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MENSAGEM DE INSPIRAÇÃO

A Voz do Pastor

H á séculos, na T erra Santa, era costum e os


pastores trazerem seus rebanhos para a aldeia à
noite, como m edida de segurança, recolhendo-os
a um curral ou com um aprisco. Pela m anhã,
quando vinha buscar suas ovelhas, o pastor cha­
mava-as, e elas em pinavam a cabeça para escutar.
Q uando se convenciam de que o cham ado era do
seu pastor, elas iam ao encontro da voz fam iliar
em que confiavam . N enhum a ovelha dos outros
rebanhos se m exia, mas os anim ais daquele pastor
iam abrindo cam inho entre os outros, até estarem
reunidos todos jun to dele. E ntão o pastor os
conduzia às pastagens nas colinas. Isto nos ajuda
a entender a passagem em João 10:16, que diz:
“ A inda tenho outras ovelhas que não são deste
aprisco; tam bém me convém agregar estas, e elas
ouvirão a m inha voz e haverá um rebanho e um
P asto r.”

Paul L. Harmon,
Ala M onum ent P ark V III.
Estaca Salt Lake Foothill.
2 A V O Z D O PA STO R , Paul L. H arm on
4 EX ISTE P R O P Ó S IT O NA V ID A , Presidente Spencer W . Kimball
9 PE R SE G U IÇ Ã O , 1924, Thom as ). G riffiths
11 PER G U N TA & R ESPO STA , V ictor L. Ludlow , Alma P. Burton,
Keith H. Mesevy
14 EM DEFESA DA FÉ, Élder T heodore M. Burton
16 IRM Ã O S NA ESTRA DA E FO RA DELA: Um tipo diferente de
m úsica, Colleen H enrichsen
19 D IÁ R IO M Ó RM O N — “ Foi D uro Ser D iferen te” , Helena H annonen;
“ A Coragem de M eu A v ô ”, A sm und H . Hernes
21 OS M A N D A M EN TO S DO SEN H O R N O S ABENÇOAM , Presidente
H artm an R ector Jr.
23 O D IA SA N T IFIC A D O , Élder Sterling W . Sill
24 DE UM A M IG O PARA O U T R O : Sê H onesto, O. Leslie Stone
26 A Á RV O RE DA FE L IC ID A D E , Eva Gregory de Pim ienta
29 SÓ PARA D IV E R T IR
30 Q U A N D O U IV A O LOBO, W endell J. A shton
31 O L IV R O DE M Ó R M O N Ê A PALAVRA DE DEUS, Presidente Ezra
T aft Benson
34 AS R A IZES DO M O R M O N ISM O , É lder H artm an Rector Jr.
37 C R IST O NA A M ÉRICA , Presidente N. Eldon T anner
40 “ PO R Q UE ME CH A M A IS S E N H O R , SEN H O R , E NÃO FAZEIS O
QU E EU D IG O ? ” , Presidente Spencer W . Kimball
44 PEN SA M EN TO S PASCAIS, Presidente M arion G . Romney
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Spencer W. Kimball J. Thom as Fyans
N. Eldon T anner John E. Carr
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sujeitas a adaptações editoriais.
Mensagem da Primeira Presidência * Presidente Spencer W. Kimball

Ilustrado por Howard Post

/■ pessoa que sabe, ou tem fé em que a Igreja de

Existe r»
1 ■
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é o
reino de D eus na terra, terá vontade de sem pre
ir m elhorando o desem penho no seu encargo,
seja este na fam ília, num a classe de A belhinhas, num
quorum de diáconos ou conselho de Jovens Adultos

Propósito na ou Interesses Especiais. Porém , quando as pessoas


não se im portam com Deus ou os hom ens, então não
há treinam ento ou técnica que possa ajudá-las.
É servindo que aprendem os a servir. Q uando
engajados no serviço ao próxim o, estam os não só
fazendo algo por ele, mas colocando nossos próprios
problem as num a nova perspectiva. Q uando nos preo­
cupam os m ais com os outros, resta m enos tem po para
nos preocuparm os conosco mesmos! O milagre do
servir encerra a prom essa de Jesus de que, “ perdendo-
n o s”, nos encontrarem os!
E não só nos “encontrarem os” em termos de
orientação para a vida, mas quanto mais servirmos
ao nosso próxim o de m aneira apropriada, tanto mais
substância haverá em nossa alm a. Servindo os outros,
tornam o-nos indivíduos m ais substanciosos — literal­
m ente, torna-se m ais fácil nos “encontrarm os”, por
haver m ais para encontrar.
George M cD onald ** observou que “é am ando
e não sendo am ado que a gente consegue chegar mais
perto da alm a do o u tro ” . É óbvio que todos nós pre­
cisam os ser am ados, mas é preciso dar e não sem pre
receber, se quiserm os ter plenitude na vida e um
sólido senso de propósito.
A solução, às vezes, não é m udar nossa condição,
mas m odificar nossa atitude a respeito dela; os obs­
táculos são m uitas vezes oportunidades para servir.
Costuma-se dizer que o inferno “ é estar congelado em
autocom iseração
Disse um a de nossas autoridades gerais:
“ Se não tom arm os cuidado, há o perigo de ser­
mos enregelados pela frustração de nos deixarm os con­
gelar pelo frio das expectativas m alogradas. Para evitar
que isto aconteça, temos que — exatam ente como
faríam os no frio ártico — continuar em m ovim ento,
continuar servindo e co n tin u ar esforçando-nos, a fim
de que nossa im obilidade não se torne o perigo m a io r.”
Tem os que ajudar aqueles a quem procuram os
servir, saber por si m esm os aue não apenas são am a­
dos por Deus, mas que este se im porta com eles e
sabe de suas necessidades. N a verdade, quando Deus,
nosso Pai, e seu Filho, Jesus C risto, se m ostraram ao
garoto em idade de Sacerdócio A arônico, Joseph Sm ith,
a fim de dar-lhe instruções destinadas à hum anidade
inteira, não foi um a simples aparição casual a uma
pessoa deste planeta. Segundo diz o Senhor, essa
aparição precisam ente planejada deu-se porque “eu, o
Senhor, conhecendo a calam idade que haveria de vir
sobre os habitantes da terra, chamei meu servo Joseph

A L IA H O N A
Sm ith, lhe falei dos céus e dei-lhe m andam entos.” Existe um a grande segurança na espiritualidade,
(D&C 1:17) e não podem os ter espiritualidade sem servir!
Deus não faz nada a esmo, m as sem pre com al­ C ontudo, m uitas vezes o encorajam ento de que
gum propósito, como pai am oroso. Nós conhecem os precisam os para guardar os m andam entos e servir o
seu propósito, pois temo-lo tam bém em nossa vida. próxim o, é um a sim ples sacudidela do Espírito em
C ertam ente um Pai Celeste tão am oroso, que deu nossa m em ória a respeito das coisas que já sabemos,
m andam entos para prevenir a m iséria hum ana, não se em lugar de receber nova inspiração e revelações.
esquecerá das necessidades de cada um de seus filhos. Diz-se que a “ m em ória é o estômago da alm a”, no
Diz W illiam Law: sentido de que é ela quem recebe e digere a verdade
“ Consta que cada fio de nosso cabelo é contado e nos nutre. O Espírito Santo ativa nossa m em ória
(Lucas 1 2 :7 ); não seria isto p ara nos ensinar que tanto quanto nosso entendim ento. Assim, pois, deve­
nada, p o r m ínim o que seja, nos acontece por acaso? mos fazer o que já sabemos ser certo — as coisas
Mas, se a m enor coisa im aginável está expressam ente simples, as coisas direitas, as coisas específicas. Esta
sob a direção divina, será preciso ou possível ensinar- é um a das razões pelas quais nós, santos dos últim os
nos m ais claram ente que as m aiores coisas da vida, dias, devemos viver de m aneira digna, a fim de po­
tais como a m aneira pela qual vimos ao m undo, nossos derm os contar com a influência e a com panhia cons­
pais, o tem po e outras p articularidades de nosso nas­ tante do Espírito Santo para nos guiar e dirigir. Sua
cim ento e condição, estão todas de acordo com os orientação é im ensam ente mais im portante que as téc­
eternos propósitos, direção e desígnios da D ivina nicas de aprendizagem , por m ais proveitosas que estas
P rov id ên cia?” possam ser.
Deus sabe de nós e vela por nós. T odavia, é Se quiserm os ser bons líderes, então devemos
geralm ente por interm édio de outra pessoa que ele refletir periodicam ente sobre as qualidades daqueles
satisfaz nossas necessidades. P or isso, é vital que nos que nos serviram , guiaram e ensinaram . Se devessem
sirvam os um ao o utro neste reino. O povo da Igreja escolher apenas duas ou três pessoas que m aior influên­
necessita, reciprocam ente, da força, apoio e liderança cia tiveram em suas vidas, o que elas fizeram , especi­
num a com unidade de crentes como um conclave de ficam ente, de tão útil em m om entos críticos ou im por­
discípulos. Em D outrina e Convênios, lemos a res­ tantes de sua vida? Refletindo alguns instantes, che­
peito da im portância de se socorrer os fracos, erguer garão a concluir que essas pessoas realm ente se im por­
as mãos que pendem e fortalecer os joelhos enfraque­ tavam com vocês, que tiveram tem po para vocês, que
cido s.” (V ide D&C 8 1 :5 ) Freqüentem ente, nosso ato lhes ensinaram algo que precisavam saber. Reflitam
de servir consiste de um sim ples incentivo ou cola­ agora sobre sua atuação, assim como farei sobre a
boração em tarefas m undanas — porém , que gloriosas m inha, se atualm ente incorporam os ou não em nosso
conseqüências podem p rom anar de atos m undanos e próprio m inistério estes mesmos atributos fundam en­
de pequenos feitos, porém deliberados. tais. A vivando nossa m em ória, é pouco provável que
Ao se aguçarem os contrastes entre os cam inhos alguém seja lem brado particularm ente por causa da
do m undo e os cam inhos de Deus pelas circunstâncias aplicação de algum a técnica. G eralm ente fomos ser­
tem porais, a fé possuída pelos m em bros da Igreja será vidos e ajudados por alguém que nos deu am or e com­
cada vez m ais duram ente provada. Um a das coisas preensão, gastou de seu tem po para auxiliar-nos, e nos
mais vitais que poderem os fazer é dem onstrar nossos indicou o cam inho pela luz do seu próprio exemplo.
testem unhos através do serviço ao próxim o, o qual, Por isso, não posso dar ênfase dem ais à im portância
por sua vez, p roduzirá progresso espiritual, m aior de fazerm os essas m esm as coisas por aqueles que
com prom etim ento e m aior capacidade de guardar os agora dependem de nós, exatam ente como no passado
m andam entos. nós dependem os de outros.
H á quase vinte e cinco anos, o Presidente Stephen Se nos ativerm os a simples princípios e simples
L. R ichards disse algo bastante desafiador: atos de serviço, logo perceberem os que as linhas
“A despeito dos aspectos prosaicos e batidos da organizacionais perdem parte de sua im portância. No
questão, há m uito me convenci, m eus irm ãos, de que passado, freqüentem ente as linhas organizacionais na
a coisa m ais desafiante, dram ática e vital em nossa Igreja se transform avam em paredes, im pedindo-nos de
vida é 'gu ard ar os m andam entos’. Isto põe à prova alcançar os indivíduos como deveríam os. Preocupan-
cada fibra de nosso ser. É um a dem onstração sim ul­ do-nos m enos em conseguir crédito pessoal ou para a
tânea de nossa inteligência, nosso conhecim ento, nosso organização, verem os que passam os a nos im portar
caráter e nossa sab ed o ria.” m ais em servir aquele que está a nosso cargo. Igual-

A G O S T O DE 1975 5
m ente descobrirem os que estam os m enos interessados Hoje em dia, os que guardam os m andam entos
em nossa identidade organizacional e m ais preocupa­ serão apartados do m undo, tão certo quanto o foi Noé
dos com nossa verdadeira e suprem a identidade como por sua aparentem ente estranha em presa de construir
filho ou filha do Pai nos céus, e em ajudar outros a um a arca antes de haver inundação. Ao procurarm os
alcançarem o mesmo senso de identificação. servir, fazendo coisas sim ples, coisas m undanas, e nos
Nesse aspecto, jam ais devem os p erder de vista esforçarm os em guardar os m andam entos de Deus
Jesus C risto como nosso grande exem plo. Aos seus hoje em dia, sem dúvida iremos enfrentar um pouco
discípulos nefitas, dizia ele: do mesmo ridículo sofrido por Noé e seus oito fam i­
“ Portanto, levantai vossa luz para que brilhe pe­ liares — antes de com eçar a chover sem parar.
rante o m undo. Eis que eu sou a luz que levantareis: Os contem porâneos de Noé sim plesm ente não
aquilo que me vistes fa z e r.” (3 N éfi 18:24.) conseguiam com preender a urgência da sua tarefa. Nós
N essa m esm a instrução, Jesus m ostra como pro­ tam pouco devem os esperar que m uita gente entenda
curava atrair os hom ens e como perm itiu à m ultidão nosso senso de urgência a respeito de coisas simples
de nefitas “ ver e se n tir” seu corpo ressurreto. Em sen­ como fam ília, castidade e trabalho missionário!
tido bem m enos sagrado, porém ainda assim significa­
Existem na Igreja num erosos moços que relutam
tivo e direto, o líder dedicado poderá p erm itir que
em casar-se. Os anos vão passando. M uitos deles estão
aqueles a quem serve “vejam e sintam ” o poder e au­
sim plesm ente procrastinando. O utros acham m ais fácil
tenticidade do Evangelho de Jesus Cristo.
viver sozinhos, sem m aiores responsabilidades. O utros
Interessante é n o tar que, sendo Jesus a luz que ainda oram por um casam ento satisfatório, mas pouco
pretendem os levantar, quão num erosos são os seus fazem da sua parte. D epois, há um núm ero crescente
lem bretes colocados oportunam ente diante de nós — de hom ens, especialm ente no “m u n d o ”, que não pre­
o nom e da Igreja, A Igreja de Jesus C risto dos Santos tendem casar-se, que afirm am poder conseguir todas
dos Últimos Dias; as bênçãos do sacram ento; a oração as satisfações da vida sem o casam ento, e que a vida
batism al; o costum e de orarm os “em nome de Jesus de solteiro é m uito m ais fácil e apresenta m uito menos
C risto ” . Sendo tão sagrado, devem os ser prudentes e responsabilidades.
cuidadosos quanto à m aneira de usarm os seu nome e
A gora, eu gostaria de dizer a todos os irm ãos:
de nos referirm os a ele; porém , deveríam os sem pre
O casam ento é honroso aos olhos de Deus. Não fomos
m ostrar nosso irm ão m aior como o sublim e exem plo,
postos aqui na terra unicam ente para nos divertir,
pois esta é a Igreja dele, leva seu nom e e é tam bém
satisfazer nossa ânsia de riquezas e posição social ou
edificada sobre o seu Evangelho.
contentar nossas paixões num a vida egocêntrica.
Por isso, saídos de um m undo egocêntrico, esta­
Diz o Senhor, nosso C riador:
mos aqui reunidos p ara falar de serviço. A lguns obser­
vadores talvez estranhem que nos preocupem os com “ Na glória celestial há três céus ou graus;
coisas tão sim ples num m undo assolado p o r problem as “ E para obter o grau mais elevado, o homem pre­
tão dram áticos. T odavia, um a das vantagens do Evan­ cisa e n tra r nesta ordem do Sacerdócio (significando
gelho de Jesus Cristo é que ele nos fornece a verda­ o novo e eterno convênio do casa m en to );
deira perspectiva da população deste planeta, inclusive “ E, se não, não poderá obtê-lo.
de nós, perm itindo-nos ver as coisas que realm ente “ Poderá en trar no outro, mas esse será o fim do
im portam e evitar sermos enredados pela m ultiplici­ seu reino; ele não poderá ter progênie.” (D&C
dade de causas m enores que reclam am atenção do 131:1-4)
m undo. “ . . . se não obedeceres a ele (o novo e eterno
A prendem os que a sociedade dos últim os dias c o n v ê n io ), então serás condenado; pois a ninguém é
apresentaria alguns dos sintom as sociais existentes fios perm itido rejeitar este convênio e en trar na m inha
tem pos de Noé. Dispom os de raríssim os adjetivos para g ló ria.” (D&C 132:4)
descrever os contem porâneos de Noé; contudo, seus Parece-nos que nenhum a escusa ou racionaliza­
sem elhantes eram aparentem ente m uito desobedientes ção poderá anular estas verdades.
aos m andam entos de D eus, e a terra estava “ corrom ­ O casam ento é seguido de fam ília; e novam ente
p id a ”, e significativam ente, a sociedade da época se o Senhor deixa bem claro:
m ostrava cheia de “violência”. (G ên. 6:11) Violência A esposa é dada ao homem “ . . . para m ultipli­
e corrupção geralm ente são decorrentes do egoísmo. car e encher a te rra . . . para que dê à luz as almas
N um a época assim , é extrem am ente adequado que nos dos hom ens. . . para que (o Pai) seja glorificado”.
concentrem os no serviço a nossos sem elhantes! (D&C 132:63)

6 A L IA H O N A
Portanto, que nenhum hom em solteiro se escuse D epois, ela com eçou a rep arar em algumas amigas
com racionalizações. cujos m aridos sem pre as acom panhavam à Igreja, que
H á m uitas m oças dignas, atraentes, instruídas, cantavam juntos no coro, iam ao tem plo juntos e pare­
bem cuidadas e que parecem desejáveis. A elas, dize­ ciam felizes e. satisfeitos com a vida. E ntão pôs-se a
mos: N ão podem os fornecer-lhes m aridos como gos­ reclam ar com o m arido: — P or que não me trata como
tariam . Se tiveram m enos oportunidades de casar-se, os outros hom ens fazem com suas m ulheres? Por que
talvez necessitem de um a cuidadosa auto-avaliação. não é m ais ativo na Igreja?
Façam um balanço cuidadoso de seus hábitos, sua m a­ Acontece que pertenciam a um a ala p articular­
neira de falar, sua aparência, seu peso e suas excen­ m ente ativa, um a ala onde o program a de integração
tricidades, se as tiverem . A nalisem ponto p o r ponto. era quase obsediante. Como não podia deixar de ser,
Será que conseguiriam fazer alguns sacrifícios para chegou a hora em que aquele m em bro inativo se sen­
se tornarem aceitáveis? Q uem deve julgar são vocês. tiu tocado e passou a ter m uita alegria em sua ativi­
Acaso são tagarelas dem ais? R etraídas dem ais? dade na Igreja e fam ília. A esposa que se sentira tão
Caladas dem ais? Se for o caso, então eduquem seus infeliz por causa do desinteresse dele, agora era infeliz
pensam entos e suas expressões. por ser tão dedicado, e o censurava: — Por que você
Estão no lugar errad o ? H averia a possibilidade só pensa o tem po todo no trabalho da Igreja? P o r que
de se m udarem p ara outra localidade que lhes abrisse não é como os outros m aridos e me perm ite um pouco
um m undo novo? de alegria e divertim ento?
Suas roupas estariam m uito fora de m oda, ou são Seu constante resm ungar acabou por desanimá-lo
m uito reveladoras ou avançadas dem ais? Serão por e ele voltou novam ente à condição de inativo.
demais exigentes? Possuem algum a excentricidade no R epetim os: C ontinuem a tornar-se atraentes
falar, na entonação ou assuntos? A caso riem alto de­ física, intelectual, espiritual e em ocionalm ente, e pro­
m ais? São excessivam ente dem onstrativas? O u exage­ curem estar nos lugares em que possam ser vistas
radas? São egoístas? São h o nrada sob todos os aspec­ pelas pessoas certas e que desejam cativar.
tos? G ostariam de ter filhos? T eriam prazer em Vocês estão no lugar certo ou quem sabe se
prep arar diariam ente o desjejum , alm oço e ja n tar para “estacionaram ”? Certa moça estava chegando aos
seu m arido? M anteriam convivência freqüente com vinte e cinco anos sem ter tido oportunidade de ca­
suas antigas am izades em prejuízo da atenção devida sar-se. Aconselhei-a que se m udasse da casa em que
ao seu m arido? vivia com algum as moças m ais velhas, deixasse o
W illiam James* declarou que a m aior revolução em prego de estenógrafa e voltasse à faculdade onde
na sua época foi a descoberta de que os seres hum a­ conviveria com gente da sua idade. Tem pos depois,
nos podem m odificar os aspectos externos da vida, estando casualm ente naquele campus, ela foi procu­
m udando sua atitude m ental interior. rar-m e, borbulhante de anim ação qual brisa de p r i­
Conta-se a história do príncipe corcunda que m avera, os cabelos atados com um a fita colorida e
conseguiu corrigir seu defeito físico, postando-se todos m ostrando um a atitude alegre e otim ista. Poucos meses
os dias diante de um a estátua sua de corpo perfeito. depois, fui convidado para um casam ento no templo.
A m udança se dá su bstituindo hábitos indesejá­ Talvez nem sem pre funcione tão bem , mas funcionou
veis por bons hábitos. Podemos m oldar nosso caráter nesse caso.
e futuro por meio de bons pensam entos e atos. A
E nquanto esperam os que chegue o dia propício e
autopiedade é destrutiva. Vocês têm pena de si
ideal, existem m uitas coisas que podem os fazer para
mesmas?
alegrar a vida alheia e que reverterão em nosso pró­
O que fazer?
prio benefício.
Vocês cuidaram da sua aparência física — bem
cuidadas, bem vestidas — e da sua atração intelec­
tual — cativantes, interessantes? G ostam de ler? Se
não, então tratem de m udar.
M inhas queridas, a Igreja se dá conta dessas
situações, e mesmo se tivesse um a vara de condão
para com ela desfazer seus problem as e satisfazer a
seus desejos, isto não seria bom para vocês, pois o * A daptação de um discurso proferido pelo Presidente
Kimball, na sessão inaugural da Conferência de junho
esforço próprio é que traz crescim ento. de 1974.
Lembro-me de um a irmã conhecida que se casou ** Escritor e poeta escocês (1824-1905).
com um élder em perspectiva, e foram levando a vida. * Filósofo am ericano (1842-1910).

A G O S T O DE 1975 7
PERSEGUIÇÃO,
1924
Uma família galesa caminha dezesseis quilômetros por sobre montanhas para freqüentar a Igreja.

