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SEMINÁRIO III – DOUTORADO EM PSICOLOGIA

DISCIPLINA PSICOLOGIA E PSICANÁLISE I

APRESENTAÇÃO:
LACAN: O real, o simbólico
e o imaginário.

Alessandro Euzébio
Doutorando em Psicologia Clínica
Linha de Pesquisa Psicanálise, Linguagem e Sujeitos
O ser humano se constitui
na linguagem!
Nó Borromeano
(Brasão dos Borromeus)

Três registros da experiência


analítica: o real, o simbólico
e o imaginário.

O “nó Borromeano” foi um recurso para mostrar


como se articulam os registros do Imaginário,
Simbólico e Real.
O ser humano se constitui
na linguagem!
Nó Borromeano
– O Imaginário
“O inconsciente opera segundo uma
lógica determinada. Por ser estruturado
como uma linguagem, sua lógica deve
ser delimitada pelos mecanismos
intrínsecos ao funcionamento desta.” 3
A fantasia:
“Está aí para expressar-se, para ser
direta, para simbolizar algo, e algo que
difere segundo o momento do diálogo.”
Lacan1
Todo relacionamento do sujeito com o seu semelhante ou
com o mundo externo será mediatizado pela tela da
fantasia.
Nó Borromeano
– O Imaginário
Fase do espelho: Pela imagem
do outro há a criação de uma
imagem do eu.
Em outras palavras, há a
criação de uma unidade pela
imagem.

em toda relação do sujeito com o objeto


está implícita uma relação imaginária

Não há meio de compreender o que quer que seja


da dialética analítica se não afirmarmos que o eu é
uma construção imaginária.
Nó Borromeano
– O Eu Imaginário

Isso, o fato de ser imaginário, não retira


nada dele, desse pobre eu – diria até que
isso é o que ele tem de bom. Se ele não
fosse imaginário, não seríamos homens,
seríamos luas. O que não quer dizer que
basta termos esse eu imaginário para
sermos homens. Podemos ser ainda essa
coisa intermediária que se chama louco.
Um louco é justamente aquele que adere
a esse imaginário, pura e simplesmente.”
Nó Borromeano
– O Imaginário
Nó Borromeano
– O Imaginário e o Simbólico
Sonhos
Lapsos
Chistes (Piadas,
gracejos)

A fantasia é constituída pelo simbólico. Ela tem um lado


protetor do real traumático e, por outro, produz uma
fixação objetal perversa.
Nó Borromeano
– O símbolo

“Deste modo é necessário entender o simbólico


em jogo no intercâmbio analítico,..., quer se trate
de sintomas reais, atos falhos e tudo quanto nele
se inscreva; trata-se ainda e sempre de símbolos,
e de símbolos muito especificamente organizados
na linguagem, que por conseguinte funcionam a
partir desse equivalente do significante e do
Significado: a estrutura mesma da linguagem.”
Lacan1

“O analista deve ser capaz de compreender o


jogo que joga seu sujeito.” Lacan1
Nó Borromeano
- Sujeito e Linguagem

“Na concepção de Chomsky, o objeto não é


abordado senão por um objeto.” “Por isso, nego que o
“Em contrapartida, pela restituição do sujeito objeto possa ser
como tal, na medida em que ele mesmo só pode apreendido por algum
ser dividido pela operação da linguagem, a órgão.”
analise encontra sua difusão.”

“A analise encontra sua difusão em função de questionar a


ciência como tal - ciência na medida em que faz de um
objeto um sujeito, enquanto é o sujeito que é, em si,
dividido.”
Nó Borromeano
– O Real e a Fantasia
“O real suporta a fantasia, e a
fantasia protege o real.” Lacan2

O Real é precisamente aquilo que


escapa, o que não se inscreve pelo
simbólico, que remete ao traumático.

“Em analise, todo sujeito conta o seguinte: ele é sempre, e


nada mais do que uma Suposição.”
Nó Borromeano
- Sujeito e Linguagem

“...só há verdade na medida em que ela apenas pode ser


dita pela metade, tal qual o sujeito que ela comporta. Para
exprimi-lo conforme o enunciei, a verdade só pode se meio-
dizer.” Lacan, 1975-1976
Nó Borromeano – Real e Sentido
“Podemos dizer que o real
tem e não tem um sentido...
Que o real não tenha
sentido é o que figurado
com isso, que o sentido aqui
e o real lá.” Lacan, O
Seminário, livro 23.
A realidade psíquica é configurada a partir da
fantasia inconsciente, modo pelo qual cada sujeito
faz face ao real.
“Entretanto, isso ainda e apenas um véu lançado sobre o que constituía eficácia
da linguagem, isto e, sobre o fato de que a linguagem não é, ela mesma, uma
mensagem, mas que se sustenta apenas pela função do que chamei de furo no
real.” Lacan, O Seminário, livro 23.
Nó Borromeano
- Sintoma
Nó Borromeano - Sintoma
A configuração seguinte, ...
esquematiza o imaginário, o
simbólico e o real como separados
uns dos outros. Vocês tem a
possibilidade de liga-los. Com o
que? Com o sinthoma, o quarto.

“A perversão não é definida porque o


simbólico, o imaginário e o real estão
rompidos mas, sim, porque eles já são
distintos, de modo que se precisa
supor um quarto que, nessa ocasião, é
o sintoma.”Lacan, 1975-1976
Com a
outra ele
sacudia.
Nó Borromeano – Objeto a
“O objeto a é algo de que o sujeito, para se
constituir, se separou como órgão.”
(Lacan, 1964, p. 101).

Daí falarmos de um objeto que tem


a falta como substância.
quando desejamos, desejamos algo,
esse algo se remete ao objeto a.
Em um tempo e contatos que dizem muito...

https://www.youtube.com
/watch?v=S-QtbFaZjmw
• LACAN , Jacques. O Simbólico, o Imaginário e o Real. Discurso
pronunciado por Lacan em Julho de 1953, na fundação da Societé
Française de Psychanalyse. Disponível em:
http://lacan.orgfree.com/lacan/textos/simbolicoimaginarioreal.ht
m Acesso em: 14 de maio de 2015.
• LACAN, Jacques. (1964a). O seminário livro 11: os quatro conceitos
fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1979.
• COUTO, Luis Flávio Silva; SOUZA, Marcelo Fonseca Gomes de. O
estruturalismo em Jacques Lacan: da apropriação à subversão da
corrente estruturalista no estabelecimento de uma teoria do sujeito
do inconsciente. Ágora (Rio J.), Rio de Janeiro , v. 16, n. 2, p.
185-200, Dec. 2013 .
• Café Filosófico | Entrevista Com Jorge Forbes. Disponível em:
http://www.cpflcultura.com.br/wp/2009/01/19/cafe-filosofico-
entrevista-com-jorge-forbes/ Acesso em: 17 de maio de 2015.
• Lacan, Jacques – Seminário 23 – O Sinthoma. Texto estabelecido
por Jacques-Alain Miller. Tradução - Sérgio Laia. Edição 2007.
Jorge Zahar Editor.

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