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RESUMO
1 INTRODUÇÃO
CLÍMACO (2008) lembra que os romanos foram um dos primeiros povos a utilizar
materiais denominados aglomerantes, que reagem em presença da água e endurecem, tornando
possível a criação de uma pedra artificial denominada concreto ou Betão.
ISAIA (2005) descreve que nos dias atuais é praticamente impossível não ter nenhuma
atividade humana em que o concreto esteja presente, principalmente a partir do século XX,
onde aconteceram grandes avanços na ciência e tecnologia, permitindo o desenvolvimento de
materiais e métodos que refletiram diretamente na construção civil. As mudanças no cotidiano
das pessoas, a busca pelo bem estar pessoal e social, conforme conclui o autor, resultou na
construção de obras arrojadas e rápidas para suprir as necessidades da sociedade.
Reparar uma estrutura é de certa forma uma tarefa complexa e exige uma correta
avaliação e identificação das fontes causadoras. Reparos em estruturas de concreto implicam
quase sempre na remoção de material deteriorado e adição de um novo material sobre a estrutura
existente. A eficiência do reparo depende diretamente das condições do concreto existente e da
capacidade do material de reparo em aderir-se a ele. Para melhorar essa aderência entre reparo
e substrato utiliza-se um material denominado ponte de aderência. As pontes de aderência são
materiais poliméricos que apresentam alta resistência mecânica, e tem como objetivo em sua
utilização aumentar a aderência entre as camadas de concreto, permitindo que a estrutura
restabeleça suas propriedades originais. Realizar um reparo sem tomar alguns cuidados pode
levar a perda de aderência entre os substratos de concreto e acabará prejudicando o reparo
realizado.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O clínquer, de acordo com NEVILLE (2013), tem como matéria-prima o calcário, sílica,
alumina e óxido de ferro, encontrados naturalmente como pedra calcária, giz, mármore, conchas
do mar e argilas. As rochas calcárias são moídas e misturadas em suas proporções, em seguida,
a mistura passa por um grande forno com cerca de 230 metros de comprimento e com
temperaturas em torno de 1450 °C. O calor intenso transforma a mistura em clínquer, que depois
de formado é moído e transformado em pó. MEHTA E MONTEIRO (1994) descrevem o
clínquer como sendo nódulos de 5 a 25 mm de diâmetro produzidos a partir de um material
sinterizado, ou seja, produzido quando uma mistura é aquecida a altas temperaturas.
2.2 ADIÇÕES
2.2.2 Escórias
pela NBR 5735/1991- Cimento Portland de alto forno, e identificado pela como CP III com
classes de resistência de 25, 32 e 40 MPa.
2.2.3 Pozolanas
Podem ser encontradas em forma natural onde o único processo para seu uso é a
moagem, conforme descreve ISAIA (2005), podem provir de: vidros vulcânicos, tufos
vulcânicos, argilas ou folhetos calcinados e terra diatomácea.
2.2.4 Fílers
Componentes (% em massa)
Siglas Classes de
resistência Clínquer + Escoria de Material Material
sulfato de cálcio alto forno pozolânico carbonático
CP I 25-32-40 100 - - -
CP I-S 25-32-40 99-95 1-5 1-5 1-5
CP II-E 25-32-40 94-56 6-34 - 0-10
CP II-Z 25-32-40 94-76 - 6-14 0-10
CP II-F 25-32-40 94-90 - - 0-10
CP III 25-32-40 65-25 35-70 - 0-5
CP IV 25-32 85-45 - 15-50 0-5
CP V-ARI - 100-95 - - 0-5
FONTE: Souza e Ripper, 1998.
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2.3 AGREGADOS
A maioria dos agregados naturais, conforme descreve ISAIA (2005), possui massa
unitária entre 1500 e 1700 kg/m³ produzindo o que chamamos de concretos normais, com
aproximadamente 2400 kg/m³.
