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O DIREITO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE COMBATE AOS

CRIMES AMBIENTAIS: O CASO DAS ÁGUAS DA PRAIA DE MANAÍRA

ENVIRONMENTAL LAW AS A TOOL FOR COMBATING ENVIRONMENTAL


CRIMES: THE CASE OF WATER FROM THE BEACH OF MANAÍRA

Ismayanna do Nascimento Barbosa1


Raffael Henrique Costa Diniz2

RESUMO

O presente trabalho trata sobre a importância do direito ambiental como ferramenta de


combate contra os crimes praticados ao meio ambiente, com ênfase no crime de poluição das
águas principalmente no que diz respeito às águas da praia de Manaíra localizada em João
Pessoa, capital do estado da Paraíba. Assim sendo, o objetivo geral é identificar as
consequências que advêm da poluição do mar na área objeto do estudo que tende a degradar o
meio ambiente e prejudicar a saúde da coletividade. Para tanto os objetivos específicos
foram: analise da evolução histórica do Direito Ambiental no Brasil e no mundo, a
identificação dos princípios do Direito Ambiental, além da importância da responsabilização
na área administrativa, civil ou penal, da pessoa física ou jurídica do poluidor, e da
conceituação do crime ambiental. De acordo com o estudo bibliográfico desenvolvido, é
possível mostrar que o Poder Público tem o dever de realizar políticas públicas como forma
de esclarecer e conscientizar a população no que se refere à poluição, além de ter o ônus de
aplicar sanções em casos específicos. Os métodos utilizados na pesquisa tiveram a
combinação entre os recursos exploratórios, explicativos e descritivos. Por fim, a pesquisa
constatou que tanto o Poder Público quanto a coletividade tem papel fundamental na
prevenção da poluição marinha, tendo em vista um complementar o outro.

Palavras-chave: Direito Ambiental – Princípios – Responsabilidade - Crimes Ambientais


- Poluição das Águas.

1
Bacharelanda no 10º período do Curso de Direito do UNIPÊ - ismayannaB@hotmail.com
2 Professor do Centro Universitário de João Pessoa - Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente; UFPB; MBA em Perícia,
Auditoria e Gestão Ambiental – IPOG; Bacharel e Licenciado em Geografia – UFPB; Bacharel em Direito – UNIPE -
raffaelcostadiniz@hotmail.com
ABSTRACT

The present work deals with the importance of environmental law as a tool to combat
environmental crimes, with emphasis on the crime of water pollution, especially with regard
to the waters of the beach of Manaíra located in João Pessoa, capital of the state of Paraíba.
Therefore, the general objective is to identify the consequences of sea pollution in the study
area that tends to degrade the environment and harm the health of the community. The
specific objectives were: analysis of the historical evolution of Environmental Law in Brazil
and in the world, identification of the principles of Environmental Law, and the importance of
accountability in the administrative area, civil or criminal, of the individual or legal entity of
the polluter, and of the conceptualization of environmental crime. According to the
bibliographical study developed, it is possible to show that the Public Power has the duty to
carry out public policies as a way of clarifying and raising public awareness regarding
pollution, besides having the burden of applying sanctions in specific cases. The methods
used in the research had the combination of exploratory, explanatory and descriptive
resources. Finally, the research found that both the Public Power and the community have a
fundamental role in the prevention of marine pollution, in order to complement the other.

Key-words: Environmental Law - Principles - Responsibility - Environmental Crimes -


Water Pollution.

1 INTRODUÇÃO

O Direito Ambiental é o ramo do direto que está voltado à proteção jurídica da


qualidade do meio ambiente. A preservação do meio ambiente é de suma importância para
que haja uma perpetuidade de uma saudável qualidade de vida em nosso planeta. Tendo em
vista sua grande relevância, fica notória a necessidade da existência de um respeito por parte
da coletividade e consequentemente uma maior proteção para com o meio ambiente.
A preocupação com o futuro está ligada diretamente com a preservação do meio
ambiente, os efeitos da poluição e de sua degradação trazem consequências nítidas para nossa
qualidade de vida. O direito ambiental tem como um de seus papéis principais a prevenção e
reparação dos danos ambientais, não sendo fácil atingir esse objetivo.

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Em vista disto, o presente trabalho visa estudar a importância do Direito Ambiental no
combate aos crimes ambientais, com foco principal no crime de poluição envolvendo as águas
da praia de Manaíra localizada nesta capital, um problema que se perpetua por muito tempo
nessa cidade. Para isso traz inicialmente um breve histórico da evolução jurídica ambiental no
país, sua previsão na Constituição Federal de 1988, a conceituação de meio ambiente e seus
princípios norteadores.
Em seguida foi analisado como se determina a responsabilização pelos danos causados
ao meio ambiente e como se dá à tutela penal deste bem jurídico, com ênfase à caracterização
dos crimes ambientais, demonstrando conceitos e classificações dadas pela doutrina para uma
melhor compreensão.
Posteriormente foi analisado o crime de poluição, com foco na poluição das águas, à
luz da Lei dos Crimes Ambientais, legislação esta que trouxe grande avanço ao Direito
Ambiental brasileiro tendo em vista que veio racionalizar diversas leis que tratavam de forma
isolada sobre tema.
Por fim, analisou-se o Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta que tem
por meta o desenvolvimento de diversas medidas que focam na identificação e no afastamento
de fatores que estejam contribuindo com a poluição da praia de Manaíra, sendo o objetivo
atingido à praia voltará a ter seus usos plenamente garantidos.