Thomas J. Griffiths

ra 1924, e vivíam os na aldeia galesa de A bercarn, V arteg aos dom ingos para assistir às reuniões e par­

E M onm outhshire, com o única fam ília SUD do


povoado. O ram o era totalm ente organizado,
em bora fosse com posto unicam ente por nossa
fam ília. As reuniões eram realizadas fielm ente — a
ticipar do sacram ento. Posta em votação, a proposta
foi aceita unanim em ente, até mesmo por Ivor, que
tinha então apenas oito anos. Assim começou uma
das m aiores aventuras de nossa vida.
Escola D om inical nas m anhãs de dom ingo, e à noite A gente subia até o topo do M onte Llanvach, de­
a reunião sacram ental. Nas terças-feiras à noite, reali­ pois descia ao Vale H afodrynys, voltava a subir o
závam os a AMM . Nossa fam ília cantava e orava em M onte Pontypool e a seguir descia até V arteg. D urante
conjunto e havia um grande am or entre nós. Mas esse a cam inhada, costum ávam os cantar e recitar Escritu­
am or e união de propósito instigaram a ira de Satanás ras. C erta vez nos perdem os no forte nevoeiro, e papai,
e ele resolveu interferir. reunindo-nos em círculo, fez um a oração, rogando a
N ão dem orou, viem os a saber o que significa Deus que nos conduzisse ao nosso destino. Talvez
perseguição. Éram os ridicularizados, e m uitas vezes fosse coincidência, mas creio que foi em resposta à
me arrancavam o boné da cabeça p ara ver se eu tinha prece de m eu pai, que com eçou a soprar o vento que
chifres. Porém , não havia nada que não pudéssem os costum a varrer as m ontanhas galesas, dissipando a
suportar. Então, um dia, um a jovem da aldeia começou cerração, e assim, pudem os encontrar o cam inho.
a investigar o Evangelho. Seu pai era figura preemi- Q uando chovia ficávam os m olhados até os ossos.
nente num a das igrejas do povoado, e quando des­ E ntão os santos de V arteg nos em prestavam roupas
cobriu que ela vinha freqüentando nossas reuniões, secas e dependuravam as nossas em torno do fogo para
irritou-se profundam ente e com eçou a difam ar nossa secar. As roupas nem sem pre serviam bem , e nós
fam ília e a Igreja. Logo seu clam or encontrou eco ríam os um do outro por causa de nossa aparência
entre o povo, e a fam ília G riffiths se viu subm etida a engraçada. Mas todas as dificuldades e contratem pos
implacável perseguição. eram esquecidos pelo espírito reinante naquelas
Um médico da localidade chegou a p ublicar um reuniões. Lembro-me ainda perfeitam ente da E scritura
artigo no jornal, afirm ando que trin ta moças do País p referida de papai: “ Porque onde estiverem dois ou
de Gales haviam sido raptadas e viviam prisioneiras três reunidos em m eu nom e, aí estou eu no meio
na cidade m urada do Lago Salgado. A pareceram outros d eles.” (M at. 18:20) E ra isso mesmo. O Espírito do
artigos atacando os m órm ons. Um deles chegava a re­ Senhor fazia-se sentir com tal força, que nosso corpo
com endar que nossa fam ília fosse expulsa do povoado. exausto era revigorado e nosso espírito elevado.
N aquele tem po, m orávam os num a casa de pro­ As sem anas transform aram -se em meses, e a cada
priedade m unicipal, e um dia recebem os um ultim ato dom ingo repetia-se nossa jornada até V arteg. E ntão a
da câm ara de vereadores — se não deixássem os de câm ara de vereadores recebeu um a carta datada de 12
realizar serviços religiosos em nossa casa, seriamos de abril de 1924, que foi discutida em plenário. Era
despejados. Papai recorreu às autoridades da Igreja e um docum ento inspirado, escrito por um servo ins­
foi aconselhado a seguir a décim a segunda Regra de Fé p irado de Deus.
que declara, em parte: “ Crem os n a . . . obediência, “ Sobre m inha mesa tenho um recorte do South
honra e m anutenção da le i.” W ales A rgus, inform ando que recentem ente essa ilus­
Assim, pois, foram suspensas nossas tão inspira- tre câm ara tom ou m edidas contra um de seus conci­
doras reuniões. O ram o mais próxim o ficava num a dadãos, privando-o do direito de realizar serviços
cidadezinha cham ada V arteg, a uns dezesseis quilô­ religiosos em sua casa. A única razão para essa me­
metros, do outro lado das m ontanhas. C erta noite, dida arb itrária foi por tratar-se de um ‘m órm on’.
depois de haverm os recebido o ultim ato, papai reuniu “ Pois bem , o term o m órm on, ao contrário de cari­
a fam ília e apresentou a sugestão de cam inharm os até dade, im plica para os m aldosos num a porção de peca-

A G O S T O DE 1975 9
dos, e assim indubitavelm ente vos­ “ E, naturalm ente, os leitores da consideração, ela nos perm itia vol­
sa ação está justificada por com­ im prensa julgam que investigastes tar a realizar serviços religiosos.
pleto, em especial p ara a massa cada um a das acusações assacadas O pai da moça que fora proibi­
crédula. Porém , terá sido suficien­ contra os m órm ons por m entes ran ­ da de com parecer às nossas reu­
te? N ão estais cientes do fato de corosas. Se não o fizestes, e isto é niões continuava tentando criar-nos
que o cavalheiro em questão con­ evidente para todos os que conhe­ dificuldades, m as então aconteceu
tinua oferecendo orações em sua cem o fato de vossa om issão, então uma coisa estranha. Certa noite
casa? A “ sociedade p a ra prom ulga­ vos tornastes um instrum ento pro- meu pai se dirigiu à casa dele, e o
ção de calú n ias” ou seja lá qual for m ulgador de calúnias aleivosas. tal hom em chegou à porta. C ha­
o nom e da dita organização, não Julgar tão injustam ente um hom em m ando-o pelo nom e, papai disse:
vos inform ou que o inquilino e ou povo não condiz com um a as­ — A m enos que pare de perse­
seus filhos contra os quais prom ul- sem bléia de hom ens inteligentes. guir m inha fam ília, eu lhe prome-
gastes um a postura especial, conti­ N ão quero crer que o povo do qual to que Deus há de hum ilhá-lo até
nuam dando graças ao seu Deus m inha m ãe descende possa ser tão que fique de joelhos.
todos os dias de m anhã e à noite? intolerante, D entro de poucos meses, aquele
D avid. O. M cK ay.” hom em foi realm ente hum ilhado
“ Por que não com pletar a coisa,
pelos acontecim entos. Sua filha
exigindo que tais preces 'deixem de A câm ara m unicipal decidiu “en­
m ais velha fugiu de casa e casou-
ser pronunciadas num a casa p erten ­ g av etar” a carta. E ntretanto, seu
se com o beberrão da vila. O filho
cente a um a m unicipalidade cristã? conteúdo transpirou na im prensa
prim ogênito sofreu grave acidente
Se tendes o direito de proibir-lhes local, e puseram a pedra a rolar.
na m ina de carvão. O filho m enor
que cantem hinos e falem na pre­ Papai foi convidado a falar num a
contraiu um m al incurável. Então
sença da sua fam ília e de amigos a reunião da Legião Fem inina B ritâ­
aconteceu a noite m em orável em
respeito da graça e bondade de nica. E, em bora tenha sido há tan ­
que bateram à nossa porta. Q uan­
D eus, podeis igualm ente ordenar- tos anos, a lem brança daquela noite
do papai atendeu, lá estava o nosso
lhes que parem de o rar “ por serem em que ele dirigiu a palavra àque­
perseguidor. De cabeça baixa e voz
m órm ons” . Por isso, eles têm que las m ulheres, ainda continua vivida
em bargada de em oção, ele pediu:
ser privados de um dos m ais p re­ e vibrante em m inha m ente. Ele
— Sr. G riffiths, estou aqui para
ciosos e tradicionais privilégios. lhes contou de sua conversão à
pedir-lhe perdão.
Igreja e das perseguições sofridas
“ Por m ais reta que seja sua vida, A filha m ais moça batizou-se e
pela fam ília. Falou-lhes do garoto
se o público sim plório im agina que posteriorm ente em igrou para U tah,
Joseph Sm ith e de suas visões e de
existe algo de errado com eles, onde conheceu um homem justo, ca­
como deu a vida em selam ento do
proibi-os no interesse desse público, sou-se com ele no tem plo e form ou
seu testem unho. Depois prestou fer­
de orarem a Deus em sua própria um a encantadora fam ília. Ela já se
voroso testem unho da divindade de
casa. Já que tendes um bom exem ­ foi, mas deixou aos filhos um lega­
Jesus Cristo.
plo nos medos e persas que prom ul­ do de coragem e convicção encon­
Lembro-me perfeitam ente daque­
garam o mesmo decreto contra D a­ tradas som ente na Igreja de Jesus
las senhoras enxugando as lágrim as
niel há dois mil anos, por que não C risto dos Santos dos Últimos Dias.
e quando papai term inou não hou­
com pletar vossa louvável legisla­ Q uanto à nossa fam ília, nós des­
ve aplausos nem qualquer outra de­
ção, proibindo vosso inquilino de cobrim os o que Jesus queria dizer
m onstração — apenas silêncio, co­
ensinar seus filhos a orar? com estas palavras: “ Bem-aventu­
mo que m ostrando vergonha do que
rados os que sofrem perseguição
“ Como outra justificativa para havia acontecido na sua aldeia.
por causa da justiça, porque deles
tal m edida, não tendes diante de Q uando papai se sentou a presi­ é o reino dos céu s.” (M at. 5:10)
vós o testem unho de um de vossos dente apresentou um a moção no Pois ali, no pequeno chalé do País
pares de que 'h á dois anos, trinta sentido de que a associação solici­ de G ales, encontram os um pedaci­
m oças abandonaram um a cidade tasse publicam ente à m unicipalida­ nho do céu.
cham ada M achen e com o sabeis, de que fosse perm itido à fam ília
sem pre que um a garota sai de um a G riffiths realizar serviços religiosos
cidade na G rã-B retanha, os m ór­ em sua casa. A m oção foi aprovada Thomas J. Griffiths, aposentado,
m ons são responsáveis’, exatam en­ por voto unânim e. Mais ou menos é professor na Escola Dominical da
te com o os cristãos prim itivos fo­ um a sem ana depois, papai recebeu Ala American Fork V III, Estaca
ram responsabilizados pelo trans- um ofício da câm ara m unicipal, Utah-American Fork Norte.
bordam ento do Rio T ibre? com unicando-lhe que, após m elhor Ilustrado por Sherry Thompson
10 A L IA H O N A
Em cada canto, havia um anel
PERGUNTA ou argola de ouro. As duas argolas
superiores eram presas por corren­
PERGUNTA
A tradição ou história judaica tes de ouro a argolas idênticas exis­
Por que foi necessário
fornece algum indício tentes nas om breiras do éfode
que o Profeta Elias fosse
quanto à aparência (peça sem elhante a um a couraça
levado aos céus? Haverá outras
dos peitorais usada sobre a tú n ic a ) . As duas
mencionados em Êxodo 28? argolas inferiores do peitoral eram pessoas eminentes que
unidas a argolas de ouro do éfode não provaram a morte — e
junto à cintura por cordões azuis. quanto a Moisés,

Q uando usava o peitoral e as ele foi trasladado ou

RESPOSTA outras vestim entas sacerdotais, o


sum o-sacerdote estava preparado
morreu?

Victor L. Ludlow: p ara desem penhar suas funções. O


peitoral desem penhava um papel
im portante que os m órm ons asso­
RESPOSTA
om o o peitoral do juízo e ciariam geralm ente ao U rim e T u­

C acom panhante U rim e T um im


eram sagrados, as tradições
judaicas m ais recentes ressal­
tam seu papel como instrum entos
m im . Q uando o rei, o presidente do
sinédrio ou outra pessoa qualifica­
da tinha algum a dúvida especial,
p rocurava o sum o-sacerdote, e este,
Alma P. Burton:

m T isto que o Profeta Elias e


■ / Moisés haviam sido preorde-
de juízo e decisão e não descrevem exam inando o peitoral, procurava W nados para realizar ordenan­
sua form a física. E n tretanto, Mai- ver quais das letras brilhavam m ais ças terrenas antes da m orte e
m ônides, o grande talm udista e intensam ente e com elas então com ­ ressurreição de C risto, tornava-se
filósofo judeu m edieval e outras p unha a resposta. Q uando D avi, necessário que retivessem o corpo
fontes talm údicas, nos dão um a por exem plo, indagou ao U rim e físico além do tem po natural de
idéia da possível aparência física T um im se Saul continuaria sua per­ vida. Diz o Presidente Joseph
do peitoral. seguição, o sum o-sacerdote A biatar Fielding Smith:
Segundo essas tradições, a parte viu três letras brilhantes: Y no no­
de m aior relevo do p eitoral era me de Judá, R no nom e de R úben “ Q uando Moisés e Elias aparece­
com posta de 12 pedras, cada um a e D de Dã. Assim, estava dada a
ram ao Salvador e a Pedro, Tiago e
levando o nom e de um a das doze resposta: Y ERED — “ Ele perse­ João no M onte da T ransfiguração,
tribos de Israel. Todas elas tinham guirá ”. qual foi o propósito? T eria sido
form ato q u adrangular e eram en­ Segundo a tradição judaica, o m era m anifestação espiritual para
gastadas em ouro, presas a um a U rim e T um im deixou de existir na fortalecer os três apóstolos? Ou
tram a tecida artisticam ente com 28 época da destruição do prim eiro vieram apenas para confortar o
cordões. Um cordão de ouro puro tem plo e captura dos judeus. Filho de D eus em seu m inistério e
era trançado ou enlaçado com seis
Séculos m ais tarde, quando os prepará-lo para a crucificação?
cordões de azul celeste para torná-
judeus estavam dispersos pela E u­ Não. Não era este o p ro p ó sito . . . O
lo mais grosso. Um segundo cordão
ropa, num erosas com unidades ju­ Profeta Joseph Smith explicou-o
de ouro era trançado com seis cor­
daicas confeccionaram peitorais e assim:
dões de p ú rp u ra, o utro com seis de
colocavam-nos diante do consolo
carmesim e o q u arto com seis cor­
da T ora em suas sinagogas. Tais
dões de linho puro. D epois, esses “ ‘O Sacerdócio é eterno. O Sal­
sím bolos, à sem elhança do peitoral
quatro cordões m ais grossos form a­ vador, Moisés e Elias (o profeta)
do sum o-sacerdote, m uitas vezes
vam um a tram a de um palm o de entregaram as chaves a Pedro, Tia­
continham reproduções das doze
largura e dois palm os de com pri­ go e João, quando se transfigura­
pedras preciosas. Sob o outro as­
m ento. A tram a dobrada form ava ram diante deles.’ O Sacerdócio é
pecto o peitoral e o Urim e Tum im
uma bolsa de um palm o quadrado. eterno — sem princípio de dias
estão perdidos para os judeus.
À face externa, estavam presas nem fim de anos; sem pai, mãe etc.
quatro fileiras de engastes de ouro, V ictor L. L udlow , professor-assis- Se não há m odificação de ordenan­
ficando o U rim e T um im dentro tente de E scrituras antigas na U ni­ ças, não h á m odificação de Sacer­
da bolsa. versidade Brigham Young. dócio. Sem pre que são adm inistra-

A G O S T O DE 1975 11
das as ordenanças do Evangelho, lá A través dele, certa vez Saul pro­
está o S acerdócio. . . C risto é o
G rande Sum o-Sacerdote; depois
PERGUNTA curou determ inar a culpa de um a
ofensa (1 Samuel 14:41; vide os
dele vem A d ão .” (D octrines of Sal- textos grego e h e b ra ic o ); Davi bus­
vation, vol. 2, p. 110). O livro de Êxodo cou diretriz divina para saber ante­
menciona o Urim e cipadam ente como se desenvolveria
Tumim. Qual o lugar deste a situação (1 Samuel 2 3:6 -1 3 ); nós
Como Cristo foi o prim eiro ser
no tempo de Moisés? inferim os que o Urim e Tum im
ressuscitado, todo profeta que
Qual a sua origem? estava no éfode. Saul se queixou de
tivesse de realizar ordenanças ter­
Sua história e emprego podem que o Senhor não lhe falava nem
renas antes de sua ressurreição,
ser traçados no restante do lhe revelava sua vontade de modo
tinha que ser preservado fisica­
Velho Testamento? algum , inclusive o Urim. (1 Sa­
m ente. Por isso o Senhor preservou
muel 28:6)
Moisés e Elias, o profeta, na carne,
a fim de poderem conferir suas
chaves a Pedro, Tiago e João no
M onte da T ransfiguração.
RESPOSTA Depois disso, nada mais se sabe
do U rim e Tum im na história de
Israel, até tornar-se óbvio, após o
cativeiro da Babilônia, que os
João, o A m ado, e os T rês N efitas Keith H. Meservy: judeus não m ais o possuíam . E ntre­
foram trasladados e continuam tanto, é lícito supor que até então
cum prindo suas responsabilidades. Urim e T um im é m enciona­ reis e pessoas justas usavam o
Enoque e toda a sua cidade foram
trasladados p ara os céus, a fim de
voltarem à terra na segunda vinda
de Cristo. Tem havido ainda outros,
O do pela prim eira vez em
Israel, quando foi dado co­
mo um direito do Sacerdó­
cio a A arão, o prim eiro sumo-
U rim e T um im para aconselharem -
se com o Senhor. É interessante
n o tar que, se os judeus tivessem o
U rim e Tum im depois do exílio,
tal como Alm a, que não “provaram sacerdote do Sacerdócio Levítico. poderiam ter solucionado o proble­
a m o rte ” . (Êxodo 28:31; Levítico 8:8) Parte m a da genealogia. Era um a questão
do seu m inistério era obter o co­ im portante para eles, visto que as
O Profeta Joseph Sm ith explicou nhecim ento pertencente ao Sacer­ prerrogativas sacerdotais eram re­
a doutrina da trasladação, um p o ­ dócio A arônico, o qual adm inistra­ servadas aos descendentes de Levi
der pelo qual os hom ens conservam va a lei mosaica. (D & C 68:14-21; ou A arão. (Esdras 2:62-63)
seu corpo físico tangível com as 84:18-27) Os reis deviam subm e­
seguintes palavras: ter-se ao conselho que ele recebia Não sabemos exatam ente quando
do Senhor por vários meios, sendo os judeus deixaram de usar o
um dos m ais im portantes o Urim Urim e T um im . E ntretanto, já no
“ M uitos supõem que a doutrina
e T um im . Q uando Moisés cham ou tem po de Ezequiel e Jeremias, o
da trasladação significa que p o r ela
e designou Josué como seu suces­ povo rejeitava os profetas, em bora
os hom ens são levados im ediata­
sor, a instrução do Senhor foi que o Senhor os advertisse de que che­
m ente à presença de Deus e à ple­
ele (Josué) “ se porá perante Elea- garia um a época em que não mais
nitude eterna, mas isto é um erro.
zar, o sacerdote, o qual por ele desfrutariam a luz da revelação.
Seu lugar de habitação é na esfera
consultará, segundo o juízo do Isto nos faz especular se não teriam
terrestre e num lugar preparado
Urim, perante o Senhor; conform e perdido o Urim e Tum im antes pela
para os seres que o Senhor reser­
ao seu dito (de Eleazar) sairão, e iniqüidade do que por conquista ou
vou para serem anjos m inistradores
conform e ao seu dito entrarão ele descuido.
em m uitos planetas, e que ainda (Josué e, im plicitam ente, seus su­
não atingiram toda a plenitude co­ (V er experiência de Joseph Sm ith
cessores) e todos os filhos de Israel
mo os que ressuscitaram dentre os com ele, e toda a congregação.” em Documentary History of the
m o rto s.” (Documentary History of (N úm . 27:21. G rifo nosso) Church, vol. 1. pp. 21-23. Com pa­
the Church, vol. 4, p. 210) rar com D&C 3 :1 1 ; 10:2)
Por isto, se depreende que o
A lm a P. B urton, professor de H is­ Urim e Tum im era o instrum ento Keith H. M eservy, professor-assis-
tória e D outrina da Igreja, na U ni­ indicado pelo qual se deviam obter tente de E scrituras antigas na U ni­
versidade Brigham Young. a revelação e decisões divinas. versidade Brigham Young.

12 A L IA H O N A
(Levítico 18:24-29. Itálicos acres­ os antigos habitantes haviam sido
PER GUNTÁ centados. Comp. Lev. 2 0 ). desalojados. (D eut. 9:4-6.)
O Senhor não pode encarar o
Por que o Senhor Tais indivíduos, tendo dem ons­ pecado com o m ínim o grau de tole­
premitiu a Israel guerrear trado d urante a provação na m orta­ rância (D&C 1 :3 1 ); está em cons­
contra os povos na lidade sua tendência para o mal, tante guerra contra ele. Os israeli­
Terra Prometida? tornaram -se sujeitos aos julgam en­ tas com bateram os cananeus por
tos do Senhor neste m undo. (D&C ordem do Senhor. (Foi pela mesma
76:103-104) Antes de perm itir que razão que Néfi m atou L a b ã o ). Era
RESPOSTA continuassem a conspurcar a terra
com sua iniqüidade e contam inar
parte da luta suprem a do Senhor
contra a iniqüidade. C um prir o
Keith H. Meservy: as gerações futuras com suas per­ m andam ento do Senhor exigiu um
versões, o Senhor os tirou da terra ato de obediência da parte deles,
ara responder a esta pergun­ p o r vários meios — enchentes, in­

P
m ostrando, assim, de que lado esta­
ta, será preciso exam inarm os cêndios, fom e, terrem otos etc. E vam na grande luta contra o mal.
brevem ente as condições pe­ tam bém usou a espada. Os jaredi- Não sabemos por que o Senhor
las quais um povo tem direi­ tas, nefitas, israelitas, judeus e La- lhos exigiu; talvez fosse preciso
to de possuir um a terra. bão — todos sentiram na própria que ajudassem a conquistar sua
É significativo que, quando o vida seu terrível golpe certeiro. terra natal, para que não a recebes­
Senhor prom eteu a terra de C anaã sem como dádiva totalm ente gra­
Aos israelitas foi dada a desa­
a A braão, ele não lhe deu direito tuita do Senhor. Talvez o Senhor
gradável tarefa de executar os ju l­
de posse im ediato, apenas um a p ro ­ quisesse m ostrar-lhes algumas das
gam entos do Senhor contra os cana­
messa futura. Nos dias de A braão, conseqüências da grande iniqüida­
neus, recebendo a ordem de não
seus habitantes tinham direito a ela, de. Seja qual for o m otivo final,
deixar que a piedade interferisse na
porém no futuro o perderiam por sabem os que os cam inhos do
destruição ordenada (D eut. 7 :1 -3 );
causa de sua crescente iniqüidade. Senhor são justos, ainda que atual­
tam pouco deviam concluir, depois
Então Israel poderia reivindicá-la m ente os com preendam os apenas
de d errotar os antigos habitantes,
com justiça. (G ên. 15:16; 1 Néfi em parte.
que haviam vencido por serem um
17:32-40; com p. É ter 2:8-9)
povo justo, pois que não haviam Keith H . M eservy, professor-assis-
É verdade que não dispom os de
atingido tal condição. O Senhor tente de E scrituras antigas na Uni­
relatos detalhados a respeito dos
m andou que se lem brassem por que versidade Brigham Young.
povos de C anaã, porém sabemos
que nos tem pos de Moisés e Josué,
os cananeus (ou am orreus) atingi­
ram tam anha iniqüidade, que o
Senhor chegou a advertir Israel re­
petidam ente a que não perm itisse
que sua m aneira de viver fosse con­
tam inada pela deles. E ntre essas
iniqüidades, contavam -se as trans­
gressões sexuais: adultério, incesto,
bestialidade e hom ossexualism o. O
Senhor ordenou aos israelitas:
“ Com nenhum a destas coisas vos
contam ineis: porque em todas
estas cousas se contaminaram as
gentes que eu lanço fora diante da
vossa face. Pelo que a terra está
contam inada; e eu visitarei sobre
ela a sua iniqüidade. . Porém ,
qualquer que fizer alguma destas
abom inações, as almas que as fize­
rem serão extirpadas do seu p o v o .”

A G O S T O DE 1975 13
uando eu era bem pequeno, m inha mãe ensinou-

Q me o nome das cores. M ostrando um objeto


azul, disse-me que aquela era a cor azul. De­
pois, fez com que eu repetisse a palavra. Pas­
sado algum tem po, ela m ostrava outro objeto azul e
perguntava que cor era aquela.
— V erde? — eu perguntava.
— Não, querido, — respondia pacientem ente, —
esta cor se cham a azul.
— A zul?
— Sim, m eu bem . É azul.
Passado m ais um pouco de tempo, ela voltava a
m ostrar-m e alguma coisa azul, e perguntava de que
cor era.
— A m arelo? — eu indagava.
— Não, am or, não é am arelo — Depois, com
m ais paciência ainda, voltava a ensinar: — isto é azul.
— A zul, — eu repetia.
Ela me deixou brincar algum tem po e depois
pegou outro objeto azul e perguntou-m e o nome da­
quela cor.
— A zul? — eu arrisquei.
— Isto mesmo, meu garotinho esperto! — repli­
cou orgulhosam ente, dando-m e um forte abraço e
beijo. Foi assim que aprendi a distinguir as cores.
Não sei quanto tem po levou m inha paciente mãe-
para conseguir que eu as aprendesse. Eu não era nem
m ais inteligente nem mais retardado que outros m eni­
nos. Mas, acabei distinguindo o azul das outras cores.
A gora, quando alguém me m ostra um objeto dessa cor,
eu posso responder confiante: — É azul. E se alguém
quiser saber por que eu acho ser azul, respondo:
— Eu sei que é azul, porque posso vê-lo!

