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(Organizador)
ATIVIDADE FÍSICA
EM TEMPOS DE
PANDEMIA
Experiências, desafios e
perspectivas
Márcio Flávio Ruaro, PhD
(Organizador)
Editora Ilustração
Cruz Alta – Brasil
2020
Copyright © Editora Ilustração
CATALOGAÇÃO NA FONTE
ISBN 978-65-88362-48-8
DOI: 10.46550/978-65-88362-48-8
1. Atividade física. 2. Exercício físico. 3. Isolamento
social. 4. Pandemia (COVID-19). I. Ruaro, Márcio
Flávio (org.).
CDU: 796
2020
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização da Editora
Ilustração. Todos os direitos desta edição reservados pela Editora Ilustração.
Rua Coronel Martins 194, Bairro São Miguel, Cruz Alta, CEP 98025-057
E-mail: eilustracao@gmail.com
www.editorailustracao.com.br
Conselho Editorial
APRESENTAÇÃO...............................................................................17
Márcio Flávio Ruaro
A PANDEMIA.....................................................................................21
Natália Leão
SOBRE OS AUTORES......................................................................207
APRESENTAÇÃO
pandemia.
O segundo capítulo, “Sistema Imunológico: A importância em
realizar exercícios físicos durante o período de isolamento social”, Marcio
Roberto Doro, Carlos Souza da Silva, Rômulo Martins, Camila de Melo
Accardo e Marcio Flavio Ruaro abordam os aspectos importantes do
exercício físico com enfoque na prevenção para fortalecimento do sistema
imunológico, imprescindível para o enfrentamento da COVID-19.
A psicóloga Adriana Ribas, autora do terceiro capítulo “Corpo e
mente: Como manter a motivação para a prática de atividade física durante
a pandemia”, traz a relação entre Corpo e Mente, os desafios de uma mente
ansiosa, como trabalhar novos hábitos e de que forma podemos manter a
nossa motivação para prática de atividade física tão essencial durante este
período de isolamento social.
No quarto capítulo, “Benefícios do treinamento físico na COVID-19:
ferramentas para o profissional de Educação Física se adaptar ao novo
normal”, os autores Bruno Nascimento-Carvalho, Adriano dos Santos,
Thayna Fabiana Ribeiro-Batista, Maria Claudia Irigoyen e Iris Callado
Sanches contribuem com conhecimentos direcionados aos profissionais de
Educação Física ao “novo normal”, com informações pertinentes sobre o
controle do nível de atividade física total de seus alunos, sobre os efeitos
deletérios induzidos pelo novo coronavírus no organismo, e os possíveis
efeitos benéficos do treinamento físico na COVID-19, indicando métodos
de controle para prescrição do treinamento físico à distância.
Na sequência no capítulo “Alimentação durante o isolamento
social”, os nutricionistas Michael Martini, Bruno Nascimento Lopes e
Brunno Cesar Timoteo Lira abordam os principais fatores relacionados a
alimentação durante a quarentena, que podem contribuir para o aumento
de peso e gordura corporal. Também abordam as estratégias que podem
ajudar com a manutenção do peso durante o isolamento social ou ainda,
contribuir com a perda de peso durante um processo de emagrecimento.
No sexto capítulo “Estratégias de emagrecimento além do
convencional”, o professor de Educação Física e personal do emagrecimento
Jozias Fortunato apresenta estratégias de emagrecimento que vão além
do convencional, contribuindo para manutenção e cuidados com o peso
durante o período da pandemia.
O nutricionista Guilherme Andrade Lira Pereira, traz em seu
capítulo intitulado “Suplementação alimentar durante o isolamento
social” recomendações e condutas sobre a necessidade ou não da
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Atividade Física em Tempos de Pandemia
Natália Leão
vimos obrigados a olhar para dentro, para os nossos hábitos, e muitos não
gostaram do que viram. Por décadas colocamos as demandas externas à
frente das internas. Quando perguntadas porque não praticavam atividade
física as pessoas poderiam listar, facilmente, todos os afazeres mais urgentes
ou importantes como impeditivos. Até o coronavírus nos lembrar do que
é realmente urgente. Aparentemente, olhar a morte tão de perto, nos
fez olhar também para a vida. Quanta vida estávamos deixando passar
imóveis? Repensamos nossas relações, inclusive aquela com nosso corpo
e, consequentemente, com o esporte. Vimos que, da porta de casa para
dentro, o bem estar importa muito mais que a estética; que construir
hábitos saudáveis tem muito mais a ver com médio e longo prazo que
com imediatismo; que mover-se pode oxigenar não apenas as células, mas
também as ideias.
À medida que a pandemia de coronavírus arrefecer - sim, um dia
ela será apenas a lembrança de um vírus mortal - é provável que voltemos à
nossa rotina de trânsito, reuniões intermináveis, compromissos inadiáveis.
Que bom será se mantivermos algumas conquistas positivas desses tempos
pandêmicos, como a consciência de que nosso corpo é o guardião de um
sopro de vida, tão intenso e potente quando sensível e frágil; que a vida
deve ter movimento e que, em muitos casos, ele pode ser o remédio que nos
livra dos remédios; que a real motivação para se envolver com um esporte
deve ser íntima e não dependente de aplausos ou estímulos externos; que
nosso tempo é finito e deve ser usado com sabedoria e, finalmente, que o
seu bem estar, físico e mental, deve ser prioridade todos os dias.
Entendendo a situação
Atividade física
A reclusão ocasionada pelo distanciamento social tende a fazer
com que as pessoas sejam ainda menos ativas, o que pode ocasionar,
por exemplo, ganho de peso e o surgimento ou ampliação dos efeitos de
doenças relacionadas ao estilo de vida (hipertensão, diabetes, entre outras).
A atividade física não evita que a pessoa seja contaminada, mas fortalece
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Márcio Flávio Ruaro (Org.)
Referências
Introdução
Revisão de literatura
Coronavírus é uma grande família de vírus que causam doenças
respiratórias que variam de resfriado comum a doenças pulmonares mais
graves. SARS-CoV-2 é um vírus altamente transmissível que se espalha
principalmente por meio de gotículas transportadas pelo ar quando
infectadas (NIEMAN DC, 2020). O vírus ataca o tecido vascular por todo
o corpo, causando isquemia lesões e reações inflamatórias que destroem
células e tecidos (ACKERMANN M, VERLEDEN SE, KUEHNEL M,
et al, 2020). Estudo aponta que aponta que para algumas pessoas, o SARS-
COV-2 se comporta similar ao HIV, infectando linfócitos TCD4, que
compromete a imunidade adaptativa e resposta na produção de anticorpos
que também faz parte desta imunidade, (DAVANZO et. al.,2020).
O mesmo também causa dano direto ao tecido, e o sistema
imunológico do corpo pode responder excessivamente à infecção, resultando
em uma tempestade de citocinas capaz de destruição significativa, a
tempestade de citocinas é um termo genérico, aplicado à liberação excessiva
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Márcio Flávio Ruaro (Org.)
Nieman tem mostrado por muito tempo que a relação entre o risco de
infecção e a extensão do exercício segue uma curva J (Nieman DC, 1994).
Isso significa que fazer regular moderado o exercício por um curto período
reduz o risco de infecções comparado a nenhuma forma de atividade física.
Contudo, aumentar a dose de atividade ou exercício muito alto, e fazer
isso por um longo período, aumenta o risco de infecções constantemente
até que se torne mais vulnerável do que se eles fossem inativo em primeiro
lugar (NIEMAN DC, 1994).
Como já apresentado na introdução a complexidade dos casos, apenas
5% dos casos, evolui com gravidade, necessitando de cuidados intensivos,
e dentre estes identifica-se uma mortalidade de 61%, chegando a 81%
nos pacientes que necessitam de ventilação mecânica invasiva (SANTOS,
et al, 2020). Relatos médicos tem evidenciado que estes 5% apesentam
alguma doença pré-existente, em geral “doenças cardiovasculares, câncer,
obesidade”.
Assim é possível identificar uma ligação metabólica e endócrina
direta entre diabetes tipo 2 mellitus (DM2), hipertensão e SARSCoV- 2
(BORNSTEIN SR, et al, 2020). Também é importante destacar que com
4 bilhões de pessoas em confinamento no mundo, o surto de COVID-19
pode resultar em tempo excessivo de sedentarismo, especialmente na
população de sujeitos vulneráveis e deficientes. Em muitos distúrbios
crônicos e doenças, incluindo DM2 e hipertensão, efeitos benéficos
cardiovasculares, metabólicos e imunológicos de intervenções de exercícios
foram relatadas (NIEMAN DC, WENTZ LM, 2019).