2 DIREITO AMBIENTAL BRASILEIRO

O Direito Ambiental brasileiro é recente. No início a preocupação com o meio


ambiente tinha uma perspectiva puramente econômica. Durante muito tempo o ser humano se
colocou como sendo ele o âmago do universo e deixando o meio ambiente em uma posição
subsidiária. No Brasil a evolução jurídica ambiental sofreu profundas transformações, como é
natural. Essa evolução normativa sobre o meio ambiente se deu em sua maioria pelo fato de as
Constituições mais recentes trazerem em seus textos medidas de prevenção, controle e
punição das atividades degradantes do meio ambiente além de uma conscientização
ambientalista por parte da população.

2.1 BREVE HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO JURÍDICA AMBIENTAL NO PAÍS

As primeiras diretrizes relacionadas ao meio ambiente surgem com o Código Civil de

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1916 que trazia a possibilidade de litígios, no direito de vizinhança, com o intuito de proibir a
má utilização da propriedade e as construções capazes de poluir ou inutilizar, para o uso
ordinário, as águas de poços ou fontes alheias, a elas preexistentes. A partir de 1934 surgiram
algumas legislações focadas na proteção do meio ambiente, como por exemplo, o Código
Florestal (Decreto nº 23.793/34) revogado pelo Código Florestal vigente, Lei 4.771/68; o
Código das Águas (Decreto nº 24.643/34), ainda em vigor; o Código de Pesca (Decreto - lei
nº 794/38) substituído pelo Decreto – lei 221/67.
A proteção ao meio ambiente aparecia de forma esparsa nessas legislações. Só
recentemente se teve uma noção da gravidade da falta de atenção para com o meio ambiente
criando com isso uma consciência de proteção, passando-se a reivindicar normas que fossem
destinadas a prevenção e controle de sua qualidade.
Diante disso, segundo José Afonso da Silva (2011) em 1967 a Lei nº 5.318/67 instituiu
a Política Nacional de Saneamento Básico, com a criação do Conselho Nacional de
Saneamento no qual se escachavam tanto o saneamento básico, os esgotos pluviais e a
drenagem, como também as diretrizes de controle da poluição ambiental.
O mesmo autor, afirma que somente em 1973 com a criação da Secretaria Especial de
Meio Ambiente- SEMA (Decreto 73.030/73), voltada à conservação e uso racional do meio
ambiente, é que se teve a retomada do assunto. Após esse reinício ocorreu a criação de três
instrumentos legais muito importantes para o meio ambiente, foram eles: Decreto- lei nº
1.413/75 e Decreto nº 76.389/75, ambos tratando sobre o controle e prevenção da poluição
provocada pela atividade industrial; e a Portaria do Ministério do Interior nº 13/76, que fixava
parâmetros de classificação das águas.
De forma gradativa foram surgindo legislações escassas que falavam da questão
ambiental no Brasil, até que em 1981 por consequência das conferências ambientais
internacionais da década de 70, com ênfase na conferência de Estocolmo de 1972 surgiu a
Política Nacional do Meio Ambiente que foi instituída pela Lei Federal nº 6.938/81. A citada
lei é considerada um marco do Direito Ambiental Brasileiro por ter sido a primeira legislação
a tratar da proteção ambiental como um todo em nosso país. A Política Nacional do Meio
Ambiente foi seguida de várias normas que tratavam da questão ambiental, dentre elas a
Constituição Federal de 1988, a mais importante legislação do nosso país. (SILVA, 2011).

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2.2 DIREITO AMBIENTAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

A Constituição Federal de 1988 inovou o ordenamento jurídico nacional por ter sido a
primeira constituição brasileira a tratar da proteção ambiental, e não só por isso, mas
principalmente pela forma como o tema veio sistematizado em um capítulo próprio (Capítulo
VI - Do Meio Ambiente) dentro do Título VIII - Da Ordem Social, definindo uma observação
constitucional sobre o meio ambiente.
Dentro do texto constitucional, muitas são as menções a questão ambiental, estando a
mais importante presente no caput do art. 225:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso


comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações. (BRASIL, 1988).

Analisando o caput desse artigo o texto trata de um direito inerente a todos, tanto
brasileiros quanto estrangeiros têm direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Trás consigo também o dever de o preservar, que não se limita tão somente ao poder público,
mas a toda coletividade, além de deixar bem claro a sua não disponibilidade particular de
ninguém, seja ela pessoa de direito privado ou público.
A Constituição Federal de 1988 foi um marco na proteção ambiental em nosso país,
pois as legislações que apareciam de forma esparsa se concretizaram no art. 255 do seu texto,
uma inovação que trouxe uma perspectiva de avanço na proteção e preservação do meio
ambiente, tanto para o presente quanto para o futuro. (SILVA, 2011).

2.3 CONCEITUAÇÃO DE MEIO AMBIENTE

O conceito legal de meio ambiente encontra-se na Lei 6.938/81, conhecida como a Lei
da Política Nacional do Meio Ambiente, que em seu art. 3º, inciso I, o determina como "o
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas". (BRASIL, 1981).
Para Rodrigues (2017) meio ambiente significa “o conjunto de relações (físicas,
químicas e biológicas) entre os fatores vivos (bióticos) e não vivos (abióticos) ocorrentes
nesse ambiente e que são responsáveis pela manutenção, pelo abrigo e pela regência de todas
as formas de vida existentes nele”.
Diante disso entende-se que não haverá um ambiente sadio enquanto não se elevar ao
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mais alto grau de excelência a qualidade da integração e da interação entre esse conjunto de
relações.

2.4 PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL

Os princípios que norteiam o direito ambiental têm por finalidade evitar ou, pelo
menos, minimizar as práticas lesivas ao meio ambiente.

