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RESUMO
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Bacharelanda no 10º período do Curso de Direito do UNIPÊ - ismayannaB@hotmail.com
2 Professor do Centro Universitário de João Pessoa - Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente; UFPB; MBA em Perícia,
Auditoria e Gestão Ambiental – IPOG; Bacharel e Licenciado em Geografia – UFPB; Bacharel em Direito – UNIPE -
raffaelcostadiniz@hotmail.com
ABSTRACT
The present work deals with the importance of environmental law as a tool to combat
environmental crimes, with emphasis on the crime of water pollution, especially with regard
to the waters of the beach of Manaíra located in João Pessoa, capital of the state of Paraíba.
Therefore, the general objective is to identify the consequences of sea pollution in the study
area that tends to degrade the environment and harm the health of the community. The
specific objectives were: analysis of the historical evolution of Environmental Law in Brazil
and in the world, identification of the principles of Environmental Law, and the importance of
accountability in the administrative area, civil or criminal, of the individual or legal entity of
the polluter, and of the conceptualization of environmental crime. According to the
bibliographical study developed, it is possible to show that the Public Power has the duty to
carry out public policies as a way of clarifying and raising public awareness regarding
pollution, besides having the burden of applying sanctions in specific cases. The methods
used in the research had the combination of exploratory, explanatory and descriptive
resources. Finally, the research found that both the Public Power and the community have a
fundamental role in the prevention of marine pollution, in order to complement the other.
1 INTRODUÇÃO
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Em vista disto, o presente trabalho visa estudar a importância do Direito Ambiental no
combate aos crimes ambientais, com foco principal no crime de poluição envolvendo as águas
da praia de Manaíra localizada nesta capital, um problema que se perpetua por muito tempo
nessa cidade. Para isso traz inicialmente um breve histórico da evolução jurídica ambiental no
país, sua previsão na Constituição Federal de 1988, a conceituação de meio ambiente e seus
princípios norteadores.
Em seguida foi analisado como se determina a responsabilização pelos danos causados
ao meio ambiente e como se dá à tutela penal deste bem jurídico, com ênfase à caracterização
dos crimes ambientais, demonstrando conceitos e classificações dadas pela doutrina para uma
melhor compreensão.
Posteriormente foi analisado o crime de poluição, com foco na poluição das águas, à
luz da Lei dos Crimes Ambientais, legislação esta que trouxe grande avanço ao Direito
Ambiental brasileiro tendo em vista que veio racionalizar diversas leis que tratavam de forma
isolada sobre tema.
Por fim, analisou-se o Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta que tem
por meta o desenvolvimento de diversas medidas que focam na identificação e no afastamento
de fatores que estejam contribuindo com a poluição da praia de Manaíra, sendo o objetivo
atingido à praia voltará a ter seus usos plenamente garantidos.
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1916 que trazia a possibilidade de litígios, no direito de vizinhança, com o intuito de proibir a
má utilização da propriedade e as construções capazes de poluir ou inutilizar, para o uso
ordinário, as águas de poços ou fontes alheias, a elas preexistentes. A partir de 1934 surgiram
algumas legislações focadas na proteção do meio ambiente, como por exemplo, o Código
Florestal (Decreto nº 23.793/34) revogado pelo Código Florestal vigente, Lei 4.771/68; o
Código das Águas (Decreto nº 24.643/34), ainda em vigor; o Código de Pesca (Decreto - lei
nº 794/38) substituído pelo Decreto – lei 221/67.
A proteção ao meio ambiente aparecia de forma esparsa nessas legislações. Só
recentemente se teve uma noção da gravidade da falta de atenção para com o meio ambiente
criando com isso uma consciência de proteção, passando-se a reivindicar normas que fossem
destinadas a prevenção e controle de sua qualidade.
Diante disso, segundo José Afonso da Silva (2011) em 1967 a Lei nº 5.318/67 instituiu
a Política Nacional de Saneamento Básico, com a criação do Conselho Nacional de
Saneamento no qual se escachavam tanto o saneamento básico, os esgotos pluviais e a
drenagem, como também as diretrizes de controle da poluição ambiental.
