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MATERIAL COMPLEMENTAR
PROF.MAX DANTAS
35 – REVOLTAS COLONIAIS NATIVISTAS
AS REVOLTAS COLONIAIS
INTRODUÇÃO
As revoltas nativistas foram aquelas que tiveram como principal causa o descontentamento dos colonos
brasileiros com as medidas tomadas pela Coroa portuguesa, relacionadas com a crise do império colonial
português, no final do século XVII e início do XVIII.
A maior parte dessas revoltas foi reprimida com
violência pela Coroa, como forma de controlar seu
domínio sobre a colônia brasileira.

Entre os principais conflitos, podemos destacar a


REVOLTA DOS IRMÃOS BECKMAN, no Maranhão,
que aconteceu após a crise açucareira que atingiu o
Brasil em 1680; a ACLAMAÇÃO DE AMADOR
BUENO DA RIBEIRA, em São Paulo; a GUERRA DOS
EMBOABAS, em Minas Gerais, que culminou na
criação da Capitania de São Paulo; a GUERRA DOS
MASCATES, em Pernambuco, que foi fundamental
na separação de Recife e Olinda; e a REVOLTA DE
FILIPE DOS SANTOS, em 1720, na Capitania de São
Vicente. Figura://blogdoenem.com.br/revoltas-coloniais-nativistas-enem/

POR QUE NATIVISTAS?


As rebeliões nativistas não foram movimentos que pretendiam a independência do Brasil em relação a
Portugal, mas movimentos regionais que buscavam resolver conflitos localizados entre portugueses e
brasileiros.
ATENÇÃO
Alguns estudiosos afirmam que as revoltas nativistas não foram resultado de nenhum arroubo de paixão pela
pátria, nem um crescente desejo de conseguir a independência do Brasil; não se pensava na emancipação do país,
e sim na melhoria dos aspectos do pacto colonial.

CAUSA IMEDIATA
As causas das revoltas nativistas estão diretamente ligadas à crise do colonialismo português, no final do
século XVII e início do século XVIII.
FATORES DIRETOS
 UNIÃO IBÉRICA.
 PERDA DAS PRINCIPAIS
COLÔNIAS.
 DECADÊNCIA DO AÇÚCAR.
 DECADÊNCIA DO OURO.

Figura://www.historialivre.com/brasil/salaacucar.htm Figura:www.terrabrasileira.com.br/folclore3/k20ouro.html

O FIM DA UNIÃO IBÉRICA (1640) e a restauração deu início a uma nova


dinastia – BRAGANÇA –; a Coroa portuguesa aumentou o monopólio
sobre o Brasil, modernizando a administração e explorando ao
máximo as colônias para reerguer a economia portuguesa. Isso porque
Portugal havia perdido grande parte de suas colônias na África e na
América para os Holandeses, o que causou o enfraquecimento
econômico da Coroa portuguesa. Dessa forma, Portugal vai adotar
algumas medidas para reestruturar a economia e a exploração
colonial, principalmente de sua maior e mais próspera colônia, o
BRASIL. Figura://www.marktest.com/wap/a/n/id~2024.aspx

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PRINCIPAIS MEDIDAS
CONSELHO ULTRAMARINO, em 1642: era o órgão responsável pela administração colonial, com o objetivo
de evitar roubos e contrabandos e racionalizar a administração do Brasil e de outras colônias
portuguesas. O conselho passou a nomear os juízes – JUÍZ DE FORA – para administrar a colônia a nível
municipal. Assim, ocorrerá a inevitável perda de autonomia política que era conferida às elites locais.
Com o passar do tempo, até mesmo os vereadores das
câmaras municipais foram nomeados diretamente pelo
rei de Portugal, acabando definitivamente com a
liberdade política existente até então.

CRIAÇÃO DA COMPANHIA DO COMÉRCIO DO BRASIL,


em 1649, e da COMPANHIA DO COMÉRCIO DO
MARANHÃO, em 1682: Eram responsáveis pelo
abastecimento da colônia, obrigando os colonos a
comprarem e a venderem tudo por meio dessas
companhias. Elas acabaram com a já fraca liberdade
comercial do Brasil e forneciam produtos de baixa
qualidade a preços elevados para a colônia.

