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CENTRO UNIVERSITÁRIO CARIOCA

SUELLEN CHRISTINE SALES DA SILVA

INFLUÊNCIA DO FEMINISMO NOS FILMES DE PRINCESAS DA


DISNEY
Mudança de comportamento das protagonistas femininas

Rio de Janeiro
2021
SUELLEN CHRISTINE SALES DA SILVA

INFLUÊNCIA DO FEMINISMO NOS FILMES DE PRINCESAS DA


DISNEY
Mudança de comportamento das protagonistas femininas

Projeto de monografia
apresentado à professora
Raquel Lobão como
requisito de aprovação na
disciplina Projeto de TCC
em Jornalismo.

Rio de Janeiro
2021

1
LISTA DE IMAGENS
Figura 1: Princesas da Disney……………………………....………………..5
Figura 2: Linha cronológica de lançamentos dos filmes……………...……..6

2
SUMÁRIO
Apresentação do Tema………………………………………………………4
Problematização……………………………………………………………..7
Objetivos……………………………………………………………………..8
Justificativa…………………………………………………………………..9
Metodologia…………………………………………………………………10
Estruturação de Capítulos………………………………………………....12
Referencial Teórico…………………………………………………………13
Capítulo 2 - Você sabe o que é feminismo? 13
2.1 Diferença entre feminismo e femismo 13
2.2 O feminismo na visão de pensadoras contemporâneas 14
Cronograma………………………………………………………………...17
Referências Bibliográficas…………………………………………………18

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1) Apresentação do Tema

Ao se propor falar sobre os longas de princesas criados pelos estúdios Disney, é necessário
apresentar o criador do fenômeno. O norte-americano Walter Elias Disney, nascido em 5
de dezembro de 1901, era empresário, produtor cinematográfico, cineasta, diretor,
roteirista, dublador e animador. Walt Disney foi cofundador da Walt Disney Company, um
dos maiores conglomerados de entretenimento do mundo. Devido ao sucesso, Walt Disney
é o maior vencedor de Oscars na história, sendo ganhador de 22 prêmios da Academia,
com 59 indicações. Além disso, também venceu sete Emmy Awards.

Uma vez que o criador dos estúdios Disney foi apresentado, torna-se importante destacar
que em 1927, Walt Disney criou o ratinho conhecido como Mickey Mouse, batizado por
sua esposa, que se tornou um dos maiores sucessos de sua produtora. Já em 1939, lançou o
primeiro longa-metragem animado, Branca de Neve e os Sete Anões, que foi sucesso de
bilheteria e deu início aos longas de princesas.

Desde o lançamento de Branca de Neve e os Sete Anões, a luta pelos direitos das mulheres
se tornou um assunto importante e necessário na sociedade. Por isso, aquela história
padronizada de uma princesa frágil que espera pelo príncipe encantado é passado e não
cabe mais à realidade do público feminino contemporâneo.

Partindo desse princípio, a evolução dos filmes clássicos de princesas mostra o quanto as
mulheres foram ganhando mais força e determinação com o passar do tempo. Assim
sendo, esta monografia visa refletir sobre a evolução das princesas da Disney perante a
visão feminista. Para isso, trará os pensamentos de Simone de Beauvoir e Bell Hooks, bem
como mostrará a influência dos estúdios Disney na figura feminina.

De início, faz-se importante ressaltar que as princesas da Disney têm uma importante
função na formação da figura feminina, uma vez que se faz presente no imaginário e no
cotidiano da maioria das meninas em forma de filmes, roupas, músicas e tantos outros
produtos associados à empresa.

4
Segundo uma pesquisa feita pela antropóloga Escoura (2012), as princesas da Disney são
um referencial de gênero na vida das meninas. “Não é que a Disney está criando esses
padrões [de beleza], eles já existem na sociedade. O que a Disney está fazendo é traduzir
todos esses padrões para uma determinada faixa etária.” (Princesas Disney: a franquia
padronizada escolhida a dedo — até quando? Jornalismo Júnior1, 2018). E assim sendo,
entende-se a necessidade da evolução dos estúdios Disney para uma visão de mulheres
independentes a partir das princesas. Não cabe mais as primeiras princesas, a fonte de
informação quanto ao que é ser mulher.

