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FACULDADE DE AMPÉRE - FAMPER

CONCRETO ESTRUTURAL LEVE

KATIANE
JULIANO
IVANES
LUCAS

AMPÉRE – PR
NOVEMBRO/2015
1. INTRODUÇÃO

O concreto estrutural leve é empregado não apenas na construção civil


mas também na indústria náutica, os primeiros relatos e trabalhos que se
utilizaram dessa técnicas estão presentes ao longo do tempo e em diferentes
povos durante a história do homem.

Porem na estrutura que temos hoje a nossa disposição as técnicas e os


materiais para a obtenção do concreto estrutural leve se deve a descoberta no
início do século XX de uma forma para a obtenção de argila expandida em
larga escala, material esse utilizado como o seu componente mais importante e
que faz a diferenciação do concreto leve para o concreto convencional.

Um dos fatores que contribuiu para se espalhar mundialmente esse nova


forma de concreto foi o termino da segunda guerra mundial e a necessidade de
reconstrução de alguns países que forram devastados pela guerra. Outo fator e
que até os dias atuais faz com que esse tipo de concreto seja ainda utilizado é
o fator econômico.

No decorrer desse trabalho será apresentado um estudo das definições,


aplicações, características, propriedades, materiais e dosagem do concreto
estrutural leve, e ainda um exemplo de uma aplicação desse tipo de concreto
em uma obra.
2. O QUE É CONCRETO?

Definisse concreto como o material utilizado em larga escala na


construção civil e é composto de uma mistura que contem de forma variada e
de acordo com a sua utilização por: cimento, agua, agregados miúdos e
agregados graúdos, além de outros matérias que podem ser utilizados para a
alteração de suas características – os aditivos.

2.1. COMPOSIÇÃO DO CONCRETO

2.1.1. CIMENTO:

É o componente base do concreto definido como um “aglomerante


hidráulico resultante da mistura homogênea de clínquer, gesso e adições
normalizados que sai moídos”.

2.1.2. AGREGADOS:

Esse se divide em dois outros grupos sendo redefinidos como


Agregados Miúdos, e Agregados Graúdos. Um exemplo de cada um deles
pode ser usado a areia e a pedra brita respectivamente. São materiais segundo
o artigos Agregados Para a Construção Civil (La Sema e Rezende) granulados,
sem forma e volume definidos, com dimensões e propriedades estabelecidas
para o uso em construção civil. Influenciando nas propriedades finais do
concreto.

2.1.3. AGUA:

É a responsável pela hidratação do concreto é a reagente responsável


para a criação da pasta, seu uso na quantidade correta influenciara na
obtenção do resultado final desejado no concreto.

2.1.4. ADITIVO:

O aditivo não é um matérial obrigatório para a fabricação do concreto, é


apenas utilizado em alguns tipos especiais de concreto, com o objetivo de
alterar algumas de suas características, podemos citar como exemplo de
aditivo para o concreto a sílica que é utilizada dar mais resistência e
durabilidade para o concreto.

2.1.5. AGREGADO LEVE:

Tipo especifico de agregado utilizado para a fabricação de concretos


estruturais leves, esses agregados são obtidos através de processos industriais
que é o caso da argila expandida essa a mais utilizada no Brasil, ou
proveniente da natureza como exemplo temos as pedras pomes.

3. CONCRETO ESTRUTURAL LEVE

3.1. DEFINIÇÃO

Concreto estrutural leve se diferencia de outros concretos pela sua


leveza e redução da sua massa especifica, ao fazer a troca de parte de seus
materiais sólidos por ar (ROSSIGNOLO,2009). As citações da ACI 213R-87
(1999) define concreto estrutural leve quanto a sua resistência a compressão
acima de 17,2 Mpa ao 28 dias, com massa especifica seca ao ar com uma
variação de 1440 kg/m³ a 1850 kg/m³. Segundo a ABNT (1995) com a NBR NM
35 os concretos estruturais leves aos seus 28 dias devem apresentar uma
resistência de 28 Mpa com uma massa máxima de 1840 kg/m³ e com
resistência de 17 Mpa a sua máxima não deve passar de 1680 kg/m³.