O mesmo autor, afirma que somente em 1973 com a criação da Secretaria Especial de
Meio Ambiente- SEMA (Decreto 73.030/73), voltada à conservação e uso racional do meio
ambiente, é que se teve a retomada do assunto. Após esse reinício ocorreu a criação de três
instrumentos legais muito importantes para o meio ambiente, foram eles: Decreto- lei nº
1.413/75 e Decreto nº 76.389/75, ambos tratando sobre o controle e prevenção da poluição
provocada pela atividade industrial; e a Portaria do Ministério do Interior nº 13/76, que fixava
parâmetros de classificação das águas.
De forma gradativa foram surgindo legislações escassas que falavam da questão
ambiental no Brasil, até que em 1981 por consequência das conferências ambientais
internacionais da década de 70, com ênfase na conferência de Estocolmo de 1972 surgiu a
Política Nacional do Meio Ambiente que foi instituída pela Lei Federal nº 6.938/81. A citada
lei é considerada um marco do Direito Ambiental Brasileiro por ter sido a primeira legislação
a tratar da proteção ambiental como um todo em nosso país. A Política Nacional do Meio
Ambiente foi seguida de várias normas que tratavam da questão ambiental, dentre elas a
Constituição Federal de 1988, a mais importante legislação do nosso país. (SILVA, 2011).
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2.2 DIREITO AMBIENTAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
A Constituição Federal de 1988 inovou o ordenamento jurídico nacional por ter sido a
primeira constituição brasileira a tratar da proteção ambiental, e não só por isso, mas
principalmente pela forma como o tema veio sistematizado em um capítulo próprio (Capítulo
VI - Do Meio Ambiente) dentro do Título VIII - Da Ordem Social, definindo uma observação
constitucional sobre o meio ambiente.
Dentro do texto constitucional, muitas são as menções a questão ambiental, estando a
mais importante presente no caput do art. 225:
Analisando o caput desse artigo o texto trata de um direito inerente a todos, tanto
brasileiros quanto estrangeiros têm direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Trás consigo também o dever de o preservar, que não se limita tão somente ao poder público,
mas a toda coletividade, além de deixar bem claro a sua não disponibilidade particular de
ninguém, seja ela pessoa de direito privado ou público.
A Constituição Federal de 1988 foi um marco na proteção ambiental em nosso país,
pois as legislações que apareciam de forma esparsa se concretizaram no art. 255 do seu texto,
uma inovação que trouxe uma perspectiva de avanço na proteção e preservação do meio
ambiente, tanto para o presente quanto para o futuro. (SILVA, 2011).
O conceito legal de meio ambiente encontra-se na Lei 6.938/81, conhecida como a Lei
da Política Nacional do Meio Ambiente, que em seu art. 3º, inciso I, o determina como "o
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas". (BRASIL, 1981).
Para Rodrigues (2017) meio ambiente significa “o conjunto de relações (físicas,
químicas e biológicas) entre os fatores vivos (bióticos) e não vivos (abióticos) ocorrentes
nesse ambiente e que são responsáveis pela manutenção, pelo abrigo e pela regência de todas
as formas de vida existentes nele”.
Diante disso entende-se que não haverá um ambiente sadio enquanto não se elevar ao
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mais alto grau de excelência a qualidade da integração e da interação entre esse conjunto de
relações.
Os princípios que norteiam o direito ambiental têm por finalidade evitar ou, pelo
menos, minimizar as práticas lesivas ao meio ambiente.
Eles são construções teóricas que tem como objetivo uma melhor orientação para a
construção desse direito, onde deverá guiar o legislador e demais operadores do
direto num sentido conceitual visando à uniformização da política ambiental.
(FREITAS, 2014).
O princípio do poluidor pagador determina que o poluidor deverá arcar com os danos
causados por ele ao meio ambiente, em razão de suas atividades desenvolvidas, prega também
que os prejuízos causados ao meio ambiente não sejam sentidos pela sociedade e sim pelo seu
real causador. (LENZA, 2018).
Esse princípio encontra-se na Constituição Federal, no art. 255, §3, que assim diz: “As
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoa físicas ou
jurídicas a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os
danos causados”. (BRASIL,1988).
O princípio de poluidor pagador possui duas acepções, uma preventiva que busca
evitar a ocorrência de danos ambientais, e outra reparatória usada no caso do dano já ocorrido,
visando sua reparação. Em um primeiro momento é imposto ao poluidor arcar com as
despesas da prevenção dos danos ambientais causados por atividades potencialmente
poluidoras,em um segundo momento quando o dano já tiver ocorrido o poluidor será
responsável por sua reparação. (LENZA, 2018).
