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Rio de Janeiro
2021
SUELLEN CHRISTINE SALES DA SILVA
Projeto de monografia
apresentado à professora
Raquel Lobão como
requisito de aprovação na
disciplina Projeto de TCC
em Jornalismo.
Rio de Janeiro
2021
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LISTA DE IMAGENS
Figura 1: Princesas da Disney……………………………....………………..5
Figura 2: Linha cronológica de lançamentos dos filmes……………...……..6
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SUMÁRIO
Apresentação do Tema………………………………………………………4
Problematização……………………………………………………………..7
Objetivos……………………………………………………………………..8
Justificativa…………………………………………………………………..9
Metodologia…………………………………………………………………10
Estruturação de Capítulos………………………………………………....12
Referencial Teórico…………………………………………………………13
Capítulo 2 - Você sabe o que é feminismo? 13
2.1 Diferença entre feminismo e femismo 13
2.2 O feminismo na visão de pensadoras contemporâneas 14
Cronograma………………………………………………………………...17
Referências Bibliográficas…………………………………………………18
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1) Apresentação do Tema
Ao se propor falar sobre os longas de princesas criados pelos estúdios Disney, é necessário
apresentar o criador do fenômeno. O norte-americano Walter Elias Disney, nascido em 5
de dezembro de 1901, era empresário, produtor cinematográfico, cineasta, diretor,
roteirista, dublador e animador. Walt Disney foi cofundador da Walt Disney Company, um
dos maiores conglomerados de entretenimento do mundo. Devido ao sucesso, Walt Disney
é o maior vencedor de Oscars na história, sendo ganhador de 22 prêmios da Academia,
com 59 indicações. Além disso, também venceu sete Emmy Awards.
Uma vez que o criador dos estúdios Disney foi apresentado, torna-se importante destacar
que em 1927, Walt Disney criou o ratinho conhecido como Mickey Mouse, batizado por
sua esposa, que se tornou um dos maiores sucessos de sua produtora. Já em 1939, lançou o
primeiro longa-metragem animado, Branca de Neve e os Sete Anões, que foi sucesso de
bilheteria e deu início aos longas de princesas.
Desde o lançamento de Branca de Neve e os Sete Anões, a luta pelos direitos das mulheres
se tornou um assunto importante e necessário na sociedade. Por isso, aquela história
padronizada de uma princesa frágil que espera pelo príncipe encantado é passado e não
cabe mais à realidade do público feminino contemporâneo.
Partindo desse princípio, a evolução dos filmes clássicos de princesas mostra o quanto as
mulheres foram ganhando mais força e determinação com o passar do tempo. Assim
sendo, esta monografia visa refletir sobre a evolução das princesas da Disney perante a
visão feminista. Para isso, trará os pensamentos de Simone de Beauvoir e Bell Hooks, bem
como mostrará a influência dos estúdios Disney na figura feminina.
De início, faz-se importante ressaltar que as princesas da Disney têm uma importante
função na formação da figura feminina, uma vez que se faz presente no imaginário e no
cotidiano da maioria das meninas em forma de filmes, roupas, músicas e tantos outros
produtos associados à empresa.
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Segundo uma pesquisa feita pela antropóloga Escoura (2012), as princesas da Disney são
um referencial de gênero na vida das meninas. “Não é que a Disney está criando esses
padrões [de beleza], eles já existem na sociedade. O que a Disney está fazendo é traduzir
todos esses padrões para uma determinada faixa etária.” (Princesas Disney: a franquia
padronizada escolhida a dedo — até quando? Jornalismo Júnior1, 2018). E assim sendo,
entende-se a necessidade da evolução dos estúdios Disney para uma visão de mulheres
independentes a partir das princesas. Não cabe mais as primeiras princesas, a fonte de
informação quanto ao que é ser mulher.
