Você está na página 1de 423

Pe.

Pe. Leo
Leo J.J. Trese
Trese

A Fé
Explicada
NIHILIL OBSTAT
NIH OH.S l AT
São Paulo, 25
São Piuilo, 25 de junho de
de jvinho 1951
de l^ Si
P.P. Frei
Frei Amalclo
Amaldo Vicente
Vicente Belli,
Belli, Ofmcap.
Ofincap.
IMPRIMATUR
IMPHIMATUR
São Paulo, 25
São Paulo, 25 dede junho
junho de
de 1981
1981
tf José Thurler
José Thurlev
Bispo Auxiliar
Bispo Auxiliar ce Vijiáviu
Vigário Geval
Geral
À FÉ EXPLICADA

Este livro é uma ponte entre a


fé e a razão. É também uma ponte
entre a fé e a vida.
Dividido em três partes — o
Credo, os Mandamentos e os Sacra-
mentos — não constitui uma caixi-
nha de respostas, mas a explanação
dos principais aspectos do mistério
da fé, na sua transcendência e na
sua acessibilidade. Sabe-se que mui-
tas das dúvidas de fé resultam não
tanto da dificuldade de entendê-la,
mas da ignorância ou de um co-
nhecimento fragmentário: com fre-
quência, recusa-se o que se desco-
nheve ou se conhece mal e parcial-
mente.

O valor
da presente obra está
em que, desfiando a lógica de Deus
no seu plano de clevação do ho-
men, € ajustando as peças uma
à uma, coloca o homem ante a
grandeza do projeto divino e a
abundância de meios que a fé lhe
oferece. O mistério será sempre
mistério, luz inefável de Deus, que
nos é revelada, mas, ao clarificar-se
à Sua estrutura, surge o desenho
de ufa paisagem onde o homem
sente a sua razão clevar-se à um
nível supremo de coerência, de
segurança e de amplidão de hori-
zontes. Verdadeiramente, sio os
homens sem fé os que passam pela
vida Às escuras.

LEO TRESE cursou à Univer-


sidade em Wayne «, depois de or-
denado, exerceu o miltisttro sa-
cerdotal em Detroit. Foi cpelão
de um centro de estudos unversi-
tários e, até à morte, em 97), um
dos escritores de espiritulidade
mais lidos na América. É autOr
de mais de uma dúzia & ivros,
traduzidos para muitas ligas, €
publicava uma coluna sema] que
era reproduzida em todo! à jor-
nais de orientação catia nos
Estados Unidos.

Dono de um estilo muiiopso al,


em que alia a precisão didyrina
à simplicidade da expoçke a
um bom humor coloquial, im O
condão de ancorar os KMima As :
abstratos ou complexos ni age la
experiência humana, evil me-
diante exemplos e analogu icumra-
das. Por esse feixe deryõess
vitais que propõe, pod+ dizerr
que esta obra é tambér? mypn te
entrea féca vida. Diukgura
brota uma adesão cordii,w sas
às verdades da fé, cOD ubémm
aos critérios de fé.
INDICE

P-IMEIRA PARTE

O CREDO

- O FIM DA EXISTÊNCIA DO HOMEM


Por que estou aqui?
Que devo fazer? ..
Quem me ensinará” ErERE:EE:EE:RERE.:E.rrE:EErERRERRE.Rr. RE

II. DEUS E AS SUAS PERFEIÇÕES


Quemé Deus? .... EEE: EEOUERREEE:EvEE..REcREÃR

HI. A UNIDADE E A TRINDADE DE DEUS


Como é que são três? EE... dk

IV. A CRIAÇÃO E OS ANJOS EE.REAEEEEE.EEE EEE... mk

Como começou a criação? ........ccccccccciccc


cc
O diabo é real? ..

- CRIAÇÃO E QUEDA DO HOMEM


O que é o homem?
Como nos fez Deus” o... il

O que é o pecado original? ..............c...


e...
E depois de Adão? red...

VI. O PECADO ATUAL oo... sl

Minha alma pode morrer? ...........ccccc coco.


Quais são as raizes do pecado? ..........cccc cc.
VII. A ENCARNAÇÃO
Quem é Maria? ...
Quem é Jesus Cristor
VIII. A REDENÇÃO ... AEE...

Como termina? ...


. O ESPÍRITO SANTO E A GRAÇA ERMLENSEEES E E ê

À Pessoa Desconhecida E E E ES E E ES E EE O HZ É

O que é a graça? ns sa a nas ss ss ars aa da

A graça que vai € VEM sccerissssssascgcccrassaama


ass
Fonte de vida .... nos... =EÕgZR

O que é o mérito?
- ÀS VIRTUDES E DONS DO ESPIRITO SANTO ......... Bo
O que é virtude? ........cccic
cce e cce 95
Esperança e amor .... cassa ss snes em ra vnssma eis ace aaa em va à 99
Maravilhas interiores ...ccccccccicciicsi
e e A 103
AS SITLGDCE MDEAIS cs eme o us ES SS RES E ENE ES SAEM SOS RS à 107

XI. A IGREJA CATÓLICA .........ccccccs css 112


O Espírito Santo e a Ipreja ......cccccccc
cc 112
Nós somos a Igreja .........cccccccccicici
cera rerees 116
XII. AS NOTAS E OS ATRIBUTOS DA IGREJA ............ 121
Onde a encontramos? .....cccciccccc e 121
Sarita: é CatólicA sz vos sas Ei EA TU El LEIS ELLUS ES 125
A razão, a fé... e eu .iccicicisicicicicccarrrrera 129

XI. A COMUNHÃO DOS SANTOS is O PERDÃO DOS


PECADOS e. 194
O Him O CRRMINHO!
somos presesaranio CS GUNS O) ER ROS PE SO DME Em E 134

XIV. A RESSURREIÇÃO DA CARNE E A VIDA ETERNA .... 137


O tim do mundo ....ccccc e 137

SEGUNDA PARTE

OS MANDAMENTOS

XV. OS DOIS GRANDES MANDAMENTOS .......ccccc. 147


A té prova-se com obras .......ciciicccitcirirtarasoo 147
Snbinharo: PoSÊIMO: » sura eua au am smua 08 Enmoraapaças AGA AMME 65% A 151
O maior bem ...cccccicccccc
e e E EA 155

AVI. O PRIMEIRO MANDAMENTO ..ccccccc 160


O nosso primeiro dever .....ccciciiisiiccscscscrtarao 160
Pecados contra à fé Lisecicdusocociisiia
velada CART A Ta 164
Esperança e Caridade .....cc cs clsll sic s ssa 168
Sucrilégio e superstição ......icciciccisicsrisasararaara 173
XVII. O SECUNDO E O TERCEIRO MANDAMENTOS ...... 178
E Se HOMO E BARÃO ss seems uu a SMS ESSA a ES ns gm 178
Bendizei e não amiúdiçõeis .iciccciccciccccirarca
casar 182
Por que ir à Missa aus domingos” .....ccccciccciiccii 186
XVIII. O QUARTO E O QUINTO MANDAMENTOS ........... 191
Pais, Filhos e cidadãos ..cccccccciciciceir 191
A sul é de DEDO sau gos ci po cosas ER DE Gera GSM aa ua 195

NIX. O SEXTO E O NONO MANDAMENTOS ............. 200

AN. O SETIMO E O DECIMO MANDAMENTOS .......... 205


E Tie € O TEN «x us ss Emp E SEM SON ME IS ES PURO HEM O Ga 205
ANT. O OITAVO MANDAMENTO cc A 210
Só a verdade ....... E SD US SENT E PORRA OE RL IT IG UE SON AN 210

NXTE. OS MANDAMENTOS DA IGREJA E US GUNIR QUEM Gupta RS RA 215


Av Joia da Toreia 215
TERCEIRA PARTE

OS SACRAMENTOS E A ORAÇÃO

XXxHI. OS SACRAMENTOS ............s.cclissscc


cer 223
Introdução aos Sacramentos .......ccccccccicrre
rr 23
Sete Sacramentos, por quê? .........cccsccsccsscrco 227
XXIV; O BATISMO sousa os usas ps o pgs cegE EL RES Es ES4 231
O inicio da vida usas o nazis nas LELEO Ei ELES O ELE 231
A marca do CAstão .......ccccccss ssa sarro 235
O batismo da criança ........cccce
errar ra 238
Antes e depois do nascimento ..........cccicicicscrc 241
O nascimento de uma alma ........cisccls ssa 2A3
Quem pode BaNZARE cs va uses na os cas es Da em vm cuacenma vam 246
XXV. A CONFIRMAÇÃO ...........ccccc
cce c cancer 250
O sacramento da Confirmação ........ccccccccccacco 250
O significado da Confirmação .......scccccccslc censo. aos
XXVI. A EUCARISTIA ..............llcl nn 258
O maior dos sacramentos .........iccccscicccciicarreco 258
esus mantém a sua promessa .......ccicssccrererrcrado 262
já não É PÃO. sasseça «vs esses nu em sonia as Res AMA 4 asaqasamaaSa RM à 286
O pão, o vinho e o sacerdote ........iscscccsssserrão 270

RAVIL. A MISSA. «us cs ppommees smsaaces no cesso emunuinçaes ds pus dx «o ema 274
Começamos a Missa .....ccccccccccccccrcccriccarrccrecs 275
Que constitui um sacrifício? ........ccccsccsscs
srs 278
Cada Missa é a nossa Missa ........ccccicciiccccco 282
A Missa tem história .........cccccccc caro 284
À liturgia eucarística ........ccllcccclclassc cicero 288
Por que vestir paramentos? .......ccccsssssssscccsrseo 292
O Missal Romano ..........cciciisscccs ss 296
Participar da Mista. .s quasgos os us nos ps ms Eos E EURSA EE 4S 298
XXVIII. A SAGRADA COMUNHÃO ...........ccccic cr 303
Tão: perto de: CRStO soe os us aims o sjuesmos x macas qu mms 303
Quem pode comungar? ........cccccisisscsscrrrercrao 307
O jenjim CUCATÍScO: css es excess ememmsmas es pus Es cu mais 311
Conselhos práticos para comungar ...........ccccccccco. 312
XXIX. A PENITÊNCIA ...........ssols assar 318
O sacramento da Penitência ............ccc rs 318
Preparação da confissão .........icccsssssiscsccrrcrrão JZ2
XXX. A CONTRIÇÃO .............. ar 927
Quandoé real a dor .... errar
rr raro SBT
Agradecer a Deus pela confissão ....iiiciiirrris 391
KANE... À CONFISSÃO: esses examina cu asuses em qmagava dé ES save 336
Acusação dos pecados ...........cccccciccccc scene 336
Pecado é CASUZO ssessss ss cessa va saum va esa su cenas 341
XXXII. A PENA TEMPORAL E AS INDULGENCIAS ......... 345
As indulgências ............. TE E
Indulgências plenárias SEE ES ELEGE 14 ROS UE 55.064 HAB 349
XXXIII, À UNÇÃO DOS ENFERMOS ,:.........,..... Ea Th FA 5
O sacramento
dos enfermos .,i.ccciccsesesas a
Quando devemos chamar o sacerdote? arara sara

XXXIV. AS ORDENS SAGRADAS .........ceccccsccscerre


cano
O que é um sacerdote? ..... gere ease aaa
E tm da Ordem sagrada .....ccccressrarrerrenero

. O MATRIMÔNIO ....... TARA ride OO] A A

O matrimônio foi feito pot Deo ocorre E


O matrimônio encerra graças especiais ........... retro
A previsão forja E Ra Meir pese va em prepreaes fics
Paternidade responsável. ECN ES DR EINS 14 GUS
RRAVI, OS: SALRAMEN TAIS: sous im amis vos common conlimene vm comem q q
Agentes da graça ....iccsisiccssssrrioo
XXXVII. A ORAÇÃO ......ccscccissscrresaris rece rcerar cares
Que é a oraçãoe por que orar? ......ccceclcccireros
A oração que chega a Deus ......csssisscssistrasraa
Por quem devemos otarÊ .iccciccissirsrasresrsrrr
sra
XAXVII. O PAI NOSSO .....,scc seara
A melhor oração ,.c.cccscsiccsisercanacarseriari
sara
XXRIX. A BIBLA ..ci A .
Você lê a Bíblia? ..... ara rea
a arara
PRIMEIRA PARTE

O CREDO
CAPÍTULO
C a p í t o l o 1I

o
O FIM
FIM DA EXISTÊNCIA
DA EXISTÊNCIA DO
DO HOMEM
HOMEM

POR
P O R QUE
Q U E ESTOU AQUI?
E ST O U A Q U I?

É£ oo homem
hom em uumm mero acidentete biológico?
m ero aciden Éo
biológico? É o gênero gênero hum humano ano
uma simples etapa hum processo evolutivo, cego € sem sentido? É
um a sim ples etap a n u m processo evolutivo, cego e sem sentido? É
esta
esta vidavida humana
hu m an a nnada ad a m mais que um
ais que umaa cincintilação entre aa longa
tilação entre longa escu-escu*
ridão que
rídão precede aa concepção
que precede concepção ee aa escuridão escuridão etern eternaa que que virá após
virá após
aa morte?
m orte? Sou Sou eu eu apenas
ap enas um um grão grão de de poeira
poeira insignificante
insignificante no no uuni- n i­
verso, lançado àà existência
verso» lançado existência pelo pelo poder criadoro r de
pod er criad de um um D Deus indife-
eus indife­
rente;
rente» comocom o aa casca casca in inútil que se
ú til que se joga
joga fo forara sem
sem pensar?
pensar? T Tem
em aa vidavida
alguma finalidade, algum plano, algum propósito?
algum a finalidade, algum p lan o , algum pro p ó sito ? Enfim, donde éé
E nfim , donde
que
q u e eu eu venho?
venho? EE por p o r qque
ue estou
esto u aqui?aq ui?
"EstasE stas são são as questões que
as questões q iu qualquer
qualqu»* pessoa pessoa norm normalal levan
levantata qquan-
u an ­
do atinge id
d o atinge idade
ad e suficiente
suficiente ppara ara pensar
pensar com com certa certa sensatez.
sensatez. O O Cate-
C ate­
cismo
cism o da d a Doutrina
D outrina C Cristã
ristã é, é, pois,
pois, sumamente
su m am ráte lógico lógico quando
qu ando no noss
propõe como pergunta inicial: “Quem nos criou?”, pergunta à qual,
propõe com o pergunta inicial: “Q uem nos crio u ?^, pergunta à qual,
umaa vez
um respondida, se
vez respondida, segue im
se segue imediatamente
ediatam ente esta esta ooutra:
u tra: ““Quem
Q uem éé
DDeus?”.
eus?” . M Mas, no m
as, no momento, parece-mee preferível
om ento, parece-m p referív d aadiar d ia r aa resposta
resposta aa
estas duas
estas duas perguntas
perguntas ee começar co m eçar com com aa consideração
consideração de de umumaa tetceira.
terceira.
ÉE igualmente
igualm ente básica, básica, igualmente
igualm ente urgente, urgente, ee oferece-nos
oferece-nos um melhor”
um melhoi*
ponto de partida. A pergunta é: “Para que nos fez Deus?”
p onto de p artid a. A perg u n ta é: “ P ara que nos fez D eus?”
Há dois m
H á dois modos
odos ddee respmresponder ider aa essaessa pergunta,
pergunta, co conforme
nform e aa consi­
consi-
deremos
derem os do do pponto
o n to dede vista
vista de de D Deuseus ou
o u ddoo nosso.
nosso. Considerando-a
C onsideran do-a ddoo
ponto
p o n to de vista de
de vista de D Deus,
eus, aa resposta
resposta é: é: “Deus
“ D eus no noss fez
fez ppara
a ra mostrar
m o strai &a
sua
su a txmbondade”.
dade” . P Posto
osto que que E Elkele éé um um Ser Ser infinitamente perfeito, aa
infinitam ente peifeítt>»
principal
p rin cip al razão
razão pela pela qual faz alguma
q u al faz algum a coisa coisa deve deve serser um umaa razão
razão infi-infip
nitamente
nkam ente pperfeita. e rfd ta . M Masas só só hháá um umaa razão
razão infinitam
infinitamente perfeita para
en te perfeita p am
se
se fazer
fazer algumalgumaa coisa:coisa: éê fazê-la
fazê-la por pòr D Deus.
eus. P Por
o r isso,
isso, seria indigno
seria indigno
ded e Deus,
D eus, co contrário
n trário àà su suaa ininfínita
fin ita perfeição,
perfeição, que que Ele fizesse algum
E le fizesse algumaa
coisa
co isa ppor o r uma razão inferkH:
u m a razão inferior aa Si Si mmesmo.
esm o.
12 O FIM DA EXISTÊNCIA DO HOMEM

Talvez o compreendamos
Talvez o compreendamos melhor
melhor se o aplicarmos
se o aplicarmos aa nós.
nós. Mesmo
Mesmo
para
para nós,nós, aa maior
maior ee melhormelhor razão razão parapara fazermos
fazermos alguma
alguma coisacoisa éé
fazê-la por Deus.
fazê-la por Deus. Se a faço por outro ser humano — por mais
Se a faço por outro ser humano — por mais
nobre
nobre que seja. como
que seja, como alimentar
alimentar um um faminto
faminto — — ee aa faço
faço especial-
especial­
mente
mente por essa razão,
por essa razão, sem sem me me referir
referir aa Deus
Deus de de alguma forma, faço
alguma forma, faço
algo
algo imperfeito.
imperfeito. Não Não éé uma uma coisa
coisa má,má, masmas éé menos
menos perfeita.
perfeita. IssoIsso
seria assim,
seria mesmo que
assim, mesmo que se se tratasse
tratasse de de um um anjo
anjo ou ou dada própria
própria San-
San ­
tíssima Virgem,
tíssima Virgem, se prescindissem de
se prescindissem de Deus.
Deus. Não Não existe
existe m maior
aior motivo
motivo
para fazer
para fazer uma
uma coisacoisa que fazê-la por
que fazê-la por Deus.
Deus. EE isso isso éé certo tanto
certo tanto
para
para o o que
que Deus
Deus faz faz como
como para para o o que
que nós
nós fazemos.
fazemos.
AA primeira
primeira razão,
razão, pois pois — — aa grande
grande razão pela qual
razão pela qual Deus
Deus fezfez
o universo
o universo ee nos nos fezfez aa nós
nós — —, , foi
foi aa sua
sua própria
própria glória:
glória: para
para mostrar
mostrar
o seu poder e bondade infinitos.
o seu poder e bondade infinitos. Seu infinito poder mostra-se pelo
Seu infinito poder mostra-se pelo
fato de
fato de existirmos.
existirmos. Sua Sua infinita
infinita bondade,
bondade, pelo pelo fato
fato dede Ele
Ele nos querer
nos querer
fazer
fazer participar
participar do do seu amor ee felicidade.
seu amor felicidade. E E sese nos
nos parece que Deus
parece que Deus
éé egoísta
egoísta por fazer as
por fazer coisas para
as coisas para suasua própria
própria honra
honra ee glória,
glória, éé por-
por­
que
que não podemos deixar
não podemos deixar de pensar nEle
de pensar nEle em em termos humanos.
termos humanos. Pen-
Pen­
samos
sam os em Deus como
em Deus como se se fosse
fosse uma criatura igual
uma criatura igual aa nós.
nós. M Masas oo fato
fato
éé que
que nãonão existe
existe nadanada nem ninguém que
nem ninguém mais mereça
que mais mereça serser objeto
objeto do do
pensamento
pensamento de de Deus
Deus ou ou dodo seuseu amor
amor que que o o próprio
próprio Deus.
Deus.

No entanto. quando
No entanto, quando dizemos
dizemos que Deus fez
que Deus fez oo universo
universo (e
(e nos
nos
fez
fez aa nós)
nós) para
para sua sua maior
maior glória, não queremos
glória, não queremos dizer, evidentemente,
dizer, evidentemente,
que
que Deus mecessitasse dela
Deus necessitasse dela dede algum modo.
algum modo. A glória
A glória queque dão
dão aa
Deus
Deus as obras da
as obras da suasua Criação
Criação éé aa que que denominamos
denominamos “glória extrin-
“ glória extrín-
seca”
seca” É algo
É algo fora
fora de de Deus,
Deus, queque não
não lhelhe acrescenta
acrescenta nada.
nada. ÉÉ como como
no caso do
no caso do artista
artista queque tem grande talento
tem grande talento para
para aa pintura
pintura ee aa mente
mente
repleta de belas imagens.
repleta de belas imagens. Se o artista projeta algumas dessas im
Se o artista projeta algumas dessas ima-a­
gens
gens sobre
sobre aa tela, para que
tela, para que aa gente
gente as as veja
veja ee admire,
admire, issoisso não
não acres­
acres-
centa nada ao
centa nada ao próprio
próprio artista.
artista. N Nãoão oo torna
torna melhor
melhor ou mais notável
ou mais notável
do
do queque era.
era.
Assim Deus
Assim Deus nos nos fezfez primordialmente
primordialmente para para aa sua honra ee glória.
sua honra glória.
Daí que aa primeira
D aí que primeira resposta
resposta àà pergunta
pergunta ““ParaPara queque nos
nos fezfez DDeus?”
eus?”
seja:
seja: ““para
para mostrar
mostrar aa sua sua bondade”
bondade” Porém, Porém, aa principal
principal maneira
maneira de de
Deus demonstrar a sua bondade baseia-se no fato de nos haver
Deus demonstrar a sua bondade baseia-se no fato de nos haver
criado
criado com com umauma alma espiritual ee imortal,
alma espiritual capaz de
imortal, capaz de participar
participar da da suasua
própria felicidade.
própria felicidade. Mesmo
M esmo nos assuntos humanos,
nos assuntos sentimos que
humanos, sentimos que aa
bondade
bondade de uma pessoa
de uma pessoa se se manifesta
manifesta pela pela generosidade
generosidade com com queque com-
com ­
partilha a sua pessoa e as suas posses com outros. Da mesma ma-
partilha a sua pessoa e as suas posses com outros. Da mesma m a­
neira,
neira, aa bondade
bondade divina divina se se manifesta
manifesta sobretudo
sobretudo pelo pelo fato
fato dede nosnos
fazer participar
fazer participar da da suasua própria
própria felicidade,
felicidade, de de nos
nos fazer participar de
fazer participar de
Si
Si mesmo.
mesmo.
Por essa razão,
Por essa razão, ao ao respondermos
respondermos do do nosso
nosso ponto
ponto de vista àà per­
de vista per-
gunta:
gunta: “Para
“ Para que que nosnos fez fez Deus?”
D eus?” dizemos
dizemos que nos fez
que nos fez ““para
para parti-
POR QUE
POR ESTOU AQUI?
QUE ESTOU AQUI? 1313

ciparmos
ciparm os da sua eterna
da sua eterna felicidade no céu”.
felicidade no céu” . Ass duas
A duas respostas
respostas são
são
como
como que
que as duas faces
as duas faces dada mesma moeda, o
mesma moeda, o anverso
anverso ee oo reverso:
reverso: aa
bondade de
bondade de Deus
Deus nos
nos fez participar da
fez participar sua felicidade
da sua felicidade ee aa nossa
nossa par­
par-
ticipação na sua
ticipação na sua felicidade
felicidade mostra
mostra aa bondade
bondade dede Deus.
Deus.

Bem,
Bem, ee que que éé essa essa felicidade
felicidade de de queque vimos
vimos falanao
falanao ee para para aa
qual Deus nos fez?
qual Deus nos fez? Como resposta, comecemos com um exemplo:
Com o resposta, comecemos com um exemplo:
oo do
do soldado americano que
soldado americano que servia
servia numa numa base base estrangeira.
estrangeira. Certo Certo dia,
dia,
ao
ao ler
ler oo jornal
jornal da da suasua terra, enviado pela
terra, enviado pela mãe,mãe. viu viu aa fotografia
fotografia de de
uma moça. OO soldado
uma moça. soldado não não aa conhece.
conhece. Nunca Nunca ouviuouviu falar
falar nela.
nela. Porém,
Porém,
ao fitá-la, diz:
ao fitá-la, diz: “Oh, agrada-me esta moça.
“ Oh, agrada-me esta moça. Gostaria de casar-me
G ostaria de casar-me
com ela”
com ela”
O endereço
O endereço da da moça
moça estava
estava no no pé pé da da foto
foto ee oo soldado
soldado decidedecide
escrever-lhe,
escrever-lhe, sem sem muita esperança de
muita esperança receber resposta.
de receber resposta. E, E , no entanto,
no entanto,
aa resposta
resposta chega,
chega. Começam uma correspondência regular, trocam
Começam uma correspondência regular, trocam
fotografias
fotografias ee contam mutuamente todas
contam mutuamente todas as suas coisas.
as suas coisas. OO soldadosoldado
enamora-se
enamora-se cada cada diadia m mais
ais dessa moça, que
dessa moça, nunca viu.
que nunca viu.
Finalmente,
Finalmente, oo soldadosoldado éé licenciado
licenciado ee volta volta para casa.
para casa. Durante
Durante
dois anos
dois anos cortetou-a
cortejou-a àà distância.
distância, Seu am
Seu amor or por
por ela ela fê-lo melhor sol-
fê-lo melhor sol­
dado
dado ee melhor homem; procurou
melhor homem; procurou ser ser oo tipo
tipo de pessoa que
de pessoa que elaela queria
queria
que fosse. Fez
que fosse. Fez as as coisas
coisas que que elaela desejaria
desejaria que que fizesse
fizesse ee evitou
evitou as as que
que
aa desagradariam
desagradariam se chegasse aa conhecê-las.
se chegasse conhecê-las. Já J á éé um
um anseio ardente
anseio ardente
por
por ela ela o o que
que palpita
palpita em em seu seu coração,
coração, ee está está voltando
voltando para casa.
para casa.
Podemos
Podemos imaginar
imaginar aa felicidade
felicidade que que embeberá
embeberá cada cada fibra
fibra de de seu
seu
ser
ser ao ao descer
descer dodo trem
trem ee tomar,
tomar, enfim,
enfim, aa moça moça em em seus
seus braços?
braços? ““Oh! Oh!
— exclamará ao abraçá-la —, se este momento pudesse eternizar-se!”. .
— exclam ará ao abraçá-la — , se este momento pudesse eternizar-se!”
Sua felicidade
Sua felicidade éé aa felicidade
felicidade do do amor
am or alcançado,
alcançado, do do amor
amor que que se se
encontra em
encontra completa posse
em completa posse da da pessoa
pessoa amada.am ada. Cham Chamamos am os aa issoisso
fruição
fruição do do amor.
amor. O O jovem
jovem recordará
recordará sempre sempre este este instante
instante — — instante
instante
em que
em que seu anseio foi
seu anseio foi premiado
premiado com com oo primeiro
primeiro encontro
encontro real real — —
como um
como um dosdos momentos
momentos mais felizes da
m ais felizes da suasua vida
vida na na terra.
terra.
É também
É também oo melhormelhor exemplo
exemplo que que podemos
podemos dar dar sobre
sobre aa natureza
natureza
da nossa felicidade no céu. É um exemplo penosamente imperfeito,
da nossa felicidade no céu. é um exemplo penosamente imperfeito,
extremamente inadequado,
extremamente inadequado, mas m as o o melhor
melhor que que pudemos
pudemos encontrar.
encontrar.
Porque
Porque aa primordial
primordial felicidade
felicidade do do céucéu consiste
consiste exatamente
exatamente nisto: nisto: em em
que possuiremos
que possuiremos aa Eteus Deus infinitamente
infinitamente perfeito perfeito ee seremos
seremos possuídos
possuídos
por
por Ele,Ele, numa
numa uniãounião tão tão absoluta
absoluta ee completa
completa que que nem sequer remo-
nem sequer remo­
tamente
tamente podemos imaginar oo êxtase
podemos imaginar êxtase que dela advirá.
que dela advirá.

Não será
Não será um
um ser humano que
ser humano que possuiremos.
possuiremos, por por admirável
admirável que
que
seja.
seja. Será oo próprio
Será próprio Deus.
Deus. aa quem
quem nosnos uniremos
uniremos de de umum modo
modo
pessoal
pessoal ce consciente;
consciente; Deus
Deus queque éé Bondade,
Bondade, Verdade
Verdade ee Beleza
Beleza infi­
infi-
nitas; Deus que
nitas; Deus que éé tudo,
tudo, ee cujo amor infinito
cujo amor pode satisfazer
infinito pode satisfazer (como
(como
nenhum
nenhum amor amor na na terra) todos os
terra) todos os desejos
desejos ee aspirações
aspirações do do coração
14 O FIM DA EXISTÊNCIA DO HOMEM

humano.
humano. Conheceremos
Conheceremos então então uma
uma felicidade
felicidade tãotão arrebatadora,
arrebatadora, que que
diremos
diremos dela dela queque ““nemnem olhoolho algum
algum viu.viu. nem
nem ouvido algum ouviu,
ouvido algum ouviu,
nem oo coração
nem coração humano imaginou”, , segundo
humano imaginou” segundo aa citação
citação de São Paulo
de São Paulo
(1 Cor.
(1 2,9). E
Cor. 2,9). E esta
esta felicidade, uma vez
felicidade, uma vez alcançada, nunca se
alcançada, nunca se poderá
poderá
perder.
perder.
Masas isto
M isto nãonão significa que se
significa que se vává prolongar
prolongar por por horas, meses
horas, meses
ee anos.
anos. O O tempo
tempo éé algo próprio do
algo próprio do mundo
mundo material perecível. Quan-
material perecível. Q uan­
do deixarmos
do deixarmos esta esta vida,
vida, deixaremos
deixaremos também
também o o tempo
tempo queque conhece-
conhece­
mos.
mos. Para Para nós,
nós, aa eternidade
eternidade nãonão será
será ““uma temporada muito
uma temporada longa”. .
muito longa”
AA sucessão
sucessão de de momentos
momentos que que experimentaremos
experimentaremos no no céu
céu — — oo tipo tipo
de duração que
de duração que os os teólogos
teólogos chamam
chamam aevum aevum — — não não serão
serão ciclos
ciclos cro-
cro-
nometráveis
nometráveis em em horas
horas ee minutos.
minutos. N Não
ão haverá sentimento de
haverá sentimento de ““espera”,
espera” ,
nem sensação
nem sensação de de monotonia,
monotonia, nem nem expectativa
expectativa do do amanhã.
amanhã. Para Para nós,nós,
oo ““agora”
agora” seráserá aa única coisa que
única coisa que contará.
contará.
Nisto consiste
Nisto consiste aa maravilha
maravilha do do céu:
céu: em em que
que nunca
nunca acaba.
acaba. E Esta-
sta ­
remos absortos na
remos absortos na posse
posse do do maior
m aior Amor
A m or que existe, diante
que existe, diante do do qual
qual
o0 m mais ardente dos
ais ardente dos amores
amores humanos
humanos éé uma uma pálida sombra.
pálida sombra. EE oo
nosso
nosso êxtase
êxtase nãonão seráserá perturbado
perturbado pelopelo pensamento
pensamento de de que
que umum dia dia
terá que
terá acabar, como
que acabar, como ocorre
ocorre com todas as
com todas felicidades terrenas.
as felicidades terrenas.

EÉ claro
claro que ninguém éé absolutamente
que ninguém absolutamente feliz
feliz nesta
nesta vida. As vezes,
vida. Às vezes,
muitos pensam que
muitos pensam que o o seriam
seriam se se pudesse
pudesse alcançar
alcançar todas
todas as as coisas
coisas queque
desejam.
desejam. Mas
M as quando
quando oo conseguem
conseguem — — saúde, riqueza ee fama:
saúde, riqueza fam a: uma uma
família carinhosa
família carinhosa ee amigos
am igos leais
leais ——, , acham
acham que ainda lhes
que ainda lhes falta algu-
falta algu­
ma
ma coisa.
coisa. AindaA inda não não sãosão sinceramente
sinceramente felizes.
felizes. Sempre
Sempre falta falta algo
algo
que
que seuseu coração
coração deseja.
deseja. Há H á pessoas
pessoas m mais sábias, que
ais sábias, que sabem
sabem que que oo
bem-estar
bem-estar material
material éé uma uma fonte
fonte dede felicidade
felicidade que que decepciona.
decepciona, Com Com
frequência,
frequência, os os bens
bens materiais
materiais são são como
como aa água água salgada
salgada para para Oo se- se­
dento,
dento, que,que, emem vezvez de de satisfazer
satisfazer aa ânsia
ânsia de de felicidade,
felicidade, aa intensifica.
intensifica.
Estes
Estes sábios
sábios descobriram
descobriram que que nãonão háhá felicidade
felicidade tãotão profunda
profunda ee per- per­
manente como a que brota de uma fé viva em Deus e de um ativo
manente como a que brota de uma fé viva em Deus e de um ativo
ee frutifero
frutífero amor
am or de de Deus.
Deus. Mas M as mesmo
mesmo estes estes sábios
sábios percebem
percebem que que aa
sua
sua felicidade
felicidade nesta
nesta vida
vida nunca
nunca éé perfeita,
perfeita, nunca
nunca éé completa.
completa. Mais M ais
ainda, são eles, mais do que ninguém, quem sabe como a felicidade
ainda, são eles, m ais do que ninguém, quem sabe como a felicidade
deste
deste mundo
mundo éé inadequada,
inadequada, ee éé precisamente
precisamente nisso nisso — — no no fato
fato de de
nenhum
nenhum humano humano jamaisjam ais serser perfeitamente
perfeitamente feliz feliz nesta
nesta vidavida — — que que
encontramos
encontramos uma uma das das provas
provas da da existência
existência da da felicidade
felicidade eterna,
eterna,
que nos aguarda após a morte.
que nos aguarda após a morte.
Deus,
Deus, queque éé infinitamente
infinitamente bom, bom, nãonão poria
poria nosnos corações
corações humanos
humanos
esta
esta ânsia
ânsia de de felicidade
felicidade perfeita
perfeita se se não
não houvesse
houvesse modo modo de de satisfazê-la.
satisfazê-la.
Deus
Deus nãonão torlura
tortura com com aa frustração
frustração as as almas
alm as queque criou.
criou. Mas, M as, mes-
mes­
mo
mo que
que as as riquezas
riquezas materiais
materiais ou ou espirituais
espirituais desta
desta vida
vida pudessem
pudessem sa- sa ­
tisfazer
tisfazer todos
todos osos desejos
desejos humanos.
humanos, permaneceria
permaneceria aa certezaccrieza de de que
que um um
dia
dia aa morte
morte nosnos tirará
tirará tudo
tudo — — ec aa nossa
nossa felicidade
felicidade seria
seria incompleta.
QUE DEVO
QUE DEVO FAZER?
FAZER? 1515

No céu,
No céu, pelo
pelo contrário, não só
contrário, não só seremos
seremos felizes
felizes com
com aa máxima
m áxim a capa-
cap a­
cidade do
cidade do nosso
nosso coração, mas teremos,
coração, mas além disso,
teremos, além disso, aa perfeição
perfeição final
final
da felicidade,
da felicidade, por
por sabermos
sabermos que
que nada
nada no-la poderá arrebatar.
no-la poderá Está
arrebatar. Está
assegurada
assegurada parapara sempre,
sempre.

QUE
Q DEVO
UE D FAZER?
EV O F AZER?

Temoo que
Tem que muitas
muitas pessoas
pessoas encarem
encarem o o céu
céu como
como um um lugar onde
lugar onde
encontrarão os
encontrarão os seres queridos falecidos,
seres queridos falecidos, maismais do do que
que oo lugar
lugar onde
onde
encontrarão aa Deus.
encontrarão Deus. É É verdade
verdade queque no no céu veremos as
céu veremos pessoas que-
as pessoas que­
ridas, ee que
ridas, que aa sua sua presença
presença nos nos alegrará,
alegrará. Quando estivermos
Quando estivermos com com
Deus, estaremos
Deus, estaremos com com todos
todos os os que estão com
que estão com Ele,
Ele, ee nos alegrará
nos alegrará
saber que nossos entes queridos estão ali, como também Deus se
saber que nossos entes queridos estão ali, como tarnbém Deus se
alegra
alegra de que estejam.
de que estejam. Quereremos
Quereremos também também que que aqueles
aqueles que que aqui
aqui
deixamosos alcancem
deixam alcancem oo céu, céu, como
como DeusDeus querquer queque oo alcancem.
alcancem.
Masas oo céu
M céu éé algo mais do
algo mais do que
que uma reunião de
uma reunião de família.
família. Para Para
todos, é Deus quem importa.
todos, é Deus quem importa. Numa escala infinitamente maior, será
Num a escala infinitamente maior, será
como um
como umaa audiência
audiência com com oo Santo
Santo Padre.
Padre. C Cada
ada membro
membro da da família
família
que visita oo Vaticano
que visita sente-se contente
Vaticano sente-se contente de que os
de que os demais
demais estejam
estejam ali.ali.
Mas, quando o Papa entra na sala de audiências, é para ele, prin-
M as, quando o Papa entra na sala de audiências, é para ele, prin­
cipalmente, que
cipalmente, que se se dirigem
dirigem os olhos de
os olhos de todos.
todos. De De m modoodo semelhante,
semelhante,
todos nós
todos nós nos
nos conheceremos
conheceremos ee nos nos amaremos
amaremos no no céu.
céu. Masas nos
M nos
conheceremos
conheceremos ee nos nos amamaremos
arem os em em Deus.
Deus.

Nunca se
Nunca se ressaltará bastante que
ressaltará bastante que aa felicidade
felicidade do do céucéu consiste
consiste
essencialmente na
essencialmente na visão Intelectual de
visão intelectual de Deus
Deus — — na na posse
posse final
final ee com-
com ­
pleta de Deus, a quem nesta terra desejamos e amamos debilmente
pleta de Deus, a quem nesta terra desejamos e am am os debilmente
ee de longe. EE se
de longe. este há
se este há de de serser oo nosso
nosso destino
destino — estarmosos eterna-
— estarm eterna­
mente unidos aa Deus
mente unidos Deus pelo
pelo amoram or — —, , disso
disso se se depreende
depreende que que temos
temos
de começar
de começar aa amá-lo
amá-lo aqui nesta vida.
aqui nesta vida.
Deus não pode elevar à plenitude oo que
Deus não pode elevar à plenitude que nem sequer existe.
nem sequer existe. Se Se
não há
não há um um princípio
princípio de amor de
de amor de Deus
Deus em em nosso
nosso coração,
coração, aqui,aqui, na na
terra, não
terra, pode haver
não pode haver aa fruição
fruição do do amor
amor na na eternidade.
eternidade. Para Para issoisso
nos colocou Deus na terra, para que, amando-o, estabeleçamos os
nos colocou Deus na terra, para que, amando-o, estabeleçamos os
alicerces
alicerces necessários
necessários para para aa nossa
nossa felicidade
felicidade no no céu.
céu.
Na
N a epígrafe
epígrafe precedente
precedente falamosfalam os de de um soldado que,
um soldado que, servindo
servindo
numa base
numa longínqua, vê
base longínqua, vê o o retrato
retrato de uma moça
de uma moça num num jornal
jornal ee se se
enamora dela.
enamora dela. (Começa
Com eça aa escrever-lhe
escrever-lhe e,e, quando regressa ao
quando regressa ao lar,
lar,
acaba por
acaba por fazê-la
fazê-la sua.sua. ÉÉ evidente
evidente que que se, para começar,
se, para começar, oo jovem jovem
não
não sese tivesse impressionado com
tivesse impressionado com aa fotografia,
fotografia, ou ou se
se após
após umas
um as pou-
pou­
cas cartas tivesse
cas cartas tivesse perdido
perdido o o interesse
interesse por ela, pondo
por ela, pondo fim fim àà corres­
corres-
pondência, essa
pondência, essa moçamoça não não teriateria significado
significado nada nada para ele, ao
para ele, ao seuseu
regresso. E
regresso. F mesmo
mesmo que que aa encontrasse
encontrasse na na estação,
estação, ãà chegada
chegada do do trem.
16 O FIM DA EXISTÊNCIA DO HOMEM

para ele oo seu


para ele rosto teria
seu rosto teria sido
sido como
como outro
outro qualquer
qualquer na multidão.
na multidão.
Seu coração não
Seu coração não se se sobressaltaria
sobressaltaria ao vê-la.
ao vê-la.
De igual modo,
De igual modo, se se não começamos aa amar
não começamos am ar aa Deus nesta vida,
Deus nesta vida,
não
não haverá maneira de
haverá maneira de nosnos unirmos
unirmos aa Ek Ele na eternidade. Para
na eternidade. Para aquele
aquele
que entra na
que entra eternidade sem
na eternidade sem amor
amor de de DeusDeus em em seuseu coração,
coração, o o céu,
céu,
simplesmente, não existirá.
simplesmente, não existirá. Assim como um homem sem olhos não
Assim como um homem sem olhos não
poderia
poderia ver ver aa beleza
beleza do mundo que
do mundo que oo rodeia.
rodeia, um homem sem
um homem sem amor
amor
de Deus não
de Deus nãp poderá
poderá ver ver aa Deus: entra na
Deus; entra eternidade cego.
na eternidade cego. Não éé
Não
que Deus diga ao pecador impenitente (o pecado não é senão uma
que Deus diga ao pecador impcnitenle (o pecado não é senão uma
negativa ao
negativa ao amoramor aa D Deus):
eus): “Como
“ Com o tu tu nãonão me amas. nada
me amas, quero
nada quero
contigo.
contigo. Vai-te Vai-te parapara oo interno!”
inferno!” O homem
O homem que morre sem
que morre sem amoramor
aa Deus,
Deus, ou ou seja, sem arrepender-se
seja, sem arrepender-se de de seu pecado. fez
seu pecado, fez aa sua
sua própria
própria
escolha.
escolha. Deus
Deus está está ali,
ali, mas
mas eleele não
não o o pode
pode ver, ver, assim
assim comocom o oo sol sol
brilha,
brilha, mas m as oo cegocego não não o o pode
pode ver.
ver.
ÉÉ evidente
evidente que que nãonão podemos
podemos amar am ar oo que que nãonão conhecemos.
conhecemos. Isto Isto
nos
nos leva leva aa outro dever que
outro dever que temos
temos nestanesta vida: aprender tudo
vida: aprender tudo oo que que
pudermos
pudermos sobre sobre Deus.
Deus, para para poder
poder amá-lo,
amá-lo, mantermanter vivo vivo o o nosso
nosso amoramor
ee fazê-lo
fazê-lo crescer. Voltando ao
crescer. Vííltando ao nosso
nosso soldado imaginário:
soldado imaginário: se esse
se esse
jovem
jovem não tivesse visto
não tivesse visto aa fotografia
fotografia da da moça,
moça, éé claroclaro* que
que nunca
nunca teriateria
chegado aa amá-la.
chegado amá-la. Não
N ão poderia
poderia ter-se
ter-se enamorado
enamorado de de alguém
alguém de de
quem
quem nem nem sequer
sequer tivesse
tivesse ouvido
ouvido falar.
falar. EFE se, mesmo depois
se, mesmo depois de de ver
ver
aa fotografia
fotografia da da moça,
moça, não não lhelhe tivesse
tivesse escrito
escrito e, e, pela
pela correspondência,
correspondência,
tivesse
tivesse conhecido
conhecido oo seu seu atrativo,
atrativo, o o primeiro
primeiro impulso impulso de interesse
de interesse
nunca se teria transformado em amor ardente.
nunca se teria transformado em am or ardente.
Por
Por isso
isso ““estudamos”
estudam os” religião.
religião. Por Por isso temos aulas
isso temos aulas de de catecis-
catecis­
mo
mo na na escola
escola ee cursos
cursos de de religião
religião no no ensino
ensino médiomédio ee superior.
superior. Por Por
isso ouvimos sermões aos domingos e lemos livros e revistas de dou-
isso ouvimos sermões aos domingos e lemos livros e revistas de dou­
trina cristã. Por
trina cristã. Por issoisso temos círculos de
temos círculos de estudo,
estudo, seminários
seminários ee confe­ confe-
rências.
rências. São parte
São parte do do queque poderíamos
poderíamos chamar chamar aa nossa nossa ““correspon-
correspon­
dência”
dência” com com Deus.Deus. São
São parte
parte do do nosso esforço por
nosso esforço por conhecê-lo
conhecê-lo m me-e­
lhor, para
lhor, para que que nosso
nosso amor amor por por Ele possa crescer,
Ele possa crescer, desenvolver-se
desenvolver-se ee
conservar-se.
conservar-se.

Há,
H á, evidentemente,
evidentemente, uma
uma única pedra de
única pedra toque para
de toque para provarmos
provarmos
oo nosso
nosso amor
am or por
por alguém:
alguém: éé fazer
fazer oo que
que agrada
agrada àà pessoa
pessoa amada,
am ada,
oo que
que ela
ela gostaria que fizéssemos.
gostaria que fizéssemos. Servindo-nos
Servindo-nos uma uma vezvez m mais do
ais do
exemplo do
exemplo do nosso soldadinho: se,
nosso soldadinho: ao mesmo
se, ao mesmo tempotempo que que dissesse
dissesse amamarar
aa sua
sua namorada
nam orada ee querer
querer casar-se com ela,
casar-se com se dedicasse
ela, se dedicasse aa gastar
gastar Oo
seu tempo ee dinheiro
seu tempo dinheiro comcom prostitutas
prostitutas ee em em bebedeiras,
bebedeiras, seria um em-
seria um em­
busteiro
busteiro de
de primeira classe.
primeira classe. Seu
Seu amor
amor nãonão seria
seria sincero
sincero se não pro-
se não pro­
curasse ser
curasse ser oo tipo
tipo de
de homem
homem que que ela quereria que
ela quereria que fosse.
fosse.
De modo
De m odo parecido,
parecido, só só há uma maneira
há uma maneira de provarmos o
de provarmos o nosso
nosso
amor que Ele
fazer oo que
Deus: éé fazer
amor aa Deus: quer que
Ele quer façaraos, sendo
que façamos, sendo o tipo de
o tipo de
homem que
homem quer que
Ele quer
que Ele sejamos.
que sejamos. OO amor a Deus não
am or a Deus não est‘á nosestá nos
QUE DEVO FAZER?
QUE DEVO FAZER? 17
17

sentimentos.
sentimentos. Amar
A m ar aa Deus
Deus não
não significa que nosso
significa que nosso coração
coração deva
deva dar
dar
salios
saltos de de cada
cada vez vez queque pensamos
pensamos nEle. nEle. Algumas
A lgum as pessoas
pessoas poderão
poderão
sentir seu amor a Deus de modo emocional: mas não é isso
sentir seu amor a Deus de modo emocional: m as nrio é isso oo
essencial,
essencial. Porque
Porque oo amor amor aa Deus Deus reside
reside na vontade.
jia vontade. Não éé pelo
Não pelo
que
que sentimos sobre Deus.
setitinios sobre Deus. mas mas pelopelo queque estamos dispostos aa fazer
estamos dispostos fazer
por Ele, que provamos o nosso amor a Deus.
por Ele, que provam os o nosso amor a Deus.
EE quanto
quanto mais fizermos aqui
mais fizermos aqui porpor Deus,
Deus, tanto maior será
tanto niaior será aa nossa
nossa
felicidade
felicidade no no céu.
céu. Talvez pareça
Talvez pareça um um paradoxo
paradoxo afirm afirmarar que que no no céucéu
uns serão
uns serão mais mais felizes que outros,
felize.s que outros, quando
quando antesantes havíamos
havíamos dito dito que que
no céu
no céu todos
todos serão perfeitamente felizes.
serão perfeitamente felizes. Mas M as não não há ha contradição.
contradição.
Aqueles que
Aqueles que m maisais tiverem
tiverem amadoam ado aa Deus Deus nesta
nesta vida serão mais
vida serão m ais feli-
feli­
zes quando esse
zes quando esse amoramor se se consumar
consumar no céu.
no céu. Um homem
Uin homem que que ama ama
aa sua
sua noiva
noiva só só umum pouco,
pouco, será feliz ao casar-se com ela. Mas outro
será feliz ao casar-sc com ela. M as outro
que aa ame
que ame mais,mais, seráserá mais
mais feliz
feliz queque oo primeiro
primeiro na na consumação
consum ação de de
seu amor.
seu amor. Da
Da mesma maneira, quando
mesma maneira, quando crescecresce o o nosso
nosso amoramor aa Deus Deus
(c a nossa obediência à sua vontade), cresce a nossa capacidade de
(c a nossa obediência à sua vontade), cresce a nossa capacidade de
sermos felizes
sermos felizes em Deus.
cm Deus.
Em conseqüência,
Em consequência, embora embora seja seja certo
certo queque cada bem-aventurado
cada bem-aventurado
será perfeitamente
será perfeitamente feliz, feliz, também
também éé verdade verdade que que uns uns terãoterão maior
maior
capacidade de felicidade que outros.
capacidade de felicidade que outros. Para citar um antigo exemplo:
Para citar um antigo exemplo:
uma
uma garrafagarrafa de de um um quarto
quarto cc uma garrafa de
uma garrafa de Ntro:
litro: am ambas bas podem
podem
estar cheias,
estar cheias, masmas aa garrafa
garrafa de de litro contém mais
litro contém mais que que aa de dc um um quarto.
quarto.
Ou, para
Ou, para servir-nos
scrvtr-nos dc de outra
outra com comparação:
paração; seis pessoas ouvem
seis pessoas ouvem uma uma
sinfonia:
sinfonia; todas estão absortas
todas estão absortas na na música,
música, m masas haverá
haverá seis seis graus dife-
graus dife­
rentes dc
rentes dec saboreá-ta,
saboreá-la, que dependerão dos
que dependerão conhecimentos ee da
dos conhecimentos da capcapa-a­
cidade de
cidade apreciar aa música
de apreciar música de de cada
cada um.um.
É, pois. tudo isto o que o catecismo quer
É, pois, tudo isto o que o catecismo quer dizer quando per-
dizer quando per­
gunta: “Que
gunta: “ Que devemos
devemos fazer fazer para adquirir aa felicidade
para adqúirir felicidade do do céu?”
céu”, , ee
depois responde:
depois responde: “Para “ Para adquirir
adquirir aa felicidade
felicidade do do céu, devemos conhe-
céu, devemos conhe­
cer, amar e servir a Deus nesta vida” Essa palavra do meio, “amar”,
cer, am ar e servir a Deus nesta vida” E ssa palavra do meio, “ am ar” ,
éé aa palavra
palavra chave,chave, essencial.
essencial. Mas M as o o amor
am or nãonão se se dádá sem prévio
sem prévio
conhecimento: éé indispensável
conhecimento; indispensável conhecerconhecer aa Deus Deus para para poder
poder amá-lo.
amá-lo.
ÉE nãonão éé amor amor verdadeiro
verdadeiro aquele aquele que que nãonão se manifesta em
se manifesta obras,
em obras,
fazendo oo que
fazendo que oo am amado quer. Assim
ado quer. Assim, , pois, devemos também
pois, devemos também servir servir
aa Deus.
Deus.

Masas antes
M antes dede darmos por concluída
darm os por concluída aa nossa resposta àà pergunta:
nossa resposta pergunta:
““Que devo fazer?”
Que devt) fazer?”, , convém
convém recordar
recordar que Deus não
que Deus não nos
nos deixa
deixa aban-
aban­
donados
donados àà nossanossa hum
humanaana debilidade
debilidade nana tarefa
tarefa de
de conhecê-lo, amá-lo
conhecê-lo, amá-lo
ee servi-lo.
servilo. A A felicidade
felicidade dodo céu
céu éé uma
um a felicidade
felicidade intrinsecamente
intrinsecamente so so- ­
brenatural.
brenatural. Não Não éé algo
algo aa que
que tenhamos
tenhamos direito.
direito. ÉÉ uma felicidade
um a felicidade
que ultrapassa aa nossa
que ultrapassa natureza humana,
nossa natureza humana, queque éé sobrenatural.
sobrenatural. Mesmo
Mesmo
amando
am ando aa Deus.Deus. ser-nos-ia impossível contemplá-lo
ser-nos-ia impossível contemplá-lo no no céu se E
céu se Elele
não nos desse um poder especial.
não nos dcssc um poder especial. Este poder Este poder especial
especial que
que Deus
Deus dá
18 O FIM DA EXISTÊNCIA DO HOMEM

aos bem-aventurados
aos bem-aventurados — — que que não faz parte
não faz parte da
da nossa
nossa natureza
natureza huma-
hum a­
na
na ee aa que
que não
não temos direito —
temos direito — chama-se
chama-se lumen
lumen gloriae.
gloriae. Se Se não
não
fosse por
fosse por essa
essa luz
luz de glória, aa felicidade
de glória, felicidade mais
m ais alta
alta aa que
que poderiamos
poderíamos
aspirar seria
aspirar seria aa felicidade
felicidade natural
natural dodo limbo.
limbo. Seria
Seria umauma felicidade
felicidade
muito
muito semelhante àquela de
semelhante àquela que goza
de que goza oo santo
santo nesta
nesta vida,
vida, quando
quando
está em união próxima e extática com Deus, mas sem chegar a vê-lo.
está em união próxima e extática com Deus, mas sem chegar a vê-lo.

AA felicidade
felicidade dodo céu
céu éé uma
um a felicidade sobrenatural. Para
felicidade sobrenatural. alcan-
Para alcan­
çá-la, Deus nos
çá-la, Deus nos proporciona
proporciona o oss auxílios sobrenaturais aa que
auxílios sobrenaturais que chama-
cham a­
mos graças. Se
mos graças. Ele nos
Se Ele deixasse somente
nos deixasse com as
somente com as nossas
nossas forças,
forças, não
não
conseguiriíamos
conseguiríamos jam jamais o tipo
ais o tipo dede amor
am or que
que nos faria merecer
nos faria merecer oo céu.
céu.
EÉ um
um tipo especial de
tipo especial de am
amoror aa que
que chamamos
cham am os ““caridade”,
caridade” , ee cuja
cuja se-se­
mente Deus implanta em nossa vontade no Batismo. Se cumprirmos
mente Deus implanta em nossa vontade no Batismo. Se cumprirmos
aa nossa
nossa parte,
parte, procurando,
procurando, aceitando
aceitando ee usando
usando as as graças com que
graças com que
Deus
Deus nos nos provê, este amor
provê, este amor sobrenatural crescerá em
sobrenatural crescerá em nós
nós ee dará
dará
fruto.
fruto.
O céu
O céu éé uma
uma recompensa
recompensa sobrenatural
sobrenatural queque alcançamos
alcançam os vivendo
vivendo
aa vida
vida sobrenatural,
sobrenatural, ee essa
essa vida sobrenatural éé conhecer,
vida sobrenatural conhecer, amar
am ar ee
servir aa Deus
servir Deus sob
sob oo impulso
impulso dede sua
sua graça.
graça. ÉÉ todo
todo oo plano
plano ee toda
toda
aa filosofia
filosofia de
de uma vida autenticamente
uma vida autenticamente cristã.
cristã.

QUEM
Q U E M ME ENSINARÁ?
ME E N S IN A R Á ?

Aqui, uma
Aqui, uma cenazinha
cenazinha que que bembem poderia
poderia acontecer:
acontecer: oo diretor
diretor dede
uma fábrica leva
uma fábrica leva um um de seus operários
de seus operários para para junto
junto de uma nova
de uma nova
máquina
máquina que que acaba
acaba de de ser
ser instalada.
instalada. ÉÉ enorme enorme ee com complicada.
plicada. O O
diretor diz ao operário: “Eu o nomeio encarregado desta máquina.
diretor diz ao operário: “ E u o nomeio encarregado desta máquina.
Se fizer
Se fizer um um bom trabalho com
bom trabalho com ela,ela, terá
terá uma
uma bonificação
bonificação de de cinco
cinco
mil dólares
mil dólares no no fim
fim dodo ano.
ano, M Mas,
as, como
como éé uma uma máquina
máquina de de grande
grande
valor,
valor, se se você
você aa estragar,
estragar, seráserá despedido.
despedido. Aqui está um
Aqui está um folheto que
folheto que
explica o manejo da máquina.
explica o m anejo da máquina. E agora, ao trabalho!”.
E agora, ao trabalho!” .
Um momento
““Um momento — — dirá certamente oo operário
dirá certamente operário — —. . Se isto signi-
Se isto signi­
fica
fica terter um montão de
um montão dinheiro ou
de dinheiro ficar sem
ou fiCar sem trabalho, necessito de
trabalho, necessito de
algo mais
algo m ais queque um um livrinho.
livrinho. É É muito
muito fácil
fácil entender
entender mal mal um um livro.
livro.
E,
E , além disso, aa um
além disso, um livro
livro não
não se se podem
podem fazerfazer perguntas.
perguntas. Não seria
N ão seria
melhor chamar
melhor cham ar um desses que
um desses fazem as
que fazem as máquinas? Poderia expli-
m áquinas? Poderia expli­
car-me
car-me tudo tudo ee certificar-se
certificar-se de que entendi
de que entendi bem”bem”. .
Seria razoável
Seria razoável oo pedido
pedido do do operário.
operário. Da Da mesm
mesma a maneira,
maneira, quan-
quan­
do nos
do dizem que
nos dizem toda aa nossa
que toda tarefa na
nossa tarefa na terra consiste em
terra consiste em ““conhecer,
conhecer,
amarar ee servir
am servir aa Deus”,
Deus” , ee que que aa nossa
nossa felicidade eterna depende
felicidade eterna depende de de
como fizermos isso
como fizermos isso bem
bem feito, poderemos com
feito, poderemos com razão perguntar: quem
razão perguntar: quem
me explicará aa maneira
me explicará maneira de de cumprir
cumprir essa essa tarefa?
tarefa? QuemQuem me me dirá
dirá oo que
que
preciso saber?
preciso
QUEM ME ENSINARA? 19

Deus antecipou-se àà nossa


Deus antecipou-se nossa pergunta
pergunta ee respondeu
respondeu aa ela. ela. E E não
não
se
se limitou
limitou aa pôr pôr um livro em
um livro nossas m
em nossas mãos,
ãos, ee depois
depois queque nos arran-
nos arran­
jássemos o melhor que pudéssemos na sua interpretação.
jássem os o melhor que pudéssemos na sua interpretação. Deus en-
Deus en­
viou Alguém
viou Alguém da da “matriz”
“ matriz” para para que que nosnos dissesse
dissesse oo que que precisamos
precisamos
saber para
saber decidir oo nosso
para decidir destino.
nosso destino. Deus enviou
Deus enviou nada nada menos
menos que que
seu próprio Filho, na Pessoa de Jesus Cristo. Jesus não velo à terra
seu próprio Filho, na Pessoa de Jesus Cristo. Jesus não veio à terra
unicamente para
unicamente para morrer
morrer numa numa cruz cruz ee redimir
redimir os os nossos
nossos pecados.
pecados.
Jesuss veio
Jesu veio também
também para para ensinar
ensinar com com aa palavra
palavra ee com com oo exemplo.
exemplo.
Veio para nos ensinar as verdades sobre Deus que nos levam
Veio para nos ensinar as verdades sobre Deus que nos levam aa
amá-lo, ee para
amá-lo, para nos nos m mostrar
ostrar o o modo
modo de vida que
de vida que prova
prova o o nosso amor.
nosso amor.
Jesus, na
Jesus, na suasua presença
presença físicafísica ee visível,
visível, subiu
subiu ao ao céu
céu na quinta-
na quinta-
feira
-feira da Ascensão.
da Ascensão. Mas
M as concebeu
concebeu o o modo
modo de de permanecer
permanecer conoscoconosco
como Mestre até
como Mestre até o o fim
fim dosdos tempos.
tempos. Com Com seus doze apóstolos
seus doze apóstolos como como
núcleo ee base,
núcleo modelou um
base, modelou um novonovo tipo tipo de Corpo.
de Corpo. ÉÉ um
um Corpo
Corpo
Mistico, mais
Místico, mais do do queque físico, pelo qual
físico, pelo qual permanece
permanece na na terra.
terra. A Ass cé­
cé-
lulas
lulas desse
desse Corpo
Corpo são são pessoas,
pessoas, em em lugar
lugar de de protoplasma.
protoplasma. Sua
Sua Ca-C a­
beça é o próprio Jesus, e a Alma é o Espirito Santo. A Voz deste
beça é o próprio Jesus, e a .Alma é o Espírito Santo. A Voz deste
Corpo éé aa do
Corpo do próprio Cristo, que
próprio Cristo, que nosnos fala
fala continuamente
continuamente para para nos nos
ensinar
ensinar ee guiar.
guiar. A A este Corpo, oo Corpo
este Corpo, Corpo Místico
M ístico de de Cristo,
Cristo, chama-
cham a­
mos Igreja.
m os Igreja.

ÉÉ isto
isto oo que quer dizer
que quer dizer oo catecismo
catecismo ao
ao perguntar
perguntar —
— como pergun-
como pergun­
tamos
tamos nósnós —: — : “Quem
“ Quem nos nos ensina
ensina aa conhecer,
conhecer, amar am ar ee servir
servir aa DDeus?”,
eus?” ,
ee ao responder: “Aprendemos
ao responder: “ Aprendemos aa conhecer,
conhecer, amar amar ee servirservir aa Deus
Deus porpor
Jesus Cristo,
Jesus Cristo, oo FilhoFilho de Deus, que
de Deus, que nosnos ensina
ensina por por meiomeio da Igreja”
da Igreja”
EE para
para queque tenhamos
tenhamos bem bem àà m mão
ão as principais verdades
as principais verdades ensinadas
ensinadas
por Jesus
por Jesus Cristo,
Cristo, aa Igreja
Igreja as resumiu em
as resumiu em umauma declaração
declaração de de féfé aa
que chamamos Credo dos Apóstolos.
que cham am os Credo dos Apóstolos. Nele estão as verdades funda-
Nele estão as verdades funda­
mentais
mentais sobresobre as as quais
quais se se baseia uma vida
baseia uma vida cristã.
cristã.
OO Credo
Credo dos dos A Apóstolos
póstolos éé uma
uma oração antiquíssima que
oração antiquíssíma que ninguém
ninguém
sabe exatamente quando
sabe exatamente quando se se enunciou
enunciou com com as as palavras
palavras atuais.
atuais. D Data
ata
dos primeiros
dos primeiros dias dias dosdos começos
começos do do Cristianismo.
Cristianismo. Os Os Apóstolos,
Apóstolos. de- de­
pois
pois do do Pentecostes
Pentecostes ee antes antes de começarem suas
de começarem viagens missionárias
suas viagens missionárias
por todo
por todo o o mundo, formularam com
mundo, formularam com certeza
certeza uma uma espécie
espécie de de sumário
sumário
das verdades essenciais
das verdades essenciais que que Cristo
Cristo lhes havia confiado.
lhes havia confiado. Com Com ele,ele,
todos ficavam certos
todos ficavam certos de abranger essas
de abranger essas verdades
verdades essenciais
essenciais em em suas
suas
pregações. Serviria também
])regaçÕes. Serviria também comocomo declaração
declaração de de fé para os
fé para os possíveis
possíveis
conversos,
conversos, antes antes de de sese incorporarem
incorporarem ao Corpo Místico
ao Corpo Místico de de Cristo
Cristo pelo
pelo
Batismo.o.
Batism
Assim, podemos estar
Assim , podemos estar bem
bem certos
certos de de que,
que, quando
quando entoamos
entoamos o o
“Creio
“ Creio em em DeusDeus Pai Pai todo-poderoso
todo-poderoso ”. recitamos
recitamos aa mesma mesma profis­
profis-
são de fé que os primeiros
são de fé que os primeiros convertidos convertidos ao ao Cristianismo
Cristianismo — — Cornélio
Cornélio
ee Apoio,
Apolo, Áquila,
Áquila, Priscila
Priscila ce osos outros
outros — — tão orgulhosamente recita­
tão orgulhosamente recita-
ram
ram ee com com tantatanta alegria
alegria selaram
selaram com com seu seu sangue.
20 O FIM DA EXISTÊNCIA DO HOMEM

Algumasas das
Algum verdades do
das verdades do Credo
Credo dos dos Apóstolos,
Apóstolos, nós nós mesmos
mesmos
as poderiamos
as poderíamos ter ter encontrado,
encontrado, sob condições ideais.
sob condições ideais. T Tais são, por
ais são, por
exemplo, aa existência
exemplo, existência de de Deus,
Deus, sua sua onipotência,
onipotência, oo fato fato de de serser o o
Criador
Criador do do céucéu ee da da terra.
terra. Outras.
Outras, nós nós as as conhecemos
conhecemos só só porque
porque
Deus no-las ensinou,
Deus no-las ensinou, como como o o fato
fato de de Jesus
Jesus Cristo
Cristo ser ser oo Filho
Filho de de
Deus,
Deus, ou ou de haver três
de haver três Pessoas
Pessoas em em um um só só Deus.
Deus. Ao conjunto de
A o conjunto de
verdades
verdades que que DeusDeus nos ensinou (algum
nos ensinou (algumasas compreensíveis
compreensíveis para para nós nós
ee outras acima do
outras acima do alcance
alcance da da nossa
nossa razão)
razão) cham chamamos
am os “revelação
“ revelação
divina”, , ou
divina” ou seja,
seja, asas verdades
verdades reveladas
reveladas por por Deus.
Deus. (“Revelar”
( “ Revelar” vem vem
de uma
de uma palavra latina que
palavra latina que significa
significa ““retirar
retirar o o véu”
véu”).).
Deus começou
Deus começou aa retirarretirar oo véuvéu sobre
sobre SiSi mesmo
mesmo com com as as verdades
verdades
que nosso
que nosso primeiro
primeiro pai, pai, Adão,
Adão, nos nos deu deua conhecer.
a conhecer.No No decorrer
decorrer
dos
dos séculos.
séculos. DeusDeus continuou a retirar
continuou o véu
a retirar o véu pouco
poucoa pouco.a pouco. Fez Fez
revelações
revelações sobresobre SiSi mesmo
mesmo — — ee sobre
sobre nós nós — — aos patriarcas, como
aos patriarcas, como
Noé ee A
Noé Abraão:
braão; aa Moisés
M oisés ee aosaos profetas
profetas que que vieram
vieram depois
depois dele, como
dele, como
Jeremias
Jerem ias ee Daniel.
Daniel.
Ass verdades
A verdades reveladas
reveladas por por DeusDeus desdedesde AdãoA dão atéaté oo advento
advento de de
Cristo chamam-se
Cristo chamam-se ““revelação pré-cristã”
revelação pré-crislã” Foram preparação paula­
Foram preparação paula-
tina para
tina para aa grande
grande manifestação
manifestação da da verdade
verdade divinadivina queque Deus Deus nos nos
faria por
faria por seu
seu Filho
Filho Jesus
Jesus Cristo.
Cristo. A Ass verdades
verdades dadasdadas aa conhecer
conhecer dire- dire­
tamente por
tamente por Nosso
Nosso Senhor,
Senhor, por por meio
meio de de seus Apóstolos sob
seus Apóstolos sob aa inspi-
inspi­
ração do
ração do Espírito Santo, chamam-se
Espírito Santo, chamam-se ““revelação cristã”
revelação cristã”

Por meio
Por meio de de Jesus
Jesus Cristo,
Cristo, DeusDeus completou
completou aa revelação
revelação de de SiSi
mesmo à humanidade.
nicsmo à humanidade. Já nos disse tudo o que precisamos saber
Já nos disse tudo o que precisamos saber
para cumprirmos
para cumprirmos o o nosso
nosso fimfim ec alcançarmos
alcançarmos aa eterna eterna união
união com Ele,
com Ele.
Consequentemente.
Consequentemente, após após aa morte
morte do do último
último Apóstolo
Apóstolo (São (São Jo João),
ã o ),
não há
não há “novas”
“ novas” verdades
verdades que que aa virtude
virtude da da fcié exija que creiamos.
exija que creiamos.
Com 0
Com o passar
passar dos dos anos,
anos, os os homens
homens usarão
usarão da inteligência que
da inteligência que
Deus lhes
Deus lhes deu
deu parapara examinar,
examinar, comparar
com parar ee estudar
estudar as as verdades
verdades reve­
reve-
ladas por Cristo.
ladas por Cristo. OO depósito
depósito da da verdade
verdade cristã, como um
cristã, como botão que
um botão que
se abre, irá desdobrando-se ante a meditação e o exame das grandes
se abre, irá desdobrando-sc ante a meditação e o exame das grandes
inteligências de
inteligências de cada
cada geração.
geração.
Naturalmente, nós
Naturalmente, nós nono século
século X XXX compreendemos
compreendemos muito melhor
muito melhor
os ensinamentos
os ensinamentos de de Cristo
Cristo queque osos cristãos
cristãos do do século
século T.I. Porém,
Porém, aa fé fé
não depende
não depende da da plenitude
plenitude dc de compreensão.
compreensão. No que
No que concerne
concerne as às
verdades
verdades de fé. nós
de fé, nós cremos
cremos exatamente
exatamente nas nas mesmas
mesmas verdades
verdades em cm queque
creram os
creram os primeiros
primeiros cristãos.
cristãos, nasnas verdades
verdades que que eles
eles receberam
receberam de de
Cristo ee dc
Cristo de seus
seus porta-vozes.
porta-vozes, os Apóstolos.
os Apóstolos.
Quando
Quando o o sucessor
sucessor de de Pedro,
Pedro, oo Papa,Papa, define
define solenemente
solenemente um um
dogma —
dogma — comocomo oo da Assunção —,
da Assunção — , não
não éé que apresente uma
que apresente uma nova
nova
verdade para
verdade para ser ser crida:
crida; simplesmente
simplesmente nos nos dá dá pública
pública noticia
notícia dede que
que
se trata
se trata de de uma verdade que
uma verdade data do
que data do tempo
tempo dos Apóstolos ee na
dos Apóstolos na
qual, por
qual, por conseguinte.
conseguinte, devemos
devemos crer.
QUEM ME ENSINARA?
QUEM ME ENSINARA? 21
21

Desde o
Desde o tempo
tempo de de Cristo.
Cristo, houve
houve muitas
muitas ocasiões
ocasiões em em que
que Deus
Deus
fez revelações aa determinados
fez revelações determinados santos outras pessoas.
santos cc aa outras Estas men-
pessoas. Estas men­
sagens denominam-se
sagens denominam-se revelações Diferentemente das
“ privadas”'.. Diferentemente
revelações “privadas das re-
re­
velações “públicas” dadas por Jesus Cristo e seus Apóstolos, estas
velações “ públicas” d adas por Jesu s Cristo e seus A póstolos, estas
outras só
outras exigem oo assentimento
só exigem assentimento dos dos que
que asas recebem.
recebem. Mesmo apa-
Mesmo apa­
rições tão fam
rições tão famosas como as
osas como as dede Lourdes
Lourdes ee FátimFátima,a, ouou aa dodo Sagrado
Sagrado
Coração
C oração aa Santa
Santa M Margarida
argarida Maria,
M aria, não
não são
são oo queque chamamos
cham am os “““ma-
m a­
téria de fé divina”. Se uma evidência clara e certa nos diz que essas
téria de fé divina” . Se uma evidência clara e certa nos diz que essas
aparições
aparições são são autênticas, seria uma
autênticas, seria uma estupidez
estupidez duvidar
duvidar delas.
delas. M Mas,
as,
mesmo que
mesmo que as as negássemos,
negássemos, não não incorreriamos
incorreríamos em em heresia.
heresia, As reve-
A s reve­
lações privadas não fazem parte do “depósito da fé”
lações privadas não fazem parte do “ depósito da fé”

Agora
A gora que que tratamos
tratam os do do tematema da revelação divina,
da revelação divina, seriaseria bom bom
indicar o livro que nos guardou muitas das revelações divinas: aa
indicar o livro que nos guardou muitas das revelações divinas:
Santa Bíblia.
Santa Bíblia. Cham Chamamos am os àà Bíblia
Bíblia aa Palavra
Palavra de de Deus, porque foi
Deus, porque foi oo
próprio Deus
próprio Deus quem inspirou os
quem inspirou os autores
autores dos dos diferentes
diferentes “livros”
“ livros” que que
compõem aa Bíblia.
compõem Bíblia. Deus Deus os o s inspirou
inspirou aa escrever
escrever oo que que Ele queria
Ele queria
que se escrevesse, e nada mais. Por sua ação direta sobre a mente
que se escrevesse, e nada mais. Por sua ação direta sobre a mente
ee aa vontade
vontade do do escritor
escritor (seja(seja esteeste Isaias
Isaías ou ou Ezequiel,
Ezequiel, MateusM ateus ou ou
Lucas),
L u cas), DeusDeus Espírito
Espírito SantoSanto ditouditou o o que
que queria
queria queque se se escrevesse.
escrevesse.
Foi, naturalmente, um
Foi, naturalmente, um ditado
ditado interno
interno ee silencioso.
silencioso. O O escritor
escritor redi- redi­
giria segundo
giria segundo oo seu seu estilo
estilo de expressão próprio.
de expressão próprio. Inclusive
Inclusive sem sem se se
dar conta
dar conta do do queque oo levava
levava aa registrar
registrar as as coisas
coisas que escrevia. Inclu-
que escrevia. Inclu­
sive sem
sive perceber que
sem perceber que estava escrevendo sob
estava escrevendo sob aa influência
influência da da inspi­
inspi-
ração divina. E, no entanto, o Espírito Santo guiava cada traço da
ração divina. E , no entanto, o Espírito Santo guiava cada traço da
sua pena.
sua pena.
É, pois, evidente
É, pois, evidente que que aa Bíblia
Bíblia estáestá livre
livre de erros não
de erros não porque
porque aa
Igreja disse, após
Igreja disse, após um um exame
exame minucioso,
minucioso, que que nela não há
nela não há erros,
erros, mas m as
porque
porque seu seu autor
autor éé oo próprio
próprio Deus, Deus, ee oo escritor humano um
escritor humano um meromero
instrumento de
instrumento de Deus.
Deus. AA tarefa tarefa da Igreja foi
da Igreja foi dizer-nos
dizer-nos quais
quais os os escri-
escri­
tos antigos que
tos antigos que são inspirados, conservá-los
são inspirados, conservá-los ee interpretá-los.
interpretá-los.
Sabemos,
Sabem os, por por outro
outro lado,
lado, que que nem nem tudotudo oo que que Jesu
Jesuss ensinou
ensinou
está na Biblia que muitas das verdades que constituem o depósito
está na Bíblia que muitas das verdades que constituem o depósito
da
da fé fé nosnos vieram
vieram pelo pelo ensinamento
ensinamento oral oral dosdos A Apóstolos
póstolos ee foram foram
transmitidas de
transmitidas de geração
geração em em geração
geração por por intermédio
intermédio dos bispos, su
dos bispos, su- ­
cessores dos
cessores dos Apóstolos.
Apóstolos. ÉÉ oo queque chamamos
cham am os Tradição
Tradição da da Igreja:
Igreja: as as
verdades
verdades transmitidas
transmitidas através através dos dos tempos
tempos pela pela viva
viva VozVoz de Cristo
de Cristo
na sua Igreja.
na sua Igreja.
Nesta única fonte
Nesta única fonte — — aa Bíblia
Bíblia ee aa Tradição
Tradição — — encontramos
encontramos aa
revelação divina
revelação divina completa,
completa, todas todas as as verdades
verdades em em que devemos crer.
que devemos crer.
CarpíTULO
C a p ít u l o II
II

DEUS E
DEUS E AS SUAS PERFEIÇÕES
AS SUAS PERFEIÇÕES

QUEM
Q U E M EÉ D
DEUS?
EU S?

Certa vez
Certa vez li li que
que um um catequista
catequista pretendia
pretendia ter ter perdido
perdido aa fé quando
fé quando
uma criança
uma criança lhe lhe perguntou:
perguntou: ““Quem Quem fez fez D Deus?”,
eus?” , ee percebeu
percebeu subita­
subita-
mente que
mente que nãonão tinha resposta para
tinha resposta para lhelhe dar.
dar. Custa-me
(Custa-me aa crer nisso,
crer nisso,
porque me
porque me parece
parece que que alguém
alguém com suficiente inteligência
com suficiente inteligência para para ensi-
ensi­
nar numa
nar numa catequese
catequese teria teria que
que saber
saber queque aa resposta
resposta é: é: ““Ninguém”.
Ninguém” .
A principal
A principal prova prova da da existência
existência de de Deus
Deus está está no fato de
no fato de que
que
nada sucede
nada sucede aa não não serser que
que algum
algumaa coisa
coisa oo cause.
cause. Os Os biscoitos
biscoitos não não
desaparecem do
desaparecem do vasilhame
vasilhame aa não não serser que
que os os dedos
dedos de de alguém
alguém os os
levem. Uma
levem. nogueira não
U m a nogueira não brota
brota do do solo
solo sem antes cair
sem antes cair ali
ali uma
uma noz.
noz.
Oss filósofos
O filósofos enunciam
enunciam este princípio dizendo
este princípio dizendo que que “cada efeito deve
“ cada efeito deve
ter um
ter umaa causa”
causa”. .
Assim, , se
Assim se recuamos
recuamos até até asas origens
origens da da evolução
evolução do do universo
universo físi­físi-
co
co (um milhão de
(um milhão de anos,
anos, ou ou umum bilhão,
bilhão, ou ou oco queque os os cientistas
cientistas quei-
quei­
ram),), chegaremos
ram chegaremos por por fimfim aa um um ponto
ponto em em que que precisaremos
precisaremos per­ per-
guntar:
guntar: ““Ótimo, Ôtimo, m masas quem
quem oo pôs pôs em em movimento?
movimento? Alguém teve
Alguém teve
que pôr
que pôr as as coisas
coisas aa andar,andar, ou não haveria
ou não haveria universo,
universo. Do nada, nada
Do nada, nada
vem.”
vem.” Os bebês
Os bebês vêm vêm de de scus pais ee as
seus pais as flores
flores vêmvêm das das sementes,
sementes,
mas tem que haver um ponto de partida.
m as tem que haver um ponto de partida. Há de haver alguém não
H á de haver alguém não
feito por
feito por outro,
outro, há há de de haver alguém que
haver alguém que tenha existido sempre,
tenha existido sempre, aal-l­
guém que
guém que nãonão teveteve começo.
começo. Há H á dede haver
haver alguém
alguém com poder ee inte-
com poder inte­
ligência
ligência semsem limites,
limites, cuja cuja própria
própria natureza
natureza seja seja existir.
existir.
Esse alguém existe
Esse alguém existe ee esse
esse Alguém
Alguém éé exatamente
exatamente Aquele Aquele aa quem quem
chamamos
cham Deus.
am os Deus. Deus éé aquele
Deus aquele que que existe
existe por por natureza
natureza própria.
própria.
AA única descrição exata
única descrição exata que que podemos
podemos dar dar de de Deus
Deus éé dizer que éé
dizer que
““Aquele
Aquele que que é” é” Por isso,
Por isso, aa resposta
resposta ao ao menino perguntador seria
menino perguntador seria
simplesmente:
simplesmente: ““Ninguém Ninguém fez fez Deus.
Deus. Deus existiu
Deus existiu sempre
sempre ee sempre
sempre
existirá.”
ÇUEM
QUEM ÉÉ DEUS?
DEU S? 23
23

Expressamos
Expressam os oo conceito
conceito de de Deus,
Deus, comocomo aa origem
origem de de todo
todo ser,
ser,
acima ee mais
acima mais além
além de de tudo
tudo oo que existe, dizendo
que existe, dizendo queque Ele
Ele éé oo SerSer
Supremo.
Supremo. Daí resulta que
D aí resulta que nãonão pode
pode haver
haver senão
senão um Deus.
um Deus. Falar
Falar
de dois (ou mais) seres supremos seria uma contradição.
de dois (ou m ais) seres supremos seria uma contradição. A pró-
A pró-
pria
pria palavra
palavra ““supremo” significa “acima
supremo” significa “ acima dos
dos demais”
demais” Se houvesse
Se houvesse
dois deuses
dois deuses igualmente
igualmente poderosos,
poderosos, um um ao ao lado
lado do outro, nenhum
do outro, nenhum
deles seria supremo.
deles seria supremo. Nenhum teria o infinito poder que Deus deve
Nenhum teria o infinito poder que Deus deve
ter por
ter por natureza.
natureza. O O “infinito”
“ infinito” poder
poder de de um anularia oo ““infinito”
um anularia infinito”
poder do
poder do outro.
outro. C Cada
ada umum seria limitado pelo
seria limitado pelo outro. Como diz
outro. Como diz Santo
Santo
Atanásio: “Falar de vários deuses igualmente onipotentes é como
Atanásio: “ Falar de vários deuses igualmente onipotentes é como
falar de
falar vários deuses
de vários deuses igualmente
igualmente impotentes”
impotentes”. .


H á um um só só Deus,
Deus, queque éé Espirito.
Espírito. Para entendê-lo,
Para entendê-lo, precisamos
precisamos
saber que os filósofos distinguem duas espécies de substâncias:
saber que os filósofos distinguem duas espécies de substâncias: as
as
espirituais ee as
espirituais as físicas.
físicas. Substância
Substância físicafísica éé aa que que éé feita
feita dede partes.
partes.
O ar
O ar que
que respiramos,
respiramos, por exemplo, éé composto
por exemplo, com posto de de nitrogênio
nitrogênio ee oxi­ oxi-
gênio. Estes, por sua vez, de moléculas, e as moléculas, de átomos,
gênio. Estes, por sua vez, de moléculas, e as moléculas, de átomos,
de neutrões ee protões
de neutrões protões ee eletrões.
eletrões. Cada
C ada pequeno fragmento do
pequeno fragmento do uni:
uni-
verso
verso material
material éé feitofeito dede substâncias físicas.
substâncias físicas. As
A s substâncias físicas
substâncias físicas
trazem
trazem em em sisi os os elementos
elementos da da sua própria destruição,
sua própria destruição, jájá que suas
que suas
partes podem separar-se por corrupção ou destruição.
partes podem separar-se por corrupção ou destruição.
Pelo contrário,
Pelo contrário, uma uma substância
substância espiritual
espiritual não não tem tem partes.
partes. Não N ão
tem
tem nada nada que que possa
possa quebrar-se, corromper-se, separar-se
quebrar-se, corromper-se, separar-se ou ou dividir-se.
dividir-se.
Isto se
Isto se expressa
expressa em filosofia dizendo
em filosofia dizendo que que uma substância espiritual
uma substância espiritual
éé uma substância simples.
uma substância simples. Esta
E sta éé aa razão
razão pelapela qual
qual as as substâncias
substâncias
espirituais
espirituais são imortais. A
são imortais. A não
não serser por
por um um atoato direto
direto de de Deus,
Deus, jam jamáisais
deixarão
deixarão de existir.
de existir.
Conhecemos três
Conhecemos três espécies
espécies de substâncias espirituais.
de substâncias espirituais. Em Em primei-
primei­
ro lugar,
ro lugar, aa do do próprio
próprio Deus,
Deus, que que éé Espírito
Espirito infinitamente perfeito.
infinitamente perfeito.
Depois, aa dos
Depois, dos anjos,
anjos, ee por
por último,
último, aa das almasas humanas.
d as alm humanas. N Nosos três
três
casos há
casos há uma
uma inteligência
inteligência que que nãonão depende
depende de nenhuma substância
de nenhuma substância
física
física parapara aluar.
atuar. É É verdade
verdade que,que, nesta vida, aa nossa
nesta vida, nossa alma está unida
alm a está unida
aa umum corpocorpo físico
físico ee que depende dele
que depende para suas
dele para atividades.
suas atividades. Masas
M
não
não éé uma uma dependência absoluta ee permanente.
dependência absoluta permanente. Quando
Quando se separa
se separa
do corpo pela morte, a alma continua atuando.
do corpo pela morte, a alm a continua atuando. Continua a conhe-
Continua a conhe­
cer,
cer, aa querer
querer ee aa amar,
amar, inclusive
inclusive m mais livremente do
ais livremente que nesta
do que nesta vida
vida
mortal.
mortal.
Se queremos imaginar
Se queremos imaginar como como éé um um espírito
espírito (tarefa difícil, pois
(tarefa difícil, pois
“Imaginar”
“ imaginar” significa
significa compor
compor uma imagem, ee aqui
uma imagem, aqui nãonão há h â imagem
imagem
que possamos
que adquirir); se
possam os adquirir); se queremos
queremos fazer fazer umaum a idéia
idéia dodo queque éé um um
espirito, devemos
espírito, devemos pensarpensar como seríamos se
como seriamos se oo nosso
nosso corpo
corpo se evapo-
se evapo­
rasse subitamente,
rasse subitamente, Ainda conservaríamos
Ainda conservaríamos todo todo oo conhecimento
conhecimento que que
possuímos, todos os nossos afetos.
possuím os, todos os nossos afetos. Ainda seríamos e!!, mas sem
Ainda seriamos eu, mas sem
corpo. Seríamos, pois,
corpo. Seriamos, pois, espírito.
24 DEUS E AS SUAS PERFEIÇÕES

Se ““espírito”
Se espírito” éé uma palavra difícil
uma palavra difícil de
de compreender,
compreender, “infinito”
“ infinito”
ainda
ainda o o éé mais.
mais. “Infinito” significa ““não
“ Infinito” significa finito” e,
não finito” e, por
por sua vez,
sua vez,
““finito”
finito” querquer dizer “limitado”
dizer “ limitado” Uma coisa é limitada quando tem
Uma coisa é limitada quando tem
um
um limite
limite ou capacidade que
ou capacidade que não
não pode
pode ultrapassar.
ultrapassar. Todo o
Todo o criado
criado
éé finito
finito dede algum modo. Tem
algum modo. Tem limites
limites aa água
água que
que oo Oceano
Oceano Pacífico
Pacífico
pode conter.
pode conter. TemTem limites
limites aa energia
energia do do átomo
átomo dede hidrogênio.
hidrogênio. Tem Tem
limites inclusive
limites inclusive aa santidade
santidade da Virgem Maria.
da Virgem M aria. MasM as em Deus não
em Deus não
há limites de
h á limites de nenhum
nenhum gênero;
gênero; Deus
Deus não não está limitado em
está limitado em nenhum
nenhum
sentido.
sentido.

O catecismo
O catecismo nos nos diz que Deus
diz que Deus éé “um Espírito infinitamente
“ um Espírito infinitamente per- per­
feito”. . OO que
feito” que significa que não
significa que não há há nada
nada dede bom,
bom, apetecível
apetecível ee valioso
valioso
que não
que não se se encontre
encontre em em Deus,
Deus, emem graugrau absolutamente ilimitado. T
absolutamente ilimitado. Tal-
a l­
vez oO expressemos
vez expressemos melhor
melhor se se invertermos
invertermos aa frase frase ee dissermos
dissermos que nada
que nada
há de
há bom, apetecível
de bom, apetecível ou valioso no
ou valioso universo que
no universo que nãonão seja
seja reflexo
reflexo
(uma faisquinha, poderiamos
(um a faisquinha, poderíamos dizer) dessa mesma
dizer) dessa mesma qualidade
qualidade segundo
segundo
existe incomensuravelmente
existe incomensuravelmente cm cm Deus.
Deus. A A beleza
beleza de uma flor,
de uma flor, por
por
exemplo, éé um
exemplo, reflexo minúsculo
um reflexo minúsculo da da beleza
beleza semsem limites
limites dede Deus,
Deus,
assim como
assim como um fugaz raio
um fugaz raio dede lualua éé um um pálido
pálido reflexo
reflexo da da cegante
cegante
luz solar.
luz solar.
Ass perfeições
A perfeições de Deus são
de Deus são da da mesma
mesma substância
substância de de Deus.
Deus. Se Se
quiséssemos expressar-nos com perfeita exatidão, não diríamos que
quiséssemos expressar-nos com perfeita exatidão, não diríamos que
“Deus
“ Deus éé bom”,
bom” , mas
m as sim
sim queque “Deus
“ Deus éé aa bondade”
bondade” Deus, falando
Deus, falando
com propriedade, não
com propriedade, não éé sábio:
sábio: éé aa Sabedoria.
Sabedoria.
Não podemos entreter-nos
N ão podemos entreter-nos aqui aqui aa expor
expor todas
todas as as maravilhosas
maravilhosas
perfeições divinas, mas, ao menos, daremos uma vista de
perfeições divinas, mas, ao menos, daremos uma vista de olhos
olhos em em
algumas.
algumas. JJáá tratamos
tratamos de de uma
uma das perfeições de
das perfeições de Deus:
Deus: aa sua sua eter­
eter-
nidade.
nidade. Homens
Homens ee anjos podem ser
anjos podem ser qualificados
qualificados de de eternos,
eternos, já já que
que
nunca morrerão.
nunca morrerão. M Masas tiveram
tiveram princípio
princípio ee estão sujeitos aa mudanças.
estão sujeitos mudanças.
Só Deus é eterno em sentido absoluto; não só jamais morrerá, como
Só Deus é eterno em sentido absoluto; não só jam ais morrerá, como
também
também jamaisjam ais houve
houve um tempo em
um tempo em queque não
não existisse.
existisse. Ele Ele será
será — —
como
como sempre
sempre foi foi — — semsem m mudança
udança alguma.alguma.

Deus
Deus é,é, como
como dissemos,
dissemos, bondade infinita. Não
bondade infinita. N ão háhá limites
limites àà suasua
bondade,
bondade, que que éé tal, que ver
tal, que ver aa Deus
Deus será
será amá-lo
amá-lo com com amor irresistível.
amor irresistível.
E essa
E essa bondade
bondade se se derrama
derrama continuamente
continuamente sobre sobre nós.
nós.
Alguém poderá
Alguém poderá perguntar:
perguntar: ““Se Deus éé tão
Se Deus tão bom,
bom, por por queque per­
per-
mite tantos
mite tantos sofrimentos
sofrimentos ee m males no mundo?
ales no m undo? Por Por que deixa que
que deixa que haja
haja
crimes, doenças
crimes, doenças ee misérias?”
m isérias?” Escreveram-se bibliotecas inteiras
Escreveram-se bibliotecas inteiras sobre
sobre
o problema do mal, e não se poderá pretender que tratemos aqui
o problema do mal, e não se poderá pretender que tratemos aqui
deste
deste tema
tema como merece. Não
como merece. obstante, o
N ão obstante, o que podemos éé mencionar
que podemos mencionar
que
que oo mal, tanto físico
mal, tanto físico como moral, na
como moral, na medida
medida em em que que afeta
afeta osos
seres
seres humanos,
humanos, veio veio ao mundo como
ao mundo como consequência
conseqüência do do pecado
pecado do do
homem.
homem. Deus, Deus, que deu ao
que deu ao homem
homem oo livre arbítrio ee pôs
livre arbítrio pôs em em marcha
marcha
QUEM É DDEUS?
QUEM É EU S? 2525

seu
seu plano
plano parapara aa humanidade,
humanidade, não não anda
anda interferindo
interferindo continuamente
continuamente
para arrebatar-lhe esse
para ariebatar-lhe esse dom
dom da da liberdade.
liberdade. Com Com esse
esse livre
livre arbítrio
arbítrio
que Deus nos deu, temos que lavrar o nosso destino até o seu final
que Deus nos deu, temos que lavrar o nosso destino até o seu finai
— até
— até aa felicidade
felicidade eterna,
eterna, se se aa escolhermos
escolhermos comocomo meta
meta ee se se quiser-
quiser­
mos aceitar
mos aceitar ee utilizar
utilizar o o auxílio
auxílio da da graça
graça divina
divina —,—, m masas livres
livres atéaté
o fim.
o fim.
O mal
O mal éé idéia
idéia do homem, não
do homem, não dede Deus.
Deus. EE se
se oo inocente
inocente ee o o
justo têm que sofrer a maldade dos maus, sua recompensa no final
justo têm que sofrer a maldade dos maus, sua recompensa no final
será maior.
será maior. Seus sofrimentos ee lágrimas
Seus sofrimentos nada serão
lágrimas nada serão emem com
comparação
paração
com oo gozo
com gozo vindouro.
vindouro. E E, , no entretanto, Deus
no entretanto, Deus guarda
guarda sempre
sempre os os que
que
o guardam em seu coração.
o guardam em seu coração,

AA seguir,
seguir, vem
vem aa realidade
realidade do infinito conhecimento
do infinito conhecimento dede Deus.
Deus.
Todo
T odo oo tempo
tempo —— passado, presente ee futuro
passado, presente —; ; todas
futuro — todas as
as coisas
coisas ——
as que
as que são são ee as as que
que poderiam
poderiam ser ser — —:; : todo
todo oo conhecimento
conhecimento possível possível
éé oo que
que poderiamos
poderíam os chamarcham ar “um único grande
“ um único pensamento” da
grande pensamento” men-
d a men­
te divina.
te divina. A mente
A mente de Deus contém
de Deus contém todos todos os tempos ee toda
os tempos toda aa
criação, assim como o ventre materno contém toda a criança.
criação, assim como o ventre materno contém toda a criança.
Deus sabe
Deus sabe oo queque fareifarei amamanhã?
anhã? Sim. Sim. E FE na próximaa sem
na próxim semana?ana?
Também.
J ambém. Então, Então, nãonão éé oo mesmo
mesmo que que terter que fazê-lo? Se
que fazê-lo? Se Deus
Deus sabe sabe
que
que na na terça-feira
terça-feira ireiirei de visita àà casa
de visita casa de tia Beatriz,
de tia Beatriz, comocomo possoposso
não fazê-lo?
não fazê-lo?
Esta
E aparente dificuldade,
sta aparente dificuldade, que que um um momento
momento de reflexão nos
de reflexão nos re-re­
solverá, nasce
solverá, nasce de de confundirmos
confundirmos Deus Deus conhecedor
conhecedor com com DeusDeus causador.
causador.
Que
Que Deus Deus saibasaiba queque ireiirei ver
ver minha
minha tia tia Beatriz
Beatriz não não éé aa causa
causa que que
me
me faz faz ir.ir. Antes
Antes ao contrário, éé aa minha
ao contrário, minha decisão
decisão de de irir àà casa
casa de de
minha
minha tia Beatriz que
tia Beatriz que dá dá pé para que
pé para que Deus Deus oo saiba.
saiba. OO fato fato de de oo
meteorologista,
meteorologista, estudando estudando seus seus mapas,
mapas, saber saber que que choverá
choverá amanhã,
amanhã,
não causa aa chuva.
não causa chuva. ÉÉ ao ao contrário.
contrário. A condição
A indispensável que
condição indispensável que
faz que amanhã vá chover é que proporciona ao meteorologista aa
faz que amanhã vá chover é que proporciona ao meteorologista
base
base parapara saber que am
saber que amanhã choverá.
anhã choverá.
Para
Para sermos teologicamente exatos,
sermos teologicamente exatos, convémconvém dizer dizer aqui que, fa
aqui que, fa- ­
lando
lando em termos absolutos,
em termos absolutos. Deus Deus éé aa causa causa de de tudo
tudo oo que que acontece.
acontece.
Deus
Deus éé por por natureza
natureza aa Primeira Causa.
Primeira Causa. Isto
Isto querquer dizer
dizer que nada
que nada
existe
existe nem nem nada nada acontece
acontece que que nãonão tenha
tenha aa sua sua origem
origem no no poder
poder infi-infi­
nito
nito dede Deus.
Deus. N Noo entanto,
entanto, não não há há necessidade
necessidade de de entrar
entrar aqui
aqui nana ques-
ques­
tão filosófica
tão filosófica da da causalidade.
causalidade. Para oo nosso
Para nosso propósito,
propósito, basta basta saber
saber
que
que aa presciência divina não
presciência divina não me me obriga
obriga aa fazerfazer oo que que eu eu livremente
livremente
decido
decido fazer.fazer.

Outra perfeição
Outra perfeição de de Deus
Deus éé que
que não
não há
há limites
limites àà sua presença;
sua presença;
dizemos dEle
dizemos dEle que
que éé “onipresente”.
“ onipresente” . Está
E stá sempre
sempre em toda aa parte.
em toda parte. EE
como poderia
t:omo poderia ser de outro
ser de modo, se
outro modo, se não
não há lugares fora
há lugares de Deus?
fora de Deus?
Ele está
Ele neste escritório
está neste escritório em
em que escrevo, está
que escrevo, está no quarto em
no quarto em que
que você
você
28 DEUS E AS SUAS PERFEIÇÕES

me lê.
me lê. SeSe algum
algum diadia umauma aeronave chegar aa M
aeronave chegar Marte
arle ou
ou aa Vênus,
Vênus, oo
astronauta não
astronauta não estará
estará sósó aoao alcançar
alcançar o o planeta; Deus estará
planeta; Deus estará ali.
ali.
Note-se
Note-se que que aa presença
presença semsem limites
limites de Deus nada
de Deus nada temtem aa ver ver
com oo tamanho.
com tamanho. OO tamanhotamanho cé algoalgo que
que pertence
pertence àà matéria
matéria física.
física.
““Grande”
Grande” ee “pequeno”
“ pequeno” não não têm sentido se aplicados a um espírito,
têm sentido se aplicados a um espírito,
ee menos
menos ainda
ainda aa Deus.
Deus. Não, Não, não
não éé que uma parte
que uma parte dede Deus
Deus esteja
esteja
num
num lugar
lugar ee outra
outra noutro.
noutro. TodoTodo oo Deus
Deus está
está em
em toda
toda au parte.
parte. Tra-T ra­
tando-se de Deus, espaço é palavra tão sem significado como ta-
tando-se de Deus, espaço é palavra tão sem significado como ta­
manho.
manho.

Outra perfeição divina


Outra perfeição divina éé seu seu poder infinito. Deus
poder infinito. Deus pode pode fazer
fazer
tudo; é onipotente.
tudo; é onipotente. “Pode fazer um círculo quadrado?”, poderia al­
“ Pode fazer um círculo quadrado?” , poderia al-
guém perguniar.
guém perguntar. Não,
N porque um
ão, porque um círculo
circulo quadrado
quadrado não não éé algo,
algo, cé
nada,
nada, éé uma uma contradição
contradição nos nos seus
seus próprios termos, como
próprios termos, como dizerdizer luzluz
do
do diadia referindo-se
referindo-seà à noite.
noite. “Deus
“ Deus podepode pecar?”.
pecar?” . Não, N ão, de de novo,
novo,
porque o opecado
porque pecadoé énada,
nada, é éuma uma falha
falha na na obediência
obediência devida devida aa Deus.
Deus.
Enfim, Deus
Enfim, Deus podepode fazer
fazer tudotudo menos
menos o o que
que éé não não ser, nada.
ser, nada.
Deus
Deus éé também também infinitamente
infinitamente sábio. sábio. Foi
Foi EleEle quem
quem fez fez tudo,
tudo,
de tal modo
de tal modo que, evidentemente, sabe
que, evidentemente, sabe qualqual éé aa melhor
melhor maneira
maneira de de
usar as coisas que fez, qual é o melhor plano para as suas criaturas,
usar as coisas que fez, qual é o melhor plano para as suas criaturas.
Alguém que
Alguém que se se queixe:
queixe: ““Por Por queque Deus
Deus faz isto?”, , ou
faz isto?” ou “por que Deus
“ por que Deus
não faz
não isto ee aquilo?”
faz isto aquilo?”, , deveria
deveria lembrar-se
lembrar-se de de queque uma formiga tem
uma formiga tem
mmais direito aa criticar
ais direito criticar Einstein
Einstein do do que que o o homem,
homem, em em suasua limitada
limitada
Inteligência, aa pôr
inteligência, pôr emem dúvida
dúvida aa infinita sabedoria de
infinita sabedoria de Deus.
Deus.
Não
N ão éé preciso
preciso ressaltar
ressaltar aa infinita santidade de
infinita santidade de Deus.
Deus. A A beleza
beleza
espiritual dAquele
espiritual dAquele em em quemquem tem origem toda
tem origem toda aa santidade
santidade humana
humana
éé evidente.
evidente. Sabem Sabemosos que que aa própria
própria santidade
santidade sem sem mancha
mancha de de Santa
Santa
MMaria, ante o esplendor radiante de Deus, seria como a chama de
aria, ante o esplendor radiante de Deus, seria como a chama de
um fósforo
um fósforo comparada
com parada com com o o fulgor
fulgor do do sol.
sol.
EE Deus
Deus éé todo misericórdia.
todo misericórdia. Deus perdoa
Deus perdoa tantas
tantas vezes quantas
vezes quantas
nos arrependemos.
nos arrependemos. Há H á um um limite
limite parapara aa minha
minha paciência
paciência ee para para aa
daquele outro, mas não para a infinita misericórdia de Deus.
daquele outro, m as não para a infinita misericórdia de Deus. Mas
M as
Ele
Ele éé também
também infinitamente
infinitamente justo. justo. Deus não
Deus não éé uma uma vovózinha
vovózinha in- in­
dulgente
dulgente que fecha os
que fecha os olhos
olhos aosaos nossos
nossos pecados.
pecados. Se Se nos
nos recusarmos
recusarmos
aa amá-lo
amá-lo — — ee para amá-lo éé que
para amá-lo existimos —,
que existimos embora Ele
— , embora Ele nos queira
nos queira
no céu,
no céu, aa sua sua misericórdia
misericórdia não não anulará
anulará aa sua justiça.
sua justiça.
Tudo
Tudo isto isto ee mais
m ais éé oo que que queremos
queremos significar quando dizemos:
significar quando dizemos:
“Deus
“ Deus éé um um espírito
espírito infinitamente
infinitamente perfeito”.
perfeito” .
CapíruLO
C a p ít u l o III
II

A
À UNIDADE
UNIDADE E
E AA TRINDADE
TRINDADE DE
DE DEUS
DEUS

COMO
CO É QUE
MO É Q U E SÃO TRÊS?
SÃ O T R ÊS?

Estou certo
Estou certo de de que nenhum de
que npnhum de nós
nós sese daria
daria ao ao trabalho
trabalho de de ex­ ex-
plicar um
plicar um problema
problema de de física
física nuclear
nuclear aa uma criança de
uma criança de cinco anos.
cinco anos.
E, não obstante, a distância que há entre a inteligência de uma
E, não obstante, a distância que há entre a inteligência de uma
criança de
criança de cinco
cinco anosanos ee os os últimos
últimos avanços
avanços da da ciência
ciência éé nadanada em em
comparação
com paração com com aa que que existe
existe entre
entre aa mais brilhante mente
mais brilhante mente humana
humana
ee aa verdadeira
verdadeira natureza
natureza de de Deus.
Deus. Há H á umum limite
limite parapara oo queque aa mente
mente
humana
humana — — mesmo
mesmo em condições ótimas
em condições ótimas — — podepode captar
captar ee entender.
entender.
Sendo Deus um
Sendo Deus um serser infinito, nenhum intelecto
infinito, nenhum intelecto pode alcançar as
pode alcançar as suas
suas
profundidades.
profundidades.
Por isso,
Por isso, aoao revelar-nos
revelar-nos aa verdade verdade sobre
sobre Si Si mesmo,
mesmo, Deus Deus tem tem
que se contentar com enunciar-nos simplesmente qual é essa verdade.
que se contentar com enunciar-nos simplesmente qual é essa verdade.
OO ““como”
com o” deladela está
está tão tão longe
longe de de nossas
nossas faculdades
faculdades nesta nesta vida,
vida, que que
nem oo próprio
nem próprio DeusDeus tratatrata de no-lo explicar.
de no-lo explicar.
Uma dessas verdades
Um a dessas verdades éé que, que, havendo
havendo um um só Deus, existem
só Deus, existem nElenEle
três Pessoas divinas — Pai, Filho e Espírito Santo. Há uma só n
três Pessoas divinas — Pai, Filho e Espírito Santo. H á uma só na-a­
tureza divina,
tureza divina, mas m as três
três Pessoas divinas.
Pessoas divinas. No plano humano,
No plano humano, ““natu- natu­
reza” ee ““pessoa”
reza” pessoa” são são praticamente
praticamente uma uma ee aa mesmamesma coisa.
coisa. Se Se nümnúm
quarto há três pessoas, três naturezas humanas estão lá presentes;
quarto há três pessoas, três naturezas hum anas estão lá presentes;
se estivesse
se presente uma
estivesse presente uma só só natureza
natureza humana,
humana, haveria haveria uma uma só só pes-
pes­
soa. Assim,
soa. ÀÁssim, quando procuramos pensar
quando procuramos pensar em em DeusDeus comocomo três Pessoas
três Pessoas
com uma só e a mesma natureza, é como se estivéssemos dando
com uma só e a mesma natureza, c como se estivéssemos dando
cabeçadas contra
cabeçadas contra um um muro.
muro.
Por
Por isso,
isso, àsàs verdades
verdades de de fé como esta
fé como esta da da Santíssim
Santissimaa Trindade,
Trindade,
chamamos
cham am os “ mistérios de fé” . Cremos nelas porque Deus no-las
“mistérios de fé”. Cremos nelas porque Deus no-las
manifestou, ee Ele
manifestou, Ele éé infinitamente
infinitamente sábio sábio ee veraz.
veraz. Mas, para saberm
M as, para sabermosos
como éé que
como isso pode
que isso pode ser, ser, temos
temos que que esperar
esperar que que EleEle nosnos m mani-
ani­
feste aa Si
feste mesmo por
Si mesmo por inteiro,
inteiro, no no céu.
céu. Os Os teólogos podem, éé claro,
teólogos podem, claro,
dar-nos
dar-nos algunsalguns pequenos
pequenos esclarecimentos.
esclarecimentos. Assim,
Assim , explicam
explicam que que a
28 A UNIDADE E A TRINDADE DE DEUS

distinção entre
distinção entre as as três
ircs Pessuas
Pessoas divinasdivinas tem tem por base aa relação
por base relação que que
existe entre elas.
existe entre clas.
Temos
l'enu)s Deus Deus Pai,Pay, queque se contempla na
se contempla na suasua mente
mente divinadivina c se se vêvê
como realmente é. formulando um pensamento sobre Si mesmo,
como realmente é, formulando um pensamento sobre Si mesmo.
Você
Você ee cu, cu, muitas
muitas vezes,
vezes, fazemos
fazemos o o mesmo. Concentramos oo olhar
mesmo. Concentramos olhar
em
em nósnós cc formamos
formamos um um pensamento
pensamento sobre sobre nós nós mesmos.
mesmos. Este pen­
Este pen-
samento se
samento se expressa
expressa nas nas palavras silenciosas ““João
palavras silenciosas João Pereira”
Pereira” ou ou ““Maria
Maria
das Neves”
das Neves”
Masas há
M há umauma diferença
diferença entre entre oo nossonosso conhecimento
conhecimento próprio próprio ee oo
de Deus
de Deus sobresobre Si Si mesmo.
mesmo. Nosso Nosso conhecimento
conhecimento próprio próprio éé imperfeito,
imperfeito,
incompleto (os nossos amigos podem dizer-nos coisas sobre nós
incompleto (os nossos am igos podem dizer-nos coisas sobre nós que que
nos surpreenderiam,
nos surpreenderiam, ee nem nem vam vamosos falar
falar no que podem
no que podem dizer dizer os os nos-
nos­
sos
sos inimigos!).
inim igos!).
Mas,
M as, ainda
ainda que que nos nos conhecêssemos
conhecêssemos perfeitamente,
perfeitamente, ainda ainda que que oo
conceito
conceito que que temostemos acerca
acerca de nós, ao
de nós, ao enunciarmos
enunciarmos em em silêncio
silêncio oo
nosso
nosso nome,nome, fosse completo, ou
fosse completo, seja, uma
ou seja, uma perfeita
perfeita reprodução
reprodução de de
nós
nós mesmos,
mesmos, seria seria apenas
apenas um um pensamento
pensamento que que nãonão sairia
sairia do do nosso
nosso
interior: sem existência independente, sem vida própria. O pensa-
interior: sem existência independente, sem vida própria. O pensa­
mento deixaria
mento deixaria de dc existir,
existir, mesmo
mesmo em minha mente,
em minha mente, tão tão logo
logo eu eu vol-
vol­
tasse aa minha
tasse atenção para
minha atenção para outra
outra coisa.
coisa. A A razão
razão éé que que aa existência
existência
ee aa vida
vida não não são parte necessária
são parte necessária de de um um retrato
retrato meu.meu. Houve Houve um um
tempo em
tempo em que que eu não existia
eu não existia cm cm absoluto,
absoluto, ee hoje hoje eu eu voltaria
voltaria ime- ime­
diatamente
diatamente ao ao nada
nada se se Deus
Deus não não me me mantivesse
mantivesse na existência.
na existência.
Mas
M as com com DeusDeus as coisas são
as coisas são muito diferentes. Existir
muito diferentes. Existir éé próprio
próprio
da natureza
da natureza divina.
divina. Não N ão há há outra
outra maneira
maneira de de conceber
conceber Deus Deus ade­ ade-
quadamente senão dizendo que é o Ser que nunca teve princípio,
quadamente senão dizendo que é o Ser que nunca teve princípio,
que sempre
que sempre foi foi ee sempre
sempre será. será. AA única única definição
definição real real queque podemos
podemos
dar de
dar de Deus
Deus éé dizer dizer queque éé “Aquele
“ Aquele que que é. Assim se
é” . Assim se definiu
definiu E Elele aa
Moisés,
M oisés, como
como recordamos:
recordamos: ““Eu Eu sousou Aquele
Aquele que que é” é”
Se o conceito que Deus tem de Si mesmo deve ser
Se o conceito que Deus tem de Si mesmo deve ser umum pensa­
pensa-
mento
mento infinitamente
infinitamente completocompleto ee perfeito,perfeito, tem tem que que incluir
incluir aa existência,
existência,

já que
que aa existência
existência éé própriaprópria da da natureza
natureza de Deus. A
de Deus. A imagem
imagem que que
Deus vê
Deus vê de de SiSi mesmo,
mesmo, aa Palavra Palavra silenciosa
silenciosa com com que eternamente se
que eternamente se
expressa
expressa aa Si Si mesmo,
mesmo, deve deve ter ter uma existência própria,
uma existência própria, distinta,
distinta. AA
este Pensamento vivo
este Pensamento vivo em em que que DeusDeus se expressa perfeitamente
se expressa perfeitamente aa Si Si
mesmo cham
mesmo chamamos am os DeusDeus Filho.Filho. Deus
Deus Pai Pai éé DeusDeus conhecendo-se
conhecendo-se aa
Si mesmo; Deus Filho é a expressão do conhecimento que
Si mesmo; Deus Filho é a expressão do conhecimento que Deus
Deus tem tem
de
de Si. Assim, aa segunda
Si. Assim, segunda Pessoa Pessoa da da Santíssima
Santíssim a Trindade
Trindade éé chamada chamada
Filho, precisamente porque
Filho, precisamente porque éé gerada gerada desde desde todatoda aa eternidade,
eternidade, en­ en-
gendrada na mente divina do Pai. Também a chamamos Verbo de
gendrada na mente divina do Pai. Tam bém a cham am os Verbo de
Deus,
Deus, porque
porque éé aa “Palavra
“ Palavra mental”mental” em em queque aa mente divina expressa
mente divina expressa
oo pensamento
pensamento sobre sobre Si Si mesmo.
mesmo.
Depois, E)eus
Depois, Deus Pai Pai (Deus conhecendo-se aa Si
(Deus conhecendo-se mesmo) ee Deus
Si mesmo) Deus
Filho (o
Filho (o conhecimento
conhecimento de de Deus
Deus sobre sobre Si Si mesmo) contemplam a
mesmo) contemplam
COMO E QUE
COMO r: QUE SÃO
s ã o TRES?
t r ês ? 29
29

natureza que
natureza que ambos possuem em
am bos possuem em comum.
comum. Ao A o verem-se (falamos,
vcrem-se (falam os,
naturalmente,
naturalmente, cm cm termos
termos hum anos), contemplam
humanos). contemplam nessa natureza tudo
nessa natureza tudo
v que
o que éé belo
belo ee bom
bom — — quer dizer, tudo
quer dizer, tudo oo que produz amor
que produz amor — — em em
grau infinito.
grau infinito. E E assim
assim aa vontade divina origina
vontade divina origina um
um atoato de
de amor
amor infi-
infi­
nito para
nito para com
com aa bondade
bondade ce aa beleza
beleza divinas.
divinas, UmaUma vez vez que
que o o amor
amor
de Deus
de Deus por por SiSi mesmo,
mesmo. tal tal como
como o o conhecimento
conhecimento de de Deus
Deus sobre
sobre SiSi
mesmo, éé da
mesmo, da própria natureza divina,
própria natureza divina, tem tem que
que ser
ser umum amor vivo.
amor vivo.
Este amor
Este infinitamente perfeito,
amor infinitamente perfeito. infinitamente
infinitamente intenso.
intenso, que que eterna­
eterna-
mente flui
mente flui do Pai ee do
do Pai do Filho,
Filho, cé o o que
que cham
chamamos Espirito Santo,
am os Espírito Santo,
““que
que procede
procede do do Pai
Pai ee do
do Filho”
Filho” E a terceira Pessoa da Santíssimaa
É a terceira Pessoa da Santíssim
Trindade.
7’rindade. Resumindo;
Resum indo:

— DeusDeus PaiPai éc Deus
Deus conhecendo-se
conhecendo-se aa Si Si mesmo.
mesmo.

— DeusDeus Filho
Filho éé aa expressão
expressão do do conhecimento
conhecimento de de Deus
Deus sobre
sobre
St Mesmo,
Si mesmo.
—— IX’us
Deus Espírito
Espírito Santo
Santo éé oo resultado
resultado do do amor
amor de de Deus
Deus porpor SjSi
mesmo.
mesmo.
Esta éé aa Santíssima
Esta Trindade:
Santíssim a Trindade: três Pessoas
três Pessoas divinas
divinas em em umum só só
Deus, uma natureza divina.
Deus, uma natureza divina.

Um pequeno exemplo
Um peqiicno exemplo poderia esclarecer-nos aa respeito
poderia esclareccr-nos respeito da rela-
da rela­
cão que
ção que exisle
existe entre as três
entre as trcs Pessoas
Pessoas divinas: Pai, Filho
divinas: Pai, Filho ee Espírito
Espirito
Santo.
Santo.
Suponha
Suponha queque você
você se
se olha
olha em um espelho
em um espelho de
de corpo
corpo inteiro.
inteiro. Você
V ocê
vê uma
vc uma imagem
imagem perfeita
perfeita de
de sisi mesmo, com uma
mesmo, com uma exceção:
exceção: nãonão éé
senão um
senão um reflexo
reflexo no no espelho.
espelho. M Masas se se aa imagem
imagem saísse saísse dele
dele ee se se
pusesse a seu lado, viva e palpitante como você, então sim, seria aa
pusesse a seu lado, viva e palpitante como você, então sim, seria
sua imagem
sua imagem perfeita. Porém, não
perfeita. Porém, haveria dois
não haveria dois vocês,
vocês, mas um só
m as um só
Você, uma
Você, uma natureza
natureza humana.
humana. Haveria
Fiaveria duas duas ““pessoas”,
pessoas” , m masas só
só umauma
mente
mente ee uma vontade, compartilhando
uma vontade, compartilhando o o mesmo
mesmo conhecimento
conhecimento ee os os
mesmos pensamentos.
mesmos pensamentos.
Depois, jájá que
Depois, que oo am amoror de
de sisi (o(o amor
am or de de sisi bom)
bom) éé natural
natural em em
todo ser
todo ser inteligente,
inteligente, haveria
haveria uma uma corrente
corrente de de amor
amor ardente
ardente ee mútuo
mútuo
entre você
entre você ee aa sua imagem.
sua imagem. Agora, dê
Agora, dê asas
asas àà sua sua fantasia
fantasia ee pense
pense
na existência
na existência dessedesse amor como uma
amor corno uma parte
parte tão tão de de você mesmo, tão
você mesmo, tão
profundamente enraizado
profundamente enraizado na na sua
sua própria
própria natureza,
natureza, que que chegasse
chegasse aa
ser uma
ser uma reprodução
reprodução viva viva ee palpitante
palpitante de você mesmo.
de você mesmo. Este amor
Este amor
seria uma “terceira pessoa” (mas, mesmo assim, nada mais que um
seria uma “ terceira pessoa” (m as, mesmo assim , nada mais que um
Você, lembre-se;
Você, lembre-se: uma uma só só natureza
natureza hum humana),
ana), uma terceira pessoa
uma terceira pessoa que que
estaria entre
estaria entre você
você ee aa suasua imagem,
imagem, ee os os três
três unidos.
unidos, de de mãos
m ãos dadas:
dadas:
três pessoas numa
três pessoas numa só só natureza
natireza humana.
humana.
Talvez este
Talvez vôo da
este vôo da imaginação
imaginação possa possa ajudar-nos
ajudar-nos aa entender
entender con­con-
fusamente aa relação
fusamente relação queque existe
existe entre
entre as as três
três Pessoas
Pessoas da Santíssima
da Santíssima
Trindade: Deus
Trindade: Deus Pai Pai “olhando-se”
“ olhando-se” aa Si Si mesmo
mesmo em em sua sua mente
mente divina
divina
ee mostrando
mostrando ali ali aa Imagem
Imagem de de Si, tão infinitamente
Si, tão infinitamente perfeitaperfeita queque é
30 À UNIDADE E A TRINDADE DE DEUS

uma
uma imagem
imagem viva: viva; Deus
Deus Filho;
Filho; ee Deus
Deus Pai Pai ee Deus Filho amando
Deus Filho amando
como amor
como amor vivovivo aa natureza divina que
natureza divina que ambos
ambos possuem
possuem em em comum:
comum:
Deus Espirito Santo.
Deus Espírito Santo, Três Pessoas divinas, uma natureza divina,
Três Pessoas divinas, uma natureza divina.
Se oo exemplo
Se exemplo que que utilizei
utilizei não
não nos
nos ajuda nada aa formar
ajuda nada form ar oo nosso
nosso
conceito
conceito dada Santíssima Trindade, não
Santíssima Trindade, não temos
temos porpor que
que sentir-nos frustra-
sentir-nos frustra­
dos.
dos. Estamos perante um mistério de fé, e ninguém, nem o maior
Estam os perante um mistério de fé, e ninguém, nem o maior
dos teólogos,
dos teólogos, poderá aspirar aa compreendê-lo
poderá aspirar realmente. O
compreendê-lo realmente. O máximo
máximo
aa que
que se pode chegar
se pode chegar éé aa diferentes
diferentes graus
graus de de ignorância.
ignorância.
Ninguém deve
Ninguém deve sentir-se
sentir-se frustrado
frustrado porpor haver
haver mistérios
mistérios de de fé.
fé. SóSó
uma pessoa
uma pessoa que que sofra
sofra de de soberba
soberba intelectual
intelectual consumada
consumada pretenderá
pretenderá
abarcar oo infinito,
abarcar imímito, aa insondável
insondável profundidade
profundidade da natureza de
da natureza de Deus.
Deus,
Mais
M ais que sentir com
que sentir com am amargura
argura asas nossas
nossas limitações
limitações humanas,
humanas, temos temos
que encher-nos de agradecimento. porque Deus se dignou dizcr-nos
que encher-nos de agradecimento, porque Deus se dignou dizcr-nos
tanto sobre
lanto sobre SiSi mesmo,
mesmo, sobresobre aa sua
sua natureza
natureza intima.
íntima.

Ao pensarmos
Ao pensarmos na na Trindade Santíssima, temos
Trindade Santíssima, temos que que estar
estar em guar-
em guar­
da contra
da contra um um erro:
erro: não podemos pensar
não podemos pensar em em Deus
Deus Pai como aquele
Pai como aquele
que “vem primeiro”, em Deus Filho como aquele que vem depois,
que “ vem primeiro” , em Deus Filho como aquele que vem depois,
ce em Deus Espírito
em Deus Espirito Santo como aquele
Santo como aquele que que vem vem ainda ainda um um pouco
pouco
mais tarde.
mais tarde. Os três
Os três sãosão igualmente
igualmente eternos porque possuem
eternos porque possuem aa mes­ mes-
maa natureza
m natureza divina;divina; o o Verbo
Verbo de de Deus
Deus ee o o AmAmoror de de Deus
Deus sãosão tãotão
sem tempo
sem tempo como como aa Natureza
Natureza de de Deus,
Deus. E Deus
E Deus FilhoFilho ec DeusDeus E Espl-
sp í­
rito Santo
rito Santo não não estão subordinados ao
estão subordinados ao Pai de modo
Pai de modo algum; algum; nenhuma
nenhuma
das Pessoas
das Pessoas éé mais mais poderosa,
poderosa, mais mais sábia,
sábia, m maior que as
aior que demais.
as demais. Às
As
três têm igual perfeição infinita, igualmente baseada na única natu-
três têm igual perfeição infinita, igualmente baseada na linica natu­
reza
reza divina
divina que que asas três
três possuem,
possuem,
Não obstante, atribuímos
N ão obstante, atribuimos aa cada cada Pessoa divina certas
Pessoa divina certas obras,
obras,
certas atividades
certas atividades que que parecem
parecem mais mais apropriadas
apropriadas àà particular
particular relação
relação
desta ou daquela Pessoa divina.
desta ou daquela Pessoa divina. Por exemplo, atribuímos a Deus
Por exemplo, atribuímos a Deus
Pai aa obra
Pai obra da da criação,
criação, jájá que que pensamos
pensamos nEle nEle comocomo oo ““gerador”,
gerador” , oo
instigador,
instigador, o o motor
motor de todas as
de todas as coisas,
coisas, aa sedesede do infinito poder
do infinito poder queque
Deus possui.
Deus possui.
Do
Do mesmo mesmo modo, modo, como como Deus Deus Filho Filho éé o o Conhecimento
Conhecimento ou ou aa
Sabedoria do
Sabedoria do Pai,
Pai, atribuímos-lhe
atribuímos-lhe as as obras
obras de de sabedoria;
sabedoria; foi foi Ele
Ele que
que
veio àã terra
veio terra para
para nosnos dardar aa conhecer
conhecer aa verdadeverdade ee transpor
transpor oo abismo
abismo
entre Deus
entre Deus ee o o homem.
homem.
Finalmente,
Finalmente, sendo sendo oo Espírito
Espirito Santo Santo oo amor amor infinito, apropria-
infinito, apropria­
mos-lne as
mos-lhe obras de
as obras amor, especialmente
de amor, especialmente aa santificação
santificação das das almas,
almas,
que resulta da
que resulta da habitação
habitação do do AmAmoror de Deus em
de Deus em nossa alma,
nossa alma.
Deus
Deus Pai Pai éé o o Criador,
Criador, Deus Deus Filho
Filho éé o o Redentor,
Redentor, Deus Deus Espírito
Espírito
Santo é o Santificador.
Santo é o Santificador. E, não obstante, o que Um faz, Todos oo
E, não obstante, o que Um faz, Todos
fazem; onde
fazem; onde Um Um está,
está, estão
estão osos Três.
Três.
Este éc o0 mistério
Este mistério da da Trindade Santíssima:
Trindade Santíssima; aa infinita
infinita variedade
variedade
na unidade absoluta, cuja beleza nos inundará no céu,
na unidade absoluta, cuja beleza nos inundará no céu.
CapíTULO
C IV
a p í t u l o IV

A CRIACÃO EE OS
A CRIAÇÃO 0 8 ANJOS
ANJOS

COMO COMEÇOU
CO M O C O M EÇ O U AA CRIAÇÃO?
C R IA Ç Ã O ?

^“As
A s vezes,
vezes, um costureiro, um
um costureiro, pasteleiro ou
um pasteleiro ou um um perfumista
perfumista se se gga-a­
bam de
bam lançar uma
de lançar uma novanova “criação”.
“ criação” . QuandoQuando isto isto ocorre,
ocorre, usam usam aa
palavra ““criação”
palavra criação” num num sentido
sentido muito
muito amplo.
amplo. Por
Por nova nova que que sejaseja
uma moda,
uma moda, terá terá que
que sese basear
basear numnum tecido
tecido dede algum
algum tipo.tipo. PorPor agra-
agra­
dável
dável que que sejaseja uma
uma sobremesa
sobremesa ou ou um um perfume,
perfume, tem tem que que se se basear
basear
nalguma espécie
nalguma espécie de ingrediente.
de ingrediente.
“Criar”
“ Criar” significa
significa “fazer
“ fazer do nada”. . Falando
do nada” Falando com com propriedade,
propriedade,
só Deus,
só Deus, cujo poder éé infinito,
cujo poder infinito, pode
pode criar.
criar.
Há cientistas que
H á cientistas que sese afanam
afanam hoje hoje em em dia nos laboratórios,
dia nos laboratórios, ten- ten­
tando “criar”
tando “criar” vidavida emem tubos
tubos de de ensaio.
ensaio. Uma Uma vez vez ee outra,
outra, apósapós fra-
fra­
cassos
cassos repetidos,
repetidos, misturam
misturam seus seus ingredientes químicos ee combinam
ingredientes químicos combinam
suas moléculas.
suas moléculas. Não
N ão seisei sese algum
algum dia dia conseguirão
conseguirão ter ter êxito
êxito ou ou
não. Mas, ainda que a sua paciência seja recompensada, não se
não. M as, ainda que a sua paciência seja recompensada, não se
poderá
poderá dizer dizer queque chegaram
chegaram aa “criar?
“ criar’ umauma nova
nova vida.
vida. Terão trabalha-
Terão trabalha­
do
do todo todo o o tempo
tempo com com materiais
materiais que que Deus
Deus lhes proporcionou.'íc
lhes proporcionou
Quando Deus
Quando Deus cria,
cria, não necessita de
não necessita materiais ou
de materiais utensílios para
ou utensílios para
poder trabalhar. Simplesmente, quer que alguma coisa seja, ee é.é.
poder trabalhar. Simplesmente, quer que algum a coisa seja,
““Faça-se
Faça-se aa luz”, luz” , disse
disse Ele
Ele nono princípio,
princípio, “e “ e aa luz
luz foi
foi ”. “Faça-se
“ Faça-se
um firmamento
um firmamento no meio das
no meio águas”, , disse
das águas” disse Deus,
Deus, “e assim se
“ e assim se fez”
fez”
(Gen 1, 3-6).
(Gen 1, 3-6).
A vontade
A vontade criadora
criadora de Deus não
de Deus não só só chamou
chamou todas todas as as coisas
coisas àà
existência,
existência, como como as as mantém
mantém nela. nela. Se
Se Deus retirasse oo sustentáculo
Deus retirasse sustentáculo
da
da sua sua vontade
vontade aa qualquer
qualquer criatura,
criatura, esta esta deixaria
deixaria de de existir
existir naquele
naquele
mesmo
mesmo instante; voltaria ao
instante; voltaria ao nada
nada do do qual
qual saiu.
saiu.
Ass primeiras
A primeiras obras obras da criação divina
da criação divina que que conhecemos
conhecemos (Deus (Deus
não tem
não tem porpor que que dizer-nos tudo) são
dizer-nos tudo) são os os anjos.
anjos, Um Um anjo anjo éé um espi-
um espí­
rito, quer
rito, dizer, um
quer dizer, um serser com
com inteligência
inteligência ee vontade,
vontade, m masas sem
sem corpo,
32 A CRIAÇÃO E OS ANJOS

sem dependência alguma


sem dependência alguma dada matéria.
matéria. AA alma
alma humana
humana também
também éé
um espirito, mas
um espírito, m as aa alm
almaa humana
humana nunca
nunca será
será anjo, nem sequer
anjo, nem sequer du­
du-
rante o
rante o tempo
tempo em em que, separada do
que, separada do corpo
corpo pelapela morte, esperar aa
morte, esperar
ressurreição.
ressurreição.
A alma
A alma humana
humana foi foi feita para estar
feita para estar unida
unida aa um um corpo
corpo físico.
físico.
Dizemos que
Dizemos que temtem “afinidade”
“ afinidade” para para umum corpo.
corpo. Uma Uma pessoa
pessoa humana,
humana,
composta
com posta de alma ee corpo,
de alma corpo, será incompleta sem
será incompleta sem corpo. Falaremosos
corpo. Falarem
mais extensamente disto quando tratarmos da ressurreição da
mais extensamente disto quando tratarmos da ressurreição da carne.
carne.
Mas,
M as, de momento, queremos
de momento, apenas salientar
queremos apenas salientar oo fato de que
fato de que um um anjo
anjo
sem corpo éé um
sem corpo umaa pessoa
pessoa completa,
completa, ee que que umum anjo
anjo éé muito
muito superior
superior
ao ser humano.
ao ser humano.
Hoje em
Hoje dia, há
em dia, há muita literatura fantástica
muita literatura fantástica sobre
sobre os os ““marcianos”.
marcianos” ,
Estes presumíveis habitantes do nosso planeta vizinho são geralmente
Estes presumíveis habitantes do nosso planeta vizinho são geralmente
representados
representados como como mais mais inteligentes
inteligentes ee poderosos
poderosos que que nós,nós, pobres
pobres
mortais ligados
mortais ligados àà terra.
terra. M Masas nem
nem oo mais engenhoso dos
mais engenhoso dos escritores
escritores
de ficção
de científica poderá
ficção científica poderá fazer justiça àà beleza
fazer justiça beleza deslumbrante,
deslumbrante, àà in- in­
teligência poderosa ee ao
teligência poderosa ao formidável
formidável poder poder de de umum anjo.
anjo. Se
Se isto
isto éé
assim
assim na na ordem
ordem inferior das hostes
inferior das hostes celestiais
celestiais — — na ordem dos
na ordem dos pro­
pro-
priamente cham
priamente chamados anjos —,
ados anjos — , que
que não dizer das
não dizer das ordens
ordens ascendentes
ascendentes
de
de espíritos puros que
espíritos puros que se se encontram
encontram acima acima dosdos anjos?
anjos? N Naa Sagrada
Sagrada
Escritura enumeram-se os
Escritura enumeram-se os arcanjos,
arcanjos, os o s principados,
principados, as as potestades,
potestades, as as
virtudes,
virtudes, as as dominações,
dominações, os os tronos,
tronos, os os querubins
querubins ee os serafins.
os serafins. ÉÈ
muito
muito possível
possível que que umum arcanjo esteja aa tanta
arcanjo esteja tanta distância
distância de de um anjo,
um anjo,
em
em perfeição,
perfeição, comocomo esteeste de
de um um homem.
homem.

Aqui em
Aqui baixo, evidentemente,
em baixo, evidentemente, sabemos
sabemos bembem pouco
pouco sobre os
sobre os
anjos,
anjos, sobre
sobre aa sua
sua natureza
natureza intima ou os
íntima ou os graus
graus dede distinção
distinção que
que há

entre eles.
entre eles. Nem sequer sabemos
Nem sequer sabemos quantos
quantos são,
são, mesmo
mesmo que que aa Biblia
Bíblia
indique que seu número é muito grande. “Milhares de milhares OO
indique que seu número é muito grande. “ Milhares de milhares
servem
servem ee milmil milhões
milhões mais
mais estão
estão diante
diante dEle”,
dEle” , diz
diz oo livro de Daniel
livro de Daniel
( 7, 10).
(7, 10).

Só nos
nos foram
foram dados
dados aa conhecer
conhecer os os nomes
nomes dede três
três anjos:
anjos: Gabriel,
Gabriel,
“Fortaleza
“ Fortaleza dede Deus”
Deus”: ; Miguel,
Miguel, “Quem como D
“ Quem como Deus?”:;
eus?” ; ee Rafael,
R afael, “Re-
“ R e­
médio
médio de de Deus”
Deus” Com respeito aos
Com respeito aos anjos,
anjos, éc como
como se se Deus
Deus sese tivesse
tivesse
contentado com
contentado com deixar-nos vislumbrar apenas
deixar-nos vislumbrar apenas aa magnificência
magnificência ee as as
maravilhas que nos
m aravilhas que nos aguardam
aguardam no no mundo para além
mundo para além dodo tempo
tempo ee do do
espaço.
espaço. (Como as linhas de perspectiva de um quadro conduzem aa
Como as linhas de perspectiva de um quadro conduzem
atenção
atenção para
para oo assunto
assunto central, assim os
central, assim os coros ascendentes dos
coros ascendentes espi-
dos espí­
ritos puros levam
ritos puros levam irresistivelmente
irresistivelmente aa nossa atenção para
nossa atenção para aa suprema
suprema
Majestade
M ajestade dede Deus,
Deus, dede um
um Deus cuja infinita
Deus cuja infinita perfeição
perfeição êé iiicomen-
incomen-
suravelmente
suravelmenlc superior
superior àà do
do mais excelso dos
mais excelso dos serafins.
serafins.
FE recordemos
recordemos que não estamos
que não falando de
estamos falando um mundo
de um mundo de fan-
dc fan­
tasia ee imaginação.
tasia imaginação. ÉÉ um mundo muito
um mundo muito mais
mais real
real que
que oo planeta
planeta
Marte,
Marte, mais substancial que
mais substancial que oo chão que pisamos.
chão que pisamos. M Masas oo melhor
melhor dede
COMO COMEÇOU
COMO A CRIAÇAO.
COMEÇOU A CRIAÇÃO. 33
33

tudo
tudo éé queque podemos
podemos ir ir para
para esseesse mundo
mundo sem sem aa ajuda
ajuda dc naves inter­
de naves inter-
planetárias.
planetárias. ÉÉ um um mundomundo para para oo qual.
qual. se se quisermos. iremos.
quisermos, iremos.
Quando
Quando Deus Deus criou criou os os anjos.
anjos, dotou
dolou cada cada um um de uma vontade
dc imia vontade
que o
que o faz
faz supremamente
supremamente livre. livre. Sabemos
Sabemos que que o o preço
preço do céu éé am
do céu amarar
aa Deus.
Deus. Por Por um um aio ato dede amoramor aa Deus.Deus, uni um espírito,
espírito. sejaseja anjo
anjo ou ou
alma humana, fica
alma humana, fica habilitado
habilitado aa ir ir para
para o o céu.
céu. E cstc
E este amor
amor tem tem
que
que ser ser provado
provado pelo pelo único
único modo modo com com que que oo amor amor podepode ser pro-
scr pro­
vado:
vado: pela pela livre
livre c« voluntária
voluntária subm submissão
issão da da vontade
vontade criada
criada aa Deus.Deus.
por
por aquilo
aquilo aa que que chamamos comumente um
cham am os comumente um “ato“ ato dcde obediência”
obediência” ou ou
um
um ““ato de lealdade”
ato de lealdade”. .
Deus fez os
Deus fez os anjos
anjos com com livre arbítrio para
livre arbítrio para que auc fossem
fossem capazes
capazes
de
de fazer
fazer o o seu
seu atoato de de amor
am or aa Deus,Deus, de de escolher
escolher Deus. Dcus. Só
Só depois
depois
éé que
que o o veriam
veriam face face aa face;face; só então poderiam
só então poderiam entrar entrar nessa
nessa união
união
eterna com
eterna com Deus
Deus aa que que chamamos
cham am os “céu”.“ céu” .
Deus
Deus nãonão nosnos deu deu aa conhecer
conhecer aa espécie
espécie de de prova
prova aa que t]ue submeteu
submeteu
os anjos. Muitos
os anjos. M uitos teólogos
teólogos pensam
pensam que que EleEle deudeu aos anjos uma
aos anjos uma visão
visão
prévia de
prévia de Jesus
Jesus Cristo,
Cristo, o o Redentor
Redentor da da raça
raça humana,
humana, ee lhes lhes mandou
mandou
que o adorassem.
que o adorassem . Jesus Cristo em todas as suas humilhações,
Jesu s Cristo em todas as suas humilhações,
uma
uma criança
criança no no estábulo,
estábulo, um um criminoso
criminoso na na cruz.
cruz. Segundo
Segundo esta esta teo-
teo­
ria,
ria, alguns anjos se
alguns anjos se teriam rebelado ante
teriam rebelado ante aa perspectiva
perspectiva de terem que
de terem que
adorar Deus
adorar Deus encarnado.
encarnado. Conscientes Conscientes da da sua sua própria
própria magnificência
magnificência
espiritual,
espiritual, da da suasua beleza
beleza ee dignidade,
dignidade, não não quiseram
quiseram fazerfazer oo ato ato de de
submissão
subm issão que
que aa adoração
adoração aa Jesus Jesu s Cristo
Cristo lhes lhes pedia.
pedia. Sob Sob aa chefia
chefia
de
de um um dosdos anjos
anjos mais mais dotados,
dotados, Lúcifer,
Lúcifer, ““Portador
Portador da da luz”,
luz” , oo pecado
pecado
de orgulho afastou de Deus muitos anjos, e o terrivel grito '‘non
de orgulho afastou de Deus muitos anjos, e o terrível grito “non
serviam”,”, “não
serviam “ não servirei”, percorreu os
servirei” , percorreu céus.
os céus.

E assim
E assim começou
começou o o inferno. Porque o
inferno. Porque o inferno
inferno é,é, essencialmente,
essencialmente,
aa separação
separação de de Deus
Deus de de um espírito.
um espírito. Mais tarde, quando aa raça
M ais tarde, quando raça
humana
humana pecoupecou na na pessoa
pessoa de de Adão, Deus daria
A dão, Deus daria ao ao gênero humano
gênero humano
uma segunda
uma segunda oportunidade.
oportunidade. Mas
M as não houve segunda
não houve oportunidade
segunda oportunidade
para os
para os anjos
anjos rebeldes.
rebeldes. D Dadas
adas aa perfeita
perfeita clareza
clareza da da sua
sua mente
mente
angélica e a desimpedida liberdade da sua vontade angélica, nem aa
angélica e a desimpedida liberdade da sua vontade angélica, nem
infinita misericórdia
infinita misericórdia de de Deus
Deus podia
podia encontrar
encontrar desculpa
desculpa parapara oo pe-pe­
cado dos
cado dos anjos.
anjos. Compreenderam
Compreenderam (num (num graugrau aa que que A Adão
dão jamais
jam ais
poderia chegar) quais seriam as consequências do seu pecado. Neles
poderia chegar) quais seriam as conseqüências do seu pecado. Neles
não houve
não houve ““tentação”
tentação” no no sentido
sentido em em queque ordinariamente entende-
ordinariamente entende­
mos aa palavra.
mos palavra. Seu Seu pecado
pecado foifoi oo que
que poderíamos
poderiamos cham chamarar umum pecado
pecado
““aa sangue frio”. Por terem rejeitado Deus, deliberada e plenamente,
sangue frio” . Por terem rejeitado Deus, deliberada e plenamente,
suas vontades
suas permaneceram fixas
vontades permaneceram fixas contra Deus, fixas
contra Deus, fixas para
para sempre.
sempre.
Neles
Neles não
não éé possível
possível oo arrependimento,
arrependimento, eles eles não querem arrepen­
não querem arrepen-
der-se.
der-se. Fizeram aa sua
Fizeram sua escolha
escolha por toda aa eternidade.
por toda eternidade. Neles
Neles arde
arde
um ódio
um perpétuo contra
ódio perpétuo contra Deus
Deus e€ contra todas as
contra todas as suas
suas obras..
obras.
Não
N ão sabemos
sabem os quantos
quantos anjos pecaram; Deus
anjos pecaram; Deus não não quis
quis informar-
3+ A CRIAÇÃO E OS ANJOS

-nos
“nos acerca
acerca disso.
disso. Pelas referencias
Pclas referências da da Sagrada
Sagrada Escritura, inferimos
Escritura, inferimos
que os
que os anjos
afnjos caídos
caídos (os (os “demônios”.
“ demônios” , como como comumente
comumeníe os os cham
chama-a­
mos)
m os) são são numerosos.
numerosos. Mas M as o o mais
mais provável
provável éc que que aa maioria
maioria das das
hostes celestiais tenha permanecido fiel a Deus, tenha feito seu ato
hostes celestiais tenha permanecido fiel a Deus, tenha feito seu ato
de
de submissão
submissão aa Deus Deus ee esteja
esteja comcom Ele Ele no no céu.
céu.
Frequentemente chama-se
Frequentemente chama-se ““Satanás”
Satanás” ao ao demônio.
demônio. EÉ uma pala-
uma pala­
vra hebraica
vra hebraica que que significa
significa ““adversário”
adversário” Os diabos
Os diabos são. claro está,
são, claro está,
os adversários,
os adversários, os os inimigos
inimigos dos dos homens.
homens. Em Em seu seu ódio inextinguível
ódio inextinguível
aa Deus,
Deus, éé natural
natural que odeiem também
que odeiem também aa sua sua criatura,
criatura, o o homem.
homem. Seu
Seu
ódio torna-se
ódio torna-se aindaainda m mais compreensível àà luz
ais compreensível luz da crença de
da crença de que Deus
que Deus
criou os
criou os homens
homens precisamente
precisamente para para substituir
substituir os os anjos
anjos que pecaram,
que pecaram,
para preencher oo vazio
para preencher vazio que deixaram com
que deixaram com aa sua sua deserção.
deserção.
Aoo pecarem,
A pecarem, os os anjos
anjos rebeldes
rebeldes não não perderam
perderam nenhumnenhum de de seus
seus
dons naturais. O diabo possuí uma acuidade intelectual e um poder
dons naturais. O diabo possui uma acuidade intelectual e um poder
sobre aa natureza
sobre natureza impróprios
impróprios dos dos meros
meros seresseres humanos.
humanos. T Toda
oda aa suasua
inteligência ee todo
inteligência lodo o o seu poder concentram-se
seu poder concentram-se agora agora em em afastar
afastar do do
céu as
céu as alm
almasas aa ele
ele destinadas.
destinadas. Os esforços do
Os esforços diabo encaminham-se
do diabo encaminham-se
agora
agora incansavelmente
incansavelmente no no sentido
sentido de arrastar o
de arrastar o homem
homem ao seu mesmo
ao seu mesmo
caminho
caminho de de rebelião contra Deus.
rebelião contra Deus. Em Em consequência,
conseqüência, dizemosdizemos que que
os diabos
os diabos nos tentam ao
nos tentam ao pecado.
pecado.
Não conhecemos o limite exato
N ão conhecemos o limite exato do do seuseu poder.
poder. Ignoramos
Ignoram os até até
que ponto
que ponto podempodem influir
influir sobre
sobre aa natureza humana, até
natureza humana, até que ponto
que ponto
podem dirigir
podem dirigir oo curso
curso normal
normal dos dos acontecimentos
acontecimentos para para induzir-nos
induzir-nos
àà tentação,
tentação, para para levar-nos
levar-nos ao ao ponto
ponto em em que que devemos
devemos decidir
decidir entre
entre
aa vontade
vontade de de Deus
Deus ee aa nossa nossa vontade
vontade pessoal.
pessoal. Mas
M as sabemos
sabem os que que
oo diabo
diabo nunca poderá forçar-nos
nunca poderá forçar-nos aa pecar.pecar. Não N ão pode
pode destruir
destruir aa nossa
nossa
liberdade
liberdade de de escolha.
escolha. Não N ão pode,
pode, porpor assim
assim dizer,
dizer, forçar-nos
forçar-nos aa um um
““sim”, quando realmente
sim” , quando realmente queremosqueremos dizer dizer “não”.
“ não” . MasM as éé um um ad- ad ­
versário
versário aa quem quem éé muitomuito saudável temer.
saudável temer.

OO DIABO
D IA B O ÉÉ R
REAL?
EAL?

Alguém disse
Alguém que o
disse que o mais
m ais encarniçado
encarniçado dos dos pecadores
pecadores dedica
dedica mais
m ais
tempo
tempo aa fazer
fazer coisas
coisas boas
boas ou indiferentes do
ou indiferentes do que coisas más.
que coisas m ás. EmEm
cutras
outras palavras,
palavras, queque sempre
sempre há há algum
algum bem, mesmo no
bem, mesmo no pior
pior dos
dos
homens.
homens.
E isto
É isto o o que torna tão
que torna difícil compreender
tão difícil compreender aa real real natureza dos
natureza dos
demônios.
demônios. Os Os anjos caídos são
anjos caídos são espíritos
espíritos puros
puros sem
sem corpo.
corpo. São
São ababso-
so­
lutamente imateriais.
lutamente imateriais. Quando fixaram aa sua
Quando fixaram vontade contra
sua vontade contra Deus
Deus
em seu
em seu ato
ato dede rebelião,
rebelião, abraçaram
abraçaram oo m malal (que
(que éé aa rejeição
rejeição de Deus)
de Deus)
com toda aa sua
com toda natureza.
sua natureza. Umm demônio
U demônio éé cem por cento
cem por cento mmau; cem
au; cem
por
por cento
cento ódio, sem que
ódio, sem que se possa achar
se possa achar um um mínimo
mínimo resto de bem
resto de bem
cm parte alguma
cm parte alguma de de seu
seu ser.
O DIABO É REAL 35

A inevitável ee constante
A inevitável constante convivência
convivência da da almalmaa com
com estes
estes espíritos,
espíritos,
cuja maldade sem
cuja maldade paliativos éé uma
sem paliativos uma força
força vivaviva ee ativa, não será
ativa, não será o q
menor dos
menor dos horrores
horrores do do inferno.
inferno. Nesta vida sentimos
Nesta vida desgosto, mal-
sentimos desgosto, mal-
-estar, quando encontramos alguém manifestamente depravado. Com
-estar, quando encontramos alguém manifestamente depravado. Com
dificuldade
dificuldade suportaremos,
suportaremos, pois. pois, aa idéia
idéia dodo queque será
será estar
estar agrilhoado
agrilhoado
por toda
por toda aa eternidade
eternidade àà maldade
maldade vivaviva ee absoluta,
absoluta, cuja cuja força
força de de ação
ação
ultrapassa incomensuravelmente
ultrapassa incomensuravelmente aa do do homem
homem mais m ais corrompido.
corrompido.
Com
Com dificuldade
dificuldade suportaremos
suportaremos pensar nisso, embora
pensar nisso, devamos
embora devamos
fazê-lo
fazê-lo de de vez
vez em em quando.
quando. N Nosso grande perigo
osso grande perigo aquiaqui nana terra
terra éé
esquecer que o diabo é uma força viva e atuante.
esquecer que o diabo é um a força viva e atuante. Mais perigoso
M ais perigoso
ainda éé deixar-nos
ainda deixar-nos influir
influir pelapela soberba
soberba intelectual
intelectual dos dos incrédulos.
incrédulos. Se
Se
nos dedicássemos aa ler
nos dedicássemos ler livros
livros ““científicos”
científicos” ee aa escutar gente ““esperta”
escutar gente esperta”
que pontifica
que pontifica que que o o diabo
diabo éé “uma superstição medieval”
“ uma superstição medieval” há há muito
muito
superada, insensivelmente acabaríamos por pensar que se trata de um
superada, insensivelmente acabaríam os por pensar que se trata de umaa
figura retórica, de
figura retórica, um simbolo
de um símbolo abstrato
abstrato do do mal,
mal, sem substância real.
sem substância real.
Seria
Seria umum erro
erro fatal.
fatal. N Nada convém mais
ada convém mais ao ao diabo
diabo do do que
que esquecer-
esquecer-
mo-nos dele, ou não lhe prestarmos atenção e, principalmente, não
mo-nos dele, ou não lhe prestarmos atenção e, principalmente, não
acreditarmos
acreditarmos nele. nele. UmUm inimigo
inimigo de de cuja
cuja presença
presença não suspeitamos, que
não suspeitamos, que
pode atacar
pode atacar em emboscado.
boscado, éé duplamente perigoso.
duplamente perigoso. As possibilidades
A s possibilidades
de vitória
de de um
vitória de inimigo aumentam
um inimigo aumentam em em proporção
proporção àà cegueira
cegueira ou ou inad-
inad-
vertência da
vcTtência vítima,
da vítima,

OO que
que DeusDeus faz, não o
faz, não o destaz.
desfaz. O O queque DeusDeus dá. dá. não não o o tira.
tira.
Ele deu
Ele deu aosaos anjos
anjos inteligência
inteligência ee poder poder de ordem superior,
de ordem superior, ee não não os os
revoga, nem mesmo no caso dos anjos rebeldes.
revoga, nem mesmo no caso dos anjos rebeldes. Se um simples ser
Se um simples ser
humano
humano pode pode induzir-nos
induzir-nos aa pecar, pecar, se se um
um companheiro
companheiro pode pode dizer:
dizer:
““Vem
Vem cá, cá, José,
José, vamos
vamos sair sair de farra esta
dc farra esta noite”
noite”; ; se se uma vizinha
uma vizinha
pode dizer: “Por que você não experimenta isto, Rosa?
pode dizer: “ Por que você não experimenta isto. R o sa? Você tam
Você tam- ­
bém
bém tem tem oo direito
direito dede descansar
descansar ee de de não
não terter m mais filhos por
ais filhos por algum
algum
tempo”
icnipo” o o demônio
demônio pode pode mais mais ainda, colocando-nos perante
ainda, colocando-nos perante tenta-tenta­
ções sutis
ções sulis ee muito
muito menos
menos claras.
claras.
Mas
M as nãonão pode fazer-nos pecar.
pode fazer-nos pecar. Não Não há há poder
poder na na terra
terra ou ou nono
inferno
inferno que que possa fazer-nos pecar.
possa fazer-nos pecar. Sempre
Sempre temostemos o o nosso
nosso livre arbi-
livre arbí­
trio;
trio; sempre
sempre nos nos fica
fica aa nossa
nossa capacidade
capacidade de de escolher,
escolher, ee essa decisão,
essa decisão,
ninguém
ninguém aa pode pode impor-nos.
impor-nos. José
José pode
pode dizer
dizer ““não!”
não!” ao ao companheiro
companheiro
que
que lhe propôs aa noite
lhe propôs noite dede farra.
farra. RosaR osa pode dizer “não!”
pode dizer “ não!” àà vizinhavizinha
que lhe
que recomendou oo anticoncepcional.
lhe recomendou anticoncepcional. EE Iodas
todas as as tentações
tentações que que
o diabo
o diabo possapossa apresentar-nos
apre.senlar-nos no no nosso caminho, por
nosso caminho, por mais mais fortes
fortes
que
que sejam, podem ser
sejam, podem ser repelidas
repelidas com com aa mesma
mesma firmeza.
firmeza. Não N ão há há pe-pe­
cado
cado aa iião não scrser que
que cc atéaté que que aa nossa
nossa vontade
vontade se se afaste
afaste de de Deus
Deus
e0 esctilha
escolha um um ben inferior em
bcrn inferior em seuseu lugar.
lugar. Ninguém
Ninguém jamais jam ais poderápoderá
dizer
dizer de de verdade:
verdade: ‘iV *Pequei porque não
qu ci porque não pude
pude evitá-lo”
evitá-lo”
É evidente
É evidente que que nem todas as
nem todas as tentações
tentações vêm vêm do diabo. Muitas
do diabo. Muitas
vêm do
vêm mundo que
do mundo que nosnos rodeia, inclusive de
rodeia, inclusive de am amigos e conhecidos,
igos c conhecidos.
36 A CRIAÇÃO E OS ANJOS

como*
co m o ' nono exemplo
exemplo anterior.
anterior. OutrasOutras procedem
procedem de de forças interiores
forças interiores
profundamerte arraigadas
profundamente arraigadas em em nósnós — — aa que que chamamos
cham am os paixõespaixões — —, ,
forças
forças imperfeitamente controladas e,e, com
imperfeitamente controladas frequência, rebeldes,
com frequência, rebeldes, que que
são o resultado do pecado original.
são 0 resultado do pecado original. Mas seja qual for a origem da
M as seja qual for a origem da
tentação,
tentação, sabem sabemosos que,
que, se se quisermos, podemos dominá-la.
quisermos, podemos dominá-la.
Deus
Deus não não pede
pede aa ningnóm
ninguém oo impossível.
impossível. Ele Ele nãonão nos nos pediria
pediria
amor constante e lealdade absoluta se nos fosse impossível dá-los.
am or constante e lealdade absoluta se nos fosse impossível dá-los.
Então,
Então, devemosdevemos angustiar-nos
angustiar-nos ou ou assustar-nos
assustar-nos porque porque virão virão tenta-
tenta­
ções?
ções? Não;
N ão; éé precisamente
precisamente vencendo
vencendo aa tentação
tentação que que adquirimos
adquirimos
mérito
mérito diantediante dede Deus;
Deus; pelas
pelas tentações
tentações encontradas
encontradas ee vencidas,
vencidas, cres-cres­
cemos em
cemos em santidade. Teria pouco
santidade. Teria pouco mérito sermos bons,
mérito sermos bons, se se fosse fácil.
fosse fácil.
Os
Os grandes
grandes santossantos não
não foram
foram homens
homens ee mulheres
mulheres sem sem tentações;
tentações; na na
maioria
m aioria dos dos casos,
casos, sofreram
sofreram tentações
tentações terríveis,
terríveis, e,e, vencendo-as,
vencendo-as, san- san-
tificaram-se.
tificaram-se.
ÉÊ claro
claro que
que não
não podemos vencer essas
podemos vencer essas batalhas sozinhos. Tem
batalhas sozinhos, Temosos
de
de ter
ter oo auxílio
auxílio de
de Deus
Deus para
para reforçar
reforçar aa nossa
nossa vontade
vontade enfraquecida.
enfraquecida.
“Sem
“ Sem Mim,Mim, nada nada podeis fazer”, , diz-nos
podeis fazer” diz-nos o o Senhor,
Senhor. Seu Seu auxílio,
auxílio, suasua
graça
graça estáestá àà nossa
'nossa disposição
disposição em em abundância ilimitada, se
abundância ilimitada, se aa desejar­
desejar-
mos,
mos, se se aa procurarmos.
procurarmos. AA confissão frequente, aa comunhão
confissão freqüente, comunhão ee aa
oração
oração habituais
habituais (especialmente
(especialmente àà hora hora da tentação) tornar-nos-ão
da tentação) tornar-nos-ão
imunes à tentação, se fizermos o que está ao nosso alcance,
imunes à tentação, se fizermos o que está ao nosso alcance.
Não
N ão temos
temos o o direito
direito de de esperar
esperar que que DeusDeus façafaça tudo.
tudo. Se Se nãonão
evitarmos
evitarmos os os perigos desnecessários, se.
perigos desnecessários, se, na
na medida
medida em em queque pudermos,
pudermos,
não
não evitarmos
evitarmos as as circunstâncias
circunstâncias — — asas pessoas,
pessoas, lugares
lugares ou coisas que
ou coisas que
possam induzir-nos
possam induzir-nos àà tentação
tentação — —, , não
não estaremos
estaremos cumprindo
cumprindo com com aa
nossa parte.
nossa parte, Se andarm
Se andarmosos buscando
buscando oo perigo,’
perigo, ataremos
ataremos as as mãos
m ãos aa
Deus.
Deus. AfogaremAfogaremosos aa graçagraça nana sua própria fonte..
sua própria fonte.

Àss vezes,
À vezes, dizemos
dizemos de de uma
uma pessoa
pessoa cujas ações são
cujas ações são especialmente
especialmente
maldosas:
m aldosas: ““Deve estar possuída
Deve estar possuída do do diabo”
diabo” A maioria
A maioria das das vezes,
vezes,
quando qualificamos
quando qualificam os alguém
alguém de de “possesso”,
“ possesso” , não não queremos
queremos ser ser lite-
lite­
rais;
rais; simplesmente indicamos um
simplesmente indicamos um grau
grau anormal
anormal de de maldade.
maldade.
Mas
M as aa possessão
possessão diabólica
diabólica existe,
existe, realreal ee literalmente.
literalmente. Como
Com o
mencionamos antes,
mencionamos desconhecemos aa extensão
antes, desconhecemos extensão total dos poderes
total dos poderes do do
diabo
diabo sobre
sobre oo universo
universo criado,
criado, nono qual
qual se inclui aa humanidade.
se inclui humanidade. Sa- S a­
bemos
bemos queque nada
nada pode
pode existir sem que
existir sem que Deus
Deus oo permita.
permita. Mas M as também
também
sabemosos que
sabem que Deus,
Deus, ao ao realizar
realizar seus
seus planos
planos parapara aa criação,
criação, nãonão tira
tira
normalmente (nem aos anjos nem aos homens) nenhum dos pode-
normalmente (nem aos anjos nem aos homens) nenhum dos pode­
res
res que
que concedeu
concedeu originalmente.
originalmente.
Em
E m qualquer
qualquer caso,caso, tanto
tanto aa Bíblia
Bíblia comocomo aa história,
história, além
além da da
continua experiência da Igreja, mostram' com clareza meridiana que
contínua experiência da Igreja, m ostram ’ com clareza meridiana que
aa possessão
possessão diabólica
diabólica existe,
existe, ou seja, que
ou seja, que oo diabo
diabo penetra
penetra no corpo
no corpo
de
de umauma pessoa
pessoa ee controla
controla as as suas
suas atividades físicas: sua
atividades físicas: sua palavra,
palavra,
seus
seus movimentos,
movimentos, suas suas ações.
ações. M Masas oo diabo
diabo nãonão pode
pode controlar
controlar a
O DIABO É REAL 37

alma;
alma; aa liberdade
liberdade da da alma
alm a humana
humana permanece inviolável, ee nem
permanece inviolável, nem to-
to­
dos
dos os os demônios
demônios do inferno juntos
do inferno juntos podem forçá-la.
podem forçá-la. Naa possessão
N possessão
diabólica,
diabólica, aa pessoa
pessoa perde
perde oo controle
controle de de suas ações físicas,
suas ações físicas, que
que pas-
p a s­
sam para
sam para umum poder
poder mais
mais forte,
forte, o o dodo diabo.
diabo. O O que
que oo corpo
corpo faz,
faz,
éc oo diabo
diabo que
que oo faz, não aa pessoa.
faz, não pessoa.
OO diabo
diabo podepode exercer
exercer outro
outro tipo
tipo de de influência.
influência. ÉÉ aa obsessão
obsessão
diabólica.
diabólica. Nela,Nela, mais
m ais que
que dodo interior
interior da da pessoa,
pessoa, oodiabodiabo ataca
ataca dede
fora. Pode agarrar
fora. Pode agarrar um um homem
homem ee derrubá-lo;
derrubá-lo; pode tirá-lo da
pode tirá-lo da cama,
cam a,
atormentá-lo
alormenlá-lo com com ruídos horríveis ee ter
ruídos horríveis ter outras manifestações.
outras manifestações. São
São
João
Jo ã o Batista Vianney, oo amado
Batista Vianney, am ado CuraCura de de Ars,
Ars., teve
teve que sofrer muito
que sofrer muito
por essa espécie de influência diabólica.
por essa espécie de influência diabólica.
Tanto aa possessão
Tanto diabólica como
possessão diabólica como aa obsessão
obsessão raras raras vezes
vezes se se
encontram
encontram hoje hoje emem terras
terras cnstãs;
cristãs; éé como
como se se oo Sangue redentor de
Sangue redentor de
Cristo houvesse aprisionado o poder de Satã.
Cristo houvesse aprisionado o poder de Satã. Mas são ainda fre-
M as são ainda fre­
quentes em
qüentes cm terras
terras pagãs, como muitas
pagãs, como muitas vezes testemunham os
vezes testemunham os missio-
m issio­
nários, ainda que
nários, ainda qüe nãonão tanto
tanto como
como antes
antes do Sacrifício redentor
do Sacrifício redentor de de
Cristo.
Cristo.

OO rito
rito religioso para expulsar
religioso para expulsar umum demônio
demônio de de uma
uma pessoa
pessoa pos-
pos-
sessa
sessa ou ou obsessa chama-se exorcismo.
obsessa chama-se exorcismo. No No ritual
ritual da
da Igreja
Igreja existe
existe uma
uma
cerimônia
cerimônia especial para este
especial para este fim,
fim, na qual oo Corpo
na qual Corpo Místico
Místico dede Cristo
Cristo
recorre
recorre àã sua sua Cabeça,
Cabeça, oo próprio
próprio Jesus, para que
Jesus, para que quebre
quebre aa influência
influência
do demônio sobre
do demônio sobre determinada pessoa.
determinada pessoa. A função
A função de de exorcista
exorcista éé
própria de
própria de todo
todo sacerdote,
sacerdote, masmas sósó sese pode
pode exercê-la
exercê-la oficialmente
oficialmente
com licença especial
com licença especial dodo Bispo,
Bispo, ee sempre
sempre que que uma
uma cuidadosa
cuidadosa invyesti-
investi­
gsação tenha demonstrado
gação tenha demonstrado que que sese trata
trata de
de umum caso
caso autêntico
autêntico de de pos-
pos­
sessão,
sessão, ee não
não dc de uma simples doença
uma simples mental.
doença mental.
Evidentemente, nada
Evidentemente, nada impede
impede que que umum sacerdote
sacerdote utilize
utilize seu
seu poder
poder
exorcista dc
exorcista de forma
forma privada,
privada, não não oficial.
oficial. SeiSei dede umum sacerdote
sacerdote queque
ouvia num
ouvia num trem
trem uma torrente de
uma torrente de blasfêm
blasfêmiasias que
que lhe dirigia um
lhe dirigia um pas-
p as­
sageiro sentado na
sageiro sentado na sua
sua frente. Por fim,
frente. Por fim, oo sacerdote
sacerdote disse
disse interiormente:
interiormente:
“"Em
Em nome
nome de de Jesus
Jesus Cristo,
Cristo, Filho
Filho de Deus vivo,
de Deus vivo, ordeno-te
ordeno-te que que voltes
voltes
ao inferno
ao inferno ee deixes
deixes tranquilo
tranqüilo esteeste homem”,
homem” . As blasfêmias
A s blasfêm cessaram
ias cessaram
instantaneamente.
instantaneamente.
Em outra ocasião,
Em outra ocasião, esse mesmo sacerdote
esse mesmo sacerdote usouusou do mesmo exor­
do mesmo exor-
cismo
cismo privado diante de
privado diante de umum casal
casal queque discutia
discutia encarniçadamente,
encarniçadamente,
ee na hora se
na hora lhes amainou
se lhes amainou aa ira. ira. OO diabo
diabo está
está presente
presente ee atuaatua com
com
frequência: não
frequência: apenas em
não apenas em casos
casos extremos
extremos de de possessão
possessão ou obsessão.
ou obsessão.

Falamos
Falam os dos anjos caídos
dos anjos caídos com
com certa
certa extensão
extensão por
por causa do grave
causa do grave
perigo que se
perigo que se corre
corre dcde encarar
encarar com
com leviandade
leviandade aa sua sua presença
presença ee Oo
seu poder (que Deus nos
seu poder (gue Deus nos defenda defenda da
da cilada
cilada mais
mais sutil
sutil do diabo,
do diabo,
aa dc sua existência
negar aa sua
de negar existência por estar na
não estar
por não acreditar nele).
moda acreditar
na moda nele).
Parece
Parece mais fácil ee agradável
mais fácil acreditar na
agradável acreditar na realidade dos anjos
realidade dos anjos bons
2B A CRIAÇÃO É OS ANJOS

ee em
em seuseu poder
poder parapara oo bem, que é, é,evidentemente,
bem, que evidentemente, muito muitomaior
maior que que
o de
o de Satanás
Satanás para para oo mal.
mal.

— Os
Os anjos
anjos que permaneceram fiéis
que permaneceram fiéis aa Deus estão com
Deus estão com Ele Ele uo no céu,
céu,
em amor e adoração perpétuos, o que (Deus o queira) será tam-
cm amor e adoração perpétuos, o que (Deus o queira) será tam-
bém
bcrri oo nosso
nosso destino.
destino. Sua vontade
Sua vontade éc agora
agora aa de de Deus.
Deus. Os anjos,
O s anjos,
como
como NossaN ossa M Mãeãe Santa
Santa M Maria
aria ee os ossantos. estão intensamente
santos,estão intensamente inte­ inte-
ressados no
ressados no nosso bem, em
nosso bem, em ver-nos
ver-nos nono céu. céu. Intercedem
Intercedem por por nós
nós ee
utilizam
utilizam oo poder poder angélico
angélico (cuja extensão também
(cuja extensão também desconhecemos)
desconhecemos)
para ajudar
para ajudar aqueles
aqueles que que querem
querem ec aceitam
aceitam aa suasua ajuda. x
ajuda.;^'
— Que os
Que os anjos
anjos nosnos ajudam,
ajudam, éé matéria
matéria de fé.
de fé. Se não cremos
Sc não cremos
nisso, também
nisso, também não cremos na
não cremos fgreja cc nas
na Igreja nas Sagradas Escrituras. Que
Sagradas Escrituras. Que
cada um
cada um temtem um anjo da
um anjo guarda pessoal,
da guarda pc.ssoal, não
não éé matéria
matéria de de fé, mas
fé, mas
crença comumente aceita
crença comumente aceita por
por todos
todos os os católicos.
católicos, E E assim
assim como
como hon- hon­
ramos a Deus com a nossa devoção aos seus amigos e aos seus
ramos a Deus com a nossa devoção aos seus amigos e aos seus
heróis,
heróis, os os santos,
santos, corneteriamos
cometeriamos um um grande
grande erro
erro sc se não
não honrássemos
honrássemos
ee invocâssemos
invocássemos as suas primeiras
as suas obras-mestras. os
primeiras obras-mestras. os anjos,
anjos. que que p po-o ­
voam
voam o o céu
céu ee protegem
protegem aa terra.
terra,
C a p í t u l o VV
CAPÍTULO

CCRIAÇÃO E QUEDA
l U A Q X O Jl QriuDA DO
DO HOMEM
HOMEM

OO QUE
Q U E EÉ O
O HOMEM?
H OM EM ?

MO homem éc uma
7^0 homem uma ponte
ponte entre
entre oo mundo do espírito
mundo do espírito ee o
o da
da ma-
m a­
tória
téria (naturalmente, quando nos
(iialLiralmcnie, quando nos referimos
referimos ao ao “homem”,
“ honicm” , designamos
designamos
todos
todos os componentes do
os componentes gêncro humano,
do gcnero humano, oo homeml^omcm ecc aa mulher).
mulher).
AA alma
alma dodo homem
homem éé espírito,
espírito, de
dc natureza similar ao
natureza similar anjo; seu
ao anjo; seu
corpo
corpo éc matéria,
matéria, similar
similar cmcm natureza
natureza aos animais. Porém,
aos animais. Porém, oo homem
homem
não
não éé nemnem anjo
anjo nem
nem besta;
besta; cé um
um ser
ser àà parte
parte por direito próprio,
por direito próprio, um
um
scr com um pé no tempo ec outro na cternidade. Os filósofos defi-
ser com um pé no tempo c outro na eternidade. Os filósofos defi­
nem
nem oo homem
homem como como “animal racional”: “racional”
“ animal racional''; indica aa sua
“ racional” indica alma
sua alma
espiritual:
espiritual; ee animal,
animal, oo seu corpo físico.
seu corpo físico.

Conhecendo
Conhecendo aa inclinação
inclinação que
que nós.
nós, os homens, temos
os homens, temos para
para oo
orgulho
orgulho ee para
para aa vaidade,
vaidade, éc de
dc surpreender
surpreender aa pouca
pouca atenção
atenção que
que
damos
damos ao ao fato
fato dede sermos
sermos uns uns seres
seres tão
tão maravilhosos.
maravilhosos. Só Só oo corpo
corpo
kl
jà éé suficiente
suficiente parapara nos nos deixar
deixar espantados.
espantados. AA pele pele que
que oo cobre,
cobre, por
por
exemplo,
exemplo, valeria milhões para
valeria milhões para quem fosse capaz
quem fosse capaz de de reproduzi-la
reproduzi-la arti-
arti­
ficialmente.
ficialmente. É É elástica, renova-se por
elástica, renova-se si, impede
por si, impede aa entrada
entrada do do ar,
ar, da
da
agua
íigiia ouou de outras matérias,
de outras matérias, e, e, não
não obstante.
obstante, permite
permite que que saiam.
saiam.
Mantém oo corpo
Mantém corpo aa uma uma tempcratura
temperatura constante, independentemente
constante, independentemente
do
do tempo
tempo ou ou da da temperatura
temperatura exterior.
exterior.
Mas,
Mas, se se volvemos
volvemos aa vista vista para
para oo nosso
nosso interior,
interior, vemos
vemos m mara-
ara­
vilhas ainda
vilhas ainda maiores.
maiores. Tecidos, membranas ee músculos
Tecidos, membranas compõem os
músculos compõem os
Órgãos: o
órgãos: o coração,
ct^ração, os os pulmões,
pulmões. o o estômago
estômago ee o o resto.
resto. Cada
Cada órgão
órgão
éc formado
formado por por umauma galáxia
galáxia de partes scmelhantjs
de parles semelhantes às às concentra-
concentra­
ções dc
ções de estrelas,
estrelas, ee cadacada parte. cada célula,
parle, cada dedica aa sua
célula, dedica sua operação
operação àà
função
função desse
desse órgão particular:
órgão particular: circulação do
circulação do sangue,
sangue, respiração
respiração do do
ar,
ar, sua absorção ou
sua absorção ou aa dc de alimentos.
alimentos. Os diferentes
Os diferentes órgãos
órgãos mantêm-se
mantêm-se
em seu
cm seu trabalho
trabalho vintevinte ee quatro
quatro horas
horas por dia, sem
por dia, sem pensamentos
pensamentos ou ou
40 CRIAÇÃO F QUEDA DO HOMEM

direção conscientes da
clíreçrio conscientes da nossa mente ce (o
nossa mente (o mais
mais espantoso!). mesmo
espantoso!), mesmo
que cada
que cada órgão
órgão vsteja
esteja aparentemente
aparentemente ocupado ocupado na sua função
na sua própria,
função própria,
na realidade trabalha
na realidade trabalha constantemente
constantemente pelo pelo bembem dosdos outros
outros ee de todo
de todo
Oo corpo.
COrpo.
O suporte
O suporte ee aa proteçãoproteção de de todo esse organismo
todo esse organismo aa que que chamamos
chamamos
corpo éé o0 esqueleto.
corpo esqueleto. Dá-nos Dá-nos aa rigidezrigidez necessária
necessária para para estarmos
estarmos er- er­
guidos, sentar-nos ou
guidos, sentar-nos ou andar.
andar. Os O s ossos
ossos dão dão apoio
apoio aos músculos ee
aos músculos
tendões,
tendões, tornando
tornando possível possível oo movimento
movimento ee aa ação. ação. Dão
D ão também
também
proteção
proteção aos aos órgãos
órgãos mais vulneráveis:
mais vulneráveis; o crânio
o crânio protege
protege oo cérebro:
cérebro;
as vértebra.s,
as vértebras. aa medula espinhal, as
medula espinhal; as costelas.
costelas, oo coração
coração ee os pulmões,
os pulmões.
Além de
Além de tudotudo isso.isso. as as extremidades
extremidades dos dos ossos
ossos longos
longos contribuem
contribuem
para
para aa produção
produção dos dos glóbulos vermelhos do
glóbulos vermelhos do sangue.
sangue.
Outra maravilha do
Outra maravilha do nosso
nosso corpo
corpo éé o o processo
processo de de “manufatura-
“ manufatura-
ção” em
ção” em que que está
está ocupado
ocupado todo todo oo tempo. Infroduzimos alimentos
tempo. Introduzimos alimentos
ee água
água na na boca,
boca, ee nos esquecemos: oo corpo
nos esquecemos: corpo continua
continua sozinhosozinho aa
tarefa.
tarefa. Por Por um um processo
procc.s.so que que aa biologia
biologia podepode explicar,
explicar, m masas não
não re- re­
produzir,
produzir, o o aparelho digestivo transforma
aparelho digestivo transforma oo pão, pão. aa carne
carne ee as as bebi-
bebi­
das
das numnum líquido
líquido de de células
células vivas vivas queque banha
banha ee nutre constantemente
nutre constantemente
cada
cada parte
parte do do nosso
nosso corpo.corpo. Este Este alimento
alimento líguido.
líquido, aa que chamamos
que chamamos
sangue, contém açúcares,
sangue, contém açúcares. gorduras,
gorduras, proteínas
proteinas ee outros
outros elementos.
elementos. Flui Flu
até os
até os pulmões
pulmões ee recolhe oxigênio. que
recolhe oxigênio, transporta junto
que transporta junto com com oo ali­ ali-
mento
mento para para cadacada canto canto do corpo. |
do corpo.
O sistema nervoso é também objeto
O sistema nervoso é também objeto de de admiração.
admiração. Na realidade,
N a realidade,
há dois sistemas
há dois nervosos: oo motor,
sistemas nervosos: motor, pelo qual oo meu
pelo qual cérebro con­
meu cérebro con-
trola os
trola os movimentos
movimentos do do corpo
corpo (o (o meu cérebro ordena
meu cérebro ordena ““anda”,
anda” , ee meusmeus
pés
pés obedecem
obedecem ee sc levantam ritmicamente),
se levantam ritmicamente), ee oo sensitivo,
sensitivo, pelo qual
pelo qual
sentimos
sentimos dor (essa sentinela
dor (essa sentinela sempre sempre alerta
alerta às às doenças
doenças ee lesões)lesões) ee
pelo
pelo qualqual trazemos
trazemos oo mundo exterior ao
mundo exterior ao nosso cérebro através
nosso cérebro através dos dos
rgãos dos
órgãos dos sentidos,
sentidos, aa vista, vista. oo olfato.
olfato, oo ouvido,
ouvido, oo gostogosto ee o o tato.
tato.
Por sua vez. estes órgãos são um novo prodígio de desenho ee
Por sua vez. estes órgãos são um novo prodígio de desenho
precisão.
precisão. Novamente os
Novamente os cientistas
cientistas — — o o anatomista,
anatomista, o o biólogo,
biólogo, oo
oftalmologista
oftalmologista — poderão dizer-nos
— poderão dizer-nos como como éé que esses órgãos
que esses órgãos ope^ ope
ram, m
ram, masas nem
nem o o mais
mais dotado
dotado deles deles poderá
poderá jamais construir um
jam ais construir um olho,
olho,
fazer um ouvido ou reproduzir uma simples papila do paladar.
fazer um ouvido ou reproduzir uma simples papila do paladar.
A ladainha
A ladainha das das maravilhas
maravilhas do do nosso
nosso corpo poderia prolongar-se
corpo poderia prolongar-se
indefinidamente; aqui
indefinidamente; aqui só só mencionamos
mencionamos algum algumasas de de passagem
passagem. . Se Se
alguém pudesse fazer
alguém pudesse fazer um um passeio
passeio turístico
turístico pelopelo seu próprio corpo,
seu próprio corpo,
oo guia
guia poderia indicar-lhe m
poderia indicar-lhd mais
ais maravilhas
m aravilhas que que admadmirar
irar do do que
que as as
que
que há há em todos os
em todos os cenjros
cenfros de de atração
atração turística
turística do do mundo
mundo juntos.juntos.

EE oo nosso
nosso corpo
corpo éé apenas
apenas aa metade
metade dodo homem,
homem, e,e, de
de longe,
longe,
aa metade
metade menos
menos valiosa.
valiosa. Masas éé um
M um dom
dom que temos de
que temos de apreciar,
apreciar,
um dom
um dom que
que devemos
devemos agradecer,
agradecer. aa morada idônea para
m orada idônea para aa alma espi-
alm a espi­
ritual, que
ritual, que éé aa que
que lhe
lhe dá
dá vida,
vida, poder
poder ee sentido.
sentido.
Oo QUE
QUE É HOMEM
É OO HOMEM ?? At1
4

O homem
O homem tem corpo, mas
tem corpo, m as éé maismais que que um um animal.
animal. Com Comoo os os
anjos,
anjos, oo homem homem tem tem um espírito imortal,
um espirito imortal, m masas éé menos
menos que que um um
anjo. No
anjo. No homem
homem se se encontram
encontram oo mundo mundo da da matéria
matéria ee oo do do espirito.
espírito.
Alma e corpo se fundem numa substância completa que é oo ente
Alma e corpo se fundem numa substância completa que è ente
humano.
humano.
O corpo
O corpo ee aa alm almaa não não sese unem
unem de modo circunstancial.
de modo circunstancial. OO corpo corpo
não éé como
não como que que um um instrumento
instrumento da da alma,
alma. algo algo de de parecido
parecido aa um um
carro para o seu condutor. À alma e o corpo foram feitos um para
carro para o seu condutor. A alm a e o corpo foram feitos um para
o outro.
o outro. Fúndem-se,
Fundem-se, compenetram-se
compenetram-se tão tão intimamente
intimamente que, que, aoao menos
menos
nesta vida,
nesta vida, uma uma parte
parte não não pode existir sem
pode existir sem aa outra.outra.
Se soldarmos
Se soldarm os um um pedaço
pedaço de de zinco
zinco aa um um pedaço
pedaço de de cobre,
cobre. tere­
tere-
mos um
mos um pedaço
pedaço de de metal.
metal, EEsta união seria
sta união seria uma uma meramera uniãounião ““aci-
aci­
dental”
dental” Não
N ão teriamos
teríamos uma uma substância
substância nova. nova. SaltariaSaltaria àà vista que
vista que
era
era um pedaço de
um pedaço zinco pegado
de zinco pegado aa outro outro de cobre.
de cobre. Mas
M as se se oo cobre
cobre
ee o o zinco
zinco se fundem e se misturam, surgirá uma nova substância
se fundem e se misturam, surgirá uma nova substância
aa que que chamamos
cham am os bronze. bronze. O O bronze
bronze já já nãonão éé zinco zinco nem nem cobre,
cobre, éé
uma
uma substância
substância nova nova com composta
posta de de ambos.
ambos. De
De m modoodo semelhante
semelhante
(nenhum exemplo
(nenhum exemplo éé perfeito),
perfeito), oo corpo
corpo ee aa alm almaa se se unem
unem numa numa subs-
subs­
tância
tância aa que que chamchamamos homem. .
am os homem.
O caráter
O caráter desta união torna-se
desta união torna-se evidente
evidente pela pela maneira
maneira como como alma
alma
ee corpo atuam um
corpo atuam um sobresobre oo outro.
outro. Se
Se corto
corto um um dedo,
dedo, não não éé só só oo
meu
meu corpocorpo que que sofre:
sofre: tambémtambém aa minha minha alma sofre. Todo
alm a sofre. Todo oo meu meu eu eu
sente
sente aa dor. dor. E se
E se aa minha
minha alm almaa éé afligida
afligida por por preocupações,
preocupações, isso isso
repercute no
repercute no meu corpo, cc podem
meu corpo, podem sobrevir
sobrevir úlceras úlceras ee outrosoutros trans-
trans­
tornos.
tornos. Se o medo ou a ira sacodem a minha alma, o corpo reflete
Se o medo ou a ira sacodem a minha alm a, o corpo reflete
aa emoção,
emoção, empalidece
empalidece ou ou se ruboriza, ee oo coração
se ruboriza, coração bate bate mais de-
m ais de­
pressa;
pressa; de de muitas
muitas maneiras
maneiras diferentes
diferentes o o corpo
corpo participa
participa das das emoções
emoções
da alma.
da alma.
Não
N ão sese deve menosprezar oo corpo
deve menosprezar corpo humano
humano como como mero acessório
mero acessório
da
da alma,
alm a, mas.m as, ao mesmo tempo.
ao mesmo tempo, devemos
devemos reconhecerreconhecer que que aa parte
parte
mais
mais importante
importante da pessoa completa
da pessoa completa éé aa alma. alma. A alm
A almaa éé aa parte
parte
imortal,
imortal, ee cé essa essa imortalidade
imortalidade da da alma
alma aa que que libertará
libertará oo corpocorpo da da
morte que
morte que lhe lhe éé própria.
própria. |

Esta
E sta maravilhosa
maravilhosa obra obra dodo poder
poder .ee. da
da sabedoria
sabedoria de de DeusDeus queque
éé nosso
nosso corpo,
corpo, no no qual milhões de
qual milhões de minúsculas
minúsculas células
células formam
form am diver-
diver­
sos
sos órgãos, todos juntos
órgãos, todos juntos trabalhando
trabalhando em em harmonia
harmonia prodigiosa
prodigiosa para para
o bem
o bem dede todo
todo oo corpo,
corpo, podem dar-nos uma
podem dar-nos uma pálidapálida idéia
idéia de de como
como
deve ser
deve magnífica aa obra
ser magnífica obra dodo engenho divino que
engenho divino nossa alma.
que éé aa nossa alma.
Sabemos que é um espírito.
Sabem os que é um espírito. Ao falarmos
A o falarm os da
da natureza
natureza de
de Deus,
Deus, ex-
ex­
pusemos aa natureza
pusemos natureza dos seres espirituais.
dos seres espirituais. Um víamos,
espírito, víam
Um espírito, os, éé
um ser
um consciente, que
inteligente ee consciente,
ser inteligente não só
que não só éé invisível (como oo ar),
invisível (como ar),
como também absolutamente imaterial,
como também absolutamente imaterial, quer
quer dizer,
dizer, não
não foi
foi feito
feito de
de
matéria.
matéria. Um espírito
Um espírito não moléculas, nem
tem moléculas,
não tem nem há átomos na
há átomos alma.s
na alm a.'
42 CRIAÇÃO E QUEDA DO HOMEM

Também
Também não não sese pode
pode medi-lo;
medi-lo; um um espírito
espirito nãonão tem comprimen-
tem comprimen­
to, largura
to, largura ou ou profundidade.
profundidade. Muito Muito menos
menos peso.peso. Por esta razão,
Por esta razão,
toda
toda aa alma alma pode estar em
pode estar em todas
todas ee em em cada
cada uma uma das das partes
partes do do
corpo ao
corpo ao mesmo
mesmo tempo;
tempo; não não está uma parte
está uma parte na na cabeça.
cabeça, outraoutra na na
mão, e outra no pé. Se perdemos um braço ou uma perna, num aci-
mão, e outra no pé. Se perdemos um braço ou uma perna, num aci­
dente oo
dente os numa operação cirúrgica,
numa operação cirúrgica, não
não perdemos
perdemos uma uma parte
parte da alma.
da alma.
Simplesmente, aa nossa
Simplesmente, nossa alma
alma já já não
não estará
estará nono queque nãonão éc senão
senão umauma
parte do meu corpo vivo. E, por fim, quando o nosso corpo estiver
parte do meu corpo vivo. E , por fim, quando o no.sso corpo estiver
tão prostrado, pela
tão prostrado, pela doença
doença ou ou pelas lesões, que
pelas lesões, que nãonão possa continuar
possa continuar
aa sua função, aa alma
sua função, alma o o deixará
deixará ee seremos
seremos declarados
declarados mortos.mortos. Mas
M as
aa alma
alma não morre.
não morre. Sendo absolutamente
Sendo absolutamente imalcrial
imatcrial (o (o que
que os os filó-
filó­
sofos chamam uma
sofos chamam uma “substância simples”), não há nela nada que
“ substância simples” ), não há nela nada que
possa ser
possa ser destruido
destruído ou danificado.
ou danificado. Não
Não constando
constando de de partes,
partes, não não
tem elementos
tem elementos básicos
básicos emem queque possa desagregar-se, não
possa desagregar-se, não tem maneira
tem maneira
de poder decompor-se ou de deixar de ser o que é.
de poder decompor-se ou dc deixar de ser o que c.

Não sem
Não sem fundamento
fundamento dizemos
dizemos que Deus nos
que Deus nos fez
fez àà sua imagem
sua imagem
ee semelhança. Enquanto oo nosso
semelhança. Enquanto nosso corpo,
corpo, comocomo todas
todas asas suas
suas obras,
obras,
reflete oo poder
reflete poder ee aa sabedoria
sabedoria divinos,
divinos, aa nossa
nossa almaalma éé um um retrato
retrato
de seu Autor
de seu Autor de de um modo espccialíssimo.
um modo espcecialíssimo. E um
É um retrato em minia­
retrato ein minia-
tura
tura ee bastante
bastante imperfeito.
imperfeito. Masas esse
M esse espírito
espírito que nos dá
que nos vida ee
dá vida
substância é imagem do Espírito infinitamente perfeito que é Deus.
substância é imagem do Espírito infinitamente perfeito que é Deus.
OO poder
poder da nossa inteligência,
da nossa inteligência, pelopelo qual
qual conhecemos
conhecemos ee compreende­
compreende-
mos
mos verdades,
verdades, raciocinamos
raciocinamos eec deduzimos
deduzimos novas novas verdades
verdades «c fazemos
fazemos
juízos sobre o
juízos sobre o bem
bem cc oo mal,
mal, reflete
reflete o o Deus
Deus que que tudo
tudo sabe
sabe ee tudotudo
conhece.
conhece. O O poder
poder da nossa livre
da nossa vontade, pela
livre vontade, pela qual
qual deliberadamente
deliberadamente
decidimos
decidimos fazerfazer umauma coisa
coisa ou ou não,
não, éé uma semelhança da
uma semelhança liberdade
da liberdade
infinita
infinita que Deus possui;
que Deus possui; e,e, evidentemente,
evidentemente, aa nossa nossa imortalidade
imortalidade éc
uma centelha da imortalidade absoluta de Deus,
uma centelha da imortalidade absoluta de Deus,
Como
Como aa vida intima de
vida íntima de Deus consiste em
Deus consiste em conhecer-se
conhecer-se aa Si Si mes­
mes-
mo (Deus
mo (Deus Filho)
Filho) ee amar-se
amar-se aa Si Si mesmo
mesmo (Deus (Deus Espírito
Espírito Santo).
Santo),
tanto mais
tanto mais nosnos aproximamos
aproxim am os da da divina
divina Imagem
Imagem quantoquanto maismais utih-
utili­
zamos
zam os aa nossa
nossa inteligência
inteligência emem conhecer
conhecer aa Deus Deus —— agora
agora pela
pela razão
razão
ee pela
pela graça
graça da da Fé;
Fé; ee na
na eternidade
eternidade pela pela “luz
“ luz dada glória”
glória" —,
— , cc aplica-
aplica­
mos
mos aa nossa
nossa vontade
vontade livre
livre emem am amarar oo Dador
Dador dessadessa lberdada
liberdade,

COMO NOSS FFEZ


CO M O NO E Z DEUS?
D E U S?

Todos
Todos osos homens
homens descendem
descendem de de um
um homem
homem ee dc
de uma mulher.
uma mulher.
Adão e Eva foram os primeiros pais de toda a humanidade.
A dão e Eva foram os primeiros pais de toda a humanidade. Não
Não
há na
há na Sagrada Escritura verdade
Sagrada Escritura verdade mais
mais claramente
claramente ensinada
ensinada do que
do que
esta. O
esta. livro do
O livro Gênesis estabelece
do Gênesis estabelece conclusivamente
conclusivamente aà nossa
nossa comum
comum
descendência desse único
descendência desse único casal.
COMO NOS FEZ DEUS? 43

O que
O que acontece
acontece então então com com aa teoria
teoria da da evolução
evolução na na sua
sua forformu-
mu-
hição mais
lação mais extrema:
extrema: que humanidade evoluiu
que aa humanidade evoluiu de de uma uma forma
forma de de
vida animal
vida inferior, de
animal inferior, de algum
algum tipotipo de macaco?X
de macaco?/Ç
Não é esta a ocasião para um exame detalhado
Não é esta a ocasião para um exame detalhado da da teona
teoria da da
evolução, a teoria que estabelece que tudo o que existe — o mundo
evolução, a teoria que estabelece que tudo o que existe — o mundo
ce oo que
que nele
nele se se contém
contém — evoluiu de
— evoluiu de umauma m massa informe de
assa informe de mma-a­
tória primigênia.
téria primigênia. No No queque concerne
concerne ao ao mundo
mundo em em si, si, oo mundo
mundo dos dos
minerais, das rochas e da matéria inerte, há uma sólida evidência
minerais, das rochas e da matéria inerte, há uma sólida evidência
cientifica de
científica de que
que sofreu
sofreu um um processo
processo lentolento ee gradual,
gradual, que que se se esten-
esten­
deu durante
deu durante um um período
período de de tempo muito longo.
tempo muito longo.
Não
N ão há há nada
nada de de contrário
contrário àà BíbliaBíblia ou ou àà fé fé nessa
nessa teoria.
teoria. Se Se
Deus preferiu formar o mundo criando inicialmente uma massa de
Deus preferiu formar o mundo criando inicialmente uma m assa de
átomosos ee estabelecendo
átom estabelecendo ao mesmo tempo
ao mesmo tempo as as leis naturais pelas
leis naturais pelas quais.
quais,
passo
passo aa passo,
passo, essa essa m massa evoluiria até
assa evoluiria até chegar
chegar ao ao universo
universo comocomo
hoje o conhecemos, poderia muito bem tê-lo feito assim. Continuaria
hoje o conhecemos, poderia muito bem tê-!o feito assim. Continuaria
sendo
sendo oo Criador
Criador de de todas
todas as as coisas.
coisas.
Por
Por outro
outro lado,
lado, um um desenvolvimento
desenvolvimento gradual gradual do do seuseu plano,
plano, rea­rea-
lzado
lizado porpor meio
meio de de causas
causas segundas, refletiria melhor
segundas, refletiria melhor oo seu seu poder
poder
criador
criador do do queque se se oo universo
universo que que conhecemos
conhecemos tivesse tivesse sidosido feito
feito
em um
em um instante.
instante. O fabricante
O fabricante que que faz faz seus
seus produtos
produtos ensinando
ensinando
supervisores
supervisores ee capatazes,
capatazes, mostra mostra melhor
melhor seus talentos do
seus talentos do que
que oo pa- pa­
trão que tem que intervir pessoalmente em cada passo do processo.
trão que tem que intervir pessoalmente em cada passo do processo.

AA esta
esta fase do processo
fase do criativo, ao
processo criativo, ao desenvolvimento
desenvolvimento da da m maté-
até­
ria inerte,
ria inerte, chama-se
chama-se “evolução
“ evolução inorgânica”
inorgânica” Se
Se aplicamos
aplicamos aa mesma mesma
teoria àà matéria
teoria matéria viva,
viva, temos
temos aa cham chamada teoria da
ada teoria da “evolução
“ evolução orgâ­ orgã-
nica”
nica” No entanto, o quadro aqui não é tão claro, nem de longe;
No entanto, o quadro aqui não é tão claro, nem de longe;
aa evidência
evidência se se apresenta
apresenta cheiacheia de de vazios,
vazios, ee aa teoria
teoria necessita
necessita de de mais
mais
provas científicas.
provas científicas. Esta
E sta teoria defende que
teoria defende que aa vidavida queque conhecemos
conhecemos
hoje, incluída aa do
hoje, incluída corpo humano,
do corpo humano, evoluiu
evoluiu porpor longas
longas eras,
eras, partindo
partindo
de certas form
de certas formasas simples
simples de de células
células vivas até as
vivas até plantas ee os
as plantas os peixes,
peixes,
cc de
de aves
aves ee répteis
répteis até
até oo homem.
homem.
AA teoria
teoria dada evolução
evolução orgânica
orgânica está muito longe
está muito longe de de ser
ser provada
provada
ctentificamente.
cientificamente. Existem bons
Existem bons livros
livros que poderão proporcionar
que poderão proporcionar ao ao
leitor
leitor interessado
interessado um um exame equilibrado de
exame equilibrado toda esta
de toda esta questão.
questão. M Mas,
as,
para
para o o nosso
nosso propósito,
propósito, basta mencionar que
basta mencionar que aa exaustiva investigação
exaustiva investigação
científica
científica não não pôde
pôde descobrir
descobrir os os restos
restos da da criatura
criatura que que estaria
estaria aa meiomeio
caminho
caminho entre entre o o homem
homem ee oo macaco. macaco. Os Os evolucionistas
evolucionistas orgânicos
orgânicos
baseiam
baseiam muito muito aa sua sua doutrina
doutrina nas semelhanças entre
nas semelhanças entre oo corpo
corpo dos dos
símios
símios ee oo do do homem,
homem, mas mas um um juizo realmente imparcial
juízo realmente imparcial far-nos-á
far-nos-á
ver que as diferenças são tão grandes como as semelhanças.
ver que as diferenças são tão grandes como as semelhanças.
procura do
EE aa procura do “elo continua. De
perdido” continua.
“ elo perdido” vez em
De vez em quando,
quando,
descobrem-se uns
descobrem-se antigos em
ossos antigos
uns ossos escavações.
grutas ee escavações.
em grutas Por um
Por um
momento, há
momento, há uma grande uma grande excitação,
excitação. mas
mas depois
depois vê-se
vê-se que
que aqueles
14 CRIAÇÃO E QUEDA DO HOMEM

ossos eram
OSSOS eram ou ou daram
claramente
eiue humanos
humanos ou ou claramente
claramente de dc maçaco.
macaco. Temos Temos
“o homem de
"o homem Pequim”
de Pequim’* ““oo homem-macaco
homem-macaco de de Java”,
Ja v a ” , ““oo homem
homem de de
Foxhall”
i ’oxhalI” ece uma uma coleção
coleção mais. mais. M Masas essas
essas outras
outras criaturas,
criaturas, um um pou-pou­
quinho mais que os macacos € um pouquinho menos que o homem,
quinho mais que os m acacos c um pouquinho menos que o homcni,
ainda estão
ainda estão por desenterrar.
por desenterrar.
Mas,
M as, afinal,
afinal, oo nosso
nosso interesse
interesse éé relativo.
relativo. No que
No que diz diz respeito
respeito
à fé,
li fé, não
não tem nenhuma relevância.
tem nenhuma relevância. Deus Deus podepode terter m moldado
oldado oo corpo corpo
do homem por meio de um processo evolutivo, se assim o quis.
do homem por meio de um processo evolutivo, se assim o quis.
Pode
Pode ter dirigido oo desenvolvimento
ter dirigido desenvolvimento de de uma
uma espécie determinada de
espécie determinada de
macaco até
macaco até fazê-la
fazê-la alcançar
alcançar o o ponto
ponto de de perfeição
perfeição desejado.
desejado. Deus
Deus
então criaria almas espirituais para um macho e uma fêmea dessa
então criaria alm as espirituais para um macho e uma fêmea dessa
cspécie, ee teríamos
cspécic, teriamos oo primeiro
primeiro homem homem ee aa primeiraprimeira mulher,
mulher, Adão A dão ee
Eva.
Tva. Mas,
Mas, mesmo
mesmo assim,
assim, seria seria igualmente
igualmente certo certo que Deus criou
que Deus criou oo
bomem do barro da terra.
bomcm do barro da terra.
O que
O devemos crer
que devemos crer ec oo que que o o Gênesis
Gênesis ensina
ensina sem sem especifica-
especifica­
ções éé que
ções que o o gênero
gênero humano
humano descende descende de de um casal original,
um casa! original, ee que que
as almas
as almas de de Adão
A dão ee E Evav a (como
(como cada cada uma uma dasdas nossas)
nossas) foram foram direta
direta
ee imediatamente
imediatamente criadas por Deus.
criadas por Deus. A alma é espírito; não pode
A alm a é espírito; não pode
“evoluir”
“ evoluir” da da matéria,
matéria, ee também
também não não podepode serser herdada
herdada de de nossos
nossos pais.
pais.
Marido ee mulher
Marido cooperam com
mulher cooperam com DeusDeus na na formação
form ação do corpo huma-
do corpo huma-
so. Mas
j;o. M as aa alma
alma espiritual
espiritual que que faz
faz desse corpo um
desse corpo um serser humano
humano tem tem
de ser
dc ser criada diretamente por
criada diretamente por DeusDeus ee infundida
infundida no no corpo embrionário.
corpo embrionário.
A busca
A busca do do ““elo perdido” continuará,
elo perdido” continuará, ee cientistas
cientistas católicos
católicos par­ par-
ticiparão nela.
ticiparão Sabem que,
nela. Sabem que, como como todatoda aa verdade
verdade vem vem de Deus, não
de Deus, não
pode haver conflito entre um dado religioso e outro científico. En-n ­
pode haver conflito entre um dado religioso e outro científico. E
tretanto,
tretanto, nós nós os os demais
demais católicos
católicos continuaremos
continuaremos imperturbáveis.
imperturbáveis. Seja Seja
qual for
qual for aa form
formaa queque Deus escolheu para
Deus escolheu para fazer
fazer nosso
nosso corpo,
corpo, oo que que
mais
m importa éé aa alma.
ais importa alma. É É aa almaalma que levanta do
que levanta chão os
do chão os olhos
olhos
do animal.
do animal. É aa alma
É alma que que levanta
levanta os os nossos
nossos olhos
olhos até até às às estrelas,
estrelas,
para que
para que vejamos
vejamos aa beleza,beleza, conheçamos
conheçamos aa verdade verdade ee amemos amemos o o
bem (*).
bem (*),

— ——— sa o uu

((º*)
*) Na .sna
Na sua encíclica
encíclica Humani
Humani Generis,
Generis, oo PapaPapa Pio XII indica-nos
Pio XII indica-nos aa cautela
cautela
necessária na
necessária na investigação
investigação destas matérias científicas.
destas matérias científicas. *^0 “O Magistério
Magistério da da
Igreja não proíbe que, nas investigações e disputas entre os homens
Igreja não proíbe que, nas investigações e disputas entre os homens
mais competentes
mais competentes de de ambos
ambos os campos, seja
os campos, seja objeto
objeto de estudo aa
de estudo
doutrina do
doutrina do ecolucionismo,
evolucionismo, na na medida
medida em em que busca aa origem
que busca origem do do
corpo humano numa
corpo humano numa matéria
matéria vivaviva preexistente,
preexistente, mas mas a a féfé católica
católica manda
manda
defender
defender que que asas almas
almas sãosão criadas
criadas imediatamente
imediatamente por Deus. Porém,
por Deus. Porém,
tudo isso
tudo isso se
se deve
deve fazer
fazer dede maneira
maneira que que asas razões
razões dede uma
uma ee outra
outra opinião
opinião
—— quer
quer dizer,
dizer, aa que que defende
defende e e a a que que é é contrária
contráriaaoao evolucionismo
evolucionismo — —
sejam examinadas
sejam examinadas ce julgadas séria, moderada
julgadas séria, moderada ee temperadamente;
temperadamente; ee de de
tal modo
tal modo que que todos se mostrem
todos se mostrem dispostos
dispostos aa submeter-se
submeter-se ao ao juízo
juízo da
da
Igreja, aa quem
Igreja, quem Cristo
Cristo conferiu
conferiu aa missão
missão de de interpretar
interpretar autenticamente
autenticamente
as Sagradas
as Sagradas Escrituras
Escrituras ee defender
defender os os dogmas
dogmas da da FFé”,
é” .
COMO NOS FEZ DEUS? 43

Algumas
Algum as pessoaspessoas gostam
gostam de falar dos
de falar dos seus
seus antepassados.
antepassados. E E sc sc
na árvore genealógica aparece um nobre, um grande estadista ou um
na árvore genealógica aparece um nobre, um grande estadista ou um
personagem de
personagem de algum
algum modo modo famoso.
famoso, gostam gostam de de dar-se
dar-se aresares de de im im- ­
portância.
portância.
Se
Se quiséssemos,
quiséssemos, cada cada um um de de nósnós poderia
poderia gabar-se
gabar-se dos dos antepas-
antepas­
sados da
sados da sua
sua árvore genealógica: Adão
árvore genealógica: A dão ee Eva. Eva. Ao A o sairem
saírem das das m mãos
ãos
de Deus, eram
de Deus, eram pessoas
pessoas esplêndidas.
esplêndidas. Deus Deus não não os os fez
fez humanos
humanos co­ co-
muns,
muns, submetidos
submetidos às leis ordinárias
às leis ordinárias da da natureza,
natureza, como como as as dada inevi-
inevi­
tável
tável decadência
decadência cc da morte final,
da morte final, uma uma mortemorte aa que que se se seguiria
seguiria
uma simples
uma felicidade natural,
simples felicidade natural, sem sem visão beatífica.
visão beatífica. Também
Tam bém não não
os
os fezfez sujeitos
sujeitos às às normais
normais limitações
limitações da natureza humana,
da natureza humana, como como são são
aa necessidade
necessidade de adquirir conhecimentos por meio do estudo e inves-
de adquirir conhecimentos por meio do estudo e inves­
tigação laboriosos,
tigação laboriosos, ee aa de de manter
manter o o controle
controle do do espírito sobre aa carne
espírito sobre carne
por uma
por uma esforçada
esforçada vigilância.
vigilância.
Com
Com os os dons
dons que que Deus conferiu aa A
Deus conferiu Adão
dão ee Eva Eva no no primeiro
primeiro
instante
instante de de sua sua existência,
existência, nossos nossos primeiros
primeiros pais pais eram
eram imensamente
imensamente
ricos.
ricos. Primeiro,
Primeiro, contavam
contavam com com os os dons
dons que que denominamos
denominamos “preter- “ preter-
naturais”
naturais” para para distingui-los
distingui-los dos dos “sobrenaturais”.
“ sobrenaturais” . Os dons preter-
O s dons preter-
naturais são aqueles que não pertencem por direito à natureza huma-
naturais são aqueles que não pertencem por direito à natureza hum a­
na, e,
na, e, no
no entanto,
entanto, não não estáestá inteiramente
inteiramente fora fora ddaa capacidade
capacidade da natu-
da natu­
reza humana
reza humana recebê-los
recebê-los ee possuí-los,
possui-los.
Para usar um exemplo caseiro
Para usar um exemplo caseiro relativo
relativo aa uma uma ordem inferior
ordem inferior
da criação, digamos
da criação, digam os que, que, se se aa umum cavalo
cavalo fossefosse dado
dado o o poder
poder de de voar,
voar,
essa habilidade
es.sa habilidade seria seria um um dom preternatural. V
dom preternatural. Voar não éé próprio
oar não próprio da da
natureza
natureza do do cavalo,
cavalo, m masas há há outras
outras criaturas
criaturas capazes
capazes de de fazê-lo.
fazê-lo. AA
palavra “preternatura!l” significa, pois, “fora ou além do curso ordi-
palavra “ preternatural” significa, pois, “ fora ou além do curso ordi­
nário da
nário da natureza”.
natureza” ,
Mas
M as se se aa um um cavalo
cavalo se se desse
desse o o poder
poder de de pensar
pensar ee de de compreen-
compreen­
der verdades abstratas, isso não seria preternatural; seria, de
der verdades abstratas, isso não seria preternatural; seria, certo
de certo
modo, sobrenatural.
modo, sobrenatural. Pensar
Pensar não não só só está
está para além da
para além natureza do
da natureza do
cavalo,
cavalo, m masas absoluta
absoluta ee inteiramente
inteiramente acim acimaa da da sua
sua natureza.
natureza. Este
E ste éé
exatamente
exatamente o o significado
significado da da palavra
palavra “sobrenatural”:
“ sobrenatural” : algo algo que que estáestá
totalmente sobre
totalmente sobre aa natureza
natureza da da criatura;
criatura; não não só só dede um um cavalo
cavalo ou ou
de um
de um homem,
homem, mas m as dede qualquer
qualquer criatura.
criatura.
Talvez
Talvez este este exemplo
exemplo nos nos ajude
ajude um um pouco
pouco aa entender
entender os dois gê-
os dois gê­
neros de dons que Deus concedeu a Adão e Eva. Primeiro, tinham
neros de dons que Deus concedeu a A dão e Eva. Primeiro, tinham
os dons preternaturais,
os dons preternaturais, entre entre os os quais
quais se se incluiam
incluíam uma uma sabedoria
sabedoria de de
ordem imensamente superior,
ordem imensamente superior, um um conhecimento
conhecimento natural natural de Deus ee do
de Deus do
mundo, claro e sem obstáculos, que de outro modo só poderiam
mundo, claro e sem obstáculos, que de outro modo só poderiam
“dquirir
adquirir cora com uma uma investigação
investigação ee estudo estudo penosos.
penosos. Depois, contavam
Depois, contavam
com
com uma uma elevada
elevada forçaforça de de vontade
vontade ee oo perfeito
perfeito controle
controle d das paixões
as paixões
ee dosdos sentidos, que lhes proporcionavam perfeita tranquilidade inte­
sentidos, que lhes proporcionavam perfeita tranqüilidade inte-
rior
rior ee ausência
ausência de de conflitos
conflitos pessoais.
pessoais. N Noo plano espiritual, estes
plano espiritual, estes doisdois
dons
dons preternaturais
preternaturais eram eram os os mais
m ais importantes
importantes de que estavam
de que estavam dota­ dota-
46 CRIAÇÃO É QUEDA DO HOMEM

dos aa sua
dos sua mente
mente ee aa sua
sua vontade.
vontade.
No plano
No físico, suas
plano físico, suas grandes dádivas foram
grandes dádivas foram aa ausência
ausência de dor
de dor
ce de
de morte.
morte. Talal como
T como Deus
Deus os havia criado,
os havia criado, A Adão
dão ee Eva
Eva teriam
teriam
vivido na terra, o tempo previsto, livres da dor e do sofrimento que,
vivido na terra, o tempo previsto, livres da dor e do sofrimento que,
de
de outro
outro modo,
modo, seriam inevitáveis num
seriam inevitáveis num corpo
corpo físico
físico num mundo físi-
num mundo físi­
co. Quando
co. Quando tivessem
tivessem acabado seus anos
acabado seus anos de vida temporal,
de vida entrariam
temporal, entrariam
na vida eterna
na vida eterna emem corpo
corpo ee alma,
alma, sem experimentar aa terrível
sem experimentaf terrível sepa-
sepa­
ração de alm
ração de almaa ee corpo
corpo aa que
que cham
chamamos
am os morte.
morte.

Porém,
Porém, maior maior queque os os preternaturais
preternaturais era era oo dom dom sobrenatural
sobrenatural que que
Deus conferiu
Deus conferiu aa A Adão
dão ee Eva.
Eva. Nada menos que
N ada menos que aa participação
participação na na
própria natureza
própria natureza divina.
divina. De uma
De um a maneira
maneira maravilhosa,
maravilhosa, que que não não
poderemos compreender
poderemos compreender inteiramente
inteiramente até até O O contemplarmos
contçmplarmos no no céu.
céu,
Deus permitiu que seu amor (que é o Espirito Santo) fluisse até às
Deus permitiu que seu am or (que é o Espírito Santo) fluísse até às
almas
almas de de A Adão
dão ee E Eva
va ee asas inundasse.
inundasse. É É, , evidentemente,
evidentemente, um exem-
um exem­
plo
plo muito inadequado, mas
muito inadequado, agrada-me imaginar
m as agrada-me imaginar esse esse fluxo
fluxo do do amor
amor
de Deus
de Deus até até àà alma
alma comocomo o o do sangue numa
do sangue numa transfusão.
transfusão. Assim Assim
como oo paciente
como paciente se se une
une ao ao doador
doador pelopelo fluxo
fluxo do do sangue deste, as
sangue deste, as
almasas de
alm de Adão
A dão ee EvaEva estavam
estavam unidasunidas aa Deus
Deus pelo fluxo do
pelo fluxo do seu amor.
seu amor,
A nova
A nova espécie
espécie de de vida
vida que que AAdão
dão cec Eva Eva possuíam
possuiam como resul-
como resul­
tado da
tado da suasua união
união comcom DeusDeus éé aa vida sobrenatural aa que
vida sobrenatural que chama-
cham a­
mos
mos “graça santificante”
“ graça santificante” Mais
M adiante trataremos
ais adiante trataremos dela extensamente,
dela extensamente,
pois desempenha
pois desempenha uma uma função
função de de importância
importância absolutaabsoluta na na nossa vida
nossa vida
espiritual.
espiritual. Mas já nos
M as já nos éé fácil
fácil deduzir
deduzir que,que, se se Deus
Deus se dignou fazer
se dignou fazer aa
nossa alma participar da sua própria vida nesta terra temporal, éé por­
nossa alm a participar da sua própria vida nesta terra temporal, por-
que quer
que quer também
também que que ela participe eternamente
ela participe eternamente da da sua sua vida
vida nono céu.
céu,
Como consequência do
Como conseqüência do domdom da da graça
graça santificante,
santificante, Adão A dão ee Eva Eva
já não estavam
já não destinados aa uma
estavam destinados felicidade meramente
uma felicidade meramente natural, natural, ou ou
seja, a uma felicidade baseada no simples conhecimento natural de
seja, a uma felicidade baseada no simples conhecimento natural de
Deus, aa quem
Deus, quém continuariam
continuariam sem sem ver.
ver. ComCom aa graçagraça santificante,
santificante, A Adão
dão
ee EEva poderiam conhecer
va poderiam conhecer Deus Deus tal tal como
como é,é, face face aa face,face, uma
uma vez vez
concluída a sua vida na terra.
concluída a sua vida na terra. E, ao vê-lo face a face, amá-lo-jam
E , ao vê-lo face a face, amá-lo-iam
com um
com êxtase de
um êxtase amor de
de amt)r de tal intensidade que
tal intensidade que nunca
nunca oo homemhomem teria teria
podido aspirar
podido aspirar aa cle por sua
cie por sua própria
própria natureza.
natureza.
EE esta
esta éc aa espécie
espécie de de antepassados
antepassados que que vocêvocê ec eu eu tivemos.
tivemos. Foi Foi
assim que
assim Deus fez
que Deus fez Adão
A dão ee Eva.Eva.

O Q
O QUE É OO P
UE É PECADO
E C A D O ORIGINAL?
O R IG IN A L ?

Um bom pai
Um bom pai não
não se se satisfaz
satisfaz cumprindo apenas os
cumprindo apenas os deveres
deveres essen-
essen­
ciais para
ciais com os
para com os filhos.
1’ilhc'is. Não
N ão lhe
lhe basta
basta alimentá-los, vesti-los ee dar-
alimentá-los, vesti-los dar-
“lhes
-Ihes oo mínimo
mínimo dede educação
cducação que que aa lei
lei prescreve.
prescreve. Um Um pas amoroso
pai amoroso
tratará, além
tratará, além disso,
disso, de de lhes
lhes dar tudo oo que
dar tudo possa contribuir
que possa contribuir para
Oo QUE É Ü
QUE É O J^ECADO
PECADO ORIGINAL?
ORIGINAL? 47
47

o seu bem-estar ee formação;


SC11 bem-estar form ação; dar-lhes-á
dar-lhes-á tudo tudo o o que
que as as suas
suas possibili-
possibili­
dades lhe permitam.
dades lhe permitam.
Assim Deus.
Assim Deus. Não se
Não se contentou simplesmente com
contentou simplesmente com dar dar àà sua sua
criatura. o
criatura, homem, os
o homem, dons que
os dons que lhe lhe são são próprios
próprios por por natureza.
natureza. Não
Não
lhe bastou dotá-lo
lhe bastou dotá-lo de de umum corpo.
corpo, por maravilhoso que
por maravilhoso que seja pela sua
seja pela sua
estrutura; ee uma
estrutura; uma alma,alma, por por prodigiosa
prodigiosa que que seja pela sua
seja pela inteligência
sua inteligência
“e livre vontade. Deus
livre vontade. Deus foi muito mais
foi muito mais longe,longe, ee deu deu aa A dão ee E
Adão Eva
va
os
os donsdons preternaiurais
preternaturais que que os os livravam
livravam do sofrimento ee da
do sofrimento da morte.
morte,
ee oo dom sobrenatural
dom sobrenatural da
da graça
graça santificante.
santificante. No
No plano
plano original
original de
de
Deus,
Deus, se se assim
assim podemos chamá-lo, estes
podemos chamá-lo, estes dons teriam passado
dons teriam passado de de A Adão
dão
para
para os os seus descendentes, ee você
seus descendentes, você ee eu poderíamos estar
eu poderíamos gozando
estar gozando
deles hoje.
deles hoje.
Para assegurá-los àà sua
confirmá-los ce assegurá-los
Para confirmá-los sua posteridade,
posteridade, uma uma só só coisa
coisa
exigiu Deus
exigiu Deus de de Adão:
A dão: que, que, por por um um ato ato de livre escolha,
de livre escolha, desse irre-
desse irre-
vogavelmente seu
vogavelmentc seu am amoror aa Deus.Deus. Foi para
Foi para este este fimfim que que Deus Deus criou
criou
os homens:
os homens: para para que,que, com com seu amor, lhe
seu amor, lhe dessem
dessem glória.glória. E, E. em em certo
certo
sentido, este
sentido, este amor amor aa Deus Deus era era aa garantia
garantia de de que alcançariam oo seu
que alcançariam seu
destino sobrenatural de
destino sobrenatural de se unirem aa Deus
sc unirem Deus face face aa face face no no céu.céu.
É da
É natureza do
da natureza do amor autêntico aa entrega
amor autêntico entrega completa
completa de de sisi m mes-
es­
mo ao
mo amado.
ao amado. Nesta vida,
Nesta vida, só só há há um um meio meio de provar oo am
de provar amoror aa
Deus. que
Deus, que éé fazer fazcr aa sua sua vontade, obedecer-lhe.
vontade, obedecer-lhe. Por esta
Por razão, Deus
esta razão. Deus
deu
deu aa A Adão
dão cec Eva Eva uma uma ordem,
ordem, uma uma única única ordem;ordem: que que não não com comes- es­
sem do fruto de certa árvore. O mais provável é que não fosse dife-
sem do fruto de certa árvore. O mais provável é que não fosse dife­
rente (exceto cm
rente (exceto em seusseus efeitos)
efeitos) de de qualquer
qualquer outro outro frutofruto que que A dão ee
Adão
Eva pudessem
Eva pudessem colher. colher. M tinha de
Masas tinha haver um
de haver mandamento para
um mandamento para
ue pudesse haver
cjuc pudesse haver um um ato ato de de obediência,
obediência, e- e- tinha
tinha de de haver
haver um um ato ato
de obediência
de obediência para para que que pudesse
pudesse haver haver uma uma prova prova de de amor: escolhe-
amor: escolhe­
rem livre
rem livre ee deliberadamente
deliberadamente Deus, preferindo-o aa si
Deus, prcferindo-o si próprios.
próprios.
Sabemosos oo que
Sabem que se se passou.
passou. A Adão
dão ee E Eva falharam na
va falharam na prova.
prova. C Co-o ­
meteram o primeiro pecado, quer dizer. o pecado original.
meteram o primeiro pecado, quer dizer, o pecado original. E este
E este
pecado não
pecado não foi foi simplesmente
simplesmente uma uma desobediência.
desobediência. Foi Foi um pecado de
um pecado de
soberba, como
soberba, como oo dos dos anjos
anjos caídos.
caídos. O tentador
O sussurrou-lhes ao
tentador sussurrou-lhes ao
ouvido que,
ouvido que, se se comessem
comessem desse desse fruto, seriam tão
fruto, seriam tão grandes
grandes como como Deus,Deus,
seriam deuses.
seriam deuses.
Sim, sabem
Sim, sabemosos que que A Adãodão ee Eva Eva pecaram.
pecaram. Masas já
M já nosnos éé m mais
ais
difícil convenccrmo-nos
difícil convencermo-nos da enormidade do
da enormidade do seuseu pecado.
pecado. Hoje Hoje encara­
encara-
mos esse
mos pecado como
esse pecado como algo algo que,que, tendotendo em ignorância ee aa fra­
conta aa ignorância
em conta fra-
queza humanas, parece
queza humanas, parece até certo ponto
até certo inevitável. O
ponto inevitável. pecado éé algo
O pecado algo
lamentável, sim. mas surpreendente.
lamentável, sim. mas surpreendente. Tendemos a esquecer-nos de
Tendemos a csquecer-nos de
que, antes
que, antes da da queda,
queda, não não havia
havia ignorância
ignorância ou fraqueza. A
ou fraqueza. dão ee E
Adão Eva
va
pecaram com
pecaram com total clareza de
total clare/a de mente absoluto domínio
mente ee absoluto domínio das paixões
das paixões
pela
pela razão.razão. N ão havia eireunsiâneias
Não havia circunstâncias eximentes. exímentes. N
Não havia des­
ão havia des-
culpa alguma.
culpa alguma. A dão ee Eva
Adão escolheram-se aa si
Eva escolhcram-sc si mesmos
mesmos — — em em lugar
lugar
de Deus
de Deus — — de de olhos
olhos bem bem abertos, poderíamos dizer.
abertos, poderíamos
48 CRIAÇÃO E QUEDA DO HOMEM

E, ao pecar,
E, ao pecar, derrubaram
derrubaram o o templo
templo da da criação
criação sobre
sobre as as suas
suas
cabeças.
cabeças. Num Num instante
instante perderam
perderam todos
todos os os dons
dons especiais
especiais que Deus
que Deus
lhes havia concedido:
lhes havia concedido: a elevada sabedoria, o domínio perfeito de
a elevada sabedoria, o domínio perfeito de
sisi mesmos,
mesmos, aa imunidade
imunidade àà doença
doença ee àà morte
morte e, e, sobretudo,
sobretudo, oo laço laço
de
de união intima com
união íntima Deus, que
com Deus, que éé aa graça
graça santificante. Ficaram re-
santificante. Ficaram re­
duzidos ao mínimo essencial que lhes pertencia pela sua natureza
duzidos ao mínimo essencial que lhes pertencia pela sua natureza
humana.
humana.
O trágico
O trágico éé que
que não
não foi um pecado
foi um pecado só só de
de A Adão.
dão. (Como todos
Com o todos
nós estávamosos potencialmente
nós estávam potencialmente presentes
presentes em em nosso
nosso pai comum, to­
pai comum, to-
dos sofrem
dos sofremosos oo pecado.
pecado. PorPor decreto
decreto divino,
divino, ele
ele era
era oo embaixador
em baixador
plenipotenciário
plenipotenciário de de todo
todo oo gênero
gênero humano.
humano. O O que
que Adão fez, todos
A d ão fez, todos
oo fizemos. Teve aa oportunidade
fizemos. Teve oportunidade de dc colocar-nos
colocar-nos aa nós, nós, sua família,
sua família,
num caminho
num caminho fácil.
fácil. Recusou-se
Recusou-se aa fazê-lo,
fazê-lo, ee todos
todos sofremos
sofremos as as con-
con­
sequências. A
seqüências. A nossa natureza humana
nossa natureza perdeu aa graça
humana perdeu graça na na sua
sua própria
própria
origem, e por isso dizemos que nascemos “em estado de ppecado
origem, e por isso dizemos que nascemos “ em estado de ^ado
original”. .
original”

Quando
Quando eueu era
era criança
criança ee ouvi
ouvi falar
falar pela primeira vez
pela primeira vez da
da ““man-
m an­
cha do
cha do pecado
pecado original”, minha mente
original” , minha mente infantil imaginava esse
infantil imaginava esse pecado
pecado
como uma
como uma grande
grande mancha negra na
mancha negra na alma.
alma. Tinha visto muitas
Tinha visto muitas mman-
an­
chas
chas em toalhas, peças
em toalhas, peças de roupa ee cadernos,
de roupa manchas
cadernos, m de café,
anchas de café, amo-
amo-
ras ou
ras ou tinta,
tinta, dede modo
modo queque me me eraera fácil
fácil imaginar
imaginar uma feia mancha
uma feia mancha
negra
negra numa bonita alma
numa bonita brança.
alm a branca.
Quando cresci, aprendi
Quando cresci, (como todos)
aprendi (como todos) que que oo espírito
espírito não pode
não pode
manchar-se, compreendi
manchar-se, compreendi que aa palavra
que palavra ““mancha”
mancha” aplicadaaplicada ao ao
pecado original
pecado original éé umaum a simples
simples metáfora.
metáfora. DeixandoDeixando de de lado
lado o o fato
fato
de um espírito não poder manchar-se, compreendi que a nossa he­
de um espírito não poder manchar-se, compreendi que a nossa he-
rança do
rança do pecado original não
pecado original não éé algoalgo que esteja ““sobre”
que esteja sobre” aa alma alm a ouou
“dentro”
“ dentro” dela.
dela. Ao A o contrário,
contrário, éé aa carência
carência de algo que
de algo que deveria estar
deveria estar
ali, da vida sobrenatural a que chamamos graça santificante.
ali, da vida sobrenatural a que cham am os graça santificante.
Por outras
Por outras palavras,
palavras, o o pecado
pecado original
original não não éé uma uma coisa,
coisa, éé aa
falta de
falta alguma coisa,
de alguma coisa, como
como aa escuridão
escuridão éé aa falta falta dc de luz.
luz. Não N ão po-
po­
demos colocar
demos colocar um um pedaço
pedaço de de escuridão
escuridão num num frasco,
frasco, ee levá-lo para
levá-lo para
casa para
casa para vê-lo
vê-lo bembem debaixo
debaixo da da luz.
luz. A A escuridão
escuridão não não temtem consis­
consis-
tência própria;
tência própria; éé simplesmente ausência de
simplesmente ausência de luz.
luz. Quando oo sol
Quando sol sai,
sai,
desaparece aa escuridão
desaparece escuridão da da noite.
noite.
De modo semelhante, quando dizemos
De modo semelhante, quando dizemos que que ““nascemos
nascemos em em estado
estado
de pecado
de pecado original”,
original” , queremos
queremos dizerdizer que,
que, aoao nascer,
nascer, nossanossa almalmaa cslA
está
espiritualmente às
espiritualmente às escuras,
escuras, éé umauma alma alma inerte
inerte no no queque se refere àà
se refere
vida sobrenatural. Quando somos batizados, a luz do amor de Deus
vida sobrenatural. (?uando som os batizados, a luz do amor de Deus
se derrama nela
se derrama caudalosamente, ee aa nossa
nela caudalosamente, nossa almaalma se se torna
tom a radiante
radiante ee
formosa, vibrantemente
formosa, vibrantemente viva viva comcom aa vida
vida sobrenatural
sobrenatural que que procede
procede da da
nossa união com Deus e sua habitação em nossa alma, essa vida aa
nossa união com Deus e sua habitação em nossa alma, essa vida
que chamanios
que chamanlos graça praça santificante.
O QUE E O PECADO ORIGINAL? 49

Ainda que
Ainda que oo Batismo
Balism o nos
nos devolva
devolva oo maior
maior dos dons que
dos dons que Deus
Deus
deu
deu aa A
Adão,
dão, oo dom
dom sobrenatural
sobrenatural da
da graça
graça santificante,
santificante, não
não restaura
restaura
os dons preternaturais,
os dons preternaturais, como como o o dcde estarm
estarmos livres do
os livres do sofrimento
sofrimento ee
da morte.
da morte. Perderam-se para
Perderam-se para sempre
sempre nesta nesta vida.
vida. M Masas isso não nos
isso não nos
deve inquictar.
deve inquietar. Devemos
Devemos antes antes alegrar-nos considerando que
alegrar-nos considerando que DeusDeus
nos devolveu
nos devolveu oo dom dom que que realmente
realmente importa,importa, oo grandegrande dom dom da da vida
vida
sobrenatural.
sobrenatural.
Se aa sua
Se sua justiça infinita não
justiça infinita não se se equilibrasse
equilibras.se com com aa sua miseri-
sua miseri­
córdia
córdia infinita,
infinita, Deus Deus poderia
poderia ter ter dito
dito facilmente,
facilmente, depois depois do do pecado
pecado
de Adão: “Lavo as mãos em relação ao gênero humano. Tivestes
de A dão: “ L avo as mãos em relação ao gênero humano. Tivestes
aa vossa
vossa oportunidade.
oportunidade. A Agora,
gora, arranjai-vos
arranjai-vos como como puderdes!”
puderdes!”
Uma
U vez, fizeram-me
m a vez, fizeram-me esta esta pergunta:
pergunta: “Por “ Por queque tenho
tenho eu eu que
que so so- ­
frer
frer pelo
pelo queque fez fez Adão?
A d ão ? Se Se eu eu nãonão cometi
cometi oo pecadopecado original,
original, por por
que tenho que
que tcnh('> que ser castigado por
ser castigado por ele?”
ele?”
Basta
Basia um um momento
momento de de reflexão,
reflexão. ce aa pergunta
pergunta se se responde
responde por por
si mesma.
si mesma. Nenhum Nenhum dc de nósnós perdeu
perdeu algo algo aa queque tivesse direito. E
tivesse direito. Esses
sses
dons
dons sobrenaturais
sobrenaturais ee preternaturais
preternaturais que que Deus
Deus conferiu
conferiu aa Adão A dão não não
são uns predicados que nos fossem devidos por natureza. Eram dons
.são uns predicados que nos fossem devidos por natureza. Eram dons
muito acima
muito acima do do que que nosnos éé próprio,
próprio, eram dádivas de
eram dádivas Deus que
dc Deus que A Adão
dão
podia ter-nos
podia ter-nos transmitido
transmitido se se tivesse
tivesse feito feito o o devido
devido ato ato de de amor,
amor,
mas /leles
/nas neles nãonão há há nada
nada que que pos.samos
possamos reclamarreclamar por por direito.
direito.
Sc, antes
Sc, antes de de cu eu nascer,
nascer, um homem rico
um homem rico tivesse
tivesse oferecido
oferecido aa meu meu
pa!
pai um um milhão
milhão de dólares em
de dólares em troca
troca de de umum pequeno
pequeno trabalho,
trabalho, ee meu meu
pai tivesse
pai tivesse recusado
recusado aa oferta, oferta, na na verdade
verdade eu eu não poderia culpar
não poderia culpar oo
milionário
milionário pela pela minhaminha pobreza.
pobreza. AA culpa culpa seria
seria de de meu
meu pai,pai, nãonão do do
milionário.
milionário.
Do mesmo
Do mesmo modo, modo, se se vimvim aa este mundo despossuído
este mundo despossuíido dos dos bens
be/is
uue
que A Adão
dão poderia
poderia ter ter ganho
ganho para para mim mim tão tão facilmente,
facilmente, não não posso
posso
culpar
culpar aa Deus Deus pela pela falta
falta de de Adão.
Adão. Pelo contrário, tenho
Pelo contrário, tenho que ben-
que ben­
dizer aa sua
dizer sua misericórdia
misericórdia infinita infinita porque,
porque, apesarapesar de de tudo, restaurou
tudo, restaurou
em
cm mim mim oo m maior
aior de de seus
seus donsdons pelos pelos méritos
méritos de de seu
seu Filho.
Filho.
De Adão
De A dão parapara cá, cá, um um só só serser humano
humano (sem (sem contar
contar Cristo)
Cristo) pos­ pos-
suiu uma natureza humana em perfeita ordem: a Santíssima Virgem
suiu uma natureza humana em perfeita ordem: a Santíssima Virgem
Maria.
Maria. QuandoQuando foi foi escolhida
escolhida para para ser ser aa MãeMãe do do Filho
Filho de de Deus
Deus — —
ee porque repugna que
porque repugna que DeusDeus tivesse
tivesse contato,
contato, por por indireto
indireto que que fosse,
fosse,
com
com oo pecado
pecado — —. . Maria
Maria foi foi preservada
preservada desde desde oo primeiro instante da
primeiro instante da
sua existência da
sua existência escuridão espiritual
da escuridão espiritual do do pecado
pecado original.
original.
Desde oo primeiro
Desde primeiro momentomomento da da suasua concepção
concepção no seio de
no seio de Ana,
Ana,
Maria
M aria esteve
esteve em em união união com com Deus. Deus. sua alma encheu-sc
sua alma encheu-se de amor por
de amor por
Ele: leve
Ele: teve oo estado
estado de dc graça
graça santificante.
santificante. AA este este privilégio
privilégio exclusivo
exclusivo
de M
de Maria, primeiro passo
aria, primeiro passo na na nossa
nossa redenção,
redenção, cham chamamosam os aa Im Imacu-
acu­
lada
lada Conceição
Conceição de de Maria.
50 CRIAÇÃO E QUEDA DO HOMEM

En DEPOIS
D EPO IS DE ADÃO?
DE A DÃO?

Certa vez,
Certa vez, um um homemhomem passeava
passeava por por umauma pedreira
pedreira abandonada.
abandonada.
Distraído.
Distraído, aproximou-se
aproximou-se dem demasiado
asiado da da beira
beira do do poçopoço que que lá lá se for-
se for­
mara
mara ee caiu caiu de de cabeça
cabeça na na água.
água. Tentou Tentou sair, satr, mas mas as as paredes
paredes
eram tão lisas e verticais que não podia encontrar um ponto onde
eram tão lisas e verticais que não podia encontrar um ponto onde
apoiar aa mão
apoiar m ão ou ou o ce pé.
pé. Era bom nadador,
E ra bom nadador, m masas sem
sem dúvida
dúvida ter-se-ja
ler-se-ia
afogado por
afogado por cansaço
cansaço se se umum transeúnte
transeúnte não não oo tivesse
tivesse visto
visto em em apuros
apuros
ee oo tivesse
tivesse resgatado
resgatado com com umauma corda.
corda. Já fora,
Já fora, sentou-se
sentou-se para para esva­
esva-
ziar os
ziar os sapatos
sapatos de de água,
água, enquanto
enquanto filosofava
filosofava um um pouco:
pouco: ““ÉÉ sur­
sur-
preendente
preendente como como me me era era impossível
impossível sair sair dali,
dali. ee oo pouco pouco que que nie mc
custou entrar.”
custou entrar.”
A historicta
A ilustra bastante
historieta ilustra bastante bem bem aa infeliz
infeliz condição
condição da da humani-
humani­
dade, depois de Adão.
dade, depois de Adão. Sabemos que. quanto maior é a dignidade
Sabemos que. quanto maior é a dignidade
de
de uma pessoa, mais
uma pessoa, mais sériaséria éé aa injúria
injúria que que contra
contra ela ela sesc comete.
comete. Se Se
alguém
alguém atira atira um um tomatetomate podrepodre no no seu seu vizinho. certamente não
vizinho, certamente não so- so­
frerá mais consequências que um olho roxo.
frerá m ais conseqüências que um olho roxo. Mas se o arremessa
M as se o arremessa
contra oo Presidente
contra Presidente dos dos Estados
Estados Unidos,Unidos, os os da F.B.l. oo rodearão
da F.B.I. rodearão
num
num instante
instante ee esse esse homem
homem não não irá jantar aa casa
irá jantar casa por por bastante
bastante tempo. tempo.
Fica
Fica claro, pois, que
claro, pois, que aa gravidade
gravidade de de umauma ofensa depende até
ofensa depende aic
certo ponto da dignidade do ofendido.
certo ponto da dignidade do ofendido. Sendo ilimitada a dignidade
Sendo ilimitada a dignidade
de Deus
de Deus — — Ele Ele éé oo Ser infinitamente perfeito
Ser infinitamente perfeito —, qualquer ofensa
— , qualquer ofensa
contra
contra Ele Ele terá malícia infinita,
terá malícia infinita, seráserá um um mal mal sem sem medida.
medida.
Por
Por causa
causa disto,
disto, oo pecado
pecado de de A Adão deixou aà humanidade
dão deixou humanidade numa numa
situação semelhante à do homem no poço. Ali no fundo estáva-
situação semelhante à do homem no poço,* Ali no fundo estáva-
mos nós,
mos nós, sem possibilidade de
sem possibilidade dc sair
sair por por nossos
nossos próprios
próprios meios. meios. Tudo Tudo
o que
o que oo homem
homem pode pode fazerfazer temtem um um valorvalor finito
finito ee mensurável,
mensurável, Se Se oo
maior dos
maior santos desse
dos santos desse aa sua sua vida
vida em em reparação
reparação pelo pelo pecado,
pecado, oo valor valor
do seu sacrifício continuaria a ser limitado. Também é claro que, se
do seu sacrifício continuaria a ser limitado. Tam bém é claro que, se
todos
todos os os componentes
componentes do do gênero
gênero humano,
humano, desde desde A Adão
dão até até oo último
último
homem
homem sobre sobre aa terra,terra, oferecessem
oferecessem suas suas vidas
vidas em em pagamento
pagamento da di-
da dí­
vida
vida contraída
contraída com com Deus Deus pela humanidade, oo pagamento
pela humanidade, pagamento seria insu-
seria insu­
ficiente. EEstá
ficiente. stá fora
fora do do alcance
alcance do homem fazer
do homem fazer algo
algo de de valor
valor infinito.
infinito.
Nosso
N destino após
osso destino após oo pecado
pecado de de Adão
A dão seria
seria irremissível
irremi,ssível sc se nin-
iiin
guém vindo lançar-nos
tivesse vindo
guém tivesse lançar-nos uma uma corda; próprio Deus
corda; oo próprio Deus teve teve que que
resolver o dilema. O dilema
resolver o dilema. O düenia era
era que,
que, como
como somente
somente Deus
Deus é
é infinito.
infinito,
somente
somente Ele Ele era capaz do
era capaz ato de
do ato de reparação
reparação pela infinita malícia
pela infinita malícia do do
pecado.
pecado. M quem fosse
Masas quem pagar pelo
fosse pagar pecado do
pelo pecado do homem
homem deveria deveria ser ser
humano.
humano, se se realmente
realmente tinha linha queque arcararcar com com os os nossos
nossc^s pecados,
pecados, se se
de verdade ia ser o nosso representante.
de verdade ia ser o nosso representante.

