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RELATOS DOS 500 ANOS DA MPB

1500 – (era do descobrimento do Brasil)


Em abril, chega a esquadra portuguesa de Pedro Alvares Cabral em missão colonizadora, na futura Bahia.
Provavelmente os índios excedem 2 milhões de habitantes. As músicas das muitas tribos são executadas em solos e
coros, acompanhados pela dança, bater das palmas, dos pés, flautas, apitos, cornetas, chocalhos, varetas e tambores.

1538 – (era da economia colonial e das capitanias hereditárias)


Chegam os primeiros grupos de escravos trazidos da África para trabalhar na lavoura de algodão, tabaco e cana-de-
açucar. Até o final do período de tráfego de escravos, em 1850, eles serão 3 milhões e meio no Brasil, trazendo suas
músicas, danças, idiomas, macumba e candomblé – criando a base primordial de uma nova etapa fundamental na
história inicial da música brasileira

1549 – (Tomé de Sousa é o primeiro governador geral do Brasil)


Chegam as primeiras missões de jesuítas portugueses no Brasil. Além do catolicismo e dos princípios básicos de uma
nova forma de civilização, os padres passam a introduzir as noções elementares da música européia aos índios e a
apresentar seus instrumentos musicais, num primeiro contato importante de fusão e influências na nascente história da
música brasileira.

1600-1700 – (era do domínio e das invasões holandesas)


Apesar da maioria da população de índios brasileiros ter sido praticamente dizimada pelos colonizadores portugueses,
bandeirantes e contendores europeus, a música indígena e seus instrumentos deixam fortes influências em toda
formação básica da história da música brasileira que se desenvolve – além de incorporar os primeiros traços da música
portuguesa e européia –, numa cultura de transição e assimilações permanentes.

1630 – (a invasão holandesa em Pernambuco)


A cultura musical africana dos escravos negros é preservada e desenvolvida através dos Quilombos – colônias de
refugiados que resistem bravamente no interior do Brasil –, sendo o de Palmares, no interior do Estado de Alagoas,
historicamente o mais importante, que durou um século, após ser destruído em fevereiro de 1694, por tropas do
bandeirante Domingos Jorge Velho, após sete anos de ataques ininterruptos. O grande líder do Quilombo de Palmares
é Zumbi, morto no ano seguinte. Surgem as primeiras novas formas de uma música afro-brasileira, que
desenvolveria o afoxé, jongo, lundu, maracatu, maxixe, samba e outros gêneros futuros.

1650-1700 – (era da abertura do mercado brasileiro aos ingleses pelos portugueses)


A colonização portuguesa introduz largamente outros instrumentos europeus sofisticados como a flauta, violão,
cavaquinho, clarinete, violino, violoncelo, harpa, acordeon, piano, bateria, triângulo e pandeiro. A partir dos rituais
religiosos das missões jesuítas nascem os primeiros cultos folclóricos populares dos habitantes locais como o 'reisado'
e o 'bumba-meu-boi'. A música sacra, as melancólicas baladas e as modas portuguesas contribuem para a formação da
música brasileira

1700 – (era das primeiras descobertas de ouro em Minas Gerais)


Em meados do século XVIII, surgem, no Rio de Janeiro e Bahia, as lendárias e divertidas músicas de barbeiros .
São pequenos grupos musicais compostos de escravos negros barbeiros com tempo disponível para se dedicarem ao
aprendizado de velhos e desgastados instrumentos musicais que lhe são passados. Segundo estudiosos, essa seria a
primeira verdadeira manifestação de uma música popular brasileira instrumental de entretenimento público.
Essas pequenas orquestras ambulantes, também chamadas de 'charangas' ou 'ritmos de senzala', muito requisitadas
para festividades e procissões como a do Domingo do Espírito Santo, tocavam flauta, cavaquinho, violas, rabeca,
trompa, pistão, pandeiro, tamboril, machete, e interpretavam – muito à sua maneira livre – fandangos, dobrados,
quadrilhas, lundus e polcas num repertório bem diverso. Da música desses deselegantes mas charmosos barbeiros
descalços, nasceriam os 'ternos', as bandas de coreto, as militares e o choro. Elas existiriam até meados do século
seguinte.

1750 – (o Tratado de Madri reconhece a presença luso-brasileira na ocupação dos novos territórios)
Surge até então o mais importante gênero musical – a modinha –, criado em Portugal, e responsável pelos aspectos
melódicos e românticos na música brasileira, de grande influência até a Nova República, no início do século XIX.
Detalhe: em 1755, Salvador tinha 37.543 habitantes.

1770 – (era do Rio de Janeiro como sede do governo geral)


A partir dessa década, com o avanço do processo de urbanização, intensifica-se a produção musical religiosa (lírica)
na América Portuguesa, no Brasil, também importante para o futuro próximo da música popular, com vários autores
nacionais como Inácio Parreiras Neves (1730-1791), Manoel Dias de Oliveira (1735-1813), José Joaquim Emerico
Lobo de Mesquita (1746-1805), Francisco Gomes da Rocha (1754-1808), André da Silva Gomes (1752-1844) e
outros.

1780 – (portugueses e espanhóis disputam territórios)


Outra importante forma musical – consta do primeiro registro escrito de referência do lundu africano no Brasil –
gênero musical trazido dos escravos bantos do Congo e Angola –, e que seria amplamente popularizado. O estilo de
música é descrito como uma dança lasciva com suas umbigadas. É um dos elementos embrionários de formação do
futuro samba. A partir do começo do século XIX, o lundu apresenta variantes como o miudinho, a tirana tipo
espanholada, o fado batido e a chula. Seu apogeu vai do começo de 1800 à 1920, sendo o músico popular Xisto Bahia
(1841-1894) o mais importante compositor do gênero. Detalhe: no Rio de Janeiro, existem 43.400 habitantes.

1786 – (início dos preparativos da Inconfidência Mineira)


Registro do primeiro grande desfile de carnaval, no Estado da Guanabara, em comemoração ao casamento do
Príncipe D. João (futuro D. João VI) com a Princesa Carlota Joaquina. Nos dias 2 e 4 de fevereiro, o tenente Antônio
Francisco Soares prepara seis grandes carros alegóricos – Cavalhadas Sérias, Baco, Cavalhadas Jocosas, Mouros,
Júpiter e Vulcano – todos ricamente desenhados e ornamentados com alguns deles soltando fogos e jorrando vinho aos
milhares de presentes. Os carros são puxados por cavalos e burros, com muitos elementos de harmonia, comissão de
frente, fantasias, alegorias e os embrionários passistas. Mas, os desfiles de carnaval já eram conhecidos desde meados
do século XVII.

1831 – (I Reinado: em 7 de abril ocorre a abdicação de Dom Pedro I)


Os grandes proprietários latifundiários criam a Guarda Nacional, cujos músicos militares fardados passam a incluir
em seus repertórios oficiais, além dos hinos-marchas e dobrados, trechos de música popular e de música clássica.
Surgimento dos Coronéis do Sertão nordestino.

1840 – (Regência: a Revolta dos Farrapos, do Rio Grande do Sul à Santa Catarina)
Primeiro baile de máscaras, no Rio de Janeiro, no dia 22 de janeiro, no baile do Hotel Itália, na posterior Praça
Tiradentes, numa bem-sucedida tentativa da alta sociedade da época, de D. Pedro II, de importar o estilo do carnaval
de salão de Veneza.

1845 – (II Reinado: a Marinha Inglesa persegue navios negreiros)


No dia 3 de julho, é apresentada pela primeira vez a polca, no Teatro São Pedro, no Rio de Janeiro. Dança rústica
da Boêmia – parte do império austro-húngaro e atual província da Checoslováquia –, a polca chega à capital Praga em
1837, e se transforma em dança de salão. Depois da apresentação brasileira, a polca vira a nova febre carioca com a
formação da Sociedade Constante Polca, em 1846. Além de dança de salão, o gênero invade teatros e ruas, tornando-se
popular através dos próximos grupos de choro e grupos carnavalescos. Os maiores compositores de polca são Ernesto
Nazaré (1863-1934), Calado (1848-1880), Anacleto de Medeiros (1866-1907), Irineu de Almeida (1890-1916),
Henrique Alves de Mesquita (1830-1906) e Miguel Emídio Pestana (fins do séc. XIX e inícios do séc. XX). Foi o
gênero básico de apoio para outras fusões musicais com o lundu, o fadinho e os motivos militares.

1859 – (era do fim do tráfico de escravos)


Surgem os primeiros bondes puxados à cavalo, no Rio de Janeiro, que passariam a integrar definitivamente as
multifacetadas culturas populares e musicais dos diversos bairros e lugarejos da grande cidade, transformando a
expressão musical local num enorme caldeirão de novos estilos e experimentos, principalmente com relação ao
carnaval. Em 1892, surgem os primeiros bondes elétricos. Eles exercem uma forte influência de inspiração musical
para compositores populares e o teatro de revista. Já totalmente suplantados pelo automóvel, que cresceria em
importância como meio de transporte nos anos 30, os bondes desapareceriam em 1964, quando a cidade do Rio de
Janeiro é toda pavimentada para as festividades de seu IV Centenário.

