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Movimentos, entidades e pessoas signatárias desta nota pública recebemos com temor a
notícia de que o Ministério das Comunicações pode ser entregue ao União Brasil ou a
outros partidos de direita. Ainda que a governabilidade seja uma questão no regime político
brasileiro, não é razoável cogitar que um partido que até ontem esteve com Jair Bolsonaro
controle uma área essencial ao combate à extrema direita.
Saímos de mais uma eleição em que ficou nítida a influência da mídia e das plataformas
digitais no debate público. A partir desses espaços, o bolsonarismo foi urdido, alcançou a
Presidência da República e criou um sistema político e cultural que, à base de muita
desinformação, segue ameaçando a democracia. Para mudar esse cenário, é preciso
encarar as comunicações como estratégicas, não como moeda de troca política.
O Brasil não pode seguir alheio ao debate mundial sobre o tema, cada vez mais central na
própria geopolítica e no dia a dia da população. Vivemos uma profunda transformação
social estimulada pelas tecnologias da informação e da comunicação. Educação, saúde,
meio ambiente, direitos humanos, trabalho e tantas outras áreas fundamentais têm sido
impactadas por elas.
A combinação das propostas com um nome comprometido com esse programa poderia
ajudar o Brasil a enfrentar um legado de omissão nessa área, o que favoreceu o golpe
contra Dilma Rousseff e a ascensão do bolsonarismo.
ARTIGO 19 Brasil
Associação Brasileira de Pesquisadores e Comunicadores em Comunicação Popular,
Comunitária e Cidadã (ABPCom)
Adesões individuais