A definição dos conceitos de cada agregado é descrita pela norma NBR 7211/2009:
Agregados para concreto – Especificação, que classifica:
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Agregado miúdo: agregados cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha
igual 4,75mm, em ensaios realizados de acordo com ABNT NBR NM 248, com peneiras
definidas pela ABNT NBR NM ISO 3310-1.
Agregado graúdo: agregados cujos grãos passam pela peneira de abertura igual a 75mm
e ficam retidos na peneira de 4,75mm, em ensaios realizados de acordo com ABNT NBR NM
248, com peneiras definidas pela ABNT NBR NM ISO 3310-1.
Materiais cimentícios podem ser utilizados junto ao cimento Portland para conduzirem
modificações nas interfaces. ISAIA (2005) propõe a adição de cinzas volantes ao cimento, pois
irão diminuir a fluidez da pasta em torno dos agregados, tornando a zona de transição menos
espessa. A sílica ativa tem efeito semelhante, reduzindo a zona de transição, e demonstra ser
mais eficiente que as demais cinzas. A sílica ativa é um pó fino de tom cinza com tamanho na
ordem de 0,2 mícron e formato esférico, possuindo efeito de microfiller, segundo descrevem
SOUZA E RIPPER (1998), devido a sua finura e sua forma, a sílica ativa modifica várias
propriedades no concreto, preenchendo os vazios existentes entre os grão do concreto.
Conforme reforçam os autores, concretos com sílica ativa apresentam melhorias em suas
características como: maior resistência a compressão, tração, abrasão, ataques químicos e maior
aderência entre concreto velho e concreto novo. A sílica pode ser adicionada ao concreto
diretamente ou vir adicionada ao cimento.
2.4 ÁGUA
As estruturas podem sofrer fenômenos patológicos graves caso sejam empregadas águas
não potáveis ou que contenham presença de cloretos contribuindo para a corrosão de armaduras.
2.5 CONCRETOS
O concreto pode ser visto em sua forma estrutural como sendo formado por grãos de
agregados graúdos envolvidos em uma argamassa formada pelo cimento e agregados miúdos.
Para NEVILLE (2013), concretos, de forma geral, podem ser definidos como um
material obtido através de um meio cimentante, onde o cimento é considerado o principal
material e os agregados envoltos no cimento têm a função de enchimento mais barato. O autor
ressalva que, ainda que se fosse possível obter um cimento com valor de custo inferior ao dos
agregados, seria rejeitada a ideia de compor uma mistura exclusivamente por cimento, pois as
alterações no volume do cimento puro chegam a ser 10 vezes maiores que em um concreto
simples, causando retração do material, além do grande calor que seria gerado pela hidratação
levando a fissuração, e mais, os agregados são mais resistentes a ataques químicos. Assim o
autor conclui que indiscutivelmente o uso de agregados é sempre vantajoso.
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Conforme lembra FUSCO (2012) logo após a mistura do cimento com a água iniciam-
se as reações químicas, gerando o endurecimento do concreto. Por aproximadamente 2 horas
apresenta a forma de um líquido viscoso. Após esse tempo o concreto começa a apresentar uma
estrutura sólida e a resistência passa a aumentar com o decorrer do tempo.
A trabalhabilidade do concreto deve ser tal que permita o adensamento total do concreto
de modo a preencher o máximo de vazios possíveis. Para NEVILLE (2013) a trabalhabilidade
compete a vários fatores como: quantidade de água, granulometria dos agregados, presença de
aditivos e finura do cimento. Para o autor, a quantidade de água é o principal fator que altera a
trabalhabilidade, pois pela simples adição de água, a lubrificação entre as partículas é
aumentada.
