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A MOSTRA FINAL DO TEATRO IF - 2022

Texto: construção coletiva dos participantes do Grupo de Teatro Os Remanescentes

PERSONAGENS
AVÓ – Eliane NMR – Ícaro
NETO – Ícaro AMG – Carlos
NETA – Ágatha Lara – Iandra
Amiga 1 (A1 - Nat) – Sophia Túlio – Kauã
Amiga 2 (A2 - Bia) – Macê João (amigo) – Carlos
Diretor da época da Ditadura – Carlos Francisco (FRAN) – Ícaro
Aluno repreendido – Kauã Anjo – Pedro
Alunos figurantes – Luan; Ícaro; Pedro; Diabo – Ademar
Sophia e Ada Bêbado – Kauã
Inspetor (INSP) – Luan Alfie (filho) – Ademar
Dr. Último – Ademar Regina (mãe) – Mara
Figurantes para palanque, público e PAI – Ademar
assessores JK – TODOS MÃE – Mara
Público que pergunta por JK – Kauã e FILHO – Ícaro
Sophia AMIG1 – Pedro
JK – Luan AMG2 – Macê
G1 – Macê AMG3 – Carlos
G2 – Camilly

Atores: Macê Parassol


Ademar Almeida Pedro Henrique
Ágatha Mota Sophia de Oliveira
Camilly Arcuri
Carlos Miguel Produção e público na cena de JK:
Eliane Maria Ada Brandão e Raabe Reis
Iandra Araújo
Ícaro Freitas Direção teatral:
Kauã Keverson Rúbia Maroli
Luan Trindade Coordenação do projeto de extensão:
Mara Silveira Girlane Florindo

TÍTULO DA PEÇA: (?)

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ABERTURA
xxx
Vídeo:
NETOS – Boa noite, vovó!
AVÓ – Eeee, meus queridos! Que bom ver vocês! Quais as novidades?
NETO – A nova é que estou fazendo um trabalho sobre os sessenta anos da minha escola.
AVÓ – Uau! Em que escola você está estudando?
NETO – No Instituto Federal Campus Rio Pomba.
AVÓ – Ah sim! Na antiga Escola Agrícola. Eu também estudei lá.
NETO – Caramba! Nós estudamos na mesma escola?
NETA – E eu também quero estudar lá quando eu crescer.
NETO – A senhora se lembra como era lá antigamente?
AVÓ – Claro que me lembro! Eu amava a Escola Agrícola.
NETA – Conta pra gente, vó! Como era lá?
AVÓ – Ah, então essa história começou no fim da década de 50, com um grande esforço do
saudoso Deputado Dr. Último de Carvalho, e o apoio do ex-presidente Juscelino Kubitscheck, que
no ano de 1956 publicou o Projeto de Lei 1.401, cumprindo sua promessa de campanha da
criação da Escola Agrícola de Rio Pomba.
Tudo começou lá na década de 50. Foi o Dr Último de Carvalho quem conseguiu trazer esta
escola pro Pomba. Ele era deputado federal. Mexeu os pauzinhos lá com o Jucelino Kubischeck e
pronto. O Jucelino era o presidente da república. Todo mundo o adorava! Ele veio três vezes no
Pomba. Foi até paraninfo de uma turma do Ginásio!
NETA – Que chique, um presidente aqui.
AVÓ – Eu me lembro muito bem. Deu até no Imparcial, quando ele assinou o documento,
cumprindo sua promessa de campanha.
NETO – Está aqui na minha pesquisa, vó! Foi em 1956 a publicação do Projeto de Lei 1.401, em
dezembro de 1957.
AVÓ – Menino sabido, uai!?! Você fez esta pesquisa no IMPARCIAL?
NETO – Num livro sobre o centenário do jornal. “Cem Anos Luz”, do Roberto Nogueira.
AVÓ - O Imparcial era o principal jornal da cidade. A gente esperava ansiosamente o domingo pra
saber tudo o que acontecia na cidade.
AVÓ – Lembro de muita coisa. Lembro também que na época em que a escola foi inaugurada,
em 1962, ainda engatinhava na região o processo para uma companhia telefônica e a chegada
da televisão na cidade. Mas já havia cinemas, que hoje não tem mais.
NETA: Espera, vó! A senhora foi na inauguração da Escola?
AVÓ – Claro! Foi um dos maiores acontecimentos por aqui. Eu era criança, mas me lembro. A
escola recebeu o nome de Ginásio Agrícola de Rio Pomba. Era o Jucelino, quem viria inaugurar.
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Aí, em1962, ele não era mais o presidente. Mas continuava adorado. Carismático pra daná! E o
que todo mundo queria ver era o Jucelino! O lugar ficou lotado de gente!

