Você está na página 1de 10

Preparação Testes/Exame Nacional

Biologia e Geologia
Geologia 10º ano

FT_T3

GRUPO I

Na Idade do Bronze (IB), há cerca de 3,6 x 103 anos, uma violenta erupção vulcânica atingiu Tera, uma ilha
do Mar Egeu atualmente conhecida como Santorini (figura 1). A cidade de Akrotiri, cerca de 17 séculos anterior
a Pompeia e que albergava uma civilização desenvolvida, ficou coberta com um metro de cinzas e pedra-
pomes.
Santorini localiza-se no chamado arco Helénico: entre 150 e 170 quilómetros abaixo da ilha, a placa africana
mergulha sob a euro-asiática (figura 2).
Semanas antes desta erupção, a atividade sísmica desencadeou um terramoto que destruiu várias casas
da ilha. Durante a erupção, formou-se uma nuvem quase negra, elevando-se de uma caldeira com cerca de
vinte mil anos na região ocidental da ilha. Foram ejetadas cinzas e também piroclastos, que varreram a ilha,
com a câmara magmática a esvaziar-se de forma quase instantânea.
O vulcão de Tera seria hoje considerado um supervulcão, e esta erupção terá tido magnitude semelhante à
erupção do Krakatoa em 1883. Ter-se-ão formado ondas oceânicas com mais de dez metros de altura.
A destruição foi enorme, ainda que os habitantes da ilha tenham sido arquitetos competentes: o cimento
dos edifícios assentava sobre um estrato de seixos vulcânicos que absorvia parte da energia sísmica.
Há vários anos que os historiadores procuram datar com precisão a erupção de Tera, utilizando datação por
radiocarbono e a dendrocronologia (método baseado na contagem dos anéis das árvores): o crescimento lateral
das árvores depende das condições do ambiente, nomeadamente da temperatura: tendencialmente, as árvores
crescem mais a temperaturas mais elevadas. Recentemente, inovações na datação de núcleos de gelo tornou
possível datar a erupção com precisão: estes núcleos foram retirados em perfurações na Gronelândia, e
indicaram variações sazonais, pois a queda de neve cria bandas anuais que registam variações na atmosfera,
nomeadamente causadas por erupções vulcânicas.

Figura 1 Localização de Santorini no Mar Egeu (esquerda) e pormenor da configuração da ilha (direita). A tracejado, uma
reconstituição aproximada da morfologia do vulcão anterior à grande erupção da Idade do Bronze.

Figura 2 Contexto geotectónico de Santorini


(arco Helénico a tracejado) com referência
aos principais eventos vulcânicos.

Versão 1 – Página 1
Nos itens de 1. a 6., selecione a letra da opção correta.

1. A erupção referida no texto ocorreu ___ e foi uma manifestação de ___.


(A) há cerca de 3600 a.C. ... vulcanismo secundário
(B) numa zona continental ... vulcanismo primário
(C) há cerca de 1600 a.C. ... vulcanismo primário
(D) numa zona oceânica ... vulcanismo secundário

2. A cidade de Akrotiri ficou coberta de cinzas e pedra-pomes. Com esta informação é possível inferir que a
erupção terá
(A) sido do tipo efusivo.
(B) sido calma e de curta duração.
(C) libertado grandes quantidades de lava.
(D) ejetado explosivamente materiais no estado sólido ou parcialmente fundido.

3. De acordo com a sua localização e os dados fornecidos, é possível afirmar que Santorini
(A) resultou da colisão de duas massas continentais.
(B) integra um arco insular.
(C) é a ilha mais recente do arquipélago.
(D) é a ilha mais antiga do arquipélago.

4. A atividade vulcânica em Santorini


(A) é a mais ocidental do arco helénico.
(B) é o mais antigo evento eruptivo associado ao arco helénico.
(C) resulta essencialmente da fusão de materiais da placa euro-asiática.
(D) é uma evidência da proximidade de um limite tectónico ativo.

5. O sismo que antecedeu a erupção referida no texto


(A) está associado a um limite conservativo.
(B) terá sido uma consequência do tsunami.
(C) pode ser considerado um precursor da erupção.
(D) permitiu alertar e evacuar toda a população de Akrotiri.

6. A formação de caldeiras é uma etapa comum na evolução de aparelhos vulcânicos.


A caldeira que existe na ilha
(A) surgiu após o colapso de um cone vulcânico.
(B) surgiu após o esvaziamento quase instantâneo da câmara magmática da erupção descrita.
(C) recebe a designação de lagoa vulcânica, no caso de estar desprovida de água.
(D) corresponde à abertura de um antigo vulcão, por onde foram expelidos piroclastos e cinzas.

