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03 – Coronavírus

PROPOSTA UNICAMP – FOLHETO INFORMATIVO

Você foi selecionado(a) por seus professores de Português do Ensino


Médio para redigir um folheto informativo a ser distribuído a todos os
estudantes e à comunidade escolar sobre o novo coronavírus, a pedido do(a)
diretor(a) do seu colégio.
O conteúdo de seu folheto deverá ser assim estruturado: a) no primeiro
parágrafo, apresente um breve histórico e as características do novo
coronavírus; b) no segundo e no terceiro parágrafos, alerte para os perigos de
disseminação de fakenews e preconceitos em torno do tema; c) no último
parágrafo, aponte dicas para prevenção contra o coronavírus; d) você deve ainda
acrescentar ao menos uma informação (em algum dos parágrafos) inédita em
relação aos textos motivadores abaixo.

O folheto informativo é um gênero textual cuja linguagem aborda o leitor


diretamente. É “impresso em folha avulsa, com distribuição corpo a corpo feita
em locais de grande circulação” (COSTA, 2008, p. 146) COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros
textuais. Belo Horizonte: Autêntica. 2008. Costuma apresentar um título chamativo.

Para redigir seu texto, leve em conta os excertos apresentados a seguir:


Texto 1

http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/aeroportos-alertam-contra-coronava-rus/470647
Texto 2

CUIDADO COM FAKE NEWS SOBRE CORONAVÍRUS

Publicado 29/02/2020 - 12h03


Reprodução Jornal da USP

Em reportagem do Jornal da USP, a farmacêutica-bioquímica Laura de


Freitas desmente algumas das muitas informações falsas que estão circulando
país afora. Mestra e doutora em Biociências e Biotecnologia, a pesquisadora da
USP pede para nunca compartilhar mensagens sobre as quais não se possa
checar a fonte das informações. Isso vale para qualquer mensagem, não só as
que tratam do coronavírus.
Por exemplo, lembra ela, não existem artigos que tenham medido quanto
tempo o vírus dura nas mãos, mas é verdade que as mãos são as principais
transmissoras de vírus e bactérias. “Lave as mãos após cumprimentar várias
pessoas e tocar em objetos públicos, como corrimãos e maçanetas, e após usar
o transporte público. Se não tiver como lavar as mãos imediatamente, o álcool
em gel é uma boa alternativa.”, apesar de circular pelas redes sociais vídeo de
um autointitulado químico autodidata defendendo que o álcool em gel seria
inócuo.
Algumas das fakenews divulgadas nas redes sociais e desmentidas pela
Dra. Laura Freitas:
● Coronavírus causa fibrose
● Calor e gargarejos funcionam contra o vírus
● Beber água mata o vírus
Além dessas, há outras fakenews mais características de teorias da
conspiração, como:
● Autoridades chinesas escondem dados sobre os infectados, que seriam 2,8
milhões
● Coronavírus poderia ser transmitido por encomendas vindas da China
● Tóquio cancela as Olimpíadas temendo a epidemia
● Analista israelense especializado em guerra biológica afirma que novo
coronavírus foi fabricado em um laboratório chinês

https://www.redebrasilatual.com.br/saude-e-ciencia/2020/02/cuidado-fake-news-coronavirus/

Texto 3
O VÍRUS DO PRECONCEITO
Matéria sobre brasileiro infectado associada à foto de casal chinês causa ruído
FLAVIA LIMA, ombudsman da Folha de S. Paulo

"O primeiro caso de coronavírus no Brasil é de um brasileiro que veio da


Itália. A foto da matéria são dois asiáticos. Poxa, Folha".
Foi assim que, pelas redes sociais, um leitor criticou a escolha de uma
foto que ilustra uma reportagem publicada pela Folha na terça-feira (25). Embora
o texto aborde o primeiro caso da doença identificado no país—o de um brasileiro
que voltou de uma viagem de alguns dias à Itália—, a imagem escolhida para
acompanhar a matéria é a de um homem e uma mulher chineses.
A questão é que, desde que se começou a ter um volume maior de
notícias sobre o surto, leitores, telespectadores e internautas vêm sendo
bombardeados com milhares de imagens de asiáticos associadas aos avanços
da doença.
O que, no começo, parecia inofensivo—afinal de contas, o surto originou-
se na China—passou a alimentar uma fogueira poderosa: a do preconceito, que
sempre ganha força em meio a um cenário de medo e de ignorância.
Nesse calor, o outro vira alvo de demonstrações explícitas de racismo.
Passa a não interessar mais se a pessoa esteve ou não na China ou nos
países sob alerta das autoridades de saúde: se tem traços asiáticos, é encarada
como um risco—algo que, mesmo sem intenção, é reforçado quando um texto
sobre um brasileiro que se infectou na Itália é acompanhado de uma foto de um
casal chinês.
Não surpreende que asiáticos enfrentem olhares de desconfiança e
passem por medo e humilhações. E que aquele primeiro leitor tenha se
incomodado com a foto incluída na matéria.
Ainda que agregue informação, há o aspecto simbólico da imagem: a
conexão entre o vírus e os asiáticos, reforçando o preconceito.
Um bom modo de enfrentar a contaminação pelo preconceito é oferecer
informação—algo que o Ministério da Saúde e a imprensa de modo geral vêm
fazendo bem.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/flavia-lima-ombudsman/2020/03/o-virus-do-preconceito.shtml?origin=folha

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