Eles são construções teóricas que tem como objetivo uma melhor orientação para a
construção desse direito, onde deverá guiar o legislador e demais operadores do
direto num sentido conceitual visando à uniformização da política ambiental.
(FREITAS, 2014).

Muitos são os princípios do direito ambiental. Dentre eles, destacam-se os seguintes:

2.4.1 Princípio do poluidor pagador

O princípio do poluidor pagador determina que o poluidor deverá arcar com os danos
causados por ele ao meio ambiente, em razão de suas atividades desenvolvidas, prega também
que os prejuízos causados ao meio ambiente não sejam sentidos pela sociedade e sim pelo seu
real causador. (LENZA, 2018).
Esse princípio encontra-se na Constituição Federal, no art. 255, §3, que assim diz: “As
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoa físicas ou
jurídicas a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os
danos causados”. (BRASIL,1988).
O princípio de poluidor pagador possui duas acepções, uma preventiva que busca
evitar a ocorrência de danos ambientais, e outra reparatória usada no caso do dano já ocorrido,
visando sua reparação. Em um primeiro momento é imposto ao poluidor arcar com as
despesas da prevenção dos danos ambientais causados por atividades potencialmente
poluidoras,em um segundo momento quando o dano já tiver ocorrido o poluidor será
responsável por sua reparação. (LENZA, 2018).

2.4.2 Princípio do usuário pagador

O princípio do usuário pagador supõe que as pessoas que utilizam os recursos


ambientais deverão pagar por eles, é o caso dos usuários do serviço público, como por
exemplo, a água. MACHADO (2016) destaca que “o princípio do usuário-pagador não é uma
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punição, pois mesmo inexistindo qualquer ilicitude no comportamento do pagador ele pode
ser implementado”.
Um exemplo da aplicação deste princípio é a cobrança pelo uso da água, segundo a
Lei 9.433/77 (Política Nacional de Recursos Hídricos), a água constitui um recurso limitado,
dotado de valor econômico (art.1º, II) e a cobrança pelo seu uso tem por objetivo reconhecer a
água como um bem econômico e dar ao usuário uma indicação do seu real valor, além de
incentivar a racionalização do seu uso (art. 19).
A razão de se cobrar por esses recursos se dá pelo fato deles serem bens de titularidade
difusa e a cobrança é uma espécie de indenização para toda coletividade, além de
proporcionar um uso mais racional dos mesmos.

2.4.3 Princípio da participação

Este princípio está baseado no décimo princípio da Declaração do Rio de Janeiro, da


Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, de 1992. Assim
diz tal princípio:
A melhor maneira de tratar as questões ambientais é assegurar a participação, no
nível apropriado, de todos os cidadãos interessados. No nível nacional, cada
indivíduo terá acesso adequado às informações relativas ao meio ambiente de que
disponham as autoridades públicas, inclusive informações acerca de materiais e
atividades perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidade de participar
dos processos decisórios. Os Estados irão facilitar e estimular a conscientização e a
participação popular, colocando as informações à disposição de todos. Será
proporcionado o acesso efetivo a mecanismos judiciais e administrativos, inclusive
no que se refere à compensação e reparação de danos. (Min. MEIO AMBIENTE,
1992).

No Brasil, esse princípio está inserido no artigo 225, caput da Constituição Federal, na
disposição que prescreve ao Poder Público e a coletividade o dever de defender e preservar o
meio ambiente para as presentes e futuras gerações. (BRASIL,1988).
O princípio da participação traz consigo a prerrogativa da sociedade ter participação
direta na proteção da qualidade de vida e dos recursos naturais, e com isso se propõe a
assegurar a manutenção do direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado do qual
tem a titularidade.

2.4.4 Princípio da prevenção

O princípio da prevenção é um dos mais importantes que norteiam o Direito


Ambiental. Funciona como objetivo de antecipar a ocorrência do dano ao meio ambiente na
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sua origem, tendo em vista que os danos ambientais, em sua maioria, são irreparáveis e
irreversíveis. Para Wolfgang (2017):

O princípio da prevenção transporta a ideia de um conhecimento completo sobre os


efeitos de determinada técnica e, em razão do potencial lesivo já diagnosticado, o
comando normativo toma o rumo de evitar tais danos já conhecidos.

O autor em comento, afirma ainda que para resguardar o direito da coletividade ao


meio ambiente ecologicamente equilibrado se faz necessário evitar as ações e omissões de
pessoas que possam degradar, ferir ou destruir o meio ambiente, o princípio de prevenção
determina que todas as atividades que possam causar danos ambientais sejam impedidas ou
interrompidas antes do dano ser causado.
Para tanto, observa-se instrumentos como o licenciamento ambiental, o estudo prévio
de impactos ambientais, políticas públicas de ações de fiscalização e liminares judiciais. Além
disso, a efetiva punição correta do poluidor exercida pelo Estado.

2.4.5 Princípio da precaução

O princípio da precaução teve sua consolidação como tal na Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente, de 1992. Esse princípio afirma que:

Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser


amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando
houver ameaça de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica
absoluta não será utilizada como razão para o adiamento de medidas
economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental. (LENZA, 2018).

Em síntese, caso não exista uma afirmação de que um ato poderá gerar um dano ao
meio ambiente, ele deverá ser contido ou deverão ser aplicadas medidas de controle ao
mesmo. Segundo Machado (2016): “Na dúvida, opta-se pela solução que proteja
imediatamente o ser humano e conserve o meio ambiente (in dubio pro natura)".
O princípio da prevenção objetiva uma sadia qualidade de vida com uma durabilidade
ininterrupta para as gerações futuras, assim como a continuação da natureza que existe no
nosso planeta.