2.5.3 Coesão
Para que um concreto seja coeso, é necessário que não haja segregação, sendo que seus
constituintes tendem a se separar devido a diferença no tamanho dos grãos, segundo descreve
NEVILLE (2013). Outro fator é a quantidade de água contida na mistura, que em excesso,
separa a pasta de cimento dos agregados. Para o autor a preocupação real com a segregação está
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Para FUSCO (2008) nem todas as porções do concreto podem apresentar a mesma
resistência, o autor reforça que a resistência pode variar numa mesma porção de concreto, isso
pode variar de acordo com os materiais empregados, as condições de mistura na betoneira, o
transporte, lançamento e adensamento. Assim o autor conclui que a resistência do concreto
pode variar dentro de um mesmo lote e em vários pontos onde foi aplicado.
2.7 ENSAIOS
FUSCO (2012) explica que os corpos de prova curados em condições de obra não
apresentam valor idôneo, pois as condições de cura são diferentes das de câmaras úmidas e
também são diferentes das condições de peças estruturais, devido a diferenças do tamanho,
geometrias e tipos de formas das estruturas.
De acordo com o comitê 201 do ACI, (American Concrete Institute), citado por
METHA E MONTEIRO (1994), o conceito de durabilidade de uma estrutura de concreto está
diretamente relacionado a sua vida útil e depende da sua capacidade de resistir a ação de
intempéries do ambiente em que se encontra, a ataques químicos, abrasão ou outros processos
de deterioração, conservando suas características originais.
SOUZA E RIPPER (1998) definem por vida útil de um material a capacidade de manter
suas propriedades acima dos limites mínimos especificados, sendo que cada material reage de
uma forma aos meios de deterioração que são submetidos. O desempenho da estrutura será
reflexo daquilo que foi produzido nas etapas de projeto, construção e manutenção.
Para ISAIA (2005) mesmo que se considere uma situação ideal, em que a estrutura é
bem projetada, a construção bem feita e com os melhores materiais, as propriedades dos
materiais mudam com o passar dos tempos e envelhecem, causando perda no desempenho
estético, funcional e por fim estrutural. O quadro 2.1 busca simplificar o entendimento do
surgimento e causas da deterioração do concreto.
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Quadro 2.1- Resumo das principais origens e causas da deterioração do concreto armado
Expansão
Reação álcali- agregado Fissuração
Hidratação MgO e CaO
As causas extrínsecas são vistas como os agentes que atacam as construções de fora para
dentro e tiveram sua origem durante o processo de concepção ou durante a vida útil. São assim
independentes da estrutura em si ou da composição do concreto, ou falhas de execução.
duráveis. A lei de Sitter apresenta de forma simples os custos de correção gastos em uma
edificação em função da fase construtiva em que o problema é identificado, seguindo uma
progressão geométrica em razão de cinco, conforme na figura 2.1.
FONTE: Sitter,1984.
Pela observação do gráfico conclui-se que toda medida tomada em cada uma das etapas
terá um custo. Partindo da fase de projeto os custos para possíveis alterações com a finalidade
de aumentar a vida útil da estrutura são associados ao número 1. Nas fases seguintes as ações
implicam em uma progressão de custo cinco vezes maior que na fase de projeto, tornando a
solução dos problemas muito mais onerosa com o decorrer do tempo.
MANO (1997) descreve que os polímeros podem ser divididos em dois grandes grupos
quando à sua aplicabilidade na engenharia: os termoplásticos e os termorrígidos.
2.10.2 Adesivos
As resinas epoxídicas são ainda as mais utilizadas no Brasil, são derivadas do petróleo
pela combinação da epicloridina e do bisfenol que misturados em diferentes proporções, tornam
possível obter resinas com diferentes propriedades,SOUZA E ZIPPER (1998). Para que ocorra
a polimerização da resina usam-se os catalisadores, em geral a base de aminas, poliaminas ou
poliamidas e que quando misturados a resina, após um tempo, adquirem elevada resistência
mecânica. Essa formulação permite a aplicação dessa resina aos mais diversos trabalhos dentro
da engenharia.
