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MACAÉ
2019
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MACAÉ
2019
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iv
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Andreza Aparecida Franco Câmara – UFF
_______________________________________________________________
Prof. Dr. Heron Abdon Souza– UFF
_______________________________________________________________
MACAÉ
2019
v
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
The present work will address the three spheres of responsibility that can be
triggered by the occurrence of environmental damages, namely civil, administrative
and criminal, focusing on the case of Samarco's technological disaster in the Mariana
mining municipality. The theme will be methodologically arranged through literature
review, addressing the main doctrinal aspects about the general theory of
environmental responsibility, as well as legislative aspects and positions of the case
law. The methodology will also be based on data released by the press, the judicial
institutions involved in the process of environmental liability and the mining company
itself, when analyzing the Samarco case. The objective is to present an overview of
the liability arising from environmental damage, both theoretically and practical,
mainly, taking as a central hypothesis the liability of the entrepreneur due to the
technological disaster in Mariana as a way to maximize the key sectors of
development. mining production, pointing out the consequences that have occurred
and those that are in the incidence phase in face of Samarco.
LO Licença de Operação
LP Licença Prévia
MG Minas Gerais
MPES Ministério Público do Estado do Espírito Santo
MPF Ministério Público Federal
MPMG Ministério Público do Estado de Minas Gerais
OGMs Organismos Geneticamente Modificados
ONU Organização das Nações Unidas
PAE Plano de Aproveitamento Econômico
PCA Plano de Controle Ambiental
RIMA Relatório de Impacto Ambiental
SANEAR Serviço Colatinense de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental
SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente
STF Supremo Tribunal Federal
STJ Superior Tribunal de Justiça
TAC Termo de Ajustamento de Conduta
TACF Termo de Ajustamento de Conduta Final
TAC-GOV Termo de Ajustamento de Conduta - Governança
TAP Termo de Acordo Preliminar
TRF Tribunal Regional Federal
TTAC Termo de Transação e Ajustamento de Conduta
UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro
x
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................12
1. A CONSTITUIÇÃO CIDADÃ E O MEIO AMBIENTE: UM NOVO MARCO
REGULATÓRIO NA RESPONSABILIZAÇÃO AMBIENTAL MINERÁRIA..............14
1.1 O licenciamento ambiental minerário...............................................................16
1.1.1 Etapas do licenciamento ambiental minerário...................................................20
1.2 Os princípios da precaução e da prevenção...................................................21
2. AS ESFERAS DE RESPONSABILIDADE POR DANOS AMBIENTAIS
DESENCADEADOS POR EMPREENDIMENTOS MINERÁRIOS............................24
2.1 Responsabilidade civil ambiental.....................................................................25
2.1.1 Elementos fundantes da responsabilidade civil ambiental................................27
2.1.1.1 Dano ambiental..............................................................................................28
2.1.1.2 Nexo de causalidade......................................................................................29
2.2 Responsabilidade administrativa ambiental....................................................30
2.2.1 O poder de policia ambiental.............................................................................30
2.2.1.1 O Sistema Nacional do Meio Ambiente..........................................................33
2.2.2 As infrações administrativas ambientais...........................................................36
2.2.2.1 Sanções administrativas brandas: Advertência e multa.................;...............37
2.2.2.2 Sanções administrativas severas: Apreensão, destruição, suspensão,
embargo, demolição e suspensão..................................................;...........................38
2.3 Responsabilidade penal ambiental.....................................;............................41
2.3.1 Repressão às infrações penais ambientais...........................;...........................44
3. UMA ANÁLISE DO CASO SAMARCO.................................................................46
3.1 Do ouro ao minério de ferro...................................................................;..........47
3.2 Do minério de ferro à lama................................................................................51
3.2.1 Os impactos da lama.........................................................................................51
4. AS RESPONSABILIZAÇÕES APLICADAS À SAMARCO..................................55
4.1 A materialização da responsabilidade civil ambiental....................................55
4.1.1 Ação Civil Pública..............................................................................................56
4.1.1.1 Ações civis públicas em Minas Gerais...........................................................58
4.1.1.2 Ações civis públicas no Espírito Santo...........................................................61
4.1.2 Termo de Ajustamento de Conduta..................................................................63
4.1.2.1 Termo de transação e ajustamento de conduta.............................................63
xi
1
A sustentabilidade representa o atendimento às necessidades atuais da sociedade, sem
comprometer aquelas que as futuras gerações terão, caracterizando uma melhora na qualidade de
vida humana, dentro dos limites da capacidade de suporte dos ecossistemas. Nesse sentido, ver:
MILARÉ, Edis. Direito do ambiente. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p. 62-63.
2
Art. 225, caput, da CRFB/88 – ‘’Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações’’.
3
THOMÉ, Romeu. Manual de direito ambiental. Salvador: Juspodivm. 2016, p. 111.
4
Expressão utilizada por Milaré, que serve de rubrica para caracterizar o contexto global de
apropriação de recursos naturais limitados (bens finitos) em face das necessidades humanas
ilimitadas (necessidades infinitas) Nesse âmbito: Milaré, Edis. op..cit, p. 228.
15
5
AMADO, Frederico. Direito ambiental. Salvador: Juspodivm. 2019, p. 25.
6
MILARÉ, Edis. op. cit. 251.
7
AMADO, Frederico. op. cit, p. 23.
8
A lei 6938/1981 dispõe sobre a Politica Nacional do meio ambiente, seus fins e mecanismos de
formulação e aplicação e dá outras providências.
16
9
Art. 225, §3º da CRFB/88 - ‘’As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados’’.
10
MILARÉ, Edis. op. cit., p. 316.
17
11
Art. 225 da CRFB/88 – “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações”.
12
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. São Paulo: Atlas, 2013.
p. 1145.
13
MILARÉ, Edis. op. cit, p. 776
14
THOMÉ, Romeu. Manual de direito ambiental. Salvador: Juspodivm. 2016, p. 241.
15
Art. 2º, I lei completar nº 140/2011 –‘’Licenciamento ambiental: o procedimento administrativo
destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental’’.
16
MILARÉ, Edis. op. cit. 777.
17
THOMÉ, Romeu. op. cit, p. 239.
18
18
Essas etapas deverão ser precedidas de estudos técnicos que subsidiem a análise do
licenciamento, inclusive de EIA/RIMA, sempre que constatada a significância do impacto ambiental.
Nesse sentido, ver: MILARÉ, Edis. op cit, p. 779.
19
O art. 1º, I da Resolução CONAMA 237/1997 define a licença ambiental como o ‘’ato administrativo
pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições e medidas de controle
ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar,
instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam
causar degradação ambiental’’.
20
Art. 8º, I da Resolução CONAMA 237/1997 – ‘’Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar
do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando
a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos
nas próximas fases de sua implementação’’.
19
21
Art. 8º, II da Resolução CONAMA 237/1997- ‘’Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do
empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e
projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual
constituem motivo determinante’’.
22
Art. 8º, III da Resolução CONAMA 237/1997 – ‘’Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da
atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças
anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação’’.
23
Art. 20, IX da CRFB/88- ‘’Elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do
território e de desenvolvimento econômico e social’’
24
MPMG jurídico. Revista Jurídica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais. Edição
especial: guia técnico de mineração, Belo Horizonte: Fundação Alexander Brandt. 2012, p. 30.
Disponível em: <https://www.mpmg.mp.br/conheca-o-mpmg/escola-institucional/publicacoes-
tecnicas/revista-mpmg-juridico/ > Acesso em: 24 de Set. 2019.
25
Acerca das exceções do órgão estadual ver: MPMG jurídico. op.cit, p. 28. Disponível em:
<https://www.mpmg.mp.br/conheca-o-mpmg/escola-institucional/publicacoes-tecnicas/revista-mpmg-
juridico/ > Acesso em: 24 de Set. 2019.
20
26
MPMG jurídico. op.cit. p. 30. Disponível em: <https://www.mpmg.mp.br/conheca-o-mpmg/escola-
institucional/publicacoes-tecnicas/revista-mpmg-juridico/ > Acesso em: 24 de Set. 2019.
27
MPMG jurídico. op. cit p. 7-8. Disponível em: <https://www.mpmg.mp.br/conheca-o-mpmg/escola-
institucional/publicacoes-tecnicas/revista-mpmg-juridico/ > Acesso em: 24 de Set. 2019.
21
33
THOMÉ, Romeu. op. cit 2016, p.66.
34
MILARÉ, Edis. op. cit, p. 262-263.
35
OLIVEIRA, Fabiano Melo Gonçalves de. op. cit. p. 149.
36
AMADO, Frederico. op. cit, p. 54.
37
O art. 225, caput, e seus respetivos parágrafos preveem o seguinte: Art. 225. Todos têm direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo
para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar
os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II -
preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da
Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a
alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV - exigir, na forma da lei, para
instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V - controlar a
produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco
para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI - promover a educação ambiental em todos os
níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII - proteger a
fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
23
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de
acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.§ 3º As condutas
e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei,
dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos
recursos naturais. § 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por
ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. § 6º As usinas que
operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não
poderão ser instaladas. § 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não
se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações
culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza
imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica
que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
38
Anexo I, inciso XV da Resolução CONAMA 306/2002: Definições: Plano de emergência: conjunto de
medidas que determinam e estabelecem as responsabilidades setoriais e as ações a serem
desencadeadas imediatamente após um incidente, bem como definem os recursos humanos,
materiais e equipamentos adequados à prevenção, controle e combate à poluição ambiental.