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3 RESPONSABILIDADE PELOS DANOS CAUSADOS AO MEIO AMBIENTE

O art.225, parágrafo 3º da Constituição Federal estabelece que “as condutas e


atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os
danos causados.” Diante disso, a Constituição Federal traz três categorias de
responsabilidade, no âmbito civil, administrativo e penal, gerando sanções em cada um dos
referidos.

3.1 RESPONSABILIDADE CIVIL

Além da Carta Magna que traz em seu artigo 225, parágrafo 3º a responsabilidade
civil e com ela a obrigação de reparar os danos causados, a Lei da Política Nacional do Meio
Ambiente em seu art. 14,1º estabelece que:

Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo é o poluidor obrigado,
independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados
ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da
União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e
criminal, por danos causados ao meio ambiente. (BRASIL, 1981).

No caso da responsabilidade pelo dano ambiental, a teoria usada é a da


responsabilidade civil objetiva, sendo prescindível a comprovação do dolo ou da culpa para
caracterização da responsabilidade civil, bastando tão somente à existência o dano e o nexo
causal.

3.2 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

A responsabilidade administrativa tem sua decorrência de infrações de normas de


natureza administrativa, sua fundamentação está ligada ao fato de o Poder Público ter
capacidade para impor deveres a coletividade. Sua efetivação está ligada ou poder de policia
exercido pelo Poder Público.
MEIRELLES (1990), apud SILVA (2006), de forma perfeita afirma que “o poder de
polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar a restringir o
uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em beneficio da coletividade ou do
próprio Estado”.

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O fundamento constitucional da responsabilidade administrativa ambiental encontra-se
no parágrafo 3º do artigo 225 da Constituição Federal, cujo texto é o seguinte:

As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os


infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados. (BRASIL, 1988).

O artigo mencionado traz uma clara distinção entre as três esferas de responsabilidade,
com isso nos mostra as diretrizes de interpretação das normas infraconstitucionais, qual seja:
da independência destas esferas de responsabilização em razão da diferença do objeto que
cada tutela, dos regimes jurídicos que as revestem e dos órgãos que impõem sanções dentro
de cada esfera. (MUKAI 2008)
Sobre a responsabilidade administrativa, a Lei nº 9.605/1998 em seu art. 70 preceitua
o conceito de infração administrativa ambiental, dizendo queé “toda ação ou omissão que
viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente”.A
referida legislação se configura como um importante instrumento destinado a preservar e
defender os bens ambientais. (FIORILLO, 2011)
Entende-se, daí, que a infração administrativa ao caracterizar uma violação de regras
jurídicas, tem como consequência o exercício do poder de polícia conferido à Administração
Pública a fim de possibilitar o exercício do dever público.

3.3 RESPONSABILIDADE PENAL

A responsabilidade penal decorre da ocorrência de um comportamento omissivo ou


comissivo que, na violação de uma norma de direito penal, acaba por praticar um crime ou
contravenção penal contra o meio ambiente. A responsabilidade penal ambiental está
sedimentada na Lei dos Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), que tem por referência
normativa o art. 225,3º, da Constituição Federal.

3.3.1 Tutela penal do meio ambiente

A Carta Magna de 1988 em seu art. 225 dispõe que: todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Perante um bem tão imensurável e imprescindível para a vida terrestre, o legislador
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constitucional adotou, dentre outras medidas, a proteção penal do meio ambiente. Tal
proteção é constatada no § 3º do art. 225 da Constituição Federal: As condutas e atividades
consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a
sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados. (SOUTO, 2018).
Mesmo com o cuidado, trazido pelo legislador constitucional, notava-se que o Brasil
ainda necessitava de legislação penal específica. Assim, a Lei nº 9.605/98 denominada Lei
dos Crimes Ambientais, disciplinou os crimes ambientais, atentando-se aos preceitos trazidos
pelo art. 5º, XLI, da CF/88. Sobre o tema, segundo Fiorillo (2011):“a lei punirá qualquer
discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais”.
O mesmo autor, afirma que a tutela penal do meio ambiente é imposta para garantir o
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, como nos traz a Constituição Federal,
além de ser um direito fundamental, bem de uso comum do povo, verificando-se assim sua
extrema importância, bem como a necessidade de imposição de sanções penais às agressões
contra ele perpetradas.

3.3.2 Responsabilidade penal da pessoa jurídica

Um dos pontos mais controvertidos acerca da responsabilidade criminal ambiental, diz


respeito à possibilidade ou não da responsabilização da pessoa jurídica. Diante de várias
correntes existentes em nosso ordenamento jurídico sobre o tema a mais aceita é a de que a
pessoa jurídica pode cometer crimes.
A Constituição Federal de 1988 prevê a responsabilidade penal da pessoa jurídica em
seu artigo 255, 3°: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.” (BRASIL, 1988).
Ainda que clara a responsabilidade penal da pessoa jurídica em dispositivo
constitucional, a Lei 9.605/98, denominada Lei dos Crimes Ambientais, em seu artigo 3º, veio
para intensificar ainda mais este argumento.

Art. 3º “As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente


conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu
representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua
entidade”. (BRASIL, 1998).

