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XIV SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA

UNAERP CAMPUS GUARUJÁ

Necessidades Energéticas e Consequências Ambientais

Estudo do Concreto com Adição de Fibra da Casca de Côco Verde

Rodrigo Coelho Roberto


Professor do Curso de Engenharia Civil
Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP Campus Guarujá
rodrigosbeng@gmail.com

Tiago Dias da Silva R.A: 819.402


Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP Campus Guarujá
tiago819402@gmail.com

Thiago Xavier de Melo R.A: 819.357


Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP Campus Guarujá
thiagoxavier2008@gmail.com

Rafael da Silva Souza R.A: 815.529


Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP Campus Guarujá
rafaelside@gmail.com

Rafael da Silva Costa R.A: 819.416


Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP Campus Guarujá
rafaelcosta819416@gmail.com

Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee

Resumo:

Neste artigo foi descrito uma breve introdução onde está registrado um pouco
da história do uso de fibras no concreto, nela foi observado que o uso das fibras
começou quando se teve a intenção de buscar melhorias para o concreto; também foi
objetivado o estudo da influência desse material no concreto assim como os ensaios
relativos ao concreto com adição de algum material. Foi destacado a utilização de
fibras no concreto e os tipos existentes, assim como a utilização da fibra de côco verde
no concreto mostrando como a preocupação da sociedade com o uso de materiais
renováveis é muito importante e que existem materiais assim como o côco que
possuem propriedades muito favoráveis para contribuir com o concreto em sua
aplicação, além de se ter identificado as vantagens e desvantagens da utilização de
um material como este. Foi observado que o concreto com adição da fibra de côco
verde teve uma resistência superior à do concreto convencional, provando a qualidade
de aplicação deste material, concluindo que este material no concreto tem a
possibilidade de ser inviável, não pelas suas propriedades, mas porque é um material
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orgânico e que necessita de um cimento com baixa alcalinidade o que pode ser
inconveniente em regiões onde é difícil o encontro deste cimento.

Palavras-chave: Melhorias; Fibra; Resistência.

Summary

In this article a brief introduction was described where a little history of the use of
fibers in the concrete was observed, in which it was observed that the use of the fibers
began when it was intended to seek improvements for the concrete; it was also
objectified the study of the influence of this material in the concrete as well as the tests
related to the concrete with addition of some material. Emphasis was given to the use
of fiber in concrete and existing types as well as the use of green coconut fiber in
concrete showing how society's concern about the use of renewable materials is very
important and that there are materials such as coconut that have properties very
favorable to contribute to the concrete in its application, besides having identified the
advantages and disadvantages of the use of a material like this. It was observed that
the concrete with addition of the green coconut fiber had a superior resistance to the
conventional concrete, proving the quality of application of this material, concluding that
this material in the concrete has the possibility of being impracticable, not for its
properties, but because it is an organic material and that needs a cement with low
alkalinity which can be inconvenient in regions where it is difficult to find this cement.

Key-words: Improvements; Fiber; Resistance.

Seção 1 - Curso de Engenharia Civil – Meio Ambiente

Apresentação: Pôster

1. Introdução

O Concreto Armado surgiu por volta de 1849, quando um pequeno agricultor


francês chamado de Joseph-Louis Lambot construiu um barco com argamassa de
cimento e uma armadura de ferro, até então era algo totalmente novo e desconhecido;
Joseph em sua propriedade testou o barco. Em 1855 Joseph o patenteou como sua
nova invenção e no mesmo ano apresentou na feira mundial de paris. O projeto não
teve uma relevância na feira, mas chamou atenção de algumas pessoas que
enxergarão soluções para problemas comuns onde estruturas de madeira já não
atendiam.
A partir deste momento surgirão várias patentes de cimento armados com ferro
e logo o concreto armado começou a ser usado na construção civil. Nesta época era
empregado em jardins, tubos, tanques, pontes e passarelas.
Com a importância que o concreto armado foi ganhando ao longo dos anos,
também começaram os estudos para entender melhor como ele se comportava junto
ao aço, quais eram suas vantagens e desvantagens e como poderia ser melhorado em
seus problemas. E mediante a constante busca por melhorias das propriedades do
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concreto que no ano de 1960, nos Estados Unidos, deu-se origem ao uso de fibras no
concreto.

2. Objetivo Geral

Estudar a influência do concreto com adição da fibra de coco.

2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Conhecer a utilização de fibras no concreto;

b) Estudar a fibra do côco verde no concreto;

c) Moldar e identificar ensaios laboratoriais existentes para o concreto;

3. Justificativa

A fibra de côco pode trazer uma maior resistência para o concreto armado e
também para outros materiais; ela possui boa vedação térmica e traz economia à
obra e ao projeto por se tratar de um material que pode ser reaproveitado e que se
encontra disponível na natureza.