A intensidade, volume e modo de exercício podem exercer
diferentes ativações do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, do sistema
nervoso autônomo e do sistema imunorregulador resultante hormônios
que influenciam a resposta imunológica. Intervenções de exercícios podem
afetar a sensibilidade à infecção, já que foram mostrados para modificar
monócitos e linfócitos, fenótipo e produção de citocinas
Efeitos agudos e crônicos do exercício no sistema imunológico
resposta tem sido extensivamente estudada em atletas (NIEMAN DC,
WENTZ LM, 2019). Quando feito em excesso, o exercício pesado está
associado a aumento do risco de doença, atribuído à disfunção imunológica.
Aumento de biomarcadores inflamatórios e aumento do risco de infecções
do trato respiratório superior foram observadas após sessões de exercícios
intensos e prolongadas em atletas. Durante o período pós-corrida, o
aumento da suscetibilidade foi correlacionado para suprimir a produção
de imunoglobulina A salivar, diminuição da atividade das células natural
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Márcio Flávio Ruaro (Org.)
Considerações finais
Esta breve revisão vem elucidar a importância do exercício físico
nesse período de isolamento social. Foi visto que o Covid-19 tem um índice
de fatalidade maior em obesos, portadores de doenças cardiovasculares ou
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Márcio Flávio Ruaro (Org.)
Referências
Walsh NP, Gleeson M, Pyne DB, et al. Position statement part two:
maintaining immune health. Exerc. Immunol. Rev. 2011; 17:64–103.
Weinberg SE,SenaLA,ChandelNS.Mitochondriaintheregulation of innate
and adaptive immunity. Immunity. 2015;42:406–17.
Wong CM, Lai HK, Ou CQ, Ho SY, Chan KP, Thach TQ, et al. Is
exercise protective against influenza-associated mortality? PLoS ONE.
2008;3:e2108.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. (WHO) WHO Director-
General’s opening remarks at the media briefing on COVID-19.
World Health Organization. Considerations for sports federations/
sports event organizers when planning mass gatherings in the context
of COVID-19: interim guidance. [cited 2020 June 8]. Available from:
https://www.who.int/ emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/
technical-guidance/points-of- entry-and-mass-gatherings.
WU, Y., HO, W., HUANG, Y., JIN, D. Y., LI, S., LIU, S.L. ET AL.
(2020). SARS-CoV-2 is an appropriate name for the new coronavirus.
Lancet, 395(10228), 949-950. doi.org/10.1016/S0140-6736(20)30557-
2.
CORPO E MENTE: COMO MANTER A
MOTIVAÇÃO PARA PRÁTICA DE ATIVIDADE
FÍSICA DURANTE A PANDEMIA
Adriana Ribas
Motivação
Motivação é um termo amplo, usado em diferentes contextos com
diversos significados, para todos os processos que podem iniciar dirigir
e sustentar um comportamento. Durante muito tempo, o desafio dos
pesquisadores, era descobrir aquilo que se deveria fazer para motivar as
pessoas, mais recentemente tal preocupação mudou de sentido. Hoje o
que nos fascina é encontrar e adotar recursos que não sufoquem as forças
motivacionais, inerentes ao mesmo.
A motivação tem sido entendida ora como um fator psicológico,
ou conjunto de fatores, ora como um processo. Existe um consenso
generalizado entre os autores quanto à dinâmica desses fatores psicológicos
ou do processo, em qualquer atividade humana. Eles levam a uma escolha,
instigam, fazem iniciar um comportamento direcionado a um objetivo... .
(Bzuneck, 2004, p. 9).
A Motivação é uma forma de libido, (do latim, significando “anseio
ou desejo”) é caracterizada como a energia aproveitável para os instintos de
vida. De acordo com Freud, o ser humano apresenta uma fonte de energia
separada para cada um dos instintos gerais.
Sua produção, aumento ou diminuição, distribuição e deslocamento
devem propiciar-nos possibilidades de explicar os fenômenos psicossexuais
observados (1905a, livro 2, p. 113 na ed. bras.)
Sendo assim, a motivação é um caminho para que possamos alcançar
novos objetivos, levando em consideração os fatos que nos inspiram em
todas as fases da nossa vida, visando ser cada vez mais completos em todos
os aspectos. É necessário repensar na nossa existência e viver uma vida
que busque a excelência na convivência submetendo nossos desejos a
uma vontade lúcida de evolução. Estudar é uma experiência encantadora.
Mantemos nossa concentração naquilo que nos dá prazer. Motivação e
prazer estão relacionados. “Somos mais do que apenas animais movidos
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Atividade Física em Tempos de Pandemia
por instintos, mas como Freud afirmou a libido é, portanto uma energia
voltada para obtenção de prazer”.
O que te traz prazer?
Para onde aponta sua libido?
Lá estará sua Motivação!!!
É quase uma sentença lógica que quanto mais motivados estamos,
mais produtivos nos tornamos: é necessário estar motivado para passar por
cima dos medos e superar as adversidades. Existem muitas teorias que têm
como finalidade aumentar nosso bem-estar emocional, bem como nossa
própria motivação para que realizemos nossos objetivos vitais e possamos
experimentar os benefícios de nosso próprio desenvolvimento pessoal.
Durante a quarentena antes de talvez se desanimar imaginando
que não encontrará energia ou vontade necessária para atividade física, é
importante saber que há um caminho a ser percorrido para preparar seu
corpo e mente para realização consistente de exercícios diários.
Tudo o que vivemos gera uma grande influência sobre o que somos
e o que faremos. Compreender as fases da vida pode nos levar a encontrar
motivação para sermos cada vez melhores. Especialmente se essa fase está
vinculada a uma pandemia com necessidade de isolamento social. Esse
novo viver trouxe para o sujeito, questões existenciais profundas, que ficam
camufladas no inconsciente e podem nos trazer ansiedade e sentimentos
de desesperança. Sabemos que uma mentalidade positiva e conectada com
bons propósitos, de acordo com a opinião de inúmeros especialistas, tem
papel muito importante para o sistema imunológico do indivíduo e, por
conseguinte, para a sua saúde.
O nosso comportamento ou qualquer ação admirável é resultado
do nosso estado emocional naquele momento, por isso, mudanças na
nossa postura, respiração, tensão muscular e expressão facial, afetam
nossos sentimentos. A sua experiência de vida é afetada principalmente
pela perspectiva que você adota, depende do significado que atribuí a um
acontecimento, o mesmo será benéfico ou não. É possível mudar sua vida
adotando uma perspectiva positiva.
Agora que já foi esclarecido o que é e de onde vem a Motivação,
vamos a algun fatos que podem manter a sua motivação durante a
Pandemia!!!
Descubra o que te traz prazer, isso vai desde assistir um filme que
há tempos está na sua extensa lista de espera de “um dia vou fazer isso”, até
resgatar algum hobby antigo ou escutar uma boa música.
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Márcio Flávio Ruaro (Org.)
Fonte: https://catracalivre.com.br
Sono
O sono, além de uma necessidade física, também é uma necessidade
fisiológica, dormir bem é um dos principais elementos para mantermos a
qualidade de vida. Afinal, noites de sono tranquilas e revigorantes influenciam
a nossa saúde diretamente, tanto em aspectos físicos quanto mentais. É durante
o período do adormecer que o corpo desempenha funções vitais do
organismo, como o fortalecimento do sistema imunológico, a consolidação
da memória e regeneração das células, a produção de alguns hormônios
como a melatonina, conhecida como o hormônio do sono, o cortisol e
a leptina, que controla a sensação de saciedade. Quando não produz a
quantidade necessária, o corpo sente que precisa ingerir mais carboidrato.
O que em longo prazo pode gerar obesidade. A insulina também tem seu
pico de produção durante o sono. Sem a produção do hormônio, há maior
propensão do indivíduo desenvolver diabetes. A dificuldade de iniciar o
sono, é frequentemente associada a ansiedade. Realmente é difícil pegar no
sono quando se está preocupado. Irritação, mau humor e falta de ânimo
podem ser sintomas da privação do sono.
Porém, muita gente sofre para ter noites tranquilas. É comum essa
queixa de alguns indivíduos, sobre acordar várias vezes durante a noite
ou sofrer com insônia. A qualidade do sono é fundamental para termos
disposição, controlar a pressão arterial, ter uma boa memória, diminuir a
ansiedade também nos ajuda a regular o humor e a reduzir o stress e é um
componente-chave na gestão dos sintomas de depressão.