A soUiçfio
A solução que Deus escolheu
í.]iie Deus escolheu jájá éé para
para nós
nós uma
uma velha história,
velha história,
mas
mas nunca
nunca será uma história
será uma história trilhada
trilhada ou mortiça.
ou mortiça. OO homem
homem de de féfé
nunca acaba
lUiMca de admirar-se
acaba de com o
admirar-se com o infmito
infinito amor
amor ee aa infinita miseri-
infinita miseri­
E DEPOIS DE ADÃO? 51

córdia
córdia que Deus nos
que Deus nos mostrou, decretando desde
mostrou, decretando desde toda
toda aa eternidade
eternidade
que seu
que seu próprio Filho Divino
próprio Filho viesse aa este
Divino viesse este mundo, assumindo uma
mundo, assumindo uma
natureza humana
natureza humana como como aa nossa, para pagar
nossa, para pagar oo preço
preço devido pelos
devido pelos
nossos
nossos pecados.
pecados.
OO Redentor,
Redentor, sendo verdadeiro homem
sendo verdadeiro homem como como nós,nós, podia repre-
podia repre­
sentar-nos ee agir
sentar-nos realmente por
agir realmente por nós.
nós. Sendo também verdadeiro
Sendo também verdadeiro Deus,Deus,
aa mais insignificante de
mais insignificante de suas
suas ações
ações teria
teria umum valor
valor infinito,
infinito, suficiente
suficiente
para reparar
para reparar todos
todos os os pecados
pecados cometidos
cometidos ou que se
ou que cometerão.
se cometerão.
Precisamente
Precisamente no início da
no início da história
história do do homem, quando expulsou
homem, quando expulsou
Adão
A dão ce Eva Eva do do Jardim
Jardim do Eden, Deus
do Éden, disse aa Satanás;
Deus disse Satanás: ““Porei ini-
Porei ini­
mizade entre ti c à mulher, entre a tua descendência e a dela; ela
mizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela; ela
tete esm
esmagará
agará aa cabeça,
cabvça, ee tutu em em vão
vão te te revolverás contra oo seu
revolverás contra cal-
seu cal­
canhar.”
canhar.” MuitosM uitos séculos
séculos tiveram
tiveram queque transcorrer
transcorrer até que aa descen­
até que descen-
dência
dência de de Maria, Jesus Cristo,
M aria, Jesus Cristo, esmagasse
esm agasse aa cabeça
cabeça da da serpente.
serpente. M Masas
o ralo
o raio dede esperança
esperança da da promessa,
promessa, como como uma uma luz distante nas
luz distante trevas,
nas trevas,
brilharia constantemente.
brilharia constantemente.
Masas aa história
M história não não terminou depois que
terminou depois que Adão pecou ee Cristo,
A dão pecou Cristo,
o segundo
o segundo Adão,
A dão, reparou
reparou oo seu seu pecado.
pecado. A A morte
morte de Cristo na
de Cristo na Cruz
Cruz
não implica que, a partir de então, o homem fosse necessariamente
não implica que, a partir de então, o homem fosse necessariamente
bom.
bom. A A reparação
reparação de de Cristo
Cristo não não arrebata
arrebata aa liberdade
liberdade da da vontade
vontade
humana.
humana. Se
Se temos
temos de de poder
poder provar
provar o o nosso
nosso amor
amor aa Deus Deus pelapela
obediência, temos
obediência, temos que que conservar
conservar aa liberdade
liberdade de escolha que
de escolha que essa
essa obe­
obe-
diência requer.
diência requer.

Além
Além do pecado original,
do pecado original, aa cuja
cuja sombra nascemos, temos
som bra nascemos, temos de de
enfrentar outro
enfrentar outro tipo de pecado:
tipo de pecado: o o que
que nósnós mesmos
mesmos cometemos.
cometemos. Este Este
pecado, que não herdamos de Adão. mas que é nosso, chama-se
pecado, que não herdamos de Adão. mas que é nosso, chama-se
“atual”
“ aluai” OO pecado
pecado atual pode ser
atual pode ser mortal
mortal ou ou venial, segundo oo seu
venial, segundo seu
grau de
grau de malícia.
malícia.
Sabemos
Sabem os que que háha graus
graus de gravidade na
de gravidade na desobediência.
desobediência. QuandoQuando
um filho desobedece a seus pais em pequenas coisas ou é indelicado
um filho desobedece a seus pais em pequenas coisas ou é indelicado
com eles,
com eles, não
não éé necessariamente
necessariamente por por falta
falta dede amor
amor por eles.
por eles. Seu
Seu
amor pode
amor pode ser menos perfeito,
ser menos perfeito, mas
m as existe.
existe, N Não obstante, se
ão obstante, se este
este
filho lhes desobedece
filho lhes deliberadamente em
desobedece deliberadamente assuntos de
em assuntos grave im
de grave importân-
portân­
cia, em
cia, em coisas
coisas que
que os os firam
firam ee aflijam
aflijam gravemente,
gravemente, há há bons motivos
bons motivos
para
para concluir
concluir que
que nãonão os ama. Ou,
os ama. Ou, pelo
pelo menos,
menos, tiramos
tiramos aa conclusão
conclusão
de
de que
que ama
am a aa sisi mesmo
mesmo mais mais dodo que
que aa eles.
eles.
O mesmo ocorre em nossas relações com
O mesmo ocorre em nossas relações com Deus.
Deus. Se Se desobede­
desobede-
cemos aa Deus
cemos Deus emem matérias
matérias de de menor
menor importância,
importância, isso não implica
isso não implica
necessariamente
necessariamente que que lhe neguemos oo nosso
lhe neguemos nosso amor.
amor. Esse Esse ato
ato de
de deso-
deso­
bediência
bediência em em matéria
matéria que que nãonão éé grave,
grave, éé oo pecado venial. Por
pecado venial. exem-
Por exem­
plo, se dizemos uma mentira
plo, se dizemos uma mentira que que não prejudica ninguém
não prejudica ninguém — — “Onde
“ Onde
você
você esteve
esteve ontem
ontem àà noite?”
noite?” ““Fui visitar um
Fui visitar um amigo”, quando na
amigo” , quando na
realidade
realidade fiquei
fiquei emem casa
casa vendo televisão —,
vendo televisão — , será
será um pecado venial.
um pecado venial.
oa CRIAÇÃO E QUEDA DO HOMEM

Mesmo
M esmo em em matéria
matéria grave,
grave, meu
meu pecado
pecado podepode serser venial
venial sese tiver
tiver
havido
havido ignorância
ignorância ou falta de
ou falta consentimento pleno.
de consentimento pleno. Por exemplo,
Por exemplo,
éé pecado
pecado mortal mentir sob
mortal mentir sob juramento.
juramento. M Masas se
se eu
eu penso
penso que
que o o per­
per-
júrio
júrio éé um pecado venial,
um pecado venial, ee oo cometo.
cometo, parapara mim
mim seráserá pecado venial,
pecado venial.
Qu se juro falsamente porque o interrogador me colheu de surpresa
Ou se juro falsamente porque o interrogador me colheu de surpresa
ee me
me sobressaltoii
sobressaltou (falta
(falta dede reflexão
reflexão suficiente),
suficiente), ou ou porque
porque oo medo medo
as conseqüências
às consequências diminuiu minha liberdade
diminuiu minha liberdade de opção (falta
de opção (falta de con-
de con­
sentimento pleno), também será pecado venial.
sentimento pleno), também será pecado venial.
Em todos
Em todos estes
estes casos
casos podemos
podemos ver que falta
ver que falta aa malícia
malícia de de um um
desprezo
desprezo por por Deus
Deus consciente
consciente ee deliberado.
deliberado. Em Em nenhum
nenhum desses
desses exem-
exem­
plos se evidencia a ausência do amor a Deus.
plos se evidencia a ausência do amor a Deus.
Estes
Estes pecados
pecados chamam-se
chamam-se “veniais”
“ veniais” do latim “venia”,
do latira “ venia” , que
que signi-
signi­
fica
fica ““perdão”.
perdão” . Deus
Deus perdoa prontamente os
perdoa prontamente os pecados
pecados veniais,
veniais, mesmo
mesmo
sem oo sacramento
sem sacramento da da Penitência;
Penitência; um sincero ato
um sincero ato de contrição ee oo
de contrição
propósito de emenda bastam para o seu perdão.
propósito de emenda bastam para o seu perdão.

Mas
M as isto não implica
isto não implica que que oo pecado
pecado venialvenial seja
seja de pouca im
de pouca im- ­
portância. Qualquer pecado é, ao menos, uma falha parcial no amor,
portância, Qualquer pecado é, ao menos, uma falha parcial no amor,
um
um atoato de de ingratidão
ingratidão para para com Deus, que
com Deus, que nosnos ama tanto. Em
ama tanto. Em toda
toda
aa criação
criação não não há há m maior mal que
aior mal que um um pecado
pecado venial,
venial, àà exceção
exceção do do
pecado
pecado mortal.
mortal. O O pecado
pecado venial
venial nãonão é,é, dcde maneira
maneira nenhuma,
nenhuma, uma uma
fraqueza inócua.
fraqueza inócua. Cada um deles acarreta um castigo aqui ou no
Cada um deles acarreta um castigo aqui ou no
purgatório.
purgatório. Cada C ada pecado
pecado venial
venial diminui
diminui um um pouco
pouco oo amor amor aa DeusDeus
em
em nosso
nosso coração
coração ee debilita
debilita aa nossa
nossa resistência
resistência às às tentações.
tentações.
Por numerosos que
Por numerosos que sejam
sejam os pecados veniais,
os pecados veniais, aa simples multi-
simples multi­
plicação dos mesmos, ainda que sejam muitos, nunca acaba somando
plicação dos mesmos, ainda que sejam muitos, nunca acaba somando
um
um pecado mortal, porque
pecado mortal, porque oo número número não modifica aa espécie
não modifica espécie do do
pecado,
pecado, embora embora oo acúmulo
acúmulo de de matéria
matéria de de muitos
muitos pecados veniais
pecados veniais
possa,
possa, sim, chegar aa ser
sim, chegar mortal.
ser mortal. Em qualquer caso,
Em qualquer caso, dar habitual-
dar habitual­
mente pouca atenção ao pecado venial abre a porta ao pecado m
mente pouca atenção ao pecado venial abre a porta ao pecado mor-or­
tal,
tal. Se Se vamvamosos dizendo
dizendo ““sim” sim” aa pequenas
pequenas infidelidades, acabaremosos
infidelidades, acabarem
dizendo
dizendo ““sim” sim” àà tentação
tentação grande, quando esta
grande, quando esta se apresentar.
se apresentar. Para
Para
quem
quem ama sinceramente aa Deus,
am a sinceramente Deus, seu seu propósito habitual há
propósito habitual há dede serser
evitar todo pecado deliberado, seja este venial ou mortal.
evitar todo pecado deliberado, seja este venial ou mortal.
Também
Tam bém éé conveniente
conveniente sublinhar
sublinhar que, que, assim
assim comocomo um um pecado
pecado
objetivamente
objetivamente mortal mortal podepode ser ser subjetivamente
subjetivamente venial, venial, devido
devido aa espe-espe­
ciais condições de ignorância ou à falta de plena consciência, um
ciais condições de ignorância ou à falta de plena consciência, um
pecado que,
pecado que, àà primeira
primeira vista, parece venial,
vista, parece venial, podepode tornar-se
tornar-se mortal
mortal
em
em circunstâncias
circunstâncias especiais.
especiais.
Por
Por exemplo,
exemplo, se se penso
penso que que éé pecado
pecado mortal roubar alguns
mortal roubar alguns cru-cru­
zeiros,
zeiros, ee apesar disso os
apesar disso os roubo,
roubo, parapara mimmim será será um um pecado mortal.
pecado mortal.
Ou
Ou se se essa
essa pequena
pequena quantia,
quantia, eu eu aa tiro
tiro de de um um cego vendedor de
cego vendedor de
Jornais,
jornais, correndo
correndo o o risco
risco dede atrair
atrair m máá fama para mim
fam a para mim ou ou para
para m mi-i­
nha família, esta
nha família, esta potencialidade
potencialidade de de mal
mal queque temtem oo meumeu atoato converte-o
E DEPOIS DE ADÃO? 53

em pecado mortal.
em pecado mortal. Ou Ou se
se continuo roubando pequenas
continuo roubando pequenas quantias
quantias até
até
atingirem uma soma
atingirem uma soma considerável, digamosos cinco
considerável, digam cinco mil
mil cruzeiros. meu
cruzeiros, meu
pecado
pecado será mortal.
será mortal.
Porém, se
Porém, se oo nosso
nosso desejo
desejo ee aa nossa intenção éé obedecer
nossa intenção obedecer em tudo
em tudo
aa Deus,
Deus, não
nãó temos
temos motivo
motivo para
para nosnos preocuparmos
preocuparmos com com estas
estas coisas.
CarítrUuLO
C VII
a p ítu lo V

OO PECADO
PECADO ATUAL
ATUAL

MINHA ALMA
M IN H A A PODE
LM A P MORRER?
ODE M ORRER?

Se um
Se um homem
homem espetaespeta uma uma facafaca no no coração,
coração, morre
morre fisicamente.
fisicamente.
Se
Se umum homem
homem comete
comete um um pecado
pecado mortal,
mortal, morre espiritualmente.
morre espiritualmente. AA
descrição de um pecado mortal é tão simples e tão real como isso.
descrição de um pecado mortal é tão simples e tão real como isso.
Pelo
Pelo Batismo,
Batism o, fomos
fom os resgatados
resgatados da da morte
morte espiritual
espiritual em em que
que o o
pecado
pecado de de A Adão
dão nosnos submergiu.
submergiu. No N o Batismo,
Batism o, Deus
Deus uniu
uniu aa Si Si aa
nossa alma.
nossa alma, OO Amor
A m or de Deus —
de Deus — oo Espirito
Espírito Santo
Santo — derramou-se
— derramou-se
nela, preenchendo oo vazio
nela, preenchendo espiritual que
vazio espiritual que oo pecado
pecado original havia
original havia
produzido.
produzido. (Como
Com o consequência
conseqüência desta desta intima união com
íntima união com Deus,
Deus, aa
nossa
nossa almaalma se se eleva
eleva aa um novo tipo
um novo tipo de de vida,
vida, aa vida
vida sobrenatural
sobrenatural
que
que sese chama
chama “graça santificante” ee que
“ graça santificante” que éé nossa
nossa obrigação
obrigação preservar
preservar:
ee não
não sósó preservar,
preservar, masm as incrementar
incrementar ee interisificar.
intensificar.
Deus,
Deus, depois
depois de de unir-nos
unir-nos aa Si Si pelo
pelo Batism
Batismo,o, jamais
jam ais nosnos aban
aban-
dona.
dona. Após A pós o o Batism
Batismo,o, oo únicoúnico modo modo de de nos
nos separarmos
separarm os dEle dEle é
repeliilo
repeli-lo dehberadamente.
deliberadamente. EE isto isto acontece
acontece quando,
quando, plenamente
plenamente cons-cons
cientes
cientes da da nossa ação, deliberada
nossa ação, deliberada ee livremente
livremente nos nos recusamos
recusamos aa obe obe-
decer
decer aa DeusDeus em em m matéria grave. Quando
atéria grave. Quando assim fazemos, cometemos
assim fazemos, cometemos
um pecado
um pecado mortal,
mortal, que,que, como
como aa palavra
palavra indica, causa aa morte
indica, causa morte da da
alma.
alma.
Esta
E sta desobediência
desobediência aa Deus Deus consciente
consciente ee voluntária
voluntária em em matéria
matéria
grave é,é, ao
grave ao mesmo
mesmo tempo,tempo, aa rejeição
rejeição de de Deus.
Deus. Secciona
Secciona aa nossanossa
união
união com com EleEle tão cabalmente como
tão cabalmente como um um alícate que cortasse
alicate que cortasse oo cabo
cabo
que
que uneune aa instalação
instalação elétrica
elétrica dada nossa
nossa casacasa aos
aos geradores
geradores da compa-
da com pa­
nhia
nhia elétrica:
elétrica: se se você
você o o fizesse,
fizesse, aa sua sua casa
casa mergulharia
mergulharia instantanea­
instantanea-
mente na
mente na escuridão.
escuridão. AA mesma mesma coisacoisa se se passaria
passaria comcom aa nossa
nossa alma
alm a
depois
depois de de umum pecado
pecado mortal,
mortal, m masas com consequências muito
com conseqüências muito mais
mais
terríveis, porque
terríveis, porque aa nossanossa alma alma não não mergulharia
mergulharia na na escuridão,
escuridão, mas mas
na morte.
na morte,
MINHA ALMA PODE MORRER?

at
uE
E Lima
E uma morle
morle mais
mais pavorosa
pavorosa porque
porque não se manifesta
não se manifesta exterior­
exterior-
mente:
mente: não não háhá oo fedor
fedor da da corrupção
corrupção nemnem aa frigidez
frigidez rígida.
rígida. É É uma
uma
morte em
morle vida, pela
em vida, pela qual
qiial oo pecador
pecador fica nu ee isolado
fica nu isolado no meio do
no meio do
amor ee abundância
amor abundância divinos.
divinos. A graça
A graça dede Deus
Deus flui
flui ao
ao seu redor,
seu redor,
mas
mas nãonão pode
pode entrar
entrar nele;
nele: oo amor
amor dede Deus
Deus toca-o,
toea-o, mas não oo pe­
mas não pe-
netra. Perdem-se
netra. Perdem-se todos
todos os os méritos sobrenaturais que
méritos sobrenaturais qiie oo pecador
pecador havia
havia
adquirido antes do
adquirido antes do seu
sen pecado. Todas as
pecado. Todas as boas
boas obras
obras feitas.
feitas, todas
todas
as orações pronunciadas,
as oraçòes pronunciadas. todas
lodns as
as Missas
Mi.ssas oferecidas.
oferecidas, os sofrimentos
os sofrimenUvs
padecidos por
padecidos amor aa Cristo,
por amor Cristo. absoliitamenle
absolutamente tndo
tudo éé varrido
varrido nono mo-
m o­
mento de pecar.
mento de pecar.

Esta
E alma em
sta alma em pecado
pecado mortai
niorlai perdeu
perdeu semsem diivida
dúvida oo céu:céu; sese mmor-
or­
resse assim,
resse assim, separada
separada de dc Deus, não poderia
D c l is , não poderia ir ir para
para lá.
lá. pois não há
pois não há
modo de
modo de restabelecer
restabelecer aa uniãounião com com DeusDeus depois
depois da morte.
da morle.
O fim essencial da nossa vida C provarmos aa Deus
O fim essencial da nossa vida c provarmos Deus oo nossonosso
amor
amor pela pela obediência.
obediência. AA morte morte encerra
encerra oo tempotempo da da nossa
nossa prova,
prova,
da nossa oportunidade.
da nossa oportunidade. Depois.
Depois, não não há possibilidade de
há possibilidade mudarmos
de mudarmos
o coração.
o coração. A morte fixa a alma para sempre no estado em
A morte fixa a alma para sempre no estado em queque aa
encontra:
encontra; amando amando aa Deus Deus ou ou rejeitando-o,
rejeitando-o.
de
Se se se perde
perde oo céu,
céu, não
não resta
resta nenhuma
nenhuma alternativa
alternativa àà almaalma aa não não
ser
ser o0 inferno.
inferno. Quando
Quando morremos, desaparecem as
morremos, desaparecem as exterioridades,
exterioridades, c€
o0 pecado
pecado m mortal que, ao
ortal que, ao cometê-lo,
cometê-lo, se sc apresentou
apresentou comocomo uma uma pequena
pequena
concessão
concessão ao ao eu,
eu, mostra-se
mostra-se àà luz luz fria
fria dada justiça divina tal
justiça divina como
tal como
na realidade é:
na realidade é: um um ato
ato de de soberba
soberba ee rebeldia,
rebeldia, como
como ato ato dede ódio
ódio aa
Deus
Deus que está implícito
que está implícito em em todo pecado mortal.
todo pecado mortal. E E na
na alma irrom- ­
alma irrom
pem as terríveis, ardentes e torturantes sede e fome de Deus, desse
pem as terríveis, ardentes e torturantes sede e fome de Deus, desse
Deus para
Deus para quemquem aa alm almaa foifoi criada,
criada, dessedesse Deus
Deus queque ela
ela nunca
nunca en- en­
contrará.
contrará. Essa E ssa alma está no
alm a está inferno.
no inferno.
EE isto
isto éé oo que significa, um
que significa, pouco do
um pouco do que
que significa
significadesobedecer
desobedecer
aa Deus
Deus voluntária e conscientemente em matéria grave, cometer
voluntária e conscientemente em matéria grave, cometer um um
pecado mortal.
pecado mortal.

Pecar
Pecar éé recusar
recusar áà Deus
Deus aa nossa obediência, oo nosso
nossa obediência, amor. D
nosso amor. Dado
ado
que cada
que pedacinho nosso
cada pedacinho nosso pertence
pertence aa Deus
Deus ee que todo oo fim
que todo da
fim da
nossa existência é amá-lo, torna-se cvidente que cada pedacinho nosso
nossa existência é amá-lo, torna-se evidente que cada pedacinho nosso
deve
deve obediência
obediência aa Deus.
Deus. Assim,
Assim , esta
esta obrigação de obedecer
obrigação de obedecer aplica-se
aplica-se
não
não só às obras
só às obras ou ou palavras exteriores, como
palavras exteriores, como também
também aosaos desejos
desejos
ee pensamentos
pensamentos mais intimos.
mais íntimos.
ÉÉ evidente
evidente queque podemos
podemos pecarpecar não
não sósó fazendo
fazendo oo que Deus proibe
que Deus proíbe
(pecado
(pecado de de ação),
ação), como
como deixando
deixando de de fazer
fazer oo que Ele ordena
que Ele ordena (pecado
(pecado
de omissão).
de om issão). ÉÉ pecado
pecado »Dubar,
loubar, m masas também
também éé pecado
pecado não pagar
não pagar
as dívidas justas.
as dívidas justas. É pecado
É pecado trabalhar
trabalhar servil
servil ee desnecessariamente
desnecessariamente
aos
aos domingos,
domingos, m masas também
também oo éé não não prestar
prestar aa Deus
Deus oo culto
culto devido,
devido,
faltando
faltando àà M Missa
issa nos
nos dias
dias dede preceito.
=6
56 O FECADO
O PECADO ATUAL
ATUAL

AA pergunta
pergunta “o que éé que
“ o que que faz faz boa boa ou ou m máá uma
uma ação ação?”?” quasequase
poderia parecer
poderia insultante pela
parecer insultante pela sua sua simplicidade.
simplicidade. E E, , não obstante,
não obstante,
formulei-a algum
formulei-a algumasas vezesvezes aa crianças
crianças ee mesmo mesmo aa gente gente com com cursocurso
superior, sem
superior, sem receber
receber aa resposta correta. éÉ aa Vontade
resposta correta, Vontade de de Deus.
Deus. Um Uma a
ação
ação cé boa boa se se for
for oo que que Deus
Deus quer quer que que façam
façamos; os; éé má m á se se for
for algo
algo
que
que Deus Deus não não quer
quer que que façamos.
façam os. Algumas A lgum as crianças
crianças me responde-
me responde­
ram
ram que que estaesta ou aquela ação
ou aquela ação éé má má “porque
“ porque o o disse
disse oo padre,padre, ou ou oo
catecismo,
catecismo, ou ou aa Igreja,
Igreja, ou ou asas Escrituras”
Escrituras”
Não
N ão é, é, pois, despropositado m
pois, despropositado mostrar
ostrar aos aos pais
pais aa necessidade
necessidade de de
que
que os os filhos
filhos adquiram
adquiram este princípio tão
este princípio tão logo
logo alcancem
alcancem aa idade idade
suficiente para
suficiente distinguir oo bem
para distinguir bem do do mal,
mal, ee saibam
saibam que que aa bondade
bondade
ou maldade
ou m aldade de de alguma
algum a coisacoisa depende
depende de que Deus
de que Deus aa queira
queira ou ou não:
não;
ee que
que fazer
fazer oo que Deus quer
que Deus quer éé oo nosso nosso modo,
modo, oo nosso nosso único único modo,
modo,
de provarmos
de provarm os o o nosso
nosso amoram or aa Deus.
Deus. Esta E sta idéia
idéia será
será tãotão sensata
sensata para para
uma criança como o é para nós. E cla obedecerá a Deus com me-
uma criança como o é para nós. E ela obedecerá a Deus com m e­
lhor disposição ee alegria
lhor disposição alegria do do queque se tivesse que
sc tivesse que fazê-lo
fazê-lo aa um um simples
simples
pai,
pai, sacerdote
sacerdote ou ou livro.
livro.
EÈ verdade
verdade que conhecemos aa Vontade
que conhecemos Vontade de de Deus
Deus pela pela Escritura
Escritura
(Palavra
(Palavra escritaescrita de de Deus)
Deus) ee pela pela Igreja
Igreja (Palavra
(Palavra viva viva de de Deus).
D eus).
Mas nem as Escrituras nem a Igreja causam a Vontade de Deus.
M as nem as Escrituras nem a Igreja causam a Vontade de Deus.
Inclusive os
Inclusive os chamados
cham ados ““mandamentos
mandamentos da da Igreja”
Igreja” não não são são maism ais do do
que aplicações
que aplicações particulares
particulares da da vontade
vontade de de Deus,
Deus, interpretações
interpretações deta­ deta-
lhadas de nossos deveres, que, de outro
lhadas de nossos deveres, que, de outro modo, poderiam não nos modo, poderiam não nos
parecer tão
parecer tão claros
claros «e evidentes.
evidentes.
Os pais devem
Os pais devem ter ter oo cuidado
cuidado de de nãonão exagerar
exagerar aa seus seus filhos
filhos as as
dificuldades
dificuldades da da virtude.
virtude. Se aumentam
Sc aumentam cada cada faltazinha
faltazinha da da criança
criança
até torná-la um pecado muito feio e muito grande, se lhe caem em
até torná-la um pecado muito feio e muito grande, se lhe caem em
cima, dizendo-lhe
cima, dizendo-lhe que que cometeu
cometeu um um pecado
pecado mortalmortal ee que que Deus Deus já já
não aa am
não ama,a, sósó porque
porque soltousoltou um um ““palavrão”
palavrão” que que ouviu
ouviu ou ou diz diz “não
“ não
quero”, , éé muito
quero” muito provável
provável que que essa essa criança
criança cresça
cresça com com aa idéia idéia de de
que Deus
que Deus éé um um preceptor
preceptor muitomuito severo severo ee arbitrário.
arbitrário. Se cada falta­
Se cada falta-
zinha lhe
zinha lhe éé descrita
descrita como como um pecado muito
um pecado muito grande,
grande, aa criançacriança cres-cres­
cerá desanimada
cerá desanim ada ante ante aa clara
clara impossibilidade
impossibilidade de de ser
ser boa.
boa, ee deixará
deixará
de tentá-lo. EE isto
de tentá-lo. isto acontece.
acontece.

Para que
Para que uma
um a coisa seja pecado
coisa seja pecado mortal, sabemosos que
mortal, sabem que são ne-
são ne­
cessárias três
cessárias condições. Se
três condições. Se falta
falta qualquer não haverá
delas, não
qualquer delas, pecado
haverá pecado
mortal.
mortal.
Em primeiro
Em primeiro lugar
lugar ee antes
antes de de m mais
ais nada,
nada, aa matéria
matéria deve ser
deve ser
grave, seja
grave, seja por
por pensamento,
pensamento, palavras
palavras ou obras. N
ou obras. Nãoão éé pecado
pecado mortal
mortal
dizer uma
dizer uma mentira infantil, m
mentira infantil, masas oo éé prejudicar
prejudicar aa reputação
reputação alheia
alheia
com um
com umaa mentira.
mentira. N Não
ão éé pecado
pecado mortal
mortal roubar
roubar umauma m maçã ou uma
açã ou uma
moeda, mas
moeda, m as oo éé roubar
roubar uma quantia apreciável
uma quantia apreciável ou ou tocar
tocar fogo numa
fogo numa
casa.
QUAIS SÃO AS RAÍZES DO PECADO? 57

Em segundo
Em segundo lugar,
lugar, devodevo saber
saber que que o o que
que faço
faço éé errado,
errado, muitomuito
errado. Não posso pecar por ignorância. Se não sei que é pecado
errado. N ão posso pecar por ignorância. Se não sei que é pecado
mortal participar
mortal participar do do culto
culto protestante,
protestante, para para mim
mim não não seria
seria pecado
pecado
ir com
ir com um um amigo protestante àà sua
amigo protestante sua capela.
capela. Se
Se esqueci
esqueci que que hojehoje éé
dia de abstinência e como came, para mim não haverá pecado. Isto
dia de abstinência e como carne, para mim não haverá pecado. Isto
pressupõe, éé claro,
pressupõe, claro, queque esta ignorância não
esta ignorância seja por
não seja por minha
minha culpa.culpa.
Se não
Se não quero informar-me de
quero informar-me de certa coisa por
certa coisa por medo
medo de de que
que atrapalhe
atrapalhe
meus
meus planos,
planos, sou sou culpado
culpado desse desse pecado.
pecado.
Finalmente, não
Finalmente, não posso cometer um
posso cometer um pecado
pecado mortal
mortal se se não
não resolvo
resolvo
livremente praticar
livremente praticar determinada
determinada ação ação (ou (ou omissão)
om issão) que que éé contra
contra aa
Vontade de
Vontade Deus.
de Deus. Se,
Se, por
por exemplo,
exemplo, alguémalguém m mais fórte que
ais fdrte que eu eu meme
força a lançar uma pedra contra uma vitrina, não me faz cometer
força a lançar uma pedra contra um a vitrina, não me faz cometer
um pecado
um pecado mortal.
mortal. Tam Também bém não não posso pecar mortalmente
posso pecar mortalmente por por aci­
aci-
dente, como
dente, como quando
quando tropeço involuntariamente com
tropeço involuntariamente alguém, ee este
com alguém, este
cai ee fratura
cai fratura oo crânio.
crânio. N Não posso pecar
ão posso dormindo, por
pecar dormindo, por m maidosos
aldosos
que se
que se apresentem
apresentem os os meus
meus sonhos.
sonhos.
É importante
É importante que que tenhamos
tenhamos idéias idéias claras
claras sobre isto, ee éé im
sobre isto, impor-
por­
tante que
tante que nossos
nossos filhos
filhos as as tenham
tenham na na medida
medida adequada
adequada àà sua sua ca-ca­
pacidade. O pecado mortal, a completa separação de Deus, é dema-a­
pacidade. O pecado mortal, a completa separação de Deus, é dem
siado horrível
siado horrível parapara tomá-lo
tomá-lo com com leviandade,
leviandade, para para utilizá-lo
utilizá-lo como como
armaa na
arm educação das
na educação das crianças,
crianças, para para reduzi-lo
reduzi-lo ao nível da
ao nível da irreflexão
irreflexão
ou das
ou travessuras infantis.
das travessuras infantis.

QUAIS
Q SÃOO A
U A IS SÃ ASS R
RAÍZES
A IZ E S DO
D O PECADO?
PECADO ?

E fácil
É dizer se
fácil dizer se tal ou qual
tal ou qual açãoação éé pecaminosa.
pecaminosa. Não N ão o o éé tanto
tanto
dizer se tal ou qual pessoa pecou. Se alguém se esquece, por exem-
dizer se tal ou qual pessoa pecou. Se alguém se esquece, por exem­
plo, de
plo, que hoje
de que hoje éé festa
festa de preceito ee não
de preceito não vai
vai àà Missa, seu pecado
M issa, seu pecado
cé sósó externo. Interiormente não
externo. Interiormente não teve intenção de
teve intenção conduzir-se mal.
de conduzir-se mal.
Neste caso,
Neste caso, dizemos
dizemos que que cometeu
cometeu um um pecado material, mas
pecado material, m as nãonão um um
pecado
pecado formal.
formal. Existe neste caso
Existe neste caso uma
uma obraobra má,
má, masm as não
não m máá inten-
inten­
ção.
ção. Seria
Seria supérfluo
supérfluo ee inútil
inútil mencioná-lo
mencioná-lo na na confissão.
confissão.
Mas também éé verdade
M as também verdade oo contrário.
contrário. Uma Um a pessoa
pessoa pode cometer
pode cometer
interiormente
interiormente um um pecado
pecado semsem realizar
realizar um ato pecaminoso.
um ato pecaminoso. Usando
U sando
oo mesmo
mesmo exemplo,
exemplo, se alguém pensa
se alguém pensa queque hoje
hoje éé diadia dede preceito
preceito ee
voluntariamente decide
\oluntariamente decide não
não ir ir àà M Missa
issa sem
sem razão
razão suficiente,
suficiente, éé cul­ cul-
pado
pado dodo pecado
pecado de omissão
de om dessa Missa,
issão dessa M issa, mesmo
mesmo que esteja enganado
que esteja enganado
ee não
não seja
seja dia
dia dede preceito.
preceito. Ou, para
Ou, dar outro
para dar outro exemplo,
exemplo, se se umum
homem
homem roubarouba uma grande quantia
uma grande quantia de de dinheiro
dinheiro ee depois
depois percebe
percebe que que
roubou seu
roubou seu próprio dinheiro, interiormente
próprio dinheiro, interiormente cometeu
cometeu um pecado de
um pecado de
roubo,
roubo, ainda
ainda queque realmente
realmente não não tenha
tenha roubado.
roubado. Em
Em am ambos
bos o oss casos
casos
dizemos que
dizemos que nãonão houve pecado material,
houve pecado material, mas formal
m as formah E, , natural­
E natural-
mente, estes
mente, estes dois
dois pecados
pecados têmtêm que que serser confessados.
58 O PECADO ATUAL

Vemos,
Vemos, pois,
pois, que
que éé aa intenção
intenção na mente ee na
na mente na vontade de uma
vontade de uma
pessoa oo que
pessoa que determina
determina em eni última
última análise
análise aa maficia
maiicia de de umum pecado,
pecado.
Há pecado quando
H á pecado quando aa intenção
intenção querquer alguma
alguma coisa
coisa contra
contra oo que que Deus
Deus
quer.
quer.
Por esta razão,
Por esta razão, sousou culpado
culpado de de pecado
pecado no no momento
momento em em queque
decido
decido cometê-lo, mesmo que
cometê-lo, mesmo que nãonão tenha
tenha oportunidade
oportunidade de de praticá-lo
praticá-lo
ou mesmo que
ou mesmo que depois
depois mudemude de de opinião.
opinião. Se
Se decido mentir sobre
decido mentir sobre
um assunto
um assunto quando
quando me me perguntarem,
perguntarem, ee aa ninguémninguém ocorre fazer aa per-
ocorre fazer per­
gunta, continuo sendo culpado de uma mentira por causa da minha
gunta, continuo sendo culpado de uma mentira por causa da minha
má intenção. Se
m á intenção. decido roubar
Se decido roubar umas ferramentas da
um as ferramentas da oficina
oficina em em que
que
trabalho,
trabalho, mas m as me despedem antes
me despedem antes de de poder
poder fazê-lo, interiormente jájá
fazê-lo, interiormente
cometi
cometi oo roubo,
roubo, ainda
ainda queque não
não se se tenha
tenha apresentado
apresentado aa oportunidade
oportunidade
de praticá-lo, e sou culpado disso.
de praticá-lo, e sou culpado disso. Estes pecados seriam reais,
Estes pecados seriam reais, e,e,
se
se aa matéria
matéria fosse grave, teria
fosse grave, teria que
que confessá-los.
confessá-los.
Mesmo
Mesmo uma uma mudança
mudança de de decisão
decisão não não pode
pode apagar
apagar oo pecado.
pecado.
Se um
Se um homem
homem decide
decide hoje que am
hoje que amanhã
anhã iráirá fornicar
fornicar ee amanhãamanhã muda muda
de idéia,
de continuará aa ter
idéia, continuará ter sobre
sobre aa sua sua consciência
consciência oo pecado pecado de de on-
on­
tem.
tem. AA boa decisão de
boa decisão hoje não
de hoje não podepode apagar
apagar o o mau
mau propósito
propósito de de
ontem.
ontem. ÉÉ evidenteevidente que aqui falamos
que aqui falam os de de uma
uma pessoa
pessoa cujacuja vontade
vontade
tenha tomado essa decisão.
tenha tomado essa decisão. Não nos referimos à pessoa em grave
N ão nos referimos à pessoa em grave
tentação,
tentação, que que luta
luta consigo
consigo mesma,
mesma, talvez durante horas
talvez durante horas ou ou até dias.
até dias.
Se
Se essa
essa pessoa alcança, por
pessoa alcança, por fim,
fim, aa vitória
vitória sobre
sobre si si mesma
mesma cc dá dá umum
““não” decidido àà tentação,
não” decidido tentação, não cometeu pecado.
não cometeu pecado.
Antes pelo
Antes pelo contrário,
contrário, essaessa pessoa
pessoa mostrou
mostrou grandegrande virtude
virtude ee ad-ad ­
quiriu grande mérito diante de Deus. Não há motivo para sentir-se
quiriu grande mérito diante dc Deus. N ão há motivo para sentir-se
culpada,
culpada, ainda ainda queque aa tentação
tentação tenha sido violenta
tenha sido violenta ou ou persistente:
persistente;
se fosse tão
se fosse tão fácil,
fácil, qualquer
qualquer um um seria bom: isso
seria bom; isso nãonão teria mérito.
teria mérito.
Não.
Não. AA pessoa prssoa de de quem
quem falávam
falávamosos antes
antes éé aa que resolve cometer
que resolve cometer
um
um pecado,
pecado, mas m as éé impedida
impedida de de fazê-lo
fazê-lo porpor falta
falta de de ocâsião
ocasião ou ou por
por
ter mudado
ter mudado de idéia.
de idéia.

Isto não
Isto quer dizer
não quer dizer que
que o o ato exterior não
ato exterior não tenha
tenha importância.
importância,
Seria um grande erro" inferir que. já que alguém tomou aa decisão.
Seria um grande erro inferir que, já que alguém tomou decisão,
tanto
tanto dá dá levá-la
levá-la àà prática
prática ouou não.
não. M Muito
uito pelo contrário, realizar
pelo contrário, realizar aa

má intenção
intenção ee praticar
praticar oo ato
ato acrescenta
acrescenta gravidade
gravidade ao ao pecado,
pecado, Inten-
inten­
sifica
sifica aa sua malícia.
sua malícia. E isto
E islo éé especialmente
especialmente assim quando esse
assim quando esse pe­
pe-
cado
cado externo
externo prejudica
prejudica um um terceiro,
terceiro, como
como no no roubo;
roubo: ouou causa
causa Oo
pecado
pecado de de outrem,
outrem, comocomo nas nas relações impuras.
relações impuras.
EE já
já que
que estamos falando de
estamos falando de ““intenção”, vale aa pena
intenção” , vale pena mencionar
mencionar
que
que não não podemos
podemos tornar
tornar boaboa ou indiferente uma
ou indiferente uma açãoação má com uma
má com uma
boa
boa intenção.
intenção. Se roubo aa um
Se roubo um rico
rico para
para dar
dar aa umum pobre,
pobre, isso
isso conti-
conti­
nua sendo
nua sendo um um roubo.
roubo, ee éé pecado.
pecado. Se digo
Se digo uma
uma mentira
mentira para
para tirar
tirar
um amigo
um amigo de de apuros, isso continua
apuros, isso sendo uma
continua sendo uma mentira,
mentira, ee eueu peco.
peco.
Sc uns
Sc uns pais usam anticoncepcionais
pais usam anticoncepcionais para que os
para que os filhos que já
filhos que têm
já têm
QUAIS SÃO AS RAÍZES DO PECADO? 59

disponham de
disponham mais meios,
de mais meios, aa pecaminosidade
pecaminosidade do do ato se mantém.
ato se mantém. Em Em
resumo, um
resumo, um bombom fim
fim nunca
nunca justifica
justifica meios maus.
meios maus. Não podemos
Não podemos
forçar ee retorcer
forçar retorcer aa vontade
vontade dede Deus para fazê-la
Deus para fazê-la coincidir com aa
coincidir com
nossa.
nossa.

Da mesma maneira
D a mesma maneira que que oo pecado consiste em
pecado consiste em opormos
oporm os aa nossanossa
vontade àà de
vontade Deus, aa virtude
de Deus, virtude nãonão éé senão
senão o sincero por
esforço sincero
o esforço iden-
por iden­
tificarmos
tificarmos aa nossa
nossa vontade
vontade com com aa de de Deus.
Deus. NãoNão éé tão tão árduo,
árduo, aa não não
ser que
ser que confiemos
confiemos somente
somente em em nossas próprias forças, em lugar de
nossas próprias forças, em lugar de
confiarmos
confiarmos na na graça
graça de de Deus.
Deus. Um velho
Um velho axiom
axiomaa teológico
teológico oo ex­ ex-
pressa dizendo: ““Deus
pressa dizendo: Deus não nega aa sua
não nega sua graça quem faz
graça aa quem faz oo que pode”
que pode”
Se
Se fazemos podemos”
que podem
fazemos ““oo que os” — rezando cada
— rezando cada dia regularmente;
dia regularmente;
confessando-nos ee comungando
confessando-nos comungando com com frequência;
frequência; considerando
considerando amiú- amiú-
de aa grandiosidade
cle grandiosidade do do fato
fato de
de oo próprio
próprio DeusDeus habitar
habitar em em nossa
nossa almaalma
em graça
em graça (que
(que alegria
alegria saber
saber que,
que, seja
seja qual
qual forfor oo momento
momento em em queque
Ele nos chame, estaremos preparados
Ele nos chame, estaremos preparados para para contemplá-lo
contemplá-lo por por toda
toda aa
eternidade!, mesmo
eternidade!, mesmo que que venha
venha previamente
previamente o o purgatório);
purgatório); ocupando-
ocupando-
-nos
-nos num útil ee em
trabalho útil
num trabalho diversões sãs,
em diversões evitando as
sãs, evitando pessoas ee
as pessoas
lugares que
lugares possam pôr
que possam prova aa nossa
pôr àà prova nossa humana debilidade —
humana debilidade en-
—, , en­
tio não há dúvida da nossa
tão não há dúvida da nossa vitória,
vitória.

EÉ também
também muito
muito útil
útil conhecermos as nossas
conhecermos as fraquezas. V
nossas fraquezas. Você se
ocê se
conhece
conhece bem? bem? Ou, para
Ou^ para dizê-lo
dizê-lo dede umauma forma
forma negativa,
negativa, sabe qual
sabe qual
éé oo seu
seu defeito
defeito dominante?
dominante?
Pode ser
Pode ser que você tenha
que você tenha muitos defeitos; aa maioria
muitos defeitos; maioria de nós os
de nós os
tem.
tem. Mas M as fique certo de
fiqut certo que há
de que há umum que que se destaca mais
se destaca mais queque os os
outros
outros ee éé o o seu
seu maior
maior obstáculo
obstáculo para
para o o crescimento
crescimento espiritual,
espiritual. Os Os
autores espirituais descrevem esse defeito como “paixão dominante”
autores espirituais descrevem esse defeito como “ paixão dominante”
Antes de
Antes de mais
m ais nada,
nada, convém
convém esclarecer
esclarecer aa diferença
diferença entreentre um um
defeito ee um
defeito um pecado.
pecado, Um defeito éé oo que
Um defeito que poderíamos
poderíamos chamar chamar “o “o
ponto fraco”
ponto fraco” que que nos faz facilmente
nos faz facilmente cometer certos pecados,
cometer certos pecados, ee m mais
ais
difícil praticar
difícil praticar certas
certas virtudes.
virtudes. Um Um defeito
defeito éé (até(até que
que oo eliminemos)
eliminemos)
uma fraqueza
uma fraqueza do do nosso
nosso caráter,
caráter, mais
m ais ouou menos permanente, ao
menos permanente, ao passo
passo
que o
que o pecado
pecado éé algo algo eventual,
eventual, um um fato
fato isolado
isolado que deriva do
que deriva do nosso
nosso
defeito.
defeito. Se compararmos o pecado a uma planta nociva, o defeito
Se com pararm os o pecado a uma planta nociva, o defeito
scrá aa raiz
será raiz que
que oo sustenta.
sustenta.
Todos
T sabemos que,
odos sabemos quando se
que, quando se cultiva
cultiva um um jardim,
jardim, dá dá pouco
pouco
resultado aparar
resultado aparar as plantas daninhas
as plantas daninhas rente
rente ao ao chão.
chão. Se Se não
não se arran-
se arran­
cam as
cam raízes, crescerão
as raízes, crescerão outra vez.
outra vez. OO mesmo ocorre na
mesmo ocorre na nossa
nossa vida
vida
com certos
com pecados: continuarão
certos pecados: continuarão aa aparecer continuamente, se
aparecer continuamente, se nãc
nãc
arrancarmosos as
arrancarm as raízes,
raízes, esse
esse defeito
defeito dodo qual
qual eles
eles nascem.
nascem.

Os
Os teólogos dão uma
teólogos dão uma lista de sete
lista de defeitos ou
sete defeitos ou fraquezas princi-
fraquezas princi­
pais; quase todos
pais; quase todos os
os pecados atuais se
pecados atuais se baseiam num ou
baseiam num ou noutro
noutro deles.
deles,
6U
60 O PECADO
O PECADO ATUAL
ATUAL

Estas
E stas setesete fraquezas
fraquezas humanas
humanas se chamam, ordinariamente,
se chamam, ordinariamente, “os sete
“ os sete
pecados capitais”
pecados capitais” A palavra
A palavra “capital”
“ capital” neste contexto significa
neste contexto rele-
significa rele­
vante
vante ou ou m mais frequente, não
ais freqüente, não que que necessariamente
necessariamente sejam sejam os os maiores
maiores
ou os
ou OS piores.
piores.
Quais são
Quais são esses
esses sete
sete vícios dominantes da
vícios dominantes da natureza
natureza humana?hum ana?
OO primeiro
primeiro éé aa soberba, soberba, que poderíamos definir
que poderíamos definir como como aa procura
procura de- de­
sordenada
sordenada da da nossa
nossa própria
própria honra honra ee excelência.
excelência. Seria muito
Seria muito longalonga
aa lista
lista de todos os
de todos os pecados
pecados que nascem da
que nascem soberba: aa ambição
da soberba: ambição ex­ ex-
cessiva,
cessiva, aa jactância
jactância em em relação
relação às às nossas
nossas forças espirituais, aa vaidade,
forças espirituais, vaidade,
oo orgulho,
orgulho, eis eis aí uns poucos.
aí uns poucos. Ou,
Ou, para para usar expressões contempo­
usar expressões contempo-
râneas, aa soberba
râneas, soberba éé aa causa causa dessa dessa atitude
atitude cheia cheia de amor próprio
de amor próprio
que
que nos nos leva leva aa ““manter
manter o O status,
síaíus, para para que que Os vizinhos não
os vizinhos não munnu-
murinu-
rem”, , àà ostentação,
rem” ostentação, àà ambição ambição de de escalar
escalar postos postos ee brilhar
brilhar social-
social­
mente, de
mente, de estar
estar na na “crista
“ crista da da onda”,
onda” , ee outras outras coisascoisas do do mesmo
mesmo jaez. jaez,
O segundo
O segundo pecado pecado capital
capital éé aa avareza,avareza, ou ou oo imoderado
imoderado desejo desejo
de bens temporais.
de bens temporais. Daqui nascem não só os pecados de roubo ee
Daqui nascem não só os pecados de roubo
fraude, como
fraude, como tambémtambém os os menos
menos reconhecidos
reconhecidos de de injustiça
injustiça entre
entre pa- pa­
trões ee empregados,
trões em pregados, práticas práticas abusivas
abusivas nos nos negócios,
negócios, tacanhice
tacanhice ee indi- indi­
ferença ante
ferença ante as necessidades dos
as necessidades dos pobres,
pobres, ee isso isso para
para mencionar
mencionar só só
uns
uns poucos
poucos exemplos.
exemplos.
OO seguinte
seguinte na na lista
lista éé aa luxúria.
luxúria. FÉÉ fácil
fácil perceber
perceber que que os os pe­pe-
cados claros
cados contra aa castidade
claros contra castidade têm têm aa sua origem na
sua origem na luxúria;
luxúria; m masas
esta
esta tambémtambém produz outros:
produz outros; há muitos atos
há muitos atos desonestos, falsidades
desonestos, falsidades
ee injustiças
injustiças que se podem atribuir à luxúria; a perda da fé
que se podem atribuir à luxúria; a perda da fé ee oo
desesperar da
desesperar da misericórdia
misericórdia divina divina são são frutos
frutos frequentes
freqüentes da da luxúria.
luxúria.
Depois
Depois vem vem aa ira,ira, ou ou oo estado
estado emocional desordenado, que
emocional desordenado, que nos nos
empurra aa desforrar-nos
empurra desforrar-nos dos dos outros,
outros, aa opor-nos opor-nos insensatamente
insensatamente aa
pessoas
pessoas ou ou coisas.
coisas. Os homicídios, as
O s homicídios, desavenças ee as
as desavenças as injúrias
injúrias são são
consequências
conseqüências evidentes evidentes da da ira, como também
ira, como também oo são são oo ódio,
ódio, aa mur- mur-
muração
m uração ee oo dano dano àà propriedade
propriedade alheia. alheia.
A gula é outro pecado capital.
A gula é outro pecado capital. É aa atração
É atração desordenada
desordenada pela pela
comida
comida ou ou bebida.
bebida. PareceParece oo mais mais ignóbil
ignóbil dos vícios: no
dos vícios: no glutão
glutão há há
algo de
algo de animal.
animal. Prejudica
Prejudica aa saúde, saúde, produzproduz oo linguajarlinguajar soez soez ee bblas- las­
femo, injustiças
femo, injustiças àà própria
própria famíliafamília ee aa outras outras pessoas,
pessoas, ee uma uma legião
legião
de males demasiado evidentes para necessitarem de enumerações.
de males dem asiado evidentes para necessitarem de enumerações.
AA inveja
inveja éé tambémtambém um um vício
vício dominante,
dominante. ÉÉ necessário
necessário sermos sermos
muito
muito humildes
humildes ee sinceros
sinceros conosco próprios para
conosco próprios admitir que
para admitir que aa temos.
temos.
AA inveja não consiste em desejar o nível de vida que outros têm:
inveja não consiste em desejar o nível de vida que outros têm:
esse
esse éé um um sentimento*
sentimento: perfeitamente
perfeitamente natural, natural, aa não não ser ser que
que nosnos leveleve
aa extremos
extremos de de cobiça.
cobiça. Não, N ão, aa inveja
inveja éé antes antes aa-tristeza
tristeza causada
causada pelo pelo
fato de
fato de outros
outros estarem
estarem numa numa situação
situação melhor melhor que que aa nossa,
nossa, éé o O so so- ­
frimento pela
frimento pela melhor
melhor sortesorte dos dos outros.
outros. D Desejamos
esejam os ter ter oo queque um um
outro
outro tem, tem, ee que que nãonão o o tenha.
tenha. Pelo Pelo menos,
menos, desejaríamos
desejaríamos que que nãonão o o
tivesse, se
tivesse, se nósnós não não oo podemos
podemos ter ter também.
também. A A inveja
inveja leva-nos
leva-nos ao
QUAIS SÃO AS RAÍZES DO PECADO? 61

estado mental
estado mental do do clássico
clássico ““cachorro
cachorro do hortelão” que
do hortclão” nem apvo\cila
íiu c nem aproveita
oo que
que tem tem nem deixa os
nem deixa os outros aproveitarem, cc produz
outros aproveitarem. produz o o ôditi.
édio, aa
calúnia,
calúnia, aa difamação,
difam ação, oo ressentimento,
ressentimento, aa difam difamação
ação ve outros
outros malesmales
semelhantes.
semelhantes.
Finalmente,
Finalmente, temos temos aa preguiça,
preguiça, que que nãonão éé oo simples desagrado
simples desagrado
perante
perante oo trabalho;
trabalho; há há muita
muita gente
gente que não acha
que não acha agradável
agradável o o seu
seu tra-
tra­
balho.
balho. A preguiça
A preguiça é,c, antes
antes de de tudo, fugir do
tudo, fugir do trabalho
trabalho pelo esforço
pelo esforço
que ele
que ele implica.
implica. EÉ oo desgostodesgosto ee aa recusa recusa ante
ante oo cumprimento
cumprimento de de
nossos deveres,
nossos deveres, especialmente
especialmente de de nossos
nossos deveres
deveres para
para com Deus. Se
com Deus. Se
nos contentamos
nos contentamos com com um um nível
nível baixobaixo na na nossa procura da
nossa procura santi-
da santi­
dade, especialmente se
dade, especialmente se nosnos conformamos
conform am os com com aa mediocridade
mediocridade espi­ espt-
ritual, éé quase
ritual, quase certo que aa sua
certo que sua causa
causa éé aa preguiça.
preguiça. OmilirOmittr aa Missa
M issa
em dia
ém dia dc preceito, desleixar-se
dc preceito, desleixar-se na na oração,
oração, fugir
fugir das
das obrigações
obrigações fam fami-i­
ltares
liares ee profissionais,
profissionais, tudo tudo isso
isso provém
provém da da preguiça.
preguiça.
Estes são,
Estes pois, os
são, pois, os sete
sete pecados
pecados capitais: soberba. avareza,
capitais: soberba, avareza, lu- Ui-
xúria, ira, gula, inveja e preguiça.
xúria, ira, gula, inveja e preguiça. Sem dúvida temos o louvável
Sem dúvida temos o louvável
costume de
costume examinar aa nossa
de examinar consciência antes
nossa consciência antes dede nosnos deitarmos
deitarmos e, e,
evidentemente, ao
evidentemente, nos confessarmos.
ao nos confessarmos. De De hoje
hoje emem diante,
diante, seria muito
seria muito
proveitoso perguntarmo-nos
proveitoso perguntarmo-nos não não só só ““que
que pecados cometi ee quantas
pecados cometi quantas
vezes”, mas também “por quê”.
vezes” , m as também “ por quê”AS?
.
C a p í t u l o VII
CAPÍTULO V II

AA ENCARNAÇÃO
ENCARNAÇÃO

QUEM
Q U EM ÉÉ M
MARIA?
A R IA ?

AA 25
25 dedc mmarço
arço celebramos
celebramos o o grande
grande acontecimento
acontecimento que que conhe-
conhe­
cemos
cemos porpor ““Encarnação”:
Encarnação” ; aa notícia,
notícia, levada
levada pelo Arcanjo Gabriel
pelo Arcanjo Gabriel aa
Maria,
M de que
aria, de que Deus
Deus aa havia
havia escolhido
escolhido para ser mãe
para ser mãe do Redentor.
do Redentor.
No
No dia
dia da
da Anunciação, Deus eliminou
Anunciação, Deus eliminou aa infinita
infinita distância que
distância que
havia entre Ele
havia entre Ele ee nós.
nós. Por um ato
Por um ato de
de seu poder infinito,
seu poder infinito, Deus
Deus fez
fez
oo que
que àà nossa mente humana
nossa mente humana parece
parece impossível:
impossível; uniu uniu aa sua
sua própria
própria
natureza
natureza divina
divina aa uma verdadeira natureza
um a verdadeira humana, aa um
natureza humana, um corpo
corpo ee
alma
alma como
como os os nossos.
nossos. EE oo que que nos deixa ainda
nos deixa mais adm
ainda mais admirados
irados éé
que desta união não resultou um ser com duas personalidades, aa de
que desta união não resultou um ser com duas personalidades, de
Deus ee aa de
Deus homem.
de homem. JAo
A o contrário,
contrário, as duas naturezas
as duas naturezas sese uniram
uniram
numa
numa só Pessoa, aa de
só Pessoa, de Jesus
Jesus Cristo,
Cristo, CÍeus
Deus ee homem.
homem.
Esta
E sta união
união do do divino
divino ee do do humano
humano numa numa Pessoa
Pessoa éé tão
tão singular,
singular,
tão especial, que
tão especial, que não não admite
admite comparação
com paração com com outras experiências
outras experiências
humanas,
humanas, e,e, portanto,
portanto, estáestá fora
fora da nossa capacidade
da nossa capacidade de de compreen-
compreen­
são.
são. (Como
Com o aa Santíssim
Santíssimaa Trindade,
Trindade, éé um um dos grandes mistérios
dos grandes mistérios da da
nossa
nossa fé,fé, aa que
que chamamos
cham am os o o mistério
mistério da da Encarnação.
Encarnação.
Lemos
Lem os no no Evangelho
Evangelho de de São
São João
João queque “o
“ o Verbo
Verbo sese fez carne”, ,
fez carne”
ou
ou seja, que aa segunda
seja, que Pessoa da
segunda Pessoa Santíssima Trindade,
da Santíssima Trindade, Deus
Deus Filho,
Filho,
se encarnou,
se encarnou, se se fez
fez homem.
homem. Esta união de
E sta união de duas
duas naturezas
naturezas numanuma

só Pessoa
Pessoa recebe
recebe um um nome
nome especial,
especial, ee chama-se
chama-se união hipostática
união hipostática
(do grego hipóstasis,
(do grego hipóstasis, que significa ““oo que
que significa está debaixo”
que está debaixo”).).

Para dar ao
Para dar ao Redentor
Redentor uma uma natureza
natureza humana,
humana. Deus Deus escolheu
escolheu
uma donzela
uma donzela judia
judia dede quinze
quinze anos,
anos, cham
chamada
ada MMaria,
aria, descendente
descendente dodo
grande rei Davi,
grande rei Davi, que
que vivia obscuramente com
vivia obscuramente seus pais
com seus ra aldeia
pais na aldeia de
de
Nazaré.
Nazaré. M Maria,
aria, sob
sob o o impulso
impulso dada graça,
graça, havia oferecido aa Deus
havia oferecido Deus aa
sua virgindade,
sua virgindade, coisa
coisa que
que fazia
fazia parte do desígnio
parte do desígnio divino sobre ela.
divino sobre ela.
QUEM E MARIA? 63

Era uma
Era uma novanova prendaprenda para para aa alma alma que que havia recebido uma
havia recebido uma
graça malor já
graça maior já nono seuseu começo.
começo. Quando Quando Deus Deus criou
criou aa alma alma de dc M Maria.
aria,
eximiu-a
cximiu-a da da lei
lei universal
universal do do pecado
pecado original
original no no mesmo instante em
mesmo instante em
que
que aa Virgem
Virgem foi foi concebida
concebida no no setoseio de de Ana.
Ana. Maria
M recebeu aa he­
aria recebeu he-
rança perdida por Adão: desde o início do seu ser, esteve unida aa
rança perdida por A dão: desde o início do seu ser, esteve unida
Deus.
Deus. Nem Nem por por um momento sc
um momcnlo se encontrou
encontrou sob sob o o domínio
domínio de de Satã
Satã
aquela cujo
aquela cujo Filho
Filho lhe lhe esmagaria
esmagaria aa cabeça. cabeça.
Ainda que Maria tivesse feito o que
Ainda que Maria tivesse feito o que hojehoje chamaríamos
cham aríam os voto voto de de
castidade
castidade perpétua.
perpétua, estavaestava prometida
prometida aa um um artesão
artesão chamadochamado José. José.
Há dois mil
llá dois mil anos,
anos, não havia “mulheres
não havia independentes” nem
“ mulheres independentes” nem “mu-“ m u­
lheres profissionais” | Num
lheres profissionais” Num mundo mundo estritamente
estritamente masculino. qualquer
masculino, qualquer
moça
moça honrada
honrada necessitava
necessitava de de um homem que
um homem que aa tutelasse
tutelasse ee prote-
prote­
cesse,
gesse. M Mais
ais ainda.
ainda, não não estava
estava dentrodentro do do plano
plano de de Deus
Deus que,que, parapara
ser mãc
ser mãe de de scu
seu Filho,
Filho, MariaMaria tivesse
tivesse que que sofrer
sofrer o o estigma
estigma das mães
cias mães
solteiras. F assim, atuando discretamente por meio da sua graça, Deus
solteiras. E assim, aluando discretamente por meio da sua graça, Deus
procurou
procurou que que M Maria
aria tivesse
tivesse um um esposo.
esposo.
OO jovem
jovem escolhido
escolhido por por DeusDeus para para esposo
esposo de de Maria
M aria ee guardião
guardião
dc
dc Jesus era, de
Jesu s era, de perper si,si, umum santo,
santo. OO Evangelho Evangelho no-lo descreve ddi-i­
no-lo descreve
zendo simplesmente que era um “varão justo”
zendo simplesmente que era um “ varão justo” O vocábulo “Justo”
O vocábulo “ justo”
significa, em
significa, em suasua conotação
conotação hebraica,
hebraica, um um homem
homem cheio cheio de de todas
todas as as
virtudes.
virtudes. ÉÉ oo equivalente
equivalente àà nossa nossa palavrapalavra atualatual “santo”
“ santo”
Não
N ão nos
nos surpreende,
surpreende, pois, pois, que que José,
José, aa pedido
pedido dos dos pais
pais de
de M Maria,
aria,
aceitasse gozosamente ser
aceitasse gozosamente ser oo esposo
esposo lega! legal ce verdadeiro
verdadeiro de de Maria, ain-
M aria, ain­
da
da que conhecesse aa sua
que conhecesse promessa de
sua promessa de virgindade
virgindade ee soubessesoubesse que que o O
matrimônio
matrimônio nunca nunca seria seria consumado.
consumado. Maria Maria permaneceu
permaneceu virgem virgem não não

só aoao dardar àà luz luz Jesus,
Jesus, mas m as durante
durante toda toda aa sua sua vida. Quando oo
vida. Quando
Evangelho menciona
Evangelho menciona “os irmãos ee irm
“ os irmãos irmãs” ãs” dede Jesus, devemos recordar
Jesus, devemos recordar
que éé uma
qiic uma tradução
tradução grega grega do original hebraico,
do original hebraico, ee que que neste
neste casocaso
essas
es.sas palavras significam simplesmente
palavras significam simplesmente “parentes consanguíneos”. ,
“ parentes eonsanguíneos”
mais ou menos o mesmo que a nossa palavra “primos”
mais ou menos o mesmo que a nossa palavra “ primos”
AA aparição
aparição do do anjo
anjo ocorreu
ocorreu quando quando M Maria
aria aindaainda morava
morava com com
scus
seus pais, antes de
pais, antes de irir viver
viver com com José. José. O O pecado
pecado veio veio ao ao mundo
mundo
por livre
por decisão de
livre decisão de Adão:
A dão: Deus Deus quis quis que que aa livre
livre decisão
decisão de de M Maria
aria
trouxesse
trouxesse ao ao mundo
mundo aa salvação.salvação. E E oo Deus
Deus dos dos céus
céus ee da terra aguar-
da terra aguar­
dava
dava oo consentimento
consentimento de de uma
uma mulher.
mulher.
Quando.
Quando, recebida
recebida aa mensagemmensagem angélica, angélica, Maria inclinou aa cabeça
M aria inclinou cabeça
ee disse:
disse: “Faça-se cm mim segundo a tua palavra”, Deus Espírito
“ Faça-se em mim segundo a tua palavra'’. Deus Espírito
Santo (a
Sanlo (a guem
quem se se atribuem
atribuem as obras de
as obras de amor) engendrou no
amor) engendrou no seioseio
de Maria
de M aria o o ei)rpo
corpo ee aa alma alma de de uma uma criança,
criança, aa guem quem Deus Filho se
Deus Filho se
umiu
uniu no mesmo Instante.
no mesmo instante.
Por
Por ter
ter aceitado
aceitado voluntariamente
voluntariamente ser ser MãeMãe do do Redentor,
Redentor, ee por por
ter
ter participado
participado livremente
livremenic (e (e de dc um um modomodo tão tão íntinu)!)
intimo!) na na sua
sua Par-
Pai­
xão. Maria é aclamada pela Igreja como corredentora do gênero
xão. M aria c aclam ada pela Igreja como eorrcdenlora do gênero
humano.
humano. É É este
este momento
momemi> transcendental
tran.scendental da da aceitação
aceitação de de Maria
M aria e
64 A ENCARNAÇÃO

do começo da
do começo da nossa
nossa salvação
salvação oo que
que nós comemoramos sempre
nós comemoramos sempre que
que
reciamos o
reciiamos o Angelus.
Angelus.
É não
E não surpreende
surpreende que Deus preservasse
que Deus da corrupção
preservasse da corrupção do sepul-
do sepul­
cro Oo corpo
cro corpo dodo qual tomou oo seu
qual tomou seu próprio.
próprio. NoNo quarto
quarto mistério
mistério glo-
glo­
roso
rioso dodo Rosário,
Rosário, ee anualmente
anualmente nana festa
festa da Assunção, celebramos
da Assunção, celebramos
oo fato
fato de
de oo corpo
corpo dede Maria,
M aria, depois
depois da
da morte,
morte, se
se ter
ter reunido
reunido àà sua
sua
alma no céu.
alma no céu.

Talvez algum
Talvez algum de nós tenha
de nós tenha exclamado
exclam ado em momentos de
em momentos de traba­
traba-
lho excessivo:
lho excessivo: ““QuereriaQuereria ser ser dois
dois para
para poder
poder atender
atender aa tudo” tudo”. . É É
uma idéia interessante, que pode levar-nos a fantasiar um pouco.
uma idéia interessante, que pode levar-nos a fantasiar um pouco,
masas com
m com proveito. Imaginemos que
proveito. Imaginemos que eu eu pudesse
pudesse ser dois, que
ser dois, que tivesse
tivesse
dois corpos,
dois corpos. duasduas almas
almas ee umauma só só personalidade.
personalidade, que seria eu.
que seria eu. Am- Am­
bos os corpos trabalharam juntos harmoniosamente em qualquer
bos os corpos trabalhariam juntos harmoniosamcnU' cm qualquer
tarefa em
tarefa em queque me ocupasse: seria
me ocupasse: especialmente útil
seria especialmente útil para
para tran.sportar
transportar
uma escada
uma escada de de mãom ão ou uma mesa.
ou uma mesa. EE as as duas mentes aplicar-sc-iam
duas mentes aplicar-se-tam
juntas aa solucionar
juntas solucionar qualquer
qualquer problema
problema que que eu eu tivesse
tivesse de de enfrentar.
enfrentar,
o que
o que seria especialmente agradável
seria especialmente agradável para para resolver preocupações cc
resolver preocupações
tomar decisões.
tomar decisões.
E uma
Ê idéia total
uma idéia total ee claramente
claramente sem sem péspés nem cabeça.
nem cabeça. Sabemos
Sabemos
que no
que plano de
no plano Deus só
de Deus só há
há umauma natureza
natureza humana
humana (corpo (corpo ee alm alma)a)
para cada pessoa humana (minha identidade consciente. que me se­
para cada pessoa humana (minha identidade consciente, que me se-
para de
para de qualquer
qualquer outra outra pessoa).
pessoa). Mas M as estaesta fantasia
fantasia talvez talvez nos nos ajude
ajude
aa entender
entender um um pouquinho
pouquinho melhormelhor aa personalidade
personalidade de de Jesus.
Jesus. A A umão
união
hipostática, aa união
hipostática, união de de uma
uma natureza
natureza humana
humana ee uma natureza divina
uma natureza divina
numa Pessoa
numa Pessoa -— Jesus Cristo
— Jesus Cristo — — éé um mistério de
um mistério de fé,fé. oo que
que significa
significa
que
que não não podemos compreendê-lo cabalmente.
podemos compreendê-lo cabalmente. Isto
Isto não não quer
quer dizer,
dizer,
porém. que
porém, que nãonão sejamos
sejam os capazes
capazes de de compreender
compreender um um pouco.
pouco.
Comoo segunda
Com segunda PessoaPessoa da da Santissima Trindade, Deus
Santíssima Trindade, Filho. Jesu
Deus Filho. Jesuss
existiu desde
existiu desde toda toda aa eternidade.
ciernidade. E por
E por toda
toda aà eternidade
eternidade éé gerado gerado
na mente
na mente do do Pai.
Pai. Depois.
Depois, numnum pontoponto determinado
determinado do do tempo,
tempo. Deus Deus
Filho uniu-se,
Filho uniu-se. no no seio
seio da Virgem Maria,
da Virgem M aria, não não só só aa um um corpo
corpo como como
o nosso, mas à um corpo e a uma alma. a uma natureza humana
o nosso, mas a um corpo e a uma alma, a uma natureza humana
completa. O
completa. O resultado
resultado éé uma uma só só Pessoa,
Pessoa, que atua sempre
que atua sempre em em harmharmo-o­
ma,
nia, sempre unida. sempre
sempre unida, sempre comocomo uma uma só só identidade.
identidade.
OO Filho
Filho dc de Deus
Deus nãonão levava simplesmente uma
levava simplesmente natureza hum
uma natureza huma-a­
na. como
na, como um um operário
operário levaleva seu
seu carrinho
carrinho de de mão.
mão. O O Filho
Filho de de Deus.
Deus.
em
em ee com com aa sua natureza humana,
sua natureza humana, tinha tinha tc (e tem)
tem) uma uma persiulalidade
personalidade
tão indivisa
tão indivisa ee singular
singular como
como aa teríamos
teriamos nós nés em cm cvc com com as as duas
duas na­ na-
turezas humanas que
turezas humanas que emem nossa fantasia haviamos
nossa fantasia havíamos imaginado.
imaginado.
Jesus mostrou claramente
Jesus mtístroLi claramente aa sua sua dualidade
dualidade de de naturezas
naturezas ao ao fazer,
fazer,
por
por um lado. aquilo
um lado. aquilo queque só só Deus poderia fazer,
Deus poderia fazer. como como ressuscitar
ressuscitar
mortos pelo
mortos pelo seuseu próprio
próprio poder.
poder. Por
Por outro.
outro, realizou
realizou as ações mais
as ações mais
vulgares dos
vulgares dos homens.
homens, como comer, beber
como comer, beber ee dormir.dormir. E éé bom
F.
QUEM É MARIA?
QUEM Ê MARIA? 65
«5

levar em conta
levar em coiita que Jesus não
tjue Jesus não aparentava simplesmente comer,
aparentava simplesmente comer, beber,
beber,
dormir cc sofrer.
dormir sofrer. Quando eomia,
Quando comia, era era porque
porque realmente
realmente tinha tinha fome;
fome:
quando dormia,
quando dormia, era porqueera porque realmente
realmente estava
estava fatigado;
fatigado; quando
quando sofria,
sofria,
sentia
sentia realmente
realmente dor. dor.
Com
Com igualigual clareza
clareza Jesus mostrou aa unidade
Jesu s mostrou unidade da da sua
sua personali-
personali­
dade.
dade. Em todas
Em todas as as suas ações havia
suas açòes havia umauma completa
completa unidadeunidade de de
Pessoa.
Pessoa. Por
Por exemplo,
exemplo, não nuo disse ao filho
dis.se ao filho da da viúva:
viúva: ““AA parte
parte dede
Mim que
Mim que éé divina
divina te te diz:
diz: “Levanta-t
“ Levanta-te!”e” Jesus manda
Jesus manda simplesmen
simplesmente: te:
“Eu
“ Eu te digo: “Levanta-te
te digo: “ l.cvanta-tc!”!” Naa Cruz,
N Cruz, jesus não disse;
Jesus não disse: “Minha
“ M inha na­na-
tureza
tureza humana
humana tem tem sede”,
sede” , mas exclamou:
m as exclamou: “Tenho sede”
“ Tenho sede”
Pode
Pode ser ser que
que nadanada do que estamos
do que estamos dizendo
dizendo nos ajude muito
nos ajude muito aa
compreender as
compreender as duas
duas naturezas
naturezas de de Cristo.
Cristo. No No melhor
melhor dos dos casos,
casos,
será sempre um mistério.
será sempre um mistério. Mas pelo menos recordar-nos-á, ao diri-
M as pelo menos recordar-nos-á, ao diri-
girmo-nos
girmo-nos aa Maria Maria com com seu glorioso título
seu glorioso título de de “Mãe
“ Mãe de de Deus”,
Deus” , queque
não
não estamos utilizando uma
estamos utilizando uma imagem
imagem poética.
poética.

Àss vezes,
Á vezes, nossosnossos amigos acatólicos se
amigos aeatólicos escandalizam daquilo
se escandalizam daquilo que que
chamam a “excessiva” glorificação de Maria. Não têm inconveniente
chamam a “ excessiva” glorificação de M aria. Não têm inconveniente
algum
algum em em chamar
chamar aa M Maria
aria M Mãeãe de de Cristo;
Cristo; mas m as prefiririam morrer
prefiririam morrer
aa chamá-la
chamá-la Mãe Mãe de de Deus.
Deus. JF, não
E, obstante, aa não
não obstante, não ser que nos
ser que nos
disponhamos
disponhamos aa negar negar aa divindade
divindade de Cristo (e
de Cristo (e neste
neste casocaso deixaríamos
deixaríamos
de ser
de cristãos), não
ser cristãos), não existem
existem razõesrazões para para distinguir
distinguir entreentre ““Mãe
M ãe de de
Cristo”
Cristo” ee “Mãe “ Mãe de dc Deus”
Deus”
Uma
U m a mãemãe não não éé só só m mãeãe dodo corpo
corpo físico
físico de seu filho;
de seu filho; éé m mãeãe dada
pessoa
pessoa inteira
inteira que que traz
traz em em seu seu seio.
seio, A Pessoa
A completa concebida
Pessoa completa concebida
por
por Maria
M aria éé JesusJesus Cristo, verdadeiro Deus
Cristo, verdadeiro Deus ee verdadeiro
verdadeiro homem. homem. AA
Criança
Criança que que há há vinte séculos nasceu
vinte séculos nasceu no no estábulo
estábulo de de Belém
Belém tinha,
tinha, de de
certo modo,
certo modo, Deus Deus como
como Pai duas vezes:
Pai duas vezes: aa segunda
segunda Pessoa Pessoa da San-
da San-
tisima Trindade tem Deus como Pai por toda a eternidade;
lísima Trindade tem Deus como Pai por toda a eternidade; Jesuss
Jesu
Cristo teve
Cristo teve DeusDeus comocomo Pai Pai também
também quando, quando, na Anunciação. oo Espi-
na Anunciação, E sp í­
rito Santo engendrou
rito Santo engendrou uma Criança no
uma Criança no seio
seio de de Maria.
M aria.
Qualquer pessoa que tenha um amigo que goste
Qualquer pessoa que tenha um amigo que goste dede cachorros
cachorros
sabe
sabe aa verdade
verdade que que háhá no no ditado
ditado inglês:inglês: ““Se Se meme amas,
amas, am amaa oo meumeu
cão”, , oo que
cão” que poderá
poderá parecer
parecer tolo tolo àà nossa nossa mentalidade.
mentalidade. Mas
M as estou
estou
certo de
certo que qualquer
de que qualquer homem homem ou cu mulher
mulher subscreveria
subscreveria esta esta outra
outra afir-
afir­
mação:
mação; “Se me amas, ama minha mãe”
“ Se nic amas, am a minha mãe”
Como
Com o pode,pode. então,
então. alguém
alguém afirmar
afirm ar que que amaama Jesus
Jesus Cristo verda-
Cristo verda­
deiramente, se
deiramente. am a também
não ama
se não também sua sua M Mãe?ãe? Os Os que objetam que aa
que objetam que
honra dada
honra dada aa Maria subtrai aa que
M aria subtrai devida aa Deus:
que éé devida Deus; os os que dizem
que dizem
que os
que católicos ““adicionam”
os católicos adicionam” uma uma segunda mediação “ao
segunda mediação único M
“ ao único Me-e­
entre Deus
diador entre
diador homem, Jesus
Deus cc oo homem. Cristo, Deus
Jesus Cristo, encarnado”, , m os­
Deus encarnado” mos-
tram que
tram que compreenderam
compreenderam muito muito pouco pouco da da verdadeira humanidade de
verdadeira humanidade de
Jesus Cristo.
Jesus Cristo. Porque Porque JesusJesus ama am a aà VirgemVirgem Maria Maria não com oo mero
não com mero
amor imparcial que
amor imparcial que Deus
Deus tem tem por por todas
Iodas as as almas,
almas, não não com com é amor o amor
66 A ENCARNAÇÃO

especiat que
especial que Fle tem por
Ele tem por todas
todas asas almas
almas santas:
sanlas; Jesus ama Maria
Jesus ama Maria
com amor humano
com oo amor perfeito que
humano perfeito que so só oo Homem Perfeito pode
Homem Perfeito ter
pode ter
por uma
por uma NúcMãe perfeita.
perfeita. Quem
Quem menospreza Maria não
menospreza Maria presta um
não presta um
serviço Jesus. Muito
serviço àa Jesus. Muito ao contrário. quem
ao contráritu cebaixa aa honra
quem rebai.xa honra dede Maria,
Maria,
reduzindo-a ao
rcduziudo-a ao nível de “uma
nível de “ uma boa mulher” rebaixa
boa mulher” rebaixa àa honra
honra dede Deus
Deus
numa de
numa de suas
suas mais nobres obras
mais nobres obras de misericórdia.
amor ee misericórdia.
de amor

QUEM
Q U E M EÉ JJESUS CRISTO?
ESUS C RISTO?

OO maior
m aior dom dom da da nossa
nossa vidavida éé aa fé fé cristã.
cristã. A A nossa
nossa vidavida inteira
inteira
ee aa própria
própria cultura
cultura de de todo o mundo ocidental estão bascadas na
todo o mundo (xãdental estão baseadas na
firme convicção dc
fjrme eojivicção de que
que Jesus Cristo viveu
Jesus Cristo viveu ee morreu.
morreu. OO normal normal seriaseria
que procurássem
que procurássemos os empenhar-nos
empenhar-nos em em conhecer
conhecer oo mais mais possível
possível sobre
sobre
aa vida
vida dAquele
dAquele que que influiu tanto em nossas pessoas como no mundo.
influiu tanto em nossas pessoas eomo no mundo.
E, não
E, não obstante,
obstante, há há católicos
católicos que que leram extensas biografias
leram extensas biografias de de
qualquer personagem
qualquer personagem mais mais ou menos famoso,
ou menos fam oso, niasmas nunca
nunca abriram
abriram un um
livro sobre aa vida
livro sobre vida de de Jesus Cristo.
Jesus Cristo. Sabendo aa importância
Sabendo importância que que EleEle
tem para
tem para nós,nós, dá pena que
dá pena que oo nosso conhecimento de
nosso conhecimento dc Jesus
Jesus se se limite.
limite,
em muitos
em muitos casos,
casos, aos aos fragmentos
fragmentos de de Evangelho
Evangelho que que se se ouvem
ouvem aos aos
domingos
domingos na na M Missa.
issa.
Pelo menos, teríamos
Pelo menos, teríamos que que ter
ter lido
lido aa história
história completa
completa de de Jesus,
Jesus.
tal como aa contam
tal como contam Mateus,
Mateus, Marcos, M arcos, LucasLucas ee João,
João, no Novo lTesta-
no Novo ’csta-
mento.
mento. EE quando quando oo tivermos
tivermos feito,feito, aa narração
narração dos Evangelhos ad
dos Evangelhos ad- ­
quirirá maior relevo se a completarmos com um bom livro sobre
quirirá m aior relevo se a completarmos com um bom livro sobre
aa biografia
biografia de Jesus.
de Jesus. Há muitos nas
H á muitos nas livrarias
livrarias cc bibliotecas públicas.
bibliotecas públicas.
Nestes
Nestes livros,
livros, os os autores
autores apóiam-se
apóiam-se em em seu seu douto
douto conhecimento
conhecimento da da
época
época ee costumes
costumes em em que viveu Jesus,
que viveu Jesus, para para dardar corpc)
corpo àh concisa
concisa
narração evangélica (*). Para o nosso propósito, bastará aqui uma
narração evangélica ( * ) . Para o nosso propósito, bastará aqui uma
breve
breve exposição
exposição de de alguns
alguns pontos pontos maismais destacados
destacados da vida terrena
da vida terrena
de Jesus Cristo,
de Jesus Cristo, Filho
Filho de de Deus
Deus ee Filho
Filho do do homem.
homem.
Após
A pós 0 o nascimento
nascimento de de Jesus
Jesus na na gruta
gruta de de Belém,
Belém, o o primeiro
primeiro
Natal, o acontecimento seguinte é a vinda dos Magos do Oriente,
Natal, o acontecimento seguinte é a vinda dos M agos do Oriente,
guiados por
guiados por uma estrela, para
uma estrela, para adorar
adorar oo Rei recém-nascido.
Rei recém-nascido. Foi
Foi um um
acontecimento
acontecimento de grande significado
de grande significado para para nósnós que
que nãonão somos
somos judeus.
judeus.
Foi
Foi o o meio
meio que que Deus
Deus utilizou
utilizou parapara mostrar,
mostrar, pública
pública cc claramente.
claramente,
que o
que o M essias, oo Prometido,
Messias, Prometido, não vinha salvar
não vinha salvar somente
somente os os judeus.
judeus.
Segundo
Segundo aa crença crença geral
geral entre entre estes.
estes, oo M Messias
essias que
que deveria
deveria vir per-
vir per­
tenceria exclusivamente aos
tenceria exclusivamente aos filhos
filhos de Israel ee levaria
de Israel levaria aa suasua nação
nação àà

— + — — — ums

((º)
*) Entre
Entre as
as muitas biografias de
muitas biografias de Jesus,
Jesus, pode-se
pode-se ver
ver desde
desde aa clássica Vida
clássica Vidn
de Jesus Cristo,
de Jesus Cristo, de Frei Luis
de Frei Luís de Granada, até
de Granada, até às atuais Vida
às atuais Vida de
de Cristo,
Cristo,
de P. de Urbel (Edições Quadrante, São Paulo). e Jesus
de P. de Urbel (Edições Quadrante, São Paulo), e Jesus Cristo, de
Cristo, de
Karl Adam (N.
Karl Adam (N , T .).
T,).
QUEM E JESUS CRISTO? (17

grandeza
grandeza ee àà glória.
glória. M as, com
Mas, coni aa sua
sua chaniacla
chamada aos aos M agos para
Magos ijuc
para «que
acorressem a Belém, Deus manifestou que Jesus vinha salvar tanto
acorressem a Bclcm, Deus manifestou que .lesus vinha salvar tanto
os gentios
os gentios ou não judeus
ou não judeus como
como oo seu seu povo
povo eleito.
eleito. Por isso,
Por isso, aa vinda
vinda
dos M
dos Magos
agos se se conhece
conhece pelopelo nome
nome gregogrego dc de "Epifania*'
“Epifania” que que significa
significa
““manifestação”
m anifestação” | Por Por isso
1sso também,
lambem, este este acontecimento
aconiecimcnio tem tem tanta im- ­
tanta im
portância para
portância para vocêvocê cc para mim.
para mim. Ainda
Ainda que que aa festa
festa da da Epifania
Epifania
não seja dia
não seja santo de
dia santo guarda em
de guarda em alguns
alguns países,
países. por por dispensa
dispensa da lei
da lei
geral, a Igreja concede-lhe a mesma e inclusive maior dignidade que
geral, a Igreja concede-lhe a mesma e inclusive maior dignidade que
àà festa
festa do do Natal,
Natal.
Depois
Depois da da visita
visita dos
dos M Magos
agos ee consequente
conseqüente fuga fuga da Sagrada F
da Sagrada Fa-a ­
milia ao Egito para escapar do plano de morte de Herodes. e após
mília ao Egito para escapar do plano de morte de Herodes, e após
seu retorno
seu retorno aa Nazaré,
Nazaré, aa ocasião
ocasião seguinte
seguinte em cm que que vemos
vemos Jesus
Jesus éc
acompanhando Maria
acompanhando Maria ee Jo José
sé aa Jerusalém
Jerusalém para para celebrar
celebrar aa grande
grande
festa judaica da
festa judaica Páscoa.
da Páscoa. A história
A história de de Jesus
Jesus perdido
perdido ee achado
achado
no
no Templo,
Templo, três dias mais
três dias tarde, nos
mais tarde. nos éé bem bem conhecida.
conhecida. Depois,
Depois,
o evangelista
o evangelista São Lucas deixa
São Lucas deixa cair
cair umum véuvéu de de silêncio sobre aa ado-
silêncio sobre ad o­
lescência ee juventude
lescência juventude de Jesus, que
dc Jesus, que resume
resume numanuma curta frase: ““Jesus
curta frase: Jesus
crescia
crescia em sabedoria ece idade
cm sabedoria idade diante
diante de de Deus
Deus ecv diante
diante dos ho-
dos ho­
mens” (2,52).
mens” (2,52).

Esta frase, ““Jesus


Esta frase, Jesus crescia em sabcdtiria”
crescia em sabedoria”, , levanta
levanta uma
uma questão
questão
que vale aa pena
que vale considerarmos por
pena considerarmos por um momento: saber
um momento: saber sese Jesus,
Jesus, aoao
crescer,
crescer, tevc que aprender
teve que aprender as as coisas
coisas como
como as as demais
demais crianças.
crianças. Para Para
responder aa este
responder ponto, recordemos
este ponto, recordemos que que Jesus
Jesus tinha
tinha duas
duas naturezas,
naturezas,
aa humana
humana ee aa divina. divina. Por Por isso,
isso, tinha
tinha dois
dois tipos
tipos de de conhecimento:
conhecimento:
oo infinito, isto é, o conhecimento de tudo, que evidentemente Jesus,
infinito, isto é, o conhecimento de tudo, que evidentemente Jesus,
como Deus,
como possuía desde
Deus, possuía desde oo princípio
princípio da da suasua existência
existência no no seio
seio
de Maria:
de M aria; e, como homem,
e, como homem, oo conhecimento
conhecimento humano. humano. Por Por sua
sua vez,
vez,
este
este conhecimento
conhecimento humano humano de de Jesus
Jesus eraera de três espécies.
de três espécies.
Jesus, em primeiro lugar, possuia o conhecimento beatífico
Jesus, em primeiro lugar, possuía o conhecimento beatífico des-
des­
de oo momento
de momento da sua concepção,
da sua concepção, consequência
conseqüência da da união
união de de sua
sua
natureza humana
natureza humana com com umauma natureza
natureza divina.
divina. Este Este conhecimento
conhecimento éé
similar ao
similar ao queque você
você ee eu eu teremos
teremos quandoquando virmos
virmos aa Deus Detis nono céu.
céu.
Depois,
Depois, JesusJesu s possuia
possuía também
também aa ciência ciência infusa,
infusa, um conhecimento
um conhecimento
completo das
completo coisas criadas
das coisas criadas — — como
como oo que que Deus
Deus concedeu
concedeu aos aos anjos
anjos
ee aa Adão
A dão —, — , conferido
conferido diretamente
diretamente por por Deus,
Deus, ee que que nãonão se
se tem
tem dede
adquirir
adquirir por por raciocínios
raciocínios laboriosos,
laboriosos, partindo
partindo dos dos dados
dados colhidos
colhidos pelos
pelos
sentidos. Além
sentidos. Além disso,
disso, Jesus
Jesu s possuía
possuía oo conhecimento
conhecimento experimental
experimental ——
oo conhecimento
conhecimento pela pela experiência
experiência -—, — , que
que iaia adquirindo
adquirindo àà medida medida que que
crescia e se desenvolvia.
crescia e sc desenvolvia.
Graças
G raças aa seus seus m mapas
apas ee instrumentos,
instrumentos, um navegante sabe
um navegante sahe queque
encontrará determinada
encontrará determinada ilha num ponto
ilha num ponto do do oceano.
oceano. Mas, M as, ao encon-
ao encon­
trá-la, acrescentou
trá-la, acrescentou oo conhecimento experimental ao
conhecimento experimental ao seu
seu prévio
prévio co-co­
nhecimento teórico.
nhecimento teórico. De modo
De modo semelhante.
semelhante. Jesus sabia desde
Jesus sabia desde o
65 A ENCARNAÇÃO

começo
começo como serta, por
como seria, por exemplo,
exemplo, o o andar.
andar. Mas
M as só só adquiriu
adquiriu oo co- co-
nhecimento
nhceimcnlo experimental
experimental quando quando suas suas pernas ficaram suficientemente
pernas ficaram suficientemente
fortes
fones parapara sustenul-lo.
sustentá-to. E assim,
E assim, quando
quando oo MeninoMenino tinha tinha doze
doze anos.
anos,
São Luças no-lo
São Lucas no-lo deixa
deixa oculto
oculto em em Nazaré
N azaré dezoito
dezoito anos mais.
anos mais.
Poderá ocorrer-nos perguntar
Poderá ocorrer-ims perguntar por que .fcsus
por que Jesus Cristo
Cristo ““desperdiçou”
desperdiçou”
tantos anos
tantos anos de sua vida
dc sua vida na na humilde obscuridade de
humilde obscuridade de Nazaré.
Nazaré. Dos
Dos
doze
doze aos aos trinta anos. o
trinta anos, o Evangelho
Evangelho não não nos nos dizdiz absolutamente
absolutamente nada nada
de Jesus, exceto
de Jesus, exceto que que ““crescia
crescia em em sabcdm
sabedoria, idade ee graça
ia, idade diante dc
graça diante de
Deus
Deus ee diantediaute dos dos homens.
homens.
Depois. ao
iX’pois. ao considerá-lo
considcrá-lo mais devagar. vemos
mais devagar, vemos que que Jesus,
Jesus, com com
seus
seus anosanos ocultos
ocultos cm em Nazare,
Nazaré, está ensinando uma
cslú ensinando uma das das lições
lições maismais
importantes de
importantes que oo homem
de que liomcrn pode pode necessitar. Deixando transcorrer
necessitar. Deixando transcorrer
tranquilamente
tranquilamente ano ano após após ano, ano, oo que que Ele Ele fezfez foifoi ensinar-nos
ensinar-nos que que
diante
diante dc de Deus
Deus não não existe
existe pessoa pessoa alguma
alguma sem sem importância
importância nem nem tra- tra­
balho algum que scja trivial.
balho algum que seja trivial.
Deus
Deus não não nos nos medemede pela pela importância
iniporlãneia do do nosso
nosso trabalho.
trabalho, mas mas
pela
pela fidelidade
fidelidade com com que procuramos cumprir
que procuramos cumprir oo que que pôs pôs emem nossas
nossas
mãos. pela
mãos. sinceridade com
pela sinceridade com que que nos nos dedicamos
dedicamos aa fazer fazer nossa
nossa aa sua sua
vontade.
vontade.
Hfetivamente, os
Efetivamente, os silenciosos
silenciosos anos anos que que Jesus passo cm
Jesus passou Nazaré
em Nazaré
são tão
são tão redentores
redentores como como os os três
(rês de de vida ativa com
vicia ativa com que conclutu oO
c|uc concluiu
seu ministério.
seu ministério. Quando
Quando pregava pregava pregos pregos na oficina de
na oficina de Jcisé,
José. Jesus
Jesus
nos
nos redimia
redimia tão tão realmente
realmente como como no no Calvário.
Calvário. c(uando
quando outrosoutros lhe lhe atra-
atra­
vessavam
vessavam as as m mãos
ãos comcom eles.eles.
“Redimir”
“ Redim ir” sigmfica recuperar algo
significa recuperar aleo perdido,
perdido. vendido
vendido ou ou ofere­
ofere-
cido.
cido. Pelo pecado, o homem tinha perdido — jogou fora — seu
Pelo pecado, o homem linha perdido — jogou fm a — seu
direito de
direito de herança
herança àà união uniãci eternacterna com com Peus.Deus, àá felicidade
felicidade perene
perene no no
céu.
céu. O O Filho
Filho de de Deus
Deus feito feito honicni
homem assumiuassumiu aa tarefa tarefa de de recuperar
recuperar
esse direito para
esse direito nós.
para nc)S. Por isso
Por isso oo chamamos
chamamos Redentor,Redentor. e,c, àà tarefa tarefa
que realizou, redenção.
que realizou, redenção.
E do
E mesmo modo
do mesmo modo que que aa traição
traição do do nomem
homem aa si si mesmo
mesmo se sc
realiza
realiza pela pela negativa
negativa em em dar dar seu seu amor
amor aa Deus (negativa expressada
Deus (negativa expre.ssada
no ato de desobediência que é o pecado), assim a tarcfa redentora
no ato de desobediência que é o pecado), assim a tarefa redentora
de
de Cristo assumiu aà forma
Cristo assumiu forma dc dec umum ato ato de de amor
amor infinitamente
infinitamentç per­ per-
feito,
feito, expresso
expresso no no atoato dede obediência
obediência infinitamente
infinitamente perfeitaperfeita que que abran-
abran­
gcu toda a sua vida na terra.
geu toda a sua vida na terra. A morte de Cristo na Cruz foi
A morte de Cristo na Cruz foi aa
culminância
culminância do do seu
seu atoato dc de obediência;
obediência: m masas oo que precedeu oo Calvário
que precedeu Calvário
ee oo que
que aa ele ele sese seguiu
seguiu éé tambémtambém parte parte do do seu Sacrifício.
seu Sacrifício.

Tudo
Tudo o o que
que Deus
Deus faz
faz tem
tem valor infinito, Per
valor infinito. Por ser Deus. o
ser Deus. o menor
menor
dos
dos sofrimentos
sofrimentos de de Cristo
Cristo era
era suficiente
suficiente para
para pagar
pagar oo repúdio
repúdio de de
Deus
Deus pelos
pelos homens.
homens. OO mais
mais leve
leve calafro
calafrio que
que oo Menino
Menino Jesu
Jesuss so-
so-
fresse na
fre.s.sc gruta de
na gruta Belém bastaria
de Belém bastaria para
para reparar
reparar todos
todos os
os pecados que
pecados que
os homens pudessem
os homens pudessem empilhar
empilhar no no outro
outro prato
prato da
da balança.
QUEM E JESUS CRISTO? 69

Mas.
M as, nono plano
plano dede Deus.
Deus. isso
isso não era oo bastante.
não era bastante. OO Filho Filho de
dc
Deus realizaria
Deus realizaria seu
seu atoato dede obediência
obediê-iieia infinitamente
infinitamente perfeita
perfeita até
até o o
ponto de
poiilo de ••aniciüilai-s^
“aniquilar-so totalmente ate
loialmeide. ale oo ponto
ponto dc de morrer
morrer no no Cal-
Cal-
\ário
vário ouou Gólgota.
Gólsota. queque significa "L.ugar da
sigmufica “Lugar da Caveira”
Caveira” O Calvário
O Calváric
foi o ápice, a culminância do ato redentor.
foi o ápice, a culminância do ato redentor. Tanto Nazaré como
Tanto Nazaré como
Belém fazem
Belém fizem parte
parte dodo cammho
caminho que que aa ele
ele conduz.
conduz. Pelo fato
Pelo fato dede aa
paixão ee aa nu>rte
paixão morte dede Cristo terem superado
Cristo terem superado tantotanto oo preço realmente
preço realmente
necessário para
neees.sário para satisfazer pelo pecado,
satisfazer pelo pecado. Deus
Deus nos nos tornou patente de
tornou patente de
um modo inesquecivel as duas lições paralelas da infinita maldade
um modo inesqueeivel as duas lições paralelas da infinita maldade
do
do pecado
pecado ee do do infinito
infinito amor
amor queque Ele nos tem.
HIe nos tem,

Quando Jesus
Quando tinha trinta
Jesus tinha trinta anos
anos dede idade,
idade, empreendeu
empreendeu aa fase fase dada
sua tarefa que conhecemos comumente por vida pública.
sua tarefa que conhecemos eoniumente por vida pública. Teve co-
Teve co­
meço
meço com com o o primeiro
primeiro milagremilagre público
público nas nas bodas
bodas de Caná, cc desen-
de Caná, desen-
volvcu-se nos
volveu-se nos três três anos
anos seguintes. Durante esses
seguintes. Durante esses anos,
anos, Jesus Jesu s viajou
viajou
de norte a sul e de leste a oeste pelo território palestino, pregando
dc norte a sul e de leste a oeslc pelo território palestino, pregando
ao
ao povo.
povo, ensinando
ensinando asas verdades verdades que que todos
todos deviam
deviam conhecerconhecer ee as as
virtudes
virtudes que que deviam
deviam praticar
praticar se quisessem beneficiar-se
se quisessem beneficiar-se da da suasua re-re­
denção,
denção.
Ainda
Ainda que que os os sofrimentos
sofrimentos de de Cristo bastem para
Cristo bastem para pagarpagar por por to-
to­
dos
dos os os pecados
pecados de de todos
todos os os homens,
homens, isto isto nãonão quer dizer que
quer dizer que cadacada um um
de
de nósnós fique
fique automaticamente
automaticamente hberado liberado do do pecado.
pecado. Ainda Ainda éé necessário
necessário
que
que cadacada qual,qual, individualmente,
individualmente. aplique aplique aa si si osos méritos
méritos do do sacrifício
sacrifício
redentor
redentor de de Cristo,
Cristo, ou, ou, nono caso
caso dasdas crianças,
crianças, que outro lhos
que outro aplique
lhos aplique
pelo Batismo.
peto Bali.smo.
Fnquanto viajava
Fnquanto vtajava ee pregava.
pregava. Jesus Jesus operou
operou inúmeros
inúmeros milagres, milagres,
não só
não só nu)vido
movido por por sua infinita compaixão,
sua infinita compaixão, mas também (e
mas também (e princi-
princi­
palmente) para
palmente) para provar
provar seu seu direito
direito de de falar
falar taltal eomo
como oo fazia. fazia. Pedir
Pedir
aa .seus
seus ouvintes
ouvintes que que cressem
cressern nEle nEle eomo
como FilhoFilho de de Deus
Deus ecraera pedirpedir muito.
muito.
Por isso. ao
Por isso. ao fazer
fazer queque oo vissem
vissem limpar
limpar os os leprosos,
leprosos, devolver
devolver aa vista vista
cos
aos cegos
cegos ee ressuscitar
ressuscitar mortos.
mortos, não não lhes
lhes deixava
deixava lugar lugar aa dúvidas dúvidas
sinceras,
sinccra.s. ,
Alem disso,
Além disso. durante
durante esses esses três
três anos.
anos. Jesus
Jesus lheslhes lembrava
lembrava conti- conti-
ntamente que
luiamenie que oo reinoreino de Deus estava
de Deus estava próximo.
próximo. Este Este reino
reino de de Deus
Deus
na terra —
na terra — que que nós nós dein)rninamos
denominamos Igreja Igreja — — seria
seria aa preparação
preparação do do
homem para
homem para o o reino
reino eterno
eterno do do céu.
céu. AA velha velha religião
religião judaica,
judaica, esta-esta­
helecida
belecida por por Deus Deus parapara preparar
preparar aa vindavinda de de Cristo,
Cristo. ia ia terminar,
terminar. A À
velha
\clha lei ler do temor ia
do lomor ia ser
ser substituída
substituida pela pela nova
nova lei ler dodo amor.
amor.
Muito
Muito no começo da
no começo da sua
sua vida
vida pública,
pública. JesusJesus escolheu
escolheu o oss doze
doze
homens que
hvnucns iriam ser
que iriam ser osos primeiros
primeiros aa reger reger oo seu seu reino.
reino, os Os primeiros
primeiros
bispos
bispos cc sacerdotes
sacerdotes da da sua Iereja.
sua Igreja. Durante três
Durante três anos
anos instruiu
instruiu ee pre­ pre-
parou
parou seus seus doze Apóstolos para
doze Apóstolos para aa tarefa
tarefa de de queque os os iaia incumbir-
incumbir:
estabelecer sobdamente
estabelecer solidamente o o remo
reino quetiue Ele
Ele estava
estava fundando.
Carpiruro
C APiri Lo VHI
\ lll

AA REDENÇÃO
RKDKNCÃO

COMOO TERMINA?
COM í E R M JN A ?

A am
A ambição
bição dos dos ditadores
ditadores russos
russos de agora éé conquistar
de agora conquistar oo mundo,
mundo,
propósito
propósito que que começaram
começaram com com oo pé direito, segundo
pé direito, segundo pode pode atestar
atestar
uma dúzia de povos escravizados.
uma dúzia dc povos escravizados.
Haá dois
H dois núl mil anos,
anos, os os imperadores
imperadores remanosromanos conseguiram
conseguiram oo que que
OS
os russos
russos agora quereriam consegutr.
agora quereriam conseguir. De De fato,
fato, os exércitos de
os exércitos Roma a
de Rom
haviam cont|uislado
haviam conquistado éo mundo mundo inteiro,
inteiro, umum mundo
mundo muitomuito maismais redu-
redu­
zido que o que conhecemos hoje. Compreendia os países conhecidos
zido qiic o que conhecemos lioje. Compreendia os países conhecidos
do
do sul
sul da Europa. do
da Europa, do norte
norte da da Africa
África evc dodo ocidente
ocidcnlc da da Ásia.
Ásia, O
O
resto do
rcslo do globo estava ainda
globo eslava ainda por explorar.
por explorar.
Roma
R om a tinha
tinha aa mão menos pesada
mão menos pesada com com seusseus países
países satélites
satélites queque
aa RRússia
ússia de hoje coni
de hoje com os os seus. Enquanto se
seus. Enquanto portavam bem
sc portavam bem cc paga-
paga­
vam seus
vam seus impostos
impostos aa Roma, Rom a, quase quase não não eram
eram incomodados.
incomodados. Uma Uma
guarnição
guarnição dc de soldados
soldados romanos
romanos era destacada para
era destacada para cada
cada país,
país, ee nela
nela
havia um procônsul ou governador para ficar de olho nas coisas.
havia um procònsul ou governador para ficar de olho nas coisas.
Mas,
M as, fora
fora isto,
isto, permitia-se
perniitia-se às às nações
nações conservarem
conscrvarem seu próprio go­
seu próprio go-
verno local ec seguirem
verno local seguirem suas suas próprias
próprias leisleis cc costumes.
costumes.
Esta
E era aa situação
sta era situação da da Palestina
Palestina nos nos tempos
tempos de dc N Nosso
osso Senhor
Senhor
Jesus Cristo.
.lesus Cristo. Roma a era
Rom cra oo chefe
chefe supremo,
supremo, mas mas os judeus tinham
os judeus tinham seu seu
próprio
próprio rel. Herodes. ee eram
rei. Herodes. eram governados
governados pelo pelo seu próprio parlamento
seu próprio parlamento
ou conselho, chamado
ou conselho, Sinédrio.
cham ado Sinédrio. Não havia
Não havia partidos políticos como
partidos políticos como
os
os que conhecemos hoje.
que conhecemos hoje. mas
mas algoalgo muito
muito parecido
parecido àà nossa
nossa “máquina
“ máquina
política” moderna.
política” moderna. Esta
Esta máquina
máquina política
política compunha-se
compunha-se dos dos sacer-
sacer­
dotes judeus,
dotes judeus. para quem política
para quem política cc religião
religião cram
eram aa mesma
mesma coisa:
coisa: dosdos
fariseus, que
fariseus, que eramcram os os ““de sangue azul”
de sangue azul” dodo seu
seu tempo,
tempo, ee dosdos escribas,
escribas,
que eram
que cram os os homens
homens de de leis.
leis. Com Com certas exceções. aa maioria
certas exceções, maioria destes
destes
homens pertencia
homens pertencia ao ae tipo
tipo dosdos queque hoje chamamos
hoje cham am os ““políticos
políticos aprovcei-
aprovei­
tadores” | Tinham
tadores” Tinham empregos
empregos cômodoscômodos ee agradáveis,
agradáveis, enchendo
enchendo os os bol­
boi-
sos àà clista
sos custa do do povo.
povo. aa t[uem
quem oprimiam
oprimiam de mil maneiras.
de mil
=]
LOMO TERMINA

Assim
Assim andavam andavam as as coisas
coisas na na Judéia
Jiidéia ee na na Galiléia
Galiléia quandoquando Jesus Jesus
percorria
jKTCorria seus seus caminhos
caminhos ec atalhos atalhos pregando
pregando aa mensagemmensagem do dv amor
amor
de
dc Deus
Deus ao homem ec da
ao hinnein esperança do
da esperança do homem
homem em em Deus. Enquanto
Deus. Enquanto
fazia seus magros e Jalava do remo de Deus que vinha estabelecer,
fazia seus milagres c fá la \a do reino de Deus que vinha estabelecer,
muitos
nuiilos de de seus
scus ouvintes.
ouvintes, tomando
tomando as as suas palavras literalmente,
suas palavras literalmente, pen­ pen-
savam
savam em cm termos
termos de um reino
de uin político, em
reino político, em vezvez de espiritual. Aqui
de espiritual. Aguil
cc ahali falavam
falavam dc de fazer de Jesus o seu rei, um rei que subjugaria oo
fazer de Jesus o seu rei. um rei que subjugaria
Sinédrio
Sinédrio ee expulsaria
cxpulsaria os os odiados
odiados romanos.romanos.
Tudo
Tudo isto isto chegou
chegou ao ao conhecimento
conhecimento dos dos sacerdotes, escribas cc
sacerdotc.s, escribas
fariseus,
fariseus, ce csles estes homens
homens corrompidos
corrompidos começaram começaram aa temer temer que que oo povo
povo
pudesse arrebatar-lhes seus
pudesse arrebatar-lhes seus cômcômodosodos ec proveitosos
proveitosos postos.
postos. Este temor
Este temor
converteu-se
con\'cneu-se em em ódio ódio exacerbado
exacerbado quando quando Jesus Jesus condenou
condenou publica- publica­
mente
mente aa sua avareza, hipocrisia
sua avareza, hipocrista ee dureza durcza de coração.
de coração. Combinaram
Combinaram
o modo de fazer calar esse Jesus de Nazaré que lhes tirava aa tran-
o modo dc fazer calar esse Jesus de N azaré que lhes tirava tran-
gulidade.
tiuilidnde. Várias
V vezes enviaram
árias vezes enviaram sieáriossicários para para m matar Jesus, apcdre-
atar Jesus, apedre-
taudo-o ou
jaudo-o ou lançando-o
lançando-o aa un precipício.
iim precipicio. Mas,
M as, de de cadacada vez,vez, Jesu
Jesuss
(não
(não havialuuia chegadochegado ainda ainda àa sua sua hora) escapuliu-se facilmente
hora) escapuliu-se facilmente do do
cerco dos
cerco dos tiuc que pretendiam
pretendiam assassiná-lo.
assassmá-lo. Finalmente,
Finalmente, começaram
começaram aa
procurar um
procurar um traidor,
traidor, alguémalguém suficientemente
suficientemente intimo íntimo dc de Jesu
Jesuss para
para
que pudesse
que pudesse entregá-lo
enircgá-lo às às suas
suas mãos m ãos sem sem falhar,
falhar, um um homemhomem cuja cuja
leuldade pudessem
lealdade pudessem comprar. comprar,
Judas
Ju Iscariotes cra
d as Jscariolcs cra o o himicm
homem c, c, infelizmente
in.fclizmente para para cleo,cie, desta vez
desta vez
tinha chegado aa hora
linha chegado hora de de Jesus: estava aa ponto
Jesus: estava ponto de de morrer.
morrer. Sua Sua tarcia
tarefa
de revelar às verdades divinas aos homens estava concluida, ee Ele
(,1c revelar as \crdadcs di\in as aos Iiomens estava concluída, Elc
cnecrrara
encerrara aa preparação preparação de dc seus Apóstolos.
seus Apóstolos. Agora esperava
Agora esperava aa che­ che-
geada
gada de de Ju Judas prostrado em
d as prostrado eni seuseu próprio
próprio suor suor de dc sangue.
sangue. Um Um suorsuor
que
cjiie o o conhecimento
conhecinicnto divino divino da da agonia
agonia que que oo esperava
esperava lhe lhc arrançava
arrancava
do organismo físico
do oiganisino angustiado,
físico angustiado.
Porém,
Porém, m mais do que
ais do que aa presciência
prescicncia de sua Paixão,
de sua Paixão, aa angustia
angústia que que
oo fazia
fazia suar suar sangue
sanguç ecra produzida pelo
era produzida conhecimento de
pelo conhecimento de que,
que, para
para
muitos, esse sangue seria derramado em vão.
muitos, esse sangue seria derram ado cm vão. Em Getscmani, Eie
Em Gctscmani, Ele
concedeu àà sua
ccmeedeu sua natureza
natureza humana humana que que provassç
provasse ce conhecesse,
conhecesse, como como
só Deus
só Deus pode, pode, aa infinita
infinita m maldade
aldade do pecado ee todo
do pecado todo oo seu seu tremendo
írcmendo
horror.
horror.
Judas
Ju d as chega,
chega, cce os mimigos de
os inimigos Jesuss o
dc Jesu o levam
levam aa um um julgamento
Julgamento
que havia
que havia de de serser umauma paródia
pan>dia da da justiça.
justiça. A A sentença
sentença de morte já
de morte já
unha
linha sidosido acertada
acertada pelo pelo Sinédrio,
Sinédrio, mesmo mesmo antes antes de de terem
terem prestado
prestado
declarações
declarações certas certas testemunhas subornadas ee contraditórias.
leslcmunhas subornadas contraditórias. A A acusa­
acusa-
ção
ção cra era bem bem simples:
simples: Jesus Jesus sc sc proclam
proclamava Deus, cc isso
ava Deus, isso cra
cra umauma b blas-
las­
fenda.
fêmia. E dE como
como aa blasfêmia
blasfêmia cra era castigada
castigada com com aa morte,
morte, para para aa morte
morte
devia
de\ia ir. dr. Do
Do Sinédrio
Sinédrio seria conduzido aa Pôncio
seria conduzido Pôncio Pilatos,
Pilatos, oo governa­
governa-
dor romano que
dor romano devia confirmar
c|iie dc\ia confirmar aà sentença,
sentença, já já que
que nãonão sc se permitia
permitia às as
nações subjugadas
nações subjugadas ditirem ditarem uma uma sentença
sentença capital.
capital. Sô Só R Roma
om a podia
podia tirar
tirar
aa vida
\id a aà um honiem,
uin honicm.
A REDENÇÃO
o|
to

Quando Pilatos
Quando Pilatos scse negou
negou aà condenar
condenar Jesu Jesuss àà morte,
morte, os os chefes
chefes
judeus ameaçaram
judeus ameaçaram oo governador
governador de de criar-lhe
criar-lhe dificuldades,
dificuldades, denuncian-
denuncian-
do-o a Roma por incompetência.
do-o a R om a por incompetência. O pusilânime Pilatos sucumbiu àà
O p u s i l â n i m e Pilatos sucumbiu
chantagem, após alguns
chantagem, após alguns vãos
vãos esforços
esforços para
para aplacaraplacar aa sede
sede dede sangue
sangue
da
da população,
população, permitindo
permitindo que açoitassem brutalmente
que açoitassem brutalmente JesusJesus ee o o co-
co­
roassem de espinhos.
roassem de espinhos. Meditamos estes acontecimentos ao recitar os
M editamos estes acontecimentos ao recitar os
mistérios dolorosos
mistérios dolorosos do do Rosário
Rosário ouou ao fazer aa Via-Sacra.
ao fazer Via-Sacra. Também
Tam bém
meditamos então
meditamos então o o que
que ocorreu
ocorreu ao meio dia
ao meio dia seguinte, quando res-
seguinte, quando res­
soou no Calvário o golpear dos martelos e o torturado Jesus pendeu
soou no Calvário o golpear dos martelos e o torturado Jesus pendeu
da
da Cruz, durante três
Cruz, durante horas, morrendo
três horas, morrendo finalmente,
finalmente, para para que
que nós
nós pu-
pu­
déssemos
dúéssemos viver, nessa Sexta-feira
viver, nessa Sexta-feira que
que cham
chamamos am os Santa.
Santa.

Enguanto
Enquanto Jesus não morresse
Jesu s não morresse na
na Cruz,
Cruz, pagando
pagando pelos
pelos pecados
pecados
dos
dos homens,
homens, nenhuma alma podia
nenhuma alma podia entrar
entrar no céu; ninguém
no céu; ninguém podia ver
podia ver
aa Deus face aa face.
Deus face face. E, E, não
não obstante,
obstante, haviam
haviam existido,
existido, de
de certeza,
certeza,
muitos
muitos homens
homens ee mulheres
mulheres que que tinham
tinham crido em Deus
crido eni Deus ee na sua m
na sua mi-i­
sericórdia,
sericórdia, cc guardado
guardado suas suas leis.
leis. Como
Com o cestas
estas almas
alm as não
não haviam
haviam me-m e­
recido
recido o o inferno,
inferno, permaneciam
permaneciam (até (até aa Cnicifixão)
Crucifixão) num num estado
estado de de
felicidade puramente
felicidade puramente natural,
natural, sem sem visão direta de
visão direta de Deus.
Deus. Eram
Eram muito
muito
felizes,
felizes, mas
m as comcom aa felicidade
felicidade que que nósnós poderiamos alcançar na
poderíamos alcançar terra,
na terra,
se tudo
sc tudo nos
nos corresse
corresse perfeitamente
perfeitamente bem. bem.
O estado
O estado de de felicidade natural em
felicidade natural em queque essas almas aguardavam
essas almas aguardavam
aa completa
completa revelação
revelação da da glória
glória divina
divina chama-se
chama-se limbo.
limbo. AA estas
estas almas
alm as
Jesus apareceu
Jesus apareceu enquanto
enquanto seu seu corpo
corpo jazia
jazia na na sepultura, para anun-
sepultura, para anun­
ciar-lhes
ciar-lhes aa boaboa nova
nova da da sua
sua redenção;
redenção; para, poderiamos dizer,
para, poderíamos dizer, acom
acom- ­
panhá-las
panhá-las ee aprcscntá-las
apresentá-las pessoalmente
pessoalmente aa Deus Deus Pai como suas
Pai como suas primt-
primí-
cias. AA isto
cias. isto nos referimos quando
nos referimos quando rezamos
rezamos no no Credo
Credo queque Jesus
Jesus
“desceu
“ desceu àà mansão
m ansão dos dos mortos”
mortos”
Como
Com o aa morte
morte de de Jesus
Jesus foi foi real,
rçal, foi
foi aa sua
sua alma que apareceu
alma que apareceu
no limbo; seu corpo inerte, do qual à alma sc havia separado, jazia
no limbo; seu corpo inerte, do qual a alma se havia separado, jazia
no
no sepulcro.
sepulcro. Durante
Durante todo todo esteeste tempo,
tempo, no no entanto,
entanto, aa sua Pessoa
sua Pessoa
divina permanecia
divina permanecia unida unida tantotanto àà alma alma comocomo ao ao corpo, disposta aa
corpo, disposta
reuni-los
reuni-los de de novo
novo ao ao terceiro
terceiro dia.dia.

Segundo
Segundo haviahavia prometido,
prometido, Jesus
Jesus ressuscitou dentre os
ressuscitou dentre os mortos
mortos ao ao
terceiro
terceiro dia.
dia. Havia prometido também
Havia prometido também que retornaria àà vida
que retornaria vida porpor
seu próprio
seu próprio poder,
poder, ec não
não pelo
pelo dede outro.
outro. ComCom este
este milagre daria aa
milagre daria
prova
prova indiscutível
indiscutível cc concludente
concludente de de que era Deus.
que era Deus.
OO relato
relato dada Ressurreição,
Ressurreição, acontecimento
ãconlecirnenlo queque celebramos
celebramos no no D Do-o­
mingo da
mingo da Ressurreição. é-nos demasiado
Ressurreição, é-nos dem asiado conhecido
conhecido parapara termos
termos queque
repetilo aqui.
repeti-lo aqui. AA cega
cega obstinação dos chefes
obstinação dos chefes judeus imaginava der­
judeus imaginava der-
rotar
rotar i\sos planos
planos dedc Deus
Deus colocando seus guardas
colocando seus junto ao
guardas junto sepulcro.
ao sepulcro,
aa fim
fim dc de manterem
manterem oo corpo
corpo dede Jesus encerrado ee seguro.
Jesus encerrado seguro. Porém,
Porém, co­co-
unhecemos
nhecemos o o cstupt>r
estupor dos
dos guardas
guardas nessa
nessa madrugada
m adrugada ee o o rolar
rolar da
da pedra
COMO TERMINA?

-=1
o
que fechava aa entrada
que fechava entrada do sepulcro, quando
do sepulcro, quando Jesus
Jesus saiu.
saiu.
Jesus ressuscitou dentre os mortos com um corpo
.Tesiis ressuscitou dentre os mortos com um corpo glorificado.
clorificado.
idêntico ao
idêntico ao que
que será
será oo nosso
nosso depois
depois da nossa ressurreição.
da nossa ressurreição. Era um
Irra um
corpo
corpo ““esptritualizado”, livre das
espiritualizado” , livre limitações impostas
das limitações impostas pelopelo mundo
mundo fí­ fi-
sico.
sico. Era (e é) um corpo que não pode sofrer ou morrer: um
E ra (e é) um corpo que não pode sofrer ou morrer; um
corpo que
corpo irradiava aa luminosidade
que irradiava luminosidade ee aa beleza de uma
beleza cie uma alma unida
alma unida
aa Deus;
Deus; um um corpo
corpo queque aa matéria
matéria nãonão podia
podia interceptar,
interceptar, podendo
podendo
passar através de um sólido muro como se este não existisse: um
passar através de um sólido muro como se este não existisse: um
corpo que
corpo que nãonão precisava
precisava caminhar
caminhar com com passos laboriosos. mas
passos laboriosos, mas queque
podia mudar-se de
podia mudar-se de um
um lugar
lugar para
para outro com aa velocidade
outro com velocidade do do pen-
pen­
samento:
samento: um um corpo
corpo livre
livre de necessidades orgânicas
de necessidades orgânicas como comer, be-
como comer, be­
ber ou
ber ou dormir.
dormir.

Jesus, ao
Jesus, ao ressuscitar dentre os
ressuscitar dentre os mortos,
mc^rtos, nãonão subiu imediatamente
subiu imediatamente
ao
ao céu, céu, comocomo teríamos
teriamos imaginado.
imaginado. Se Se oo tivcs.se
tivesse feito,
feito, os cépticos
os céptic<is
que
que não não acreditassem
acreditassem na na sua
sua Ressurreição
Ressurreição (e que ainda
(e que ainda estãoestão entre
entre
nós) teriam sido mais difíceis de convencer. Foi cm parte por este
nós) teriam sido mais difíceis de convencer. Foi cm parte por este
motivo que
motivo que Jesus
Jesus decidil
decidiu permanecer
permanecer quarentaquarenta dias dias na na terra.
terra. DDu- u­
rante
rante esse esse tempo,
tempo, apareceu
apareceu aa Maria Madalena, aos
M aria Madalena, discípulos aa ca-
aos discípulos ca­
minho de Emaús e, várias vezes, aos seus Apóstolos.
minho de Em aús e, várias vezes, aos seus Apóstolos. Mas podemos
M as podemos
assegurar
assegurar que que houve
houve maism ais aparições
aparições de de Nosso
Nosso Senhor,
Senhor, além além das men-
das men­
cionadas
cionadas nos nos Evangelhos:
Evangelhos: aa pessoas pessoas (à (à sua
sua Santíssima
Santíssima Mãe. certa-
Mãe. certa­
mente)
mente) ee aa multidõesmultidões (São (São Paulo
Paulo menciona
menciona uma uma delas,
delas, em em queque havia
havia
mais
m ais de de quinhentas
quinhentas pessoaspessoas presentes).
presentes). NinguémNinguém jam jamais poderá per-
ais poderá per­
guntar com
guntar com sinceridade:
sinceridade; “Como “ Com o sabemos
sabemos que que ressuscitou?
ressuscitou? Quem Quem
oo viu?”
viu?”
Além de
Além de provar
provar aa sua sua ressurreição,
re.ssurreição, JesusJesus linha
tinha outraoutra finalidade
finalidade
aa cumprir
cumprir nesses quarenta dias:
nesses quarenta dias: completar
completar aa preparação
preparação ee missão m issão
de seus doze
de seus Apóstolos.
doze Apóstolos. Na Ültima
Na Última Ceia,Ceia, na noite da
na noite da Quinta-feira
Quinta-feira
Santa, tinha-os ordenado
Santa, tinha-os ordenado sacerdotes.
sacerdotes. A Agora,
gora, na na noite
noite do Domingo
do Domingo
de Páscoa, complementa-lhes o sacerdócio, dando-lhes o poder de
de Páscoa, complementa-lhes o sacerdócio, dando-lhes o poder de
perdoar os
perdoar pecados.
os pecados. Quando
Quando lhes lhes aparece
aparece em outra ocasião,
em outra ocasião, cum-cum ­
pre
pre aa prom promessaessa feita
feita aa Pedro
Pedro ee oo fazfaz cabeça
cabeça da da sua
sua Igreja. Explica-
Igreja. Explica-
lhes
-Ihes o o Espírito
Espírito Santo,
Santo, queque seráserá o o Espírito
Espírito dador
dador de de vida
vida na na suasua
Igreja.
Igreja. Instrui-os
Instrui-os confiando-lhes
confiando-lhes as as linhas
linhas gerais
gerais do do seu seu ministério.
ministério.
F, finalmente,
E, finalmente, no monte das
no monte Oliveiras, no
das Oliveiras, dia em
no dia em que que comemoramos
comemoramos
aa Quinta
Quinta-feirafeira da da Ascensão,
Ascensão, dá dá aos
aos seusseus Apóstolos
Apóstolos aa m missão
issão final
final
de ir
de ir ee pregar
pregar ao ao mundo
mundo inteiro; dá-lhes aa sua
inteiro; dá-lhes última bênção
sua última bênção cc
sobe aos
sobe aos céus.
céus.
Ahli ““está
A sentado àà direita
está sentado direita de de Deus
Deus Pai”Pai” Sendo Ele
Sendo Ele mesmo
mesmo
Deus,
Deus, éé igual igual ao ao PaiPai em tudo: como
em tudo: como homem,
homem, está está maismais perto
perto de de
Deus do
Deus do queque todos
todos os santos, por
os santos, por suasua união
união com com Deus Deus Pai, Pai, com
com
autoridade suprema
autoridade suprema como como Rei Rei de de todas
todas as as criaturas.
criaturas. À A semelhança
semelhança
dos ratos de
dos raios de luz
luz queque convergem
convergem numa numa Icntc,
lente, assim
assim toda toda aa criação
td A REDENÇÃO

converge nEle,
converge jíEle, éé clEle.
dEle, desde
desde queque assumiu
assumiu como própria n
como prcipria a nossa
nossa
natureza humana. Por
natureza humana. Por mcioracio da sua Igreja
da sua Igreja rege
rege todas
todas as as quesiões
questões
espirituais:
espirituais: ce inclusive
Inclusive cm cm matérias puramente civis
matérias puramente civis ou temporais, aa
ou temporais,
sua vontade
sua vontade cc aa sua
sua lei
lei têm
têm aà primazia.
primazia. E E seu
seu título
título de de governante
governante
supremo
supremo dos dos homens
homens está está duplamente
duplamente ganhoganho porpor tê-los
tê-los redimido
redimido ec
resgatado com
resgatado com seu precioso Sangue.
seu precioso Sangue.
Depois
Depois da da sua ascensão ao
sua ascensão Pai, aa próxima
ao Pai, próxima vez vez em cm que apare-
que apare­
cerá
cerá àà humanidade
humanidade oo seu seu Rei
Rei Ressuscitado
Ressuscitado será será nono diadia dodo fimfim dodo
mundo.
mundo. Ncio uma vez
\'cio uma vez no no desamparo
desamparo dede Belém;
Belém; no no final
final dosdos tempos
tempos
virá
virá em gloriosa majestade
em gloriosa majestade para para julgar
julgar oo mundo
mundo que que scu Pati lhe
seu Pai lhe deu
deu
ee que
que Ele
Ele mesmo
mesmo comprou
comprou por por tão grande preço.
tão grande preço. ““Virá julgar os
Virá julgar os
vivos e os mortos!”
vivos e os m ortos!”
CarituLo IX

O KSPÍKÍTO SANTO
O ESPÍRITO SANTO E
E ÀA ORAÇA
GRAÇA

A PESSOA
A P E SSO A DESCONHECIDA
D E SC O N H E C ID A

Lem
Lemosos nos Atos dos
nos Atos dos Apóstolos
A póstolos (19,2)(19,2) que que SãoSão Paulo
Paulo foi foi àà
cidade de Éfeso, na Ásia. Ali encontrou um pequeno grupo que já
cidade dc Éfeso, na Ásia. Ali encontrou um pequeno grupo que já
cria
cria nosnos ensinamentos
ensinamentos de dc Jesus.
Jesus. PauloPaulo perguntou-lhes:
perguntou-lhes: “Recebestes
“ Recebestes
oo Espirito Santo quando
Espírito Santo quando crestes?”
crestes?” | E E eles responderam:
eles responderam: ““Nem
Nem se­ se-
quer
quer sabíamos
sabíam os que que havia
havia Espírito
Espírito Santo”
Santo”
Hoje em
Hoje dia, nenhum
cm dia, nenhum de de nós
nós desconhece
desconhece o o Espírito
Espirito Santo.
Santo. Sa- Sa­
bemos que
bemos que cé umauma dasdas três Pessoas divinas
trcs Pessoas divinas que,que, com
com o o Pat
Pai ee oo Filho,
Filho,
corsutuem
constituem aa Santíssima
Santíssima Trindade.
Trindade. Sabem Sabemosos também
também que que se chama
se chama
o Paráclito (palavra grega que significa “Consolador”), o Advogado
o Paráclito (palavra grega quo sigjiifica “ Consolador” ), o Advogado
(que defende
(que defende aa causa
causa dosdos homens
homens diantediante de dc Deus),
Deus), oo Espirito
Espírito de de
Verdade,
Verdade, oo Espírito
Espírito dcde Deus
Deus ce oo Espírito
Espírito de Amor.
de Amor. Sabemosos tam
Sabem tam- ­
bém que
bém que vem
vem aa nósnós quando
quando nos nos batizamos,
batizamos, cc que que continua
continua morando
morando
em nossa
cm nossa almaalma enquanto
enquanto não não o o rejeitamos
rejeitamos pelo pelo pecado
pecado mortal.
mortal. EE
este éé oo total
este total dos conhecimentos sobre
dos conhecimentos sobre oo Espirito Santo para
Espírito Santo para muitos
muitos
católicos.
católicos.
No
No entanto.
cntamo. não não poderemos
poderemos ter ler senão
senão uma uma compreensão
compreensão super- super­
ficial
ficial do processo interior
do processo interior dada nossa
nossa santificação
santificação se se desconhecermos
desconhecermos aa
função
função do Espínto Sano
do Espírito Santo no no plano divino.
plano divino.
A existência
A vxistência do do Espírito
Espirito Santo
Santo — — e, e, evidentemente,
evidentemente, aa doutrinadoutrina
cia
cia Santisssma
Santíssima Trindade
Trindade — — eraera desconhecida
desconhecida antes antes de de Cristo
Cristo nos nos terter
revelado essa
revelado verdade.
essa verdade. Nos
Nos tempos
tempos do do Velho
Velho Testamento,
Testamento, os os judeus
judeus
estavam rodcadi>s
cslavam rodeados de de nações idólatras.
nações idólatras. Mais
M ais dede uma
uma vez trocaram
vez trocaram
oo culto
euito ao ao Deus
Deus único,
único. que
que osos havia
havia constituído
constituído em em povo eleito, pelo
povo eleito, pelo
culto
culto aos muitos deuses
aos muitos deuses de de seus
seus vizinhos.
vizinhos. Em Em consequência.
conseqüência. Deus, Deus,
por meio
por meio dc de seus
seus profetas,
profetas, inculcava-lhes insistentemente aa idéia
inculcava-lhes insistentemente idéia da da
unidade divina,
unidade divina. Não complicou
Não complicou as as coisas revelando ao
coisas revelando ao homemhomem
pré-cristão
prc-crisião que que existem
existem trcstrês Pessoas
Pessoas em Deus.
cm Deus. Havia de
Havia de ser ser Jesu
Jesuss
Cristo quem
Cristo quc7U nos comunicasse eslc
nos coinunica.sse este vishambre maravilhoso da
vislumbre maravilhoso da natureza
natureza
intima
íntima da da Divindade.
76 O ESPIRITO SANTO E A CRAÇA

EÉ oportuno
oportuno recordarrecordar aqui aqui brevemente
brevemente aa essência essência da natureza
da natureza
divina.
divina, na na medida
medida cm em queque temos capacidade para
temos capacidade para entendêé-la.
cntendê-la. Sabe- Sabe­
mos que
mos que oo conhecimento
conhecimento que Deus tem
que Deus tem de de SiSi mesmo
mesmo éc um conhe-
um conhe­
cimento infinitamente perfeito.
cimento infinitamente perfeito. Quer dizer. a “imagem” que Deus
Quer dizer, a “ imagem” que Deus
tem
tem dc de SiSt nana sua sua mente
mente divina
divina éé uma uma representação
representação perfeita perfeita de de Si Si
mesmo. Porém,
mesmo. Porém, essa representação não
cssa representação seria perfeita
não seria perfeita se se não
não fosse
fosse
uma representação viva. Viver, existir, é próprio da natureza divina.
uma representação viva. Viver, existir, é próprio da natureza divina.
Uma imagem
Uma imagem mental mental de Deus que
de Deus que nãonão vivesse,
vivesse, não não seriasena uma repre-
um a repre­
sentação
sentação perfeita.
perfeita.
A imagem viva
A imagem viva dc de Si mesmo que
Si mesmo que Deus
Deus tem tem em em sua mente, aa
sua mente,
idéia de
idéia de SiSi que Deus está
que Deus está gerando
gerando desde desde toda toda aa eternidade
eternidade em em sua sua
mente divina.
mente chama-se Deus
divina, chama-se Deus Filho.
Filho. Poderíamos
Poderíamos dizer dizer queque Deus
Deus Pai Pai
éé Deus
Deus no no aloato eterno
eterno de de ““pensar-se
pensar-se aa Si Si mesmo”
mesmo”; ; Deus Deus Filho
Filho éé o o
“pensamento”
“ pensamento” vivo vivo (e (e eterno)
eterno) que que se gera nesse
se gera nesse atoato de de pensar.
pensar. E E amam- ­
bos. o
bos, o Pensador
Pensador cc oo Pensado, Pensado. existem
existem na na mesma
mesma «e única única natureza
natureza
divina.
divina. Há
Há um um só só Deus,
Deus, mas mas em em duas
duas Pessoas.
Pessoas.
Mas não acaba aqui. Deus Pai c Deus Filho
M as não acaba aqui. Deus Pai c Deus Filho contemplam
contemplam cada cada
um
um aa am amabilidade
abilidade infinitainfinita do outro. JF E flui
do outro. assim entre
flui assim entre estas
estas duasduas
Pessoas
Pessoas um um AmorAm or divino.
divino. É E umum amoramor tão tão perfeito,
perfeito, de tão infinito
de tão infinito
ardor, que é um amor vivo, a que chamamos Espírito Santo, aa ter-
ardor, que é um amor vivo, a que cham am os Espírito Santo, ter­
cera Pessoa da
ceira Pessoa Santisssma Trindade.
da Santíssima Trindade. Como
Com o dois dois vulcões
vulcões que que tro- tro­
cam
cam entreentre si si uma
uma mesmamesma corrente
corrente dc de fogo,
fogo, oo Pai Pai ee oo FilhoFilho se cor-
se cor­
responden eternamente
respondem eternamente com com esta Chama a Viva
esta Cham Viva de de Amor.
Amor. Por Por issoisso
dizemos no Credo Niceno que o Espírito Santo procede do Pai ee
dizemos no Credo Nieeno que o Espírito Santo procede do Pai
do Filho.
do Filho.
Esta éé aa vida
Esta interior da
vida interior da Santíssima Trindade:
Santíssim a Trindade: Deus que
Deus que co­ co-
nhece. Deus
nhece, Deus conhecido
conhecido ce Deus Deus que que am amaa cc éé amado.
amado. Três divinas
Três divinas
Pessoas, cada uma disiinta das outras duas em sua relação com elas
Pes.soas, cada uma distinta das outras duas cm sua relação com elas
ece, ao
ao mesmo
mesmo tempo, tempo, possuidora
possuidora da mesma ee única
da mesma única natureza
natureza divinadivina
em absoluta
em absoluta unidade.
unidade. Possuindo por
Pos.suíndo por igual
igual aa natureza
natureza divina,divina, não não

há subordinação
subordinação de de umauma Pessoa
Pessoa aa outra.
outra. Dcus Deus Pai Pai nãonão éc mais sábio
mais sábio
que
que Deus Filho, Deus
Deus Filho, Deus FilhoFilho nãonão éé maismais poderoso
poderoso que Deus Espírito
que Deus E.spírito
Santo.
Santo.
Devemos precaver-nos
Devemos preeavcr-nos também também para para não não imaginar
imaginar aa Santíssima
Santíssima
Jrindade em termos temporais.
Irin d ad c em termos temporais. Deus Pai não “veio” em primeiro
Deus Pai não “ veio” eni primeiro
lugar. ce depois,
lugar, depois, um um pouço
pouco m mais tarde, Deus
ais tarde. Deus Filho.
Filho, ec por último Deus
por último Deus
Espirito Santo.
Espírito Sanlo. Este Este processo
processo de conhecimento ee amor
de conhecimento amor que que constitui
constitui
aa vida intima da
vida íntima Trindade existe
da Trindade existe desde
desde toda toda aa eternidade;
eternidade; não não teveteve
princípio.
princípio.
Antes de
Antes de começarmos
começarmos aa estudar estudar oo Espirito
Espírito Santo Santo em em particular.
particular,

há outro ponto que
outro ponto que conviria
vonviria ter ter presente:
presente: as as trêstrês Pessoas divinas
Pessoas divinas
não somente estão
não somente estão unidas
unidas numanuma natureza
natureza divina,divina, mas mas estão
estão unidas
unidas
cada
cada um umaa às outras. Cada
à s outras. C ada umauma estáestá em em cada
cada uma uma das das outras,
outras, numanuma
unidade inseparável, de
unidade inseparável, de certo modo igual
certo modo igual ãà das das três cores primárias
três cores
A PESSOA DESCONHECIDA =

do
do especiro.
especiro. que estão (por
que estão natureza) inseparavelmente
(por natureza) inseparavclmente unidas unidas na iia
radiação una
radiação una eÉ incolor
incolor aa que que chamamos luz. l-
cham am os luz. E possível, certamente.
possível, certamente,
fraccionar um raio de luz por meios artificiais. como um prisma,
fraceionar um raio de Itiz por meios artificiais, como um prisma, eé
fazer
fazer um arco-íris. Mas
um arco-íris. Mas se deixarmos o
se deixarmos o raio
raio taltal como
como é.é. o o vermelho
vermelho
está
está no no azu!.
azul, oo azut
azu! no no amarelo
amarelo ece o o vermelho
vermelho nos nos dois:
dois: éé um um sósó
ro
raio dede luz.
luz.
Nenhum exemplo
Nenhum exemplo pode pode ser scr adeguado
adeqtiado se sc o o aplicarm
aplicarmosos aa Deus.Deus.
Mas. por
Mas. por analogia,
analogia. poderíamos
poderiamos dizer que. assim
dizer que, assim como
como as as três
três cores
cores
do espectro estão inscparavelmente presentes cada uma nas outras, na
do espectro estão inscparavelmente presentes cada uma nas outras, na
Santisssma
Santíssima Trindade
Trindade o o Pai
Pai está
está nono Filho,
Filho, oo Filho
Filho nono Pai
Pai ee oo Espírito
Espírito
Santo em
Santo em ambos.
ambos. Onde
Onde está está um,
um, estão
estão osos trés. Para oo caso
três. Para caso de
de
alguém estar interessado em conhecer os termos teológicos. a inse-
alguém estar interessado em conhecer os termos teológicos, a inse­
parável unidade das
parável unidade das três Pessoas divinas
três Pessoas divinas chama-se
ehama-se ““circumincessão”
circumincessão”

Muitos
Muitos de de nós nós estudamos
estudamos fisiologia
fisiologia ee biologia
biologia na na escola.
escola. Como Como
resultado,
resultado, temos temos uma noção bastante
uma noção bastante boa boa dodo queque se se passa
passa em em nosso
nosso
corpo.
corpo. Mas as idéias não são tão claras quanto ao que se passa em
M as as idéias não são tão claras quanto ao cjue se passa em
nossa alma.
nossa alma. Referimo-nos com
Referimo-nos com facilidade
facilidade àà graça
graça — — atual
atual ee santi-
santi-
ficante —.
fíeante — . ãà vida vida sobrenatural,
sovrenatural, ao ao crescimento
crescimento em cm santidade,
santidade. Mas M as
como c que responderíamos se nos perguntassem O significado destes
como c que responderíamos se nos perguntassem o significado destes
termos?
termos?
Para
Para dar dar uma uma resposta
resposta adequada, teríamos que
adequada, teríamos que compreender
compreender an- an­
tes aa função
tes função que cjiie oo Espírito
Espírito Santo Santo desempenha
desempenha na na santificação
santificação de de
uma alma.
uma alma. SabemosSabemos que que o o Espirito
Espírito Santo
Santo éé oo Amor Amor infinito
imfinito que que
flui eternamente
flui cternamente entro entre o o PaiPai ee oo Filho.
Filho. ÉÉ oo Amor Amor em em pessoa,
pessoa. um um
amor vivo.
amor vivo. E tendo
E tendo sido
sido oo amoramor de Deus pelos
dc Deus pelos homens
homens oo que que oo
induziu aa fazer-nos
induziu fazer-nos participar
participar da da sua vida divina.
sua vida divina, éé natural
natural que que atri-
atri­
buamos ao
buamos ao Espírito
Espirito de de Amor
Amor — — ao ao Espírito
Espirito Santo
Santo — — as as operações
operações
da graça na
da graça na alma.
alma.
Não
N ão obstante, devemos ter
obstante, devemos ter presente
presente que que as as três
três Pessoas
Pessoas divinas
divinas
são Inseparáveis.
são inseparáveis. [Em
Em termos
termos humanos
humanos (mas (mas teologicamente
teologicamente não não
exatos).
exatos), diriamos
diríamos que. que. forafora da da natureza
natureza divina, nenhuma das
divina, nenhuma das trêstrês
Pessoas alua
Pessoas atua separadamente
separadamente ou ou sozinha.
sozinha. Dentro
Dentro dela. dela, dentro
dentro de de
Deus, cada
Deus, Pessoa tem
cada Pessoa tem aa suasua atividade própria, aa sua
atividade própria, sua pnipría
própria redação
relução
particular com
particular com as demais.
as demais. Deus Par
Deus Pai éé DeusDeus conhecendo-se
conhecendo-se aa SjSi
mesmo, ““vendo-se”
mesmo, vendo-se” aa Si Si mesmo:
mesmo; Deus Deus Filho
Filho éé aa imagem
imagem viva viva dede Deus
Deus
em Si;
em S1; ee Deus Espirito Santo
Deus Espírito Santo éé oo amor amor de Deus por
de Deus por Si Si mesmo.
mesmo.
Porém, ““fora
Porém, fora de de SiSi mesmo”
mesm o” (se (se cé possível expressar-nos tão
possível expressar-nos tão amam- ­
plamente),
plamente), Deus atua
Deus atua somente
somente na na suasua perfeita unidade:
perfeita unidade: nenhuma
ncnhunia
Pessoa divina
Pes.soa divina faz faz coisa
coisa alguma
alguma sozinha.
sozinha. OO que que uma uma Pessoa
Pessoa divina
divina
faz. as
faz, as três
três oo fazem.
fazem. Fora
Fora da da natureza
natureza divina,
divina. quemquem atua atua éé sempre
sempre
aa Santíssima
Santissima Trindade.
Trindade.
Unulizando um
Utilizando um exemplo
exemplo muito caseiro ev inadequado.
muito caseiro inadequado, diriamos diríamos
que
que o o único
único lugar lugar em em que que meumeu cérebro, coração ce pulmões
cérebro, coração pulmões atuam
18 O ESPIRITO SANTO E A GRAÇA

por
por sisi mesmos
mesmos éé dentro
dentro de
de mim;
mim: cada
cada um desenvolve ali
um desenvolve ali aa sua fun-
sua fun­
ção
ção em benefício dos
em benefício dos demais.
demais. MMas,
as, fora de mim,
fora dc mim, cérebro. coração
ccrebro, coração
ee pulmões
pulmões atuam inseparavelmente juntos.
atuam inseparavelmenle juntos. Para onde quer
Para onde quer que
que eu
eu
vá,
vá, faça
faça oo que
que fizer,
fizer, os
os três
três funcionam
funcionam em em unidade.
unidade. Nenhum
Nenhum se se
ocupa numa atividade à parte.
ocupa numa atividade à parte.
Masas muitas
M muitas vezes falamos
vezes falam os como
como sese oo fizessem.
fizessem. Dizemos
Dizemos que que
um homem
um homem tem tem ““bons pulmões” como
bons pulmões” como se se aa sua
sua vozvoz dependesse
dependesse
só deles; que
só deles; que está
está “““descoroçoado”
descoroçoado” comocomo se se oo valor
valor ee aa energia
energia fos-
fos­
sem
sem coisa exclusiva do
coisa exclusiva coração; que
do coração; que tem
tem ““boa
boa cabeça”,
cabeça” , como
como se se oo
cérebro
cérebro nela
nela contido
contido pudesse funcionar sem
pudesse funcionar sem sangue
sangue ee oxigênio.
oxigênio. Atri-
A tri­
buímos
buímos uma função aa um
uma função um órgão
órgão determinado,
determinado, quando
quando quemquem aa realiza
realiza
são todos eles
são todos eles juntos,
juntos.

Agora
Agora podemospodemos dar dar o o tremendo
tremendo salto salto que
que nos nos eleva
eleva da da nossa
nossa
baixa natureza humana
baixa natureza humana às três Pessoas
às três Pessoas vivas
vivas queque constituem
constituem aa San San- ­
tisssma
tíssima Trindade.
Trindade. Talvez Talvez compreendamos
compreendamos um um pouquinho
pouquinho melhor melhor por por
que
que aa tarefa
tarefa de de santificar
santificar asas almalmasas scsc atribui
atribui ao ao Espírito
Espirito Santo,
vSanto.
Já que Deus
J á que Deus Pai Pai éé aa origem
origem do do princípio
princípio da da atividade
atividade divinadivina
que atua na
que alua na Santíssima Trindade (a
Santíssima Trindade (a atividade
atividade de conhecer ee am
de conhecer amar),
ar),
éé considerado
considerado o começo de tudo.
o começo de tudo. Por esta razão atribuímos ao Pai
Por esta razão atribuímos ao Pai
aa criação,
criação, embora
embora de fato seja
de falo seja aa Santisssma
Santíssima Trindade
Trindade quem quem cria,cria,
tanto oo universo
tanto universo como como as almas individuais.
as almas individuais. O O que faz uma
qiic faz Pessoa
uma Pessoa
divina, fazem-no as três.
divina, fazem-no as três. Mas apropriamos ao Pai o ato da criação
M as apropriam os ao Pai o ato da criação
porque.
porque, pela pela sua sua relação
relação comcom as as outras
outras duas
duas Pessoas,
Pessoas, aa função
função dc de
criar lhe
criar lhe convem
convém melhor.melhor.
Depois, como
Depois, como Deus Deus umu uiiiu aa Si Si uma
uma natureza
natureza humana
humana — — na na
Pessoa de Jesus Cristo — por meio da segunda Pessoa, atribuíimos
Pessoa de Jesus Cristo — por meio da segunda Pes.soa, atribuímos
aa tarefa
tarefa da da redenção
redenção aa Deus Deus Filho,Filho, Sabcdoria
Sabedoria viva viva de Dcus Pai.
de Deus Pai.
O Poder
O Poder infinito
infinito (o (o Pai)
Pai) decreta
decreta aa redenção;
redenção; aa Sabedoria
Sabedoria infinita
infinita
(o Filho)
(o Filho) aa realiza.
realiza. No No entanto,
entanto, quandoquando nos nos referimos
referimos aa Deus Deus Filho
Filho
como Redentor, não perdemos de vista que Deus Pai e Deus Espírito
como Redentor, não perdemos de vista que Deus Pai c Deus Espírito
Santo cstavam
Santo estavam também inseparavelmente presentes
também inseparavelmcntc presentes em Jesus Cristo.
cm Jesus Cristo.
Falando
Falando cm em termos absolutos, foi
termos absolutos, foi aa Santíssima
Santissima Trindade
Trindade quem quem nos nos
redimiu. Mas
redimiu. apropriamosos ao
M as apropriam Filho oo ato
ao Filho ato da redenção.
da redenção.
Finalmente. como
Finalmente, como oo trabalho
trabalho de santificação das
de santificação almas éé emi­
das almas emr-
nentemente um
nentemente um trabalho
trabalho do do amoramor divino
divino (enquanto
(enquanto diferente
diferente das das
tarefas de
tarefas poder ou
de poder ou de sabedoria), atribuímos
de sabedoria), atribuímos aa obra obra da da santificação
santificação
ao Espirito
ao Espírito Santo.Santo. Afinal
Afinal de de contas.
contas. Ele Ele éé oo Amor
Amor divino
divino persomnfi-
personifi­
cado.
cado. Basicamente. quem
Basicamente, quem nos nos santifica
santifica cé Deus.
Deus. aa Santíssima
Santíssima Trin­ Trin-
dade.
dade. Mas
M as apropriamos
apropriam os aa ação ação da graça ao
da graça Espírito Santo.
ao Espírito Santo.
Nos parágrafos anteriores escrevi a palavra “apropriar” em
N os parágrafos anteriores escrevi a palavra “ apropriar” grifo,
em grifo,
porque esta
porque esta éé aa palavra
palavra exata utilizada pela
exala utilizada pela ciência teológica para
ciência teológica para
descrever aa forma
descrever form a de dividir” as
de ““dividir” atividades da
as atividades da Santíssima
Santíssima Trin­ Trin-
dade
dade entre entre as as três Pessoas divinas.
três Pessoas divinas. O O queque uma Pessoa faz, as três
uma Pessoa faz, as três
O QUE E A GRAÇA? 7

fazem.
oO fazem. E
E, , no
no entanto,
entanto, certas
certas atividades
atividades parecem
parecem m ais apropriadas
mais apropriadas
aa uma
uma Pessoa
Pessoa que que às às outras.
outras. Em Em consequência,
conseqüência, os teólogos dizem
os teólogos dizem
que Deus Pai é o Criador, por apropriação; Deus Filho, por apro-
que Deus Pai é o Criador, por apropriação; Deus Filho, por apro­
priação,
priação, oo Redentor;
Redentor; ee Deus Deus Espírito Santo, por
Espírito Santo, por apropriação,
apropriação, o o San-
San-
tificador.
lificador.
Tudo
T udo isto poderá parecer
isto poderá parecer desneçessariamente técnico ao
desnecessariamente técnico ao leitor
leitor
médio,
médio, m masas poderá
poderá ajudar-nos
ajudar-nos aa entender
entender o o que
que quer
quer dizer
dizer oo cate-
cate­
cismo quando, por
cismo quando, exemplo, afirma:
por exemplo, afirm a; ““OO Espírito
Espírito Santo habita na
Santo habita na
Igreja como fonte da sua vida e santifica as almas por meio do
Igreja como fonte da sua vida e santifica as alm as por meio do
dom
dom da da graça”.
graça” . OO Amor Am or dede Deus
Deus realiza
realiza esta atividade, mas
esta atividade, m as aa sua
sua
sabedoria
sabedoria ee o o seu
seu poder
poder também estão presentes.
também estão presentes.

OO Q
QUE
U E ÉÉ AA GRAÇA?
GRAÇA?

A palavra
A palavra “graça”
“graça” tem tem muitos
muitos significados.
significados. Pode significar
Pode significar
“encanto”, quando dizemos:
“ encanto” , quando dizemos: ““Ela
E la sese movimentava
movimentava pela pela sala sala comcom
graça”,
graça” . Pode significar ““benevolência”,
Pode significar benevolência” , se se dizemos:
dizemos: ““EÉ uma
uma graça
graça
que
que espero
espero alcançar
alcançar da da suasua bondade”
bondade”. . Pode significar ““agradeci-
Pode significar agradeci­
mento”, como na
mento” , como ação de
na ação de graças
graças das refeições. E
das refeições. E qualquer
qualquer um um de de
nós poderia
nós pensar em
poderia pensar em meiameia dúziadúzia maism ais de exemplos em
de exemplos em que que aa
palavra “graça” se usa habitualmente.
palavra “ graça” se usa habitualmente.
Naa ciência
N ciência teológica,
teológica, porém,
porém, graça graça tem tem um significado muito
um significado muito
estrito
estrito ee definido.
definido. AntesAntes de de mais
mais nada, designa um
nada, designa um dom dom de de Deus.
Deus.
Não
N ão qualquer
qualquer tipo tipo de dom, mas
de dom, m as um um queque éé muitomuito especial.
especial. AA pró­ pró-
pria vida
pria vida éé um um dom dom divino.
divino. Para começar.
Para começar, Deus Deus não não tinhatinha obri­
obri-
gação de
gação de criar
criar aa humanidade
humanidade ee muito muito menosmenos de criar-nos aa você
de criar-nos você
ee aa mim
mim comocomo indivíduos.
indivíduos. E tudo
E tudo oo que que acompanha
acom panha aa vida vida éé
também
também dom dom de de Deus.
Deus. O O poder
poder de de ver
ver ee falar,
falar, aa saúde,
saúde, os os talentos
talentos
que possamosos ter
que possam ter — cantar, desenhar
— cantar, desenhar ou ou cozinhar
cozinhar um um pratoprato — —, ,
absolutamente
absolutamente tudo tudo éé dom
dom de de Deus.
Deus. Mas
M as são são dons
dons queque chamamos
cham am os
naturais.
naturais. Fazem parte
Fazem parte dada nossa
nossa natureza humana.
natureza humana, Existem certas
Existem certas
qualidades que
qualidades que têm que acom
têm que acompanhar necessariamente um
panhar necessariamente umaa criatura
criatura
humana, tal
humana, tal como
como DeusDeus aa designou.
designou. E propriamente
E propriamente não não podem
podem
chamar-se graças.
chamar-sc graças.
Em
Em teologia,
teologia, aa palavra
palavra “graça” reserva-se para
“ graça” reserva-se para descrever
descrever os os
dons
dons aa queque oo homem
homem não não temtem direito,
direito, nem nem sequer
sequer remotamente,
remotamente,
dons aa que
dons que aa suasua natureza
natureza humana
humana não não lhe lhe dádá acesso.
acesso. A A palavra
palavra
““graça” usa-se para
graça” usa-se para nomear
nomear os dons que
os dons estão sobre
que estão sobre aa natureza
natureza
humana.
humana. Por isso
Por isso dizemos
dizemos que que aa graça graça éé um um dom dom sobrenatural
sobrenatural
de Deus.
de Deus.
Masas aa definição
M definição está
está ainda
ainda incompleta.
incompleta. H Háá dons
dons de de Deus
Deus que que
são sobrenaturais, mas,
são sobrenaturais, mas, em sentido estrito,
em sentido estrito, não não se podem chamar
se podem chamar
graças.
graças. Por Por exemplo,
exemplo, uma uma pessoa
pessoa com com câncer incurável pode
câncer incurável pode curar-se
curar-se
40 O ESPÍRTTO SANTO E A GRAÇA

niilagrosanicntc em
milagrosamente eni Lourdes.
l.iuirdos. Neste
Ncslc vaso,
caso, a a saúde
saúde desta pessoa seria
desta pessoa seria
imi dom
um doin sobrenatural,
sobrcnaiural. pois pois tinha-lhe
linha-lhe sidosido rcstituída
restituída por por meios
meios que
que
uitrapassam aa riaUircza.
v.Urapassani natureza. Mas.
Mas. se.se quisermos
quisermos falarfalar comcom precisão, esta
precisão, esta
cura não
eura não seria
seria uma
uma graça,
graça. Há Há também
também outrosoutros donsdons que,
que. sendo
sendo so-
so-
hrenaturais na sua origem, não se podem qualificar como graças,
brenniLirais na sua origem, não sc podem qualificar como graças,
Por
Por exemplo.
exemplo, aa Sagrada Escritura, aa Igreja
Sagrada Escritura, Igreja ou ou os os sacramentos
sacramentos são são
dons sobrenaturais de
dons st^brenaluruis Deus.
de Deus. Masas este
M este tipo
tipo dede dons,
dons, porpor sobrena-
sobrena­
turais que sejam,
turais que sejam. atuam
atuam fora fora de
de nós.
nós. Não seria
Não seria incorreto chamá-los
incorreto chamá-los
““graças
graças externas”
externas” A A palavra
palavra “graça”.
“ graça” , porém.
porém, quando
quando utilizada
utilizada emcm
sentido simples
sentido simples e epor
por si,
si, refere-se
refere-se àqueles
aqueles donsdons invisíveis
invisíveis queque residem
residem
ec operam
operam nu nu alma.
alma. Assim,
Assim, precisando
precisando um pouco mais
um pouco mais aa nossa defi-
nossa defi­
nição, diremos que
nição, diremos graça éé um
que graça dom sobrenatural
um dom sobrenatural ee interior
interior dedc Deus.
Deus.

Mas isto nos


M as isto nos levanta
levanta imediatamente
imediatamente outra outra questão.
questão. As Ás vezes,
vezes.
Deus
Deus dadá aa alguns
alguns cleitos
eleitos oo poder
poder de de predizer
predizer o o futuro.
futuro. É E umum domdom
sobrenatural
sobrenatural ee interior.
interior. Chamaremos
Cham arem os graça graça ao ao domdom de profecia?
de profecia?
Mais
M ais ainda,
ainda, um um sacerdote
.sacerdote tem icm o o poder
poder de mudar o
de mudar o pão
pão ece o o vinho
vinho
no corpo e no sangue de Cristo e de perdoar os pecados. São, eer-
no corpo e no sangue de Cristo e de perdoar os pecados. .São, cer-
tamente,
lameníe, donsdons sobrenaturais
sobrenaturais cc interiores.
interiores. Serão Serão graças?
graças? AA resposta
resposta
éé não
não aa ambas
am bas as as perguntas.
perguntas, EstesEstes poderes,
poderes, ainda
ainda queque sejam
sejam sobre­
sobre-
naturais
naturais ee interiores,
interiores. são são dados
dados parapara bencfício
benefício de de outros.
outros, não
não d da-a­
quelo
quele queque os o.s possuL
po.ssui. O poder
O poder que que icm tem um um sacerdote
sacerdote de de oferecer
oferecer
aa Missa não lhe
M issa não lhe foi
foi dado
dado para
para sisi mesmo,
mesmo, mas mas para
para o o Corpo
Corpo Místico
Místico
de Cristo.
de Cristo, Um sacerdote poderia
Um sacerdote poderia estarestar em em pecado
pecado mortal.
mortal, mas mas aa
sua Missa
sua seria válida
M issa seria válida ee obteria
obtcria graças
graças para para os os outros.
outros. Poderia
Poderia
estar em
estar pecado mortal,
cm ptcado mortal, mas mas as suas palavras
as suas palavras de de absolvição
absolvição perdoa-
perdoa­
ram a(''S
riam aos outros
outros os os seus pecados.
seus pecados. Isto nos leva
Isto nos leva aa aeresecnlar
acrescentar outrooutro
elemento ãà no.ssa
elemento nossa definição
definição de de graça;
graça: éé um um dom sobrenatural &c interior
dom sobrenatural interior
de Deus,
de Deus. concedido
concedido para para nossa própria salvação.
nossa própria salvação.

Uma última
Uma úlima questão:
questão; se se aa graça
graça €é um um domdom de de Deus,
Dvus, aa que que
não temos
não temos absolutamente
absolutamente nenhum
nenhum direito,
direito, por que nos
por que nos éé concedida?
concedida?
As
As primeiras criaturas (conhecidas)
primeiras criaturas (conhecidas) aa quem quem se concedeu aa graça
se concedeu graça
loram os
foram anjos ee Adão
os anjos A dão ce Eva.
Eva. Não nos surpreende
N ão nos surpreende que,que, sendo Deus
sendo Deus
aa bondade
bondade infinita.
infinita, tenha
tenha dado
dado aa suasua graça
graça aosaos anjos
anjos cc aos
aos nossos
nossos
primeiros
primeiros pais. Não aa mereceram,
pais. Não mereceram, éé certo,
certo, mas,
mas, embora
embora nãonão tivessem
tivessem
direito aa ela,
direito ela, não
não eram
eram positivamente indignos desse
positivamente indignos desse dom.
dom.
Não obstante. depois
N ão obstante, que Adão
depois que A dão ee Eva
Eva pecaram,
pecaram, eleseles (c
(e nós,
nós, seus
seus
descendentes)
de.sccndentes) não não sósó não mereciam aa graça,
não mereciam como eram
graça, como eram indignos
indignos
(ce com eles,
(o com eles. nós)
nós) dede qualquer
qualquer domdom além além dosdos naturais ordinários
naturais ordinários
próprios
pr(’ da naturçza
)prios da humana.
natureza humana. Como
Com o .se se pôde
póde satisfazer
satisfazer aa justiça
Justiça
infinita
infinita de Deus. ultrajada
de Deus, pelo pecado
ultrajada pelo pecado original,
original, para que aa sua
para que sua bon-
bon­
dade infinita pudesse atuar de novo em benefício dos homens?
dade infinita pudesse atuar de novo em benefício dos homens?
AA resposta
resposta arredondará
arredondará aa definição
definição de graça.
de gráça. Sabemos
Sabemos que que foi
O0 QUE É A
QUE f: A CRAÇA?
GRAÇA? 8181

Jesus Cristo
lesus Cristo quem.
quein. por sua vida
por sua vida ee morte,
morte, deu
deu aà satisfação
satisfação devida
devida àà
úistiça
lustiça divma
divina pelos
pelos pecados
pecados da
da humanidade. Foi Jesus
humanidade. Foi Jesus Cristo
Cristo quem
quem
nos
nos ganhou
ganhou ee mereceu
mereceu aa graça
graça que
que Adão,
Adão. com tanta precipitação,
com tanta precipitação,
havia perdido.
havia perdido. EE assim
assim completamos
completamos aa nossa
nossa definição
definição dizendo;
dizendo:
11 graça
graça éé uni
um dom
dom de Deus, sobrenatural
de Deus, sobrenatural e
e interior,
interior, que
que nos
nos éé con-
con
1cedido pelos méritos
edido pelos de Jesus
méritos dc Jesu s Cristo
Cristo para nossa salvação.
para nossa salvação.

Uma alma.
Uma alma, ao ao nascer,
nascer. cslá está às às escuras
escuras ee vazia,
vazia, sobrenaturalmente
sobrenaturalmente
morta. Não
morta. N ão existe
exisie laço laço dc de união
união entre entre aa alma alma ee Deus.
Deus. Não Não têm tem
comunicação. Sc alcançássemos o uso da razão sem o Batismoo ee
comunicação. Sc alcançássem os o uso da razão sem o Batism
morrêsscmos sem
morrêssemos sem cometer
cometer um um .só só pecado
pecado pessoal
pessoal (um (umaa hipótese
hipótese pu- pu­
ramente imaginária,
ramente imaginária, virtualmente impossível), não
virtualmente impossível), não poderiamos
poderíamos irir para para
o céu, Entraríamos num estado de felicidade natural a que. por falta
o ccu. Entraríam os num estado de felicidade natural a que, por falta
de outra
dc outra palavra
palavra melhor,
nielhor, chamamos
cham am os limbo. limbo. Mas M as nunca
nunca veriamos
veríamos
aa Deus Deus face
face aà face.
face. como
como Ele Ele éé realmente.
realmente.
E este
E este ponto
ponto mercce
merece ser ser repetido:
repetido: por por natureza,
natureza, n<)s,nós, seres
seres hu­hu-
manos, não temos direito à visão direta de Deus. que é à felicidade
manos, não temos direito à visão direta de Deus. que é a felicidade
essencial do
essencial do céu.
céu. Nem sequer
Nem sequer A Adão
dão ee Eva, antes da
Eva, antes da sua queda,
sua queda,
tinham
tinham direito
direito algum
algum àà glória.glória. De fato,
De fato, aa alma
aima humana,
humana, no estado
no estado
que poderíamos
que poderíamos chamarchamar puramente
puramente natural, natural, não tem oo poder
não tem poder de ver
dc ver
a“ Deus;
Deus; simplesmente,
simplesmente, não não tenr capacidade para uma união íntima
tem capacidade para uma união íntima
cc pcs.soal
pessoal comcom Deus,
Deu.s.
Mas
M as Deus
Deus não não deixou
deixou o o homem
homem em em seuseu estado
estado puramente
puramente na: n a­
tural, Quando criou
tural. Quando criou Adão, dotou-o de
Adão, dotou-o de tudo
tudo oo queque éé próprio
próprio de de umum
ser humano.
ser humano. Mas foi mais longe, e deu também à alma de Adão
Mas foi mais longe, e deu também à alm a dc A dão
certa qualidade ou
certa qualidade ou poder
poder que que lhe lhe permitia
permitia viverviver emem intima
íntima (ainda
(ainda
que invisível) união
ijiie invisível) uihão com com Ele Ele nesta
nesta vida.vida. Esta
E qualidade especial
sta qualidade especial
da
da alma
alma — — este poder de
este poder união ee intercomunicação
dc união intercomunicação com com Deus Deus — —
está
está acima
aeimu dosdos poderes
poderes naturais
naturais da alma, ee por
da alma, por esta
esta razão
razão chamamos
cham am os
ãà graça
graça umauma qualidade
qualidade sobrenatural
.vo/wnatural da da alma,
alma, um um dom
dom sobrenatural.
sobrenatural.
O modo
O modo que que DeusDeus teve teve de de comunicar
comunicar esta esta qualidade
qualidade ou ou poder
poder
especial à alma de Adão foi a sua própria habitação nela.
especial à alma de A dão foi a sua própria habitação nela. De
Dc
uma maneira
uma maravilhosa, que
maneira maravilhosa, que seráserá para
para nós nós um mistério até
um mistério alc oo diadia
do Juizo,
cio Juízo, Deus
Deus “fixou
“ fixou m morada”
orada” na na alm
almaa de de Adão.
Adão, E, E, assim
assim comocomo
o sol comunica luz q calor à atmosfera que o rodeia, Deus comu-u­
o sol comunica luz e calor à atmosfera que o rodeia. Deus com
micava
nicava àh almaalma cie de Adão
A dão estaesta qualidade
qualidade sobrenatural
sobrenatural que que éé nada
nada me- me­
Dos que
nos que aa participação,
participação. até até certo
certo ponto,
ponto, na na própria
própria vidavida divina,
divina. A A
luz solar
luz solar não
não éé oo sol,sc'>l, mas
mas éé o o resultado
resultado da sua presença.
da sua presença. AA guak- quali-
dade sobrenatural
claclc sobrenatural de de que falamosos éé distinta
que falam distinta de de Deus.
Deus, m masas flui
flui dEle
dEle
éé oo resultado
resultado da da suasua presença
presença na alma.
na alma.

Esta qualidade
Esta qualidade sobrenatural produz outro
alma produz
da aima
sobrenatural da efeito. Não
outro efeito. N ão
nos torna
“O nos de ter
capazes dc
torna capazes ler uma união ee comunicação
uma união intima
comunicação íntima comcom
Deus nesta
Deus nesta vida,
vida, como
como também
também prepara
prepara a
a alma
alma para
para outro dom que
outro dom que
^2
La
s
O KSI>ÚU'lC)
D ESPÍRULO sSANTO
w ro E AA GGRAÇA
V. R \ÇA

Deus lhe
Deus lhe aereseenlará
acrescentará após após aa morte:
moric; o o dom
doiu da visão sobrenatural,
da \isão sobrenatural,
oo poder
poder de ver aa Deus
dc \cr Deus face
face aà face.
facc. tal como Ele
tal como Hlc éc realmente.
realmente.
OO leitor
leitor jájá terá
terá reconhecido
reconhecido ne.stanesta “qualidade
'\j uai idade sobrenatural
sobrenatural da da
ana” de que venho falando, o dom de Deus à que os trólogos cha-
atma” dc que \cnho falando, o dom dc Deus a que os teólogos cha­
mam
mam “graça samiificante”
“ graça santificante” Descrevi-a antes
Dcscrcvi-a aiUcs de dc nomceá-la,
nomcá-la. na na espe­
espe-
rança dc
rança de queque oo nome
nome tivesse
tivesse mais
mais plena
plena significação
significação quando
quando chegás-
chegás­
semos a etc.
semos a de. E o dom acrescentado da visão sobrenatural após
E o dom acrescentado da visão sobrenatural após aa
morte cé aquelo
morte atiuelc aa queque os os teóloges chamam
tecSlogos diam am em latim Innicn
cm latim fuma gioride,
gioriac,
isto
isto é,c, ““luz
lu2 dcde glóna”
glória” AA graça sanúuficano éc aa preparação
graça santificante preparação ineces-
neces­
sária. um pré-requisito desta luz de elória.
sária. um prc-requisito desta luz dc giiiria. Como uma lâmpada
Como uma lâm pada
eletrica sc
dctrica se tornaria Inútil se
tornaria inútil se mão houvesse uma
não hou\cs.se tomada onde
uma tomada onde licá-la.
ligá-la.
assim
assim aa luz de gU^ria
luz dc glória não poderia aplicar-^e
não poderia aplicar-se àà almaalma que que não
não possuísse
possuísse
aa graça
graça santficante.
santificante.

Mencionci atrás
Mencionei atrás aa graça
graça santificante
santificante referida
referida aa Adão.
A dão. Deus,
Deus,
no mesmo
no mesmo ato ato em que oo criou,
ein que criou. colocou-o
colocou-o aeima acima do simples nível
do simples nível
natural, elevou-o a um destino sobrenatural conterndo-lhc a graça
natural, clcvou-o a um destino sobrenatural conferiiulo-lhc a graça
santificante.
saníifieanlc. Pelo pecado original,
Pelo pecado original, Adão perdeu esta
A dão perdeu esta graça
graça para
para sisi
ee para nós, .Icsus
para nó.s. Jesus Cristo,
Cristo, porpor suasua morte
morte na mi cruz,
cruz, transpós
transpôs oo abismei
abismo
que separava oo homem
ejuc separava homem dc de Deus,
Deus. OO destinei
destino sobrenatural
sobrenatural do do heimcm
homem
foi restaurado.
foi restaurado. AA graça santificante cé comunicada
graça santificante comunicada àa cada cada homem
homem
individualmente
individualmente no sacramento do
no sacramento Batismo,
do Batismo.
Quando nos
Quando nos batizamos, recebemos aa eraça
batizamos, recebemos santficante pela
graça santificante pela pri-
pri­
meira vez.
meira vez. Deus (o Espirito Santo, por “apropriação”) estabelece
Deus (o Espírito Santo, por “ apropriaçãev') estabelece
aa sua
sua m morada
orada em em nós.
nós. Com Com sua presença. comunica
sua presença, ceimunica àà almaalma essaessa
qualidade sobrenatural
qualidade sobrenatural que que faz faz com
com queque DeusDeus — — de uma maneira
dc uma maneira
erande
grande ee misteriosa
misteriosa — — scsc veja
veja em em nós
nós c.c. consequentemente,
con.sequcntcjncntc, nos nos ame,
ame.
E posto
E posto que que esta
esta graça
graça santificante
santificante nos nos foi
foi ganha
ganha por por .Jesus
Jesus Cristo,
Cristo,
por
por elaela estamos
estamos unidosunidos aa Ele, Ele, compartilhamo-la
compartilhamo-la com com Cristo
Cristo — — cc
Deus.
Deus. porpor conseguinte,
conseguinte, nos nos vc vê como
como aa seu seu 1'illio
bilho — — ee cada
cada um um dc de
nós sc
nós se torna
torna filho
filho de Deus.
dc Deus.
Àss vezes,
A vczcs. aa graça
graça santificante
santificante éé chamada
chamada graça graça habitual.
habitual, porque
porque
aa suasua finalidade
finalidade éé ser ser aa condição
condição habitual, permanente, da
habitual, permanente, alma.
da alma.
Unia vez
Uma vez unidos
unidos aa Deus Deus pelo Batismo, dever-se-ta
pelo Batismo, conservar sempre
dcvcr-sc-ia conservar sempre
essa união,
essa invisivel aqui,
união, invisível aqui, visível
visível na na glória.
glória.

A GGRAÇA
A R A Ç A QUE VAIA I EE VEM
QUE V V EM

Deus IU1S
Deus nos fez
fez pura
para aa visão beatifica. para
visão bcalifiea, essa União
para essa união pessoal que
pessoal que
cca a essência
essência da felicidade do
da felicidade do céu.
ccu. Para
Para nos tornar capazes
nos tornar capa/es dede vc-lo
vê-lo
diretamente,
diretamente, dar-nos-á
dar-nos-ã um um poder
poder sobrenatural,
sobrenatural, aa que{|ue chamamos
cham am os
tumen Storive. Esta
lunwn gloriae. Esta luz luz dede glória. no cntant<i,
glória, lU) entanto. não poderá scr
não poderá ser con-
con­
codida senão
cedida senão iiã alma
alma já já unida
unida aa Deus
Deus pelo
pelo dom
dom prévio
prévio aa que
que cha-
cha­
A GRAÇA QUE Val E VEM 53

mmamos
amos graça graça santificantc.
santificante. Se entrássemos na
Se entrássemos na eternidade
eternidade sem sem essa essa
graça santificante,
graça santificante, teriamos perdido Deus
teríamos perdido Deus parapara sempre.
sempre.
Uma
Uma vez vez recebida
recebida aa graça graça santificante
santificante no no Batismo,
Batismo, éé questão questão
de vida
de vida ou ou morte
morte que que conservemos
conservemos este este dom
dom até até oo fim. fim. EE se se nosnos
fvrisse essa
ferisse catástroie voluntána
essa catástrofe voluntária que que éé oo pecado
pecado mortal, seria de
mortal, seria de
uma terrível
uma terrivel urgência
urgência recuperarmos
recuperarmos oo precioso precio.so dom dom que que oo pecado
pecado
nos
nos arrebatou,
arrebatou, o o domdom da vida espiritual
da vida espiritual queque éé aa graçagraça santificante
santificante
ee que
que teriamos
teríamos matadomatado em em nossa
nossa alma.
alma.
ÉÉ também
também importante
importante que que incrementemos
incrementemos aa graça graça santificante
santificante
da nossa alma:
da nossa alma; ela pode crescer.
ela pode crescer. QuantoQuanto mais mais uma uma alma alma se se puri-
puri­
fica de si, melhor corresponde à ação de Deus. Na medida em que
fica de si, melhor corresponde à ação de Deus. Na medida em que
diminui Oo cu,
diminui cu, aumenta
aumenta aa graça graça santificante.
santificante. EE oo gnm grau da da nossa
nossa
graça
graça santificante determinará oo grau
santificante determinará grau da da nossa felicidade no
nossa felicidade 110 céu.
céu.
Duas pessoas podem
I?uas pessoas podem contemplar
contemplar oo teto teto dada Capela Capela Sixtina
Sixtinae ter
eterumum
prazer
pra/cr completo
completo àà vista vista da da obra
obra mestra
mestra dede Miguel
Miguel Ângelo.Ângelo. Mas M as aa
que
CRic tiver
tiver melhor
melhor tormação
formação artística
artística obterá
obterá um prazer maior
um prazer m aior queque aa
outra,
outra, de doe gosto
gosio menos
menos cultivado.
euli.ivado. À.A de dc menor gosto artístico
rncnor gosto artístico ficará
ficará
totalmente satisfeita; nem sequer se dará conta de que perde algo.
toialmeiile satisfeita; nem sequer se dará conta de que perde algo,
anda
ainda que que esteja
e.steja perdendo
perdendo muito. muito. De De umum modo
modo semelhante.
semelhante, todos todos
seremos
scrcuRis perfeitamente
perfeitamente felizesfelizes no no céu.
céu, MasM as oo grau
grau da nossa felicidade
da nossa felicidade
dependerá
dependerá da da acutdade
acuidade espiritual
espiritual da da nossa
netssa visão.
visão. E | esta,
esta, por
por sua sua
vez,
vez, depende
clt pende do do grau
grau em em que que aa graça
graça santificante
santificante tiver tiver impregnado
impregnado
aa nossa
no.ssa alma,
alma.
Estas
Estas são, são, pois.
pois, asas três
três condições
condições em cm relação
relação àà graça
graça santificante:
santificante:
primeiro, que a conservemos permanentemente até o fim: segundo,
primeiro, que a conservemos pcrmanciUcmcnle alé o fim; segundo,
queje aa recuperemos
recuperemos imediatamente
imediatamente sc se àa perdemos
perdemos pelo pelo pecado
pecado mortal:
mortal;
terceiro,
terceiro, que que procuremos
procuremos crescer crescer cm cm graça,
graça, comcom aa ânsia ânsia de dc quem
quem

vê oo céu céu comoeonm meta,meta.
Mas
M as nenhuma
nenhuma destas destas condições
condições éé fácil fácil dede cumprir.
cumprir, nem nem sequer
sequer
possível.
possível. Como Como aa vitima vítima de de umum bombardeio
bombardeio que que vagucia
vagueia débil débil cc
obnubilada
obiuibilada por por entre
entre as íis ruinas.
ruínas, assim
assim aa natureza
natureza humana humana se se tem
tem
arrastado
arrastado através através dos dos séculos,
séculos, desdedesde aa explosão
explosão que que aa rebelião
rebelião do do
pecado
pecado originaloriginal provocou:
provocou: com com oo juízojuizo permanentemente
permanentemente distorcido, distorcido,
com
com aa vontade vontade permanentemente
permanentemente debilitada. debilitada, Custa Custa tantotanto reconhecer
reconhecer
oo perigo
perigo aa tempo! tempo! Eé tãotão difícil
difícil admitir
admitir comcom sinceridade
sinceridade oo bem bem
maior
maior que que devemos
devemos praticar!
praticar! ÉÉ tão tão duro
duro afastar
afastar oo olhar
olhar da da hipnótica
hipnótica
sugestão
sugestão do do pecado!
pecado!
Por
Por estas
estas razões.
razões, aa graçagraça santificante.
santificante. como como um um rei rei rodeado
rodeado de de
servidores.
servidores, se se faz
faz preceder
preceder ee acompanhar
acompanhar por por um um conjunto
conjunto de de auxi-
auxí­
lhos
lios especiais
especiais de de Deus.
Deus. Estes Estes auxílios
auxilios são são asas graças
graças atiaíis.
atuais. Uma Uma
graça
graça atual atual éé oo mmpuisoimpulso transitório
transitório ce momentâneo.
momentâneo, aa descarga descarga de dc
energia
energia espiritual
e.spirilual com com que que DeusDeus tocatoca àa alma,
alma, algo
algo parecido
parecido àã pan- pan-
cada
i.:)da que que um um mecânico
rnccãnic(^ dá d;! com
com aa mão mão àà roda,
I(h1:i, para
para mantê-la
mantê-la em cm
movimento
movimenU'
S4 O ESPÍRITO SANTO E A GRAÇA

Uma
Uma graça graça atualatual podepode atuar sobre aa mente
atuar sobre mente ou ou aa vontade,
vontade. nor- nor­
malmente
malmente sobre sobre as duas.
as duas, EE Deus
Deus aa concede
concede sempresempre para para inn um dos dos
três
três fins
fins que mencionamos acima:
que mencionamos acima; prepararpreparar oo caminho
caminho para para infundir
infundir
aa graça santificante (ou restaurá-la se a perdemos). conservá-la na
graça santificante (ou restaurá-la se a perdemos), conservá-la na
alma
alma ou ou incrementá-la,
incrementá-la. Podemos
Podemos esclareceresclarecer oo modo modo como como aa graça graça
atual opera
atual descrevendo aa sua
opera desere\endo sua açãoação numa numa pessoapessoa imaginária
imaginária que que
tivesse perdido a graça saniificante pelo pecado mortal.
tivesse perdido a graça santificante pelo pecado mortal.
Primeiro. Deus
Primeiro. Deus ilumina
ilumina aa mente mente do do pecador
pecador para para que que veja veja o o
mal que
mal que cometeu.
cometeu. Se Se aceita
aceita cesta graça, admitirá
esta graça, admitirá para para si; st: “Ofendi
“ Ofendi
aa Deus
Deus em em materia
matéria grave:grave: cometicometi um um pecado
pecado morta”mortal” O pecador
O pecador
pode. evidentemente,
pode, evidentemente. repchr repelir esta primeira graça
esta primeira graça ee dizer:
dizer: ““Isso Isso que que
fiz nào
fiz não fot foi tão mau: nuiila
tão niau; muita gente gente faz faz coisas piores”
coi.sas piores” Su
Se repele
repele aa
primeira graça.
primeira graça, provavelmente
provavelmente não terá uma
nãcí terá uma segunda.
segunda. No No eursc»curso nor­ nor-
mal
mal da da providência
providência divina, divina. uma uma graçagraça gera gera aa seguinte.
seguinte. Este Este éé oo
significado
significado das das palavras
palavras de de Jesus:
.fesus: “““Dar-se-á
Dar-se-á ao ao que
que tem,
tem. ec Icrá terá cm em
abundância; mas,
abundância: mas, ao ao queque não não tem. tum. tirar-se-á mesmo aquilo
tirar-se-á mesmo aquilo que que julga
julga
ter” (Mt, 25,
ter” (Mt, 25, 29).
29).
Suponhamos,
Suponhamos, porém, porém. que que oo pecador pecador aceita aceita aa primeira
primeira graça. graça.
Então
Então virá virá aa segunda.
segunda. Desta vez
Desta vcz será
será um um fortalecimento
fortalecimento da da vontade
vontade
que
que lhe lhe permitirá
permitirá fazer fazer um um ato ato de de contrição:
contrição; “Meu “ Meu Deus Deus — — gemerá
gemerá
ele por
cie por dentro
dentro — —. . scse morresse
morresse assim assim perderia
perderia o o céu
céu cc iria iria para para o o
inferno.
inferno. Com Com que que ingratidão
ingratidão paguei paguei oo teu Icu amor!
amor! Meu Meu Deus, Deus, não não
farei
farei issoisso nunca
nunca mais”m ais!" Sc aa contrição
Se contrição do do pecador
pecador for for perícita
perfeita (sc (sc
oo seuseu motivo principal for
nunivo principal for oo amor am or aa D Deus).
eus), aa graça
graça santificante
santificante re­ re-
tornará imediatamente ãà sua
tornará imediatamente sua alm alma,a; DeusDeus reatará imediatamente aa
reatará imediatamente
união com
união com estaesta alma.
alma. Sc aa contrição
Sc conirição for for imperfeita. bascada princi-
imperfeita, baseada princi­
palmente
palmente no no temor
temor àà justiça divina. haverá
justiça divina, haverá um um novonovo impulso
impulso da da
graça. Com a mente iluminada, o pecador dirá: “Preciso confessar-
graça. Com a mente iluminada, o pecador dirá: “ F rc m o confessar-
-me”
-me” Sua Sua vontade
vontade fortalecida
fortalecida decidirá:
decidirá: ”“Vou Vou confessar-me”
confessar-me" EE no no
sacramento da
sacramento Penitência aa sua
da Penitência sua almaalma recobrará
recobrará aa graça graça santificante.
santificante.
Está
Está aquiaqui um um exemplo
exemplo concreto
concreto de de como
como operaopera aa graça
graça atual.
atual.
Scm a ajuda de Deus, não poderíamos alcançar o céu.
Sem a ajuda de Deus, não poderíamos alcançar o céu. Assim Assim
tão simples
tão simples cé aa função função da da graça.
graça. Sem aa graça
Sem graça santificanic,
santificante, não não
seremos
seremos capazescapaz.es da visão bealifica.
da visão beatifica. Sem Sem aa graçagraça atual,
atual, não não seremos
seremos
capazes
capazes de de nosnos manter
manter em em graçagraça santificante
santificante por por um um periodo
período longo longo
de tempo.
de tempo. Sem a graça atual, não poderíamos recuperar a graça
Sem a graça atual, não poderíamos recuperar a graça
santificante no
santificante no caso
caso de de aa termos
termos perdido.
perdido.
Em vista
Em vista da da absoluta
absoluta necessidade
necessidade da da graça,
graça, éé reconfortante
reconfortante re­ re-
cordar outra
cordar outra verdade
verdade que que também
também éé matéria materia de de fé:
fé; que
que Deus Deus dá dá aa
cada
cada alma alma a a graça graça suficiente
suficientepara paraalcançar o céu.o Ninguém
alcançar céu.Ninguém se con- se co
dena aa não
dena não ser por ser culpa
por culpa própria. por não
pnipria. por utilizar
não as graçasas que
utilizar graças
Deus
Deus lhe dá.
lhe dá.
Porque podemos, sem
Porque podemos, sem dúvida,
dúvida. repelirrepelir aa graça.
graça. A A graça
graça de Deus
de Deus
utua cm
atua cm e e por por meiomeio da da vontade
vontade humana. humana. Não Não destroi
dcsirói aa nossa nossa
A GRAÇA QUE VAI E VEM RE

liberdade de
liberdade escolha, ÉÉ verdade
de escolha. verdade que que aa graça
graça fazfaz quase
quase todotodo oo tra-tra­
balho. m
balho, masas Deus requer aa nossa
Deus requer nossa cooperação.
cooperação. De nossa
De nossa parte,
parle, àa
única coisa que podemos fazer é não levantar obstáculos à ação
única coisa que podemos fazer é não levantar obstáculos ã ação da da
praça em
graça em nossa
nossa alma,
alma,
Referimo-nos principalmente às
Referimo-nos principalmente às graças
graças atuais,
atuais, aa esses
esses impulsos
impulsos
divinos que
divinos que nos nos inclinam
inclinam aa conhecer
conhecer o o bem
bem ee aa realizá-lo.
realizá-lo. Talvez
Talvez
um exemplo possa ilustrar a relação da graça com o livre arbítrio.
um exemplo possa ilustrar a relação da graça com o livre arbítrio.
Suponhamos
Suponhamos que que uma uma doença
doença me me reteve
reteve na na cama
cam a por por longo
longo
tempo. JJáá estou
tempo. estou convalescente,
convalescente, mas mas tenho
tenho queque aprender
aprender aa andar andar dc dc
novo.
novo. Se tentar fazê-lo sozinho, cairei
Se tentar fazê-lo sozinho, cairei de bruços. de bruços. Por isso, um
Por isso, um bom bom
amigo trata de
amigo trata de ajudar-me.
ajudar-me. Passa-me
Passa-me oo braço braço pela
pela cintura
cintura ee eu eu memc
apóio firmemente
apóio firmemente em em seuseu ombro.
ombro. Suavemente,
Suavemente, passeia-me
passeia-me pelo pelo quar-
quar­
to.
to. JJáá ando
ando outraoutra vez!
vez! ÉÉ verdade
verdade que quase todo
que quase todo o o trabalho,
trabalho, quem quem
o realiza é o meu amigo, mas há uma coisa que ele não pode fazer
o realiza é o meu amigo, m as há uma coisa que ele não pode fazer
por mim: que
por mim; que os os meus
meus pés se levantem
pés se levantem do do chão.
chão. Se Se eueu nãonão tentasse
tentasse
pôr um
pôr um pé pé diante
diante do do outro,
outro, sese não
não fizesse
fizesse mais
mais do do que
que pendurar-me
pendurav-mc
do ombro do amigo como um peso morto, seu esforço seria
do ombro do amigo como um peso morto, seu esforço seria inútil.
inútil.
Apesar
A pesar da da suasua ajuda,
ajuda, eu eu não andaria.
não andaria.

Do mesmo
Do mesmo modo, modo, podemos
podemos fazer fazer comcom que que muitas
muitas graças
graças de de
Deus
Deus se se desperdicem.
desperdicem. A A nossa indiferença ou
nossa indiferença ou indolência
indolência ou. ou. pior
pior
ainda,
ainda, aa nossa
nossa resistência
resistência voluntária,
voluntária, podem frustrar aa ação
podem frustrar ação da da graça
graça
divina
divina em em nossa
nossa alma.alma. Evidentemente,
Evidentemente, se se Deus
Deus quisesse, poderia
quisesse, poderia
dar-nos tanta graça
dar-nos tanta graça que que aa nossa
nossa vontade
vontade humana
humana seria seria arrebatada
arrebatada
por ela,
por quase sem
ela, quase sem esforço
esforço da nossa parte.
da nossa parte. EstaEsta graça
graça éé aa que que os os
tcólogos
teólogos chamam
chamam eficaz,eficaz, para
para dislingui-la
distingui-la da da graça
graça meramente
meramente sufi­ sufi-
ciente.
ciente. A graça eficaz sempre alcança o seu objetivo.
A graça eficaz sempre alcança o seu objetivo. Não só éé
N ão só
suficiente
suficiente parapara as as nossas necessidades espirituais,
nossas necessidades espirituais, como,
como, alémalém disso,
disso,
éé poderosa
poderosa o o bastante
bastante parapara vencer
vencer aa fraqueza
fraqueza ou ou o o endurecimento
endurecimento
que
que poderiam levar-nos aa descurar
poderiam levar-nos descurar ou ou aa resistir
resistir àà graça.
graça.
Estou certo de
Estou certo de que
que todos
todos nós nós tivemos
tivemos alguma
alguma vez vez experiências
experiências
como
como esta:
esta; encontramo-nos
encontramo-nos numa numa violenta
violenta tentação:
tentação; talvez
talvez saibamos
saibam os
por experiência
por experiência que que tentações
tentações deste
deste tipo
tipo nosnos vencem ordinariamente.
vencem ordinariamente.
Murmuramos
M urmuramos uma uma oração,
oração, m masas com
com pouca
pouca convicção:
convicção; nem sequer
nem sequei
estamos
estamos certos
certos de de querer
querer serser ajudados.
ajudados. Porém, num
Porém, num instante,
instante, aa ten­
ten-
tação
tação desaparece.
desaparece. Depois. Depois, ao ao refletir sobre isso,
refletir sobre não podemos
isso, não podemos dizer dizer
honestamente que
honestamente vencemos aa tentação.
que vencetnos tentação, que que foifoi como
como se se se tivesse
se tivesse
evaporado.
evaporado.
Também
Tam bém já já sabemos
sabemos oo que que éé realizar
realizar umauma açãoação que,
que, para
para o o nos-
nos­
so modo
so modo de ser. surpreende
de ser, surpreende por por sua abnegação, generosidade
sua abnegação, generosidade ou ou des-
des­
prendimento.
prendimento. Experimentamos
Experimentamos uma uma sensação
sensação agradável.
agradável. Mas M as nãonão
temos outro remédio senão admitir: “Realmente, eu não sou assim.”.”
temos outro remédio senão admitir: “ Realmente, eu não sou assim
Em
Em am ambos
bos o.s exemplos, as
os exemplos, as graças recebidas não
graças recebidas eram apenas
não eram apenas
suficientes, mas
suficientes, também cficazes.
mas também eficazes. A destes exemplos são de
praças destes
Ass graças exemplos são de
O ESPARTIO SANTO DN CRACA

um
uin Upohpti bem mais relevante,
hein nuiis relevante, nias. mas. ordinananienie,
ordinarnamente. sempre sempre queque faze-
faze­
mos o bem ou nos abstemos de um mal. à nossa graça foi cíicaz,
mos ti bem ou nos abstemos dc um mal, a nossa graça foi cíicaz,
cumpriu seu
Liimpriu fim.
seu fim. EK isto
isto éé verdade
verdade mesmo mesmo quando quando sahemos
sabemos que que
nos
nos esforçamos.
esforçamos, mesmo mesmo cjuando quando sentimos
sentimos ter lei' travado
tiavado uma uma batalha.
batalha.
Penso
Penso que. que. na na verdade.
verdade, uma uma de nossas mak)ies
de nossas mulores surpresas
surpresas no no dia
dia
do Juizo será descobrir o pouco que fizemos pela nossa salvação.
cio .liiízo será descobrir i> pouco que fizemos pela nossa salvação,
Ficaremos atônitos ao
f icaremcrs atônitos ao saber
saber comocomo aa graça
graça de de Deus
Deus nosnos rodeou,
rodecni, con-
con­
tínua
tínua ee complelamenle,
completamente, ee nos acompanhou ao
nos acompanhou ao longo
longo da da nossa
nossa vida,
vida.
Aqui,
Aqui, muito muito poucas
poucas vezes vezes reconhecemos
reconhecemos aa mão mão de de Deus.
Deus. NumaNuma ou ou
noutra ocasião não
noutra ocasião não podemos
podemos deixar deixar de de reconhecer:
reconhecer: ““AA graça graça dede Deus
Deus
esteve comigo”,
esteve com igo” , mas mas no no diadia do do Juízo
Juízo veremos
veremos que, tjue, por cada graça
por cada graça
que tenhamos
que tenhamos notado, notado, houve houve outras
outras cemcem ou dez mil
ou dez mil que
que nos
nos p passa-
assa­
ram totalmente desapercebidas.
ram totalmente desapercebidas.
E aa nossa
E nossa surpresa
surpresa se se misturará
misturará com com um sentimento de
um sentimento de vergo-
vergo­
nha.
nha. Passam Passamosos aa vida vida felicitando-nos
felicitando-nos por por nossas
nossas pequenas
pequenas vitcSrias:
vitórias:
o copo de vinho a mais a que dissemos não: os planos para sair
o copo de vinho a mais a que dissemos mão: os planos para satr
com aquela
com pessoa que
aquela pessoa que nos nos eraera ocasião
ocasião de dc pecado,
pecado, ce aa que que soube-
soube­
mos renunciar;
mos renunciar; aa réplicaréplica mordaz
mordaz ou irada que
ou irada que nãonão deixamos escapar
deixamos escapar
da boca: oo saber
da boca; saber vencer-nos
vencer-nos para para saltar
saltar da da cama
cama ee irir àà Missa,
Missa, quan-
quan­
do
do oo nosso
nosso corpocorpo cansado
cansado nos nos gritava
gritava seusseus protestos
protestos
No
No dia dia dodo Juizo
Juízo teremos
teremos aa primeira
primeira visão visão objetiva
objetiva de nós mes-
dc ncis mes­
mos. Possuiremos um
mos. Possuiremos um c|uadro
quadro completo
completo da ação da
da ação da graça
graça emem nossa
nossa
vida
vida ee veremos
veremos que que poucopouco contribuímos
contribuímos para para as as nossas
nossas decisões
decisões he- he­
róicas
róicas cc para para as as nossas
nossas aeões acões presumivelnicnle
presumivelmente nobres. nobres. Quase pode- pode­
mos imaginar
mos imaginar nosso nosso J^ii Pai i-cus sorrindo, amorosti
i eus sorrindo, amoroso ec divertido
divertido ao ao verver
aa nossa confusão, enquanto
nossa confusão, enquanto nos nos ouve
ouve cxclamar
exclamar envergonhados:
envergonhados: “Meu “ Meu
Deus, mas sc sempre c em tudo eras Tu!”
Deus, mas se sempre e cm tudo eras T u !”

FONTE
FO N T E DE VIDA
DE V ID A

Sabemos
Sabemos bem bem que que háIiá duas fontes dc
duas fontes de graça
graça divina:
divina: aa oração
oraçcão ee
os sacramentos.
os sacramentos. Uma vez
Uma vez recebida
recebida pelo
pelo Balismo,
Batismo, aa graça
graça santificante
santificante
cresce
cresce na na alma mediante aa oração
alma mediante oração cc os os outros
outros seis
seis sacramentos.
sacramentos. Se
Se
aa perdêssemos
perdêssemos pelo pelo pecado
pecado mortal,
mortal, nósnós aa recuperaríamos
recuperariamos por meio
pi)r meio
da oração (que
da (U'açãü (que nos prepara para
ncis prepara para receber
receber o o perdão)
perdão) ee dodo sacramento
sacramento
da
da Penitência.
Penitência.
AA oração
oração se se define
define como
ctuno ““uma
uma elevação
ele\aeão da da mente
mente ecv do coração
do coração
aa Deus
Deus parapara adorá-lo, dar-lhe graças
adorá-lo, dar-lhe graças ev pedir-lhe
pedir-lhe o o que
tiuc necessitamos.”
necessitamos.”
Podemos elevar
Podemos elevar nossa
nossa mente
mente vce coração
coração mediante
mediante o o usti
uso de
de palavras
palavras
ee dizer:
dizer: ““Meu
Meu Deus,Deus, arrcpcndo-mc
arrependo-me de de meus
meus pecados”
pecados”, , ou
ou ““Meu
Meu
Deus, amo-te”,
Deus, falando com
amo-lc” , falando com Deus
Deus comcom todatoda aa naturalidade,
naturalidade, comcom
nossas
nossas próprias
próprias palavras
palavras ou ulilizando palavras
ou utilizando palavras escritas por outros,
escritas por outros,
fazendo
fazendo por entender o
por entender o que
que dizemos.
FONTE DE NIDA 87

Estas
E stas ““fórmulas
fórmulas estabelecidas”
estabelecidas” podem podem ser orações com
ser orações compostas
postas pri­ pri-
vadamente (embora
vadamente (embora com com aprovação
aprovação oficial),oficial), como como as as que encon-
que encon­
tramos num
tramos devocionário ou
num devocionário ou numa
numa estampa;
estam pa; ou podem ser
ou podem ser litúrgicas,
litúrgicas,
quer dizer, orações oficiais da Igreja, do Corpo Místico de Cristo,
quer dizer, orações oficiais da Igreja, do Corpo Místico de Cristo,
como
como as orações da
as orações da M Missa,
issa, do Breviário ou
do Brcviário ou dcde várias funções sagra-
várias funções sagra­
das. A
das. A maioria
maioria destas dcslas orações,
(^rações, comocomo os Salm os ee os
os Salmos os Càiilicos,
Cânticos, foram foram
dradas da Biblia, e por isso são palavras inspiradas pelo próprio Deus.
'iradas c’a Bibüa, e por isso são palavras inspiradas pelo próprio Deus.
Podemos,
Podemos, polis, pois, rezar
rezar com nossas próprias
com nossas próprias palavras
palavras ou ou com com as as
de
dc outros,
outros. Podemos Podemos usar usar orações privadas ou
orações privadas ou litúrgicas.
litúrgicas. Seja Seja qual
qual
for
for aa origem
origem das palavras que
das palavras utilizamos, enquanto
que utilizamos, enquanto estas estas forem
forem pre­ pre-
dominantes
dominantes em nossa oração,
em nossa oração, serão serão oração
oração vocal. vocal. E E serão oração
serão oração
vocal mesmo
vocal mesmo que que não não as as pronunciemos
pronunciemos em em voz voz alta,
alta, mesmo
mesmo que que as as
digamosos silenciosamente
digam silenciosamente para para nós mesmos.
nós mesmos. Não éé oo tom
Não tom da voz,
da voz,
mas o uso de palavras que define a oração vocal.
m as o uso de palavras que define a oração vocal. É um tipo de
É um tipo de
oração utilizado
oração utilizado universalmente,
universalmente, quer quer pelospelos muitomuito santossantos querquer pelospelos
que
que nãonão oo são são tanto.
tanto.
Masas há
M outro tipo
há outro tipo de de oração
oração que que se se chama mental. Neste
chama mental. Neste caso,caso,
aa mente
mente e o coração fazem todo o trabalho sem recorrer a palavras.
e o coração fazem todo o trabalho sem recorrer a palavras.
Quase
Q uase todotodo oo mundo,
mundo, numa numa ocasião
ocasião ou ou noutra,
noutra, faz oração deste
faz oração tipo,
deste tipo,
normalmente sem
normalmente sem perceber.
perceber. Se Se eu vejo um
eu vejo um crucifixo
crucifixo ee me me vem vem ao ao
pensamento
pensamento o o muito
muito que que Jesus
Jesus sofreu
sofreu por por mim,mim, ou como são
ou como são pe-pe­
quenas as minhas contrariedades comparadas com os seus padeci-
quenas as minhas contrariedades com paradas com os seus padeci-
mentos,
mentos, ee resolvo resolvo ter ter mais
mais paciência
paciência de de hoje
hoje em em diante,
diante, estou
estou fa fa-­
zendo oração mental.
zendo oração mental.
Esta
E sta oração,
oração, em em que que aa mentemente considera
considera alguma alguma verdade
verdade divina divina
— talvez algumas palavras ou ações de Cristo — e, como conse-
— talvez algum as palavras ou ações de Cristo — e, com o conse­
quência, 0
qüência, o coração
coração (na realidade, aa vontade)
(na realidade, vontade) éé movido movido aa um maior
um maior
amor ee fidelidade
amor fidelidade aa Deus, Deus, chama-se
chama-se também também usualmente
usualmente meditação.
meditação.
Ainda
A inda que que sejaseja verdade
verdade que que quase
quase todos todos os os católicos
católicos praticantes
praticantes
fazem alguma oração
fazem alguma oração mental,
mental, ao ao menos
menos de de vez
vez em em quando,
quando, convém convém
ressaltar que
ressaltar que normalmente
normalmente não não poderá
poderá haver haver um um crescimento
crescimento espiri- espiri­
tual apreciável
tual apreciável se se não
não se se dedicar
dedicar parteparte do do tempo
tempo da da oração
oração aa fazer fazer
regularmente uma
regularmente uma oração mental. Tanto
oração mental. Tanto éé assim, assim, que que oo Direito
Direito Ca- C a­
nônico
nônico da da Igreja estabelece que
Igreja estabelece que todotodo sacerdote
sacerdote dediquededique diariamente
diariamente
um certo tempo
um certo tempo àà oração mental.
oração mental. A maioria
A m aioria das ordens religiosas
das ordens religiosas
prescreve para
prescreve para seus membros pelo
seus membros pelo menos
menos uma uma horahora diária
diária de de oração
oração
mental,
mental.
Para um
Para um fielfiel comum,
comum, uma uma maneira
maneira muito muito simples
simples ee frutuosa
frutuosa de de
fazer oração
fazer oração mentalmental será será lerler umum capítulo
capítulo do do Evangelho
Evangelho todo todo sos sos dias.
dias.
lerá que
Terá que procurar
procurar uma uma hora hora ee um um lugarlugar livres
livres de ruídos ee distra-
de ruídos distra­
ções,
ções, ee proceder
proceder àà leitura leitura com com pausada meditação. Depois,
pausada meditação. Depois, dedicará
dedicará
alguns minutos aa ponderar
alguns minutos ponderar em em sua mente oo que
sua mente que leu,leu, fazendo
fazendo que que
cale
cale fundo
fundo ee aplicando-o
aplicando-o àà sua sua vida pessoal, oo que
vida pessoal, que oo levará ordina-
levará ordina­
riamente
riamente aa formularformular algum algum propósito.
s8 O ESPÍRITO SANTO E A GRAÇA

Além da meditação
Além da meditação que
que consideramos,
consideramos, existe
existe outra forma de
outra forma de
oração mental
oração mental — — uma uma forma
forma mais mais elevada
elevada de oração —,
de oração — , queque se se
chama contemplaçrio.
chama contemplação, Estam os acostum
Estamos acostumados ados a ouvir que os
a ouvir que os santos santos
foram
foram “contemplanvos;,
"contem plativos", ee o o m mais certo éé que
ais certo que pensemos
pensemos que que aa con­
con-
templação éé coisa
templação coisa reservada
reservada aa conventos
conventos ce mosteiros.
mosteiros. No entanto,
No entanto,
aa contemplação
contemplação cé algo algo aa queque todo cristão deveria
todo cristão deveria tender.
tender. ÉÉ uma uma
forma de oração a que a nossa meditação nos conduzirá gradual-
forma de oração a que a nossa meditação nos conduzirá gradual­
mente,
mente, se nos aplicarmos
sc nos aplicarmos aa ela regularmente.
ela regularmente.
E difícil
É dificil descrever
descrever aa oração
oração contemplativa,
contemplativa, porque porque há há muito
muito pou­pou-
co que descrever.
co que descrever. Poderiamos dizer que é o tipo de oração cm que
Poderíamos dizer que é o tipo de oração em qiic
aa mente
mente ee oo coração
coração são são elevados
elevados aa Deus Deus ee nEle iiEIc descansam.
descansam. AA
mente ao
mente ao menos
menos está está mmativa.
inativa. Os movimentos que
Os movimentos que possa haver são
possa haver são

só do do coração
coração (ou vontade) para
(ou vontade) para Deus.
Deus. Se há
Se há ““trabalho”,
trabalho", éé feito feito
pelo
pelo próprio
próprio Deus,Deus, que agora pode
que agora pode agiragir com
com todatoda aa liberdade
liberdade no no
coração
coração que que tão firmemente aderiu
tão firmemente aderiu aa Ele. Ele.
Antes de
Antes dc que
que alguém
alguém exclame;
exclame: ““Eu nunca poderci
Eu nunca contemplar”, ,
poderei contemplar!”
deixem
deixem que que lhes pergunte:
lhes pergunte: ““Alguma
Algum a vez vez vocês
vocês se se ajoelharam
ajoclharam (ou (ou
sentaram) numa igreja silenciosa, talvez depois da Missa ou ao sair
sentaram) numa igreja silenciosa, talvez depois da M issa ou ao sair
do trabalho,
do trabalho, cc permaneceram
permaneceram ali alguns minutos,
ali alguns minutos, sem pensamentos
sem pensamentos
conscientes.
conscientes, talvez apenas olhando
talvez apenas olhando oo saerário,
sacrário, sem sem meditar,
meditar, unica­unica-
mente com
mente com uma espécie de
uma espécie dc dasiu;
ânsia; ee saíram
saíram da Igreja com
da Igreja com uniauma sen-sen­
sação desacostumada de fortaleza, decisão e paz?”
sação desacostum ada de fortaleza, decisão c paz?” Se for assim,
Se foi assim,
praticaram
praticaram aa oração oração de de contemplação,
contemplação, quer quer oo soubessem
soubessem ou ou não.
não.
Então, não
Então, digamosos que
não digam que aa oração
oração de de contemplação
contemplação está está fora
fora dasdas
nossas possibilidades.
nossas possibilidades. É E oo tipo
tipo de de oração
oração queque Deus quer que
Deus quer que (odos
todos
nós alcancemes;
nós alcancemos; éé oo tipo tipo dede oração
oração aa que que as as demais
demais — — aa vocal
vocal
(tanto privada
(tanto privada comocomo litúrgica)
litúrgica) ee aa mental
mental — — tendem
tendem aa conduzir-nos.
conduzir-nos.
ÉÉ oo tipo
tipo de oração que
de oração que mais
mais contribui
contribui parapara oo nossonosso crescimento
crescimento
em graça,
cm graça.

Esta
E sta nossa
nossa maravilhosa
maravilhosa vidavida interior
interior —— esta
esta participação
participação na na pró-
pró­
pria vida
pria vida dc Deus que
dc Deus que éé aa graça
graça santificante
santificante — — cresce
cresce com
com aa oração.
oração.
Cresce também com
Cresce também com os sacramentos que
os sacramentos que sese seguem
seguem ao ao Batismo.
Batismo. ÀA
vida de
vida de um bebê desenvolve-se
um bebê desenvolve-se com com cada
cada inspiração
inspiração que que faz.
faz, com
com
cada
cada grama
gram a de de alimento
alimento queque toma.
toma. com
com cadacada movimento
movimento de seus
de seus
músculos informes.
músculos informes. Assim
Assim também
também os outros seis
os outros seis sacramentos cons-
sacramentos cons­
tróem sobre
tróem sobre aa primeira graça que
primeira graça que oo Batismo
Batismo infundiu
infundiu na na alma.
alma.
EH isso
isso também
também éé verdade
verdade conicom relação
relação ao sacramento da
ao sacramento da Peni­
Peni-
tência.
tência. Ordinariamente, pensamos que
Ordinariamente, pensamos que o o sacramento
sacramento do do perdão
perdão éé o o
sacramento
sacramento que que devolve
devolve aa vida quando se
vida quando se perdeu
perdeu aa graça
graça santificante
santificante
pelo pecado
pclo pecado mortal.
mortal. Não Não há dúvida de
há dúvida de que
que esse
esse éé oo fim primário
fim primário
da Penitência.
da Penitência. Mas,
M as, além
além dede scr
scr remédio
remédio que que devolve
devolve aa vida.
vida. éé re­
re-
médio
médio que que aa revigcra,
revigora. Imaginar
Imaginar que que sese trata
trata dede umum sacramento
sacramento ex­ ex-
clusivamente reservado
clusivamente reservado aoao perdão
perdão dos pecados mortais
dos pecados mortais seria
seria um
um erro
erro
FONTE DE VIDA 89

sumamente infeliz.
sumamente infeliz. A A Penitência
Penitência tem tem umum fimfim secundário:
secundário: para para aa alma
alma
que
que já já está
está em em estado
estado dc de graça,
graça, éé um um sacramento
sacramento tão tão dador
dador de dc
vida como é a Sagrada Eucaristia.
vida como é a Sagrada Eucaristia. Por isso o recebem com frequên-
Por isso o recebem com frequên­
cia os
cia os que
que não não querem
querem conformar-se
conformar-se com com uma uma vida espiritual me­
vida espiritual me-
diocre.
díocre.
No
N o entanto,
entanto, oo sacramento
sacramento que que éé fonte
fonte de de vida
vida porpor excelência
excelência
éé oo da da Sagrada Eucaristia.
Sagrada Eucaristia. Mais que nenhum outro. enriquece €c
M ais que nenhum outro, enriquece
intensifica
intensifica aa vida vida dada graça
graça em em nós.
nós. A A própria
própria forma
forma do do sacramento
sacramento
no-lo diz.
no-lo diz. NaNa Sagrada
Sagrada Eucaristia,
Eucaristia. DeusDeus vemvem aa nós,
nós, não
não pela
pela limpeza
limpeza
de
de uma lavagem com
uma lavagem com água,
água, não
não por por uma
uma confortadora
confortadora unção unção com com
azeite, não por uma imposição de mãos transmissora de poder, m
azeite, não por uma imposição de mãos transmissora de poder, masas
como alimento ee bebida
como alimento bebida sobsob asas aparências
aparências do do pão
pão ee do do vinho.
vinho.
Esta
E sta vida dinâmica que
vida dinâmica que nos
nos arrebata
arrebata para cima, ee aa que
para cima, que cha-
cha­
mamos
m am os graça santificante, éé oo resultado
graça santificante, resultado da da união
união da da alm
almaa com
com Deus,
Deus,
da
da habitação
habitação pessoalpessoal de de Deus
Deus em nossa alma.
em nossa alma. N Nãoão háhá sacramento
sacramento
que nos una tão direta e intimamente a Deus como a Sagrada E
que nos una tão direta e intimamente a Deus como a Sagrada Euca-
u ca­
ristia.
ristia. EE isto
isto cé verdade,
verdade, quer pensemos nela
quer pensemos nela em em termos
termos da Santa
da Santa
Missa
M issa como
como da da Comunhão.
Comunhão.

Na M
Na Missa, nossa alma
issa, nos.sa alm a sese ergue, como aa criança
ergue, como criança que que busca
busca oo
peito dc
peito de suasua mãc,
mãe, até até o o seio
seio da Santíssimaa Trindade.
da Santíssim Trindade. Quando Quando nos nos
unimos
unimos aa Cristo Cristo na na MMissa,
issa, Ele
Ele junta
junta oo nosso amor aa Deus
nosso amor Deus aoao seuseu
amor
amor infinito.
infinito. Fazemo-nos
Fazemo-nos parte parte do do dom
dom de de SiSi mesmo
mesmo que Cristo
que Cristo
oferece ao
oferece ao Deus Deus Uno Uno ee Trino neste Calvário
Trino neste Calvário perene.
perene. Poderiamos
Poderíamos
dizer
dizer que Cristo nos
que Cristo toma consigo
nos toma consigo ee nos nos introduz
introduz nessanessa profundi-
profundi­
dade
dade misteriosa
misteriosa que que éé aa vida eterna de
vida eterna de Deus.
Deus. AA M Missa
issa nos leva
nos leva
tão perto de Deus que não é de surpreender que seja para nós fonte
tão perto de Deus que não é de surpreender que seja para nós fonte
ee multiplicador
multiplicador eficacíssimo
eficacíssimo da graça santificante.
da graça santificante.
Mas
M as o o fluxo
fluxo de de vida
vida não
não pára
pára aí,aí, pois
pois na na Consagração
Consagração tocamostocamos
aa divindade.
divindade. O processo
O processo se se torna reversível, ee nós,
torna reversível, nós, que
que com
com Cristo
Cristo
ee em em Cristo
Cristo tínhamos chegado até
tínhamos chegado até Deus, recebemo-lo quando,
Deus, recebemo-lo quando, por por
sua vez,
sua vez, em Cristo ee por
em Cristo por Cristo
Cristo EleEle desce
desce aa nós.nós. NumaN um a união
união mis-
m is­
teriosa. que deve
teriosa, que deve deixar
deixar atônitos
atônitos os próprios anjos.
os próprios anjos, Deus
Deus vemvem aa nós.
nós.
Agora não usa água ou óleo, gestos ou palavras, como veículo da
A gora não usa água ou óleo, gestos ou palavras, como veículo da
sua
sua graça.
graça, Agora Agora éé o o próprio
próprio Jesus
Jesus Cristo,
Cristo, oo FilhoFilho de de Deus
Deus realreal
ee pessoalmente
pessoalmente presente presente sob sob as as aparências
aparências de de pão,
pão, quem
quem faz faz subir
subir
vertiginosamente
vertiginosamente oo nível nível da graça santificante
da graça santificante em em nós.
nós.

Só aa Missa,
M issa, mesmo
mesmo sem sem Comunhão,
Comunhão, já já éé umauma fonte
fonte de de graça
graça
sem limites
sem limites para para oo membro
membro do do Corpo
Corpo Místico'
Místico de de Cristo
Cristo queque esteja
esteja
espiritualmente
espiritualmente vivo. vivo. Em Em cada
cada um um de de nós,
nós, asas graças
graças da da Missa
M issa cres-
cres­
medida que
cem àà medida
cem que consciente ativamente nos
consciente ee ativamente unimos ao
nos unimos ofereci-
ao ofereci­
mento que
mento Cristo faz
que Cristo faz de mesmo. Quando
Si mesmo.
de Si Quando as circunstâncias tor-
as circunstâncias tor­
nam impossível
nam impossível comungar,
comungar, uma
uma comunhão
comunhão espiritual
espiritual sincera
sincera e
e fer-
fer­
vorosa fará
vorosa crescer mais
fará crescer ainda aa graça
mais ainda graça que que aa M Missa
issa nos obtém.
nos obtém.
90) O ESPIRITO SANTO E A GRAÇA

Cristo pode
Cristo pode transpor
transpor perfeitamente
perfeitamente os os obstáculos
obstáculos que que não
não tenhamos
tenhamos
erguido voluntariamente.
erguido voluntariamente.
Porém,
Porém, éc de notória evidência
dc notória evidencia que
que oo católico
católico sinceramente
sinceramente inte­inte-
ressado
ressado no no crescimento
crescimento da da sua
sua vida interior deverá
vida interior completar oo ciclo
deverá completar ciclo
da graça recebendo a Sagrada Eucaristia.
da graça recebendo a Sagrada Eucaristia. “Cada Missa, uma Missa
“ C ada M issa, uma M issa
de comunhão”,
de com unhão” , deveria
deveria serser oo lema
lema dede todos.
todos. Há Há umum triste
triste desper-
desper­
dicio
dício dada graça
graça nas
nas M Missas
issas daquele
daquele que. por indiferença
que, por indiferença uu apatia,
ou apatia,
não abre
não abre oo coração
coração ao ao dom
dom de de Si mesmo que
Si mesmo que Deus
Deus lhe cierece. EE cé
lhe oferece.
um equivoco, que beira a estupidez, considerar a Sagrada Comunhão
um equívoco, que beira a estupidez, considerar a Sagrada Comunhão
como
como um um “dever”
“ dever” periódico
periódico que precisa ser
que precisa ser cumprido
cumprido uma uma vezvez porpor
mês
mês ou ou cada ano.
cada ano.

Neste poder de
Neste poder dc dar
dar vida,
vida, próprio
próprio da oração ee dos
da oração sacramentos,
dos sacramentos,

há um um ponto
ponto queque merece
mcrece ser ser destacado,
destacado. Fez-se finca-pé na
Fez-se finca-pé na afirm
afirma-a­
ção de que a graça, em lodas as suas formas, é um dom gratuito
ção de que a graça, cm todas as suas form as, é um dom gratuito
de Deus.
dc Deus. Tanto no
Tanto no começo
começo da santidade pelo
da santidade pelo Batism
Batismo,o, como
como no no
seu crescimento
seu crescimento pela oração ee demais
pela oração sacramentos, até
demais sacramentos, até aa minima
minima
participação
participação na graça éé obra
na graça obra de de Deus.
Deus. Por muito hcróicas
Por muito heróicas queque sejam
sejam
as ações que cu realize, nunca poderia salvar-me sem a graça,
as ações que eu realize, nunca poderia salvar-me sem a graça.
E, , não
E não obstante,
obstante, isto
isto nãonão me me deve levar aa pensar
deve levar pensar queque aa oração
oração
cc os
os sacramentos
sacramentos sejam sejam fórmulas
fórmulas m mágicas que possam
ágicas que possam salvar-me
salvar-me ou ou
santificar-me apesar
santificar-me apesar de mim.
de mim. Se
Se eueu pensasse
pensasse assim,
assim, seria
seria culpado
culpado
desse ““formalismo”
desse religioso de
form alism o” religioso de que
que tantas
tantas vezes
vezes se acusa os
se acusa os cató­
cató-
licos.
licos. OO formalismo
formalismo religioso
religioso aparece
aparece quando
quando uma uma pessoa
pessoa pensa
pensa
que se
que se torna
torna ““santa”
santa” simplesmente
simplesmente por por realizar certos gestos,
realizar certos recitar
gestos, recitai
certas orações ou
certas orações ou assistir
assistir aa certas
certas cerimônias.
cerimônias.
Esta
E sta acusação,
acusação, quando
quando feita feita contra
contra os os católicos
católicos em em geral,
geral, éé su-
su­
mamente injusta, mas verdadeira se aplicada a determinados católicos
mamente injusta, m as verdadeira se aplicada a determinados católicos
cuja vida
cuja vida espiritual
espiritual sese limita
limita aa um umaa recitação maquinal ee rotineira
recitação maquinai rotineira
de
de orações
orações fixas,
fixas, sem
sem cuidar
cuidar de de elevar
elevar aa mente
mente ee oo coração
coração aa Deus;
Deus;
aa um
umaa recepção
recepção dos sacramentos por
dos sacramentos por costume
costume ou ou por
por falso
falso sentido
sentido
do dever, sem futa consciente por unir-se mais a Deus.
do dever, sem lula consciente por unir-se m ais a Deus. Em resumo:
Em resumo:
Deus pode penetrar
Deus pode penetrar na
na alma
alma só até onde
só até onde oo nosso
nosso eu o deixar.
eu o deixar.

OO QUE
Q U E EÉ O
O MERITO?
M É R IT O ?

Uma vez lili na


Um a vez na secção
secção dede pequenas
pequenas notícias
notícias de
de um jornal que
um jornal que
um homem construiu
um homem uma casa
construiu uma casa para
para aa família.
família. Ele
Ele mesmo
mesmo fez
fez quase
quase
todas
iodas as
as obras, investindo todas
obras, investindo as suas
todas as suas economias
economias nosnos materiais.
materiais.
Quando
Quando aa terminou,
terminou, verificou
verificou com
com horror que se
horror que se tinha
tinha enganado
enganado de de
propriedade ee que
propriedade que aa tinha
tinha construído
construído nono terreno
terreno dede um
um vizinho.
vizinho.
Este, tranguilamente,
Este, tranquilamente, apossou-se da casa,
apossou-se da casa, enquanto
enquanto oo construtor
construtor não
não
pôde fazer outra
pôde fazer outra coisa senão chorar
coisa senão chorar oo dinheiro
dinheiro ee oo tempo
tempo perdidos.
perdidos.
O QUE E O MERTTO! 91

Por lamentável
Por lamentável que que nos nos pareça
pareça aa história deste homem,
história deste homem, não não
chega
chega aa ter ler importância
importância se sc àa compararmos
com pararm os com com aa da da pessoa
pessoa que que
vivo
vive semsem graça
graça santificante.
santificante. Por Por nobres
nobres ee heróicas
heróicas que que sejam
sejam suas suas
ações, não têm valor aos olhos de Deus.
ações, não têm valor aos olhos de Deus. Se está sem Batismo ou
Se está sem Batism o ou
em
em pecado
pecado mortal,mortal, essa cssa almalmaa separada
separada de Deus vive
de Deus vive seus
seus diasdias em em
vão.
vão. SuasSuas doresdores «c tristezas,
tristezas, seusseus sacrifícios,
sacrifícios, suassuas bondades,
bondades, tudo tudo estáestá
desprovido
desprovido de valor eterno,
de valor eterno, desperdiça-se
desperdiça-se diante diante de de Deus.
Deus. Não existe
N ão existe
mérito
mérito no no queque faz. Então, oo que
faz. Então, que éé oo mérito?
mérito?
O mérito
O mérito foi foi definido
definido como como aquela
aquela propriedade
propriedade de de uma
uma obra obra
boa que
boa que habilita
habilita quem quem aa realiza
realiza aa receber
receber umauma recompensa,
recompensa. Estou
Estou
certo de
certo de queque todos
todos concordam
concordamosos em em afirm
afirmarar que,
que, emem geral, agir bem
geral, agir bem
exige certo esforço. É fácil de ver que alimentar um faminto, cuidar
exige certo esforço. É fácil de ver que alimentar um faminto, cuidar
de um
de doente ou
um doente ou fazer
fazer um favor ao
um favor ao próximo
próximo requerrequer certo
certo sacrifício
sacrifício
pessoal. Vê-se
pessoal. Vê-se facilmente
facilmente que que estas ações têm
estas ações têm um um valor,
valor, ee que que por por
isso merecem,
isso merecem, ao ao menos potencialmente, um
menos potencialmente, reconhecimento, uma
um reconhecimento, uma
recompensa.
recompensa. Mas esta recompensa não pode ser pedida a Deus, se
M as esta recompensa não pode ser pedida a Deus, se
Ele não
BIc não teve teve parte nessas ações,
parte nessas ações, se se não
não existe
existe comunicação
comunicação entre entre
Deus ec aquele
Deus aquele que que as faz. Se
as faz. Se umum operário
operário não não quer
quer queque oo incluam
incluam
na folha
na folha de pagamento, por
dc pagamento, por muito
muito que que trabalhe,
trabalhe, não poderá reclamar
não poderá reclamar
o seu
o seu salário.
salário.
Por isso,
Por isso, só só aa alma
alma que que esíú
está em em graça
graça santificante
santificante pode adquirir
pode adquirir
mérito por
mérito por suassuas ações.
ações. ÉÉ esse estado que
esse estado que dá dá valor
valor de de eternidade
eternidade aa
uma ação.
unia ação. A Ass ações
ações humanas,
humanas, se são puramente
sc são puramente hum humanas,
anas, nãonão têm têm
nenhuma
nenhuma significação
significação sobrenatural,
sobrenatural. Só Só adquirem
adquirem valor valor divino quan-
divino quan­
do se tornam obras do próprio Deus. E nossas ações são em certo
do se tornam obras do próprio Deus. E nossas ações são em ccrto
sentido obra
sentido obra dc de DeusDeus quando
quando Hlc Ele está presente numa
está presente numa alma, quando
alm a, quando
esta vive
esta vive aa vida vida sobrenatural
sobrenatural aa que que chamamos
cham am os graça santificante.
graça santificante.
E isto
E isto éé tão tão verdadeiro
verdadeiro que que aa menormicnor de de nossas ações adquire
nossas ações adquire
valor sobrenatural
valor sobrenatural quando quando aa fazemosfazemos em união com
em união com Deus.
Deus. Tudo Tudo oo
que Deus
que Deus faz, faz, ainda
ainda que que o o faça
faça através
através de de instrumentos
instrumentos livres,livres, temtem
valor dívino.
valor divino. Isto permite
Isto permite que que aa menor
menor de de nossas
nossas obras, desde que
obras, desde que
moralmente boa.
moralmente boa. seja meritória enquanto
seja meritória enquanto tivermostivermos aa intenção,
intenção, ao ao
menos habitual,
mctios habitual, de de fazer tudo por
fazer tudo por Deus.
Deus.

Se oo mérito
Se mérito éc “a“ a propriedade
propriedade de de uma
unia oobra*boa
b ra-b o a queque habihta
habilita
quem aa realiza
quem realiza aà receber
receber uniauma recompensa”
recompensa” aa pergunta
pergunta imediata
imediata ee
lógica será:
lé>gica será: QueQue recompensa?
recompensa? Nossas
N ossas ações
ações sobrenaturalmente
sobrenaturalmente boas boas
merecem, mas
mereeeni, merecem o
m as merecem o que?
qitéJ AÀ recompensa
recompensa éé tripla:
tripla: um aumento
um aumento
de graça
de graça santificante,
santificante, aa vida
vida eterna
eterna ce maior
maior glória
glória no
no ccu.céu. Sobre
Sobre
aa segunda
segunda fasefase desta recompensa —
desta recompensa — aa vida
vida eterna
eterna — —, , éé interessante
interessante
ressaltar um
ressaltar um aspecto: para aa criança
aspecto: para criança batizada, céu éé uma
batizada, oo céu uma herança
herança
pela sua
pela sua adoção como filha
adoção como incorporada cm Cri-sto; mas
Deus, incorporada
de Deus,
filha de em Cristo; m as
cristão no
para oo cristão
para uso da
no uso ccu éé tanto
razão, oo céu
da razão, herança como
tanto herança como Te-
re­
compensa, aa recompensa
compensa, recompensa que Deus prometeu
que Deus prometeu aos
aos que
que o o servem.
99 O ESPÍRITO SANHU E A GRAÇA

Quanto ao terceiro
QuanU'» ao terceiro elemento
elemenli') do prêmio —
do prêmio — uma
uma malor glória no
maior glória no
(jéij —,
céu — . \cm
vemos os que consequência do
que cé eíMisequência do primeiro.
primcin». Nosso Nosso grau
grau de gló-
de gló­
ria dependerá
ria dependerá do do grau
grau de união com
de uniüo com Deus,
Dciis, da da medida
medida em em que que aa
graça santificante
graça santificante tiver
tiver empapado
empapado aa nossa nossa alma. Tanto quanto
alma. Tanto quanto cresça
cresça
aa graça,
graça, crescerá
crescerá aa nossa
nossa capacidade
capacidade de de glória
glória no no céu.
céu.
No entanto. para alcançar a vida eterna vc o grau
No entanto, para alcançar a vida eterna e o grau dede glória
glória queque
tenhmos merecido.
tenlimos devemos. oé claro.
merecido, devemos, claro, morrer
morrer em em estado
estado de graça.
de graça,
O pecado
() mortal arrebata
pecado mortal arrchata todos
todos os nossos méritos,
os nossos méritos. comocomo aa falência
falência
de um
de um banco
banco arruina
arruína as as economias
economias de de toda
toda uma uma vida.
vida. EE não não há há
maneira
maneira de de adquirir méritos depois
adquirir méritos depois da morte. nem
da morlc. nem no no purgatório,
purgatório,
nem no
nem no inferno,
inferno. nemnem sequer
sequer no no céu.
céu. F Esta
sia vida
vida — — ee sósó esta vida ——
esta vida
í* oo tempo
tempo de prova, oo tempo
de prova, tempo de de merecer,
merecer.
Mas é consolador saber que os méritos
M as é consolador saber que os méritos que que podemos
podemos perder
perder pelopelo
pecado mortal
pecado mortal .se se restauram
restauram tão tão logo
logo aà alma
alma se reconcilia com
.se reconcilia com DeusDeus
por um
por um ato ato dede contrição perfeita ou
contrição perfeita por uma
ou por uma confissão
confissão bem bem feita.
feita.
Os méritos
Os méritos revivem
revivem no momento em
no momento em que
que aa graça
graça santificante
santificante voltavolta
àà alma.
alma. Em outras palavras.
Em outras palavras, o o pecador
pecador conlrho
contro não tem que
nã(^ tem que co­ co-
meçar
meçar de de novo;
novo: seu tesouro
seu tesouro anterior
anterior de de méritos
méritos não iião se
se perde
perde intei-
intei-
lamentc.
tamente.

Para você
Para você ee para
para mim.
mim. queque sigiufica,
significa, na na prática,
prática, viver
viver cmem estado.
estado,
de graça
de santificante?
graça saiUificanle? Para respmider
Para responder àà questão. vbservemos dois
questão, observemos dois
homens que
homens que trabalham
trabalham juntosjuntos no no mc.smo
mesmo escritório
e.seriRirio (na (na mesma
mesma fá- fá ­
brica, loja
brica, loja ou ou fazenda).
fazenda). Para Para quem
quem os observe casualmente,
os observe casualmente, os dois
os dois
são muito parecidos.
são muito parecidos. Têm a mesma categoria de trabalho, ambos
lêm a mesma categoria dc trabalho, ambos
são casados
são casados ec têm família, ambos
têm familia, ambos levam levam essa vida que
essa vida que poderíamos
poderíamos
qualificar
qualificar comocomo ““respeitável”
re.spciláver' Um Um deles,
deles, porém.
porém, éé o o que
que poderíamos
poderíamos
chamar “laico”
chamar “ laico” Não pratica nenhuma
Não pratica religião, ee poucas
ncnhunia religião, poucas vezc.s,
vezes, para
para
não dizer
não dizer nenhuma.
nenhuma, pensa pensa cm em Deus.
Deus. Sua Sua filosofia
fiUcsofia éé que que aa felicidade
felicidade
dc cada
de qual depende
cada qual depende dele mesmo, ec por
dele mesmo, isso deve-se
por isso dcvc-sc procurar
procurar tirar
tirar
da vida
da vida tudo
tudo oo queque esta pode oferecer.
esta pode oferecer. “Sc “ Se cucu não
não o o consigo
consigo — — dizdiz
cle —.
ele ninguém oo fará
— , ninguém fará por mim”
por mim”
Não
N ão éé um um maumau homem.
homem. Pelo contrário,
Pelo contrário. em em muitas
muitas coisas
coisas des-
des­
perta admiração.
perta adm iração. TrabalhaTrabalha como coma um um escravo porque quer
escravo porque triunfar
quer triunfar
na vida
na vida ee dardar àà família
família tudotudo o o que haja de
que haja de melhor.
melhor. Dedica-se sin-
Dedica-sc sin­
ceramente aos
ceramente aos seus: orgulhoso da
seus: orgulhoso da niiilher,
mulher. aà quem quem considera
considera umauma
companheira encantadora
companheira encantadora ce generosa. devotado aos
generosa, devotado aos filhos, nos quais
filhos, nos quais
vê uma
vc uma prolongação
prolongação de de sisi mesmo.
mc.smo. ““Eles Eles são são aa única imortalidade
única imortalidade
que me inleres,sa” diz ele aos
que me interessa” diz ele aos seus amigos. seus amigos. F um bom amigo,
É um bom amigo, apre- apre­
ctado por
ciado por todos
todos osos que
que oo conhecem,
conhecem, moderadamente
moderadamente generoso generoso ee cons­
cons-
ciente dc
ciente de seus deveres cívicos.
seus deveres cívicos. Sua Sua laboriosidade,
laboriosidade, sinceridade, honra-
sinceridade, honra­
dez
dez ee delicadeza
delicadeza não não se se baseiam
baseiam em em princípios
princípios religiosos:
religiosos: ““Isso Isso éé
que
que éé decente”
decente" — — explica
explica — —: tenho
tenho que fazé-lo por
que fazê-lo por respetto
respeito aa mim
mim
mesmo ee aos
mesmo aos outros”
QUE FO MERO? 93

Em breve resimo.
L'in hrc\e resumo, está aqui oo retrato
está aqui leiiauí do do hemem
liomem “naturalmente”
■'naluralmemc”
bem.
l^un. Podos iu'is
d'odtis pós tropeçamos
tropeçamos eom com ele ele emcm alguma
alguma ocasião
ocasião e.e. go
ao mme-e­
nos externamente. ençhemo-nos
nos exlernamcnie, eiiehemo-iios de vergonha pensando
de \ergonha pensando em ein mais de
mais de
um que se chama cristão.
um que se eliama erisião, E. apesar disso. sabemos que esse homem
F. apesar disso, sabemos que esse homem
falha
fallia no mais importante.
no mais imporumte. Auo Ago fazt'a/_ o o que
que éé decente,
decente, nãonão sesc com-
com ­
porta
porta com respeito por
com respeito por sisi mesmo
mesmo ce pelos pelos outros,
outros. porque
porque ignora
ignora aa
única coisa realmente necessária. o fun para que foi criado: amar
única coisa realmente necessária, o fini para que foi criado: amar aa
Deus
Deus ee provar
provar esse amor cumprindo
esse amor cumprindo aa vontadevontade divina.
divina. Precisamente
Precisamente
por
por serser tão
tão bom
bom em voisas tncnos
em coisas menos transcendentais.
iranseendenlais, aa nossa com- ­
nossa com
paixão
paixão éé maior,
maior, aa nossa
nossa oração
oração por
por ele cle mais
mais compassiva,
compassiva,

Dirijamos
Dirijamos agora agora aa nossa nossa atenção
atenção ao ao outro
outro homen.
homem, esse esse que que
trabalha na mesa. na máquina ou no balcão contiguo.
trabalha na mesa. na máquina ou if' balcão contíguo. À primeira
A primeira
vista.
vista, parece
parece uma iima cópia
cópia do primeiro: não
do primeiro; não há diferença: em
liá diferença; em posição,
posição,
famitia,
família, trabalho trabalho cec personalidade.
personalidade, Mas existe uma
Mas existe uma diferença
diferença incal- incal-
culável
eiilávcl que os olhos
(|iic tis olluis nãonão podem
podem apreciar
apreciar facilmente.
facilmente, porque reside
por(|iie reside
na
na iricnção,
Imcnção. AA vida vida do do segundo
segundo não não sese baseia
bascia no no ““decente”
decente” ou ou no no
“respeito
“ respeito por por stsi mesmo”
mesmo” ou, ou, pelopelo menos.
menos. não não principalmente.
principalmente. Os
Os
afetos
afetos ee aspirações
aspirações naturais.
naturais. c|ue que partilha
parulha com com todotodo oo gênero
género humano,
humano.
ele se
iiele transformaram em
se transformaram em afetos
afetos ec aspirações
aspirações mais mais altos:
aU<is; oo amor amor aa
Deus
1 X ‘US vce oo desejo
desejo de dc cumprir
cumprir aa sua sua vontade.
vontade.
Sua esposa
Sua esposa não não éé apenas
apenas aa companheira
companheira no no lar
lar EÉ também
lambém com com- ­
panheira no
panheira no altar,
altar, F.le Flo ce elaela estão
estão associados
associados aa Deus Deus e€ sese ajudam ajudam
mutuamente
mutuamente no caminho para
no caminho para aa santidade,
santidade, cooperam
cooperam com com Fle Ele na na cria­
cria-
cão
ção de novos seres
de novos humanos destinados
.seres humanos destinados àà glória glória eterna.
eterna. Seu Seu amoramor
108 filhos não
aos filhíis não cé aa meramera extensão
extensão do do amor
amor aa sisi mesmo:
mesmo: ele ele osos vê come
vc como
uma solene
uma solene provaprova de dc confiança
confiança que que DeusDeus lhelhe dá.
dá. considera-se
considcra-sc como como
vwo administrador
administrador que qne um um dia dia terá
terá queque prestar
prestar contas
contas dessasdessas almas,almas,
Seu
Scii amoramor por por eles.
cies. como
como oo amor amor àã mulher.mulher, éc parte parte do do seuseu amoramor
a4 Deus.
Dous.
Seu
Seu trabalho
trabalho éé mais mais que que uma uma opoiUinidade
oportunidade de dc ganhar
ganhai- aa vida vida
ec progredir.
progredir. ÉH parte parte da da sua
sua paternidade sacerdotal. éé meio
paternidade sacerdotal, meio parapara aten-
aten­
der
der às às necessidades
necessidades materiaismateriais de do suasua família
familia ce parte
parte do do plano
plano querido
querido
por
por Deus Deus para para ele.ele. Por Por isso.
isso. cumpre
eiimpre oo melhormellior que que podepode com com seu seu
trabalho.
trabalho, porque compreende que
porque compreende que éé um um instrumento
instrumenio nas nas mãosmãos de de
Deus para
Deus completar àa obra
para completar obra da da Criação
Criação no no mundo.
mundo. AA Deus
Deus só só
pode oferecer
pode oferecer oo melhor.melhor, ee esie este pensamento
pensamento oo acompanha acompanha ao ao longo
longo
do dit.
cio dia. Sua cordialidade
Sua cordialidade natural natural está está saturada
saturada de de espírito
espírito de de can-
cari­
dade.
dade. Sua gencrosidade. aperfeiçoada
Sua generosidade, aperfeiçoada pelo pelo desprendimento.
desprendimento. Sua Sua de- dc-
licadeza
licade/a sc se imbui
imbui da da compaixão
compaixão de de Cristo.
Cristo. Talvez não
Talvez não pense
pense frc- fre-
i|ueniemetUe
quentemento nesias
nestas eoisas.
coisas. mas mas também
lambem não não passa
passa o o dia pendente
dia pendente
de
de si st mesmo
mesmo ée de de suas virtudes.
suas vinudes. Começou aa jornada
Começou jornada com com oo ponto ponto
de mira
de mira bem bem centrado:
centrado; em em DeusDeus ce longelonge de de st.
si. “Meu
“ Meu Deus Deus — — disse
disse
cleo —
ele —, , ofereço-te
ofereço-te todos todos os os meus
meus pensamentos.
pensamentos, palavras palavras cc ações, ações, e€
4 O ESPÍRITO SANTO E À GRAÇA

as contirariedades
as contrariedades de
de hoje
hoje Talvez
Talvez tenhatenha dado
dado ao ao seu
seu dia
dia o o ine-
me-
hor dos começos
llior dos assistindo àà Santa
comcços assistindo Santa Missa.
M issa.
Mas existe outra coisa que é imprescindível para
M as exisie outra coisa que é imprescindível fazer deste
para fazer deste
homem um
homem homem autenticamente
um homem autenticamente sobrenatural.
sobrenatural. A A rela
reta intenção
intenção éé
necessária,
íiecessária, masmas não não basta.
basta. Seu Scu diadia deve
deve nãonão sósó dirigir-se
dirigir-se aa Deus,
Deus.
como deve ser vivido em união com Ele, para que tenha valor eter­
como deve ser vivido em união com Ele, para que tenha valor cter-
no.
no. Em outras
Em palavras, este
outras palavras, este homem
homem deve deve viver
vi\er em em estado
estado de de graça
graça
santificante.
santificante.
Em Cristo,
F:rn Cristo, aa mais
mais insignificante
insignificante das d as ações tinha valor
ações linha valor iníijiilo.
infinito,
porque
porque aa sua sua natureza
natureza humana
humana estava
estava unidaumda àà sna sua natureza divina.
natureza divina,
Judo
i udo o o que
que Jesus
Jesus fazia, Deus oo fazia.
fazia, Deus fazia. Dc De modo
modo semelhante
semelhante — mas
— jnas

só semelhante
semelhante —, — , oo mesmo
mesmo ocorre
ocorre conosco.
conosço. Quando estamos
Quandc» estamos cm em
oraça,
graça, não não possuímos
possuím os aa natureza
naiineza divina,
divina, mas participamosos da
mas participam natu-
da natu­
reza
reza dede Deus,
Deus, compartilhamos
compartilhamos aa vida vida divina
divina dede uma
uma manetra
maneira especial.
especial.
Em conseguência, qualquer
Em conseqüência, qualquer coisa
coisa que
que façamos
façam os — — exceto
exceto o o pecado
pecado — —. .
Deus o faz por nós.
Deus o faz por nós. Deus, presente em nossa alma. var dando valor
Deus, presente cm nossa alma. vai dando valor
eterno
eterno aa tudotudo oo queque fazemos.
fazemos. A Atété aa mais
mais caseira
caseira das ações —
das ações — limlim- ­
par
par o O nariz
nariz àà criança
criança ou ou consertar
consertar uma uma ficha
ficha elétrica
elétrica — merece um
— merece um
aumento
aumento de de graça santificante ee um
graça santificante um graugrau mais
mais alto
alto dede glória
glória no no céu,
ccu,
se
se aa nossa
nos.sa vida está centralizada
vida está centralizada em Deus. Eis
em Deus. Eis oo que significa viver
que significa viver
em estado
em estado dc de graça santificante, eis
graça santificante, eis o o que
que significa
significa scr scr homem
homem
sobrenatural.
.sobrenatural.
CAPÍTULO
C a pít u l o X
X

AS
AS VIRTUDES
VIRTUDES EE DONS
DONS DO
DO ESPÍRITO
ESPÍRITO SANTO
SANTO

OO QUE É V
QUE É VIRTUDE?
IR T U D E ?

