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A l • 28/10 ■ outubro 1975

Liahona
Publicação mensal
d'A Igreja de Jesus C risto
dos Santos dos ú ltim o s Dias

A PRIMEIRA PRESIDÊNCIA
D ESTAQUES
Spencer W. Kimball
N. Eldon T anner 3 Mensagem da Primeira Presidência: Arre­
M arion G. Romney pendei-vos ou P e r e c er e is............................. Pres. M arion G. Romney
CONSELHO DOS DOZE 6 Diário Mórmon: Chuva, uma Colcha e um
Ezra T aft Benson Aniversário ...................................................... G ay G alt
M ark E. Petersen
8 Que Espécie de Homem é J e s u s ? ............ Jo h n F. H eidenreich
D elbert L. Stapley
L eG rand Richards 11 Relatório Estatístico de 1974 ....................
H ugh B. Bown 23 Ser um Digno Portador do Sacerdócio . . Pres. Spencer W. Kimball
H ow ard W. H unter
G ordon B. H inckley 31 Precisamos de Homens Destemidos . . . . Pres. M arion G. R om ney
Thom as S. Monson 27 O Sucesso é Medido pelo Auto-Dom ínio Pres. N. E ldon T anner
Boyd K. Packer
M arvin J. Ashton
SEÇÃO JU V EN IL
Bruce R. M cConkie
L. Tom Perry 12 Jimmy Drew — O Limpador de Cha­
minés ................................................................ T hom as J. Griffiths
COMITÊ DE SUPERVISÃO
J. Thom as Fyans 14 A Transferência para C a rlton ville............ M ark A . Simpkins
John E. C arr
Doyle L. G reen
Dean L. Larsen
SEÇÃO IN FA N T IL
D aniel H. Ludlow 15 Só Para Divertir ............................................
Verl F. Scott
16 D e um Am igo Para Outro; Um Princípio
EXECUTIVO DO INTERNATIONAL com Promessa ............................................... É lder M arion D. H anks
MAGAZINE 18 Ninguém Igual a E l e s ..................................
Larry H iller, Editor G erente
Carol Larsen, E ditor Associado 20 O Homem que Mediu a T e r r a ................. John H udson T iner
Capa da Frente: Vista Frontal do Tem ­
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José G .F . Silva, E ditor Nacional Gale
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trículas de Oficinas Im pressoras de Jornais e Periódicos, con­ estarão sujeitas a adaptações editoriais.
M ensagem da Prim eira P residência

Arrependei-vos ou Perecereis
Presidente Marion G. Romney
Segundo Conselheiro da Prim eira Presidência

“Portanto, eu, o Senhor, conhecendo a calamidade que


haveria de vir sobre a terra, chamei meu servo Joseph
Smith, lhe falei dos céus e dei-lhe mandamentos; e
também a outros para que proclamassem estas coisas
ao mundo ” (D&C 1:17-18)

rrependei-vos ou perecereis.’ A m eu ver, m ento ao povo e avisando-o de que, se não se arre­


não existe m ensagem m ais im portante para pendesse, o Senhor D eus executaria juízo contra eles,
o povo de nossos dias. destruindo-os com pletam ente.” (É ter 11:20)
D esde os tem pos de A dão, as palavras Éter, o últim o profeta deles que é m encionado,
“arrependei-vos ou perecereis” têm sido repetidas “profetizou ao povo, pois não podia ser im pedido em
solenem ente pelo pró p rio Pai, p o r seu Filho, Jesus virtude do E spírito do Senhor que estava nele.
Cristo, e seus representantes autorizados, os profetas. “E clam ava desde a m anhã até o pôr do sol,
A legitim idade da m ensagem tem sido dem ons­ exortando o povo a crer em Deus, e a se arrepender,
trada tão regularm ente quanto foi declarada. p a ra que não fosse d estruído. . . ” (É ter 12:2-3)
O Senhor conclam ou a prim eira geração dos O povo fez ouvidos m oucos e m ostrou-se hostil
hom ens a que se “arrependessem ” , avisando-os de que a todas essas advertências. É ter chegou a ver e re­
“todos os que cressem no Filho, e se arrependessem gistrar os acontecim entos de um a guerra fratricida,
dos pecados, seriam salvos; e todos os que n ão cres­ na qual sucum biram todos os m em bros daquela socie­
sem e não se arrependessem , seriam condenados.” dade, exceto ele. E xatam ente com o os antediluvia­
(M oisés 5:15) nos, eles aprenderam à força a veracidade da m en­
E noque foi m andado pregar aos antediluvianos: sagem: “A rrependei-vos ou perecereis.”
“Vai a este povo e dize-lhe que se arrependa, a m e­ Os nefitas, que sucederam aos jareditas na
nos que eu venha e os açoite com um a m aldição, e A m érica antiga, seguiram um rum o sem elhante. Seus
eles pereçam .” (M oisés 7:10) antepassados, assim com o aconteceu aos dos jareditas
Q uando N oé ensinava as coisas de D eus ao povo e a Colom bo, foram divinam ente guiados para a A m é­
de seu tem po, o Senhor lhe disse: “M eu E sp írito nem rica, onde chegaram por volta de 600 A.C. Os des­
sem pre contenderá com o hom em . . . en tretan to seus cendentes dividiram -se, form ando duas nações — os
dias serão cento e vinte anos; e se os hom ens não nefitas e os lam anitas.
se arrependerem , m andarei as águas sobre eles.” T erm inado seu m inistério pós-ressurreição entre
(Moisés 8:17) seus discípulos nas terras de Jerusalém , Jesus m inis­
Noé continuou pregando d u ran te o tem po esti­ trou durante um breve período entre eles aqui na
pulado, porém seus contem porâneos não se arrepen­ Am érica.
diam. C onseqüentem ente, foram destruídos pelo No decorrer dos mil anos da sua história, foram
dilúvio. repetidam ente instruídos e advertidos pelos profetas
O Livro de É ter relata-nos a história dos jaredi- — inclusive pelo próprio Senhor ressurreto — de que
tas — um grande país que floresceu na A m érica por a ocupação de suas terras estava condicionada a que
cerca de dois mil anos após a confusão de línguas se arrependessem e vivessem retam ente.
ao ser construída a grande torre. E n tre eles “ap are­ P or exem plo, Samuel, o profeta lam anita, assim
ceram tam bém m uitos profetas, que profetizaram advertiu os nefitas uns seis anos antes do nascim ento
grandes e m aravilhosas coisas, clam ando arrependi­ de Cristo:

OUTUBRO DE 1975 3
“E , então, eis que diz o Senhor relativam ente “E xam inai estes m andam entos, pois são verda­
ao povo nefita: Se não se arrependerem e procurarem deiros e fiéis, e as profecias e as prom essas neles con­
cum prir m inha vontade, eu os destruirei com pletam en­ tidas serão todas cum pridas.” (D&C 1:12-14, 32-
te . . . e, tão certo com o vive o Senhor, estas coisas 33, 37)
sucederão, diz o Senhor.” (Hei. 15:17) M uitos dos m encionados m andam entos predizem
A ntes disso, ele afirm ara: “ . . . n ad a vos salvará, com porm enores com o os im penitentes perecerão. N a
a não ser o arrependim ento e a fé no Senhor Jesus seção cinco de D outrina & Convênios, por exem plo,
C risto . . . ” (Hei. 13:6) lemos que “desgraça sobrevirá aos habitantes da terra
M as todas essas advertências acabaram sendo se não obedecerem às m inhas palavras;
ignoradas. P o r volta de 400 A .D ., os nefitas haviam - “Pois, se os habitantes da terra não se arrepen­
se torn ad o tão iníquos, que foram totalm ente destruí­ derem , um a praga avassaladora virá sobre eles e con­
dos num a guerra fratricida. tin u a rá a derram ar-se de tem pos em tem pos, até que
O utras provas da veracidade da m ensagem “ arre- a terra se torne vazia e seus habitantes sejam con­
pendei-vos ou perecereis” são o aniquilam ento de sum idos e totalm ente destruídos pelo resplendor da
Sodom a e G om orra e a destruição de Jerusalém , em m inha vinda.
70 A .D . “Eis que te digo estas coisas, assim com o preveni
D iante desses precedentes, convém que pondere­ o povo acerca da destruição de Jerusalém ; e a m inha
m os o diagnóstico do Senhor quanto à situação pre­ palavra será verificada agora, com o o tem sido até
cária dos habitantes terrenos de hoje. aqui.” (D&C 5:5, 19-20)
N a seção vinte e nove de D outrina & Convênios,
Eles “se desviaram dos m eus estatutos e q u eb ra­
lem os que antes da chegada do grande e terrível dia
ram o m eu eterno convênio” , diz o Senhor.
do Senhor, “haverá choro e gem ido entre os homens;
“N ão buscam ao Senhor p a ra estabelecer a sua
“E um a grande chuva de pedras virá para des­
justiça, m as cada um segue o seu próprio cam inho,
tru ir as colheitas da terra.
segundo a im agem do seu p róprio D eus, a qual é à
“E acontecerá que p o r causa da iniqüidade do
sem elhança do m undo, e cuja substância é a de um
m undo, eu me vingarei dos ím pios, porque não se
ídolo, que envelhece e p erecerá em Babilônia, m esm o
arrependeram ; porque o cálice da m inha indignação
a grande B abilônia que cairá.
está repleto; pois eis que m eu sangue não os purifi­
“P ortanto, eu, o Senhor, conhecendo a calam i­
cará, se eles não me ouvirem.
dade que haveria de vir sobre os habitantes da terra,
“P ortanto, eu, o Senhor Deus, m andarei moscas
cham ei m eu servo Joseph Smith, lhe falei dos céus
sobre a face da terra, as quais se apoderarão dos seus
e dei-lhe m andam entos;
habitantes, com erão a sua carne e farão com que
“E tam bém a outros dei m andam entos, p ara que
bicheiras se criem neles.
proclam assem estas coisas ao m u n d o . . . ” (D&C
“E suas línguas se atarão para que não falem
1:15-18)
contra mim; e sua carne cairá dos seus ossos, e das
Os referidos m andam entos estão repletos de lem ­
órbitas, os olhos;
bretes de que nós, os desta geração, tem os que nos
“E acontecerá que as feras das florestas e as aves
arrepender, senão perecerem os.
do céu os devorarão.” (D&C 29:15-20)
E is alguns deles:
E m bora estas E scrituras e m uitas outras seme­
“Preparai-vos, preparai-vos p a ra o que está por lhantes acentuem clara e vigorosam ente a mensagem
vir, pois o Senhor está perto; “ arrependei-vos ou perecereis” , elas não são cruéis,
“E a ira do Senhor está acesa, e a sua espada severas, nem levianas. T am pouco são arbitrárias.
está b an h ad a nos céus, e sobre os habitantes d a terra A penas expõem as conseqüências lógicas e inevitáveis
cairá. da violação da lei natural — daquela lei “irrevoga-
“E o braço do Senhor se m anifestará; e se apro­ velm ente decretada nos céus, desde antes da fundação
xim a o dia em que aqueles que não ouvirem a voz deste m undo, na qual se baseiam todas as bênçãos.”
do Senhor, nem a de seus servos, nem atenderem às (D&C 130:20)
palavras dos profetas e apóstolos, serão desarraigados Essas advertências vêm sendo declaradas agora
de entre os povos; ao m undo há m ais de cento e quarenta anos. O m un­
“ . . . aquele que se arrepende e faz a vontade do não tem com o se excusar.
do Senhor, será perdoado; Os sinais dos tem pos prestam sinistro testem u­
“E aquele que não se arrepende, dele será tirada nho de que se aproxim a a hora do ajuste de contas
até a luz que re c e b e u . . . para esta geração.

4 A LIAHONA
“Q uem tem ouvidos p ara ouvir, ouça.” (M at. Já em 550 A. C., Néfi, contem plando em visão
11:15) T endo em m ente as E scritu ras precedentes, os nossos dias, foi m ovido a dizer pelo espírito de
elas nos ajudarão a entender os “sinais” dos nossos profecia:
tempos. “E sucederá que o Senhor com eçará a sua obra
C ontudo, por m ais som brio que nos possa p a­ entre todas as nações, fam ílias, línguas e povos, para
recer o quadro, existe nele um lado auspicioso. A que­ levar a cabo a restauração de seu povo sobre a terra.
le que procu ra realm ente ouvir, descobrirá que, em “Com justiça julgará o Senhor Deus aos pobres
todas as advertências, antigas e m odernas, existe um e reprovará com eqüidade os m ansos da terra. Ferirá
raio de esperança que nos perm ite regozijar. T anto a te rra com a vara de sua boca, e com o sopro de
a H istória com o as E scrituras se encontram tão re­ seus lábios m atará os ímpios.
pletas de prom essas e provas de que o penitente vi­ “ E rapidam ente chegará o tem po em que o
verá, com o de avisos de que o im penitente há de Senhor Deus fará um a grande divisão entre o povo
perecer. e destruirá os m alvados; e poupará seu povo, sim,
N os dias de A dão, “o Senhor D eus cham ou os ainda mesmo que para isso tenha que destruir os
hom ens pelo E spírito Santo em todas as partes e lhes ímpios com fogo.” (2 Néfi 30:8-10. G rifo nosso)
m andou que se arrependessem ; Q uando os santos foram expulsos do C ondado
“E todos os que cressem no Filho, e se arrepen­ de Jackson, M issouri, o Senhor fez ao P rofeta Joseph
dessem dos seus pecados, seriam sa lv o s. . . ” (M oisés Smith um a revelação reconfortante n a qual dizia:
5:14-15. G rifo nosso) “E u ju r e i. . . q u e . . . deixarei cair a espada da
O contraste entre o destino da Sião de E noque m inha indignação em favor de meu povo; e assim
e a sina dos iníquos por época do dilúvio, ilustra um a com o eu disse, acontecerá.
grande lição do m undo antigo. “A m inha indignação logo se derram ará sem
Nos dias de E noque, “caiu um a m aldição sobre m edida sobre todas as nações; e isso farei quando esti­
todo o povo que lutava contra Deus; ver cheio o cálice da sua iniqüidade.
“E daquele tem po em diante; houve guerras e “E , naquele dia, todos os que se acharem de
derram am ento de sangue entre eles; m as o Senhor atalaia, ou em outras palavras, todo o meu Israel,
veio e habitou com o seu povo, e eles viveram em será salvo.
retidão. “P o rtanto, que se confortem os vossos corações
“O tem or do Senhor caiu sobre todas as nações, no que diz respeito a Sião; pois toda a carne está
tão grande era a glória do Senhor que cobria seu em m inhas m ãos; sossegai e sabei que eu sou Deus.
povo. . . “Sião não será m ovida de seu lugar, não obstan­
“O Senhor cham ou a seu povo Sião, porque era te o fato de que seus filhos estão espalhados.
uno de coração e vontade, e vivia em ju stiç a ;. . . “Os que ficarem , e forem puros de coração, eles
“ . . . e eis que, com o correr do tem po, Sião e seus filhos reto rn arão p ara suas heranças, com cân­
foi levada ao céu . . (M oisés 7:15-18, 21) ticos de eterna alegria, p a ra edificar os lugares deso­
O mesm o contraste pode ser observado entre a lados de Sião.” (D&C 101:10-12, 16-18)
esplêndida sociedade em que viveram os justos nefi­ C oncluindo, cito novam ente um trecho do pre­
tas durante os dois séculos que se seguiram ao m inis­ fácio do Senhor p a ra D outrina & Convênios:
tério do Senhor ressurreto entre eles, e sua posterior “ . . . em verdade vos digo, ó habitantes d a terra:
destruição. E u, o Senhor, estou disposto a to rn ar conhecidas estas
A respeito deles, está escrito: coisas a toda a carne;
“E aconteceu que, no ano trigésim o sexto, o “Pois não faço acepção de pessoas e desejo que
povo inteiro foi convertido ao Senhor sobre to d a a todos os hom ens saibam que o dia rapidam ente se
face da te rra . . . e não havia contendas nem disputas aproxim a; ainda não é chegada a hora, m as está perto,
entre eles, e procediam retam ente uns com os outros. quando a paz será tirad a da terra e o diabo terá poder
“E não havia contendas na terra, em virtude do sobre o seu próprio dom ínio.
am or a D eus que vivia nos corações do povo. “E o Senhor também terá poder sobre os seus
“ . . . e sem dúvida não podia haver povo m ais santos, e reinará no seu m eio. . . ” (D&C 1:34-36.
ditoso entre todos os povos criados pela m ão de G rifo nosso)
D eus.” (4 N éfi 2:15-16) Que nos arrependam os para não perecer, eu oro
C hegam os agora às prom essas feitas pelo Senhor hum ildem ente.
a nós, os desta últim a dispensação: ass Marion G- Romney

OUTUBRO DE 1975 5
DIÁRIO DE MÓRMON:
N o coração de todo santo dos últimos dias, estão
gravadas as experiências cotidianas da vida no Evan­
gelho e da dedicação ao Senhor. São as histórias de
todo mundo. Compartilhem com os demais membros
da Igreja experiências que fortaleceram seu testemu­
Chuva, Uma Colcha
nho: orações atendidas, bênçãos do Sacerdócio, a ins­
piração de queridos amigos e familiares e as recom­ e o Aniversário
pensas do trabalho nas auxiliares da Igreja. Mandem- Por Gay Galt
nas à Coordenação de Línguas do Centro Editorial
Brasileiro — Caixa Postal 19.079, São Paulo, Brasil,
CEP 01000.
aía um a chuva fria, miserável. Holly, minha filha de

C
catorze anos, tinha hora m arcada no dentista na
cidadezinha distante uns treze quilômetros.

