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BIOCIMENTO

Melane Soares Amorim melzynhadetere@hotmail.com, discente, Engenharia Civil, Unifeso.


Matheus Da Silva Patricio Esteves, discente, Engenharia Civil, Unifeso.
Ronan Pereira Da Costa Cardoso Filho, discente, Engenheiro Civil, Unifeso.
Antonio Helton Lima de Sales, discente, Engenheiro Civil, Unifeso.

Área temática: Estruturas.

INTRODUÇÃO

O cimento e o concreto são os materiais mais utilizados desde o século XIX e estão
presentes nos mais diversos tipos de construções. É um material diversificado e com
propriedades altamente desejáveis na área da construção civil. Geralmente, o concreto é um
material extremamente resistente e, quando construídas corretamente e nas condições ideais,
as estruturas podem facilmente durar cerca de 100 anos ou mais. Basicamente, o cimento é
um pó fino com propriedades aglomerantes, que se enrijece ao entrar em contato com a água.
Depois de endurecido, mesmo que entre em contato com a água, esse material não volta a se
decompor. Os maiores problemas da fabricação e uso excessivo do cimento e do concreto são
os inúmeros impactos ambientais gerados no meio ambiente. Apesar disso, diversas
manifestações patológicas podem atingir tais estruturas, dentre elas a fissuração. As fissuras,
geralmente, são prejudiciais à integridade estrutural do concreto, elas podem facilitar a
entrada de água e agentes agressores no interior da estrutura, afetando consideravelmente a
durabilidade do material, por meio de efeitos como a corrosão da armadura. Na área da
construção civil, a questão de buscar soluções para os problemas advindos da corrosão tem
sido e ainda é debatido de forma constante.
Neste contexto, em virtude da necessidade de se ter estruturas com alta resistência,
consequentemente mais sustentáveis e com a finalidade de reduzir os custos de manutenção
empregados na construção civil o presente estudo objetiva realizar uma revisão da literatura
sobre o emprego do bioconcreto, também denominado como “concreto auto curável” na
construção civil. Jonkers (2010) cita que esta reação é similar ao processo pelo qual a fraturas
ósseas, no corpo humano, é naturalmente curadas por osteoblastos que mineralizam para
reconstituir o osso.
O bioconcreto é assim denominado por se tratar de um produto 100% vivo.É uma
descoberta capaz de revolucionar por completo o setor da construção civil. Chama a atenção
pela capacidade de vedar suas próprias fissuras e rachaduras. Seria um concreto com
habilidades ‘auto-curadoras’, assim como ocorre na natureza. Outro aspecto positivo do
bioconcreto está relacionado à extensão da rachadura que é possível recuperar, praticamente
não existindo limites, podendo reparar até quilômetros de fissuras. Porém, a ruptura não pode
ter uma largura maior que 8 mm. "O biocimento é uma alternativa sustentável e renovável ao
cimento tradicional e tem grande potencial para ser usado em projetos de construção que
exigem tratamento do solo," disse o professor Jian Chu, coordenador da equipe. "Nossa
pesquisa fez biocimento ainda mais sustentável usando dois tipos de resíduos como
matéria-prima. A longo prazo, isso não apenas tornará mais barato fabricar biocimento, mas
também reduzirá o custo envolvido no descarte de resíduos." Além do uso comum, o
biocimento pode ser utilizado também como rejunte, para controle de infiltração e também
para retocar e reparar monumentos como esculturas.
O processo de fabricação do biocimento começa com a lama de carboneto sendo
tratada com um ácido para produzir cálcio solúvel. A ureia é então adicionada ao cálcio
solúvel para formar uma solução de cimentação. Então adiciona uma cultura bacteriana a essa
solução de cimentação e deixa as bactérias quebrarem a ureia na solução para formar íons
carbonato. Esses íons reagem com os íons de cálcio solúveis, em um processo chamado
precipitação de calcita induzida microbianamente. Essa reação forma carbonato de cálcio, um
material duro e sólido que é encontrado naturalmente no giz, no calcário e no mármore. A
fabricação do biocimento dispensa a mineração do calcário, um recurso finito. Quando essa
reação ocorre no solo ou na areia, o carbonato de cálcio resultante une as partículas,
aumentando sua resistência e preenchendo os poros, reduzindo a infiltração de água através
do material. O biocimento apresentou resistência à compressão não confinada de até 1,7
megapascal (MPa), superior à do mesmo solo tratado com quantidade equivalente de cimento
comum.
O Bioconcreto vem sendo testado em algumas construções, na Holanda, há uma
construção feita totalmente desse material e que é monitorada pelos pesquisadores a cada dois
anos. A edificação está sujeita a condições extremas com alta incidência solar e presença
contínua de água. Ela prova a eficácia do Bioconcreto e permanece vedada desde a
construção.
Pelos preços elevados, o Bioconcreto é mais indicado para ser utilizado em estruturas
subaquáticas ou no subsolo, ambientes com maior chance de vazamento ou corrosão. Sendo
assim, o grande desafio da implementação do Bioconcreto na construção civil é o fato de ele
ser um material mais caro se comparado com a produção do concreto comum. Apesar disso,
as vantagens da aplicação e da economia com gastos de mão de obra e manutenção a longo
prazo são enormes ao se comparar os dois materiais.
O uso de bioconcreto tem um grande potencial de diminuir o impacto ambiental da
indústria da construção. Atualmente, produz-se 4 bilhões de toneladas de cimento
anualmente, em todo o planeta – isso representa 8% das emissões mundiais de CO2. Em
contrapartida, os materiais de base biológica – como o bioconcreto, por exemplo. O preço é
elevado, por causa das bactérias em específico. “Por isso, a equipe de cientistas continua
buscando uma alternativa para alimentar as bactérias que seja à base de açúcar – o que
poderia baixar o custo de produção no mesmo patamar do concreto convencional” (Carolina,
XXXX). Portanto, na hora de avaliar se vale a pena usar esse material, é importante levar em
conta os benefícios que o bioconcreto pode trazer no longo prazo. “Há de se ponderar se o
custo do investimento em bioconcreto será superado pela economia com a manutenção da
edificação” (Carolina, XXXX).
REFERÊNCIAS