No Brasil, esse princípio está inserido no artigo 225, caput da Constituição Federal, na
disposição que prescreve ao Poder Público e a coletividade o dever de defender e preservar o
meio ambiente para as presentes e futuras gerações. (BRASIL,1988).
O princípio da participação traz consigo a prerrogativa da sociedade ter participação
direta na proteção da qualidade de vida e dos recursos naturais, e com isso se propõe a
assegurar a manutenção do direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado do qual
tem a titularidade.
O princípio da precaução teve sua consolidação como tal na Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente, de 1992. Esse princípio afirma que:
Em síntese, caso não exista uma afirmação de que um ato poderá gerar um dano ao
meio ambiente, ele deverá ser contido ou deverão ser aplicadas medidas de controle ao
mesmo. Segundo Machado (2016): “Na dúvida, opta-se pela solução que proteja
imediatamente o ser humano e conserve o meio ambiente (in dubio pro natura)".
O princípio da prevenção objetiva uma sadia qualidade de vida com uma durabilidade
ininterrupta para as gerações futuras, assim como a continuação da natureza que existe no
nosso planeta.
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3 RESPONSABILIDADE PELOS DANOS CAUSADOS AO MEIO AMBIENTE
Além da Carta Magna que traz em seu artigo 225, parágrafo 3º a responsabilidade
civil e com ela a obrigação de reparar os danos causados, a Lei da Política Nacional do Meio
Ambiente em seu art. 14,1º estabelece que:
Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo é o poluidor obrigado,
independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados
ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da
União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e
criminal, por danos causados ao meio ambiente. (BRASIL, 1981).
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O fundamento constitucional da responsabilidade administrativa ambiental encontra-se
no parágrafo 3º do artigo 225 da Constituição Federal, cujo texto é o seguinte:
O artigo mencionado traz uma clara distinção entre as três esferas de responsabilidade,
com isso nos mostra as diretrizes de interpretação das normas infraconstitucionais, qual seja:
da independência destas esferas de responsabilização em razão da diferença do objeto que
cada tutela, dos regimes jurídicos que as revestem e dos órgãos que impõem sanções dentro
de cada esfera. (MUKAI 2008)
Sobre a responsabilidade administrativa, a Lei nº 9.605/1998 em seu art. 70 preceitua
o conceito de infração administrativa ambiental, dizendo queé “toda ação ou omissão que
viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente”.A
referida legislação se configura como um importante instrumento destinado a preservar e
defender os bens ambientais. (FIORILLO, 2011)
Entende-se, daí, que a infração administrativa ao caracterizar uma violação de regras
jurídicas, tem como consequência o exercício do poder de polícia conferido à Administração
Pública a fim de possibilitar o exercício do dever público.
A Carta Magna de 1988 em seu art. 225 dispõe que: todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Perante um bem tão imensurável e imprescindível para a vida terrestre, o legislador
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constitucional adotou, dentre outras medidas, a proteção penal do meio ambiente. Tal
proteção é constatada no § 3º do art. 225 da Constituição Federal: As condutas e atividades
consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a
sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados. (SOUTO, 2018).
Mesmo com o cuidado, trazido pelo legislador constitucional, notava-se que o Brasil
ainda necessitava de legislação penal específica. Assim, a Lei nº 9.605/98 denominada Lei
dos Crimes Ambientais, disciplinou os crimes ambientais, atentando-se aos preceitos trazidos
pelo art. 5º, XLI, da CF/88. Sobre o tema, segundo Fiorillo (2011):“a lei punirá qualquer
discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais”.
O mesmo autor, afirma que a tutela penal do meio ambiente é imposta para garantir o
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, como nos traz a Constituição Federal,
além de ser um direito fundamental, bem de uso comum do povo, verificando-se assim sua
extrema importância, bem como a necessidade de imposição de sanções penais às agressões
contra ele perpetradas.