Encenação:
Todos os atores em cena. Uns no público uns no “palanque”.
DR ÚLTIMO – É com muita alegria que vamos encerrar essa celebração tão solene e tão
importante. Hoje, 16 de agosto de 1962, viemos aqui para inaugurar o nosso tão almejado
Ginásio Agrícola de Rio Pomba.
Entre aplausos, alguns do público questionam:
UM DO PÚBLICO – O JK? Não virá?
OUTRO – E o Juscelino?
DR ÚLTIMO – Alguns estão questionando a vinda do nosso ex e eterno presidente, Juscelino
Kubitscheck. Os assessores nos disseram que ele não poderá vir, e precisamos encerrar essa
cerimônia.
Nesse momento, acontece a chegada de JK e o público vai a delírio. No palanque:
JK – Espero que me perdoem o atraso. Mas eu não poderia deixar de vir nessa cerimônia de
inauguração dessa estrada.
DR ÚLTIMO – É uma escola, Presidente!
JK – São tantas escolas e estradas, estradas e escola que o meu Governo inaugurou que às
vezes em me confundo.
O público aplaude eufórico.
DR ÚLTIMO – Estamos todos muito emocionados, Presidente. Eu me lembro de chegar nesta
cidade há 40 anos atrás, em 16 de agosto de 1922.
Entre aplausos e muita euforia encerra-se a cena.

Vídeo:
NETA – Ah, vó! Conta mais! Como era naquele tempo?
AVÓ – Iiih! Lembro de muita coisa! Como estava falando, em 1962, o povo só falava na possível
vinda de uma companhia telefônica pra região e na chegada da televisão na cidade. A televisão
foi boa e foi ruim.
NETA – Por que foi ruim, vó?
AVÓ – Por causa dos inúmeros cines teatros que existiam na cidade. Com os atrativos da
televisão, eles foram acabando, acabando... Hoje não tem mais nenhum.
NETO – E é. Foram muitas as mudanças ocorridas nesses 60 anos, né vó! Hoje, com as mídias
digitais, o mundo virtual... Fica difícil imaginar a juventude daquela época.
AVÓ – Muda o jeito, mas não muda tanto.

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NETO – Ah, não vó! Hoje todo mundo fica se comparando com as patricinhas e os héteros tops
do Instagram.
NETA – As minhas amigas vivem imitando os youtubers, as dancinhas do tiktok...
NETO – Pois é! No seu tempo não tinha nada disso.
AVÓ – É. Mas tinha os desfiles das moças que concorriam aos títulos de Rainha da Primavera,
do Pombense, do América, dos Colégios, do Comércio... Ai, era tanta rainha e princesa... E ainda
a eleição da Miss Rio Pomba, que concorreria a Miss Brasil e até Miss Universo. Esses eventos
monopolizavam a atenção da cidade e as festas, além do caráter social, tinham uma importância
política que favorecia o desenvolvimento local. Ah! E essas rainhas imitavam as atrizes das telas
do cinema. Os rapazes também.
NETO – A senhora já participou de algum desfile?
AVÓ – Claro. Do desfile de modas, no Clube dos Trinta. As senhoritas que desfilavam, na maioria
das vezes, representavam uma figura política da época, todas se achando uma diva dos filmes
internacionais. E isso bastava para o fuxico geral e as comparações sociais.
NETO – Hoje parece que isso é uma criação do mundo virtual. Na minha escola vejo pessoas
adoecendo por se achar diferente das pessoas que seguem no Instagram.

Encenação:
Imagens de jovens (de instagram) são projetadas enquanto duas amigas entram em cena, cada
uma com seu celular:
A1: Oii Bia!!
A2: Eii Nat!!
A1: Depois que saímos do colégio e viemos aqui para o IF fica difícil de encontrar, né? Essa
escola é grande demais.
A2: É sim, e para piorar você ainda escolhe um curso diferente do meu.
A1: Nossa, eu jamais daria conta de zootecnia, amiga, sem chances. Mas aqui, tem umas
meninas de corpão na sua sala, heim? Parece que vivem na academia... Olha aqui (mostrando
imagens no celular que vão sendo projetadas)
A2: Na sua sala ficam as patricinhas e os héteros tops. Acabei de ver que a Maria Eduarda foi
para praia nesse fim de semana, nem foi feriado.
A1: Nem vi, aquela menina é tão apagada na sala de aula, só no instagram que parece uma
blogueira.
A2: Acho que ela ostenta mais que tem.
A1: Com certeza, uma vez fez umas fotos numa casa chique, que depois fomos saber que é de
uma prima distante, e ela postou como se vivesse naquele luxo.
A2: Pior é o namoradinho dela... que babaca.
A1: Aquele sim é um verdadeiro hétero top.
A2: Verdade... Só casca, bonito por fora e por dentro um babaca.
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A1: Conheço pouco, mas saquei fácil o tipinho. Não sei, eu às vezes me acho tão menos que o
pessoal daqui do campus. Tanta gente bonita, rica, bem socializada, acabo é me isolando.
A1: Nem sei se é essa a questão, o que me dificulta de fazer amizades é que nos intervalos, ou
outros momentos que a gente poderia se conhecer, cada um está num celular.
A2: Teve um dia que, no intervalo, umas meninas da minha sala, sentadas no mesmo quiosque,
conversavam pelo whatsapp, achei bizarro, por que não trocarem ideias pessoalmente?
A1: Enfim, acontece mesmo. Também tenho focado mais nos estudos e ficado mais sozinha
mesmo. Ando ansiosa, comendo demais da conta quando chego em casa.
A2: Eu fico muito cansada e durmo demais. Sabe o caso do Leonardo da minha sala?
A1: Não fiquei sabendo.
A2: Eu achando que ele estava de moleza que nem eu, mas o Léo pirou mesmo. Parou de vir na
aula e depois avisaram que teve crise de ansiedade, depressão, está de atestado.
A1: Na última postagem que vi dele parecia tão feliz naquele rolê na praça.
A2: Só marketing... Tá super mal. Mas aqui, vamos marcar alguma coisa depois (apontando o
celular), o ônibus que eu vou já vai passar.
A1: Beleza, a gente se fala...