Vale afirmar ainda que as princesas da Disney podem ser divididas em três eras. Na Era
Clássica, temos Branca de Neve (1937), Cinderela (1950) e Aurora, de A Bela Adormecida
(1959). Na Era do Renascimento temos Ariel, de A Pequena Sereia (1989), Bela, de A
Bela e a Fera (1991), Jasmine, de Aladdin (1992); Pocahontas (1995) e Mulan (1998). E
por fim, na Era Moderna temos Tiana, de A Princesa e o Sapo (2009), Rapunzel, de
Enrolados (2010), Merida, de Valente (2012), Anna e Elsa, de Frozen (2013) e Moana
(2016).

Figura 1 - Princesas da Disney

Fonte: Elaboração própria

Desse modo, devido às limitações do escopo de um projeto monográfico, optou-se por


trabalhar com as princesas Aurora, Jasmine, Tiana e Merida. Elas se constituem como
objetos de estudo para esta pesquisa, onde a visão das pesquisadoras citadas serão

1
Disponível em:
http://jornalismojunior.com.br/princesas-disney-a-franquia-padronizada-escolhida-a-dedo-ate-quando/#:~:text=%E2%80
%9CN%C3%A3o%20%C3%A9%20que%20a%20Disney,entrevista%20ao%20site%20Lado%20M. Acesso em:
06/03/2021

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implantadas e mostradas de acordo com a evolução dos comportamentos, correlacionado
ao ano de produção, até a decorrente evolução.

Figura 2 - Linha cronológica de lançamentos dos filmes

Fonte: Elaboração própria

Ressalta-se ainda que o feminismo é um movimento que começou a partir do século XIX
e, atualmente, virou um movimento social, político e filosófico, que tem como finalidade
propor direitos iguais entre as mulheres através do empoderamento feminino, sem a
existência de padrões patriarcais ou impostos pela sociedade. Para a escritora e teórica
feminista Bell Hooks (2018, p.13), feminismo é um movimento para acabar com sexismo,
exploração sexista e opressão. Já o feminismo definido pelo Dicionário Online de
Português se explica como movimento que combate a desigualdade de direitos entre
mulheres e homens. [Por Extensão] Ideologia que defende a igualdade, em todos os
aspectos (social, político, econômico), entre homens e mulheres. (Feminismo. Dicio2,
2021)

2
Disponível em:
https://www.dicio.com.br/feminismo/#:~:text=Significado%20de%20Feminismo&text=Movimento%20que%20combate
%20a%20desigualdade,Do%20franc%C3%AAs%20f%C3%A9minisme. Acesso em: 06/03/2021

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Assim, cabe reiterar que a influência do feminismo nas princesas da Disney faz parte da
interação entre os estúdios e os movimentos ocorridos no ano de produção. Isto é, as
princesas são produzidas a partir de um pensamento da época e evolui de acordo com o
que é estabelecido ao decorrer dos anos.

Desta forma, para a análise proposta neste trabalho, parte-se do pressuposto que os
movimentos feministas influenciam, mesmo que indiretamente, as produções dos estúdios
Disney. A relação entre os objetos será capaz de mostrar como os movimentos feministas
contribuem e influenciam para uma sociedade com igualdade de gênero.

2) Problematização

A partir do tema apresentado, torna-se importante levantar e discutir questões relacionadas


aos eventos que conectam o objeto de estudo à visão feminista. Os longas-metragens
animados utilizados para esta pesquisa são Aurora, de A Bela Adormecida (1959),
Jasmine, de Aladdin (1992), Tiana, de A Princesa e o Sapo (2009) e Merida, de Valente
(2012), e, devido à limitação de tema que uma monografia demanda, as protagonistas
femininas são o enfoque deste trabalho acadêmico.