Vale afirmar ainda que as princesas da Disney podem ser divididas em três eras. Na Era
Clássica, temos Branca de Neve (1937), Cinderela (1950) e Aurora, de A Bela Adormecida
(1959). Na Era do Renascimento temos Ariel, de A Pequena Sereia (1989), Bela, de A
Bela e a Fera (1991), Jasmine, de Aladdin (1992); Pocahontas (1995) e Mulan (1998). E
por fim, na Era Moderna temos Tiana, de A Princesa e o Sapo (2009), Rapunzel, de
Enrolados (2010), Merida, de Valente (2012), Anna e Elsa, de Frozen (2013) e Moana
(2016).
1
Disponível em:
http://jornalismojunior.com.br/princesas-disney-a-franquia-padronizada-escolhida-a-dedo-ate-quando/#:~:text=%E2%80
%9CN%C3%A3o%20%C3%A9%20que%20a%20Disney,entrevista%20ao%20site%20Lado%20M. Acesso em:
06/03/2021
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implantadas e mostradas de acordo com a evolução dos comportamentos, correlacionado
ao ano de produção, até a decorrente evolução.
Ressalta-se ainda que o feminismo é um movimento que começou a partir do século XIX
e, atualmente, virou um movimento social, político e filosófico, que tem como finalidade
propor direitos iguais entre as mulheres através do empoderamento feminino, sem a
existência de padrões patriarcais ou impostos pela sociedade. Para a escritora e teórica
feminista Bell Hooks (2018, p.13), feminismo é um movimento para acabar com sexismo,
exploração sexista e opressão. Já o feminismo definido pelo Dicionário Online de
Português se explica como movimento que combate a desigualdade de direitos entre
mulheres e homens. [Por Extensão] Ideologia que defende a igualdade, em todos os
aspectos (social, político, econômico), entre homens e mulheres. (Feminismo. Dicio2,
2021)
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Disponível em:
https://www.dicio.com.br/feminismo/#:~:text=Significado%20de%20Feminismo&text=Movimento%20que%20combate
%20a%20desigualdade,Do%20franc%C3%AAs%20f%C3%A9minisme. Acesso em: 06/03/2021
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Assim, cabe reiterar que a influência do feminismo nas princesas da Disney faz parte da
interação entre os estúdios e os movimentos ocorridos no ano de produção. Isto é, as
princesas são produzidas a partir de um pensamento da época e evolui de acordo com o
que é estabelecido ao decorrer dos anos.
Desta forma, para a análise proposta neste trabalho, parte-se do pressuposto que os
movimentos feministas influenciam, mesmo que indiretamente, as produções dos estúdios
Disney. A relação entre os objetos será capaz de mostrar como os movimentos feministas
contribuem e influenciam para uma sociedade com igualdade de gênero.
2) Problematização
A pesquisadora Bell Hooks (2018), por exemplo, indica que compreender a maneira como
a dominação masculina e o sexismo eram expressos no dia a dia conscientizou mulheres
sobre como éramos vitimizadas, exploradas e, em piores cenários, oprimidas. (HOOKS,
2018, p.23) Isto posto, cabe perguntar: De que forma as princesas da Disney evoluíram
perante a visão feminista? Como a sociedade e o ano de produção dos filmes podem ser
relacionados?
Os filmes animados de princesas lançados a partir dos anos 90 mostram a figura da mulher
de forma mais impositiva e independente. A escritora Simone de Beauvoir pontua por que
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este mundo sempre pertenceu aos homens e só hoje as coisas começam a mudar? Será um
bem essa mudança? Trará ou não uma partilha igual do mundo entre homens e mulheres?
(BEAUVIOR, 1949, p.22)
3) Objetivos
Uma vez que foram levantadas questões relacionadas ao tema desta monografia,
determina-se aqui a finalidade da pesquisa. O objetivo geral deste trabalho acadêmico é
identificar a evolução das princesas da Disney de acordo com o movimento feminista. Para
isto, serão analisados os longas-metragens Aurora, de A Bela Adormecida (1959),
Jasmine, de Aladdin (1992), Tiana, de A Princesa e o Sapo (2009) e Merida, de Valente
(2012). Quanto aos objetivos específicos, a intenção é:
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4) Justificativa
Este trabalho monográfico pode ser considerado relevante para a Academia, pois
contribuirá para a reflexão de futuros pesquisadores na área de comunicação que desejam
unir as questões sociais e culturais à cinematografia. Com a utilização dos
longas-metragens das princesas da Disney torna-se possível solidificar o conhecimento
sobre a indústria do cinema, o papel das personagens fictícias como formadoras de opinião
na sociedade e a influência dos longas-metragens no desenvolvimento da postura feminina.