Os outros concordam comigo, pois tam bém


podem ver que é azul. E ntretanto, o dito objeto é
azul, apenas porque convencionam os cham ar a tal cor
de azul. Em outras palavras, tudo o que afirm am os
Élder Theodore M. Burton
saber é unicam ente porque nos foi ensinado. Nosso
conhecim ento provém das coisas que nos foram ensi­
Assistente do Conselho dos Doze
nadas, ou que lemos, ou que ouvim os, ou que expe­
rim entam os.

Mais tarde, ao en trar para a faculdade, descobri


que algum as das coisas em que acreditava e sabia
serem verdadeiras, eram consideradas ridículas e im a­
turas por certos professores. Eles acreditavam em
coisas totalm ente estranhas aos princípios que me
foram ensinadas desde a m ais tenra infância. R idicula­
rizavam m inha crença em Deus, tachando-a de simples
e tola superstição. Faziam pouco caso do Livro de
M órm on. Riam do conceito de Joseph Sm ith ser p ro ­
feta. Recusavam-se a crer que a Bíblia fosse algo além
de literatura. Senti-me arrasado.

A L IA H O N A
Para m im , eram hom ens letrados. Possuíam grau Notei que eram hom ens felizes e bem sucedidos, exata­
de doutor de grandes universidades. Eram pessoas ver­ m ente como m eus pais e líderes eclesiásticos. Alguns
sadas. Pareciam ter resposta e provas p ara tudo o que desses professores se tornaram intrépidos líderes da
ensinavam . Eu era um m ero estudante, e eles profes­ Igreja. Um deles chegou a ser apóstolo do Senhor Jesus
sores com anos de instrução, experiência e conheci­ C risto. O utros professores e m estres eram bons
m entos adquiridos por pesquisa. D izer que fiquei cristãos, devotados em servir ao próxim o e firm es na
im pressionado talvez seja pouco. M inha fé e crenças sua própria fé e confiança em Deus.
ficaram abaladas, fazendo-me trem er à beira de um
abism o de indecisão. O que eu deveria aceitar como Os professores que tentaram levar-me a rejeitar
verdade? Os ensinam entos desses hom ens eruditos ou Deus e meus ideais religiosos, nem sem pre eram hom ens
reter m inha crença no que me fora ensinado por meus felizes. Alguns m ostravam -se desiludidos e outros
pais e professores da Escola D om inical, Prim ária, Sa­ am argurados. Felizm ente tomei a decisão de ficar do
cerdócio e aulas de religião, e no que aprendera por lado que achava certo. A um dos professores que se
experiência p ró p ria? m ostrou particularm ente sarcástico diante de meus
conceitos religiosos, eu disse sim plesm ente: — D outor,
Agora possuo tam bém o grau de doutor no cam po eu me recuso a acreditar no senhor! Responderei às
das ciências exatas, recebido de um a das grandes u n i­ questões das provas da m aneira como o senhor deseja,
versidades do Meio-oeste. Lecionei igualm ente em mas quero que saiba que, por mais ignorante que eu
outra excelente universidade como professor catedrá- seja, um a coisa sei: que Deus vive. Creio nele de todo
tico de Q uím ica. T enho feito pesquisas próprias e meu coração. O uvirei o que o senhor ensina, porém
orientado estudantes em investigações científicas origi­ me recuso a m udar m inhas crenças ou m inha fé.
nais. Agora sei o suficiente a respeito de ciência para
poder apreciar a diferença entre o que cham am os de Ele sim plesm ente ficou olhando para m im e ba­
fato e teoria. Conheço por estudo e experiência pes­ lançou a cabeça. Mas eu havia sido m issionário e não
soal o grau de fé envolvido mesmo nas áreas mais podia negar aquilo que bem no fundo do coração
precisas do conhecim ento científico. C onheço os lim i­ sentia ser verdadeiro. N ão tinha como prová-lo para
tes das assim cham adas leis e reconheço seu valor e ele, mas eu acreditava naquelas coisas e elas davam-me
aplicação prática. O conhecim ento de m eus ex-profes­ esperança e consolo.
sores era freqüentem ente baseado em teorias que não
Exatam ente como aprendi de m inha mãe que azul
puderam ser devidam ente com provadas até hoje. Eles
é azul, assim aprendi dela e de m eu pai que Deus é
aceitavam como fato coisas que não estavam provadas
D eus. Eles ensinaram -m e a ter fé, e eu acreditei. Agora
nem verificadas. Mas eu não sabia disso, quando era
sou um a testem unha especial da divindade de Jesus
estudante.
C risto e da restauração do poder do Sacerdócio de
Deus. Este conhecim ento não foi adquirido de um só
T rem o quando me lem bro daqueles tem pos. Q uão
golpe. M uitas vezes foi obtido penosa e vagarosam en­
facilm ente eu poderia ter seguido aqueles professores
te, mas passo a passo, aprendi pela fé e oração, e pelo
tão sinceros no que acreditavam . Q uão facilm ente eu
estudo e experiência, a saber que D eus vive e que
poderia ter perdido m inha fé e m inha condição
realm ente fala através dos profetas m odernos.
de m em bro da Igreja, abraçando teorias hum anas como
verdade. Eu não me im portaria de viver m inha vida Se ocasionalm ente se sentirem desanim ados e não
novam ente, a menos que pudesse ter o grau de conhe­ souberem que cam inho seguir ou no que acreditar,
cim ento e experiência que agora possuo. apóiem-se um pouquinho nos om bros da m inha gera­
ção, até que tenham tem po de convencer-se por si
Q uão grato sou pelos bons pais que tive. Eram mesmos da veracidade dessas coisas. Lembrem-se de
pessoas felizes, m aravilhosas. Eles nos am avam , e nós, que, se buscarem o Senhor, o acharão. T enham fé nele,
os filhos, os am ávam os tam bém . Tive um a infância e jam ais serão desencam inhados. E quando ficarem
alegre e segura. Tive um bispo m aravilhoso durante m ais velhos, sentir-se-ão felizes por terem conservado
aqueles anos críticos, e um excelente presidente de a fé. Vocês são uma geração escolhida, colocada na
estaca que mais tarde veio a ser presidente da Igreja. terra por um D eus am oroso, a fim de acenderem a
Acima de tudo, tive um pai bondoso e paciente que luz da esperança para outros que necessitam de líde­
me dava incentivo pessoal e com preensão. Tive da res que os guiem nestes tem pos difíceis. Q ue Deus
mesma form a na universidade alguns grandes e ótim os abençoe cada um de vocês, para que saibam que são
professores que me encorajaram a conservar m inha fé. filhos de Deus.

A G O S T O DE 1975 15
ão irm ãos na estrada e fora
Irmãos na
S dela. T rabalham juntos, di­
vertem-se juntos e comem
juntos. Mas, como se isso não
Estrada e Fora Dela: bastasse, os “ The O sm onds” ,
famosos por seus discos e concer­
tos, instituíram um a fundação para
prom over a fraternidade hum ana.

U m Tipo Diferente de Música A Fundação O sm ond foi organi­


Colleen Henrichsen zada para auxiliar os surdos e

Fotos pela autora e Virl Osmond cegos, ajudar a com bater o abuso
de drogas e alcoolism o, e prom over
o sentim ento de fraternidade e boa
vontade em todo o m undo.

Esses objetivos assumem um


sentido especial para os O sm onds,
que são m em bros da Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias — o de divulgar o Evan­
gelho.

A fundação é organizada e adm i­


nistrada totalm ente pela família
O sm ond. Todos participam ativa­
mente dela. O pai do clã, George
V. O sm ond Sr., é o presidente. Sua

Tom Osmond, ciente da insuficiência


de pesquisa m édica feita para surdos,
auxilia uma criança surda com um
aparelho doado pela Fundação Osmond.
esposa O live serve com o secretária, m édica, inclusive nas áreas de ajus­ nós, que podem fazer tudo o que
e o filho A lan como vice-presiden­ tam ento psicológico, ensino da fala nós fazem os.”
te. Os filhos V irl e Tom trabalham e educação.
como gerentes da Fundação, en­ Em alguns casos, o interesse dos
quanto os dem ais — W ayne, M er­ “ Tom e eu decidim os que dali
fãs dos O sm onds chegou ao ponto
rill, Jay, Donny, M arie e Jimmy — por diante faríam os o m áxim o ao
de se profissionalizarem nesse cam ­
dão apoio m oral, tanto com seus nosso alcance para aju d ar outros no
po. M uitos estão atualm ente traba­
instrum entos com o vozes. Os com­ “m undo silencioso dos su rd o s” , diz
lhando em escolas para surdos-
Virl.
ponentes do conjunto vocal gastam m udos ou preparando-se para se­
muitas vezes seu tem po, quando guir a carreira de assistente social.
Eles foram os responsáveis pela
estão em casa em Provo, enchendo
instituição de um program a para
envelopes e lam bendo selos para a “ Já recebem os diversas cartas de
surdos no O este do C anadá. Isto
fundação. fãs que tiraram proveito de suas
os levou a uma posterior missão
experiências com a fu n d ação ”, con­
para surdos na Califórnia.
Por que esse interesse pelos me­ ta V irl. “ M uitos com entam : ‘Ela
nos afortunados? abriu-m e um a carreira totalm ente
Suas experiências deram origem
nova. O brigado por me ajudarem a
à idéia da Fundação O sm ond, idéia
Q uem poderia responder a esta desenvolver esse interesse’. Se não
esta que m ereceu entusiástico apoio
pergunta são os irm ãos V irl e Tom , puderm os fazer m ais nada além de
do resto do “ c lã ” O sm ond. A fun­
que não fazem parte do conjunto. interessá-los e torná-los cônscios do
dação foi organizada em fins de
Eles sofrem de surdez parcial. En­ problem a, já terem os feito alguma
1971.
quanto seus irm ãos cantores ga­ co isa.”
nhavam fam a, os dois lutavam con­
“ Nossa m eta de longo alcance é
tra essa deficiência. A Fundação O sm ond trabalha
conseguir que os fãs dos ‘O sm onds
em íntim a colaboração com pesqui­
can to res’ participem da organiza­
Tom , sofrendo de surdez mais sadores no cam po das disfunções
ç ã o ” , diz V irl. “ Esperam os que nos
acentuada que V irl, enfrentava a da com unicação, para criar méto­
ajudem sob todos os aspectos, des­
luta mais dura. dos de ensino e na inovação de vá­
de a distribuição de folhetos até
rios m ateriais didáticos especial­
ensinar crianças surdas a fa la r.”
“ Eu olhava-me no espelh o ” , mente program ados.
explica, “ enxugava as lágrim as e Além de ensinar os surdos a ler,
dizia: — Tom O sm ond, você vai Sua preocupação com os surdos
os fãs poderão ensinar a essas
ser in d ep en d en te.” e cegos é óbvia. E seus princípios
crianças m enos afortunadas a lei­
religiosos fornecem -lhes um inte­
tura labial, em issão da voz, jogar
T odavia, sobrepujar os próprios resse n a tu ra l pelo problem a do
basquete e natação. Os jovens po­
problem as causados pela surdez foi dem ajudar igualm ente, lendo para alcoolism o e abuso de drogas. Mas
apenas o começo. V irl e Tom de- crianças cegas. incluir estes setores no trabalho da
tam-se conta da m agnitude do p ro ­ Fundação O sm ond foi idéia do con­
blema dos surdos, enquanto faziam “ A lguns desses pequenos são junto vocal, segundo Virl.
missão p ara a Igreja no C anadá. realm ente prejudicados em seu re­
Foi aí que viram quão pouco está lacionam ento social”, explica V irl. “ M ilhares de cartas chegavam à
sendo feito em term os de pesquisa “ Q uerem os que se sintam parte de sede do fã clube, dizendo: ‘Estou

A G O S T O DE 1975 17
viciado em narcóticos. O que devo Sua terceira m eta é prom over a os m enos afortunados, eles se fazem
fa z e r? ’ Os rapazes perceberam a boa vontade entre os hom ens. Para em baixadores da boa vontade de
real necessidade dessa preocupa­ os O sm onds, isto quer dizer difun­ m uitas m aneiras.
çã o .” dir o Evangelho. O conjunto vocal
aproveita toda e qualquer op o rtu ­ “ G ente que faz um a coisa tão
Os O sm onds têm planejado pro­ nidade para falar dos pontos de m aravilhosa tem que ser m aravi­
paganda e filmes de televisão para vista da Igreja. A fundação age da lhosa tam bém ” , diz a carta de um
aju d ar as vítim as das drogas. A fu n ­ m esma form a, prom ovendo sutil- fã de quatorze anos de idade, da
dação publicou tam bém um folheto m ente o Evangelho através do am or C alifórnia.
a respeito do abuso de drogas. aos sem elhantes.

Além de prom overem os princí­ Os O sm onds trabalham juntos e

pios do Evangelho, os Osm onds trabalham para outros. E a Funda­

estão dando um exem plo vivo de ção O sm ond é um a form a, confor­

boa vontade para com seus seme­ me diz o seu lema, de “dar u ’a

lhantes. Em penhando-se em ajudar m ãozinha onde é necessário”.

Donny Osmond ajudando uma criança a sentir o som das palavras


DIÁRIO
MÓRMON
duro ser diferente e su p ortar os co­ apresentasse os pontos de vista da
“ F OI D U R O S E R m entários e atos m aldosos de meus m inha religião a todo o corpo dis­
colegas, eu costum ava dizer a mim cente. M inha classe me apoiava,
DIFERENTE” mesma: “O use ser d ife re n te!” substituindo o canto de seus hinos
G radualm ente fui superando o religiosos por gravações do Coro do
Helena Hannonen m edo de ser m agoada pela m alda­ T abernáculo.
Lappeenranta, Finlândia de dos outros. Eu não me isolei, Passados sete anos, m inha pro­
mas aprendi a en frentar as pessoas fessora de religião pediu-me que
(A tualm ente estudando na U niver­ e a respeitar o direito delas de se­ fizesse um a palestra de quinze
sidade Brigham Young) rem diferentes, tam bém . m inutos em classe a respeito da
Aos doze anos, tive m inha pri­ Igreja. A sessão de perguntas e res­
o princípio do verão de 1960, m eira discussão com a professora postas que se seguiu ocupou o horá­

\ dois rapazes andavam per­


correndo as ruas de bicicleta,
batendo nas portas e conver­
sando com as pessoas; era fácil de
de religião. R espondi a um a per­
gunta segundo os ensinam entos da
Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últim os Dias, e a professora
rio de duas aulas. Então ela veio a
m im e me disse saber que eu esta­
va certa e que se encontrava pronta
para ler o Livro de M órmon.
ver que se tratava de estrangeiros. disse que eu estava errada. Ao per­ Tenho sido abençoada com pre­
Para nós, crianças, era um a coisa m anecer ali de pé escutando o que ciosas experiências, e o Salvador
excitante, e não perdíam os nenhu­ ela dizia, pude sentir o Espírito do tem sido m eu pastor, m inha luz e
ma ocasião de ficar ouvindo o que Senhor comigo e fui capaz de citar meu especial amigo durante todos
os vizinhos falavam dos m órm ons. passagens da Bíblia para apoiar os anos de m inha juventude.
Então, certa noite, m inha mãe meus argum entos. Finalm ente, ela
viúva disse ao meu irm ão e a mim não soube m ais o que dizer. A p a r­
que não conseguia acreditar naque­ tir desse dia, tive o testem unho de
las coisas m aldosas que diziam dos que o Senhor escuta nossos pedidos
m issionários, e que não estava gos­ sinceros e hum ildes.
tando de como eram tratados. M amãe, em bora de físico fraco,
Explicou que ia dar-lhes a o portu­ era espiritualm ente forte; ela aju­
nidade de visitar-nos e transm itir dou-me a seguir o cam inho que eu
sua mensagem. Como sou grata havia escolhido, guiando-m e com
pelo espírito cristão de m inha m ão firm e, porém gentil. Em lugar
mãe! de passar as noites nos escuros e
O élder que nos ensinou falava fum arentos cafés tão populares
muito mal o finlandês. Seguida­ entre a juventude, fui incentivada a
mente, ele nos perguntava se enten­ estudar m úsica, artes, ler bons
díam os o que estava dizendo, e livros e p raticar esportes. Não de­
dizíamos que sim. Ele explicava o m orou e eu granjeei o respeito de
Evangelho de m aneira sim ples e meus colegas de classe, sendo um a
bela e em agosto daquele ano fo­ líder entre eles.
A professora disse que
mos iodos batizados. T oda vez que m inha classe era eu estava errada, mas fui
D urante m uitos anos, na escola, designada para dirigir o serviço reli­ orientada pelo Espírito do
Senhor e, finalmente,
eu era a única SUD. Em bora fosse gioso m atinal, eles queriam que eu ela não soube mais o que dizer.

A G O S T O DE 1975 19
pai que desejava ser batizada. Vovô M inha mãe sentia-se feliz. Em­
A C O R A G E M DE ficou em dúvida se convinha al­ bora perdesse velhos amigos e pa­
guém tão jovem dar esse passo. rentes, todos eles acabaram voltan­
MEU AVÔ E ntretanto, no dia seguinte, ele do, e ela conseguiu ganhar o res­
andou quase cinco quilôm etros do peito e adm iração de todo m undo.
Asmund H. Hermes serviço até em casa no meio do dia, Mais tarde, ela pôde presenciar o
T rondheim , N oruega porque não conseguia ter paz de es­ batism o dos pais. Eu aprendi o
pírito a respeito da questão. Isto Evangelho aos pés dela, e ainda
evo ao m eu avô m aterno o que na época as auxiliares não fun­

D
deixou m am ãe assustada, pensando
privilégio de ter sido cria­ que ele estivesse seriam ente doen­ cionassem plenam ente (N arvik era
do na Igreja, em N arvik, te — pois deixar o trabalho antes o ram o m ais setentrional da Igre­
N oruega. Por m anter-se livre da hora era o mesmo que pedir para ja) , um punhado de m em bros fiéis
de gelo o ano todo, o p orto de ser despedido. Ele, todavia, viera reuniam -se regularm ente, ansiosos
N arvik tornou-se o centro de em ­ apenas para dizer à filha que, se por com unicar a todos os que co­
barq u e dos ricos m inérios prove­ ela possuía coragem para filiar-se nheciam que o Senhor voltara a
nientes da L apônia Sueca; e assim , à Igreja e perder seus amigos, da­ falar.
o povo foi sendo atraído p ara a va-lhe sua perm issão para fazê-lo. Agora estam os vendo o am anhe­
área pelas possibilidades de enri­ Depois de falar, sentiu como se lhe cer de um novo dia. Não só as
quecer. A inda hoje ele apresenta tivessem tirado um peso enorm e obras-padrão mas os livros de
m ovim entado intercâm bio com dos om bros, e voltou para o tra­ lições e outros m ateriais foram tra­
países estrangeiros. balho. duzidos para o norueguês. Todos
Meu avô foi p ara lá com o mes- O batism o foi realizado num a os anos, temos conferências de
tre-escola e cantor contratado da p raia deserta, a quilôm etro e meio jovens e acam pam entos, além das
igreja, em fins do século passado. da habitação m ais próxim a, onde conferências de distrito e regionais
E m am ãe, a caçula de doze filhos, um a bondosa anciã lhe perm itiu diversas vezes por ano, e agora tive­
m uitas vezes acom panhava o pai, trocar de roupa. N ão com preenden­ mos ainda a grande conferência de
mesmo quando ainda bastante do m uito bem o que pretendiam , área. Pude ver as belas capelas mo­
jovem . Q uando ela estava com de­ ela ficou chocada, quando voltaram dernas construídas em Trondheim
zesseis anos, uma noite vovô a con­ trem endo dentro das roupas gela­ (onde servi como presidente de ra ­
vidou p ara ir com ele a um a reu­ das. Era outubro, e a tem peratura mo) , Bergen, D ram m en e Oslo,
nião na cidade. M ostrava-se bas­ estava a dez graus, em bora a água além dos dois templos construídos
tante m isterioso a respeito, dirigin­ estivesse bem mais quente, graças para atender os santos europeus. O
do-se para o m elhor e m aior aud itó ­ à C orrente do G olfo que nos chega Evangelho está-se difundindo rapi­
rio da cidade onde devia falar um da longínqua América. dam ente.
conhecido político. Porém , não pa­
rou ali. Em vez disso, conduziu-a
por um a passagem para um local
de aparência bem m enos respeitá­
vel nos fundos. Ali estavam dois
sorridentes am ericanos para dar-
lhes boas-vindas.
Ele a levara ali naturalm ente
p ara ouvir o Evangelho, e para as­
som bro de m inha m ãe, ela concor­
dava com os ensinam entos deles.
A princípio, teve dificuldade de en­
tender o norueguês mal falado;
m as, quando explicaram que as
crianças pequenas não têm pecado
e, p o rtan to , não precisam ser b ati­
zadas, ela com eçou a interessar-se. Depois do batismo, ela viu-se
O s élderes ensinaram -lhe o E van­ abandonada por parentes
e amigos. Mas logo
gelho, e um dia ela com unicou ao conquistou sua admiração.

