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1975

3 Mensagem da Primeira Presidência: Meu CARTA DOS EDITORES


Testemunho de Jesus C risto.................. Pres. Marion G. Romney Este núm ero especial do Novo Testa­
7 O Mundo do Novo Testamento........... m ento é baseado nos Q uatro Evange­
O Dinheiro do Novo Testamento . . . . lhos — M ateus, Marcos, Lucas e João
— e dim ensionará seus estudos do cur­
9 De Malaquias a Mateus, a Época Entre so de D outrina do Evangelho de 1976/77,
os Dois Testamentos ............................ Edward J. Brandt da Escola Dominical. D urante o ano,
artigos adicionais sobre o Novo Testa­
10 As Influências Greco-Romanas Sobre a mento serão publicados nesta revista.
Terra S a n ta .............................................. T. Edgar Lyon
Este núm ero de setembro d ’A Liaho-
13 A Vida Cotidiana na Palestina ........... Edward J. Brandt na apresenta-lhes a nova e agradável
15 A Árvore da Felicidade, Parte II . . . . Eva Gregory de Pimenta aparência que terá sua revista. H averá
menos páginas em cada exemplar, mas
18 Só Para Divertir..................................... o novo form ato do interior da revista
20 Paredes Reluzentes ................................. íris Syndergaard permitir-nos-á encaixar mais material
em cada página e mais artigos pelo
23 A Harmonia Entre os Quatro Evange­ número de páginas em cada número.
lhos . • ....................................................... Esperamos que gostem da mudança.
30 Uma Cronologia da Vida de Cristo . . “Mas, por que haverá menos pági­
Suplemento................................................ nas?” perguntarão vocês. Bem, no pas­
sado, reservamos cerca de dezesseis
Seu Companheiro de Estudo páginas de cada núm ero para os dis­
Formulário de Subscrição de Um Ano cursos das conferências gerais. Os dis­
cursos de cada conferência eram distri­
Marcador de Livros do buídos por seis números.
Novo Testamento
Temos o prazer de anunciar agora
A PRIMEIRA PRESIDÊNCIA COMITÊ DE SUPERVISÃO que, a p artir do próximo ano (1976),
Spencer W. Kimball vocês receberão um grande exemplar
J. Thomas Fyans
N. Eldon Tanner John E. Carr da conferência duas vezes por ano,
M arion G. Romney Doyle L. Green contendo todos os discursos da confe­
Dean L. Larsen rência geral. Em outras palavras, vo­
CONSELHO DOS DOZE cês terão o registro de toda a conferên­
D aniel H. Ludlow
Ezra Taft Benson cia geral em um só número. Para que
Verl F. Scott
M ark E. Petersen possamos produzir os exemplares maio­
Delbert L. Stapley res das conferências, pedimos empres­
EXECUTIVO DO INTERNACIONAL
LeG rand Richards tadas páginas dos outros números. Du­
MAGAZINE
Hugh B. Brown rante o ano completo, vocês receberão
Larry Hiller, E ditor G erente
H ow ard W. H unter a mesma quantidade de revista pele
Carol Larsen, Editor Associado
Gordon B. Hinckley preço da assinatura.
Thomas S. Monson EXECUTIVO DA “A LIAHONA”
Boyd K. Packer José B. Puerta, Editor Responsável Nas áreas em que são realizadas con­
Marvin J. Ashton )osé G. F. da Silva, Editor Nacional ferências gerais, um núm ero contendo
Bruce R. McConkie Francisco J. P. Souza, os discursos da conferência de área
L. Tom Perry Bruno Reback, Fotógrafos substituirá um exem plar da conferên
cia geral. Forneceremos, então, aos san­
REGISTRO: Está assentado no cadastro da D IV ISÃ O DE CENSURA DE D IV ER ­ tos daquelas áreas, os discursos da Pri­
SÕES PÜBLICAS, do D.P.F., sob o n.° 1151-P 209/73 de acordo com as normas meira Presidência e um sumário dos
em vigor. outros discursos da conferência geral.
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sado: Cr$ 2,50. As mudanças de endereço devem ser com unicadas indicando-se o Prim eira Presidência, artigos e histórias
antigo e o novo endereço. de destaque, um a seção infantil de oito
A LIAHONA — Edição brasileira do “ Internacional M agazine” d ’A Igreja de Jesus páginas, artigos p ara a juventude e qua­
Cristo dos Santos dos Últimos Dias, acha-se registrada sob o núm ero 93 do livro B. tro páginas de notícias locais, assim
n.° 1, de M atrículas de Oficinas Im pressoras de Jornais e Periódicos, conforme o como outros artigos oportunos.
Decreto n.° 4857 de 9-11-1930. “ International M agazine” é publicado, sob outros
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cês, holandês, inglês, italiano, japonês, norueguês, samoano, sueco, italiano e ton- sua revista. Por favor, continuem a en­
ganês. Composta pela Linotipadora Cacique Ltda., R. Abolição, 201. Im pressa pela viar suas idéias e artigos, visto que seus
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seguida por esta revista, reservamo-nos o direito de publicar somente os artigos edificam através do seu testem unho.
solicitados pela redação. Não obstante, serão bem-vindas todas as colaborações para
apreciação da redação e da equipe internacional do “ International M agazine”. Cola­ Encorajamo-os a falar aos seus ami­
borações espontaneas e m atérias dos correspondentes estarão sujeitas a adaptações gos a respeito dos novos núm eros refe­
editoriais. rentes às conferências e sobre este
CAPA: Os quadros originais do pintor Carl Heinrich Bloch, A Mulher no Poço exem plar a respeito do Novo Testam en­
de Samaria e A Transfiguração, que ilustram nossa capa e contra-capa encontram-se to. Estamos certos de que eles não
no Castelo Fredricksborg, Hillerod, D inam arca. Foram reproduzidos por cortesia do quereriam perder estes e todos os ou­
Museu Nacional de H istória de Fredricksborg. tros núm eros vindouros.
^/ifLensatyem $a jf tr im e ir a § ) r resL&mcia
esA

Meu
Testemunho
de Jesus
Cristo
Marion G. Romney
2.° Conselheiro da Prim eira Presidência

mbora tenha prestado meu testemunho de Jesus

E Cristo freqüente e recentemente, estou feliz por


repeti-lo. Meu chamado e meu desejo é continuar
prestando um convincente testemunho dele. Se
fosse possível, eu o prestaria a todos os homens.
A palavra “Jesus” é o nome dado à “Criança de
Belém”. Quando cresceu, foi conhecido como “Jesus
de Nazaré” .
A palavra '‘Cristo*’ tanto é um sobrenome como E visto que tens que escolher e enviar um salvador,
um título. Atribui-lo a Jesus de Nazaré implica no Eis-me aqui — envia-me!
cumprimento, Nele, das profecias messiânicas do Não peço recompensa
Velho Testamento. O Dr. James E. Talmage usou a Exceto aquilo que seria meu como
frase neste sentido quando intitulou seu livro de Jesus, Conseqüência. Deixa-me fazer um sacrifício voluntário
o Cristo. E dar a ti a glória eterna!. . . ”
Não me posso lembrar de ocasião ou circunstân­ (O. F. Whitney, “Elias, an Epic of the Ages”,
cia alguma na qual tenha tido a menor dúvida ou Salt Lake City, 1914, p. 17 — Tradução livre.)
incerteza quanto a Jesus de Nazaré ser “O Cristo” , Outro relato que aumentou meu entendimento
o Filho do Pai tanto em espírito como na carne, o a respeito de Jesus como uma pessoa pré-mortal re­
Salvador do mundo. fere-se à sua aparição ao irmão de Jared no Monte
Existem nas Escrituras muitos acontecimentos Shelem. Para mim, este é um dos acontecimentos
narrados e expressões emitidas a seu respeito que con­ mais dramáticos registrados na história sagrada.
firmam em mim esta convicção. Todas as vezes que Vocês devem lembrar-se de que o irmão de
penso nelas minha compreensão de seu significado e Jared, respondendo à pergunta do Senhor: ‘. . . Que
de sua divindade aumentam. desejais que eu faça, a fim de que tenhais luz em
vossos b a rc o s ? ...’ (Éter 2:23), ‘ . . . tirou de uma
O mais antigo acontecimento específico relativo
rocha dezesseis pedrinhas brancas. . . e, levando-as
a Jesus de que temos registro sucedeu no grande con­
em suas mãos ao cimo do monte, clamou novamente
selho dos céus onde o Pai apresentou o plano do
ao Senhor, dizendo:
Evangelho para as hostes espirituais.
‘ . . . toca nestas pedras e prapara-as para que
Depois de explicar o plano, que incluía a neces­
brilhem na escuridão . . . que possamos ter luz
sidade de um Redentor, o Pai disse:
enquanto cruzamos o mar.” (Éter 3:1-4.)
“ . . . A quem enviarei? E um respondeu seme­
lhante ao Filho do Homem: Eis-me aqui, envia-me. . .” Tão grande era sua fé, que ‘. . . o Senhor esten­
(Abraão 3:27.) deu sua mão e tocou nas pedras, uma por uma, com
seu dedo. E o véu foi tirado dos olhos do irmão de
O falecido apóstolo Orson F. Whitney parafra­
Jared, que viu o dedo do Senhor; e este era como o
seou o relato do que sucedeu naquela ocasião, da
dedo de um homem. . . ’ (Éter 3:6.)
seguinte forma:
Mais tarde, o Senhor mostrou-se ao irmão de
Os Deuses se assentaram em conselho solene. . .
Jared e disse:
Foi uma hora amarga
“Eis que Sou aquele que foi preparado desde a
Sobre a qual nos seria extremamente benéfico pensar fundação do mundo para redimir Meu povo. Eis que
Quando o destino do mundo, ainda não criado Sou Jesus Cristo, Sou o Pai e o Filho. Em Mim terá
Seria avaliado e determinado. luz a humanidade, eternamente, todos aqueles que
Ali, o silêncio tinha seu próprio encantamento, e ali crerem em Meu nome; e esses se tornarão Meus filhos
Levantou-se um homem de envergadura e Minhas filhas.
[— de poder sublime] “ . . . Vês que foste criado segundo Minha pró­
Entre aqueles reis e sacerdotes. Entre eles, pria imagem? Sim, todos os homens foram criados,
Nenhum era maior do que ele. no começo, à Minha própria imagem.
Sua estatura mesclava a força com a graça, ‘E eis que este corpo que agora vês é o corpo
Era de um porte dócil, contudo divino; do Meu espírito; e o homem foi por Mim criado se­
A glória do seu semblante gundo o corpo do Meu espírito; e assim como te apa­
Brilhava mais do que o sol do meio-dia. . . reço em espírito, aparecerei a Meu povo na carne.”
Ele falou e todos lhe deram atenção, (Éter 3:14-16.)
A quietude tornou-se ainda mais profunda. Um terceiro acontecimento impressionante que
“Pai!” disse ele, pairando sua voz como menciona Jesus como um espírito pré-mortal foi seu
Música: “Pai, visto que alguém precisa morrer anúncio a Néfi, relativo ao seu advento na mortalidade.
Para redimir teus filhos da mortalidade nas Em cerca de 6 A.C., Samuel, o Lamanita, pro­
Terras que ainda estão vazias e sem forma, fetizou que na época do nascimento de Jesus haveria
Mas serão cheias de vida palpitante; um dia, uma noite e outro dia sem trevas. Os des­
“E desde que o poderoso Miguel (Adão) deve primeiro crentes disseram que o tempo designado para o sinal
Cair para que a humanidade possa vir à terra, havia passado e fizeram planos para matar os crentes.

4 A LIAHONA
Quando Néfi, o neto de Helamã, “ . . . viu “Mostrai-me uma moeda. De quem tem a ima­
essa maldade em seu povo, seu coração se afligiu gem e a inscrição?
extremamente. E, respondendo eles, disseram: De César.
“E . . . saiu, prostrou-se por terra e clamou fer­ “Disse-lhes então: Dai pois a César o que é de
vorosamente a seu Deus em favor do povo, sim, o César, e a Deus o que é de Deus.
qual se achava prestes a ser destruído, em virtude de “E não puderam apanhá-lo em palavra alguma
sua fé na tradição de seus pais. diante do povo; e, maravilhados pela resposta, cala-
“E aconteceu que clamou fortemente ao Senhor ram-se.” (Lucas 20:23-26.)
todo o dia; e eis que a voz do Senhor veio a ele, Jesus não era apenas todo sabedoria, mas tam­
dizendo: bém onisciente e onipotente.
“Levanta a cabeça e tem bom ânimo; pois eis O seguinte relato ilustra sua onipotência:
que o tempo é chegado e esta noite o sinal será dado, “ . . . chegando eles a Capernaum, aproximaram-
e amanhã Eu virei ao mundo. . . se de Pedro os que cobravam as didracmas, e disse­
“E aconteceu que as palavras chegadas a Néfi ram: O vosso mestre não paga as didracmas?
foram cumpridas, em conformidade com o que lhe “Disse ele: Sim. E, entrando em casa, Jesus se
tinha sido comunicado; pois eis que, ao pôr do sol lhe antecipou, dizendo: Que te parece, Simão? De
não veio a escuridão. . . ” (3 Néfi 1:10-13, 15.) quem cobram os reis da terra os tributos, ou o censo?
Esta ocorrência é, para mim, uma evidência to­ Dos seus filhos ou dos alheios?
cante do cuidado e preocupação infinitos que o Sal­ “Disse-lhe Pedro: Dos alheios. Disse-lhe Jesus:
vador tem por nós mortais. Ela confirma meu tes­ Logo, estão livres os filhos;
temunho de Sua divindade.
Os registros de Seu ministério mortal estão re­
pletos de evidências persuasivas de Sua divindade.
A sabedoria por Ele demonstrada é incompa­
rável.
Pintura por James Joseph
Por exemplo: quando tinha apenas doze anos de Jacques Tissot.
idade, sua mãe, Maria, e o marido, José “ . . . o acha­ c John H. Eggers
ram no templo, assentado no meio dos doutores, ou- Publications , do Museu
vindo-os, e interrogando-os. de Brooklyn.
“E todos os que o ouviam admiravam a sua
inteligência e respostas.” (Lucas 2:46-47.)
O seguinte incidente, relatado por Lucas, fornece
Jesus respondeu aos astuciosos
evidência convincente da divina sabedoria de Cristo: fariseus: “D ai a César o que é de
“ . . . os principais sacerdotes e os escribas pro­ César (M arcos 12:17.)
curavam lançar mão dele. . .
“ . . . trazendo-o debaixo do olho, mandaram es­
pias, que se fingissem justos, para o apanharem nal-
guma palavra e o entregarem à jurisdição e poder do
presidente.
“E perguntaram-lhe, dizendo: Mestre, nós sabe­
mos que falas e ensinas bem e retamente, e que não
consideras a aparência da pessoa, mas ensinas com
verdade o caminho de Deus.
“É-nos lícito dar tributo a Cesar ou não?” (Lu­
cas 20:19-22.)
Se Jesus tivesse respondido sim, teria enfurecido
os judeus. Se dissesse não, estar-se-ia opondo aos
romanos.
“E, entendendo ele a sua astúcia, disse-lhes: Por
que me tentais?
Testem unho de M arcos: Cristo era o divino Salvador.

