O documento discute uma citação de Santo Agostinho sobre a interpretação de passagens bíblicas não claras. Santo Agostinho argumenta que o intérprete precisa ter conhecimentos históricos e linguísticos, discernir símbolos e não tratar eventos bíblicos apenas como naturais. Ele também enfatiza que a interpretação deve ser guiada pelo temor a Deus, não por vaidade, e compreender a vontade divina.
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A Citação Que Martin Heidegger Faz Da Obra Doutrina Cristã de Santo Agostinho Traz Um Questionamento Que Será o Fundamento Para Os Desenvolvimentos Posteriores
O documento discute uma citação de Santo Agostinho sobre a interpretação de passagens bíblicas não claras. Santo Agostinho argumenta que o intérprete precisa ter conhecimentos históricos e linguísticos, discernir símbolos e não tratar eventos bíblicos apenas como naturais. Ele também enfatiza que a interpretação deve ser guiada pelo temor a Deus, não por vaidade, e compreender a vontade divina.
O documento discute uma citação de Santo Agostinho sobre a interpretação de passagens bíblicas não claras. Santo Agostinho argumenta que o intérprete precisa ter conhecimentos históricos e linguísticos, discernir símbolos e não tratar eventos bíblicos apenas como naturais. Ele também enfatiza que a interpretação deve ser guiada pelo temor a Deus, não por vaidade, e compreender a vontade divina.
A citação que Martin Heidegger faz da Obra A Doutrina Cristã de Santo Agostinho traz um
questionamento que será o fundamento para os desenvolvimentos posteriores: “ Mediante quais
armas haverá o homem de realizar a interpretação de passagens da Escritura que não estejam claras?”. Nessa passagem, o filósofo cristão, supondo ter encontrado um estranhamento entre o texto e o leitor, coloca-se em busca dos instrumentos imprescindíveis para a compreensão de um texto sagrado. Prosseguindo, expõe a necessidade de o intérprete ser dotado de conhecimentos histórico-linguísticos para que não fique paralisado ante signos desconhecidos ou complexos. Enfatiza também que o intérprete deve conhecer “certas objetualidades e acontecimentos naturais que venham a se inserir a propósito de ilustração”, ou seja, que ele deve saber discernir os acontecimentos e personagens bíblicos que estejam inseridos como símbolos de verdades morais, metafísicas e espirituais, e não tratá-los meramente como eventos naturais. No entanto, antes de todo esse esforço, Santo Agostinho, consciente de que o texto a ser interpretado não é de outro gênero senão Sagrado, afirma que todo o esforço do intérprete deve ser precedido pelo temor de Deus para que não busque vanglórias, mas unicamente perscrutar a Vontade Divina, além de se conduzir piedosamente e não se voltar para o gozo erístico. Por fim, podemos destacar, nessa pequena, mas riquíssima citação, os seguintes princípios hermenêuticos: identificação de “estranhamentos” (passagens confusas, ou dúbias etc.), conhecimentos histórico-linguísticos, competência ao diferenciar os gêneros literários e os sentidos (especialmente, o literal e o alegórico) presentes no texto, não perder de vista o objetivo do esforço empregando e não se deixar levar por sentimentos vãos.