Vídeo:
AVÓ – Essa coisa de pessoas adoecendo da cabeça também não é de hoje. A Escola Agrícola
recebia meninos de todos os cantos do país. As crianças chegavam por volta dos 10 anos e
saíam depois dos 18, moravam lá. Recebiam alimentação, uniforme, atendimento médico e
odontológico. E mesmo assim, sei de casos de alguns que foram para Barbacena.
NETO – O IF de Barbacena, se não me engano, é o único que é um pouco mais antigo que o
daqui de Rio Pomba.
AVÓ – Mas esses casos que falei não são de alunos que saíram dessa escola para outra. Eles
foram encaminhados para manicômios em Barbacena. Adoeceram da cabeça e foram
considerados loucos, muitos, na verdade, nem eram doentes, só foram assim considerados.
NETA – Nossa que horror!
NETO – Já ouvi falar da luta antimanicomial, ainda bem que isso acabou, né vó?
AVÓ – É, melhorou bem. O Hospital Colônia de Barbacena foi um verdadeiro campo de
concentração nazista. Ele ficou muito conhecido na década de 80 pelo tratamento desumano que
oferecia aos pacientes. Em grandes vagões de carga, conhecidos como "trem de doido",
chegavam os pacientes para o Hospital Colônia. Para lá eram enviadas "pessoas não agradáveis"
para a sociedade, como opositores políticos, prostitutas, e também homossexuais, mendigos,
pessoas sem documentos, entre outros grupos marginalizados.
NETO – Isto me lembrou a história do livro O ALIENISTA, de Machado de Assis, em que vão
colocando todos os loucos no hospício e a cidade se esvazia. A moral é que todo mundo tem um
pouco de loucura.

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Encenação:
O filho (Alfie) chega da escola, com semblante triste, e encontra a mãe(Regina) varrendo a casa.
REGINA – Chegou cedo! Como foi no colégio hoje?
ALFIE – Como sempre, nenhuma novidade.
REGINA – A direção me ligou, disse que seu rendimento está cada vez mais baixo. Se você
continuar desse jeito você não vai ser ninguém na vida. Será diferente do seu irmão que é um
advogado renomado.
ALFIE – Que saco!!! Sempre a mesma coisa.
Vai para o quarto, ao chegar, senta de frente para o espelho.
ALFIE – AAAAAAAAAA (surtando). Eu não aguento mais!! Me ajuda, me ajuda, me ajuda, me
ajuda!!! (chorando em frente ao espelho)
ALFIE – Idade? 18 anos, cabelos ruivos, remédios excessivo, pensamentos desorientados; mal
sabem eles o que se passa na minha cabeça. Ansiedade, depressão, tudo isso refletido em um
bilhete com tinta vermelha extraída diretamente de meus pulsos, em contrapartida, todos dizem
que meu semblante está normal.
REGINA –Que gritaria! (olha para os braços) Sua atitude é tão imatura, você só quer chamar
atenção e fica de vitimismo arrumando problemas que não existem. Eu dou tudo, tudo o que você
quer, e você não dá valor, você não tem motivos para ficar assim.
ALFIE – Vitimismo? Mesmo desfalcado eu ainda tenho que resistir! Cada dia sinto esse peso de
insuficiência mais persistente, baixa autoestima, perda de concentração, insônia... mas pra você a
única preocupação que se deve ter é a “queda no rendimento escolar”. / Você diz que sou
imaturo, que quero chamar atenção mas olha, tudo isso faz parte de uma alienação.
REGINA – Quando eu tinha sua idade, não existia lei que protegia essa besteira que hoje
chamam de “transtorno mental”, por muito menos você já teria sido levado para o manicômio. Era
muito mais prático!
ALFIE – O mundo ainda tão atrasado por pessoas que tem o mesmo pensamento que você, mãe.
Você ainda faz questão de me perguntar o ‘por que de eu fazer teatro?’ é o único lugar que fico
livre dessa prisão mental, é onde encontro vontade de viver!
REGINA – Vai estudar, arrumar um emprego. Isso é frescura, é falta de Deus!
ALFIE – Você julga tanto, mãe! Mas, e seu psicológico, tá inteiro? Você dorme bem ou já virou
refém do próprio medo? Inquietação, perca de peso, ataque de pânico... Tudo isso é causa ou
efeito?!
REGINA – Tudo isso é passageiro! Seria uma mentira dizer que existe vida perfeita. Todos temos
problemas e é primordial sabermos quem somos e para onde queremos ir. Você já me tirou do
sério, mais uma vez!
(sai do quarto)
ALFIE – Mais um dia, as Harpias devoram o homem que por sua mente ofuscada é recebido sob
uma intensa chuva de fogo, sentimentos de vazio e tristeza se revigoram de novo. (...) Fluoxetina,
140 miligramas, perda de memória recente, psicose ativa. É aí que te pergunto Dante (...), qual
seria o inferno de um suicida?