1859 – (início do apogeu das fazendas de café)


Influenciado pelas revistas européias, surge, no Rio de Janeiro, os teatros de revista – gênero que mistura teatro
com música e dança, e que aborda os principais fatos da época de forma crítica, humorística, despojada e irreverente.
O primeiro espetáculo do gênero – 'As Supresas do Sr. José da Piedade', de autoria de Justino de Figueiredo Novais –
estréia em 15 de janeiro de 1859, no Teatro Ginásio. Artur Azevedo (1855-1908) seria o maior nome do novo meio e
responsável por dar ao gênero um estilo realmente brasileiro, consolidando-o já em 1880, quando se tornaria veículo
importante de difusão da música popular nacional. Além da maestrina Chiquinha Gonzaga com o enorme sucesso de
seu tango brasileiro "Gaúcho", outros grandes compositores maestros passaram pelo teatro de revista como Nicolino
Milano, Paulino Sacramento, Antônio Sá Pereira, Sofonias Dornelas, Bento Moçurunga e outros. A partir de 1920, o
gênero começaria a decair diante do rádio, dos cinemas-teatros e dos shows musicais propriamente ditos.

1870 – (lançado o Manifesto Republicano presidencialista, no Rio)


Data de registro do primeiro rancho carnavalesco surgido no bairro da Saúde, no Rio de Janeiro, de nome Dous de
Ouro, formado por nordestinos, antigos escravos e filhos de escravos baianos. Pioneiros da época ainda relataram o
Rancho da Sereia, formado por sergipanos e alagoanos, rivais dos baianos, como o rancho anterior ao Dous de Ouro.
Os ranchos carnavalescos surgiram inspirados nas procissões folclóricas religiosas dos Ranchos dos Reis Nordestinos.
Por volta de 1890, existem mais de dez ranchos carnavalescos cariocas. A partir de então, esboça-se os primeiros
traços do samba através do batuque de origem africana.

1870 – (período posterior à Guerra do Paraguai)


Em 19 de março, na Itália, estréia no lendário Teatro Scala de Milão, a obra máxima do maestro-compositor
brasileiro paulista Carlos Gomes (1836-1896) – a ópera O Guarani –, baseado na romance de José de Alencar, com
libreto inicial do poeta Antonio Scalvini, concluído por Carlo d'Orneville. O sucesso e impacto de O Guarani levou o
compositor e maestro Giuseppi Verdi ao comentário entusiasmado de que Carlos Gomes era de fato um "vero genio
musicale". Depois de encenada 12 vezes no Scala, a ópera percorre toda a Europa com grande sucesso. Com ela, pela
primeira vez, nascia o Brasil para o mundo musical . Em 2 de agosto, Carlos Gomes regressa ao Brasil como um
verdadeiro herói, e prepara sua ópera – já com a famosa protofonia, não apresentada na Europa, e que se tornaria como
um segundo hino nacional – no Teatro Lírico Fluminense, no dia 2 de dezembro, em homenagem ao aniversário de
Dom Pedro II. Carlos Gomes foi, sem dúvida, o maior compositor das Américas no século XIX.

1875 – (Império: primeiro choque entre a maçonaria e a hierarquia católica pelo poder)
Diretamente da então Cidade Nova e dos lendários cabarés da Lapa, no Rio de Janeiro, nasce o maxixe – a primeira
dança de par e gênero musical modernos genuinamente brasileiros. Ele surge da mistura do lundu com o tango
argentino, a habanera cubana e a polca. O maxixe foi considerado tão escandaloso e polêmico quanto o lundu há quase
100 anos atrás pela extrema sensualidade de sua dança e pelo uso freqüente da gíria carioca quando cantado. A
complexidade de seus passos parafusos, quedas, saca-rolha, balão, corta-capim, carrapeta (etc.), marcaria o fim do
gênero musical em meados do século seguinte. Detalhe: as quadrilhas se transformam em exclusivas e pitorescas
danças folclóricas de São João.

1880 – (criação da Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, no Rio)


No Rio de Janeiro, acontece a época áurea dos 'entrudos' (do latim introitus), uma herança genuinamente portuguesa
dos primeiros blocos de foliões de rua (formados pela população migratória rural nordestina) que antecede e
prenuncia o surgimento dos blocos de carnaval, inicialmente conhecidos como cordões. Os arruaceiros entrudos não
são bem aceitos – pela nova sociedade carioca que se estabelece – pela violência de suas manifestações, cujos
participantes esguicham jatos d'água em bisnagas, jogam baldes d'água, limões de cheiro e atiram farinha na cara dos
transeuntes como forma de diversão.

1880 – (o país é tomado pela causa abolicionista)


Surge o choro (chorinho), no Rio de Janeiro, através de pequenos grupos instrumentais formados por modestos
funcionários dos Correios e Telégrafos, da Alfândega e da Estrada de Ferro Central do Brasil, que se reúnem nos
subúrbios cariocas com suas flautas, cavaquinhos e violões. A mágoa e a nostalgia deram o nome ao gênero, sendo a
improvisação sua condição básica. No começo da República, outros instrumentos seriam incorporados. As festas das
quais os chorões participavam já eram chamadas de pagodes. Os músicos Joaquim Antônio da Silva Calado (1848-
1880) e o flautista Viriato Figueira da Silva (1851-1883) são dois de seus criadores. Outros grandes chorões:
Chiquinha Gonzaga (1847-1935), Anacleto de Medeiros (1866-1907), Irineu Batina (1890-1916), Mário Cavaquinho
(XIX-XX), Sátiro Bilhar (?-1927), Candinho Trombone (1879-1960), Ernesto Nazaré (1863-1934) e Pixinguinha
(1897-1973). Esta é também a época das serenatas de fins de noite.

1889 – (proclamação da República pelo marechal alagoano Manuel Deodoro da Fonseca, em 15 de


novembro, no Rio de Janeiro)

Antecedendo o surgimento das orquestras, é a época do apogeu das bandas e fanfarras da República Velha como a
Banda do Corpo Policial da Província do Rio de Janeiro, a Banda do Corpo de Marinheiros, a Banda da Guarda
Nacional, a Banda do Batalhão Municipal, a popular e sempre simpática Banda do Corpo de Bombeiros (dirigida por
Anacleto de Medeiros [1866-1907]) e a Banda do Batalhão Municipal.

1890 – (chega o anarquismo trazido por italianos)


Surge o frevo em Recife, Pernambuco. Um dos mais importantes gêneros musicais e danças do país. O frevo nasce da
polca-marcha e tem sua linha determinada pelo capitão José Lourenço da Silva (Zuzinha), maestro ensaiador das
bandas da brigada militar de Pernambuco. Como dança de multidão, o ritmo é frenético e contagiante, de coreografia
individual improvisada e inspirada na capoeira, apoiada no uso de sombrinhas e guarda-chuvas. Detalhe: no Rio de
Janeiro, a população atingia a marca de 522.651 habitantes.
1899 – (época da destruição de Canudos, de Antônio Conselheiro, na Bahia)
No Rio de Janeiro, por solicitação dos crioulos integrantes do cordão Rosas de Ouro, a pioneira compositora carioca
de classe média Chiquinha Gonzaga (1847-1935) – a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil (em 1885) –,
compõe a primeira marcha carnavalesca da história da música brasileira chamada "Ô Abre Alas", um enorme
sucesso e de grande influência na consolidação das bases iniciais da música popular brasileira.

1900 – (era da presidência de Campos Salles)


Depois de um longo período de recusa e hostilização por parte da elite brasileira, os rituais e – principalmente – os
ritmos do candomblé e umbanda são oficialmente aceitos como parte integrante da cultura brasileira. Preservam-se
as músicas, escalas musicais, instrumentos como agogô, cuíca, atabaque, e suas ricas bases polirítmicas.

1900 – (era da "política dos governadores")


O Brasil republicano continua recebendo a primeira grande e importante leva de imigrantes europeus e asiáticos como
italianos, alemães, japoneses, libaneses, aumentando a miscigenação e a influência musical desses povos em sua
música.

1902 – (café-com-leite: paulistas e mineiros se alternam no poder)


Acontece a primeira gravação para um disco brasileiro, com o famoso tema lundu intitulado "Isto É Bom", escrito
pelo músico baiano Xisto Bahia (1841-1894) e cantado por Baiano (Manuel Pedro dos Santos, 1870-1944), para a
gravadora Casa Edison.

1910-11 – ("revolta dos marinheiros", no Rio de Janeiro)


Respectivamente, são construídos os dois dos mais importantes teatros no Brasil – o Teatro Municipal do Rio de
Janeiro, e o Teatro Municipal de São Paulo.

1913 – (violentos conflitos na divisa de Santa Catarina e Paraná)


Em São Paulo, registra-se uma modalidade de samba tipicamente paulista – herdeiro do batuque – chamado
Samba-de-Pirapora, ou Samba-de-Campineiro, principalmente em quatro importantes centros urbanos da capital como
na Barra Funda, Bela Vista (no Bexiga) – nas festas de Nossa Senhora de Achiropita, no dia 15 de agosto, na Rua 13
de Maio –, na baixada do Glicério e Bosque da Saúde. A cidade de Pirapora foi o mais importante centro de encontro
e difusão do samba paulista – nas festas de Bom Jesus, no mês de agosto –, também conhecido como samba-de-
bumbo, onde reuniam-se numerosos músicos predominantemente negros vindos de Campinas, Barueri, Tietê e cidades
vizinhas. Diferente do Rio, em São Paulo, não se usava o samba para os desfiles de carnaval dos cordões e ranchos,
mas sim as marchas-ranchos e o choro. Os paulistas somente aderem ao samba, no carnaval, no fim dos anos 20.