39
Anexo 2, Item 1, subitem 1.2, inciso II da Resolução CONAMA 306/2002: Quanto à avaliação do
desempenho da gestão ambiental, a auditoria envolverá, entre outros: a verificação da
adequabilidade da política ambiental com relação à natureza, escala e impactos ambientais da
instalação auditada, e quanto ao comprometimento da mesma com a prevenção da poluição, com a
melhoria contínua e com o atendimento da legislação ambiental aplicável.
40
Anexo 2, Item 1, subitem 1.2, inciso IV da Resolução CONAMA 306/2002: Quanto à avaliação do
desempenho da gestão ambiental, a auditoria envolverá, entre outros: a identificação e atendimento
dos objetivos e metas ambientais das instalações e a verificação se os mesmos levam em conta a
legislação ambiental e o princípio da prevenção da poluição, quando aplicável.
41
Princípio 15 da Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e desenvolvimento: ‘’Com o fim de
proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser amplamente observado pelos
Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos graves ou
irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada como razão para o
adiamento de medidas economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental’’.
42
AMADO, Frederico. op. cit, p. 54.
24
43
AMADO, Frederico. op. cit, p. 242.
44
FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. São Paulo: Saraiva,
2013.p.79.
45
Art. 225, §3º da CRFB/88 – ‘’As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados’’.
46
O alteamento a montante é o método mais barato de construção de uma barragem de rejeitos de
minério, sendo aquela que cresce por meio de degraus feitos com o próprio rejeito sobre o dique
inicial: ALVARENGA, Darlan; CAVALINI, Marta. Entenda como funciona a barragem da vale que se
rompeu em brumadinho. G1 – Economia, 28 de jan. 2019. Disponível em: <
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/01/28/entenda-como-funciona-a-barragem-da-vale-que-
se-rompeu-em-brumadinho.ghtml > Acesso em: 13 de set. 2019.
25
47
MELO, Marco Aurélio Bezerra de Melo. Responsabilidade civil. São Paulo: Atlas, 2015. p.2.
48
Art. 4°, VII da lei 6.938/81 – ‘’A Política Nacional do Meio Ambiente visará: à imposição, ao poluidor
e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da
contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos’’.
49
THOMÉ, Romeu. op cit, p. 571.
50
Essa reversão observa os ditames do art. 13 da lei nº 7347/1985, que por sua vez, estabelece que:
‘’Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido
por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o
Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição
dos bens lesados’’.
51
THOMÉ, Romeu. op cit, p. 571-572
52
A possibilidade de cumulação entre o ressarcimento na forma específica e o ressarcimento em
dinheiro foi sumulada recentemente pelo Superior Tribunal de Justiça através da súmula de nº 629.
Vejamos: ‘’Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à obrigação de fazer ou à de
não fazer cumulada com a de indenizar’’.
26
53
MILARÉ, Edis. op. cit, p. 426.
54
STJ. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AgInt no REsp 1542772 SC 2015/0166341-0.
Relator: Ministra Regina Helena Costa. DJ: 26 de junho de 2018. JusBrasil. Disponível em:
<https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/608620705/agravo-interno-no-recurso-especial-agint-no-
resp-1542772-sc-2015-0166341-0?ref=serp> Acesso em: 13 set. 2019.
55
Art. 14, §1º da lei 6.938/81: ‘’Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o
poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos
causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e
dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos
causados ao meio ambiente’’.
56
FILHO, Sergio Cavalieri. Programa de responsabilidade civil. São Paulo: Atlas, 2012. p. 17-18.
57
A teoria do risco prega que aquele que desenvolve uma atividade potencialmente perigosa impõe à
sociedade um nível maior risco, trazendo para si a responsabilidade de danos causados,
independentemente de culpa. MELO, Marco Aurélio Bezerra de Melo. op. cit p. 255.
27
a reparação do dano.
A reparação do dano ambiental independe da demonstração de culpa pelo
agente. Mas não é apenas o referido dispositivo infraconstitucional que consagra a
natureza objetiva da responsabilidade civil ambiental. Isso porque a própria
Constituição Federal de 1988, no art. 21, XXIII, d 58, art. 225,§2º59 e art. 37, §6º60,
traz à baila essa natureza. Nesse viés, Milaré61 ao se referir aos supracitados artigos
pondera que
58
Art. 21, XXII, d da CRFB/88: ‘’Compete à União: explorar os serviços e instalações nucleares de
qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e
reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos
os seguintes princípios e condições: a responsabilidade civil por danos nucleares independe da
existência de culpa’’.
59
Art. 225, § 2º da CRFB/88: ‘’Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o
meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na
forma da lei’’.
60
Art. 37, § 6º da CRFB/88: ‘’As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa’’.
61
MILARÉ, Edis. Reação jurídica à danosidade ambiental: Contribuição para o delineamento de
um microssistema de responsabilidade. Dissertação (dissertação em direito) - USP. São Paulo, 2016,
p. 184.
62
Art. 927, parágrafo único, do CC: ‘’Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor
do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem’’.
28
para que haja a sua ocorrência63. Pressupostos esses, que serão esmiuçados
abaixo.
O dano ambiental, de acordo com Milaré64, pode ser conceituado como ‘’a
lesão grave e anormal de ordem patrimonial e/ou extrapatrimonial ao direito
fundamental de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e/ou ao bem
ambiental em si considerado’’.
O referido dano pressupõe uma atividade lesiva, que por sua vez, será
realizada pelo chamado poluidor. O poluidor é aquele responsável, direta ou
indiretamente, pela degradação ambiental, podendo ser tanto pessoa física, quanto
jurídica, de direito público ou privado, conforme dispõe o art. 3º, IV da lei
6.938/198165.
Frederico Amado66, ao realizar uma leitura do artigo mencionado, informa que
‘’pela dicção legal, não apenas o causador direto pelos danos ambientais será
responsabilizado, mas também o indireto, existindo dois responsáveis: o poluidor
direto e o poluidor indireto’’.
Inclusive, a jurisprudência pátria consolidou o entendimento de que a
responsabilidade desses poluidores, diretos ou indiretos será solidária, no sentido de
que a obrigação desencadeada pelo dano ambiental pode ser cobrada de qualquer
um deles. Nesse sentido, o seguinte julgado do Superior Tribunal de Justiça67:
63
MILARÉ, Edis. op. cit, p. 427.
64
MILARÉ, Edis. op. cit, p. 317.
65
Art. 3º, IV da lei 6.938/1981: ‘’Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: poluidor, a pessoa
física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade
causadora de degradação ambiental.
66
AMADO, Frederico. op cit. p. 244.
67
STJ. RECURSO ESPECIAL. REsp 67285 SP 1995/0027385-3. Relator: Ministro Castro Meira. DJ: -
03 de junho de 2004. Jusbrasil. Disponível em: <
https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/8897547/recurso-especial-resp-67285-sp-1995-0027385-
3?ref=serp > Acesso em: 15 set. 2019.
29
68
TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil: volume único. São Paulo: Método, 2016. p,384.
69
THOMÉ, Romeu. op cit, p. 574
70
A classificação aqui adotada é aquela utilizada por Edis Milaré em seu livro intitulado Direito do
Ambiente, editora revista dos tribunais, ano 2013.
71
MILARÉ, Edis. op. cit, p. 320.
72
MILARÉ, Edis, op. cit, p.323.
30
73
TARTUCE, Flavio. op cit, p. 513.
74
MILARÉ, Edis. op. cit, p. 429.
75
THOMÉ, Romeu. op cit, p. 579.
76
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2013. p.
385.
31
Ao fazer uma leitura do arts. 7º, XIII81, 8º, XIII82 e 9º, XIII83, todos da lei
complementar nº 140/2011, Amado84 corrobora o entendimento de que o exercício
da fiscalização pode ocorrer por todas as esferas federativas, tendo em vista que o
controle da poluição é uma competência comum, nos termos do art. 23, VI da
CRFB/8885. Mas pontua que, a regra geral é de que, ordinariamente, quem licenciou
é que irá fiscalizar.
A materialização dessa competência fiscalizatória e sancionatória fica a cargo
do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), conforme preleciona Thomé86,
que por sua vez, será explicitado abaixo.
81
Art. 7º, XIII da Lei Complementar nº 140/2011: ‘’ São ações administrativas da União: XIII - exercer
o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar,
ambientalmente, for cometida à União’’
82
Art. 8º, XIII da Lei complementar nº 140/2011: ‘’São ações administrativas dos Estados: ‘’exercer o
controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar,
ambientalmente, for cometida aos Estados’’.
83
Art. 9º, XIII da Lei Complementar nº 140/2011: ‘’São ações administrativas dos Municípios: exercer
o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar,
ambientalmente, for cometida ao Município’’.
84
AMADO, Frederico. op. cit, p. 264.
85
Art. 23, VI da CRFB/88: ‘’É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios: proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas’’
86
THOMÉ, Romeu. op. cit, p. 579.
33
87
OLIVEIRA, Fabiano Melo Gonçalves de. op. cit. p. 209.
88
MILARÉ, Edis. op. cit, p. 642-643.