SETEMBRO DE 1975 5
“Mas, para que os não escandalizemos, vai ao terem falhado (Mat. 17:14-21, Marcos 9:14-29, Lucas
mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir, 9:37-43); (4) sobre a morte, levantando o filho da
e, abrindo-lhe a boca encontrarás um estáter; toma-o, viúva de Naim (Lucas 7:11-17) e chamando Lázaro
e dá-o por mim e por ti.” (Mat. 17:24-27.) do túmulo (João 11:17-46); (5) sobre o túmulo, res­
Marcos relata esta ilustração: suscitando a si mesmo e a outros (Lucas 24:1-6, Mat.
“E, logo que se aproximaram de Jerusalém, de 27:52-53.)
Betfagé e de Betânia, junto do Monte das Oliveiras, Todas estas coisas — os acontecimentos de sua
enviou dois dos seus discípulos. vida pré-mortal, a evidência de sua sabedoria, de sua
E disse-lhes: Ide à aldeia que está defronte de onisciência e onipotência, e sua vitória sobre a tumba
vós; e, logo que ali entrardes, encontrareis preso um — confirmam meu testemunho de que Jesus é o
jumentinho, sobre o qual ainda não montou homem Cristo.
algum; soltai-o, e trazei-mo. A fonte real de meu testemunho, entretanto, é
E, se alguém vos disser: Por que fazeis isso? a evidência do Espírito Santo, que recebi como um
dizei-lhe que o Senhor precisa dele, e logo o deixará resultado de seguir o conselho de Morôni de
trazer para aqui. perguntardes a Deus, o Pai Eterno, em nome de Cris­
E foram, e encontraram o jumentinho preso fora to. . . ” (Morôni 10:4), e o conselho do Senhor a Oli-
da porta, entre dois caminhos, e o soltaram. ver Cowdery de “ . . . ponderar em tua mente; depois
E alguns dos que ali estavam lhes disseram: Que me deves perguntar se é correto e, se for, eu farei
fazeis, soltando o jumentinho? arder dentro de ti o teu peito; hás de sentir assim,
que é certo.” (D&C 9:8.)
Eles, porém, disseram-lhes como Jesus lhes tinha
mandado; e deixaram-nos ir.” (Marcos 11:1-6.) Segui estas instruções e tenho sentido a ardência
As evidências de sua onipotência são inume­ em meu peito. O Senhor tem iluminado e dito paz
ráveis: à minha mente. Deu-me um testemunho ao coração
Ele demonstrou poder (1) sobre os elementos através do Espírito Santo. Sei que Jesus é o Cristo.
transformando a água em vinho (João 2:1-11), acal­
mando as tempestades (Mat. 8:23-27, Marcos 4:35-
41, Lucas 8:22-25), e andando sobre o mar (Mat. " . . . Em verdade vos |
digo que esta pobre f
14:24-33, Marcos 6;47-52, João 6:16-21); (2) sobre viúva deitou mais do I
a doença e a moléstia curando o filho do régulo (João que todos os que
deitaram na arca do
4:46-54), a sogra de Pedro (Mat. 8:14-15, Marcos teso u ro . . . ”
1:29-31, Lucas 4:38-39), e a mulher com o fluxo de (M arcos 12:43.)
sangue (Mat. 9:20-22, Marcos 5:25-34, Lucas 8:43-
48); (3) sobre os espíritos imundos e malignos, expul-
sando-os do endemoniado gadareno (Marcos 5:1-20,
Lucas 8:26-39), e do rapaz depois de os discípulos ■i

mtura por James Joseph


Jacques Tissot.
c John H. Eggers
Publications , do Museu
de Brooklvn..........
O Mundo
do Novo
Testamento
odas as linhas de força às quais chamamos de Um gráfico preenche a lacuna histórica entre o Velho

T história do mundo, convergiram e se cruzaram


em um pequeno país denominado Palestina há
quase 2.000 anos — convergiram na vida de
um homem chamado Jesus e cruzaram-se em um mon­
e o Novo Testamentos. Tanto a Grécia como Roma
influenciaram a estrutura social da Palestina. As rea­
lidades mundanas da agricultura, pesca, impostos e
das observâncias do Sábado uniam o povo judeu mes­
te denominado Gólgota. E depois disso, nada foi o mo quando as seitas políticas e religiosas o dividiam.
mesmo. Observar os mapas nos fará apreciar a topografia do
Mas, contrapondo-se à significação transcenden­ pequeno país acidentado, suas províncias políticas e
te daquele homem e daquele país está a aparição divisões geográficas. E, ao ler o arranjo harmonioso
humilde daquelas mesmas coisas — o homem e o país. dos quatro Evangelhos de modo a comparar suas des­
Ele era um judeu, um carpinteiro, um súdito de Ro­ crições, é-nos fornecido um panorama cronológico
ma. O país tinha montes e lagos, lírios e trigo. Ele dos principais acontecimentos da vida de Cristo.
andou pela poeira das estradas de seu país e por entre
o clamor de suas ruas.
Aprendemos, através das páginas que se seguem, Sejam bem-vindos, portanto, ao mundo do Novo
a compreender o tempo e local que criaram Jesus. Testamento.

DESIGNAÇÃO DO NOVO TESTAMENTO EQUIVALENTE DO TEMPO MERIDIANO REFERÊNCIAS DAS ESCRITURAS

Hora Terceira 9:00 Mat. 20:3; Marcos 15:25


Hora Sexta 12:00 — Meio-dia Mat. 20:5; 27:45; Marcos 15:33;
Lucas 23:44; João 4:6; 19:14

Hora Sétima 13:00 João 4:52


Hora Nona 15:00 Mat. 20:5; 27:45-46;
Marcos 15:33, 34; Lucas 23:44

Hora Décima 16:00 João 1:39


Hora Undécima 17:00 Mat. 20:6, 9

A noite era dividida em vigílias ou períodos de três horas durante os


quais os guardas da cidade cumpriam seus deveres. (Marcos 13:35.)
DESIGNAÇÃO DO NOVO TESTAMENTO EQUIVALENTE DO TEMPO MERIDIANO REFERÊNCIAS DAS ESCRITURAS
EM OUE TERMINA A VIGÍLIA

Primeira Vigília 21:00 Marcos 13:35

Segunda Vigília 24:00 — Meia-noite Mat. 25:6; Lucas 11:5


Mat. 26:74; Marcos 14:68, 72;

Terceira Vigília 3:00 — canto do galo Lucas 22:60-61; João 18:27

Quarta Vigília 6:00 — manhã Mat. 14:25; Marcos 6:48

SETEMBRO DE 1975 7
ÉPOCA DO DOMÍNIO
PERSA
(538-332 A.C.)
Depois de conquistar a Babilônia,
o Rei Ciro, da Pérsia, decretou
(em 538 A.C.) que o povo
exilado de Judá poderia voltar
à sua terra. Isto realizou-se
em três migrações, de acordo
com o registro das Escrituras.
Entretanto, a apostasia e o
domínio persa ainda estão
evidentes ao térm ino do Velho
Testamento.______________________

CJ o

Em 459 A.C. Esdras dirige à


volta do segundo grupo principal
de judeus exilados para a Terra
Prometida. (Esdras 7:1, 6-29.)

Em c. 450 A.C., Malaquias, o


Profeta, adverte quanto às
violações dos convênios.
Enraiza-se a apostasia entre
o povo

Em 445 A.C., Neemias, designado


0 DINHEIRO DO NOVO TESTAMENTO o dinheiro governador, dirige a volta de
que circulava na Palestina durante os tempos do Novo Testamento outro grupo. (Ne. 2:1-11; 5:14;
provinha de três fontes diferentes: a cunhagem oficial dos 7:5-73.) Os registros são reunidos
romanos (dinheiro im perial), as moedas provincianas do velho e ordenados para serem lidos
padrão grego e o dinheiro judeu local. 0 cambio monetário era ao povo — Esdras é designado
uma parte do comércio e negócios diários do povo do escriba. (Ne. 8:1-8.) As raízes
Novo Testamento. para o estabelecimento da
sinagoga começaram aqui.

DESIGNAÇÃO TERMO USADO REFERÊNCIAS METAL


Em c. 432 A.C., depois de uma
OFICIAL POR JOÃO FERREIRA DAS DA
ausência, Neemias volta para
DA MOEDA DE ALMEIDA ESCRITURAS CUNHAGEM
in stitu ir reformas a fim de
combater a crescente apostasia.
(Ne. 13.) •
JUDIA
Lepto Réis Marcos 12:42 Bronze Aqui term ina o registro do
C eitil Lucas 12:59; 21:2. Velho Testamento. Nenhum
profeta conhecido trabalhou entre
GREGAS o povo de Judá durante sua
Dracma Dracma Lucas 15:8-9 luta como um povo até a
Didracma Didracma Mat. 17:24 época do Messias (Jesus C risto).
Estáter* Estáter Mat. 17:27 Prata
Moedas de prata Mat. 26:15; 27:3, Em 332 A.C., Alexandre, o
5-6, 9 Grande, da Macedônia, conquista
Marcos 14:11 a Palestina e empossa os gregos
Dinheiro Mat. 28:12, 15 como vassalos-senhores sobre
Mina Minai Lucas 19:13; 16, 18, seu novo te rritó rio , introduzindo
20, 24-25 o período de domínio
grego-macedônio.
ROMANAS
Ouadrante Réis, ceitil Mat. 5:26; Marcos 12:42 Bronze
C eitil M at. 10:29; Lucas 12:6 Cobre
Denário Dinheiro Mat. 18:28; 20:2, 9-10, Prata
13; 22:19; Marcos 6:37;
12:15; 14:5; Lucas 7:41;
10:35; 20:24;
João 6:7; 12:5
Ouro (Ouro) Mat. 10:9 Ouro

* (Algumas autoridades alegam que os dinheiros da traição e os dinheiros para “silenciar"


os soldados foram estáteres.) A LIAHONA
DE MALAQUIAS A MATEUS
A Época Entre os Dois Testamentos
Gráfico preparado por Edward J. Brandt, Instrutor, Universidade
de Utah, Instituto de Religião.

ÉPOCA DO DOMÍNIO REBELIÃO DOS PERlODO DA PERlODO DO


GREGO MACABEUS INDEPENDÊNCIA DOMlNIO ROMANO
(332-175 A.C.) (172-142 A.C.) (142-63 A.C.) (63 A.C. — 73 A.D.)
Revolta contra A fam ília dos Assamoneus Iniciando-se com a submissão
A dinastia grego-macedônia sobre Judá iniciou-se (mais frequentemente a Pompeu (em 63 A.C.), o
com a conquista de Alexandre, introduzindo as os vassalos- chamada de Macabeus) domínio romano sobre Judá
Influências helênicas sobre o povo de Judá. senhores e as liderou o povo de Judá estabeleceu-se para continuar
Depois da morte de Alexandre, a liderança influências como uma nação durante a época da vida de
de seu império foi vagarosamente dividida. destrutivas da independente. Este Cristo e até 73 A.D.
Eventualmente caiu sob o domínio dos reis helenização de período é também
Judá. conhecido como
greco-egípcios, que eram chamados os Ptolomeus
"era comum.”
(301-199 A.C.) Eventualmente, o controle da
nação provincial foi assumido pelos reis
greco-sírios, conhecidos como os Selêucidas.

O
<

Em 323 A.C., depois da morte Em 168 A.C., irrompeu uma 142 A.C. Continuaram as Em 37 A.C., Herodes, tendo
de Alexandre, o vasto império revolta que foi selvagemente conquistas pelo povo de Judá obtido a comissão através de
foi evenaulmente dividido entre abafada. Adicionalmente, os até que finalmente dominaram a favor do senado romano, como
quatro dos alegados “ sucessores” sírios construíram uma cidadela maior parte do te rritó rio, um rei-vassalo do povo de Judá,
de Alexandre. A Palestina, fortificada com o nome de incluindo a Fortaleza de Acra, governou tiranicamente sobre
durante este período foi um Acra, em Jerusalém, para. em Jerusalém, assegurando a um povo que o chamava de
país-tampão entre as duas reforçar seu domínio. A oposição independência do estado, havia “ Meio-Judeu!” Através de medidas
porções contendoras do império. aumentou — um grupo conhecido tanto esperada. rígidas, foi estabelecida a ordem
como os Hasidim (os santos) em toda a região e seu reinado
301 A.C. O período de controle resistiu passivamente Em 129 A.C., os samaritanos e promoveu a cultura greco-romana
dos Ptolomeus sobre Judá na praticando os Estatutos idumeus (nome grego para os entre o povo.
Palestina começa com sua Mosaicos em segredo ou no edomitas) foram subjugados
conquista final da terra. Os deserto. (Este é o grupo pelos judeus, tornando-se parte Em 20 A.C., Herodes Iniciou a
Ptolomeus eram os governantes geralmente conhecido como o do reino. reconstrução do templo e seu
gregos do Egito. Pouco se sabe do início dos fariseus.) complexo em Jerusalém. A obra
de seu domínio sobre o povo 63 A.C. Pompeu e as forças do templo em si foi inicialmente
de Judá. Em 167 A.C., o templo foi romanas, havendo conquistado o completada em cerca de oito
profanado e usado como um reino greco-sírio dos Selêucidas, anos, mas o projeto durou muitos
c. 283 A.C. A influência da santuário para o deus ' Zeus, tomou o controle de Jerusalém anos após a sua morte,
helenização do povo de Judá dos gregos. Foi decretada a pena e a nação de Judá voltou a ser ultrapassando mesmo a época
produziu a tradução grega do de morte, reforçando a proibição vassala, agora de Roma. de Cristo, até que fosse
\/elho Testamento conhecida como das observâncias mosaicas. completada.
A Septuaginta (LXX). Sob a Tornou-se compulsória a adoração
direção de Ptolomeu Filadelfo aos deuses pagãos. Tradicionalmente, Herodes faleceu
(II) e sancionada oficialmente em 4 A.C., somente cerca de
oelo líder ou sumo-sacerdote No vilarejo de Modin, Matatias, um ano após o nascimento
em Jerusalém, a obra foi cujo nome de fam ília era de Cristo (considerada como
completada por anciões autorizados Assamoneu, e que recebeu sendo em aproximadamente 5 A.C.
do povo em Aliexandria, Egito. mais tarde o nome de Macabeu, pela maioria dos eruditos).
resistiu à tentativa de um
Em 198 A.C., os governadores oficial sírio de aplicar os
gregos da Síria, conhecidos como decretos contra o povo. Isto
os Selêucidas, conquistaram a precipitou a rebelião através de
terra e intensificaram o domínio toda a terra. Depois da morte de
helênico da nação vassala. Matatias, seu filho Judas,
continuou em seu lugar.
Em 175 A.C. a exploração e A fam ília Assamoneu manteve
adaptação forçada da cultura a liderança, obtendo a
grega pelos governantes trouxeram independência para Judá, a
grande pressão sobre o povo. qual se manteve até a conquista
O templo foi saqueado, foram pelos romanos em 63 A.C.
proibidas as ordenanças de (Vide o Gráfico da fam ília
sacrifício e ofertas, circuncisão, Assomoneu. Os números
festas e sábados. Foi ordenada indicam sua ordem sucessiva
a destruição das Escrituras e de liderança.)
muitos livros da lei foram
queimados. O Sacerdócio da Em 164 A.C., o templo foi
liderança foi corrompido pela purificado e rededicado sob a
venda do cargo de sumo- liderança de Judas Macabeu.
sacerdote para quem oferecesse Este dia tem sido anualmente
o lance mais alto. celebrado como o Chanucá
ou a Festa da Dedicação
(às vezes chamada de Festa
das Luzes).