AS REVOLTAS COLONIAIS SE DIVIDEM EM DOIS


Figura://imagohistoria.blogspot.com/2017/10/charges-historicas-brasil-colonia-pacto.html
GRUPOS:

REVOLTAS NATIVISTAS: REVOLTAS EMANCIPATÓRIAS:


 ACLAMAÇÃO DO AMADOR BUENO – 1641.  INCONFIDÊNCIA MINEIRA – 1789.
 REVOLTA DOS BECKMAN – 1684.  INCONFIDÊNCIA BAIANA – 1798.
 GUERRA DOS EMBOABAS – 1708/09.
 GUERRA DOS MASCATES – 1710/11.
 REVOLTA DE FELIPE DOS SANTOS – 1720.

ACLAMAÇÃO DO AMADOR BUENO


ONDE? – SÃO PAULO – 1641.
POR QUÊ? – Fim da União Ibérica.
COMO? – Com a União Ibérica, houve maior liberdade de comércio no
território brasileiro, principalmente entre o Brasil e as colônias
espanholas da América.
Nesse contexto, Portugal perdeu
suas principais colônias
fornecedoras de escravos
ocorrendo um aumento
substancial da escravização
indígena feita pelos bandeirantes.
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Sao_Paulo_in_Brazil.svg

Com o fim da União Ibérica, o


governo português interrompeu o negócio e Portugal proibiu a
escravização indígena, buscando ampliar seus lucros, forçando os
colonos a comprarem escravos africanos oferecidos pela Coroa,
por meio das companhias de comércio. Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o_ind%C3%ADgena_no_Brasil

Outro ponto é a volta do pacto colonial, pois os


comerciantes paulistas temiam perder as vantagens econômicas obtidas durante a
União Ibérica.

LÍDERES – AMADOR BUENO, COMERCIANTES e BANDEIRANTES PAULISTAS.

Figura://robertoaniche.com.br/2018/02/13/a-
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aclamacao-de-amador-bueno/
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RESULTADO – Os comerciantes e os bandeirantes paulistas
proclamaram AMADOR BUENO para ser o rei da capitania e o
líder contra a centralização.
Sabendo que uma insurreição contra a Coroa de Portugal
prejudicaria ainda mais o desenvolvimento comercial da região,
Amador Bueno recusou-se a aceitar a liderança.
Fugiu com medo da reação da metrópole e abrigou-se no
mosteiro de São Bento. Mais tarde, o Rei Português perdoa
Amador Bueno.

Figura://commons.wikimedia.org/wiki/File:Oscar_Pereira_da_Silva_-
_Aclama%C3%A7%C3%A3o_de_Amador_Bueno.jpg

REVOLTA DOS BECKMAN


ONDE? MARANHÃO – 1684.
POR QUÊ? – Falta de mão de obra escrava para as lavouras de açúcar e de
algodão e a revolta dos fazendeiros devido à intromissão dos jesuítas na
escravização dos índios. Sem contar que a elite agrária estava insatisfeita
com o monopólio da Cia. de Comércio do Maranhão e, com o desenrolar
da revolta, os fazendeiros se voltaram contra as companhias de comércio
devido à má qualidade dos produtos vendidos aos colonos a altos preços.
LÍDERES – Tomás e Manuel Beckman e Jorge Sampaio.
LUTA – Iniciou-se contra os jesuítas, que eram contra a escravidão de
indígenas, e, assim,
os
Figura://ia.wikipedia.org/wiki/Maranh%C3%A3o fazendeiros
expulsaram os
jesuítas da região. Em seguida, os revoltosos
aproveitaram a ausência do governador, invadiram e
incendiaram os depósitos da Cia. do comércio.
RESULTADO – A metrópole aceita ouvir as exigências
dos revoltosos, que era, basicamente, só uma: O FIM
DAS CIAS DE COMÉRCIO NO MARANHÃO.
Assim, Tomás Beckman foi até Portugal. Na volta, foi
preso. Seu irmão Manuel e outras lideranças já
haviam sido executadas. Ao mesmo tempo, atendeu
os interesses dos colonos: EXTINGUIU AS CIAS DE
COMÉRCIO DO MARANHÃO E VOLTOU A PERMITIR
A ESCRAVIZAÇÃO INDÍGENA, além de enviar outro
governador para a região. Figura://sinesiorgomes.blogspot.com/2016/04/1684-revolta-de-beckman.html