— Ande logo Holly, — eu a incitava com voz


ríspida, cheia de im paciência. — Q uero voltar logo,
tenho um m undo de coisas para fazer.
A dem ora no dentista foi m aior do que eu esperava, e
quando Holly ficou pronta, já era meio-dia. Como as duas
estávamos com fome, param os para um rápido lanche num
restaurante próximo. Depois nos pusemos a caminho de
casa.
Subitam ente surgiu o vulto indistinto de um velho soli­ rosa. Bati à porta. Respondeu-nos a voz mais doce que já
tário à beira da estrada. Usava um surrado chapéu de ouvi:
feltro escorrendo água, e com uma das mãos se apoiava — Q uem é, por favor?
numa bengala. No braço esquerdo, levava um cartucho de
— N ão se assuste. Sou a pessoa que deu carona ao seu
m antim entos, já um tanto quanto m olhado, do qual sobres­
m arido algumas horas atrás.
saíam as pontas úmidas de alguns pães. Ele m antinha-se
curvado, tentando proteger a todo custo os m antim entos Ela nos pediu que entrássem os, e fomos até o quarto
da chuva, enquanto esperava um a oportunidade de atraves­ dela, onde encontram os deitada uma senhora simpática, o
sar a larga avenida, agora cheia de água e com tráfego rosto m arcado pelo sofrim ento, dando a perceber que a dor
intenso. não lhe era um a estranha. Sorri e expliquei-lhe nossa visita:
Naquele mom ento, o Santo Espírito pareceu encher — Depois de deixarmos seu marido aqui, senti-me
meu coração de ternura e calor hum ano; foi como se im pelida a com prar algumas coisas de que devem estar
aquela vozinha suave e mansa falasse: A panha esse meu precisando.
filho e leva-o para casa. Ela pareceu com preender, e então prossegui:
Meu prim eiro im pulso foi retrucar: Eu nunca dou — Senti de modo especial que estavam precisando de
carona a estranhos, tenho medo. Mas a im pressão continua­ um a colcha; na verdade, foi a prim eira coisa na minha
va forte, e então encostei no meio-fio e parei o carro. lista.
Desci o vidro e, sentindo o vento frio e a chuva no rosto, Holly foi buscar as coisas no carro, e quando ela viu
perguntei: a colcha, seus olhos se arregalaram de alegria e expectativa.
— Senhor, sua casa fica longe? — O h, — exclamou, — não sabem como estava can­
— Eu só tenho que atravessar esta via expressa. Moro sada de ficar deitada nesta casa sem um a colcha colorida,
só umas quadras lá para baixo, do outro lado. alegre, e estive orando, orando por ela.
Então, sorrindo, o convidei: — Vamos, entre aqui, — Q uando Holly trouxe as flores, a anciã cobriu o rosto
o que ele aceitou agradecido. Nessas alturas, já havia uma com as mãos e ficou espiando entre os dedos, enquanto lhe
fila de carros parados atrás de mim, buzinando im pacien­ mostrávam os o resto. Então chegou o m arido que havia
tes. Por um mom ento, fiquei ali sentada, confusa, sem estado fora, e a meia hora seguinte foi como proporcionar
saber como chegar ao outro lado da via para levá-lo na um N atal inesperado a duas crianças. O bservam os com ale­
direção oposta. M ilagrosamente, diversos carros pararam e gria quando ele pegou a pequena luz de parede, dizendo:
fizeram-me sinal para atravessar na frente deles, e quando — Esta é para mim! Q ue bom, agora não preciso ir
saímos da via principal, ele disse: mais ao banheiro no escuro durante a noite.
— Q uanta bondade a sua, seja abençoada! M inha mu­ — Mas, querido, eu tam bém preciso de um a lâm pada,
lher fraturou o quadril no ano passado, e eu estava para — reclamou a m ulher. — Nem tenho com que ler!
trazê-la para casa semanas atrás, mas então ela escorregou — O ra, como não tem, — exclamei, mostrando-lhe a
e fraturou o outro lado. Agora acabam os de m udar para lâm pada de mesa e as revistas.
este subúrbio e tenho que cuidar de tudo. Ao saltar do Mais tarde, eles contaram que, com a m udança, os
carro, virou-se e falou baixinho, meio envergonhado: cheques da aposentadoria haviam-se extraviado no correio,
— Gostaríam os m uito de receber um a visita sua. Seria e precisavam de ajuda para mais um a semana até chegarem
um grande prazer. os seguintes. A m ulher explicou que estava pressentindo
Percebi num ím peto de compaixão que se sentiam soli­ um resfriado, e o m arido se esquecera de com prar os medi­
tários, como desejava mais contato hum ano, alguém para camentos necessários. Comentou tam bém que a tosse lhe
anim ar sua esposa acam ada. Subitam ente, senti outra vez o provocava dores no quadril fraturado. Parecia que cada item
calor do Santo Espírito, um a força especial desconhecida da nossa lista era não só útil, como a escolha perfeita
que parecia fazer-me saber coisas a respeito daquele casal para eles.
de velhos. Não há palavras para descrever a sensação Finalm ente perguntaram se pertencíam os a um a igreja.
quando me senti tom ada pelo Santo Espírito, sugerindo-me Holly e eu sorrim os, contentes com aquela prim eira oportu­
o que eu devia fazer. Seguimos para casa em silêncio e nidade de fazer as perguntas de ouro.
quando chegamos na nossa cidadezinha, fui até o armazém — (á ouviram falar da Igreja M órmon?
e comprei algumas coisas. Chegando em casa, pedi à minha
A resposta foi negativa. Então explicamos que éramos
filha:
conversos recentes e contam os como o Evangelho havia sido
— Holly, não quer ajoelhar-se e orar comigo? restaurado. Disse-lhes que eu vinha procurando o Evangelho
Ela acedeu com um gesto, e im ediatam ente caímos de verdadeiro há quarenta e oito anos, e como a cada dia
joelhos e oramos ao Senhor que nos orientasse naquela estávamos aprendendo mais sobre ele. Perguntamos se podía­
estranha em presa, pois eu não queria com eter nenhum mos m andar os missionários para dar-lhes a mensagem do
engano. Eu já tinha muitas vezes enchido cestas de N atal Evangelho e partilh ar com eles o plano de salvação do
e ajudado famílias necessitadas, mas o que eu juntei para Senhor. R esponderam que gostariam de recebê-los.
aquele casal não eram coisas que se costumam levar para Antes de sairmos, a senhora, voltando-se para o marido,
pessoas desconhecidas. Por exemplo, lá estava um a colcha, censurou-o m ansamente:
um ram alhete de flores, uma lâm pada de mesa, um a pe­
— Você contou, não foi? — ao que ele respondeu
quena luz de parede, remédio para resfriado e xarope contra
im ediatam ente:
tosse, um a bacia de plástico, um bujão de água, revistas e
mantim entos para um a semana escolhidos com todo cuidado — Eu não disse nada.
— alguns produtos de carne, mas principalm ente coisas Ela voltou à carga:
tiradas da m inha própria despensa. — Você contou, sim!
Q uando cheguei carregando a alegre colcha cor de Como ele negasse novam ente com toda ênfase, eu inda­
vinho, Holly exclamou incrédula: guei intrigada:
— Mãe, uma colcha? A senhora deve estar brincando. — Mas, contou-nos o quê?
Então seus olhos se encheram de lágrimas, enquanto
Contudo, sentia-me im pelida a levá-la. Q uando havía­
tirou de trás da cama um cartão respingado de chuva. En­
mos juntado todo o necessário, ajoelhamo-nos outra vez e
tregando-me, disse com voz em bargada:
pedimos ao Senhor que nos guiasse de volta à casa certa
— Hoje é meu aniversário!
e nos orientasse no que estávamos fazendo.
Chegando na casa do velho casal, hesitam os por um
mom ento, e então sugeri deixarmos as coisas no carro para G ay G alt, dona de casa, serve como presidente das Moças
primeiro avaliarm os a situação; eu me sentia incerta e tem e­ na Ala M odesto III. Estaca Modesto. Califórnia.

OUTUBRO DE 1975 7
Que Espécie Ele é o Filho de Deus. O que terá em

de Homem comum conosco, nós, os mortais?. . .


sua capacidade de alegria espontânea,
sua necessidade de orar, seu anseio
é Jesus? de amar e ser amado. . .

lohn F. Heidenreich

em no princípio de seu ministério, o Salvador certa

B
vez atravessou de barco o M ar da Galiléia em com­
panhia de seus discípulos. A conteceu que, enquanto
o M estre descansava dorm indo, irrom peu súbita e
violenta tem pestade. O leve barco balançava com as
ondas, derram ando-se por cim a de suas bordas. Apesar de
alguns discípulos serem exímios barqueiros, eles ficaram com
medo e acordaram o M estre para que os ajudasse. Levan­
tando-se, este repreendeu o vento e o mar, e logo tudo se
aquietou.
M aravilhados com tal poder, seus seguidores indagavam:
“Mas quem é este?”
Perto de vinte séculos mais tarde, nós continuam os a
fazer a mesma pergunta. C ontudo, pelas páginas das Escri­
turas, vimos a conhecer Jesus como um ser hum ano caloroso,
que com preende as pressões a que estamos sujeitos, porque
experim entou pessoalm ente nossa condição hum ana.
Ele pode " . . . compadecer-se das nossas fraquezas.. .
[e] como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.”
(H eber. 4:15)
A pesar dos ensinam entos das Escrituras, as opiniões
quanto à identidade de Cristo têm divergido largamente.
Para o m undo pagão do prim eiro século, ele não era um
ser hum ano, mas um deus tem porariam ente disfarçado de
homem. Mais recentem ente — em particular nos tempos mo­
dernos — a filosofia hum anista renega totalm ente sua divin­
dade, tendo-o como um grande mestre, um líder, mas não
um Salvador. Estas duas heresias não crêem na natureza
essencial de Cristo.
Trouxeram-lhe um homem mudo e endemoninhado . . . Nós, da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias, testem unham os tanto a condição hum ana, quanto a
(Mat. 9:32) divindade de Jesus; ele é literalm ente o Filho Unigênito de
Deus na carne. A natureza de Cristo assemelha-se a uma
roupagem tecida com fios de duas cores — nenhum dos
dois pode ser rem ovido sem destruir a peça inteira. Aqui,
porém , vamos focalizar particularm ente os pontos em que
Jesus, durante seu m inistério m ortal, era “como nós”.
Uma das mais adm iráveis qualidades foi sua alegria
espontânea e sua capacidade de levar outros a sentirem a
mesma alegria e fé. Depois de recom endar aos discípulos
que amassem uns aos outros, Jesus explica:
“Tenho-vos dito isto, para que meu gozo permaneça
em vós, e o vosso gozo seja com pleto.” (João 15:11) E em
sua sublim e prece ao Pai, Jesus resum e todo seu ministério
num a única frase: " . . . digo isto no m undo para que tenham
a m inha alegria com pleta em si m esm os”. (João 17:13)
N outra ocasião, “se alegrou Jesus no E spírito” pelo
retorno dos setenta que relataram “com alegria” o grande
sucesso da missão deles. Em bora com partilhando plena­
m ente dessa satisfação, ele os adm oestou a que não se rego­
zijassem por causa do poder de sujeitarem Satanás, mas
por terem seus nomes “escritos nos céus”. (Lucas 10:17-21)
Jesus dem onstrou outro tipo de alegria, quando os após­
tolos começaram a sentir a sinistra proxim idade da morte do
Mestre. Disse-lhes aí que, passada a hora da aflição, " . . . ou­
tra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa
alegria ninguém vo-la tirará .” (João 16:22)

8 A LIAHONA
Q uando M arta repreendeu M aria p o r ficar ouvin­ U m a das m ais m arcantes form as de Jesus de­
do Jesus, em vez de ajudá-la no p rep aro do jantar, m onstrar sua condição hum ana, era sua necessidade
a m ansa reprim enda de Jesus aparentem ente operou de orar. Seguidam ente, ele se afastava do constante
m ilagres no progresso espiritual de M arta. A o encon­ alarido das m ultidões, a fim de revigorar-se no con­
trarm os novam ente as duas irm ãs, quando da m orte solo da prece solitária. Iniciou seu m inistério com
de seu irm ão, a heroína espiritual é M arta, em virtude q u aren ta dias de jejum e orações, nos agrestes ermos
de sua fé. Saindo ao encontro de Jesus, ela diz: da Judéia; e as últim as palavras pronunciadas na m or­
“Senhor, se estivesses aqui, m eu irm ão não teria talidade, foram endereçadas ao Pai: “Pai, nas tuas
m orrido. M as tam bém agora sei que tudo quanto pe- m ãos entrego o m eu espírito.” (Lucas 23:46)
dires a Deus, Deus to concederá.” (João 11:21-22) A o ensinar os discípulos com o orar, tem os cer­
Parece que a fé possuída p o r M arta, com o teza de que ele próprio era o exem plo que deviam
incentivo de Jesus, precedeu o m ilagre da restauração seguir, e que suas instruções foram tiradas de suas
da vida de L ázaro. próprias preces.
“ . . . orando, n ão useis de vãs re p etiçõ es. . . ” ainda é o m elhor colhedor de alm as. O Salvador bem
(M ateus 6:7) o sabia, quando perguntou a Pedro: “ A m as-m e?”
“ . . . en tra no teu aposento e . . . ora a teu (João 21:17)
P a i. . . em oculto; e teu P a i . . . te recom pensará.” E m bora P edro se m agoasse ouvindo a m esma
(M ateus 6:6) pergunta três vezes, Jesus sabia que, se ele realm ente
“Vigiai e orai, p ara que não entreis em tentação; o am ava, se converteria e teria forças para converter
na verdade, o espírito está pronto, m as a carne é a outros.
fraca.” (M ateus 26:41) N ão existe outro ponto em que Jesus provou
“ . . . perdoai, se tendes algum a coisa contra m elhor sua condição hum ana do que no seu sofrim en­
alguém , p a ra que vosso P a i . . . vos p e rd o e . . . ” (M ar­ to e m orte. Foi com o hom em que enfrentou Pilatos —
cos 11:25) dando o suprem o exem plo de m asculinidade que Deus
“ . . . contou-lhes um a p aráb o la sobre o dever de já colocou n a terra. N as derradeiras horas de sua vida,
orar sem pre, e nunca desfalecer [ou p a ra r de fazê-lo] ” ele teve tem po de cuidar da m ãe, de consolar e con­
(Lucas 18:1) fo rtar um salteador m oribundo, e rogar a Deus que
E talvez, a m ais significativa: “ . . . pedi, e rece- perdoasse aos que o atorm entavam .
bereis, p ara que o vosso gozo se cum pra.” U m de seus perseguidores com entou: “ Salvou
(João 16:24) os outros, e a si m esm o não pôde salvar-se.” (M at.
T odavia, o aspecto em que m ais nos identifica­ 27-42) E nunca houve palavras m ais verdadeiras.
mos com Jesus é a nossa necessidade com um de am ar Hom em algum pode salvar-se a si e aos outros. Jesus
e ser am ados. A qui novam ente vem os que a essên­ disse: “Q uem achar [ou poupar] a sua vida [para si
cia da sua mensagem , tan to pelo exem plo com o por m e sm o ], perdê-la-á; e quem perder a sua vida por
seus num erosos ensinam entos sobre o assunto, é o am or de mim achá-la-á.” (M ateus 10:39)
am or a D eus e ao hom em , não podendo um existir A grande redenção é de tal im portância para o
sem o outro, e am bos exem plificados n a sua vida. gênero hum ano, que qualquer pensam ento e ato de
Jesus, que perdoava os pecadores penitentes com todo ser hum ano m ortal, que já viveu nesta te rra em
infinita m isericórdia, associa am or e perdão: “ . . . a eras passadas, que vive atualm ente e que ainda há
quem pouco é perdoado pouco am a” . (Lucas 7:47) de viver, está envolvido. A grandeza e profundidade
“Se me am ardes, guardareis m eus m andam entos.” do que C risto fez por nós em sua expiação só é
(João 14:15) Jesus que obedecia ao Pai a ponto de plenam ente com preendida por Deus. E ntender o plano
se deixar crucificar, com isto dem onstrou seu per­ de salvação ensinado pelos profetas de Deus é tudo
feito am or. o de que precisam os, e o m ais im portante de todo co­
nhecim ento hum ano.
E le dava conselhos tirados da p ró p ria vivência:
“A m ai a vossos inimigos, bendizei os que vos m aldi­ Sem essa condição sim ultaneam ente hum ana e
zem, fazei bem aos que vos o d e ia m . . . P a ra que divina de nosso Salvador, jam ais poderia haver a
sejais filhos do vosso Pai que está nos c é u s . . . Sede grande redenção Q uão gratos deveríam os ser por ele
vós pois perfeitos, com o é perfeito o vosso P ai que nos haver tirado das trevas para a m aravilhosa luz do
está nos céus.” (M ateus 5:44-45, 48) seu am or e perdão, e ter-nos feito a prom essa de vida
eterna.
O term o pois é a palavra-chave nesta E scritura,
um sum ário sugerindo um precedente. E qual seria tal Pela obediência aos seus m andam entos, ser-
precedente? E studando esses versículos com atenção, nos-ão dados todo poder, toda perfeição e toda alegria
vemos claram ente que o am or, m esm o o am or aos possuídos por Deus.
inimigos, é o cam inho p ara a perfeição. C risto de­ O Senhor prom eteu: “E aquele que me recebe a
m onstrou essa qualidade em sua preocupação com ­ m im, recebe o meu Pai;
passiva p o r todos os hom ens, a ponto de perdoar “E aquele que recebe o m eu Pai, recebe o reino
àqueles que o havia posto na cruz. de m eu Pai; portanto, tudo o que meu Pai possui
P ara Jesus, am or era um a força dinâm ica, um ser-lhe-á d ado.” (D&C 84:37-38)
fato r prim ordial p ara a conversão, conform e ilustra
este único exem plo: Pedro vinha seguindo Jesus há
três anos, prestando testem unho da sua divindade,
fohn H. H eidenreich, professor aposentado de seminário,
m esm o quando m uitos de seus discípulos o abandona­ leciona na Escola Dominical e serve como mestre fam iliar na
ram . E le fraquejou e negou a C risto, m as o am or Ala X II da Estaca de Mesa Leste, Arizona.