Você éé viriuoso?
Você virtuoso? Se Se íhe
lhe fizessem
fizessem estaesta pergunta,
pergunta, aa sua sua modéstia
modéstia
o faria responder: “Não, não de um modo especial”. É, no entanto,
0 faria responder: “ Não, não de um modo especial” . E , no entanto,
se você
se vücc éé batizado
batizado ee vive vive em em estado
estado de de graça
graça santificante,
santificante, possui possui as as
três virtudes
três virtudes m mais altas: as
ais altas: virtudes divinas
as virtudes divinas da da fé,
fé, dada esperança
esperança ee da da
caridade.
caridade. Sec cometesse
Se cometesse um um pecado
pecado mortal, perderia aa caridade
mortal, perderia caridade (ou (ou
o amor de Deus), mas ainda lhe ficariam a fé e a esperança.
0 amor de D eus), m as ainda lhe ficariam a fé e a esperança.
Masas antes
M antes de de prosseguir,
prosseguir, talveztalvez seja conveniente repassar
seja conveniente repassar oo signi­signi-
ficado da
ficado da palavra
palavra ““virtude”.
virtude” . E Emm religião,
religião, aa virtude
virtude se se define
define como
como
““oo hábito
hábito ouou qualidade
qualidade permanente
permanente da da almalmaa que que lhelhe d dáá inclinação,
inclinação,
facilidade ee prontidão
facilidade prontidão para conhecer ee praticar
para conhecer praticar oo bem bem ee evitar
evitar oo
mal”
mal” Por exemplo,
Por exemplo, se se você
você tem tem oo hábito
habito de de dizer
dizer sempre
sempre aa ver- ver­
dade,
dade, possui
possui aa 'virtude
'virtude da da veracidade
veracidade ou sinceridade. Se
ou sinceridade. Se tem
tem oo hábito
hábito
de ser rigorosamente honesto com os direitos dos outros, possui aa
de ser rigorosamente honesto com os direitos dos outros, possui
virtude da
virtude da justiça.
justiça.
Se adquirimos
Se adquirimos uma uma virtude
virtude por por nosso
nosso próprio
próprio esforço,
esforço, desenvo!-
desenvol­
vendo conscientemente
vendo conscientemente um hábito bom,
um hábito denominamos natural
bom, denominamos natural essaessa
virtude.
virtude. Suponha
Suponha que que decidimos
decidimos desenvolver
desenvolver aa virtudevirtude da da veracidade.
veracidade.
Vigiaremos
Vigiaremos nossas nossas palavras,
palavras, cuidando
cuidando de de nada
nada dizerdizer que altere aa
que altere
verdade.
verdade. AA princípio,
principio, talveztalvez nosnos custe,
custe, especialmente
especialmente quando quando dizer dizer
aa verdade
verdade nos causa inconvenientes ou nos envergonha.
nos causa inconvenientes ou nos envergonha, Um hábito
Um hábito
(seja bom
(seja bom ou ou m mau)
au) consolida-se
consolida-se pela pela repetição
repetição de de atos.
atos. Pouco Pouco aa
pouco
pouco se se nos
nos tomtomaa mais
mais fácil dizer aa verdade,
fácil dizer verdade, mesrnom esn o que que as as suas
suas
consequências nos
conseqüências nos contrariem.
contrariem. Chega Chega um um momento
momento em em que que dizer
dizer
aa verdade
verdade éc para
para nósnós como
como que que umauma segunda natureza, ee para
segunda natureza, mentir
para mentir
temos que
temos que fazer
fazer força.
força. Quando
Quando for assim, poderemos
for assim, poderemos dizer dizer sincera-
sincera­
mente que
mente que adquirimos
adquirimos aa virtude virtude da da veracidade.
veracidade. E E porque
porque aa conse-conse­
guimos com
guimos com oo nosso
nosso próprio
próprio esforço, essa virtude
esforço, essa virtude chama-se natural.
chama-se natural.
Masas Deus
M Deus podepode infundir
infundir na alma uma
na alma virtude diretamente,
uma virtude diretamente, sem sem
esforço de nossa parte. Pelo seu poder infinito, pode conferir a uma
esforço de nossa parte. Pelo seu poder infinito, pode conferir a uma
D6
t)(i ASS
Á \VIRTUDES & )DONS
iir j rijK.s E X)\8 IDO ESFÍRITO
X ) i-;s)'’í R i ' ] ' o sSANTO
w r o

ma o pode
::lnia o potUí cce inclinação para realizar
iiiciinação para realizar certas
certas ações que são
açocs que são so-
so-
Eronaturabimenio
hruiam iaiineiue bou',. boas Uma virtude
Lima virtude deste tipo —
deste tipo — o o hábito infundido
hábito infundido
nu alma diretamente por Deus — chama-se sobrenatural. Entre estas
na alnia JiieianK-nie pi>r Deus — ehania-se suhrenamral. Entre estas
\in udcs, us
virtudes. as mais
mais nnportantes
importantes são são asas trcs
três aa que
que chamamos
chamamos teologais:
íeologais:
fe.. esperança
E esperança ee icaridade.
aridade. EE ehamam-se
chamam-se teologais
teologais (ou divinas) por­
(ou divinas) por-
que dizem respeito diretamente a Deus: cremos em Deus. em Deus
que dizem respeito diretamente a Deus: cremos em Deus, em Deus
esperamos
esperamos ec aa Elec amamos.
Ele amamos,
Estas
F slas três virtudes, junto
três virtudes, junto comcom aa graça
graça santificante.
santificante, são são infun-
infun­
didas em nossa alma pelo sacramento do Batismo.
didas em iiossa alma pelo sacramento do Batismo. Mesmo uma
Mesmo uma
criança.
criança, se se estiver
estiver batizada.
balizada, possti
po.ssui as três virtudes,
as très virtudes. aindaainda queque não não
seja capaza/ dc
seja cap de praticá-las
praticá-las enquanto
enquanto nào não chegar
chegar ao ao usouso da razão.
da razão. E.
E,
uma vez
iiiiia recebidas, não
vez recebidas, não se se perdem
perdem facilmente.
facilmente. AA virtude virtude da da cari­
cari-
dade. aa capacidade
dade. capacidade de de amar
amar aa DeusDeus comcom amoramor sobrenatural,
sobrenatural, só só se se
perde
perde pelopelo pecado
pecado mortal.
mortal.
Masas mesmo
M mesmo que que se se perca
perca aa caridade,
caridade, aa féfé ee aa esperança
esperança perma-
perm a­
necem.
necem. ÀA virtude virtude da da esperança
esperança sósó sese perde
perde porpor um um pecado
pecado direto
direto
contra cla,
contra ela, pelo
pelo desespero
desespero dede não não confiar
confiar mais
mais nana bondade
bondade ee miseri­
miscri-
córdia divinas.
córdia divinas. E,
E, éé claro,
claro, sese perdemos
perdemos aa fé, fé, perdemos
perdemos também também aa
esperança,
esperança, pois pois éé evidente
evidente que que não
não se pode confiar
se pode confiar em Deus se
em Deus se não
não
se crê nEle.
se crê nEle. E a ié. por sua vez, perde-se por um pecado prave
E a fé, por sua vez, perde-se por um pecado grave
contra ela.
contra ela, quando
quando nos nos recusamos
recusamos a a crercrer nono que
que Deus
Deus revelou.
revelou.

Além das
Além das três
três grandes
grandes virtudes,
virtudes, aa que que chamamos
chamamos teologais
teologais ou ou
divinas, existem outras quatro virtudes sobrenaturais que. juntamente
divinas, e.xislem outras quatro virtudes sobrenaturais que. juntamente
com
com aa graça
graça santificante.
santificante. são infundidas na
são infundidas na alma
alma pelopelo Batismo.
Batismo.
Como
Com o estas virtudes não
estas virtudes não dizem
dizem respeito diretamente aa Deus,
respeito diretamente mas
Deus, mas
sim
sim àsàs pessoas
pessoas ee coisas
coisas em em relação
relação aa Deus,
Deus, chamam-se
chamam-se virtudes
virtudes m mo-o­
rais.
rais. A Ass quatro
quatro virtudes
virtudes morais
morais sobrenaturais
sobrenaturais são: prudência, justiça,
são: prudência, justiça,
fortaleza e« temperança.
fortaleza temperança.
Possuen
Possuem um um nome especial: virtudes
nome especial; virtudes cardeais.
cardeais. O O adjetivo
adjetivo ““car-
car­
deal” deriva do
deal” deriva do substantivo
substantivo latinolatino ““cardo”,
cardo” , queque significa
significa ““gonzo”,
gonzo” , ee
são assim chamadas por serem virtudes “gonzo”, pois delas depen-
são assim cham adas por serem virtudes “ gonzo” , pois delas depen­
Gem
dem as demais virtudes
as demais virtudes morais.
morais. Se um
Se homem éé espiritualmente
um homem espiritualmente
prudente. justo,
prudente, forte ee moderado,
justo, forte moderado, podemos afirmar que
podemos afirmar que possui tam- ­
possui tam
bém as outras virtudes morais.
bém as outras virtudes morais. Poderiamos dizer que estas quatro
Poderiamos dizer que estas quatro
virtudes contêm aa semente
virtudes contêm semente das das demais.
demais. Por exemplo, aa virtude
Por exemplo, virtude dada
religião. que
religião, que nos inclina aa prestar
nos inclina prestar aa Deus
Deus o o culto devido, emana
culto devido, emana da da
virtude
virtude da da justiça.
justiça. E, E, de passagem, diremos
de passagem, diremos que que aa virtude
virtude da reli-
da reli­
gmão
gião éc aa m maisais alta
alta dasdas virtudes morais.
virtudes morais.
EV. interessante
interessante mencionar
mencionar duas diferenças notáveis
duas diferenças notáveis entre
entre aa vir-
vir­
ude natural cc aa sobrenatural,
tude natural sobrenatural. Uma virtude
Uma virtude natural, precisamente
natural, precisamente
porque
porque sc adc[uire pela prática freqüente e pela autodisciplina habi-
se adeuire pela prática frequente e pela autodisciplina habi­
tual, nos torna
tual, nos mrais fáceis
tirrna mais fáceis osos atos
atos dessa
dessa virtude. Chegamos aa ura
virtude. Chegamos um
ponto
ponto om em que. para dar
que. para dar um exemplo, se
um exemplo, sc nos torna mais
nos torna mais agradável
O QUE E VIRTUDE? 97

ser sinçeros
ser sinceros que que insinceros.
insinceros. Mas
M as uma virtude sobrenatiral,
uma virtude sobrenatural, que que éé
diretamente infundida ee não
diretamente infundida adquirida pela
não adquirida pela repetição
repetição de de atos. nãe
atos. não
torna necessariamente mais fácil a prática da virtude.
torna necessariamente m ais fácil a prática da virtude. Não é dificil
N ão é difícil
imaginar uma
imaginar pessoa que,
uma pessoa possuindo aa virtude
que. possuindo virtude da da fc fé em emi-
grau emi­
em grau
tentações de
tenha tentações
nente, tenha
nente, dúvida durante
de dúvida durante toda vida.
toda aa vida.
entre aa virtude
diferença entre
Outra diferença
Outra virtude natural sobrenatural éé aa
natural ee aa sobrenatural
forma como cada uma
forma como cada uma cresce.
cresce. Uma
U m a virtude
virtude natural.
natural, como aa ppa-a ­
como
ciência
ciência adquirida, aumenta com
adquirida, aumenta prática repetida
com aa prática perseverante.
repetida ee perseverante.
sobrenatural, porém,
virtude sobrenatural,
Uma virtude
Uma porém, só aumenta pela
só aumenta ação de
pela ação Deus.
de Deus.
esse aumento, Deus o concede em proporção com à bondade moral
cc esse aumento, Deus o concede em proporção com a bondade moral
de nossas
de ações.
nossas ações. Por outras
Por palavras. tudo
outras palavras, tudo oo que aumenta aa graça
que aumenta graça
também as
aumenta também
santificante aumenta
santificante virtudes infusas.
as virtudes Crescemosos cm
infusas. Crescem vir-
em vir­
tude tanto
tude crescemos em
quanto crescemos
tanto quanto graça.
em graça.
Que queremos
Que queremos dizer exatamente quando
dizer exatamente quando afirm am os ““creio
afirmamos creio emem
Deus”, , ““espero
Deus” espero em Deus” ou
em Deus” ou ““amo Deus”? ? Em
amo aa Deus” nossas conversas
Em nossas conversas
nabituais, éé fácil
habituais, usarmos estas
fácil usarmos expressões com
estas expressões com pouca precisão; éé
pouca precisão;
recordar de
bom recordar
bom vez em
de vez quando oo sentido
em quando estnto ee original
sentido estrito das
original das
palavras que utilizamos.
palavras que utilizamos.

Comecemos
Comecemos pela
pela fé.
fé. Das
D as três
três virtudes
virtudes tcologais
tcologaís infundidas
infundidas pelo
pelo
Batismo, aa fé
Batismo, fé éé aa fundamental.
fundamental. ÉÉ evidente evidente que não podemos
que não podemos esperaresperar
num Deus
num Deus nem nem amar
amar um um Deus Deus em em quem
quem nãonão cremos.
cremos.
AA féfé divina
divina se se define
define comocomo ““aa virtude
virtude pela
pela qual cremos firme-
qual cremos firme­
mente
mente em em todas
todas as as verdades
verdades que que Deus
Deus revelou, baseados na
revelou, baseados autori-
na autori­
dade
dade do próprio Deus,
do próprio Deus, que que não não pode enganar-se nem
pode enganar-sc enganar-nos”. .
nem enganar-nos”

Jlá aqui
aqui duas
duas frases-chave
frascs-chave — — ““crercrer firmemente”
firmemente” ee “a “ a autoridade
autoridade do do
próprio
próprio Deus”
Deus” — — que merecem scr
que merecem ser examinadas.
cxaminadas.
Crer significa admitir
Crer significa admitir algo algo comocomo verdadeiro.
verdadeiro. (Cremos quando
Cremos quando
damos nosso assentimento
dam os nosso assentimento definitivo
definitivo ee inque.stionável
inquestionável aa determinada
determinada
afirmação.
afirmação. Já Já vemos
vemos aa poucapouca precisão
precisão de de nossas expressões quando
nossas expressões quando
dizemos:
dizemos: ““Creio
Creio que que vaivai chover”
chover”, , ou ou ““creio que foÍ
creio que foi oo diadia mais
mais
agradável do
agradável do verão”
verão” Em Em ambosam bos os os casos
casos expressamos simplesmente
expressam os simplesmente
uma opinião:
uma opinião; supomos
supomos que que choverá:
choverá: temostemos aa im impressão
pressão de de queque
hoje foi
lioje foi o o dia
dia mais agradável do
mais agradável do verão.
verão. Convém ter
Convém ter presente
presente esteeste
ponto: uma opinião não é uma crença. A fé implica certeza.
ponto; uma opinião não é uma crença. A -fé implica certeza.
Mas
M as nemnem todatoda certeza
certeza éé fé. fé. NãoNão digo que creio
digo que creio cm em alguma
alguma
coisa.
coisa, se se aa vejo
vejo ee compreendo
compreendo claramente.
claramente. N Não creio que
ão creio que doisdois €e
dois sejam quatrc porque é algo evidente: posso compreendê-lo
dois sejam quatro porque é algo evidente; posso compreendê-lo
ee prová-lo
prová-lo satisfatoriamente.
satisfatoriamente. O tipo
O tipo de conhecimento que
de conhecimento que se refere
sc refere
aa falos
fatos que posso perceber
que po.sso perceber ce demonstrar
demonstrar éé compreensão
compreensão ee não não crença.
crença.
Crença — ou fé — é à aceitação de algo como verdadeiro.
Crença — ou fé — c a aceitação de algo como verdadeiro,
baseando-nos na
baseando-nos autoridade de
na autoridaile de outro.
outro. Eu Eu nunca
nunca estive
estive na na China,
China.
mas
mas muitas pessoas que
muitas pessoas que lá lá estiveram asseguram-me que
estiveram asseguram-me esse país
que esse país
existe.
existe. Porque confio neles,
Porque confio neles, creio
creio queque aa China
China existe.
existe. Igualmente
ti às VIRTUDES É DONS DO ESPÍRITO SANTO

sem
sei muito
íiuiiio poucopotco de de fisica
fisiea ee absoJuiamenie
absolutamente nada nada de de fissão
fissão nuclear.
iiuclear.
EE apesar
apesar de de nunca
iiunca ter visto um
icr visto um átomo,
álomo. creio creio cm em fissão
fissão nuclear por­
nuclear por-
que confio na
que confio na competência
competência dos dos que asseguram que
que asseguram que issoisso se sc pode
pode fazer
fazer
ee sese tem feito.
tom feito.
Este
Este tipotipo de conhecimento êé o
dc conhecimento o da da fé: afirmações que
fé; afirmações que se sc acei­
acei-
tam pc!a
tam pela auloridade
autoridade de outros cm
de outros em quem quem confiamos.
confiamos. Havendo Havendo tantas tantas
coisas na
coisas na vida
vida que que não compreendemos. ee tão
não compreendemos, tão poucopouco lenipo tempo livre livre
para conipn>\á-las
para comprovaá-las pessoalmente.
pe.ssoalmcnte, éé Jáci) fácij ver ver que que aa maior maior parte parte de de
nossos conhecimentos se
nossos conhecimentos baseia na
se baseia na fé.fé. Se Se não tivéssemos confiança
não tivéssemos confiança
cm nossos
cm semelhantes, aa vida
nossos semelhantes, pararia. Sc
vida pararia. Sc aa pessoapessoa que que diz: diz: “Se “ Se
não vejo,
não vejo, não creio” ou
não creio" ou “se “ se nãonão cnícndo,
entendo, não não crdo”crcio” atuasseatuasse dc de
acordo com
acordo com essas palavras, bem
essas palavras, bem poucopouco poderiapoderia fazer fazer na na vida.vida.
A este
A tino de
este tipo de fé fé —— àa nossa aceitação de
nossa aceitação de umauma verdade baseados
verdade baseados
na palavra
na palavra de de outro
outro — — chamamos
cham am os fé Té humena.
humana. O aditivo ““humana”
O adjetivo humana”
distingue-a
distinguc-a da da fé fé que aceita uma
que aceita verdade pela
uma verdade pela autoridade
autoridade de de Deus.
Deus.
Quando
Quando aa nossa nossa mcnie mente adere adere aa uma uma verdade
verdade porque porque Deus Deus aa m mani-
ani­
festou, a nossa fé chama-se divina. Vê-se claramente que a fé divina
festou, a no.s.sa le chama-se divina. Vê-se claramente que a fé divina
implica um
implica conhecimento muito
um conhecimento muito mais mais seguro
seguro que que ua fé fé meramente
meramente
humana.
humana. Não cé comum,
Não comum. mas mas éé possível
possivel que que todastodas as autoridades
as autoridades
humanas
humanas sc ensinem em
sc eíiganem determinada afirmação,
em determinada afirmação, com comoo aconteceu,
aconteceu.
por exemplo. com
por exemplo, com o o ensinamento
cosinamento universal universal de de queque aa terraterra era ecra plana.
plana.
Não
Não éé comum, comum, rnas mas éé possível
possível que que todastodas as as autoridades
autoridades humanas humanas
procurem enganar,
procurem enganar. como acontece. por
como acontece, por exemplo,
exemplo. com com os ditadores
os ditadores
due eNganam O povo.
que enganam <i povo.
Masas Deus
M Deus não não pode enganar-sc aà si
pode enganur-sc st mesmo
mesmo nem enganar os
nem enganar os
vutros:
itiiiros: Ele Ele éé aa Sabedoria
Sabedoria infinita infinita cc aa VerdadeVerdade infinita. infimta. Nunca ppo-o ­
Nunca
derá
derá haver haver nem nem sombrasombra de de dúvida
dúvida nas nas verdades
verdades que que Deus
Deus nos nos reve­
reve-
lou. c,
lou, por isso.
e, por isso. aa verdadeira
verdadeira fé fé cé sempre
sempre uma uma fé fé firme.
firme. Andar com
Andar com
dúvidas sobre
dúvidas sobre uma uma verdadeverdade dc de fé fé éé duvidar
duvidar da da sabedoria
sabedoria infinita infinita
de Deus
de Deus ou ou da da sua veracidade.
infinita veracidade.
sua infinita Especular se
Especular se haverá
haverá três três
Pessoas em Deus ou se Jesus está realmente presente na Eucaristia
Pessoas em Deus ou se Jesus está realmente presente na Eucaristia
questionar aa credibilidade
éé questionar credibilidade de de Deus
Dcus ou negar aa sua
ou negar sua autoridade.
autoridade. Na Na
realidade, cé rechaçar
realidade, rechaçar aa fé fé divina.
divina.
Pela mesma razão,
Pela mesma razão. aa verdadeira
verdadeira fé fé devedeve ser ser completa.
completa. Seria
Seria
uma estupidez pensar que podemos escolher e ficar com as verdades
uma estupidez pensar que podemos escolher e ficar com as verdades
que nos
que agradam dentre
nos agradam dentre as as que
que Deus revelou.
Deus revelou. Dizer: ““Eu
Dizer: crejo no
Eu creio no
céu.
céu. m não no
masas não no inferno”
inferno”. , ou ou ““creio
creio no no Batismo,
Batismo. mas mas não não na na C Con-
on­
fissão” cé o
fissão" o lucsnm
mesmo que que dizer;
dizer: ““Deus
Deus pode enganar-se”
pode engariar-se” A conclu­
A conclu-
são que logicamente se seguia seria esta: “Afinal, por que crer cm
são que louícaniente se seguiria seria esta: “ Afinal, por que crer em
Deus?”
D eus?”
AA fé té dede queque falamfalamos os éé íc sobrenatural. aa fé
fé sobrenatural, fé queque surge
surge da da vir­
vir-
rude divina infusa.
tude divina infiisa. E possível ter uma fé puramente nattiral em
É possível ter uma fé puramente natural em
Deus ou
Deus ou em muitas de
em muitas de suassuas verdades.
verdades. Esta fé
E.sta fé pode
pode basear-se
basear-se na na
natureza, que
natureza, que dá testemunho de
dá testemunho de um um Ser Supremo. de
Ser Supremo, poder eev sabe-
de poder
99
ESPERANÇA E AMOR

doria
cloria infinitos: pode basear-se
infinitos; pode basear-se também
também na aceitação do
na aceitação do testemunho
testemunho
de inúmeras
de inúmeras pessoas
pessoas grandes
grandes ee sábias,
sábias, ou
ou nana atuação
atuação dada Providência
Providência
divina
divina em nossa vida
em nossa vida pessoal.
pessoal. Uma fé
Uma fé natural deste tipo
natural deste tipo éé uma
uma
preparação
preparação parapara aa autêntica
autêntica fé
fé sobrenatural, que nos
sobrenatural, que nos éé infundida
infundida
junto com
junto com aa graça
graça santificante
santificante na na pia
pia batismal.
batismal. Mas
M as éé só
só esta
esta féfé
sobrenatural, esta
sobrenatural, esta virtude
virtude dada fé divina, que
fé divina, que nos
nos éé infundida
infundida no no B Ba-a ­
tismo, aquela que
tismo, aquela que nos dá condições
nos dá condições parapara crer
crer firme
firme ee inteiramente
inteiramente
em
em todas
todas as as verdades, mesmo as
verdades, mesmo as mmais inefáveis ee misteriosas,
ais inefáveis misteriosas, que que
Deus
Deus nosnos revelou.
revelou. SemSem esta
esta fé, os que
fé, os que alcançaram
alcançaram o o uso
uso dada razão
razão
não poderiam
não poderiam salvar-se.
salvar-se. A A virtude
virtude da da féfé salva
salva aa criança
criança batizada,
batizada,
mas, quando
mas, quando se adquire o
se adquire o uso
uso dada razão, deve haver
razão, deve haver também
também atos atos
de
de fé.
fé,

ESPERANÇA
E S P E R A N Ç A EE A
AMOR
MOR

ÉÉ doutrina
doutrina da da nossa
nossa fé cristã que
fé cristã que Deus
Deus dá dá aa cada
cada almaalm a queque
cria a graça suficiente para que alcance o céu.
cria a graça suficiente para que alcance o céu. A virtude da espe-
A virtude da espe­
rança,
rança, infundida
infundida na na alma
alma pelopelo Batismo, baseia-se neste
Batism o, baseia-se ensinamento
neste ensinamento
da Igreja
da Igreja de de Cristo
Cristo ee dele
dele se se nutre
nutre ee se se desenvolve
desenvolve com com oo decorrer
decorrer
do tempo.
do tempo.
A esperança
A esperança se se define
define como como “a virtude sobrenatural
“ a virtude sobrenatural pela pela qual
qual
confiamos que
confiamos que Deus,
Deus, queque éé todo-poderoso
todo-poderoso ee fiel fiel às suas promessas,
às suas promessas,
nos
nos concederá
concederá aa vida vida eterna
eterna ee os os meios
mejos necessários
necessários para alcançá-la”
p ara alcançá-la”
Por outras palavras, ninguém perde o céu senão por culpa própria.
Por outras palavras, ninguém perde o céu senão por culpa própria.
Por parte de
Por parte de Deus,
Deus, aa nossa
nossa salvação
salvação éé certa.
certa. ÉÉ somente
somente aa nossa parte
nossa parte
—— aa nossa
nossa cooperação
cooperação com com aa graça
graça de de Deus
Deus — — oo queque aa torna
tom a incerta.
incerta.
Esta confiança que
E sta confiança que temos
temos na na bondade
bondade divina,
divina, no seu poder
no seu poder ee
fidelidade, suaviza
fidelidade, suaviza os os contratempos
contratempos da da vida.
vida. SeSe aa prática
prática da virtude
da virtude
nos exige
nos exige às vezes autodisciplina
às vezes autodisciplina ee abnegação,
abnegação, talvez mesmo aa auto-
talvez mesmo auto-
imolação ee oo martírio,
imolação martírio, vam vamosos encontrar
encontrar aa nossanossa fortaleza
fortaleza ee valorvalor
na certeza da vitória final.
na certeza da vitória final.
AA virtude
virtude da esperança éé implantada
da esperança im plantada na almaa no
na alm no Batism
Batismo,o, jun-
jun­
tamente
tamente com com aa graça
graça santificante.
santificante. Mesmo M esmo um um recém-nascido,
recém-nascido, se se for
for
batizado, possui
batizado, possui aa virtude
virtude da da esperança.
esperança. M Masas devemos
devemos acautelar-nos.
acautelar-nos.
Ao
A o chegarmos
chegarmos ao ao usouso da razão, esta
da razão, virtude deve
esta virtude deve traduzir-se
traduzir-se no no atoato
de
de esperança
esperança em em Deus
Deus ee em em suassuas promessas.
promessas. O O ato
ato dede esperança
esperança
deveria
deveria destacar-se
destacar-se de de modo proeminente em
m odo proeminente em nossas
nossas orações
orações diárias.
diárias.
É uma
É uma forma form a de oração especialmente
de oração especialmente grata grata aa Deus,
Deus, já que mani-
já que m ani­
festa
festa ao mesmo tempo
ao mesmo tempo aa nossanossa completa
completa dependência
dependência dEle dEle ee aa nossa
nossa
absoluta confiança no
absoluta confiança no seuseu amor
am or por por nós.
nós.
EÉ evidente
evidente que que oo ato ato de esperança éé absolutamente
de esperança necessário
absolutamente necessário
para
para nos nos salvarmos.
salvarmos. Nutrir dúvidas
Nutrir dúvidas sobresobre aa fidelidade
fidelidade de de Deus
Deus em em
manter
manter suas suas promessas,
promessas, ou sobre aa efetividade
ou sobre efetividade da da sua
sua graça
graça em em su­su-
100 AS VIRTUDES E DONS DO ESPIRITO SANTO

perar
perar as as nossas
nossas fraquezas
fraquezas hum humanas,
anas, éé um um insulto
insulto blasfemo
blasfem o aa Deus.Deus.
Nessas
N essas condições, ser-nos-ia impossível
condições, ser-nos-ia impossível superarsuperar os os rigores
rigores da da tenta-
tenta­
ção ee praticar
ção praticar aa caridade
caridade abnegada.
abnegada. Em resumo, não poderiamos
Em resumo, não poderíamos
viver
viver uma uma vida autenticamente cristã,
vida autenticamente cristã, se se não
não tivéssemos
tivéssemos confiança
confiança
no
no resultado
resultado final. Quão poucos
final. Quão poucos teriam teriam aa fortaleza suficiente para
fortaleza suficiente para
perseverar
perseverar no no bem,
bem, se se sósó tivessem
tivessem uma uma possibilidade
possibilidade em em um um milhão
milhão
de ir para
de ir para oo céu!céu!
Daqui
D aqui se se segue
segue queque aa nossa esperança deve
nossa esperança deve serser firme.
firme. Uma
Um a
esperança fraca amesquinha Deus no seu poder infinito ou na sua
esperança fraca amesquinha Deus no seu poder infinito ou na sua
bondade ilimitada.
bondade ilimitada. Isto
Isto não significa que
não significa não devamos
que não devamos mantermanter um um
são temor
são temor de de perder
perder aa alma.
alma. M Masas este
este temor
temor deve proceder da
deve proceder da falta
falta
de
de confiança
confiança em em nós,
nós, não
não da da falta
falta de de confiança
confiança em em Deus.
Deus. Se Se Lúcifer
Lúcifer
pôde rejeitar a graça, nós também estamos expostos a fracassar, m
pôde rejeitar a graça, nós também estam os expostos a fracassar, masas
esse
esse fracasso
fracasso não seria imputável
não seria imputável aa Deus. Deus. Só um
Só néscio se
um néscio se lem­
lem-
braria
braria de de dizer,
dizer, ao ao arrepender-se
arrepender-se de de seu
seu pecado:
pecado: ““Oh Oh Deus, tenho
Deus, tenho
tanta vergonha de ser tão fraco!” Quem tem esperança dirá: “Meu
tanta vergonha de ser tão fraco!” Quem tem esperança dirá: “ Meu
Deus,
Deus, tenho tenho tanta vergonha de
tanta vergonha de ter esquecido como
ter esquecido como sou fraco!”
sou fraco!”
Pode-se
Pode-se definir
definir um üm santo
santo como aquele que
como aquele que desconfia
desconfia absolutamente
absolutamente
de
de stsi mesmo
mesmo ee confia confia absolutamente
absolutamente em Deus.
em Deus.
Também
Tam bém éé bom bom nãonão perder
perder de de vista
vista que
que oo fundamento
fundamento da da espe-
espe­
rança
rança cristã
cristã se se aplica
aplica aos
aos outros,
outros, tantotanto quanto
quanto aa nós mesmos.
nós mesmos. Deus
Deus
quer
quer não não só só aa minha
minha salvação,
salvação, como como aa de de todos
todos os os homens.
homens. Esta E sta
razão
razão levar-nos-á
levar-nos-á aa não não nos nos cansarmos
cansarm os de de pedir
pedir pelos
pelo.s pecadores
pecadores ee
descrentes,
descrentes, especialmente
especialmente pelos pelos m mais próximos por
ais próximos por relações
relações de de pa-pa­
rentesco
rentesco ou ou de de amizade.
amizade. Os O s teólogos
teólogos católicos
católicos ensinam
ensinam que que Deus
Deus
nunca retira completamente a sua graça, nem sequer aos pecadores
nunca retira completamente a sua graça, nem sequer aos pecadores
mais
mais empedernidos.
empedernidos. Quando Quando aa Bíblia Bíblia dizdiz que
que Deus
Deus endurece
endurece oo seu seu
coração
coração para para com com oo pecador
pecador (como,(com o, por por exemplo,
exemplo, diz diz do do Faraó
F araó queque
se
se opôs
opôs aa Moisés),
M oisés), não não éé senão
senão um um m modo
odo poético
poético de de descrever
descrever aa
reação
reação do do pecador.
pecador. ÉÉ este este quem
quem endurece
endurece oo seu seu coração
coração ao ao resistir
resistir
aà graça
graça de de Deus.
Deus.
EE sese falecesse
falecesse um um ser ser querido,
querido, aparentemente
aparentemente sem sem arrependi-
arrependi­
mento,
mento, também também não não deveriamos
deveríamos desesperar-nos
desesperar-nos ee “afligir-nos
“ afligir-nos comocomo
os
os queque não não têmtêm esperança”.
esperança” . Enquanto
Enquanto não hão chegarmos
chegarmos ao ao céu,
céu, nãonão
saberemos
saberemos que que torrente
torrente de de graças
graças pôde pôde DeusDeus derramar
derramar sobre sobre oo pe- pe­
cador
cador recalcitrante
recalcitrante em em seuseu último
último segundo
segundo de de consciência
consciência — — graças
graças
que
que aa nossanossa oração
oração confiante
confiante terá terá obtido.
obtido.

Embora
Em bora aa confiança
confiança na na Providência divina não
Providência divina não seja exatamente
seja exatamente
oo mesmo
mesmo que que aa virtude
virtude divina
divina dad a esperança,
esperança, está suficientemente
está suficientemente
ligada
ligada aa ela
ela para
para conceder-lhe
conceder-lhe agoraagora aa nossa
nossa atenção. Confiar na
atenção. Confiar na
providência
providência divina
divina significa
s í^ ifíc a que
que cremos
cremós que Deus nos
que Deus nos ama
am a aa cada
cada
um
um de nós com
de nós um amor
com um amor infinito,
infinito, um
um amor que não
am or que não poderia ser mais
poderia ser m ais
direto ee pessoal
direto pessoal sese fôssemos
fôssem os aa única
única alma
alm a sobre
sobre aa terra
terra. AA esta
ESPERANÇA E AMOR 101

fé junta-se aa convicção
fé junta-se convicção de de que
que Deus
Deus só só quer
quer o o que
que éé para
para oo nosso
nosso
bem, e que, em sua sabedoria infinita, conhece melhor o que é bem
bem, e que, em sua sabedoria infinita, conhece melhor o que c bem
para nós
para nós ee no-lo
no-lo dá dá porpor seuseu infinito
infinito poder.
poder.
A
Aoo confiazmos
confiarmos no no sólido apoio do
sólido apoio do amor,
amor, cuidado, sabedoria ee
cuidado, sabedoria
poder de Deus, estamos seguros.
poder de Deus, estamos seguros. Não caimos num estado de
Não caím os num estado âni-
de âni­
mo sombrio quando
mo sombrio quando “as “ as coisas correm mal”.
coisas correm mal” . Se Se os nossos planos
os nossos planos se se
entortam, os
entortam, os nossos
nossos sonhos
sonhos se frustram ee o
se frustram o fracasso
fracasso aparenta
aparenta acos­
acos-
sar-nos a cada passo, sabemos que Deus fará que tudo contribua
sar-nos a cada passo, sabem os que Deus fará que tudo contribua
para oo nosso
para nosso bem bem definitivo.
definitivo. Mesmo Mesmo aa ameaçaameaça de de uma guerra ató-
uma guerra atô­
mica não
mica não nosnos altera,
altera, porque
porque sabemsabemosos que que atéaté osos males
males gueque o o homem
homem
produz,
produz. DeusDeus faráfará queque de de algum
algum modo modo se se encaixem
encaixem em em seus
seus planos
planos
providenciais.
providenciais.
Esta confiança na
Esta confiança na divina
divina providência
providência éé aa que que vem
vem cm em nossa
nossa
ajuda quando
ajuda quando somos somos tentados
tentados (e (e quem
quem não não oo éé uma uma vezvez ou outra?)
ou outra?)
aa pensar
pensar que que somos
somos mais m ais espertos
espertos que que Deus,
Deus, que sabemos melhor
que sabemos melhor
do
do queque EleEle oo que que nos nos convém
convém em em certas circunstâncias concretas.
certas circunstâncias concretas,
““Pode
Pode serser que
que seja pecado, mas
seja pecado, não podemos
m as não podemos permitir-nos nenhum
permitir-nos nenhum
filho mais”;
filho mai.s” ; ““podepode ser que não
ser que não seja muito honesto,
seja muilu honesto, m masas nos
nos negó-
negó­
cios todo
cios todo mundo
mundo faz faz oo mesmo”;
mesmo” ; “já “ já sel
sei que parece um
que parece um pouco
pouco es- es­
cuso,
cuso, m masas aa política
politica éé a.ssim”
assim”. . Quando
Quando nos nos vierem
vierem estas desculpas
estas desculpas
àà boca,
boca, devemos
devemos desfazê-las
desfazê-las com com aa nossanossa confiança
confiança na na providência
providência
de Deus.
de Deus. “Se fizer o
“ Se fizer o que
que éé correto,
correto, pode pode ser ser que
que apanhe
apanhe muitos
muitos
desgostos”, devemos dizer. “mas Deus conhece todas as circunstân-
desgostos” , devemos dizer, “ m as Deus conhece todas as circunstân­
cias.
cias. Sabe
Sabe mais
mais do do queque eu.eu. ÉE ocupa-se
ocupa-se de de mim.
mim. N Não
ão meme afastarei
afastarei
nem um
nem um milímetro
milímetro da sua vontade.”
da sua vontade.”

AA única
única virtude que permanecerá
virtude que sempre conosco
permanecerá sempre conosco éé aa caridade.
caridade.
No
No céu,
céu, aa fé cederá lugar
fé cederá lugar ao conhecimento: não
ao conhecimento; não haverá
haverá necessidade
necessidade
de
de ““crer”
crer” em Deus quando
em Deus quando oo virmos.
virmos. AA esperança
esperança também
também desapa-
desapa­
recerá, já
recerá, já que
que possuiremos
possuiremos aa felicidade que esperávamos.
felicidade que esperávamos. MasM as aa cari­
cari-
dade não
dade não só não desaparecerá,
só não desaparecerá, come como será será unicamente
unicamente no no momento
momento
estático em
estático em que virmos aa Deus,
que virmos Deus, face
face aa face, que esta
face, que esta virtude, infundida
virtude, infundida
em nossa
em alma pelo
nossa alma pelo Batismo,
Batism o, alcançará
alcançará aa plenitude
plenitude da sua capacida­
da sua capacida-
dc. Então oo nosso
de. Então nosso amor
amor aa Deus,
Deus, tão obscuro ee fraco
tãp obscuro fraco nesta
nesta vida,
vida, bri-
bri­
lhará como
lhará como um um sol em cxplosão.
sol em explosão. Quando
Quando nos nos virmos unidos aa
virmos unidos
esse Deus
esse Deus infinitamente
infinitamente amável,
amável, que que éé o o único
único capaz
capaz de de satisfazer
satisfazer
os anseios
os anseios de de amor
amor dodo coração
coração humano,
humano, aa nossa nossa caridade
caridade seg se expres-
expres­
sará eternamente
sará eternamente num num atoalo de amor.
de amor.
A varidade
A caridade divina, virtude implantada
divina, virtude implantada em em nossa
nossa almalmaa no no Ba-
B a­
tismo, juntamente
tismo, juntamente com com aa fcfé ee aa esperança,
esperança, define-se
define-se comocomo “a virtude
“ a virtude
pela qual
pcia qual amamos
am am os aa DeusDeus porpor Si Si mesmo,
mesmo, sobre todas as
sobre todas as coisas,
coisas, e€
ao próximo
ao próximo como como aa nós nós mesmos,
mesmos, por por amor
amor aa Deus”Deus” ÉÉ chamada
cham ada
aa rainha das virtudes,
rainha das virtudes, porque
porque as outras, tanto
as outras, tanto asas teologais
teologais com comoo as
as
morais, nos
morais, nos conduzem
conduzem aa Deus, Deus, masmas aa caridade
caridade é é aa que
que nosnos une
une a
102 AS VIRTUDES É DONS DO ESPIRÍLO SANTO

Ele Onde houver


Ele.Onde houver caridade,
caridade, estarão
estarão também
também asas demais
demais virtudes.
virtudes,
““Ama
A m a aa Deus
Deus € faz o que quiseres”, disse um santo. ÉÉ
c faz o que quisercs” , disse um santo, evidente
evidente
que,
que, se seamarmos
am arm osdede verdade
verdade aa Deus, nos será
Deus, nos será grato
grato fazer
fazer somente
somente
oo que
que for do seu
for do agrado.
seu agrado.
Evidentemente, o que
Evidentemente, o que sese infunde em nossa
infunde em alma pelo
nossa alma pelo Batismo
Batism o
éc aa virtude
virtude da caridade.
da caridade. EE quando
quando alcançamos
alcançamos oo uso da razão,
uso da razão, aa
nossa
nossa tarefa
tarefa éé fazer
fazer atos de amor.
atos de amor. O poder
O poder de
de fazer tais atos
fazer tais atos de
de
amor,
amor, fácil
fácil ee sobrenaturalmente,
sobrenaturalmente, nos nos éé dado
dado pelo pelo Batismo.
Batismo.
Uma pessoa pode
Uma pessoa pode amar
am ar aa Deus
Deus com com amoramor natural.
natural. Ao contem-
A o contem­
plar
plar aa bondade
bondade ee aa misericórdia
misericórdia divinas,
divinas, os os benefícios
benefícios intermináveis
intermináveis
que nos
que nos concede, podemos sentir-nos
concede, podemos sentir-nos inclinados
inclinados aa amá-lo amá-lo como como se se
ama
ama qualquer
qualquer pessoa amável. Certamente,
pessoa amável. Certamente, uma uma pessoa
pessoa que que nãonão teve
teve
ocastão de
ocasião de ser batizada (ou
scr batizada (ou queque está
está emem pecado
pecado mortal
mortal ee não não temtem
possibilidade
possibilidade de de se se confessar)
confessar) não não poderá
poderá salvar-se
salvar-se aa não não ser que
ser que
faça
faça umum ato ato de amor perfeito
de amor perfeito aa Deus,
Deus, istoisto é,é, um
um atoato de de amor desin-
amor desin­
teressado:
teressado; amar amar aa Deus porque éé infinitamente
Deus porque infinitamente amável, amável, am amarar aa Deus
Deus

só por
por Ele
Ele mesmo.
mesmo. Para Para um um atoato de de amor assim, também
amor assim, também necessita-
necessita­
mosos da
m da ajuda divina sob
ajuda divina sob aa forma
form a de de graça
graça atual,
atual, mas ainda assim
m as ainda assim
estamosos em
estam em façeface de de um amor natural.
um amor natural.
Só pela
Só habitação de
pela habitação de Deus
Deus na alma, pela
na alma, pela graça
graça sobrenatural
sobrenatural aa
que chamamos
que cham am os graçagraça santificante,
santificante, éé que que nosnos tornamos
tornamos capazes capazes de de
um
um atoato de de amor
amor sobrenatural
sobrenatural aa Deus. Deus. AA razão razão pela
pela qualqual oo nosso
nosso
amor
amor se se torna sobrenatural está
torna sobrenatural está em em queque realmente
realmente éé o o próprio
próprio Deus Deus
quem
quem se se amamaa aa Si Si mesmo através de
mesmo através de nós.
nós. Para esclarecer isto,
Para esclarecer pode-
isto, pode­
mos
m os servir-nos
servir-nos do do exemplo
exemplo de de umum filho
filho que
que compra
com pra um um presente
presente de de
aniversário para
aniversário para seu seu pai,
pai, ee paga-o
paga-o utilizando
utilizando aa conta conta de de crédito
crédito do do
pai (com
pai (com autorização
autorização deste).deste). Ou Ou comocomo aa criança
criança que que escreve
escreve uma uma
carta
carta àà mãe,mãe, com com aa própria
própria mãe mãe guiando
guiando aa sua sua m mãoão inexperiente.
inexperiente.
De modo semelhante,
De modo semelhante, aa vida divina em
vida divina em nós nós torna-nos
torna-nos capazescapazes de de
amar
am ar aa Deus Deus adequadamente,
adequadamente, proporcionadamente,
proporcionadamente, com com um um amoramor
digno
digno de de Deus
Deus ee também
também agradável
agradável aa Deus, Deus, apesar
apesar de de ser, de certo
ser, de certo
modo, oo próprio
modo, próprio Deus Deus quem realiza aa ação
quem realiza ação de de amar.
amar.

Esta mesma
Esta mesma virtude
virtude dada caridade
caridade (que acompanha
(que acom panha sempre
sempre aa
graça
graça santificante)
santificante) torna possível amar
torna possível arnar oo próximo
próximo com amor sobre­
com amor sobre-
natural.
natural. Amamos alguém não
Am am os alguém não com
com um um mero
mero amor natural, pelo
amor natural, pelo
simples
simples fatofato dede ser
ser uma pessoa agradável,
uma pessoa agradável, porpor termos
termos am ambos
bos aa mes­
mes-
ma indole, por nos darmos
ma índole, por nos darmos bem ou bem porque de
ou porque de alguma maneira essa
alguma maneira essa
pessoa atrai aa nossa
pessoa atrai nossa simpatia.
simpatia. EsteEste amor natural não
amor natural não éé mau.
mau. m masas
não há
não há nele
nele nenhum
nenhum mérito sobrenatural.
mérito sobrenatural. Pela virtude
Pela virtude divina
divina da da
caridade, tornamo-nos
caridade, tornamo-nos veículo, instrumento pelo
veículo, instrumento qual Deus,
pelo qual através
Deus, através
de nos, pode amar o nosso próximo.
de nós, pode am ar o nosso próximo. Nosso papel consiste simples-
N osso papel consiste sim ples­
mente em
mente em oferecer-nos
oferecer-nos aa Deus,
Deus, cmem nãonão levantar
levantar obstáculos
obstáculos ao ao fluxo
fluxo
do amor
do amor de de Deus.
Deus, Nosso papel
Nosso consiste em
papel consiste em ter boa vontade
ter boa vontade para
com o
com o próximo,
próximo, por por am
amoror de Deus, porque
de Deus, porque sabem que éé isto
sabemosos que isto o q
que Deus
que quer. Nosso
Deus quer. próximo. diremos
Nosso próximo, diremos dede passagem. inclui todas
passagem , inclui todas
as criaturas
as criaturas de de Deus:
Deus: osos anjos santos do
anjos ee santos céu (coisa
do céu fácil), as
(coisa fácil), almasas
as alm
do
do purgatório
purgatório (coisa(coisa fácil),
fácil), ee todostodos osos seres
seres humanos
humanos vivos,
vivos, Inclu-
inclu­
sive
sive Os os nossos
nossos inimigos
inimigos (uf!).
( u f!) .
EE precisamente
precisamente nesteneste ponto
ponto tocamos
tocamos oo coração
coração do do cristianismo.
cristianismo.
EÉ precisamente
precisamente aqui aqui que
que nósnós encontramos
encontramos aa cruz, cruz, que
que provanios
provam os aa
realidade
realidade ou ou aa falsidade
falsidade do do nosso
nosso amoramor aa Deus.
Deus. ÉÉ fácilfácil amar
am ar aa
família e os amigos.
fam ília e os amigos. Não é muito duro amar “todo mundo” de
N ão é muito duro am ar “ todo mundo” de
uma
uma maneira
maneira vagavaga ee geral,
geral, mas
m as querer
querer bem
bem (e (e rezar
rezar ee estar
estar disposto
disposto
aa ajudar)
ajudar) àà pessoapessoa do do escritório
escritório contíguo
contíguo que
que lhelhe passou
passou umauma ras-
ras­
teira,
teira, àà vizinha
vizinha da da frente
frente queque falafala mal
mal de
de você,
você, ouou àquele
àquele parente
parente
que conseguiu com artifícios a herança da tia Josefina, àquele crimi-
que conseguiu com artifícios a herança da tia Josefina, àquele crimi­
noso
noso que que saiu
saiu nos
nos jornais
jornais porpor ter ter violentado
violentado ee morto
morto umauma menina
menina
de
de seis
seis anos.
anos. ., se se perdoá-los
perdoá-los já já éé bastante
bastante duro,
duro, como
como será
será amá-los?
am á-los?
De
De fato,
fato, naturalmente
naturalmente falando,
falando, néio não somos
som os capazes
capazes de de fazê-lo.
fazê-lo. Mas M as
com a divina virtude da caridade, podemos; mais ainda, devemos
com a divina virtude da caridade, podemos; m ais ainda, devemos
fazê-lo,
fazê-lo, ou ou o0 nosso
nosso amor
am or aa DeusDeus seráserá uma
uma falsidade
falsidade ee uma
uma ficção.
ficção.

Masas tenhamos
M tenhamos presente
presente queque oo amoramor sobrenatural,
sobrenatural, seja seja aa Deus
Deus
ou ao
ou ao nosso
nosso próximo,
próximo, não não tem
tem queque ser
ser necessariamente
necessariamente emotivo.
emotivo. O O
umor
amor sobrenatural reside principalmente
sobrenatural reside principalmente na na vontade,
vontade, não não nas emo-
nas emo­
ções.
ções. Podemos
Podemos ter ler um profundo amor
um profundo amor aa Deus,
Deus, conforme
conforme provaprova aa
nossa fidelidade
nossa fidelidade aa Ele,
Ele, ee não sentillo de
não senti-lo de modo
modo especial.
especial. Amar Am ar aa
Deus significa
Deus significa simplesmente
simplesmente que que estamos
estamos dispostos
dispostos aa qualquer
qualquer coisa
coisa
antes que
antes que ofendêllo
ofendê-lo com com um um pçcado
pecado mortal.
mortal. Da mesma maneira,
D a mesma maneira,
podemos ter
podemos um sincero
ter um sincero amor
am or sobrenatural
sobrenatural ao ao próximo,
próximo, ee no no plano
plano
natural sentirmos uma marcada repulsa por ele. Eu lhe perdôo, por
natural sentirmos uma m arcada repulsa por ele. E u lhe perdôo, por
amor
am or aa Deus,
Deus, o o mal
mal queque mmee fez?
fez? Rezo
Rezo por ele ee confio
por ele confio emem que
que
alcance
alcance as graças necessárias
as graças necessárias para salvar-se? Estou
para salvar-se? disposto aa aju-
Estou disposto aju ­
dá-lo
dá-lo se se estiver
estiver emem necessidade,
necessidade, apesar
apesar da minha natural
da minha natural resistência?
resistência?
Se
Sc éé assim
assim, , amo-o
amo-o sobrenaturalmente.
sobrenaturalmente. A virtude
A divina da
virtude divina caridade
da caridade
opera
opera no no meu
meu interior,
interior, ee posso fazer atos
posso fazer atos dede amor
am or (que(que deveriam
deveriam
ser
ser frequentes cada dia)
freqüentes cada dia) sem
sem hipocrisia
hipocrisia nemnem ficção.
ficção.

MARAVILHAS
M A R A V IL H A S INTERIORES
IN T E R IO R E S

Umm jovem,
U jovem, aa quem
quem acabava
acabava de batizar, dizia-me
de batizar, dizia-me pouco
pouco depois:
depois:
“Sabe, padre, não
“ Sabe, padre, não notei
notei nenhuma
nenhuma das das maravilhas
maravilhas queque oo senhor
senhor dizia
dizia
que experimentaria
que experimentaria ao batizar-me. Sinto
ao batizar-me. Sinto umum alívio
alívio especial em saber
especial em saber
que
que meus
meus pecados foram perdoados
pecados foram perdoados ee alegro-me
alegro-me de saber que
de saber sou
que sou
filho de Deus
filho de Deus ee membro
membro ddoo Corpo
Corpo Místico
Místico de Cristo, mas
de Cristo, m as isso da
isso da
habitação
habitação de de Deus na alm
Deus na alma,a, da
da graça
graça santificante,
santificante, m mais
ais as
as virtudes
virtudes
104 AS VIRTUDES E DONS DO ESPIRITO SANTO

da
da fé, esperança ee caridade,
fé, esperança caridade. ee os
os dons
dons do
do Espirito
Espírito Santo
Santo bem,
bem,
não
não os senti de
os senii de maneira
maneira nenhuma”
nenhuma”
EE éé assim.
assim. Não Não sentimos
sentimos nenhuma nenhuma dessas coisas; pelo
dessas coisas; pelo menos,
menos,
não
não éé comum
comum senti-las.
senti-las. AA espantosa
espantosa transformação
transformação que que ocorre
ocorre no no
Batismo
Batism o não não se se localiza
localiza no no corpo
corpo — — no no cérebro,
cérebro, no no sistema
sistem a nervoso
nervoso
ou
ou nas
nas emoções
emoções — —, , mas
m as no no mais íntimo do
mais íntimo nosso ser,
do nosso ser, em nossa
em nossa
alma,
alma, fora
fora do do alcance
alcance da da análise intelectual ou
análise intelectual ou dada reação
reação emocional.
emocional.
Porém, se
Porém, por um
se por um milagre
milagre pudéssemos
pudéssemos dispor dispor de de um umasas lentes
lentes queque
nos permitissem ver
nos permitissem ver aa alma
alma como como é,é, quando
quando está está em graça santifi­
em graça santifi-
cante e adornada de todos os dons sobrenaturais, tenho a certeza de
cante e adornada de todos os dons sobrenaturais, tenho a certeza de
que andaríamosos de
que andaríam de umum lado lado para para outro
outro como
como que que em em transe,
transe, des-
des­
lumbrados
lumbrados ee em em estado perpétuo de
estado perpétuo de assombro,
assombro, ao ao ver
ver aa superabun*
superabun-
dância
dância com com que Deus nos
que Deus nos equipa
equipa para enfrentarmos esta
para enfrentarmos vida ee nos
esta vida nos
prepara para
prepara para aa outra.
outra.
No
No riguíssimo
riquíssimo dote dote que que acom acompanha
panha aa graça santificante, estão
graça santificante, estão
incluídos
incluídos os os sete dons do
sele dons do Espírito
Espírito Santo.
Santo. EstesEstes dons
dons — sabedoria,
— sabedoria,
entendimento,
entendimento, conselho,
conselho, fortaleza,
fortaleza, ciência, piedade ee temor
ciência, piedade temor de Deus ——
de Deus
são
são qualidades
qualidades que que se se comunicam
comunicam àà alma alma ee queque aa tornam
tornam sensível
sensível
sos movimentos da graça e lhe facilitam a prática da virtude. Des-
aos movimentos da graça e lhe facilitam a prática da virtude. D es­
pertam-nos
pertam-nos aa atençãoatenção para ouvirmos aa silenciosa
para ouvirmos silenciosa voz voz de de Deus
Deus em em
nosso interior, tornam-nos
nosso interior, tornam-nos dóceis dóceis aosaos delicados
delicados toques
toques da da m mão divina.
ão divina.
Poderíamos
Poderíamos dizer dizer que
que os os dons
dons do do Espirito Santo são
Espírito Santo são o o “lubrificante”
“ lubrificante”
da alma, enquanto a graça é a energia.
da alm a, enquanto a graça é a energia.

OO primeiro
primeiro dom
dom éé oo da
da sabedoria,
sabedoria, que
que nos dá oo adequado
nos dá sen-
adequado seii-
tido de
tido de proporção
proporção para sabermosos apreciar
para saberm apreciar as
as coisas
coisas de
de Deus; damos
Deus; damos
ao bem
ao bem ee àà virtude seu verdadeiro
virtude seu verdadeiro valor,
valor, ee encaramos
encaramos os os bens
bens do do
mundo
mundo como degraus para
como degraus para aa santidade,
santidade, não como fins
não como fins em si
em si. OO
homem que,
homem que, por exemplo, perde
por exemplo, perde oo seu fim de
seu fim semana para
de semana assistir
para assistir
aa umum retiro
retiro espiritual,
espiritual, foi conduzido pelo
foi conduzido pelo dom
dom dada sabedoria,
sabedoria, mesmo
mesmo
que não
que não oo saiba.
saiba.
Depois
Depois vem vem oo dom
dom do entendimento. Dá-nos
do entendimento. Dá-nos aa percepção
percepção espi­espi-
ritual necessária para
ritual necessária entendermos as
para entendermos verdades da
as verdades da fé em consonância
fé em consonância
com
com as as nossas necessidades.
nossas necessidades. Em
Em igualdade
igualdade de de condições,
condições, um um sacer-
sacer­
dote prefere cem
dote prefere cem vezes
vezes explicar
explicar um um ponto
ponto dede doutrina
doutrina aa quem
quem está está
em graça santificante
em graça santificante do do que
que aa alguém
alguém que que esteja
esteja emem pecado.
pecado. OO
primeiro
primeiro possuipossui oo dom dom do entendimento, ee por
do entendimento, por isso compreenderá
isso compreenderá
com muito mais rapidez o ponto em questão.
com muito mais rapidez o ponto em questão.
OO terceiro
terceiro dom,
dom, oo domdom de de conselho,
conselho, aguça
aguça oo nosso
nosso juízo.
juízo. ComCom
aa sua
sua ajuda,
ajuda, percebemos
percebemos — — ee escolhemos
escolhemos — — aa decisão
decisão que
que será
será para
para
maior glória de
m aior glória de Deus
Deus ee nosso
nosso bembem espiritual. Tomarar em
espiritual. Tom estado de
em estado de
pecado mortal uma decisão de importância, quer seja sobre a voca-
pecado mortal um a decisão de importância, quer seja sobre a voca­
ção,
ção, aa profissão,
profissão, os os problemas
problem as familiares
fam iliares ou sobre qualquer
ou sobre qualquer outra
outra
matéria
matéria das que devemos
d as que devemos enfrentar
enfrentar continuamente,
continuamente, éé um um passo
passo peri-
peri­
MARAVILHAS INTERIORES 105

goso. Sem
goso. Sem oo dom dom de de conselho.
conselho, o o juízo
juizo humano
humano éé dem demasiado falível.
asiado falível.
O dom
O dom dc de fortaleza
fortaleza mal requer comentários.
mal requer comentários. Um Uma a vidavida cristã
cristã
tem de
lem de ser necessariamente. em
ser ncccssariamonie. em algum
algum grau.
grau. umauma vida vida heróica.
heróica. EE
sempre palpita nela o heroismo oculto da conquista de sisi mesmo.
sempre palpita nela o heroísmo oculto da conquista dc mesmo.
ÀS vezes, pede-sc-nos
Ás vezes, pede-se-nos um uni heroísmo
heroísmo maior: quando fazer
maior: quando fazer aa vontade
vontade
de Deus
de Deus acarreta
acarreta oo risco
risco dedc perder
perder amigos,
amigos, bensbens ouou saúde.
saúde. Também Também
temos o heroísmo mais alto dos mártires. que sacrificaram a própria
temos o heroísmo mais alto dos mártires, que sacrificaram a própria
vida por
vida por amor
amor aa Deus.Deus. Não
N ão éé em vão que
cm vão que Deus
Deus robustece
robustece aa nossa nossa
debilidade
debilidade humana humana com com seu seu Gom dom de de fortaleza.
fortaleza.
O dom de ciência comunica-nos aa faculdade
O dom de ciência comunica-nos faculdade de de “saber
“ saber fazer”,
fazer*,
aa destreza espintual.
destreza espiritual. Torna-nos
Torna-nos aptos para reconhecer
aptos para reconhecer o o que
que nos nos éé
espiritualmente
espiritualmente útil útil ou prejudicial.
ou prejudicial. Está
Está intimamente
intimamente unido unido ao ao domdom
de conselho.
de conselho. Este Este nosnos move
move aa escolher
escolher oo útilútil cc aa repelir
repelir oo nocivo.
nocivo,
mas. para
mas. escolher. devemos
para escolher, devemos antes antes conhecer.
conhecer. Por Por exemplo,
exemplo, se se percebo
percebo
que excessivas leituras
c[uc excessivas leituras frivolas
frívolas estragam
estragam oo mcu meu gostogosto pelaspelas coisas
coisas
espirituais, oo dom
espirituais, dom de ciência induz-me
dc ciência induz-me aa deixar deixar de de comcomprar
prar tantas
tantas
publicações desse tipo, e inspira-mc a começar uma leitura espiritual
publicações desse tipo, e inspira-mc a começar uma leitura espiritual
regular.
regular.
OO domdom de de piedade
piedade éé frequentemente
frequentemente mal mal entendido
entendido pelos pelos que que
aa representam
representam de de mãos
mãos juntas,
juntas, olhos
olhos baixos
baixos ee orações
orações intermináveis.
intermináveis.
A palavra “piedade”, no seu sentido original. diz respeito àà atitude
A palavra “ piedade” , no seu sentido original, diz respeito atitude
de
dc uma criança para
uma criança para comcom seusseus pais:
pais: umauma combinação
com binação de de amor.
amor, con- con­
fiança ce reverência.
fiança reverência. Se Se essa
essa éò aa nossa
nossa disposição
disposição habitual
habitual para para com com
nosso
nosso Pai Deus. estamos
Pai Deus, estamos vivendo
vivendo o o dom
dom de piedade.
de piedade. O dom
O dom de de
picdade incita-nos aa praticar
piedade incita-nos praticar aa virtude,
virtude, aa manter
manter uma uma atitude
atitude de dc
confiante intimidade com
confiante intimidade com Deus.Deus.
Finalmente,
Finalmente, oo dom dom do do temor
temor de de Deus,
Deus, queque equilibra
equilibra oo dom dom de de
picdade.
piedade. É muito bom contemplarmos a Deus com olhos de amor,
É muito bom contemplarmos a Deus com olhos de amor,
confiança
confiança ce terna Icrna reverência,
reverência, m masas éc também
também muitomuito bom bom nuncanunca es- es­
quecer
quecer que que kEle
Ele éc o o Juiz
Juiz de de justiça infinita, diante
justiça infinita, diante de de quem
quem um um dia dia
teremos
leremos que que responder
responder pelas graças que
pelas graças que nosnos concedeu.
concedeu. Esta
E sta lem-
lem­
brança
brança nos nos darádará umum santo temor de
santo temor ofendê-lo pelo
de ofendê-lo pelo pecado.
pecado.
Sabedoria.
Sabedoria, entendimento.
entendimento, conselho,conselho, fortaleza,
fortaleza, ciência,
ciência, piedade
piedade ee
temor
temor de de Deus:
Deus: são esses os
são esses os auxiliares
auxiliares das das graças,
graças, seusseus “lubrifican-
“ lubrifican­
tes”
tes” | São São predisposições
predisposições para para aa santidade
santidade que, que, junto
junto com com aa graça graça
santificante, são infundidas em nossa alma pelo Batismo.
santificante. são infundidas em nossa alma pelo Batism o.

Muitos dos catecismos


Muitos dos catecismos que
que conheço
conheço enumeram
enumeram ““os
os doze frutos
doze frutos
do Espirito Santo”
do Espírito Santo”: ; caridade.
caridade, gozo. paz, paciência,
gozo. paz, paciência, benignidade,
benignidade, bon-
bon­
dade.
dade. longanimidade, mansidão. fé,
longanimidade. mansidão, fé, modéstia,
modéstia, continência
continência ee castidade.
castidade.
Mas
.Mas atéaté agora,
agora. ee pela
pela minha
minha experiência,
experiência. rara vez se
rara vez se faz
faz mais
mais dodo
que
que mencioná-los
mencioná-los dede passagem
passagem nas nas aulas
aulas dede instrução
instrução religiosa.
religiosa. E E
ainda
ainda mais raramente são
mais raramente são explicados
explicados em em sermões.
sermões.
EE éc uma
uma pena
pena queque seja
seja assim.
assim. Se Se umum professor
professor de
de ciências
106 AS MRTUDES E DONS DO ESPÍRITO SANTO

começa
Lonieça aa explicar
explicar j/a
na auia
auia aa macieira,
macieira, descreverá natwralmente as
descreverá iiauiralmenle as
raizes
raízes ee o
o ironco.
tronco. ee dirá
dirá que
que oo sol
sol ee aa umidade
umidade aa fazem
fazem crescer.
crescer.
Masas não
M não lhe lhe ocorrerá
ocorrerá terminar
terminar aa sua sua cxplicação
explicação com com esta esta brusca
brusca
afirmação:
afirm ação: ““EE esta esta éé aa árvore
árvore que que dá dá m maçãs.” Considerará aa des­
açãs.” Considerará des-
crição do fruto como uma parte importante da sua explicação didá-
crição do fruto como uma parte importante da sua explicação didá­
tica.
tica. Do
Do mesmo
mesmo modo, modo, éé ilógico
ilógico falarfalar da graça santificante,
da graça santificante, das das
virtudes ee dons
virtudes dons que que aa acompanham,
acompanham, ee fazer fazer uma uma referência
referência casual casual
aos resultudos, que são, precisamente. os frutos do Espirito Santo:Santo:
aos resultados, que são, precisamejite. os frutos do Espírito
frutos
frutos exteriores
exteriores da vida interior.
da vida interior, produto
produto externoexterno dada habitação
habitação do do
Espirito.
Espírito.
Utilizando
Utilizando outra outra figura, poderíamosos dizer
figura, poderíam dizer que que os os doze frutos são
doze frutos são
as
as grandesgrandes pinceladas
pinceladas que que perfilam
perfilam oo retrato retrato do do cristão
cristão autêntico.
autêntico.
Talvez
Talvez oo mais simples seja
mais simples ver como
seja ver como éé esse esse retrato,
retrato. comocomo éé aa pessoapessoa
que
que vive vive habitualmente
habitualmente em em graça
graça santificante
santificante cc procura procura com com perse-
perse­
verança
verança subordinar subordinar oo .seu seu scrscr àà açãoação da da graça.
graça.
Antes
Anles de dc mais nada, essa
mais nada, essa pessoa
pessoa éé generosa.
generosa. Vê Cristo no
Vê Cristo no setseu
próximo.
próximo, eec invariavelmente
invariavelmente oo trata trata com com consideração,
consideração, cstá sempre
está sempre
disposta a ajudá-lo. mesmo à custa de transtornos e aborrecimentos.
disposta a ajudá-lo. mesmo ã custa de transtornos e aborrecimentos.
EÉ aa caridade.
caridade.
Depois, éé uma
Depois, pessoa alegre
unia pessoa alegre ee otimista.
otimista. Parece irradiar um
Parece irradiar res-
um res-
plendor interior
plendor interior que que aa faz faz ser
ser notada
notada em em qualquer reunião.
qualquer reunião. Quando
Qtiando
está
está presente.
pre.scnte. éé como como se se oo sol
sol brilhasse
brilhasse com com um um pouco
pouco mais mais dc de luz:
luz:
aa gente
gente sorrisorri com com maismais facilidade.
facilidade, fala fala com com maiormaior delicadeza,
delicadeza, É É o o
VOZO.
gozo.
ÉÉ uma
uma pessoapessoa serena
serena ee tranqüila.
tranquila. Os psicólogos
Os psicólogos diriam diriam deladela
que
que tem tem uma uma ““personalidade
personalidade equilibrada”
equilibrada” Sua Sua fronte
fronte poderá
poderá franzir-
franzir-
-se
-se com com preocupações.
preocupações, mas nunca por
m as nunca por uma uma aflição
aflição ou angústia,
ou angústia. É
É
um
um tipo eguânime, aa pessoa
tipo equâniwe, idônea aa quem
pessoa idônea quem se se recorre
recorre cm em casos
casos de de
emergência.
emergência. E a paz.
É a paz.
Não
Não se se irrita
irrta facilmente:
facilmente; não não guarda
guarda rancorrancor pelaspelas ofensas.
ofensas, não não
se perturba
se perturba nem nem fica fica desapontada
desapontada quando quando as as coisas
coisas lhelhe cmrcm
correm mal mal
ou as pessoas se comportam mesquinhamente.
ou as pessoas se comportam mesquinhamente. Poderá fracassar seis
Poderá fraca.ssar seis
vezes.
vezes, ce recomeçará
recomeçará aa sétima .sétima sem sem ranger
ranger os os dentes
dentes nem nem culpar
culpar aa
sua
sua sorte.
sorte. È É aa paciência.
paciência,
É amável.
É amável. procuram em
Todos aa procuram
Todos em seus problemas. ee encontram
seus problemas, encontram
nela o confidente sinceramente interessado.
nela o confidente sinceramente interessado, saindo
saindo aliviados
aliviados pelo sim- ­
pelo sim
ples fato
ples fato de terem conversado
dc terem conversado com com ela: ela: temtem uma consideraçfui cspe-
uma consideração espe­
cial
cial pelaspelas crianças anciãos. pelos
crianças ee anciãos, aflitos ee atribulados.
pelos aflitos atribulados. É É aa be-hc-
nignidade.
nignidade.
Defende
Defende com com firmeza
firmeza aa verdade
verdade ec oo direito, mesmo que
direito, mesmo que todos
todos aa
deixem
deixem só. só. Não Não está orgulhosa de
está orgulhosa de si própria nem
si própria nem julga
julga os os outros:
outros:
lenta em
éé lenta criticar ee mais
em criticar ainda em
mais ainda condenar; suporta
em condenar; suporta aa ignorância
ignorância
ee as fraquezas dos
as fraquezas outros. mas jamais
dos outros, m as jam ais compromete
compromete as
as suas
suas convic-
convic­
ções, jamais
ções, contemporiza com
jam ais contemporiza com oo mal. mal. Em Em sua vida interior,
sua vida mva-
interior, éé inva-
AS MARICUDES MORAIS [0%

ravelmente
runelmcnle generosa gencrosa com Deus. sem
exnn Deus. sem procurar
proeurar aa aliuide atitude mais
mais eômoda,
cômoda.
1E -: àa bondade.
bondade.
Não se
Não se revolta
revolta eojii com ii o iníoriúmo
intortumo ee oo fracasso, fracasso, eom com aà doença
doença ee
aa dor.dor. Desconhece
Desconhece aa auto-eoinpaixão:
auto-compaixão: levantará ao
levantará ao ecii
céu osos olhos
olhos
cheios de
cheios de lágrimas.
lágrimas, mas mas nunca
nunca cheios
cheios de de revolta.
revolta. É E aa longanimidade.
longanimidade.
EÉ delicada
delicada cc está cheia de
está cheia de recursos.
recursos, Entrega-se totalmente aa
Entrega-se totalmente
qualquer tarefa que surja. mas sem a menor sombra da agressividade
qualquer tarefa que surja, mas sem a menor sombra da agressividade
do ambicioso.
do ambicioso. Nunca procura dominar
Nunca procura dominar os os outros.
outros. SabeSabe raciocinar
raciocinar
com persuasão, mas
com persuasão, mas jam jamais
ais chega
chega àà disputa.
disputa. E aa mansidão.
É mansidão.
Sente-se orgulhosa de ser membro do Corpo Místico de
Sentc-se orgulhosa de ser membro do Corpo Místico de Cristo,
Cristo,
mas
mas não pretende coagir
não pretende coagir os outros nem
os outros nem fazê-los engolir aa sua
fazê-los engolir reli-
sua reli­
gião, Por
gião, Por outro
outro lado, menos ainda
lado, menos ainda sente
sente respeitos humanos por
respeitos humanos por suas
suas
convicções.
convicções, Não
Não ocultaoculta aa sua sua piedade,
piedade, ee defende defende aa verdade
verdade com com
prontidão, quando
prontidão, quando esta esta éé atacada
atacada na na sua presença: aa religião
sua presença; religião éé para
para
cla
ela oo maismais importante
importante da da vida.
vida. ÉÉ aa fé. fé.
Seu amor
Seu amor aa Jesus Cristo aa faz
.ícsus Cristo faz estremecer
estremecer ante ante aa idéia
idéia de de atuar
atuar
como cúmplice do diabo, de scr ocasião de pecado para alguém. No
como cúmplice do diabo, de scr ocasião de pecado para alguém. No
seu comportamento,
seu comportamento, modo modo dc vestir cc linguagem,
dc vestir linguagem, há há uma decência
uma decência
que
que aa faz faz — — aa ela ela ou ou aa ele
cle — fortalecer aa virtude
— fortalecer virtude dos dos outros,
outros, jamais
jam ais
enfraguecê-la.
cnfraquccc-la. EÉ aa modéstia,
modéstia,
E uma
É uma pessoa moderada. com
pessoa moderada, com as as paixões
paixões firmemente
firmemente controladas
controladas
pela razão
pela razão ee peia pela graça.
graça. Não N ão está
está um um dia dia no auge da
no auge exaltação. e.
da exaltação, c.
no
no dia seguinte, em
dia seguinte, em abism
abismosos de de depressão.
depressão. Quer
Quer comacoma ou ou beba.
beba,
trabalhe ou se divirta, em tudo mostra um dominio admirável de
trabalhe ou se divirta, em tudo mostra um domínio admirável de
si.
si. EÉ aa continência.
continência.
Sente uma
Sente uma grande grande reverência
reverência pcla faculdade de
pela faculdade procriar que
de procriar que
Deus
Deus lhe lhe deu,deu, perante
perante oo fato fato de Deus ter
de Deus ter querido compartilhar seu
querido compartilhar seu
poder criador com os homens.
poder criador com os homens. Vê o sexo como algo precioso cc
Vê o sexo como algo precioso
sagrado, um
sagrado, um vinculo
vínculo de de união,
união. para para ser ser usadousado unicamente
unicamente dentro dentro
do
do âmbito
âmbito matrimonial
matrimonial ee para para os os fins estabelecidos por
fins estabelecidos por Deus; nunca
Deus; nunca
como divertimento
como divertimento ou ou como
como fonte fonte de de prazer
prazer egoista.
egoísta. ÉÉ aa castidade.
castidade.
E aqui
E aqui temostemos oo retrato retrato do homem ee da
do homem da mulher cristãos: cari-
mulher cristãos; cari­
dade, gozo.
dade, gozo, par, paciência, benignidade,
paz, paciência, benignidade, bondade, bondade, longanimidade,
longanimidade,
mansidão,
mansidão, fé, fé, modéstia,
modéstia, continência
continência ee castidade.
castidade. Podemos conferir oo
Podemos conferir
nosso
nosso perfilperfil com com oo do retrato, ee ver
do retrato, ver onde
onde nos nos separam
separamosos dele.
dek.

ASS V
A VIRTUDES
IR T U D E S MORAIS
M O R A IS

Um axioma
Um axioma da da vida
vida espiritual diz que
espiritual diz que aa graça
graça aperfeiçoa
aperfeiçoa aa natu-
natu­
reza,
reza, o o que
que significa
significa que,
que, quando
quando Deus Deus nos
nos dádá aa sua
sua graça, não
graça, não
aniquila antes
aniquila antes aa nossa
nossa natureza
natureza humana
humana parapara colocar
colocar aa graça
graça emem
seu lugar.
seu lugar. Deus
Deus acrescenta
acrescenta aa sua graça ao
sua graça ao que
que jájá somos.
somos. Os Os efeitos
efeitos
da graça
da graça emem nós,
nós, o o uso
uso que
que dela
dela fizermos, está condicionado
fizermos, está condicionado em
OS AS VIRTUDES E DONS DO ESPÍRITO SANTO

srande
grande parteparte pela
pela nossa
nossa constituição
constituição pessoal:pessoal: fisica, mental
física, mental cec emo­
emo-
cional.
cional. AA graça
graça nãonão faz faz dede umum idiota
idiota um um gênio,
gênio. nem endireita as
nem endireita as
costas do
costas corcunda, nem
do corcunda, nem normalmente
normalmente transforma transforma um neurótico numa
um neurótico numa
pessoa equilibrada.
pessoa equilibrada.
Portanto, cada
Portanto, cada um um de nós tem
de nós tem aa responsabilidade
responsabilidade de de fazer
fazer tudo
tudo
oo que
que estiver
estiver ao seu alcance
ao seu alcance parapara tirar
tirar osos obstáculos
obstáculos àã açãoação da graça.
da graça.
Não falamos
Não falam aqui de
os aqui de obstáculos
obstáculos morais,morais, como como o o pecado
pecado ou ou o o egoís­
egois-
mo, cuja ação
mo, cuja ação nociva
nociva àà graça graça éc evidente. Referimo-nos agora
evidente. Refcrimo-nos agora ao ao
que
que poderiamos
poderíamos chamar chamar obstáculos naturais, como
obstáculos naturais, como aa ignorância,
ignorância. os os
defeitos do caráter « os maus hábitos adquiridos.
defeitos do caráter c os maus hábitos adquiridos. E claro que é um
É claro que é um
obstáculo àà graça
obstáculo graça reduzirmos
reduzirmos oo nosso nosso panorama intelectual aa jornais
panorama intelectual jornais
ou revistas
ou populares; que
revistas populares; que aa nossa
nossa agressividade,
agressividade, sc sc nos
nos conduz
conduz fa- fa ­
cilmente
cilmente àà ira, ira, éé outro obstáculo àà graça:
outro obstáculo graça; que que também
também são são obstáculo
obstáculo
àà graça
graça aa nossanossa moleza
moleza ee aa falta falta de de pontualidade,
pontualidade, na medida em
na medida em
que.
que, porpor causarem inconvenientes aos
causarem inconvenientes aos outros, supõem uma
outros, supõem uma falta
falta dc dc
caridade.
caridade.
Estas conskicrações
Estas consid^i ações são são especialmente
especialmente oportunas oportunas quando
quando se se es­es-
tudam
tudam as as virtudes
virtudes morais.
morais. Por Por virtudes
virtudes morais,
morais, distintas
distintas das
das teolo­
teolo-
gais,
gais, entendemos
entendemos as virtudes que
as virtudes que nos inclinam aa levar
nos inclinam levar uma
uma vida vida
moral
moral ou ou boa, ajudando-nos aa tratar
boa, ajudando-nos tratar as as pessoas
pessoas ec as as coisas
coisas com
com reti-reti­
dão. quer
dão. quer dizer,
dizer, de acordo com
de acordo com aa vontade
vontade de de Deus.
Deus. Possuímos
Possuímos estas estas
vriudes na
Víitiidcs na sua forma sobrenatural
sua forma sobrenatural quando quando estamosestamos cm em graça
graça santi-
santi-
ficante,
íicaute, poispois esta nos dá
esta nos dá certa
certa predisposição,
predisposição, certa certa facilidade
facilidade parapara aa
sua prática,
sua juntamente com
prática, juntamente com oo mérito mérito sobrenatural correspondente
sobrenatural correspondente
ao seu
ao seu exercício.
exercicio. Esta facilidade éé semelhante
Esta facilidade semelhante àà que que umauma criança
criança
adquire, ao chegar a certa idade, para ler e escrever.
adquire, ao chegar a certa idade, para ler e escrever. A criança
A criança
ainda
ainda não não possui
possui aa técnica
técnica da da leitura
leitura ee da escrita, mas
da escrita, mas oo organismo
organismo
já está
já está preparado;
preparado; aa faculdade
faculdade já já está al,
está ali,

Talvez se
Talvez se compreenda
compreenda melhormelhor o o que
que acabamos
acabam os de de dizer
dizer sese exa­
cxa-
minarmos
minarmos mais mais em em detalhe
detalhe algum
algumasas das
das virtudes morais.
virtudes morais. Sabemos
Sabemos
que
que as as quatro
quatro principais
principais virtudes
virtudes m morais
orais são
são aquelas
aquelas aa que que chama-
cham a­
mos
m os cardeais: prudência, justiça,
cardeais; prudência, justiça, fortaleza
fortaleza ee temperança.
temperança.
Prudência éé aa faculdade
Prudência faculdade de de julgar
julgar retamente.
retamente. Uma Uma pessoa
pessoa tem­
tem-
peramentalmente
peramentalmente impulsiva,
impulsiva, propensa
propensa aa açõesações precipitadas,
precipitadas, aa Juízosjuízos
instantâneos, terá
instantâneos, terá dc dc enfrentar
enfrentar aa tarefa
tarefa de de tirar
tirar essas
essas barreiras
barreiras
para que a virtude da prudência possa atuar nela efetivamente.
para que a virtude da prudência possa atuar nela efetivamente. É
É
também cvidente
também evidente que,que, emem qualquer circunstância, oo conhecimento
qualquer circunstância, conhecimento ee
aa experiência pessoais facilitam
experiência pessoais facilitam oo exercício desta virtude.
exercício desta virtude. Uma Uma crian-
crian­
ça possui a virtude da prudência em germe: por isso, em assuntos
ça possui a virtude da prudência em germe; por isso, em assuntos
relativos ao
relativos mundo dos
ao mundo dos adultos,
adultos, não
não se pode esperar
se pode esperar dela dela que
que faça
faça
juízos
juízos prudentes,
prudentes, porque
porque carece
carece dede conhecimento
conhecimento ee experiência.
experiência,
AA segunda
segunda virtude
virtude cardeal
cardeal éé aa justiça,
justiça, queque aperfeiçoa
aperfeiçoa aa nossa nossa
vontade
vontade (como(como aa prudência
prudência aperfeiçoa
aperfeiçoa aa inteligência)
inteligência) ee salvaguarda
AS VIRTUDES MORAIS 109

os
os direitos
direitos dos nossos semelhantes
dos nossos semelhantes àà vida vida ee àà liberdade,
liberdade, àà santidade
santidade
do lar,
do lar, aoao bombom nome nome ee àà honra.honra, aos aos bens materiais. Um
bens materiais. Um dos dos obstá­
obstá-
culos à Justiça que salta à vista é O preconceito de cor. raça, nacio-
culos à justiça que salta íi vista é o preconceito de cor. raça, nacio­
nalidade ou
nalidade ou religião,
religião, que que nega nega ao ao homem
homem os seus direitos
os seus direitos humanos
humanos
ou dificulta
ou dificulta oo seu exercício. Outro
seu exercício. Outro obstáculo
obstáculo pode pode ser ser aa mesquinhez
mesquinhez
natural, que é um defeito resultante talvez de uma infância cheia
natural, que é um defeito resultante talvez de uma infância cheia de de
privações.
privações. E nosso
É nosso deverdever tirar tirar estas
estas barreiras,
barreiras, se se queremos
queremos que que aa
virtude sobrenatural
virtude sobrenatural da da justiça
justiça atue atue comcom plenitude
plenitude em em nosso interior.
nosso interior.
A fortaleza.
A fortaleza, terceira
terceira virtude cardeal, miclina-nos
virtude cardeal, iiiclina-nos aa fazerfazer oo bem bem
apesar
apesar das das dificuldades.
dificuldades. A A perfeição
perfeição da da fortaleza
fortaleza revela-se nos már-
revela-se nos m ár­
tires. que
tires, que preferem
preferem morrermorrer aa pecar. pecar. Poucos
Poucos de de nósnós teremos
teremos que que en­ en-
frentar uma
frentar uma decisão
decisão que que requeira
requeira tal tal grau
grau de de heroismo.
heroísmo. Mas
M as aa
virtude da
virtude da fortaleza
fortaleza não não poderápoderá atuar,
aluar, nem mesmo nas
nem mesmo nas prguenas
pequenas
suações que exijam valor, se não tirarmos as harrciras levantadas
situações que exijam valor, se não tirarmos as barrei'■?.s levantadas
por um
por conformismo exagerado,
um conformismo exagerado, pelo desejo de
pelo desejo de não aparecer, de
não aparecer, de ser
scr
““da multidão”
da multidão” Estas
E barreiras são
stas barreiras são oo temortemor irracional
irracional àà opinião
opinião
pública
pública (a (a que
que chamchamamos am os respeitos
respeitos hum anos), o
humanos). medo de
o medo de sermos
sermos
criticados, menosprezados ou,
criticados, menosprezados ou, pior
pior ainda,
ainda, ridicularizados.
ridicularizados.
A quarta
A virtude cardeal
quarta virtude cardeal éé aa temperança,
temperança, que que nos ajuda aa do-
nos ajuda do­
minar os
minar nossos desejos
os nossos desejos e,e, em em especial,
especial, aa usar usar dignamente
dignamente das coisas
das coisas
«uc agradam
que agradam aos aos sentidos.
sentidos. A temperança
A tempcrança éé necessária
necessária especialmente
especialmente
para moderar
para moderar oo uso uso dosdos alimentos
alimentos ee bebidas,bebidas, para para regular
regular oo prazer
prazer
sexual na
sexual na vidavida de casado. AA virtude
de casado. virtude da da temperança
temperança não não suprime
suprime
a« atração
atração pelo álcool: por isso. para alguns. a única temperança vcr-
pelo álcool; por isso. para alguns, a única temperança ver­
dadeira será
dadeira será aa abstinência.
abstinência. A temperança
A temperança não não elimina
elimina os os desejos.
desejos,
mas regula-os.
mas rcgula-os. Neste Neste caso,caso, tirar
tirar obstáculos
obstáculos consistirá
consistirá principalmente
principalmente
cm evitar as
cm evitar as circunstâncias
circunstâncias que que poderiam
poderiam despertar
despertar desejos que, em
desejos que, cm
consciência, não
consciência, não podem
podem ser ser satisfeitos.
satisfeitos.
Além das
Além das quatro
quatro virtudes
virtudes cardeais, existem outras
cardeais, existem outras virtudes
virtudes m mo-o­
rais. Só
rais. Só mencionaremos
mencionaremos algumas algum as e,e, se se form
formosos sinceros
sinceros conosco
conosco m mes-
es­
mos, cada
mos, cada um um descobrirá
descobrirá o o seu
seu obstáculo
obstáculo pessoal.
pessoal. Temos T em os aa piedade
piedade
filial
filia! (e,(e, porpor extensão,
extensão, oo patriotismo),
patriotism o), que que nos nos leva
leva aa honrar,
honrar, amaramar
cc re.speitar
respeitar os nossos pais
os nossos pais ee aa pátria.
pátria. Temosos aa obediência,
Tem obediência. que que nosnos
leva a cumprir a vontade dos superiores como manifestação da von-
leva a cumprir a vontade dos superiores como manifestação da von­
tade de
tade de Deus.
Deus. Temosos aa veracidade,
Tem veracidade, aa liberalidade,
liberalidade, aa paciência,
paciência, aa
humildade, aa castidade.
humildade, castidade, ee muitas muitas mais. mais. M Mas.as, emem princípio,
princípio, se formos
sc formos
prudentes,
prudentes, justos. justos, fortes
fortes ee temperados,
temperados. essas outras virtudes
essas outras virtudes nos acom- ­
nos acom
panharão necessariamente, como
panharão necessariamente, como os os filhos
filhos pequenos
pequenos acom acompanham
panham o o
pai
pai ee aa mãe. mãe.

O que
O que significa, pois, ter
significa, pois, ter “espírito
“ espírito cristão”?
cristão” ? N Não
ão éé uma expres-
uma expres­
são fácil
são de definir.
fácil de definir. Significa, evidentemente. ler
Significa, evidentemente, ter oo espírito de Cristo,
espírito de Cristo,
o que,
o por sua
que, por sua vez, quer dizer
vez, quer dizer ver
ver oo mundo
mundo como
como Cristo
Cristo oo vê;
vê; reagir
reagir
ante
ante as circunstâncias da
as circunstâncias vida como
da vida como Cristo
Cristo reagiria.
reagiria. O O genuíno
genuíno espi-
espí-
OS AS VIRTUDES E DONS DO ESPÍRITO SANTO

grande
grande parte parte pela nossa constituição
pela nossa constituição pessoal;
pessoal: física, mental
física, mental ee emo­ emo-
cional.
cional. AA graça
graça não não faz faz de de umum idiota
idiota um um gênio,
gênio, nem endireita as
nem endireita as
costas do
costas do corcunda,
corcunda. nem normalmente transforma
nem normalmente transforma um um neurótico
neur(Stico numanuma
pessoa equilibrada.
pessoa equilibrada.
Portanto, cada
Portanto, cada um um dc de nós
nós temtem aa rc.sponsabilidade
responsabilidade de de fazer
fazer tudotudo
o que
o que estiver
estiver ao seu alcance
ao seu alcance para tirar os
para tirar os obstáculos
obstáculos àà ação ação da da graça.
graça.
Não falamos aqui de obstáculos morais, como o pecado ou o egois-
Não falam os aqui de obstáculos morais, como o pecado ou o egoís­
mo, cuja
mo, cuja ação ação nociva
nociva àà graça graça éc evidente. Referimo-nos agora
evidente. Referimo-nos agora ao ao
que
que poderíamos
poderíamos chamar chamar obstáculos
obstáculos naturais,
naturais, como como aa ignorância,
ignorância. os os
defeitos
defeitos do do caráter
caráter ee os os maus hábitos adquiridos.
m aus hábitos adquiridos. EÉ claro claro queque éé um um
obstáculo
obstáculo àà graça reduzirmos o
graça reduzirmos o nosso
nosso panorama intelectual aa jornais
panorama intelectual jornais
ou revistas
ou populares; que
revistas populares; que aa nossa
nossa agressividade,
agressividade, sc sc nos
nos conduz
conduz fa fa- ­
cilmente
cilmente àà ira, ira, éc outro
outro obstáculo
obstáculo àà graça; graça: que que também
também são são obstáculo
obstáculo
àà graça
graça a nossa moleza e a falta de pontualidade, na medida em
a nossa moleza e a falta de pontualidade, na medida cm
que,
que, por por causarem inconvenientes aos
causarem inconvenientes outros, supõem
aos outros, supõem uma uma falta
falta dc dc
caridade,
caridade.
Estas
E slas consimicrações
considí-rações são são especialmente
especialmente oportunas oportunas quandoquando se se es-
es­
tudam as virtudes morais.
tudam as virtudes morais. Por virtudes morais, distintas das teolo-
Por virtudes morais, distintas das teolo­
gais, entendemos as
gais, entendemos virtudes que
as virtudes que nos Inclnam aa levar
nos inclinam levar uma uma vida vida
moral
nioral ou ou boa,boa, ajudando-nos
ajudando-nos aa tratar tratar as as pessoas
pessoas cc as coisas com
as coisas com reti-
reti­
dão. quer
dão. quer dizer,
dizer, de de acordo
acordo com com aa vontade
vontade de de Deus.
Deus. Possuímos
Possuímos estas estas
virtudes na sua forma sobrenatural quando estamos cm graça santi-
V i r t u d e s na sua forma sobrenatural quando estamos cm graça santi-
cante,
ficante, pois pois esta
esta nosnos dá dá certa
certa predisposição,
predisposição, certa certa facilidade
facilidade para para aa
sua
sua prática,prática, juntamente
juntamente com com oo mérito
mérito sobrenatural
sobrenatural correspondente
correspondente
ao
ao seu exercício.
seu exercício. Esta facilidade
Esta facilidade éc semelhante
semelhante àã que que uma uma criança
criança
adquire, ao chegar a certa idade, para ler e escrever.
adquire, ao chegar a certa idade, para ler e escrever. A criança
A criança
ainda
ainda não possui aa técnica
não possui técnica da leitura ee da
da leitura escrita. mas
da escrita, mas oo organismo
organismo
jajá está
está preparado:
preparado; aa faculdadefaculdade já já está
está ali.
ali.

Talvez se compreenda
Talvez se compreenda melhor
melhor oo que
que acabamos de dizer
acabam os de dizer se
se exa-
exa­
minarmos mais
minarmos mais em
em detalhe
detalhe algumas
algum as das
das virtudes
virtudes morais.
morais. Sabemos
Sabemos
que as
que as quatro principais virtudes
quatro principais virtudes m morais
orais são aquelas aa que
são aquelas que chama-
cham a­
mos cardeais:
mos prudência, justiça,
cardeais: prudência, justiça, fortaleza
fortaleza ee temperança.
temperança.
Prudência éé aa faculdade
Prudência faculdade de de julgar
julgar retamente.
retamente. Uma Uma pessoa
pessoa tem-
tem­
peramentalmente impulsiva,
peramentalmente propensa aa ações
impulsiva, propensa ações precipitadas,
precipitadas, aa juízosJuizos
instantâneos, terá
instantâneos, terá de de enfrentar
enfrentar aa tarefa
tarefa de tirar essas
dc tirar cssas barreiras
barreiras
para que a virtude da prudência possa atuar nela efetivamente.
para que a virtude da prudência possa atuar nela efetivamente. EÉ
também
também evidente
evidente que.que. emem qualquer
qualquer circunstância,
circunstância, oo conhecimento
conhecimento ce
aa experiência
experiência pessoais
pessoais facilitam
facilitam oo exercício
exercício desta
desta virtude.
virtude. Uma Uma crian-
crian­
ça
ça possui
possui aa virtude
virtude da da prudência
prudência em em germe:
germe; por isso. em
por i.sso, em a.ssuntos
assuntos
relativos
relativos aoao mundo
mundo dos dos adultos,
adultos, não
não sesc pode esperar dela
pode esperar que faça
dela que faça
juízos prudentes, porque
juízos prudentes, porque carece
carece dede conhecimento
conhecimento ee experiência.
experiência.
A segunda
A segunda virtude
virtude cardeal
cardeal éé aa justiça,
justiça, que
que aperfeiçoa
aperfeiçoa aa nossanossa
vontade (como
vontade (como aa prudência aperfeiçoa aa inteligência)
prudência aperfeiçoa inteligência) ee salvaguarda
AS VIRTUDES MORAIS 109

OS direitos
os dos nossos
direitos dos nossos semelhantes
semelhantes àà vida
vida ee àà liberdade,
liberdade, àà santidade
santidade
do lar,
do lar, ao ao bom bom nome nome ee àà honra,
honra, aos bens materiais.
aos bens materiais. Um Um dos obstá-
dos obstá­
culos à justiça que salta à vista é o preconceito de cor, raça, nacio-
culos à justiça que salta à vista é o preconceito de cor, raça, nacio­
nalidade ou
nalidade ou religião,
religião, queque neganega ao ao homem
homem os os seus
seus direitos
direitos humanos
humanos
ou dificulta
ou dificulta o o seu exercício. Outro
seu exercício. Outro obstáculo
obstáculo pode pode ser ser aa mesquinhez
mesquinhez
natural, que é um defeito resultante talvez de uma infância cheia
natural, que é um defeito resultante talvez de uma infância cheia de de
privações.
privações. EÉ nosso
nosso dever
dever tirartirar estas
estas barreiras,
barreiras, se se queremos
queremos que que aa
virtude
virtude sobrenatural
sobrenatural da da Justiça
justiça atue atue comcom plenitude
plenitude em em nosso
nosso intenor.
interior.
AA fortaleza,
fortaleza, terceira virtude cardeal,
terceira virtude cardeal, inclina-nos
mclina-nos aa fazer fazer o o bembem
apesar
apesar das das dificuldades.
dificuldades. AA perfeição perfeição da da fortaleza revela-se nos
fortaleza revela-se nos már- már-
tires.
lires, que que preferem
preferem morrer morrer aa pecar. pecar. Poucos de
Poucos de nós
nós teremos
teremos que que en­ en-
frentar
frentar uma decisão que
uma deciscão que requeira
requeira tal grau de
tal grau heroísmo.
de heroísmo. Masas aa
M
virtude
virtude da da fortaleza
fortaleza não poderá atuar,
não poderá aluar, nem nem mesmo
mesmo nas nas pequenas
pequenas
situações que exijam valor, se não tirarmos as barreiras levantadas
situações que exijam valor, se não tirarmos as barrei'■as levantadas
por
por um um conformismo
conformismo exagerado, exagerado, pelo pelo desejo
desejo de de não aparecer. dc
não aparecer, de scrscr
“da
“ da multidão”
multidão” Estas
Estas barreiras
barreiras são são oo temortemor irracional
irracional àà opinião opinião
pública (a que chamamos respeitos humanos). o medo de sermos
pública (a qiie chamamos respeitos hum anos), o medo de sermos
criticados,
criticados, menosprezados
menosprezados ou, ou, piorpior ainda,
ainda, ridicularizados.
ridicularizados.
AA quarta
quarta virtude virtude cardeal
cardeal éé aa temperança.
temperança, que que nosnos ajuda
ajuda aa do- d o­
minar
minar os os nossos
nossos desejos
desejos e.c, em em especial,
especial, aa usar dignamente das
usar dignamente coisas
das coisas
que agradam
que agradam aos sentidos.
aos sentidos. AA tempcrança
temperança éc necessária especialmentc
necessária especialmente
para moderar
para moderar oo uso dos alimentos
uso dos alimentos ee bebidas, bebidas, para para regular
regular o o prazcr
prazer
sexual
sexual na na vida vida de de casado.
casado. AA virtude virtude da da temperança
temperança não não suprime
stiprime
aq atração
atração pelo álcool: por isso. para alguns. a única temperança ver­
pclo álcool: por isso, para alguns, a única temperança vcr-
ctadeira
dadeira será será aa abstinência.
abstinência. AA temperança
temperança não elimina os
não elimina os desejos.
desejos,
mas
mas regula-os.
regula-os. Neste Neste caso,
caso, tirar
tirar obstáculos
obstáculos consistirá principalmente
consistirá principalmente
um
em evitar
evitar as as circunstâncias
circunstâncias que que poderiam
poderiam despertardespertar desejos
desejos que, que. em cm
consciência,
consciência, não não podem
podem ser ser satisfeitos.
satisfeitos.
Além
Além das das quatro
quatro virtudes
virtudes cardeais,
cardeais, existem
existem outras virtudes mo-
outras virtudes m o­
rais.
rais. Só mencionaremos algum
Só mencionaremos algumasas e,e, se se formos sinceros conosco
formos sinceros conosco mes- m es­
mos. cada um descobrirá o seu obstáculo pessoal. Temos a piedade
mos, cada um descobrirá o seu obstáculo pessoal. Tem os a piedade
filial (e,
filial (e, porpor extensão,
extensão, oo patriotism
patriotismo), que nos
o), que leva aa honrar,
nos leva honrar, amar amar
cc respeitar
respeitar os os nossos
nossos paispais ee aa pátria.
pátria. TemosTemos aa obediência,
obediência. que que nos nos
leva
leva aa cumprir
cumprir aa vontade vontade dos dos superiores
superiores como como m manifestação
anifestação da da von­von-
tade
tade de de Deus.Deus. Temosos aa veracidade.
Tem veracidade, aa liberalidadc.
liberalidade, aa paciência,
paciência, aa
humildade. aa castidade.
humildade, castidade, ec muitas
muitas mais. mais. M Mas.as, emem princípio.
princípio, se se formos
formos
prudentes, justos.
prudentes, justos, fortes
fortes ee temperados,
temperados, essas essas outras
outras virtudes
virtudes nos nos acom-acom ­
panharão necessariamente, como
panharão necessariamente, como os filhos pequenos
os filhos acompanham o
pequenos acompanham o
pai
pai ee aa mãe. mãe.

OO que significa, pois,


que significa, ter ““espirito
pois, ter espírito cristão"?
cristão” ? N Não
ão éé uma expres-
uma expres­
são fácil de
são fácil definir. Significa,
de definir. Significa, evidentemente,
evidentemente, ter
ter oo espírito
espírito de
de Cristo,
Cristo,
oo que,
que, por
por sua
sua vez, quer dizer
vez, quer dizer ver
ver oo mundo como Cristo
mundo como Cristo o o vê:
vê: reagir
reagir
ante
ante as circunstâncias da
as circunstâncias da vida
vida como
como Cristo reagiria. O
Cristo reagiria. O genuíno
genuíno espí-
espi-
Jo ÀS MERTUTOIES DONS DO ESPURDLO NAN TO

ro cristão cni
rilo crisuVo em nenhum
ncnhiun lugar
lugar estu
csUi melhor
inell)or compendiado
oMiípcmliiuio do que nas
üo (.iiie nas
oito bem-aventuranças com
oito bem-avcnd!ranças com que
qiic Jesus deu início
Jesus deu início ao
av Incomparavel-
incomparavel­
mente
mente belo Sermão da
belo Sermão da Montanha.
Montanha.
De passagem.
De diremos tjue
passagem, diremos que oo .Sermão
Sermão da Montanha éé um
da .Montanha trecho
um trecho
do
do Novo Testamento que
Novo Testamento todos nés
que todos deveriamos ler
nós dc'.crianios ler por inteiro de
por inteiro de
vez
vez em
em quando.
quando. Encontra-se tos e:vpiiuiv's
F:no.mura-se ivos capitulos >5. 67
6 do F-\angelÍto
7 do Esangelho
de São
de Mateus, ee eoiuem
São Maieus. contem uuma verdadeira destilação
í )ki '.erdadeira desttição dos
dos enstnamentos
ensinamentos
do Salvad(M‘
do Salvador

MMasas voltemos
voltemos ãs às hein-avenliiraiiças.
bem-aventuranças. OO nome
nome deriva deriva da pala-
da pala­
vra Jatúna “ocatus
vra latina “ ivealus” que que significa bem-aventurado fcli/
significa bem-aventurado, del ccv que
que éé aa
palavra
palavra que que introduz
introduz cada cada bem-asenturança
bem-aveniuiança ‘“Ber-aventurados
Bem-aveniurauos os os
que têm
que tém espírito
esp tiro de de pobreza” qiz-nos Cristo,
pol.re/a'' diz-nos Cristo. “porque
“ porque deles deles éCc o o reino
reino
dos céus”
dos céus” Esta hem-aventurança.
Esta benraventurança. au primeira primeira das oito, lembra-nos
das oito, lembdra-nos
que o céu é para os humildes.
que o céu é para os luimildes. Têm espírito de pobreza os
lêm espírito dc pobreza os queque
nunca
nunca esquecem
esíiuceem ciue que liulo tudo o o creo
o re co;o ece possue
|)ossueni lhes lhes vem vem dc de Deus.
Deus.
Sejam talentos. saúde.
Sejam talentos, saúde, bens bens ou Filhos. nada.
ou tilitos. nada. absolutamente
absolutamente nada, nada, tem lêm
como próprio.
como próprio. Por essa pobreza cm espírito. pela voluntariedade
Por essa pobre/Li em cspíiito. pela voluniariedade
com que
eom que se .se dispõem
disprãein aa entregai'
entregar Deus guelquer de
IXms Liiivdciuer de seusseus dons dons gue que
Ele decida
Ele decida levar. levar, aa própria
própria adversidade,
adversidade. sese vier. vier. clamaclama aa Deus Deus ec
obtém-lhes graças c mérito. É uma garantia de que Deus. à quem
obtém-lhes graças e mérito. L. uma garantia de que Deus. a quem
apreciam
apreciam acima acima de de todasiodas asa.> coOlsas,
coisas, sera sera aà sua sua recompensa
recompensa pcreiie. perene.
Dizem
Dizem com com Jó: .ló: ““OO SenhorSenlu>r deu.
deu. o o Senhor
Senhor tirou. tirou, benditobenditoseja o seja nomeo nome
do Senhor!”
do Senhor!” (1.21)
(1.2])
Jesuss sublinha
Jesu sublinha este eosinamicito repetindo
este ensiiiainenlo Tepeado aa mesma mesnui considera-
considera­
ção
ção na na segunda
segunda ee na terceira bem-avenlunmças.
na lereeira bem-aventuranças. “Bem-aventurados“ Bem-avenlurados os os
mansos”,
m ansos” , diz diz Eie.Ele. “porque possuirão aa terra”
"porque possuirão terra” ÀA term
terra aa que que Jesus
Jesus
Su refere
se refere é.é. cvidentemente.
evideníem.mle, uma uma singela
singela imagem
imagem poética poética para designar
para designai
o céu.
o céu. E Esto isto éé assim
assim em todas as
em todas bem-aventuranças: em
as bem-aventuranças: em cada cada uma unia
delas se
delas se promete
promete oo céu céu sob uma linguagem
sob uma linguagem figurativa.
figurativa. Os Os ““mansos”
m ansos”
de que Jesus fala na segunda bem-aventurança não são os caracteres
de que Jesu s fala na segunda bem-aventuranea não s.ão os caracteres
pusilânimes. sem
pusilânimes, sem nervo
nervo nem sangue. que
nem sangue, que oo mundo
mundo designa designa com com essa essa
palavra.
palavra. Oss verdadeiros
O verdadeiros mansos m ansos não nãiv são são de de mancira
maneira nenhuma nenhuma per- per­
sonalidades fracas.
sonalidades fracas. EÉ necessária
necessária uma uma grandegrande fortaleza
fortaleza interiorinterior para para
aceitar decepções. reveses. inclusive desastres, e manter em todo o
aceitar decepções, reveses, inclusive desastres, e manter em todo o
momento oo olhar
momento olhar fixo
fixo em cm Deus
Deus ce aa esperança
esperança incólume.
incólume.
““Bm-aventurados
Bm -avcnlurados os os que
que choram”
choram ” continua continua Jesus Jesus na na terceira
terceira
bem-aventurança, “porque
bem-aventurança, “ porque serão consolados”
serão consolados” De novo,
De novo. como como nas nas
duas bem-aventuranças anteriores. impressiona-nos a infinita compai-
dnas bem-aventuranças anteriores, impressiona-nos a infinita com pai­
xão de
xão de Jesu
Jesuss para para comcom os pobres. os
os pobres, os infelizes,
infelizes, os os aflitos
aflitos ee os os atribu-
atribu­
lados. Os
lados. Os que que sabem
sabem ver ver na dor aa justa
na dor justa sorte
sorte da da humanidade
humanidade peca- pcca-
dora, ee sabem
dora, sabem aceitá-la
aceitá-la sem rebeliões nem
sem rebeliões nem queixas,
queixas, unidos unidos àà própria própria
cruz
cruz de de Cristo,
Cristo, encontram
encontram um um lugar
lugar de predileção na
de predileção na mente
mente ee no no
coração de
coração de Jesus.
Jesus. São São os os que dizem com
que dizem com São São Paulo:Paulo: ““Tenho Tenho por
1S VIRTUDES MORAIS 11

certo que
corlü que os os padecimentos
padccimentos do tempo presente
do icmpo presente não não são nada cm
são nada cm com com- ­
paração com
paração com aa glória
glória que que há há de de manifestar-se
manifestar-se em em nós”nós” (R (Rom om 8.8, 18). 18).
Porém, por excelente que seja levarmos as nossas cargas cheios
Porém, por cxcclciitc que seja levarmos as nossas cargas cheios
de ânimo
dc ânimo ee esperança,
esperança. não não oo cé aceitarmos
aceitarmos indiferentemente
indiferentemente as as injus-
injus-
liças que
liças que sc sc fazem
fazem aos outros.
aos outros. Por muito
Por generosos que
muito generosos sejamos em
que sejamos em
entregar a Deus a nossa felicidade terrena, estamos obrigados, por
entregar a Deus a nt'»ssa felicidade terrena, estamos obrigados, por
um paradoxo
uni paradoxo divino, divino, aa promover
promover aa felicidade felicidade dos outros.
dos outros. AA íiijus-
imjus-
Uça não
liça não sc se limita
limita aa destruir
destruir aa felicidade
felicidade temporaltemporal de de quem
quem aa padece:padece:
pô também em perigo a felicidade eterna de quem a comete.
põe também em perigo a felicidade eterna de quem a comete. EE isto
isto
é“é verdade
verdade quer quer se trate de
sc tralc de uma uma injustiça
injustiça econômica
econômica que que oprime
oprime o o
pobre (o
pobre (o emigrante
emigrante sem recursos, o
scni recursos, o carregador,
carregador, oo favelado,
favelado, são são exem­exem-
plos que ocorrem facilmente). como de uma injustiça racial que de­
plos que ocorrem facilmente), como de uma injustiça racial que de-
grada oo nosso
grada próximo (o
nosso próximo (o queque éé que que vocêvocê pensa
pensa dos dos negros
negros ee da da
segregação?), ou
segregação?), ou de de umauma injustiça
injustiça moral moral que que afoga
afoga aa ação ação da graça
da graça
(perturba-o
(perturba-o ver ver certas publicações na
ccrlas publicações na biblioteca
biblioteca do do am amigo?).
igo?). Deve­ Deve-
mos ter
mos ter zelo
zelo pela
pela justiça,
justiça, quer quer se se trate
trate da da justiça
justiça no no relacionamento
relacionamento
com os
com demais. quer
os demais, qiicr da da justiça
justiça maism ais elevada
elevada com com Deus.
Deus, tanto tanto nossanossa
como dos
como dos outros.
outros. São
São essasessas algumalgumasas das das implicações
implicações da da quarta
quarta
bem-aventurança:
bcm-avenlurança: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de
“ Bem-aventurados os que têm fome e sede de
justiça, porque
justiça, porque serãoserão saciados”
saciados”, , saciados
saciados no no céu, nunca aqui
céu, nunca aqui na na terra.
terra.
“Bem-aventurados
“ Bcm-avciilurados os misericordiosos”, , continua
os misericordiosos” continua Cristo,
Cristo, ““porqueporque
alcançarão misericórdia”
alcançarão misericórdia” É tão
É tão dificil
difícil perdoar
perdoar aa quem quem nos nos ofende,
ofende.
tão duro acolher com paciência o fraco, o ignorante e o antipático!
tão duro acrUicr com paciência o fraco, o ignorante e o antipático!
Mas
M as aquiaqui estáestá aa própria
própria essência
essência do do espírito
espírito cristão.
cristão. Não
N poderá
ão poderá
perdão para
haver perdão
haver para quemquem não não perdoa.
perdoa. |
““Bem-aventurados
Bem-aventurados os puros de
os puros de coração.
coração, porqueporque verão verão aa Deus” Deus”
ÀA sexta
sexta bem-aventurança
hcm-avenluraiiça não não se se refere
refere principalmente
principalmente àà castidade, castidade.
como muitos
como muitos pensam.
pensam, mas nias ao ao esquecimento
esquecimento próprio, próprio, àà necessidade
necessidade
de ver
de ver tudotudo do ponto de
do ponto de vista
vista de de Deus,
Deus, ee não não do nosso.
do nosso. Quer
Quer
dizer unidade
dizer unidade dc de fins:
fins: primeiro
primeiro Deus. Deus. sem sem hipocrisias
hipocrisias nem nem equilíbrios.
equilíbríos.
““Bem-aventurados
Bem-aventurados os os pacíficos,
pacíficos, porque porque serãoserão chamchamados ados filhos
filhos de de
Deus”
Deus” Aoo ouvir
A ouvir estas palavras de
estas palavras de Cristo, tenho que
Cristo, tenho perguntar aa
que perguntar
mim mesmo
mim mesmo se se sou
sou focofoco de de pazpaz ee harmonia
harmonia no no meumeu lar, lar, centro
centro de de
boa vontade
boa vontade na minha comunidade,
na minha comunidade, mediador mediador de de discórdias
discórdias no no meu meu
trabalho.
trabalho. É E caminho
caminho directo direto para para o o céu.
céu.
“Bcm-aventurados
“ Bcm-aveníurados os os que que sofrem perseguição pela
sofrem perseguição pela justiça,
Justiça, por- por­
que
ei ue deles
deles éc oo reino reino dos dos céus”céus” FE.
E, com com aa oitava
oitava bem-aven
bem-aventurança,tu rança,
baixamos
baixam os aà cabeça,cabeça. envergonhados
envergonhados pela pela pouca generosidade com
pouca generosidade com que que
enfrentamos os
eníreutanios os insignificantes
insignificantes sacrifícios
sacrifícios que que aa nossa
nossa religião
religião nos nos exi­exi-
“ce. cm
ge, ctunparação com
um comparação com os os dasdas almas
almas torturadas dos nossos
torturadas dos nossos irmãos irmãos
por trás
poi trás dada cortina
cortina de de ferro
fciro ec da da cortina
cortina de de bambu.
CapÍTULO
C a p í t u l o XI
XI

A lOREJA CATÓLICA
A IGREJA CATÓLICA

O ESPÍRITO
O SANTO
E S P ÍR IT O SA N T O EE AA IG
IGREJA
R E JA

Quando o
Quando o sacerdote instrui um
sacerdote instrui um possível converso, geralmente
possível converso, geralmente
nas primeiras etapas de suas explicações, ensina-lhe o stgnificado do
nas primeiras etapas de suas explicações, ensina-lhe o significado do
perfeito
perfeito amoramor aa Deus. Explica-lhe oo que
Deus. Explica-lhe quer dizer
que quer dizer fazer
fazer um um ato ato
de
de contrição
contrição perfeita.
perfeita. Ainda Ainda que que esse
esse converso
converso deva deva esperar vários
esperar vários
meses até receber o Batismo, não há razão para que viva esse tempo
meses até receber o Batismo, não há razão para que viva esse tempo
em pecado.
em pecado. Um Um ato ato dede perfeito
perfeito amor
amor aa Deus
Deus — — queque inclui
inclui oo desejo
desejo
de batizar-se
de batizar-se — — purífica-lhc
purifica-lhc aa alma alma antes
antes do Batismo,
do Batismo.
OO possível
possível converso,
converso, naturalmente,
naturalmente, alegra-se
alegra-se dc de sabê-lo,
sabê-lo, ee eu eu
estou certo de
estou certo de terter derramado
derramado aa água água batismal
batismal na cabeça de
na cabeça de muitos
muitos
adultos que
adultos que jájá possuíam
possuíam o o estado
estado de de graça
graça santificante.
santificante. Por Por haverem
haverem
feito
feito um um ato ato de de perfeito
perfeito amor
amor aa Deus,Deus, tinham
tinham recebido
recebido oo batismo batismo
de desejo.
de desejo. E, não obstante, em todos e em cada um dos casos, Oo
E , não obstante, em todos e em cada um dos casos,
converso manifestou
converso manifestou uma uma grande alegria ee alívio
grande alegria alívio ao receber o
ao receber o sacra­
sacra-
mento,
mento, porqueporque até esse momento
até esse momento não não podia
podia terter certeza
certeza de de que seus
que seus
pecados tivessem
pecados tivessem sido sido perdoados.
perdoados. Por Por muito
muito que que nosnos esforcemos
esforcemos por por
fazer
fazer um um ato ato perfeito
perfeito de de amor
amor aa Deus, nunca poderemos
Deus, nunca poderemos estar estar certos
certos
de tê-lo conseguido.
de tê-lo conseguido. Masas quando
M quando aa água água salvífica
salvífica lhe lhe éé derramada
derramada
sobre
sobre aa cabeça,
cabeça, o o neófito
neófito passa
passa aa terter aa certeza
certeza de de que que Deus
Deus veioveio
aa ele.
ele.
São Paulo
São Paulo diz-nos
diz-nos que que ninguém,
ninguém, nem nem sequer
sequer oo melhor
melhor de nós,
de nós,
pode
pode ter ter certeza absoluta de
certeza absoluta de estar
estar emem estado
estado de de graça santificante.
graça santificante.
Mas
M as tudotudo oo que pedimos éé certeza
que pedimos certeza moral,
moral, oo tipo tipo de de certeza
certeza que que
temos quando
temos quando somos batizados ou
som os batizados ou quando
quando recebemos
recebemos aa absolvição
absolvição
no sacramento da
no sacramento Penitência.
da Penitência. A paz
A paz dada alma,
alma, aa gozosa confiança
gozosa confiança
que
que estaesta certeza proporciona, éé uma
certeza proporciona, uma das das razões pelas quais
razões pelas quais Jesus
Jesus
Cristo
Cristo instituiu
instituiu uma Igreja visível.
uma Igreja visível. As
A s graças
graças que que Ele Ele nosnos adquiriu
adquiriu
no
no Calvário,
Calvário, podiapodia tê-las
tê-las aplicado
aplicado aa cada cada almaalma diretamente
diretamente ee invi- invi­
sivelmente,
sivelmente, sem recorrer aa sinais
sem recorrer sinais externos
externos ou cerimônias. No
ou cerimonias. No entanto,
entanto.
O ESPÍRITO SANTO E A IGREJA 113

como conhecia
como conhecia aa nossa necessidade de
nossa necessidade de uma
uma segurança
segurança visível,
visivel, prefe­
prefe-
riu canalizar
riu canalizar as as suas
suas graças através de
graças através simbolos sensíveis.
de símbolos Instituiu
sensíveis. Instituiu
os Sacramentos
os sacramentos para para queque pudéssemos
pudéssemos sabersaber quando,
quando. como como ee que que
espécie de
espécie de graça
graça recebemos.
recebemos. E E uns sacramentos visíveis
uns sacramentos visíveis necessitam
necessitam
de um
de um agente visível no
agente visível no mundo,
mundo, que os guarde
que os guarde ec distribua.
distribua. Este
Este
agente visível éc aa Igreja
agente visível Igreja instituída
instituída por Jesus Cristo.
por Jesus Cristo.

AA necessidade
necessidade de de umaunia Igreja
Igreja nãonão se se limita, evidentemente, àà
limita, evidentemente,
guarda
guarda dos dos sacramentos.
sacramentos. NinguémNinguém pode pode querer
querer os sacramentos se
os sacramentos se
não
não os conhece.
os conhece. Como ninguém
Como ninguém pode pode crer
crer em Cristo se
em Cristo se antes não
antes não
lhe faltaram dEle.
lhe falaram dEle. Para que a vida e a morte de Cristo não sejam
Para que a vida e a morte de Cristo não sejam
em vão,
em vão, tem tem que
que existir
existir uma
uma voz voz viva
viva nono mundo
mundo que que transmita
transmita os os
ensinamentos
ensinamentos de Cristo através
de Cristo através dos dos séculos.
séculos. Deve Deve haver
haver uma
uma voz voz au-
au­
dível,
dível, devedeve haver
haver umum porta-voz
porta-voz visível,
visível, em quem todos
em quem todos os os homens
homens
de boa
dc vontade possam
boa vontade possam reconhecer
reconhecer aa autoridade.
autoridade. Consequeiiteraente,
Consequentemente,
Jesus
.Icsus fundou
fundou aa suasua Igreja
Igreja nãonão só só para
para santificar
santificar aa humanidade
humanidade por por
myio
meio dos dos sacramentos,
sacramcnlos, mas, mas, antes
antes de tudo, para
de tudo, para ensinar
ensinar aosaos homens
homens
as verdades que Jesus Cristo ensinou, as verdades necessárias àà sal-
as verdades que Jesus Cristo ensinou, as verdades necessárias sal­
vação.
vação. Basta um momento
B asia um momento de de reflexão
reflexão parapara nos
nos darmos conta de
darm os conta de
que, se
que, Jesus não
SC Jesus tivesse fundado
não tivesse fundado uma uma Igreja,
Igreja, até
até mesmo
mesmo oo nome nome
de Jesus Cristo
lie Jesus Cristo nos
nos seria
seria hoje desconhecido.
hoje desconhecido.

Porém, não
Porém, não nosnos basta
basta ter
ter àà nossa disposição aa graça
nossa disposição graça dosdos sacra-
sacra-
mentos
nienios visíveis
visíveis dada Igreja
Igreja visível,
vLsível. NãoNão nos basta ter
nos basta ter aa verdade
verdade pro-pro­
clamada
clam ada pela voz viva
pela voz viva dada Igreja
Igreja docente.
docente. Precisamos
Precisamos também
também saber saber
o que devenios fazer por Deus; precisamos de um guia seguro que
o que devemos fazer por Deus; precisamos de um guia seguro que
nos
nos indique
indique oo caminho
caminho que devemos seguir
que devemos seguir de acordo com
de acordo com aa ver-ver­
dade
dade queque conhecemos
conhecemos ee as graças que
as graças que recebemos.
recebemos. Da
Da mesma
mesma ma- m a­
neira que seria
neira que inútil para
seria inútil para osos cidadãos
cidadãos de de um
um pais
país ter
ter uma
uma Consti-
Consti­
tuição, se
tuição, não houvesse
se não houvesse um um governo
governo para interpretá-la ee fazê-la
para interpretá-la fazê-la ob-ob-
servar mediante
.servar mediante uma uma legislação adequada, oo conjunto
legislação adequada, conjunto da da Revelação
Revelação
cristã precisa
cristã precisa dede ser interpretada de
ser interpretada de modo
modo apropriado.
apropriado. Com Comoo fazer-se
fazer-se
membro da Igreja e como permanecer nela?
membro da Igreja e como permanecer nela? Quem pode receber
Quem pode receber
este ou
este ou aquele
aquele sacramento,
sacramento, quandoquando ee como?
como? Quando
Quando aa Igreja
Igreja pro­
pro-
mulga suas leis,
mulga suas leis, responde
responde aa perguntas
pergunta.s como
como as as anteriores,
anteriores, cumprindo
cumprindo
sob Cristo
sob Cristo oo seuseu terceiro
terceiro dever.
dever, além
além dosdos dede ensinar
ensinar ee santificar;
santificar:
L^overnar.
tovernar.

Conhecemos
Conhecemos aa definição
definição de
de Igreja:
Igreja: ée "a
“ a congregação
congregação de
de todos
todos
os batizados,
os batizados, unidos
unidos nana mesma
mesma fé fé verdadeira,
verdadeira, no mesmo sacrifício
no mesmo sacrifício
vc nos
nos mesmos
mesmos sacramentos,
sacramento.s, sob
sob aa autoridade
autoridade do do Sumo
Sumo Pontífice
Pontífice ee
dos bispos
dos bispos cmem comunhão
comunhão comcom ele”
ele” | Uma
Uma pessoa
pessoa torna-se membro
torna-se membro
da Igreja
da Igreja ao receber oo sacramento
ao receber sacramento do do Batismo,
Batismo. ee continua
continua aa sê-lo
sê-lo
enquanto dela
enquanto dela não se separar
não se separar pttr
por d s nrt tmrgação
tisma trrügaçat^ ou contestação da
vu contestação
LH VAGREJA CATOLICA

cutordadoe papal),
aLiioiRÍade [lapal). por
por heresta
heresia (negação
(negação de de uma
Lima ou mais verdades
ou mais \erdadcs
de
de fé proclâmadas
fé proclam pela Igreja).
adas pela Igreja), ou ou porpor excomunhão (exclusão da
excomunhão (exclusão da
Igreja por certos pecados graves não contritos).
igreja por ccrLos pecados graves não conirilos). Mas mesmo estas
M as mesmo estas
pessoas.
pessoas, sc se foram
foram batizadas
balizadas validamente.
validamente, permanecem basicamente
permanecem basicamente
súditos da
súditos da Igreja.
Igreja, ee estão
estão obrigadas
obrigadas aa cumprir
cumprir as as suas leis. àa não
suas leis, não serser
que delas sejam dispensadas especificamente.
t]uc delas sejam dispensadas ospeeificamenie.
ão dizer tudo
■Ao dizer tudo islo.
isto. vê-se bem que
vê-se bem que consideramos
cainsidcramos aa Igrejalereja dc de
um ponto de
um ponto de vista apenas externo.
vista apenas externo. Assim como
Assim como um um homem
homem éé mais mais
do que o seu corpo físico. assim à Igreja é infinitamente mais do que
do que o seu ctn-po lísieo. assim a Igreja é infinitamente mais do que
aa mera
mera crgantzação
organização exterior visivel,
exterior visível, OO t]uc
que torna
torna oo homem
homeny nm um serscr
humano
humano êca a cima alma. II E êcaalmadalerejaoquea
a alma da Igreja o tiue a torna além de
torna, rdeni de
uma oreanizacão.
uma Organização. um UM oíhíhiísiuo
organismo vivo.viva. Assim como aa habitação
Assim como habitação das das
três
três Pessoas divmas dá
Pessoas divinas dá àii alma
alma aa vida
vida sobrenatural
sobrenatural aa que que chamamos
chamamos
graça sanliricante.
graça santilicante. assim
assim aa habitação
habitação da da Santiísstma
Sa.nlíssima Trindade
Irijidade dá dá àà
lsveja
Igreja aa suasua vida
vida incxtinguível.
imextinguivel. aa sua sua perene
perene vitalidade.
vitalidade, Ja que aa
.lá que
tarefa
tarefa de de sanúficar-nos
sanliftcar-nos (tuic (que éé própria
própria do do Amor
.Amor divmo)
divino) se atribui
se atribui
ao Espíriio Santo
ati Espírito Santo povpor apropriação,
apropriação, éé Eie Fije quem
quem mSs nós designamos
destgnamos por por
atm
alifht dada lercja.
Igicja. desta Jereja cuja
desta Igreja cuja Cabeça
Cabeça êé Cristo.
Cristo.

Deus modelou /Vtlão


IX us modelou Adão do do barro
barro da da terra.
terra, cc depois,
depois. segundo
segundo aa
bela
bela imagem
imagem divlica,
i>íblica, insuflou
insuflou uma uma almaalma nessenesse corpo,
corpo, cc Adão A dão se se
convertem em ser vivo,
converteu ein scr vivo. Deus criou a Igreja de uma maneira muito
Deus criou a Igreja de uma maneira muito
semelhante. Primeiro
semelhante. Primeiro desenhou
desenhou oo CorpoCorpo da da Igreja
Igreja na na Pessoa
Pessoa de de Jesus
.Tesus
Cristo.
Cri.slo. E Esta tarefa estendeu-se
íta tarefa eslendeu-se por por três anos, desde
três ano.s, desde o o primeiro
primeiro m mi-i­
lagre
lagre público
público de de Jesus, em C
-lesiis, em Caná,
aná, atéaté àà sua
sua ascensão
ascensão ao ao céu.
céu. Durante
Durante
esse tempo,
esse Jesus escolhvu
tempo, Jesus cscoliicu seus
seus dozedoze Apóstolos,
Apóstolos, destinados
destinados aa serem serem
os primeiros
os primeiros bispos
bispos da da sua Igreja.
sua Igreja. Por três
Por três anos
anos os os instruiu
instruiu ee os os
tremnou nos
treinou nos seus
scus deveres,
deveres, na na m missão
issão dcde estabelecer
estabelecer oo reino reino de de Deus.
Deus.
Nesse mesmo
Nesse mesmo períodoperíodo de de tempo.
lenipo, desenhou
desenhou tambémtambém os os sete canais.
sete canais,
os
os sete sete sacramentos,
sacramentos, pelos pelos quais
quais fluiriam
flusriam às às almas
almas dos dtis homens
homens as as
graças
graças que que EleElec ganharia
ganharia na na cruz.
cruz.
Ão
A o mesmo
mesmo tempo, lenipo, Jesus confiou aos
.Icsus confiou aos Apóstolos
Apóstolos uma uma tríplice
tríplice
missão, que éé aa tríplice
nii.ssão, que tríplice missão
m issão da da Igreja. Ensinar: “Ide,
Igreja. Ensinar: pois, ensinai
“ Ide, pois, ensinai
aa todos
todos os os povos.
povos. ensmando-os aa observar
ensinando-os observar tudo quanto eu
tudo quanto eu vosvos
mandei”
mandei” (Mt (Mt 28.19-20).
28.19-20). Santificar: ““Batúzando-as
SaiUifieai'; Bati/audo-as em em nomenome do do Pai.
Pai.
do
do Filho
Filho ee do do Espirito
Espírito Santo”
Sanlo” (Mt (Mt 28.19):
28,19); ““IstoIslo éé oo mcit corpo
nicu corpo
fazer isto em memória de mim” (o 21409). vAqueles à quem pcr-
fazei isto em nicm(Sria de mini” (l.c 2 2 .!9 ), “ Aiiueles a cjiiem per-
doardes os
üoardes pecados. ser-lies-ão
os pecados, perdoados: 4a quem
ser-lhes-ão perdoados: quem os os reliverdes,
rcliverdes, se­ se-
rão retidos”
rão retidos” (lo (lo 20,20, 23).
23). E governar
E governar em cni seu
seu nome:
nome: ““Se Se se se recusar
recusar
aa ouvi-los.
ouvilos, dÍ7e-o
dize-o àà Igreja,
Igreja. ee sese sese recusar
recusar aa ouvir também aa Tereja.
ouvir lambem Igreja,
seja ele
seja ele para
para liwu como
como um pagão ou
um pagão ou mo publicano
um piiblicano Tudo
l udo o o que
que
ligardes sobre
ligardcs sobre aa terra. será Heado
tona. será ligaLh» no nu ceu,
ccu, ée tudo
tudo o o que
que destigardes
dcsligardes
sobre
sobre awu terra.
ten.i. sera
sv(á trunbéno desticado no
também desligado no céu”
céu” (Mt (M l IRI7-18):
18,17-18); “Quem “ OníRi
VOS OUVE doa mim
\ o s oii\e. Mi OURCOum e. cCC quem
quem \l»svos refeita
rejeita, aa num
num rejeita”
reieita” (Do (I e 10.16)
i o sSANTO
K s r i H i TO
Oo ESPÍRI E 4\ IGREJA \
\N'io K j115

Outra
Outra missão
missão de
dc Jesus,
Jesus, ao formar oo Corpo
ao formar Corpo da
da sua
sua Igreja.
Igreja, foi
foi
aa dedc prover
prover uma uma autoridade
autoridade para para o seu Reino
o seu Reino na terra. ÁAtribuiu
na terra. Atribuiu
esta tarefa ao Apóstolo Simão, filho de João.
esta tareia ao ApiGlolo Simão, filho de João, e.
e. ao
ao fazê-lo,
fazê-lo, impôs-lhe
impôs-lhe
um nome novo,
um nome no\o, Pedro.
Pedro, que que quer dizer pedra.
quer dizer pedra. A promessa fol
A promessa foi esta:
esta;
“Bem-aventurado
“ liem-a\entiirado tu, tu, Simão,
Simão, Êlho filho de de João
João EE EuEu te te digo que tu
digo que tu
és Pedro. e sobre esta pedra cdificarei a minha Igreja, e as portas
cs Pedro, c sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas
do inferno não
do inferno não prevalecerão
prevalecerão contra contra ela,ela. Eu Eu te te darei
darei as as chaves
chaves do do
reino dos
reino dos céus”
céus” (Mt 16.17.18-19).
(Mt 16.17,18-19). E Jesus
E Jesus cumpriu
cumpriu essa essa promessa
promessa
depois de ressuscitar. segundo lemos no capítulo 21 do Evangelho
depois dc ressuscitar, segundo lemos no capítulo 21 do Evangelho
de
dc SãoSão João.
João. Após
A pós conseguir
conseguir dc de Pedro
Pedro uma uma tríplice manifestação
tríplice manifestação
de
clc amor
amor ((Simão,
“ Sinuup filhofilho dc dç João, amas-mç?”),
João, ainas-m e?” ), fez fez de de Pedro
Pedro oo pastor
pastor
supremo
supremo do do seuseu rebanho.
rebanho. “Apascenta “ Apascenta os meus cordeiros”
os meus cordeiros”, , disse-lhe
disse-lhe
Jesus, “apascenta as núnhas ovelhas” | Todo o rebanho de Cristo —
Jesus, “ apascenia as minhas ovelhas” 1'odo o rebanho de Cristo —
ovelhas
ovelhas ee cordeiros;
cordeiros; bispos,bispos. sacerdotes
sacerdotes ee fiéis fiéis — — foi foi posto
posto sobsob aa
jurisdição
jurisdição de dc Pedro
lUdro ee de seus sucessores,
dc seus sucessores, porque,
porque, éé evidente,evidente, JesusJesus
não velo à terra para salvar só as almas contemporâneas dos Após-
não veio à terra para salvar só as almas contemporâneas dos A p ós­
tolos.
tolos. Jesus
Jesus veio \eio para salvar todas
para salvar todas as as almas. enquanto houver
almas, enquanto houver almas
almas
que salvar
que salvar
OO Irípüee
tríplico dever
dever (e (o poder)
poder) dos dos Apóstolos
Apóstolos —— ensinar, ensinar, santificar
santificar
cc governar
governar — — foifot porpor eleseles transmitido
transmitido aa outros outros homens, homens, aa quem, quem,
pelo sacramento da
pelo sacramento da Ordem.
Ordem, ordenariam
ordenariam ce consagrariam
consagrariam para conti-
para conti­
nudrem
nuarem aa sua sua missão.
missão. Os bispos atuais
Os bispos atuais são
são sucessores
sucessores dos dos Após-
A pós­
totos. Cada
tolos. Cada um um deles recebeu oo seu
deles recebeu seu poder episcopal dc
poder episcopal de Cristo,
Cristo, porpor
meio dos
meio dos Apóstolos,
ApósloUis, em cm continuidade
continuidade ininterrupta.
ininterrupta. EE oo poder poder su- su­
premo
premo de de Pedro,
Pedro. aa quem quem Cristo Cristo constituiu
constituiu cabeça
cabeça de de tudo,
tudo, reside
reside
hoje no
hoje no bispobispo de dc Roma,
Rom a, aa quem quem chamamos
chamamos com com amor amor oo SantoSanto
Padre.
Padre. Isto é assim porgue, pelos Gesignios da Providência, Pedro
Isto é assim porque, pelos desígnios da Providencia, Pedro
foi
foi aà Roma
Roma ec lálá morreu morreu como como primeiro
primeiro bispobispo da cidade.
da cidade. Conse-
Conse-
quentemente.
queutemcnte, quem quem for for bispo
bispo de Roma a será
de Rom será automaticamente
automaticamente oo su- su­
cessor
cessor de Pedro e.e, portanto,
de Pedro portanto, possui po.ssui o o especial
especial poder poder de de Pedro
Pedro de de
ensinar
ensinar ce governar
governar toda toda aa Igreja.
Tercja.

Este
Este ێ. pois.
pois, oo Corpo da Igreja
Corpo da Igreja de Cristo, tal
dc Cristo, tal como
como Ele
Ele aa criou:
criou:
não
não uma mera irmandade
uma mera irmandade mvisível
invisível dede homens
homens unidos
unidos pelos laços da
pelos laços da
eraça.
graça, mas uma sociedade
mas uma vistvel de
sociedade visivd de homens
homens subordinada
subordinada aa uma
uma ca­ca-
beça investida
beça Investida em autoridade ee governo,
em autoridade governo. ÉÉ o o que
que chamamos
chamamos umauma
sociedade
sociedade fierdrquica,
hierárquica, com com as sólidas ce admiráveis
as sólidas admiráveis proporções
proporções de de
uma pirâmide.
uma pirâmide. No No cume
cume oo Papa,
Papa, com suprema autoridade
eom suprema autoridade espiritual.
espiritual.
Imediatamente abaixo,
Imediatamente abaixo, formando
formando com com oo Papa
Papa oo Colégio
Colégio Episcopal,
Episcopal,
do qual
do qual oo Sumo Pontífice éé aa cabeça,
Sumo Pontífice cabeça, os outros bispos,
os outros bispos, cuja juris-
cuja juris­
dição, cada
dição, cada um um na na respectiva diocese, procede
respectiva diocese, procede de de suasua união
união comcom
vo sucessor
sucessor de Pedro.
de Pedro. Mais
M ais abaixo,
abaixo, osos sacerdotes
sacerdotes que,
que, como coopera-
como coopera-
dores dos
dores dos bispos,
bispos. emem virtude
virtude do sacramento da
do .sacramento da Ordem,
Ordem, ,são
são consa-
consa­
erados para
grados pregar oo l-vangelho.
para pregar Erangelho. apascentar
apascentar os fiéis cc celebrar o
os fiéis
116 A IGREJA CATÓLICA

culto divino.
culto divino. Finalmente.
Finalmente, está está aa ampla base do
am pla base do povopovo dc de Deus,
Deus, as as
almasas de
alm de todos
todos os batizados. para
os batizados, para quem
quem os outros e.xistem.
os outros existem.
Este éé oo Corpo
Este Corpo da da Igreja
Igreja tal tal como
como Jesus
Jesus oo constituiu
constituu em em seus
seus
três anos de vida pública.
três anos dc vida pública. Como o corpo de Adão, jazia à espera
Com o o corpo de Adão, jazia à espera
da alma.
da alma. Esta alma
Esta alma havia
havia sidosido prometida
prometida por por Jesu
Jesuss quando
quando dissedisse
aos seus
aos seus Apóstolos
Apóstolos antes
antes dada Ascensão:
.Ascensão; ““Recebereis
Reccbereis oo poderpoder do do E Espí-
sp í­
nto Santo. que virá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jeru- ­
rito Saniu. qiie virá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jeru
calém, cn
salém, toda aa Judéia,
cin toda Judéia, na na Samaria
Sam aria e e atéaté osos confins
confins da da terra”
terra”
(At t 1,8).
(A 1,8). Conhecemos bem
Conhecemos bem aa história
história do do Domingo
Domingo de de Pentecostes,
Pentecostes,
décimo dia da Ascensão c quinquagésimo da Páscoa (Pentecostes
décimo dia da Ascensão c quinquagésimo da Páscoa (Pentecostes
significa ““quinquagésimo”):
significa quinquagésimo” ) : ““Aparcceram-lhes repartidas umas
“ Aparcceram-lhcs repartidas como
umas como
linguas de
línguas de fogo.
fogo. que pousaram sobre
que pousaram sobre cada
cada umum deles
deles (dos
(dos A Apóstolos),
póstolos),
ficando todos
ficando todos cheios
cheios do do Espírito
Espírito Santo”
Santo” (At 234).
(A t 2.34). E, nesse m
E, nesse mo-o­
mento, oo corpo
mento, corpo tão tão maravilhosamente
maravilhosamente desenhado desenhado por Jesuss durante
por Jesu durante
três pacientes
três pacientes anos anos aflorou subitamente àà vida,
aflorou subitamente vida. OO Corpo
Corpo VivoVivo se se
levanta ee começa
levanta começa aa sua sua expansão.
expansão. Nasceu Nasceu aa Igreja
Igreja de de Cristo.
Cristo.

NOS SOMOS
NÓS A IGREJA
SO M O S A IG R E JA

OO que
que éé um
um ser
ser humano?
humano? Poderíamos
Poderíamos dizer que éé um
dizer que um animal
animal
que anda
que anda ereto
ereto sobre as suas
sobre as suas extremidades posteriores, ce pode
extremidades posteriores, pode ra-
ra­
ciocinar cc falar.
ciocinar falar. AA nossa nossa definição
definição seria correta, m
seria correta, masas não completa.
não completa.
Dir-nos-ia apenas
Dir-nos-ia apenas oo que que éé oo homem
homem visto visto de fora, m
dc fora, masas omitiria
omitiria
aa sua
sua parte
parte mais
mais maravilhosa:
m aravilhosa: oo fato fato dede possuir
possuir uma uma almaalma espiritual
espiritual
cc imortal.
imortal.
O que
O que éé aa Igreja?
Igreja? Tam Também poderiamos responder
bém poderíamos responder dando dando uma uma
visão
visão externa
externa da da Igreja. Poderíamos definila
Igreja. Poderíamos defini-la (e,(e, de fato, frequente­
de fato, frequente-
mente
mente 0 o fazemos)
fazemos) como como aa sociedade
sociedade dos dos batizados,
batizados, unidos
unidos na mesma
na mesma
[éfé verdadeira,
verdadeira, sob sob aa autoridade
autoridade do do Papa,
Papa, sucessor
sucessor de São Pedro.
de São Pedro.
Mas,
Mas, ao ao dcscrevê-la
descrevê-la nestes termos. enquanto
nestes termos, enquanto organização
organização hierár­ hierár-
guica
quica composta
com posta pelo pelo Papa. bispos, sacerdotes
Papa, bispos, sacerdotes ee leigos, devemos ter
leigos, devemos ter
presente
presente que que estamos descrevendo o
estamos descrevendo o que
que se se chama
chama aa Igreja jurídica.
Igreja jurídica.
Quer dizer, encaramos
Quer dizer, encaramos aa Igreja Igreja como
como uma uma orf^anização,
organização, como como uma uma
sociedade pública cujos
sociedade pública cujos membros
membros ee dirigentes
dirigentes estão
estão ligados
ligados entreentre sisi
por taços de
por laços união visíveis
de união visíveis ee legais.
legais. De De certo modo. éc algo
certo modo. algo semelhante
semelhante
àà maneira
maneira como como os os cidadãos
cidadãos dc dc uma
uma nação
nação estão unidos entre
estão unidos entre sisi por
por
laços
laços de de cidadania, visíveis ee legais.
cidadania, visíveis legais. Os Os Estados
Estados Unidos
Unidos da América,
da América,
por exemplo, são
[)or exemplo, são uma
uma sociedade jurídica.
sociedade jurídica.
Jesus Cristo,
Jesus Cristo, evidentemente, estabeleceu aa sua
evidentemente, estabeleceu sua Igreja
Igreja comocomo uma uma
sociedade jurídica.
sociedade Jurídica. Para cumprir
Para cumprir aa sua sua missão
m issão de ensinar, santificar
de ensinar, santificar
ce reger
reger os hômens, aa Igreja
os hOmcns, devia ter
Igreja devia tcr uma organização visivel.
uma organização visível. OO
Papa Pio XII,
Papa Pio X II, na na suasua encíclica
encíclica sobre
sobre “O “ O Corpo
Corpo Místico
Místico dc de Cristo”,
Cristo” ,
apontou-nos
aponlou-nos esse esse fato.
fato. E E oo mesmo
mesmo fez fez a constituição “Lumen Gen-
a constituição “ l umen Gen-
NOS SOMOS A IGREJA 117

tun” do
tiiirn” do Concílio Vaticano II.
Concilio Vaticano II. que
que ensina
ensina que
que ““aa Igreja
Igreja éé consti-
consti­
tuída
tuída ee organizada
organizada neste
neste mundo
mundo comocomo uma sociedade”
uma sociedade” E
E como
como taltal
éé aa sociedade jurídica mais
sociedade jurídica perfeita que
m ais perfeita que existe,
existe. pois
pois tem
tem o o mais n
mais no-o­
bre dos fins: a santificação de seus membros para a glória
bre dos fins: a santificação de seus membros para a glória de Deus.
dc Deus,

M as aa Igreja
Mas Igreja é muito mais
é muito mais que
que uma
uma organização
organização jurídica.
jurídica. ÉÉ oo
próprio Corpo
próprio Cv>‘T ;> de Cristo, um corpo
Cristo, um corpo tão
tão especial,
especial,, quc-dev^
que deve ter ter umum
nome especiai:
liome especial: oo Corpo
Corpo M Místico
ístico dede Cristo.
Cristo. Cristo Cristo éé aa CabeçaCabeça do do
Corpo;
Corpo; cada cada batizado
batizado éé uma parte viva,
uma parle um membro
m a ,. UD.i membro desse desse Corpo.
Coipo.
cuja alma
cuja alma éé oo Espírito
Espírito Santo,Santo.
Trata-se
Trata-se de de um mistério oculto,
um mistério oculto, que que durante
durante este exílio terreno
este exílio terreno
só podemos enxergar obscuramente.
só podemos enxergar obscuramente. Mas procuremos fazê-lo, ainda
M as procuremos fazê-lo, ainda
que seja
que seja aa meia
meia luz. luz. Sabem
Sabemosos que que oo nosso
nosso corpocorpo físicofísico éé composto
composto
de milhões
de milhões de de células
células individuais,
individuais, todas todas trabalhando conjuntamente
trabalhando conjuntamente
para o bem de todo o corpo, sob a direção da cabeça. As
para o bem de todo o corpo, sob a direção da cabeça. A s diferen-
diferen­
tes partes
tes partes do corpc não
do corpo não se se ocupam
ocupam em em finsfins próprios
próprios ee privados.
privados. Os Os
olhos, os
olhos, ouvidos ee os
os ouvidos os demais
demais sentidos
sentidos captamcaptam conhecimentos
conhecimentos para para
utilidade de
utilidade de todo
todo oo corpo.
corpo. Os Os péspés levam
levam oo corpo corpo inteiro
inteiro parapara ondeonde
ele queira ir. As mãos levam o alimento à boca, o intestino absorve
cie queira ir. A s m ãos levam o alimento à boca, o intestino absorve
aa nutrição necessária aa todo
nutrição necessária todo o o corpo.
corpo. O O coração
coração ee os os pulmões
pulmões en­ en-
vtam sangue
viam sangue ee oxigênio
oxigénio aa todas todas as as partes
partes da da anatomia.
anatomia. T Todos vivem
odos vivem
ee atuam
atuam para para todos.
todos.
EE aa alm
almaa dá vida ee unidade
d á vida unidade aa todastodas as as diferentes
diferentes partes,
partes, aa cada cada
uma das células individuais. Quando o aparelho digestivo transforma
uma das células individuais. Quando o aparelho digestivo transforma
o alimento
0 alimento em em substância
substância corporal,
corporal, as as novas
novas células
células não não se se agregam
agregam
ao corpo
ao corpo de de forma
forma eventual,
eventual, como como oo esparadrapo
esparadrapo àà pele. pele. A Ass novas
novas
células tornam-se parte do corpo vivo, porque a alma se torna pre­
células tornam-se parte do corpo vivo, porque a alm a se torna pre-
sente nelas,
sente nelas, do mesmo m
do mesmo modoodo queque nono resto
resto do do corpo.
corpo.
Apliquemos agora
Apliquemos agora esta esta analogia
analogia ao ao Corpo
Corpo M Místico
ístico de Cristo.
de Cristo.
Quando sumos
Quando batizados, o
somos balizados, o Espírito
Espírito SantoSanto toma toma posse posse de nós, de
de nós, de
mancira
maneira muito semelhante aquela
muito semelhante àquela com com que que aa nossa
nossa alm almaa toma
toma posseposse
das células
das células que que se vão formando
se vão formando no no corpo.
corpo. Este mesmo
Este Espínto
mesmo Espírito
santo éé por
Santo por suasua vez vez oo Espírito
Espírito de de Cristo,
Cristo, que que “se “ se compraz
com praz em em morar
morar
na amada alma do nosso Redentor como em seu santuário mais
na am ada alma do nosso Redentor como em seu santuário mais
estimado;
estimado; este este Espírito
Espírito que Cristo nos
que Cristo mereceu na
nos mereceu na cruz,
cruz, pelo derra-
pelo derra­
mamento do
mamento do seu sangue.
seu sangue. Porém,
Porém, após após aa glorificação
glorificação de de Cristo
Cristo na na
cruz, seu
cruz, seu espírito
espirito derrama-se
derrama-se superabundantemente
superabundantemente sobre sobre aa Igreja,
Igreja,
de
de modo
modo que que ela ela ee seus
seus membros
membros individuais
individuais possam possam tornar-se
tornar-se dia dia
aa dia
dia maismais semelhantes
semelhantes ao seu Salvador”
ao seu Salvador” Pelo Pelo Batismo,
Batism o, o o Espírito
Espírito
de Cristo
de Cristo torna-se
torna-se também também oo nosso nosso Espírito.
Espírito. “A “ A Alma
A lm a da da A Alma”
lm a” de de
Cristo torna-se também
Cristo torna-se também A Alma
lm a da nossa alma.
da nossa alma.
Assim é,é, pois,
Assim pois, aa Igreja
Igreja vistavista por
por ““dentro”.
dentro” . ÉÉ uma sociedade
uma sociedade
jurídica, sim, com uma organização visível dada pelo próprio Cristo.
jurídica, sim, com uma organização visível dada pelo próprio Cristo.
Mas
M as éé muito
muito mais, mais, éé um organismo vivo,
um organismo vivo, um iim Corpo
Corpo que que vive,
vive, cuja
[18 A IGREJA CATOLICA

Cabeça
Cabeça éé Cristo,
Cristo, cujos
cujos membros somos nós,
membros somos nós, os
os balizados,
batizados, ee cuja
cuja
alma
alma éé o o Espírito
Espírito Santo.
Santo. ÉÉ um Corpo vivo
um Corpo vivo dede que
que podemos separar-
podemos separar-
-nos por
-nos por heresia, cisma ou
heresia, cisma ou excomunhão.
excomunhão, do do mesmo
mesmo modomodo que que umum
dedo éé extirpado
dedo extirpado pelo pelo bisturi
bisturi do cirurgião. EÉ um
do cirurgião. Corpo em
um Corpo em que
que o o
pecado mortal
pecado mortal — — como
como um um torniquete
torniquete aplicado
aplicado aa um um dedo
dedo — — pode
pode
interromper temporariamente oo fluxo
interromper temporariamente fluxo vital,
vital, até
até que
que seja retirado pelo
seja retirado pelo
arrependimento.
arrependimento. É É um Corpo em
um Corpo em queque cada
cada membro
membro se beneficia de
se beneficia de
cada
cada Missa
M issa queque sese celebra,
celebra, dede cada oração que
cada oração que se se oferece,
oferece, dede cada
cada
boa
b oa obra
obra queque sese faz
faz por
por cada
cada um um dosdos outros
outros membros,
membros, em em qualquer
qualquer
lugar do mundo. E o Corpo Mistico de Cristo.
lugar do mundo. É o Corpo Místico de Cristo.
Sociedade
Sociedade ee CorpoCorpo M Místico
ístico são, porém, uma
são, porém, uma só reahdade, como
só realidade, como
explica
explica aa ““Lumen
Lumen Gentium”:
Gentium” : ““AA sociedade
sociedade prcrvida
provida de de órgãos
órgãos hie­
hie-
rárquicos
rárquicos ee o o Corpo
Corpo Místico
M ístico dede Cristo,
Cristo, aa assembléia
assembléia visível
visível ee aa co­
co-
munidade
munidade espiritual,
espiritual, aa Igreja
Igreja terrestre
terrestre ee aa Igreja
Igreja enriquecida
enriquecida de de bens
bens
celestes, não devem
celestes, não devem ser ser consideradas
consideradas duas duas coisas,
coisas, m masas formam
form am umauma

só realidade
realidade complexa
complexa em em queque se se fundem
fundem o o elemento
elemento divino
divino ee Oo
humano”.
hum ano” .

A Igreja
A Igreja éé o o Corpo
Corpo M Místico
ístico de de Cristo.
Cristo. Eu Eu sou sou membro
membro desse desse
Corpo.
Corpo. Que Que representa
representa isto isto para
para m mim?
im? Sei que no
Sei que corpo humano
no corpo humano
cada
cada parte
parte tem tem uma
uma função
função aa realizar:
realizar: osos olhos,
olhos, ver;
ver; oo ouvido, ouvir;
ouvido, ouvir;
aa mão,
mão, apanhar;
apanhar; oo coração, impulsionar oo sangue.
coração, impulsionar sangue. Há H á nono Corpo
Corpo
Mistico
Místico de de Cristo uma função
Cristo uma função que que meme estã
está designada?
designada? T Todos
odos sabe-
sabe­
mosos que
m que aa resposta
resposta aa essa essa pergunta
pergunta éé sim. sim. SabemSabemosos também
também que que
há três
há sacramentos pelos
Irês sacramentos quais Cristo
pelos quais Cristo nos
nos marca
marca os os nossos
nossos deveres.
deveres.
Primeiro, o sacramento do Batismo, pelo qual nos tornamos
Primeiro, o sacramento do Batismo, pelo qual nos tornamos
membros
membros do do Corpo
Corpo M Místico
ístico de de Cristo.
Cristo. Dissemosos que
Dissem pelo Batismo
que pelo Batism o
somosos incorporados
som incorporados em em Cristo.
Cristo. E Esta palavra ““incorporado”
sta palavra incorporado” deriva deriva do do
latim
latim “corpus”
“ corpus” ee significa
significa “feito parte do
“ feito parte do corpo”.
corpo” . O O alimento
alimento éé in­ in-
corporado quando se converte em células vivas e se torna parte do
corporado quando se converte em células vivas e se torna parte do
nosso corpo.
nosso corpo. ÉÉ isto, analogamente, oo que
isto, analogamente, que nos
nos ocorre quando somos
ocorre quando .somos
batizados; somos
batizados; som os incorporados
incorporados em em Cristo.
Cristo.
Aoo unir-nos
A unir-nos aa Ele com essa
E le com essa intimidade,
intimidade, Jesu Jesuss compartilha
compartilha co­ co-
nosco,
nosco, na na medida
medida das das limitações
limitações humanas,
humanas, tudo tudo quanto
quanto éé ee ludo tudo
tudo quanto
ludo quanto tem. Especialmente, faz-nos
tem. Especialmente, faz-nos participar
participar do do seu
seu sacerdó-
sacerdó­
cio eterno.
cio eterno. (Compartilhamos
Com partilham os com com EleEle aa tremenda
tremenda tarefa tarefa de de oferecer
oferecer
àà Santíssim
Santissimaa Trindade
Trindade um um culto
culto adequado.
adequado, O O cristão
cristão batizado, quan-
batizado, quan­
do exerce
do exerce conscientemente
conscientemente o o sacerdócio
sacerdócio comumcomum que que compartilha
compartilha com com
Cristo, participa
Cristo, participa da da M Missa
issa dede umauma maneira
maneira que que umauma pessoa
pessoa não
não bati-
bati­
zada jamais poderá alcançar.
zada jam ais poderá alcançar.
Mas,
M as, além
além da da Missa,
M issa, adoramos
adoram os aa Deus Deus de outras maneiras:
de outras maneiras:
pela oração, pelo
pela oração, pelo sacrifício
sacrifício ee pela pela prática
prática dasdas virtudes
virtudes da da fé,
fé, da da
esperança e da caridade,
esperança e da caridade, especialmente especialmente da da caridade.
caridade. Caridade signi­
Caridade signi-
fica
fica amor
am or aa DeusDeus ee amor amor às às almas
almas que que Deus
Deus crioucriou ce pelas
pelas quais
Vos SOMOS GRITA Lt

Jesus morre
.[(.■sus morreu. Pela
FeUi nossa
nossa condição
si^iKÜeao tle de membros
membros do do (Corpo o ip o Mistica
iVlíslieq^
de Cristo
üc Cristo por
pt>rparticiparmos
(raiiieiparmtis do seu sacerdócio
dt' seu sueerdiVio elerno. eterno. mo\c-no,s
move-nos
o zelo de trabalhar ativamente com Cristo na suit obra de redenção,
o zelo de trabalhar aiivamcule efun Cri.slo na sua obra de rcdeiição.
Para sermos fiéis
Para .sermos ficas àà nossa vocação de
nossa wK-aç.ãti de batizados. devcnios sentir
balizados, devernios scníir zelo
zekí
pelas
pelas almas. mas. Todos
T od o s ve eada cada um uni de dc nosnós devemos
d e \e m o s ser ser apóstolos
apóstolos e. c.
se fazemos parte do laicato. devemos ser apóstolos leigos.
SC fazemos parle do taiealo. devemos ser apóstolos leigos.
Estas
h duas palavras
slas duas palavras vem vêm do do grego.
gicgti. Nessa língua,
Nessa Jingua, apóstolo
apósUilo
significa
significa “enviado”
"enviado" Os doze
Os doze homens
homens que que .Icsus
Jesus enviou
enviou ao ao mundo
mundo
nara esiabelcecr
para estabelecer aa sua sua lercja
Igreja chamam-se
ehamani-sc os os Doze
Doze Apóstolos,
Ap'ó.stolos, assim,
assim,
com
com malúsculas.
maiúsculas. M Masas nãonão haviam
haviam de ser os
de ser i>s únicos
únicos apóstolos.
apóstolos. Na Na
pia batismal,
pia batismal. Jesus .Icsus nos nos envia.
envia, aa cadacada um, itnu aà continuar
continuar oo qiic que os os
Doze
D oze Apóstolos iniciaram.
Apóstolos ímcíarani. Nós
Nós também
também somos apóstolos. com
stunos apóstolos, com "a “a”
minúscuio.
nrtTTúselilíT. |
AA pasavra
palavra “leigo”
"leigo" tambémtambém provémprovém do do grego,
grego, ee significa
significa simples­
simples-
mente “povo”
mente "p ovo" Sabemosos que
Sabem que na Igreja ha
na Igreja ires amplas
há ircs am plas categorias
categorias de de
membros: os
membros: os í/cWgo.v,
clérigos, termo termo que que abrange
abrange os os bispos.
bíspo.s. os os sacerdotes
sacerdotes ee
tis diáeonos;
os diáconos; os religiosos, homens e mulheres que vivem vida
os rd/g/o.vo.v, homens e murncrcs que vivcni comum
vida comum
ev fazem
fazem voto voto de pobreza, castidade:
de pobreza, castidade-c obediência: cc finalmente
c obcdiência: finalmente os os
leivos, os
/cfgo.v, t's cristãos
cristãos comuns.
comuns. Este Este Icrmo
termo compreende
compreende todos todos os os bati-
bati­
gados que
zados que nãonão sejam clérigos nem
sejam clérigrvs nem religiosos.
religiosos.
Juntas,
Jinuas, as as três categorias de
três categorias mumbros compõem
de membro.s compõem o o Corpo
Corpo M Mis-ís­
tico
tico dc de Cristo.
Cri.sto. Não
N ão apenas
apenas os clérigos. nem
os clérigos, nem os os clérigos
clérigos com com os os
religiosos, mas
re)igio.so.s, mas os os clérigos,
clérigos, os os religiosos
religiosos ee os os leigos,
leigos. todos unidos
Iodos unidos
num Corpo, num só Povo de Deus, constituem a Igreja de Cristo.
num Corpo, num só Povo de Deus, constituem a Igreja dc Cristo.
Nesse
Nesse Corpo, Corpo, cadacada categoria
categoria tem tem aa sua sua função
função própria.
própria. Mas M as todos
todos
tem em
tem em comum,
comum, independcntemente
independentemente da da categoria
categoria aa que que pertençam,
pertençam, oo
chamado para
cluunado para serem apóstolos, cada
serem apóstolos, cada um segundo oo seu
um segundo seu estado,
estado, cha­cha-
mado que
mado que receberam
receberam no no Batismo.
Batismo.

Jesus compartilha
Jesus compartilha conoscoconosco oo seu sacerdócio eterno
seu sacerdócio pelo Batismo
eterno pelo Batism o
de
dc forma
forma mais mais completa,
completa. pela pela Confirmação.
Confirmação. No No Batismo,
Batismo, eom- com-
partiha aa sua
parlilha sua função
função de de adoração
adoração da da Trindade
Trindade e, ec. na Confirmação,
na Confirmação,
aa função
função “profética”.
"profética", aa funçãofunção docente.
docente. Assim
Assim como como no no Batism
Batismoo
fomos m
fomos marcados
arcados com com um um selo
selo indelével
indelével como membros do
como membros do Corpo
Corpo
de Cristo
de Cristo ec partícipes
pariícipes do seu sacerdócio,
do seu sacerdócio, na na Confirm
Confirmação somos m
ação somos mar-
ar­
cados
cados de de novonovo comcom oo selo indelével de
selo indelével de canais
canais da verdade divina.
da verdade divina.
Agora temos
Agtira temos direito
direito aa qualquer
qualquer graçagraça dede que possamosos carecer
que possam carecer parapara
ser fortes
ser fortes na na fé,
fé. ec aa quaisquer
quaisquer luzesluzes dede que necessitemos para
que necessitemos tornar
para tornar
aq nossa
nossa fc fé inteligível
inteligível aos aos outros, sempre partindo
outros, sempre partindo da da base,
base, éé claro,
claro.
de que
dc que fazemos
fazemos o o que está ao
que está ao nosso alcance para
nosso alcance para aprender
aprender as as ver­
ver-
dades
dades da da fé fé ee nos deixamos guiar
nos dei.xamos guiar pela autoridade docente
pela autoridade docente da Igreja,
da Igreja,
que reside no Papa e nos bispos. Uma vez
que reside no Papa e nos bispos. Uma vez confirmados, temos como confirmados. temos como
que
que uma dupla responsabilidade
uma dupla responsabilidade de de ser
ser apóstolos
apóstolos ee uma uma dupla
dupla fonte
fonte
de graça
de graça cc fortaleza
fortaleza parapara cumprir
cumprir esse esse dever.
120 A IGREJA CATÓLICA

Finalmente, o terceiro
Finalmente, o terceiro dos
dos sacramentos que fazem
sacramentos que fazem participar
participar do
do
sacerdócio
sacerdócio êé aa Ordem.
Ordem. Desta vez.
Desta vez, Cristo
Cristo compartilha
compartilha plenamente
plenamente
o seu
o seu sacerdócio: completamente nos
sacerdócio: completamente nos bispos
bispos cc em em graugrau subordinado
subordinado
nos sacerdotes.
nos sacerdotes. No sacramento da Ordem, não há apenas uma
No sacramento da Ordem, não há apenas uma cha-
cha­
mada,
m ada, não
não háhá apenas
apenas uma uma graça,
graça, mas,
mas, além disso, um
além disso, poder. O
um poder. O sa-sa ­
cerdote recebe o
cerdote recebe o poder
poder de de consagrar
consagrar ee perdoar,
perdoar, de de santificar
santificar ee aben­
aben-
çoar. O bispo, além disso, recebe o poder de ordenar outros bispos
çoar. O bispo, além disso, recebe o poder de ordenar outros bispos
ee sacerdotes,
sacerdotes, ee aa jurisdição
jurisdição de de governar
governar as as almas
almas ee de definir as
de definir as
verdades
verdades de de fé. Este poder
fé. Este poder de de definir verdades de
definir verdades de téfé reside
reside no no Colé-
Colé­
gio Episcopal — todos os bispos do mundo juntos — quando, em
gio Episcopal — todos os bispos do mundo juntos — quando, eni
união
união comcom oo Papa,
Papa, exerce
exerce oo seuseu supremo
supremo magistério.
magistério.
Mas
M as todos
íodoü somsomosos cham
chamados
ados aa ser ser upostotos.
apóstolos. T Todos
odos recebemos
recebemos
aa missão
m issão de de ajudar
ajudar oo Corpo
Corpo Mistico
M ístico de de Cristo
Cristo aa crescer
crescer ee aa manter-se
manter-se
são. Cristo
são. Cristo espera
espera queque cada
cada um um dede nós
nós contribua
contribua para para aa salvação
salvação do do
mundo, da pequena parcela do mundo em que vivemos: nosso lar,
mundo, da pequena parcela do mundo em que vivemos: nosso lar,
nosso
nosso ambiente
ambiente de trabalho ee de
de trabalho de lazer,
lazer, nossas
nossas relações
relações sociais, etc.
sociais, etc.
Espera
Espera que,
que, por meio de
por meio nossas vidas,
de nossas vidas, OO tornemos
tornemos visível
visível aqueles
àqueles comcom
quem trabalhamos
quem trabalham os ee nos nos distraimos.
distraímos. Espera Espera que que sintamos
sintamos um um pleno
pleno
sentido de
sentido de responsabilidade
responsabilidade para com as
para com as almas
alm as dos dos queque nosnos cercam,
cercam,
que nos penalizem
que nos penalizem os os seus
seus pecados,
pecados, que que nos preocupe aa sua
nos preocupe sua incredu-
incredu­
lidade.
lidade. Cristo
Cristo espera
espera de de cada
cada umum de de nós nós queque participemos,
participemos, cada cada
um de
um de acordo
acordo com com aa sua vocação, da
sua vocação, da única
única m missão salvadora da
issão salvadora da
Igreja. Diz o Concilio Vaticano II que “é específico dos leigos, por
Igreja. Diz o Concilio Vaticano II que “ é específico dos leigos, por
sua própria
sua própria vocação, procurar oo Reino
vocação, procurar Reino de de Deus
Deus exercendo funções
exercendo funções
temporais ee ordenando-as
temporais ordenando-as sesundosegundo Deus” Deus”. . E E acrescenta
acrescenta que que éé nasnas
condições ordinárias
condições ordinárias da da vida
vida familiar
familiar ee social
social que devem contribuir,
que devem contribuir,
aa modo
modo de de fermento,
fermento, para para aa santificação
santificação do do mundo.
mundo.
Há,
Há, além disso, aa possibilidade
além disso, possibilidade de de inscrever-nos
inscrever-nos em em associações
associações
de natureza
de apostólica que
natureza apostólica tenham uma
que tenham uma claraclara finalidade
finalidade de de santifi-
santifi­
cação
cação pessoal
pessoa! cc alheia,
alheia, semsem deixarmos
deixarmos por isso de
por isso de ser
ser leigos.
CapítuLO XII

ASS NOTAS
A XO TAS É O
K OSS ATRIBUTOS
A T K 1 I U ; T 0 S Dá
D A IGREJA
IG H E JA

ONDE
O N D E AA E
ENCONTRAMOS?
N C O N T R A M O S?

“Não
“ N ão éé produto
produto genuíno
genuíno se não traz
se não traz estaesta m marca”. Encontramos
arca” . Encontramos
com frequência este lema nos anúncios dos produtos.
com frequência este lema nos anúncios dos produtos. Talvez
Talvez não não
acreditemos
acreditemos em em toda
toda aa tagarelice
tagarelice sobre sobre os os “produtos
“ produtos de qualidade”
de qualidade”
ee “os“ os entendidos
entendidos oo recomendam”
recomendam”, , mas, mas, quando
quando vão vão fazerfazer compras
compras
muitos insistem
muitos insistem em em queque lhes
lhes sirvam:
sirvam determinada
determinada marca, marca, ee quase quase nin-nin­
guém compra
guém compra um um artigo
artigo dc dc prata
prata sem sem lhe lhe dardar aa volta
volta parapara verificar
verificar
se traz
se traz o o contraste
contraste que que garanie
garante que que éé prataprata de de lei,
lei, ee muito
muito poucos
poucos
compram
compram um um anelanel sem antes olhar
sem anlcs olhar aa marca
marca dos dos quilates.
quilates.
Sendo
Sendo aa sabedoria
sabedoria de de Cristo
Cristo aa própria
própria sabedoria
sabedoria de de Deus,
Deus, era era dede
esperar que,
esperar que, ao ao estabelecer
estabelecer aa sua sua Igreja,
Jgreja, tivesse
tivesse E Eleíe previsto
previsto algunsalguns
meios para
meios para reconhecê-la,
reconhecê-la, não não menos inteligentes que
menos inteligentes que os dos moder­
os dos moder-
nos comerciantes; umas
nos comerciantes; umas ““marcas”
m arcas” para para que que todos
todos os os homens
homens de de boa
boa
vontade pudessem
vontade reconhecê-la facilmente.
pudessem leeonhceô-la facilmente. E Era
ra de esperar que
de esperar que oo fi­fi-
zesse, especiaimente tendo
zesse, especialmente tendo em em comia
couía que que Jesus fundou aa sua
Jesus fundou sua Igreja
Igreja
àa custa
custa da sua própria
da sua própria vida.
vida. JesusJesus não não morreu
morreu na cruz por
na cruz por gosto.
gosto.
Não deixou aos homens a escolha de pertencer ou não à Igreja, se­
Não deixou aos homens a escolha de pcrlcnccr ou não à Igreja, se-
gundo as
gundo as suas
suas preferências.
preferências. A A suasua Igreja
Ígreja éé a4 PortaPorta do do Ccu,
Céu, pela
pela
qual todos
qual todos (ao(ao menos
menos com com um um desejo
desejo implícito)
implícito) devem devem entrar.entrar.
Ao
A o constituir
constituir aa Igreja como pré-requisito
Igreja como pré-requisito para para aa nossa
nossa felicidade
felicidade
eterna,
eterna, o o Senhor
Senhor não não deixou
deixou de de estampar
estampar nela, nela, claramente,
claramente, aa sua sua
marça,
marca, Oo sinalsinal dada sua origem divina,
sua origem divina, ee tão tão àã vista
vista queque não pudésse-
não pudésse­
mos deixar de
mos deixar de reconhccê-la
reconhecê-la no no meiomeio da miscelânea de
da miscelânea de mil seitas.
mil seitas,
confissões
confissões ee religiões
refigiões do do mundo
mundo atual.atual. Podemos
Podemos dizer dizer que que aa ““marca”
marca”
da Igreja éé um
da Igreja quadrado, ce que
um quadrado, que o o próprio
próprio Jesus Cristo nos
Jesu s Cristo disse que
nos disse que
devíamos
devíamos olhar olhar para
para cada lado desse
cada lado desse quadrado.
quadrado.
Primeiro. aa unidade.
Primeiro, unidade. ““Tenho Tenho ainda ainda outras
outras ovelhas
ovelhas que que não não sãosão
deste apriseo,
deste aprisco. ee éé preciso
preciso que que eu eu as traga, ee ouvirão
as traga, ouvirão aa minha minha voz. voz,
22
12:2 AS \G
AS NOTAS E OS
1A S K OS \l9
ATRIBUTOS DA lOREJ
lh l, i'os I)\ IGREJA V

ecv haverá
haverá um um sn so rebanho
rebanho cve um um só pastor (Jo
só paslor 10,16)
(Jo 10,16) EE também:
lambem:
"Pai
“ Pai santo, guarda em
santo, guarda cm ti.uteu nome
itomc estescstcs queque nic me deste.
dcstc. aa fim fim de que
dc que
sejam
sejam um um comocomo nós" nós” (Jo (Jo V/1).
17,11),
Depois.
Depois, aa suniidade.
sumidade. “Santifica-os
“ Santifica-os na na verdade
verdade Santifico-me
Santifico-me
por eles,
(xtr clcs, parapara que que também
lambem eles eles sejam
sejam santificados
saiuifieados na na verdade”
\erd ad c" (Jo (Jo
17.17-19).
17,17-19). Esta Esta foi foi àa oração
oração do do Senhor
Senhor pela pela suasua Tereja.
Igreja, ec São Paulo
São Paulo
nos rceorda
nos Tecorda que que Jesus Cristo ““scsc entregou
Jesus ('rislo entregou por por nósnós para
para resgatar-nos
resgalar-nos
de toda
de iniquidade ce purificar
toda iniqüidade purificar para para sisi um um povo povo aceitável.
aeeiiávcl. zelosozeloso pelaspelas
boas
boas obras
obras" (Tt ( Tit 2.14).
2,14),
OO terceiro
terceiro lado lado do do quadrado
quadrado éé aa calídividade
catolicidade ou universalidade.
ou universalidade.
A palavra
A palavra “católico”
“ caUdieo" vem ven do grego. como
do grego, como aa palavrapalavra ““universal”
univcrsar’ vem vem
do latim.
do latim, mas mas ambasambas significam
significam o o mesmo:
mesmo: ““tudo” Uido” Todo oo ensina­
Todo ensina-
mento
mento de de Cristo
Cristo aa todos todos os homens, em
os homens, em todos
fodos os os tempos
tempos ee em em todos
todos
os lugares.
os lugares, Escutemos
E.scutcmos as as palavras
palavras do do Senhor:
Senhor: “Este Evangelho do
“ Este Evangelho do
remo será
reino pregado cm
será pregado cm todotodo o o mundo,
mundo, como como tcsiemunho
testemunho jxtra para todas
todas
as nações”
as nações'’ (Mt 24.14). “Ide
(M t 24.14), “ Ide porpor lodo
todo oo mundomundo ce pregai pregai oo Evange­Evansge-
lho aa todas
lho todas as as criaturas”
criaturas” (Mc (Mc 16.15).
16,15). “Sereis minhas testemunhas
“ Sereis minhas testemunhas
em Jerusalém,
em Jeriisalcm , em em toda toda aa Judéia,
Judeia, na na Santa
Samaria ria cc atéaté os confins do
os confins do
mundo”
mundo” (At (A t 1,8).1,8).
OO (juadrado
cuadrado se se completa
completa com com aa nota nota da da apostolicidade.
apostoliddade. Esta Esta
palavra parece
palavra parece um um pouco complicada de
pouco complicada de se se pronunciar,
pronunciar, mas significa
m as significa
simplesmente que
simplesmente que aa Igreja Igreja que que proteste
proteste ser ser de de Cristo
Cristo dcvc deve scr ser capaz
capaz
de
dc remontar
rcmonlar aa sua linhagem, cm
sua linhagem, em linha
linha ininterrupta,
ininterrupta. até nlé os os Apóstolos.
Apóstolos.
Deve ser
Deve ser capaz
capaz de de mostrar
mostrar aa sua sua legiima descendência de
legítima descendência dc Cristo
Cristo
por meio
por meio dos dos Apóstolos.
Apóstolos. De De novonovo fala fala Jesus:
Jesus: ““EE eu cu te te digo
digo aa li ti
que tu cs Pedro, e sobre csta pedra cdificarei a minha Iereja, e as
que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as
portas do
portas do inferno
inferno não não prevalecerão
prevalecerão contra contra cla” cia” (M (Mt t 16.18).
16.18). Diri- Diri-
gindo-se aa todos
gindo-sc todos os os Apóstolos:
Apóstolos: “Toda “ Toda aa autoridade
autoridade me me foi foi dada
dada
no céu
no céu cc na terra.
na Icrra. Ide, pois, ensinaí
Ide, pois, ensinai aa todas todas as as nações,
nações, batizando-as
batizando-as
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-as aa
cm nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-as
observar tudo
observar tudo o o que
que vos vos prescrevi.
prescrevi. Eis Eis que
que eu cu estou
cslou convosco
convaisco todos todos
os dias.
os dias. até até ãà consumação
consumação do do mundo”
mundo” (Mt 28.18-20).
(M l 28.18-20). São Paulo
São Paulo
sublinha
sublinha esic este sinal
sinal da da apostolicidade
apostolicidade qiiando quando escreveescreve aos aos efésios:
cfestos: “Ja “ Já
não
não sois sois hóspedes
lióspedes nem nem peregrinos.
peregrinos, mas mas concidadios
concidadãos dos dos santos
santos €e
membros
membros da da familia
família de de Deus.
Deus. edificados
edificados sobre sobre os os Apostoles
Apóstolos ee os os
profetas como
profetas como fundamento.
fundamento. sendo send('i o o próprio
próprio CrisRiCristo Jesus Jesus aa pedra pedra
angular”
angular” (E (EÍf 2.19-20),
2.19-20).
Qualquer igreja
Qualquer igreja que que proteste
proteste ser ser de Cristo deve
de Cristo deve mostrar
mostrar estas estas
quatro notas. Há
quatro notas. Há muitas
muitas “igrejas”
“ igrejas” no mundo de
no mundo hoje que
de hoje que se se chamam
chamam
cristãs.
cristãs. Abrevicmos
Abreviemos o o nosso trabalho dc
nosso trabalho de escrutínio examinando aa
escrutínio examinaiuU)
nossa própria
nossa própria igreja, igreja, aa Igreja Católica. ce sc
Igreja Católica, se encontrarmos
encontrarmos nela ncla aa
marca de
marca de Cristo,
Cristo, não não precisaremos
precisaremos examinar cxuninar as as outras.
outras.
Por
Por muito
muito errado errado que que voeêvocê esteja sobre alguma
esteja sobre alguma coisa, coisa, sempre
sempre éé
desagradável que
desagradável que alguém
alguém lho lho digadiga sem sem rodeios,
rodeios, E enquanto
E enquanto esse esse
ONDE À ENCONTRAMOS [3

aleuém
alguém lhe explica cuidadosamente
Ihc explica cuidadosaniciile por pot que esta cnganadtK
ipte cslá enganado, cé prova- piová-
vel que você se mostre mais e mais obstinado.
\el c]uc você sc moslre mais c mais obstinado. Talvez nem sempre
Talxcz nem sempre
suceda isso
suceda isso consigo.
consigo, ou
ou talvez
talvez você
você seja
seja muito
muito santo
sanlo nunca tenha
ee nunca lenha
essa reação.
essa reação. Mas.
Mas. em eni geral.
gerai. nós.
nós. os os homens, somos assim.
lioniens. scanos assim. Por
Por
esse motivo,
esse motivo. raras vezes êé bom
raras vc/es hom discutir
discuiir sobre religião.
sobre religião. Todos deve-
í oilos deve­
mos estar
mos estar dispostos
dispostos an expor expor aa luvs^a
nossa religião
religião cm em qualquer
qualquer ocastão;ocasião;
mas
mas nuncanunca àa discutir
discutir sobre
sobre cla.
ela. No No momento
momento em em queque dissermos
dissermos aà
misuém: ““Sua
aSgiiêm: religião éé falsa
Sua religião falsa ec cueu lhe direi por
llie direi que”, , fecharemos
por quê” feeliaremos com com
uma batida de porta a mente dessa pessoa. e nada do que dissermos
uma batida de porta a mente dessa pessoa, c nada do (.]ue dissermos
depois conseguirá
tlepois conseguirá abri-la.
abri-la.
Por outro
Por outro lado,
lado, devemos
devemos ver que. se
ver que. conhecermos bem
se conhcecrmos bem aa nos- nos­
sa religtão, poderemos
sa religião, explicá-la. inteligente
poderemos explicá-la, Inteligente ee amavelmente,
amavelmenie, ao ao vizinho
vizinho
cue
cuc não não cé católico
católico ou gue não
ou que não pratica:
pratica; haverá
haverá bastante
nastauie esperança
esperança
de
dc queque nosnos e.scute.
escute. Se pudermos demonstrar-lhe
Sc pudermos demonstrar-lhe que que aa Tereja
Jgreja C Cató-
ató­
lica éé aa verdadeira
lica verdadesa Igreja Tereja cslabelccida
estabelecida por Jesus Cristo.
por .lesus Crisí(i. nãonão há há razão
razão
para dizer-lhe que a “Igreja” dele é falsa.
para dizer-lhe que a “ Jgreja” dele é ftdsa. Poderá ser que seja tei-
Poderá ser que seja tei­
moso,
moso, mas mas nãonão será
será estúpido,
estúpido, cc éc dc de confiar
confiar quet]ue tire
tire as suas próprias
as suas próprias
conchisões.
conclusões. Tendo Fendo isto isto emem mente,
nicnle, examinemos
examinemos agora agora aa Igieja
Igreja Cató-
C ató­
lica para
lica para verver sese apresenta
apresenta aa marcamarca tie de Cristo, se .lesus
('rislo. se Jesus aà indicou
indicou como como
sua, sem
sua, possibilidades dc
sem possibilidades de erro.
erro.

Primeiro. vejamos
Primeiro, vejamos aa mnidade,ii/üdadc, que que oo Senhor
Senhor estabeleceu
estabeleceu como como
cartcterística do
caractcríslica do seu
seu rebanho.
rebanho. Observemos
Observemos esUi esta unidade
unidade cm em suas
suas
três dimensões: unidade
três dimensões: unidade dc de credo,
credo. unidade
unidade de autoridade ee unidade
de autoridade unidade
de culto.
de culio. |
Sabemos
Sabemos que que os os membros
membros dtt da Igreja
Igreja dedc Cristo
Cristo do devem
vem manifestar
manifestar
unidade
unidade de credo.
de credo. As verdades
As verdades em em que cremos são
que cremos são asas que
que foram
foram
dadas
dadas aa conhecerconhecer pelo pelo próprio
próprio Cristo;
Cristo; são são verdades
verdíidcs que que procedem
pi-oecdem
diretamente de Deus.
diretaincnle de Deus. Não há verdades mais “verdadeiras” que
N ão há verdades mais “ verdadeiras” que aa
mente
mente humanahumana possa conhecer ce aceitar
possa eonhcecr aceitar do do quet|iie as reveladas por
as reveladas por
Deus.
Deus. Deus
Deus éc àa verdade;
verdade; sabe sabe tudotudo cc nãonão pode errar; éé infinitamente
pode errar: mfinitamente
verdadeiro
\erdadciro ce não não pode mentir.
pode mentir. UTÚ mais
mais fácil
fáei! crer.
crer. por por exemplo,
exemplo, que que
não existe
não existe sol em pleiu>
.sol em pleno dia dia do do que que pensar
pensar queque .Icsus
Jesus lenha
tenha podido
podido
cuganar-se ao
eiiganar-se ao dizer-nos
dÍzer-nos que que existem
existem três Pessoas em
três Pessoas em um um só só Deus.
Deus.
Por
Por esteeste motivo,
motivo. consideramos
consideramos o o princípio
principio do “juízo piivado”
do "juízo privado”
como absolutamente dógico,
coiiio absolutamente ilêigieo. Há pessoas que eendemo o principio
Há pessoas que csiendcm o princípio
do
do Juizo privado às
jiii/.i) privado às questões
questões religiosas.
rcligio.sas. Admitem
Aílmilein que Deus nos
tjue Deus uos deu
deu
aa conhecer
conhecer certas certas verdades.
verdades, mas mas di/emdiem t[itcque cada
cada liomem tem de
lioniem Icni de an-
in­
terpretar
terpretar essasessas verdades
verdades de de acordo
actirdo com eom o o seu
seu critério.
critério. Que cada um
Que cada uni
lia aa sua
leia sua Bíblia,
Bíblia, ece o o que
que chegue
chegue aa pensarpensar que cjiic aa Bíblia
Bíblia significa.
significa,
esse
esse édc o o significado
significado para para cleo
clc. A À imssa
nossa respc<sla
resposta éé que que o o que Deus
que Deus
disse é para sempre e para todos. Não está
disse c para sempre c para todos. Não cslá em nossas m ãos escolher em nossas mãos escolher
ec acomodar
acom odar aa revelação
rcvclaçãio de de DeusDeus às às nossas
nossas preferências
preferências ou ou as
às nossas
nossas
conveniências.
124 AS NOTAS E OS ATRIBUTOS DA IGREJA
E sta teoria
Esta teoria do do ““juizo privado” levou,
juízo privado” naturalmente, aa dar
levou, naturalmente, dar um um
passo mais:
passo m ais: aa negar
negar iodatoda verdade
verdade absoluta.
absoluta. Hoje, muita
Hoje, pre-
gente pre­
muita geiile
tende
tende que hondade são
verdade ee aa bondade
que aa verdade termos relativos.
são termos relativos. U Uma coisa
m a coisa
será verdadeira enquanto
será verdadeira enquanto aa m maioria
aioria dosdos homens
homens pensar
pensar que que éé útil,
útil,
enquanto
enquanto parecerparecer que essa coisa
que essa coisa ““funciona
funciona” ” Se crer
Se crer em em IDeus ajuda
> u s ajuda
você, então
você, creia em
então creia em Deus;
Deus; mas,mas, se você pensa
se você pensa queque essa
essa crença
crença difi­
difi-
culta a marcha do progresso, ,
culta a marcha do progresso deve estar disposto a afastála.
deve estar disposto a afastá-la. E oo
E
mesmo
mesmo ocorre ocorre com com aa bondade.
bondade. Uma coisa ou
Uma coisa ou umauma açãoação éé boaboa se se
contribui
contribui para para oo bem-estar
bem-estar ee aa felicidade
felicidade do do homem.
homem. Masas se
M se aa cas­
cas-
tidade, por exemplo, parece que refreia o avanço de um mundo que
tidade, por exemplo, parece que refreia o avanço de um mundo que
está sempre
está sempre evoluindo
evoluindo, , então
então aa castidade
castidade deixadeixa de de ser
ser boa.
boa.
Em
E m resumo,
resumo, bom bom ou verdadeiro éé apenas
ou verdadeiro apenas o o que,
que, aqui
aqui ee ago ago- ­
ra, éé útil
ra, útil para
para aa comunida
comunidade, de, parapara oo homem
homem como elemento cons-
como elemento cons­
trutivo da sociedade
trutivo da sociedade, , e é bom ou verdadeiro o
e é bom ou verdadeir somente enquanto con-
somente enquanto con­
tinua
tinua aa serser útil,
útil. Esta
E sta filosofia
filosofia temtem oo nome
nome de de pragmati
pragmatismo.smo. É É muito
muito
difícil dialogar com
difícil dialogar com um um pragmátic
pragmático o sobre
sobre aa verdade, porque minou
verdade, porque minou
oo terreno
terreno que que você
você pisa
pisa começand
começando o porpor negar
negar aa existência
existência de de qual­
qual-
quer verdade real e absoluta.
quer verdade real e absoluta. Tudo o que um homem de fé pode
T udo o que um homem de fé pode
fazer
fazer por por ele
ele éé rezar
rezar ee demonstra r-lhe com
demonstrar-lhe com uma uma vida
vida cristã
cristã autêntica
autêntica
que
que oo cristiani smo “funciona
cristianismo “ funciona” ”. .

Talvez
Talvez nosnos tenhamos desviado um
tenhamos desviado pouco do
um pouco do nosso tema prin­
nosso lema prin-
cipal:
cipal; oo de que não
de que não háhá igréja que possa
igreja que dizer que
possa dizer que éé de
de Cristo
Cristo sese
todos
todos os os seus membros não
seus membros não crêem
crêem nas
nas mesmas
mesmas verdades,
verdades, já que essas
já que essas
verdades
verdades são são dede Deus,
Deus, eternamente
eternamente imutáveis,
imutáveis, as mesmas para
as mesmas para todos
todos
os
os povos.
povos. Sabemos
Sabem os queque na Igreja Católica
na Igreja Católica todos
todos cremos
cremos nasnas mmes-
es­
mas verdades,
mas verdades, bispos, sacerdotes ou
bispos, sacerdotes ou crianças; americanos, franceses
crianças; americanos, franceses
ee japoneses; brancos ou
japoneses; brancos ou negros;
negros; cada católico, esteja
cada católico, onde estiver,
esteja onde estiver,
diz exatamente o mesmo quando recita o Credo dos Apóstolos.
diz exatamente o mesmo quando recita o Credo dos Apóstolos.
Não estamos unidos
N ão estamos entre nós
unidos entre nós apenas
apenas pelopelo que cremos, mas
que cremos, m as tam-
tam ­
bém por
bém por estarmos
estarmos debaixo
debaixo da da mesma autoridade.
mesma autoridade. Jesus Cristo
Jesus Cristo de- de­
signou
signou SãoSão Pedro
Pedro comocomo pastor supremo do
pastor supremo do seu
seu rebanho,
rebanho, ee tomoutomou
us medidas
as medidas necessárias
necessárias para para queque os os sucessores
sucessores do do Apóstolo
A póstolo até até oo
fim dos tempos
fim dos tempos fossem
fossem aa cabeça
cabeça da da sua Igreja ee quem
sua Igreja quem guardasse
guardasse as as
suas verdades.
suas verdades. AA lealdade
lealdade ao bispo de
ao bispo de R Roma,
om a, aa quem chamamos
quem cham am os
carinhosamente Santo
carinhosamente Padre, será
Santo Padre, será sempre
sempre oo centro
centro obrigatório
obrigatório da da
Igreja de
igreja de Cristo:
Cristo; ““Onde está Pedro,
Onde está Pedro, ali está aa Igreja”
ali está Igreja”. .
Estamosos unidos
Estam também no
unidos também no culto,
culto, como
como nenhuma
nenhuma outra outra igreja.
igreja.
Temos
Tenu)s um um sósó altar,
altar, sobre
sobre o o qual
qual Jesus
Jesus Cristo
Cristo renova, todos os
renova, todos dias,
os dias,
O seu
o seu oferecimento
oferecimento na na cruz.
cruz. Só Só umum católico
católico pode
pode dar
dar aa volta
volta aoao mun­
mun-
do sabendo
do aonde quer
que, aonde
sabendo que, quer ^ueQue vá vá — África ou
— àà África Índia, àà Ale-
ou àà índia, A le­
manha ou
manha ou àà América
América do Sul —,
do Sul — , sese encontrará sempre em
encontrará sempre em casa,
casa, do do
ponto
ponto de de vista religioso. Em
vista religioso. toda aa parte,
Em toda parte, aa mesma
mesma Missa;
M issa; emem toda
toda aa
parte, OS
pane. os mesmos
mesmos sete sete sacramentos,
sacramentos.
SANTA E CATÓLICA 125

Uma fé,fc, uma


Uma uma cabeça. um culto.
cabeça, um culio. Esta
E sta éé aa unidade
unidade pela qual
jxda qual
Cristo orou,
Cristo orou, aa unidade
unidade que estabeleceu como
que estabeleceu como um um dosdos sinais
sinais que iden-
que iden­
tificariam
tificariam perpetuamente
perpetuamente a a sua
sua Igreja.
Igreja. É Éumauma unidade
unidade que
que só
só pode
pode
ser encontrada na
ser encontrada Igreja Católica.
na Igreja Católica.

SANTA E C
SA N T A E CATÓLICA
A T Ó L IC A

Os argumentos
Os argumentos mais mais fortes contra aa Igreja
fortes contra Católica são
Igreja Católica são as vidas
as vidas
dos
clijs maus
maus. católicos
católicos «c dos dos católicos relaxados.
católicos relaxados. Se
Se perguntássemos
perguntássemos aa
um
nm católico
católico tíbio:tíbio: “Não“ Não seráscrá queque tanto
tanto fazfaz umauma igrejaigreja como
como outra?”,
outra?” ,
certamente
certamente nos responderia indignado:
nos responderia indignado: ““Claro Claro que que não!
não! Háá uma
H uma
só Igreja verdadeira,
só Igreja verdadeira, aa Igreja Igreja Católica”
Católica”. . E E pouco
pouco depois depois ficaria
ficaria como
como
um mentiroso diante
um mentiroso diante dos dos seusseus amigos
amigos acatólicos,
acatólicos, ao ao contar
contar as as mes-
m es­
mas piadas imorais,
mas piadas imorais, ao embebedar-se nas
ao embebedar-se mesmas reuniões,
nas mesmas reuniões, ao ao cola-
cola­
borar
borar com com eles eles em mexericos maliciosos,
em mexericos maliciosos, ao ao comcomprar prar osos mesmos
mesmos
anticoncepcionais
anticoncepcionais ee até, talvez, ao
até, talvez, aò mostrar-se
mostrar-se menos escrupuloso que
menos escrupuloso que
eles nos
eles nos seus negócios ou
seus negócios ou na na sua atuação política.
sua atuação política.
Sabemos que
Sabemos que estes
estes homens
homens cc mulheresmulheres são são aa minoria,
minoria, aindaainda que que
já seria excessivo que houvesse um só. Também sabemos que não
já seria excessivo que houvesse um só. Também sabem os que não
nos
nos podepode surpreender
surpreender que que na na Igreja
Igreja de de Cristo
Cristo haja haja membros
membros indig- indig­
nos.
nos. OO próprio próprio JesusJesu s comparou
comparou aa sua sua Igreja
Igreja àà rede rede que
que apanha
apanha
peixes
peixes maus maus ee bons bons (Mt 13,47-50); ao
(M t 13,47-50); ao campo,
campo, onde onde oo joiojoio cresce
crescc
entre o trigo (Mt 13, 24-30), à festa de bodas, em que um dos con-
entre o trigo (M t 13,24-30); à festa de bodas, cm que um dos con­
vidados
vidados se se apresenta
apresenta sem sem aa veste nupcial (Mt
veste nupcial (Mt 22, 22, 11-14).
11-14).
Sempre
Sempre haverá haverá pecadores.
pecadores. Até Até oo final
final do do caminho
caminho serão serão aa cruz cnr/
que Jesus
que Cristo devc
Jesus Cristo deve carregar
carregar aos aos ombros
ombros do do seu Corpo Místico.
seu Corpo Mistico.
E.
E. não obstante, Jesus
não obstante, sublinhou aa santidade
Jesus sublinhou santidade como como uma uma d das
as notas
notas
distintivas
distintivas da da suasua Igreja.
Igreja. ““Por seus frutos
Por seus frutos os os conhecereis”
conhecereis”, , disse disse Ele.
Ele.
“Porventura
“ Porventura colhem-se colhem-se uvas uvas dos dos espinhos
espinhos ee figosfigos dos dos abrolhos?
abrolhos? T "Toda
oda
arvore boa dá bons frutos: toda árvore má dá maus frutos” (Mt
árvore boa dá bons frutos; toda árvore m á dá m aus frutos” (Mt
7,7, 16-17).
16-17).
Ao responder
Ao responder àà pergunta:
pergunta: “Por “ Por queque éé santa
santa aa IgrejaIgreja C Católica?”,
atólica?” ,
diz
diz 0 o Catecismo:
Catecismo: ““AA Igreja Tgreja Católica
Católica éé santa santa porqueporque foi foi fundada
fundada
por Jesus
por Jesus Cristo,
Cristo, que que cé santo: porque ensina,
santo: porque ensina, segundo
segundo aa vontadevontade dc de
Cristo,
Cristo, uma doutrina santa
uma doutrina santa ee oferece
oferece os os meios
meios para para se se levar
levar umauma vidavida
santa,
santa, formando
formando assim assim membros
membros santos santos cm em todas
todas as as idades”
idades”
“Todas
T odas eè cada cada uma uma destas
destas palavras
palavras são são verdade,
verdade, mas m as não não são são
um ponto
um ponto fácilfácil dedc aceitar
aceitar para para oo nosso conhecido não
nosso conhecido não católico,
católico, espe-espe­
vialmente
cialmente .se se na noite anterior
na noite anterior esteveesteve de de farra
farra com com um um católico,
católico, e.e,
além
além disso, sabia que esse seu amigo pertence à Confraria de
disso. sabia que esse seu amigo pertence à Confraria de Nossa
N ossa
Senhora
Senhora das Dores da
das Dores da paróquia
paróquia de de São
São Pafúncio.
Pafúncio. Sabem Sabemosos queque Jesus
Jesus
Cristo fundou
Cristo fundou aa Igreja Igreja cc que que as outras comunidades
as outras comunidades que que se se autode-
autode­
nominam
nominam “igrejas” foram fundadas
“ igrejas” foram fundadas por por homens.
homens. Mas M as oo luterano.
luterano,
126 (5 NOTAS | OS NTRIBUTOS DA IGREJA

rrovavelmente, zombará
['-rovavclmeiitc. zombará da nossa afirm
da nossa afirmaçãoação de de queque Martinho
Marlinho Lutero
Lutero
fundou uma
fnndou uma nova igreja, eé dirá
nova igreja, dirá que
que ele ele nada
nada maismais fez fez senão
senão purificar
purificar
aa antiga
antiga Igreja
Igrq a dos dos seusseus erros
erros ee abusos.
abusos. OO anglicano,anglicano, sem sem dúvida,
dúvida,
dirá algo
dirá parecido: Henrique
algo parecido: Hennque VHI V lll cc Cranmer
Cranmer não iniciaram uma
não iniciaram nova
iima nova
Igreja:
Igreja; simplesmente,
simplesmente, separaram separaram-se -sc do do “ramo
“ ramo romano”
romano” ee estabelece­
estabeleçe-
ram
ram oo “ramo‘Tanio inelês”
inglcs” da Igreja cristã
da Igreja original. Os
cristã original. Os presbiterianos
presbiterianos di- di­
rão oo mesmo
rão mesmo dc de John
John Knox. Kno.x. vcc os metodistas de
os metodistas de John
John Wesley.
Weslcy. ee
assim sticessivamente em
assim siiccssivaniente cm toda toda aa longa
longa listalista das seitas protestantes.
das seitas protestantes.
Todas elas
Todíis clas sem exceção proclamam
sem cxccçãi^ proclamam Jesus Jesus Cristo
Cristo comocomo sen seu fundador.
fundador.
Acontecerá
Acontecerá o O mesmo
mesmo quando,quando, como como prova prova da da suasua origem
origem divina.
divina,
afirmarmos
afirm arm os que qiic aa Igreja
Iereja ensina
ensina uma doutrina santa.
uma doutrina santa. “A “ A minha Igreja
minha igreja
também
lambem ensina ensina uma uma doutrina
doutrina santa” responderá oo nosso
santa” responderá nosso amigo
amigo aca-aca-
tólico.
lólictv “Concordo
“ Concordo sem sem reservas”
reservas” podemospodemos responder.
responder. ““Penso, Penso, evi-evi-
dentemento.
denlemenie. que que aa tua igreja está
tua igreja está aa favor
favor do bem ee da
do bem da virtude.
virtude. M Masas
também
também creio creio que que não não hã igreja que
há igreja promova aa caridade
(|ue promova caridade cristã
cristã ee oo
ascetismo
ascetismo tão tão plenamente
plenamente como como aa Igreja
Igreja Católica”
Católica” Com Com todaIoda aa cer-
cer­
ieza.
teza. o O nosso
nosso amigoantigo continuará impassível c« porá
continuará impassível porá dc de lado
lado aa questão
questão
da “santidade da doutrina” como questão de opinião.
da “ santidade da doutrina” como questão dc opinião.
Mas
M as não não poderíamos
poderíamos ao ao monos
menos apontar
apontar os os santos
santos como prova
comi> prova
de
de queque aa .santidíulc
santidade de de Cristo continua operando
Crislo continua operando na na Tereja
Igreja Católica?
Católica?
Sim. porque é uma evidência difícil de se ienorar.
Sim. porciiie é uma evidência difícil de sc ignorar. Os milhares ee
Os milhares
milhares
milhares de dc Fomens, mulheres ec jovens
boniens, mulheres jovens qiic que levaram
levaram uma uma vidavida de de
santidade eminente,
santidade emiiienie, ec Clos cujos nomes
nomes estão
estão Inscritos
inscritos no santoral, são
no santoral. são algo
algo
que sc
que se torna
torna basiante dificil de
bastante difícil dc não
não ver. como também
ver. conto também ciuc que asas outras
outras
ierejas não
igrejas não têm têm coisa
coisa parecida.
parecida, nem nem de de longe.
longe. Não Não obstante,
obstante, se se oo
nosso
IJO.SSO interlocutor
inleilocutor possuf possui um vermiz de
um verniz de psicologia
psicologia moderna,
moderna, poderá
poderá
tratar de
liaíar de derrubar
derrubar os santos com
os santos com palavras
palavras como como “histeria”,
“ histeria” , “neurose”
“ neurose”
““sublimação
sublim ação de dc instintos
instintos básicos”
básicos” F. de qualquer maneira. nos
E. de qualquer maneira, nos
dirá que
dirá que esses
esses santos
santos estãoestão só só nos
nos livros
livros ee que que não não podemos
podem os mos- m os­
trar-lhe
trar-lhe um um santo
santo aqui aqui mesmo,
mesmo, agora. agora.

Bem, ce agora,
Bem, agora. que que podemos dizer? Só
podemos dizer? Só ficamos
ficamos tu tu ce eu.
eu. OO nosso
nosso
amigo perguntador (esperemos que pergunte com interesse sincero)
amigo perguntador (esperemos tiuc pergunte com interesse sincero)
pode proclamar
pode proclamar CrisloCristo como como seu fundador, pode
seu fundador, pode atribuir
atribuir umauma dou­
dou-
trina santa
trina santa àà sua lereja ee pode
sua igreja pode qualificar
qualificar osos santos
santos como
como um tema
um lema
discutível.
discutível. Porém, não
Porém, não nosmos fiode
pode ignorar
ignorar aa nós;
nós; não não pode
pode perma-
perma-
necer surdo e cego ao testemiunho de nossas vidas.
ucccr surdo c cego ao testemunho dc nossas vidas. Se cada católico
Se cada católico
que oo nosso
que inquiridor imaginário
nosso inquiridor imaginário encontrasse
encontrasse fosse uma pessoa
fosse uma pessoa cie
de
eminentes virtudes
eminentes viriudes cristãs:
cristãs: amável.
amável, paciente, abnegado ee amistoso;
paciente, abnegado amistoso:
casto, delicado e reverente na palavra: honrado. sincero e simples:
casto, delicado e reverente na palavra; honrado, sincero e simples;
senerono, sóbrivi.
generoso, sóbrio. icaltrab ée puropuro naÚa conduta,
conduta, comcom gue impressão você
que impressão você
persio
pcivot queiiiic ele licarty?
clc ficaria?
Se
Se somente
somente no no nosso
nosso pals os 33,000.000
país os .L^.fKlO.OOO dede católicos vivessem
católicos vivessem
assim suas vidas quo testemunho tão arrasador da santidade da
assim Mias \itla\. ouc icsiemimho tão arrasador da santidade da Icre-
Tgre-
SANTA E CATOLICA 1X

ja de
ja de Cristo!
Cristo! Temos
Temos que que recordar-nos
reeordar*nos uma uma ce mil
mil vezes
vezes dede que
que
soros
som os osos guardiões
guardiões do do nosso
nosso irmão.
irmão. NãoNão podemos
podemos tolerar as nossas
tolerar as nossas
pequenas debilidades. o
pequenas debilidades. o nosso egoísmo, pensando
nosso egoísmo, pensando que
que tudo se resolve
tudo se resolve
sacudindo
sacudindo oo pó pó numa
numa confissão.
confissão. Teremos
Teremos queque responder
responder diante
diante dede
Cristo não só
Cristo não só pelos nossos pecados.
pelos nossos pecados, mas também pelos
mas também pecados das
pelos pecados das
almas
alm as que
que poderão
poderão irir para
para oo imferno por nossa
inferno por nossa culpa. Disse 33
culpa. Disse 33 mi­
mi-
lhões?
lhões? Esquece-te dos 32.999.999 restantes: concentremo-nos, agora
Esqueee-le dos 32.999.999 restantes: conccntremo-nos, agora
mesmo,
mesmo, tu tu em
em tic et cm
ti e eu cm mim.
mim. Então
Então aa nota de santidade
nota de santidade da Igreja
da Igreja
Católica
Católica .sese tornará evidente ao
tornará evidente ao menos
menos na na pequena
pequena drea em que
área em que tutu
ee eu
eu vivemos c nos movemos.
vivemos c nos movemos.

“"Sempre,
Sempre, todas todas as as verdades,
verdades, em em todos
todos os lugares”
os lugares” Esta frase
Esta frase
descreve de uma forma condensada a terceira das quatro notas da
descreve de uma forma condensada a terceira das quatro notas da
Igreja. ÉÈ oo terceiro
Jgreja. terceiro lado lado do do quadrado
quadrado que que constitui
constitui aa “marca”
“ marca” de de
Cristo ee que
Cristo que nosnos provaprova aa origem
origem divinadivina da da Igreja.
Igreja. ÉÉ oo selo
selo da auten-
da auten­
ticidade que só a Igreja Católica possui.
ticidade que só a Igreja Católica possui.
A palavra
A palavra “católica”
“ católica” significa
significa que que abrange
abrange tudo,ludo, ee provém
provém do do
grego, como
grego, como dissemos
dissemos antes; antes; ee significa
significa oo mesmo
mesmo que que aa palavra “uni- “ uni­
palavra
versal”, , que
versal” que vem vem do do latim.
latim.
Quando dizemos que
Quando dizemos que aa IgrejaIgreja Católica
Católica (com (com ““C” C ” maiúsculo)
maiúsculo)
éé católica
católica (com (com ““c” c” minúsculo)
minúsculo) ou ou universal,
universal, queremos
queremos dizerdizer antes
antes
de mais
de nada que
mais nada que existiu
existiu todo
to Jo oo tempo
tempo desdedesde oo Domingo
Domingo de de Pente-
Pente-
costes
costes até aié os os nossos
nossos dias.dias. Ass páginas
A páginas de de qualquer livro de
qualquer livro de história
história
darão fé
darão disto, ee não
fé disto, não éé necessário
necessário sequer sequer que que seja um livro
seja um escrito
livro escrito
por um
por um católico.
católico. A A Igreja
Igreja Católica
Católica tem tem uma existência ininterrupta
uma existência ininterrupta
de mais
de mais de mil ee novecentos
de mil novecentos anos, anos, ee éé aa rínica Igreja que
ümca Igreja que pode dizê-lo
pode dizê-lo
de verdade,
de verdade.
Digam oo que
Digam que quiserem
quiserem as as outras
outras ““igrejas”
igrejas” sobre
sobre aa purificação
purificação
da primitiva
da primitivaIgreja Igreja ouou os os “ramos”
“ ramos” da da Igreja,Igreja,Oo certo
certo cé que,
que, nosnos
primeiros séculos
primeiros séculos da da história
história cristã,
cristã, não houve outra
não houve outra igreja
igreja além
além da da
Católica.
Católica. A Ass comunidades
comunidades cristãs cristãs não não católicas
católicas m mais antigas são
ais antigas são as as
nestorianas, as
nestorianas, as monofisitas
monofisitas ee as as ortodoxas.
ortodoxas. AA ortodoxa ortodoxa grega,
grega, porpor
exemplo. teve
exemplo, teve o o seuseu começo
começo no no século nono, quando
século nono, quando o o arcebispo
arcebispo de de
Constantinopla recusou a comunhão ao imperador Bardas, que vivia
Constantinopla recusou a comunhão ao imperador Bardas, que vivia
publicamente em
publicamente em pecado.
pecado. LevadoLevado pelo pelo despeito,
despeito, oo imperador
imperador separou
separou
na Grécia
Grécia da da sua sua uniãounião comcom R Roma,
om a, ee assim nasceu aa confissão
assim nasceu confissão or­ or-
todoxa.
todoxa.
A confissão
A protestante mais
confissão protestante mais antiga
antiga éé aa luterana,
luterana. queque começou
começou
aa existir
existir no no século
século XVI, quase mil
X V I, quase mil ee quinhentos
quinhentos anos anos depois
depois de de
Cristo. Teve
Cristo. Teve aa sua sua origem
origem na na rebelião
rebelião de dc M Martinho Lutero, um
arlinho Lutero, um frade
frade
católico de
católico personalidade magnética,
de personalidade magnética, ee ficou ficou devendo
devendo aa sua sua rápida
rápida
difusão ao
difusão apoio dos
ao apoio dos principes alemães, que
príncipes alemães, que se se insurgiam
insurgiam contra
contra Oo
poder
poder do do Papa
Papa de Roma,
de Roma, AA tentativa
tentativa de de Lutero
Lutero de de corrigir
corrigir os abu-
os abu­
sos da
sos da Igreja
Igreja (e (e não
não há há dúvida
dúvida de de queque havia
havia abusos) acabou num
abusos) acabou
128 AS NOTAS E OS ATRIBUTOS DA IGREJA

mal
nval muito
muito maior:
maior: aa divisãodivisão da da Cristandade.
Cristandade. Lutero Lutero abriu abriu um pri-
um pri-
meiro furo
mcirt) furo itono dique,
dique, e, e, atrás
atrás dele.
dele. vejo
veio aa inundação.
imiundação. JJáá menciona-
menciona-
mos Henrique
nu>s Henrique VIH. V ílí. JohnJohn Knox Knox ee John.íohn Wesley.
Wesley. Porém, Porém, as primeiras
as primeiras
confissões pro.iestuuies
confissões protestantes se se subdividiram
subdividiram ee proliferaram (especialmente
proliferaram (especialmente
nos países de língua alemã e inglesa), dando lugar a centenas
nos países dc língua alemã e inglesa), dando lugar a centenas de de
seitas diferentes, num
seitas diferentes, num processo
processo que que ainda
ainda não não terminou,
terminou, M Masas ne­
ne-
nhuma delas
nhuma delas existia
existia antesantes de 1517, ano
de 1517, ano em em que que Lutero
Lutero afixou afixou as as
suas fam
suas famosas
osas ““95 Teses” na
95 Teses” ma porta
porta da da igreja
igreja de de Wittcnberg.
Wittenberg. na na A Ale-
le­
manha,
manha.
AA Igreja Católica não
Igreja Católica não só só éé aa única
única cujacuja história
história não não se inter-
se inter­
rompe desde
rompe desde os tempos de
os tempos Cristo, como
de Cristo, como também
também éé aa tínica única que que ensina
ensina
todus as
todas as verdades
verdades que que JesusJesu.s ensinou
ensinou cvc como como Ele Ele as ensimou.
as ensinou. Os
Os
sacramentos da
sacramentos da Penitencia
Penitência ee Unção Llinção dos dos Enfermos,
Enfermos, aa Missa M issa cc qa
Presença Real de Jesus Cristo na Eucaristia, a supremacia espiritual
Presença Real de Jesu s Cristo na Eucaristia, a supremacia espiritual
de Pedro
de Pedro ee seus sucessores, os
seus sucessores, papas, aa cficicia
os papas, eficácia da da graça
graça ee aa possi­ possi-
bilidade de
bilidade de o o homem
homcni merecer merecer aa graça graça vce oo céu céu —— são ,são pontos
pontos dos dos
quais alguns
quais alguns são são repelidos
repelidos pelas pelas variadas
variadas igrejas
igrejas não não católicas.
católicas. De
De
fato,
fato, há há hoje
hoje comunidades
comunidades que pretendem ser
que pretendem ser ““iprojas cristãs” ee che-
igrejas cristãs” che­
gam inclusive a duvidar da divindade de Jesus Cristo. Em contra-
gam inclusive a duvidar da divindade de Jesus Cristo. Em contra­
partida,
partida, não não há há uma uma só só verdade revelada por
verdade revelada por Jesus
Jesus Cristo (pessoal-
Cristo (pessoal­
mente ou
mente pelos seus
ou pelos seus Apóstolos)
A póstolos) que que aa Igreja
Igreja Católica
Católica não não proclame
proclame
ee ensine.
ensine.
Além de
Além de ser universal no
ser universal no tempo
tempo {todos(todos os os dias
dias desde
desde oo Pente-Pcnte-
costes) ee universal
cosíes) universal na na doutrina
doutrina {todas (todas as as verdades
verdades ensinadas
ensinadas por por
Jesus Cristo), a Igreja Católica é também universal em extensão,
Jesu s Cristo), a Igreja Católica é também universal em extensão.
Consciente
Consciente da da m missão
issão que que lhe lhe foi
foi confiada
confiada pelo pelo seu seu Fundador.
Fundador, aa
Jgreja Católica
Igreja Católica levou levou aa mensagem
mensagem de salvação aa todas
dc salvação todas as as latitudes
latitudes
ce longitudes
longitudes da da faceface da da terra,
terra, lá lá onde
onde houvesse
houvesse alm almasas que que salvar.
salvar.
A Igreja
A Católica não
Igreja Católica não éé uma uma igreja
igreja “alemã”
“ alemã” (os (os luteranos)
luteranos) ou ou Inglesa
inglesa
(os anglicanos), ou “escocesa” (os presbiterianos), ou “holandesa”
(os anglicanos), ou “ escocesa” (os presbiterianos), ou “ holandesa”
(a Igreja
(a Igreja Reformada),
R eform ada), ou ou ““americana”
am ericana” (centenas
(centenas de de .seitas
scitas distintas).
distintas).
A Igreja
A Tereja Católica
Católica está está em todos esses
cni todos esses países,
países, e, e, além
além dis.so,
disso, em em todos
todos
aqueles que
aqueles que permitiram
permitiram aa entrada entrada aos aos seusseus missionários.
missionários. Masas aa
M
Igreja
Igreja Católica
Católica não não éé propriedade
propriedade de de nenhuma
nenhuma nação nação ou ou raça.raça. Em Em
qualquer
qualquer parte parte se se acha
acha em em vasa,
casa. semsem ser ser propriedade
propriedade de de ninguém.
ninguém.
Foi assim que
Foi assim que Cristo
Cristo aa quis, quis. A A snasua Igreja
Igreja éé para todos os
para todos homens;
os homens;
deve abranger
deve abranger o mundo iniciro,
o mundo inteiro. A Católica éé aa única
Igreja Católica
A Igreja única aa
cumprir
eiiinprir esta esta condição,
condição, aa única única que que esta
csia cm en todatoda aa parte,
parte, por por todo
todo
oo mundo.
mundo.

Católica. nniver.sal.
Católica, nniversal. no tempo, nas
no tempo, nas verdades
verdades ee no território: esta
no território; esta
cca a terceira
terceira nota
nota da autêntica Igreja
da autêntica Igreja de Cristo.
de Cristo. Fa quarta, a que
E a quarta, a quc
completa
completa oo quadrado,
quadrado, éé aa “apostolicidude”
apostolicidade" que que significa. simpies-
significa, simples­
mente, que
mente, que aa igreja
igreja que
que pretenda ser de
pretenda ser Cristo deverá
de Cristo deverá provar
provar aa sua
A RAZÃO, A FE... E EU 129

legitima
legítima descendência dos Apóstolos,
descendência dos Apóstolos, alicerce
alicerce sobre
sobre oo qual Jesus edi-
qual Jesus edi-
ficou aa sua
ficou sua Igreja.
Igreja.
Igreja Católica
Que aa Igreja
Que passa pela
Católica passa prova da
pela prova da ““apostolicidad
apostolicidade” e”, , éé
coisa muito
coisa muito fácil
fácil dede demonstrar.
demonstrar. Tem Temosos aa lista
lista dos bispos de
dos bispos de R Roma,
om a,
que se
que remonta do
se remonta atual numa
Papa atual
do Papa continua até
linha contínua
numa linha Pedro.
São Pedro.
até São
FE os bispos da
outros bispos
os outros Igreja Católica,
da Igreja sucessores dos
verdadeiros sucessores
Católica, verdadeiros dos
Apóstolos, são
Apóstolos, são os os elos atuais na
elos atuais cadeia que
ininterrupta cadeia
na ininterrupta que se estende
se estende
por
por m mais
ais de vinte séculos-
de vinte Desde oo dia
séculos. Desde em que
dia em que osos A Apóstolos
póstolos im impu-
pu­
seram as
seram as m mãos Timóteo ee Tito,
sobre Timóteo
ãos sobre Tito, M arcos ee Policarpo,
Marcos Policarpo, o poder
o poder
transmitiu-se pelo
episcopal transmitiu-se
episcopal sacramento ddaa Ordem
pelo sacramento Sagrada de
Ordem Sagrada gera-
de gera­
ção em
ção geração, de
em geração, bispo aa bispo.
de bispo bispo.
E com
E fechamosos oo quadrado,
isto, fecham
com isto, quadrado. N Igreja Católica
Naa Igreja distin-
Católica distin­
gue-se com
gue-se clareza aa ““marca”
toda aa clareza
com toda m arca” de Cristo: una,
de Cristo: una, santa, católica
santa, católica
apostólica.
ee apostólica. Não
N tão ingênuos
somosos tão
ão som ingênuos que esperemos que
que esperemos que os con:
os con­
venham agora
vertidos venham
vertidos correndo aos
agora correndo visto que
molhos, visto
aos molhos, lhes m
que lhes mostra-
ostra­
mos essa
mos marca. Os
essa marca. humanos não
preconceitos humanos
Os preconceitos cedem tão
não cedem facilmente
tão facilmente
razão. M
àà razão, Masas ao tenhamos aa prudência
menos tenhamos
ao menos prudência de vermos nós
de vermos essa
nós essa
marca com
marca com lúcida segurança,
hícida segurança.

A RAZÃO,
A R A Z Ã O , AA FÊ
FÉ EE EU.
EU .

Deus
Deus concedeu
concedeu ao
ao homem
homem aa faculdade de raciocinar,
faculdade de raciocinar, ee Ele
Ele pre-
pre­
tende
tende que
que aa utilizemos.
utilizemos. Existem duas
Existem duas maneiras
maneiras de de abusar
abusar dessadessa fa-
fa*
culdade.
culdade. U Uma
m a éé não utilizá-la. U
não utilizá-la. Uma pessoa que
m a pessoa que não aprendeu aa
não aprendeu
usar da razão é, por exemplo, aquela que toma como verdade do
usar da razão é, por exemplo, aquela que toma com o verdade do
Evangelho
Evangelho tudo tudo oo queque lêlê nos
nos jornais
jornais ee nas revistas. por
nas revistas, por m mais
ais absurdo
absurdo
que
que seja.
seja. É É aa qüe
que aceita
aceita ingenuamente
ingenuamente as as m mais extravagantes afir­
ais extravagantes afir-
mações
mações de vendedores ee anunciantes,
de vendedores anunciantes, uma uma arm armaa sempre
sempre pronta para
pronta para
ser empunhada por
ser empunhada publicitários espertos.
por publicitários espertos. Deslumbra-a
Deslum bra-a oo prestígio;
prestígio;
se
se umum famfamoso cientista ou
oso cientista ou industrial
industrial diz
diz que
que Deus
Deus não não existe, para
existe, para
ela
ela éé claro
claro que não há
que não há Deus.
Deus. Noutras palavras,
Noutras palavras, este não-pensante
este não-pensante
não possui senão
não possui senão opiniões prefabricadas. Nem
opiniões prefabricadas. Nem sempresempre éé aa pregui-pregui­
ça intelectual aa que
ça intelectual que produz
produz um um não-pensante.
não-pensante. À Ass vezes, infelizmente,
vezes, infelizmente,
são os pais e os mestres os causadores desta apatia mental, quando
são os pais e os mestres os causadores desta apatia mental, quando
reprimem
reprimem aa naturalnatural curiosidade
curiosidade dos jovens ee afogam
d os jovens afogam os os normais
normais
“porquês”
“ porquês” com com osos seus
seus “porque
“ porque eu eu oo digo
digo ee pronto”
pronto”
No outro
No extremo está
outro extremo está o o homem
homem que que fazfaz dada razão
razão um um autêntico
autêntico
deus.
deus. É aquele que não crê
É aquele que não crê em
em nada
nada que
que não
não veja
veja e
e compreenda
compreenda
por
por sisi mesmo.
mesmo. Para
Para ele,
ele, os únicos dados
os únicos dados certos
certos são são os que vêm
os que vêm
dos
dos laboratórios científicos. Nada
laboratórios científicos. certo aa não
N ada éé certo não ser que ele
ser que ele assim
assim
o ache, a não ser que, já e agora,
0 ache, a não ser que, já e agora, produza
produza resultados
resultados práticos.
práticos. O
O
que
que dá certo; o
resultado, éé certo;
dá resultado, útil, éé bom.
que éé útil.
o que bom. Este Este tipo tipo dede nen-
pen-
sudos il É oo cjuc ciianiamos de
que chamamos pragiasci
de píU^^iiaijet dee ces mão
1.30 AS NOLAS E OS ATRIBUTOS DA IGREJA

que se
L]uc se baseie
baseie na autoridade.
na autoridade. Crerá na
Crerú na autoridade
autoridade de de um Einstein
um Einslein
cc aceitará a teoria da relatividade, mesmo
aceitará a teoria da relatividade, mesmo que não a entenda. que não a entenda. Crerá
Crerá
na autoridade
na autoridade dos físicos nucleares,
dos físicos nuclçares. ainda ainda que continue aa não
que continue não enten­
enten-
der nada.
der nada, M Masas aa palavra
palavra “autoridade”
“ autoridade” produz-lhe
produz-lhe uma uma repulsa
repulsa au au- ­
tomitica quando se refere à autoridade da Igreja.
tomática quando se refere à autoridade da Igreja.
O pragmático
O pragmático respeita respeita as declarações das
as declarações autoridades humanas
das autoridades humanas
porque acha
porque acha que que clas
elas devem
devem saber saber oo que que dizem,
dizem, confia
confia na na sua
sua comcom- ­
petência.
petência. Mas este mesmo pragmático olhará com um desdém im
M as este mesmo pragmático olhará com um desdém im- ­
paciente oo católico
paciente católico que, que, pela pela mesma
mesma razão, razão, respeita
respeita as as declarações
declarações
da
da Igreja, confiado em
Jgreja, confiado em que que aa Igreja
Igreja sabe
sabe o o que
gue está
está dizendo
dizendo através
através
va pessoa do
da pessoa do Papa
Papa cc dos dos bispos.
bispos.
£E _ yverda
e rdade que ue iicm pnem todos
todos os católicos têm
os católicos têm unia
uma compreensão
compreensão
inteligente
intefígente da da sua fé. Para
sua fé. Para muitos,
muitos, aa fé fé éé uma aceitação üèg?ri!as
uma ~ãcêítáção cega das
verdades religiosas baseada
verdades religiosas baseada na na autoridade
autoridade da da Igreja.
Igreja. Estã^Esta aceitação
aceitação
sem raciocínio poderá ser devida à falta de ocasião de estudo,
sem raciocínio poderá ser devida à falta de ocasião de estudo,
aà falta
falta de de instrução
instrução ou, ou, at.'at infelizmente,
infelizmente, àà preguiça preguiça mental.
mental, Para Para
as crianças ee as
as crianças pessoas sem
as pessoas sem instrução,
instrução, as as crenças
crenças religiosas
religiosas devem
devem
ser desse gênero, sem provas, como a sua crença na necessidade de
scr desse gênero, sem provas, como a sua crença na necessidade de
certos alimentos ee aa nocividade
certos alimentos nocividade de certas substâncias
dc certas substâncias éé uma uma crença
crença
sem provas. O
sem provas. O pragmático
pragmático que que afirma:
afirma: ““Eu En creio
creio nono queque diz Eins-
diz Eins-
ten porque não
tein porque não há dúvida de
há dúvida de queque sabe
sabe do do queque está
está falando”, deverá
falando” , deverá
também
também achar lógico que
achar lógico que uma uma criança
criança diga:diga: ““Creio porque papai
Creio porque papai
diz”,
diz” , e, e, quando
quando for for mais crescida, diga:
mais crescida, diga: ““Creio porque assim
Creio porque assim oo diz diz
oo padre
padre (ou (ou aa freira)”
freira)”, , ee não não poderá
poderá estranhar
estranhar que que um adulto sem
um adulto sem
instrução
instrução afirme:afirme; ““EÉ oo Papa Papa que que oo diz,
diz, ee parapara mim
mim basta”
basta”

Não obstante,
Não obstante, parapara um um católico
católico que que raciocina.
raciocina, aa aceitação
aceitação das das
verdades
verdades da da fé
fé devc
deve ser uma aceitação
ser uma aceitação raciocinada,
raciocinada, uma uma aceitação
aceitação
inteligente.
inteligente, éÉ certo
certo queque aa virtude
virtude da da fé
fé emcm si si mesma
mesma — — aa faculdade
facuJdode
de crer
de crer — — éé uma
uma graça,
graça, um dom de
um dom de Deus.
Deus. M Masas aa fé
fé adulta
adulta se se edi-
edi-
fica
fica sobre
sobre aa razão;
razão; não não éé umauma frustração
frustração da da razão.
razão. OO católico
católico 1ns-ins­
truido
truído considera
considera suficiente
suficiente aa clara evidência histórica
clara evidência histórica de de que Deus
que Deus
falou, e de que o fez por meio de seu Filho, Jesus Cristo; de que
falou, e de que o fez por meio de seu Filho, Jesu s Cristo; de que
Jesus constituiu aa Igreja
Jesu s constituiu Igreja comocomo seu seu porta-voz,
porta-voz, como como sua sua manifesta-
manifesta­
ção visível
ção visível àà humanidade;
humanidade; de de que
que aa Igreja
Igreja Católica
Católica cé aa mesma mesma que que
Jesus
Jesu s Cristo estabeleceu; de
Cristo estabeleceu; que aos
de que bispos dessa
aos bispos Igreja. como
dessa Igreja, como su­ su-
cessores dos Apóstolos (e especialmente ao Papa, sucessor de São
cessores dos Apóstolos (e especialmente ao Papa, sucessor de São
Pedro), Jesus (Jristo
Pedro), Jesus Cristo deu deu oo poder
poder de ensinar, santificar
de ensinar, santificar cc governar
governar
espiritualmente
espiritualmente em eni seuseu nome.
nome. A competência
À competência da da Igreja
Igreja para falar
para falar
em nome de Cristo sobre matérias de fé doutrinal ou de ação moral.
cm nome de Cristo sobre m atérias de fé doutrinai ou de ação moral,
para
para administrar
administrar os os sacramentos
sacramentos ee exercer
exercer o o governo
governo espiritual,
espiritual, cha­cha-
mamos
m am os aa autoridade
autoridade da da Igreja.
Igreja. OO homemhomem que, pelo uso
que, pelo uso da da sua
sua ra-ra­
zão,
zão, vê vê com
com clareza
clareza satisfatória
satisfatória que que aa Igreja
Igreja Católica
Católica possui
possui esseesse
atributo de autoridade, não vai contra a razão, mas, pelo contrário,
atributo de autoridade, não vai contra a razão, mas, pelo contrário.
segue-a quando
segue-a quando alivma:afirma: ““Creio
Creio em em tudo
tudo o o que
que aa Igreja Católica
dereja Católica
ensina”
ensina”
De igual
Dc modo. oo católico
igual modo. eaióiieo seguo razão eomo
tanto aa ra/ão
segue tanto como aa fé quando
fé quando
aceita aa doutrina
aceita doutrina da infalibilidade.
da infalibilidade. Este
Este atribulo simples-
significa simples­
atmbuto significa
mente que a Igreja (seja na pessoa do Papa ou de todos os bispos
mente que a Igreja (seja na pessoa do Papa ou de todos o.s bispos
juntos sob
juntos sob oo Papa)Papa) não não podepode errar quando proclama
errar quando solenemente
proclama solcnctnenle
que certa
que matéria dc
certa matéria crença ou
de crença ou dc conduta foi
de conduta revelada por
joj revelada por DeusDeus ee
deve ser
deve aceita cv seguida
ser aceita seguida por todos. A
por todos. promessa dc
A promessa Cristo "E
de CrisUi esta-
“Euu csta-
rei convosco
lei convosco todos todos os até o
dias. até
os dias, fim do
o fim mundo” (M
do mundo” 28,20) não
(Mt l 28,20) não
teria sentido
teria sentido se se aa sua Igreja não
sua Igreja não fosse infulivel,
fosse infalí\el. Certamente ,!es’is
Certamente less
não estaria com a sua Igreja se a permitisse cair em cetro em mate-
não estaria eom a sua Igreja se a permitisse cair em erro em maté­
essenciais àà salvação.
rias essenciais
rias salvação. O católico sabe
O católico sabe queque o Papa pode
o Papa pecar.
pode pecar,
como qualquer homem.
como qualquer homem. Sabe quc
Sabe que as pessoais do
opiniões pessoais
as opiniões Papa lêm
do Papa têm
força que a sua sabedoria humana lhes possa
aa força que a ,sua sabedoria humana lhes possa dar.
dar. Mas
M as tamsém
também
sabe que
sabe quando o
que quando Papa, pública
o Papa, solenemente. declara
pública ee solenemente, declara que certas
que certas
verdades foram
verdades reveladas por
foram reveladas Cristo, seja
por Cristo, pessoalmente ou
seja pessoalmente ou por meio
por meio
de seus
de seus Apóstolos, sucessor de
Apóstolos, ío ) suces.sor Pedro não
de Pedro não pode Jesus nào
errar. Jesus
pode errar. não
estabeleceu uma
estabeleceu Igreja que
uma Igreja que pudesse desencaminhar os
pudesse descncaminliar homens.
os homens.
O direito
O direito de falar em
de falar nome de
em nome Cristo ee de
de Cristo escutada cé oo atri­
ser escutada
de ser atri-
buto (ou
buto qualidade) da
(ou qualidade) Igreja Católica
da Igreja Católica aa que chamamos
que cham am os ““autori-
autori­
dade”
dade” A certeza de estar livre de erro quando proclama solene-
A certeza de estar livre de erro quando proclama solene­
mente as
mente verdades dc
as verdades de Deus alributo aa que
universal cé oo atribulo
Igreja univcr.sal
Deus àà Igreja que
chamamos
cham am os ““infalibilidade
infalibilidade” ”

Existe uma
Existe uma terceira
terceira qualidade
qualidade caracteristica
característica da Iereja Cbitólica.
da Igreja Católica.
Jesus não
Jesus não disse
disse só:só: ““Quem
Oucm vos vos ouve,
couve, aa mim mim ouve;
ouve; ce queni
quem vos vos
rejeita,
rejeita, aa mim mim rejeita”
rejeita” (L (Lcc 10,
10, 16)16) —— anioTuiadc
amtoridade — —. . Não
N ão disse
disse só: só:
“Eu
“ E u estarei convosco. todos
estarei convosco. todos os os dias.
dias. atéaté oo fim
fim dodo mundo”
mundo” (M (Mt t 28.
28, 20)
20)
-— infalihi!idade
— infalibilidade — —. . Tam Tambémbém disse:disse: ““Sobre
Sobre estaesta pedra
pedra edificarei
cdificarci
aa minha
minha Igreja, c as portas do inferno não prevalecerão contra ela”
Igreja, c as portas do inferno não prevalecerão contra ela”
(Mt t 16.
(M 16. 18).
18). ee com
com cslasestas palavras
palavras indicouindicou aa terceira
terceira qualidade
qualidade inc- ine­
rente àà lereja
rente Católica: aa indefeclihiUdude.
Igreja Católica: indefectibilidude.
-—Q
— Q atributo
atributo de de indefectibilidade
indj^clihilidade significa simplesmente que
significa simplesmente que aa Igreja
Igreja
permanecerá
j)£jTnaneccrá até até o o fim
fim dos tempos como
3õs"'fchipõ.s~ “Jesus aa fundou,
cõmo óte.siis fundo, que que não não
éé perccjvel.
perecível. que continuará à existit 'ênqntrrTToTTOiiVür
que colUinuaríYT“êxistir enquanto Houver almas'aím ã Ca ãsalvar.
T ã l^ rT
“Permanência”
“ Permanência” seria seria um um bom sinônimo dc
bom sinônimo de indefecibilidade.
indcfeeiibílidade. mas mas pa- pa­
rece que os
rece que teólogos sempre
os teólogos sempre se se inclinam
inclinam pelas pelas palavras
palavras maismais longas.
longas.
Seria um
Seria um grande equivoco que
grande equívoco que oo atributo
atributo da indefectibilidad:
da indcfectibilidad:
nos induzisse
nos induzisse aa um um falso sentimento de
falso sentimento segurança.
de segurança. Jesus disse
Jesus disse que que
aa sua Igreja permaneceria
sua Igreja permaneceria até até o o fim
fim dosdos tempos.
tempos. Com Com aa ameaçaameaça
do materialismo no
do materialismo no Leste
Leste ee no no Oeste,
Ocste, seriaseria trágico
trágico que que permane-
permane­
céssemos
cêssemos Impassiveis
impassíveis ante ante oo peripo,
perigo, pensando
pensando que que nada
nada de de realmente
realmente
mau pode
mau pode acontecer-nos
aeontecer-nos porque porque CristoCristo está
está na na suasua Igreja.
Igreja. Sc Se des-
des-
curarmos aa nossa
curarmos nossa exigente vocação de
exigente vocação de cristãos
cristãos — — e, e, por
por isso.
isso. de de
132 AS NOTAS L OS ATRIBUTOS DA IGREJA

apóstolos
apóstolos —,
— , aa Igreja
Igreja de
de Cristo poderá lornar-se
Cristo poderá tornar-se outra vez uma
outra vez uma
Igreja clandestina,
Igreja clandestina, como
como já já oo foi
foi no
no Império
Império Romano. feita de
R om am \ feita almas
de almas
destinadas
destinadas ao ao martírio.
martírio. Não são
Não são asas bombas
bombas ee os os canhões
canhões d<i do comu-
comu­
nismo que
nismo que devemos temer. mas
devemos temer, mas simsim o o seu
seu fervor.
fervor, oo seu
seu dinamismo.
dinamismo,
o seu
o seu afãafã proselitisía.
proselitista. um perigo muito
um perigo mais temível.
muito mais temível. Bem pouco
Bem pouco
tém eles
têm eles aa oferecer, mas com
oferecer, mas com que zelo oo proclamam!
que zelo proclamam! NcSs Nós temos
temos
tanto que
tanío que partilhar
partilhar e.e. não obstante. que
não obstante, que apáticos
apáticos — — quase
quase indiferen-
indiferen­
tes
tes —— somos
somos em levar aa verdade
em levar verdade aos aos outros!
outros!