SETEMBRO DE 1975 9
As
Influências
Greco-
Romanas
Sobre a como a solução para todos os ma­ Com a idade de 20 anos, Ale­

Terra les que atormentavam a sociedade


humana. Aristóteles, o famoso fi­
xandre havia se tornado rei da
Macedônia e Grécia. Treze anos
lósofo grego e professor de Alexan­ mais tarde, quando morreu, em
Santa dre, havia imbuido seu discípulo
com grande admiração pela litera­
323 A.C., seu império consistia da
Grécia Continental, Ásia Menor,
T. Edgar Lyon tura, ciência, filosofia e religião Pérsia, o Vale do Tigre-Eufrates, e
gregas, assim como pelas artes gre­ seguindo para o sul, o Rio Indo e
ituava-se a Terra Santa nas gas e sua ênfase sobre o corpo praias do Mar Negro, Palestina,

S principais rotas de caravanas


que, nos tempos antigos, li­
gavam o rico Vale do Nilo,
no Egito, com o vale dos rios Tigre
humano como a perfeição da bele­
za. O jovem Alexandre empreen­
deu sua conquista do mundo então
conhecido, crendo que, se a juven­
Egito, Síria e Pérsia. Três de seus
generais dividiram entre si este im­
pério, mas nenhum deles possuía o
zelo, energia, tino de estadista ou
e Eufrates. A mercadoria era trans­ tude do mundo pudesse ser conver­ convicções que haviam motivado
portada de uma extremidade deste tida ao valor do ponto de vista Alexandre. Ptolomeu, que ficou
grande arco até a outra. O deserto clássico dos gregos, ele poderia es­ com o Egito, e Seleuco, que ficou
arábico encontrava-se entre estes tabelecer a melhor forma de go­ com a Síria e o Oriente, estabele­
dois grandes vales. Para evitar verno que o mundo havia conhe­ ceram ambos dinastias que dura­
atravessá-lo, as estradas passavam cido e garantir a segurança do ram até o período de conquista ro­
pelo que foi caracterizado pelos povo na vida, paz e abundância mana do primeiro século A.C.;
historiadores como “O Fértil Cres­ de alimentos, a maior apreciação mas, nenhum desses reinos havia
cente”. Através dessa estrada, os possível da estética da vida, con­ acentuado a helenização do Orien­
mercadores, manufatureiros e co­ vicções religiosas sinceras que asse­ te e do Oriente Próximo como fi­
merciantes competiam pelas espe­ gurariam a imortalidade e uma vida zera Alexandre.
ciarias do Oriente; o aço, sedas e feliz durante a mortalidade. Durante os séculos seguintes, os
linhos de Damasco; os tapetes da Para alcançar seus objetivos, reinos pós-alexandrinos foram des­
Pérsia e Babilônia; os cereais, fru­ Alexandre estabeleceu novas cida­ truídos até serem todos novamente
tas secas, vinho e óleos da Pales­ des para o aprendizado, nas quais reincorporados ao Império Roma­
tina; e os perfumes, ouro, ébano, nenhuma tradição, costume ou in­ no. Os romanos, procurando um
marfim e pedras preciosas do teresses dominantes evitassem a agente coesivo que amalgamasse
Egito e África. Desde antes do aceitação de suas idéias. Foram suas conquistas, retomaram a idéia
início das histórias escritas, essa fundadas Alexandria, Alexandreta, de uma unidade cultural e religio­
rota vinha sendo seguida por pas­ Alexandrópolis, Alexandrópole, a sa patrocinada pelo estado. Foi
tores nômades, caravanas, popu­ Decápolis (cinco de dez cidades na despendido dinheiro em pródigos
lações migratórias e exércitos Terra Santa e Coel-Síria) e outras. templos de mármore em todo o
conquistadores. Estabeleceram-se escolas na espe­ império. Estatuários de deuses
Um desses conquistadores foi rança de que, se a humanidade místicos e grandes mortais foram
Alexandre Magno, um dos mais vi­ pudesse livrar-se das superstições, esculpidos aos milhares. Teatros e
gorosos monarcas do mundo anti­ falsas religiões e misticismo, o salas para concertos apareceram
go. Era completamente dedicado à mundo poderia alcançar um estado em todo o império; e dramaturgos,
causa da cultura helênica (grega) paradisíaco. historiadores e poetas surgiram em
10 A LIAHONA
grande número. Deu-se ênfase à Então aumentaram os esforços go­ sado em abafá-lo. (Vide João
beleza de um corpo físico bem de­ vernamentais romanos para des­ 11:48.)
senvolvido através de exercício truir a solidariedade da cultura ju­ Herodes, o Grande, reinava
muscular e atlético. dia. Foi estabelecido um campo quando Jesus nasceu, mas estava
Na Palestina, esse helenismo de ginástica nas imediações de Je­ sob o controle do governador ro­
criou conflito entre o povo judeu rusalém. Os jovens, eram encora­ mano da Síria. (Vide Lucas 2:1-
e as tentativas do governo de dis­ jados a participar dos esportes, 2.) Depois da morte de Herodes,
seminar tal cultura entre os jo­ usando um mínimo de roupas. As seu domínio foi dividido entre três
vens de Israel. Muitos dos ideais moças eram ensinadas a libertar-se de seus filhos, que foram rebaixa­
de cultura estavam em conflito com do forte domínio materno, garan­ dos à condição de “etnarca” (le­
os fundamentos da religião e vida tir uma educação, vestir-se confor­ gislador de uma tribo ou nação,
familiar dos judeus. Para eles, a me as modas mais modernas e usar governador de uma província) mas
arte, em todas as suas formas fí­ os banhos públicos. Foram estabe­ ainda tinham permissão de usar
sicas, estava em conflito com o lecidas escolas para ensinar a arte, localmente o título de rei. Quando
Segundo Mandamento. A estatuá- literatura e ciência pagãs, assim da crucificação de Jesus, um go­
ria nua, assim como a natação e como o ponto de vista grego rela­ vernador romano havia sido posto
os exercícios ao nu ou seminu era tivo à moralidade. Alguns quilô­ sobre a Terra Santa, com sua sede
ofensivo ao povo judeu que, no metros ao norte de Nazaré, criou- em Cesaréia.
decurso de vários séculos havia se um novo centro helênico, conhe­
cido como Sephoris. Foi construí­ Depois de a Palestina ter obtido
moldado padrões rígidos contra a seu próprio governador, Cesaréia
exibição de qualquer parte do do durante a meninice de Jesus
tornou-se sua residência. Os go­
corpo, exceto as mãos, pés, pes­ numa tentativa para infiltrar a cul­
vernadores normalmente só iam a
coço e cabeça, em público. As mu­ tura grega na Galiléia. Para os ofi­
ciais do governo, este centro era Jerusalém para assistir às princi­
lheres usavam véus em público pa­ pais festas judias, como a Páscoa,
ra esconder o rosto. Não havia um meio de destruir a solidarieda­
o Pentecoste, a fesa dos Taber-
banhos públicos em que as pessoas de judaica, na esperança de evitar
náculos e da Dedicação. Quando
nadassem ou se banhassem na pre­ que fanáticos religiosos fomentas­
visitavam Jerusalém nessas oca­
sença de outros. As apresentações sem a revolução e tentassem elimi­
siões, os governadores ficavam hos­
do teatro romano com freqüência nar a autoridade romana na terra.
O esquema completo tinha por pedados na fortaleza de Antônio,
tratavam do sexo de modo ofensi­ onde era mantida uma pequena
vo à sensibilidade judia. As rela­ objetivo fazer com que o judaismo
guarnição do exército durante todo
ções extramatrimoniais eram dis­ deixasse de existir como uma reli­
o ano, mas que muito se aumentava
cutidas ou descritas no palco sem gião monoteista no estado pluralis­
com o acréscimo das tropas que
apresentar-se qualquer punição pe­ ta romano.
Roma governava seu vasto im­ acompanhavam os governadores a
lo pecado; isto violava os desejos Jerusalém durante suas visitas
dos judeus que insistiam em que a pério mantendo no poder o mais
forte dos reis locais. Concedia-lhes festivas.
punição seguisse esses atos. A re­
ligião judia era baseada na revela­ o título de rei mas colocava-os sob Roma controlou a Palestina du­
ção de Deus, através dos profetas a jurisdição de um governador re­ rante toda a vida de Cristo e tam­
e patriarcas. A cultura helênica gional. Precisamos compreender o bém no período do princípio da
atribuia o raciocínio, a observação poder limitado possuido tanto pela igreja cristã. Embora a Palestina
autoridade religiosa quanto política fosse um país relativamente peque­
e a experiência humanas com ou­
tros seres humanos como fontes que o governo romano concedia no, sua posição provou-se vantajo­
das quais se originou a religião, àqueles que controlavam o estado sa à difusão do cristianismo. A
independente de qualquer comuni­ vassalo dos judeus. Isto é manifes­ rota tão preferida pelos conquista­
cação dos seres divinos. to no medo que o corpo de gover­ dores e negociantes, pelos exércitos
nantes judeus tinha de que, se o e caravanas, serviria agora para a
Os judeus resistiam aos progra­ movimento que Jesus estava en­ disseminação do Evangelho. Par­
mas governamentais para a doutri­ cabeçando crescesse, as autori­ tindo da Palestina, os ensinamen­
nação da juventude. (Lembrem-se dades romanas o encarariam como tos do Salvador do mundo espa-
de que os judeus eram propensos outro movimento revolucionário lhar-se-iam por essas mesmas rotas
à revolução, tendo estabelecido um judeu e removeriam a aristocracia comerciais, cristianizando grandes
reino independente em 142 A.C.). judia governante que havia fracas­ porções daquele mundo.

SETEMBRO DE 1975 11
O Salvador, no Ianque de Betesda.
Q uadro de Carl Heinrieh Bloeh. Cor­
tesia da Camera Clix Photo.
“ Por que transgredis vós tam bém o relação às pessoas campesinas: “ Pode
m andam ento de Deus pela vossa tradi­ vir alguma coisa boa de N azaré?. . . ”
ção?. .. invalidastes, pela vossa trad i­ (João 1:46.) “És tu tam bém da Gali-
ção, o m andam ento de D eus. . . ” (Mat. léia? Examina, e verás que da Galiléia
15:3, 6; veja tam bém Marcos 7:3, 8-9, nenhum profeta surgiu.” (João 7:52.)

A Vida 13.) Mas o povo havia sido grande­


mente afetado pela injunção: “M aior
No entanto, foi de entre as pessoas
daquela região que Jesus cham ou aque­

Cotidiana rigor se aplica às palavras dos escribas


do que às palavras da Lei.” (Sanh.
les que seriam apóstolos.

O hom em comum, portanto, era al­


11:3.)

na Palestina As diferenças entre as seitas que ha­


guém que, ainda que influenciado por
m uitas das tradições, não pertencia às
viam surgido entre o povo deviam-se, seitas derrisórias e dom inantes de seu
Edward J. Brandt em grande parte, ao grau em que tem po. A m aioria do povo ocupava-se
aceitavam e seguiam as tradições dos em atividades agrícolas: proprietários
anciãos. O núm ero pertencente às vá­ de terras, arrendatários, pastores. Os
rias seitas era pequeno. Josefo registra outros dedicavam-se a um a profissão:
'W Tocê algum a vez imaginou como
que, das multidões que habitavam a — talhadores de pedra, sapateiros, al­
■ / era realm ente a vida entre os
terra (aproxim adam ente algumas cente­ faiates, ferreiros, oleiros, carpinteiros,
■ / judeus durante a época do Sal­
nas de milhares) som ente cerca de 6.000 tecelões e tintureiros. Os que tinham
vador? Em que viviam? Quais
pertenciam ao grupo dos fariseus. (An- os mesmos ofícios geralmente locali-
eram suas ocupações? O nde ou como
tiq. X V II 3, 4.) Os saduceus, com suas zavam-se na mesma rua ou bairro da
adoravam ?
alegações sacerdotais, form avam um cidade. Uma casa variava de acordo
Estas e m uitas outras perguntas po­
grupo aristocrático ainda m enor que com o nível econômico dos seus ocupan­
deriam ser respondidas, mas os séculos
possuia grande influência e ocupava tes. Cada casa era geralm ente ligada a
deixaram suas m udanças não somente
m uitas posições-chave de liderança po­ um pátio e continha diversos aposen­
na terra; eles tam bém ocultaram as
lítica e religiosa devido a seu apoio aos tos. Com freqüência alguns dos quar­
ruínas de cidades e vilas que, um dia
governantes estrangeiros. Mas, mesmo tos eram usados para a prática da
pululavam com as atividades da época.
os saduceus se subm etiam a algumas profissão do proprietário. O teto geral­
As descobertas arqueológicas têm for­
das “tradições” geralm ente m antidas m ente servia como um tipo de terraço
necido, através dos anos, muitos indí­
pelo povo. Tam bém existiam outras ou podia conter outros aposentos para
cios e panoram as dos tempos antigos.
seitas naquele tempo. Os essênios eram convidados e festas.
Os velhos registros, particularm ente,
em núm ero considerável mas, geral­
têm fornecido dados úteis para a obten­ A influência religiosa cedo era sen­
m ente se isolavam do povo, como um
ção de um quadro razoavelm ente exa­ tida no lar até mesmo do homem
todo. O restante das pequenas seitas
to. O Novo Testam ento, quando exami­ comum. A oração fam iliar, de m anhã
eram quase todas insignificantes em
nado com registros tais como o Mish- e à noitinha, e antes e depois de cada
número.
naico ou tradição interpretativa oral refeição, assim como a oração indivi­
dos judeus, revela um lam pejo da vida Jerusalém era o local em que as sei­ dual, tinham um a profunda influência
diária na época de Jesus. tas floresciam, sendo que poucos de sobre as crianças, A mãe tinha a res­
A lei mosaica era o alicerce religioso seus seguidores habitavam fora de suas ponsabilidade natural de ensinar os
do povo. Mas, a apostasia tinha diluido vizinhanças. As massas que com pu­ filhos nos seus primeiros anos. O pai
seus propósitos fundam entais através do nham as ciddaes e vilas da terra eram ajudava auxiliando o filho a saber ci­
desenvolvim ento de “tradições”. Estas conhecidas como o Am ha-Aretz ou o tar certas passagens das Escrituras para
eram, em grande parte, determinações “povo da terra .” Sem instrução relativa que, na idade de cinco anos, ele pu­
legais surgidas como resultado das in­ aos detalhes das tradições, e)es eram desse ler em voz alta. Encontra-se no
terpretações escriturísticas não autoriza­ considerados como camponeses igno­ Mishnah um a declaração esboçando as
das por Deus, e lidavam principalm en­ rantes e simples. As pessoas da Gali- características de realização a serem
te com a lei de Moisés. Essas "tradi­ léia e da região rural da Judéia eram teoricam ente cum pridas por todo me­
ções” eram obrigações externas que deficientes aos olhos das seitas no que nino em cada idade da vida. “ .. . Aos
governavam a vida cotidiana do indi­ se referia ao cum prim ento dos requisi­ cinco anos (ser capaz de ler) as Escri­
víduo. O Salvador condenava os fari­ tos d a lei de Deus. O registro escritu- turas (iniciando com Levítico); aos dez
seus, que eram os aderentes mais rigo­ rístico dem onstra o ponto de vista o M ishnah; aos treze, os m andam en­
rosos desse sistema. Perguntou ele: cético que tinham os religiosos com tos (Filho da Lei); aos quinze o Talmu-