1914 – (Primeira Guerra Mundial)


Em São Paulo, no dia 12 de março, é fundado o Grupo Carnavalesco Barra Funda, precursor da Escola de Samba
Camisa Verde e Branco, que também ia regularmente aos encontros e festejos de Pirapora, no interior do estado. O
pioneiro grupo paulista tinha apenas doze integrantes vestidos de camisas verdes, calças brancas e chapéus de palha –
tocavam um pandeiro e chocalhos de madeira com tampinhas de garrafas de cerveja.

1914 – (início de uma época de revoltas brasileiras)


Durante a Primeira Grande Guerra, e pela primeira vez em sua história, a música brasileira chama a atenção da
Europa com o estilo embrionário e provocativo do samba – o maxixe –, que se torna um dos maiores sucessos de
dança no velho continente até 1922.

1914 – Embora tenha surgido desde meados do século passado, é somente neste ano que as chamadas canções
sertanejas se popularizam entre as classes média e alta, a partir da toada "Cabocla di Caxanga", de João
Pernambuco (1883-1947) e Catulo da Paixão Cearense (1886-1946), dois dos maiores nomes na história do gênero. A
partir de 1920, o termo é designado por compositores profissionais urbanos para identificar as estilizações de ritmos
rurais que abrangiam modas, toadas, cateretês, chulas, batuques e emboladas. De acordo com os primeiros estudiosos
do estilo, música sertaneja poderia também compreender o xaxado, o baião e toda manifestação musical das regiões
Norte-Nordeste, produzida no sertão e longe da cultura das grandes cidades. O gênero ficaria fortemente associado ao
estilo caipira das modas de viola. Dos pioneiros da música sertaneja de raiz, ou música caipira, destacam-se Tonico e
Tinoco, Cascatinha & Inhana ("Índia"), Inezita Barroso, Pena Branca e Xavantinho, Alvarenga e Ranchinho,
Matogrosso e Matias, Irmãs Galvão, os comediantes Jararaca e Ratinho, Cornélio Pires, Ariovaldo Pires, Raul Torres,
Teixeirinha ("Churrasquinho de Mãe") e outros.

1917 – (época áurea dos Coronéis do Sertão)


Considerado o nascimento oficial do samba, a gravação de "Pelo Telefone", de Donga (1889-1974) e Mauro de
Almeida (1882-1956), na voz de Bahiano, alcançou enorme sucesso nacional e estabeleceu novos padrões para as
canções de carnaval. Este típico samba carioca, que mistura maxixe com frases rítmicas do folclore baiano, mais tarde
espalha-se pelo Brasil e domina o carnaval. Nessa fase, os principais compositores são Sinhô (1888-1930), Ismael
Silva (1905-1978) e Heitor dos Prazeres (1898-1966). A partir da década de 20, surgem vários e diferentes tipos de
samba. No carnaval da época, o compositor, instrumentista e arranjador Pixinguinha (1897-1973) grava o seu
primeiro disco, de maxixes, pela Odeon. Ele é o músico mais importante a estabelecer as bases da música popular e
do choro, um recém-criado estilo de música brasileira instrumental (1880) com características de improvisação
semelhante à do jazz.

1920 – No Rio de Janeiro, quase no final da década, surgem as primeiras escolas de samba, que já haviam
sido esboçadas desde o surgimento dos entrudos, dos ranchos carnavalescos e dos cordões fantasiados. A primeira
escola de samba – a Deixa Falar – surgiu no Largo do Estácio, no antigo Rio. Surgem também os primeiros moradores
das favelas cariocas e do assim chamado 'samba do morro'.

1920 – Popularizam-se no Rio, e em São Paulo, o gramofone, as vitrolas, as orquestras de cinema mudo,
posteriormente o próprio cinema falado e – principalmente – as primeiras gafieiras que tocavam sambas, maxixes,
marchas, jazz e valsas. Logo surgiriam as jazz-bands brasileiras como a Orquestra Pan-Americana, American Jazz-
Band, de Silvio de Sousa, Jazz-Band Sul-Americana, de Romeu Silva e outras mais. Tudo isso impulsiona em muito a
divulgação da música brasileira.

1920-50 – (época das Revoltas Tenentistas)


Antecedendo a bossa nova, surge o samba-canção, um tipo mais lento, melancólico e romântico, orquestral e
instrospectivo do gênero, também conhecido como samba de meio do ano, ou seja, aquele lançado depois dos sambas
de carnaval. Sob forte influência do bolero, o samba-canção se firmaria mesmo a partir de 1930. Seus primeiros
compositores foram Joubert de Carvalho, Henrique Vogeler, Heckel Tavares e Sinhô. Os maiores intérpretes são
Francisco Alves, Orlando Silva, Dolores Duran, Marlene, Isaura Garcia, Elizeth Cardoso, Zezé Gonzaga, Dalva de
Oliveira, Caubi Peixoto, Angela Maria e Maysa. O primeiro grande sucesso do gênero é "Linda Flor" (Ai, Ioiô), de
1929, composta por Vogeler, Luís Peixoto e Marques Porto, gravado por Vicente Celestino e Araci Cortes. Outros
como "Último Desejo", de Noel Rosa; "Eu Sinto Uma Vontade de Chorar", de Dunga; "Menos Eu", de Roberto
Martins e Jorge Faraj – e muitos mais.

1922 – (surgem movimentos de insurreição contra a República Velha)


Na polêmica e então contestada Semana de Arte Moderna de 22, idealizada inicialmente por Graça Aranha e Ronald
de Carvalho, mais precisamente entre 11 e 18 de fevereiro, no Teatro Municipal de São Paulo, um dos fatos marcantes
do irreverente movimento de cunho antropofágico nacionalista, que buscava, numa primeira tentativa no país, uma
identidade própria para a cultura brasileira, foi a apresentação do compositor erudito-popular e regente carioca Heitor
Villa-Lobos (1887-1959), diante da orquestra, trajado a rigor mas calçando chinelos, interpretado como ato de ousadia
quando, na verdade, estava doente de um pé.

1926 – (época da Coluna Prestes, em São Paulo)


Em novembro, no Teatro Municipal de São Paulo, acontece o famoso recital da paulista Guiomar Novaes (1894-
1979), magnífica pianista de impressionante carreira internacional que durante anos fez contraponto com a colega
erudita carioca Magdalena Tagliaferro (1894-1986) – outra espetacular pianista de projeção mundial. Guiomar
Novaes já havia sido um dos grandes destaques na Semana de Arte Moderna de 22, interpretando Villa-Lobos, no
mesmo Teatro Municipal de São Paulo.

1926 – (época do governo de Washington Luís)


A mais importante soprano lírica da história da música brasileira – Bidu Sayão (1902-1998) – rouba a cena da
temporada no Teatro Municipal de São Paulo e abre a temporada lírica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Ela
começava a pronunciar-se com o requinte e a beleza que a tornariam uma estrela internacional durante décadas. Em
1935, seria escolhida pelo lendário regente Arturo Toscanini (1867-1957) a integrar a Orquestra Filarmônica de Nova
York. Em 1938, cantaria para o Presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt, na Casa Branca, em Washington
D.C. Em 1995, seria homenageada pela escola de samba carioca Beija-Flor, de Nilópolis.

1930 – (eclode a Revolução de 1930, que acaba com a República Velha)


Acontece o primeiro grande sucesso do sambista carioca de Vila Isabel Noel Rosa (1910-1937) – "Com Que
Roupa", já com toda sua proverbial verve crítica e humorística sobre a vida carioca, marca registrada de toda sua
obra. Em 1931, viriam "Eu Vou Pra Vila", "Gago Apaixonado", "Malandro Medroso" e "Quem Dá Mais". Em 1932,
conheceria o compositor Vadico, um de seus mais importantes parceiros, com quem faria alguns de seus maiores
sambas como "Feitio de Oração" (1933), "Feitiço da Vila" (1934), "Conversa de Botequim" (1935) e muitas outras.
Sua maior intérprete seria mesmo a cantora 'malandra' Araci de Almeida (1914-1988), desde 1935, sendo que ela, ao
regravá-lo em 1950, traria à luz a importância incontestável desse monumental sambista. De saúde muito debilitada
durante sua vida inteira, Noel Rosa morreria jovem, aos 26 anos, no dia 4 de maio de 1937, mas deixaria um
impressionante repertório de 230 composições. É um nome obrigatório no registro da história da música popular
brasileira.

1930-46 – (transição para a Era Vargas)


Época áurea do rádio com seus populares programas ao vivo de música de auditório, no Rio de Janeiro, com Ary
Barroso (na lendária Rádio Mayrink Veiga), e outros em São Paulo – e as disputas acirradas entre orquestras, os
'cantores do rádio' (Francisco Alves, Orlando Silva, Silvio Caldas e demais) e as 'rainhas do rádio', sendo as cantoras
Emilinha Borba e Marlene as maiores. Ao mesmo tempo em que a época do rádio marcaria o declínio do choro, esse
estrondoso fenômeno musical de massa teria a sua própria decadência com o fim da era das grandes orquestras no
Brasil e a chegada da televisão, em 1950.