O longa-metragem animado Cinderela foi lançado em uma época em que a figura da


mulher era submissa. Acreditava-se que as mulheres dependiam do homem para conseguir
alcançar a felicidade. E, por isso, vale questionar: O que faz com que a imagem das
mulheres seja relacionada à fragilidade e à dependência de uma figura masculina?

A pesquisadora Bell Hooks (2018), por exemplo, indica que compreender a maneira como
a dominação masculina e o sexismo eram expressos no dia a dia conscientizou mulheres
sobre como éramos vitimizadas, exploradas e, em piores cenários, oprimidas. (HOOKS,
2018, p.23) Isto posto, cabe perguntar: De que forma as princesas da Disney evoluíram
perante a visão feminista? Como a sociedade e o ano de produção dos filmes podem ser
relacionados?

Os filmes animados de princesas lançados a partir dos anos 90 mostram a figura da mulher
de forma mais impositiva e independente. A escritora Simone de Beauvoir pontua por que

7
este mundo sempre pertenceu aos homens e só hoje as coisas começam a mudar? Será um
bem essa mudança? Trará ou não uma partilha igual do mundo entre homens e mulheres?
(BEAUVIOR, 1949, p.22)

Defende-se aqui a ideia de que a evolução da imagem feminina deve-se a questionamentos


levantados por movimentos feministas. Partindo dessa observação, é necessário questionar
quais ações das princesas nos longas-metragens trazem o retrato de uma sociedade
machista. E por fim, levanta-se a principal pergunta que conecta a relação entre os
movimentos feministas e a mudança na imagem das princesas da Disney: De que forma as
princesas protagonistas dos longas-metragens da Disney contribuem para o imaginário da
figura feminina?

3) Objetivos

Uma vez que foram levantadas questões relacionadas ao tema desta monografia,
determina-se aqui a finalidade da pesquisa. O objetivo geral deste trabalho acadêmico é
identificar a evolução das princesas da Disney de acordo com o movimento feminista. Para
isto, serão analisados os longas-metragens Aurora, de A Bela Adormecida (1959),
Jasmine, de Aladdin (1992), Tiana, de A Princesa e o Sapo (2009) e Merida, de Valente
(2012). Quanto aos objetivos específicos, a intenção é:

● Caracterizar o movimento feminista a partir das visões das pesquisadoras Simone


de Beauvoir e Bell Hooks;
● Apresentar o conceito de submissão e sua presença nos longas-metragens das
princesas da Disney;
● Relacionar a mudança de comportamento das princesas da Disney de acordo com o
ano de produção dos longas-metragens;
● Refletir sobre a influência das princesas da Disney no imaginário feminino.

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4) Justificativa

Este trabalho monográfico pode ser considerado relevante para a Academia, pois
contribuirá para a reflexão de futuros pesquisadores na área de comunicação que desejam
unir as questões sociais e culturais à cinematografia. Com a utilização dos
longas-metragens das princesas da Disney torna-se possível solidificar o conhecimento
sobre a indústria do cinema, o papel das personagens fictícias como formadoras de opinião
na sociedade e a influência dos longas-metragens no desenvolvimento da postura feminina.

Por outro lado, o tema abordado também carrega forte importância mercadológica, uma
vez que a análise é centrada nas produções de um dos maiores estúdios de animação, o
Walt Disney Company. O estudo aqui realizado tem foco nos longas-metragens Aurora, de
A Bela Adormecida (1959), Jasmine, de Aladdin (1992), Tiana, de A Princesa e o Sapo
(2009) e Merida, de Valente (2012), que foram exibidos nos cinemas e repercutem
constantemente na sociedade por suas histórias. Portanto, considerando o alto alcance de
público dos longas-metragens, a intenção do estudo é mostrar a mudança da figura da
mulher no decorrer dos anos. E, assim, trazer a importância do feminismo no
desenvolvimento das histórias.

Já a significância social deste trabalho é pontuada na capacidade de influência que os


longas-metragens exercem no público, principalmente o feminino. Além disso, a análise
agrega reflexão e autoconhecimento social para mulheres enquanto classe sexual menos
privilegiada. Dessa forma, este trabalho evidencia a mulher como protagonista da própria
história e não mais dependente do gênero masculino.