Para tentar reverter essa situação ou melhorar a qualidade do seu
sono, pequenas mudanças na sua rotina podem fazer a diferença, como,
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Atividade Física em Tempos de Pandemia
Ansiedade
A ansiedade é uma experiência marcada por sensações corporais
desagradáveis conscientes, como tremores musculares, reação de susto a
estímulos insignificantes, inquietação, caracterizada pela movimentação
das mãos, pés ou qualquer outra parte do corpo, palpitação, náuseas,
sensação de vazio no estômago e sudorese, que antecedem um perigo
real ou imaginário. A ansiedade estimula o indivíduo a entrar em ação, no
entanto em excesso, faz exatamente o contrário, impedindo reações, uma das
suas principais características é a capacidade de inibir o curso normal de
um conjunto de atividades diárias.
O isolamento social, o medo e a incerteza são catalisadores para
os sintomas ansiosos e depressivos e com a pandemia esses sintomas se
tornaram frequentes na vida dos indivíduos. As reações podem ser leves e
passageiras, mas também extremas, impactando de forma negativa a saúde
social e mental.
A ansiedade é um estado normal no indivíduo que resulta de uma reação
normal a algo específico como um sistema de alarme. O que diferencia o
estado normal do patológico é a intensidade da ansiedade (Bauer, 2002)
Movimentar o corpo dentre outras atividades é uma das melhores
estratégias para alívio dos sintomas de ansiedade, pois é durante a execução
da atividade física que o corpo libera os neurotransmissores ligados ao
humor: a serotonina e a endorfina, que trazem a sensação de bem-estar
ao indivíduo. A prática de atividade também é capaz de melhorar a
circulação sanguínea e fortalecer o sistema imunológico, além de ser uma
excelente estratégia para consolidar o aprendizado devido ao aumento das
catecolaminas que são essenciais para a memória.
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Márcio Flávio Ruaro (Org.)
Fonte: http://hospitalsantamonica.com.br/
Mudando Hábitos
Diante da ameaça que o novo vírus oferece para a saúde das pessoas,
manter um comportamento sedentário pode ser ainda mais perigoso.
Portanto vamos começar com o básico para uma atitude saudável em
relação aos exercícios: levante agora mesmo do sofá!!!
Mudar hábitos é realmente difícil, mas manter um hábito é o nosso
grande desafio!!! Um hábito nasce de ideias que nos são transmitidas com
uma alta frequência, até que fiquem gravadas em nossa mente.
Em seu livro O Poder do Hábito, Charles Duhigg afirma que um
hábito é formado por três elementos básicos: gatilho, rotina e recompensa!!
Comece aos poucos, procure um profissional qualificado de
Educação Física para que o mesmo faça uma avaliação adequada de que
atividades seriam interessantes num primeiro momento.
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Atividade Física em Tempos de Pandemia
Referências
Bruno Nascimento-Carvalho
Adriano dos Santos
Thayna Fabiana Ribeiro-Batista
Maria Claudia Irigoyen
Iris Callado Sanches
Introdução
COVID-19
A COVID-19 é uma doença infecciosa emergente causada por uma
síndrome respiratória aguda grave, ocasionada por um β-coronavírus de
RNA de fita simples, o coronavírus-2 (SARS-CoV-2). O primeiro caso
de COVID-19 foi relatado em 8 de dezembro de 2019 em Wuhan,
capital da província Hubei na China Wu et al. (2020)such as severe acute
respiratory syndrome (SARS e, em um curto espaço de tempo, a doença
se espalhou rapidamente para outras partes do mundo sendo decretada
como uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11
de março de 2020 Hui et al. (2020). A partir disto, a COVID-19 tornou-
se o maior desafio médico em décadas.
Cerca de 80% dos pacientes com COVID-19 apresentam uma
forma leve da doença, enquanto 5% deles apresentam uma patologia grave
com insuficiência respiratória, choque séptico e disfunção de múltiplos
órgãos, com metade desses apresentando risco extremo de morte The Novel
Coronavirus Pneumonia Emergency Response Epidemiology Team China
CDC (2020). Embora a COVID-19 afete principalmente os pulmões,
estudos apontam para uma inflamação sistêmica que afeta vários órgãos,
principalmente o sistema cardiovascular Guzik et al. (2020). De fato, o
sistema cardiovascular parece ter interações complexas com a COVID-19,
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Márcio Flávio Ruaro (Org.)
sessões, como para controle do gasto calórico total diário. Um estudo com
sujeitos pré-hipertensos demonstrou que a caminhada de leve/moderada
intensidade prescrita com uma progressão baseada no aumento dos valores
em METs é capaz de atenuar o risco do desenvolvimento de hipertensão
nessa população Faselis et al. (2012), indicando que está também pode
ser uma estratégia com bom potencial terapêutico para redução de risco
cardiovascular. Do ponto de vista aplicado, os METs fornecem o gasto
calórico baseado em uma fórmula que utiliza o peso dos indivíduos
e a intensidade das sessões, deste modo, a periodização e progressão da
intensidade das sessões de treinamento físico (assim como as PSE), são
dependentes da capacidade adaptativa de cada indivíduo.
Considerações finais
Diante do exposto, as informações principais deste capítulo reforçam
a importância do profissional de Educação Física controlar a intensidade
das sessões de treinamento físico, e o nível total de atividade física dos seus
alunos; demonstram que o treinamento físico pode ser eficiente em reduzir
os efeitos deletérios após a contaminação pela COVID-19; e apontam
ferramentas na literatura que podem ser utilizadas para prescrição de
treinamento físico à distância, no contexto do isolamento da pandemia,
com maior segurança e eficiência.
Referências
Michael Martini
Bruno Nascimento Lopes
Brunno Cesar Timoteo Lira
Considerações finais
A pandemia causada pelo novo coronavírus que teve seu início em
dezembro de 2019 impôs uma situação nova não só no Brasil, mas em
toda a população mundial. A quarentena utilizada como forma de conter a
transmissão do vírus impôs uma quebra na rotina da população, que com
a necessidade de permanecer em casa e toda a pressão psicológica devido
a essa situação, tiveram os seus hábitos alimentares, horários, pratica de
atividades físicas e qualidade do sono prejudicados.
Todos os fatores sociais e emocionais relacionados as mudanças
impostas pela quarentena acabaram agravando sintomas de ansiedade,
depressão, estresse e insônia, fatores que podem induzir ao aumento no
consumo de alimentos industrializados e palatáveis com altas concentrações
de açucares, gordura e sódio, favorecendo o aumento do consumo calórico.
Além disso, a necessidade de permanecer em casa prejudicou a
pratica de atividades fisicas em academias, clubes esportivos e até mesmo ao
ar livre, o que reduziu consideravelmente o gasto energético da população.
A união entre os fatores emocionais e alimentares que levam ao
aumento do consumo calórico, junto ao sedentarismo impostos pela
quarentena criam um ambiente para o aumento de peso e acúmulo de
gordura corporal.
Sendo assim, a melhor forma de controlar o peso e até favorecer
o emagrecimento durante esse período é mantendo hábitos alimentares
saudáveis, com consumo diário de frutas, legumes, verduras, alimentos in-
natura e/ou minimamente processados. Bem como estabelecer uma rotina
saudável com horários estabelecidos para dormir e acordar, trabalhar e
horários destinados as suas refeições, para que assim o indivíduo evite de
beliscar alimentos industrializados, de maior praticidade e composição
nutricional desfavorável, dando preferência por alimentos naturais que
deveriam estar presentes no dia a dia de toda a população como parte de
um habito alimentar saudável.
Referências
Jozias Fortunato
A pirâmede do emagrecimento
Atenção esse é um dos segredos do emagrecimento definitivo
que nunca te contaram. Emagrecer definitivamente tem um
caminho e ele leva um tempo, vou ser sincero, mais do que 1 ano.
Existe fases, na 1° Fase você terá que construir uma boa base de mudança
nos seus comportamentos mentais para se tornar magra(o) e pra isso você
precisa de ferramentas bem específicas das quais eu trabalho no Método
M.A.G.R.A (Mente em Ação que Gera Resultados Audaciosos). Este
método te mostra como emagrecer e o mais incrível comendo de tudo.
