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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CENTRAL DE CURSOS DE EXTENSÃO
E PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA POLÍTICA

Deisy Boroviec

POLÍTICAS PÚBLICAS NA COMUNICAÇÃO PARLAMENTAR

Mato Grosso
2018
DEISY BOROVIEC
2

POLÍTICAS PÚBLICAS NA COMUNICAÇÃO


PARLAMENTAR
Conteúdo da TV Assembleia de MT baseado na necessidade do cidadão

Trabalho de Conclusão de
curso apresentado como
requisito para aprovação no
curso de Pós-graduação, em
Ciência Política, da
Universidade Estácio de Sá,
com a orientação do professor
Emerson Ferreira da Rocha.

CUIABÁ – MT
2018
Ciência Política

Deisy Boroviec
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POLÍTICA PÚBLICA NA COMUNICAÇÃO PARLAMENTAR


Conteúdo da TV Assembleia de MT baseado na necessidade do cidadão

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Estácio de Sá,


como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Ciência Política.

Aprovada em, 2018.

Examinadores

_____________________________________________

Professor Emerson Ferreira da Rocha

NOTA FINAL: ______________


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Resumo

Neste artigo o leitor terá a orientação para a TV Pública rumo à


informação que faça a diferença na vida dos munícipes. O cidadão mais
integrado ao conhecimento. Formação e qualificação do povo marginalizado.
Aproveitar a convergência das mídias digitais para colocar o trabalho
audiovisual a serviço da voz popular, com respaldo de uma vasta revisão
literária.

Palavras-Chave: Comunicação, Semiótica, Linguagem, TV Pública, TV


Assembleia MT, Políticas Públicas.
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Abstract

In this article the reader will have the orientation for the Public TV towards the
information that makes the difference in the life of the citizens. The citizen more
integrated to the knowledge. Training and qualification of marginalized people.
To take advantage of the convergence of the digital medias to put the
audiovisual work to service of the popular voice, with backrest of a vast literary
revision.

Keywords: Communication, Semiotics, Language, Public TV, TV


Assembleia MT, Public Policy.
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Agradeço ao meu filho e ao meu marido


pela paciência comigo em dias de
exaustão por motivo dos meus estudos –
Pedro e Luiz Otávio Carvalho Pinto; aos
meus pais – Elizabeth Macuglia e Antonio
Boroviec - que me deram a vida, e a Deus.
7

"Todos esses que aí estão


atravancando meu caminho,
todos passarão, eu pas-
sarinho." (Mário Quintana)
8

Sumário

Introdução..................................9

Desenvolvimento....................12

Conclusão................................16

Referências Bibliográficas......18

Referências da Internet...........20

Anexos.....................................21
9

Introdução

A primeira obra considerada como Ciência Política porque é a


observação do Estado e não a criação ‘imaginária’ do Estado ideal é do
Florentino Nicolau Maquiavel, observador que lançou a pedra fundamental da
Política como conhecemos hoje. Foi o primeiro a desatar os nós que haviam
entre as relações humanas em sociedade e a Igreja. Seu nome virou adjetivo:
“maquiavélico”. Significa um erro semântico, pois, na realidade a observação
que ele fez é real: para se manter no Poder são necessárias atitudes anti-
cristãs, ou seja, os fins justificam os meios.

Entre ser um rei temido e ser um rei amado, a segunda opção é a


recomendada por Maquiavel porque quem ama se vinga também, mas quem
teme, já é esperado o conflito, por isso vai estar preparado para as guerras que
acontecem entre os períodos de paz. Momento maquiavélico: a monarquia era
absolutista, havia um rei, o poder era centralizado e a península itálica ainda
não era unificada como conhecemos atualmente – Itália - e só foi sendo
desenvolvido esse processo de unificação depois de trezentos anos após a
morte de Maquiavel.

Seus ensinamentos podem ser corroborados na contemporaneidade,


prestes a eleger um presidente, os brasileiros querem o que se apresenta
como o mais radical: Jair Bolsonaro, com a proposta de armar a população, sim
legalizar o porte de armas de fogo e facilitar a compra do produto para que os
cidadãos se ‘autodefendam’, admitindo a incapacidade estatal. Nas redes
sociais os internautas disputam verdades absolutas sobre o ex-presidente Lula,
como sendo um prisioneiro político, ignorando todos os processos judiciais que
levaram grande parte de seus aliados partidários à última instância judicial
brasileira.