SETEMBRO DE 1975 13
de; aos dezoito a câm ara-nupcial; aos 11:13-21; Num. 15:3741.) Seguia-se o déia sob um governador rom ano e o
vinte ter (um a profissão; aos trinta, principal propósito do serviço — o en­ restante com reis-vassalos. Os repre­
autoridade; aos quarenta, discernim en­ sino do povo. Começava com a leitura sentantes de Roma eram principalm en­
to; aos cinqüenta, conselho, aos ses­ sucessiva sistem ática dos livros de Moi­ te m ilitares e adm inistravam os assun­
senta ser um ancião (élder) ... ” sés, uma seção arranjada para cada tos civis do povo. Eclesiasticamente, o
(Aboth. 5:21.) Sabá do ano. Depois da leitura da lei,
povo judeu era governado em cada
seguia-se um a lição dos profetas que
Na idade dos seis anos, a educação com unidade por um sinédrio ou “con­
costum eiram ente era correlacionada
dos filhos masculinos passava para a selho”, que variava em tam anho de 3
com a seção da lei que fora lida. O
escola local, anexa a quase toda sina­ a 23, dependendo da extensão da co­
serviço freqüentem ente term inava com
goga do país. O professor era sempre m unidade. Todos os sinédrios locais
um sermão ou discurso. Serviços es­
um homem casado, assalariado pelos eram designados e dirigidos por um
peciais seriam tam bém realizados em
pais que contribuíam voluntariam ente G rande Sinédrio em Jerusalém. Sua
dias de festa, e, em alguns lugares, nas
para o seu sustento. O estudo das Es­ jurisdição, em bora pretendendo ser li­
segundas e quintas-feiras para as pes­
crituras iniciava-se pelo Levítico, pas­
soas das fazendas que vinham ao m er­ m itada a assuntos religiosos, tinha am­
sando pelos outros livros de Moisés,
cado e não viviam perto da sinagoga. plo efeito por causa da lei mosaica e
depois para os profetãs e finalm ente
O serviço durava de um a a três horas, das tradições. Cada cidade e vila tinha
para os outros escritos. Adicionalm ente,
dependendo da ocasião e dos oradores. também um a autoridade judia local
o estudo das tradições vinha à m edida
As m ulheres sentavam-se nas laterais, denom inada de “os anciãos”. Esses an­
que a idade e o avanço perm itia. Co­
longe dos homens e separadas por uma ciãos governavam principalm ente os
mo a escola ocupava apenas quatro ou
repartição, ou na parte de trás da assuntos sociais e também exerciam um
cinco horas do dia, havia bastante tem­
principal área da assembléia. Desta lim itado controle civil. O povo estava
po para que o jovem aprendesse uma
form a, as m ulheres podiam tam bém sujeito a impostos para cada um des­
profissão. T rabalhando com seu pai ou
participar das instruções.
outra pessoa, ele deveria aprender a ses corpos governantes. As mulheres
profissão, não im porta onde sua educa­ O casam ento era encarado como um começavam a pagar imposto na idade
ção fosse levá-lo. Se, com a idade de dever religioso. O rapaz devia casar-se de 12 anos e os homens aos 14. Um
16 ou 17 anos o jovem houvesse con­ aos 16 ou 17 anos e, aos 20 nos im posto do templo para m anter e fa­
tinuado os estudos e dem onstrado bom casos extremos. As moças podiam ser zer funcionar o santuário e seus diri­
progresso, poderia prosseguir com um dadas em casam ento pelos pais com gentes tam bém era exigido. Do tributo
grande professor. A maioria, entretanto, doze anos e um dia. Se fossem casa­ imperial de Roma aos impostos arre­
deixava a escola depois de aproxim a­ das antes dessa tenra idade, tinham di­
cadados em toda a com unidade para o
dam ente cinco anos p ara continuar no reito ao divórcio. Depois da idade le­
sustento da sinagoga, escolas, obras
trabalho escolhido como profissão. gal, a moça tinha livre direito para
públicas e exigências sociais; o povo
consentir com qualquer noivado, ou
E a educação das m ulheres? A edu­ tinha que arcar com uma pesada carga
casam ento. T anto o noivado como o ca­
cação da m enina era inteiram ente ca­ em sua luta pela vida.
sam ento exigiam um contrato p or es­
seira. Seus primeiros anos eram seme­ crito, que só podia ser rescindido atra­
Este breve relance da vida cotidiana
lhantes aos do m enino — participando vés do divórcio. O noivado era um
do homem comum durante a época de
das orações e citações de Escrituras. A tipo de período de compromisso pres­
Cristo foi obtido através do exame dos
medida que ia crescendo, eram-lhe en­ crito pela lei, a fim de serem feitos
rem anescentes dos escritos rabínicos
sinadas habilidades domésticas e m a­ todos os arranjos necessários para o ca­
posteriores. E, no entanto, a evidência
ternais; mas, adicionalm ente, seu trei­ samento. O divórcio era conseguido
da influência das “tradições” confor­
nam ento era enriquecido quando assis­ com algum a facilidade de acordo com
me encontrada nas páginas do Novo
tia regularm ente às festas, festivais e as interpretações e tradições estabele­
Testam ento sugere seu valor em uma
serviços na sinagoga com sua família. cidas pelos anciãos do povo. Nenhum
reconstrução parcial da era do novo
divórcio, entretanto, era legal sem um a
A adoração na sinagoga era o pon­ convênio das Escrituras. Enquanto a
carta ou docum ento de divórcio.
to alto do Sabá. O serviço consistia, lei mosaica e essas “tradições” em sua
basicam ente, de orações especiais e da Os problem as do governo durante plenitude se tornaram um a maldição
recitação do Shema, que é um tipo os tempos refletem-se na taxação dos para alguns, para outros foram um
de credo escriturístico tirado de Deute- impostos sobre o povo. Toda a terra mestre-escola de preparação para a lei
ronôm io e Números. (Deut. 6:4-9; era um a província rom ana, com a Ju- do Evangelho. (Vide G ál. 3:13, 24-25.)

14 A LIAHONA
Árvore da Felicidade
Eva Gregory de Pimienta

^ R e s u m o da parte já publicada: “felicidade” para plantar, com


Vdriano, um pastorzinho a promessa de que a árvore lhe trará
'sensível das montanhas do felicidade se ele cuidar dela. Ao crescer, a
ÍMéxico, sonha em tornar-se um árvore floresce repentinamente com uma
ígrande concertista de violino. grande profusão de flores douradas e
vermelhas. A árvore fica tão linda que um
Certa noite, ampara uma velha cigana e rico proprietário de terras se oferece para
convida-a para ficar em sua casa onde ela comprá-la, mas, quando Adriano descobre
conta ao rapaz e à sua família a respeito dos quão mau e egoista ^
belos salões de concertos que é o homem, \
viu e sobre a bela música que recusa-se a vender a
ouviu. Quando parte, dá ao árvore ou mesmo
rapaz uma semente de dar-lhe quaisquer
tabachin ou árvore da (i'M\ sementes.

Adriano tem outros planos para as sementes. — Senor Alcalde (Sr. Prefeito)? — perguntou
No início, Adriano pensou em vender as semen­ hesitante.
tes da árvore tabachin. Se Don Porfírio Paz estava O homem levantou os olhos, então sorriu e disse:
desejando pagar um preço tão grande pela árvore, — Si, José Lopez, às suas ordens.
haveria provavelmente outros que pagariam alguns Respirando fundo, Adriano começou: — Acaba
centavos pelas sementes. de me ocorrer que talvez o senhor gostasse de ter
Ele abriu uma das vagens e contou vinte semen­
tes. Olhou para as centenas de vagens e começou a
multiplicar cada uma das sementes por quatro cen­
tavos. O resultado fez com que sua cabeça girasse
com um sentimento de riqueza. Pensou, então, no
rosto duro e egoísta do homem rico.
Ele não é feliz, admitiu Adriano para si mesmo.
A riqueza nem sempre traz felicidade.
Lembrou-se das ruas vazias e feias e da “plaza”
da vila vizinha onde havia apenas algumas árvores
de sombra. Agora lhe vinha uma idéia diferente.
— Padre (papai), — perguntou ele na manhã
seguinte, — o senhor poderia passar sem mim hoje?
Tenho uma tarefa muito importante a realizar.
— Si, — concordou seu pai.
O palácio da justiça havia acabado de abrir para
os trabalhos do dia quando Adriano chegou à vila.
Entrou hesitante, inclinando a cabeça para o homem
que estava varrendo a rua de pedras.
Ele tirou o sombrero enquanto avançava vaga­
rosamente em direção ao homem grande que estava
sentado atrás de uma mesa gasta.
SETEMBRO DE 1975 15
algumas árvores extraordinárias para embelezar a — Gracias (obrigado)! — disse Adriano.
plaza. Seus pés voavam, mal tocando o chão, quando
Os olhos azuis de Don José reluziram alegre­ correu para casa. Estava quase sem fôlego de exci­
mente. tação ao contar a seus pais a história do violino. Eles
— Você é o dono da árvore tabachin? — per­ acenaram com prazer enquanto Adriano exclamava
guntou ele. repetidamente: — A árvore da felicidade! Ela rea­
— Si, Senor, — respondeu Adriano. lizou meu sonho!
— Acho que seria uma idéia excelente, — disse Quando as árvores tabachin floriram na vila,
o prefeito. — Mas acho que as sementes são muito Adriano já havia aprendido tudo que podia do velho
delicadas. Quem as plantará? professor de música. — Agora você está pronto para
— Plantarei as sementes, Senor, — ofereceu ir para a cidade, onde se encontram os verdadeiros
Adriano, — e cuidarei das plantinhas depois do tra­ mestres, — disse ele.
balho, à noitinha. — Mas, não tenho dinheiro algum, — protestou
Adriano plantou as sementes, construiu cercas Adriano.
protetoras em sua volta e cuidou das plantinhas como
— Você tem mais do que dinheiro, — replicou
se fossem suas. E quando elas ficaram fortes e não
o mestre. — Você pode tocar violino para pagar seus
precisavam mais de muitos cuidados, o prefeito cha­
estudos e também por seu alimento.
mou Adriano para uma reunião especial.
— Queremos, de alguma forma, agradecer-lhe E assim Adriano partiu para Oaxaca. Depois
pelo que fez pela vila, — declarou o prefeito. — Gos­ de dois dias de caminhada, o lanche que sua mãe pre­
taríamos de saber se podemos realizar algum simples parara havia terminado. Cansado e com fome ele
desejo seu. chegou a um pequeno vilarejo ao pôr do sol.
Adriano olhou para o círculo de rostos sorriden­ Agora, começa o teste, pensou Adriano de si
tes à sua volta. Seu coração disparou — com sur­ para consigo. Parou na esquina e tirou seu violino.
presa e esperança. Imaginou se ousaria pedir o que A princípio, somente uma ou duas pessoas curiosas
mais desejava. pararam, mas, continuando a tocar, muitas outras se
— Senor, — disse finalmente, — tenho real­ reuniram. Quando parou choveram sobre ele pe­
mente um desejo. Eu gostaria de aprender a tocar quenas doações de dinheiro.
violino. Adriano chegou à cidade com dinheiro suficiente
O prefeito atirou para trás a cabeça e sua grande para pagar a comida e um quartinho nos fundos de
risada ecoou pelo pequeno saguão. uma hospedaria. O hospedeiro concordou em deixar
— Você terá seu desejo satisfeito! — declarou. Adriano trabalhar nos estábulos.
— O velho professor de música é um amigo meu. Algumas semanas mais tarde, Adriano encontrou
Eu mesmo o levarei até ele. um professor de música disposto a dar aulas a um
— Sou muito velho e quase surdo, — objetou humilde rapaz do interior pela pequena taxa que este
o mestre de música quando o prefeito e Adriano che­ podia pagar.
garam à sua casa. — E como é que vou saber se As mãos de Adriano começaram a tremer quan­
este rapaz tem talento musical? do se pôs a tocar. Este não é meu velho professor,
Rapidamente Adriano tirou a flauta de dentro pensou Adriano preocupado. Seu rosto é severo e frio.
da camisa e, antes que o professor pudesse protestar, Mas não devo perder esta oportunidade.
começou a tocar. Forçou-se a pensar nos largos ramos da árvore
Depois das primeiras notas, o ancião começou tabachin com suas flores escarlates salpicadas de ou­
a debruçar-se, colocando a mão em forma de concha ro. Finalmente, seus dedos começaram a mover-se
ao ouvido. Logo estava acenando com a cabeça. firmes e rapidamente.
Quando Adriano terminou, os olhos do mestre esta- — Um-m-m, — disse o mestre quando Adriano
vam brilhantes de prazer. — Eu o ensinarei, — con­ terminou, — de quem é essa música? Nunca a ouvi
cordou ele. antes.
— Mas. . . — começou Adriano, lembrando-se — É minha, — disse Adriano, imaginando se
repentinamente da coisa mais importante de todas. devia ter tocado alguma outra coisa.
— Não se preocupe, meu filho, — disse o pre­ — Você está disposto a trabalhar muito sem
feito, pondo a mão no ombro do menino, — a cidade reclamar e fazer muitos sacrifícios? — perguntou o
comprará um violino para você. m estre.,

16 A LIAHONA
— Si! Si! — prometeu Adriano, e, a partir da­ vantou-se surpreso de sua cadeira e adiantou-se
quele momento a vida dele ficou muito diferente. apressadamente.
Em vez de trabalhar nos estábulos, ele tocava à noite — Espere, — ordenou o presidente gesticulando
para os hóspedes da estalagem. Ele estudava e pra­ para que o poeta voltasse à sua cadeira. — Este rapaz
ticava para tomar realidade seu sonho de tocar nos sabe muito bem o que está fazendo.
grandes salões de concerto. Ao invés do som do violino, a sala encheu-se
Um dia, quando Adriano se movia entre as me­ das notas altas e doces de uma flauta rústica. Adriano
sas da grande sala de jantar da estalagem, notou vá­ emitiu o som do canário silvestre e da calandra. To­
rios estranhos perto da lareira. Quando a última nota cou as ovelhas pastando, o cão pastor e os riachos
de seu violino morreu, um dos estranhos dirigiu-se murmurantes em sua flauta. Quando terminou, viu
a ele. que os olhos do presidente estavam cheios de
Adriano curvou-se polidamente e permaneceu lágrimas.
quieto esperando que o estranho alto e esguio falasse. Nos dias seguintes Adriano lembrou-se daquele
— Qual é seu nome, rapaz? — perguntou o rosto circunspecto e triste. Lembrou-o enquanto to­
homem. cava seu violino nos grandes salões de concerto. Lem­
— Adriano, — respondeu. brou-o quando se misturava com os ricos ou tocava
— Bem, Adriano, — respondeu o estranho, — para os pobres.
você gostaria de tocar para um amigo meu muito es­ Certo dia, descendo de sua carruagem para en­
pecial que está visitando Oaxaca, sua cidade natal? trar em um salão de concertos, Adriano viu que a
— Se minha música lhe agradou terei prazer em multidão que se reunia para vê-lo era ainda maior
tocar para o seu amigo, — respondeu Adriano. do que a costumeira. Compunha-se de homens, mu­
— Virei buscá-lo dentro de uma semana, con­ lheres e crianças de todas as camadas da vida. Ao
tando de hoje, então, — disse o estranho. — Meu abrir caminho entre as pessoas, um menino engraxate
nome é Guillermo Prieto, e o amigo a respeito do adiantou-se.
qual falo é Don Benito Júarez. — Como gostaria de poder ouvir o grande
O primeiro nome foi o bastante para fazer Adria­ Adriano tocar só uma vez! — escutou Adriano.
no assombrar-se pois Guillermo Prieto era um poeta O violinista parou repentinamente. Colocando
famoso, mas o segundo nome deixou o rapaz sem a caixa do violino sobre o joelho, ele o retirou e co­
fala. Don Benito Júarez era o presidente do México! meçou a tocar. Executou a música dos grandes mes­
Adriano passou a semana seguinte praticando co­ tres, e suas próprias músicas. Fez com que o violino
mo nunca o fizera antes. Quando chegou o dia do risse. Fê-lo chorar. Então, inesperadamente, come­
grande acontecimento, ele se vestiu cuidadosamente. çou a tocar uma nova canção. E sentiu estar tocando
Mas, ao olhar-se no espelho, divisou o rosto de um a canção da árvore da felicidade.
pastor amedrontado e solitário. Para tomar coragem, Quando a multidão finalmente se dispersou,
Adriano pegou sua flauta da mesa e a colocou dentro Adriano sentiu uma súbita saudade de seu lar e da
de sua jaqueta de veludo. árvore tabachin. Deixou a carruagem na rua e come­
A sala de recepções da rica mansão estava cheia çou a andar.
de homens e mulheres importantes e ricos. Houve Os antigos dizem que as árvores tabachin da vila
uma movimentação quando entrou um homem de ter­ floriram no dia em que Adriano chegou, embora ain­
no escuro. Guillermo Prieto levou Adriano para co­ da fosse muito cedo.
nhecer o presidente. O rapaz sentiu-se muito pequeno — Sei o que é a felicidade, — disse ele, depois
e humilde diante do homem grande e famoso. de haver saudado seus pais. — A felicidade é dar,
dar como fiz com as sementes da árvore tabachin.
— Toque agora, — disse o presidente gentil­
Darei minha música a todos aqueles que quiserem
mente, depois de havê-lo cumprimentado.
ouvir e minha riqueza aos pobres e desafortunados.
Repentinamente Adriano ficou impressionado Levando apenas uma muda de roupa e seu vio­
pela nota de tristeza no rosto do presidente. lino, Adriano iniciou uma viagem por todos os can­
Aqui está um homem famoso, pensou divagando, tos do México. De todas as músicas que tocou, “A
mas é evidente que está preocupado e solitário. Canção da Árvore da Felicidade” foi a favorita de
Lembrou-se, então, de que Don Benito Júarez todos.
já havia vivido nas montanhas de Oaxaca. Decidindo- E algumas pessoas acham ainda hoje que o som
se rapidamente, Adriano fechou a caixa do violino e macio e doce do vento nas árvores tabachin é real­
apanhou sua flauta. Ao vê-la, Guillermo Prieto le­ mente a música do violino de Adriano.