“Qua p essp
pessoas p tj.^jjv
ntas erti?” . Ou,
converti?”. Ou, pelo menos. ““quanto
pelo menos, me preo-
quanto mejpreo-
cope:, quanta dedicação pus na conversão dos outros?”
füpei, quanta dedicação pus na conversão dos outros?” Esta éé uma
Esta iimá
pergunta que cada um um de nós deveria
deveria fazer
fazer aa sisi próprio
próprio de vez em em
——

p e rg u n la^ u e cada de nós de vez


quando.
quãEdo. Pensar Pensar que teremos de
que teremos de apresentar-nos
apresentar-nos diantediante de de Deus.
Deus. no no
Dia do Juizo, de mãos vazias, deveria fazer-nos estremecer.
Dia do Juízo, de m ãos vazias, deveria fazer-nos estremecer. “Onde
“ Onde
estão os
estão os seus
seus frutos,
frutos, ondeonde estão
estão as as suas
suas alm almas?”. perguntar-nos-á
as?” , perguntar-nos-á
Deus, ee com
Deus, com razão.
razão. E E oo perguntará
perguntará tanto tanto aos cristãos comuns
aos cristãos comuns comocomo
aos sacerdotes
aos sacerdotes ee aos aos religiosos.
religiosos. N Não podemos descartar-nos
ão podemos descartar-nos destadesta
obrigação
obrigação dando dando esmolas
esmolas para para as as missões.
missões. Isso Isso está
está bem,
bem, éé neces­
neces-
sário, mas
sário, mas éé apenas
apenas oo começo.
começo. Também Também temos temos queque rezar.
rezar. N Nossas
ossas
orações
orações quotidianas
quotidianas ficariam
ficariam lamentavelmente
lamentavelmente incompletas
incompletas se se não
não pe-pe­
dissemos pelos
díssemos pelos missionários,
missionários. tanto tanto nacionais
nacionais como como estrangeiros,
estrangeiros, ee pe­ pe-
las almas com que eles trabalham.
las alm as com que eles trabalham. Mas rezamos todos os dias pe-
M as rezamos todos os dias pe­
dindo
dindo o o domdom da da fé fé para
para os vizinhos da
os vizinhos da porta
porta dodo lado.
lado, se não são
se não são
católicos ou
católicos ou nãonão praticam
praticam? ? Rezam Rezamosos pelo pelo companheiro
companheiro de de trabalho
trabalho
que
que está
está nono escritório
escritório contíguo,
contíguo, na na máquina
máquina ao ao lado?
lado? Com Com queque fre­
fre-
quência convidamos
quência convidamos um um amigo
amigo não não católico
católico aa assistir
assistir ãà Missa
M issa co­co-
nosco,
nosco, dando-lhe previamente um
dando-lhe previamente um livrinho
livrinho que que explique
explique as as cerimo­
cerimô-
nias? Tem
nias? Temosos em casa alguns
em casa alguns bonsbons livros
livros queque expliquem
expliquem aa fé fé cató-
cató­
lica, uma boa coleção de folhetos, que damos ou emprestamos àa
lica, uma boa coleção de folhetos, que damos ou emprestamos
menor oportunidade,
menor oportunidade, aa qualquer qualquer um um queque mostre
mostre um um pouco
pouco de inte-
de inte­
resse? Se
resse? Se fazemos
fazemos tudo tudo isto,
isto, inclusive combinando para
inclusive combinando para esses
esses amigos
amigos
uma
uma entrevista
entrevista com com um um sacerdote
sacerdote com com quem possam conversar
quem possam conversar (quan­
(quan-
do as
do as suas
suas perguntas parecem encostar-nos
perguntas parecem encostar-nos àà parede), então estamos
parede), então estamos
cumprindo uma
cumprindo uma parte,
parte, pelo menos, da
pelo menos, da nossa responsabilidade para
nossa responsabilidade para
com Cristo,
com pelo tesouro
Cristo, pelo tesouro que que nos confiou.
nos confiou.

Naturalmente, nenhum
Naturalmente, nenhum de de nós
nós pensa que todos
pensa que todos os não católicos
os não católicos
vão para
vão para oo Inferno, assim como
inferno, assim como nãonão pensamos
pensamos que que chamar-se
chamar-se cató-
cató­
lico
lico seja
seja suficiente
suficiente para introduzir-nos no
para introduzir-nos no céu.
céu. AA sentença
sentença “fora
“ fora da
da
Igreja não
Igreja não há
há salvação”
salvação” significa
significa que
que não há salvação
não há salvação para
para osos que
que
se acham
se acham fora
fora da
da Igreja por culpa
Igreja por própria.
culpa própria. Alguém que
Alguém que seja
seja cató-
cató­
lico ee abandone
lico abandone aa Igreja
Igreja deliberadamente
deliberadamente não não poderá
poderá salvar-se
salvar-se sese não
não
retornar; aa graça
retornar; graça dada fé
fé não
não sese perde
perde aa não ser por
não ser culpa própria.
por culpa própria.
Um não
Um não católico
católico que,
que, sabendo
sabendo queque aa Igreja
Igreja Católica
Católica éé aa verdadeira.
verdadeira,
A RAZÃO. A FÉ O E EU 133

permanece
permanece fora
fora por sua culpa,
por sua culpa, não
não poderá salvar-se.
poderá salvar-se. Um não
Um não cató-
cató­
lico.
lico. cuja ignorância da
cuja ignorância da féfc católica
católica seja voluntária, com
seja voluntária, cegueira deli­
com cegueira deli-
berada. não
berada. não poderá salvar-se.
poderá salvar-se. Mas
M as aqueles
aqueles que que sc sc encontram
encontram fora fora
da Igreja sem culpa própria. e que fazem tudo o que podem con-
da Igreja sem culpa própria, e que fazem tudo o que podem con­
forme seu
forme seu retoreto entender,
entender. fazendo
fazendo bom bom uso uso das graças que
das graças que Deus
Deus cer­cer-
tamente llies
tamente lhes darádará em vista da
em vista da sua
sua boaboa vontade.
vontade, esses esses poderão
poderão sal­ sal-
var-se.
var-se. Deus não pede o impossível a ninguém: recompensará cada
Deus não pede o impossível a ninguém: recompensará cada
um segundo oo uso
um segundo uso queque tenha
lenha feito
feito dodo queque lhelhe for concedido.
foi concedido. Masas
M
isto
isto não não quer
quer dizer
dizer queque nós possamos iludir
nós possamos iludir aa nossa
nossa responsabilidade
responsabilidade
dizendo:
dizendo: “Como o meu vizinho pode ir para o céu sem
“ Como o meu vizinho pode ir para o ccu sem se se fazer
fazer
católico.
católico, por por que que me me preocupar?”
preocupar?" Também Também não não querquer dizer
dizer que que
““tanto
tanto faz faz umauma igreja como outra”
igreja como outra”
“Deus quer que
' T X h i s quer que todos
todos pertençam
pertençam àà Igreja Igreja queque EleEle fundou.
fundou. Jesus Jesus
Cristo
Cristo quer quer um um só só rebanho
rebanho ee um um só só Pastor.
Pastor. E nós
E nós devemos
devemos desejar
desejar
que
que nossosnossos parcnlc.s,
parentes. amigos
amigos ee cc c\: cidos tenham
ridos tenham essa essa confiança
confiança
Maior na
maior na sua salvação dc
sua salvação de que
que gozamos
gozamos na na Igreja
Igreja de ílc Cristo;
Cristo: maior
maior
plenitude de certeza: mais segrrança em sabçr o que está certo ee oo
plenitude de certeza; mais sogiuança cm saber o que está certo
que éé crrado:
que errado: os os inigualáveis
intgualáveis auxílios que as
au.-^flios que es Missas
M issas ee os sacramentos
os sacramentos
nos ofe:.
nos ..m. . Tomamos
o fe í...m Tom am os pouco pouco aa sériosério aa rjossa
nossa fé fé sese podemos
podemos con­ con-
viver com os outros, dia após dia. sem nunca nos perguntarmos:
viver com os outros, dia após dia. sem nunca nos perguntarmos:
“Que
“ Que posso posso fazer fazer para ajudar csla
para ajudar esta pessoa
pessoa aa reconhecer
reconhecer aa verdade verdade
da Tereja
da Católica ee aa unir-sc
Igreja Católica unir-se aa mimmim no no Corpo
Corpo Místico
Místico dc de CCristo?”
risto?”
O Espírito Santo vive na lercja permanentemente,
Q -E spíriío Santo vive na Igreja permanentemente. mas com frequên-
ma.s com frcqiiên-
cia
cia tem tem que que esperar
esperar por por mimmim para achar maneira
para achar maneira dc de entrar
entrar na na alma
alma
daquele que
daquele que estáestá ao meu lado.
ao meu
CarpíiuLO
C a i “Í j l l o X I lí
XHI

À COMUNHÃO
A DOS 8
CO MU N H Ã O 00.'^ SANTOS
A N T 0 .S EK O
O
PERDÃO
P K H D Ã O DOS
D O S PECADOS
IHMUADOS

OO FIM
M M DO
DO CAMINHO
C A M IN H O

de alguém nos
Se alguém nos chamasse
chamasse sanlos,
santos, o
o mais provável éé que
mais provável que estivesse
estivesse
brincando conosco.
brincando conosco. Somosos dem
Som demasiado conscientes de
asiado conscientes de nossas imper-
nossas imper­
feições para aceitarmos
feições para aceitarmos esse título.
esse título. E, não
R, não obstante,
obstante, todos os fiéis
todos os fiéis
do Corpo
do Corpo Místico
Mistico de Cristo na
de Cristo na Igreja
Igreja primitiva
primitiva se chamavam
se cham santos.
avam santos.
E oo termo
Íí favorito de
tcnno favorito de São
São Paulo para se
Paulo para sc dirigir aos que
dirigir aos compunham
que compunham
as comunidades cristãs.
as comunidades Escreve “aos
cristãs. Hscrcvc “ aos santos
santo.s queque estão
estão emem Éfeso”
Éfeso”
(EFf 1,
(E 1,))1) ce ““aos santos que
aos santos que se se encontram
encontram em cm toda
toda aa Acaia”
A caia” (2 Cor
(2 Cor
1.1).
1. 1). Os Os Atos dos Apóstolos.
Atos dos Apóstolos, que que contém
contêm aa história
história dada Igreja
Igreja nas­
nas-
cente,
cente, chanam
ebaniam também
também santos aos seguidores
santos ao.s seguidores dc de Cristo.
Cristo.
A palavra
A palavra “santo”. derivada do
“ santo” , derivada do latim,
latim, descreve
descreve aa alma alma cristã
cristã
que,
que, incorporada
incorporada àa CristoCristo pelo Batismo, éc morada
pelo IBalismo, ntorada do do Espirito
Espirito Santo
Santo
(enquanto permanece em estado de graça samtificantc).
(enquanto permanece em estado dc graça santificante). Essa alma
E ssa alma
éé um
um santo
santo no sentido original
no sentido original da palavra.
da palavra. Atualmente, limitou-se
Atualmente, limitou-se
o seu
o seu significado
significado âqueles
àqueles que que estão
estão no céu.
no céu. Masas aa palavra
M palavra éé em- em­
pregada
pregada na sua ccepção
na sua acepção primitiva quando. ao
primitiva tiuando. recitarmos oo Credo
ao recitarmos Credo
dos Apóstolos, dizemos:
dos Apóstolos, dizemos: ““Creto
Creio na comunhão dos santos”
na comunhão dos santos” A
A
palavra ““comunhão”
palavra comunhão” significa, claro está.
significa, claro está. ““união
união comcom”,” , cec com
com ela ela
queremos indicar
queremos indicar queque existe
existe uma união, uma
uma união, uma comunicação
comunicação entre entre as as
almas em que o Espírito Santo. o Espírito de Cristo. tem a sua
almas em que o Espírito Santo, o Espírito de Cristo, tem a sua
morada.
morada. Esta Esta comunicação
Sta « comunicaçãoAÇÃO refere-se
refcrc-sc em em primeiro
primeiro lugarlugtvr aa nós mes-
nós mes­TA
mos. que
mos. somos membros
que somos membros da da H lereju
rejaÃna terra.
n allcn a. OO nosso
luisso ““ramo
ramo” da da
comunhão dos
comunhão dos santos
santos cham
chama-se lerccja militante^
a-se Igreja militante, quer dizer, aa Igreja
quer dizer, Igreja
que aiitda
*rfííc' ainda lutaluta com
com oo pesado
_pecaqo~ ccoo ~êffãemo. Sc Se caisscm
caissemosos em em pecado
pecado
mortal, não
mortal, não deixariamos
deixaríamo.s de de pertencer
pertencer àà comunhão
comunhão dos dos santos,
santos, mas mas
seríamos
seriamos como membros mortos
como membros mortos do do Corpo
Corpo Místico
Místico ee cortariamos
cortaríamos aa
comunhão
comunhão com com os os outros
outros membros
membros enquanto
enquanto continuássemos
continuássemos aa cx- ex­
chunr
cluir oo Espírito
Espirito .Sanlo
Santo da nossa alma.
da nossa alma.
135
O IM DO CAMINHO

As
A s almas
alm as do purgatório são
do purgatório são também
também membros
membros da da comunhão
comunhão
dos santos.
dos santos. E stão confirmadas
Estão confirm adas na na graça
graça para sempre, ainda
para sempre, que
ainda que
tenham que purificar-se dos seus pecados veniais e das suas dívidas
tenham que purificar-se dos seus pecados veniais c das suas dívidas
de penitência,
de penitencia. Não podem ver
N ão podem ver aa Deus
Deus ainda,
ainda, mas
m as oo Espírito
Espirito Santo
Santo
está com
está com ciaselas vcc nelas.
nelas, ee nunca
nunca oo poderão
poderão perder.
perder. Frequentemente
Frequentemente
designamos este ramo da Igreja como Igreja padecente.
designamos este ramo da Igreja como Igreja padecente.
Finalmente, está
Finalmente, está aa Igreja triunfante, composta
Igreja triunfante, pelas almas
com posta pelas alm as dos
dos
bem-aventurados que sc
bem-aventurados que sc encontrarrl
encontram nono céu.
céu. ÉÉ aa Igreja
Igreja eterna,
eterna, aa que
que
absorverá tanto
absorverá tanto aa Igreja
Igreja militante
militante como
como aa padecente depois do
padecente depois do Juízo
Juízo
Final.
Final.

E, na
E, na prática,
prática, que que significa
significa parapara mimmim aa comunhão
comunhão dos dos santos?
santos?
Significa que
Significa que todostodos nós nós que que estamos
estamos unidos
unidos em em Cristo
Cristo — — os os santos
santos
do ecii,
do céu, as almasas do
as alm do purgatório
purgatório ee os que ainda
os que ainda vivemos
vivemos na na terra
terra
devemos ter
devemos ter consciência
consciência das das necessidades
necessidades dos dos outros.
outros.
Os santos do céu não estão tão absorvidos na
Os santos do céu não estão tão absorvidos na sua
sua própria
própria feli­
feli-
cidade
cidade que que esqueçam
esqueçam as as almas que deixaram
aliiias que atrás. Ainda
deixaram atrás. Ainda que que qui-
qui­
sessem,
sessem, não não o o poderiam
poderiam fazer. [azcr. SeuSeu perfeito
perfeito am amoror aa Deus
Deus deve incluir
deve incluir
um amor a todas as almas criadas por Deus e adornadas com suas
um amor a todas as alm as criadas por Deus e adornadas com suas
graças, aa todas
graças, todas essas essas almas alm as em em queque EleE le mora
mora ee pelas quais Jesus
pelas quais Jesus
morreu.
morreu. Em resumo,
Em resumo, os santos devem
os santos devem am amarar as almasas que
as alm que Jesus
Jesus
ama. ee oo amor
ama. amor que que os os santos
santos do do céucéu têm
têm pelas
pelas almas
alm as do purgatório
do purgatório
ece pelas
pelas almas
almas da da terra
terra não não éé um um amor passivo.
amor passivo. Os santos
O.s santos estãoestão
ansiosos
ansiosos por por ajudar
ajudar aa caminhar caminhar para para aa glória
glória essas
essas almas
alm as cujo cujo
valor infinito estão
valor infinito estão agoraagora em condições de
cm condições de apreciar
apreciar como como anlesantes nãonão
podiam.
podiam. EE sc sea a oração
oração de de umum homem
homem bom bom na na terra pode mover
terra pode mover
oo coração
coração de Deus. conio
de Deus. como não será aa força
não será força dasdas orações
orações que que os os santos
santos
oferecem
oferecem por por nós!
nós! Eles Eles são são osos heróis
heróis de de Deus,
Deus, seusseus am amigos
igos íntimos,
íntimos,
seus familiares.
seus familiares.
Os santos do
Os santos do céu céu oramoram pelaspelas almalmasas dodo purgatório
purgatório ee por por nós.
nós.
Nós,
Nós, dc de nossa
nossa parte, devemos venerar
parte, devemos venerar ce honrar
honrar os os santos.
santos. Não N ão sósó
porque podem e querem interceder por nós, mas porque o nosso
porque podem e querem interceder por nós, m as porque o nosso
amor
amor aa Deus Deus assim assim o o exige.
exige. Um Um artista
artista éé honrado
honrado quandoquando sc sc elogia
elogia
aa sua
sua obra.
obra. Os santos são
Os santos são as obras mestras
as obras mestras da da graça
graça de de Deus;
Deus;
quando
qtiando os os honramos,
honramos, honramos honramos Aquele Aquele que que os os fez,
fez, oo seu
seu Redentor
Redentor
ecc Santificador.
Sanificador. AA honra
honra que que sc se presta
presta aos santos não
aos santos não éé subtraída
subtraída
aa Deus.
Deus. Ao contrário,
Ao contrário, éé uma uma honra
honra que lhe tributamos
que lhe tributamos de dc uma
um a
mancira
maneira que que Ele Ele mesmo
mesmo pediu pediu ee deseja,
deseja. Vale Vale aa penapena recordar
recordar que, que,
ao honrarmos os
ao honrarmos os sanu^s,
santos. honramos
honramos também também muitos seres queridos
muitos seres queridos
que já
quo já sesc acham
acham com com Deus Deus na na glória.
glória. Não Não só só os canonizados. m
os canonizados, masas
cada aima
cada alma que que está está no no céu
ccu cé um um santo.
santo. Por Por esta
esta razão,
razão, alémalém das das
festas especiais
fcsias especiais dedicadas
dedicadas aa alguns alguns dos dos santos canonizados, aa Igreja
santos canonizados, Igreja
dedica
dedica um um dia dia do do ano ano aa honrar
honrar todatoda aa Igreja triunfante; éé aa festa
Igreja triunfante; festa
de Todos os Santos. no dia primeiro de
de Todos os Santos, no dia primeiro de novembro.
136 A COMUNHÃO DOS SANTOS

Como membros da
Como membros da comunhão
comunhão dos
dos santos, nós que
santos, nós ainda esta­
que ainda esta-
mosos na
m ferra devemos
na terra devemos orar,orar, além
além disso, pelas benditas
disso, pelas benditas alm almasas dodo pur-
pur­
gatório.
gatório. Agora,Agora, elaselas não
não podem ajudar-se: seu
podem ajudar-se; seu tempo
tempo de de merecer
merecer
passou.
passou. Mas nós, sim, podemos fazê-lo, pedindo para elas oo favor
M as nós, sim, podem os fazê-lo, pedindo para elas favor
de
de Deus. Podemos aliviar
Deus. Podemos aliviar seus
seus sofrimentos
sofrimentos ee abreviarabreviar seu seu tempo
tempo
de espera
dc espera do do céu
céu comcom as as nossas
nossas orações,
orações, com com as as M Missas
issas que ofere-
que ofere­
cemos ou fazemos oferecer por elas, com as indulgências que para
cemos ou fazemos oferecer por elas, com as indulgências que para
elas ganhamos
elas ganhamos (todas (todas as indulgências concedidas
as indulgências concedidas pela pela Igreja
Igreja podem
podem
ser aplicadas
ser aplicadas às às alm
almasas dodo purgatório,
purgatório, se se asas oferecemos
oferecemos por essa in­
por essa in-
tenção). Não sabemos se as almas do purgatório podem interceder
tenção). N ão sabem os se as alm as do purgatório podem interceder
por nós
por nós ou não, m
ou não, masas sabem
sabemosos que, quando estiverem
que, quando estiverem entreentre osos santos
santos
do céu,
do céu, recordar-se-ão
recordar-se-ão certamente daqueles que
certamente daqueles que se se lembraram
lembraram delas delas
em suas
em suas necessidades,
necessidades, ee serão serão suas
suas especiais
especiais intercessoras
intercessoras diantediante de de
Deus.
Deus,
EÉ evidente
evidente que que os os queque estamos
estam os ainda
ainda na terra devemos
na terra devemos rezar rezar
também uns
também uns pelos
pelos outros,
outros, se se quisermos
quisermos ser ser fiéis
fiéis àà nossa
nossa obrigação
obrigação
de membros da comunhão dos santos.
de membros da comunhão dos santos. [Devemos ter uns pelos
Etevemos ter uns pelos ou­ou-
tros
tros um um sincero
sincero amoramor sobrenatural,
sobrenatural, praticar
praticar aa virtude
virtude da da caridade
caridade
fraterna por
fraterna pensamentos, palavras
por pensamentos, palavras ee obras,
obras, especialmente mediante
especialmente mediante
o exercício
o exercício das das obras
obras de de misericórdia
misericórdia corporais
corporais ee espirituais.
espirituais. Se Se que­
que-
remos assegurar aa nossa
remos assegurar nossa permanente
permanente participação
participação na na comunhão
comunhão dos dos
santos, não
santos, não podemos
podemos menosprezar
m enosprezar aa nossa nossa responsabilidade
responsabilidade neste neste
campo.
CapítuLo XIV

AA RESS r U R EIÇÃO
R K S S URRE DA C
T C À O DA CARNE À
A R X K EK A
VIDA
VIDA K T K R XAA
ETERN

OO FIM
FIM DO
DO MUNDO
MUNDO

Vivemos
Vivemos ee lutamoslutamos durante poucos ou
durante poucos ou muitos
muitos anos,
anos, ee depois
depois
morremos.
morremos. Bem sabemos
Bem sabem os que que esta
esta vida
vida éé um um tempo
tempo de prova €e
de prova
de luta; é o campo de provas da eternidade.
de luta; é o cam po de provas da eternidade. A felicidade do
A felicidade do céu
céu
consiste essencialmente na
consiste essencialmente na plenitude
plenitude do do amor.
amor. Se não
Se não entrarmos
entrarmos na na
eternidade
eternidade com com amoramor aa DeusDeus em em nosso
nosso coração, seremos absoluta-
coração, seremos absoluta­
mente incapazes de
mente incapazes de gozar
gozar da felicidade da
da felicidade da glória.
glória. A A nossa
nossa vida
vida aqui
aqui
em
em baixo
baixo éé o o tempo
tempo queque Deus
Deus nosnos dádá para
para adquirirmos
adquirirmos ee provarmos
provarmos
oo amor
amor que que lhe guardamosos em
lhe guardam em nosso
nosso coração,
coração, am amoror que devemos
que devemos
provar ser
provar ser maior
maior queque oo amor
amor porpor qualquer
qualquer dos dos bens
bens por
por Ele criados,
Ele criados,
como o prazer, a riqueza, a fama ou os amigos.
como o prazer, a riqueza, a fam a ou os amigos. Devemos provar
Devemos provar
que
que o o nosso
nosso amor
amor resiste
resiste àà investida
investida dos
dos males
males criados
criados pelo homem.
pelo homem,
como aa pobreza,
como pobreza, aa dor,
dor, aa humilhação
humilhação ou ou aa injustiça.
injustiça. Quer
Quer estejamos
estejamos
numa
numa posição alta ou
posição alta ou baixa,
baixa, em
em qualquer momento devemos
qualquer momento devemos dizer:
dizer;
““Meu Deus, eu te amo”, e prová-lo com as nossas obras.
Meu Deus, eu te am o” , e prová-lo com as nossas obras. Para
Para
alguns, oo caminho
alguns, caminho seráserá curto;
curto; para
para outros,
outros, longo.
longo. Para uns,
Para uns, suave:
suave;
para outros, abrupto.
para outros, abrupto. Masas acabará
M acabará para todos.
para todos. Todos
T odos morreremos.
morreremos.

AA morte
morte éé aa separação
separação dada alma
alma ee do corpo. Pelo
do corpo. Pelo desgaste
desgaste da da
velhice ou
velhice ou da
da doença,
doença, por
por acidente,
acidente, oo corpo
corpo decai,
decai, ee chega
chega umum mo-m o­
mento
mento em em que
que aa alm
almaa não
não mais
mais podc
pode operar
operar porpor seu
seu intermédio.
intermédio.
Então abandona-o, ee dizemos
Então abandona-o, dizemos que tal pessoa
que tal morreu.
pessoa morreu. Raras
R aras vezes
vezes
se pode determinar
se pode determinar oo instante
instante exato
exato em
em que isso ocorre.
que isso ocorre. O O coração
coração
pode cessar de
pode cessar de bater,
bater, aa respiração
respiração parar,
parar, mmasas aa alm
almaa pode
pode ainda
aind:
estar presente.
estar presente. que se
o que
ÉÊ o se demonstra pelo fato
demonstra pelo algumasas vezes
de algum
fato dc veze.s
pessoas
pessoas mortas reviverem
aparentemente mortas
aparentemente pela respiração
reviverem pela artifi-
respiração artifi­
cial ou por outros meios.
cial ou por outros meios. Se
Se a
a alma
alma não
não estivesse
estivesse presente,
presente, seria
seria
reviver.
impossível reviver.
impossível Isto permite
Isto Igreja autorize
que aa Igreja
permite que autorize os sacer-
seus sacer-
os seus
1 A RESSURREIÇÃO DA CARNE

dotes aa dar
cloics absolvição ec aa unção
dar aa absolvição unção dos dos enfermos condicionais até
enfermos condicionais até
duas horas
tliias horas depois
depois da da morte
morte aparente.
aparente, para para oo caso caso dedc aa alma ainda
alma ainda
estar presente.
estar presente, No entanto, uma vez que o sangue começa a coa-
No entanto, uma vez que o sangue começa a coa­
cular evc aparece
gular aparece Oo rigor rigor mortis,
mortis, sabemos
sabemos com com certeza
certeza queque aa alma alma
deixou Oo corpo.
deixou corpo.
EE oo que acontece então?
que acontece então? No exato
No exato momento
momento em em que que aa alma alma
abandona o
abandona o corpo,
corpo. éé julgada
julgada por por Deus.
Deus. Quando Quando os que estão
os que estão junto
junto
ao detto
ao Icilo do do defunto
defunto sc se ocupam
ocupam ainda ainda de de fechar
fechar seus seus olhos
olhos ec cruzar-
cruzar-
lhe
-Ihc as as m mãos,
ãos, aa almaalma já já foi
foi julgada;
julgada; já já sabe
sabe qualqual vai ser oo seu
vai ser des-
seu des­
tino clerno. O
tino cicrno. O juizo
juízo individual
individual da da alma
alma imediatamente
imediatamente após após aa mortemorte
chama-se .fuízo
chama-sc Juízo Particular.
Particular. É um
É um momcnlo
momento terrivel para todos,
terrível para todos, o o
momento para
momento para o o qual
qual fomos
fomos vivendo
vivendo todos todos estes anos na
estes anos na terra,
terra, oo
momento
mojnenlo para para o o qual
qual toda toda aa vidavida esteve
esteve orientada.
orientada. ÉÉ oo diadia da da
retribuição
retribuição para todos.
para todos.
Onde éc que
Onde ^jue temIcm lugar
lugar esseesse Juízo
Juízo Particular?
Particular? Provavelmente no
Provavelmente no
mesmo
nicsino local local cm cin que morremos, para
que morremos, para falarfalar humanamente.
humanamente. Depois
Depois
desta
dcsla vida.vida, não não há há ““espaço”
espaço” ou ou ““lugar”
lugar” no no sentido
sentido ordinário
ordinário destasdestas
palavras.
palavras. AA alma alma não não tem tem queque ““ir”ir” aa nenhum
nenhum lugar para ser
lugar para ser julgada.
julgada.
Quanto
Quanto àà forma form a em em queque se se realiza
realiza este Juízo Particular,
este Juízo Particular, só só podemos
podemos
ezcr conjeturas:
fazer conjeturas: aa única única coisacoisa que que DeusDeus nos nos revelou
revelou éé que que haverá
haverá
Juízo Particular.
Juízo Particular. Sua descrição como um juízo terreno, cm que
Sua descrição como um juízo terreno, cm que aa
ulma
alma se se acha
acha de de pé pé anteante oo tronotrono de de Deus,
Deus, com com oo diabo
diabo dc de um um
lado
lado comocomo acusador
acusador cc oo anjo anjo da da guarda
guarda do do outro
outro como
como defensor,
defensor,
não cé senão
não senão uma uma imagem
imagem poética,poética, éc claro.
claro. Os Os teólogos
teólogos conjeturam
conjeturam
que provavelmente oo que
que provavelmente que ocorre
ocorre éé que que aa alma alma se se vc
vê como
como Deus Deus aa
vê,
vê, emem estado
estado de graça ou
de graça ou em em pecado,
pecado, com com amor amor aa DeusDeus ou ou rejei­
rejei-
tando-o,
tando-o, e, e, consequentemente,
consequentemente, sabe sabe qual qual seráserá o o seu
scu destino
destino segundo
segundo
aa infinita
infinita justiça divina.
justiça divina. Este destino é irrevogável.
E ste destino é irrevogável. O tempo de
O tempo de
prova ee de
prova de preparação
preparação terminou. terminou. A misericórdia
A misericórdia divina divina fez fez tudotudo
quanto
quanto podia;podia; agora prevalece aa justiça
agora prevalece justiça de de Deus.
Deus.

E que
E que acontece depois?
acontece depois? Bem,
Bem, consideremos primeiro oo caso
consideremos primeiro caso
mais desagradável.
mais desagradável. Vejamos a sorte da alma que se escolheu aa si
V ejam os a sorte da alma que se escolheu si
mesma em
mesma vez de
cm vez escolher Deus,
de escolher Deus, éc morreu
morreu semsem se reconciliar com
se reconciliar com
Ele;
Ele; porpor outras palavras, aa sorte
outras palavras, sorte dada alma
alma queque morre
morre cm cm pecado
pecado
mortal.
mortal. Tendo-se afastado
Tcndo-se afastado deliberadamente
deliberadamente de de Deus nesta vida,
Deus nesta ten-
vida, ten­
do morrido sem o vínculo de união com Ele que é a graça santi-
do morrido sem o vínculo de união com Ele que é a graça santi­
ficante, fica
ficante, fica sem
sem possibilidade
possibilidade de de restabelecer
restabelecer aa comunicação
comunicação com com
Deus. Perdeu-o
Deus. Perdeu-o parapara sempre.
sempre. E Está
stá no inferno.
no inferno. Para esta
Para esta alma,
alma,
morte. juízo e condenação são simultâneos.
niorlc. juízo e condenação são simultâneos.
Com o éé o
Como inferno?
o inferno? Ninguém oo sabe
Ninguém com certeza,
sabo com porque nin-
certeza, porque nin­
guém de
guém de lálá voltou para no-lo
voltou para contar.
no-lo contar. Sabem que há
Sabemosos que nele fogo
há nele fogo
inextinguível,
incxtinguível, porqueporque Jesus no-lo disse.
Jesu s no-lo disse. Sabemos
Sabemos também
também que não
que não
éc oo fogo
fogo que vemos eni
que vemos caldeiras: esse
fornos ee caldeiras:
nossos fornos
em nossos fogo não
esse fogo não
O FIM DO MUNDO 139

poderia afetar uma


poderia afelar unia alma,
alma, porque
porque éé espírito.
espírito. Tudo
Tudo o o que
que sabemos
sabemos
cé que
que no no inferno
inferno há uma ““pena
há uma pena de de sentido”,
sentido” , segundo
segundo aa expressão
expressão
dos teólogos,
dos teólogos. ee que que tem
tem tal natureza que
tal natureza que não
não ha há melhor
melhor mancira
maneira de de
descrevé-la
descrevc-la em em linguagem
linguagem humana humana que que com a palavra “fogo”
com a palavra “ fogo”
Mas
M as oo mais importante não
m ais importante não éé aa ““pena
pena dede sentido”
sentido”. , mas
m as aa ““pena
pena
de dano”
uc dano” ÉÉ esta esta pena
pena — — separação
separação eterna
eterna de Deus —
de Deus — aa queque cons-
cons­
titui O pior sofrimento
titui o pior sofrimento do do inferno.
inferno. Imagino
Imagino que, dentro do
que, dentro âmbito
do âmbito
das verdades
das verdades reveladas,
reveladas, todotodo mundomundo imagina
imagina o o inferno
inferno aa seu seu modo.
modo.
Para
Para mim. mim, oo que
que m mais
ais me
me abala abala quando
quando pensopenso nelenele éé aa sua terrível
sua terrível
solidão.
solidão. Vejo-me de pé, despido c só, numa solidão imensa, cheia
Vejo-me dc pé, despido c só, numa solidão imensa, cheia
exclusivamente
exclusivamente dc dc ódio, ódio aa Deus
ódio, ódio Deus ee aa mim mesmo, desejando
mim mesmo, desejando
morrer
morrer ee sabendo
sabendo que que éé impossível,
impossível, sabendo também que
sabendo também que este
este éé oo
destino
destino que que eueu escolhi livremente aa troco
escolhi livremente troco dede um um prato
prato de de lentilhas,
lentilhas,
ouvindo
ouvindo continuamente,
continuamente, cheia cheia dc de escárnio,
escárnio, aa voz voz da da minha própria
minha própria
consciência:
consciência; “E para sempre.
“ É para sempre. sem descanso.
sem descanso. sem
sem alívio
alívio para
para
sempre
sempre para sempre
para sempre |”” MasM as não
não existem palavras ou
existem palavras ou pincel
pincel que
que
possam
possam descrever
descrever o o horror
horror do inferno na
do inferno na sua
sua realidade.
realidade. Dele
Dele nosnos
livre
livre Deus
Deus aa todos.
todos.

Certamente,
Certamente, há muito poucos
há muito poucos tãotão otimistas que esperem
otimistas que esperem queque oo
Juizo Particular
.Iiiízo Particular os
os apanhe
apanhe livres
livres de todo vestígio
de todo de pecado,
vestígio dc pecado, oo queque
significaria estarem limpos não só de pecados mortais, mas também
significaria estarem limpos não só de pecados mortais, m as também
de toda
de toda pena
pena temporal
temporal ainda por satisfazer,
ainda por de toda
satisfazer, de toda dívida
dívida dede repa-
repa­
ração ainda não
ração ainda não paga
paga aa Deus
Deus pelos pecados perdoados.
pelos pecados perdoados. Custa-nos
Custa-nos
pensar
pensar queque possamos morrer com
possam os morrer com aa alma
alma imaculadamente
imaculadamente pura, e, não
pura, e, não
obstante.
obstante, não não há razão que
há razão que nosnos impeça
impeça de de confiar nisso, pois
confiar nisso, pois foi foi
para isso
para isso que
que sese instituiu
instituiu oo sacramento
sacramento da da Extrema
Extrem a Unção:
Unção: limpar
limpar aa
alma das
alma das relíquias
relíquias do do pecado;
pecado; éé parapara isso
isso que
que se se concedem
concedem as indul-
as indul­
géncias, especialmente
gências, especialmente aa plenária
plenária parapara oo momento
momento da da morte.
morte, que que aa
[ereja concede
igreja concede aosaos moribundos
moribundos com com aa Última
Ultima Benção.
Benção.
Suponhamos que
Suponhamos morremos assim:
que morremos confortados pelos
assim : confortados pclos últimos
últimos sa- sa ­
cramentos ee com
cramcnlos com uma urna indulgência
indulgência plenária
plenária bem bem ganha
ganha no no momento
momento
da morte.
da morte. Suponhamos
Suponham os que que morremos
morremos sem sem aa menor mancha nem
menor mancha nem
vestígio
vestígio dede pecado
pecado cm em nossa
nossa alma.
alma. OO que que nosnos espera?
espera? Se for assim,
Se for assim,
aa morte, que oo instinto
morte, que Instinto de conservação nos
dc conservação nos fazfaz parecer
parecer tão temível,
tão temível,
scrá
será oo momento
momento da da nossa
nossa mais
m ais brilhante
brilhante vitória.
vitória. Enquanto
Enquanto oo corpo corpo
resistirá
resistirá aa desatar
desatar o o vínculo
vínculo que
que o o une
une aoao espírito
espirito queque lhe
lhe deu
deu aa vidavida
ecv aa dignidade,
dignidade, o o juízo
juízo da almaa será
da alm será aa imediata
imediata visão visão de Deus.
de Deus.
“Visão
“ Visão beatifica”
beatífica” cé oo gélido
gélido termo
termo teológico
teológico que designa aa res-
que designa res­
plandecente realidade
plandecente realidade queque significa,
significa. uma realidade que
uma realidade ultrapassa qual­
que ultrapassa qual-
quer imaginação ou
quer imaginação ou descrição humana.
descrição humana. Não
N ão éé apenas
apenas uma uma “visão”
“ visão”
no sentido
no sentido dede “ver”
“ ver” aa Deus;
Deus; designa também aa nossa
designa também nossa união com Ele:
união com Ele:
Deus
Deus que que torna
toma posse
posse da da alma,
alma, ee aa aima
alma que que possui
possui aa Deus.
Deus. numanuma
unidade
unidade tãotão inteiramente arrebatadora que
inteiramente arrebatadora que supera
supera sem sem medida
medida aa do
140 A RESSURREIÇÃO DA CARNE

amor humano
amor humano mais perferto.
mais perfeito. Enquanto aa alma
Enquanto alma "entra”
“entra” no no céu,
céu, o O
impacto
impacto do Amor Infinito
do Amor Infinito que cjue éé Deus
Deus éé uma uma sacudidela
sacudidela tão lão forte
forte
que aniquilarnia a alma se o próprio Deus não lhe desse à força
que aniquilaria a alma se o próprio Deus não Ihc desse a força
necessária
necessária para suster oo peso
para suster da felicidade
pe.so da felicidade que que cé Ele.
Ele. Se Se fóssemos
fôssemos
capazes
capazes de afastar por
de afastar por um instante oo nosso
um instante nosso pensamento
pensamento de de Deus,
Deus,
os sofrimentos e as provas da terra nos pareceriam insignificantes; o
O.S sofrimentos e as provas da terra nos pareceriam insignificantes; O
preço
preço pagopago por por essa felicidade arrebatadora.
essa felicidade deslumbrante, imesgo-
arrebatadora, deslumbrante, inesgo­
tável, infinita,
tável, infinita, queque ridiculo
ridículo nos nos pareceria!
pareceria! É. além
É. além disso.
disso, umauma feli­
feli-
cidade
cidade que nada poderá
que nada arrebatar-nos.
poderá arrebatar-nos. EÉ um
um instante
instante de de ventura
ventura
absoluta, que
absoluta, que jamais terminará.
jam ais terminará. EH aa felicidade
felicidade parapara sempre:
sempre: assimassim
éé aa essência
essência da da glória
glória eterna.
eterna.
Haverá também
Haverá também outras outras alegrias. outros gozos
alegrias, outros gozos acidentais
acidentais que que se se
derramarão sobre nós. Teremos a ventura de gozar da presença do
derram arão sobre nós. le re m o s a ventura de gozar da presença do
nosso glorificado Redentor
nosso glorificado Redentor Jesus Cristo ee de
Jesu s Cristo de nos.sa
nossa MãeMãe Santa
Santa Maria,
Maria,
cujo doce
cujo doce amoramor tantotanto admadmiramos
iram os àà distância.
distância. Teremos
Teremos aa dita dita de de
ver-nos em companhia dos anjos e dos santos, entre os quais estarão
ver-nos em companhia dos anjo.s e do.s santos, entre os quais estarão
membros
membros da nossa familia
da nossa família evc amigos
amigos quc que nos nos precederam
precederam na na gUSria.
glória.
Mas
M as estes
estes gozos
gozos serão como oo tilintar
serão como tilintar dcdc umas
umas cam campainhas
painhas ante ante aa sin-
sin­
fonia esmagadora
fonia esmagadora que será oo am
que será amoror de Deus derramando-se
de Deus derramando-se .sobre sobre nós.nós.

Masas oo que
M acontecerá se.
que acontecerá se. aoao morrermos,
morrermos, oo Juízo Juizo Particular
Particular não não
nos encontrar separados
nos encontrar .separados dc de Deus
Deus pelo pelo pecado
pecado mortal,
mortal, m masas também
também
não com
não com aa perfeita
perfeita pureza
pureza de de alma
alma que que aà união
união comcom oo Santo Santo dos dos
santos requer?
santos requer? O mais provavel é que seja este o nosso caso, se
O mais provável é que seja este o nosso caso, se
nos conformamos
nos conformamos com com um um nivel
nível espiritual
espiritual mediocre: calculistas na
medíocre: calculistas na
oração, pouco
oração, pouco generosos
genero.sos na na mortificação,
mortificação, em em barganhas
barganhas com com oo mun- mun­
do.
do. Nossos pecados mortais. sc os cometemos. Toram perdoados
N ossos pecado.s mortais, .sc os cometemos, foram perdoados
pelo sacramento da
pelo .sacramento da Penitência
Penitência (não dizemos no
(não dizemos no Simbolo
Símbolo dos dos A Após-
pós­
tolos: creio
tolos; creio na na remissão
remissão dos dos pecad
pecados?); os?); masmas se se aa nossa religião foi
nossa religião foi
cômoda, não
cômoda, não será mais lógico
será mais USeico que,que. no no último
último momento.
momento, não não sejamos
sejamos
capazes de fazer cssc perfeito e desintcressado ato de amor aa Deus
capazes de fazer esse perfeito e desinteressado ato de amor Deus
que
que aa indulgência
indulgência plenária exige?
plenária exige? EE cis-nos
cisnos no no Juizo:
Juízo: não não merece-
merece­
mos oo céu
mos céu nemnem o o inferno:
inferno: queque seráserá de nós?
dc nós?
Aqui se
Aqui se põe
põe de de manifesto
manifesto como como éé razoável
rí^zoável aa doutrina
doutrina sobre sobre o o
purgatório.
purgatório. Mesmo que
Mesmo esta doutrina
que esta doutrina «o tivesse sido
;..iO tivesse sido transmitida
transmitida
pela Tradição
pela Tradição desdedesde Cristo
Cristo ee os Apóstolos, aa simples
os Apóstolos, simples razão
razão nos nos diria
diria
que deve
que deve haver
havcr um processo dc
um processo de purificação
purificação final final que
quc lavelave alé alé aa
menor imperfeição
menor imperfeição quc que sese interponha
interponha entre entre àa almaalma cc Deus.
Deus. Essa
E ssa éé
aa função
função do do estado
estado dc de sofrimento
sofrimento temporário
temporário quc que chamamos
cham am os purga- purga­
tório.
tório. No purgatório.
No purgatório, como como no no inferno,
inferno. há há uma
uma ““pena
pena de de .sentido”
sentido”, ,
mas,
m assim como
as, assim como o o sofrimento
sofrimento essencialessencial do do inferno
inferno éé aa perpétua
perpétua
separação de
separação de Deus.
Deus, o o sofrimento
sofrimento essencialessencial do do purgatório
purgatório será será aa pe-pe-
nosissima agonia
nosíssima agonia que que aa alma
alma tem tem queque sofrer
.sofrer aoao ver adiada. mesmo
ver adiada, mesmo por por
um instante,
um instante, aa sua sua união
união comcom Devs. Deus. Re-crdemos
Recordemos que que aa almaalma foi
O FIM DO MUNDO 141

reita para
jeiía para Deus,
Deus. Como
Com o o o vorpo
eorpo atuaatua nesta nesta vida. digamos assim,
vida, digamos assim,
como tsolante
como isolantc da da alma,
alma, estaesta nãonão sente
sente aa tremenda
tremenda atração
atração de Deus.
de Deus.
Alguns santos a experimentam ligeiramente. mas a maioria de nós
Alguns santos a experimentam ligeiramente, m as a maioria de nós
não
não aa sente
sente ou ou sente-a pouco, Não
sente-a pouco. obstante, no
Não obstante, no momento
momento em em que que aa
alma
alma abandona
abandona o o corpo,
corpo, encontra-se
encontra-se expostaexposta àà força força plena
plena deste deste
impulso, ec experimenta
impulso, experimenta uma uma fome fome tão intensa de
tão intensa de Deus
Deus que que se lança
se lança
contra
contra aa barreira
barreira de suas imperfeições
de suas imperfeições ainda atnda presentes,
presentes, até até que.
que. com com
ua agonia
agonia da da separação.
separação, purga purga as imperfeições. quebra
as imperfeições, quebra aa barreira
barreira ee
encontra-se com Deus.
encontra-se eom Deus.
£E consolador
consolador recordar
recordar que que oo sofrimento
sofrimento das das alm
almasas do
do purgatório
purgatório
éé um
um sofrimento
sofrimento gozoso,.
gozoso. aindaainda que que seja
.seja tãotão intenso
intenso queque nãonão possa­
possa-
mos imaginá-lo
mos imaginá-lo deste dcslc lado
lado do do Juizo.
Juizo. AA grande grande diferença
diferença que que existe
existe
entre
entre oo sofrimento
sofrimento do inferno ee o
do inferno o dodo purgatório
purgatório éé que que no no inferno
inferno
há aa certeza
há certeza da da separação
separação eterna eterna ee no no purgauxio
purgatório aa certeza
certeza da da liber-
liber­
tação.
tação, A alma
A alma do do purgatório
purgatório não quer aparceer
não quer diante de
aparecer diante de Deus
Deus no no
seu estado
seu estado de de imperfeição,
imperfeição, mas, mas, na sua agonia,
na sua agonia, tem tem aa felicidade
felicidade de de
saber que
saber que no no fim
fim sese reunirá
reunirá aa Ele. Ele.
ÉE evidente
evidente que que ninguém
ninguém sabe sabe quanto
quanto ““tempo”tempo” duradura oo purgatório
purgatório
para uma
para uma alma.alma. Pus Pus aa palavra
palavra tempotempo entre entre aspas porque, embora
aspas porque, embora
haja duração depois da morte, não há “tempo” no sentido em que
haja duração depois da morte, não há “ tempo” no sentido em que
oo conhecemos:
conhecemos: não não há dias ou
há dias noites, horas
ou noites, horas ou minutos.
ou minutos. No entanto,
No entanto,
se medirmos oo purgatório
se medirmos purgatório quer quer por por duração
duração ou ou por
por intensidade
intensidade (um (um
instante de
instante de tortura
tortura podepode ser ser pior
pior que
que um um ano ano dede ligeiros
ligeiros incômodos),
incômodos),
oo certo
certo éé que que aa almaalma do do purgatório
purgatório não não pode pode diminuir
diminuir ou ou encur-
encur­
tar os
tar os seus
seus sofrimentos.
sofrimentos. Nós, os
Nós, os queque ainda
ainda vivemos
vivemos na terra, sim,
na terra, sim,
podemos ajudar
podemos ajudar essasessas almas,
almas, pela pela misericórdia
misericórdia divina; divina; aa frequência
frequência
cc aa intensidade
Intensidade da nossa oração, seja por uma determinada alma
da nossa oração, seja por uma determinada alma ou ou
por todos
por todos os os fiéis defuntos, nos
fiéis defuntos, nos dará
dará aa medida
medida do nosso amor.
do nosso amor.

Se de
Se de alguma
alguma coisacoisa estamos certos, éé de
estamos certos, de desconhecer
desconhecer quando quando
acabará oo mundo.
acabará mundo. Poderá
Poderá serser amanhã
amanhã ou ou dentro
dentro de um milhão
de um milhão de de
anos. O próprio Jesus. segundo lemos no capítulo XXIV do Evan- ­
anos. O próprio Jesus, segundo lemos no capítulo X X IV do E van
gelho de
gelho de São
São Mateus,
M ateus, descreveu
descreveu alguns
alguns dos prodígios que
dos prodígios que precederão
precederão
o fim
o fira dodo mundo.
mundo. Haverá Haverá guerras,
guerras, fomefome ee pestes:
pestes: virá
virá oo reino
reino dodo
Anticrislo;
Anticristo: o o sol
sol ee aa lua
lua se
se obscurecerão
obscurecerão ee as as estrelas cairão do
estrelas cairão do céu;
céu;
aparecerá aa cruz
aparecerá cruz no firmamento.
no firmamento. Só
Só depois
depois destes acontecimentos
destes acontecimentos
“veremos
"veremos oo FilhoFilho do do Homem
Homem vir sobre as
vir sobre as nuvens
nuvens do do céu com grande
céu com grande
poder cc majestade”
poder majestade” (M (Mt t 24,
24. 30).
30). Mas tudo isto
Mas tudo isto nos
nos diz
diz bem
bem pouco;
pouco;
ii houve guerras e pestes.
jú houve guerras e pestes. À dominação
A dominação comunista
comunista facilmente
facilmente po-o ­
p
deria -ser
deria ser oo reino
reino dodo Anticristo,
Anticristo, ee os os espetáculos celestiais poderiam
espetáculos celestiais poderiam
acontecer cm
acontecer em qualquer
qualquer momento.
momento. Por outro lado.
Por outro lado. as zuerras. as
as guerras, us
tomes ece as
lonics as pestes
pestes queque oo mundo conheceu poderão
mundo conheceu poderão não ser nada
não ser nada «3
comparação com
comparação com as as que precederão oo final
que precederão final do mundo.
do mundo. Não oo sa
Não sa- ­
hemos.
bemos. Só ,S() podemos
pi\lenu>s prenarar-nos.
preparar-nos.
142 A RESSURREIÇÃO DA CARNE

Durante séculos,
Durante séculos, o o capitulo
capitulo X XXX do do Apocalipse
Apocalipse de de São
São João
João (Li-(L i­
vro
vro da da Revelação
Revelação para para os os protestantes)
protestantes) foi foi para
para os os estudiosos
estudiosos da da
Bíblia
Bíblia uma uma fontefonte de material fascinante.
de material fascinante. Nele, São
Nele, São João
Jo ã o descreve
descreve
uma
uma visão profética ee nos
visão profética nos diz que oo diabo
diz que diabo seráserá acorrentado
acorrentado ee ficará ficará
preso durante mil anos, e que nesse tempo os mortos ressuscitarão cc
preso durante mil anos, e que nesse tempo os mortos ressuscitarão
reinarão
reinarão com com Cristo;
Cristo; aoao fimfim desses mil anos,
desses mil anos, oo diabo diabo será solto ee
será solto
definitivamente
definitivamente vencido; então virá
vencido; então virá aa segunda
segunda ressurreição.
ressurreição. Alguns, Alguns,
como as
como as Testemunhas
lIestemunhas de Jehová. interpretam
de Jehová, interpretam esta esta passagem literal-
passagem literal­
mente,
mente, o0 que que éé um um modo
modo sempre perigoso de
sempre perigoso de interpretar
interpretar as as imagens
imagens
que tanto abundam
que tanto abundam no no estilo
estilo profético.
profético. Os Os queque tomam
tomam esta passagem
esta passagem
literalmente
literalmente ee pensam pensam que que JesuJesuss virá
virá reinar
reinar na na terra
terra durante
durante mil mil
anos
anos antesantes do do fim
fim dodo mundo, chamam-se ““milenaristas”,
mundo, chamam-se milenaristas” , do do latim
latim
“millenium”,
“ millenium” , que que significa
significa “mil “ mil anos”
anos” Esta
E sta interpretação,
interpretação, no no en­ en-
tanto,
tanto, não não se se harmoniza
harmoniza com com as as profecias
profecias dc de Cristo,
Cristo, ee oo milenarismo
niilenarismo
éé rejeitado
rejeitado pela pela Igreja
Igreja Católica
Católica como como herético.
herético.
Alguns exegetas católicos
Alguns exegetas católicos achamacham que que “mil anos” éé um
“ mil anos” um modomodo de de
falar
falar que indica um
que indica longo período
um longo anterior ao
período anterior ao fim
fim do do mundo.
mundo, em em queque
aa Igreja
Igreja gozará de grande paz e Cristo reinará nas almas dos homens.
gozará de grande paz e Cristo reinará nas alm as dos homens,
Masas aa interpretação
M interpretação m mais comum dos
ais comum dos peritos
peritos biblicos
bíblicos católicos
católicos éé que que
esse milênio
esse milênio representa
representa lodo todo o o tempo
tempo que que se se segue
segue ao nascimento
ao nascimento
de Cristo,
de Cristo, em em queque Satanas
Satanás foi foi certamente
certamente acorrentado.
acorrentado. Os Os justos
justos queque
tenham
tenham vividovivido nesse
nesse tempo
tempo terãoterão umauma primeira
primeira ressurreição,
ressurreição, reinarão
reinarão
com
com Cristo enquanto permanccerem
Cristo enquanto permanecerem em em estado
estado dc dc graça,
graça, ce terão
terão umauma
segunda
segunda ressurreição
ressurreição no no fimfim do mundo.
do mundo. Paralclamente, aa primeira
Paralelamente, primeira
morte
morte éé o o pecado,
pecado, ee aa segunda
segunda éé oo inferno.
Inferno,

Detivemo-nos
Detivemo-nos neste neste breve
breve comentário
comentário sobresobre oo milênio porque éé
milênio porque
um ponto que poderá surgir em nossas conversas com amigos não
um ponto que poderá surgir em nossas conversas com amigos não
católicos.
católicos. Mas
M as têm mais interesse
têm mais interesse prático
prático as as coisas
coisas que conhecemos
que conhecemos
com
com certezu
certeza sobre
sobre oo fim fim do do mundo.
mundo. Uma delas éé que,
Uma delas que. quando
quando aa
história dos homens acabar, os corpos dec todos os que viveram sc
história dos homens acabar, os corpos dc todos os que viveram se
levantarão
levantarão dos mortos para
dos mortos unir-se novamente
para unir-se novamente às às suas almas. JJáá qiic
suas almas. que
foi
foi oo homem
homem completo,
completo, corpo corpo ce alma.
alma, quem amou aa Deus
qucrn amou Deus cc o o serviu,
serviu,
mesmo
mesmo àà custacusta de de dor
dor ee de sacrifício, éé justo
de sacrifício, que seja
justo que seja oo homem
homem
completo,
completo, almaalma ee corpo,
corpo, quemquem gozegoze da união eterna
da união eterna com com Deus,
Deus, queque
recompensa do
éé aa recompensa do amor.
amor. E que éé oo homem
E jájá que completo quem
homem completo quem
rejeita Deus ao
rejeita aa Deus ao morrer
morrer em impcnitente, éé justo
pecado, impenitente,
em pecado, justo que
que o o corpo
corpo
partilhe com a alma a separação eterna de
partilhe com a alma a separação eterna de Deus,
Deus, que
que todo
lodo o
o homem
homem
escolheu.
escolheu. Nosso corpo
Nosso ressuscitado será
corpo ressuscitado constituído de
será constituído dc tal maneira
tal maneira
que ficará
que ficará livre
livre das
das limitações físicas que
limitações físicas que o caracterizam neste
o caracterizam mundo.
neste mundo.
Já não mais necessitará de alimento ou bebida,
Já não mais necessitará de alimento ou bebida, e.
e, de
de certo
certo modo,
modo,
espiritualizado” | Além
será ““espiritualizado”
será Além disso,
disso, o corpo dos
o corpo bem-aventurados será
dos Ixm-avcnturados será
“glorificado”; possuirá uma
“ glorificado” ; possuirá uma beleza perfeição que
beleza ee perfeição que será participação
será participação
na beleza
na perfeição da
beleza ee perfeição alma unida
da alma Deus.
unida aa Deus.
O FIM DO MUNDO 143

Como o
Como o corpo
corpo da pessoa em
da pessoa em queque morou
morou aa graça
graça foi ceriamente
foi cciuimcntc
templo de Deus. a Igreja sempre mostrou uma grande reverência
templo de Deus. a Igreja sempre mostrou uma grande reverência
pelos
pclt>s corpos
corpos dos ficis defuntos:
dos fieis defuntos: scpulta-os
scpulla-os comcom orações cheias de
orações cheias dc
afeto ee reverência,
afeto reverência, cm cm túmulos
túmulos bentos especialmente para
bentos especialmente para este fim.
cslc fim.
A única pessoa dispensada da corrupção do túmulo foi a Mãe de
A única pessoa dispensada da corrupção do túmulo foi a Mãe de
Deus.
Deus. Pelo especial privitégio
Pelo especial privilégio de de sua
sua Assunção,
Assunção, oo corpo
corpo da da liein-
Bem-
aventurada Virgem M
-avcnnirada Virgem Maria,
aria, unido
unido àà sua almaa imaculada,
sua alm imaculada, joijoi glorifi-
glorifi-
cado e assunto ao céu.
cado e assunto ao céu. Scu divmo Filho. que dela tomou aà sua
Seu divino Filho, quc dela tomou sia
carne, levou-a
cariic, levou-a consigo
consigo parapara oo céu.
céu. Este
Este acontecimento
acontecimento cÉ cumemorado
comemorado
no
no dia 15 de
dia 15 de agosto
agosto — — ou ou no domingo seguinte
no domingo seguinte aa csta
esia data
data —. testa
— . festa
da Assunção de Maria.
da Assunção de M aria.

O mundo
O mundo acaba,acaba, os os mortos
mortos ressuscitam,
ressuscitam, ece depois depois vem vem o o Juízo
Juizo
Universal.
Universal. Esse Juízo verá
E sse Juízo verá Jesus
Jesus no no trono
trono da justiça divina,
da justiça que
divina, quc
substitui aa cruz,
substitui cruz, trono
trono de de sua
sua infinita
infinita misericórdia.
misericórdia. OO Juízo Juízo Final
Final não
não
oferecerá surpresas
oferecerá surpresas em relação ao
em relação ao nosso eterno destino.
nosso eterno destino. Já Já teremos
teremos
passado pelo
pa.ssado pelo Juizo Particular; aa nossa
Juízo Particular; nossa alm almaa Já já estará
estará no no céucéu ou
ou no no
inferno.
inferno. O escopo do Juízo Final é, em primeiro lugar, dar glória
O escopo do Juízo Final é, cm primeiro lugar, dar glória
aa Deus,
Deus, manifestando
manifestando aa toda toda aa humanidade
humanidade aa sua sua justiça,
justiça, sabedoria
sabedoria
ee misericórdia.
misericórdia. O O conjunto
conjunto da da vida
vida — — queque com com tantatanta frequência
frequência
nos parece
nos parece um um emaranhado
emaranhado esquema esquema de de acontecimentos
acontecimentos sem sem relação
relação
entre si,
entre si, às
às vezes
vezes duros
duros ee cruéis,
cruéis, às às vezes
vezes mesmo estúpidos ee injustos
mesmo estúpidos injustos
—— dcsenrolar-se-á
desenrolar-se-á ante ante os os nossos olhos.
nossos olhos. Veremos quc
Veremos que aa hesiltante
hesitante
parte
parte da da vida
vida que conhecemos sc
que conhecemos sc encaixa
encaixa no no magno conjunto do
magno coiijuiito do
plano magnífico
plano magnífico de de Deus
Deus parapara os os homens.
homens. Veremos Veremos que que oo poder
poder ee
aa sabedoria
sabedoria de Deus, seu
de Deus, amor ee sua
seu amor misericórdia, foram
sua misericórdia, foram sempre
sempre o o
motor
motor do do conjunto.
conjunto. ““Por Por que Deus permite
que Deus permite que isto aconteça?”
que isto aconteça?”, , quei-
quei-
xamo-nos frequentemente.
xamo-nos frequentemente. ““Por Por queque Deus
Deus faz faz isto
isto ou aquilo?”, , per-
ou aquilo?” per-
guntamo-nos.
guntamo-nos. Agora A gora conheceremos
conheceremos as respostas.
as respostas. A sentença
A sentença que que
recebemos no
recebemos no Juízo
Juízo Particular
Particular será será agora
agora confirmada
confirmada publicamente.
publicamente.
Todos os nossos pecados — e todas as nossas virtudes —
Todos os nossos pecados — e todas as nossas virtudes — serão
serão ex­ex-
postos
postos diante
diante de de todos.
todos. OO sentimental superficial que
sentimental superficial quc afirmava
afirmava “eu “ eu
não creio no
não creio no inferno”
inferno” ou ou ““Deus
Deus éé dem demasiado
asiado bom bom para para permitir
permitir
que
que umauma alma alma sofra
sofra eternamente”,
eternamente” , verá agora quc,
verá agora que, depois
depois de de tudo.
tudo,
Deus
Deus não não éé um um vovôzinho
vovôzinho complacente.
complacente. AA justiça
justiça de de Deus
Deus éé tãotão
Infinita como
infinita como aa sua sua misericórdia.
misericórdia. As A s almas
almas dos condenados, ape­
do& condenados, ape-
sar deles
sar mesmos, glorificarão
deles mesmos, glorificarão eternamente
eternamente aa justiça justiça de de Deus,
Deus, assim
assim
como as
como as alm
almasas dos
dos justos
justos glorificarão
glorificarão para sempre aa sua
para sempre sua misericórdia.
misericórdia.
Quanto
Quanto ao Evangelho de
abram os oo Evangelho
resto, abramos
ao resto, M ateus no
São Mateus
de São no capítulo
capítulo
XXXV (versículos 34,
X V (versículos 34, 36)
36) ee deixemos
deixemos que que oo próprio
próprio Jesus Jesus nosnos diga
diga
como preparar-nos para
como preparar-nos esse dia
para esse dia terrível.
terrivel.

E assim
E história da
termina aa história
assim termina da salvação do homem,
salvação do homem, essa história
essa história
que terceira Pessoa
que aa terceira Trindade, oo Espirito
Santíssima Trindade.
da Santíssima
Pessoa da Santo. es-
Espírito Santo, es­
144 A RESSURREIÇÃO DA CARNE

creveu. Com
creveu. Com oo fim
fim dodo mundo,
mundo, aa ressurreição
ressurreição dos dos mortos
mortos ee oo Juízo
Juizo
Final, acaba
Final, acaba aa obra do Espírito
obra do Espírito Santo.
Santo. Seu trabalho santificador
Seu trabalho santificador co-
co­
meçou
meçou comcom aa criação da alma
criação da alma dede A Adão.
dão. ParaPara aa Igreja,
Igreja, oo princípio
princípio
foi o dia de Pentecostes.
foi o dia de Pentecostes. Para ti e para mim, o dia do nosso batlis-
Para ti e para mim, o dia do nosso batis­
mo.
mo. Quando terminar
Quando terminar oo tempo
tempo ee só permanecer aa eternidade,
só permanecer eternidade, aa
obra do
obra Espirito Santo
do Espírito encontrará sua
Santo encontrará sua fruição
fruição na comunhão dos
na comunhão dos
santos, agora
santos, agora umum conjunto
conjunto reunido
reunido na na glória
glória sem
sem fim.
SEGUNDA
S E G U N D A PARTE
PA RTE

Os
O S MANDAMENTOS
M ANDAM ENTOS
CAPÍTULO XV

OS
OS D O IS O
DOIS ES
líAXD
GRAND L S MAND A M E TOS
M A N DAMEN NTOS

AA FÉ
FÉ P
PROVA-SE
R O V A -SE COM OBRAS
COM O BRAS

“Sim,
“ Sim, creio
crcio na democracia, creio
na democracia, creio queque um um governo
governo constitucional
constitucional
de cidadãos livres é o melhor possível”.
de cidadãos livres é o melhor possível” . Alguém que dissesse
Alguém que dissesse istoislo
c, ao
c, ao mesmo
mesmo tempo, tempo, não não votasse,
votasse, nem nem pagasse
pagasse seus seus impostos,
impostos, nem nem
respeitasse
respeitasse as as leis
leis de de seuseu pais, ficaria em
país, ficaria evidência pelas
em evidência suas pró­
pelas suas pró-
prias ações, que o condenariam como mentiroso e hipócrita.
prias ações, que o condenariam como mentiroso e hipócrita.
É igualmente
É evidente que
igualmente evidente que qualquer
qualquer pessoa pessoa que que manifeste
manifeste crei crei
nas verdades reveladas
nas verdades reveladas por Deus ee não
por Deus não se empenhe em
se empenhe em observar
observar as as
leis
leis dede Deus,
Deus, será será absolutamente
absolutamente insincero. insincero. ÉÉ muito
muito fácil
fácil dizer
dizer
““Creio”; mas as nossas obras devem ser a prova irrefutável da nossa
Creio” ; mas as nossas obras devem ser a prova irrefutável da nossa
fé.
fé. “Nem
“ Nem todo todo oo que que diz:diz: Senhor, Senhor!
Senhor, Senhor! entraráentrará no no reino
reino
dos
dos céus,
céus, m masas somente
somente aquele aquele que que faz faz aa vontade
vontade de meu Pai
de meu Pai queque
está
está nos céus” (Mt
nos céus” (M t 7, 7, 21).
21). N Nãoão se pode dize-lo
se pode dizê-lo m mais claramente: se
ais claramente: se
cremos
cremos em em Deus,
Deus, temos temos que fazer oo que
que fazer que Deus Deus nos nos pede:
pede: devemos
devemos
guardar
guardar os os scus mandamentos.
seus mandamentos.
Convençamo-nos
Convençamo-nos de de umauma vez vez de de que
que àá lei de Deus
lei de Deus não
não se se com-
com ­
põe
põe de de arbitrários
arbitrários “faça “ faça isto”
isto” ee “não faça aquilo”,
“ não faça aquilo", com com oo objetivo
objetivo
de
de nos
nos aborrecer.
aborrecer. É É verdade
verdade que que aa lei lei de
de Deus
Deus põe põe àà prova
prova aa for­ for-
taleza da
taleza da nossa
nossa fibrafibra moral,
moral, mas mas não não éé esse esse o o seu objetivo prim
seu objetivo primor-or­
dial,
dial. DeusDeus nãonão éé um um ser ser caprichoso.
caprichoso. N Não ão estabeleceu
estabeleceu seus seus man-
m an­
damentos como
damentos como quem quem coloca obstáculos numa
coloca obstáculos numa corrida.
corrida. Deus não
Deus não
está postado àà espreita
está postado espreita do do primeiro
primeiro dos mortais que
dos mortais que caia
caia dede bruços,
bruços,
para fazê-lo sentir
para fazê-lo sentir oo peso peso da da suasua ira.
ira.
Muito
Muito pelo contrário, a lei de Deus
pelo contrário, a lei de Deus éé aa expressão
expressão do do seuseu amor
amor
ee sabedoria
sabedoria infinitos.
infinitos. Quando adquirimos um
Quando adquirimos aparelho doméstico,
um aparelho doméstico,
seja
seja dcde que
que tipo
tipo for,for, se se temos
temos sensosenso comum, utilizá-lo-emos segundo
comum, utilizá-lo-emos segundo
as instruções do
as instruções do seu seu fabricante.
fabricante. Damos Damos por por descontado
descontado que que quem
quem
o fez
o sabe melhor
fez sabe melhor do que nós
do que nós comocomo usá-lousá-lo para
para que que funcione
funcione bem
145 OS DOIS GRANDES MANDAMENTOS

ee dure.
dure. Também, se
Também, temos senso
sc lemos senso comum, confiaremos em
comum, confiaremos cm queque Deus
Deus
conhece
conhece muito muito melhor
melhor do do queque nós nós oo que
que éé mais
mais apropriado
apropriado àà nossa nossa
felicidade pessoal
felicidade pessoal ee àà da humanidade.
da humanidade. Poderiamos
Poderiamos dizer dizer queque aa lei lei
de Deus é simplesmente um folheto de instruções que acompa-
de Deus é simplesmente um folheto de instruções que acompa-
nha 0
nha o nobre produto de
nobre produto de Deus,
Deus, que que éé o o homem.
homem. Mais
M ais estritamente,
estritamente,
diremos
diremos que que aa lei de Deus
lei de Deus éé aa expressão
expressão da da divina
divina sabedoria
sabedoria diri- diri­
sida
gida ao ao homem,
homem, para para queque este
este alcance
alcance o o seu
seu fimfim ee aa sua sua perfeição.
perfeição.
AA lei
lei de Deus regula
de Deus regula ““oo uso”
uso” que que oo homem
homem há há dede fazer
fazer dede sisi mesmo,
mesmo,
tanto
tanto nasnas suas
suas relações
relações comcom Deus Deus comocomo comcom o o próximo.
próximo.
Se consideramos
Se consideramos como como seriaseria oo mundo
mundo se se todos
todos obedecessem
obedecessem àà
lci de
lei de Deus,
Deus, fica claro que
fica claro esta se
que csla se destina
destina aa promover
promover aa felicidade
felicidade
cc oo bem-estar
bem-estar do do homem.
homem. Não N ão haveria
haveria delitos
delitos e,e, em consequência,
em conseqüência,
não haveria necessidade
não haveria necessidade de de juizes,
juízes. polícia
polícia ee cadeias.
cadeias. Não Não haveria
haveria
cobiça ou ambição, c, em conseguência, não haveria necessidade
cobiça ou ambição, c, em conseqüência, não haveria necessidade
de
de guerras,
guerras, exércitos
exércitos ou
ou armadas.
arm adas. Não
N ão haveria
haveria lares desman-
lares desm an­
chados, nem
chados, nem delinqüência
delinquência juvenil,juvenil, nem hospitais para
nem hospitais para alcoólatras.
alcoólatras.
Sabemos que,
.Sabemos que, comocomo conseqüência
consequência do do pecado original. este
pecado original, mundo
este mundo
belo ee feliz
belo feliz jam
jamaisais existirá.
existirá. Mas, M as, individualmente,
individualmente, pode pode existir
existir para
para
cada um
cada um de de nós.
nós. Nós,Nós, como
como aa humanidade
humanidade no no seu conjunto, encontra-
seu conjunto, encontra­
riamos
ríamos aa verdadeira
verdadeira felicidade,
felicidade. inclusive
inclusive neste
neste mundo,
mundo, se se identificásse­
identifiçásse-
mos a nossa vontade com a de Deus.
mos a nossa vontade com a de Deus. Fomos feitos para am
Fom os feitos para amarar aa
Deus aqui
Deus aqui ee na na eternidade.
eternidade. Este
Este éé oo fim
fim da da nossa existência, nisso
nossa existência, nisso
encontramos aa nossa
encontramos nossa felicidade.
felicidade. EE Jesus Jesus nosnos dá dá as as instruções
instruções para para
conseguirmos essa
conseguirmos essa felicidade
felicidade com simplicidade absoluta:
com simplicidade absoluta: ““Se
Se meme
amais, guardai
amais, guardai os os meus mandamentos” (Jo
meus mandamentos” (Jo 14,14, 15).
15).

A lei
A lei de Deus que
de Deus que rege
rege aa conduta
conduta humana humana chama-se
chama-se lei lei moral,
moral,
do
do latim
latim ““mores”,
mores” , que significa modo
que significa modo de de agir.
agir. A A lei moral éé dife­
lei moral dife-
rente das leis físicas, pelas quais Deus governa o resto do universo.
rente das leis físicas, pelas quais Deus governa o resto do universo.
As
As leisleis dada astronomia,
astronomia, da da física,
física, da da reprodução
reprodução ee do do crescimento,
crescimento,
obrigam necessariamente
obrigam necessariamente aa natureza natureza criada.
criada. Não
N ão há há modo
modo de de iludi-
iludi-
“las, não
-Ias, não há liberdade de
há liberdade de escolha.
escolha. Se Se você
você dá dá um passo sobre
um passo sobre oo
precipício, aa lei
precipício, lei da
da gravidade
gravidade atua atua fatalmente
fatalmente ee você você se se despenca,
despenca, aa
menos que
menos que aa neutralize
neutralize porpor outra
outra leilei física
física — — aa da da pressão
pressão do do arar — —
ee utilize
utilize um um paraquedas.
paraquedas. Mas
M as aa leilei moral obriga-nos de
moral obriga-nos de modo
modo di- di­
ferente.
ferente. Atua dentro do marco do livre arbítrio.
Atua dentro do marco do livre arhíirio. Não devemos de-
N ão devemos de­
sobedecer
sobedecer àà lei lei moral,
moral, mas podemos fazê-lo.
mas podemos fazê-lo, Por isso dizemos
Por isso dizemos que que
aà lei
lei moral
moral obriga moralmente, mas
obriga moralmente, mas não fisicamente.
não fisicamente. Se não fôsse-
Se não fôsse­
mos fisicamente livres, não poderiamos ter mérito. Se não tivéssemos
mos fisicamente livres, não poderíamos ter mérito. Se não tivéssemos
liberdade, aa nossa
liberdade, obediência não
nossa obediência poderia ser
não poderia ser umum atoato de amor.
de amor.
Ao considerarem aa lei
Ao considerarem lei divina,
divina, os os moralistas
moralistas distinguem
distinguem entre entre lei lei
natural
natural ee lei lei positiva.
positiva. A A reverência
reverência dos dos filhos
filhos para
para comcom os os pais,
pais, aa
fidelidade
fidelidade matrimonial.
matrimonial, o o respeito
respeito àà pessoapessoa ee àà propriedade
propriedade alheias alheias
pertencem àà própria
pertencem própria natureza humana.
natureza humana, Esta conduta,
Esta conduta, que que aa cons-
cons­
A FÉ PROVA-SE COM OBRAS 149

ciência do
ciência do homem
homem (seu juízo guiado
(seu juízo guiado pela
pela justa razão) aplaude,
justa razão) cha-
aplaude, cha-
ma-se lei
ma-se natural. Comportar-se
lei natural. Comportar-se assim assim seria
seria bom,
bom, ee oo contrário,
contrário, mau,
mau,
ainda que Deus não no-lo tivesse declarado expressamente.
ainda que Deus não no-lo tivesse declarado expressamente. Mesmo
Mesmo
que não existisse o sexto mandamento,
que não existisse o sexto mandamento, o
o adultério
adultério sena
seria mau.
mau. Uma a
Um
violação da
violação da leilei natural
natural éé má m á intrinsecamente,
intrinsecamente, quer quer dizer,
dizer, m máá por sua
por sua
própria natureza. Já era má antes de que Deus desse a Moisés os
própria natureza. J á era má antes de que Deus desse a M oisés os
Dez M
Dez Mandamentos
andamentos no no Monte
Monte Sinai.Sinai.
Além
Além da da lei natural, existe
lei natural, existe aa lei divina positiva,
lei divina positiva, que agrupa to-
que agrupa to­
das aquelas
das aquelas açõesações que que são são boas porque Deus
boas porque Deus as mandou, ee más
as mandou, más
porque Ele as proibiu. São as ações cuja bondade não está na pró-
porque Ele as proibiu. São as ações cuja bondade não está na pró­
pria raiz
pria raiz dada natureza humana, mas
natureza humana, que foi
m as que imposta
foi im por Deus
posta por Deus para
para
aperfeiçoar oo homem
aperfeiçoar homem segundo
segundo os seus desígnios.
os seus desígnios. Um
U m exemplo
exemplo sim-sim ­
ples da
ples da lei
lei divina
divina positiva
positiva éé aa obrigação
obrigação que temos de
que temos de receber
receber aa
Sagrada Eucaristia por indicação explícita de Cristo.
Sagrada Eucaristia por indicação explícita de Cristo.
Quer consideremos
Quer consideremos uma uma ou ou outra
outra lei,
lei, aa nossa felicidade depende
nossa felicidade depende
da obediência
da obediência aa Deus. Deus. “Se “ Se queres
queres entrar
entrar na na vida”, disse Jesus,
vida” , disse Jesus, “cum-
“cum ­
pre os mandamentos” (Mt 19, 17).
pre os mandamentos” (M t 19, 17).

Amar significa não


Am ar significa não ter em conta
ter em conta oo que as coisas
que as custam.
coisas custam. Uma
Um a
mãe jamais
mãe jam pensa em
ais pensa em medir
medir os
os esforços
esforços ee desvelos que dedica
desvelos que dedica aa seus
seus
filhos.
filhos. Um esposo
Um esposo nãonão leva
leva em conta aa fadiga
em conta fadiga que que lhelhe causa
causa velar
velar
pela
pela esposasdoente.
esp osa»doente. Amor
A m or ee sacrifício
sacrifício sãosão termos
termos quasequase sinônimos.
sinônimos.
Por essa razão,
Por essa razão, obedecer
obedecer àà lei lei de
de Deus
Deus não não éé um um sacrifício
sacrifício para
para quem
quem
oo ama.
ama. Por essa razão,
Por essa razão, Jesus resumiu toda
Jesu s resumiu toda aa Lei Lei de de Deus
Deus em em dois
dois
grandes mandamentos de amor.
grandes mandamentos de amor,
““FE perguntou-lhe
perguntou-lhe um deles, que
um deles, que era doutor; tentando-o:
era doutor, Mestre,
tentando-o: Mestre,
qual-é
q ual-é oo m maior
aior mandamento
mandamento da lei?
da lei? Ele lhe disse:
E le lhe disse: Am Amarás
arás oo Se-Se­
nhor,
nhor, teuteu Deus,
Deus, com todo oo teu
com todo teu coração,
coração, com com todatoda aa tua almaa ee com
tua alm com
toda
toda aa tua mente.
lua mente. Este
Este éé oo maior maior ee oo primeiro
primeiro mandamento.
mandamento. OO
segundo
segundo éé semelhante
semelhante aa este; este: A Amarás
m arás oo próximo
próximo como como aa tili mesmo.
mesmo.
Desses
Desses doisdois preceitos
preceitos dependem
dependem toda toda aa Lei Lei ee os os Profetas
Profetas (Mt (M t 22,22,
35-40).
35-40).
NNaa realidade,
realidade, o o segundo
segundo mandamento
mandamento está está contido
contido no no primeiro,
primeiro,
porque,
porque, se se amamos
am am os aa DeusDeus com com todo
todo o o coração
coração ee com com toda
toda aa alma,
alma,
amaremos
amaremos aqueles aqueles que,
que, atual
atual ou ou potencialmente,
potencialmente, possuem possuem uma uma parti­
parti-
cipação na
cipação na bondade
bondade divina,
divina, ee quereremos
quereremos para para eles
eles oo que
que Deus
Deus quer.
quer.
Também
Tam bém nos amaremos retamente
nos amaremos retamente aa nós nós mesmos,
mesmos, querendo
querendo parapara nós nós
oo que
que Deus quer. Quer
Deus quer. Quer dizer,
dizer, acima
acima de tudo, quereremos
de tudo, quereremos crescer
crescer em em
amor
amor aa Deus, Deus, que que éé o o mesmo
mesmo que que crescer
crescer em em santidade;
santidade; e, e, mais
m ais
que
que tudo,
tudo, qureremos
qureremos ser ser felizes
felizes comcom DeusDeus no no céu.
céu. N Nada que se
ada que se in-
in­
terponha
terponha entre entre Deus
Deus e e nós
nós teráterá valor.
valor. EE como como oo am amor por nós
or por nós éé aa
medida
medida do nosso amor
do nosso amor ao ao próximo
próxim o (que (que se se estende
estende aa todos, exceto
todos, exceto
aos demônios ee aos
aos demônios aos condenados
condenados do do inferno), desejaremos para
inferno), desejaremos para oo
nosso
nosso próximo
próximo o o que
que desejamos
desejam os para para nós.
nós. Quereremos
Quereremos que que o O próxi­
próxi-
REL OS DOIS GRANDES MANDAMENTOS

mo cresça em
mo cresça em amor
amor aa Deus,
Deus, que
que cresça
cresça em
em santidade. Quereremos
santidade. Quereremos
também que
também que alcance
alcance aa felicidade eterna para
felicidade eterna para aa qual Deus o
qual Deus o criou.
criou.
Isto significa,
Isto por sua
significa, por sua vez,
vez, que teremos que
que teremos odiar qualquer
que odiar qualquer coisa
coisa
que
que separe
separe o o próximo
próximo de de Deus.
Deus. Odiaremos
Odiaremos as as injustiças
injustiças ee os
os males
males
feitos pelo homem, que podem ser obstáculos para o seu crescimento
feitos pelo homem, que podem ser obstáculos para o seu crescimento
em santidade.
cm santidade. Odiaremos
Odiaremos aa injustiça
injustiça social,
social, asas mmoradias Inadequa-
oradias inadequa­
das, os
das, salários insuficientes,
os salários insuficientes, aa exploração
exploração dos dos fracos
fracos ee ignorantes.
ignorantes.
Amaremos e procuraremos tudo o que contribua para a bondade,
Amaremos e procuraremos tudo o que contribua para a bondade,
felicidade ee perfeição
felicidade perfeição do do nosso próximo.
nosso próximo.

Deus facilitou-nos
Deus facilitou-nos oo trabalho trabalho ao ao apontar-nos
apontar-nos nos nos Dez Dez Manda-
M anda­
mentos os
mentos nossos principais
os nossos principais deveres deveres para para com com Ele, para com
Ele, para com oo nossonosso
próximo
próximo ee para para conosto
conosco próprios.próprios. Os
Os trêstrês primeiros
primeiros mandamentos
mandamentos
declaram
declaram os os nossos
nossos deveres
deveres para para com com Deus; Deus; os os outros
outros sete indicam
sete indicam
OS principais
os principais deveres
deveres para para com com o o nosso
nosso próximo
próximo e,e, indiretamente,
indiretamente,
para conosco
para próprios.
conosco próprios. Os
Os Dez Mandamentos foram
Dez Mandamentos dados original-
foram dados original­
mente por
mente por Deus
Deus aa Moisés
M oisés no no Monte
Monte Sinai, Sinai, gravados
gravados em em duasduas tábuas
tábuas
de pedra, e foram ratificados por Jesus Cristo, Nosso Senhor: ““Não
de pedra, e foram ratificados por Jesus Cristo, N osso Senhor; N ão
penseis que
penseis que vimvim revogar
revogar aa Lei Lei ou ou os os profetas;
profetas; não não vimvim revogá-la,
revogá-la,
masas aperfeiçoá-la”
m aperfeiçoá-la” (Mt. (Mt. 5,5, 17). 17). Jesus
Jesu s aperfeiçoa
aperfeiçoa aa Lei Lei de duas m
de duas ma-a­
neiras.
neiras.
Em primeiro lugar,
Em primeiro lugar, fixa-nos
fixa-nos alguns
alguns deveresdeveres concretos
concretos para para com com
Deus ee para
Deus para com com oo próximo.
próximo. Estes deveres,
Estes deveres, dispersos
dispersos nos nos Evange-
Evange­
lhos ee nas
lhos nas Epistolas,
Epístolas, são são os que se
os que relacionam nas
se relacionam nas obras
obras de de mi-mi­
sericórdia corporais
sericórdia corporais ee espirituais.
espirituais. Em Em segundo
segundo lugar,lugar, Jesus esclarece
Jesu s esclarece
esses deveres dando
esses deveres dando àà sua sua Igreja
Igreja o o direito
direito ee oo deverdever de de interpretar
interpretar
ee aplicar
aplicar na na prática
prática aa lei lei divina,
divina, oo que que se se concretiza
concretiza nos nos denomi­
denomi-
nados mandamentos da
nados mandamentos da Igreja.
Igreja.
Devemos ter em conta que
Devemos ter em conta que os os mandamentos
mandamentos da da Igreja
Igreja não não sãosão
novas cargas
novas cargas adicionais
adicionais que que nos nos obriguem
obriguem por por cimacima ee para para alémalém
dos mandamentos
dos mandamentos divinos. divinos. As leis da
A s leis da Igreja não são
Igreja não são mais
mais do que
do que
interpretações e aplicações concretas da lei de Deus.
interpretações e aplicações concretas da lei de Deus. Por exemplo,
Por exemplo.
Deus ordena quc
Deus ordena que dediquemos
dediquemos algum algum tempo tempo ao ao seu
seu culto.
culto. Nós pode-
Nós pode­
riamos dizer:
ríamos dizer; ““Sim, quero fazê-lo,
Sim, quero fazê-lo, m masas comcomo?”o?” E E aa Igreja
Igreja responde:
responde;
““Indo
Indo àà M Missa aos domingos
issa aos domingos ee dias, dias, de de guarda”
guarda” Este fato, o
Este fato, o fato
fato
de as leis da Igreja não serem senão aplicações práticas das leis divi-
de as leis da Igreja não serem senão aplicações práticas das leis divi­
nas, éé um
nas, um ponto
ponto quc que merece
merece ser destacado.
ser destacado. Há
H á pessoas,
pessoas, até até cató­
cató-
licas, que
licas, que raciocinam distinguindo as
raciocinam distinguindo as leis
leis dede Deus
Deus das das leis
leis da Igreja,
da Igreja,
como sese Deus
como Deus pudesse
pudesse estar estar em em oposição
oposição consigo mesmo.
consigo mesmo.
Aqui temos,
Aqui pois, as
temos, pois, as diretrizes
diretrizes divinas
divinas que que nos
nos dizem
dizem como como aper- aper­
feiçoar aa nossa
feiçoar nossa natureza,
natureza, como como cumprir
cumprir aa nossa nossa vocação
vocação de de almas
almas
redimidas:
redimidas: os Dez
os Dez M Mandamentos
andamentos de de Deus,
Deus, as as sete
sete obras
obras de de miseri­
miseri-
córdia corporais
córdia corporais ee as as sete
sete espirituais,
espirituais, ee os mandamentos da
os mandamentos da Igreja
Igreja
de Deus.
de Deus. Todos Todos eles,eles, éé claro,
claro, prescrevem
prescrevem somente somente um um mínimo
mínimo de
151
SUBLINHAR O POSTIIVO

santidade; fazer
santidade: fazer aa vontade
vontade de Deus em
de Deus em m atérias obrigatórias.
matérias obrigatórias. M Masas
não deveríamos pôr
não deveríamos não há
limites. não
pôr limites, limites no
há limites no nosso crescimento cm
nosso crescimento em
santidade.
santidade. O autêntico amor a Deus supera a letra
O autêntico amor a Deus supera a letra da
da lei,
lei, indo
indo
ao seu espírito.
ao seu espírito. Devemos
Devemos esforçar-nos por
esforçar-nos por fazer
fazer nãonão só só o o que que éé
bom, mas oo que
bom, mas perfeito. A
que éé perfeito. que não
Aosos que medo de
têm medo
não têm voar alto,
de voar alto, oo
Senhor propõe a observância dos chamados conselhos
Senlior propõe a observância dos cham ados conselhos evangélicos:
evangélicos:
pobreza voluntária, castidade
pobreza volentária, perpétua ee obediência
castidade perpétua perfeita.
obediência perfeita.
Falaremos
Falarem os de cada um
de cada deles —
um deles — dosdos M Mandamentos
andamentos de de DeusDeus ee
sua Igreja,
da sua
da fgrcja, das obras de
das obras misericórdia ee dos
de misericórdia dos conselhos evangélicos
conselhos evangélicos
— aa seu
— seu devido tempo.
devido tempo. E daão que
E, , dado positivo éé menos
lado positivo
que oo lado menos co­ co-
nhecido
nhecido queque asas proibições, comecemos com
proibições, comecemos com as obras de
as obras misericórdia.
de misericórdia.

SSUBLINHAR O P
U B L IN H A R O POSITIVO
O SIT IV O

E pena
É pena que,
que, para
para muitamuita gente,
gente, levar
levar uma uma vida
vida cristã não signi­
cristã não signi-
fique senão “guardar-se do pecado”.
fique senão “ guardar-se do pecado” . De fato, “guardar-se do pe­
De fato, “ guardar-se do pe-
cado” éé apenas
cado” apenas um um ladolado da da moeda
moeda da da virtude.
virtude. ÉÉ algo algo necessário,
necessário,
mas não
mas não suficiente.
suficiente. Talvez Talvez essa
essa visão
visão negativa
negativa da da religião,
religião, que
que se se
contempla como uma séric de proibições, explique a falta de alegria
contempla como uma série de proibições, explique a falta de alegria
de muitas almas
de muitas alm as bem bem intencionadas.
intencionadas. Guardar-se
Guardar-se do pecado éé oo co-
do pecado co­
meço básico, mas
meço básico, mas oo amor amor aa Deus Deus ee ao ao próxim
próximoo vai vai muito
muito maism ais
longe.
longe.
Para
Para começar,
começar, temos temos as obras de
as obras de misericórdia
misericórdia corporais.
corporais. C Cha-
ha­
mam-se assim
mam-se porque dizem
assim porque dizem respeito
respeito ao bem-estar físico
ao bem-estar físico ee temporal
temporal
do próximo.
do próximo. Respigadas
R espigadas das das Sagradas
Sagradas Escrituras,
Escrituras, são são sete:
sete; (1)(1) vi-
vi­
sitar
sitar ee cuidar
cuidar dos enfermos;
dos enfermos; (2)
(2) dar
dar de de comer
comer aa quemquem tem fome;
tem fome;
(3) dar de
(3) dar de beber
beber aa quem
quem tem tem sede;
sede; (4) (4) dar
dar pousada
pousada aos aos peregrinos;
peregrinos;
(5) vestir
(5) vestir os nus;
os nus; (6) redimir
(6) redimir os os cativos,
cativos, ee (7) (7) enterrar
enterrar os os mortos.
mortos.
Naa sua
N sua descrição
descrição do do Juizo Final (M
Juízo Final (Mateus
ateus 225,5 ,34-40),
34-40), Nosso Senhor
N osso Senhor
estabelece o seu cumprimento como prova do nosso amor por Ele.
estabelece o seu cumprimento como prova do nosso amor por Ele.

Quando
Quando nos nos detemos
detemos aa examinar
examinar aa maneira
maneira de dc cumprir
cumprir as obras
as obras
de misericórdia corporais, vemos que são três as vias pelas quais
de misericórdia corporais, vemos que são três as vias pelas quais
podemos dirigir os
podemos dirigir os nossos
nossos esforços.
esforços. Primeiro, temos oo que
Primeiro, temos que se
se pode-
pode­
ria chamar
ria chamar aa ““caridade
caridade organizada”,
organizada” . E Emm nossas cidades modernas,
nossas cidades modernas,
éé muito
muito fácil
fácil esquecer
esquecer oo pobre
pobre ce desgraçado,
desgraçado, perdido entre aa multi­
perdido entre multi-
dão. M
dão. Mais ainda, algum
ais ainda, algumasas necessidades
necessidades são
são demasiado grandes para
dem asiado grandes para
que possam ser
que possam ser remediadas
remediadas por por uma
uma sósó pessoa.
pessoa. EE assimassim contamos
contamos
com
com muitos
muitos tipos
tipos de de organizações
organizações parapara as as mmais diversas atenções
ais diversas atenções
sociais, aa que
sociais, que os os necessitados
necessitados podem recorrer. Temos
podem recorrer. Tem os hospitais, or-
hospitais, or­
fanatos, asilos, instituições
fanatos, asílos, instituições para
para crianças
crianças abandonadas
abandonadas ee subnormais,
subnormais,
para mencionar
para algumas.
mencionar algumas. Quando as
Quando as ajudam
ajudamos,os, quer diretamente,
quer diretamente,
quer
quer por meio de
por meio de coletas
coletas ouou cam
campanhas,
panhas, cumprimos
cumprimos um umaa parte de
parle dc
152 OS DOIS GRANDES MANDAMENTOS

nossas
nossas obrigações
obrigações para
para com
com o o próximo,
próximo, mas não todas.
mas não todas.
Outro modo
Outro modo dede praticar as obras
praticar as de misericórdia
obras de corporais éé
misericórdia corporais
colaborar em
colaborar em movimentos
movimentos pela
pela promoção cívica ee social,
promoção cívica social. Se
Se nos
nos
preocupamosos de
preocupam de melhorar
melhorar aa habitação
habitação das das famílias
famílias pobres;
pobres; se traba-
se traba­
lhamos para
lhamos para atenuar
atenuar as as injustiças
injustiças que pesam sobre
que pesam sobre os os migrantes
migrantes do do
campo;
cam po; se se apoiam
apolamosos os os. justos
justos esforços
esforços dos dos operários
operários para obter um
para obter um
salário adequado
salário adequado ee segurança econômica; se
segurança econômica; se prestamos
prestamos aa nossa nossa
cooperação ativa
cooperação ativa aa organizações
organizações cujo cujo objetivo
objetivo éé tornar tornar aa vida vida do do
próximo um
próximo um pouco
pouco menos
menos pesada,pesada, estamos
estamos praticando
praticando as as obras
obras de de
misericórdia corporais.
misericórdia corporais.
Mas,
M as, evidentemente,
evidentemente, tudo tudo istoisto não não nos nos livra
livra da da obrigação
obrigação de de
prestar ajuda direta e pessoal aos nossos irmãos sempre que se apre-
prestar ajuda direta e pessoal aos nossos irmãos sempre que se apre­
sente aa oportunidade
sente oportunidade —
— ou, melhor dito,
ou, melhor dito, o o privilégio.
privilégio. Não N ão posso
posso
dizer ao
dizer ao necessitado
necessitado que que conheço:
conheço: ““Já dei aa tal
J á dei tal associação
associação de de cari­
cari-
dade; procure-a”. . Tenhamos
dade; procure-a” Tenhamos presente presente que que Cristo
Cristo se se apresenta
apresenta de- de­
baixo
baixo de de muitos
muitos disfarces.
disfarces, Se somos
Se som os demasiado
demasiado “prudentes”
“ prudentes” em em
nossa
nossa generosidade, avaliando cientificamente
generosidade, avaliando cientificamente oo ““mérito” mérito” de de uma
uma ne­ne-
cessidade,
cessidade, chegará necessariamente um
chegará necessariamente um momento
momento em em que Cristo nos
que Cristo nos
encontrará adormecidos.
encontrará adormecidos. Jesus falou muitas vezes dos pobres, masas
Jesu s falou muitas vezes dos pobres, m
nem uma
nem uma só só mencionou
mencionou ““os pobres meritórios”
os pobres meritórios” Damos
D am os por por amor
amor aa
Cristo, ee o
Cristo, o mérito
mérito ou ou demérito
demérito do do pobre
pobre não não nos nos devedeve preocupar
preocupar
excessivamente.
excessivamente. Não podemos fomentar
Não podemos fomentar aa vadiagem vadiagem dando dando com com
imprudência; mas
imprudência; mas devemos
devemos ter ter em conta que
em conta que negar
negar aa nossanossa ajuda
ajuda aa
uma família necessitada
um a família necessitada por por ser ser umaum a coleção
coleção de de inúteis,
inúteis, porque
porque oo
pai bebe
pai bebe ou ou aa mãe
mãe nãonão éé boa dona de
boa dona de casacasa (o (o que
que equivale
eqüivale aa castigar
castigar
as crianças
as crianças pelospelos defeitos
defeitos dos dos ppais),
ais), éé pôr pôr em perigo aa salvação
em perigo salvação da da
nossa alma.
nossa alma. A A verdade
verdade não não éé menos exigente que
menos exigente que isso.
isso.
Além
Além de de proporcionar
proporcionar alimentos,
alimentos, roupas roupas ou ou meios
meios econômicos
econômicos
urgentes
urgentes aos aos necessitados,
necessitados, existem, evidentemente, outras
existem, evidentemente, outras maneiras
maneiras de de
praticar
praticar as as obras
obras de de misericórdia.
misericórdia. No No mundomundo de de hoje,
hoje, não não éé tãotão
fácil
fácil ““visitar
visitar os os presos”
presos” como como oo era era nos nos tempos
tempos do do Senhor.
Senhor. M Muitos
uitos
presos
presos têm têm as as visitas limitadas aos
visitas limitadas aos parentes próximos.
parentes próximos. Masas podemos
M podemos
comunicar-nos
comunicar-nos com com os os capelães
capelães das prisões ou
das prisões ou dasdas penitenciárias
penitenciárias ee
perguntar-lhes como poderíamos ser úteis aos presos. Cigarros,
perguntar-lhes como poderíam os ser úteis aos presos. Cigarros, m ma-a­
terial de
terial de leitura
leitura ou ou dede recreio?
recreio? Terços, devocionários, escapulários?
Terços, devocionários, escapulários?
(Facilmente podíamos
(Facilmente podíam os ser ser tutu ee eu quem estivesse
eu quem estivesse atrásatrás dasdas grades!)
grades!)
Muito
Muito melhormelhor que que visitar
visitar os presos éé procurar
os presos procurar que que não não cheguem
cheguem aa
essa situação. Tudo
essa situação. Tudo o o que
que possam
possamosos fazer fazer para para melhorar
melhorar aa nossa nossa
vizinhança
vizinhança — — proporcionando
proporcionando ihstalaçõesinstalações para para que que aa juventude
juventude tenha tenha
diversões
diversões sãs sãs ee atividades
atividades formativas;
formativas; estendendo
estendendo aa m mãoão ao jovem
ao jovem
que vacila à beira da delinquência, etc. — nos assemelha a Cristo.
que vacila à beira da delinqüência, etc. — nos assemelha a Cristo.
“Visitar
“ V isitar os os enfermos”
enfermos”. . (Como Com o são afortunados os
são afortunados os médicos
m édicos ee as as
enfermeiras que
enfermeiras que dedicam
dedicam toda toda aa sua sua vida
vida àà sexta
sexta obraobra de de misericórdia
misericórdia
corporal! (sempre
corporal! (sempre que que o o façam
façam movidos
movidos pelo pelo amor amor aa Deus,Deus, ee não
SUBLINHAR O POSITIVO 153

por
por motivos
motivos “humanitários” ou econômicos).
“ humanitários” ou econômicos). Mas
M as aa enfermidade do
enfermidade do
irmão
irmão éé um
um repto
repto cristão para todos
cristão para todos sem
sem exceção.
exceção. Cristo
Cristo nos
nos acom-
acom ­
panha de
panha cada vez
de cada que visitamos
vez que visitamos um um dos dos seus
seus membros doentes:
membros doentes:
são visitas que
são visitas que não
não curam,
curam, m masas que
que confortam
confortam ee animam.
animam. O tempo
O tempo
que empreguemos
que empreguemos em em ler
ler alguma
alguma coisa
coisa aa umum convalescente
convalescente ou ou aa umum
cego, em aliviar por umas horas o trabalho de uma dona de casa,
cego, em aliviar por umas horas o trabalho de uma dona de casa,
substituindo-a na
substituindo-a atenção ao
na atenção marido ou
ao marido ou aoao filho tem um
doente, tem
filho doente, um
muito grande.
mérito muito
mérito grande. Mesmo Mesmo um bilhete expressando
um bilhete expressando o nosso de-
o nosso de­
sejo de
sejo de que doente melhore,
que oo doente enviado por
melhore, enviado amor de
por amor nos gga-a ­
Deus, nos
de Deus,
nhará o sorriso divino.
nhará o sorriso divino.
““Enterrar
Enterrar osos mortos”
mortos” Já ninguém no
J á ninguém nosso país
no nosso pais tem
tem que
que cons-
cons­
truir um
truir um caixão
caixão ouou cavar
cavar uma
uma sepultura
sepultura aa serviço
serviço do do próximo.
próximo. M Mas,
as,
quando
quando vamos vamos aa um velório, honramos
um velório, Cristo, cuja
honramos Cristo, cuja graça
graça santi-
santi-
ficou oo corpo
ficou corpo aa queque oferecemos
oferecemos nossos
nossos últimos
últimos respeitos.
respeitos. Quem
Quem
acompanha um enterro pode dizer com razão que, na pessoa do pró­
acompanha um enterro pode dizer com razão que, na pessoa do pró-
ximo, está acompanhando
ximo, está acompanhando Cristo Cristo àà sepulUira.
sepultura.

Quando,
Quando, por por am amoror de Cristo, nos
de Cristo, nos ocupam
ocupamosos em suavizar os
em suavizar os
dissabores de um nosso irmão, estamos agradando a Deus. Quando
dissabores de um nosso irmão, estamos agradando a Deus. Quando
nos empenhamos, por
nos empenhamos, por meio
meio dasdas obras
obras de misericórdia corporais,
de misericórdia corporais, em em
diminuir
diminuir as necessidades do
as necessidades próximo —— doença,
do próximo doença, pobreza,
pobreza, tribulação
tribulação —, —,
o céu nos sorri,
o céu nos sorri. Mas a sua felicidade eterna tem uma importância
M as a sua felicidade eterna tem uma importância
infinitamente
infinitamente maior maior que que oo bem-estar
bem-estar físicofísico ee temporal.
temporal. Por isso, as
Por isso, as
obras de
obras de misericórdia
misericórdia espirituais
espirituais sãosão mais
mais urgentes
urgentes para
para oo cristão
cristão que que
as corporais.
as corporais.
As obras de
A s obras de misericórdia espirituais são
misericórdia espirituais tradicionalmente sete:
são tradicionalmente sete:
(1) ensinar a quem não sabe;
(1) ensinar a quem não sabe; (2) dar bom conselho a quem dele
(2) dar bom conselho a quem dele
necessita;
necessita; (3) corrigir
(3) corrigir aa quen*
quer erra:
erra; (4) perdoar as
(4) perdoar as injúrias;
injúrias; (5) (5)
consolar
consolar o o triste;
triste; (6) (6) sofrer
sofrer com paciência os
com paciência os defeitos
defeitos do do próximo;
próximo;
(7) rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos.
(7) rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos.
“Ensinar
“ Ensinar aa quem quem não sabe.” OO intelecto
não sabe.” intelecto humano
humano éé um um dom dom
de Deus, ee Ele
de Deus, quer que
Ele quer que oo utilizemos.
utilizemos. T Toda
oda verdade,
verdade, tanto
tanto humana
humana
como
como sobrenatural,
sobrenatural, reflete
reflete aa infinita
infinita perfeição
perfeição de de Deus.
Deus. Em Em conse-
conse­
quência, todo
qüência,. aquele que
todo aquele contribui para
que contribui para o o desenvolvimento
desenvolvimento da da mente,
mente,
formando-a
formando-a na na verdade,
verdade, realiza
realiza uma
uma obra autenticamente cristã,
obra autenticamente cristã, se se oo
faz por amor
faz por amor aa Deus Deus ee ao ao próximo.
próximo. Aqui Aqui os os pais têm oo papel
pais têm papel mais
m ais
importante,
importante, ee logo logo aa seguir
seguir os mestres, incluídos
os mestres, incluídos os os que
que ensinam
ensinam ma- m a­
térias profanas, porque
térias profanas, porque todutoda aa verdade
verdade éé de de Deus.
Deus. N Nãoão éé difícil
difícil verver
aa razão
razão pelapela qual
qual oo ensino
ensino se torna uma
se torna uma vocação
vocação tão tão nobre,
nobre, uma uma
vocação
vocação que pode ser
que pode ser estrada
estrada real para aa santidade.
real para santidade.
Naturalmente, oo conhecimento
Naturalmente, conhecimento de maior dignidade
de maior dignidade éé oo conheci­
conheci-
mento religioso.
mento religioso. Os Os qucque dãodão aulas
aulas de de catecismo praticam essa
catecismo praticam essa obraobra
de
de misericórdia
misericórdia na na sua forma mais
sua forma mais plena.
plena. Inclusive
Inclusive os os que
que ajudam
ajudam
aa construir
construir ee aa sustentar escolas católicas
sustentar escolas católicas ee centros
centros catequéticos,
catequéticos, tanto
154 OS DOIS GRANDES MANDAMENTOS
na nossa
na nossa pátria
pátria como
como em centros de
em centros de m missão, compartilham o
issão, compartilham o mérito
mérito
que deriva de
que deriva de “ensinar
“ ensinar a*qua' quemem não sabe”
não sabe”
““Dar
Dar bombom conselho
conselho aa quem quem dele necessita”
dele necessita” éé uma uma obra obra de de m mi-i­
sericórdia
sericórdia que dispensa comentários.
que dispensa comentários. A m
A maioria
aioria das pessoas gosta
das pessoas gosta
de dar
de dar aa sua opinião. Quando
sua opinião. tivermos que
Quando tivermos que aconselhar, estejamos
aconselhar, estejamos
certos de que o nosso conselho é cem por cento sincero,
certos de que o nosso conselho é cem por cento sincero, desinteres-
desinteres­
sado baseado nos
sado ee baseado nos princípios
princípios da da fé. Tenhamos aa certeza
fé. Tenhamos certeza de de nãonão
escolher oo caminho
escolher caminho fácil fácil de dar aa quem
de dar quem nos nos escuta
escuta o conselho que
o conselho que
quer ouvir, sem
quer ouvir, sem ter conta oo seu
em conta
ter em também não
valor; também
seu valor; não devemos
devemos cair cair
no extremo
no contrário de
extremo contrário de dar
dar um um conselho
conselho que que se se baseie
baseie nos nos nossos
nossos
interesses egoístas.
interesses egoistas,
“Corrigir
“ Corrigir aa quem quem erra”erra” éé um um dever
dever que que recai
recai principalment
principalmente e
sobre os pais e só um pouco abaixo sobre os mestres e demais edu-
sobre os pais e só um pouco abaixo sobre os mestres e demais edu­
cadores da
cadores da juventude.
juventude. Este Este dever
dever éé muito claro; oo que
muito claro; que nemnem sempre
sempre
enxergamos
enxergamos com com aa mesmamesma clareza
clareza éé que que o o exemplo
exemplo éé sempre sempre m mais
ais
convincente
convincente que que as as admoestações.
admoestações. Se Se nono lar há intemperança
lar há intemperança ou ou
uma
uma preocupação
preocupação excessiva
excessiva pelo pelo dinheiro
dinheiro ou ou pelos êxitos mundanos;
pelos êxitos mundanos,
se
se há há criticas
críticas maliciosas
m aliciosas ou ou os os pais
pais brigam
brigam diantediante dos dos filhos;
filhos; se se
papai
papai fanfarroneia
fanfarroneia ee m mamãe
am ãe mente
mente sem sem escrúpulos
escrúpulos ao telefone, en-
ao telefone, en­
tão, que Deus se compadeça desses filhos a quem os pais educam
tão, que Deus se com padeça desses filhos a quem os pais educam
no
no pecado.
pecado.
“Corrigir
“ Corrigir aa quem quem erra”
erra” nãonão éé uma obrigação exclusiva
uma obrigação exclusiva de de pais
pais
ec mestres.
mestres. AA responsabilid
responsabilidade ade de de conduzir
conduzir os os outros
outros para para aa virtude
virtude
éÉ algo
algo queque nosnos toca
toca aa todos,
todos, de de acordo
acordo com com aa nossanossa maior ou me-
m aior ou me­
nor
nor autoridade.
autoridade. ÉÉ um um dever
dever que temos que
que temos que exercer
exercer com com prudência
prudência
ee inteligência.
inteligência. Às À s vezes,
vezes, ao ao ser
ser corrigido,
corrigido, um pecador obstina-se
um pecador obstina-se
mais
mais no no seuseu pecado,
pecado, especialmente
especialmente se se aa correção
correção éé feita feita em em tonitom
santarrão
santarrão ou ou paternalista.
paternalista. (Não
(N ão estou
estou bêbado;
bêbado; deixe-medeixe-me em em paz.paz.
Garçom,
Garçom , traga-me
traga-me outro outro copo”).
copo” ) . ÉÉ essencial
essencial que que façamos
façam os aa nossa nossa
correção
correção com com delicadeza
delicadeza ee com com carinho,
carinho, tendotendo bem bem presentes
presentes as as nos-
nos­
sas próprias faltas e fraquezas,
sas próprias faltas e fraquezas,
Mas
M as prudência
prudência não não querquer dizer
dizer covardia.
covardia. Se Se sei
sei queque um um amigo
amigo
meu
meu usa usa contraceptivos,
contraceptivos, ou ou comete
comete infidelidades
infidelidades conjugais,
conjugais, ou ou pla-p la­
neja
neja casar-se
casar-se forafora da da Igreja,
Igreja, ou ou de de outro
outro modo modo põe põe em em perigo
perigo aa
sua
sua salvação
salvação cterna,
eterna, oo amoramor aa Deus Deus me me exige
exige que que façafaça tudotudo oo que que
está
está ao ao meu
meu alcance
alcance para para dissuadi-lo
dissuadi-lo do do seu seu suicídio
suicídio espiritual.
espiritual. ÉÉ
uma
uma covardia
covardia da da pior
pior espécie
espécie procurar
procurar eximir-se
eximir-se dizendo:
dizendo: “Bem, “ Bem,
ele sabe
ele sabe tão tão bem
bem comocomo eu eu oo queque está
está certo
certo ee oo que que estáestá errado;
errado; já já
tem
tem idade
idade parapara saber
saber oo que que faz;
faz; não
não éé assunto
assunto meu meu dizer-lhe
dizer-lhe oo que que
tem
tom que que fazer”
fazer,” Se Se eu eu oo visse
visse apontando
apontando uma uma pistola
pistola àà cabeça,
cabeça,
ou chegando
ou chegando uma uma facafaca ao ao pescoço,
pescoço, certamente
certamente consideraria
consideraria assunto assunto
meu
meu deté-lo,
detê-lo, porpor muito
muito que que essa
essa pessoa
pessoa protestasse
protestasse pela pela minha
minha in- in­
tromissão.
tromissão. EE éé evidenteevidente que que aa sua
sua vida
vida espiritual
espiritual deve deve preocupar-me
preocupar-me
mais
mais do do que
que aa sua sua vida
vida física.
Êsica. Ouçamos
Ouçam os qual qual será
será aa nossa
nossa Tecom-
reconi-
Q MAIOR BEA 15:

val
E
pensa;
pensa: ““Meus
Meus irmãos,
irmãos, se algum de
se algum de vós vós se se extraviar
extraviar da verda-
da verda­
de outro conseguir
de ee outro convertê-lo, saiba
conseguir convertêlo, saiba que que aquele
aquele que reconduz
que reconduz
um pecador do
um pecador erro do
do erro caminho salvará
seu caminho
do seu salvará aa sua própria alma
sua própria alm a da da
morte e cobrirá a multidão de seus pecados” (Tiago 5, 19-20).
morlc e cobrirá a multidão de seus pecados” (Tiago 5, 19-20).
““Perdoar
Perdoar as injúrias” ee ““sofrer
as injúrias” sofrer com paciência os
com paciência defeitos do
os defeitos do
próximo”
próximo” Ah! Aqui
Ah! Aqui éé que que as coisas ficam
as coisas pretas. Tudo
ficam pretas. Tudo oo que que
temos de humano, tudo o que nos é natural se subleva contra o
lemos de humano, tudo o que nos é natural se subleva contra o
imprudente que
motcrista imprudente
moiorisla que nos passagem, , contra
fecha aa passagem
nos fecha contra o amigo que
o amigo que
atraiçoa,
airalçoa. contra contra oo vizinhovizinho que que espalha mentiras sobre
espalha mentiras sobre nós, contra
nós, contra
o comerciante que nos engana. É aqui que tocamos o nervo mais
o comerciante que nos engana. É aqui que locam os o nervo mais
sensível do
sensível amor próprio.
do amor próprio. Custa Custa tanto dizer com
tanto dizer Cristo na
com Cristo cruz:
sua cruz:
na sua
“Pai,. perdoa-os porque
“ Pai, perdoa-os porque não não sabem
sabem o fazem”! ! M
que fazem”
o que temos que
Masas temos que
fazê-lo,
fazê-lo, se se de verdade som
de verdade somosos de Cristo. É
de Cristo. aqui que
É aqui nosso amor
que oo nosso amor
Dvus passa pela prova máxima e se vê se o nosso amor ao próximo
aa Deus passa pela prova m áxim a e se vê se o nosso amor ao próximo
éé autenticamente sobrenatural.
autenticamente sobrenatural.
““Consolar
Consolar os tristes” éé algo
os tristes” que, para
algo que, muitos, surge
para muitos, espontanea-
surge espontanea­
mente. Se somos seres humanos normais, sentimo-nos naturalmente
mente. Se som os seres humanos normais, sentimo-nos naturalmente
compadecidos dos
compadecidos aflitos. M
dos aflitos. Masas éé essencial
essencial que consolo que
que oo consolo ofere-
que ofere­
ceros seja
cemos mais do
seja mais do que palavras ee gestos
meras palavras
que meras sentimentais. Se
gestos sentimentais. Se
pudemos fuzer alguma coisa para confortar o que sofre, não podemos
pudemos fazer algum a coisa para confortar o que sofre, não podemos
deixar de
deixar fazê-lo por
de fazê-lo por nos nos causar aborrecimentos ou
causar aborrecimentos sacrifícios, N
ou sacrifícios. Nossas
ossas
palavras de
palavras consolo serão
de consolo serão mil vezes mais
mil vezes eficazes se
mais eficazes se forem
forem acom acompa- pa­
nhadas de
nhadas obras.
de obras.
Firalmente, ““rogar
Finalmente, rogar aa Deus Deus pelos vivos ee pelos
pelos vivos mortos” éé algo
pelos mortos” algo
que certamente todos
que certamente conscientes do
fazemos, conscientes
todos fazemos, significa ser
que significa
do que mem-
ser mem­
bro do
bro do Corpo
Corpo M Místico
ístico de Cristo ee da
de Cristo Comunhão dos
da Comunhão Santos. M
dos Santos. Masas
aqui também
aqui também pode meter-se oo egoísmo,
pode meter-se egoismo, se se asas nossas orações se
nossas orações limi-
se limi­
tarem às
tarem necessidades da
às necessidades da nossa
nossa fam ília ee dos
familia amigos m
dos amigos mais intimos.
ais íntimos.
A oração, como
nossa oração,
A nossa como oo am amoror de Deus, deve
de Deus, abarcar oo mundo,
deve abarcar mundo.

O M
O MAIOR SEM
A IO R B EM

““Se
Sc m mee amas”,
am as” , diz Deus, “o
diz Deus, “ o que deves fazer
que deves fazer éé isto”
isto”: : ee nos
nos dádá
os seus
os seus mandamentos.
mandamentos. ““Se me am
Se me amasas muito”,
muiío’\ acrescenta
acrescenta Ele,
Ele, ““isto
isto éé
oo que poderias fazer”
que poderias fazer”, , ee nos
nos dá
dá osos conselhos evangélicos, um
conselhos evangélicos, um convite
convite
àu prática
prática da da pobreza
pobreza voluntária,
voluntária, da da castidade
castidade perpétua
perpétua ee da da obe-
obe­
diência perfeita.
diência perfeita. Chamam-se
Chamam-se ““evangélicos”
evangélicos” porqueporque éé nosnos Evangelhos
Evangelhos
gue encontramos
que encontramos oo convite
convite queque Jesus
Jesus nos nos dirige
dirige para que os
para quc os prati-
prati­
«quemos.
quemos.
Vale aa pena
Vale pena recordar
recordar na na sua
sua totalidade
totalidade oo patético
patético incidente
incidente que que
São Mateus
São M ateus nosnos conta
conta no capítulo X
no capítulo XIX
I X do do seu
seu Evangelho
Evangelho (versículo
(versículo
16-20): “Aproximou-se
16-20): “ Aproxim ou-se de Jesuss um
de Jesu um jovem
jovem ee perguntou-lhe: Mestre,
perguntou-lhe; Mestre,
que devo fazer de bom para alcançar a vida eterna?
que devo fazer de bom para alcançar a vida eterna? Disse-lhe Jesus: Disse-lhe Jesus:
156 OS DOIS GRANDES MANDAMENTOS

Por que me
Por que me interrogas
interrogas aa respeito
respeito do que se
do que se deve
deve fazer
fazer de
de bom? Só
bom ? Só
Deus
Deus éé bom.
bom. Se Se queres
queres entrar
entrar na
na vida. guarda os
vida. guarda os mandamentos.
mandamentos.
Quais?
Q uais? perguntou
perguntou' ele. ele, E E Jesus
Jesus disse;
disse: Não
N ão matarás,
m atarás, não coineterás
não coineterás
adultério, não furtarás, não levantarás falso testemunho, honra teu
adultério, não furtarás, não levantarás falso testemunho, honra teu
pai ee tua
pai tua mãemãe ee ama
ama oo leii teu próximo
próximo como como aa li ti mesmo.
mesmo. Disse-lhe
Disse-lhe oo
jovem:
jovem: Tenho Tenho observado
observado tudo tudo isso
isso desde
desde aà minhaminha infância.
infância. Que Que
me resta ainda?
me resta ainda? Disse-lhe Jesus:
Disse-lhe Jesus; Se queres ser perfeito, vai, vende
Se queres ser perfeito, vai, vende
o que
o que tens. dá-o aos
tens. dá-o pobres. ee terás
aos pobres, terás umum tesouro
tesouro nosnos céus.
céus. Depois,
Depois,
vem
vem ee segue-me.
segue-me. Ao ouvir estas
A o ouvir estas palavras,
palavras, Oo jovemjovem retirou-se triste,
retirou-se triste,
porque possuía muitos
porque possuía muitos bens”bens”
Sentimos
Sentimos uma uma grande
grande com compaixão
paixão porpor esse jovem que
esse jovem que esteve
esteve tãotão
perto de ser um dos primeiros discípulos do Senhor, mas perdeu aa
perto de scr um d os primeiros discípulos do Senhor, m as perdeu
sua gloriosa
sua gloriosa oportunidade
oportunidade porque porque não não teveteve generosidade.
generosidade. N Não
ão há há
dúvida de
dúvida de que hoje também
que hoje também Jesus Jesu s está
está chamando
chamando uma uma multidão
multidão de de
almas.
alm as. Falta tanto da sua obra por realizar, são precisos tantos ope-
Falta tanto da sua obra por realizar, são precisos tantos ope­
rários!
rários! Se oo número
Se número de de opcrários
operários éé insuficiente
insuficiente (e (e sempre
sempre oo cé),),
não
não éé porque
porque Jesus não chame.
Jesu s não chame, Pode Pode acontecer
acontecer que que não
não se se queira
queira
ouvir
ouvir aa suasua voz,
voz, ouou que,
que, comocomo ao ao jovem
jovem do do Evangelho,
Evangelho, falte gene-
falte gene­
rosidade para
rosidade para segui-lo.
segui-lo. Por Por issoisso éé essencial
essencial queque todos, pais ee filhos,
todos, pais filhos,
compreendam aa natureza
compreendam natureza dos dos conselhos
conselhos evangélicos
evangélicos ee aa natureza
natureza da da
vocação
vocação para para aa vida religiosa.
vida religiosa.

De todos
De todos os conselhos ee diretrizes
os conselhos diretrizes que que sese dão
dão nono Evangelho,
Evangelho, os os
chamados conselhos evangélicos
cham ados conselhos evangélicos são são os os m mais perfeitos,
ais perfeitos. Sua obser­
Sua obser-
vância nos
vância hberta —— na
nos liberta medida em
na medida em que que aa natureza humana pode
natureza humana pode
ser livre — dos obstáculos que se opõem ao nosso crescimento em
ser livre — dos obstáculos que se opõem ao nosso crescimento em
santidade, em
santidade, em amamoror aa Deus.
Deus. Quem(Quem abraça
abraça esses
esses conselhos
conselhos renuncia
renuncia
aa uns bens valiosos,
uns bens valiosos, mas menores, que,
m as menores, que, no no quadro
quadro da da nossa
nossa natureza
natureza
decaida,
decaída, competem frequentemente com
competem frequentemente com oo amoram or aa Deus.
Deus. A Aoo despo-
despo-
sarmos
sarm os voluntariamente
voluntariamente aa pobreza,
pobreza, manietamos
manietamos aa cobiçacobiça ce aa ambição,
ambição,
que são as instigadoras de tantos pecados contra Deus e contra
que são as insligadoras de tantos pecados contra Deus e contra Oo
próximo.
próximo. Áo Ao oferecermos
oferecermos aa Deus Deus aa castidade
castidade perfeita, subjugamosos
perfeita, subjugam
aa carne
carne para
para que
que oo espírito possa elevar-se
espírito possa elevar-se semsem am amarras
arras nemnem divi-
divi­
sões até Deus.
sões até Deus, Ao aderirmos à obediência perfeita, fazemos a mais
A o aderirmos à obediência perfeita, fazemos a mais
custosa
custosa das das renúncias. entregamos o
renúncias, entregamos o que
que éé mais
mais caro
caro ao ao homem,
homem,
mmais
ais que
que aa ambição
ambição de de possuir
possuir ou ou o o poder
poder dede procriar:
procriar; renunciamos
renunciamos
ao domínio da
ao domínio nossa própria
da nossa própria vontade.
vontade. Esvaziados
Esvaziados de de nós mesmos
nós mesmos
tão completamente quanto possa sê-lo um homem — sem proprie-
tão completamente quanto possa sê-lo um homem — sem proprie­
dade, sem
dade, sem família,
família, sem vontade própria
sem vontade própria —. — , ficamos livres ao
ficamos livres ao máximo
máximo
dos
dos nossos
nossos condicionalismos,
condicionalismos, para para abrir-nos
abrir-nos àà açãoação da graça; esta­
da graça; esta-
mos no caminho da perfeição.
mos no caminho da perfeição.
Se queremos
Se queremos progredir
progredir em santidade, oo espírito
em santidade, espirito dos dos conselhos
conselhos
evangélicos éé imprescindível
evangélicos imprescindível aa todos todos nós.nós, AA todos,todos, casados
casados ou ou
solteiros,
solteiros, relígiosos
religiosos ouou fiéis comuns, éé necessário
fiéis comuns, necessário oo desprendimento
O MAIOR BEM 157

dos bens deste


dos bens mundo, aa sobriedade
deste mundo, sobriedade na na satisfação
satisfação dos dos gostos
gostos ee ne­ ne-
cessidades,
cessidades, aa partilha
partilha generosa
generosa dos bens com
dos bens com outros
outros menosmenos afortuna­
afortuna-
dos, em atitude de agradecimento a Deus pelo que nos dá, ao mesmo
dos, em atitude de agradecimento a Deus pelo que nos dá, ao mesmo
tempo
tempo que que nosnos desprendemos
desprendemos de de tudo
tudo issoisso para
para oo caso
caso de de Ele
Ele nos
nos pedir
pedir
que lho
que lho devolvamos.
devolvamos.
Para cada
Para cada um segundo oo seu
um segundo seu estado,
estado, aa castidade
castidade éé imprescin­
imprescin-
divel.
dível. Para Para oo solteiro,
solteiro, aa castidade
castidade deve deve ser ser absoluta,
absoluta, com com votovoto ou ou
sem
sem voto.
voto. Certamente,
Certamente, éé uma uma das glórias da
das glórias nossa religião
da nossa religião que que tan- tan­
tos
tos vivam
vivam aa castidade
castidade perfeita,
perfeita, fora fora ee dentro
dentro de de um um mundo
mundo cujas cujas
seduções são tão abundantes e onde as ocasiões são tão frequentes.
seduções são tão abundantes e onde as ocasiões são tão freqüentes.
Há heroísmo autêntico
H á heroísmo autêntico na na pureza
pureza dos jovens que
dos jovens que dominam
dominam oo impe­ impe-
rioso instinto sexual
rioso instinto sexual até que aa idade
até que idade ee as as circunstâncias
circunstâncias os os permitam
permitam
casar-se.
casar-se. Há um heroísmo menos chamativo, mas não menos real,
Há um heroísmo menos chamativo, m as não menos real,
nos solteiros
nos solteiros de de m mais idade cuja
ais idade cuja situação
situação éé tal tal que
que nãonão os os permite
permite
casar-se,
casar-se, talvez
talvez para sempre.
para sempre. Háá um
H um nobrenobre heroísmo
heroísmo na na continência
continência
daqueles
daqueles que que fizeram
fizeram aa opção opção de de permanecer
permanecer solteiros solteiros no no mundo,
mundo,
para poderem dar-se
para poderem dar-se mais mais plenamente
plenamente ao ao serviço
serviço dos dos outros.
outros. Há Há
nestes leigos que
nestes leigos preferiram oo celibato
que preferiram celibato uma uma profunda reverência pela
profunda reverência pela
faculdade sexual,
faculdade sexual, que que encaram
encaram como como um maravilhoso
um maravilhoso dom dom de Deus,
de Deus,
reservado para os fins que Ele designou, e que deve manter-se impo-
reservado para os fins que Ele designou, e que deve manter-se im po­
luto enguanto esses
luto enquanto esses finsfins não
não sejam possíveis. EE também
sejam possíveis. também dentro dentro da da
vida conjugal se
vida conjugal se deve
deve viver
viver aa castidade,
castidade, aa formosissima
formosíssima castidadecastidade
dos esposos cristãos. para os quais a união física não é uma diversão
dos esposos cristãos, para os quais a união fí.sica não é uma diversão
ou um
ou um meiomeio de de satisfação
satisfação egoísta,
egoísta, mas mas aa felizfeliz expressão
expressão ddaa união união
interior ee espiritual
interior espiritual de de um um com com o o outro
outro ee com com Deus,Deus, para cumprir
para cumprir
aa sua
sua Vontade,
V^ontade, sem sem pôr pôr limites
limites aos aos filhos
filhos que que EleEle queira enviar,
queira enviar,
abstendo-se
abslendo-se de usar do
de usar do sexo
sexo sempre
sempre que que isso sirva melhor
isso sirva melhor aos aos fins fins
de Deus.
dc Deus.
Por último,
Por último, há há aa obediência
obediência no mundo, aa submissão
no mundo, subm issão d daa von­
von-
lade ao
tade, que o
ao que o verdadeiro
verdadeiro amor amor aa Deus Deus ee ao ao próximo
próximo reclamam,
reclamam, mui- m ui­
las
tas vezes
vezes obrigatoriamente.
obrigatoriamente. Esta obediência não
E sta obediência não implica
implica somente
somente aa
submissão
submissão àà voz voz de Deus na
de Deus na suasua Igreja
Igreja ee àà vontadevontade de Deus nas
de Deus nas
circunstâncias
circunstâncias da da vida
vida que muitas vezes
que muitas vezes são são fonte
fonte de de contrariedades.
contrariedades.
Implica
Implica aa subm submissão diária da
issão diária da vontade
vontade ee oo controle
controle dos d os desejos
desejos para para
todos os
todos que querem
os que querem viver viver em em paz paz €e caridade
caridade com com os outros, seja
os outros, seja oO
esposo
esposo com com aa esposa,
esposa, ou ou o o vizinho
vizinho com com o o vizinho.
vizinho.

Sim,
Sim, não há dúvida
não há dúvida de
de que
que oo espírito
espírito dos conselhos evangélicos
dos conselhos evangélicos
—— pobreza,
pobreza, castidade
castidade ee obediência
obediência —— não
não se
se encerra
encerra entre
entre os
os muros
muros
dos
dos conventos
conventos ee mosteiros.
mosteiros. Esse
Esse espírito
espírito éé essencial
essencial aa toda
toda vida
vida
autenticamente cristão
autenticamente cristã. A maioria
A maioria dos cristãos éé cham
dos cristãos chamada
ada aa viver
viver
cste espírito,
este embora aa sua
espírito, embora sua observância absoluta só
observância absoluta se peça
só se peça aa uns
uns
poucos.
poucos. OO Corpo Místico de
Corpo Místico de Crislo
Cristo éé um corpo, ee não
um corpo, não apenas
apenas alma.
alma.
Por isso tcni
Por isso tem que
que haver
haver pais
pais cristãos que perpetuem
cristãos que perpetuem os membros
os membros
158 Os DOIS GRANDES MANDAMENTOS

desse
desse Corpo.
Corpo. Mais M ais ainda,
ainda, sese o o espírito
espírito de de Cristo
Cristo deve impregnar o
deve impregnar o
mundo, deve
mundo, deve haver
haver exemplos
exemplos de de Cristo
Cristo em em todas
iodas as as circunstâncias
circunstâncias
da vida,
da vida, devedeve haver homens ee mulheres
haver homens mulheres cristãos
cristãos em em todos
todos os oficios,
os ofícios,
profissões ee estados.
profissões estados.
EÉ evidente
evidente queque háhá muita
muita gente
gente que vive “no
que vive mundo” ee éé muito
“ no mundo” muito
mais santa que outros que vivem “em religião”
m ais santa que outros que vivem “ cm religião” É igualmente evi-
É igualmente evi­
dente que
dente que ninguém
ninguém devedeve pensar
pensar que que estáestá condenado
condenado aa uma uma vidavida
““imperfeita”
imperfeita” porqueporque nãonão se tornou frade
se tornou frade ouou freira.
freira. Para cada
Para cada indi­
indi-
víduo. a vida mais perfeita é aquela para a qual Deus o chama. Há
víduo, a vida mais perfeita é aquela para a qual Deus o chama. Há
santas na
santas na cozinha
cozinha como
como as as háhá no no claustro;
claustro; no no mercado
mercado como como no no
convento.
convento.
Masas não
M não há há dúvida
dúvida de de que.
que. independentemente
independentemente da da vocação
vocação
particular de um determinado individuo, a vida religiosa éé vida
particular de um determinado indivíduo, a vida religiosa vida
de perfeição,
de perfeição, não não porque
porque umauma pessoa
pessoa se se faça
faça automaticamente
automaticamente per- per­
feita ao
feita ao pronunciar
pronunciar os os três votos religiosos,
três votos religiosos, mas mas porque tomou pé
porque tomou pé
numa senda de perfeição ao renunciar a tudo o que poderia em-
numa senda de perfeição ao renunciar a tudo o que poderia em­
baraçá-la
baraçá-la no seu propósito
no seu propósito de consagrar-se aa Deus.
de consagrar-se Deus. Suas Suas origens são
origens são
tão antigas
tão antigas comocomo àa própria Igreja. A
própria Igreja. A vida
vida religiosa
religiosa que que hoje
hoje conhe-
conhe­
cemos — um belo mosaico composto de muitas ordens c congrega-
cemos — um belo mosaico com posto de muitas ordens c congrega­
ções —
ções — temtem aa sua origem nas
sua origem nas ““Virgens”
Virgens” ec ““'Confessores”
Confessores” da da primit-
primi­
tiva cristandade.
tiva cristandade.

Além da
Alem da necessidade
necessidade que tem o
que tem o mundo
mundo de de testemunhos
testemunhos vivos vivos
que mostrem que
que mostrem que o o amor
amor de de Deus pode preencher
Deus pode preencher oo vaziovazio de de outros
outros
amores menores,
amores menores, há há outra
outra razão para aa promoção
razão para promoção da da vida
vida religiosa.
religiosa.
O preciosíssimo
O preciosísssmo Sangue Sangue de de Cristo
Cristo chama
chama as almasas pelas
as alm quais Ele
pelas quais Ele
morreu
morreu com com uma urgência que
uma urgência que não
não se pode ignorar;
se pode ignorar; seu número éé tão
seu número tão
grande ee oo trabalho
grande trabalho tão vasto que
tão vasto que háhá necessidade
necessidade de de uma
uma hoste
hoste de de
almas generosas c abnegadas que se entregue, sem nada que as possa
alm as generosas e abnegadas que se entregue, sem nada que as possa
distrair, às
distrair, às obras
obras de de misericórdia corporais ee espirituais.
misericórdia corporais espirituais. Há Há necessi-
necessi­
dade de
dade de centrais
centrais de de luz
luz ee energia
cnergia espiritual,
espiritual, de oração, que
de oração, que consigam
consigam
as graças
as graças necessárias
necessárias para para os os insensatos
insensatos que que não
não querem
querem rezar,rezar, ee
assim temos
assim temos as ordens de
as ordens monges ee m
de monges monjas
onjas dede clausura,
clausura. cujas
cujas vidas
vidas
estão inteiramente
estão inteiramente dedicadasdedicadas àà oração oração ee àà penitência
penitência em em favor
favor do do
Corpo Mistico
Corpo Místico de de Cristo.
Cristo.
São necessários braços
São necessários braços ee corações
corações semsem conta
conta para
para o o cuidado
cuidado dos dos
enfermos. dos
enfermos, aflitos, dos
dos aflitos, dos semsem lar:
lar; para buscar em
para buscar em seuseu domicílio
domicílio «e
trazer ao
trazer ao redil
redil as as ovelhas
ovelhas perdidas;
perdidas; parapara ensinar
ensinar nas nas escolas
escolas ee colé-
colé­
estos,
gios, aa fim fim de de queque se se fale
fale dede Deus
Deus ee não
não só só de Júlio César
de .lúlio César ee de de
Shakespeare: para
Shakespeare; para ensinar
ensinar o o catecismo.
catecismo. EE assim assim temos
temos as as congre-
congre­
gações de
gações de homens
homens ee mulheresmulheres que se dedicam
que se dedicam aa cslas
estas obras
obras de cari-
de cari­
dade. não
dade. não porpor dinheiro,
dinheiro. prestígio
prestígio ou satisfação. mas
ou satisfação, mas sim sim por amor
por amor
aa Deus
Deus ec às às almas.
almas. Só Deus sabe quanto trabalho ficaria por fazer
Só Deus sabe quanto trabalho ficaria por fazer
se nã<i
se não existissem
existissem essas essas almas.
O MAIOR BEM 159

Os que
Os que entram
entram parapara aa vida religiosa obrigam-se
vida religiosa obrigam-se àà observância
observância
da pobreza, castidade
da pobreza, castidade e obediência. e obediência. Os votos podem
Os votos podem ser feitos scr feitos porpot
toda a vida ou por um determinado
toda a vida ou por um determinado número de anos. número de anos. M as
Mas antesantes
de
de se fazer qualguer
se fazer qualquer voto, voto, há há um um tempo
tempo de de formação
formação ee de prova
de prova
espirituais, que se chama “noviciado” e que pode durar um ou dois
espirituais, que se chama “ noviciado” e que pode durar um ou dois
anos, a que se seguem os votos temporários, que proporcionam um
anos, a que se seguem os votos temporários, que proporcionam um
novo tempo de
novo tempo prova, até
de prova, até se pronunciarem os
se pronunciarem os votos
votos finais.
finais.
A vida
A vida dos
dos religiosos
religiosos está está aberta
aberta aa qualquer
qualquer pessoapessoa solteira
solteira ee
maior de
maior de quinze
quinze anos,
anos, que que nãonão esteja impedida por
esteja impedida obrigações ou
por obrigações ou
responsabilidades
responsabilidades que que aa tornemtornem incompatível
incompatível com com aa vida vida religiosa,
religiosa,
como, por exemplo, a obrigação de cuidar de um parente doente.
como, por exemplo, a obrigação de cuidar de um parente doente.
Se alguém tem saúde física e mental normais, não precisa senão de
Se alguém tem saúde física e meiiíal normais, não precisa senão de
tcr
ler umauma intenção
intenção retareta parapara dar dar esse passo: oo desejo
esse passo: desejo de de agradar
agradar aa
Deus, de
Deus, de salvar
salvar aa alma,
alma, de de ajudar
ajudar oo próximo.
próximo. Tendo Tendo em em conta
conta as as
prementes necessidades atuais, podemos ter a certeza de que Deus
prementes necessidades atuais, podemos ter a certeza de que Deus
chama muitas
chama muitas almas,
almas, que que não não aceitam
aceitam oo seu convite.
seu convite. Talvez não
Talvez não
sigam
sigam aa sua sua vozvoz — — Ele Ele falafala sempre
sempre com com suavidade
suavidade —: talvez aa
— ; talvez
ouçam, mas
ouçam, mas se se assustem
assustem com com aa dificuldade,
dificuldade, sem sem levarem
levarem cm em conta
conta
que quem
que quem as as chama
chama éé Deus Dcus ee Ele Ele darádará aa fortaleza
fortaleza necessária;
necessária; talveztalvez
ouçam ee tenham
ouçam tenham aa suficiente
suficiente generosidade,
generosidade, m masas são
são dissuadidas
dissuadidas pelos pelos
pais,
pais, que,que, comcom boaboa intenção,
intenção, aconselham
aconselham cauteta cautela ee demoram
demoram aa deci­ deci-
são, até que conseguem calar a voz de Deus e malograr a vocação.
são, até que conseguem calar a voz de Deus e m alograr a vocação.
Como se
Como se poderia
poderia ter ter “cautela”
“ cautela” com com Deus!
Deus! Uma U m a dasdas intenções
intenções cons­ cons-
tantes
tantes de de nossas
nossas orações
orações deveriadeveria ser ser pedir
pedir parapara queque todos
todos aqueles
aqueles
aa quem
quem DeusDeus chama escutem sua
chama escutem sua vozvoz ee respondam;
respondam; ee para para queque aque-
aque­
les que
les que responderam
responderam tenham tenham aa graça graça da da perseverança.
CAPÍTULO XVI

OO PRIMEIRO MANDAMENTO
PRIMEIRO MANDAMENTO

O NOSSO
o NO SSO PRIMEIRO DEVER
P R IM E IR O D EVER

OO supremo
supremo destino do homem
destino do homem éé dar
dar honra
honra ee glória
glória aa Deus.
Deus.
Para isso fomos
Para isso feitos: Qualquer
fom os feitos*. Qualquer outro
outro motivo para nos
motivo para nos criar
criar teria
teria
sido indigno
sido indigno de Deus. E,
de Deus. pois, correto
É, pois, correto dizerdizer queque Deus
Deus nosnos fezfez para
para
sermos
sermos eternamente
eternamente felizesfelizes com
com Ele. Ele. M Masas aa nossa
nossa felicidade
felicidade éé uma uma
razão secundária do nosso existir, é a consequência de cumprirmos oo
razão secundária do nosso existir; é a conseqüência de cumprirmos
fim
fim primário
primário para para que fomosos destinados:
que fom glorificar aa Deus.
destinados: glorificar Deus.
Não
N ão éé de de surpreender,
surpreender, pois, pois, queque oo primeiro
primeiro dos dos DezDez M Manda-
anda­
mentos nos
mentos nos recorde
recorde essa essa obrigação.
obrigação. “Eu “ Eu sousou oo Senhor
Senhor teu teu Deus”,
Deus” ,
escreveu
escreveu Deus Deus nas nas tábuas
tábuas de de pedra
pedra de de M Moisés,
oisés, “não
“ não terás
terás outros
outros
deuses
deuses diante
diante de de Mim”.
M im” . É É umauma formaforma resumida
resumida do primeiro m
do primeiro man-an­
damento.
damento. Tal Tal como aparece no
como aparece no livro
livro do do Êxodo,
Êxodo, no no Velho
Velho T Testa-
esta­
mento (capítulo
mento (capítulo XX, X X , versículos
versículos 22 aa 66),), éé muitomuito mais. comprido: “Eu
m ais comprido: “ Eu
sou
sou oo Senhor
Senhor teu Deus, que
teu Deus, que te tirei da
te tirei da terra
terra do do Egito,
Egito, da da casa
casa da da
servidão.
servidão. N Não terás outros
ão terás deuses diante
outros deuses diante de de Mim.
Mim. Não Não farás
farás parapara
titi escultura
escultura nem nem imagem
imagem alguma
alguma do do que
que estáestá no no alto
alto dos
dos céus,
céus, ou ou
em baixo sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. Não te pros-
em baixo sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. N ão te pros-
trarás
irarás diante
diante dessas
dessas coisas
coisas nemnem lheslhes prestarás
prestarás culto;
culto; porque
porque eu eu sou
sou oo
Senhor teu
Senhor teu Deus,
Deus, um um Deus zeloso, que
Deus zeloso, que vinga
vinga aa iniquidade
iniqüidade dos dos pais
pais
nos filhos, até
nos filhos, alc aa terceira
terceira ee quarta geração daqueles
quarta geração daqueles que que me odeiam;
me odeiam;
cc que
que usa
usa dede misericórdia
misericórdia até até milmil gerações
gerações com com aqueles
aqueles queque me me amam
amam
ee guardam
guardam os os meus mandamentos”. .
meus mandamentos”
Este
Este éé oo primeiro
primeiro mandamento
mandamento na na sua
sua forma completa.
form a completa. Pode
Pode
ser de
ser interesse mencionar
de interesse mencionar aqui aqui queque os os mandamentos,
mandamentos, segundo segundo Deus Deus
os
os deu,
deu, nãonão estão
estão claramente
claramente numerados
numerados de de umum aa dez.dez. AA sua sua dis-dis­
posição
posição em em dez dez divisões, para ajudar
divisões, para ajudar aa memorizá-los,
memorizá-los, éé coisa coisa dos dos
homens.
homens. Antes Antes que que aa invenção
invenção da da imprensa
imprensa tendesse
tendesse aa normalizar
normalizar
as coisas,
as coisas, os os mandamentos
mandamentos se se numeravam
numeravam um umasas vezes
vezes de de uma
uma ma- m a­
neira, outras de
neira, outras de outra.
outra. Frequentemente,
Frequentemente, oo primeiro mandamento, tão
primeiro mandamento, tão
extenso, dividia-se
extenso, dividia-se em dois:
cm dois: ““Eu
Eu sou sou oo Senhor
Senhor teu teu Deus
Deus não
não
o NOSSO PRIMEIR
O NOSSO O DEVER
PRIMEIRO DEVER 161
161

terás
terás outros deuses diante
outros deuses diante de de Mim”
Mim”. , era era o o primeiro
primeiro mandamento.
mandamento.
OO segundo
segundo era: era: “Não farás para
“ N ão farás para titi escultura
escultura nem nem imagem
imagem algumaalguma
Não te prostrarás diante dessas coisas nem lhes prestarás culto”
N ão te prostrarás diante dessas coisas nem lhes prestarás culto”
Depois.
Depois, para manter exatamente
para manter exatamente oo número número de dez, os
de dez, os dois
dois últimos
últimos
mandamentos
mandamentos — — “Não cobiçarás aa casa
“ N ão cobiçarás casa do do teu
teu próximo”
próxim o” ee “Não “ N ão
desejarás a mulher do teu próximo
desejarás a mulher do teu próximo nem nada do que lhe per­
nem nada do que lhe per-
rence”
tence” — — se juntaram em
se juntaram em um um só.só. Quando Martinho
Quando Martinho Lutero Lutero deu deu
origem àà primeira
origem confissão protestante,
primeira confissão escolheu este
protestante, escolheu sistema de
este sistema de
numeração.
numeração. O outro sistema, que nos é tão familiar, fez-se comum
O outro sistema, que nos é tão fam iliar, fez-se comum
na Igreja Católica.
na Igreja Católica. Esta circunstância
Esta circunstância fez com que
fez com que oo nossonosso se­ se-
gundo mandamento
gundo mandamento seja seja parapara muitos
muitos protestantes
protestantes o o terceiro,
terceiro, oo
nosso
nosso terceiro
terceiro oo quarto,
quarto, ee assim assim sucessivamente.
sucessivamente. Num catecismo
Num catecismo
protestante, é o sétimo mandamento e não o sexto que proíbe
protestante, é o sétimo mandamento e não o sexto que proibe oo
adultério. E
adultério. Emm ambos
am bos os os casos,
casos, os os mandamentos
mandamentos são são os os mesmos;
mesmos;
há apenas
há diferentes sistemas
apenas diferentes sistemas de de numeração.
numeração.
JJáá mencionamos
mencionamos que que oo número
número dez dez não não éé senão
senão uma ajuda
uma ajuda
mnemônica.
mnemônica. Vale aa pena
Vale pena recordar
recordar que que os mandamentos em
os mandamentos em si si são
são
também ajudas
também ajudas que que Deus proporciona àà memória,
Deus proporciona memória, seja seja qual
qual for for o o
sistema de
sistema de numeração.
numeração. No No Monte
Monte Sinai,
Sinai, Deus Deus — — àà exceção
exceção de de terter
destinado um dia específico para Ele — não impôs novas obriga-
destinado um dia específico para E le — não im pôs novas obriga­
ções àà humanidade.
ções humanidade. Desde Adão
Desde A dão aa lei lei natural
natural exigia
exigia do do homem
homem aa
prática do
prática culto aa Deus,
do culto Deus, da da justiça,
justiça, da veracidade, “da
da veracidade, da castidade
castidade ee
das demais virtudes morais.
das demais virtudes morais. Deus apenas gravou em tábuas de
Deus apenas gravou em tábuas de pe­pe-
dra oo que
dra que aa leilei natural
natural já já exigia
exigia do do homem.
homem. Mas,
M as, no no Monte
Monte Sinai,
Sinai,
Deus também
Deus também não não nos entregou um
nos entregou tratado exaustivo
um tratado exaustivo de de lei moral.
lei moral.
Limitou-se aa proporcionar
Limitou-se proporcionar uma uma lista
lista dos pecados m
dos pecados mais graves contra
ais graves contra
as virtudes
as virtudes mais mais importantes: idolatria contra
importantes: idolatria religião, profanação
contra religião, profanação
contra reverência, homicídio
contra reverência, homicídio ee roubo roubo contra
contra justiça,
justiça, perjúrio
perjúrio contra
contra
veracidade ee caridade;
veracidade caridade; ee deixou deixou ao ao homem
homem essas essas virtudes
virtudes como como guiasguias
onde enquadrar
onde enquadrar os os deveres
deveres de natureza similar.
de natureza similar. Poderíamos
Poderíamos dizer dizer
que os
que Dez M
os Dez Mandamentos
andamentos são são como
como dez cabides onde
dez cabides onde podemos
podemos pen­ pen-
durar ordenadamente
durar ordenadamente as as nossas
nossas obrigações
obrigações morais.morais.

Mas voltemos agora


M as voltemos agora àà consideração particular do
consideração particular do primeiro
primeiro mman-
an­
damento.
damento. Podemos
Podemos dizer
dizer que
que poucos
poucos dede nós
nós se acham em
se acham em situação
situação
de cometer
de cometer um pecado de
um pecado de idolatria
idolatria em em sentido
sentido literal.
literal. Mas
M as jájá sese
poderia falar
poderia figurativamente daqueles
falar figurativamente daqueles que que rendem
rendem culto
culto ao ao falso
falso
deus de
deus si mesmo:
de si mesmo: aos aos que
que colocam
colocam as as riquezas,
riquezas, osos negócios,
negócios, o o êxito
êxito
social, 0
social, o prazer mundano ou
prazer mundano ou o o bem-estar físico acima
bem-estar físico acim a dosdos seus
seus de-
de­
veres para
veres com Deus.
para com Deus. No entanto. esses
N o entanto, pecados de
esses pecados auto-idolatria
de auto-idolatria
enquadram-se,
enquadram-se, em em geral,
geral, em mandamentos diferentes
em mandamentos diferentes do primeiro.
do primeiro.
Admitindo que
Admitindo que oo pecado
pecado de de idolatria
idolatria nãonão éé problema
problema para nós,
para nós,
poderemos dirigir
poderemos dirigir aa nossa atenção para
nossa atenção para oo significado positivo do
significado positivo do
primeiro mandamento.
primeiro mandamento. Dele Dele se se pode afirmar —— como
pode afirmar como de de quase
quase to-to­
162 O PRIALEUIRO MANDAMENTO

dos os
dos os outros
oLiiros — ■— queque àíi lornãa
1'ornja negauva
iiegaiiva oni cm que
que sc expressa não
sc expressa iião passa
passa
de uma fórmula
de ujiia fórmula licrária para ressaltar
liíeiúiia para sinteticamente os
ressaltar siuteiicamcme os nossos
nossos de­ de-
veres positivos.
veres positivos. Assim. o
Assini. o primeiro
primeiro mandamento
mandamento ordena ordena que que ofere­
ofere-
camos
çamos unicamente
iinieamenle aa Deus Deus o o euUo
culto supremo.
supremo, culto eulto que
que lhelhe éé devido
devido
como Criador ee fim
como Criador fim nosso.
nosso, ec essa essa obrigação
obrigação positiva abrange nniito
pvisitiva abrange muito
mais
jnais coisas
coisas do do queque aa meramera abstenção
abstenção da da idolatria.
idolatria.
Nunca se
Nunca insistira suficientemente
sc insistirá suficientemente na na idéia de que
idcia de que levar
levar uma uma
vida virtuosa éé miiiio
vida virtuosa muito maismais que que aa simples
simples abstenção
abstenção do do pecado,
pecado. A A
virtude, como
virtude, como as as moedas,
moedas, tem anverso vce reverso.
lem aiiverso reverso. Abster-se
Abster-se do mal
do mal
éé apenas
apenas uma uma face face da da moeda,
moeda. A\ oiilra
outra éé àa necessidade
necessidade de de fazei
fazes
boas
hoas obras,
obras, queque são são o o contrário
contrário das das másmas aa queque renunciamos.
renunciamos. Assim,
Assim,
pois,
pois, nãonão basta
basta passar diante de
passar diante de um um ídoloídolo pagão
pagão ee não não tirar
tirar o o cha-
cha­
péu. Devemos
péu. Devemos prestar
prestar ativamente
ativamente ao verdadeiro Deus
ao verdadeiro Deus oo culto
culto queque lhelhe
éé devido.
devido. O O catecismo
catecismo resume resume os deveres aa esse
os deveres respeito com
esse respeito com estas
estas
palavras:
palavras; “Prestamos culto a Deus por mcio de atos de fé, espe-
“ Prestamos culto a Deus por meio de atos dc fé, espe­
rança
rança cc caridade, adorando-o ee dirigindo-lhe
caridade, adorando-o dirigindo-lhe as as nossas
nossas orações”
orações”
Em religião, tudo
Em religião, tudo se se bascia
baseia na na fé.fé. SemSem cla, não há
ela, não há nada.
nada. Por Por
isso devemos
isso devemos começarcomeçar por por concentrar
concentrar aa atenção atenção na na virtude
virtude da da fé.fé.

Sabemos
Sabemos que que aa virtude
virtudo da da féfé éé infundida
infundida em nossa alma,
cm nossa alma, junta-
junta­
mente com
mente com aa graça graça santificante,
santificante, no no momento
momento do batismo. M
do batismo. Masas aa
virtude da
virtude da fé fé ficaria
ficaria anquilosada
anquilosada em nossa alma
em nossa alma se se não
não aa vitalizás-
vitalizás-
semos mediante
semos mediante atos dc fé.
aíos dc fé. Fazemos
Fazem os um um ato
ato de
de féfé de cada vez
dc cada vez que
que
assentimos conscientemente às verdades reveladas por Deus; não pre-
assentimos con.scientcmcnle às verdades reveladas por Deus; não pre­
cisamente
cisamente por por as as compreendermos
compreendermos plenamente:plenamente; não não precisamente
precisamente
por
por nosnos terem
terem sido sido demonstradas,
demonstradas, ce aa prova prova nos ter convencido
nos ler convencido
cientificamente:
cientificamente; m masas sim,
sim, primordialmente,
primordialmente, porque porque DeusDeus as as revelou.
revelou.
Deus,
Deus, porpor serser infinitamente
infinitamente sábio,
sábio, nãonão pode enganar-se.
pode enganar-se. Deus, por
Deus, por
ser infinitamente
ser verdadeiro, não
infinitamente verdadeiro, não pode
pode mentir.
mentir. Em consequência,
Em consequcMicia.
quando
quando DeusDeus diz diz que
que uma coisa éé assim
uma coisa assim ee não
não dede outra maneira. não
outra maneira, não
se pode pedir certeza maior. A palavra divina contém mais certeza
se pode pedir certeza maior. A palavra divina contém mais certeza
que
que todos
todos osos tubos
tubos dede ensaio
ensaio ee arrazoados
arrazoados lógicos
lógicos do do mundo,
mundo,
ÉÉ fácil
fácil vervcr aa razão
razão por que um
por que um ato ato de
de féfé éé umum atoato de de culto
culto
aa Deus.
Deus. Quando
Quando digo digo “Meu Deus, creio
“ Meu Deus, nestas verdades
creio nestas porque V
verdades porque Vósós
as
as revelastes,
revelastes, ee V Vós não podeis
ós não podeis enganar-vos
enganar-vos nem nem enganar-me”
enganar-me”. , esta-
esta­
mos honrando
mos honrando aa sabedoria
sabedoria ee aa veracidade infinitas de
veracidade infinitas de Deus
Deus do do modo
modo
mais
m ais prático
prático possível,
possível, aceitando-as baseados na
aceilando-as baseados na sua palavra.
sua palavra.
dever de
Este dever
Este de dar
dar culto Deus pela
culto aa Deus fé impõe-nos
pela fé impõe-nos um umasas obri-
obri­
gações concretas.
gações concretas. Deus
Deus não
não faz
faz as
as coisas
coisas sem
sem motivo.
motivo. É
É evidente
evidente
que,
que, sese nos deu aa conhecer
nos deu conhecer certas verdades, éé porque
certas verdades, porque de de algum
algum modomodo
elas nos
elas seriam úteis
nos seriam úteis para alcançarmos oo nosso
para alcançarmos nosso fim, dar glória
que éé dar
fim, que glória
Deus pelo conhecimento, pelo amor
aa Deus pelo conhecinienio, pelo amor e
e pelo
pelo serviço.
serviço. Assim,
Assim, saber
saber
que verdades são
que verdades são essas converte-se numa
essas converte-se numa responsabilidade
responsabilidade para nós,
para nós,
segundo aa nossa
segundo capacidade ee oportunidades.
nossa capacidade
163
O NOSSO PRIMEIRO DEVER

Para
Para um um não não católico,
católico. isto isto significa
significa qne, que, mal começa aa suspeitar
mal começa suspeitai
que não
que não possui verdadeira religião
possui aa verdadeira revelada por
religião revelada por Deus,Deus, estáestá obri-
obri-
eado imediaiamenle
vado imediatamente a procurá-la. a procurá-la. Quando a encontra,
Quando a encontra, está
está obrigado
obrigado
aa abraçá-la.
a b r a ç á - la . aa fazer
fazer o
o seu
seu ato
ato de
de fé.
fé. Nós não
Nós podemos julgar
não podemos nin-
julgar nin-
euém, pois só Deus lê os corações, mas todo sacerdote, no decurso
líuém, pois só Deus lê os corações, mas todo sacerdote, no decurso
do
do seu seu ministério,
ministério, encontra encontra pessoas pessoas que parecem estar
que parecem convencidas
estar convencidas
de que aa fé
de que verdadeira e,
católica éé aa verdadeira
fé católica contudo. não
e, contudo, entram na
não entram Igreja.
na Igreja.
EÉ como
como se se oo preço
preço lhes excessivamente elevado;
parecesse excessivamente
lhes parecesse clevado; perda perda de de
amigos, de negíScios
amigos, de negócios on de prestígio. ou de prestígio. Ás
À s vezes,
vezes, o
o obstáculo
obstáculo é
é o
o
temor
temor de de desgostar
desgostar os os pais segundo aa carne,
pais segundo carne, como como se lealdade
se aa lealdade
para com
para com eles eles tivesse
tivesse precedência
precedência sobre sobre essa lealdade superior
essa lealdade superior que que
devemos ao nosso Pai Deus.
elevemos ao no.sso Pai Deus.
Nós, que
Nós, que já possuímos aa fé,
já possuímos temos quc
fé, temos que ver ver se se não dormimos
não dormimos
sobre
sobre os louros.
os louros. Não
N podemos estar
ão podemos tranquilos pensando
estar tranqüilos pensando que, que, porpor
termos frequentado um colégio onde nos ensinaram o catecismo na
termos freqüentado um colégio onde nos ensinaram o catecismo na
juventude, já
juventude, já sabemos
sabem os tudo tudo oo que precisamosos sobre
que precisam religião.
sobre religião. Uma a
Um
mente
mente adulta necessita de
adulta necessita de uma compreensão de
uma compreensão adulto das
de adulto verdades
das verdades
divinas.
divinas. Ouvir Ouvir com atenção sermões
com atenção práticas, ler
sermões ee práticas, revis-
livros ee revis­
ler livros
tas de doutrina cristã, participar de círculos de estudo, não são
tas de doutrina cristã, participar dc círculos de estudo, não são
simples questão de
simples questão coisas cm
gosto, coisas
de gosto, em que que nos ocupamosos se
nos ocupam nos dá
se nos dá
na veneta.
na veneta. N Não
ão são práticas ““piedosas”
são práticas piedosas” para para ““almas devotas”
alm as devotas” É
É
um dever essencial procurarmos um adeguado grau de conheciment
um dcvcr essencial procurarmos um adequado grau dc conhecimento o
da nossa fé,
da nossa fé, ee esse
esse dever resulta do
dever resulta primeiro dos
do primeiro mandamentos.
dos mandamentos. Não
N ão
podemos
podemos fazer fazer atosatos de de fé sobre uma
fé sobre verdade ou
uma verdade verdades que
ou verdades nem
que nem
sequer conhecemos.
sequer conhecemos. tentações sobre
Muitas tentações
Muitas sobre aa fé, fé, se se as desa-
temos, desa­
as temos,
pareceram se
pareceriam déssemos ao
nos déssemos
se nos trabalho de
ao trabalho estudar um
de estudar pouco m
um pouco mais
ais
as verdades da
as verdades nossa fé.
da nossa fé.

OO primeiro mandamento não


primeiro mandamento nos obriga
não nos obriga apenas
apenas aa procurar
procurar ee aa
conhecer
conhecer as verdades divinas
as verdades divinas ee aa aceitá-las.
aceitá-las. Também
Tam bém nos pede que
nos pede que
façamos
façam os atosaío s de
de fé,
fé, que
que prestemos
prestemos culto culto aa Deus
Deus pela adesão explícita
pela adesão explicita
da nossa mente
da nossa mente às suas verdades,
às suas verdades, uma uma vez alcançado oo uso
vez alcançado uso da
da razão.
razão.
Quando
Quando devo fazer atos
devo fazer atos de fé? Com
de fc? Com frequência,
freguência, m masas sobretudo
sobretudo
quando
quando chegachega ao ao meu conhecimento uma
meu conhecimento uma verdade
verdade de de fé
fé que ignorava
que ignorava
anteriormente,
anteriormente. Devo Devo fazer fazer um um ato ato dede féfé quando
quando se se apresenta
apresenta uma uma
tentação
tentação contra
contra esta virtude ou
esta virtude ou contra
contra outra
outra qualquer
qualquer em em que
que aa féfé
esteja implicada.
esteja implicada. Devo
Devo fazer fazer um um ato ato dede féfé muitas vezes na
muitas vezes na vida,
vida,
para
para quequc aa virUide
virtude nãonão fique
fique inativa
inativa porpor falta
falta de exercício. ÀA prá-
de exercício. prá-
tica habitual
lica habitual do do bom cristão éé fazer
bom cristão fazer atos
atos de de fé diariamente, como
fé diariamente, como
parte
parte das orações da
das orações da manhã
manhã ee da da noite.
noite.
Não
N ã o éé suficiente
suficiente procurar conhecer aa verdade,
procurar conhecer verdade, nem nem podem
podemos os
Bonitar-nos
lini(tar-no> aa prestar-lhe
prestar-lhe o o nosso
nosso assentimento
assentimento interior.
interior. OO pri
pri­
Metro
meiro mandamento
maiidaineiilo requerrequer que. que, alémalém disso. ftçaumos profissão
di.vso. façamos ex-
profissão e.\-
term i(:i
tcMi.i ada aossa !,.■ do iEsta obigaçao
Ni.i 1)1)1 j I Passa scr iinper.iioa
sEr UNperativa sempeoscmp!\'
164 O PRIMEIRO MANDAMENTO

que aa honra
que honra de de Deus
Deus ou ou oo bem-estar
bem-estar do do próximo
próximo oo requeiram.
requeiram. AA
honra de
honra de Deus
Deus o o requer quando omitir
requer quando omitir essa
essa profissão
profissão dede téré equiva-
eqüiva­
leria a negá-la. E esta obrigação não se aplica somente aos casos
leria a negá-la. E esta obrigação não se aplica somente aos casos
vxtremos,
extremos, em que nos
em que nos éé exigida
exigida aa negação
negação expressa
expressa da da nossa
nossa fé, como
fé, como
na antiga Roma
na antiga R om a ou ou nos
nos atuais países comunistas,
atuais países comunistas, m masas também
também àà
vida ordinária de cada um.
vida ordinária de cada um. Podemos ter reparos em expressar aa
Podemos ter reparos em expressar
nossa
nossa fé fé por
por medo
medo de de que
que prejudique
prejudique os nossos negócios,
os nossos negócios, por medo
por medo
de cham
de chamarar aa atenção, por medo
atenção, por medo às às ironias
ironias ou ou aoao ridículo.
ridículo. OO cató-cató­
lico
lico que que assiste
assiste aa umum congresso,
congresso, oo católico
católico que estuda na
que estuda na Universi-
Universi­
dade, a católica que participa em reuniões sociais, pode encontrar-se
dade, a católica que participa em reuniões sociais, pode encontrar-se
em situações
em situações em em queque ocultar
ocultar aa suasua fé fé equivalha
eqüivalha aa negá-la,
negá-la, em em pre-
pre­
juízo da
juízo da honra devida aa Deus.
honra devida Deus.
EE muitas
muitas vezes, quando fugimos
vezes, quando fugimos de de professar
professar aa nossa
nossa fé por
fé por
covardia, oo próximo
covardia, próximo sofre também.
sofre também. Muitas
M uitas vezes
vezes um
um irmão
irmão ou ou irmã
irmã
de fé mais fraca observa a nossa conduta antes de decidir a sua
de fé m ais fraca observa a nossa conduta antes de decidir a sua
forma
form a de de agir.
agir. Realmente,
Realmente, enfrentaremos
enfrentaremos muitas situações em
muitas situações em queque
aa necessidade
necessidade concreta
concreta de de dar
dar testemunho
testemunho da da nossa
nossa féfé surgirá
surgirá da da
obrigação
obrigação de fortalecermos com
de fortalecermos com o o nosso
nosso exemplo
exemplo aa fé dos outros.
fé dos outros.

PECADOS
P CONTRA
ECADO S C A FÉ
ONTRA A FÉ

O primeiro
O primeiro mandamento
mandamento obriga-nos
obriga-nos aa conhecer
conhecer oo que Deus re-
que Deus re­
velou ee aa crer
velou nessas verdades
crer nessas verdades firmemente.
firmemente. Isto Isto éé o o que
que significa
significa
praticar
praticar aa virtude
virtude d daa fé.
fé. Sempre
Sempre que que deixam
deixamosos de de cumprir
cumprir estasestas
obrigações,
obrigações, pecamos contra aa fé.
pecam os contra fé.
Masas há
M há certos pecados graves
certos pecados graves ee concretos
concretos contra
contra esta virtude
esta virtude
que merecem
que merecem uma uma menção
menção especial,
especial, ee oo primeiro
primeiro de de todos
todos éé oo pe- pe­
cado
cado de de apostasia.
apostasia. A A palavra
palavra ““apóstata”
apóstata” soa so a dede modo
m odo parecido
parecido aa
“apóstolo”,
“ apóstolo” , mas
m as significa quase oo contrário.
significa quase contrário. Apóstolo
A póstolo éé aquele
aquele que que
propaga
propaga aa fé. fé. Apóstata
A póstata éé aquele
aquele que que aa abandona
abandona completamente.
completamente.
Encontram-se
Encontram-se apóstatas
apóstatas em em quase
quase todastodas as as paróquias:
paróquias: pessoas
pessoas que que
dirão que foram católicas, mas que já não crêem em nada. Com fre-
dirão que foram católicas, m as que já não crêem em nada. C om fre­
quência, aa apostasia
quência, apostasia éé consequência
conseqüência de de um
um maumau casamento. Começa
casamento. Começa
com um
com casamento
um casam ento realizado
realizado fora
fora da da Igreja
Igreja ou ou com
com uma pessoa
um a pessoa
que não pratica,
que não pratica, Excluíndo-se do fluxo da graça divina, a fé
Excluíndo-se do fluxo da graça divina, a fé dodo
católico
católico definha
definha ee morre,
morre, ee nono final
final do processo aa pessoa
do processo pessoa se se vêvê sem
sem
fé nenhuma.
fé nenhuma.

Não são aa mesma


N ão são mesma coisa
coisa apostasia
apostasia ee relaxamento.
relaxamento. Pode
Pode haver
haver
um
um católico
católico relaxado que não
relaxado que não vváá àà M
Missa
issa nem comungue há
nem comungue há dez
dez anos.
anos.
Ordinariamente, aa raiz
Ordinariamente, desta negligência
raiz desta negligência éé simplesmente
simplesmente aa preguiça.
preguiça.
““Trabalho
Trabalho muito
muito toda
toda aa semana
sem ana ee tenho
tenho oo direito
direito de
de descansar
descansar aos
aos
domingos”, , dirá
domingos” certamente esse
dirá certamente homem.
esse homem. Se
Se lhe
lhe perguntarmos
perguntarmos qual
PECADOS CONTRA A FÊ 185

éé aa sua religião, responderá:


sua religião, responderá; “Católico,“ Católico, naturalmente”
naturalmente” Em geral,
Em geral,
defender-se-á dizendo que é melhor católico do que “muitos
defender-se-á dizendo que é melhor católico do que “ muitos que
que vão
vão
àà M issa todos
Missa todos os domingos”
os domingos” É uma
É desculpa típica,
uma desculpa típica, que sacer-
todo sacer­
que todo
dote
dote tem tem dede ouvir
ouvir umauma vez vez porpor outra.
outra,
Um católico relaxado não é ainda um
Um católico relaxado não é ainda um apóstata.
apóstata. De De forma
form a vaga,
vaga,
pretende voltar
pretende voltar num futuro impreciso
num futuro impreciso àà prática prática da da suasua religião.
religião. SeSe
morre
morre antesantes de de fazê-lo,
fazê-lo, não não lhelhe será
será necessariamente
necessariamente negado negado oo en- en­
terro
terro cristão, se O pároco puder encontrar nele qualquer sinal de
cristão, se o pároco puder encontrar nele qualquer sinal de
que
que ainda conservava aa fé
ainda conservava fé ee dede que
que sese arrependeu
arrependeu àà hora hora da da morte.
morte.
ÉÉ uma wma idéia errônea supor
idéia errônea supor que que aa Igreja
Igreja neganega enterro
enterro cristão
cristão aos aos
que não cumprem o chamado dever pascal,
que não cumprem o chamado dever pascal.
É verdade
É verdade que que aa Igreja
Igreja tomatoma este fato como
este fato evidência de
como evidência de queque
uma pessoa
uma pessoa possui
possui aa verdadeira
verdadeira fé: fé: se se consta
consta que que comunga
comunga pela pela
Páscoa,
Páscoa, não não será preciso mais
será preciso mais nada.
nada. Mas, M as, comocomo M Mãeãe am amorosa
orosa queque éé
para os
para os seus
seus filhos
filhos extraviados,
extraviados, basta basta àà IgrejaIgreja aa menor
menor prova prova parapara
que
que conceda
conceda o o enterro
enterro cristão
cristão ao ao defunto,
defunto, supondo
supondo que este conser-
que este conser­
vava aa fé
vava fc ee sc sc arrependeu
arrependeu de de seus
seus pecados,
pecados, quer quer dizer, sempre que
dizer, sempre que
não tenha morrido excomungado ou publicamente impenitente. Um
não tenha morrido excomungado ou publicamente impenitente. Um
enterro cristão não
enterro cristão não garante,
garante, de modo algum,
de modo algum, que que determinada
determinada alma alma
vá para
vá para oo céu, céu, mas
m as aa Igreja
Igreja nãonão quer aumentar aa dor
quer aumentar dor dos parentes
dos parentes
negando oo enterro
negando enterro cristão,
cristão, contanto
contanto que que possa
possa encontrar
encontrar um umaa des-des­
culpa válida
culpa válida parapara oo autorizar.
autorizar.
Um
Um católico
católico relaxado
relaxado não não éé necessariamente
necessariamente um um católico apóstata,
católico apóstata,
se bem
se bem que,que, muito frequentemente, oo relaxamento
muito frequentemente, relaxamento conduzaconduza àà heresia.
heresia.
Ninguém
Ninguém pode pode irir vivendo
vivendo de de costas
costas parapara Deus,Deus, mêsmês apósapós mês,
mês, ano ano
após
após ano; ninguém pode
ano; ninguém pode viverviver indefinidamente
indefinidamente em pecado mortal,
em pecado mortal,
rejeitando constantemente
rejeitando constantemente aa graça graça de de Deus,
Deus, sem sem queque afinal
afinal se se en­en-
contre
contre sem sem fé. fé. AA fé fé éé um um dom dom de Deus, ee tem
de Deus, tem que chegar um
que chegar um
momento
momento em em que que Deus,
Deus, que que éé infinitamente
infinitamente justo como éé infinita­
justo como infinita-
mente
mente misericordioso,
misericordioso, não não possa
possa permitir
permitir que que seuseu domdom continue
continue aa
ser
ser desprezado
desprezado ee se continue abusando
se continue abusando do do seuseu amor. Quando aa mão
amor. Quando mão
de
de DeusDeus se retira, aa fé
se retira, fé morre.
morre.

Outra
Outra causa
causa de de apostasia,
apostasia, além
além do do relaxamento,
relaxamento, éé aa soberba
soberba
intelectual.
intelectual. ÉÉ um um perigo
perigo aa que
que se se expõe
expõe quem
quem se se aventura
aventura impru­
impru-
dentemente
dentemente aa ultrapassar
ultrapassar os os seus
seus limites intelectuais ee espirituais.
limites intelectuais espirituais. É É
Oo caso
caso do do jovem
jovem queque entra na Universidade
entra na Universidade ee começacomeça aa descurar
descurar aa
oração,
oração, aa m missa
issa ee os
os sacramentos.
sacramentos. Assim
Assim que abandona aa sua
que abandona sua vida
vida
espiritual,
espiritual, vê-se
vê-se deslumbrado
deslumbrado pela atitude de
pela atitude desdenhosa superiori­
de desdenhosa superiori-
dade deste ou
dade deste ou daquele
daquele professor para com
professor para com ““as superstições supera-
as superstições supera-
qas”,
u as” , entre
entre asas quais inclui aa religião.
quais inclui religião. Em vez de
Ern, vez de aceitar
aceitar oo repto
repto dada
irreligião
irreligião superficialóide
superficialóide com que tropeça
com que tropeça nas aulas —— ee estudar
nas aulas estudar as as
respostas —,
respostas — , oo jovem
jovem estudante troca aa autoridade
estudante troca autoridade de de E>eus
Deus ee da da
sua Igreja pela
sua Igreja autoridade do
pela autoridade professor.
do professor, Isto não
Isto não quer
quer dizer
dizer que
166 O PRIMEIRO MANDAMENTO

aa maioria
maioria dos professores universitários
dos professores universitários sejam sejam ateus
ateus ou ou coisa
coisa pare-
pare­
cida, m as apenas que é possivel encontrar
cida, mas apenas que é possivel encontrar casos desses com alguma casos desses com alguma
facilidade: professores
facilidade; professores que. que. levados
levados pela pela sua sua própria
prcSpría insegurança,
insegurança,
tentam afirmar
tentam afirm ar oo seu seu eu eu menosprezando
menosprezando as as mentes
mentes superiores
superiores àà sua. sua.
Um homem assim pode causar danos irreparáveis a estudantes im­
Um homem assim pode causar danos irreparáveis a estudantes im-
pressionáveis
pressionáveis ee contagiá-los
contagiá-los com com aa sua sua soberba
soberba intelectual.
intelectual.
As
A s leituras imprudentes são
leituras imprudentes são outro
outro perigo frequente para
perigo freqüente para aa fc. fé.
Uma
Um a pessoa
pessoa afetada
afetada de de pobreza
pobreza intelectual
intelectual pode pode serser presa
presa fácil das
fácil das
areias movediças de autores refinados e engenhosos, cuja atitude para
areias movediças de autores refinados e engenhosos, cuja atitude para
com aa religião
com seja de
religião seja de suave
suave ironia
ironia ou ou altivo
altivo desprezo.
desprezo. Ao A o Jer
ler tais
tais
autores, éé provável
autores, provável que que aa mente superficial comece
mente superficial comece aa pôr pôr em dúvida
em dúvida
as
as suas crenças religiosas.
suas crenças religiosas. Se Se nãonão sabe sopesar as
sabe sopesar provas ee pensar
as provas pensar
por conta própria,
por conta própria, se se não
não temtem presente
presente o o ditado
ditado inglês
inglês de que “um
de quc “ um
tolo pode
tolo pode fazer
fazer mais perguntas numa
m ais perguntas numa horahora do do queque um um sábio
sábio respon­
respon-
der num ano”
der num ano”, , oo leitor
leitor incauto
incauto troca
troca aa suasua féfé pelos
pelos sofismas brilhan-
sofí.smas brilhan­
tes ee pelos
tes pelos absurdos
absurdos impenetráveis
impenetráveis que que vai vai lendo.
lendo.
Finalmente,
Finalmente, aa apostasia
apostasia pode pode ser ser resultado
resultado do do pecado
pecado habitual,
habitual.
Um
Um homem
homem não não podepode viverviver em continuo conflito
em contínuo consigo mesmo.
conflito consigo mesmo.
Se
Se as suas ações
as suas ações contradizem
contradizem aa sua sua fé,
fé, umauma das das duasduas partes
partes tem tem
que ceder.
que ceder. Se Se negligencia
negligencia aa graça, graça, éé fácil
fácil queque jogue
jogue pela pela janela
janela aa
fé,
fé, ee não
não o o pecado.
pecado. M Muitos justificam aa perda
uitos justificam perda da da fé por dificul-
fé por dificul­
dades intelectuais,
dades quando na
intelectuais, quando na realidade
realidade tratam
tratam de de encobrir desse m
encobrir desse mo-o­
do oo conflito
do conflito mais íntimo ee menos
m ais íntimo menos nobrenobre que que têm têm comcom as suas
as suas
paixões.
paixões.

Além da rejeição
Além da rejeição total
total da fé, que
da fé, que éé o
o pecado da apostasia,
pecado da existe
apostasia, existe
aa rejeição
rejeição parcial,
parcial, que
que éé o
o pecado
pecado dede heresia,
heresia, ee quem
quem oo comete
comete cha­
cha-
ma-se herege.
ma-se herege. Herege
Herege éé um
um batizado
batizado que
que se recusa aa crer
se recusa crer numa
numa ouou
mais
m verdades reveladas
ais verdades reveladas por
por Deus
Deus ee ensinadas pela Igreja
ensinadas pela Igreja Católica.
Católica.
Uma
U verdade revelada
m a verdade revelada por por Deus
Deus ee proclam
proclamada solenemente pela
ada solenemente pela Igreja
Igreja
denomina-se dogm
denomina-se dogma a de de fé.
fé. A A concepção
concepção virginal
virginal de de Jesus
Jesu s —— oo falo
fato
de não
de não terter tido
tido paipai humano
humano — — éé um um exemplo
exemplo de de dogma
dogm a de de fé.fé.
A infalibilidade
A infalibilidade do sucessor de
do sucessor de Pedro,
Pedro, do Papa, quando
do Papa, quando ensina
ensina dou­dou-
trina de fé e moral a toda a Cristandade, é também dogma de fé.
trina de fé e m oral a toda a Cristandade, é também dogma de fé.
Outro éé o
Outro o dada Imaculada Conceição, isto
Im aculada Conceição, isto é,é, oo fato
fato dede Deus
Deus ter criado
ter criado
aa alma
alma de de Maria
M aria livre
livre do pecado original.
do pecado original.
São alguns
São alguns exemplos
exemplos dos dos dogmas
dogmas que, que, entrelaçados,
entrelaçados, formam
formam aa
tapeçaria da
tapeçaria da fé
fé católica. Rejeitar um
católica. Rejeitar um deles
deles éé rejeitar
rejeitar todos.
todos. Se Se Deus,
Deus,
que fala
que pela sua
fala pela sua Igreja, pode errar
Igreja, pode errar num
num pontoponto de doutrina, não
de doutrina, não há há
razão nenhuma
razão nenhuma para para crer
crer nos
nos demais.
demais. Não pode haver
N ão pode haver ninguém
ninguém que que
seja ““ligeiramente
seja herético”, , como
ligeiramente herético” como também
também não não pode
pode haver
haver ninguém
ninguém
que
que esteja
esteja ““ligeiramente
ligeiramente morto”.morto” . À Ass vezes,
vezes, poderiamos pensar que
poderíam os pensar que
os anglicanos
os anglicanos da da “High Church” estão
“ High Church” estão muito
muito pertoperto dada Igreja por-
Igreja por­
que crêem
que crêem em em quase
quase tudo tudo o o que
que nós
nós cremos,
cremos, têm cerimônias pare-
têm cerimônias pare-
167
PEQ ADOS CONIRA A FÊ

cidas
cidas àà iKissa
nossa Missa,
Missa. confessionários
confessionários ee paramentos htúrgicos cm
paramentos litúrgicos seus
em seus
k-mjdos. queimam
jemplos. e queimam
0 incenso. M
incenso, assim: : dizer
não éé assim
Masas não alguém
que alguém
dizer que
cé “quase católico” éé
"quase católico" tão absurdo
tão dizer que
como dizer
absurdo como está ““quase
alguém está
que alguém quase
vivo”
VIVO
Deve-sc ler
Deve-se ter em
em conta
conta que
que no pecado de
no pecado de heresia,
heresia, como qual-
em qual­
como cm
quer pecado, se
quer pecado. e entre
distingue
se distingu pecado imateria
entre pecado material iormal. Se
pecado format.
l cc pecado Se
uma pessoa
uma faz alguma
pessoa faz coisa objetivamente
alguma coisa errada, mas
objetivamente errada, mas oo ignora sem
ignora sen?
culpa própria, dizemos que cometeu um pecado material, mas não
culpa própria, dizemos que cometeu um pecado material, m as não
formal.
formal. Um católico
Um católico que rejeita uma
que rejeita verdade de
uma verdade de fé, decide.
que decide,
fé, que
por exemplo
por exemplo,, nãonão crer
crer no culpado de
inferno, éé culpado
no inferno, formal ee
heresia formal
dc heresia
material.
material . No entanto,
No entanto, oo protesta
protestante que crê
nte que sinceramente
cre sincera mente nos nos ensi­
ensi-
namentos
namento s dada religião em que
religião em que foi educado ee que
foi educado não leve
que não oportuni-
leve oportuni­
dade de
dade dc conhece
conhecer verdadeira fé,
r aa verdadeira apenas um
fé, €c apenas herege material
um heregc material:: nãonão
éé formalm culpado do
ente culpado
formalmente do pecado
pecado de heresia.
de heresia.

Há outrooutro tipotipo dc de heresia
heresia especialmente
especialmmUc comum comum ee especialmento
especialmente
perigoso:
perigoso: oo erro erro do do i/uliferentisnio.
indiferentismo. O iiídiferciilismo
O imdiferentismo sustenta sustenta que que
todas as religiões são igualmente gratas à Deus, que tão boa é uma
todas as religiões são igualmente gratas a Devs, que tão boa é uma
como outra,
como outra, ee que que éc questão
questão de de preferência professar determinada
preferência pirofessar determinada
religião
religião ou ou atéaté nãonão ter nenhuma.
ler nenhuma. O erro
O básico do
erro básico do indiferentismo
indiferentismo
está
está em em imaginar
imaginar que que oo erroerro ee aa verdade
verdade são são igualmenic
igifalmonic gratosgralos aa
Deus;
Deus; ou ou em cm pensar
pensar que que aa verdade
verdade absoluta
absoluta não não cxislc;
cxisle; quetiue aa ver­
ver-
dade
dade éé o o que
que cada
cada um crê. Se
um crê. Se aceitássemos
aceitássemos que que umauma religião
religião cé tão tão
boa
boa como como outra qualquer, logicamente
outra qualquer, logicamente oo passo passo seguinte
seguinte seriaseria con-
con­
cluir que nenhuma vale a pena, visto não haver nenhuma que tenha
cluir que nenhuma vale a pena, visto não haver nenhuma que lenha
sido estabelecida
sido estabelecida ee aprovadaaprovada por por Deus.
Deus.
AA heresia
heresia do do indiferentismo
indiferentismo está especialmente enraizada
está especialmente enraizada nos nos
paises que
países que se gabam de
se gabam de terter mentalidade
mentalidade aberta. aberta. Confundem
Confundem oo indi- indi­
ferentismo com
ferentismo com aa democracia.
denweracia. A A democracia
democracia pede pede coisas
coisas queque aa ca- ca­
ridade cristã também
ridade cristã também exige, exige, istoislo é,é, oo respeito
respeito àà consciência
consciência do do pró­
pró-
xImo,
ximo, às às suas convicções sinceras,
suas convicções sinceras, mesmo
mesmo que que sc sc saiba
saiba que são erra-
que são erra­
das.
das, M Masas aa dcjnocracia
democracia não não nosnos pede
pede que que digamos
digamos que que o o crro
erro nãonão
tem
tem importância.
importância, não não nos exige que
nos cxigc que o o ponhamos
ponhamos no no mesmo pedestal
mesmo pedestal
que
qiic aa verdade.
verdade. Resumindo, oo católico
Resumindo, católico que baixa aa cabeça
que baixa quando
cabeça qr.ando
alguém
alguém afirma: afirma: ““Não interessa cm
Não interessa em queque coisas
coisas vocêvocê crê,crê, oo queque in­ in-
leressa
teressa são são as as suas
suas obras”,
obras” , éé culpado
culpado dc de um um pecado contra a fé.
pecado contra a fé.
OO indiferentismo
indiferentismo pode pode ser ser pregado
pregado tanto tanto por por palavras
palavras como como por por
ações.
ações. EÉ por este motivo
por este motivo que que sese torna
torna má má aa participação
participação de de um um
católico em cerimônias não católicas,
católico em cerimônias não católicas, a assistência, a assistência, por por exemplo,
exemplo, aos aos
serviços religiosos
serviços protestantes. fora
religiosos protestantes, fora dos casos prescritos
dos casos prescritos pela Igreja,
pela Igreja,
dentro
dentro das das normas
normas sobre sobre o o ecumenismo.
ecumenismo. Participar ativamente
Participar ativamente de de
tais cerimônias — por exemplo, receber
tais cerimônias — por exemplo, receber a comunhão num culto a comunhão num culto
protestante
protestante — — éé um um pecado
pecado contracontra aa virtude
virtude da fé. Nós
da fc. Nós sabemos
sahemos
como Deus
como Deus quer que quer que lhelhe prestemos
prestemos culto culto e,e, por por isso.
isso. éé gravemente
168 O PRIMEIRO MANDAMENTO

pecaminoso fazé-lo
pecaminoso segundo formas
fazê-lo segundo criadas pelos
formas criadas pelos homens,
homens, em em vez vez
de observarmos
de observarmos as as que Ele mesmo
que Ele mesmo ditou. ditou.
E evidente que isto não significa que
Ê evidente que islo não significa que os os católicos
católicos não não possam
possam
orar com
tirar pessoas de
com pessoas de outra
outra fé.fé. Mas,Mas, quando
quando se se trata
trata de de cerimônias
cerimônias
públicas ecumênicas
públicas ecumênicas ou ou sem denominação específica,
sem denominação especifica, os católicos de-
os católicos de­
vem seguir as diretrizes que forem dadas pelo seu bispo a esse res-
vem seguir as diretrizes que forem dadas pelo seu bispo a esse res­
peito.
peito.
Um
Um católico pode, naturalmente,
católico pode, naturalmente, assistir assistir (sem participar ativa­
(sem participar ativa-
mente)
mente) aa um um serviço
serviço religioso
religioso não não católico,
católico, sempre
sempre que que haja razão
haja razão
suficiente. Por
suficiente. Por exemplo,
exemplo, aa caridade
caridade justifica
justifica aa nossanossa assistência
assistência às às
exégquias ou
exéquias ou aoao casamento
casamento de de um um parente,
parente, de de um um amigo
amigo ou ou vizinho
vizinho
não católico. Em
não católico. Em ocasiões
ocasiões assim,
assim, todostodos sabem
sabem aa razão razão da da nossa
nossa
presença.
presença.
Para muitos,
Para muitos, torna-se
torna-se difícil
difícil entender
entender aa firme firme atitude
atitude que que nós,
nós,
católicos, adotamosos nesta
católicos, adotam questão da
nesta questão da não
não participação.
participação. N Nãoão éé raro
raro
que
que os ministros protestantes
os ministros protestantes de de diferentes
diferentes denominações
denominações se se revezem
revezem
entre
entre sisi nono culto.
culto. AA recusa
recusa do do sacerdote católico em
sacerdote católico em participar,
participar, por por
exemplo,
exemplo, nas nas celebrações
celebrações ou ou cultos
cultos eucarísticos
eucarísticos de algumasas igrejas
de algum igrejas
protestantes,
protestantes, éé muito provável que
muito provável que aa tomem
tomem como como uma uma espécie
espécie de de
intolerância.
intolerância. Ou Ou que que oo vizinho
vizinho não não católico
católico diga:diga: “Acompanhei
“ Acompanhei
você à Missa do Galo no Natal; por que não pode vir agora
você à M issa do G alo no Natal; por que não pode vir agora co- co­
migo ao
migo meu serviço
ao meu serviço de de P Páscoa?”
áscoa?” AA nossa nossa recusa,
recusa, por por delicada
delicada
que
que seja,
seja, pode levá-los aa pensar
pode levá-los pensar que que nãonão jogamos
jogam os limpo,limpo, que que somsomosos
intolerantes.
intolerantes. E E não
não éé fácil
fácil explicar
explicar aa nossa posição aa críticos
nossa posição assim,
críticos assim,
ee fazê-los
fazê-los ver ver aa coerência
coerência da da nossa atitude.
nossa atitude. Se
Se alguém
alguém está está
convencido de
convencido de possuir
possuir aa verdade
verdade religiosa,
religiosa, não não podepode em em consciência
consciência
transigir
transigir comcom um um erro
erro religioso,
religioso, QuandoQuando um um protestante,
protestante, um um judeu
judeu
ou um maometano presta culto a Deus no seu. templo, cumpre o
ou um maometano presta culto a Deus no seu, templo, cumpre o
que ele
que ele acha
acha queque éé vontade
vontade de de Deus,
Deus, e,e, por
por mais errado que
m ais errado esteja,
que esteja,
faz uma coisa
faz uma coisa agradável
agradável aa Deus.Deus. Masas nós
M nós não podemosos agradar
não podem agradar aa
Deus
Deus se se com
com aa nossa
nossa participação
participação proclamamos
proclamamos que que oo erroerro não não temtem
aa menor
menor importância.
importância.

ESPERANÇA
E S P E R A N Ç A EE CARIDADE
C A R ID A D E

““Papai
Papai dará
dará umum jeito;
jeito; ele
ele pode fazer tudo”.
pode fazer tudo” . ''Perguntarei
“ Perguntarei aa pa-
p a­
pai;
pai; eleele sabe
sabe tudo”
tudo” Quantas
Quantas vezesvezes osos pais
pais se se comovem
comovem anteante aa con­
con-
fiança absoluta do
fiança absoluta do filho
filho nono poder
poder ee saber
saber ilimitados
ilimitados de de seus
seus papais!
papais!
Ainda
Ainda que,que, às vezes, essa
às vezes, essa confiança
confiança seja causa de
seja causa de apuros, quando os
apuros, quando os
pais
pais nãonão sabem
sabem como estar àà altura
como estar altura dodo que
que deles
deles se espera.
se espera. Masas
M
oo pai
pai queque não
não sese sente
sente interio/mente
interiormente alegre
alegre comcom osos manifestos
manifestos atos
atos
de confiança absoluta
de confiança absoluta de de seus filhos, éé realmente
seus filhos, realmente um um pai
pai muito es-
muito es­
tranho,
tranho.
ESPERANÇA E CARIDADE 169

Fica
Fica assim muito fácil
assim muito fácil de
de ver por que
ver por que um um atoato de de esperança
esperança éé um um
aio
ato dede eulto
culto aa Deus:
Deus: expressa
expressa aa nossa nossa confiança
confiança total total nAquele
nÁquele que que
Pai amoroso, omnisciente e todo-poderoso.
c« Pai amoroso, omnisciente e todo-poderoso. Quer sc trate de um
Quer sc trate de um
ato de
ato de esperança
esperança interior
interior ou ou dede suasua exteriorização
exteriorização por por meio
meio de de pala­
pala-
vras,
vras, comcom ele louvamos oo poder,
ele louvamos poder, aa fidelidade misericórdia infi-
fidelidade ee aa misericórdia infi­
nitos de Deus.
nitos de Deus. Realizam os um ato de verdadeiro
Realizamos um ato de verdadeiro culto. culto. Cumprimos
Cumprimos
um dos deveres do primeiro mandamento.
um dos deveres do primeiro mandamento.
Quando fazemos
Quando fazemos um um atoato de de esperança.
esperança, afirmamos
afirmamos aa nossa nossa con­con-
vicção de
vicção de queque oo amoramor de de Deus
Deus éé tão tão grande
grande que que Ele Ele se se obrigou
obrigou por por
promessa solene a Jevar-nos para o céu (
promessa solene a levar-nos para o céu { “confiando no vosso
“ confiando no vosso
poder ee misericórdia
poder misericórdia infinitos
infinitos ee em em vossas
vossas prompromessas”).
essas” ). Afirmamos
Afirm am os
também aa nossa
também nossa convicção
convicção de de queque aa sua sua misericórdia
misericórdia sem sem limites
limites
ultrapassa as
ultrapassa fraquezas ee extravios
as fraquezas humanos (“
extravios humanos (“Com
Com aa ajuda ajuda da da vossa
vossa
graça, confio obter o perdão de meus pecados e a vida eterna”).).
graça, confio obter o perdão de meus pecados e a vida eterna”
Para isso,
Para isso, umauma só só condição
condição éé necessária.
necessária, uma uma condição
condição que que se se pres-
pres­
supõe,
supõe, aindaainda que que não não se chegue aa expressar
se chegue expressar num num ato ato de de fé fé formal:
formal:
““sempre
sempre quc, que, de minha parte, faça razoavelmente tudo o que possa”
de minha parte, faça razoavelmente tudo o que possa”
Não tenho
Não lenho que que fazer
fazer tudotudo o o queque possa absolutamente, coisa
possa absolutamente, coisa que que
muito poucos
muito poucos — — parapara nãonão dizer
dizer ninguém
ninguém — — conseguem.
conseguem. Masas éé ne-
M ne­
cessário que
cessário que eu eu faça
faça razoavelmente
razoavelmente tudo tudo oo queque esteja
esteja ao meu alcance.
ao meu alcance.
Por outras palavras,
Por outras palavras, ao ao fazer
fazer um um ato ato de de esperança,
esperança, reconheço reconheço
ee recordo
recordo que que nãonão perderei
perderei oo céu céu aa não não serser porpor culpaculpa minha.
minha. Se Se
for para
for para o o inferno,
inferno, não não será
será por
por “má“ má sorte”,
sorte” , nãonão será será porpor acidente,
acidente,
não será porque
não será porque Deus Deus me falte. Se
me falte. Se perco
perco aa minhaminha alma, alma, será será por ter
por ter
preferido
preferido aa minha minha vontade
vontade àà dc de Deus.
Deus. Se Se me me vejovejo separado
separado dEle dEle
por
por toda
toda aa eternidade,
eternidade, será será por
por me me terter separado
separado dc dc DeusDeus deliberada-
deliberada­
mente, de
mente, de olhos
olhos bem bemabertos,
abertos,aqui aquie eagora.
agora.

Com
Com oo conhecimento
conhecimento do que éé umum atoato dede esperança,
do que esperança, torna-se
torna-se
fácil deduzir
fácil deduzir quais
quais são
são os
os pecados contra essa
pecados contra virtude. Podemos
essa virtude. Podemos
pecar contra ela
pecar contra ela esquecendo
esquecendo aa ““cláusula
cláusula silenciosa”
silenciosa” do do ato de espe-
ato de espe­
rança, quer
rança, quer dizer,
dizer, esperando
esperando de de Deus
Deus tudo,tudo, emem vezvez dede quase
quase tudo.
tudo.
Deus dá
Deus dá aa cada
cada um um asas graças
graças de que necessita
de que necessita para
para ir ir para
para oo céu,
céu,
mas espera que
mas espera que cooperemos
cooperemos com com aa sua sua graça.
graça. Como(Como oo bom bom pai pai
provê seus
provê filhos de
seus filhos alimento, casa
de alimento, casa ee cuidados
cuidados médicos,
médicos, mas espera
m as espera
que ao
que ao menos levem aa colher
menos levem colher àà boca
boca ee comam,
comam, que que vistam
vistam aa roupa
roupa
que lhes
que lhes proporciona,
proporciona, que voltem para
que voltem para casa quando chove
casa quando chove ee se se man-
man-
tenham longe
lenham longe dede lugares
lugares perigosos
perigosos — — como
como um um lamaçal
lam açal profundo
profundo ou ou
um incêndio —, Deus também
um incêndio — , Deus também espera decada espera de cada um umquequeutilize
utilizea graça
a graça
que lhe concede
que lhe concede e ese semantenha
mantenhalongelongededeperigos
perigosdesnecessários.
desnecessários.
de
Se nãonio fazemos
fazemos o o que está ao
que está ao nosso alcance, se
nosso alcance, se assum
assumimos
im os aa
cômoda posição de evitar esforços, pensando que. como Deus quer
cômoda posição de evitar esforços. pensando que. como Deus quer
que vamos
que vamos para para oo céu,
céu, éé assunto
assunto seu seu conduzir-nos
conduzir-nos até até lá,
lá, indepen-
indepen­
dentemente de
dentemente de que
que aa nossa
nossa conduta
conduta sejaseja esta
esta ou aquela, então
ou aquela, então somos
JT e O PRIMEIRO MANDAMENTO

culpados do
culpados do pecado
pecado de de presunção,
presunção, um um dos dos dois
dois pecados
pecados contra
contra aa
esperança.
esperança.
Vejamos uns
Vejamos exemplos simples
uns exemplos simples do do pecado
pecado de de presunção.
presunção. Um
Um
homem sabe
homem sabe que.que. dcde cada
cada vezvez que entra em
que entra em certo
certo bar,
bar, acaba bêbado:
acaba bêbado;
esse lugar é pois, para ele ocasião de pecado, e ele está consciente
esse lugar c\ pois, para ele ocasião de pecado, e ele está consciente
de que
do que deve
deve afastar-se
afastar-se dali,dali. M Mas,
as, ao passar em
ao passar em frente, diz: “Entra-
frente, diz: “ Entra­
ret só
rei só por
por um um momento.
momento, só só para
para cumprimentar
cumprimentar os os companheiros
companheiros e.e.
se for o caso, tomarei uma dose e nada mais.
se for o caso, tomarei uma dose e nada mais. Desta vez
Desta vez não
não me me
embebedarei”
embebedarei” Pelo simples
Pclo simples fato fato dede sese pôr desnecessariamente em
pôr desnecessariamente em
ocasião de
ocasião de pecado, procura arrancar
pecado, procura arrancar de de Deus
Deus uma uma graçagraça aa quequo nãonão
tem direito:
tem direito; não não fazfaz oo que depende de
que depende de si.
si, E E mesmo
mesmo que que nessa oca-
nessa oca­
stão náo acabe bêbado, é culpado de um pecado de presunção, por­
sião não acabe bêbado, é culpado de um pecado de presunção, por-
que se
que se expôs
expôs imprudentemente
imprudentemente ao ao perigo.
perigo. OutroOutro cxemplo
exemplo seria seria oo dada
jovem que
jovem que sabe sabe que,
que, sempre
sempre que que sai com ccrto
sai com certo rapaz. peca. Mas
rapaz. peca. M as
pensa:
pensa; ““Bem,
Bem, hoje hoje sairei
sairei comcom ele,ele, mmasas farei
farei com
com que que desta
desta vezvez se se
porte bem”
porte bem” Mais
M ais umum perigo
perigo desnecessário,
desnecessário, mais mais um pecado de
um pecado pre-
de pre­
sunção.
sunção. Um último exemplo
Um último exemplo poderia
poderia ser ser oo dada pessoa
pessoa que, submetida
que, submetida
aa fortes
fortes tentações,
tentações, sabe que deve
sabe que deve orar mais ee receber
orar mais receber os os sacramentos
sacramentos
com mais frequência, pois essas são as ajudas que Deus nos dá
eom mais frequência, pois essas são as ajudas que Deus nos dá para
para
vencermos as
vencermos as tentações.
tentações. Mas M as essa pessoa desleixa
essa pessoa culposamente as
desleixa culposanienle as
suas
suas orações
orações ee éé muito irregular na
muito irregular recepção dos
na recepção dos sacramentos.
sacramentos. De
De
novo um
novo um pecado
pecado de de presunção,
presunção. agora agora porpor omissão.
omissão.

Além da
Além da presunção,
presunção, há há outro
outro tipo tipo de de pecado
pecado contra
contra aa virtude
virtude
da esperança:
da esperança: oo desespero,
desespero, que que éé oo oposto
oposto da da presunção.
presunção. Enquanto
Enquanto
neste caso
neste caso sese espera demasiado de
espera demasiado Dcus, naquele
dc Dciis, naquele espera-se demasiado
espera-se dem asiado
pouco. O
pouco. O exemplo
exemplo clássico
clássico do do pecado
pecado dé desespero éé oo daquele
dé desespero daquele que que
diz: “*“Pequei
diz: excessivamente toda
Pequei excessivamente toda aa minha
minha vida vida para
para pretender
pretender que que
Deus me
Deus me perdoe
perdoe agora.
agora. Não Não pode perdoar os
pode perdoar os que
que são
são como
como cu. cu. EÉ
mútil pedir-lho”
inútil pedir-lho“ A gravidade
A gravidade desse desse pecado
pecado está está nono insulto
insulto queque se se
laz àà infinita
faz infinita misericórdia
misericórdia ee ao amor ilimitado
ao amor ilimitado de de Deus.
Deus. Ju Judas
d as Isca-
Isca-
riotes, balançando com
riüles, balançando com uma uma corda
corda no no pescoço,
pescoço, cé aa imagem imagem perfeita
perfeita
do pecador
do desesperado, que
pecador desesperado, que temtem remorsos,
remorsos, mas mas não não contrição.
contrição.
Para
Para aa maioria
maioria das das pessoas,
pessoas, o o desespero
desespero constitui
constitui um uni perigo
perigo re­ re-
moto; é-nos mais
moto; é-nos mais fácil
fácil cair
cair no no pecado
pecado de de presunção.
presunção. Mas.
M as. dcde cada
cada
vez que
vez que pecamos
pecamos para para evitar
evitar um um mal mal realreal ou ou imaginário
imaginário — dizer
— dizer
uma mentira
uma mentira parapara sair
sair de de uma situação embaraçosa,
uma situação embaraçosa, usar usar anticon­
anficon-
cepcionais para
cepcionais para evitar
evitar lerter outro
outro filho
filho — —, , está
está implícita'
implícita nisso
nisso certa
certa
dose de
dose de falta
falta de esperança. Não
de esperança. N ão estamos completamente convencidos
estamos completamente convencidos
de que,
de que, sese fazemos
fazemos oo que que Deus quer. tudo
Deus quer, tudo seráserá para
para bem, que pode­
bem, que pode-
mos confiar
mos confiar em em queque EleEle cuidará
cuidará das das conseqüências.
consequências.

Honramos aa Deus
Honramos Deus com
com aa nossa
nossa féfé nEle. honramo-lo com
nEle. honramo-lo com aa nossa
nossa
esperança nEle.
esperança nEle. MMas. acima de
as. acima de tudo,
tudo. honramo-lo
honramo-lo com
com oo nosso
nosso amor,
amor.
rd
ESPERANÇA E CARIDADE

Fazemos
Fazemos um um ato ato de amor de
de amor de Deus sempre que
Deus sempre manifestamos —
que manifestamos — in­ in-
teriormente com
tcriormente com aa mentemente cc o coração, ou
o coração, ou externamen
externamente te com palavras
com palavras
ou
ou obrasobras — — o o fato
fato de de am arm os aa Deus
amarmos todas as
sobre todas
Deus sobre coisas e€
as coisas
por Ele
por mesmo.
Ele mesmo.
““Por mesmo” éé uma
Ele mesmo”
Por Ele uma frasefrase chave, verdadeira caridade
chave, AA verdadeira caridade ou ou
amor de Deus não tem por motivo o que Ele possa
amor de Deus não tem por motivo o que Ele possa fazcr
fazer por
por nós.
nós.
AA caridade autêntica consiste
caridade autêntica consiste em em am amarar aa Deus somente (ou,
Deus somente (ou, ao me-
ao me­
nos, principalmente) porque Ele é bom e infinitamente amável em
nos, principalmente) porque Ele é bom e infinitamente amável em
si mesmo. O genuino amor a Deus, como o amor de um filho por
si mesmo. O genuíno am or a Deus, como o amor de um filho por
scus pais,
seus país, não mercenário ou
não éé mercenário egoísta.
ou egoísta.
É certo
É certo que que um um filhofilho devedeve muitomuito aa seus seus pais espera muito
pais ee espera muito
deles.
deles. Mas o verdadeiro amor filial ultrapassa essas razões interes-
M as o verdadeiro am or filial ultrapassa essas razões interes-
seiras. Um
seiras. Um filho normal continua
filho normal continua am amando
ando seusseus pais, mesmo que
pais, mesmo que
estes percam todos
estes percam todos os seus bens
os seus bens ee nada possam fazer
nada possam fazer porpor ele mate-
ele mate-
rialmente.
lialmcnte. De igual maneira, o nosso amor a Deus se eleva por cima
De igual maneira, o nosso amor a Deus se eleva por cima
de suas
de suas dádivas mercês (ainda
dádivas ee mercês (ainda que estas sejam
que estas ponto de
sejam oo ponto partida)
de partida)
dirige-se àà am
ee dirige-se amabilidad
abilidade e infinita
infinita de Deus em
de Deus em si mesmo.
si mesmo.
Convém
Convém fazer notar que
fazer notar que oo amor amor aa Deus reside primariamente
Deus reside primariamente
na vontade e não nas emoções.
na vontade e não nas emoções. É perfeitamen
É perfeitamente te natural que
natural alguém
que alguém
se para com
frio para
sinta frio
se sinta com Deus Deus num num nível emotivo e,
puramente emotivo
nível puramente e, nono en­en-
tanto, possua
tanto, possua um um amor profundo por
amor profundo Ele. O
por Ele. que constitui
O que verda-
constitui oo verda­
deiro amor
deiro amor aa Deus firmeza da
Deus éé aa firmeza vontade. Se
da vontade. temos oo desejo
Se temos habi-
desejo habi­
tual de
tual fazer tudo
de fazer tudo oo que que Ele Ele nosnos pede (simplesmente porque
pede (simplesmente porque E Elele oo
determinação de
quer), ee aa determinação
quer), evitar tudo
de evitar que Ele
tudo oo que quer (sim
não quer
Ele não (simples-
ples­
mente
mente porque
porque não não oo quer),
quer), temos temos então então amor
amor aa DeusDeus independente-
independente­
mente
mente de que sintamos
de que sin tam o s,ou ou não. não.

Se oo nosso
Se nosso amor
am or aa Deus
Deus éé sincero
sincero ee verdadeiro,
verdadeiro, éé natural
natural que
que
amemos todos
amemos todos os os que Ele ama.
que Ele Isto quer
ama. Isto quer dizer
dizer queque amamamos
am os todas
todas
as almas que
as almas que EleEle criou
criou ee peias
peias quais
quais Cristo morreu, com
Cristo morreu, com aa única
única
exceção
exceção dos dos condenados.
condenados.
Se amamos
Se am am os oo nosso nosso próximo
próximo (quer
(quer dizer,
dizer, aa todos)
todos) por
por amor
am or dede
Deus, não
Deus, não tem especial importância
tem especial importância que esse próximo
que esse próximo sejaseja natural-
natural­
mente amável ou
mente amável não. Ajuda,
ou não. A juda, ee muito,
muito, sese oo é,é, mas
m as então
então oo nosso
nosso
amor tem
amor tem menosmenos mérito. Sejam simpáticos
mérito. Sejam simpáticos ou ou não,
não, mesquinhos
mesquinhos ou ou
nobres, atraentes
nobres, atraentes ou ou repulsivos,
repulsivos, oo nosso
nosso amor
amor aa D Deus
eus nos leva aa dese-
nos leva dese­
jar que todos
jar que todos alcancem
alcancem oo céu,céu, porque
porque éé isso
isso oo que
que Deus
Deus quer.
quer. E E nós'
nós
temos que
temos que fazer tudo oo que
fazer tudo que pudermos
pudermos para
para ajudá-los
ajudá-los aa consegui-lo.
consegui-lo.
ÉÉ fácil
fácil verver queque oo amor
amor sobrenatural
sobrenatural ao ao próximo,
próximo, taltal como
como oo
amor
amor aa Deus,
Deus, não reside nas
não reside emoções.
nas emoções. Podemos
Podemos sentirsentir naturalmente
naturalmente
uma forte
uma forte antipatia
antipatia porpor uma
uma pessoa determinada, e,e, no
pessoa determinada, no entanto,
entanto, terter
por ela
por ela umum sincero
sincero am amor sobrenatural.
or sobrenatural. Esse
E sse am amor
or sobrenatural
sobrenatural ou ou
caridade se
caridade se manifesta
manifesta em desejar-lhe oo bem,
em desejar-lhe especialmente aa sua
bem, especialmente sua
salvação eterna,
salvação eterna, em em recomendá-la
recomendá-la ao ao Senhor
Senhor cm em nossas
nossas orações,
orações, em
168 O PRIMEIRO MANDAMENTO

pecaminoso
pecaminoso fazê-lo
fazc-lo segundo formas criadas
segundo formas criadas pelos homens, em
pelos homens, em vez
vez
dc observarmos as
dc observarmos as que
que Ele
Ele mesmo
mesmo ditou.ditou.
E evidente que isto não significa que
É evidente que isto nào significa que os os católicos
católicos não não possam
possam
orar com
orar com pessoas
pessoas de outra fé.
de outra fé. M Mas, quando se
as, quando trata de
se trata cerimônias
de cerimônias
públicas ecumênicas ou
públicas ecumênicas ou sem denominação específica,
sem denominação específica, os católicos de­
os católicos de-
vem seguir
vem seguir as as diretrizes
diretrizes queque forem dadas pelo
forem dadas pelo seu bispo aa esse
seu bispo esse res-
res­
peito.
peito.
Um
Um católico
católico pode,pode. naturalmente,
naturalmente, assistirassistir (sem
(sem participar
participar ativa- ativa­
mente)
mente) aa um um serviço
serviço religioso
religioso não católico, sempre
não católico, sempre que que hajahaja razão
razão
suficiente.
suficiente. Por exemplo, aa caridade
Por exemplo, caridade justifica
justifica aa nossanossa assistência
assistência às às
exéquias
exéquias ou ou ao ao casamento
casamento de de um um parente,
parente, de de um um amigo
amigo ou ou vizinho
vizinho
não católico.
não católico. Em Em ocasiões assim, todos
ocasiões assim, todos sabem
sabem aa razão razão da da nossa
nossa
presença.
presença.
Para muitos,
Para muitos, torna-se
torna-se difícil entender aa firme
difícil entender firme atitude
atitude que nós,
que nós,
católicos, adotamos nesta questão da não participação. Não é raro
católicos, adotam os nesta questão da não participação. N ão é raro
que os
que ministros protestantes
os ministros protestantes de de diferentes
diferentes denominações
denominações se se revezem
revezem
entre
entre si si no
no culto.
culto. AA recusa
recusa do do sacerdote católico em
sacerdote católico em participar,
participar, por por
exemplo, nas
exemplo, nas celebrações
celebrações ou ou cultos
cultos eucarísticos
eucarísticos de algumas igrejas
de algumas igrejas
protestantes, éé muito
protestantes, muito provável
provável que que aa tomem
tomem com comoo uma um a espécie
espécie de de
intolerância.
intolerância. Ou Ou que que oo vizinho
vizinho não não católico
católico diga;diga: ““Acompanhei
Acompanhei
você
você àà Missa
M issa do do G Galo
alo no
no N Natal; por que
atal: por que não não pode
pode vir vir agora
agora co­ co-
migo ao
migo ao meumeu serviço
serviço de de P Páscoa?”
áscoa?” AA nossa nossa recusa,
recusa, por por delicada
delicada
que seja,
que pode levá-los
seja, pode levá-los aa pensar
pensar que que nãonão jogamos
jogam os limpo,limpo, que que somsomos os
intolerantes.
intolerantes. EE não não éé fácil explicar aa nossa
fácil explicar nossa posição
posição aa críticos
críticos assim,
assim,
ee fazê-los
fazê-los ver ver aa coerência
coerência da da nossa atitude. Se
nossa atitude. Se alguém
alguém está está
convencido de
convencido possuir aa verdade
de possuir verdade religiosa,
religiosa, nãonão pode
pode em em consciência
consciência
transigir com um erro relígioso.
transigir com um erro religioso. Quando um protestante, um
Quando um protestante, judeu
um judeu
ou um
ou maometano presta
um maometano culto aa Deus
presta culto Deus no no seu.se u . templo,
templo, cumprecumpre o o
que ele
que acha que
ele acha que éé vontade
vontade de de Deus,
Deus, e,e, por
por mais
m ais errado
errado que que esteja,
esteja,
faz
faz uma coisa agradável
uma coisa agradável aa Deus.Deus. Masas nós
M nós não podemos agradar
não podemos agradar aa
Deus se com a nossa participação proclamamos que o erro não
Deus se com a nossa participação proclam am os que o erro não tem tem
aa menor importância.
menor importância.

ESPERANÇA
E S P E R A N Ç A EE CARIDADE
C A R ID A D E

“Papai dará um
“ Papai dará jeito; ele
um jeito; pode fazer
ele pode tudo”
fazer tudo” ““Perguntarei
Perguntarei aa pa-
p a­
pai; ele
pai; sabe tudo”
ele sabe tudo” Quantas
Quantas vezes os pais
vezes os pais se comovem ante
se comovem ante aa con-
con-
fiança absoluta
hança absoluta dodo filho
filho nono poder
poder ee saber
saber ilimitados
ilimitados dede seus
seus papais!
papais!
Ainda que,
Ainda às vezes,
que, às vezes, essa
essa confiança
confiança seja
seja causa
causa de de apuros,
apuros, quando
quando os os
pais não
pais não sabem
sabem comocomo estar
estar àà altura
altura dodo que deles se
que deles se espera.
espera. Mas
M as
o pai
o pai que
que não
não se sente interioimente
se sente interiormente alegre
alegre com
com os os manifestos
manifestos atos
atos
de confiança
de absoluta de
confiança absoluta de seus
seus filhos,
filhos, éé realmente
realmente um pai muito
um pai es-
muito es­
tranho.
ESPERANÇA E CARIDADE 169

Fica
Fica assim
assim muito
muito fácil
fácil dede ver por que
ver por que um
um ato
ato dede esperança
esperança t éum
um
íUo de
ato de culto
culto aa Deus:
Deus: expressa
expressa aa nossa nossa confiança
confiança total total nAquele
nAquele que que
é“é Pai
Pai amoroso,
amoroso, omnisciente
omnisciente ee todo-poderoso.
todo-poderoso. Quer Quer se se trate de um
trate de um
ato de
ato de esperança
esperança interior
interior ouou de de sua sua exteriorização
exteriorização por por meio
meio de de pala-
pala­
vras,
vras, com com ele ele louvamos
louvamos o o poder,
poder, aa fidelidade
fidelidade ee aa misericórdia
misericórdia infi-infi­
nitos
nitos de de Deus.
Deus. Realizam
Realizamos os um um ato ato dede verdadeiro
verdadeiro culto. culto. Cumprimos
Cumprimos
um dos deveres do primeiro mandamento.
um dos deveres do primeiro mandamento.
Quando
Quando fazemos fazemos um um atoato de de esperança,
esperança. afirmamos
afirmamos aa nossa nossa con­con-
vicção de
vicção de queque oo amoramor de de Deus
Deus éé tão tão grande
grande que que Ele Ele sese obrigou
obrigou por por
promessa
promessa solene solene aa levar-nos
levar-nos para para o o céu
céu (( “confiando
“ confiando no no vosso
vosso
poder e misericórdia infinitos e em vossas promessas”).
poder e misericórdia infinitos e em vossas prom essas” ). Afirmamos
Afirm am os
também
também aa nossa nossa convicção
convicção de de que que aa sua sua misericórdia
misericórdia sem sem limites
limites
ultrapassa as
ultrapassa as fraquezas
fraquezas ee extravios
extravios humanoshumanos (“ (“Com
Com aa ajudaajuda da da vossa
vossa
graça, confio
graça, confio obter obter oo perdão
perdão de de meus pecados ee aa vida
meus pecados vida eterna”).
eterna” ).
Para isso, uma só condição é necessária,
Para isso, uma só condição é necessária, uma condição que se uma condição que se pres-
pres­
supõe,
supõe, ainda ainda que que não não sese chegue
chegue aa expressar
expressar num num ato ato dede féfé formal:
formal:
““sempre
.sempre que, que, de de minha
minha parte,
parte, façafaça razoavelmente
razoavelmente tudo tudo oo queque possa”.
possa” .
NNãoão tenho
lenho que que fazer
fazer tudo
tudo o o queque possa absolutamente, coisa
possa absolutamente, coisa queque
muito poucos — para não dizer ninguém — conseguem.
muito poucos — para não dizer ninguém — conseguem. Mas é ne­
M as é ne-
cessário
cessário que que eu eu faça
faça razoavelmente
razoavelmente tudo tudo oo queque esteja
esteja ao ao meu
meu alcance.
alcance.
Por outras
Por outras palavras,
palavras, ao ao fazer
fazer um um ato ato dede esperança, reconheço
esperança, reconheço
ce recordo
recordo que que não perderei oo céu
não perderei céu aa não não serser porpor culpa minha.
culpa minha. Se
Se
tor para oo inferno,
for para inferno, não não será
será por por “ma “ m á sorte”,
sorte” , nãonão seráserá por
por acidente,
acidente,
não será
iião será porque
porque Deus Deus mc falte. Se
me falte. Se perco
perco aa minha
minha alma, será por
alma, será por terter
preferido aa minha
preferido vontade àà de
minha vontade de Deus.
Deus. Se Se me me vejovejo separado
separado dEle dEle
por toda
por toda aa eternidade,
eternidade, será será porpor me me terter separado
separado de de Deus
Deus deliberada-
deliberada­
mente, de olhos bem abertos, aqui e agora,
mente, de olhos bem abertos, aqui e agora.

Com o conhecimento
Com o conhecimento do
do que
que éé um
um ato de esperança,
ato de esperança, torna-se
torna-se
fácil deduzir
fácil deduzir quais quais sãosão os os pecados contra essa
pecados contra essa virtude,
virtude. Podemos
Podemos
pecar contra
pecar contra ela cia esquecendo
esquecendo aa “cláusula
“ cláusula silenciosa”
silenciosa” do do ato ato de espe-
de espe­
rança,
rança, querquer dizer,
dizer, esperando
esperando de Deus tudo,
de Deus tudo, emem vez vez de de quase
quase tudo,
tudo.
Deus dá
Deus dá aa cada
cada um um as as graças
graças de que necessita
de que para ir
necessita para Ir para
para oo céu,
céu,
mas espera que
mas espera que cooperemos
cooperemos com com aa sua sua graça.
graça. (Comoo oo bom
Com bom paipai
provê
provê seus filhos de
seus filhos de alimento,
alimento, casacasa ee cuidados
cuidados médicos,
médicos, mas espera
mas espera
que ao menos levem a colher à boca e comam, que vistam a roupa
que ao menos levem a colher à boca e comam, que vistam a roupa
que
(.jue lhes proporciona, que
lhes proporciona, que voltem
voltem para casa quando
para casa quando chovechove ee se se mman-
an­
tenham longe
tenham longe de de lugares
lugares perigosos
perigosos — como um
— como um lamaçal
lamaçal profundo
profundo ou ou
um incêndio —
um incêndio —, , Deus
Deus também espera dede cada
também espera cada umum queque utilize
utilize aa graça
graça
que lhe concede e se mantenha longe de perigos desnecessários.
que lhe concede e se mantenha longe de perigos desnecessários.
Se não
Se não fazemos
fazemos oo que que está
está ao ao nosso
nosso alcance,
alcance, se se assumimos
assumimos aa
cômoda posição
cômoda posição dc de evitar
evitar esforços,
esforços, pensando
pensando que, que, como
como Deus Deus quer
quer
que vamos para
que vamos para o o céu,
céu, éé assunto
assunto seu seu conduzir-nos
conduzir-nos até até lá, indepen-
lá, indepen­
dentemente
dentemente de de queque aa nossa conduta seja
nossa conduta seja esta ou aquela,
esta ou aquela, entãoentão somos
170) O PRIMEIRO MANDAMENTO

culpados do
Lulpados do pecado
pecado de üc presunção,
presunção, um um dos dos dois pecados contra
dois pecados contra aa
esperança.
esperança.
Vejamos
Vejamos uns uns exemplos simples do
exemplos simples do pecado
pecado de de presunção.
presunção. Um
Um
homem sabe
homem que. de
sabe que, de cada
eada vezvez que
que entra
entra em em certo
certo bar,bar, acaba bébado;
acaba bêbado;
esse lugar é. pois, para ele ocasião de pecado, e cle está consciente
e.sse lucar é. pois, para ele ocasião de pecado, e cie está consciente
de que deve
de que deve afastar-se dali. M
afastar-sc dali. Mas,
as, ao
ao passar
passar em em frente, diz: “Entra-
frente, diz; “ Entra­
rei
rei sósó por
por um um momento.
momenio, só só para cumprimentar os
para cumprimentar companheiros e.e.
os companheiros
se for
se for oo caso,
caso, tomarei
tomarei uma uma dosedose ee nada
nada mais. mais, Desta Desta vez vez não
não me me
embebedarei”
embebcdarei” Pelo simples
Pelo simples fato fato dede se se pôr pôr desnecessariamente
desnecessariamente em em
ocasião de
ocasião de pecado. procura arrancar
pecado, procura arrancar de de DeusDeus uma uma graçagraça aa que quo nãonão
tem direito:
lem direito: não não fazfaz oo que
que depende
depende de de si,si. E FE mesmo
mesmo que nessa oca­
que nessa oca-
sião não acabe bêbado, é culpado de um pecado de presunção, por-
sião não acíihe bêbado, é culpado de um pecado de presunção, por­
que se
que se expôs
expôs Imprudentemente
imprudentemente ao ao perigo.
perigo. Outro Outro exemplo
exemplo seria seria oo da da
jovem que
jovem que sabe que, sempre
sabe que, sempre que que saisai comcom ccrtocerto rapaz. peca. Mas
rapaz. peca. M as
pensa:
pensa; ““Bem, Bem, hojehoje sairei
sairei comcom ele,
ele, mas
mas farei farei comcom que que desta
desta vez vez sese
porte bem”
porte bem” Mais
M um perigo
ais um perigo desnecessário,
desnecessário, mais mais um pecado de
um pecado pre-
de pre­
sunção. Um
sunção. Um último
último exemplo
exemplo poderia
poderia ser ser oo da da pessoa
pessoa que, submetida
que, submetida
aa fortes
fortes tentações,
tentações, sabesabe queque deve orar mais
deve orar mais ee receber
receber os os sacramentos
sacramentos
com mais
com mais frequência,
frequência, pois pois essas são as
essas são ajudas que
as ajudas que DeusDeus nos nos dá dá para
para
vencermos
vencermos as as tentações.
tentações. M Masas essa
essa pessoa
pessoa desleixa
desleixa eulposamente
culposamente as as
suas orações
suas orações ee éé muito irregular na
muito irregular na recepção
recepção dos dos sacramentos.
sacramentos. De De
novo
novo um pecado de
um pecado de presunção,
presunção, agora agora por por omissão.
omissão.

Além
Alem da da presunção,
presunção, há há outro
outro tipotipo de de pecado
pecado contra
contra aa virtude
virtude
da esperança:
da esperança: oo desespero,
desespero, queque éé oo oposto
oposto da da presunção.
presunção. Enquanto
Enquanto
neste caso
neste caso se se espera
espera demasiado
dem asiado de Deus, naquele
de Deus, naquele espera-se
espera-se demasiado
demasiado
pouco.
pouco. O O exemplo
exemplo clássico
clássico do
do pecado
pecado dé dè desespero
desespero éé oo daquele
daquele que que
diz.
diz: ““Pequei excessivamente Ioda
Pcqiici excessivamente toda aa minha
minha vida vida para
para pretender
pretender que que
Deus me perdoe agora.
Deus me perdoe agora. Não pode perdoar os que são como cu, É
Não pode perdoar os que são como eu, É
inútil pedir-lho”
inútil pedir-lho” A gravidade
A desse pecado
gravidade desse pecado está está nono insulto
insulto queque se se
faz àà infinita
faz misericórdia ee ao
infinita misericórdia ao amor
amor ilimitado
ilimitado de de Deus.
Deus. JudasJud as Isca-
Isca-
riotes, balançando
riotes, balançando com com umauma corda
corda no no pescoço,
pescoço, éé aa Imagemimagem perfeita
perfeita
do pecador desesperado, que tem remorsos, mas não contrição.
do pecador desesperado, que tem remorsos, mas não contrição.
Para aa maioria
Para maioria dasdas pessoas,
pessoas, o o desespero constitui um
desespero constitui um perigo
perigo re­re-
moto;
moto; é-nos
é-nos maismais fácil
fácil cair
cair nono pecado
pecado de presunção.
dc presunção. Mas.
M as. de cada
de cada
vcz que
vez que pecamos
pecamos para para evitar
evitar umum mal real ou
mal real ou imaginário
imaginário —— dizer dizer
uma mentira para
uma mentira para sair
sair de uma situação
de uma situação embaraçosa,
embaraçosa, usar usar anticon­
anticon-
cepcionais
cepcionais para evitar ter
para evitar ter outro filho —
outro filho —, , está
está implícita nisso certa
implícita' nisso certa
dose
dose dede falta
falta dede esperança.
esperança, Não estamos completamente
Não estamos completamente convencidos
convencidos
de
de que,
que, se fazemos oo que
se fazemos Deus quer,
que Deus tudo será
quer, tudo scrá para
para bem,
bem, queque pode-
pode­
mos confiar cm
mos confiar cm que
que EleEle cuidará
cuidará das consequências.
das conseqüências.

Honramos aa Deus
Honramos com aa nossa
Deus com nossa fé nEle. honramo-lo
fc nEle, honramo-lo com
com aa nossa
nossa
esperança nEle.
esperança nEJe, Mas,
Mas, acima de tudo,
acima de tudo, honramo-lo
honramo-lo com
com oo nosso
nosso amor.
ESPERANÇA E CARIDADE NÃ

1'azenios um
Fazemos um ato alo dede amor
amor de sempre que
Deus sempre
de Deus manifestamos —— in-1n-
que manifestamos
UTÍormente com
ceriormente coração, ou
mente ce oo coração,
com aa mente ou externamente
externamente com palavras
com palavras
ou
ou obras obras — — oo fato fato de de am arm os aa Deus
amarmos sobre todas
Deus sobre todas as coisas e€
as coisas
por
por Ele Ele mesmo.
mesmo.
““Por mesmo” éé uma
Ele mesmo”
Por Ele uma frase chave. A
frasc chave. caridade ou
verdadeira caridade
A verdadeira ou
amor de Deus não tem por motivo o que Ele possa fazer por nós.
amor de Deus não tem por motivo o que Ele possa fazer por nós.
A caridade
A caridade autêntica consiste em
autêntica consiste em am somente (ou,
Deus somente
amarar aa Deus (ou, ao me-
ao me­
principalmente) porque
nos, principalmente)
nos, porque Ele Ele éé bom infinitamente amável
bom ee infinitamente amável em em
si mesmo. O genuíno amor a Deus, como o amor de um filho por
si mesmo. O genuíno amor a Deus, como o amor de um filho por
scUs país,
seus não éé mercenário
pais, não mercenário ou egoista.
ou egoísta.
E certo
É certo queque um filho deve
um filho deve muitomuito aa seusseus pais espera muito
pais ee espera muito
deles.
clcles. Mas o verdadeiro amor filial ultrapassa essas razões interes-
M as o verdadeiro am or filial ultrapassa essas razões interes-
sciras. Um
seiras. filho normal
Um filho continua amando
normal continua amando seus mesmo que
pais, mesmo
seus pais, que
estes percam
estes percam todostodos os bens ee nada
seus bens
os seus possam fazer
nada possam fazer porpor ele mate-
ele mate­
rialmente. De
rialmente. igual maneira,
De igual maneira, oo nosso nosso am Deus se
amoror aa Deus eleva por
se eleva cima
por cima
de suas dádivas e mercês (ainda que estas sejam o ponto de partida)
dc suas dádivas e mercês (ainda que estas sejam o ponto de partida)
dirige-se àà am
ee dirige-se amabilidade infinita de
abilidade infinita Deus em
de Deus em si mesmo,
si mesmo.
Convém fazer
Convém notar que
fazer notar que oo amor amor aa Deus Deus reside primariamente
reside primariamente
vontade ee não
na vontade
na não nas emoções. É
nas emoções. perfeitamente natural
É perfeitamente natural que alguém
que alguém
sc para com
frio para
sinta frio
se sinta com Deus Deus num num nível puramente emotivo
nível puramente emotivo e, e, no en-
no en­
tanto. possua
tanto, possua um um am profundo por
amoror profundo Ele. O
por Ele. O queque constitui verda-
constitui oo verda­
deiro amor
deiro amor aa Deus firmeza da
Deus éé aa firmeza vontade. Se
da vontade. temos oo desejo
Se temos habi-
desejo habi­
tual de fazer tudo o que Ele nos pede (simplesment porque Ele oo
tual de fazer tudo o que Ele nos pede (simplesmente e porque Ele
quer), ee aa determinação
quer), determinação de evitar tudo
de evitar tudo oo queque E Elele não (simples-
quer (simples­
não quer
mente porque
mente porque não quer), temos
não oo quer), temos entãoentão am amoror aa Deus independente-
Deus independente­
mente de
mente sintamos
que sintam
de que os ou não.
ou não.

Se oo nosso
Se nosso amoramor aa Deus Deus éé sincero
sincero ee verdadeiro,
verdadeiro, éé natural
natural que que
amemos todos
amemos todos os os que
que E Elele ama.
ama. Isto quer dizer
Isto quer dizer que
que amamos
am am os todas
todas
as alm
as almasas que
que Ele criou ee peias
E le criou quais Cristo
peias quais Cristo morreu,
morreu, com com aa únicaúnica
exceção
exceção dos dos condenados.
condenados.
Se amamos
Se am am os oo nosso nosso próximo
próximo (quer(quer dizer,
dizer, aa todos)
todos) porpor amor
amor de de
Deus, não
Deus, não tem tem especial
especial importância
importância que que esseesse próximo
próximo seja seja natural­
natural-
mente amável ou
mente amável ou não.
não. Ajuda,
A juda, ee muito,
muito, se se oo é,
é, mas então o
m as então o nosso
nosso
amor
amor tem tem menos
menos mérito.
mérito. Sejam simpáticos ou
Sejam simpáticos ou não, mesquinhos ou
não, mesquinhos ou
nobres, atraentes
nobres, atraentes ou repulsivos, oo nosso
ou repulsivos, nosso amor
am or aa DeusDeus nosnos leva
leva aa dese-
dese­
jar que todos
jar que toáos alcancem
alcancem oo céu, céu, porque
porque éé isso
isso oo que
que Deus quer. EE nós'
Deus quer. nós
temos que
temos que fazer
fazer tudo
tudo oo que que pudermos
pudermos para para ajudá-los
ajudá-los aa consegui-lo.
consegui-lo.
ÉÉ fácil
fácil verver queque o o amor
amor sobrenatural
sobrenatural ao ao próximo,
próximo, tal tal como
como oo
amor
amor aa Deus,
Deus, não nào reside
reside nas nas emoções.
emoções. PodemosPodemos sentirsentir naturalmente
naturalmente
uma
uma forte
forte antipatia
antipatia porpor um umaa pessoa
pessoa determinada,
determinada, e,e, no no entanto,
entanto, ter ter
por ela um
por ela sincero amor
um sincero sobrenatural.
am or sobrenatural. Esse amor sobrenatural
Esse amor sobrenatural ou ou
caridade se manifesta em desejar-lhe o
caridade se manifesta em desejar-lhe o bem, especialmente a suabem, especialmente a sua
salvação eterna,
salvação eterna, em em recomendá-la
recomendá-la ao ao Senhor
Senhor em em nossas orações, em
nossas orações, em
[72 O PRIMEIRO MANDAMENTO

perdoar-lhe as
perdoar-lhe as injúrias
injúrias que que possa
possa infligir-nos,
infligir-nos, em em repelir
repelir qualquer
qualquer
pensamento de
pensamento de rancor
rancor ou ou vingança
vingança contra
contra ela,
ela.
Ninguém sente prazer quando abusam dele,
Ninguém sente prazer quando abusam quando oo enganam
dele, quando enganam
ou lhe mentem,
ou lhe mentem, ee Deus Deus não pede isso.
não pede isso. Mas pede que.
M as pede seguindo cc
que, seguindo
seu exemplo,
seu exemplo, desejemos
desejemos aa salvação
salvação do do pecador,
pecador, embora sintamos des­
embora sintamos des-
gosto
gosto pelos seus pecados.
pelos seus pecados.
Quais são,
Quais pois, os
são, pois, os principais
principais pecados
pecados contra
contra aa caridade?
caridade? Um Um
deles
deles éé omitir
omitir oo ato uto dede caridade
caridade conscientemente,
conscientemente, sempresempre queque tenha­
tenha-
mos o
mos o dever
dever de de fazê-lo.
fazê-lo. O dever
O dever de de fazer
fazer atos
atos de de caridade
caridade nasce,
nasce,
em primeiro
em primeiro lugar,
lugar, quando
quando se se nos
nos apresenta
apresenta aa obrigação
obrigação de de am
amarar aa
Deus por Ele mesmo, e o nosso próximo por amor a Deus. Tem
Deus por Ele mesmo, e o nosso próximo por amor a Deus. Temosos
também
também oo dever dever de de fazer
fazer um um atoato de caridade quando
de caridade quando nos nos assaltam
assaltam
tentações
tentações que que só podem ser
só podem ser vencidas
vencidas com com umum atoato de caridade, como,
de caridade, como,
por exemplo,
por exemplo, as tentações de
as tentações de ódio.
ódio. Temos obrigação de
Tem os obrigação de fazer fre-
fazer fre­
quentes atos de caridade ao longo da nossa vida (porque são parte
qüentes atos de caridade ao iongo d a nossa vida (porque são parte
do culto
do devido aa Deus)
culto devido [zus) ee sobretudo
sobretudo na hora da
na hora da nossa
nossa morte,
morte, quan-
quan­
do nos preparamos
do nos prepara/noí. para para ver Deus face
ver Deus face aa face.
face.