Com tantas informações corrosivas dos cidadãos em Estado


Democrático de Direito, este estão divididos, mas os eleitores querem um líder.
A espera de Jesus Cristo tornou a experiência ocidental atávica, não há
consciência evidente de que os cidadãos se sintam parte das decisões do país
com responsabilidade em suas escolhas pessoais, inclusive quando o assunto
é boa educação em conversação em redes sociais. A cada experiência uma
sentença que decidirá o futuro do país.

Ainda sobre Maquiavel, ele teve muita virtú e pouca virtude. Esteve
com os Médicis, conquistou os Bórgias, batalhou para voltar ao Poder quando
os Médicis voltaram, mas seus ensinamentos para a manutenção no Poder não
foram o suficiente para evitar a queda dos Médicis, que ao invés de serem
mimados, foram aniquilados. Assim aconteceu com o bolchevique Lenin, o líder
do proletariado russo, no início do século passado, que desbancou os czares,
mas de forma chocante foi o algoz de seu povo, que percebeu e conseguiu
verbalizar as consequências da ditadura do proletariado neste milênio.
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O desencadeamento do autoritarismo mundo a fora deflagrou a


primeira grande guerra mundial. A segunda guerra mundial legitimou ditadores
dos países aliados aos Estados Unidos da América e tirou Hitler do poder.
Assim se fez a grande divisão entre Esquerda e Direita no planeta Terra. O
primeiro mundo foi representado pelos estadunidenses, que se contrapôs ao
segundo mundo, que foi respaldado pela extinta União das Repúblicas
Socialistas Soviética, esta bancava países como Cuba, até a insustentável
queda do muro de Berlim em 1989.

A partir desta data, o Brasil deixa de ser do terceiro mundo e passa


para a classificação de país subdesenvolvido. Um gigante exportador de carne
e de grãos com índice de desenvolvimento humano – IDH - comparado aos
países africanos que mal conseguem produzir seus próprios alimentos, e que
ficou abaixo de Cuba e da Venezuela em 2015. Todos esses dados podem ser
conferidos pelas instituições que aferem esses números (PNUD – Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento – e IMEA – Instituto Mato-
grossense de Economia Agropecuária).

Difícil de entender esses dados acima se a história da Colonização,


do Império e da República oligárquica não fosse estudada. Logo, essas
pesquisas científicas acabam se tornando ‘reserva de mercado’ das academias
que deixam o cidadão comum à margem da informação. Rasos na cultura
erudita, o cidadão fica à mercê da antropofagia de editoriais que vivem da
venda da propaganda e do empresário que paga mais pelo anúncio, portanto
não terão uma visão macro dos acontecimentos políticos.

A alternativa é a TV Pública que se instituiu no início deste milênio no


Brasil. As TVs parlamentares foram oficialmente abertas oficialmente por meio
de Lei em 2001. Mas o que fazer com a emissora pública que surgiu durante a
conversão das mídias?! O momento mudou. A Comunicação horizontal da TV
foi transformada em interação social na Esfera Púbica, bem como privada, por
meio das redes sociais na World Wide Web. O cidadão não porta mais um
telefone móvel e sim um computador que realizou o sonho futurista de Charles
Chaplin de pessoas que se comunicam pelo meio audiovisual, mas de uma
forma mais incrível ainda, uma tecnologia que permite a comunicação por
satélite por preço acessível.

As TVs legislativas começaram na era da horizontalização dos


meios, no momento em que a conversação em rede toma a vez da
comunicação de massa, de um para muitos, atualmente é de um para um. O
mercado foi segmentado e as minorias ganharam voz participativa, de certa
forma. Os portais de notícias, bem como os institucionais, são via de mão dupla
com a Web 4.0 e a interação está presente. O novo cidadão/internauta colocou
a ‘boca no trombone’ e as discussões são mordazes e criam a polarização, já
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abrandada lá no passado após as duas grandes guerras. A polidez é uma


velha desconhecida.