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Atividade Física em Tempos de Pandemia
Mindset de “gordo”
Costumo falar que tudo começa pela mentalidade e essa regra
segue pra tudo! Tenho estudado pessoas de SUCESSO em várias áreas
para tentar identificar qual é o SEGREDO que elas tem e que as fazem
conseguir atingir aquilo que almejam. Nesta trajetória de estudos eu
descobri que é uma questão de MINDSET, isso significa a programação
vigente no cérebro destas pessoas. Isso mesmo, nosso cérebro é como um
computador só que com capacidade muito maior de processamento. Nessa
mente roda muitos programas que adquirimos ao longo da vida e isso faz
com que tenhamos sucesso ou fracasso em nossa vida. Costumo dizer que
nós somos o que somos por que pensamos, agimos, falamos e fazemos
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Márcio Flávio Ruaro (Org.)
Considerações finais
Diante do que foi exposto acima, fico muito feliz e grato por poder
contribuir com conteúdo além do convencional do que fala-se sempre.
Espero que tenha despertado em você a curiosidade em saber cada vez mais
sobre emagrecimento e principalmente por uma ótica diferente. Procurei
abordar de maneira sucinta aspectos comportamentais, físicos e sociais do
emagrecimento e com informações e dicas práticas que irão lhe nortear
na hora de abordar seu futuro cliente que tem objetivo de emagrecer. E
lembre-se sempre que mentalidade magra e corpo magro. Espera-se que
esses conteúdos sejam repassados pra muitas pessoas e que possamos ajudar
milhares de pessoas tanto na questão de estética quanto para saúde.
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Atividade Física em Tempos de Pandemia
Referências
de periodização da dieta. 03
Caso o praticante de atividade física necessite manter o controle do
peso corporal, é recomendado a diminuição da ingestão calórica total. Não
há necessidade da diminuição excessiva de carboidratos, uma vez que estes
são os principais responsáveis pelo aumento da performance no esporte 03
Suplementação de proteínas
Existem diversos suplementos fontes de proteínas, são eles o whey
protein, cuja proteína é derivada do soro do leite e obtida através da porção
aquosa do leite, formada a partir da precipitação da caseína. O whey protein
tem alto valor biológico, e é rico em aminoácidos essenciais, em especial os
de cadeia ramificada, como a leucina, isoleucina e valina, e ainda apresenta
alta velocidade de digestão e absorção 10.
Existem 3 formas de whey protein, que variam do seu processo de
fabricação e métodos utilizados na filtração, são elas as versões concentradas,
isoladas e hidrolisadas. O whey protein concentrado é composto por cerca
de 80% de proteínas e pode apresentar carboidratos e lipídeos em sua
composição, além de lactose. Já o whey protein isolado é composto por
cerca de 90% de proteínas, pode apresentar ou não carboidratos e lipídeos,
e em sua grande maioria, é isento de lactose, o que se torna benéfico para
indivíduos com algum grau de intolerância à lactose. A versão hidrolisada
do whey protein é uma proteína que passa por um processo de hidrólise
(quebra), e apresenta em sua composição peptídeos e dipeptídeos,
facilitando então o processo de digestão e absorção da proteína, porém,
não muito utilizado na pratica esportiva, devido ao seu alto custo e por
não apresentar diferenças ergogênicas quando comparadas as versões
concentradas e isoladas.10, 11.
A caseína é uma proteína também extraída do leite, apresenta uma
boa biodisponibilidade, contudo um tempo prolongado de digestão e
absorção, devido a sua coagulação estomacal, o que gera uma liberação
lenta para o intestino delgado, e consequentemente menor velocidade de
absorção e liberação para a corrente sanguínea (menor aminoacidemia).
Ainda, mesmo quando é comparada a caseína com proteínas de absorções
mais rápidas como o whey protein, não se observa diferenças em seus efeitos
ergogênicos na resposta muscular ao treinamento.10
Além disso, suplementos como albumina (proteína do ovo) e
proteína da carne, também são boas fontes de proteína com alto valor
biológico e boa digestibilidade, podendo ser utilizada para fins esportivos
ou mesmo clínicos.
Para indivíduos que fazem restrição do consumo de proteínas
animais, como os vegetarianos e/ou veganos/ vegetarianos estritos, os
suplementos de proteína vegetal são uma boa alternativa, principalmente
o suplemento de proteína da soja, que entre as demais proteínas de fontes
vegetais, como do arroz e da ervilha, apresenta uma boa biodisponibilidade,
101
Atividade Física em Tempos de Pandemia
Creatina
Creatina é um composto presente em alimento fontes de proteínas
animais. Uma dieta com consumo regular de carnes atinge cerca de 1 a
2g de creatina por dia. O corpo humano consegue sintetizar a creatina
nos rins, pâncreas e fígado, a partir dos aminoácidos arginina, glicina e
metionina. Cerca de 95% da creatina fica armazenada no músculo, sobre a
forma de fosfocreatina (Pcr), sendo que a principal função desta molécula
é doar o seu fosfato, para ser utilizado na ressíntese de ATP (adenosina
trifosfato), que é nossa principal molécula energética 18
Com isso a suplementação de Creatina auxilia no aumento dos
estoques intra-musculares de fosfocreatina, aumentando assim o poder
de ressíntese de ATP, e consequentemente o poder de trabalho muscular,
e diminuição da fadiga gerada por exercícios de curta duração a alta
intensidade (inferior a 30 segundos), em que o requerimento de energia é
extremamente rápido, e quem cumpre a demanda inicial e mais rápida de
energia é o sistema ATP-CP, em que a fosfocreatina participa. 18
Creatina pode também ser utilizada em esportes de média duração,
com moderada a alta intensidade (15 segundos a alguns minutos) em que
a via glicolítica anaeróbica lática é predominante, e a creatina irá auxiliar
na diminuição do Ph intracelular, ocasionado por exercícios que causem
elevada quebra de ATP, e por consequência, acúmulo dos íons de H+, que
geram a acidose muscular. Uma maior quantidade de Pcr dentro da célula
muscular representa uma maior capacidade de tamponamento, o que leva
à um maior tempo de resistência à fadiga.
A suplementação de creatina pode ser feita de algumas formas
distintas. Pode-se usar a saturação da creatina, em que nas semanas iniciais
aumenta-se a dose da ingestão diária de creatina, visando um aumento
mais rápido dos estoques de fosfocreatina. Nesta fase de saturação, é
103
Atividade Física em Tempos de Pandemia
Suplementação de cafeína
A cafeína é popularmente conhecida por seu efeito estimulante,
provocando agitação, diminuição do cansaço e aumenta da disposição.
Pode ser encontrada no café, chás, bebidas energéticas, refrigerantes e
outros. 21
Após 15 a 45 minutos da ingestão de cafeína, já se pode encontrá-la
na corrente sanguínea, atingindo um pico plasmático em aproximadamente
104
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
diminuição do gasto calórico que era ofertado pelo exercício. Sendo assim,
praticantes de atividades físicas que tinham alto gasto calórico com treinos
de 2 ou mais horas por dia, deverão diminuir mais calorias da dieta do que
praticantes que treinavam menos de 2 horas por dia e/ou tinham atividades
mais leves, no quesito intensidade.
Para um olhar geral então, neste cenário da inatividade física durante
o isolamento social, é interessante realizar a diminuição da ingestão dos
carboidratos da dieta mantendo de 3 a 5g/kg/dia, junto a uma boa ingestão
de proteínas, que fica na faixa de 1,2g a 1,6g/kg/dia, podendo chegar à
2,4g/kg/dia caso o indivíduo deseje manter ou evitar a perda de massa
muscular durante uma dieta de restrição calórica nesta fase de inatividade
física 15, 23.
Referências
Helge JW. A high carbohydrate diet remains the evidence based choice
for elite athletes to optimise performance. J Physiol. 2017;595(9):2775.
Thomas DT, Erdman KA, Burke LM. Position of the academy of
Nutrition and Dietetics, Dietitians of Canada, and the American College
os Sports Medicine: nutrition and atlhetic performance. J Acad Nutr
Diet. 2016; 116(3):501-28.
Casazza GA, Tovar AP, Richardson CE, et al. Energy availability,
macronutrient intake, and nutritional supplementation for improving
exercise performance in endurance atlhetes. Curr Sports Med Rep. 2018;
17(6):215-23.
108
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
Introdução
Mudanças na rotina
Alguns cientistas e profissionais da saúde defendem que o isolamento
social, situação em que as pessoas não podem sair de suas casas e deixam
de circular e frequentar seus ambientes rotineiros, pode ser adotado como
forma de evitar a proliferação do vírus e, consequentemente, reduzir o
número de casos da doença. Além disso, existe uma recomendação de que
pessoas infectadas com o vírus permaneçam em quarentena, que é uma
medida de saúde pública utilizada para impedir a disseminação de doenças
com grande transmissibilidade.