Vejamos
V ejam os agora
agora alguns
alguns pecados concretos contra
pecados concretos contra aa caridade
caridade e,e, em em
primeiro lugar, oo pecado
primeiro lugar, pecado de de ódio.
ódio. Como
Com o já já vimos,
vimos, odiarodiar não não éé oO
mesmo
mesmo que sentir desgosto
que sentir desgosto porpor umauma pessoa,
pessoa, nem nem sentir-nos
sentir-nos magoados
m agoados
quando abusam de
quando abusam nós de
de nós de umauma formformaa ou ou dede outra.
outra. O O ódio
ódio éé um um
espínto de
espírito de rancor,
rancor, de de vingança.
vingança. Odiar Odiar éé desejar
desejar m malal aa outrem,
outrem, éé
sentir prazer com a desgraça alheia.
sentir prazer com a desgraça alheia.
A pior
A pior espécie
espécie de de ódio
ódio é,é, evidentemente,
evidentemente, oo ódio ódio aa Deus;
Deus; oo de­ de-
sejo (certamente
sejo absurdo) de
(certamente absurdo) de fazer-lhe
fazer-lhe m mal,
al, aa disposição
disposição de de frustrar
frustrar
aa sua vontade, oo prazer
sua vontade, prazer diabólico
diabólico em em pecar
pecar por por serser umum insulto
insulto aa
Deus. Os
Deus. O s demônios
demônios ee os condenados odeiam
os condenados odeiam aa Deus, Deus, mas, m as, feliz-
feliz­
mente, não acontece assim habitualmente com os homens, já que se
mente, não acontece assim habitualmente com os homens, já que se
trata do
trata pior de
do pior de todos
todos osos pecados;
pecados; embora,
embora, às às vezes,
vezes, tudo
tudo leve leve aa
suspeitar
suspeitar que certos ateus
que certos declarados, m
ateus declarados, mais do que
ais do que nãonão crer
crer em Deus,
em Deus,
oo que fazem éé odiá-lo.
que fazem odiá-lo.
O ódio
O ódio ao próximo éé muito
ao próximo muito m mais
ais frequente.
freqüente. ÉÉ desejar-lhe
desejar-lhe o o mal
mal
ee alegrar-se
alegrar-se com com qualquer
qualquer desgraça
desgraça que caia sobre
que caia ele. Se
sobre ele. Se chegásse-
chegásse­
mos aa desejar
mos desejar aa alguém
alguém um um mal mal grave,
grave, como
como aa doença
doença ou ou aa falta
falta de de
trabalho,
trabalho, o o nosso
nosso pecado seria mortal.
pecado seria mortal. Desejar-lhe
Desejar-lhe um um mal mal leve,leve,
como,
como, por por exemplo,
exemplo, que que perca
perca oo ônibus
ônibus ou ou queque aa mulher
mulher grite grite comcom
ele, é um pecado venial. Não é pecado, no entanto, desejar a alguém
ele, é um pecado venial, N ão é pecado, no entanto, desejar a alguém
um
um mal m al para
para queque obtenha
obtenha um um bem maior. Podemos
bem maior. Podemos retamente
retamente de- de­
sejar que
sejar que o o vizinho
vizinho bêbado
bêbado tenhatenha tal ressaca que
tal ressaca que nunca
nunca mais mais volte
volte
aa beber,
beber, queque oo delinquente
delinqüente seja preso para
seja preso para que deixe de
que deixe de fazer
fazer oo mal,mal,
que oo tirano
que tirano morra para que
m orra para que Oo seuseu povo
povo vivaviva em paz. Sempre
em paz. Sempre que, que,
como éé lógico,
como lógico, oo nosso
nosso desejo
desejo inclua
inclua o o bem
bem espiritual
espiritual ee aa salvação
salvação
eterna dessa pessoa.
eterna dessa
SACRILEGIO E SUPERSTIÇÃO 3

Outro pecado contra


Outro pecado contra aa caridade
caridade éé aa inveja.
inveja. Consiste
Consiste num
num ressen-
ressen­
timento contra aa boa
timento contra boa sorte
sorte do do próximo,
próximo, comocomo se esta fosse
se esta fosse umauma
forma de
forma de nos
nos roubar.
roubar. M Mais
ais grave ainda éé o
grave ainda o pecado
pecado dede escândalo,
escândalo,
pelo qual, com as nossas palavras ou o nosso exemplo. induzimos
pelo qual, com as nossas palavras ou o nosso exemplo, induzimos
uma pessoa aa pecar
uma pessoa pecar ou ou aa colocam
colocamosos em em ocasião
ocasião de de pecado, mesmo
pecado, mesmo
que este
que não sese siga
este não siga necessariamente.
necessariamente. Trata-se
Trata-se dede umum pecado
pecado dede que
que
os pais,
os pais, como
como modelos
modelos de seus filhos,
de seus filhos, devem
devem guardar-se
guardar-se aa qualquer
qualquer
preço.
preço.
Finalmente, temos
Finalmente, temos o o pecado
pecado de de acedia,
acedia, umum pecado
pecado contra
contra oo amor
amor
sobrenatural que
sobrenatural devemos aa nós
que devemos nós mesmos,
mesmos, A A acedia
acedia éé uma preguiça
uma preguiça
espiritual pela qual
espiritual pela qual desprezamos
desprezamos os os bens
bens espirituais
espirituais (como
(como aa oração
oração
ou Os
ou os sacramentos)
sacramentos) pelo pelo esforço
esforço que
que acarretam.
acarretam.

SACRILÉGIO
SA C R IL É G IO EE SU
SUPERSTIÇÃO
P E R S T IÇ Ã O

Não éé fácil
Não fácil perder
perder aa fé. fé. Se Se apreciamos
apreciamos ee cultivamos
cultivamos oo dom dom da da
fé que Deus
fé que Deus nosnos outorgou,
outorgou, não não cairemos
cairemos na na apostasia
apostasia ou ou na
na heresia.
heresia.
Apreciar
Apreciar ee cultivar
cultivar esseesse dom dom significa, entre outras
significa, entre outras coisas,
coisas, fazer
fazer fre­fre-
quentes
qüentes atos atos dede fé,
fé, manifestando
manifestando assim assim oo nosso agradecido reconhe­
nosso agradecido reconhe-
cimento
cimento aa Deus Deus porpor crermos
crermos nEle nEle ee em tudo oo que
em tudo que Ele
Ele nos
nos revelou.
revelou
Deveriamos incluir
Deveríamos incluir um um ato ato de de fé fé emem nossas orações diárias.
nossas orações diárias.
Apreciar
Apreciar ee cultivar
cultivar aa fé significa, além
fé significa, além disso, não interromper
disso, não interromper
aa formação
formação doutrinária
doutrinária — — de modo aa termos
de modo termos uma uma melhor
melhor compreen-
compreen­
são daquilo que cremos — e, por conseguinte, prestar atenção aa prá-
são daquilo que cremos — e, por conseguinte, prestar atenção prá­
ticas
ticas ee instruções,
instruções, ler ler livros
livros ee revistas
revistas de de sã sã doutrina
doutrina para
para aumentar
aumentar
oo conhecimento
conhecimento da da fé.fé, Sempre que
Sempre houvesse ocasião,
que houvesse ocasião, deveriamos
deveríamos
participar em
participar em algum
algum círculo
círculo de de estudos sobre temas
estudos sobre temas religiosos.
religiosos.
Apreciar
Apreciar ee cultivar
cultivar aa fé fé significa, sobretudo, vivê-la,
significa, sobretudo, vivê-la, quer dizer,
quer dizer,
que
que aa nossanossa vidavida esteja
esteja de de acordo
acordo com com os os princípios
princípios que professa-
que professa­
mos.
mos. U Umm atoato dede féfé sese torna
tom a mero mero ruído
ruído de palavras sem
de palavras sem sentido
sentido na na
boca
boca de quem proclama
de quem proclam a com com aa sua sua conduta
conduta diária:
diária: ““NãoN ão háhá Deus;
Deus;
ou, se
ou, se há,
há, pouco
pouco me me importa”.
importa” .
Consequentemente,
Consequentemente, no no seu seu aspecto
aspecto negativo, apreciar ee cultivar
negativo, apreciar cultivar
aa fé fé exige
exige queque evitemos
evitemos as as companhias
companhias que constituam um
que constituam um perigo
perigo
para ela.
para ela. NãoNão éé oo anticatólico
anticatúlico declaradodeclarado quem quem nós devemos temer,
nós devemos temer,
por
por mais amargos que
mais amargos que sejam
sejam os os seus
seus ataques
ataques àà fé. fé. O O m maior perigo
aior perigo
provém sobretudo
provém sobretudo do do descrente
descrente culto culto ee refinado,
refinado, de de sua
sua condescen-
condescen­
dência amável
dência amável para para com com as as nossas
nossas “ingênuas”
“ ingênuas” crenças,
crenças, de de suas
suas iro-
iro­
nias
nias sorridentes. Preocupamo-nos tanto
sorridentes. Preocupamo-nqs Tanto com com oo queque asás pessoas
pessoas pen- pen­
sam de
sam nós ee com
de nós com aa possibilidade
possibilidade de de nos tomarem por
nos tomarem por antiquados.
antiquados,
que as
que as suas
suas insinuações
insinuações podem podem acovardar-nos.
acovardar-nos.
O apreço
O apreço que que temos
temos pela nossa fé
pela nossa fé nos levará também
nos levará também aa afastar
afastar
para longe
para longe aa literatura
literatura que possa ameaçá-la.
que possa ameaçá-la. Por Por muito
muito queque os os crí-
cri
Hd O PRIMEIRO MANDAMENTO

licos elogiem
ticos elogiem determinada
deierminada obra.
obra. por niuiio culta
por muito culta que
que uma revista nos
uma revista nos
pareça,
pareça, se se opõem
se se opõem àà fé católica, não
fé católica, não são para nós,
são para nós. Uma consciên­
Uma consciên-
cia bem
cia bem form formada
ada não sentirá aa falta
não sentirá falta dodo Índice
Índice de de Livros Proibidos,
Livros Proibidos,
hoje suprimido, como
hoje suprimido, como guiaguia de de suas
suas leituras. Bastará aa sua
leituras. Bastará sua consciência
consciência
para alertá-lo
para alertá-lo ee mantê-lo
mantê-lo longe longe de de muitas publicações.
muitas publicações.
Algumas
Algum as pessoas
pessoas que que se se julgam intelectuais podem
julgam intelectuais podem estranhar
estranhar
estas restrições
estas restrições que que os os católicos
católicos fazem fazem as leituras.
às leituras. “Por que éé que
“ Por que que
vocês lem
vocês têm m medo?”.
edo?” , dizem.
dizem. “““TememTemem por acaso que
por acaso que façam
façam verver que
que
vocês estavam enganados?
vocês estavam enganados? Não tenham uma mente tão estreita.
Não tenham uma mente tão estreita.
Vocês têm
Vocês têm queque ver sempre os
ver sempre dois lados
os dois lados dede uma
uma questão.
questão. Se Se aa fé fé
que
que vocêsvocês têm têm cé firme, podem ler
firme, podem ler tudo
tudo sem
sem medo
medo de de que
que lhes
lhes faça
faça
mal,”
mal.”
AA estas
estas objeções
objeções devemos
devemos responder,
responder, com com toda
toda aa sinceridade,
sinceridade,
que
que sim, que temos
sim, qiic temos medo.
medo. Não N ão éé o o medo
medo de de que
que nos
nos demonstrem
demonstrem
que a nossa fé é errônea; é medo da nossa fraqueza. O
que a nossa fé é errônea; é medo da nossa Êaqueza. O pecado
pecado
original obscureccu
original obscureceu aa nossa nosèa razão
razão ee debilitou
debilitou aa nossa
nossa vontade.
vontade. ViverViver
aa fé implica sacrifício,
fé implica sacrifício, ee um um sacrifício
sacrifício muitas
muitas vezes
vezes heróico.
heróico. Com Com
frequência,
frequência, o o que
que Deus
Deus quer
quer éé algoalgo que, humanamente, nós
que, humanamente, nós não
não que­
que-
remos,
remos, que que nos custa. O
nos custa. O diabinho
diabinho do do amor próprio sussurra
amor próprio sussurra que que
aa vida scria mais
vida seria mais agradável
agradável se se não tivéssemos fé.
não tivéssemos Sim, com
fé. Sim, com todatoda aa
sinceridade,
sinceridade, temos temos medomedo de de topar
topar com algum escritor
com algum escritor engenhoso
engenhoso que que
aa tal
tal ponto inche o nosso eu, que, como Adão, decidamos ser os
ponto inche o nosso eu, que, como Adão, decidamos ser os
nossos próprios deuses.
nossos próprios deuses. E sabemos
E sabem os que, quer aa censura
que, quer censura venha
venha da da
Igreja
Igreja ou ou da da nossa
nossa consciência.
consciência, não não nega
nega aa liberdade.
liberdade. Recusar
Recusar o o
veneno para
veneno para aa mente
mente não não éé umauma limitação,
limitação, exatamente
exatamente como como nãonão oo éé
recusar oo veneno
recusar para oo estômago.
veneno para estômago. Para Para provarmos
provarmos que que oo nosso
nosso ap apa-a­
relho digestivo éé bom,
relho digestivo bom, não não éé precisopreciso beber
beber um um copocopo de de ácido
ácido
sulfúrico.
sulfúrico,

Se
Se aa nossa
nossa fé fé éé profunda,
profunda, vivaviva ee cultivada,
cultivada, nãonão háhá oo perigo
perigo de de
calrmos em
cairmos em outro pecado contra
outro pecado contra oo primeiro
primeiro mandamento
mandamento que que emana
emana
da falta
da falta dede fé:
fé: oo pecado
pecado de de sacrilégio.
sacrilégio. ÉÉ sacrilégio
sacrilégio maltratar pessoas.
maltratar pessoas,
lugares ou coisas sagradas. Na sua forma mais leve, procede de
lugares ou coisas sagradas. N a sua forma mais leve, procede de uma
uma
falta de
falta reverência para
de reverência para oo que
que éé de de Deus.
Deus. Na Na suasua gravidade máxima.
gravidade máxima,
vem do
vem do ódio
ódio aa Deus
Deus ee aa tudo
tudo oo que
que éé dEle.
dEle. O O nosso
nosso tempo
tempo viuviu deso-
deso­
ladores exemplos
ladores exemplos dos dos piores
piores sacrilégios
sacrilégios na na conduta
conduta dos dos comunistas:
comunistas:
sado cstabiilado
gado estabulado em em igrejas.
igrejas, religiosos
religiosos ee sacerdotes encarcerados ee
sacerdotes encarcerados
torturados.
loruirados. aa Sagrada Sagrada Eucaristia
Eucaristia pisoteada.
pisoteada. Estes exemplos,
Estes exemplos, dire-dire­
mos.
mos, são são ox Uês tipos
Os iiês tipos de
de sacrilégio
sacrilégio gue que os
os teólogos distinguem. Os
loóU)gi.)s distinguem. Os
mutis talos
maiis (ralos imnfligidos
iiifligidt>s qa uma
uma pessoa consagrada aa Deus.
pessoa consagrada Deus. por perten-
por pcrlcii-
cetao
<.er ;n. estado
^-si.ido clerical
eletE;i| ouou religioso,
religioso. chamam-se
chamam-se sacrilégio
.sacrilégio pessoal.
pessoal.
Protumar
Proíatiai ou ou asiluti
asiltao iiinum lugar
lugar dedicado
dedicado do ao vulto
culto divino
diviiu) pela Igreja
pela tereja
cvé um sacrilégio focel
um sacrilégio ioíai tdo
(do latim
latim “locus
“ lociis que significa
que significa “lugar”),
"lugar” ). O O
mau
mau uso uso de cosas consagradas.
dc coisas cousauradas. como como os os sacramentos.
sacramcnlos. aq Biblia,
Bíblia. Ost)s
SACRILECIO E SUPERSTIÇÃO 175

vasos cÉ paramentos
\HSos sagrados. enfim.
parajnciuos sagrado^^, ciifim. dc de ludo
tudo oo que que cé consagrado
consagrado
»c bento
benlo parapara oo culto
culto divino
divino on cn para
para aa devoção
devoção religiosa,
religiosa, éé um um sacri­
sacri-
lésio rea! (do latim “realis que significa “pertencente
légio rccil (do lalini "realis” que significa "periencente às
às coisas”).
coisas” ).
Se o ato sacrilego
“"“Scoato sacrílego for for plenamente deliberado cc em
plenamente deliberado cm matéria
matéria gra- cra­
se.
ve. como
como receber indignamente
receber indignamente iini sacramento, éé pecado
um sacramento, pecado mortal mortal,
Fazer, por exemplo. uma ma confissão ou receber a Eucaristia em
{■'azer, por exemplo, uma niá confissão ou receber a Eucaristia em
pecado
pecado mortal
mortal c
é um
um sacrilégio
sacritégio de
de natureza
natureza grave.
grave. Este
Fsle sacrilégio.
sacrilégio
jio enianlo.
no entanto. éc aninasapenas venal venial se se não tiver havido
não tiver havido consentimento
consentimento ou o!
deliberação
deliberação plesos. plenos, l ni sacrilégio pode ser também
Um sacrilégio pode ser também pecado venia] pecado venial
pela
pela irreverência
irreverência que que implica,
implica, comocomo seria seria o o caso
caso do do leigo
leigo que,que, levado
levado
pela curiosidade,
pela curiosidade, pegassepegasse um cálice consagrado.
um cálice consagrado.
Contudo. sc a nossa fé é são o pecado
Contudo, se a nossa fé c sã. o pecado de sacrilégio não
de sacrilégio não nos nos
causarê
causará problemas.
problemas. Para Para aa maioria
maioria de de nes.
nós. o o que
que mais
mais nos afeta
nos afeta
éé manifestar
manifestar aa Gevida devida reverência
reverência pelos pelos objetos
olijelos religiosos
religiosos que que usamos
usamos
habitualmente:
habitualmente: guardar a água benta em um recipiente limpo ee em
guardar a água benta em um recipiente limpo em
lugar
lugar apropriado,
apropriado: manusear
manusear os os evangelhos
evangelhos com reverência ec tê-los
eom reverência tê-los
em lugar
em lugar de de honra
honia na na easa;
casa: queimar
queimar os os escapulários
escapulários cc terços estra-
terços estra­
gados,
gados, cm em vez
vez dede jogá-los
jogá-los na lata do
na lata do lixo: passar por
lixo: passar alto as
por alto as fraque-
fraque­
zas
zas ee defeitos dos sacerdotes
defeitos dos sacerdotes ee religiosos
religiosos que que nos nos desagradam.
desagraílam. ee falar falar
deles
deles com respeito por
com respeito por verver neles
neles alguém
alguém que pertence aa Deus:
que pertence Deus: con-
con­
duzir-nos
duzir-nos com com respeito
respeito na igreja, especialmente
na igreja, especialmente nos nos casamentos
casamentos cc ba- b a­
tizados, quando o aspecto social pode levar-nos a descurá-lo.
lizados, quando o aspecto social pode Icvar-nos a dcseurá-lo. Esta
Esta
reverência
reverencia éé aa rotipagem
roupagem externa externa da da fe.
fé.

Você leva
Você leva uma unia figa
figa nono pescoço?
pescoço? Trata Trata dede locarlocar em em madeira
madeira
quando
quando ocorreocorre aleoalgo queque “dá”
“ dá” mã má sorte? Incomoda-se quando
sorte? Tncomoda-se quando são são
treze àà mesa?
treze m esa? Se Se sese cruza
cruza comcom um gato preto
um galo preto no no seu
seu caminho,
caminho, andaanda
depois
depois com com mais
mais cuidado
cuidado que que normalmente?
normalmente? Sc Se você
você pode respon-
pode respon­
der
der não
não aa estas
estas perguntas
perguntas ee tambémtambém não não ligaliga para
para superstições
superstições po- po­
pulares
pulares semelhantes.
semelhantes, então então pode
pode terter aa certeza
certeza de de ser
ser umauma pessoa bem
pessoa bem
equilibrada,
equilibrada, com com aa fé fé ce aa razão
razão em em firme
firme controle
controle de de suas
suas cmoções.
emoções.
AA superstição
superstição éé um um pecado
pecado contra
contra o o primeiro
primeiro mandamento
mandamento por- por­
que atribui aa pessoas
que atribui pessoas ou coisas criadas
ou coisas criadas uns poderes que
uns poderes que s(Ssó pertencem
pertencem
aa Deus.
Deus. A A honra
honra que que devia
devia dirigir-se
dirigir-se aa Elec desviu-se para
Ele desvia-se uma de
para uma de
suas criaturas.
suas criaturas.
Por exemplo,
Por exemplo, tudo tudo oo queque éé bombom nos nos vem\cm de de Deseso
Den^: não não dede uma
uma
pata
pata de coelho ou
de coelho ou de de uma ferradura.
unia ferradura. E nada
I-' iiada dcde mun sucede se
nuni Miccde sc
Deus
Deus não não oo permite,
permite. ee sempre
sempre que que dcde algum
algum modo modo contrilita
eoiUiilnia parapara oo
nosso uúlimo fim:
nosso úliimo fim: nemnem derramar
derramar sal. sal. nem
nem quebrar
quebrar um um espelho, nem
esp^elho. nem
um número
um número treze atrairá aa má
treze atrairá sorte sobre
má .sorte sobre aa nossanossa cabeça.
cabeça. Deus Deus nãonão
dorme
dorme nem deixa o
nem deixa o e.ampo
campo livrelivre ao
ao demônio.
demônio.

De
De igual mancira, só
igual maneira, só Deus
Deus conhece de modo
eonhccc dc absoluto oo futuro
modo absoluto futuro
contingente,
eoniingente. sem
sem ressalvas nem acasos.
ressalvas nem Todos somos
acasos. Todos somos capazes
capazes de
156 O PRIMEIRO MANDAMENTO

predizer acontecimentos pelos


predizer acontecimentos pelos dados
dados que
que conhecemos.
conhecemos. Sabemos
Sabem os aa
que horas nos
que horas levantaremos amanhã
nos levantaremos (sempre que
amanhã (sempre não esqueçamos
que não esqueçamos
de pôr
de pôr o o despertador):
despertador): sabemossabemos oo que faremos no
que faremos domingo (se
no domingo não
(se não
ocorrer nada
ocorrer nada de imprevisto): os
de imprevisto); os astrônomos
astrônomos podem podem predizer
predizer aa hora hora
exata em
exaia cm que nascerá ee se
que nascerá se porá
porá oo sol sol no no dia dia 1515 de de fevereiro
fevereiro de de
1997 (se o mundo não acabar antes).
1997 (se o mundo não acabar antes). Mas só Deus pode conhecer
M as só Deus pode conhecer
o futuro
o futuro com com certeza
certeza absoluta,
absoluta, tantotanto nosnos eventos
eventos que que dependem
dependem de de
seus decretos
seus eternos como
decretos eternos como nos nos queque procedem
procedem da livre vontade
da livre vontade dos dos
homens.
homens.
Por essa
Por essa razão. acreditar em
razão, acreditar em adivinhos
adivinhos ou ou espíritas
espíritas éé um pecado
um pecado
contra
contra o o primeiro
primeiro mandamento,
mandamento, porque porque éé uma uma desonra
desonra aa Deus.Deus. Os
Os
adivinhos
adivinhos sabem combinar aa psicologia
sabem combinar psicologia com com aa lei lei das probabilidades
das probabilidades
e.e, talvez,
talvez, com com um um pouco
pouco de de vigarice,
vigarice, são são capazes
capazes de de confundir
confundir
mesmo
mesmo pessoas inteligentes.
pessoas inteligentes. Os médiuns
Os espíritas combinam
médiuns espíritas combinam aa sua sua
anormalidade (histeria
anormalidade autoinduzida) com
(histeria autoindiizida) com aa siigestionabilidade
sugestionabilidade hu- hu­
mana e,e, frequentemente,
mana frequentemente, com com aa trapaça
trapaça declarada,
declarada, e«e podem preparar
podem preparar
cenas capazes
cenas capazes de de impressionar
impressionar muitos muitos queque se dão ares
se dão ares dede pessoas
pessoas ilus-
ilus­
tradas. A questão de saber se alguns adivinhos ou médiuns estão
tradas. A questão de saber se alguns adivinhos ou médiuns estão
ou não
ou não em em contacto
contacto com com oo diabo
diabo não não foifoi resolvida
resolvida satisfatoriamente.
satisfatoriamente.
O grande
O ilusionista Houdini
grande ilusionista Houdini se se gabava
gabava de de queque não
não existia
existia sessão
sessão de de
espiritismo que
espiritismo ele não
que ele fosse capaz
não fosse capaz de de reproduzir
reproduzir por meios naturais
por meios naturais

— truques
truques — —, , ee assim
assim o o provou
provou em em muitas
muitas ocasiões.
ocasiões.
Por
Por sua sua natureza,
natureza, aa superstição
superstição éé um pecado mortal,
um pecado mortal. No No en- en­
tanto, na
tanto, prática, muitos
na prática, desses pecados
muitos desses pecados são são veniais
veniais por por nãonão haver
haver
plena deliberação,
plena deliberação, especialmente
especialmente nos nos casos
casos de de arraigadas
arraigadas superstições
superstições
populares
populares que que tanto abundam em
tanto abundam nossa sociedade
em nossa sociedade materialista:
materialista; dias dias
nefastos
nefastos ee números números de de sorte,
sorte, tocar
tocar em em madeira
madeira ee outras coisas do
outras coisas do
gênero,
gênero.
Contudo,
Contudo, em em matéria
matéria declaradamente
declaradamente grave, grave, éé pecado
pecado mortal
morta!
acreditar em
acreditar em poderes
poderes sobrenaturais,
sobrenaturais, adivinhos
adivinhos ee espíritas.
espíritas. Mesmo
M esmo
sem acreditar
sem acreditar neles,
neles, éé pecado
pecado consultá-los profissionalmente.
consultá-los profissionalmente. Ainda
Ainda
que sejamos
que sejam os levados
levados apenas
apenas pela pela curiosidade,
curiosidade, éé pecado, pecado, porque
porque d da-a­
mos
mos mau exemplo ee cooperam
mau exemplo cooperamosos com com oo pecadopecado alheio.
alheio. Predizer
Predizer aa
sina deitando
sina deitando as as cartas
cartas ou ou ler
ler aa palma
palm a da da mãomão numa festa, quando
numa festa, quando
todo mundo
todo mundo sabe sabe queque éé um um jogo
jogo parapara divertir-se,
divertir-se, que nada tem
que nada tem de de
sério,
sério, não não éé pecado.
pecado. A consulta
A consulta aa adivinhos profissionais éé outra
adivinhos profissionais outra
coisa bem
coisa diferente.
bem diferente.

ÀS vezes, os
À s vezes, os nossos
nossos amigos não católicos
amigos não católicos suspeitam
suspeitam que pecamos
que pecamos
contra o primeiro mandamento pelo
contra o primeiro mandamento pelo culto
culto que
que rendemos
rendemos aos
aos santos.
santos.
Esta acusação seria
E sta acusação fundada se
seria fundada se lhes prestássemos oo culto
lhes prestássemos culto da de
latria, de
da latria,
adoração. que
adoração, que se Deus ee só
deve aa Deus
se deve Deus. Mas
só aa Deus. M as não nãc
assim: : não
não éé assim
somos tão loucos.
somos lão loucos. O próprio culto
O próprio culto que
que tributamos
tributamos a
a Maria,
M aria, a
a San
San­
tíssima
tíssima Mãe
Mãe dede Deus,
Deus. um
um culto
culto que ultrapassa o
que ultrapassa o dos
dos anjos
anjos ee santo”
sant^''
17;
SACRILÉGIO E SUPERSTIÇÃO

canonizado s, éé de
canonizados, muito diferente
natureza muito
de natureza culto de
do culto
diferente do que
adoração que
de adoração
prestamos —
prestamos — ee só só sese pode prestar —
pode prestar Deus.
— aa Deus.
Quando rezamos à nossa Mãe e aos santos
Quando rezamos à nossa Mãe e aos santos do do céu (como temos
céu (como temos
que fazer)
que fazer) e lhes pedimos
e lhes pedimos ajuda,
ajuda. sabemos
sabemos que que o o que
que fizerem
fizerem por por
nós, nào
nós. não o o farão
farão pelo
pelo seuseu próprio
próprio poder,
poder, comocomo se se fossem divinos.
fossem divinos.
O que fazem por nós, é Deus que o faz por intercessão deles.
O que fazem por nós, é Deus que o faz por intercessão deles. Se
Se
damos valor às orações dos nossos amigos
damos valor às orações dos nossos amigos da
da terra,
terra, pela
pela certeza
certeza de
dc
que nos
que nos ajudam, evidente que
ajudam, éé evidente que éé muito
muito lógico pensar que
lógico pensar que as as o ora-
ra­
ções dos
ções amigos do
nossos amigos
dos nossos ceu serão
do ccu cficazes. Os
mais eficazes.
serão mais santos são
Os santos são
os amigos seletos de Deus, seus heróis na lide espiritual. Agrada aa
os amigos seletos de Deus, seus heróis na lide espiritual. Agrada
Deus que
Deus imitá-los. ee Ele
queiramos imitá-los,
que queiramos gosta de
Ele gosta de mostrar
mostrar o o seu valor
seu valor
dispensando
dispensan do as graças por
suas graças
as suas deles. E
meio deles,
por meio também aa honra
E também honra que que
tributamos aos santos não diminui à honra devida a Deus. Os
tributamos aos santos não diminui a honra devida a Deus. Os santos
santos
-do asas obras
obras primas
primas da da graça. Quando os
graça, Quando os honramos,
honramos, éé aà Deus Deus — —
que
que fot
t'i| quem Jhes deu
quem ilies deu essa
essa perfeição
perfeição — — queque nósnós honramos.
honramos. AA maior maior
honra que se pode prestar a um artista é elogiar a obra de suas mãos.
honra íjue se pode prestar a um artista é elogiar a obra dc suas mãos.

EÉ \erdade
verdade que
que honramos
honramos as estátuas ecv pinturas
as estátuas pinturas dos
dos santos
santos cc
vencranos
venerarnos suas suas relíquias.
relíquias. Mas
M as não
nào adoramos
adoram os essas representações «e
essas representações
reliquias. assim como o profissional sério, que todas as
relíquias, assim como o profissional sério, que todas as manhãs
manhãs
coloca flores
coloca flores frescas
frescas junto
junto àà fotografia
fotografia de dc sua
sua boa mãe, não
boa mãe, adora
não adora
esse retrato.
esse Tetrato. Se rezamos
Se rezamos diante de um
diante de crucifixo ou
um crucifixo ou da da imagem
imagem de de
um santo,
uni santo, éé para
para queque nos ajudem aa fixar
nos ajudem fixar aa mente
mente no no queque estamos
estamos
fazendo.
fazendo. Não somos tão
Não somos tão estúpidos
estúpidos (assim
(assim o o espero)
espero) que que pensemos
pensemos
que
que umauma imagem
imagem de de madeira
madeira ou ou de barro tem
de barro tem emem si si algum
algum poder
poder
para nos
para nos ajudar.
ajudar. Acreditar
Acreditar nisso
nisso seria um pecado
seria um pecado contra
contra o o primeiro
primeiro
mandamento, que
mandamento, que proíbe
proíbe queque sese fabriquem
fabriquem imagens
imagens para para adorá-las,
adorá-las,
coisa que.
coisa que, evidentemente,
evidentemente, não não fazemos.
Capriuto
C XVH
a PU 1.1.0 X \ II

OO SEGUNDO
8 EGUKD0 E O
E O T
PERCEIRO
E R C E I R O MANDAMENTOS
MANDAMENTOS

SEU NOME
SE U N E SANTO
OME É SA N T O

“"Que
Que cé um uin nome?
nome? Por Por acaso,
acaso. aa n>sa. com outro
rosa. com omro nome,luimc, não não
teria a mesma fragrância?”
teria a mesma fragrância?”
Estas conhecidas palavras
E stas conhecidas palavras cio de ““Romeu
Romcii ce Juliet”
.lulicia” dc de Shakespeare
Shakespeare
são apenas
são apenas meia meia verdade.
verdade. Um Um nonte. seja de
nome, .seja de pessoa
pessoa ou ou de de coisa.
coisa,
adquire com
adquire com seu seu uso constante certas
uso constante certas conotações
conotações emotivas.
emotivas. OO nome nome
se torna algo
se torna algo mais
mais que que uma uma simples
simples com combinação
binação de de letras
letras do do alfa­
alfa-
beto; um
beto; um nomenome vem vem aa ser ser aa representação
representação da da pessoa
pessoa que que oo usa.usa.
Os sentimentos que
Os sentimentos que aa palavra
palavra “rosa”
“ rosa” desperta
desperta são são bembem diferentes
diferentes dos dos
da palavra “cebolinha”
da palavra “ cebolinha” E suftciente que um namorado ouça o no-
É suficiente que nm namorado ouça o no­
me
me dc de suasua am amada, mesmo quc
ada, mesmo que tenha sido m
lenha sido mencionado casuaimente
eiídonado casualmente
por
por um um estranho,
estranho, para para queque seuseu pulso
pulso se sc acelere.
acelere. Alguém
.Alguém que tenha
que tenha
sofrido uma
sofrido uma grande
grande injúria
injúria às mãos de
às mãos de uma pessoa chamada
uma pessoa chamado Joree Jorge
conservará sempre
conservará sempre uma uma inconsciente
inconsciente aversãoaversão por por esse
esse nome.
nome. MuitosM uitos
mataram
mataram — — ee morreram
morreram — — em defesa do
em defesa do seu
seu ““bom nome” | Familias
bom nome” Fam ílias
inteiras
inteiras sentiram-se
sentiram-se desonradas
desonradas porque porque algumalgum do de seus membros
seus membros
“manchou”
“ manchou” o o sobrenome
sobrenome familiar.
familiar. Em resumo. um
Em resumo, um nomenome éé aa repre­
repre-
sentação de
sentação quem oo usa,
de quem usa, cc aa nossa
nossa atitude para com
atitude para com esse
esse nomenome é«
um reflexo
um reflexo dos dos sentimentos
sentimentos que que nutrimo.s
nutrimos pela pela pessoa.
pessoa.
Tudo isto é bem sabido, mas recordá-lo nos ajudará
Tudo isto é bem sabido, mas reeordá-lo nos ajudará aa compreen­
compreen-
der por
der por que que cé um um pecado
pecado usar usar oo nomenome de de Deus
Deus emem vão.vão. Se Se amamamos
am os
aa Deus,
Deus, amaremos
amaremos oo ,seu seu nome
nome cc jamaisjam ais oo mencionaremos
mencionaremos com com falla
fala
de respeito
de respeito ou ou de dc reverência.
reverência, como como exclamação
exclam ação de de ira.
ira. de impaciência
de impaciência
ou de surpresa: evitaremos tudo o que possa desonrá-lo.
ou de surpresa; evitaremos tudo o quc possa dcsonrá-lo. Esse amor
Esse amor
pelo
pelo nomenome de de Deus
Deus esicndcr-se-á
estender-se-á também também ao de M
ao de Maria,
aria, sua
sua Mãe,Mãe, ao ao
de seus amigos,
de seus amigos, os os santos,
sanlos, ee aa todas todas as us coisas
coisas consagradas
consagradas aa Deus. Deus,
cujos
cujos nomes nomes pronunciaremos
pronunciaremos com com reverência
reverência ponderada.
ponderada. Para Para quequc
SEU NOME É SANTO 179

não
não esqueçamos
esqueçamos nunca nunca este aspecto do
esle aspecto do nosso
nosso amoramor por por Ele,Ele, Deus
Deus
nos
nos deu segundo mandamento:
deu oo segundo mandamento; ““Não tomarás oo nome
Não tomaras nome de de Deus
Deus
em
em vão” ,
vão”,
Háá muitas
H muitas formas
form as de de atentar
atentar contra
contra aa reverência
reverencia devida
devida ao nome
ao nome
de
de Deus.
Deus. A
A m ais habitual
mais habitual cé o o simples pecado de
simples pecado falta de
de falta de respeito:
respeito;
usar
usar oo seuseu santo nome para
santo nome desafogarmosos os
para desafogarm os nossos sentimentos.
nossos sentimentos.
““Não, por amor de Deus!”; “Garanto, por Deus,
Não, por amor de Dcusl” ; “ Garanto, por Deus, que
que te
te lembrarás”;
lem brarás” ;
“ Minha N
“Minha ossa Senhora!”
Nossa Senhora!” Raram Raramente ente se passa um
se passa um dia sem que
dia sem que ouça-
ouça­
mos
mos frases
frases como estas.
como estas. As vezes, sem
Às vezes, sem haver
haver sequer desculpa das
sequer aa desculpa das
emoções.
emoções. Todos conhecemos pessoas que usam o nome de Deus
Todos conhecemos pessoas que usam o nome de Deus
com a mesma sem-cerimônia com
com a mesma sem-cerimônia com que falariam de
que falariam de alhos cebolas,
alhos ee cebolas,
coisa
coisa queque sempre
sempre éé uma prova certa
uma prova certa da da superficialidade
superficialidade do do seu
seu amor
amor
aa Deus.
Deus.
Em geral, cste
Em geral, gênero de
esle gênero de irreverência
irreverência éé pecado venial, porque
pecado venial, porque
falta aa intenção
falta intenção deliberada
deliberada de desonrar aa Deus
de desonrar Deus ou ou dede desprezar
desprezar o o
seu nome;
seu nome; se se essa
essa intenção
intenção existisse,
existisse, oo pecado
pecado se se converteria
converteria em era m or­
mor-
tal,
tal, mas,
mas, de de ordinário,
ordinário, éé um um modomodo de falar devido
de falar devido àà leviandade
leviandade ee ao ao
descuido, mais
descuido, mais do do que
que àà malícia.
malícia. Este Esle tipotipo dede irreverência
irreverência pode pode
tornar-se mortal,
tornar-se mortal, no no entanto,
entanto, se se for
for ocasião
ocasião de de escândalo
escândalo grave:grave: porpor
exemplo, sc com isso um pai destrói nos filhos o respeito devido ao
exemplo, sc com isso um pai deslrói nos filhos o respeito devido ao
nome de
nome Deus.
de Deus.

Esta falta
Esta falta de de respeito
respeito por por Deus
Deus éé oo que que muita
muita gentegente chama
cham a erro­ erro-
neamente
neamente ““jurar”jurar” Jurar Jurar éé coisa
coisa bem bem diferente.
diferente. É É um erro acusar-se
um erro acusar-se
em confissão de “ter jurado”, quando, na realidade, o que se
em confissão de “ ter jurado” , quando, na realidade, o que se quer
quer
dizer éé que
dizer que se se pronunciou
pronunciou o o nome
nome de de Deus
Deus sem respeito.
sem respeito.
Jurar
Jurar éé tomar
tomar Deus Deus por por testemunha
testemunha da verdade do
da verdade do que que se se dizdiz
ou se promete.
ou se promete. Se exclamo: “Por Deus!”, é uma irreverência; se
Se exclamo: “ Por D eus!” , é uma irreverência; se
digo: “Juro
digo: “ Juro por Deus que
por Deus que éé verdade”
verdade”, , éé um um juramento.
juramento. JJáá se se vêvê queque
jurar
jurar nãonão éé necessariamente
necessariamente um um pecado.
pecado. Antes Antes pelo pelo contrário,
contrário, um um
juramento reverente éé um
juramento reverente um ato ato dede culto
culto grato
grato aa Deus,
Deus, se se se
se reúnem
reúnem três três
condições.
condições.
A primeira
A primeira éé que que haja
haja razão suficiente.
razão suficiente. Não
N ão se se pode
pode invocar
invocar
frivolamente Deus
frivolamente Deus comocomo testemunha.
testemunha. Ás À s vezes,
vezes, atéaté éé necessário
necessário jurar; jurar;
por exemplo,
por exemplo, quando
suando temos temos que que depor
depor como testemunhas em
como testemunhas em Juizo
juízo
ou somos
ou somos nomeados
nomeados para para um um cargo público. Outras
cargo público. Outras vezes, vezes, aa própria
própria
Igreja pede
Igreja pede queque se se jure, como aos
jure, como aos padrinhos
padrinhos de de umum batizado
batizado cujo cujo re­ re-
gistro batismal se tenha perdido. Outras,
gistro batismal se tenha perdido. Outras, não é que se tenha que não é que se tenha que
fazer um
fazer um juramento,
juramento, mas mas podepode estarestar aa serviço
serviço de de um um fimfim bom bom — —
que contribua
que contribua para para aa honrahonra de de Deus
Deus ou ou para
para o o bembem do do próximo
próximo
— garantir
— garantir aa verdade
verdade do do que
que dizemos
dizemos com com um um juramento.
juramento. Jurar
Jurar
sem motivo ou necessidade, salpicar a
sem motivo ou necessidade, salpicar a conversa com frases como conversa com frases como
“Juro pela
“juro pela minha
minha saúde”,
saúde” , ““juro
juro por por Deus
Deus que que éé verdade”
verdade” ee outras outras
parecidas, é pecado. Normalmente, se
parecidas, é pecado. Normalmente, se dizemos a verdade, esse pe­dizemos a verdade, esse pe-
180 O SEGUNDO E O TERCEIRO MANDAMENTOS

cado será
cado será venial,
venial, porque,
porque, como como no no caso
caso anterior,
anterior, éé produto
produto da irre-
da irre­
flexão cc não
flexão não da da maticia.
malícia.
Mas, se o que dizemos
M as, se o que dizemos éé falso falso ee sabemos
sabemos que que o o é.é. esse
esse pecado
pecado
éé mortal,
mortal, Esta
Esta éé aa segunda
segunda condição
condição para para um uin legitimo
legítimo juramento:
juramento:
que,
que, ao ao fazê-lo, digamosos aa verdade
faze-lo, digam estrita. tal
verdade estrita, tal como
como aa conhecemos,
conhecemos.
Invocar Deus
Invocar Deus por testemunha de
por testemunha de umauma mentira
mentira éé uma desonra grave
uma desonra grave
que
que lhe fazemos.
lhe fazemos. ÉÉ oo pecado
pecado de de perjúrio,
perjúrio, ee o o perjtrio deliberado
perjúrio deliberado
éé sempre
sempre pecado
pecado mortal.
mortal.
Para
Para que que um um juramento
juramento seja seja meritório
meritório ee um um ato ato agradável
agradável aa
Deus,
Deus, deve deve ter ter umum terceiro elemento, se
terceiro elemento, se sc se trata
trata do do que chamamos
que chamamos
um
um juramento pronmissório.
juramento promissório. Se
Se nos obrigamos aa fazer
nos obrigamos alguma coisa
fazer alguma coisa
sob
sob juramento,
juramento, devemos devemos ter ter aa certeza
certeza de de queque oo glv prometemos éé
que prometemos
bom, útil e possível. Sc alguém jura, por cxemplo, vingar-se de
bom, útil c possível. Se algucm jura. por exemplo, vingar-se de umauma
mjúria recebida, éé evidente
injúria recebida, evidente que que tal tal juramento
juramento 0é mau mau ce cé mau mau cum- eum-
prilo. É
pri-lo. E obrigatório
obrigatório luio não cumpri-lo.
cumpri-lo. Mas
M as se se o o juramento
juramento promissó-
prom issó­
ro é bom, então devo ter a sincera determinação de fazer oo que
rio é bom, então devo ter a sincera dclerniinação de fazer que
jure.
jurei.
Podem surgir
Podem surgir circunstâncias
circunstâncias que que anulem
anulem aa obrigação contraída
obrigação contraída
por um
por um juramento.
juramento. Por exemplo, sc
Por exemplo, se oo lilho
filho mais
mais velhovelho jurajura diante
diante
do pai gravemente doente que cuidará do irmão pequeno e o pai se
do pai gravemente doente que cuidará do irmão pequeno e o pai se
restabelece.
restabelece, o o juramento
juramento fica fica anulado
anulado (o motivo deixou
fo motivo deixou de de existir);
existir);
ou, se
ou, st esse irmão mais
esse irmão mais velho
velho fica fica doente
doente ee perde perde todostodos os recursos
os recursos
econômicos, aa ob’-igação
econômicos, obrigação cessa (porque cessam
cessa (porque cessam as as condições
condições em em queque
fez o Juramento, a sua possibilidade): se o irmão menor chega àà
fez o juramento, a sua po.ssibilidade); se o Irmão menor chega
maioridade
maioridade ee tem tem com
com que que sustentar-se,
sustentar-se, aa obrigação
obrigação ce.ssa vessa também
também
(o objeto
(o objeto da da promessa
promessa mudou mudou substancialmente).
substancialmente). Outros fatores
Outros fatores
ainda podem desligár da obrigação contraída. como a dispensa con­
ainda podem desligar da obrigação contraída, como a dispensa con-
cedida por
cedida por aquele
aquele aa quem quem se se fezfez aa promessa;
promessa: ou ou descobrir
descobrir que que Oo
objeto do
objeto juramento (quer
do juramento (quer dizer,
dizer, aa coisa
coisa aa fazer)fazer) éé inútilinútil ou ou atéaté
pecaminosa; ou
pecaminosa; ou aa anulação
anulação do do juramento
juramento (ou (ou sua dispensa) por
sua dispensa) uma
por uma
autoridade competente, como o confessor.
autoridade competente, como o confessor.

Que diferença
Que diferença há entre juramento
há entre juramento ee voto? Quando juramos.
voto? Quando juramos, in­ 1n-
vocamosos Deus
vocam como testemunha
Deus corno testemunha de de que
que dizemos
dizemos aa verdade
verdade tal como
tal como
aa conhecemos.
conhecemos. Se juramos como testemunhas. temos um juramento
Se juram os como testemunhas, icmos um juramento
de afirm
de afirmação.
ação. Se Se juramos fazer alguma
juram os fazer alguma coisa para alguém
coisa para alguém no fu- ­
no fu
turo, temos um
turo, temos um juramento
juramento promissório.
promissório. Em ambos
Em ambos os os casos.
ca.sos, apenas
apenas
pedimos aa Deus,
pedimos Senhor da
Deus, Senhor da \crdadc.
verdade. queque seja testemunha da
seja testemunha da nossa
nossa
veracidade ee do
veracidade do no.sso
nosso propósito
propósito de fidelidade.
dc fidelidade. Não
N lhe prometemos
ão lhe prometemos
nada que
nada que seja
seja diretamente
diretamente para para Ele.
Ele.
Mas.
M se oo que
as, se que fazemos
fazemos éé um um voto.
voto, prometemos
prometemos algo algo au Deus
Deus comcom
intenção de
intenç<ão nos obrigarmos.
de nos obrigarmos. Prometemos
Prometemos algo algo especialmente
especialmente gratograto
aa Deus
Deus sobsob pena
pena de de pecado.
pecado. NesteNeste caso. Deus não
caso. Deus não éé mera testemu-
mera testemu­
nha,
nha, éé também
também o o destinatário
destinatário do do que prometemos fazer.
que prometemos
SEU NOME É SANTO 181

Um voto
Um voto pode ser priviuio
pode ser privudo ou público.
ou público. Por exemplo, um
Por exemplo, umaa pes­
pes-
soa pode fazer voto dc ir
soa pode fazer voto de ir ao santuário ao santuário de
de Fátima
Fátim a em
em agradecimento
agradecimento
por sese ter
por curado de
ter curado uma doença:
de uma outra. que
doença: outra, solteira no
queé é solteira no mundo,
mundo,
pode fazer voto dc
pode fazer voto de castidade. castidade. Mas é necessário sublinhar que estes
M as é necessário sublinhar que estes
votos privados jam
votos privados jamaisais podem
podem ser ser feitos levianamente.
feitos levianamente. Um
Um votovoto obri-
obri-
«a sob
ca sob pena
pena dc de pecado.
pecado, ou ou nãonão éc voto
voto nenhum.
nenhum. Violar
Violar um um voto
voto será
será
pecado mortal ot vemial conforme a intenção de quem o faz e a im
pecado mortal on venial conforme a intenção dc quem o faz e a im- ­
portância
purtância da matéria (ninguém
da matéria (ninguém pode obrigar-se aa uma
pode obrigar-sc coisa sem
uma coisa sem
importância
importância sob sob pena
pena de pecado m
de pecado ortal). Mas
mortal). ainda que
M as ainda que esse
esse al-al-
guém queira obrigar-se unicamente sob pena de pecado venial, é uma
euém queira obrigar-se unicamente sob pena de pecado venial, é uma
obrigação demasiado séria
obrigação demasiado séria parapara ser tomada levianamente.
ser tomada levianamente. NinguémNinguém
deveria fazer
deveria fazer voto
voto privado
privado algumalgum sem sem anlcs consultar oo confessor.
antes consultar confessor.
Voto público éé oo que
Voto público que se se faz
faz pcrante
perante um um representante
representante oficial
oficial
da Igreja,
da Igreja, como
como um um bispo
bispo ou ou umum superior religioso, que
superior religioso, que oo aceita
aceita
em nome da
em nome da Igreja.
Igreja. Os votos públicos
Os votos públicos mais mais conhecidos
conhecidos são são osos queque
obrigam uma
obrigam pessoa àà plena
uma pessoa plena observância
observância dos conselhos evangélicos
dos conselhos evangélicos
de pobreza, castidade c obediência, dentro de uma comunidade reli­
dc pobreza, castidade c obediência, dentro de uma comunidade reli-
giosa.
giosa. Daquele que
Daquele que fazfaz estes três votos
estes três publicamente, diz-se
votos publicamente, diz-se que que
“entra
“ entra em religião”, , que
em religião” abraçou oo estado
quc abraçou estado religioso,
religioso, ÉÉ assim
assim que que
uma mulher se torna freira, monja ou irmã leiga, e um homem frade,
uma mulher se torna freira, monja ou irmã leiga, e um homem frade,
monge
monge ou irmão leigo.
ou irmão leigo. Se Se um religioso recebe,
um religioso recebe, além disso, oo sacra-
além disso, sacra­
mento da
mento da Ordem,
Ordem, será será um um religioso
religioso sacerdote.
sacerdote.

Um ponto
Um ponto em em que,
que, às vezes, nem
às vezes, nem os os próprios. católicos têm
próprios católicos têm idéias
idéias
claras cé aa distinção
claras distinção entre
entre um um irmão leigo ee um
irmão leigo um sacerdote.
sacerdote, H Háá muitos
muitos
jovens que
jovens que sentem
sentem oo generoso
generoso impulso
impulso de de dedicar
dedicar aa sua
sua vida
vida ao ao serviço
serviço
de Deus
de Deus cec dasdas almas
alm as no estado religioso
no estado religioso ee que, não obstante,
que, não obstante, estãoestão
convencidos
convencidos de de não
não ter ter vocação
vocação para para o o sacerdócio,
sacerdócio. Esses
E sses jovens
jovens
podem fazer
podem fazer umauma de de duas
duas coisas.
coisas.
AA primeira,
primeira, entrar
entrar em alguma das
em alguma ordens ou
das ordens ou congregações
congregações reli­ reli-
giosas compostas
giosas com postas de de irmãos
irm ãos leigos
leigos ee sacerdotes,
sacerdotes, como como os os francisca;
francisca-
nos, os
nos, os passionistas,
passionistas, os os jesuítas.
jesuítas. Farão
Farão oo noviciado
noviciado religioso
religioso ee os os
três votos,
três votos, masmas não receberão oo sacramento
não receberão sacramento da da Ordem. Dedicarão
Ordem. Dedicarão
aa sua
sua vida
vida aa ajudar
ajudar com com solicitude
solicitude os os sacerdotes,
sacerdotes, talvez
talvez como secre-
como secre­
tários, cozinheiros
tários, cozinheiros ou ou bibliotecários.
bibliotecários. Serão oo que
Serão que se se chama irmãos
chama irmãos
auxiliares.
auxiliares. Todas
T odas as ordens religiosas
as ordens religiosas que que conheço
conheço têm: têm premente
premente
necessidade destes
necessidade irmãos; cada
destes irmãos; cada umum deles libera um
deles libera um sacerdote
sacerdote para para
que possa
que dedicar-se completamente
possa dedicar-se completamente ao trabalho que
ao trabalho que só só umum sacer­
sacer-
dote
dote pode
pode realizar.
realizar.
Outra
Outra possibilidade
possibilidade éé que esse jovem
que esse jovem que que sente
sente aa chamada
cham ada para para
aa vida
vida religiosa,
religiosa, mas
mas nào não para
para oo sacerdócio,
sacerdócio, solicite
solicite o o ingresso
ingresso em em
alguma das
alguma congregações com
das congregações compostas
postas unicamente
unicamente de de irmãos,
irmãos, com comoo aa
das Escolas Cristãs, a dos maristas, etc. Estas
das E scolas Cristãs, a dos m aristas, etc. E stas congregações de congregações de reli-
reli­
giosos
giosos dedicam-se
dedicam-se aa levar levar avante
avante escolas,
escolas, hospitais, asilos ee outras
hospitais, asilos
15) O SEGUNDO É O IERCEIRO MANDAMENTOS

instituições
instituições dedicadas
dedicadas aa obras
obras de
de misericórdia,
misericórdia, Seus membros fazem
Seus membros fazem
oo noviciado
noviciado religioso,
religioso, professam
professam os três votos
os uês volos dede pobreza. castidade
pobreza, castidade
ee obediência,
obediência, mas não vão a um seminário teológico nem recebem oo
m as não vão a um seminário teológico nem recebem
sacramento da
sacramento da Ordem.
Ordem, São irmãos, não
São irmãos, sacerdotes. ee seu
não sacerdotes, seu número
número
jamais
jam scrá excessivo
ais será excessivo porque
porque jamais haverá excesso
jam ais haverá excesso dedc braços
braços nas
nas
atividades
atividades aa que
que se
se consagram.
consagram.

Outra distinção que


Outra distinção que as pessoas confundem
as pessoas confundem ocasiimalnicnte
ocasionalmente éé aa
que existe
que entre os
existe entre sacerdotes religiosos
os sacerdotes religiosos ee os seculares. Obviamente,
os sceuíarcs. Obviamente,
não é preciso dizer que essa distinção não significa que uns
não é preciso dizer que essa distinção não significa que uns sejam
sejam
religiosos ee os
religiosos os outros
outros irreligiosos.
irreligiosos. Significa
Significa que que os os sacerdotes
sacerdotes religio-
religio­
sos, além de
sos, além de sentirem
sentirem uma uma chamchamada para aa vida
ada para vida religiosa,
religiosa, sentiram
sentiram
aa vocação
vocação para para oo sacerdócio.
sacerdócio. EntraramEntraram para para uma uma ordem religiosa,
ordem religiosa,
como
como aa dos dos beneditinos,
beneditinos, dos dos dominicanos
dominicanos ou ou redentoristas:
redentoristas; fizeram
fizeram
oo noviciado religioso ee pronunciaram
noviciado religioso pronunciaram os os três votos de
irês volos pobreza, casti-
de pobreza, casti­
dade ee obediência.
dade obediência. Depois Depois de de se terem tornado
se terem tornado religiosos,
religiosos, cstuda-
estuda­
ram
ram teologia
teologia ee receberam
receberam oo sacramento
sacramento da da Ordem.
Ordem. Chamam-se
Chamam-se reli­ reli-
giosos
giosos sacerdotes
sacerdotes porque
porque abraçaram
abraçaram oo estadoestado religioso
religioso ee vivem
vivem comocomo
membros de
membros de uma
uma ordem
ordem ou congregação de
ou congregação de religiosos.
religiosos.

H á jovens
jovens queque se se sentem
sentem chamchamadosados porpor DeusDeus ao ao sacerdócio,
sacerdócio,
mas
m as não
não aa um umaa vida
vida em em religtão,
religião, como membros de
como membros dc uma
uma ordcm
ordem de de
religiosos.
religiosos. Um Um jovem
jovem assim assim manifesta
manifesta seu desejo ao
seu desejo bispo da
ao bispo dio-
cia dio­
cese,
cese, e. e. sc
se possui
possui as as condições
condições necessárias,
necessárias, o o bispo
bispo oo envia
envia ao ao semi­
semi-
nário diocesano, onde fará estudos de grau médio, e. a seguir, estu-
nário diocesano, onde fará estudos de grau médio, e. a seguir, estu­
dará
dará teologia.
teologia. A seu
A seu tempo,
tempo, se se pcrsevera
pcrsevera ee éc idôneo,
idônço, receberá
recevcrã aa
ordenação, far-se-á sacerdote,
ordenação, far-se-á sacerdote, ee será será um uni sacerdote
sacerdote secular (secular
.secular (secular
deriva
deriva d daa palavra
palavra latina
latina “saeculum”,
“ saeculum” , que que significa
significa ““mundo”),
mundo” ), porqueporque
não viverá
não viverá numanuma comunidade
comunidade religiosa,
religiosa, m masas no mundo, cnlrc
no mundo, entre as as
pessoas
pessoas que que serve.
serve. Também
Tam bém se se chama
chama sacerdote diocesano, porque
sacerdote diocesano, porque
pertence aa uma
pertence diocese ee não
uma diocese não aa uma
uma ordem
ordem de religiosos. Seu
de religiosos. Seu ““chefe”
chefe”
éé o
o bispo da diocese e não o superior de uma comunidade religiosa.
bispo da diocese e não o superior dc uma comunidade religiosa.
Quando éé ordenado,
Quando ordenado, prometepromete obediência
obediência ao ao bispo
bispo e, e, normalmente,
normalmente,
enquanto viver,
enquanto viver, aa suasua atividade
atividade se desenvolverá dentro
se desenvolverá dentro dos dos limites
limites
da sua
da sua diocese.
diocese. EE fazfaz oo compromisso
compromisso de dc castidade
castidade perpétua,
perpétua, ao ao
ordenar-se como diácono, que é o primciro passo importante para
ordenar-se como diácono, que é o primeiro passo importante para
o altar.
o altar.

BENDIZEI
B E N D IZ E I EE N
NÃO
à O AMALDIÇÕOEIS
A M A L D IÇ O E IS

os que
“ Bendizei os
“Bendizei que vos perseguem,
vos bendizei ee não
perseguem, bendizei amaldiçoeis”, ,
não amaldiçoeis”
São Paulo
diz São
diz Paulo nana sua
sua epístola
epístola aosaos R (12,14). Amaldiçoar
om anos (12,14).
Romanos Am aldiçoar
significa desejar o malal
significa desejar o m aa uma pessoa,
um a pessoa, lugar
lugar ou
ou coisa.
coisa. Uma
U m maldição
a maldição
freqüente na
frequente na boca dos
boca dos que têm pouco
que têm pelo nome
respeito pelo
pouco respeito nome de Deus ێ
de Deus
183
BENDIZEL E NÃO AMALDIÇÕEIS

“Deus te
•'Deus te amaldiçoe”,
amaldiçoe” , que
que éé aa mesma
mesma coisa
coisa que
que dizer
dizer “Deus
“ Deus tete mande
mande
para o
para o inferno”
inferno” evidente que
EÉ evidente uma maldição
que uma desse estilo
maldição desse pe-
seria pe­
estilo seria
cado mortal
cado mortal se sc fosse proferida aa sério.
fosse proferida sério. Pedir aa Deus
Pedir Deus que condene
que condene
uma alma
uma alm a que que Ele criou ee pela
Ele criou morreu, éé ato
Cristo morreu,
qual Cristo
pela qual ato gravegrave de de
desonra aa Deus,
desonra Deus, ao ao nosso
nosso Pai Pai infinitamente misericordioso.
infinitamente niisericordio.so. É tam- ­
Ê tam
bém um
bém um pecado
pecado grave grave contra
contra aa caridade,
caridade, que que nos obriga aa desejar
nos obriga desejar
eeaa pedir salvação de todas as almas. e não a
pedir aa salvação de loda.s as almas, e não a sua
sua condenação
condenação eterna.
eterna.
Normalmente, uma
Normalmente. uma maldição
maldição assim assim surgesurge da ira, d
da ira, daa impaciência
impaciência
ou do
ou do ódio,
ódio, ee não sangue frio;
não aa sangue quem aa diz
frio; quem diz nãonão aa diz diz aa sério.
sério. Se Se
não fosse assim, seria pecado mortal, mesmo com a desculpa
não fosse assim, seria pecado mortal, mesmo com a desculpa da
da ira.
ira.
considerar os
Aoo considerar
A abusos para
os abusos para comcom oo nome nome de de Deus, convém, pois,
Deus, convém, pois,
ter presente
ter presente que, que, mais
m ais do do queque as palavras ditas,
as palavras ditas, o pecado rcal
o pecado real éé oo
ódio, aa ira
ódio, ira ou impaciência. Ao
ou aa impaciência. confessar-nos, éé m
A o confessar-nos, ais correto
mais dizer:
correto dizer:
““Trritei-me
Irritei-me e, e, levado pela irritação, amaldiçoe: alguém” ou “Erritei-me
levado pela irritação, amaldiçoei alguém” ou ‘Trritei-me
ee fui
fui irreverente
irreverente com com oo nome nome de de Deus”
Deus”, , do do que
que simplesmente
simplesmente confes­ confes-
sar-nos
sar-nos de de terter amaldiçoado
am aldiçoado ou ou blasfemado.
blasfemado.
Além dos exemplos mencionados, há,
Além dos exemplos mencionados, há, certamente,
certamente, outras outras manei-manei­
ras
ras de de amaldiçoar.
amaldiçoar. C Cada
ada vez vez que
que desejo
desejo malmal aa alguém,
alguém, sou sou culpado
culpado
de
de ter amatdiçoado.
ter amaldiçoado. “Morra
“ M orra ee me me deixe
deixe em em paz”,
paz” , “Oxalá
“ O xalá você você que-
que­
bre
bre aa cabeça!”,
cabeça!” , “Que “ Que vão vão parapara oo diabo
diabo que que os os carregue,
carregue, ele ele ee todos
todos
os
os seus”.
seus” . Nestas Nestas ou ou em outras frases
cm outras parecidas (geralmente
frases parecidas (geralmente proferi- proferi­
das
d as sem sem deliberação),
deliberação), falta-sefalta-se contra
contra aa caridade
caridade ee aa honra honra de de Deus.
Deus,
OO princípio
princípio geral geral éé que,que, sc sc oo mal mal queque desejam
desejamosos éé grave, grave, ee o O
desejamos
desejamos aa sério, sério, oo pecado
pecado éé mortal.
mortal. Se Se desejamos
desejam os uni um malmal pequeno
pequeno
(“gostaria
(“ gostaria que que lhe lhe amamassassem
assassem o o carro
carro ee lhe lhe dessem
dessem uma uma lição”),
lição” ) , o o
pecado será
pecado será venial.
venial. E,
E , como
como já já sese disse,
disse, um um mal m al grave
grave desejado
desejado
aa alguém,
alguém, éé apenas apenas pecado
pecado venial quando falta
venial quando falta premeditação.
premeditação.
Se
Se nosnos recordarmos
recordarmos de que Deus
de que Deus ama tudo oo que
am a tudo saiu de
que saiu de suas
suas
mãos,
mãos, compreenderemos
compreenderemos que que éé uma
um a desonra
desonra aa Deus Deus am amaldiçoar
aldiçoar qual­ qual-
quer
quer de de suas
suas criaturas,
criaturas, ainda ainda queque não não sejam
sejam seresseres humanos.
humanos. No No
entanto,
entanto, os os anim
animais ais ee asas coisas inanimadas
coisas inanim adas têmtêm um valor incompa-
um valor incompa-
ravelmente
lavelmente inferior, inferior, poispois não não possuem
possuem alm almaa imortal.
imortal, E assim,
E assim, oo fã fã
das corridas
das corridas de cavalos que
de cavalos que grita:
grita: “Oxalá esse cavalo
“ O xalá esse cavalo se se estraçalhe!”,
estraçalhe!” ,
ou
ou o o encanador
encanador que que am amaldiçoa
aldiçoa com com um um “o diabo que
“ o diabo que te te leve”
leve” oo
cano
cano entupidoentupido que que nãonão consegue consertar, não
consegue consertar, não comete
comete necessaria­
necessaria-
mente
mente um um pecado.
pecado.

Mas
M as éé útil
útil recordar aqui aos
recordar aqui aos pais
pais aa importância
importância dc
de formar reta-
formar reta­
mente
mente as as consciências
consciências dosdos filhos
filhos nesta
nesta matéria
matéria dada mmáá língua.
língua. Nem
Nem
tudo
tudo oo que
que cham
chamamos de palavrão
am os de palavrão éé umum pecado,
pecado, ee não
não se se deve
deve dizer
dizer
às crianças
às crianças queque éé pecado
pecado aquilo
aquilo que
que não não oo é.
é. Por
Por exemplo,
exemplo, as as
palavras como
palavras como ““diabos”
diabos” ouou ““maldito”
m aldito” nãonão são
são em
em sisi palavras
palavras peca­
peca-
minosas.
minosas. O O homem
homem queque exclam
exclama:a; ““Esqueci-me
Esqueci-me de de levar
levar aoao correio
correio
aa maldita
maldita carta”
carta”, , ou
ou aa mulher
mulher queque diz:
diz: ““Maldito seja!, outro copo
M aldito seja!, outro
18+ O SEGUNDO E O TERCEIRO MANDAMENTOS

utilizam uma
quebrado!” , utilizam
quebrado!”, uma linguagem que alguns
linguagem que acharão pouco
alguns acharão ele-
pouco ele­
gante, mas
gante, mas que não éé certamente
que não linguagem pecaminosa,
certamente linguagem pecaminosa. E isto se
E isto se
também aos
aplica também
aplica aos palavrões,
palavrões, de de uso
uso lão frequente em
tão freqüente certos am-
em certos am ­
bientes, que descrevem partes e processos corporais.
bientes, que descrevem partes e processos corporais. Essas
E ssas palavras
palavras
serão grosseiras, mas
serão grosseiras, não são
m as não são pecado.
pecado.
menino vem
Quando oo menino
Quando vem da da rua com um
rua com palavrão recém-apren-
um palavrão reccm-apren-
nos lábios,
dido nos
dido seus pais
lábios, seus cometem um
pais cometem grande erro
um grande se se
erro sc se mostram
mostram
gravemente
gravemente escandalizados
escandalizados ee lhe dizem muito
lhe dizem muito sérios:
sérios: ““Essa
E ssa palavra
palavra
éé um
um grande
grande pecado,
pecado, ee Jesus
Jesus nãonão amará
am ará você
você se se voltar
voltar aa dizê-la”.
dizê-la” .
Dizer
Dizer isso
isso 'aa uma
uma criança
criança éc ensinar-lhe
ensinar-lhe uma uma idéia
idéia distorcida
distorcida de de Deus
Deus
ee confundila
confundi-la na na formação
form ação da da sua
sua consciência,
consciência, talvez
talvez para
para sempre.
sempre.
OO pecado
pecado éé um um mal
mal suficientemente
suficientemente grave
grave €e terrível
terrivel para
para ser
ser utilizado
utilizado
como
como “papão”“ papão” no no ensino
ensino dasdas boas
boas maneiras
maneiras aos aos meninos.
meninos. Basta B asta
dizer-lhes
dizer-lhes com com calma:
calm a: ““Joãozinho,
Joãozinho, você você disse
disse uma
uma palavra
palavra muito
muito
feia;
feia; nãonão éé pecado,
pecado, mas
m as osos meninos
meninos bem bem educados
educados não não dizem
dizem essas
essas
coisas.
coisas. Mamãe M am ãe ficará
ficará muito
muito contente
contente se se você
você nãonão aa disser
disser mais”.
m ais".
Isto
Isto será
será suficicnté
suficiente para
para quase
quase todas
todas asas crianças.
crianças. Mas,M as, se sc alguma
alguma
não
não se se emenda
emenda cc vontinua
continua usando-a,
usando-a, convirá
convirá explicar-lhe
explicar-lhe então
então que
que
há ali um pecado de desobediência.
há ali um pecado dc desobediência. Mas, na educação moral dos
M as, na educação moral dos
filhos,
filhos, éc preciso
preciso manter-se
manier-sc sempre
sempre na na verdade.
verdade.

Na blasfêm
Na blasfêmiaia hã há diversos
diversos graus.
graus. À Ass vezes,
vezes, éé aa reação
reação nãonão pre­
pre-
meditada
meditada de contrariedade, dor
dc contrariedade, dor ouou impaciência
impaciência perante perante um contra-
um contra­
tempo: “Se Deus é bom, como permite isto?”, “se Deus me amasse,
tempo; “ Se Deus c bom, como permite isto ?” , “ se Deus me am asse,
não
não meme deixaria sofrer iiuiío”
deixaria sofrer tonto” Outras vezes, blasfema-se
Outras vezes, blasfema-se por por frivoli-
frivoli­
dade:
dade; ““EsteEste éé mais esperto que
mais esperto Deus”, , ““sese Deus
que. Deus” Deus o o leva
leva para
para o o céu,
céu,
éé que
que não sabe oo qu'e
não sabe que estáestá fazendo”
fazendo” Masas também
M também pode pode ser clara-
ser clara­
mente
mente antirreligiosa
antirreligiosa ee até até proceder
proceder do ódio aa Deus;
do ódio Deus: “Os “Os Evangelhos
Evangelhos
são
são umum conto
conto de de fadas”,
fad as” , ““aa Missa.
M issa - éé uma
uma conversa”
conversa”, , ee chegar
chegar aa
afirmar:
afirm ar: “Deus
“ Deus éé um um mito,mito, umauma fábula”
fábula” Neste último tipo
Neste último tipo dede blas-
b las­
fêmia
fêm ia há, além disso,
há, além disso, um um pecado
pecado de de heresia
heresia ou ou infidelidade.
infidelidade. SempreSempre
que uma expressão blasfema implica em negação de uma determi-
que um a expressão blasfem a implica em negação de uma determi­
nada verdade de
nada verdade fé, como,
de fé, como, por exemplo, aa virgindade
por exemplo, virgindade de de Maria
M aria ou ou
o poder
o poder da da oração,
oração, além além do do pecado
pecado de blasfêmia, há
de blasfêmia, há umum pecado
pecado de de
heresia
heresia (U (Uma negação da
m a negação da fé,fé, em geral, éé um
em geral, um pecado
pecado gravegrave dede infi­
infi-
y

delidade).
delidade) .
Por natureza,
Por natureza, aa blasfêmia
blasfêmia éé sempre pecado mortal,
sempre pecado mortal, porque
porque sem-sem­
pre supõe
pre supõe um umaa grave
grave desonra
desonra aa Deus. Deus. Só Só quando
quando não não hã há suficiente
suficiente
premeditação ou consentimento é que é venial, como seria o caso
premeditação ou consentimento é que é venial, como seria o caso de de
proferi-la sob
proferi-la uma dor
sob uma dor ou ou angústia
angústia grandes.
grandes.

Com
Com o o pecado
pecado da
da blasfêmia completamos oo catálogo
blasfêmia completamos catálogo das
das ofensas
ofensas
ao segundo mandamento:
ao segundo mandamento: pronunciar sem respeito o nome de Deus,
pronunciar sem respeito o nome de Deus,
jurar desnecessária
jurar desnecessária ou
ou falsamente,
falsamente, fazer
fazer votos frivolamente ou
votos frivolamente ou que-
185
RENDIZEI E NÃO AMALDIÇÕEIS
brá-!os, am aldiçoar ee blasfemar.
brá-los, amaldiçoar blasfemar. Quando Quando se se estudam
estudam os os m andam en­
mandamen-
tos.
tos, ێ preciso
preciso ver ver oo seu lado negativo
seu lado negativo parapara adquirir
adquinr uma uma consciência
consciência
formada.
retamente formada.
retamente
No entanto, neste
No entanto, neste mandamento,
mandamento, como como em em todos
todos os os outros,
outros,
abster-se
abster-se de de pecado
pecado éé apenas
apenas aa metade
metade do do quadro.
quadro. N Nãoão podemos
podemos
limitar-nos aa evitar
limitar-nos evitar o desagrada aa Deus;
que desagrada
o que Deus; também devemos fazer
também devemos jazer
o que lhe agrada.
o que lhe agrada. De outro modo, a nossa religião seria como um
De outro modo, a nossa religião seria como um
homem sem perna nem braço direitos.
homem sem perna nem braço direitos.
Assim,
Assim , do do ponto
ponto de de vista
vista positivo,
positivo, devemos
devemos honrar
honrar oo nome nome de de
Deus
Deus sempre
sempre que tenhamos que
que tenhamos que fazer
fazer um um juramento necessário. N
juramento necessário. Nes-
es­
tas condições, um juramento é um ato de culto agradável a Deus
tas condições, um juramento é um ato de culto agradável a Deus
ce meritório.
meritório. EE oo mesmo mesmo ocorreocorre comcom os os votos;
votos; aa pessoa
pessoa que que sese obri­
obri-
ga
ga com
com um um votovoto prudente,
prudente, sob sob penapena de pecado, aa fazer
de pecado, fazer algoalgo grato
grato
aa Deus,
Deus, fazfaz um um atoato dede culto
culto divino,
divino, um um atoato da virtude da religião.
da virtude da religião.
EE cada
cada atoato derivado
derivado dessedesse voto
voto éé também
também um um ato
ato de
de religião.
religião.
As
A s ocasiões
ocasiões de de honrar
honrar oo nome nome de de Deus
Deus não não sese limitam, eviden-
limitam, eviden­
temente, aa juramentos
temente, juramentos ee votos. votos. Existe,
Existe, porpor exemplo,
exemplo, oo louvável
louvável cos-cos­
tume de fazer uma discreta reverência sempre que pronunciamos ou
tume de fazer uma discreta reverência sempre que pronunciamos ou
ouvimos
ouvimos pronunciar
pronunciar oo nome nome de de Jesus.
Jesus. Ou Ou oo excelente
excelente hábito
hábito de de
fazer
fazer um um ato
ato de de reparação
reparação sempre
sempre que que sese falta
falta ao
ao respeito
respeito devido
devido
ao
ao nome
nome de de Deus
Deus ou ou de de Jesus
Jesus em em nossa
nossa presença,
presença, dizendo
dizendo interior-
interior­
mente: “Louvado seja Deus”, ou “louvado seja o nome de Jesus”.
mente: “ Louvado seja Deus” , ou “ louvado seja o nome de Jesu s” .

Há também
também oo ato ato público
público de reparação que
de reparação que fazemos
fazemos sempre
sempre que que nosnos
unimos
unimos aos aos louvores
louvores que que sese costumam
costumam, rezar rezar depois
depois dada Bênção
Bênção com com
o Santíssimo.
o Santíssimo.
Honra-se
Honra-se publicamente
publicamente oo nome nome de de Deus
Deus em em procissões,
procissões, peregri-
peregri­
nações
nações ee outras
outras reuniões
reuniões de de pessoas
pessoas organizadas
organizadas em em ocasiões
ocasiões especiais.
especiais.
São
São testemunhos
testemunhos públicos
públicos de de cuja
cuja participação
participação não não nosnos deveriamos
deveríamos
retrarr.
retrair. Quando
Quando aa divindade
divindade de de Cristo
Cristo ou ou aa glória
glória de de sua
sua MãeM ãe éé
4“a razão
razão primordial
primordial dessas dessas manifestações
manifestações públicas,
públicas, aa nossa
nossa participa-
participa­
ção
ção ativa
ativa honra
honra aa Deus Deus ee oo seuseu santo
santo nome,
nome, ee Ele Ele aa abençoa.
abençoa.

Mas
M as o o essencial
essencial éé que,
que, se se am
amamos
am os aa Deus
Deus de verdade, amare-
de verdade, am are­
mos
mos oo seuseu nome
nome e, e, consequentemente,
consequentemente, oo pronunciaremos
pronunciaremos sempre sempre com com
amor, reverência ee respeito.
amor, reverência respeito. Se Se tivermos
tivermos oo hábito infeliz de
hábito infeliz usá-lo
de usá-lo
profanamente, pediremos aa Deus
profanamente, pediremos Deus esse amoror que
esse am que nos
nos falta
falta ee que tor-
que tor­
nará
nará oo uso irreverente do
uso irreverente do seu
seu nome
nome am amargo
argo como
como o o quinino
quinino em em nos­
nos-
sos
sos lábios.
lábios.
A nossa
A nossa reverência
reverência pelopelo nome
nome de de Deus
Deus nos
nos levará,
levará, além disso,
além disso,
aa encontrar
uncontrar um um gosto
gosto especial
especial nessas
nessas orações
orações essencialmente
essencialmente de de lou­
lou-
vor, como oo “Glória
vor, como “ Glória ao Pai, ao
ao Pai, ao Filho
Filho ee ao
ao Espírito
Espirito Santo”
Santo”, , que
que
deveríamos
deveríamos dizer
dizer com muita frequência,
com muita frequência, oo “G“Glória”
lória” ee oo “Santo, Santo,
“ Santo, Santo,
Santo”
Santo” da da Missa.
M issa. À Àss vezes,
vezes, deveríamos
deveriamos sentir-nos
sentir-nos movidos
movidos aa utilizar
utilizar
oo Livro
Livro dosdos Salm
Salmosos para
para aa nossa
nossa oração, esses belos
oração, esses belos hinos
hinos em em queque
180 O SEGUNDO E O TERCEIRO MANDAMENTOS

Davi canta repetidas


Davi canta repetidas vezes
vezes seus
seus louvores
louvores aa Deus. como oo Salmo
Deus, como Salmo 112.
112.
que
que começa
começa assim:
assim:
““Aleluia!
Aleluia! Louvai, servos do
Louvai, servos do Senhor,
Senhor.
louval
louvai o0 nome
nome do Senhor.
do Senhor.
Seja
Seja bendito
bendito o o nome
nome do do Senhor.
Senhor,
desde
desde agora
agora ee para
para sempre.
sempre.
Desde oo nascer
Desde nascer dodo sol
sol até
até oo seu ocaso,
seu ocaso,
seja louvado
seja louvado oo nome
nome do do Senhor”
Senhor”

POR QUE
POR Q IR ÀÀ MISSA
U E IR M ISSA AOS
A O S DOMINGOS?
D O M IN G O S?

Uma a canção
Um canção muito popular durante
muito popular durante aa II Guerra Guerra MundialMundial dizia dizia
em
em seuseu estribilho:
eslribiího: ““Que agradável levantar-sc
Que agradável levantar-se de de manhã,
manhã, m masas mais
m ais
agradável
agradável aindaainda ficar
ficar na na cama”,
cam a” , ou ou algo parecido. Raro
algo parecido. R aro éé oo católico
católico
que não
que não tenha
tenha experimentado
experimentado uma uma vez vez porpor outra
outra sentimentos
sentimentos pare- pare­
cidos, enquanto se aconchega entre os lençóis num domingo de
cidos, enquanto se aconchega entre os lençóis num domingo de
manhã, ee que,
manhã, que, ao ao deixar
deixar aa cam camaa em em obediência
obediência ao ao terceiro
terceiro m manda-
anda­
mento
mento de Deus:
de Deus: ““Santificarás
Santificarás oo dia dia do do Senhor”
Senhor”, , não não oo faça faça com com aa
sensação
sensação de de realizar
realizar uma uma proeza.
proeza.
Que haja um
Que haja um dia dia do do Senhor
Senhor éé uma uma consequência
conseqüência lógica lógica da da lei
lei
natural (quer
natural (quer dizer,
dizer, da da obrigação
obrigação de de nos comportarmos de
nos comportarmos de acordo
acordo
com
com aa nossa
nossa natureza
natureza de de criaturas
criaturas de de Deus),
Deus), que que exige
exige que que reconhe­
reconhe-
çamos a nossa absoluta dependência de Deus e agradeçamos aa sua
çam os a nossa absoluta dependência dc Deus e agradeçam os sua
bondade
bondade para para conosco.
conosco. Sabemos Sabem os que, que, na na prática,
prática, éé impossivel
impossível ao ao
homem
homem médio médio manter-se
manter-se em constante atitude
em constante atitude de de adoração,
adoração, ee por por
isso
isso éé natural
natural queque se se determine
determine oo tempo tempo ou ou tempos
tempos dc de cumprir
cumprir esse esse
dever absolutamente necessário.
dever absolutamente necessário. De acordo
De acordo com com essa essa necessidade,
necessidade,
estabeleceu-se
estabeleceu-se um um dia dia emem cada cada sete
sete parapara que que todos
todos os os homens,
homens, em em
todos
todos os os lugares,
lugares, rendam
rendam aa Deus Deus essa homenagem consciente
essa homenagem consciente ee de­ de-
hberada que lhe cabe por direito.
liberada que lhe cabe por direito.
Sabemosos que,
Sabem que, nos nos tempos
tempos do do Antigo
Antigo Testamento,
Testamento, esse esse dia dia do do
Senhor
Senhor era era o o sétimo
sétimo da da semana,
semana, oo “Sabat”.“ Sabat” . Deus Deus assimassim ordenou
ordenou aa
Moisés
M oisés no no Monte Sinai: ““Santificarás
Monte Sinai: Santificarás oo dia dia do do Senhor”
Senhor” (Êxodo(Exodo 20-8). 20-8).
No entanto, quando Cristo estabeleceu a Nova Aliança, a velha lei
No entanto, quando Cristo estabeleceu a Nova Aliança, a velha lei
litúrgica
litúrgica caducou.
caducou. AA Igreja primitiva determinou
Igreja primitiva determinou que que oo diadia do do Senhor
Senhor
fosse
fosse oo primeiro
primeiro da semana, oo nosso
da semana, nosso domingo.
domingo. Que Que aa Igreja
Igreja tenhatenha
o0 direito
direito de de estabelecer
estabelecer essa essa lei,
lei, éé verdade
verdade por por muitas passagens do
muitas passagens do
Evangelho
Evangelho em em queque Jesus
Jesus lhe confere oo poder
lhe confere poder de dc prescrever
prescrever leis leis emem
seu nome.
seu nome.
AA razão
razão desta
desta mudança
mudança do do diadia do Senhor do
do Senhor do sábado
sábado para para oo
domingo reside
domingo reside em em que,que, para
para aa Igreja,
Igreja, oo primeiro
primeiro dia dia da semana éé
da semana
duplamente
duplamente santo. santo. É É o o dia
dia em em queque Jesus
Jesus venceu
venceu oo pecado
pecado ec aa morte morte
ecc nos assegurou aa glória
nos as.segurou glória futura.
futura. É, além disso,
É, além disso. o o dia
dia queque Jesus
Jesus es-
DOMINGOS? 187
POR QUE IR À MISSA ÃOS

colheu
colheu para
para nosnos enviar
enviar o o Espírito
Espirito Santo,
Santo, o o dia
dia do nascimento da
do nascimento Igreja.
da Igreja.
ÉÉ também
também muito muito provável
provável que tenha m
Igreja tenha
que aa Igreja udado oo dia
mudado dia do do SSá-á ­
bado por
bado por umaum a razão psicológica:
razão psicológica: para sublinhar que
para sublinhar culto dos
que oo culto dos
hebreus do Velho Testamento, que era preparação para o advento do
hebreus do Velho Testamento, que era preparação para o advento do
Messias, havia caducado.
Messias, havia caducado. A religião cristã
A religião cristã não havianão havia de
de ser
ser uma
uma
simples
simples “ revisão”
“revisão” do
do culto
culto da
da sinagoga; religião cristã
sinagoga; aa religião era oo plano
cristã era plano
definitivo de
definitivo de Deus
Deus para
para aa salvação
salvação do mundo, ee oo pano
do mundo, final caiu
pano final caiu
sobre o “ Sabat”
sobre o “Sabat”. . Os cristãos não seriam uma “seita” mais dos ju-
Os cristãos não seriam uma “ seita” m ais dos ju ­
deus: seriam
deus: seriam um um povo
povo novo,
novo, comcom umauma Lei nova ee um
Lei nova novo Sacrifício.
um novo Sacrifício.
No
No Novo
N ovo Testament
Testamento, o, nãonão sese diz
diz nada
nada da da mudança
m udança do do diadia do do
Senhor de sábado para domingo. Sabemo-lo exclusivamente pela tra-
Senhor de sábado para domingo. Sabemo-lo exclusivamente pela tra­
dição da
dição Igreja, pelo
da Igreja, fato de
pelo fato no-lo ter
de no-lo sido transmiti
ter sido transmitido do desde
desde os os tem-
tem­
pos
pos primitivo
primitivos s pela
pela viva.
viva. voz
voz dada Igreja.
Igreja. Por Por essa
essa razão,
razão, encontra
encontramos mos
muito
muito pouca
pouca lógica
lógica nana atitude
atitude dede muitos
muitos nãonão católicos
católicos queque afirmam
afirmam
não aceitar nada que não esteja na Bíblia, e, no entanto, continuam
não aceitar nada que não esteja na Bíblia, e, no entanto, continuam
mantendo
mantendo oo domingodomingo como como diadia dodo Senhor,
Senhor, baseados
baseados na na tradição
tradição da da
Igreja
Igreja Católica.
Católica.

“Santificarás
“ Santificarás oo dia dia dodo Senhor”
Senhor” “Sim”, dizemos, ““mas
“ Sim ” , dizemos, m as como?”
com o?”
Na sua função
Na sua legisladora divinamente
função legisladora divinamente instituída,
instituída, aa IgrejaIgreja responde
responde
àà nossa pergunta dizendo
nossa pergunta dizendo que santificaremos oo dia
que santificaremos dia do Senhor sobre­
do Senhor sobre-
tudo assistindo ao santo Sacrifício da Missa. A Missa é o ato de
tudo assistindo ao santo Sacrifício da M issa. A M issa é o ato de
culto perfeito
culto perfeito que que Jesus
Jesu s nosnos deu para que,
deu para que, com
com Ele, Ele, pudéssemos
pudéssem os ofe- ofe­
recer
recer aa Deus
Deus aa honra
honra adequada.
adequada.
Em sentido
Em sentido religioso, sacrifício é'a
religioso, sacrifício oferenda aa Deus
é *a oferenda Deus de de algo
algo que
que
de
de algum
algum modomodo se se destrói, ofertado em
destrói, ofertado em benefício
benefício de de um grupo por
um grupo por
alguém que
alguém que temtem o o direito
direito de de representá-lo.
representá-lo. Desde Desde oo começo começo da hu-
d a hu­
manidade ee entre
manidade entre todos
todos os os povos,
povos, oo sacrifício
sacrifício foi foi aa maneira
maneira natural
natural
que
que o o homem
homem achou achou para para prestar
prestar culto
culto aa Deus.Deus. O O grupo
grupo pode pode serser
uma
uma familia,
família, uma tribu, uma
um a tribu, uma nação.
nação. OO sacerdotesacerdote pode pode ser ser oo pai,
pai,
O patriarca
o patriarca ou ou oo rei; ou, como
rei; ou, como indicou
indicou Deus Deus aosaos hebreus,
hebreus, os os descen­
descen-
dentes de
dentes de Aarão.
A arão. AA vítima vítima (o (o domdom oferecido)
oferecido) pode pode ser ser pão, vinho,
pão, vinho,
trigo, frutos ou
trigo, frutos ou animais.
animais. M Masas todos esses sacrifícios
todos esses sacrifícios têm um grande
têm um grande
defeito:
defeito: nenhum
nenhum éé digno digno de de Deus, porque foi
Deus, porque foi Ele mesmo que
Ele mesmo que ooss fez,
fez.
Mas,
M as, comcom oo sacrifício
sacrifício da da Missa,
M issa, JesusJesus nosnos deu deu uma uma oferenda
oferenda
realmente digna de
realmente digna de Deus, um Deus, um dom dom perfeito
perfeito de de valor
valor adequado
adequado aa Deus: Deus:
oo dom
dom do próprio Filho
do próprio Filho de de Deus,
Deus, igualigual ao ao Pai.
Pai. Jesus, o Grande
Jesus, o Grande
Sacerdote,
Sacerdote, ofereceu-se
ofereceu-se aa Si Si mesmo
mesmo como como VítimaVitima no no Calvário,
Calvário, de de uma
uma
vez para
vez sempre. ao
para sempre, ao ser
ser justiçado
justiçado pelospelos seus seus verdugos.
verdugos. No N o entanto,
entanto,
você ee eu
você eu não podiamosos estar
não podíam estar ao ao pépé da da cruz,
cruz, parapara nos unirmos aa
nos unirmos
Jesus em
Jesus em suasua oferenda
oferenda aa Deus. Deus. Por Por isso isso Jesus
Jesus nos nos proporcionou
proporcionou oo
santo Sacrifício da
santo Sacrifício d a M issa, noMissa, no qual
qual o o pãopão ee oo vinho
vinho se se transformam
transformam
no seu
no seu próprio
próprio corpo
corpo ee sangue,sangue, separados
separados ao ao morrer
morrer no Calvário, ee
no Calvário,
pelo
pelo qual
qual Jesus
Jesu s renova incessantemente oo dom
renova incessantemente dom de de Si mesmo ao
Si mesmo ao Pai,
188 O SEGUNDO E O TERCEIRO MANDAMENTOS

proporcionando-nos
proporcionando-nos aa maneira
maneira de nos unirmos
de nos unirmos aa Ele
Ele em
em seu ofere-
seu ofere­
cimento, dando-nos
cimento, dando-nos aa oportunidade
oportunidade de de entrar
entrar aa fazerfazer parte
parte da Vitima
da Vítima
que
que se se oferece.
oferece. Na Na verdade,
verdade, não pode haver
não pode haver melhor
melhor modo modo de santi-
de santi­
ficar oo dia
ficar dia do Senhor ee de
do Senhor de santificar
santificar os os outros
outros seis dias da
seis dias da semana.
semana.
O
O nosso
nosso tempo,
tempo, como como nós nós mesmos,
mesmos, pertence
pertence aa Deus. Deus. Mas M as Deus
Deus
ee aa sua sua Igreja
Igreja sãosão muito
muito generosos
generosos conosco.conosco. Dão-nos
Dão-nos seis dias em
seis dias em
cada sete
cada para nosso
sete para nosso uso, uso, um um totaltotal de de 144
144 horas
horas em em que trabalhar.
que trabalhar,
distrair-nos e dormir. A Igreja é muito generosa inclusive com
distrair-nos e dormir. A igreja é muito generosa inclusive com oo
dia que
dia que reserva
reserva parapara Deus.Deus. Do
Do que que pertence
pertence totalmente
totalmente aa Deus, Deus,
pede-nos somente
pede-nos somente uma uma hora hora (e (e nemnem sequer
sequer com completa):
pleta): aa que que se sc
requer para
requer para assistir
assistir ao ao santo
santo Sacrifício
Sacrifício da da Missa.
M issa. As A s outras
outras 23, Deus
23, Deus
no-las dá de volta para nosso uso e descanso,
no-las d á de volta para nosso uso e descanso. Deus agradece que
Deus agradece que
destinemos
destinemos mais m ais tempo
tempo exclusivamente
exclusivamente aa Ele Ele ee ao ao seu
seu serviço,
serviço, m masas
aa única
única obrigação
obrigação estritaestrita em matéria de
em matéria de culto
culto éé assistir
assistir àà Santa
Santa Missa
M issa
aos domingos
aos domingos ee festas festas de de guarda.
guarda. N Naa prática, temos, pois,
prática, temos, pois, obrigação
obrigação
de reservar
de reservar para para Deus,
Deus, comocomo algo algo seu,
seu, uma
uma horahora das das 168
168 queque EleEle nos
nos
dá em
dá em cada semana.
cada semana.
Se tivermos
Se tivermos isto isto em em conta,
conta, compreend.
compreende «emos .emos aa razão razão pelapela qual
qual
faltar à Missa dominical deliberadamente é um pecado mortal. Com-
faltar à M issa dominical deliberadamente é um pecado mortal. C om ­
preenderemos aa radical
preenderemos radical ingratidão
ingratidão que que existe
existe na atitude de
na atitude certas
de certas
pessoas
pessoas ““muito ocupadas” ou
muito ocupadas” ou “muito
“ muito cansadas”
cansadas” para para irir àà Missa,
M issa, para
para
dedicar
dedicar aa Deus Deus essa essa única
única hora hora que que Ele Ele nos pede; dessas
nos pede; dessas pessoas
pessoas
que, não
que, não satisfeitas
satisfeitas com com as as 167167 horas
horas que que já já têm,
têm, roubam
roubam aa Deus Deus
os
os sessenta
sessenta minutos
minutos que que Ele reservou para
Ele reservou para Sí. Si. Vê-se claramente
Vê-se claramente aa
falta total de
falta total de am amor or e,e, mais
mais ainda,
ainda, de de um um minimo
mínimo de de decência,
decência, que que
mostra aquele que nem sequer tem a generosidade de reservar uma
m ostra aquele que nem sequer tem a generosidade de reservar uma
hora
hora de de suasua semana
semana para para unir-se
unir-se aa CristoCristo ee adorar
adorar adequadamente
adequadamente
aa Santíssim
Santíssimaa Trindade
Trindade de de Deus,
Deus, agradecer-lhe
agradecer-lhe seus seus benefícios
benefícios durante
durante
aa semana
semana transcorrida
transcorrida ee pedir pedir sua sua ajuda
ajuda para
para aa semana
semana que começa.
que começa.

Não
N ão temos obrigação apenas
temos obrigação apenas de de assistir
assistir àà M Missa,
issa, m masas de
de assistir
assistir
aa uma
uma Missa inteira. Se
M issa inteira. omitirmos uma
Se omitirmos um a parte essencial da
parte essencial da MMissa
issa — —
toda aa Liturgia
toda Liturgia da da Palavra,
Palavra, aa Consagração
Consagração ou ou aa Comunhão
Comunhão do cele-
do cele­
brante
brante —, será quase
— , será quase oo mesmo
mesmo que que omitir
omitir aa Missa
M issa toda,
toda, ee o o pecado
pecado
será
será mortal
mortal se se aa nossa
nossa falta tiver sido
falta tiver sido deliberada.
deliberada. OmitirOmitir uma uma parte
parte
menor da
menor da Missa
M issa — — por exemplo, chegar
por exemplo, depois da
chegar depois da primeira
primeira leitura
leitura
ou sair
ou sair antes
antes da da bênção final —
bênção final — éé pecado
pecado venial,
venial. Éé uma
uma coisa
coisa de de
que devemos lembrar-nos,
que devemos lembrar-nos, se se temos
temos tendência
tendência aa demorar
demorar em em vestir-
vestir-
-nos para ir
-nos para ir àà Missa ou aa sair
M issa ou sair antes do tempo
antes do tempo para evitar ““engarra-
para evitar engarra­
famentos”.
famentos” . A A M Missa
issa éé aa nossa
nossa oferenda
oferenda semanal
semanal aa Deus, Deus, ee aa DeusDeus
não se pode oferecer algo incompleto ou defeituoso.
não se pode oferecer algo incompleto ou defeituoso. Jamais nos
Jam ais nos
passará pela cabeça
passará pela cabeça dar dar como
como presente
presente de de casamento
casamento uns pratos
uns pratos
rachados,
rachados, unsuns talheres
talheres oxidados
oxidados ou ou um jogo de
um jogo de toalhas
toalhas desbotado.
desbotado.
EEF por
por Deus devemos ter,
Deus devemos ter, pelo menos, um
pelo menos, um respeito
respeito igual.
IR À MISSA AOS DOMINGOS? 189
POR QUE

Para
Para cumprir
cumprir essa essa obrigação.
obrigação, temostemos que estar fisicamente
que estar fisicamente pre­ pre-
sentes na Missa, a fim de nos integrarmos na comunidade.
sentes na M issa, a fim de nos integrarmos na comunidade. Não
N ão se
.se
pode
pode satisfazer
satisfazer esseesse dever seguindo aa Missa
dever seguindo M issa pela
pela televisão
televisão ou ou dada cal-
cal­
çada oposta
cada oposta àà igreja,
igreja, quando
quando há lugar dentro.
há lugar dentro. Às Ás vezes.
vezes, emem alguns
alguns
lugares. pode acontecer que a igreja esteja tão repleta que os fiéis
lugares, pode acontecer que a igreja esteja tão repleta que os fiéis
não caibam
lião caibam ee se se juntem
juntem na na calçada
calçada em em frente
frente àà porta.
porta. Neste
Neste caso.
caso,
ussisíimos àà Missa
assistimos M issa porque tomamos parte
porque tomamos parte na assembléia. estamos
na assembléia, estamos
fisicamente presentes e tão perto quanto nos é possível.
fisicamente presentes e tão perto quanto nos é possível.
Não
N devemos estar
ão devemo.s estar presentes
presentes apenas fisicamente, mas
apenas fisicamente, mas também
também
mentalmente.
memaUnente. Quer dizer. devemos
Quer dizer, devemos ter ter intenção
intenção — — ao ao menos implt-
menos implí­
cita
cita — — de assistir àà M
de assistir Missa,
issa, ee ter
ter também
também certa certa idéia
idéia do que se
do que se está
está
celebrando. Quem deliberadamente se prepara para passar pelo sono
celebrando. Quem deliberadamente se prepara para passar pelo sono
na
na M Missa
issa ouou nemnem sequer
sequer está cstá atento
atento às partes principais.
às partes principais, comete
comete um um
pecado mortal.
pecado mortal. As distrações menores
A s distrações menores ou ou asas faltas
faltas de atenção. se
de atenção, se
forem deliberadas, constituem pecado venial.
forem deliberadas, constituem pecado venial. As distrações Invo-
A s distrações invo­
luntárias
luntárias não não sãosão pecado,
pecado.
Mas
M as oo nosso
nosso amor amor aa Deus Deus nos levará aa colocar
nos levará colocar oo nível
nivel cm em
que assistim
t|ue assistimosos àà M Missa acima do
issa acima que éé pecado.
do que lLevar-nos-á aa che­
pecado. Levar-nos-á che-
gar
gar àà igreja
igreja antes
antes de de queque comece
comece ee aa permanecer
permanecer no no lugar
lugar até
até queque
vo sacerdote
(.) sacerdote se tenha retirado.
se tenha retirado. F Fará que nos
ará que nos unamos
unamos aa Cristo
Cristo Vítima
Vítima
cv que
que pronunciemos
pronunciemos ou ou acompanhemos
acompanhemos atentamente atentamente as as orações
orações da da
Missa. Faltaremosos àà M
M issa, Faltarem Missa unicamente por
issa unicamente por uma razão grave:
uma razão grave: por por
doença, tanto própria como de alguém de quem devemos cuidar:
doença, tanto própria como de alguém de quem devemos cuidar:
pela excessiva
pela excessiva distância
distância ou ou por
por falta
falta de de meios
meios de de locomoção,
locomoção, por por
uma situação
uma imprevista ee urgente
situação imprevista urgente queque tenhamos
tenhamos que que enfrentar.
enfrentar.

O terceiro
O terceiro mandamento,
mandamento, alémalém dada obrigação
obrigação dede assistir
as.sistir àà MMissa,
issa,
exige que aos
exige que domingos nos
aos domingos abstenhamos de
nos abstenhamos de trabalhos
trabalhos servis
servis desne-
desne­
cessários. Trabalho
cessários. Trabalho servil
servil éé aquele
aquele que
que requer
requer oo exercício
exercício do corpo
do corpo
mais que
mais que oo da da mente.
mente. A A Igreja
Igreja fez
fez do
do domingo
domingo um um diadia dede des-
des­
canso,
canso, em primeiro lugar
em primeiro lugar para
para preservar
preservar aa santidade desse dia
santidade desse dia ec para
para
dar aos
dar aos homens tempo para
homens tempo para render
render culto
culto aa Deus
Deus ee orar.
orar. M Masas tam-
tam ­
bém porque
bém porque ninguém
ninguém melhor
melhor do do que
que elaela conhece
conhece as as limitações
limitações de de
seus filhos, criaturas
seus filhos, criaturas de
de Deus;
Deus: aa necessidade
necessidade que que têm
têm dede um
um descanso
descanso
que os alivie da monotonia quotidiana. de um tempo para poderem
que os alivie da monotonia quotidiana, de um tempo para poderem
desfrutar deste
desfrutar mundo que
deste mundo Deus nos
que Deus nos deu,
deu, cheio
cheio de beleza, conheci-
de beleza, conheci­
mentos, companheirismo ee atividade
mentos, companheirismo atividade criadora.
criadora.
Ocupar-se em
Ocupar-se em trabalhos servis aos
trabalhos servis aos domingos
domingos pode pode scrscr pecado
pecado
mortal
mortal ou ou venial,
venial, conforme
conforme oo tempotempo que que lhe dediquemos seja
lhe dediquemos seja curto
curtn
ou considerável.
011 Irabalhar desnece.sSariamente
considerável. Trabalhar desnecessariamente três ou quatro
três ou quatro horas
horas
mortal, Para
pecado mortal.
seria pecado
seria determinar se
Para determinar este ou
se este aquele trabalho
ou aquele trabalho
permitido num
concreto éé permitido
concreto domingo, devemos
num domingo, perguntar-nos duas
devemos perguntar-nos duas coi-
coi­
sas: é um trabalho
sas: é um trabalho mais mais físico
físico que
que mental,
mental, como
como por
por exemplo
exemplo es
e.s
crever àà máquina,
crever desenhar, bordar?
máquina, desenhar, bordar? Se for mais
Se for físico que
mais físico que mental,
190 O SEGUNDO E O TERCEIRO MANDAMENTOS

éé um
um trabalho
trabalho realmente necessário, algo
realmente necessário, algo que não pode
que não pode serser feito
feito no
no
sábado ee que
sábado que não
não pode
pode serser adiado para aa segunda-feira,
adiado para segunda-feira, comocomo ali-
ali­
mentar
mentar oo gado, fazer as
gado, fazer camasas ou
as cam lavar os
ou lavar os pratos? Para responder
pratos? Para responder
aa estas
estas perguntas, não é necessário que sejamos peritos em leis; basta
perguntas, não é necessário que sejamos peritos em leis; basta
sermos sinceros;
sermos sinceros; ee sese aa resposta
resposta àsàs duas
duas perguntas
perguntas forfor afirmativa,
afirmativa,
então esse
então esse trabalho
trabalho éé permitido
permitido aosaos domingos.
CapitruLto
C a pít u l o XVTII
XVIII

O QUART
O O EK O
QIUAKTO QUINT
O Q MANDAMENTOS
U IN TOO MANDAAtENTOS

PAIS, FILHOS
PAIS, E C
F IL H O S E CIDADÃOS
ID A D Ã O S

Tanto
Tanlo os os pais
pais como
como os os filhos
filhos têmtêm necessidade
necessidade de de examinar perio-
examinar perio­
dicamente aa sua
dicamente sua fidelidade
fidelidade ao ao quarto
quarto mandamento
mandamento de Deus.
de Deus. Nele,
Nele,
Deus
Deus se se dirige explicitamente aos
dirige explicitamente aos filhos:
filhos: “Honrarás
“ Honrarás pai pai ee mãe”
mãe”, , m man-
an­
dando-os amar
dando-os amar ce respeitar
respeitar os os pais, obedecer-lhes em
pais, obedecer-lhes em tudo
tudo oo queque não
não
seja
seja uma ofensa aa Deus
uma ofensa Deus ee atendê-los
atendê-los em suas necessidades.
em suas necessidades. M Mas,
as,
enquanto se dirige a eles. olha os pais por cima do ombro dos filhos,
enquanto se dirige a eles, olha os pais por cima do ombro dos filhos,
mandando-os implicitamente
mandando-os implicitamente ser ser dignos
dignos do do amor
amor ee respeito
respeito que
que pedepede
aos filhos.
aos filhos.
As
A s obrigações estabelecidas pelo
obrigações estabelecidas pelo quarto
quarto mandamento,
mandamento, tanto tanto as as
dos pais
dos pais como
como as as dos
dos filhos, derivam do
filhos, derivam do fato
fato de que toda
dc que toda autoridade
autoridade
vem
vem de de Deus.
Dcus. Tanto
Tanto aa autoridade
autoridade do do paí
pai como
como aa de de um poder
um poder
civil
civil ou ou aa de
de umum superior
supcrior religioso
religioso são, em última
são, em análise, aa autori-
última análise, autori­
dade de Deus, que Ele se digna compartilhar com algumas pessoas.
dade de Deus, quc Ele se digna compartilhar com algum as pessoas.
A-A obediência
obediência que, que, dentro
dentro dos limites de
dos limites de uma reta capacidade,
uma reta capacidade, lhes lhes
éé devida,
devida, éc obediência
obediência aa Deus, Deus, ee assim
assim deve ser considerada.
deve ser considerada. Dai Daí
que
í|uc as
as pessoas constituídas em
pessoas constituídas em autoridade tenham, como
autoridade tenham, como agentes
agentes ee
delegados
delegados de de Deus, obrigação grave
Deus, obrigação grave de
de ser leais àà confiança
ser leais confiança queque
nelas fot depo.sitada.
nelas foi depositada. Especialmente para
Especialmente paraosos pais,
pais, deve
deve ser
ser um
um incen-
incen­
tivo considerar quc
tivo considerar que umum dia terão que
dia terão que prestar contas aa Deus
prestar contas Deus da da alma
alma
de
dc seus filhos.
seus filhos.
Trata-se
I ’rata-se de de um
um ponto
ponto queque deve ser lembrado
deve ser lembrado àà mãe mãe que
que sem
sem
necessidade
necessidade decidedecide trabalhar
trabalhar forafora dodo lar;
lar; ao
ao pai
pai ambicioso que des-
ambicioso que des­
carrega sobre aa família
carrega sobre familia aa tensão
tensão nervosa acumulada durante
nervosa acumulada durante aa jor­
jor-
nada.
nada. EÚ um um ponto
ponto que
tiuc deve
deve ser
ser lembrado
lembrado aosaos pais
pais que abandonam
quc abandonam
os filhos
os filhos co ao cuidado
cuidado dasdas empregadas
empregadas domésticas
domesticas por por causa das suas
causa das suas
multiplas ocupações ou
múltiplas ocu(>açõcs ou distrações;distrações: aos pais que reúnem em
aos pais que reúnem em casa casa
eneos bebedores cce de
üiuigos bebedores lingua solta:
de Üneua solta: aosaospais
pais quequediscutem
discutem frequen-
frequen­
192 O QUARTO E O QUINTO MANDAMENTOS

temente
temente diante dos filhos.
diante dos filhos. De fato,
De fato, éé um ponto
um ponto aa ser
ser recordado
recordado aa
todos cs
(odoi: pais que
os pais que esquecem
esquecem que
que o o negócio
negócio mais
mais importante de
importante de sua
sua
vida é criar os filhos num lar cheio de carinho,
vida é criar os filhos num lar cheio de carinho, alegria e paz. cen-
alegria e paz, cen­
grado em
trado em Cristo.
Cristo.

Quais
Q uais sãosão em em detalhe
detalhe os os principais
principais deveres deveres dos dos paispais parapara com com
os filhos? Em primeiro lugar, é claro, os cuidados materiais: alimen-
os filhos? Em primeiro lugar, é claro, os cuidados materiais; alimen­
to,
to, roupa,
roupa, casa casa ee assistência médica.
assistência médica. AA seguir.
seguir, oo dever
dever de de educá-los
educá-los
para
para fazer lazer deles
deles bons bons cidadãos:
cidadãos: úieis, úteis, economicamente
economicamente suficientes, suficientes,
ben? educados e patriotas inteligentes.
bem educados e patriotas inteligentes. Depois, têm o dever de
Depois, têm o dever de pro-
pro­
porcionar-lhes os
porcionar-lhes meios necessários
os meios necessários ao ao seu seu desenvolvimento
desenvolvimento intelec­ intelec-
tual,
tual, na na medida
medida em em (jueque osos lalenfos
talentos dos dos filhos
filhos ee aa situação
situação econômica
econômica
dos
dos paispais oo permitam.
permitam. EE eomo como não não podepode haverhaver desenvolvimento
desenvolvimento inte- inte­
lectual
lJectual completo
completo sem sem um um conhecimento
conhecimcmto adequado adequado (uv (e crescente,
crescente, se- se­
gundo aa idade)
gundo idade) das das verdades
verdades da da fé,fé, têm
têm o o dever
dever de cnviá-los aa cen-
de cnviá-los cen­
tros de
tros de ensino
ensino onde onde sese dêdê boa boa educação
educação religiosa. religiosa. ÉÉ um um dever
dever — —
não
não se se esqueça
esqueça — — que que obriga
obriga em em consciência.
consciência.
EE comcom isto passamosos das
isto passam das necessidades
necessidades naturais naturais dos dos filhos
filhos — —
materiais, cívicas ee intelectuais
materiais, cívicas intelectuais — — às necessidades espirituais
às necessidades espirituais ce sobre­ sobre-
naturais. É
naturais. É evidente
evidente que, como oo fim
que, como fim dos dos filhos
filhos éé alcançarem
alcançarem aa vida vida
eterna, tocamos o mais importante de todos os deveres paternos. E
eterna, tocam os o m ais importante de todos os deveres paternos. E
assim, em
assim, em primeiro
primeiro lugar,lugar, os os pais
pais têmtêm obrigação
obrigação de de batizar
batizar os filhos
os filhos
o m
o mais
ais cedo
cedo possível
possível depois
depois do do nascimento,
nascimento, normalmentenormalmente dentro dentro das das
duas
duas sem semanas seguintes ou,
anas seguintes ou, quando
quando muito, muito, dentro dentro do do mês.
mês. Depois,
Depois,
quando aa mente
quando infantil começa
mente infantil começa aa abrir-se.
abrir-se. surge surge oo dever
dever de de falar-
falar-
lhes de
-Ihes de Deus, especialmente da
Deus, especialmente sua bondade
da sua bondade ee providência
piovidência amorosa, am orosa,
ee da obediência que
da obediência que lhe lhe devemos.
devemos, EE mal mal começam
começam aa falar, falar, éé pre-pre­
ciso ensiná-los a rezar, muito antes de terem idade para ir à escola.
ciso ensiná-los a rezar, muito antes de terem idade para ir à escola.
Se
Se porpor desgraça
desgraça não não houve possibilidade de
houve possibilidade de enviá-los
enviálos aa uma uma
escola
escola em em que que se se dê dê boaboa formformação religiosa, deve-se
ação religiosa, deve-se procurar
procurar que que
assistam regularmente
assistam regularmente aa aulas aulas de catecismo, ee que
de catecismo, que aquilo
aquilo que que oo me- m e­
nino aprende nessas aulas seja multiplicado pelo exempio que vê em
nino aprende nessas aulas seja multiplicado pelo exempío que vê em
casa.
casa. É É especialmente
especialmente neste neste pontoponto que que os os pais podem realizar
pais podem realizar Oo
seu trabalho
seu trabalho m maisais frutifero.
frutífero, porque
porque uma uma criança assimila muito
criança assimila muito mais mais
o que
o que vé vê do do que
que oo que que lhe dizem.
lhe dizem. ÉÉ por
por esta razão que
esta razão que aa melhor
melhor
escola católica não pode srprir o mel causado por um lar relaxado.
escola católica não pode s>'prir o mal causado por um lar relaxado.
À medida
À medida quequeaa criança crlanca cresce
ciesee oso s pais jiais hãohão dedc manter
memter uma uma ati­ati-
tude
tude vigilante
vigilante em em relação
relação aos aos colegas
colegas dos flhos. às
dos íilhos. às suas leituras ee
suas leituras
diversões,
diversões, mas m as semsem interferir
interferir inoportunamente.
inoportunamente, aconselhando-os
aeonselhando-os ou ou
chegando aa adotar
chegando adotar uma uma firmefirme atitude
atitude negativa,
ncgali\'i, se se for caso disso.
for caso disso.
A criança
A criança deverádeverá aprender
aprender aa am amarar aa Missa dominical cc àa frequentar
M issa dornínicai freqüentar
aa confissão
confissão ee aa comunhão, comunhão, não não por por ser ser "m “mandada”
andada” mas nias porque
porque
acompanhará os
acompanhará os pais
pais cspontânea
espontânea ee orgulhosamente
orgulhosamente no no cumprimento
cumprimento
dessas normas de
de.ssas normas de piedade.
PAIS, FILHOS E CIDADÃOS 193

Tudo
Tudo isto representa uma
isto representa longa lista
uma longa lista dede deveres,
deveres, m mas, felizmente,
as, felizmente.
Deus dá aos bons esposos a sabedoria
Deus dá aos bons esposos a sabedoria de
de que
que necessitam
necessitam para cum- ­
para cum
prilos. E,
pri-los. ainda que
E, ainda pareça um
que pareça um contrasenso,
contrasenso, ser ser bom
bom pai pai ouou mãe
mãe
não começa com os filhos, mas com o amor mútuo e verdadeiro que
não começa com os filhos, mas com o am or mútuo e verdadeiro que
marido ee mulher
marido mulher têmtêm entre si. Os
entre si. Os psicólogos
psicólogos afirmam
afirmam que que os espo-
os espo­
sos que
sos que dependem
dependem dos dos filhos para satisfazerem
filhos para satisfazerem aa sua sua necessidade
necessidade de de
carinho, raras
carinho, raras vezes
vezes conseguem
conseguem uma uma adequada
adequada relação
relação de afeto com
de afeto com
eles. Quando os esposos não se amam o suficiente, é muito possível
eles. Quando os esposos não se am am o suficiente, é muito possível
que seu
que amor de
seu amor de pais seja esse
pais seja esse amor
amor possessivo
possessivo ee ciumento.
ciumento, que que
busca
busca aa satisfação
satisfação própria
própria m mais
ais dodo que
que oo verdadeiro
verdadeiro bem bem dosdos filhos.
filhos.
E amores
E amores assim tornam os
assim tornam filhos egoístas
os filhos egoístas ee mimalhos.
mimalhos.
Mas os pais que se amam um ao outro em
M as os pais que se amam um ao outro em Deus,
Deus, ee amam
am am os os
filhos como dons
filhos como dons de de Deus,
Deus, podem
podem ficarficar tranquilos: têm tudo
tranqüilos: têm aquilo
tudo aquilo
de que necessitam,
de que necessitam, aindaainda que jamais
que jam tenham lido
ais tenham lido um
um sósó livro
livro de
de ppsi-
si­
cologia infantil
cologia (embora
infantil (em bora ler esses livros,
ler esses livros, se
se forem
forem bons,
bons, seja
seja certa-
certa­
mente
mente umauma coisa
coisa aconselhável),
aconselhável). Poderão cometer muitos
Poderão cometer muitos erros,
erros, m masas
não causarão
não causarão aos aos filhos nenhum mal
filhos nenhum mal permanente, porque num
permanente, porque num lar
lar
assim
assim oo filho
filho se sente amado,
se sente amado, querido,
querido, seguro; crescerá equânime
seguro; crescerá equânime
de caráter e forte de espírito.
de caráter e forte de espírito.

Todos
T odos nós sem exceção
nós sem exceção temos
temos obrigações
obrigações parapara comcom nossos
nossos pais.
pais.
Se
Se já já faleceram,
faleceram, nossos
nossos deveres
deveres sãosão simsimples: recordá-los em
ples: recordá-los em nossas
nossas
orações ee na
orações na M Missa,
issa, ee oferecer
oferecer periodicamente
periodicamente algum algumaa M Missa pelo
issa pelo
descanso
descanso de suas almas.
de suas almas. Se ainda vivem,
Se ainda esses deveres
vivem, esses deveres dependerão
dependerão
da nossa
da nossa idade
idade ee situação,
situação, ee da da deles.
deles. Talvez seja m
Talvez seja mais apropriado
ais apropriado
dizer que
dizer que aa maneira
maneira de de cumprir
cumprir estas
estas obrigações varia com
obrigações varia com aa idadeidade
cc aa situação,
situação, mas m as o Oo que
que éé certo
certo éé que que oo dever
dever essencial
essencial de de amamarar
ee respeitar
respeitar os os pais obriga aa todos,
pais obriga todos, mesmo
mesmo ao aoss filhos
filhos casados
casados ee com com
uma fam
uma família
ília própria
própria que que atender.
atender.
Esta dívida de
E sta dívida de amor
amor — — se se aa m mãeãe ee oo pai forem com
pai forem comoo devem
devem
ser —
ser — nãonão éé normalmente
normalmente um umaa obrigação
obrigação duradura de de cumprir.
cumprir. M Mas,
as,
mesmo
mesmo nos nos casos
casos em em que que não
não seja
seja fácil
fácil estimá-los humanamente, éé
estimá-los humanamente,
um dever que
ura dever que obriga,
obriga, aindaainda que,
que, porpor exemplo,
exemplo, oo pai pai seja
seja um bruta-
um bruta-
montes
montes ou ou aa mãemãe tenha
tenha abandonado
abandonado oo lar, lar. OsO s filhos devem amar
filhos devem am ar os os
pais
pais comcom esse
esse amamoror sobrenatural
sobrenatural que Cristo manda
que Cristo m anda terter também
tam bém pelospelos
que
que são difíceis de
são difíceis de amar naturalmente, com
am ar naturalmente, comoo osos inimigos.
inimigos. Devemos
Devemos
desejar
desejar o o bem-estar
bem-estar ee aa salvaçãosalvação eterna
eterna dosdos pais,
pais, ee rezar
rezar porpor eles.
eles.
Seja
Seja qual
qual forfor oo mal
m al queque nos tenham causado,
nos tenham causado, devemos
devemos estarestar prontos
prontos
aa estender
estender aa nossa nossa m mão em sua
ão em ajuda, sempre
sua ajuda, sempre queque nosnos seja possível.
seja possível.

Com
Com o o-progressivo aumento da
^progressivo aumento da média
média de
de vida,
vida, os
os filhos
filhos casados
casados
encontram-se cada
cncontram-se cada vez
vez mais
m ais em
em face
face do
do problema
problema dos dos pais
pais anciãos
anciãos
ee dependentes.
dependentes. Que éé que
Que pede oo amor
que pede filial nessas
am or filial nessas circunstâncias?
circunstâncias?
EÉ um dever estrito
um dever estrito tê-los
tê-los em
em casa,
casa, ainda
ainda que
que esta esteja cheia
esta esteja cheia de
de
194 O QUARTO E O QUINTO MANDAMENTOS

criajiças cvc aà esposa


crianças csposa já tenha m
já tenha mais trabalho que
ais trabalho que o o que realizar?
pode realizar?
que pode
Não
Kfio éé uma
uiua questão
questão que possa ser
que possa resolvida com
ser resolvida com umum simples
simples sim sim ouou
não.
não. Nunca há
Nunca dois casos
há dois iguais, ee o
casos iguais, o filho
filho ou ou aa filha
filha queque en­
en-
frentc
frente esse dilema deve
cssc dilema aconselhar-se com
dcvc aconselhar-se com oo seu seu diretor
diretor espiritual
espiritual
ou com
ou eom um um católico
católico de de reto critério.
reto critério. Mas
M as devemos
devemos fazer notar que
fazer notar que
co
ao tongo
longo de toda aa história
de toda história dodo homem
homem se se observa
observa que que Deus
Deus abençoa,
abençoa,
com uma
com uma bênção
benção especial,
especial, os os filhos
filhos cc as as filhas
filhas que
que provam
provam oo seu seu
amor
amor filial
filial cc desinteressado
desinteressado com com aa abnegação.
abnegação. A A obrigação
obrigação dos dos fi­
fi-
lhos
lhos dede manter
manter os os pais
pais indigentes
indigentes ou ou impossibilitados
impossibilitados éé muito muito clara:
clara:
obriga em
obriga em consciência.
consciência. Mas M as quequc esse
esse dever
dever deva
deva ser
ser cumprido
cumprido no no
lar dos
lar dos filhos
filhos ou
ou num
num asilo
asilo ouou em em outra
outra instituição
instituição semelhante,
semelhante, éé
coisa que
Loisa que dependerá
dependerá das das circunstâncias
circunstâncias pessoais.
pessoais. OO que que realmente
realmente
conta
conta éc aa sinceridade
sinceridade do do amor
amor com com queque sese toma
toma aa decisão.
decisão,

OO respeito
respeito que devemos aos
que devemos aos pais
pais converte-se
converte-se espontaneamente
espontaneamente
em amor
cm amor numnum lar
lar verdadeiramente cristão: tratamo-los
verdadeiramente cristão; com reve-
tratamo-los com reve­
rência,
rência, procuramos salisfazer seus
procuramos satisfazer seus desejos,
desejos, aceitar
aceitar suas
suas correções
correções sem
sem
insolência, cc procuramos
insolência, procuramos seu seu conselho
conselho em em decisões importantes. como
decisões importantes, como
aa escolha
escolha do do estado
estado de de vida
vida ou ou aa idoneidade
idoneidade de de umum possivel casa-
possível casa­
mento.
mento. Em
Em assuntos
assuntos que que concernem
eoncerneip aos direitos naturais
aos direitos naturais dos dos filhos,
filhos,
os pais
os podem aconselhar,
pais podem aconselhar, mas m as não mandar.
não mandar. Por exemplo,
Por exemplo, os os pais
pais
não podem
não obrigar um
podem obrigar um filho
filho aa casar-se,
casar-se, sese prefere
prefere ficar
ficar solteiro:
solteiro; tam-
tam ­
bém não
bém não podem
podem obrigá-lo
obrigá-lo aa casar-se
casar-se comcom determinada
determinada pessoa, pessoa, nem nem
proibir que
proibir que se se faça sacerdote ou
faça sacerdote ou abface
abtace aa vidavida religiosa.
religiosa.
Quanto ao dever de respeitar os pais, o período mais
Quanto ao dever de respeitar os pais, o período m ais difícil
difícil nana
vida
vida de um filho
de um filho éé aa adolescência.
adolescência. São São osos anos
anos dodo ““esticção”, quando
esticão” , quando
um rapaz se
um rapaz se encontra
encontra dividido
dividido entre
entre aa necessidade
necessidade de de depender
depender dos dos
pais
pais €e oo nascente
nascente impulso
impulso para para a a independência.
independência. Os Os paispais prudentes
prudentes
devem temperar a sua firmeza com a compreensão e a paciência.
devem temperar a sua firmeza com a compreensão e a paciência.
Nem vale
Nem vale aa penapena lembrar
lembrar que que odiar
odiar os os pais,
pais, bater-lhes,
bater-lhes, am amea-
ea­
çá-los, insultá-los, ridicularizá-los
çá-los, insultá-los, ridicularizá-los seriamente, amaldiçoá-los ou
seriamente, amaldiçoá-los ou re­re-
cusar-lhes
cusar-lhes ajuda,
ajuda, se se estão
estão em em grave
grave necessidade,
necessidade, ou ou fazer
fazer qualquer
qualquer
outra coisa
outra coisa queque lhes
lhes cause
cause grande
grande dordor ou ira, éé pecado
ou ira, pecado mortal.
mortal. E Estas
stas
coisas já
coisas já oo são
são se feitas aa um
se feitas um estranho;
estranho; feitas
feitas aos
aos pais,
pais, são
são pecados
pecados
de dupla malícia.
de dupla malícia. M Mas,as, emem geral,
geral, aa desobediência
desobediência de de um um filho
filho éé pe-
pe­
cado venial (ou talvez nem seja pecado), a não ser que a matéria seja
cado venial (ou talvez nem seja pecado), a nâo ser que a matéria seja
grave, como
grave, como evitarevitar másmás companhias,
companhias, ou ou aa desobediência
desobediência se se deva
deva ao ao
desprezo pela
desprezo autoridade paterna,
pela autoridade paterna. AA maior parte das
maior parte das desobediências
desobediências
filiais se
filiais se devem
devem aa esquecimento,
esquecimento, descuidodescuido ou ou indelicadeza
indelicadeza e, e, portanto,
portanto,
não atingem
não atingem oo grau grau de de consciência
consciência ee deliberação
deliberação necessário
necessário para para haver
haver
pecado, ou,
pecado, pelo menos,
ou, pelo menos, pecadopecado grave.
grave.

Não se pode
N ão se pode terminar
terminar um
um estudo
estudo sobre o quarto
sobre o mandamento
quarto mandamento
sem
sem mencionar a obrigação que nos impõe dc am ar a pátria
mencionar a obrigação que nos impõe de amar a pátria (que
A VIDA É DE DEUS 195

cé aa nossa
nossa família
familia em om maior
maior escala),
escala). de de inlcressar-nos
interessar-nos sinceranicnlo
sinceramente
pela sua
pela sua prosperidade,
prosperidade. de de respeitar obedecer às
respeitar cc obedecer autoridades legiti-
às autoridades legíti­
mas.
mas. Talvez
Talvez tenhamos
tenhamos que que sublinhar
sublinhar aqui palavra ““legítimas”
aqui aa palavra legítimas”
porque os cidadãos têm o direito de se
porque os cidadãos tem o direito de se defender
defender da
da tirania.
tirania, quando
quando
esta ameaça
esta ameaça os direitos humanos
os direitos fundamentais. Nenhum
humanos fundamentais. Nenhum governo
governo
pode interferir
pode interferir com leis no
suas leis
com suas direito do
no direito do indivíduo
indivíduo (ou (ou dada família)
fam ília)
de amar e prestar culto a Deus. de receber a instrução e os serviços
de amar c prestar culto a Deus. de receber a instrução e os serviços
da
da Igreja.
Igreja. Um Um governo
governo — — comocomo um um paipai — — nãonão tem tem oo direito
direito de
de
mandar
mandar oo que que DeusDeus proibe
proíbe ou ou dede proibtr
proibir o o que
que Deus ordena.
Deus ordena.
Mas.
Mas, excetuados
excetuados estes estes casos,
casos, um um bombom católico
católico será será necessaria-
necessaria­
mente
mente um um bombom cidadão.
cidadão. Consciente
Consciente de de que
que aa reta
reta razão
razão exige
exige que
que
trabalhe
trabalhe pelo pclo bem bem de de suasua nação.
nação, cumprirá
cumprirá exemplarmente
exemplarmente todos todos os os
seus
seus deveres
deveres cívicos:
cívicos; obedecerá
(ibedecerá às às leis
leis do
do seu
seu país
país ee pagará
pagará os os im-
im ­
postos
postos comocomo justajusta contribuição
contribuição para para osos gastos
gastos dede um um bom bom governo;
governo;
defenderá a pátria em caso de guerra justa (como defenderia aa sua
defenderá a pátria em caso de guerra justa (como defenderia sua
própria família
própria família se se fosse
fos.se atacada
atacada injustamente),
injustamente), mediante
mediante oo serviçoserviço
das
das armas
arm as se se aa isso
isso for
for chamado,
chamado, considerando
considerando justa justa aa causa
causa da da sua
sua
nação, a não ser que haja evidência adequada e indiscutível do con-
nação, a não ser que haja evidência adequada e indiscutível do con­
trário.
trário. EE fará fará tudotudo isso
isso nãonão somente
somente por por motivos
motivos de de patriotismo
patriotismo
natural,
natural, mas mas porque
porque aa sua sua consciência
consciência de de católico
católico lhe lhe diz
diz que
que oo res-
res­
peito
peito cc aa obediência
obediência àà legitima
legítima autoridade
autoridade do do seu
seu governo
governo são são serviço
serviço
prestado
prestado aa Deus,Deus, de de quem
quem procede
procede toda
toda aa autoridade.
autoridade.

AA V
VIDA E D
ID A É DEE D
DEUS
EUS

Só Deus dá
Só Deus dá aa vida;
vida; só
só Deus
Deus pode tomá-la. C
pode tomá-ía. Cada
ada alm almaa éé indi-
indi­
vidual ee pessoalmente
vidual pessoalmente criada
criada porpor Deus,
Deus, ee só só Deus
Deus tem tem oo direito
direito de de
decidir
decidir quando
quando oo seu tempo de
seu tempo de permanência
permanência na terra terminou.
na terra terminou.
O quinto mandamento, “não matarás”, refere-se exclusivamente
O quinto mandamento, “ não m atarás” , refere-se exclusivamente
aà vida
vida humana.
humana. Os O s animais foram dados
animais foram dados por Deus ao
por Deus ao homem
homem para para
seu uso ee conveniência.
seu uso conveniência. N Não
ão éé pecado
pecado mataimatar animais
animais por causa jus-
por causa jus­
tificada,
tificada, como,
como, por por exemplo,
exemplo, eliminar pragas, prover
eliminar pragas, prover de de alimentos
alimentos aa
população
população ou ou fazer
fazer experiências
experiências cientificas.
científicas. Seria Seria injusto ferir ou
injusto ferir ou
matar animais sem
m atar animais sem razão: no entanto,
razão: no entanto, se se houvesse pecado, não
houvesse pecado, não seria
seria
contra o quinto mandamento,
contra o quinto mandamento, m masas de
de abuso
abuso dos dos dons
dons de Deus.
de Deus.
OO fato
fato dede aa vida humana pertencer
vida humana pertencer aa Deus Deus éé tão tão evidente
evidente que que
aa gravidade
gravidade do homicídio —
do homicídio — que que éé tirar
tirar injustamente
injustamente aa vida vida aa ou ou- ­
trem —
trem — éé universalmente
universalmente reconhecido
reconhecido pela pela simples
simples lei da razão
lei da razão entre
entre
os
os homens
homens de de boa
boa vontade.
vontade. A A gravidade
gravidade do pecado de
do pecado de suicídio
suicídio — —
Que éé tirar
que tirar aa vida própria deliberadamente
vida própria deliberadamente — — éé igualmente evidente.
igualmente evidente.
E como
E como oo suicida morre no
suicida morre no preciso
preciso momento
momento em em queque está
está cometendo
cometendo
um pecado
um pecado mortal,
mortal, não pode receber
não pode receber sepultura cristã.
sepultura cristã. Naa prática,
N prática,
éé muito
muito raro que um
raro que um católico tire aa sua
católico tire sua própria
própria vida
vida emem pleno uso
pleno uso
196 O QUARTO E O QUINTO MANDAMENTOS

de suas faculdades
de suas faculdades mentais; e, quando
mentais; e, quando há
há indícios
indícios de
de que
que oo suicídio
suicídio
pode
pode ter ter resultado
resultado de uma alienação
de uma mental, mesmo
alienação mental, temporária, Ja-
mesmo temporária, ja ­
mais
mais se se recusa
recusa aa sepultura
sepultura cristã cristã ao ao suicida.
suicida.
EÉ alguma
alguma vez vez lícito
lícito matar
matar alguém
alguém? ? Sim, Sim, em em defesa
defesa própria.
própria, Se Se
um agressor injusto
um agressor injusto ameaça ameaça aa minha minha vida vida ou ou aa de de um terceiro, ee
um terceiro,
matá-lo
matá-lo éé aa únicaúnica maneira
maneira de de detê-lo,
detê-lo, posso
posso fazê-lo. Também éé lícito
fazê-lo. Também lícito
matar quando oo criminoso
matar quando criminoso ameaça ameaça tomar tomar ou ou destruir
destruir bens
bens de de grande
grande
valor
valor ee nãonão há há outra
outra maneira
maneira de de pará-lo.
pará-lo. Dai se
Daí se segue
segue que que os os guar-
guar­
diões da
diões da lei
lei não violam oo quinto
não violam quinto mandamento
mandamento quando, quando, não não podendo
podendo
dissuadir
dissuadir o o delinqüente
delinquente de de outra maneira, lhe
outra maneira, tiram aa vida.
lhe tiram vida.
Um duelo, no
Um duelo, no entanto,
entanto, não não pode
pode ser ser qualificado
qualificado como como defesa
defesa
própria.
própria. OO duelo
duelo éé um um combate
combate com com arm armasas letais,
letais, pré-estabeleddo
pré-estabelecido
entre duas
entre duas pessoas, normalmente em
pessoas, normalmente em defesa
defesa — — real
real ouou imaginária
imaginária — —
da “honra”
da “ honra” OO duelo
duelo foi foi um um pecado
pecado muitomuito comum comum na na Europa
Europa ee
mais
mais raro raro na na América.
América. No
No seu esforço por
seu esforço por erradicar
erradicar esse esse m mal,
al, aa
Igreja
Igreja excomunga
excomunga todos todos os os queque participam
participam de de um duelo, não
um duelo, não só só osos
coniendores, como
contendores, como também também os os padrinhos,
padrinhos, as as testemunhas
testemunhas ee os os es­
es-
pectadores voluntários que não façam tudo o que possam para
pectadores voluntários que não façam tudo o que possam para
evitá-lo.
evitá-lo.
Deve-se ter
Deve-se ter em em contaconta que que oo princípio
princípio de defesa própria
de defesa própria só só se se
aplica quando
aplica quando se se éé vitima
vítima de uma agressão
de uma agressão injusta.
injusta. NuncaNunca éé lícitolícito
tirar aa vida
tirar vida aa um um Inocente
inocente para para salvar
salvar aa própria.
própria. Se Se naufrago
naufrago com com
outra pessoa
outra pessoa ee só só há há alimentos
alimentos para para uma,uma, não não posso
|X)sso matá-la
matá-la para para
salvar
_salvar aa minha minha vida. vida. TambémTambém não não se pode matar
se pode m atar' ^diretamente
e ta m e a íP aa
criança gestante para salvar a vida da mãe. A criança ainda
criança gestante para salvar a vida da mãe. A criança ainda não não
nascida não
nascida não éé agressora
agressora injusta injusta da da mãe,
mãe, ee tem tem oo direito
direito de de viver
viver
todo oo tempo
todo tempo que que Deus Deus lhe lhe conceda.
conceda. Destruir direta ee deliberada­
Destruir direta deliberada-
mente aa sua
mente vida éé um
sua vida um pecado
pecado de de suma gravidade, um
sum a gravidade, um assassinato,
assassinato,
ee tem,
tem, além disso, aa m
além disso, malícia redobrada de
alícia redobrada enviar uma
de enviar uma alm almaa para
para aa
eternidade sem
eternidade sem lhe lhe dar dar oportunidade
oportunidade de de ser batizada. É
ser batizada. É outro
outro pe­ pe-
cado que
cado que aa Igreja
Igreja procuraprocura conter conter impondo
impondo aa excomunhão
excomunhão aa todos todos
os que tomam
os que tomam parte parte nele voluntariamente; não
nele voluntariamente; não só só àà mãe,
mãe, m masas tam
tam- ­
bém ao
bém pai que
ao pai que dê dê oo seu seu consentimento
consentimento ee aos médicos ou
aos médicos ou enfermei-
enfermei­
ras que
ras que oo realizem.
realizem.

OO princípio
princípio de
de defesa
defesa própria
própria estende-se às nações,
estende-se às nações, tanto como
tanto como
aos indivíduos.
aos indivíduos. Em consequência,
Em conseqüência, o o soldado
soldado que combate pelo
que combate pelo seu
seu
país numa guerra
país numa guerra justa
justa não
não peca
peca se mata. Um
se mata. Uma a guerra
guerra éé justa:
justa: a)a)
se se
se se torna necessária para
torna necessária para que
que uma
uma nação
nação defenda seus direitos
defenda seus direitos em
em
matéria
matéria grave:
grave; b b)) se
se se
se recorre
recorre aa elaela em
em último
último extremo,
extremo, uma uma vezvez
esgotados
esgotados todos
todos os demais meios
os demais meios dede dirimir
dirimir aa disputa:
disputa: c) c) se
se se
se leva
leva
aa cabo
cabo segundo
segundo os os ditames
ditames das das leis
leis natural
natural ee Internacional,
internacional, ee d) d) se
se
se suspende tão logo a nação agressora ofereça a satisfação devida.
se suspende tão logo a nação agressora ofereça a satisfação devida.
Naa prática,
N prática, torna-se
tom a-se às às vezes
vezes muito
muito difícil
difícil para
para oo cidadão médio dizer
cidadão médio
197
A VIDA É DE DEUS

se
se aa guerra
guerra emem que
que aa sua nação se
sua nação se empenha justa ou
empenha éé justa não.
ou não. RRaras
aras
vezes
vezes oo homem
homem da da rua conhece todos
rua conhece todos os meandros de
os meandros uma situação
de uma situação
internacional.
internacional. M as, assim
Mas, como os
assim como devem dar
filhos devem
os filhos seus pais
dar aa seus pais
o benefício da dúvida em assuntos pouco
o benefício da dúvida em assuntos pouco claros,
claros, também
também o
o cidadão
cidadão
deve conceder ao
deve conceder ao seuseu governo benefício da
governo oo benefício da dúvida quando não
dúvida quando não
for evidente
for evidente que
que sese trata
trata de de uma
uma guerra
guerra justa.
justa. M Masas mesmo
mesmo numa numa
guerra justa pode-se pecar pelo uso injusto dos meios béiicos, como
guerra justa pode-se pecar pelo uso injusto dos meios bélicos, como
nos
nos casos
casos dede bombardeio
bombardeio diretodireto ou
ou indiscriminado
indiscriminado de de civis
civis em em obje-
obje­
tivos desprovidos de
tivos desprovidos valor militar.
de valor militar.

AA nossa
nossa vida
vida não
não éé nossa.
nossa. ÉÉ um dom de
um dom de Deus, de quem
Deus, de somos
quem somos
administradores. Este motivo
administradores. Este motivo nos
nos obriga
obriga aa usar
usar de todos os
de todos os meios
meios
razoáveis para
razoáveis para preservar
preservar tanto
tanto aa nossa
nossa vida como aa do
vida como do próximo.
próximo. ÉÉ
claramente evidente que pecamos se causamos deliberadamente um
claramente evidente que pecamos se causam os deliberadamente um
mal físico
mal físico aa outrem;
outrem; ee oo pecado
pecado sz torna mortal
se torna mortal se se oo mmalal fo
forr grave.
grave.
Por isso,
Por isso, agredir alguém éé um
agredir alguém um pecado contra oo quinto
pecado contra quinto mandamento,
mandamento,
além
além de de serser um pecado contra
um pecado contra aa virtude
virtude da caridade, e,
da caridade, e, dado
dado que
que
aa ira,
ira, o o Ódio e a vingança levam a causar um mal físico ao pró-
ódio e a vingança levam a causar um mal físico ao pró­
ximo, são
ximo, são também pecados contra
também pecados contra oo quinto
quinto mandamento,
mandamento, além além dede
serem pecados
serem contra aa caridade.
pecados contra caridade. Quando
Quando se se tem que defender
tem que defender um um
castelo (a
castelo (a vida,
vida, neste caso), devemos
neste caso), defender também
devemos defender também os os seus
seus aces-
aces­
sos. Em consequência, o quinto mandamento proscreve tudo o que
sos. Em conseqüência, o quinto mandamento proscreve tudo o que
leve aa tirar
leve tirar injustamente
injustamente aa vidavida ou
ou aa causar
causar injustamente
injustamente um um mal
mal
físiCO.
físico.

Daqui
Daqui se deduzem algum
se deduzem algumasas conseqüências
consegiiências práticas.
práticas. ÉÉ evidente
evidente
que quem deliberadamente dirige o seu carro de forma imprudente
que quem deliberadamente dirige o seu carro de forma imprudente
éé réuréu de pecado grave,
de pecado grave, poispois expõe
expõe aa sua sua vida
vida cc aa de outros aa um
de outros um
perigo desnecessário.
perigo desnecessário. Isto Isto também
também se aplica ao
se aplica ao condutor
condutor cujascujas fa-fa ­
culdades estejam
culdades estejam diminuídas
diminuídas pelo pelo álcool.
álcool. O O condutor
condutor que que bebeu
bebeu éé
um criminoso,
um criminoso, além além de pecador.
de pecador. Mais
M ainda; aa própria
ais ainda^ própria embriaguês
embriaguês
éé um um pecado
pecado contra
contra oo quinto
quinto mandamento,
mandamento, mesmo mesmo que que não
não haja
haja aa
agravante de
agravante de se estar conduzindo
se estar conduzindo um um carro nesse estado.
carro nesse Beber em
estado. Beber em
excesso, como comer excessivamente, é um pecado porque prejudica
excesso, como comer excessivamente, é um pecado porque prejudica
aa saúde
saúde ee porque
porque aa intemperança
intemperança produz produz facilmente
facilmente outrosoutros efeitos
efeitos
rocivos. O
nocivos. O pecado
pecado de embriaguês torna-se
de embriaguês torna-se mortal
mortal quando afeta de
quando afeta de
tal modo
tal modo o o bebedor
bebedor que que este
este já
já não sabe oo que
não sabe que faz.
faz. Mas beber um
M as beber um
pouco m
pouco mais
ais dada conta também pode
conta também pode ser ser umum pecado mortal, se
pecado mortal, se traz
traz
másás conseqüências:
m consequências: se prejudica
se prejudica aa saúde,
saúde, se se causa
causa escândalo
escândalo ou ou sese
leva
leva aa descurar
descurar os deveres para
os deveres para com
com DeusDeus ou ou para
para comcom o o próximo.
próximo.
Quem habitualmente
Quem habitualmente bebe bebe em em excesso
excesso ee se se julga
julga livre
livre dede pecado
pecado por­por-
que ainda
que ainda conserva
conserva aa noção noção do do tempo,
tempo, em em geral engana-se aa sisi m
geral engana-se mes-
es­
mo; raras vezes a bebida habitual deixa de produzir um mal grave
mo; raras vezes a bebida habitual deixa de produzir um m al grave
àà própria
própria pessoa
pessoa ou ou aosaos outros.
198 O QUARTO E O QUINTO MANDAMENTOS

Somos responsáveis diante


Somos responsáveis diante de
do Deus pcla vida
Deus pela que Elo
vida que Ele nos
nos deu,
deu,
ee por
por isso temos obrigação
isso temos obrigação dedc cuidar da nossa
cuidar da nossa saúde
saúde dentro de limi­
dentro de limi-
tes razoáveis.
tes razoáveis. Expor-se aa perigos
Expor-se perigos deliberados
deliberados ou ou desnecessários,
desnecessários, não não
consultar oo médico
consultar médico quando
quando sabemos
sabemos ou ou suspeitamos
suspeitamos de de uma
uma doença
doença
que
que tem cura, éé faltarmos
tem cura, faltarm os aos nossos deveres
aos nossos deveres como como administradores
administradores
de Deus.
de Deus. Evidentemente, há
Evidentemente, há pessoas
pessoas que que se se preocupam
preocupam dem demusiado
asiado
com aa sua
com sua saúde,
saúde, que que não
não se se sentem
sentem felizes
felizes se se nãonão tomam
tomam algum algum
remédio,
remédio, São São os hipocondriacos.
os hipocondríacos. OO mal destas pessoas
mal destas pessoas está na men-
está na men­
te, mais
te, mais dodo que que nono corpo.
corpo, ee temostemos que compadecer-nos delas.
que compadecer-nos pois
delas, pois
seus males são muito reais para elas.
seus males são muito reais para elas.
A vida
A vida de de todo
iodo oo corpo
corpo éé m mais ais importante
importante que que aa dede qualquer
qualquer
de suas
de suas partes;
partes; em em consequência,
conseqüência, éé lícito extirpar um
lícito extirpar uni órgão para con-
órgão para con­
servar aa vida.
servar vida. Não N ão há dúvida, pois,
há dúvida, pois, de de que
que aa amputação
amputação de de uma
uma
perna
perna gangrenada
gangrenada ou ou dede umum ovário
ovário canceroso
canceroso éé moralmente
moralmente reta. reta.
ÉÉ pecado,
pecado, no no entanto,
entanto, mutilar
mutilar oo corpo desnecessariamente: ee será
corpo desnecessariamente: será
pecado mortal
pecado mortal se se aa mutilação
mutilação for for séria
séria em em si si ou ou nos
nos seus
scus efeitos.
efeitos.
O homem ou mulher que se submete voluntariamente a uma opera-
O homem ou mulher que se submete voluntariamente a uma opera­
ção dirigida diretamente
ção dirigida diretamente aa causarcausar aa esterilidade,
esterilidade, cometecomete um um pecado
pecado
mortal,
mortal, bembem como como oo cirurgião
cirurgião que que aa realiza.
realiza. Alguns
Alguns Estados
Estados têm têm
les
leis para
para aa esterilização
esterilização dos dos loucos
loucos ou débcis mentais.
ou débeis mentais. T Tais leis
ais leis
vpõem-se à lei de Deus, já que nenhum governo tem o direito de
opõem-se ã lei de Deus, já que nenhum governo tem o direito de
mutilar
mutilar um um inocente.
inocente. AA chamada
chamada “eutanásia”
“ eutanásia” — — matar
matar um um doente
doente
incurável
incurável para
para pôr termo aos
pôr termo aos seus
seus sofrimentos
sofrimentos — — éé pecado
pecado grave,
grave, mes-
mes­
mo que o próprio doente o peça. 4 vida é de Deus.
mo que o próprio doente o peça. A vida é de Deas. Se uma doen-
,Se uma doen­
ça Incurável éé parte
ça incurável parte da providência de
da providência dc Deus para mim.
Deus para mim, vemnem eu eu nem
nem
ninguém
ninguém tem tem oo direito de distorcer
direito de distorcer esse esse plano.
plano,

Se passamosos do
Se passam do mundo
mundoda daação
açãopara
para o o do dopensamento.
pensamento, veremos
veremos
que
que oo ódio
ódio (o
(o ressentimento
ressentimento amargo
am argo quequedeseja
deseja oo mal
mal ao
ao próximo
próximo ee
se
se regozija
regozija com com oo seuseu infortúnio)
infortúnio) ee aa vingança
vingança (procurar
(procurar aa desforra
desforra
por uma injúria
por uma injúria sofrida)
sofrida) são quase sempre
são quase sempre pecados
pecados mortais.
mortais. Teori­Teori-
camente, podemos odiar
camente, podemos odiar ““um um pouquinho”
pouquinho” ou ou vingar-nos
vingar-nos “um “ um pouqui-
pt)uqui-
nho”
nho” Mas,
M as, na prática, não
na prática, não éé tão fácil controlar
tão fácil controlar esse esse ““pouquinho”.
pouquinho” .
AA gravidade
gravidade do do pecado pecadode deira iraé é fácil
fácil de dever.
ver, A A iraira causada
causada
por uma má ação e não dirigida à pessoa que a cometcu (sempre
por uma má ação e não dirigida à pessoa que a cometeu (sempre
que
que aa ira não seja
ira não excessiva) não
seja excessiva) não éé pecado.
pecado. É oo que
É poderiamos
que poderíamos
chamar
chamar uma uma ira ira reta.
reta, Um Um bombom exemplo
exemplo éé oo do do pai irado (lembre-se,
pai irado (lembre-se,
não
não em em excesso!)
excesso!) por por umauma malandragem
malandragem de de seu
seu filho.
filho. O O pai
pai ainda
ainda
amaa o
am o filho,
filho, masmas está
está aborrecido
aborrecido com com aa sua sua mámá conduta.
conduta. M Masas aa
wa dirigida
ira dirigida aa pessoas
pessoas — — normalmente
normalmente àà que que feriu
feriu o o nosso
nosso amoramor
próprio ou
próprio contrariou os
ou contrariou os nossos
nossos interesses
interesses —, — , ee nãonão contra
contra as as más
m ás
ações, é uma ira pecaminosa.
ações, é uma ira pecaminosa. Em geral, pode-se dizer que, quan-
Em geral, pode-se dizer que, quan­
do nos
do iramos pelo
nos iramos que nos
pelo que nos fizeram
fizeram ee não não pelo
pelo que
que fizeram
fizeram aa Deus,Deus,
aa nossa ira não
nossa ira não éé reta.
reta. Na maioria destas
N a maioria irritações, não
destas irritações, não há há delibe-
delibe­
4 VIDA É DE DEUS 199

ração
ração — — ferveu-nos
ferveu-nos o o sangue
sangue — — e,e, portanto,
portanto, pecado
pecado grave.
grave. MasM as se
se
percebemos que
percebemos que aa nossa
nossa iraira éé pecaminosa
pecaminosa ee aa alentamos
alentamos ee atiçamos
atiçamos
deliberadamente, oo nosso
deliberadamente, nosso pecado torna-se grave.
pecado torna-se grave. Ou,Ou, se temos um
se temos um
carater
caráter Irascível,
irascível, ee oo sabemos,
sabemos, ee não não fazemos
fazemos nenhum esforço para
nenhum esforço para
controlá-lo, é muito fácil que cometamos um pecado mortal.
controlá-lo, é muito fácil que cometamos um pecado mortal.
Há um último
H á um último ponto
ponto nosnos atentados
atentados aoao quinto mandamento:
quinto mandamento: oo
mau exemplo.
mau exemplo. Se
Se éé pecado
pecado matar
m atar ou ferir oo corpo
ou ferir corpo dodo próximo,
próximo,
matar
matar ou ou ferir
ferir aa sua
sua alma
alma éé umum pecado
pecado maior.
maior. CadaCada vez que m
vez que mi-i­
nhas
nhas m másás palavras
palavras ou ou ações incitam alguém
ações incitam alguém ao ao pecado,
pecado, faço-me
faço-me réu
réu
de um pecado de escândalo, e o pecado de dar mau exemplo torna-se
de um pecado de escândalo, e o pecado de dar mau exemplo torna-se
mortal se
mortal se oo mal
mal que dele se
que dele segue for
se segue grave.
for grave. Tanto espiritual
Tanto como
espiritual como
fisicamente, sou
fisicamente, sou o
o guardião
guardião de
de meu
meu irmão.
CAPÍTULO XIX

O SEXTO E
O SEXTO E O NONO MANDAMENTOS
O NONO MANDAMENTOS

O SSEXTO
O E X T O EE Oo NO
NONO MANDAMENTOS
NO M ANDAM ENTO S

Háá duas
H duas atitudes errôneas sobre
atitudes errôneas sobre o o sexo,
sexo, as as duas
duas bastante
bastante co­ co-
muns.
muns. Uma U m a éé aa do do moderno
moderno hedonista,
hedonista, daqueledaquele cuja cuja m máxima
áxim a aspi-aspi-
ração na vida é o prazer. O hedonista vê a capacidade sexual como
lação na vida é o prazer. O hedonista vê a capacidade sexual como
um objeto pessoal,
um objeto pessoal, de que não
de que não tem tem que prestar contas
que prestar contas aa ninguém.
ninguém.
Para ele
Para ele (ou
(ou ela)
ela) aa finalidade
finalidade dos órgãos genitais
dos órgãos genitais éé aa sua sua satisfação
satisfação
pessoal ee aa sua
pessoal sua gratificação
gratificação física, física, ee nada mais. E
nada mais. Essa atitude éé aa
ssa atitude
do solteiro
do solteiro farrista
farrista ou ou aa da da solteira fácil, que
solteira fácil, que têm ligações am
têm ligações amorosas,
orosas,
masas jamais
m amor. É
jam ais amor. É também
também uma atitude que
uma atitude que se se encontra
encontra com com fre- fre­
quência entre
quência entre os separados ee os
os separados os divorciados,
divorciados. sempre sempre em em busca
busca de de
novos mundos
novos mundos de de prazer
prazer aa conquistar.
conquistar.
AA outra
outra atitude
atitude errônea
errônea éé aa daqueledaquele que que pensa
pensa que que tudotudo o o queque
éé sexual
sexual éé baixo
baixo e feio, um mal necessário que manchou a raça
e feio, um mal necessário que manchou a raça
humana.
humana. Sabe, Sabe, éé claro,claro, que que aa faculdade
faculdade de de procriar
procriar deve deve ser usada
ser usada
para perpetuar aa humanidade,
para perpetuar humanidade, mas, mas, para ele, aa união
para ele, união física
fisica entre
entre
marido
m arido ee mulher
mulher continua
continua sendo sendo algo algo sujo, algo que
sujo, algo mesmo em
que mesmo em pen­pen-
samento mal pode ser tolerado. Esta infeliz atitude mental é adqui-
samento mal pode ser tolerado. E sta infeliz atitude mental é adqui­
rida
rida geralmente
geralmente na infância, por
na infância, por uma educação errada
uma educação errada dos dos pais
pais ee
mestres.
mestres. Na N a sua ânsia de
su a ânsia de formá-los
foim á-los na na pureza,
pureza, os os adultos
adultos incutem
incutem
nas crianças
nas crianças aa idéiaidéia de de que
que as as partes
partes íntimas
intimas do corpo são
do corpo são em em essên­
essên-
cia
cia m másás ee vergonhosas,
vergonhosas, em em vezvez de de ensinar-lhes
ensinar-lhes que que sãosão dons
dons de de Deus,
Deus,
dons que
dons que elas devem apreciar
elas devem apreciar ee reverenciar.
reverenciar. AA criança criança adquire
adquire assim assim
aa noção
noção turva
turva de de queque o o sexo
sexo éé algo algo que que as pessoas bem
as pessoas bem educadas
educadas
jamais
jam ais mencionam,
mencionam, nem sequer em
nem Sequer em casa
casa ee aos próprios pais.
aos próprios pais. AA pior pior
característica deste
característica deste estado mental éé que
estado mental que tende
tende aa perpetuar-se:
perpetuar-se: aa crian- crian­
ça assim
ça assim deformada
deform ada transmitirá
transmitirá por por sua sua vez
vez aa idéia
idéia aosaos seus.
seus. E Esta
sta
idéia errada
idéia errada do sexo derruba
do sexo derruba muitos muitos casamentos
casamentos que, que, de de outros
outros pon- pon­
tos
tos de vista, seriam
de vista, seriam felizes.
O SEXTO E O NONO MANDAMENTOS 201

OO certo
certo éé que
que o o poder
poder dede procriar
procriar éé um dom maravilhoso
um dom m aravilhoso com com
que Deus dotou a humanidade. Deus não era obrigado a dividi-la
que Deus dotou a humanidade. Deus não era obrigado a dividi-la
em
em homens
homens ee mulheres.
mulheres. Podia
Podia tê-la
tê-la formado
formado com com seres
seres assexuados,
assexuados,
dando ongem aa cada
dando origem corpo (como
cada corpo (com o faz faz com
com aa alma)
alm a) porpor umum ato ato
direto da
direto da suasua vontade.
vontade. E Emm vezvez disto,
disto, na na sua
sua bondade,
bondade, dignou-sé
dignou-se
fazer com que a humanidade participasse do seu poder criador, para
fazer com que a humanidade participasse do seu poder criador, para
que
que pudessem existir aass belas
pudessem existir belas instituições
instituições do matrimônio ee ddaa pater­
do matrimônio pater-
nidade;
nidade; para
para queque através
através dada paternidade
paternidade humanahumana pudéssem
pudéssemosos com com- ­
preender
preender melhor
melhor aa paternidade
paternidade divina,
divina, suasua justiça
justiça ee sua
sua providência,
providência,
ee através
através da da maternidade
maternidade humanahumana compreendêssemos
compreendêssemos melhor melhor aa ter- ter­
nura maternal de
nura maternal de Deus, sua misericórdia
Deus, sua misericórdia ee com compaixão;
paixão; desse
desse modo
modo
preparava também oo caminho
preparava também caminho parapara aa santa
santa maternidade
maternidade de de Maria
M aria ee
para que no
para que no futuro
futuro entendêssemos melhor aa união
entendêssemos melhor união entre
entre Cristo
Cristo ee suasua
Esposa, a Igreja.
E sposa, a Igreja.
Todas estas razões
T o d as estas razões ee muitas
muitas outras
outras ocultas
ocultas na profundidade da
na profundidade da
sabedoria de
sabedoria de Deus
Deus levaram-no
levaram-no aa criar criar aa humanidade
humanidade divididadividida em em
homens ee mulheres.
homens mulheres. Situando-se
Situando-se comocomo vértice, Deus estabeleceu
vértice. Deus estabeleceu uma uma
trindade criadora composta de esposo, esposa e Ele mesmo; os es­
trindade criadora composta de esposo, esposa e Ele mesm o; os es-
posos atuam
posos atuam comocomo instrumentos
instrumentos de de Deus
Deus na na formação
form ação de de umum novo
novo
corpo humano,
corpo humano, ee Ele próprio se
Ele próprio se coloca
coloca de certa maneira
de certa maneira àà disposi-
disposi­
ção
ção dede m marido
arido ee mulher
mulher para
para criar
criar aa alm
almaa imortal
imortal desse minúsculo
desse minúsculo
corpo que, debaixo de Deus, eles geram pelo amor.
corpo que, debaixo de Deus, eles geram pelo amor.

Assim
Assim éé o o sexo,
sexo, assim
assim éé 0 o matrimônio.
matrimônio. Sendo obra
Sendo obra de Deus,
dc Deus,
o sexo
o sexo éé por
por natureza
natureza bom, santo, sagrado.
bom, santo, sagrado, N Não
ão éé um
umaa coisa má,
coisa má,
não éé uma
não coisa vil
um a coisa vil ee sórdida.
sórdida. O O sexo
sexo torna-se mau ee
torna-se mau turvo so
turvo so- ­
mente quando
mente quando éé arrancado
arrancado do do m marco
arco divino
divino da da paternidade potencial
paternidade potencial
ee do matrimônio. O poder de procriar e os órgãos genitais não
do matrimônio. O poder de procriar e os órgãos genitais não
trazem oo estigma
trazem estigma do do mal;m al; o o mmalal provém
provém da da vontade
vontade pervertida,
pervertida,
que ooss desvia
que desvia dos dos seus
seus fins,
fins, queque osos usa
usa como
como mero
mero instrumento
instrumento de de
prazer ee satisfação,
prazer satisfação, como como um um bêbado
bêbado que que sese empanturra
empanturra de de cerveja,
cerveja,
sorvendo-a de
sorvendo-a de umum cálice
cálice consagrado
consagrado para para oo altar.
altar.
O exercício da faculdade de procriar pelos esposos
O exercício da faculdade de procriar pelos esposos (os (os únicos
únicos
aa quem
quem cabe
cabe esseesse exercício)
exercício) não não éé pecado,
pecado, comocomo também
também não não oo éé
procurar
procurar ee gozar
gozar oo prazer
prazer do do abraço conjugal. Pelo
abraço conjugal. contrário, Deus
Pelo contrário. Deus
uniu um
uniu um grande
grande prazer
prazer físico
físico aa esse
esse ato
ato para
para garantir
garantir aa perpetuação
perpetuação
do
do gênero
gênero humano.
humano. Se não surgisse
Se não esse impulso
surgisse esse impulso de de desejo
desejo físico
físico
nem houvesse
nem houvesse aa gratificação
gratificação do do prazer
prazer imediato,
imediato, os os esposos poderiam
esposos poderiam
mostrar-se
m renitentes em
ostrar-se renitentes em usar
usar essa
essa faculdade
faculdade dada dada por Deus, ante
por Deus, ante aa
perspectiva
perspectiva de de terem
terem que que enfrentar
enfrentar as as cargas
cargas de de uma
uma possível
possível pater-
pater­
nidade.
nidade. O mandamento
O mandamento divino divino ““crescei
crescei ee multiplicai-vos”
multiplicai-vos” poderia
poderia
frustrar-se.
frustrar-se. Sendo um
Sendo um prazer
prazer dadodado porpor Deus,
Deus, gozar dele não
gozar dele não éé pe-pe­
cado para o esposo e para a esposa, sempre
cado para o esposo e para a esposa, sempre que não se exclua dele, que não se exclua dele,
voluntariamente, o
voluntariamente, o fim
fim divino.
202 O SENTO E O NONO MANDAMENTOS

Mas,
M as, para muita gente
para muita gente — — ec emem algumas
algum as ocasiões para aa m
ocasiões para miaio-
aio­
ria
ria —, esse prazer
— , esse prazer dado
dado por Deus pode
por Deus pode converter-se
converter-se cm cm pedra
pedra de de
tropeço.
tropeço. Por causa do pecado original, o controle perfeito que aa
Por causa do pecado original, o controle perfeito que
razão deveria exercer
razão deveria exercer sobre
sobre oo corpo
corpo cc seus
seus desejos,
descjos, está
está gravemente
gravemente
debilitado. Sob
debilitado. Sob oo impulso
impulso veemente
veemente da da carne
carne rebelde, surge uma
rebelde, surge uma
ânsia
ânsia dede prazer
prazer sexual que prescinde
sexual que dos fins
prescinde dos fins dede Deus
Deus ee das
das estritas
estritas
hmitações que
limitações que Ele
Ele estabeleceu (dentro do
estabeleceu (dentro matrimônio cristão)
do matrimônio cristão) para
para
oo ato
ato sexual.
sexual. EmEm outras
outras palavras,
palavras, somos tentados contra
som os tentados contra aa virtude
virtude
da
da castidade.
castidade.

Esta
Esta virtude
virtude éé aa que
que Deus
Deus nos
nos pede
pede no
no sexto
sexto e« no
no nono
nono m
manda-
anda­
mentos: "N
mentos; “Não cometerás adultério”
ão conietcrás adultério” ee ““não não desejarás
desejarás aa mulhermulher do do
teu próximo” — Rememoremos que nos foi dada uma lista de man-
teu próxim o” Rememoremos que nos foi dada uma lista dc m an­
damentos como
damentos ajuda para
como ajuda para aa memória;
memória: uns compartimentos pelos
uns compartimentos pelos
quais
quais distribuir
distribuir os os diferentes
diferentes deveres para com
deveres para com Deus.
Deus. Cada Cada m manda-
anda­
mento menciona especificamente
mento menciona especificamente apenas
apenas um um dosdos pecados
pecados mais mais graves
graves
contra
contra aa virtude
virtude aa praticar
praticar (“ (“não
não matarás”,
m atarás” , “não“ não furtarás”),
furlarás” ) , ee sob
sob
esse cncadeçamento são agrupados todos os pecados e todos os de­
esse cncabcçamento são agrupados todos os pecados e todo.s os de-
veres
veres dede natureza
natureza semelhante.
semelhante. Assim Assim, , éé pecado
pecado não não só só matar, como
matar, como
também travar
também travar um
um duelo
duelo ouou odiar;
odiar; éé pecado
pecado não não só só furtar, como tam-
furtar, como tam ­
bém
bém danificar
danificar aa propriedade
propriedade alheia
alheia ouou cometer
cometer fraude.
fraude. Do Do mesmo
mesmo
modo, é pecado não só cometer adultério — a relação carnal quando
modo, é pecado não só cometer adultério — a relação carnal quando
um
um ou ou os os dois
dois participantes
participantes são são casados
casados com com terceiras
terceiras pcssoa.s
pussoas —, —,
como também
como cometer fornicação
também cometer fornicação — — aa relação
relação carnalcarnal entre
entre duas
duas
pesoas solteiras
pesoas solteiras —:— ; éé pecado
pecado praticar
praticar qualquer
guaiquer ação ação deliberada,
deliberada, como
como
tocar-se a si mesmo ou tocar outra pessoa, com o propósito de des­
tocar-se a si mesmo ou tocar outra pessoa, com o propósito de des-
pertar
pertar oo apetite
apetite sexual fora da
sexual fora da relação
relação conjugal.
conjugal. É É pecado
pecado não não sósó
desejar
desejar àa mulher
mulher do do próximo,
próximo, como como também
também alimentar pensamentos
alimentar pensamentos
ou desejos desonestos
ou desejos sobre qualquer
desonestos sobre qualquer pessoa.
pessoa.

AA castidade
castidade —— ou ou pureza
pureza — — éé definida
definida como
coino aà virtude
virtude moral
moral
que
que regula
regula retamente
retamente toda
toda expressão voluntária de
expressão voluntária de prazer sexual den­
prazer sexual den-
tro do
tro casamento
do casam ento ee aa exclui
exclui totalmente
totalmente fora
fora do
do estado matrimonial.
estado matrimonial.
Os pecados contra esta virtude diferem dos que atentam contra
Os pecados contra esta virtude diferem dos que atentam contra aa
maioria
maioria das
das demais
demais virtudes num ponto
virtudes num ponto muito
muito importante:
importante; os os pen-
pen­
samentos,
samentos, palavras
palavras ee ações
ações contra
contra aa virtude
virtude da
da castidade, se forem
castidade, se forem
plenamente deliberados,
plenamente deliberados, são são sempre
sempre pecado mortal. Uma
pecado mortal. pessoa pode
Uma pessoa pode
violar outras virtudes, inclusive deliberadamente. e. no entanto. pecar
violar outras virtudes, inclusive deliberadamente, e. no entanto, pecar
venialmente,
venialmentc, se se se trata de
se trata matéria Jeve.
de matéria leve. Uma pessoa pode
Um a pessoa pode ser
ser ligei-
ligei­
ramente intemperante, insincera
ramente intemperante, insincera ouou desonesta.
desonesta. Mas M as ninguém
ninguém podepode
cometer
cometer um um pecado
pecado leveleve contra
contra aa castidade
castidade se se violar
violar aa virtude
virtude da da
pureza
pureza com pleno consentimento.
com pleno consentimento. Tanto Tanto nosnos pensamentos
pensamentos como como nas
nas
palavras
palavras ou ações, não
ou ações, não háhá “matéria leve”; ; não
“ matéria leve” não háhá matéria
matéria irrelevante
irrelevante
quanto
quanld aa esta
esta virtude,
virtude.
VU SEXTO E O NONO MANDAMENTOS 203

AA razão
razão éé muito
muito clara.
clara. OO poderpoder de de procriar
procriar éé o o m maisais sagrado
sagrado
dos dons físicos do homem, o que mais diretamente se liga a Deus.
dos dons físicos do homem, o que mais diretamente se liga a Deus.
Este caráter sagrado faz que sua transgressão tenha maior malícia.
Este caráter sagrado faz que sua transgressão tenha m aior malícia.
Se aa isso
Se acrescentamos que
isso acrescentamos que oo atoato sexual
sexual éé aa fonte
fonte dada vida
vida humana,
humana,
compreenderemos que,
compreenderemos que, se
se sese envenena
envenena aa fonte,
fonte, envenena-se
envenena-se aa hum huma-a­
nidade.
nidade. Este Este éé oo motivo
motivo porpor queque Deus
Deus rodeou
rodeou oo atoato sexual
sexual de uma
de uma
muralha alta
muralha alta ee sólida,
sólida, com cartazes bem
com cartazes bem visíveis
visíveis para
para todos:
todos: Proibida
Proibida
aa passagem!
passagem ! Deus Deus empenha-se
empenha-se em em queque o o seu plano para
seu plano para aa criação
criação
de novas
de novas vidasvidas humanas
humanas não não lhelhe seja
seja tirado
tirado das
das mãos
m ãos ee se se degrade
degrade
ao nível de instrumento de prazer e de excitação perversos. A única
ao nível de instrumento de prazer e de excitação perversos. A única
ocasião em
ocasião em que
que um um pecado contra aa castidade
pecado contra castidade pode
pode ser
ser venial
venial éé quan-
quan­
do falta
do falta plena
plena deliberação
deliberação ou ou pleno consentimento.
pleno consentimento.

A matéria
A matéria desta
desta virtude
virtude difere
difere da
da que
que éé própria
própria da virtude da
da virtude da
modéstia.
modéstia. AA modéstia não ééé aa castidade,
m odéstia não castidade, mas
mas sua guardiã, aa senti­
sua guardiã, senti-
nela que
nela que protege
protege os acessos ààâ fortaleza.
os acessos fortaleza. AA modéstia
modéstia éé uma
uma virtude
virtude
que nos
que nos leva
leva aa abster-nos
abster-nos dede ações,
ações. palavras
palavras ou
ou olhares
olhares que
que possam
possam
despertar oo apetite
despertar apetite sexual
sexual ilícito
ilícito em em nós mesmos ou
nós mesmos ou em outros. Às
em outros. As
ações podem ser beijos, abraços ou carícias imprudentes; podem ser
ações podem ser beijos, abraços ou carícias imprudentes; podem ser
formas de
formas vestir atrevidas
de vestir atrevidas ou ou aa leitura
leitura dede escabrosos
escabrosos romances
romances “mo- “ m o­
dernos”
dernos” Ass palavras
A palavras podem
podem ser relatos sugestivos
ser relatos sugestivos de de cores
cores fortes.
fortes,
cantar ou deleitar-se com canções obscenas ou de duplo sentido. Os
cantar ou deleitar-sc com canções obscenas ou dc duplo sentido. Os
olhares podem ser os que seguem banhistas de uma praia ou os que
olhares podem ser os que seguem banhistas de uma praia ou os que
se concentram
sc concentram numa numa janela indiscreta, aa contemplação
janela indiscreta, contemplação mórbida m órbida de de
fotografias ou
fotografias desenhos em
ou desenhos revistas ou
em revistas ou folhinhas.
folhinhas. ÉÉ certo certo que que ““tudo
ludo
éé limpo
limpo para
para os limpos”, , mas
os limpos” também quem
m as também quem éé limpolimpo deve deve evitar
evitar
tudo aquilo
tudo aquilo que que ameace
ameace aa sua sua pureza.
pureza.
Diferentemente dos
Diferentemente dos pecados
pecados contracontra aa castidade,
castidade, os os pecados
pecados con­ con-
tra aa m
tra modéstia
odéstia podem
podem ser ser veniais.
veniais. Os atentados contra
O s atentados contra estaesta virtude,
virtude,
que se
que proponham diretamente
se proponham despertar um
diretamente despertar ura apetite
apetite sexual ilícito,
sexual ilícito,
são sempre
são sempre pecado
pecado mortal.
mortal. Excluindo esses,
Excluindo esses, aa gravidade
gravidade dos peca-
dos peca­
dos contra
dos contra aa modéstia depende da
modéstia depende da intenção
intenção do do pecador,
pecador, do do grau
grau em em
que aa sua
que sua imodéstia
imodéslia exciteexcite movimentos
movimentos sexuais,sexuais, da gravidade do
da gravidade do
escândalo causado.
escândalo causado.
Um aspecto
Um aspecto da questão que
da questão todos devemos
que todos devemos ler ter muito
muito em em con­
con-
ta éé que
ta que Deus,
Deus, ao estabelecer os
ao estabelecer os meios
meios para perpetuar aa espécie
para perpetuar espécie
humana, fez
humana, fez dodo homem
homem varão varão o o princípio ativo do
princípio ativo do ato
ato procriador.
procriador.
Por essa
Por essa razão,
razão, os desejos masculinos
os desejos masculinos acendem-se
acendem-se normalmente
normalmente com com
muito mais facilidade do que na mulher.
muito mais facilidade do que na mulher. Pode acontecer que uma Pode acontecer que uma
moça, com
moça, com toda toda aa inocência,
inocência, faça faça umas mciguices carinhosas
umas meiguices carinhosas que que
para ela
para ela não
não serão
serão mai.s
mais do do queque umauma expansão romântica àà luz
expansão romântica luz da da
lua, mas que para seu jovem companheiro
lua. m as que para seu jovem companheiro serão ocasião de pecado serão ocasião de pecado
mortal.
morlal. Na mesma linha
Na mesma linha de de ignorante inocência, uma
ignorante inocência, uma mulher
mulher pode pode
atentar sem
alentar sem má má intenção contra aa modéstia
intenção contra modéstia no vestir, simplesmente
no vestir, simplesmente
204 O SEXTO E O NONO MANDAMENTOS

por medir
por medir aa força dos instintos
força dos instintos sexuais masculinos pela
sexuais masculinos pela suasua própria.
própria.
Na nossa cultura contemporânea, há dois pontos fracos que nos
N a nossa cultura contemporânea, há dois pontos fracos que nos
devem cham
devem chamarar aa atenção
atenção em em se se tratando
tratando da virtude ddaa castidade.
d a virtude castidade.
Um
Um éé aa prática
prática — — cada
cada vezvez mais frequente —— de
m ais freqüente de saírem
sairem habitual­
habitual-
mente
mente “bandos”
“ bandos” de de moços
moços ee moças.moças. Inclusive
Inclusive nos nos primeiros
primeiros anosanos
do
do ensino médio, formam-se
ensino médio, formam-se pares pares que que costumam
costumam sair juntos regu­
sair juntos regu-
larmente, trocam presentinhos, estudam e divertem-se juntos.
larmente, trocam presentinhos, estudam e divertem-se juntos. Estas
E stas
situações prolongadas (sair
situações prolongadas (sair frequentemente
frequentemente com com aa mesma
mesma pessoapessoa do do
sexo contrário
sexo contrário por períodos de
por períodos de tempo consideráveis) são
tempo consideráveis) são sempre
sempre um um
perigo para
perigo para aa pureza.
pureza. ParaPara aqueles
aqueles que têm. . idade
que têm idade suficiente
suficiente parapara
contrair casamento, esse perigo está justificado; um noivado razoável
contrair casamento, esse perigo está justificado; um noivado razoável
éé necessário
necessário para para se encontrar oo companheiro
se encontrar companheiro idôneo idôneo parapara o o casa-
casa­
mento.
mento. Mas,
M as, para
para os os adolescentes,
adolescentes, que que ainda
ainda nãonão têm têm condições
condições
para
para casar-se,
casar-se, essa
essa constante
constante companhia
com panhia éé pecado,
pecado, porque
porque proporciona
proporciona
ocasiões de
ocasiões de pecado
pecado injustificadas,
injustificadas, um umasas ocasiões
ocasiões que alguns pais
que alguns pais
“bobos”
“ bobos” até até fomentam,
fomentam, pensando
pensando que que essa
essa relação
relação temtem ““graça”.
graça” .
Outra form
Outra formaa dede companhia constante que,
companhia constante por sua
que, por sua própria natu-
própria natu­
reza, éé pecaminosa
reza, pecam inosa éé aa de de avistar-se
avistar-se com com pessoas separadas ou
pessoas separadas ou
divorciadas. Um
divorciadas. Um encontro
encontro com com um um divorciado
divorciado (ou (ou um umaa divorciada)
divorciada)
pode ser
pode ser suficiente para que
suficiente para que oo coração
coração se se apegue
apegue ee se se chegue
chegue facil-
facil­
mente
mente aa um um pecado
pecado de de adultério
adultério ou, pior ainda,
ou, pior ainda, aa uma uma vidavida de de
permanente adultério ou a um “casamento” fora da Igreja.
permanente adultério ou a um “ casam ento” fora da Igreja.

As
À s vezes, em momentos
vezes, em momentos dede grave
grave tentação, podemos pensar
tentação, podemos pensar que
que
este dom
este dom maravilhoso de procriar
maravilhoso de procriar que
que Deus
Deus hos
nos deu
deu éé uma
uma bênção
bênção
discutível.
discutível. Emm momentos
E momentos assim, assim, temos
temos queque recordar
recordar duasduas coisas:
coisas:
primeiro, que não há virtude autêntica nem bondade verdadeira
primeiro, que não há virtude autêntica nem bondade verdadeira
sem esforço.
sem esforço. U Uma pessoa que
m a pessoa que nunca
nunca sofresse
sofresse tentações
tentações não nâo poderia
poderia
jamais
jam ais ser ser chamada
cham ada virtuosa
virtuosa no no sentido
sentido comum
comum (não (não no no teológico)
teológico)
da palavra.
da palavra. Deus Deus pode, naturalmente, conceder
pode, naturalmente, conceder aa alguém
alguém um um grau
grau
excelso de
excelso de virtude
virtude semsem aa provaprova da tentação, como
da tentação, como foi foi oo caso
caso dede
Nossa Mãe Santa Maria. Mas o normal é que, precisamente por
N ossa M ãe Santa M aria. M as o normal é que, precisamente por
suas
suas vitórias sobre fortes
vitórias sobre fortes tentações,
tentações, uma pessoa se
uma pessoa se torne
torne virtuosa
virtuosa ee
adquira
adquira méritosméritos para
para oo céu.céu.
Também
Tam bém devemos lembrar-nos de
devemos lembrar-nos de que,
que, quanto
quanto m maior
aior for
for aa ten­
ten-
tação,
tação, m maior será aa graça
aior será graça que que Deus
Deus nosnos dará
dará sese àa pedirmos
pedirmos ee acei­
acei-
tarmos,
tarmos, se se lutarmos-
lutarmos por por todos
todos os meios ao
o s meios nosso alcance.
ao nosso alcance. DeusDeus nunca
nunca
permite
permite que que sejam
sejamosos tentados
tentados acima acima da da nossa força de
nossa força de resistência
resistência
(com aa sua
(com graça). Ninguém
sua graça). Ninguém pode pode dizer:
dizer: ““Pequei
Pequei porque
porque nãonão pude
pude
resistir”. . OO que
resistir” está ao
que está ao nosso
nosso alcance
alcance éé evitar
evitar os
os perigos
perigos desnecessá-
desnecessá­
rios; sermos
rios; sermos constantes
constantes na na oração, especialmente nos
oração, especialmente nos momentos
momentos de de fra-
fra­
queza; frequentar
queza; freqüentar aa M Missa
issa ee aa Sagrada
Sagrada Comunhão;
Comunhão; ter ter uma
uma profunda
profunda
ee sincera
sincera devoção
devoção por por M Maria,
aria, M Mãe ãe Puríssima.
CAPÍTULO XX

O SÉTIMO
O SETIMO EE O
O DÉCIMO
DECIMO MxiXDA:\IENTOS
MANDAMENTOS

OO M
MEU E O
EU E O T
TEU
EU

É pecado
È pecado que que um um faminto
faminto furtefurte um um pão,
pão, mesmo
mesmo que tenha de
que tenha de
quebrar
quebrar uma uma vitrina
vitrina parapara oo fazer?
fazer? ÉÉ pecadopecado que que um um operário
operário furte furte
ferramentas
ferramentas da da oficina
oficina em cm que trabalha, se
que trabalha, todo mundo
se todo mundo oo faz? faz? Se Se
uma mulher encontra um anel de diamantes e ninguém o reclama,
uma mulher encontra um anel de diamantes e ninguém o reclama,
pode ficar
pode ficar com com ele? ele? ÉÉ imoralimoral comprar
com prar pneuspneus aa um preço de
um preço de pe-pe­
chincha, sese se
chincha, se suspeita
suspeita que que sãosão roubados?
roubados? OO sétimo mandamento
sétimo mandamento
da lei
da lei dede Deus
Deus diz:diz: ““Não roubarás”, , ee parece
Não roubarás” parece um um mandamento
mandamento muito muito
claro àà primeira
claro primeira vista.vista. M Masas logo
logo começam
começam aa chegar chegar os os “mas”
“ m as” ee os os
““ainda
ainda que”,que” , ee já nada parece tão claro,
já nada parece tào claro.
Antes de
Antes começarmos aa examinar
de começarmos examinar este mandamento, podem
este mandamento, podemosos
tratar
liatar do décimo —
do décimo — “N “Não ão cobiçarás
cobiçarás os os bens
bens alheios”
alheios” — — muito
muito rapi­rapi-
damente. O
damente. O décimo
décimo mandamento
mandamento éé companheiro
companheiro do do sétimo,
sétimo, como como
o nono
o nono oo éé do sexto. Em
do sexto. Em am ambos
bos os os casos
casos se se nos
nos proíbe
proíbe fazer
fazer em em
pensamento oo que
pensamento que nos nos éé proibido
proibido na na ação.
ação. Assim,
Assim , não não só só éé pecado
pecado
roubar como
roubar como tambémtambém éé pecado querer roubar,
pecado querer roubar, desejar
desejar tirar
tirar ee con­con-
servar
servar o O queque pertence
pertence ao ao próximo.
próximo.
Tudo o0 que
Tudo que digamos
digamos sobre sobre aa natureza
natureza ee aa gravidade
gravidade das das ações
ações
contra este
contra este mandamento
mandamento aplica-se aplica-se também
também ao ao desejo correspondente,
desejo correspondente,
exceto que
exceto que neste
neste casocaso nãonão se se nos
nos exige
exige restituição.
restituição. Este E ste ponto
ponto deve deve
ser
scr tidotido em conta em
em conta em todos
todos os os mandamentos:
mandamentos: que que o o pecado
pecado se se
comete
comete no no momento
momento em em que que deliberadamente
deliberadamente se se deseja
deseja ou ou se decide
se decide
cometê-lo,
cometê-lo. Realizar R ealizar aa ação ação agrava
agrava aa culpa,culpa, m masas oo pecado
pecado já já foi
foi
cometido no
cometido no instante
instante em em queque sese tomou
tomou aa decisão
decisão 0'ü OU sese consentiu
consentiu no no
desejo. Por
desejo. Por exemplo,
exemplo, se se decido
decido roubar
roubar uma uma coisa
coisa assim
assim queque se se apre­
apre-
sente a ocasião, e esta nunca aparece, impedindo-me
sente a ocasião, e esta nunca aparece, impedindo-me de levar avante de levar avante
o meu
0 meu propósito,
propósito, esse pecado de
esse pecado de intenção
intenção de de roubar gravará aa minha
roubar gravará minha
consciência.
consciência.
206 O SETIMO E O DÉCIMO MANDAMENTOS

Portanto,
Portanto. aa que que obriga
obriga oo sétimo sétimo mandamento?
mandamento? Exige-nos Exige-nos que que
pratiquemos a virtude da justiça. que se define como a virtude moral
pratiquemos a virtude da justiça, que se define como a virtude moral
que obriga
que obriga aa dar dar aa cada cada um um o o que
que éé seu,seu, oo que que lhelhe éé devido.
devido,
Pode-se violar
Pode-se violar estaesta virtude
virtude de muitas maneiras.
de muitas maneiras. Em primeiro lugar,
Em primeiro lugar,
pelo pecado de roubo. que é furto quando se tiram os bens alheios
pelo pecado de roubo, que é furto quando se tiram os bens alheios
ovultamente.
ocultamente, ou ou rapina
rapina se se sese tomam
tomam com com violência
violência ee manifestamente.
manifestamente.
Roubar
R oubar éé tirar tirar ou ou reter
reter voluntariamente,
voluntariamente, contra contra oo direito
direito ee aa
razvável vontade
razoável vontade do próximo. aquilo
do próximo, aquilo que que lhe pertence.
lhe pertence. ““Contra
Contra oo
direito
direito ec aa razoável
razoável vontade
vontade do próximo”
do próxim o” éé umauma cláusula importante.
cláusula importante.
A vida
A vida éé maismais importante
importante que que aa propriedade.
propriedade. Não N ão éé razoável
razoável re- re-
cusarmo-nos
cusarmo-nos aa dar dar aa alguém
alguém algo algo de de que precisa para
que precisa salvar aa sua
para salvar sua
vida.
vida, Assim,
Assim , oo faminto
faminto que toma um
que toma um pão,pão, não rouba.
não rouba. OO fugitivo
fugitivo
que
que sc apossa de
sc apossa de um carro ou
um carro ou de de um barco para
um barco para escapar
escapar dos perse-
dos perse­
guidores
guidores que que lhelhe ameaçam
amcaçam aa vida vida ou ou aa liberdade,
liberdade, não não rouba.
rouba.
Esta
Esta cláusula
cláusula distingue
distingue também
também roubar roubar de de tomar emprestado. Se
tomar emprestado. Se
oo meu
meu vizinho
vizinho nào não estáestá em cm casa
casa ee pegopego da da suasua garagem
garagem umas um as ferra-
ferra­
mentas
mentas parapara reparar
reparar meu meu automóvel,
automóvel, sabendosabendo que que ele ele não
não faria obje-
faria obje­
ção, éé claro
ção, claro queque não roubo.
não roubo. Masas éé igualmente
M iguatmente claro claro queque éé imoral
imoral
tomar
tomar emprestada
emprestada uma uma coisa quando sei
coisa quando que oo seu
sei que seu proprietário
proprietário poria poria
dificuldades
dificuldades nisso,
nisso, OO empregado
empregado que tomaa emprestado
que tom emprestado da da caixa,
caixa, ain-
ain­
da
da que
que pense devolver algum
pense devolver algum dia dia esse
esse ““empréstimo”,
empréstimo” , éé réu réu de pecado.
de pecado.
Seguindo
Seguindo o o princípio
princípio de de queque tudotudo oo que que sejaseja privar
privar alguém,
alguém,
contra aa sua
contra vontade, do
sua vontade, do queque lhe lhe pertence,
pertençe, se for feito
se for deliberada-
feito deliberada­
mente,
mente, éé pecado,
pecado, já já vemos
vemos que, que, alémalém de roubar, há
de roubar, há muitas
muitas maneiras
maneiras
de
dc violar
violar oo sétimo
sétimo mandamento.
mandamento. Não cumprir um
N ão cumprir contrato ou
um contrato ou um um
acordo
acordo de negócios, se
de negócios, se causa
causa prejuizos
prejuízos àà outra outra parte contratante, éé
parte contratante,
pecado.
pecado. Tam Tambémbém oo éé assumirassumir dívidasdívidas sabendo
sabendo que que não não sese poderão
poderão
pagar:
pagar: éé pecado
pecado muito muito comumcomum nestes nestes tempos
tempos em em que que tanta
tanta gente
gente
vive
vive acima
acim a de de suas possibilidades.
suas possibilidades. Igualmente
Igualmente éé pecado pecado danificar
danificar
ou destruir deliberadamente
ou destruir deliberadamente aa propriedade propriedade alheia.alheia.

AA seguir,
seguir, vêm
vêm os pecados de
os pecados de fraude:
fraude; privar
privar alguém
alguém do do que lhe
que lhe
pertence, usando de engano.
pertence, usando de engano. Incluem-se neste grupo as práticas por
Incluem-se neste grupo as práticas por
meio
meio das das quais
quais sese rouba
rouba nono peso,
peso, nas
nas m medidas
edidas ou no troco,
ou no troco, ouou se se
vendem produtos de
vendem produtos de qualidade
qualidade inferior
inferior sem reduzir oo preço,
sem reduzir preço, ou ou se se
ocultam
ocultam defeitos
defeitos dada mercadoria
mercadoria (os vendedores de
(os vendedores carros de
de carros de segunda
segunda
mão,
mão, bem bem como todos os
como todos os vendedores,
vendedores, devem
devem precaver-se contra isto
precaver-se contra isto),),
ou
ou sese vende
vende comcom margens
margens de de lucro
lucro exorbitantes,
exorbitantes, ouou sese passa moeda
passa moeda
falsa,
falsa, ou ou sese vendem
vendem produtos
produtos adulterados:
adulterados; numanuma palavra, todos os
palavra, todos os
sistemas
sistemas de de tornar-se
tornar-se rico
rico do dia para
do dia para aa noite,
noite, que tanto abundam
que tanto abundam
na
na sociedade
sociedade modema.
moderna. Outra forma de
Outra forma de fraude
fraude éé não pagar oo salário
não pagar salário
Justo, recusando
justo, recusando aos aos trabalhadores
trabalhadores ee em empregados
pregados oo salário
salário suficiente
suficiente
para viverem, aproveitando-se
para viverem, aproveitando-se de de que
que oo excesso
excesso dede mão de obra
m ão de obra no no
mercado
mercado permite
permite ao ao patrão
patrão dizer:
dizer: ““Se você não
Se você não gosta
gosta de de trabalhar
DMEL E O TIL 207

aqui. dcsaparoça"
uqui. desapareça” F
F também pecam os
também pecam operários que
os operários defraudam
quc defrauilam
um salário juslic sc clcliberadamenie
um salário justo. se deliberadamente desperdiça desperdiçam m os
üs maternais
materiais ou o
ou o
tempo da
tempo da empresa,
empresa, ou rendem um
não rendem
ou não um iuslo dia de
justo dia pelo
trabalho pelo
de trabalho
salário que
justo salário
jusio recebem,
que recebem.
Os empregados públicos
Os empregados categoria de
outra categoria
são outra
públicos são pessoas que
de pes.soas re-
que ne­
cessitam de precaução neste mandamento.
cessitam de precaução uesle mandamento. Estes empregados são es-
Estes em pregados são es-
colhidos c pagos para executar as
Cí)lhidos e pagos para executar as leis
leis é
e administrar
administrar Os
os assuntos
assuntos pú-
pú ­
imparcialidade ee prudência,
com imparcialidade
blicos com
blicos prudência, para para o bem comum
o bem comum de todos
de todos
os cidadãos.
os cidadãos. L’m público que
empregado público
Um empregado subornos —
aceite subornos
que aceite mui-
por mui­
— por
to habilmente que os disfarce — em troca de favores políticos, atrai-
to habilmente que os disfarce — em troca de favores políticos, atrai-
concidadãos quc
os concidadãos
cor o.s
çí»a elegeram ou
que oo elegeram designaram. ee peca
ou designaram, contra
peca contra
o sétimo
o mandamento,
sétimo mandamento. Também
Tam peca quem
bém peca presentes de
exige presentes
quem exige em- ­
de em
inferiores.
pregados int’eri<'>rcs.
pregados

Duas novas
Duas novas ofensas contra aa Justiça
ofensas contra completam oo quadro
justiça completam quadro dosdos
pecados mais comuns contra o sétimo mandamento.
pecados mais comuns contra o sétimo mandamento. Uma é aceitar
Uma é aceitar
bens gue sabemos
beits que sabemos serem
serem roubados,
roubados, quer quer os recebamos de
os recebamos graça ou
de graça ou
pagando.
pagando. Nesta matéria, uma
Nesta matéria, uma suspeita
suspeita fundada
fundada equivale
eqüivale ao ao conhe-
conhe­
cimento.
cimento. Aos olhos de
A os olhos de Deus, quem recebe
Deus, quem recebe bens
bens roubados
roubados éé tão cul-
tão cul­
pado como
pado como o o ladrão.
ladrão. Também
Tam bém éé pecado
pecado ficar
ficar com
com objetos
objetos achados
achadas
sem fazer
sem fazer um esforço razoável
um esforço para encontrar
razoável para encontrar oo proprietário.
proprietário. A A mme-e­
dida deste
dida esforço (perguntar
deslc esforço (perguntar ee anunciar)
anunciar) dependerá.
dependerá, éé claro,
claro. do
do valor
valor
da coisa; ee oo proprietário,
da coisa; proprietário, sese aparecer,
aparecer. tem tem obrigação
obrigação de reembolsar
de reembolsar
quem encontrou o objeto, de todos os gastos que suas diligências
quem encontrou o objeto, de todos os gastos que suas diligências
lhe tenham
lhe ocasionado.
tenham ocasionado.

Não
N ão se pode medir
se pode medir o o dano moral com
dano moral com uma uma fita
fita métrica,
métrica, nemnem
vbter
i»btcr o O seu total numa
seu íolal numa máquina
máquina de de somar.
somar. Assim. quando
Assim, quando alguém
alguém
pergunta: “A
pergunta; partir de
“ A partir de quanto
quanto um um pecado
pecado éé m mortal?”, não há
ortal?” , não há uma
uma
resposta preparada
resposta preparada e€ instantânea,
instantânea, Não
N podemos dizer:
ão podemos dizer; ““Se Se oo rou­
rou-
bo só
bo só chega
chega aa 2.999
2.999 cruzeiros.
cruzeiros, éé pecado
pecado venial:
venial: de 3.000 para
de 3.000 cima,
para cima,
já é pecado mortal”
já é pecado m ortal” Só se pode falar em geral e dizer que o roubo
Só se pode falar em geral e dizer que o roubo
de algo
de algo dede pouco
pouco valor
valor será
será pecado venial. ee que
pecado venial, que roubar
roubar algoalgo valioso
valioso
será pecado
será pecado mortal
morlal (quer
(quer esse grande valor
es.se grande valor seja
seja relativo
relativo ouou absoluto).
absoluto').
Isto, como
Isto. como éc natural,
natural, aplica-se
aplica-se tanto
tanto aoao furto
furto propriamente
propriamente dito dito como
como
aos demais
aos pecados contra
demais pecado.s contra aa propriedade: rapina, fraude,
propriedade: rapina, fraude, receptação
receptação
de bens
de bens roubado.s,
roubados, etc. etc.
Quando falam
Quando falamosos dodo valor
valor relativo
relativo de de uma
uma coisa,
coisa, referimo-nos
referimo-nos ao ao
seu valor consideradas as circunstâncias. Para um operário com fa-­
seu valor consideradas as circunstâncias. Para um operário com fa
mília aa manter,
mília manter. aa perdaperda de de um um diadia dede trabalho
trabalho seráserá normalmente
normalmente
uma perda
uma considerável.
perda considerável. Roubá-lo ou
Roubá-lo ou enganá-lo
enganá-lo no no equivalente
equivalente p po-o ­
derta ser
deria ser facilmente pecado mortal.
facilmente pecado mortal. A gravidade
A gravidade de de umum pecado
pecado con-
con­
tra
tra aa propriedade
propriedade mede-se,
mede-se, pois, pois, tanto
tanto pelo
pelo dano
dano queque causa
causa à2oao pro-
pro­
prietário como pelo
prietário como valor real
pelo valor real do objeto em
do objeto em questão.
215 O SETIMO E O DÉCIMO MANDAMENTOS

Mas. ao
Mas. ao apreciarmos
apreciarmos (i o valor
valor dcde um objeto (ou
um objelo tou de uma soma
de uma soma
dc dinheiro)
de dinheiro), chegaremos aa um
, chegaremos ponto em
um ponto em queque toda pessoa
toda pessoa razoávelrazoável
concordará no que é um valor considerá
eoneordará no que ê um valor vel.
considerável, quer
quer seja pobre ou
seja pobre rica
ou rica
ua pessoa
pessoa que perda.
sofre aa perda.
que sofre Este valor cé oo que
Este valor denominaremos
que denominaremos
absoluto, um
ahsolulo, valor que
um valor que não depende das
não depende circunstâncias.
das circunstâncias. E neste
E neste
ponto a fronteira entre pecado mortal e pecado venial é conhecida
ponto a fronteira entre pecado mortal e pecado venial é conhecida
somente por
somente Deus. N
por Deus. podemos dizer
Nósós podemos dizer com certeza que
com certeza roubar dez
que roubar dez
venial, ee que
pecado venial,
cruzeiros éé pecado
cruzeiros roubar dez
que roubar ainda que
mil, ainda
dez mil, proprie-
que oo proprie­
seja aa General
tário seja
tário Motors, éé pecado
General Motors, mortal. M
pecado mortal. ninguém pode
Masas ninguém pode
dixer exatamente onde
dixer exatamente onde traçar divisória. Há
linha divisória.
traçar aa linha Há unsuns dez anos,
dez anos,
os teólogos
os estavam de
teólogos estavam acordo em
de acordo afirmarar que
em afirm que oo roubo roubo de três ou
de três ou
quatro mil
quatro cruzeiros era
mil cruzeiros matéria grave
era matéria absoluta, ee que
grave absoluta, que uma injustiça
uma injustiça
por essa
por importância era
essa importância geralmente pecado
era geralmente mortal, N
pecado mortal. entanto, um
Noo entanto, um
cruzeiro de
cruzeiro hoje não
de hoje não vale mesma coisa
vale aa mesma coisa queque um cruzeiro de
um cruzeiro de háhá
anos, ee os
dez anos,
dez livros de
os livros teologia não
de teologia podem ser
não podem revisados cada
ser revisados cada seisseis
segundo os
meses segundo
niéses índices do
os índices do ““custo
custo de vida”. . A
de vida” conclusão evidente
A conclusão evidente
que, se
éé que, escrupulosamente honrados
formosos escrupulosamente
se form honrados no relacionamento
nosso relacionamento
no nosso
com O próximo, nunca teremos que perguntar
com o próximo, nunca teremos que perguntar: : “ Isto pecado m
“Isto éé pecado mor-
or­
tal venial?”
ou venial?”
tal ou Para quem
Para quem peque contra aa justiça,
peque contra justiça, outra conclusão
outra conclusão
evidente éé que
também evidente
também arrepender-se do
deve arrepender-se
que deve do seu confessá-lo,
pecado, confessá-lo,
seu pecado,
injustiça ee não
reparar aa injustiça
reparar não tornar cometê-lo.
tornar aa cometê-lo.

EE isto
isto traz
traz aa lume
lume aa questão
questão da da restituição, quer dizer,
restituição, quer dizer, aa neces­
neces-
sidade
sidade dede ressarcir
ressarcir os os prejuizos
prejuízos causados
causados pelopelo queque adquirimos
adquirimos ou ou
danificamosos injustamente.
danificam injustamente. O O verdadeiro arrependimento dos
verdadeiro arrependimento dos pecados
pecados
cometidos contra
cometidos contra oo sétimo mandamento deve
sétimo mandamento deve incluir
incluir sempre
sempre aa inten­
inten-
ção
ção de reparar tão
de reparar tão logo
logo seja possível (aqui
seja possível {aqui ee agora,
agora, se se pode)
se se todas
pode) todas
as
as consequências
conseqüências da da nossa Injustiça. Sem
nossa injustiça. Sem essa
essa sincera
sincera intenção
intenção por por
parte
parte dodo penitente,
penitente, oo sacramento
sacramento da Penitência éé impotente
da Penitência impotente para para per­
per-
doar um pecado de injustiça. Se o pecado foi mortal e o ladrão ou
doar um pecado de injustiça. Se o pecado foi mortal e o ladrão ou
aproveitador
aproveitador morremorre sem sem ter feito nenhuma
ter feito nenhuma tentativa
tentativa de de restituir
restituir oO
alheio, embora
alheio, embora pudesse
pudesse fazê-lo,
fazê-lo, morre
morre em estado de
em estado de pecado mortal.
pecado mortal.
Malbaratou
M albaratou aa suasua felicidade
felicidade eterna,
eterna, trocando-a pelos seus
trocando-a pelos lucros in­
seus lucros in-
justos.
justos.
Mesmo
M esmo osos pecados
pecados veniais
veniais dede injustiça
injustiça não
não podem
podem serser perdoados
perdoados
se não
se não se se restitui
restitui ou
ou nãonão sese faz
faz oo propósito
propósito sincero
sincero de de restituir.
restituir.
Quem morre
Quem morre sem reparar os
sem reparar seus pequenos
os seus pequenos furtos
furtos ouou fraudes,
fraudes, verifi­
verfi-
cará que
cará que oo preço
preço que
que asas suas
suas velhacarias
velhacarias lhelhe custarão
custarão no no purgatório
purgatório
excede de
excede de longe
longe osos benefícios ilícitos que
benefícios ilícitos teve na
que teve na vida.
vida. E E, , aa este
este pro­
pro-
pósito, será
pósito, será bom
bom mencionar
mencionar de de passagem
passagem que que mesmo
mesmo ooss pequenos
pequenos
furtos podem
furtos podem constituir
constituir umum pecado mortal, se
pecado mortal, se sese cometem
cometem numa numa sé- sé­
re
rie contínua durante um
contínua durante um período
período curto
curto de tempo, de
de tempo, de modo
modo que que oO
total seja
total seja considerável.
considerável. Uma pessoa que
U m a pessoa que sese apodera injustamente de
apodera injustamente de
50
50 aa 100 cruzeiros cada
1()0 cruzeiros cada semana,
semana, será réu de
será réu de pecado
pecado mortal
mortal quando
quando
O MEU E O TEU 209

aa importância
importância total total chegar
chegar aa ser, ser, somadas
som adas todastodas as as parcelas,
parcelas, matéria
matéria
pecaminosa grave.
pecaminosa grave.
Há certos
Há principios fundamentais
certos princípios fundamentais que que regem
regem as as questões
questões de de res-
res­
tituição. O primeiro deles é que a restituição deve ser feita à pessoa
tituição. O primeiro deles é que a restituição deve ser feita à pessoa
que
que sofreu
sofreu aa perdaperda ou ou aosaos seusseus herdeiros,
herdeiros, se se aquela
aquela faleceu.
faleceu. E, su-
E, su ­
pondo que
pondo que não não se se pôde
pôde encontrar
encontrar aa pessoa pessoa ee que que seus seus herdeiros
herdeiros
sejam desconhecidos,
sejam desconhecidos, aplica-se aplica-se outro outro princípio:
princípio; ninguém
ninguém pode pode bene- bene-
ficiar-se com
ficiar-sc com aa injustiça.
injustiça. Se oo proprietário
Se proprietário éé desconhecido
desconhecido ou ou não não
pôde ser
pôde ser encontrado,
encontrado, aa restituição
restituição deverá deverá serser feita
feita doando
doando os os bene­
bene-
fícios ilícitos
fícios ilícitos aa instituições
instituições beneficentes, apostólicas, etc.
beneficentes, apostólicas, etc. Não N ão se se exi­
exi-
ee que
ge quem restitui
que quem restitui dc dê aa conhecer
conhecer aa sua injustiça ee com
sua injustiça com issoisso arruine
arruine
aa suasua reputação:
reputação: pode pode restituir
restituir anonimamente,
anonimamente, pelo pelo correio,
correio, por por
meto de
meio de um um terceiro
terceiro ou ou porpor qualquer
qualquer outro outro sistema
sistema que que proteja
proteja Oo
seu
seu bom bom nome.
nome. Também
Também não não se se exige que, para
exige que, para efetuar
efetuar essaessa resti­
resti-
iLIÇÃO, aa pessoa
tuição, pessoa se se prive
prive aa si si mesma
mesma ou ou prive
prive aa família
família dos dos meios
meios
para atender
para atender às às necessidades
necessidades ordináriasordinárias da da vida. Seria uma
vida. Seria péssimaa
uma péssim
conduta esbanjar
conduta esbanjar dinheirodinheiro em em luxosluxos ou ou caprichos,
caprichos, ee não não fazer
fazer aa
restituição. Mas isto também não quer dizer que sejamos obrigados
restituição. M as islo também não quer dizer que sejam os obrigados
aa viver
viver do do ar ar ee aa dormir debaixo de
dormir debaixo de uma
uma ponte
ponte atéaté queque tenhamos
tenhamos
feito aa restituição.
feito restituição.
Outro princípio éé que,
Outro princípio que, se se se se roubou
roubou um um objeto,
objeto, éé esse esse mesmo
mesmo
objeto que deve ser devolvido ao proprietário, junto com qualquer
objeto que deve ser devolvido ao proprietário, junto com qualquer
outro ganho
outro ganho natural
natural que que dele tiver resultado:
dele tiver resultado: os os bezenos,
bezerros, por por exem­
exem-
plo, se
plo, se oo que
que se se roubou
roubou foi foi um umaa vaca.vaca. Só Só se esse objeto
se esse objeto não não existir
existir
mais ou
mais estiver estragado
ou estiver estragado ee não não fôr fôr possível
possível repará-lo,
repará-lo, éé que que se se pode
pode
fazer a restituição entregando o seu valor em dinheiro.
fazer a restituição entregando o seu valor em dinheiro.
Talvez
Talvez se se tenha
tenha ditodito já já oo suficiente
suficiente ppara fazermos um
ara fazermos umaa idéia
idéia des­des-
tas questões
tas questões de de justiça
justiça ee direitos,
direitos, que que às vezes podem
às vezes podem tom tornar-se
ar-se com-com ­
plicadas.
plicadas. Por
Por issoisso nãonão nosnos devemos
devemos surpreender
surpreender se até oo sacerdote
se até sacerdote
tiver que consultar seus livros de teologia nestas
tiver que consultar seus livros de teologia nestas matérias.
CAPÍTULO XXI

OO OITAVO
OITAVO MANDAMENTO
MANDAMENTO

SO A \VERDADE
Só A ERDADE

OO quinto
quinto mandamento,
mandamento, além além dodo homicídio,
homicídio, proibe
proíbe muitas coisas,
m uitas coisas.
O sexto aplica-se a muitos outros pecados, além da infidelidade con­
O scxlo aplica-se a muitos outros pecados, além da infidelidade con-
jugal.
jugal. O sétimo
O sétimo abrange
abrange muitas
muitas ofensas
ofensas contra
contra aa propriedade,
propriedade, além além
do
do simples
simples roubo.roubo. OO enunciado
enunciado dos dos mandamentos,
mandamentos, sabemos, sabemos, éé uma uma
ajuda para
ajuda para aa memória.
memória. Cada
Cada um um deles menciona um
deles menciona um pecado
pecado espe­espe-
cífico contra aa virtude
cífico contra virtude aa que que o o referido
referido mandamento
mandamento se se aplica,
aplica, ee
espera-se
espera-se de de nós
nós queque utilizemos
utilizemos esse enunciado como
esse enunciado como uma uma espécie
espécie de de
cabide
cabide onde pendurar os
onde pendurar restantes pecados
os restantes pecados contra
contra aa mesma virtude.
mesma virtude.
Ássim, não nos surpreende que o oitavo mandamento siga
A ssim , não nos surpreende que o oitavo mandamento siga oo
mesmo
mesmo esquema. esquema. “Não “ N ão levantarás falso testemunho”
levanlarás falso testemunho” proíbe proíbe expli-
expli­
citamente
citamente o o pecado
pecado de de calúnia: prejudicar aa reputação
calúnia: prejudicar reputação do do próximo
próximo
mentindo sobre
mentindo sobre ele.
ele. N Noo entanto,
entanto, além
além da da calúnia,
calúnia, há outros m
há outros modos
odos
de pecar contra a virtude da verdade e contra a virtude da caridade
de pecar contra a virtude da verdade e contra a virtude da caridade
por palavras ee obras.
por palavras obras.
A calúnia
A calúnia éé um um dos dos piores
piores pecados
pecados contra
contra oo oitavo
oitavo mandamento,
mandamento,
porque combina um pecado contra a verdade (mentir) com
porque com bina um pecado contra a verdade (mentir) com um um pe-pe­
cado contra aa justiça
cado contra justiça (ferir
(ferir oo bom nome alheio)
bom nome alheio) ee aa caridade (falhar
caridade (falhar
no
no amor devido ao
am or devido ao próximo).
próxim o). AA calúnia
calúnia ferefere oo próximo
próximo onde onde m mais
ais
dói:
dói: na sua
na sua reputação.
reputação. Se roubam
Se roubamosos dinheiro
dinheiro aa um um homem,
homem, este este
pode irar-se
pode irar-se ou ou entristecer-se,
entristecer-se, mas,mas, normalmente.
normalmente, se se refará
refará ee ganha-
ganha­

rá mais dinheiro.
m ais dinheiro. Quando
Quando manchamos
manchamos oo seu bom nome,
seu bom nome, roubamos-
roubamos-
lhe
-Ihe atgoatgo que que lodo
todo oo trabalho
trabalho do do mundo
mundo não lhe poderá
não lhe poderá devolver.
devolver.
É lacn
É tacil ver. pois, que
ver, pois, que o o pecado
pecado de de calúnia
calúnia éé mortal
mortal se com ele
se com cle preju-
preju­
dicamos seriamente aa honra
dicamos seriamente honra do próximo. ainda
do próximo, ainda queque seja
seja nana conside-
conside­
ração
ração de dc umauma só pessoa ee mesmo
só pessoa mesmo que esse próximo
que esse próximo não não tenha
tenha noti-
notí­
cia do
cia do mal mal qucque lhelhe causamos.
so A VERDADE 911

Isto
Isto éé certo
certo também quando deliberada
também quando deliberada ee injustamente
injustamente causamos
causam os
um prejuízo
um prejuízo sério
sério àà reputação
reputação dodo próximo
próximo em em nossa própria mente.
nossa própria mente.
É o
É o juízo temerário, um
juízo temerário, pecado em
um pecado em que incorre muita
que incorre muita gente
gente ee que
que
talvez sejamos desleixados em examinar quando nos preparamos para
talvez sejam os desleixados em examinar quando nos preparam os para
aa confissão.
confissão. Se Se alguém inesperadamente realiza
alguém inesperadamente uma boa
realiza uma ação, ee eu
boa ação, eu
me
me surpreendo pensando: ““AA quem
surpreendo pensando: bajular?”,
tentará baju
quem tentará cometo um
lar?” , cometo um
pecado
pecado de de juízo
juízo temerário.
temerário. Se Se alguém pratica um
alguém pratica um ato ato de generosi-
de generosi­
dade, e eu digo para mim mesmo: “Aí está esse fulano bancando
dade, e eu digo para mim mesmo: “ Aí está esse fulano bancando
oo herói”
herói”, , peco
peco contra
contra o o oitavo
oitavo mandamento.
mandamento. Talvez
Talvez não não seja
seja umum
pecado
pecado mortal,
mortal, masmas pode sê-lo facilmente
pode sê-lo facilmente sese aa reputação
reputação dessa
dessa pessoa
pessoa
sofre seriamente no meu juízo acerca dela, por causa da minha sus-
sofre seriamente no meu juízo acerca dela, por causa da minha sus­
peita injusta.
peita injusta.

AA detração
detração ou
ou difamação
difam ação éé outro
outro pecado
pecado contra
contra oo oitavo manda-
oitavo m anda­
mento.
mento, Consiste em prejudicar
Consiste cm prejudicar aa reputação
reputação alheia
alheia manifestando sem
manifestando sem
justo motivo
justo motivo pecados
pecados ee defeitos
defeitos alheios
alheios que
que são verdade, mas
são verdade, não
mas não
são comumente
são comumente conhecidos:
conhecidos: por por exemplo,
exemplo, quando quando conto conto aos aos amigos
amigos
ou vizinhos as terríveis brigas que tem o casal do lado, ou lhes re-
ou vizinhos as terríveis brigas que tem o casal do lado, ou lhes re­
velo que
velo que oo marido
marido chega
chega bêbado
bêbado aa casa todos os
casa todos sábados.
os sábados. Pode
Pode
ser que haja
ser que ocasiões em
haja ocasiões em que,
que, para
para corrigir
corrigir ou ou prevenir,
prevenir, seja neces-
seja neces­
sário revelar
sário revelar aa um um paipai asas m másás companhias
companhias do filho; ou
do filho; ou que
que conve­
conve-
nha informar
nha informar aa polícia
polícia dede queque certa
certa pessoa
pessoa saíasaía furtivamente
furtivamente da da loja
Joja
que foi
que roubada.
foi roubada. Pode ser
Pode ser necessário
necessário avisar avisar os os pais
pais da da vizinhança
vizinhança
que esse
que novo vizinho
esse novo vizinho tem tem antecedentes
antecedentes de de incomodar sexualmente
incomodar sexualmente
as crianças.
as crianças. Mas, habitualmente, quando começamos por
M as, habitualmente, quando começamos dizer:
por dizer:
““Acho
Acho queque deveria
deveria contar-lhe
contar-lhe ””,, oo que
que no fundo queremos
no fundo queremos dizer dizer
é: | ““Morro
é: Morro de de vontade
vontade de de contar-lhe,
contar-lhe, mas mas não não queroquero reconhecer
reconhecer oo
fato de
fato de que
que adoro
adoro murmurar”.
murmurar” .
Ainda que, por assim
Ainda que, por assim dizer,
dizer, uma uma pessoa
pessoa fira fira ela
ela mesma
mesma aa sua sua
própria fama
própria fama pelapela sua
sua conduta
conduta imoral,
imoral, será será sempre
sempre pecadopecado para para mimmim
dar aa conhecer
dar conhecer sem sem necessidade
necessidade oo seu seu maumau comportamento.
comportamento. ÉÉ de de
certo modo o mesmo que roubar um ladrão:
certo modo o mesmo que roubar um ladrão: ainda que seja um
ainda que seja um
ladrão, se
ladrão, se eu
eu o o roubo,
roubo, peco.
peco. N Nãoão éé necessário
necessário dizer dizer que que nãonão éé p>e-
pe-
cado referir
cado referir fatos
fatos que são do
que são do conhecimento
conhecimento geral, geral, como,
como, por por exemplo,
exemplo,
um crime
um crime cometido
cometido por por alguém
alguém que que foi foi condenado
condenado por por um tribunal
um tribunal
público.
público. Mas,
M mesmo nestes
as, mesmo nestes casos,
casos, aa caridade
caridade nos nos levará
levará aa conde-
conde­
nar oo pecado,
nar pecado, ee não não oo pecador,
pecador, ee aa rezar rezar porpor ele.
ele.

Noo oitavo
N oitavo mandamento,
mandamento, não não háhá apenas pecados de
apenas pecados de palavra
palavra ee
mente, mas
mente, m as também
também dede ouvido.
ouvido. Cometemos pecado quando
Cometemos pecado quando escuta-
escuta­
mos com agrado
m os com agrado aa calúnia
calúnia ee aa difamação, ainda que
difam ação, ainda que não
não digamos
digamos
uma palavra.
uma palavra. Esse mesmo silêncio
Esse mesmo silêncio fomenta
fomenta queque sese difundam
difundam mur-
mur-
murações maliciosas,
niurações maliciosas. Se oo nosso
Se nosso agrado
agrado em em escutar
escutar se
se deve
deve aa mera
mera
curiosidade, o
curiosidade, o pecado
pecado será
será venial,
venial. Masas se
M se aa atenção
atenção que
que prestamos
212 O OITAVO MANDAMENTO

fôr por
fôr por ódio
ódio àà pessoa
pessoa difam
difamada,
ada, oo pecado
pecado será
será mortal.
mortal. SeSe se
se ataca
ataca
aa fam
famaa dede alguém
alguém nana nossa
nossa presença,
presença, nosso dever éé cortar
nosso dever cortar aa con-
con­
versa, ou,
versa, ou, pelo
pelo menos,
menos, mostrar pela nossa
mostrar pela atitude que
nossa atitude que oo tema
tema não
nào
nos Interessa.
nos interessa.

O insulto
O insulto pessoal
pessoal (os(os teólogos
teólogos preferem
preferem chamá-lo
chamá-lo “contumélia”)
“ contumélia” )
cé outro
outro pecado
pecado contra
contra o o oitavo
oitavo mandamento,
mandamento, que que sese comete
comete contra
contra
o próximo
o próximo na sua presença,
na sua presença, ee que
que sese reveste
reveste de
de muitas formas.
muitas form as. Por
Por
palavras ou
palavras obras, podemos
ou obras, podemos recusar-lhe
recusar-lhe as as manifestações
manifestações de de respeito
respeito ee
amizade que
amizade lhe são
que lhe devidas, como,
são devidas, como, porpor exemplo, voltar-lhe as
exemplo, voltar-lhe as costas
costas
ou
ou ignorar-lhe
ignorar-lhe aa mão estendida, falar-lhe
mão estendida, falar-lhe dede modo
modo grosseiro
grosseiro ouou
desconsiderado, dirigir-lhe
desconsiderado, dirigir-lhe apelidos
apelidos pejorativos.
pejorativos. Um pecado
Um pecado p pa-a­
recido de grau menor é esse criticismo depreciativo, que encontra
recido de grau menor c esse criticismo depreciativo, que encontra
faltas em
faltas em tudo
tudo ee que,
que, para muitas pessoas,
para muitas pessoas, parece
parece constituir
constituir um
um hábito
hábito
profundamente arraigado.
prtrfundamente arraigado.

AA intriga
intriga éé também
também um um pecado contra o
pecado contra o oitavo
oitavo mandamento,
mandamento,
E o0 pecado
É pecado do do mexeriqueiro
mexeriqueiro queque semeia
semeia discórdia,
discórdia, queque corre
corre aa dizer
dizer
aa Pedro
Pedro oo que João comentou
que João dele. Tam
comentou dele. Também neste caso
bém neste caso aa intriga
intriga
se faz
se faz preceder
preceder geralmente
geralmente de de umum ““acho
acho que
que tete conviria
conviria saber
saber ”?,,
quando, muito
quando, muito pelopelo contrário,
contrário, seria
seria melhor
melhor que
que Pedro
Pedro ignorasse essa
ignorasse essa
alusão que
alusão que João fez acerca
Jo ã o fez acerca dele,
dele, uma alusão que
uma alusão que talvez
talvez lhe
lhe tenha
tenha
escapado por
escapado por descuido
descuido ou ou num momento de
num momento de irritação,
irritação. ““Bem-aven-
Bem-aven-
furados os
lurados os pacíficos, porque serão
pacíficos, porque serão chamados
cham ados filhos
filhos dede Deus”:
Deus” ; eiseis
uma
uma boa boa citação para recordar
citação para recordar nestas
nestas ocasiões.
ocasiões.

Uma mentira
Uma mentira simples,
simples, queque nãonão causa
causa prejuízo
prejuízo nem nem se se diz sob
diz sob
juramento, éé pecado
juramento, pecado venial.
venial. Deste tipo
Deste tipo costumam
costumam ser ser as
as que
que se sc ou-
ou­
vem
vem aos fanfarrões (e,
aos fanfarrões (e, muitas
muitas vezes,
vezes, aosaos apaixonados
apaixonados pela pela pesca).
pesca),
Como
Como também também as as mentiras
mentiras que que se se dizem
dizem parapara evitar
evitar umaum a situação
situação
embaraçosa
em baraçosa para para aa própria
própria pessoa
pessoa ou para outros.
ou para outros. Tam Também bém se in-
se in­
cluem aqui as que são contadas pelos brincalhões zombeteiros. Mas,
cluem aqui as que são contadas pelos brincalhões zombeteiros. M as,
seja
seja qualqual foforr aa motivação
motivação de de uma
uma mentira,
mentira, não não dizer
dizer aa verdade
verdade éé
sempre
sempre pecado.
pecado. Deus Deus nos deu oo dom
nos deu dom de de podermos
podermos comunicar
comunicar nos- nos­
sos pensamentos
sos pensamentos para para que
que manifestemos
manifestemos sempre sempre aa verdade.
verdade. De cada
De cada
vez que,
vez que, por palavras ou
por palavras ou obras, divulgamos uma
obras, divulgamos uma falsidade, abusamosos
falsidade, abusam
de
de umum dom divino ee pecamos.
dom divino pecamos.
Daí
Daí sese segue
segue queque não
não existem
existem as as ''mentirinhas
“ mentirinhas brancas”
brancas” nem nem asas
mentiras
mentiras inócuas.
inócuas. Um Um mal mal moral,
moral, mesmo
mesmo o o mal
mal moral
m oral de de um pe-
um pe­
cado venial, éé maior
cado venial, maior que qualquer mal
que qualquer físico. N
mal físico. Nãoão éé lícito cometer
lícito cometer
um
um pecado venial, nem
pecado venial, mesmo para
nem mesmo para salvar
salvar da da destruição
destruição o o mundo
mundo
inteiro.
inteiro. No No entanto, deve-se também
entanto, deve-se também mencionar
mencionar que que posso
posso não não dizer
dizer
aa verdade
verdade sem sem pecar quando injustamente
pecar quando injustamente procuram
procuram averiguar
averiguar por por
meu
meu intermédio alguma coisa
intermédio alguma coisa sobre
sobre mim.
mim. OO que que venha
venha aa dizer
dizer neste
neste
SO A VERDADE 213

caso poderá ser


caso poderá ser falso.
falso, mas
m as não
não éé uma mentira: éé um
uma mentira; um meio
meio lícito
lícito de
de
auto-defesa quando não
aulo-defcsa quando resta alternativa.
não resta alternativa.
Também
Também não não háhá obrigação
obrigação de de dizer
dizer sempre
sempre toda
toda aa verdade.
verdade. In­ In-
felizmente. há muitos xeretas neste mundo, que perguntam o que
felizmente, há muitos xeretas neste mundo, que perguntam o que
não
não têm
têm oo direito
direito dede saber.
saber. É É perfeitamente legitimo dar
perfeitamente legítimo dar aa tais
tais pes-
pes­
soas Uma resposta
soas uma resposta evasiva.
evasiva. Se alguém me
Se alguém me pergunta
pergunta quanto
quanto dinheiro
dinheiro
trago comigo (e
trago comigo (e suspeito
suspeito dede que
que sese trata
trata de
de umumaa “facada”),
“ facada” ) , ee eu
eu
lhe respondo que trago mil cruzeiros quando na realidade tenho dez
lhe respondo que trago mil cruzeiros quando na realidade tenho dez
mil, não
mil, não minto.
minto. Tenho
Tenho mil cruzeiros, mas
mil cruzeiros, não menciono
mas não menciono os os outros
outros
nove mil
nove mil que também tenho.
que também tenho. Mas M as seria
seria uma
uma mentira,
mentira, éé claro,
claro, afir-
afir­
mar que tenho
m ar que tenho dezdez mil
mil cruzeiros quando só
cruzeiros quando só tenho mil.
tenho mil.


H á frases convencionais quc
frases convencionais que aparentemente
aparentemente são são mentiras, mas
mentiras, mas
não oo são
nâo são na
na realidade
realidade porque
porque todatoda pessoa inteligente sabe
pessoa inteligente sabe oo que
que
significam.
significam. ““Não ser” éé um
Não sei” um exemplo dessas frases.
exemplo dessas frases. Qualquer
Qualquer pes-
pes­
soa de inteligência média sabe que dizer “não sei” pode significar
soa de inteligência média sabe que dizer “ não sei” pode significar
duas coisas:
duas que realmente
coisas: que desconheço aquilo
realmente desconheço aquilo que
que meme perguntam,
perguntam, ou ou
que
que não estou em
não estou em condições
condições de de revelá-lo.
revelá-lo. ÉÉ aa resposta
resposta dodo sacerdote
sacerdote
—— do do médico,
médico, do do advogado
advogado ou ou do do parente
parente — —, , quando
quando alguém
alguém pro-
pro­
cura tirar-lhe uma informação confidencial.
cura tirar-lhe uma informação confidencial. Outra frase similar é:é:
Outra frase similar
““não
nâo está em casa”.
está em casa” . ““Não
N ão estar em casa”
estar em casa” pode significar que
pode significar que aa pessoa
pessoa
saiu
saiu efetivamente,
efetivamente, ou que não
ou que não recebe visitas.
recebe visitas. Se
Se aa menina,
menina, ao ao abrir
abrir
aa porta,
porta, diz ao visitante
diz ao visitante que
que mamãe
m amãe não está em
nâo está casa, não
em casa, não mente:
mente:
não
não háhá por
por que
que dizer
dizer que
que m mamãe está no
amãe está banho ou
no banho corando aa roupa.
ou corando roupa.
Quem
Quem se se engana
engana com com frases
frases como
como esta
esta (ou(ou outras
outras parecidas
parecidas de de uso
uso
corrente) não
corrente) não éé enganado:
enganado: engana-se aa sisi mesmo.
engana-se mesmo.
O mesmo
O mesmo princípio
princípio se se aplica
aplica aa quem
quem aceita
aceita como
como verídica
verídica umauma
história contada como
história contada como piada,
piada, que
que qualquer
qualquer pessoa
pessoa com com umum pouco
pouco dede
talento percebe
talento percebe imediatamente.
imediatamente. Por
Por exemplo,
exemplo, se afirmo que
se afirmo que na minha
na minha
terra oo milho
terra cresce tanto
milho cresce que aa colheita
tanto qüe colheita temtem queque ser feita de
ser feita de heli-
heli­
cóptero,
cóptero, quemquem o o tome
tome literalmente está-se enganando
literalmente está-se enganando aa si si mesmo.
mesmo.
No entanto, essas mentiras jocosas podem tornar-se verdadeiras men­
N o entanto, essas mentiras jocosas podem tornar-se verdadeiras men-
tiras
tiras sese não fica claro
não fica claro para
para asas pessoas
pessoas que que aa história
história contada
contada éé uma uma
brincadeira.
brincadeira.

Outro
O possível pecado
utro possível contra oo oitavo
pecado contra oitavo m mandamento
andam ento éé revelarrevelar
f

os
os segredos
segredos que
que nos foram confiados.
nos foram confiados. AA obrigação
obrigação de de gguardar
u ard ar um
um
segredo pode
segredo pode surgir de um
surgir de umaa prom
promessa
essa feita, da pprópria
feita, da profissão (mé-
ró p ria profissão (m é­
dicos, advogados,
dicos, advogados, jornalistas,
jornalistas, etc) ou simplesmente
etc) ou simplesmente porquep o rq u e aa caridade
caridade
proíbe que eu divulgue o que pode ofender ou ferir o próximo.o. As
proíbe que eu divulgue o que pode ofender ou ferir o próxim As
únicas circunstâncias
únicas circunstâncias queque perm
permitem
item revelar segredos sem
revelar segredos sem pecar são
pecar são
aquelas
aquelas que
que totornam
m am necessário
necessário fazê-lo para prevenir
fazê-lo para prevenir um um m malal mmaior
aior
àà comunidade,
com unidade, aa um um terceiro inocente ou à própria pessoa que me
terceiro inocente ou à própria pessoa que me
comunicou
com unicou oo segredo.
segredo. Inclui-se neste
Inclui-se tipo de
neste tipo de pecados
pecados ler ler aa corres­
corres-
>14 O OITAVO MANDAMENTO

pondência
pondência alheia
alheia sem
sem licença
licença ou procurar ouvir
ou procurar conversas privadas.
ouvir conversas privadas.
Nestes
Nestes casos,
casos, aa gravidade
gravidade do
do pecado
pecado será
será proporcional
proporcional ao
ao mal
mal ou
ou
ofensa causados.
olensa causados.

Antes
Antes dede encerrarmos
encerrarmos oo tema tema do do oitavo mandamento, devemos
oitavo mandamento, devemos
ler
ter presente que este mandamento, como o sétimo, nos obriga aa res­
presente que este mandamento, como o sétimo, nos obriga res-
rituir. Sc
tituir. Sc prejudiquei
prejudiquei um um terceiro
terceiro por
por calúnia,
calúnia, difamação,
difamação, insulto
insulto ou ou
revelação de
revelação de segredos
segredos aa mimmim confiados,
confiados, meu pecado não
meu pecado não será per-
será per­
doado se
doado se não
não procuro
procuro reparar
reparar oo melhor
melhor queque possa
possa o o mal
mal causado.
causado.
EE isto
isto éé assim mesmo que
assim mesmo que essa reparação exija
essa reparação que me
exija que me humilhe
humilhe ou ou
cause prejuízos aa mim
cause prejuízos mim próprio.
próprio. Se Se caluniei, devo proclamar
caluniei, devo proclam ar que que
me tinha enganado
me linha enganado redondamente;
redondamente; se se murmurei,
murmurei, tenho tenho queque compen­
compen-
sar aa minha
sar minha difamdifamação
ação com
com elogios
elogios justos
justos queque movam
movam àà caridade;
caridade;
se insultei, devo pedir desculpas, publicamente, se o insulto foi
se insultei, devo pedir desculpas, publicamente, se o insulto foi pú-
pú ­
blico; se
blico; se violei
violei um um segredo,
segredo, devo
devo reparar
reparar o o ma! causado da
mal causado da form
formaa
que puder
que puder ee o o mais
m ais depressa
depressa possivel.
possível.
Tudo
Tudo isto deve levar-nos
isto deve levar-nos aa renovar
renovar aa determinação
determinação sobre sobre os os
propósitos que, sem dúvida, fizemos há tempo: não abrir a boca
propósitos que, sem dúvida, fizemos há tempo; não abrir a boca
senão para dizer
senão para dizer o o que
que estritamente pensamos ser
estritamente pensamos ser verdade;
verdade; nuncanunca
falar do
falar do próximo
próximo — ainda que
— ainda que digam
digamosos verdades
verdades sobre sobre eleele — —, , aa
não
não ser para elogiá-lo;
ser para elogiá-lo; e,e, se
se temos que dizer
temos que dizer de de certa
certa pessoa
pessoa algoalgo
pejorativo para
pejorativo ela, que
para ela, que oo façamos obrigados por
façam os obrigados por umauma grave
grave razão.
CarítuLo XXII

OS MAXDAMKXTOS DA
OS MANDAMENTOS DA IGREJA
IGREJA

ASS L
A LEIS DAA IG
E IS D IGREJA
R E JA

Àss vezes,
À vezes, tropeçamos
tropeçamos com com pessoas
pessoas que que dão dão aa impressão
impressão de de ima-
im a­
ginar
ginar que que as leis da
as leis da Igreja
Igreja obrigam
obrigam menos menos que que asas dede Deus.
Deus. “Bem,
“ Bem,
não éé senão
não senão uma uma lei da igreja”
lei da Igreja”, , dizem talvez.
dizem talvez. ““Não
Não éé senão
senão uma uma
lei da
lei da Igreja”
Igreja” éé uma uma frase tola. A
frase tola. Ass leis
leis dada Igreja
Igreja são são praticamente
praticamente
oo mesmo
mesmo que que as as leis
leis de de Deus,
Deus, porque
porque são são suas
suas aplicações.
aplicações, Uma Uma
das razões
das razões pelas quais Jesus
pelas quais Jesus estabeleceu
estabeleceu aa sua Igreja foi
sua Igreja precisamente
foi precisamente
esta: a promulgação de todas as leis necessárias para corroborar seus
esta: a prom ulgação de todas as leis necessárias para corroborar seus
ensinamentos, para
ensinamentos, para oo bem bem das das almas.
almas. Para Para comprová-lo,
comprová-lo, basta basta re­re-
cordar as
cordar as palavras
palavras do do Senhor:
Senhor: “Aquele
“ Aquele que que aa vósvós ouve,
ouve, aa mim ouve,
mim ouve,
ce aquele
aquele que que aa vós vós despreza,
despreza, aa mim despreza” (Lc.
mim despreza” (Lc. 10,10,16). Cristo
16). Cristo
falava àà Igreja
falava Igreja na pessoa de
na pessoa de seus Apóstolos.
seus Apóstolos. Assim, , pois,
Assim pois, asas leis
leis
da Igreja têm
da Igreja têm toda
toda aa autoridade
autoridade de de Cristo.
Cristo. ViolarViolar deliberadamente
deliberadamente
uma lei
uma lei dada Igreja
Igreja éé tão tão pecado
pecado como como violarviolar um um dosdos Dez
Dez Manda-
M anda­
mentos.
mentos.
Quantas
Quantas leis leis da Igreja há?
da Igreja há? AA m maioria responderá “cinco”
aioria responderá “ cinco” ou ou
““seis”, porque esse
seis” , porque esse éé oo número
número que que nos nos dá dá o o Catecismo.
Catecismo. M Masas oo
certo
certo éé que que são mais de
são mais de duas mil. São
duas mil. São as contidas no
as contidas no Código
Código de de
Direito Canônico.
Direito Canônico. Muitas delas foram
M uitas delas foram revogadas
revogadas pelos pelos recentes
recentes ppa-a ­
pas (por
pas (por exemplo,
exemplo, as as relativas
relativas ao ao jejum
jejum eucarístico)
eucarístico) ee por por decretos
decretos
do Concílio Vaticano
do Concilio Vaticano II. IT. Agora
A gora está-se
está-se procedendo
procedendo aa uma uma revisão
revisão
completa
completa do do Código
Código de de Direito
Direito Canônico.
Canônico. Não N ão obstante,
obstante, por por muito
muito
que varie aa sua
que varie sua aplicação,
aplicação, as as seis
seis leis
leis básicas
básicas enumeradas
enumeradas no no C Cate-
ate­
cismo não
cismo não serão abolidas. São
serão abolidas. São as a s queque chamamos habitualmente os
cham am os habitualmente os
Mandamentos
M andamentos da da Igreja,
Igreja, aa saber:
saber: Ouvir
Ouvir M Missa inteira todos
issa inteira todos os os
domingos
domingos ee festas festas de de guarda;
guarda; (1> (2) Confessar
Confessar os pecados mortais
os pecados mortais ao ao
menos
menos uma uma vez vez aoao anoano ee em em perigo
perigo de de morte
morte ou ou se se tem
se se tem dede co­co-
mungar;
mungar; C5)í 69) Comungar
Comungar pela pela Páscoa
Páscoa da da Ressurreição;
Ressurreição; (4) Jejuar
(4) Jejuar
216 OS MANDAMENTOS DA IGREJA

ee abster-se de
abster-se de comer carne
comer quando manda
carne quando m anda aa Santa
Santa Madre
Madre Igreja:
Igreja;
0(5)} A Ajudar aa
judar Igreja em suas necessidades; e (6) Observar as leis
Igreja em suas necessidades: e (6) Observar as leis
daa Igreja
Igreja sobre
sobre oo matrimônio.
matrimônio.