A proposta deste artigo é buscar na revisão literária um produto novo


para TV Assembleia MT, que promova deliberações, com polidez, online e
realmente tenha resultados para a efetivação de políticas públicas. No presente
momento o Parlamento de Mato Grosso tem três canais com o público externo
e um com os servidores por meio da intranet, segundo o gerente de sistemas
do Parlamento, Alexandre Perotto.

Na comunicação interna, os servidores da casa que têm acesso


exclusivo podem comentar as matérias publicadas na intranet. Para o público
externo há o canal com a ouvidoria da Casa de Leis, o acesso ao Instituto
Memória para pedir informações históricas e demais registros institucionais,
bem como um canal de proposição de projetos de Lei, que pode ser feito por
qualquer cidadão, inclusive, um canal que já resultou numa propositura do
deputado estadual Guilherme Maluf em 2016.

A proposição foi feita por Fabio Henrique Brownning por meio do


Facebook e sugestão foi levada a plenário, gerando projeto de Lei para isentar
o ICMS sobre repelentes e inseticidas nos períodos de surtos de dengue, zika
e febre chicungunya. Essa foi a primeira experiência de efetiva interação entre
o internauta cidadão e o Parlamento. Todos os canais acima citados foram
printados e anexados neste artigo científico. Mas há um campo netnográfico a
ser explorado, como usar o audiovisual para o pleno exercício da cidadania?! A
partir daqui, é hora de desenvolver o tema.
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Desenvolvimento

O Brasil completa 30 anos de Constituição Federal em 2018. Um


marco para a democracia, que tem análises críticas sobre o assunto. Para
alguns analistas políticos, como, por exemplo, o paulista Francisco Weffort, a
transição do regime autoritário para o que conhecemos hoje foi um acordo de
continuidade.

“No Brasil, como se sabe, não houve colapso do regime militar, e sim
uma transição com notável continuidade.” (WEFFORT, 1996, p.22)

A sensação de continuidade é registrada ao longo da história de


pesquisadores políticos, na obra “O Abolicionismo”, do diplomata brasileiro
Joaquim Nabuco, que morreu nos EUA em 1910, pode ser observada a
introdução feita pelo saudoso sociólogo Gilberto Freyre na publicação de 1977,
um retrato que não está longe das atuais manchetes que ocupam os espaços
da mídia no Brasil.
“, depois de ter salientado ser o Brasil um país ainda de senhores e
de escravos a todos os quais o trabalho repugnava como a pior das
humilhações, e de ter destacado que a abolição da escravidão, no
Brasil, era o primeiro passo para a organização do ‘trabalho nacional
e, por conseguinte, da civilização brasileira’, dirigiu-se aos nossos
avós em palavras que chegam aos nossos ouvidos com a mocidade e
a frescura de uma mensagem de homem de hoje: dos que hoje se
batem pela organização do trabalho no Brasil como condição básica
do desenvolvimento, não só da democracia, como da civilização
brasileira, dos que hoje situam, acima das reformas simplesmente
políticas ou mecanicamente econômicas, as largas e
compreensivamente sociais, convencidos de que, se a escravidão se
extinguiu no Brasil com a lei chamada retoricamente ‘áurea’, as
instituições auxiliares da escravidão’, a que se referia o grande
pernambucano; dos que hoje ainda não veem no interior do Brasil,
senão num ou noutro trecho, uma população de pequenos lavradores
e criadores que sequer se aproximam da condição dos homens de
fato livres.” (NABUCO, 1977, p.19)

Em referências mais distantes da atualidade também há registros de


‘continuísmos’ daquele que foi amigo e braço direito no campo político de Dom
Pedro II, mas que foi repelido por causa de suas ideias que realmente
mudariam o Brasil, mesmo deportado, José Bonifácio de Andrada e Silva
(1763/1838) plantou a independência do Brasil que se concretizou aos moldes
tupiniquins, com respeito ao Tupã da criação deste Pindorama.
“Os brasileiros querem ter liberdade; mas liberdade individual, e não
as que tinham as repúblicas antigas, que era só a púbica ou política.
Não estão em estado de fazer sacrifícios contínuos pessoais, para
figurarem nas assembleias e na administração; assim temo muito que
o nosso edifício social não acabe em pouco tempo, logo que afrouxe
o entusiasmo momentâneo que o gerou.” (SILVA, 1998, p.108)

Com a observação crítica do cidadão engendrada e segmentada


pelas redes sociais a observação registrada aqui neste artigo científico é de
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que ainda existe o senso comum de que é inexorável um salvador para a Pátria
nas eleições de 2018. Mas é ressaltar que a população deve ser admoestada
sobre os horrores que resultaram do autoritarismo de Hitler, Franco, Mussolini
etc, numa polarização engendrada por experiências europeias e latino-
americanas na primeira metade do século passado.