20 A L IA H O N A
Os Mandamentos do
Senhor nos Abençoam
Presidente Hartman Rector, )r.
do Prim eiro Conselho dos Setenta
Ilustrado por T ed H enninger

s profetas de hoje não têm deixado dúvidas de C alifórnia, e N orth Island, onde eu trabalhava. Da tal

O que todo m em bro da Igreja tem a responsabili­


dade de com partilhar o Evangelho. T odavia,
descobri que os profetas m odernos raram ente,
ou nunca, dizem qualq u er coisa que o Senhor já não
sociedade participavam mais quatro hom ens da M ari­
nha — todos não-m em bros. Três deles eram tenentes
(como eu) e o outro soldado raso, artilheiro de pri­
m eira classe, cham ado G eorge W hitehead. Eu estava
tenha dito. todo anim ado com a perspectiva de converter aqueles
A injunção: “Cada m em bro um m issionário” quatro com panheiros de condução. Seria uma “so p a”,
apenas reforça as palavras do Senhor, registradas no pois eram duas viagens de quarenta e cinco m inutos
versículo 81 da seção 88, de D outrina & Convênios: por dia, durante as quais ficavam presos ali comigo
“ Eis que vos enviei p ara testificar e prevenir o no carro — eles tinham que escutar. D ecidi converter
povo, e todo o que for prevenido deverá prevenir o aqueles quatro, depois passar para outro grupo e con-
seu p ró x im o .” vertê-lo, e assim por diante. O ra, em pouco tempo eu
Como acontece com todos os m andam entos do podia converter um a ala inteira!
Senhor, aparentem ente nunca conseguim os entender de Pus-me a trab alh ar com meus quatro cam aradas.
todo as futuras conseqüências de nossos atos ao cum ­ T rês deles (os tenentes) obviam ente não prestavam
prirm os as ordens do Senhor. Eles sem pre resultam atenção a um a única palavra do que eu falava, ou se
em grandes bênçãos p ara nós, pois seu único propó­ prestavam , não dava para perceber; m inhas palavras
sito é “ proporcionar a im ortalidade e a vida eterna pareciam não encontrar eco algum. Mas o soldado
ao hom em ”. (Moisés 1:39) N aturalm ente, todos os raso, George W hitehead, não ousava fazer ouvidos de
seus m andam entos são para nosso próprio bem. m ercador. Percebi que estava interessado; por isso,
Em 1952, eu retornava p ara San Diego, C alifór­ quando era a m inha vez de guiar, eu levava para casa
nia, da cam panha na Coréia d urante a qual eu fora prim eiro os três tenentes e depois ficava doutrinando
batizado na casa da m issão, em T óquio, Japão. Como o G eorge por um a hora, parados defronte à sua casa,
recém converso, eu estava certo de que todo m undo, antes de deixá-lo sair do carro.
em toda parte, estava à procura do Evangelho de Jesus C ontinuei tentando fazer o George prom eter visi­
Cristo que eu encontrara. Tendo-o achado, eu ia dá-lo tar a Igreja, mas ele resistiu durante um as quatro
aos outros, quisessem ou não. sem anas. Finalm ente, concordou em ir e prom eteu que
Passei a fazer parte de um a “ sociedade” de caro­ sua esposa, Lucille, tam bém iria. Fiquei tão em ociona­
na que funcionava entre meu b airro, em C hula Vista, do, que me lem bro ainda que, na véspera do prim eiro

A G O S T O DE 1975 21
dom ingo em que George e Lucille iriam à Escola D o­ quer verdade que tenha aprendido como m etodista.
m inical, fui até a capela e lavei a p o rta dos fundos, Nós não temos disputas com outras igrejas ou crenças
por onde eu sem pre costum ava en trar. Pedi ajuda de religiosas. N ão escrevemos panfletos contra outras
um jovem que devia considerar-m e meio doido, pois igrejas e jam ais o farem os, porque não pretendem os
com entou: destruir a fé das outras pessoas, mas, pelo contrário,
— Por que está lavando a porta dos fundos da nosso objetivo é construir. Aos nossos amigos protes­
capela? Ninguém lava a porta dos fundos de uma tantes que crêem na salvação pela “graça através da
igreja! fé ” , nós dizemos: “ Tam bém cremos nisso — pois não
Assegurei-lhe que estava lavando aquela porta, dizem as Escrituras: ‘ . . . sem fé é impossível agra-
porque ela precisava de um a lim peza; e além do m ais, dar-lhe (a D e u s)’? ” (H ebr. 11:6) nós som ente que­
na m anhã seguinte, George e Lucille iriam passar por remos acrescer sua fé. Por isso, dizemos aos nossos
aquela porta. E tudo deveria estar perfeito para eles, amigos protestantes: “V enham , perm itam que com par­
a fim de que vissem a igreja do Senhor como real­ tilhem os com vocês a plenitude do Evangelho de Jesus
m ente é. Cristo. Não vam os tirar-lhes nenhum a verdade, apenas
Suponho que ninguém exam ina a Igreja m ais cri­ acrescentar certas obras e a autoridade do Sacerdócio
ticam ente que o m issionário que está trazendo o inves­ ao que já possuem .”
tigador pela prim eira vez. Como é im portante que Foi o que eu disse, em essência, a Lucille na­
todos os bebês fiquem quietos e a m úsica seja bem quele dia. Ela não fez m ais com entário algum. Esse
tocada. Tam bém seria ótim o que ninguém dos senta­ episódio deu-se em 1952.
dos no púlpito cochilasse, mas creio que isto já seria
Em 1958, eu me encontrava em W ashington D.C.,
esperar demais.
ainda servindo na M arinha, e recebi ordens de fazer
George e Lucille foram à Escola D om inical, e eu
um curso especial sobre segurança na aviação, na
estava lá p ara recebê-los. N aquele dia, tivemos uma
U niversidade da C alifórnia do Sul. D urante m inha
aula excelente. (Q uem deu a aula fui eu.) George
estada em Los Angeles, tive oportunidade de passar
estava visivelm ente im pressionado. Parecia literal­
bastante tem po no Tem plo de Los Angeles. Segundo
m ente um a esponja, absorvendo palavra por palavra.
me recordo, fiz o trabalho vicário por todos os meus
Mas sua m ulher, Lucille, sentada ao lado dele, lem ­
avós e bisavós. A senhora que atuou como procuradora
brava mais um a esfinge. N ão dava p ara perceber se
de duas de m inhas avós e m inha própria m ãe (que
tinha ouvido um a única palavra. Eu estava preocu­
havia então falecido sem aceitar o Evangelho) foi a
pado. M al conseguia esperar o fim da aula para con­
mesma Lucille W hitehead, que conform e afirm ara,
versar com ela.
“nascera m etodista e esperava m o rrer m etodista” . Ela
Ao sairm os da capela pela porta dos fundos
não conseguiu cum pri-lo — na verdade, estava pronta
lavada, indaguei:
para batizar-se apenas três sem anas depois dessas suas
— Lucille, o que achou da nossa Escola D om i­
palavras naquela m anhã de dom ingo em San Diego.
nical?
Por que? Porque seu coração fora tocado pelo Espí­
E ela respondeu, sem um sorriso:
rito Santo, e ela sabia que o Evangelho é verdadeiro.
— Nasci m etodista e espero m orrer m etodista.
N aquele tem po, eu não conhecia a história de Le O Senhor, sem dúvida, escolhe cam inhos m iste­
G ran d R ichards a respeito do inglês e do escocês em riosos para o b rar suas m aravilhas. Como eu poderia
que o prim eiro diz: “ Eu nasci inglês, criei-me como crer que com partilhar o Evangelho com um dos com­
inglês e espero m orrer como inglês.” Ao que o escocês panheiros de carona tornaria possível a vida eterna
responde: “Você não tem nenhum a am b ição ?” p ara m inha própria m ãe?
Eu poderia ter usado a m esm a resposta, presum o. Existem tantas coisas que ignoram os, mas que são
Mas em vez disso, respondi: conhecidas por nosso Pai Celestial. A nós convém
— Lucille, eu lhe prom eto que, p ara ser um seguir sua orientação, pois é certo que seremos eter­
santo dos últim os dias, você não precisa renegar q u al­ nam ente abençoados, assim fazendo.

22 A L IA H O N A
SANTIFICADO

“Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.


“Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra.
“Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus: não farás
nenhum a obra. . .
“Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar
e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto
abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.”
j

Êxodo 20:8-11

w Tma das m ais nítidas m em órias que guardo da que são m ais im portantes para nós. E depois de por­
y| infância é a lem brança do dia santificado. Na- mos de lado os cuidados que nos ocupam os restantes
I I queles tem pos no cam po, o dom ingo era um dia seis dias da sem ana, vam os à casa de oração e eleva­
com pletam ente diferente dos dem ais da semana. mos nossos pensam entos, procurando com preender as
De segunda a sábado, nossa atenção concentrava-se no coisas de Deus.
duro trabalho de ganhar a vida com a força m uscular
de hom ens e anim ais.
Mas o dom ingo, este era diferente — era o dia
santificado. Era o dia de descanso. Era o dia do
Senhor. No sábado à noite, os cavalos eram soltos no
pasto, e cessava todo o trabalho. O sábado tam bém
era um a espécie de dia de lim peza especial, p ara pôr
as coisas e pessoas em ordem p ara o dom ingo. O ato
final da sem ana de trabalho e ra . . . o “ banho de sába­
do à n o ite ”. Este era suplem entado pela distribuição,
por parte dos pais, de um suprim ento de roupas lim ­
pas, devidam ente consertadas, prontas para serem usa­
das no d o m in g o . . .
Este é o dia em que se espera que m ostrem os
nosso lado m elhor, em que vestim os nossas m elhores
roupas, lemos nossos m elhores livros, temos nossos
m elhores pensam entos, e convivem os com as pessoas Ilustrado por Jerry Thom pson
A G O S T O DE 1975 23
Sê Honesto
O. Leslie Stone

Assistente do Conselho dos Doze

onestidade, a capacidade de m erecer confiança, em troca de participação num em pório em Driggs,

H é um atrib u to de caráter que todo m undo pode


desenvolver. A honestidade é um a virtude tão
im portante, que nosso Pai Celestial a incluiu nos
Dez M andam entos, onde está escrito: “ Não fu rta rá s.”
Idaho, o qual iria gerenciar. Papai era gerente do em ­
pório havia pouco tem po, quando chegou um a grande
remessa de balas acondicionadas em baldes de m a­
deira. Certa m anhã, chegando ao em pório, encontrei
Existem outras m aneiras de fu rtar, além de tirar todos os baldes abertos, para que fossem enchidos os
dinheiro ou coisas de alguém sem o conhecim ento da vidros de balas que ficavam no balcão.
pessoa. N ão fazer o trab alh o pelo qual somos pagos é Todas aquelas balas pareciam tão gostosas, que
fu rta r tanto o dinheiro como o tem po de nosso patrão. não resisti e enchi os bolsos. Porém , para sair do em­
Se um em pregado desperdiça trin ta m inutos por dia pório, eu tinha que passar pela parte da frente da loja
no trab alh o , estará tirando desonestam ente m ais que onde papai trabalhava. Vendo meus bolsos estufados,
três sem anas por ano de seu patrão. pôs o braço em redor do meu om bro, levou-me para
H onestidade significa m anter a palavra e cum ­ um quartinho dos fundos e conversou comigo sobre a
p rir qualq u er trato feito. Pagar ao Senhor dez por im portância de sermos honestos.
cento do que se ganha como dízim o tam bém é uma Depois, papai me pediu que esvaziasse os bolsos,
prova de honestidade. explicando que era dono de apenas m etade do em pó­
Q uando eu tinha seis anos de idade, aprendi um a rio, e que sem pre que alguém da fam ília levasse alguma
valiosa lição. Meu pai havia negociado sua fazenda coisa dali, essa coisa deveria ser paga. Se sim plesm ente

24 A L IA H O N A
levássemos as coisas sem pagar, na verdade estaríam os Adam e eu fomos para junto da moça no balcão
roubando seus sócios. e expliquei-lhe que ela nos cobrara a menos e que
R ecentem ente nosso neto, A dam , foi conosco, a lhe devíam os quase um dólar. Por um m om ento, ela
Irm ã Stone e eu, p ara a C alifórnia. Lá pelo meio-dia, ficou verm elha de tão em baraçada, mas depois agra­
param os p ara tom ar um lanche. Q uando a m oça deceu por term os avisado de seu engano. Continuam os
trouxe a conta, não prestei m uito atenção, m as ao nossa viagem com um agradável sentim ento, e estou
receber o troco, percebi que ela me havia cobrado só certo de que o Pai Celestial tam bém aprovou nossa
dois sanduíches em lugar de três. conduta.
Eu não ignorava que, no fim do dia, ela preci­ Se aprendem os a ser honestos nas pequenas
sava dar conta do dinheiro, e de repente me lem brei coisas, isto se torna um hábito e fica bem m ais fácil
do que m eu pai me ensinara a respeito da honestidade. sermos honestos nos grandes negócos. D urante toda
Achei que era um a ótim a ocasião de conversar com m inha vida de com erciante, tenho lidado com grandes
Adam sobre o mesmo assunto, e assim nós voltam os somas de dinheiro que não é m eu. Sou grato por nunca
a sentar e expliquei-lhe o que havia acontecido. Dis- haver desapontado os que confiaram em mim. Se eu
se-lhe que tínham os um problem a: poderíam os sair e tivesse sido desonesto, jam ais teria tido oportunidades
ficar com o troco a m ais, e ninguém notaria a dife­ para crescer e progredir.
rença, ou então poderíam os dizer à moça que ainda O ro para que vocês sem pre se lem brem do exce­
devíam os um sanduíche. Nossa decisão não foi difícil lente aviso de Shakespeare, quando disse:
de tom ar ao com preenderm os que, ficando com o
dinheiro que não nos pertencia, estaríam os quebrando “Acima de tudo, sê honesto contigo mesmo, e tão
o m andam ento: “ N ão fu rta rá s.” C oncordam os que certo como a noite segue o dia, não poderás ser falso
nosso Pai Celestial ficaria aborrecido conosco, e nós com ninguém .”
tam bém , pois lá no íntim o, saberíam os que não fomos
honestos. H am let, Ato I, Cena 3

A G O S T O DE 1975 25
Ilustração de James Christensen

(Parte I) Deixando-se escorregar pelo rochedo abaixo, asso­


biou para seu cão preto, o Sentinela.
s notas agudas, m elodiosas da flauta de bam bu — T raga as ovelhas, — ordenou, e o cão, depois

A fluíam docem ente do alto do rochedo onde des­


cansava A driano, o pequeno pastor. H avia
m uitos dias que sua m úsica soava m elancólica.
H avia nela um tom estranham ente saudoso que nem
de lam ber-lhe os dedos, saiu correndo para fazer seu
trabalho.
Já então os vales se cobriam de densas som bras
arroxeadas, tingindo-se as nuvens de tons laranja, rosa
m esmo o com positor da toada com preendia. e m alva com os raios do sol poente. T irando seu largo
E nquanto os dedos se m oviam agilm ente sobre o som brero de palha, A driano enfiou pela cabeça sua
instrum ento, seus olhos escuros observavam o largo m anta de lã, o serape, e colocou de novo o chapéu.
cam inho que passava a seus pés. Era a principal estra­ Com todo o cuidado, guardou a flauta dentro da
da p ara a grande cidade de O axaca; fazia um a semana cam isa de algodão. E ra de longe a m elhor flauta que
que por ali passaram forasteiros. Mas nenhum deles já conseguira fazer, mas ainda assim A driano não
quis p a ra r para falar ao garoto das m aravilhas e bele­ estava totalm ente satisfeito com ela. A nsiava por ouvir
zas da grande cidade. e mesmo tocar o tipo de m úsica que costum ava ser
Será que nunca vou passar de um reles pastor? executada nas salas de concerto citadinas.
m atutava A driano, enquanto se esvaíam as últim as B aixando os olhos para as pequenas mãos m al­
notas da flauta. tratadas, perguntava a si mesmo: Será que conseguirei

26 A L IA H O N A
pegar num violino antes que elas fiquem npdosas e O pai de A driano fez os bois entrarem no peque­
duras como as dos aldeões? no curral, justam ente quando A driano acabava de
Depois, passou a contar as ovelhas à m edida que ordenhar a velha cabra.
Sentinela as tocava m ontanha abaixo, em direção do — Pode deixar que eu tiro a canga e trato de­
punhado de cabanas cobertas de sapé que com punham les, — falou A driano. — Tem os visita hoje à noite.
o m inúsculo povoado onde vivia. Q uando A driano O pai descansou a m ão sobre o basto cabelo
chegou à estrada, já era quase noite. De repente, ele escuro do filho, sorrindo enquanto o m enino lhe falava
estacou, p rocurando ver m elhor através do lusco-fusco. da anciã. Q uando chegaram à cabana, as tortillas esta­
Mal e mal conseguia distinguir a velhinha que vinha vam esquentando para o jantar.
andando apoiada num bastão.
— Tom e, — disse o m enino gentilm ente, ofere­
— Buenas tardes — cum prim entou-a A driano,
cendo um a tortilla à velhinha. — G aranto que esta é
esperando reconhecê-la como um a das suas vizinhas.
bem mole e fácil de m astigar.
Porém , ao aproxim ar-se, viu que era um a estra­
nha. Seu lenço típico e grandes argolas de ouro nas E ntão o m enino viu um a lágrim a rolar pela face
orelhas m ostravam -lhe que era uma cigana. envelhecida, seguindo o curso de um vinco profundo.
— Buenas tardes! — retribui ela, com um largo — Q ue Deus o abençoe, filho! — disse ela.
sorriso desdentado. Term inado o sim ples jan tar de feijão, tortillas,
— Vejo que a noite a surpreendeu na estrada, m olho chili e leite de cabra, A driano trouxe seu pró­
senora, — disse ele polidam ente. prio cobertor e colocou-o sobre os om bros curvados
— Tem razão, — adm itiu a velha com ar can­ da m ulher.
sado. — Mas estou acostum ada a dorm ir ao relento, — Agora tenho certeza. Eu achei quem procu­
na beira do cam inho. rava, — m urm urou. E então, rem exendo nas m uitas
A driano notou que ela não trazia nenhum xale dobras de sua saia m ulticor, ela tirou algo em brulhado
ou m anta para proteger-se do frio da noite. num pedacinho de papel. A brindo o pacote, botou
— M inha casa fica logo ali adiante, — ofereceu aquilo na m ão de A driano.
A driano. — Por que não fica conosco esta noite e — Uma sem ente? — perguntou o m enino, e a
continua seu cam inho am anhã cedo? velha fez que sim com a cabeça.
— A gradeço sua gentil oferta, m eu filho, — re­ — É a sem ente de um a árvore linda e rara cha­
trucou, — m as acho que seus pais não vão gostar, se m ada tabachin, mas eu a cham o de árvore da felici­
me levar para sua casa. Eu não costum o ser m uito bem dade, — explicou.
recebida. — Por que a deu ao meu filho? — perguntou
— Na m inha casa será! — insistiu A driano. — o pai.
Somos gente pobre, mas o que temos repartim os com — Nem todos saberiam usá-la sabiam ente, —
os outros. replicou a velha. — H á m uito tem po venho procu­
A vançando a bengala, a velha chegou mais perto rando um m enino de coração puro e generoso que
de A driano. O m enino sustentou seu olhar firm em en­ saberá o que fazer dela. Penso que A driano é esse
te, enquanto ela exam inava aquele rosto de garoto. menino.
— Pode ser, — disse m ansam ente, quase que — Ela me trará fam a e riqueza? — indagou
para si m esm a, — que você seja aquele que venho A driano inocentem ente, porém curioso.
procurando há tanto tem po. Mas preciso ter certeza. A velha sorriu sabiam ente: — Ela lhe trará feli­
Aceitarei sua hospitalidade! cidade, — disse.
Q uando A driano tocava as ovelhas p ara dentro
O garoto revolvia entre os dedos a semente dura,
do curral cercado por cactos colunares, sua mãe saiu
alongada. Que segredo surpreendente não esconde esta
à porta.
estranha semente? im aginava. Será mesmo que encerra
— Madre, — explicou, — esta vovozinha veio
o segredo da felicidade?
de m uito longe e está m uito cansada. Eu a trouxe para
passar a noite aqui em casa. E rguendo o olhar, A driano pediu à velha que
— Bienvenida! — cum prim entou a mãe de lhes falasse das grandes cidades e da m úsica que nelas
A driano, estendendo a m ão com um sorriso. se tocava.
A velha deixou-se conduzir para d entro da ca­ Ela sorria, vendo A driano sentar-se no chão ao
bana, onde as labaredas ardiam alegrem ente no fogão. lado da cadeira dela, com os braço? em volta dos
Uma tocha de resina lançava som bras inquietas sobre joelhos. Sentiu a garganta em bargada de emoção, ao
o tosco m obiliário. ouvi-la contar histórias dos grandes auditórios feerica-

A G O S T O DE 1975 27
m ente ilum inados, com filas e m ais filas de poltronas — É um a árvore extraordinária! — adm itiu o
estofadas de veludo verm elho, e hom ens e m ulheres pai. — Floresce e continua verde, quando tudo está
elegantem ente trajados, conversando anim adam ente em seco e a terra árida.
voz baixa, enquanto aguardavam os prim eiros acordes O coração de A driano encheu-se de orgulho e
da orquestra. Por alguns m om entos, A driano viu-se satisfação.
transportado p ara longe da sua hum ilde cabana. E Mas, adm irava-se, será só isto? Será que não me
suspirou quando o pai lem brou bondosam ente: vai trazer fama e riqueza?
— Está na hora de ir p ara a cama. Certo dia, quando as longas vagens castanhas que
— Si, — concordou a anciã. — T enho que seguir guardam as sem entes do tabachin pendiam secas de
am anhã bem cedo. Você me acom panha um pedacinho, seus longos ram os, A driano surpreendeu-se com o tini­
não é, A driano? do de esporas de prata e ranger de arreios de couro
— Mas claro, — respondeu o garoto. dentro do pátio.
— Todo lar precisa de um a avó, senora, — co­ — Eh, você aí! — cham ou uma voz orgulhosa.
m entou a mãe de A driano, — e nós não temos nenhu­ A driano levantou-se e fez um a m esura. Ele co­
m a. Por que não fica conosco? nhecia aquele hom em m ontado no belo cavalo negro.
— Fique, por favor! — im plorou o garoto. Era Don Porfirio Paz, um dos m aiores proprietários
— E nquanto houver um a árvore de felicidade eu de terras da região.
não serei esquecida, — prom eteu a anciã. — Avise seu pai que quero com prar esta pro­
N a m anhã seguinte, ela explicou a A driano como priedade!
plan tar a semente e cuidar dela quando brotasse. Sua A driano riu incrédulo.
mãe sugeriu que ficaria bem ali no pátio, ao lado — Nossa terra não vale nada, e além disso, não
da porta. está a venda.
A driano deixou a sem ente em beber-se de água à — O que eu quero é o tabachin, — respondeu
luz do sol. Q uando estava intum escida e a casca dura Don Porfirio irritado. — Eu o vi quando floriu. Q uero
m ais m ole, ele cuidadosam ente cortou as pontas e fazer um a surpresa para m inha m ulher, plantando
plantou-a no pátio, do exato m odo que havia sido dessas árvores na alam eda de m inha fazenda.
instruído. — Mas não há motivo algum para com prar a
E ntão com eçou a espera. Lá pelo fim da segun­ árvore, — replicou A driano. — Eu lhe dou quantas
da sem ana, certa m anhã ao levantar-se, A driano encon­ sem entes quiser.
trou os prim eiros brotos rom pendo a cam ada de terra. — Eu quero a árvore, — insistiu o homem. —
A haste já se m ostrava rija e forte. Colherei todas as sem entes e depois m ando cortá-la.
A driano cuidou da plan tin h a com todo carinho. A driano não com preendia. Foi até a árvore e
Q uando o pé de tabachin com eçou a m ostrar suas apanhou diversas vagens dos ram os m ais baixos.
pontas acim a da cerca de cactos, term inou o tempo — Se estas não vingarem , eu lhe darei m ais, —
de escola de A driano. Agora estava com doze anos e assegurou ao ricaço.
já não podia mais pastorear ovelhas. Estava em idade De repente, A driano viu o enorm e cavalo avan­
de arar a terra e p lan tar m ilho. T erm inado o trabalho çar e em pinar sobre as patas traseiras, ficando com
do dia, ele sentava-se debaixo da folhagem rendada os cascos por um m om ento suspensos sobre sua ca­
da árvore da felicidade e tocava sua flauta. beça. Com um golpe de rebenque, Don Porfirio arra n ­
— Às vezes chego a desejar que aquela m ulher cou as sem entes das mãos do rapaz.
nunca tivesse dado essa sem ente ao A driano, — dizia — Estúpido! — vociferou. — Q uero a árvore só
o pai à mãe. — T enho m edo de que o rapaz passe a para mim! Não quero que mais ninguém tenha
vida inteira sonhando. um a igual.
A m ãe apenas sorria. E lá se foi, desaparecendo num a nuvem de pó.
— É um bom m enino, — respondia. — Nossa Agora A driano com eçava a entender que só
vida é tão dura, p o r isso deixe-o sonhar. riqueza não traz felicidade, pois Don Porfirio era
Um dia, A driano notou que a árvore estava co­ m uito, m uito rico, mas tinha um coração m esquinho
berta de botõezinhos verdes. Por m uitos dias, ficou e egoísta.
observando eles crescerem , até que com eçaram a abrir, Por longo tem po, o rapaz ficou ali, de olhos ergui­
e a árvore inteira ficou coberta de flores escarlates dos para a folhagem luxuriante da árvore, vendo as
qual orquídeas pinceladas de dourado. M uita gente centenas de longas vagens que continham m ilhares de
parava na estrada p ara adm irar aquela vista m a­ sementes. Aos poucos, com eçou a nascer-lhe um a idéia.
ravilhosa. (Conclui no próximo número)

28 A L IA H O N A
Form e 3 quadrados com 12
palitos. M ovendo 4 palitos,
form e um a figura com 4 qua­
drados.

Forme 5 quadrados com 16


palitos. M ovendo apenas 2
palitos, form e uma figura
com 4 quadrados.

