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Brasília
2011
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Brasília
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RESUMO
A América Latina pode ser considerada com uma das mais estáveis regiões do
mundo, apesar de ter em seu passado um histórico de guerras sangrentas e
episódios dramáticos onde ameaças retóricas e diplomacia foram substituídas
pelo uso da força. No entanto, considerando o espectro do conflito num
contexto mais amplo, não resumindo-o somente ao conflito armado, ou a
guerra, verifica-se que o continente ainda convive com as crises, capazes de
provocar rupturas no ordenamento político-institucional dos Estados e de
provocar uma escalada na direção do conflito armado. Analisar como se
desenvolvem os conflitos na América Latina e os mecanismos utilizados em
sua resolução é o propósito do presente trabalho de monografia.
ABSTRACT
Latin America can be considered as one of the most stable regions of the world,
despite its past has a history of bloody wars and dramatic episodes where
rhetoric threats and diplomacy have been replaced by the use of force.
However, considering the spectrum of conflict in a broader context, not limited
only to armed conflict or war, it seems that the continent still lives with the crisis
that can cause disruptions to the political-institutional ordainment of States and
to provoke an escalation towards armed conflict. To analyze how conflicts
develop in Latin America and the mechanisms used in its resolution is the
purpose of this thesis monograph.
LISTA DE FIGURAS
a 2010 ........................................................................................ 25
de Intensidade ............................................................................ 26
Intensidade ................................................................................. 27
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 07
5. CONCLUSÃO .......................................................................................... 48
REFERÊNCIAS ....................................................................................... 50
1. INTRODUÇÃO
A América Latina pode ser considerada com uma das mais estáveis
regiões do mundo, apesar de ter em seu passado um histórico de guerras
sangrentas e episódios dramáticos onde ameaças retóricas e diplomacia foram
substituídas pelo uso da força.
A América Latina destaca-se, hoje, como uma das regiões mais pacíficas
do mundo, com baixos índices de despesas militares e onde, pelo menos por
enquanto, não há risco de guerra iminente. Região na qual a maioria dos
países estão com seus equipamentos bélicos em acelerado estado de
obsolescência, sem previsão de substituição, pelo menos, a curto e médio
prazos.
conflitos a nível da política interna e internacional dos Estados, para que nos
capítulos subsequentes se possa compreender como essa dinâmica se
manifesta na América Latina e mecanismos utilizados para a sua resolução.
O conflito pode ser definido, segundo Julien Freund (1967 apud RAYA,
1999, p. 37)1 como:
2 COSER, L. The functions of social conflict. New York: Free Press, 1956
14
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Figura 1 - Espectro do Conflito
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Fonte: Brasil (2007, p.21/48)
que seja considerado, pelo menos por uma das partes, como ação de guerra.
Os atores, a partir da fase de resistência utilizam os mais variados meios que
vão desde: 1) as declarações formais dos dirigentes políticos; 2) o silêncio
oficial e a exploração indireta de grupos ou personalidades de influência por
intervenção ou através da utilização da comunicação social para modificar as
opiniões públicas nacionais e internacionais a seu favor; 3) atuações externas
de ação diplomática objetivando angariar apoios; 4) ações de política interna
no campo do adversário tentando enfraquecê-lo, desorganizá-lo e dividi-lo; 4)
ações na área econômica, como o fechamento de fronteiras; 5) o uso intensivo
de atividades psicológicas na mídia; e 6) a demonstração de força, com o
deslocamento de forças militares.
Clausewitz (1988, p. 33) definiu a guerra como “um ato de violência que
visa a compelir o adversário a submeter-se à nossa vontade”. E, considerando
a violência como o meio específico da guerra, condenou a introdução de
qualquer espírito de benevolência na filosofia de guerra, afirmando que
nenhum adversário se submeterá à nossa vontade se não estiver desarmado
ou sem condições de reagir. E, uma vez que ambos os adversários terão os
mesmos objetivos, as ações recíprocas conduzirão a extremos e, dessa forma,
complementa sua definição (1988, p. 35), dizendo que "a guerra é um ato de
violência levado aos seus limites extremos”.