1938-45 – (o mais famoso cangaceiro, Lampião (Capitão Virgulino) e sua companheira Maria
Bonita são mortos, em 1938, entre Bahia e Sergipe)

Período em que o compositor e regente Heitor Villa-Lobos (1887-1959) compõe a Bachiana no. 5 – da célebre série
de 9 – para canto e orquestra de violoncelos, sendo esta a mais admirada e tocada de todas, tendo sido, por vários anos,
um dos discos mais vendidos nos Estados Unidos. Na época, porém, foi muito atacado pelos críticos brasileiros por
este conjunto de obras inspiradas na atmosfera musical de Johann Sebastian Bach (1685-1750), considerado pelo autor
um manancial folclórico universal, intermediário de todos os povos. Os críticos consideraram As Bachianas um recuo
na obra de quem havia escrito os famosos 14 Choros – escritos de 1920 a 1929 –, obras compostas na inspiração de
suas longas viagens por quase todo o Brasil (e seus sertões), durante anos, e por sua paixão e convivência prolongada
com os "chorões" cariocas. Ainda que As Bachianas representassem uma valiosa experiência de justaposição de certos
ambientes harmônicos e de contrapontos de algumas regiões do Brasil ao estilo de Bach, os Choros foram tidos como
um rico material inato para a criação da música autenticamente brasileira. Mas, por toda sua gigantesca obra deixada e
seus empreendimentos didáticos sociais, Villa-Lobos é considerado o mais importante gênio musical do
continente, no século XX, dotado de uma chama criadora extraordinária que atravessou fronteiras, empolgou críticos
e multidões, superando todos os preconceitos.

1939 – (Getúlio Vargas cria a Justiça do Trabalho e o Departamento de Imprensa e Propaganda, DPI)
A primeira e mais importante música exportada aos Estados Unidos e Europa é "Aquarela do Brasil", de Ary
Barroso (1903-1964), e que inaugura o gênero samba-exaltação. A música foi gravada por Araci Cortes e depois por
Cândido Botelho e Francisco Alves. O Estado Novo ditatorial e nacionalista de Getúlio Vargas, que muito apreciou
esse novo tipo de samba, por motivos óbvios e pelo alcance internacional, passa a recomendar aos compositores
populares que abandonem o tema da malandragem carioca em suas músicas. Inspirado na típica figura do Rio de
Janeiro, e a partir da 'política de boa vizinhança americana', o desenhista Walt Disney viria ao Brasil criar o
personagem Zé Carioca.

1940 – (o salário mínimo é instituído por Getúlio Vargas)


No Teatro Municipal do Rio de Janeiro, acontece a primeira regência do maestro e compositor cearense Eleazar
de Carvalho (1912-1996). Em julho de 1943, fez sua estréia como regente, no Teatro Municipal de São Paulo, que foi
outro grande acontecimento destinado a entrar para a história. Graças ao seu empenho e dedicação, Eleazar teria mais
tarde seu nome profundamente ligado ao Teatro Municipal de São Paulo, por décadas.

1941 – (Getúlio Vargas funda a Companhia Siderúrgica Nacional, CSN)


A cantora, atriz e bailarina, nascida em Portugal, Carmem Miranda (1909-1955) é a primeira grande artista brasileira
a atingir sucesso internacional. Além de atuar e cantar sambas vestida de baiana estilizada com uma fruteira tropical
como chapéu, lançando moda nos Estados Unidos como a Brazilian Bombshell do momento, Carmem Miranda foi um
dos maiores ícones mundiais da época, participando, em Hollywood, de filmes como "Serenata Tropical" (Down
Argentine Way, de Irving Cummings, 1940), "Uma Noite No Rio" (That Night In Rio, de Irving Cummings, 1941),
"Entre a Loura e A Morena" (The Gang's All Here, de Busby Berkely, 1943), "Copacabana", ao lado de Groucho
Marx, de Alfred E. Green, 1947 – e outros mais.

1943 – (Getúlio Vargas instala a Fábrica Nacional de Motores, FNM, no Rio)


Em Hollywood, o cineasta e desenhista norte-americano Walt Disney inclui a música "Aquarela do Brasil" , de Ary
Barroso, alterando o título para "Brazil", e versão em inglês, com grande sucesso em seu desenho, "Alô Amigos"
(Saludo Amigos). O samba-exaltação torna-se praticamente um segundo hino brasileiro e abre definitivamente as
fronteiras do mundo para a música brasileira.

1946 – (o general Eurico Gaspar Dutra toma posse na presidência)


A música "Baião", do pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989) – com letra de Humberto Teixeira –, desponta de
Norte a Sul do país com a força de um novo estilo musical revolucionário urbano derivado da música de raízes rurais e
folclóricas nordestinas. No começo dos anos 50, Luiz Gonzaga é o grande responsável pelo nascimento do baião e por
abrir caminho para novos nomes da música nordestina e influenciar a música popular do Sul-Sudeste do país nos anos
60-70. Até o surgimento da bossa nova, o baião foi o gênero musical brasileiro mais influente no exterior.
1950 – (Getúlio Vargas é reeleito para presidente)
Muitos afirmam que a vindoura bossa nova nasceria das reuniões de músicos, como Johnny Alf e João Donato, que
participavam das chamadas samba sessions, no Sinatra-Farney Fan Club, no Rio de Janeiro. Das jam sessions na boate
Plaza, em Copacabana, a partir de 1955, com Luiz Eça, Milton Banana, Alf, Donato e outros. O termo bossa nova,
derivado da popular gíria carioca 'bossa', já era conhecido desde os anos 40. No Rio de Janeiro, proliferam-se as
recentes boates onde pequenos conjuntos instrumentais fazem as primeiras misturas de jazz e samba.

1955 – (Juscelino Kubitschek é eleito presidente)


Com fortes ecos dos Estados Unidos e Inglaterra, o rock'n'roll aterrisa incipiente no país através de versões, quando
Nora Ney grava a versão "Rock Around The Clock". A primeira grande estrela do gênero é Celly Campelo (1942-)
com os hits "Estúpido Cupido" e "Banho de Lua" já no início dos anos 60. O rock'n'roll populariza-se com outras
versões de sucessos norte-americanos, por Nick Savóia e Ronnie Cord (1943-). Outros nomes são Tony Campello,
irmão de Celly, Wilson Miranda, Sérgio Murillo e demais. Logo depois, seria totalmente absorvido e adaptado pelo
movimento jovem guarda.

1955 – (militares sugerem um golpe de estado)


Em maio, com a gravação de "Saudosa Maloca" pelo grupo Demônios da Garoa, Adoniran Barbosa (1910-1982)
firma o seu estilo peculiar que o tornaria célebre como o mais fiel cronista das camadas populares paulistanas,
inspirando-se no linguajar dos diferentes grupos de imigrantes, predominantemente o italiano. Outros grandes sucessos
de Adoniran Barbosa foram: "O Samba do Arnesto" (com Alocim), "Tiro Ao Álvaro" (com Osvaldo Moles), e o
enorme sucesso de "Trem das Onze", de 1964, novamente com os Demônios da Garoa. Em 1974, lançou seu primeiro
LP solo como cantor. É tido como o maior compositor popular da capital de São Paulo, e recebeu grande
homenagem, em 1980, num show com Elis Regina, Djavan, Clementina de Jesus, Clara Nunes, MPB-4, Carlinhos
Vergueiro, Gonzaguinha, Vânia Carvalho, e os grupos Talismã e Nosso Samba

1955 – A indústria fonográfica brasileira já representa um dos mais importantes segmentos econômicos do país
– começa-se a instituir a pesquisa de mercado para aferição do gosto público

1958 – (era desenvolvimentista de Juscelino Kubitscheck)


O disco da cantora Elizeth Cardoso, 'Canção do Amor Demais', com a primeira gravação do futuro clássico "Chega
de Saudade" (Antonio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes), e participação especial do baiano João Gilberto no violão,
inaugura oficialmente a bossa nova. Mas, seis meses depois, no dia 10 de julho de 1958, o tema surgeria em sua
forma definitiva no disco de 78 rpm de João Gilberto – "Chega de Saudade" – já com o seu violão revolucionário
(também conhecido como "violão gago") e seu jeito realmente bossa nova e pioneiro de cantar.

1959 – (época das Ligas Camponesas)


A primeira introdução internacional da bossa nova acontece através da trilha sonora do filme "Black Orpheus" - a
partir da suite musical de Vinícius de Moraes -, do diretor francês Marcel Camus, vencedor do grande prêmio do
Festival de Cannes e Melhor Filme Estrangeiro do Oscar, no mesmo ano.

1960 – (Juscelino Kubitschek inaugura Brasília)


Pela primeira vez na história da música brasileira, surge o termo MPB – Música Popular Brasileira – empregado por
Ary Barroso na contra-capa do disco 'Bossa Nova', de Carlos Lyra. De década a década, o termo MPB mudaria sua
abrangência de estilos e ampliaria seu significado. Da elite de músicos dos anos 70 – com Caetano Veloso, Gilberto
Gil, Chico Buarque, Gal Costa, Maria Bethânia, Milton Nascimento e outros – à hoje, o termo representa basicamente
quase todo o tipo de música brasileira à exceção do pop-rock.

1960 – (a economia brasileira cresce 7% ao ano)


Popularizam-se as freqüências do público nos ensaios das escolas de samba, inclusive como forma das agremiações
obterem algum tipo de renda fora da época dos desfiles com os seus patrocínios, para garantir parte dos custos de
preparação das infra-estruturas durante o resto do ano, através da cobrança mínima dos ingressos por parte de algumas
delas.

1962 – (João Goulart ocupa a presidência deixada por Jânio Quadros)


Na quarta-feira do dia 21 de novembro, às 20h30, realiza-se no Carnegie Hall, em Nova York, Estados Unidos, o
primeiro e lendário Festival de Bossa Nova (também introduzido como New Brazilian Jazz) com apresentação de
João Gilberto, Tom Jobim, Edu Lobo, Bola Sete, Sérgio Ricardo, Sérgio Mendes e outros. É o lançamento
internacional oficial e em grande estilo da bossa nova com muita repercussão nos Estados Unidos e Brasil.