10 A LIAHONA
RELATÓRIO Ano N .° Estacas N .° M issões
Total de
membros da Igreja
ESTATÍSTICO 1963 389 73 2 .1 1 7 .4 5 1
DE 1974 1964 400 75 2 .2 3 4 .9 1 6
1965 414 74 2 .3 9 5 .9 3 2
Elaborado pelo Escritório 1966 425 75 2 .4 8 0 .8 9 9
do Bispado Presidente 1967 448 79 2 .6 1 4 .3 4 0
1968 473 83 2 .6 8 4 .0 7 3
P ara inform ação dos m em bros 1969 496 88 2 .8 0 7 .4 5 6
da Igreja: 1970 537 94 2 .9 3 0 .8 1 0
A Prim eira Presidência publicou 1971 562 98 3 .0 9 0 .9 5 3
o seguinte relatório estatístico refe­ 1972 592 101 3 .2 2 7 .7 9 0
rente à congregação geral da Igreja, 1973 630 108 3 .3 2 1 .5 5 6
em fins de 1974: 1974 675 113 3 .3 8 5 .9 0 9

Unidades T otal de Portadores do Sacerdócio de


N úm ero de E stacas de Sião em Fins M e lq u ise d e q u e ....................................... 4 2 2 .9 7 6
de 1974 ................................................... 675 T otal G eral de P ortadores do Sacerdócio
N úm ero de A las ............................................ 4 .7 5 6 A arônico e de M elquisedeque . . . . 8 4 1 .3 0 5
N úm ero de R am os Independentes em (A cusando um aum ento de 2 9 .3 5 7 du­
E s ta c a d a s ................................................. 1 .1 9 5 rante o ano de 1974)
T otal de Alas e R am os Independentes Organizações da Igreja (Alistamento)
nas Estacas no Final do A no . . . . 5 .9 5 1
Sociedade de Socorro .................................. 8 6 1 .2 7 2
N úm ero de R am os de M issão no Final
Escola Dom inical ......................................... 3 .1 0 1 .2 8 1
do A no ................................................... 1 .82 2
R apazes em Idade do Sacerdócio A arô­
N úm ero de Missões de Tem po Integral
nico ............................................................ 1 8 0 .9 1 2
no Final do A no ................................ 113 M o ç a s ................................................................. 1 7 8 .3 0 7
N úm ero de M em bros da Igreja em 31 A ssociação da P rim ária ............................. 4 6 8 .7 9 0
de dezem bro de 1974 A M M do Sacerdócio de M elquisedeque 6 5 0 .0 0 0
Nas E s t a c a s ..................................................... 2 .9 6 0 .1 4 3
Plano do Bem-Estar
Nas Missões ................................................... 4 2 5 .7 6 6
T o t a l .................................................................... 3 .3 8 5 .9 0 9 N úm ero de Pessoas A ssistidas D urante
o A no ..................................................... 1 0 9 .2 1 2
Crescim ento da Igreja no A no de 1974
N úm ero de Pessoas C olocadas em E m ­
C rianças A bençoadas nas Estacas e M is­
pregos R em unerados ........................ 1 7 .3 4 6
sões ............................................................ 7 2 .7 1 7
D ias/H o m em de T rabalho D oados ao
Filhos Registrados
Plano do B e m - E s ta r ........................... 1 3 9 .4 1 8
Batizados nas Estacas e M issões ............ 4 7 .2 3 4
D ias/U n id ad e de U so de E quipam ento
Conversos B atizados nas E stacas e M is­
D o a d o s ..................................................... 4 .1 0 2
sões ........................................................... 6 9 .0 1 8
Sociedade Genealógica
Estatística Social (B aseada em D ados R e­
N om es L iberados em 1974 P ara O rde­
cebidos das Estacas e Missões R e­
ferentes a 1974) nanças do Tem plo ............................. 2 .7 0 4 .9 0 5
T axa de Nascim entos P o r M i l ................. 26,11 Registros genealógicos m icrofilm ados em
N úm ero de Pessoas C asadas P or Mil . . 14,29 27 países durante o ano produziram
M ortes P or Mil .............................................. 4,50 8 3 6 .9 5 2 rolos de m icrofilm e de
30,5 m para uso da Igreja, eqüiva­
Sacerdócio lendo a m ais de 3 .9 9 2 .9 1 1 volumes
M em bros P ortadores do Sacerdócio A arô ­ im pressos de 300 páginas cada
nico em 31 de dezem bro de 1974:
Templos
D iáconos ............................................................ 1 4 0 .1 8 5
M e s tre s ............................................................... 1 0 7 .2 7 7 N úm ero de E ndow m ents (Investiduras)
S a c e rd o te s .......................................................... 1 7 0 .8 6 7 R ealizadas em 1974 nos 16 T em ­
Total de Portadores do Sacerdócio A arô ­ plos em O peração —
nico ............................................................ 4 1 8 .3 2 9 P ara Pessoas V ivas .................................... 3 7 .4 3 2
M embros Portadores do Sacerdócio de Pelos M ortos ................................................... 2 .5 3 5 .5 1 8
M elquisedeque em 31 de dezem bro T otal de E n d o w m e n ts .................................. 2 .5 7 2 .9 5 0
de 1974: Sistema Educacional da Igreja
É ld e r e s ............................................................... 2 9 2 .8 7 3 T otal de M atriculados em Escolas da
S e te n ta s .............................................................. 2 5 .1 8 4 Igreja, Incluindo Seminários e Ins- •
Sumos Sacerdotes ......................................... 1 0 4 .9 1 9 t i t u t o s ........................................................ 3 0 7 .8 1 0

OUTUBRO DE 1975 11
JIMMY DREW am ais me esquecerei de um a m ento no inverno. Usava-se tal
0 Limpador
de Chaminés
J lição aprendida há m uitos,
m uitos anos, ainda m enino, no
pequeno País de G ales. M inha
fam ília vivia num a hum ilde aldeia
de m ineiros, onde o carvão não só
quantidade de carvão, que as cha­
m inés costum avam ficar entupidas
de fuligem , obrigando a se recor­
rer aos préstim os de um lim pador
de cham inés.
Thomas J. Griffiths representava o ganha-pão, com o N a nossa aldeia, esse serviço
Ilustrado por James Christensen era usado para cozinhar e abaste­ sujo era feito por um hom enzinho
cer as lareiras para nosso aqueci­ esquisito, de aparência quase re-
pulsiva. T inha as m ãos nodosas, As gaiolas que levavam os m i­ Porém , os aldeões não arreda-
deform adas, e andava com os om ­ neiros p ara o fundo do poço já não ram pé, pois lá no fundo estavam
bros curvados com o que carregan­ existiam . E o próprio poço estava seus entes queridos, e não queriam
do um fardo pesado. Porém , o coberto com pesadas pranchas e voltar para casa sem eles.
mais estranho é que nunca falava. cercado p o r um cabo de ferro en­ E ntão, quando o sol já tocava
Os únicos sons que saíam de seus ferrujado. Flavia algo naquela ve­ o cim o da m ontanha e as prim ei­
lábios e entendidos som ente pelos lha m ina que dava arrepios, quan­ ras som bras com eçavam a envolver
que o conheciam , eram seu pregão: do se chegava perto. U m a vez, a aldeia, aconteceu o im possível.
— L im pa cham inés, lim pa cham i­ alguns de nós, garotos, afastam os Alguém gritou e então todos pu­
nés! — Esse hom em era Jim m y um a das pranchas e jogam os pe­ deram ver um par de m ãos subin­
Drew. dras d rentro de seu negror sinistro. do pouco a pouco pelo cabo que
Jim m y não incom odava nin­ Pareceu-nos levar um a eternidade fazia subir e descer as gaiolas do
guém. A ndava pelas ruas da aldeia até as pedras atingirem a água lá elevador. M ãos prestativas suspen­
com o feixe de escovas e vassouras no fundo. deram o hom em , livrando-o daque­
às costas, soltando seu estranho — Sim, pai, — respondi — es­ le terrível cabo. A carne pendia
pregão. Se alguém aceitasse seus to u vendo a velha m ina Príncipe em farrapos de suas m ãos, e sua
serviços, ele vasculhava a cham iné de G ales. roupa estava praticam ente toda
e juntava a fuligem num saco que queim ada. D epois de deitarem -no
— E n tão ouve bem , — prosse­
levava em bora. Seu preço era de com todo o cuidado, o m édico fez
guiu, — pois quero que nunca te
dois xelins, e a transação sem pre o possível p a ra atendê-lo. O
esqueças do que vou te contar.
se fazia em silêncio, pois Jim m y hom em estava às portas da m orte,
E ntão, sério, contou-m e a histó­ m as a coragem que fê-lo vencer a
era praticam ente m udo.
ria. Q uando ele era ainda bem m o­ longa subida do negror do poço
A garotada da aldeia gostava de ço, a m ina Príncipe de G ales era para a luz do dia, ajudou-o m ais
caçoar do velho. A gente ia atrás o orgulho do vale. P raticam ente um a vez. E sse hom em era Jimmy
dele, im itando seu m odo de andar, toda fam ília da aldeia tinha alguém Drew.
os om bros arqueados e m ãos cris- trab alh ando nela. M as, certo dia T odo m undo se perguntava: —
padas em garra com o as de Jim m y, de prim avera, houve um a explosão C om o pôde um hom em sobreviver
procurando reproduzir seu estranho lá no fundo, provocando incêndio a um a explosão, ao fogo e água e
grunhido. E le, porém , não parecia nas galerias em que estava sendo depois ainda subir um a centena de
ligar; continuava seu cam inho extraído o carvão. E quipes de m etros pelo cabo de aço?
com o se não existíssemos. salvam ento tentaram socorrer os Essa pergunta jam ais foi respon­
C erto dia, Jim m y passou por hom ens bloqueados, m as to d a vez dida, pois Deus, em sua m isericór­
nossa rua e com eçam os a caçoar eram rechaçados pelo fogo. E ntão, dia, obstruiu a m ente de Jimmy,
dele, com o de costum e. A contece n um a desesperada tentativa de sal­ para que nunca m ais revivesse seu
que m eu pai vinha atrás de nós e var a m ina, os proprietários m an­ terrível ordálio. Lem bro-m e ainda
observou o que estávam os fazendo. daram inundá-la com a água de um perfeitam ente de com o papai me
Papai era norm alm ente um hom em canal que passava perto. puxou para junto de si, abraçando-
gentil, m as naquele dia agarrou-m e C ento e oitenta e quatro hom ens me, e com o choram os juntos.
pelo b raço v conduzindo-m e energi­ e rapazes ficaram para sem pre nas Jam ais me envergonhei daque­
cam ente p ara casa. L á d entro m e en tranhas da terra. Os que não las lágrim as, pois, em bora sendo
levou p ara a grande janela de sa­ m orreram com a explosão, foram apenas um m enino, com preendi
cada de onde se descortinava o afogados pela água. C entenas de claram ente a m oral daquela histó­
fundo do vale. A p ontando o dedo, pessoas se com prim iam em volta ria verídica. E daquele dia em
falou com voz severa: da m ina, n a esperança de que al­ diante, sem pre que me sentia ten­
— Filho, vês ali a velha m ina guns se salvassem. M as com o tad o a ridicularizar um de meus
Príncipe de Gales? passar das horas, a esperança sem elhantes atingido pelo infortú­
Sim, eu via a velha m ina de c a r­ transform ou-se em desespero. A nio ao nascer, eu m e via novam en­
vão, pois estava bem ali desde que tu rm a de salvam ento que desceu te olhando pelo janelão da peque­
me lem brava. A estru tu ra ainda se reto rn o u acabrunhada. n a aldeia galesa para a M ina P rín­
erguia sobre o profundo poço, em ­ — Ninguém , — disseram — cipe de Gales, e revia m entalm ente
bora a ferrugem e o abandono co­ p oderia ter sobrevivido naquelas o pobre lim pa-cham inés Jimmy
brassem seu preço. terríveis circunstâncias. Drew.

OUTUBRO DE 1975 13
— H á três dias não tem os nada p ara com er além

A Transferência de alguns dam ascos do pé lá no fundo do quintal, —


ela disse entre lágrim as. — Sim plesm ente não sei m ais
o que fazer. Os dam ascos estão quase no fim, e as

para Carltonville crianças estão com eçando a pedir com ida de verdade.
N ão sabem os a quem recorrer. N ão conhecem os nin­
guém por aqui. O que devem os fazer?
Mark A. Simpkins
Fiquei pensando com o pedir para esta gente dar
um décim o do seu. E ntão, subitam ente, eu soube a res­
posta para os problem as deles. Fui atingido pelo poder
oi com chocada descrença que ouvi as palavras
m ais forte jam ais sentido, e lem brei-m e de que fora
do presidente da missão:
ensinado com o criança a pagar o dízimo, pois era um
— Élder, você está sendo transferido para
m andam ento do Senhor. Sabia da prom essa do Senhor
Carltonville. D everá estar lá pela m anhã.
de que abriria as janelas dos céus aos que pagassem o
M eu com panheiro e eu havíam os labutado por
dízim o, e sabia tam bém que o m andam ento era para
longo tem po no que nos parecia um a busca infrutífera
todos, fossem ricos ou pobres.
de pessoas interessadas no Evangelho; após sete meses
Sentando-m e ereto na ponta do sofá, um ardor
de m issão, m eu entusiasm o estava um tan to abalado.
dentro do peito me fez dizer:
E ntão havíam os encontrado Phyllis Johnson, encanta­
— Irm ãos, eu lhes prom eto em nom e do Senhor
dora dam a inglesa de seus sessenta anos, p a ra quem as
que, se pagarem o dízim o e entrarem para a sua igreja,
palestras sobre o E vangelho eram um a satisfação.
sem pre terão o necessário para com er e um a casa para
Q uanto m ais aprendia, tan to m ais queria aprender.
abrigá-los.
C om o então tudo parecia ir bem! C om o eu gostava do
Os dois ficaram imóveis, refletindo sobre a pro­
trabalho missionário!
m essa que lhes fizera. E n tão o Irm ão M arshall, com a
E u aguardava ansiosam ente o batism o dela —
esposa bem ju n to dele, disse quedam ente:
m eu prim eiro — no sábado seguinte, quando o presi­
— É lder, tudo o que ouvim os é verdade. E agora
dente d a m issão me fez cair das nuvens. A o sair do
sei que devem os aceitar isso tam bém .
escritório dele, tinha vontade de ch o rar — m as não
C om binam os tudo, para o batism o deles no sába­
podia.
do seguinte, e no fim d a m anhã desse dia, recebem os
Depois, pensando nas freqüentem ente inspiradas
um telefonem a da casa da missão:
palavras do presidente, um a vozinha sussurrou dentro
— Élder, você e seu com panheiro devem trazer
de mim: “M ark, não foi ele quem fez isso. . . foi o
sua bagagem hoje, quando vierem à casa da missão
Senhor.”
para o batism o. A m bos serão transferidos novam ente
M eu novo com panheiro em C arltonville estava na
para seu antigo local de trabalho. C arltonville será
área há som ente um a sem ana, m as havia preparado
fechado por tem po indefnido.
um a lista de pessoas da localidade que tinham recebido
Dessa vez, ao dar a notícia ao meu com panheiro,
algum as palestras, e leu-a p a ra mim. A joelhando-nos
eu chorei — e caí de joelhos aos pés da cam a para
juntos em oração, am bos sentim os que nossa transfe­
pedir perdão ao Senhor. Ele havia-m e cham ado para
rência fora acom panhada de um espírito especial. E n ­
ajudar aquela fam ília de espíritos eleitos e que estava
quan to ele lia a lista de doze nom es, um deles pareceu
pro n ta para o batism o, sabendo que seria a últim a
atingir-m e o coração — M arshall!
oportunidade deles em m eses — talvez na vida inteira.
O estreito cam inho p ara a casa dos M arshall era
Dei-me conta de quão egoísta fora e prom eti ao Senhor
difícil de seguir por causa das sebes, m ato cerrado e
que futuram ente, sem pre que me cham asse, eu lhe obe­
chuva pesada, mas quando lá chegam os, vimos um a
deceria.
janela ilum inada. Surpreso por nos ver andando pelas
C erca de um ano e m eio m ais tarde — e quase
ruas num a noite tão chuvosa e fria, o Irm ão M arshall
oitocentos quilôm etros de lá — eu estava sentado no
nos convidou calorosam ente a entrar, fazendo-nos sen­
prim eiro banco de um a capela n a R odésia, no que se­
ta r no velho sofá da sala de estar. Soubem os que os
ria m inha últim a reunião de testem unhos no continente
M arshall eram oriundos da N ova Z elândia, e que a
africano. E n tão vi um a senhora de m eia-idade, trajan ­
esposa havia visitado o tem plo de lá antes da dedica­
do um vestido bastante usado, porém recém -lavado e
ção, m as depois haviam -se m udado p ara a Á frica do
Sul com seus três filhos pequenos. passado, levantar-se e p restar testem unho. Com terna
convicção, agradeceu ao Senhor por pertencer à Igreja,
E les acreditavam em tudo o que os m issionários
pelo testem unho que tinha do Evangelho e pelos dois
lhes haviam contado, com um a exceção — a lei do
m issionários que a visitaram num a chuvosa noite de
dízimo.
terça-feira. A Irm ã M arshall contou que desde aí, ela
— Simplesm ente não consigo aceitá-la, — expli­
e o m arido continuaram tendo bastante dificuldades,
cou. — Além do mais, élder, nem teríam os condições
m as por causa da sua fidelidade quanto ao pagam ento
de pagá-lo, — acrescentou com voz sucum bida. E stava
do dízimo, sem pre “tiveram o que com er e uma casa
sentado na única cadeira restante da casa e, olhando
para m o rar” .
para seus sapatos gastos, rachados, voltou a falar:
— Sabem de um a c o is a . . . (então houve um a
pausa longa, penosa) — não tem os m ais um centavo. M ark A. Simpkins, estudante da Universidade Brigham
O dem orado silêncio foi interrom pido pelos solu­ Young, serve como professor no Sacerdócio do Ramo 34 da
ços da Irm ã M arshall. BYU, Estaca BYU X.