Quando submetidas a uma quarentena, pessoas saudáveis, mas que
tiveram contato com doentes ou estiveram em regiões de surtos epidêmicos,
têm sua liberdade de trânsito restrita na tentativa de impedir a disseminação
de uma determinada doença, apesar do nome remeter a um período de
quarenta dias, ela é determinada com o período de incubação da doença,
no caso do COVID-19, o período este de incubação do Covid-19 é de 14
dias, onde o vírus se manifesta no corpo do indivíduo. (OLIVEIRA, 2020)
Durante o período de isolamento social a rotina de praticamente
todas as pessoas mudou. A forma de atendimento home office passou
a ser adotada por grande parte da população e uma das consequências
foi a diminuição dos níveis de atividades físicas (atividades realizadas
corriqueiramente como passear com cachorro, caminhar até o trabalho,
etc.), como também, e os exercícios físicos (atividades esportivas que
possuem regras estabelecidas, ou uma periodização com início, meio e fim).
Com as recomendações de isolamento social, incentivar a
manutenção de uma rotina ativa pela população é fundamental durante
113
Atividade Física em Tempos de Pandemia
Treinamento em casa
Em uma era onde os equipamentos de musculação são cada vez mais
tecnológicos, os ambientes dos ginásios esportivos são frequentados cada
vez mais como uma forma de socialização ou status, ao invés de um local de
promoção da saúde. Exercícios em casa surgiram como uma possibilidade
de melhorar o condicionamento físico de pessoas que não gostam de
frequentar estes ambientes, não possuem tempo para se deslocar até uma
academia de ginástica, ou também uma opção mais viável financeiramente.
114
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
Além disso, os exercícios em casa podem ser uma alternativa aquelas pessoas
que se sentem coagidas ou tem vergonha do seu corpo.
Dentre as várias possibilidades de treinamento em casa que podemos
encontrar, o treinamento funcional com resistência do peso corporal é a
alternativa mais viável para melhorar o condicionamento físico, pois não
necessitam da utilização de equipamentos específicos. Segundo La scala
(2014), na área do exercício físico, entende-se por funcional aquele meio
ou método de treinamento que aprimora o desempenho para uma ou mais
atividades cotidianas ou esportivas, ou seja, aprimorando funções vitais.
Devido a adaptação fisiológica do praticante ser rápida, existe a
dificuldade em evoluir nos treinamentos, visto que quanto mais treinado
o indivíduo é, menos treinável ele se torna. A manipulação das variáveis
de treinamento se torna de suma importância durante a execução destes
exercícios.
As variáveis que podem ser manipuladas de forma aguda são: a
intensidade, que é prescrita em % de 1 repetição máxima, ou zonas de
repetição máxima; o volume, que é descrito por séries repetições, número
de exercícios, tonelagem de treino, e frequência semanal; o intervalo,
que podem ser entre séries, exercícios ou sessões de treino; a velocidade
de execução (cadencia), a ser executadas durante as ações musculares; as
ações musculares e amplitude do movimento, que podem ser concêntricas
excêntricas e isométricas, além da ordem dos exercícios que podem ser
mono articulares (uma articulação) ou multi articulares (duas ou mais
articulações) (NETO, 2009).
A pratica regular de atividades físicas promove diversos benefícios
a saúde, quanto mais cedo um indivíduo começa a praticar, maiores
os benefícios relacionados a saúde ao longo do tempo (LA SCALLA,
GUEDES 2016).
Seguindo a recomendação do American College of Sports Medicine,
2009, indivíduos devem aderir a uma frequência de treinamento de 3 - 5
vezes por semana. A intensidade do treinamento deve ser de 60 a 90%
da frequência cardíaca máxima (FCmáx), os treinamentos devem durar
de 20 a 60 minutos, podendo mesclar atividades de natureza rítmica e
aeróbica que mobilizem grandes grupos musculares, bem como realizar o
treinamento de força contra resistência em intensidade moderada, visando
a manutenção e aumento de massa muscular.
115
Atividade Física em Tempos de Pandemia
3 - SQUAT 11 - PRANCHA
4 - ESCALADOR 12 - REMADOR
8 - APOIO 16 - BURPEE
Formas de treinamento
Segundo Machado, 2018, inúmeros estudos mostram que os treinos
HIIT podem ser utilizados tanto para o emagrecimento como para a
performance. E para a prescrição do treino devemos levar em consideração
9 variáveis para manipular durante a sessão, que são: Intensidade do esforço;
duração do esforço; Intensidade dos períodos de recuperação (ativo ou
passivo), número de intervalos; número de séries; tempo de recuperação
118
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
Considerações finais
Na maioria dos protocolos citados acima, prioriza-se a utilização de
cicloergometros pista ou esteira. Podendo em alguns casos ser adaptados
para exercícios com o peso corporal ou alguns implementos. De forma
mais específica, podemos utilizar alguns métodos de trabalho que vieram
do crossfit ou cross training, para os treinamentos em casa.
Referências
Referências
Introdução
Alongamentos
Alongamentos: Inicialmente sugere-se que antes de iniciar qualquer
tipo de exercícios, que haja alongamento.
Alongamento 1 – Com um lençol enrolado, segura-lo com um braço
por cima dos ombros e o outro por baixo das costas. O braço que está por
cima fará a força de puxar. Segurar por 15 segundos e trocar de lado.
Alongamento 2 – Na guarnição da porta estender o braço lateralmente
com o corpo para frente, fazendo com que ele (braço) fique estendido.
Segurar por 15 segundos e trocar de lado.
Alongamento 3 – Em uma parede plana, apoiar os dois braços para
frente e forçar o tronco para baixo. Manter por 15 segundos.
Alongamento 4 – Manter a coluna ereta, e rotacionar os ombros. 15
segundo para frente e 15 segundos para trás.
Alongamento 5 – Manter e coluna ereta e fazer e elevação dos ombros
por 15 segundos de maneira contínua.
Alongamento 6 – Com a coluna ereta, segurar os braços atrás das
costas, inclinando o pescoço para o lado direito segurando por 15 segundos
e depois esquerdo o mesmo tempo.
Alongamento 7 – Com as mãos entrelaçadas a frente do corpo,
estender os braços na maior amplitude possível. Segurar por 15 segundos.
Alongamento 8 – Com as pernas afastadas na altura dos ombros,
colocar uma mão na cintura e a outra estender acima da cabeça fazendo
133
Atividade Física em Tempos de Pandemia
da linha mantendo um dos pés em cima dela e após chegar ao final, voltar
de costas. Podem ser realizadas de 1 a 3 vezes dependendo do espaço.
Elevação frontal – Atividade indicada para pessoas com deficiência
visual, auditiva, ausência de membros inferiores, paresias ou paralisias O
indivíduo pode estar em pé ou sentado. Deve-se entrelaçar os dedos das
mãos e elevar os braços com os cotovelos estendidos até a altura do ombro
e voltar a posição inicial. É importante cuidar com o entrelaçamento dos
dedos caso seja de um membro plégico para que fique com o dedo polegar
por último para cima, para que não possa ocorrer uma compressão muito
grande e possa haver a diminuição na circulação. Podem ser feitas de 8 a
12 repetições e de 1 a 3 séries.
Elevação lateral – Atividade indicada para pessoas com deficiência
visual, auditiva, ausência de membros inferiores, paresias ou paralisias O
indivíduo deve estar sentado em uma cadeira com a postura ereta e sem
se apoiar no encosto da mesma. Deve estar com os braços na lateral do
corpo e para início do movimento deve elevar os braços lateralmente até
no máximo a altura dos ombros e retornar o movimento levemente até
a posição inicial. Este movimento pode ser feito bi ou unilateralmente.
Podem ser feitas de 8 a 12 repetições e de 1 a 3 séries.
Elevação de Ombros – Atividade indicada para pessoas com
deficiência visual, auditiva, ausência de membros inferiores, paresias ou
paralisias O indivíduo deve estar deitado em decúbito dorsal. Segurando
um cabo de vassoura com a mão, deve estender os cotovelos e ficar com
os braços estendidos à frente do corpo na linha dos ombros. Após isso,
deve elevar os ombros e os braços em direção ao teto em um movimento
e lentamente voltar à posição inicial. Podem ser feitas de 8 a 12 repetições
e de 1 a 3 séries.
