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Análise de
uma
Canção
Informações principais:
Canção: Acorda Amor
Introdução:
A música Acorda Amor foi lançada em 1974 no disco Calabar, o disco ficou poucos dias em prateleira ate
ser recolhido pelos censores do Regime Militar, retornando logo depois com sob o nome de Chico Canta, que
se encontra a venda até hoje.
Seus compositores, Julinho da Adelaide, pseudônimo de Chico Buarque, nascido em 19 de junho de 1944
(77 anos), Chico teve de esconder seu nome por ser um dos grande e mais ativos críticos políticos da época,
muitas das vezes, as músicas apenas por possuírem na autoria seu nome, já eram barradas pelos censores do
governo, por sua vez, durante os “Anos de Chumbo”, ele se autoexila em 1969 na Itália, retornando ao Brasil
no ano seguinte. Chico Buarque enquanto um sujeito histórico que escreve sobre seu tempo, conseguindo em
suas poesias musicadas expor suas angústias, sua visão do passado recente e suas projeções de futuro. E
Leonel Paiva, que foi um radialista, publicitário, jornalista e político brasileiro, nasceu em 19 de abril de 1944,
faleceu em 8 de janeiro de 2012.
Letra:
IF SUDESTE MG – CAMPUS RIO POMBA
DIRETORIA DE ENSINO
Avenida Dr. José Sebastião da Paixão, s/n – Caixa Postal 45 – Bairro Lindo Vale
Rio Pomba/MG – CEP: 36.180.000 – (32) 3571-5747 e-mail: dde.riopomba@ifsudestemg.edu.br
Analise da Música:
Acorda, amor
Eu tive um pesadelo agora
Sonhei que tinha gente lá fora
Batendo no portão, que aflição
Era a dura, numa muito escura viatura
Minha nossa santa criatura
Chame, chame, chame lá
Chame, chame o ladrão, chame o ladrão
A música já inicia com o som de viaturas ao fundo. Na primeira estrofe podemos notar nitidamente uma
crítica a ditadura, no primeiro verso adentra com a frase, “Acorda, amor”, fazendo referencia para o acordar
da população em vista a tudo o que está acontecendo.
Em seguida, “Eu tive um pesadelo agora”, fazendo uma comparação a serem tempos sombrios e de medo.
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Já a segunda estrofe, é retratada com grande descrição, a realização do pesadelo, a invasão do DOI-CODI a
casa do eu lírico, “são os homens”, expressão vulgar para se referir a policiais, “eu aqui parado de pijama”,
podemos ter uma noção do horário, uma vez que se trata do período da manhã, e sendo apresentando também
que não havia possibilidade de reagir, apenas se entregar e aceitar ser levado naquele momento.
Na época, como já mencionei, era comum, pessoas serem levadas como presos e desaparecerem, uma vez
que em muitos casos eram levados para interrogatórios e torturados, “mas depois de um ano eu não vindo,
ponha a roupa de domingo, e pode me esquecer”, infelizmente acabava que alguns prisioneiros não suportavam
a tortura e vinham por falecer, ou até mesmo eram assassinados, e aqui ele deixa o aviso que caso depois de
um ano ele não retornasse, poderia ser esquecido pois havia provavelmente morrido.
Acorda, amor
Que o bicho é brabo e não sossega
Se você corre, o bicho pega
Se fica não sei não
Atenção!
IF SUDESTE MG – CAMPUS RIO POMBA
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Não demora
Dia desses chega a sua hora
Não discuta à toa, não reclame
Clame, chame lá, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão, chame o ladrão
(Não esqueça a escova, o sabonete e o violão)
Em meu ver aqui é deixado um aviso para todos os que ouvirem a música, a mensagem retratada é: Cuidado,
sua vez pode chegar, fuja enquanto a tempo, não discuta e nem reclame, se “proteja”, e para terminar com um
toque de ironia, “não esqueça a escova, o sabonete e o violão”, cuide da sua saúde e de você mesmo, mas não
esqueça do violão, não pare de compor suas músicas e suas obras, não deixe que devido a eles nossa cultura e
nossa voz se cale.