3.2.CLASSIFICAÇÃO

Para a classificação dos concretos estruturais leves Neville (1997) cita


três métodos para a sua obtenção: o primeiro, o agregado tradicional é
substituído por um agregado poroso com uma massa especifica menor. Nesse
caso o as características do concreto é determinada pelo agregado utilizado.

No segundo método, consiste em adicionar grandes vazios no interior da


massa de concreto mas diferentes da adição de ar. Durante a fabricação desse
tipo de concreto são adicionados aditivos, os quais regiram com o cimento
ocasionando com isso a sua expansão da massa do cimento mas mantendo
suas características mecânicas.
E por fim o terceiro método que forma uma grande quantidade de vazios
apenas com a eliminação de agregados miúdos e a utilização de agregados de
massa especifica normal.

A ACI 213R-87 (1999) utiliza a massa para classificar o concreto leve em


três categorias:

1º concreto de baixa massa especifica – com massa abaixo de 800


kg/m³, com resistência a compressão de 0,7 a 7 Mpa ao 28 dias. Indicado para
isolação térmica.

2º concreto de resistência moderada – sua massa com uma variável


entre 800 a 1350 kg/m³ resistência a compressão de 7 a 17 Mpa aos 28 dias.
Indicado para enchimentos e com características de isolante térmico
intermediários.

3º concreto leve estrutural – a massa fica entre 1350 e 2000 kg/m³ com
uma taxa de resistência de compressão acima de 17,2 Mpa. Esse tipo de
concreto é o que apresenta menor isolamento térmico dentre os três citados,
porem devido a sua elevada massa especifica é considerado um concreto
estrutural.

3.5. HISTORICO E APLICAÇÃO

Historicamente a aplicação do concreto estrutural ocorreu em diferentes


povos da antiguidade e de forma aleatória devido os recursos que esses povos
tinham a sua disposição na época. É o caso por exemplo na utilização das
pedras pomes ligadas por uma pasta a base de cinzas vulcânicas utilizada nos
povos do Mexico a 1100 a.C. Construções romanas feitas entre o império
romano e o império bizantino também faziam o uso de concretos estruturais
leves porem nesse caso era utilizados aglomerantes a base de cal e rochas
vulcânicas. (ROSSIGNOLO, 2009).

O concreto estrutural leve utilizado nos dias de hoje se deve em muito


devido a descoberta do engenheiro Stephen J. Hayde que desenvolveu e
patenteou um processo para a obtenção de argila expandida isso já no ano de
1918 (ACI 213R-03, 2003).
Em 1946 com o fim da validade da patente de Hayde, e com uma parte
do mundo devastado devido a segunda grande guerra mundial o concreto
estrutural leve passou a ser utilizado em larga escala e em diferentes frentes
trabalhos, deixando de ser utilizado apenas na construção cível e fazendo parte
também na construção de navios e plataformas para a exploração de petróleo
em auto mar.

Rossignolo (2009) destaca que a viabilidade econômica do concreto


industrial leve é maior quando a estrutura construída deve suportar o seu
próprio peso que vem a ser o caso de pontes, e edifícios.

3.6. PROPRIEDADES

A troca de agregados graúdos por agregados leves provoca algumas


alterações nas propriedades estruturais do concreto. Como em:
trabalhabilidade; térmicas, acústicas, e resistência ao fogo; durabilidade;
interface entre agregado e a matriz de cimento; resistência a compressão;
elasticidade.