1962 – (os setores militares se fortalecem no país)


A primeira grande influência da bossa nova nos Estados Unidos, sucesso que populariza o gênero no país e
credencia os americanos a adotarem o estilo, é o disco 'Jazz Samba', do guitarrista Charlie Byrd e do saxofonista Stan
Getz. A bossa nova é a maior sensação norte-americana no começo dos anos 60, sendo suplantada apenas pelo
surgimento dos Beatles.

1964 – (golpe militar derruba o governo de João Goulart, em 31 de março)


No ano do início da ditadura militar brasileira, acontece, no Rio de Janeiro, o histórico e militante show Opinião,
com músicas do maranhense João do Vale (1934-1996) e direção de Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Armando
Costa. Foi nesse espetáculo, interpretando a música "Carcará" (João do Vale e José Cândido) que foi lançada a cantora
baiana Maria Bethânia. Também participaram do evento Nara Leão (1942-1989) e Zé Kéti. O acontecimento foi um
marco na história da música popular brasileira.

1965 – (o país vive sob a presidência do general Castello Branco)


Com estréia no mês de setembro, o cantor e compositor pop Roberto Carlos é o Rei da Juventude nacional na liderança
do movimento Jovem Guarda, apresentando um programa semanal homônimo de televisão, na TV Record, na capital
de São Paulo, ao lado de Erasmo Carlos, Wanderléa e convidados como Eduardo Araujo, Martinha, Rosemary, Ronnie
Von, Antonio Marcos, Deny e Dino, Leno e Lilian, The Jordans, The Jet Blacks, Renato e Seus Blue Caps, Golden
Boys, Os Incríveis e outros. O programa de TV terminaria em 1969. Enquanto gênero musical, a Jovem Guarda, que
surge em 1963, também ficou conhecida como yê-yê-yê – a versão brasileira do rock mundial. O movimento foi
responsável pela introdução da guitarra elétrica e instrumentos eletrônicos na nascente Tropicália de Caetano Veloso e
Gilberto Gil – que seria uma das causas do fim da Jovem Guarda, suplantando-a em popularidade.

1965 – (extinção dos partidos políticos e instituição do bipartidarismo)


A grande era dos festivais. A extinta TV Excelsior produz o primeiro Festival de Música popular Brasileira. Nos
dois anos seguintes, a TV Record realiza outros dois. Também os Festivais Universitários de Música Popular
Brasileira, da TV Tupi, do Rio de Janeiro. Da soma deles, surgem nomes como Elis Regina (com "Arrastão", de Edu
Lobo e Vinícius de Moares), Edu Lobo (com "Ponteio", dele e de Capinam), Caetano Veloso (com "Alegria, Alegria",
dele mesmo), Gilberto Gil (com "Domingo no Parque", dele mesmo), Gal Costa (com "Divino Maravilhoso", de
Caetano), Os Mutantes (com "Dois Mil e Um", de Rita Lee e Tom Zé), Chico Buarque de Hollanda (com "A Banda" e
"Roda Viva", dele mesmo), Milton Nascimento (com "Cidade Vazia", de Baden Powell e Lula Freire), Tom Zé (com
"São Paulo, Meu Amor", dele mesmo), Paulinho da Viola (com "Sinal Fechado", dele mesmo), MPB-4 e outros. Com
o crescimento e expansão da televisão no Brasil, grandes ídolos da nova música popular brasileira se afirmam. Depois
de uma série, a TV Globo seria a última emissora a produzir os últimos festivais no país – sendo o derradeiro, o VII
Festival Internacional da Canção, em setembro de 1972, com Maria Alcina cantando "Fio Maravilha", de Jorge Ben.

1965 – (época dos partidos políticos Arena e MDB)


Com a repressão e censura instauradas pelo regime militar, configura-se o espírito para o surgimento das músicas de
protesto, posteriormente nos festivais, sendo Chico Buarque de Hollanda o compositor mais importante e
representativo desse tipo particular de expressão musical, com "Apesar de Você" (1970), "Construção" (1971), "Deus
Lhe Pague" (1971). Outro a se ressaltar é o compositor e cantor Sérgio Ricardo, que, inclusive, em 1967, tomou parte
no Festival da Canção de Protesto, realizado na Bulgária, onde suas músicas foram interpretadas por Geraldo Vandré.
Por sua vez, Vandré atingiu o ponto máximo de sua carreira de cantor e compositor com a então clássica e polêmica
canção "Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores", ou "Caminhando" (1968), defendida no III Festival Internacional da
Canção, e que se tornou uma espécie de hino estudantil na época.

1965 – (o Congresso Nacional pode 'eleger' presidente e vice-presidente)


Dezembro, sob violentos protestos, o visionário maestro Diogo Pacheco abre definitivamente as portas do Teatro
Municipal de São Paulo para a MPB com o espetáculo 'Vinícius, Poesia e Canção', com a participação do próprio
Vinícius de Moraes, Edu Lobo, Baden Powell, Carlos Lyra, Ciro Monteiro, Pixinguinha e Francis Hime.

1965 – (época da União Democrática Nacional, UDN, e Partido Social Democrático, PSD)
O cantor e compositor carioca Jorge Ben (atualmente, Jorge Ben Jor) atinge grande sucesso nos Estados Unidos.
Ele é convidado pelo Ministério das Relações Exteriores a se apresentar nos Estados Unidos, durante três meses, em
clubes e universidades. Lançadas por Sérgio Mendes, as músicas "Mas Que Nada" e "Chove Chuva" chegam às
paradas de sucesso americanas. Em seguida, suas músicas "Nena Naná" e "Zazueira" são gravadas por Jose Feliciano e
Herp Albert, respectivamente – enquanto, no Brasil, sua carreira enfrentava certas dificuldades. Em 1970, no Midem,
em Cannes, Jorge Ben Jor seria muito aplaudido por sua música "Domingas". Em 1972, realizaria temporadas em
Portugal, Itália e Japão, onde gravaria um disco ao vivo. Em 1975, realizaria uma única apresentação no Teatro
Sistina, em Roma, Itália, transmitida ao vivo pela televisão italiana. Ainda nos anos 80, se tornaria muito popular no
exterior.

1967 – (o general gaúcho Costa e Silva assume a presidência do país)


Tom Jobim grava com Frank Sinatra o álbum americano 'Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim', em que
Sinatra interpreta alguns dos maiores sucessos da bossa nova de autoria de Jobim. O disco é um dos grandes marcos na
história da bossa nova e da música popular brasileira. Detalhe: por ciúmes, Sinatra não permitiu que Tom Jobim
tocasse piano por ser então o instrumento que mais prestígio dava aos músicos norte-americanos – por isso, Tom tocou
violão, seu segundo instrumento.

1968 – (início da guerrilha urbana no país)


Após a bossa nova, vários músicos brasileiros incorporam o jazz em suas músicas. Buscando um formato
brasileiro estão o saxofonista Paulo Moura, a pianista Eliane Elias, a cantora Flora Purim, Airto Moreira, Leo
Gandelman, César Camargo Mariano, Victor Assis Brasil (1945-1981) – um dos maiores saxofonistas de jazz do país
–, Egberto Gismonti, Naná Vasconcelos, Hermeto Pascoal, André Geraissati, Zimbo Trio e outros. A dificuldade em
se situar a atuação do jazz no Brasil está no fato dele aparecer diluído no conceito abrangente de música instrumental.

1968 – (em 13 de dezembro, o Ato Institucional no.5 (AI-5) fecha o Congresso)


Com o lançamento do disco 'Tropicália – Panis Et Circenses', com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Nara
Leão, Os Mutantes e o maestro Rogério Duprat, o tropicalismo é oficialmente reconhecido como manifesto e nova
proposta musical, inspirado na tese antropofágica da Semana de Arte Moderna de 22, possibilitando o desdobramento
do movimento em trabalhos individuais de seus principais protagonistas em releituras e novas perspectivas para a
música brasileira. Participaram do movimento, Tom Zé, os letristas Torquato Neto e Capinam, os maestros
arranjadores Júlio Medaglia e Damiano Cozzela. Pela defesa da música brasileira, o tropicalismo incorporou, com
muita polêmica, o uso da guitarra elétrica, de gêneros como o bolero, o carnaval, as músicas de raiz e elementos do
rock. O nome Tropicália foi extraído por Caetano de uma instalação do artista plástico Hélio Oiticica.

1968 – (os militares aumentam as ações repressivas no país)


Em São Paulo, institucionaliza-se oficialmente os desfiles das escolas de samba.

1970-75 – (época do governo do General Ernesto Geisel)


Passado o fenômeno do rock'n'roll dos anos 60, e graças à bossa nova, jovem guarda e tropicália, estabelecem-se os
grandes nomes de uma chamada MPB mais moderna com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Gal Costa,
Maria Bethânia, Vinícius de Moraes, Toquinho, Elis Regina, Milton Nascimento e outros. A maior parte deste
segmento permanece em evidência.

1970 – (uma junta militar comanda o país)


No começo dos anos 70, surge também uma importante geração intermediária de novos nomes da MPB que
continuariam a fazer trabalhos de renovação da música popular brasileira durante o começo do século XXI, tais como
Djavan, Fafá de Belém, Fagner, Belchior, Alceu Valença, Zé Ramalho, Morais Moreira, Baby Consuelo (atual Baby
do Brasil), Pepeu Gomes, Elba Ramalho, e outros.