GUERRA DOS EMBOABAS


ONDE? – MINAS GERAIS – 1708/09.
POR QUÊ? – Disputa entre os bandeirantes e os portugueses pela posse
da região mineradora.
Preços abusivos cometidos pelos comerciantes
portugueses na região mineradora.
LÍDER – Manuel Borba Gato - BANDEIRANTE e
Manuel Nunes Viana – EMBOABA.
LUTA – Com a descoberta do ouro nas “gerais”,
muitos foram para a região mineradora, mas os
bandeirantes (que foram os descobridores do ouro)
achavam que tinham direito exclusivo de minerar.
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_Gerais Assim começa uma disputa pela região entre os
bandeirantes paulistas e os estrangeiros
portugueses, que eram chamados de EMBOADAS.
Figura://guerrasdosemboabas.blogspot.com
/
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Dessa forma, os portugueses organizaram tropas e derrotaram
os bandeirantes paulistas em várias batalhas. A principal luta
ocorreu no chamado Capão da Traição, onde mais de 300
paulistas foram massacrados.
RESULTADO – Os bandeirantes foram para outras regiões e
receberam o perdão.
Foram criadas novas capitanias, São Paulo e Minas do Ouro,
separadas do Rio de Janeiro e de algumas cidades, como
Mariana. Sabará e Vila Rica foram elevadas à categoria de
vila.
Figura://www.estudopratico.com.br/guerra-dos-emboabas-historia-causas-e-consequencias/

GUERRA DOS MASCATES


ONDE? – PERNAMBUCO – 1710/1711.
POR QUÊ? – Decadência do ciclo do açúcar após a expulsão dos
holandeses, o que levou a uma rivalidade entre os senhores de engenho
e os comerciantes portugueses de Recife. Isso porque os senhores de
engenho de Olinda contraíram dívidas com os comerciantes
portugueses de Recife. Os comerciantes portugueses, por sua vez,
cobravam juros extorsivos e tomavam as terras dos devedores e, assim,
faziam fortuna.
Com o passar do tempo, essas
tensões criaram um forte
sentimento antilusitano,
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Pernambuco principalmente entre a
aristocracia rural de Olinda, que passou a chamar os
comerciantes de MASCATES, com o intuito de os ridicularizar.
LÍDER – Pedro Ribeiro da Silva
e Bernardo Vieira de Melo.
LUTA – Devido à crise do
açúcar em Olinda, Recife
desenvolveu-se Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Pernambuco

economicamente em virtude do comércio e, embora os portugueses


tivessem dinheiro, eles não tinham poder político. Assim, pediram ao rei
de Portugal que Recife fosse elevada à categoria de VILA, pois, dessa
maneira, eles teriam autonomia política.
O rei prontamente atende esse pedido e Recife é elevada à categoria de
“vila”, indignando, então, os latifundiários de Olinda.
A guerra teve início com a vitória dos olindenses, que conseguiram
invadir e controlar a nova cidade pernambucana.
Figura://blogs.diariodepernambuco.com.br/historiape/index.php/2016/06/13/bernardo-
vieira-de-melo-guerreiro-e-republicano/

O senhor de engenho BERNARDO VIERIA DE MELO, principal líder do


movimento, clamou por um governo autônomo em Pernambuco, mas a maioria do engenho queria apenas
garantir a sua participação no governo.
RESULTADO – O conflito arrasta-se entre 1710 e 1711. A metrópole interveio, enviando um novo
governador, Félix José Machado. Em seguida, conseguiu retomar o controle de sua cidade. O líder
Bernardo Vieira de Melo foi preso e exilado.