Os adesivos de base epóxi, ainda conforme SOUZA E ZIPPER (1998), são fornecidos
em dois componentes: monômero e catalisador, após a mistura apresenta uma forma viscosa
durante algum tempo, em seguida endurece e solidifica, adquirindo propriedades mecânicas.
As resinas epoxídicas compõem o grupo dos polímeros termorrígidos e são uma das mais
utilizadas em reparos como pontes de aderência entre substratos de concreto, por serem pouco
retráteis e possuírem alta capacidade de resistência e aderência, além de endurecerem
rapidamente.
Um dos métodos utilizados para avaliar a eficiência dos materiais empregados como
ponte de aderência entre substratos de concreto foi proposto e utilizado por KRIEG (1976),
apud. GARCIA e CLÍMACO (2001), denominado teste de compressão-cisalhamento
reconstituído com junta diagonal, (slant shear test), que constitui-se na compressão axial de um
corpo de prova cilíndrico de 15 cm de diâmetro por 30 cm de altura, serrado com disco de
diamante em duas partes formando um ângulo de 30º com a direção da carga.
Conforme o autor, isso justifica a utilização do método por diversas entidades e autores
na avaliação de sistemas de reparo sendo utilizado nas mais diferentes versões, com alterações
no ângulo, dimensões e tratamento das superfícies.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho avaliou a eficácia de duas resinas epóxi encontradas no mercado, para tal,
foram realizados ensaios de compressão – cisalhamento de corpos de prova cilíndricos de 10 x
20 cm, com base na a NBR 5739/2007: Concreto – Ensaio de compressão de corpos de prova
cilíndricos,
No presente trabalho adotou-se um ângulo de 60º, ver figura 3.1, entre a junta e a geratriz
do corpo de prova, que segundo CLÍMACO (1990), apud. GARCIA e CLÍMACO (2001), é
considerado como um ângulo próximo ao ângulo crítico para juntas de concreto que têm sua
superfície áspera e com agregado exposto.
Na análise dos resultados empregou-se o critério estabelecido por KRIEGH (1976), apud.
GARCIA e CLÍMACO (2001), para o qual se dá por satisfatória as resistências com valores
superiores a 90% para o sistema de reparo em razão da resistência utilizada como referência,
caracterizando assim a eficiência do tratamento empregado.
FONTE: O autor.
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Para valores de granulometria, massa específica e massa unitária tanto para agregado
graúdo como agregado miúdo, considerou-se valores aproximados, conforme descrito por
diversas bibliografias sobre o tema, especificados nas tabelas abaixo:
O cimento utilizado na composição do concreto foi o CPV- ARI que possui valores de
resistência a compressão normativos superiores a 34 MPa aos 7 dias de idade, porém sem
valores de resistência definidos para os 28 dias de idade, estabelecidos na NBR 5733/1991:
Cimento Portland com alta resistência inicial e determinado de acordo com a NBR 7215/1996:
Determinação da resistência à compressão.
Figura 3.2 - Gráfico para a determinação da relação água/cimento (a/c) em função das
resistências do concreto e do cimento aos 28 dias de idade
tronco de cone, slump test. O autor apresenta uma estimativa entre o diâmetro máximo do
agregado graúdo e o abatimento do tronco de cone, conforme a tabela a seguir:
Tabela 3.4 - Estimativa do consumo de água por metro cúbico de concreto em função do
diâmetro máximo característico do agregado e do abatimento da mistura.
Dimensão máxima caracteristica do agregado graúdo
40 a 60mm 200 l/m³ 195 l/m³ 190 l/m³ 185 l/m³ 180 l/m³
60 a 80mm 225 l/m³ 200 l/m³ 195 l/m³ 190 l/m³ 185 l/m³
80 a 100mm 230 l/m³ 205 l/m³ 200 l/m³ 200 l/m³ 190 l/m³
C = Cag/ (a/c)
Onde:
Tabela 3.5 - Volume compacto a seco de agregado graúdo, por metro cúbico de concreto em
função do diâmetro máximo do agregado graúdo e do módulo de finura do agregado miúdo.