Só para Divertir

Roberta L. Fairall

Faça um gol e ganhe um ponto, im pelindo


o disco sem cruzar nenhum a linha.

A G O S T O DE 1975 29
ão tenho a m ínim a lem brança m iliares costum am voltar à procura
de algum a vez ter ouvido o
uivo do lobo cinzento. Po­
Quando dele. Certa fêmea voltou por dezes­
seis noites para junto da arm adilha
rém , recordo-m e ainda do em que caíra o com panheiro; final­
calafrio provocado pelo uivo do
coiote nas noites frias de inverno.
Uiva o Lobo m ente, ela própria foi apanhada. O
lobo mostra-se m uito paciente com
Q uando eu era garotinho, nossa W endell J. A shton os filhotes, porém não tolera deso­
casa de tijolos am arelos ficava na bediência; entende-se bem com os
orla da cidade, jun to aos contrafor­ m ado Jetro, estava lá brincando com panheiros e raram ente briga.
tes das M ontanhas Rochosas. Eu com garotinhas e posando docil­ O lobo quase não anda; ele trota.
dorm ia então num berço cuja grade m ente para os repórteres fotográfi­ Enquanto o coiote m antém a cauda
era form ada por varetas de m etal cos. No auditório do m useu, podia- baixa, o lobo anda com ela
de m ais ou menos 1,20 m de altura se ouvir um a gravação de vozes de erguida.
e distantes uns 7 cm entre si. T i­ lobos feita por naturalistas cana­ Stanley P. Y oung, que passou
nham por objetivo im pedir que eu denses e norte-am ericanos. H ouve q uarenta e quatro anos trabalhan­
caísse da cama. até mesmo um a resenha desses do para o Serviço de Pesca e Vida
Porém, nas noites em que ouvia uivos, de autoria do em inente crí­ Silvestre dos Estados U nidos, gran­
os coiotes uivando no vento gelado, tico m usical do Tim es de Nova de parte dos quais perseguindo e
aquelas varetas de m etal davam Y ork, H arold C. Schonberg. estudando o lobo, escreveu:
um a sensação confortadora. Eram Um funcionário do departam en­ “ M inha estim a, respeito, sim,
m ais um a proteção além das sólidas to de vida silvestre do governo ca­ mesmo afeição pelo mais inteli­
paredes de nossa casa. Um coiote nadense, C. H . D. C larke, desta­ gente de todos os predadores norte-
uivando faz o coração d isparar e a cou que ainda continuava de pé a am ericanos, o lobo (Canis lu p u s ),
noite parecer mais m isteriosa. recom pensa oferecida pelo falecido tiveram início há meio século
Mas eu sabia que o uivo do Jim C urran, de Sault Saint M arie, a trá s.” (T he Last of the Loners
coiote não podia ser com parado O ntário, para qualquer pessoa que [N ova Y ork: The M acm illan Co.,
com o de um lobo. A final, o coiote houvesse sido m ordida por um lobo 1970], p. 3 0 5 ).
é bem m enor que seu prim o, o em O ntário. O prêm io jam ais foi Q uanto mais aprendo acerca do
lobo cinzento. cobrado. lobo, m ais m e convenço de que o
O lobo é tem ido e odiado por Uma autoridade em “ linguagem ” seu uivo se parece com m uita coisa
hom ens e m eninos há m uitos, de lobo, John B. T heberge, profes- da vida. M uitas vezes tememos coi­
m uitos séculos. N ão menos de três sor-assistente de ecologia na U ni­ sas e pessoas por não conhecê-los.
vintenas de antigos escritores gre­ versidade W aterloo, de O ntário, Jacó aparentem ente tem ia ir para
gos e rom anos escreveram a respei­ chegou à conclusão de que o lobo o Egito, a fim de rever seu filho
to dele, m uitas vezes como sendo não uiva para am edrontar o ho­ José, havia tanto tem po perdido. Fa­
um anim al feroz e m aligno. Já na mem. É seu meio de com unicação lando a Jacó em Berseba, disse-lhe
prim itiva G récia, pagava-se um p rê­ com seus com panheiros de alcatéia. o Senhor: “ Eu sou Deus, o Deus de
mio pela pele do lobo. A coleira Cada lobo tem um uivo diferente teu pai; não temas descer ao Egito,
que costum am os usar em nossos quanto à tonalidade. O lobo uiva porque eu te farei ali um a grande
cães hoje em dia, tem sua origem quando perde um filhote, e m uitas nação. (G ên. 46:3) E a A braão,
num pro teto r contra m ordidas de vezes expressa assim sua solidão. antes do nascim ento de Isaque,
lobo na garganta do anim al. Depois de ler a respeito do Dia dizia o Senhor: “ Não temas A brão,
D urante todos esses séculos, o do Lobo, fiz m ais alguns estudos eu sou o teu escu d o .” (G ên. 15:1)
hom em vem com batendo o lobo sobre esse anim al. O lobo é um de­ Talvez um dos motivos de o
com covas, cercados e veneno, com votado pai de fam ília. Ele escolhe Senhor ter-nos dado estas grandes
rifles e arm adilhas, tanto de m a­ uma com panheira para toda a vida palavras fosse para deixarm os o
deira como de aço. e é fiel a ela e os filhotes. G eral­ m edo de lado: “ A glória de D eus é
Certo poeta descreveu o uivar m ente a cria vai de três a oito, e inteligência.” (D&C 93:36)
do lobo como o “ canto de san g u e”. os pais continuam dedicando-lhes Tem m edo de alguém ? A prenda
E ntão, outro dia, o M useu Am e­ afeto até que estejam com pleta­ m ais sobre ele. Teme o câncer?
ricano de H istória N atural em m ente adultos, e às vezes, m uito A prenda m ais sobre ele e depois
N ova Y ork anunciou o D ia do mais tem po ainda. Q uando um com bata-o. Tem e a m orte? A pren­
Lobo. Um m anso lobo cinzento cha- lobo cai num a arm adilha, seus fa ­ da m ais sobre a eternidade.

30 A L IA H O N A
Discurso proferido na Sessão G eral de seus autores, testem unha que to. Destina-se a “ convencer ao
da C onferência de abril de 1975 “estas coisas. . . são verd ad eiras” . judeu e ao gentio de que JESUS é
(M orôni 7:35) o C R IST O , o DEUS E T E R N O ” .

O Livro de Esse mesmo M orôni, enviado da


presença de Deus como m ensagei­
N éfi, o prim eiro autor-profeta do
Livro de M órm on, afirm a: “ Porque
ro angélico, m ostrou esses registros
Mórmon é antigos a três testem unhas de nos­
sos dias. Seu depoim ento a respei­
tudo o que desejo é que eu consiga
p ersuadir os hom ens a virem ter
com o Deus de A braão, e o Deus

a Palavra to dos m encionados registros consta


no início do Livro de M órm on.
de Isaque e o D eus de Jacó, para
que sejam salvos.
Dizem eles: “ Sabemos tam bém que
de Deus foram traduzidas pelo dom e poder
de D eus, porque assim nos foi dito
"N ão escrevo, portanto, as coisas
que agradam ao m undo, mas as
coisas que agradam ao Senhor e aos
pela sua voz; sabem os, portanto,
que não são do m undo.
Presidente Ezra Taft Benson com certeza, que esta obra é ver­
Presidente do Conselho dos Doze “ O rdenarei, portanto, à minha
d a d e ira .”
sem ente que não escreva nestas pla­
E Joseph Sm ith, o P rofeta, o ins­
cas o que não seja de real valor pa­
trum ento usado por Deus para tra ­
ra os filhos dos hom ens.” (1 Néfi
duzir esses registros, testificou que
6:4-6)
“o Livro de M órm on é o m ais cor­
reto de todos os livros da terra e a O Livro de M órm on leva os ho­
pedra angular da nossa religião; e mens a Cristo através de dois meios
que o homem se aproxim aria mais fundam entais. Prim eiro, fala de m a­
de Deus, seguindo seus preceitos neira clara sobre Cristo e seu Evan­
do que os de qualquer outro liv ro .” gelho. T estifica de sua divindade e
(History of The Church of Jesus da im portância de um R edentor e
Christ of Latter-day Saints, 4 :4 6 1 ). de nós confiarm os nele. Presta tes­
O Livro de M órm on foi escrito tem unho da Q ueda e da Expiação
para nós, hoje em dia. Deus é o e dos prim eiros princípios do
seu autor. É o registro de um povo Evangelho, inclusive da necessida­
oje vos falo sobre um assun­ decaído, com pilado por hom ens de de term os um coração quebran-

H to sum am ente vital. Como


m em bros da Igreja de Jesus
C risto dos Santos dos Ú lti­
mos Dias, “crem os. . . ser o Livro
inspirados, para o nosso benefício
nos tem pos de hoje. A quele povo
jam ais dispôs do livro — ele foi
tado e um espírito contrito, e de um
renascim ento espiritual. Proclama
que temos que perseverar na jus­
tiça até o fim e levar a vida moral
escrito para nós. M órm on, o antigo
de M órm on a palavra de D e u s” . profeta que deu seu nome ao livro, de um santo.
(8.a Regra de F é ) . Assim o decla­ resum iu registros de séculos e Segundo, o Livro de Mórmon
rou Deus, seus autores, suas teste­ séculos. Deus, que tudo discerne, desm ascara os inimigos de Cristo.
m unhas, e tam bém todos os que o instruiu-o a respeito do que devia C onfunde as falsas doutrinas e apa-
leram , e de Deus receberam a reve­ incluir em seu resum o que neces­ zigua contendas. (Vide 2 Néfi
lação pessoal de sua veracidade. sitaríam os em nossos tem pos. M ór­ 3 :1 2 ). Fortalece os hum ildes segui­
Na seção vinte de D outrina & mon passou os anais para seu filho dores de Cristo contra os funestos
Convênios, o Senhor diz que deu a M orôni, o últim o registrador; e desígnios, estratégias e doutrinas
Joseph Sm ith “ . . . poder p ara tra­ M orôni, falando há mais de mil e do dem ônio na época atual. O tipo
d uzir. . . o Livro de M órm on, que quinhentos anos, mas dirigindo-se de apóstatas descrito no Livro de
contém . . . a plenitude do Evange­ a nós, declara: “ E eis que vos falo M órmon é sem elhante aos que
lho de Jesus C risto. . . O qual foi como se estivésseis presentes, e temos hoje. D eus, em sua infinita
dado por i n s p i r a ç ã o ...” (D&C entretanto, não estais. Mas por presciência, m oldou o Livro de
2 0 : 8 - 10 ) Jesus Cristo me fostes m ostrados e M órm on de tal form a, que pudés­
Néfi, um dos autores profetas do conheço vossas o b ra s.” (M órm on, semos ver o erro e saber como com­
Livro de M órm on, testifica que 8:35) bater os falsos conceitos educacio­
este contém “ as palavras de C risto ” O propósito do Livro de M ór­ nais, políticos, religiosos e filosófi-
(2 Néfi 3 3 :1 0 ), e M oroni, o últim o mon é declarado na página de ros­ ficos de hoje.

A G O S T O DE 1975 31
revelação m oderna através de p ro ­
fetas m odernos.
Q uarto, explicar que a questão
de term os ou não profetas e reve­
lações m odernas, realm ente depen­
de da veracidade do Livro de
M órmon.
Portanto, o único problem a que
o objetor tem que resolver por si
mesmo é quanto à autenticidade do
Livro de M órm on. Pois se este é
verdadeiro, então Jesus é o Cristo,
e Joseph Smith seu profeta; a Igreja
de Jesus Cristo dos Santos dos Ú lti­
mos Dias é verdadeira e guiada
hoje em dia por um profeta que re­
Agora, Deus espera que utilize­ “ para nossa utilidade e in stru ção ” cebe revelações.
mos o Livro de M órm on de várias (1 Néfi 19:23) Nossa tarefa prim ordial é procla­
m aneiras. Devemos lê-lo com todo Devemos usar o Livro de M ór­ m ar o Evangelho e fazê-lo eficaz­
cuidado e piedade e, enquanto as­ m on para rebater objeções à Igreja. m ente. Não somos obrigados a res­
sim fizerm os, ponderarem os se ele D eus, o Pai, e seu Filho, Jesus ponder a toda e qualquer objeção.
é de fato a obra de Deus ou de um C risto, m ostraram -se a Joseph Chega o m om ento em que todo ho­
rapaz iletrado. E depois de haver­ Sm ith num a visão m aravilhosa. mem se vê acuado contra a parede
mos term inado de ler as coisas Após esse glorioso evento, (oseph da fé e ali terá de decidir-se. “ E
desse livro, somos exortados por Sm ith falou sobre o mesmo com um julgai se elas não são as palavras
M orôni a pô-las à prova: m inistro. Surpreendeu-se ao ouvir o de C risto, porque, no últim o dia,
“ E quando receberdes estas m inistro afirm ar que não havia tal Cristo vos m ostrará, com poder e
coisas, eu vos exorto a perguntar- coisa como visão ou revelação em grande glória, que são suas pala­
des a D eus, o Pai E terno, em nome nossos dias, que tudo isso havia vras, e vós e eu estarem os face a
de Cristo, se estas coisas não são cessado. (Joseph Sm ith 2:21) face ante o seu tribunal e sabereis
verdadeiras; e, se perguntardes com T al observação sim boliza p rati­ que ele me m andou escrever estas
um coração sincero e com real in ­ cam ente todas as objeções já assa­ palavras. . . ” (3 Néfi 33:11) Todo
tenção, tendo fé em C risto, ele vos cadas contra a Igreja por não-mem- homem tem que julgar por si mes­
m anifestará sua verdade disso pelo bros e m em bros dissidentes igual­ mo, sabendo que será responsabili­
poder do Espírito S an to .” (M orôni m ente. Isto é, eles não crêem que zado por Deus.
10:4) Eu fiz o que M orôni m anda Deus revela sua vontade à Igreja O Livro de M órm on deve ser
e posso testificar-vos de que esse hoje em dia através de profetas usado “como padrão para o meu
livro é de Deus e isto é a mais pura seus. Todas as objeções, sejam elas povo, que é da casa de Israe l”, diz
verdade. quanto ao aborto, casam ento plural, o Senhor, e suas palavras “ silvarão
Devemos usar o Livro de M ór­ culto sabatista etc., giram basica­ até as extrem idades da te rra ” .
m on como base de nossos ensina­ m ente em torno do fato de se (2 Néfi 2 9 :2 ). Nós, m em bros da
m entos. N a seção q u arenta e dois Joseph Sm ith e seus sucessores fo­ Igreja, e particularm ente os m issio­
de D outrina & Convênios, diz o ram e são profetas de Deus que re­ nários, temos que ser os “ silvado-
Senhor: “ E novam ente, os élderes, cebem revelação divina. Eis, então, re s ” ou seja, os proclam adores e
sacerdotes e m estres desta igreja a m aneira de en frentar a m aioria testificadores do Livro de M órmon
deverão ensinar os princípios do das objeções por meio do Livro de até os confins da terra.
m eu Evangelho que e s tã o . . . no M órm on. O Livro de M órm on é o grande
Livro de M órm on. . . (nos) quais Prim eiro, entender a objeção. padrão para nosso uso. Ele m ostra
se acha a plenitude do E vangelho.” Segundo, responder por meio da que Joseph Sm ith foi um profeta.
(D& C 42:12) revelação. Contém as palavras de C risto, e sua
Ao lerm os e ensinarm os, deve­ T erceiro, m ostrar como a corre­ grande missão é trazer os homens
mos aplicar as E scrituras do Livro ção da resposta depende realm ente a Cristo — todo o resto é secundá­
de M órm on às nossas condições, do fato de se dispom os ou não de rio. A pergunta de ouro do Livro

32 A L IA H O N A
de M órm on é: Q ueres aprender Na seção oitenta e quatro de Como devemos usá-lo? Temos
mais sobre C risto? O Livro de D outrina & Convênios, alguns dos que obter um testem unho dele, en­
M órm on é o grande instrum ento prim eiros m issionários foram repro­ sinar por ele, sustentá-lo como pa­
para o contato de ouro. Ele não vados quando voltaram para casa, drão e “ silvá-lo” .
contém “as coisas que agradam ao pelo fato de terem tratado o Livro Será que o estam os fazendo? Não
m u n d o ” (1 Néfi 6 :5 ) , e por isso de M órm on levianam ente, fazendo como deveríam os, não como preci­
os m undanos não se interessam por com que suas m entes fossem obscu- samos.
ele. Ele é a grande peneira. recidas. O Senhor disse que tal tra­ H averá conseqüências eternas
tam ento do Livro de M órm on im­ ligadas à nossa reação a ele? Sim,
Toda pessoa que buscou diligen­
plicaria a condenação de toda a tanto para nossa bênção como para
tem ente conhecer as doutrinas e
Igreja mesmo todos os filhos de nossa condenação.
ensinam entos do Livro de M órm on
Sião. E depois, disse o Senhor: Todo santo dos últim os dias deve
e tem-no usado conscienciosam ente
“ E eles perm anecerão sob essa con­ estudá-lo continuam ente, durante
no trabalho m issionário, sabe in ti­
denação até que se arrependam e se toda a vida. Do contrário, estará
m am ente que ele é o instrum ento
lem brem do novo convênio, mesmo arriscando sua alm a e negligencian­
dado por Deus aos m issionários
o Livro de M órm on.” (D&C 84: do o que pode proporcionar unida­
para convencer judeus, gentios e
54-57) Estarem os ainda sob essa de espiritual e intelectual à sua vida
lam anitas da veracidade da nossa
condenação? inteira. Existe diferença entre o
mensagem.
A leitura do Livro de M órm on é converso fundam entado na rocha de
Pois bem , nós não tem os usado um dos m aiores instrum entos per- Cristo através do Livro de M órmon
o Livro de M órm on como devería­ suasórios para que alguém saia em e que se apega à b arra de ferro, e
mos. Nosso lar não é tão forte missão. Precisam os de m ais m issio­ outro que não o faz.
quanto deveria, até que o em pre­ nários. Porém , precisam os igual­ H á m ais de um quarto de século,
guemos para levar nossos filhos a m ente de m issionários m elhor p re­ ouvi estas palavras aqui no Taber-
Cristo. Nossa fam ília poderá ser parados, originários de alas, ram os náculo: “ Poucos anos atrás, quan­
corrom pida pelas tendências e en­ e lares nos quais se conhece e ama do comecei a praticar D ireito,
sinam entos profanos, a m enos que o Livro de M órm on. Estam os às alguns fam iliares meus ficaram um
saibam os u sar esse livro p ara des­ portas de um grande desafio e um pouco descontentes. Tem iam que
m ascarar e com bater as falsidades dia de preparação para m issioná­ eu perdesse m inha fé. Eu queria se­
existentes no socialism o, na evolu­ rios que busquem e ensinem como guir essa profissão, porém desejava
ção orgânica, no racionalism o, h u ­ o Livro de M órm on. Precisam os de ainda m ais conservar meu testem u­
manismo etc. Nossos m issionários m issionários à altura da nossa m en­ nho, e assim me decidi por um
não serão tão eficiente como pode­ sagem. hábito que recom endo a todos. To­
riam ser, a menos que estejam “ sil­ E haverá im portantes conse­ das as m anhãs, antes de iniciar o
v an d o ” com ele. Os conversos so­ qüências quanto à nossa reação ao trabalho, dedicava trinta m inutos à
ciais, éticos, culturais ou educacio­ Livro de M órm on. “ . . . os que o leitura do Livro de M órm on. . . e
nais não sobreviverão ao calor do receberem ” , diz o Senhor, “em fé, nesses poucos m inutos diários, eu
dia, a menos que suas raízes alcan­ e agirem em justiça, receberão a consegui ler o Livro de M órm on de
cem a profundeza da plenitude do coroa da vida e te rn a ” ; capa a capa, um a vez por ano, du­
Evangelho contida no Livro de ,Mas os que endurecerem seus rante nove anos seguidos. Sei que
M órmon. Em nossas classes de re­ corações na incredulidade e o rejei­ ele me conservou em sintonia, na
ligião, não reinará tanto espírito tarem , isso reverterá em sua pró­ m edida em que eu me m antive em
quanto deveria, se não o tiverm os pria condenação — harm onia, com o Espírito do
por paradigm a. E nossa nação con­ “ Pois o Senhor Deus o d isse . . . ” S en h o r.” (Conference Report,
tinuará a degenerar, a m enos que (D& C 20:14-16) abril de 1949, p. 3 6 ). N ão conheço
leiamos e sigamos as palavras do O Livro de M órm on é ver­ outra coisa m elhor para m anter-nos
Deus desta terra, Jesus Cristo, e dadeiro? É. achegados ao Espírito do Senhor.
cessemos de prom over e favorecer Ele é para quem ? Para nós. Q uem falou foi o Presidente Ma-
as com binações secretas que, con­ Q ual o seu propósito? Levar ho­ rion G. Romney, e eu aplaudo seu
forme nos conta o Livro de M ór­ mens a Cristo. conselho.
m on, provocaram a ruína das duas Como consegue isto? Prestando O que, então, dizer do Livro de
civilizações am ericanas anteriores à testem unho de Cristo e revelando M órm on? Eu vos testifico que ele
nossa. seus inimigos. é verdadeiro. Sei disso tanto quan-

A G O S T O DE 1975 33
to sei que estou vivo. Concordam os gram as. Mas, obviam ente, a respos­ resultados, se usarem o mesmo pro­
com o Profeta Joseph Sm ith, q u an ­ ta não está num novo program a. gram a, porém não é assim. A vita­
do diz: “ Eu disse aos irm ãos que Estam os sem pre procurando poções lidade da Igreja de Jesus Cristo dos
o Livro de M órm on era o m ais cor­ secretas para prolongar a vida, con­ Santos dos Últim os Dias não de­
reto de todos os livros na terra e a servar a juventude, elim inar a fadi­ corre de seus program as, mas está
pedra angular de nossa religião; e ga, acabar com o sofrim ento e abo­ em suas doutrinas.
que, seguindo seus preceitos, o ho­ lir o trabalho. Tenho um bom amigo que serviu
mem chega mais perto de Deus do N aturalm ente, se entendêssem os como m inistro congregacional por
que por meio de qualq u er outro a verdade, veríam os que as coisas m ais de vinte e seis anos. Certa
liv ro .” (H istory of the C hurch, das quais procuram os livrar-nos são ocasião, tinha um a das maiores
4 :4 6 1 ). justam ente as que devemos ter — igrejas, em Long Island, Nova
Q ue possamos conhecer e usar a o sofrim ento é essencial. “ A pren­ York. Ele travou conhecim ento
pedra angular, e chegar m ais perto deu a obediência, por aquilo que com o m orm onism o, visitando a
de D eus, eu oro em nom e de Jesus p ad eceu .” (H ebr. 5 :8 ); e como é C idade do Lago Salgado e receben­
Cristo. Amém. bom cansar-se o bastante para po­ do a visita de m issionários SUD
d er dorm ir profundam ente. A gló­ em sua casa. A cabou tendo grande
ria do trabalho não pode ser sufi­ adm iração pelos program as da

As Raízes do cientem ente acentuada. A satisfação


de term inar com sucesso ou reali­
zar um a tarefa difícil é uma das
Igreja, principalm ente por causa
dos frutos que os via produzir. En­
tão lhe ocorreu em pregar esses pro­