SETEMBRO DE 1975 17
QUEBRA-CABEÇAS DE PONTOS LABIRINTO
Evalyn Shephard Beverly Johnston
Una os pontos para encontrar dois amigos emplumados.

48
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35 3l)

sem cruzar nenhuma


das linhas, ajude
Joãozinho a pegar s
papagaio antes que el
voe para longe.

ENCONTRE 0 PASSARINHO DIFERENTE


Ann Stacey
Você pode encontrar o passarinho diferente?

para
Divertir
ASSOPRAR BOLHAS
por Chauncey Mobberly
Você precisará de: tubo de papelão,
cartolina, tesoura, tintas e pincel.
Pinte o tubo de papelão de uma cor viva.
Este será seu soprador de bolhas.
Depois que a tinta estiver seca, pinte duas
fileiras, uma de oito e outra de seis
círculos brancos pela extensão do tubo.
Escreva as palavras ASSOPRAR BOLHAS
usando um círculo branco para cada letra.
Corte, na cartolina, quatro círculos
(“bolhas”) um pouco menores do que o
diâmetro do tubo de papelão. Escreva a
palavra BUM em um lado de cada círculo.
É divertido brincar de assoprar bolhas

tanto sozinho como com amigos. O objetivo


da brincadeira é assoprar as quatr
bolhas (círculos) de papel para fora do
tubo para que aterrissem com os lados lisos
para cima. O jogador ganha um ponto
por bolha que aterrissar com o lado liso
para cima. Nenhum ponto é feito qij
as bolhas aterrissam com o lado escr
BUM para cima. O primeiro particip
conseguir dez pontos ganha

TESTE DE COMBINAÇOES
Richard Latta
Combine as gravuras destes
objetos com os seus nomes.

19
PAREDES
RELUZENTES
por íris Syndergaard

Ilustrado por Sherry Thompson


ilda Larson estava pondo a Nenhuma estava quebrada naquela — Todos os santos em Kirtland

H mesa quando seu pai entrou


e lhe disse: — Tire a
louça velha, Hilda. Vamos
ter visitas.
ocasião, mas a avó de Hilda havia
deixado cair um pires quando era
criança. E a mãe de Hilda sempre
falava de como ela própria havia
têm ajudado, — disse o irmão
Kimball.
— Podemos ser poucos em
número, — concordou o irmão
— Quem é que vem, John? — quebrado o açucareiro depois que
Young, — e pobres, mas somos
perguntou a mãe de Hilda. ganhara a louça como presente de
ricos na fé. Enquanto os homens
Gasamento.
— Dois dos homens com quem trabalham no edifício, as mulheres
trabalhei hoje no templo, — res­ — Como chorei, — disse ela. — fiam e tecem panos para nossas
pondeu ele. Aquele açucareiro era meu favorito. roupas.
— Heber C. Kimball e Brigham Irmão Kimball apanhou a xícara
Hilda andou bem devagar car­
Young. de porcelana que estava ao lado de
regando a frágil porcelana até a
seu prato. — E agora as mulheres
Hilda sorriu, satisfeita por saber cozinha. Depois de a mesa ser pos­
dão suas preciosas louças, — disse
que Brigham Young vinha jantar. ta, a mãe trouxe um jarro azul lin­ ele, olhando para a mãe de Hilda.
Ela gostava da maioria dos homens do que fora usado muito poucas
Ele apontou então para o belo
com quem seu pai trabalhara des­ vezes. Ela colocou o jarro no meio
jarro de porcelana.
de que eles se mudaram para Kir- da mesa. — Pronto, — disse ela.
tland, Ohio. Mas gostava especial­ — Não está lindo? — Aquele também, Irmã Lar­
mente de Brigham Young que son? — perguntou.
Pondo o braço em volta de sua
contava histórias interessantes. esposa, o pai de Hilda disse: — — Sim, Irmão Young, — assen-
Hilda e sua mãe foram até um Está lindo, Sara. — Mas sua voz tiu sua mãe. — Se for necessário.
quartinho onde a louça de porce­ soava triste. — Estou satisfeito de Depois que os homens partiram,
lana era guardada num armário al­ que você tenha uma oportunidade Hilda ajudou a lavar as louças e
to atrás de pesadas portas de vidro. de exibir o jarro de porcelana. colocá-las de volta no armário.
Embora fossem usadas apenas Pode ser a última vez. Quando sua mãe fechou as portas
quando havia visitas ou em feria­ Hilda não compreendeu. Por de vidro, lágrimas escorreram-lhe
dos especiais, Hilda conhecia cada que minha mãe deixaria de usar o pela face. Hilda gostaria de saber
uma das peças. jarro? ficou imaginando. porque todos pareciam tão tristes
Havia uma série de oito bonitos com relação às louças.
Lembrou-se de uma vez em que
pratos com xícaras e pires combi­ lhe havia sido1permitido segurá-lo Na tarde seguinte, Hilda sur­
nando, uma molheira e uma gran­ cuidadosamente junto à janela, pa­ preendeu-se ao ver o pai vir para
de sopeira feita de delicada porce­ ra ver como a luz brilhava através casa cedo. Ele costumeiramente
lana de Dresden. Ao redor da dele. Seu pai lhe explicara que trabalhava no templo o dia inteiro,
borda de cada peça havia um de­ aquela fina porcelana era translúci­ a menos que tivesse um serviço de
senho de ramo de salgueiro em da e que a mãe dele a trouxera marcenaria em Kirtland. Ele falou
delicado azul. consigo da Holanda, havia muitos em voz baixa para a mãe de Hilda:
Enquanto sua mãe lhe estendia anos. — Estamos prontos para recebê-los,
as louças, Hilda as segurava cui­ Em resposta a uma batida na Sara.
dadosamente, peça por peça. porta, papai abriu-a e deu as boas- — Venha, Hilda, precisarei de
— Este jogo de porcelana, — vindas aos dois distintos cavalhei­ sua ajuda, — disse a mãe, levan­
explicou sua mãe, pertenceu à sua ros que estavam fora. — Nossos do-a até a sala onde se encontrava
bisavó. Ela enrolou cada uma das convidados estão aqui, — disse ele, o armário das louças. Ao seu lado
peças em acolchoados quando veio e Hilda e a mãe apressaram-se em se encontrava uma grande caixa.
da Inglaterra, em 1770. Preocupa­ dar-lhes as boas-vindas. — Precisamos arrumar a porce­
va-se todas as vezes que havia uma
Durante a refeição, Hilda apre­ lana nesta caixa, Hilda — disse-
tempestade no oceano, por medo ciou ouvir o pai falando com os lhe a mãe. — As louças são neces­
de que se quebrassem as louças.
dois homens. Falaram de como o sárias para ajudar a construir o
Hilda pensou em como sua avó Templo de Kirtland, que estavam templo. Hilda não podia imaginar
devia ter-se sentido feliz quando construindo, estava prestes a ser como as louças de porcelana e o
as louças foram desembrulhadas. terminado. jarro inestimável poderiam ajudar

SETEMBRO DE 1975 21
a construir um templo. Observou com os pedaços de porcelana e vi­ — Não fique triste, Hilda, —
seu pai levantar a caixa de louças dro reluzindo. disse a mãe, pondo o braço à volta
e colocá-la na parte traseira de uma da garota, que soluçava. Mas, por
carrocinha puxada a burro. Eles Um homem que se encontrava todo o caminho de volta, dentro da
foram, então, para a ribanceira próximo disse: — Quase todas as carroça, com a caixa vazia cha­
onde estava sendo construído o mulheres SUD deram suas melho­ coalhando atrás, Hilda continuava
templo. res porcelanas para o templo. chorando silenciosamente.
Certa tarde, depois de terminado
Hilda desceu da carroça e seguiu Hilda mal podia acreditar quan­
do viu a mãe tirar aquela linda por­ o templo, Hilda andava com os pais
o pai até um grande tanque onde
celana de Dresden de uma caixa e pela estrada em direção ao belo
um trabalhador estava mexendo
estender cada peça a um homem edifício. O sol se estava pondo e
alguma coisa.
que estava ao lado do tanque. Ele Hilda viu as paredes do templo.
Inclinando-se, o pai de Hilda fa­ as colocou em uma táboa achata­ Elas reluziam e brilhavam à luz
lou através do barulho: — Esta­ da, quebrou-as e varreu os pedaços do sol.
mos fazendo argamassa de estuque espatifados para dentro do tanque. — Oh, Mamãe! — exclamou,
para o exterior das paredes do com o coração subitamente cheio e
templo. Descobrimos que porcela­ Quando o jarro azul de porcela­ feliz. — Está vendo aquele brilho
na pulverizada ajuda a segurar a na foi quebrado e varrido para a azulado ao lado da porta da frente?
massa. Além disso, — acrescentou, mistura de estuque, Hilda começou Só o vaso de porcelana da Vovó
— as paredes ficam muito bonitas a chorar. Larson poderia reluzir assim!
PRIMEIRO PERÍODO:
DAS PREDIÇÕES DA MORTALIDADE
DE JESUS AO MINISTÉRIO DE JOÃO
Lições 6-8 da Escola Dominical

Acontecimento Lugar Mateus Marcos Lucas João

A Vida pré-mortal
Anunciação a Zacarias Jerusalém 1:5-20
1:1-19

Reclusão de Izabel Judéia 1:24-25

Harmonia Anunciação a Maria


Maria visita Isabel
A visão de José
Nazaré
Judéia
Nazaré 1:18-25
1:26-38
1:39-56

0 nascimento de João Judéia 1:57-80

Entre os 0 decreto de César Augusto


0 nascimento de Jesus
As genealogias de Jesus
Pastores
Belém

Belém
1:1-17
2:1-5
2:6-7
3:23-38
2:8-20

Quatro Circuncisão
Apresentação no templo
Volta a Nazaré
Belém
Jerusalém
Nazaré
Belém ou
2:21
2:22-38
2:39

Evangelhos Visita dos Magos


Fuga para o Egito
A matança das criancinhas
Volta do Egito
Jerusalém
Egito
Belém
Nazaré
2:1-12
2:13-15
2:16-18
2:19-25 2:40
Jesus no templo Jerusalém 2:41-50
ada um dos quatro Evangelhos Residência em Nazaré Nazaré 2:51-52

C contribui com informações,


detalhes e perspectivas não
'encontrados nos outros três.
Quando combinados, eles
SEGUNDO PERÍODO:
DO MINISTÉRIO DE JOÃO ATÉ A PRIMEIRA
PÁSCOA DO MINISTÉRIO DE JESUS
Lições 9-13 da Escola Dominical
apresentam o quadro mais comple­
to e exato que temos do ministério Acontecimento Lugar Mateus Marcos Lucas João
de Jesus Cristo. Aqui, são alistados
os principais acontecimentos rela­ Início do m inistério de João
Batista
tivos aos períodos conhecidos da Início do m inistério Judéia 3:1-2
vida do Salvador com os locais e Introdução e mensagem de
João Judéia 3:1-6 1:1-6 '3:3-6
referências fornecidos pelos livros Pregação de João 3:7-12 3:7-14
Anúncio da vinda de
de Mateus, Marcos, Lucas e João. Cristo 3:11-12 1:7-8 3:15-18
João batiza a Jesus Betabara 3:13-17 1:9-11 3:21-23
Arranjos como estes são geralmen­ A Tentação Judéia 4:1-11 1:12-13 4:1-13
te chamados de harmonias. Não se João declara não ser o Cristo Betabara 1:19-28
João te stifica que Jesus é o
conhecem os locais exatos de todos Cristo 1:29-34
André e Simão encontram Jesus 1:35-42
os acontecimentos, mas a seqüência Encontrados Filipe e Natanael 1:43-51
sugerida de fatos e a localização 0 prim eiro milagre — as
bodas de Caná Caná 2:1-11
geral de lugares ainda desconheci- Jesus vai para Capernaum Capernaum 2:12

TERCEIRO PERÍODO:
INÍCIO DO MINISTÉRIO NA JUDÉIA
DESDE A PRIMEIRA PÁSCOA ATÉ A VOLTA

W Efrai m
-a.!
Jerico
A GALILÉIA
Lições 14-15 da Escola Dominical

Acontecimento Lugar Mteus Marcos Lucas João

Jerusalém

w Belém 0
®^Betania
A primeira Páscoa — primeira
purificação do templo
Nicodemos visita a Jesus
Jerusalém

Jerusalém
2:13-25

3:1-21

|\r
M acários
Volta à Judéia Judéia 3:22
Hebram 9 Testemunho de João a seus Judéia 3:23-36
discípulos
Herodes aprisiona a João Maquero 14:3-5 6:17-20 3:19-20
Jesus parte da Judéia para a Judéia 4:12 1:14 4:14 4:1-3
M ar Morto

Area da Judéia W Galiléia


A mulher de Samaria
Jesus vai para a Galiléia
Sicar
Galiléia
4:4-42
4:43-44

SETEMBRO DE 1975 23
dos pode levar a uma melhor com­ QUARTO PERÍODO: ?®s.E,R.Y*ÇAo; Conforme usado aqui,

preensão da vida do Mestre. GRANDE MINISTÉRIO DA GALILÉIA r ^ S in ! zad. ao


A. Da Volta da Galiléia a Escolha dos Doze norte de Samaria, estendendo-se
A harmonia e sua divisão em pe­ para o leste em direção ao Rio Jordão
ríodos da vida de Cristo está ba­ Lições da Escola Dominical 16-17 e ao oeste para o Mar da Galiléia.