“Assim, a função que cumpriram os meios na ‘primeira modernidade’


latino-americana dos anos 1930-1950 - que configuraram
especialmente os populismos no Brasil, no México e na Argentina –
respondeu ao projeto político de constituir esses países em nações
modernas mediante a criação de uma cultura e de uma identidade
nacional.” (BARBERO, 2014, p. 71)

A partir desse perfil do cidadão brasileiro, que reflete a situação,


inclusive do povo mato-grossense, é perceptível que a participação popular nas
decisões pode tomar caminhos assombrosos e de muito sofrimento. O cidadão
comum não tem tempo para acompanhar a publicidade dos atos públicos, bem
como todos os setores que formam a economia brasileira. Cada um fala por
sua própria experiência e conhecimento, na maioria das vezes a ciência
popular é rasa, sobre o tema. Entretanto a sabedoria do povo não deve ser
negligenciada.

A Folkcomunicação foi estudada no Brasil por Luiz Beltrão de


Andrade Lima (1918-1996), mas rejeitada pelas Ciências da Comunicação no
período militar da década de 1960. O folclore é defendido como um grande
canal de comunicação coletiva. “O homem do povo lê o mundo tanto quanto o
intelectual, mas com lentes diferentes”, frase de Juremir Machado da Silva no
livro que enaltece a obra Folkcomunicação de Beltrão.

Corroborada a relevância do pensamento popular diante da


Democracia de Direito em que vivemos no país desde 1988, a missão da TV
Pública, em especial a TV Assembleia de MT, é informar, de forma didática, as
comunidades que se deparam diariamente com memes nas redes sociais que
geram confusões, muitas vezes irreversíveis, como, por exemplo, o
linchamento de uma mulher no estado de São Paulo em maio de 2014 acusada
de bruxaria (link anexo) em pleno século XXI.

Algo semelhante aconteceu 20 anos atrás, consequência de notícia


que não foi apurada ou mesmo divulgada de forma Ética e que resultou na
tragédia que ficou conhecida como Escola Base. A responsabilidade dos
jornalistas nesse caso foi questionada de forma branda. Desde 2009 o diploma
de Jornalismo não é mais obrigatório depois de uma decisão do Supremo
Tribunal Federal, tendo como relator do processo o ministro Gilmar Mendes.

Se o diploma não é defeso, então como apurar a conduta ética da


profissão?! A deliberação é ampliada quando todo o cidadão, não só
respaldado pelo artigo V da Constituição Federal, mas com a ferramenta de
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maior liberdade de expressão que funciona a todo vapor que é a Web 4.0 com
suas redes sociais, bem como com espaço para comentários nas matérias
publicadas pelos sites de Comunicação.

“É a comunicação da educação com sua cidade-ambiente que está


nos exigindo pensar a fundo o novo estatuto da mutação
sociotécnica, que hoje desafia o sistema educativo ao abalar não
poucas hierarquias e fronteiras na sociedade” (BARBERO, 2014, p.
141)

A cidade-ambiente está presente na Esfera Pública criada por


grupos em redes sociais. Os algoritmos segmentam o público infante no mundo
virtual, que não aprendeu com as experiências de duas copas do mundo e
duas eleições presidenciais no Brasil (2014/2018) e continua travando batalhas
verbais com ofensas desnecessárias, inclusive, como pessoas desconhecidas
e também com familiares.

Muitas relações interpessoais são rompidas em nome da ‘razão’ nas


discussões acirradas sobre política e futebol em período eleitoral e de jogos
mundiais. A primeira posição da TV legislativa é lembrar que a vida continua
após os pleitos e a educação no trato entre as pessoas é fundamental para a
vida social pacífica.