14 A LIAHONA

Para
Divertir

John Conner
Pinte com lápis de cor os espaços com pontinhos e verá
dois bons amigos brincando.

Figuras ocultas
Ann Stacey
Será que você é capaz de encontrar
um a bigorna, flecha, form iga,
avião, âncora, m açã e um m achado
escondidos neste quadro?

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55 54

O jantar do Sapinho
Walt Trag
Quem? A jude o pobre sapinho a pegar a
Roberta L. Fairall
m osca, sem pisar em nenhum a
Quem não gosta nem um pouquinho de chuva? folha de nenúfar.
Quem gostaria que sem pre fizesse sol?
15
Ligue as gotinhas num eradas e saberá.
De um
Amigo
Élder Marion D. Hanks
para Outro
Assistente do Conselho dos Doze

UM PRINCIPIO
COM
PROMESSA
D urante m uitos anos, tive o p ra ­ saúde que seguimos. Nós, logica­ não com er. N otou que o livro diz
zer de servir com o m issionário na m ente, aprendem os m uito sobre que o álcool, o fum o e as bebidas
Praça do T em plo da C idade do esta lei do P ai Celestial, por m eio quentes não são bons para o ho­
Lago Salgado, encontrando, assim, de um a revelação dada a Joseph mem. Perguntou com o Joseph
oportunidade de ensinar m uita gen­ Smith em 1833, e que conhecem os Smith, um m oço de vinte e sete
te m aravilhosa vinda de todas as com o a Palavra de Sabedoria. O anos, sem nenhum a instrução aca­
partes do m undo p ara aprender cientista havia tom ado conheci­ dêm ica no cam po da nutrição, po­
algo sobre a Igreja e o Evangelho. m ento desse program a por parte deria ter conhecim ento disso em
Uma das pessoas de que m e lem ­ dos m issionários, e com o envolvia 1833, quando as m ais m odernas
bro m elhor é o Dr. A er W aerland, as m esm as coisas que ele vinha inform ações científicas da época
que era renom ado p o r suas pes­ estudando há anos, quis aprender não lho podiam ter ensinado. E x­
quisas científicas no cam po da nu­ m ais sobre o m esm o diretam ente pliquei-lhe que Joseph Smith era
trição e dos alim entos, autor de na sede da Igreja. um profeta e recebera as instruções
várias obras sobre o assunto. E xpliquei ao Sr. W aerland o que por revelação. Disse-lhe:
O Dr. W aerland viera de E sto ­ aprendem os do Senhor — que o — Dr. W aerland, o que pensa­
colmo, Suécia, a fim de inform ar- corpo faz parte de nossa alm a eter­ ria desse m oço de vinte e sete anos,
se a respeito dos m órm ons e prin­ na, que não podem os ser realm en­ que escreveu tal docum ento há
cipalm ente p ara discutir a lei de te felizes na eternidade sem nosso m ais de cento e quarenta anos
corpo, que este será nosso para atrás?
sem pre após a ressurreição e que, — N ada sei de profetas e reve­
p ortanto, é m uito im portante fazer lação, mas diria que esse m oço es­
todo o possível para m antê-lo puro tava exatam ente cento e quarenta
e saudável. anos à frente de seu tem po.
A P alavra de Sabedoria nos A seguir, falou de algumas des­
ensina um im portante princípio cobertas recentes da ciência e de
acom panhado de um a prom essa. suas próprias pesquisas, dizendo
Esse princípio é que devem os usar que todas as sugestões da Palavra
com ação de graças e bom senso, de Sabedoria, sem exceção, eram
com prudência e com edim ento to­ boas e legítimas.
das as coisas boas que D eus pro­ A pós falarm os novam ente sobre
videnciou para nós. D evem o-nos profetas e revelação e ele reafirm ar
abster de tudo o que não é bom que não era um hom em religioso
p ara nós. A prom essa é que, se e pouco sabia de profetas, repetiu
cum prirm os esse princípio, seremos que fosse quem fosse que escrevera
beneficiados em todos os sentidos aquele docum ento, estava cento e
— na saúde, no conhecim ento e quarenta anos à frente de sua
sabedoria, e com m aravilhosas bên­ época.
çãos espirituais. A gora sabem os por provas in­
C om o D outrina & C onvênios contestáveis, que álcool, fum o e
aberto diante de nós, o Dr. W aer­ cafeína são prejudiciais ao corpo.
land e eu discutim os os porm eno­ Sabemos que eles são destrutivos e
res da revelação. Ele com entou prejudiciais. Sabem os um a porção
com certo assom bro as instruções de coisas sobre a im portância de
a respeito do que deveríam os ou um a alim entação adequada e m o­
deração no com er. Estes fatos não
podiam ser obtidos por Joseph
Smith, a não ser através de revela­
ção do Pai Celestial. Foi assim que
os recebeu e é preciso não nos es­
quecerm os disso, quando agradece­
mos ao Senhor as m aravilhosas
bênçãos que tem os recebido atra­
vés dos profetas de Deus.

17
abucodonosor, rei da Babilônia, atacou o povo sael e A zarias. M as o chefe encarregado m udou seus

\ de Judá, e depois de certo tem po, conseguiu


derrotá-lo. E n tre os despojos que levou para
sua casa do tesouro, havia m uitos belos e sa­
nom es para Beltessazar (D aniel), Sadraque (H ana-
nias), M esaque (M isael), e A bednego (A zarias).

D aniel decidiu que ele e seus três am igos não


grados vasos do tem plo em Jerusalém . A lém das ri­
com eriam aqueles alim entos insalubres, nem tom ariam
quezas m ateriais, N abucodonosor ain d a levou consigo
do vinho servido ao rei, e com unicou essa sua decisão
m uitos israelitas com o cativos.
ao chefe dos servidores.
De volta ao seu reino, N abucodonosor cham ou
O Pai Celestial tocou o coração do oficial en­
um dos chefes de seus servos, cham ado A spenaz, e
carregado dos cativos, o qual respeitava D aniel e até
ordenou-lhe que escolhesse entre os jovens israelitas
m esm o lhe tinha afeto de pai. N o entanto, ele tem ia
alguns que fossem de linhagem real e nobre, além de
pela própria vida, se não desse aos israelitas os ali­
inteligentes, bonitos e sem defeitos físicos, a fim de
m entos ordenados. E stava certo de que, se Daniel
serem criados no palácio real.
e seus amigos não com essem as mesm as coisas como
Esses jovens israelitas escolhidos deviam ser ali­ os outros jovens israelitas, acabariam ficando magros,
m entados com a m esm a com ida substanciosa e vinhos subnutridos e lerdos de pensam ento.
fortes servidos ao rei. D eviam tam bém aprender a
E ntão Daniel falou com o despenseiro encarre­
língua dos caldeus e, ao fim de três anos, serem ap re­
gado de cuidar das refeições deles, pedindo que os
sentados a ele, a fim de que pudesse avaliar o p ro ­
deixasse com er apenas legumes (couves, lentilhas, er­
gresso deles.
vilhas, vagens etc.) e tom ar água fresca durante dez
E n tre esses filhos de Judá, encontravam -se qua­ dias. Prom eteu que, se ao fim dos dez dias, eles não
tro amigos, cujos nom es eram D aniel, H ananias, Mi se m ostrassem m ais saudáveis e espertos em com pa­

A LIAHONA
IGUAL A ELES
ração com os outros cativos, então com eriam tudo o eles, viu que “em to d a m atéria de sabedoria e inte­
que lhes fosse servido. ligência . . . [eram ] dez vezes m ais doutos do que to­
dos os m ágicos ou astrólogos que havia em todo o
M elzar concordou com a p ro p o sta de D aniel, e
seu reino.” (D aniel 1:20)
passados os dez dias, os q u atro rapazes estavam m ais
bem dispostos e gordos que os dem ais jovens israe­ E xatam ente com o D aniel recebeu instrução do
litas. Q uando o despenseiro viu a diferença, conti­ Pai Celestial sobre com o m anter-se física e m ental­
nuou a servir-lhes som ente legumes e água, enquanto m ente saudável e forte, Joseph Smith tam bém foi ins­
aos demais dava da com ida e bebida do rei. truído por Deus em 1833 a respeito de com o os san­
tos poderiam conseguir o mesmo.
Além de terem corpos m ais sadios e fortes que
os outros jovens israelitas, o Pai Celestial abençoou Essa instrução recebida pelo P rofeta Joseph
Daniel e seus amigos com m ais sabedoria e capacida­ Smith é conhecida com o a P alavra de Sabedoria. É
de de aprender m ais depressa. D aniel ainda recebeu um a lei de boa saúde que traz bênçãos m aravilhosas
o talento especial de in terp retar visões e sonhos. para todo aquele que a com preende e segue.

Term inados os três anos, N abucodonosor m an­ Leia com sua fam ília a seção 89 de D outrina
dou que lhe fossem apresentados os jovens israelitas & Convênios e veja com o poderão achar “sabedoria
cativos, a fim de verificar seu progresso e m erecim en­ e grandes tesouros de conhecim ento, até m esm o te­
to. Q uando chegou a vez de D aniel, H ananias, M i- souros ocultos. . e com o poderão correr sem se
sael e A zarias lhe serem apresentados, o rei ficou cansar, e andar sem desfalecer. (D&C 89:19-20)
surpreso não só com a inteligência e aspecto saudável
deles, com o disse que entre todos os israelitas não
havia ninguém que lhes igualasse. E conversando com Ilustrado por Ginger Brown

OUTUBRO DE 1975 19
<§> O HOMEM
QUE MEDIU
A
TERRA
John Hudson Tiner/Ilustração de Sherry Thompson

A LIAH O N A
hom em de hoje terá adqui­ Daí, E ratóstenes concluiu que Terra? perguntavam . A m aioria

« rido um intelecto m ais de­


senvolvido? É mais avan­
çado? Por m uito tem po,
essa diferença de posição do Sol
só p oderia ser devida à curvatura
da superfície terrestre entre Syene
dos cientistas, quando fazem um
experim ento pela prim eira vez,
esperam resultados com margem
os cientistas acreditavam que as e A lexandria. Sete graus represen­ de erro m uito maior.
pessoas de sua época tinham m aior tam aproxim adam ente um quin- Para os cientistas de poucos
capacidade de raciocínio por terem quagésim o do círculo com pleto. anos atrás, parecia quase im possí­
mais inteligncia do que os povos P ortanto, a distância entre Syene e vel que E ratóstentes pudesse ter
antigos. A lexandria devia ser um quinqua- chegado a resultados tão m aravi­
M as isto não é necessariam ente gésimo da circunferência total da lhosam ente exatos. Ficaram em ba­
certo. Velhos m anuscritos da an­ T erra. raçados pela precisão de seus cál­
tiga G récia falam -nos de um talen­ A ssim sendo, E ratóstenes podia culos e tentaram provar que fora
toso erudito grego cham ado E ra- calcular a circunferência da T erra, pura questão de sorte. Porém , não
tóstenes, que viveu há m ais de dois m edindo a distância que vai de foi sorte não. Ele já havia feito
mil anos atrás. Syene a A lexandria, m ultiplicando- outras experiências com resultados
E ratóstenes criou-se em C irene, a depois por cinqüenta. igualm ente exatos.
cidade grega na costa da Líbia, Mas qual seria a distância norte* A gora os cientistas são forçados
Á frica do N orte. E studou gram á­ sul entre as duas cidades?, pergun­ a adm itir que os hom ens de épocas
tica no Egito, em A lexandria, fi- tava a si mesmo. A exatidão do rem otas eram exatam ente tão com ­
losifia em A tenas, na G récia, e resultado do seu cálculo dependia petentes com o nós, em bora hoje
viajou extensam ente. inteiram ente da exatidão dessa m e­ em dia tenham os equipam entos so­
Mais tarde, E ratóstenes foi no­ dida. C onsultou os condutores de fisticados para ajudar-nos em nos­
m eado bibliotecário de um grande cam elos, cujas caravanas seguiam sos cálculos.
museu de A lexandria, onde passou a m esm a rota entre as duas cida­ P. Como se pode chegar mais
a dedicar-se à m atem ática, astro­ des há centenas de anos. Foi in­ perto da lua, sem sair da terra?
nom ia e geografia, m atérias sobre form ado de que a viagem levava
R. Basta ficar em casa, obser­
as quais escreveu várias obras. Po­ exatam ente cinqüenta dias para
vando a lua subir do horizonte até
rém, seu feito m ais assom broso foi vencer os cinco mil estádios
estar exatam ente acim a de nós.
calcular a m edida da circunferên­ (m edida grega de distância), equi­
(Isto leva cerca de seis horas). E n ­
cia do globo terrestre. Os antigos valentes a cerca de oitocentos
quanto você vê a L ua m udando de
gregos sabiam que a T erra era re­ quilôm etros. posição, a T erra gira um quarto de
donda. Só posteriorm ente é que
A través de seus cálculos, E ra­ sua circunferência, aproxim ando
outras civilizações recusaram -se a
tóstenes chegou à conclusão de você cerca de seis mil e quatrocen­
aceitar esse fato.
que a circunferência d a T erra m e­ tos quilôm etros dela.
Se a Terra é um globo, racioci­
dida aproxim adam ente 39.260 km,
nou E ratóstenes, então qual será P. O que está sempre caindo,
afirm ando: sem nunca chegar ao chão?
seu tamanho? P or seus estudos,
— A não ser pelo obstáculo da
Eratóstenes sabia que no dia 21 de R. É a Lua, e no entanto nunca
grande distância, poderíam os ir fa­ chega na T erra. Sua órbita em tor­
junho, o dia m ais longo do ano no
cilm ente pelo m ar da E spanha até
hem isfério setentrional, ao meio dia no desta fica a um a distância de
a índia!
o Sol se encontrava bem a pino mais ou menos quatrocentos mil
sobre a cidade de Syene (atualm en­ Tal idéia continuou totalm ente quilôm etros. A gravidade da T erra
te Assuã), pois ilum inava o fundo ignorada até 1492, quando C olom ­ está constantem ente atraindo a Lua,
dos poços da cidade. P ortanto, o bo se aventurou m ar afora, desco­ de m odo que esta cai aproxim ada­
Sol devia estar situado exatam ente brindo a Am érica. m ente sete e meio centím etros por
acima da cidade. A m edida da circunferência da segundo. Mas com o a Lua segue
Na m esm a hora e m esm o dia T erra calculada por Eratóstenes sua órbita a um a velocidade de
em A lexandria, o Sol jam ais esta­ apresenta um a diferença de apenas um quilôm etro por segundo, ela
va em direção bem vertical, pois um por cento. Os cientistas m oder­ nunca chega a cair. A gravidade da
os edifícios mais altos projetavam nos sim plesm ente não conseguiam T erra tern a força exata para curvar
um a pequena som bra, e estas m os­ acreditar em tal coisa. Como um o cam inho da Lua num a órbita cir­
travam que ele se encontrava sete antigo grego conseguiu usar um cular. Em lugar de cair na T erra, a
graus ao sul do zênitc. poço para determinar o diâmero da Lua cai em redor dela.

OUTUBRO DE 1975 21
seus dons, bênçãos e poder, por­

Ser Um Digno que não tom aram as m edidas cabí­


veis p a ra reprim ir e expor a ini­
145a. Conferência G eral Anual, qüidade deles.” (Journal of Dis-
Seção da Reunião do Sacerdócio, courses, 26:139)
Pois bem, irm ãos, poderíam os

Sacerdicio citar um a porção de outros irmãos


no m esm o sentido.
Presidente Spencer W. Kimball
Preocupa-nos que m uitas vezes
o líder entrevistador, devido à sim­
patia pessoal pelo transgressor e
talvez pela am izade que dedica à
fam ília deste, tende a dispensar a
O Sacerdócio é uma responsabilidade e um privilégio tão grande, que
disciplinação que o transgressor
não se pode admitir iniqüidade
merece.
Freqüentem ente o transgressor é
outro século. O Presidente John
perdoado, e todas as penalidades
T aylor é citado nestes term os.
esquecidas, quando ele deveria ter
“A lém disso, tenho ouvido de sido desassociado ou excom unga­
alguns bispos que vêm tentando do. E outras tantas o pecador é de­
encobrir as iniqüidades dos ho­ sassociado, quando deveria ser
mens; digo-lhes, em nom e de Deus, excom ungado.
que terão de arcar pessoalm ente Lem brai-vos do que disse o Pre­
com elas e enfrentar o juízo; e digo- sidente T aylor — vós tereis que
vos que todo hom em que brinca arcar com tal pecado. Acaso estais
com a iniqüidade, terá que assu­ dispostos a fazê-lo, irmãos?
m ir essa iniqüidade, e se qualquer
A inda vos lem brais do que disse
de vós deseja com partilhar os pe­
o P rofeta Alm a? “E ntretan to ” , diz
cados dos hom ens, ou defendê-los,
ele, “o arrependim ento não poderia
terá de os carregar. O uvistes isto,
sobrevir aos hom ens, se não hou­
bispos e vós presidentes? D eus os
vesse punição.” (A lm a 42:16)
requererá de vossas m ãos. N ão
entado aqui ouvindo os exce­ Refleti nisto por um momento.