IMPORTANTE
Foi a primeira vez que a Coroa portuguesa contrariou de forma explícita os interesses dos senhores de engenho,
conhecidos como A NOBREZA DA TERRA. Recife tornou-se a capital de Pernambuco, aumentando, assim, o poder
político dos portugueses. Com a vitória dos comerciantes, essa guerra apenas reafirmava o predomínio do capital
mercantil (comércio) sobre a produção colonial.

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DICA SALVADORA
A partir desse momento, fortaleceu-se o SENTIMENTO ANTILUSITANO na região, fato que influenciará outros
movimentos na região, como a REVOLUÇÃO PERNANBUCANA, em 1817, a CONFEDERÇÃO DO EQUADOR, em
1824, e a PRAIERA, em 1848.

REVOLTA DE FELIPE DOS SANTOS


ONDE? – VILA RICA (atual Ouro Preto) – 1720.
POR QUÊ? – A proibição da circulação de ouro em pó e a tributação
excessiva com a criação das casas de fundição, somado ao alto preço dos
alimentos, ocasionou a revolta.
LÍDER – Felipe dos Santos – TROPEIRO e PASCOAL DA SILVA –
MINERADOR.
SITUAÇÃO – Para acabar com o
contrabando, a Coroa proibiu a
circulação de ouro em pó e criou as
casas de fundição, onde o ouro deveria
Figura:Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_Gerais
ser derretido, formando lingotes e
recebendo o selo real. Nesse processo, os funcionários régios já
extraiam o “quinto”, geralmente em excesso, causando a revolta nos
mineradores. Figura://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=229523

LUTA – Filipe dos Santos liderou 2 mil


mineradores contra a instalação das casas
de fundição e exigiu a redução dos preços
dos alimentos.
O conde Assumar não tinha condições de
submeter os mineradores em
superioridade numérica e prometeu
revogar a lei das casas de fundição e
atender as outras reinvindicações locais.
RESULTADO – O governo aceita essas
exigências para ganhar tempo, mas
organiza tropas e sufocam a revolta. As
casas de fundição foram, então,
instaladas, passando a funcionar a partir
de 1725 e o principal líder, Felipe dos
Santos, é morto e esquartejado, em 16 de
Figura://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=229523
julho, para “exemplar a população local”.
OUTRAS REVOLTAS
 REVOLTA DA CACHAÇA
 CONJURAÇÃO DO NOSSO PAI
 REVOLTA DO SAL

REVOLTA DA CACHAÇA
ONDE? – RIO DE JANEIRO – 1660/1661
POR QUÊ? – Motivado pelo aumento de impostos
excessivamente cobrados aos fabricantes de aguardente e
pela proibição do comércio e consumo da cachaça,
autorizando somente o consumo para os escravos.
Também é chamada de Revolta do Barbalho ou Bernarda.
LÍDER – Jerônimo Barbalho Bezerra.

Figura://www.brasilnocopo.com.br/7-fatos-sobre-nossa-cachaca/

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LUTA – Os portugueses criaram a lei que proibia o comércio da cachaça para forçar os
brasileiros a comprarem o vinho português. A situação sofreu um revés quando os
holandeses foram expulsos do Brasil e passaram a produzir açúcar nas Antilhas, o que
levou à imediata decadência da produção brasileira. Assim, com o açúcar em
o:Katia.png
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheir

decadência, a cachaça começou a ganhar valor no mercado e, contrariando as leis


portuguesas, a produção e o consumo de cachaça aumentou significativamente.
Assim, para tentar coibir a produção, muitas vezes
clandestina de cachaça, o governo português mandou
destruir e colocar fogo nos alambiques.
Nesse contexto, para tentar controlar a situação, o
governador SALVADOR CORREA DE SÁ autorizou a
produção e o consumo de cachaça, mas propôs um
novo aumento de impostos. Alguns produtores não se importaram com a
nova carga tributária, isso porque foi permitido a eles o consumo e o
comércio de cachaça. Já, a grande maioria dos senhores de engenho foi
contra esse aumento de impostos.
As tensões aumentaram quando essas leis que permitiam o consumo e
comércio da cachaça tiveram que ser revogadas, pois o governador não
tinha autonomia para criar leis. Figura://ipco.org.br/tag/salvador-correia-de-sa-e-benevides/