89
A politica nacional do meio ambiente possui como objetivo a preservação, melhoria e recuperação
da qualidade ambiental propicia à vida, visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento
socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana e
rege-se pelos princípios previstos nos incisos do art. 2º da lei nº 6.938/1981: ‘’Art 2º - A Política
Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade
ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento
socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana,
atendidos os seguintes princípios: I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico,
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e
protegido, tendo em vista o uso coletivo; II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do
ar; Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; IV - proteção dos ecossistemas,
com a preservação de áreas representativas; V - controle e zoneamento das atividades potencial ou
efetivamente poluidoras; VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso
racional e a proteção dos recursos ambientais; VII - acompanhamento do estado da qualidade
ambiental; VIII - recuperação de áreas degradadas; IX - proteção de áreas ameaçadas de
degradação; X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente’’.
90
Art. 1º da lei nº 6.938/1981: ’’Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23 e no art. 235
da Constituição, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de
34
acordo com o art. 6º, IV da lei nº 6.938/198195, executar e fazer executar a política e
as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as
respectivas competências.
Os órgãos seccionais são os órgãos ou entidades estaduais responsáveis
pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades
capazes de provocar a degradação ambiental, de acordo com o art. 6º, V96 da lei nº
6.938/1981. E também compreende os órgãos ou entidades da Administração
pública federal direta e indireta e as fundações instituídas pelo poder público cujas
atividades estejam associadas às de proteção da qualidade ambiental ou àquelas de
disciplinamento do uso de recursos ambientais nos termos do art. 3º, V, do decreto
nº 99.274/199097.
Ao passo que os órgãos locais compreendem os órgãos ou entidades
municipais responsáveis pelo controle e fiscalização das atividades capazes de
promover a degradação ambiental, nos termos do art. 6º, VI, da lei nº 6.938/198198.
Feitas as considerações, acima, acerca do poder de polícia ambiental, torna-
se possível adentrar nas infrações administrativas ambientais, conforme explicita o
item abaixo.
95
Art. 6º, IV da lei nº 6.938/1981:’’ Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público,
responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do
Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, com a finalidade de executar e fazer executar a política e
as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as respectivas
competências’’.
96
Art. 6º, V da lei nº 6.938/1981:’’ Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público,
responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do
Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais
responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades
capazes de provocar a degradação ambiental’’.
97
Art. 3º, V do Decreto nº 99.274/1990: ‘’O Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama),
constituído pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e
pelas fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade
ambiental, tem a seguinte estrutura: Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades da Administração
Pública Federal direta e indireta, as fundações instituídas pelo Poder Público cujas atividades estejam
associadas às de proteção da qualidade ambiental ou àquelas de disciplinamento do uso de recursos
ambientais, bem assim os órgãos e entidades estaduais responsáveis pela execução de programas e
projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental’’.
98
Art. 6º VI da lei nº 938/1981: ’’ Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público,
responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do
Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais,
responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições’’.
36
99
Art. 70 da lei nº 9605/1998: ‘’Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão
que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente’’.
100
AMADO, Frederico. op. cit, p. 263.
101
MILARÉ, Edis. op. cit, p. 362.
102
Art. 2º, parágrafo único, do Decreto nº 6.514/2008: ‘’O elenco constante da Seção III deste
Capítulo não exclui a previsão de outras infrações previstas na legislação’’.
103
Art. 72 da lei nº 9.605/1998: As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções,
observado o disposto no art. 6º: I - advertência; II - multa simples; III - multa diária; IV - apreensão dos
animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos
de qualquer natureza utilizados na infração; V - destruição ou inutilização do produto; VI - suspensão
de venda e fabricação do produto; VII - embargo de obra ou atividade; VIII - demolição de obra; IX -
suspensão parcial ou total de atividades; X – (VETADO) XI - restritiva de direitos.
37
104
Art. 5º, caput, do decreto nº 6.514/2008: ‘’ A sanção de advertência poderá ser aplicada, mediante
a lavratura de auto de infração, para as infrações administrativas de menor lesividade ao meio
ambiente, garantidos a ampla defesa e o contraditório’’.
105
Art. 5º, §1º do decreto nº 6.514/2008:’’ Consideram-se infrações administrativas de menor
lesividade ao meio ambiente aquelas em que a multa máxima cominada não ultrapasse o valor de R$
1.000,00 (mil reais), ou que, no caso de multa por unidade de medida, a multa aplicável não exceda o
valor referido’’.
106
MILARÉ, Edis. op cit, p. 365.
107
Art. 75 da lei nº 9.605/1998: ‘’O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no
regulamento desta Lei e corrigido periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação
pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinquenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00
(cinquenta milhões de reais)’’.
38
previstas no art. 72, §3º da lei nº 9.605/1998108: Quando o agente, por negligência
ou dolo, advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-
las no prazo assinalado ou quando opuser embaraço a fiscalização dos órgãos
competentes.
A multa diária, por sua vez, é aquela que possui como valor mínimo R$ 50,00
(cinquenta reais) e máximo de até 10% do maior valor da multa simples cominada
para a infração, conforme estabelece o art. 10, §2º do decreto nº 6.514/2008 109,
sendo cabível sempre que o cometimento da infração se prologar no tempo, nos
termos do art. 10, caput, do decreto nº 6.514/2008110.
Acerca da multa diária, Milaré111 esclarece que sua finalidade é compulsiva,
de modo a obrigar que o infrator cumpra a obrigação devida, devendo, por isso, seu
valor ser fixado em montante suficiente para causar o efeito desejado.
108
Art. 72 da lei nº 9.605/1998: ‘’multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou
dolo: I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo
assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da
Marinha; II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do
Ministério da Marinha.
109
Art. 10, §2º do decreto nº 6.514/2008: ‘’O valor da multa-dia deverá ser fixado de acordo com os
o
critérios estabelecidos neste Decreto, não podendo ser inferior ao mínimo estabelecido no art. 9 nem
superior a dez por cento do valor da multa simples máxima cominada para a infração’’.
110
Art. 10, caput, do decreto nº 6.514/2008: ‘’A multa diária será aplicada sempre que o cometimento
da infração se prolongar no tempo’’.
111
MILARÉ, Edis. op. cit, p. 369.
112
Art. 102 do decreto nº 6.514/2008: ‘’ Os animais, produtos, subprodutos, instrumentos, petrechos,
o
veículos de qualquer natureza referidos no inciso IV do art. 72 da Lei n 9.605, de 1998, serão objeto
da apreensão de que trata o inciso I do art. 101, salvo impossibilidade justificada’’.
39
113
THOMÉ, Romeu. op. cit, p. 589.
114
Art. 111, I e II, do decreto nº 6.514/2008:’’ Os produtos, inclusive madeiras, subprodutos e
instrumentos utilizados na prática da infração poderão ser destruídos ou inutilizados quando:
I - a medida for necessária para evitar o seu uso e aproveitamento indevidos nas situações em que o
transporte e a guarda forem inviáveis em face das circunstâncias; ou
II - possam expor o meio ambiente a riscos significativos ou comprometer a segurança da população
e dos agentes públicos envolvidos na fiscalização.
115
Art. 109 do decreto nº 6.514/2008: A suspensão de venda ou fabricação de produto constitui
medida que visa a evitar a colocação no mercado de produtos e subprodutos oriundos de infração
administrativa ao meio ambiente ou que tenha como objetivo interromper o uso contínuo de matéria-
prima e subprodutos de origem ilegal.
116
Art. 110 do decreto nº 6.514/2008: ‘’A suspensão parcial ou total de atividades constitui medida
que visa a impedir a continuidade de processos produtivos em desacordo com a legislação
ambiental’’.
117
MILARÉ, Edis. op. cit, p. 390.
40
6.514/2008118.
O embargo, segundo Milaré119, é o impedimento temporário ou definitivo,
determinado pela Administração no início ou continuação de obra ou atividade que
não disponha das devidas licenças ou autorizações, extrapole os limites dos atos
administrativos, ou de algum modo represente efetivo ou potencial risco de dano à
saúde ou ao meio ambiente. De acordo com o art. 15- A do decreto nº 6.514/2008120
o embargo da obra ou atividade restringe-se aos locais onde efetivamente
caracterizou-se a infração ambiental, não alcançando as demais atividades
realizadas em áreas não embargadas da propriedade ou posse ou não
correlacionadas com a infração. Ressalta-se que a cessação desse embargo, assim
como na suspensão, dependerá de decisão da autoridade ambiental após a
apresentação, por parte do autuado, de documentação que regularize a obra ou
atividade, também nos termos do referido art. 15- B, mencionado no item acima.
A sanção de demolição de obra poderá ser aplicada, em duas situações, pela
autoridade ambiental, após o contraditório e a ampla defesa, conforme estabelece o
art. 19, I, II do decreto nº 6.514/2008121: quando verificada a construção de obra em
área ambientalmente protegida, em desacordo com a legislação ambiental ou
quando a obra ou construção realizada não atende às condicionantes da legislação
ambiental e não seja passível de regularização.
Há, também, a sanção de restrição de direitos. De acordo com o art. 72, §8º, I
a V, da lei nº 9.605/1998122 são consideradas sanções restritivas de direito:
suspensão de registro, licença ou autorização; cancelamento de registro licença ou
autorização; cancelamento de registro, licença ou autorização; perda ou restrição de
incentivos e benefícios fiscais; perda ou suspensão da participação em linhas de
118
Art. 15-B do Decreto nº 6.514/2008: ‘’A cessação das penalidades de suspensão e embargo
dependerá de decisão da autoridade ambiental após a apresentação, por parte do autuado, de
documentação que regularize a obra ou atividade’’.