S
sois colocados [nesses] encargos
lentes serm ões destes meus C om preendestes? N ão pode haver
p ara brincar com os princípios de
quatro irm ãos hoje à noite, perdão sem um arrependim ento
retidão, nem para encobrir as infâ­
senti o desejo de que todos os real e total, e não existe arrependi­
m ias e corrupções dos hom ens.”
rapazes e todo hom em neste m un­ m ento sem punição. Isto é tão
(Conference Report, abril de 1880,
do pudessem ouvir serm ões assim eterno quanto a alma.
p. 78)
para transm itir-lhes certos concei­ M ais um a coisa: O presidente ou
C ito ainda G eorge Q. C annon,
tos, certas idéias e certos padrões o bispo tom a a decisão, e os con­
que tam bém fez parte da Prim ei­
para seguir. Q uão afortunados so­ selheiros ou sum o conselho aceitam
ra Presidência:
mos nós, os hom ens e rapazes da ou rejeitam -na. M as o caso não é
Igreja, por poderm os ser instruídos “O E spírito de Deus ficaria in­ decidido por votação como faríeis
e inspirados em nossa vida pessoal discutivelm ente tão contristado, que
em m uitas coisas comuns.
e em nosso trab alh o na Igreja. não só não perdoaria aos que são
culpados desses atos, com o se afas­ P or favor, lem brai-vos dessas
G ostaria de dirigir algum as pala­ coisas, quando tiverdes diante de
taria daqueles que perm itissem que
vras aos nossos oficiais executivos, vós alguém que violou as leis de
tais coisas fossem praticadas livre
particularm ente aos bispos e presi­ Deus.
e im punem ente em nosso meio; e a
dentes de estaca, que são “juizes
p artir do presidente da Igreja, des­ É tão fácil deixar que nossas
com uns” em Israel.
cendo por todas as graduações do sim patias nos façam perder o senso
V ou ler-vos as palavras dos p ro ­ Sacerdócio, haveria a perda do E s­ de proporção; e quando um homem
fetas e do presidente da Igreja em pírito de Deus, um afastam ento de pecou, ele tem que sofrer. Isto é

OUTUBRO DE 1975 23
um requisito absoluto — não exi­ balho; mas, quando cham a hom ens o estrado na assem bléia solene, a
gido pelo bispo — m as pela p ró ­ p ara fazer sua obra, estes têm que fim de abençoar o sacram ento, e
pria natureza e o próprio ser do ho­ confiar nele.” (W ilford W oodruff, outros m em bros das A utoridades
mem. T al disciplinação é particu­ “D iscourse” , D eseret W eekly, 6 de G erais se aproxim am das m esas de
larm ente aplicável em se tratan d o abril de 1890, 40:559-60) sacram ento para receber o pão e a
de adultos e pessoas casadas, em E agora, m eus irm ãos do Sacer­ água e hum ildem ente distribuí-los
especial se tiverem passado pelo dócio, existe algo de m uito especial a todas as pessoas presentes, vol­
tem plo. Eles precisam entender neste encontro na reunião do Sa­ tando depois com as bandejas va­
que não podem brincar com as san­ cerdócio em cada conferência, zias, sinto grande orgulho de ser
tas leis de Deus. quando pais e filhos estão juntos e um diácono, um m estre e um sa­
vieram de longe para ouvir o p ro ­ cerdote.
O utro assunto que cham ou-m e a
atenção há dias, é um a referência gram a da conferência. Em nossas reuniões especiais no
parcial de W ilford W oodruff a res­ O bservo entre vós m uitos jovens tem plo, quando os irm ãos das A u­
peito de Joseph Smith. O casional­ excelentes, e agrada-m e profunda­ toridades G erais tom am lugar na
m ente encontram os m em bros que m ente ver o desabrochar daqueles m esa do sacram ento p ara abençoar
possuem u m a dose excessiva de que daqui a não m uito tem po serão e depois distribui-lo, m eu coração
falso orgulho. Se as coisas não vão os pais e líderes, bispos e presiden­ volta a bater m ais forte ,e sou gra­
com o eles querem , então desistem. tes de estaca, e m issionários tam ­ to por ter o Sacerdócio A arônico
Q uem já não viu alguém sair da bém , a cam inho do alto. e o privilégio de cuidar do sacra­
ala e nunca m ais “pisar” na capela, m ento.
D ou-m e conta de que, diante de
por causa de um a pequena alterca­ mim, encontram -se centenas de E ntão me lem bro de que foi o
ção, talvez com o bispo ou outra jovens, m uitos deles diáconos. L em ­ próprio Jesus C risto quem partiu o
pessoa qualquer? bro-m e ainda de quando eu era pão, abençoou-o e deu aos apósto­
diácono. (C ontudo, faz m uito, m ui­ los, e sinto orgulho de fazer o mes­
“N ão tem os oportunidade algu­
to tem po.) E u achava um a grande mo. E recom endo-vos o que o Pre­
ma de serm os elevados no orgulho
honra ser diácono. M eu pai sem ­ sidente T anner e os outros irm ãos
de nossos corações” , disse o P ro­
pre m ostrou consideração para com acabam de fazer a respeito de ser
feta, “quanto à posição que ocupa­
m inhas responsabilidades e costu­ digno de distribuir o sacram ento e
mos. Se o presidente da Igreja ou
m ava em prestar-m e a charrete e o de m ostrar reverência.
um de seus conselheiros, ou se os
apóstolos ou outro hom em qual­ cavalo p ara coletar as ofertas de A vós, pais, gostaria de citar
quer achar em seu coração que jejum . M inha responsabilidade in­ parte de um artigo de W alter M ac-
Deus não pode passar sem ele, e cluía a parte da cidade em que m o­ Peck: Os rapazes necessitam de
que é especialm ente im portante p a­ rávam os, m as m esm o assim, era um a porção de heróis, com o Tira-
ra levar avante a o b ra do Senhor, um a longa cam inhada até as diver­ dentes ou R ondon. M as precisam
estará pisando em terreno escorre­ sas casas, e um saco de farinha ou tam bém integridade inerente. Têm
gadio. Ouvi Joseph Smith contar vidro de frutas ou legum es em que enconrtá-lo na rua, sair e
que O liver C ow dery, que era o se­ conserva, ou um a form a de pão tor- acam par com ele, vê-lo em casa,
gundo apóstolo nesta Igreja, lhe navam -se bastante pesados, quan­ no dia-a-dia; sentir intim idade bas­
disse: ‘Se eu aban d o n ar esta igreja, do acum ulados. Assim , a charrete tante para fazer perguntas e con­
ela cairá’. E le respondeu: ‘Oliver, era m uito confortável e útil. M ais versar com ele sobre certas coisas
ten ta’. O liver tentou. E le caiu, não tarde, as ofertas passaram a ser fei­ de hom em -para-hom em .” (Fonte
o R eino de Deus. Conheci outros tas em dinheiro, m as no m eu tem ­ desconhecida)
apóstolos de meus dias e época que po eram em espécie. E ra um a E spero que todo pai proporcio­
achavam que o Senhor não poderia grande honra fazer esse serviço ne este tipo de convivência íntim a
arranjar-se sem eles, porém o p ara o m eu Pai Celestial; e em ­ a seu filho. Espero que todo pai
Senhor continuou sua obra sem bora os tem pos tenha m udado e se prociocione à sua fam ília um a reu­
eles. Q uero dizer a todos os ho­ dê dinheiro em lugar de m ercado­ nião fam iliar, um a oportunidade a
mens, judeus e gentios, grandes e rias, prestar esse serviço continua todos os filhos e filhas de se expri­
pequenos, ricos e pobres — que o sendo um a grande honra. m irem , de ajudar a planjear a vida
Senhor O nipotente tem todo poder Sou um diácono. Sem pre sinto fam iliar, oferecer as orações fam i­
em si m esm o e não depende de orgulho de ser diácono. Q uando liares e de participar das reuniões
ninguém para levar avante seu tra ­ vejo os apóstolos dirigindo-se para familiares.

24 A LIAHONA
R apazes, a vida tem um p ro p ó ­ truir nossa vida. Isto deveria com e­ consciência e que dirige nossos
sito real. Vosso Pai Celestial aju ­ çar na infância e meninice. pensam entos. O que se pensa pode
dou a prover-vos um m undo e a traduzir-se em ação. E com o ações
É interessante notar que Jesus,
vossa vida, que poderá ser notável repetidas form am hábitos, os pen­
o Senhor, tinha só doze anos q u a n ­
ou sem sentido. Isto depende uni­ sam entos que estão tendo e o que
do foi ao tem plo, e apenas trinta
cam ente de vós, e depois de atin- estão fazendo neste m om ento ten­
e três ao ser crucificado. É interes­
girdes os doze anos de idade, dem a revelar o tipo de homem
sante n o tar que o P rofeta Joseph
muito se espera de vós. A vida que que serão.
Smith recebeu a prim eira revelação
levais não é um a questão de sorte;
divina com m enos de quinze anos; “ Se me perguntassem o que um
é um a vida de coragem , de esforço
tinha apenas dezoito anos quando rapaz deve fazer hoje para ser um
e planejam ento. C onsta que pela
foi visitado por M orôni que lhe fa­ hom em digno am anhã, eu diria:
lei judaica, aos doze anos o rapaz
lou das placas. A os vinte e dois N unca m entir e jam ais trapacear.
passa a ser considerado pratica­
recebeu as placas de ouro e a pe­ O m entiroso é um covarde. O tra ­
mente adulto. Suponho ter sido
sada responsabilidade que im plica­ paceiro, um covarde além de gatu­
esta a razão pela qual o Senhor
vam. T inha som ente vinte e quarto no. T endo coragem para honrar a
Jesus C risto dem orou-se no tem plo,
anos quando publicou o Livro de verdade em todas as coisas, estarão
quando seus pais lá o levaram , fa­
M órm on e pouco m ais que isso a cam inho do auto-dom ínio.
lando com inteligência com os líde­
quando organizou o reino de Deus
res da com unidade, com os d outo­ “T trabalhai com afinco. A men­
na terra, de acordo com o que lhe
res da lei e pessoas influentes. te é um depósito e vós é que en-
fora revelado.
chereis as prateleiras. Enchei-as
Bem, tendo um pai assim devo­
É igualm ente m uito interessante com coisas de valor. Lem brai-vos
tado, cabe a cada filho com eçar a saber que seus prim eiros apóstolos de que os hábitos de trabalho e es­
construir um a vida que seja agra­
eram hom ens ainda bastante m o­ tudo que form am hoje são os que
dável ao Pai Celestial, a seus pais
ços, cuja idade ia dos vinte e nove seguireis am anhã.
terrenos, e a todas as pessoas com
aos trin ta e seis anos. É quase ina­
que entra em contato. D urante os “D iverti-vos. Praticai jogos mo­
creditável tam anho am adurecim en­
anos de crescim ento, encontrareis vim entados que exijam vigor e es­
to, força e personalidade em gente
muitos cham ados que exigem co ra­ pírito esportivo. O bedecei aos re­
tão jovem.
gem, conform e ou vistes tão elo­ gulam entos voluntariam ente. Exigi
qüentem ente esta noite do Presi­ A transform ação de um rapaz que outros façam o mesmo.
dente Rom ney. em hom em — todos vós tendes
“H onrai o Criador. Deus é a
visto m issionários p artir e voltar,
“V ocê é jovem , tem ainda toda fonte de todo bem. A m elhor for­
m ilhares, dezenas de m ilhares de­
a vida diante de si” , disse um ca­ m a de expressardes apreço pela he­
les. O trabalho m issionário o faz,
pelão num navio prestes a afundar. rança inestim ável que possuis, é
se eles o perm itirem . Q uantas ve­
“A qui, tom e isto” , e com estas p a­ viverdes de acordo com o código:
zes já não vos despedistes de um
lavras enrtegou seu salva-vidas a ‘Dever, H onra, P átria e D eus’.
rapaz de dezenove anos ao p artir
um dos soldados, e poucos m inutos p ara o cam po m issionário, e dois “Se fizerdes isso, e em todas as
depois foi p ara o fundo com o anos depois, ao retornar, era um coisas derdes o m elhor de vós, o
navio. hom em feito, alto e forte, intrépido intelecto, coração e alm a que te-
e decidido. reis, um dia serão os de um ver­
Isso aconteceu a 3 de fevereiro
dadeiro hom em .” (J. E dgar Hoover,
de 1943, p o r ocasião do torpedea- O d iretor de um a grande corpo­
fonte desconhecida)
m ento do navio transporte am eri­ ração respondeu assim à pergunta
cano Dorchester. N ele havia quatro a ele feita: “C om o o senhor faz um O que conta é a atitude. Q uan­
capelães, e todos eles disseram em hom em de um rapaz?” A pergunta do alguém quer ser alto, começa
essência a m esm a coisa, entregan­ foi levem ente reform ulada: “O que esticando-se para cima. Se quiser
do seus salva-vidas e sacrificando a to rn a um homem em verdadeiro ser nobre, enverga suas vestes de
própria vida — um era católico; hom em ?” G oistei da resposta: nobreza. Se quiser voar, tem que
dois, protestantes, e o quarto, conseguir asas. Se quiser ser justo,
“ H á m uitas coisas, m as talvez
judeu. tem que revestir-se de justiça.
aquela voz interior que escutou
N ão é necessário esperarm os a quando m enino seja a m ais im por­ Existe a história de um tal Lorde
idade legal p ara com eçar a cons­ tante. A voz que cham am os de George Hall, de outros tempos. É

OUTUBRO DE 1975 25
um caso m ítico; podeis acreditar ou ros passados. P or interm édio de Como vês, o diabrete
não, m as ao m enos aproveita a um procurador discreto, devolveu Nunca diz que viu ou tem certeza;
m oral, se a encontrartes. “L orde seus ganhos ilícitos aos que havia Apenas to sussurra ao ouvido
G eorge havia levado u m a vida enganado. C ada dia trazia novo re­ Porque sabe que o passarás
iníqua; um a vida de bebedeiras, finam ento ao seu caráter, pensa­ A outro falador igual a ti.
jogatina, trapaças nos negócios, e m entos m ais belos à sua alma.
E assim, antes de findar o dia
seus traços refletiam o tipo de vida A cidentalm ente, os antigos com ­ Ele conseguiu aquilo que queria —
que levara. E ra um rosto horrível. panheiros descobriram sua verda­ O mal está feito, e na vizinhança,
“U m dia apaixonou-se p o r um a d eira identidade. F oram procurá-lo Desconfiança reina, dor e
sim ples cam ponesa, propondo-lhe no seu pom ar, instando que vol­ [m al-estar].
casam ento. Jenny M ere, a m oça, tasse à vida devassa de antes.
respondeu que jam ais poderia ca­ Se acaso Boatinho der as caras,
Q uando recusou, eles o agrediram
sar-se com um hom em de rosto tão Pergunta sempre qual a prova,
e a m áscara foi-lhe arrancada do
repulsivo e m alvado; e tam bém Indaga nomes, data e lugar.
rosto.
que, quando se casasse, teria que Se não puder prová-lo,
“Ele abaixou a cabeça. E ra o
ser com um hom em de traços angé­ Declara logo abertamente:
fim de tudo — de sua nova vida,
licos, pois o rosto é o espírito do “Não acredito numa só palavra!
de seu sonho de am or. E n q uanto
genuíno am or. Nem vou atrás de tolo falatório.”
assim p arad o com a m áscara caída
“Seguindo o costum e da época, aos seus pés, a esposa veio co rren ­ Sempre que Boatinho aparecer
Lorde G eorge foi pro cu rar o Sr. do e caiu de joelhos diante dele. [sorrindo],
A eneas, n a Bond Street, em L o n ­ E rguendo os olhos, o que encon­ Recusa ajudá-lo em seu trabalho
dres, que fazia m áscaras de cara, trou? Um rosto linha por linha, [m alfazejo].
e com tam an h a perfeição, que con­ traço por traço idêntico ao da m ás­
seguiam esconder com pletam ente a cara. U m a bela feição de traços re- E xtraído de “Shell H appytim e”
identidade da pessoa. C om o prova gulares.” (F onte desconhecida)
de sua perícia, consta que m uitos Irm ãos, pergunto-m e se alguns
N ão há dúvida de que a vida que
devedores contum azes podiam an­ de vós já cantaram num tão belo
alguém leva e os pensam entos que
d ar tranqüilam ente entre seus cre­ coro m asculino com o o desta noite,
alguém tem , ficam claram ente gra­
dores, desde que equipados com com posto de duzentas e doze vo­
vados em seu rosto.
tais m áscaras. A eneas foi ao depó­ zes. Foi m aravilhoso poder estar
Talvez m e reste tem po de ler-vos
sito, escolheu um a m áscara, aque­ convosco. É glorioso poder servir
um as breves linhas que creio pos­
ceu-a e depois a fixou no rosto de ao Senhor nesta capacidade. Q ue
sam interessar-vos.
L orde G eorge. E quando este se grande privilégio o nosso de pos­
m irou no espelho, viu um rosto de suir esse precioso Sacerdócio,
Boato *
santo, repleto de am or. Sua apa­ m uito superior ao possuído por reis
rência estava tão m udada, que em e im peradores. Q uão m aravilhoso
Em toda cidade, em cada rua,
pouco tem po conseguiu conquistar é para cada rapaz ter esse privilé­
Em quase todas as casas também,
e casar-se com Jenny M ere. gio juntam ente com seus irm ãos e
Quando pode, um diabrete se
“E n tão adquiriu um pequeno pai. Que Deus vos abençoe, para
[insinua].
chalé no cam po, quase que oculto que todas as coisas ditas nesta
Espreitando daqui e dali,
por um roseiral e um pequeno po­ nossa reunião possam calar fundo
Assim que te pega de jeito
mar. Sua vida m udou com pleta­ em nossos corações e todos nós
No teu ouvido põe-se a sussurar
m ente. C om eçou a interessar-se possam os delas tira r proveito.
Rumores d’alguma fraqueza
pela natureza; encontrou ‘serm ões [alheia — ] Este é o trabalho do Senhor.
em pedras, livros em arroios, e o Seu nome é Boatinho. Q uero que vós, rapazes e hom ens,
bem em todas as coisas’. A ntes era Ele nunca fala com certeza, saibam disto. Sei que esta é a obra
um hom em entediado, sem interesse Apenas que soube por ouvir dizer; do Senhor e quero que saibam que
algum pela vida; agora, estava Depois espera que o passes eu o sei. E penso que vós o sabeis,
absorvido na benevolência e no [adiante]; e juntos prosseguirem os ao encon­
m undo que o cercava. Pois, desde que bastante espalhado, tro de nosso sublime destino. Deus
“N ão se contentou em com eçar O rumor, ainda que metira, vos abençoe em nome de Jesus
vida nova. P rocurou rep arar os er­ Adquire foros de verdade. C risto. Amém.
* T radução livre e aproxim ada. N. do T.
26 A L1AH0NA
de 73, 72, 71, 70. A seguir, pedi
que se pusessem de pé os que ti­