seada na harmonia organizada por


Acontecimento Lugar Mateus Marcos Lucas João
J. Reuben Clark Jr. em Our Lord
of the Gospels (Nosso Senhor dos Prega na Galiléia Galiléia 4:17 1:14-15 4:14-15 4:45
Cura o filh o do régulo Caná 4:46-54
Evangelhos). Rejeitado em Nazaré Nazaré 4:16-30
Trabalho em Capernaum Capernaum 4:13-16 4:31-32
Chamado de Pedro, André,
Tiago e João Galiléia 4:18-22 1:16-20 5:11-11
Expulsa um espírito imundo Capernaum 1:21-28 4:31-37
Cura a sogra de Pedro; muitos
Cesaréa milagres Capernaum 8:14-17 1:29-34 4:38-41
j • de Jesus faz uma viagem de
Filipe pregação Galiléia 4:23-25 1:35-39 4:42-44
0 leproso curado Galiléia 8:1-4 1:40-45 5:12-16
K Cura um paralítico Capernaum 9-2-8 2:1-12. 5:17-26
-■ • 1 # Betsaida Chamado de Mateus que dava
; C, ana^ um banquete Galiléia 9:9-,) 3 2:13-17 5:27-32
1 Mar da Os discípulos de João inquirem
Nazaré 1
W Galiléia sobre o jejum
9 Gadar (Perto do mar da Galiléia) 9:14-17 2:18-22 5:33-39
[■■■rM • A segunda Páscoa Jerusalém 5:1-47
Os discípulos colhem espigas
no Sábado Galiléia 12:1-8 2:23-28 6:1-5
Cura do homem com a mão Galiléia 12:9-14 3:1-6 6:6:-11
mirrada
Riq Jordão Retirada para o Mar da Galiléia 12:15-21 3:7-12
ÁREA DA Ordenação dos Doze Galiléia 10:1-4 3:13-21 6:12-16
Y GALILÉIA
'As lições 18-20 foram colocadas
erroneamente na Parte A do Grande
Ministério da Galiléia em vez de na
Parte B com as lições 21-23. (Vide
Os Ouatro Evangelhos — Suplemento
do Professor de A Doutrina do
Evangelho, 1976/77.
(Salt Lake City: Deseret Book
Company, 1957). Esta mesma obra
QUARTO PERÍODO:
foi utilizada para o arranjo geral
GRANDE MINISTÉRIO DA GALILÉIA (continuação)
das lições da classe de Dou­ B. Do Sermão da Montanha até a Viagem pelo
trina do Evangelho do próximo Norte da Galiléia
ano (76-77). As designações, de Lições da Escola Dominical 18-23
leitura da unidade para o curso são
uma combinação das referências Acontecimento Lugar Mateus Marcos Lucas João
escriturísticas de acordo com os O Sermão da Montanha' Cap. 5-7 6:17-49
Cura o criado do centurião Capernaum 8:5-13 7:1-10
principais períodos da vida de Cris­ Faz reviver o filh o da viúva
to, conforme apresentados pelo Pre­ de Naim Naim 7:11-17
João envia mensageiros;
sidente Clark. (O mercador de perguntas a Jesus Galiléia 11-2-30 7:18-35
livros encontrado neste número Jesus ungido pela mulher
pecadora Galiléia 7:36-50
d’A Liahona tem alistadas as de­ Outra viagem pela Galiléia Galiléia 8:1-3
Cura do homem cego e mudo Capernaum 12-22-23
signações de leitura para o curso.) Acusado de ligação com
Veja também Os Quatro Evange­ Belzebu Capernaum 12:24-37 3:22-30
Jesus discursa sobre sinais Capernaum 12:38-45
lhos — Suplemento do Professor Procurado por sua mãe e
irmãos Capernaum 12:46-50 3:31-35 8:19-21
de Doutrina do Evangelho 1975-76, Multidões ensinadas por
pp. 8, 30, 42, 64, 72, 103, 115, parábolas Galiléia 13-1-3 4:1-2 8:4
(Mar da Galiléia)
127. A forma detalhada dos acon­ Parábola do Semeador Galiléia 13-3-23 4:3-25 8:5-18
Parábola da semente
tecimentos, conforme esqueniatiza- crescendo Galiléia 4:26-29
da pelo trabalho do Presidente Parbola do joio Galiléia 13:24-30
Parábola do grão de
Clark, é aqui fornecida para um mostarda e do fermento Galiléia 13:31-35 4:30-34
Explicada a parábola do
estudo mais detalhado da vida mor­ joio 13:36-43
tal do Salvador. A respeito desse Outras parábolas 13-44-53
A tempestade acalmada Galiléia 8:8-27 4:35-41 8:22-25
arranjo, o Presidente Clark escre­ (Mar da Galiléia)
veu:

24 A LIAHONA
“Organizei os incidentes em uma
Expulsa demônios dos Gadara 8:28-34 5:1-20 8:26-39 ordem cronológica que parece, de
gadarenos (gergesenos)
Volta a Capernaum Capernaum 9:1 5:21 8:40
maneira geral, representar o ponto
Faz reviver a filha de Jairo Capernaum 9:18-29, 5:22-24, 8:41-42, de vista da maioria dos harmonis-
23-26 35-43 49-56
Cura mulher com o fluxo Capernaum 9:20-22 5:25-34 8:43-48 tas consultados. Não se deve supor
Cura dois cegos Capernaum 9:27-31
Cura endemoniado mudo Capernaum 9:32-34
que representem necessariamente a
Segunda rejeição em Nazaré Nazaré 13:54-58 6:1-6 verdadeira ordem cronoiogica dos
Viagem à Galiléia Galiléia 9:35-38 6:6
Enviados os Doze — Parábola Galiléia 6:7-13 9:1-6 acontecimentos que compuseram a
das terras e mordomias vida do Salvador. Supõe-se que
Jesus continua sua viagem Galiléia 10:1,5-42
Herodes decapita João2 Maquero 6:21-29 eles possam aproximar-se dessa or­
Herodes pensa que Jesus é Galiléia 11:1 6:14-16 9:7-9
João dem. É certo que alguns elabora­
Os doze relatam sua missão Capernaum 14:6-12 6:30 9:10 riam uma ordem cronológica dife­
M inistério em Betsaida Betsaida 14-1-2 6:31-32 9:10-11
Alimenta cinco mil (perto de Galiléia 14:13 6:33-44 9:12-17 6:1-14 rente da que é aqui usada.
Betsaida)
Jesus impede que o façam rei Galiléia 14:14-21 6:45-46 6:15
14:22-23 “Mas, afinal, a ordem precisa de
Jesus anda por sobre o Mar Galiléia 14:24-33 6:47-52 6:16-21
da Galiléia acontecimentos pode não ser muito
Discurso à multidão sobre o Capernaum 6:22-71
Pão da Vida importante. O que Jesus disse e fez,
Cura pessoas em Genesaré Genesaré 14:34-36 6:53-56 seu ensinamento e doutrinas é que
Discurso sobre a pureza Capernaum 15:1-20 7:1-23
realmente importam. (Our Lord of
the Gospels p. VI).
'Tanto McConkie quanto Taimage indicam 2No livro Jesus, o Cristo, de Taimage, a
que o Sermão da Montanha foi feito história do aprisionamento de João
depois da chamada dos Doze (Vide Batista até sua morte é considerada como
Taimage, Jesus, o Cristo, p. 223) e um todo, fora da cronologia dos
também, McConkie, Doctrinal New acontecimentos. (Vide Jesus, o Cristo,
Testament Comentary, volume I, pp. 245-53.)
The Gospels pp. 14-16, 213-15.

QUARTO PERÍODO:
GRANDE MINISTÉRIO DA GALILÉIA (continuação)
C. Do Afastamento para o Norte da Galiléia até
o Encerramento do Ministério Galileu
Lições da Escola Dominical 24 e 25

Acontecimento Lugar Mateus Marcos Lucas João

Viagem para as regiões 15:21 7:24 7:1 'Este período é combinado em très partes,
setentrionais A, B e C no curso da Escola Dominical.
Cura a filha da mulher grega Região de Tiro 2Jesus, o Cristo, p. 500, nota h.
e Sidon 15:22-28 7:25-30 3Jesus, o Cristo, p. 504, nota 5.
Volta ao Mar da Galiléia Mar da Galiléia 15:29 7:31
Cura o homem surdo Decápolis 7:32-37
Alimenta os quatro mil Decápolis 15:29-38 8:1-9
Jesus vai para Magdala (Mar Magdala 15:39 8:10
da Galiléia)
Discursos a respeito de sinais Capernaum 16-1-2 8:11-21
Cura o cego Betsaida 8:22-26
O testemunho de Pedro sobre Região de
o Cristo Cesaréia de
Filipo. 16:13-20 8:27-30 9:18-22
Ensina os discípulos a respeito Região de 16-21-28 8:31-38 9:23-27
da morte e da ressurreição Cesaréia de
Filipo 9:1
A transfiguração — confere Monte da
as chaves do Sacerdócio Transfiguração1 17:1-13 9:2-13 9:28-36
Cura um endemoniado 17:14-21 9:14-29 9:37-43
Jesus viaja novamente pela Galiléia 17:22-23 9:30-32 9:43-45
Galiléia
Jesus inquirido sobre o Capernaum 17-24-27
dinheiro do tributo
Discurso sobre mansidão e Capernaum 18-1-14 9:33-37 9:46-48
humildade
Discurso sobre o perdão e o Capernaum 18:15-35
poder selador
Responsabilidade daqueles que Capernaum 9:38-42 9:49-50
agem por Cristo

SETEMBRO DE 1975 25
Discurso sobre sa crifício 2 Capernaum 9:57-62
Envia os setenta Capernaum 10:1-16
Encorajado a ir à Judéia — Galiléia 7:2-9
rejeitado pelos seus
Jesus inicia sua viagem para
Jerusalém Galiléia 9:51-56 7:10

'Monte Hermom ou Monte de Tabor.


2Jesus, o Cristo, p. 297, nota d.

QUINTO PERÍODO:
FINAL DO MINISTÉRIO NA JUDÉIA
Lições da Escola Dominical 26, 27, 28

Acontecimento Lugar Mateus Marcos Lucas João

Pregação na Festa dos Jerusalém 7:11-53


Tabernáculos
Mulher apanhada em adultério Jerusalém 8:1-11
A luz do mundo e o discurso
sobre a unidade Jerusalém 8:12-30
Discurso aos judeus a respeito Jerusalém 8:31-59
de seus pecados
Voltam os setenta1 Judéia 1,0:17-24
Dois grandes mandamentos — Judéia 10:25-37
parábola do bom samaritano
Jesus visita Maria e Marta Betânia 10:38-42
Instruções sobre oração aos Judéia 11:1-13
discípulos
Expulsão do espírito mudo — 11-14-36
acusado
Discurso sobre a pureza 11:37-54
Jesus ensina a multidão — Judéia 12:1-59
parábola do rico insensato
A mortandade dos galileus, Judéia 13:1-9
parábola da figueira
Jesus cura o cego de nascença2 Jerusalém 9:1-41
Parábola do bom pastor Jerusalém 10:1-21
Festa da Dedicação — Jesus Jerusalém 10:22-39
declara-se o Messias

'Taimage indica como acontecimento 2Este acontecimento é apresentado


posterior, mas dá como desconhecida mais cedo na cronologia de
a época exata. (Jesus, o Cristo, acontecimentos de Taimage. (Jesus, o
pág. 413.) Cristo, pág. 398, nota i do rodapé.)

OBSERVAÇÃO: Jesus retirou-se para a província


SEXTO PERÍODO: de Peréia, uma área de terra além do Jordão,
depois de quase perder a vida na Festa da
PERÍODO DA PERÉIA Dedicação. Ali ele pregou por aproximadamente
Lições da Escola Dominical três meses, convertendo muitos. Quando João
Cidade de Caná, local onde a água Batista começou seu ministério, esta foi a
29, 30, 31 primeira área em que trabalhou.
foi transformada em vinho.

Acontecimento Lugar Mateus Marcos Lucas João

Jesus vai para além do Jordão Peréia 10:39-42


Cura de mulher no Sábado' Peréia 13:10-17
Parábola da semente de
mostarda' Peréia 13:18-21
Início da viagem para
Jerusalém' Peréia 13:22-30
Advertência sobre Herodes
Antipa' Peréia 13:31-35
Aviso de que Lázaro está
doente Peréia 11:1-16
Cura de um hidrópico no
Sábado1 Peréia 14:1-24
Discurso sobre sa crifício ' Peréia 14:25-35
Parábolas:' Peréia 15:1-2
A ovelha perdida 15:3-7
A moeda perdida 15:8-10
A volta do filh o pródigo 15:11-32
O mordomo infiel 16:1-13
Discurso sobre a avareza' Peréia 16:14-18

26
Parábola do rico e Lázaro1 Peréia 16:19-31
Discurso sobre os escândalos Peréia
e a fé ' 17:1-10
Lázaro volta à vida Betânia 11:17-46
Conspiração contra Jesus Jerusalém 11:47-53
Viagem à cidade de Efraim Efraim 11:54
Viagem continua — Jesus cura
a dez leprosos1 Samaria 17:11-19
Discurso sobre o Reino de Deus Galiléia 17:20-37
Parábolas: Galiléia
A viúva importuna2 18:1-8
0 fariseu e o publicano1 18:9-14
Atravessa o Jordão para a
Peréia 9:1-2 10:1
Os fariseus tentam a Jesus' Peréia 19:3-12 10:2-12
Abençoa as criancinhas' Peréia 19:13-15 10:13-16 18:15-17
0 mancebo rico pergunta a
respeito da vida eterna' Peréia 19:16-30 10:17-31 18:18-30
Parábola dos trabalhadores na
vinha Peréia 20:1-16
Vai adiante dos Doze para
Jerusalém Peréia 20:17-19 10:32-34 18:31-34 Betânia, am biente de M aria e Marta.
Ambições de João e Tiago Peréia 20:20-28 10:35-45
Cura do cego Bartimeu (perto
de Jericó) 20:29-34 10:46-52 18:35-43
Jesus fica com Zaqueu, o
publicano Jericó 19:1-10
Parábola das dez minas Jericó 19:11-27
Continua em direção a 19:28
Jerusalém
Muitos o procuram Jerusalém 11:55-57

'Taimage discute esses acontecimentos 2Esta parábola é tratada antes por


em uma seqüência de tempo anterior Taimage apenas para ilustrar um
(Jesus, o Cristo págs. 428-66), mas ensinamento doutrinário do Mestre.
sugere que poderiam ter ocorrido Ele sugere que ela foi dada mais
em um tempo posterior (pág. 4731 tarde como demonstrado na harmonia
aqui apresentada. (Jesus, o Cristo
págs. 420-21.)

SÉTIMO PERÍODO: OBSERVAÇÃO: Os acontecimentos


A SEMANA DO SACRIFÍCIO ocorridos durante a última semana da
EXPIARTÔRIO vida de Jesus Cristo sucederam-se
dentro dos muros da cidade ou na
Lições da Escola Dominical 32-44' vizinhança próxima de Jerusalém.