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indistintamente os termos guerra e conflito armado.
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Denomina-se “espectro da guerra” ao conjunto de todas as formas que
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as guerras podem assumir, tanto internacionais quanto internas. Essas formas
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possuem características políticas, psicológicas e técnicas específicas.
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Espectro da Guerra (figura 4) apresenta as diferentes formas que as
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assumir, sejam
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Figura 4 - Espectro da Guerra
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Fonte: Couto (1988, p. 152, adaptado pelo autor)
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Segundo Waltz (2004), de acordo com a primeira imagem das relações
&
internacionais, o local das causas importantes da guerra reside na natureza e
no comportamento do homem, resultado do egoísmo, de impulsos agressivos
!
mal canalizados, da estupidez.
• os conflitos étnicos;
A coação é uma das formas de solução na qual uma das partes litigantes
é submetida pela outra, por sujeição, mediante a ameaça de emprego violento
de meios de toda ordem.
Nye (2002) observa que com relação aos conflitos internos e regionais
existirão sempre pressões para a intervenção por parte de Estados exteriores
ao conflito e de parte de instituições internacionais. A intervenção é um
conceito confuso, em parte porque a palavra é ao mesmo tempo descritiva e
normativa. Não apenas descreve o que está a acontecer, mas emite igualmente
juízos de valor. A intervenção envolve muitas vezes questões morais. A não-
intervenção em assuntos internos de Estados soberanos é uma regra básica do
Direito Internacional. A não-intervenção é uma regra poderosa porque afeta
tanto a ordem como a justiça. A ordem impõe limite ao caos, sendo que a
23
50
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ease in the Myanmar. None of the 28 highly-violent conflicts were .
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19
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egories,
Figura 6i.e. - Conflitos severe Globais crisis de Baixa, andMédia war, e Alta were Intensidade summarized de 1945 a 2010 in
19
45
Fonte: Heidelberg Institute - Conflict Barometer 2010 (2010, p. 2)
one group, Analysis clearly showed intrastate that the- interstate intrastate predomi-
nance among the highly violent conflicts was observable
nsity AsA in
from the
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tendência years,
beginning de intrastate of the se
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observa com accounted period.
relação aos forconflitos
a
intra clear majority
e interestatais deof alta the intensidade, conflictsconforme monitored, mostrado with na 269 figura in con- 7.
trast to 94 interstate cases. Only six of the 126 crises,
i.e. sporadically
Intra- and Interstate violentConflicts conflicts, of high occurred Intensitybetween 1945 two With 114
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...
... states. Most remarkably,toall 2010 except for one were located in Asia a
....
...
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Oceania, the remaining one in Europe. Four regions.
of thoseinterstate interstate conflicts had already been classified lowed by
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.. .. ...... ..
rea vs. South Korea, Pakistan vs. India, ... and .......
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19
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nifies that the
Europe
Africa
the Americas Asia and Oceania and Maghreb
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If Figura
the number of de
8 - Distribuição high-intensity
todos os conflitosconflicts
em 2010 porwas região related to
e tipo de intensidade ing theocracy a
Fonte: Heidelberg Institute - Conflict Barometer 2010 (2010, p.3)
the number of states in the respective region, the Mid- for a socialist
dle East and Maghreb with 0.43 highly violent conflicts ological or relig
per state ranked clearly before Asia and Oceania with resources rank
0.21 and Sub-Saharan Africa with 0.13. From this rela- by national pow
Uma of
tive point série
view, de itfatores
is obvious foramthat causas dos conflitos
the Middle East and verificados involved
nas more
Maghrebnowas
Américas ano the region
de 2010, worst
onde affected by severe
predominantemente prevaleceu in this analysis
vio- a violência
lence in 2010
relacionada com -oas had been
contínuo the case
crescimento do in previous
tráfico de drogasyears. na região.tions
Da were nati
power and res
mesma forma, a insegurança e a situação econômica tensa em vários países
predominance
da América do Sul e Central apresentaram-se como fontes de instabilidadeinternational na po
Dynamics within individual conflicts
região. Como nos anos anteriores, a Colômbia foi o país que vivenciou o maior power and sys
As in the past years, approx. two thirds of all conflicts, items were all
i.e. 257 out of 363, remained on the same level of in- half of the syste
tensity from 2009 to 2010. While a total of 54 conflicts conflicts being
deescalated by at least one level of intensity, 48 conflicts even massive
flected a strong and organized level of violence, as could be observed
nce in most conflicts of the Americas was predominantly related to the
lent conflicts turned violent in 2010, and four violent conflicts decreased 27
number of manifest conflicts saw a 33 percent increase from twelve in
ecure and tense economic
número situation
de conflitos in variouscom
violentos relacionados countries
as açõesof Central and
governamentais de
stability in thecombate
Americas.
