Pós-Graduação Intervenções Clínicas na Abordagem Psicanalítica (Turma: B) | 1ª
e 2ª Clínica de Lacan Alunas: Bruna Lima e Maria Luísa Leite
Através da ótica lacaniana, somos norteados pela notável frase de Lacan: “o
inconsciente é estruturado como uma linguagem” e que, por meio desta, se torna possível o acesso aos conteúdos inconscientes. Durante a associação livre, o sujeito se comunica consigo mesmo e, devido a transferência entre analista e analisando, as questões reais – ou seja, desconhecidas – se tornam familiares quando são simbolizadas. De acordo com Miller (2009, p. 14), “é pela transferência que se presentifica, mobiliza e lê o inconsciente”. Porém, nem todo acesso ao inconsciente é permitido e é por tal viés que perceberemos um limite na relação psicanalítica. Sendo assim, podemos dividir o inconsciente como real e transferencial. Ainda segundo Miller (2009, p. 18), “Lacan tem o cuidado de apontar que o sujeito suposto saber não é real. Aqui, podemos fazer então um jogo entre o inconsciente como real e a operação que muda e o dilui, ou seja, a do suposto sujeito saber”. Logo, percebe-se que o inconsciente real – o que não temos acesso – pode vir a se tornar um inconsciente transferencial – quando se alcança sentido e interpretação - com o suporte do analista. O inconsciente real contém materiais que não damos conta, pois não há limite e nem lei, como no transferencial. O real seria assim uma reação de Um, de Um só, à articulação freudiana do inconsciente” (MILLER, 2009). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORDEIRO, E. F. O inconsciente em Sigmund Freud. Minas Gerais, 2010.
MILLER, Jacques-Alain. Perspectivas do Seminário 23 de Lacan: O sinthoma. Rio