1970 – (época do período mais brutal da ditadura militar)


O início da década marca o amadurecimento da carreira da cantora gaúcha Elis Regina (1945-1982) – uma das
maiores intérpretes brasileiras de todas as épocas. Depois de uma bem-sucedida apresentação na América Latina e
Europa, Elis grava e passa a lançar uma série de músicas de grandes compositores-cantores até então desconhecidos,
revelando-os nacionalmente, como Ivan Lins (com "Madalena", em 1970); João Bosco e Aldir Blanco (com "O
Caçador de Esmeraldas" [1973], "Mestre-salas dos Mares" e "Dois Pra Lá, Dois Pra Cá" [1974]); Belchior, no show
Falso Brilhante, de 1975, (com "Como Nossos Pais" e "Velha Roupa Colorida"); e Renato Teixeira (com "Romaria",
em 1977).

1970 – (censura à imprensa, combate aos movimentos estudantis e sindicalistas)


No começo da década, surge no Rio de Janeiro um fenômeno que se caracterizaria como tipicamente carioca – os
bailes funk. Os primeiros bailes aconteciam no Canecão, na Zona Sul, sempre aos domingos. Os "bailes da pesada",
como eram conhecidos, foram espalhando-se para os clubes do subúrbio. Ouve-se James Brown ("Sex Machine", "Get
On The Good Food", "Soul Power"), Kool and The Gang, Wilson Pickett e outros. Com a proliferação de uma
multidão de dançarinos populares adeptos do movimento, trajados com roupas black de ocasião, cabelos afro, sapatos
plataforma coloridos, surgiram as equipes como Soul Grand Prix, Black Power, Dynamic Soul, Furacão 2000, União
Black. Surgem importantes nomes da funk music carioca como Gerson King Combo, Tony Tornado, Tim Maia,
Sandra Sá, Cassiano, Robson Jorge, Rosa Maria e outros. O movimento espalha-se pelo país, com a Chic Show, em
São Paulo; a Black Porto (RS) e a Black Uaí!, em Belo Horizonte. Mesmo à revelia da imprensa, os bailes funk do
subúrbios cariocas entrariam em 2000 muito populares, mas já com grande influência da música e roupas hip-hop. Os
cariocas proporcionam o funk melody, com batida mais rápida e semelhante ao rap; e o charme, um funk pós-disco
mais sofisticado que a assim chamada 'estética do barulho' presente no hip-hop (rap).
1971 – (o 'milagre econômico' endossa o endurecimento militar e político)
A hora e a vez dos mineiros. Com a música "Clube da Esquina", de autoria de Milton Nascimento com Lô Borges
e Márcio Borges, inaugura-se o movimento de uma nova música mineira que revigoraria a canção popular brasileira
do começo da década. Em torno de Milton Nascimento, e a partir de sua proposta, em 1972, ele lutaria por lançar um
álbum duplo com praticamente todos os seus amigos e parceiros mineiros, incluindo o seu maior companheiro
musical, o letrista Fernando Brant. Assim é lançado o álbum Clube da Esquina 2 – o nome já deixa bem claro a
proposta fechada do grupo e de como eles se consideravam. Com o enorme sucesso de vendas do disco, Milton
Nascimento torna-se definitivamente um êxito comercial e todos os seus amigos mineiros também. Dentre o seleto
grupo citamos Lô Borges, Tavinho Moura, Márcio Borges, Wagner Tiso (e seu grupo Som Imaginário), Ronaldo
Bastos e Beto Guedes. Cada um, individualmente, atingiria carreira de sucesso com discos e shows dentro e fora do
Brasil. A música mineira é a grande sensação do momento.

1972 – (época dos centros de tortura ligados ao DOI-Codi)


Nos primeiros anos da década, acontece um surto de uma produção musical popular de cunho nacionalista, de
exaltação das belezas naturais do país e da idéia básica de que "Deus é brasileiro" – muito ao gosto do ainda período
militar –, numa tentativa quase ufanista de direita representada principalmente pela dupla Dom & Ravel com a música
"Só O Amor Constrói", de 1971, e outro grande sucesso que Dom (Domingos Leoni) compôs (em 1970) para o então
popular grupo de rock Os Incríveis – "Eu Te Amo Meu Brasil". Aproveitando a grande repercussão desses tipos de
canções, Os Incríveis ainda gravariam (em 1971) um compacto simples com o "Hino Nacional" (Música de Francisco
Manoel da Silva e letra de Osório Duque Estrada, adaptação vocal de Alberto Nepomuceno) e o "Hino da
Independência do Brasil" (música de Dom Pedro I e letra de Evaristo Ferreira da Veiga).

1973 – (época de projetos faraônicos como a inútil rodovia Transamazônica)


É o apogeu da carreira de Raul Seixas (1945-1989) – o maior roqueiro da história da música pop brasileira.
Tendo começado profissionalmente dois anos antes, foi somente em 1973 que ele consegue o seu primeiro grande
sucesso com "Ouro de Tolo", incluída em seu primeiro LP solo Krig-há, Bandolo!. No mesmo ano, viriam outros hits
como "Metamorfose Ambulante", "Mosca na Sopa", e "Al Capone" (com Paulo Coelho). Sua carreira se consolidaria
com os três álbuns – Gitá (1974), Novo Aeon (1975) e Há Dez Mil Anos Atrás (1976). Outros grandes sucessos de
Raul Seixas são: "Como Vovó Já Dizia" (com Paulo Coelho, em 1975), "Rock das Aranha" (em 1980) e "Cowboy
Fora da Lei" (em 1987). Desfrutando de um dos maiores públicos da história da música popular brasileira, Raul foi o
primeiro artista nacional a ter um disco organizado e lançado por um fã-clube, a coletânea de gravações raras 'Let Me
Sing My Rock-and-roll', de 1985. Com o passar dos anos, sua importância e influência na música brasileira só se
fariam aumentar.

1974 – (depois de Emílio Garrastazu Medici, o general Ernesto Geisel assume a presidência da
república)

Época áurea de uma nova geração de grupos de rock brasileiros de variadas tendências como O Terço, de
influências do rock progressivo com o guitarrista Sérgio Hinds como seu líder – que desembocaria no 14 Bis; do
Joelho de Porco, com o seu som pré-punk anarquista cômico formado pelo popular baixista Tico Terpins; o Moto
Perpétuo, formado pelo cantor e compositor Guilherme Arantes; o Casa das Máquinas, formado por Netinho, ex-
Incríveis, o Som Nosso de Cada Dia; e o lendário Made In Brasil, formado por Oswaldo Vecchione e seu irmão
Celso Vecchione, talvez o mais popular e roqueiro da época, dentre outros mais. Destaque para os Secos & Molhados
(com Ney Matogrosso), o mais criativo grupo da década a misturar pop-rock com música brasileira, portuguesa e
outras influências – sua curta duração (1971-74) atingiu grande sucesso nacional.

1975 – (o jornalista Vladimir Herzog é assassinado numa cela do DOI-Codi)


A década também foi marcada por uma curiosa produção de música tipicamente norte-americana (no Brasil!)
produzida por músicos brasileiros que adotaram nomes americanizados. Desde o grupo paulistano Pholhas (da
Móoca) que cantava em inglês e português, ao grupo Light Reflections com o grande sucesso "Tell Me Once Again",
que depois viraria comicamente "Telma Eu Não Sou Gay", com Ney Matogrosso; Tony Stevens (o Jessé) com os
sucessos "Flying" e "If I Could Remember"; Christian (da dupla sertaneja Christian & Ralf) com o hit "Don't Say
Goodbye"; o próprio Ralf, da mesma dupla, com o nome de Dom Elliot; Paul Bryan (Sérgio Sá) com "Listen"; a banda
Lee Jackson, com "Hey Girl", grupo formado por músicos que hoje ocupam lugares de direção executiva em algumas
grandes gravadoras no Brasil; o grupo Sunday, de Hélio Eduardo Costa Manso, com "I'm Gonna Get Married"; Fábio
Jr., que adotou dois nomes americanos, Mark Davies e, depois, Uncle Jack, cantando "Don't Let Me Cry"; o grupo
feminino Harmonie Cats, e até a cantora dançarina Gretchen, que começou cantando em inglês.

1975 – (a classe média e a igreja se insurgem contra a ditadura militar)


Paulinho da Viola, um dos maiores novos sambistas da época, e um dos poucos e mais importantes defensores do já
esquecido choro, participa – junto com outros compositores e críticos – da criação do Clube do Choro, no Rio de
Janeiro.

1980-87 – (início da época da presidência do general carioca João Baptista de Oliveira Figueiredo)
Em busca de novas alternativas musicais como resposta à já institucionalizada MPB, parte da elite da juventude
brasileira de classe média provoca uma nova onda de rock e pop apoiada no movimento pós-punk new wave, que
domina totalmente o cenário musical nacional com um forte movimento underground central deflagrado a partir de
São Paulo. Os pioneiros paulistanos desse importante movimento de negação pura da tradicional música popular
brasileira foram Júlio Barroso e sua Gang 90, a primeira banda new wave brasileira Agentss, Verminose (de Kid Vinil)
e Azul 29. Daí, surgem Titãs, Paralamas do Sucesso, Legião Urbana (Renato Russo), Barão Vermelho (Cazuza e
Frejat), RPM (Paulo Ricardo), Ultraje a Rigor, Kid Abelha, Engenheiros do Hawaii, Lobão, Biquini Cavadão, Ratos
de Porão (João Gordo), Inocentes e outros. A proposta do movimento se esgotaria coincidindo com a projeção
internacional da banda brasileira de hardcore Sepultura.