Mormonismo m aiores alegrias que conhecem os


nesta vida. A realização da idade
gram as na sua igreja, o que real­
mente tentou. Mas teve que adm itir
Élder H artm an R ector Jr. avançada, voltando os olhos para que não funcionavam . Eis o que
do Prim eiro C onselho dos Setenta uma vida cheia, a serenidade da me disse:
com preensão adquirida pela longa “ Foi como que um choque desco­
experiência, tornam a velhice um a b rir que a genialidade do m orm o­
época da vida gloriosa, feliz. nismo reside em sua teologia e não
Sim, nossa sociedade vive pulan­ na m etodologia, e que a assom brosa
do de fantasia para fantasia, per­ vitalidade da Igreja se devia ao com ­
seguindo a felicidade, buscando prom etim ento de seus m em bros com
esperanças vãs, pondo sua fé em o Evangelho R estaurado de Jesus
algum novo program a. Porém , não C risto, recebido por revelação.
existem program as m ágicos, não Tornou-se-me óbvio que não se po­
im porta de onde venham . de ter os frutos do m orm onism o
A Igreja de Jesus Cristo dos San­ sem suas raízes.” (John F. Heiden-
tos dos Últim os Dias vem obtendo reich, “ It May Change Y our L ife.”)
notoriedade de m uitas partes. Ar­ Estou certo de que outros que
tigos como “ U tah ’s Shining O a sis” hoje tentam a mesma coisa, acaba­
w Tivemos num m undo em que (“ O Esplêndido Oasis de U ta h .” rão finalm ente chegando à idênti­
■ / quase ninguém tem certeza N. do T.) do N ational G eographic ca conclusão. O program a da reu­
■ / de coisa algum a. O hom em M agazine, de abril do corrente ano, nião fam iliar, os program as de ati­
parece deleitar-se pulando de pp. 440-73, e “ W hen the Saints Go vidades para a juventude, dos
um a para outra teoria; o que foi Singing I n ” (Q uando os Santos En­ jovens-adultos, de construção, do
tido e proclam ado ser a esperança tram C an tan d o ” N. do T.) do bem -estar e da Sociedade de So­
do m undo ainda ontem , hoje reve- R eadar’s Digest (abril 1975, pp. corro não produzirão frutos para
la-se sua perdição. A droga m ila­ 45-50) fazem a Igreja parecer quase outros. Eles não funcionarão em
grosa usada p ara elim inarm os des- tão boa quanto realm ente é. Além outras igrejas. A m ágica não está
confortos da gravidez, acabou cau­ disso, como mais sincera lisonja, no program a; está na teologia. Po­
sando deform ações na criança. A vemos outras igrejas copiando nos­ demos ajudá-los a in stituir os pro­
“guerra para acabar com as guer­ sos program as. O da reunião fam i­ gram as, porém não podem os garan-
r a s ” apenas gerou o próxim o con­ liar chega a ser im itado a ponto de tir-lhes sucesso.
flito. O hom em parece buscar res­ usarem até mesmo o livro. Parecem A correta com preensão e teste­
postas eternam ente em novos p ro ­ achar que conseguirão os mesmos m unho de nosso relacionam ento

34 A L IA H O N A
com Deus é a base do sucesso dos cio, são casados o hom em e a m u­ frim entos term inarem , entrará no
program as da Igreja de Jesus C risto lher — não só até que a m orte os repouso eterno e será participante
dos Santos dos Últim os Dias. Tais separe, mas para toda a eternida­ da glória de D eus.” (Lectures on
program as são inspirados pelo de, pois tudo o que for ligado na Faith, p. 58)
Senhor, porém som ente aqueles que terra, estará ligado nos céus. (Vide
sabem de onde vieram , por que M ateus 16:19) Q uando um ho­
estão aqui e para onde vão depois mem, m ulher ou criança não ape­
desta vida m ortal, — aqueles que nas crêem nestas verdades, mas
têm um testem unho. Em outras pa­ têm-nas indelevelm ente gravadas no
lavras, os que sabem que Deus é coração pelo Espírito Santo, então
nosso Pai, sabem que somos filhos os program as instituídos pelo
gerados eternam ente à sua imagem, Senhor na terra para perm itir que
e sabem tam bém que, por ser ele seus filhos cresçam em luz, conhe­
nosso Pai, não só o cham am os as­ cim ento e experiência, tornam -se
sim, mas esperam os que nos ajude um a parte atuante, vital, do cam i­
a nos tornarm os como ele é, por re­ nho para a im ortalidade e vida
conhecer que os filhos se tornam eterna.
sem elhantes aos pais. Esses program as não funcionam
Aqueles que têm um testem unho, sozinhos. São postos em função por
sabem que o Filho, Jesus C risto, é pessoas, e cada um deles requer
nosso irm ão m aior e é um deus; sacrifícios, conform e o Élder Mc
todavia, não é o próprio Pai, mas C onkie acabou de explicar tão elo­
um filho do Pai, e o Salvador e Re­ qüentem ente. Parece que temos
dentor de toda a hum anidade; o sem pre que fazer aquilo que talvez
M ediador entre Deus e o homem. não nos agrade particularm ente, a
Nisto não há nenhum a form a de fim de realizar os propósitos de
magia, confusão ou m istério. D eus entre seus filhos na terra. O
Aqueles que têm um testem u­ verdadeiro segredo do sucesso do A teologia da Igreja de Jesus
nho, sabem que D eus nosso Pai não program a do Senhor aqui na terra, Cristo dos Santos dos Últimos Dias
nos deixa sem orientação na terra em q ualquer outro lugar quanto a não adm ite passividade. Se for real
hoje, mas deu-nos um profeta isso, é o sacrifício. o que afirm a Joseph Sm ith, que
vivo, para que nos revele o pensa­ “ (É) através d e . . . sacrifício, e Deus, o Pai, e o Filho lhe aparece­
mento do Senhor, a palavra do som ente isto ”, diz o Profeta Joseph ram , e de fato falaram com ele e
Senhor e a vontade do Senhor p ara Sm ith, “ que Deus ordenou que o lhe deram m andam entos para toda
seus filhos agora. hom em goze a vida eterna; e é por a hum anidade; se um m ensageiro
Aqueles que têm um testem unho, meio do sacrifício de todas as coi­ celeste, M orôni (um anjo do Se­
sabem ser desejo do Pai “ que todo sas terrenas, que os hom ens real­ nhor) de fato o visitou e entregou-
homem fale em nom e de Deus, o m ente sabem estar fazendo as coi­ lhe um registro antigo gravado em
Senhor, o Salvador do m u n d o .” sas agradáveis à vista de D eus. . . placas de ouro contendo a plenitu­
(D&C 1:20) Portanto, m ais um a “ Pois para o hom em sacrificar de do Evangelho, conform e foi
vez ele deu autoridade ao hom em tudo, seu caráter e reputação, sua entregue pelo próprio Cristo aos
na terra para agir em seu nom e, e h onra e aplauso, seu bom nome antigos habitantes da Am érica do
em virtude dessa autoridade ou Sa­ entre os hom ens, sua casa, suas ter­ N orte e do Sul; se João Batista re­
cerdócio, o hom em está autorizado ras, seus irm ãos e irm ãs, sua espo­ tornou no dia 15 de m aio de 1829,
a batizar, a im por as mãos para sa e filhos, e ainda a própria vida a fim de restaurar a autoridade pa­
o dom do E spírito Santo, p ara curar — considerando todas as coisas co­ ra realizar batism os aceitáveis a
enferm os, expulsar dem ônios, falar mo sujeira e rebotalho com paradas Deus; se Pedro, Tiago e João real­
novas línguas e, de um m odo geral, à excelência do conhecim ento de m ente voltaram para restaurar o
m ostrar os sinais que sem pre segui­ Jesus Cristo — isto requer m ais que Sacerdócio de M elquisedeque com
rão os que crerem , conform e disse m era crença ou suposição de estar autoridade para realizar todas as
Jesus. (Vide M arcos 16:17-18) fazendo a vontade de Deus; mas, ordenanças e ligar na terra, e con­
Além disso, eles sabem que, por sim, conhecim ento de fato, com ­ seqüentem ente tam bém nos céus,
essa mesma autoridade ou Sacerdó­ preendendo que, quando esses so­ da m esm a form a como se houvesse

A G O S T O DE 1975 35
sido feito pessoalm ente por Jesus; Jesus Cristo dos Santos dos Últimos “ E envie ele a Jesus C risto, que
repito, se estas coisas são verdade, Dias. já dantes vos foi pregado.
então todo m undo precisa conhecê- Por que será que m ais de deze­ “ O qual convém que o céu con­
las, pois foram feitas p ara o bem nove m il de nossos rapazes e m o­ tenha até aos tem pos da restauração
de todos os filhos de Deus. ças aceitam o cham ado para, de tudo, dos quais Deus falou pela
M uitos dos três m ilhões e meio deixando o lar, a fam ília, a escola boca de todos os seus santos pro­
de santos dos últim os dias prestam e amigos, irem a outros países, às fetas, desde o p rin cíp io .” (Atos
testem unho de que sabem que isto vezes sob condições bastante hos­ 3:19-21)
é verdade, e p o r sabê-lo, levam um a tis? Certam ente não em troca de N ão, o poder ou vitalidade não
vida em harm onia com as diretrizes com pensação m onetária (eles pa­ está nos program as da Igreja de
dadas pelo profeta vivo de D eus. gam suas próprias d esp e sa s), nem Jesus C risto dos Santos dos Ú lti­
Q uando ele aconselha que façam para conseguir posições, poder ou mos D ias. Está na teologia. N ão po­
reunião fam iliar, aproxim adam ente aclam ação m undana, mas somente deis ter os frutos do m orm onism o
quinhentas mil fam ílias SUD reú­ para com partilharem a verdadeira sem suas raízes, e a raiz é um tes­
nem os filhos todas as sem anas mensagem da restauração — as tem unho — a certeza testificada
para falar-lhes acerca da bondade raízes do m orm onism o — com os pelo Espírito ao nosso coração. Não
do Senhor p ara com eles, de seu filhos de nosso Pai Celestial. Eu é o program a, mas o povo com um
am or por ele, pelos sem elhantes e pergunto, por que fazem isto? Por­ certo conhecim ento de Deus e de
de um pelo outro. Procuram viver que sabem possuir a resposta para seu relacionam ento com ele arden­
de m odo que m ereçam as bênçãos todos os problem as do m undo, p ar­ do no coração, que é responsável
de um Pai Celestial bondoso e ticularm ente para a desum anidade pelo sucesso nas atividades do rei­
am ante p ara si mesmos e os seus. entre os homens. no. Esta é a força e vitalidade do
O dízim o tem sido um a parte É o Evangelho, as boas novas de m orm onism o.
integrante do program a do Senhor que Jesus vive e voltou a falar dos Sou um a testem unha de que es­
desde os dias de A braão, e mesmo céus. Ele veio m ais um a vez para sas coisas são verdadeiras. Eu sei
antes. Por isso, as E scrituras bíbli­ estabelecer sua igreja em toda a ple­ que são verdade. Sei que Deus é
cas contêm ab u ndante evidência nitude, mesmo como Pedro profe­ nosso Pai, que ele vive, e que ouve
deste princípio eterno. E assim , tizou, quando disse: e responde às nossas preces. Sei e
todas as igrejas que aceitam a “ A rrependei-vos, pois, e conver­ vos testifico que Jesus é o Cristo,
Bíblia como seu registro sagrado, tei-vos, para que sejam apagados os e que ele vive, que esta é a verda­
deveriam cum prir esse princípio; vossos pecados; e venham assim os deira igreja dele, pois foi ele quem
porém , nenhum a sequer se aproxi­ tempos do refrigério pela presença a restabeleceu na terra em nossos
ma do que é norm a naW greja de dc Senhor. dias e época através de seu grande
profeta, Joseph Sm ith, um homem
m aravilhoso, e que hoje temos um
profeta de Deus na terra.
Sim, Spencer W . K im ball é um
profeta do Deus vivo, e tom a as
decisões na igreja e no reino de
Deus, e transm ite o pensam ento e
a vontade do Senhor exatam ente
como fez nesta conferência.
Testifico que, ao seguirmos o
profeta, seremos im ensam ente aben­
çoados, e os program as da Igreja
funcionarão, pois farão o povo en­
tender sua responsabilidade para
com seu Pai Celestial bem como
com seus sem elhantes, e terão pra­
zer em cum prir seus encargos. Esta
é a Igreja de Jesus C risto, guiada
por ele. Presto testem unho disso
em nome de Jesus Cristo. Amém.

36 A L IA H O N A
nefita, quando teve o privilégio de seus profetas para nos guiar nestes
Cristo na receber no hem isfério ocidental
um a visita do próprio Senhor res-
últim os dias. Dizia o Profeta
Amós: “C ertam ente o Senhor Jeová
surreto, que veio ver suas outras não fará cousa algum a, sem ter re­
América ovelhas, a fim de que elas tam bém
pudessem ser levadas ao seu apris-
velado o seu segredo aos seus ser­
vos, os p ro fetas.” (Amós 3:7)
co e ter um a organização para pre­ Segundo João, o Salvador disse
gar e p raticar seu Evangelho. o seguinte: “A inda tenho outras
É sobre essa parte do Livro de ovelhas que não são deste aprisco;
M órm on, conhecida como 3 Néfi, tam bém me convém agregar estas,
que eu gostaria de falar-vos hoje. e elas ouvirão a m inha voz, e ha­
A ntes, porém , gostaria de recapitu- verá um rebanho e um P asto r.”
lar algum as predições da Bíblia, (João 10:16)
atestando a autenticidade e apareci­ Assim fica claro por que o Sal­
m ento do Livro de M órmon. vador, após sua crucificação e res­
C itando Ezequiel, do Velho Tes­ surreição, veio ao hem isfério oci­
tam ento: “ T u, pois, ó filho do ho­ dental em meio a sinais e m aravi­
mem, tom a um pedaço de m adeira, lhas que haviam sido preditos, para
e escreve nele: Por Judá e pelos que esse povo tivesse as mesmas
filhos de Israel, seus com panheiros. vantagens e oportunidades de
Presidente N. Eldon Tanner E tom a outro pedaço de m adeira, aprender e viver seu Evangelho co­
e escreve nele: Por José, vara de mo aqueles entre os quais viveu na
Prim eiro C onselheiro na Efraim , e por toda a casa de Israel, m ortalidade.
Prim eira Presidência seus com panheiros. Presum o que, em nenhum a outra
“ E ajunta um ao outro, para que parte das E scrituras tenham os um
endo voltado tão recentem en­ se unam , e se tornem um só na tua registro m ais belo ou detalhado dos

T te dos grandes países da


A m érica do Sul, onde pude
p articipar do espírito e fé dos
dedicados e zelosos santos de lá, e
m ã o .” (Eze. 37:16-17)
Pelo conteúdo deles, sabemos
que essas palavras se referem à
Bíblia e ao Livro de M órm on.
entendim entos de Deus com o ho­
mem, como no relato dessa visita
registrado em 3 N éfi, cuja leitura
recom endo a todos. Nele certam en­
perceber que m e achava em terras Q uando entendem os como o Livro te não encontram os nada além de
do Livro de M órm on, sinto-me im ­ de M órm on apareceu — que um algum as advertências e belos ensi­
pelido a falar sobre este livro que anjo realm ente desceu e entregou a nam entos, que, se aceitos e obede­
contém a história dos prim itivos Joseph Sm ith os anais dos quais foi cidos, contribuirão mais do que
habitantes dos continentes am eri­ traduzido — fica claro o sentido outra coisa qualquer para trazer
canos. das palavras de João, o R evelador, paz e felicidade ao m undo e ao
Ao particip ar dos inspiradores quando disse: “ E vi outro anjo voar indivíduo que busca tal m aneira de
eventos das conferências de área pelo meio do céu, e tinha o Evan­ viver. Ali encontram os explicação
em São Paulo, Brasil, e Buenos gelho eterno para o proclam ar aos para m uitas questões não respondi­
Aires, A rgentina, e conviver com que habitam sobre a terra, e a toda das pela Bíblia.
aqueles m aravilhosos irm ãos, senti- nação, e tribo, e língua, e povo. O livro 3 N éfi fornece-nos infor­
me em ocionado p o r sua fé singela “ D izendo com grande voz: T e­ mes adicionais mais detalhados que
e seu grande desejo de servir ao mei a D eus, e dai-lhe glória; p o r­ os quatro Evangelhos do Novo Tes­
Senhor e edificar o reino dele aqui que vinda é a hora do seu juízo. tam ento, e preserva as doutrinas,
na terra. E adorai aquele que fez o céu, e a os ensinam entos e a com paixão do
Foi tocante sentir o am or dos terra, e o m ar, e as fontes das Senhor. Por este m otivo, m uitos se
irmãos, quando o Presidente Kim- á g u as.” (A poc. 14:6-7) referem a 3 Néfi como o “ quinto
ball, nosso profeta, chegou lá, e ver M uitas E scrituras asseguram-nos E vangelho” .
suas lágrimas de alegria quando que Deus está tão interessado em Nossa história começa com um
andou entre eles para abençoar e nós, hoje em dia, como esteve por relato das profecias existentes, pre­
aconselhá-los. O bservei então quão todos os seus filhos desde o p rin ­ dizendo o nascim ento de Cristo.
m aravilhosa deve ter sido a expe­ cípio, e por isso crem os na revela­ C ontudo, como vem acontecendo
riência celestial do antigo povo ção contínua de Deus através de desde o princípio e ainda acontece

A G O S T O DE 1975 37
hoje, havia m uitos que zom bavam é de fato um registro autêntico, tivéssemos apedrejado, m atado e
e diziam que já ia longe o tem po preservado pela m ão de D eus, a expulsado os profetas! Então nos­
para o cum prim ento das palavras fim de reaparecer nestes últim os sas m ães, nossas belas filhas e nos­
dos profetas. Chegaram ao ponto dias. sos filhos teriam escapado e não
de m arcar um a data fatal em que teriam sido enterrados naquela
V oltando à nossa história, ve­
os crentes seriam sacrificados, a grande cidade de M oroniah. E des­
mos que conform e é tão com um no
menos que os sinais se cum prissem . sa form a, grande e terríveis eram
m undo de hoje, quando o povo
É-nos dito que N éfi “ clam ou for­ os gemidos do p o v o .” (3 Néfi
prosperou, com eçaram a surgir
tem ente ao S en h o r” (3 N éfi 1 :1 2 ), 8:2 4 -2 5 ).
disputas entre eles por causa do or­
após o que este veio e disse-lhe gulho, e alguns se rebelaram deli­ A qui está outra lição óbvia. Por
que era chegado o tem po p ara o beradam ente contra Deus. A o fim toda a história eclesiástica, vemos
cum prim ento de tudo o que fora de som ente seis anos, a m aior p ar­ que aqueles que rejeitaram os pro­
anunciado por seus santos profetas. fetas e deixaram de arrepender-se
te do povo havia recaído na ini­
Todos os sinais apareceram , surgiu de suas m aldades, foram atingidos
qüidade, e Néfi voltou a pregar
no firm am ento a nova estrela, e os arrependim ento com todo vigor. por calam idades que os fizeram li­
descrentes “caíram por terra e p er­ teralm ente chorar e lamentar-se,
Esta é a missão dos profetas de
m aneceram como se estivessem lastim ando sua recusa em escutar
Deus: pregar o arrependim ento. E
m ortos” . (3 Néfi 1:16). Aqui as adm oestações dos profetas. Sa­
em bora não contribua para sua po­
está um a das prim eiras lições para bemos que Cristo foi crucificado,
pularidade, eles têm de fazê-lo.
nós. As palavras dos profetas e alguns de seus apóstolos perse­
C onta o relato que o povo se irri­
de D eus nunca deixam de ser guidos e apedrejados, sim plesm en­
tou com N éfi; ele, porém , conti­
cum pridas. te por tentarem estabelecer o reino
nuou exercendo seu m inistério com
Mas logo os sinais e prodígios de D eus e levar o povo ao arre­
grande poder e autoridade. “ Tão
foram sendo esquecidos, e o povo pendim ento e a uma vida mais
grande era sua fé no Senhor Jesus
tornou-se cada vez mais iníquo. C risto, que os anjos o atendiam feliz.
Lemos a respeito de guerras, dos diariam ente. Hoje o m undo tam bém rejeita as
salteadores de G adianton e de ter­ “E em nom e de Jesus, expulsa­ m ensagens dos profetas de D eus.
ras devastadas. Mas os nefitas que va dem ônios e espíritos im undos; Acaso não é verdade que há choro
se lem braram de clam ar ao Senhor e chegou até a fazer com que se e lam entos sobre a face da terra,
em retidão, foram capazes de sub­ levantasse um seu irm ão, depois de porque os hom ens estão em guerra
jugar seus inimigos, e louvaram ao ter este sido apedrejado e m orto entre si? Não temos entre nós
Senhor quando foram libertados. pelo povo.” (3 Néfi 7:18-19). m uitos que lastim am os descam i­
Vemos que “ renegaram todos os Então, m ais um a vez, conform e nhos de seus jovens e as trágicas
seus pecados, suas abom inações e o predito pelos profetas, m ostra­ conseqüências, por se afastarem da
libertinagens, servindo a Deus com ram-se os sinais da crucificação de retidão e se m eterem com bebidas,
toda diligência, dia e n o ite ” . (3 C risto — tem pestades e terrem otos, fum o, drogas e outras coisas proi­
Néfi 5:3) E assim com eçaram a trevas, trovões e fogo. Cidades in­ bidas? Q uantos enlutados temos
prosperar. “ E aconteceu que foram teiras foram tragadas pelas profun­ entre nós como resultado do des­
construídas m uitas cidades novas e dezas do m ar, surgiram m ontanhas, respeito às leis existentes em nossas
reparadas m uitas das antigas. E e m odificou-se toda a face da terra. com unidades? Para não sermos
abriram -se m uitas vias e cam inhos, Isto se prolongou por três dias, e destruídos como certas civilizações
ligando um a cidade a o u tra, um a o povo se lam entava, dizendo: antigas, é preciso que atentem os
terra a o u tra e um lugar a o u tro ”. “ Oh! Se nos tivéssemos arrependi­ para as lições do passado.
(Néfi 6 :7 -8 ). do antes deste grande e terrí­ Esta foi a mensagem trazida por
Eis aqui a evidência de civiliza­ vel dia, nossos irm ãos teriam sido C risto ao prim itivo povo nefita,
ções prim itivas nessas áreas, con­ poupados e não teriam sido quei­ quando sua voz se fez ouvir “ en­
form e está registrado no Livro de m ados naquela grande cidade de tre todos os habitantes da terra, em
M órm on, traduzido pelo dom e po­ Z arahem la. toda a face do te rritó rio .” (3 Néfi
der de Deus p o r um jovem iletra- “ E, em outro lugar, ouviam quei­ 9 :1 ) . Recordando-lhes sua iniqüi­
do, que descreve vivida e d etalha­ xas e lam entos, dizendo: O xalá nos dade e abom inações, e as cidades
dam ente m uitas coisas que a ciên­ tivéssemos arrependido antes deste destruídas por causa da m aldade
cia agora está com provando. Sim, grande e terrível dia! O xalá não de seus habitantes, em seguida dis-

