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CENTRO DE HUMANIDADES
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
Campina Grande – PB
2020
Resumo: O projeto que segue para pesquisa tem por objetivo analisar como
configuravam-se as festas acontecidas em dois clubes da cidade de Aroeiras/PB, o
Centro Cultural Recreativo Aroeirense e o Clube Municipal, no período que vai de 1990
a 2004. Busca-se avaliar primordialmente as relações socioculturais, entendendo estes
espaços como lugares de sociabilização da cidade, pensando quem frequentava, quem
realizava, como se davam estes eventos. Dessa forma é válido que esse estudo seja
embasado no conceito de representação, de forma coletiva para o individual, de Roger
Chartier, compreendendo a representação como algo que pode ser criado/elegido,
seletivo e assim excludente, que através das narrativas, escolhe o que faz parte da
História. Metodologicamente, trabalharemos com oralidade que intimamente ligada a
memória individual, tratará desse conceito de representação, fotografias dos eventos
como extensão da memória falada, documentos de criação dos clubes.
Palavras-chave: Aroeiras; Sociabilidade; Memória.
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1. INTRODUÇÃO
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questionado/escavado. Pois analisando os trabalhos desenvolvidos sobre a cidade de
Aroeiras, nos deparamos com poucas e raras obras escritas, podemos citar Gomes,
2012, que tratará de analisar a construção do espaço urbano entre 1920-1960.
Pela falta de material escrito, que não é visto como empecilho, sobre essas
representações do cotidiano aroeirense nasce a inquietação de escolher algo “novo”,
ainda não abordado na cidade, com relatos de populares e da “elite” (entendemos essa
elite vinda da vida política e comercial da cidade) e com registros fotográficos (que
sozinhos já falam muito) possibilitando assim traçar este olhar para a memória e o
patrimônio que a cidade de Aroeiras possui, acordando as lembranças que estão
adormecidas/silenciadas.
2. OBJETIVO GERAL
Analisar através das narrativas individuais, assim como por meio de registros
fotográficos, as memórias acerca dos eventos sediados nos clubes (Centro
Cultural Recreativo Aroeirense e o Clube Municipal) da cidade de Aroeiras/PB nos
anos de 1990 a 2004 e assim entender suas configurações e importância como
lugares de sociabilidade.
3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
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examinar os motivos que levaram o desuso destes espaços e problematizar estes
esquecimentos e suas representações.
4. JUSTIFICATIVA
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Ao que se refere o recorte cronológico da pesquisa (1990-2004) tivemos incentivo
do ano de construção do Clube Municipal (periférico) que ocorreu em fevereiro de 1992
(Aroeiras, 2003, p. 127), e antes dessa construção a cidade já dispunha do Centro
Cultural Recreativo Aroeirense (central), assim como o ano “final” de nossa pesquisa que
se mistura com os anos finais que este clube municipal sediou festas públicas, que agora
tem um retorno as ruas do centro da cidade, como eram feitas antes da existência destes
espaços.
Desse modo a pesquisa debruçada sob um ângulo que ainda não foi narrado da
história de Aroeiras, mostra e frisa sua importância e necessidade para o entendimento
de como esses espaços foram sendo constituídos, por quem foram construídos e para
quem usá-los, como essas práticas do cotidiano e suas representações foram
formuladas, pois entendemos que por trás delas existe um incentivo de um grupo
específico, de elite, que impõem a sociedade o que ela precisa ser, o que é querido por
essa classe seleta que detém o poder de escolha e “sugestão”.
Assim sendo e tendo em vista a importância dessa narrativa ainda não feita da
cidade de Aroeiras, entende-se que a Linha I do Programa de Pós-Graduação em História
da Universidade Federal de Campina Grande, será o local certo para desenvolver esse
projeto entendendo a história cultural nos espaços da cidade, como a ascensão e declínio
destes espaços modificaram Aroeiras e seu cotidiano, suas relações de poder através
das representações sociais e dos discursos dos indivíduos.
5. REFERÊNCIAL TEÓRICO
A relação dos discursos de memória com os fatos reais dos eventos ocorridos pode e
deve diferir de grupo para grupo, de um indivíduo para outro, pois as memórias serão
guardadas de acordo com o senso de pertencimento de cada um deles, com aquilo que
é julgado como pertinente em suas práticas diárias, ou seja, a memória é ligada aquilo
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que importa para o nosso telespectador que presencia a festa, mas que vai capturar dela
apenas o que lhe é essencial.
Neste sentido a memória e o esquecimento serão possibilitados na mesma medida, o
que pode ser significativo para alguém, pode ter passado totalmente despercebido para
outro, isto dentro de qualquer sistema de coletividade, pois memória e esquecimento,
quando não manipuladas, são individuais.
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as formas institucionalizadas e objetivadas em virtude das quais “representantes”
(instâncias coletivas ou indivíduos singulares) marcam de modo visível e
perpétuo a existência do grupo, da comunidade ou da classe. (CHARTIER, 1991,
p. 183).
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As lutas de representações têm tanta importância como as lutas econômicas para
compreender os mecanismos pelos quais um grupo impõe, ou tenta impor, a sua
concepção do mundo social, os valores que são os seus, e o seu domínio.
(CHARTIER, 1990, p.17)
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6. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A busca por fontes como afirma GOMES, 2012, nos impõe barreiras, no que se
refere a material escrito, pois teremos apenas dois memorialistas, através de uma história
“oficial” que narraram os passos de Aroeiras de sua “descoberta” até os avanços tidos
como modernos de nossa cidade.
Assim, e no sentido da pesquisa voltar-se para as representações coletivas,
nos debruçaremos a ouvir relatos de memórias individuais, como fonte principal de
nossos estudos, entendendo que esses relatos/testemunhos serão ricos em diferenças,
ajudando a compreendermos como se davam essas diferenças também nas festas dos
clubes e na sociedade aroeirense deste período.
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7. CRONOGRAMA
2021 2022
Etapas M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D
Revisão X X X X
Bibliográfica
Coleta de X X X X X
fontes
Transcrição de X X
fontes orais
Submissão ao X X X X X
comitê de ética
Elaboração do X X X X X X X X
projeto para
qualificação
Qualificação X
do Projeto
Finalização da X X X
dissertação
Defesa do X
projeto
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8. REFERÊNCIAS
ANDRADE, Pedro Paulo de. Aroeiras Sua História. Campina Grande: Editora e Gráfica
Santa Fé LTDA, 1981.
Aroeiras, Dudé das. Pedras de Riachos/Dudé das Aroeiras. – João Pessoa: Idéia, 2003.
183 p.
Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
40141991000100010&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 23 jul. 2020.
FERREIRA, Marieta de Moraes & Janaína Amado (coord.) Usos & abusos da história
oral. Rio de Janeiro, Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1996.
FERRO, Marc. A história vigiada. Tradução de Doris Sanches Pinheiro. São Paulo:
Matins Fontes, 1989.
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Le Goff, Jacques, 1924. História e memória / Jacques Le Goff; tradução Bernardo
Leitão... [et al.] -- Campinas, SP Editora da UNICAMP, 1990.
PAIVA, Eduardo França. História & imagens. 2. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
Silva, Tomaz Tadeu da. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais
/ Tomaz Tadeu da Silva (org.), Stuart Hall, Kathryn Woodward. – Petrópolis, RJ: Vozes,
2000.
SOUZA, Antonio Clarindo Barbosa. Lazer, Prazer e dor em Campina Grande nas
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Disponível em: <https://periodicos.ufrn.br/espacialidades/article/view/17751> Acesso em
10 de Junho, 2020.
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