1980 – (o crescimento da oposição acelera a abertura política)


Apesar do blues sempre ter sido muito mais absorvido pelos músicos brasileiros diretamente através do rhythm'n'blues
pelas bandas de rock dos anos 60, o Brasil nunca se caracterizou por um forte cenário ou movimento de blues, apesar
de ter um bom público consumidor. Dos anos 80 até 99, podemos destacar os maiores nomes do blues como Nuno
Mindelis, André Christovam, Celso Blues Boy, e as bandas Blues Etílicos e Big Allambik.

1984-90 – (cresce o movimento pelas eleições diretas para Presidência da República, em 84)
Antecedendo o surgimento da axé music, a lambada baiana torna-se um dos mais populares estilos de dança
brasileira atual a misturar samba, maxixe e dança erótica. O maior sucesso é do grupo Kaoma com "Lambada", uma
versão do tema latino "Llorando Se Fue", do grupo Los Kjarkas. Por falta de substância musical e limitação
coreográfica, o gênero tem breve período, mas provoca uma onda de escolas temporárias da dança por todo o país. O
sucesso internacional, quase que exclusivamente na Europa, é quase maior do que o atingido no próprio Brasil devido
ao seu apelo exótico tipo-exportação. Tanto assim que dois filmes norte-americanos foram realizados, em 1990, mas
muito mal recebidos pela crítica internacional – foram eles "A Dança Proibida" (The Forbidden Dance, de Greydon
Clark) e "Lambada", de Joel Silberg.

1984 – (grandes comícios em todo o país pelas 'Diretas Já')


No Rio de Janeiro, aposentando definitivamente a tradicional Av. Presidente Vargas como passarela dos desfiles das
escolas de samba, é inaugurada a Passarela do Samba, na Av. Marques de Sapucaí, o Sambódromo carioca, pelo
projeto do arquiteto Oscar Niemeyer.

1985 – (Tancredo Neves é eleito presidente da República pelo Colégio Eleitoral)


Ainda no bojo da grande década do rock brasileiro, na segunda metade desse período, surge na capital de São Paulo, e
pela primeira vez em toda América Latina, a grande novidade norte-americana do movimento hip hop com o rap,
grafite e a breakdance, inicialmente comandada pelo pioneiro rapper brasileiro Thaide, seu parceiro DJ Hum e o DJ
simpatizante Theo Werneck. A partir daí, com a aceitação gradual do novo movimento pela mídia, o hip hop cresceria
firmemente em importância e novos nomes, atingindo um de seus apogeus nos anos 90

1985 – (com a morte de Tancredo Neves, José Sarney assume a presidência)


A música "Fricote", do baiano Luiz Caldas, inaugura oficialmente o movimento axé music. O primeiro sucesso vem
com "Eu Sou Negão", de Jerônimo, em 1986. Mas o primeiro fenômeno de vendas, que lança nacionalmente a axé
music, acontece com o bloco afro-baiano Reflexu's, em 1987, com a música "Madagascar Olodum", que vendeu
750.000 cópias. A axé music é caracterizada pelo forte uso da percussão baiana como o repique, timbau e surdos. Em
geral, as letras falam da sensualidade do corpo, do requebrar dos quadris e de danças, cheias de ironia e segundo
sentido. O novo gênero viveria o seu apogeu até a segunda metade dos anos 90, quando começaria o seu declínio
natural de acomodação. Os principais nomes são Asa de Águia, Chiclete com Banana, Daniela Mercury, Banda Eva, É
O Tchan, Netinho e outros. Pela primeira vez na história da música brasileira quebra-se a hegemonia São Paulo-Rio.

1990 – (o presidente Fernando Collor de Mello, eleito pelo povo, lança o terrível Plano Collor, de
confisco de poupanças populares)

7 de julho. Morre Cazuza, um dos maiores ídolos pop da atualidade e um dos melhores cantores, compositores e
letristas da história da música pop brasileira. Nascido em 4 de abril de 1958, Agenor de Miranda Araujo Neto adotou o
apelido Cazuza em homenagem ao avô paterno – em Pernambuco, 'cazuza' significa molequinho. Trabalhou como ator
no grupo Asdrubal Trouxe o Trombone, e foi apresentado por Leo Jaime ao grupo Barão Vermelho, que procurava um
vocalista. Em 1985, deixou o grupo para seguir uma bem-sucedida carreira-solo. Seus maiores sucessos são
"Exagerado", "Codinome Beija-Flor", "Faz Parte do Meu Show", "Bete Balanço", "O Tempo Não Pára", "Ideologia",
"Brasil", "Só As Mães São Felizes" e outros mais. Foi o primeiro artista brasileira a tornar público que estava com
AIDS.

1990 – (a inflação chega à casa dos 80% por mês)


Em 20 de outubro, começa oficialmente as transmissões da MTV Brasil, importante emissora pop de marca
internacional que passa a representar o segmento jovem da música mundial e da música brasileira através de seus
consagrados formatos videoclipes. A partir de Março de 1999, a MTV Brasil passaria a dedicar boa parte de sua
programação televisiva, principalmente em sua grade das 22h, à música popular brasileira – além do pop-rock – como
o pagode, axé music e a tradicional MPB. A partir de 1996, a MTV Brasil instituiria a maior premiação anual de
videoclipes no país através do Vídeo Music Brasil

1992 – (Pedro Collor, irmão do presidente Fernando Collor denuncia o 'esquema PC' de tráfico de
influências e irregularidades financeiras)

Com o enfraquecimento e desarticulação do movimento pop-rock brasileiro e internacional do fim dos anos 80,
surgem renovadas categorias musicais de forte apelo popular que predominam por toda a década no Brasil –
como o dolente samba-pagode, a carnavalesca axé music e a nova música sertaneja de sotaque country americano –
nessa ordem. Do pagode destacam-se os grupos Fundo de Quintal (tido como o criador do novo gênero), Raça Negra,
Só Pra Contrariar, Art Popular, Katinguele, Negritude Jr. e centenas de outros. Da axé music, os mencionados no
verbete aqui citado de 1985. Da nova música sertaneja, Chitãozinho & Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano, Leandro
e Leonardo, Daniel, Sandy & Junior, Gian & Giovanni, Christian & Ralf, e outros.

1993 – (plebiscito mantém o sistema de regime republicano e presidencialista)


O formato CD começa a suplantar o vinil em vendas. O ainda grande mercado de fitas cassetes existente no país é
praticamente de controle total da pirataria. A partir de 1997, a produção de vinil é extinta, com as matrizes produtoras
do velho formato sendo vendidas a outros países como à Argentina e Inglaterra. Por essa época, o Brasil começa a
enfrentar uma forte e muito bem estruturada pirataria de CDs, vinda principalmente da Ásia e Paraguai, até então
ignorada no país.

1993 – (Fernando Collor é afastado da presidência por impeachment e Itamar Franco assume
interinamente)

Surge uma nova geração de bandas de rock dos anos 90 como o Pato Fu, Skank, Raimundos, O Rappa, Jota Quest,
o polêmico Planet Hemp, o grupo soul Fat Family, a dupla carioca Claudinho & Buchecha e demais. Há espaço para
ritmos africanos, latinos e jamaicanos – como o reggae e o ska, que dão a base para grupos como Cidade Negra, Tribo
de Jah, ex-Nativus e outros.

1994 – (o ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso lança o Plano Real)


Surge o movimento mangue beat. É lançado o primeiro disco de Chico Science & Nação Zumbi, 'Da Lama Ao
Caos', da banda mais inovadora e uma das mais representativas – e a mais popular – do movimento de Recife
(Pernambuco). O disco é um marco no cenário pop da década. A mídia nacional se rende ao fenômeno. A partir de
então, de olho na novidade, praticamente boa parte da produção pop da música brasileira começa a introduzir e a se
apropriar dos tradicionais tambores de maracatu e do jeito peculiar hip-hop abrasileirado de Chico Science cantar.
Outro grande expoente do movimento é o jovem músico pernambucano Fred Zero Quatro e sua banda Mundo Livre
S/A. Junto com Chico, Fred é o autor do manifesto "Caranguejo Com Cérebro".

1994 – (a moeda muda de cruzeiro real para real)


Surge o fenômeno internacional da world music. O Brasil mais uma vez dá a resposta, voltando-se para a riqueza de
sua música nacional, redescobrindo os diversos sotaques da chamada música regional de seus estados, principalmente
os do Norte-Nordeste (redescobrindo a Banda de Pífanos de Caruaru). A música brasileira recupera a sua energia
criativa. Isso refortalece os grandes nomes da MPB e do samba que se preservaram durante os anos 80 e viram ídolos
de uma nova geração como Gilberto Gil (em 94), Paulinho da Viola (em 95), Zeca Pagodinho (em 97), Caetano
Veloso e Djavan (em 99). Grande parte do repertório tradicional esquecido da música popular brasileira se torna
clássico, possibilitando inúmeros trabalhos de releituras – os chamados songbooks, principalmente através do trabalho
pioneiro do músico e produtor carioca Almir Chediak com o seu selo Lumiar.