Por outro lado, o tema abordado também carrega forte importância mercadológica, uma
vez que a análise é centrada nas produções de um dos maiores estúdios de animação, o
Walt Disney Company. O estudo aqui realizado tem foco nos longas-metragens Aurora, de
A Bela Adormecida (1959), Jasmine, de Aladdin (1992), Tiana, de A Princesa e o Sapo
(2009) e Merida, de Valente (2012), que foram exibidos nos cinemas e repercutem
constantemente na sociedade por suas histórias. Portanto, considerando o alto alcance de
público dos longas-metragens, a intenção do estudo é mostrar a mudança da figura da
mulher no decorrer dos anos. E, assim, trazer a importância do feminismo no
desenvolvimento das histórias.
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5) Metodologia
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também o uso do estudo de caso com a possibilidade de analisar com mais profundidade o
conteúdo das animações Aurora, de A Bela Adormecida (1959), Jasmine, de Aladdin
(1992), Tiana, de A Princesa e o Sapo (2009) e Merida, de Valente (2012). A técnica
permite segmentar, detalhar e interpretar materiais específicos para a pesquisa, com o
objetivo de expandir múltiplos conhecimentos sobre um mesmo assunto.
Inobstante, sobre a questão dos objetivos, esta pesquisa enquadra-se como exploratória e
explicativa. Explicativa, pois é possível citar o desejo por estudar a relação entre os
movimentos feministas e o desenvolver dos longas-metragens de princesas da Disney,
observando e descrevendo suas formas, configurações e aspectos. Tão logo, este trabalho
se propõe a apontar o papel das personagens protagonistas fictícias no imaginário
feminino.
Por outro lado, a presente monografia, como dito anteriormente, também é exploratória.
Isso, porque envolve o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições (GIL, 2008).
Pretende-se assim, fazer um levantamento bibliográfico para investigar a mudança de
comportamento das princesas da Disney de acordo com o ano de produção dos
longas-metragens e os fatores que os influenciaram.
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6) Estruturação de Capítulos
Introdução
4. Considerações Finais
5. Referências Bibliográficas
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7) Referencial Teórico
Inicialmente, para efeitos de compreensão, deve-se entender que apesar do uso constante
como palavras sinônimas, o feminismo é diferente do femismo. Porém, deve-se ressaltar
que o termo femismo, como conceito, não existe. Na verdade, o femismo remete à ideia do
misandrismo, uma definição classificada e reconhecida. O misandrismo, com origem da
palavra grega “misosandrosia”, significa ódio (misos) aos homens (andros). (LEGROSKI,
2016)
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Disponível em: https://www.frasesfamosas.com.br/frases-de/walt-disney/. Acesso em 11/05/2021.
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propaga, infelizmente, não apenas por meio dos homens, mas também das mulheres.
(LEGROSKI, 2016)
No que se refere ao feminismo, o movimento teve sua origem na Europa e propõe uma luta
pela igualdade de direitos entre os sexos. Conforme a filósofa Julia Kristeva (2011, p.323),
o feminismo surgiu do conflito que as mulheres tiveram com as estruturas associadas ao
domínio ou poder masculino.
