Você está na página 1de 2

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ir para: navegação, pesquisa

Gilbert Simondon (2 de outubro de 1924 – 7 de fevereiro de 1989) foi um filósofo


francês com notáveis conhecimentos em mecânica, eletrônica, hidráulica e
termodinâmica. Nascido em Saint-Étienne, estudou na Ecole Normale Supérieure e na
Sorbonne, obteve na última o doutoramento em 1958. Foi aluno de Georges
Canguilhem, Martial Guéroult e Maurice Merleau-Ponty; sua obra perpassa
investigações em tecnologia, técnica, estética e individuação. Sua tese complementar de
doutorado Du mode d'existence des objets techniques, publicada em 1958, teve
repercussão imediata pelo caráter ousado da proposta anti-fenomenológica e não
tecnofóbica apresentada por Simondon para se pensar a gênese dos objetos técnicos,
exigindo como análise dos mesmos o tratamento específico das realidades da utilização.
Conquanto a relevância de sua obra, Simondon é ainda pouco lido, embora
aleatoriamente citado. Sua tese principal foi dividida em duas partes para publicação:
L'individu et sa gènese physico-biologique (1964) e L'individuation psychique et
collective à la lumière des notions de forme, information, potentiel et metaestabilité
(1989).

Índice
[esconder]

 1 Influências
 2 Obras principais
 3 Ver também
 4 Ligações externas

[editar] Influências
Apesar de cogitadas, em especial após Gilles Deleuze fazer menção à tese de Simondon
sobre a individuação, as influências de outros filósofos concernentes à técnica, como
Martin Heidegger, Gaston Bachelard, Ortega y Gasset, Étienne Souriau não são claras
na obra de Simondon; as poucas referências interiores à Filosofia feitas pelo autor são,
em maioria, relativas às Filosofias antiga e moderna. Citações diretas de outros filósofos
não são comuns na obra de Gilbert Simondon, assim como provável fosse que suas
opções de investigação não interessassem outros filósofos ligados à questão da técnica
e/ou tecnologia; Simondon ainda é tratado como um psicólogo-tecnólogo não
interessante e integrante do ambiente da Filosofia da técnica, assim como ocorre com
Yves Deforge e André Leroi-Gourhan. As abordagens de Simondon sobre a técnica não
tem qualquer relação epistemológica com seus contemporâneos, fossem eles filósofos,
antropólogos/etnólogos e/ou sociólogos. Segundo Simondon, seus contatos com Gaston
Bachelard foram mínimos e, sempre, indiretos (por sua "poesia"). Todavia, citações
diretas, e deslocadas, de Simondon são realizadas pelo sociólogo Jean Baudrillard e
alguns outros contemporâneos do mesmo, ainda que Simondon não tenha se
pronunciado favoravelmente quanto às apropriações de suas investigações que, em
absoluto, são apropriações de cunho exemplificado e de pouco desenvolvimento teórico.
São notáveis as interlocuções com a obra de Simondon em autores como Yves Deforge,
Bernard Stiegler, Pascal Chabot, Isabelle Stengers, François Laurelle, Gilles Deleuze,
Félix Guattari e Gilbert Hottois.

Há duas maiores e claras influências na obra de Gilbert Simondon: a do


etnólogo/arqueólogo André Leroi-Gourhan, a do ciberneticista Norbert Wiener e a do
tecnólgo Jacques Lafitte. Após a décadas de 60 Gilbert Simondon se aproxima
fatualmente das discussões de psicossociologia e encontra nesta uma fenda disciplinar
onde desenvolver-se-iam rápidas e densas passagens em seus cursos sobre o
transindividual. Não creditando à Sociologia, nem à Psicologia ou à Antropologia a
capacidade de investigação da realidade informacional da dimensão transindividual,
Simondon se esforça em aprofundar em seus cursos, ministrados na Sorbonne já em um
departamento de psicossociologia, registros exponenciais das questões abordadas e
referenciadas em sua tese (dos objetos técnicos ao pensamento estético). Simondon era
também um notável tecnólogo; em seu laboratório de psicossociologia e tecnologia na
Sorbonne construiu diversas máquinas simples (prensas hidráulicas, receptores de sinais
UHF, tubos catódicos, relês magnéticos), com as quais desenhava esboços técnicos e
buscava analogias reais entre seres bióticos e abióticos em suas investigações.

Sua obra é pouco conhecida e tem no Brasil fomentado pesquisas pontuais nas áreas das
Ciências Sociais e, em especial, na Antropologia e na Sociologia.

Você também pode gostar