119
MILARÉ, Edis. op. cit, p. 386.
120
Art. 15- A do decreto nº 6.514/2008: ‘’O embargo de obra ou atividade restringe-se aos locais onde
efetivamente caracterizou-se a infração ambiental, não alcançando as demais atividades realizadas
em áreas não embargadas da propriedade ou posse ou não correlacionadas com a infração’’.
121
A sanção de demolição de obra poderá ser aplicada pela autoridade ambiental, após o
contraditório e ampla defesa, quando: I - verificada a construção de obra em área ambientalmente
protegida em desacordo com a legislação ambiental; ou II - quando a obra ou construção realizada
não atenda às condicionantes da legislação ambiental e não seja passível de regularização.
122
Art. 72, §8º da lei nº 9.605/1998: ‘’As sanções restritivas de direito são: I - suspensão de registro,
licença ou autorização; II - cancelamento de registro, licença ou autorização; III - perda ou restrição
de incentivos e benefícios fiscais; IV - perda ou suspensão da participação em linhas de
financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; V - proibição de contratar com a
Administração Pública, pelo período de até três anos’’.
41
123
Art. 20 do decreto nº 6.514/2008: ‘’As sanções restritivas de direito aplicáveis às pessoas físicas
ou jurídicas são: I - suspensão de registro, licença ou autorização; II - cancelamento de registro,
licença ou autorização; III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; IV - perda ou
suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; e V -
proibição de contratar com a administração pública’’.
124
MILARÉ, Edis. op. cit, p. 461.
125
Art. 3º, caput, da lei nº 9.605/1998: ‘’As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa,
civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por
decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou
benefício da sua entidade’’.
126
Art. 3º, parágrafo único, da lei nº 9.605/1998: ‘’A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui
a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato’’.
127
Art. 225, §3º da CRFB/88: As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
128
THOMÉ, Romeu. op. cit, p. 622.
42
O referido caput do art. 3º denota, ainda, que dois são os requisitos129 para
que a pessoa jurídica possa ser responsabilizada penalmente na seara ambiental:
que a infração penal tenha sido cometida por decisão de seu representante legal ou
contratual ou de seu órgão colegiado e que a sua prática tenha sido no interesse ou
em beneficio da entidade.
Em relação à responsabilidade penal ambiental da pessoa jurídica, o
entendimento prevalecente, no Supremo Tribunal Federal130 é de que não há a
obrigatoriedade de dupla imputação obrigatória nos crimes ambientais no sentido de
que a responsabilização da pessoa física e jurídica pode ocorrer em separado:
129
Trata-se de requisitos cumulativos.
130
STF. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. RE 548181 PR. Relator: Ministra Rosa Weber. DJ: 06 de
agosto de 2013. JusBrasil Disponível em:
<https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/25342675/recurso-extraordinario-re-548181-pr-stf>Acesso
em: 04 de out. 2019.
131
STJ. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. RMS 39.173/BA. Relator: Ministro Reynaldo
Soares da Fonseca. JusBrasil, DJ: 06 de agosto de 2015. Disponível em: <
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/253f7b5d921338af34da817c00f427
53 > Acesso em: 04 de out. 2019.
43
A pessoa jurídica não comete crime. Quem os pratica são os seus sócios,
diretores etc. Nunca ela própria, pois societas delinquere non potest. Esse
também é o entendimento de Zaffaroni, quando diz: Não se pode falar de
uma vontade, em sentido psicológico no ato de uma pessoa jurídica, o que
exclui qualquer possibilidade de admitir a existência de uma conduta
humana. A pessoa jurídica não pode ser autora de delito, porque não tem
capacidade de conduta humana no sentido ôntico-ontológico da mesma.
132
GRECO, Rogério. Curso de direito penal – parte geral. Rio de Janeiro: Impetus, 2016. p. 276
44
133
MILARÉ, Edis. op. cit, p. 477.
134
A transação penal é possível na seara ambiental, conforme estabelece o art. 27 da lei nº 9.605/98:
‘’Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena
restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995,
somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de
que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade’'.
135
A suspensão condicional do processo que verse sobre matéria ambiental está prevista no art. 28
da lei nº 9.605/98 e em seus respectivos incisos: ‘’(...) As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26
de setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as
seguintes modificações: I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5° do artigo
referido no caput, dependerá de laudo de constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a
impossibilidade prevista no inciso I do § 1° do mesmo artigo; II - na hipótese de o laudo de
constatação comprovar não ter sido completa a reparação, o prazo de suspensão do processo será
prorrogado, até o período máximo previsto no artigo referido no caput, acrescido de mais um ano,
com suspensão do prazo da prescrição; III - no período de prorrogação, não se aplicarão as
condições dos incisos II, III e IV do § 1° do artigo mencionado no caput; IV - findo o prazo de
prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo de constatação de reparação do dano
ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser novamente prorrogado o período de suspensão, até
o máximo previsto no inciso II deste artigo, observado o disposto no inciso III; V - esgotado o prazo
máximo de prorrogação, a declaração de extinção de punibilidade dependerá de laudo de
constatação que comprove ter o acusado tomado as providências necessárias à reparação integral
do dano’’.
136
A suspensão condicional da pena ambiental está materializada no art. 16 da lei nº 9.605/98: “(...)
Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode ser aplicada nos casos de
condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos.
137
MILARÉ, Edis. op. cit, p. 477.
138
MILARÉ, Edis.. op. cit, p. 478.
45
139
Art. 8º da lei nº 9.605/1998: ‘’As penas restritivas de direito são: I - prestação de serviços à
comunidade; II - interdição temporária de direitos; III - suspensão parcial ou total de atividades; IV -
prestação pecuniária; V - recolhimento domiciliar’’.
140
Art. 18 da lei nº 9.605/1998: ‘’A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se
revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes, tendo
em vista o valor da vantagem econômica auferida’’.
141
Art. 21, I, II, III e IV da lei nº 9.605/1998: ‘’As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou
alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são: I - multa; II -
restritivas de direitos; III - prestação de serviços à comunidade’’.
142
MILARÉ, Edis. op. cit. p. 480.
143
Art. 22, I, II e III da lei nº 9.605/1998:’’ As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são: I -
suspensão parcial ou total de atividades; II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou
atividade; III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios,
subvenções ou doações’’.
46
144
MILARÉ, Édis. op. cit, p. 480.
145
Art. 23 da lei nº 9.605/1998: A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá
em: I - custeio de programas e de projetos ambientais; II - execução de obras de recuperação de
áreas degradadas;
III - manutenção de espaços públicos; IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.
146
Data correspondente ao rompimento da barragem de fundão.
47
147
Período que vai de 1500 até 1822. Nesse sentido, ver: FAUSTO, Boris. História Concisa do
Brasil. São Paulo: Edusp, 2009. p. 09.
148
JÚNIOR, Caio Prado. História Econômica do Brasil. Capítulo III. São Paulo: Brasiliense, 1993. p.
57.
149
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Enciclopédia dos municípios brasileiros.v.36.
Rio de Janeiro: IBGE, 1958, p. 46. Disponível em: <
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv27295_26.pdf > Acesso em: 21 de out. 2019.
150
RESENDE, Marcelo. O Estado Mineiro. Mariana.org.br, 2015. Disponível em: <
https://mariana.org.br/Historia/viagem/fatos-historicos > Acesso em: 21 de out. 2019.
151
JÚNIOR, Caio Prado. História econômica do Brasil. Capítulo III. São Paulo: Brasiliense, 1993. p.
54.
152
O período do apogeu do ouro situou-se entre 1733 e 1748, começando a partir daí o declínio:
FAUSTO, Boris. op. cit, p. 56.
153
Também chamado de período do brasil monárquico, compreende o interregno de 1822 até 1889:
FAUSTO, Boris. op. cit, p. 77.
48
modificar154.
A independência do Brasil não trouxe em seu bojo um corte abrupto e
imediato com a metrópole e com as práticas econômicas constantes naquele
período. Com a transferência da família real portuguesa para o Brasil e a abertura
dos portos brasileiros ao comércio exterior foram importantes para consolidar não só
a independência brasileira, mas também, a mudança da diretriz econômica
escravocrata que vigorava155. Araújo e Fernandes156 esclarecem que nesse período
154
FERNANDES, F.R.C., ARAUJO, E.R., Mineração no Brasil: Crescimento econômico e conflitos
ambientais. In: Conflitos ambientais na indústria minerária e metalúrgica. Rio de Janeiro:
CETEM/ CICP, 2016. p. 69-70. Disponível em: <
http://mineralis.cetem.gov.br/bitstream/cetem/1909/1/conflitos_ambientais_cap.2%20p65.pdf >
Acesso em: 21 de out. 2019.
155
FAUSTO, Boris. op. cit. p. 66.
156
FERNANDES, F.R.C., ARAUJO, E.R.. op. cit. p. 71. Disponível em:
<http://mineralis.cetem.gov.br/bitstream/cetem/1909/1/conflitos_ambientais_cap.2%20p65.pdf>
Acesso em: 21 de out.2019.
157
Período que compreende os anos de 1889 até 1964: FAUSTO, Boris. op. cit, p. 138.
158
Abarca os anos de 1889 até 1930: FAUSTO, Boris. op. cit, p. 139.
159
FERNANDES, F.R.C., ARAUJO, loc.cit. Disponível em:
<http://mineralis.cetem.gov.br/bitstream/cetem/1909/1/conflitos_ambientais_cap.2%20p65.pdf>
Acesso em: 21 de out.2019.