RESULTADO – Durante meses, houve reuniões na fazenda Jerônimo Barbalho Bezerra e, em 8 de


novembro de 1660, os revoltosos, liderados por Bezerra, chegaram ao Rio de Janeiro e exigiram o fim das
taxas e a devolução daquilo que já havia sido cobrado. As casas do governador foram saqueadas e
Agostinho Barbalho foi nomeado governador. A revolta teve fim com a invasão das tropas do governo,
em 6 de abril de 1661. Os líderes foram presos, sendo Barbalho o único condenado à morte. Ainda no
mesmo ano, o governo português liberou a produção de cachaça no Brasil, mas proibiu o consumo.
Somente em 1695 é liberado o consumo de cachaça.

CONJURAÇÃO DO NOSSO PAI


ONDE? – PERNAMBUCO – 1666.
POR QUÊ? – Pernambuco lutava para reconstruir suas principais cidades
destruídas pelas lutas contra os holandeses, somado ao
descontentamento dos senhores de engenho com a Coroa portuguesa, a
partir da nomeação de JERÔNIMO DE MENDONÇA FURTADO para
governar a capitania, em que privilegiou a elite portuguesa,
demonstrando grande inabilidade no trato com os chefes locais.
LUTA – O estopim do movimento foi a estada, no porto do Recife, de
uma esquadra francesa que foi muito bem recebida pelo governador. Os
senhores de engenho começam a divulgar a notícia de que o
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Pernambuco
governador estaria a serviço dos estrangeiros e que eles estariam
tramando um novo ataque à província.
Assim, os revoltosos reuniram-se na casa de um dos senhores de
engenho, João de Novalhaes y Urréa, com a presença do juiz de
Olinda André de Barros Rego, os vereadores Lourenço Cavalcanti
e João Ribeiro, com a intenção de iniciar um golpe para depor o
governador.
Como desculpa para que o governo não descobrisse que era
tramado um golpe, os revoltosos disseram que a reunião era por
conta de um Nosso Pai, também chamado de viático, um
sacramento na Igreja Católica ligado à Eucaristia, que era
ministrado aos enfermos, já que esses não podiam sair de casa.
Assim, os revoltosos armaram um golpe, simulando um Nosso
Pai, um cortejo católico que deveria ser acompanhado pelo
governador. No dia 31 de agosto, quando a procissão saiu às
Figura://cleofas.com.br/o-que-e-o-viatico/

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ruas, Mendonça Furtado passou a acompanhar o cortejo que acreditava ser real. O

Vidal_de_Negreiros
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Andr%C3%A9_
governador acabou sendo desviado para uma igreja e recebeu voz de prisão de André
de Barros Rego, sendo feito prisioneiro na fortaleza de Brum. Ele foi colocado numa
frota e levado de volta a Lisboa.
RESULTADO – A fim de evitar mais confrontos, o vice-rei nomeou ANDRÉ VIDAL DE
NEGREIROS como governador da província, pois tinha fortes ligações com os moradores
da região. Esse governo durou pouco tempo, sendo substituído por outro.

REVOLTA DO SAL
ONDE? – SÃO PAULO – 1710.
POR QUÊ? – O sal, gênero de primeira necessidade para as pessoas, era
explorado a título de monopólio pela Coroa portuguesa. O seu
comércio era praticado por um reduzido número de pessoas que
arrematavam contratos para a exploração e a venda do produto. Criaram
uma espécie de escassez artificial do sal para elevar o preço (esconder o
produto).
LUTA – Bartolomeu Fernandes de Faria reúne
um grupo de cerca de 200 índios e escravos e
invade o porto de Santos para saquear o sal e
distribuí-lo para quem precisava do produto.
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Sao_Paulo_in_Brazil.svg
Ordenou, ainda, a destruição da ponte que
ligava a ilha de São Vicente a Santos e ao porto.
RESULTADO – A Coroa perseguiu Bartolomeu Fernandes, tornando-o um dos
criminosos mais procurados em toda a América Portuguesa. Só oito anos após
da Revolta, o proprietário de terras foi preso, mas morreu antes de receber
qualquer pena. Figura:equivalente-una-cucharadita-cafe-al-
dia%2F&psig=AOvVaw2Rep_HO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARRUDA, José Jobson de; PILETTI, Nelson. Toda a História: História geral e história do Brasil. 6.ed. São
Paulo: Ática, 1996.
COTRIM, Gilberto. História Global Brasil e Geral. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 1, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 2, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 3, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
WRIGHT, Edmund; LAW, Jonathan. Dicionário de História do Mundo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