Considerações finais
As atividades explanadas nesse capítulo tiveram o objetivo de
adaptar alguns exercícios para que as pessoas com deficiência possam estar
realizando em casa, com os materiais que ali possuem, sem a necessidade
eminente de um profissional da área de Educação Física. Contudo, fica
aqui sugerido, que se possível, possa haver uma pessoa para auxilio e
segurança na realização dos movimentos, afim de não correr risco de queda
ou qualquer outra lesão.
Os materiais sugeridos como 1 kg de arroz ou feijão, 1 litro de azeite
ou 500 gramas de canjica são meramente ilustrativos, ou seja, podem ser
138
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
Referências
Waldir Aliot Júnior
avançada (TAYLOR; JOHNSON, 2015).
É importante ressaltar a definição real do envelhecimento saudável
e os efeitos promovidos pelas rotinas de exercícios regulares não só em
termos de longevidade como também de diminuição da morbidade. O
objetivo é mostrar que, com a prescrição correta de exercícios, é possível
adiar não só esse fenômeno e as doenças específicas do envelhecimento,
como também melhorar efeitos insidiosos dessas enfermidades.
Em suma o uso de programas de exercícios para idosos melhora o
condicionamento cardiorrespiratório e também a força, além de ajudar a
manter a integridade dos ossos. Quando essa prática se combina com a
oportunidade da socialização, fica fácil perceber por que o exercício é parte
importante da vida – desde a juventude a velhice (POWERS; HOWLEY,
2017).
Treinando a força
A força é um fator importante para as capacidades funcionais. A
fraqueza dos músculos pode avançar até que uma pessoa idosa não possa
143
Atividade Física em Tempos de Pandemia
Tabela 1 – Doenças para as quais o Treinamento Resistido Progressivo nos Idosos pode
propiciar tratamento coadjuvante
Referências
Introdução
Considerações Finais
Referências
care workers, and health systems during the coronavirus disease 2019
(COVID-19) pandemic. Journal of the American College Cardiology.
v.75, n.18, p. 2352-2371, 2020.
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physiological effects of face masks during exercise. Scandinavian Journal
of Medicine and Science in Sports. v. 00, p. 1-6, 2020.
FALLON, K. Exercise in the time of COVID-19. Australian Journal of
General Practice. v. 49, p. 1-2, 2020.
GARBER, C.E. et al. American College of Sports Medicine position
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cardiorespiratory, musculoskeletal, and neuromotor fitness in apparently
healthy adults: guidance for prescribing exercise. Medicine Science in
Sports and Exercise. v.43, n.7, p. 1334-1359, 2011.
GREENHOOD, B.N. The role of Dopamine in overcoming aversion
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Analysis. Obesity Research and Clinical Practice. v.14, n.4, p. 295-300,
2020.
LIU, J. et al. Longitudinal characteristics of lymphocyte responses
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patients. EBio Medicine. v. 55, p. 1-10, 2020.
MALM, C. Susceptibility to infections in elite athletes: the S-curve.
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2006.
MOHAMED, A.A.; ALAWNA, M. Role of increasing the aerobic
capacity on improving the function of immune and respiratory systems
in patients with coronavirus (COVID-19): A review. Diabetes and
metabolic syndrome. v.14, n.4, p. 489-496, 2020.
NYENHUIS S. M. et al. Exercise and Fitness in the Age of Social
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PACES, J. et al. COVID-19 and the immune system. Physiology
Research. v.69, n.3, p. 379-388, 2020.
PALAZZO, C. et al. Barriers to home-based exercise program adherence
157
Atividade Física em Tempos de Pandemia
do sistema de vestiário.
- Usar máscara fora da piscina e nos espaços comuns da academia/
clube;
- Não compartilhar ou dividir nenhum tipo de equipamento ou
objeto.
Treinador
- Usar máscara de proteção para respiração e trocar sempre quando
estiver úmida e de proteção facial transparente protegendo os olhos e rosto
de respingos de saliva que podem vir dos alunos em piscina;
- Manter o distanciamento social;
- Evitar o contato físico com os alunos e manter uma distância de
segurança de cerca de 2 metros.
- Evitar todos os pontos de contato da piscina e academia, como
bordas, escadas, pranchetas, cronômetros, materiais flutuadores, maçanetas,
corrimões, raias de piscina;
- Higienizar mãos, pés e calçados sempre quando entrar e sair da
área da piscina.
Tais procedimentos representam um conjunto de recomendações
que merecem ser adequadas e reorganizadas de acordo com os gestores
e professores. Essas recomendações são gerais para retomada da prática
das atividades aquáticas nas academias e clubes, devendo a instituição ter
ciência de sua responsabilidade social e com a saúde de seus alunos para
organização das ações, tomada de decisões e prestação de serviços aos seus
alunos.
A seguir vamos propor um plano de gestão para auxiliar na
organização da academia e do clube em relação ao período da pandemia,
juntamente com o processo de aplicação e estruturação de aulas de natação
ou atividades aquáticas nesse momento de retorno gradativo das atividades.
BRANDENBURG; VIEZZER).
Apontamentos finais
A partir do cenário instaurado por uma situação de pandemia se faz
necessário um novo olhar sobre às possibilidades de intervenção dentro
das atividades aquáticas. A preparação do espaço, da equipe, do cliente/
aluno e da organização de estratégias de gestão tornam-se fundamentais
para o desenvolvimento da prática da natação ou qualquer outra atividade
aquática com segurança.
Portanto, com as reflexões inseridas neste capítulo procuramos
auxiliar e fundamentar o trabalho do professor e do gestor sobre o
gerenciamento e ensino destas atividades sobre tal situação.
Levando em consideração que as recomendações que foram
apresentadas contextualizam possibilidades, alternativas e bases para a
atuação com segurança. Destacamos que é importante para os profissionais
que trabalham com atividades aquáticas ficarem atentos às recomendações
da FINA, ANVISA, CREF, CONFEF e principalmente aos estudos e
produções acadêmicas sobre o assunto, alinhando a sensibilidade do
professor em enxergar sua realidade e subsidiar sua prática e ação com as
bases e orientações que refletimos durante todo o trabalho.
Referências
Referências
Alexandre F. Machado
A Calistenia
A palavra “Calistenia” tem origem nas palavras gregas Kallos, que
significa beleza e Stehnos, que significa força. A calistenia começou a ser
difundida na França do século XIX pelo suíço Phoktion Heinrich Clias.
Em 1827, Marian Mason, que era discípula de Clias, publicou o livro: On
the utility of exercise na Inglatera, que falava das vantanges do exercício
calistênico (CLERK, CRENN, LISTELLO, 1964).
Em 1829, Clias publicava o livro “Kallisthenie - Exercises for Beauty
and Strength”, a partir do qual a calistenia foi denominada como exercício
físico de forma ritmada, usando apenas o do peso corpo e sem nenhum
tipo de equipamento ou apoio (ALIJAS& TORRE, 2015).
A publicação de Clias teve uma rápida disseminação pela Europa,
sendo publicado em Inglês e Alemão um ano após seu lançamento. Com
isso, inicia-se uma diferenciação entre os termos ginástica e calistenia,
em que se entendia como Ginástica a prática de exercícios com ou sem
190
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
Carga de tempo
A carga de tempo total deve ser progressiva, isso quer dizer que
começamos com uma carga menor e vamos aumentando com o aumento
do condicionamento. A dica é começar sempre com uma relação de carga
193
Atividade Física em Tempos de Pandemia
maior para a recuperação e ir diminuindo até que seja menor que o tempo
de estímulo.
As aulas coletivas
Nas sessões coletivas, a linha de raciocínio não mais exige um maior
planejamento do professor em função da seleção das cargas de tempo e
seleção dos exercícios em função da heterogeneidade da turma (Machado
et al. 2108b).
Para as aulas coletivas, minha dica é usar cargas de tempo com
relação de 1:1, por exemplo: 20 segundos de estímulo para 20 segundos de
recuperação, 30 segundos de estímulo para 30 segundos de recuperação ou
45 segundos de estímulo para 45 segundos de recuperação.
Para os indivíduos com menor condicionamento, realizar um ciclo
sim e outro não. Com isso, ele terá um tempo maior de recuperação.
E sobre a seleção dos exercícios, selecionar sempre movimentos que os
indivíduos com menor condicionamento e coordenação possam fazer uma
versão adaptada, com menor complexidade do gesto.
Outro ponto importante é que, durante a sessão coletiva, mantenha
os indivíduos iniciantes ou com menor condicionamento juntos e próximos
a você.