160
PASSOS, Flora Lopes; COELHO, Polyana; DIAS, Adelaide. (Des) territórios da mineração:
planejamento territorial a partir do rompimento em Mariana,MG. Cad. Metrop. [online]. 2017,
vol.19, n.38, p. 272. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/cm/v19n38/2236-9996-cm-19-38-
0269.pdf > Acesso em: 21 de out. 2019.
49
161
SILVA, Olintho Pereira da. A mineração em Minas Gerais: Passado, presente e futuro. Belo
horizonte: Geonomos, 1995. v.3, n.1, p. 79. Disponível em: <
https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistageonomos/article/view/11523 > Acesso em: 21 de out.
2019.
162
Aciarias é uma unidade de uma usina siderúrgica onde existem máquinas e equipamentos
voltados para o processo de transformar o ferro gusa em diferentes tipos de aço.
163
PASSOS, Flora Lopes; COELHO, Polyana; DIAS, Adelaide. op. cit. p. 272. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/cm/v19n38/2236-9996-cm-19-38-0269.pdf > Acesso em: 21 de out. 2019.
164
BREU, Alzira Alves de. Itabira Iron Company. Rio de Janeiro: FGV – Centro de pesquisa e
Documentação de História Contemporânea do Brasil, 2009. Disponível em: <
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/itabira-iron-ore-company > Acesso em:
21. Out. 2019.
165
PASSOS, Flora Lopes; COELHO, Polyana; DIAS, Adelaide. op.cit. p. 272. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/cm/v19n38/2236-9996-cm-19-38-0269.pdf > Acesso em: 21 de out. 2019.
166
SOBRE a Samarco, Samarco. Disponível em: < https://www.samarco.com/a-samarco/ > Acesso
em: 21de out. 2019.
167
PASSOS, Flora Lopes; COELHO, Polyana; DIAS, Adelaide. op. cit. p. 278. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/cm/v19n38/2236-9996-cm-19-38-0269.pdf > Acesso em: 21 de out. 2019.
168
Subdistrito de Santa Rita Durão que, por sua vez, é um distrito da cidade de Mariana/MG.
169
Joint venture trata-se de uma modalidade de cooperação entre sociedades empresárias com a
finalidade de exercício de uma atividade econômica independente e com intuito lucrativo: RAMOS,
André Luiz Santa Cruz. Direito empresarial. São Paulo: Método, 2015. p. 390. A Samarco
representa uma cooperação entre a Vale e BHP billiton Brasil.
50
Dentre essas duas barragens que serviam para estocar os rejeitos resultantes
do processo de extração e beneficiamento do minério de ferro da unidade de
Germano, a mais nova era a de Fundão, inaugurada em 2008, e com estocagem de
55 milhões de m3172. A figura 1, a seguir, demonstra as referidas barragens.
173
Fonte: Google Earth (2013)
170
PASSOS, Flora Lopes; COELHO, Polyana; DIAS, Adelaide. op. cit. p. 278-279. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/cm/v19n38/2236-9996-cm-19-38-0269.pdf > Acesso em: 21 de out. 2019.
171
PASSOS, Flora Lopes; COELHO, Polyana; DIAS, Adelaide. op. cit. p. 279. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/cm/v19n38/2236-9996-cm-19-38-0269.pdf > Acesso em: 21 de out. 2019.
172
ROMPIMENTO de Fundão, Samarco. Disponível em: < https://www.samarco.com/barragens/ >
Acesso em: 21 de out. 2019.
173
PASSOS, Flora Lopes; COELHO, Polyana; DIAS, Adelaide. op. cit. p. 278. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/cm/v19n38/2236-9996-cm-19-38-0269.pdf > Acesso em: 21 de out. 2019.
174
MPF, Ministério Público Federal. Documentos – Caso Samarco. Brasília: MPF. 2019, p. 65.
Disponível em: < http://www.mpf.mp.br/mg/sala-de-imprensa/docs/denuncia-samarco > Acesso em:
21 de out. 2019.
51
desastre era uma tragédia anunciada175, até que no ano de 2015, entrou em
colapso, rompendo-se.
175
Acerca do iminente rompimento, ver os dados técnicos apresentados pelo Ministério Público
Federal na Ação Penal proposta em face, também, da Samarco, item 3.1 : MPF, Ministério Público
Federal. Op. cit. p. 60-190. Disponível em: < http://www.mpf.mp.br/mg/sala-de-
imprensa/docs/denuncia-samarco > Acesso em: 21 de out. 2019.
176
MPF, Ministério Público Federal. O desastre. Brasília, 2015. Disponível em: <
http://www.mpf.mp.br/grandes-casos/caso-samarco/o-desastre > Acesso em: 21 de out. 2019.
177
FELIPPE, Miguel Fernando; COSTA, Alfredo; FRANCO, Roberto; MATOS, Ralfo. A tragédia do
Rio Doce: A lama, O povo e a Água. Belo Horizonte. 2016, p.5.
178
MILANEZ, Bruno; LOSEKANN, Cristiana (org.). Desastre no Vale do Rio Doce: antecedentes,
impactos e ações sobre a destruição. Capítulo 03. Rio de Janeiro: Folio digital. Letra e Imagem,
2016, p. 154. Disponível em: < http://www.global.org.br/wp-content/uploads/2017/02/Milanez-2016-
Desastre-no-Vale-do-Rio-Doce-Web.pdf > Acesso em: 24 de out. 2019.
179
ROMPÍMENTO de barragem da Samarco, em Mariana, completa um mês. G1 – Minas Gerais, 15
de dez. 2015. Disponível em: < http://especiais.g1.globo.com/minas-gerais/2015/desastre-ambiental-
em-mariana/1-mes-em-numeros/ > Acesso em: 24 de out. 2019.
52
180
Fonte: SIMON (2015)
180
Imagem disponível em: < http://g1.globo.com/minas-gerais/desastre-ambiental-em-
mariana/noticia/2016/02/policia-consegue-mais-prazo-para-entrega-de-inquerito-sobre-mariana.html >
Acesso em: 24 de out. 2019.
181
MP diz que estragos ao patrimônio de Mariana e região superaram estimado. G1- Minas Gerais,
21 de jan. 2016. Disponível em: < http://g1.globo.com/minas-gerais/desastre-ambiental-em-
mariana/noticia/2016/01/dados-do-mp-mostram-que-mar-de-lama-causou-muito-mais-estrago.html >
Acesso em: 24 de out. 2019.
182
O solo de alguns locais atingidos pela lama estão contaminados com metais pesados, sendo
considerados como locais de Perigo categoria A. Ou seja, locais em que há perigo para a saúde da
população exposta aos contaminantes por meio da ingestão, inalação ou absorção dérmica das
partículas contaminadas: SOLO e poeira atingidas pela lama da Samarco estão contaminados com
metais pesados, diz estudo. G1 Minas Gerais. Belo horizonte: 07 de nov. 2019. Disponível em: <
https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2019/11/07/estudo-feito-em-mariana-e-barra-longa-
atingidas-pela-lama-da-samarco-aponta-perigo-urgente-para-a-saude-publica.ghtml > Acesso em: 15
de nov. 2019.
53
183
IBAMA, Instituo Brasileiro do meio ambiente e dos Recursos naturais renováveis. Laudo técnico
preliminar, 2015, p. 10-11. Disponível em: <
http://www.ibama.gov.br/phocadownload/barragemdefundao/laudos/laudo_tecnico_preliminar_Ibama.
pdf > Acesso em: 24 de out. 2019.
184
VALE, João Henrique do. Lama de rejeitos da barragem de Fundão destruiu 324 hectares de Mata
Atlântica. Jornal do Estado de Minas Gerais. 11 de dez. 2015. Disponível em: <
https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2015/12/11/interna_gerais,716424/lama-de-rejeitos-da-
barragem-de-fundao-destruiu-324-hectares-de-mata-atlantica.shtml > Acesso em: 24 de out. 2019.
185
VALE, João Henrique do. Lama de rejeitos da barragem de Fundão destruiu 324 hectares de Mata
Atlântica. Jornal do Estado de Minas Gerais. 11 de dez. 2015. Disponível em: <
https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2015/12/11/interna_gerais,716424/lama-de-rejeitos-da-
barragem-de-fundao-destruiu-324-hectares-de-mata-atlantica.shtml > Acesso em: 24 de out. 2019.
186
Sobre as demais consequências ambientais relacionadas aos corpos d’agua, ver: IBAMA, Instituo
Brasileiro do meio ambiente e dos Recursos naturais renováveis. op. cit, p. 14. Disponível em: <
http://www.ibama.gov.br/phocadownload/barragemdefundao/laudos/laudo_tecnico_preliminar_Ibama.
pdf > Acesso em: 24 de out. 2019.
187
BORGES, Juliana. Lama de barragem da Samarco chega ao mar no ES. G1 – Espírito Santo. 21
de nov. 2015. Disponível em: < http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2015/11/lama-de-barragem-
da-samarco-chega-ao-mar-no-es.html > Acesso em: 24 de out. 2019.
188
UERJ, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Pesquisa realizada na UERJ comprova que
resíduos da Samarco afetaram Abrolhos. Rio de Janeiro: 19 de fev. 2019. Disponível em: <
https://www.uerj.br/noticia/pesquisa-da-uerj-comprova-contaminacao-de-abrolhos-por-residuos-da-
samarco/ > Acesso em : 24 de out. 2019.
