Outra visão dentro da vertente
materialista seria o território como um elemento constituinte da sociedade, que se divide em
duas, uma visão mais simples de território como local econômico que gera uma dependência
das funções locais, fazendo menção ao processo de deslocalização tratado anteriormente e a
outra visão, que seria o espaço como dominação política, onde a desterritorialização aparece
com o fim desse Estado.
Já a perspectiva idealista tratará o território como espaço simbólico, de forma que seria uma
referência identitária ou valor, trazendo a discussão sobre desterritorialização justamente a
questão do hibridismo cultural e um espaço multi-identitário.
Após tais discussões sobre o tema Haesbaert vai falar sobre as dicotomias que pairam sobre
esse assunto da desterritorialização, de modo que se faz necessário romper tais dicotomias, a
primeira que ele trará é a da fixação e mobilidade, ou seja, trazer a mobilidade como
constituinte deste território, de modo a desconstruir que a fixação e a mobilidade são
contrapontos, trazendo a ideia de espaço e tempo, que são opostos, só que na verdade eles são
indissociáveis e múltiplos entre eles. A segunda dicotomia que precisa ser rompida é a da
separação do espaço contínuo e o espaço da rede, onde em teoria o nosso mundo
contemporâneo não teria mais essa característica contínua, de forma que teríamos nossas
vidas toda fragmentada e estaríamos amarrando ela em forma de rede, de modo que é
necessário parar de separar as duas concepções e passar a considerar como um conjunto das
duas, no que ele chama de território rede, que seria outra forma de formar território no mundo
contemporâneo. Por último, uma terceira dicotomia a ser rompida é a entre o funcional e o
simbólico, onde precisa se entender que o território carrega não só uma importância funcional
mas também uma simbólica, onde Haesbaert encontra tal relação até mesmo nos clássicos do
século XIX, como por exemplo o alemão Ratzel, que vai tratar da questão estatal da
Alemanha que sofria o processo de unificação e como se tinha uma questão espiritual
envolvendo essa confirmação do Estado alemão, após isso essa discussão volta à tona com
Gotman que trará uma questão mais simbólica do território também, e terminando seus
exemplos com Deleuze e Guattari que também trazem essa noção de território, fazendo uma
relação com a origem etimológica da palavra tem essa ambiguidade entre funcional e
simbólico.
Assim ele volta para a terceira vertente que ele trará por fim, que é a que ele chama de
“totalizadoras”, ou integradora, onde ele fala de autores como Milton Santos, que mostra que
não existe essa dicotomia entre mobilidade e imobilidade, uma autora francesa, que propõe o
território como a experiência total do espaço, e acrescenta que o problema de hoje em dia é a
falta de aproveitamento do mesmo espaço para as esferas políticas, econômicas e culturais do
indivíduo e por isso o território estaria acabando, e ele volta aos Deleuze e Guattari para falar
de suas contribuições, que eles falam sobre a construção do território no movimento, que ao
se articular em rede você está criando uma nova forma do território, ainda por cima o Rogério
também vai mostrar interesse na fala de Deleuze que trata o território como um processo
onde as relações sociais são constantemente reconstruídas.
Tendo discutido tais vertentes, Rogério vai trazer a proposta central de território onde com
base no próprio slide que ele apresenta se da por: “Território como produto do movimento
combinado de territorialização-desterritorialização do espaço, isto é, de relações de poder
construídas no e com o espaço, tanto de poder no sentido de dominação (mais concreta),
quanto de apropriação (mais simbólica).”. Assim ele vai trazer alguns elementos do território
que são importantes para ver o que mudou por causa do mundo globalizado, é então que ele
vai trazer a discussão entre território-zona e território-rede, onde se faz necessário citar o
próprio Rogério para a definição do que é território-zona: “controle dos processos sociais
através de zonas e limites ou fronteiras (domina o elemento zona ou área), prioridade à
estabilidade (“identidade”) ou à fixação (“enraizamento”).”, dando exemplo do território
estatal moderno; Já o território-rede, parafraseando Haesbaert novamente seria
“Território-rede seria como territórios descontínuos, marcados pela mobilidade, em que
predomina o elemento rede, ou seja, o controle dos fluxos pelo controle das redes (ou dos
pontos de conexão).” , onde ele trará o narcotráfico no Rio de Janeiro, onde o esquema se dá
por território-rede, além disso pode ser um território-zona só que em rede, tudo depende da
escala em que você estuda. A partir disso ele vai trazer com o exemplo do terrorismo
globalizado a questão da diferença entre os multiplos territórios e a multiterritorialiedade,
onde ele da o ecemplo da Al qaeda que utiliza desses multiplos territórios para a sua
articulação, onde se tem território-zona, uma rede que liga tudo, e até o Estado-nação, todos
fazendo parte disso, é assim então que se chega a multiterritorialiedade que o Rogério vai
preferir ao invés da desterritorialização, que visto eu seu slide, tem como definição: "Mais do
que sob a “desterritorialização”, o mundo vive hoje, sob o domínio de novas formas de
territorialização, como os territórios-rede, e da combinação de uma multiplicidade de
territórios que permite falar na vivência de uma multiterritorialiedade, a possibilidade, que
sempre existiu, mas nunca nos níveis atuais (especialmente com a “compreensão
espaço-tempo”), de experimentar simultânea ou sucessivamente diferentes territórios,
reconstruindo constantemente o nosso.”. A partir dessa discussão de multiterritorialidade
surge o problema da territorialização precária , onde se toma como exemplo os indígenas, que
não tem um território específico para sobreviver, ou seja a precarização da territorialização
humana, onde o próprio Haesbaert vai citar o José de Souza Martins que fala justamente
disso, "Rigorosamente falando, não existe desterritorialização, porque simplesmente não há
homem sem território, mas diversas formas extremamente precárias de territorialização. E são
os precariamente territorializados que vem sendo objeto, cada vez mais de processos de
reclusão territorial - ou seja, pode-se estar desterritorializado tanto na mobilidade quanto na
imobilidade (o que importa é quem exerce o controle).”.
Assim ele encerra a sua apresentação concluindo algumas coisas e até mesmo fazendo
propaganda de seu livro, onde ele trará uma discussão mais densa e extensa sobre o assunto.

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