Acontecimento Mateus Marcos Lucas João

Jesus vem para a Betânia 12:1, 9-11

PRIMEIRO DIA DA SEMANA


(DOMINGO)
Entra em Jerusalém procedente 12:1-11 11:1-11 19:29-44 12:12-19
de Betânia
Volta para Betânia 11:11

SEGUNDO DIA DA SEMANA


(SEGUNDA-FEIRA)
Maldição da figueira estéril 21:18-19 11:12-14
Segunda purificação do templo 21:12-13 11:15-18 19:45-48
Volta para Betânia N azaré, sua própria terra.
21:17 11:19 21:37

TERCEIRO DIA DA SEMANA


(TERÇA-FEIRA)
Discurso sobre a fé 21:19-22 11:20-26 21:38
A questão da autoridade 21:23-27 11:27-33 20:1-8
■Parábola dos dois filhos 21:28-32
Parábola dos lavradores maus 21:33-45 12:1-12 20:9-18
Parábola do filho do rei 22:1-14
Ouestão relativa ao tributo a 22:15-22 12:13-17 20:19-26
César

SETEMBRO DE 1975

27
A questão dos saduceus
referente ao casamento depois
da ressurreição 22:23-33 12:18-27 20:27-40
Perguntas do doutor da lei a
respeito do grande mandamento 22:34-40 12:28-34
Jesus pergunta aos fariseus
a respeito de Cristo 22:41-46 12:35-37 20:41-44

Condena os escribas e fariseus 23:1-36 12:38-40 20:45-47


Lamentação de Jesus sobre
Jerusalém 23:37-39
A oferta da viúva 12:41-44 21:1-4
Procurado pelos gregos, voz
dõs céus2 12:20-36
Cristo declara o propósito da
missão 12:37-50
Discurso sobre a Segunda Vinda 24:1-51 13:1-37 21:5-36
Parábola das dez virgens 25:1-13
Parábola dos talentos 25:14-30
Julgamento final — ovelhas
e bodes 25:31-46
Prediz a traição 26:1-2
Conspiração para prender Jesus 26:3-5 14:1-2 22:1-2
Ceia de Simão; Maria unge
a Jesus' 26:6-13 14:3-9 12:2-8
Judas faz o pacto da traição 26:14-16 14:10-11 22:3-6

(Vide notas da pág. )

QUARTO DIA DA SEMANA


(QUARTA-FEIRA)
Betânia

QUINTO DIA DA SEMANA


(QUINTA-FEIRA)
Discípulos preparam a refeição
da Páscoa 26:17-19 14:12-16 22:7-13
Assentos e disputa quanto à 26:20 14:17 22:14,
precedência 24-30
0 lava-pés' 13:1-20
Refeição da Páscoa —
Sacramento2 26:26-29 14:22-25 22:15-20
Indicação do traidor 26:21-25 14:18-21 22:21-23 13:21-26
Judas deixa o cenáculo3 13:27-30
Jesus prediz sua morte 13:31-35
Pedro declara lealdade4 22:31-38 13:36-38
Discurso a respeito do 14:1-31
Consolador4
Cantam o hino, ida para o
Monte das Oliveiras4 26:30 14:26 22:39
Ensina o relacionamento com
Cidade de Caná, local onde a água seu Pai nos céus4 15:1-27
Explica outra vez sua morte
foi transformada em vinho.
im inente4 16:1-33
Grande oração4 17:1-26
Pedro nega Cristo três vezes,
discípulos declaram lealdade4 26:31-35 14:27-31
Oração de Cristo no jardim 26:36-46 14:32-42 22:40-46 18:1-2
Traição 26:47-50 14:43-45 22:47-48 18:3-9
Prisão 26:51-56 14:46-52 22:49-53 18:10-12

Volume I: Os Evangelhos, pp.


Jesus, o Cristo, pp. 577-79. SEXTO DIA DA SEMANA
3Jesus, o Cristo, p. 598, nota 2. (SEXTA-FEIRA)
4Jesus, o Cristo, p. 598, nota 4. Jesus perante Anás 18:13-14,
19-23

Enviado a Caifás — 26:57-75 14:53-72 22:54-65 18:24-27


interrogatório, maus tratos, 15-18
negação de Pedro
Julgamento formal e 27:1-2 15:1 22:66-71,
condenação diante dos judeus 23:1
Morte de Judas Iscariotes 27:3-10
Novamente perante Pilatos 27:11-14 15:2-5 23:2-5 18:28-38
Perante Herodes 23:6-12
Novamente diante de Pilatos 27:15-30 15:6-19 23:13-25 18:39-40;
(Barrabás é solto) 19:1-16
Crucificação — inscrição sobre 27:31-34 15:20-23 23:26-33; 19:16-33
a cruz
Primeira declaração quando 37-38 25-28 38
na cruz

28
Partilha das roupas pelos 23:34
soldados
Zombaria e escárnio dos 27:35-36 15:24 23:34 19:23-24
principais
Declarações posteriores na cruz 27:39-44 15:29-32 23:35-37
23:39-43 19:25-27
A escuridão cobre a terra 27:45 15:33 23:44-45
Últimas declarações na cruz 27:46-47 15:34-35
Jesus morre 27:48-50 15:36-37 23:46 19:28-30
Testemunho do centurião 27:51-56 15:38-41 23:45,
47-49

Acontecimento Mateus Marcos Lucas João

Trespassado o lado de Jesus 27:57-61 15:42-47 23:50-56 19:31-37


Sepultamento 19:38-42

SÉTIMO DIA DA SEMANA


(SÁBADO)
Guarda no túmulo 27:62-66

PRIMEIRO DIA DA SEMANA


(DOMINGO)
Ressurreição — anjos abrem 28:2-4
a tumba
Maria Madalena vai ao túmulo 16:9 20:1
Maria conta a Pedro e João 20:2-5
•Pedro e João visitam a tumba 24:12 20:6-10
Jesus aparece a Maria 20:11-17
Maria conta aos discípulos 16:10-11 20:18
Outras mulheres vêm ao túmulo 28:1,5-7 16:1-7 24:1-8
Cristo aparece às mulheres 28:9-10
Outras mulheres contam aos 28:8 16:8 24:9-11
discípulos
Os principais dos sacerdotes 28:11-15
são cientificados pelos guardas
a respeito da ressurreição
Aparece no caminho de Emaús 16:12-13 24:13-32
Aparece a Pedro 24:34
Aparece a todos os apóstolos 16:14 24:33-49 20:19-23
menos Tomé

Aparições subseqüentes às do
primeiro dia da semana.

Aparece aos apóstolos 20:24-29


inclusive Tomé
Aparece aos discípulos no 21:1-14
Mar de Tiberíades
Aparece aos discípulos — 21:15-23
Pedro
Aparição à grande multidão
(1 Cor. 15:6.)
Aparece a Tiago (1 Cor. 15:7.)
Aparição aos discípulos na 28:16-20 16:15-18
Galiléia (Atos 1:1-8)
Ascensão (em Betânia) 16:19 24:50-51
Discípulos voltam a 16:20 24:52-53
Jerusalém 20:30-31
Testemunho de João 21:24-25

SETEMBRO DE 1975 29
rigoroso. Em 37 A.C., ele estabe­ Ituréia, Traconites, Batanéia, Gau-
Uma leceu firmemente a dinastia hero-
diana em Jerusalém, assassinando
lanites e Auranites. Seu reinado,
até 34 A. D., foi pacífico e justo.

Cronologia todos os membros do sinédrio ju­


deu, com exceção de dois. Conde­
(Ele não era o marido de Hero-
dias. Aquele Filipe, outro filho de
nava à morte qualquer um que se
da Vida lhe opusesse, inclusive uma de suas
dez esposas e alguns de seus filhos.
Herodes, o Grande, havia sido de­
serdado devido à traição de sua
mãe.)
de Cristo Sua sede de sangue é lembrada
pelos cristãos por causa do Massa­ Herodes Antipas, também filho
de Herodes, o Grande, foi feito
cre dos Inocentes, quando, tentan­
uando Cristo nasceu em Be­

Q
do matar o Messias, ordenou a legislador da Galiléia e Peréia, as
lém da Judéia, a Palestina
morte de todas as crianças abaixo quais governou até ser exilado por
era parte do Império Roma­
de dois anos de idade, nas circun- Roma, em 38 A. D. Por ter Jesus
no. De acordo com as práti­
vizinhanças de Belém. passado a maior parte de sua vida
cas dos romanos, era permitido aos
Com a morte de Herodes, o e ministério na área da Galiléia,
líderes locais conservarem seus
Grande, seu reino foi dividido entre Herodes Antipas é o governador
títulos desde que mantivessem a
três de seus filhos; foram rebaixa­ mais mencionado na história do
paz e prestassem obediência a
dos de reis para governadores por Novo Testamento. Constando ter
Roma.
ordem de Roma. sido chamado de “raposa”, por
Antipater (ou Antipas), filho do
Jesus, Antipas governou em sagaz
rei da Iduméia, havia abraçado o Arquelau recebeu a Judéia, in­
e íntima aliança com Roma. Foi
judaismo, embora não fosse israeli­ cluindo Samaria e Iduméia — a
censurado por João Batista devido
ta. Tendo conseguido os favores de porção prêmio. Era um soberano
a seu casamento incestuoso com a
Roma foi nomeado governador da cruel, tão temido que depois de
esposa do irmão, Herodias. Ela
Judéia por Júlio César, em 47 A. C. Maria e José terem voltado da fuga conseguiu que João fosse deca­
Imediatamente dividiu seu poder para o Egito não retornaram a Be­ pitado. Amigo íntimo do impera­
entre seus quatro filhos, e Herodes lém mas estabeleceram-se em Na­
dor romano Tibério, deixou de ter
recebeu a Galiléia. zaré. Pelo ano de 6 A. D., Arque­
essas regalias com Calígula e foi
Perto do ano 40 A.C. Herodes lau foi deposto por Roma e exila­
banido.
havia demonstrado sua habilidade do. A Judéia passou então para o
em abafar as revoltas, e o Senado governo direto de um romano, Talvez um estudo dos seguintes
Romano tornou-o rei da Judéia. O sendo Pôncio Pilatos o governador gráficos e mapas que tratam de
reinado de Herodes I (ou Herodes, na época da crucificação de Cristo. Cristo e do mundo em que viveu
o Grande) foi marcado por derra­ Herodes Filipe, outro filho de nos forneçam uma compreensão
mamento de sangue e governo Herodes, o Grande, recebeu a melhor do Salvador.
30 A LIAHONA
MPERADORES (CÉSARES)
DO IMPÉRIO ROMANO < AUGUSTO (27 A.C. ■ 14 A.D. TIBÉRIO (14 - 37 A.D.)

HERODES ANTIPAS (FILHO DE HERODES, 0 GRANDE)


(4 A.C. - 38 A.D.) GALILÉIA, PERÉIA

HERODES FILIPE (FILHO DE HERODES, O GRANDE)


o
< (4 A.C. 34 A.D.) ITURÉIA, TRACONITES, BATANÉIA, SAULANITES, AURANITES
** <
,z DEPOIS DE ARQUELAU, GOVERNADORES ROMANOS LEGISLARAM NA JUDÉIA
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OÍ2 co (INCLUSIVE SAMARIA E IDUMÉIA)
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GOVERNADORES —< £ <o d

DAS PROVÍNCIAS DA o O <


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A VIDA DE Anunciação, nascimento 12.° ano do Senhor


JESUS CRISTO ) e infância

Períodos da vida de
Cristo registrados
nas Escrituras

Com exceção de 31.» ANO 32 ° ANO 33.» ANO 34.» ANO


alguns DO SENHOR DO SENHOR DO SENHOR DO SENHOR
acontecimentos
mencionados nos
primeiros anos e
na juventude de
Jesus, pouco é
conhecido a respeito 0
O
de sua vida
até depois de seu
batismo na idade
de 30 anos

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O MINISTÉRIO O GRANDE MINISTÉRIO GALILEU O
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DE NOSSO SENHOR^ O- ■UJ
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SETEMBRO DE 1975 31
O espírito da obra missionária é sempre alegre, obediente e respon­

r >
evidente na vida e personalidade sável.”
do Élder Bernard P. Brockbank. A O desejo de Élder Brockbank de
maior parte de sua vida tem sido ser bem sucedido em todas as res­

n
dedicada à difusão do Evangelho. ponsabilidades que recebe é basea­
Quando ele fala, é com entusiasmo do na fé no Senhor. Ele acha que,

n ■mk.
e convicção de alguém que ama o
trabalho do Senhor e quer parti­
se uma tarefa for digna, o Senhor
fornecerá os meios para que ela

Y1
lhá-lo com seu próximo. tenha sucesso.
Presidiu a três missões na Grã- Serviu em muitas posições de
Bretanha. Em 1960, tornou-se pre­ responsabilidade na Igreja, incluin­
sidente da Missão Britânica-Norte. do as de bispo, sumo-conselheiro
Élder Bernard P. Brockbank Quando esta foi dividida, em de­ da estaca e presidente da estaca.
zembro de 1960, tornou-se presi­ Foi também oficial e professor nas
evido ao seu rápido cresci­ dente da nova Missão Escócia- organizações para jovens da Igreja.

n mento em número de mem­


bros, a Igreja dividiu, recen­
temente, suas responsabili­

seis áreas geográficas. Designou


também uma Autoridade Geral pa­
Irlanda e, 18 meses depois, da nova
Missão Escocesa. Durante essa
época, viu mais do que oito mil
dades supervisoras mundiais empessoas se unirem à Igreja em suas
áreas missionárias. Ainda estava
servindo como presidente de mis­
Serviu como missionário na Grã-
Bretanha durante dois anos.

ra residir em cada uma das seis são em outubro de 1962, quando


áreas. O Élder Bernard P. Brock­ foi chamado como Assistente do
bank, Assistente dos Doze, é o Su­ Conselho dos Doze.
pervisor da Área que compreende
Élder Brockbank nasceu a 24 de
a Grã-Bretanha, Europa Ocidental
maio de 1909, em Holladay, Utah.
e Sul da África. Ele dirige as ativi­
Casou-se, em 1 de novembro de
dades dos membros e missionários
1935, com Nada Rich e tornaram-
em 20 estacas, 16 missões e 41 dis­
se pais de cinco filhos e uma filha.
tritos nas Ilhas Britânicas, Países
A Irmã Brockbank faleceu em 1 de Élder James E. Faust
Baixos, Bélgica, França, Suíça, Ge­
agosto de 1967. Ele casou-se com
nebra, Espanha, Portugal e África
Francês Rivero, em 1968. Devido ao seu rápido crescimen­
do Sul. Conforme a Igreja cresce,
torna-se necessário o desenvolvi­ Como rapaz, Élder Brockbank to em número de membros, a Igre­
mento de nova liderança. Élder teve a felicidade de crescer em um ja dividiu, recentemente, suas res­
Brockbank ajudará no treinamento ambiente de amor. Era um útil com­ ponsabilidades supervisoras mun­
de líderes locais da Igreja. panheiro para suas irmãs. Fazia- diais em seis áreas geográficas. De­
Antes dessa nova designação, lhes muitos brinquedos criativos. signou também uma Autoridade
Élder Brockbank era Presidente da Apanhava frutas, ajudava seu pai, Geral para residir em cada uma
Missão Internacional, uma missão trabalhava com os animais da fa­ das seis áreas. O Élder James E.
organizada com sede em Lago Sal­ zenda, saia freqüentemente em Faust, Assistente dos Doze, é o Su­
gado, para manter contato com os excursões familiares e reunia-se em pervisor da Área da América do
1.400 membros da Igreja que vi­ adoração familiar. Todos da famí­ Sul. Ele dirige as atividades dos
vem fora dos limites das missões lia recebiam responsabilidades rela­ membros e missionários em 21 es­
regulares e das estacas organizadas. tivas à casa, mas “Bernard sempre tacas, 17 missões e 59 distritos na
Foi diretor administrativo dos fazia sua parte mais depressa e me­ Argentina, Bolívia, Brasil, Chile,
Pavilhões Mórmons na Feira Mun­ lhor do que os outros”, disse sua Colômbia, Equador, Peru, Uruguai,
dial de Nova Iorque, Hemisfair 68 irmã Winona. Ela acrescenta: “Ber­ Paraguai e Venezuela. Conforme
em San Antonio, Texas, na Expo nard sempre estava ou ocupado ou a Igreja cresce, torna-se necessário
’70 em Osaka, Japão, e ajudou na dormindo”, o que tem sido carac­ o desenvolvimento de nova lide­
preparação do Pavilhão do Livro terística de seus hábitos de traba­ rança. Élder Faust ajudará no trei­
de Mórmon na Expo *74 em Spo- lho durante toda a vida. Sua mãe namento de líderes locais da
kane, Washington. recorda: “Como criança, ele era Igreja.