3.6.1. TRABALHABILIDADE:

No caso do concreto estrutural leve a trabalhabilidade necessita de uma


atenção especial devido a sua baixa densidade e a textura áspera que uma
característica devido ao seu agregado poroso, a questão da vibração do
concreto estrutural leve é onde ocorre uma das mudanças para outros tipos e
concretos, uma vez que nesse a argamassa fica depositada no fundo e os
agregados tendem a subirem para a superfície dificultando com isso o melhor
acabamento, nesse caso o ideal seria a utilização de uma vibrador de baixa
frequência. (MEHTA; MONTEIRO, 2008)

Outra característica desse tipo de concreto se diz a respeito do uso da


agua devido a elevada absorção dos agregado leves ocasionada pela suas
superfícies porosa autores como Neville (1997) recomenda que antes da
mistura do cimento pelo menos seja acrescentado metade da agua utilizada na
argamassa com os agregados leves para que esses já esteja úmidos no
momento da mistura.

3.6.2. PROPRIEDADES TÉRMICAS, ACÚSTICAS E RESISTÊNCIA AO


FOGO:

As propriedades térmicas em relação a outros tipos de concretos


estruturais são diferentes devido ao ar interno nas suas estruturas devido a
estrutura porosa nos agregados leves, fazendo com que a condutividade
térmica seja reduzida.

Quanto a isolação acústica Neville (1997) afirma que a isolação acústica


aumenta com a massa especifica do concreto deixando os concretos
estruturais convencionais como uma melhor opção que o concreto proveniente
de agregados leves quando a intenção é o revestimento de superfícies com
intenção de isolamento acústico. Isso se explica devido pelo fato dos
agregados leves utilizados para a obtenção de concretos estruturais leve e sua
superfície porosa ter um auto poder para absorver e refletir o som comparado
com outros tipos de concretos.

Na resistência ao fogo, Neville (1997) diz que quando exposto ao fogo o


concreto estrutural leve apresenta uma maior resistência quando comparado
com outros tipos de concretos, isso pelo fato de apresentarem uma menor
tendência de fragmentação.

3.3.3. DURABILIDADE:

O determina a durabilidade de um concreto estrutural leve é as


condições de temperatura e umidade em que esse tipo de concreto será
exposto, o tipo de agregado leve que foi utilizado para a sua fabricação, e
eventuais reagentes químicos que pode entrar em contato com o concreto
(ROSSIGNOLO E AGNESINI,2005).

3.3.4. INTERFACE ENTRE AGREGADO E A MATRIZ DE CIMENTO


Neville (1997) cita que a pasta de cimento e o agregado leve tem uma
boa aderência devido a alguns fatores como: a textura áspera dos agregados
leves. A diferença de elasticidade entre a pasta de cimento e os agregados
leves que se aplicam tensões diferentes. A agua absorvida durante a mistura
pelo agregado leve futuramente ajudara na hidratação do cimento, aumentando
assim a aderência do agregado com cimento.

3.3.5. RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO

Rossignolo (2009) destaca que a resistência a compressão em


concretos estruturais leves está relacionado a resistência a compressão a
matriz de cimento, isso devido à baia resistência a compressão de agregados
leves. Mehta e Monteiro (2008) mantem a mesma afirmação de Rossignolo
acrescentando ainda que a substituição de agregados miúdos leves por areia
natural de boa qualidade aumenta a resistência a compressão do concreto
estrutural leve.

3.3.6. ELASTICIDADE

Assim como a resistência a compressão os agregados leves também


apresentam um nível de elasticidade menor que outro tipos de agregados
graúdos para uma base comparativa, um agregado graúdo apresentam um
modulo de deformação entre 69 a 138 GPa enquanto agregados leves
apresentam módulos de deformação entre 21 a 48 GPa (MEHTA; MONTEIRO,
2008).

Neville (1997) diz que mesmo com a baixa elasticidade apresentado


pelos agregados leves e boa aderência entre o agregado leve e a matriz de
cimento compensa essa disparidade com outros tipos de agregados graúdos
evitando com isso a surgimento de fissuras nos concreto e apresentando uma
resistência final próxima a 90 % em relação a sua tensão e deformação.

3.7. MATERIAIS e DOSAGEM


Os materiais utilizados para a fabricação de concretos estruturais leves,
retirados das normas técnica estabelecidas no Brasil através da ABNT:
Cimento Portland, sílica ativa, agregado graúdo, argila expandida, agregados
miúdos, areia natural, aditivos.

