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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DO SERTÃO CENTRAL


(FECLESC)
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA

JOÃO VICTOR DE MORAIS LOPES

“ENTRE O SAGRADO E O PROFANO”: ESTUDO ACERCA DA FESTA, OS


ESPAÇOS E OS AGENTES SOCIAIS DA FESTA DAS ALMAS

QUIXADÁ-CEARÁ
2023
1 IDENTIFICAÇÃO DA ES ESCOLA A SER APLICADO O ESTÁGIO

1.1 Nome da Escola: Escola de Ensino Fundamental Luís Cândido de Oliveira


1.2 Endereço: Avenida Coronel João Felipe – Centro, Ocara.
1.3 Turma(s): 7° ano

2 INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA

A proposta deste trabalho, cujo o título é “Entre o sagrado e o profano: Estudo acerca
da festa, os espaços e os agentes sociais”, é trazer fomentar um estudo acerca da Festa das
Almas do município de Ocara, Ceará, através dos lugares de memória e seus agentes sociais,
trazendo à tona uma discursão em torno da memória social individual e coletiva, como
também um olhar de estudo patrimonial sobre a festa.

Em primeiro lugar é preciso salientar que a Festa das Almas, como rito religioso,
surgiu ainda na década de 1920, quando o município era pertencente, como comunidade, da
cidade de Aracoiaba. A festa se construiu entorno da mobilização coletiva da população em
prol da construção do cemitério local, pois, naquele período, para o sepultamento dos mortos
precisava percorrer quilômetros até a cidade de Aracoiaba para poder fazer a realização do
enterro. Diante da dificuldade, é que foi então construído o cemitério e posteriormente a
capela. A dualidade existente entre o sagrado e o profano é existente desde este período,
quando a população se reunia para rezar pelos mortos, o rito de finados, e posteriormente
tinha-se o forró, realizado com poucos recursos e instrumentos, mas que fazia acontecer a
alegria dos moradores.

Nesse sentido, a festa é grande contribuinte forte para a construção e formação do


município, sem contar que, a festa enquanto base da cidade, contribui para a formação de uma
identidade local, como também um sentimento de pertencimento. Somando-se a isso, gera-se
um discursão em torno da memória, o que nos faz lembrar dos ditos ‘elementos construtivos’
da memória que Michel Pollack nos propõe. Pollack nos chama atenção ao explicar que tanto
a memória individual, quanto também a memória coletiva, estão em consonância e em vista
disso, são elementos cruciais para a construção da memória e identidade local.

Tomando como base a temática da qual traz o tema do minicurso, a proposta é


trabalhar o objeto a partir de três óticas diferentes: a festa, os espaços e os agentes sociais
(PEREIRA, 2010, p.25). No primeiro, estudaremos sobre o que a festa enquanto âmbito
cultural, patrimonial e memorial, suas origens, seu significado e representatividade no
município. Sobre os espaços, a discussão será feita entorno dos lugares de memória. Por
último, discutiremos sobre os agentes sociais da festa, ou seja, aqueles a qual “atribuem
significados múltiplos ao festejo” (PEREIRA, 2010, p.11), nisso estudaremos os mais
diversos grupos e indivíduos inseridos no contexto da festa e que carregam em si
“contradições e conflitos” (PEREIRA, 2010, p.25).

Portanto, diante das considerações acima, a justificativa se dá pelo fato de uma


crescente ignorância frente a Festa das Almas enquanto patrimônio e cultura municipal. É
preocupante perceber que a essência da festa foi tomada por somente sinônimo de “farra”, ou
seja, tende-se a esquecer o cultural e dar ênfase ao ‘forró pós-rito religioso’. Nesse sentindo,
reafirmando o esquecimento que beira a festa enquanto cultura, é notório perceber que nas
escolas o estudo sobre a temática é reduzido ao período de poucos dias que antecede a festa,
tomado apenas como uma “lembrança” sobre a festa. Em vista disso, este trabalho tem a
função dar ênfase a festa em seus aspectos sociais e culturais, trazendo à tona o desafio de
mostrar a festa como patrimônio, cultura e como elemento primordial para se entender a
história do município. Além disso, a discussão entorno da temática se faz primordial para
trabalhar a importância da preservação do patrimônio.

3 OJETIVOS
3.1 Geral
Trabalhar e analisar a Festa das Almas do município de Ocara enquanto patrimônio e
cultura do município, analisando-o através de aspectos interno referente a festa.
3.2 Específico
 Estudar e desenvolver um senso crítico sobre a história do município, em
específico a Festa das Almas;
 Discutir a festa enquanto patrimônio e cultura do município;
 Enfatizar a importância da preservação e divulgação do patrimônio cultura;
 Discutir sobre as memórias em relação a festa, como parte fundamental para a
preservação e estudo.