4. Revisão bibliográfica

4.1. UTILIZAÇÃO DE FIBRAS NO CONCRETO

O concreto é uma mistura que possui características próprias, que são boas e
ruins. Para melhoria destas más características foram, com o passar do tempo, sendo
empregadas técnicas e materiais a ele que lhe proporcionaram grandes melhorias, um
exemplo disso foi a junção do aço com o concreto que originou o concreto armado.
Entre todas as inovações que o concreto teve em anos uma das mais importantes foi a
adição de fibras ao concreto, que lhe proporcionam um reforço.
“As fibras são elementos descontínuos, cujo comprimento é bem maior que as
dimensões da seção transversal” (FIGUEIREDO, 1997), que podem ser produzidas a
partir de diferentes materiais, como aço, vidro, polipropileno, náilon, etc”
(FIGUEIREDO, 1997).
“Os concretos especiais, reforçados com fibras, vêm sendo testados e utilizados
desde 1960. As Fibras sintéticas foram as primeiras a serem testadas nos Estados
Unidos, descobrindo-se que pequena porcentagem de fibras misturada ao concreto,
resultava em um aumento de resistência a tração, flexibilidade e ao impacto”
(TAVARES et al, 2012).

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Figura 1: Concreto com Fibra. Fonte: Domínio Público.

Na figura 1 é possível identificar uma placa de concreto (ou molde) partida ao


meio em que pode ser visto a aplicação das fibras.

Figura 2: Fibra de Aço. Fonte: Domínio Público.

Na figura 2 vê-se as fibras de aço. “As fibras de aço são elementos


descontínuos produzidos com uma variada gama de formatos, dimensões e mesmo de
tipos de aço” (FIGUEIREDO, 2000).

4.2. FIBRA DE CÔCO VERDE

Depois de anos de tentativas de fazer a sociedade olhar para as questões


ambientais ela finalmente começou a caminhar neste sentido; se preocupar com
reciclagem hoje acaba trazendo benefícios para todos. Existem milhares de materiais
que possuem propriedades de muito valor, para a engenharia essencialmente às
propriedades mecânicas, que são desperdiçados ou usados de maneira irracional e
que acabem nos aterros sanitários. O côco além de alimento é também um
produto/material que sofre com o uso irracional, principalmente depois de ser
consumido e acaba parando em locais onde seu reaproveitamento se torna difícil. O
côco possui propriedades favoráveis para a sua aplicação na engenharia; é um
material que tem condições de aplicabilidade novas e que proporciona economia para
quem o utiliza. Sua fibra é objeto de estudo deste artigo.
“A utilização das fibras de côco como reforço, apresentam muitas vantagens
sobre as fibras sintéticas, o que justifica assim o seu uso como reforço em matrizes
tanto cimenticias como poliméricas” (TAVARES et al, 2012). Entre suas vantagens se
destacam: a conservação de energia; a grande abundância; o baixo custo; não é
prejudicial à saúde; é biodegradável. Entre suas desvantagens se destaca: baixa
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durabilidade, quando utilizada junto com cimentos devido a sua alcalinidade.
A fibra de côco verde é extraída a partir de um processo que possui três
etapas, a secagem, a trituração e a separação, com ela extraída e pronta pode-se
aplica-la à diversas finalidades.

Figura 3: Côco a partir do processo de extração da fibra e do pó. Fonte: Domínio Público.

A figura 3, acima, ilustra o processo de extração da fibra e do pó de côco, nela


pode-se ver o côco inicial, quando obtido na natureza, depois ele cortado; seguido de
triturado obtido a fibra e posteriormente triturado obtido o pó.

5. Material e métodos

O material empregado neste projeto foi a fibra de côco que é obtida, como
escrito anteriormente, através de um processo de extração que envolve a separação e
a trituração e o concreto, que é obtido através da mistura de agregados; água e
cimento.
Os métodos empregados são: o desenvolvimento e a escolha do traço, a
modelagem dos corpos de prova, o ensaio de resistência à compressão e o ensaio de
resistência à tração através de compressão diametral.

6. Resultados e Discussão

Os resultados foram obtidos através de ensaios práticos (método empírico) e


também ensaios laboratoriais.
Verificando os resultados realizados pelo método empírico, percebeu-se que o
concreto com fibra de coco verde, obteve resistência superior ao concreto
convencional.
Já nos ensaios laboratoriais (ensaio de resistência a tração por compressão
diametral – NBR 7222: Concreto e argamassa — Determinação da resistência à
tração por compressão diametral de corpos de prova cilíndricos), a mistura com
fibra de coco verde obteve resistência superior ao concreto com fibra sintética.
Também pode-se perceber, como as fibras agem, evitando fissuras internas no
concreto.
Muitas são as dúvidas geradas devido a utilização de material orgânico ao
concreto, pois é sabido que qualquer material orgânico tem tempo de vida útil muito
baixo, o que leva a sua degradação rapidamente.
“Uma das principais razões para essa rápida degradação é a elevada
alcalinidade da água presente nos poros da matriz de cimento Portland, com pH
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superior a 13. A região da matriz em torno da fibra (zona de transição) é caracterizada
por porosidades elevadas, permitindo acúmulo de água e pela presença de
quantidades elevadas de hidróxido de cálcio, propiciando elevada alcalinidade”
(AGOPYAN et al, 1994).
“A elevação da temperatura ambiente provoca uma sensível aceleração na
velocidade de degradação” (TAVARES et al, 2012).