1994 – (Fernando Henrique Cardoso é eleito presidente da República)


Com uma repercussão internacional simplesmente impressionante, no mês de dezembro, morre Antonio Carlos
Jobim (Tom Jobim), num hospital em NovaYork, aos 67 anos. Além de ser um dos criadores da bossa nova, é
considerado um dos maiores compositores do século ao lado de Heitor Villa-Lobos, George Gershwin, Cole Porter e
Irving Berlin. A importância de sua obra musical é tamanha que, no mundo todo, não há um músico de jazz sequer que
não tenha em seu repertório alguns de seus temas, sob o risco de não ser considerado de primeira linha. Tanto assim
que, no começo de 95, o amigo e prestigiado saxofonista norte-americano de jazz Joe Henderson lançou um álbum
interpretando exclusivamente os maiores sucessos do maestro.

1995 – (surge o PPB (Partido Progressista Brasileiro), criado com a fusão do PPR (Partido Progressista
Reformador)

Uma geração intermediária mais jovem de cantoras de MPB vive o seu momento máximo de afirmação, como
Marisa Monte, Zizi Possi, Cássia Eller, Fernanda Abreu, Marina Lima, Leila Pinheiro, Paula Toller, Zélia Duncan, Ná
Ozzetti, Vânia Bastos, Mônica Salmaso e outras.

1996 – (começa a discussão das arrastadas reformas constitucionais)


O Brasil é oficialmente o sexto maior mercado fonográfico em vendas do mundo. 80% do consumo de CDs e do
que se toca nas rádios é de música brasileira, invertendo o cenário predominante dos anos 80, em que a música pop
norte-americana com Madonna, Michael Jackson e outros vendiam mais do que a música nacional.

1996 – (fim do monopólio do petróleo, telecomunicações e gás canalizado)


No cenário da música pop brasileira atual, depois da morte de Cazuza, nenhum outro fato dessa natureza chocaria
tanto o país quanto a morte de Renato Russo, também pelos sintomas da AIDS. Renato Manfredini Júnior nasceu no
dia 27 de março de 1960 e adotou artisticamente o sobrenome inspirado no filósofo francês Jean-Jacques Rousseau
(1712-1778). Renato foi o líder da banda Legião Urbana, o mais importante grupo de rock dos anos 80. Muito
intelectualizado e um dos mais brilhantes letristas de sua geração, Renato ainda lançou alguns trabalhos solos como
The Stonewall Celebration Concert (1993), em inglês; Equilíbrio Distante (1995), em italiano, e o CD póstumo O
Último Solo, lançado em 1997.

1997 – (campanha para aprovação da emenda que permite reeleição de cargos executivos)
Afirma-se mais uma brilhante geração intermediária de novos nomes na música popular brasileira, de diferentes
regiões e com algumas novas propostas de fusões da música Nordestina e folclórica, com a do Sul-Sudeste e a do
mundo pop internacional. Nomes como Carlinhos Brown (BA), Arnaldo Antunes (SP), Chico César (PB), Zeca
Baleiro (MA), Lenine (PE), Rita Ribeiro (MA), Paulinho Moska (RJ), Pedro Luís e A Parede (RJ), e outros.

1997 – (polêmica privatização da Companhia Vale do Rio Doce)


Morre Chico Science (PE), compositor e cantor, o principal fundador do movimento mangue beat e um dos criadores
do manifesto "Caranguejos com Cérebro". Francisco de Assis França nasceu em Recife, Pernambuco, no dia 13 de
março de 1966. Quando menino, pescava caranguejos no mangue para vender. Freqüentava bailes funk da região.
Trabalhou numa empresa de informática em Recife. Em 1991, formou a revolucionária banda Chico Science & Nação
Zumbi. Em 1994, lançou o primeiro CD do grupo Da Lama Ao Caos. Em 1996, lançou o segundo disco da banda
Afrociberdelia. Chico morreu num acidente automobilístico. Sua morte também teve um impacto internacional, sendo
que ele e seu grupo estavam no melhor momento de uma bem-sucedida carreira na Europa e Estados Unidos.

1997 – (propaganda da estabilidade econômica no país)


Depois de mais de 10 anos de um movimento praticamente marginalizado pela mídia, o rap atinge firmemente
setores da classe média. Nesse movimento hip-hop (com o grafite e a breakdance), destacam-se tanto artistas de
classe média alta como Gabriel, O Pensador, quanto grupos vindos das violentas periferias das grandes cidades como
Racionais MCs (SP) – o maior fenômeno do mercado independente com mais de 1 milhão de CDs vendidos –,
Pavilhão 9 (SP), Faces do Subúrbio (PE), Planet Hemp (Rio), Nocaute (RJ), Detentos do Rap (da penitenciária do
Carandiru, em São Paulo), Câmbio Negro (DF), Da Guedes (RS), Xis & Dentinho (SP), Marcelo D2 (Planet Hemp) –
com contundentes críticas sociais. Boa parte da MPB e da música pop brasileira incorpora traços do rap em seus
repertórios.

1997 – (campanha para atrair investimentos estrangeiros no país)


Quase no final da segunda metade dos anos 90, presencia-se uma certa corrida à chamada música pop eletrônica
em alguns setores da música pop nacional, mas novamente mais como efeito de arranjos musicais, uma vez que o
gênero tecno não admite vocal. Destacamos alguns nomes da chamada nova geração de produtores e performers de
música eletrônica brasileira como os Friendtronics, Xerxes, Mau Mau, M4J, Marky, Tetine, X-Action, Lourenço Loop
B, Ramilson Maia, Gismonti André, Fábio Almeida, Camilo Rocha e outros. À exemplo do que ocorre nas grande
capitais do mundo há dez anos, o Brasil começa a viver o auge do culto aos DJs, que produzem as grandes festas ao
ar livre chamadas de 'raves', ou em casas noturnas, e lançam CDs com remixagens e temas de suas preferências. A
remixagem (o remix) é uma das manifestações mais modernas do momento.
1998 – (Fernando Henrique Cardoso é reeleito presidente da República)
Ao recuperar-se de sérias complicações de saúde com diabete, Milton Nascimento, merecidamente, ganha o
prestigiado Prêmio Grammy na categoria World Music por seu disco Nascimento (WEA), em 25 de fevereiro.

1998 – (grave crise financeira coloca o Real em cheque)


A música brasileira perde Tim Maia, um dos criadores e mestre da soul music tipicamente brasileira e um dos reis
da nossa pop music. Gravemente hospitalizado desde o domingo do dia 8 de Março, o cantor e compositor Tim Maia
faleceria no outro domingo, dia 16 de março, no Hospital Universitário Antônio Pedro, em Niterói, Rio de Janeiro, às
13h03. Sebastião Rodrigues Maia, o Tim, tinha apenas 55 anos, pesava 140 quilos. Alguns de seus maiores sucessos
como "Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar)", "Gostava Tanto de Você" ou "Me Dê Motivo". Tim, que lançou
Roberto e Erasmo Carlos (a quem ensinou a tocar violão), e que começou a fazer muito sucesso nos anos 70, caiu num
certo esquecimento nos 80, e começava a crescer novamente nos anos 90.

1998 – (privatização das companhias telefônicas)


Inesperadamente, o país é tomado de assalto pelo estranho fenômeno dos padres carismáticos cantores. O padre
Marcelo Rossi lança o seu primeiro CD de canções e coreografias religiosas, atingindo a impressionante marca dos 3
milhões de exemplares vendidos. Aproveitando a oportunidade de mercado, outros padres viriam à reboque explorar o
novo filão populista.

1998 – (eleição de governadores, deputados estaduais e federais)


Depois de cinco anos de ausência do cenário musical, e sem lançar músicas inéditas num único álbum, Chico
Buarque retorna com o lançamento do bem-recebido CD Cidades

1998 – (um terço do Senado é renovado) –


Caetano Veloso consegue uma façanha jamais realizada em toda sua longa bem-sucedida mas, muitas vezes,
atribulada carreira. Grava a música "Sozinho", de Peninha, no CD ao vivo Prenda Minha, e vende 1 milhão e meio de
CDs e é o mais tocado nas rádios de todo o país, de Maio a Julho.

1999 – (o Real é desvalorizado e o Brasil é tido como 'a bola da vez')


Gilberto Gil recebe o Grammy para o Brasil, na cada vez mais importante categoria World Music, para o seu disco
ao vivo 'Quanta Gente Veio Ver', de 1998 (WEA), em inglês, 'Quanta Live'. Na verdade, Gil estava torcendo mesmo
para a sua amiga, a cantora caboverdiana Cesária Évora. O Grammy é o Oscar da indústria fonográfica norte-
americana, a Academia de Artes e Ciências da Gravação dos EUA, transmitido por TV para 1,5 bilhão de pessoas, em
180 países.

1999 – (o país é tomado por escândalos de corrupção dos altos escalões executivos e aberturas de CPIs)
Através de David Byrne, seu selo Luaka Bop, e o músico pop norte-americano Beck, os Estados Unidos interessam-
se pela Tropicália através da coletânea The Best of Os Mutantes – Everything is Possible, com grande repercussão na
imprensa internacional. Byrne afirma que a música brasileira deve crescer nos Estados Unidos. A imprensa americana
e inglesa dedicam extensas matérias sobre um dos mais importantes movimentos musicais do Brasil, ocorrido há mais
de 30 anos atrás. Com isso, recobra-se também o interesse pelo músico Arnaldo Dias Baptista – o mais importante dos
Mutantes – com muitas matérias a seu respeito e um CD intitulado 'Arnaldo Dias Baptista – Revisitado Novamente',
lançado pelo selo Dabliu.

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