Módulo de finura da areia Dimensão máxima característica do agregado graúdo
9,5mm 19mm 25mm 32mm 38mm
1,8 0,645 0,770 0,795 0,820 0,845
2,0 0,625 0,750 0,775 0,800 0,825
2,2 0,605 0,730 0,755 0,780 0,805
2,4 0,585 0,710 0,735 0,760 0,785
2,6 0,565 0,690 0,715 0,740 0,765
2,8 0,545 0,670 0,695 0,720 0,745
3,0 0,525 0,650 0,675 0,700 0,725
3,2 0,505 0,630 0,655 0,680 0,705
3,4 0,485 0,610 0,635 0,660 0,685
3,6 0,465 0,590 0,615 0,640 0,665
FONTE: Rodrigues, 1984.
Cp = Vpc * MUc
Onde:
Para o módulo de finura igual a 2,4 e dimensão máxima do agregado graúdo de 19mm,
obtém-se Vpc igual a 0,710m³. A massa unitária do agregado graúdo adotada foi igual a
1450kg/m³ obtendo assim um consumo de 1029,5 kg/m³ para as duas resistências requeridas.
Assim:
𝐶 𝐶𝑝 𝐶𝑎𝑔
𝑉𝑎 = 1 − ( + + )
ɣc ɣp ɣag
26
Onde:
No dosagem de água dos traços de concreto foi feita a correção no volume total de água
em função da umidade da areia. Para tal foram coletadas duas amostras de areia com
aproximadamente 1 kg cada. As amostras foram levadas ao fogo em uma forma metálica, onde
permaneceram durante uma hora. Após este processo, as amostras foram submetidas a uma
nova pesagem para verificação das massas. O resultado obtido foi de aproximadamente 4,7 por
cento de água na areia.
FONTE: O autor.
A moldagem dos corpos de prova foi feita de acordo com a NBR 5738/2015: Concreto
camadas, para essas dimensões de molde, com 12 golpes cada por uma barra de
classe de resistência.
saturada hidróxido de cálcio onde permanecem por 28 dias para o processo de cura.
Transcorrido o período de 28 dias os corpos de prova foram cortados ao meio com serra
de diamante formando um ângulo de aproximadamente 60º com a base, conforme figura 3.4.
28
FONTE: O autor.
FONTE: O autor.
Após todos os corpos de provas terem sido cortados e escarificados suas superfícies
foram devidamente limpas com escova de aço, escova de nylon e ar-comprimido, nesta ordem,
para a remoção de poeira ou qualquer outra partícula que se soltou no processo de escarificação.
Então procedeu-se a aplicação das pontes de aderência.
29
FONTE: O autor.
A aplicação da mistura sobre o substrato de concreto foi feita com auxílio de uma
espátula e com espessura do adesivo de aproximadamente 2mm. O tempo de vida útil da
mistura, “pot-life”, de ambos os adesivos, é aproximadamente 50 min, devendo a aplicação e
concretagem ocorrer dentro deste tempo, com o adesivo ainda pegajoso. A temperatura na hora
de aplicação das resinas era de 26 ºC.
FONTE: O autor.
Concluída a aplicação dos adesivos, os corpos de prova foram realocados nos moldes e
procedeu-se a concretagem complementar dos cilindros. O concreto utilizado como reparo
respeitou a mesma dosagem do traço original, os mesmos materiais e a mesma metodologia.
Para verificação e controle do concreto utilizado como reparo foram moldados 2 cilindros para
cada classe de resistência.
FONTE: O autor.
31
No total foram formados 6 grupos com 5 amostras cada. Após 24horas os espécimes
foram desmoldados e recolocados em tanque de água saturada de hidróxido de cálcio, onde
permaneceram por 28 dias.
