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Monografia
A IMPORTÂNCIA DO ETANOL
BRASILEIRO NO CENÁRIO MUNDIAL
ITAJAÍ
2009
RENANN ORIVALDE MERLIN
Monografia
A IMPORTÂNCIA DO ETANOL
BRASILEIRO NO CENÁRIO MUNDIAL
ITAJAÍ
2009
2
a) Nome do estagiário
Renann Orivalde Merlin
b) Área de estágio
Monografia
c) Orientador de conteúdo
Prof. MSc. Luiz Carlos Coelho
A preservação do meio-ambiente e a busca por produtos ecologicamente corretos não era prioridade
de nenhum governo, empresa ou consumidor até há alguns anos atrás. Porém, o agravamento dos
problemas com o aquecimento global fez com que a política, à mídia e a consciência da população
passasse a estar voltada de forma direta à estes problemas, buscando e apoiando a produção de
produtos não poluentes ou pelo menos que sejam menos poluentes. Neste contexto, o Brasil que é o
maior produtor mundial de etanol de cana-de-açúcar, um combustível que causa menores problemas
à camada de ozônio, poderá conquistar com a produção deste biocombustível, não só benefícios
econômicos, como também tecnológicos e sociais. Este trabalho monográfico tem como objetivos
apresentar as características, vantagens e desvantagens do etanol brasileiro, destacando as
principais barreiras comerciais e ambientais, seus concorrentes e novos mercados, além de identificar
os principais obstáculos mundiais ao etanol brasileiro. A metodologia utilizada foi de caráter
qualitativo, bibliográfico, exploratório e descritivo. Constatou-se que ainda há a necessidade de
maiores investimentos na área, e que apesar das inúmeras vantagens que o Brasil possui na
produção do etanol em relação aos outros países produtores, há muito ainda a ser realizado para que
o etanol se concretize como sendo um combustível mundial. O Brasil desempenha importante papel,
tanto na produção, quanto na exportação deste produto, porém, os subsídios do governo americano
aos seus produtores afetam de forma direta a concorrência do produto brasileiro no mercado exterior.
É necessário ainda, muito trabalho e investimentos do governo brasileiro no sentido do país poder
efetivamente conquistar o espaço de player na produção de etanol. Além disso, é importante que seja
comprovada a eficiência e a garantia de abastecimento deste combustível. Dessa forma o Brasil
poderá não só exportar maior quantidade do produto, como também toda a tecnologia de produção
para países em desenvolvimento.
LISTA DE SIGLAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................10
1.1 Objetivo geral .................................................................................................11
1.2 Objetivos específicos......................................................................................11
1.3 Justificativa .....................................................................................................11
1.4 Abordagem geral do problema .......................................................................12
1.5 Questões específicas .....................................................................................13
1.6 Pressupostos..................................................................................................13
2 METODOLOGIA ................................................................................................15
2.1 Tipo de pesquisa ............................................................................................15
2.2 Área de abrangência ......................................................................................16
2.3 Coleta e tratamento dos dados.......................................................................16
2.4 Apresentação e análise dos dados.................................................................16
3 HISTÓRICO DA AGRICULTURA BRASILEIRA.................................................17
3.1 Histórico..........................................................................................................17
3.2 O início da produção agrícola.........................................................................18
3.2.1 A Decadência do açúcar..............................................................................19
3.3 O início do ciclo do café..................................................................................20
3.3.1 A decadência do café ..................................................................................21
3.4 A agricultura atual do Brasil............................................................................22
3.5 A criação do PROÁLCOOL na década de 70.................................................25
4 ETANOL E AS NOVAS FRONTEIRAS .............................................................29
4.1 Benefícios do etanol para o meio-ambiente ...................................................29
4.2 Barreiras ambientais e sociais para o etanol brasileiro ..................................32
4.3 Vantagens naturais brasileiras para a produção de etanol.............................34
4.3.1 Matéria-prima: a cana-de-açúcar .................................................................35
4.4 Produção de etanol e a produção de alimentos no mundo.............................36
5 DESAFIOS PARA O ETANOL BRASILEIRO ....................................................38
5.1 Desafios...........................................................................................................38
5.2 Novas fronteiras de expansão do etanol ........................................................41
5.3 O etanol produzido nos EUA. .........................................................................42
5.4 Produção de cana-de-açúcar e etanol no Brasil.............................................44
5.5 Barreiras tarifárias para o etanol brasileiro .....................................................47
6 INFRA-ESTRUTURA E TECNOLOGIA..............................................................49
6.1 Infra-estrutura para o transporte do etanol......................................................49
6.2 Investimento em infra-estrutura de transporte no Brasil..................................52
6.3 Ipanema: o primeiro avião a álcool do mundo.................................................55
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................57
REFERÊNCIAS.........................................................................................................59
ANEXOS.....................................................................................................................65
ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS....................................................................656
10
1 INTRODUÇÃO
Unidos da América (EUA), os novos mercados que poderão introduzir o etanol como
fonte de combustível e alguns dados da produção de etanol no Brasil.