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*Música: trecho da encenação de Batalha de MiM (?)

Vídeo:
AVÓ – Eu sou do tempo em que limite e disciplina eram coisas boas na educação, mas hoje está
tudo mudado. Na antiga Escola Agrícola os professores eram muito amigos, conversavam com a
gente... Mas também eram bem rígidos, tinha horário para tudo. Nas quintas-feiras, tinha o
hasteamento da bandeira do Brasil e de Minas em frente ao prédio central, e todos cantavam o
hino nacional.
NETA – Isso devia ser chato.
AVÓ – Eu acho que foi importante. Mas o melhor eram as comemorações do 7 de setembro. Nós
desfilávamos nas ruas de Rio Pomba, com tratores, animais, tudo que havia de importante nos
cursos... Tudo puxado por uma fanfarra de peso. Era um sucesso! Nós éramos os últimos a
desfilar. E todos os outros colégios vinham correndo ver o nosso desfile. Ah! Quanta lembrança
boa! Ali formaram-se homens de bem, seres humanos dotados de bom coração. Nós temos muita
gratidão aos professores e funcionários. Tão queridos!... Verdadeiros mestres.
NETO – É mas no período da ditadura acho que essa rigidez foi exagerada. Aconteceram alguns
casos bizarros, né vó?

Encenação:
Alguns estudantes sentados em fila, entra o diretor que ao passar em frente aos alunos, todos se
levantam, exceto um deles. O diretor percebe que apenas um não se levantou, dá meia volta e o
chama:
DIRETOR – Venha agora ao meu gabinete. (o aluno o acompanha)
No gabinete, está um inspetor de ensino também. O diretor senta em sua cadeira e o inspetor vai
saindo.
DIRETOR – Inspetor, fique aqui, por favor. (depois se dirige ao aluno) Você não se levantou para
eu passar, você não me respeita?
ALUNO – Desculpe, Diretor, eu não o vi.
O diretor abre seu paletó e lhe mostra uma arma que está em sua cintura.
DIRETOR – Não tenho medo de homem grande boião. Pode se retirar.
ALUNO – Caro diretor, estamos todos sentidos com o atropelamento do nosso colega, o
Canarinho, gostaríamos de ir ao funeral...
DIRETOR – Vocês tem aula e não vou liberá-los.

Vídeo:
NETO – Eu sei que hoje as coisas andam meio soltas mesmo, vó. Mas quando vejo alguém
dizendo que o regime militar deveria voltar, me dá uma tristeza, só de pensar na repressão que
contam, eu penso que deve ter dado tanto trabalho para se chegar nessa democracia, , fica difícil
pensar em regredir.
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AVÓ – Acho que não volta a ser como era nunca mais. Foi-se o tempo. Estou lembrando aqui de
um namorico que tive com um estudante da Escola Agrícola. Ele morava na escola e saiu de lá
numa noite fugido para me encontrar...
NETA – Conta isso direito, vó, como foi?