Os crimes ambientais são atos que destroem a fauna e a flora, prejudicam o meio
ambiente, a natureza, e em decorrência disso acabam retirando a qualidade de vida do ser
humano. No nosso ordenamento jurídico o meio ambiente está protegido pela Carta Magna e
pela Lei de Crimes Ambientais, lei está que veio racionalizar diversas leis que tratavam de
forma isolada vários temas sobre o meio ambiente, e que sintetizou a parte penal ambiental
em cinco categorias de crimes, dos quais iremos tratar de três aqui, quais sejam: os crimes
contra a fauna; os crimes contra a flora e os crimes de Poluição. (JUNIOR, 2019).
Antes de tudo se faz necessário conceituar o termo fauna. Para Sirvinskas (2018, p.
913) “fauna é o conjunto de animais próprios de um país ou região que vivem em determinada
época”.
Os atentados que se relacionam à fauna, então previstos na Lei 9.605/98, com exceção
do crime de pesca de cetáceos previsto pela Lei 7.643/87. Os artigos 29 a 37, da Lei de crimes
ambientais regulamentam o artigo 225, 1º, VII, da CF/88, que prevê expressamente a proteção
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da fauna, indicando que cabe ao Poder Público: “proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma
da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade”.
O §1º, VII, do art. 225da Carta Magna traz em seu texto a proteção para todos os
animais, sejam eles domésticos, os protegendo de crueldades e abandono, sejam eles
selvagens combatendo a captura, a destruição, comercialização desenfreada que os tornam
vulneráveis.
A lei 9.065/98 estabelece diversas sanções penais e administrativas derivadas de
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Alguns atos merecem destaque, estes estão
previstos do artigo 29 ao artigo 37, que são: pesca; transporte e comercialização; caça; maus-
tratos; experiências que trazem dor e sofrimento ao animal; agressões, modificações,
destruições e danificações aos habitats naturais, ninhos, criadouros naturais ou ninhos, bem
como introduzir espécie exótica sem prévia autorização também é considerado crime
ambiental. (MARQUES, 2017).
Flora é o conjunto de plantas e árvores, e toda espécie vegetal de uma região ou País.
Sua preservação e conservação é a garantia de uma melhor qualidade de vida a todos os seres
humanos das presentes e futuras gerações. Os crimes praticados contra a flora estão
tipificados nos artigos 38 a 53 da Lei 9.605/98. São aqueles que causam destruição ou dano à
vegetação. (ROCHA, 2018).
Os principais crimes contra a flora são: destruir ou danificar floresta; vegetação
primária ou secundária; corte de árvores; danos em Unidades de Conservação; provocar
incêndio; balões; extrair recursos; madeira de lei; não exibição de Licença; impedir
Regeneração; plantas de ornamentação; desmatamento; motosserra; caça e exploração sem
licença. Esses crimes são os que ameaçam a vegetação e seu desenvolvimento.
Basta que seja feita uma análise sumária dos artigos, para que seja possível notar a
unificação das condutas e penas àqueles que cometem as práticas delituosas em desfavor da
vegetação.
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Esses crimes são provocados por atos humanos que produzem resíduos em tal
proporção que acabam causando danos à natureza, saúde humana, ameaçando a
sobrevivência da fauna e da flora.
A Lei 9.605/98 concentrou a maioria das infrações penais contra o meio ambiente e,
relativamente aos danos causados pela poluição, o caput, de seu art. 54, estabeleceu que:
“Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em
danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição
significativa da flora: Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa”.
A poluição é essencialmente produzida pelo homem e está diretamente relacionada
com os processos de industrialização e a consequente urbanização da humanidade, tendo em
vista que grande parte dos problemas apontados se dá, fundamentalmente, por esses processos
e atividades poluentes. (SANTOS, 2004).
O aumento no crescimento da população e o desenvolvimento industrial vêm causando
sérios danos ambientais, especialmente, àqueles ligados às condições da água. A poluição da
água resultado dos esgotos domésticos, dos despejos industriais, das águas de retorno de
irrigação, do descarte inadequado do lixo, dos acidentes ecológicos, etc.
No entanto, o dano sofrido pelo meio ambiente, no caso de poluição da água, varia de
acordo com as particularidades do meio aquífero atingido. No caso do mar, por exemplo,
verificamos que os danos mais graves se relacionam à contaminação das águas é pelo
lançamento de esgoto doméstico despejado diretamente nos mares, os produtos químicos que
muitas indústrias despejam irregularmente, entre outros. Embora esta prática seja crime
ambiental no Brasil, ainda é muito comum, principalmente, em locais onde a fiscalização do
poder público não existe ou é ineficiente.