Ao falarmos na responsabilidade penal da pessoa jurídica nos questionamos como


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poderia ser a adaptação da pena a entidade jurídica. Isso acontece porque estamos enraizados
no pensamento de que pena tem o sentido apenas de castigo, socialização e educação, no
entanto, a restrição de liberdade é apenas um exemplo de pena, no caso da pessoa jurídica a
aplicação de multa ou até mesmo a dissolução de uma pessoa jurídica forçadamente é
exemplo de cumprimento da pena. (LIMA, 2016).
Entretanto, como visto através da leitura do artigo 3º da lei de crimes ambientais, para
que haja a responsabilização penal da pessoa jurídica se faz necessário que a infração tenha
sido cometida no interesse ou benefício da entidade e por decisão de seu representante legal
ou contratual, ou de seu órgão colegiado.
As empresas e seus responsáveis são hoje os maiores causadores da degradação do
meio ambiente. Diante desse fato entende-se pela admissibilidade da responsabilização
criminal da pessoa jurídica por crimes ambientais, destacando-se que cada caso concreto deve
ser analisado de maneira pontual a fim de se aplicar a melhor sanção a cada caso, mas sempre
com a finalidade de resguardar o meio ambiente, o colocando em primeiro plano. (LIMA
2016)

3.3.3 Dos crimes ambientais - Lei 9.605/98

Os crimes ambientais são atos que destroem a fauna e a flora, prejudicam o meio
ambiente, a natureza, e em decorrência disso acabam retirando a qualidade de vida do ser
humano. No nosso ordenamento jurídico o meio ambiente está protegido pela Carta Magna e
pela Lei de Crimes Ambientais, lei está que veio racionalizar diversas leis que tratavam de
forma isolada vários temas sobre o meio ambiente, e que sintetizou a parte penal ambiental
em cinco categorias de crimes, dos quais iremos tratar de três aqui, quais sejam: os crimes
contra a fauna; os crimes contra a flora e os crimes de Poluição. (JUNIOR, 2019).

3.3.3.1 Dos crimes contra a fauna

Antes de tudo se faz necessário conceituar o termo fauna. Para Sirvinskas (2018, p.
913) “fauna é o conjunto de animais próprios de um país ou região que vivem em determinada
época”.
Os atentados que se relacionam à fauna, então previstos na Lei 9.605/98, com exceção
do crime de pesca de cetáceos previsto pela Lei 7.643/87. Os artigos 29 a 37, da Lei de crimes
ambientais regulamentam o artigo 225, 1º, VII, da CF/88, que prevê expressamente a proteção

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da fauna, indicando que cabe ao Poder Público: “proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma
da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade”.
O §1º, VII, do art. 225da Carta Magna traz em seu texto a proteção para todos os
animais, sejam eles domésticos, os protegendo de crueldades e abandono, sejam eles
selvagens combatendo a captura, a destruição, comercialização desenfreada que os tornam
vulneráveis.
A lei 9.065/98 estabelece diversas sanções penais e administrativas derivadas de
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Alguns atos merecem destaque, estes estão
previstos do artigo 29 ao artigo 37, que são: pesca; transporte e comercialização; caça; maus-
tratos; experiências que trazem dor e sofrimento ao animal; agressões, modificações,
destruições e danificações aos habitats naturais, ninhos, criadouros naturais ou ninhos, bem
como introduzir espécie exótica sem prévia autorização também é considerado crime
ambiental. (MARQUES, 2017).

3.3.3.2 Dos crimes contra a flora

Flora é o conjunto de plantas e árvores, e toda espécie vegetal de uma região ou País.
Sua preservação e conservação é a garantia de uma melhor qualidade de vida a todos os seres
humanos das presentes e futuras gerações. Os crimes praticados contra a flora estão
tipificados nos artigos 38 a 53 da Lei 9.605/98. São aqueles que causam destruição ou dano à
vegetação. (ROCHA, 2018).
Os principais crimes contra a flora são: destruir ou danificar floresta; vegetação
primária ou secundária; corte de árvores; danos em Unidades de Conservação; provocar
incêndio; balões; extrair recursos; madeira de lei; não exibição de Licença; impedir
Regeneração; plantas de ornamentação; desmatamento; motosserra; caça e exploração sem
licença. Esses crimes são os que ameaçam a vegetação e seu desenvolvimento.
Basta que seja feita uma análise sumária dos artigos, para que seja possível notar a
unificação das condutas e penas àqueles que cometem as práticas delituosas em desfavor da
vegetação.

3.3.3.3 Dos crimes de poluição

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Esses crimes são provocados por atos humanos que produzem resíduos em tal
proporção que acabam causando danos à natureza, saúde humana, ameaçando a
sobrevivência da fauna e da flora.
A Lei 9.605/98 concentrou a maioria das infrações penais contra o meio ambiente e,
relativamente aos danos causados pela poluição, o caput, de seu art. 54, estabeleceu que:
“Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em
danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição
significativa da flora: Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa”.
A poluição é essencialmente produzida pelo homem e está diretamente relacionada
com os processos de industrialização e a consequente urbanização da humanidade, tendo em
vista que grande parte dos problemas apontados se dá, fundamentalmente, por esses processos
e atividades poluentes. (SANTOS, 2004).
O aumento no crescimento da população e o desenvolvimento industrial vêm causando
sérios danos ambientais, especialmente, àqueles ligados às condições da água. A poluição da
água resultado dos esgotos domésticos, dos despejos industriais, das águas de retorno de
irrigação, do descarte inadequado do lixo, dos acidentes ecológicos, etc.
No entanto, o dano sofrido pelo meio ambiente, no caso de poluição da água, varia de
acordo com as particularidades do meio aquífero atingido. No caso do mar, por exemplo,
verificamos que os danos mais graves se relacionam à contaminação das águas é pelo
lançamento de esgoto doméstico despejado diretamente nos mares, os produtos químicos que
muitas indústrias despejam irregularmente, entre outros. Embora esta prática seja crime
ambiental no Brasil, ainda é muito comum, principalmente, em locais onde a fiscalização do
poder público não existe ou é ineficiente.
Nos termos do art. 54 da Lei 9.605/98, é tipificado como crime de poluição a conduta
que cause “poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em
danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição
significativa da flora” incluindo-se aqui a poluição das águas marinhas.
Antes da Lei dos Crimes Ambientais, no Código Penal de 1940, já era possível
encontrar alguns dispositivos referentes à responsabilidade penal pela poluição das águas, no
capitulo “Dos Crimes Contra a Saúde Pública”, os arts. 270 e 271 que incriminam as condutas
de envenenar, poluir e corromper água potável.
A lei 6.938/81 que dispôs sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, traz em seu
art. 15, o tipo penal para as atividades poluidoras, sendo assim, encontramos:

