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Grupo I
Cabo Verde é um arquipélago de origem vulcânica, do tipo hotspot, situado numa região elevada do atual
fundo oceânico atlântico, que faz parte da “Crista de Cabo Verde” e que corresponde a um domo
possivelmente relacionado com descompressão e fusão parcial dos materiais rochosos que originaram estas
ilhas e que têm alimentado o seu vulcanismo.
Do ponto de vista do enquadramento tectónico, Cabo Verde situa-se a cerca de 2000 km a leste do atual
rifte da Crista Médio-Oceânica (CMO).
Adaptado de MACHADO, F., Vulcanismo das ilhas de Cabo Verde e das outras ilhas atlântidas.
Figura 1 – Localização geográfica do Arquipélago de Cabo Verde (latitude:17º 00’ N; longitude: 24º 00’ W).
A ilha do Fogo é a única que tem vindo a manifestar atividade vulcânica primária, no vulcão Pico do Fogo,
sendo constituída fundamentalmente por mantos lávicos de grande espessura e extensão e por material
piroclástico, de natureza essencialmente basáltica.
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FT 1 - Vulcanologia
Na ilha do Fogo registaram-se 25 erupções notáveis entre 1500 e 1995. Recentemente, a partir de 23 de
novembro de 2014, o vulcão entrou numa fase ativa que ainda decorre. Alguns meses antes, dados da
monitorização do vulcão registaram emissões anómalas de dióxido de carbono, CO2, conforme dados do
gráfico da figura 3.
Figura 3 – Emissão de CO2 pelo vulcão Pico do Fogo (toneladas por dia, t.d –1).
A erupção vulcânica da ilha do Fogo de 2014 foi antecedida por abalos sísmicos no dia 22 de novembro,
pelas 20 horas locais. Admite-se que a presente atividade eruptiva esteja relacionada com a reativação de
falhas e com a destruição do “rolhão” de um cone secundário, situado nas proximidades do Pico Novo,
formado na sequência da erupção de 1995. A erupção começou com a libertação de gases e de piroclastos,
formando uma coluna eruptiva com cerca de 6 km de altura e desenvolveu-se ao longo de uma fissura
localizada no flanco sudeste do centro eruptivo da erupção de 1995. De seguida iniciou-se uma fase
marcada por fluxos de lava que se deslocaram em duas direções, uma na direção SE, tipo aa, e outra na
direção SW, do tipo pahoehoe. De novembro a dezembro de 2014, a erupção do Vulcão do Fogo libertou
mais de 220 mil toneladas de dióxido de enxofre (SO2) para a atmosfera. Esta quantidade de gás permite,
por sua vez, estimar a quantidade de magma expelido para a superfície, da ordem dos 35 a 40 milhões de
m3.
As variações na emissão de SO2 estão diretamente relacionadas com o aumento ou diminuição da taxa
de emissão do sistema magmático sendo, portanto, uma ferramenta útil na monitorização e deteção de
alterações na atividade vulcânica.
Esta erupção já provocou muita destruição, contabilizando-se até ao momento como perdidos a sede do
Parque Natural do Fogo, a Escola Básica Integrada, o Hotel Pedra Brabo, as habitações das três principais
povoações da ilha, as estradas de acesso a Chã das Caldeiras e mais de 400 hectares de terreno. Durante o
mês de janeiro (2015), o vulcão do Fogo continuou em erupção, emitindo gases e piroclastos, mas sem
emissão visível de lavas no foco eruptivo.
Adaptado de World Organization of Volcano Observatories (http://www.wovo.org) e
Observatório Vulcanológico de Cabo Verde Universidade de Cabo Verde (http://www.unicv.edu.cv).
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FT 1 - Vulcanologia
2. Ao longo da sua história vulcânica, a ilha do Fogo tem manifestado atividade eruptiva
(A) central e fissural.
(B) central.
(C) fissural.
(D) termal.
5. Na madrugada de 12 de abril de 2012, cerca das 02h43, hora local, a rede sísmica registou um sismo
na ilha do Fogo, de magnitude 2,9 na escala de Richter, com epicentro no perímetro de Chã das
Caldeiras, com um foco bastante superficial.
7. As dez ilhas que constituem o arquipélago de Cabo Verde são todas de natureza vulcânica. Contudo,
apenas se tem registado, desde a colonização do arquipélago no século XV, atividade eruptiva na ilha
do Fogo.