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Chorinho.

O choro, ou chorinho, é um gênero da música popular brasileira surgido no Rio de Janeiro na segunda


metade do século XIX. Segundo José Ramos Tinhorão, o choro aparece não como gênero musical, mas
como "forma de tocar", por volta de 1870. Sua origem, portanto, está no estilo de interpretação que os
músicos populares do Rio de Janeiro imprimiam à execução das danças de salão europeias,
principalmente as polcas, a dança mais popular no Brasil desde 1844. O choro tem como matrizes os
gêneros luso-africano-brasileiros como a modinha e o lundu, e as danças de salão européias que chegaram
no Brasil principalmente na década de 1840: a polca, a quadrilha, a schottich, a mazurca e a valsa, esta
última presente no Brasil desde os princípios do século XIX. Em um primeiro momento, portanto, o choro
consistiu em um estilo de interpretação da música importada, consumida nos salões e bailes da alta
sociedade do Império. Sob o impulso criador dos "chorões", a comunidade de músicos populares , as
danças europeias foram "abrasileirando-se", adquirindo feições genuinamente nacionais. Tido como a
primeira música popular urbana típica do Brasil, a história está ligada com a chegada, em 1808,
da Família Real portuguesa ao Brasil. Promulgada capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves em 1815, o Rio de Janeiro passou, então, por uma reforma urbana e cultural, quando foram
criados cargos públicos. Com a corte portuguesa vieram instrumentos de origem européia como o
piano, clarinete, violão, flauta, bandolim e cavaquinho, bem como seus instrumentistas. Joaquim Calado,
um famoso flautista deste período, é registrado historicamente como um dos músicos que conceberam o
Chorinho, pois foi ele quem adicionou à performance da flauta a colaboração de dois violões e de um
cavaquinho, que deram início ao caráter improvisador do chorinho atual. Os conjuntos musicais eram
inicialmente integrados por músicos que acumulavam outras funções, geralmente trabalhavam na
Alfândega, nos Correios, na Estrada de Ferro Central do Brasil. Eles se encontravam nos subúrbios ou nas
moradias da Cidade Nova, nas quais muitos deles residiam. Alguns dos chorões mais célebres são
Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha. Com a chegada do cinema mudo, os filmes eram
precedidos pela apresentação de orquestras no hall; além disso, as gravadoras e o rádio ofereciam também
oportunidades para profissionais que surgiam no cenário musical. Desta forma, muitos deles já podiam
dispensar o emprego e se dedicar somente à música.

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