7. Explique de que forma a dendrocronologia pode ser utilizada para datar erupções vulcânicas e as
alterações que estas provocam na atmosfera terrestre.

8. Explique de que modo os valores obtidos na monitorização periódica da temperatura das emissões
gasosas, nomeadamente de vapor de água, podem ser usados na vigilância da atividade vulcânica,
permitindo aumentar o nível de alerta das populações.

9. O vulcanismo pode expressar-se de diferentes formas na superfície da geosfera.


Faça a correspondência entre as afirmações da Coluna I e os termos da Coluna II.

COLUNA I COLUNA II

(1) Mofetas
(a) Emanações de gases vulcânicos ricas em enxofre, como as
(2) Piroclastos de fluxo
que se observam na caldeira das Furnas, em São Miguel.
(3) Sulfataras
(b) Nuvens ardentes com elevado potencial destrutivo.
(4) Piroclastos de queda
(c) Lavas fluidas com elevada capacidade de escorrência.
(5) Torrentes lávicas

Versão 1 – Página 2
Analise o corte geológico representado na figura 3 relativo a uma determinada área do interior de Santorini.

Figura 3

10. Os fósseis de trilobites e de amonites são bons fósseis de idade, indicando, para as rochas que os contêm,
uma idade, respetivamente,…
(A) pré-câmbrica e paleozoica. (C) paleozoica e cenozoica.
(B) mesozoica e cenozoica. (D) paleozoica e mesozoica.

11. O princípio da ________ leva-nos a concluir que ________.


(A) inclusão … o granito é mais recente que o calcário
(B) inclusão … o estrato F é mais recente que a falha
(C) interseção … o granito é mais recente que o calcário
(D) interseção … o estrato F é mais antigo que a falha

12. Na base do afloramento representado na figura 3 foi encontrado um cristal do mineral zircão com 25% de
urânio-235, 235U (isótopo-pai).

Nos itens de 12.1 e 12.2, selecione a letra da opção correta.

12.1 A percentagem de chumbo-207, 207Pb (isótopo-filho), presente no mineral é de…


(A) 100%. (C) 50%.
(B) 75%. (D) 25%.

12.2 Sabendo que a semivida do 235U é 704 Ma, a idade do cristal de zircão é ________ Ma porque o decaimento
radioativo corresponde a ________ semividas.
(A) 1408 … duas (C) 352 … duas
(B) 1408 … três (D) 352 … três

Versão 1 – Página 3
GRUPO II

Desde 5 de novembro de 2019 até 13 de janeiro de 2020, foram registados mais de 4000 sismos (figura 4)
na região a oeste da ilha do Faial, com valores de magnitude compreendidos entre 1.0 e 4.7.
Os sismos de maior magnitude ocorreram nos dias 5 de novembro e 18 de dezembro, com magnitudes 4.6
e 4.7, respetivamente. Da totalidade dos eventos registados, 35 foram sentidos com intensidades máximas,
variando de II/III a IV/V.
A localização do arquipélago dos Açores, na zona de junção tripla das placas Norte-Americana, Eurasiática
e Africana, confere-lhe características de atividade sísmica intensa. A sismicidade do arquipélago organiza-
se, geralmente, em sequências sísmicas, quer como réplicas de um evento principal, quer como enxames ou
crises com sismos de magnitude reduzida a moderada, podendo os mais fortes ser sentidos pela população.
A região a oeste do Faial é uma das zonas onde são recorrentes períodos de intensa atividade sísmica.
Desde a madrugada do dia 5 de novembro de 2019, foi detetado um aumento da frequência sísmica, com
eventos localizados a cerca de 30 km a oeste do Faial.

Figura 4 Mapa de registo sísmico a oeste do Faial, entre novembro de 2019 e janeiro de 2020.

Nos itens de 1. a 6., selecione a letra da opção correta.


1. No contexto geotectónico dos Açores, verifica-se no rifte da Crista Médio-Atlântica (CMA)
(A) a atuação de forças predominantemente compressivas.
(B) a atuação de forças predominantemente distensivas.
(C) a atuação de forças predominantemente transformantes.
(D) a atuação simultânea de forças distensivas e compressivas.

2. A sismicidade registada nos Açores é


(A) intraplaca, associada a limites divergentes.
(B) intraplaca, com predomínio de forças compressivas.
(C) interplaca, associada a limites divergentes.
(D) interplaca, com predomínio de forças compressivas.