14
O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal, ou
estiver tornando mais grave situação de perigo existente, fica sujeito à pena de
reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa de 100 (cem) a 1.000 (mil)
MVR. (BRASIL, 1981).

De acordo com o § 1º A pena é aumentada até o dobro se resultar dano irreversível à


fauna, à flora e ao meio ambiente se a poluição é decorrente de atividade industrial ou de
transporte.
Todavia não bastam apenas leis se faz necessário investir na conscientização da
sociedade, que por sua vez, no exercício de sua cidadania, deve exigir uma universalidade e
um Poder Público efetivamente comprometido com o estudo e a resolução de seus problemas
ambientais. (SOUZA, 2008).

4 O CASO DAS ÁGUAS DA PRAIA DE MANAÍRA EM JOÃO PESSOA-PB

4.1 POLUIÇÃO MARINHA

Quando se pensa em preservação da qualidade de vida no planeta tem-se


necessariamente que se analisar o cuidado com os oceanos, tendo em vista serem eles os
reguladores do clima, além de suas potenciais fontes de riquezas e alimentos. A poluição
marinha é efeito do seu uso indiscriminado e do pensamento ilusório de que sua capacidade
para receber dejetos e resíduos seria ilimitada. O mar acabou se tornando o receptor final de
diversos componentes, originários de rios, projeção de esgoto sem tratamento adequado e
despejos de navios ou plataformas de petróleo. As contribuições mais comuns nas áreas
costeiras são os de origem orgânica, oriundos de despejos de esgotos e que se constitui
basicamente de matéria orgânica. (ASLAN e PINTO, 2017).

4.2 DA POLUIÇÃO MARINHA POR ESGOTO DOMÉSTICO E INDUSTRIAL

O esgoto doméstico e industrial são grandes ameaças tanto para a vida marinha como
para quem vive no litoral. O esgoto acaba levando para o mar uma grande quantidade de
matéria orgânica, o que contribui para uma explosão de fito plâncton. A vida microscópica se
prolifera de forma desordenada, e acaba prejudicando os outros microrganismos marinhos,
que ficam sem espaço, sem oxigênio e sem nutrientes. O esgoto também carrega para o mar

15
diversos organismos nocivos como bactérias, vírus e larvas de parasitas, trazendo perigo para
a saúde da população. (SCARTOZZONI, 2008).

4.3 POLUIÇÃO DAS ÁGUAS DA PRAIA DE MANAÍRA: ANÁLISE DO TERMO DE


COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA

A praia de Manaíra é localizada em João Pessoa na Paraíba e se constitui como uma


praia urbana no bairro de mesmo nome. Quando se fala da poluição das águas desse local
tem-se como possíveis fatores o lançamento de resíduos através ligações clandestinas de
esgotamento na rede de águas pluviais, que é administrada pelo Município de João Pessoa.
Esse problema não é de hoje, em setembro de 2016 o site G1Paraíba divulgou uma
reportagem onde se afirmava que de “janeiro até agosto daquele ano, a praia de Manaíra,
apareceu pelo menos uma vez por mês como imprópria para o banho, o que significa que ela
passa pelo menos uma semana a cada mês sem poder ser frequentada”.
Como se vê na imagem abaixo o referido local vem sofrendo corriqueiramente com o
deságue de esgotos clandestinos na rede pluvial, trazendo risco de contaminação para toda a
população, além é claro dos danos ambientais.

Figura 01: Deságue de Esgoto nas praias de João Pessoa

Fonte: No ClikPB, 2019.

16
Em decorrência disso, o Ministério Público Federal, o Município de João Pessoa, a
Companhia de Água e Esgoto da Paraíba (CAGEPA), a Superintendência de Administração
do Meio Ambiente (SUDEMA), e a Ordem dos Advogados do Brasil (Seccional Paraíba), nos
autos do Inquérito Civil nº 1.24.000.000072/2009-14 celebraram no dia 17 de Outubro de
2018 o Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta nº 11/2018, com eficácia de
título extrajudicial, de acordo com o artigo 784, IV do CPC, visando melhorar as condições de
poluição, esgoto e qualidade ambiental na praia de Manaíra.
Dessa forma, trataremos agora das especificidades previstas nesse compromisso de
ajustamento de conduta.

4.4 OBJETIVO DO TAC

O objetivo do Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta foi implementar


um projeto piloto no bairro da Manaíra. Este projeto foi implementado inicialmente no bairro
de Tambaú, com o propósito de afastar eventuais falhas no sistema de coleta de águas
pluviais. Foi constatada na ocasião a existência de ligações indevidas em diversas bocas de
lobo do bairro.
No bairro de Manaíra o projeto proposto tem por meta o desenvolvimento de diversas
medidas com foco na identificação e no afastamento de fatores que estejam contribuindo com
a poluição da praia. Visando com isso a melhoria da qualidade ambiental do lugar e
consequentemente as condições de saúde e bem estar da polução de modo geral.
O projeto está atrelado aos usos do espaço público, neste caso a praia de Manaíra, se
seu objetivo for atingido à praia voltará a ter seus usos plenamente garantidos. Ao constatar a
existência dessas ligações clandestinas, os responsáveis devem ser responsabilizados, de
acordo com a lei de crimes ambientais.