Encenação:
Chico e João estão conversando, quando chega o Inspetor, batendo o pé firme no chão e
andando em marcha.
INSP – ATENÇÃO! DEU-SE O TOQUE DE RECOLHER NÃO QUERO NENHUM ESTUDANTE
FORA DE SUAS CAMAS, CIRCULANDO OU FORA DO DORMITÓRIO!
O Inspetor sai para o canto e senta em uma cadeira lendo jornal
FRAN – É hoje a noite, vou sair.
JOÃO – Não, você não vai, se o instrutor te pega...
FRAN – Ah! Sai fora, vai dar tudo certo, vários rapazes já saíram para beber e se divertir sem
serem pegos. Essa noite vou ver Mariazinha, não soa romântico?
JOÃO – Não, não soa, pois bem, faça o que bem entender, só me deixe longe dessa confusão!
FRAN – Nunca sonharia em te colocar nesta confusão... Mas caso você queira, faço seus
exercícios de física por um mês.
JOÃO – Olha seu....(pára um instante, pensa, olha para o púbico, e volta) Bem...até que não é
uma má ideia, recuperação em física me assusta. Qual a sua ideia?
FRAN – Bem como você pode ver, o instrutor está dormindo perto da porta, mas dá pra passar...
(Instrutor dorme na cadeira, roncando e segurando o cassetete).Pois bem, se ele acordar a gente
diz que está passando mal e vamos para a enfermaria... Seja homem, João. Vamos!
JOÃO – O que a maldita física não faz com as pessoas...
(Os dois vão de passo ante passo e fogem) xxx (Francisco se despede de Mariazinha)
FRAN – Tudo valeu a pena para poder conversar com você hoje à noite, meu amor. Agora é só
voltar para a escola. Tchau! Vai fecha a janela, se não eu não consigo ir embora... (ele voltando
da casa da namorada com cartinhas na mão e com cara de apaixonado) Ahh... como ela é
encantadora, como estava linda hoje, poderia ficar dias olhando aquele sorriso...
ANJO – Ela realmente estava espetacular hoje, Francisco, mas já abusou bem da sorte, então,
vamos para a escola?
DIABO – FRANCISCO! (...) Você não teve esse trabalho todo só para ir embora agora, não é
mesmo?
ANJO – Não escute teus maus pensamentos, Francisco, escute seu anjo, vamos para a escola,
sua casa (pega o braço de Francisco)
DIABO – FRANCISCO, Meu chapa, Você passou por um trimestre muito difícil, cheio de provas,
trabalhos, é a hora da recompensa. Dá tempo de ir um pouco no bar do Telinho.

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ANJO – Cala a boca, chifrudo! Francisco, escute-me, se o instrutor sentir sua falta vai dar muito
ruim pra você. Ainda é tempo de eu te proteger. Vamos.
FRAN – É... vou para casa.
ANJO – Isso, chupa má influência !
DIABO – (empurra o anjo e pega Francisco pelo braço) A garotada está toda lá no Telinho, bora
dar uma zuada?
FRAN – É, não é sempre que tenho uma oportunidade, vou dar uma passadinha no bar do
Telinho, João deve ainda estar lá. Depois volto com ele para a escola.
Diabo mostra uma careta para o Anjo e sai com Francisco para o Bar
xxx
Francisco e João um carregando um sujeito bêbado
BÊBADO – (se desvencilha dos amigos e cambaleia pelo palco) EU JURO QUE O URSO ERA
DUAS VEZES MAIOR QUE EU.
JOÃO – E o que você fez ??
BÊBADO – EU PEGUEI ELE PELO BRAÇO E TORCI COMO SE FOSSE UMA GAZELA.
JOÃO – Isso é espetacular, mas cara,você não está nada bem...vamos pra casa.
BÊBADO – Não...fica...casa
JOÃO – Francisco ajuda, ajuda, ajuda
BÊBADO – (percebe Francisco) Francisco você é o cara que ganhou medalha nos jogos
estudantis
FRAN – Tá bom, vamos embora.
BÊBADO – Não, sério. Eu luto capoeira, já aguentei muito soco nessa vida. Vai, me um soco, eu
aguento.
FRAN – Não acho uma boa ideia....
JOÃO – Cara, isso é demais.
BÊBADO – VAI ME DÁ UM SOCO!
FRAN – Não!
BÊBADO – ANDA ME DÁ UM SOCO!
FRAN – Não!
(aparecem pessoas de todos os lugares gritando em conjunto)
-BATE BATE BATE BATE BATE
Francisco acerta o Sujeito e ele cai desacordado no chão
FRAN – Meu Deus! Não foi pra matar...
(as pessoas socorrem o sujeito caído no chão, Francisco se afasta com medo. Anjo e Diabo
entram e ficam do lado de Francisco)
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FRAN – O que eu faço agora?
ANJO E DIABO – CORREEE!!!
(Alguém aleatório que socorria o Sujeito grita: “ELE AINDA ESTÁ RESPIRANDO!” e Francisco
corre)

Vídeo:
AVÓ – He he! Essas fugas noturnas dos rapazes aconteciam sempre. Mesmo com toda a rigidez
do período militar.
NETO – Nessa parte das relações amorosas, os jovens de hoje são bem livres.
NETA – É mesmo! Já tem meninas da minha sala namorando...
NETO – Não é só isso. Se antes eram considerados loucos e encaminhados para o manicômio,
hoje os homossexuais podem namorar dentro da escola. No IF temos um ambiente de
identificação social entre os alunos, muitos se sentem mais acolhidos lá que em suas casas. Por
exemplo, na questão da homofobia, ainda acontecem casos individuais, isolados, mas são
poucos e os educadores prezam pela inclusão social.