Desafio DTA
EXERCÍCIO Nº CICLOS EST (seg) REC (seg)
Jump jack 3 30 30
Squat jump 3 30 30
Abd. Remador 3 30 30
Split 3 30 30
Burpee 3 30 30
treino. Para tornar essa sessão com maior estresse sobre os alunos, pode-se
aumentar o número de ciclos de 3 para 5 e trocar o exercício “abdominal
remador” para outro exercício que não seja posicionado em decúbito. E
para tornar a sessão ainda mais estressante, basta diminuir o tempo de
recuperação.
Desafio NO STOP
EXERCÍCIO Nº CICLOS EST (seg) REC (seg)
Jump jack / Running 3 30 30
Burpee / Running 3 30 30
Mountain cliber / Running 3 30 30
Squat jump / Running 3 30 30
Split / Running 3 30 30
Lembre-se que nesse modelo de desafio a recuperação é ativa, isso
quer dizer que o aluno irá realizar movimento, mas com uma intensidade
baixa. Nesse desafio, o exercício que será executado como recuperação ativa
é sempre o running (corrida estacionária). Uma opção para deixar esse
modelo de desafio com menor impacto é que o exercício de recuperação
seja um realizado em decúbito, podendo ser abdominal ou prancha.
E para deixar esse modelo de desafio mais intenso, use exercícios
complexos nos estímulos. Uma outra opção é aumentar o número de ciclos
por exercício.
Referências
1 Refere-se à pandemia de Covid-19 (síndrome respiratória aguda grave causada pelo coronavírus
2019), denominada internacionalmente pela Organização Mundial da Saúde como SARS-
Cov-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome - Coronavirus 2).
198
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
ANIMAIS 3D
Idade: 1 a 2 anos.
Objetivos: (EI01CG03) Imitar gestos e movimentos de outras
crianças, adultos e animais.
(EI01EF07) Conhecer e manipular materiais impressos e
audiovisuais em diferentes portadores (livro, revista, gibi, jornal, cartaz,
CD, tablet etc.).
(EI01ET03) Explorar o ambiente pela ação e observação,
manipulando, experimentando e fazendo descobertas.
Materiais: Celular.
Desenvolvimento: Pelo celular, digite na busca do Google um
animal (animais disponíveis: tigre, panda, leão, uso, tubarão, pinguim,
cavalo, pônei, polvo, tartaruga, arara, gato e cachorro) rolem a tela para
baixo até aparecer “Ver em 3D” Aperte. O Google vai abrir a câmera
do celular, mova o celular na horizontal, e em alguns segundos o animal
aparece em 3D na sua casa. Assim que o animal for reproduzido chame
a criança e mostre o animal, faça questionamentos pergunte se ela sabe
o nome do animal, ou diga, pergunte que cor é este animal, o que ele
come, use a imaginação, e por último aproximar a criança próximo onde a
imagem está se reproduzindo e faça um print com o celular.
Variações: O site da NASA (solarsystem.nasa.gov)
disponibiliza a visualização em realidade aumentada
e 3D de alguns objetos celestes e também de seus
principais satélites e pode ser visualizado a partir do
celular.
200
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
SOMBRA MALUCA
Idade: 3 a 4 anos.
Objetivo: (EI02EF06) Criar e contar histórias oralmente, com base
em imagens ou temas sugeridos.
(EI02EF04) Formular e responder perguntas sobre fatos da história
narrada, identificando cenários, personagens e principais acontecimentos.
(EI02EF05) Relatar experiências e fatos acontecidos, histórias
ouvidas, filmes ou peças teatrais assistidos etc.
Materiais: Lanterna (pode ser do celular), brinquedos pequenos
(dinossauros, carrinhos, bonecos).
Desenvolvimento: o adulto deve selecionar alguns brinquedos, e
em uma cômodo da casa, deve desligar a luz, e se aproximar de uma parede,
onde irá refletir a sombra dos objetos, colocar a criança próximo, e segurar
o brinquedo na mão, e com a outra segurar a lanterna atrás do brinquedo,
o objetivo é que a sombra para que sua sombra do objeto seja projetada
na parede. A partir daí usar a criatividade, imitando sons, conversando
com a criança como se fosse o animal da parede, pedir que ela responda,
ou imitar, contar história usando vários personagens, pode juntar a família
toda.
Variações: baixar da internet figuras de frutas, ou
de objetos que lembre os tenham dentro de casa
(móveis), animais, colar em um papel mais firme,
recortar e colar em palitos de sorvete, usando para
refletir a sombra na parede.
CORRIDA DA MINHOQUINHA
Idade: 3 a 4 anos.
Objetivos: (EI02EO06) Respeitar regras básicas de convívio social
nas interações e brincadeiras.
(EI02EO03) Compartilhar os objetos e os espaços com crianças da
mesma faixa etária e adultos.
(EI02CG01) Apropriar-se de gestos e movimentos de sua cultura
no cuidado de si e nos jogos e brincadeiras.
Materiais: Folha de papel sulfite, canudinho e lápis.
Desenvolvimento: Essa brincadeira as crianças adoram e é muito
fácil, para preparar a brincadeira, você deve cortar tiras de papel de mais ou
menos 2,5 cm de largura por 10 cm de comprimento, depois dobre pra lá e
201
Atividade Física em Tempos de Pandemia
pra cá fazendo uma sanfona do início ao fim numa das extremidades, pede
para criança fazer os olhinhos da minhoquinha.O objetivo da atividade
é assoprar dentro do canudinho para movimentar
o papel e fazer a “minhoca” correr. Ganha quem
atravessar a linha da chegada primeiro.
Variações: Pode ser soprado sem utilizar o canudinho,
para que o aluno tenha percepção de força quando
estiver soprando.
ESCRITA MÁGICA
Idade: 5 a 6 anos.
Objetivo: (EI03TS02) Expressar-se livremente por meio de
desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando produções
bidimensionais e tridimensionais.
(EI03ET02) Observar e descrever mudanças em diferentes materiais,
resultantes de ações sobre eles, em experimentos envolvendo fenômenos
naturais e artificiais.
(EI03ET05) Classificar objetos e figuras de acordo com suas
semelhanças e diferenças.
Materiais: caneta esferográfica, papel toalha e uma vasilha com
água.
Desenvolvimento: Pegue uma folha de papel toalha e dobre ao
meio marcando bem. Na parte de fora do papel toalha na parte superior
escreva uma vogal (A, E, I, O ou U) e na parte de dentro, centralizado,
desenhe um objeto que contenha a vogal, pode ter a vogal no início, no
meio e no fim (muito importante utilizar vogais no início, meio e fim, para
que a criança conheça o som da vogal e não saiba apenas quais objetos
começam com aquela letra. Após finalizar o desenho, coloque o papel
toalha dobrado sobre a água, conforme vai umedecendo aparece a escrita
da parte de dentro. O ideal é fazer um mistério com as crianças, a fim de
que elas tentem adivinhar qual objeto se trata.
Variações: Pode ser feito a metade de um desenho
na parte de fora e a outra metade na parte de dentro,
ao molhar o papel o desenho se completa.
202
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
PÊNDULO FOFINHO
Idade: 5 e 6 anos
Objetivo: (EI03EO03) Ampliar as relações interpessoais,
desenvolvendo atitudes de participação e
cooperação.
(EI03CG02) Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo
em brincadeiras e jogos, escuta e reconto de histórias, atividades artísticas,
entre outras possibilidades.
(EI03CG05) Coordenar suas habilidades manuais no atendimento
adequado a seus interesses
e necessidades em situações diversas.
Materiais: barbante, urso de pelúcia, brinquedos pequenos (pode
ser tampinhas de garrafa), 2 potes.
Desenvolvimento: Comece amarrando o barbante em uma das
partes do corpo do urso, esse será o pêndulo para a brincadeira, uma pessoa
deve ficar em pé, com as pernas afastadas em uma distância que a criança
consiga passar por baixo, segurando o pêndulo e balançando de um lado
para outro na frente do corpo. Colocar um pote a frente com brinquedos
pequenos, onde a criança deve pegar um brinquedo, e passar por baixo das
pernas, sem que o pêndulo a toque, levando o brinquedo até um outro
pote vazio, voltar novamente por baixo, e repetir o processo até finalizar os
brinquedos, caso o pêndulo a toque, deve voltar e tentar passar novamente.