54
cidades: Urussuquara, Campo Grande, Barra Nova Sil, Barra Nova Norte, Nativo
fazenda Ponta, São Miguel, Gameleira (áreas atingidas da cidade de São Mateus),
ferrugem, pontal do Ipiranga e barra seca (áreas atingidas da cidade de Linhares),
Portal de Santa Cruz, Itaparica, Santa Cruz, Mar Azul, Vila do Riacho, Barra do
Sahy, Barra do Riacho (áreas atingidas da cidade de Aracruz), Nova Almeida (área
atingida da cidade de Serra).
Ressaltando-se, ainda, que foram impactadas a reserva biológica de
Comboios (Municípios de Linhares e Aracruz), a Reserva da Vida Silvestre de Santa
Cruz (Município de Aracruz) e a Área de proteção ambiental Costa das Algas
(Municípios de Aracruz e Serra)189. A figura 3, abaixo, demonstra o caminho que a
lama da Samarco percorreu até o oceano atlântico.
190
Fonte: SOARES (2015) .
189
ALVES, Brunela. 19 áreas do ES entram na lista de atingidas pela Samarco. G1- Espírito Santo.
01 de abr. 2017. Disponível em: < https://g1.globo.com/espirito-santo/desastre-ambiental-no-rio-
doce/noticia/19-areas-do-es-entram-na-lista-das-atingidas-pela-samarco.ghtml > Acesso em: 24 de
out. 2019.
190
Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/desastre-de-mariana/ > Acesso em: 24 de out.
2019.
55
191
CÂMARA, Andreza Aparecida Franco Câmara; TERRA, Alessandra Dale Giacomin; MIRANDA,
Napoleão. A insegurança hídrica no município de Governador Valadares (MG) decorrente do
desastre tecnológico de Mariana (MG). Disponível em: <
http://www.evento.abant.org.br/rba/31RBA/files/1541464568_ARQUIVO_ABA.InsegurancaHidrica.fina
l.pdf > Acesso em: 24 de nov. 2019.
192
ZHOURI, Andréa, apud CÂMARA, Andreza Aparecida Franco Câmara; TERRA, Alessandra Dale
Giacomin; MIRANDA, Napoleão. op cit. Disponível em: <
http://www.evento.abant.org.br/rba/31RBA/files/1541464568_ARQUIVO_ABA.InsegurancaHidrica.fina
l.pdf > Acesso em: 03 de nov. 2019.
193
PARREIRAS, Matheus. Destino de 50 mil ações contra a Samarco pode sair na segunda-feira (6).
Jornal Estado de Minas Gerais. 03 de mai. 2019. Disponível em: <
https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2019/05/03/interna_gerais,1050913/destino-de-50-mil-
acoes- contra-samarco-pode-sair-na-segunda-feira-6.shtml > Acesso em: 03 de nov. 2019.
56
A ação civil pública trata-se de uma ação coletiva que tutela interesses
transindividuais194. Os direitos transindividuais são aqueles que não pertencem a
determinado individuo de forma isolada, podendo ser classificados em direito difuso,
coletivo ou individual homogêneo195. Esses direitos, não se confundem, conforme
explicita Milaré196:
194
MILARÉ, Edis. op. cit. p. 1429-1430.
195
OLIVEIRA, Marcelo Henrique Matos. Considerações sobre os direitos transindividuais. Cognitio
Juris, João Pessoa, Ano I, Número 2, agosto 2011. Disponível em
<http://www.cognitiojuris.com/artigos/02/06.html>. Acesso em: 03 de Nov.2019.
196
MILARÉ, Edis. op. cit, p. 1429-1430.
197
A lei complementar nº 40/1981 estabelece normas gerais a serem adotadas na organização do
ministério público estadual.
198
Art. 3º da lei complementar nº 40/1981: ‘’(...) São funções institucionais do Ministério Público: I -
velar pela observância da Constituição e das leis, e promover-lhes a execução; II - promover a ação
penal pública; III - promover a ação civil pública, nos termos da lei’’.
199
MILARÉ Edis. op. cit. p.1421.
200
A lei nº 6.938/1981 dispõe sobre a política nacional do meio ambiente, seus fins e mecanismos de
formulação e aplicação, e dá outras providências.
201
Art. 14, §1º da lei nº 6.938/1981: ‘’(...) Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste
artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os
danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da
57
União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por
danos causados ao meio ambiente’’.
202
MILARÉ, Edis. op. cit, p. 1425.
203
Art. 129, III da CRFB/88: ‘’ São funções institucionais do Ministério Público: (...) promover o
inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente
e de outros interesses difusos e coletivos’’.
204
MILARÉ, Edis. op. cit. p. 1428.
205
Art. 5º, XXXV da CFRB/88: ‘’ Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida,
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito’’
206
THOMÉ, Romeu. op. cit, p. 636.
207
Art. 21 da lei nº 7.347/1985: ‘’(...) Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e
individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do
Consumidor’’.
208
Art. 3º da lei nº 7.347/1985: ‘’(...) A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer’’.
58
209
Art. 5º da lei nº 7.347/1985: Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: I - o
Ministério Público; II - a Defensoria Pública; III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios; IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; V - a
associação que, concomitantemente: a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da
lei civil; b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao
meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos
raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
210
Art. 3º, IV da lei nº 6.938/1981: ‘’(...) IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental’’.
211
MPF, Ministério Público Federal. STJ: Justiça federal é competente para analisar e julgar o
rompimento da barragem de Mariana. Brasília, 22 de jun. 2015. Disponível em: <
http://www.mpf.mp.br/pgr/noticias-pgr/stj-justica-federal-e-competente-para-analisar-e-julgar-
rompimento-da-barragem-de-mariana> Acesso em: 03 de nov. 2019.
59
07.2016.4.01.3800, 9362-43.2015.4.01.3813.
A Ação civil Pública nº 00069758-61.2015.4.01.3400, em trâmite na 12ª vara
federal da seção judiciaria de Minas Gerais, foi proposta pela União, IBAMA212,
ANA213, DNMP214, IEF215, IGAM216, FEAM217, Estado do Espírito Santo, IEMA-ES218
e AGERH-ES219 em face da mineradora Samarco e de suas controladoras, a saber,
Vale e BHP Billiton. Por meio dessa ACP, os autores pleiteiam, cautelarmente,
diversas medidas de urgência além de pedidos finais voltados à reparação e
recuperação dos danos socioambientais decorrentes do rompimento da barragem do
fundão.
Atualmente, as partes estão discutindo alguns pontos práticos de
cumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), intitulado de governança,
e que foi assinado em junho de 2018, conforme se depreende do último
pronunciamento judicial, datado de 07 de novembro de 2019, da referida ACP220.
Ressalta-se que o TAC governança será explicitado no próximo item, em
conjunto com a explicação do Termo de Transação e Ajustamento de Conduta
(TTAC) e o termo de acordo preliminar (TAP), assinados no bojo da presente ACP,
em março de 2016 e em janeiro de 2017, respectivamente.
A ACP nº 60017-58.2015.4.01.3800, que tramita na 12ª Vara federal da
Seção Judiciaria de Minas Gerais, foi proposta pelo Ministério Público Federal e pela
Associação de Defesa de interesses Coletivos em face da Samarco e de suas
controladoras, além da União, Estado de Minas Gerais, Estado do Espírito Santo,
ANA, IBAMA, ICMBIO221, FUNAI222, ANVISA223, IPHAN224, BNDES225, IEF, IGAM,
FEAM, IEPHA-MG226, IEMA, AGERH e IDAF227. Essa Ação Civil Pública visa, em
linhas gerais, a reparação e a compensação integral dos danos socioambientais
212
IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.
213
ANA: Agência Nacional de Águas.
214
DNMP: Departamento Nacional de Produção Mineral.
215
IEF: Instituto Estadual de Florestas.
216
IGAM: Instituto Mineiro de Gestão das Águas.
217
FEAM: Fundação Estadual do Meio Ambiente.
218
IEMA-ES: Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo
219
AGERH-ES: Agência Estadual de Recursos Hídricos do Espírito Santo
220
Decisão disponível em: <https://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php .> Acesso
em: 03 de nov. 2019.
221
ICMBIO: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
222
FUNAI: Fundação Nacional do Índio.
223
ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
224
IPHAN: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
225
BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
226
IEPHA –MG: Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais.
227
IDAF: Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo.
60
228
SAMARCO para de distribuir água em Governador Valadares nesta sexta. O tempo. 22 de jan.
2016. Disponível em: < https://www.otempo.com.br/cidades/samarco-para-de-distribuir-agua-em-
governador-valadares-nesta-sexta-1.1217415 > Acesso em: 03 de nov. 2019
61
229
ACP Disponível em: < http://www.mpf.mp.br/grandes-casos/caso-samarco/documentos/0135334-
09-2015-4-02-5005.pdf/view > Acesso em: 03 de nov. 2019.
230
SANEAR: Serviço colatinense de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental
231
ANA: agência nacional de aguas
232
Sobre todos os pedidos realizados no bojo da ACP nº 0135334-09.2015.4.02.5005, consultar: <
http://www2.jfes.jus.br/jfes/portal/consulta/mostraarquivo.asp?MsgID=0B3E9381322D46A2B4551D96
5346DC82&timeIni=68275,97&P1=16802452&P2=133&P3=&NPI=2285&NPT=2285&TI=1&NV=4672
88&MAR=S > Acesso em: 03 de nov. 2019.