4.5 OBRIGAÇÕES ASSUMIDAS PELO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA

O município de João Pessoa através a Secretaria de Infraestrutura de João Pessoa


(SEINFRA) deverá realizar uma varredura completa nas redes pluviais do bairro de Manaíra,
tendo em vista a identificação de derramamento irregular, seja de forma direta ou indireta, de
esgotos doméstico ou industrial, e de águas servidas, nas sarjetas, nas bocas de lobo, nos
poços de visita ou em qualquer outro ponto que de acesso a rede coletora de águas das chuvas.
17
Após a varredura será enviado relatório a Superintendência de Administração do Meio
Ambiente (SUDEMA) onde serão apontados os pontos específicos com suspeita de
derramamento do esgoto, com a finalidade de que seja feita coleta e análise laboratorial dos
efluentes líquidos dispersados.No caso de ser detectada a existência de contaminação em
níveis além dos aceitáveis no tocante a balneabilidade, nos termos da Resolução do
CONAMA nº 274/2000, a SEINFRA e a SEMAM seguirão, entre outros procedimentos, de
acordo com suas atribuições, a identificação da origem do efluente líquido; expedição de auto
de infração; notificação do responsável, e não sendo possível, que seja feito o tamponamento
provisório do orifício de saída do efluente; tamponamento definitivo se não for cumprido o
prazo previsto. As multas que por ventura sejam aplicadas nessa fase terão um percentual de
50% revertidas para a melhoria da qualidade ambiental sanitária das praias, bem como para
restauração do Rio Jaguaribe.
Em reportagem publicada no dia 17 de outubro de 2018 no site Portal Correio o
procurador da República Antônio Edílio Magalhães Teixeira relatou que “Creio que a
situação será resolvida, por tamponamento, multa ambiental, por interdição e por tomada de
medidas no campo criminal (crime ambiental). Mas, antes disso, será dada a oportunidade aos
responsáveis pelos prédios e residências do bairro de fazerem, eles próprios, a correção...”.
De acordo com o TAC o Município de João Pessoa devera ainda providenciar a
limpeza completa das áreas que dão acesso às galerias pluviais e realizar, semanalmente, a
desobstrução das desembocaduras das galerias pluviais que lançam águas na praia. Ao final a
SEINFRA deverá enviar o relatório para o Ministério Público Federal até o dia 15 de abril de
2019.

4.6 OBRIGAÇÕES ASSUMIDAS PELA COMPANHIA DE ÁGUA E ESGOTO DA


PARAÍBA (CAGEPA)

A Companhia de Água e Esgoto da Paraíba deverá notificar todos os moradores do


bairro de Manaíra para que verifiquem seus respectivos imóveis no intuito identificar se o
esgoto doméstico, as águas servidas e o esgoto industrial estão sendo devidamente
direcionadas a rede de esgoto sanitário e se as águas das chuvas estão sendo devidamente
lançadas na rede pluvial.
A CAGEPA assumirá ainda, em conjunto com o Município de João Pessoa, a
obrigação de fazer a varredura subterrânea na rede de esgoto e na galeria pluvial. Isso será
feito com a formação de um grupo de trabalho entre os entes. A SEINFRA deverá realizar

18
uma atualização do cadastro da rede coletora de água pluvial do bairro de Manaíra, esse
cadastro deverá ser feito em uma base cartográfica georreferenciada permitindo assim a
sobreposição da rede coletora de esgoto sanitário da CAGEPA como o sistema de drenagem
de águas pluviais do Município de João Pessoa. A CAGEPA se compromete a adquirir e
utilizar, para cumprimento dos trabalhos, equipamentos capazes de realizar o que foi
acordado. Esse grupo de trabalho terá que enviar ao MPF relatório final consolidado até o dia
15 de abril de 2019.

4.7 OBRIGAÇÕES ASSUMIDAS PELA SUPERINTENDÊNCIA DE ADMINISTRAÇÃO


DO MEIO AMBIENTE (SUDEMA)

A Superintendência de Administração do Meio Ambiente ficara responsável pelo


suporte técnico operacional e pela análise laboratorial. A SUDEMA quando acionada pela
SEINFRA fará a coleta dos afluentes líquidos despejados, direta ou indiretamente, nas redes
pluviais, para verificar se tais amostras apresentam grau de contaminação além do aceitável
para fins de balneabilidade, nos termos da Resolução do CONAMA nº 274/2000, fornecendo
laudo conclusivo para a SEINFRA.
Como já vem acontecendo, corriqueiramente, a praia de Manaíra está sempre na lista
liberadas pela SUDEMA, onde se atesta a qualidade da água das praias na Paraíba, a
qualificada como imprópria para banho, por conta de esgotos que lá são despejados sem
qualquer cerimônia, apesar da proibição, assim como indica a imagem 2, a seguir exposta.

Figura 02: Praia de Manaíra

Fonte: G1, 2019.


19
4.8 DA FISCALIZAÇÃO E DO ACOMPANHAMENTO DO ACORDO

A fiscalização do acordo ficará assegurada ao MPF-PB, que a qualquer tempo poderá


fazê-la, tendo em vista garantir o cumprimento das obrigações assumidas, cabendo a Ordem
dos Advogados do Brasil- Seccional Paraíba promover o seu acompanhamento.