Encenação:
Entram na cena, o filho e seus pais
PAI – Na minha casa NÃO!! (...) Não aceito esse tipo de semvergonhice
FILHO – Pai, mas...
PAI – Homem com homem não é certo, não fomos criados para isso, EU não te criei pra isso.
MÃE – Amor, pára...
PAI – Quando soube que você andava por aí de mãos dadas com um garoto quase enlouqueci,
não acreditei quando me contaram
A Mãe tenta consolar o filho que chora
PAI – Você quer me envergonhar na frente da minha família? Dos meus amigos? Te digo o que é
isso: falta de cascudo. Se não fosse sua mãe e teria te dado a educação certa para um homem.
FILHO – Você não entende mesmo, né? Não sabe que eu sou assim...
PAI – NA MINHA EPÓCA, não tinha essa semvergonhice, isso era doença ou coisa de filho
rebelde, agora esse papo de que é normal, ah... some da minha frente, moleque
O pai ameaça bater e a mãe segura ele pelo braço e os atores saem de cena – blackaout - filho
entra novamente em cena, com uma mochila - está na escola. Ele se senta e aparece os amigos.
AMG1 – Heeeeey, o que aconteceu com você?
FILHO – Nada, só estava pensando nas atividades de escola...
AMG2 e AMG3 o abraçam
AMG2 – Pode contar pra gente o que está acontecendo. Somos seus amigos.
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FILHO – Está difícil lá em casa... É o meu pai...
AMG3 – Você não está sozinho, ok?
FILHO – Acho que ele nunca vai me aceitar... eu não tenho culpa de ser como sou...
AMG1 – Você é um cara muito foda, um ótimo amigo, parceiro.
AMG2 – Inteligente, educado, todos aqui gostam de você.
AMG3 – Muitos pais se cegam nesse ponto e esquecem todas as outras tantas qualidades de
seus filhos.
AMG2 – Verdade, é o que mais acontece.
FILHO – Talvez seria mais fácil ser um bandido.
AMG1 – Deixa de besteira, vamos dar um rolê no Jiboia pra distrair a mente??
FILHO – Obrigado, gente. Sem o apoio da família, e sem amigos como vocês, seria tudo ainda
mais difícil... Vamos lá, então!

Vídeo:
AVÓ – As relações humanos em todos os tempos tiveram suas dificuldades. Hoje percebo que se
tem mais nome para as coisas, mas não significa que antes não tinha. Outro dia, a filha da vizinha
disse que terminou o namoro porque estava numa relação tóxica.
NETA – Como assim?
NETO – Isso é mais comum que se pensa, vó. A relação tóxica costuma vir de um tipo de
dependência emocional, prima. E isso não rola só nos namoros. No IF, por exemplo, tem muitos
alunos que vêem de fora estudar aqui, e não estão com seus familiares e amigos próximos. Então
acontece de algum se identificar com uma pessoa e se torna dependente dela.
AVÓ – No meu tempo, quando uma pessoa só ia na praça se a colega também fosse, nós a
chamávamos de “Maria vai com as outras”.
NETO – Imagino, isso sempre deve ter existido mesmo.

Encenação:
Entram em cena duas garotas segurando materiais escolares
G2 – Larga
G1 – Não largo
G2 – Larga
G1 – NÃO LARGO!!!!! (...) Ele me prometeu que...
G2 – Ele prometeu muitas coisas e ele não mudou. (...) Sabe, não faz bem para você, você vive
se matando de estudar e ele na farra com coisa de adolescente modinha. Amiga ele não foi no
seu aniversário porque tinha promoção daquele óculos juliet...
G1 – Ah .... (Tenta argumentar)
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G2 – Ah, NADA (interrompe) Você me prometeu que se ele vacilasse com você de novo era o fim.
FORA! Eu sei que você o ama mas ele nunca foi um bom namorado. Cansei de te ver chateada
por causa desse boy, amiga, tudo tem seu tempo e é hora de deixar ir....
G1 – A questão é que (...) não dá...seria como jogar meu coração fora, ele é o amor da minha
vida, e não importa o quanto esse jeito dele me chateie, não consigo viver sem ele.
G2 – Amiga, LARGA ! DESGRUDA, SAI!!!!!
G1 – NÃO LARGO!!!!
G2 – LARGA!!!
G1 – NÃO LARGO!!!!
G2 – Tá!! Mas pelo menos pensa nisso ok? Não quero ver você triste assim de novo. Fique com
alguém porque você o escolheu, e não porque precisa dele.
(ambas saem da cena e entram o namorado e o amigo com roupas de academia)
AMG – SUPINÃAAAAAAAAAAAO
NMR – SUPINÃAAAAAAAAAAAO
AMG – 13 kg não é pros fracos, você é incrível cara!
NMR - (convencido, passando um pano no corpo) Eu sei, eu sou demais mesmo, devia dizer isso
pra mim mais vezes.
AMG – Claro!!! (Ambos sentam para descansar)
AMG – Então, você viu...
NMR – VOCÊ VIU MEU JULIET EM ALGUM LUGAR??? (Interrompendo o amigo e procurando o
óculos)
NMR – AAAA COMO QUE EU VOU PRO ROLÊ SEM ELE (Procura pelo cenário e encontra)
AMG – Ufa! Então... Você viu as gatinhas da academia?
NMR – (abre um sorriso malicioso) Ô se vi, aquela Bruna tem um corpo divino, as coxas perfeitas,
maravilhosas
AMG – Maravilindas...
NMR – Lança o papo nela, ou eu mesmo faço isso com esses amigões aqui (beija os músculos)
AMG – Colé, eu não sou como você, olha pra tu, namora a mina mais gata da escola, eu não
consigo coisa dessa....
NMR – Pois é, ela é espetacular, né? Aqueles peitos me fazem querer continuar o namoro. Pois
deixe-me explicar, caro Don Juan, é tudo questão de autoconfiança, te falta confiança e músculos
para traçar uma gata daquelas...(percebe uma garota se aproximando) Lá vem uma gatinha,
deixa que eu te ensino como se faz, se esconde aí vai. (AMR se esconde, a G1 chega)
NMR - (Com a voz falhando e sem graça) AAAAAMOR...é você, que surpresa te ver por aqui.
G1 – Olha, tem um assunto sério que a gente precisa conversar, estou meio mal e...
NMR - (interrompe) CLARO,CLARO, vamos conversar, amor, porque não se senta pra gente ficar
mais à vontade? Já adianto que se for sobre o seu creme de espinhas que eu comi, eu prometo
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que vou comprar outro. Eu pensei que fosse sorvete, ou algo assim. Que tipo de idiota deixa
creme para espinha na geladeira?
G1 – (Com um tom de irritação) EU DEIXO!
NMR – Ah, Perdão, docinho de coco (acaricia o cabelo dela), sobre o que quer falar?
G1 – (pensa e suspira alto) É que não estou me sentindo bem no nosso relacionamento. Demorei
para ciar coragem para dizer isso porque eu te amo demais, mas sabe, não está me fazendo
bem. Eu te usei para suprir minha carência e me apaixonei tanto por você que comecei a achar
que você é a razão do meu viver. Isso não está certo, eu deveria ficar com você porque eu te
escolhi, e para ficar bem eu....
AMG – (interrompe, entra na cena falando alto) E aí, brother, já traçou a peitos grandes que
estava vindo??
G1 – (indignada) Ora seu...
NMR – Calma, amor, é que zueira...
G1 – CHEGA! EU NÃO AGUENTO MAIS, BABACA SEM CORAÇÃO (Dá um tapa no namorado e
sai)
*Música (Camilly)