233
Decisão disponível em: < http://www2.jfes.jus.br/jfes/portal/consulta/resconsproc.asp > Acesso em:
03 de nov. 2019.
234
FIOCRUZ: Fundação Oswaldo Cruz.
235
IFES: Instituto Federal do Espírito Santo.
62
236
Decisão disponível em: <
http://www2.jfes.jus.br/jfes/portal/consulta/mostraarquivo.asp?MsgID=193CC03155234E05B26FD2AD
597F69A2&timeIni=35826,06&P1=16785776&P2=319&P3=&NPI=1954&NPT=1954&TI=1&NV=13028
8&MAR=S > Acesso em: 03 de nov. 2019.
237
Decisão disponível em: <
http://www2.jfes.jus.br/jfes/portal/consulta/mostraarquivo.asp?MsgID=1D329C425EC346328B3CAFA
E16EFEE0F&timeIni=36138,27&P1=16785776&P2=299&P3=&NPI=1931&NPT=1931&TI=1&NV=644
873&MAR=S > Acesso em: 03 de nov. 2019.
238
Para consultar a decisão, ver: < https://www.jusbrasil.com.br/processos/94446655/processo-n-
0002571-1320164025004-do-trf-2 > Acesso em: 05 de Nov. 2019;
63
241
Os demais compromitentes estão elencados no TTAC., que por sua vez encontra-se disponível
em: < https://www.samarco.com/wp-content/uploads/2016/07/TTAC-FINAL.pdf > Acesso em: 05 de
nov. 2019.
242
Conforme o quarto CONSIDERANDO da fl. 06 do acordo: ‘’ CONSIDERANDO o ajuizamento da
Ação Civil Pública em face da SAMARCO e dos ACIONISTAS, registrado sob o nº 0069758-
61.2015.4.01.3400, em trâmite na 12ª Vara Federal da Seção Judiciária de Minas Gerais, por meio do
qual se pretende a recuperação, mitigação, remediação, compensação e reparação, inclusive
indenização, dos impactos socioambientais e socioeconômicos causados pelo EVENTO’’.
243
Cláusula 01, IX e X do TTAC: ‘’(...) IX. PROGRAMAS SOCIOECONÔMICOS: Conjunto de
medidas e de ações a serem executadas de acordo com um plano tecnicamente fundamentado,
necessárias À reparação, mitigação, compensação e indenização pelos danos socioeconômicos
decorrentes do EVENTO, fiscalizadas e supervisionadas pelo poder público, nos termos do
ACORDO; X. PROGRAMAS SOCIOAMBIENTAIS: Conjunto de medidas e de ações a serem
executadas de acordo com um plano tecnicamente fundamentado, necessárias à reparação e
compensação pelos danos socioambientais, decorrentes do EVENTO, fiscalizadas e supervisionados
pelo PODER PÚBLICO, nos termos do ACORDO’’.
65
244
Cláusula 5º, IV do TTAC: ‘’ A Samarco, a Vale e a BHP instituirão uma Fundação de direito
privado, com autonomia em relação às instituidoras, com o objetivo de gerir e executar todas as
medidas previstas nos programas socioeconômicos e socioambientais.
245
Cláusula 209, parágrafo segundo do TTAC: ‘’ A Fundação será sediada em Belo Horizonte/MG e
será regida pelo seu estatuto social’’.
246
Cláusula 224 do TTAC: ‘’A fundação será fiscalizada, na forma da lei, pelo Ministério Público’’.
247
Clausula 225 do TTAC: ‘’ A Samarco, a Vale e a BHP serão instituidoras e mantenedoras da
Fundação nos termos estabelecidos na cláusula 209, de forma a implementar projetos aprovados no
âmbito dos programas previstos neste acordo’’.
248
Cláusula 229 do TTAC: ‘’No prazo de 30 (trinta) dias contados da emissão do CNPJ da Fundação,
a Samarco fará um depósito inicial de R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões de reais), que
corresponde ao início do aporte de 2016’’.
249
Cláusula 226 do TTAC: ‘’ A Samarco deverá realizar aportes anuais no curso dos exercícios de
2016, 2017 e 2018, nos montantes definidos abaixo, sempre em observância aos termos
estabelecidos nos parágrafos desta cláusula e cláusula seguintes: I. Exercício de 2016: aporte de R$
2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais); II Exercicio de 2017: aporte de R$ 1.200.000.000,00 (um
bilhão e duzentos milhões de reais); III. Exercício de 2018: aporte de R$ 1.200.000.000,00 (um bilhão
e duzentos milhões de reais). Para o ano de 2019 o aporte previsto foi de R$ 2.800.000.000,00 (dois
bilhões e oitocentos milhões de reais) de acordo com o sitio eletrônico da própria fundação. Nesse
sentido, consultar: DADOS da reparação. Fundação Renova. Disponível em: <
https://www.fundacaorenova.org/dadosdareparacao/ > Acesso em: 05 de nov. 2019.
250
Esses dados foram extraídos do próprio sitio eletrônico da Fundação renova, que foi inclusive uma
obrigação imposta pelo TTAC de acordo com a Cláusula 222.
68
251
Cláusula 242. Parágrafo primeiro: ‘’ O comitê interfederativo será uma instancia externa e
independente da fundação, formado exclusivamente por representantes do poder público’’.
252
Cláusula 06, XX do TTAC: ‘’(...) O poder público constituirá um comitê interfederativo, como
instância externa e independente da fundação, para interlocução permanente com a fundação e para
definir prioridades na implementação e execução dos projetos, acompanhando, monitoramento e
fiscalizando os resultados’’.
253
Cláusula 06, XXI do TTAC: ‘’(...) Caberá ao comitê interfederativo validar os programas e projetos
apresentados pela fundação, levando em consideração os princípios e os demais termos do Acordo,
sem prejuízo da necessidade de obtenção das licenças ambientais junto ao órgão ambiental
competente, bem como de outros órgãos públicos, conforme os procedimentos previstos neste
acordo’’.
254
O painel de especialistas refere-se a a uma instancia permanente e externa à fundação, formada
por três membros, para fornecer opiniões técnicas não vinculantes para as partes, com o objetivo de
resolver conflitos entre a fundação e o comitê interfederativo, conforme se depreende da Cláusula
246 do TTAC e de seu parágrafo primeiro.
255
Cláusula 06, XXIII do TTAC: ‘’(...) O comitê interfederativo examinará os programas e projetos
submetidos e indicará a necessidade de correções, readequações ou fará questionamentos nas
ações a serem desempenhadas. Permanecendo divergência entre a fundação e o comitê
interfederativo, qualquer das partes poderá submeter a questão ao painel de especialistas, bem
como, posteriormente, se for o caso, ao juízo competente’’.
256
Cláusula 247, caput, e parágrafos primeiro e seguindo do TTAC: ‘’ Em caso de descumprimento
por culpa exclusiva da Fundação, da Samarco ou de qualquer das acionistas de suas respectivas
obrigações assumidas em qualquer das cláusulas constantes deste acordo, ressalvadas as hipóteses
de caso fortuito ou força maior, o comitê interfederativo comunicará formalmente À parte inadimplente
o descumprimento, com cópia para as demais empresas, para que estas tenham ciência e a
inadimplente adote as medidas necessárias para cumprimento das obrigações ou justifique o seu não
cumprimento, estabelecendo prazo compatível para devida adequação. Parágrafo primeiro: No prazo
estabelecido nos termos do caput, a inadimplente poderá cumprir integralmente a obrigação indicada
ou, desde que devidamente justificado ao Comitê Interfederativo, solicitar a dilação do prazo
conferido. Parágrafo segundo: Decorrido o prazo definido e permanecendo o descumprimento por
parte da inadimplente, esta sujeitar-se-á à fixação de multa punitiva por obrigação descumprida e
multa diária enquanto persistir o descumprimento total da obrigação’’.
69
260
Esses dados foram extraídos do TAP, disponível em: < http://www.mpf.mp.br/mg/sala-de-
imprensa/docs/termo-de-acordo-preliminar-caso-samarco > Acesso em: 06 de nov. 2019.
261
PMINETAL, Thais; FREITAS. Raquel. Justiça homologa parte do acordo preliminar entre MPF,
Vale, Samarco, e BHP sobre desastre em MG. G1 Minas Gerais. Belo horizonte: 16 de mar. 2019.
Disponível em: < https://g1.globo.com/minas-gerais/desastre-ambiental-em-mariana/noticia/justica-
homologa-parte-do-acordo-preliminar-entre-mpf-vale-samarco-e-bhp-sobre-desastre-em-mg.ghtml >
Acesso em: 06 de nov. 2019.
262
Cláusula 1.1 do TAP: ‘’O MPF concorda com a contratação das seguintes organizações que
atuação como peritos, assessoria e/ou assistentes técnicos seus: LACTEC, para o diagnóstico
socioambiental; INTEGRATIO, para o diagnóstico socioeconômico e assistência dos atingidos;
RAMBOLL, para a avaliação e monitoramento dos programas de reparação socioambiental e
socioeconômica; Banco Mundial, ou outra entidade definida pelas partes, para coordenação dos
trabalhos e consultoria ao MPF’’.