Nos termos do art. 54 da Lei 9.605/98, é tipificado como crime de poluição a conduta
que cause “poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em
danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição
significativa da flora” incluindo-se aqui a poluição das águas marinhas.
Antes da Lei dos Crimes Ambientais, no Código Penal de 1940, já era possível
encontrar alguns dispositivos referentes à responsabilidade penal pela poluição das águas, no
capitulo “Dos Crimes Contra a Saúde Pública”, os arts. 270 e 271 que incriminam as condutas
de envenenar, poluir e corromper água potável.
A lei 6.938/81 que dispôs sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, traz em seu
art. 15, o tipo penal para as atividades poluidoras, sendo assim, encontramos:
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O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal, ou
estiver tornando mais grave situação de perigo existente, fica sujeito à pena de
reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa de 100 (cem) a 1.000 (mil)
MVR. (BRASIL, 1981).
O esgoto doméstico e industrial são grandes ameaças tanto para a vida marinha como
para quem vive no litoral. O esgoto acaba levando para o mar uma grande quantidade de
matéria orgânica, o que contribui para uma explosão de fito plâncton. A vida microscópica se
prolifera de forma desordenada, e acaba prejudicando os outros microrganismos marinhos,
que ficam sem espaço, sem oxigênio e sem nutrientes. O esgoto também carrega para o mar
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diversos organismos nocivos como bactérias, vírus e larvas de parasitas, trazendo perigo para
a saúde da população. (SCARTOZZONI, 2008).
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Em decorrência disso, o Ministério Público Federal, o Município de João Pessoa, a
Companhia de Água e Esgoto da Paraíba (CAGEPA), a Superintendência de Administração
do Meio Ambiente (SUDEMA), e a Ordem dos Advogados do Brasil (Seccional Paraíba), nos
autos do Inquérito Civil nº 1.24.000.000072/2009-14 celebraram no dia 17 de Outubro de
2018 o Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta nº 11/2018, com eficácia de
título extrajudicial, de acordo com o artigo 784, IV do CPC, visando melhorar as condições de
poluição, esgoto e qualidade ambiental na praia de Manaíra.
Dessa forma, trataremos agora das especificidades previstas nesse compromisso de
ajustamento de conduta.
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uma atualização do cadastro da rede coletora de água pluvial do bairro de Manaíra, esse
cadastro deverá ser feito em uma base cartográfica georreferenciada permitindo assim a
sobreposição da rede coletora de esgoto sanitário da CAGEPA como o sistema de drenagem
de águas pluviais do Município de João Pessoa. A CAGEPA se compromete a adquirir e
utilizar, para cumprimento dos trabalhos, equipamentos capazes de realizar o que foi
acordado. Esse grupo de trabalho terá que enviar ao MPF relatório final consolidado até o dia
15 de abril de 2019.
O MPF-PB estendeu o prazo para que o relatório final seja enviado pelo Município de João
Pessoa, o prazo que iria se encerra no dia 15 de abril de 2019 foi prorrogado para o dia 30 de junho de
2019. Outro prazo que foi adiado se refere às obrigações assumidas pela SUDEMA que deverá cumprir
com o que foi acordado até o dia 31 de julho de 2019.
Segundo reportagem publicada no Jornal da Paraíba (2019) o procurador da república
Antônio Edílio Magalhães Teixeira, relatou que a prorrogação do prazo se deu para que seja
feita a compra de maquinários pela CAGEPA e pela Prefeitura de João Pessoa. Segundo o
procurador os poderes públicos, municipal e estadual afirmaram já ter adquirido os referidos
equipamentos.
Apesar da implementação do TAC ainda não estar em pleno desenvolvimento, ele vem
buscar a resolução de um problema ambiental carente de solução há muito tempo em nossa
cidade. O afastamento dos fatores que tem contribuído para a poluição da praia, irá melhorar a
qualidade do meio ambiente da área e consequentemente o bem estar da população.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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acadêmico possa a vir a se interessar pelo tema e aprofundar seus conhecimentos na área,
tendo em vista a importância do que foi pesquisado. Acredito que muitas pessoas passem a se
interessar pelo assunto e aprofundar seus conhecimentos na área, tendo em vista a importância
do assunto para o meio acadêmico e para a população de modo geral.
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