Finalmente, o presente trabalho tem um importante espaço afetivo na vida da autora.


Desde pequena, consumindo os longas-metragens de princesas, a autora pensava que o
papel da mulher seria seguir ordens e somente ser feliz se tivesse um príncipe encantado ao
lado. Assistir a diferentes longas-metragens aflorava a vontade da autora de saber o que
submete as mulheres à dependência. E então, a partir da curiosidade, foi levada a explorar
e comparar todas as histórias e entender o empoderamento das mulheres bem como o que
influencia as mudanças de comportamentos das princesas.

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5) Metodologia

Para que os objetivos desta monografia sejam alcançados, foram adotados os


procedimentos metodológicos descritos a seguir. Em relação à natureza ou finalidade da
pesquisa, esta é classificada como básica, pois propõe uma análise reflexiva sobre a
influência dos movimentos feministas nos longas-metragens de princesas da Disney. Seu
objetivo principal centra-se na aplicação do feminismo, no decorrer dos anos, na produção
dos longas-metragens.

Já no que concerne à abordagem do problema, a monografia tem caráter qualitativo, uma


vez que é uma análise do conteúdo dos longas-metragens Aurora, de A Bela Adormecida
(1959), Jasmine, de Aladdin (1992), Tiana, de A Princesa e o Sapo (2009) e Merida, de
Valente (2012). e a forma como refletem a imagem da mulher na sociedade, discutindo o
machismo enraizado e a adaptação do feminismo nas produções. A escolha para essa
abordagem se deve ao fato dos longas-metragens influenciarem diretamente na formação
de opinião na sociedade, quanto a figura e postura feminina. De acordo com PRODANOV
e FREITAS (2013):

“A utilização desse tipo de abordagem difere da abordagem quantitativa


pelo fato de não utilizar dados estatísticos como o centro do processo de
análise de um problema, não tendo, portanto, a prioridade de numerar ou
medir unidades. Os dados coletados nessas pesquisas são descritivos,
retratando o maior número possível de elementos existentes na realidade
estudada. Preocupa-se muito mais com o processo do que com o
produto.” (PRODANOV e FREITAS 2013, p.71)

No que tange os procedimentos técnicos contidos no trabalho, a monografia adota três


procedimentos: pesquisa bibliográfica, expost-facto e estudo de caso. A bibliografia,
enquanto método, torna como parte essencial desse estudo a utilização dos pensamentos da
Simone de Beauvoir e da Bell Hooks, a partir de suas respectivas obras O Segundo Sexo
(1949) e O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras (2015).

Já o expost-facto é realizado a fim de identificar situações que se desenvolveram


naturalmente e trabalhar sobre elas (GIL, 2008). Isto será analisado a partir da mudança do
comportamento das personagens fictícias protagonistas ocorrida nos longas-metragens
escolhidos. Neste caso, o feminismo servirá de provedor de adaptação. No mais, há

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também o uso do estudo de caso com a possibilidade de analisar com mais profundidade o
conteúdo das animações Aurora, de A Bela Adormecida (1959), Jasmine, de Aladdin
(1992), Tiana, de A Princesa e o Sapo (2009) e Merida, de Valente (2012). A técnica
permite segmentar, detalhar e interpretar materiais específicos para a pesquisa, com o
objetivo de expandir múltiplos conhecimentos sobre um mesmo assunto.

Inobstante, sobre a questão dos objetivos, esta pesquisa enquadra-se como exploratória e
explicativa. Explicativa, pois é possível citar o desejo por estudar a relação entre os
movimentos feministas e o desenvolver dos longas-metragens de princesas da Disney,
observando e descrevendo suas formas, configurações e aspectos. Tão logo, este trabalho
se propõe a apontar o papel das personagens protagonistas fictícias no imaginário
feminino.

Por outro lado, a presente monografia, como dito anteriormente, também é exploratória.
Isso, porque envolve o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições (GIL, 2008).
Pretende-se assim, fazer um levantamento bibliográfico para investigar a mudança de
comportamento das princesas da Disney de acordo com o ano de produção dos
longas-metragens e os fatores que os influenciaram.