0 Sucesso nham m ais de cinco anos de Igre­


ja. A penas três se levantaram , e
145a. Conferência Geral Anual, estes eram visitantes. Isto serve

é Medido pelo Seção da Reunião do Sacerdócio,


5 de abril de 1975
p ara dar um a idéia de com o o tra ­
balho do Senhor está progredindo
naquela área.

fluto-Domínio H oje à noite, irm ãos, gostaria


de salientar e, se possível, fazer
Presidente N . Eldon Tanner com que cada um se desse conta
1° conselheiro na Primeira Presidência de quão grande privilégio é possuir
Auto-domínio é traçar um rumo certo — e ter a força de vontade o Sacerdócio; e tam bém ajudar-
de ir até o fim visado nos a todos nós a tom arm os a de­
cisão de ho n rar o Sacerdócio e
m agnificar nossos cham ados, a fim
de M elquisedeque, em Buenos A i­ de poderm os ser um a luz para o
res, m ais de m il e trezentos repre­ m undo e ajudarm os a edificar o
sentantes da A rgentina, Uruguai, reino de Deus, enquanto sim ulta­
P araguai e Chile. Às sessões ge­ neam ente nos preparam os para a
rais das conferências, com parece­ im ortalidade e vida eterna. N ão
ram m ais de cinco mil e quinhen­ existe m eta m aior, nem progresso
tos no Brasil, e acim a de dez mil m aior possível, nem m aior alegria
na A rgentina. e satisfação experim entada do que
É evidente que a o b ra do Senhor nos decidirm os a aceitar Jesus
está progredindo e que seu reino C risto com o o Salvador do m undo,
está sendo edificado em todo o e viver seus ensinam entos.
m undo. Os m em bros m ostraram -se N ão tenho dúvida algum a de
entusiasm ados, e m uito satisfeitos, que todos aqueles ao alcance da
quando o Presidente K im ball an u n ­ m inha voz, gostariam m ais que tu ­
eus caros irm ãos, é sempre
ciou a construção de um tem plo do de preparar-se para a vida eter­
um real privilégio, bênção
em São Paulo. T anto no Brasil na e exaltação, e saber que o
e inspiração poder con­
com o na A rgentina, os m em bros Senhor se agrada de seus atos. T o­
tem plar as' faces dos por­
prom eteram -nos pleno apoio. davia, existem m uitos que não se
tadores do Sacerdócio neste gran­
dioso T abernáculo, e pensar nas É sum am ente encorajador e na com penetram disso e alguns que
centenas de m ilhares que nos estão verdade um testem unho da veraci­ não estão preparados a fazer o em­
ouvindo por circuito fechado em dade do Evangelho, observar a penho necessário para viver de mo­
inúm eros grupos espalhados pelo m udança na vida das pessoas que do que m ereçam essas bênçãos.
mundo. Que grande glória é per- aceitam o E vangelho e vivem de T endo isto em m ente, gostaria de
tencer-se à Igreja de Jesus C risto acordo com seus ensinam entos, e falar um pouco a respeito da auto-
e possuir o Sacerdócio de Deus, ouvir os seus testem unhos. disciplina, auto-controle ou auto­
tendo a perm issão de agir em seu dom ínio, de tão grande im portân­
A gora gostaria de contar uma
nome! Q uando nos lem bram os cia para todos nós, se quiserm os
pequena experiência que tive em
dos m ilhares de portadores do Sa­ realizar o que nos propusem os e
C aracas, V enezuela. U m a noite,
cerdócio em todo o m undo, isto usufruir as bênçãos que tanto
d urante um a reunião de m em bros
nos dá um grande incentivo, e sen­
e investigadores, havia presentes almejamos.
timos vontade de louvar o Senhor.
um as quinhentas pessoas, segundo
Prim eiro, gostaria de citar al­
Q uando estivem os nas conferên­ estim ativa do Presidente K im ball.
guns filósofos.
cias de área na A m érica do Sul, Ao levantar-m e para falar, pedi
demos graças ao Senhor ao ver na que se pusessem de pé os batizados Dizia Platão: “ A prim eira e me­
reunião de liderança do Sacerdócio em 1975 e 1974, e a seguir, os lhor vitória é conquistar o ego; ser

OUTUBRO DE 1975 27
vencido pelo ego é, de todas as Isto deveria aplicar-se a cada
coisas, a m ais vergonhosa e vil” . um de nós que estam os engajados
na causa da justiça e da verdade.
E L eonardo da V inci disse certa
vez: “N unca terás m aior ou m e­ C risto provavelm ente deu-nos
nor dom ínio do que sobre ti m es­ um a resposta m ais clara e definiti­
m o” . A seguir, prossegue, dizendo va a respeito de com o obter su­
que “a grandeza do sucesso de um cesso, quando disse:
hom em é m edida p o r seu auto­
dom ínio; a profundidade do seu “E ntrai pela porta estreita; por­
fracasso, por sua a u to -en treg a. . . que larga é a p o rta e espaçoso o
E essa lei é a expressão da justiça cam inho que conduz à perdição, e
eterna. Q uem não consegue dom i­ m uitos são os que entram por ela;
nar a si próprio não terá dom ínio
“E porque estreita é a porta e
sobre outros” . E m outras palavras,
apertado o cam inho que leva à vi­
não pode ser um bom pai ou líder.
da, e poucos há que a encontram ” .
Salomão, com toda sua sabedo­ (M at. 7:13-14)
ria, fez esta significativa declara­
ção: “M elhor é o longânim o do R efletindo nisto, é tão evidente
que aqueles que se m antêm no ca­
que o valente, e o que governa o
m inho reto e apertado que os leva
seu espírito do que o que tom a
à sua m eta, dando-se conta de que
uma cidade” . (Prov. 16:32)
a linha reta é a distância m ais cur­
Existem no auto-dom ínio dois ta entre dois pontos e que os des­
im portantes elem entos. O prim eiro vios são m uito perigosos, são os
é traçar o rum o ou içar as velas, que vencem na vida e gozam a
por assim dizer, dos padrões m o­ alegria da auto-realização. Is­
rais; o o utro é a força de vontade, to requer auto-controle e auto-
ou digam os o vento que enfuna as disciplina.
velas e nos im pele p a ra a frente.
Por outro lado, aqueles que se
C onform e já disse, o caráter é de­
esquecem de suas m etas e deixam
term inado pela extensão do dom í­ de disciplinar-se, acabarão vendo
nio próprio em busca de boas m e­ que estão seguindo por desvios e
tas. É difícil dizer exatam ente o cam inhos conducentes ao fracasso As 3 tesleinunhas do Livro de Mormon
que faz o bom caráter, porém logo e destruição.
reconhecem o-lo, quando o vemos. espírito de sacrifício. Devemos
H á quem se queixe de que se­ com preender e estar preparados
E le sem pre suscita nossa adm ira­
guir o cam inho estreito e apertado para aceitar o fato de que ele nos
ção, e sua ausência, nossa piedade.
exige lim itações, restrições, sacri­ confina, restringe e lim ita sob cer­
Porém , é em grande parte um a
fícios e passar sem algum as coisas tos aspectos. Porém , é preciso en­
questão de força de vontade.
assaz tentadoras. É preciso lem ­ tender plenam ente que não entrava
C reio ter sido G arrison quem b rar, contudo, que ele garante a ou agrilhoa a hum anidade. Pelo
dem onstrou sua grande determ ina­ vitória e realização de nosso obje­ contrário, é o cam inho para a
ção ao dizer: “N ão estou brincan­ tivo, que se alcança estabelecendo em ancipação, independência e li­
do — não me equivocarei — não a m eta, e depois concentrando-se berdade.
excusarei — não recuarei um cen­ em seguir um rum o invariável. Lem brai-vos de que —
tím etro — e serei ouvido!” (Wil-
Estreito é um a palavra m uito Os altos por grandes homens
liam Lloyd G arrison*, Salutory significativa. F reqüentem ente so­ [conquistados e mantidos,
A ddress of the Liberator 1,° de m os acusados de te r m entalidade Não foram alcançados numa só
janeiro de 1831) estreita, tacanha, quando seguimos [arremetida;
o cam inho estreito e apertado que, Eles labutavam, passo a passo,
* Absolutista americano (1805-1879.) sem dúvida, exige auto-controle e f encosta acima.

28 A LIAHONA
H enry W adsw orth Longfellow, e reuniões sacram entais e tiverdes E u julguei-m e totalm ente a sal­
“The L adder of St. A ugustine” perm issão p ara distribuir o sacra­ vo, m as ele decidiu cum prir o acor­
m ento em m em ória do grande sa­ do. R ecordo ainda duas ocasiões
Lem brai-vos tam bém de que a
crifício do Salvador feito por nós, em que exerceu auto-disciplina, a
natureza jam ais paga um a conta a
certificai-vos de que sois dignos, fim de conseguir o que se propu­
que não se fez jus, nem nunca dei­
que vossas m ãos estão lim pas e sera. N um a delas, seu tio convi­
xa de pagar a m erecida. Se qui-
vosso coração, puro; que não fi­ dou-o a participar de um a excur­
serdes ter sucesso financeiro, se
zestes nada durante a sem ana que são com ele e os filhos, n a qual
quiserdes ser felizes, ter saúde, ser
vos tornasse indignos. estariam fora um domingo. John
m oralm ente lim pos, se desejardes
perguntou se haveria possibilidade
encontrar paz de espírito no sen­ A o com parecer a um a reunião
de ir às reuniões da Igreja no do­
tido religioso, existe apenas um sacram ental outro dia, fiquei m uito
mingo, e quando foi inform ado de
meio seguro, e este é o cam inho contente em ver os que adm inis­
que não existia nenhum a capela
estreito e apertado — o cam inho travam e distribuíam o sacram ento
por perto, respondeu:
da honra, o cam inho do trabalho usando cam isas brancas e gravatas,
árduo, m oderação, sim plicidade e bem arrum ados e lim pos; e d u ran ­ — N ão posso ir com vocês. Te­
virtude. te todo o serviço, m ostraram -se nho que ser cem por cento de fre­
reverentes. Elogiei os rapazes e o qüência, — sacrificando assim um a
Se quiserdes ter sucesso ou des­
bispo, e disse-lhes ter certeza de bela viagem à praia e um a ilha
taque em q ualquer cam po de ati­
que o Senhor se agradara de com o onde iriam divertir-se m uito.
vidades, é im portante que resolvais,
o sacram ento fora adm inistrado. O
enquanto jovens, ser um grande ra ­ O utra vez, ele fraturou um a per­
serviço sacram ental é m uito sagra­
paz em lugar de esperar ser um na perto de um fim de semana. A
do. F ico im aginando se seria pos­
grande hom em ; e depois, terdes a prim eira coisa que perguntou ao
sível o Senhor agradar-se, quando
coragem , força e determ inação de m édico foi:
deixam os de m ostrar respeito e
vos disciplinar, aplicar o auto­
reverência. — Poderei ir às reuniões no do­
controle e auto-dom ínio.
D epois, ele tam bém não pode mingo? Prceiso ser cem por cento.
Um de m eus netos é um exce­
estar satisfeito quando jovens por­ E foi mesmo, naturalm ente de
lente jogador de badminton (espé­
tadores do Sacerdócio fazem ou di­ muletas. A o com pletar dezenove
cie de jogo de tênis. N. do T .) e
zem coisas que sabem ser erradas, anos, disse-me:
cam peão aos dezesseis anos. Ele
durante a sem ana.
o conseguiu correndo quilôm etros — Vovô, tenho sido cem por
e quilôm etros todas as m anhãs, e A nos atrás, m eu neto m ais ve­ cento desde que fizemos o acordo.
m antendo-se fisicam ente apto. Sem lho que era diácono havia um ano,
negligenciar os estudos, ele treinou chegou p ara mim e disse: Fiquei m uito satisfeito em poder
e treinou, guardou a Palavra de financiar sua missão, e tal feito
— Vovô, tenho sido cem por
Sabedoria estritam ente e seguiu os exerceu profunda influência na vi­
cento desde que fui ordenado diá­
princípios de saúde ao pé da letra. da dele. T ornou bem m ais fácil
cono, há um ano.
Eu o adm iro por isso. disciplinar a si próprio e fazer as
— O que você quer dizer com coisas certas e que lhe garantirão
Vós, portadores do Sacerdócio,
esse cem por cento? — indaguei, o sucesso.
onde for que estiverdes esta noite,
em bora sabendo perfeitam ente.
deveis dar o devido apreço ao É de sum a im portância que to­
grande privilégio de possuir o Sa­ — N ão faltei a nenhum a reunião
do portador do Sacerdócio observe
cerdócio e que, ao aceitardes o Sa­ sacram ental, da Escola Dominical
estritam ente a Palavra de Sabedo­
cerdócio, fizestes com o Senhor ou do Sacerdócio desde que fui
ria; que nunca se m eta com fumo,
ordenado diácono.
um convênio de honrá-lo e viver chá, café, álcool ou drogas; que
à altura dele. C ongratulei-m e com ele e disse:
guarde o dia do Sábado; que seja
É extrem am ente im portante que — John, se você continuar cem honesto, íntegro e justo em todos
vos conservais lim pos e puros, e p o r cento até ter idade de fazer os seus negócios que exerça auto-
não participeis de quaisquer p ráti­ m issão, eu a financiarei. disciplina em todos os sentidos, a
cas vulgares, im undas ou ím pias. — C om binado, — respondeu 'fim de assegurar que seja digno e
Q uando fordes à E scola D om inical sorrindo. aceitável ao Senhor.

OUTUBRO DE 1975 29
Satanás trab alh a sem p arar, e rá o segundo, e jam ais se to rnará nos E stados U nidos, e acaba de ser
com suas astúcias nos ten ta a tra ­ um alcoólatra ou viciado. nom eado chefe da com panhia em
vés de nossos apetites, paixões e toda a A m érica do Sul. E le serviu
O Senhor se interessa por seus
amigos a fazerm os coisas que não com o intérprete do Presidente
repazes, onde estiverem e em tudo
são direitas e adequadas p ara nós. Kim ball em todos os discursos du­
o que fizerem . Todos nós fom os
Freqüentem ente não só a nossa rante a conferência de área.
preordenados p ara algum ofício ou
juventude com o certos irm ãos em
algum cham ado ou algum a posição Falou-m e de quão honrado se
altas posições sucum bem à ten ta­
e responsabilidade. achava em ser intérprete de um
ção. Tem os que estar sem pre em
profeta. C ontou-m e o quanto o
guarda contra o m aligno. N unca Q uando o Presidente K im ball
Evangelho significava em sua vida
devem os relaxar ou esquecerm o- era rapaz, jam ais poderia im aginar
e com o se havia preparado p ara o
nos de quem som os e o que esta­ que viria a ser um apóstolo. N a
trabalho que estava fazendo.
mos procurando conquistar. verdade, ao ser cham ado p ara o
apostolado, conta ele, chorou e O Senhor está sem pre à procura
N ão faz m uito tem po, tive a tris­
orou sem cessar, para que fosse de hom ens em que possa confiar
te experiência de falar com um
digno. plenam ente, que podem represen­
m issionário que, antes de ser cha­
tá-lo no cam po m issionário; ho­
m ado p ara a missão, havia com e­ N ão desejo em baraçar o P resi­
mens que m ereçam confiança sob
tido um a transgressão m oral. N ada dente K im ball, m as em parte algu­
todos os aspectos e estejam prepa­
disse ao bispo ou presidente d a es­ ma do m undo conheço m elhor
rados para ajudar a edificar seu
taca. N a verdade, m entiu a respei­ exem plo de um m oço que, através
reino.
to e seguiu p ara o cam po m issio­ de auto-disciplina e auto-dom ínio,
nário, culpado de transgredir e de tenha-se preparado tão bem para Diz ele: “E sta é a m inha obra
m entir. Ele não foi capaz de con­ a posição que o Senhor tinha em e a m inha glória: proporcionar a
seguir o E spírito do Senhor e, fi­ m ente p ara ele. A gora, com o pro­ im ortalidade e a vida eterna ao ho­
nalm ente, procurou o presidente feta de D eus, ele pede que todos m em .” (M oisés 1:39) Nós, os por­
da m issão e adm itiu seu erro. E s­ os rapazes se preparem para fazer tadores do Sacerdócio, estam os
tava profundam ente arrependido e missão, estudando e m antendo-se sendo cham ados por ele para aju­
rogou ao Senhor que lhe perdoasse. puros, lim pos, dignos, e econom i­ dá-lo a divulgar o Evangelho e
zando dinheiro para sua m anu­ viver, e ajudar outros a viver, de
A o conversar comigo, disse-me:
tenção. m odo que usufruam da im ortalida­
— E stou p reparado p ara ser exco­
de e vida eterna.
m ungado ou seja lá o que for. A p e­ Q uero dizer a todos os jovens
nas quero voltar às boas com o que, se fizerdes o que o presidente D esejo prestar m eu testem unho
Senhor e por ele ser perdoado. da Igreja espera de vós, sereis fe­ a vós e ao m undo nesta Páscoa, de
lizes e m ais bem sucedidos, e fareis que Jesus C risto vive e que é de
N ão nos podem os d ar o luxo de
m uito bem e estareis prontos para fato o Filho de Deus vivo; que veio
vacilar. D evem os ter sem pre em
qualquer cham ado que eventual­ e deu sua vida por vós e por mim;
m ente que estam o-nos p reparando
m ente virá do Senhor por interm é­ que nos forneceu o plano de vida
para m issão, casam ento no tem plo,
dio dos que têm sua autoridade. e salvação, que é o E vangelho que
sreviços n a Igreja, e de serm os
pregam os na sua igreja restaurada;
exem plos edificantes, a fim de que N a conferência de área de
e que somos guiados por um pro­
outros sejam influenciados por Buenos A ires, conheci um m oço
feta de D eus, Spencer W. Kimball.
nossa m aneira de viver. que é chefe da G illette R azor
C om pany para to d a a A m érica do Q ue possam os aplicar os princí­
Q u an ta gente não costum a
Sul. Q uando garoto, ele se propôs pios da auto-disciplina e do auto­
dizer: “U m cigarro, um a xícara de
a viver de acordo com os desejos dom ínio, a fim de nos provarm os
chá ou café, ou um a tragada de
do Senhor, m anigicar todos os cha­ dignos das m uitas bênçãos que re­
m aconha não fazem m al, e um
m ados no Sacerdócio. D a A rgen­ cebem os com o portadores do Sa­
gole de álcool certam ente não m ata
tina, foi para a U niversidade cerdócio, e sem pre andarm os reta­
ninguém .”
Brigham Y oung onde se tornou mente perante o Senhor, eu oro
Q uero deixar claro que quem presidente do corpo discente. D ali hum ildem ente em nom e de Jesus
não tom a o prim eiro, nunca tom a­ foi trab alh ar na G illette Com pany Cristo. Amém.