7. Conclusão

“Após os ensaios realizados, com base nos resultados obtidos e nas pesquisas
efetuadas sobre outros trabalhos, chegamos à conclusão que o uso da fibra de coco
verde oferece boa resistência a tração, podendo ser utilizado na confecção de placas
pré-moldadas de 2 x 1 metro para utilização em alvenaria de vedação e também para
uso na realização de contra piso, contribuindo para maior resistência contra
deformações causadas por concentração de peso em locais específicos” (TAVARES et
al, 2012). Isso que pode tornar inviável a utilização do concreto porque, dependendo
da região, o cimento com baixa alcalinidade é de difícil acesso o que o leva a ser
obtido em outras localidades resultando em encarecendo do produto final.

8. Sugestão

Como podemos utilizar a fibra no concreto?

Para utiliza-la no concreto, tornasse necessário um tipo de aglomerante que


contenha um valor de baixa alcalinidade.
Segundo JOHN (1993), existem algumas soluções possíveis que podem
controlar este fator de degradação, como: “emprego de matrizes de baixa alcalinidade,
cuja água do poro possua pH inferior a 9, como o gesso e os cimentos especiais;
Proteção das fibras com polímeros, hidro-repelentes (resinas, óleos e asfaltos),
ou ainda agentes bloqueadores da reação de decomposição das fibras, como silicatos
e sulfatos de sódio e magnésio; impermeabilização da matriz”.

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9. Referências

AGOPYAN, V.; SAVASTANO JR., H. A experiência brasileira com as fibras


vegetais. 1998. Disponível em: <http://www.piniweb.com.br/construcao/noticias/a-
experiencia-brasileira-com-as-fibras-vegetais-85326-1.asp>. Acesso em: 28 de
Setembro de 2017.

AOKI, Jorge. Fibras para Concreto. Vogg Branded Content, 2010. Disponível em:
<http://www.cimentoitambe.com.br/fibras-para-concreto/>. Acesso em: 10 de Fevereiro
de 2017.

Como é Feito o Teste de Resistência do Concreto ?. Incopre, 2015. Disponível em:


<http://incopre.com.br/index.php/como-e-feito-o-teste-de-resistencia-do-concreto/>.
Acesso em: 06 de Outubro de 2017.

FALCÃO, Marcius Flaure B.; SOARES, Jorge Barbosa. Considerações Sobre o


Ensaio de Compressão Diametral no Estudo de Materiais de Pavimentação.
Universidade Federal do Ceará, 2015. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/267254059_CONSIDERACOES_SOBRE_O
_ENSAIO_DE_COMPRESSAO_DIAMETRAL_NO_ESTUDO_DE_MATERIAIS_DE_PA
VIMENTACAO>. Acesso em: 06 de Outubro de 2017.

FIGUEIREDO, Antônio Domingues. Concreto com Fibras de Aço. São Paulo: PCC
USP, 2000. Disponível em:
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%2Fallquimica.com.br%2Farquivos%2Fwebsites%2Fartigos%2FA-
000222006526153128.pdf&usg=AOvVaw2M4z1fhd4ePYBDJRIUXCt0>. Acesso em:
06 de Outubro de 2017.

FIGUEIREDO, Antônio Domingues. Concreto com Fibras. São Paulo: Instituto


Brasileiro do Concreto, 1997. Cap. 37. Disponível em:
<http//:https://www.researchgate.net/profile/Antonio_Figueiredo4/publication/29381166
9_Concreto_com_fibras/links/56bb6b1008ae2481ab6abc4f.pdf>. Acesso em: 02 de
Outubro de 2017.

JOHN, A. A Experiência Brasileira com Fibras Vegetais. Téchne, 1993. Disponível


em:
<https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&
uact=8&ved=0ahUKEwjk94rAltrWAhVKGpAKHdb-
Br4QFggnMAA&url=http%3A%2F%2Ftechne.pini.com.br%2Fengenharia-
civil%2F32%2Fartigo285563-1.aspx&usg=AOvVaw0cjjTM2N27jF3vtqQZNFkP>.
Acesso em: 05 de Outubro de 2017.

TAVARES, Alexandre; CELIO; XAVIER, Thiago; EDUARDO; BONADIO, Juan;


EVERALDO, José. Concreto com Adição de Fibra da Casca de Côco Verde. São
Paulo: ETEC, 2012.

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