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6) Estruturação de Capítulos

Quanto à organização de conteúdos da monografia, utiliza-se a seguinte ordem:

Introdução

Capítulo 1 - O cinema do Walt Disney


1.1 Início do estúdio Walt Disney Company
1.2 Criação das princesas da Disney
1.3 Cinema como produto formador de opinião e comportamento

Capítulo 2 - Você sabe o que é feminismo?


2.1 Diferença entre feminismo e femismo
2.2 O feminismo na visão de pensadoras contemporâneas

Capítulo 3 - Evolução do comportamento das princesas da Disney


3.1 Longas-metragens e anos de produção
3.2 Diferença entre os longas-metragens
3.3 Aplicação do feminismo nas animações

4. Considerações Finais
5. Referências Bibliográficas

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7) Referencial Teórico

Capítulo 1 - O cinema do Walt Disney

“A animação oferece uma mídia de entretenimento em nível de história e


visual que pode dar prazer e informação para as pessoas de todas as
idades em todo o mundo... A animação pode explicar tudo o que a mente
humana puder conceber. Esta facilidade é o mais versátil e explícito meio
de comunicação já inventado para a apreciação do grande público.”
(Todas as frases de Walt Disney. Frases Famosas3, 2013)

1.1 Início do estúdio Walt Disney Company


1.2 Criação das princesas da Disney

Capítulo 2 - Você sabe o que é feminismo?

“É necessária educação feminista de base para uma consciência crítica…


A maioria das pensadoras/teóricas feministas desenvolve trabalhos no
contexto elitizado da universidade. A maioria não escreve livros infantis,
não ensina em escolas fundamentais ou de ensino médio nem sustenta
uma influência poderosa que tenha impacto construtivo no que é ensinado
em escolas públicas.” (HOOKS, 2018, p. 119 e 120)

2.1 Diferença entre feminismo e femismo

Inicialmente, para efeitos de compreensão, deve-se entender que apesar do uso constante
como palavras sinônimas, o feminismo é diferente do femismo. Porém, deve-se ressaltar
que o termo femismo, como conceito, não existe. Na verdade, o femismo remete à ideia do
misandrismo, uma definição classificada e reconhecida. O misandrismo, com origem da
palavra grega “misosandrosia”, significa ódio (misos) aos homens (andros). (LEGROSKI,
2016)

De acordo com a doutora em Letras, Legroski (2016), o conceito de misandria não


necessariamente precisa remontar às táticas feministas de combate ao discurso machista
moderno, porque qualquer atitude que possa ser considerada de ódio aos homens é
misândrica. No contexto do feminismo, porém, a misandria é definida muito mais como
uma prática que pretende combater o discurso machista e patriarcal da sociedade que se

3
Disponível em: https://www.frasesfamosas.com.br/frases-de/walt-disney/. Acesso em 11/05/2021.

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propaga, infelizmente, não apenas por meio dos homens, mas também das mulheres.
(LEGROSKI, 2016)

No que se refere ao feminismo, o movimento teve sua origem na Europa e propõe uma luta
pela igualdade de direitos entre os sexos. Conforme a filósofa Julia Kristeva (2011, p.323),
o feminismo surgiu do conflito que as mulheres tiveram com as estruturas associadas ao
domínio ou poder masculino.

Toda via, uma das definições mais aceitas do feminismo é dada pela professora Victòria
Sau Sánchez (2000):
“O feminismo é um movimento social e político que começou
formalmente no final do século XVIII e que pressupõe a tomada de
consciência das mulheres como um grupo ou coletivo humano, da
opressão, dominação e exploração a que foram e são submetidas por parte
do grupo de homens, no seio do patriarcado em suas diversas fases
históricas de modelo de produção, o que as move à ação para a liberação
de seu sexo, com todas as transformações na sociedade que aquela
exige.” (SÁNCHEZ, 2000, p. 121)

Como é possível perceber, mais do que somente informar, o conceito de feminismo se


dissolve de diversas formas. A exemplo disso, é possível citar a definição das
pesquisadoras apresentadas nesta monografia.