Toda via, uma das definições mais aceitas do feminismo é dada pela professora Victòria
Sau Sánchez (2000):
“O feminismo é um movimento social e político que começou
formalmente no final do século XVIII e que pressupõe a tomada de
consciência das mulheres como um grupo ou coletivo humano, da
opressão, dominação e exploração a que foram e são submetidas por parte
do grupo de homens, no seio do patriarcado em suas diversas fases
históricas de modelo de produção, o que as move à ação para a liberação
de seu sexo, com todas as transformações na sociedade que aquela
exige.” (SÁNCHEZ, 2000, p. 121)
Como indica Beauvoir (1949), o corpo da mulher irradia uma subjetividade, efetuando
assim uma compreensão do mundo. A escritora pontua:
“O privilégio que o homem tem, e que se faz sentir desde sua infância,
está em que sua vocação de ser humano não contraria seu destino de
macho. Da assimilação do falo e da transcendência, resulta que seus
êxitos sociais ou espirituais lhe dão um prestígio viril. Ele não se divide.
Ao passo que à mulher, para que realize sua feminilidade, pede-se que se
faça objeto e presa, isto é, que renuncie a suas reivindicações de sujeito
soberano.” (BEAUVIOR, 1949, p. 663)
Uma vez que a submissão da mulher ocorre desde o nascimento, Beauvior (1949, p.267)
defende que ninguém nasce mulher, torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico,
econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade. A escritora
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faz com que o pensamento sobre a presença da mulher enquanto cidadã seja refletido desde
o nascimento até de fato ter a formação do corpo bem como opinião.
Contudo, é importante ressaltar que o feminismo se molda de acordo com o ano que o
movimento é imposto. Do mesmo modo, deve-se compreender que o feminismo enquanto
formador de opinião na sociedade não surgiu subitamente, tampouco Beauvior e Hooks
foram as responsáveis pelas mudanças nos contextos vividos. Todo o processo foi
construído aos poucos. Todavia, é notória a influência de pensamentos como os das
escritoras para mudar a visão enraizada da submissão e fragilidade da mulher.
Hooks (2018) complementa as ideias de Beauvior (1949), ao sugerir que “feministas são
formadas, não nascem feministas. Uma pessoa não se torna defensora de políticas
feministas simplesmente por ter o privilégio de ter nascido do sexo feminino. Assim como
a todas as posições políticas, uma pessoa adere às políticas feministas por escolha e ação.”
(HOOKS, 2018, p.23)
Tão logo, tal definição pode ser comparada ao imaginário feminino. Isso quer dizer que,
como proposto nesta monografia, a visão feminista influencia tão quanto as mulheres no
contexto social quanto pessoal.
Para ficar mais compreensível, Hooks (2018, p.34) mostra que o desenvolvimento da
publicação de mulheres (em que mulheres escreveram, imprimiram e controlaram a
produção em todos os níveis, incluindo o marketing) tornou-se local para disseminação do
pensamento feminista. É exemplificado, portanto, que a voz da mulher é importante para
formação de opinião de outras mulheres na sociedade.
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Por outro lado, a conscientização feminista para homens é tão essencial quanto para os
grupos de mulheres. De acordo com Hooks (2018):
Como dito anteriormente, o feminismo é exercido de acordo com o ano que a pessoa vive.
Dessa forma, o pensamento é passado e aprimorado no decorrer dos anos, como acontece
nas produções dos estúdios Disney.
4. Considerações Finais
5. Referências Bibliográficas
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Disponível em: https://jus.com.br/artigos/81923/evolucao-das-princesas-da-disney-diante-do-feminismo. Acesso em
28/05/2021.
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8) Cronograma
2021
ATIVIDADES
JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Acertos no projeto
em função das ✓
recomendações do
orientador
Revisão
bibliográfica
Escrita do Capítulo
2
Coleta de dados
para o Capítulo 3
Escrita do estudo de
caso
Revisão do texto
Elaboração da
apresentação de
defesa de
monografia e defesa
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9) Referências Bibliográficas
BEAUVIOR, Simone de. O segundo sexo. 2ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2009.
HOOKS, Bell. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. 1ª edição. Rio
de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2018.
MAJOLO, Natalie. A influência das princesas da Disney nas crianças. Medium, 2015.
Disponível em:
https://medium.com/lado-m/a-influ%C3%AAncia-das-princesas-da-disney-nas-crian%C3
%A7as-94d0fe5bd68c. Acesso em: 02 jun. 2021.
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