“....a polidez surge como elemento de normatização das interações,


que visa evitar o confronto e obter a colaboração dos interagentes na
manutenção das faces. Na conversação, deste modo, há um conjunto
de estratégias de polidez que é apropriado pelos atores como um
modo de organizar e coordenar os atos de fala.” (RECUERO, 2014, p.
89)

Outro aspecto relevante é a segmentação, já levantada no parágrafo


anterior, fomentada por algoritmos do mundo binário. Os eleitores de Esquerda
e de Direita, bem como os torcedores de times diferentes vão automaticamente
sendo separados pela rede mundial de computadores, além, é claro, do próprio
internauta que bloqueia interlocutores indesejáveis.

A TV legislativa pode tomar essa base, citada acima, para criar


segmentos de interesse dos cidadãos divididos em temas, como, por exemplo,
criar hiperlinks dentro das Câmaras Setoriais Temáticas, bem como dentro das
Comissões Parlamentares, que já são exibidas pela plataforma do Parlamento
mato-grossense. Dessa forma possibilitando que os interessados em
regularização fundiária tenham acesso mais rápido às reportagens e arquivos
audiovisuais relativos ao assunto.

“Pela forma como os meios se relacionam com o público, ocorre,


finalmente, uma das mudanças mais importantes: a transformação da
cultura de massas em uma cultura segmentada” (BARBERO, 2014, p.
73)
15

O novo espaço púbico virtual é responsável por formar a opinião dos


cidadãos. Por isso a TV Assembleia MT que atualmente fica distante da
Secretaria de Comunicação do Parlamento, tanto geograficamente quanto
ideologicamente, deveria unir as equipes de jornalismo, radio, publicidade
como um todo e trabalhar para que as informações institucionais sejam
espalhadas pelas redes sociais de forma simples e direta, como um grande
canal de comunicação oficial que abre as portas para o cidadão efetivamente.
Dessa forma o cibridismo será trabalhado em favor do cidadão comum que
dará continuidade à corrente de novidades às suas comunidades.

“A informação oral corre como que nas asas do vento. O ouvinte de


agora será o veículo de daqui a pouco, em razão daquela
necessidade instintiva da natureza humana de informar-se e
informar.” (BELTRÃO, 2014, p.136)

Foi dessa forma que os caixeiros viajantes conquistaram os


continentes colonizados, levando as notícias em suas bagagens junto às
mercadorias que vendiam e isso foi registrado na obra de Beltrão. Outro
exemplo da comunicação efetiva é o trabalho dos Jesuítas, analisado no
mesmo volume, que cuidaram da catequização dos nativos ‘sul americanos’, os
índios, usando brincadeiras, teatro etc.

Os religiosos foram precursores da Neuroeducação no mundo


colonial brasileiro. Conseguiram um sincretismo cultural que não agradou os
portugueses e resultou na expulsão dos jesuítas do Brasil porque estes
conquistaram grande poder de influenciar os nativos. Os integrantes da
Companhia de Jesus foram expulsos primeiro, em 1773, do Maranhão.
Entretanto, o exemplo que podemos trazer para a TV Assembleia MT é a forma
de cognição conquistada, com alegria e envolvimento das comunidades.

Efetivar a convergência das mídias dentro do Parlamento em Mato


Grosso é fundamental para a navegação do cidadão na plataforma legislativa,
criando possibilidades de interação real para construir planejamento estratégico
de longo prazo para o Estado. A linguagem direta e simples que alavanca os
atuais eleitores de Bolsonaro e de ‘ Lula-livre’ deve ser usada para o cidadão
comum, porque é a ‘receita do bolo’.

“As mídias digitais e a comunicação em rede ao mesmo tempo


agrupam e segmentam os indivíduos, possibilitando, ao mesmo
tempo, uma exposição quase autorreferencial de si mesmo e o
engajamento político em questões que ultrapassam em muito as
questões do cotidiano.” (MARTINO, 2014, p.120)

Usar as ferramentas digitais do século XXI com a mesma linguagem


popular do rádio e da televisão que já comprovaram sua eficiência no milênio
passado.
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Conclusão