A infra-estrutura brasileira e os investimentos que devem ser feitos para uma
melhora na logística de transporte será o último capítulo desse trabalho além de falar
sobre o Ipanema, o primeiro avião a álcool no mundo que é produzido e feito com
tecnologia brasileira.
1.3 Justificativa
O debate sobre o uso do etanol está cada vez mais em pauta, pois sabe-se,
que os combustíveis fósseis, os mais utilizados, são finitos e as reservas terrestres
12
1.6 Pressupostos
que o plantio do etanol estaria ocupando espaço que deveria ser usado para o
plantio de alimentos o que elevaria o preço dos alimentos.
2 METODOLOGIA
Quanto aos fins designados por esta pesquisa, a mesma apresenta caráter
exploratório e descritivo.
3.1 Histórico
Logo após 1530, Portugal mudou o modo de ver o Brasil, percebendo que era
necessária a colonização para continuar com a posse das terras. Devido à extensão
das terras a produtividade e as condições climáticas, Portugal percebeu que o Brasil
contava com uma grande vantagem para a produção da cana-de-açúcar, produto o
qual tinha um grande valor de mercado na Europa.
Mais uma grande crise ocorreu e dessa vez não foi só no Brasil e sim no
mundo todo, com a crise mundial de 1929, o consumo dos produtos caíram
bruscamente no mundo e com o café não foi diferente. O Brasil se obrigou a queimar
o café estocado e a destruir mudas nas plantações, na tentativa de parar a queda
dos preços provocados pelo excesso de produção.
Tabela 2: Evolução da área cultivada e da produção de grãos no Brasil. 1995 até 2005.
SAFRAS ÁREA PLANTADA (milhões de há) PRODUÇÃO (milhões de t)
1995/96 36,8 73,8
1996/97 36,4 78,9
1997/98 35,0 76,5
1998/99 36,7 82,4
1999/00 37,7 82,8
2000/01 37,3 98,2
2001/02 40,2 96,7
2002/03 43,9 123,2
2003/04 47,3 119,1
2004/05 48,3 131,9
Fonte: Araújo, 2005, p. 30.
O potencial do Brasil que nos leva sempre ao exagero. Mas, desta vez, o
exagero é dos norte-americanos. Segundo seu Departamento de
Agricultura, dos 845 milhões de hectares existentes no Brasil, apenas cerca
de 50 milhões são atualmente usados. Outros 42 milhões não podem ser
usados porque são cidades, estradas, lagos etc. outros 444 milhões são
florestas e devem ser usadas sustentavelmente, aproveitando os bilhões de
dólares da biodiversidade. Sobra, então, algo em torno de 130 milhões a
140 milhões de hectares ainda não usados no cerrado, bem como 170
milhões de hectares de pastagens – e parte disso pode ser convertida para
grãos e outras culturas. A soja pode ser produzida em uma área entre 50
milhões a 100 milhões de hectares, gerando algo entre 150 milhões a 300
milhões de toneladas, se o mercado mundial assim desejar (Estados
Unidos). (NEVES; NEVES; ZYLBERSTAJN, 2006, p. 04 e 05).
por longos anos, por isso, ocorre um desinteresse do governo brasileiro pelo
programa.
A tecnologia dos motores flex fuel veio dar novo fôlego ao consumo interno
de álcool. O carro que pode ser movido a gasolina, álcool ou uma mistura
dos dois combustíveis foi introduzido no País em março de 2003 e
conquistou rapidamente o consumidor. Hoje a opção já é oferecida para
quase todos os modelos das indústrias e, os automóveis bicombustíveis
ultrapassaram pela primeira vez os movidos a gasolina na corrida do
mercado interno. Diante do nível elevado das cotações de petróleo no
mercado internacional, a expectativa da indústria é que essa participação se
amplie ainda mais. A relação atual de preços faz com que o usuário dos
modelos bicombustíveis dê preferência ao álcool. (EVOLUÇÃO DO
PROGRAMA NACIONAL DO ÁLCOOL – Proálcool, 2008, p. 05).