30 A LIAHONA
de me pôr de pé e repreender os guar­

Precisamos das; porém , não dissera nada a Joseph


ou qualquer dos outros, em bora deita­
do ao lado dele e sabendo que estava
acordado. Subitam ente, ele se levantou

de Homens
145a. Conferência Geral Anual, e falou com voz trovejante, ou como
Seção da Reunião do Sacerdócio, o rugir do leão, pronunciando, tanto
quanto me lem bro, estas palavras:
5 de abril de 1975

Destemidos “SILÊNCIO, ó espíritos dos abismos


do inferno. Em nome de Jesus Cristo,
eu vos repreendo e ordeno que vos
caleis; enquanto vivo, não tolerarei
Presidente Marion G. Romney mais um minuto tal linguagem. Ca­
2.° conselheiro na Primeira Presidência lai-vos, ou vós ou eu morreremos

NESTE INSTANTE!”
“Ele parou de falar, continuando de
O maior tipo de coragem é sermos fiéis à nossa consciência e ao pé em terrível m ajestade. A corretando,
em um a arm a; calm o, impassível e ma­
nosso Deus, sejam quais forem as circunstâncias jestoso como um anjo, ficou olhando
p ara os guardas acovardados, cujas ar­
mas estavam abaixadas ou caídas no
chão; com os joelhos trem endo e enco­
lhidos num canto ou agachados a seus
Na literatura de nossa Igreja, encon­ pés, eles pediram-lhe perdão e ficaram
tramos muitos exemplos de extrem a co­ quietos até serem rendidos.
ragem. Considerai, por um m om ento, o
exemplo do Profeta Joseph Smith. “Tenho visto m agistrados”, prosse­
Q uando contou sua Prim eira Visão ao gue Parley, “envergando sua toga nas
m inistro protestante local, foi escarne­ Cortes da Inglaterra, e criminosos sen­
cido e ridicularizado duram ente. tados diante deles, cuja vida pedia de
um fio; testem unhei um a sessão solene
“Contudo, era um fato ter tido eu do Congresso em que se promulgam
uma visão. . . diz ele. “Eu tinha real­ leis para a nação; tenho tentado con­
mente visto um a luz, e no meio da ceber reis, com suas cortes reais, tro­
luz vi dois Personagens, e eles em nos e coroas; e im peradores reunidos
realidade falaram comigo; e ainda que para decidirem o destino de nações;
perseguido e odiado por dizer que ti­ mas dignidade e m ajestade vi somente
vera um a visão, entretanto era verda­ uma vez, de pé, acorrentado, no meio
de; e enquanto eles me perseguiam, da noite, num a m asmorra de um a obs­
injuriando-me e dizendo toda espécie cura aldeia do M issouri.” (Autobio-
de falsidades contra mim, devido às graphy of Parley P. Pratt, pp. 209-211.
minhas afirmações, fui induzido a dizer G rifo nosso.)
em meu coração: Por que me perse­
guem por dizer a verdade? Tive real­ O Profeta, sem dúvida, demonstrou
mente um a visão; e quem sou eu para grande coragem moral e física naquela
opor-me a Deus? O u, por que pensa ocasião.
o mundo fazer-me negar o que real­
rmãos do Sacerdócio, tenho em

I
m ente vi? Porque havia visto um a vi­ Sua fidelidade a si mesmo e a seu
mente falar-vos umas poucas coi­ são; eu o sabia, e com preendia que Mestre eventualm ente custou-lhe a vi­
sas a respeito da coragem. Existem Deus o sabia, e não podia n e g á - lo ...” da. Mas tam bém assegurou-lhe vida
vários tipos de coragem, dizem — (foseph Smith 2:24-25.) eterna e exaltação.
coragem física e coragem moral.
Entretanto, sei por experiência, que O Profeta foi fiel a si mesmo, não O Livro de M órmon conta-nos da
alguém com coragem moral, isto é, só na mocidade, como durante toda grande coragem de Néfi. Certamente
alguém fiel a si mesmo, tam bém pos­ sua vida. Dezoito anos após a Primeira recordais que, enquanto Léhi e sua
sui coragem física. Em sua peça Ham- Visão, ele e outros ficaram “confina­ família estavam acam pados no vale de
let, o grande Shakespeare faz um dos dos num edifício de tribunal, gelado, Lemuel, o Senhor ordenou-lhe que
personagens, Polônio, instruir o filho desguarnecido, inacabado” por várias mandasse os filhos de volta a Jerusa­
sobre muitos aspectos de sua conduta. semanas. lém, a fim de conseguir os registros
E conclui sua preleção longa com es­ de Labão. Lamã e Lemuel resmunga­
tas palavras: “ N um a daquelas noites tediosas [con­ ram, dizendo ser “coisa difícil” (1 Néfi
ta Parley P. P ra tt], ficávamos deita­ 3:5), porém Néfi, o irmão mais moço,
Acima de tudo o mais, sê honesto con- dos como que adorm ecidos até depois disse: “Eu irei e cum prirei as ordens
[sigo mesmo, da meia-noite, com os ouvidos e co­ do Senhor, pois sei que o Senhor nun­
rações doloridos, tendo que ficar ou­ ca dá ordens aos filhos dos homens
E tão certo quanto a noite segue o dia, vindo durante horas as pilhérias obsce­ sem antes preparar um caminho pelo
Não poderá ser falso com ninguém. nas, im precações horríveis, blasfêmias qual suas ordens poderão ser cum pri­
Tamlet, I Ato, Cena III medonhas e linguagem im unda de nos­ das.” (1 Néfi 3:7.)
sos guardas. . .
Todos possuem um a consciência é Bem, eles voltaram a Jerusalém e
a raiz da coragem moral. A pessoa “Fiquei escutando até sentir-me tão lançaram sortes para ver quem iria
realmente destemida sempre seguirá desgostoso, chocado, horrorizado e tão entrar. Esta recaiu sobre Lamã. Ele
sua consciência. Saber o que é certo e tom ado de um espírito de justa indig­ foi falar com Labão, sendo acusado de
não fazê-lo é covardia. nação, que mal conseguia abster-me roubar e ameaçado de morte.

OUTUBRO DE 1975 31
Então ele voltou para junto dos ir­ lar assim ao rei, cujos domínios, dizem ao seu Deus, Daniel dem onstrou gran­
mãos sem as placas. Sabia que não as os anais, chegavam “à extrem idade da de fé e coragem.
conseguiria e provou. Disse que de­ te rra ”? (Daniel 4:22) Bem, foi o que
viam voltar para o pai. O jovem Néfi, ele fez. E p o r estranho que possa pa­
porém, retrucou: “Assim como vive o Bem, não será preciso ler o resto,
recer, ele sobreviveu ao velho mo­ pois sabeis perfeitam ente o que acon­
Senhor e vivemos nós, não voltarem os narca.
a nosso pai no deserto até termos teceu; ele foi lançado na cova de leões,
Q uando esse mesmo Daniel foi con­ porque o rei não podia m udar a lei
cum prido o que o Senhor nos orde­
nou.” (1 Néfi 3:15.) vocado por Belsazar, sucessor de N abu­ dos medas e persas, e o Senhor fechou
codonosor, a fim de interpretar os es­ a boca dos leões para salvar Daniel.
Então, por insistência de Néfi, fo­ tranhos dizeres que vira escrito na pa­
ram à terra de sua herança apanhar o rede, dem onstrou idêntica coragem, di­ Nem todos os atos de coragem são
ouro, prata e outros objetos preciosos zendo a Belsazar o significado dos di­ recom pensados tão espetacularm ente.
e tentaram com prar os registros de zeres: Mas todos eles dão paz e satisfação,
Labão. exatam ente como a covardia, no final,
“ Contou Deus teu reino e o acabou. sempre resulta em tristeza e remorso.
Mas este cobiçou os tesouros deles
“Pesado foste na balança e foste
e m andou persegui-los por seus cria­ Sei disso por experiência própria.
achado em falta.
dos. E assim foram obrigados a fugir Q uando eu tinha quinze anos, tivemos
e esconder-se no deserto, na cavidade "D ividido foi o teu reino, e deu-se que sair do México por causa da re­
de um a rocha. Ali açoitaram . . . [Néfi aos medas e aos persas”. (Daniel volução. D e Los Pasos, Texas, meu
e Sim] com uma v ara ”. (1 Néfi 3:28.) 5:26-28) pessoal foi para Los Angeles, onde ar­
Então apareceu um anjo e os repreen­ ranjei um emprego no qual tinha que
deu. Depois que o anjo se foi, Lamã Daniel não só leu a mensagem, co­ trabalhar com um punhado de inimigos
e Lemuel m urm uraram ser impossível mo antes disso teve a coragem de dos mórm ons, e por isso não disse
conseguir as placas de Labão, que era dizer a Belsazar que tal julgam ento que eu era um deles. Algum tempo de­
“um homem poderoso e [poderia] co­ ele próprio provocara com suas trans­ pois, o Presidente Joseph F. Smith,
m andar a cinqüenta, sim, mesmo ma­ gressões. Disse-lhe ainda que um dos vindo a Los Angeles, foi jantar em ca­
tar a cinqüenta; por que, não a n ó s?” seus pecados fora profanar os vasos sa de meus pais — por sinal um jan­
(1 Néfi 3:31.), disseram a Néfi. Mas que seu pai, N abucodonosor, trouxera tar modesto; lembro-me ainda de que
este respondeu: do tem plo de Jerusalém, e que outro era bastante escasso. Colocando a mão
era ter-se insurgido “contra o Senhor sobre m inha cabeça, ele falou:
“ . . . [o] Senhor é mais poderoso do céu ”. (Daniel ”:23, vide Daniel 5)
que todo o m undo. Por que não há
Diz o registro: “N aquela mesma noi­ — Meu rapaz, nunca se envergonhe
de ser mais poderoso que Labão e
te foi m orto Belsazar, rei dos caldeus". de ser mórmon.
seus cinqüenta ou mesmo suas dezenas
de m ilhares?” (1 Néfi 4:1.) (Daniel 5:30)
E durante m inha vida inteira, la­
D ario, o m eda que conquistou o mentei não ter tido a coragem de en­
Então eles seguiram Néfi de volta a
reino, dividiu-o em cento e vinte pro­ frentar aqueles sujeitos ímpios.
Jerusalém. Néfi entrou na cidade e
voltou com as placas. G rande foi a fé víncias governadas cada um a por um
e coragem de Néfi. presidente; e sobre estes colocou três Recordo outra circunstância, duran­
príncipes, “dos quais Daniel era u m ”. te m inha missão na A ustrália, quando
Na época em que Léhi e seus fa­ (Daniel 6:2) fomos visitar as Cavernas Jenolan —
miliares abandonaram Jerusalém, ali maravilhosas e espetaculares. D urante
vivia outro jovem cham ado Daniel, que Nesse cargo, D aniel teve oportunida­ o percurso no seu interior, o guia
havia de dem onstrar grandeza durante de de dem onstrar coragem em face de disse:
sua vida. Em 597 A.C., exatam ente grave perigo. Os outros “príncipes e
três anos depois da partida de Léhi, presidentes procuravam achar ocasião — Se algum dos senhores subir na­
Daniel foi levado para a Babilônia co­ contra D aniel”, pois tinham ciúmes quela rocha e cantar um a música, po­
mo cativo de N abucodonosor. Ele co­ dele, porém não encontraram nada pa­ deremos apreciar a acústica da ca­
meçou a dar mostras de coragem pou­ ra acusá-lo. verna.
co depois de chegar lá, quando ele,
Sadraque, Mesaque e Abednego se “Então estes homens disseram : N un­ Bem, o Espírito sussurroulm e: Vai
recusaram a “se co ntam inar” com os ca acharem os ocasião contra este Da­ e canta “O Meu P ai”. Eu hesitei;
manjares e vinhos do rei. (Daniel 1:8) niel, se não a procurarm os contra ele o grupo seguiu adiante e perdi a opor­
Q uer dizer, ele recusou-se a quebrar na lei do seu Deus. tunidade. Sempre senti pesar sobre
a “Palavra de Sabedoria”, conforme isso. A única coisa que me fez sentir
era observada por seu povo na época, “ Então estes príncipes e presiden­ que havia sido perdoado pelo Senhor,
ainda que o rei houvesse ordenado. tes foram juntos ao rei e. . . [induzi­ foi quando ouvi o Presidente McKay
ram-no] a estabelecer um edito real...: dizer: “Certa vez fui inspirado a fazer
Ele dem onstrou extrem a coragem, que qualquer que por espaço de trinta certa coisa, enquanto estava no campo
quando, interpretando o sonho do rei, dias, fizer um a petição a qualquer missionário, e não o fiz. Isto sempre
disse-lhe ser “o decreto do A ltíssim o” deus, ou a qualquer fiomem, e não a me causou tristeza desde aí. Nunca
(Daniel 4:24) e que ele, N abucodono­ ti, ó rei, seja lançado na cova dos deixeis de atender aos sussurros do
sor, seria expulso dentre os homens e leões”. Espírito. Vivei de modo a poder re­
viveria com os animais do campo, co­ cebê-los, e depois tende a coragem de
mendo “erva como os b ois” durante Assim que Daniel soube disso, foi seguir suas instruções”.
sete anos, até que reconhecesse “que o im ediatam ente para sua casa, m andou
Altíssimo tem domínio sobre o reino abrir as janelas para que todos pudes­ Irmãos, como portadores do Sacer­
dos homens, e o dá a quem q u e r”. sem ver, “e três vezes no dia se punha dócio, tomemos a decisão, todos nós,
(Daniel 4:25) E depois recom endou ao de joelhos, e orava, e dava graças moços e velhos, de criar a coragem
rei que se desfizesse de seus “peca­ diante do seu Deus, como tam bém an­ de sermos fiéis a nós mesmos e ao
d o s .. . e . . . iniqüidades”. (Daniel tes costumava fazer”. (Vide Daniel nosso C riador em todas as coisas na
4:27; vide Daniel 4:20, 22, 24-27) 6:4-7, 10) vida.

Podeis sequer imaginar a coragem Suponho que ninguém questionará o Q ue Deus nos abençoe nesse sen­
necessária para um escravo cativo fa­ fato de que, sendo fiel a si mesmo e tido, eu oro em nome de Jesus. Amém.

32 A LIAHONA
\ Eslaca de Curitiba
Comemora o sen IV."
Aniversário
A ESTA C A DE C U R IT IB A R E A L IZ O U SUA III.a C O N F E R Ê N C IA
T R IM E S T R A L D E 1975 E N E ST A O P O R T U N ID A D E C O M E M O R O U O
SEU IV .° A N IV E R S Á R IO .

O crescim ento da Igreja de D entro da estrutura da Igreja de C ontando com m ais de 4.000
Jesus C risto dos Santos dos Ú lti­ Jesus C risto tam bém podem os sen­ m em bros, a E staca de C uritiba
mos Dias é realm ente um fato tir que o progresso é real. com põem -se de nove alas, sendo
com provado. Podem os ver que o seis em C uritiba, duas em Ponta
Evangelho está sendo divulgado, e N o dia 14 de setem bro de 1971
G rossa e um a em Joinville.
em geral não existe pessoas que organizava-se a E staca de C uritiba.
O IV .° aniversário foi com em o­
não tenham ouvido ou tido um O tem po passa, e no dia 14 de se­ rado intensam ente com um pro­
contato com os m issionários ou tem bro de 1975 ela com em orou o gram a bem elaborado e com m ui­
com algum m em bro da igreja. seu IV .° aniversário. tas atividades.