A obrigação
A obrigação de assistir àà M
de assistir Missa
issa aosaos domingos
domingos ee festas festas de de guar-
guar­
da — obrigação que começa para cada católico quando completa os
d a — obrigação que começa para cada católico quando completa os
sete anos
sete anos — — já já foi
foi aqui
aqui tratada
tratada ao comentarmos oo terceiro
ao comentarmos terceiro m manda-
anda­
mento do
mento Decálogo. N
do Decálogo. Não
ão vamos repetir aqui
vamos repetir aqui oo que que jájá se se disse,
disse, m masas
pode ser oportuno mencionar alguns aspectos sobre os dias de pre­
pode ser oportuno mencionar alguns aspectos sobre os dias de pre-
ceito.
ceito.
Naa sua
N sua função
função de guia espiritual,
de guia espiritual, aa IgrejaIgreja tem tem oo dever
dever de de pro­
pro-
curar
curar que que aa nossa
nossa fé fé seja
seja uma
uma fé viva, de
fé viva, tornar vivas
de tornar vivas ee reaisreais para
para
nós as pessoas e os eventos que constituem o Corpo Místico de
nós as pessoas e o s eventos que constituem o Corpo Místico de
Cristo.
Cristo. Por essa
Por essa razão,
razão, aa IgrejaIgreja m marca
arca uns uns diasdias porpor ano ano ee os os de-
de­
clara dias
clara dias sagrados.
sagrados. Neles Neles recorda-nos
recorda-nos acontecimentos
acontecimentos importantes importantes
daa vida
d vida de Jesus,s, de
de Jesu de suasua M Mãeãe ee dos dos sanlos.
santos. A Igreja
A Igreja realça essas
realça essas
festas periódicas equiparando-as
festas periódicas equiparando-as ao ao diadia do do Senhor
Senhor ee obrigando-nos,
obrigando-nos,
sob pena
sob pena de de pecado
pecado mortal,
mortal, aa ouvirouvir M Missa
issa ee abster-nos
abster-nos do trabalho
do trabalho
quotidiano
quotidiano na na medida
medida em em queque nosnos seja possível.
seja possível.
O calendário da Igreja fixou dez desses dias,
O calendário da Igreja fixou dez desses dias, que
que são guardados
são guardados
na m
na maioria
aioria dos dos países
países católicos.
católicos. Em Em alguns
alguns países
países não não oficialmente
oficialmente
católicos —
católicos — em em queque oo calendário
calendário de de trabalho
trabalho não não reconhece
reconhece essas essas
festas —, estes dias, além dos domingos, reduzem-se a uns poucos,
festas — , estes dias, além dos domingos, reduzem-se a uns poucos,
Assim, , por
Assim por exemplo,
exemplo, no no Brasil
Brasil são são diasdias santos
santos de de guarda:
guarda: aa soleni- soleni­
dade da
dade da Santíssima
Santíssim a Mãe M ãe de de DeusDeus (1.º (1.^ de de janeiro),
janeiro), que que comemora
comemora
o dogm
o dogma a da da Maternidade
M aternidade divina divina de de Maria,
M aria, fontefonte de de todos
todos os os seus
seus
privilégios; o dia do Corpus Christi, solenidade do Santíssimo Corpo
privilégios; o dia do Corpus Christi, solenidade do Santíssimo Corpo
ee Sangue
Sangue de Cristo (quinta-feira
de Cristo (quinta-feira depois depois do do domingo
domingo da da Santissima
Santíssima
Trindade), em
Trindade), em queque aa Igreja
Igreja adora
adora aa Presença
Presença R Real
eal de de Cristo
Cristo no no
sacramento da
sacramento d a Eucaristia;
Eucaristia; aa Im Imaculada
aculada Conceição
Conceição de de Maria
M aria (8 (8 dede
dezembro),
dezem bro), que que celebra
celebra aa criação
criação da da alma
alma de de Maria livre do
M aria livre pecado
do pecado
original, oo primeiro
original, primeiro dos dos passos
passos da da nossa
nossa redenção;
redenção; ee oo dia dia de de Natal
Natal
(25 de
(25 de dezembro),
dezem bro), em em que comemoramos o
que comemoramos o nascimento
nascimento de de N Nosso
osso
Senhor.
Senhor.
Algumas solenidades que,
A lgum as solenidades que, no calendário geral
no calendário geral da da Igreja,
Igreja, têm têm uma uma
data que
data que não não costuma coincidir com
costuma coincidir com um feriado, foram
um feriado, transferidas
foram transferidas
para
para oo domingo
domingo mais mais próximo, normalmente oo domingo
próximo, normalmente domingo seguinte. seguinte.
Encontram-se neste
Encontram-se caso: aa solenidade
neste caso: solenidade da Epifania ou
da Epifania ou M Manifestação
anifestação
do Senhor
do Senhor (antigamente
(antigamente no no diadia 66 de de janeiro),
jan eiro), que, que, na vocação dos
na vocação dos
MMagos,
agos, os primeiros pagãos
o s primeiros pagãos chamados
cham ados ao ao conhecimento
conhecimento de de Jesus,
Jesus,
comemora as
comemora as primícias
prímícías da da nossa
nossa vocação
vocação para para aa fé; fé; aa Ascensão
Ascensão
do Senhor
do (antigamente na
Senhor (antigamente na quinta-feira,
quinta-feira, 4() 40 dias
dias depois
depois da da P Páscoa),
áscoa),
que comemora
que comemora aa subida gloriosa de
subida gloriosa de Jesu
Jesuss aosaos céus;
céus; aa Assunção
Assunção de de
Maria
M aria (antigamente
(antigamente no no diadia 15 15 dede agosto),
agosto), em em que que nos nos alegramos
AS LEIS DA IGREJA 217

com
com aa entrada
entrada dede nossa
nossa MãeMãe em em corpo
corpo ee alma
alma na glória; oo dia
na glória; dia de
de
Todos
Iodos os os Santos (antes no
Santos (antes no dia
dia 1.‘^
1.º de novembro), quando
de novembro), quando honramos
honramos
lo Jo s os
rodos os santos
santos do céu, incluídos
do céu, incluídos os nossos entes
os nossos entes queridos
queridos queque já se
já se
encontram gozando de Deus. Além disso, há outros dois dias que,
encontram gozando de Deus. Alem disso, há outros dois dias que,
no calendário geral
no calendário da Igreja,
geral da Igreja, são
são de guarda, mas
de guarda, não oo são
m as não no Brasil
são no Brasil
nem foram transferidos
nem foram transferidos parapara oo domingo:
domingo: aa solenidade
solenidade de São José
de São José
(19
(19 de de março),
m arço), emcm queque honramos
honramos oo glorioso Patriarca, esposo
glorioso Patriarca, esposo dada
Virgem Maria, pai nutrício de Jesus e padroeiro da Igreja universal:
Virgem M aria, pai nutrício de Jesu s e padroeiro da Igreja universal:
ce aa solenidade
solenidade dos apóstolos São
dos apóstolos São Pedro
Pedro ec SãoSão Paulo (29 de
Paulo (29 de junho),
junho),
dedicada
dedicada especialmente
especialmente aa São São Pedro, principe dos
Pedro, príncipe dos Apóstolos, consti-
Apóstolos, consti­
tuído por Cristo cabeça de toda a Igreja e o primeiro dos Papas.
tuído por Cristo cabeça de toda a Igreja e o primeiro dos Papas.

Além
Além destas festas, há
destas festas, há outros
outros dias dias de de especial relevo para
especial relevo para os os
católicos:
católicos: são são os dias de
os dias de jejum
jejum ee os os dias
dias dede abstinência.
abstinência. Aoo lermos
A lermos
os Evangelhos, teremos notado a frequência com que Nosso Senhor
os Evangelhos, teremos notado a frequência com que Nosso Senhor
recomenda
recomenda que que façamos penitência. EE podemos
façam os penitência. podemos perguntar-nos:
perguntar-nos: “Sim, “ Sim,
mas
mas como?”
com o?” AA Igreja, Igreja, cumprindo
cumprindo aa sua obrigação de
sua obrigação de serser guia
guia ee
mestra, fixou um
mestra, fixou um mínimo
mínimo para todos, uma
para todos, uma penitência
penitência que que todos
todos — —
com
com certos limites —
certos limites — devemos
devemos fazer. fazer, EsteEste mínimo estabelece uns
mínimo estabelece uns
dias
dias de de abstinência
abstinência (em (em que que não não podemos
podemos comer carne) ee outros
comer carne) outros
de
de jejum
jejum ee abstinência
abstinência (em (em que que devemos abster-nos de
devemos abster-nos carne ee tomar
de carne tomar
uma só refeição completa).
uma só refeição com pleta).
Comoo Cristo
Com Cristo Nosso Salvador morreu
Nosso Salvador morreu numa numa Sexta-feira,
Sexta-feira, aa Igreja Igreja
estabeleceu todas
estabeleceu todas asas
sextas-feiras
sextasTeiras do do ano
ano — — ee também
também aa Quarta-feira
Quarta-feira
de Cinzas
de Cinzas — como
— como dias obrigatórios de
dias obrigatórios penitência. O
dê penitência. O preceito
preceito geral geral
da
da Igreja
Igreja obriga
obriga aa abster-se
abster-se de de carne
carne todos
todos as as sextas-feiras
sextas-feiras do do ano.ano.
Mas
M as oo PapaPapa PauloPaulo VI, VI, na na constituição
constituição Paenitemini,
Paenitemini, deu deu às às Confe-
Confe­
rências episcopais dos
rências episcopais dos diversos
diversos países países aa faculdade
faculdade de de trocar
trocar aa absti-
absti­
nência
nência de de carne
carne por outras práticas
por outras práticas de penitência cristã,
de penitência crista, como
como aa ora- o ra­
ção,
ção, aa esmola,
esmola, outras mortificações, etc.
outras mortificações, etc. De acordo com
De acordo com essaessa facul-
facul­
dade,
dade, os os bispos
bispos do do Brasil determinaram que
Brasil determinaram que nas
nas sexta-feiras
sexta-feiras do do ano,ano,
inclusive
inclusive nas nas da da Quaresma
Quaresma — — exceto
exceto aa Sexta-feira
Sexta-feira SantaSanta —, — , aa absti-
absti­
nência
nência de de carne
carne pode
pode ser substituída, àà escolha
ser substituída, escolha de de cada
cada um,um, porpor ou- ou­
tras formas
tras form as de de penitência,
penitência, principalmente
principalmente por obras de
por obras de caridade
caridade ee
exercícios de
exercícios piedade, isto
de piedade, isto é, é, por
por algumas
algum as orações.
orações,
Mas
M as na na Quarta-feira
Quarta-feira de de Cinzas
Cinzas ee na na Sexta-feira
Sexta-feira Santa Santa fica fica de de
pe aa obrigação
pé obrigação de de fazer
fazer jejum
jejum ee abstinência.
abstinência. Nesses Nesses dias,
dias, sósó sese pode
pode
fazer uma
fazer uma refeição
refeição completa,
completa, podendo podendo tomar-se alimento duas
tomar-se alimento duas vezes vezes
mais no
mais dia desde
no dia desde que,que, juntas,
juntas, não não formem
formem uma uma refeição completa.
refeição completa.
Nenhuma dessas refeições pode
Nenhuma dessas refeições pode incluir carne. incluir carne.
Tomarar deliberadamente
Tom deliberadamente carne carne ou ou caldo
caldo de de carne
carne numnum dia dia de de
abstinência éé pecado
abstinência pecado grave,
grave, se envolve desprezo
se envolve desprezo do do preceito
preceito ee aa quan-quan­
tidade que
tidade que sese toma
toma éé considerável.
considerável. M Mesmo
esmo um umaa quantidade pequena,
quantidade pequena,
tomada de
tomada de modo
modo deliberado,
deliberado, seria seria um pecado venial.
um pecado venial. Também
Tam bém seria seria
218 OS MANDAMENTOS DA IGREJA

pecado
pecado quebrar voluntariamente oo jejum,
quebrar voluntariamente jejum. fazendo
fazendo — — nos
nos dias
dias em
em
que deve
qiie guardar-se —
deve guardar-se — duas
duas ou
ou mais
mais refeições
refeições completas.
completas.
Os doentes
Os doentes que
que precisam
precisam de alimento, os
de alimento, os que
que se
se ocupam em tra­
ocupam em tra-
balhos pesados ou os que comem o que podem ou quando podem
balhos pesados ou os que comem o que podem ou quando podem
(os muito pobres)
(os iiiuito pobres) estão
estão dispensados
dispensados dasdas leis
leis de
de jejum
jejum ee abstinência.
abstinência.
Aqueles para
Aqueles para quem jejuar ou
quem jejuar ou abster-se
abster-se dede carne
carne possa constituir um
possa constituir um
problema sério. podem obter dispensa do seu pároco,
problema sério, podem obter dispensa do seu pároco, A lei da absti-
A lei da absti­
nência
nência obriga
obriga osos que
que tenham completado catorze
tenham completado catorze anos.
anos. cc dura
dura toda
toda
aa vida;
vida; aa obrigação
obrigação de jejuar começa
de jejuar começa quando
quando se sc fazem vinte ec um
fazem vinte um
anos ee termina
anos termina quando
quando sese entra
entra nos sessenta,
nos sessenta,

AA lei
lei relativa
relativa àà confissão
confissão anual significa que
anua! significa que todo aquele que
lodo aquele que
deva confessar
deva confessar explicitamente
explicitamente um um pecado
pecado mortal, torna-se réu
mortal, torna-se réu de um
de um
novo pecado mortal
novo pecado mortal se se deixa
deixa passar
passar maismais de de um um ano
ano semsem receber
receber
outra
outra vezvez o o sacramento
sacramento da Penitência.
da Penitência. Evidentemente, aa Igreja
Evidentemente, Igreja nãonão
quer dizer-nos
quer dizer-nos com com isso isso que seja suficiente
que seja suficiente uma uma confissão
confissão por ano
por ano
para os católicos praticantes. O sacramento da Penitência reforça aa
para os católicos praticantes. O sacramento da Penitência reforça
nossa
nossa resistência
resistência àà tentação
tentação ee nos nos fazfaz crescer
crescer em em virtude,
virtude, se se o O rece­
rece-
bemos
bemos com com frequência.
frequência. ÉÉ um sacramento tanto
um sacramento tanto para
para os
os santos como
santos como
para os
para pecadores.
os pecadores.
No entanto,
No entanto, aa Igreja
Igreja querquer garantir
garantir que que ninguém
ninguém viva viva indefinida-
indefinida­
mente cm
mente cm estado
estado de de pecado
pecado mortal,
mortal, com com perigo para sua
perigo para sua salvação
salvação
eterna. Por
eterna. isso exige
Por isso exige de de todos aqueles que
todos aqueles que tenham
tenham consciência
consciência de de
ter cometido um pecado mortal, que o confessem explicitamente (ain-
ter cometido um pecado mortal, que o confessem explicitamente (ain­
da que
da que esseesse pecado
pecado já já tenha
tenha sido
sido perdoado
perdoado por por um um ato
ato de contrição
de contrição
perfeita), recebendo
perfeita), recebendo oo sacramento
sacramento da da Penitência
Penitência dentrodentro do do ano.
ano.
AA mesm
mesma a preocupação
preocupação pelas pelas almas
alm as faz faz com
com queque aa Igreja esta-
Igreja esta­
beleça
beleça um mínimo absoluto
um mínimo absoluto de de um umaa vez vez porpor anoano para receber aa
para receber
Sagrada
Sagrada Eucaristia.
Eucaristia. O O próprio
próprio Jesu Jesuss disse:
disse: ““Se Se não comerdes aa
pão comerdes
carne
carne do do Filho
Filho do homem ee não
do homem não beberdes
beberdes seu seu sangue,
sangue, nãonão tereis
tereis aa
vida
vida emem vós”vós” (Jo(Jo, , 6,
6, 54),
54), ee disse-o
disse-o semsem paliativos:
paliativos: ou ou nós,
nós, os os mem­
mem-
bros do Corpo Mistico de Cristo, recebemos a Sagrada Comunhão,
bros do Corpo M ístico de Cristo, recebemos a Sagrada Comunhão,
ou
ou não iremos para
não iremos para o o céu.
céu. Naturalmente, vem
Naturalmente, vem logo
logo aa pergunta:
pergunta:
“Com
“ Com que que frequência
frequência devo devo comcomungar?”,
ungar?” , ee Cristo,
Cristo, por meio da
por meio da sua
sua
Igreja, nos
Igreja, nos responde:
responde: ““Com Com aa frequência
frequência que que você
você puder;
puder; semanal
semanal
ou diariamente.
ou diariamente. Mas M as a a obrigação
obrigação absoluta
absoluta é é receber
receber a a Comunhão
Comunhão
uma
uma vez vez por ano, na
por ano, na Páscoa”.
Páscoa” . Se Se faltarmos
faltarm os em em dar
dar aa Jesus
Jesus esse
esse
mínimo
mínimo de de amor,
amor, tornamo-nos
tornamo-nos culpadosculpados de de pecado
pecado mortal.
mortal.

Contribuir para
Contribuir para aa sustentação
sustentação da Igreja éé outra
da Igreja outra das obrigações
das obrigações
que
que surgem
surgem da nossa natureza
da nossa natureza dede membros
membros dodo CorpoCorpo MMístico de
ístico de
Cristo.
Cristo. N Noo Batismo,
Batism o, ee de novo nana Crism
de novo Crisma, Jesuss nos
a, Jesu nos associa
associa àà sua
sua
tarefa
tarefa dede salvar almas. Não
salvar almas. seriamos verdadeiramente
N ào seriamos verdadeiramente de de Cristo
Cristo sese
não
não tratássemos
tratássemos com sinceridade de
com sinceridade de ajudá-lo
ajudá-lo — — com meios econô-
com meios econô­
AS LEIS DA IGREJA 219

micos tanto
micos tanto como
como com com obras
obras ee orações
orações — — aa levar
levar aa cabo
cabo aa suasua
missão.
missão. Normalmente, atendemos aa esta
Normalmente, atendemos esta obrigação
obrigação dede ajuda
ajuda m mate-
ate­
rial prestando nossa
rial prestando nossa colaboração
colaboração às às diversas
diversas coletas organizadas pela
coletas organizadas pela
paróquia ou pela diocese, com a generosidade que os nossos meios
paróquia ou pela diocese, com a generosidade que os nossos meios
permitam.
permitam. E E devemos
devemos ajudar
ajudar não
não sósó aa nossa diocese ou
nossa diocese ou paróquia,
paróquia,
mas também oo Papa,
mas também Papa, para que atenda
para que atenda às às necessidades
necessidades dada Igreja
Igreja uni-
uni­
versal,
versal, em
em missões
missões ee obras
obras de
de beneficência.
beneficência. Se Se perguntamos;
perguntamos: ““Quanto
Quanto
devo dar”
devo dar”, , não
não háhá resposta
resposta nenhuma
nenhuma além além de recordar que
de recordar que Deus
Deus
jamais
jam se deixa
ais se vencer em
deixa vencer em generosidade.
generosidade.

Jesus,s, para
Jesu para poder permanecer sempre
poder permanecer sempre conosco
conosco com com aa força
força da da
sua graça,
sua entregou-nos os
graça, entregou-nos os sete
sete sacramentos,
sacramentos, cuja cuja guarda
guarda confiou
confiou àà
Igreja ee aa quem
Igreja quem deu deu aa autoridade
autoridade ee oo poder poder de de estabelecer
estabelecer as as leisleis
necessárias para regulamentar a recepção e a concessão dos sacra-
necessárias para regulamentar a recepção e a concessão dos sacra­
mentos. O
mentos. O Matrimônio
Matrimônio cé um um deles.
deles. ÉÉ importante
importante que que nos demos
nos demos
conta de
conta de queque as as leis
leis dada Igreja
Igreja que que governam
governam aa recepçãorecepção do sacra-
do sacra­
mento do Matrimônio não são leis meramente humanas:
mento do M atrimônio não são leis meramente humanas; são pre­
são pre-
ceitos do
ceitos do próprio
próprio Cristo, dados por
Cristo, dados por sua sua Igreja.
Igreja.
A lei
A lei básica
básica que que rege
rege oo sacramento
sacramento do do Matrimônio
Matrimônio éé que que se deve
se deve
recebê-lo na
recebê-lo presença de
na presença de um um sacerdote
sacerdote autorizado
autorizado ee de de duas
duas tes- tes­
temunhas.
temunhas. Por Por sacerdote
sacerdote ““autorizado” entendemos oo superior
autorizado” entendemos superior da da p pa-a ­
róquia
róquia em em que que se se celebra
celebra oo casamento,
casamento, ou ou o o sacerdote
sacerdote aa quem quem oo
bispo da
bispo da paróquia
paróquia delega delega poderpoder ppara ara tanto.
tanto. Um Um sacerdote
sacerdote qualquer
qualquer
não pode oficiar um casamento católico. O matrimônio é um com-
não pode oficiar um casamento católico. O matrimônio é um com ­
promisso demasiado
promisso dem asiado sério sério para
para que que se se possa contraí-lo batendo
possa contraí-lo batendo àà
porta
porta de de qualquer
qualquer sacristia.
sacristia. OO sacramento
sacramento do do M Matrimônio
atrimônio pode pode ser ser
celebrado em
celebrado qualquer tempo
em qualquer tempo litúrgico,
litúrgico, m masas aa Igreja
Igreja admadmoesta
oesta os os
esposos
esposos aa evitarem
evitarem dem demasiada
asiada pompa
pom pa quando quando se se celebra
celebra nosnos tempos
tempos
de Advento
de Advento ee Quaresma, Quaresma, que que não não são são os os m maisais apropriados
apropriados para para
receber este
receber sacramento.
este sacramento.
Para a recepção válida
Para a recepção válida do do sacramento
sacramento do do Matrimônio,
Matrimônio, oo esposo esposo
deve ter
deve ter pelo
pelo menos dezesseis anos
menos dezesseis anos de de idade
idade ee aa esposa catorze. N
esposa catorze. Noo
entanto,
entanto, se se asas leis
leis civis
civis estabelecem
estabelecem uma uma idade superior, aa Igreja
idade superior, Igreja as as
respeita, ainda que
respeita, ainda que não esteja estritamente
não esteja estritamente obrigadaobrigada aa fazê-lo.
fazê-lo. AA pre­ pre-
paração
paração dos dos jovens
jovens que que vão vão assumir
assum ir aa responsabilidade
responsabilidade de de um umaa fa- fa ­
mília
mília temlem o o maior
maior interesse
interesse tanto civil como
tanto civil como espiritualmente.
espiritualmente. Quanto Quanto
aos
aos efeitos civis do
efeitos civis do casamento,
casamento, aa Igreja reconhece oo direito
Igreja reconhece direito dodo E Estado
stado
de estabelecer a necessária legislação.
de estabelecer a necessária legislação.
Além
Além de de contar
contar com com aa idade suficiente, os
idade suficiente, os futuros
futuros esposos
esposos não não
devem
devem ser parentes com
ser parentes com laçoslaços de de sangue
sangue m mais próximos que
ais próximos que o oss dede
primos terceiros.
primos terceiros. NNoo entanto, entanto, se se há há graves razões, aa Igreja
graves razões, Igreja concede
concede
dispensa
dispensa para para que que primos
primos irm irmãosãos ou ou primos
primos segundos
segundos possam
possam con- con­
trair matrimônio.
trair matrimônio. A A Igreja
Igreja também
também dispensa,
dispensa, quandoquando há há razão
razão su su- ­
ficiente, dos
ficiente, dos impedimentos
impedimentos resultantes resultantes do do Batismo
Batism o (casamento
(casamento en­ en-
220 OS MANDAMENTOS DA IGREJA
tre padrinho
tre padrinho ou madrinha ee afilhada
ou madrinha afilhada ou
ou afilhado)
afilhado) ou do M
ou do Matrimô-
atrim ô­
nio (casamento
nio (casamento de de umum viúvo
viúvo com com aa cunhada
cunhada ou ou de de uma
uma viúva
viúva comcom
o cunhado).
o cunhado).
AA Igreja
Igreja também
também determina
determina que que um um católico despose uma
católico despose cató-
um a cató­
lica, embora
lica, embora conceda dispensa para
conceda dispensa para queque umum católico
católico se se case
case comcom umauma
não católica. Nestes casos, os contraentes devem seguir as leis da
não católica. Nestes casos, os contraentes devem seguir as leis da
Igreja
Igreja relativas
relativas aos aos casamentos
casam entos mistos.mistos. O O contraente católico deve
contraente católico deve
comprometer-se
comprometer-se aa dar dar bom
bom exemplo
exemplo ao ao cônjuge
cônjuge não não católico, levando
católico, levando
uma vida
uma vida exemplarmente
exemplarmente católica. católica. Deve também estar
I>eve também estar absolutamen-
absolutam en­
te disposto
te disposto aa fazer fazer tudo
tudo o o que estiver ao
que estiver ao seu alcance para
seu alcance para que que aa
prole
proie seja seja educada
educada na na féfé católica. Infelizmente, os
católica. Infelizmente, os casamentos
casam entos mis- m is­
tos conduzem
tos conduzem com com certa
certa frequência
frequência ao enfraquecimento ou
ao enfraquecimento ou àà perda
perda
da fé
da fé no esposo católico;
no esposo católico; àà perda perda da da féfé nosnos filhos,
filhos, queque vêem
vêem seusseus
pais divididos em
pais divididos em matéria
matéria religiosa;
religiosa; ou ou àà ausência
ausência de de uma
uma felicidade
felicidade
completa
completa na na vida
vida do do lar por falta
lar por de um
falta de um ingrediente
ingrediente básico:
básico; aa unidade
unidade
de fé.
de fé. A Igreja
A Igreja mostra-se
mostra-se relutante
relutante em em conceder
conceder essas essas dispensas,
dispensas,
dada aa triste
dada experiência de
triste experiência de umaum a Mãe
M ãe que conta com
que conta com vinte
vinte séculos
séculos
de vida.
de vida.
Mas
M as o o essencial
essencial éé recordar
recordar que que nãonão há há verdadeiro
verdadeiro casam casamentoento
entre
entre católicos
caíólicos se se não
não se se celebra
celebra perante
perante um um sacerdote
sacerdote autorizado.
autorizado.
AA Santa
Santa Sé, Sé, nana instrução
instrução “Matrimonii
“ M atrimonii sacramentum”
sacramentum” de de 1966,
1966, esta-
esta­
beleceu, além disso: “Deve evitar-se absolutamente qualquer celebra-
beleceu, além disso; “ Deve evitar-se absolutamente qualquer celebra­
ção
ção de de matrimônio
matrimônio ante ante um sacerdote católico
um sacerdote católico ee um um ministro
ministro acató-
acató-
lico que
lico que façam
façam simultaneamente
simultaneamente oo rito de cada
rito de cada um”.
um” . Se um católico
Se um católico
se casasse só
se casasse só civilmente
civilmente ou ou perante
perante um um pastor protestante, não
pastor protestante, não estaria
estaria
casado de modo algum aos olhos de Deus, que é a única coisa que
casado de modo algum aos olhos de Deus, que é a única coisa que
realmente
realmente conta. conta. No entanto, dado
No entanto, dado queque aa Igreja
Igreja éé aa Presença
Presença visível
visível
de Cristo
de Cristo no no mundo
mundo ee seu porta-voz, pode
seu porta-voz, pode modificar
modificar as leis que
as leis que re­
re-
gem
gem oo matrimônio.
matrimônio. Aqui Aqui foram mencionadas as
foram mencionadas as queque estão vigentes
estão vigentes
no momento em
no momento em queque se se escrevem
escrevem estasestas páginas.
TERCEIRA
T E R C E IR A PARTE
PA RTE

OS
O S SACRAMENTOS
SA CRA M EN TO S
EE AA ORAÇÃO
ORAÇÃO
CapítuLto XXIII

OS SACRA]\rENTOS
OS SACRAMENTOS

INTRODUÇÃO AOS
IN T R O D U Ç Ã O A SACRAMENTOS
O S SA CRAM ENTOS

AA Teologia,
Teologia, ciência
ciência que
que trata de Deus
trata dc Deus ee das
das relações
relações do
do homem
homem
com
com Deus. Deus. abrange
abrange três três grandes
grandes campos.
campos, OO primeiro primeiro éé o o das
d as ver-
ver­
dades em que devemos crer, verdades reveladas por Deus por meio
dades em que devemos crer, verdades reveladas por Deus por meio
de
de seusseus profetas
profetas e,e, especialmente,
especialmente, por por meiomeio do do seuseu Filho,
Filho, N Nosso
osso
Senhor Jesu
Senhor Jesuss Cristo,
Cristo, ee dos dos seus
seus Apóstolos;
A póstolos; verdades
verdades que Cristo nos
que Cristo nos
ensina através
ensina através da da suasua Igreja
Igreja ee que estão resumidas
que estão resumidas no no Credo
Credo dos dos
Apóstolos.
Apóstolos.
Mas
M as não não éé suficiente
suficiente crercrer comcom umauma fé fé meramente
meramente passiva.
passiva. Se Se
aa nossa
nossa fé fé tem realmente valor
tem realmente valor para
para nós,
nós, levar-nos-á
levar-nos-á aa agir. agir. O O se­se-
gundo grande cam
gundo grande campopo da da Teologia
Teologia abrange,
abrange, pois.pois. oo queque devemos
devemos fazer fazer
àà luz
luz dodo queque cremos.
cremos. Exam Examina ina os nossos deveres
os nossos deveres para para comcom Deus,
Deus,
para conosco
para conosco ee para para com com oo próximo,
próximo, deveres
deveres que que o o próprio
próprio Deus Deus
nos impôs
nos impôs nos nos seus
seus mandamentos
mandamentos ee nas nas obrigações
obrigações estabelecidas
estabelecidas pela pela
sua Igreja.
sua Igreja.
Ãoo chegarmos
A chegarmos aa este este ponto
ponto no no exame
exame da religião, poderíamos
da religião, poderiamos
deixar-nos
deixar-nos dominardominar pelo pelo desânimo,
desânimo, vendo vendo quanto
quanto aa sublimidade
sublimidade das das
verdades
verdades divinasdivinas ultrapassa
ultrapassa aa inteligência
inteligência humana;
humana; quanto quanto oo código
código
moral
moral da da Grande
Grande Lei Lei dodo Amor choca com
A m or choca com oo egoísmo
egoísmo da da débil natu-
débil natu­
reza humana.
reza humana,
Mas
M as oo nossonosso desânimo
desânimo se desvanece ao
se desvanece av entrarmos
entrarmos no terceiro
no terceiro
grande campo da
grande campo da Teologia
Teologia ee descobrirmos
descobrirmos as «as ajudas
ajudas que que Deus
Deus nos nos
dá para podermos
dá para podermos crer crer ee agir,
agir. ÉÉ nelenele que veremos os
que veremos os meios
meios que que
Deus
Deus nos preparou, através
nos preparou, através dos dos sacramentos,
sacramentos. para para nosnos aplicar
aplicar aa sua sua
ciaça. Nele
giaça. Nele conheceremos
conheceremos oo que podemos fazer,
que podemos por mcio
fazer, por meio da da o ora-
ra­
ção, da
ção. da penitência
penitência ee da da esmola,
esmola, parapara aumentar
aumentar cessa essa graça.
graça. É É oo cam
cam- ­
po da
po Teologia que
da 'J’eologia trata dos
que trata dos sacramentos
sacramentos ce da da oração.
oração.
Sabemosos que
Sabem que Deus, tendo-nos dotado
Deus, tendo-nos dotado de livre arbítrio,
dc livre arbítrio, o o res­
res-
peitará
peitará até até o o fim.
fim. A morte
A morte de de Jesus
Jesu s nana Cruz
Cruz parapara nosnos redimir
redimir do do
pecado
pecado não não querquer dizer
dizer que,
que, como
como consequência.
eonsequêneia. todo todo o o mundo
mundo terá terá
294 OS SACRAMENTOS
que
que ir ir para
para o Céu, querendo
o Céu, querendo ou ou não.
não. Não Não quer quer dizer
dizer que que Deus Deus nos nos
tirará aa nossa
liiará liberdade, de
nossa liberdade, de modo
modo aa termos termos que que ser ser bons
bons contracontra aa
nossa vontade.
nossa vontade.
O que
O que aa mortemorte de Jesus na
de Jesus na Cruz
Cruz significa
significa éé que que foi oferecida
foi oferecida
aa infinita
infinita reparação
reparação pelo pelo malmal infinito
infinito da da rebelião
rebelião do do homem
homem contra contra
Deus; ee que
Deus; que foi foi pago
pago um um preço infinito para
preço infinito para assegurar
assegurar oo fluxo fluxo ilimi-
ilimi­
tado da graça que permite ao homem retornar a Deus e permanecer
tado da graça que permite ao homem retornar a Deus e permanecer
em
em união
união com com Ele durante toda
Ele durante toda estaesta vida
vida ee aa eterna.
eterna.
O problema
O problema que que se se levanta
levanta é,é, pois,
pois, oo dos dos meios
meios aa utilizar.
utilizar. Com Comoo
éc que
que Jesus
Jesu s aplicaria
aplicaria às às alm
almasas individuais
individuais essa essa superabundância
superabundância de de
graças que
graças que nos nos reconcilia
reconcilia com com Deus Deus ee nos mantém unidos
nos mantém unidos aa Ele Ele
apesar da
apesar da fraqueza
fraqueza hum humana?ana? Seria Seria porpor um um sistema
sistema totalmente
totalmente invi­ invi-
sivel? Daria
sível? D aria Ele Ele aa cada
cada pessoa
pessoa de boa vontade
de boa vontade uma uma simples
simples con- con­
vicção silenciosa ee interna
vicção silenciosa interna da da sua sua salvação?
salvação? E, E , cada
cada vez vez que que sentis-
sentís­
semos
semos aa necessidade
necessidade da da ajuda divina, bastaria
ajuda divina, bastaria pedila pedi-la para para imediata-
imediata­
mente aa sentirmos
mente sentirmos brotarbrotar em em nós como uma
nós como uma fontefonte de de força
força espiritual?
espiritual?
Deus, éé claro,
Deus, podia ter
claro, podia estabelecido desse
ter estabelecido desse modo modo o o seuseu plano
plano
sese tivesse
tivesse querido,
querido, pois pois ninguém
ninguém éé capaz capaz de de limitar
limitar o o poder
poder divino.divino.
MMasas neste
neste ponto
ponto quis atuar no
quis atuar interior do
no interior homem em
do homem em coerência
coerência com com
aa maneira
maneira pela pela qual
qual oo havia
havia criado:
criado: unindo
unindo o o material
material ee oo espiritual,
espiritual,
o corpo
o corpo ee aa alma.alma, Somosos cidadãos
Som cidadãos de dois mundos,
de dois mundos, vivemos vivemos agora agora
no mundo das coisas visíveis, pelas quais nos vem todo o conheci-
no mundo das coisas visíveis, pelas quais nos vem todo o conheci­
mento, inclusive
mento, inclusive oo conhecimento
conhecimento de de Deus;
Deus; e,e, no no entanto,
entanto, somos som os tam tam- ­
bém cidadãos
bém cidadãos de de umum mundomundo invisível,
invisível, que que éé onde onde temos temos aa nossa nossa
morada
m permanente. Jesus
orada permanente. estabeleceu oo seu
Jesus estabeleceu seu sistema
sistema de aplicação da
de aplicação da
graça de acordo com esse duplo aspecto da nossa natureza. A graça
graça de acordo com esse duplo aspecto da nossa natureza. A graça
seria invisível,
seria invisível, como corresponde àà sua
como corresponde sua natureza;
natureza; m masas viria
viria aa nós nós
por meio
por meio das coisas visíveis
das coisas visíveis de de usouso corrente.
corrente.
Háá outra
H razão —
outra razãó — de de fato,
fato, são duas —
são duas — para para que Deus, na
que Deus, na suasua
sabedoria, tivesse decidido conceder-nos a sua graça de modo visi-
sabedoria, tivesse decidido conceder-nos a sua graça de m odo visí­
vel. Por
vel. Por um um lado, protegia-nos contra
lado, protegia-nos contra aa ilusão
ilusão de de pensar
pensar que que rece­
rece-
bíamos aa sua
bíamos sua graça, quando realmente
graça, quando realmente isso isso não não acontecesse;
acontecesse; por por
“outro
outro lado, proporcionava-nos aa certeza
lado, proporcionava-nos certeza tranquilizadora
tranquilizadora de de queque rece-rece­
bíamosos aa graça
bíam graça quando
quando no-la no-la tivesse concedido realmente.
tivesse concedido realmente. Podem Podemosos
imaginar
imaginar aa tortura tortura que que seria
seria caminharmos
cam inharm os pela pela vida vida sempre
sempre com com
uma dúvida asfixiante sobre o estado das nossas relações com Deus
uma dúvida asfixiante sobre o estado das nossas relações com Deus
ce as as nossas
nossas perspectivas
perspectivas quanto quanto àà eternidade.
eternidade.
Por isso,
Por Deus tomou
isso. Deus tomou as as coisas
coisas ordinárias
ordinárias do do nosso
nosso mundo mundo — —
coisas que
coisas podemos tocar,
que podemos tocar, saborear
saborear ee sentir;sentir; palavras
palavras que que podemos
podemos
ouvir; gestos
ouvir; gestos que que podemos
podemos entenderentender — — ee as as fezfez veículos
veículos da da sua sua
graça.
graça. Deus Deus nos nos dá dá nelas
nelas inclusive
inclusive um um sinalsinal do do fimfim para para oo qual qual
nos confere
nos confere aa sua sua praça:
graça: aa água, água, parapara aa graça graça que limpa; as
que limpa; as apa-
ap a­
rências
rências de de pão
pão ee vinho,
vinho, parapara aa graça
graça que que nos nos alimenta
alimenta ee faz crescer;
faz crescer;
oo azeite, para aa graça
azeite, para graça que que nos nos fortalece.
fortalece. A essa
A combinação de
essa combinação de
INTRODUÇÃO AOS SACRAMENTOS 225

sinais externos ee graça


sinais externos interna que
graça interna que Cristo
Cristo estabeleceu.
estabeleceu, àa Igreja
Igreja dádá
oo nome
nome latino
latino de
de ““sacramentum”
sacramentum” ou coisa sagrada.
ou coisa sagrada. Terminado este
Term inado este
preâmbulo, podemos começar
preâmbulo, podemos começar aa nossa incursão pelo
nossa incursão pelo reino da teolagia
reino da teolagia
dos
dos sacramentos.
sacramentos.

Às
À s vezes, podemos chegar
vezes, podemos chegar aa compreender
compreender melhor melhor uma uma coisacoisa se­se-
parando-lhe
parando-lhe as as partes
partes ee exam
examinando-as
inando-as uma uma por por uma.
uma. ÉÉ umum pro­pro-
cesso
cesso pouco aconselhável para
pouco aconselhável para relógios
relógios ou ou automóveis,
automóveis, se não somos
se não somos
mecânicos experientes, m
mecânicos experientes, mas.
as. no que diz
no que diz respeito
respeito aosaos sacramentos,
sacramentos,
temos
temos aa certeza
certeza de poder colocar
de poder colocar depois
depois todastodas as peças no
as peças no seu
seu lugar.
lugar.
A definição
A definição exata exata de de sacramento
sacramento é:é: “um “ um sinal
sinal sensível
sensível ee eficazeficaz
da graça, instituído
da graça, instituído por por Jesu
Jesuss Cristo
Cristo para
para santificar
santificar as as nossas
nossas alm almas”.
as” .
Vemosos imediatamente
Vem imediatamente que que essaessa breve
breve definição
definição contém
contém três três idéias
idéias
distintas.
distintas. “Um
“ Um sinalsinal sensível”
sensível” cé aa primeira
primeira delas;
delas; ““instituído
instituído por por
Jesus Cristo”, , aa segunda;
Jesu s Cristo” segunda; ee ““da graça”, , aa terceira.
da graça” terceira. Para Para o o nosso
nosso
exame por separado, comecemos com a pergunta:
exame por separado, comecemos com a pergunta: “Há nos sinais
“ H á nos sinais
sensíveis
sensíveis algo algo de de especial
especial que que devamos conhecer?”
devam os conhecer?”
Os sinais sensíveis
Os sinais sensíveis — — recordemos
recordemos — — sãosão aa forma escolhida por
form a escolhida por
Deus para nos tratar de acordo com a natureza humana que temos:
Deus para nos tratar de acordo com a natureza humana que temos:
proporciona
proporciona aa sua sua graça
graça invisível
Invisível àà nossa
nossa alma espiritual por
alma espiritual por meió
meio
de
de simbolos
símbolos materiais
materiais que que osos nossos
nossos corpos materiais podem
corpos materiais perceber
podem perceber

— coisas, palavras, gestos.
coisas, palavras, gestos. N Nosos sinais
sinais que que constituem
constituem aa parte parte ma-m a­
terial
terial de de umum sacramento,
sacramento, os os teólogos distinguem dois
teólogos distinguem elementos. OO
dois elementos.
primeiro éé aa ““coisa”
primeiro coisa” que que se se utiliza,
utiliza, que
que denominam
denominam matéria matéria do do sa-sa­
cramento;
cramento; por por exemplo, derramar água
exemplo, derramar água na na cabeça
cabeça daquele
daquele que que éé bati-
bati­
zado.
zado.
Logo
Logo se se vê vê queque esta ação. em
esta ação. em si, si, não
não teria
teria significado
significado se se o o
seu propósito
seu propósito nâo não se se manifestasse
manifestasse de de algum
algum modo. modo. SeriaSeria oo mesmo mesmo
que dar
que dar um um banho
banho no batizado, molhar-lhe
no batizado, molhar-lhe oo cabelo cabelo antesantes de pen-
de pen­
teá-lo ou
teá-lo pregar-lhe uma
ou pregar-lhe uma boaboa peça,
peça. TêmTêm que que acompanhá-la
acompanhá-la algum algumasas
palavras ou
palavras ou gestos
gestos que que lhe dêem significado.
lhe dêem significado. Este Este segundo elemento
segundo elemento
do
do sacramento
sacramento — — as palavras ou
as palavras gestos que
ou gestos que dãodão significado
significado àà ação ação
que se realiza — chama-se “a forma” do sacramento.
que se realiza — chama-se “ a form a” do sacramento. No sacra-
N o sacra­
mento do
mento do Batismo,
Batism o, aa aplicação
aplicação da da água
água éé aa matéria;
m atéria; as palavras
as palavras
“Eu
“ Eu te te batizo
batizo em em nomenome do do PaiPai ee dodo Filho
Filho ee do Espírito Santo”
do Espírito Santo” são são
aa sua forma. EE as
sua forma. as duas juntas constituem
duas juntas constituem oo “sinal “ sinal sensível”.
sensível” .

Sabemosos que
Sabem não há
que não há poder
poder humano
humano — — nem
nem sequer
sequer oo poder da
poder da
Igreja que, embora humanamente exercido, é divinamente guiado —
Igreja que, embora humanamente exercido, é divinamente guiado —
que possa
que possa ligar
ligar aa graça
graça Interior
interior aa um sinal externo.
um sinal Isso éé algo
externo. Isso algo que
que
somente Deus
somente Deus pode fazer, ec« que
pode fazer, que nos
nos leva ao segundo
leva ao segundo elemento
elemento da da
definição de
definição de sacramento:
sacramento: ““instituído por Jesus
instituído por Jesus Cristo”
Cristo” | No No periodo
período
compreendido
compreendido entre entre oo começo
começo da sua vida
da sua pública ee aa suà
vida pública suã ascensão
ascensão
aos
aos céus,
céus, Jesus instituiu os
Jesu s instituiu Os sete sacramentos.
sete sacramentos. A ascensão
A ascersão do do Senhor
096 OS SACRAMENTOS

pós ponto final


pós poülo final àà inslituição
instituição dos
dos sacranieiUos.
sacramentos. Assim. aa Iereja
Assim, não
Igreja não
pode
pode criar no vais sacranienlos:
criar novos sacramentos: ev não pode ha\er
não pode iiiinea nem
haver nunca nem mais
mais nem
nem
menos que sete, os sete que Jesus nos deu: Batismo, Confirmação,
inemis que sele. os sele que Jesus nos deu: Balismo. Confirm ação,
Euearislia. PcniiêMieia.
Eucaristia. Penitência, UnçãoUnção dos dos Enfermos
Enfermos (dantes cham
(dantes chamada ada Ex-
Ex-
trema-Unção).
irem a-Unção). Ordem Ordem ee Matrimônio.
Matrimônio.
Ainda que
Ainda Jesus lenha
que Jesus tenha especificado
especificado completamente
completamente aa matériamatéria e€
aa forma
forma de alguns sacramentos
de alguns sacramentos — — em em particular,
particular. os os do
do Batismo
Batism o ee
da
da Eucaristia
Eucaristia — —, . Isso
isso não quer dizer
não quer que Ele
dizer que Ele tivesse
tivesse fixado neces-
fixado neces­
sariamente
sariamente aa matéria
matéria ec aa forma
forma de de todos os sacramentos
todos os sacramentos até até os
os últi-
últi­
mos detalhes.
mos detalhes. Provavelmente.
Provavelmente, em em alguns
alguns deles deixou àà sua
deles deixou sua Tereja
Igreja ——
depositária ec dispenseira dos sacramentos — a tarefa de fixar os
depositária e dispcnseira dos sacramentos — a tarefa de fixar os
detalhes
detalhes da da matéria
matéria ccv forma
forma gueque lhes
lhes marcou.
mareou.

Voltando
Voltando aa nossa atenção para
nossa atenção para oo terceiro
terceiro dos elementos da
dos elementos deti-
da defi­
nição
nição de de sacramento,
sacramento, vemos vemos que que seu seu escopo essencial éé dar
escopo essencial graça.
dar graça.
Se
Se não
não dessem
dessem graçagraça por por si,si, como
como instrumentos
instrumentos escolhidos
escolhidos pelopelo po-po­
der divino, esses sinais sensíveis não seriam sacramentos, ainda que
der divino, esses sinais sensíveis não seriam sacramentos, ainda que
tivessem
tivessem sido instituídos por
sido instituídos por Jesu
Jesuss Cristo
Cristo em pessoa. Um
em pessoa. Um exemplo
exemplo
disso
disso está esta no no chamado
chamado “mandatum”,
“ m andatum ” , o o lava-pés
lava-pés da Quinta-Feira
da Quinta-Feira
Santa.
Santa. É uma cerimônia instituída pelo próprio Cristo na
É iima cerimônia instituída pelo próprio Cristo Última
na Ültima
Ceia, mas
Ceia, mas não não dá dá graça
graça por por si;si; ec,
o, por
por Isso,
isso, éé um um sacramental,
sacramental, mas m as
não
não um sacramento.
um sacramento.
Que espécie
Que espécie de graça nos
de graça nos dãodão os os sacramentos?
sacramentos? Em E m primeiro
primeiro
lugar, o principal: dão a graça santificante. Essa graça, conforme
lugar, 0 principal: dão a graça santificante, E ssa graça, conforme
já sabemos,
já sabemos, éé aquela
aquela maravilhosa
maravilhosa vida vida sobrenatural,
sobrenatural, aquele aquele comparti-
com parti­
lhar
lhar aa própria
própria vida vida dede Deus,
Deus. que que provém
provém da da habitação
habitação do do Espírito
Espírito
Santo, Amor Divino, na nossa alma. A alma separada de Deus pelo
Santo, A m or Divino, na nossa alma. À alma separada de Deus pelo
pecado original,
pecado original, oo Batismo
Batism o traz traz aa graçagraça santificante
santificante pela pela primeira
primeira
vez:
vez; abre-a
abre-a ao ao fluxo
fluxo do do amoramor de de Deus
Deus ee estabelece
estabelece aa uniãounião entre
entre
ela
ela ee Deus.
Deus. À A alma
alm a separada
separada dc dc Deus
Deus pelo pecado mortal,
pelo pecado mortal, o o sacra­
sacra-
mento
mento da Penitência devolve
da Penitência devolve aa graça graça sobrenatural
sobrenatural que que havia
havia perdido;
perdido:
remove
remove aa barreira
barreira que que impedia
impedia aa entradaentrada do do Espírito
Espinto SantoSanto ee permite
permite
outra vez
outra vez o o acesso
acesso ao ao Amor
Am or de de Deus,
Deus, que que dá dá aa Vida.
Vida. Estes sacra­
Estes sacra-
mentos, como
mentos, como podempodem ser recebidos com
ser recebidos com aa alma alma espiritualmente
espiritualmente sem sem
vida, são
vida, são por vczes chamados
por vezes chamados “sacramentos
“ sacramentos de mortos”
de mortos”
Os outros cinco sacramentos — como também aa Penitência,
O s outros cinco sacram entos — como também Penitência,
se éc recebida
se recebida em em estado
estado de de graça
graça — — aumentam
qumentam aa graça graça santificante,
santificante,
isto é,
islo é. aprofundam
aprofundam ee intensificam
intensificam aa vida vida espiritual
espiritual da da graça santi-
graça santi­
ficante
ficante queque já já palpitava
palpitava na na nossa
nossa alma. alma. Cada
Cada vez vez que
que se se recebe
recebe
um
um novo
novo sacramento
sacramento (ou (ou se repete, se
se repete, se o o sacramento
sacramento o o permite),
permite), Oo
nivel
nível dede vitalidade espiritual se
vitalidade espiritual eleva na
sc eleva na nossa alma, como
nossa alma, como aa inten­
inten-
sidade
sidade da da luz
luz cresce
cresce aa cada
cada girogiro que damosos ao
que dam reostato. N
ao reostato. Nãoão éé que
que
oo amor
amor de de Deus
Deus cresça, pois. para
cresça, pois, para começar,
começar, éé infinito.
infinito. Mas M as cresce
cresce
aa capacidade
capacidade da da alma
alma para absorvê-lo, do
para absorvê-lo, do mesmo
mesmo modo modo que que aa vita­
vita-
SETE SACRAMENTOS. POR QUE? 227

lidade de uma
lidade de criança aumenta
uma criança aumenta comcom cada
cada alimento que assimila.
alimento que assimila.
Estes
Estes cinco
cinco sacramentos,
sacramentos. uma vez que
uma vez que só podem ser
só podem ser recebidos com
recebidos com
dignidade
dignidade ee proveito
proveito pela
pela alma
alma que
que jájá estiver
estiver na
na posse
posse do estado
do estado
de graça santificante, dencminam-se * sacramentos de vivos”.
de graça santificante, denominam-se ‘ sacramentos de vivos” .

SETE SACRAMENTOS.
S E T E SA C R A M E N T O S. POR QUÊ?
POR Q U Ê?

Se
Se cada sacramento dá
cada sacramento (ou aumenta)
dá (ou aumenta) aa graça santificante àà
graça santificante
alma, por que
alma, por que Jesus instituiu sete?
.Icsus instituiu sete? NNão teria bastado
ão teria bastado instituir
instituir um
um
só, que
S(\ que receberíamos
receberiamos conforme
conforme necessitássemos?
necessitássemos?
Assim
Assim seria se aa graça
seria se graça santificante
santificante fosse
fosse aa única
única espécie
espécie de
de graça
graça
que Deus
que Deus tivesse
tivesse querido dar-nos, ee se
querido dar-nos, se aa vida espiritual que
vida espiritual que aa graça
graça
santificante institui fosse a única ajuda que Deus tivesse querido
santificante institui fosse a única ajuda que Deus tivesse querido
dar-nos.
dar-nos. Masas Deus,
M Deus, de de quem
quem procede
procede toda toda aa paternidade,
paternidade, não não de-de­
terminou prover-nos
terminou prover-nos de vida espiritual
de vida espiritual ee depois
depois deixar-nos
deixar-nos entregues
entregues
àà nossa sorte.
nossa sorte. Os pais não dizem ao filho recém-nascido:
Os pais não dizem ao filho recém-nascido: ““Nós
N ós tete
demos aa vida,
demos vida, masmas não não haverá
haverá alimento
alimento quandoquando tiveres
tiveres fome,
fome, nem nem
remédios quando
remédios quando adoeceres,
adoeceres, nem nem o o apoio
apoio de de um braço quando
um braço quando te te
sentires fraco.
senlires fraco. Portanto, arranja-te ee vive
Portanto, arranja-te vive como puderes”. .
como puderes”
Deus nos
Deus nos dá dá aa vida vida espiritual,
espiritual, que que éé aa graça
graça santificante;
santificante; e,e,
depois.
depois, nos provê de
nos provê de tudo
tudo aquilo
aquilo de de queque necessitamos
necessitamos para que essa
para que essa
vida seja atuante em nós — sem nos privar da nossa liberdade —
vida seja atuante em nós — sem nos privar da nossa liberdade —, ,
para
para que que cresça
cresça ee se conserve.
se conserve. Em consequência, além
Em conseqüência, além da da graça
graça
santificante,
santificante. que que éé comumcomum aa todos todos os sacramentos, há
os sacramentos, há outras ajudas
outras ajudas
especiais
especiais que que DeusDeus nos nos dá,dá, ajudas
ajudas adequadas
adequadas às às nossas necessidades
nossas necessidades
particulares
particulares ou ou ao ao nosso estado de
nosso estado de vida.
vida. A A ajuda
ajuda especial
especial que, que,
neste sentido, cada
neste sentido, cada sacramento
sacramento dá, dá, chama-se
chama-se ““aa graça sacramental”
graça sacramental”
de cada um
de cada um dos dos sete sacramentos.
sete sacramentos.
Seria muito
Seria muito interessante
Interessante fazer fazer agora
agora uma uma pausa
pausa ee perguntar-nos:
perguntar-nos:
“Se Deus tivesse
"S e Deus tivesse deixado
deixado aa mim mim aa decisão
decisão sobre
sobre oo número
número dos dos sa sa-­
cramentos que
cramentos que deveria
deveria haver,haver, quantos
quantos teria eu estabelecido?”
teria eu estabelecido?” Pode­ Pode-
riamos ter decidido que fossem três, ou
ríamos ter decidido que fossem três, ou cinco, ou dez, ou qualquer cinco, ou dez, ou qualquer
outro número;
outro número; mas, mas. se se estudássem
estudássemosos as as nossas
nossas necessidades espiri-
necessidades espiri­
tuais àà luz
tuais luz dasdas necessidade
necessidade naturais,
naturais, éé muito muito provável
provável que que também
também
chegássemos
chegássemos àà mesma mesma conclusão
conclusão que que Deus, acabando por
Deus, acabando por decidir
decidir que que
Os Sacramentos
os sacramentos teriam teriam que que serser sete.
sete.

Na
Na ordem natural, aa primeira
ordem natural, coisa que
primeira coisa acontece éé nascermos.
que acontece nascermos.
No nascimento. recebemos
No nascimento, recebemos não não sósó aa vida,
vida, mas
m as também
também oo poderpoder de
de
renová-ta, aa faculdade
raiovú-la, faculdade de de repor
repor ee reparar
reparar as
as células corporais, facul-
células corporais, facul­
dade necessária
dade necessária para
para queque aa vida
vida sese mantenha.
mantenha. Parecer-nos-ia, pois,
Parecer-nos-ia, pois,
sumamente oportuno
sumamente oportuno contar com um
contar com um sacramento
sacramento que nos desse
que nos desse não
não

só ti vida espiritual (a graça santificante), mas também o poder de
a vida espiritual (a graça santificante), mas também o poder
228 OS SACRAMENTOS

conservar ee renovar
conservar renovar incessantemente
incessantemente essa vida,
essa vida. Assim,
A ssim , não surpreen-
não surpreen­
de que
de Deus nos
que Deus tenha dado
nos tenha dado esse esse sacramento
sacramento — — oo Batism
Batismoo — pelo
— pelo
qual recebemos
qual recebemos aa graça santificante, bem
graça santificante, bem comocomo um umaa cadeia
cadeia ininter-
ininter­
rupta de graças que nos permitem conservar e aumentar essa graça
rupta de graças que nos permitem conservar e aumentar essa graça
com
com aa prática
prática das virtudes da
das virtudes da fé,
fé, esperança
esperança ee caridade.
caridade.
Depois de
Depois de nascer,
nascer, há há outra
outra coisa importante que
coisa importante que nos acontece
nos acontece
na
na ordem
ordem física:
física; crescemos,
crescemos, amadurecemos.
amadurecemos. Não N ão será,
será, pois,
pois, conve-
conve­
niente
niente que que exista
exista um um sacramento
sacramento que que nosnos confira
confira aa maturidade
m aturidade espi- espi­
ritual
ritual ee nos nos livre
livre dos
dos temores
temores ee fraquezas
fraquezas da da infância,
infância, tornando-nos
tornando-nos
fortes,
fortes, intrépidos
intrépidos ee apostólicos
apostólicos na na confissão
confissão ce no no exercicio
exercício da da nossa
nossa
fé?
fé? Em E m resposta
resposta aa essa essa linha
linha de de raciocinio,
raciocínio, temos temos oo sacramento
sacramento
da Confirmação (ou Crisma), que não só aumenta a nossa vitalidade
da Confirmação (ou C rism a), que não só aumenta a nossa vitalidade
básica
básica (a (a graça
graça santificante),
santificante), mas m as estabelece
estabelece tambémtambém um um depósito
depósito
de
de graças
graças atuais
atuais (a (a graça
graça sacramental),
sacram ental), das das quais
quais podemos
podem os valer-nos
valer-nos
para
para nos nos fazermos
fazermos fortes,
fortes, ativos
ativos ee frutíferos
frutíferos exemplos
exemplos de de vida
vida cristã.
cristã.
Depois do nascimento e da maturidade, o terceiro prande fenô-
Depois do nascimento e da maturidade, o terceiro grande fenô­
meno
meno do do nosso
nosso ser ser físico
físico éé aa morte:
morte: nascemos,
nascemos, crescemos
crescemos ee morre- morre­
mos.
mos. AA fim fim de de preparar-nos
preparar-nos para para enfrentar
enfrentar com com confiança
confiança oo terrível
terrível
momento
momento da da nossa
nossa dissolução
dissolução física, contamos com
física, contamos com oo sacramento
sacramento
da Unção dos Enfermos .e a sua graça especial própria, que
da U nção dos Enferm os .e a sua graça especial própria, que nosnos
conforta
conforta no no sofrimento
sofrimento ee nos nos sustém
sustém perante
perante as as tentações
tentações finais
finais que
que
possam
possam assaltar-nos,
assaltar-nos, preparando-nos
preparando-nos para para ver ver com
com gozogozo aa eternidade.
eternidade.
Independentemente
Independentemente dos dos seusseus três
três grandes
grandes períodos,
períodos, aa vida vida pre-pre­
cisa
cisa satisfazer
satisfazer duas duas grandes
grandes necessidades:
necessidades: aa do do alimento,
alimento, p para po-
ara po­
dermos
dermos crescercrescer ée conservar-nos
conservar-nos sãos; sãos; ee aa dos dos remédios,
remédios, que que nosnos
curam
curam das d as enfermidades
enfermidades ee nos nos vacinam
vacinam contra
contra as as infecções.
infecções. Corres-
Corres­
pondentemente,
pondentemente, temos temos dois dois sacramentos
sacram entos que que sãosão para
para aa alma
alm a oo que quc
o alimento e os remédios são para o corpo: o sacramento da Euca-
o alimento e os remédios são para o corpo: o sacramento da E u ca­
ristia,
ristia, cuja
cuja graça
graça sacramental
sacramental específica
específica éé oo crescimento
crescimento da da caridade
caridade
sobrenatural
sobrenatural (o (o amor
am or aa Deus Deus ee ao ao próximo);
próxim o); ee oo sacramento
sacram ento da da
Penitência,
Penitência, que que nos
nos vacina
vacina contra
contra oo pecado
pecado ee cuja cuja graça
graça sacramental
sacramental
éé curar
curar as as enfermidades
enfermidades espirituais
espirituais do do pecado
pecado ee ajudar-nos
ajudar-nos aa vencervencer
as
as tentações.
tentações.
Depois
D epois das das três
três grandes
grandes etapasetapas ce das das duasduas necessidades
necessidades essen- essen­
ciais
ciais da d a vida,
vida, temos
temos os os dois
dois grandes
grandes estados,
estados, que que impõem
impõem grave grave res-res­
ponsabilidade
ponsabilidade pela pela alma
alm a dosdos outros:
outros: oo sacerdócio
sacerdócio ee oo matrimônio.
matrimônio.
Por
Por isso,
isso, nãonão nosnos causa
causa surpresa
surpresa descobrir
descobrir que que há há dois
dois sacramentos
sacramentos

— aa Ordem Ordem ee oo Matrimônio
Matrimônio — — queque conferem
conferem aa quem quem os os recebe
recebe aa
sua
sua própria
própria graça graça sacramental
sacramental para para que que os os sacerdotes
sacerdotes ee os os esposos
esposos
possam
possam enfrentar
enfrentar fácilfácil ee mentoriamente
meritoriamente perante perante Deus Deus as as cargas,
cargas, por por
vezes
vezes pesadas,
pesadas, das das suas
suas obrigações
obrigações de de estado.
estado.
Como
Com o vemos,vemos, aa “graça
“ graça sacramental”
sacram ental” de de umum sacramento
sacramento não não éé
algo que
algo recebamos de
que recebamos um a vez.
de uma Trata-se antes
vez. Trata-se antes de espécie de
um a espécie
de uma de
garantia
garantia moral m oral de de ajuda
ajuda divina
divÍDa (algo(algo semelhante
semelhante ao ao que
que se se passa
p assa
POR QUE” 999
SETE SACRAMENTOS,

se dispomos
se dispomos de de um
um livro
livro de
de cheques
cheques com uma conta
com uma para
bancária), para
conta bancária),
qualquer necessidade que se depare e consoante e quando se deparar,
qualquer necessidade que se depare e consoante e quando se deparar,
para cumprir
para cumprir oo fim específico desse
fim específico sacramento particular.
desse sacramento Dá-nos
particular. Dá-nos
direito uma cadeia
direito aa uma cadeia de atuais.
graças atuais.
de graças Essa
E cadeia de
ssa cadeia graças será
de graças será
longa
longa ou ou curta, conforme se
curta, conforme se trate de um
trate de sacramento que
um sacramento que possamos
possam os
receber uma
receber (ou raras
vez (ou
uma vez vezes) ou
raras vezes) ou com muita fregiiência.
com muita freqüência.

Se você molha
Se você molha um um dedo dedo na na água
água benta
benta ee faz faz oo sinal
sinal da da cruz,
cruz,
receberá graça;
receberá praça; uma uma graçagraça atual,atual, se se não obstáculos; ee tam­
levanta obstáculos;
não levanta tam-
bém um
bém um incremento
incremento da da graça
graça santificante,
santificante, se se realiza
realiza aa açãoação livre
livre jájá
do pecado mortal e com devoção. A água benta é um sacramental,
do pecado mortal e com devoção. A água benta é um sacramental,
ee os os sacramentais
sacramentais devem devem aa sua sua eficácia
eficácia principalmente
principalmente às às orações
orações
que aa Igreja
que Igreja oferece
oferece (por (por exemplo,
exemplo, na na cerimônia
cerimônia da bênção da
da bênção da águágua)a)
por
por aqueles
aqueles que que usamusam o o sacramental
sacramental em em questão,
questão. A A prece
prece da da Igreja
Igreja
éé o o que torna um sacramental veículo de graça. O sinal externo de
que lorna um sacramental veículo de graça. O sinal externo de
um sacramental
ura sacramental — — aa água,água, neste caso —,
neste caso —, por por sisi ee em
em si, si, não
não tem tem
aa faculdade
faculdade de de conferir
conferir graça. graça.
Noo caso
N caso dosdos sacramentos,
sacramentos, trata-se trata-se de de algo
algo muito
muito diferente.
diferente. Um Um
sacramento dá graça por si e em si, pelo seu próprio poder; e isso
sacramento dá graça por si e em si, pelo seu próprio poder; e isso
éé assim porque Jesus
assim porque Jesus uniu uniu aa sua sua graça
graça ao ao sinal
sinal externo,
externo, de de modo
modo
que, por
que, por assim
assim dizer,
dizer, o o sinal
sinal sensível
sensível ee aa graça
graça andam sempre juntos.
andara sempre juntos.
Isto não
Isto não querquer dizer
dizer que que aa nossanossa disposição
disposição não não faça diferença. Po­
faça diferença. Po-
demos,
demos, evidentemente,
evidentemente, impedir impedir por por umum ato ato positivo
positivo da vontade que
da vontade que
aa graça
graça penetre
penetre na na nossa
nossa alma; alm a; porpor exemplo,
exemplo, por por nãonão querermos
querermos
expressamente recebê-la
expressamente recebê-la ou ou por por nãonão nos arrependermos sinceramente
nos arrependermos sinceramente
do pecado mortal.
do pecado mortal. M Mas,
as, se não se
se não põe uma
se põe uma barreira
barreira direta,
direta, ao ao rece-
rece­
bermos um
bermos um sacramento,
sacramento, recebemos recebemos graça. graça. OO próprio próprio sacramento
sacramento d dáá
graça.
graça.
Ass nossas
A nossas disposições
disposições interiores,
interiores, no no entanto, afetam aa quanti-
entanto, afetam quanti­
dade de
dade de graça
graça que que recebemos.
recebemos. Quanto Quanto mais mais perfeita
perfeita for for aa nossa
nossa
contrição
contrição no sacramento ddaa Penitência;
no sacramento Penitência; quanto quanto mais ardente oo nosso
m ais ardente nosso
amoror ao
am ao recebermos
recebermos oo sacramento sacramento da da Eucaristia;
Eucaristia; quantoquanto mais m ais viva
viva
aa nossa
nossa fé fé aoao recebermos
recebermos aa Confirmação
Confirm ação — — tanto
tanto m maior
aior será
será aa graça
graça
recebida.
recebida. As nossas disposições
A s nossas disposições não causam aa graça;
nào causam graça; simplesmente,
simplesmente,
removem
removem os os obstáculos
obstáculos àà sua sua recepção
recepção e,e, em em certo sentido, aumentam
certo sentido, aumentam
aa capacidade
capacidade da da nossa
nossa alma alm a parapara recebê-la.
recebê-la. Poderíamos
Poderíam os ilustrar esta
ilustrar esta
afirmação
afirm dizendo que
ação dizendo quanto mais
que quanto m ais areia tirarmos do
areia tirarmos do balde,
balde, m mais
ais
água poderá
água poderá ele ele conter.
conter.
As
A s disposições
disposições de de quem
quem administra
administra oo sacramentosacramento não não influem
influem
no seu
no efeito. ÉÉ uma
seu efeito. uma grande
grande desordem
desordem que que um um sacerdote administre
sacerdote administre
um sacramento
ura sacramento com com aa sua sua alm almaa em em pecado
pecado mortal;
mortal; mas m as issoisso nãonão
diminui aa graça
diminui graça que que oo sacramento
sacram ento confere.confere. Quem Quem receber
receber esse esse sa­sa-
cramento
cramento obterá obterá aa mesm mesma a quantidade
quantidade de de graça,
graça, independentemente
independentemente
de que oo sacerdote
dc que sacerdote seja pecador ou
seja pecador ou santo.
santo. O O essencial
essencial na adminis-
na adminis­
9290 OS SACRAMENTOS

tração de
tração um sacramento
de um sacramento éé ter ter oo poder
poder dede administrá-lo,
administrá*lo, ou ou seja,
seja, oo
poder sacerdotal
poder sacerdotal (exceto
(exceto no no Batismo
Batism o ee no
no M Matrimônio): ter intenção
atrim ônio): ter iniençâo
de administrá-lo (a
de administrá-lo (a intenção
intenção de de fazer
fazer oo que
que aa Igreja
Igreja faz);
fa z ); realizar
realizar
as cerimônias essenciais
as cerimônias essenciais aa esse
esse sacramento
sacramento (como
(como derramar
derramar aa água água
ee pronunciar
pronunciar aa fórmula
fórmula no no B Batismo).
atism o). Se aquele que
Se aquele que oo recebe
recebe nãonão
pôc obstáculos à graça e aquele que o administra é um sacerdote
põe obstáculos à graça e aquele que o administra é um sacerdote
com faculdades
com faculdades para isso. oo sacramento
para isso. confere graça
sacramento confere sempre ee infa-
graça sempre infa­
livelmente.
livelmente.

Além
Além do do efeito
efeito dc dc distribuir
distribuir graça
graça (santificante
(santificante ee sacram sacramental),
ental),
temos que
temos que mencionar
mencionar outro, outro, que que éc peculiar
peculiar aa três sacramentos:
Ircs sacram entos: oo
caráter que
caráter que oo Batismo,
Batismo, aa Confirmação
Confirm ação ee aa Ordem Ordem imprimem
imprimem na alma.
na alma.
Ainda
Ainda que, que, às às vezes,
vezes, ao ao ensinar
ensinar oo catecismo
catecismo às crianças, digamos
às crianças, digam os
que,
que, com estes sacramentos,
com estes sacramentos, Deus Deus imprime
imprime uma uma “marca”
“ m arca” na na alma,
alma,
bem
bem sabem sabemosos que que aa almaalma éé espírito
espírito ee não pode ser
não pode ser m marcada
arcada como como
se
se marca
marca um um papel
papel comcom um um carimbo
carimbo de de borracha.
borracha. A A m marca
arca própria
própria
dos
dos sacramentos
sacramentos do do Batism
Batismo,o, da da Confirm
Confirmação ação ee da da Ordem
Ordem éé definida
definida
pelos
pelos teólogos
teólogos comocomo uma uma “qualidade”
“ qualidade” que que confere
confere àà alma alm a umas
um as fa- fa ­
culdades que antes não tinha, É uma qualidade permanente da alma,
culdades que antes não tinha. É uma qualidade permanente da alma,
uma alteração para
um a alteração para sempre
sempre visivel
visível aos aos olhos
olhos de Deus, dos
de Deus, dos anjos
anjos ee
dos santos.
dos santos.
““Qualidade”
Q ualidade” éé um um termo termo bastante
bastante vago,vago, algoalgo mais fácil de
m ais fácil de en­en-
tender do que de definir. Se dizemos: “a qualidade da luz solar éé
tender do que de definir. Se dizemos: “ a qualidade da luz solar
diferente
diferente da da elétrica”,
elétrica” , todo
todo oo mundomundo sabe sabe aa queque nosnos referimos.
referimos. M Masas
se nos perguntam:
sc nos perguntam: ““Que Que quer quer você
você dizer
dizer comcom essaessa palavra?”,
palavra?” , pôem- põem-
-nos
-nos em em apuros.
apuros. EE só só podemos
podem os balbuciar:
balbuciar: ““Bem, Bem, que que nãonão são são
iguais”.
iguais” .
Poderia
Poderia ser-nosser-nos útil útil comparar
com parar os caracteres destes
os caracteres destes três três sacra­
sacra-
mentos — que se recebem uma só vez na vida (porque, sendo oo
mentos — que se recebem um a só vez na vida (porque, sendo
seu efeito permanente,
seu efeito permanente, só podem ser
só podem ser recebidos
recebidos uma uma vez) vez) — — com com os os
talentos.
talentos. Consideremos
Consideremos alguém algucm com com talento
talento para
para aa pintura,
pintura, alguém
alguém
capaz de pintar belos quadros.
capaz de pintar belos quadros. Não passa todo o tempo a pintar,
N ão passa todo o tempo a pintar,
mas
m as o o seu
seu talento
talento está sempre com
está sempre com ele.ele. Ainda
Ainda que que perdesse
perdesse as as m mãos
ãos
num
num acidente
acidente ee não não pudesse
pudesse mais m ais pintar,
pintar, continuaria
continuaria possuindo
possuindo esse esse
talento.
talento. Claramente,
Claramente, essa essa pessoa
pessoa possui
possui algoalgo queque os os outros
outros não não têm,têm,
uma qualidade que
uma qualidade que éé real,
real, permanente,
permanente, ee que que lhe concede uma
lhe concede facul-
uma facul­
dade não
dade não possuída
possuída por por quem quem deladela nãonão tiver sido dotado.
tiver sido dotado,
OO caráter
caráter do Batismo é,
do Batismo é, pois,
pois, um um ““'talento”
talento” sobrenatural
sobrenatural que que
nos dá
nos dá aa faculdade
faculdade de de absorver
absorver aa graçagraça dos dos outros
outros seis seis sacramentos
sacramentos
ee de
de participar
participar da da Missa.
M issa. OO carátercaráter da Confirmação nos
da Confirmação nos dá d á aa facul­
facul-
dade de
dade de professar
professar valentemente
valentemente aa nossa nossa fé fé ee difundi-la.
difundila. O sacra­
O sacra-
mento da
mento Ordem dá
da Ordem dá ao ao sacerdote
sacerdote aa faculdade
faculdade de de celebrar
celebrar aa Missa M issa
ee de
de administrar
administrar os restantes sacramentos.
os restantes
CapíTULO XXIV

O BATISMO
O BATISMO

Oo INÍCIO DAA V
IN IC IO D VIDA
ID A

Um
Um bebé recém-nascido vem
bebe recém-nascido vem aa este mundo com
este mundo com aa almaalma solne-
st)bic-
naturalmente
naturalmentc morta. morta. Possui plenamente aa vida
Pòssiii plenamente vida natural:
natural; temtcni todas
todas as as
faculdades
faculdades ee poderespoderes (alguns ainda não
(alguns ainda desenvolvidos) quc
iião desenvolvidos) que lhe lhe per­
per-
tencem estritamente como
tencem estritamente com o serser humano:
humano: aa faculdade
faculdade de de ver,
ver, ouvir
ouvir ee
sentir;
sentir: o o poder
poder de raciocinar, recordar
dc raciocinar, recordar ee querer.
querer. Tem
Tem tudotudo oo que que
éc próprio
próprio dada natureza
natureza humana,
humana, mas mas muda mais.
nada mais.
AA razão
razão de de não
não possuir
possuir “nada
“ nada mais” está no
m ais” está no fracasso
fracasso do do nosso
nosso
pat
pai A Adãodão em em conservar aquele ““algo
conservar aquele algo m mais”
ais” queque Deus
Deus nos nos queria
queria
dar.
dar. Deus, Deus, ao ao criar
criar A Adão,
dão, além
além da vida natural,
da vida concedeu-lhe uma
natural, concedeu-lhe uma
vida sobrenatural.
vida sobrenatural. Deus
Deus habitava
habitava na na alma
alma de de A Adão, fazendo-o par­
dão, fazendo-o par-
licipar
ticipar da da suasua própria
própriá vidavida divina;
divina; de certa maneira,
de certa maneira, era era como
como aa
mãe
mãe quc que compartilha
compartilha aa sua vida com
sua vida com o o filho
filho que traz nas
que traz nas entranhas.
entranhas.
Todas
Todas as ações de
as ações de Adão
A dão tinham
tinham um um valor
valor sobrenatural,
sobrenatural, além além do do
valor natural. Quando
valor natural. Quando Adão terminasse aa sua
A dão terminasse sua vida neste mundo,
vida neste mundo,
não entraria numa
não entraria numa vida
vida sem fim de
sem fim dc mera
mera felicidade natural no limbo:
felicidade natural no limbo;
estava destinado
eslava destinado aa passar
passar da da união
união com
com Deus Deus invisível
invisível àà união
união com com
Deus
Deus visivel.
visível, aa participar
participar do êxtase inefável
do êxtase inefável da eterna felicidade
da eterna felicidade
divina.
divina.
Esta
Esta vida vida sobrenatural
sobrenatural dede que que Adão
A dão gozougozou —— uma vitalidade
uma vitalidade
espiritual
espiritual outorgada
outorgada pela pela habitação divina na
habitação divina na alma
alma — — éé chamada
chamada
pelos
pelos teólogos
teólogos ““graça
graça santificante”
santificante” Segundo
Segundo o o desígnio
desígnio divino,
divino, aa
graça sobrenatural
graça sobrenatural ia ia serser aa herança
herança quc que Adão
A dão transmitiria
transmitiria àà sua sua
posteridade.
posteridade. Para assegurá-la para
Para assegurá-la para si si ce para
para os seus descendentes,
os seus descendentes,
uma
uma só só coisa era necessária:
coisa era obedecer àà ordem
necessária: obedecer ordem que que Deus
Deus lhe tinha
lhe tinha
dado
ciado no no Paraíso.
Paraíso.

OO que
que aconteceu
aconteceu depois
depois éc conhecido
conhecido de
de todos.
Iodos. Adão
A recusou-se
dão recusou-se
aa prestar
prestar aa Deus esse ato
Deus esse ato dc
de obediência.
obediência. Escolheu-se
Escolheu-se aa si
si mesmo
mcsn\o en:
ciii
232 O BATISMO

vez de
vez de preferir Deus. Aceitou
preferir Deus. diabólica: “sereis
sugestão diabólica:
Aceilou aa sugestão “ sereis comocomo deu­ deu-
ses” Cometeu
ses” Cometeu o o primeiro
primeiro pecado pecado da humanidade, oo pecado
da humanidade, pecado original.
original.
Rechaçando
Rechaçando Deus, Deus, rechaçou
rechaçou aa sua união com
sua união com Ele. Ele, Extinguiu
Extinguiu na na
alma aa vida
alma vida sobrenatural
sobrenatural com com que que DeusDeus oo havia dotado; perdeu
havia dotado; perdeu
aa graçagraça santificante,
santificante, não não só para si,
só para si, m também para
masas também para ooss seus seus des-des­
cendentes ee para
cendentes sempre.
para sempre. Como
Com o A Adão
dão era humano quando
gênero humano
era oo gênero quando
pecado foi
oo pecado foi cometido,
cometido, todos todos os homens estavam
os homens presentes nele.
estavam presentes nele. E E
aa graça santificante —
graça santificante recordemo-lo —
— recordemo-lo algo aa que
— éé algo homem, por
que oo homem, poi
natureza,
natureza, não não tem direito.
tem direito. Era (e
Era (e é) um dom
é) um absolutamente imere­
dom absolutamente imere-
cido, um espantoso presente que Deus oferecia à humanidade por
cido, um espantoso presente que Deus oferecia à humanidade por
meio
meio de de A Adão,
dão, um presente que
um presente que este desprezou, dando
este desprezou, dando um safanão
um safanão
àà mãom ão que Deus lhe
que Deus estendia.
lhe estendia.
No seu amor sem medida.
No seu amor sem medida, Deus conceder aa cada
dignou-se conceder
Deus dignou-se indi-
cada indi­
víduo aa oportunidade
víduo oportunidade de recuperar oo dom
de recuperar dom que que A Adão
dão havia falhado
havia falhado
em conseguir para
cm conseguir para oo gênero
gênero humano humano como como um um todo.todo. O próprio
O próprio
Deus,
Deus, na Pessoa de
na Pessoa Jesus Cristo,
de Jesus reparação infinita
ofereceu aa reparação
Cristo, ofereceu infinita pela pela
infinita malícia da ingratidão de Adão. Sendo Deus e Homem, Jesus
infinita malícia da iugratidão de Adão. Sendo Deus e Homem, Jesus
eliminou oo abismo
eliminou abismo entre humanidade ce aa divindade.
entre aa humanidade divindade. Conseguiu
Conseguiu
(comoo só
(com Deus poderia
só Deus fazê-lo) pagar
poderia fazê-lo) pagar uma uma satisfação adequada por
satisfação adequada por
uma divida humana
uma dívida humana que que era impagável: reparou
era impagável: reparou oo pecado original.
pecado original,
(Aqui
(A qui nos nos vem mente aa figura
vem àà mente figura de de um pai bom,
um pai bom, que que tira dinheiro da
tira dinheiro da
sua própria
sua própria conta conta no banco para
no banco para pagar dívida do
pagar aa dívida do filho transviado).
filho transvíado).
Mas, voltando ao
M as, voltando ao nosso recém-nascido, podemos
nosso recém-nascido, podemos agora agora com com- ­
preender por que vem ao mundo apenas com as faculdades naturais
preender por que vem ao mundo apenas com as faculdades naturcàs
próprias da
próprias da natureza humana.
natureza humana. A vida
A sobrenatura!, efeito
vida sobrenatural, efeito da habi-
da habi­
tação pessoal
tação íntima de
pessoal ee íntima de Deus
Deus na na alma,
alma, está ausente dessa
está ausente dessa alma.alma.
De um
De menino assim,
um menino dizemos que
assim, dizemos que estáestá emem ““estado
estado de pecado ori­
de pecado ori-
ginal”. O pecado original não é, em sentido estrito, uma “mancha”
ginal” . O pecado original não é, em sentido estrito, um a “ mancha”
na alm
na nem, para
alma,a, nem, falar com
para falar propriedade, uma
com propriedade, uma ““coisa”.
coisa” . É ausência
É aa ausência
de algo que
de algo que devia estar ali.
devia estar ali. É É aa escuridão
escuridão onde onde devia haver luz.
devia haver luz.

Para restaurar
Para restaurar na na alma
alma da da criança
criança (uma (uma alma saída das
alma saída das m mãos
ãos
do seu
do seu PaiPai ee objeto
objeto do do amor
amor do do Pai)Pai) aa herança
herança perdida,
perdida, Jesus
Jesus
instituiu
instituiu o o sacramento
sacramento do Batismo.o. OO Batismo
do Batism Batism o éé oo meio meio instituído
instituído
por Jesus para aplicar a cada alma individual a reparação do pecado
por Jesu s para aplicar a cada alm a individual a reparação do pecado
original
original que Ele nos
que Ele nos obteve
obteve na na cruz.
cruz. Jesu Jesuss não
não nos
nos força
força aa receber
receber
o seu
o dom, esse
seu dom, esse dom
dom de de vida sobrenatural que
vida sobrenatural que Ele nos conseguiu.
Ele nos conseguiu.
Oferece-o a nós com todo o interesse, mas cada um tem que aceitá-lo
Oferece-o a nós com todo o interesse, m as cada um tem que aceitá-lo
livremente.
livremente. EE essa essa aceitação
aceitação se se realiza
realiza quando recebemos oo sacra­
quando recebemos sacra-
mento do
mento do Batismo.
Batismo.
Para
Para quem
quem ““nasceu
nasceu na na fé”
fé” ee foifoi batizado
batizado em em criança,
criança, aa aceita-
aceita­
ção foi
ção passiva, Poderíamos
foi passiva. Poderíamos dizer dizer que Deus, movido
que Deus, movido pelo seu ardente
pelo seu ardente
desejo
desejo de de morar
m orar na na nossa
nossa alma, presume essa
alma, presume essa aceitação;
aceitação; se se bem
bem que,
que,
quando
quando se se podem
podem acharachar padrinhos,
padrinhos, estes,estes, em nome da
em nome da criança,
criança, acei-
acei-
O INÍCIO DA VIDA 2393

tam formalmente
tam formalmente aa vidavida sobrenatural.
sobrenatural. Mas, quer se
M as, quer se trate da acei-
trate da acei­
tação passiva
tação passiva dada criança,
criança, quer
quer dada explícita
explicita dodo adulto,
adulto, em em sendo
sendo
administrado
sdministrado oo sacramento
sacramento do do Batismo,
Batismo, esseesse vazio espiritual aa que
vazio espiritual que
chamamos pecado original desaparece, e Deus se torna preserie na
cham am os pecado original desaparece, e Deus se tom a presente na
alma. A
alma. alm a passa
A alma passa aa participar
participar da própria vida
da própria vida de Deus, ee aa essa
de Deus, essa
participação cham
participação am os graça
chamamos santificante.
graça santificante.

As
Às vezes,
vezes, um casal que
um casal que não pode ter
não pode ter filhos
filhos adota umaa ou
adota um ou mais
mais
crianças.
crianças. Quando
Quando a
a autoridade
autoridade competente
competente autentica
autentica os
os papéis
papéis de
de
adoção, aa criança
adoção, criança torna-se
torna-se — — real
real ee verdadeiramente, para todos
verdadeiramente, para todos
os cfeitos
os legais —
efeitos legais — um um filho
filho da da própria
própria came cam e ee sangue
sangue dos dos pais pais
adotivos.
adotivos. De fato,
De fato, se se estes
estes pudessem,
pudessem, dariam dariam com com gosto
gosto aa sua carne
sua carne
ee sangue
sangue aa cada cada um um dos dos filhos
filhos adotados.
adotados. Se Se encontrassem
encontrassem maneira maneira
de fazê-lo, fá-los-iam partilhar da sua própria natureza, para que
de fazê-lo, fá-los-iam partilhar d a sua própria natureza, para que pu­ pu-
dessem ser
dessem ser uma
uma verdadeira
verdadeira imagem imagem deles deles mesmos.
mesmos.
Mas, infelizmente, isso
M as, infelizmente, isso não
não éé possível.
possivel. Por Por pequeno
pequeno que que sejaseja o o
filho adotado,
filho adotado, não não podem
podem metê-lo
metê-lo no no seioseio da da suasua nova
nova mãe m ãe parapara
que
que ali adquira as
ali adquira as características
características fisicasfísicas da da mãe
mãe ee do do pai adotivos.
pai adotivos.
Tampouco
Tam pouco aa ciência ciência médica
médica achou achou o o modo
modo de injetar os
de injetar os genes
genes dos dos
pais legais no
pais legais no corpo
corpo da da criança
criança para modelá-lo física
para modelá-lo física ee mentalmente
mentalmente
segundo as características dos novos pais.
segundo as características dos novos pais.
Masas oo que
M que os os homens
homens não não podem
podem fazer fazer pelos
pelos seus filhos ado-
seus filhos ado­
tivos, Deus
tivos, Deus pode fazê-lo pelos
pode fazê-lo pelos seusseus ee oo faz. faz. OO sacramento
sacramento do do B Ba-a ­
tismo, como aprendemos na escola e facilmente recordaremos, “con-
tismo, como aprendemos na escola e facilmente recordaremos, “ con­
fere
fere aa primeira
primeira graça graça santificante,
santificante, pela pela qual qual é. é. perdoado
perdoado oo pecado pecado
original ee também
original também os os atuais,
atuais, sc sc os os há; há: redime
redime toda toda aa pena pena por por
eles devida:
eles devida: imprimeimprime o o caráter
caráter de de cristão;
cristão; faz-nos
faz-nos filhosfilhos de de Deus,
Deus,
membros da
membros da Igreja
Igreja ee herdeiros
herdeiros da glória; ee habilita-nos
d a glória; habilita-nos aa receber receber
os demais
os demais sacramentos”
sacramentos” Quando Deus
Quando Deus desce desce àà nossa nossa alm almaa no no
Batismo, aa nova
Batismo, nova vida vida (a (a chamada
cham ada graça santificante) que
graça santificante) que Deus
Deus im im- ­
prime àà alma
prime alma éé real real ee verdadeiramente
verdadeiramente uma participação na
um a participação na própria
própria
vida divina.
vida divina. Agora,Agora, como como nuncanunca antes,
antes. Deus Deus podepode am amarar essa
essa alma,
alma,
porque apresenta
porque apresenta pela primeira vez
pela primeira vez um aspecto realmente
um aspecto realmente digno digno do do
seu amor:
seu amor: oo reflexo,reflexo, comocomo num espelho, dEle
num espelho, mesmo.
dEle mesmo.

H á também
também um umaa diferença
diferença entre entre os os direitos
direitos de herança dos
de herança dos
filhos adotivos
filhos adotivos de de Deus
Deus ee os os d daa adoção
adoção humana. humana. Legalmente,
Legalmente, um um
filho adotivo converte-se em herdeiro dos
filho adotivo converte-se em herdeiro dos seus pais legais. E a não seus pais legais. E a não
ser que
ser seja expressamente
que seja expressamente deserdado deserdado por por um um testamento
testamento desfavorável,
desfavorável,
será
será chamchamado ado àà aceitação
aceitação do do legado
legado ao ao falecerem
falecerem os os pais,
pais, m masas nãonão
antes do seu falecimento. Ora, o filho adotivo dc Deus recebe aa
untes do seu falecimento. Ora, o filho adotivo de Deus recebe
herança no
herança no próprio
próprio momentomomento da da sua sua adoção,
adoção, no no instante
instante do do seu seu
batismo.
liatismo, A A suasua herança
herança éé aa união união eternaeterna com com Deus,
Deus, que que recebe
recebe já. já.
Ninguém
Ninguém pode pode despojá-lo
despojá-lo dela, dela, nemnem mesmo mesmo Deus, Deus, poispois EleEle se se liga
liga
irrevogavelmente
irrevogável mente às às suas
suas promessas
prom essas ee jamais jam ais se se desdiz.
desdiz. Só Só oo herdeiro
herdeiro
394 O BATISMO

pode
pode repudiar
repudiar esses
esses direitos
direitos —
— cometendo
cometendo um
um pecado mortal —,
pecado mortal — , ee
ninguém mais pode
ninguém mais pode privá-lo
privá-lo deles.
deles, de
de maneira
maneira alguma.
alguma.
A natureza
A natureza dessa
dessa herança
herança pode ser ilustrada
pode ser ilustrada com o exemplo
com o exemplo dos
dos
pais legais que
pais legais cedem todos
que ccdeni todos os os seus
seus bens
bens ao filho adotivo
ao filho adotivo ao legali-
ao legali­
zarem aa sua
zarem sua adoção. Ainda que
adoção. Ainda não entre
que nào entre nana plena
plena posse
posse deles
deles atéaté
aa maioridade,
maioridade, ou ou talvez até oo falecimento
talvez até falecimento dos dos seus
seus novos pais, aa
novos pais,
propriedade. não obstante. é sua, com todos os seus dividendos ec
propriedade, não obstante, é sua. com todos os seus dividendos
rendimentos.
rendimentos.
Do mesmo
Do modo, nós,
mesmo modo, nós, aoao sermos batizados, entramos
sermos batizados, entramos na na posse
posse
imediata da nossa herança. A glória do céu será nossa porque es-
imediata da nossa herança. A glória do céu será nossa porque es­
tamos já
tamos já em
em união
união comcom Deus.
Deus. OO pleno pleno gozo
gozo dessa
dessa herança
herança — — aa
visão
visão de de Deus
Deus face
face a a face
face —— virávirá com
com a a nossa
nossa morte
morte física.
física. MMas,
as,
entretanto,
entretanto, todas
todas asas graças
graças que que recebemos
recebemos ee todos todos os os méritos
méritos que que
adquirimos são dividendos e rendimentos acrescentados à nossa he­
adquirim os são dividendos e rendimentos acrescentados à nossa he-
rança.
rança. Um ponto
Um ponto emem que temos que
que temos que fazer finca-pé ee não
fazer finca-pé não esquecer
esquecer
jamais
jam ais éé que,
que, ao
ao sermos batizados, estamos
sermos batizados, estam os já potencialmente no
já potencialmente no céu.
céu.

E temos
E temos que fazer finca-pé
que fazer finca-pé nissonisso porque,
porque, para muitos, oo Batismo
para muitos, Batism o
éé algo
algo negativo:
negativo: ““apagaapaga oo pecadopecado original”
original” O Batism
O Batismoo perdoa
perdoa oo
pecado original, não há dúvida.
pecado original, não há dúvida. E, se quem se batiza éé adulto,
E , se quem se batiza adulto,
perdoa também
perdoa também todos todos os os pecados
pecados mortais
mortais ee veniaisventais que que oo batizado
batizado
tenha cometido, se
tenha cometido, se estiver
estiver arrependido
arrependido deles. deles. Além disso,
Além disso, apaga
apaga
toda aa pena
toda pena devida
devida por por eles,
eles, aa pena
pena eterna
eterna do pecado mortal
do pecado mortal ce aa
pena temporal
pena temporal (seja(seja aquiaqui ou ou no purgatório) quc,
no purgatório) que, devido
devido àà imper-
imper­
feição
feição da da nossa contrição, ainda
nossa contrição, ainda ficamos
ficam os devendo
devendo depoisdepois de os nos­
de os nos-
sos pecados
sos pecados terem
terem sidosido perdoados.
perdoados. Também
Tam bém apagaapaga aa pena pena temporal
temporal
devida pelos pecados veniais, se aquele que se batiza os tiver com
devida pelos pecados veniais, se aquele que se batiza os tiver come-e­
tido.
tido.
O Batism
O Batismoo éé como
como passar
passar um um traço
traço numanuma contaconta ee começar
começar outraoutra
nova.
nova. Mas M as esse passar o
esse passar o traço
traço nãonão éé fazer fazer algoalgo negativo,
negativo. comocomo
quem esvazia a lata de lixo no carro do lixciro. O pecado c suas
quem esvazia a lata de lixo no carro do lixeiro. O pecado c suas
consequências
conseqüências desaparecem
desaparecem quando quando Deus Deus vem vem àà alma.
alma. comocomo aa escu­
escu-
ridão se
ridão se dissipa
dissipa quando
quando chega chega aa luz.luz. OO pecado
pecado éé um uin vazio
vazio espiritual
espiritual
que
que se sc preenche quando chega
preenche quando chega aa graça.
graça.
O Batismo
O Batism o nãonão restaura
restaura os dons prcíermiturais
os dons preternaturuis que que A Adão
dão nosnos
perdeu; não
perdeu; nos exime
não nos exime do do sofrimento
sofrimento ee da da morte,
morte, da ignorância ee
da ignorância
das inclinações
das inclinações desordenadas
desordenadas das nossas paixões.
das nossas paixões. Mas que diferença
M as que diferença
faz? É algo insignificante comparado com os dons sobrenaturais
faz? É algo insignificante com parado com os dons sobrenaturais
que nos
que são devolvidos.
nos são devolvidos. Eis uma
Eis uma alma alma recém-batizada,
recém-batizada, adornada adornada
de uma
de beleza que
uma beleza que oo artista
artista m mais inspirado jamais
ais inspirado jam ais poderá imaginar,
poderá imaginar,
resplandecente com um resplendor que
resplandecente com um resplendor que a torna adm irada dos anjosa torna admirada dos anjos
ee santos.
santos. Eis uma alma
Eis uma alma já já preparada
preparada para para o o céu,
céu, de que aa separa
de que separa
aa trivial
trivial formalidade
formalidade de uns poucos
de uns poucos ee brevesbreves anos.anos. ainda
ainda queque aa suasua
vida dure
vida dure um um scculo.
século. Isto cÉ oo que
Isto que conta!
335
A MARCA DO CRISTÃO

A M A RCA
A MAR C A DO CRI
DO C STÃ
R IST ÃOO

Ao sermos batizados,
Ao sermos balizados, aconlecetn
acontecem conosco conosco duas duas grandes
grandes coisas;
coisas:
recebemos aa vida
recebemos vida sobrenaUira!
sobrenaiural — — aa graçagraça santificanle
santificantle — — que que preen­
preen-
che o vazio espiritual do pecado original: e a nossa alma fica scla-
che o vazio espiritual do pecado original: e a nossa alm a fica sela­
da
da comcom uma uma qualidade
qualidade permanente
permanente ee distintiva distintiva aa que chamamos
que cham am os o oe
caráter
caráter ou ou m arca do
marca do Batism
Batismo,o, Sc Sc depois
depois de de batizados
batizados pecamos pecamos mor- mor-
lalmenle, cortamos
talmente. cortamos aa nossa nossa umão união com com DeusDeus ee o fUixo da
o fluxo da suasua graça,
graça.
como a artéria seccionada corta o fluxo de sangue que o coração
como a artéria seccionada corta o fluxo de sangue que o coração
envia
envia aos órgãos. Perdemos
aos órgãos. Perdemos aa graça graça santificante,
santificante, mas m as nãonão oocaráter
caráter
hatismal. que
batismal, transformou aa nossa
que transformou nossa alma alma para para sempre.
sempre.
Precisamente por
Precisamente por possuirmos
possuirm os esse caráter batismal,
esse caráter batismal. somos som os cap capa-a­
zes de recuperar com facilidade a graça perdida.
zes de recuperar com facilidade a graça perdida. Ficamos com oo
Ficam os com
direito de
direito de receber
receber oo sacramento
sacramento da da PenitcMicia,
Penitência, que devolve aa vida
que devolve vida
espiritual
espiritual àà nossa nossa alma.alma. Se não
Se fos.se e.sse
não fosse esse caráter,
caráter. seriaseria aa mesma
mesma
coisa irmos confessar-nos uma vez ou cem: nada mudaria. O pecado
coisa irmos confessar-nos uma vez ou cem; nada m udaria. O pecado
mortal continuaria
mortal continuaria àà espera espera de de serser perdoado;
perdoado; aa alma continuaria
alma continuaria
espiritualmente morta.
espiritualmente morta. OO pecado pecado mortal mortal pode também ser
pode também ser perdoado
perdoado
mediante aa contrição
mediante contrição perfeita,
perfeita, m masas isso
isso éé outra
outra questão.
questão. Noo que
N que
diz respeito
diz respeito ao ao sacramento
sacramento da da Penitência,
Penitência, seria seria como
como se se não existis-
não existís­
semos,
semos, como como se se nãonão estivéssemos
estivéssemos ali ali quando
quando se se pronunciassem
pronunciassem as as
palavras da
palavras da absolvição.
absolvição. E E isso isso se se aplica também aos
aplica também outros cinco
aos outros cinco
sacramentos.
sacramentos. Nenhum
Nenhum deles produziria oo menor
deles produziria menor efeito efeito enquanto
enquanto aa
alma não
alma não tivesse capacidade para
tivesse capacidade para recebê-los.
recebê-los, isto istoé. é,enquanto não não
enquanto
tivesse
tivesse recebido
recebido o o caráter batismal.
caráter batismal.
Suponhamos que uma pessoa
Suponhamos que uma pessoa que que ainda
ainda não tenha podido
não tenha podido ser ser
batizada
balizada (um (um converso,
converso, talvez,talvez, que que ainda
ainda não não tenha completado aa
tenha completado
sua Instrução) faz
sua instrução) faz um um ato perfeito de
ato perfeito de amor
amor aa Deus.Deus. Todos T odos os seus
os seus
pecados, inclusive
pecados, inclusive oo pecado pecado original,
original, são são perdoados
perdoados imediatamente.
imediatamente,
É oo que
n que chamamos
chamamos ““batismo batism o de desejo”
de desejo” Masas essa
M pessoa não
essa pessoa não podepode
receber
receber aindaainda nenhum
nenhum outro outro sacramento.
sacramento. Se Se comete
comete um um pecado
pecado mor- m or­
tal. aa confissão
tal. confissão não não aa podepode ajudar.
ajudar. Se Se comunga,
comunga, aa Eucaristia
Eucaristia não não
lhe comunica
!he comunica graça graça alguma.
alguma. AA mudança mudança que que lhe lhe habilita
habilita aa aima alma
pura isso, essa
para isso, essa mudança
mudança que que só só aa atual recepção do
atual recepção do sacramento
sacramento do do
Batismo pode
Batismo pode operar
operar ee aa que que chamamos
cham am os caráter batismal, ainda
caráter batismal, ainda não não
se
se produziu
produziu na na sua alma.
sua alma. Sem
Sem esse caráter. aa pessoa
esse caráter, pessoa permanece
permanece
tão impermeável às
tão impermeável às graças diretas dos
graças diretas dos sacramentos
sacramentos como como alguém
alguém que que
estivesse exposto
estivesse exposto ãà chuva chuva metido
metido num num saco saco de de plástico.
plástico.
A mesma
A mesma coisa coisa se pode dizer
se pode dizer da assistência ao
da assistência ao Santo
Santo Sacrifício
Sacrifício
da M
da Missa.
issa. Não queremos dizer
N ão queremos dizer com com isso isso queque as as preces
preces dessa pessoa
dessa pes.soa
não sejam
não sejam gratas
gratas aa Deus Deus ou ou que que aa fé fé com
com que presta culto
qiic presta culto aa Deus Deus n<ãonão
atraia aa graça
atraia graça divina.
divina. Ou Ou que que aa Missa.
M issa, queqiie éé oferecida
oferecida pelo mundo
pelo mundo
inteiro, não
inteiro, não lhe traga nenhum
lhe traga nenhum proveito. proveito. O que
O que queremos
queremos dizer dizer éé
que. sejam
que, sejam quaisquais foremforem as as graças
graças que receba. estas
que receba, estas não não procederão
236 O BATISMO

da sua
da sua participação
participação pessoal
pessoal na na M Missa
issa emem si.
si.
Isto se
Isto se deve
deve ao fato de
ao fato de oo caráter
caráter atual
atual dodo Batism
Batismoo nos nos “revestir”
“ revestir”
de Cristo,
de Cristo, segundo
segundo aa expressão
expressão de São Paulo.
de São Paulo. É É esse
esse caráter
caráter que,
que,
segundo São Tomás, nos faz participar do seu sacerdócio eterno.
segundo São Tom ás, nos faz participar do seu sacerdócio eterno.
OO Batism
Batismoo nosnos dá
dá oo poder
poder — — ee oo dever
dever — — de participar com
de participar Cristo
com Cristo
de tudo
de tudo oo queque pertence
pertence ao ao culto
culto dede Deus:
Deus: da da Missa
M issa ee dos sacra-
dos sacra­
mentos.
mentos. Fazemo-nos co-ofertantes com (Cristo do Santo Sacrifício.
Fazemo-nos co-ofertantes com Cristo do Santo Sacrifício.
NNão ão dodo mesmo
mesmo modo,modo, certamente,
certamente, de quem recebeu
de quem recebeu aa OrdemOrdem SSa-a­
grada:
grada: só o sacerdote
só o sacerdote ordenado
ordenado podepode celebrar
celebrar Missa,
M issa, pode consagrar.
pode consagrar.
Mas, como membros do Corpo Místico de Cristo e partícipes do
M as, como membros do Corpo Místico de Cristo e partícipes do
seu sacerdócio, compartilhamos
seu sacerdócio, compartilhamos aa sua oferenda na
sua oferenda na M Missa;
issa; pomos
pom os
““algo”
algo” nessa
nessa M Missa,
issa, algo impossível para
algo impossível para quemquem não não foi foi batizado.
batizado.
EE participam
participamosos dede umum m modo
odo especial
especial das
das graças
graças de de cada
cada Missa que
M issa que
se celebra,
se celebra, atéaté daquelas
daquelas em em que não estamos
que não estamos fisicamente
fisicamente presentes.
presentes.

O que
O acabamosos de
que acabam de ver
ver éé apenas
apenas uma uma pequena
pequena parteparte do do queque
significa
significa ter ter recebido
recebido aa ““marca”
m arca” batismal.
batismal. Além A lém do aspecto confi-
do aspecto confi-
gurativo desse caráter, acima mencionado, os teólogos falam do seu
guraíivo desse caráter, acim a mencionado, os teólogos falam do seu
efeito distintivo,
efeito distintivo, que distingue ooss membros
que distingue membros da da Igreja
Igreja — — do do Corpo
Corpo
Místico
M ístico dede Cristo
Cristo — — daqueles
daqueles que que não
não oo são.
são. ÉÉ sem sem dúvida
dúvida aa im- im­
pressão desse caráter na alma que nos faz membros da Igreja.
pressão desse caráter na alm a que nos faz membros da Igreja,
Por último,
Por último, oo caráter batismalal éé sinal
caráter batism sinal obrigatório,
obrigatório, irapõe-nos
impõe-nos
aa obrigação
obrigação de de cumprir
cumprir os deveres que
os deveres que decorrem
decorrem do do fato
fato dede sermos
serrnos
cristãos,
cristãos, de de pertencermos
pertencermos àà Igreja Igreja dede Cristo.
Cristo. IstoIsto significa
significa que deve-
que deve­
mosos levar
m levar umauma vida vida dede acordo
acordo com com oo modelo
modelo que que Cristo
Cristo nosnos deixou,
deixou,
que temos
que temos que que obedecer
obedecer aos aos representantes
representantes de de Cristo,
Cristo, aoao nosso
nosso bispo
bispo
e,e, especialmente,
especialmente, ao ao Santo Padre, oo Papa.
Santo Padre, Papa.
Convém frisar que todos os batizados são
Convém frisar que todos os batizados membros
são mem bros d daa Igreja
Igreja
enquanto
enquanto não não romperem
romperem oo vínculo
vínculo de de união
união pelapela heresia, pelo cism
heresia, pelo cismaa
ou
ou pelas
pelas formas extremas ddaa excomunhão.
form as extremas excomunhão. Masas mesmo
M mesmo nesteneste caso
caso
continuam
continuam aa ser súditos de
ser súditos de Cristo (como todos
Cristo (como todos os os homens)
homens) ee da da
sua Igreja (como todos os batizados). A menos que sejam expres-
sua Igreja (com o todos os b atizad os). A menos que sejam expres­
samente dispensados disso
samente dispensados disso (com
(comoo aa Igreja
Igreja pode
pode fazer
fazer com
com o oss bati­
bati-
zados
zados não não católicos
católicos em em relação
relação aa certas
certas leis), continuam sujeitos
leis), continuam sujeitos às às
leis da Igreja. Para um católico excomungado, por exemplo, conti-
leis da Igreja. Para um católico excomungado, por exemplo, conti­
nua
nua aa ser ser pecado
pecado mortal comer carne
mortal comer carne em em diadia de abstinência.
de abstinência.

Se alguém
Se alguém lhelhe pergunta:
pergunta: ““QualQual éé aa coisa
coisa mmais importante da
ais importante da
vida para
vida para todos
todos semsem exceção?”,
exceção?” , fico
fico na dúvida de
na dúvida saber se
de saber se você
você
responderia adequadamente, imediatamente,
responderia adequadamente, imediatamente, sem sem vacilar.
vacilar. SeSe aa sua
sua
formação
form ação católica
católica for
for sólida,
sólida, não
não terá problemas.
terá problemas. Responderá
Responderá ime­ime-
diatamente:
diatamente; “O “O B Batismo!”
atism o!”
Sabemosos que,
Sabem que, se
se um
um ser
ser humano
humano éé privado
privado dede alimento,
alimento, bebida
bebida
ou oxigênio por
ou oxigênio por ura
um certo
certo tempo,
tempo, morre
morre fisicamente.
fisicamente. Mas,M as, se
se está
93;
A MARCA DO CRISTÃO

batizado, entra
batizado, entra na na vida eterna. AA morte
vida eterna. morte física
física éé um um mal,
mal, masmas prin-
prin­
cipalmente para os que continuam vivos.
cipalmente para os que continuam vivos. Para o que morre, signi-
Para o que morre, signi­
fica simplesmente que
fica simplesmente que chegou anteschegou antes ao
ao céu,
céu, supondo que
supondo que não tenha
não tenha
cometido
cometido o o suicídio espiritual de
suicídio espiritual morrer em
de morrer pecado mortal.
em pecado mortal.
Por outro lado, uma pessoa pode viver um século inteiro,
Por outro lado, uma pessoa pode viver um século inteiro, cheia
cheia
de saúde, riquezas
de saúde, riquezas ee triunfos;
triunfos; m mas, se morre
as, se morre sem sem Batismo.
Batism o, desper-
desper­
diçou os
diçou os seus cem anos
seus cem anos de vida. De
de vida. De quequc lhe lhe serviu
serviu tudo
tudo isso,
isso, se se
não alcançou o único fim da sua existência,
não alcançou o único fim da sua existência, se perde a união eterna se perde a união eterna
com
com Deus?
D eus?
Não
Não há há como
como fugir fugir aa estaesta necessidade
necessidade absoluta absoluta do do Batismo.
Batismo.
“Quem
‘‘Quem não não nascer
nascer da da água
água ee do Espírito. não
do Espírito, não podepode entrar
entrar no reino
no reino
dos céus” , disse Jesus a Nicodem
dos véus”, disse Jesus a Nicodemos (Jo 3,5). os (Jo 3 ,5 ) . E ordenou aos
E ordenou aos seus seus
Apóstolos:
Apóstolos: ““Ide Ide por por todo
todo oo mundomundo ee pregaipregai oo Evangelho
Evangelho aa toda toda
criatura.
criatura. QuemQuem crer crer ee for
for batizado
batizado será será salvo,
salvo, mas quem não
mas quem não crer
crer
(e, por
(c, indiferença, não
por indiferença, não se se batizar)
batizar) será condenado” (Mc
será condenado” (M c 16,16, 15-16).
15-16).
AA afirmação
afirm ação éé absoluta,
absoluta, sem sem paliativos.
paliativos. N Nãoão há há modo
m odo de de mitigá-la,
mitigá-la.

Torna-se
Torna-se pois, pois, muito
muito fácil fácil ver
ver aa razão
razão da da insistência
insistência da Igreja
da Igreja
em que
em que se batizem as
se batizem as crianças
crianças quanto antes. logo
quanto antes, logo queque sejaseja possível
possível
levá-las
levá-las àà Igreja
Igreja semsem riscos. ÉÉ dogma dogma de de féfé que quem morre
que quem morre em em
estado de pecado original não pode entrar no céu, não pode ver
estado de pecado original não pode entrar no céu, não pode ver
aa Deus.
Deus.
No entanto, aa Igreja
No entanto, Igreja nuncanunca ensmou
ensinou oficialmente
oficialmente que que as as almas
almas
das
das crianças
crianças que que morrem
morrem sem sem batismo
batismo não não possam
possam alcançar
alcançar aa visão visão
beatífica; pode
beatífica; pode serser que Deus tenha
que Deus tenha previsto algumaa maneira
previsto algum maneira de de com
com- ­
pensá-las do
pensá-las do fato
fato de não terem
de não terem sidosido batizadas.
batizadas. M Mas,
as, se se assim
assim é,é,
Ele
Ele não no-lo revelou.
não no-lo revelou. AA maioria
maioria dos teólogos pensa
dos teólogos pensa que que as as almas
almas
das
das crianças
crianças não não batizadas
batizadas gozam gozam de de um um alto
alto grau
grau de de felicidade
felicidade
natural
natural (a (a que
que dãodão o o nome
nome de de “limbo”),
“ limbo” ), m masas não
não aa felicidade
felicidade su- su­
prema
prema ee sobrenatural
sobrenatural da da visão
visão dede Deus.
Deus. Em Em qualquer
qualquer caso,caso, aa nossa
nossa
obrigação
obrigação éé seguirseguir aa via via mais
m ais segura
segura ee jamais
jam ais permitir
permitir queque por culpa
por culpa
nossa
nossa uma uma alm almaa entre
entre na na eternidade
eternidade sem sem ter sido batizada.
ter sido batizada.
Isto
Isto significa
significa que que os os paispais nunça devem adiar
nunca devem adiar indevidamente
indevidamente oo
batismo
batismo do do filho recém-nascido: os
filho recém-nascido: os laços
laços queque oo prendem
prendem àà vida vida
são demasiado frágeis,
são demasiado frágeis, oo riscorisco dede umauma doença
doença ee morte
morte súbita
súbita demdema-a­
siado
siado sério,
sério, para arriscar oo seu
para arriscar seu batismo
batismo desnecessariamente.
desnecessariamente.
Os
Os pais
pais que
que demoram
demoram ou ou descuram injustificadamente oo batismo
descuram injustificadamente batismo
de um filho por
de um filho por muito tempo muito tempo — — ee alguns
alguns teólogos
teólogos sustentam
sustentam que, que,
neste caso, um
neste caso, um mês mês éé “muito
“ muito tempo”
tempo” — — tornam-se culpados de
tornam-se culpados dc pe-
pe­
cado
cado mortal.
mortal. Seria Seria um um grave grave erro,
erro, por exemplo, adiar
por exemplo, adiar oo batismo
batismo
simplesmente
simplesmente porque porque oo tio tio Jorge
Jorge virá
virá visitar-nos
visitar-nos no no próximo
próximo mês mês ee
nós gostaríamosos muito
nós gostaríam muito de de queque fosse ele oo padrinho
fosse ele padrinho da da criatura.
criatura. AA
criança
criança necessita
necessita agoraagora do do Batism
Batismoo muito
muito maismais que que do do tiotio Jorge,
Jorge,
que, aliás,
que, aliás, pode
pode ser ser padrinho
padrinho por por meio
meio de de um
um representante.
representante. Muito
+35 O BATISMO

mais
mais grave
cravc seria
soria dilatar
dilalar oo prazo
prazo de
dc um batismo até
um balismo até oO próximo
próximo “13.º
“ 13.°
salário” pari
salário” poder dar
para poder dar uma
uma fcsla.
festa, AA grande
grande festa
festa da criança éé
da criança
com Dciis.
com Deus. com
com os osanjos
anjosvc eos ossantos
santos naiiapia pia
batismal. e nenhum
batismal, deles
c nenhum deles
está interessado cent celebrá-la com um barril de vinho.
cslá interessado eni celebrá-la com um barril de vinho.

Pode-se batizar
Pode-se batizar uma uma criança nascida fora
criança nascida fora do do casamento
casamento canô­ canó-
nico?
nico? A resposta é sm.
A resposta é sim. A Igreja não penaliza o filho pelos pe-
A Igreja não penaliza o filho pelos pe­
cados
cados de seus pais.
de seus pais. T Toda criança pode
o Ja criança pode scr ser batizada
batizada na na Igreja
Igreja C Cató-
ató­
lica
lica sohsob uma uma só só condição:
condição; oo sacerdote sacerdote deve deve terter provas
provas razoáveis
razoáveis de de
que será educada na fé, Como se trata de um assunto de critério,
que será educada na fé. Como se iraia dc um assunto de critério,
oo pároct)
pároco deve deve avaliar
avaliar cada cada caso caso particular
particular ce as as suas
suas circunstâncias,
circunstâncias.
Se
Se aa situação
situação anôm anômala ala dosdos paispais podepode ser scr corrigida
corrigida facilmente,
facilmente,
o pároco
o pároco provavelmente
provavelmente insislirá insistirá em em que seja regularizada
que seja regularizada antes antes de de
autorizar o batismo da criança.
autorizar o batismo da criança. O motivo é que as probabilidades
O motÍMi c que as probabilidades
que essa
que criança tem
essa criança tcrn dedc ser sei' educada
educada nana féfc serão serão petiiienas
pequenas se se aa Té fé
dos pais
dos pais for for tão tão fraca
fraca que que clcsclesücHhcraJanienU'
detiberadamente persistam persistam cni em nãonão
regularizar a sua situação matrimonial. sem haver razões de peso.
regularizar a sua situação matrimonial, sem haver razões de peso.
Se as
Se as circunstâncias
circunstâncias não não permitem
permitem que que a a situação
situação seja seja regulari-
regulari­
zada —
zada — como.como. porporexemplo, exemplo,nono caso caso de dc umum dos dos progenitores
progcnitorcs estar estar
já previamente casado
já previamente casado — —, , masmas uni um dos dos pais
pais ou ou os os dois
dois continuam
contiiuiam
assistindo
assistindo àà Missa M issa nos nos diasdias de de preceito
preceito cc dão dão provas
provas de de conservar
conservar
aa sua
sua fé fé católica,
católica, aa criançacriança pode pode ser ser batizada.
batizada.
As perguntas àa que
A s perguntas que oo pároco
pároco deve deve receber
receber respostas
respostas plenamente
plenamente
satisfatórias são:
satisfatórias são: “Há possibilidades de que esta criança se
“ Há possibilidades de qiie esta criança se eduque
eduque
na fé
na fé católica?
católica? Quer
Quer dizer.
dizer, há há possibilidades
possibilidades de de queque freqüente
frequente uma iima
escola católica
escola católica ou, ou, pelo menos. receba
pclo menos. receba aulas atlas de de catecismo?
catecism o? Haverá Haverá
modo de que receba a primeira comunhão e de que seja crismada?
m odo de que receba a primeira comunhão e dc que seja crism ada?
Ser-lhe-á inculcado
Scr-lhc-á inculcado oo hábito hábito dc de irir à4 M Missa nos dias
issa nos dias de de preceito?
preceito? H Háá
alguém
alguém na família que
na família que lhe possa dar
lhe possa exemplo de
dar exemplo de vida cristã? Sc
vida cristã? Se aa
resposta for sim — inclusive. um sim com ressalvas —, essa crianç:
resposta for sim — inclusive, um sim com ressalvas — , essa criança
pode
pode ser batizada.
ser batizada.

O BA
O BATIZADO DA C
7 IZA D O DA CRIANÇA
R IA N Ç A

Quando
Quando uma uma pessoa
pessoa se sc batiza
batiza na na Igreju
Igreja Católica, torna-se um
Católica, torna-sc um
personagem
personagem histórico:
histórico: seu nome ce outros
seu nome outros dadosdados pertinentes
pertinentes são são ins-
ins­
critos
critos no no registro
registro batismal
batismal da da paróquia
paróquia ee cuidadosamente
cuidadosamente guardados.
guardados.
Se
Se não
não sobrevtcr nenhuma catástrofe
sobrevier nenhuma catástrofe — — incêndio. imundação ou
incêndio, inundação ou bom-
bom ­
bardeio —
bardeio —. . esse
esse legislro.
cegistro permanecerá
permancecçra aié até oo fim do irmndo.
fim do mundo. E fácil,
É facil.
por exemplo,
por exemplo. eneontrar
encontrar as as ais
ala-, do Datiimo de
dé"T>atÍMno de famosas
fam osas figuras
figuras da da
história de
hisiôria há nuiiios
tic liá muitos séxiiios
xócuios aiiás
iris
Falvcz você não
'l’al\ez \oeê ester muito
não esteja muiio irtoressado
iiiii.ies-,ado cr gue scn
em qne seu filho
filho pas^e
passe
Ser um
sei' iini personagem
personagem histórico. mas não
hiiiótieo. nuis não há hã dúvida
dúvida de de que
que cs(á
cstd inie-
tule-
O BATIZADO DA CRIANÇA

[o
ts
ad
-
rcssado no
ressado futuro desenvolvimento
NO futuro closcnvoK imciilo da
da sua
sua \id
vidaa católica,
católica, c. para isso,
v. Para IS5O,

oo reuistro batismal cé essencial.


registro batismal essencial. Uma
Uma vez que nenhum
vez que nenhum dos dos demais
ílemais
sacramentos cé \á!id
sacrimentos válidoo sese não
não se se recebeu
recebeu previamente
previamente o batismo. um
o batismo, um
católico deve provar esse fato em cada escalão do
católico deve provar esse falo em cada escalão do seu
seu progresso
progresso
espiritual.
espiritual
Quando for
Quando fazer aa primeira
for fazer comunhão, ser-lhe-á
primeira comunhão, pedido que
ser-lhe-á pedido qne
moslre uma cópia da certidão
mostre uma cópia da certidão baúsmal. batismal. Quando chegar à hora de
Quando chegar a hora de
ser crismado, deverá apresentá-la
ser crismado. deverá apresentá-la outra vez. outra vez. Quando
Quando for
for com
com a
à noiva
nolva
\er
ver o o pámeo
pároco parapara contrair
contrair nialrimônio.
matrimônio, os os dois
d<us terão
terão que voltar aa
t|iie voltar
exibi-la.
exibila. Se um jovem resolve ingressar nun seminário c uma jovem
Se um jovem resolve ingressar num seminário c uma jovem
ntim
num convento,
convento. um um ee outra
outra deverão provicKis da
apresgntar-se providos
deverão apresentar-se cor-
da cor-
ivsponde
respondente 11te certidão
ceridão de de batismo.
batismo. O
O Batismo
Batismo temtem uma importância.
uma importância
i;!o
vio absoluta,
absoluta. que que aa Igreja
Igreja o comprova tirrada-=etapa
o cinnprovir devida para
enr rada elajw ■tht''Tnía"]TâKr
ter à certeza de que não houve falhas nessa questão capital.
ter a certeza de que não houve falhas nessa questão capitai.

Tudo isto
Tudo islo nosnos levaleva aa indicar
indicar de passagem qual
de passagem primeiro
qual éé oo primeirti
passo a dar ao planejar o batizado de um recém-nascido.
passo a dar ao planejar o batizadti de um recém-naseido. O mais
O mais
cedo possível após
cedo possível após o nascimento. o
o nascimento, o paipai (ou algum membro
(ou algum membro adulto adulto
da família)
da família) deve deve ir paróquia para
yr àà paróquia fixar aa data
para fi.xar data da cerimônia ee
da cerimônia
fornecer os dados requeridos para o registro hatismal.
fornecer os dados requeridos para o registro batismal. OO sacerdote
sacerdote
perguntará
perguntará os os nomes sobrenomes da
nomes ee sobrenomes criança ee dos
da criança pais. aa dala
dos pais. data
do nascimento ce os
do nascimento nomes do
os nomes padrinho ee da
do padrinho madrinha.
da madrinha, listes dados
Estes dados
constarão do registro batismal,
conslarfio do registro batismal.
principio. aà paróquia
Em principio,
Ltii competente éé aa da
paróquia competente residência dos
da residência paus.
dos pais.
Sulvo os
.Salvo casos dc
os casos emergência, nenhum
de emergência, nenhum outro sacerdote aa não
outro sacerdote não ser ser
o pároco
o pároco dos dos pais pais — — ou ou o delegado pelo
sacerdote delegado
o sacerdote pároco —
pelo pároco — lemtem
direito de
oo direito administrar oo sacramento
de administrar sacramento do Batismoo aa uma
do Batism criança.
uma criança.
Isto cé assim
Islo assim para assegurar aa boa
para assegurar ordem na
boa ordem na Igreja para que
Tereja ee para cada
que cada
pastor possa
pastor conhecer as
possa conhecer suas ovelhas.
as suas ovelhas. Ordinariamente. nenhum
Ordinariamente, nenhum ou ou- ­
tro sacerdote
tro sacerdote batizará criança, aa não
batizará aa criança, não ser ser queque o pároco dos
o pároco pais
dos pais
autorize aà fazê-lo
anlori/c fazê-lo cm outro lugar.
em outro lugar.
Os pais
Os cristãos quererão,
pais cristãos naturalmente. que
quererão, naluralmente. seu filho
que o o seu tenha
filho lenha
um gome cristão.
um nome cristão. O mais O mais provável
provável éé que que oo nonic
nome da da criança
criança lenhatenha
sido lema
sido tema de de muitas
muitas conversas
conversas nas nas semanas
semanas anteriores
anteriores ao ao nascimento.
nascimento.
Um dos
Um dos nomes
nomes pelo pelo menos
menos deve deve ser ser oo dc de imium sanlo.
santo. parapara que que aa
criança tenha um
criança lenlia um protetor proitor no no ccu.
céu. cujas
cujas virtudes
virtudes possapossa imitar
imitar ee aa
quem possa pedir inspiração e ajuda. Qualquer “Ano Cristão” con­
quem possa pedir inspiração e ajuda. Qualquer “ Ano Cristão” con-
tem os
tem os nomes
nomes cc breves breves biografias
biografias de de muitos
muitossantos. Satisfeito este
sanlos. Satisfeito este
requisito. os
requisito, podem dar
pais podem
os pais dar ao filho outros
ao filho outrosnomes nomes que que não sejam
não sejam
de sanlos.
de santos. como como oo dc de personagens
personagens literáriosliterários ou ou históricos,
históricos. se sc assim
assim
GS desejarem.
o desejarem.

Ser
Scr padrinho
padrinlio de batismo éé uma
de batismo uma grande
grande honra.
honra. Quando os
Quando os pais
país
de um iMucm-nascido
dc nin recém-nascido pedem
pedem aa um parente ou
um parente ou amigo
amigo que
que seja
seja oO
24() O BATISMO

padrinho de
padrinho de seu filho. o
seu filho, o que
que na realidade pedem
na realidade pedem é:é: “Se
“ Se alguma coisa
algum a coisa
nos acontecer, não
nos acontecer, não há há ninguém
ninguém no no mundo
mundo aa quem quem quereríamos
quercriamos con­ con-
fiar a criança mais que a você”
fiar a criança mais que a você” Ou. pelo menos. assim deveriam
Ou. pelo menos, assim deveriam
pensar
pensar os os pais.
pais. Os Os deveres
deveres dosdos padrinhos
padrinhos não não terminara
terminam ao ao saírem
sairem
da
da igreja,
igreja, depois
depois da da cerimônia:
cerimônia: assumiram
assumiram uma responsabilidade por
uma responsabilidade por
toda a vida para com o bem espiritual do afilhado ou da afilhada.
toda a vida para com o bem espiritual do afilhado ou da afilhada.
Na
Na m maioria
aioria dos dos casos,
casos, esta responsabilidade cumpre-se
esta responsabilidade cumpre-se rezandorezando
pelos
pelos afilhados
afilhados nas nas orações
orações diárias
diárias ee dando-lhes
dando-lhes bom bom exemplo
exemplo de de
vida cristã.
vida cristã. Mas, se alguma coisa acontece aos pais (e, pelo que
M as, se alguma coisa acontece aos pais (e, pelo que
lemos
lemos nos nos jornais,
jornais. não não há há semana
semana em em que que não
não tenhamos
tenhamos notícia notícia
de pais
de pais que perderam aa vida
quc perderam vida num acidente de
num acidente de trânsito),
trânsito), compete
compete aos aos
padrinhos
padrinhos assegurar
assegurar os os meios
meios para
para queque oo afilhado
afilhado ou ou aa afilhada
afilhada re­ re-
cebam
cebam uma uma sólidasólida formformação
ação nana fé.
fé.
Ou,
Ou, se se os os pais negligenciaram aa formação
pais negligenciaram católica do
form ação católica do filho,
filho,
torna-se dever
torua-se dever para para oo padrinho
padrinho ou ou aa madrinha
madrinha fazer fazer tudo
tudo oo que que
esteja
esteja ao ao seu seu alcance
alcance para para suprir
suprir essa negligência.
essa negligência. É uma
É uma situação
situação
delicada,
delicada, que requer muito
que requer muito talo.
tato. Se os padrinhos
Se os padrinhos não forem pru­
não forem pru-
dentes,
dentes, os os pais
pais podem
podem taxá-los
taxá-los de intrometidos.
de intrometidos. Mas,
M as, sese chega
chega oo
momento em que a Susana fará sete anos e não há indícios de
momento em que a Susana fará sete anos e não há indícios estar
de estar
sendo preparada para
sendo preparada para aa primeira comunhão, então
primeira comunhão, então aa madrinha
madrinha deve deve
abordar
abordar aa mãe mãe ee dizer-lhe
dizer-lhe m mais
ais ouou menos
menos assimassim: : “Já sei, querida,
“ ,Tá sei, querida,
que você está
que você muito ocupada;
está muito ocupada: importa-se
importa-se de de que
que eueu passe
passe aos sába-a­
aos sáb
dos
dos porpor aquiaqui ee leveleve aa Susana
Susana às aulas de
às aulas de catecismo?”
catecism o?”

Portanto, éé evidente
Portanto, .evidente queque aa primeira
primeira condição
condição que que os os padrinhos
padrinhos
devem preencher éé que
dcveni preencher quc sejam
sejam bons
bons católicos.
católicos. Um velho adágio
Um velho adágio diz diz
que
tlue ninguém
ninguém dá dá oo que não tem,
que não tem, ee esse dar inclui
esse dar inclui aa religião.
religião. Pode Pode
ser uma
scr uma tentação
tentação pedirpedir aoao tio Jorge que
tio Jorge que seja
seja padrinho
padrinho porqueporque éé
rico.
rico. Sabemos
Sabem os que que vaivai àà igreja
igreja somente
somente parapara as as Missas
M issas de de sétimo
sétimo
dia,
dia, m masas talvez
talvez se se lembre
lembre do do afilhado
afilhado no no testamento.
testamento. Se Se não
não esque­
esque-
cermos, porém,
cermos, porém, que que todo
todo o o dinheiro
dinheiro do do tio
tio Jorge
Jorge nãonão lhe poderá
lhe poderá
comprar um bilhete para o céu, riscaremos o seu nome da lista de
com prar um bilhete para o céu, riscaremos o seu nome da lista de
candidatos
candidatos aa padrinho.padrinho.
ÉÉ também
também evidente
evidente queque umum não não católico
católico nãonão pode
pode ser nomeado
ser nomeado
padrinho,
padrinho, oo que que às vezes pode
às vezes pode representar
representar um um problema
problema para para os os
casais mistos.
casais mistos. Os Os avós não católicos
avós não católicos podem
podem sentir-se
sentir-se menosprezados
menosprezados
se não lhes
se não lhes pedem
pedem que que apadrinhem
apadrinhem oo neto, nem sequer
neto, nem quando jájá éé
sequer quando
o sexto
o sexto ou ou o o sétimo
sétimo dos dos irmãos.
irmãos. Masas se
M se se lhes explica
se lhes explica claramente
claramente
que
que têm têm que fazer em
que fazer em nome
nome dada criança
criança um um atoato dede fé na Tegreja
fé na Igreja C Cató-
ató­
lica
lica — — que que só só umum católico pode fazer
católico pode fazer —, normalmente esses
— , normalmente esses paren-
paren­
tes compreendem aa nossa
tes compreendem atitude.
nossa atitude. Além disso,
Além disso, asas normas atuais
norm as atuais
da Igreja permitem que — por razões de parentesco
da Igreja permitem que — por razões de parentesco ou
ou amizade
amizade —

um cristão não
um cristão não católico possa ser
católico possa ser “testemunha”
“ testemunha” do do batismo,
batisrho, ao lado
ao lado
do padrinho
do padrinho católico.
ANTES E DEPOIS DO NASCIMENTO 941

Como os
Como os padrinhos
padrinhos têm têm que substituir os
que substituir os pais
pais cmem caso
caso dc de ne-
ne­
cessidade, é natural que estes não sejam os padrinhos: não se podem
cessidade, é natural que estes nào sejam os padrinhos: não se podem
substituir
substituir aa si si mesmos.
mesmos. Por uma
Por uma razão
razão parecida,
parecida, também
também não não podepode
ser padrinho oo esposo
ser padrinho esposo ouou esposa
esposa de de uma
uma pessoa
pessoa adulta
adulta que que vaivai
batizar-se.
batizar-se.
Fora estas exceções,
Fora estas exceções, qualquer
qualquer bombom católico,
católico, m maior de treze
aior de treze anos,
anos,
pode
pode serser escolhido
escolhido como como padrinho
padrinho de de batismo,
batismo, incluídos
incluídos os os irmãos
irmãos
ee asas irmãs. Pelo batismo, cria-se uma relação espiritual entre oo
irmãs. Pelo batismo, cria-se uma relação espiritual entre
afilhado
afilhado ee oo padrinho, relação que
padrinho, relação que éé muito
muito real,
real, ee que constitui,
que constitui,
portanto,
portanto, um um impedimento
impedimento para para oo matrimônio
matrimônio entreentre ambos.
am bos. Se Se quem
quem
vai
vai batizar-se
batizar-sc éé uma uma pessoa adulta, seu
pessoa adulta, seu noivo
noivo ouou noiva não deveria
noiva n<ão deveria
apadrinhá-lo porque, neste caso, seria necessário obter mais tarde aa
apadrinhá-lo porque, neste caso, seria necessário obter mais tarde
dispensa
dispensa parapara sc se poder
poder celebrar
celebrar oo matrimônio.
matrimônio.

As vezes,
As vezes, acontece
acontece que os pais
quc os pais desejam
desejam que que determinada
determinada pessoa pessoa
seja padrinht)
scja padrinho do do filho,
filho, masmas aa pessoa
pessoa está está impedida
impedida dc assistir àà
dc assistir
cerimônia
cerimônia por por estar
estar de cama, viver
de cama, viver em em outra
outra cidade
cidade ou estar fazendo
ou estar fazendo
o serviço
o militar. Nessas
scr\iço militar. circunstâncias, oo ausente
N essas circunstâncias, ausente pode
pode scrser escolhi­
escolhi-
do
do como
como padrinho
padrinho ec delçgar
delegar aa sua presença.
sua presença, Basta-lhe cstar infor-
Basta-lhc estar infor­
mado do batismo, dar o seu consentimento e concordar em que
mado do batismo, dar o seu consentimento e concordar em que
algutdm
a.lgucm oo represente.
represente. Ainda Ainda que que se encontre no
se encontre estrangeiro, nào
no estrangeiro, não há

necessidade
necessidade de de adiar
adiar aa datadata dodo batismo:
batismo: pode pode enviar
enviar Oo seuseu consen-
consen­
timento por via aérea. O melhor é fazê-lo por escrito (mencionando
timento por via aérea. O melhor é fazê-lo por escrito (mencionando
o nome
o nome da da pessoa
pessoa que que o o representará),
representará), ee o o documento
documento deverádeverá ser ser
apresentado
apresentado ao sacerdote quando
ao sacerdote quando se se marcar
marcar aa cerimônia,
cerimônia,
OO ausente
ausente seráserá oo padrinho
padrinho real,real, ee será
scrá dele
dele oo nome
nome inscrito
inscrito no no
registro batismal.
registro batismal. ÉÉ ele (ou ela)
ele (ou ela) quem
quem contrai
contrai aa responsabilidade
responsabilidade
pelo
pelo afilhado.
afilhado. Qnem Quem apadrinha
apadrinha obriga-se
obriga-se aa manter
manter um afetuoso in-
um afetuoso in­
teresse
teresse pelo afilhado durante
pelo afilhado durante toda
toda aa vida.
vida. Qualquer
Qualquer pessoa, inclusive
pessoa, inclusive
os pais, pode
os pais, pode fazer
fazer as suas vezes
as suas vezes ao ao pépé dada pia
pia batismal,
batismal, masmas quemquem
atua
atua em em nome
nome do padrinho não
do padrinho não contrai
contrai renhuma obrigação espiritual.
nenhuma obrigação espiritual.

ANTES
A N T E S EE D
DEPOIS
EPO IS DO
DO NASCIMENTO
N A SC IM E N T O

Agora que
Agora estamos examinando
quc estamos examinando oo tema tema do batismo, éé oportuno
do batismo, oportuno
chamar
eharnar aa atenção
atenção para
para duas
duas belíssimas
belíssimas bênçãos que são
bênçãos que são tradicionais
tradicionais
na Igreja,
na Igreja, embora
embora nãonão sejam
sejam obrigatórias.
obrigatórias.
Uma
Uma éé aa ““bênção
bênção parapara aa mãe
mãe gestante”, que aa futura
gestante” , que futura mãe
mãe pode
pode
receber simplesmente
receber simplesmente ontrando
entrando na na sacristia
sacristia num
num domingo depois da
domingo depois da
Missa
M issa ee pedindo-a
pcdindo-a ao pároco.
ao pároco. Ou,
Ou. se se está de cama,
está de cama, chamando
chamando porpor
telefone um
telefone um sacerdote
sacerdote para que este
para que este aa venha
venha dar.
dar. A A ciência médica
ciência médica
moderna tornou
moderna tornou aa gravidez
gravidez relativamente segura, mas
relativamente segura, mas éé sempre bom
sempre bom
voltar-se para Deus
voltar-se para Deus ec confiar
confiar no no seuseu cuidado
cuidado amoroso.
Lo
O BATISMO
14

A out
A benção. já
oulra Kaição, já mmais fanular. éé aa da
ais familiar, mãv depois
da mãe depois do parto,
do parlo.
1HF um
um costttime
cosuime que que foifor minto popular em
muito popular em outros
outros tempos,
tempos, embora
embora
sugerisse certas conotações aborreeidas. como, por exemplo, que
sugerisse eerias conotações aborrccida.s, como. por exemplo, que aa
mac livesse que
mãe li\essc que purificar-se
purificar-.sc para poder voltar
para poder voltar aa freqüentar
frequentar aa igreja.
igreja.
Esta idea ligada
Iisia idéia ligada àà bênção
bênção após após oo parto
parto cé profundamente
profundamente errada.crrada.
Fem tão pouco a ver com o antigo nto judaico da purificação legal
1em tão poueo a ver com o antigo rito judaico da purificação legal
da
da mãe mãc como
como aa pia pia de água benta,
dc água benta, àà porta
porta de de nossas
nossas igrejas,
igrejas, com
com
“a àgua
"a água de purificação” que
de purificação” costumava haver
que costumava haver nos nos templos
templos judeus.
judeus.
Falvez
1'alvcz exista
exista umauma ligeira
hgeira relação
relação de de origem.
origem, m masas nada
nada mais.
mais. U Umama
vez quebradas
\ez quebradas pcla pcla morte
morte de de Cristo
Cristo as as cadeias
cadeias do do pecado
pecado original,
original,
aà purificação
purificação da da mãe deixou de
ruãe deixou de ter sentido.
ler sentido.
Se
Se aa mãe
mãc sc sc acha
acha suficientemente
suficientemente bem bem para unir-se àà comitiva
para unir-sc comitiva
batismal. ela e o filho podem receber essa bênção depois da
batismal, ela e o filho podem receber essa benção depois ceri-
da ceri­
moúnia.
mônia. Caso C aso contrário,
contrário, pode pedi-la mais
pode pedi-la mais tarde,
tarde. quando
quando estiver
estiver emem
condições
condições dec dc irir aíé
até àà igreja
igreja com
com oo filho.
filho.

Todos nós estivemos


T odos nós estivemos presentes
presentes num batizado pelo
num balizado menos: oo
pelo menos:
nosso,
nosso. A A não
não scr
ser gue nos tenhamos
que nos tenhamos batizado
balizado jájá adultos,
adultos, oo mais
m ais
provável
provável éé que
que fôssemos
fôssemos dem
demasiado
asiado jovens para saber
jovens para saber oo que
que se
se esta-
esla­
va passando.
va passando. Mas o mais certo é que a maioria de nós tenha pre-
M as o m ais certo é que a maioria de nós tenha pre­
senciado
senciado algum batismo, além
algum bali.smo, além do do nosso,
nosso, na na qualidade
qualidade dc de pai,
pat. padri­
padri-
nho. amigo ou
nho. amigo ou parente.
parente. No
No entanto.
entanto, anda ainda que estejamos muito
que estejamos muito
familiarizados
fam iliarizados com com oo rito batismal, penso
rito batismal, penso que que nos pode ser
nos pode util rever
ser útil rever
as respecuivas cerimônias com algum comentário ocasional sobre o seu
as respectivas cerimônias com algum comentário ocasional sobre o seu
sigutticado,
significado.
Antes. porém. gostaria
Antes, porém, gostaria dc de fazer uma sugestão
fazer uma sugestão aosaos pais
pais queque pre-prc-
vejam algum batizado
vcjam algum balizado num futuro mais
num futuro mais ou ou menos
menos próximo.
próximo. A À ccrto
certo
momento do rito batismal. o oficiante coloca na criança uma veste
momento do rito batismal, o oficiante coloca na criança uma veste
branca. se
hianca, se aa criança
criança não não aa trazia
trazia já ao scr
já ao ser levada
levada àà igreja.
igreja. É E oo que
que
restou
restou do do costume
costume de dc vestir
vestir oo neófilo
neófito com com uma uma túnica batismal,
túnica batismal,
como símbolo
como símbolo da da inocência
inocência que que recobriu
recobriu a a sua sua alma.
alma. Mais ainda:
M ais ainda:
simboliza
simboliza o ofatofatode deo obatizado balizadosesc ter ter vestido
vestido dede Cristo,
Crislo, dede sc sc ter
ter
identificado
identificado com com Cristo.
Cristo. Dc Dc agora
agora em diante, para
em diante, para onde
onde quer quer queque vá,va,
levará
levará Cristo consigo, viverá
Cristo cxmsigo, viverá nEle
nEle ee falará
falará ee agirá
agirá por
por EIc.
Ele. ÉÉ oo que que
sienificam as palavras de São Paulo: “porque todos vós, que fostes
significam as palavras dc São Paulo; “ porque todos vós, que fostes
batizados
batizados em Cristo. fostes
em Crislo, fostes revestidos
revestidos de de Cristo”
Crislo” (Gal
(Gal 3. 3. 27).
27).
Este costume faz-nos
Esle costume faz-nos recuar
recuar aos próprios comcços
aos próprios começos da da Igreja.
Igreja. Os Os
conversos eram
conversos batizados na
oram batizados na véspera
véspera do do Domingo
Domingo da Ressurreição.
da Ressurreição.
Vestam uma
Vestiam uma túnica
túnica batismal,
batismal, gue que conservavam
conservavam com alegria durante
com alegria durante
oito dias.
(úto dias. NoNocalendário
calendárioantigoantigodada Igreja,
Tereja, oo Domingo
Domingo que que .sc se segue
segue
àà Pascoa
Páscoa chamava-se
cliamava-se “Dominica
“ Dominica inin albis”
albis” —— oo domingo
domingo das vestes
das vestes
brancas —.
brancas — . porque
porque nesse dia os
nesse dia os cristãos tiravam aa túnica
cristãos tiravam túnica batismal.
batismal.
Tudo isio nos
’í uclo i.sui nos leva
leva àã sugestão
sugestão que que queria
queria fazer.
fazer. Não Não há hã razão
razão
para
para queque o o bebê
bebê não não uscuse uma veste batismal;
uma veste batismal; dessedesse modo se
nu>do se frisaria
O NASCIMENTO DE UMA ALMA 243

o simbolismo
O simbolismo da du cerimónia.
cerimônia, Nos meses que
N os meses que precedem
precedem oo nascimento,
nascimento,
mãe poderia fazer ou mandar fazer esse vestido para o batismo
aa mãe poderia ía/.er ou m andar fazer esse vestido para o batismo da da
criança.
criança.
Imediatamente depois
Imediatamente depois do rito da
do rito batismal, os
veste batismal,
da veste pais da
os pais da crian-
crian­
ça OU OS padrinhos acendem uma vela na chama do cirio pascal,
ça ou os padrinhos acendem uma vela na chama do círio pascal,
que oo celebrante
que celebrante lhes lhes apresenta
apresenta dizendo:
dizendo: Recebei aa luz
““Recebei luz de Cristo”. .
de Cristo”
Esla vela
Esta vela éé símbolo
símbolo da da fé, luz de
fé, aa luz significa que
Cristo, ee significa
de Cristo, que o oss pais
pais
ee os
os padrinhos
padrinhos se se responsabilizam
responsabilizam por por ajudar
ajudar as crianças aa cam
as crianças caminha-
inha­
rem na vida como “filhos da luz”, como cristãos.
rem na vida como “ filhos da luz” , como cristãos. Também
Tam bém aqui
aqui
poderia
poderia ser oportuno que
ser oportuno que os pais adquirissem
o.s pais adquirissem oo costume costume de propor-
de propor­
cionar aa vcla
cionar vela para essa cerimônia,
para essa cerimônia, com com oo fim fim de depois para
levá-la depois
de ievá-la para
casa uv guardá-la. Em alguns países, nos lares católicos onde se com- ­
casa e guardá-la. Em alguns países, nos lares católicos onde se com
preende ee aprecia
preende aprecia aa importância
importância do Batismoo como
do Batism nascimento espi­
como nascimento espi-
ritual.
ritual. essaessa dala
data éé celebrada
celebrada com com muito muito m mais alegria que
ais alegria que o o ani-ani­
versário do nascimento.
versário do nascimento. Em cada aniversário de batismo, convi-
Em cada aniversário de batism o, convi­
dam-se
dam-se os os padrinhos
padrinhos aa almoçar
almoçar ou ou jantar
jantar e, e, nono centro
centro da mesa brilha,
da mesa brilha,
acesa,
acesa, aà chama
chama da da vela
vela batismal.
batismal,

O NASCIMENTO
O DE UMA
N A SC IM E N T O ÜE U M A ALMA
ALM A

O rito
O rito dodo BalPsino
Batismo está esiá cheio
cheio de riqueza ee simbolismo
de riqueza simbolismo espiritual.
espiritual.
Sempre
Sempre que gue possível,
possivel, éé celebrado
celebrado no no domingo,
domingo, dia dia emem queque aa Igreja
Igreja
comemora
comemora o o mistério
mistério da da Ressurreição
Ressurreição de de Cristo
Cristo ee que,
que, portanto,
portanto, éé
muito apropriado para o nascimento espiritual de uma alma
muito apropriado para o nascimento espiritual de uma que,
alma que,
nas águas batismais.
nas águas batismais, vai val — — comocomo dizdiz São
São Paulo
Paulo — — ressuscitar
ressuscitar coracom
Cristo e nascer para uma vida nova.
Acompanhados
Acom panhados pelos padrinhos, oo pai
pelos padrinhos, pai ee aa mãemãe apresentam
apresentam oo
filho àà Igreja
filho Igreja ee solicitam
solicitam o o batismo,
batismo, queque éé aa porta
porta de ingresso na
de ingresso na
Igreja.
igreja.
O sacerdote
O sacerdote (ou (ou oo diácono),
diácono). que que vaivai administrar
administrar oo batismo,batismo,
dirige-se então
dirige-se então ao encontro dos
ao encontro pais ee dos
dos pais dos padrinhos, à porta ou
padrinhos, à porta ou nono
local
local da da igreja
igreja onde
onde estesestes sese encontram
encontram reunidos,
reunidos, e, e, depois
depois de saudá-
de saudá-
los, recorda-lhes
-los, recorda-lhes aa alegria alegria de de acolher
acolher os filhos como
os filhos como dom dom de de Deus,
Deus.
desse
desse Deus Deus que que éé aa fonte
fonte dcde toda vida ee quer
toda vida quer dar
dar agora
agora ao ao novo
novo serser
4a suasua própria
própria Vida:Vida: aa graçagraça santificante
santificante ee aa filiação
filiação divina.
divina.
OO celebrante
celebrante inicia inicia então
então oo ritorito com
com um um breve diálogo, em
breve diálogo, que
era que
lhes pergunta,
lhes pergunta, além além do do nome escolhido para
nome escolhido para aa criança,
criança, oo que que pedem
pedem
qa tgreja
Igreja parapara ela.
ela. A A resposta
resposta dos dos pais pode ser:
pais pode ser: “O Batismo”,
“ O Batism ou
o” , ou
a fé”, “a graça de Cristo”
“ a fé” , “ a graça de Cristo” “ a entrada na “a entrada na Igreja”
Igreja”, , ““aa vida eterna”
vida eterna”
Qualquer
Qualquer dessas dcssa.s respostas exprime bem
respostas exprime bem aa consciência
consciência da da grandeza
grandeza
do momento ee dos
do momento dos frutos
frutos sobrenaturais
sobrenaturais do do santo Batismo.
santo Batismo.
A seguir,
A seguir, oo celebrante
celebrante lembra lembra o o compromisso
compromisso que que pais
pais ee padri-
padri­
nhos assumem
nhos assumem em em relação
relação àà criança,
criança. ee convida-os
convida-os aa traçar, junta-
traçar, junta­
244 O BATISMO

mente
mente com ele. oo sinal
com c!e. sinal da
da cruz
cruz na
na fronte
fronte da
da criança.
criança. EÉ oo sinal
sinal do
do
cristão, que
cristão, deverá marcar-lhe
que deverá marcar-lhe os
os passos
passos da vida ee acompanhá-la
da vida acompanhá-la
sempre.
sempre.

Comoo acontece
Com acontece na na celebração
celebração de de todos
todos os os sacramentos,
sacramentos, antes antes de de
Ss: iniciar oo rito
se iniciar rito sacramental
sacramental propriamente
propriamente dito, dito, temtem lugar
lugar aa Liturgia
Liturgia
da Palavra, que consta de algumas lesturas bíblicas relacionadas com
da Palavra, que consta de algumas leituras bíblicas relacionadas com
oo batismo.
batismo. AA homilia homília que que se segue àà leitura
se segue leitura tem tem comocomo finalidade,
finalidade,
além
além de de comentar
comentar os os textos lidos, preparar
textos lidos, preparar todostodos os os presentes
presentes para para
entenderem melhor a profundidade do mistério do Batismo e assu-
entenderem melhor a profundidade do mistério do Batism o e assu­
mirem com
mirem com alegria
alegria as as obrigações
obrigações que que deledele decorrem,
decorrem, especialmente
especialmente
quanto
quanto aos pais ee aos
aos pais aos padrinhos.
padrinhos.
A Liturgia
A Liturgia da da Palavra encerra-se com
Palavra encerra-se com aa oração
oração dos dos fiéis,
fiéis, aa invo­
invo-
cação dos santos e uma bela oração pedindo a Deus que faça com
cação dos santos e uma bela oração pedindo a Deus que faça com
““que estas crianças,
que estas crianças, livres
livres da da mancha
mancha original.
original, se se tornem
tornem um um templo
templo
vivo
vivo pela presença do
pela presença do Espírito
Espírito Santo”Santo”: ; e, e, por último, com
por último, com aa unção unção
pré-batismal,
pré-batismal,
Esta
E sta primeira
primeira unçãounção éé feita feita pelopelo celebrante
celebrante no no peito
peito de de cadacada
criança
criança com com oo óleoóleo dos catecúmenos. ao
dos catecúmenos, ao mesmo
mesmo tempo tempo que que diz:diz: “O “O
Cristo
Cristo Salvador
Salvador vos vos dê dê aa suasua força.
força. Que Que ela penetre em
ela penetre em vossas
vossas vidas vidas
como este
como óleo em
este óleo em vossovosso peito”.
peito” . O O óleo
óleo dos catecúmenos éé um
dos catecúmenos um
dos três
dos três óleos
ólcos que que o o bispo
bispo da da diocese
diocese consagra
consagra todos todos os os anos
anos na na
Quinta-feira Santa.
Quinta-feira Santa. Os outros dois
Os outros dois sãosão o o Santo Crisma ee o
Santo Crisma o ó Óleo
leo dos dos
Enfermos.
Enfermos. AA unção
unção no peito da
no peito da criança representa aa ““couraça”
criança representa couraça”
espiritual com que o Batismo a recobre.
espiritual eom que o Batism o a recobre. O seu significado encon­
O seu significado encon-
tra-se
tra-se nas nas palavras
palavras de de São São Paulo.
Paulo, que que dizdiz (Ef.
(Ef. 6,6, 13-16):
13-16): “Tomai,“ Tom ai,
pois, aa armadura
pois, armadura de de DeusDeus ., revesti-vos
., revesti-vos da da couraça
couraça da Justiça.
da justiça,
com a qual possais apagar os dardos inflamados do maligno”
com a qual possais apagar os dardos inflamados do m aligno” EE dede
novo: “Revestidos
novo: “ Revestidos da da couraça
couraça da da féfé ee dada caridade”
caridade” (T (I Tes.
Tes. 5, 5, 8).
8).

Logo após, todos


L o go após, todos se
se dirigem ao batistério,
dirigem ao batistério, e.e, quando
quando sese encon-
encon­
tram junto da
tram junto pia batismal,
da pia batismal. oo celebrante
celebrante recorda
recorda o o admirável
admirável plano
plano
de
de Deus,
Deus, queque pela
pela água
água quis santificar o
quis santificar o homem.
homem. Está
Está aa começar
começar
aa Liturgia Sacramental, que
Liturgia Sacramental, que tem
tem como
como primeiro passo uma
primeiro passo uma oração
oração
sobre aa água,
sobre água, que
que oo celebrante
celebrante toca
toca com
com aa mão,mão, enquanto
enquanto pede pede que que
venha
venha sobresobre ela
ela aa força
força dodo Espírito
Espirito Santo,
Santo, para
para que todos os
que todos cs queque
forem batizados
forem batizados ressuscitem
ressuscitem com Cristo para
com Cristo para aa Vida.
Vida.
Depois, chega o momento de fazer as promessas
Depois, chega o momento dc fazer as prom essas do do Batism
Batismo,o,
que serão
que pronunciadas pelos
serão pronunciadas pelos pais
pais ee padrinhos.
padrinhos. OO celebrante
celebrante per­ per-
gunta-lhes: ““Renunciais
gunta-lhes: Renunciais aa Satan
Satanás?”,
ás?” , ee eles respondem: “Renuncio”
eles respondem; “ Renuncio”
““EE aa todas
todas asas suas
suas obobras?”
ras?” | ““Renuncio”
Renuncio” “E “ E aa todas
todas asas suas sedu-
suas sedu­
ções?” | ““Renuncio”
ções?” Renuncio” U Uma
m a vez
vez formuladas
form uladas as as promessas,
promessas, oo celebran-
celebran­
te recebe
te recebe aa profissão
profissão de de féfé dos
dos pais
pais ee padrinhos,
padrinhos. perguntando-lhes:
perguntando-lhes:
““Credes
Credes em Deus Pai
em Deus Pai todo-poderoso,
todo-poderoso, criador
criador do céu ee da
do céu da terra?”,
terra?” ,
O NASCIMENTO DE UMA ALMA 245

“Credes
“Credes em em Jesus
Jesus Cristo,
Cristo, seuseu único
único Filho,
Filho, Nosso Senhor, que
Nosso Senhor, nasceu
que nasceu
d
daa Virgem
Virgem M aria, padeceu
Maria, padeceu ee foi foi sepuliado, ressuscitou dos
sepulado, ressuscitou mortos
dos mortos
ee subiu
subiu"^ ao C éu
ao Céu?”. ?” . “Credes no Espírito Santo, na Santa
“ Credes no Espírito Sanlo, na Santa Igreja
Igreja Ca-
C a­
tólica,
tólica, na
na Comunhão
Comunhão dos dos Santos,
Santos. na na remissão
remissão dos pecados, na
dos pecados, res-
na res­
surreição dosdos mortos
mortos ee na na vida
vida eterna?”
eterna?”. . A cada uma destas
A cada uma destas três Irês
surreição
percumas,
perguras . osos pals
pais &c padrinho
padrinhos s responde
respondem: m: ““Creio”
Creio”
Todos os
Todos os anos.
anos. nana liturgia
liturgia da Vigia Pascal.
da Vigília Pascal, os batizados reno-
os batizados reno­
vam soleneme
vam solenemente estas promessa
nte estas prom essas s ec esta profissão da
esta profissão nossa fé.
da nossa fé. EmEm
alguns países, as famílias que celebram o aniversár
alguns países, as famílias que celebram o aniversário io do
do batismo
batismo
têm prática admiráve
têm aa prática admirável l de renovar as
de renovar as promessa
prom essas s do Batism o antes
do Batismo antes
de se
de sentarem àà mesa
se sentarem refeição da
para aa refeição
mesa para festa; é o pai quem per-
da festa; é o pai quem per­
gunta, e todos respondem em uníssono.
gunta, e todos respondem em uníssono.

Chega,
Chega, porpor fim,
fim, o o momento
momento central
central da cermônia.
da cerimônia. OO sacerdote
sacerdote
(ou oo diácono)
(ou diácono) vai administrar oo batismo
vai adniinislrar balismo áà criança.
criança, Primeiro,
Primeiio, o o
celebrante convida a familia a aproximar-se da água batismal.
celebrante convida a família a aproximar-se da água batismal. Ci-
C i­
tando oo nome
tando nome da da criança, pergunta aos
criança, pergunta aos pais
pais ee padrinhos
padrinhos se se querem
querem
que seja
que seja balizada
batizada na na mesma
mesma fé fé dada igreja
Igreja que acabam de
que acabam de professar,
professar,
ee logo
logo aa seguir
seguir batiza
batiza aa criança
criança dizendo
dizendo as as palavras sacramentais:
palavras sacramentais:
““N...,
N . ■ eu eu tete_batizo
batizo em em nome
nome do do Pai,
Pai, do Filho ee do
do Fifho do Espírito
Espírito Santo”
Santo”.,..
Aoo mencionar
A mencionar o o nome
nome de de cada
cada umauma das das três Pessoas divinas,
três Pessoas divinas,
mergulha três
mergulha vezes aa criança
três vezes criança na na água
água (batismo
(batismo por por imersão)
im ersão) òu ou
derrama três vezes água sobre a sua cabeça (batismo por infusão).
derrama três vezes água sobre a sua cabeça (batism o por in fusão).
NNaa prática,
prática, aa forma
forma que que sese segue normalmente éé aa do
segue normalmente do- batismo
batism o porpor
infusão, e,
infusão, e, neste
neste caso,
caso, *o
*o pai
pai ouou aa m mãeãe seguram
seguram aa criança
criança sobre
sobre aa
pia batismal.
pia batismal. Onde
Onde for tradicional que
for tradicional que aa segurem
segurem oo padrinho
padrinho ou ou
aa madrinha, conserva-se essa
madrinha, conscrva-se essa tradição.
tradição. ÉÉ muito conveniente manter
muito conveniente manter
aa criança
criança com com aa cabeça
cabeça ligeiramente
ligeiramente inclinada
inclinada parapara baixo,
baixo, de de modo
modo
que aa água
que possa correr-lhe
água possa sobre aa fronte
correr-lhe sobre fronte semsem entrar
entrar nos nos olhos.
olhos.
Para
Para mim,mim, queque jájá batizei tantas crianças,
batizei tantas crianças, este
este éé sempre
sempre um um m mo-o­
mento de
mento de solenidade
solenidade máxima.
máxima. ImaginoIm agino aa milícia
milícia celestial congre-
celestial congre­
gada
gada emem torno
torno dada fonte
fonte batismal,
batismal, em em ansiosa espera de
ansiosa espera de queque um
um novo
novo
membro se incorpore
membro se incorpore ao ao Corpo
Corpo Místico
Místico de de Cristo
Cristo ee àà Comunhão
Comunhão
dos Santos.
dos Santos. Penso Penso no no próprio Deus todo-poderoso,
próprio Deus todo-poderoso, com com olhar
olhar dede
amor impaciente, aguardando
amor impaciente, aguardando oo momentomomento de de tomar
tomar posseposse daquela
daquela
alma, Penso no espantoso
alma. Penso no espantoso milagre milagre de de graça
graça que está para
que está para acontecer,
acontecer,
€e quase
quase posso sentir oo calor
posso sentir calor dada presença
presença do Espirito Santo
do Espírito Santo (E (É pen-
pen­
sar que
sar que nós,
nós, muitas
muitas vezes,
vezes, damos
dam os tão tão pouca
pouca importância
importância aa isso! isso!
Sim, tivemos batizado
“ Sim, tivemos batizado no no domingo”
domingo”).).
Com os
Com os olhos
olhos dada fé,
fé, podem
podemosos verver asas águas
águas da salvação envol­
da salvação envol-
vendo
vendo aa criança,
criança, enterrando
enterrando para para sempre
sempre aa antiga carga de
antiga carga de pecado
pecado
do
do homem,
homem, para para queque aa criança
criança possa
possa surgir
surgir delas
delas convertida
convertida num num
homem novo
homem novo em em Cristo.
Cristo. Este Este especial
especial simbolismo
simbolismo do do Batism
Batismoo tor-
tor-
na-se
na-se mais
mais expressivo quando o
expressivo quando o batismo
batismo éé administrado
r
administrado por por imersão
246 O BATISMO

completa.
completa. Mas M as oo batismo
batismo por por infusão
infusrm conserva também oo mesmo
conserva lambem mesmo
significado.
significado.
Uma
U m a vez transcorrido este
vez transcorrido este momento
momento eiilmiiianle,
culmimante. aa cerimônia
cerimônia vai
vai
chegando
chegando rapidamente
rapidamente ao fim, AA criança
ao fim. criança éc agora
agora umum filho
filho de Deus,
dc Deus,
um príncipe
um príncipe dada família
família real
real dos céus.
dos céus. A criança
A criança participa
participa também
também
do sacerdócio
do sacerdócio eterno
eterno dede Cristo.
Cristo. EE assim como os
assim como os reis
reis ee sacerdotes
sacerdotes
dos tempos
dos antigos eram
tempos antigos ungidos, aa criança
eram ungidos, criança éé agora
agora ungida também,
ungida também,
na cabeça,
na cabeça, com com oo óleo
óleo santo.
santo. Antes da
Antes da unção,
unção, oo celebrante pede
celebrante pede
aa Deus:
Deus: “Que“ Que Ele te consagre
Ele te consagre comcom o o óleo santo para
óleo santo para que. como
que. como
membro de
membro Cristo, sacerdote.
de Cristo, sacerdote, profeta
profeta ee rei. rei, continues
continues no no seu
seu Povo
Povo
até àà vida
até eterna”
vida eterna”
É agora
É agora que que tem tem lugar
lugar oo breve breve rito rito da veste branca;
da veste branca: se se aa
criança não estiver de branco. é revestida com uma pequena túnica
criança não estiver de branco, é revestida com uma pequena túnica
ou véu
011 véu branco,
branco. OO celebrante
celebrante recorda:
recorda: ““Agora nasceste dc
Agora nasceste de novo
novo e€
to revestisle
te revestiste de de Cristo;
Cristo: porpor isso
isso trazes
trazes estaesta veste branca.
veslc branca. Que teus
Que teus
pais ee amigos
pais amigos te te ajudem
ajudem por por suasua palavra
palavra cc exemploexemplo aa conservar
conservar aa
dignidade de
dignidade de filho
filho de de Deus
Deus até até àà vida vida eterna”
eterna*’
Acabada
A cabada esta oração, oo sacerdote
esta oração, sacerdote apresenta
apresenta oo círio círio pascal
pascal ce diz:
diz:
““Recebe
Recebe aa luz luz dede Cristo”
Cristo” Eos
E os pais pais ou ou os os padrinhos
padrinhos accndcm acendem no no
círio pascal
círio pascal aa velavela da da criança,
criança, que que tem lem um um belo simbolismo. expri-
belo simbolismo, expri­
mido
mido nas nas palavras
palavras que que o o celebrante
celebrante lhes dirige:
lhes dirige; ““Pais
Pais ec padrinhos.
padrinhos,
esta luz
esta luz vos
vos éé entregue
entregue para para queque aa alimenteis.
alimenteis, Por Por isso.
isso. esforçai-vos
esforçai-vos
para que
para que esta
esta criança
criança caminhe
caminhe na na vidavida iluminada
iluminada por por Cristo, como
Cristo, como
filho da luz. Perseverando na fé. possa com todos os santos Irir ao
filho da luz. Perseverando na fé, possa com todos os santos ao
encontro
encontro do do Senhor
Senhor quandoquando Ele Ele vier”
vicr” | A A seguir,
seguir, oo celebrante
celebrante podepode
tocar os
tocar ouvidos ee aa boca
os ouvidos boca da criança, dizendo;
da criança, dizendo: ““OO Senhor
Senhor Jesus,
Jesus,
que fez
que fez osos surdos
surdos ouvirouvir ee os mudos falar,
os mudos falar, telc conceda
conceda que que possas
possas
logo ouvir
logo ouvir aa sua sua palavra
palavra ee professar
professar aa fc fé para louvor ee glória
para louvor clória dede
Deus
Deus Pai”Pai”
Vem agora
Vem agora aa conclusão
conclusão do do rito
rito do do Batismo.
Batismo. De De pé,
pc, diante
diante dodo
altar, oo celebrante
altar, celebrante dirigedirige aosaos presentes
presentes uma exortação. para
uma exortação, para que pre-
que pre­
parem os
parem os novos
novos batizados
batizados para para aa recepção
recepção dos dos Sacramentos
Sacramentos da da C Cris-
ris­
ma
ma ee da da Eucaristia,
Eucaristia, quando quando for for o o momento;
momento; ee todos todos juntos
juntos rezam
rezam
oo Pai
Pai N Nosso.
osso. Dá uma bênção
D á uma bênção às mães, aos
às mães, aos pais
pais ee aa todos
todos os os pre­
pre-
sentes,
sentes, ee encerra
encerra oo rito rito com
com nma uma bênçãobenção final final ee aa despedida.
despedida.
Os
Os pais ofereceram seu
pais ofereceram seu filho
filho aa Deus.Deus. Deus lhes
Deus devolve um
lhes devolve um
santo.
santo.

QUEM PODE
Q U EM PO BATIZAR?
DE B A T IZ A R ?

Em caso
Em caso de
de emergência, você saberia
emergência, você saberia administrar
administrar oo sacramento
sacramento
do Batismo?
do Provavelmente sim.
Batism o? Provavelmente sim. Há poucos calôlictfs
Há poucos católicos que,
que, tendo
tendo
recebido
recebido aulas de catecismo,
aulas de catecismo, ainda
ainda que
que sejam apenas as
sejam apenas preparató-
as preparató­
rias para
rias para aa primeira
primeira comunhão,
comunhão, não tenham bem
não tenham bem inculcada
inculcada aa im-
947
QUEM PODE BATIZAR?

portância de
porUiiKÍa saber como
de saber como batizar
batizar em caso de
em caso necessidade, Ordina-
de necessidade. Ordina-
ramente. quem administra O batismo é o sacerdote (ou o diácono).
rianieiile. quem administra o batismo é o sacerdote (ou o diáeono).
ce seria muito mau
seria muito mau que que um um leigo
leigo o o fizesse
fizesse em em seu seu lugar
lugar semsem uma uma
razão crave. Por
razão grave. Por sua vez, cé essencial
sua vez, essencial não permitir que
não permitir ninguém com
que ninguém com
condições para receber O batismo morra sem ele: é um requisito im
condições para receber o batismo morra sem ele; é um requisito im- ­
prescindível para
prescindível para se entrar no
se entrar no céu.
céu.
Por esta razão.
Por esta razão. NossoNosso SenhorSenhor Jesus Jesus CristoCristo deixoudeixou as as portas
portas
desse sacramento abertas de par em par em caso de necessidade ur-
desse sacramento abertas de par em par em caso de necessidade ur­
gente.
gente. Quando
Quando um um não batizado está,
não batizado pois, em
está, pois, em perigo
perigo de morte, ee
de morlc.
reúne
reúne as condições para
as condições para receber sacramento, não
receber oo sacramento, havendo sacerdote
não havendo sacerdote
ou diácono disponível, qualquer pessoa pode batizá-lo.
on diáeono disponível, qualquer pessoa pode batizá-lo. Mesmo um
M esmo um
não católico
não católico ou ou um um ateuateu pode validamente oo batismo,
administrar validamente
pode administrar batismo,
desde
desde que tenha aa intenção
que tenha intenção pelo pelo menos
menos de dc “fazer
“ fazer oo que que fazfaz aa Igreja”
Igreja”
nessa cerimônia c empregue a forma corretamente.
nessa cerimônia c empregue a form a corretamente.
OO que
que se se tem
tem aa fazer
fazer éé extremamente
extremamente simples. simples. Basta Basta derramai
derramar
água
água da torneira na
da torneira na fronte
fronte do do batizado
batizado e,e, ao ao mesmo
mesmo tempo. tempo, pro­ pro-
nunciar
nunciar audivelmente
aiidivelmente (enquanto{enquanto aa água úgua escorre)
escorre) as palavras:
as palavras: “Eu
“ Eu
te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” Estas
le batizo cm nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” Estas
palavras deveriam
palavras deveriam ser ser tão familiares aa um
tão familiares um batizado
batizado como como o o seu
seu pró-
pró­
prio
prio nome.nome. Pode Pode apresentar-se
apresentar-se uma uma ocaslãão
ocasião em em que quc aa salvação
salvação
cterna de uma alma dependa de conheçê-las.
eterna dc uma alma dependa de conhecê-las. No batismo solene,
No batismo solene,
que
quc se se administra
administra na na igreja,
igreja, aa água água que que se se utiliza
utiliza éé aa batismal,
batism al, es- es­
pecialmente benta
pecialmente benta na na Vigilia
Vigilia Pascal.
Pascal. Mas, M as, num num batismo privado.
batismo privado,
basta aa água
basta água corrente,
corrente, que que éé até até preferível
preferível àá água água benta.
benta.
Muito frequentement
Muito frequentemente e administra-se
administra-se oo batismo batismo privadoprivado em em ma- ma-
terntdades.
icrnidades. quando quando sc sc torna
torna duvidosa
duvidosa aa sobrevivência
sobrevivência do do recém-nas-
recém-nas­
cido.
cido. Se Sc oo hospital
hospital éé bem bem atendido
atendido por por pessoal
pessoal católico,
católico, os os pais
pais
não
não ilêm lêm razão
razão para preocupar-se: uma
para preocupar-se: uma freirafreira ou ou enfermeira
enfermeira se .se en-
en­
carregará
carregará de de administrar
administrar oo batismo batismo se se aa vidavida da da criança
criança estiver
estiver em em
perigo.
perigo. Mas
M as se se aa futura
futura mãe m ãe vai vai para
para um um hospital
hospital que que nãonão oferece
oferece
garantias
garantias nesse nesse aspecto.
aspecto, deve deve tomar
tomar as as medidas
medidas necessárias
necessárias para para que que
seu filho
.scii filho seja
seja batizado
batizado em em casocaso de de necessidade,
necessidade, inclusiveinclusive levando
levando aa
fórmula
fórmula do do batismo
batismo escrita
escrita num num papel.papel. Chegada
Chegada àa hora hora do do parto,
parto,
dará
dará oo papelpapel ao ao médico
médico (ou (ou àà enfermeira)
enfermeira) ec dirá: dirá: ““Doutor.
Doutor, sc se aa
vida
vida de de meu
meu filho
filho correr
correr perigo.
perigo, por por favor.
favor, derrame
derrame um um pouco
pouco de de
água
agiia sobresobre aa sua sua cabeça
cabeça ce diga diga ao ao mesmo
rncsnio tempo tempo essas essas palavras
palavras
em voz alta, com a intenção de
em vuz alta, eom a intenção de fazer o que aa Igreja fazer o que Igreja Católica
Católica quer quer
fazer
fazer no no batismo”
batism o”
Se
Se aa criança
eriança estiver
estiver em em casacasa ee adoecer
adoecer repentinament
repentinamente e antes
antes de de
ser batizada. qualguer membro da família
)^cr batizada, qualquer m em bro da família pode (e deve) batizá-la. pode (e deve) batizá-la.
Os
Ds laçoslaços que quc prendem
prendem um um bebêbebê àà vida vida são são frágeis.
frágeis, e,c, às às vezes,
vezes,
-“
_a^ margem
niargem entre entre aa vidavida cc aa mortemorte éc muito muito tênuc.icnue._ Nesses
Nesses casos,
casos, não não
sese deve
deve esperar
esperar pelo pelo sacerdote.
sãccrdoTe. “O ;Q balismo terá aa mesma
fíãfísm 'õ~lcrá m esm a cficácia,
eficácia,
independentem
‘'l^lépcndcntemcnte ente de de quem
quem .o.o administ
ad m in isF rér^T E re terá
cfa" quequc serser adminis-
ãdmmis-
248 O BATISMO

trado
tia incondicionalmente. quer
do incondicionalmente, quer dizer,
dizer, sem sem resirições
restrições nem nem acréscimos.
acréscimos.
Quer
Que r sobreviva
sobreviva ou ou não,não, aa vriança
criança foi foi batizada
batizada ee não não poderá
poderá voltarvoltar
aa sê-lo.
sê-lü.
Mas
M as sc sc aa criança
criança batizada
batizada privadamente
privadamente sobrevive, deve-se dar
sobrevive, deve-se dar
notícia do
notícia do batismo
batismo ao ao pároco
pároco — — informá-lo
informá-lo da da data
data ee de de quemquem oo
administrou —
administrou — para
para que que se se possa inscrevê-lo no
possa inscrevê-lo no registro batismal.
registro batismal.
Lembremo-nos
Lembremo-nos de de queque essa
essa criança necessitará mais
criança necessitará mais tarde
tarde de de uma
uma
certidão
certidão de batismo para
de batismo para poder
poder fazer fazer aa primeira comunhão ee rece-
primeira comunhão rece­
ber os
ber os demais sacramentos.
demais sacramentos. Depois
Depois de de aa criança
criança se recuperar, os
se recuperar, os
pais devem
pais devem combinarcombinar com com oo párocopároco aa data para lhe
data para lhe serem
serem adminis-
adminis­
tiradas as restantes cerimônias do rito batisinal.
tradas as restantes cerimonias do rito batismal. Terão que levá-Ia
Terão que levá-la
àà igreja,
igreja, para para receber
receber as cemmônias do
as cerimônias do batismo solene, exceto
batismo solene, exceto aa
infusão
infusão da água, aa menos
da água, menos que que hajahaja motivos
motivos para suspeitar que
para suspeitar que isso
isso
não foi feito adequadamente.
não foi feito adequadamente.
Quando sese batiza
Quando batiza uma uma criança
criança privadamente,
privadamente, éé conveniente
conveniente que que
haja
haja padrinhos
padrinhos (pelo (pelo menos
menos um um),), ee escolhê-los talvez entre
escolhê-los talvez entre os vizi-
os vizi­
nhos
nhos ou parentes que
ou parentes que o o queiram.
queiram, A A única coisa necessária
única coisa necessária éé que que
tenham intenção de ser padrinhos.
tenham intenção de ser padrinhos. Em casos assim, esse mesmo
Em casos assim, esse mesmo
casal
casal (se (se lhelhe for possivel) deve
for possível) deve acompanhar
acompanhar aa criança criança àà igreja para
igreja para
aa administração
administração das das restantes
restantes cerimônias.
cerimônias. Na N a prática, raras vezes
prática, raras vezes
se podem conseguir
se podem conseguir padrinhos
padrinhos para para um batismo privado,
um batismo privado, especial-
especial­
mente
mente nos hospitais. Nesse
nos hospitais. Nesse caso,caso, pode intervir como
pode intervir como padrinho
padrinho su- su­
plente qualquer
plente qualquer pessoa pessoa aa quem guem os os pais
pais o o peçam.
peçam.
É pouco
É provável que
pouco provável que tenhamos
tenhamos ocasião ocasião de administrar priva-
de administrar priva­
damente
damente o o batismo
batismo aa uni um dulto,
adulto, mas pode acontecer.
m as pode acontecer. Um possivel
U m possível
converso pode
converso pode ficarficar gravemente
gravemente doente doente antes antes dede ser ser recebido
recebido na na
Igreja. Ou
Igreja. Ou um amigo não
um amigo não batizado
batizado pode pode manifestar
manifestar oo desejo desejo de de
ser
ser batizado
batizado no leito de
no leito de morte
morte ee ter ter aa fé fé necessária
necessária para para isso:
isso: féfé nana
Santíssima Trindade, que premia os justos e castiga os pecadores,
Santíssima Trindade, que premia os justos e castiga os pecadores,
ee emem Jesus
Jesus Cristo, como Filho
Cristo, como Filho de de Deus
Deus ee nosso Kedentor; ee aa von-
nosso Redentor; von­
tade
tade de de aceitar
aceitar tudo tudo oo que que aa Igreja
Igreja Católica
Católica ensima. Talvez não
ensina. Talvez não se se
apresente
apresente nunça semelhante ocasião,
nunca semelhante ocasião. mas mas éé de capital importância
de capital importância
estarmos preparados
estarmos preparados para para ela.ela.

Se
Se oo Batismo
Batismo éé absolutamente
absolutamente necessário
necessário parapara irir para
para oo céu
céu
(e é),
(e que acontece
é ), que acontece comcom todatoda aa gente
gente queque morre
morre sem oportunidade
sem oportunidade
de
de recebê-lo
recebê-lo ee que talvez nem
que talvez nem sequer
sequer saiba
saiba que
que existe? Perderão oo
existe? Perderão
céu,
céu, semsem culpa alguma de
culpa alguma sua parte?
de sua parte?
Ninguém que
Ninguém que tenha chegado ao
tenha chegado ao uso
uso dada razão perde oo céu
razão perde céu aa não
não
ser por
ser por culpa própria.
culpa própria. É um
É um artigo
artigo da da fé
fé cristã
cristã —— definido
definido pela
pela
Iereja
Igreja — que Deus
— que Deus dá dá aa cada
cada alma
alma que
que cria
cria aa graça
graça suficiente
suficiente para
para
se salvar.
se salvar. Ninguém poderá
Ninguém poderá jamjamais
ais dizer:
dizer: ““Não
N ão pude alcançar Ooo
pude alcançar
céu porque
céu porque nãonão tive meios para
tive meios para isso”.
isso” .
Para os
Para os que
que não têm ocasião
não têm ocasião dede receber
receber oo Batism
Batismo,o, oo caminho
OUEM PODE BATIZAR? 249

alé
até Deus Deus éé um um caminho
caminho dc de amor.
amor. Uma
Umia pessoa
pessoa que que ama ama aa Deus Deus
sobre iodas
sobre todas as as coisas
coisas ce quer quer lazer tudo oo que
tazer ludo que DeusDeus quer,quer, tem tem oo
batismo de
batismo de desejo. desejo. Se as circunstâncias a impedem
Se as circunstâncias a impedem de
de receber
receber oo
batismo
batismo sacranicmal,
sacramental, bastará
bastará o o seu
seu batismo
batismo de desejo para
de desejo para lhe serem
lhe serem
abertas
abertas as as portas
portas do do céu.
céu. D
Doo mesmo
mesmo modo modo que que o supremo amor
o supremo amor
Deus perdoa todos os pecados, mesmo
aa Deus perdoa todos os pecados, mesmo mortais,
mortais, à
à alma
alm a que
que não
não
apresentar-se àà Confissão,
púde apreseiuar-sc
pòde Confissão, o supremo am
o supremo amor or aa Deus apagara
Deus apagará
todos os
todos os pecados,
pecados, lanto como os
original como
tanto oo original atuais, da
os atuais, da alm almaa queque nãonão
pôde receber o batismo.
pôde rcccber o batismo.
Quando alguém
Quando alguém que que am amaa aa Deus conhece o
Deus conhece Batismoo ee quer
o Batism quer re­ te-
cebê-lo, chamamos aa essa
cebê-lo, chamamos batismo de
disposição batismo
essa disposição de desejo explícito.
desejo explícito.
Quando alguém que desconhece o Batismo ama a Deus e quer fazer
Quando alguém que desconhece o Batismo am a a Deus e quer fazer
sua vontade em
aa sua vontade em tudo,
tudo, possui
possui o
o batismo
batismo de
de desejo
desejo implícito.
implícito. Por
Por
palavras, oo desejo
vutras palavras,
nutras desejo do batismo está
do batismo implicitamente no
contido implicitamente
está contido no
desejo de cumprir a vontade de Deus. Se essa pessoa conhecesse
desejo dc cumprir a vontade de Deus. Se essa pessoa conhecesse
Batismoo cc soubesse
oo Batism soubesse que deseja que
Deus deseja
que Deus receba, batizar-se-ia
que oo receba, batizar-se-ia
porque qiicr
porque que Deus
quer oo que Deus quer.
quer.
Uma
U m a pessoa preparada para
pessoa preparada para receber batismo tem
receber oo batismo tem já batismo
já oo batismo
de desejo explícito. se a sua fé é acompanha
de desejo explícito, se a sua fé é acompanhada da pelo amor aa Deus
pelo amor Deus
por Deus
por mesmo.
Deus mesmo. Um judeu
Um piedoso, com
judeu piedoso, supremo amor
com supremo amor aa Deus, Deus,
muito bem
pode muito
pode cstar de
bem estar posse do
de posse batismo de
do batismo implícito.
desejo implícito.
de desejo

AA fonna
forma mais
mais elevada
elevada de substituir oo batismo
dc substituir batismo sacramental
sacramental ou
ou
o de
o de desejo
desejo éé aquela
aquela que
que cham
chamamos batismo de
am os batismo de sangue.
sangue. “Ninguém
“ Ninguém
tem maior
tem amor que
maior amor que aquelc que dá
aquele que dá aa vida
vida por
por seus
seus amigos”
am igos” (Jo
(Jo
15, 13).
15, 13). MesmoMesmo sem sem batismo,
batismo, qualquer pessoa que
qualquer pessoa sofra oo martírio
que sofra martírio
por Cristo
por Cristo tem tem aa certeza
certeza de de alcançar
alcançar aa recompensa
recompensa eterna. eterna. M Mártir
ártir
éé todo aquele que
lodo aquele que “sofre
“ sofre por por motivo
motivo sobrenatural
sobrenatural aa morte morte ou ou uma
uma
ferida mortal
ferida mortal infligida
infligida por por ódio
(>dio aa Cristo,
Cristo, àà sua sua religião
religião ou ou aa uma
uma
virtude cristã”
virtude cristã”
O termo “mártir”
O termo reserva-se oficialmente
“ mártir” reserva-se oficialmente para para os que sofrem
os que sofrem morte
morte
violenta
violenta ou ou derramam
derramam o o seu sangue por
scii sangue Cristo. N
por Cristo. Nosos dias
dias emem queque
aa igreja
Igreja formulava
formulava aa sua sua definição
definição dc de martírio,
martírio, aa morte
morte às às mmãos
ãos dos
dos
seus
seus inimigos
inimigos cra cra geralmente
geralmente rápida. rápida. Ficavam reservados
Ficavam reservados para para aa
nossa época,
nossa época, ““civilizada”
civilizada” ee moderna,
moderna, os os métodos
métodos de de tortura
tortura em em que
que
aa morte
morte podepode scr ser prolongada
prolongada por muitos anos
por muitos anos ee se pode matar
se pode m atar umum
homem sem deixar sinais
homem sem deixar sinais em seu em scu corpo.
corpe. Háá hoje
H hoje muitas
muitas almas
alm as emem
prisões ee campos
prisões campos de de trabalho
trabalho que que sofrem
sofrem oo que que Fulton
Fulton Sheen
Sheen
chamou ““um
chamou martírio seco”
um martírio seco” Não restam dúvidas
N ão restam dúvidas sobre
sobre aa realidade
realidade
de
de tais martírios. A agonia de mente e corpo pode durar anos.
tais martírios. A agonia de mente e corpo pode durar anos.
Morram de
Morram de desinteria
desinteria ou ou de de outra doença contraída
outra doença contraída nas prisões,
nas prisões,
levarão
levarão aa palmapalma do do martírio
martírio por por toda
toda aa eternidade,
eternidade, e, e, sem
sem dúvida,
dúvida,
muitos deles
muitos deles sãosão catecúmenos
catecúmenos que que nãonão tiveram
tiveram oportunidade
oportunidade de re-
de re­
ceber
ceber o o batismo
batismo antesantes de de serem presos.
serem presos.
CAPÍTULO XXV

A ('CONFIRMAÇÃO
A OXFIRMAÇÀO

OO SSACRAMENTO DA C
A C R A M E N T O DA CONFIRMAÇÃO
O N FIR M A Ç Ã O

Nascer ec crescer
Nascer crescer são são dois acontecimentos inconfundíveis
dois acontecimentos inconfundíveis na na vida
vida
de uma
de pessoa, reconhecidos
uma pessoa, reconheeitlos por por todos,
todos. Vambém reconhecemos que
rambéni reconhecemos que
ha entre eles
há enirc eles umauma dependência
dependência intima: íntima; éé evidente
evidente que quc ninguém
ninguém pode pode
crescer se antes não nasceu.
crescer se anlcs não nasceu. É quase tão evidente que o fim do
É quase lão evidente quc o fim do
nascimento
nascimento se se frustra
frustra alé até certo ponto sc
certo ponto se nãonão éé seguido
seguido pelopelo cresci-
cresci­
mento.
mento. Um
Um anão anão causa
causa pena porque oo seu
ptma porque seu desenvolvimento
desenvolvimento físico físico
completo for impedido por um defeito glandular. Compadecemo-nos
completo foi impedido por um defeito glandular. Compadeeemo-nos
de
de umum Idiota
idiota cujo cujo crescimento
crescimento mental parou por
mental parou por umum defeito
defeito nasnas cé-cé­
lulas
lulas cerebrais.
cerebrais. Nascemos
Nascem os para para crescer
crescer e,e, ao ao crescer, aperfeiçoamos
crescer, aperfeiçoamos
Q nosso
o nosso nascimento.
nascimento.
Estes
Estes fatos
fatos patentes
patentes da da vida
vida física podem ajudar-nos
física podem ajudar-nos aa compreen-
compreen­
der
der aa íntima relação que
íntima relação que há há nana nossa
nossa vida
vida espiritual entre os
espiritual entre os sacra­
sacra-
mentos
mentos do do Batismo
Batismo cc da da Confirm
Confirmação.
ação. Ainda Ainda que que aa Confirmação
Confirm ação
seja por direito próprio um sacramento diferente e completo, tem
scja por direito próprio um sacramento diferente e completo, tem
por fim
por fim aperfeiçoar
aperfeiçoar oo que que oo Batism
Batismoo iniciou
iniciou em em nós.
nós. Poderíamos
Poderíamos
dizer
dizer que.
que. de certo modo.
de certo modo. somos somos batizados
batizados para para sermos
sermos confirmados.
confirmados.
Nascemos espiritualmente
Nascemos espiritualmente no no Batismo:
Batismo: atravésatravés dele,
dele, passamos
passam os aa
participar
participar da vida divina
da vida divina da Santisssma Trindade
da Santíssima Trindade ee começamos
começamos aa
viver
viver aa vida
vida sobrenatural.
sobrenatural. Ao Ao praticarmos
praticarmos as as virtudes
virtudes da da fé,
fé, da
da es­es-
perança
perança ee da da caridade,
caridade, e«e ao ao unirmo-nos
unirmo-nos aa Cristo Cristo na na sua
sua Igreja
Igreja para
para
prestar culto
prestar culto aa Deus,Deus, crescemos
crescemos também
também em cm graça
graça ee bondade.
bondade. Mas
M as
nessa
nessa etapa
etapa da vida espiritual,
da vida espiritual, como
como na na vidavida de de uma uma criança,
criança,
concentramo-nos principalmente em
concemramo-nos principalmente nós mesmos.
cm nós mesmos. TendemosTendemos aa estar estar
preocupados
preocupados com com as as necessidades
necessidades da da nossa
nossa própria
própria alma,alma, comcom os os
nossos
nossos esforços
esforços por por “sermos
‘‘sermos bons”
bons” ÉÈ claro
claro que que não
não podemos
podemos con- con­
centrar-nos
centrar-nos exclusivamente
exclusivamente em em nósnós mesmos:
mesmos; nào, não, se se entendemos
entendemos oo
que
quc significa
significa ser ser membro
membro do do Corpo
Corpo Místico
Místico dc de Cristo;
Cristo; não,
não, se en-
sc en­
tendemos
tendemos oo significado
significado da da M Missa
issa como
como um um ato ato comum
comum de de culto,
culto, e€
DA CONEIRMAÇÃO 951
O SACRAMENTO

aa Sagrada Coniiinhão como


Sagrada Comunhão auno o laço de
o laço dc união
untão com
com o o nosso próximo.
nosso próximo.
Mas,
Mas. emem geral.
geral, aa nossa
nossa vida
vida religiosa estt girando
religiosa está torno do
em torno
girando cm do
nosso cii.
posso el.
E recebemos
E recebemos aa Confirmação
Confirm ação ou ou Crisma.
Crisma. Com Com cia, cela, chega-nos
chega-nos
uma graça
uma graça que que aprofunda
aprofunda ec enrijeceenrijece aa nossanossa fé, para que
fé. para que sejaseja sufi-
sufi­
cientemente
ciontementoe forte
forte não
não só para
só para as necessidades
as necessidades próprias,
próprias, como
como
gmbém para as dos outros. com os quais procuraremos com
também para as do.s outros, com os quais procuraremos com- ­
partilhá-la. Com
partilhá-la. Com o despertar da
o despertar da adolescência,
adolescência. uma criança começa
uma criança começa
aa assumir,
assunur. paulatina
paulatina ce progressivamente,
progressivamente, as responsabilidades da
as responsabilidades ida-
da ida­
de adulta. Começa a ver o seu lugar no
de adulta. Começa à ver o seu lugar no quadro completo da família, quadro completo da família,
cv também
também no no da socicdade.
da sociedade. De forma parecida.
De forma parecida, oo cristão
cristão crismado
crismado
começa
começa aa ver ver cada
cada vezvez com com maiormaior clareza
clareza (ou tou deveria fazélo) aa
deveria fazc-!o)
sua responsabilidade para com Cristo e o seu próximo.
sua responsabilidade para com Cristo e o seu próximo. Compro-
Compro-
melte-se profundamente (ou
niele-sc profundamente (ou deveria
deveria fazê-lo)
fazê-lo) com com o o bem
bem de Cristo-no-
dc Cristo-no-
■«mundo.
mundo, que que éé aa Igreja,
Igreja, com com oo bem bem dc de Crislo-no-pró\im
Cristo-no-próximo.o. Nesse Nesse
sentido, a Confirmação é um crescimento espiritual
sentido, a Confirmação é um crescimento espiritual.
Para
Para que possamosos assum
que possam assumirir essacssa responsabilidade
responsabiltdade para para com com aa
Igreja ee para
Igreja para com com o o próximo,
próximo, tanto tanto em cm obras como cm
obras como em sentimentos,
sentimentos,
o(1 sacramento
sacramento da Confirmação
da Confirm ação ou ou Crisma
Crisma nos confere uma
nos conforc uma graçagraça ce
um
um poderpoder especiais.
especiais. Ássim como
Assim conio aa “marca”
"m arca” do do Batismo
Bali.smo nos nos faz faz
participar na
participar na função
função sacerdotal
sacerdotal dc de Cristo
Cristo vc nos nos dá dã oo poder
poder de de nosnos
unirmos aa Crislo
unirmos Cristo na na sua homenagem aa Deus,
sua homenagem Deus. aa Confirmação
Cãnifirmação “vin- “ vin-
ctla-nos mais perfeitamente à [ereja. enriquecidos dc especial força
ciila-nos mais pcrfcítamenic à Igreja, enriquecidos dc especial força
do Espírito
do Espírito Santo,Santo. ee nos nos lorna
torna mais mais estreitamente obrigados àà fc
cslreilamentc obrigados fé
que, como
que, como verdadeiras testemunhas dc
verdadeiras testemunhas de Cristo,
Cristo. devemos
devemos defenderdefender ee
difundir tanto
difundir tanto por por palavras
palavras como como por por obras”
obras” ((Lumen
“ I.Hincn Gentum”,
Ceniium ” ,
n.n. 11).
11).
Agora compartilhamos
Agora compartilhamos com com Cristo
Cristo aa sua sua m missão
issão de dc estender
estender oo
Reino, de
Reino, de adicionar
adicionar novasnovas almasalmas ao ao Corpo
Corpo Místico
Místico de de Cristo.
Cristo. As As
tossas palavras
nossas palavras ee atos atos já não se
já não se dirigem
dirigem meramente
meramente àà santificação
santificação
pessoal, mas
pessoal, mas vão.vão. além
além disso. fazer com
disso, fazer com que(|uc aa \erdadc
verdade dc de Crislo
Cristo se se
torne reab e viva para aqueles
torne veal e viva para aqueles que nos tMdciam. que nos rodeiam.

OO catecismo
catecismo define
define aa Confirmação
Confirmação como como ““um sacramento pelo
um sacramento pclo
qual
tlual sc se recebe
rcccbc o o EspírIUi
Espirito Santo,
Santo. se se imprime
imprime em nossa alma
cm nossa alma oo caráter
caráter
de
de soldados
soldados de dc Jesus Cristo ce n<is
.lesus Cristo nos tornamos
tornamos perfeitos
perfeitos cristãos”
cristãos" AA
analogia
analogia pcla pela qual
qual se compara
sc com para o o cristão
cristão confirmado
confirmado aa um um soldado
soldado
pode
pode ter perdido força
ter perdido força pclo
pelo seu
set largo uso. mas.
largo uso. mas. sese aa eomprcendernios
compreendermos
adequadamente.
adequadamente, está esti cheia
cheia dede significado.
significado. O O cristão
crislã<i confirmado
confirmado guar- guar­
da
da umauma lealdade inalterável para
lealdade inalterável para comcom oo Rei cuja causa
Rei cuja causa serve:serve: está
está
disposto a suportar qualquer sofrimento a serviço do seu Rei. aa
disposto a suportar qualquer sofrimento a serviço í I o seu Rei.
combater oo mal,
combater inclusive até
mal. inclusive até àà morte. onde quer
morto, onde quer queque se se encontre:
encontre:
aa fazer
fazer tudo
tudo o o que
que estiver
estiver ao seu alcance
ao seu alcance para
para dilatar
dilatar o o reino
teino dodo
seu Soberano.
seu
9259 A CONFIRMAÇÃO

É, pois,
É, pois, de de lamentar
lamentar que que muitos
muitos católicos
católicos encarem
encarem o o seu papel
seu papel
de
de soldados
soldados de de um
um pontoponto de de vista negativo.
vista negativo. Vêem-se
Vêem-se na na defensiva,
defensiva,
dispostos a lutar pela sua fé se lhes trouxerem a luta à sua porta.
dispostos a lutar pela sua fé se lhes trouxerem a luta à sua porta.
Ou
Ou vêemvêem talvez
talvez oo reinoreino de de Cristo
Cristo — — ee aa sisi mesmos
mesmos — — como
como que que
em estado
em estado de de sitio, cercados pelo
sítio, cercados pelo inimigo,
inimigo, lutando
lutando pelapela mera sobre-
mera sobre­
vivência.
vivência.
Masas não
M não éé essa,
essa, de de maneira
maneira nenhuma,
nenhuma, aa verdadeira
verdadeira ee dinâmica
dinâmica
concepção
concepção da da graça
graça ee do do poder
poder da da Confirmação.
Confirmação. OO cristão cristão confir­
confir-
mado lança-se jubilosamente
mado lança-se jubilosamente ao ao cumprimento
cumprimento da da sua
sua vocação.
vocação. Forte Forte
na fé
na fé ee cheio
cheio de de umum amoramor ardente
ardente pelas
pelas alm almasas —— queque nasce
nasce do do seuseu
amor a Cristo —, sente uma preocupação constante pelos outros.
amor a Cristo — , sente uma preocupação constante pelos outros.
Experimenta
Experimenta uma uma inquieta
inquieta insatisfação
insatisfação se não faz
se não faz pelos outrps algo
pelos outrps algo
que
que valha
valha aa pena,
pena, algoalgo que contribua para
que contribua para lheslhes aliviar
aliviar as as cargas
cargas da da
vida,
vida, algo
algo que que contribua
contribua para para lheslhes assegurar
assegurar aa promessa
prom essa da da vida
vida
eterna. Seus atos e palavras proclamam aos que o rodeiam: “Cristo
eterna. Seus atos e palavras proclam am aos que o rodeiam: “ Cristo
vive ee vive
vive vive para
para /i”ti”. , A A graça para agir
graça para assim éé aa que
agir assim que Jesus
Jesu s prome-
prom e­
teu aos
teu aos seus Apóstolos (e
seus Apóstolos (e aa nós) quando disse:
nós) quando disse: ““Recebereis
Recebereis o o poder
poder
do
do Espirito
Espirito Santo,
Santo, que descerá sobre
que descerá sobre vós,
vós, ee sereis minhas testemu­
sereis minhas testemu-
nhas.
nhas, até os confins da terra” (At 1, 8).
até os confins da terra” (A t I, 8),

Não
N sabemos exatamente
ão sabemos exatamente quando quando foi foi que Jesus, na
que Jesus, na suasua vida
vida
pública, instituiu
pública, instituiu oo sacramento
sacramento da Confirmação. É
da Confirmação. É uma
uma das das “muitas
“ muitas
coisas que Jesus fez” de que nos fala São João e que não estão
coisas que Jesus fez” de que nos fala São João e que não estão
escritas nos
escritas nos Evangelhos
Evangelhos (ver (ver JJoo 21, 21, 25).
25). Conhecemos
Conhecemos oo fato fato pela
pela
Tradição
Tradição da da Igreja,
Igreja, istoisto é,é, pela
pela doutrina
doutrina da da Igreja
Igreja transmitida
transmitida até até
nós desde os
nós desde tempos do
os tempos do Senhor
Senhor por meio dos
por meio dos Apóstolos,
Apóstolos, inspi­ Inspi-
rados pelo Espírito
rados pelo Espírito Santo.
Santo. EE aa Tradição
Tradição tem tem aa mesmmesma a autoridade
autoridade
que aa Sagrada
que Escritura, como
Sagrada Escritura, comò fonte fonte da da verdade
verdade divina.
divina. Se Se um um
amigo nosso, partidário de que “unicamente a Bíblia é a fonte da
amigo nosso, partidário de que “ unicamente a Bíblia é a fonte da
revelação”, , torce
revelação” torce oo nariz
nariz 'ee nos
nos diz:
diz: ““Diga-me
Diga-me onde onde éé que que isso
isso está
está
escrito
escrito nana Bíblia
Bíblia parapara queque eu eu creia”,
creia” , não cairemos na
não cairemos na armadilha,
armadilha.
Bastará
B astará responder-lhe
responder-lhe com com toda toda aa suavidade:
suavidade: “Mostre-me
“ Mostre-me onde onde se se
diz
diz na:
na' Bíblia
Bíblia queque devemos
devemos crer crer sósó no no queque aparece
aparece ali ah escrito”.
escrito” .
Mas a Sagrada Escritura fala-nos da Confirmação.
M as a Sagrada Escritura fala-nos da Confirmação. Não
N ão comcom
esse nome,
esse nome, éé claro,
claro, pois,
pois, àà exceção
exceção do do Batism
Batismo,o, os nomes dos
os nomes sacra-
dos sacra­
mentos foram inventados
mentos foram inventados pelos pelos primeiros
primeiros teólogos
teólogos da da Igreja.
Igreja. OO pri­ pri-
mitivo
mitivo nome
nome da Confirmação era
da Confirmação era “imposição
“ imposição das das m mãos”
ãos” Esse éé Oo
Esse
nome
nome que que aa Sagrada
Sagrada Escritura
Escritura utilizautiliza nesta
nesta passagem
passagem dos dos AtosAtos
dos Apóstolos:
dos Apóstolos: ““Quando Quando os os A Apóstolos
póstolos que que estavam
estavam em em Jerusalém
Jerusalém
souberam
souberam que que havia
havia sidosido recebida
recebida na na Samaria
Sam aria aa palavra
palavra de Deus,
de Deus,
enviaram para
enviaram para lá lá Pedro
Pedro ee Jo João,
ão , os os quais, tendo chegado,
quais, tendo chegado, fizeram
fizeram
oração por eles a
oração por eles a fim de fim de receberem
receberem o o Espírito
Espírito Santo,
Santo, pois
pois ainda
ainda não não
havia descido sobre
havia descido sobre nenhum
nenhum deles, deles, mas mas somente
somente tinham
tinham sido bati-
sido bati-
O SACRAMENTO DA CONFIRMAÇÃO 253

zados em
zados em nome
nome do do Senhor
Senhor Jesus.
Jesus. Então impuseram-lhes as
Então impuseram-lhes mãos,
as mãos.
ee eles
eles receberam
receberam o o Espírito
Espírito Sanio.
Santo. E Simão, o
quando Simão.
E quando mago, viu
o mago, viu
que o
que Espírito Santo
o Espírito Santo lhes
lhes cra comunicado por
ecra comunicado meio da
por meio imposição
da imposição
das mãos dos Apóstolos, ofereceu-l
das m ãos dos Apóstolos, ofereceu-lheshes dinheiro,
dinheiro, dizendo:
dizendo: ““Dai-me
Dai-me
também aa mim
também mim esseesse poder,
poder, aa fim fim de aquele aa quem
todo aquele
que todo
de que quem eu eu
impuser as mãos receba o Espírito Santo” (At 8,
impuser as m ãos receba o Espírito Santo” (A t 8, 14-19).
14-19).
ÉÉ desla
desta passagem
passagem — — queque relata tentativa de
relata aa tentativa Simão,
de Sim ão, o mago,
o mago,
clr
de comprar
comprar oo poderpoder de Confirmação —
conferir aa Confirmação
de conferir — que que veio resul-
veio aa resul­
tar a palavra “simonia”, nome que se dá ao pecado de comprar ou
tar a palavra “ simonia” , nome que se dá ao pecado de comprar ou
vender sagradas.
coisas sagradas.
vender coisas M trata-se de
Masas trata-se de um ponto de
um ponto menos impor­
de menos impor-
tância. A
iância. A verdadeira importância da
verdadeira importância passagem está
da passagem está no fato de
no fato nos
de nos
falar
falar do sacramento da
do sacramento Confirmação.
da Confirmação. Diz-nos que,
Diz-nos embora seja
que, embora seja um um
complemento do Batismo, que
complemento do Batism o, que completa
completa o
o que
que este
este iniciou,
iniciou, a
a Con-
Con­
firmação éé um
firmação sacramento diferente
um sacramento diferente do Batismo. O
do Batismo. samaritan
Oss sam aritanos os já já
tinham sido
tinham batizados, m
sido batizados, ainda era
masas ainda necessário que
era necessário que ““lhes impuses-
lhes impuses-
sem as mãos”
sem as m ãos” A passagem conta ainda como se administrava aa
A passagem conta ainda como se administrava
Confirmação: pondo
Confirmação: pondo aa m mãoão de quem confirma
de quem confirma sobre cabeça dda-a­
sobre aa cabeça
quele que
quele que vai confirmado ee dizendo
ser confirmado
vai ser dizendo ao mesmo tempo
ao mesmo tempo uma uma ora­ ora-
ção para que este receba o Espírito Santo.
ção para que este receba o Espírito Santo.

De
De momento,
momento, estam estamos os especialmente interessados nesse
especialmente interessados fato que
nesse fato que
aa passagem
passagem nos nos conta claramente: que
conta claramente: que eram
eram os os Apóstolos
A póstolos — — Istoisto é,é,
os
os bispos
hispos — — quem
quem confirmava.
confirmava. Fosse Fosse quemquem fosse
fosse que
que tivesse
tivesse bati-
bati­
zado
zado os os samaritanos,
samaritanos, éé evidente
evidente que que nâo não tinha
tinha poder
poder para
para “impor-
“ impor-
lhes
-Ihes as as mãos”
m ãos” ee comunicar-lhes
comunicar-lhes oo Espírito Espírito Santo.
Santo. D Dois dos Após-
ois dos A p ós­
tolos, Pedro e João, têm que deslocar-se de Jerusalém à Samaria
tolos, Pedro e João, têm que deslocar-se de Jerusalém à Sam aria
para administrar aa Confirm
para administrar Confirmação ação aa esses
esses novos
novos cristãos.
cristãos.
Como
Com o era era no princípio, assim
no princípio, assim éé agora. Geralmente, só
agora. Geralmente, só oo bispo
bispo
éé que
que confirma.
confirma. Em alguns casos,
Em alguns casos, porém,
porém, podepode fazê-lo
fazê-lo um um sacer-
sacer­
dote.
dote, por por concessão
concessão do direito geral
do direito geral — — por exemplo, em
por exemplo, em perigo
perigo de de
morte
morte — — ou por indulto
ou por indulto ou delegação especial.
ou delegação especial. D Desde tempos re­
esde tempos re-
motos, têm
motos, têm também
também esta esta autorização
autorização os os sacerdotes
sacerdotes da da Igreja Católica
Igreja Católica
grega.
grega. Nesse ramo da Igreja, o sacerdote que batiza uma criança
Nesse ramo da Igreja, o sacerdote que batiza uma criança
confere-lhe
confere-lhe também também aa Confirmação
Confirm ação logo logo depois.
depois. N Noo rito
rito latino, como
latino, como
sabemos, não
sabemos, não se dá essa
se dá essa prática.
prática.
OO PapaPapa Pio Pio X XII,
II, que
que tanto lutou por
tanto lutou por tornar
tornar os os sacramentos
sacramentos
mais acessíveis
mais acessíveis ao ao povo,
povo, concedeu
concedeu em em 1947
1947 uma
uma autorização
autorização muito muito
paternal.
paternal. Autorizou
Autorizou os os párocos
párocos de de qualquer
qualquer lugarlugar — sempre que
— sempre que
o bispo
o bispo não estivesse disponível
não estivesse disponível — — aa administrar
administrar dentro
dentro da da suasua
paróquia o
paróquia o sacramento
sacramento da da Confirm
Confirmação,ação, come ministro extraordiná-
como ministro extraordiná­
rio, aa qualquer
rio, batizado que
qualquer batizado que nãonão estivesse confirmado ee se
esíives.se confirmado se encon­
encon-
trasse em
trasse perigo de
em perigo de morte
morte por doença, acidente
por doença, acidente ou ou idade avançada.
idade avançada.
EE isto
isto éé assim,
assim, mesmo
mesmo que que seja
seja umum bebê
bebê quem esteja em
quem esteja em perigo
perigo
de morte. Ainda
de morte, Ainda queque aa Confirm
Confirmação ação na na Igreja
Igreja Católica
Católica de de rito lati-
rito lati­
25d 4 CONFIRMAÇÃO

no
no seja
scja administrada
adininisnada normalmente
nonnalmcnic só só aos batizados que
aos batizados que tenham
tenham
alcançado o uso da razão e possuam suficiente maturidade. essa
alvançado o uso da razão c ptissuam suficiente maturidade, essa
Jinvtação não
limilação não éc válida
válida para
para osos que
que estão
estão cmem perigo
perigo de
de morte.
morte. Con-
C on ­
tanto que aa criança
tanto que criança tenha
lenha sido
sido batizada, tem direito
batizada, lem direito àà Confirmação
Confirm ação
se corre o risco de morrer. Portanto. os pais devem Informar oo pá-
se corre o risco de morrer. Portanto, os pais devem informar p á­
Foco eom
roco com presteza
presteza se se dão
se sc essas circunstâncias
dão essas eireunslâncias na na família.
família. Se Se
Deus levar aa criança.
Deus levai criança, esta entrará no
esta entrará céu com
no eéu eom o o caráter
caráter da Confir-
da Confir­
mação —
mação — alem
além do carater batismal
do caráter batismal — — impresso
impresso na alma.
na alma.

O SIGNIHICADO
O SIG N II I C A O O DA
DA CONFIRMAÇÃO
CONl IKMAQÃO

Provavelmente.
Provavelmente, muitos
muitos de nós já
de nós já presenciamos
presenciamos aa administração
administração
da
da Confirmação
Confirmação ou ou Crisma
Crisma várias
várias vezes,
vezes. talvez
talvez comoeomo eonfconfirmandos,
ir mandos,
pais ou padrinhos.
pais ou padrinhos.
No
No rito atual, costuma
rito aliiaL costuma haver junto do
haver junto do bispo
bispo um um ou vários sacer-
ou vários sacer­
dotes
dotes concelebrantes.
eoneelebrantes. Depois Depois da da saudação
saudação do do bispo
bispo — — “A paz esteja
“ A paz esteja
convosco”
convoseo” -— ee de uma oração
de uma oração pedindo
pedindo oo dom dom do Espírito Santo,
do Espírito Santo,
tem lugar
lem lugar aa celebração
celebraçãii da da palavra
palavra de de Deus.
Deus. com eom uma uma ou ou várias
várias Jei-
lei-
turas.
titras. Após essas
Após essas leituras
leituras da da Sagrada Escritura, os
Sagrada Eseritiira, confirmandos
os eonfirmandos
são chamados
são cham ados pelo nome. ev permanecem
pelo nome. permanecem diante diante do bispo. que
do bispo, lhes
que lhes
dirige umas palavras. comentundo a grandeza e o significado do sa-
dirige umas palavras, comentando a grandeza e o significado do sa-
eramenlo,
cramento,
Vinca-se aa relação
Vinca-se relação da da Confirmação
Confirmação com eom o o Batismo,
Batismo. renovando
renovando
as promessas
as promessas bafismais.
batismais. Vem Vem entãoentão aa parte
parte essencial
essencial da cerimônia,
da cerimônia,
que
que consta
consta da da imposição
imposição das das mãos
mãos vce da unção com
da unção com oo santo crisma.
santo crisma.
OO bispo
bispo — — como também os
como também os sacerdotes
sacerdotes eoneelebrantes
concelebrantes — — impõe
impõe
as
as mãos
mãos sobre todos os
sobre todos os confirmandos.
conrirmandos. dizendo:dizendo: Deus Deus todo-poderoso,
todo-poderoso,
Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. que, pela água e pelo
Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que. pela água e pelo Espírito
Espírito
Santo, fizestes renascer
Santo, fizestes renascer estes vossos servos.
estes vossos servos, libertando-os
libertando-os do pecado,
do pecado,
enviai-lhes
enviai-lhes oo Espírito
Espírito Santo Paráclino: dai-lhes.
Santo Paráeliio: dai-lhes. Senhor,
Senhor. oo espírito
espírito de de
sabedoria ee Inteligência,
sabedoria inteligência, Oo espirito
espírito de de conselho
conselho ee fortaleza,
fortaleza, oo espirito
espírito
de ciência e piedade, e enchei-os do espirito do vosso temor. Por
de ciência e piedade, e enchei-os do espírito do vosso temor. Por
Nosso Senhor
Nosso Senhor Jesus Jesus Cristo, vosso Filho.
Cristo, vosso Filho, na na unidade
unidade do do Espírito
Espírito
Santo”
Santo”
ÀA unção
unção eom com o o crisma.
crisma, que que sese faz
faz aa seguir,
seguir. éé aa parte
parte essencial
essencial
do rito.
do rito, É É neste
neste momento.
momento, como dizia Paulo
eomo dizia Paulo VI VI na na Constituição
Constituição
“Divinum
“ Divinum consortium
eonsortium naturae”naturae” que que sese confere
confere oo sacramento
sacramento da da Con-
C on­
firmação.
firmação, AA própria própria unção unção com com oo crisma
crisma éé aa imposição
imposição de de m mãos
ãos
sacramental.
sacramental.
Cada confirmando
Cada confirmando aproxima-se
aproxima-se do bispo. Colocando
do bispo. Colocando aa mão mão di-di­
reta
reita sobre
sobre o o ombro
ombro do confirmando. aa pessoa
do confirmando, pessoa que que o o apresentou
apresentou diz diz
oo seu
seu nome
nome ao bispo.
ao bispo. Também pode
Também pode declarálo
deelará-lo oo própriopróprio confir-
confir­
mando.
mando. OO bispo. bispo, tendo mergulhado oo polegar
lendo mergulhado polegar no no crisma,
crisma, marca
marca o o
255
O SIGNHICADO DA CONVIRMAÇÃO

confirmando
confirmando na na fronte
fronte com
com oo sinal
sinal da
da cniz, dizendo: "“NN
cruz. dizendo: recebe,
rcecbe,
por este sinal, o
por este sinal, o Dom do Espírito Santo”
Dom do Espírito Santo” E
E o
o confirmando
confirmando responde:
responde:
""AMÉM
Amem”

Vale aa pena
Vaie }x>na determo-nos
dclermo-nos um iini pouco
pouco aà comentar
comentar o o significado
significado
deste rito
deste rito sacramental.
saeraniental.
O crisma éé um
O crisma um dos
dos trêstrês óleos
óleos que que oo bispo
bispo benzebenze todotodo ano ano na na
sua Missa
sua Missa de de Quinta-Feira
Quinta-Feira Santa. Santa. Os outros dois
Os outros são: oo óleo
dois são: óleo dosdos
catecúmenos (usado
catecúmenos (usado no Bat ism o ) ee oo óleo
no Batismo) óleo dos enfermos (usado
dos enfermos (usado na na
Unção dos Enfermos).
Unção dos Enfermos). Todos os santos óleos são de azeite puro
T o d o s os santos óleos são de azeite puro
(,!e oliveira.
de oliveira. Desde a antiguidade, oo azeite
Desde a antiguidade, azeite de oliveira éé considerado
de oliveira considerado
como
como uma uma substância fortificante. tanto
substância fortificantc, tanto que muitos atletas
que muitos atletas costu-
costu­
mavam untar o corpo com ele. antes de participarem de um certame
mavam imtar o corpo eom ele, antes de participarem de um certame
adéuco.
allciico. OO significado
significado dos santos óleos
dos sanlos óleos quequc são utilizados na
são utilizados na aadmi-
dm i­
nistração
nistração dos dos sacramentos
sacramentos é,é, pois. patente: oo azeite
pois. patente: azeite significa
significa oo efeito
efeito
fortificanto da graça de Deus.
1'ortifieanle da graça de Deus. Além da bênção especial e diferente
Além da bênção especial e diferente
que cada ólco recebe, o crisma tem outra
í]ue cada óleo recebe, o crisma tem outra particularidade:
particularidade: éé misturadomisturado
com
eom bálsamo.
bálsamo, uma uma substância
substância aromática
aromática que quc se se extrai
extrai dessa árvore.
dessa árvore.
No crisma, oo bálsamo
No crisma, bálsamo simboliza
simboliza aa “fragrância”
“ fragrância” da virtude. oo bbom
da virtude, om odor,
odor,
aa atração
aínição que deverá desprender-se
cjuc deverá desprender-sc da da vida daquele que
vida daquele que põe põe em em m mo-o ­
vimento
vimento as graças da
as graças da Confirmação.
Confirmação.
A cruz
A cruz que que se se traca
traca sobre
sobre aa fronte
fronte do confirmando cé outro
do confirmando outro sím­
sím-
bolo poderoso. sese realmente
bolo podcrost), realmente oo entendemos
entendemos ee pomos pomos em em prática.
prática, É E
muito
muito fácil
fácil sabe-lo.
sabc-lo. Basta perguntar-nos: “Vivo
Basta pergunlar-nos: “ Vivo de de verdade
verdade como como se se
trouxesse
liouvesse uma unia cruzcruz visível
visível gravada
gravada na na minha
minha fronte.
fronte, que que me me marca
marca
como homem
vonu> homem ou ow mulher
mulher de Cristo?
de Cri.slo? Na minha
Na minha vida vida diária,
diária, dou dou
testemunho dc
testemunho de Cristo?
Cristo? Nas
Nas minhas atitudes ee no
minhas atitudes no meumeu relaciona-
relaciona­
mento eom
mento com os os queque mcme rodeiam,
rodeiam, em em todas
todas as as minhas ações, proclamo:
minhas aç'õcs, proclamo:
Isto éé oo que
Isto que significa
significa ser cristão. isto
ser cristão, isto éé o o que
que quer
quer dizer
dizer viver
viver se-sc-
cundo oo Evangelho?”
guiidi.) Evangelho?” Se
Se aa resposta
resposta for não, éé prova
for não, prova de de que
que de des-s­
perdiçamos um
perdiçamos um caudal
caudal de de graças:
graças: aa graça especial da
graça especial da Confirmação.
Confirmação.
E uma
F uma graça
graça que que lenho
tenho abundantemente
abundantemente âà minha minha disposição,
disposição, sese qui- qui­
ser utilizá-la:
ser utilizá-la: aa graça graça de de vencer
vencer aa minha minha mesquinhez
mesquinhez humana. humana, aa
nunha covardia
minha covardia ante ante osos respeitos humanos, aa minha
respeitos humanos, minha repugnância
repugnância em em
lave do
lace do saerilíeio.
sacrifício.

Sem oo Balismo
Sem Balismo nãonão podemos
podenn)s irir para
para oo céu.
céu. Sem aa Ctuifirma-
Sem Confirma-
vio sim.
ção sim, mas
mas Oo nosso
nosso caminho
caminho até ele será
alé ele mais difieil.
será mais dificil. Na N a verdade,
verdade,
dem àa Confirmação.
sem Confirmação, éé muitonuiilo fácil extraviar-se por
fácil extraviar-se completo, muito
por completo, muno
lacit perder
bisi! perder aa fé.
fé Esta éé aa razão
Esta razão pelapela qual todo oo balizado
qual lodo batizado temtem aa
‘cbrigação
■brigação de de receber também aa Confirmação
reeelx']' também Cãmfirmação logo logo queque tiver
tiver essa
essa
oportunidade.
oportunidade. Sabemos que
Sabemos que Jesus
.lesus não
não instituiu nenhum dos
instituiu nenhum dos saera-
sacra-
mentos só
menuis só ““pelo
pelo gosto
gosto de de fazê-lo”:
fazê-lo” : Jesus
.íesus insutuiu cada sacramento
instituiu cada sacramento
956 A CONFIRMAÇÃO

porque,
porque, na sua infinita
na sua infinita sabedoria,
sabedoria, previu previu queque careceriamos
careceríamos de de graças
graças
uspeciais para
especiais para determinadas circunstâncias.
determinadas circunstâncias.
Entre outras
Entre outras coisas,
coisas, previu
previu os perigos aa que
os perigos que esiaria
csiaria exposta
exposta aa
nossa fc.
nossa fé. Alguns, internos, quando
Alguns, internos, quando as paixões ou
as paixões ou oo egoísmo entram
egoísmo entram
em choque com
era choque com aa nossa
nossa fé. fé. Se Se desejamos
desejamos seguir seguir umum caminho
caminho que que
aa nossa
nossa fé nos proíbe,
fé nos proíbe, mas,
mas, por outro lado,
por outro lado, não podemos viver
não podemos viver em em
permanente conflito conosco,
permanente conflito conosco, ee queremos
queremos ter ter paz
paz interior,
interior, algo tem
algo tcrn
que ceder.
qiic ccder. Se Se pudéssemos convencer-nos de
pudéssemos convencer-nos de queque aa nossa
nossa fé fé éé errada,
errada,
ficaríamos de
ficaríamos de mãos
mãos livres
livres para
para seguir
seguir os nossos desejos
os nossos desejos ee conservar
conservar
essa paz.
essa paz. É É nessas circunstâncias que
nessas circunstâncias que aa graça
graça da da Confirmação
Confirm ação vem vem
cm nossa
cm nossa ajuda,
ajuda, se se aa deixamos
deixam os agir, agir, cc faz retroceder de
faz retroceder maneira
de maneira
irresistivcl
irresistível osos apetites
apetites do do egoísmo
egoismo para para que
que triunfe
triunfe aa fé.
fc. A A paz
paz queque
então encontramos
então encontramos éé uma uma paz redt.
paz real.
Outras vezes, oo perigo
Outras vezes, perigo vem vem de de fora.
fora. AA situação
situação dc de perigo
perigo em em
que se encontra todo aquele que é ativamente perseguido, preso ou
que se encontra todo aquele que é ativanicnle perseguido, preso ou
torturado por
torturado por causa
causa da da fé,
fé, éé algo evidente. Nesses
algo evidente. Nesses casos, podemos
casos, podemos
apreciar claramente
apreciar claramente aa necessidade
necessidade da da graça
graça da da Confirmação.
Confirmação. AA si- si­
tuação
tuação de de perigo
perigo dos dos queque vivem
vivem numa numa atmosfera
atmosfera dc de indiferentismo
indiferentismo
religioso
religioso nãonão éé tão tão evidente.
evidente, m masas cé muito
muito real.real. O O perigo
perigo de de nos
nos
deixarmos
deixarmos arrastar
arrastar pelo
pelo ambiente,
ambiente, de querermos ser
de querermos ser ““boas pessoas”, ,
boas pessoas”
mas medíocres, está sempre presente. A tentação uc amortecer aa fé,
mas medíocres, está sempre presente. A tentação de amortecer fé,
de
de não
não tomá-la
tomá-la muitomuito aa sério,
sério. éé quasc ineviláves.
quase inevitável. A graça
A graça da da Con­
Con-
firmação
firm virá em
ação virá em nossa ajuda para
nossa ajuda para preservar
preservar aa nossanossa escala
cscala de de vva-a­
lores ee manter
lores manter o o bom
bom rumo.
rumo.

Há um
Há um perigo
perigo externo
externo que ameaça especialmente
que ameaça especialmente os os católicos
católicos que que
cursam estudos
cursam estudos superiores,
superiores, sobretudo
sobretudo se frequentam uma
se freqüentam uma universidade
universidade
de orientação não cristã. Esses católicos têm de enfrentar oo peso
de orientação não cristã. E sses católicos têm de enfrentar peso
dos erros
dos erros de de alguns
alguns eclesiásticos
eclesiásticos do do passado,
passado, dos dos erres
erros humanos
humanos co- co­
metidos
metidos por por este
este ouou aquele
aquele agente
agente humano
humano de de Cristo,
Cristo, oo lastro
lastro de de
papas indignos e prelados extravagantes, da condenação de Galileu
papas indignos e prelados extravagantes, da condenação de Galileii
ce dos excessos da
dos excessos da Inquisição.
Inquisição. Tende-se aa esquecer
Tende-se esquecer que que divinos
divinos nãonão
são os
são os agentes
agentes de de Cristo
Cristo na na suasua Igreja,
Igreja, m masas sim
sim EleEle mesmo
mesmo nela, nela,
ee o o católico começa a adotar uma atitude defensiva e a sentir-se
católico começa a adotar uma atitude defensiva e a sentir-se
um pouco
um pouco envergonhado.
envergonhado.
Depara com
Depara com oo desprezo
desprezo mal mal disfarçado
disfarçado dc de alguns
alguns professores
professores
para com
para com aa religião
religião em em gera!
geral cc àa catcSlica
católica cm em particular. apresentada
particular, apresentada
como coisa
como coisa superada,
superada. própria
própria de mentalidades rudes
dc mcntalidades rudes cc sem sem forma-
form a­
ção. O
ção. O nosso católico passa
nosso católico passa cutão
então dcdec um higeiro sentimento
um ligeiro sentimento de de ver­
ver-
gonha para
gonha para um claro ressentimento
um claro contra aa fé.
re.ssentimcnto contra fé. que
que o o torna
torna objeto
objeto
de irrisão
dc irrisão de de pessoas
pessoas aa quem admira pela
quem admira [icla sua
sua crudição
erudição ee prestígio.
prestígio.
De
De novo
novo aa graçagraça da da Confirm
Confirmação ação acode
acode em em suasua ajuda
ajuda para para fazê-lo
fazê-lo
superar aa dificuldade.
superar dificuldade. Esse Esse católico
católico comcom estudos
estudos superiores lembra-se
superiores Icmbra-se
então de
então de queque aa sabedoria
sabedoria humanahumana de de hoje
hoje éé aa humanahumana cstultícia
csUiltícia
O SIGNIFICADO DA CONFIRMAÇÃO 257

de
de amanhã,
amanhã, ao ao passo
passo que as verdades
que as verdades de de Deus
Deus permanecem inalte-
permanecem inalte­
ráveis.
ráveis. Forte na
Forte na fé,
fé, ouve
ouve sem
sem sese perturbar
perturbar as as explicações
explicações dede tais
tais
professores.
professores.
Sim, todos temos
Sim, todos temos necessidade
necessidade da graça de
da graça de Confirmação.
Confirmação. TantoTanto
que é pecado não receber este sacramento se há ocasião disso, um
que é pecado não receber este sacramento se há ocasião disso, um
pecado que seria mortal se a recusa se devesse ao desprezo por esse
pecado que seria mortal se a recusa se devesse ao desprezo por esse
sacramento.
sacramento. pais que,
Os pais
Os que, por impedem que
descuido, impedem
por descuido, seus filhos
que seus filhos
sejam confirmados,
sejam confirmados, cometem
cometem um um sério
sério pecado
pecado de de negligência.
negligência.

Enquanto
Enquanto na na Igreja oriental éé costume
Igreja oriental costume confirmar
confirmar as crianças
as crianças
quando são
quando são batizadas,
batizadas, aa tradição
tradição da da Igreja
Igreja latina
latina éé administrar
administrar aa
Confirmação
Confirmação quando quando alcançado
alcançado o o uso
uso da da razão,
razão, isto isto é,é, em
em torno
torno
dos sete anos de idade. Os adultos que não tenham sido confirma-
dos sete anos de idade. Os adultos que não tenham sido confirma­
dos podem sê-lo
dos podem sê-lo com facilidade falando
com facilidade falando com com oo pároco.
pároco. Tanto
Tanto no no
caso
caso das das crianças
crianças comocomo no no dos
dos adultos,
adultos, éé necessário
necessário um um padrinho,
padrinho,
que deve ser
que deve ser do mesmo sexo
do mesmo sexo dede quem
quem se vai confirm
se vai confirmarar ee ter ter ao
ao menos
menos
treze anos de idade. O padrinho deve ser católico praticante, con­
treze anos de idade. O padrinho deve ser católico praticante, con-
firmado
firmado ee diferente
diferente dos dos padrinhos
padrinhos de de batismo.
batismo. Com (Comoo estes,
estes, deve
deve
também
também fazer fazer tudo
tudo quanto esteja ao
quanto esteja ao seuseu alcance
alcance para para queque oo afilhado
afilhado
chegue a uma vida católica plena.
chegue a uma vida católica plena.
AA especial
especial graçagraça sacramental!
sacram ental da da Confirmação
Confirm ação é,é, como como vimos,
vimos,
um fortalecimento
um fortalecimento da da fé,
fé. SobSob oo aspecto
aspecto negativo,
negativo, tornamo-nos
tornamo-nos fortes fortes
contra
contra as as tentações
tentações ee aa perseguição;
perseguição; do do ponto
ponto de de vista positivo, au-
vista positivo, au­
mentam
mentam as as nossas
nossas- forças
forças parapara chegarmos
chegarmos aa ser ser testemunhas
testemunhas ativas ativas
de Cristo. AA Confirmação
de Cristo. Confirm ação produz também em
produz também em nossa
nossa almaalma um um au­ au-
mento
mento dessa
dessa fonte
fonte de vida básica
de vida básica queque éé aa graça
graça santificante.
santificante. Deus Deus
não
não pode aumentar oo que
pode aumentar que nãonão está
está presente;
presente; por isso, quem
por isso, quem vai vai
receber o sacramento da Confirmação deve fazê-lo em estado de
receber o sacramento da Confirm ação deve fazê-lo em estado de
graça. Receber aa Confirm
graça. Receber Confirmação ação emem pecado
pecado mortal
mortal seria abusar do
seria abusar do
sacramento: seria
sacramento; seria cometer
cometer oo grave pecado de
grave pecado de sacrilégio.
sacrilégio. No entanto,
No entanto,
aa recepção
recepção do do sacramento
sacramento seria seria válida.
válida. No No momento
momento em em queque essa
essa
pessoa recebesse aa absolvição
pessoa recebesse absolvição de seus pecados,
de seus pecados, as as graças
graças latentes
latentes da da
Confirmação
Confirmação reviveriam
reviveriam nela. nela.
CAPÍTULO XXVI
C a p ítu lo X XVI

A EUCARISTIA
À EUCARISTIA

OO MATOR
MAIOR DOS
DOS SSACRAMENTOS
ACRAM ENTO S

Agora
A gõrã’ "que-nos-
q T T P - Tdispomos
i a s - - e as t estudar
u d a r oo sacramento
sacramento da da Sagrada
Sagrada
Eucaristia.
Eucaristia, vamos passar por
vamos passar por uma situação semelhante
uma situação semelhante àà do do viajante
viajante
que torna aa percorrer
que lorna percorrer uma região bem
uma região bem conhecida. Encontraremos
conhecida. Encontraremos
muitas paisagens familiares
muitas paisagens familiares — — neste
neste caso, verdades —
caso, verdades — já vistas ante­
já vistas ante-
rormente.
riormente. Mas. Mas. nestas
nestas verdades
verdades que vamos recordar,
que vamos recordar, confiamos
confiamos em em
que haveremos de notar fatos de interesse que antes nos passaram
que haveremos dc notar fatos de interesse que antes nos passaram
desapercebidos.
desapercebidos. Podemos Podemos tambémtambém confiar
confiar cm cm descobrir
descobrir outrasoutras pai­pai-
sagens
sagens — — outras
outras verdades
verdades — — queque escaparam
escaparam totalmente
totalmente àà nossa nossa ob­ ob-
servação
servação em em viagens
viagens anteriores
anteriores por por esta região amada
esta região am ada ee familiar,
familiar, que que
éé o0 tema
tema do maior dos sacramentos.
do maior dos sacramentos,
Quando dizemos
Quando dizemos que que aa Sagrada
Sagrada Eucaristia
Eucaristia cé oo m maior
aior dos sacra-
dos sacra­
mentos, afirmamos
mentos, afirmamos algo algo evidente.
evidente. O O Batism
Batismoo é, é, sem
sem dúvida,
dúvida, o o sa­
sa-
cramento mais
cramento necessário; sem
mais necessário; sem ele,
ele, não podemos ir
não podemos ir para
para o o céu.
céu. No No
entanto, apesar das maravilhas que o Batismo e os outros cinco
entanto, apesar das m aravilhas que o Batismo e os outros cinco
sacramentos produzem
sacramentos produzem na na alma,
alma, nãonão sãosão senão
senão instrumentos
instrumentos de que
de que
Deus
Deus se se serve para nos
serve para nos dar
dar aa sua
sua graça:
graça: mas m as na
na Sagrada
Sagrada Eucaristia
Eucaristia
não temos
não icnio.s apenas
apenas um um insirumento
instrumento que que nos comunica as
nos comunica as graças
graças di­ di-
vinas: é-nos
vinas: é-nos dadodado o o prcSprio
próprio Dador
Dador da da graça, Jesus Cristo
graça, Jesus Cristo Nosso
Nosso
Senhor, real
Senhor, real ee verdadeiramente
verdadeiramente presente.
presente.
OO sacramento
sacramento do Corpo ee do
do Corpo do Sangue
Sangue de Cristo tem
dc Cristo tem tido muitos
tido muitos
nomes ao
nomes ao longo
longo da da história
hi.stória cristã:
cristã: PãoPão dos dos Anjos,
Anjos, CeiaCeia do Senhor,
do Senhor,
Sacramento
Sacramento do do aliar
altar ee outros
outros queque nosnos sãosão bem conhecidos.
bem conhecidos. Masas oo
M
nome
nome que que permaneceu
permaneceu desde desde oo princípio,
princípio. oo nomenome que que aa Igreja
Igreja dá dá
oficialmente aa este
oficialmente este sacramento
sacramento éé Sagrada
Sagrada Eucaristia.
Eucaristia. ProvémProvém do do Novo
Novo
Testamento.
Testamento. Os Os quatro escritores sagrados
quatro escritores sagrados — — Mateus,
Mateus, M Marcos, Lucas
arcos, Lucas
£e Paulo
Paulo — — que nos narram
que nos narram aa Última
Última Ceia,
Ceia, dizem-nos
dizem-nos que que Jesus tomou
Jesu s tomou
oo pão
pão ee oo vinho
vinho em em suas
suas mãos
m ãos ee ““deu
deu graças”
graças” E assim,
E assim, da palavra
da palavra
259
O MAIOR DOS SACRAMENTOS
grega “eucharistia” significa ““ação graças, , resultou
de graças” nome
o nome
resultou o
grega “eucharistia”, , que
que significa ação dc
do
do nosso
nosso sacramento: Eucaristia.
Sagrada Eucaristia.
sacramento: aa Sagrada

OO catecismo ensina-nos que


catecismo cnsina-nos Eucaristia éé ao
que aa Eucaristia ao mesmo tempo
mesmo tempo
sacrifí
sacrJim>^ cio
e sucramento.
sucininento. Com cio, éé aa Missa,
s^ r if íd o . aa Eucaristia
Comoo sacrifí Eucaristia M issa, aa
ação divina em que Jesus, por meio de um sacerdote humano, trans-
ação divina em que Jesus, pôr meio de um sacerdote humano, trans­
form a oo pão
forma pão ee o o vinho
vinho nono seu próprio corpo
seu próprio sangue ee continua
corpo ee sangue continua
no tempo
no tempo oo oferecimento
oferecimento que que fezfez aa DeusDeus no Calvário, o
no Calvário, o ofereci-
ofereci­
mento de Si próprio em favor dos homens.
mento de Si próprio em favor dos homens. O sacramento da
O sacramento da Sa-
Sa­
grada
grada Eucaristia
Eucaristia adquire
adquire oo serser (ou
(ou éé “confeccionad
“ confeccionado”o”, , como
como dizemdizem
os teólogos)
os teólogos) na na Consagração
Con.sagração da nesse momento,
M issa; nesse
da Missa; momento, Jesus Jesus sese
torna
torna presente
presente sobsob asas aparências
aparências do do pãopão ee do do vinho.
vinho. EE enquanto
enquanto
essas aparências permanecem, Jesus continua a estar presente ee oo
essas aparências permanecem, Jesus continua a estar presente
sacramento
sacramento da da Sagrada
Sagrada Eucaristia
Eucaristia continua
continua aa existir
existir ali
ali. OO ato ato de
de
receber
receber aa Sagrada
Sagrada Eucaristia
Eucaristia chama-se
chama-se Sagrada Sagrada Comunhão.
Comunhão. Pode- Pode­
mos dizer que a Missa é a “confecção” da Sagrada Eucaristia ee
mos dizer que a M issa é a “ confecção” da Sagrada Eucaristia
que
que aa comunhão
comunhão éé aa sua sua recepção.
recepção. Entre Entre umauma cc outra,
outra, oo sacra-
sacra­
mento
mento continua
continua aa existir
existir (como
(como no no sacrário),
sacrário), quer
quer oo recebamos,
recebamos,
quer não.
quer não.
Ao
A o tratarmos
tratarmos de de aprofundar
aprofundar no no conhecimento
conhecimento deste deste sacramento,
sacramento,
não
não temos
temos melhor
melhor maneira
maneira de de fazê-lo
fazê-lo do do que
que começando
começando por por onde
onde
Jesus começou: por aquele dia na cidade de Cafarnaum, em que fez
Jesus começou: por aquele dia na cidade de Cafarnaum , em que fez
oo mais
m ais incrível
incrível das
d as promessas:
prom essas: aa de de dardar aa sua
sua carne
carne ee oo seuseu sangue
sangue
como
como alimento
alimento da da nossa
nossa alma.
alma.

