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Estruturas Metálicas e

Estruturas de Madeira

AULA 28: Ligações

Prof.ª: Lívia Lane Santos


Conselheiro Lafaiete
Ligações

São todos os dispositivos que permitem assegurar a união


e a transmissão de esforços entre os elementos de uma
estrutura.

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REVISÃO

ASPECTOS QUE INFLUENCIAM NAS LIGAÇÕES

a) Tipo de Ligação;
b) Comportamento Elasto-Plástico da Madeira;
c) Qualidade da mão de obra.

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REVISÃO
TIPOS DE LIGAÇÕES
Os principais tipos de ligações empregados são:
• Pinos metálicos (pregos e parafusos);
• Cavilhas (pinos de madeira torneados;)
• Conectores (chapas com dentes estampados e anéis metálicos);
• Ligações práticas (grampos, braçadeiras e entalhes).
• Colagem.

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REVISÃO
LIGAÇÕES PREGADAS
A resistência de uma ligação pregada depende de uma série de fatores, tais
como:
Relativos aos pregos:
• Forma e dimensão (índice de esbeltez do prego para receber as marteladas (8<
λ <11);
• Capacidade de carga;
• Deformação do prego por flexão.
Relativos à madeira:
• Enfraquecimento da seção resistente provocada pelo furo do prego;
• Fendas ocasionadas pela penetração do prego;
• Esmagamento do prego contra a madeira nas paredes dos furos;
• Disposição dos pregos;
• Estado de umidade da madeira (a madeira deve sempre estar na umidade de
equilíbrio para não haver a desprendimento da água, retratibilidade da madeira,
e consequentemente a existência de vazios).
Relativo à qualidade da mão de obra:
Os carpinteiros experimentados possuem certa sensibilidade para dispor os pregos
sem fendilhar a madeira e não entortar o prego ao martelar. Sendo de suma
importância a qualidade da mão de obra. 5
REVISÃO
LIGAÇÕES PREGADAS
Considerações para Aplicação do Critério de Dimensionamento da NBR 7190/97
Pré-furação
Em ligações pregadas será obrigatoriamente feita a pré-furação da
madeira, com diâmetro d0 não maior que o diâmetro do prego, com valores
usuais:
Coníferas: d0 =0,85 def
Dicotiledôneas: d0 =0,98 def
Onde:
def é o diâmetro efetivo medido nos pregos a serem usados.
d0 diâmetro da pre furação.
Em estruturas provisórias, admite-se o emprego de ligações pregadas sem a
pré-furação da madeira desde que se empreguem madeiras moles de baixa
densidade ρap 600 kg/m3, que permitam a penetração dos pregos sem risco
de fendilhamento, e pregos com diâmetro não maior que 1/6 da espessura
da madeira mais delgada e com espaçamento mínimo de 10xd. 6
FTOOL

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AULA 28

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Ligações Por Entalhes
É o tipo de ligação mais prático e natural entre duas peças de
madeira. Deve ser utilizada quando temos uma das peças
comprimida, devendo-se verificar as resistências das superfícies ao
esmagamento e, às vezes, a resistência ao cisalhamento de um certo
trecho (caso das juntas extremas das tesouras). Os entalhes não
podem ser usados para resistir a inversões de esforços devido a ação
do vento.

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CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO

As ligações por entalhes ou encaixes utilizam a resistência de cálculo


da madeira para os esforços atuantes.

O dimensionamento é feito pela seguinte condição de segurança:


Sd ≤ Rd
Onde:
Sd = Valor de cálculo das solicitações;
Rd= Valor de cálculo da resistência.

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Ligações Por Entalhes
Os entalhes e encaixes são ligações em que a madeira trabalha
à compressão, às vezes associada ao esforço de corte.

Nessas ligações, a madeira realiza o principal trabalho de


transmissão dos esforços.

Os encaixes são mantidos no lugar com cavilhas, pregos,


parafusos ou grampos que não são levados em conta no
cálculo destas ligações.

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Ligações Por Encaixes

As ligações por encaixes são


praticadas até hoje em estruturas
simples, para peças sujeitas à
compressão.

Para peças tracionadas, são


antieconômicas e são pouco
usadas.

