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O BRUMÁRIO

I. CONTEXTO

REINO DA HUNGRIA, 1851

O BRUMÁRIO, TAL DIA DA DAS ALMAS


PENADAS, DAS LAMÚRIAS E DA
LÁSTIMA.
UM DIA PROPÍCIO PARA OS CADÁVERES
DESPERTAR, MORTOS-VIVOS SE
LEVANTAREM DE SEUS CAIXÕES,
ENTERRADOS EM UM SOLO ENFOLHADO DE
FOLHAS DERRAMADAS PELO OUTONO.
A MEIA-NOITE DO 31° DIA DE
OUTUBRO, O BRUMÁRIO COMEÇA, SÓ
ACABANDO 6 HORAS APÓS COMO UM
FESTIM ENTRE JOVENS OU BAILES DE
PRINCESAS.
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II. PERSPECTIVA DE
WILHELM MEYER
RICHTER
MANHÃ DO DIA 31 DE OUTUBRO DE 1851
TIMISOARA, REINO DA HUNGRIA

Acho que já presenciei de tudo


durante minhas viagens ao novo
mundo, mais o que eu vi nessa
região desse reino é algo
surreal, como se tudo de
macabro e excluído se juntasse
em uma só noite, realmente
estranho, durante a minha
infância acreditava em bruxas,
a partir de hoje acredito mais
nessa história de conto de
fadas, semelhante aos Irmãos
Grimm, direto ao ponto, sabe
aquilo de macabro como lendas
de vampiros e mortos-vivos?
Pois bem, aqui está, busquei
manuscritos por onde eu estava
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e descobri que esse evento se
chama “Brumário” como o mês dos
revolucionários franceses,
desse dia então acho que essa
anotação seja o suficiente para
entenderem mais sobre isso,
voltando para a explicação,
essa data marca o começo de uma
ressurreição em massa de
cadáveres ,dentre eles
fantasmas, esqueletos e
mortos-vivos ,e eles escolhem
tal data para acordar pois eles
comemoram o dia dos finados e
da colheita em uma só madrugada
igual quando comemoramos o natal,
eu visitei 5 locais em meio ao
festival, e os narrei de forma que
fosse fácil a compreensão.
III.OS CONTOS DE
WILHELM MEYER
RICHTER
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I.A LOCOMOTIVA FANTASMA
Eis aqui meu diário, e nele irei
anotar minha expedição pelos
bosques húngaros em busca de novas
descobertas, mas acho que em meio
à esse luar, irei embora, por
sorte, ouço o som do trem de
longe, pois preciso voltar para
Timisoara o mais rápido possível,
chegando lá reparei que o trem não
era normal, me aparentava ser uma
locomotiva cujo os passageiros
eram excêntricos, entrei em um
vagão e o trem segue rumo, até que
eu reparo em um homem usando um
chapéu coco, ele estava comendo
como um glutão, tal homem fazia um
barulho como fossem 2 tábuas de
madeira se chocando, olho melhor e
reparo que era um esqueleto, e
olhei o redor e observei que todos
à bordo do vagão eram habitantes
das tumbas, fui mais à diante, sai

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do meu vagão e entro em um mais
simples, e vejo uma mazurca dos
mortos, estranho pensar uma dança
polaca feita por ossadas não acha?
eu entrei em desespero na hora,
pois só queria voltar para o meu
aposento ,e quando chegar em
Nuremberg contar tudo a imprensa
,eu me atiro do trem biruta, e
caio em frente a um solar…
II. O CASARÃO GÓTICO
Não me importo com o lugar onde
vou ficar, mas acho que esse
palacete é uma boa escolha, até eu
entrar, a porta rangente estava
totalmente aberta e arranhada,
como tivesse algo de longas garras
que arranhou a porta, entrei em
tal casa, e na sala o piano tocava
uma bela melodia, mas não havia
ninguém tocando…
Fui para a cozinha, e lá tinha um
pernil podre, sendo devorado aos
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poucos, mas não havia ninguém
comendo…
Os livros flutuavam e andavam em
fila indiana, como se fossem
militares marchando, neste ponto
percebo que o sobrenatural em tal
casa eram fantasmas inocentes e
bom coração, subo até o sótão,
mais um fantasma me pregou uma
peça, jogando uma garrafa de vinho
ao chão, vou ao segundo andar com
uma lamparina em mãos e do olho
mágico da porta à minha esquerda,
onde era pra ser uma pequena sala
vejo um vampiro despertando para
ver o Brumário, e corro da casa em
desespero, mais vendo que não
tenho mais o trem para voltar para
Timisoara, entro floresta à
dentro, em busca de abrigo.
III.MAZURCA DOS MORTOS
Por quê de haver uma fogueira em
meio a floresta de coníferas?

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Tal fogareiro é a fonte de luz
para que os mortos dancem uma
mazurca até caírem no chão de
cansaço, essa dança é muito
especial pois são feita pelos
camponeses, enquanto os ricos
dançavam lá seus minuetos, em
outros casarões abandonados como
os anteriores, tão repetitiva
dança que fui me embora de lá…
IV. A CRIPTA
Perto de uma capela, uma ruína,
havia uma cripta, muito grande,
entrando nela, vemos o abandono
dela, subsolo à baixo, pisando em
um piso de pedra, vemos a
empoeirada e escura cripta,
provavelmente de algum conde,
ainda no subsolo imenso da
estrutura, vejo uma luz…
Eram velas, entro de surdina por
perto e vejo uma reunião maçónica
ou algo illuminati, mas era algum

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grupo secreto, reparo também que
além das ciganas feiticeiras que
por lá jogam pragas ,notei que
essas pessoas do culto eram vivos,
como eu.
Subindo uma escada, entro na
capela em ruína, e vejo os mortos
por lá sentados nos bancos quase
quebrados devido aos cupins,
ouvindo um réquiem, para celebrar
a chegada deles na terra.
V.A FLORESTA DOS VAGALUMES
Além de um vampiro agora tem um
caçador á minha espera, o corvo
canta a canção da caça, o chão
enfolhado de folha de fagáceas
entrega aonde está o caçador, que
quer me matar por entrar na
floresta dele, mais por sinal, que
belo bosque, cheio de vagalumes
que se destacam no luar, belos
insetos decoram tal paisagem
macabra, mais destraído com a os

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vagalumes, quase perco os miolos,
pois o caçador me encontra, eu
consigo sair da floresta dele,
ileso, e espero muito tempo, até
que vem um cocheiro, eu o pergunto
se ele iria ir para Timisoara, e
infelizmente não…
Amanhece, e eu consigo pegar um
trem, dessa vez um com pessoas
como eu, e agora estou aqui,
voltando para a Baviera escrevendo
meu relato para o jornal.

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