Na
Na véspera, Jesuss tinha
véspera, Jesu tinha lançado
lançado os
os alicerces
alicerces da sua promessa.
da sua promessa.
Sabendo
Sabendo que
que iaia fazer
fazer uma tremenda exigência
uma tremenda exigência àà fé
fé de
de seus
seus ouvintes,
ouvintes,
preparou-os para
preparou-os para ela.
ela. Sentado
Sentado numa
numa ladeira, do outro
ladeira, do lado do
outro lado do mar
mar
de
de Tiberíades, tinha pregado
Tiberíades, tinha pregado aa uma
uma grande
grande multidão,
multidão, que
que o o havia
havia
seguido
seguido até até ali,
alí, ee agora,
agora, já já aoao cair
cair dada tarde, prepara-se para
tarde, prepara-se para des-
des­
pedilos.
pedi-los. Mas,
M as, movido
movido de de compaixão
com paixão ee como preparação para
como preparação para aa
sua promessa do
sua promessa dia seguinte,
do dia seguinte, faz faz oo milagre
milagre dos dos pães
pães ee dos peixes.
dos peixes.
Alimenta
Alimenta aa multidão
multidão — — só só os homens eram
os homens eram cinco mil —
cinco mil — com com cinco
cinco
pies
pães ee dois
dois peixes;
peixes; ee depois
depois de de todos
todos se se terem saciado, seus
terem saciado, seus disci-
discí­
pulos
pulos recolhem
recolhem doze cestos de
doze cestos sobras. E
de sobras. Esse
sse milagre
milagre haveria
haveria de estar
de estar
presente
presente (ou(ou deveria
deveria estar)
estar) na na mente
mente dos dos que
que oo escutaram
escutaram no no diadia
seguinte.
seguinte.
Tendo
Tendo despedido
despedido aa multidão,
multidão, subiu subiu monte
monte acima,
acima, aa fimfim de de orar
orar
em
eni solidão.
solidão, como
como eraera seu costume.
seu costume. Mas não era
M as não era muito
muito fácil sepa-
fácil sepa-
rar-se
tar-se daquela multidão, que queria ver mais milagres e ouvir mais
daquela multidão. que queria ver mais milagres e ouvir mais
palavras dc
palavras de sabedoria
sabedoria de de Jesus
Jesu.s dede Nazaré:
N azaré; acamacamparam
param por por ali para
ali para
passar aa noite,
passar noite, ee viram
viram os discípulos embarcar
os discípulos embarcar (sem (sem Jesus)
Je su s) rumo
rumo
àa Cafarnaum,
Cafarnaum, na única barca
na única barca que havia.
que havia. Nessa
N essa noite, depois dc
noite, depois de
ttrminar
terminar aa oração, Jesus atravessou
oração, Jesus andando as
atravessou andando as águas tormentosas
águas tormentosas
260 A EUCARISTIA

do
do lagolago cc juntou-se
juntou-se aos aos seus discípulos na
seus discípulos na barca,
barca, ee assim chegou
assim chegou
com
com eles eles aa Cafarnaum
Cafarnaum. .
Na manhã
Na seguinte. aa turba
manhã seguinte, turba não não conseguia
conseguia encontrarencontrar Jesus.Jesus.
Quando chegaram
Quando chegaram outras barcas dc
outras barcas dc Tiberíades,
Tiberíades, desistiram
desistiram de de pro­
pro-
curá-lo
curá-lo ee embarcaram
embarcaram para para Cafarnaum.
Cafarnaum . Qual Qual não não foi foi oo seu
seu assom-
assom ­
bro ao
bro ao encontrarem
encontrarem de novo Jesus,
de novo Jesus, que havia chegado
que havia chegado antes antes de­ de-
les. sem ter
les, sem subido àà barca
ter subido que partira
barca que partira na na noite
noite anterior!
anterior! Foi Foi outro
outro
portento,
portento, outro outro milagre
milagre que que Jesus
Jesus fez para fortalecer
fez para fortalecer aa fé daquela
fé daquela
gente
gente (e (e dede seus
seus discípulos),
discípulos), pois pois iaia pô-la
pô-la àà provaprova pouco depois.
pouco depois.
Os discípulos ee os
Os discípulos os que
que conseguiram
conseguiram entrar entrar aglomeraram-se
aglomeraram-se em em
seu redor na
seu redor na sinagoga
sinagoga de de Cafarnaum.
Cafarnaum , Foi Foi aliali ee então
então que que Jesus
Jesus fez fez
aa promessa
promessa que hoje nos
que hoje nos enche
enche de de fortaleza
fortaleza ee vida; vida: prometeu
prometeu aa sua sua
carne e o seu sangue como alimento; prometeu a Sagrada Euca-
carne e o seu sangue como alimento; prometeu a Sagrada E u ca­
ristia,
ristia,
Se tinha poder
Se tinha poder parapara multiplicar
multiplicar cinco cinco pães
pães ee com com eles eles alimentar
alimentar
cinco
cinco mil homens, como
mil homens, como não havia de
não havia tê-lo para
de tê-lo para alimentar
alimentar toda toda aa
humanidade com um pão celestial feito por Ele! Se tinha poder para
humanidade com um pão celestial feito por Ele! Se tinha poder para
andar
andar sobre sobre as águas como
as águas como se se fosse
fosse terra
terra firme,
firme, comocomo não não havia
havia de de
tê-lo
tê-lo para
para ordenar
ordenar aos aos elementos
elementos do do pãopão ee do do vinho
vinho que que lhe
lhe empres­
empres-
tassem
tassem aa sua sua aparência
aparência ee para utilizá-la como
para utilizá-la como capa capa para para aa sua sua Pes-
Pes­
soa!
soa! Jesus linha
Jesus tinha preparado
preparado bem bem os os seus
seus ouvintes
ouvintes e, e, como
como veremos,
veremos,
eles tinham
eles necessidade disso.
tinham necessidade disso.

Se você tem
Se você tem um exemplar do
um exemplar do Novo
Novo Testamento
Testamento àà mão, será
mão, será
muito
muito bom bom que que leia inteiro oo capítulo
leia inteiro sexto do
capítulo sexto do Evangelho
Evangelho de de São
São
João. Só
João. Só assim
assim poderápoderá captar
captar todo
todo oo ambiente,
ambiente, as as circunstâncias
circunstâncias
cc o o desenrolar dos acontecimentos na sinagoga de Cafarnaum. . Vou
desenrolar dos acontecimentos na sinagoga de Cafarnaum Vou
citar somente
citar somente as linhas mais
as linhas pertinentes, que
mais pertinentes, que começam
começam no no versículo
versículo
51 ee acabam
51 acabam no no 67.
67.
““Eu sou oo pão
Eu sou pão vivovivo queque desci
desci dodo céu”,
céu” , disse Jesus.
disse Jesus. ““Quem
Quem
comer
comer deste deste pão viverá para
pão viverá para sempre,
sempre, ee oo pão pão queque eu eu lhe darei éé aa
lhe darei
minha carne
minha carne parapara salvação
salvação do do mundo.
mundo. Discutiam
Discutiam entre st os
entre si os judeus,
judeus,
dizendo:
dizendo; Com Comoo pode pode esteeste dar-nos
dar-nos aa comer
comer aa sua sua carne?
carne? E E Jesus
Jesus
disse-lhes:
disse-lhes; Em Em verdade,
verdade, em em verdade
verdade vos vos digo;
digo: Se Se não
não comerdes
comerdes aa
carne
carne do do Filho
Filho do do homem
homem ee não não beberdes
beberdes o o seu
seu sangue,
sangue, nãonão tereis
tereis
aa vida
vida em em vós.
vós. AqueleAquele que que come
come aa minhaminha carne
cam e ee bebe
bebe oo meu meu
sangue
sangue tem tem aa vidavida eterna;
eterna; ee eu ressuscitarei no
eu ressuscitarei no último
último dia. Porque
dia. Porque
aa minha
minha carnecarne éé verdadeira
verdadeira comida
comida ee oo meu sangue verdadeira
meu sangue verdadeira be- be­
bida
bida Este éé 0
Este o pão
pão que que desceu
desceu do do céu;
céu; não
não comocomo oo pão pão que que
vossos pais
vossos pais comeram
comeram e,e, não não obstante,
obstante, morreram.
morreram. Quem Quem come come deste
deste
pão viverá para
pão viverá para sempre
sempre Muitos
M uitos dosdos seus
seus discípulos
discípulos disseram:
disseram;
São duras estas
São duras estas palavras!
palavras! Quem Quem as as pode
pode ouvir? Conhecendo Jesus
ouvir? Conhecendo Jesus
que
c|ue os seus discípulos
os seus discípulos murmuravam
murmuravam por por isso,
isso, disse-lhes:
disse-lhes: Ass p
A pa-a­
lavras que
lavras que eu eu vos disse são
vos disse são espírito
espírito ee sãosão vida;
vida; mas
mas há há alguns
alguns de
261
O MAIOR DOS SACRAMENTOS

vós
vós que que não créem
crcem Desde então,
Desde então. muitos
muitos dos
dos seus
seus discípulos
discípulos se
se
r e t ir a r a m c
retiraram c já não o
já nuo seguiam”
o seguiam

Este breve
Este breve extrato do capítulo
extrato do sexto de
capítulo sexto de São João
São Jo ão contém os
contém os
dois pontos
dois pontos que que maismais nos nos interessam
interessam agora: agora: os os dois pontos que
dois pontos que nos nos
dizem. meses antes da Ultima Ccia, que na Sagrada Eucaristia
dizem, meses antes da Ühirna Ceia, que na Sagrada Eucaristia esta-
esta­
rão presentes o
rão presentes verdadeiro Corpo
o verdadeiro Corpo ee o verdadeiro Sangue
o verdadeiro Sangue de Jesus.
de Jesus,
l Altero rejeitou
Lutero rejeitou aa doutrina doutrina da da presença substancial dc
verdadeira ee substancial
presença verdadeira de
Jesus na Eucaristia. doutrina que havia sido seguida firmemente por
JcsLis na Eucaristia, doutrina que havia sido seguida firmemente por
todos os
todos durante mil
cristãos durante
os cristãos quinhentos anos.
mil ee quinhentos anos. Lutero aceitava
Lutero aceitava
certa espécie de
certa espécie presença de
de presença Cristo, ao
de Cristo, menos no
ao menos momento de
no momento de se se
receber a
receber a comunhão. comunhão. Mas no terreno adubado por Lutero
M as no terreno adubado por Lutero brota-
brota­
ram
ram outras
outras confissões
confissões protestantes
protestantes que recusando mais
foram recusando
que foram mais ee mais mais
crença na
aa crença presença real.
na presença real. Na maioria das
Na maioria confissões protestantes
das confissões protestantes
de hoje. o “serviço da comunhão” não passa de um simples rito
dc hoje. o “ serviço da com unhão" não passa de um simples rito
comemorativo
comemorativo da morte do
da morte Senhor; oo pão
do Senhor; continua aa ser
pão continua pão e€ oO
ser pão
continua aa ser
vinho continua
vinho vinho.
ser vinho.
Em seus
Em esforços por
seus esforços iludir aa doutrina
por iludir doutrina da presença real,
da presença real, teó­teó-
protestantes procuraram
logos protestantes
logos procuraram mitigar mitigar as palavras de
as palavras Jesus, afir­
de Jesus, afir-
mando que
mando que Ele Ele não pretendia que
não pretendia que as tomassem no
as tomassem seu sentido
no seu literal,
sentido literal,
mas apenas
mas espiritual ou
apenas espiritual simbolicamente.
ou simbolicamente. M evidente que
Masas éé evidente que não não
se podem
sc podem diluir diluir as palavras dc
as palavras Cristo sem
de Cri.sto violentar oo seu
sem violentar sentido
seu sentido
claro ee rotundo.
claro rotundo. Jesu Jesuss não poderia ter
não poderia sido mais
ter sido enfático: ““AA minha
mais enfático: minha
carne éé verdadeira
carne verdadeira comida comida ee oo meu meu sangue verdadeira bebida"
sangue éé verdadeira bebida”
Não há
Não forma de
hã forma dizê-lo com
de dizê-lo com mais clareza. N
mais clareza. original grego,
Noo original grego, que que
língua em
éca a língua em que que São São Jo João escreveu oo seu
ã o escreveu Evangelho, aa palavra
seu Evangelho, palavra
do versículo
do versículo 55 55 que traduzimos por
que traduzimos por “com“comer” estaria m
er" estaria mais próxima
ais próxima
do seu
do sentido original
seu sentido original se traduzissemos por
se aa traduzíssemos por ““mastigar”
m astigar" ou ou ““comer
comer
mastigando”
mastigando”
Tentar explicar
Tentar explicar as as palavras
palavras dc de Jesus
Jesus com comoo simples
simples modo modo de de
cxpressar-se levar-nos-ia
cxpressar-se levar-nos-ia aa outro outro beco beco sem sem saída.
saída. Entre os
Entre os judeus,
judeus.
(te eram
tjiic cram aqueles
aqueles aa quem quem Jesus Jesus se se dirigia,
dirigia, aa única única ocasião
ocasião em em que que
aa frase
frase ““comer
comer aa carne carne de de alguém
alguém” " se se utilizava figurativamente era
utilizava figurativamente era
para significar Ódio
para significar ódio aa determinada determinada pessoa pessoa ou ou perseguir
perseguir alguémalguém com com
furor. Do
Uiror. De modo modo parecido,
parecido, ““beber beber oo sangue sangue de de alguém
alguém” " queriaqueria in­ in-
dicar que
dicar que esse esse alguém
alguém seria seria castigado
castigado com com penas penas severas.
severas. Nenhum
Nenhum
desses significados
desses significados — — os os únicos
únicos que que os os judeus
judeus conheciam
conheciam — — sesc revela
revela
corrente se
coerente se osos aplicarmos
aplicarmos às às palavras
palavras de de Jesus.
Jesus.
Outra prova
Outra prova de peso. que
de peso. confirma que
que confirma que Jesu Jesuss quis verdadei-
quis verdadei­
ramente dizer
ramente dizer oo que disse —
que disse — que que oo seu corpo ee oo seu
seu corpo sangue es-
seu sangue es-
lariam realmente
lariam realmente presentes presentes na na Eucaristia
Eucaristia — — está está no no fatofato de de queque
alguns dos
alguns dos seus discípulos oo abandonaram
seus discípulos abandonaram por terem achado
por terem achado aa
idéia de comé-lo demasiado
idéia de comê-lo dem asiado repulsiva. repulsiva. Não tiveram fé
Não tiveram fé suficiente suficiente
compreender que,
para compreender
para que, se Jesus lhes
se Jesus lhes ia ia dardar aa sua carne ee oo seu
sua carne seu
269 A EUCARISTIA

sangue
sangue em em alimento,
alimento. oo faria faria de de forma
forma aa não não causar repugnância àà
causar repugnância
natureza humana.
natureza humana. Por Por issoisso oo abandonaram,
abandonaram. ““ee já já não
não oo seguiam
seguiam”.” .
Jesus nunca os teria deixado ir-se embora se a sua deserção
Jesus nunca os teria deixado ir-sc embora se a sua deserção
fosse
fosse simples
simples resultado
resultado de de um um mal-entendido.
mal-entendido. Muitas vezes antes
M uitas vezes antes
tinha-se dado
tinha-se dado ao trabalho de
ao trabalho de esclarecer
esclarecer as as suas
suas palavras
palavras quando
quando eram eram
mal compreendidas.
mal compreendidas. Por exemplo, quando disse a Nicodemos que
Por exemplo, quando disse a Nicodem os que
era preciso
era preciso nascer
nascer de de novo,
novo, ee este lhe perguntou
este lhe perguntou como como éé que que umum
adulto podia entrar
adulto podia entrar de novo no
de novo no ventre
ventre de de sua
sua m mãeãe (Jo
(Jo 3,3, 3).
3Ê Pa­ Pa-
cientemente, Jesus esclareceu-lhe as suas palavras sobre o Batismo.
cientemente, Jesu s esclareceu-lhe as suas palavras sobre o Batismo.
Mas agora, em
M as agora, Cafarnaum, , Jesus
em Cafarnaum Jesu s não esboça oo menor
não esboça menor gesto
gesto para
para
impedir que
impedir que osos seus discípulos oo abandonem
seus discípulos abandonem nem para lhes
nem para dizer que
lhes dizer que
o haviam entendido mal.
o haviam entendido mal. Não pode fazê-lo pela simples razão de que
N ão pode fazê-lo pela simples razão de que
oo tinham
tinham entendido perfeitamente ee por
entendido perfeitamente por isso
isso o o deixavam.
deixavam. O que
O que lhes
lhes
faltou
faltou foifoi fé,
fé, ee Jesus,
Jesus, tristemente,
tristemente, tem tcin queque resignar-se
resignar-se aa vê-los partir.
vê-los partir.
Tudo isto faz com que a afirmação da doutrina da presença
Tudo isto faz com que a afirm ação da doutrina da presença
real esteja iniludivelmente
real esteja iniludívelmente contida contida na promessa de
na promessa de Cristo, porque, se
Cristo, porque, se
não
não fosse
fosse assim,
assim, as suas palavras
as suas palavras não não teriam
teriam sentido,
sentido, ee Jesus
Jesus não
não
falava por enigmas indecifráveis.
falava por enigmas indecifráveis.

JESUS
JE S U S MANTÊM A SU
M ANTÉM A SUAA PROMESSA
P R O M E SSA

Naa sinagoga
N sinagoga de de Cafarnaum
Cafarnaum, , quase quase um um ano ano antes
antes dada sua
sua morte,
morte,
Jesus prometeu dar
Jesu s prometeu dar o o seu
seu próprio
próprio corpocorpo ee o o seu
seu próprio
próprio sangue
sangue
como alimento de salvação dos homens.
como alimento de salvação dos homens. Na Ultima Ceia, na vés-
Na Última Ceia, na vés­
pera da
pera sua crucifixão,
da sua crucifixão, cumpriu
cumpriu aa sua sua promessa.
promessa. Legou Legou àà Igreja
Igreja ee
aa cada
cada um um dede seus membros, não
seus membros, terras, casas
não terras, casas ou ou dinheiro,
dinheiro, masm as umum
legado como só Deus nos podia dar: o dom da sua própria Pes-
legado como só Deus nos podia dar: o dom da sua própria Pes­
soa viva.
soa viva.
No Novo
No Testamento, há
Novo Testamento, quatro relatos
há quatro relatos da da instituição
instituição da da Euca­
Euca-
ristia. São
ristia. São osos dede Mateus
M ateus (26, 26-28), Marcos
(26, 26-28), M arcos (14, (14, 22-24), Lucas
22-24), Lucas
(22, 19-20)
(22, 19-20) ee Paulo
Paulo ((1l Cor 11, 23,
C or 11, 23, 29).
29). São São João,
João , que
que éé quem
quem nos nos
conta aa promessa
conta promessa da da Eucaristia,
Eucaristia, não não se se preocupou
preocupou de de répetir
itpetir aa his­
his-
tória da
tória da instituição
instituição deste
deste sacramento.
sacramento. Foi Foi oo último
último A Apóstolo
póstolo aa
escrever um
escrever um Evangelho,
Evangelho, ee conhecia
conhecia os os outros
outros relatos.
relatos. Em Em seuseu lugar,
lugar,
decide
decide transmitir-nos
transmitir-nos as as belíssimas
belissimas palavras
palavras finais finais dede Jesus
Jesu s aos seus
aos seus
discípulos
discípulos na na Última Ceia.
Última Ceia.
Eis aqui o relato da
E is aqui o relato da instituição
instituição da da Sagrada
Sagrada Eucaristia
Eucaristia segundo
segundo
nos conta
nos conta SãoSão Paulo:
Paulo: ““OO Senhor
Senhor Jesus,
Jesus, na na noite
noite emem que
quc foi entre-
foi entre­
gue,
gue. tomou
tomou o o pão
pão e,e, depois
depois de de dar graças, partiu-o
dar graças, partiu-o ee dissç:
disse: Isto
Isto éé
oo meu
meu corpo,
corpo. queque éé dado
dado porpor vós: fazei isto
vós: fazei isto em minha memória.
em minha memória.
Do mesmo modo,
Do mesmo modo, depois
depois de de terter ceado,
ceado, tomou tomou oo cálice,
cálice, dizendo:
dizendo:
Este éé oo cálice
Este cálice da da Nova Aliança no
N ova Aliança no meumeu sangue:
sangue: fazei
fazei isto
isto emem
minha memária
minha memória todas todas as as vezes
vezes que que o o beberdes”
JESUS MANTEM A SUA PROMESSA 263

AAss suas
suas palavras
palavras nãonão podem
podem ser ser mais
mais claras.
claras. “Isto” quer dizer
“ Isto” quer dizer
““esta
esta substância
substância que tenho em minhas mãos e que agora que co-
que tenho em minhas m ãos e que agora que co­
meço
meço aa falarfalar éé pão,
pão. ee ao
ao terminar
terminar não será já
não será já pão,
pão, masm as o o meu
meu próprio
próprio
corpo”
corpo” “Este
“ Este cálice” quer dizer
cálice” quer dizer “este cálice que
“ este cálice que agora
agora que
que co-
co­
meço a falar contém vinho, e ao terminar não será mais vinho, masas
meço a falar contém vinho, e ao terminar não será mais vinho, m
o meu
o meu próprio
próprio sangue”
sangue”
““Isto
Isto éé oo meu
meu corpo”
corpo” ee ““esteeste cálice
cálice éé oo meu
meu sangue”
sangue” Os
Os
Apóstolos tomaram as palavras de Jesus literalmente.
Apóstolos tomaram as palavras de Jesus literalmente. Aceitaram
Aceitaram
como
como um fato (e
um fato que ato
(e que ato dede fé,
fé, essa
essa aceitação!)
aceitação!) que que aa substância
substância
que ainda
que ainda parecia pão era
parecia pão era agora
agora oo CorpoCorpo de Jesus;s; ee que
de Jesu que aa subs­
subs-
tância
tância que que continuava
continuava aa parecer vinho era
parecer vinho era agora
agora o o Sangue
Sangue de de Cristo.
Cristo.

Esta foi
Esta foi aà doutrina
doutrina que que os os A Apóstolos pregaram àà Igreja
póstolos pregaram Igreja nas­nas-
cente.
cente. Esta Esta foi foi aa crença
crença universal
universal dos cristãos durante
dos cristãos durante mil mil anos.
anos. N Noo
século XI, um herege chamado Berengário pôs em dúvida a verdade
século X I, um herege cham ado Berengário pôs em dúvida a verdade
da presença
da presença real, real, ee ensinava
ensinava que que Jesu Jesuss falou
falou apenas
apenas cm em sentido
sentido
figurado e,e, assim,
figurado assim, oO pão pão e£ oo vinho
vinho consagrados
consagrados não não eram realmente
eram realmente
seu corpo c seu sangue. A heresia de Berengário foi condenada
seu corpo e seu sangue. A heresia de Berengário foi condenada
por três concílios,
por três concílios, cc Berengário
Berengário retratou-se
retratou-se do do seu erro ee voltou
seu erro voltou ao ao
redil.
redil. AA doutrina
doutrina da da presença
presença real real permaneceu
permaneceu indiscutida
indiscutida por por ou-ou-
tros quinhentos
ttos quinhentos anos. anos.
No século
No século XVI. X V I, chegaram
chegaram Lutero Lutero ee aa reformareforma protestante.
protestante. O O
próprio Lutero
próprio Lutero não não negou
negou inteiramente
inteiramente aá presença presença real real de de Jesus
Jesus na na
Eucaristia. Admitia
Eucaristia. Admitia que que as as palavras
palavras de de Jesus
Jesus eram eram dem demasiado
asiado tér- ter-
minantes para
minantes para que que fosse possível explicá-las
fosse possível explicá-las de outro modo.
de outro modo. Masas
M
Lutero queria
Lutero queria abolir abolir aa M Missa,
issa, bembem como como aa adoração
adoração de de Jesus
Jesus pre-pre­
sente
sente no no ahar.
astar. Por isso, tratou
Por isso, tratou de de resolver
resolver oo seu dilema ensinando
seu dilema ensinando
que, embora
que, embora oo pão pão continuasse
continuasse aa ser ser pãopão ee o o vinho, vinho, Jesus
vinho, vinho, Jesus
se faz
se faz presente
presente juntamente
juntamente com com as as substâncias
substâncias do do pãopão ee do do vinho;
vinho;
mas
mas sustentava
sustentava que que JesuJesuss está
está presente
presente apenas apenas no momento em
no momento em que que
se recebe o pão e o vinho; não antes nem depois.
se recebe o pão e o vinho; não antes nem depois.
Outros reformadores
Outros reformadores protestantes
protestantes foram foram m mais ais longe
longe que que Lutero
Lutero
ee acabaram
acabaram por por negar completamente aa presença
negar completamente presença real. Tanto eles
real. Tanto eles
como os teólogos protestantes que
como os teólogos protestantes que lhes sucederam sustentam que,lhes sucederam sustentam que,
quando Jesus
quando Jesus disse:
disse: ““IstoIslo éé oo meu corpo” ee “Isto
meu corpo” “ Isto éé o o meu
meu sangue”,
sangue” ,
lançou
lançou mão mão de de umum recurso
recurso de de linguagem,
linguagem. ee que que o o que queria dizer
que queria dizer
era: “Isto representa o meu corpo” ou
era: “ Isto representa o meu corpo” ou “ Isto é um símbolo do meu “Isto é um símbolo do meu
sangue”. . N
sangue” Naa sua sua tentativa
tentativa de alterar as
de alterar as palavras
palavras de de Cristo,
Cristo, tiveram
tiveram
que valer-se
que valer-se de de todo
todo tipotipo de de interpretações inverossimeis, m
interpretações inverossímeis, masas deixa­
deixa-
ram sem
ram resposta as
sem resposta as razões
razões realmente
realmente sólidas sólidas que provam que
que provam que Jesus
Jesus
disse oo que
disse que queria
queria dizerdizer ee queque quis
quis dizer
dizer oo que disse.
que disse.

A primeira
A primeira delas
delas reside
reside na solenidade da
na solenidade da ocasião:
ocasião: aa noite
noite ante-
ante­
Tor àà sua
rior sua morte. Nela, Jesu
morte. Nela, Jesuss faz
faz oo seu
seu testamento, deixa-nos aa sua
testamento, deixa-nos
264 A EUCARISTIA

última
Última vontade.
vontade. Um Um testamento
testamento nãonão éé lugar
lugar apropriado para empre-
apropriado para empre­
gar uma linguagem figurativa; mesmo sob circunstâncias as mais
gar uma linguagem figurativa; mesmo sob circunstâncias as mais
favoráveis, os
favoráveis, tabeliães têm,
os tabeliães têm, àsàs vezes, dificuldade em
vezes, dificuldade em interpretar
interpretar as as
intenções
intenções do testador, quanto
do testador, quanto mais
m ais se se este
este emprega
emprega uma lingua-
uma lingua­
gem simbólica.
gem simbólica.
Mais
M ais ainda:
ainda; sendo Deus, Jesus
sendo Deus, Jesus sabia
sabia que,
que, em em consequência
conseqüência das das
palavras
palavras queque iaia pronunciar naquela noite,
pronunciar naquela noite, milhões
milhões ee milhões
milhões dede pes­
pes-
soas lhe prestariam culto sob a aparência de pão.
soas lhe prestariam culto sob a aparência de pão. Se não tivesse
Se não tivesse
querido
querido estar
estar realmente
realmente sob sob essas
essas aparências,
aparências, os os adoradores
adoradores presta­
presta-
riam
riam culto
culto aa um
um simples pedaço de
simples pedaço de pão
pão ee incorreriam
incorreriam no pecado de
no pecado de
idolatria,
idolatria, ee isto,
isto, certamente,
certamente, nãonão éé coisa
coisa aa queque oo próprio
próprio Deus
Deus qui-
qui­
sesse induzir-nos, preparando
sesse induzir-nos, preparando oo cenário
cenário ee utilizando obscuros modos
utilizando obscuros modos
de
de falar,
falar,

Que
Que os Apóstolos tomaram
os Apóstolos tom aram literalmente
literalmente asas palavras
palavras de
de Jesus,
Jesus, éé
evidente, pois
evidente, pois sese baseia
baseia no
no fato de os
fato de os cristãos terem crido
cristãos terem crido desde
desde osos
primórdios na presença
primórdios na real de
presença real de Jesus
Jesus na
na Eucaristia. De ninguém
Eucaristia. De ninguém
mais,
mais, além além dos dos Apóstolos,
Apóstolos, poderiam
poderiam ter ter obtido
obtido tal crença.
tal crença. EE quem
quem
melhor
melhor do do queque estes
estes nos poderia dizer
nos poderia dizer oo que que Cristo
Cristo quisquis dizer?
dizer? Os Os
Apóstolos estavam
Apóstolos estavam lá; lá; podiam
podiam ter ter perguntado
perguntado aa Jesus Jesus — — ee certa­
certa-
mente oo fizeram
mente fizeram — todas as
— todas as questões
questões que que lhes
lhes ocorressem
ocorressem sobre sobre oo
significado
significado das d as palavras
palavras que que acabavam
acabavam de de ouvir.
ouvir. Ás À s vezes,
vezes, tendemos
tendemos
aa esquecer
esquecer que que os os Evangelhos
Evangelhos registram
registram apenas apenas umauma pequena
pequena parteparte
do que se passou entre Jesus e os Apóstolos. Compilar três anos de
do que se passou entre Jesu s e os Apóstolos. Com pilar três anos de
diálogo,
diálogo, de de perguntas
perguntas ee respostas,
respostas, de ensinamentos, requereria
de ensinamentos, requereria um um
bom montão
bom montão de de livros.
livros.
Quando,
Quando, na na noite
noite dada Quinta-Feira
Quinta-Feira Santa, Jesus pronunciou
Santa, Jesus pronunciou as as
palavras:
palavras: ““Isto Isto éé oo meu meu corpo”
corpo” sobresobre oo pão, pão, ee ““Isto
Isto éé oo meu
meu san­ san-
gue”
gue” sobre
sobre oo vinho,
vinho, os os Apóstolos tomaram essas
A póstolos tomaram palavras ao
essas palavras ao pé pé dada
letra, coisa que
letra, coisa que aa sua sua conduta posterior nos
conduta posterior prova claramente.
nos prova claramente. Se
Se
Jesus lançou mão de uma metáfora, se o que na realidade quis dizer
Jesus lançou mão de um a metáfora, se o que na realidade quis dizer
era:
era: ““Este Este pãopão éé comocomo que que um um símbolo
símbolo do do meu corpo €e este
meu corpo vinho
este vinho
significa
significa o o meu
meu sangue; portanto, cada
sangue; portanto, cada vez vez que
que osos meus
meus seguidores
seguidores
se reunirem ee participarem
se reunirem participarem de de umum pãopão ee um um vinho
vinho comocomo estes,
estes, hon-
hon-
rar-me-ão
rar-me-ão ee representarão
representarão aa minha minha morte”morte”; ; se se foi isto o
foi isto o que
que Jesus
Jesus
quis dizer,
quis dizer, então
então todostodos os os A póstolos o
Apóstolos entenderam mal.
o entenderam mal. E E, , através
através
da sua
da sua interpretação
interpretação errônea, errônea, toda toda aa cristandade,
cristandade, durante
durante muitos
muitos
séculos, esteve adorando um pedaço de pão como se fosse Deus.
séculos, esteve adorando um pedaço de pão como se fosse Deus.
ÉÉ totalmente
totalmente insensato
insensato pensarpensar que que Jesus pudesse permitir
Jesus pudesse permitir que que
os
os seus discípulos caíssem
seus discípulos caíssem num num erroerro tãotão grave.
grave. Em Em outras
outras ocasiões,
ocasiões,
em muitíssimas
em muitíssimas outras outras ocasiões,
ocasiões, ee tratando-se
tratando-se de matérias muito
de matérias muito me­ me-
nos importantes
nos importantes que que esta,
esta, Jesus
Jesus corrige
corrige os os seus
seus Apóstolos
Apóstolos quando quando
o interpretam
o interpretam mal. mal. Para Para citar
citar umum só só exemplo,
exemplo, no no Evangelho
Evangelho de de São
São
Mateus
M ateus (16, (16, 6-12),
6-12), JesusJesus dizdiz aosaos seus
seus Apóstolos
Apóstolos que que estejam
estejam pre-
JESUS MANTEM A SUA PROMESSA 265

venidos contra
venidos contra oo fermento
fermento dos dos fariseus
fariseus ee dos
dos saduceus.
saduceus. Eles Eles pensam
pensam
que lhes
que lhes está
está falando
falando de de pão
pão real,
real, ee cochicham
cochicham entreentre sisi quc
que nãonão têm
têm
pão.
pão. Pacientemente, Jesus esclarece-lhes que está falando dos ensi-
Pacientemente, Jesu s esclarece-lhes que está falando dos ensi­
namentos
n a m e n fariseus ee saduceus,
dos fariseus
to s dos saduceus, não não dodo pão que se
pão que se come.
come. Em Em
outras ocasiões,
outras ocasiões, quando
quando Jesus
Jesus se se serve
serve dede m metáforas.
etáforas, oo próprio
próprio es­es-
critor sagrado nos esclarece o respectivo significado, como naquela
critor sagrado nos esclarece o respectivo significado, como naquela
ocasião em
ocasião em queque Jesus disse: ““Dpestruí
Jesu s disse: Destruí este templo, ee eu
este templo, reedifica-
eu oo reedifica-
rei
rei em três dias”,
em três dias” , ee Jo
João explica imediatamente
ã o explica imediatamente que Ele se
que Eie referia
se referia
ao templo do seu corpo (2, 19-21). Encontramos incidentes pare-
ao templo do seu corpo (2, 19-21). Encontram os incidentes pare­
cidos
cidos em em grande
grande abundância
abundância nos nos Evangelhos,
Evangelhos, e, e, no entanto, querem
no entanto, querem
agora fazer-nos
agora fazer-nos crercrer que,
que, nono momento
momento solene
solene dada Ultima
Última Ceia,
Ceia, Jesus
Jesus
utilizou modos de dizer novos e estranhos, sem se dar ao trabalho
utilizou m odos de dizer novos e estranhos, sem se dar ao trabalho
de explicar
de explicar qualqual eraera o o seu
seu significado.
significado.

Porque são
Porque sâo modos
m odos de dizer novos
de dizer novos ee estranhos.
estranhos. Nem Nem oo pão pão cé
um
um simbolo
símbolo natural natural do do corpo
corpo humano,
humano, nem nem oo vinho vinho um um simbolo
símbolo
natural do
natural sangue.
do sangue. Se alguém cortasse
Se alguém cortasse uma fatia de
uma fatia de pãopão ee aa ofere­
ofere-
cesse a outro comensal, dizendo-lhe:
cesse a outro comensal, dizendo-lhe: “Isto é o meu corpo”, este
“ Isto é o meu corpo” , este
pensaria logo
pensaria logo que estava diante
que estava diante de de um um gozador
gozador ou ou de de umum loucolouco
varrido. E
varrido. E éé blasfemo
blasfemo tratar tratar de de aplicar
aplicar aa Jesus qualquer das
Jesu s qualquer duas
das duas
alternativas.
alternativas-
Como recurso
Como recurso literário,
literário, só só éé válido lançar mão
válido lançar m ão de de umum modo modo
de dizer
de dizer quando
quando oo seu seu significado
significado éé claro. claro. Esta clareza pode
E sta clareza resul-
pode resul­
tar da
tar da natureza
natureza da afirmação,
da afirm ação, como quando mostro
como quando mostro uma fotografia
uma fotografia
ee digo:
digo: ““ÉÉ aa minha minha mãe”, ou aponto um menino irrequieto ee digo:
mãe” , ou aponto um menino irrequieto digo:
““EÉ uma
uma máquina
máquina de de movimento
movimento contínuo”,contínuo” , ou ou digo
digo de de umum cavalo
cavalo
veloz: “É
veloz: “ É umum raio”;
raio” ; ou quando me
ou quando me ponho
ponho aa explicar
explicar o o sentido
sentido da da
metáfora; por exemplo, quando coloco uns fósforos sobre a mesa
metáfora; por exemplo, quando coloco uns fósforos sobre a mesa
ee digo:
digo: “Esta “ E sta éé aa minha
minha casa, casa, ee aqui aqui está
está aa salasala de de jantar”.
jantar” . Mas, M as,
nem
nem pela pela natureza
natureza da da afirmação,
afirm ação, nem nem por explicações dadas,
por explicações dadas, as as pa-
p a­
lavras “Isto é o meu
lavras “ Isto é o meu corpo” fazem corpo” fazem sentido
sentido comocomo metáfora.
metáfora.
A idéia
A idéia de de queque Jesus teria falado
Jesus teria falado em em m metáforas
etáforas na na Última
Última Ceia Ceia
torna-se ainda
torna-se ainda mais incrivel se
m ais incrível se tivermos
tivermos em em conta
conta que que se se dirigia
dirigia aa
homens que,
homens que, na sua na sua maioria,
m aioria, eram eram uns uns pobres
pobres ee incultos
incultos pescadores.
pescadores.
Não tinham sido educados
Não tinham sido educados nas subtilezas da nas subtilezas da retórica.
retórica. Mais
M ainda,
ais ainda,
antes de
antes de o o Espírito
Espírito Santo Santo ter descido sobre
ter descido sobre eles,
eles, assombram-nos
assom bram -nos pelo pelo
seu lento entendimento
seu lento entendimento das das coisas.
coisas. Tem Temosos um um exemplo
exemplo na na passa­
passa-
gem da
gem ressurreição de
da ressurreição de Lázaro.
Lázaro. Lemosos em
Lem em São São JoãoJo ã o (11, 11-14)
(11, 11-14)
que, quando
Que, quando Jesus Jesus disse:
disse: ““OO nosso nosso amigoamigo Lázaro
Lázaro dorme,dorme, m masas eu eu
vou despertá-lo”
vou despertá-lo”, , os os discípulos
discípulos replicam:
replicam: ““Senhor,Senhor, se se Lázaro dorme.
Lázaro dorme,
ficará bom”
flcará bom” Então Jesus
Então Jesus disse-lhes
disse-lhes claramente:
claramente: ““Lázaro morreu”
L ázaro morreu”
Eram mentalidades
Eram mentalidades difíceis difíceis parapara lhes lhes falar
falar em em m metáforas!
etáforas!
| Outra
Outra indicação de que Jesus não falava
indicação de que Jesu s nâo falava em m etáforas ao em metáforas ao insti-
insti­
tunr a Eucaristia,
tuir a Eucaristia, achamo-la nas achamo-la nas palavras
palavras com com que que São São Paulo
Paulo con­ con-
266 A EUCARISTIA

clui
clui O o seu
seu relato
relato da
da Última
Última Ceia
Ceia (1 Cor. 11,
(1 Cor, 11, 27-30):
27-30): “Portanto,
“ Portanto, quem
quem
comer este
comer pão ee beber
este pào beber oo cálice
cálice do
do Senhor indignamente, será
Senhor indignamente, será réu
réu
do corpo e do sangue do Senhor.
do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem aa
Examine-se, pois, o homem
si mesmo,
si mesmo, ee entãoentão coma
coma do pão ee beba
do pão beba do do cálice;
cálice; pois aquele que
pois aquele que
o come
0 come ee bebe bebe indignamente,
indignamente, comecome ee bebebebe aa sua sua própria
própria condena-
condena­
ção, não discernindo o corpo do Senhor”. É duro dizer que
ção, não discernindo o corpo do Senhor” , É duro dizer que um
um
homem
homem se torna réu
se torna réu dodo Corpo
Corpo ee do do Sangue
Sangue do Senhor, que
do Senhor, que come
come
ee bebe
bebe aa sua própria condenação,
sua própria condenação. se se oo pão
pão não não éé mais
mais dodo que
que pão,
pão,
mesmo
mesmo que que seja pão bento,
seja pão bento, ee oo vinho
vinho não não éé senão
senão vinho,
vinho, mesmo
mesmo
que seja
que seja umum vinho sobre oo qual
vinho sobre qual se pronunciaram umas
se pronunciaram um as orações.
orações.

Nós,
N ós, certamente,
certamente, não não necessitamos
necessitamos de provas como
de provas como as as que
que aqui
aqui
se esquematizaram para crer na presença real de Jesus Cristo na
se esquernatizaram para crer na presença real de Jesus Cristo na
Sagrada Eucaristia. Cremos
Sagrada Eucaristia. Cremos nessanessa verdade
verdade não não por provas racionais,
por provas racionais,
mas,
mas, primordialmente,
primordialmente, porque porque aa Igreja
Igreja dede Cristo,
Cristo, queque não
não podepode errar
errar
em matérias de fé e moral, asssm no-lo diz.
em matérias cio fé e m oral, assim no-lo diz. Mas sempre é util
M as sempre é útil
conhecer as
conhecer as dificuldades
diiiculdades com com que tropceçam os
que tropeçam os que procuram inter­
que procuram inter-
pretações pessoais
pretações pessoais nas nas palavras
palavras de de Nosso Senhor.
Nosso Senhor.
Nós
N ós preferimos
preferimos seguir seguir aa regra
regra da da sensatez
sensatez que que dizdiz que,
que, parapara
conhecer o significado de uma coisa que se disse, não há melhor
conhecer o significado de uma coisa que se disse, não há melhor
caminho do
caminho do que que perguntar
perguntar aa quem quem aa ouviuouviu ou ou que
que estava
estava lá. lá. Os Os
Apóstolos
A póstolos estavam
estavam lá; lá; os
os primeiros
primeiros cristãos,
cristãos, os os que
que escutaram
escutaram aa pre­ pre-
gação dos
gação Apóstolos, em
dos Apóstolos, em certo sentido, estavam
certo sentido, estavam lá. lá. M Mesmo
esmo nós, nós, queque
herdamos uma tradição ininterrupta, em certo sentido, estávamos lá.
herdamos uma tradição ininterrupta, em certo sentido, estávam os lá.
Independentemente de
Independentemente de ser
ser umum dogma
dogma definido
definido pela Igreja, preferi-
pela Igreja, preferi­
mosos crer
m crer nos
nos ensinamentos
ensinamentos dos dos Apóstolos
Apóstolos ee na na crença unânime dos
crença unânime dos
cristãos durante
cristãos durante mil mil ee quinhentos
quinhentos anos, anos, emem vez vez de de prestar
prestar ouvidos
ouvidos
aos ensinamentos
aos ensinamentos desencontrados
desencontrados dos dos reformadores protestantes.
reformadores protestantes.
Homens como
Homens como Lutero,
Lutero, Carlstadt,
Caristadt, Zuinglio
Zuinglio ou ou Calvino
Calvino exigem
exigem dema­dema-
siado quando
siado quando nos nos pedem
pedem parapara crercrer que
que durante quinze séculos
durante quinze séculos os os
cristãos permaneceram no erro e que, de repente, eles, os reformado-
cristãos permaneceram no erro e que, de repente, eles, os reform ado­
res protestantes,
res protestantes, encontraram
encontraram aa resposta
resposta certa.
certa.

JJAÁ N
NÃO É PÃO
ÃO É PÃO

Que aconteceu
Que exatamente quando
aconteceu exatamente quando Jesus
Jesus disse
disse na
na Ultima
Última Ceia
Ceia
(e os
(e sacerdotes esta
os sacerdotes esta manhã
manhã na na Missa):
M issa ); ““Isto
Isto éé o
o meu corpo” sobre
meu corpo” sobre
oo pão,
pão, ee “Este
“ Este éé oo cálice
cálice do meu sangue”
do meu sangue” sobre
sobre o o vinho?
vinho? (Cremos
Cremos
que
que aa substância
substância do do pão
pão deixou
deixou dede existir
existir completa
completa ee totalmente,
totalmente, ee
que
que aa substância
substância do próprio Corpo
do próprio Corpo dede Cristo substituiu aa substância
Cristo substituiu substância
do pào,
do pão, que
que ficou aniquilada.
ficou aniquilada. Cremos também que
Cremos também Jesus, pelo
que Jesus, seu
pelo seu
poder onipotente
poder onipotente como Deus, preservou
como Deus, preservou as as aparências
aparências dodo pão
pão ee dodo
vinho, apesar do
vinho, apesar do fato
fato dede as
as respectivas
respectivas substâncias
substâncias terem desapa-
terem desapa­
recido.
já NÃO É PÃO

=)
tQ
Os
Por
Por ““aparências”
aparências” de de pão
pão ee dede vinho entendemos todas
vinho entendemos todas as formas
as formas
externas ee acidentais
externas acidentais que que de de umum modo
modo ou ou dede outro podem ser
outro podem perce-
ser perce­
bidas pelos sentidos da vista, do tato, do paladar, do ouvido ee do
bidas pelos sentidos da vista, do tato, do paladar, do ouvido do
olfato.
olfato. A Eucaristia ainda
Sagrada Eucaristia
A Sagrada parece pão
ainda parece pão ee vinho, ainda sabe
vinho, ainda sabe
ee cheira
cheira aa pão pão ee vinho,vinho, ainda sensível ao
ainda éé sensível tato como
ao tato como pão pão ec
vinho, e, se a partissemos ou derramássemos, soariam a pão ee
vinho, e, se a partíssem os ou derramássemos, soariam a pão
vinho. Inclusive
vinho. Inclusive se submetêssemos aa um
se aa submetêssemos um exameexame microscópico,
microscópico,
eletrônico ou
eletrônico radiológíco, só
ou radiológico, perceber nela
poderíamos perceber
só poderiamos nela as as qualidades
qualidades
do pão
do pão ee do do vinho.
vinho. Com Com efeito,
efeito, aa observação
observação humana humana só só pode
pode
obter aa aparência
obter aparência externa externa de de qualquer
qualquer coisa.
coisa. AA sua su a configuração,
configuração,
sua reação
aa sua circunstâncias, as
determinadas circunstâncias,
reação aa determinadas as leis físicas aa que
leis físicas que
parece obedecer, são as únicas questões que a ciência pode investi-
parece obedecer, são as únicas questões que a ciência pode investi­
gar.
gar. Mas M as aa substância
substância de de uma
um a coisa,
coisa, oo que
que lhelhe está
está subjacente,
subjacente, aa
substância
substância como como substância,
substância, está está fora
fora dodo alcance
alcance dos dos sentidos
sentidos ee dos dos
instrumentos humanos.
instrumentos humanos.
Hoje
Hoje em em dia, dia, aa ciência
ciência da da física
física nuclear
nuclear teoriza
teoriza que que toda
toda ma-m a­
téria
téria éé uma
uma forma forma de de energia;
energia; que que toda
toda matéria
matéria se se compõe
compõe de de par-
p ar­
tículas
tículas em em movimento,
movimento, carregadas
carregadas eletricamente.
eletricamente. AA diferença diferença entre entre
um
um pedaço
pedaço de de madeira
madeira ee um um pedaço
pedaço de de ferro
ferro éé simplesmente
simplesmente aa dife- dife­
rença
rença entre
entre oo número,
número, aa velocidade
velocidade ee aa direção
direção das das partículas
partículas car- car­
regadas
regadas eletricamente
eletricamente que que compõem
compõem os os dois
dois materiais.
materiais. Mas M as se se oo
físico
físico consegue
consegue fotografar
fotografar com com umauma câmara
câmara eletrônica
eletrônica algumas
algumas dessasdessas
partículas, ainda continua manejando aparências. A substância como
partículas, ainda continua manejando aparências. A substância como
substância,
substância, aquilo aquilo que que faz
faz uma
uma coisa
coisa ser
ser oo que
que éc ee não não outra
outra coisa,
coisa,
continua
continua aa estar estar forafora do do alcance
alcance dosdos cientistas.
cientistas,
Todo
Todo esteeste tema
tema da da relação
relação da da “substância”
“ substância” (o (o que
que umauma coisa
coisa é) é)
com
com os os “acidentes”
“ acidentes” (as (as qualidades
qualidades perceptíveis
perceptíveis de de uma
um a coisa)
coisa) éé uma uma
questão
questão filosófica,
filosófica, ee não nào podemos
podemos estender-nos
estender-nos aqui aqui na na suasua análise.
análise.
Basta-nos
Basta-nos saber,
saber, como como sabemos,
sabemos, que, que, pelas
pelas palavras
palavras da da consagração,
consagração,
aa substância
substância do do corpo
corpo de de Cristo
Cristo substitui
substitui aa substância
substância do do pão,
pão, ee que que
aa substância
substância do do sangue
sangue de de Cristo
Cristo substitui
substitui aa substância
substância do do vinho,
vinho,
ao
ao mesmo
mesmo tempotempo que que permanecem
permanecem as as aparências
aparências do do pãopão ec do do vinho.
vinho.

Evidentemente, éé um
Evidentemente, um milagre;
milagre; um um milagre
milagre contínuo,
contínuo, realizado
realizado
centenas
centenas de de milhares
milhares de de vezes
vezes porpor dia
dia pelo
pelo poder infinito de
poder infinito de Deus.
Deus.
ÀA bem
bem dizer,
dizer, éé um
um duplo milagre: éé oo milagre
duplo milagre: milagre da transformação
da transform ação do do
pão
pão ee do vinho em
do vinho Jesus Cristo;
em Jesus Cristo; ee oo milagre adicional pelo
milagre adicional qual
pelo qual
Deus
Deus mantém
mantém as as aparências
aparências do do pãopão ee do
do vinho,
vinho, ainda
ainda queque aa subs-
subs­
tância subjacente tenha
tância subjacente tenha desaparecido,
desaparecido, comocomo se se oo rosto
rosto de
de uma pessoa
uma pessoa
permanecesse
permanecesse num espelho depois
num espelho depois de esta se
de esta se ter
ter retirado.
retirado.
AA mudança
mudança operada
operada pelas palavras da
pelas palavras da consagração
consagração éé de de um tipo
um tipo
Especial,
especial, ee aa Igreja
Igreja teve
teve dede cunhar
cunhar um um termo
termo especial para aa desig­
especial para desig-
nar: transubstanciação,
nar; transubstanciação, que, que, literalmente,
literalmente, significa
significa aa passagem
passagem de de uma
uma
Substância
substância parapara outra;
outra; neste
neste caso,
caso, uma <ingular espécie
uma singular espécie de mudança.
de mudança.
266 A EUCARISTIA

Na vida
Na vida ordinária, estamos acostum
ordinária, estamos acostumados
ados aa muitas
muitas espécies
espécies de dc
mudanças.
mudanças. Às Às vezes,
vezes, são
são mudanças apenas aparentes.
mudanças apenas aparentes, como
como quando
quando
aa água
água gela
gela ee sese torna
torna sólida, ou um
sólida, ou um pedaço
pedaço de de barro
barro éé modelado
modelado
ee sc torna um
sc torna um vaso. Vemos também
vaso. Vemos também mudanças
mudanças que afetam tanto
que afetam tanto aa
substância como os acidentes, como quando o vinho se transforma
substância como os acidentes, como quando o vinho se transforma
em
em vinagre,
vinagre, ouou o o carvão
carvão sob pressão se
sob pressão se torna
torna um um diamante.
diamante. Tem Tem
havido
havido mudanças
mudanças m milagrosas deste gênero,
ilagrosas deste gênero. como
como aa que que Jesus
Jesus operou
operou
em Caná, mudando a água em vinho.
em C aná, mudando a água em vinho.
No entanto,
No entanto, em lugar nenhum
em lugar nenhum da da ordem
ordem natural
natural e, e, pelo que
pelo que
conhecemos,
conhecemos, também também na na ordem
ordem sobrenatural,
sobrenatural, se se produzem
produzem m mudan-
udan­
ças semelhantes
ças semelhantes àà que que se opera no
se opera pão ee no
no pão no vinho
vinho pelas
pelas palavras
palavras
da consagração: uma mudança de substância sem mudança dc
da consagração; uma m udança de substância sem mudança de apapa-a­
rências.
rências. PorPor essa razão, aa palavra
essa razão, palavra ““transubstançiação”
transubstanciação” se aplica exclu­
se aplica exclu-
sivamente
sivamente aa esse esse milagre
milagre quotidiano.
quotidiano.

Ainda que,
Ainda que, pelas
pelas palavras
palavras da da consagração
consagração oo corpo corpo dede Jesus
Jesus sese
torne
torne presente
presente sob sob as as aparências
aparências do pão, ee oo seu
do pão, sangue sob
seu sangue sob asas
aparências
aparências do do vinho, sabemosos que
vinho, sabem que aa Pessoa
Pessoa de de Jesus,
Jesus, ressuscitado
ressuscitado
dentre os mortos, não pode ser dividida. Onde está o seu
dentre os mortos, não pode ser dividida. Onde está o seu corpo,
corpo,
deve
deve estar também oo seu
estar também sangue; ee onde
seu sangue; onde estão
estão oo seu corpo ee oo seu
seu corpo seu
sangue, devem estar
sangue, devem estar também
também aa sua sua alma
alma ee aa sua sua natureza
natureza divina,
divina,
aa que
que estão unidos o seu corpo e o seu sangue.
estão unidos o seu corpo e o seu sangue. Do mesmo modo,
Do mesmo modo,
onde está oo sangue
onde está sangue de de Jesus,
Jesus, deve
deve estar Jesus inteiro.
estar Jesus inteiro. Em Em conseguên-
conseqüên­
cia, pelas palavras
cia, pelas palavras ““IstoIsto éé o o meu
meu corpo”,
corpo” , torna-se
torna-se presente
presente nãonão só só
o corpo
o corpo de de Jesus,
Jesus, como
como também
também — — pelo que os
pelo quc os teólogos
teólogos chamam
chamam
“concomitância”,
“ concomitância” , quer quer dizer, por força
dizer, por força da sua unidade
da sua unidade de de Pessoa
Pessoa — —
oo seu sangue, alma
seu sangue, alma ee divindade.
divindade. OO mesmo mesmo ocorre
ocorre na consagração
na consagração
do vinho.
do vinho.
É por
É esta razão
por esta razão que que não
não éé necessário
necessário receber
receber aa Comunhão
Comunhão sob sob
as duas espécies
as duas espécies de de pão
pão ee vinho, embora se
vinho, embora se possa
possa fazê-lo
fazê-lo nos casos
nos casos
previstos
previstos pelas normas litúrgicas.
pelas normas litúrgicas. Se Sc aa recebemos
recebemos sob sob qualquer
qualquer das das
duas, seja
duas, pão, seja
seja pão, vinho, recebemos
seja vinho, recebemos Jesus Jesus todo, completo ee inteiro.
todo, completo inteiro.

Jesuss Cristo,
Jesu Cristo, todo
todo ee inteiro, está presente
inteiro, está presente na na Sagrada Eucaristia
Sagrada Eucaristia
sob
sob asas aparências
aparências do do pão
pão ee do vinho. E
do vinho. Está presente simultanca-
stá presente simultanea­
mente em cada uma das hóstias consagradas de cada altar de
mente em cada uma das hóstias consagradas de cada altar todo
de todo
oo mundo
mundo ee em cada cálice
em cada cálice consagrado
consagrado onde onde quer
quer queque se
se celebre
celebre aa
Santa
Santa Missa.
M issa. Mais
M ais ainda, Jesus todo
ainda, Jesus todo ee inteiro
inteiro está
está presente
presente em em cada
cada
partícula consagrada e em cada gota de vinho consagrado.
partícula consagrada e em cada gota de vinho consagrado. Se aa
Se
sagrada hóstia se
sagrada hóstia se divide
divide — — como
como oo sacerdote
sacerdote faz
faz durante
durante aa Missa
M issa — —, ,
Jesus
Jesu s está totalmente presente
está totalmente presente em em cada
cada umauma dasdas partes.
partes. Se Se caisse
caísse
ao chão
ao chão umauma partícula
partícula da da hóstia
hóstia consagrada
consagrada ou ou sese derramasse
derramasse uma uma
gota
gota dodo cálice,
cálice, Jesus estaria presente
Jesus estaria presente todo
todo ee inteiro nessa partícula
inteiro nessa partícula
ee nessa
nessa gota.
gola.
[A NÃO E PÃO 269

É por
íí isso que
por isso que os
os panos
panos de
de altar têm que
altar têm ser lavados
que scr lavados com
com aa
reverência, porque
T-.uixima reverência.
rrxima poderia haver
porque poderia cles uma
aderida aa cies
haver aderida par-
tma par-
iicuta das
líeula das Sagradas
Sagradas Espécies.
Espécies. Estes panos de
Estes panos de altar
altar compreendem
compreendem o o
corporal.
^orporal. sobre
sobre o o qual
qual sc se coloca
coloca aa patena
patena comcom aa hóstia
hóstia ee oo cálice
cálice
consagrados durante
consagrados pala. oo pano
Mis.sa: aa pala.
durante aa Missa; quadrado que
pano quadrado cobre oo
que cobre
o cálicc durante a Missa: e o sanguinco, o pano
o cálice durante a M issa; e o sanguíneo, o pano com
com que
que O
o sacer-
sacer­
dote enxuga
dote enxuga os os lábios
lábios depois
depois de de consumir Sangue ee seca
precioso Sangue
consumir oo precioso seca
os dedos
cis dedos ee o o cálice
cálice depois
depois de de lavar
lavar oo cálice
cálice com vinho €c água,
com vinho água, ou só
ou só
com água. Jesus,
com água. Jesus, evidentemente,
evidentemente, não não deixa
deixa o o seu lugar no
seu lugar no céu,
céu, “à
“à
direita do Par”, para se tornar presente na Sagrada Eucaristia. Per-
direita do Pai” , para se tornar presente na Sagrada Eucaristia. Per­
manece
manece no céu ee está
no céu está no
no altar.
altar. Quem
Quem se faz presente
se faz sob as
presente sob as aparên­
aparên-
cias do
cias do pão
pão ee dodo vinho
vinho éé o o corpo
corpo giorificudo
glorijicado de de Jesus,
Jesus, oo seu
seu corpo
corpo
tal como está no céu.
tal como está no céu.

Na Sagrada
Na Fucaristia, Jesus
Sagrada Eucaristia, Jesus está
está presente tal com
presente tal comoo éé no no tempo
tempo
dessa presença. Na Ultima Ceia, por exemplo, foi o corpo “passível”
dessa presença, N a Ültima Ceia, por exemplo, foi o corpo “ passível”
de Jesus (quer
de Jesus dizer, ainda
(quer dizer, ainda mortal)
mortal) queque sese tornou
tornou presente
presente quando
quando
pronunciou as
pronunciou as palavras
palavras da consagração, pois
da consagração, pois ainda
ainda não
não tinha morrido.
tinha morrido.
Se os Apóstolos tivessem celebrado Missa naquelas horas em
Se os Apóstolos tivessem celebrado M issa naquelas horas que
em que
Jesus permaneceu
.Icsus permaneceu no no sepulcro,
sepulcro, oo que
que sese teria tornado presente
teria tornado presente seria
seria
o seu
o corpo morto;
seu corpo morto; sobsob asas aparências
aparências do do pão
pão teria
teria estado
estado o o seu
seu
corpo sem o sangue, e sob as aparências do vinho, o seu sangue
corpo sem o sangue, e sob as aparências do vinho, o seu sangue
sem oo corpo,
sem corpo, pois
pois este
este estava
estava em empapando
papando o o solo
solo do do Calvário.
Calvário.
Teria estado
Teria estado presente
presente também
também aa suasua natureza
natureza divina, visto que
divina, visto que corpo
corpo
ec sangue estão inseparavelmente
sangue estão inseparavelmente unidosunidos ao ao Filho;
Filho; mas teria estado
m as teria estado
ausente aa alma,
ausente alma, queque sese achava
achava no no limbo.
limbo.

A presença
A presença de de Jesus
Jesu s na na Eucaristia
Eucaristia — — sobsob dimensões
dimensões tão tão pe-pe-
(fuenas ee em
tíucnas em tantos
tantos lugares
lugares ao ao mesmo
mesmo tempo tempo — — parece
parece suscitar duas
suscitar duas
aparentes dificuldades:
aparentes dificuldades: Como Com o pode pode um um corpo
corpo humano
humano estar estar pre­
pre-
sente num
sente espaço tão
num espaço tão pequeno?
pegueno? Como pode um corpo humano estar
Com o pode um corpo humano estar
em vários
cm vários lugares
lugares ao ao mesmo
mesmo tempo? tempo? E Estas dificuldades, éé claro,
stas dificuldades, claro, sãosão
apenas aparentes.
apenas aparentes. Deus Deus assim
assim oo fez; fez: portanto,
portanto, podepode ser ser feito.
feito. De-De-
ve-se recordar
vc-se recordar que que DeusDeus éé o o autor
autor da da natureza,
natureza, o o am
amoo ee o o senhor
senhor
da Criação.
íla Criação. Ass leis
A físicas do
leis físicas do universo
universo foramforam estabelecidas
estabelecidas por por Deus,
Deus,
“c Ele pode
Ele pode suspender
suspender aa sua sua açãoação se se assim
assim oo quiser,
quiser, semsem queque oo seuseu
poder infinito tenha
poder infinito tenha que que fazer
fazer nenhum
nenhum esforço.
esforço.
É verdade
É verdade que. que. segundo
segundo aa experiência humana. um
experiência humana, um corpo
corpo deve
deve
ter determinada “extensão”.
ter determinada “ extensão” , isto isto é,é, deve
deve ocupar
ocupar determinado
determinado espaço,espaço.
Segundo aa nossa
í^egundo nossa experiência,
experiência, um um corpo
corpo deve deve estar
estar numnum só só lugar
lugar de de
cuda vez.
cada vez. A A multilocação
multilocação (estar (estar em vários lugares
em vários lugares ao ao mesmo
mesmo tem-tem-
Po) é€ algo
P*'*) algo desconhecido
desconhecido para para nós. nós. Pode-se.
Pode-se. pois.pois. afirm
afirmarar que
que um um
corpo sem
corpo sem extensão
extensão no espaço, ou
no espaço, ou queque ocupe
ocupe vários
varios lugares
lugares ao mes-
ao mes-
mo tempo,
nio tempo, éé um um impossível
impossível físico;físico; isto
isto é,é, impossível
impossivel para para as as leis fi-
leis fí­
970 A EUCARISTIA

sicas. M
sicas. Masas estes
estes fenômenos
fenômenos nào não são impossíveis metafisicamente;
são impossíveis metajisicamenie;
quer
quer dizer,
dizer, nãonão há há contradição
contradição inerente
inerente na idéia de
na idéia de um
um corpo
corpo sem ex-
sem ex­
tensão
tensão ou ou na idéia da
na idéia multilocação. Uma
da muUilocação. contradição inerente
Uma contradição inerente os os
tornaria absolutamente
tornaria impossíveis: estaria
absolutamente impossíveis; estaria neste caso, por
neste caso, exemplo,
por exemplo,
aa idéia
idéia de de umum circulo
círculo quadrado,
quadrado, que que éé uma uma contradição nos seus
contradição nos seus
próprios
próprios termos.termos.
Talvez isto
Talvez isto nos
nos arraste
arraste excessivamente
excessivamente para para oo campo
campo da da filosofia.
filosofia.
Mas
M as os os pontos
pontos que que nosnos interessa
interessa deixar
deixar claroclaro são:
são; primeiro,
primeiro, que que
Jesus
Jesus não não estáestá presente
presente na na Eucaristia
Eucaristia em em miniatura.
miniatura. Está
Está aliali na
na
plenitude
plenitude da da suasua Pessoa
Pessoa glorificada,
glorificada, de de uma
uma maneira
maneira espiritualizada,
espiritualizada,
sem extensão nem espaço. Não tem altura, largura ou
sem extensão nem espaço. N ão tem altura, largura ou espessura,
espessura.
OO segundo
segundo ponto ponto éé que que Jesus
Jesu s nãonão se se multiplica;
multiplica: não não passa
passa aa
haver
haver muitos
muitos Jesuses;
Jesuses; também
também não não se se divide
divide entre
entre as as diferentes
diferentes hós-hós­
tias.
tias. H á um só Jesus, completo
Há um só Jesus, completo e indiviso. e indiviso. A sua multilocação
A sua multilocação
não
não éé resultado
resultado de de multiplicações
multiplicações ou ou divisões,
divisões, masmas da da suspensão
suspensão da da
lei
lei nono espaço
espaço relativamente
relativamente ao ao seu
seu sagrado
sagrado corpo.
corpo. ÉÊ como como se se esti-
esti­
vesse
vesse num num lugar,
lugar, ee todas
todas as as partes
partes do do espaço
espaço fossem
fossem atraídas
atraídas para para
Ele. É fácil ver a razão pela qual a Eucaristia é chamada — e éé ——
Ele. É fácil ver a razão pela qual a Eucaristia é cham ada — e
oü sacramento
sacramento da da unidade.
unidade. Quando
Quando comungamos
comungamos — — nósnós ee osos nossos
nossos
companheiros
companheiros de de comunhão
comunhão do do mundo
mundo inteiro
inteiro —, — , estamos
estam os ondeonde EleEle
estã.
está. OO espaço espaço se se dissolveu
dissolveu parapara nós,
nós, ee todos
todos juntos
juntos somos
somos um um
em Cristo.
em Cristo.
Quanto
Quanto tempo tempo permanece
permanece JesusJesu s na na Sagrada
Sagrada Eucaristia?
Eucaristia? OO tem- tem­
po
po queque permanecem
permanecem as as espécies
espécies do do pãopão €é do do vinho.
vinho. Se Se umum fogofogo
repentino destruísse as hóstias consagradas do sacrário, Jesus não se
repentino destruísse as hóstias consagradas do saerário, Jesu s não se
queimaria.
queimaria. As A s aparências
aparências do do pão
pão ee do do vinho
vinho se se transformariam
transformariam em em
cinzas,
cinzas, mas mas Jesus
Jesus já já não
não estaria
estaria lã.
lá. Quando,
Quando, depoisdepois de de comungar-
comungar­
mos, o nosso processo digestivo destrói as aparências do pão, Jesus
mos, o nosso processo digestivo destrói as aparências do pão, Jesus

já nãonão permanece
permanece corporalmente
corporalmente cm cm nós;nós; só só fica
fica aa suasua graça.
graça.

OO PÃO,
PÂO, OO VINHO
V IN H O EE O
O SACERDOTE
SA C ER D O T E

Na
Na Última Ceia, Jesus
Ültima Ceia, Jesus transformou
transformou oo pão pão ee oo vinho
vinho nono seu
seu pró-
pró­
prio corpo e sangue.
prio corpo e sangue. Ao mesmo tempo, mandou os seus Apóstolos
A o mesmo tempo, mandou os seus Apóstolos
repetirem
repetirem aa mesmamesma açãoação sagrada
sagrada no futuro. ““Fazei
no futuro. isto em
Fazei isto minha
em minha
memória”, , foi
memória” foi oo encargo
encargo solene
solene queque lhes
lhes deu.
deu. Evidentemente, Jesus
Evidentemente, Jesus
não manda coisas impossíveis e, portanto, juntamente com esse man-
não manda coisas impossíveis e, portanto, juntamente com esse man­
dato conferiu-lhes
dato conferiu-lhes oo poder necessário para
poder necessário transformarem o
para transformarem o pão
pão e€ oo
vinho
vinho no no seu
seu corpo
corpo ee sangue.
sangue. (Com
Com as as palavras
palavras ““Fazei isto em
Fazei isto em mi­
mi-
nha memória”, , Jesus
nha memória” Jesus converteu
converteu os os seus
seus Apóstolos
Apóstolos emem sacerdotes.
sacerdotes.
OO poder
poder dede transformar
transformar oo pão pão ee oo vinho
vinho nono corpo
corpo ee no no sangue
sangue
do Salvador foi
do Salvador foi transmitido pelos Apóstolos
transmitido pelos Apóstolos aosaos homens
homens que que deve-
deve­
ram perpetuar oo seu
riam perpetuar trabalho ee partilhar
seu trabalho partilhar da
da sua
sua missão
m issão quando
quando
O PÃO, O VINHO E O SACERDOTE 271

eles
eles se se fossem
fossem embora,
embora, EE estes, estes, por por sua sua vez, conferriam esse
vez, confeririam esse
poder sacerdotal
poder outros.
sacerdotal aa outros. EE assim,
assim, de geração em
de geração geração, durante
em geração, durante
quase dois
quase dois mil anos, oo poder
mil anos, poder do sacerdócio se
do sacerdócio se foi transmitindo por
foi transmitindo por
meio do sacramento da Ordem Sagrada.
meio do sacramento da Ordem Sagrada. De bispo em bispo, che-
De bispo em bispo, che­
cou até
gou até os sacerdotes de
os sacerdotes hoje.
de hoje.
“A A ação litúrgica pela
ação litúrgica qual se
pela qual transforma oo pão
se transforma vinho no
pão ee oo vinho no
corpo e no sangue
corpo e no sangue do
do Senhor
Senhor é
é a
a Santa
Santa Missa.
M issa. A
A palavra
palavra “Missa”
“ M issa”
deriva do
deriva latim ““missa”,
do latim m issa” , que significa ““despedida”
que significa despedida” Por força de
Por força de
um costume
um costume da cristandade, este
primitiva cristandade,
da primitiva vocábulo passou
este vocábulo passou aa ser ser oo
nome da ação pela qual Jesus se torna presente na Eucaristia. À
nome da ação pela qual Jesus se torna presente na Eucaristia. À
exceção
exceção dos dos batizados, ninguém estava
batizados, ninguém autorizado aa assistir
estava autorizado assistir ao sacri-
ao sacri­
eucarístico. Os
fício cucarístico.
fício futuros conversos
Os futuros conversos (cham (chamados catecúmenos) ti­
ados catecúmenos) ti-
nham que deixar o recinto ao terminar a leitura do Evangelho e oo
nham que deixar o recinto ao terminar a leitura do Evangelho e
sermão.
sermão. Tanto aa estes
Tanto após o
estes após sermão, como
o sermão, como ao resto da
ao resto assem- ­
da assem
bléia ao
bléia terminar aa ação
ao terminar ação sagrada, sacerdote dirigia
sagrada, oo sacerdote advertência
dirigia aa advertência
oficial:
oficial: Ide, éé aa despedida”
““Ide, despedida”, , em latim ““Ite
em latim Ite mmissa
issa est” uso,
Pelo uso,
est”. . Pelo
palavra ““missa”
aa palavra chegou aa designar
m issa” chegou sacrifício eucarístico
designar oo sacrifício completo.
eucarístico completo.

Teremos ocasião
Teremos ocasião de de estudar
estudar mais mais adiante
adiante aa M Missa
issa como
como sacri-
sacri­
fício. Aqui queremos apenas indicar que é nela que o pão e o vinho
fício. Aqui queremos apenas indicar que é nela que o pão e o vinho
são
são transformados
transformados no corpo ee no
no corpo sangue de
no sangue de Cristo,
Cristo, mudança
m udança que que
tem
tem lugar quando oo sacerdote,
lugar quando sacerdote, fazendo-se
fazendo-se instrumento
instrumento livre livre ee volun-
volun­
tário de Cristo, pronuncia sobre as espécies as palavras do Senhor
tário de Cristo, pronuncia sobre as espécies as palavras do Senhor
“Isto
“ Isto éé oo meu meu Corpo”
Corpo” ee “Este “ E ste éé oo cálice
cálice do do meu
meu Sangue”.
Sangue” . De De pé

no altar, como
no altar, como representante
representante visível visível de de Jesus,
Jesus, o o sacerdote
sacerdote humanohumano
“aciona”
“ aciona” o o poder
poder infinito
infinito de de Cristo,
Cristo, ee Cristo,
Cristo, pela
pela força
força do do Espírito
Espírito
Santo, no
Santo, mesmo instante
no mesmo instante se se torna
torna presente
presente sob sob as as aparências
aparências do do
pão
pão ee do do vinho.
vinho.
Nessas palavras —
N essas palavras — que que são chamadas
são cham palavras da
adas palavras da consagração
consagração
— está
— está aa essência
essência da da M Missa,
issa, ee só só elas,
elas, ee não não as as demais
demais orações
orações
ee cerimônias
cerimônias (à (à exceção
exceção da da comunhão
comunhão do sacerdote, que
do sacerdote, que completa
completa
aa M Missa), são a Missa.
issa), são a M issa. Isto Isto requer,
requer, naturalmente,
naturalmente, que que oo sacerdote
sacerdote
tenha
tenha aa intenção
intenção de de consagrar
consagrar oo pão pão ee oo vinho.
vinho. Se, por exemplo,
Se, por exemplo,
almoçando
almoçando aa uma uma mesa mesa em em que houvesse pão
que houvesse pão e€e vinho,
vinho, um um sacerdote
sacerdote
se pusesse
se pusesse aa narrar narrar aa Última
Última Ceia Ceia aos aos demais
demais comensais,
comensais, ee ao ao fazê-lo
fazê-lo
pronunciasse
pronunciasse as as palavras
palavras da consagração, éé evidente
da consagração, evidente que que nãonão haveria
haveria
consagração,
consagração, porque porque o o sacerdote
sacerdote não não teria
teria essa intenção.
essa intenção.
- Só o pão
Só o pão feito feito dede trigo
trigo se se pode
pode converter
converter no corpo de
no corpo Cristo,
de Cristo,
visto Jesus ter
visto Jesus utilizado pão
ter utilizado pão de de trigo
trigo na na Última
Última Ceia,Ceia, Se Se as palavras
as palavras
da consagração fossem
da consagração fossem pronunciadas
pronunciadas sobre sobre pãopão feito
feito de de outra
outra espé-
espé­
Cie de grão, como aveia.
cie de grão, como aveia, centeio ou milho, centeio ou milho, por por exemplo,
exemplo, não não haveria
haveria
transubstanciação.
transubstanciação.
Qualquer pão
Qualquer pão de farinha de
de farinha de trigo
trigo serve.
serve. No entanto.
No entanto, aa IgrejaIgreja
de rito
de rito latino
latino requer
requer que que só só sese utilize
utilize pão ázimo, quer
pão ázimo, quer dizer,
dizer, sem
=|
19
A EUCARISTIA
19

fermento. Esta antiquissima


fermento. Esta lei da
antiquíssima lei da Igreja
Igreja de
de rito
rito latino baseia-se
latino baseia-se
en que.
cm que. com
com toda
toda aa probabilidade, Jesus utilizou
probabilidade, Jesus utilizou pão
pão ázimo,
ázimo, visto
visto
ter
ter celebrado
celebrado aa Ultima
Última Ceia
Ceia “no
“ no primeiro dia dos
primeiro dia dos ázimos”, um pe-
ázim os” , um pe­
rodo de
ríodo sete dias
de sete em que
dias em os judeus
que os judeus só
só comiam
comiam pão pão sem fermento.
sem fermento.
Não obstante,
Não obstante. aa Igreja Católica de
Igreja Católica de rito
rito grego,
grego, como
como aa maioria
maioria
das igrejas
das orientais. usa
igrejas orientais, usa pão
pão comcom fermento
fermento para para aa M Missa,
issa, ee éé tão
tão
Missa
M issa como
como aa nossa.
nossa. Mas, quer tenha
M as, quer tenha fermento
fermento quer quer não,
não, oo pão
pão
deve ser
deve ser de
de trigo.
trigo.
Comoo Jesus
Com Jesus utilizou
utilizou vinho
vinho de de uva
uva nana Última
Última Ceia,
Ceia, sósó se
se deve
deve
usar
usar vinho
vinho dede uvauva para
para aa M Missa.
issa. SeSe as
as palavras
palavras da da consagração
consagração se se
pronunciassem sobre
pronunciassem sobre vinho feito de
vinho feito outra fruta
de outra fruta (com
(comoo vinho
vinho de de ce-
ce­
rejas ou de ameixas), não produziriam efeito. O corpo e o sangue
rejas ou de am eixas), não produziriam efeito. O corpo e o sangue
do Senhor não
do Senhor não se fariam presentes.
se fariam presentes. Só Só oo sumo
sumo puropuro fermentado
fermentado
de uva
de uva pode
pode serser utilizado
utilizado nana Missa.
M issa.

Uma vez
Lima vez que
que oo pão
pão ee oo vinho
vinho se tenham transformado
se tenham transformado no no corpo
corpo
ee nono sangue
sangue de de Cristo,
Cristo, oo nosso nosso Salvador
Salvador permanece
permanece presentepresente en- en­
quanto
quanto as as aparências
aparências do do pão pão ee do do vinho
vinho se se conservarem
conservarem intactas.
intactas.
Por outras palavras, Jesus está presente na Sagrada Eucaristia não
Por outras palavras, Jesus está presente na Sagrada Eucaristia não
somente
somente durante
durante aa M Missa,
issa, masm as enquanto
enquanto as as hóstias consagradas na
hóstias consagradas na
Missa
M continuarem mantendo
issa continuarem mantendo as as aparências
aparências de de pão.
pão. IstoIsto quer dizer
quer dizer
que devemos à Eucaristia a adoração que se deve a Deus, já que
que devemos à Eucaristia a adoração que se deve a Deus, já que
aa Sagrada Eucaristia contém
Sagrada Eucaristia contém oo próprio próprio Filho
Filho de Deus.
de Deus. Adoramos
A doram os
aa Eucaristia
Eucaristia com com culto
culto de latria, que
de latria, que éé o o culto
culto reservado
reservado exclusiva­
exclusiva-
mente a Deus.
mente a Deus,
Na
N a Igreja
Igreja primitiva,
primitiva, aa adoração
adoração aa JesusJesus sacramentado
sacramentado se prati-
se prati­
cava
cava apenasapenas dentro
dentro da da M Missa.
issa. AA devoção
devoção ao ao Santíssim
Santíssimoo Sacramento
Sacramento
fora
fora dela dela — — tãotão familiar
fam iliar nos nossos dias
nos nossos dias — — desenvolveu-se
desenvolveu-se lenta lenta ee
gradualmente.
gradualmente. Parece
Parece que que os cristãos demoraram
os cristãos demoraram bastante bastante tempotempo aa
aperceber-se plenamente do
aperceber-se plenamente tesouro que
do tesouro que tinham
tinham na na Eucaristia.
Eucaristia. Só Só
no século
no século X XIIII éé que
que nasceu
nasceu oo costume
costume de de reservar
reservar aa Sagrada
Sagrada E Euca-
u ca­
ristia para a adoração dos cristãos fora da Missa.
ristia para a adoração dos cristãos fora da M issa. A partir daí, aa
A partir daí,
devoção
devoção ao Santisssmo Sacramento
ao Santíssimo Sacramento desenvolveu-se
desenvolveu-se rapidamente.
rapidamente.
Hoje, em
Hoje, em cada
cada igreja
igreja católica,
católica, há há umum tabernáculo,
tabem áculo, um sacrário.
um sacrário.
Esse
Esse tabernáculo
tabem áculo (do latim “tabernaculum”,
(do latim “ tabernaculum” , que que significa
significa “tenda”)
“ tenda” )
éé umauma caixacaixa coberta
coberta com com um um véu,véu, queque sese identifica
identifica por por umauma luz luz
que
que arde arde na na lamparina
lam parina do do sacrário. Dentro dela,
sacrário. Dentro dela, Jesus está presente,
Jesu s está presente,
tanto
tanto na hóstia grande
na hóstia grande que que se se usa
usa na bênção solene,
na bênção solene, ee que que sese guarda
guarda
numa caixa
numa caixa de metal, como
de metal, com o nas nas hóstias pequenas, guardadas
hóstias pequenas, guardadas numa numa
copa
copa revestida
revestida de de ouro
ouro — — o o cibório
cibório — —, , que
que éé utilizada
utilizada parapara dis-dis­
tribuir
tribuir aa comunhão
comunhão aos aos fiéis.
fiéis.

AA partir
partir do momento em
do momento em que se começou
que se começou aa estender
estender aa devoção
devoção
àa Sagrada
Sagrada Eucaristia fora da
Eucaristia fora da Missa, três práticas
M issa, três práticas devotas se tom
devotas se torna-

O PÃO, O VINHO E O SACERDOTE 273

ram
ram universais:
universais: aa festa procissão do
festa ee procissão do Corpus
Corpus Christi, exposição
Christi, aa exposição
bênção com o Santíssimo Sacramento e a devoção das Quarenta
ce benção com o Santíssimo Sacramento e a devoção das Quarenta
Horas.
Horas.
A festa
A festa do do Corpus Christi, do
Corpus Christi, Corpo de
do Corpo originou-se na
Cristo, originou-se
de Cristo, na
diocese de Liege, na Bélgica, no ano de 1246, e dezoito
diocese de Licge, na Bélgica, no ano de 1246, e dezoito anos
anos mais
m ais
tarde o
tarde o Papa
Papa Urbano Urbano IV estendeu-a aa toda
IV estendeu-a toda aa Igreja.Igreja. O Corpus
O Corpus
celebrado sempre
Christi éé celebrado
Christi sempre na na quinta-feira seguinte ao
quinta-feira seguinte domingo da
ao domingo da
Santíssima
Santíssima Trindade. Trindade. Parte da celebração consiste na procissão
Parte da celebração consiste na procissão do
do
Corpus, que
Corpus, que podepode ser nesse dia
ser nesse dia ou ou no domingo seguinte,
no domingo seguinte, se se houver
houver
razões para
razões para isso.isso. N Nessa procissão, aa Sagrada
essa procissão, Eucaristia éé levada
Sagrada Eucaristia levada na na
chamada custódia ou ostensório, que significa literalmente caixa para
chamada custódia ou ostensório, que significa literalmente caixa para
mostrar
mostrar O
O ostensório
ostensório éé uma uma caixacaixa circular
circular de de ouro,
ouro, prataprata ou ou metal,
metal,
montada sobre
montada sobre um suporte,
um suporte, N procissões ee nas
Nasas procissões solenes,
bênçãos solenes,
nas bênçãos
lúpula que
aa lúpula contém aa Sagrada
que contém Sagrada H Hóstia inserida no
óstia éé inserida ostensório,
no ostensório,
para que
para que todostodos os participantes aa possam
os participantes possam ver. ver.
O rito
O eucarístico aa que
rito eucarístico chamamos bênção
que chamamos bênção com Santíssimo
com oo Santíssimo
Sacramento
Sacramento foi gradualmente aa partir
introduzido gradualmente
foi introduzido partir da instituição da
da instituição da
festa do Corpus Christi. Tornou-se costume expor o Santíssimo Sa-a ­
festa do Corpus Christi. Tornou-se costume expor o Santíssimo S
cramento para
cramento adoração dos
para adoração dos fiéis, houve um
logo houve
fiéis, ee logo desenvolvimento
um desenvolvimento
adicional desse
adicional desse costume, concluindo-se o
costume, concluindo-se o ato com aa bênção
ato com bênção dos assis-
dos assis­
tentes, que
tentes, sacerdote dá
que oo sacerdote dá com Santisssmo. O
com oo Santíssimo. O ritorito da bênção,
da bênção,
tal como hoje o conhecemos, remonta ao século XIV. Consiste num
tal como hoje o conhecemos, remonta ao século X IV . Consiste num
breve período
breve período de exposição ee adoração,
de exposição adoração, em em queque se se medita Sagrada
medita aa Sagrada
Escritura, se
Escritura, cantam hinos,
se cantam hinos, se se dizem orações, se
dizem orações, adora ee reza
se adora reza em em
silêncio,
silêncio, terminando
terminando com
com a
a bênção
bênção que
que o
o sacerdote
sacerdote dá
dá com
com o
o os-
òs-
tensório ou
tensório cibório. ÊÉ aa bênção
ou oo cibório. bênção do próprio Jesu
do próprio Jesuss na Sagrada
na Sagrada
Eucaristia.
Eucaristia.
A devoção das
A devoção Quarenta H
das Quarenta Horas
oras foi iniciada em
foi iniciada em M Milão,
ilão, no século
no século
AVI.
X Originalmente, consistia
V I. Originalmente, consistia em em 40 40 horas ininterruptas de
horas ininterruptas adora-
de adora­
ção ao
ção Santíssimo Sacramento
ao Santíssimo Sacramento exposto, exposto, em comemoração das
em comemoração das 40 40
horas em
horas em que o corpo que o corpo de de Jesu
Jesuss permaneceu
permaneceu no no sepulcro.
sepulcro. O O
bispo. se
bispo, se oo julgar
julgar oportuno,
oportuno, pode pode fixar
fixar aa cada cada paróquia
paróquia ee comu­ comu-
nidade religiosa
nidade religiosa certas certas datasdatas para para que que cadacada sem semana,ana, em em algum
algum
lugar da diocese (a
Ingar da diocese (a não ser que esta não ser que esta seja
seja muito
muito pequena),
pequena), aa devoção devoção
das Quarenta
das Quarenta H Horas
oras se se mantenha,
mantenha, ee assim assim se se ofereça
ofereça aa Jesus Jesus sacra­
sacra-
mentado uma
mentado uma adoração
adoração perpétua.
perpétua. E Esta devoção costuma
sta devoção costuma começarcomeçar
com o
com o canto
canto das das Ladainhas
Ladainhas dos dos santos
santos ee terminar
terminar com com aa procissão
procissão
do Santíssimo
áo Sacramento.
Santíssimo Sacramento.
CAPÍTULO XXVII

AA MISSA
MISSA

COMEÇAMOS
C O M E Ç A M O S AA M
MISSA
ISSA

No capítulo
No capítulo anterior,
anterior, estudamos
estudam os aa SagradaSagrada Eucaristia
Eucaristia como como sa-sa­
cramento,
cramento, 0 o sacramento
sacramento pelo qual Jesus
pelo qual Jesus Cristo nutre aa nossa
Cristo nutre alma
nossa alma
com aa sua
com sua própria carne ee sangue,
própria carne sangue. Nesse Nesse estudo, referimo-nos ligei-
estudo, referimo-nos ligei­
ramente à Missa, mencionando apenas que é a ação sagrada pela
ramente à M issa, mencionando apenas que é a ação sagrada pela
qual
qual Jesus
Jesu s sese torna
torna presente
presente sob sob as as aparências
aparências do do pão
pão ee do do vinho.
vinho.
De passagem
De passagem, , vimosvimos que que oo nome
nome que que os os primeiros
primeiros cristãos
cristãos davam
davam
àà Missa
M issa eraera “ação
“ ação de de graças”
graças” ou ou também
também “fração “ fração do pão”, , expres-
do pão” expres­
sões
sões tomtomadas
adas da da narração
narração da da Última
Ültima Ceia,Ceia, em em queque se se nos
nos diz que
diz que
Jesus, tendo
.Tesus, tendo tomado
tomado o o pão,
pão, ““deu
deu graças, partiu-o ee deu-o,
graças, partiu-o deu-o, dizendo;
dizendo:
Isto éé oo meu
Isto meu corpo, fazei isto
corpo, fazei isto emem minha
minha memória”
memória” (Lc 22, 19).
(L c 22, 19).
E o momento de considerarmos a Missa com mais detalhe.
É o momento de considerarm os a M issa com m ais detalhe.
Seria um
Seria um grande erro pensar
grande erro pensar que que aa M Missa
issa nãonão passa
passa de de umum instru­
instru-
mento necessário
mento necessário para para podermos receber aa Sagrada
podermos receber Sagrada Comunhão.
Comunhão. A A
Missa
M issa éé mais,
mais, muito
muito mais mais do que isso.
do que isso. Ê É verdade
verdade que que éé na na Missa
M issa
que o0 pão
que pão se transforma no
se transforma no corpo
corpo de Cristo, mas
de Cristo, m as deveríamos
deveríamos vê-la vê-la
como um
como grande todo,
um grande todo, do qual aa nossa
do qual nossa uniãounião com com JesuJesuss nana comu-
com u­
nhão éé uma
nhão uma parte
parte maravilhosa.
maravilhosa.
Mesmo quando recebemos
M esmo quando recebemos aa Sagrada Comunhão fora
Sagrada Comunhão fora da Missa,
da M issa,
deveríamos considerar essa
deveríamos considerar comunhão como
essa comunhão como um um prolongamento
prolongamento até até
nós da
nós da Missa
M issa em que foi
era que consagrada aa hóstia
foi consagrada hóstia que que agora recebemos.
agora recebemos.
Nos alvores da Igreja (quando as comunidades de fiéis eram muito
Nos alvores da Igreja (quando as comunidades de fiéis eram muito
pequenas), era
pequenas), era costume
costume oo sacerdote,
sacerdote, logo logo apósapós aa M Missa,
issa, levar
levar aa Sa-
Sa­
grada Comunhão
grada Comunhão aos aos que que não
não tivessem podido estar
tivessem podido presentes. A
estar presentes. A
esses irm
esses Irmãosãos ausentes,
ausentes, aa Sagrada
Sagrada Comunhão
Comunhão levava levava aa graça sacra-
graça sacra­
mental,
mental, mas mas estabelecia
estabelecia tambémtambém um um laçolaço de de união
união com com Cristo
Cristo nana
Missa
M issa que havia sido
que havia sido oferecida,
oferecida, ee com com os os irmãos
irmãos que tinham co­
que tinham co-
mido do
mido mesmo santo
do mesmo santo Pão. Quando as
Pão. Qnando as circunstâncias
circunstâncias nos nos obriga-
obriga­
COMEÇAMOS A MISSA 275

rem
rem aa comungar
comungar fora fora da da M Missa, devemos ver
issa, devemos ver aa nossa comunhão aa
nossa comunhão
essa luz.
essa luz. o
Bem, se
Bem, se aa M Missa
issa não simplesmente aa cerimônia
não éé simplesmente preparatória
cerimônia preparatória
da comunhão, que
da comunhão, que é
é a
a Missa?
M issa?
Antes
Antes de de mais
mais nada,nada, éé um um memoriai
memorial de de N Nosso Senhor.
osso Senhor. ““Fazei
Fazei
isto
isto em em minha
minha memória”
memória”, , disse disse Jesu
Jesuss ao ao ordenar sacerdotes os
ordenar sacerdotes seus
os seus
Apóstolos.
Apóstolos. É inerente ao coração
É inerente ao coração humano humano o
o desejo
desejo de
de conservar
conservar
viva a lembrança das
viva a lembrança pessoas aa quem
das pessoas quem se amou ou
se amou ou se admirou. Quer
se admirou. Quer
se
se trate
trate dede um desbotado de
retrato desbotado
um retrato falecidos pais,
nossos falecidos
de nossos pais, ou ou de de umum
monumento a um herói nacional, o mundo está
monumento a um herói nacional, o mundo está semeado
semeado de
de memo-
memo­
riais.
riais. Nosso
Nosso SenhorSenhor Jesus, Jesus, que tanto nos
que tanto nos am amaa ee que que tanto deseja
tanto deseja
o
o nosso
nosso amor,
amor, deixou-nos
deixou-nos um um memorial
memorial de de Si mesmo como
Si mesmo como só Deus
só Deus
o podia conceber. Não é um quadro, um monument
o podia conceber. N ão é um quadro, um monumento, o, uma
um a estátua;
estátua;
presença viva
éé aa presença viva de de Si mesmo, que
Si mesmo, que vem diariamente aa nós
vem diariamente nós na na M Missa.
issa.
Na M
Na Missa,
issa, temos próprio Corpo
temos oo próprio Corpo ee oo própriopróprio SangueSangue de Jesus
de Jesus
imolado na
imolado Cruz.
na Cruz, Nela, Jesus
Nela, continua através
Jesus continua através do tempo oo ofere­
do tempo ofere-
cimento de Si no Calvário, aplicando à
cimento de Si no Calvário, aplicando à nossa
nossa alma
alma os
os méritos
méritos que
que
nos ganhou no
nos ganhou Gólgota.
no Gólgota. Não
N apenas aa sua
ão éé apenas morte que
sua morte recorda-
que recorda­
mos na
mos na M Missa,
issa, mas também aa sua
mas também ressurreição, pela
sua ressurreição, pela qualqual Jesu Jesuss nosnos
arrebatou das garras da
arrebatou das garras da morte,
morte, de
de uma
um a vez
vez para
para sempre;
sempre; e
e também
também
aa sua Ascensão aos
sua Ascensão céus, àà glória
aos céus, para aa qual
glória para qual nos predestinou, ee
nos predestinou,
que partilhará
que conosco, se
partilhará conosco, se nós quisermos.
nós oo quisermos.

Além
Além de
dc ser
,ser uma
uma recordação
recordação de
de Nosso Senhor, aa Missa
Nosso Senhor, M issa éé um
um
banquete
banquete sagrado.
sagrado. À A sua
sua mesa,
mesa, Jesus
Jesu s alimenta-nos
alimenta-nos com
com oo seu
seu pró­
pró-
prio corpo ee sangue.
prio corpo sangue. JJáá exam
examinamos
inam os com
com certo
certo vagar
vagar este
este aspecto
aspecto
da Sagrada Eucaristia,
da Sagrada Eucaristia, m
masas pode ter interesse
pode ter interesse histórico
histórico verificar como
verificar como
os primeiros cristãos
os primeiros cristãos seguiam
seguiam oo exemplo
exemplo de de Jesus ao inserirem
Jesus ao inserirem aa
celebração
celebração da da Eucaristia
Eucaristia numa numa ceia,ceia,
Era
Era um um tipotipo especial
especial de ceia, um
de ceia, um “ágape”,
“ ágape” , palavra grega que
palavra grega que
significa
significa ““festa
festa da amizade” | A
da amizade” A comunidade
comunidade cristã cristã reunia-se
reunia-se na na casa
casa
de
de algum
algum de de seus
seus membros,
membros, pois, naturalmente, ainda
pois, naturalmente, ainda nãonão havia
havia
templos.
templos. C Cada
ada um trazia aa sua
um trazia sua própria
própria comida
comida ee bebida,bebida, de de acordo
acordo
com as
com as suas posses; uns
suas posses; uns muita,
muita, outros pouca ou
outros pouca ou nenhuma.
nenhuma. AA co co- ­
mida era repartida
mida era repartida entre todos,entre todos, como
como manifestação
manifestação de de amor mútuo,
amor mútuo.
No
No fim tim dada ceia,
ceia, quem presidia, isto
quem presidia, isto é,é, oo bispo,
bispo, celebrava
celebrava aa Euca-E u ca­
nstia, segundo oo exemplo
ristia, segundo exemplo de de Cristo.
Cristo.
Mas começaram aa introduzir-se
M as começaram introduzir-se abusosabusos nesse nesse costume.
costume. AlgunsAlguns
Cristãos ricos começaram
cristãos ricos começaram aa comer comer aa sua sua própria
própria comida,
comida, sem sem re- re­
Parti-la com os
parti-la com os irmãos m irmãos mais pobres, ee alguns
ais pobres, alguns chegaram
chegaram aa beber beber em em
“excesso. Por esses
excesso. Por esses abusos, abusos, São São Paulo
Paulo repreende
repreende os os coríntios
coríntios na na pri-
pri-
meira carta que lhes dirige
fTieira carta que lhes dirige (11, 20-22); (11, 20-22): ““EE quando
quando vos vos reunis,
reunis, nãonão
c: para
para comer
comer aa ceia ceia do Senhor, porque
do Senhor, porque cadacada um um se se antecipa
antecipa a tomar
a tomar
propria refeição,
a sua própria refeição, e, e, enquanto
enquanto uns uns passam
passam fome,fome, outros
outros estão
246 À MISSA

ébrios.
ébrios. Porventura não
Porventura lendes casas
não tendes casas para
para comcr
comer ec bcbcr?
beber? Ou em
Ou em
tão
tão pouco tendes aa igreja
pouco tendes igreja de
de Deus.
Deus. ee assim envergonhais os
assim envergonhais os neces-
neces­
sitados? Que
sitados? Que vos
vos direi?
direi? Louvar-vos-ey?
Louvar-vos-ei? NistoNisto não
não vos
vos louvo”
louvo”
Por causa
Por causa destes
destes abusos,
abusos. aa “fração
“ fração do pão” cedo
do pão” cedo sese desligou
desligou
da ceia
da chamada ““ágape”,
ceia chamada passando aa celebrar-se
ágapc” , passando celebrar-se dede manhã,
manhã, en- en­
quanto oo ágape
quanto ágape sese tomava
tomava ao ao anoitecer.
anoitecer. Na Na metade
metade dodo século
século TI,
II,
ficou fixado
ficou fixado oo costume
costume de de comungar
comungar em em jejum,
jejum, ee duzentos
duzentos anos depois
anos depois
oo costume
costume do do ágape
ágape tinha cessado por
tinha cessado por completo.
completo. No N o entanto,
entanto, aa
lição que
lição que oo ágape nos dá
ágape nos dá —— aa necessidade
necessidade de de praticar
praticar aa caridade
caridade
como preparação
como preparação continua
contínua parapara aa comunhão
comunhão — — jam
jamais deve ser
ais deve ser
esquecida.
esquecida.

AA M
Missa
issa éé um
um memorial do Senhor
memorial do Senhor Jesus.
Jesus. ÉÉ ura
um memorial
memorial per-
per­
feito,
feito, emem queque aa sua
sua Presença
Presença viva
viva nos
nos mantém vividamente cons-
mantém vividamente cons­
cientes dEle. É também um banquete divino, em que Deus provê
cientes dEle. É também um banquete divino, em que Deus provê
aa mesa
mesa comeom oo seuseu próprio
próprio corpo
corpo ec oo seu
seu próprio
próprio sangue.
sangue. Masas éé
M
mais
mais do
do que um memorial
que tim memorial ee mais
mais do
do que
que um
um banquete.
banquete. É sobre-
É sobre­
tudo um sacrifício.
tudo um sacrifício.
Com
Com oo transcorrer
transcorrer dos séculos, aa palavra
dos séculos, palavra “sacrifício”
“ sacrifício” perdeu
perdeu
grande
grande parte
parte do do seuseu significado
significado exato,
exato, ee passou
passou aa indicar
indicar antes algo
antes algo
doloroso
doloroso e, e, por
por isso,
isso. desagradável:
desagradável: aa renúncia
renúncia aa alguma
alguma coisacoisa que
que
gostariamos de ter ou de fazer.
gostaríam os de ter ou de fazer.
Originalmente,
Originalmente, no no entanto,
entanto, aa palavra
palavra ““sacrifício” tinha um
sacrifício” tinha um só só
significado: aplicava-se
significado: aplicava-se àa ação pela qual
ação pela qual sese oferece
oferece aa Deus
Deus um um dom,
dom,
ee esse
esse éé ainda
ainda hojehoje oo seuseu sentido
sentido estrito
estrito ee mais
mais apropriado.
apropriado. DerivaDeriva
de
de duas palavras latinas:
duas palavras latinas: sacrum, sagrado, ee facere,
sacrum, sagrado, facere, fazer. Fazia-se
fazer. Fazia-se
sagrada
sagrada uma uma coisacoisa subtraíndo-a
subtraíndo-a àà posse posse ee aoao usouso humanos,
humanos, ee ofe- ofe­
recendo-a
recendo-a aa Deus Deus por por umum atoato simbólico
simbólico de de doação.
doação.
OO desejo
desejo de de oferecer
oferecer dádivas
dádivas aa Deus Deus parece
parece estar profunda-
estar profunda­
mente arraigado no coração humano.
mente arraigado no coração humano. Os primeiros sacrifícios de
Os primeiros sacrifícios de
que
qiie sese tem
tem notícia
notícia são são osos que
que ofereciam
ofereciam os filhos de
os filhos de Adão,
Adão, CaimCaim ee
Abel.
Abel. Que Deus queria
Que Deus queria serser honrado
honrado com com dons
dons oferecidos
oferecidos pelas
pelas suas
suas
criaturas, é sem dúvida uma verdade que Adão e Eva levaram con-
criaturas, é sem dúvida uma verdade que A dão e E va levaram con­
sigo
sigo do do Paraiso.
Paraíso. No No entanto,
entanto, mesmo
mesmo prescindindo
prescindindo da revelação di-
da revelação di­
vina,
vina, tudo leva aa concluir
tudo leva concluir que que aa humanidade
humanidade sempre sempre experimentou
experimentou
um instinto irresistível de oferecer sacrifícios.
um instinto irresistível de oferecer sacrifícios. Em toda aa história,
Em toda história,
não
não se encontram povos
se encontram povos ou tribos que
ou tribos que não tenham oferecido
não tenham oferecido sacri-
sacri­
fícios.
fícios. As vezes, povos
Às vezes, povos sumidos
sumidos na ignorância de
na ignorância de Deus
Deus renderam
renderam
culto
culto aa muitos
muitos deusesdeuses falsos;
falsos; outras, essa ignorância
outras, essa ignorância chegouchegou aa tal tal
extremo
extremo que que os levou aa buscar
os levou buscar oo beneplácito divino mediante
beneplácito divino mediante sacri­
sacri-
fícios humanos.
fícios humanos, Mas.
M as, sempre
sempre ee por por toda
toda aa parte,
parte. oo homem
homem sentiu
sentiu
aa necessidade
necessidade de de oferecer
oferecer donsdons aa Deus
Deus ou ou aos deuses.
aos deuses.
Entre
Entre os os povos
povos que que adoraram
adoraram o o verdadeiro
verdadeiro Deus,Deus, distinguimos
distinguimos
três períodos
tiês períodos históricos.
históricos. No período que
No período que vai
vai dede A Adão
dão aa Moisés
M oisés — —■
COMEÇAMOS A MISSA 277

aa época paíricarcal
época patricarca l — —, , oo povopovo de Deus tendia
de Deus tendia aa viver viver em tribos
em tribos
unidas
unidas por por laços
laços dc governadas por
sangue ee governadas
de sangue por um patriarca, que
um patriarca, que eraera
oo progenitor mais velho ainda vivo, de quem descendiam os mem-
progenitor m ais velho ainda vivo, de quem descendiam os mem­
bros
bros da tribo.
da tribo. Noé,
Noé, por por exemplo,
exemplo, foi foi um patriarca, como
um patriarca, como o o foifoi
Abraão.
Abraão. O O patriarca
patriarca era sacerdote da
também oo sacerdote
era também família (ou
da família tribo)
(ou tribo)
cc presidia
presidia aa oferenda
oferenda dos sacrifícios aa Deus.
dos sacrifícios Deus.
Quando Deus suscitou Moisés para conduzir
Quando Deus suscitou M oisés para conduzir o o seuseu povopovo do do
Egilo até
Egito até àà Terra introduziu algumas
Prometida. introduziu
Terra Prometida, algumas mudanças: mudanças: especi­ especi-
ficou detalhadamente que
ficou detalhadamente sacrifícios lhe
que sacrifícios deviam ser
lhe deviam oferecidos daí
ser oferecidos daí
por diante; e, ao mesmo tempo, constituiu
por diante; e, ao mesmo tempo, constituiu um
um sacerdóci
sacerdócio o oficial
oficial ee
hereditário.
hereditário. A
A partir
partir desse
desse momento,
momento, seria seria A Aarão
arão (o irmão de
(o irmão de M Moi-oi­
sés)
sés) ee seus descendentes varões
seus descendentes varões quem ofereceria os
quem ofereceria sacrifícios por
os sacrifícios por
toda a nação judaica, e assim continuaria a ser até que
toda a nação judaica, e assim continuaria a ser até que se
se iniciasse,
iniciasse,
com aa vinda
com vinda de de Cristo, período final
Cristo, oo período final da da história religiosa.
história religiosa. Este
Este
período, que
período, que vai vai de de M Moisés
oisés até advento do
até oo advento do M Messias, chama-se
essias, chama-se
idade mosaica.
idade mosaica.
Com aa vinda
Com vinda de de Cristo, começou uma
Cristo, começou uma nova nova era, era, aa era era cristã,
cristã,
em que
cm que vivemos
vivemos você você ee eu. eu. TudoTudo o o que antes dela
que antes aconteceu era
dela aconteceu era
preparação para
preparação para aa etapaetapa final
final do do plano divino para
plano divino para aa salvação
salvação dos dos
homens.
homens. As idades patriarcal e mosaica estiveram cheias de pro-
As idades patriarcal e m osaica estiveram cheias de pro­
fecias ee figuras
fecias figuras que, que, como
como postes indicadores numa
postes indicadores estrada, apon­
numa estrada, apon-
tavam para
tavam Cristo, aa sua
para Cristo, sua “boa nova” ee oo seu
“ boa nova” seu perfeito sacrificio.
perfeito sacríficio.
Basta-nos recordar
Basla-nos Melquisedeque, sacerdote
recordar Melquisedeque, sacerdote da idade patriarcal,
da idade patriarcal,
que ofereceu
que ofereceu ao ao Senhor
Senhor pão pão ee vinho vinho (Gen.(Gen. 14, 18-20).
14, 18-20). E mais
E mais
tarde, na
tarde, idade m
na idade mosaica,
osaica, as profecias do
as profecias Salmista
do Salm sobre Jesu
ista sobre Jesus:s: ““Tu Tu
serás sacerdote para
serás sacerdote sempre segundo
para sempre segundo aa ordem ordem de de M Melquise deque”
elquisedeque”
(Ps 109,
(Ps 109, 4).4 ). Ou então oo profeta
Ou então profeta M Malaquias
alaquias, , que que predizprediz oo dia dia em em
que já
que já não agradarão aa Deus
não agradarão Deus os sacrifícios de
os sacrifícios cordeiros ee bois,
de cordeiros bois, por­por-
que ““
que desde aa saída
desde saida do do sol sol atéaté oo ocaso,
ocaso, meu meu nome nome éé grande grande
entre os
entre gentios, em
os gentios, todo lugar
em todo lugar há sacrifício ee se
há sacrifício se oferece
oferece ao ao meumeu
nome uma
nome uma hóstia
hóstia im imaculada
aculada: : porque
porque meu meu nome nome éé grande grande entre entre os os
gentios,
gentios, diz diz o o Senhor
Senhor dos dos exércitos”
exércitos” (M (Malal 1, 1, I11).I).

"Isto faz voltar


Isto faz voltar aa nossa atenção para
nossa atenção para as
as razões
razões pelas
pelas quais
quais se
se
afirma que aa M
afirma que Missa
issa éé o
o sacrifício perfeito. T
sacrifício perfeito. Todos
odos os
os sacrifícios
sacrifícios an-
an­
teriores à Missa tinham
teriores à M issa tinham um um grande defeito: para
grande defeito: Deus, os
para Deus, os dons
dons ofe-
ofe­
recidos
recidos não tinham, em
não tinham, em si,
si, valor
valor nenhum. Simplesmente devolviam
nenhum. Simplesmente devolviam
aà Deus
Deus as
as coisas
coisas que, para começar,
que, para Ele mesmo
começar, Ele mesmo criara:
criara; touros, ovelhas,
touros, ovelhas,
Pão
pão ee vinho.
vinho. Mesmo
M esmo todo
todo oo ouro
ouro que
que éé guardado
guardado nosnos bancos
bancos do
do
mundo,
mundo, em em si,
si, não
não teria
teria valor
valor nenhum
nenhum parapara Deus.
Deus. OO Senhor
Senhor sese
comprazia nas oferendas
comprazia nas oferendas porque porque se
se dignava
dignava fazê-lo;
fazê-lo; aceitava
aceitava gracio-
gracio­
Samente
samente osos nossos
nossos insignificantes
insignificantes dons
dons por
por serem
serem expressão
expressão dodo amor
amor
dos homens.
dos homens.
Mas
M as no
no Sacrifício
Sacrifício dada Missa
M issa irrompe
irrompe umum elemento
elemento novo
novo ee mara-
m ara­
278 A MISSA

vilhoso: pela
vilhoso; pela primeira
primeira vez vez ee todos
todos osos dias,
dias, aa humanidade
humanidade pode pode jájá
oferecer aa Deus
oferecer Deus um um DomDom dignodigno dEle:
dEle: oo dom
dom do seu proprio
do seu proprio Filho,
Filho,
um
um dom
dom de valor infinito,
de valor digno de
infinito, digno de Deus infinito.
Deus infinito. Aqui
Aqui temos
temos um um
dom que Deus não só se digna aceitar, mas (atrevemo-nos dizer)
dom que Deus não só se digna aceitar, m as (atrevcmo-nos dizer)
tem
tem queque aceitar,
aceitar, umum dom dom que que Deus
Deus nãonão pode recusar, um
pode recusar, um domdom
precioso aos seus
precioso aos olhos porque
seus olhos porque éé um dom de
um dom de Deus
Deus aa Deus.
Deus.
A Missa é as três coisas: memorial, banquete, sacrifício, mas,
A M issa é as três coisas: memorial, banquete, sacrifício, mas,
acima
acima de tudo, éé sacrifício.
de tudo, sacrifício. ÉÉ o o sacrifício, que durará
sacrifício, que durará enquanto
enquanto o o
tempo
tempo durar.
durar.

QUE CONSTITUI
QUE C O N ST IT U I UM
UM SACRIFÍCIO?
S A C R IF ÍC IO ?

““Sócrates sacrificou oo seu


Sócrates sacrificou seu prestígio pessoal na
prestígio pessoal na jogada
jogada ee passou
passou
aa bolabola ao centro-avante, que marcou o primeiro gol do encontro”, ,
ao centro-avante, que marcou o primeiro gol do encontro”
lemos
lemos numa crônica esportiva.
numa crônica esportiva. OO uso uso do do termo
termo ““sacrificio”
sacrifício” para
para
descrever uma
descrever uma jogada
jogada de de futebol
futebol dá-nos
dá-nos uma idéia de
uma idéia de como
como se se pode
pode
deteriorar oo significado
deteriorar significado de de umauma palavra
palavra com com oo correr
correr dos
dos anos.
anos.
Sabemos que, no seu sentido original, sacrifício é um dom feito
Sabem os que, no seu sentido original, sacrifício é um dom feito
aa Deus.
Deus. No
No entanto,
entanto, nemnem todostodos osos donsdons oferecidos
oferecidos aa DeusDeus são são
sacrifícios.
sacrifícios. Os Os cem
cem cruzeiros
cruzeiros com com queque contribuímos
contribuímos para para as as des­
des-
pesas da paróquia ou o par de calças velhas que damos às Confe-
pesas da paróquia ou o par de calças velhas que dam os às Confe­
rências
rências vicentinas,
vicentinas, aindaainda que que ambos
ambos sejam
sejam dons dons oferecidos
oferecidos aa Deus
Deus
(se
(se aa nossa
nossa intenção
intenção éé reta),
reta), nãonão constituem
constituem um um sacrifício
sacrifício no sen-
no sen­
tido estrito
tido estrito da da palavra.
palavra.
Num autêntico sacrifício,
Num autêntico sacrifício, aa oferenda
oferenda éé subtraída
subtraída ao ao uso
uso hum
huma-a­
no
no ee de alguma maneira
de alguma maneira destruída,
destruída, parapara significar
significar queque éé umum domdom
que
que se se faz
faz aa Deus.
Deus. Nos sacrifícios pré-cristãos,
N os sacrifícios pré-cristãos, se se ofereciam
ofereciam um um
animal,
animal, este este era
era morto sobre oo altar
morto sobre altar e, e, frequentemente,
frequentemente, consumido
consumido
pelo
pelo fogo. fogo. Se ofereciam vinho,
Se ofereciam vinho, este era derramado
este era derramado no no chão, diante
chão, diante
do altar, Esta
do altar, destruição do
Esta destruição do dom
dom (nós
(nós o o devolvemos
devolvemos aa Ti, Ti, oh
oh Deus!)
Deus!)
éc essencial
essencial àà idéiaidéia dede sacrifício.
sacrifício.


H á umum nome
nome especial
especial para
para oo dom
dom que
que sese oferece
oferece aa Deus
Deus emem
sacrifício:
sacrifício: vítima.
vítima. AA palavra
palavra éé outra das que
outra das que tiveram
tiveram alterado
alterado oo
seu
seu significado
significado com
com oo transcorrer
transcorrer dos
dos séculos.
séculos. Hoje
H oje emem dia,
dia, fala­
fala-
mos
m os da vítima de
da vítima de um acidente ou
um acidente ou dede um estelionato. M
um estelionato, Mas, original-
as, original­
mente,
mente, aa palavra latina ““victima”
palavra latina victima” significava especificamente oo dom
significava especificamente dom
que
que sese oferecia
oferecia aa Deus
Deus em em sacrifício.
sacrifício. EE oo mesmo
mesmo sentido
sentido que
que “viti-
“ víti­
ma”a” tem
m tem aa palavra
palavra ““hóstia”.
hóstia” .
Outro ponto a sublinhar éé que
Outro ponto a sublinhar que o o sacrifício
sacrifício não
não éé umum ato
ato dede
piedade individual.
piedade individual. AA oferenda
oferenda de de um sacrifício éé um
um sacrifício um ato de culto
ato de culto
social, quer dizer,
social, quer dizer, dede grupo. Isto significa
grupo. Isto significa queque quem
quem oferece
oferece umum
sacrifício
sacrifício não
não o o faz
faz em em nome
nome próprio,
próprio, como
como individuo particular.
indivíduo particular.
OUE CONSTTIUL UM SACRIFÍCIO? 219

Oferece-o cm
Oferece-o nome do
em nome do grupo
grupo que que leprescma,
representa, do qual ele
do qual ele éé o porta-
o porta-
voz. Nos tempos pré-cristão
-voz. Nos tempos pré-cristãos,s. o
o patriarca
patriarca vferecia
oferecia o
o sacrifício
sacrifício em
em
nome da
nome da suasua tribo
tribo ou ou fam ília; o
família; rei, em
o rei, em nomenome dos dos seus súditos;
seus súditos;
os filhos de
os filhos de Aarão,
A arão, era nome dos
em nome dos israelitas.
israelitas.
E isto revela-nos o último requisito de
E isto revela-nos o último requisito um sacrifício
de urn genuíno:
sacrificio genuíno:
deve haver
deve haver ura um sacerdote.
sacerdote. Quem oferece um
Quem oferece sacnficio deve
uni sacrifício deve terter oO
direto de representar o grupo em cujo nome [az a oferenda.
üirei 10 de representar o grupo em cujo nome faz a oferenda. Seja
Seja
parriarca- 1ei-sacerdote ou
sacerdote, lei-sacerdote
patriarca-sacerdote, aaronita-sacerdote, deve
ou aaronita-sacerdote, deve ter di-
ter oo di­
reito de
reito de sese dirigir
dirigir aa Deus
Deus em em nome
nome do povo de
do povo Deus.
de Deus. Direta ou
Direta ou
indiretamente, deve possuir esse mandato de Deus. É curioso obser-
indiretamente, deve possuir esse mandato dc Deus. Ê curioso obser­
var que
var palavra ““sacerdote
que aa palavra sacerdote” ” éé um umaa dasdas queque não adquiriram signi­
não adquiriram signi-
ficados
ficados diferentes.
diferentes. Ainda Ainda hoje, quando se
hoje, quando usa literalmente,
se usa sacerdote
literalmente, sacerdote
tem um
tem um sentido específico: oo homem
sentido específico; homem que sacrifícios. Por
cferece sacrifícios.
que oferece Por
essa razão, não se chama sacerdotes aos ministros das seitas
essa razão, não se cham a sacerdotes aos ministros das seitas protes-
protes­
eles não
tantes: eles
tantes: sacrifícios, não
oferecem sacrifícios,
não oferecem não crêem neles.
créem neles.
Passo aa passo,
Passo construímos aa definição
passo, construímos definição de Podemos
sacrifício. Podemos
de sacrifício.
descrevê-lo com
agora descrevê-lo
agora oferenda de
comoo ““aa oferenda de um um domdom (cham(chamado vítima)
ado vítima)
que um grupo faz a Deus, e a destruição dessa vítima para indicar
que um grupo faz a Deus, e a destruição d essa vítima para indicar
que éé um
que um dom dom feito realizado por
Deus, realizado
feito aa Deus, alguém (cham
por alguém (chamado sacer-
ado sacer­
dote) que
dote) que tem direito de
tem oo direito representar esse
de representar grupo”. .
esse grupo”

Devemos ter
Devemos ter idéias claras sobre
idéias claras sobre aa razãorazão pela
pela qual
qual chamamos
chamamos
àà Missa
M issa o o Santo Sacrifício. Tem
Santo Sacrifício. Tem todostodos os os elementos
elementos essenciais
essenciais aa
um
um verdadeiro sacrifício. O
verdadeiro sacrifício. O primeiro
primeiro ee oo principal
principal éé que
que háhá aa oferenda
oferenda
de um
de um dom infinitamente precioso,
dom infinitamente precioso, da da vitima
vítima infinitamente perfeita:
infinitamente perfeita:
oo próprio
próprio Filho Filho de Deus. H
de Deus. Háá oo grupo
grupo pelo pelo qual
qual o o dom
dom éé ofere-
ofere­
cido: todos
cido; todos os os cristãos
cristãos batizados
batizados em união com
em união com oo Vigário
V igário de de Cristo
Cristo
na terra, o
na terra, o Papa; quer dizer,
P apa; quer dizer, oo Corpo
Corpo Místico
Místico de de Cristo.
Cristo. K Háá tam-
tam ­
bém oo sacerdote:
bém sacerdote: oo homem homem que, que, porpor meio
meio do do sacramento
sacramento da da Ordem
Ordem
Sagrada, recebeu
Sagrada, recebeu de de Deus
Deus não não sósó oo mandato,
mandato, mas também o
nias também o poder
poder
necessário
necessário para oferecer aa Deus
para oferecer Deus esteeste dom
dom sublime,
sublime, o o poder
poder de de mmudar
udar
oo pão
pão êé oo vinho
vinho no Corpo ee no
no Corpo no Sangue
Sangue de Cristo.
de Cristo.
OO sacerdote
sacerdote humano,
humano, no no entanto,
entanto, não não passa
passa de de uma
um a figura se-
figura se­
cundária. É o próprio Jesus Cristo quem
cundária. É o próprio Jesu s Cristo quem representa realmente o representa realmente O
povo de
povo de Deus,
Deus, um um povo
povo que que E Elele comprou
com prou com com oo seuseu sangue.
sangue. É É oo
próprio
próprio Cristo Cristo oo sacerdote
sacerdote realreal de de cada
cada Missa;
M issa; éé Cristo-sacerdote
Cristo-sacerdote
quem oferece
quem Cristo-Vítima aa Deus
oferece Cristo-Vítima Deus por todos nós.
por todos nós. O sacerdote
O sacerdote
humano é,é, simplesmente,
humano simplesmente, oo ““instrumento
instrumento vivo vivo de de Cristo-sacerdote”,
Cristo-sacerdote” ,
como nos
como nos lembra
lembra oo Concilio
Concílio Vaticano
Vaticano II. Pelo sacramento
II. Pelo sacramento da da Or-
Or­
dem Sagrada,
dem Sagrada, Jesu Jesuss designou
designou esseesse homem
homem ee deu-lhe deu-lhe poderes
poderes parapara
Ser seu agente
ser seu livre ee cooperante;
agente livre cooperante; para para dizer
dizer as palavras pelas
as palavras pelas quais
quais
Cristo,
Cristo, num ponto determinado
num ponto determinado do do tempo
tempo ee do do espaço,
espaço, renova
renova aa
oferenda de
oferenda de SiSi mesmo
mesmo feita na cruz.
feita na cruz.
EEF éé aqui
aqui que
que se se dádá aa destruição
destruição da da Vítima.
Vítima. Cada C ada M Missa
issa não
não
280 A MISSA

éé umum novonovo sacrifício


sacrifício emcm que que Jesus morre outra
Jesus morre outra vez,
vez, mas
m as aa conti-
conti­
nuação ee prolongamento
nuação prolongamento — — no no tempo
tempo — — dada morte,
morte, dede uma
uma vez por
vez por
todas,
todas, de de Jesus
Jesus na cruz.
na cruz. Usando
Usando uma um a expressão moderna, podería­
expressão moderna, poderia-
mos dizer que Jesus nos reativa o sacrifício do Calvário. A Missa
mos dizer que Jesu s nos reativa o sacrifício do Calvário. A M issa
nos torna
nos torna presente
presente ee eficaz,
eficaz, aqui
aqui ee agòra,
agora, aa Vítima
Vítima oferecida
oferecida no no altar
altar
da cruz.
da cruz. A morte
A morte de de Jesus
Jesus éé muito mais que
muito mais que um
um fato histórico.
fato histórico.
ÉÉ um sacrifício eterno.
um sacrifício eterno. Não há ontem para Deus. Na sua mente
N ão há ontem para Deus. N a sua mente
infinita, para
infinita, para aa qual
qual todas
todas as coisas passadas
as coisas são presente,
passadas são presente, JesusJesus
pende eternamente
pende eternamente da cruz.
da cruz.
Não
N âo éé uma
uma verdade
verdade fácil de captar,
fácil de captar, mas
mas éé aa verdade:
verdade: na na M Missa,
issa,
0o tempo
tempo ee aa distância
distância são aniquilados num sentido místico, e você
são aniquilados num sentido místico, e você
ee eu
eu nos
nos encontramos
encontramos ao ao pépé dada cruz
cruz na
na qual
qual oo Filho
Filho de de Deus
Deus se se
oferece
oferece em em reparação
reparação pelos
pelos nossos
nossos pecados.
pecados.

Naa M
N Missa, Jesuss Cristo
issa, Jesu Cristo Sacerdote,
Sacerdote, Vítima perfeita ee Dom
Vítima perfeita Dom infi-infi­
nitamente precioso,
nitamente precioso, se se oferece
oferece aa si si próprio
próprio aa Deus,Deus, por por nós.nós. Por
Por
quê?
quê? Com Com que que fimfim??
A Missa
A M issa temtem um um fim fim quádruplo,
quádruplo, ee esses esses quatro
quatro objetivos
objetivos têm têm
um firme
um firme enraizamento
enraizamento na na relação
relação que existe entre
que existe entre Deus
Deus ee nós.
nós. Deus Deus
éé oo Dono
Dono ee SenhorSenhor de toda aa criação.
de toda criação, Tudo Tudo o o que
que existe,
existe, foifoi Ele
Ele
que o fez.
que o fez. Somos criaturas de Deus, propriedade de Deus; perten-
Som os criaturas de Deus, propriedade de Deus; perten-
cemos-lhe
cemos-lhe em corpo ee alma.
em corpo alma. Da própria natureza
D a própria natureza da relação de
da relação de
criatura
criatura para para Criador,
Criador, surgemsurgem certas obrigações iniludíveis.
certas obrigações iniludíveis.
A primeira de todas é reconhecer essa própria relação:
A primeira de todas é reconhecer essa própria relação: reconhe­
reconhe-
cer oo infinito
cer infinito poder,
poder, sabedoria
sabedoria ee bondade
bondade de de Deus,
Deus, reconhecer
reconhecer que que
Ele
Ele éé tudo
tudo ee nós nós nàonão somos nada” com
somos nada' comparados
parados com com Ele. Ele. O O próprio
próprio
fim
fim da da nossa existência, aa razão
nossa existência, razão pelapela qual Deus nos
qual Deus nos fez,
fez, éé dar-lhe
dar-lhe
glória.
glória. Abaixo do
Abaixo nível humano,
do nível humano, as as coisas criadas dão
coisas criadas glória aa
dão glória
Deus pelo
Deus simples fato
pelo simples fato de de existirem.
existirem. Os Os minerais,
minerais, as plantas ee os
as plantas os
animais dão
animais testemunho da
dão testemunho da grandeza
grandeza de Deus simplesmente
de Deus simplesmente sendo sendo
o que são. Mas o caso do homem é diferente, e dele se espera
o que são. M as o caso do homem é diferente, e dele se espera
mais.
mais. Com Com aa sua sua alma imortal, com
alma imortal, com oo seu seu livre
livre arbitrio
arbítrio ee as as suas
suas
potências de
potências de pensar
pensar ee falar,
falar, oo homem
homem não não pode
pode ser ser umum mero
mero teste-
teste­
munho mudo
munho mudo da da glória
glória divina.
divina. Com Com aa sua sua liberdade,
Jiberdade, que que éé seu seu
privilégio
privilégio exclusivo,
exclusivo, o o homem
homem deve deve dardar glória
glória aa Deus Deus livremente,
livremente,
deve cantar
deve cantar livremente
livremente os os louvores
louvores divinos.
divinos.
Em resumo,
Em resumo, o o homem
homem deve deve adorar
adorar aa Deus.
Deus. Adorar A dorar aa Deus Deus éé
o primeiro
o primeiro dos dos deveres
deveres do do homem,
homem, oo elemento
elemento mais mais essencial
essencial da da
oração, oo fim
oração, fim primordial
primordial de de todo
todo sacrifício.
sacrifício. Em consequência,
Em conseqüência, aa
adoração éé oo fim
adoração fim primordial
primordial da da Missa.
M issa. Na Na M Missa, pela primeira
issa, pela primeira
vez, aa humanidade
vez, humanidade pôde pôde adorar
adorar aa DeusDeus adequadamente,
adequadamente, na na pessoa
pessoa
do próprio
do próprio Filho Filho de Deus, que
de Deus, quc nos representa.
nos representa.
Depois da
Depois adoração, oo segundo
da adoração, segundo dos dos nossos deveres para
nossos deveres para comcom
Deus
Deus éé aa gratidão.
gratidão. Sendo Deus
Sendo Deus aa fontefonte de todo oo bem,
de todo bem, sabemos
QUE CONSTITUI UM SACRIFÍCIO? 281

que tudo
que tudo oo que que somos,
somos, temostemos ou ou esperamos,
esperamos, vem vem de Deus. Nem
de Deus. Nem
sequer poderiamos
sequer poderíamos continuar continuar aa existir existir se se EleEle nosnos deixasse
deixasse fora fora da da
sua mente
sua mente por por um instante. A
simples instante.
um simples A vida física ee aa vida
vida física espiri-
vida espiri­
tual, as
tual, as graças
graças que que continuamente
continuamente recebemos recebemos todos todos os dias, oo amor
os dias, amor
ee aa amizade,
amizade, as ondas da televisão e a água que sai da torneira:
as ondas da televisão e a água que sai da torneira:
tudo, absolutamente tudo,
tudo, absolutamente tudo, éé de de DeusDeus ee aa Ele Ele devemos agradecer.
devemos agradecer.
Dar graças
Dar graças é, é, pois,
pois, o o segundo
segundo elementoelemento essencialessencial de oração ee
toda oração
de toda
sacrifício verdadeiros.
sacrifício verdadeiros.
ÉÉ oo segundo
segundo fim fim da da Missa.
M issa. Nela, Nela, JesusJesu s Cristo oferece aa Deus,
Cristo oferece Deus,
em
em nossonosso nome,nome, uma uma ação ação de de graças
graças que que sobrepuja
sobrepuja os os donsdons que que
recebemos, uma
recebemos, uma ação ação de graças infinita,
de graças infinita, que própria infinita
que aa própria infinita bon­ bon-
dade de Deus não pode superar.
dade de Deus não pode superar.
Além
Além de de adorar
adorar ee dar graças, aa nossa
dar graças, nossa relação
relação comcom Deus Deus impõe-impóõe-
-nos outro dever:
-nos outro dever: oo de pedir aa Deus
de pedir Deus as as graças
graças de de queque nós nós ee os os
demais homens necessitamos para alcançar o céu.
demais homens necessitamos para alcançar o céu. Dotando-nos de
Dotando-nos de
uma vontade livre,
uma vontade livre, DeusDeus fez fez comcom que que aa nossa nossa salvação
salvação dependesse
dependesse
da nossa
da nossa livrelivre cooperação;
cooperação; Ele Ele não não nos nos forçaforça aa aceitar
aceitar umas umas graçasgraças
que não queremos.
que não queremos. Mostramos a nossa disposição de cooperar quan-
M ostram os a nossa disposição de cooperar quan­
do pedimos aa Deus
do pedimos Deus as graças de
as graças de queque necessitamos.
necessitamos.
Deus
Deus fez fez também
também com com que, que, em em certocerto grau,grau, aa nossa salvação
nossa salvação
dependesse
dependesse dos dos outros.
outros. Jesus Jesus Cristo Cristo dignou-se
dignou-se fazer-nos
fazer-nos participar
participar
do seu trabalho redentor; as nossas orações beneficiam os outros,
do seu Irabalhç redentor; as nossas orações beneficiam os outros,
do mesmo m
do mesmo modo odo que que as as dos outros nos
dos outros beneficiam.
nos beneficiam. Posto
Posto que que éé
lei de
lei de Deus
Deus que que amemos
amemos os outros como
os outros como aa nós nós mesmos,
mesmos, éé lógico lógico
que
que tenhamos
tenhamos que rezar por
que rezar por eles eles — — pelas pelas graças
graças de de que que necessi­
necessi-
tam
tam — —, , como
como rezamos rezamos por por nós.nós. Naturalmente, rezamos
Naturalmente, rezamos pelos pelos que que
estão ligados
estão ligados aa nós nós por laços de
por laços de sangue,
sangue, de de dever
dever ou ou de de afeto;
afeto; mas mas
as nossas orações
as nossas orações devem devem irir m maisais longe
longe ee abranger
abranger todostodos os homens.
os homens.
Sc queremos,
Sc queremos, podemos podemos pedir pedir favores temporais —
favores temporais — ee Deus
Deus se se compraz
compraz
nos nossos
nos nossos pedidos
pedidos — —, , mas
mas devemos
Jevem os pedir pedir pelaspelas nossas necessidades
nossas necessidades
espirituais ee pelas
espirituais pelas do próximo.
do prtiximo. A petição
A petição éé oo terceiro terceiro fim fim pelopelo
qual se
qual se ofercce
oferece aa M Missa,
issa, e c éé oo próprio
próprio Jesus Jesus Cristo
Cristo quem
quem nela nela inter­
inter-
cede conosco
cede conosco ee por por nós.
nós.
Além
Além de adorar, dar
de adorar, dar graças
graças ee pedir, devemos aa Deus
pedir, devemos reparação
Deus reparação
pelos nossos
pelos pecados.
nossos pecados. Pela própria
Pela própria naturezanatureza da da nossa
nossa relação
relação com com
Deus
peiis — — aa de de uma criatura com
uma criatura com oo seu seu Criador
Criador —, devemos obediên­
— , devemos obediên-
cia absoluta à vontade divina.
cia absoluta à vontade divina. Rebelar-nos pelo Rebelar-nos pelo pecado
pecado contracontra esse esse
Deus
Deus que que nosnos fez fez éé um um atoato de de injustiça
injustiça infinita,
infinita, ee ao ao mesmo
mesmo tempo tempo
uma ingratidão
uma monstruosa.
ingratidão monstruosa. Se assim
Se assim nos nos rebelamos,
rebelamos, éé nossa nossa obri-obri­
gação restaurar aa balança
gação restaurar balança da da justiça
justiça reparando
reparando o o nosso
nosso pecado.
pecado. M Mais
ais
ainda. dada
ainda, dada aa unidadeunidade do gênero humano
do gênero humano ee aa interdependência
interdependência entre entre
todos, éé também
todos, também necessárionecessário que que ofereçamos
ofereçamos reparação reparação pelos pelos pecados
pecados
alheios. Devemos
alheios. Devemos recordar recordar dc de novo
novo que que DeusDeus querquer queque participemos
participemos
da obra redentora
da obra redentora de de seu
seu Filho.
282 A MISSA

Nenhum de nós
Nenhum de nós pode oferecer uma
pode oferecer uma satisfação
satisfação adequada pelo
adequada pelo
pecado;
pecado; só Jesuss podia,
só Jesu podia, ee na cruz oo fez,
na cruz fez, ee na
na M Missa continua todos
issa continua todos
os
os dias
dias aa fazê-lo,
fazê-lo, tirando-a daquele depósito
tirando-a daquele depósito inesgotável.
inesgotável. O valor
O valor
nifinito da
infinito satisfação de
da satisfação Cristo pelo
de Cristo pelo pecado
pecado não nâo dispensa,
dispensa, evidente-
evidente­
mente, a nossa reparação pessoal.
mente, a nossa reparação pessoal. É precisamente pela infinita sa-
É precisamente pela infinita sa ­
tisfação pelo pecado,
tisfação pelo pecado, que que Jesu
Jesuss ofereceu
ofereceu nana cruz,
cruz, que que osos nossos
nossos atos
atos
de
de reparação,
reparação, oferecidos
oferecidos em em união com os
união com os dede Cristo, ganham valor
Cristo, ganham valor
aos
aos olhos
olhos de Deus. Este
de Deus. Este éé oo quarto
quarto dos
dos fins pelos quais
fins pelos quais se oferece
se oferece
aa Missa:
M issa: reparação
reparação aa Deus Deus pelos pecados dos
pelos pecados homens.
dos homens.
Adorar
A dorar aa Deus,
Deus, dar-lhe
dar-lhe graças, pedir aa sua
graças, pedir sua graça
graça ce reparar
reparar oo
pecado:
pecado: ao assistirmos àà Missa,
ao assistirmos M issa, esses quatro fins
esses quatro fins devem
devem ter ter prefe-
prefe­
rência
rência em em nossas
nossas intenções
intenções quandoquando oferecemos
oferecemos oo Santo Santo Sacrifício.
Sacrifício.
No nosso apreço pela Missa, a glória de Deus deve ter precedência
N o nosso apreço pela M issa, a glória de Deus deve ler precedência
sobre as
sobre as graças que ela
graças que ela nos
nos consegue.
consegue.

CADA MISSA
CADA M E A
ISSA È A NOSSA MISSA
N O SSA M ISSA

OO fim
fim primordial
primordial da da Missa
M issa éé dar honra ee glória
dai honra glória aa Deus,
Deus. No No
entanto, os
entanto, os efeitos da M
efeitos da Missa
issa não
não se se detêm
detêm aí;
aí; oferecendo
oferecendo aa suasua infi-
infi­
nita homenagem
nita homenagem aa Deus, Deus, Jesu
Jesuss Cristo
Cristo também
também alcança
alcança grandes
grandes gra-
gra­
ças para nós.
ças para nós. A Àss graças
graças queque Deus,
Deus, pelos méritos de
pelos méritos seu Filho,
de seu Filho, nos
nos
concede na
concede na MMissa
issa chamam-se
chamam-se “frutos” da M
“ frutos” da Missa.
issa.
Oss teólogos
O teólogos distinguem
distinguem três
três espécies de frutos
espécies de na M
frutos na Missa.
issa. OO pri­
pri-
meiro
meiro éé oo fruto
fruto geral.
geral. Em
Em consonância com aa intenção
consonância com intenção de Nosso
de N osso
Senhor ee da
Senhor da sua
sua Igreja,
Igreja, o o sacerdote
sacerdote oferece
oferece em em cada
cada Missa
M issa oo Santo
Santo
Sacrifício pelos presentes; pela Igreja, pelo Papa e pelo bispo da
Sacrifício pelos presentes; pela Igreja, pelo P apa e pelo bispo da
diocese;
diocese; por por todos
todos os fiéis cristãos,
os fiéis cristãos, vivos
vivos ee defuntos,
defuntos, ee pelapela salva-
salva­
ção
ção de de todos
todos os os homens.
homens. Por vontade de
Por vontade Cristo ee da
de Cristo sua Igreja,
d a sua Igreja,
estas intenções estão
estas intenções estão presentes
presentes em em cada
cada M Missa,
issa, ee 0O sacerdote
sacerdote queque aa
oferece não
oferece não pode
pode exclui-las
excluí-las nem nem que queira. As
que queira. A s graças
graças queque resultam
resultam
dessa
dessa intenção
intenção são são asas queque poderiamos
poderíamos chamarcham ar ““graças
graças comuns”
comuns” da da
Missa.
M issa.
OO grau
grau em que cada
em que cada alma
alma aa recebe dependerá em
recebe dependerá grande parte
em grande parte
da união
da união comcom queque participe
participe da da Missa
M issa ee das
das suas próprias disposições
suas próprias disposições
interiores.
interiores. O O altar irradia essas
altar irradia essas graças
graças comuns
comuns como como ondas
ondas queque
abrangerão oo mundo
abrangerão mundo inteiro,
inteiro, m masas elas
elas encontram
encontram melhormelhor acolhida
acolhida
nos
nos corações
corações melhor
melhor dispostos.
dispostos. Essas graças crescem
E ssas graças crescem especialmente
especialmente
nas pessoas
nas pessoas unidas
unidas em em espirito
espírito aa todas
todas as as Missas
M issas queque sese oferecem
oferecem
em
sm toda
toda aa parte;
parte; aí aí está
está umauma intenção
intenção que que deveríamos
deveríamos fazer nossa
fazer nossa
todos os
todos os dias, nas orações
dias, nas orações da da manhã.
manhã. NaigumNalgum lugar,
lugar, emem qualquer
qualquer
momento
momento das vinte e quatro horas do dia, está-se oferecendo uma
das vinte e quatro horas do dia, está-se oferecendo uma
Missa;
M issa; deveriamos
deveríamos ter ter oo desejo
desejo de de participar
participar em em cada
cada umauma delas.
delas.
CADA MISSA É A NOSSA MISSA 283

É
É evidente que aa aplicação
evidente que aplicação dodo fruto geral da
fruto geral da Missa
M issa não
não depende
depende
inteiramente das disposições daqueles por quem é oferecida. Se assim
inteiramente das disposições daqueles por quem é oferecida. Se assim
fosse, aa M
fosse, issa não
Missa não produziria
produziria efeito
efeito nos
nos pecadores
pecadores ouou descrentes por
descrentes por
quem
quem se oferece.
se oferece. AA aplicação
aplicação das graças da
das graças da M Missa depende da
issa depende da
vvontade de Deus, tanto como das disposições pessoais. Que a Missa
o n t a d e de Deus, tanto como das disposições pessoais. Que a M issa
causa a conversão de
cansa a conversão empedernidas, cé uma
endurecidas ee empedernidas,
almasas endurecidas
de alm uma ver-
ver­
dade que
dade que todos experimentamos.
todos experimentamos.

Além
Além dodo fruto
fruto geral
geral da
da MMissa, temos oo fruto
issa, temos fruto especial,
especial, que se
que se
aplica
aplica àà pessoa
pessoa ou
ou pessoas
pessoas (vivas ou m
(vivas ou mortas) por quem
ortas) por quem aa M Missa
issa éé
oferecida pelo
oferecida celebrante. Quando
pelo celebrante. Quando dam damosos um umaa espórtula
espórtula para para queque
se celebre uma Missa, este fruto especial aplica-se às pessoas por
se celebre uma M issa, este fruto especial aplica-se às pessoas por
quem
quem se se oferece
oferece aa intençãointenção da da M Missa, isto é,
issa, isto é, aa nósnós ou ou aa terceiros.
terceiros.
Todos,
Todos, sem dúvida, sabemos
sem dúvida, sabem os que que o o antigo
antigo costume
costume de de dar
dar uma
uma es- es­
pórtula ao solicitar uma Missa tem a sua origem nas palavras de
pórtula ao solicitar um a M issa tem a sua origem nas palavras de
São Paulo
São Paulo (1(1 Cor C or 9, 13) que
9, 13) que dizem
dizem que aquele que
que aquele que serve
serve oo altar
altar
deve participar
deve participar do altar. Não
do altar. N ão se deve perguntar
se deve perguntar nunca: nunca: ““Quanto Quanto
custa uma Missa?” A Missa tem valor infinito e não se pode fixar-
custa uma M issa?” A M issa tem valor infinito e não se pode fixar-
lhe
-Ihe um um preço.
preço. A A espórtula
espórtula não não éé um preço que
um preço que pagamos,
pagam os, éé uma uma
oferenda que
oferenda que fazemos.
fazemos. E E quando
quando oo sacerdote
sacerdote aceitaaceita recebê-la,
recebê-la, éé obri­
obri-
gado em
gado consciência, sob
cm consciência, sob penapena de de pecado
pecado mortal,
mortal, aa procurar
procurar que que
essa Missa
essa M issa seja oferecida de
seja oferecida de acordo
acordo com com as as intenções
intenções do do doador.
doador.
O costume
O costume de de dardar uma espórtula é,é, no
uma espórtula fundo, uma
no fundo, uma grande
grande van­van-
tagem para
tagem para osos fiéis.
fiéis. PoderiaPoderia um um sacerdote
sacerdote prometer
prometer dizer dizer umauma Missa
M issa
por alguém
por alguém ee depoisdepois esquecer
esquecer aa sua sua prompromessa
essa ou ou mudar
mudar de opinião.
de opinião.
Mas, uma
Mas, uma vcz vez que que aceitou
aceitou aa espórtula,
espórtula, não não se permitirá esquecê-la
se permitirá esquecê-la
ou
ou mudar
mudar de opinião.
de opinião.
Este fruto
Este fruto especial
especial da da Missa
M issa éé simultantamente
simultaneamente — — comocomo dizem
dizem
os teólogos
os teólogos — impetratório ee propiciatório.
— impetratório propiciatório. “Impetratório”
“ Impetratório” (de (de ““im-
im-
petrare”, , pedir
pctrare” pedir ou ou alcançar)
alcançar) significa
significa simplesmente
simplesmente oo poder poder de con-
de con­
seguir de
seguir de Deus
Deus as as graças
graças ee benefícios
benefícios que que pedimos.
pedimos. “Propiciatório”
“ Propiciatório”
significa oo poder
significa poder de de propiciar,
propiciar, dc dc reparar
reparar pelospelos pecados.
pecados. Com Comoo sa- sa ­
bcmos. as
bemos. as almas
almas do do purgatório
purgatório têm têm uma uma só só necessidade:
necessidade: aa de de serem
serem
libertadas do
libertadas castigo temporal
do castigo temporal devidodevido pelos pelos seus
seus pecados;
pecados; compreen­
compreen-
de-sc. pois. que o
de-se. pois. que o fruto especialfruto especial da da M Missa
issa seja inteiramente propicia­
seja inteiramente propicia-
tório quando
tório quando éé oferecida
oferecida pelos pelos mortos.
mortos.
Não lemos
Não temos maneira
maneira de saber que
de saber que parte
parte do do fruto propiciatório
fruto propiciatório
de uma Missa se aplica
de uma M issa se aplica aa determinada determinada alm alma;a; por por isso,
isso, seguimos
seguimos oo
reto instinto de oferecer
reto instinto de oferecer m ais de uma mais de uma M Missa
issa pelapela almalmaa queque dese-
dese­
Jamos ajudar. Tam
jam os ajudar. Também bém não não temos
temos maneira
maneira de de saber
saber quando
quando termina
termina
O« purgatório
purgatório para para certa certa alm alma;a; por conseguinte, éé uma
por conseguinte, uma idéia
idéia boa ter
boa ter
Uma intenção secundária ao oferecermos
uma intenção secundária ao oferecermos uma M issa por um defunto; uma Missa por um defunto:
““Senhor,
Senhor, se se esta
esta alma alma já já está
está no no céu,céu, rogo-te
rogo-te que que apliques
apliques oo frutofruto
desta Missa
desta M issa aa esta esta ou ou àquela
aquela intenção.”
intenção.”
284 A MISSA

Além
Além dos
dos frutos geral ee especial
frutos geral especial da
da MMissa,
issa, há
há um lerceiro: as
um terceiro: as
graças que
graças resultam da
que resultam da participação
participação pessoal do sacerdote
pessoal do sacerdote celebrante,
celebrante.
ee que contribuirão para
que contribuirão para aa sua
sua própria
própria santificação
santificação ee reparação
reparação de de
seus pecados. Este fruto é chamado fruto pessoal da Missa.
seus pecados. Este fruto é chamado fruto pessoal da M issa.

Uma
Uma Missa
M issa que se oferece
que se oferece por
por uma pessoa falecida
uma pessoa falecida não
não tem
tem
que
que ser
ser necessariamente
necessariamente dede defuntos. Normalmente, aa Missa
defuntos. Normalmente, M issa exequial
exequial
—— de
de corpo presente, de
corpo presente, de sétimo
sétimo dia — será
dia — será de
de réquiem,
réquiem, ee sc oo ca­
sc ca-
lendário
lendário litúrgico
litúrgico oo permite,
permite, aa M Missa
issa dede trigésimo
trigésimo dia
dia ee as
as de ani-
de ani­
versário serão também de defuntos.
versário serão também de defuntos. No entanto, há muitos dias de
No entanto, há muitos dias de
festa
festa no
no calendário
calendário dada Igreja
Igreja que não permitem
que não permitem que que se
se digam
digam Missas
M issas
de
de defuntos,
defuntos, mas isto não
m as isto deve criar
não deve criar problemas
problemas àqueles que as
àqueles que as soli­
soli-
citam.
citam. O fruto especial da Missa se aplicará igualmente à pessoa
O fruto especial da M issa se aplicará igualmente à pessoa
falecida,
falecida, quer
quer seja
seja MMissa de réquiem
issa de réquiem ou ou aa própria
própria dodo dia litúrgico.
dia litúrgico.

Isto dá pé
Isto dá pé para
para outra
outra questão
questão que podemos comentar
que podemos comentar de
de passa-
passa­
gem: oo costume
gem; costume de oferecer M
de oferecer Missas
issas em em honra
honra dede nossa
nossa M Mãeãe Santa
Santa
Maria
M aria ee dos
dos santos.
santos. É É uma
uma prática
prática que que remonta
remonta aos primeiros tem­
aos primeiros tem-
pos da
pos da Igreja, quando se
Igreja, quando se ofereciam
ofereciam Missas pelos mártires,
M issas pelos mártires, nosnos ani-
ani­
versários
versários da da sua
sua morte.
morte. Sabemos perfeitamente que
Sabem os perfeitamente que não
não sese pode
pode
oferecer
oferecer aa M Missa
issa aa umum santo;
santo; só só aa Deus
Deus pode
pode ser
ser oferecida.
oferecida, Mas
M as
éé grato
grato aa Deus
Deus que honremos os
que honremos os seus
seus amigos,
amigos, osos santos, comemo-
santos, comemo­
rando-os especialmente no
rando-os especialmente no dia
dia dada sua festa. OO princípio
sua festa. princípio éé oo mesmo
mesmo
de
de qualquer
qualquer devoção
devoção aos aos santos:
santos: dar dar glória
glória aa Deus honrando as
Deus honrando as
obras
obras mestras
mestras de de sua
sua graça:
graça; os os seus
seus santos. Quando oferecemos
santos. Quando oferecemos aa
Missa
M issa emem honra
honra de de umum santo,
santo, pedimos
pedimos aa esse santo que
esse santo se una
que se una aa
nós para dar glória a Deus, e pedimos a Deus que nos conceda as
nós para dar glória a Deus, e pedimos a Deus que nos conceda as
graças
graças queque solicitamos
solicitamos por por intercessão daquele santo.
intercessão daquele santo. Por conse-
Por conse­
guinte, podemos
guinte, podemos oferecer
oferecer uma uma Missa
M issa em em honra
honra dada Santíssim
Santíssimaa Virgem
Virgem
ou
ou de de algum
algum santo,
santo, e,e, ao
ao mesmo
mesmo tempo,tempo, aplicar
aplicar oo seu
seu fruto
fruto especial
especial
aa uma alma ou
uma alma ou alm
almasas do purgatório.
do purgatório.

AA MISSA TEM
M ISSA T E M HISTÓRIA
H IST Ó R IA

Ao
A o lermos
lermos nono Evangelho
Evangelho aa descrição
descrição da da Última
Ultima Ceia
Ceja ee compa-
com pa­
rarmos
rarm os aa sua
sua simplicidade
simplicidade com as M
com as Missas
issas que
que hoje se oferecem
hoje se oferecem emem
nossas igrejas, percebemos
nossas igrejas, percebemos queque oo cerimonial
cerimonial do do Santo
Santo Sacrifício ex-
Sacrifício ex­
perimentou
perimentou um grande desenvolvimento
um grande desenvolvimento nestes
nestes quase
quase dois
dois mil
mil anos.
anos.
ÉÉ um
um desenvolvimento
desenvolvimento que que éé muito
muito fácil
fácil de
de entender.
entender.
OO sacrifício
sacrifício eucarístico
eucaríslico que
que Jesus
Jesus Cristo
Cristo instituiu
instituiu nana noite
noite de
de
Quinta-feira Santa éé uma
Quinta-feira Santa uma pedra preciosa que
pedra preciosa Ele ofereceu
que Ele ofereceu àà sua
sua
Igreja.
Igreja. Era uma jóia
Era uma jóia perfeita,
perfeita, sem
sem impureza nenhuma, mas.
impureza nenhuma, mas. como
como
toda
toda jóia,
jóia, necessitava
necessitava de
de um engaste apropriado
um engaste apropriado para
para queque aa sua
sua
A MISSA TEM HISTÓRIA 285

izrandeza cCc formosura


vrandeza formosura ressaltassem
ressaltassem aos aos olhos
olhos de todos.
de todos, Não
N ão éé dede
surpreender,
surpreender, pois, que a Igreja, ao longo
pois, que a Igreja, ao longo dos séculos, tenha dos séculos, tenha mode­
mode-
lado
lado e embelezado oo engaste
e embelezado engaste que cerimonial da
que éé oo cerimonial da Missa
M issa que que hoje
hoje
conhecemos.
conhecemos.
Eisis aqui
E aqui aa descrição
descrição da da Ultima
Última Ceia segundo São
Ceia segundo São Mateus
M ateus (26, (26,
26-28); “Enquanto
26-28): "Enquanto comiam, comiam, .Icsus tomou oo pão,
Jesus tomou pão, abençoou-o,
ábençoou-o, par­ par-
tiu-o ec, dando-o
tiu-o dando-o aos aos seusseus discípulos, Tom ai ee comei,
disse; Tomai
discípulos, disse: comei, isto isto éé
0o meu corpo. E,
meu corpo. tomando oo cálice
E, tomando cálice ee dandodando graças, deu-lho, di-
graças, deu-lho, di­
zendo: Bcbei dele todos vós. que este é o meu sangue
zendo: Bebei dele todos vós. que este é o meu sangue da
da aliança,
aliança,
í]ue será
que será derramado
derramado por muitos para
por muitos remissão dos
para remissão dos pecados.”
pecados.”
Temos já
Temos já oo Santo
Santo Sacrifício
Sacrifício em em essência,
essência, em era básica
básica simplicidade:
simplicidade:
Consagração ee aa Comunhão.
aq Consagração Comunhão. Além destes elementos
Além destes essenciais do
elementos essenciais do
sacrifício,
sacrifício, há há outras
outras circunstâncias
circunstâncias incidentais
incidentais que que nos
nos interessam.
interessam. Ve- V e­
mos que
mos quc Jesus graças” . As
“ deu graças”.
.lesus “deu palavras da
As palavras sua ação
da sua ação de de graças
graças
não
não foram
foram recolhidas
recolhidas pelos pelos evangelistas,
evangelistas, mas m as estáestá bembem refletida
refletida na na
Oração
Oração Eucarística
Eucarística das das Missas
M issas de de hoje,
hoje, ee especialmente
especialmente no no Prefácio
Prefácio
com que
com que se se inicia,
inicia. Sabemos
Sabem os também
também pelo pelo Evangelho
Evangelho de de SãoSâo João
João
(13, 4-10) que Jesus colocou antes da Ultima Ceia a lavagem dos
(13, 4-10) que Jesu s colocou antes da Última Ceia a lavagem dos
pés
pés dos dos seusseus Apóstolos,
A póstolos, um um rito
rito simbólico
simbólico de de purificação
purificação cujo cujo ecoeco
encontramos
encontramos no no ato
ato penitencial
penitencial do do começo
começo da da Missa.
M issa, ÉÉ também também São São
João
João (13, (13, 14-17)
14-17) quemquem nos nos transmite
transmite as as belíssimas
belíssimas palavras
palavras de de Jesus
Jesu s
aos
aos seus seus Apóstolos
A póstolos na na Última
Última Ceia,
Ceia, de de que
que éé reflexo
reflexo oo sermãosermão ou ou
homilta que integra a liturgia das nossas Missas, especialmente das
honiilia que integra a liturgia das nossas M issas, especialmente das
Missas
Missas dominicais.
dominicais.
As
As primitivas
primitivas comunidades
comunidades cristãs, cristãs, quando
quando se se reuniam
reuniam para para aa
“fração
"fiação do do pão”,
pão” , seguiam
seguiam muito muito de de perto
perto oo singelo
singelo cerimonial
cerimonial da da
Ultima
Última Ceia. Ceia. Mas M as osos primeiros
primeiros cristãos
cristãos eram eram judeus,
judeus, e,e, aa princípio,
princípio,
não
não perceberam
perceberam como como devia devia serser completa
completa aa ruptura ruptura com com aa antiga
antiga
religião
religião do do Antigo
Antigo Testamento
Testamento (abolida (abolida por por Deus).
D eus). Continuavam
Continuavam
aa assistir
assistir ee aa participar
participar das das cerimônias
cerimônias da da sinagoga,
sinagoga, ee reuniam-se
reuniam-se
privadamente
privadamente em em grupos
grupos pequenos
pequenos para para aa “fração
“ fração do do pão”.
pão” .
Quando
Quando foram foram expulsos
expulsos da da sinagoga
sinagoga por por seus
seus irmãos
irm ãos judeus,
judeus, os os
cristãos
cristãos começaram
começaram aa antepor antepor àà “fração
“ fração do do pão”
pão” umasum as orações
orações mol- m ol­
ladas
dadas segundo
segundo as as cerimônias
cerimônias da da sinagoga.
sinagoga. Essas E ssa s cerimônias
cerimônias con- con­
sistiam basicamente
sistiam basicamente em em duasduas leituras,
leituras, uma uma do do livro
livro de de Moisés
M oisés ee
outra
outra tomada tomada dos dos demais
demais profetas,
profetas, seguidas
seguidas de de um um sermão,
sermão, ee tudo tudo
entremeado
entremeado de de diferentes
diferentes orações.
orações. Ao A o adotarem
adotarem oo modelo modelo das das sina-
sina­
sogas,
gogas, os os crislãos
cristãos oo “batizaram”:
“ batizaram ” ; começaram
começaram aa usar usar leituras
leituras do do Novo
Novo
lestamento
restamcnto juntamente
juntamente com com outras
outras do do Antigo.
Antigo. EE assim assim se se originou
originou
aa primeira
primeira parteparte da da nossa
nossa Missa
M issa de de hoje
hoje (leituras
(leituras do do Antigo
Antigo ee Novo N ovo
lestamento,
Iestamento. Evangelho,
Evangelho, homiliahomilia cc outrasoutras orações).
orações). Na N a realidade,
realidade,
tratava-se
ii atava-se de dc umauma preparação
preparação para para aa MissaM issa propriamente
propriamente dita, dita, que
que
se chamachama Liturgia
Liturgia da da Palavra
Palavra ec outrora
outrora era era designada
designada com com oo nome nome
286 A MISSA

de
de MMissa dos cateciimenos,
issa dos catecúmenos, porque,
porque, nos
nos primeiros
primeiros tempos
tempos dada Igreja,
Igreja,
era essa
era essa aa única
única parte
parte aa que
que podiam assistir os
podiam assistir os possíveis conversos:
possíveis conversos;
enquanto
enquanto não
não fossem
fossem batizados, não os
batizados, não os deixavam
deixavam assistir
assistir àà M
Missa
issa
inteira.
inteira.

AA elaboração
elaboração dasdas cerimônias
cerimônias da
da Missa
M issa desenvolveu-se
desenvolveu-se muito ra-
muito ra­
pidamente.
pidamente. OO esquema
esquema da da MMissa que hoje
issa que hoje oferecemos
oferecemos ficou
ficou prati-
prati­
camente estabelecido
camente estabelecido nono ano
ano 150.
150. Um
Um escritor
escritor cristão daquele tem­
cristão daquele tem-
po, São Justino Mártir, descreve-nos assim a Missa que então se
po, São Justino Mártir, descreve-nos assim a M issa que então se
oferecia:
oferecia; ““Num
Num dia dia cujo nome se
cujo nome se toma
toma do sol, os
do sol, os que moram na
que moram na
cidade ee os
cidade os do do campo
cam po se se reúnem
reúnem ee então, então, quando
quando há tempo, lêem-se
há tempo, lêem-se
as memórias dos Apóstolos (quer dizer, os Evangelhos) e os escritos
as memórias dos A póstolos (quer dizer, os Evangelhos) e os escritos
dos profetas.
dos profetas. Terminadas
Term inadas as as leituras,
leituras, oo presidente
presidente (quer (quer dizer,
dizer, oo sa­ sa-
cerdote) dirige-nos
cerdote) dirige-nos um um discurso
discurso (quer (quer dizer,
dizer, um um sermsermão),ão), em em que que
nos
nos pede encarecidamente que
pede encarecidamente pratiquemos as
que pratiquemos as belas
belas lições
hções que que aca­aca-
bamos de ouvir”
bam os de ouvir” Esta era a Liturgia da Palavra, como hoje aa
E sta era a Liturgia da Palavra, como hoje
chamamos.
chamamos. São São Justino
Justino descreve-nos
descreve-nos em em seguida
seguida aa parteparte maismais essen-
essen­
cial da M
cial da Missa,
issa, isto
isto é,é, aa Liturgia
Liturgia Eucarística.
Eucarística.
““Então,
Então, leva-se
leva-se pão pão ee um um cálice
cálice com com água água ee vinho
vinho ao presidente
ao presidente
dos irmãos,
dos irmãos, que que os recebe ee oferece
os recebe oferece louvores
louvores ao ao PaiPai de de todos,
todos, em em
nome do
nome do Filho
Filho ee do do Espirito
Espírito Santo,
Santo, ee depoisdepois prossegue
prossegue com certa
com certa
detenção, recitando uma prece de ação de graças (a que hoje cha-
detenção, recitando uma prece de ação de graças (a que hoje cha­
mamos
m am os Oração Eucarística ou
Oração Eucarística ou Cânon
Canon da da M Missa,
issa, emem que que se se inclui
inclui aa
consagração),
consagração), porque porque Ele Ele nosnos fezfez dignos
dignos de de participar
participar desses desses dons.
dons.
Quando termina
Quando termina as as orações
orações ee aa ação ação de de graças,
graças, todotodo oo povo povo pre-pre­
sente responde: Am
sente responde: Amém”.ém ” . (Este
(E ste éé o o grande
grande Amém Amém da da nossa
nossa Missa,
M issa,
que
que sese dizdiz depois
depois do do ““Por Cristo, com
Por Cristo, com Cristo,
Cristo, em em Cristo”,
Cristo” , logo antes
logo antes
do Par Nosso).
do Pai N osso).
“Depois
“ Depois da da ação
ação de de graças
graças do do presidente
presidente ee da da resposta
resposta do do povo,
povo,
os
o.s diáconos,
diáeonos, como como se se chamam
chamam entre entre nós,nós, distribuem
distribuem oo pão pão ee oo vinho
vinho
entre
entre os os que
que pronunciaram
pronunciaram aa ação ação de graças
de graças ee não
não os tomamos
os tomamos
como alimento ee bebida
como alimento bebida comuns;
comuns; do do mesmo
mesmo modo modo como como nos nos foi foi
ensinado
ensinado que, que, pela pela palavra
palavra de de Deus,
Deus, JesusJesus Cristo
Cristo N Nosso Senhor se
osso Senhor se
encarnou,
encarnou, assim assim também
também estes alimentos, para
estes alimentos, para os os queque tenham
tenham pro­ pro-
nunciado
nunciado as as palavras
palavras de de petição
petição ee ação ação de de graças,
graças, são são aa verdadeira
verdadeira
carne ee sangue
carne sangue daqueledaquele JesusJesu s que que se fez homem
se fez homem ee que entra na
que entra na
nossa carne ee sangue
nossa carne sangue quando
quando oo recebemos”
recebemos” (Cap. (Cap. 65-67
65-67 da da “Primeira
“ Primeira
Apologia”).
A pologia” ). Vemos Vemos aqui aqui aa Missa
M issa já já muito
muito perto
perto da sua forma
da sua final.
form a final.
No ano
No ano 150, 150, aa estrutura
estrutura fundamental
fundamental da da M Missa estava já
issa estava já esta-
esta­
belecida.
belecida. No N o entanto,
entanto, as as orações
orações nela contidas continuaram
nela contidas continuaram aa de- de­
senvolver-se durante
senvolver-se durante mais mais quatro
quatro séculos
séculos ee meio. meio. N Nosos tempos
tempos do do
Papa São Gregório Magno, que morreu
P apa São Gregório Magno, que morreu no ano 604, o desenvolvi­ no ano 604, o desenvolvi-
mento
mento da da Missa
M issa tinha
tinha chegado
chegado aa um um esquema
esquema muito muito parecido
parecido ao ao
atual.
A MISSA TEM HISTÓRIA 987

Durante o
Durante período que
o período que vai
vai de Justino aa São
São Justino
de São Gregório, foi
São Gregório, foi
acrescentado um elemento de oração ao elemento
acrescentado um elemento de oração ao elemento de
de instrução
instrução que
que
constituía
constituía aa Missa
M issa dos catecúmenos, parte
dos catecúmenos, inicial da
parte inicia! da M Missa.
issa. N Nosos
tempos de
tempos de São havia duas
Justino, havia
São Justino, uma do
leituras, uma
duas leituras, Velho T
do Velho Testa-
esta­
mento e outra dos Evangelhos, e a homilia (sermão).
mento e outra dos Evangelhos, e a homilia (serm ão). Nos
N os de
de São
São
Intróito ou
Gregório, oo Intróito
Gregório, canto de
ou canto Kyrie ou
entrada, oo Kyrie
de entrada, ou ““Senhor, tende
Senhor, tende
piedade
piedade de de nós”
nós”, , o Glória ee aa oração
O Glória oração (C (Coleta),
oleta), se nessa
incluiam nessa
se incluíam
parte, junto com as leituras
parte, junto com as leituras e
e o
o sermão.
sermão.

Já desde aa sua
J á desde sua origem,
origem, o o Intróito
Intróito foi foi umum hino
hino processional,
processional, que que
consistia num salmo escolhido para expressar o espírito da
consistia num salm o escolhido para expressar o espírito da Missa
M issa do
do
dia,
dia, gozosa, penitente ou
gozosa, penitente triunfante. Cantavam
ou triunfante. Cantavam-no -no oo povopovo ee Oo coro,
coro,
enquanto
enquanto o celebrante ee seus
o celebrante ajudantes saiam
seus ajudantes saíam da sacristia (situada
da sacristia (situada
então perto da porta de entrada
então perto da porta de entrada da
da igreja),
igreja), a
a caminho
caminho do
do altar.
altar.
Vemos agora
Vemos agora ondeonde éé que que oo Intróito
Intróito (do latim ““introitus”,
(do latim introitus” , queque signi-
signi­
fica “entrada”) obteve o seu nome.
fica “ entrada” ) obteve o seu nome. No começo, era um salmoo
N o começo, era um salm
completo, mas,
completo, mas, no século VIII,
no século V III, essas
essas procissões
procissões solenessolenes de de entrada
entrada
caíram
caíram poucopouco aa poucopouco em em desuso,
desuso, ee oo Intróito
Intróito tornou-se
tornou-se cada cada vez vez
mais
mais curto.
curto.
A procissão
A procissão do do Intróito
Intróito éé uma uma das das quatro
quatro de de que constava aa
que constava
Missa
M issa jájá em tempos remotos.
em tempos remotos. A Ass outras
outras três três eram
eram aa procissão
procissão do do
Evangelho,
Evangelho, que que atravessava
atravessava aa igreja igreja atéaté o o ““pgradus”
gradus” ou ou degrau
degrau em em
que
que o0 diácono
diácono cantava
cantava o o Evangelho;
Evangelho; aa procissão
procissão do do Ofertório,
Ofertório, em em
que alguns membros da comunidade dos fiéis traziam ao altar as
que alguns membros da comunidade dos fiéis traziam ao altar as
oferendas de
oferendas pão ee vinho
de pão vinho ee outros
outros dons;
dons; ee aa procissão
procissão ddaa Comunhão,
Comunhão,
em
em que
que os os presentes
presentes se se aproximavam
aproxim avam em em filas
filas ordenadas
ordenadas para receber
para receber
aa comunhão.
comunhão. Em Em cadacada uma uma dessas procissões, oo coro
dessas procissões, coro ee oo povo povo
cantavam
cantavam um um salmo
salmo apropriado. Felizmente, três
apropriado. Felizmente, três dessas procissões
dessas procissões
-—
— aa do do Intróito,
Intróito, aa do do Ofertório
Ofertório ee aa da da ComComunhão
unhão — — foram
foram res-res­
tauradas pela
tauradas pela reforma
reforma litúrgica realizada pelo
litúrgica realizada pelo Concilio
Concilio Vaticano
Vaticano II. II.

Depois do
Depois do Intróito
Intróito vem
vem o o Kyrie,
Kyrie, eleison
eleison (“ (“Senhor, tende piedade
Senhor, tende piedade
de nós”).). Esta
de nós” E sta súplica
súplica àà misericórdia
misericórdia divina, que antes
divina, que antes sese dizia
dizia emem
língua grega, vem dos dias (antes
língua grega, vem dos dias (antes do século do século IV)
IV ) em
em que
que oo grego
grego
era aa lingua
era litúrgica de
língua litúrgica de Roma.
R om a. OO Kyrie Kyrie éé um um vestígio de um
vestígio de um anti-
anti-
quísssmo costume romano.
quíssimo costume romano. O povo
O povo congregava-se
congregava-se numanuma igreja
igreja (a (a
igreja da
igreja da assembléia) onde se
assem bléia) onde se reunia
reunia com com oo Papa
Papa ou ou outro
outro bispo
bispo
ee seu
seu séquito.
séguito. De lá
De lá iam
iam todos
todos em procissão aa outra
em procissão outra igreja
igreja (cha­
(cha-
mada estacional) para
mada estacionai) para aa celebraçãocelebração da da Missa. Durante essa
M issa. Durante essa procis-
procis­
sto, todos juntos
são, todos entoavam uma
juntos entoavam uma ladainha
ladainha de de aclam
aclamações
ações aa Deus.
Deus.
Quando
Quando essas procissões caíram
essas procissões caíram em desuso (por
em desuso (por volta do século
volta do século VN),V I),
conservou-se
conservou-se uma uma versão
versão abreviada
abreviada como como parte
parte da
da Missa:
M issa: o o “Senhor,
“ Senhor,
tende piedade
tende piedade de de nós”
nós” ee o o “Cristo,
“ Crista, tende piedade de
tende piedade de nós”
nós”, , que
que sese
mantém
mantém no no MMissal
issal atual,
atual.
288 A MISSA

Não
N ão sabemos
sabemos exatamente
exatamente quando quando éé que que oo Glória
G lória veio
veio aa fazer
fazer
parte
parte da da Missa.
M issa. Sabemos
Sabem os que,que, na sua origem,
na sua origem, era era cantado
cantado apenas
apenas
na
na Missa
M issa da Noite de
da Noite de Natal,
Natal, e, e, no
no século
século VI,VI, nana Missa dos domin-.
M issa dos domin--
gos e em certas festas, mas unicamente pelo Papa. Aos sacerdotes
gos e em certas festas, m as unicamente pelo Papa. A os sacerdotes
comuns era
comuns era permitido
permitido o o canto
canto do Glória só
do Glória só nana M Missa
issa dada Páscoa.
Páscoa.
Estas
Estas restrições
restrições só só foram
foram levantadas
levantadas no século X
no século XII, quando o
II, quando o G
Glória
lória
passou
passou aa fazer
fazer parte
parte dasdas Missas
M issas de caráter gozoso.
de caráter gozoso.
A oração
A oração queque o o sacerdote recita na
sacerdote recita na Missa
M issa logo após oo G
logo após Glória (ou
lória (ou
o Kvrie,
o Kyrie, se sc não
não háhá Glória), chama-se Coleta,
G lória), chama-se Coleta, ou ou simplesmente
simplesmente Ora- O ra­
ção. O
ção. O nome collecta originou-se
nome collecta originou-se no no fato
fato de de que,
que, na na época
época dasd as
Missas
M issas estacionais,
estacionais, estaesta oração
oração era era recitada
recitada pelo Papa ou
pelo Papa ou por um
por um
bispo
bispo na na igreja
igreja dada assembléia
assem bléia ou ou reunião
reunião (ecclesia
(ecclesia collecta),
collecta), antes
antes
de aa procissão
de procissão partir
partir para
para aa igreja estacional. Quando
igreja estacionai Quando essasessas procis-
procis­
sões cessaram,
sões cessaram, aa ColetaColeta passou
passou aa fazerfazer parte integrante da
parte integrante da Missa.
M issa.

Para terminar aa história


Para terminar história desta
desta primeira
primeira parte
parte da da Missa, resta
M issa, resta
apenas explicar
apenas explicar comocomo surgiram
surgiram oo Credo
Credo ee aa Oração
Oração dosdos Fiéis.
Fiéis.
O Credo,
O embora fosse
Credo, embora fosse recitado algumas vezes
recitado algumas vezes durante
durante aa M Missa
issa
dos primeiros
dos primeiros séculos,
séculos, somente
somente foi estabelecido como
foi estabelecido parte oficial
como parte oficial dada
liturgia no
liturgia no ano 1014, pelo
ano 1014, pelo papa
papa Bento
Bento V VIII.
III. Depois
Depois de de ouvir
ouvir aa
palavra de
palavra de Deus
Deus nasnas leituras,
leituras, oo Evangelho
Evangelho ee oo sermão,
sermão, vemos
vemos comocomo
éé próprio
próprio fazerfazer uma
uma declaração
declaração da nossa fé,
da nossa recitando oo Credo
fé, recitando Credo antes
antes
de se proceder à sagrada Ação da Missa.
de se proceder à sagrada A ção da M issa.
AA oração
oração dos dos fiéis, tradicional nas
fieis, tradicional nas liturgias
liturgias dos primeiros sécu-
dos primeiros sécu­
los, consistia numa
los, consistia enumeração das
numa enumeração das intenções
intenções pelas
pelas quais
quais se se oferecia
oferecia
co Santo
o Sacrifício, cuja
Santo Sacrifício, cuja parte essencial começava
parte essencial começava aa seguir.
seguir. Foi Foi su-su ­
primida
primida na na época
época de de São Gregório M
São Gregório Magno,
agno, provavelmente
provavelmente por por terem
terem
sido incorporadas
sido incorporadas ao Cânon orações
ao Cânon orações de de intercessão
intercessão que que cumpriam
cumpriam aa
mesma finalidade.
mesma finalidade. Recentemente,
Recentemente, o o Concílio
Concilio Vaticano
Vaticano IL quis res-
II quis res­
taurá-la.
taurá-la. Na oração
Na oração dosdos fiéis,
fiéis, “exercendo
“ exercendo aa sua função sacerdotal,
sua função sacerdotal,
o povo suplica por todos os homens”
o povo suplica por todos os homens” Reza-se “pela Santa Igreja,
Reza-se “ pela Santa Igreja,
pelos governantes,
pelos governantes, pelos pelos que
que padecem
padecem necessidade,
necessidade, por por todos
todos os os ho-
ho­
mens ee pela
mens pela salvação
salvação de de todo
todo oo mundo”
mundo” (Instrução Geral do
(Instrução Geral do M Missal
issal
Romano,
Rom ano, n.º 45). 45).

A LITURGIA
A EUCARÍSTICA
L IT U R G IA E U C A R ÍS T IC A

A Liturgia
A Liturgia da Palavra éé aa primeira
da Palavra primeira das duas grandes
das duas partes da
grandes partes da
Missa,
M issa, que
que nos
nos prepara
prepara comcom leituras,
leituras, orações
orações ee instrução
instrução para
para aa gran­
gran-
de Ação da
de A ção da M issa.Missa. Nos ritos, no ato penitencial, no
N os ritos, no ato penitencial, no Kyrie, no Kyrie, no
Glória
G lória ee na
na oração
oração inicial
inicial da
da Missa, nós nos
M issa, nós nos dirigimos
dirigimos aa Deus.
Deus. Nas N as
leituras
leituras ee nasnas homilias, Deus se
homilias, Deus dirige aa nós
se dirige nós com palavras de
com palavras de ins-
ins­
trução
trução ee admoestação.
A LITURGIA EUCARISTICA 289

Agora estamos
Agora estamos prontos
prontos para para começar
começar oo Sacrifício.
Sacrifício, N Naa Igreja
Igreja
primitiva, chegado este momento, os catecúmenos e os penitentes pú­
primitiva, chegado este momenio, os catecúmenos e os penitentes pú-
hlicos deviam
blicos deviam abandonar
abandonar aa assembléia;
assembléia: só os balizados
sà os batizados que que nãonão esti-esti-
vessem sob
\esscm interdito permaneceriam
sob interdito permancceriam para para aa Eucaristia,
Eucaristia, aa Ação A ção de de
Graças, a Missa. Foi por essa razão que esta parte da Missa pas-
Graças, a M issa. Foi por essa razão que esta parte da M issa p as­
sou aa chamar-se
sou chamar-se aa M Missa
issa dosdos Fiéis,
Fiéis, hoje designada pelo
hoje designada pelo nomenome de de
“Liturgia
"Liturgia Eucaristica”
Eucarística"
A Liturgia
A Eucarística tem
Liturgia Eucarística tem trcs
três partes.
partes. A primeira
A primeira costuma
costuma
chamar-se Ofertório.
chamar-se Ofertório. Com Começa eça comcom aa apresentação
apresentação das das oferendas
oferendas — —
acompanhada
acompanhada às às vezes
vezes por por umum canto
canto — — ee acaba
acaba com com aa O Oração
ração so- so-
bre as oferendas: em seguida, vem a Oração Eucarística, coração €e
h/re as oferendas; em seguida, vem a O ração Eucarística, coração
centro da
centro da Missa,
M issa, que começa com
que começa com oo Prefácio
Prefácio ee termina
termina com com aa cha- cha­
mada
mada doxologia
doxologia final: final: “Por Cristo, com
“ Por Cristo, com Cristo,
Cristo, em Cristo
em Cristo ”*“:; e,
e.
finalmente,
finalmente, temos temos aa Comunhão,
Comunhão, que que começa
começa com com oo PaiPai Nosso
Nosso ee ter­ ter-
mina
mina comcom aa bençãobênção ee despedida
despedida finais.
finais. OO significado
significado de de cada
cada uma uma
dessas três partes da Missa é este:
dessas três partes da M issa c este:
No Ofertório.
No Ofertório. apresentamos
apresentamos as as nossas oferendas, oo nosso
nossas oferendas, nosso amor,
amor,
o nosso
o nosso ser ser (representados
(representados pelo pelo pãopão çq pelopelo vinho):
vinho): unimo-nos
iinimo-nos aa
Cristo. que está prestes a ofereccr-se, como-gferenda perfeita, àà Santis-
Cristo, que está prestes a ofereccr-se, comcVvpferenda perfeita, Santís­
sima
sima Trindade.
Trindade. Na Na Oração
O ração Eucarística,
Eucarística. Jesus consagra aa nossa
Jesus consagra nossa oferen­
oferen-
da ee nos
da leva consigo,
nos leva consigo, domdom infinitamente perfeito. até
infinitamente perfeito, até Deus.
Deus, N Naa Comu-
Com u­
nhão da
nhão da M Missa.
issa, tendo aceito aa nossa
tendo aceito nossa oferenda
oferenda ee depois
depois de de transfor­
transfor-
má-la
má-la na na Pessoa
Pessoa infinitamente
infinitamente preciosapreciosa dc seu Filho,
dc sen Deus nos
Filho, Deus nos de­ de-
volve esse
volve dom.
esse dom. No
No Ofertório.
Ofertório. unimo-nos
unimo-nos aa Jesus Jesus emem espírito;
espírito: na na
Comunhão, unimo-nos
Comunhão, unimo-nos aa Elc E!c realmente,
realmente, aa fiiu fim de crescermos cc viver­
dc crescermos viver-
mos para
mos para aa vida eterna.
vida eterna.
Podemos representar aa Missa
Podemos representar M issa como
como um um triângulo.
triângulo. Por Por um um lado,
lado,
subimos
subimos com com Crislo
Cristo atéaté Deus.
Deus. No vértice do
N o vértice do triângulo,
triângulo, está está aa C Con-on­
sagração da
sagração da M Missa,
issa, aa aceitação
aceitação de de Deus
Deus ee aa transformação.
transformação. Pelo
Pclo
cutro lado, Deus
outro lado. Deus descc
desce até até nós
nós em em Cristo.
Cristo,
Seria preciso
Seria preciso um livro extenso
um livro extenso parapara descrever
descrever em em detalhe
detalhe oo de- de-
senvolvimento
st.nvo)vimento histórico
histórico da da Liturgia
Liturgia Eucarística.
Eucarística. Aqui apenas pode-
Aqui apenas pode­
mos
mos mencionar
mencionar alguns alguns pontos
pontos de de m maior relevância.
aior relevância.

Na
Na Igreja
Igreja primitiva,
primitiva, o o Ofertório era mais
Ofertório era mais umauma ação
ação dodo povo
povo
que uma série
que uma série de
de orações recitadas pelo
orações recitadas pelo sacerdote.
sacerdote. Depois
Depois dada Missa
M issa
dos catecúmenos,
dos catecúmenos, os fiéis aproximavam-se
os fiéis aproximavam-se do do presbitério
presbitério emem procis-
procis­
sdo, trazendo
são, trazendo asas suas
suas oferendas.
oferendas. Traziam
Traziam pão pão ee vinho,
vinho, dos
dos quais
quais
uma parte
uma seria utilizada
parte seria utilizada para confeccionar aa Eucaristia.
para confeccionar Eucaristia. Masas tam-
M tam ­
bém traziam outras dádivas. como frutas,
bém traziam outras dádivas, como frutas, mel. azeite. mel. queijo ou
azeite, queijo leite.
ou leite.
Estas últimas eram
Rstas últimas eram para
para oo Corpo
Corpo Místico
Místico dede Cristo,
Cristo, para ajudar os
para ajudar os
pobres e para manter o clero.
pobres e para manter o clero. Fosse qual fosse
Fosse qual fosse aa oferenda,
oferenda, seu
seu sim
sim- ­
bolismo
bolismo eraera oo mesmo;
mesmo: esses donativos representavam
esses donativos representavam o o doador,
doador, queque
se colocava a si
se colocava a si mesmomesmo na na M Missa.
issa.
290 A MISSA

Um diácono
Um diácono recebia
recebia asas oferendas
oferendas ee colocava-as
coiocava-as sobre sobre uma mesa
uma mesa
perto
perto do altar, esvaziando
do altar, esvaziando as as vasilhas
vasilhas de de vinho
vinho numnum recipiente maior,
recipiente maior,
ee dispondo
dispondo os os pães sobre um
pães sobre um panopano de de linho. Durante aa procissão
linho. Durante procissão
do Ofertório, aa comunidade
do Ofertório, comunidade dos dos fiéis
fiéis ee o o coro alternavam-se no
coro alternavam-se no
canto de alguns salmos apropriados.
canto de alguns salm os apropriados.
Terminada
Term inada aa oferenda,
oferenda, oo diácono
diácono levava
levava ao ao altar
altar o o pão
pão ee oo
vinho que
vinho que iam
iam ser ser necessários
necessários parapara oo Santo
Santo Sacrifício,
Sacrifício, incluídos
incluídos os os
que seriam devolvidos
que seriam devolvidos aos aos fiéis
fiéis como
como dom dom de de Deus
Deus sob sob aa forma
forma
de Sagrada Comunhão.
de Sagrada Comunhão. Depois Depois de de ter
ter aceitado
aceitado ee disposto
disposto as as ofe­
ofe-
rendas sobre oo altar,
rendas sobre altar, os que as
os que haviam manejado
as haviam manejado lavavam
lavavam as as mãos;
m ãos;
esta é a origem do lavabo que o sacerdote faz hoje na Missa. Então,
esta é a origem do lavabo que o sacerdote faz hoje na M issa. Então,
o celebrante
o celebrante dizia
dizia um umaa oração
oração sobre
sobre o o pão
pão ee oo vinho
vinho destinados
destinados ao ao
Sacrifício,
Sacrifício, aa única
única oração
oração do do Ofertório
Ofertório que que eraera dita
dita pelo sacerdote.
pelo sacerdote.
Esta aparece na
E sta aparece na nossa
nossa Missa atual, como
M issa atual, como oração
oração sobre
sobre as as ojerendas,
oferendas,
oração que
oiação que sese diz logo antes
diz logo antes do Prefácio.
do Prefácio.

OO Ofertório
Ofertóro termina
termina comcom aa oração
oração do do sacerdote
sacerdote sobre
sobre asas ofe-
ofe­
rendas.
rendas. EE agoraagora vamos entrar na
vam os entrar na parte
parte mais
m ais solene
solene dodo Santo
Santo Sacri­
Sacri-
fício: aa Oração
fício: Oração Eucarística
Eucarística ou ou Cânon,
Canon, queque se inicia com
se inicia com um um hino
hino
de louvor cham
de louvor chamado Prefácio; um
ado Prefácio; um hino
hino que canta aa glória
que canta glória dodo Rei
Rei
que
que está prestes aa chegar
está prestes chegar ee aa subir ao seu
subir ao seu trono,
trono, aa cruz.
cruz.
AA palavra
palavra ““canon”
canon” — — tradicional,
tradicional, nana Igreja, para designar
Igreja, para designar aa
Oração Eucarística — significa regra. Na língua grega, canon signi-
Oração Eucarística — significa regra. N a língua grega, canon signi­
fica tanto
fica tanto régua
régua de de carpinteiro
carpinteiro como como regra
regra dede conduta.
conduta. Esta parte
Esta parte
central
central da da M Missa chamou-se Cânon
issa chamou-se porque éé fixa
Canon porque fixa — —- em
em seus diversos
seus diversos
formulários
formulários — — ee imutável,
imutável, no no sentido
sentido de de que
que oo celebrante
celebrante nãonão podepode
acrescentar-lhe
acrescentar-lhe ou ou tirar-lhe nada.
tirar-lhe nada.
Nos
N os primeiros
primeiros tempos
tempos da da Igreja.
Igreja, não não era
era asssm.
assim. A A Eucharisüa
Eucharistia
ou Ação
ou A ção de de graças
graças — — que assim se
que assim se chamava
chamava oo Canon Cânon — — consistia
consistia
numa oração
numa oração improvisada
im provisada na sua m
na sua maior parte pelo
aior parte pelo sacerdote,
sacerdote, em em queque
se agradecia em
se agradecia em detalhe
detalhe aa Deus Deus os os seus
seus muitos benefícios ee bon-
muitos benefícios bon-
dades;
dades; ee alcançava
alcançava o o seu
seu ponto
ponto culminante
culminante na descrição do
na descrição do maravi-
m aravi­
lhoso
lhoso dom dom da da carne
carne ee do do sangue
sangue de de Cristo.
Cristo.
Gradualmente, algum
Gradualmente, algumasas dessas orações (provavelmente,
dessas orações (provavelmente, as as com-
com ­
postas por
postas por bispos especialmente venerados)
bispos especialmente venerados) foramforam sendosendo adotadas
adotadas de de
modo geral, ee mais
modo geral, mais tarde tornou-se costume
tarde tornou-se costume usar usar apenas
apenas uma delas:
uma delas:
o Cânon Romano (a atual Oração Eucarística primeira), que desde
o Canon Rom ano (a atual O ração Eucarística prim eira), que desde
oo ano
ano 600600 aléaté osos nossos
nossos diasdias permaneceu
permaneceu substancialmente
substancialmente nalte- inalte­
rada. Atualmente, oo novo
rada. Atualmente, novo M Missal
issal RomRomanoano contém quatro Ora-
contém quatro O ra­
ções Eucarísticas
ções Etcarísticas — — o o sacerdote
sacerdote escolhe
escolhe uma uma ou ou outra, conforme
outra, conforme
as
as circunstâncias
circunstâncias — —, , restabelecendo
restabvlecendo assim assim o o usouso dede algumas daque-
algum as daque­
las antigas
las formas.
antigas formas.
ÉÉ inleressanle
interessante notar
notar queque os os primeiros cristãos consideravam
primeiros cristãos consideravam aa
Oração
O ração Eucarística infcira com
Eucarística inteira comoo aa oração
oração da da Consagração.
Consagração. Hoje
4 LITURGIA EUCARÍSTICA 91

temos plcua consciência


temos plena consciência do de qucque o O pão
pão ee o o vinho
vinho se sc convertem
convertem no no
Corpo ce no Sangue do Senhor no momento em que o sacerdote
Corpo c no Sangue do Senhor no momento em que o sacerdote
pronuncia as
proruncia as palavras
palavras ““Isto
Isto cé oo meumeu Corpo”
Corpo” ee ““Este Este cé oo cálice
cálice do do
meu
mcu Sangue”
Sangue” | Na cristiandade, no
primitiva cristiandade,
Na primitiva entanto, os
no entanto, os cristãos não
cristãos não
tinham a noção exata dc quc esse preciso momento
tinham 2 noção exata de que esse preciso momento era o momento, era o momento.
Para cles.
Para cies. toda
toda esta parte da
esta parte da M Missa
issa era uma ação
era uma única. aa Ação
ação única, A ção do do
Sacrifício,
Sacrifício. cc não não tinham
tinham aa mesma
mesma consciência
consciência que que nós nós dada diferença
diferença
entre as suas
entre as suas partes. partes. Por essa razão, a Igreja terminava aa Ação
Por essa razão, a Igreja terminava Ação
com
com aa elevação
elevação da Sagrada H
da Sagrada óstia ee do
Hóstia do Cálice. exatamente antes
Cálice, exatamente antes do do
Pai Nosso.
Pai Nosso, parapara queque oo povo pudesse adorá-los.
povo pudesse adorá-los.
Durante um milênio. esta foi a única elevação
Durante um milênio, esta foi a única elevação da da MMissa.
issa. ÀA eleva­
eleva-
ção das
ção das espécies consagradas imediatamente
espécies consagradas imediatamente após após aa Consagração
Consagração só só sese
introduziu no
introduziu no século
scculo XI.
X I. AA primitiva
primittva clevação ainda se
elevação ainda se conserva
conserva na na
Missa — ao dizer-se “Por Cristo, com Cristo, em Cristo” —. ee
M issa — ao dizcr-se “ Por Cristo, com Cristo, em Cristo” — .
conserva oo seu
conserva seu p^isto
posto relevante.
relevante, quando
quando .sc se eleva
eleva aa patena
patena ee oo cálice
cálice
ante o
ante o povo,
povo, enquanto
enquanto este este dizdiz çmgm uníssono
unissono o o Grande
Grande ““Amém”Amem”
\
Com o Pai
Com o Nosso
Pai N osso começa
começa oo rito
rito da
Óa, Comunhão,
Comunhão, aa terceira
terceira das
das
partes que compõem
partes quc compõem aa Liturgia
Liturgia Eucarística.
Eucarística. Comoo as
Com outras, esta
as outras, esta
também se
tambcm desenvolveu gradualmente
sc desenvolveu gradualmente através através dos séculos.
dos séculos. Deve-se
Deve-se
notar
notar que.quc. nos nos tempos
tempos antigos,
antigos, ateaté bembem avançada
avançada aa Idade Idade Média,
M edia,
tinha-se por
tinha-se por certo
certo que que todostodos os que assistiam
os que assistiam àà M Missa
issa receberiam
receberiam
também a Sagrada Comunhão.
também a Sagrada Comunhão. Durante os primeiros mil anos
Durante os primeiros mil anos dede
história cristã,
história cristã, o o povo
povo tinhatinha aa plena
plena compreensão
compreensão de que cada
de que cada Missa
M issa
éé “a
“ a nossa
nossa M Missa”
issa” | T Todos
odos participavam
participavam da da M Missa
issa dada maneira
maneira m mais
ais
completa possível,
completa possível. oo que supunha participar
que supunha participar na na Vítima
Vítima do do Sacrifício,
Sacrifício,
recebendo
recebendo de Deus, transformado,
de Deus, transformado. oo dom dom que que lhelhe haviam
haviam oferecido;
oferecido;
por outras
por outras palavras.
palavras, indo indo comungar.
comungar.
Naa Idade
N Idade Média,Media, este este sentido
sentido de de participação
participação ativa parece ter
ativa parece ter
diminuído e,
diminuído e, em em conseqüência,
consequência, oo povo povo se se desleixou
desleixou em em receber
receber aa
Sagrada Eucaristia.
Sagrada Eucaristia. Desde Desde os tempos dos
os tempos dos papas
papas SãoSão Pío Pio X X ee Pio
Pio
XIF, a Igreja
XIT, a Igreja empenhou-se empenhou-se sobremaneira
sobremaneira em em restaurar
restaurar oo conceito
conceito
da Comunhão como parte integrante
da Comunhão como parte integrante do Santo Sacrifício, do Santo Sacrifício, animando-
animando-
nos aa todos
-nos todos aa estar estar em estado de
em estado graça —
de graça — confessando-nos.
confessando-nos, se pre-
se pre­
ciso — e com
ciso — e com as devidas as disposições, aa fim
devidas disposições, fim de de podermos
poderm os comungar
comungar
em todas
cm todas as as M Missas
issas aa que que assistimos.
assistimos.
- Historicamente,
Historicamente, o o rito
rito da Comunhão era
da Comunhão era muito
muito simples
simples na sua
na sua
origem. De fato, a
origem. De fato, a primitiva Igreja primitiva Igreja nem nem sequer
sequer viavia aa Comunhão
Comunhão
como
como parteparte separada
separada da da M Missa: simplesmente. completava
issa: simplesmente, completava o o Sacrifí­
Sacrifi-
cio, Quando
cio. Quando os os primeiros
primeiros cristãos
cristãos sc se sentavam
sentavam ou ou se se reclinavam
recliuavam àà
Mesa para o Sacrifício Fucarístico.
mesa para o Sacrifício Eucarístico. o santo Pão o santo Pão evc o o santo Cálice
santo Cálice
cram passados de
eram passados de umum para para outro.
outro. Quando aumentou
Quando aumentou o o número
número de de
Pessoas, fez-se
pessoas, fez-se necessário
necessário que que os fiéis avançassem
os fieis avançassem para receber aa C
para receber Co-o­
munhão
munhão dus das mãos
mãos do do -cã munte oi. or d(-.s
des diáconos
diáconos cme que oo arsistom
292 A MISSA

Enquanto se
Enquanto se aproximava
aproxim ava em em procissão
procissão dada mesa
mesa situada
situada perto
perto
do altar, o povo cantava uma antifona, um salmo adequado ao espí-
cio aliar, o povo cantava uma antífona, um salmo adequado ao espí­
rito
rito dodo tempo litúrgico ou
tempo liiúrgico ou da festa.
da festa. Atualmente podem
Atualmente cantar-se.
podem cantar-se,
durante a Comunhão, não apenas salmos. mas também outros cân-
durante a Comunhão, não apenas salmos, mas também outros cân­
ticos, aprovados
ticos, aprovados pela
pela autoridade
autoridade eclesiástica, que favoreçam
eclesiástica, que favoreçam oo reco-
reco­
lhimento ee aa alegria
lhimento convenientes aa esta
alegria convenientes esta parte
parte dada Missa.
M issa. Quando
Quando
não há
não há canto,
canto, recita-se
recita-se uma
uma antifona.
antífona.

OO Pai
Pai Nosso
Nosso (a (a oração
oração dominical
dominical queque oo próprio
próprio Senhor
Senhor compôs)
compôs)
apareceu pela
apareceu pela primeira
primeira vez na M
vez na Missa
issa por
por volta
volta do
do anoano 350.
350. OO Cor­ Cor-
deiro
deiro de Deus foi
de Deus foi acrescentado
acrescentado por volta do
por volta do anoano 700,
700, aa fim fim de de
preencher o tempo que o celebrante demorava a fracionar as hóstias
preencher o tempo que o celebrante demorava a fracionar as hóstias
grandes
grandes em em pedaços
pedaços pequenos,
pequenos, para
para dardar aa Comunhão
Comunhão aos aos fiéis.
fiéis. A A
oração
oração depois
depois dada Comunhão.
Comunhão, que que oo sacerdote
sacerdote recita
recita ouou canta
canta no no
final
final da da Missa,
M issa, éé uma
uma antiga oração litúrgica.
antiga oração litúrgica. A Ass demais orações
demais orações
que aparecem
que aparecem entre
entre oo PaiPai N Nosso
osso ee aa bênção
bênção final são de
final são de origem
origem
muito posterior;
muito posterior; algumas
algum as só só começaram
começaram aa tornar-se
tornar-se parteparte fixa
fixa dada
Missa
M issa no século XVT.
no século XVI. Tem uma
Tem uma especial
especial significação
significação aa oração oração
pela
pcla pazpaz que
que se
se lhe
lhe segue,
segue, ce que exprime aa íntima
que exprime íntima fraternidade
fraternidade entreentre
os que
os que vão
vão participar
participar da da Mesa
M esa dodo Senhor.
Senhor.

Até oo século
Até século XVI,
X V I, na Igreja Católica
na Igreja Católica de rito latino,
de rito latino, distribuia-se
distribuía-se
aa Sagrada
Sagrada Comunhão
Comunhão aos fiéis sob
aos fiéis sob as
as duas espécies de
duas espécies de pão
pão ee dede vi­
vi-
nho, prática ainda
nho, prática ainda emem uso,
uso. habitualmente,
habitualmente, na na Igreja
Igreja de rito oriental,
de rito oriental.
No entanto,
No entanto, sabemos
sabemos queque Jesus
Jesus está
está presente, todo ee inteiro,
presente, todo inteiro, em em cada
cada
uma das
uma duas espécies;
das duas espécies; para
para receber
receber aa Sagrada
Sagrada Comunhão,
Comunhão, basta basta
uma delas.
uma delas. Esta
E sta tem sido aa prática
tem sido prática geral da Igreja
geral da de rito
Igreja de rito latino,
latino,
muito embora
muito embora aa recente
recente legislação tenha restaurado
legislação tenha restaurado aa recepção
recepção da da
Comunhão
Comunhão sob sob am
ambas
bas asas formas
form as em em determinadas
determinadas ocasiões
ocasiões especiais,
especiais,
como, por
como, por exemplo,
exemplo, na na Missa
M issa de de casamento,
casamento, em em que
que os os nubentes
nubentes
podem comungar
podem comungar sob sob asas duas
duas espécies,
espécies, se
se oo desejarem.
desejarem.

PORR Q
PO QUE
U E VESTIR PARAMENTOS?
V E S T IR P A R A M EN TO S?

“Os
“ Os olhos
olhos são
são as janelas da
as janelas alma”,
da alm a” , diz um antigo
diz um antigo aforisma
aforism a que
que
nos
nos recorda que som
recorda que somosos homens,
homens, não
não anjos. Todo conhecimento
anjos. Todo nos
conhecimento nos
vem pelos
vem pelos sentidos.
sentidos. Se Se fosse possível alguém
fosse possível alguém nascer
nascer ee viver sem
viver sem
possuir os sentidos da percepção — sem poder ver, ouvir, cheirar,
possuir os sentidos da percepção — sem poder ver, ouvir, cheirar,
saborear ou
saborear ou tocar
tocar —,
— , aa sua
sua mente
mente estaria
estaria absolutamente
absolutamente em branco,
em branco,
independentemente
independentemente da da boa
boa conformação
conform ação física que tivesse
física que tivesse oo seu
seu cé-
cé­
rebro. Estaria
rebro. Estaria nele
nele aa alm
almaa espiritual,
espiritual, mmasas todos
todos os seus acessos
os seus ao
acessos ao
conhecimento estariam
conhecimento fechados.
estariam fechados. Dosos sentidos
D sentidos corporais
corporais dependem
dependem
não só
não só os conhecimentos, m
os conhecimentos, masas também
também as as emoções
emoções ee asas atitudes
POR QUE VESTIR PARAMENTOS? 293

interiores.
interio res. Queremos
Queremos músicamúsica suave
suave nos nossos momentos
nos nossos sentimen-
momentos sentimen­
tais militares. luzes
Queremos luzes
tais ee marchas
marchas garbosas
garbosas em em nossos
nossos desfiles
desfiles militares. Queremos
difusas no
difusas brilhantes nos
descanso ee brilhantes
no descanso divertimento
nos divertimentos. s.
Não
Não nos surpreende. pois, que os
nos surpreende, pois, que acessórios externos
os acessórios tenham
externos tenham
importância
importância na na nossa
nossa vida religiosaee nos
vida religiosa nossos atos
nos nossos atos de culto. Se
de culto. Se
as insígnias e os barretes dão solenidade a uma cerimônia
as insígnias e os barretes dão solenidade a um a cerimônia univers
universi­i-
tária,
tária, ee osos uniformes
uniformes ee as bandeiras aa um
as bandeiras militar, ee os
desfile militar,
um desfile trajes
os trajes
de
de etiqueta
etiqueta ee os vestidos de
os vestidos gala aa um
de gala baile de
um baile sociedade, não
de sociedade, não se se
deve
deve estranhar
estranhar que que um um m especial de
odo especial
modo fomente em
vestir fomente
de vestir em nósnós oo
sentido do respeito a Deus no culto que lhe presta
sentido do respeito a Deus no culto que lhe mos.
prestamos. Ningu
Ninguém ém
sabe
cabe disto
disto melhor
melhor do do que próprio Deus
que oo próprio Deus que que nos criou.
nos criou. Por 15sso.
Por isso,
no
no Velho
Velho Testamento.
Testamento. Deus Deus prescreveu expressamente certas
prescreveu expressamente vestes
certas vestes
que deveriam ser usadas no sacerdócio mosaico. Por isso, a Igreja
que deveriam scr u.sadas no sacerdócio mosaico. Por isso, a Igreja
dc
de Deus,
Deus, sobsob essa
essa orientação, prescreveu no
orientação, prescreveu Testamento vestes
Novo Testamento
no Novo vestes
especiais que
especiais que os sacerdotes devem
os sacerdotes devem usarusar no cumprimento dos
no cumprimento dos seus
seus
sagrados deveres. em
sagrados deveres, especial ao
em especial ao celebrarem Sacrifício da
celebrarem oo Sacrifício da M Missa.
issa.

Durante os primeiros
Durante os trezentos ou
primeiros trezentos ou quatrocentos
quatrocentos anos da história
anos da história
cristã, quando
cristã, quando os
os fiéis
fiéis se reuniam para
se reuniam para aa celebração da Eucaristia,
celebração da Eucaristia,
oo sacerdote
sacerdote usava usava vestes comuns, uma
vestes comuns, uma espécie
espécie de toga romana.
de toga romana. Quan- Q uan­
do, até fms do século IV, as tribos bárbaras do Norte conquistaram
do, até fins do século IV, as tribos bárbaras do Norte conquistaram
oo Império
Império romano,romano, o o estilo
estilo da da roupa
roupa masculina
masculina começoucomeçou aa mudar, mudar,
mas
mas os sacerdotes continuaram
os .sacerdotes continuaram aa vestir vestir aa túnica
túnica comprida
comprida ao cele-
ao cele­
brarem aà M
brarem Missa.
issa. AssimAssim, , oo maismais antigo
antigo dosdos paramentos
paramentos da da MMissa
issa
ca
é a ulvauiva (que(que significa
significa ““branca”),
b ran ca"), essa essa túnica
túnica que que o o sacerdote
sacerdote põe põe
sobre aa batina
sobre batina (o (o traje
traje eclesiástico
eclesiástico que que éé aa sua
sua veste diária). A
veste diária). A alva
alva
simboliza
simboliza aa pureza pureza de de coração
coração e, e, com
com ela,ela, oo sacerdote
sacerdote expressa
expressa aa
sua
sua renúncia
renúncia às coisas do
às coisas do mundo,
mundo, exigida
exigida para
para se se oferecer
oferecer o o Cordeiro
Cordeiro
de Deus.
de Deus. Em tempos
Em tempos antigos,
antigos, aa toga toga romana
romana cra cra cingida
cingida por por umum
cordão
cordão ou ou cinto,
cinto, que que ainda continua aa utilizar-se,
ainda continua utilizar-se, se se éé necessário,
necessário, ee
conserva
conserva oo mesmo mesmo nome nome romano:
romano: cíngulo.
cíngulo. É feito
É feito dc de linho
linho ou ou lã,
lã,
ec significa
significa aa castidade,
castidade, o o dominio
domínio dos dos desejos
desejos carnais.
carnais.
Ao
Ao longo
longo do do século
século V VIIT.
H L tornou-se costume que
lornou-sc costume que o o sacerdote-
sacerdote. se se
dirigisse
dirigisse ao altar com
ao altar com aa cabeça
cabeça coberta
coberta com com um um capuz.
capuz. Esse Esse capuz
capuz
foi-se estilizando ate
foi-se estilizando até sese tornar
tornar o o paramento
paramento aa que que chamamos
cham am os amito am iío
(do
(do latim amictus, que
latim amicíiis, que significa
significa ““coberto”).
coberto” ). É É umum lenço branco de
lenço branco de
forma
forma oblonga
oblonga ou ou retangular,
retangular, com com compridas
compridas fitas fitas cosidas
cosidas aa dois de
dois de
“eus ângulos. Em algumas ordens
íicus ângulos. Em algumas ordens religiosas, ainda religiosas, ainda sc sc usa
usa oo amito
amito
em
om forma
forma de dc capuz.
capuz, sobresobre aa cabeça.
cabeça. Mas, para os
M as, para os demais
demais sacer-
sacer­
dotes,
dotes, o o prescrito
prescrito éc ulilizú-lo
utilizá-lo por por baixo
baixo da da alva,
alva, quando
quando esta esta não
não
encobre
encobre completamente
completamente as as vestes comuns que
vestes comuns que circundam
circundam oo pescoço. pescoço.
ÀA Igreja
Igreja fez fez do amito um
do amito um símbolo
símbolo do do ““capacete
capacete de de salvação”
salvação” de dc
que
que nosnos fala
fala São São Paulo.
Paulo, que protege aa cabeça
que protege contra os
cabeça contra os ataques
ataques de dc
Satanás
Satanás.
294 A MISSA

AA segunda
segunda peça importante vestida
peça importante vestida pelopelo sacerdote.
sacerdote, depoisdepois da da
alva ou túnica. é a estola: uma longa faixa de cor, que sc coloca
alva ou túnica, c a estola: uma longa faixa de cor, que sc coloca
sobre os
sobre os ombros
ombros ee se deixa pender
se deixa pender diante
diante do do peito.
peito. O O uso
uso da da estola
estola
foi introduzido no
foi introduzido no século
século IV, IV, ee parece
parece derivar
derivar da da roupagem
roupagem oficial oficial
que
que os Os juizes
juízes romanos
romanos vestiam
vestiam no no tribunal.
tribunal. AA Tgrcja
Igreja adotou-o
adotou-o como como
simbolo da
símbolo da autoridade
autoridade sacerdotal.
sacerdotal. A A roupagem
roupagem do do princípio
princípio foi foi evo­
evo-
luindo até adquirir a forma de hoje. Na sua liturgia. a Tereja com- ­
luindo até adquirir a forma de hoje. N a sua liturgia, a Igreja com
para
para aa estolaestola àà ““roupa
roupa de imortalidade” que
de imortalidade” que recobre
recobre aa alma alma cristã.
cristã.
Eventualmente,
Eventualmente, aa própria pnSpria estola pode fazer
estola pode fazer asas vezes
vezes da da casula.
casula. Assim,Assim,
para
para oo Brasil,
Brasil, aa Santa
Santa Sé aprovou aa possibilidade
Sé aprovou possibilidade — — sese oo sacerdote
sacerdote
assim
assim o o desejar
desejar — — de de sese substituir
substituir oo conjunto
conjunto alva alva ee casula
casula por por
uma túnica ampla, de cor neutra, com uma estola da cor do tempo
uma túnica ampla, de cor neutra, com uma estola da cor do tempo
ou da
ou festa.
d a festa.
O último
O último paramento
paramento de de que
que oo sacerdote
sacerdote se se reveste
reveste éé aa casula.
casula.
A casula
A casula éé uma vestidura am
um a vestidura ampla. comumente com
pla, comumente adornos, que
com adornos, que pen-pen­
de dos
de dos ombros
ombros do sacerdote. pela
do sacerdote, frente ee pelas
pcla frente costas. Do
pelas costas. Do fatofato dede
envolver o sacerdote derivou o nome latino casula, que significa
envolver o sacerdote derivou o nome latino casula, que significa
“casa pequena”
“ casa pequena” No simbolismo
No simbolismo cristão
cristão denota
denota oo jugojugo de de Cristo,
Cristo, aa
responsabilidade
responsabilidade do do celebrante
celebrante como como cristão
cristão ee como sacerdote.
como sacerdote. Háá
H
dois estilos de casulas: a mais ampla, que pende dos braços aos
dois estilos de casulas: a mais ampla, que pende dos braços aos
lados,
lados, cc sc se chama
chama gótica;
gótica; cc aa atualmente
atualmente menos menos usada, recortada nos
usada, recortada nos
lados
lados para para deixar
deixar os os braços
braços livres,
livres, chamada romana.
chamada romana. A casula
A casula não não
éé senão
senão uma adaptação da capa que os homens vestiam nos primei-
uma adaptação da capa que os homens vestiam nos primei­
ros séculos
ros séculos da da história
história cristi.
cristã.

Interessa-nos olhar
Interessa-nos olhar agora
agora para
para oo celebrante
celebrante detidamente, quando
detidamente, quando
sai
sai da sacristia já
da sacristia já paramentado,
paramentado, pronto
pronto para
para começar
começar aa MMissa.
issa.
Notamosos logo
Notam logo que
que os paramentos exteriores
os paramentos exteriores do
do sacerdote
sacerdote são
são
de cor, uma
de cor, unia corcor que
que não
não éé aa mesma todos os
mesma todos os dias.
dias. Háá cinco
H cinco cores
cores
que dão variedade à liturgia: o branco, o vermelho, o verde, o roxo
que dão variedade à liturgia: o branco, o vermelho, o verde, o roxo
(ou violeta)
(ou violeta) e, e, eventualmente,
eventualmente, oo preto.
preto. OO branco
branco éé simbolo
símbolo de de pu­pu-
reza
reza ee santidade,
santidade, ee também expressa gozo.
também expressa gozo. É aa cor
É cor dasdas festas
festas de de
Nosso
N osso Senhor,
Senhor, da da Santissima
Santíssima Virgem,
Virgem, dos santos que
dos santos que nãonão sãosão már-
m ár­
tires, e utiliza-se também na Páscoa,
tires, e utiliza-se também na Páscoa. O vermelho é a cor do fogo
O vermelho é a cor do fogo
ee dodo sangue. Significa oo fogo
sangue. Significa fogo ardente
ardente do do amor,
amor, ec por por isso
isso éé aa corcor
usada nas
usada nas festas
festas dodo Espírito
Espírito Santo, que no
Santo, que dia de
no dia de Pentecostes
Pentecostes des­ des-
ceu sobre os
ceu sobre os Apóstolos
A póstolos em forma de
em forma de linguas
línguas de fogo. EÉ também
de fogo. também aa
cor das festas
cor das festas dosdos mártires. esses santos
mártires, esses santos que provaram oo seu
que provaram seu amor
amor
aa Cristo
Cristo derramando
derramando oo seu seu sangue
sangue por Ele. Por
por Ele. Por m maioria
aioria de de razão,
razão,
ecmprega-se
cmprega-se no no Domingo
Domingo de de Paixão
Paixão (R (Ramos)
am os) ee na na Sexta-Feira
Sexta-Feira Santa,Santa,
quando
quando se se celebra
celebra aa morte
morte dAquele que éé —
dAqiiclc que — como
como dizia
dizia Santo
Santo A Agos-
gos­
tinho — a “Cabeça dos
tinho — a “ Cabeça dos Mártires” Mártires” O
O verde c a cor que cobre aa
verde é a cor que cobre
terra
terra quando
quando aa natureza
natureza desperta
desperta do seu letargo
do seu invernal.
letargo invernal. E,
Ê, porpor
conseguinte,
conseguinte, aa cor cor dada esperança,
esperança, ee expressa
expressa aa nossa confiança em
nossa confiança em
POR QUE VESTIR PARAMENTOS? 295

alcançar aa vida
alcançar vida eterna.
eterna. É
É aa cor
cor que
que se utiliza nos
se utiliza domingos do
nos domingos do
Tempo Comum. quando a Missa não é de um
Tempo Comum, quando a M issa não é de um santo
santo ou
ou outra
outra festa.
festa.
A cor ro.xa
A cor roxa cvtxa paciência e,
preparação ee aa paciência
cvota aa preparação por isso,
e, por usada
isso, éé usada
nos
nos domingos
domingos ee diasdias de
de semana
semana do Advento ee da
do Advento da Quaresma, quando
Quaresma, quando
não se comemora outra
não se comemora outra festa. festa. A cor
A cor roxa
roxa é
é ainda
ainda utilizada
utilizada nas
nas
M issas de
Missas de defuntos,
defuntos, que
que podem
podem ser também com
celebradas também
ser celebradas casula
com casula
de cor
de preta.
cor preta.

Podemos
Podemos aproveitar
aproveitar o ensejo para
o ensejo brevemente em
passar brevemente
para passar em revista
revista
os principais objetos
os principais objetos sagrados necessários para
sagrados necessários celebração da
para aa celebração da Missa.
M issa.
Entre eles distinguem-se os vasos
Entre eles dislinguem-se os vasos sagrados:
sagrados: especialmente
especialmente o
o cálice
cálice
patena.
ee aa patena. No cálice, o
No cálice, consagrado, transformando-s
vinho éé consagrado,
o vinho transformando-se e no no
Sangue de Nosso Senhor, que é oferecido por nós. E na patena —
Sangue de Nosso Senhor, que é oferecido por nós. E na patena —
que
que tem forma de
tem aa forma de uma pequena bandeja
uma pequena bandeja — — oo pão converte-se no
pão converte-se no
Corpo de
Corpo Jesus, que
de Jesus, igualmente se
que igualmente oferece ao
se oferece Pai em
ao Pai sacrifício pelos
em sacrifício pelos
nossos pecados.
nossos pecados. Por isso, esses
Por isso, esses vasos
vasos sagrados
sagrados sempre
sempre são
são de
de ma-a­
m
terial nobre, sólido
terial nobre, incorruptivel. O
sólido ee incorruptível. normal éé que
O normal metálicos,
sejam metálicos,
que sejam
e. nesse caso, convém que recebam o revestimento de um banho
e, nesse caso, convém que recebam o revestimento de um banho de de
ouro no
ouro seu interior,
no seu interior, que estará em
que estará contacto com
em contacto com .o Preciosissimo
o. Preciosíssimo
Sangue ou
Sangue Sagrado Corpo
ou oo Sagrado Corpo de Cristo. Este
de Cristo. Este banho logicamen-
banho éé logicamen­
te desnecessário quando se trata
te desnecessário quando se trata de
de um
um cálice
cálice ou
ou de
de uma
uma patena
patena
de ouro.
de ouro. Tam Também bém pode suprimir-se quando
pode suprimir-sc quando se utilizam outros
se utilizam outros m me-e­
tais nobres
tais inoxidáveis.
nobres inoxidáveis.
Há também outro
Há também outro vaso sagrado: oo cibório,
vaso sagrado: cibório, que, como oo seu
que, como pró-
seu pró­
prio nome
prio nome indica (ciborium em
indica (cihoriuin latim quer
em latim quer dizer recipiente do
dizer recipiente do ppão),
ão ),
uma copa
éé uma copa que contém as
que contém pequenas com
hóstias pequenas
as hóstias com as quais os
as quais fiéis
os fiéis
comungam.
comungam. Valem respeito da
Valem aa respeito sua confecção
da sua confecção as mesmas observa­
as mesmas observa-
ções que
ções que fizemos propósito do
fizemos aa propósito cálice ee da
do cálice patena. Quando
da patena. Quando oo nú­ nú-
mero de
mero comungantes nâo
de comungantes elevado, pode-se
muito elevado,
não éé muito prescindir do
pode-se prescindir do
cibório, utilizando a própria patena.
cibório, utilizando a própria patena.

Além
Além dos vasos sagrados,
dos vasos sagrados, são importantes vários
são importantes vários outros
outros objetos
objetos
para
para aa celebração
celebração da Eucaristia. São
da Eucaristia. São as toalhas, oo corporal,
as toalhas, corporal, oo san-
san­
guineo e a pala, todos
guíneo e a pala, todos eles
eles de
de pano branco, e,
pano branco, e, finalmente,
finalmente, asas velas.
velas.
Ass toalhas
A toalhas cobrem
cobrem o o altar.
altar. Deve haver
Deve haver pelo menos uma.
pelo menos uma. O cor­
O cor-
poral éé uma
poral uma peça quadrada de
peça quadrada de pano
pano branco,
branco, que que sese estende
estende sobre
sobre
aa toalha. Sobre oo corporal
toalha. Sobre corporal descansarão
descansarão — — nono cálice
cálice ee nana patena
patena — —
o0 Corpo
Corpo ee oo Sangue
Sangue de Jesus;
de Jesu s; dai daí oo seu
seu nome.
nome. OO sanguíneo
sanguíneo éé um um
pano
pano de linho fino
de linho que serve
fino que serve parapara enxugar
enxugar oo cálice no fim da Missa.
cálice no fim da M issa.
AA pala
pala éé umum pequeno
pequeno quadrado
quadrado de de pano
pano rigido,
rígido, com
com oo qualqual se se pode
pode
cobrir o Cálice durante a
cobrir o Cálice durante a celebração, celebração, parapara impedir
impedir que que caia
caia poeira
poeira
OU qualquer impureza no Sangue
ou qualquer impureza no Sangue de Cristo. Sobre de Cristo. Sobre as velas que
as velas que ar­ar-
dem no
dem no altar ou diante
altar ou diante dele dele (Cristo,
(Cristo, LuzLuz dodo m mundo),
undo), basta dizer
basta dizer
que se
que se utilizam
utilizam pelo
pelo menos
menos duas. duas. Em Em dias
dias de festa, são
de festa, são quatro
quatro ou ou
595 A MISSA

seis.
seis. Também vemos. no
Também vemos, no altar ou junto
altar ou junto dele,
dele, um crucifixo, que
um crucifixo, que
recorda constantemente ao sacerdote que está a oferccer o Sacrifício
recorda coiistantemente ao sacerdote que está a oferecer o Sacrifício
do Calvário.
do Calvâáno.

OO MISSAL ROMANO
M IS SA L R OM ANO

Todas as
Todas as orações
orações fixas
fixas queque se se recitam
recitam ou ou se cantam nas
se cantam nas Missas
M issas
de rito
dc latino estão
rito latino estão contidas
contidas num num livro chamado M
livro chamado Missal
issal romano.
romano.
Este livro
Este livro contém
contém também também as as instruções
instruções detalhadas
detalhadas das das cerimônias
cerimônias
que a Igreja prescreve para a celebração da Missa. No Missal
que a igreja prescreve para a celebração da M issa. No M lati-
issal lati­
no,
no, os textos que
os textos que devem
devem ser ser lidos costumam estar
lidos costumam estar impressos
impressos em em
preto,
preto, ao ao passo
passo que que as Instruções vão
as instruções vão em em vermelho.
vermelho. Por esta razão
Por esta razão
são chamadas rubricas da Missa, do latim ruber, que significa “ver-
são cham adas rubricas da M issa, do latim ruher, que significa “ ver­
melho”
melho” Note-se que
Note-se que as as leituras
leituras estãoestão reunidas
reunidas em em vários
vários volumes
volumes
independentes, chamados
independentes, Lecionários.
chamados Lecionários. Depois da
Depois última reforma
da última reforma li­ li-
túrgica,
túrgica, aa riqueza
riqueza das das leituras
leituras éé muito grande.
muito grande.
OO nosso
nosso livro livro dede altar
altar chama-se
chama-se Missal M issal RomRomano,ano, parapara distin-
distin-
gui-lo
gui-lo dos dos utilizados
utilizados pela pela Igreja
Igreja Católica
Católica de de ritos
ritos orientais.
orientais. Devemos
Devemos
recordar
recordar que, que, inclusive antes da
inclusive antes da reforma realizada pelo
reforma realizada pelo Concilio
Concílio Va- V a­
ticano
ticano II, II, que
que autoriza
autoriza as as M Missas
issas em em língua
língua vernácula,
vernácula, o o latim
latim nãonão
era a única língua em que se celebrava a Missa. nem as cerimônias
era a única língua cm que se celebrava a M issa, nem as cerimônias
de rito latino
de rito latino as as únicas
únicas na na sua sua celebração.
celebração, OO latim passou aa scr
latim passou ser
aa língua
língua dominante
dominante na na Igreja
Igreja Católica
Católica devido
devido ao ao que poderiamos
que poderíamos
chamar uma circunstância histórica.
chamar uma circunstância histórica. Durante os primeiros trezentos
Durante os primeiros trezentos
anos
anos da história cristã,
da história cristã, aa língua
língua oficial
oficial dodo culto,
culto, mesmo
mesmo em em Roma,
R om a,
era
cra aa grega.
grega. No
No século
século IV, IV, aa Igreja
Igreja adotou
adotou oo latim,
latim, que
que tinha des-
tinha des­
locado o grego como língua do povo, para que este participasse mais
locado o grego como língua do povo, para que este participasse mais
ativamente do
ativamente do Santo
Santo Sacrifício.
Sacrifício, Por Por essa mesma razão,
essa mesma razão, agora
agora se se em-
em­
pregam línguas
pregam línguas vernáculas.
vernáculas.

Enquanto
Enquanto emem Rom
Roma a as
as cerimônias
cerimônias da
da M Missa se desenvolviam
issa se desenvolviam
segundo as
segundo as linhas
linhas que
que nos
nos são tão conhecidas,
são tão conhecidas, asas comunidades
comunidades cris-
cris­
tãs
tãs de Jerusalém, Antioquia
de Jerusalém, (Síria), Alexandria
Antioqiiia (Síria), Alexandria (E (Egito),
gito), ee Cons-
Cons­
tantinopla
tantinopla (Grécia),
(G récia), desenvolviam
desenvolviam outrasoutras orações
orações ee cerimônias
cerimônias parapara
aa Missa. Poderíamos dizer
M issa. Poderíamos dizer que estavam desenhando
que estavam desenhando outros estilos
outros estilos
de engaste para
de engaste para aa jóia
jóia preciosa
preciosa queque Jesus
Jesus nos doou na
nos doou na Ültima
Ultima Ceia.
Ceia.
Das liturgias dessas
D as liturgias dessas comunidades orientais nasceram
comunidades orientais nasceram as as orações
orações ee
cerimônias
cerimônias da da Missa
M issa queque hoje
hoje conhecemos
conhecemos por por ritos
ritos orientais.
orientais. Diver-
Diver­
sos bispos
sos adaptaram uma
bispos adaptaram uma ouou outra
outra dessas
dessas liturgias
liturgias orientais
orientais àà lingua-
lingua­
gem
gem dodo seu
seu povo,
povo, oo que
que levou
levou aa umauma diversidade
diversidade ainda maior. Como
ainda maior. Como
resultado, temos os
resultado, temos os ritos
ritos bizantino
bizantino (ou grego), oo sírio,
(ou grego), sírio, oo caldeu,
caldeu, Oo
armênio, para
armênio, para mencionar alguns.
mencionar alguns.
O que
O surpreende os
que surpreende os católicos
católicos de de rito
rito latino
latino éé que
que alguns
alguns bispos
bispos
de rito oriental
dc rito tenham rompido
oriental tenham rompido aa sua sua união
união comcom oo bispo
bispo dedc Roma,
Rom a,
O MISSAL. ROMANO 997

O Papa.
Papa. Isto deu
Isto origem às
deu origem igrejas orientais
às igrejas onentais separadas, quer dizer,
separadas, quer dizer,
jerejas que cortaram
itirejas que o vínculo
cortaram o vínculo de unidade com
de unidade o bispo
com o bispo de
de Roma,
Roma,
o Papa.
(1 Papa.
Não podemos
Não podemos expor expor aqui aqui em detalhe as
em detalhe as razões
razões históricas
históricas da da
ruptura
ruptura com Roma.com R o m a . Basta observar que as igrejas orientais que
Basta observar que as igrejas orientais que
romperam com Roma Scão
romperam com R o m a são chamadas
chamadas comumente comumente Igrejas Ortodoxas,
Igrejas Ortodoxas,
ao passo que
ao passo aquelas que
que aquelas permaneceram fiéis
quc permaneceram fiéis se chamam Uniatas
se chamam Uniatas
(quer dizer. unidas).
(quer dizer, unidas). Em conseguência, deparamos com divisões tais
Em conseqüência, deparamos com divisões tais
como aa Tereja
como igreja Católica
CatcMica de de mto rilo oriental,
oriental, aa Igreja Ortodoxa Grega,
Igreja Ortodoxa Grega,
aa lereju Católica de
Igreja Católica de rito arménio ee aa Igreja
rito armênio Ortodoxa Armênia,
Igreja Ortodoxa Armênia, etc, etc.
O último Concílio. c depois os Papas. têm-se esforçado por procurar
O tíltinio Concilio, e depois os Papas, têm-se esforçado por procurar
os caminhos da
os caminhos da união
união das das Igrejas
Igrejas orientais
orientais separadas
separadas com com aa Igreja
Igreja
Católica.
Católica. Mas devemos sublinhar
M a s devemos sublinhar que, que, enquanto
enquanto Deus Deus não n<ão sese dignar
dignar
conceder-nos
concedcr-nos aa alegria alegria destadesta nova nova união,
união, os os católicos
caíólicos dos ritos orien-
dos ritos orien­
tais
tais sãosão lão tão católicos
católicos como como nós. nós. Reconhecem
Reconhecem oo Papa Papa comocomo cabeça
cabeça
espiritual suprema. têm verdadeira Missa c verdadeiros sacramentos,
espiritual suprema, tem verdadeira Missa c verdadeiros sacramentos,
nda que
ainda que as as cerimôntas
cerimônias da da sua sua liturgia
liturgia sejam diferentes ee possuam
sejam diferentes possuam
tradição
tradição própria. própria. EE ternos
temos absoluta
absoluta liberdade
liberdade para para assistir
assistir àà MissaM issa
em suas Ierejas. como cles a têm para assistir às nossas.
cm suas igrejas, como clcs a tem para assistir às nossas.
De talo,
De fato. scse tivermos
tivermos oportunidade,
oportunidade, não não será será m máá idéia
idéia ccompa-
ompa­
recer
recer alguma
alguma vez vez aa uma uma igrejaigreja católica
católica de de rito oriental.
rito oriental. Servirá
Servirá
para entendermos melhor o que significa a palavra católico, quer
para cmcndcrmos melhor o quc significa a palavra católico, quer
dizer. universal,
dizer, universal, que quc abraçaabraça todos todos os os homens
homens ee se adapta aa qual­
se adapta qual-
quer cultura.
quer cultura. Veremos
Veremos tambcm também que que o o que
que de verdade importa
de verdade importa éé oo
úue sesc passa
quc passa na na Missa:
Missa: aa oferenda oferenda de dc cada
cada um um em em união
união com com
Cristo.
Cristo, àa Hóstia Hóstia perfeita.
perfeita, ce não não aa língua
língua em em queque se celebra ou
se celebra ou osos gestos
gestos
que sc
c]ue sc fazem.
fazem.
Podem-se encontrar
Podcm-sc encontrar igrejas igrejas católicas
católicas de de rito oriental nas
rilo oriental nas grangran- ­
des cidades, mas,
des cidades, mas, antes antes de entrarmos nelas,
de entrarmos nelas, devemos
devemos certificar-nos
certificar-nos
de que
dc que se se trata
trata dede uma igreja católica,
urna igreja católica, uniata.
uniata. As igrejas ortodoxas
A s igrejas ortodoxas
não são
não católicas e,c, por
são católicas por isso,
isso, os os católicos
católicos não não devem
dcvcm irir aa elas elas aa
Go
não scr ser (,]uc.
que. ivo
no lugar
lugar onde onde se se encontram,
encontram, não haja uma
não haja uma igreja
igreja cató-
cató­
lica ou existam outras
lica ou c,\istam outras razoes razões para para oo fazerfazer assim.
assim. De De fato,
fato, asas igrejas
igrejas
vrtodoxas — embora separadas — têm verdadeiro sacerdócio ee ver­
ortodoxas — embora separadas — lêm verdadeiro sacerdócio ver-
dadeiros sacramentos.
dadeiros sacramentos.
Dissemos que
Dissemos que foi foi um simples acidente
um simples acidente histórico
histórico oo que quc fezfez do rito
do rito
latino o mais estendido
latino o mais estendido na Igreja. na Igreja. M Masa s esta afirmação, se
esta afirmação, se cremos
cremos
na
na providência
protidência de de Deus.Deus, não não cé estritamente
estritamente certa. certa. Por inspiração
Por inspiração
divina. éé um
di\ina. um fato histórico que
falo histórico quc as as novas
novas ee vigorosas
vigorosas naçõesnações pagãspa gã s
do Ocidente foram
do Oeidcnto foram e\angclizadas por evangelizadas por missionários
missionários de dc rito latino. que
rilo latino, que
Roma enviava.
Roma enviava, ee não não por missionários dc
por missionários de Constantinopla.
Constantinopla. Devemos
Devemos
“Santos
a Sanii)*, cmno como Patrício.
Fãiirício. Bonifácio.
Bonifácio. Agostinho.
Agostinho. Cirilo Cirilo ee Metódio
Metódio o o
to de
bdo de oo Missal
Missal Romano
Ro m a no ler ter sido
sido oo livro
livro dede Missa
Missa da da grande maioria
grande maioria
dos católicos
tii^s cat<'>!icos através
através dos dos tempos.
tempos.
AA propósito
propósito do do Missal. queríamos. finalmente,
Missal. queríamos, finalmente. observar
observar que
que o o
novo Missal Romano sc encontra em muitos países traduzido para
novo Missal Rom ano sc encontra em muitos países traduzido para
as
as respeclivas
respectivas línguas
línguas vernáculas,
vernáculas, pelo
pclo menos
menos nasnas partes
partes relativas às
relativas às
Missas
M dos domingos
issas dos domingos ec dasdas solenidades.
solenidades. Embora
Em bora não seja indispen-
não seja indispen­
sável, é muito util possuir um, para acompanhar melhor todas
sável, é muito útil possuir um, para acom panhar melhor as
todas as
orações ee leituras
orações leituras da
da MMissa.
issa, ee para
para poder
poder aa qualquer
qualquer momento
momento me­ me-
ditar nos
ditar nos seus belos textos.
seus belos textos.

PARTICIPAR DA MISSA
P A R T IC IP A R DA MKSSA

Qual
Qual éé aa melhor
melhor mancira
maneira de participarmos da
de participarmos da MMissa?
issa? NoNo queque
diz
diz respeito
respeito àà nossa atitude durante
nossa atitude durante aa M Missa,
issa, não há discussão
não há possi-
discussão possí­
vel
vel desde
desde aa “Constituição
“ Constituição sobre liturgia” do
sobre liturgia” do Concilio
Concílio Vaticano
Vaticano II, IL,
ee asas subsequentes
subsequentes Instruções
Instruções que aplicam aa reforma
que aplicam reforma litúrgica.
htúrgica. A
A
Missa
M issa éé o o sacrifício,
sacrifício, oo culto
cuito perfeito
perfeito que tributa aa Deus
que tributa Deus Pat
Pai oo próprio
próprio
Cristo e,e, com
Cristo com Ele,Ele, aa Igreja
Igreja inteira,
inteira, o o Corpo
Corpo Místico
Místico de de Cristo,
Cristo, Por
Por
Isso,
isso, todo
todo o o povo
povo presente
presente deve deve participar
participar dela.
dela. de de modo
modo ativo ativo cc
consciente.
consciente. AA M Missa
issa nãonão éé lugar
lugar apropriado
apropriado para para recitarmos
recitarmos ora- ora­
ções privadas. por
ções privada.s, por mais
m ais excelentes
excelentes que sejam. como
que sejam, conio o o terço.
terço.
Na Missa.
Na cumprimos oo nosso
M issa, cumprimos importante papel
nosso importante papel de membros do
de membros do
Povo de Dcus — incorporados ao Corpo Místico de Cristo pelo
Povo de Deus — incorporados ao Corpo Místico de Cristo pclo
Batismoo —
Batism — rezando
rezando ou ou cantando
cantando em em comum. Escutamosos Jesus
connim. Escutam .lesus que
que
nos
nos falafala nasnas leituras,
leituras, no no Evangelho
Evangelho ee na na homilia
homilia da da Missa.
M issa. Nos Nos
momentos de
momentos de silêncio,
silêncio, unimo-nos
unimo-nos ao ao sacerdote
sacerdote nas nas orações
oraçõe.s que que re-re­
cia.
cita. AA participação
participação ativa ativa nana Missa adquire uma
M issa adquire uma significação
significação reno­ reno-
vada conio
vada como supremo
supremo ato ato dede culto
culto queque nósnós ee os nossos irmãos
os nossos irmãos copar-
copar-
ticipantes oferecemos em união com Cristo. O uso da nossa própria
ticipantes oferecemos em união com Cristo. O uso da nossa própria
língua na
língua na M Missa
issa ajuda-nos
ajuda-nos aa ganhar ganhar uma uma consciência
consciência muito muito vivaviva
do
do que que se se passa
passa no no altar.
altar.
Mas
M as éé essencial
essencial recordar
recordar que que aa nossa
nossa participação
participação na na Missa
M issa c«
muito mais que a mera conformidade externa com umas grações €e
muito mais que a mera conformidade externa com umas orações
cerimônias; aa Missa
cerimônias: M issa éé sobretudo
sobretudo o o oferecimento
oferecimento do do sacrificio
sacrifício do do
Calvário,
Calvário, que realizamos com
que realizamos com Jesus.
Jesus.
Pelo ministério visível
Pelo ministério visível dodo seuseu sacerdote
sacerdote ordenado.
ordenado. Jesus Jesus oferece
oferece
àà Santisssma
Santíssim a Trindade
Trindade um um ato ato de adoração que é digno de Deus,
de adoração qiic é digno de Deus,
porque éé oferecido
porque oferecido pelo próprio Filho
pelo próprio Filho de de Deus.
Deus. E um
É um ato ato dede ado-
ado­
ração que
ração que se se expressa
expressa num num alo ato de dc amor
amor infinito. amor que.
infinito, amor que. porpor sua
sua
vez, adquiriu oo seu
vez, adquiriu valor pela
seu valor obediência infinitamente
pela obediência infiniluinenie perfeita
perfeita de dc
Jesus àà vontade
Jesus vontade de de seuseu Pai.
Pai.
Na Missa,
Na M issa, Jesus congrega-nos em
Jesu s congrega-nos cni torno
torno dEle.
dElc. Aceita
,A ceita do do cora-
cora­
ção
ção de de cada
cada um um de de nósnós aa oferenda
oferenda do do nosso amor aa Deus
nosso amor Deus cve dá-lhe
dá-lhe
um valor
um valor eterno unindo-a ao
eterno unindo-a ao seu
scn próprio
próprio amoramor infinito.
infinito. Juntos,
Juntos, Je Je- ­
sus
sus ee nós,
nós, aproximanio-nos
aproximamo-nos de de Deus
Deus cm unidade. Constituímos
cm unidade. Constituímos assim
PARTICIPAR DA MISSA ago

uma só
uma só Vítima,
Vítima, uma
uma só
só Hóstia,
Hóstia, depositada
depositada ao
ao pé do trouo
pé do trono divino.
divino,
Podemos ser
Podemos ser dez
dez ou
ou dez mil, mas,
dez mil, olhe oo Pai
mas, olhe Pai para onde olhar,
para onde olhar, éé o o
seu Filho quem
seu Filho quem Ele Ele vê.
vê. E,
E, enquanto
enquanto o
o am
amoror de
de Deus
Deus flui
flui para
para
Jesus, este
Jesus, este amamoror do
do Pai pelo seu
Pai pelo seu Filho derrama-se sobre
Filho derrama-se cada um
sobre cada um
de nós.
de nós.
É, pois,
É, pois, evidente
evidente que
que aa nossa
nossa atitude
atitude — — aa disposição
disposição ee aa atitude
atitude
da nossa mente e do nosso coração — é mais importante
da nossa mente e do nosso coração — é mais importante que
que todas
todas
as palavras que
as palavras que possamos
possam os pronunciar.
pronunciar. OO sacerdote
sacerdote tem tem que
que falar.
falar,
porque deve realizar o sinal externo que tornará presente a ação
porque deve realizar o sinal externo que tornará presente a ação
do
do Calvário,
Calvário, aquiaqui ee agora.
agora. Nós N ós teríamos
teríamos queque falar
falar ou
ou cantar
cantar — — nos
nos
momentos
momentos apropriados
apropriados —, — , para
para expressar
expressar aa nossa
nossa identificação
identificação com com
o que está acontecendo.
o que está acontecendo. Mas não esqueçamos que cumpririamos.
M as não esqueçamos que cumpriríamos,
poderiamos
poderíamos cumpnir
cumprir aa nossa
nossa parte
parte na
na Missa,
M issa, mesmo
mesmo que que iôssemos
fôssemos
surdo-mudos.
surdo-mudos. Cumprimo-la
Cumprimo-la quando quando realmente
realmente nosnos fazemos
fazem os um um com
com
Jesus: um com Ele no seu ato de amor. Um com Ele na sua função
Jesus; um com Eie no seu ato de amor. Um com Ele na sua função
de
de Vítima.
Vítima.