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EXERCICIO DE ENTALHES

Para a estrutura abaixo, verificar a estabilidade da


ligação do banzo superior/inferior com relação a
compressão.

Dados:
Madeira: Dicotiledônea C40
Kmod= 0,56
Pd= 45kN
α= 25°

Fc,90d= 0,44 kN/cm²*


Resistencia de laboratório

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EXERCICIO DE ENTALHES
Para a estrutura abaixo, verificar a estabilidade da ligação entalhada do
banzo superior/inferior com relação a compressão.
Dados:
Madeira: Dicotiledônea C40
Kmod= 0,56
Pd= 45kN
α= 25°

1º Dimensão do entalhes:
O máximo de altura do entalhes deve
ser de ¼ da altura da peça.

16/4= 4cm
Altura max de projeto foi de 3,5cm

OK!

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EXERCICIO DE ENTALHES
Para a estrutura abaixo, verificar a estabilidade da ligação entalhada do
banzo superior/inferior com relação a compressão.
Dados:
Madeira: Dicotiledônea C40
Kmod= 0,56
Pd= 45kN
α= 25°

2º Resistencia a compressão - banzo inferior:

3º Tensão atuante sobre o elemento – banzo inferior:

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EXERCICIO DE ENTALHES
Para a estrutura abaixo, verificar a estabilidade da ligação entalhada do
banzo superior/inferior com relação a compressão.
Dados:
Madeira: Dicotiledônea C40
Kmod= 0,56
Pd= 45kN
α= 25°

2º Resistencia a compressão - banzo inferior:

3º Tensão atuante sobre o elemento – banzo inferior:

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EXERCICIO DE ENTALHES
Para a estrutura abaixo, verificar a estabilidade da ligação entalhada do
banzo superior/inferior com relação a compressão.
Dados:
Madeira: Dicotiledônea C40
Kmod= 0,56
Pd= 45kN
α= 25°
Fc,90d= 0,44 kN/cm²*

4º Resistencia a compressão inclinada em relação as fibras do tirante:

5° Tensão atuante no elemento - tirante:

Lembrando que é a mesma

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EXERCICIO DE ENTALHES
Para a estrutura abaixo, verificar a estabilidade da ligação entalhada do
banzo superior/inferior com relação a compressão.
Dados:
Madeira: Dicotiledônea C40
Kmod= 0,56
Pd= 45kN
α= 25°
Fc,90d= 0,44 kN/cm²*

4º Resistencia a compressão inclinada em relação as fibras do tirante:

5° Tensão atuante no elemento - tirante:

Lembrando que é a mesma

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DÚVIDAS AULA PASSADA

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DÚVIDAS TRAZIDAS NA AULA PASSADA
CAVILHAS

As cavilhas são pinos de madeira torneados feitos com


madeira dura e são introduzidas por cravação com pré-
furação sem folga nas peças de madeira. A NBR7190 exige
que as cavilhas deverão ser de madeiras classe C60.

A cavilha deve estar perfeitamente seca, caso contrário há


retração após sua colocação, o que provoca folgas.

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DÚVIDAS TRAZIDAS NA AULA PASSADA
CAVILHAS

Para estruturas são consideradas apenas cavilhas com


16mm (5/8”), 18mm (3/4”) e 20mm (1”) e os furos devem
ser exatos.

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INDICAÇÃO DE LEITURA
• Pfeil, Walter. Estruturas de Madeira. 6ª Edição. 2003. Capítulo 4.
• Norma NBR 7190:1997. Projeto de estruturas de madeira.
• E 1ª Edição – Parte 1 - NBR 7190:2022. Projeto de estruturas de
madeira.
• Estrutura de Madeira. Aula 14: Ligações – Professor Dennis
Pureza
• ESTRUTURAS USUAIS DE MADEIRA - Prof. Luís Eustáquio Moreira
EEUFMG – DEES: Capítulo 17 (Ligações)
• UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Prof. Dra. Ângela
do Valle Colaboração MSc. Arq. Natália Biscaglia Pereira
Departamento de Engenharia Civil Florianópolis, SC-2015

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Estruturas Metálicas e Estruturas de Madeira
A3 - EXEMPLO

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A3 - EXEMPLO
Dimensionar os elementos estruturais da cobertura de um galpão comercial que será feito de madeira.