3. Para avaliar a magnitude da atividade sísmica foi usada a escala de , que quantifica .
(A) Richter … os efeitos provocados nas construções humanas
(B) Richter … a energia libertada no hipocentro
(C) Mercalli … os efeitos provocados nas construções humanas
(D) Mercalli … a energia libertada no hipocentro

4. Os eventos sísmicos que ocorrem após um sismo principal designam-se


(A) abalos premonitórios e registam maior magnitude.
(B) abalos premonitórios e registam menor magnitude.
(C) réplicas e registam maior magnitude.
(D) réplicas e registam menor magnitude.

Versão 1 – página 4
5. A melhor explicação para o registo de ondas P e para a ausência de registo de ondas S, numa estação
sismográfica distanciada do epicentro de um sismo gerado na região dos Açores, será o facto de as ondas
S deixarem de se propagar ao atravessarem o limite
(A) manto/núcleo externo.
(B) crusta continental/manto.
(C) núcleo externo/núcleo interno.
(D) crusta continental/crusta oceânica.

6. O gráfico da figura 5 traduz a variação da intensidade e da magnitude com


a distância epicentral.
A variação da intensidade e da magnitude com a distância epicentral estão
representadas, respetivamente, pelas letras
(A) Y e X.
(B) Y e Z.
(C) X e Y.
(D) Z e Y. Figura 5

7. Explique, tendo em conta a relação entre a atividade sísmica e a magmática, porque se considera que a
ocorrência de um grande número de sismos, num curto período de tempo, pode ser indicadora da
formação de uma nova ilha no arquipélago dos Açores.

8. O sismograma da figura 6 foi registado numa estação sismográfica do Faial, em dezembro de 2018.

Figura 6

8.1.Estabeleça a correspondência entre cada uma das afirmações identificadas pelas letras de A a E e um
dos números do sismograma referente às ondas sísmicas.
A. As partículas do meio vibram longitudinalmente à direção de propagação da onda.
B. Possuem maior amplitude.
C. Só se propagam em meio sólido.
D. Provocam alterações de volume e de forma.
E. Propagam-se à superfície, a partir do epicentro.

8.2. Ordene as afirmações identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência


cronológica de acontecimentos que ocorrem na propagação de ondas sísmicas no sismo representado.
A. Sismógrafos na cidade da Horta registam o sismo.
B. As ondas sísmicas atingem o epicentro.
C. Perceção do sismo no Pico.
D. Rutura das rochas em profundidade.
E. Propagação das ondas P e S a partir do hipocentro.

Versão 1 – página 5
8.3. Estabeleça a correspondência entre cada uma das afirmações relativas à sismologia, na Coluna I, e a
respetiva designação, na Coluna II. Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.

COLUNA I COLUNA II

(a) Permite a deteção e registo dos movimentos bruscos da


(1) Isossista
litosfera.
(2) Réplica
(b) Abalo sísmico de menor intensidade que antecede o abalo
(3) Abalo premonitório
sísmico principal.
(4) Sismograma
(c) Linha que delimita uma área onde a intensidade do sismo foi
(5) Sismógrafo
igual.

Versão 1 – página 6
GRUPO III

Os núcleos de Marte e da Terra


Devido à ausência de dados sismológicos, pouco se sabe sobre a estrutura interna do planeta Marte.
Estimativas sobre o tamanho do núcleo marciano variam entre 2200 e os 4000 km de diâmetro, o que
corresponderá a cerca de 6 a 21% da massa planetária. Os investigadores acreditam que o núcleo seja
principalmente constituído por ferro. No entanto, o facto de o campo magnético marciano possuir uma
pequeníssima intensidade sugere que o núcleo possa ser pequeno e sólido ou, em alternativa, grande e
semissólido ou líquido. A deteção de crosta marciana antiga fortemente magnetizada é um dos dados mais
surpreendentes que fornecem importantes pistas para o estudo da história e da natureza do núcleo de Marte.
A partir destes novos dados foi construído um modelo da atual estrutura interna do planeta vermelho (figura
7A).
O núcleo da Terra, por outro lado, possui um diâmetro com cerca de 7000 km, o que corresponde a 32%
da massa planetária. É constituído por ferro e níquel e compreende duas camadas, o núcleo interno sólido e
o núcleo externo líquido.
A figura 7B representa a propagação das ondas S no interior do nosso planeta.

A B

Figura 7- A – Modelo hipotético da estrutura interna de Marte. B – Esquema representativo da propagação das ondas S
no interior da Terra.

Nos itens de 1 a 7, selecione a opção que completa corretamente cada uma das afirmações.