OUTUBRO DE 1975
33
A Sociedade de Socorro, ju n ta­
m ente com a A .I.M . e S.A.M . uni­
ram seus esforços e trabalhos e
fizeram um program a que agradou
às 500 pessoas que ocupavam o
salão cultural.
C ada ala apresentou-se magnifi-
cam ente, dem onstrando talento e
boa organização. Folclore e m úsi­
cas variadas foram apresentadas. O
program a teve seu ponto alto com R E U N IÃ O D E L ID E R A N Ç A
a apresentação d a A la V I que D O SA C E R D Ó C IO
apresentou um jogral m usical,
m uito inspirado cujo título e desen­ Com a presença do É lder Bruce
volvim ento falava sobre o “Livro R. M cConkie, do C onselho dos
Doze, presidindo a reunião de L i­
Chegada do Élder Bruce R. McConkie
no Aeroporto Afonso Pena em Curitiba derança do Sacerdócio, foi dada
continuação ao program a do sá­
bado.
As atividades foram realizadas
nos dias 12, 13 e 14 de setem bro Estava tam bém presente a esta
de 1975. reunião o atual presidente da M is­
são São P aulo Sul, Presidente Ro-
O program a se desenrolou da se­
ger Beitler e sua esposa Sister
guinte m aneira:
C atherine Beitler.
D ia 1 2 /0 9 /7 5 — 20:00 horas —
Em seu discurso o É lder Bruce
N oite C ultural
R. M cConkie dem onstrou o seu
Dia 1 3 /0 9 /7 5 — 08:00 horas — grande prazer em estar junto dos
C opa — T orneio F utebol de Sa­ Apresentação 1 1 0 Show Cultural
da Ala de (oinville Santos do Brasil novam ente. Sa­
lão Inter-A las (SAM ) e Volei lientou a grande espiritualidade
Boll (A IM ) existente na pessoa do Presidente
de M órm on” . Show de curta d u ra­
Dia 1 3 /0 9 /7 5 — 15:00 horas —
ção que deu visão objetiva das fa­
Reunião de L iderança do Sacer­ cetas que to rnaram o “L ivro de
dócio M órm on” um a obra sem co n tradi­
D ia 1 3 /0 9 /7 5 — 16:30 horas — ção, sem precedentes, e o m aior
R eunião G eral de L iderança m issionário que nosso Pai Celestial
D ia 1 3 /0 5 /7 5 — 18:30 horas — delegou a hum anidade.
L anche de C onfraternização
D ia 1 3 /0 9 /7 5 — 20:00 horas — Torneio Esportivo
Seção de Cinem a
D ia 1 4 /0 9 /7 5 — 10:00 horas — A m anhã de sábado esteve bas­
C onferência G eral tante agradável, a freqüência dos
jovens colaborou para que o tra b a­ Jason G arcia de Souza, e o tipo de
M EM B R O S D E M O N ST R A M lho dos organizadores do torneio liderança que está se desenvolven­
SEUS T A L E N T O S EM tivesse bastante sucesso. do dentro da Igreja no Brasil.
N O IT E C U L T U R A L Inicialm ente foram dadas algu­ F alou de algumas coisas que
m as instruções pelos organizadores classificam todos a serem líderes e
e representante da presidência da fazerem um bom trabalho em to­
A realização da noite cultural
E staca. das as partes deste país. D eu ênfase
pelos m em bros de to d a estaca foi
a necessidade de program as para
coroada de pleno êxito. N a q u adra de futebol de salão reativar os m em bros afastados.
foi realizado o torneio entre as “T odo hom em que possui o Sa­
alas com a participação do Sacer­ cerdócio é um representante do
dócio A arônico. Paralelam ente a Senhor” .
A .I.M . jogou Volei-Boll no salão O É lder M cConkie dirigiu-se aos
p reparado para a prática desse es­ portadores do Sacerdócio ressaltan­
porte. do a im portância dos ofícios exis­
T anto o Sacerdócio A arônico tentes dentro do Sacerdócio de
com o as m oças, que participaram M elquisedeque.
do cam peonato de V olei-Boll, tive­ Élderes, Setentas, Sumo-Sacer-
ram um grande desem penho e de­ dotes, Patriarcas, todos terão que
m onstraram ser bons esportistas. se aperfeiçoar p a ra que possam

LIAHONA
O Presidente Beitler, em suas
considerações, salientou que o ser­
viço m issionário é a o b ra m ais im ­
portan te da Igreja. É preciso que
haja u m a colaboração entre m em ­
bros e missionários.
O Presidente D avid O. M acKay
disse que ‘cada m em bro é um mis­
sionário.’
N esta m esm a reunião o Élder
Atuais Patriarcas da
Estaca de Curitiba B ruce R . M cC onkie salientou que
devem os aprender a ser com o
Jesus C risto e portanto, devemos
m agnificar o seu cham ado. O É lder
aprender a fazer as coisas que Jesus Presidente Jason Garcia de Souza
Bruce R . M cC onkie além dessas
C risto fez.
considerações m encionadas deu va­
liosas instruções a todos, que, bem Se aprenderm os estas coisas nós M issão São P aulo Sul deu ótimas
aplicadas, m uito ajudará no p ro ­ serem os com o Jesus foi, e podere­ instruções a todos os m em bros ali
gresso de cada um. m os fazer o que Ele fez, e assim presentes.
tornarm o-nos a luz do m undo,
R E U N IÃ O G E R A L com o E L E . ‘M eu desejo é de que todos os
D E L ID E R A N Ç A jovens façam missão, que todas
m oças aqui no Brasil casem-se no
Com a presença dos L íderes da T em plo, que todas as fam ílias rea­
E staca, presididos pelo Presidente C O N F E R Ê N C IA G E R A L lizem reuniões fam iliares, que to­
Jasom G arcia de Souza, e a p re­ dos conheçam a alegria e tenham
sença do É lder Bruce R. M cC on­ a felicidade de pertencer a Igreja
C om a presença de 998 pes­
kie, foi realizada a R eunião G eral de Jesus C risto dos Santos dos
soas, com o am biente dom inado
de Liderança. Ú ltim os Dias. M as para isto os mis­
pelo E spírito do Senhor e com bas­
E n tre os presentes estava o P re ­ sionários precisam de sua ajuda” ,
tante reverência desenvolveu-se a
sidente da M issão São P aulo Sul, palavras do Presidente R oger Bei­
últim a p arte do program a de 1V.°
Irm ão R oger B eitler, sucessor de tler em seu inspirado discurso.
aniversário, a III.a C onferência tri­
Nelson Baker.
mestral da Estaca de C uritiba. O É lder Bruce R . M cConkie em
Em seu discurso o Presidente
R oger Beitler dem onstrou sua sa­ suas palavras salientou a im portân­
tisfação pelo cham ado p a ra ser cia d a construção do Tem plo.
presidente da M issão São Paulo E xortou aos m em bros que se dedi­
Sul, sendo que aqui já trabalhou quem a essa m aravilhosa obra.
com o missionário. Disse tam bém : “para que o pro­
Salientou as dificuldades que es­ gram a da Igreja possa ser com ple­
tão tendo com as entradas de m is­ to é preciso que haja um Tem plo” .
sionários am ericanos no Brasil, e
da possibilidade de jovens brasilei­ “Q ue todos prestem seus teste­
ros substitui-los. m unhos desta Igreja, para que ela
Os jovens devem se aprim orar e N esta ocasião o irm ão Jasom seja sem pre crescente, forte e po­
m anterem -se dignos p ara atender G arcia de Souza, Presidente da E s­ derosa com o tem sido até agora.”
esse cham ado. taca de C uritiba, fez um relato dos
q u atro anos de atividades desen­
volvido pela sua Estaca.
D escreveu o progresso da E s ta ­
ca e deu as novas m etas p a ra o 5.°
ano de atividades.
Disse ele, que o program a prin­
cipal da E staca de C uritiba para
esse próxim o período é o cham ado
plano I.R .B . (Integração, R eativa­
ção e Batismos).
E sta III.a C onferência foi presi­ Élder McConkie falando aos membros
dida pelo É lder Bruce R . M cC on­ da Estaca de Curitiba
kie, do C onselho dos Doze, que
Roger Beitler, atual Presidente da juntam ente com o Presidente da Fotos e texto de:
Missão São Paulo Sul |osé Glaiton Ferreira da Silva

OUTUBRO DE 1975 35
O TEMPLO DE TÓQUIO

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1 °

Desenho de Emil B. Fetzer, arquiteto ferência da Igreja em Tóquio, anunciou


da Igreja, m ostra o novo Templo de os planos para a construção do templo
T óquio da Igreja de fesus Cristo dos que atenderá 64.000 m órmons residen­
Santos dos Últimos Dias, que será tes na Ásia, inclusive 25.000 do Japão.
construído em 5-8-10 Minami Azabu, O tem plo, o 18.° do m undo, e o pri­
Minato-Ku, Tóquio, em frente ao Par­ meiro na Ásia, será aberto aos mem­
que Arisagawa, a pouca distância da bros da Igreja para cerimônias sagra­
estação de Hiroo da linha Hibiya, do das, incluindo casam entos, que real­
metrô. O Presidente da Igreja, Spencer çam a im portância, santidade e nature­
W. Kimball, que com pareceu à con­ za eterna do indivíduo e da família.

36 LIAHONA
C onfirm ando o sólido fundam en­ O T em plo de T óquio será er­ tem plo, e pessoal da adm inistra­
to de sua obra na Á sia, a 9 de guido num a propriedade adquirida ção; centro de jovens e creche; dis­
agosto a Igreja anunciou seus p la­ pela Igreja h á m ais de quinze anos, tribuição de roupa; sala de refei­
nos de construção de um tem plo atualm ente ocupada pelos escritó­ ções; cozinha e lavanderia.
em Tóquio. O Presidente Spencer rios da M issão do Jap ã o Tóquio, O pavim ento térreo abrigará
W. K im ball revelou os planos du­ na seção M inato-K u de Tóquio, ainda, porém com entrada total­
rante seu discurso de orientação 5-8-10 M inam i A zabu, em frente m ente separada, um centro distri­
geral p ara m ilhares de m em bros ao P arque A risugaw a. O terreno buidor de roupas para o templo.
japoneses da Igreja reunidos na m ede pouco m enos de mil e sete­ O prim eiro andar abrigará ves
conferência geral de área realizada centos m etros quadrados. tiários fem inino e m asculino, lin
no C om plexo B udokan em Tóquio. O tem plo foi projetado por das salas para as noivas se ari u
O Tem plo de T óquio será o dé­ Em il B. Fetzer, arquiteto d a Igre­ m arem e receberem instrução, e
cimo oitavo tem plo da Igreja em ja, o qual desenhou tam bém o no­ um a sala de instrução p ara os
todo o m undo e prim eiro na Á sia, vo tem plo a ser construído em São noivos.
disse o Presidente Kim ball. O n o ­ Paulo, Brasil, e anteriorm ente os N o prim eiro andar haverá ainda
vo tem plo servirá aos sessenta e de P rovo e Ogden, U tah, dedica­ um apartam ento para o presiden­
quatro mil m em bros da Ásia, dos em 1972. te do tem plo e sua esposa, servido
abrangendo cerca de vinte e cinco O Irm ão Fetzer dirigiu igual­ por en trada separada, e que con­
mil no Japão, quinze mil e qui­ m ente o trabalho dos arquitetos ta rá com dois quartos e banheiros,
nhentos nas F ilipinas, oito mil e que projetaram o Tem plo de sala de jantar, sala de estar e
setecentos na C oréia, oito mil e W ashington D. C., dedicado em cozinha.
quinhentos em T aiw an e q uatro novem bro de 1974. N o segundo andar se destaca
mil e cem em H ong Kong. Ele inform ou que os edifícios um a pequena capela para cento e
Disse ainda o Presidente K im ­ existentes atualm ente no terreno vinte pessoas, cinco salas de sela-
ball que o sagrado trabalho reali­ destinado ao T em plo de T óquio m ento, além de vestiários e salas
zado nos tem plos é um abnegado serão dem olidos. N ovos escritó­ de descanso para o pessoal do
trabalho de am or destinado a es­ rios p ara a m issão e um a sede para tem plo.
tender os princípios salvadores do a E staca T óquio, Jap ão , deverão O terceiro andar abriga duas sa­
Evangelho a todos os hom ens e ser construídos em o u tra proprie­ las de ordenanças para cem pes­
m ulheres, tan to vivos com o m ortos. dade da Igreja nessa cidade. soas cada, e a sala celestial.
A seguir enfatizou: “E ste será As plantas detalhadas do T em ­ O destaque principal do pavi­
para todos os povos dos países plo de T óquio estarão term inadas m ento do sub-solo é a pia batism al,
asiáticos, e todos desejarão ajudar em princípios de 1976; a constru­ apoiada tradicionalm ente no dorso
a construi-lo e operá-lo e usá-lo. ção, que deverá ser de um ano e de doze bois com o era a pia do
“Isto significa que todos devem m eio a dois anos, está prevista pa­ antigo tem plo de Salomão.
trabalhar juntos e sacrificar-se ra com eçar no prim eiro sem estre
O sub-solo abrigará ainda além
juntos. de 1976.
dos equipam entos m ecânicos e de­
“Jam ais foi erguido um tem plo O tem plo terá um pavim ento no
pósitos, um a garagem para dezes­
sem exigir sacrifício e árduo tra ­ sub-solo e quatro acim a do nível
seis carros.
balho” , disse ele. do chão.
“O uvistes a declaração do P ro­ O andar térreo terá cerca de Os jardins, em bora necessaria­
feta Brigham Y oung prom etendo vinte e três por quarenta m etros, m ente de área lim itada, m erecerão
centenas de tem plos. N aturalm en­ e os superiores vinte e três por cuidadoso tratam ento apisagístico
te isso leva tem po, m as podem os vinte e sete metros. no delicado estilo japonês. O m u­
prom eter-vos m ais tem plos na O corpo principal do tem plo ro de pedra que circundará o ter­
Á sia e nas ilhas do m ar à m edida erguer-se-á quase vinte m etros aci­ reno apresentará secções fechadas
que estiverm os p reparados p ara m a do solo e a torre, realçada por por grades de ferro batido, a fim
eles” , acrescentou. um a estreita janela de vidro colo­ de perm itir que os passantes pos­
Disse o Presidente K im ball à rido, te rá um a altura de cincoenta sam adm irar os jardins.
congregação de Tóquio: “Desde e seis m etros. E m am bos os lados Um fator decisivo para a esco­
que foi criada a prim eira estaca ja ­ do tem plo haverá torres para ele­ lha do local do tem plo, segundo o
ponesa em 1970, nós ganham os vadores e escadarias. Irm ão Fetzer, foi o fácil acesso ao
centenas de m ilhares de m em bros P rojetado de acordo com o rí­ sistem a de trânsito de m assas de
no m undo inteiro. gido código de obras de Tóquio Tóquio.
“Q uão gratos somos! O quanto p ara proteção contra abalos sísmi­ A E stação H iroo da linha H ibiya
nos orgulham os de vós que tanto cos, o tem plo será construído de do m etrô de Tóquio fica a cinco
cresceram em núm ero com o tam ­ concreto reforçado e aço, revestido m inutos a pé do tem plo. Os re­
bém em atividade e eficiência. de p ed ra branca ainda não esco­ presentantes fam iliares que chega­
“Q uando o Senhor restaurou na lhida, e terá instalações de ar rem a Tóquio por via aérea, fér­
terra o verdadeiro e eterno E v an ­ condicionado. rea ou m arítim a poderão seguir
gelho e sua genuina Igreja, im e­ O s freqüentadores en trarão no diretam ente do ponto de desem ­
diatam ente fez saber aos m em bros tem plo pelo andar térreo que abri­ barque para a estação central do
que deveriam ser um povo cons­ gará, além dos saguões, escritórios m etrô e de lá para a Estação de
truto r de tem plos.” p ara a presidência e coadjutora do H iroo.

OUTUBRO DE 1975 37
Estaca em

Reune
N o dia 31 de agosto próxim o os diáconos brincaram na quadra
passado realizou-se o congresso
dos rapazes, na idade do Sacerdó­
cio A arônico, nas dependências do
de futebol de salão.
T an to os sacerdotes com o os
m estres e diáconos tiveram um
Jovens
Canil da F o rça P ública do E stado grande desem penho e m ostraram
de São Paulo, situado ao norte da serem bons esportistas.

Congrc
capital, próxim o ao H orto F lo ­ E ncerrada as com petições espor­
restal. tivas, reuniram -se os jovens para
O dia esteve agradável, com bas­ que pudessem ouvir algum a coisa
tante ar p uro e m uito sol, assim sobre opções vocacionais. E sta
sendo o trabalho dos organizadores palestra procurou m ostrar aos jo ­
foi coroado de pleno êxito. vens presentes que eles já podem
Inicialm ente houve com petição saber o que quer, saber o que ser
no cam po de futebol p ara os m es­ na vida, o que esperar de um a de­
tres e sacerdotes e paralelam ente term inada profissão.

P ara esta palestra sobre vocação


e escolha de profissão, foram con­
vidados irm ãos de vários setores
profissionais. A dvogado, engenhei­
ro, adm inistrador de em presa, m i­
litar, todos deram diretrizes de
suas ocupações.
Foram alertados a se prepararem
para que possam ter defesa quando
tiverem que enfrentar os problem as
que a vida traz. É im portante, dis­
se o Bispo M auro Todeschini, que
os jovens se aperfeiçoem a cada
dia.
“P ara que haja progresso em
toda profissão ou posição que o

38 A LIAHONA
São Paulo

Seus
nal tem que estudar e se dedicar A juventude de hoje é um a ju­
ao trab alho com bastante am or e ventude escolhida, estam os na
carinho. D evem trab a lh ar com es­ época da preparação para 2 .a vin­
forço p ara o aperfeiçoam ento da da de Cristo.
raça hum ana. Existe hoje um período de trans­
F o ram essas algum as considera­ form ação m ais rápida, há um cres­
cim ento m ais rápido, tanto físico

;so ções im portantes feitas a todos os


jovens ali presentes.
O congresso em sua segunda
com o m ental, espiritual e porque
não dizer m aterial.
N o final da tarde, com o últim a
parte, contou com a presença de
parte do congresso, todos tiveram
outros líderes, que tam bém trouxe­
a oportunidade de prestarem seus
ram algum as instruções valiosas. testem unhos, e dem onstrarem mais
F oi salientado aos jovens com o um a vez que os jovens de hoje da
a hum anidade progride a cada dia Igreja poderão ser grandes líderes
que passa. no futuro.

indivíduo tom e, é preciso que se


tenha b astante vontade e gostar d a­
quilo que se faz, palavras im por­
tantes ditas pelo T enente A lexan­
dre, representante da Polícia M i­
litar.
“A idade em que vocês estão é
a m elhor idade p a ra que comecem
adquirir experiência profissional” ,
frisou o Presidente D arcy C orrea,
conselheiro da E staca São Paulo,
em sua esplanação.
Os jovens devem ter em m ente,
que tudo que fizerem deverá ser o
m elhor posível. Um bom profissio­

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