Vídeo:
AVÓ – A nossa vida social naquela época girava em torno dos eventos esportivos e políticos, das
festas católicas, das eleições das rainhas, dos inúmeros bailes... Dos cinemas... Ah! E das peças
teatrais! Elas eram promovidas, geralmente, pelas escolas da cidade. Era muita festa, muito
evento, muitas inaugurações!
NETO – Já ouvi dizer que se valorizava muito as atividades ligadas à intelectualidade. Não sei se
ainda existe, mas teve aqui uma Academia de Letras, não foi?
AVÓ – Sim, a Academia Riopombense de Letras. Ela foi fundada em 1951. Deu no Imparcial.
Disseram na época que era para congregar em seu seio os intelectuais de Rio Pomba que
queriam difundir a cultura e seus escritos.
NETO – Parece que naquela época as pessoas tinham mais propósitos de vida. Hoje por aqui a
arte anda tão fraquinha.
NETA – Eu adoro a aula de artes.
AVÓ – Ah, meus netos, disso não tenham dúvidas, as pessoas tinham mesmo mais propósito de
vida, mais vontade de deixar seu nome para a posteridade.

Encenação:
Túlio – Oii Lara, tudo bem?
Lara – Eii, tudo bem, Túlio?
Túlio – Tudo bem, sim, amiga, só um pouco tonto com o que fazer da minha vida...
Lara – Como assim?
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Túlio – Você já parou para pensar como o tempo passa rápido? Ano que vem já vamos sair do IF.
Você sabe o que quer fazer?
Lara – Claro, sei sim, quero fazer psicologia na UFJF, e você?
Túlio – Que determinada. Eu não sei, estou tão na dúvida. Quero fazer zootecnia, mas também
gosto muito de direito, tenho afinidade com matemática, mas adoro as aulas de teatro...
Lara – Calma, ainda falta um ano. Fica tranquilo, você vai saber o que fazer.
Túlio – A minha família me cobra demais para eu fazer uma boa faculdade. Meu avô foi reitor aqui
no Instituto, querem que eu siga um caminho semelhante.
Lara – Mas eles não podem decidir por você, essa escolha é sua. Você tem que fazer o que te faz
feliz.
Túlio – Eu sei, mas não é tão simples assim. Vou precisar me sustentar, talvez sustentar uma
família.
Lara – É importante ter um propósito na vida, amigo.
Túlio – Acho que é disso que sinto mais falta. Não tenho um propósito.
Lara – Precisa encontrar.
Túlio – Às vezes dá uma preguiça de estudar muito, depois trabalhar muito, ficar pagando contas
e depois morrer.
Lara – Nossa, Túlio, que horror, que falta de fé na vida, falta de fé em Deus. Todos temos um
propósito de existir, uma missão a cumprir aqui na Terra. Não pense na sua profissão apenas
como seu ganha pão. Eu quero fazer psicologia para ajudar as pessoas a se equilibrarem
emocionalmente.
Túlio – Os perdidos como eu?
Lara – Talvez... tá aí, vc deveria é fazer terapia.
Túlio – Não sou de ficar me expondo.
Lara – Tá maluco? Em terapia a gente só se expõe para nós mesmo, faz parte da ética
profissional de as conversas se encerrarem por ali. Terapeuta fofoqueiro não desenvolve na
profissão, né? E terapia faz bem pra todo mundo, mesmo que nem todos precisem, mal não faz.
Túlio – Vou pensar nisso.
Lara – Foi fazendo terapia, e por todo bem que ela me fez, que decidi a minha profissão.
Túlio – Talvez lá eu também ache a minha, né?
Lara – Vale a tentativa. Mas agora eu tenho que ir, um beijo, qualquer coisa a gente se fala.
Túlio – Lara, muito obrigado por me escutar.
Lara – Escutar será o meu ofício, se Deus quiser, mas amigos são para essas coisas mesmo...
Túlio – Você será uma ótima profissional, amiga. E certamente vai deixar uma história.
Lara – Você também. Tchau, amigo.
Túlio – Tchau!!