263
Cláusula 3.1 do TAP: ‘’As empresas se comprometem a dar ao Juízo da 12ª Vara Federal de Belo
horizonte garantias para o cumprimento das obrigações de custeio e financiamento dos Programas
de Reparação socioambiental e socioeconômica dos danos decorrentes do rompimento da barragem
de Fundão, até a celebração do TACF, no valor de R$ 2,2 bilhões ( dois bilhões e duzentos milhões
de reais), compostas da seguinte forma: a) R$ 100 milhões (cem milhões de reais) em aplicações
financeiras de liquidez corrente a serem dadas em caução ao Juízo; b) R$ 1,3 bilhão (um bilhão e
trezentos milhões de reais) em seguro garantia e c) R$ 800 milhões (oitocentos milhões de reais) em
bens da Samarco desembaraçados e livres de quaisquer ônus’’.
264
Cláusula 2.1 do termo aditivo ao TAP: ‘’ As partes acordam a inclusão do MPMG, ao lado do MPF,
como parte do TAP, acolhendo as disposições já pactuadas e participando, a partir deste momento,
de todas as providências relativas ao seu cumprimento, no âmbito de sua atribuição, bem como deste
Aditivo, inclusive quanto às tratativas e aos procedimentos para a celebração do TACF’’.
71
265
Termo aditivio ao TAP disponível em: < http://www.mpf.mp.br/grandes-casos/caso-
samarco/documentos/aditivo-tap/view > Acesso em: 06 de nov. 2019.
266
Cláusula 3.2 do aditivo ao TAP: ‘’Todas as referências feitas no TAP à INTEGRATIO são
substituídas, no que se refere à contratação de assessorias técnicas Às pessoas atingidas e ao apoio
aos órgãos públicos competentes, com vistas à realização de audiências públicas e consultas
prévias, pela expressão FUNDO BRASIL e, no que se refere ao diagnóstico socioeconômico, pela
expressão FGV, aplicando-se a estes, no âmbito das respectivas atribuições, de forma irrestrita e
incondicionada, todas as disposições aplicáveis àquela, respeitando-se as alterações constantes do
presente Aditivo e desde que não sejam contrárias ao aqui expressamente disciplinado’’.
267
Cláusula 4.1 do termo aditivo ao TAP: ‘’As partes acordam em criar o fórum de observadores, de
natureza consultiva, como uma das instâncias de participação e controle sociais, cujo objetivo será
acompanhar os trabalhos e analisar os resultados do diagnóstico e das avaliações realizadas pelo
Fundo Brasil e pela FGV’’.
268
Cláusula 4.2 do termo aditivo ao TAP: ‘’O fórum será composto por representantes da sociedade
civil, das pessoas atingidas, de grupos acadêmicos e dos povos e comunidades tradicionais
atingidas.
269
Cláusula 6.4 do termo aditivo ao TAP: ‘’ As audiências públicas serão realizadas em número de
15(quinze), entre elas nas regiões de Mariana/MG, Barra Longa/MG, Rio Doce-Santa Cruz do
Escalvado/MG, São José do Goiaba/MG, Belo Oriente/MG, Governador Valadares/MG,
Resplendor/MG, Aimorés/MG, Baixo Guandu/ES, Colatina/ES, Linhares/ES, distrito de regência/ES,
distrito de povoação/ES, distrito de barra seca/ES e Aracruz/ES, podendo ser feitos ajustes nas
localidades a partir de uma avaliação técnica conjunta entre o FUNDO BRASIL e o Ministério Público.
270
Ver a nota de rodapé nº 264 para compreender a substituição da INTEGRATIO pelo Fundo Brasil,
em conjunto com a de nº 259, no tocante a inclusão do Ministério Público do Estado de Minas Gerais
72
no âmbito das audiências públicas, notadamente pela expressão ‘’Ministério Público’’ tratada na
primeira nota.
271
Para ver as cláusulas que receberam ressalvas interpretativas/aditivas e aquelas que não foram
homologadas consultar o pronunciamento homologatório disponível em: < https://apublica.org/wp-
content/uploads/2018/09/SENTENC%CC%A7A-CONJUNTA-HOMOLOGACAO-JUDICIAL-08-DE-
AGOSTO-DE-2018-10.pdf > Acesso em: 06 de nov. 2019.
73
272
Cláusula primeira do TAC- governança: ‘’ O presente acordo tem como objeto: I- a alteração do
processo de governança previsto no TTAC para definição e execução dos programas, projetos e
ações que se destinam À reparação integral dos danos decorrentes do rompimento da barragem de
fundão. II- o aprimoramento de mecanismos de efetiva participação das pessoas atingidas pelo
rompimento da barragem
273
Cláusula terceira do TAC – governança: ‘’ As partes acordam em modificar os termos do TTAC,
conforme as cláusulas neste acordo, com o objetivo de incrementar efetividade, rapidez, eficiência e
participação social no processo de reparação integral dos danos decorrentes do rompimento da
barragem de fundão, implementando-se mudanças na gestão e governança do TTAC, com vistas a
aprimorar os mecanismos que possibilitem a efetiva participação das pessoas atingidas’’.
274
MPF, Ministério Público Federal. Dúvidas sobre o TAC governança? Brasília, Disponível em: <
http://www.mpf.mp.br/grandes-casos/caso-samarco/duvidas-sobre-o-tac-governanca > Acesso em: 06
de nov. 2019.
74
275
Cláusula oitava do TAC- governança: ‘’As partes acordam o reconhecimento das comissões locais
formadas voluntariamente por pessoas atingidas (‘’Comissões Locais’’), residentes nos municípios
atingidos pelo rompimento da barragem de fundão e/ou, excepcionalmente que tenham sofrido danos
em atividades realizadas na área de abrangência das respectivas comissões locais, como
interlocutoras legítimas no âmbito das questões atinentes à participação e governança do processo
de reparação integral dos danos decorrentes do rompimento da barragem de fundão, nos termos e
limites previstos neste acordo’’.
276
Cláusula vigésima nona, caput, e parágrafo primeiro do TAC- governança: ‘’ As partes concordam
com a criação de até 06 (seis) câmaras regionais para participação das pessoas atingidas no
processo de reparação integral dos danos decorrentes do rompimento da barragem de fundão
(‘’Câmaras Regionais’’). Parágrafo primeiro: As câmaras regionais, compostas por pessoas atingidas,
conforme dispuserem as respectivas comissões locais no âmbito de sua abrangência, constituirão
fóruns de discussão , de organização participativa das pessoas atingidas e de interlocução e
composição com a fundação’’.
277
Nesse sentido, ver nota de rodapé nº 262.
278
Cláusula nonagésima quarta do TAC – Governança:’’ As partes acordam em estabelecer um
processo único de eventual repactuação dos programas, visando À reparação integral dos danos
decorrentes do rompimento da barragem de fundão, sendo observadas a legislação aplicável, a
situação anterior ao referido rompimento e as disposições a seguir (‘Processo de repactuação’)’’.
279
Cláusula nonagésima quarta, parágrafo segundo e terceiro do TAC- Governança: ‘’ (...) Parágrafo
segundo. O processo de repactuação visará ao aprimoramento prospectivo dos programas, não
prejudicando no seu decorrer a manutenção, continuidade e eficácia das ações, medidas e projetos já
em curso. Parágrafo terceiro. O processo de repactuação, não impede que as partes, de comum
acordo e com a participação dos atingidos, conforme os princípios e cláusulas deste acordo, alterem
ou incluam programas ou medidas específicas de reparação’’
75
280
Nesse sentido, ver fl.24 da sentença homologatória, disponível em: < https://apublica.org/wp-
content/uploads/2018/09/SENTENC%CC%A7A-CONJUNTA-HOMOLOGACAO-JUDICIAL-08-DE-
AGOSTO-DE-2018-10.pdf >. Acesso em: 10 de nov. 2019.
281
DADOS da reparação. Fundação Renova. Disponível em: <
https://www.fundacaorenova.org/dadosdareparacao/ > Acesso em: 10 de nov. 2019.
76
282
Nesse sentido, ver: BEDINELLI, Talita. Samarco pagou só 1% do valor de multas ambientais por
tragédia de Mariana. El país. São Paulo, 09 de ago. 2019. Disponível em:
<https://brasil.elpais.com/brasil/2017/08/08/politica/1502229456_738687.html > Acesso em: 10 de
nov. 2019.
283
Auto de infração disponível em: <
http://www.ibama.gov.br/phocadownload/barragemdefundao/autos-
infracao/auto_infracao_samarco_9082392.pdf > Acesso em: 10 de nov. 2019.
284
Auto de infração disponível em:<
http://www.ibama.gov.br/phocadownload/barragemdefundao/autos-
infracao/auto_infracao_samarco_9082395.pdf > Acesso em: 10 de nov. 2019
285
Auto de infração disponível em: <
http://www.ibama.gov.br/phocadownload/barragemdefundao/autos-
infracao/auto_infracao_samarco_19.pdf > Acesso em: 10 de nov. 2019.
286
Auto de infração disponível em: <
http://www.ibama.gov.br/phocadownload/barragemdefundao/autos-
infracao/auto_infracao_samarco_21.pdf > Acesso em: 10 de nov. 2019.
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Auto de infração disponível em: <
http://www.ibama.gov.br/phocadownload/barragemdefundao/autos-
infracao/auto_infracao_samarco_24.pdf > Acesso em: 10 de nov. 2019.
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288
Auto de infração disponível em: <
http://www.ibama.gov.br/phocadownload/barragemdefundao/autos-
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http://www.ibama.gov.br/phocadownload/barragemdefundao/autos-
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