Outros matérias podem ser acrescentados para a obtenção de um


concreto estrutural leve assim como nem todos os materiais citados serão
necessariamente utilizados para a obtenção do concreto estrutural leve. Para
se obter um concreto estrutural leve se faz a troca total ou parcial do agregado
graúdo pela argila expandida e o uso de diferentes tipos de areias naturais
podendo ser usada areia natural fina e medias juntas conforme a necessidade.

Pereira (2008) descreve a dosagem do concreto como a definição de um


traço para se obter a quantidade exata de cada componente do concreto.
Rossignolo (2009) estabelece alguns fatores para se obter um concreto
considerado leve embora que a sua dosagem seja semelhante a outros tipos
de concreto: a) necessidade de um concreto de massa especifica particular; b)
absorção de agua nos agregados leves; c) variação da massa especifica
devido as características dos agregados leves; d) os agregados leves
influenciam de forma direta nas características do concreto.

4. EXEMPLO DE UTILIZAÇAO PRATICA DO CONCRETO ESTRUTURAL


LEVE

Nesse caso é apresentado uma tabela demonstrativa dos componentes


utilizados para a confecção de concreto estrutural leve na concretagem de uma
laje 10x7x0,35 resultando em um 24,5 m³ de concreto utilizado, nesse caso por
especificações do engenheiro da responsável pela obra o traço utilizado de
cimento/agregado miúdo/agregado graúdo (argila expandida) foi de 1-2,5-3
respectivamente.
Tipo Cimento Areia kg Argila Sílica Agua kg/l Peso
kg Expandida kg total
kg
Kg/m³ 319 792 475 2 205 1793
Total 7815,5 19404 11637,5 49 5022,5 43928,5
% 17,8 44,15 26,5 0,1 11,45 100%

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse trabalho realizou um estudo teórico sobre concretos estruturais
leves, com uma abordagem mais teoria quanto a suas aplicações,
propriedades, classificação, materiais e dosagem.
Em um primeiro momento foi destacado conceitos sobre concretos em
geral e seus componentes, a partir desse momento o estudo focou apenas em
concretos estruturais leve.
Após um levantamento teórico foi citado um exemplo de aplicação de
concreto estrutural leve em uma laje onde foi estacado a quantidade de cada
componente que seria utilizado na fabricação desse concreto.
REFERENCIAS

AMERICAN CONCRETE INSTITUTE. ACI 213R-87: guide for structural


lightweight aggregate concrete. Farmington Hills, USA, 1999.

American Concrete Institute – ACI. Guide For structural lightweight aggregate


concrete, ACI 213R-03. ACIA Manual of Concrete Practice, 2003.

American Concrete Institute – ACI. Guide For structural lightweight aggregate


concrete, ACI 213R-03. ACIA Manual of Concrete Practice, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 35:


agregados leves para concreto estrutural: especificação. Rio de Janeiro, 1995

La Sema H. A. , Rezende M. M. Artigo AGREGADOS PARA A CONSTRUÇÃO


CIVIL. Publicado em
http://anepac.org.br/wp/wp-content/uploads/2011/07/DNPM2009.pdf. Acesso
em 01/11/2015.

MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: Micro Estrutura,


Propriedades E Materiais. São Paulo: Pini, 2008.

NEVILLE, A. M. Propriedades do Concreto. 2. ed. São Paulo: Pini, 1997.

PEREIRA, M. R. Estudo da adição de argila expandida na formulação de


concretos leves. 2008. 82 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) –
Centro de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Natal, 2008.

ROSSIGNOLO, J. A.; AGNESINI, M. V. C. Concreto estrutural leve. In:


ISAIA, G. C. (Ed.) Concreto: ensino, pesquisas e realizações. São Paulo:
IBRACON, 2005.

ROSSIGNOLO, J.A. Concreto leve estrutural: produção, propriedades,


microestrutura e aplicações. São Paulo, PINI, 2009.
.

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