1. A letra C da figura 7 assinala uma zona de _____, correspondente a uma faixa da superfície terrestre
onde não são detetadas ondas sísmicas _____.
(A) sombra sísmica … L diretas
(B) baixa velocidade … S diretas
(C) sombra sísmica … S diretas
(D) baixa velocidade … L diretas

2. O estudo da história e da composição do núcleo marciano constitui um método _____ de pesquisa para
o conhecimento da estrutura interna ________.
(A) indireto ... da Terra (C) indireto ... dos astros
(B) direto ... da Terra (D) direto ... de Marte

3. A descontinuidade de
(A) Mohorovicic assinala uma mudança no estado físico dos materiais que constituem a crosta e o manto.
(B) Gutenberg separa duas zonas com propriedades físicas e químicas distintas.
(C) Lehmann limita duas zonas com composição química muito distinta.
(D) Gutenberg delimita o núcleo interno do núcleo externo.
Versão 1 – página 7
4. No interior da geosfera, a anulação das ondas sísmicas _____ confirma a existência de _____.
(A) S … uma zona de baixa velocidade
(B) P … um núcleo externo fundido
(C) S … um núcleo externo fundido
(D) P … uma zona de baixa velocidade

5. Em zonas da crusta terrestre onde se localiza minério metálico, verificam-se anomalias gravimétricas
_______, sendo os valores da aceleração da gravidade _______ aos verificados nas zonas envolventes.
(A) positivas … inferiores
(B) positivas … superiores
(C) negativas … inferiores
(D) negativas … superiores

6. O acentuado enfraquecimento do campo magnético em Marte teve como consequência a posterior


instalação de rochas basálticas
(A) portadoras de anomalias magnéticas.
(B) muito magnetizadas.
(C) com intensa orientação dos minerais magnetizados.
(D) com pouca orientação dos minerais magnetizados.

7. O enfraquecimento do campo magnético marciano dever-se-á


(A) ao aumento da fluidez dos materiais do núcleo.
(B) ao aumento do teor em ferro do núcleo.
(C) à diminuição da fluidez dos materiais do núcleo.
(D) ao aumento das correntes elétricas geradas no núcleo do planeta.

8. Explique em que medida a descoberta de uma crosta antiga muito magnetizada em Marte permite
conhecer a história e a natureza do núcleo deste planeta.

Versão 1 – página 8
Critérios de Correção

Questão Resposta Cotação


Versão 1 Versão 2
Grupo I
1 C B 6
2 D C 6
3 B A 6
4 D C 6
5 C B 6
6 A D 6

- Referência a um maior crescimento lateral das árvores a temperaturas mais


elevadas;
- Referência à diminuição da temperatura global por bloqueamento da radiação solar 10
aquando de uma erupção vulcânica; 1T- 3
7 - Relação entre a diminuição da temperatura e da formação de anéis menos 2T- 5/7
espaçados, usados na dendrocronologia para datar eventos vulcânicos de larga 3T – 8/10
escala.

- Quando está próxima uma erupção vulcânica, há movimentação do magma e


ascensão deste em direção à superfície, aumentando a temperatura das rochas
encaixantes. 10
- A água em contacto com essas rochas aquece e emerge a uma temperatura 1T- 3
8
elevada. 2T- 5/7
- Se existir monitorização da temperatura das emissões gasosas, é possível 3T – 8/10
aumentar o nível de alerta e, eventualmente, evacuar populações.

a) 3
9 b) 2 5
c) 5
10 D C 6
11 C B 6
12.1 B A 6
12.2 A B 6
Grupo II
1 B A 6
2 C B 6
3 B A 6
4 D C 6
5 A D 6
6 D C 6
10
- As ilhas açorianas resultam de atividade vulcânica, que forma cones altos que,
7
ao ultrapassarem o nível da água do mar, formam ilhas.
1T- 3

PÁGINA 9
- A ocorrência de uma grande quantidade de sismos, num curto período de tempo, 2T- 5/7
pode ser indicador de movimento do magma em profundidade. 3T – 8/10
- A ascensão do magma à superfície, que também pode ser acompanhada de
atividade sísmica, originará novas erupções e, eventualmente, uma nova ilha.
A- 1 6
B- 3
8.1 C- 2 5,4 ------ 6
D- 1 2,3 –-----3
E- 3 0,1 -------0
8.2 D–E–B–A-C 6
a) 5
8.3 b) 3 5
c) 1
Grupo III
1 C B 6
2 A B 6
3 B A 6
4 C B 6
5 B A 6
6 D C 6
7 C D 6
- Relação entre a crosta antiga constituída por rochas muito magnetizadas e a
10
elevada intensidade do campo magnético da época.
- Relação entre a intensidade do campo magnético primitivo e a existência de um
8 1T- 3
núcleo metálico/ferro em estado líquido.
2T- 5/7
- Relação entre o possível aumento da rigidez do material do núcleo e o
3T – 8/10
enfraquecimento do campo magnético de Marte.
TOTAL 200

PÁGINA 10

Você também pode gostar