Antes dos ensaios todos os corpos de prova tiveram suas bases preparadas de maneira a
tornar suas superfícies lisas e planas através do processo de retificação, que consiste em retirar
uma fina camada do material das bases utilizando ferramenta abrasiva, garantindo a planicidade
da superfície e uniformidade no carregamento da prensa hidráulica sem interferir na real
resistência do concreto. Conforme determinado pela NBR 5739/2007: Concreto – ensaio de
compressão de corpos de prova cilíndricos.
32
FONTE: O autor.
FONTE: o autor.
33
Na tabela abaixo estão dispostas as resistências obtidas dos corpos de prova íntegros aos
28 dias de idade que representam o traço de substrato e de reparo respectivamente em relação
ao traço estimado. Utilizou-se para análise a média entre 4 corpos de prova.
Com os resultados obtidos para a resistência aos 28 dias do substrato e resistência aos
28 dias do reparo constata-se que o traço atendeu ao que se esperava em teoria.
Na tabela a seguir estão listados os grupos por tratamento, nos cilindros em que foram
realizados o reparo, e sua resistência a compressão- cisalhamento obtidas, tal como o tipo de
ruptura que ocorreu:
35 32,90
32,04
29,72 29,45
30
27,43 26,88
25,42 25,41 25,41
24,40
25 23,35
Tensão de ruptura (MPa)
20
15,87 15,51
14,34
15
12,29
10,09
10
0
Referência 30 EPX B 30 Sem tratamento 30 EPX A
FONTE: O autor.
36
70%
60%
50%
41,40%
40%
30%
20%
10%
0%
FONTE: O autor.
Pelos dados apresentados na tabela 3.10, podemos observar que em todos os cilindros
de reparo ocorreu ruptura na junta de ligação. O grupo com tratamento adesivo EPXB foi o que
obteve maior resistência, cerca de 88,47%, muito próximo do considerado ideal, 90%. O grupo
com tratamento EPXA apresentou a menor resistência dentre os grupos, 41,40%, tal
discrepância de valores merece atenção e será pormenorizada mais adiante. O grupo sem
tratamento adesivo obteve valores de 75,39% em relação a referência não atingindo o valor
mínimo adotado para este trabalho e recomendado por GARCIA e CLÍMACO (2001).
37
FONTE: O autor.
FONTE: O autor.
38
29,09
30
25,17
24,15 23,65 23,42
25
20
15
10
FONTE: O autor.
FONTE: O autor.
A tabela 3.11 e os gráficos 3.3 e 3.4, mostram o desempenho dos cilindros de reparo,
onde a resistência dos adesivos EPXA e EPXB alcançaram bom desempenho na aderência,
superando na média, ao valor da resistência do cilindro de referência. O menor valor
apresentado foi o do grupo sem tratamento, 70,35% da resistência do cilindro monolítico.
40
FONTE: O autor.
FONTE: O autor.
41
FONTE: O autor.
Mesmo apresentado ruptura na junta de ligação das amostras em que se fez uso dos
adesivos epoxídicos os resultados obtidos são indiscutivelmente eficazes quando comparados
à resistência do cilindro de referência.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
custo de reparos e manutenções, que tem um crescimento de custo muito mais elevado que o
inicial.
O grupo de 30 MPa com tratamento adesivo EPXA apresentou valores muito baixos de
resistências quando comparados a referência, 41,40%. É necessário destacar esta divergência
de valores, pois foram adotados os mesmos procedimentos e recomendações para ambos os
grupos. Todos os cilindros apresentaram ruptura na junta de ligação caracterizando assim, o
baixo desempenho do adesivo que foi considerado pouco eficiente na aderência entre os
substratos de concreto.
O grupo sem tratamento adesivo de classe 35 MPa obteve resistência média de 70,35%,
em razão às amostras de referência, com todos cilindros de reparo apresentando ruptura na
interface de ligação, conforme figura 3.12.