as FARC.Accordingly, system/ideology and resources
ed by territory.
Frequency of Conflict Items in 2010 in the
Americas by Intensity Groups
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� medium Intensity
� high Intensity
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8 10
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frequency
15
12
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10 10
3 5
5
4 4 3
1 3 1
2 2 2
0 1 1
0
territory
secession
decolonisation
autonomy
system/ideology
national power
nance
regional predomi-
power
international
resources
other
war
Ano de Natureza do
Conflitos Causa Principal
Início Conflito
Para a resolução desses conflitos tem sido cada vez mais frequente o
uso de organismos internacionais como a OEA e a UNASUL que têm como
objetivo central fortalecer a paz e a segurança na região e resolver
pacificamente controvérsias . Em algumas situações países do MERCOSUL
invocaram a carta democrática da instituição como forma de resolver conflitos
internos de seus membros.
32
km, atrás da linha de status quo de 1936. A não aceitação por parte do Peru
aos termos do acordo levou os chanceleres dos países mediadores (aos quais
se juntou o Chile) a se reunirem no Rio de Janeiro em 1942 para por fim ao
conflito que punha em cheque a coesão e estabilidade do continente
americano em momento particularmente delicado - o ataque japonês a Pearl
Harbor.
A atitude do general Oviedo despertou imediata reação dos EUA que por
meio de uma nota de sua embaixada no Paraguai, emitida na tarde do dia 22
de abril, manifestou preocupação pela situação e qualificou o incidente de
ameaça a democracia, exigindo a manutenção da ordem institucional e
enfatizando que qualquer tentativa de golpe era totalmente inaceitável. Foi a
primeira manifestação de um país estrangeiro em relação à crise. No
comunicado da embaixada, os estadunidenses se propuseram a revisar uma
gama completa de ações necessárias e seguir consultando os países da
Organização dos Estados Americanos.
A destituição de Chávez foi possibilitada pela ação dos militares, mas ela
não foi o seu estopim. A manifestação popular contra seu governo foi que
motivou o levante das lideranças militares. O apoio popular a Chávez, que
44
Chávez do poder;
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
________. Wasmosy sela acordo, mas mantém crise. Folha de S. Paulo, São
Paulo, 25 abr. 1996. p.1-14.
MORAES, Márcio Senne de. Chávez provocou a crise, dizem os EUA. Folha
de S. Paulo, São Paulo, 13 abr. 2002. p.A-18.
fria. Revista Del Ejército de Tierra Español, Madrid, n. 701, p.36-41, 1999.
TORRES, Sergio. FHC diz que país vizinho precisa de eleições. Folha de S.
Paulo, São Paulo, 13 abr. 2002. p.A-17.
________. Apoio militar evaporou com apoio popular. Folha de S. Paulo, São
Paulo, 13 abr. 2002. p.A-15.
________. Oposição usa vácuo legal para se justificar. Folha de S. Paulo, São
Paulo, 13 abr. 2002. p.A-16.
ANEXO A