ECYCLE, E. CIMENTO: ORIGEM, IMPORTÂNCIA, RISCOS E ALTERNATIVAS. DISPONÍVEL


EM: <HTTPS://WWW.ECYCLE.COM.BR/CIMENTO/>. ACESSO EM: 3 OUT. 2022.

YANG YANG, JIAN CHU, LIANG CHENG, HANLONG LIU. BIOCIMENTO


RENOVÁVEL FEITO INTEIRAMENTE DE MATERIAIS RESIDUAIS. DISPONÍVEL EM:
<HTTPS://WWW.INOVACAOTECNOLOGICA.COM.BR/NOTICIAS/NOTICIA.PHP?ARTIGO=BIOCI
MENTO-RENOVAVEL-FEITO-INTEIRAMENTE-MATERIAIS-RESIDUAIS&ID=010160220524>
. ACESSO EM: 3 OUT. 2022.

WEG, E. BIOCONCRETO: O QUE É E COMO ELE É CAPAZ DE SE REGENERAR. DISPONÍVEL


EM:
<HTTPS://WWW.WEG.NET/TOMADAS/BLOG/ARQUITETURA/BIOCONCRETO-O-QUE-E-E-COM
O-ELE-E-CAPAZ-DE-SE-REGENERAR/>. ACESSO EM: 3 OUT. 2022.

JONKERS, H. M. BIOCONCRETO – O SUPERCONCRETO QUE SE AUTORREPARA EQUIPE


CELERE EQUIPE CELERE BIOCONCRETO: O SUPERCONCRETO QUE SE AUTORREPARA.
DISPONÍVEL EM: <HTTPS://CELERE-CE.COM.BR/INOVACAO/BIOCONCRETO/>. ACESSO EM:
3 OUT. 2022.

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