32 A LIAHONA
James E. Faust:
Homem de Fé
Por Jack E. Jarrard

ames E. Faust, Assistente dos Do­ posa são orientadas p ara a família, e nos m andasse nossa parte do di­

J
alguma.
ze, é descrito pelos colegas de
profissão e da Igreja como um
homem de fé, um líder com­
preensivo e bondoso e um a pes­
soa que nunca transigiu, por razão
estando entre elas esquiar e outros
esportes.
Élder Faust rapidam ente indicou que,
além de um a esposa e mãe exemplar,
a Sra. Faust tem tam bém trabalhado
ativam ente na Igreja. No mom ento,
nheiro.
“O dinheiro não chegou, e quase
fiquei com vontade de denunciar o ho­
mem à Associação dos Advogados do
Texas. Então, pensei: “Belo bispo vo­
cê é. O re com relação ao assunto.
Calmo e m odesto, Élder Faust é des­ ela é presidente da Sociedade de So­ Apresente-o ao Senhor, e depois tome
crito como um “bom o uvinte”, que dá corro de sua estaca e serviu como pre­ providências.”
toda atenção àquele com quem está sidente da Sociedade de Socorro da “Alguns dias depois, recebi um a car­
falando. ala. ta por via aérea desse homem, com
“Ele pode selecionar o m érito das “A Igreja é nossa vida. Aceitamos um cheque e um a explicação. Ele ha­
idéias de um a pessoa, a despeito do sem pre os cham ados que recebemos, via estado seriam ente doente e hospi­
fato de que possa haver deficiências pois ambos sabemos que esta é a talizado, não tendo tido tem po para
pessoais naquele indivíduo em p arti­ Igreja do S enhor”, acrescentou Élder fazer nada quanto ao dinheiro, até que
cular”, disse um colega. A crescentou Faust. o m andou pelo correio. Se eu hou­
que Élder Faust é suficientem ente hu­ Estava com apenas 17 anos, quando vesse prosseguido e feito o que dese­
milde para modelar-se de acordo com o foi cham ado para servir como superin­ jara fazer inicialm ente, poderia ter
exemplo de outra pessoa, ou desejar tendente da Escola D ominical de sua causado algum problem a a este ho­
progredir aplicando a idéia de outra ala, e com 28, quando ordenado como m em ”, disse Élder Faust.
pessoa, se esta idéia for boa. o bispo da ala. Com 35 anos, foi cha­ Sua habilidade de previsão é tam­
Foi advogado durante 22 anos, antes mado para servir como presidente da bém dem onstrada em um a providência
de seu cham ado para ser Assistente dos estaca. que tom ou, quando era presidente da
Doze. "Acho que o fato de eu ter sempre Estaca de C ottonwood, em 1956.
Ele mesmo adm ite ser mais orientado sido ativo e servido em várias posi­ N aquela ocasião, Élder Faust, como
pelas pessoas do que pelos program as. ções como um jovem, é um a das ra­ presidente da estaca, com prou 10 ter­
“É esta a razão de ser da Igreja — zões por que gosto de envolver os jo­ renos para capelas dentro da área da
ajudar as pessoas. Ájudá-las a encon­ vens no trabalho. estaca, sabendo que a Igreja cresce­
trar-se a si mesmas, a seus objetivos “Descobri que, se um a posição for ria. Desde aquela época, foram cons­
e o seu caminho de volta ao seu Pai dada aos jovens, eles a desem penha­ truídas a m aioria das capelas, e exis­
nos céus. rão. Se eles estiverem envolvidos e tem, na área, quatro estacas.
“Se as pessoas forem ensinadas da funcionando, ser-lhes-á fácil resistir às O trabalho da Igreja é o seu grande
m aneira correta, poderão enfrentar m uitas tentações deste m u n d o ”, disse amor.
qualquer situação. É exatam ente como Élder Faust. “Cada um de meus chamados tem
disse o Profeta Joseph Smith: “Ensi­ “M inha fam ília sem pre foi dedicada sido diferente. Creio que aqueles que
no-lhes princípios corretos, e eles go- e religiosa, servindo a Igreja em m ui­ recebi p ara trabalhar com o Sacerdó­
vernam-se a si mesm os”. tas posições. M inha mãe é, como sem­ cio Aarônico-Jovens foram os mais
“Esta é um a Igreja que cresce e, pre tem sido, um a m ulher devotada agradáveis.
cada vez mais serão necessários líde­ que ama ao Senhor e à sua Igreja”,
“H á problem as diferentes em cada
res. Essas pessoas serão fortalecidas explicou Élder Faust.
um dos chamados. E cada um deles faz
ao receberem responsabilidades”, disse Élder Faust é um grande crente na
com que a pessoa se desenvolva. Apre­
Élder Faust. premissa de que para uma pessoa ser
ciei cada um dos cham ados que já re­
Acrescentou que gosta das pessoas e um bom santo dos últim os dias, tem
cebi, e sei que m inha esposa se sente
aprecia m uito estar entre elas. Espe­ que sê-lo sete dias por semana, não
da mesma form a. Temos apreciado
cialmente entre os jovens. apenas aos domingos.
cada m inuto destes quatro anos em
“Q uando era presidente da estaca, “Só para ilustrar: A prendi, há al­
que fui R epresentante Regional dos
compramos um lote de terra — aproxi­ guns anos, um a boa lição, quando era
D oze”, disse ele.
m adam ente 375 acres — com propósi­ um bispo. A prendi como precisamos
tos recreativos. Era para uso da estaca, deixar que este sentim ento de am or ao Em seu atual cham ado como Assis­
e sabendo que seria usado principal­ Mestre e ao Evangelho entre em nossa tente dos Doze, disse Élder Faust:
m ente pelos jovens, designamos cada vida profissional. “Não posso deixar de refletir seguida­
jovem a que levantasse a quantia ne­ “Eu havia recebido um a designa­ m ente a respeito desse cham ado, e de
cessária para um acre desse terreno, e ção em meu escritório e havia term i­ perguntar: ‘Por que eu ?’ Conheço
eles o levantaram ”, lembra-se Élder nado alguns processos. T rabalhava no m uitos homens de grande fé e capaci­
Faust. caso com um advogado do Texas. A dade que poderiam servir neste cargo,
Este amor aos jovens é dem onstrado firm a recebeu um cheque e eu o en­ e ainda pergunto: ‘Por que eu ?’ ”
em sua vida fam iliar. As preferências dossei, enviando-o ao advogado do Te­ “Não me sinto simplesmente hum il­
recreativas de Élder Faust e sua es- xas para que ele endossasse, recebesse de, sinto-me am edrontado. Necessita­

SETEMBRO DE 1975 33
rei de ajuda, especialm ente do Senhor, de 1939 a 1942 e, ao voltar da mis­ de 1943, no Templo do Lago Salgado.
ou não terei capacidade.” são, ingressou na Força Aérea. O casal tem cinco filhos — três rapa­
“Tenho um a grande fam ília e um a Esteve na Escola de C andidatos a zes e duas moças, e um a neta que
boa esposa que me apoiará nesta p ar­ Oficiais em Miami Beach, Flórida, tem sete meses de idade.
te do meu trabalho. Da mesma forma onde recebeu sua prom oção cottio se­ “Q uando term inou a guerra, tínha­
como sempre me sustentaram e apoia­ gundo tenente, freqüentando, então, a mos este lote de terreno e construím os
ram em meu trab alh o ”, disse ele. Escola de Inteligência A érea em Har- a casa em que moramos agora”, disse
Élder Faust nasceu em D elta, Utah, risburg, Pennsylvania e a Escola de Élder Faust. Ele m orou na área de
em 31 de julho de 1920, filho de Geor- Táticas Aplicadas em O rlando, Fló­ C ottonw ood do Condado do Lago Sal­
ge A. e Amy Finlinson Faust. Seu pai rida. gado a m aior p arte de sua vida.
era um dos mais respeitados juristas D urante a Segunda G uerra M undial, Pouco depois de formar-se em direi­
em U tah e serviu como juiz distrital serviu como oficial da inteligência, to pela Universidade de Utah, em 1948,
durante muitos anos. com seu conhecim ento tanto do p ortu­ Élder Faust candidatou-se, e foi eleito,
Élder Faust formou-se em advocacia guês como do alemão ajudando-o con­ deputado estadual por Utah.
na Universidade de U tah e tam bém se sideravelm ente. Tem sido ativo em sua profissão,
destacou ali como corretor. Casou-se com R uth W right, da Ci­ procurando sem pre servir bem e aper-
Serviu como m issionário no Brasil dade do Lago Salgado, em 21 de abril peiçoá-la.

Centro Editorial Brasileiro


Inaugura Nova Loja
Para que possa haver um melhor atendimento
ao público e em particular aos membros da Igreja,
o Centro Editorial Brasileiro, no dia 23 de agosto
inaugurou sua nova loja.

Na loja, em sua nova instalação funcionando sob


sistema self-service, os membros encontrarão todo
material que necessitam, incluindo as mais recentes
obras de leitura devocional.

Nesta ocasião houve o lançamento do livro es­


crito pelo Presidente Joseph F. Smith (6.° Presidente
da Igreja) denominado “Doutrina do Evangelho”.

Esta loja permanecerá aberta de segunda a sexta-


feira, ininterruptamente, das 8:00 às 17:00 horas e
aos sábados, no horário das 8:00 às 12:00 horas.

O Centro Editorial Brasileiro está em funciona­


mento há oito anos, sempre procurando fazer o me­
lhor e atendendo da maneira mais adequada e rápida
às inúmeras solicitações.

Todos, funcionários e diretores sentem-se hon­


rados por poderem melhor servir ao público e em
particular aos membros da Igreja.

34 A LIAHONA
do Élder Hunter foram dedicados expectativas, e o treinamento que
ao Livro de Mórmon. Ele tirou você recebeu, possam realizar-se.
muitas fotografias de descobertas
arqueológicas e tinha uma impor­ Mas o Élder Hunter dedicou-se
tante coleção particular de objetos à Igreja e foi enquanto lecionava
de arte do México, da América no Instituto SUD de Logan que
Central e do Sul. Élder Hunter foi chamado como Autoridade Ge­
doou sua coleção de fotografias e ral, em abril de 1945.
objetos de artesanato à Igreja, es­
perando que sua contribuição pos­ Enquanto a família morava em
sa ajudar outras pessoas a conhe­ Logan, o Élder e a Irmã Hunter
cerem a evidência histórica e construíram sua própria casa, mos­
arqueológica da veracidade do Li­ trando o talento de Élder Hunter
vro de Mórmon. para o trabalho pesado e o uso de
ferramentas. Um artigo na Impro-
vement Era conta sobre esses anos:
Élder Hunter, o oitavo de onze
filhos e filhas, nasceu de John “Em Logan, a família mora nu­
Edward e Margaret Teeples Hun­ ma casa que eles próprios cons­
ter, em Holden, Utah, em 25 de truíram. O Irmão Hunter foi seu
outubro de 1902. Freqüentou es­ próprio empreiteiro, mestre de
colas públicas em sua cidade na­ obras e carpinteiro-chefe. Eu sem­
tal, depois matriculou-se no Colé­ pre me maravilhei como um tran­
gio Brigham Young em Provo, e qüilo casal podia criar seus filhos,
Élder Milton Reed Hunter mais tarde na Universidade de Bri­ passar as noites de quinta, sexta e
gham Young, onde recebeu o grau sábado no instituto, fazer mais tra­
de bacharel em 1929 e o de mes­ balho regular da Igreja na Ala No­
trado em 1931. Foi para a Uni­ ve de Logan e na Estaca Cache do
versidade da Califórnia, em Berke- que as pessoas com horas de tra­
ley, onde recebeu o seu grau de balho regulares, e ainda produzir
doutor em Filosofia, em 1935. Ca­ e publicar livros escolares.
sou-se com Ferne Gardner, de
O Élder Milton Red Hunter, Léhi, Utah, em 30 de julho de
membro do Primeiro Conselho dos No seu funeral, realizado em 30
1931, no Templo de Logan. No de junho de 1975, na Sala de
Setenta durante 30 anos, morreu funeral do Élder Hunter, o Presi­
de insuficiência cardíaca e renal a Assembléia, na Praça do Templo,
dente Spencer W. Kimball afirmou: o Élder S. Dilworth Young encer­
25 de junho de 1975, em Salt La- Seu Centro da vida foi sua com­
ke City com a idade de 72 anos. rou suas observações com um tes­
panheira e adjutora, Ferne, e seus temunho conjunto, por ele próprio
Ele já andava com a saúde precá­ seis maravilhosos filhos.
ria nos últimos anos. e pelo Élder Hunter: “Durante
trinta anos, fomos irmãos, Élder
Antes de seu chamado para ser Ele teve de escolher entre servir Hunter e eu, no Primeiro Conse­
uma Autoridade Geral da Igreja à Igreja e servir ao mundo, o que lho dos Setenta. Embora eu saiba
em 1945, o Élder Hunter havia le­ lhe poderia ter trazido fama e for­ que Deus é nosso Pai, ele o sabia
cionado em escolas em Utah, Ne­ tuna. O chefe do departamento de melhor que eu. Embora eu sou­
História de uma universidade de besse que o Senhor Jesus Cristo é
vada e Wyoming durante 17 anos.
prestígio ofereceu-lhe um emprego meu Redentor, ainda ele o sabia —
Foi um escritor prolífico, tendo
como professor, mas o Élder Hun­ eu acredito com maior intensidade.
sido autor de 23 livros, principal­
ter escolheu, ao invés disso, lecio­ Ele foi inteiramente fiel aos pro­
mente sobre assuntos religiosos e
nar no Instituo SUD, em Logan, fetas sob os quais serviu. E sabia
históricos e de inúmeros artigos,
Utah. Depois de ouvir a recusa e prestava testemunho. . . de que
revistas e jornais. Entre os seus
do Élder Hunter, o chefe do de­ o Presidente Kimball é um profeta
trabalhos mais conhecidos, está
partamento de História disse: do Senhor” .
“The Gospel Throug the Ages”,
que as Autoridades Gerais lhe pe­ A perda do Élder Hunter, autor,
diram que escrevesse. Esse livro Hunter, não deixarei que você professor, erudito e missionário,
foi o manual do Sacerdócio de jogue fora sua carreira num peque­ foi intensamente sentida pelos seus
Melquisedeque para 1946, onde é no seminário Mórmon em Utah. colegas entre as Autoridades Ge­
revista a história do Evangelho Você tem predicados para ser um rais, assim como na Igreja e no
desde o tempo em que foi ensinado dos grandes historiadores da Amé­ campo da educação. Ele deixa um
a Adão e Eva até o presente. rica. Não empenhei esses anos grande acervo de trabalhos e arti­
passados para que você desperdice gos valiosos, mas, o que é mais
Embora sua responsabilidade pri­ esse treinamento em vão. Se vo­ importante, deixa também o seu
meira tenha sido na área do tra­ cê mudar de idéia, nós lhe garan­ testemunho da veracidade do
balho missionário, os últimos anos timos um lugar adequado onde as Evangelho.

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