38 A L IA H O N A
se: “ Ó , vós, que fostes conserva­ sário possuir autoridade para agir desejo de que se demorasse um
dos porque sois mais justos do que em nom e do Senhor. D eterm inou pouco m ais, ele teve com paixão e
os outros, não volvereis a mim, os term os que deveriam usar e ins­ m andou que lhe trouxessem os en­
arrependendo-vos de vossos peca­ truiu-os a b atizar por im ersão, ferm os, coxos, cegos, aflitos, e os
dos e convertendo-vos, p ara que eu quando m inistrassem a ordenança curou. M andou tam bém que lhe
vos cure? do batism o. Esta é a m esma fo r­ trouxessem as criancinhas, e estan­
“Sim, em verdade vos digo que, m a de batism o praticada pela Igre­ do no meio delas, ordenou à m ul­
se vierdes a m im , tereis vida eter­ ja de Jesus Cristo dos Santos dos tidão que se ajoelhasse.
na. Eis que m eu braço m isericor­ Últim os Dias. Deixou claro que “ E após haver dito estas pala­
dioso se estende até vós; e a todos não devia haver disputas entre eles vras, ajoelhou-se tam bém por terra;
os que vierem , eu os receberei; e quanto a pontos doutrinários que e eis que orou ao Pai, sendo que
benditos são os que vêm a m im .” ia expor, os quais, disse ele, eram as coisas que disse em sua oração
(3 Néfi 9 :1 3 -1 4 ). a doutrina que havia recebido do não podem ser escritas; e os da
Esse mesmo convite é feito aos Pai. O rdenou aos doze que saíssem m ultidão, que o ouviram , deram
homens de hoje através dos profe­ e proclam assem suas palavras até testem unho.
tas que falam em nom e do Senhor. os extrem os da terra. “ E desta form a testem unharam :
É o mesmo Evangelho que ele p re­ Fez-lhes o Serm ão da M onta­ Os olhos jam ais viram e os ouvi­
gou em Jerusalém e que ensinou nha praticam ente idêntico ao que dos jam ais ouviram até agora coi­
ao organizar a sua igreja, para be­ encontram os registrado em M ateus. sas tão grandes e m aravilhosas co­
nefício e bênção dos prim itivos Deu-lhes a Regra de O uro e ins­ mo as que vimos e ouvim os Jesus
americanos. truiu-os a respeito do casam ento, dizer ao Pai:
Depois de ouvirem sua voz, um a luxúria e fornicação. Ensinou-lhes “ E não há língua que possa fa­
grande m ultidão do povo de Néfi como jejuar e orar, e deu-lhes o lar, nem hom em que possa escre­
juntou-se perto do tem plo e con­ grande exem plo que conhecem os ver, nem podem os corações dos
versava sobre esse Jesus Cristo e como o Pai Nosso. Disse que não hom ens conceber tão grandes e m a­
as coisas que haviam ouvido. E podiam servir a Deus e a M am on, ravilhosas coisas como as que vi­
novam ente ouviram um a voz que devendo prim eiro buscar o reino mos e ouvim os Jesus dizer; e nin­
dizia: “ Eis aqui m eu Filho bem de Deus e sua justiça. guém pode calcular a extraordiná­
am ado, no qual me alegro e no qual Deu-lhes m uitas parábolas e os ria alegria que encheu nossas al­
glorifiquei m eu nom e — a ele de- ensinou em todas as coisas referen­ mas na ocasião em que o vimos
veis o u v ir.” (3 N éfi 1 1 :7 ). tes à salvação e exaltação. Deu orar por nós ao P a i.” (3 Néfi
E, erguendo os olhos aos céus, instruções especiais aos doze por 17:15-17).
viram um hom em que descia, ves­ ele escolhidos, dizendo: “ Vós sois A seguir, tom ou as criancinhas,
tido num a túnica branca, que ju l­ meus discípulos; e sois um a luz um a a um a, abençoou-as, orou por
garam ser um anjo até ele falar, para este povo, que é um rem anes­ elas e disse: “ O lhai para vossas
dizendo: “ Eis que sou Jesus Cris­ cente da casa de José. crian cin h as.”
to, cuja vinda ao m undo foi an u n ­ “E eis que esta é a terra de vos­ “ E, ao levantar a vista, dirigiram
ciada pelos profetas. sa herança; e o Pai vo-la d e u .” o olhar ao céu; e viram que se
“ E eis que sou a luz e a vida (3 N éfi 15:12-13). abriam os céus e deles desciam an­
do m u n d o .” (3 N éfi 1 1:10-11). O rdenou aos nefitas que escre­ jos que pareciam estar no meio do
A m ultidão inteira caiu por ter­ vessem o que havia falado, para fogo; e os anjos desceram e circun­
ra, e enquanto estavam nessa ati­ que, se o povo de Jerusalém não daram aqueles pequeninos e eles
tude de reverência e hum ildade, tom asse conhecim ento da existên­ foram rodeados por fogo, e an­
foram abençoados e instruídos pe­ cia dos nefitas e outras tribos por jos lhes m inistraram .” (3 Néfi
lo Salvador. Como prim eira coisa, meio do Espírito Santo, viessem a 17:23-24).
com issionou N éfi p ara batizar, di­ saber deles através desses escritos, Jesus instituiu entre eles o sacra­
zendo: Dou-te o poder p ara b ati­ que serviriam para ensinar o E van­ m ento, adm inistrando-o a seus dis­
zar este povo, quando eu tiver no­ gelho à casa de Israel. cípulos e fazendo com que o des­
vamente subido ao c é u .” (3 Néfi Percebendo que eles não enten­ sem à m ultidão. Percebendo o
11:2 1 ) . diam todas as suas palavras, Jesus desejo deles, conferiu-lhes o Espí­
Cham ou ainda outros doze ho­ m andou que voltassem para casa e rito Santo, obrou milagres, fez pro­
mens, dando-lhes o mesmo poder, m editassem sobre o que dissera; messas, recom endou que estudas­
estabelecendo, assim , que é neces­ porém , ao ver suas lágrim as e o sem os escritos de Isaías e de to-

A G O S T O DE 1975 39
dos os profetas em busca dos sinais terra; vinde a mim e sede batiza­ Nós temos hoje os mesmos ensina­
da sua segunda vinda. Avisou-os dos em m eu nom e, a fim de que m entos na sua igreja, e oro para
dos julgam entos futuros, ensinou- sejais santificados pelo recebim en­ que os aceitem os e vivamos; que
os a respeito do dízim o e do tra­ to do E spírito Santo, para que aceitem os Deus como nosso Pai, e
balho pelos m ortos. Disse-lhes que possais com parecer sem m ancha seu Filho, Jesus C risto, como Sal­
sua igreja deveria levar o seu no­ perante mim, no últim o d ia .” (3 vador do m undo; que aceitemos e
me ,. e voltou a chamá-los ao arre­ Néfi 2 7 :2 0 ). sigamos o Presidente Spencer W .
pendim ento, dizendo: Kim ball como um profeta de Deus;
Todos esses ensinam entos deu- e que possamos gozar as bênçãos
“ E este é o m andam ento: A rre­ os Jesus ao povo nefita, quando prom etidas por assim fazerm os. Em
pendei-vos, todos vós, extrem os da lhes apareceu como ser ressurreto. nom e de Jesus Cristo. Amém.

"Por que me Chamais Senhor, Senhor,


e não Fazeis o que eu Digo?”
“ Mas o anjo, respondendo, disse mo todos m orrem em Adão, assim
às m ulheres: Não tenhais m edo; tam bém todos serão vivificados em
pois eu sei que buscais a Jesus, que C risto .” (1 Cor. 15:22) É este o
foi crucificado. motivo de nos regozijarm os hoje.
“ Ele não está aqui, porque já “ O nde está, ó m orte, o teu agui­
ressuscitou, como havia dito. V in­ lhão? O nde está, ó inferno, a tua
de, vêde o lugar onde o Senhor v itó ria ? ” (1 Cor. 15:55)
jazia. Os onze apóstolos seguiram
“ Ide pois, im ediatam ente, e dizei Cristo até o alto do M onte das O li­
aos seus discípulos que já ressusci­ veiras, e isto está registrado em
tou dos m ortos. E eis que ele vai nossas E scrituras, quando os dois
adiante de vós para a G aliléia; ali anjos que lá estavam , disseram :
o vereis. Eis que eu vo-lo tenho “ Varões galileus, por que estais
d ito .” (M ateus 28:1-7) olhando para o céu? Esse Jesus,
Presidente Spencer W. Kimball “ A dobradiça da história está que dentre vós foi recebido em
num a porta do estábulo em Belém .” cima no céu, há de vir assim como
a sem ana passada, celebram os (R alph S o ck m an ). O nome de para o céu o vistes ir .” (Atos 1:11)

\ a Páscoa. Feliz Páscoa para


todos vós! Lemos nas Escri­
turas:
“ E, no fim do sábado, quando
Jesus Cristo e o que ele representa
está profundam ente arraigado na
história do m undo, para nunca ser
arrancado. Cristo nasceu a seis de
“ O ra, se se prega que Cristo res­
suscitou dos m ortos, como dizem
alguns dentre vós que não há res­
surreição de m o rto s?” (1 Cor.
já despontava o prim eiro dia da se­ abril. Sendo um dos filhos de Deus 15:12)
m ana, M aria M adalena, e a outra e seu Unigênito, seu nascim ento é O propósito desta conferência é
M aria foram ver o sepulcro; de suprem a im portância. que revigorem os nossa fé, fortale­
“ E eis que houvera um grande O m inistério de Cristo — nada çamos nossos testem unhos e apren­
terrem oto, porque um anjo do mais no m undo inteiro chega aos dam os os cam inhos do Senhor de
Senhor, descendo do céu, chegou, pés desses três anos capitais de seu seus servos devidam ente designados
rem ovendo a pedra, e sentou-se m inistério. e autorizados. Assim, pois, permiti-
sobre ela. Veio a crucificação. Ele tinha me a oportunidade de recordarm o-
“ E o seu aspecto era como um que m orrer, a fim de ab rir as sepul­ nos um ao outro de nossos convê­
relâm pago, e o seu vestido branco turas de todos os hom ens, assim nios, promessas e com prom issos.
como a neve. como abriu a própria tum ba. Sem Todos os m em bros foram batiza­
“ E os guardas, com m edo dele, as profundas trevas da hora da cru ­ dos por im ersão na água e recebe­
ficaram m uito assom brados, e co­ cificação, não poderia haver o res­ ram o E spírito Santo pela im posi­
mo m ortos. surgir da m orte. “ Porque, assim co­ ção das mãos por hom ens devida-

40 A L IA H O N A
mente autorizados, portadores do para a c eifa .” (D & C 4 :4 ) , e os coração; para alim entar e vestir,
santo Sacerdócio. Todos fomos re­ m issionários e m em bros estão fa­ para o paladar e o olfato, p ara for­
cebidos, pelo batism o, na Igreja de zendo com que m uitos conheçam o talecer o corpo e anim ar a alma. E
Jesus C risto, quando nos h um ilha­ Evangelho. Deus se agrada de haver dado tudo
mos perante D eus, desejam os ser Estam os enviando m issionários isso ao hom em ; pois, para esse
batizados, saímos com um coração aos q uatro cantos da terra e aos fim foram feitas, para serem
quebrantado e espírito contrito, e confins do m undo, e prevem os o usadas sensatam ente. (Vide D&C
testem unham os diante da Igreja dia em que haverem os de levar a 59:16-20)
estarm os sinceram ente arrep en d i­ m ensagem exaltadora a todos os re­
dos de nossos pecados e dispostos cantos do N orte, do Sul, do Leste e
a tom ar sobre nós o nom e de Jesus do O este, e das ilhas do m ar. Na
Cristo, estando decididos a servi-lo verdade, somos agora um a igreja
até o fim , e assim m anifestarm os m undial, com perto de setecentas
com nossas obras que recebem os o estacas em funcionam ento e cerca
Espírito de Cristo para a rem issão de sete mil e quinhentas alas e ra­
de nossos pecados. mos, e cento e cinqüenta missões.
Em com panhia de alguns de nos­ Estamo-nos aproxim ando do ponto
sos irm ãos (das A utoridades G e­ em que cobrirem os a terra com o
rais) , acabam os de chegar das con­ Evangelho, como as profundezas
ferências de área realizadas em São estão cobertas por imensos oceanos.
Paulo, Brasil, e Buenos A ires, A r­ A Igreja está forte. O povo, em
gentina. N aquelas terras sulinas, geral, é fiel, e feliz. H á pouco, um
lem bram os ao povo que Sião é em inente visitante do Leste pergun­
toda a A m érica do N orte e do Sul, tou-me: — Por que vocês, m ór­
qual águia de imensas asas estendi­ mons, são um povo tão feliz?
das, um a form ada pela A m érica do M inha resposta foi: — É porque
Norte e a outra pela do Sul. temos tudo: o Evangelho de Jesus
A Igreja ali está progredindo e C risto, a luz, o Sacerdócio, o poder,
crescendo. O povo está contente e as prom essas, os convênios, os
inspirado; a juventude ri e dança, tem plos, nossas fam ílias, a verdade.
enquanto segue o cam inho para D edicam os um tem plo m agnífico
liderar. em W ashington, D. C., e anuncia­
A “ coligação de Isra e l” se dá mos a construção de outro em São Preocupam o-nos quando vemos
quando povos de países distantes Paulo, na A m érica do Sul. tantos jardins e quintais entregues
aceitam o Evangelho e perm anecem N um a outra conferência, cham a­ às ervas daninhas, com valas entu­
na terra natal. A coligação de mos vossa atenção para o fato de o lhadas, e lixo e refugos se acum u­
Israel para os m exicanos é no Senhor ter-nos criado esse belo lando. Afligimo-nos, quando vemos
México; na E scandinávia, p ara os m undo e haver ordenado ao nosso cercas quebradas, estábulos caindo
habitantes dos países do norte; o pai Adão que arasse e cultivasse a aos pedaços, galpões cam baios, sem
lugar de coligação p ara os alemães terra e a tornasse habitável. Tal p in tu ra, portões desconjuntados e
é na A lem anha; e dos polinésios, m andam ento continua para nós. propriedades não pintadas. E pedi­
nas ilhas do m ar; para os brasilei­ R ecom endam os a todos que não mos mais um a vez à nossa gente
ros, no Brasil; para os argentinos, provoquem poluição desnecessária, que cuide de suas casas e proprie­
na A rgentina. Externam os nosso que cuidem da terra e a m antenham dades.
apreço ao Senhor pela sua b o n d a­ lim pa, produtiva e bela. Ele nos Conta-se que o Presidente Brig­
de ao dirigirm os as atividades de deu as ervas e coisas boas que ham Young, tendo insistido que o
três milhões e meio de pessoas, que provêm da terra, quer sejam para povo de certas com unidades cui­
se tornam sem pre m ais num erosas, alim ento como para vestuário, ca­ dasse da conservação e lim peza de
mais independentes e mesmo mais sas, estábulos, pom ares, hortas ou suas propriedades, recusou-se a vol­
fiéis. vinhas, cada qual na sua estação, tar e pregar lá, dizendo algo como:
Perto de dezenove mil m issioná­ e todas elas destinadas ao benefício “ Não me ouvistes quando vos
rios pregam o Evangelho hoje em e uso do hom em , tanto para agra­ instei a cuidar de vossas proprie­
dia. “ O cam po está branco, pronto d ar aos olhos como para alegrar o dades. As mesmas portas continuam

A G O S T O DE 1975 41
fora dos gonzos; os mesmos celei­ term os de vida m ais saudável e Recentem ente, a revista U. S.
ros continuam sem p in tu ra; as m es­ longa. News and World Report publicou
mas cercas continuam parcialm ente Uma pesquisa realizada em certo um a lista dos principais tipos de
caíd as.” centro universitário m ostra o fato crim e na A m érica com os respecti­
O excerto a seguir é de um a co­ de que “há um a percentagem con­ vos custos anuais. As perdas em
nhecida revista: sideravelm ente m ais reduzida de jogos de azar encabeçavam todos
“ Praticam ente todo q u in tal ofe­ câncer pulm onar e do esôfago entre os dem ais.
rece o de que todos precisam — os m em bros da ‘Igreja M órm on’.” O jogo superava em cinco vezes
um m eio para aju d ar a dim inuir a Um em inente m édico disse que eles os prejuízos com narcóticos; mais
inflação e ao mesm o tem po aliviar são m ais saudáveis e sensatos por de vinte vezes o custo dos assaltos;
a crise m undial de m antim entos. não fum arem e beberem , pois o quatro vezes as perdas por desfal­
“ Chama-se ‘te rra ’. E não é p re­ câncer do esôfago está intim am ente ques, fraudes e falsificações juntas;
ciso m uito dela p ara ajudar bas­ relacionado ao álcool. Disse ainda: dez vezes m ais que roubos, furtos,
tante. “ Os habitantes de U tah apresentam arrom bam entos e furtos em lojas;
vinte e cinco por cento menos m or­ vinte e cinco vezes m aior que os
“ Pode ser a área onde as crian­
tes por ataques cardíacos do que prejuízos causados por vandalism o
ças brincavam quando pequenas, e
os norte-am ericanos em geral, e e incêndios crim inosos, e mais do
que anda abandonada, um canti­
isto pode estar ligado ao m enor con­ dobro do custo de m anutenção de
nho ensolarado atrás da casa ou ga­
sumo de cigarros.” toda polícia federal, estadual e m u­
ragem , um a faixa de uns três m e­
Estam os estarrecidos com as no­ nicipal, além das despesas do nosso
tros ao longo do fundo do terreno,
tícias de desonestidade em num e­ sistem a penal e cortes judiciais.
ou o lote vizinho com prado para
rosas com unidades de nosso país; E qual foi o custo dos jogos de
jogar bola.
que os prejuízos causados pelos azar?
“ E para dim inuir suas despesas
“ d escuidistas” e outros truques de­
de alim entação, basta p lan tar ali T rin ta bilhões de dólares por
sonestos se elevam a bilhões de dó­
seus próprios legumes e verduras. ano.
lares som ente em nossa pátria.
“ Foi calculado que um a horta de A inda assim, alguns estados nor­
O Senhor ordenou à posteridade
5m x 7m bem aproveitada, pode te-am ericanos estão instituindo lote­
de A dão e gravou-o em placas de
p ro d u zir o equivalente a m ais de rias como meio de aum entarem suas
pedra: “ Não fu rta rá s.” (Êxodo
dois mil cruzeiros em meio ano. rendas. Certos clubes — até mes­
20:15) Todos os pais devem ensi­
Assim, pois, é possível fazer um a mo grupos religiosos — patrocinam
nar seus filhos, prevenindo-os con­
econom ia considerável.” jogos de azar.
tra essa coisa fatal que poderá des­
Estam os contentes que m uita tru ir seu caráter. A honestidade é Im aginai o quanto poderia ser
gente esteja cultivando hortas, tanto social como culturalm ente feito, se esse dinheiro fosse aplica­
plantando árvores frutíferas e com ­ certa. Os m entirosos e trapaceiros do para fins proveitosos! Q uanto
prando potes para conserva. Os são ambos desonestos e estranhos à não ajudariam esses trin ta bilhões
funcionários m unicipais e m uitas nossa cultura. T odo tipo de deso­ para alim entar os povos que estão
outras pessoas aqui estão aprovei­ nestidade é sum am ente repreensí­ m orrendo de inanição.
tando os pedacinhos de terreno dis­ vel. “ Não fu rta rá s.” Sentimo-nos profundam ente cons­
poníveis quase como nos dias das Conclam am os todos os três m i­ ternados ao ler na im prensa que o
“ hortas de v itó ria ” d urante a II lhões e meio de m em bros desta hábito de fum ar está aum entando
G uerra M undial. Congratulam o-nos igreja a serem honestos, íntegros; a entre as m ulheres e adolescentes, e
com as fam ílias que nos estão escu­ pagar o que com pram e levar ape­ qué atualm ente as m ulheres estão
tando e agindo. nas aquilo que pagaram . Tem os que contraindo m ais e m ais câncer p u l­
Em penham o-nos conscientem en­ ensinar honestidade e integridade m onar. C erca de 80 % de todos os
te em cuidar de nossos m em bros e aos nossos filhos. casos de câncer pulm onar ocorrem
ensinam os-lhes a prática da pou­ Desde o princípio, fomos adver­ em fum antes, mas isto é apenas o
pança, a arm azenarem m antim entos tidos contra os jogos de azar, sem começo do problem a. O cigarro
de itens básicos suficientes para exceção. Não im porta que ganha ou tam bém está ligado ao enfisema
um ano. perca, é prejudicial e deteriorante a pulm onar, enferm idades dos brôn-
E nsinam os nossa gente a viver pessoa conseguir algo por nada, quios e cardíacas. São doenças
as leis de saúde, o que está pagan­ sem esforço algum , sem pagar o dispendiosas que causam m uito so­
do consideráveis dividendos em preço justo. frim ento e apressam a m orte.

42 A L IA H O N A
Em 1833, o Senhor já nos deu, quê? O Senhor disse: "N em todo o m uitas crianças prejudicadas. É
através de sagrada revelação, o que me diz: Senhor, Senhor! en­ m uito fácil racionalizar e justificar
que vimos aprendendo m ais recen­ trará no reino dos céus, mas aquele o divórcio. Os estudos revelam que
tem ente por meio da pesquisa: que faz a vontade de m eu Pai, que m uito freqüentem ente é provocado
“ Bebidas quentes não são para o está nos céus. pelas im oralidades e culto idólatra
corp o .” Isto é, café e chá preto. “ M uitos me dirão naquele dia: do deus da luxúria.
“Tabaco não é p ara o corpo. . . e Senhor, Senhor, não profetizam os Na verdade, torna-se difícil jus­
não é bom p ara o h o m e m . . . vinho nós em teu nom e? e em teu nome tificar a concessão de duzentos e
ou bebida fo rte. . . não é bom , nem não expulsam os dem ônios? e em setenta e dois divórcios no mesmo
aceitável diante do vosso p a i . . . ” teu nome não fizemos m uitas ma­ período em que foram concedidos
(Vide D&C 8 9 :5 -9 ). ravilhas? trezentas e quarenta e um a licen­
Q uando estas coisas foram reve­ “ E então lhes direi abertam ente: ças de casam ento num a pequena
ladas, o Senhor sabia que o hábito N unca vos conheci; apartai-vos de cidade não m uito longe de nós.
de fum ar poderia provocar câncer; m im , vós que praticais a iniqüida­ Q uando os hom ens e m ulheres
que o hábito de beber poderia cau­ d e .” (M ateus 7:21-23) são abnegados e devotados a seus
sar num erosos acidentes e enferm i­ É um negócio sério — viver os com panheiros, eles estarão mais
dades. m andam entos do Senhor e, às ve­ próxim os ao conceito de casam ento
H oje é um m andam ento p ara to ­ zes, assum ir a responsabilidade de descrito pelo Senhor, quando disse:
dos os m em bros, e ao vermos ignorá-los. “ P ortanto, o hom em deixará seu pai
alguns deles usando essas coisas Nos prim eiros dias após a C ria­ e sua m ãe e unir-se-á à sua m ulher;
proibidas, ficam os im aginando co­ ção, dizia o Senhor a Enoque: “ Eis e eles serão um a só ca rn e .”
mo conseguem conciliar isto com a teus irm ãos; eles são a obra de (M oisés 3:24)
declaração do Senhor Jesus Cristo, m inhas próprias m ãos, e eu lhes dei Q uando os hom ens forem fiéis
quando diz: “ E por que me cha­ sabedoria no dia em que os criei; aos convênios feitos com sua espo­
m ais Senhor, Senhor, e não fazeis e no Jardim do Éden dei ao homem sa, sendo leais e abnegados, os
o que eu d ig o ? ” (Lucas 6 :46) Es­ o livre a rb ítrio .” (Moisés 7:32) divórcios tenderão a dim inuir.
peram os sinceram ente que os m em ­ Não temos nenhum a intenção de Paulo ordenou: “ Vós, m aridos,
bros da Igreja atentem para esse p rivar nossos amigos e outras pes­ amai vossas m ulheres, como tam ­
ponto. soas do m undo de seu arbítrio bém Cristo am ou a igreja, e a si
Dois pesquisadores da U niversi­ quanto ao uso dessas coisas proibi­ mesm o se entregou por e la . . . As­
dade de U tah deram -nos a prova: A das. Porém , crem os que o Senhor, sim devem os m aridos am ar a suas
Igreja tem tradicionalm ente um a ao d ar a Palavra de Sabedoria, es­ próprias m ulheres, como a seus
baixa taxa de m ortalidade. U tah, tava falando a todos os povos do próprios corpos. Q uem ama a sua
o estado, de cuja população cerca m undo. m ulher, am a a si m esm o.” Porque
de setenta e dois por cento p erten­ Receamos que jam ais na história nunca ninguém aborreceu a sua
ciam à Igreja em 1971, apresentou do m undo tenha havido m ais gente própria c a rn e .” (Efésios 5:25,
a mais baixa taxa de m ortalidade curvando-se ao deus da luxúria do 28-29)
entre todas as unidades dos Estados que a imagens de m adeira, pedra e E quando as m ulheres esquece­
Unidos continental. H avia estados m etal. Essa idolatria, tão intim a­ rem sua intolerância e egoísmo, e
com quase o dobro da nossa taxa. m ente ligada à destruição da m en­ se subm eterem em justiça aos pró­
O levantam ento m ostra que as te e do corpo, poderia in u ndar o prios m aridos como ao Senhor, e
m ortes provenientes de males car­ m undo. Notam os o grande aum ento quando são sujeitas ao m arido como
díacos, hepáticos e câncer, três das de divórcios, os quais desaprova­ se espera que a Igreja se sujeite a
dez principais causas de m orte na mos e lam entam os, pois se é que C risto, então a taxa de divórcios se
América relacionadas com fum o e existem alguns justificados, estes reduzirá, as fam ílias aum entarão, e
bebida, são bem menos freqüentes são raríssim os. De um m odo geral, os filhos serão crianças felizes, sor­
em U tah que nos Estados U nidos o divórcio é fruto do E G O ÍSM O de ridentes. Deus criou hom em e m u­
como todo. Assim pois, a taxa de um a das partes, geralm ente de am ­ lher, cada um com seus próprios
m orte dos m em bros da Igreja está bas. C ostum a ser um a coisa feia e talentos, poderes, responsabilida­
relacionada com a Palavra de Sa­ geralm ente m uito destrutiva para des e capacidade de cum prir seus
bedoria. os envolvidos, pelo que perdem , encargos especiais.
E assim, perguntam os aos que pela dor, solidão e frustração, p a r­ Q uando os hom ens voltarem pa­
ignoram essa lei: Por quê? Por ticularm ente no que diz respeito às ra junto de suas fam ílias e as m u­

