Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


CURSO DE ZOOTECNIA

Avaliação da digestibilidade em Equinos e Ovinos com Farelo de Canola

Dourados
2022

SLOAN VICENTE, LETÍCIA BRISTOT, LORENZO GALEANO, WELLINGTON


ANTUNES

1
RESUMO

Nos experimentos foram usados ovinos e equinos, usando como substituto da


proteína bruta do farelo de soja com farelo de canola e para cada experimento foram
usados oito ovinos (macho) com pesos de 173,8 kg/PV em gaiolas metabólicas. O
método usado utilizou oito sondas com quatro equipadas com cânulas duodenais em
carneiros. Os tratamentos utilizados em ovinos foram com suplementação diárias de
0, 5, 10 e 15 g/kg peso corporal, de uma mistura feita a base de milho moído e
farelo de canola. O consumo de matéria seca de forragem teve alteração comparada
ao consumo de MST, FDN e FDA. Apresentando maior digestibilidade em MS e N
com os diferentes níveis de suplementação. E para a experimentação com os
equinos foram usados quatro equinos (machos) com idade média de 3,5 anos, com
pesos entre 400-450kg, em piquetes de 4×4 de espaçamento. Os níveis de
substituição de farelo de soja com farelo de canola não apresentaram nenhum efeito
dos nutrientes avaliados apenas apresentaram valores médios para MS, EB, PB,
FDN e FDA dos concentrados usados para esses animais , com uma substituição de
PB do farelo de soja pelo de canola com nível de 7% sem afetar a digestibilidade
assim tornando uma fonte alternativa. Já para os ovinos não afetou a digestibilidade
de FDN e FDA onde houve uma melhora na digestibilidade de MS.

PALAVRAS CHAVES: ovinos, equinos, digestibilidade, farelo de canola,


substituto.

INTRODUÇÃO

A produção animal tem sido desafiada devido ao aumento dos custos de


matéria-prima que tem tido elevados preços nos últimos anos, fatores que
auxiliaram neste crescente número foi a maior demanda por insumos agrícolas,
cereais e oleaginosas sendo que em alguns países sendo usada para produção de
energia. O farelo de soja é a fonte proteica mais amplamente utilizada, mas devido
ao seu alto custo, torna-se interessante o uso de um ingrediente alternativo como a
canola, que tem sido cultivada na região sul do Brasil como planta de inverno,
sendo que, atualmente, o farelo de canola (FC) apresenta preço inferior ao farelo de
soja (FS), oscilando em cerca de 70% do custo deste., que é resultante do
melhoramento genético de Brassica napus (colza), com a finalidade de diminuir o
teor de ácido erúcico e glucosinolatos, melhorando a palatabilidade e digestibilidade
dos nutrientes (Chavarria et al., 2011). Como a maioria dos subprodutos industriais,
o farelo de canola apresenta uma grande variabilidade na sua composição e no seu
valor nutricional, em função do tipo de processamento sofrido. Por não haver uma
padronização no cultivo da canola e no seu processo industrial pode haver uma
grande variabilidade em sua composição e valor nutricional em função do modo de
processamento, diferença entre cultivares e variedades o farelo de canola contém

2
mais fibra bruta e menos energia metabolizável (EM) do que o farelo de soja
(GOPINGER).

RESULTADOS

Tabela 1. Comparativo de digestibilidade aparente entre ruminantes e não


ruminantes quando suplementados com farelo de canola.
Farelo de canola Ruminantes Não ruminantes

Suplementação Suplementação

15(%) 35 (%)

MS 73% 66%

FDN 64% 52%

FDA 55% 44%

PB 87% 65%

Com os resultados obtidos com ovinos a suplementação não afetou a digestibilidade da


MS, FDN e FDA e consumo de N total e o consumo de N de suplemento, bem
como a digestibilidade aparente de N, excreção fecal e urinária de N e retenção
de N aumentaram linearmente com o aumento dos níveis de suplementação. A
verdadeira digestibilidade do N não foi afetada pelos tratamentos. Os resultados de
digestibilidade aparente da MS, PB, FDN e FDA dos eqüinos encontram-se na tabela. A
análise permitiu verificar que não foram detectadas diferenças entre os tratamentos.

DISCUSSÃO

Os ruminantes obtiveram maior degradação e absorção do farelo por conta de


apresentarem trato gastrointestinal melhor desenvolvido para degradação desta
proteína, a degradação ocorre por meio de microrganismos que vivem no rúmen até
aminoácidos, que será reciclado pelas bactérias para sintetizar suas próprias
proteínas. Farelo de canola representa proteína verdadeira da dieta onde separamos
em dois grupos PDR (proteína degradável no rúmen) e PNDR (proteína não
degradável no rúmen). Sendo assim parte dessa proteína não é degradada no rúmen
tomando direção ao abomaso ou estômago verdadeiro ocorre a desnaturação dela,

3
através liberação de HCl e pepsinogênio que ativa pepsina e desnatura está proteína
que será absorvida no intestino delgado. A outra fração que restou da PDR vai
realizar o processo de liberação de NH3 (amônia) e esqueleto carbônico onde
teremos o NDT(nutrientes digestíveis totais), que será utilizado para proteína
microbiana. Quando há excesso de emissão de NH3 ela é absorvida pela parede do
rúmen e carreada ao fígado para reciclagem desta amônia que será transformada em
ureia onde voltará para corrente sendo transformada em nitrogênio na saliva e
excretado pela urina. Os não ruminantes apresentaram menor digestibilidade porque
as proteínas sofrem desnaturação protéica ao chegarem ao trato gastrointestinal
através da ação do ácido clorídrico (HCl) e gastrina pelas células G, que
consequentemente libera pepsinogênio para ativação da pepsina e reduz o pH
estomacal que a secreção dessas enzimas pancreáticas é estimulada pela presença
colecistoquinina (CCK). Tendo como próximo compartimento intestino delgado
onde está chegando os polipeptídeos, oligopeptídeos e aminoácidos livres, sendo
que cada um deles apresenta uma velocidade de absorção sendo os aminoácidos
livres absorvidos por difusão facilitada e transporte passivo sem gasto de energia, já
os Tri- Dipeptídeo dependendo do cotransporte de sódio transporte ativo que gera
gasto de energia.

CONCLUSÃO

O conhecimento de monogástricos pode nos levar a ter o conhecimento mais


próximo possível dos mecanismos capazes de otimizar a utilização de proteínas
visando melhorar o desempenho produtivo destes animais, tendo noção de como
ocorre os processos de degradação e absorção. E também analisando alimentos que
favoreçam a produção e possam ser utilizados como segunda fonte de proteína nesta
dieta, como possível substituto do farelo de soja.

4
REFERÊNCIAS

CHAVARRIA, G.; TOMM, G. O.; MULLER, A.; MENDONÇA, H. F.; GONÇALVES,


A. C. Índice de área foliar em canola cultivada sob variações de espaçamento e de
densidade de semeadura. Ciência Rural, 41(12): 2084-2089, 2011.
GOPINGER, Edenilse et al. Farelo de canola e seu uso na nutrição de frangos de corte:
Revisão Canola meal and use in broiler nutrition.

Você também pode gostar