Dados:
As dimensões do galpão são: 10 x 25m.
Galpão comercial que será construído na cidade de Porto Alegre - RS; Terreno fracamente acidentado;
Terrenos abertos em nível ou aproximadamente em nível, com poucos obstáculos isolados, tais como
árvores e edificações baixas. A cota média do topo dos obstáculos é considerada inferior ou igual a
1m.; Distância entre pórticos: 2,5 m; Considere quatro faces igualmente permeáveis.

Dados telhado:
Cobertura com chapas onduladas de fibrocimento;
Telhado com duas águas e inclinação das águas de 26°.
Desconsiderar calhas, condutores e cumeeira. Considerar: carregamento de longa duração, peça sem
classificação mecânica. Classe de umidade: Classe de umidade 1.

Dados Mezanino:
Altura pé direito 3 m; Laje: Placas cimentícias / painel wall: 0,3751 kN/m² e vão máximo de 1,25m;
Forro em gesso acartonado; Revestimento de piso com 5 cm de espessura;
Divisórias móveis sem posição definida em drywall;
Paredes laterais de Alvenaria de bloco cerâmico com 2 cm de revestimento em cada face;
Considere que as cargas da laje serão transmitidas apenas para as vigas secundárias;
Considerar ligações flexíveis entre vigas e pilares e vigas e vigas;

Dados térreo:
Altura pé direito 3,00 m;
Sem divisórias e outros elementos;

MADEIRA: DICOTILEDONEA C20 24


A3 - EXEMPLO
a) Faça o lançamento estrutural das
tesouras, vigas e pilares, para isso
utilize o AutoCAD. Preocupe-se com
os vãos entre os pilares e vigas e com
os comprimentos das barras da
treliça/tesoura. As dimensões das
seções transversais serão avaliadas
em outro item. (1 ponto)

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A3 - EXEMPLO
b) Determine as cargas devido ao vento no galpão. Na especificação da altura total do
galpão, desprezar a espessura da laje. (2 pontos)

Abrir o Visual Ventos e analisar os dados e inseri-los.


Copiar todo o relatório.

c) A estrutura está submetida a uma carga permanente de Pgt = 0,1 kN/m² (peso próprio
da tesoura), Pgc = 0,67 kN/m² (chapas de fibrocimento + caibros +absorção de água) e
Pgterças = 0,08 kN/m e carga acidental de Pq= 0,3 kN/m² (uso e ocupação) e de vento de
Pw= kN/m (vento de sobrepressão) deverá ser obtida através do cálculo das forças
devidas ao vento no galpão (poderá ser utilizado o software “VisualVentos”, afim de
simplificar a análise utilize apenas o vento de sobrepressão), faça as combinações
considerando a mesma concentração de carga em todos os nós.
Considerar: Sem predominância de equipamentos fixos. (3 pontos)
CONSIDERAR AREA DE PROJEÇÃO*** E DECOMPOR A
CARGA DE VENTO
1º transformação de cargas distribuídas em cargas pontuais.
• Influência na distância entre pórticos e das águas da cobertura
2º Combinação de ações últimas

Lembrar os itens ditos no exercício:


Usar a maior carga de vento somente de sobrepressão.
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Utilizar no calculo, a maior concentração de carga por área (pior caso).
A3 - EXEMPLO
d) Utilize o Ftool para determinar os esforços em cada uma das barras. Ilustrar a estrutura carregada e
apresentar os diagramas de esforços internos nas barras. Preencha uma tabela como a apresentada
abaixo: (2 pontos)
Será dividido a Nd pela quantidade de nós por água da treliça. Portanto, x / 3 = kN nos nós e x / 3 *2 no nó
mais alto.