QUESTÕES
1-(Fuvest)A elevação de Recife à condição de vila; os protestos contra a implantação das Casas de Fundição
e contra a cobrança de quinto; a extrema miséria e carestia reinantes em Salvador, no final do século XVIII,
foram episódios que colaboraram, respectivamente, para as seguintes sublevações coloniais:

a) Guerra dos Emboabas, Inconfidência Mineira e Conjura dos Alfaiates.


b) Guerra dos Mascates, Motim do Pitangui e Revolta dos Malês.
c) Conspiração dos Suassunas, Inconfidência Mineira e Revolta do Maneta.
d) Confederação do Equador, Revolta de Felipe dos Santos e Revolta dos Malês.
e) Guerra dos Mascates, Revolta de Felipe dos Santos e Conjura dos Alfaiates.

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2- (Unibero-SP) A Guerra dos Emboabas (1707-1709) e a Inconfidência Mineira (1789) foram revoltas
ocorridas no Brasil. Sobre elas, assinale a alternativa correta:
a) Ambas tinham o objetivo de separar o Brasil de Portugal e ocorreram na região da mineração.
b) A primeira e considerada uma revolução separatista e mais radical do que a segunda, tendo ocorrido na
região de São Paulo e liderada pelos Bandeirantes.
c) Tanto a primeira como a segunda foram influenciadas pelas ideias iluministas e pela independência das
Treze Colônias inglesas, mas só a segunda teve êxito nos seus objetivos.
d) A primeira foi bem-sucedida, garantindo aos paulistas a posse da região da mineração, enquanto a
segunda foi reprimida pela Coroa portuguesa antes de acontecer.
e) Ambas ocorreram na mesma região do Brasil, contra a dominação portuguesa na área da mineração, no
entanto, somente a segunda teve influência das ideias iluministas europeias.

3- (FGV)"A confrontação entre a loja e o engenho tendeu principalmente a assumir a forma de uma
contenda municipal, de escopo jurídico-institucional, entre um Recife florescente que aspirava à
emancipação e uma Olinda decadente que procurava mantê-Io numa sujeição irrealista. Essa ingênua
fachada municipalista não podia, contudo, resistir ao embate dos interesses em choque. Logo revelou-se o
que realmente era, o jogo de cena a esconder uma luta pelo poder entre o credor urbano e o devedor
rural."
(Evaldo Cabral de Mello. A fronda dos mazombos, São Paulo, Cia. das Letras, 1995, p. 123).
O autor refere-se:
a) ao episódio conhecido como a Aclamação de Amador Bueno.
b) à chamada Guerra dos Mascates.
c) aos acontecimentos que precederam a invasão holandesa de Pernambuco.
d) às consequências da criação, por Pombal, da Companhia Geral de Comércio de Pernambuco.
e) às guerras de Independência em Pernambuco.

4- (UFRN)A Guerra dos Emboabas, a dos Mascates e a Revolta de Vila Rica, verificadas nas primeiras
décadas do século XVIII, podem ser caracterizadas como:
a) movimentos isolados em defesa de ideias liberais, nas diversas capitanias, com a intenção de se criarem
governos republicanos;
b) movimentos de defesa das terras brasileiras, que resultaram num sentimento nacionalista, visando à
independência política;
c) manifestações de rebeldia localizadas, que contestavam alguns aspectos da política econômica de
dominação do governo português;
d) manifestações das camadas populares das regiões envolvidas, contra as elites locais, negando a
autoridade do governo metropolitano.
e) manifestações separatistas de ideologia liberal contrárias ao domínio português.