Variações: para ficar mais alto a pessoa pode
subir em duas cadeiras, deixando o espaço maior
caso a criança for mais alta, e caso não tiver urso de
pelúcia, pode amarrar o barbante um uma bolinha
feita com meias.
PEGA OBJETOS
Idade: 7-8 anos
Objetivo: (EF12EF08) Planejar e utilizar estratégias para a execução
de diferentes elementos básicos da ginástica e da ginástica geral.
Materiais: um balde e diversos objetos com tamanhos e formas
diferentes.
Desenvolvimento: posicione a criança sentada e em sua frente
disponibilize os objetos para que ela pegue com os seus pés e disponibilize
o balde atrás ou ao lado da criança. Após pegar os objetos ela deverá colocá-
203
Atividade Física em Tempos de Pandemia
MAQUETE DE MINECRAFT
Idade: 9 a 10 anos
Objetivo: (EF12LP06) Planejar e produzir, em colaboração com
os colegas e com a ajuda do professor, recados, avisos, convites, receitas,
instruções de montagem, dentre outros gêneros do campo da vida cotidiana,
que possam ser repassados oralmente por meio de ferramentas digitais, em
204
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
Considerações finais
Ao ocupar as crianças através do brincar em
casa, além de estimular a criatividade e as capacidades físicas, reforça os
laços e fortalece o vínculo familiar, algo que levarão para vida, pois é na
infância que formamos a personalidade e desenvolvemos a maior parte das
habilidades das crianças.
Todas as atividades descritas fazem parte de um repertório de
atividades que foram realizadas nas séries iniciais da educação básica
durante a pandemia, proporcionando assim uma maior aproximação em
relação a teoria e a prática.
Cada público possui suas especificidades, cada brincadeira deve
fazer parte de uma sequência pedagógica, partindo de uma variação básica
até a avançada. Como todos os alunos não aprendem da mesma forma,
devemos compreender que não podemos ensiná-los da mesma forma. As
aulas que exigem um teor de inovação tecnológica muito grande pode não
abranger todos os alunos, o que devemos tomar cuidado para que não
ocorra o desinteresse e a dificuldade de acesso, ocasionando a exclusão
digital.
Referências
Adriana Ribas
Psicóloga CRP:12/07923, Graduação em Psicologia pela
Universidade do Contestado (UNC). Especialização em
Saúde Mental, Psicopatologia e Psicanálise pela PUC -PR e
Formação em Psicopatologia. Psicóloga Clínica, atua na área
de Psicanálise, trabalha com crianças Autistas com método Sun
Rise. Docente do Curso de Psicologia, Farmácia e Medicina
da Universidade do Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP).
E-mail: adrianaribas@uniarp.edu.br
Andrey Portela
Bacharel em Educação Física e Desportos pela Universi-
dade do Estado de Santa Catarina - UDESC, e Licenciado
em Educação Física pelo Centro Universitário Vale do Igua-
çu - UNIGUAÇU; Especialista em Treinamento Desportivo
e Personal Training pela Universidade do Estado de Santa
Catarina - UDESC, e em Fisiologia do Exercício pela Uni-
versidade Veiga de Almeida - UVA; Mestre em Ciências do
Movimento Humano pela Universidade do Estado de Santa
Catarina - UDESC; Doutor em Atividade Física e Saúde pela
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC; e Pós-Dou-
tor em Ciências do Esporte pela Universidade Pablo de Ola-
vid - UPO. Professor atuante no Ensino Superior desde 2004,
atuando na graduação em Educação Física (licenciatura e ba-
charelado) e em outros cursos como Fisioterapia, Nutrição,
Biomedicina, Pedagogia, Administração... além de programas
de pós-graduação em diferentes áreas e instituições, destacan-
do-se a Disciplina de Esportes de Aventura e Meio Ambiente.
Experiência administrativa na coordenação de cursos de gra-
duação e pós-graduação, e pesquisador com publicações prin-
cipalmente na área dos Esportes de Aventura, na qual também
é praticante. Fez intercâmbio acadêmico em Universidades
nos EUA, Portugal e Espanha. É Fundador da Tabei Cursos
e Educação.
209
Atividade Física em Tempos de Pandemia
Bruno Nascimento-Carvalho
Mestre em Educação Física pelo Programa de Pós-graduação
da Universidade São Judas Tadeu (USJT); Licenciatura e
Bacharelado em Educação Física pela mesma instituição;
atualmente é doutorando em Ciências pelo Programa de
Pós-graduação em Cardiologia da Faculdade de Medicina
da USP (FMUSP); membro do laboratório de hipertensão
experimental instituto do coração do Hospital das Clínicas
(FMUSP) e do laboratório do movimento humano (USJT).
E-mail:brunonascimentoc@gmail.com
Instagram: prof.bruno.nascimento
Jesse Budin
Mestre em Educação pela Universidade Comunitária da
Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ, sendo bolsista
integral CAPES/ PROSUC/ Modalidade I; integrante
dos seguintes grupos de pesquisa: Desigualdades sociais,
diversidades socioculturais e práticas educativas; Em defesa da
escola, da Universidade Comunitária da Região de Chapecó.
Projeto de pesquisa: A trajetória escolar de pessoas com
síndrome da talidomida. Possui Graduação em Educação
Física pelo Centro Universitário da Cidade de União da
Vitoria (2011), com Especialização em Educação Especial
Pela Faculdade Bagozzi (2015); tem experiência na área de
Educação Física, com ênfase em Educação Física Adaptada.
Atou como Professor substituto no Estado de Santa Catarina
e no Instituto Federal do Paraná - IFPR Campus Palmas, com
aulas na Graduação do Curso em Licenciatura em Educação
Física e no Curso Técnico em Serviços Jurídicos.
Jozias Fortunato
Especialista Treinamento Personalizado e Emagrecimento
pela Hórus faculdades (HFSC). Coach Especialista em
Emagrecimento pela MindSlim (MS). Especialista em
Hipnoterapia Clínica pelo Instituto Lucas Naves (ILN).
Especialista em Programação Neolinguística pelo Instituto
Lucas Naves (ILN). Graduado em Licenciatura em Educação
Física pelo Instituto Federal do Paraná (IFPR). Bacharel
em Educação Física pela Hórus Faculdades Santa Catarina
(HFSC). E- mail: josias-92@hotmail.com
215
Atividade Física em Tempos de Pandemia
Márcio Doro
Doutor em Educação Física pela Universidade São Judas
Tadeu (USJT). Mestre em Educação Física pela Universidade
São Judas Tadeu (USJT). Especialista em Lazer pelo
SENAC. Especialista em Administração Esportiva pela
Faculdade Metropolitanas Unidas (FMU). Graduado
em Educação Física pela Faculdade de educação Física de
Santo André (FEFISA). Docente e pesquisador do curso de
Educação Física Universidade São Judas Tadeu (USJT) e do
Centro Universitário das Américas (FAM). Pesquisador do
Laboratório do Movimento Humano (USJT), São Paulo-
SP; Pesquisador do Grupo de Estudo e Pesquisa Aplicada em
Metabolismo do Exercício – GEPAME, São Paulo-SP. E-mail:
prof.marciodoro@gmail.com
217
Atividade Física em Tempos de Pandemia
Natália Leão
É jornalista especializada em esporte, saúde e bem estar.
Passou por dezenas de redações como repórter e editora até
chegar à GQ, onde editou por 6 anos conteúdos de esporte,
saúde, beleza e bem-estar. Desde 2019 é CEO da própria
vida e cofundadora do Inspira e Transpira, plataforma de
conteúdos e encontros para unir e empoderar mulheres
através do esporte. O surfe é seu esporte do coração e o tênis
sua nova paixão, embora já tenha corrido meias maratonas,
feito natação em águas abertas e encaixe outras modalidades
esportivas na rotina sempre que possível.
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Atividade Física em Tempos de Pandemia
Rômulo Martins
Especialista em Educação Física pela Faculdades
Metropolitanas Unidas(FMU). Graduado em Educação
Física pela Universidade Nove de Julho
E-mail: martins21romulo@hotmail.com
Silvester Franchi
Licenciado em Educação Física pela Universidade Federal
de Santa Maria (UFSM), com graduação sanduíche com
bolsa CNPq/CAPES Ciência sem Fronteiras na Universidad
de Lleida (UdL), Catalunha, Espanha. Mestre em Educação
Física pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Física
da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Docente
dos cursos de Educação Física Licenciatura e Bacharelado
da Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC,
Chapecó. Professor da rede municipal de ensino de Chapecó.
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Atividade Física em Tempos de Pandemia
Waldir Aliot Júnior