1) O texto discute a noção de uno em Hegel como uma relação pura consigo mesmo, que contém o negativo dentro de si.
2) Analisa a repulsão do uno consigo como geradora de múltiplos unos, sem ser um ser-outro.
3) Apresenta brevemente a noção de mônada em Leibniz e como Hegel critica a pluralidade nessa concepção por ser dada arbitrariamente e não decorrer de um movimento interno.
1) O texto discute a noção de uno em Hegel como uma relação pura consigo mesmo, que contém o negativo dentro de si.
2) Analisa a repulsão do uno consigo como geradora de múltiplos unos, sem ser um ser-outro.
3) Apresenta brevemente a noção de mônada em Leibniz e como Hegel critica a pluralidade nessa concepção por ser dada arbitrariamente e não decorrer de um movimento interno.
1) O texto discute a noção de uno em Hegel como uma relação pura consigo mesmo, que contém o negativo dentro de si.
2) Analisa a repulsão do uno consigo como geradora de múltiplos unos, sem ser um ser-outro.
3) Apresenta brevemente a noção de mônada em Leibniz e como Hegel critica a pluralidade nessa concepção por ser dada arbitrariamente e não decorrer de um movimento interno.
A Ciência da Lógica de Hegel apresenta o uno como a relação pura e simples dele
consigo próprio, ou seja, a imediatidade do ser-para-si como negação que relaciona. O
vazio, por sua vez, é a qualidade dessa imediatidade, a negação indeterminada. Enquanto relação consigo mesmo, o uno não se relaciona com um outro que não seja um outro de si. Assim, o outro da relação não é uma negação indeterminada, como vazio, mas o próprio uno, que na imediatidade da relação consigo é “mais” do mesmo de si. Em outras palavras, podemos afirmar que o uno é a relação simples que se relaciona imediatamente consigo próprio, assim, possui o negativo também nele próprio. Portanto, tem o mesmo em si e por si mesmo. Na medida em que a relação negativa é consigo mesmo (imanente) e o uno é sempre ele mesmo, então, o que há é uma repulsão de si. Isso equivale a dizer que “a relação negativa do uno consigo é repulsão”. Essa repulsão é a relação do uno consigo mesmo em sua igualdade e simplicidade; é o suprassumir do ser-outro, sendo este ser-outro o próprio uno como negação que se relaciona. Ou seja, é “o pôr dos múltiplos unos”, o seu movimento para fora que gera apenas unos. Hegel identifica tal repulsão como aquela que em si, ou segundo o conceito. O segundo modo de repulsão já é externo, ou seja, é o afastar-se entre si dos unos, pois, postos um face ao outro, são entes que se relacionam consigo. Se uns frente aos outros relacionam-se apenas consigo mesmos, então, a pluralidade não é um ser-outro, mas uma determinação exterior ao uno, isto é, decorrente daquela segunda repulsão que é externa e que nada concerne aos unos mesmos, pois estes permanecem o que são. Em uma breve digressão acerca da monadologia leibniziana, compreendemos a mônada de Leibniz enquanto uma substância sem partes e sem extensão, assim, indivisível e espiritual. Por ser uma estrutura una e espiritual, só pode ser eterna e um todo em si e por si. É obra da criação de Deus, cabendo somente a Ele, substância espiritual originante, criá-la ou anulá-la. Como na natureza não existem dois entes perfeitamente iguais entre si, então, as mônadas, constituintes fundamentais de tudo, são sempre diferentes entre si e idênticas apenas consigo mesmas. Uma mônada, por independer da outra e ser ela mesma um todo do real, é todo o mundo sob determinada perspectiva. Em seus infinitos graus de clareza e distinção, são a percepção e a apetição as suas atividades fundamentais. A infinitude de suas diferenças é que possibilita a diversidade entre os seres, por exemplo: as que são providas de memória constituem a alma dos animais, e as que são dotadas de razão constituem os seres humanos. Por fim, a totalidade das mônadas consiste no universo e é a divindade, substância primordial, que as origina por “fulguração contínua”, ou seja, elas dimanam de Deus continuamente, perpetuando a criação. Hegel, em sua observação à mônada de Leibniz, afirma que o mesmo progrediu até a relação do uno consigo mesmo e a pluralidade como infinitude externa a eles. Desse modo, a mônada é todo um mundo fechado, inclusive, já pressupostas as múltiplas representações internas desse mundo, mesmo que a “sua determinação de ser para si” em nada seja por isso afetada. Leibniz aceita a pluralidade como uma pura dimanação de Deus ao modo de uma “fulguração contínua, de momento em momento”, ou seja, não a compreende como repulsão de si devido a sua negação que a si somente se relaciona. Portanto, Hegel afirma que, para Leibniz, a pluralidade já é dada arbitrariamente, não havendo a explicitação de um movimento em si que a explique, mas é meramente compreendia em sua “exterioridade abstrata”; ainda mais, a pluralidade, assim, é uma determinação rígida que se relaciona unicamente com “a mônada das mônadas”, a divindade suprema, ou apenas com as ideias do filósofo que as pensa.