28
Desde o surgimento dos carros flex, a venda desse tipo de carro não parou de
crescer, a maior parte dos carros vendidos com destaque para os populares saem
de fábrica com o motor bicombustível. Devido ao aumento das vendas dos carros
flex, a conseqüência é o aumento do consumo de álcool, fazendo com que a
produção do Brasil não pare de crescer.
Após 33 anos da criação do PROÁLCOOL, passado por diversas fases, entre
elas uma longa fase de dez anos de estagnação, o PROÁLCOOL, está em alta e é
uma grande promessa de sucesso, o número de construção de usinas está
aumentando assim como a plantação da cana-de-açúcar.
29
renováveis, uma vez que são necessárias eras geológicas para sua
formação. (MAY; LUSTOSA; VINHA 2003, p. 34).
A cana gasta quatro vezes menos energia do que o milho, 1,6 bilhões de
kcal para a cana contra 6,6 bilhões para o milho. Além de ressalvar para o
fato que os custos de produção do álcool de cana são muito mais baratos
do que os de milho, sem levar em consideração o subsídio pago aos
produtores de milho e aos usineiros americanos. O custo de produção de
etanol de cana é muito inferior ao de milho, U$0,28/L contra U$0,45/L.
Relativo aos combustíveis fósseis, a emissão de gases efeito estufa foi
reduzido em 66% com a produção e combustão de etanol de cana-de-
açúcar e 12% com o etanol de milho.
5.1 Desafios
Essas buscas por novas tecnologias trarão vantagens para o Brasil, pois
reduzirá o desperdício de matérias-prima e aumentará consequentemente a
quantidade de combustível para vender a outros mercados.
Nota-se na tabela 4 que nenhum outro país está ameaçando a liderança dos
dois maiores produtores mundiais de etanol, porém como o etanol é um produto de
origem vegetal e precisa de grandes áreas para a matéria-prima ser cultivada,
países como a Índia e o continente africano despontam como futuros grandes
produtores de biocombustíveis, pois possuem grandes áreas cultiváveis e despertam
o interesse de empresas de países desenvolvidos, principalmente da UE.
Assim como surge na Índia novas formas de produção de etanol, com plantas
que não exigem muita água e poucos cuidados, a África que está sendo considerada
como uma nova fronteira de expansão do etanol possui inúmeras vantagens para o
cultivo da cana-de-açúcar e outras plantas. Grandes empresas já estão investindo
nesse continente com a esperança de produzir combustível a competitivos preços,
além de gerarem maior progresso para o continente africano.
São Paulo é o maior produtor de álcool do Brasil, sendo responsável por mais
de 61% da produção nacional, em segundo lugar está o estado do Paraná com
7,42% e em terceiro está Minas com 7,27%. Um dos motivos de São Paulo estar
disparado na produção de álcool do Brasil é que o estado é considerado o centro
das negociações do país, com o maior número de investimentos e o maior número
de usinas já existentes e em construção. Desde os tempos do PROÁLCOOL, o
estado já despontava como o maior produtor de cana do Brasil e liderava nas
pesquisas da utilização do álcool como combustível. Porém, estados como Minas
Gerais e Goiás estão investindo fortemente na produção do etanol, com a criação de
novas usinas, incentivos aos agricultores e investimentos em logística. Conforme a
Exame (2008, p. 143), Goiás pretende assumir a vice-liderança.
Uma das formas de o Brasil tentar ganhar uma fatia ainda maior desse
mercado é através do Caribe e da América Central, pois os EUA isentam as taxas de
importações a esses países.
6 INFRA-ESTRUTURA E TECNOLOGIA
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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atlas, 2004.
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2009.
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SIL, Antonio Carlos. A liderança mundial é a meta. Brasil tem grandes pesquisas
de ponta sobre o combustível, mas precisa investir mais para não perder o
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STEFANO, Fabiane. A nova fronteira do etanol. Revista Exame. São Paulo, junho,
2008.
SZWARC, Alfred. No Debate, o Fator Etanol. Revista Brasil Energia, Nº. 335, São
Paulo, outubro. 2008.
TOLEDO, V.V; GANCHO, C.V. Verdes Canaviais. 5ª ed. São Paulo: Moderna,
2000.
ANEXOS
Nome do estagiário
Renann Orivalde Merlin
Orientador de conteúdo
Prof. MSc. Luiz Carlos Coelho