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Vídeo:
NETO – Outro dia lá na escola, perguntaram aos alunos sobre o que eles consideravam que seria
um mundo melhor. Você não vai acreditar nas respostas que apareceram, vó. Algumas que, por
todos esses 60 anos de história do instituto continuam sendo um desejo da maioria, pouco foi
alcançado, se é que foi. Mas teve um aluno que acha que o mundo seria melhor se existissem
mais capivaras.
A avó e a neta dão uma gargalhada
NETO – Espera, vou buscar o caderno, anotei todas as respostas
O neto sai de cena e aparece todo o grupo cada um com a sua resposta do que seria um mundo
melhor.

CENA FINAL: O QUE SERIA UM MUNDO MELHOR PARA VC??

Ademar Almeida – Para mim, o mundo seria melhor se os investimentos econômicos


fossem administrados adequadamente e de forma justa;

Ágatha Mota – Eu queria um mundo com mais prazer em fazer coisas boas;

Camilly Arcuri – Que fosse um mundo com pessoas mais maduras que sabem encarar
problemas;

Carlos Miguel – Que houvesse menos injustiça, menos julgamento do jeito de ser um do
outro; menos preconceito e mais empatia;

Iandra Araújo – Que as pessoas se importassem mais umas com as outras e se


comparassem menos;

Ícaro Freitas – Que houvessem mais capivaras, são tão fofinhas;

Kauã Keverson – Um mundo melhor para mim seria um mundo em que toda forma de amor
fosse verdadeiramente aceita e respeitada;

Luan Trindade – Que as pessoas transcendessem seus problemas e limitações e tivessem


mais amor ao próximo;

Mara Silveira – Que houvesse mais saúde mental e as pessoas fossem mais saudáveis e
felizes;

Macê Parassol – Que houvesse mais equilíbrio emocional e as pessoas tivessem mais
responsabilidade afetiva;

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Raabe Reis – Que a aceitação não fosse apenas um bom costume, mas algo realmente
intrínseco ao ser humano;

Sophia de Oliveira – Que houvessem mais pessoas criativas e que se importam mais com o
mundo;

Ada Brandão – Que a economia fosse melhor administrada e todos tivessem as mesmas
oportunidades;

Girlane Florindo – Que todas as escolas fossem espaçosas, coloridas e o lugar mais
desejado. Que todos os professores fossem respeitados e valorizados. Que a alegria e o
prazer em aprender reinassem na vida de alunos e alunas.

Rúbia Maroli – Que a arte e a cultura tivesse mais espaço e aceitação e não fosse colocadas
em segundo plano na formação humana;

AVÓ (Eliane Maria) – E eu queria é que o mundo fosse mais colorido e alegre. Mas para
alcançarmos tudo isso é preciso mais que 60 anos. O importante é não desistir e continuar
construindo essa história, sempre buscando os melhores caminhos. Parabéns ao IF Sudeste
Campus Rio Pomba, vida longa ao Instituto!!

Fechamento xxx

Apresentando os atores

Referências:
Pesquisas empíricas dos alunos
https://www.google.com/search?
q=antimanicomial&oq=antimanicomial&aqs=chrome..69i57j0i512l2j0i30l7.1796j0j15&sourceid=chr
ome&ie=UTF-8
pesquisa em 1/10/22
FERREIRA, Roberto Nogueira. Cem anos-luz!: o imparcial, 1896-1996; um jornal, um
jornalista, uma cidade./Roberto Nogueira Ferreira. Brasília: R.N.Ferreira, 1996. 392p. il.
CAPPELLE, Rosana V. S. Dissertação: Por entre memórias e arquivos, interpretações e
tessituras: um mergulho no passado do CEFET de Rio Pomba-MG (1956-1968).
BOMTEMPO, Francisco de Oliveira. Então, Francisco?. Juiz de Fora: Editar Editora Associada
Ltda, 2016.

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