2.2 O feminismo na visão de pensadoras contemporâneas

Como indica Beauvoir (1949), o corpo da mulher irradia uma subjetividade, efetuando
assim uma compreensão do mundo. A escritora pontua:

“O privilégio que o homem tem, e que se faz sentir desde sua infância,
está em que sua vocação de ser humano não contraria seu destino de
macho. Da assimilação do falo e da transcendência, resulta que seus
êxitos sociais ou espirituais lhe dão um prestígio viril. Ele não se divide.
Ao passo que à mulher, para que realize sua feminilidade, pede-se que se
faça objeto e presa, isto é, que renuncie a suas reivindicações de sujeito
soberano.” (BEAUVIOR, 1949, p. 663)

Uma vez que a submissão da mulher ocorre desde o nascimento, Beauvior (1949, p.267)
defende que ninguém nasce mulher, torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico,
econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade. A escritora

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faz com que o pensamento sobre a presença da mulher enquanto cidadã seja refletido desde
o nascimento até de fato ter a formação do corpo bem como opinião.

Contudo, é importante ressaltar que o feminismo se molda de acordo com o ano que o
movimento é imposto. Do mesmo modo, deve-se compreender que o feminismo enquanto
formador de opinião na sociedade não surgiu subitamente, tampouco Beauvior e Hooks
foram as responsáveis pelas mudanças nos contextos vividos. Todo o processo foi
construído aos poucos. Todavia, é notória a influência de pensamentos como os das
escritoras para mudar a visão enraizada da submissão e fragilidade da mulher.

Hooks (2018) complementa as ideias de Beauvior (1949), ao sugerir que “feministas são
formadas, não nascem feministas. Uma pessoa não se torna defensora de políticas
feministas simplesmente por ter o privilégio de ter nascido do sexo feminino. Assim como
a todas as posições políticas, uma pessoa adere às políticas feministas por escolha e ação.”
(HOOKS, 2018, p.23)

Tão logo, tal definição pode ser comparada ao imaginário feminino. Isso quer dizer que,
como proposto nesta monografia, a visão feminista influencia tão quanto as mulheres no
contexto social quanto pessoal.

Para ficar mais compreensível, Hooks (2018, p.34) mostra que o desenvolvimento da
publicação de mulheres (em que mulheres escreveram, imprimiram e controlaram a
produção em todos os níveis, incluindo o marketing) tornou-se local para disseminação do
pensamento feminista. É exemplificado, portanto, que a voz da mulher é importante para
formação de opinião de outras mulheres na sociedade.

Entretanto, ainda há muito a se fazer quanto ao conceito de feminismo. O sexismo, por


exemplo, precisa sofrer intervenção. Hooks (2018, p. 27) explica que é necessário que haja
a exigência de que todas as mulheres confrontem o sexismo internalizado. Enquanto
mulheres assumirem a bandeira de políticas feministas sem abordar e transformar seu
próprio sexismo, o movimento ficará prejudicado.

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Por outro lado, a conscientização feminista para homens é tão essencial quanto para os
grupos de mulheres. De acordo com Hooks (2018):

“Se tivesse havido ênfase em grupos para homens, que ensinassem


garotos e homens sobre o que é sexismo e como ele pode ser
transformado, teria sido impossível para a mídia de massa desenhar o
movimento como sendo anti-homem. Teria também prevenido a
formação de um movimento antifeminista de homens.” (HOOKS, 2018,
p.26)

Uma vez apresentado o conceito de feminismo, explica-se portanto que o feminismo é o


termo usado para descrever a luta econômica, política e social em prol da equidade entre
homens e mulheres. Somente a equidade permite que haja um julgamento justo,
considerando todos os lados e curvas, permitindo que cada um, do seu jeito, consiga
chegar à mesma posição. Em outras palavras, o feminismo não quer que as mulheres sejam
iguais aos homens, mas sim respeitadas e vistas com a mesma importância deles.