4 METODOLOGIA
Primeiramente, o diálogo e troca de experiências com os alunos será fundamental para
a condução do minicurso. Para o minicurso, será utilizado diferentes meios para o estudo do
patrimônio, cultura e memória em relação a Festa das Almas. A proposta, logo nos primeiros
encontros é fazer uma troca de experiências sobre os conhecimentos que eles possuem em
relação a festa, como também, que eles “coletem memórias” de seus parentes sobre a festa ao
longo do minicurso, fazendo assim, também, um trabalho de história oral.

Será feito também aulas expositivas, como forma de introduzir a história do município
e a festa, onde irei levar trabalhos e livros sobre a temática, como também fotos e vídeos
sobre o tema e a partir disso discutir alguns aspectos da festa. Para as próximas aulas, iremos
trabalhar de acordo com o tema do minicurso, ou seja, vamos construir o minicurso através as
três óticas propostas: a festa, os espaços e os agentes sociais.

Sobre a festa, discutiremos sobre a festa em si, enfatizando a dualidade entre o sagrado
e o profano. Sobre o espaço, falares sobre os lugares de memória, os locais onde acontece a
festa. Sobre os agentes sociais, falaremos sobre as pessoas e grupos que compõem a festa
desde os religiosos, os brincantes até as autoridades políticas, enfatizando também, assim, as
relações de poder existente entre cada segmento.

5 DESENVOLVIMENTO

O minicurso será realizado em quatro aulas realizadas no contraturno, as quartas-


feiras, fora do ambiente da escola, já que esta não dispõe de local para a realização do
minicurso por conta da superlotação de turmas. O local onde será realizado o minicurso é o
prédio da Secretaria de Cultura, Esporte, Juventude e Turismo, e onde funciona também a
Escola de Artes – CATAVENTO (escola ligada a Secretaria de Educação) do município, todo
o minicurso será realizado com a presença do professor.

Para a primeira aula será realizado, primeiramente, uma dinâmica, como forma de
“quebrar o gelo” e de apresentação. Nesse primeiro encontro vamos falar com vai funcionar o
minicurso, o tema e propostas. Primeiramente, irei expor fotografias de patrimônios
brasileiros e mundiais, após isso, para introduzir a temática do minicurso, irei expor
fotografias da cidade, como forma de apresentar primeiramente a história da cidade. Além das
fotografias, mostrarei vídeos e trabalhos sobre a cidade. Tudo isso será primordial para se
construir um primeiro diálogo com os estudantes. Ao final, para introduzir a segunda aula, a
proposta é o trabalho com a memória, na qual, nesse primeiro momento, será pedido para que
eles conversem com os familiares sobre a festa e tragam para a próxima aula.

Para a segunda aula, no primeiro momento, dialogaremos a partir das “memórias


coletadas” realizada por ele com os familiares. Depois, de forma mais expositiva, irei falar
sobre a história da Festa das Almas, onde com o auxílio de fotografias mostrarei como surgiu
a festa e a relação entre o sagrado e o profano.

Para a terceira aula, iremos falar sobre os lugares de memória referente a festa, ou seja,
entraremos numa discussão sobre a igreja, o cemitério, a praça, a lagoa, e a partir disso vamos
falar com o que remete a eles quando falamos desses lugares, as memórias, lembranças,
acontecimentos, e a partir disso construir uma análise da festa a partir dos lugares. Se
possível, tentaremos ir à igreja e a praça (locais pertos do local do minicurso), para termos um
maior contato com o lugar.

Para a quarta e última aula, sobre os agentes sociais, primeiramente irei falar para eles
o que são os agentes sociais e a partir disso construiremos um diálogo acerca das figuras
existentes e participantes da festa: o(a)s religioso(a)s, políticos, brincantes e outro grupos e
indivíduos que carregam relações de poder. Ao final realizarei um quiz de perguntas e
respostas sobre a resta.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALAVES, Auricélia. Festa das Almas: A Alegria dos Vivos – Uma síntese histórica da
Festa de Finados em Ocara-Ceará (2015) – Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2015.

ALVES, Auricélia. Pai Dodó: o Patriarca de Ocara – Uma homenagem aos 150 anos
de nascimento de Pai Dodó (1866 – 2016) – Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora,
2016.

PEREIRA, Antônio Marcondes dos Santos. Cultura e Experiência Social na Festa de


Finados em Ocara (1970 – 1992), 2010. 66 fls. Trabalho de conclusão de curso
(Licenciatura plena em História), centro universitário, Faculdade de Educação, Ciências e
Letras do Sertão Central, Universidade Estadual do Ceará, Quixadá, 2010.
POLLACK, Michel. Memória e Identidade Social. Estudos históricos, Rio de Janeiro, vol.
5, n. 10, 1992.

POLLACK, Michel. Memória, Esquecimento, Silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro,


vol. 2, n. 3, 1989.

SILVA, Maria Tâmires Freitas da Silva. O sagrado e o Profano na festa das almas de
Ocara (1917 – 2017). Quixadá. Uece/ Feclesc, 2021.

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