BARRA VALOR ESFORÇO BARRA VALOR ESFORÇO


AB FG
BC GH
CD HE
DE BG
AF GD 27
A3 - EXEMPLO
e) Dimensionamento: Para a tesoura os banzos superior e inferior deverão possuir a mesma seção, o
mesmo critério deverá ser utilizado para as diagonais e montantes, ou seja, o aluno deverá dimensionar
apenas três barras da mencionada treliça (banzo, montante e diagonal). Pelo desconhecimento das
ligações: considerar área útil para peças tracionadas = 80% da área bruta da peça. Utilizar as dimensões
comerciais ou padronização PB-5 de peças de madeiras serrada, conforme a tabela A.2.1. (Livro: Pfeil:
Dimensionamento de Estrutura de Madeira).
Conferir o índice de esbeltez das peças e dimensões mínimas. (2 pontos)

1º Dimensionar as barras do banzo inferior (peça tracionada). Conferindo o índice de esbeltez das peças e
dimensões mínimas
2º Recordar que as peças dos banzos serão de mesma dimensão.
3º Verificar de atende o λ máximo de uma peça comprimida. (para facilitar os cálculos e se tratar de uma treliça,
tesoura de telhado, pode-se considerar os cálculos de dimensões das peças comprimidas como se fossem
peças curtas).

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A3 - EXEMPLO
e) Dimensionamento: Para a tesoura os banzos superior e inferior deverão possuir a mesma seção, o
mesmo critério deverá ser utilizado para as diagonais e montantes, ou seja, o aluno deverá
dimensionar apenas três barras da mencionada treliça (banzo, montante e diagonal). Pelo
desconhecimento das ligações: considerar área útil para peças tracionadas = 80% da área bruta da
peça. Utilizar as dimensões comerciais ou padronização PB-5 de peças de madeiras serrada, conforme
a tabela A.2.1. (Livro: Pfeil: Dimensionamento de Estrutura de Madeira).
Conferir o índice de esbeltez das peças e dimensões mínimas. (2 pontos)

1º Dimensionar as barras do banzo inferior (peça tracionada). Conferindo o índice de esbeltez das peças e
dimensões mínimas
2º Recordar que as peças dos banzos serão de mesma dimensão.
3º Verificar de atende o λ máximo de uma peça comprimida. (para facilitar os cálculos e se tratar de uma
treliça, tesoura de telhado, pode-se considerar os cálculos de dimensões das peças comprimidas como se
fossem peças curtas).

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A3 - EXEMPLO
e) Dimensionamento: Para a tesoura os banzos superior e inferior deverão possuir a mesma seção, o
mesmo critério deverá ser utilizado para as diagonais e montantes, ou seja, o aluno deverá
dimensionar apenas três barras da mencionada treliça (banzo, montante e diagonal). Pelo
desconhecimento das ligações: considerar área útil para peças tracionadas = 80% da área bruta da
peça. Utilizar as dimensões comerciais ou padronização PB-5 de peças de madeiras serrada, conforme
a tabela A.2.1. (Livro: Pfeil: Dimensionamento de Estrutura de Madeira).
Conferir o índice de esbeltez das peças e dimensões mínimas. (2 pontos)

1º Dimensionar as barras do banzo inferior (peça tracionada). Conferindo o índice de esbeltez das peças e
dimensões mínimas.
2º Recordar que as peças dos banzos serão de mesma dimensão.
3º Verificar de atende o λ máximo de uma peça comprimida. (para facilitar os cálculos e se tratar de uma
treliça, tesoura de telhado, pode-se considerar os cálculos de dimensões das peças comprimidas como se
fossem peças curtas).

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A3 - EXEMPLO

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A3 - EXEMPLO
e) Dimensionamento: Para a tesoura os banzos superior e inferior deverão possuir a mesma seção, o
mesmo critério deverá ser utilizado para as diagonais e montantes, ou seja, o aluno deverá dimensionar
apenas três barras da mencionada treliça (banzo, montante e diagonal). Pelo desconhecimento das
ligações: considerar área útil para peças tracionadas = 80% da área bruta da peça. Utilizar as dimensões
comerciais ou padronização PB-5 de peças de madeiras serrada, conforme a tabela A.2.1. (Livro: Pfeil:
Dimensionamento de Estrutura de Madeira).
Conferir o índice de esbeltez das peças e dimensões mínimas. (2 pontos)

4º Dimensionar as diagonais.
Lembrar de conferir o λ máximo de solicitação da peça.

5º Dimensionar os montantes.

6º Conferir o índice de esbeltez das peças (λ máximo de solicitação da peça) e dimensões


mínimas.

7º Desenhar isso em projeto (utilizar o CAD).

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