Andrew Lloyd Webber é o maior compositor contemporâneo e tem em


seu currículo uma série de musicais, os quais estão há quase quatro décadas
na Broadway. Entre os mais conhecidos, estão: The Phantom of the Opera,
Evita, Cats etc. Mas o que chama atenção para o objeto de estudo deste artigo
científico é o “Jesus Christ Superstar”.
Na música escrita por Tim Race, e que estreou e estourou na década de
1970, a pergunta da canção: “Porque escolheu um tempo tão atrasado em uma
terra tão estranha? Se tivesse vindo hoje, teria atingido toda a nação. Israel
não tinha comunicação em massa”, há uma crítica à Jesus Cristo e, quem sabe
também, à Deus. Os autores do musical se mostram deslumbrados com a
tecnologia daquele período que era a televisão manipulando as massas. Não
foi diferente com o próprio Marshal Mcluhan, todos achavam que o audiovisual
era uma grande agulha hipodérmica, o que foi contestado pela escola de
Frankfurt.
As teorias da Comunicação foram substituídas pelas Teorias das Mídias
Sociais, tema abordado pelo escritor brasileiro Luís Martino e registrado em
livro homônimo, por isso deve haver uma mudança na postura da
Comunicação Legislativa, em especial em Mato Grosso, que é o estudo de
caso deste artigo científico.
As novas tecnologias ampliaram as estruturas sociais vivenciadas nas
comunidades. Deu possibilidade de interação com os canais de comunicação,
inclusive os veículos oficiais, como, por exemplo, a TV Assembleia MT.
Atualmente os internautas podem opinar em nossas matérias e programas
disponibilizados pelo canal do YOUTUBE. Mas basta uma rápida pesquisa para
constatar que não há interesse da população em comentar o material
veiculado.
Os acessos ao material no YOUTUBE acabam se restringindo aos
entrevistados que participaram da matéria, familiares e amigos. O acesso ao
material ainda é tímido. Por isso, a proposta é colocar o ‘exército’ de
comunicadores do Parlamento para trabalhar em conjunto visando o incentivo
da participação popular efetiva na Casa de Leis. Por meio de memes e criação
de grupos específicos para interagir na Esfera Pública.
Esta não é uma proposta para aumentar os investimentos porque o
Orçamento Público não alcança as demandas estatais, mas é preciso ajustar o
setor de Comunicação Social para que haja um trabalho que tenha feedback
para o cidadão que paga seus impostos. Os servidores são trabalhadores na
área da Segurança Pública, Saúde, Educação, Transportes etc e também na
área da Comunicação Pública, com valor próprio de compartilhar a informação
precisa sobre a administração do nosso negócio que é o Estado.
Todos os profissionais têm seu papel relevante nesse contexto. É
preciso mostrar, principalmente aos ‘bolsominions’, que expressam ódio pelos
servidores públicos que o candidato à presidência é um agente público que
emprega comissionados, mas tem o dever de fazer valer a Constituição
17

Federal e promover concursos públicos e transformar os ‘cabides de emprego’


em trabalhos essenciais à sociedade.
Isso é possível quando os servidores não têm vínculo político e sim a
responsabilidade de trabalho para o cidadão. Utopia?! Talvez, mas só será
sabido se houver tentativa de melhorias nesse sentido.
18

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20

Referências da Internet

INTERVOZES. Levante Sua Voz - Documentário que mostra o poder da mídia


na nossa formação. Publicado em 9 de mar de 2013 por Jean Lucas no canal
do Youtube.

Crise no mundo dos influenciadores digitais - publicado no dia 19 de Setembro

de 2017 - http://unicanews.com.br/artigo/crise-no-mundo-dos-influenciadores-

digitais/18281

Jesus Cristo Superstar veiculado em https://www.letras.mus.br/jesus-christ-

superstar/334176/traducao.html

Mulher Linchada após memes: http://g1.globo.com/sp/santos-

regiao/noticia/2014/05/mulher-morta-apos-boato-em-rede-social-e-enterrada-

nao-vou-aguentar.html
21

Anexos

Imagem do espaço para comentários na página da intranet:

Imagem do acesso à informação, começa pelo cadastramento do cidadão no


site da Assembleia Legislativa de Mato Grosso:

Imagem do projeto de Lei para diminuir o ICMS sobre repelente no Estado:


22

Imagem do formulário de manifestação da Ouvidoria da Assembleia Legislativa


de Mato Grosso:

http://www.al.mt.gov.br/institucional/ouvidoria-geral/

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