5- A elevação de Recife à condição de vila; os protestos contra a implantação das Casas de Fundição e
contra a cobrança de quinto; a extrema miséria e carestia reinantes em Salvador, no final do século XVIII,
foram episódios que colaboraram, respectivamente, para as seguintes sublevações coloniais:
a) Guerra dos Emboabas, Inconfidência Mineira e Conjura dos Alfaiates.
b) Guerra dos Mascates, Motim do Pitangui e Revolta dos Malês.
c) Conspiração dos Suassunas, Inconfidência Mineira e Revolta do Maneta.
d) Confederação do Equador, Revolta de Felipe dos Santos e Revolta dos Malês.
e) Guerra dos Mascates, Revolta de Felipe dos Santos e Conjura dos Alfaiates.

6- Responder, relacionando o nome dos movimentos sociais apresentados na coluna “A” com suas
respectivas características, na coluna “B”:
Coluna A
1 – Revolta de Beckman
2 – Guerra dos Emboabas
3 – Guerra dos Mascates
4 – Revolta de Filipe dos Santos
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Coluna B
( ) Luta dos comerciantes para elevar Recife à categoria de vila, em oposição aos produtores de açúcar de
Olinda.
( ) Movimento em oposição às casas de fundição, que haviam aumentado a exploração da Coroa sobre os
mineiros.
( ) Combate ao monopólio e aos altos preços praticados pela Companhia de Comércio do Maranhão, e
também aos jesuítas, que queriam impedir os grandes proprietários de escravizar os indígenas.
( ) Luta entre paulistas e forasteiros pelo domínio da região das Minas Gerais, reivindicada por aqueles.
Levou à separação da região das minas da Capitania de São Paulo e à criação da Capitania de Minas Gerais.
A numeração correta dos parênteses, de cima para baixo, é:
a) - 1 – 3 – 4 – 2
b) - 1 – 2 – 4 – 3
c) - 2 – 4 – 3 – 1
d) - 3 – 4 – 1 – 2
e) - 4 – 1 – 3 – 2

7- A revolta de Beckman, ocorrida no Maranhão entre 1684 e 1685, a Guerra dos Mascates, ocorrida em
Pernambuco entre 1710 e 1711, e a Revolta de Vila Rica, ocorrida em Minas Gerais em 1720, possuem em
comum o fato de terem sido movimentos que:
a) - tinham como objetivo a emancipação política da colônia;
b) - expressavam a reação dos colonizadores em face da violência física e cultural a que eram submetidos;
c) - punham em destaque a forte penetração do ideário liberal entre diversos segmentos da sociedade
colonial;
d) - evidenciavam conflitos de interesses entre colonos e colonizadores;
e) - visavam a pôr fim ao exclusivo comercial, instruindo um regime de livre comércio com a Inglaterra.

8- A Revolta de Filipe dos Santos (1720), em Minas Gerais, resultou entre outros motivos da:
a) - intromissão dos jesuítas no ativo comércio dos paulistas na região das Minas;
b) - disseminação das idéias oriundas dos filósofos do Iluminismo francês;
c) - criação das Casas de Fundição e das Moedas, a fim de controlar a produção aurífera;
d) - tentativa de afirmação política dos portugueses sobre a nascente burguesia paulista;
e) - tensão criada nas Minas, em virtude do monopólio da Companhia de Comércio do Maranhão.

9- Revolta ocorrida em território do atual Estado de Minas Gerais, envolvendo paulistas e forasteiros:
a) - Guerra dos Mascates;
b) - Revolta de Beckman;
c) - Guerra Guaranítica;
d) - Conjuração Baiana;
e) - Conflito dos Emboabas.

10- Movimento subversivo em São Luís do Maranhão no século XVII contra a mudança da capital para
Belém, contra o monopólio da Companhia de Comércio do Maranhão e contra os jesuítas.
Estamos falando da:
a) - Guerra dos Emboabas;
b) - Guerra dos Mascates;
c) - Conjuração de Nosso Pai;
d) - Revolta de Beckman;
e) - Conjuração dos Alfaiates.

GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
E E B C E D D C E D

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