A G O S T O DE 1975 43
lheres se dedicarem aos filhos, re­ A bom inam os a pornografia que mem em cum prir a prova indivi­
viverá o conceito de que ser mãe parece in undar a terra. A legislação d ual estabelecida para cada um de
é a m aior profissão da vida. Ela se esforça por reprim i-la, porém a nós antes da criação do m undo,
é um a colaboradora de D eus. N ão m elhor m aneira de com batê-la é as “para ver se eles farão todas as
existe outro ser em posição de fam ílias unidas construírem barrei­ coisas que o Senhor seu Deus lhes
tam anho poder e influência. Ela ras contra ela. Perguntam o-vos: m a n d a r”. (A braão 3:25)
tem em suas mãos o destino de na­ “Vós, a boa gente de vossa com u­ Recom endam os seriam ente ao
ções, pois é a ela que cabe o encar­ nidade, quereis ver esse horrendo nosso povo que façam todas as suas
go e oportunidade de m oldar seus vício corrom pendo vossos filhos e com pras durante a sem ana. V olta­
cidadãos. v izin h o s?” mos a declarar: “ Por que me cha­
N um a das estacas da C alifórnia, D escendo do M onte Sinai ainda m ais Senhor, Senhor e não fazeis
ouvi u ’a m ãe dizer: “ Sou grata por fum egante, sacudido por trem ores, o que eu d ig o ? ” (Lucas 6.46)
ser m ulher, sou grata p o r ser espo­ Moisés trazia aos filhos errantes de Q uando o Senhor falou: “ Lem­
sa. Sou grata p o r ser m ãe. Sou Israel os Dez M andam entos, as re­ bra-te do dia do sábado para o san­
grata p o r ser um a S U D .” Foi a gras fundam entais de conduta na tific a r”, crem os que haja querido
m eu ver um poderoso serm ão. A vida. E ntretanto, esses m andam en­ dizer exatam ente isso.
m aternidade é a m aior das pro­ tos não eram novidade. Eram co­ Estarrece-nos o em penho cons­
fissões. nhecidos por A dão e sua posterida­ ciente de m uitos neste m undo que,
M uito se tem falado na im prensa de, os quais tinham ordem de presuntivam ente, assumem a res­
e do púlpito a respeito de aborto. segui-los desde o princípio; apenas ponsabilidade de m udar os padrões
A Igreja de Jesus C risto se opõe ao haviam sido reiterados a Moisés de conduta social estabelecidos pelo
aborto, e recom enda a todos os pelo Senhor. Os m andam entos, de Senhor, particularm ente no tocan­
seus m em bros que não se subm e­ fato, precederam a vida terrena — te ao casam ento, vida sexual, vida
tam a essa prática, nem dela p a rti­ eram parte da prova estabelecida fam iliar. Tem os que dizer: “A sa­
cipem de qualq u er form a, p o r con­ no conselho celeste para os m ortais. bedoria dos seus sábios perecerá, e
veniência ou p ara ocultar um a O prim eiro dos Dez M andam en­ o entendim ento dos seus prudentes
transgressão. tos requer que os hom ens adorem se esconderá.” (Isaias 29:14)
O aborto deve ser considerado ao Senhor; o quarto determ ina o Irm ãos, que Deus vos abençoe
um a das práticas m ais revoltantes e dia exato para esta adoração; “ N ão no vosso em penho de cum prir
pecam inosas de nossos dias, q u an ­ terás outros deuses diante de todos os vossos com prom issos e
do vemos a assustadora evidência m im . . . Lembra-te do dia do sába­ viver os m andam entos. A bençoa­
da perm issividade levando à incon- do para o santificar. Seis dias tra- mos-vos, para que tenhais êxito em
tinência sexual. A firm am os solene­ b alharás, e farás toda a tua obra. vossos esforços de vos tornardes
m ente que q ualquer m anipulação Mas o sétimo dia é o sábado do m ais sem elhantes ao Senhor. Q ue
im própria da fonte de vida é grave, Senhor teu Deus; [nele] não farás Deus abençoe profusam ente vossos
m oral, m ental, psicológica e fisica­ nenhum a o b ra .” (Êxodo 2 0 :3 , 8) lares, vossas fam ílias e vossa vida
m ente. In terferir em q ualquer dos D eixar de guardar o dia do Sá­ pessoal. Eu oro em nome de Jesus
processos de procriação é violar um bado evidencia o fracasso do ho- C risto. Amém.
dos m ais sagrados m andam entos de
D eus — o de “m ultiplicai-vos e
enchei a te rra ” . (G ên. 1:28)
Pensamentos Pascais
Os m em bros da Igreja eventual­ Presidente Marion G . Romney
m ente culpados de participação no
pecado do aborto devem ser subm e­ 2.° C onselheiro na Prim eira
tidos à ação disciplinar dos conse­ Presidência
lhos da Igreja, conform e as circuns­
tâncias justificarem . Lem bramo-vos eus queridos irm ãos de toda
a reiteração dos Dez M andam entos
feita pelo Senhor em nossos dias,
quando disse: “ N ão fu rtarás, não
com eterás adultério, nem m atarás,
M parte. Solicito-vos que ro­
guem por nós ao Senhor,
enquanto vos falo por
alguns m om entos, pois m inha m en­
nem farás coisa algum a sem elhan­ sagem é im portante para toda alma
te .” (D& C 59:6) vivente sobre a terra.

44 A L IA H O N A
D urante a presente tem porada Nas E scrituras, a resposta a esta “ Mas da árvore da ciência do
pascal, m uito tem sido dito a res­ questão transparece firm e e clara. bem e do m al, dela não comerás;
peito da ressurreição. Em bora seja O hom em é filho espiritual de porque no dia em que dela come-
impossível apreender o significado D eus, revestido de um tabernáculo res, certam ente m o rrerás.” (G ên.
pleno da ressurreição, na realidade m ortal de carne e ossos. Isto está 2:16-17)
ela nunca deveria estar longe de revelado no registro da sua criação.
O tem po não me perm ite delinear
nossos pensam entos. O livro de G ênesis ensina que
os detalhes; o fato prim ordial, po­
Paulo a identifica im plicita­ houve um a criação espiritual da
rém , é que A dão e Eva, contrarian­
mente como tem a central do E van­ terra e de tudo o que nela seria co­
do as instruções, provaram do fruto
gelho de Jesus C risto, quando locado, incluindo o hom em , cujo
proibido. E assim fazendo, ingeri­
escreve aos coríntios: espírito Deus criou “ à sua imagem;
ram um alim ento que provocou em
“ Se esperam os em Cristo só nes­ à imagem de Deus o criou; m acho
seu corpo um a tal m udança, que no
e fêm ea os c rio u .” (G ên. 1:27)
ta vida, somos os mais m iseráveis devido tem po haveria a separação
de todos os hom ens. “E [não só o hom em com o] toda entre seus corpos e espíritos; quer
“ Mas agora C risto ressuscitou a planta do cam po que ainda não dizer, suas almas m orreriam .
dos m ortos, e foi feito as prim ícias estava na terra, e toda a erva do
Essa penalidade pela violação do
dos que dorm em. cam po que ainda não brotava; por­
m andam ento foi transm itida a toda
que ainda o Senhor Deus não tinha
“ Porque assim como a m orte posteridade de A dão. Assim, “a
feito chover sobre a terra, e não
veio por um hom em , tam bém a res­ m orte veio por um hom em ” . (1
havia homem para lavrar a terra.
surreição dos m ortos veio p o r um Cor. 15:21)
hom em .” “ Um vapor, porém , subia da ter­
Q uando sobrevêm a m orte, como
“ Porque, assim como todos m or­ ra, e regava toda a face da terra.
acontece a todos os hum anos, o cor­
rem em A dão, assim tam bém todos “ E f o r m o u ... Deus o homem po retorna à terra, e o espírito volta
serão vivifiçados em C risto .” (1 [isto é, seu corpo físico] do pó da ao m undo espiritual.
Cor. 15:19-22) terra, e soprou em suas narinas o
Separado do corpo pela m orte, o
fôlego da vida [este era seu espí­
Iniciem os nossa consideração espírito encontra-se em estado pre­
rito] ; e o hom em foi feito alm a vi-
desse im portante depoim ento com cário, assim descrito pelo Profeta
v en te.” (G ên. 2:5-8)
a frase: “assim como a m orte veio Jacó: “ Se a carne não mais se
por um hom em ” . Isto concorda com a E scritura
levantasse, nossos espíritos estariam
m oderna que afirm a que “ o espírito
“ Assim com o. . . veio por um à mercê daquele anjo que caiu da
e o corpo são a alm a do hom em ”.
hom em . . . ” O que é o hom em ? presença do E terno Deus, e se tor­
(D& C 88:15)
Esta pergunta tem sido repetida em nou o dem ônio para não mais se
todas as eras. “ Assim como a m orte veio por levantar.
um hom em .” O que é a m orte? É a
Jó, em seu torm ento, clam ou: “ E nossos espíritos deveriam
separação do corpo e do espírito.
“Q ue é o hom em , p ara que tanto tornar-se como ele, e nós nos tor­
o estimes, e ponhas sobre ele o teu A dão e Eva, ao serem criados naríam os dem ônios, anjos de um
coração? alm as viventes, foram dotados da dem ônio, para sermos afastados da
faculdade de viver eternam ente. presença de nosso D eus, perm ane­
“ E cada m anhã o visites, e cada
Eram sem pecado, puros e santos, cendo com o pai das m entiras, em
m om ento o p ro v e s? ” (Jó 7:17-18)
dignos de gozar — e realm ente go­ m iséria, como e le .” (2 Néfi 9:8-9)
E novam ente: “ Q ue é o hom em , zaram — a convivência de Deus,
A redenção da m orte — isto é,
para que seja p u ro ? e o que nasce seu Pai. Ele de fato os visitou no
ressurreição — é, portanto, im pera­
da m ulher, para que fique ju s to ? ” Jardim do Éden e conversava com
tiva para a felicidade futura do
(Jó 15:14) eles e os instruía. Eles necessitavam
homem.
E o salm ista ecoa: “ Q ue é o h o ­ de tais instruções, porque na passa­
mem m ortal para que te lem bres gem de espírito para alm a vivente, “ Espírito e elem ento, insepara-
dele? e o filho do hom em p ara que foi-lhes apagada a m em ória das velm ente ligados, recebem a pleni­
o visites? experiências passadas. tude da alegria.

“ C ontudo, pouco m enor o fizes­ “ De toda árvore do jardim come- “ E quando separados, não pode
te do que os anjos, e de glória e de rás liv rem ente.” disse o Senhor a o hom em receber a plenitude da
honra o coroaste.” (Salmos 8:4-5) Adão. aleg ria.” (D&C 93:33-34)

A G O S T O DE 1975 45
Pois bem, sendo onisciente, Deus testifica sua própria declaração aos de quinhentas pessoas juntas. (1
previu tal situação precária. Sabia fariseus: Cor. 15:6) " . . . foi visto por Ce-
que todos os hom ens estariam sujei­ fa s”. (1 Cor. 1 5 :5 ), por Tiago (1
“ . . . o bom pastor dá a sua vida
tos à m orte pelo fato de A dão haver Cor. 1 5 :7 ), e por Paulo (1 Cor.
pelas o v e lh as. . .
provado do fruto da árvore do co­ 15 :8 ).
“ Eu sou o bom p asto r. . .
nhecim ento do bem e do m al. Sabia N um m onte da G aliléia, ele co­
da mesma form a que seria injusto “ . . . e dou m inha vida pelas m issionou os “ o n ze” a pregarem a
os hom ens sofrerem eternam ente o velhas. . . “ todas as nações” . (Vide M ateus
por causa da m orte, pela qual não “ Por isto o Pai me am a, porque 28:16-20)
haviam sido responsáveis. Por isso, dou a m inha vida para to rn ar a Finalm ente, “levou-os fora, até
providenciou a redenção da alm a tomá-la. Betânia; e, levantando as suas
através da m orte e ressurreição de
“ N inguém m a tira de m im . . . eu mãos, os abençoou.” E, enquanto
Cristo.
de mim m esma a dou; tenho poder os abençoava, “ se apartou deles e
Sobre isto, diz ele num a revela­ p ara a dar, e poder para to rn ar a foi elevado ao cé u .” (Lucas 24:
ção m oderna: tom á-la.” (João 10:11, 14-15, 50-51)
“ Agora, na verdade eu vos digo 17-18) Depois do seu m inistério após a
que através da redenção que se fez Visto que o homem — estando ressurreição em terras de Je ru sa­
por vós, é que se realiza a ressur­ sujeito à m orte — não poderia lém, ele visitou e m inistrou entre
reição dos m ortos. levantar seu corpo da sepultura, os nefitas na Am érica.
“ E o espírito e o corpo são a Jesus veio à terra e voluntariam ente Por m ais m aravilhoso e inspira­
alm a do hom em . entregou sua vida em sacrifício dor que seja o registro da ressurrei­
“ E a ressurreição dos m ortos é a pela queda de A dão, instituindo, as­ ção de Jesus, a certeza da universa­
redenção da alm a. sim, o poder da ressurreição. lidade do poder da ressurreição,
A prim eira prova dessa vitória por ele instituído, é de igual signi­
“ E a redenção da alm a se realiza
sobre a tum ba foi, logicam ente, sua ficado. T al é a prom essa.
através daquele que vivifica todas
as coisas”, (D& C 8 8 :1 4 -1 7 ), isto é, própria ressurreição, sobre cuja E M ateus relata que “ abriram -se
através de Jesus Cristo. realidade existem m uitas evidên­ os sepulcros, e m uitos corpos de
cias.. Ele foi visto e ouvido por M a­ santos que dorm iam foram ressusci­
A gora, quem é Jesus C risto, e
ria. (Vide João 20:11-17) E ncon­ tados.
como pôde ele p roduzir a ressur­ trou as m ulheres quando iam con­
reição, se nenhum outro hom em , “ E, saindo dos sepulcros, depois
tar aos discípulos que a sepultura da ressurreição dele, entraram na
nem todos os hom ens juntos seriam
estava vazia, e falou com elas. “ E cidade santa e apareceram a m ui­
capazes de fazê-lo? As Escrituras
elas, chegando, abraçaram os seus to s.” (M at. 27:52-53)
respondem a essas perguntas: elas
pés, e o a d o raram .” (V ide Mat.
deixam claro que o Jesus C risto es­ 28:9-10) Ele andou e conversou O próprio Jesus dissera durante
piritual — exatam ente como os seu m inistério m ortal:
com os dois discípulos no cam inho
espíritos de todos os hom ens, — é “ . . . vem a hora em que todos os
de Em aús. (Vide Lucas 24:13-16,
o Filho de Deus, nosso Pai Eterno.
28-32) A pareceu aos apóstolos duas que estão nos sepulcros ouvirão a
Neste aspecto, ele é igual a todos [m inha] voz.
vezes, pelo m enos; um a quando
os hom ens. E ntretan to , ele por ou­
Tom é estava ausente, e novam ente “ E sairão; os que fizeram o bem
tro lado, difere dos dem ais hom ens
um a sem ana depois, quando todos p ara a ressurreição da vida; e os
pelo fato de os corpos destes serem
juntos. Falou-lhes, m ostrou-lhes que fizeram o mal para a ressur­
gerados p o r hom ens m ortais e, por
suas mãos e pés. E a m ando seu, reição da m o rte .” (João 5:28-29.
conseguinte, sujeitos à m orte, como
deram -lhe “ parte de um peixe as­ Revisão Inspirada)
descendentes e herdeiros de Adão;
sado e um favo de mel.
enquanto o corpo físico de Cristo D urante seu m inistério pós-res-
foi gerado p o r D eus, nosso Pai Ce­ “ O que ele tom ou, e com eu d ian ­ surreição na Am érica, ele deu ênfa­
lestial — um ser im ortal não sujei­ te deles. (Vide Lucas 24:36-43 e se à verdade vital da universalida­
to à m orte. C risto, portan to , herdou João 20:26-29) de da ressurreição, fazendo os dis­
de seu Pai a faculdade de viver A lim entou os sete discípulos no cípulos nefitas inserirem em seus
indefinidam ente. Ele tinha poder M ar de Tiberíades, (João 2 1 :1-22). registros a profecia de Samuel, e
sobre a vida e a m orte, conform e N outra ocasião, foi visto por mais seu cum prim ento por eles om itidos,

46 A L IA H O N A
sobre a ressurreição de outras pes­ Assim será cum prida a declara­ pregado e dem onstrado por Jesus
soas. O pronunciam ento om itido ao ção de Paulo: durante seu m inistério terreno, e
qual se referia, era que um dos conform e foi restaurado nesta dis-
“ Porque assim como a m orte
sinais de sua crucificação seria que pensação da plenitude dos tempos,
veio por um hom em , tam bém a res­
m uitas sepulturas se abririam , “en­ e que hoje é pregado e adm inistra­
surreição dos m ortos veio por um
tregando seus m ortos, e m uitos san­ do com a devida autoridade no
homem.
tos aparecerão às pessoas.” (Hei. m undo inteiro pela Igreja de Jesus
14:25) “ Porque assim como todos mor- Cristo dos Santos dos Últimos Dias,
Então os discípulos nefitas dis­ íem em A dão, assim tam bém todos é a lei celestial segundo se aplica
seram: serão vivifiçados em Cristo. aos hom ens, almas hum anas na
m ortalidade.
“ Sim, Senhor, Samuel profetizou “ Mas cada um por sua ordem :
de acordo com tuas palavras e to ­ Cristo as prim ícias, depois os que
O bediência a esta lei é um requi­
das elas se cu m p riram .” (3 Néfi são de C risto, na sua v in d a .” (1
sito essencial para a ressurreição
23:10) Cor. 15:21-23)
com um corpo celestial. G rande
João, o Revelador, conclui o re­ Assim está assegurada a im orta­ será a glória daqueles que a conse­
lato da sua visão da ressurreição lidade da alm a hum ana. Cristo guem , e profunda a tristeza dos que
que haverá de ocorrer no início do com pletou a prim eira parte da sua não a obtêm . Falando num funeral,
Milênio — que agora não está m ui­ “o b ra . . . e glória” [que, conform e disse o Profeta Joseph Smith que
to distante — dizendo: declarou a Moisés, era] “ pro p o r­ o “ desapontam ento de esperanças e
cionar a im ortalidade e a vida eter­ expectativas na ressurreição seria
“ . . . e viveram [os que surgi­
na ao hom em ” . (M oisés 1:39) indescritivelm ente aflitivo” . (Histo­
ram na ressurreição que precedeu
ry of The Church of Jesus Christ
o M ilênio — eles viveram ] e reina­ Enorm e é o nosso débito para
of Latter-day Saints, 6:51)
ram com Cristo durante mil anos. com nosso R edentor pela nossa res­
“ Mas os outros m ortos não revi­ surreição. Porém , esta não é a m eta M uitas dessas leis foram e ainda
veram , até que os mil anos se aca­ final. O bter a im ortalidade é um serão expostas e discutidas nesta
b aram .” (Apoc. 20:4-5) requisito essencial, porém não ne­ conferência. Possamos atentar pa­
cessariam ente o mesmo que obter a ra elas e obedecer-lhes.
Ocasião em que acrescentou: vida eterna. Imortalidade significa
“ E vi os m ortos, grandes e pe­ duração de vida — livre da m orte. Concluindo, presto meu testem u­
quenos, que estavam diante do tro ­ Vida eterna significa qualidade de nho pessoal da veracidade das
no [de D eus] . . . vida — a qualidade de vida goza­ coisas de que falei. Sei, pelo Espí­
da por Deus. rito Santo, que elas são verdadei­
“ E deu o m ar os m ortos que nele
ras. Jesus vive; ele é o Filho de
havia; e a m orte e o inferno deram Existem três reinos de diferentes D eus, e veio à terra como o Unigê-
os m ortos que neles h a v i a . . . ” graus de glória no m undo vindou­ nito do Pai. D errotou a m orte, res­
(Apoc. 20:12-13) ro. O teleste — o inferior; o suscitou o próprio corpo do sepul­
Am uleque, falando a Zeezrom , terrestre — que é o m édio; e o ce­ cro e estabeleceu o poder da res­
dizia: leste — a glória gozada pela Dei- surreição para todos os homens.
dade. Cada reino de glória é gover­
“ . . . a m orte de C risto afrouxará
nado por um a lei. Sei que através do seu sofri­
os laços dessa m orte tem poral, para
m ento no G etsêm ani e durante sua
que todos se levantem dela. O homem será julgado no m undo
crucificação, ele nos proporcionou
“ O espírito e o corpo serão no­ espiritual e recom pensado de acor­
os meios pelos quais, se nos arre­
vamente reunidos em sua perfeita do com as suas obras. Na ressurrei­
penderm os e obedecerm os às leis
form a; os m em bros e juntas serão ção, seu corpo será vivificado pela
do seu Evangelho, poderem os res­
restabelecidos a seus próprios luga­ glória do reino, a cujas leis obede­
surgir não apenas para a im ortali­
res. . . ceu d urante sua vida m ortal, tem ­
dade, mas tam bém para a vida
poral. (V ide D&C 88:17-32)
“ E esta ressurreição virá sobre eterna, que é o m aior de todos os
todos, sejam velhos ou moços, es­ O Evangelho de Jesus Cristo, dons de Deus. D isto presto solene
cravos ou livres, hom em ou m u­ conform e foi revelado e ensinado testem unho no sagrado nome de
lher, m alvados ou j ust os. . . ” pelos profetas desde A dão até o Jesus C risto, nosso Redentor.
(Alma 11:42-44) m eridiano dos tem pos, conform e foi Amém.

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