Como a diferença foi observada nos dois sistemas adesivos do grupo 30 MPa, levanta-
se como suspeita o fato do grupo ter recebido o reparo de concreto após 30 minutos da
homogeneização dos componentes A e B dos adesivos epóxis. O grupo de 35 MPa foi o
primeiro grupo a receber a aplicação dos adesivos, e a concretagem ocorreu quase que de forma
simultânea. Para o grupo de 30 MPa o tempo entre a homogeneização dos componentes e a
aplicação do concreto de reparo totalizou ao fim da concretagem 30 minutos de diferença.
Esta seria a principal causa identificada para a grande disparidade nos resultados,
levantando dúvidas quanto a informação fornecida pelo fabricante, que para o adesivo EPXA
certifica um tempo de vida útil da mistura de 50 minutos, e o fabricante do adesivo EPXB
garante um tempo de vida útil de 60 minutos.
Custo Custo
Serviço Insumo Unidade Índice unitário total
R$ R$
Apicoamento manual de Servente com encargos Horas 0,4 14,74 6,29
superfície de concreto m² complementares
Limpeza de superfícies Lavadora de alta pressão/ Horas 0,1 15,74 1,61
com jato de alta pressão servente com encargos
de ar e água m² complementares
Aplicação de adesivo Ajudante especializado com Horas 1 16,79 16,79
estrutural e = 2mm encargos complementares
Adesivo epóxi m² Adesivo estrutural EPXA Kg 3,6 43,50 156,60
Total = R$181,29
FONTE: O autor.
Incluso encargos sociais: 114,71% (hora) 72,43% (mês).
Custo Custo
Serviço Insumo Unidade Índice unitário total
R$ R$
Apicoamento manual de Servente com encargos Horas 0,4 14,74 6,29
superfície de concreto m² complementares
Limpeza de superfícies Lavadora de alta pressão/ Horas 0,1 15,74 1,61
com jato de alta pressão servente com encargos
de ar e água m² complementares
Aplicação de adesivo Ajudante especializado com Horas 1 16,79 16,79
estrutural e = 2mm encargos complementares
Adesivo epóxi m² Adesivo estrutural EPXB Kg 4,24 40,00 169,60
Total = R$194,29
FONTE: O autor.
Incluso encargos sociais: 114,71% (hora) 72,43% (mês).
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Custo Custo
Serviço Insumo Unidade Índice unitário total
R$ R$
Apicoamento manual de Servente com encargos Horas 0,4 14,74 6,29
superfície de concreto m² complementares
Limpeza de superfícies Lavadora de alta pressão/ Horas 0,1 15,74 1,61
com jato de alta pressão servente com encargos
de ar e água m² complementares
Total = R$7,90
FONTE: O autor.
Incluso encargos sociais: 114,71% (hora) 72,43% (mês).
A escolha por um ou outro sistema adesivo pode ser definida, neste caso, por outras
propriedades específicas e particularidades das resinas e de acordo com o trabalho que se
pretende realizar.
Para o grupo sem sistema adesivo onde a ligação se dá diretamente concreto com
concreto, o custo diminui significativamente por empregar apenas os preparos básicos das
superfícies, sem adotar nenhum tipo de ponte de aderência, porém, a eficiência do reparo não é
considerada satisfatória.
46
REFERÊNCIAS
CLÍMACO, João Carlos. Bases da associação concreto – aço. 2°. Ed. Brasília:
FINATEC, 2008. 410p.
ISAIA, G.C. Concreto: ensino, pesquisa e realizações. São Paulo: Ibracon, 2005. 2v.
1600p.
NEVILLE, A.M., BROOKS; J.J. Tecnologia do concreto. 2a ed., Tradução por Ruy
Alberto Cremonini, Porto Alegre: Bookman, 2013. 472p.