Como dito anteriormente, o feminismo é exercido de acordo com o ano que a pessoa vive.
Dessa forma, o pensamento é passado e aprimorado no decorrer dos anos, como acontece
nas produções dos estúdios Disney.

Capítulo 3 - Evolução do comportamento das princesas da Disney

“Pode-se inferir que a evolução nos desenhos da Disney é de suma


importância e muito relevante para a realidade da sociedade, onde muitas
meninas de várias idades podem se identificar mais facilmente com estas
princesas, por se sentirem mais próximas delas com a quebra de toda
utopia apresentada.” (Evolução das princesas da Disney diante do
feminismo. Jus.com.br4, 2020)

3.1 Longas-metragens e anos de produção


3.2 Diferença entre os longas-metragens
3.3 Aplicação do feminismo nas animações

4. Considerações Finais
5. Referências Bibliográficas

4
Disponível em: https://jus.com.br/artigos/81923/evolucao-das-princesas-da-disney-diante-do-feminismo. Acesso em
28/05/2021.

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8) Cronograma

2021
ATIVIDADES
JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Acertos no projeto
em função das ✓
recomendações do
orientador

Revisão
bibliográfica

Escrita do Capítulo
2

Coleta de dados
para o Capítulo 3

Escrita do estudo de
caso

Revisão do texto

Elaboração da
apresentação de
defesa de
monografia e defesa

17
9) Referências Bibliográficas

ALMEIDA, Maria Carolina Caramez. Do feminicídio e de sua (in)compatibilidade com


as qualificadoras subjetivas do homicídio. Rio Grande do Sul: Repositório Institucional
da UCS, 2020. Disponível em:
https://repositorio.ucs.br/xmlui/bitstream/handle/11338/6382/TCC%20Maria%20Carolina
%20Caramez%20Almeida.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 02 jun. 2021.

BEAUVIOR, Simone de. O segundo sexo. 2ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2009.

EDUARDA, Maria. Feminismo x femismo: Qual a diferença?. Super Interessante, 2018.


Disponível em:
https://super.abril.com.br/blog/turma-do-fundao/feminismo-x-femismo-qual-a-diferenca/.
Acesso em: 02 jun. 2021.

FRAZÃO, Dilva. Biografia de Walt Disney. Ebiografia, 2014. Disponível em:


https://www.ebiografia.com/walt_disney/#:~:text=Walt%20Disney%20(1901%2D1966),fo
i%20um%20empres%C3%A1rio%20norte%2Damericano.&text=Criou%20o%20maior%
20est%C3%BAdio%20de,5%20de%20dezembro%20de%201901. Acesso em: 02 jun.
2021.

GABRIELA CIPRIANI. Jusbrasil, 2019. O Movimento Feminista na Evoluçao da


Legislaçao Brasileira. Disponível em:
https://gaabicipriani.jusbrasil.com.br/artigos/717675611/o-movimento-feminista-na-evoluc
ao-da-legislacao-brasileira. Acesso em: 02 jun. 2021.

HOOKS, Bell. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. 1ª edição. Rio
de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2018.

MAJOLO, Natalie. A influência das princesas da Disney nas crianças. Medium, 2015.
Disponível em:
https://medium.com/lado-m/a-influ%C3%AAncia-das-princesas-da-disney-nas-crian%C3
%A7as-94d0fe5bd68c. Acesso em: 02 jun. 2021.

MILLENA MATOS. Jus.com.br, 2020. Evolução das princesas da Disney diante do


feminismo. Disponível em:
https://jus.com.br/artigos/81923/evolucao-das-princesas-da-disney-diante-do-feminismo.
Acesso em: 02 jun. 2021.

PRINCESAS DISNEY: a franquia padronizada escolhida a dedo — até quando?.


Jornalismo Júnior, 2018. Disponível em:
http://jornalismojunior.com.br/princesas-disney-a-franquia-padronizada-escolhida-a-dedo-
ate-quando/#:~:text=%E2%80%9CN%C3%A3o%20%C3%A9%20que%20a%20Disney,e
ntrevista%20ao%20site%20Lado%20M. Acesso em: 02 jun. 2021.

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