4.9 DA PRORROGAÇÃO DO PRAZO PARA O CUMPRIMENTO DO ACORDO PARA


DESPOLUIÇÃO DA PRAIA DE MANAÍRA

O MPF-PB estendeu o prazo para que o relatório final seja enviado pelo Município de João
Pessoa, o prazo que iria se encerra no dia 15 de abril de 2019 foi prorrogado para o dia 30 de junho de
2019. Outro prazo que foi adiado se refere às obrigações assumidas pela SUDEMA que deverá cumprir
com o que foi acordado até o dia 31 de julho de 2019.
Segundo reportagem publicada no Jornal da Paraíba (2019) o procurador da república
Antônio Edílio Magalhães Teixeira, relatou que a prorrogação do prazo se deu para que seja
feita a compra de maquinários pela CAGEPA e pela Prefeitura de João Pessoa. Segundo o
procurador os poderes públicos, municipal e estadual afirmaram já ter adquirido os referidos
equipamentos.
Apesar da implementação do TAC ainda não estar em pleno desenvolvimento, ele vem
buscar a resolução de um problema ambiental carente de solução há muito tempo em nossa
cidade. O afastamento dos fatores que tem contribuído para a poluição da praia, irá melhorar a
qualidade do meio ambiente da área e consequentemente o bem estar da população.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento do presente estudo se deu através de uma pesquisa bibliográfica


envolvendo vários temas relacionados à preservação do meio ambiente, no âmbito jurídico.
Seu principal objetivo foi apresentar como o Direito ambiental pode ser usado como uma
ferramenta de combate aos crimes ambientais e da sua importância no contexto da prevenção,
reparação e punição dos danos causados ao meio ambiente, através de dispositivos
constitucionais e infraconstitucionais.
A primeira etapa do trabalho trouxe um breve estudo acerca do direito ambiental
brasileiro breve estudo sobre o direito ambiental, no parâmetro nacional, incluindo sua
evolução histórica e sua aplicação na Carta Magna de 1988. Conceituou-se o meio ambiente
20
através da Lei 6.938/81, que o traz como "o conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as
suas formas".
Em seguida, diante de sua importância foram trazidos os mais importantes princípios
do direito ambiental no contexto do estudo. Outro ponto importante se deu através do estudo
da responsabilização do infrator, pessoa física ou jurídica, pelos danos causados ao meio
ambiente na esfera civil, administrativa e criminal. Além disto, foi visto através da Lei
9.605/98 o conceito de crime ambiental que “são atos que destroem a fauna e a flora,
prejudicam o meio ambiente, a natureza, e em decorrência disso acabam retirando a
qualidade de vida do ser humano”, e seus tipos, aqui foram colocadas apenas três dos cinco
citados na lei, crimes contra a flora, contra a fauna e crime de poluição.
Por fim, com o estudo se teve possibilidade de se analisar de um Termo de
Compromisso de Ajustamento de Conduta que teve como objetivo a despoluição da praia de
Manaíra, localizada na cidade de João Pessoa-PB. O termo estudado visava identificar e
afastar os fatores que por ventura estivesse contribuindo com a poluição da praia, visando
com isso a melhoria da qualidade ambiental do lugar e das condições de saúde e bem-estar da
polução de modo geral.
Ao analisar o TAC, verificou-se que o fato principal para sua implementação foi a
probabilidade de existência de ligações clandestinas de esgoto doméstico, industrial e de
águas servidas na rede de águas pluviais do bairro de Manaíra. A constatação da existência
dessas ligações clandestinas levará a responsabilização dos possíveis infratores de acordo com
a lei de crimes sem comprometer a possibilidade de que esses infratores sejam
responsabilizados na esfera cível, ou seja, que sejam impostos a eles, a obrigação de reparar
os danos causados. Por fim, a analise constatou que tanto o Poder Público quanto a
coletividade têm papel fundamental na prevenção da poluição marinha, tendo em vista que
ambos se complementam.
Em suma, é importante saber, que não obstante a existência de legislação rigorosa
sobre o tema, com destaque para Lei nº 9.605/98, que trata dos crimes ambientais e de suas
punições, ainda, se faz necessário a conscientização da coletividade e o entendimento de que
se não preservarmos o meio ambiente hoje as futuras gerações poderão não mais ter acesso a
ele.
Dada a importância da complexidade do assunto, não foi possível exaurir o tema,
contudo, acredita-se que esse estudo possa fazer com que a população em geral e o meio

21
acadêmico possa a vir a se interessar pelo tema e aprofundar seus conhecimentos na área,
tendo em vista a importância do que foi pesquisado. Acredito que muitas pessoas passem a se
interessar pelo assunto e aprofundar seus conhecimentos na área, tendo em vista a importância
do assunto para o meio acadêmico e para a população de modo geral.

REFERÊNCIAS

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contaminacao-por-bacterias-poluindo-praias-de-jp-e-mpf-autoriza-barrar-esgotos-
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O Direito Ambiental Como Ferramenta de Combate aos Crimes
Ambientais: O Caso das Águas da Praia de Manaíra.
Ismayanna do Nascimento Barbosa. João Pessoa, 2019.
25f.

Orientador: Prof. Raffael Henrique Costa Diniz


Artigo Científico (Curso de Direito) –
Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ

1. Direito Ambiental. 2. Princípios. 3. Responsabilidade. 4. Crimes


Ambientais. 5. Poluição das Águas.

I. Título.

UNIPÊ / BC CDU – 349.6

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