Que significa
Que significa fazer-se
fazer-se vítima?
vítima? Significa entregar-se no
Significa entregar-se no altar
altar dada
vontade de
vontade de Deus.
Deus. Signmfica
Significa dizer
dizer aoao Senhor
Senhor do do fundo
fundo do do coração:
coração:
““Toma-me,
Toma-me, Senhor,
Senhor, sou sou teu sem condições.
teu sem condições. Faz comigo o que qui-
F az comigo o que qui-
seres. Viver
seres. Viver ee trabalhar,
trabalhar, sofrer
sofrer ou ou morrer:
morrer: oo que que Tu Tu quiseres
quiseres éé oo
que eu
que eu quero;
quero; faça-se
faça-se em mim aa tua
em mim tua vontade.
vontade. Faz-mee instrumento
Faz-m instrumento
para estender o teu reino; ajusta-me ao teu plano sobre mim,
para estender o teu reino; ajusta-me ao teu plano sobre ainda
mim, ainda
que tenhas
que tenhas queque golpear-me
golpear-me com força para
com força para queque eu eu encaixe
encaixe no no meumeu
lugar”. .
lugar”
O pensamento
O pensamento de de nos entregarmos no
nos entregarmos no altar
altar tão
tão incondicional­
incondicional-
mente talvez nos
mente talvez cause um
nos cause um pouco
pouco de de medo.
medo. TalvezTalvez tenhamos
tenhamos que que
admitir que
admitir que não
não nosnos sentimos
sentimos capazes
capazes de de dizer,
dizer, com
com sinceridade
sinceridade aab- b­
soluta, palavras
soluta, palavras de de entrega
entrega tãotão completa.
completa. Então, que
Então, que pelo
pelo menos
menos
queiramos poder
queiramos dizê-las.
poder dizê-las. Em
E m vezvez de de dizer:
dizer: ““Toma-me,
Toma-me, Senhor, Senhor,
sou
sou teu sem condições”,
teu sem condições” , teremos
teremos que que nosnos contentar
contentar com com dizer:
dizer: ““To-To­
ma-me, Senhor,
ma-me, Senhor, ee dá-me
dá-me aa generosidade
generosidade de de querer
querer ser ser teu sem con-
teu sem con­
dições”, . Entregar-se
dições” Entregar-se parcialmente
parcialmente como como vitima
vítima éé melhor
melhor do do que
que nãonão
se entregar
se absolutamente.
entregar absolutamente. Deus
Deus teráterá paciência
paciência com com aa nossanossa atual
atuai
frouxidão, descobrirá
frouxidão, descobrirá em em nós
nós algum
algum traço
traço do do seuseu Filho
Filho e,e, com
com aa
sua graça,
sua graça, nos elevará ao
nos elevará nível de
ao nível de fortaleza
fortaleza que agora não
que agora não temos.
temos.

Além da
Além da nossa
nossa identificação
identificação com com Cristo
Cristo na na sua
sua função
função de
de Viíti-
V íti­
ma, que
ma, que temos
temos de fazer sem
de fazer sem reservas, há outro
reservas, há outro aspecto
aspecto da nossa
da nossa
participação na
participação na Santa
Santa M Missa que éé de
issa que capital importância.
de capital importância. É É con­
con-
tinuarmos no tempo, pelos laços da caridade, a identificação
tinuarmos no tempo, pelos laços da caridade, a identificação com Jesus com Jesus
que fizemos
que fizemos na na M
Missa.
issa. AA nossa
nossa entrega
entrega como
como vítimas
vítimas seria um gesto
seria um gesto
vazio se
vazio se aa negássemos
negássemos com com as obras, se
as obras, se com
com aa nossa
nossa conduta
conduta faltás-
faltás­
semos à caridade
semos à caridade com os com os nossos irmãos, os
nossos irmãos, os homens.
300 A MISSA

Se
Se nana verdade
verdade somos
som os um um em em Cristo, veremos os
Cristo, veremos os outros
outros com
com os os
olhos
olhos de de Cristo, vê-los-emos como
Cristo, vê-los-emos como alm almasas que temos que
que temos que amar. que
amar, que
salvar, por pouco atraente que nos pareça O seu aspecto cxterno.
salvar, por pouco atraente que nos pareça o seu aspecto externo.
Sc odiarmos
Sc odiarmos de de verdade
verdade uma uma só alma, teremos
só alma, teremos destruído
destruído aa nossa
nossa
união
união com com Jesus, ter-nos-emos separado
Jesus, ter-nos-emos separado de de qualquer
qualquer participação
participação
real na Missa.
real na M issa. Se, sem chegar ao ódio, abrigarmos algum rancor,
Se, sem chegar ao ódio, abrigarmos algum rancor,
por menor
por menor que que seja,
seja, ter-nos-emos
ter-nos-cmos situado
situado numanuma zona marginal, sepa­
zona marginal, sepa-
rados dos
rados dos muitos
muitos feitos
feitos umum queque têm
têm o o direito
direito de aclamarar na
de aclam na Missa:
M issa;
““Santo, santo, santo, Senhor Deus do universo!”
Santo, santo, santo. Senhor Deus do universo!”
Dar-se aa Deus
Dar-se Deus semsem reservas
reservas ee praticar
praticar aa caridade
caridade com com todos:
todos:
estas são
estas são as as disposições
disposições que que nosnos fazem
fazem participar
participar ativamente
ativamente da da
Missa.
M Alegra-nos muito
issa. Alegra-nos muito que que o o Concílio
Concilio Vaticano
Vaticano II II tenha
tenha permi-
permi­
tido que
tido que aa Missa
M issa se se diga
diga na nossa língua,
na nossa língua, porque
porque se tornou mais
se tornou mais
facil a nossa participação externa e Interna. Mas, sempre, o essen-
fácil a nossa participação externa e interna. M as, sempre, o essen­
cial na
cial na nossa participação na
nossa participação na Missa, diga-se em
M issa, diga-se em latim,
latim, português
português ou ou
inglês, continua
inglês, continua àá ser ser aa sua
sua raiz
raiz no interior da
no interior da nossa
nossa alma,
alma,

Háá mil
H mil ee quinhentos
quinhentos anos, anos, oo latipi
latim era
era aa língua
língua vulgar
vulgar do povo
do povo
no Império
no Império Romano.Rom ano. Quando Quando as as pessoas
pessoas iam iam àã M Missa,
issa, entendiam
entendiam
o que
o que se se fazia
fazia e, e, mais
m ais ainda,
ainda, contribuiam
contribuíam para para o o que
que sc fazia, O
se fazia, Ora-
ra­
vam com
vam com oo sacerdote
sacerdote ee com com ele ele cantavam,
cantavam, ee faziam-no
faziam-no com com plena
plena
compreensão porque
compreensão porque aa MissaM issa se se dizia
dizia nana sua língua habitual.
sua língua habitual. Nasas
N
procissões do
procissões do Ofertório
Ofertório ee da da Comunhão,
Comunhão, dirigiam-se
dirigiam-se ao altar para
ao altar para
levar seus
levar seus dons
dons ee receber
receber oo dom dom divino.
divino. Com Com uma participação
uma participação
tão ativa na Missa, era-lhes fácil perceber que formavam uma
tão ativa na M issa, era-lhes fácil perceber que form avam uma co­ co-
munidade, aa comunidade
munidade, comunidade cristã, cristã, consagrada
consagrada com Cristo, sua
com Cristo, sua Cabeça,
Cabeça,
àà tarefa
tarefa de de reconciliar
reconciliar o o homem
homem com Deus,
com Deus.
Mas das terras não civilizadas do norte
M as das terras não civilizadas do norte da Europa irromperam
da Europa irromperam
as tribos bárbaras.
as tribos bárbaras. Estes pagãos
Estes pagãos invadiram
invadiram oo Império
Império romano,
romano, tra- tra­
zendo consigo
zendo consigo as suas próprias
as suas próprias línguas,
línguas, dasd as quais surgiram muitos
quais surgiram muitos
dos idiomas
dos idiomas modernos
modernos da Europa atual.
da Europa atual. Pouco
Pouco aa pouco,pouco, oo latimlatim
sofreu transformações sucessivas, deixando de ser a lingua do povo.
sofreu transformações sucessivas, deixando de ser a língua do povo.
Tornou-se um
Tornou-se umaa língua
língua ““morta”,
m orta” , que que ninguém
ninguém além além dasdas pessoas
pessoas cul­cul-
tas falava.
tas Gradualmente, oo povo
falava. Gradualmente, povo foi ficando para
foi ficando trás no
para trás no ofereci-
ofereci­
mento do
mento Santo Sacrifício,
do Santo Sacrifício, até até este
este sese tornar
tornar uma trabalho exclusivo
um a trabalho exclusivo
do sacerdote, do sacerdote assistido por uns poucos ajudantes ee por
do sacerdote, do sacerdote assistido por uns poucos ajudantes por
um
um coro coro profissional.
profissional, JJáá não não eraera tão patente que
tào patente que aa Missa
M issa éé aa ação
ação
de lodo
de todo oo Corpo Mistico de
Corpo Místico de Cristo.
Cristo. Para
Para o o povo
povo inculto,
inculto, aa Missa
M issa
converteu-se assim
converteu-se assim num num espetáculo:
espetáculo: algo algo aa que
que devia
devia assistir
assistir ee que de-
que de­
via ver, mas em que não tinha parte.
via ver, mas em que não tinha parte.
Com isso,
Com isso, porém,
porém, aa MissaM issa não não perdeu
perdeu nadanada dos dos scus
seus valores
valores
essenciais.
essenciais. Nela, Nela, Jesus Cristo continuava
Jesu s Cristo continuava aa oferecer-se
oferecer-se aa Deus, pelo
Deus, pelo
ministério
ministério do do sacerdote,
sacerdote, como Oferenda perfeita,
como Oferenda como Sacrifício
perfeita, como per-
Sacrifício per­
feito.
feito. A A M Missa
issa era
era — — ee éé — — aa Grande
Grande Ação,Ação, aa Grande
Grande Obra Obra de de
PARTICIPAR DA MISSA 301

Cristo na
Cristo na sua
sua Igreja: adorar aa Deus
Igreja: adorar redimir oo homem.
Deus ee redimir homem. M Mas,
as,
cjliando o
quando o povo deixou de
povo deixou de tomar ativa na
parte ativa
tomar parte M issa, esta
na Missa, perdeu
esta perdeu
grande parte
grande parte dodo seuseu valor secundário: do
valor secundário: seu valor
do seu como monitora
valor como monitora
da vida cristã
da vida cristã ee modeladora
m odeladora da da mente cristã.
mente cristã. Quando
Quando o parti-
povo parti­
o povo
cipava ativamente da Missa, esta lhe recordava constantemente aa sua
cipava ativamente da M issa, esta lhe recordava constantemente sua
unidade com
unidade Cristo ee de
com Cristo de uns com os
uns com os outros.
outros.
Enquanto recitavam ou cantavam as
Enquanto recitavam ou cantavam as orações
orações da da M Missa,
issa, osos fiéis
fiéis
viviam
viviam com Cristo aa sua
com Cristo paixão, morte
sua paixão, morte ee ressurreição.
ressurreição. A A sua reli-
sua reli­
gião estava
gião estava impregnada
impregnada de
de alegria,
alegria, porque
porque lhes
lhes recordava
recordava vivamente
vivamente
que
cjue Cristo
Cristo osos havia
havia resgatado
resgatado do pecado ee da
do pecado da morte
morte e, e, por sua Tes-
por sua res­
surreição, lhes havia
surreição, lhes havia dado penhor da
dado oo penhor da vida eterna. Era
vida eterna. Era também
também
uma religtão
uma religião centrada
centrada em em Cristo; saiam da
Cristo; saíam da igreja conscientes da
igreja conscientes sua
da sua
obrigação de participar da obra redentora de Cristo e da sua respon-
obrigação de participar da obra redentora de Cristo e da sua respon­
sahilidade para com
sabilidade para com o o próximo.
próximo.

Quando os
Quando fiéis deixaram
os fiéis deixaram de de participar
participar de de forma
form a inteligível
inteli.gível na na
liturgia
liturgia (“liturgia”
(“ liturgia” éé uma palavra grega
uma palavra grega que significa ““obra”,
que significa obra” , ““tare-
tare­
fa”),
fa” ), aa suasua vidavida espiritual
espiritual foi foi sofrendo
sofrendo uma uma m mudança gradual. Por
udança gradual. Por
um
um lado, centrava-se menos
lado, centrava-se menos em em Cristo
Cristo ee maism ais nas nas pessoas,
pessoas, que que se se
preocupavam m
preocupavam mais
ais com
com aa sua sua almaalma ee menosmenos com com aa do do próxim
próximoo ee
com
com as as suas
suas necessidades.
necessidades. Em
Em sua mente, pensavam
sua mente, pensavam m mais como in-
ais como in­
divíduos que
divíduos que comocomo membros
membros interdependentes
interdependentes do do único
único Corpo
Corpo Místico.
Místico,
A religião
A religião perdeu
perdeu parteparte do do seuseu caráter gozoso àà medida
caráter gozoso medida que que osos cris­
cris-
tãos foram perdendo
tãos foram perdendo parte parte da da alegre confiança na
alegre confiança na eficácia
eficácia da d a re­re-
denção
denção de de Cristo aphcada aa stsi mesmos.
Cristo aplicada mesmos. (Começaram
Com eçaram aa ficar ficar mais
m ais
preocupados
preocupados com com aa inclinação
inclinação pessoal pessoal parapara o o pecado
pecado e,e, em conse-
em conse­
quência, passaram aa encarar
qüência. passaram encarar aa ““virtude”
virtude” primordialmente
primordialmente como como pre- pre­
servação
servação do do pecado.
pecado. N Nãoão há dúvida de
há dúvida de que
que preservar-se
preservar-se do do pecado
pecado
éc Imprescindivel,
imprescindível, mas m as nãonão éé senãosenão oo começo.
começo. Não
N devemos esfor-
ão devemos esfor­
car-nos
ça r-nos apenas
apenas por por permanecer
permanecer sem sem pecado;
pecado; devemos
devemos trabalhar
trabalhar com com
Jesus
Jesus para para aumentar
aumentar aa nossa nossa caridade,
caridade, o o nosso amor.
nosso amor.
A perda
A perda da intima participação
da íntima participação do do povo
povo na na liturgia
liturgia teve
teve outra
outra
consequência.
conseqüência. Com Com oo obscurecimento
obscurecimento do sentido da
do sentido da Missa, come-e­
M issa, com
çaram
çaram aa florescer
florescer as as devoções
devoções privadas
privadas de de todos
todos os os gêneros.
gêneros. O de-O de­
sejo
sejo humano
humano de de participar
participar do culto empurrou
do culto empurrou os os fiéis para as
fiéis para as nove­
nove-
nas e para outras formas
nas e para outras form as de piedade não de piedade não litúrgicas.
litúrgicas. NenhumaNenhuma delas delas
cra má
era má — qualquer forma
— qualquer form a de oração éé boa
de oração boa ee agradável
agradável aa Deus Deus — —, ,
mas, com muita frequência,
mas, com muita frequência, essas devoções essas privadas tom
devoções privadas tornaram-se
aram -se m mais
ais
importantes do
importantes do queque aa própria
própria M Missa;
issa; ee o o que
que está
está em primeiro lugar
em primeiro lugar
deve ocupar
deve ocupar oo primeiro
primeiro lugar.
lugar.
Devemos
Devemos estar agradecidos ao
estar agradecidos ao Concílio Vaticano II
Concilio Vaticano II ee aos
aos recentes
recentes
Papas por
Papas terem posto
por terem posto tanto
tanto empenho
empenho em em devolver
devolver àà liturgia
liturgia oo lugar
lugar
que lhe
que lhe corresponde:
corresponde: como como centro
centro da da vida
vida ee do do culto
culto cristãos.
cristãos. OO
século XX
século passará àà história
X X passará história cristá
cristã como
com o aa era era em em que,
que, graças
graças aa
esta renovação, aa liturgia
tísta renovação, liturgia reviveu
reviveu com comoo ponto
ponto focal focal da piedade e
da piedade
302 A MISSA

da vida
da vida cristãs.
cristãs. Por isso.
Por isso. éé dever
dever de
de cada
cada umum dede nós
nós aprofundar
aprofundar no no
conhecimento do
conhecimento do significado
significado da da MMissa
issa ee aumentar
aumentar o o seu
seu am
amor
or porpor
ela. "Temos
ela. Tem os que tornar mais
que tornar completa aa entrega
mais completa entrega dede nós mesmos que,
nós mesmos que,
em união
cm com Cristo,
união com fazemosos na
Cristo, fazem Santa Missa,
na Santa M issa, unir-nos
unir-nos m mais estrei-
ais estrei­
tamente aos nossos irmãos pelos laços da comum fraternidade.e viver
tamente aos nossos irmãos pelos laços da comum fraternidade e viver
aa Missa
M issa levando
levando aa nossa
nossa entrega
entrega pessoal
pessoal ee 0o amor fraterno aa todas
am or fraterno todas
as atividades
as de cada
atividades de cada dia.
CapítuLo XXVIII

A SAGRADA COM
A SAGRADA UNHÃO
COMUNHÃO

TÃOO P
TÂ PERTO
E R T O DE CRISIO
DE C R IS IO

Naa augusta
N augusta Ação
A ção aa que
que cham
chamamos Santa Missa,
am os Santa M issa, oo pão
pão ee oo vinho
vinho
transformam-se no Corpo e no Sangue de Jesus. Mas seria um grave
transformam-se no Corpo e no Sangue de Jesus. M as seria um grave
erro supor
erro supor queque aa M Missa não éé senão
issa não senão oo meiomeio ou ou instrumento
instrumento para para
confeccionar aa Sagrada
confeccionar Sagrada Eucaristia.
Eucaristia. A A Missa
M issa temtem umum fim fim próprio:
próprio:
éé um
um Sacrifício que constantemente renova no tempo o Sacrifício da
Sacrifício que constantemente renova no tempo o Sacrifício da
Cruz. EE cé um
Cruz. um tema
tema tão
tão grandioso
grandioso que foi preciso
que foi preciso dedicarmos
dedicarmos aa ele ele
um
um estudo
estudo àà parte.
parte. Agora
A gora vamos
vam os verver aa Eucaristia
Eucaristia comocomo Sacramento.
Sacramento.
Ao chegarmos
Ao chegarmos aa este este ponto,
ponto, surgem-nos
surgem-nos naturalmente
naturalmente algum algumasas
perguntas:
perguntas: Que fim
Que tem oo sacramento
fim tem sacramento ddaa Eucaristia?
Eucaristia? Que efeitos
Que efeitos
produz na
produz na alm
alma?a? Sabemos
Sabem os que que cada sacramento produz
cada sacramento produz oo seuseu efeito
efeito
ou efeitos próprios.
ou efeitos próprios. Se Se o o fim
fim dede todos
todos os sacramentos fosse
os sacramentos fosse simples-
sim ples­
mente
mente dar-nos
dar-nos aa mesma
mesma espécie
espécie dede graça, teria bastado
graça, teria bastado que que houvesse
houvesse
um só;
um não haveria
só; não haveria necessidade
necessidade de de Jesus
Jesus Cristo
Cristo terter instituído
instituído sete.
sete.

OO sacramento
sacramento da Sagrada Eucaristia
da Sagrada Eucaristia foi foi instituído
instituído como alimento
como alimento
espiritual.
espiritual. Por Por isso,
isso, oo sinal externo desse
sinal externo sacramento, as
desse sacramento, aparên-
as aparên­
clas do pão e do
cias do pão e do vinho, são vinho, são sinais
sinais dede alimento,
alimento, como
como o o sinal
sinal externo
externo
do Batismo,
do Batismo, aa água, água, éé sinal
sinal dede limpeza.
limpeza. AA ação ação pela
pela qual
qual nós,nós, como
como
indivíduos,
indivíduos, recebemos
recebemos aa Sagrada
Sagrada Eucaristia
Eucaristia éé uma uma açãoação de de comer:
comer:
ingerimos as aparências do
ingerimos as aparências do pão e do vinho pão e do vinho sobsob asas quais
quais Jesus está
Jesus está
realmente presente.
realmente presente. E Esta
sta ação chama-se Comunhão.
ação chama-se Comunhão. Visto Visto aa E Euca-
u ca­
ristia ser
ristia um alimento
ser um alimento espiritual,
espiritual, éé de de supor
supor queque cause
cause na na almalmaa efeitos
efeitos
análogos aos
análogos aos do do alimento
alimento material
material em em relação
relação ao ao curpo.
curpo. EE assim assim é.é.
OO primeiro
primeiro ee oo mais mais importante
importante dos dos efeitos
efeitos dodo alimento
alimento m mate-
ate­
ral
rial éé tornar-se
tornar-se uma uma só só coisa
coisa comcom quemquem oo come:
come: transforma-se
transforma-se na na
substância da
^nbstância da pessoa
pessoa que
que o o ingere
ingere ee torna-se
torna-se parte dela.
parte dela. Na
N a Sagrada
Sagrada
Comunhão, passa-se
Úomunhão, espiritualmente algo
passa-se espiritualmente algo dede parecido,
parecido, m masas com
com uma uma
erande diferença.
Ifrande Opera-se um
diferença. Opera-se umaa união entre aa pessoa
união entre pessoa ee oo alimento,
30! A SAGRADA COMUNHÃO

mas, neste caso,


mas, nesle caso, éé oo individuo
indivíduo quemquem se se une
une ao ao alimento,
alimento, m mais
ais dodo
que o alimento ao indivíduo. O inferior une-se ao superior: tor-
que o alimento ao indivíduo. O inferior une-se ao superior: tor­
namo-nos uma
namo-nos uma só só coisa
coisa comcom Cristo.
Cristo.
A nossa união sacramental com
A nossa união sacramental coin Cristo
Crislo não consiste na
não consiste na mera
mera
união física
união física entre
entre oo nosso
nosso corpo
corpo ee aa Sagrada
Sagrada Hóstia
H óstia que que recebemos.
recebemos.
E antes
Íí antes aa união união mística
mística ee espiritual
espiritual da da alma
alma comcom Jesus,
Jesus, operada
operada
pela divina
pela virtude do
divina virtude do amor
am or mediante contacto físico
mediante contacto físico comcom oo sagrado
sagrado
Corpo
Corpo de Jesus. Este
de Jesus. Este efeito
efeito — — aa incorporação
incorporação místicamística da da alma
alma aa
Jesus por meio da caridade — produz-se “ex opere operato”, , como
Jesu s por meio da caridade — produz-se “ ex opere operato” como
dizem
dizem os os teólogos.
teólogos. Quer Quer dizer, produz-se pela
dizer, produz-se virtude do
pela virtude próprio sa-
do próprio sa­
cramento,
cramento, sem esforço da
sem esforço nossa parte.
da nossa parte. SeSe não opomos
não opom os barreiras
barreiras àà
sua ação —
sua ação — como como seriam
seriam as barreiras da
as barreiras da falta
falta dede fé ou fé do oupecado —, —
do pecado
ao recebermos
ao recebermos aa comunhão comunhão unimo-nos
unimo-nos infalivelmente
infalivelmente de de umum modo
modo
intimo aa Jesu
íntimo Jesuss pelopelo laço
laço dada caridade.
caridade.
Esta maravilhosa fusão da alma
Esta maravilhosa fusão da alma com com Jesu
Jesuss éé dede um tipo muito
um tipo muito
especial. Evidentemente, não
especial. Evidentemente, não nosnos tomtornamos
am os “parte
“ parte de de Deus”,
Deus” , nãonão
nos unimos
nos unimos aa Jesus Jesus por por uma únião hipostática
uma únião hipostática comocomo aa que que existe
existe
entre aa sagrada
entre sagrada Humanidade
Hum anidade de Cristo ee aa sua
de Cristo Natureza divina.
sua Natureza divina. A A
união
união com com JesusJesus que que aa Sagrada
Sagrada Comunhão
Comunhão opera opera em em nósnós éé dede umum
tipo único
tipo único na na sua
sua espécie.
espécie. ÉÉ muito muito maism ais que
que aa união
união ““ordinária”
ordinária”
com Deus
com Deus que que oo Espírito Santo estabelece
Espírito Santo estabelece em em nós pela graça
nós pela graça santi-
santi­
ficante, mas é menos que a união final e da máxima intimidade de
ficante, m as é menos que a união final e da m áxim a intimidade de
que gozaremos
que gozaremos no no céu
céu comcom aa visão
visão beatífica.
beatífica. AA união união nãonão éé nemnem
hipostática
hipostática nem nem beatífica:
beatífica: éé muito
muito simplesmente
simplesmente Comunhão.
Comunhão.

Ao unirmo-nos aa Cristo
A o unirmo-nos nessa união
Cristo nessa união íntima
íntima ee pessoal.
pessoa!, uma
uma união
união
tão particular,
tão unimo-nos também
particular, unimo-nos também aa todostodos os que estão
os que estão ““em”
em” Cristo,
Cristo,
aos
aos outros
outros membros
membros do seu Corpo
do seu Corpo Místico.
Místico. AA união com Cristo
união com Cristo na
na
Sagrada Comunhão é o laço de caridade que nos faz uma só coisa
Sagrada Comunhão é o laço de caridade que nos faz uma só coisa
com
com o o próximo.
próximo. Não N ão podemos
podem os experimentar
experimentar um um crescimento
crescimento no no
amor
amor aa Deus,Deus, queque aa nossa
nossa união
união com
com DeusDeus nosnos comunica,
comunica, sem sem ex-
ex­
perimentar
perimentar ao mesmo tempo
ao mesmo tempo um um crescimento
crescimento no no amor
am or ao
ao próximo.
próximo.
E o fruto das nossas comunhões torna-se suspeito se continuamos
E o fruto das nossas comunhões torna-se suspeito se continuamos
aa manter
manter preconceitos
preconceitos de de nação
nação ou ou dede raça,
raça, sese guardamos
guardam os rancor
rancor
ao próximo,
ao próximo, se se não
não vemos melhorar aa nossa
vemos melhorar nossa afabilidade,
afabilidade, compaixão,
com paixão,
paciência
paciência ee compreensão
compreensão para para comcom osos demais.
demais.
OO próprio
próprio sinal
sinal desse
desse sacramento
sacramento simboliza
simboliza aa nossanossa absoluta
absoluta
unidade
unidade com com Cristo.
Cristo. M Muitos grãos de
uitos grãos de trigo
trigo sese juntaram
juntaram no no pão
pão que
que
se
se converterá
converterá no no Corpo
Corpo de de Cristo.
Cristo. M Muitos
uitos grãos
grãos de uva foram
de uva foram es-es-
premidos
premidos juntosjuntos para encher oo cálice
para encher cálice que conterá oo Sangue
que conterá Sangue dede Cristo.
Cristo.
Somos
Som os muitos num.
muitos num. EE esse
esse Um
Um éé Cristo.
Cristo. “E
“ E oo pão
pão que
que partimos
partimos
não éé aa comunhão
não comunhão dodo corpo
corpo dede Cristo?
Cristo? Porque oo pão
Porque pão éé um
um só,
só, €e
nós, embora muitos,
nós, embora muitos, formamos
form am os umum só corpo, pois
só corpo, pois participamos todos
participamos todos
desse
desse único
único pão”
pão” (1 Cor
(1 C 10, 17).
or 10,
TÃO PERTO DE CRISTO 305

Pode ser oportuno


Pode ser oportuno fazer
fazer aquiaqui uma
uma observação.
observação. O amor aa Deus
O amor Deus
ee ao
ao próximo de que vimos fatando não é um amor sentimental nem,
próximo de que vimos falando não é um amor sentimental nem,
necessariamente, emocional.
necessariamente, emocional. Podemos crescer
Podemos crescer em amor aa Deus
em amor ao
Deus €ee ao
próximo sem “sentir” a emoção que se sente nas relações humanas
próximo sem “ sentir” a emoção que se sente nas relações humanas
de afeto. Aliás,
de afeto. emoção éé um
Aliás, aa emoção um guia
guia de de pouca confiança. Não
pouca confiança. N ão
devemos preocupar-nos se a nossa emotividade permanece inalterada;
devemos preocupar-nos se a nossa emotividade permanece inalterada;
devemos eficácia das
medir aa eficácia
devemos medir das nossas comunhões frequentes
nossas comunhões freqüentes pela me-
pela me­
lhora no
lhora nosso m
no nosso modo
odo dede serser ee de agir.
de agir.

Quando oo organismo
Quando organismo se se alimenta,
alimenta, ee transform
transformaa oo alimento
alimento na na
sua
sua própria
própria substância,
substância, qual qual éé o o resultado?
resultado? N primeiras etapas
Nasas primeiras etapas da da
vida. o efeito mais notável é o crescimento: ganhamos em força ee
vida. o efeito mais notável é o crescimento: ganhamos em força
estatura. Outro
estatura. Outro dos dos efeitos conservar aa vida:
efeitos éé conservar vida: o alimento repara
o alimento repara
consuuuemcnte as
constantemente as célutas desgastadas ee consum
células desgastadas consumidas idas do corpo ee pro-
do corpo pro-
porciona-lhe os elementos de defesa contra as infecções. O alimento
porci(ina-lhe os elementos de defesa contra as infecções. O alimento
tem também
tem também um um valor medicinal: muitos
valor medicinal: muitos doentes
doentes não não precisam
precisam de de
outra
outra medicação
medicação além além de de um regime equilibrado
um regime equilibrado de comida para
de comida para
recuperarem
recuperarem aa saúde. saúde.
Dado
D ado queque aa Sagrada
Sagrada Eucaristia
Eucaristia éé alimento,
alimento, éé lógicológico esperar
esperar que que
produza
produza na na alma
alma os mesmos efeitos
os mesmos efeitos queque oo alimento
alimento material
material produzproduz
no corpo.
no corpo. Já fizemos notar
-Tá fizemos notar que que oo processo
processo de de união
união entreentre o o ali­
ali-
mento
mento ee aquele
aquele que que oo toma toma atua atua em em sentido
sentido contrário
contrário na na Sagrada
Sagrada
Eucaristia:
Eucaristia: nesteneste caso,
caso, quem
quem o o toma
toma une-se
une-se ao alimento. Dessa
ao alimento. D essa uniãounião
única
única ee intima
íntima derivam
derivam outras outras consequências.
conseqüências.
AA primeira
primeira éé o o crescimento espiritual que
crescimento espiritual que se se produz
produz pelos pelos repe­
repe-
tidos incrementos
lidos incrementos de de graça santificante que
graça santificante que aa Sagrada
Sagrada Comunhão
Comunhão
comunica.
comunica. ÉÉ próprio
próprio de de cada
cada sacramento
sacramento dar dar ou aumentar aa graça
ou aumentar graça
santificante.
santificante. No
No entanto,
entanto, cada cada um um dosdos outros sacramentos tem
outros sacramentos tem um um
fim especifico
fim próprio, além
específico próprio, além de de conferir
conferir aa graça
graça santificante.
santificante. OO B Ba-a ­
tismo apaga oo pecado
tismo apaga pecado original,
original, aa Penitência
Penitência perdoa
perdoa oo pecadopecado atual, atual,
aa Confirmação
Confirmação fortalece fortalece aa fé, fé, o o Matrimônio santifica os
M atrimônio santifica esposos, ee
os esposos,
assim por
assim por diante.
diante. Mas
M as aa Sagrada
Sagrada Eucaristia
Eucaristia éé um um sacramento
sacramento cujo cujo
fim
fim especial
especial éé aumentar
aumentar aa graça graça santificante,
santificante, repetida
repetida ee frequente-
frequente­
mente, por
mente, por meiomeio da da união
união pessoal
pessoal com com oo próprio
próprio Autor A utor da da graça.
graça.
Esta aa razão
Esta razão pela pela qualqual aa Eucaristia
Eucaristia éé o o sacramento
sacramento por por excelência
excelência
do crescimento
do espiritual: aumenta-nos
crescimento espiritual: aumenta-nos aa estatura estatura ee aa força
força espirituais.
espirituais.
Esta éé também
Esta também aa razão razão pela pela qual devemos estar
qual devemos estar jájá em em estado
estado
de graça
tie graça santificante
santificante ao ao recebermos
recebermos aa SagradaSagrada Comunhão.
Comunhão. O O alimento
alimento
material não
material não podepode beneficiar
beneficiar um um corpocorpo morto
morto ee aa Sagrada Fucaristia
Sagrada Eucaristia
tao pode beneficiar uma alma
Ruo pode beneficiar uma alma morta. É evidente, alémmorta. É evidente, além disso,
disso, que que
" Pessoa
pessoa que que comungasse
comungasse sabendo sabendo estar estar cm em pecado mortal, acres­
pecado morlal. acres-
centaria
centaria uma uma nova dimensão de
nova dimensão culpa ao
dc culpa seu estado
ao seu estado pecaminoso:
pecaminoso:
cOmeteria o gravíssimo pecado de
cometeria o gravíssimo pecado dc sacrilégio. N o mesmo sacrilégio. No mesmo ato ato em em queque
%€ Oferecesse
oferecesse externamente
externamente aa Jesus, Jesus, na na união
união de de amamor que éé aa essên-
or que essên­
306 A SAGRADA COMUNHÃO

cia
cia da Comunhão, opor-se-ia
da Comunhão, opor-se-ia aa Ele
Ele pelo
pelo não
não aa Deus que oo estado
Deus que estado
de pecado mortal acarreta implicitamente.
de pecado mortal acarreta implicitamente.
O alimento
O alimento material
material não
não devolve
devolve aa vida
vida aa um
um corpo
corpo morto,
morto, m masas
devolve
devolve aa saúde
saúde aa um
um corpo
corpo debilitado.
debilitado. De De m modo análogo, aa recep-
odo análogo, recep­
ção da
ção da Sagrada Eucaristia não
Sagrada Eucaristia não perdoa
perdoa oo pecado mortal, mas
pecado mortal, m as perdoa
perdoa
o venial,
o venial, sempre
sempre que, naturalmente, quem
que, naturalmente, quem comunga
comunga esteja
esteja arrepen­
arrepen-
dido desses pecados. Outra vez opera aqui o amor. O que poderia-
dido desses pecados. Outra vez opera aqui o amor. O que podería­
mos chamar
mos chamar ““descarga”
descarga” de amor que
de amor que Jesus lança na
Jesus lança na alma
alma no no m mo.o­
mento da
mento união pessoal,
da união tem tal
pessoal, tem tal força
força purificadora
purificadora queque limpa
limpa aa alm
almaa
das suas
das suas infidelidades menores.
infidelidades menores. Seja qual for
Seja qual for aa montanha
montanha de de peca­
peca-
dos
dos veniais que embarace
veniais que embarace aa alma,
alma, dissolve-se
dissolve-se ee aniquila-se
aniquila-se (se há
(se há
arrependimento) quando
arrependimento) quando Cristo
Cristo entra
entra emem contacto com ela.
contacto com ela.

O alimento
O alimento não restaura aa vida,
não restaura vida, mas preserva-a.
m as preserva-a. Outro dos
Outro dos
efeitos da
efeitos da Sagrada
Sagrada Comunhão
Comunhão é, é, portanto,
portanto, preservar
preservar aa alma alma da morte
da morte
espiritual, do pecado mortal. Já se deu um passo nessa direção ao
espiritual, do pecado mortal. J á se deu um passo nessa direção ao
ficarem perdoados
ficarem perdoados os os pecados
pecados veniais,
veniais, poispois estes
estes form
formam am aa vertente
vertente
gradual que
gradual que levaleva àà queda brusca ee repentina
queda brusca repentina do do pecado
pecado mortal.
mortal.
Masas aa Sagrada
M Sagrada Com Comunhão
unhão tem tem um um efeito
efeito adiciona!
adicional que que ajuda
ajuda
aa preservar-nos
preservar-nos do do pecado mortal. Atua
pecado mortal. sobre oo que
Atua sobre que osos teólogos
teólogos
denominam “a
denominam “ a proclividade
proclividade para para aa concupiscência”
concupiscência”. . AA concupis- concupis-
cência éé essa
cência tendência para
essa tendência para oo pecado,
pecado, que que éé herança
herança comumcomum de de
todo o gênero humano em resultado da queda de Adão. É a atra-
todo o gênero humano em resultado da queda de Adão. É a atra­
ção das
ção das paixões
paixões desordenadas
desordenadas que que puxam
puxam para para baixo,
baixo, éé o o embate
embate
dos impulsos
dos impulsos rebeldes
rebeldes que controlamos inadequadamente,
que controlamos inadequadamente, éé aa tendên­ tendên-
cia para aa soberba
cia para soberba da da vontade,
vontade, que que quer
quer seguir
seguir oo seuseu caminho
caminho sem sem
contar com Deus.
contar com Deus.
Esta
E concupiscência, esta
sta concupiscência, inclinação para
esta inclinação para oo pecado,
pecado, debilita-se
debilita-se
em nós
em quando recebemos
nós quando recebemos oo sacramentosacramento da Sagrada Eucaristia.
da Sagrada Eucaristia.
Quando uma
Quando uma nave nave espacial
espacial sai sai da da atmosfera terrestre, aa atração
atmosfera terrestre, atração da da
força de gravidade da terra vai-se debilitando à medida que a nave
força de gravidade da terra vai-se debilitando à medida que a nave
se
se aproxima
aproxim a do do sol.
sol. Chega
Chega um um pontoponto em em que,
que, dede fato,
fato, essa força de
essa força de
gravidade fica
gravidade fica completamente
completamente anulada anulada ee os os corpos flutuam livremen-
corpos flutuam livremen­
te no
te no espaço.
espaço. De De modomodo parecido,
parecido, quando quando nos aproximamos
nos aproxim am os mais mais
ee mmais
ais de Jesuss pela
de Jesu pela comunhão
comunhão freqüente,frequente, notamos
notamos que que aa força
força de de
atração da
atração da concupiscência
concupiscência diminui diminui ee oo poder poder da tentação se
da tentação se debilita,
debilita,
NNãoão éé apenas
apenas que que fiquemos
fiquemos m mais fortes (ainda
ais fortes (ainda que que fiquemos,
fiquemos, éé
claro), mas, além disso, o pecado começa a perder em boa
claro), mas, além disso, o pecado começa a perder em parte
boa parte
o seu
o atrativo ee com
seu atrativo começamos
eçam os aa ver ver os os nossos
nossos apegamentos
apegamentos de de ontem
ontem
como são
como são na na realidade:
realidade: bugigangas
bugigangas sem sem valor.
valor. Não N ão éé fácil alcançar
fácil alcançar
nesta vida
nesta vida esseesse ponto
ponto de de não-gravidade,
não-gravidade, m masas podemos
podemos chegar
chegar muito muito
perto dele.
perto dele.
AA Sagrada
Sagrada Comunhão
Comunhão nos nos une une com Cristo ee aumenta
com Cristo aumenta oo nosso nosso
amor aa Deus
amor Deus ee ao próximo: incrementa
ao próximo: incrementa em em nósnós aa graça santificante,
graça santificante.
COMUNGAR? 807
QUEM PODE

perdoa o
O pecado
pecado venial; enfraquece aa concupiscência
venial; enfraquece e, assim,
concupiscência e, pre-
assim, pre­
perdoa
serva-nos
serva-nos do do pecado
pecado mortal.
mortal. Finalmente, como toda
Finalmente. como toda boa alimenta-
boa alimenta­
ção, anima-nos a trabalhar.
ção, anima-nos a trabalhar. Quem comunga com frequê
Quem comunga com ncia,
frequência, bem
bem
preparado
preparado ee com com fruto,
fruto, não
não pode
pode ficar encerrado em
ficar encerrado em si mesmo.
si mesmo. O
O
seu
seu horizonte
horizonte espiritual
espiritual vai-sc abrindo m
vai-se abrindo ais ee m
mais mais
ais ao amor de
ao amor Deus,
de Deus,
sente a urgência de fazer coisas por Cristo e com Cristo; fortalecido
ee sente a urgência de fazer coisas por Cristo e com Cristo; fortalecido
pelas
pelas graças
graças da Sagrada Comunhão,
da Sagrada converte-se num
Comunhão, converte-se num cristão apóstolo.
cristão apóstolo.

QUEM PODE
q u em P COM
ODE C U N AR?
O MUNG GAR?

Todo católico
Todo católico que tenha alcançado
que tenha alcançado oo uso uso da da razão
razão ee possua
possua o o
necessário conhecimento pode e deve receber o sacramento da Sa- ­
necessário conhecimento pode e deve receber o sacramento da S a
grada Eucaristia.
grada Eucaristia.
Considera-se que
Considera-se que uma criança chegou
uma criança chegou ao ao uso
uso da da razão quando
razão quando
éé capaz
capaz de distinguir (pelo
de distinguir (pelo menos
menos até até certo ponto) aa diferença
certo ponto) diferença entre
entre
o bem e o mal morais.
o bem e o mal morais. Uma criança de quatro anos pode saber
Um a criança de quatro anos pode saber
que uma
que uma açãoação cé “má” porque desagrada
“ m á” porque desagrada aa seus pais, ee “boa”
seus pais, “ boa” por-por­
que aa louvam
que louvam por por ela.
ela. Mas M as éé incapaz
incapaz de de perceber
perceber que que certas
certas ações
açiões
são boas
são boas ou ou m másás porque
porque correspondem
correspondem ao ao que
que DeusDeus quer quer ou não;
ou não;
não chega
não chega aa captarcaptar as as idéias
idéias abstratas
abstratas de virtude ee pecado.
de virtude pecado. Como Com o
regra “a
regra “ a olho”, aceita-se que,
olho” , aceita-se comumente, uma
que, comumente, uma criança
criança entraentra nono usouso
da razão
da razão aosaos setesete anos
anos de de idade.
idade. Mas M as são poucas as
são poucas as crianças
crianças “*'co-co­
muns”.
muns” . Tanto Tanto mental
mental como como fisicamente.
fisicamente, um umasas se se desenvolvem
desenvolvem m mais
ais
depressa ou
depressa ou maism ais devagar
devagar que outras. C
que outras. Cada criança tem
ada criança tem aa suasua me-me­
dida
dida pessoal
pessoal de de desenvolvimento.
desenvolvimento. ÉÉ responsabilidade
responsabilidade do.s dos pais
pais ee edu­
cdu-
cadores
cadores determinar
determinar quando quando aa criança criança atingiu
atingiu idadeidade suficiente
suficiente parapara
reccber oo sacramento
receber sacramento da da Sagrada Eucaristia.
Sagrada Eucaristia.
Os doentes mentais
Os doentes mentais que que tenham
tenham perdido
perdido por por completo
completo oo con­ con-
tacio com
tacto com aa realidade
realidade não podem comungar.
não podem comungar. Se
Se têmtêm períodos
períodos de de
lucidez,
lucidez, em em que que raciocinam
raciocinam com com coerência,
coerência, podempodem receber
receber aa Sagrada
Sagrada
Comunhão nesses
Comunhão nesses intervalos.
intervalos. Também Tam bém podem podem fazê-lo
fazê-lo se se aa doença
doença
éé apenas parcial ee ainda
apenas parcial ainda são são capazes
capazes de distinguir aa Sagrada
de distinguir Sagrada Euca-Euica-
ristia do pão comum.
ri.stia do pão comum.
A profundidade
A profundidade de de conhecimentos
conhecimentos requerida requerida para para receber
receber aa SSa-a ­
grada Comunhão
grada Comunhão dependerádependerá da capacidade mental
da capacidade mental de cada indivíduo.
dc cada indivíduo.
Evidentemente,
Evidentemente, uma criança de
uma criança de sete
sete anos
anos não não captará
captará aa natureza
natureza da da
Sagrada
Sagrada Eucaristia
Eucaristia tão plenamente como
tão plenamente como um um adulto,
adulto. ee um um analfa-
an alfa­
beto pode
beto pode não compreender as
não compreender as verdades
verdades da da féfé tão
tão claramente
claramente como como
um
um universitário.
universitário. Com Comoo minimo,
minimo, quem quem vai vai comungar
comungar deve deve saber
saber
(e crer) as verdades divinas que são imprescindíveis
fe crer) as verdades divinas que são imprescindíveis para a salv a­ para a salva-
ção: oo conhecimento
ção; conhecimento de de DeusDeus Uno Uno ee Deus Deus Trino.Trino, quc que premia
premia aà
virtude cc castiga
virtude castiga oo pecado;
pecado; ee dc de .lesus
Jesus Cristo.
Cristo. DeusDeus ee homem,
homem, nosso nosso
Redentor.
308 A SAGRADA COMUNHÃO

Naa prática,
N prática, quando
quando as as crianças
crianças sãosão preparadas para aa primeira
preparadas para primeira
comunhão, recebem, naturalmente,
comunhão, recebem, naturalmente, muitomuito maismais doutrina
doutrina que que esse
esse
mínimo.
mínimo. N Não obstante, convém
ão obstante, convém que que os os pais
pais saibam
saibam que, quando
que, quando
uma criança está em perigo de morte, pode e deve receber a Sagrada
uma criança está em perigo de morte, pode e deve receber a Sagrada
Comunhão,
Comunhão, mesmomesmo que que não
não haja
haja feito
feito aa primeira comunhão, sem
primeira comunhão, sem- ­
pre que tenha
pre que tenha idade
idade suficiente para distinguir
suficiente para distinguir aa Sagrada
Sagrada Fucaristia
Eucaristia
do pão comum.
do pão comum. Nestes casos, os pais devem consultar oo pároco
Nestes casos, os pais devem consultar pároco
com
com aa máxim
máxima a diligência.
diligência.

Que
Que outros requisitos são
outros requisitos são necessários para comungar
necessários para comungar dignamen-
dignamen­
te?
te? OO primeiro
primeiro éé não
não estar
estar em
em pecado
pecado mortal.
mortal. A A Sagrada
Sagrada EEuca-
u ca­
ristia
ristia éé oO sacramento
sacramento dodo crescimento espiritual, não
crescimento espiritual, não oo sacramento
sacramento dodo
nascimento espiritual ou
nascimento espiritual ou da medicina espiritual.
da medicina espiritual. Isto pressupõe que
Isto pressupõe que
quem o recebe possua já a vida da graça. A Sagrada Eucaristia éé
quem o recebe possua já a vida da graça. A Sagrada Eucaristia
oo sacramento
sacramento da da união
união amorosa
am orosa de de Cristo
Cristo com com aa alma; alm a; seria
seria mons-
m ons­
truoso
truoso tentar essa união
tentar essa união quando
quando aa alma alma estáestá em em inimizade
inimizade com com DeusDeus
por um pecado grave não perdoado.
por um pecado grave não perdoado. Receber a comunhão sabendo
Receber a comunhão sabendo
que
que sese está
está em pecado mortal
em pecado mortal é, é, emem si,si, um
um novo pecado mortal:
novo pecado mortal:
éé umum grave
grave pecado
pecado de de sacrilégio, porque éé um
sacrilégio, porque um abuso
abuso do do mais
m ais pre-
pre­
cioso
cioso dom dom de de Deus
Deus aos aos homens,
homens, o o dom
dom de de Si mesmo.
Si mesmo.
Se cometemos um
Se cometemos um pecado
pecado mortal,
mortal, não basta um
não basta um ato ato de perfeita
de perfeita
contrição
contrição para podermosos receber
para poderm receber aa Sagrada Comunhão.
Sagrada Comunhão. ÉÉ verdade
verdade
que
que umum ato ato dede contrição
contrição perfeito
perfeito (dor(dor do pecado por
do pecado por amor
amor aa Deus)Deus)
devolve
devolve àà alma alma oo estado
estado de de graça.
graça. No N o entanto,
entanto, para para nosnos protegermos
protegermos
do
do perigo
perigo de de nos enganarmos aa nós
nos enganarmos nós mesmos
mesmos em em matéria
matéria tão tão Impor-
im por­
tante,
tante, ee para proteger aa Sagrada
para proteger Sagrada Eucaristia
Eucaristia do do perigo
perigo da da profanação,
profanação,
aa Igreja
Igreja exige
exige explicitamente
explicitamente que, que, se sabemosos ter
se sabem ter cometido
cometido um um pe­ pe-
cado
cado mortal,
mortal, recorramos
recorramos ao sacramento da
ao sacramento Penitência antes
da Penitência antes de de co-
co­
mungar.
mungar. E essa lei obriga-nos mesmo que sinceramente julguemos
E essa lei obriga-nos mesmo que sinceramente julguemos
ter
ter uma contrição perfeita
um a contrição perfeita por por esse
esse pecado.
pecado.
Isto
Isto nãonão significa
significa que,que, de de cada
cada vez vez queque vamvamosos comungar,
comungar, tenha- tenha­
mosos que
m que passar antes pela
passar antes pela confissão.
confissão. AA confissão regular ee frequente
confissão regular freqüente
éé umauma prática excelente ee muito
prática excelente muito desejável.
desejável. M Mas,
as, enquanto
enquanto tivermos
tivermos
consciência de
consciência de estar
estar livres
livres de pecado mortal,
de pecado mortal, podemos
podemos continuar
continuar co- co­
mungando
mungando todo todo oo tempotempo que que queiramos,
queiramos, sem necessidade de
sem necessidade de nosnos
confessarmos antes.
confessarm os antes.
Devemos
Devemos também também esclarecer
esclarecer que que aa confissão
confissão anles antes da da comunhão
comunhão
só éé necessária
só necessária quando
quando temos temos toda toda aa certeza
certeza de estar em
dc estar em pecado
pecado
mortal.
mortal. Pode acontecer
Pode acontecer que que cometamos
cometamos um um pecado
pecado ee depoisdepois tenha-
tenha­
mos sinceras dúvidas
mos sinceras dúvidas sobresobre se se foi
foi mortal
mortal ou ou venial.
venial. Podemos.
Podemos, por por
exemplo.
exemplo, deixar-nos
deixar-nos levar levar por por um um ataque
ataque de de iraira e,e, depois. duvidar
depois, duvidar
se
se foi foi plenamente consciente ou
plenamente consciente deliberado, ou
ou deliberado, suficientemente grave
ou suficientemente grave
para
para constituir
constituir um um pecado
pecado mortal.mortal. Esta E sta mesma
mesma dúvida dúvida podepode assal-
assal-
tar-nos no
tar-nos caso de
no caso de fortes
fortes tentações
tentações contracontra aa castidade
castidade ou outra vir-
ou outra vir-
Di AL PODE COMUNGAR? 309

iiuic
mudo qualquer.
qualquer. Se
Se aa dúvida
dúvida éé sincera
sincera ee não uma clara
não uma manobra
clara manobra
para U''''
pará nos enganarmos
enganarmos aà nós nós mesmos,
mesmos. podemos
podemos fazer um ato
fazer um ato de per-
de per-
fciia co)itrição e comungar sem passar antes pela
Peito contrição e comungar sem passar antes pela confissão. confissão. É evi-
É evi-
dente que minguém pode estar nunca absolutame
Llcnte que ninguém pode estar nunca nte
absiduíanicnic certo
certo de
de ter
ter uma
uma
v.Murivó'
comic perfeita; mas.
Perfeita: mas. eni
em casos
casos como
como osos mencionados,
mencionados, bastabasta uma
um a
apo irasonvel
j/oa\el.

Ipesa u dermos
i iiios estritos. nenhum ser
csiriuis. nenhum ser humano
luimano (com (com exceção
exceção da San-
d a San-
fisanr Margem) pode ser genumamente digno de receber a Sagrada
\irg em ) pode ser genuinamente digno dc receber a Sagrada
(Comunhão.
onninlv.a'. Ser Ser \erdadciramente
verdadeiramente digno digho dc de tão intima união
tão íntima união com com o o
Deus leito
ücus feito homem
homem exigiria exigiria uma uma santidade
santidade angélica,angélica, fora fora do do alcance
alcance
dos mmlai.s.
dos mortais. Quando falamos
Quando falamos dc de umauma comunhão
comunhão digna, digna, usam usamosos oo
conceito de dignidade em sentido relativo: falamos do mínimo grau
conceito de dignidade em sentido relativo; falam os do mínimo grau
cie digniiiade que .lesus Cristo e a
de dienidade que Jesus Cristo c a sua Igreja estabeleceram como .sua Igreja estabeleceram como
necessário para
Mceessário para comungarmos
conum gaim os com eom fruto. fruto. EÉ o o nível
nível de de disposição
disposição
Jora do qual o sacramento da Sagrada Eucaristia não pode infundir
fora do qual o sacramento da Sagrada Eucaristia não pode infundir
aa sua
sua graça
graça em em nossanossa alma,
alma,
Não
Não devemosdevemos exigir exigir de nós mais
de nós condições que
m ais condições que asas queque oo próprio
próprio
Jesus
Jesus nos nos impõe.
impõe. Sempre
Sempre que que se se possuam
possuam os os requisitos
requisitos mínimos
mínimos
para comungar dignamente, seria um grande erro abster-se da
para comungar dignamente, seria um grande erro abster-se d a co-
cq-
munhão
munhão ou ou da da comunhão
comunhão frequente,
freqüente, por causa de
por causa de umum sentimento
sentimento
exagerado de
exagerado de indignidade.
indignidade. Devemos Devemos ter ter presente
presente que que JesuS
Jesus riãonão nosnos
pede que sejamos santos para podermos comungar frequentemente.
pede ijue sejam os santos p>ara podermos comungar frequentemente.
OO queque nos nos pedepede éé que que comunguemos
comunguemos frequentementefrequentemente para para podermos
podermos
ser santos,
ser sanlos.
Há cerca
Há cerca de trezentos anos,
de trezentos anos, surgiu
surgiu na na Igreja
Igreja uma uma heresia
heresia chama-
cham a­
da janscnisnio.
da jansenismo. Tomou
Tom ou o o nome
nome de de um um bispo holandês, Jansen,
bispo holandês, Jansen, que que
escreveu
cscrcvcu um um livro livro sobre
sobre oo tema tema da da graça,graça, extremamente
extremamente rigoroso rigoroso
nas suas
nas suas exigências.
exigências. A A heresia
heresia jansenista sustentava que
jansenista sustentava que só só osos muito
muito
santos
santos podiam podiam receber receber aa Sagrada
Sagrada Comunhão frequentemente, e que
Comunhão frequentemente, e que
ninguém
ninguém deveria deveria ousar ousar aproximar-se
aproximar-se d daa Santa
Santa M Mesaesa semsem uma um a pre-
pre­
paração profunda
paração profunda ee um umaa longa
longa ee intensa
intensa práticaprática da da virtude.
virtude. E E apesar
apesar
de ter sido condenada
de ter sido condenada por vários Papas, por vários Papas, essa heresia difundiu-se
essa heresia difundiu-se por por
toda aa Igreja
toda Igreja ee perdurou
perdurou em em certa
certa medida
medida até até oo nosso próprio século.
nosso próprio século.
S6
Só recebeu
recebeu oo golpe golpe de morte quando
de morte quando o o Papa
Papa São São PioPio XX prom promulgou
ulgou
O0 seu famoso decreto
seu fam oso decreto sobre sobre aa Comunhão
Comunhão freqüente. frequente.
— O Papa
O Papa São São Pio Pio disse
disse muito claramente que,
muito claramente além de
que, além de sese estar
estar
livre
livre de de pecado
pecado mortal, mortal, aa outraoutra única condição necessária
única condição necessária para para co­co-
mungar diariamente
mungar diariamente éé fazê-lo fazê-lo com com intenção
intenção reta, reta. AA intenção
intenção mais mais
Perfeita é um ardente desejo
perfeita é um ardente desejo de nos unirmos aa Jesu de nos unirmos Jesuss por por caucausasa do
do
nosso grande
nosso grande am amoror por por Ele.
Ele. PodePode ser ser que que não não tenhamos
tenhamos alcançado
alcançado
ainda esse
amda esse grau
grau de perfeição nas
de perfeição nas nossas
nossas disposições,
disposições, oo grau grau de termos
de termos
fome dEle. No entanto, mesmo
fome dEle. No entanto, mesmo que a disposição não que a disposição não sejaseja perfeita,
perfeita,
continua aa ser
continua ser reta.
reta. Com Comungar
ungar pelo pelo desejo
desejo de de vencer
vencer as tentações e
as tentações
310 A SAGRADA COMUNHÃO

de livrar-se
dc livrar-se do do pecado
pecado éé uma uma intenção
intenção reta, Comungar por
reta. Comungar por querer
querer
crescer em
crescer em graça:
graça; comungar
comungar porque pí>rque .lesusJesus promete
promete oo céu céu aos aos que que
oo comem
comem no no seu seu Sacramento,
Sacramento, comungar comungar por por espírito
espirito de de obediência,
obediência,
simplesmente por sabermos que Ele o quer. são naturalmente inten-
simplesmente por saberm os que Ele o quer, são naturalmente inten­
ções
ções reias.
reias. 7'odasTodas essas intenções —
essas intenções — ou ou qualquer
qualquer delas delas — — nos nos tor- tor­
nam aptos
nam aptos parapara aa Sagrada
Sagrada Comunhão.
Comunhão,
Já vemos. pois, que é uma
Jú vemos, pois, que é uma solenç
solene idiotice
idiotice abster-nos
abster-nos da da Sagrada
Sagrada
Eucaristia
Eucaristia com com aa desculpa
desculpa dc de não
não estarmos
estarmos de de humor
humor para para as as coisas
coisas
espirituais
espirituais ou ou de de não
não sentirmos
sentirmos nada nada ao ao comungar.
comungar. A Àss nossas
nossas emo- emo­
ções
ções são são um um índice irrelevante das
índice irrelevante das nossas
nossas disposições
disposições para para aa comu- com u­
nhão.
nhão. Recebemos a Sagrada Eucaristia pelo menos porque Jesuss oo
Recebemos a Sagrada Eucaristia pelo menos porque Jesu
quer,
quer, e€ isso
isso basta para compreendermos
basta para compreendermos que que oo estado
estado atualatual dasdas nossas
nossas
cmoções
emoções iião não tem tem nada
nada àa ver ver comcom oo assunto.
assunto. PodemosPodemos alcançaralcançar um um
grau elevado de
grau elevado vida interior
de vida interior sem sem sentir
sentir palpitações
palpitações cardíacas,
cardíacas, sem sem
lágrimasas ou
lágrim ou doces
doces arroubos.
arroubos. AA pedra pedra de de toque
toque do do nosso
nosso amor amor aa
Jesus
Jesu s Cristo
Cristo éé oo que estamosos dispostos
que estam dispostos aa fazer fazer por por Ele,Ele, nãonão o o que
que
sentimos
sentimos por por Ele.Ele.
E evidente que
É evidente que alguns
alguns podem podem querer querer comungar
comungar por por motivos
motivos
indignos.
indignos. Receber
Receber aa Sagrada Sagrada ComunhãoComunhão simples simples ee exclusivamente
exclusivamente
porque
porque toda toda aa gente gente oo faz faz (como
(como na Páscoa ou
na Páscoa ou numanuma Missa M issa co­ co-
munitária, por
munitária, por exemplo)
exemplo) ee por por ser ser o o que
que todatoda aa gentegente espera
espera que que
façamos,
façam quer dizer,
os, quer dizer, comungar
comungar sem sem oo desejo desejo sincero
sincero de de receber
receber aa
graça, sem
graça, sem ter ter consciência
consciência do do que
que fazemos,
fazemos, não não éé uma intenção reta.
uma intenção reta,
Receber
Receber aa Sagrada Comunhão resistindo
Sagrada Comunhão intenormente, recebê-la
resistindo interiormente, recebê-la só só
porque alguém nos repreenderia se não comungássemos, não é uma
porque alguém nos repreenderia se não comungássemos, não c uma
intenção
intenção reta. reta. Receber
Receber aa Sagrada Sagrada Comunhão
Comunhão para causar boa
para causar boa im im- ­
pressão em
pressão em alguém
alguém (pais,(pais, mestres
mestres ou ou atéaté aa noiva
noiva ou ou oo chefe)
chefe) ee por por
nenhum
nenhum outro outro motivo,
motivo, éé uma uma intenção
intenção claramente
claramente torta. torta. Receber
Receber aa
Sagrada
Sagrada Comunhão
Comunhão para para exibir
exibir uma uma piedade
piedade externa
externa éé um um pecado
pecado
Ge hipocrisia,
de hipocrisia.
Mas
M as deve-se
deve-se notar notar que que aa ausência
ausência de de umauma intenção
intenção reta reta não não
significa
significa necessariamente
necessariamente um pecado de
um pecado sacrilégio, aa não
de sacrilégio, não ser,
ser, éé claro,
claro,
que
que se se comungue
comungue em em estado
estado de de pecado
pecado mortal.mortal. A A falta
falta total
total de de in-in­
tenção
tenção reta reta fazfaz comcom que que não não sc se receba
receba aa graça graça do Sacramento; ou,
do Sacramento; ou,
se
se aa intenção
intenção éé claramente
claramente indigna indigna (como (como comungar
comungar para para exibir
exibir uma uma
piedade externa),
piedade externa), não não só só nãonão se receba aa graça,
se receba graça, comocomo se se cometa
cometa um um
pecado
pecado de de irreverência.
irreverência.
Se
Se comungamos
com ungam os movidos m ovidos por por uma intenção reta,
uma intenção reta, dede umum tipo tipo ou ou
de outro,
de outro, ee com com aa alma livre de
alm a livre de pecado
pecado mortal,
mortal, recebemos infalivel-
recebemos infalivel­
mente
mente aa graça graça do sacramento.
do sacramento. AA quantidade
quantidade de de graça
graça recebida
recebida de- de­
penderá
penderá da da perfeição
perfeição das das nossas
nossas disposições.
disposições. Quanto Quanto m mais ardente
ais ardente
for
for o o nosso
nosso amor am or por por Jesus Cristo, quanto
Jesu s Cristo, quanto menos menos pecadospecados veniaisveniais
(sem arrependimento)
(sem arrependimento) tivermos, tivermos, ee quanto quanto m mais
ais incondicional
incondicional for for aa
nossa entrega
nossa entrega aa Deus, Deus, maior
m aior será será aa graça
graça que que receberemos.
11
O JEJUM EUCARÍSTICO

O
O JJEJ UMM E
E JU A R STI
U CARÍ
EUC COO
ÍS T IC

Durantc
Duranle muitas centenas de
muitas centenas séculos, era
de séculos, era lei lei-da Igreja que
da Igreja que qual-
qual­
quer pessoa que desejasse receber a Sagrada Comunhão
quer pessoa que desejasse receber a Sagrada Comunhão deveria
deveria abster-
abster-
«se
-se dc alimento ee bebida
todo alimento
de todo bebida desdedesde aa meia meia noite anterior. Excetua-
noite anterior. Excetua-
vani-sc desta
vam-se desta lei geral os
lei geral enfermos ee os
os enfermos os moribundos.
moribundos.
Ass razões
A razões dessa dessa lei são as
lei são as m mesmas
esm as que que ditamditam as atuais leis
as atuais leis do do
jejum eucarístico, e são tanto de indole espiritual como prática. A
jejum eucarístico, e são tanto de índole espiritual com o prática. A
razão espiritual reside
razão espiritual reside no desejo da
no desejo Igreja de
da Igreja de que manifestemos espe­
que manifestemos espe-
reverência aa Jesus
cial reverência
cial sacramentado, ee que
Jesus sacramentado, manifestemos por
que aa manifestemos por um um
ato de
ato abstendo-nos de
mortificação, abstendo-nos
de mortificação, alimento ee bebida
de alimento bebida por por um tempo
um tempo
determinado antes de participarmos do Corpo de Cristo.
determinado antes de participarmos do Corpo de Cristo. A razão
A razão
consiste em
prática consiste
prática guardarmo-nos de
em guardarmo-nos irreverências àà Sagrada
possíveis irreverências
de possíveis Sagrada
irreverências que
Eucaristia, irreverências
Eucaristia, poderiam ocorrer
que poderiam ocorrer se fôssemosos comungar
se fôssem comungar
com oo estômago
com estômago cheio cheio de comida ee bebida,
de comida especialmente de
bebida, especialmente álcool.
de álcool.
O Papa Pio
O Papa Pio X deu oo primeiro
XIII I deu primeiro passo passo na mitigação da
na mitigação da lei mul-
lei mul-
lisecular que
lisecular fixava oo tempo
que fixava tempo de jejum ddaa meia
de jejum noite em
meia noite diante, ee
em diante,
em 1964
em 1964 oo P Papa Paulo V
apa Paulo facilitou-a ainda
VII facilitou-a ainda mais. mais. AA lei básica atual
lei básica atual
esta;
éé esta: quando vamos comungar (seja numa Missa matutina, ves­
quando vam os comungar (seja numa M issa matutina, ves-
pertina ou
pertina ou de meia noite),
de meia noite), devemos abster-nos de
devemos abster-nos qualquer alimento
de qualquer alimento
bebida uma
eé bebida uma hora hora antes antes de recebermos aa Sagrada
de recebermos Comunhão.
Sagrada Comunhão. (A
(A
agua natural não quebra o jejum, e pode-se tomá-la sem timite de tem-
água natural não quebra o jejum, e pode-se tomá-la sem limite de tem­
po). Deve-se
po). Deve-se notar notar que que aa lei especifica que
lei especifica que seja seja umauma hora hora antes antes
comungar, ee não
de comungar,
de não um umaa horahora antesantes da da M Missa.
issa. Assim Assim, , se se umumaa pes­ pes-
soa pensa
soa comungar na
pensa comungar na M Missa
issa dasdas setesete da tarde, ee sabe
da tarde, sabe que que aa SSa-a ­
Comunhão não
grada Comunhão
grada não será distribuida antes
será distribuída antes das das sete quinze, pode
sete ee quinze, pode
comer cc beber
comer beber até até as as seis quinze.
seis ee quinze.
Este tempo
Este tempo deve deve ser estritamente. Seria
medido estritamente.
ser medido Seria um grande erro
um grande erro
raciocinar: “Bom, faltam
raciocinar: “ Bom , faltam apenas dois apenas dois ou ou trêstrês minutos,
minutos, ee isso isso nâo não
tem importância;
tem importância; portanto,portanto, vou vou comungar”
comungar”. . N Não podemos ser
ão podemos ser de­de-
masiado indulgentes
masiado indulgentes nesta nesta matéria
matéria do do jejum
jejum eucarístico.
eucarístico. Se oo sacer­
Se sacer-
dote acaba
dote acaba de de dardar aa SagradaSagrada Comunhão
Comunhão quando quando ainda ainda nos nos faltam
faltam
dois ou
dois ou três
três minutos
minutos para para completar
completar aa hora hora desde desde que que comemos ou
comemos ou
bebemos
bebemos alguma alguma coisa coisa (excluída
(excluída aa água), água), éé melhor melhor abstermo-nos
abstermo-nos de de
comungar nessa altura.
comungar nessa altura. Evidentemente, Evidentemente, neste neste tema tema vigora
vigora também também
O^ princípio
Princípio da da dúvida.
dúvida. Se Se nosnos esquecemos
esquecemos de de olhar
olhar oo relógio
relógio quandoquando
tómamos oo último
tomamos último pedaçopedaço ee agora agora nâo não temos
temos certeza certeza de de terter sido
sido há há
Uma hora exata, podemos
Rma hora exata, podemos conceder-nos oo benefício conceder-nos benefício ddaa dúvida dúvida ee
Ieceber aa Sagrada
leceber Sagrada Comunhão.
Comunhão.
Ão revisar
Ao revisar aa lei lci do do jejum
jejum eucarístico,
eucarístico, oo Papa Papa Paulo Paulo V VII estabele­
estabele-
cet Que qualquer
ceu que qualquer doente, doente, mesmo mesmo não não acam acamado, ado, pode pode tomar
tomar antes antes
da comunhão,
úa comunhão, sem sem limite
limite de de tempo,
tempo, alimentos
alimentos líquidos líquidos ee quaisquer
quaisquer
temédios. mesmo
icmcdios. mesmo sólidossólidos ou ou que que contenham
contenham álcool; álcool; não, não, porém,
porém, ali- ali-
mentos líquidos
Rientos líquidos alcoólicos
alcoólicos nem nem bebidas
bebidas alcoólicas.
alcoólicas. Em 1973,
Em 1973, um
312 A SAGRADA COMUNHÃO

novo decreto da
novo decreto da Santa
Santa Sé Sé introduziu
introduziu outras outras mitigações
mitigações para para os os doen­
doen-
tes
tes ee pessoas idosas. reduzindo
pessoas idosas, reduzindo para para um quarto de
um quarto hora oo periodo
de hora período
de tempo suficiente para o jejum eucarístico, isto é, para a abstenção
dc tempo suficiente para o jejum eucarístico, isto é, para a abstenção
de comidas,
de comidas, mesmo sólidas, ee de
nicsmo sólidas, de bebidas alcoólicas. Esta
bebidas alcoólicas. concessão
Esta concessão
Toi dada
foi dada cm em favor:
favor: dos dos doentes
doentes internados
internados em em casas
casas de de saúde
saúde ou ou
retidos
relidos ein em sua
sua própria
própria casa. casa. mesmomesmo que que nãonão estejam
estejam de de camcama;a; dosdos
fiéis
fiéis dede idade
idade avançada
avançada que. que. por por velhice,
velhice, se se achem retidos em
achem retidos casa
em casa
ou internados
011 internados nalguma
nalguma instituição;
instituição; dos dos sacerdotes
sacerdotes doentes
doentes ee idososidosos
que desejem celebrar
que desejem celebrar aa Missa M issa ou ou receber
receber aa comunhão;
comunhão; e,e, finalmente,
finalmente,
daqueles que
daqueles prestam serviços
que prestam serviços de de assistência
assistência aos aos doentes
doentes ou ou aa pes-pes­
soas idosas,
soas idosas, ee dosdos familiares
familiares dos dos mesmos,
mesmos, que que desejem
desejem receber
receber con-con­
juntamente
juntamente corn com eles
eles aa Santíssima
Santíssim a Eucaristia,
Eucaristia, quandoquando não puderem,
não puderem,
sem um
sem um certo
certo incômodo,
incômodo, observar observar oo jejum jejum durante
durante uma uma hora.
hora.
Quando se
Quando se diz
diz queque uma uma pessoa pessoa doente
doente podepode tomar
tomar remédios
remédios
sem Emite
sem limite de de tempo,
tempo, não não se se está pensando apenas
está pensando apenas em em doenças
doenças gra- gra-
ves.
\es. Uma Uma aguda
aguda dor dor de de cabeça
cabeça justifica
justifica queque tomemos
tomemos uma aspirina
uma aspirina
antes
anles dc de temos
irmos àá Missa:
M issa; um catarro rebelde
um catarro rebelde autoriza
autoriza que que tomemos
tomemos
um xarope medicinal;
um xarope medicinal: uma uma afecçãoafecção cardiaca
cardíaca crônica
crônica permite
permite o o uso
uso
dos comprinidos prescritos.
dos comprimidos prescritos.
Para aplicarmos
Para aplicarmos estas estas especiais
especiais concessões
concessões aos aos doentes,
doentes, não não éé
necessário obter autorização de um sacerdote.
necessário oblcr autorização de um sacerdote. O Santo Padre con­
O Santo Padre con-
cedeu que
cedeu ióssemos os
que fôssemos os nossos
nossos próprios
próprios juizes
juizes na na matéria.
matéria. Se Se esta-
esta­
mos doentes. podemos
mos doentes, podemos utilizar utilizar sem sem outras
outras condições
condições os os privilégios
privilégios
concedidos aos enfermos.
conccdidi^s aos enfermos. E. visto a lei não estabelecer um especial
E, visto a lei não estabelecer um especial
erau
grau de de doença, podemos utilizar
doença. ixidcmi’s uidizar esses privilégios mesmo
esses privilégios mesmo que que aa nossa
nossa
enfermidade
enfermidade seja leve. ,A
seja leve. A leilei sobre
sobre aa recepção
recepção da Sagrada Comunhão
da Sagrada Comunhão
em perigo de morte não mudou.
em perigo de morle iião mudou. Uma pessoa em perigo de
Uma pe.ssoa cm perigo morte
de morte
pode comtngar sem
pode eonuingar sem necessidade
necessidade de de jejum
jejum de de qualquer
qualquer tipo. tipo.

c o N s r i n o s PRÁTICOS
CONSELHOS PARA
pr á t ic o s p a r a COMUNGAR
c o mu n g a r

Os requisitos
Os iCL|uisiios para recebermos dignamente
para recebermos dignamente aa Sagrada
Sagrada Eucaristia,
Eucaristia.
1já nosnos são conhecidos: não
sã(i cciihccidos' não estar
estar em
em pecado
pecado mortal,
mortal, ter ter uma
uma intenção
intenção
reta ec giiaitiar
leia guardar oo jejum cucarístico aplicável
jejum eucarístico aplicável aoao nosso
nosso caso.caso. Se Se cum-
cum-
prirmos
piirmos estascsias condições.
ooiulições. dede cada
eada vez
vez que
que comungarmos
comungarmos receberemos
receberemos
ntitis cimento um
mfalischiienle um aumento
aumento de graça santificante.
de graça santificante. juntamente
juntamente com com mut-
mui-
las Praças Atum.
i.is giaças aUiais
Nieio cé [Mcciso
N preciso di/er
dizer que
que oo nosso
nosso aspecto
aspecto externo
externo deve deve estar
estar dede
adeetdo
.o id o com
com as as adequadas disposições interiores.
Lidcquadas disposições interiores. AA mais
mais elementar
elementar
cortestr nos
ciaicsia nos diz que. quando
di/ qiic. quando nos nos aproximamos
aproxim am os da da Comunhão,
Comunhão, deve- deve­
mos estir limpos
mos csiar limpos de corpo eé de
dc corpo de roupa.
roupa. NãoNão éé necessário
necessário irmos sole-
irmos sole-
nemento
iicmcmc vestidos:
\csiidos: NtissoNosso Senhor
Senhor acolherá
acolherá sem
sem dúvida
dúvida com com carinho
carinho
e operário
o operário que que sc se detém
detém no seu percurso
no .seu até àà fábrica
percurso alé fábrica parapara assistir
CONSELHOS PRÁTICOS PARA COMUNGAR 313

3
1 Missa
Missa ee comungai
comungar com com aà roupa
roupa dc de trabalho;
trabalho; ou ou oo pobre homem
pobre homem
que não
quc não tem ouiro rcmcdio
tem outro remedio senão
senão usar
usar aa sua roupa remendada
sua roupa remendada c«
cerzida.
corzida. M as aa limpeza
Mas limpeza ee Oo asseio
asseio estão
estão ao ao alcance
alcançe dede todos.
todos.
O mesmo
O mesmo ocorre com aa modéstia
ocorre com modéstia no no vestir.
vestir. OsOs que querem
que querem
\visitar
isiiar aa rainha
rainha dada Inglaterra submeter-se aa um
devem submeter-se
Inglaterra dcvcm um protocolo
protocolo
rigido: ee ninguém
iigido: ninguém sonharia.
sonharia, nem sequer no
nem sequer no país
país mais
mais democrático
democrático
do
do mundo,
mundo, em em entrevistar-s e com
entrevistar-se com oo presidente
presidente dada República
República vestido
vestido
de
de calças esporte. OO Rei
camisa esporte.
curtas ec camisa
calças curtas dos reis
Rei dos tem incomparavei
reis tem incom paravel­-
mente mais
mente mais direito
direito às
às manifestaçõe
manifestações s externas
externas de de reverência
reverência ee respeito
respeito
que lhe devemos.
que lhe devemos. Não é pedantice nem beatice, mas piedade da
Não é pedantice nem beatice, m as piedade da
mais clementar.
mais elementar, aa que
que proibe
proíbe as as sumárias
sum árias peças
peças esportivas
esportivas ee osos ves-
ves­
tidos
tidos decotados
decolados parapara nos
nos aproximarmo
aproximarmos s da da Comunhão.
Comunhão,

Pode ser
Pode útil mencionar
ser útil mencionar aqui aqui o o especial
especial afeto
afeto ee agradecimento
agradecimento
que despertam
que despertam no no sacerdote
sacerdote aqueles aqueles que,que, aoao comungarem
comungarem — — ajoe­
ajoe-
lhados ou
lhados ou de de pé pé — —, . inclinam
inclinam aa cabeça cabeça ligeiramente
ligeiramente para trás, abrem
para trás, abrem
suficientemente à boca e pôem a lingua por cima dos bordos do lábio
suficientemente a boca c põem a língua por cima dos bordos do lábio
inferior.
inferior. Felizmente,
í-’clizmcnle, aa maioriamaioria dos dos que comungam fazem
que comungam fazem isso.
isso. Mas
M as
surpreende ver
surpreende ver comcom que que frequência
frequência oo sacerdote
sacerdote tem tem que transpor
que transpor
obstáculos tais como cabeças inclinadas para a frente, dentes semi­
obstáculos tais como cabeças inclinadas para a frente, dentes semi-
cerrados ou
cerrados ou línguas
línguas que que não não se se decidem
decidem aa sair.sair. Se Se alguém
alguém tem tem du-
dú­
vidas sobre
vidas sobre oo seu seu espírito
espirito de de colaboração
colaboração nesta nesta matéria,
matéria, dê dê uma
uma es- es­
prada no espelho e tire as conclusões.
piada no espelho e tire as conclusões.
Onde está
Onde está autorizada
autorizada aa prática prática de de receber
receber aa comunhão
comunhão na na mão,
mão,
os que
os desejam recebê-la
que desejam recebê-la assim assim devemdevem apresentar
apresentar aa mão esquerda
m ão esquerda
com aa palma
com palma aberiaaberta sobresobre aa palmapalma da da mão direita. Ah
mão direita. Ali será
será deposi-
deposi­
tada aa Sagrada
tada Sagrada Hóstia, Hóstia, que deverá ser
quc deverá ser tomada
tomada com com aa máxima
m áxim a reve-
reve­
rência com
rência com 0 o indicador
indicador ec o o polegar
polegar da da mão
mão direita,
direita, ee levada
levada àà bocaboca
antes dc
íintes dc sair
sair do lugar. As
do lugar. normas vigentes
As normas vigentes nãonão permitem
permitem em caso
em caso
algum quc
algum que oo próprio
próprio ficl fiel tometome diretamente
diretamente aa HóstiaHóstia do do cibório
cibório ou ou
do altar
do altar ou ou que que aa receba
receba com ciuii os dedos em
os dedos pinça. E
cm pinça. E aa Igreja
Igreja esta­
esta-
beleceu que,
beleceu que, mesmo
mesmo nos nos lugares
lugares onde onde se se dá
dá legitimamente
legitimamente aa comu­ comu-
nhão na
nhão mão, qualquer
na mão, qualquer fiel ficl tem
tem o o direito
direito — — queque deve
deve ser
ser respeitado
respeitado
pelo sacerdote
pelo sacerdote — -— de receber aa Sagrada
de receber Sagrada Comunhão
Comunhão na na boca.
boca.

Alguns preocupam-se desnecessariamente


Alguns prcocupam-se com aa possibilidade
desnecessariamente com possibilidade de
de
que aa Sagrada
que Sagrada Hóstia
Hóstia lhes
lhes toque
toque os dentes, coisa
os dentes, coisa que
que éé absolutamente
absolutamente
Irrelevante.
irrelevante. Pode-se
Pode-se até até mastigar
mastigar aa Hóstia,
Hóstia. como
como sese mastigam
mastigam os ali-
os ali­
mentos, pois
mentos, afinal éé alimento
pois afinal alimento espiritual.
espiritual. EmEmbora
bora isto
isto quase
quase nunca
nunca
Seja necessário.
scja necessário.
Quer mastiguemos aa Sagrada
Quer mastiguemos Sagrada Hóstia
Hóstia ouou não,
não, oo que
que devemos
devemos
garantir éé que
garantir que aa engulamos,
engulamos, já já que
que aa Sagrada
Sagrada Eucaristia
Eucaristia éé alimento
alimento
espiritual, e,e, para
espiritual, para recebê-lo,
recebê-lo, temos
temos que
que comê-la.
comê-la. Se quiséssemos que
Se quiséssemos que
aa Sagrada
Sagrada Hóstia
Hóstia se se dissolvesse
dissolvesse completamente
completamente na na boca,
boca, dede m
modo
odo que
314 A SAGRADA COMUNHÃO

já não
já não conservasse as aparências
conservasse as de pão,
aparências de pão, não receberiamos aa Sagrada
não receberíamos Sagrada
Comunhão nem
Comunhão nem asas graças que esse
graças que esse sacramento nos confere.
sacramento nos Deve-
confere. Deve­
mos, pois,
mos, pois, manter
manter aa Sagrada Hóstia na
Sagrada Hóstia na boca apenas oo tempo
boca apenas tempo sufi-
sufi­
ciente para
ciente para que
que se umedeça ee aa possamos
se umedeça possam os ingerir.
ingerir.
Seria um
Seria um erro
erro sério
sério recebermos
recebermos aa Sagrada
Sagrada Comunhão quando
Comunhão quando
sofremos de indisposições digestivas que possam facilmente produzir
sofremos de indisposições digestivas que possam facilmente produzir
vômitos.
vômitos. Se alguém sofresse
Se alguém sofresse umum ataque
ataque repentino
repentino de de náusea
náusea ee vo-
vo­
mitasse aa Sagrada
mitasse Hóstia, deveria
Sagrada Hóstia, recolhê-la num
deveria recolhê-la num pano limpo ee en-
pano limpo en­
tregá-la ao sacerdote para que dispusesse dela. Se o sacerdote não
tregá-la ao sacerdote para que dispusesse dela. Se o sacerdote não
se encontra
se encontra perto
perto ou
ou éé duvidoso
duvidoso que que asas aparências
aparências de de pão
pão ainda
ainda
subsistem,
subsistem, os vômitos devem
os vômitos devem serser envolvidos
envolvidos num num pano
pano ee queimados.
queimados.

Voltando aa temas
Voltando temas mais agradáveis ee mais
mais agradáveis práticos, propomos
m ais práticos, propomos
uma tríplice
uma questão: “Com
tríplice questão: “Com que que frequência
frequência me me éé permitido
permitido comun- comun­
gar? Com
gar? Com que que frequência
frequência tenho tenho obrigação
obrigação de de comungar?
comungar? Com (Com queque
frequência
frequência deveria
deveria comungar?”
com ungar?”
AA norma
norma geralgeral éé queque éé permitido comungar só
permitido comungar só uma
uma vez vez porpor dia,
dia,
ee não
não éé lícito
lícito desrespeitar
desrespeitar esta esta norma
norma geral geral porpor simples
simples devoção.
devoção.
Mas a Instrução Immensae charitatis de 29 de Janeiro de 1973 esta­
M as a Instrução Immensae charüaíis de 29 de Janeiro de 1973 esta-
beleceu:
beleceu:
““De acordo com
De acordo com aa disciplina
disciplina vigente,
vigente, os fiéis podem
os fiéis aproximar-se
podem aproximar-se
da Sagrada Comunhão pela segunda vez no mesmo dia: na
da Sagrada Comunhão pela segunda vez no mesmo dia: na segunda
segunda
Missa
M issa dodo dia
dia dede Páscoa
Páscoa ou ou numa
numa das das Missas
M issas queque são são celebradas
celebradas no no
dia
dia de Natal, ainda
de Natal, ainda queque hajam
hajam comungado
comungado na na m missa
issa da da vigília pascal
vigília pascal
ee na
na m missa de meia noite do Natal, respectivamente; igualmente, na
issa de meia noite do Natal, respectivamente; igualmente, na
missa vespertina ‘in
m issa vespertina “in Coena
Coena Domini’
Domini” da da Quinta-Feira
Quinta-Feira Santa, Santa, mesmomesmo
que tenham
que tenham comungado
comungado também também na na ‘m “missa crismal”;
issa crism ai’; dodo mesmo
mesmo modo, modo,
no sábado àà tarde
no sábado tarde ou ou na na véspera
véspera de de um um diadia dede preceito,
preceito, se se se quer
se quer
cumprir com
cumprir com aa obrigação
obrigação de de ouvir
ouvir Missa, ainda que
M issa, ainda que já já se se tenha
tenha
comungado no
comungado mesmo dia
no mesmo dia pela
pela m manhã”
anhã”
Podem apresentar-se outras
Podem apresentar-se circunstâncias especiais
outras circunstâncias especiais em em que que éé
permitido receber
permitido receber pelapela segunda
segunda vez vez aa Sagrada
Sagrada Comunhão
Comunhão (citamos (citamos os os
casos
casos mais normais estabelecidos
mais normais estabelecidos na na Instrução):
Instrução); nas nas m missas
issas “rituais”
“ rituais”
em que
em que se se administram
administram os os sacramentos
sacramentos do do Batismo,
Batismo, Confirmação,
Confirmação,
Unção dos
Unção dos Enfermos,
Enfermos, Ordem, Ordem, Matrimônio,
Matrimônio. ee na na M Missaissa em em que que se se
dá aa primeira
dá primeira comunhão;
comunhão; nas nas seguintes
seguintes MissasM issas de de defuntos:
defuntos: M Missa
issa
de
de exéguias,
exéquias, “ao “ ao receber
receber aa notícia
notícia da da morte”
morte”, , na na missa celebrada no
m issa celebrada no
dia do
dia do enterro
enterro ee na na do do primeiro
primeiro aniversário;
aniversário; por por ocasião
ocasião da da admi-
adm i­
nistração do
nistração do Viático,
Viático, durante
durante aa qualqual se se pode
pode dar dar aa comunhão
comunhão aos aos
familiares ee aa amigos
familiares am igos do enfermo que
do enfermo que se acham presentes.
se acham presentes. Natural- Natural­
mente,
mente, aa Instrução refere-se aa pessoas
Instrução refere-se pessoas que que jájá receberam
receberam aa Sagrada Sagrada
Comunhão nesse
Comunhão nesse dia.dia,
Tenho obrigação
Tenho obrigação de comungar uma
de comungar uma vez vez porpor ano ano pela pela Páscoa
Páscoa
(desde aa Quarta-Feira
(desde Quarta-Feira de de Cinzas
Cinzas até até o o dia
dia de de N Nossa Senhora do
ossa Senhora do
CONSELHOS PRÁTICOS PARA COMUNCAR 315

Carmo,
Carmo, 16 16 de
de julho)
julho) ee emem perigo
perigo de de morte.
morte. Omitir
Omitir deliberadamente
deliberadamente
aa comunhão
comunhão em em qualquer
qualquer desses
desses casos
casos éé pecado
pecado grave.
grave.
Deveria comungar com
Deveria comungar com aa frequência
frequência que que meme fosse possível.
fosse possível. AA
Sagrada Eucaristia
Sagrada nosso alimento
Eucaristia éé oo nosso espiritual e,e, pelo
alimento espiritual menos, de-
pelo menos, de­
veríamos
veríamos ter ter tanto
tanto interesse
interesse em em alimentar
alimentar aa nossa
nossa alma
alm a como
como em em
alimentar o
alimentar o nosso
nosso corpo;
corpo; vra,
ora, ninguém
ninguém omite
omite as
as suas
suas refeições
refeições por
por
grandes temporadas.
grandes temporadas. A A Sagrada também garantia
Eucaristia éé também
Sagrada Eucaristia garantia de feli-
de feli­
cidade eterna, se a recebemos regularmente e com
cidade eterna, se a recebemos regularmente e com razoável
razoável frequên-
frequên­
cia,
cia, todos
todos osos dias,
dias, se
se pudermos.
pudermos. Jesu Jesuss prometeu:
prometeu: “Aquele
“ Aquele que que comer
comer
deste
deste pãopão viverá
viverá eternamente”
eternamente” (Jo (Jo 6,6, 59).
59). ComCom os os privilégios.
privilégios que que
aa Igreja
Igreja concedeu
concedeu aos aos que
que têm dificuldades para
têm dificuldades para jejuar, deveriamos
jejuar, deveríamos
fazer
fazer o o propósito
propósito de de receber
receber aa Sagrada
Sagrada ComComunhão
unhão em em todas
todas as as MMissas
issas
aa que
que assistamos, como faziam
assistamos, como faziam os os primeiros cristãos.
primeiros cristãos.

Suponhamos
Suponhamos que estamosos preparados
que estam preparados por por dentro
dentro ee por
por fora para
fora para
fazer
fazer uma comunhão digna.
uma comunhão digna. Podemos
Podemos perguntar-nos:
perguntar-nos: ““Quanta graça
Quanta graça
poderei receber quando comungar?”
poderei receber quando com ungar?”
JJáá ouvimos dizer que
ouvimos dizer que uma
uma só só comunhão
comunhão contémcontém umum depósito
depósito
inesgotável
inesgotável de de graças,
graças, que
que uma
uma só comunhão sena
só comunhão seria suficiente
suficiente para
para
tornar santa uma pessoa. Já ouvimos estas e outras afirmações pa-
tornar santa uma pessoa. J á ouvimos estas e outras afirmações p a­
recidas,
recidas, ee podemos
podemos sentir-nos
sentir-nos um um pouco
pouco desanimados
desanim ados ao ao ver que,
ver que,
apesar
apesar das das nossas
nossas comunhões
comunhões frequentes, ainda parece
freqüentes, ainda parece que nos mo-
que nos m o­
vemos
vemos em em niveis
níveis de santidade demasiado
de santidade medíocres.
dem asiado medíocres.
Não
N ão háhá dúvida
dúvida dede que cada comunhão
que cada contém um
comunhão contém um depósito
depósito
inesgotável
inesgotável de de graças: quem está
graças: quem está presente
presente na na Sagrada Eucaristia éé
Sagrada Eucaristia
Jesus
Jesus Cristo,
Cristo, ee JesuJesuss Cristo
Cristo éé Deus,
Deus, ee Deus
Deus éé infinito,
infinito, ee pode
pode dispor
dispor
de
de graças
graças infinitas.
infinitas. Mas M as oo total
total dede graças
graças queque cada
cada indivíduo recebe
indivíduo recebe
numa
numa comunhão
comunhão depende depende da da capacidade
capacidade que que esse
esse indivíduo
individuo tenha.
tenha.

Há muita
muita águaágua no no Oceano
Oceano Atlântico,
Atlântico, mas uma garrafa
m as uma garrafa de de litro
litro

só poderá
poderá conter
conter um um litro
litro dessa água, mesmo
dessa água, mesmo que que aa mergulhemos
mergulhemos até até
Oo fundo.
fundo. De forma parecida,
De forma parecida, aa nossa nossa almaalma temtem umauma capacidade
capacidade
limitada
limitada para para aa graça.
graça. Com Comoo criatura finita que
criatura finita que é, é, nenhuma
nenhuma alm almaa
humana
humana pode pode ter ter capacidade
capacidade infinita
infinita para
para aa graça,
graça, nenhuma
nenhuma alma alma
estã
está em condições de
em condições absorver toda
de absorver toda aa graça
graça que
que uma comunhão põe
uma comunhão põe
àa sua disposição.
sua disposição.
Mas
M as isto
isto não quer dizes
não quer dizer queque em em cada
cada umauma de de nossas
nossas comunhões
comunhões
estejamos
estejamos conseguindo
conseguindo toda toda aa graça
graça que que nos
nos éé possível.
possível. Não quer
N ão quer
dizer que não possamos
dizer que não possam os aumentar a nossaaumentar a nossa capacidade
capacidade de de adquirir
adquirir
sraça.
^raça. Se a garrafa que mergulhamos no oceano não está vazia,
Se a garrafa que mergulhamos no oceano não está vazia.
mas cheia
mas cheia de de areia
areia até
até três
três quartos,
quartos, não não tiraremos
tiraremos um um litro de água,
litro de água,
Mas apenas um quarto da sua
mas apenas um quarto da sua capacidade total. capacidade total. Só Só Deus
Deus sabe
sabe qual
qual
e“ aà Capacidade
capacidade máximam áxim a de graça de
dc graça de uma
uma alma.
alma. Mas todos podemos
M as todos podemos
ter
Ur àa certeza
cencza de de não
não havermos alcançado ainda
havermos alcançado essa capacidade
ainda essa capacidade m má-á­
ima,
xima.
316 A SAGRADA COMUNHAO

Aumentamos aa nossa
Aumentamos capacidade de
nossa capacidade de graça
graça quando
quando retiramos
retiramos aa
areia da
areia garrafa, quando
da garrafa, quando tiramos
tiramos os obstáculos àà graça
os obstáculos graça queque emembara-
bara­
cam aa nossa
çam nossa alma.
alma. O O primeiro
primeiro ee o o maior
maior deles
deles éé o o apego
apego ao ao pecado
pecado
venial
venial (uma(uma comunhão
comunhão digna digna pressupõe
pressupõe ausência
ausência de de pecado
pecado m mortal).
ortal).
Enquanto houver
Enquanto houver um um só só pecado
pecado venial
venial que que não
não queiramos abandonar
queiramos abandonar
(um rancor contra o chefe, a intemperança no uso do álcool, uns
(um rancor contra o chefe, a intemperança no uso do álcool, uns
comentários
comentários m maliciosos
aliciosos com com laivos
laivos dede m murmuração),
urm uração), estaremos
estaremos redu-redu­
zindo
zindo aa capacidade
capacidade de de graça
graça da da nossa
nossa alma,
alma.
Uma
Uma vez vez livres
livres do do pecado venial, ainda
pecado venial, ainda resta
resta aa luta contra as
luta contra as
imperfeições, essas falhas que mostram que o nosso amor a Deus
imperfeições, essas falhas que mostram que o nosso amor a Deus
não éé ainda
não ainda dede todo
todo oo coração.
coração. Pode Pode haver desleixo ou
haver desleixo ou desinteresse
desinteresse
na nossa
na nossa oração, resistência egoísta
oração, resistência egoísta em em ajudarmos
ajudarm os oo próximo,
próximo, falta
falta
de esforço para
de esforço para vencer
vencer aa nossanossa irritabilidade
irritabilidade ou ou impaciência,
impaciência, certacerta
vaidade infantil
vaidade infantil nas
nas nossas atitudes ou
nossas atitudes ou nos nossos talentos.
nos nossos talentos. SejamSejam
quais forem, essas
quais forem, imperfeições são
essas imperfeições são provavelmente
provavelmente muitos muitos grãos
grãos de de
areia
areia nana nossa
nossa garrafa.
garrafa.
Que podemos fazer
Que podemos fazer com com esses
esses pecados
pecados ee imperfeições?
imperfeições? Pôr um
Pôr um
pouco
pouco mais mais dede esforço
esforço cc receber
receber aa Sagrada
Sagrada Comunhão
Comunhão com com maior
maior
frequência.
frequência. Um Um efeito
efeito maravilhoso
maravilhoso da da graça
graça da da comunhão
comunhão éé que que
nos purifica
nos purifica ee fortalece contra as
fortalece contra as mesmas
mesmas coisascoisas que que aa impedem
impedem
de agir.
de agir. Com um pequeno esforço da nossa parte, cada Sagrada
Com um pequeno esforço da nossa parte, cada Sagrada
Comunhão prepara
Comunhão prepara o o caminho
caminho para para maiores
maiores graças
graças na seguinte. C
na seguinte. Cada
ada
comunhão edifica
comunhão edifica sobre
sobre aa anterior.
anterior.

Este fato
Este fato esclarece
esclarece também
também aa afirmafirmação
ação de que ““uma
de que uma sósó com
comu-u­
nhão
nhão éé suficiente
suficiente para fazer um
para fazer santo” É
um santo” É verdade
verdade que que oo Senhor
Senhor podia,
podia,
por um
por um milagre
milagre da da sua graça, fazer
sua graça, fazer dede um pecador um
um pecador um santo
santo comcom
uma
uma só só comunhão.
comunhão. Mas,
M as, normalmente,
normalmente. Deus Deus permite
permite que que oo cresci-
cresci­
mento na
mento santidade seja
na santidade seja um crescimento orgânico,
um crescimento gradual ee estável
orgânico, gradual estável
como o
como o dede umauma criança.
criança, que mal se
que mal se percebe
percebe de de umum diadia para
para o o
outro. De
outro. De novo
novo aqui
aqui uma
uma graça edifica sobre
graça edifica sobre aa anterior.
anterior. É É melhor
melhor
para aa nossa
para nossa humildade
humildade não não conhecermos claramente oo progresso
conhecermos claramente progresso
que fazemos.
que fazemos.
À única
A conclusão que
única conclusão que devemos tirar de
devemos tirar tudo isto
de tudo isto éé que
que nosnos
importa
importa muitomuito qucque cada
cada comunhão
comunhão nos nos leve
leve oo mais
mais longe
longe possível.
possível.
Isto exige uma
Isto exige uma preparação
preparação imediata
imediata de de cada
cada comunhão,
comunhão, que que estimule
estimule
os nossos
os no.ssos sentimentos
sentimentos de de arrependimento,
arrependimento, fé. fé. amor
amor ee gratidão,
gratidão, queque
nos
nos arraste
arraste aa uma uma entrega autêntica, para
entrega autêntica, para identificarmos
identificarmos aa nossa nossa
vontade com
vontade com aa de de Deus.
Deus. EE cé evidente
evidente que
que cumprimos
cumprimos tudo tudo isto
isto sese
nos
nos unimos
unimos com sinceridade ee recolhimento
com sinceridade recolhimento ao ao oferecimento
oferecimento da da
Missa.
Missa.
Depois,
Depois, temos
temos esses preciosos minutos
esses preciosos minutos apósapós aa comunhão,
comunhão, em em queque
Nosso
Nosso Senhor Jesus nos
Senhor Jesus nos tem, poderiamos dizer,
tem, poderíamos dizer, abraçados.
abraçados. A A ““ação
ação
de graças”
de graças” da comunhão significa
da comunhão significa renovarmos
renovarmos as as nossas
nossas promessas
PRATICOS PARA COMUNGAR 3147
CONSELHOS

de amor ee gratidão,
de amor gratidão. significa
significa perguntarmo-nos valentemente:
perguntarmo-nos valcniemeiuc: “Senhor,
"Senhor,
que
(,]iie queres
queres que que eu faça?”. , ee escutarmos
eu faça?” escutarmos com com mais
mais valctuia ainda aa
valentia ainda
resposta
re que virá.
sp o s ta que virá. Se aa bênção
Se bênção finalfinal da
da M Missa
issa nos apanha já
nos apanha com
já com
iirn pé
um pé no no corredor, preparados para
corredor, preparados empreender uma
para empreender veloz corrida
uma veloz corrida
para casa em busca do nosso café com leite, é que estamos malba-
para casa em busca do nosso café com leite, é que estamos malba-
ratando
latando lastimavelmen
lastimavelmente te muitas
muitas graças
graças queque Jesus
Jesu s ainda
ainda nãonão acabara
acabara
de nos
dc nos dar.
dar. ForaFora alguma circunstância excepcional,
alguma circunstância deveríamos ter
excepcional, deveriamos ter
por
por norma
norma permanecer
permanecer na na igreja
igreja por
por mais
m ais dez
dez minutos,
minutos, dando
dando graças
graças
pela
pela comunhão.
comunhão.

Há um um ponto
ponto final
final (e(e muito
muito consolador)
consolador) que que convém
convém ter ter pre-
pre­
sente:
sente: podemos
podemos comungar
comungar com com muita
muita frequência.
frequência: podemos
podemos prepa-
prcpa-
rar-nos adequadament
rar-nos adequadamente e para a comunhão e depois dar graças com
para a comunhão e depois dar graças com
gencrosidade;
generosidade; podemos podemos estar estar tratando
tratando sinceramente,
sinceramente, de de comunhão
comunhão
em
em comunhão,
comunhão, de de pôr
pôr emem prática
prática os os nossos
nossos propósitos
propósitos e,e, apesar
apesar de de
tudo
tudo isso isso (ou
(ou talvez
talvez porpor causa
causa disso),
disso), sentirmo-nos
sentírmo-nos insatisfeitos
insatisfeitos co-co­
nosco
nosco próprios.
próprios. Então,
Então, não
nào nosnos limitemos
limitemos aa exclamar:
exclamar: “Com“ Com tantas
tantas
comunhões,
comunhões, como como devia
devia ser
ser melhor!”
melhor!” Perguntemo-no
Perguntemo-nos s também:
também: “Sem “ Sem
tantas
tantas comunhões,
comunhões, que que seria
seria dede mim?”
m im ?”
CAPÍTULO
C XXIX
a p ítu lo X X IX

A
A PENITÊNCIA
PENITÊNCIA

O SSACRAMENTO
O A C R A M E N T O DA
DA PENITÊNCIA
P E N IT Ê N C IA

ÉÉ um
um estranho
estranho paradoxo. Frequentemente, os
paradoxo. Frequentemente, os conversos dizem
conversos dizem
que uma
que um a dasdas coisas
coisas mais duras para
mais duras para se fazerem católicos
se fazerem católicos éé o o pensa­
pensa-
mento de
mento terem de
de terem de “ir
“ ir confessar-se”.
confessar-se” . E, E , no entanto, para
no entanto, para nós,
nós, que
que
crescemos na
crescemos Igreja, oo sacramento
na Igreja, sacramento da Penitência éé provavelmente
da Penitência provavelmente oo
que, àà parte
que, parte oo Batismo, menos quereríamos
Batism o, menos deixar. A
quereríamos deixar. A paz
paz dede mente
mente
ee de
de alma que o sacramento da Penitência nos dá não tem sucedá-
alm a que o sacramento da Penitência nos dá não tcrn sucedâ­
neo.
neo. É É uma
uma paz paz que
que brota
brota dada certeza
certeza —— nãonão de uma esperança
de uma esperança in- in­
segura
segura — — de de que
que os os nossos pecados foram
nossos pecados perdoados, de
foram perdoados, de que
que estamos
estamos
em amizade com Deus. Evidentemente, também o converso aprende
em amizade com Deus. Evidentemente, também o converso aprende
rapidamente aa amar
rapidamente am ar oo sacramento
sacramento da da Penitência,
Penitência, quando
quando supera
supera os os
seus vagos
seus temores, temores
vagos temores, temores que que nascem
nascem da ignorância do
da ignorância do que este
que este
sacramento é na realidade.
sacramento é na realidade.
AA palavra
palavra “penitência”
“ penitência” tem tem dois
dois significados.
significados. Em primeiro lu-
Em primeiro lu­
gar, temos
gar, temos aa virtude
virtude da penitência, aa virtude
da penitência, virtude sobrenatural
sobrenatural que que nos
nos
leva
leva aa detestar
detestar osos nossos
nossos pecados,
pecados, por por um
um motivo
motivo queque aa fé fé nos
nos dádá aa
conhecer, ee ao
conhecer, propósito conseqüente
ao propósito consequente de de não
não ofender
ofender mais m ais aa Deus
Deus
ee de
de desagravá-lo
desagravá-lo por por isso.
isso. Neste
Neste sentido,
sentido, oo termo
termo “penitência”
“ penitência” éé sinô-,
sinô-
nimo
nimo dede ““arrependimento”.
arrependimento” . Antes Antes de de Cristo,
Cristo, aa virtude
virtude da penitência
da penitência
era
era oo único meio pelo
único meio pelo qual
qual osos homens
homens podiam
podiam alcançar
alcançar o o perdão
perdão
de
de seus pecados.
seus pecados. Mesmo hoje, para
M esm o hoje, para os que estão
os que estão fora
fora da da Igreja
Igreja dede
boa fé
boa fé ee não
não dispõem
dispõem do sacramento da
do sacramento Penitência, ela
da Penitência, ela éé oo único
único meio
meio
de alcançar
de alcançar oo perdão
perdão dosdos pecados.
pecados.
Além de
Além de ser
ser umumaa virtude,
virtude, aa Penitência
Penitência éé um um sacramento.
sacramento. Defi­ Defi-
ne-se como
ne-se como ““oo sacramento instituído por
sacramento instituído por Jesus
Jesus Cristo
Cristo para perdoar
para perdoar
os pecados
os pecados cometidos depois do
cometidos depois do Batism
Batismo”. o” , Ou, para dar
Ou, para dar uma
uma defi­
defi-
nição mais
nição mais longa
longa ee descritiva, podemos dizer
descritiva, podemos que aa Penitência
dizer que Penitência éé Oo
sacramento pelo
sacramento pelo qual o qual o sacerdote,
sacerdote, comocomo instrumento
instrumento vivo vivo de de Deus,
SACRAMENTO DA PENITÊNCIA 319
O

perdoa os
perdoa os pecados
pecados cometidos
cometidos depois depois do Batismo,o, quando
do Batism quando o o pecador
pecador
está sinceramente arrependido,
está sinceramente arrependido, diz diz as faltas em
suas faltas
as suas em confissão
confissão ao ao
sacerdote c se submete à satisfação ou pena
sacerdote c se submete à satisfação ou pena que
que este
este lhe
lhe impõe.
impõe.
Pela
Pela sua morte na
sua morte na cruz, redimiu oo homem
Cristo redimiu
Jesus Cristo
cruz, Jesus homem do do pe- pe­
cado v das consequências do pecado, especialmente da morte eterna,
cado e das conseqüências do pecado, especialmente da morte eterna,
que
que éé seu seu efeito.
efeito. N
Nãoão é, pois, de
é, pois, surpreender que
de surpreender que Jesus tenha insti­
Jesus tenha insti-
tuído
tido no no mesmo
mesmo dia dia em em que que ressuscitou
ressuscitou dentredentre os mortos o
os mortos sacra-
o sacra­
mento
mento pelo qual os
pelo qual pecados dos
os pecados homens podem
dos homens podem ser ser perdoados.
perdoados.
Ao entardecer
Ao entardecer do do Domigo
Domigo da da Ressurreição
Ressurreição, , Jesus
Jesus aparece
aparece aos aos
Apústolos, reunidos na
Apíístolos, reunidos na salasala alta
alta onde
onde tinham celebrado aa Última
tinham celebrado Ültima
Ceia. Estes
Ceia. Estes retrocedem
retrocedem assom assombrados
brados,, comcom uma mistura de
uma mistura de temor
temor ee
esperança incipiente,
esperança incipiente. enquanto
enquanto Jesus Jesu s lhes
lhes fala tranquilizá-los.
para tranquilizá-los.
fala para
Mas deixcmos
Ma.s deixemos que que seja
seja São São João
João quemquem conteconte (20, (20, 19-23);
19-23): ““Veio
Veio
Jesus e,
Jesus pondo-se no
e, pondo-se no meio
meio deles, disse-lhes: AA paz
deles, disse-lhes; seja convosco,
paz seja convosco,
E, dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discipulos ale-
E, dizendo isto, mostrou-lhes as m ãos e o lado. Os discípulos ale-
craram-se
graram-sc vendo vendo oo Senhor. Disse-lhes Ele
Senhor. Disse-lhes Ele outra
outra vez; vez: A À paz paz seja seja
convosco. Como
convosco. Com o meu meu Pai Pai me me enviou,
enviou, assimassim eu eu vos envio. Dizendo
vos envio. Dizendo
isto, soprou e disse-lhes: Recebei o Espirito Santo; aqueles aa quem
isto, soprou e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo; àqueles quem
perdoardes
perdoardcs os os pecados, ser-lhes-ão perdoados;
pecados, ser-lhes-ão perdoados; âqueles àqueles aa quem quem os os reti-
reti-
verdes, ser-lhes-ão
vcrdes, ser-lhes-ão retidos”
retidos”
Parafraseando estas
Parafraseando estas palavras
palavras dc de Jesus numa linguagem
Jesus numa linguagem m maisais m mo-o­
derna. o que Jesus disse foi: “Como Deus, tenho o poder de perdoar
derna. o que Jesus disse foi; “ Como Deus, tenho o poder de perdoar
os pecados.
os pecados. Agora
A gora vosvos transmito
transmito oo uso uso desse
desse poder.
poder. Sereis
Sereis meus meus
representantes.
representantes. Quaisquer pecados
Quaisquer pecados que perdoardes, E
que perdoardes, Euu os perdoarei.
os perdoarei.
Quaisquer pecados
Quaisquer pecados que que nãonão perdoardes,
perdoardes, Eu Eu nãonão os os perdoarei”
perdoarei”. . Jesus Jesus
sabia bem
sabia bem que que muitos
muitos de nós esqueceríamo
dc nós esqueceríamos s as as valentes
valentes prom promessas essas
do Batismo
do cometeriamos pecados
Batismo ee cometeríamos pecados graves depois. Sabia
graves depois. Sabia que que muitos
muitos
de nós
de perderíamos aa graça,
nós perderíamos graça, aa participação
participação na própria vida
na própria vida divina
divina
que
que nos
nos foi dada no
foi dada Batismo. Sendo
no Batismo. infinita ee inesgotável
Sendo infinita inesgotável aa miseri- miseri­
córdia
córdia de de Deus,
Deus, era era inevitável,
imevitável, digamdigamosos assim,
assim, que que Ele Ele desse
desse uma uma
segunda oportunidade
segunda oportunidade (e (e uma
uma terceira,
terceira, ee uma uma quarta,
quarta, ee uma uma centé­centé-
sima.
sima, se necessário) aos
se necessário) aos que recaissem no
que recaíssem pecado.
no pecado.

E lógico
É lógico que,
que, com
com aa morte
morte dos dos AApóstolos, não se
póstolos, não se interrompesse
interrompesse
0o poder
poder queque Jesus lhes deu
Jesus lhes deu dede perdoar
perdoar os os pecados,
pecados, bembem como
como o o de
de
mudar oo pão
mudar pão ee o o vinho
vinho no seu Corpo
no seu Corpo ee Sangue.
Sangue. Jesuss não
Jesu não veio
veio àà
terra para salvar
terra para salvar apenas
apenas um um minúsculo
minúsculo punhado
punhado de de almas
alm as escolhidas.
escolhidas.
Não
Não veio para salvar
veio para salvar unicamente
unicamente os contemporâneos dos
os contemporâneos dos seus Após-
seus Após-
tolos.
ú)los. Jesus veio
Jesus veio para
para salvar
salvar todos
todos osos homens
homens queque quisessem
quisessem sal-sal­
Yár-se,
var-se, atéaté oo fim
fim dos tempos.
dos tempos. Quando
Quando morria
morria nana cruz,
cruz, tinha-nos
tinha-nos
Presentes 4a você
presentes você cc aa mim,
mim, tanto
lanto como
como aa Timóteo
Timóteo ee aa Tito.
Tito.
E evidente
K evidente queque oo poder
peder dede perdoar
perdoar os pecados éé parte
os pecados parte dodo poder
poder
sacerdotal,
saccrdt)tal, e, e, portanto.
portanto, tinha que se
tinha que se transmitir
transmitir de
de geração
geração em em gera-
gera-
Sto por
Qu) meio do
por meio do sacramento
sacramento da da Ordem
Ordem Sagrada.
Sagrada. É É um poder que
um poder
520 A PENITÊNCIA

cada sacerdote
cada sacerdote exerce quando estende
exerce quando estendo as as mãos
mãos sobre
sobre oo pecador
pecador con­ con-
trito ee diz;
trito diz; “Fu“ Fu tete absolvo
absolvo dos dos teusteus pecados.
pecados, em nome do
em nome do Pai,
Pai, ee
do Filho, e do Espírito Santo” | Temos ouvido estas palavras muitas
do Filho, e do Espírito Santo” Tem os ouvido estas palavras muitas
vezes.
vezes. São "“aa fórmula
São fórmula da da absolvição”
absolvição”
Todo sacerdote
Todo sacerdote tem tem oo poder
poder de de perdoar
perdoar os os pecados.
pecados, M Mas,
as, na na
prática,
prática, precisa
precisa dede algo mais. Precisa
algo mais. Precisa do do queque sese chama
chama “jurisdição”
“ jurisdição”
OO sacramento
sacramento da da Penitência assemelha-se aa uni
Penitência asscmelha-se um processo
processo judicial:
judicial: o o
sacerdote escuta aa declaração.
sacerdote escuta declaração, ee o o sacerdote
sacerdote pronuncia
pronuncia aa sentença.
sentença.
Sabemos que,
Sabemos que, na ordem da
na ordem da lei
lei civil.
ei vil, oo juiz
juiz dcde uma
uma comarca judicial
comarca judicial
não
não podepode julgar
julgar asas causas
causas de de outra comarca, aa não
outra comarca, não scrser queque sejaseja
nomeado pela
nomeado pela autoridade.
autoridade. Sem essa
Sem essa nomeação,
nomeação, nenhum nenhum juiz juiz temtem
jurisdição fora da sua comarca.
jurisdição fora da sua comarca,
Da
Da mesma
mesma maneira,
maneira, um sacerdote não
um sacerdote não pode
pode exercer
exercer oo seu seu poder
poder
de juiz espiritual
de juiz espiritual no no tribunal
tribuna! da da Penitência
Penitência aà não não serser que,
que. cc atéaté que,
que,
oo bispo
bispo da da diocese
diocese lhelhe dê autorização para
dê autorização para fazê-lo,
fa/ê-lo. Sem Sem essaessa licen­
licen-
ça, O sacerdote carece de jurisdição: não pode adsolver validamente
ça, o sacerdote carece dc juri.sdição: não pode absolver validamente
os pecados.
os pecados. Mais
M ainda. oo scu
ais ainda, poder limita-se
seu poder limiia-se àà diocese
diocese parapara aa qual
qual
tem licença.
tem licença. Um
Um sacerdote
sacerdote da da arquidiocese
arquidiocc.se de de Aracajt.
Aracaju, por exem-
por exem­
plo, não pode confessar validamente na diocese de Chapecó, a não
plo, não pode confessar validamente na diocese de Chapecó, a não
ser que
ser que oo bispo
bispo de de Chapecó
Chapecó oo autorize
autorize aa fazê-lo,
fazê-lo. ou ou aa não
não ser ser que,
que,
encontrando-se o
eneontrando-se o sacerdote
sacerdote em em Chapecó,
Chapecó, um um dosdos seus
seus paroquianos
paroquianos
de Aracaju
de Aracaju lhe lhe peça
peça queque o o confesse.
confesse.

Pode acontecer
Pode acontecer uma uma vez vcz ouou outra
outra queque oo sacramento
sacramento da da Peni-
Peni­
tência nos
tência nos pareça
pareça uma
uma carga. Talvez até
carga. Talvez tenhamos chegado
ate tenhamos chegado aa ex­ ex-
clamar nalguma ocasião:
clam ar nalguma ocasião: “Oxalá não tivesse que ir confessar-me!”
“ Oxalá não tivesse (|iie ir confessar-rnc!”
Mas também não
M as também não há há dúvida
dúvida dc dc que.
que, einem momentos
momentos de de serenidade,
serenidade,
teremos compreendido
teremos compreendido oo amor amor queque devemos
devemos aa este este sacramento
sacramento ee como como
não quereriamos passar sem ele.
não quereríamos passar sem ele. Basta pensar um pouco em tudo
B asta pensar um pouco em tudo
o que
0 que oo sacramento
sacramento da da Penitência
Penitência faz faz por
por nós!nós! Hm Em primeiro
primeiro lugar,
lugar,
se
se uma
uma pessoa
pessoa se se separou
separou de de Deus
Deus por por um um ato ato grave
grave ee deliberado
deliberado
de desobediência (quer
de desobediência (quer dizer,
dizer, por
por um um pecado
pecado mortal),
m ortal), oo sacramento
sacramento
da
da Penitência reconcilia essa
Penitência reconcilia essa alma
alma com com Deus:Deus: aa graça santificante
graça santificante
volta
volta aa essa alma.
essa alma. Ao
Ao mesmo
mesmo tempo,tempo. os os pecados
pecados são são perdoados.
perdoados,
Do mesmo modo
Do mesmo modo que que aà escuridão
escuridão desaparece
desaparece de de um um quarto
quarto malmal se se
acende a luz, o pecado tem que desaparecer da alma assim que chega
acende a luz, o pecado tem que desaparecer da alma assim que chega
qa graça
graça santificante.
santificante.
Se alguém
Se alguém vai vai confessar-se
confessar-se sem pecado mortal,
sem pecado mortal, nem nem porpor Isso
isso o O
sacramento é recebido em vão. Neste caso. a alma recebe um incre-
sacramento é recebido em vão. Neste caso. a alma recebe um incre­
mento de
mento graça santificante,
de graça santificante, oo que que significa
significa que que sc aprofunda ee se
se aprofunda se
fortalece aquela
fortalece aquela participação
participação na na vida divina pela
vida divina pela qual
qual aa alma
alma estáestá
unida a Deus.
unida a Deus. E quer se esteja ou não em pecado mortal, são sem-
E quer se esteja ou não em pecado mortal, são sem­
pre perdoados todos
pre perdoados todi)s osos pecados veniais que
pecados veniais que oo penitente
penitente tenhatenha come­
come-
ido
tido ee de de queque esteja
esteja arrependido.
arrependido. Trata-se Trata-se desses
desses pecados
pecados levesleves e€
DA PENITÊNCIA 321
O SACRAMENTO

mais comuns
mais comuns que que não
não nos separam de
nos separam de Deus,
Deus, mas dificultam aa plena
mas dificultam plena
irradiação da sua graça na
irradiação da sua graça na nossa
nossa alma,
alma, como
como as
as nuvens
nuvens dificultam
dificultam
an irradiação
irradiação solar.
solar.
Além de
Além restaurar ou
de restaurar avmentar aa graça
ou aumentar graça santificante
santificante ee de de perdoar
perdoar
os pecados
os pecados mortais
mortais ee veniais,
veniais. que
que outras
outras vantagens
vantagens nos nos proporciona
proporciona
este
este sacramento?
sacramento?
Se se
Se se trata
trata de pecados mortais,
de pecados mortais, éé cancelado
cancelado pela pela Penitência
Penitência oo
castigo
castigo eicrno
eterno que deles resulta
que deles resulta inevitavelmente.
inevitavelmente. Sabemosos que
Sabem quem
que quem
rejeita Deus
rejeita Deus pelo pecado mortal
pelo pecado mortal ee entra
entra na na eternidade impenitente,
eternidade impenitente,
separa-se dEle para sempre: vai para o inferno. Mas quando Deus,
scpara-se dEle para sempre: vai para o inferno. M as quando Deus,
no sacramento
no sacramento da da Penitência,
Penitência, une outra vez
une outra vez essa almaa aa SÍ
essa alm Si ee aa absol­
absol-
ve
ve do do pecado
pecado mortal,
mortal, elimina também oo perigo
elimina também perigo de desastre eterno
de desastre eterno
aa que
que essa alma cstava destinada.
essa alm a estava destinada.

Ao mesmo tempo
A o mesmo tempo que que perdoa
perdoa o o castigo eterno devido
castigo eterno devido pelopelo pe-pe­
cado mortal, o sacramento da Penitência perdoa pelo menos parte
cado mortal, o sacramento da Penitência perdoa pelo menos parte
da pena
da pena temporal
temporal devida devida pelo pelo pecado.
pecado. Esta
E sta pena
pena temporal
temporal éé sim- sim ­
plesmente aa divida
plesmente dívida de de satisfação
satisfação que que devodevo aa Deus pelos meus
Deus pelos meus peca-
peca­
dos,
dos, inclusive
inclusive depoisdepois de de terem sido perdoados,
terem sido perdoados. EÉ questão
questão de de ““con-
con­
sertar os
sertar os estragos”,
estragos” , poderiamos
poderíamos dizer. dizer.
Vejamo-lo por
Vejamo-lo por ura um exemplo
exemplo caseiro:
caseiro: um um rapaz
rapaz deixa-se
deixa-se arrebatar
arrebatar
por um
por um momento
momento de de iraira cc dá dá umum ponta-pé
ponta-pé numa numa mesinha, derru-
mesinha, derru­
bando ee quebrando
bando quebrando um objeto de
um objeto de cerâmica.
cerâmica. ““Sinto muito, m
Sinto muito, mamãe
am ãe — —
diz cle,
diz ele, arrependido
arrependido —. —. N Nãoão deveria
deveria tê-lo feito”. . “Bem
tê-lo feito” “ Bem — — dizdiz aa
mãe —:.
mãe — ; sc se está
está arrependido,
arrependido, não não o o castigarei.
castigarei. M Masas terá
terá que
que reco-
reco­
lher os
lher os pedaços
pedaços quebrados,
quebrados, e, e, além
além disso, espero que
disso, espero que compre
com pre um um
objeto
objeto novo novo com com as suas economias.”
as suas economias.” A A mãe perdoa aa desobediên-
m ãe perdoa desobediên­
cia
cia ee absolve
absolve o o filho
filho do do castigo,
castigo, m masas espera
espera queque ele ele ofereça
ofereça uma uma
satisfação
satisfação pela pela sua sua rebeldia.
rebeldia.
Esta
E sta éé aa satisfação
satisfação que que devemos
devemos aa Deus Deus por por havê-lo
havê-lo ofendido,
ofendido,
cca a que
que cham
chamamos am os “pcna temporal devida
“ pena temporal devida pelo pecado”. . EE ou
pelo pecado” ou pa-pa­
gamos essa
gamos essa pena pena com com orações,
orações, mortificações
mortificações ee outras outras boas ações
boas ações
feitas em
feitas estado de
em estado de graça
graça nesta nesta vida,
vida, ou teremos que
ou teremos que pagá-la
pagá-la no no
purgatório.
purgatório. Esta
E sta cé aa dívida
divida que que oo sacramento
sacramento da da Penitência
Penitência reduz,
reduz,
ao menos em parte. proporcionalmente ao grau do nosso arrepen-
ao menos em parte, proporcionalmente ao grau do nosso arrepen­
dimento.
dimento. Quanto
Quanto mais mais fervorosas
fervorosas forem forem as nossas disposições,
as nossas disposições, maism ais
sc reduz
sc reduz aa satisfação
satisfação temporaltemporal que que devemos.
devemos.
Outro
Outro efeitoefeito do do sacramento
sacramento da da Penitência
Penitência éé devolver-nos
devolver-nos os os m mé-é­
rios das
ritos das boasboas obrasobras que que tenhamos
tenhamos feito feito ee queque se se tenham perdido
tenham perdido
pelo
pclo pecado
pecado mortal.mortal. Com Comoo sabemos,
sabemos, toda toda boaboa ação
ação que que realizamos
realizamos
em estado de graça santificante,
^'ni estado de graça santificante, com a intenção de com a intenção agradar aa Deus,
de agradar Deus, éé
uma
•^ ação meritória,
‘ina ação meritória, isto isto é,é, merece-nos
merece-nos um um aumento
aumento de de graça
graça nesta
nesta
vida ee de
\tda de glória
glória no no céu.
céu. Mesmo M esmo as as ações
ações m mais simples —
ais simples — um umaa ppa-a­
lavra amável,
lavra amável, um gesto de
um gesto de cortesia
cortesia —.,— , feitas
feitas comcom amoramor de de Deus, cau-
Deus, cau­
SIS A PENITÊNCIA

sam este
sam efeito; muito
este cfeito; muito m ais as
mais as orações. M issas ee sacramentos.
orações, Missas sacramentos. No
No
entanto. oo pecado
entanto, pecado mortal cancela todos
mortal cancela todos esses
esses méritos
méritos acumacumulados,
ulados,
como uma JjJozada insensata na roleta pode fazer perder as economias
como uma jogada insensata na roleta pode fazer perder as economias
de toda
de toda uma uma vida.vida. Ao perdoar-nos oo pecado
A o perdoar-nos pecado mortal,
mortal. DeusDeus podia,
podia,
em perfeita justiça,
cni perfeita Justiça, deixar
deixar que que os os nossos
nossos méritos
méritos passados
passados continuas-
continuas­
sem perdidos
sem perdidos para sempre. Mas,
para sempre. M as, na na sua
sua bondade
bondade infinita,
infinita, nãonão oo faz,
faz,
não
não nos obriga aa começar
nos obriga começar outra outra vez vez dodo princípio:
princípio: o o sacramento
sacramento da da
Penitência não
Penitência não só só perdoa
perdoa os os nossos
nossos pecados,
pecados, como como nosnos devolve
devolve tamtam- ­
bem os
bém méritos que
os méritos tinhamos perdido
que tínhamos perdido voluntariamente.
voluntariamente.
Finalmente. além
Finalmente, além de todos esses
dc todos esses benvfícios,
benefícios, o o sacramento
sacramento da da Pe-
Pe­
nitência dá-nos direito a quaisquer graças atuais dc que possamosos
nitência dá-nos direito a quaisquer graças atuais dc que possam
necessitar —
necessitar — ee na na medida
medida em em que que delas
delas nevessitemos
necessitemos — — para
para p po-o ­
dermos satisfazer
dermos satisfazer os os nossos
nossos pecadospecados passados
passados ee vencer
vencer as as nossas
nossas
tentações futuras. Esta é a “graça sacramental” especial da Penitên-
tentações futuras. E sta é a “ graça sacram cnlal” especial d a Penitên­
cia, que
cia, que nosnos fortifica contra as
fortifica contra as recaídas
recaidas no no pecado.
pecado. É É oo remédio
remédio
espiritual que
espiritual que fortalece
fortalece ee ao ao mesmo
mesmo tempo tempo cura.cura. Esta
E sta éé aa razão pela
razão pela
qual toda pessoa
qual toda pessoa desejosa
desejosa dc de ter verdadeira vida
ter verdadeira vida interior
Interior sente
sente neces­
neces-
sidade
sidade de confessar-se com
de confessar-se com frequência.
frequência. AA confissão
confissão freqüente
frequente éé umauma
das
das melhores
melhores defesas contra oo pecado
defesas contra pecado mortal.
mortal. Seria, pois, oo cúmulo
Seria, pois, cúmulo
da estupidez dizer: “Eu não preciso confessar-me porque não co­
da estupidez dizer: “ Eu não preciso confessar-me porque não co-
meti nenhum pecado
meti nenhum pccado mortal”
m ortal”

Todos estes efeitos


T odos estes efeitos do sacramento da
do sacramento da Penitência
Penitência —— aa restauração
restauração
ou oo aumento
ou aumento da graça santificantc,
da graça santificante, oo perdão
perdão dos pecados, aa remis­
dos pecados, remis-
são da
são da pena,
pena, aa devolução
devolução do mérito cc aa graça
do mérito graça para vencer as
para vencer as ten-
ten­
tações
tações — são possíveis
— são possíveis graças aos infinitos
graças aos infinitos méritos
méritos de Jesuss Cristo
de Jesu Cristo
que este sacramento imprime na nossa alma. Jesus Cristo na cruz
que este sacramento imprime na nossa alma. Jesus Cristo na cruz
realizou
realizou jájá aa sua obra por
sua obra por nós;
nós; no
no sacramento
sacramento da Penitência, dam
da Penitência, damosos
aa Deus
Deus simplesmente
simplesmente aa oportunidade
oportunidade de de partilhar conosco os
partilhar conosco os infi­
infi-
nitos méritos
nitos méritos dede seu
seu Filho.
Filho.

PREPARAÇÃO
P DAA CONFISSÃO
REPARAÇÃO D C O N FISSÃ O

Provavelmente. muitos
Provavelmente, muitos de de nós
nós recebemos
recebemos oo sacramento
sacramento da da Peni­
Peni-
tência com razoável frequência. E. sem dúvida, quando somos seve-
tência com razoável frequência. E , sem dúvida, quando som os seve­
ramente tentados, ou
ramente tentados, ou de algm modo
de algiim modo temostemos oo espírito
espirito atribulado,
atribulado,
encontramos
encontramos nessenesse sacramento
sacramento uma um a fonte abundante de
fonte abundante de fortaleza
fortaleza ee
paz. Agradecemosos aa Deus
paz. Agradecem Deus porpor nos ter dado
nos ter dado essa
essa oportunidade
oportunidade tão tão
aà m
mão
ão dede obtermos
obtermos orientação
orientação ee conselho
conselho espiritual, além das
espiritual, além das graças
graças
que
que aa Penitência
Penitência nos
nos dá.
dá. SeSe somos
som os sensatos. procuraremos oo mesmo
sensatos, procuraremos mesmo
confessor regularmente, para
confessor regularmente, para que possa conheccr
que possa conhecer melhor
melhor asas nossas
nossas
necessidades.
necessidades.
Não
N ão obstante, pode ser
obstante, pode ser que
que muitos
muitos de de nós
nós —— semsem grandes
grandes ten-
ten*
PREPARAÇÃO DA CONFISSÃO 323

tações nem
tações iiom problemas de peso
problemas dc recebamos oo sacramenlo
— recebamos
peso — da Peni-
savramento da Peni­
tência rotinciramente.
tência rotineiramente. V am os confessar-nos
Vamos confessar-nos com frequência porque
com frequência porque
damos
damos credito
crédito àà afirm ação de
afirmação de queque cé bom
bom para
para aa nossa
nossa alm Dize-
alma.a. Dize­
mos os
mos cs nossos
nossos pecados cumprimos depois
pecados ce cumprimos penitência, ee não
depois aa penitência, não ppas-
as­
sam os disso.
csamos disso. Não sentimos sensação alguma de renovação ao
N ão sentimos sensação alguma de renovação ao sair-
sair­
mos
mos do do confessionário:
confessionário: não não nos vemos melhorar
nos vemos apreciaveimente de
melhorar apreciavelmente de
confissão para
confissão para confissão.
confissão. Qual
Qual pode pode ser causa desta
ser aa causa espécie de
desta espécie de
apatia?
apatia? Que está faliando da nossa parte para nos confessarmosos
Que está faltando da nossa parte para nos confessarm
com fruto?
com fruto?
O catecismo
O catecismo dá dá uma lista de
uma lista de cinco condições para
cinco condições recebermos
para recebermos
dignamente o sacramento
dignamente o sacramento da Penitência.da Penitência. Primeiro, exam inarm os aa
Primeiro, examinarmos
nossa
nossa consciência.
consciência. Segundo, doer-nos dos
Segundo, doer-nos nossos pecados.
dos nossos Terceiro,
pecados. Terceiro,
fazer o
fazer o firme propósito de
firme propósito de não daí por
pecar daí
não pecar diante.
por diante. Quarto, con-
Quarto, con­
fessar cs nossos pecados ao sacerdote.
fessar os nossos pecados ao sacerdote. Quinto, querer cumprir aa
Quinto, querer cumprir
penitência que
penitência confessor nos
que oo confessor Omitir qualquer
impõe. Omitir
nos impõe. qualquer destes pon-
destes pon­
tos pode
tos ocasionar, no
pode ocasionar, pior dos
no pior dos casos, uma confissão
casos, uma completamente
confissão completamente
indigna, uma
indigna, sacrílega; e,
confissão sacrílega;
uma confissão e, no melhor, um
no melhor, confissão com
umaa confissão com
menos fruto,
menos fruto, emem que nossa ^Im
que aa nossa receba muito
almaa receba graça.
pouca graça.
muito pouca

Consideremos em
Consideremos em primeiro
primeiro lugar
lugar o o exame
exame dede consciência.
consciência. Defi­ Defi-
ne-se como oo esforço
ne-se como esforço sincero
sincero por recordar todos
por recordar todos osos pecados
pecados come­
come-
tidos desde aa última
tidos desde última confissão
confissão válida.
válida. Devemos
Devemos cumprir
cumprir essaessa tarefa
tarefa
antes
antes de nos aproxim
de nos aproximarmos
arm os do confessionário. Se
do confessionário. Se alguém
alguém tem tem difi-
difi­
culdade
culdade em cm examinar
examinar aa sua sua consciência
consciência — — por
por exemplo,
exemplo, por por estar
estai
afastado da
afastado da confissão
confissão háhá muito
muito tempo
tempo ou ou por
por ter pouca ÍFormação
ter pouca formação
religiosa —
religiosa —, , oo sacerdote
sacerdote oo ajudará
ajudará com com gosto
gosto aa fazê-lo,
fazê-lo, sese lhe falar
lhe falar
disso. Mas o normal é ter os pecados antecipadamente preparados
disso. M as o normal é ter os pecados antecipadamente preparados
para desfilarem
para desfilarem em em revista
revista perante
perante oo sacerdote,
sacerdote, logo
logo queque este
este nos
nos
possa ouvir.
possa ouvir.
AA questão
questão cé sabersaber se se o o nosso
nosso exame
exame de de consciência
consciência tem tem aa pro­
pro-
fundidade ee aa seriedade
fundidade seriedade que deveria ter,
que deveria ter. É É fácil,
fácil, especialmente
especialmente se se
nos confessam
nos confessamosos com com frequência. descurar este
frequência, descurar este ponto.
ponto. “O “ O mesmo
mesmo
que da última
ciue da última vez” vez”, , dizemos.
dizemos. “““Descuidei
Descuidei as as orações,
orações, usei
usei oo nome
nome
de Deus com
de Deus com pouca
pouca reverência,
reverência, perdi perdi aa paciência
paciência uma uma vez e disse
vez e disse
duas
duas ou três mentiras
ou três mentiras pequenas.”
pequenas.” E com
E com essa essa olhada
olhada rápida
rápida julga­
julga-
mos estar preparados para
mos estar preparados para aa confissão. confissão. Parece que
Parece que esquecemos
esquecemos que que
Oo que
que vamos
vamos receber
receber éé nada nada menosmenos que que um um sacramento,
sacramento, um um sacra-
sacra­
mento
mento por por cuja
cuja eficácia
eficácia Cristo
Cristo morreu
morreu em em agonia,
agonia. O nosso
O nosso exame
exame
de consciência deveria
de consciência deveria ser ser uma
uma preparação
preparação pausadapausada ee cuidadosa;
cuidadosa: casocaso
contrário, não nos deve surpreender
contrário, não nos deve surpreender que a nossa quota de que a nossa quota de graça
graça seja
seja
pequena.
pequena.
Antes
Antes de de m mais nada, o
ais nada, o nosso
nosso exame
exame deve começar com
deve começar com umauma
oração fervorosa, pedindo
oração fervorosa, pedindo ao Espírito Santo ao Espírito Santo luzesluzes para
para podermos
podermos
reconhecer
reconhecer os os nossos
nossos pecados
pecados claramente,
claramente, confessá-los
confessá-los adequadamente
adequadamente
324 A PENITENCIA

cc arrc‘pcndcr-nos
arrepender-nos sinceramente.
sinceramente. Só
Só depois
depois nos dedicaremos aa inven-
nos dedicaremos mvcn-
tariá-los.
lariá-los. Sem Sem pressas
pressas nem nervosismos (deixando
nem nervosismos (deixando que que outros
outros p pas-
a s­
sem à nossa frente no confessionário. se chega a nossa vez e ainda
sem à nossa frente no confessionário, se chega a nossa vez e ainda
não
não estamestamosos preparados),
preparados), repassaremrepassaremosos os os mandamentos
mandamentos da da leilei dede
Deus cc da
Deus da Igreja
Igreja ee os nossos deveres
os nossos particulares de
deveres particulares estado. aplican­
dc estado, aplican-
do-os
do-os àà nossa nossa pessoa.
pessoa. DevemosDevemos preocupar-nos
preocupar-nos de de recordar
recordar os peca-
os peca­
dos mortais se,
dos mortais infelizmente, existem.
se, infelizmente, existem. Cada pecado
Cada pecado mortal
mortal deveria
deveria
doer-nos como
doer-nos como aa proverbial punhalada.
proverbial punhalada. Mas.
M como pretendemos
as. como pretendemos fa- fa ­
zer uma confissão mito frutífera, buscaremos também os nossos pe-
zer uma confissão mui (o frutífera, buscaremos também os nossos pe­
cados veniais,
cados veniais. aquelas
aquelas coisascoisas que impedem oo nosso
que impedem nosso pleno
pleno amor amor aa
Deus.
Deus.
Podemos
Podemos .sentir sentir aa inclinação
inclinação de despachar um
de despachar um ou outro m
ou outro manda-
anda­
mento dem
mento demasiado depressa.
asiado depressa. Dizemos:
Dizemos: ““OO primeiro primeiro mandamento?
mandamento?
Não
N ão adorei
adorei nenhum
nenhum deus deus falso”
falso” Não, evidentemente.
Não, evidentemente. M Masas que
que acon-
acon­
tece com
tece com as irreverências na
as irreverências na igreja,
Igreja, com com as as distrações
distrações na na oração,
oração, com com
um pouco
um pouco de de superstição
superstição talvez? talvez? “O quinto mandamento?
“ O quinto mandamento? Não
N ão
maici ninguém”. Não; mas que acontece com as broncas cm casa,
matei ninguém” . N ão; m as que acontece com as broncas cm casa,
quando
quando começo começo aa gritar gritar ee deixo
deixo todo todo oo mundo ressentido?
mundo ressentido? Que
Que
dizer sobre oo rancor
dizer sobre rancor que que guardo
guardo contraconira fulano
fulano ee sicrano?
sicrano? Que Que dizer
dizer
sobre
sobre aa minha minha secretasecreta esperança
esperança de de que fulano ““sese meta
que fulano meta na na enras­
enras-
cada que
cada andava procurando”?
que andava procurando” ? ““OO sexto? sexto? N Não cometi adultério
ão cometi adultério ou ou
fornicação”
fornicação” Não, Não, mas mas queque dizer desse olho
dizer desse olho curioso
curioso nana praia, dessas
praia, dessas
piadas marrom de escritório?
piadas marrom de escritório? “O oitavo?
“ O oitavo? Ah, sim! Disse umaa ou
Ah, sim! EHsse um ou
duas
duas mentirinhas
mentirinhas certa certa vez.”
vez.” SimSim?? E E que
que dizer
dizer daquela
daquela murmuração
murmuração
daninha
daninha que soprer. daquelas
que soprei, daquelas reticências
reticências ee preconceitos
preconceitos contra
contra essa essa
pessoa de
pessoa de outro
outro país pais ouou raça?
raça? Quando Quando de de verdade
verdade começarmos
começarmos aa
examinar-nos sobre
examinar-nos sobre aa virtude
virtude da da caridade, surpreender-nos-á ver
caridade, surpreender-nos-á ver queque
necessitamos
necessitamos de de mais tempo do
m ais tempo do queque pensávamos.
pensávamos.
EE que acontece com
que acontece com aa honcstidade
honestidade da da nossa
nossa conduta
conduta em em assun-
assun­
tos de dinheiro, com a justiça com os subordinados. com a nossa
tos de dinheiro, com a justiça com os subordinados, com a nossa
generosidade
generosidade em em repartir
repartir com com os os menos afortunados os
menos afortunados os nossos
nossos bens bens
materiais?
materiais? Que acontece com
Que acontece com aa nossa plena aceitação
nossa plena aceitação de de tudo
tudo o o que
que
aa Igreja
Igreja ensina?
ensina? EE com com aa temperança
temperança ee aa sobriedade
sobriedade na na comida
comida e,e,
sobretudo, nas
sobretudo, bebidas? (Ou
nas bebidas? (Ou teremos
teremos que que embebedar-nos
embebedar-nos para para per-per­
ceber que
ceber que não não somos
som os comedidos?)
com edidos?) EE com com oo exemplo
exemplo de de vida cristã
vida cristã
que dam
que damosos aos aos que que nos nos rodeiam?
rodeiam?
Não
N ão éé necessário
necessário continuar
continuar aqui aqui aa lista.
lista. UmaUma fraqueza
fraqueza aa que que
nos
nos inclinamos
inclinamos éé com comparar-nos
parar-nos com com oo vizinho
vizinho da da frente
frente ou ou comcom aa
vizinha
vizinha do do lado,
lado, ee concluir
concluir que, que, depois
depois de de tudo,
tudo, não
não somos
somos tão tão maus
m aus
assim.
assim. Esquecemos
Esquecem os que que oo único
único com com quemquem temos
temos oo direito
direito de de comcom- ­
parar-nos é Jesus Cristo.
parar-nos é Jesu s Cristo. Ele é o nosso modelo, ninguém mais.
Ele é o nosso modelo, ninguém mais.

Antes
Antes de receber oo sacramento
de receber sacramento da da Penitência,
Penitência, éé importante
importante exa-
exa­
minarmos bem aa consciência;
minarmos bem consciência; m
masas éé mais
m ais importante ainda assegu­
imjxirtante ainda assegu-
DA CONFISSÃO 325
PREPARAÇÃO

rar-nos de
rar-iios de queque temos
temos dor dor sincera
sincera dos nossos pecados.
dos nossos pecados. Podemos
Podemos
esquecer-nos involuntariamente de confessar um pecado — até mortal
esquccer-nos involuntariamente de confessar um pecado — até mortal
— ee mesmomesmo assim assim fazer
fazer uma
uma boaboa confissão,
confissão, receberreceber oo perdão
perdão dos dos
nossos
nossos pecados.
pecados. M
Masas também
também podemos
podemos confessar
confessar todos todos os os nossos
nossos
pecados com a máxima precisão e, no entanto, sair do confessionário
pecados com a máxima precisão e, no entanto, sair do confessionário
com
con eles cles ainda
ainda em em nossa alma, se
nossa alma, se não temos uma
não temos uma contrição sinçera.
contrição sincera.
Que
Que é, é, pois,
pois, essa
essa contrição
contrição tão essencial para
tão essencial recebermos valida-
para recebermos valida­
mente o sacramento da Penitência?
mente o sacramento da Penitência? A palavra “contrição” derva
A palavra “ contrição” deriva
do
do latim
latim ee significa
significa ““moer”,
moer” , ““pulverizar”
pulverizar” A idéia
A idéia de de reduzir
reduzir o o eueu
aa pó
pó cé aa que que nos nos leva
leva aa apresentar-nos
apresentar-nos diante diante de de Deus
Deus comcom pro­pro-
funda
funda humildade.
humildade, OO Concilio Concílio de de Trento,
Trento, que tratou amplamente
que tratou amplamente do do
sacramento da Penitência, diz que a contrição é “um pesar de cora-
sacramento da Penitência, diz que a contrição é “ um pesar de cora­
ção ee detestação
ção detestação do do pecado
pecado cometido,
cometido, com com oo propósito
propósito de nunca
de nunca
mais cometê-lo”
mais cometê-lo”
ÉÉ fácil
fácil compreender
compreender aa necessidade
necessidade da da contrição
contrição como como condição
condição
para
para o o perdão.
perdão. Se Se ofendemos
ofendemos alguém,alguém, seria seria uma loucura pensar
uma loucura pensar
que cessa
que essa pessoa
pessoa nos perdoará mesmo
nos perdoará mesmo que que nãonão sintamos
sintamos dor dor da ofensa
da ofensa
cometida nem
cometida nem lho lho façamos
façam os saber.
saber. Não N ão éé de de surpreender,
surpreender, pois, pois, queque
Deus, aa quem
Deus, ofendemos com
quem ofendemos com um umaa desobediência
desobediência deliberada
deliberada aos aos seus
seus
mandamentos, exija
mandamentos, exija que
que nos
nos arrependamos
arrependamos das nossas ofensas
das nossas ofensas para para
sermos absolvidos da
sermos absolvidos da culpa.
culpa. DeusDeus não perdoa nenhum
não perdoa nenhum pecado,
pecado, m mor-
or­
tal ou
lal ou venial,
venial, se se não
não estamos arrependidos.
estamos arrependidos.
Mas também temos
M as também temos aa outra
outra caracara da moeda, muito
da moeda, muito m mais conso-
ais conso-
ladora.
ladora. N Nosos assuntos
assuntos humanos,
humanos, deparamos
deparam os às as vezes
vezes com com gente
gente ran-
ran­
corosa ee vingativa,
corosa vingativa, que que nunca
nunca perdoa
perdoa um insulto, por
um insulto, por m mais que nos
ais que nos
doa
doa o o mal
mal cometido
cometido ee nos desculpemos.
nos desculpemos. Deus não
Deus não éé assim.
assim. Deus Deus
perdoa toda
perdoa toda ofensa,
ofensa, por por odiosa
odiosa que que seja,
seja, se se o o pecador
pecador tem tem verda-
verda­
deira contrição.
deira contrição.

Temosos que
Tem que distinguir duas espécies
distinguir duas espécies de de contrição;
contrição: aa perfeita
perfeita ee aa
imperfeita.
imperfeita. A A diferença entre elas
diferença entre elas baseia-se
baseia-se nos nos motivos
motivos que que as pro-
as pro-
duzem, nos
ÓLizem. nos “porquês” “ porquês” do nosso arrependimento.
do nosso arrependimento. A contrição
A contrição per-per-
fena é a dor dos pecados
feiia é a dor dos pecados que nasce que nasce dcde umum perfeito
perfeito amor
amor aa Deus.
Deus.
Ama-se aa Deus
Ama-se Deus sobresobre todas
todas as coisas por
as coisas por EleEle mesmo, simplesmente
mesmo, simplesmente
Por ser
por infinitamente bom
ser infinitamente bom ee merecedor
merecedor da da nossa lealdade absoluta,
nossa lealdade absoluta,
cc essa consideração
essa consideração nos nos leva
leva ao pesar de
ao pesar de oo termos ofendido.
termos ofendido. Esta
Esta
ca contrição perfeita.
é a contrição perfeita.
— Deve-se notar
Deve-se notar queque este
este ““amor
amor aa Deus sobre todas
Deus sobre todas asas coisas por
coisas por
Ele mesmo”
Ele mesmo” não implica necessariamente
não implica necessariamente um um sentimento
sentimento de de amor
amor àà
maneira
maneira humana, humana. emocional.
emocional. É fácil
É fácil sentirmos
sentirmos um amor mais
um amor mais ar-ar­
dente por
dente por certas
certas pessoas
pessoas que por Deus;
que por Deus: mas mas islo
isto não
não quer
quer dizer que
dizer que
Prefiramos
prefiramos essas essas pessoas
pessoas aa Deus. Santa Branca,
Deus. Santa Branca, mãe mãe de de São
São Luis
l.niís
to rei Luis
(o rei Luís IX de IX de França), dá-nos um
França), dá-nos um bom exemplo disso.
bom exemplo disso. N Não
ão sese
pode duvidar do
pode duvidar do ardente
ardente amor materno que
amor materno que sentia por seu filho, e,
sentia por seu filho,
326 A PENITÊNCIA

no entanto, disse-lhc
no entanto, disse-lhe certa vez: “*Preferiria
certa vez: Preferiria ver-te ver-te mortomorto aos aos meus
meus
pés
pés aa vcr-te
ver-te cometer
cometer um um só só pecado
pecado mortal!”.
m ortal!” . Se formosos capazes
Se form capazes de de
dizer aa mesma
dizer mesma coisa coisa sinceramente,
sinceramente, se se estivermos dispostos aa renun­
estivermos dispostos renun-
ciar por
ciar por DeusDeus aa qualquer
qualquer pessoa pessoa ou ou coisa
coisa antesantes que que ofendê-lo,
ofendê-lo, en­ en-
tão temos perfeito amor de Deus. E se é este o amor que inspira aa
tão temos perfeito amor de Deus. E se é este o am or que inspira
nossa dor
nossa dor pelos
pelos pecados,
pecados, então então temos
temos uma um a contrição
contrição perfeita.
perfeita.
Dc passagem,
Dc diremos que
passagem , diremos que uma contrição perfeita
um a contrição perfeita perdoa
perdoa o o pe­
pe-
cado mortal imediatamente, sempre que tenhamos a intenção de nos
cado mortal imediatamente, sempre que tenhamos a intenção de nos
acusarmosos dele
acusarm dele na nossa próxima
na nossa próxim a confissão.
confissão. Isto Isto deveria
deveria levar-nos
levar-nos
aa incluir
incluir um um ato ato de perfeito amor
de perfeito am or aa DeusDeus nas nossas orações
nas nossas orações diárias,
diárias,
para
para nos recordarmos de
nos recordarmos de que
que Deus
Deus éé oo m mais importante ddaa nossa
ais importante nossa
vida,
vida, não não só só pelo
pelo queque fez.
fez. por
por nós,nós, mas
m as pelo pelo que que é.é. Se nos man-
Se nos m an­
temos
temos ““em em forma”
form a” destadesta maneira,
maneira, temos temos melhores
melhores possibilidades
possibilidades de de
fazer
fazer um um ato ato de de perfeita
perfeita contrição,
contrição, caso venhamos aa precisar
caso venhamos precisar dela,
dela,
contando sempre
contando sempre com com aa graçagraça de de Deus.
Deus.
AA contrição
contrição imperfeita
imperfeita éé um umaa espécie
cspécie de de dordor m mais egoísta, mas
ais egoísta, m as
deve
deve ficar claro que
ficar claro que não não éé uma uma má espécie de
m á espécie de dor.dor. E Embora
m bora não não
tenha
tenha o o poder
poder de de perdoar
perdoar oo pecadopecado mortal
mortal fora fora da da confissão,
confissão, éé uma uma
dor
dor suficientemente
suficientemente sincera sincera parapara nos conseguir oo perdão
nos conseguir perdão no sacra-
no sacra­
mento
mento da da Penitência.
Penitência.
Os motivos que
O s motivos inspiram aa contrição
que inspiram contrição imperfeita
imperfeita são são o o ódio
ódio ao ao
pecado
pecado por por scrser essencialmente
essencialmente um um mal,mal, ou ou o o temor
temor àà justiça
justiça divina:
divina:
aa perda
perda do do céucéu ee o o desterro eterno no inferno. A dor que brota
desterro eterno no inferno. A dor que brota
de
dc umum ou ou de de amambosbos os os motivos
motivos constitui
constitui aa contriçãocontrição imperfeita.
imperfeita.
Para
Para aa contrição
contrição imperfeita,
imperfeita, não nâo éé suficiente
suficiente oo medo medo ao inferno como
ao inferno como
o maior dos males, de modo que decido explicitamente que, se não
o m aior dos males, de modo que decido explicitamente que, se não
houvesse inferno,
houvesse pecaria com
inferno, pecaria com gosto.
gosto. Este Este éé oo tipo tipo de de temor
temor que que
tem
tem oo cachorro quando vê
cachorro quando vê oo chicote
chicote nas nas m mãos
ãos do do seu seu amo.
amo. ÉÉ um um
temor completamente cgoista, de escravos. O nosso temor a Deus
temor completamente egoísta, de escravos. O nosso temor a Deus
deve nascer da
deve nascer consideração de
da consideração de que
que E Elele éé oo nossonosso máximo
m áxim o bem,bem,
deve
deve serser comcomoo oo de de umauma criança
criança para para com com um um pai amoroso, não
pai amoroso, não
como
como o o de
de umum escravo
escravo para para com com um um capataz
capataz severo.severo.

Ambas
A m bas as espécies de
as espécies contrição, aa perfeita
de contrição, perfeita ee aa imperfeita,
imperfeita, de-
de­
vem incluir,
vem incluir, evidentemente,
evidentemente, o o firme
firme propósito
propósito de não pecar
de não daí para
pecar daí para
aa frente.
frente. ÉÉ óbvio que não
óbvio que não estam
estamosos contritos
contritos de um pecado
de um pecado se se con-
con­
tinuamos
tinuamos dispostos
dispostos aa cometê-lo
cometê-lo novamente,
novamente, se tivermos ocasião.
se tivermos Este
ocasião. Este
propósito de
propósito de não
não mais
m ais pecar deve =branger
pecar deve todos os
''.branger todos os pecados
pecados mor-m or­
tais, não só
tais, não os que
só os que sese confessaram;
confessaram ; ee deve incluir todos
deve incluir todos ooss pecados
pecados
veniais
veniais que que confiamos
confiam os nos sejam perdoados.
nos sejam perdoados.
Ão
A o referirmo-nos
referirmo-nos àà contrição perfeita, éé conveniente
contrição perfeita, conveniente fazer
fazer notar
notar
que, embora
quc, apague oo pecado
embora apague pecado mortal imediatamente, há
mortal imediatamente, há oo expresso
expresso
preceito
preceito que que nos proíbe de
nos proíbe de receber
receber aa Sagrada
Sagrada Comunhão
Comunhão enquanto
enquanto
não
não o o tenhamos
tenhamos confessado
confessado nono sacramento
sacramento da da Penitência.
Penitência.
CAPÍTULO XXX

AA CONTRIÇÃO
CONTRIÇÃO

QUANDO
Q U A N D O ÉÈ REAL
R E A L AA D
DOR?
OR?

Às vezes, tropeçamos
À s vezes, tropeçamos com com alguém
alguém na rua ou
na rua ou nono ônibus
ônibus ee dize-
dize­
mos:
mos: ““Sinto muito”. . Dizemo-lo
Sinto muito” Dizemo-lo por cortesia, ainda
por cortesia, ainda que que não
não oo sin­
sin-
tamos
tamos de de maneira nenhuma.
maneira nenhuma. Por dentro,
Por dentro, temos
temos vontade
vontade de exclamar:
de exclamar;
“Por
“ Por que
que esse
esse indivíduo
indivíduo nãonão olha por onde
olha por onde anda?”.
anda?” . Ou Ou se alguém
sc alguém
se aborrece por
se aborrece por algo que dissemos
algo que dissemos comcom toda
toda aa inocência, dizemos:
inocência, dizemos:
“Sinto
“ Sinto muito”, ainda que
muito” , ainda que por dentro estejamos
por dentro estejamos comentando:
comentando: ““Por
Por
que será
que será que
que este homem éé tão
este homem tão suscetível?”
suscetível?”
E muito
É fácil multiplicar
muito fácil multiplicar os exemplos de
os exemplos de ocasiões
ocasiões cm cm que
que as as
pessoas dizem “Sinto
pessoas dizem muito” sem
“ Sinto muito” sem sentir
sentir nada.
nada. Mas quando se
M as quando trata,
se trata,
como
como cé o o caso,
caso, de dc nos prepararmos para
nos prepararmos para receber
receber o o sacramento
sacramento da da
Penitência,
Penitência, ou ou aa nossa
nossa contrição
contrição éc cem
cem porpor cento
cento sincera
sincera ou ou éé m me-e­
lhor
lhor não
não nos
nos confessarmos.
confessarmos. Receber
Receber oo sacramento
sacramento da da Penitência
Penitência semsem
dor
dor verdadeira
verdadeira éé fazer
fazer um
umaa confissão
confissão indigna,
indigna, ee oo sacramento
sacramento seriaseria
inválido
inválido cc infrutiífero.
infrutífero, Se Se não
não temos
temos contrição autêntica, Deus
contrição autêntica. Deus nãonão
nos perdoará
nos perdoará os os pecados.
pecados. Como podemos, pois,
Com o podemos, saber se
pois, saber se aa nossa
nossa
contrição éé autêntica
contrição ou não?
autêntica ou não? Quais
Q uais os
os requisitos
requisitos essenciais
essenciais de
de um
um
ato
ato de
dc contrição
contrição genuino?
genuíno?

Os
Os teólogos enumeram quatro
teólogos enumeram quatro condições,
condições.
OO primeiro
primeiro cc oo mais evidente dos
mais evidente dos requisitos
requisitos éé que
que aa contrição
contrição
seja interior.
seja interior. Quando dizemos
Quando dizemos aa Deus:
Deus: ““Sinto muito haver-te
Sinto muito haver-te ofen­
ofen-
dido”, , não
dido” não fazemos
fazem os um
um mero
mero ato de cortesia
ato de cortesia nem apresentamos aa
nem apresentamos
obrigatória
obrigatória desculpa
desculpa cortês.
cortês. O O nosso
nosso coração
coração devedeve estar nas nossas
estar nas nossas
palavras.
palavras. Simplesmente devemos querer
Simplesmente devemos querer dizer
dizer o o que
que dizemos.
dizemos. MasM as
isto
isto não significa necessariamente
não significa necessariamente que devamosos sentir
que devam sentir uma
uma dordor em
emo-o­
cional. Como o amor, a dor é um ato
cional. Com o o amor, a dor é um alo da vontade, não da vontade, não um
um golpe
golpe
de emoção. Assim
de emoção. Assim como podemos am
como podemos amarar aa Deus
Deus semsem experimentar
experimentar
398 4 CONTRIÇÃO

sensações,
sensações, podemos podem os ter ter uma
uma profunda
profunda dor dor dos dos nossos pecados sem
nossos pecados sem
sentir reação emocional alguma.
sentir reação emocional alguma. Se com toda à sinceridade nos de.
Se eom ti>da a sinceridade nos de­
terminamos
terminamos aa evitar evitar tudotudo oo que possa ofender
que possa ofender aa Deus, Deus. com eom aa ajudaajuda
da sua graça, então temos contrição mterior.
da sua graça, então temos contrição interior.
Além
A lém de de interior,
interior, aa nossanossa contrição
contrição deve deve ser sobirnaíural. A
ser sobrenatural. A
razão
razão se bascia no
se baseia no “porquê”
“ porquê” da nossa contrição.
da nossa contrição. Se um
Se um hom homem em se se
arrepende de embebcdar-se porque depois fica com uma ressaca tre-
arrepende de embebcdar-se porque depois fica com uma ressaca tre­
menda,
m enda, essa e ssa dordor éé natural.
natural. Sc umaa mulher
Sc um mulher se lamenta de
se lamenta de terter falado
falado
mal, m
mal, murmutado maliciosamente, porque
urm urado maliciosamente, porque isso isso lhe lhe fez perder aa sua
fez perder sua
melhor amiga, essa dor é natural.
melhor amiga, essa dor c natural, Sc um menino lamenta a sua
Sc um menino lamenta a sua
desobediência
desobediência porque porque por isso lhe
por isso lhe darão
darão uns uns açoites,
açoites, aa sua sua dor dor cé
natural. Essa
natural. E s sa dordor natural
natural não não tem tem nada
nada aa ver ver com com Deus,
Deus, com com aa
alma ou com motivos sobrenaturais. Não é que essa dor seja m
alm a ou com m otivos sobrenaturais, N ã o é que essa dor seja má,á,
mas
m as éé insuficiente
insuficiente em em relação
relação aa Deus.Deus.
AA nossa
nossa dor dor éé sobrenatural
sobrenatural quando quando nasce nasce de de considerações
considerações so- so­
brenaturais;
brenaturais; quer dizer, quando
quer dizer, quando oo seu seu “porquê”
“ porque” se se baseia
baseia na na fé fé emem
algumas verdades que
algum as verdades que DeusDcus ensinou.
ensinou. Por Por exemplo,
exemplo. Deus Deus nos disse
nos disse
que devemos amá-lo
que devemos amá-lo sobre sobre todas
todas as coisas ee que
as coisas pecar éé negar-lhe
que pecar negar-lhe
esse
esse amor.amor. Deus Deus nos disse que
nos disse que um um pecado
pecado mortal mortal causa causa aa perda perda
do
do céu
céu ee nos nos fazfaz merecedores
merecedores do do inferno,
inferno, ee que que oo pecado
pecado venialvenial deve
deve
ser reparado no
ser reparado no purgatório.
purgatório. Disse-nosDisse-nos que que oo pecado pecado éé aa causa causa de de
que Jesu
que Jesuss tenha
tenha morrido
morrido na cruz ee que
na cruz que éé uma unia ofensa
ofensa àà bondade
bondade
infinita de Deus. Disse-nos que o pecado é odioso por sua própria
infinita de Deus. Disse-nos que o pecado é odioso por sua própria
natureza.
natureza. Quando Quando aa nossa nossa dor dor se se baseia
baseia nestas
nestas verdades
verdades que que DeusDeus
revelou,
revelou, éé dor sobrenatural. Elevou-se
dor sobrenatural. Elevou-se acima acima de de meras
meras considerações
considerações
naturais.
naturais.
Em terceiro lugar,
E m terceiro lugar, aa nossa
nossa dor dor deve
deve scr ser suprema.
suprema. Quer Quer dizer,
dizer,
devemos
devemos encarar encarar realmente
realmente oo mal m al moral
moral do do pecado
pecado como como o o mmáximo
áximo
mal
m al que existe, m
que existe, maior
aior queque qualquer
qualquer mal m al físico
físico ou ou meramente
meramente natural natural
que
que nos nos ppossa ocorrer. Significa
ossa ocorrer. Significa que, que, quando
quando dizemos dizemos aa Deus Deus que que
nos
nos arrependemos
arrependemos dos dos nossos
nossos pecados,
pecados, cstamos
estamos dispostos,
dispostos, com com aa ajudaajuda
da
d a sua
sua graça,
graça, aa sofrersofrer qualquer
qualquer coisa antes que
coisa antes que ofendê-lo
ofendê-lo outraoutra vez.vez.
AA frase
frase “com “ com aa ajudaajuda da da suasua graça”
graça” éé muito muito importante.
importante. A A dordor
suprema não
suprema não exclui
exclui um um sincero temor de
sincero temor de pecar
pecar outra outra vez,
vez, se se fazemos
fazemos
depender
depender aa vitória vitória apenas
apenas das nossas forças
d as nossas forças humanas.
humanas. Pelo Pelo contrá­
contrá-
no,
rio, devemos
devemos desconfiar
desconfiar de de nósnós ee ddaa nossa
nossa auto-suficiência:
auto-suficiência; devemos devemos
reconhecer
reconhecer que que dependemos
dependemos da da graça
graça divina.
divina.
Ao
A o mesmo
mesm o tempo, tempo, sabemos
sabem os que que nunca
nunca nos nos faltará
faltará aa graçagraça de de
Deus, se
Deus, fizermos oo que
se fizermos que está
está ao ao nosso
nosso alcance.
alcance. Seria Seria um um grande
grande
erro
erro tentartentar verificar
verificar se se aa nossa
nossa dor dor éé ou ou não não suprema
suprema imaginando
imaginando
tentações extraordinárias.
tentações extraordinárias. Por
Por exemplo,
exemplo, não não faz faz nenhum sentido que
nenhum sentido que
um
um homem
homem se se pergunte:
pergunte: ““'Permaneceria
Permaneceria casto casto se se meme fechassem
fechassem num num
quarto
quarto com com uma uma mulher
mulher nua nua ee sedutora?”
sedutora?” Sem culpa
Sem culpa nossa,
nossa, Deus Deus
jamais
jam ais permitirá
permitirá que tenhamos que
que tenhamos enfrentar tentações
que enfrentar tentações que superem
que superem
326
QUANDO É REAL A DOR?

a4 nossa
nossa capacidade
capacidade de resistência; ee sc
de rcsislêneia: se Hlc tentações ex­
permitisse lenlaçõcs
Ele pcrmilisse ex-
iraordinária
traordinárias. s. podemos
podemos ter absoluta de
certeza absoluta
ter aa certeza que nos
de que nos ciaria todas
daria todas
as eiaças extraordinárias dc que
as craças extraordinárias dc que necessitart necessitaríamosamos para
para vencé-las.
vencò-ías.
'“Por
Por último,
último. aà nossa dor —
nossa dor — interior. sobrenatural ce suprema
interior, sobrenatural suprema — —
deve ser
deve também im
scr também universal.
iversai Isto significa que
Isto significa que devemos arrepender-
devemos arrcpendcr-
nos de todos os pecados mortais sem exceção.
.nos cie íodos os pecados mortais sem exceção. Um
Um só
sc'i pecado
pecado mortal
mortal
separaria de
nos separaria
nos privaria da
nos privaria
Deus ee nos
de Deus santificante. Ou
graça santificante.
da graça nos
Ou nos
arrependem
arrependemos os de todos ou
de todos ou não recuperar aa graça
poderemos recuperar
não poderemos graça de Deus.
de Deus.
Ou todos são perdoados ou nenhum.
Ou todos são perdoados ou nenhum. Se déssemos
Sc déssemos quatro
quatro bofetadas
bofetadas
aa umum amigo, seria ndículo
amigo, seria dizer-lhe:
ridículo dizer-lhe; ““Arrepend o-me dc
Arrependo-me de três delas,
três delas,
mas
mas não não da quarta.”
da quarta."

Deve-se
Deve-se notar
notar que
que essas quatro condições
essas quatro se aplicam
condições se aplicam tanto
tanto àà
contrição perfeita
contrição perfeita como
como àà imperfeita.
imperfeita. Especialmente
Especialmente quanto
quanto àà se­
se-
gunda
gunda condição,
condição, as as pessoas
pessoas lem lém às vezes uma
às vczcs noção errada,
uma noção errada, ee con-con­
fundem aa dor
fundem dor mutural
natural com com aa contrição
contrição imperfeita, quando não
imperfeita, quando não são são
de maneira
de maneira nenhuma
nenhuma aa mesma mesma coisa. coisa. Também
Tam bém aa contrição
contrição imper­imper-
feita deve ser sobrenatural nos scus motivos; deve basear-se num m
feita deve ser sobrenatural nos seus motivos; deve basear-se num mo-o­
tivo conhecido
tivo conhecido pela pela fé, como aa crença
fé, como crença no céu ee no
no céu no inferno
inferno ou ou na na
fealdade
fealdade essencial
essencial do do pecado.
pecado. Uma a simples
Um simples dor dor natural
natural não não éé con-
con­
trição nenhuma, nem mesmo imperfeita,
trição nenhuma, nem mesmo imperfeita.
Suponhamos
Suponhamos que que olendi
ofendi um um amigo
amigo espalhando
cspalhando uma uma calúnia
calúnia acer-
acer­
ca dele.
ca dele. Quero
Quero agora recuperar aa sua
agora recuperar sua amizade
amizade cc peço-lhe
peço-lhe desculpas
desculpas
dizendo:
dizendo: | ““Arrependo-me
Arrepcndo-me do do que que fiz,
fiz, Pedro,
Pedro. mas mas reservo-me
reservo-me oo di­ di-
reito de
reito de fazê-lo
fazê-lo outra
outra vez vez se se me me derder vontade”
vontade” Não
N ão éé preciso
preciso ser ser
professor de
professor psicologia para
de psicologia para adivinhar
adivinhar que que Pedro continuará m
Pedro continuará magoa-
agoa­
do,
do, ee com razão. Minha
com razão. Minha pretensa desculpa não
pretensa desculpa não oo éé absolutamente.
absolutamente.
Se
Se de de verdade lamento havê-lo
verdade lamento havê-lo ofendido,
ofendido, propor-me-ei
propor-me-ei com com todatoda aa
firmeza
firmeza não não ofendê-lo
ofendê-lo outra outra vez.vez.
- Passa-se
Passa-se oo mesmomesmo dom com as as ofensas
ofensas aa Deus.Deus. N Nãoão háhá atoato de con-
de con­
trição verdadeiro se
trição verdadeiro se não
não sese fizer
fizer acompanhar
acompanhar do propósito de
do propósito de emenda.
emenda.
Este propósito
Este propósito não não éé outraoutra coisa senão aa simples
coisa senão simples ee sincera
sincera determi­
determi-
nação
nação de de evitar
evitar o o pecado
pecado no no futuro,
futuro, bem bem comocomo as as ocasiões
ocasiões próxi-
próxi­
mas de
mas pecado, tanto
de pecado, tanto quanto
quanto nos nos seja
seja possível.
possível. Sem esse propó-
Sem esse propó­
sito,
sito, não pode haver
não pode haver perdão
perdão dos dos pecados,
pecados, nem nem mesmo
mesmo dos veniais.
dos veniais.
Ocasião próxima de
Ocasião próxima pecado éé qualquer
de pecado qualquer circunstância
circunstância que que nosnos
possa levar aa ele.
possa levar Algumasas ocasiões
ele. Algum ocasiões de de pecado
pecado são são próxim
próximasas por por
Sta própria natureza:
sua própria natureza; livroslivros ee revistas
revistas declaradamente
declaradamente obscenos,
obscenos, por por
exemplo.
exemplo. Outras Outras podempodem ser ser ocasiões
ocasiões próximas
próximas só para determinados
só para determinados
indivíduos.
indivíduos. Assim, um
Assim, um barbar podepode ser ser ocasião
ocasião de de pecado
pecado para para quem
quem
lenha “dificuldade
lenha dificuldade de beber de beber com com moderação;
moderação: estacionar
estacionar oo carro carro àà
Porte àà luz
i^oite luz dada lua pode ser
lua pode ser ocasião
ocasião de de pecado
pecado parapara os jovens nam
os jovens namo-o­
0OS que
rados que viajam
viajam nele.nele. Geralmente,
Guralmente, as as experiências
experiências do do passado
passado nos nos
Tão quais são para nós
irão quais são para nós as ocasiões as ocasiões próximas
próximas de de pecado.
pecado. Aoo fa-
A
33!) A CONTRIÇAÃO

zcrrnos
zermos o ato de
o ato de contrição, devemos renunciar
contrição, devemos renunciar resolutamente
resolutamente aa todas todas
essas ameaças ao
essas amvaças ao nosso
nosso bem espiritual, quer
bem espiritual, provenham de
quer provenham de pessoas,
pessoas,
de
dc lugares,
lugares, de coisas ou
dc coisas ou dede certas atividades.
cenas atividades.
Deve-se notar que o nosso propósito de
Deve-se notar que o nosso propósito de emenda
emenda — — aa nossa
nossa re-re­
solução de
solução evitar oo pecado
dc evitar pecado ee as as ocasiões
ocasiões próximas
próximas de pecado —
de pecado — deve
deve
abranger
abraiçger não não só só osos pecados mortais que
pecados mortais que tenhamos
tenhamos cometido,
cometido, mas m as
rodos
iodos os pecados mortais
os pecados mortais possíveis
possiveis sem sem exceção.
exceção. Sem Sem esta resolução
esta resolução
universal, nenhum pecado
universal, nenhum pecado mortalmortal pode
pode serser perdoado.
perdoado.
A situação é diferente com relação ao pecado
A situação é diferente com relação ao pecado venial.
venial. O O pecado
pecado
vcnial não
venial não nos nos separa
separa dc de Deus,
Deus, nãonão extingue
extingue aa sua sua graça
graça cmem nossa
nossa
alma.
alma. Por conseguinte,
Por conseguinte, éé possível obter oo perdão
possível obter perdão de de determinado
determinado
pecado venial,
pecado venial, mesmo
mesmo que que os os outros
outros fiquem
fiquem por por perdoar.
perdoar. Isto Isto significa
significa
que oo nosso
que nosso propósito
propósito de de emenda
emenda deve estender-se aa todos
deve esícndcr-se todos os os peca­
peca-
dos veniais
dos veniais que que esperamos
esperamos nos nos sejam perdoados, m
sejam perdoados, masas não
não necessa-
necessa­
riamente aa todos
riamente todos cs os pecados veniais cometidos.
pecados veniais Agarrar-se aa algum
cometidos. Agarrar-se algum
pecado
pecado venial cnçuanto se
venial í'PCiüanto se renuncia
renuncia aa outros,
outros, denota,
denota, evidentemente,
evidentemente,
um
um nivel mus vaixo
nível mui’,0 oai\o de de amor
amor aa Deus,
Deus, m masas aqui
aqui nãonão estamos
estamos falan-
falan­
do do
do que éc smelhor,
do quc melhor, mas mas do mínimo necessário.
do mínimo necessário.
Sem dor
Sem dor nãonão podepode haver
haver perdão,
perdão, ee sem propósito de
sem propósito de emenda
emenda
não pode
não haver dor
pode haver dor genuína,
genuína, É É um princípio evidente
um princípio evidente e,e, nono entanto,
entanto,
éé nossível
possível que que algumas
algumas pessoas,
pessoas, que que se se horrorizariam
horrorizariam ante ante oo pensa-
pensa-
mento
inenlo de de fazer
fazer umauma m máá confissão
confissão ocultando
ocultando um um pecado
pecado mortal,
mortal, não não
sentem o
sentem o mesmo
mesmo horror horror ante ante uma confissão inválida
uma confissão inválida por por falta
falta dede
um
um propósito
propósito firme firme de de emenda.
emenda. Se alguém
Se alguém cé culpado
culpado de de pecados
pecados
mortais, não
mortais, não basta
basta que que os diga ao
os diga ao confessor
confessor ou ou recite
recite umum atoato dede
contrição rotineiro. Se
contrição rotineiro. Se o o penitente
penitente não não está
está sincera
sincera ee firmemente
firmemente
resolvido aa não
resolvido tornar aa cometer
não tornar cometer um um pecado
pecado mortal,
mortal, aa suasua confissão
confissão
éé um
um atoato de de hipocrisia.
hipocrisia. ÉÉ uma uma confissão
confissão tão tão má como aa daquele
má como daquele
que ocultasse
que ocultasse conscientemente
conscientemente um um ou ou mais
m ais pecados
pecados mortais
mortais ao ao con-
con­
fessor.
fessor,

Noo entanto,
N entanto, ao ganharmos consciência
ao ganharmos consciência da da necessidade
necessidade de de fazer
fazer
um propósito
um propósito de de emenda
emenda sincero,
sincero, não devemos cair
não devemos cair no
no erro
erro dede con­
con-
fundir oo momento
fundir momento atualatual com
com as as possibilidades
possibilidades do do futuro.
futuro. Uma pes-
U m a pes­
soa pode
soa pode muito
muito bem
bem experimentar
experimentar sentimentos
sentimentos como este: “'Arrepen-
como este: “ Arrepen­
do-me sinceramente dos meus pecados mortais, e real e verdadeira-
do-me sinceramente dos meus pecados mortais, e real e verdadeira­
mente não
mente não quero
quero cometer
cometer nenhum
nenhum pecadopecado mortal
mortal outra vez. Mas
outra vez, M as
conheço aa minha
conheço minha fraqueza
fraqueza ee sei sei como,
como, sob sob pressão,
pressão, tenho
tenho quebrado
quebrado
os meus
os meus bons
bons propósitos
propósitos no passado.
no passado. JJáá antes
antes meme propus
propus não não cair
cair
outra vez,
outra vez, mas caí. Como
mas caí. Como posso,
posso, pois, estar certo
pois, estar certo de de que
que oo meumeu
propósito de agora é firme?”
propósito de agora é firm e?”
Podemos
Podemos estar
estar certos
certos de ter um
de ter um firme
firme propósito
propósito de emenda agora,
de emenda agora,
sc mantivermos
sc mantivermos aa nossanossa mente
mente no no agora,
agora, semsem procurar complicações
procurar complicações
imaginando
imaginando um futuro hipotético.
um futuro hipotético. A Ainda
inda queque nono passado tenhamos
passado tenhamos
(GCRADECER A DEUS PELA CONFISSÃO 33]

t:ilhado
talhado doze doze vezes, vezes, isso
cem vezes,
vezes, cem isso não sigmfica que
não significa estejamos
que estejam con-
os con-
ccnados
óciiados aa falhar falhar sempre.
sempre. E Esta
sta pode
pode scrser aa vez
vez emem que que saltemos
saltemos oo
fosso.
fo s s o . Precisamente esta pode ser a vez em que, com aa paciente
Precisamente esta pode ser a vez em que, com paciente
staça de
graça Deus, alcancemos
de Deus, alcancemos oo triunfo.
triunfo.
Ainda
A inda que seja um
cjue seja um axioma avalizado por
axiom a avalizado por umum longo
longo uso,
uso, não
não éé
verdade que o inferno esteja chcio de boas intenções.
verdade que o inferno esteja chcio de b o as intenções, O que está
O que está
cheio
e lic ío de de boas
b o as intenções
intenções éc oo caminho
cam inho do do céu;
céu; oo dodo inferno
inferno está
está cheio
cheio
de
de desânimos
dcsãnim os ee desespero.
desespero. Como C om o podemos
podem os triunfar
triunfar nalguma
nalgum a coisa
coisa
se não tentamos uma vez, e outra, e outra ainda, sem desanimar?
se não tentamos um a vez, e outra, e outra ainda, sem desanim ar?
Quem
Quem escala escala umauma montanha
m ontanha pode pode avançar
avançar três trcs passos
p a sso s ee retroceder
retroceder
dois:
dois: mas, mas, se se éé bastante
bastante tenaz,
tenaz, bastante
bastante forte,
forte, chegará
chegará aa alcançar
alcançar
» cume.
o cume.
Uma
U m a pessoa
pessoa que que tenha
tenha aa desgraça
desgraça de de cair
cair mum
m um hábito
hábito de dc pe-
pe­
cado
cado — — seja
seja dedc impureza,
impureza, de de ira,
ira, contra
contra aa caridade
caridade ou ou qualquer
qualquer
outra virtude — precisa de ter idétas absolutamente claras acerca
oiura virtude — precisa do ter idéias absolutamente claras accrca
do
do verdadeiro
verdadeiro propósito
propósito de de emenda:
emenda: oo que que conta
conta nana confissão
confissão éé este
este
momento
nionwnío de de agora
agora ee esta
esta intenção
intenção de de agora.
agora. PodePode ser scr que
que depois
depois
haja mais tropeços ec mais quedas, antes da vilória final. Masa s oo
liaja mais íropcçtis e mais quedas, anles da vitória final. M
único
único pecador
pecador que que éé derrotado
derrotado éé aqueleaquele queque deixa
deixa de dc lutar.
lutar.

AGRADECER
A A DEUS
C iR A D t :C E R A DEUS PELA
P CONFISSÃO
ELA C O N F IS S Ã O

Oss cue
O tjUe nãonão compreendem
comprcenclein aa fé fé católica
católica afirmam
afirmam com certa fre-
com certa fre-
qguência: ““Fu
Ljuêiicia: F u nunca poderei acreditar
nunca poderei acreditar na na confissão.
confissão. Se erro, direi
Se erro, direi
àa Deus
Deus na na intimidade
inúmidade da da mimha
minha alm almaa que sinto muito,
que sinto muito, ee Dcus D eus me me
perdoará.
perdoará. Não
N tenho por
ão tenho por que
que dizer
dizer os os meus pecados àa um
m eus pecados simples
um simples
homem para
liomem para que que Deus
Deus mz m e perdoe.”
perdoe.” Parece Parece uma afirmação
u m a afirm ação rrazoá-
azoá­
vel não
vel. não éé verdade?
verdade? E, E, no
no entanto,
entanto, estáestá tão
tão cheia
cheia de dc falácias
falácias comocomo
de buracos
dc buracos uma rede de
um a rede de pescador.
pescador.
lim juiniciro
l.:m primeiro lugar,
lugar, aa questão
questão não não éé saber
saber sese cucu gosto
gosto da da con-
con-
são
fi ou se
-sfio ou se prefiro
prefiro que
que se perdoem os
sc perdoem os meus
meus pecados
pecados de de outro
outro modo.
modo,
A questão
A questão éé saber como Peus
saber como quer que
Deus quer que sese perdoem
perdoem os pecados,
os pecados. Se
Se
desus Cristo,
■lesus Crislo, verdadeiro
verdadeiro Deus,Deus, ao instituir oo sacramento
ao instituir sacramento d daa Peni-
Pcni-
téncia, com
lência, comoo meiomeio necessário para oo perdão
necessário para perdão dos pecados cometidos
dos pecados cometidos
depois
depois do do Balism
Batismo,o, fez da coniissão
fez da eonfis.são dos deis pecados
pecados 420 ao sacerdote
sacerdote parte parte
essencial do sacramento, então
Ciseneial do sacramento, então esse
esse éé oo modo
m odo dc de fa/ê-lo.
faze-lo. Nós não
N ó s não
temos à liserdade de escolher e
lemos a liberdade de escolher e dc recusar, quandode recusar. quando Deus Deus já já sc se pro-
pro-
nunciou.
nuneiou. Não podemos dizer;
\ ’ão podemos dizer: ““Eu 1:11 gostaria
gostaria mais
mais que fosse de
que fosse dc outra
outra
Eneira”
maneira”
o Jesus
■lesus quisquis que
que aà acusação
acusação dos dos nossos pecados fosse
nossos pecados fosse parle
parte essen-
csscn-
cial
C!al do do sacramento
sacramento da Penitência.
da Penitência. Avo conferir
A conferir aos aos seus
seus sacerdotes
sacerdotes
no Domingo
no Domingo da da Ressurreição
Ressurreição oo poder poder dc de perdoar
perdoar o.s os pceados,
pecados, E Elele
disse: “Aqueles
díssc; "À q ueles aà quemquem pcrdoardes
perdoardes os os pecados,
pecados. ser-lhes-ão
ser-lhes-ão p perdoa-
erdoa­
332 A CONTRIÇÃO

dos: àqueles aa quem


dos: àqueles quem os retiverdes, ser-lhes-ão
os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”retidos” (J (Joo 20,
20 , 23).
23 ).
E, com a infinita sabedoria de Deus, Jesus não disse essas palavras
E, com a infinita sabedoria de Deus, Je su s não disse essas palavras
levianamente:
levianamente: ee essas essas palavras
palavras não não têm têm sentido
sentido aa não não ser scr gue pres-
que pres­
suponham
suponham aa acusação acusação dos pecados. C
dos pecados. Como
o m o éé que que os os A Apóstolos
póstolos ee os os
sacerdotes que os sucederiam poderiam saber que pecados perdoar ee
sacerdotes que os sucederiam poderiam saber que pecados perdoar
que pecados
que pecados não não perdoar
perdoar se se não
não soubessem
soubessem que pecados eram
que pecados esses?
eram esses?
EE como
como êé que que poderiam
poderiam conhecerconhecer esses pecados se
esses pecados se não
não fosse
fosse oo p pró-
ró ­
prio
prio pecador
pecador aa manifestá-los?
manifestá-los?
AA história
história da da Igreja confirma oo significado
Igreja confirma significado patentepatente dessasdessas pala-
p a la ­
vras
vras do Senhor. O
do Senhor. Oss escritos
escritos primitivos
primitivos dizem-nos
dizem-nos que, que, já já desde
desde o o
começo da Igreja. só sc concedia o perdão aos penitentes depois de
começo da Igreja, só sc concedia o perdão aos penitentes depois de
confessarem
confessarem os os seus
seus pecados.
pecados. AA principal
principal diferença
diferença entre entre os os pri-
pri­
meiros séculos ee os
meiros séculos nossos dias
os nossos dias éc que, que, quando
quando aa Igreja Igreja estava
estava na na
sua
sua infância,
infância, oo perdão perdão dos pecados não
dos pecados não era concedido sem
era concedido sem maismais
nem
nem menos.menos. Sc Sc oo pecado
pecado era cra do d o conhecimento
conhecimento público público — — comcomoo aa
idolatria,
idolatria, oo adultério
adultério ou ou oo assassinato
assassinato — —, , oo pecador
pecador devia devia submeter-se
submetcr-se
aà uma
um a penitência
penitência que que durava
durava toda toda aa vida,vida, ee só só lhelhe eraera concedido
concedido oo
sacramento da
sacramento da Penitência
Penitência no no leito
leito de dc morte.
morte.
OO que
que os os críticos
críticos da da confissão
confissão (e (e de outras doutrinas
de outras doutrinas da da Igreja)
Igreja)
esquecem
esquecem éé que que nem nem todas
todas as as palavras
palavras de de Jesus
Je su s estão
estão registradas
registradas nos nos
Evangelhos.
Evangelhos. Q Quando
uando consideramos
consideramos que que JesuJesuss pregou
pregou ee ensinouensinou du- du­
rante
rante um período de
um período dc quase
quase três três anos,
anos, percebemos
percebemos como como éé pouco pouco oo
que
que as as poucas
poucas páginaspáginas dos dos quatro
quatro evangelistas
evangelistas registramregistram cm em compa-
com pa­
ração
ração com com tudo tudo oo que Jesuss deve
que Jesu deve ter ler ensinado.
ensinado. Podemos Podemos estar estar cer-
cer­
tos, por cxemplo, de que. na noite do Domingo da Ressurreição, os
tos, por exemplo, de que, na noite do D om ingo da Ressurreição, os
Apóstolos aproveitaram aa fundo
A póstolos aproveitaram fundo aa ocasiãoocasião para perguntar aa Jesus
p ara perguntar Jesus
qual
qual o o significado
significado exato exato dasdas suassuas palavras:
palavras: ““AA quem quem perdoardes
perdoardes os os
pecados
pecados ”” ee sobre
sobre as as condições
condições que que teriam
teriam que que exigir
exigir parapara esseesse
perdão.
perdão.
AA história mostra-nos que
história mostra-nos que aa manifestação
m anifestação dos pecados para
dos pecados para
obter
obter o0 perdão
perdão éé tão antiga como
tão antiga como aa IgrejaIgreja Católica.
Católica. Em conseqüên­
Em consequên-
cia, o sectário que afirma que “a confissão é uma invenção dos
cia, o sectário que afirma que “ a confissão c uma invenção dos
padres
padres para para ter ter as as pessoas
pessoas na na m mão” está exibindo
ã o ” está exibindo aa sua ignorância
sua ignorância
religiosa
religiosa tanto quanto os
tanto quanto seus preconceitos.
os seus preconceitos. AA réplica
réplica evidente
evidente aa
esse crítico éé perguntar-lhe;
esse crítico perguntar-lhe: “Bem,
“ Bem, se se osos padres inventaram aa con-
padres inventaram con­
fissão,
fissão, entãoentão por por que que não não se sc eximiram
exim iram eles eles próprios
próprios da obrigação
da obrigação
de
de confessar-sce?”
confessar-sc?” O O P Papa
apa tem lem que que confessar-se,
confessar-se, os os bispos
bispos têm têm que que
confessar-se.
confessar-se, os os padres
padres têm têm que que confessar-se,
confessar-se, tal tal como
como toda toda aa gente.
gente.

Todas essas objeções


T od as essas objeções àà confissão
confissão que
que ouvimos de vez
ouvimos de vez em quando
em quando
baseiam-se
baseiam-se nana suposição de que
suposição de que oo sacramento da Penitência
sacramento da Penitência éc um
um
horrível suplício que
horrível suplício que devemos temer ee evitar
devemos tcrner tanto quanto
evitar tanto quanto possível.
possível.
Nós,
Nós, osos católicos
católicos praticantes,
praticantes, sabemos
.sabemos que não éé assim,
que não assim, que
que essa
essa
suposição éc uma
suposição uma patranha.
patranha. Sabemos que o
Sabem os que o sacramento
sacramento ddaa Penitência
MGRADECER À DEUS PELA CONFISSÃO 333

+ um
t} um dos dos maiores
maiores presentes
presentes que que Deus
Deus nos nos fez.fez. umum presente
presente sem sem oo
qual
qual não não poderíam
poderiamosos passar
passar ee que sempre teremos
que sempre teremos de de agradecer.
agradecer.
Em primeiro lugar.
Em primeiro lugar, ao ao requerer
requerer aa explícita confissão dos
explícita confissão dos nossos
nossos
pecados. Deus nos protege contra a universal fraqueza humana, que
pecados. Deus nos protege contra a universal fraqueza hum ana, que
nos leva
lios leva aa Jjustificar-nos.
justificar-nos. Está Está muito
muito bem dizer:
bem dizer: ““Na
N a intimidade
intimidade
da minha alma,
da minha alma. direi
direi aa Deus
Deus que que me me arrependo,
arrependo, ee Deus Deus m mee per-
per­
doará”
doará” Se nos fosse
Se nos fosse pedido somente isso,
pedido somente isso, seria
seria muito
muito fácil fácil enga-
enga-
narmo-nos. pensando que estávamos arrependidos, quando, na reali­
narmo-nos. pensando que estávam os arrependidos, quando, na reali-
dade. continuaríamos
dade, continuaríamos apegados apegados aos aos nossos
nossos pecados
pecados ee os os tornaríamos
tornaríamos
aa cornctcr
cometer com com aa maior sem-cerimônia.
maior sem-cerimônia. Mas
M as quando
quando temos temos que que tra-
tra-
zêlos à luz, quando temos que pôr-nos de joelhos e manifestá-los
/c-kis à luz. quando lemos que pôr-nos de joelhos e manifestá-los
de viva
dc viva voz, então temos
voz, então temos que que enfrentar
enfrentar aa verdade.
verdade. Já não éé tão
J á não tão
fácil que
fácil que nos nos enganemos.
enganemos. Deus, que
Deus, que nosnos fez fez ee sabe
sabe com com que que faci-
faci­
lidade
lidade nos enganamos, proporcionou-nos
nos enganamos, proporcionou-nos um um bendito
bendito meio meio parapara não não
nos
nos iludirmos,
iludirmos.
Outro dos
Outro dos benefícios
benefícios da da confissão,
confissão, dignodigno de de ser
ser levado
levado em em conta
conta
como parte do sacramento da Penitência, é que nos proporciona um
como parte do sacramento da Penitência, é que nos proporciona um
conselho autorizado para
conselho autorizado para as nossas necessidades
as nossas espirituais. A
necessidades espirituais. Assim
ssim
como um
como um médico
médico nos nos ajuda
ajuda comcom aa sua sua ciência
ciência aa curar
curar ee aa prevenir
prevenir
as doenças físicas,
as doenças físicas, na confissão encontramos
na confissão encontramos um um perito
perito nos nos males
m ales
da alma,
da alma. que que nosnos prescreve
prescreve os os remédios
remédios ee as as salvaguardas
salvaguardas necessárias
necessárias
para conservarmos
para conservarmos aa saúde saúde espiritual
espiritual ee crescermos
crescermos em em santidade.
santidade,
Também
T am bém não não éé desprezível
desprezível aa ajuda ajuda psicológica
psicológica que que obtemos
obtem os na na
confissão, tal
confissão, tal como
com o aa sensação
sensação de de alívio
alívio que que se segue àà manifestação
se segue manifestação
dos nossos
dos nossos pecados,
pecados, aa paz paz ee oo júbilo interiores que
júbilo interiores que acompanham
acom panham aa
certeza
certeza de de termos
termos sidosido perdoados,
perdoados, aa libertação
libertação dos dos sentimentos
sentimentos de de
culpa que
culpa que nosnos perturbavam
perturbavam ee desalentavam.
desalentavam. Não N ã o nos
nos surpreende
surpreende que que
um eminente psiquiatra
um eminente psiquiatra (não(não católico)
católico) tenha tenha dito;
dito: “Se todas as
“ Se todas as reli­
reli-
giões tivessem
giões tivessem aa confissão,
confissão, haveria
haveria muito
muito menosmenos pacientes
pacientes nos nossos
nos nossos
manicômios” | Não
manicômios” nos surpreende
N ã o nos surpreende tambémtambém que que aquele
aquele que que conhece
conhece
os benefícios
os benefícios deste deste sacramento exclame: ““Obrigado,
sacramento exclame: Obrigado, meu meu Deus,Deus, pela
pela
Confissão!”
C onfissão!”

Depois do
Depois do Batism
Batismo,o, háhá umumaa sósó coisa
coisa que
que nos
nos pode
pode separar
separar de de
Deus: oo pecado
Deus; pecado mortal,
mortal, oo repúdio
repúdio consciente
consciente ee deliberado
deliberado ddaa von von- ­
tade de
tade de Deus
D eus emem matéria
matéria grave.
grave. O O principal
principal fim
fim dodo sacramento
sacramento da da
Penitência
Penitência éé restaurar
restaurar na almaa do
na alm do pecador
pecador aa vida
vida divina (a graça
divina (a graça
santificante) que
^santificante) que havia
havia perdido.
perdido. Por conseguinte,
Por conseguinte, os os pecados
pecados que que
devemos dizer na confissão
devemos dizer na confissão são são todos
todos osos pecados
pecados m mortais cometidos
ortais cometidos
depois
depmis dodo B Batismo
atism o ee não
não confessados
confessados previamente.
previamente.
l JJáá quc
que oo pecado
pecado venial
venial nãonão extingue
extingue em em nós
nós aa vida
vida dada graça,
graça,
hão somos obrigados a mencioná-los
Rao somos obrigados a mencioná-los na na confissão.
confissão. Masa s éé muito
M muito
Proveitoso fazê-lo,
proveitoso fazê-lo, ainda ainda queque nãonão seja
seja obrigatório;
obrigatório: nada
nada nos nos pode
pode
dar maior certeza
dar maior certeza de de terem
terem sido
sido perdoados
perdoados do do queque submetê-los
submetê-los àà
ne 4
A CONTRIÇÃO
fal

fim
1

absolvição dc
absolvição de um sacerdote; além
um sacerdote; além disso,
disso, no sacramento da
no sacramento da Penitência
Penitência
recebemos graças especiais,
rL-ccbcmos graças especiais, que nos dão
que nos dão forças para evitar
forças para evitar esses pe-
esses pe­
cados no
cados no futuro.
futuro. Mas
M as éc verdade que oo pecado
verdade que pecado venial pode ser
venial pode ser per-
per­
doado fora da confissão por um ato de conirição sincero (ao menos
doado fora da confissão por um ato de contrição sincero (ao menos
se for
se for uma
uma contrição perfeita) ee um
contrição perfeita) um propósito
propósito de de emenda.
emenda.
Tambem não
1'ambém não há obrigação de
há obrigação de confessar
confessar os os pecados
pecados mortais
mortais duvi­ duvi-
dosos.
dosos. Mas, novamente, é mais prudente manifestar esses pecados
M as, novamente, é mais prudente manifestar esses pecados
na confissão,
na confissão, para para o o bem
bem da da nossa
nossa pazpaz interior
interior ee porpor causa
causa da da graça
graça
que recebemos
que recebemos contraconira as as recaídas.
recaídas. No entanto, não
N o entanto, não éé imprescindível
imprescindível
confessar os
confessar os pecados
pecados mortais duvidosos para
mortais duvidosos para sesc fazer
fazer umaum a boab o a con-
con­
fissão.
fissão. Se o
Se o fazemos,
fazemos, devemos
devemos mencionar
mencionar as as nossas
nossas dúvidas
dúvidas ao ao sa-
sa ­
cerdote ec confessá-los
cerdote confessá-los depois
depois ““comocomo estiverem
estiverem na presença de
na presença de Deus”.
Deus” .
Um
Um exemplo
exemplo de de pecado
pecado mortal
mortal duvidoso
duvidoso seriaseria um
um acesso
acesso de de iraira vin­
vin-
gativa, quc
gativa, que desperta
desperta em em nós nós aa dúvida
dúvida de de saber
saber sese essa
essa ira
ira foi plena-
foi plena­
mente deliberada ou não. Outro exemplo poderia ser o dos pensa-
mente deliberada ou não. Outro exemplo poderia ser o dos pensa­
mentos impuros,
mentos impuros, com com aa dúvidadúvida posterior
posterior de de saber
saber se se consentimos
consentimos
ou resistimos
ou resistimos com com aa prontidão suficiente.
prontidão suficiente.
Não é necessário sublinhar que
N ão c necessário sublinhar devemos ter
que devemos ter muito cuidado em
muito cuidado em
não nos
não nos enganarmos
enganarmos nesta nesta matéria. Devemos fugir
matéria. Devemos fugir de de nos
nos procurar-
procurar­
mos convencer
mos convencer de que um
de que um pecado mortal éé duvidoso
pecado mortal duvidoso quando quando há há
indícios razoáveis do contrário,
indícios razoáveis do contrário.
Aoo confessarm
A confessarmosos os os nossos
nossos pecados mortais, temos
pecados mortais, temos obrigação
obrigação
de dizer
de dizer oo número
número dc dc vezes
vezes qucque cometemos
cometemos cada cada pecado.
pecado, Para Para um um
católico praticante que se confessa frequentemente, não há nenhum
católico praticante que se confessa frequentemente, não há nenhum
problema
problema nisso. nisso. QuemQuem não nào se se tenha confessado há
tenha confessado há muito
muito tempo tempo
pode ver-se
pode ver-se em em dificuldades.
dificuldades. Deve lembrar-se
Deve lembrar-se então então de de que
que Deus Deus
não pede a ninguém o impossível, Se não puder recordar o número
não pede a ninguém o impossível. Se não puder recordar o número
exato de
exato de vezes
vezes queque cometeu
cometeu certo certo pecado,
pecado, basta
basta que que faça
faça um umaa esti-
esti­
mativa sincera.
mativa sincera. Um Um modo prático de
modo prático de proceder
proceder nesses
nesses casos
casos éé fazerfazer
o cálculo com base no número de pecados cometidos por semana
o cálculo com base no número de pecados cometidos por semana
ou
ou por
por mês.
mês.

Ao referirmos os
A o referirmos nossos pecados
os nossos pecados na na confissão, temos que
confissão, temos que indicar
indicar
aa espécie
espécie de de pecados
pecados que cometemos.
que cometemos. Não
N basta dizer:
ão basta dizer: ““Pequei
Pequei
contra o segundo mandamento” | Devemos mencionar (supondo que
contra o segundo mandamento” Devemos mencionar (supondo que
oo pecado
pecado foi mortal) se
foi mortal) se pecamos
pecamos por por blasfêmia,
blasfêmia, falso
falso juramento,
juramento,
maldição ou
maldição ou profanação.
profanação. Não basta dizer:
N âo basta dizer: ““Pequei contra aa ju
Pequei contra jus-s­
tiça”
tiça” Temosos que
Tem que distinguir
distinguir sese foi
foi roubo,
roubo, fraude,
fraude, dano
dano àà proprie-
proprie­
dade ou à reputação alheia. A maioria dos devocionários propor­
dade ou à reputação alheia. A m aioria dos devocionários propor-
ciona uma
ciona uma relação
relação de de possíveis pecados, que
possíveis pecados, que podem ajudar oo penitente
podem ajudar pemtente
aa enumerá-los
enumerá-los ee classificá-los.
classificá-los.
Não
N ão convém sobrecarregar aa confissão
convém sobrecarregar confissão com
com pormenores
pormenores desne-desne­
cessários das
cessários das faltas cometidas. O
faltas cometidas. Oss incidentes
incidentes que
que nos
nos tenham
tenham levado
levado
aa odiar
odiar oo cunhado
cunhado ee as as consequências
conseqüências que que daí
daí resultaram
resultaram para para aà
O RISDECER 4 DEUS PELA CONFISSÃO

No
41
Le.
vida
vida do lar. Oo modo
do lar, modo como conseguimos aquele
como conseguimos contrato que
aquele contrato agora
que agora
vemos que foi Izonino, não são normalmente coisas que
vemos que foi leonino, não são normalmente coisas que digam
digam res-
res­
peito àà confissão.
peito confissão. No
No entanto,
entanto, devc-se
deve-se mencionar qualquer circuns-
mencionar qualquer circuns-
làiicia
tincia cjiicque mude
mude àa espécie
espécie do do pecado,
pecado, istoisto é.é, qualquer
qualquer circunstância
circunstância
que realmente acrescente ao pecado uma
que realmente acrescente ao pecado uma nova
nova malícia.
malícia. Assim , dizer
Assim, dizer
que
que sc roubou um
se roubou copo dotrado
um copo dourado não não basta
basta se porventura esse
se porventura copo
esse copo
cé oo cálice
cálice da paróquia; neste caso, 20 pecado de roubo acrescenta-se
da paróquia; neste caso, ao pecado de roubo acrescenta-se
o pecado
o pecado dc de sacrilégio.
sacrilégio. Não Não basta dizer que
basta dizer que se se jurou falso se
jurou falso se oo jura-
jura-
rncjilo causou
mento causou um um grave prejuízo aa um
grave prejuízo um terceiro
terceiro nos nos seus bens ou
seus bens ou
na sua fama; neste caso, acrescenta-se a injustiça ao
na sua fam a; neste caso, acresccnta-se a injustiça ao perjúrio.
perjúrio.
Para fazer uma
Para fazer uma boa boa confissão,
confissão, éé importante
importante não não só só dizer
dizer os os
pecados,
pecados, m masas também dizê-los de
também dizê-los de mmodo
odo adequado.
adequado. Se Se todo
todo oo espi-
espí­
rito do sacramento da Penitência é de arrependiment pclo erro re­
rito do sacramento da Penitência c de arrependimento o pelo erro re-
conhecido. éc evidente
conhecido. evidente que que devemos
devemos irir àà confissão
confissão com com uma uma profunda
profunda
humildade
humildade de de coração.
coração. Atitudes
Atitudes como
como as as daquele
daquele que que diz:diz: “Bem,
“ Bem,
afinal de contas. não sou tão mau assim”, ou “imagino que sou
afinal de contas, não sou tão mau assim ” , ou “ imagino que sou
como
como todo todo oo mundo”
mundo” ou ou “todos
“ todos fazem
fazem coisas
coisas assim;
assim ; não não devedeve serser
um
um pecado
pecado tão tão terrível”,
terrível” , seriam
seriam fatais
fatais para
para se se fazer
fazer uma uma boa boa con-
con­
fissão.
fissão.
AA sinceridade
sinceridade éé outra outra das das condições
condições exigidas
exigidas pelo pelo sacramento
sacramento
da
da Penitência.
Penitência. Isto Isto sigmfica
significa nada
nada maism ais (e (e nada
nada menos)
menos) que que deve-
deve­
mos
mos manifestar
manifestar os os nossos
nossos pecados
pecados comcom sinceridade
sinceridade ee franqueza
franqueza totais,
totais,
sem
sem intenção
intenção alguma alguma de de ocultá-los
ocultá-los ou ou desfigurá-los.
desfigurá-los. AA nossa nossa con-con­
fissão
fissão seria
seria insincera
insincera se se tentássemos
tentássemos fazê-la
fazê-la usando
usando frases
frases vagasvagas ou ou
ambíguas,
ambíguas, na na esperança
esperança de de que
que oo confessor
confessor não não perceba
perceba de de que
que éé
que
que estamos
estamos falando:
falando; se se andássemos
andássem os por por aí aí buscando
buscando um um sacerdote
sacerdote
duro
duro de de ouvido
ouvido aa quem queni escapem
escapem as as nossas
nossas palavras
palavras atropcladas
atropeladas ou ou
sussurradas;
sussurradas; se se intercalássemo
intercalássemos s desculpas
desculpas ee álibis
álibis com
com aa intenção
intenção dc de
salvar
salvar oo nossonosso amor am or próprio.
próprio.
Mencionamos
M encionamos estes estes defeitos
defeitos nãonão porque
porque sejam sejam prática
prática comum,
comum,
mas
mas parapara queque compreendam
compreendamos os melhor
melhor aa essência
essência de de umauma boa b oa con-
con­
fissão.
fissão. AA grande grande maioria
m aioria dosdos católicos
católicos recebe
recebe frequentement
frequentemente e ee com
com
agradecimento
agradecimento oo sacramento sacramento da da Penitência:
Penitência; são são umum exemplo
exemplo cons- cons­
tante
tante de de como
como fazer fazer umauma boaboa confissão,
confissão, ee aa sua sua sinceridade
sinceridade ee hu- hu­
mildade
mildade são são fonte
fonte inesgotável
inesgotável de de edificação
edificação para para os os sacerdotes
sacerdotes que que
Os
os atendem.
CariTULO XXXI

AA CONFISSÃO
CONFISSÃO

ACUSAÇÃO
A C U S A Ç Ã O DOS
D O S PECADOS
PECADOS

Nosso
N osso Senhor
Senhor Jesus
Jesu s Cristo
Cristo quis que oo sacramento
quis que da Penitência
sacramcnio da Penitência
fosse
fosse também
também um um atoalo dede penitência,
penitência, um um ato ato dede humildade;
humildade; mas m as nãonão
que se
que tornasse um
se tornasse um peso
peso intolerável
intolerável parapara os os membros
membros do do seu
seu rebanho.
rebanho.
E verdade
É verdade que que todos
todos os os pecados
pecados mortais cometidos depois
mortais cometidos depois do do
Batismoo devem
Batism devem ser explicitamente confessados,
ser explicitamente confessados, ee este este princípio
princípio éé vá- v á­
lido mesmo
lido quando, por
mesmo quando, por necessidade urgente, éé preciso
necessidade urgente, preciso adiar tempo-
adiar tempo­
rariamente aa confissão
rariamente confissão explicita.
explícita.
Uma
U pessoa gravemente
m a pessoa gravemente doente. doente, queque esteja
esteja tão
tão fraca
fraca que
que não não
possa
possa especificar
especificar os os seus
seus pecados.
pecados, pode pode receber
receber o o sacramento
sacramento da da Peni-
Peni­
tência
tência simplesmente
simplesmente manifestando
manifestando que pecou ee que
que pecou que se se arrepende
arrepende dos dos
pecados cometidos.
pecados cometidos. Pode-se
Pode-se absolver
absolver um um grupo numeroso de
grupo numeroso de solda-
solda­
dos,
dos, àà hora
hora dede entrarem
entrarem em combate, se
em combate, se manifestam
manifestam em em termos
termos gerais
gerais
aa sua
sua culpa
culpa e,e, aoao mesmo
mesmo tempo,
tempo, aa sua sua contrição:
contrição; mas, mas, cmcm casos
casos de de
emergência
emergência como como estesestes ou outros análogos,
ou outros análogos, previstos
previstos pelas leis da
pelas leis da
Igreja, oo pecador
Igreja, pecador continua
continua obrigado
obrigado aa manifestar
manifestar em em detalhe
detalhe os pe-
os pe­
cados
cados mortais
m ortais da próxima vez
da próxima vez queque forfor confessar-se.
confessar-se. Se Se alguém
alguém
recebesse uma
recebesse uma absolvição coletiva —
absolvição coletiva — nos casos muito
nos casos muito especiais
especiais pre­pre-
vistos pela
vistos peta Igreja
Igreja — — ee nãonão tivesse
tivesse oo propósito
propósito de confessar indivi-
de confessar indivi­
dualmente,
dualmente, numa numa próxima
próxima confissão individual, os
confissão individual, pecados mortais
os pecados mortais
não acusados,
não acusados, não não receberia
receberia o o sacramento
sacramento da da Penitência.
Penitência. TeriaTeria feito
feito
um ato
um ato inválido.
inválido.
Aplica-se oo mesmo
Aplica-se principio quando
mesmo princípio quando alguémalguém se se esquece
esquece de de men-
men­
cionar
cionar na na confissão
eonfis.são umum ou ou m mais pecados mortais
ais pecados mortais que que tenha
tenha cometido.
cometido.
de depois se recorda desse pecado, deve mencioná-lo na próxima
Se depois se recorda desse pecado, deve mencioná-lo na próxima
confissão, mas
confissão, mas nãonão éé necessário
necessário que corra imediatamente
que corra imediatamente ao confes-
ao confes­
sor, e,
sor, e, entretanto,
entretanto, podepode aproximar-se
aproximar-se da da comunhão.
comunhão. Devido
Devido àà con- con­
trição universal do
trição universal penitente, o
do penitente, o pecado
pecado por por ele esquecido já
ele esquecido foi indi-
já foi indi­
ACUSAÇÃO DOS PECADOS 337

retamente
retamente perdoado;
perdoado; fica
fica apenas
apenas aa obrigação de mencioná-lo,
obrigação dc se oo
mencioná-lo, se
recorda, na
recorda, na confissão
confissão seguinte,
seguinte, para
para que seja diretamente
que seja perdoado.
diretamente perdoado.
Seria de
Seria de umauma grande insensatez angustiar-se
grande insensatez indevidamente àà hora
angustiar-se indevidamente hora
de preparar aa confissão
de preparar confissão ou inquietar-se por
ou inquietar-se medo de
por medo esquecer aci-
de esquecer aci-
dentamente algum pecado. Mais insensato ainda seria deixar-se
dentamente algum pecado. M ais insensato ainda seria deixar-se per-
per­
turbar
turbar por por vagas inquietações acerca
vagas inquietações acerca de confissões passadas.
de confissões passadas. Deus éé
Deus
justo juiz,
justo juiz, m masas nãonão um um juiz tirano. Tudo
Juiz tirano. Tudo oo que que nosnos pede pede éé que que
usemos dos meios razoáveis para fazer uma boa confissão. Não nos
usemos dos meios razoáveis para fazer uma boa confissão. N ão nos
pedirá contas das inevitáveis fragilida
pedirá contas das inevitáveis fragilidadesdes humanas,
humanas, tais
tais como
como a
a máá
m
memória.
memória.
Uma
U m a só coisa pode
só coisa viciar aa nossa
pode viciar nossa confissão torná-la ““má”
confissão ee torná-la m á” ou ou
sacrílega:
sacrílega: omitir
omitir conscient
consciente e e
e delibera damente
deliberadamente a
a manifest
manifestaçãoação de
de um
um
pecado que
pecado que temos certeza de
temos aa certeza de ser mortal ec que
ser mortal que deveríamos confessar.
deveriamos confessar.
Proceder assim é não querer cumprir uma das condições que
Proceder assim é não querer cumprir uma d as condições que Deus Deus
nos pede para nos conceder
nos pede para nos conceder o
o seu
seu perdão.
perdão, Se
Se não
não nos
nos “abrimos
“ abrim os”” aa
Deus, Deus
Deus, Deus não abrirá oo seu
não abrirá tribunal ao
seu tribunal perdão.
ao perdão.
O trágico
O trágico de de umauma m confissão éé que
máá confissão produz uma
que produz reação em
uma reação em
cadeia de
cadeia pecados.
de pecados. A não
A não ser ser que que — — ee até que —
até que retifiquemos aa
— retifiquemos
inválida, cada
confissão inválida,
confissão confissão ee cada
cada confissão cada comunhão posteriores serão
comunhão posteriores serão
um novo
um sacrilégio, ee um
novo sacrilégio, um novonovo pecado pecado se acrescentará ao
se acrescentará anterior.
ao anterior.
Com oo passar
Com passar do consciência poderá
tempo, aa consciência
do tempo, insensibilizar-se, m
poderá insensibilizar-se, masas
poderá ter
nunca poderá
nunca verdadeira paz.
ter verdadeira paz.
Felizmente, uma
Felizmente, uma m confissão pode
máá confissão pode ser corrigida com
ser corrigida facilidade,
com facilidade,
desde que o penitente decida
desde que o penitente decida emendar-
emendar-se. se. Basta
B asta que
que diga
diga ao sacer-
ao sacer­
dote: ““Certa
dote: Certa vez vez fiz uma má
fiz uma confissão ee agora
má confissão agora quero corrigi-la”. .
quero corrigi-la”
O confessor
O confessor tomará tomará esta declaração como
esta declaração como ponto ponto de partida e,
de partida inter-
e, inter­
rogando com compreen
rogando com compreensão, são, ajudará o pecador a descarre
ajudará o pecador a gar-se
descarregar-se do
do
pecado.
seu pecado.
seu
necessário sublinhar
É necessário
É sublinhar aa frase frase ““interro gando com
interrogando compreen-
com compreen­
são”
são.” A relutância em
nossa relutância
A nossa confessar um
em confessar umaa ação vergonhosa será
ação vergonhosa será
menor se
muito menor
muito presente que
tivermos presente
se tivermos aquele aa quem
que aquele quem nos dirigimos
nos dirigimos
cheio de
está cheio
está compreensão ee afeto.
de compreensão afeto. O sacerdote sentado
O sacerdote sentado do outro
do outro
lado da
lado grade do
da grade confessionário não
do confessionário não está cheio de
está cheio de sisi nem disposto
nem disposto
sobrolho aa cada
franzir oo sobrolho
aa franzir cada falta falta queque lhe comuniquemos. E
lhe comuniquemos. tam- ­
Elele tam
bém éé humano.
bém humano. Ele também se
Ele também confessa. Em
se confessa. Em vez vez dede nos desprezar
nos desprezar
que temos
pelo que
pelo dizer-lhe, adm
temos aa dizer-lhe, admirará humildade com
irará aa humildade com que estaremoos
que estarem s
vencendo aa nossa
vencendo vergonha.
nossa vergonha. Quanto m
Quanto maior
aior for pecado, m
nosso pecado,
for oo nosso mais
ais
alegria darem
alegria daremosos ao sacerdote com
ao sacerdote com oo nosso arrependimento.
nosso arrependimento. Se oo
Se
chegasse aa saber
sacerdote chegasse
sacerdote saber quem penitente, seu
quem éé oo penitente, apreço por
seu apreço por ele ele
diminuiria; ao
não diminuiria;
não aumentaria pela
contrário, aumentaria
ao contrário, sinceridade ee confiança
pela sinceridade confiança
depositada no
depositada confessor.
no confessor.

ÀA parte
parte estas considerações, sabem
estas considerações, sabemosos —— ee éé algo
algo reconfortante
reconfortante
para
para todos — quc
iodos — que os
os pecados
pecados que
que dizemos em confissão
dizemos em estão cobertos
confissão estão cobertos
338 A CONFISSÃO

pelo
pelo mais estrito vinculo
mais estrito vínculo de segredo que
de segredo que existe
existe na
na terra.
terra. Este vinculo
Este vínculo
de segredo —
de segredo — ““oo sigilo
sigilo sacramental”
sacramental” — proibe o
— proíbe o sacerdote
sacerdote de revelar
de revelar
por qualquer motivo, sem exceção alguma. o que lhe foi dito em
por qualquer motivo, sem exceção alguma, o que lhe foi dito em
confissão.
confissão. OO penitentepenitente éé o o único
único que que pode
pode dispensar
dispensar oo sacerdote
sacerdote
deste sigilo. Nem
deste sigilo. Nem mesmo
mesmo ao ao próprio
próprio penitente
penitente podepode oo sacerdote
sacerdote men­men-
cionar fora
cionar fora da confissão as
da confissão as faltas
faltas dede que
que tomou
tomou conhecimento,
conhecimento, aa não não
ser que oo penitente
ser que penitente assim
asssm oo deseje
descje ee declare.
declare. Menos
Menos aindaainda pode,
pode, pois,
pois,
oo sacerdote
sacerdote aludir
aludir aa esses temas diante
esses temas diante de de terceiras
terceiras pessoas,
pessoas, parentes,
parentes,
amigos
am igos ou ou colegas.
colegas.
OO sacerdote
sacerdote está decidido aa enfrentar
está decidido enfrentar aa mortemorte ou,ou, oo que
que éé pior,
pior,
as acusações
as falsas €e aa desonra,
acusações falsas antes que
de.sonra, antes violar oo sigilo
que violar sigilo dada confissão,
confissão.
No decorrer da história, muitos sacerdotes se viram obrigados aa agir
N o decorrer da história, muitos sacerdotes se viram obrigados agir
assim,
assim, Um
Um sacerdote
sacerdote não não pode revelar oo que
pode revelar que lhelhe disseram
disseram na con-
na con­
fissão sacramental
fissão sacramental nem mesmo para
nem mesmo para salvar
salvar oo mundo inteiro da
mundo inteiro da des­
des-
truição. Se porventura violasse o sigilo sacramental, seria condenado
truição. Se porventura violasse o sigilo sacramental, seria condenado
com
com o o mmais estrito tipo
ais estrito tipo de excomunhão que
dc excomunhão que aa Igreja pode infligir.
Igreja pode infligir.
De passagem
De passagem, , diremos
diremos que que esta obrigação afeta
esta obrigação afeta também
também os os leigos.
leigos.
Se alguém chega a ouvir algo que um penitente csteja dizendo na
Se alguém chega a ouvir algo que um penitente esteja dizendo na
confissão,
confissão, éé obrigado
obrigado aa não não revelar
revelar jamais
jam ais cc em em hipótese nenhuma
hipótese nenhuma
aquilo que
aquilo ouviu. Fazê-lo
que ouviu. Fazêlo seria seria umum pecado
pecado grave.grave, NemNem mesmo mesmo
pode mencioná-lo à pessoa a quem ouviu confessar-se. O penitente
pode mencioná-lo à pessoa a quem ouviu confessar-se. O penitente
éé oo único
único que que não está preso
não está preso ao ao sigilo
sigilo da
da confissão:
confissão; mas mas mesmo
mesmo ele cle
deve abster-se de
deve abster-se de comentar
comentar com com outros
outros o o que
que disse
disse emem confissão,
confissão, aa
menos que seja necessário.
menos que seja necessário.

É fácil
É fácil ver
ver que são raros
que são raros osos casos
casos dede confissões sacrilegas, quer
confissões sacrílegas, quer
por se ocultar um pecado mortal, quer por não haver verdadeiro
por se ocultar um pecado mortal, quer por não haver verdadeiro
arrependimento.
arrependimento, Éé difícil
difícil que alguém se
que alguém dedique aa perder
se dedique perder oo tempo
tempo
fazendo
fazendo algo algo queque sabe
sabe serser pior
pior do
do que não confessar-se,
que não confessar-se, alem além de de ser
ser
inútil,
inútil.
Também
Tam bém éé fácil verificar que
fácil verificar que aa maioria
maioria dasdas pessoas
pessoas que que rece-
rece­
bem com
bem com frequência
frequência oo sacramento
sacramento da Penitência não
da Penitencia costumam
não costum am terter
pecados mortais aa confessar,
pecados mortais confessar. A graça
A graça especial
especial deste sacramento for-
deste sacramento for­
talece-nos contra
talece-nos contra as as tentações
tentações ee cria
cria asas resistências
resistências da da alma
alm a ao peca-
ao peca­
do, muito m
do, muito mais do que
ais do que asas vitaminas
vitaminas em relação às
em relação às infecções
infecções do corpo.
do corpo.
Seria um
Seria um grande
grande erroerro negligenciar
negligenciar aa confissão
confissão frequente
freqüente sob sob oo pre­
pre-
texto de que não temos pecados mortais de que acusar-nos: precisa-
texto de que não temos pecados mortais de que acusar-nos; precisa­
mente
mente essa confissão freqüente
essa confissão frequente nos nos fazfaz receber
receber as as graças
praças necessárias
necessárias
para evitar
para evitar oo pecado
pecado mortal
mortal comcom maior segurança. M
maior segurança. Mais
ais ainda,
ainda, o O
sacramento da
sacramento da Penitencia
Penitência confere
confere àà almaalma queque está
está livre
livre de de pecado
pecado
mortal
mortal um aumento de
um aumento de graça santificante, um
graça santificante, um crescimento
crescimento em em vida
vida
interior que
interior que nãonão podemos desprezar.
podemos desprezar.
No entanto,
No entanto, para
para se se poder
poder receber
receber este
este sacramento,
sacramento, éé necessário
necessário
confessar
confessar algum pecado atual,
algum pecado atual, porque
porque oo sacramento
sacramento da da Penitência
Penitência foi foi
339
ACUSAÇÃO DOS PECADOS

Batismo.o. AA
instituído para perdoar os pecados cometidos depois do
instituído para perdoar os pecados cometidos depois do Batism
pessoa que
pessoa que não não tivesse
tivesse cometido absolutamente nenhum
cometido absolutamente nenhum pecadopecado não não
poderia
oderia receber
receber o o sacramento
sacramento da Penitência, pois
da Penitência, pois nãonão haveria matéria
haveria matéria
sobre aa qual
qual o o sacramento
sacramento pudessepudesse atuar, comum que
crença comum
atuar, ee éé crença que so so- ­
sobre
mente a Virgem M aria foi o ser humano adulto que jamais
que jam comet
ais cometeu eu
mente a Virgem Maria foi o ser humano adulto
o mais leve "pecado
o mais leve pecado vental. venial. (Evidentemente, Jesus Cristo, como ho­
(Evidentemente, Jesus Cristo, como ho-
mem, também livre
esteve também
mem. estevc livre dc pecado.)
de pecado.)
Se não
Se não temos
temos pecados
pecados mortais
mortais aa confessar, acusar-nos de
confessar, acusar-nos de um um
ou mais
ou mais pecados
pecados veniais
veniais — — dcde queque estejamos verdadeira
estejamos verdadeiramente mente arre-
arre­
pendidos — dar-nos-á condições para recebe
pendidos — dar-nos-á condições para receberr o
o sacra mento
sacramento da
da Peni-
Peni­
tência ee as
tência as graças correspondentes.
graças correspondentes. Se não pudermos
Se não recordar-nos
pudermos recordar-nos
sequer de
sequer de um pecado venial
um pecado venial cometido depois da
cometido depois da última confissão,
última confissão,
então podem
então podemos os voltar
voltar aa confessar
confessar algum pecado da
algum pecado nossa vida
da nossa vida p pas-
a s­
sada.
sada.
Pode
Pode ser ser umum pecado confessado ce absolvido
pecado confessado absolvido há há muito
muito tempo;tempo;
mas aqui e agora
mas aqui e agora torna mos
tornamos a á-lo
recordá-lo
a record c renovamos
c renov amos a
a nossa dor
nossa dor
de
de coraç
coração ão por cometido.
tê-lo cometido.
por tê-io pecado passado
O pecado
O passado m mais contrição
ais aa contrição
presente dar-n
presente os-ão condições
dar-nos-ão condições para para rccebennos absolvição ee as
recebermos aa absolvição as gra­
gra-
ças do sacra
ças do mento
sacramento. .
Neste caso,
Neste caso, aa nossa confissão será
nossa confissão será m mais ou meno.s
ais ou menos assimassim: : ““AbenA ben­-
çoe-me
çoe-me, , padre,
padre, porque peguei.
porque pequei. Confessei-me há
Confessei-mc há uma semana.
uma semana. Não
N ão
me
mc record
recordo o de ter cometido
dc ter nenhum pecado
cometido nenhum pecado desde
desde então,
então, m masas arre-
arre-
pendo-me dos
pendo-me pecados que
dos pecados que possa
possa ter esquecido ee de
ter esquecido de todos
todos os pecados
os pecados
da minha vida
da minha passada, espec
vida passada, ialmente dos
especialmente dos meus pecados de
meus pecados de ira”
ira” (por
(por
exemplo).
exem plo).

De
De fato,
fato, esta
esta éé aa fórmula
fórmula adequadaadequada para para qualquer
qualquer confissão:
confissão:
começar com
começar com aa saudação
saudação ee oo sinal sinal da da cruz,
cruz, e,e, depois
depois de de ter recebido
ter recebido
aa benção
bênção do do sacerdote,
sacerdote, mencionar
mencionar oo tempo tempo transcorrido
transcorrido desde desde aa nossa
nossa
última confissão,
última confissão, ee terminar
terminar com com aa inclusão
inclusão dos nossos pecados
dos nossos pecados da da
vida passada de que
vida passada de que estejamos particularmente contritos.
estejamos particularmente contritos. Assim,
A ssim , sese
acontece que
acontece que os os pecados
pecados agora mencionados não
agora mencionados não são são realmente
realmente pe- pe­
cados, mas
cados, apenas imperfeições,
m as apenas imperfeições, aa inclusão inclusão de de algum
algum pecadopecado do do ppas-
as­
sado habilita o sacerdote
sado habilita o sacerdote a dar-nos a dar-nos aa absolvição
absolvição ee nós nós podemos
podemos rece- rece­
ber as
ber as graças
graças do do sacramento.
sacramento. Se oo penitente
Se penitente se se confessa
confessa de de ter
ter
esquecido
esquecido as as orações
orações da da manhã
manha duas vezes. de
duas vezes, de ter perdido aa Missa
ter perdido M issa
do domingo por doença
do domingo por doença e de ter e de ter conversado
conversado três três vezes
vezes na igreja, ee
na igreja,
não acrescenta
não acrescenta mais mais nada,
nada, oo sacerdote
sacerdote não não pode
pode dar-lhe
dar-lhe aa absolvição,
absolvição,
pelo menos sem
pelo inenos sem fazer algumasas perguntas.
fazer algum perguntas. Numa Numa confissão
confissão assim,assim, não
não
há evidência real de pecado. Não
há evidência real de pecado. N ão é pecado esquecer é pecado esquecer as as orações
orações da da
manhã;
manhã; mais mais ainda,
ainda, éé evidente
evidente que que nãonão sese pode cometer pecado
pode cometer pecado al- al­
Sum
gum se se realmente
realmente houve houve esquecimento.
esquecimento. Para que uma
Para que uma coisa
coisa sejaseja pe-
pe-
cado, é preciso que
cado, é preciso que aa má má ação
ação seja seja conhecida
conhecida ee intencional.
intencional. Tam Tambémbém
não é pecado omitir a Missa
nao é pecado omitir a M issa de domingo por de domingo por doença
doença ou ou porpor outra
340 A CONFISSÃO

razão grave.
razão grave. Como
Com o não
não éé necessariamente
necessariamente pecado conversar na
pecado conversar na Igreja,
Igreja,
se não
se não há há uma
uma deliberada falta de
deliberada falta de reverência.
reverência,
Na prática, nem sequer é necessário mencionar
N a prática, nem sequer é necessário mencionar estes
estes ““não
não pe­pe-
cados” na
cados” confissão; não
na confissão; não háhá razão
razão para
para ““incharmos”
incharmos” aa nossa
nossa lista
lista aa
fim de
fim de que
que pareça
pareça maior
maior dodo que
que é.é. SeSe adquirimos
adquirimos oo hábito
hábito dede ter­
ter-
minar sempre a nossa confissão com uma referência aos pecados da
minar sempre a nossa confissão com um a referência aos pecados da
vida
vida passada,
passada, haverá
haverá matéria suficiente para
matéria suficiente que aa nossa
para que nossa contrição
contrição
encontre terreno
encontre terreno em que apoiar-se.
em que apoiar-se. OO confessor não pensará
confessor nâo pensará que
que lhelhe
fazemos perder tempo por não podermos recordar nenhum pecado
fazemos perder tempo por não podermos recordar nenhum pecado
desde aa nossa
desde nossa última confissão.
última confissão. Não
N ào obstante,
obstante, nesses casos, devemos
nesses casos, devemos
certificar-nos
certificar-nos de não termos
de não termos feito
feito superficialmente
superficialmente oo nosso
nosso exame
exame de de
consciência. Não
consciência. N ão convém
convém irir àà confissão
confissão sem antes dedicar
sem antes dedicar um tempo
um tempo
razoável
razoável aa examinar
examinar aa consciência
consciência ce aa suscitar
suscitar em
em nós
nós umum genuíno
genuíno
arrependimento dos
arrependimento nossos pecados.
dos nossos pecados. EsteEste éé também
também oo momento
momento apro­apro-
priado
priado para rezarmos um
para rezarmos um ato
ato de contrição formal:
de contrição formal: antes
antes de nos diri­
de nos diri-
girmos ao confessionário.
girmos ao confessionário.
Poderá
Poderá serser útil
útil incluir
incluir aqui outras recomendações
aqui outras recomendações relativas
relativas àà con­
con-
fissão:
fissão:

|1 —
— A
Aoo enunciarmos
enunciarmos os os pecados,
pecados, falar
falar ao
ao confessor
confessor clara
clara ee distinta-
distinta­
mente,
mente, mas m as em em voz muito baixa.
voz muito baixa. Pouco
Pouco poderá
poderá ajudar-nos
ajudar-nos oo
sigilo
sigilo da confissão se
da confissão se dissermos
dissermos o oss nossos pecados com
nossos pecados com um um
vozeirão
vozeirão tal tal que os ouçam
que os ouçam todos
todos os os que
que estão
estão na
na igreja.
igreja. As As
pessoas que ouvem mal podem pedir para confessar-se na sa-­
pessoas que ouvem mal podem pedir para confessar-se na sa
crista. Ás
cristia. pessoas que
A s pessoas que têmtêm um um sério
sério impedimento
impedimento para para falar,
falar,
podem
podem levarlevar aa suasua confissão
confissão previamente escrita num
previamente escrita num papel
papel ee
entregá-lo
entregá-lo ao ao sacerdote,
sacerdote, que que o o destruirá
destruirá depois
depois de de oo ter lido.
ter lido.
2 — Nunca mencionemos os pecados dos outros (por exemplo, do
2 — Nunca mencionemos os pecados dos outros (por exem p b, do
marido
marido ou ou da da sogra),
sogra), e, e, especialmente,
especialmente, nunca digamosos nomes.
nunca digam nomes.
33 — A não
— A não ser
ser queque seja
seja necessário
necessário para para reparar
reparar um umaa confissão
confissão mal mal
feita, não queiramos
fe’.ta, não queiramos fazerfazer umumaa confissão
confissão geral
geral (que
(que abranja
abranja
toda ou a maior parte da nossa vida) sem consultar previamente
toda ou a maior parte da nossa vida) sem consultar previamente
oo confessor.
confessor. Uma confissão geral
Um a confissão geral rara
rara vez
vez éé aconselhável,
aconselhável, exceto
exceto
talvez
talvez em ocasiões decisivas
em ocasiões decisivas da da vida,
vida, tais como oo casamento,
tais como casamento,
aa ordenação
ordenação ou ou aa profissão
profissão religiosa.
religiosa.
44 —
— Escutemos atentamente oo sacerdote
Escutem os atentamente sacerdote quando
quando nosnos impõe
impõe aa peni­
peni-
tência,
tência, bembem como
como os os conselhos
conselhos queque nos
nos possa
possa dar.
dar. Se Se não
não osos
ouvimos
ouvimos bem,bem, devemos
devemos dizê-lo.
dizê-lo. SeSe ficamos
ficamos com
com alguma dúvida
algum a dúvida
ou temos
ou temos um conselho aa pedir,
um conselho não hesitemos
pedir, não hesitemos emem dizê-lo.
dizê-lo.
S5 —
— Continuemos
Continuemos escutando
escutando atentamente
atentamente oo sacerdote
sacerdote enquanto
enquanto pro­pro-
nuncia
nuncia as palavras da
as palavras da absolvição.
absolvição. Já Já nos doemos dos
nos doemos nossos
dos nossos
pecados
pecados ee esta dor permanece
esta dor permanece na na alma.
alma. Não Nâo éé correto
correto recitar
recitar
verbalmente um
verbalmente um ato de contrição
ato de contrição enquanto
enquanto oo sacerdote pronun-
sacerdote pronun­
cia
cia asas palavras
palavras da da absolvição.
341
PECADO E CASTIGO

6g — Finalmente,
Finalmente, devemos
devemos permanecer minutos na
alguns minutos
permanecer alguns na igreja de-
igreja de­
pois de
nois de nos
nos termos confessado, para
termos confessado, Deus as
agradecer aa Deus
para agradecer graças
as graças
que acaba
que acaba de conceder-nos ee cumprir
de conceder-nos também aa penitência
cumprir também que
penitência que
o confessor nos impôs, se esta consiste em algum as
o confessor nos impôs, se esta consiste em algumas orações. orações,

PECAADO
PEC DO E C AST
E CA IGOO
STIG

O
O pecado
pecado ee oo castigocastigo andamandam juntos.juntos. Falando do
Falando pecado, pode-
do pecado, pode­
ríamos
ríamos dizer dizer que que o castigo éé seu
o castigo seu “estabilizador incorporado”, , pelo
“ estabilizador incorporado” pelo
qual
qual se se satisfazem
satisfazem as exigências da
as exigências justiça divina.
da justiça divina. Deus Deus éé infinita­
infinita-
mente misericordioso, rápido em perdoar o pecador contrito. M
mente misericordioso, rápido em perdoar o pecador contrito. Mas, as,
ao mesmo
ao mesmo tempo, infinitamente justo;
tempo, éé infinitamente justo; não não pode permanecer indi­
pode permanecer indi-
ferente
ferente anteante oo mal mal moral.
moral. A A EleEle nãonão podepode ““dardar nana m esm a” oo que
mesma” que
cada homem faz
cada homem faz com
com aa sua sua liberdade.
liberdade. Se não
Se não houvesse
houvesse castigocastigo
para o pecado, o bem e o mal poderiam colocar-se um junto ac
para o pecado, o bem e o mal poderiam colocar-se um junto ac
outro
outro em em pé pé de de igualdade;
igualdade; aa justiça justiça seriaseria uma palavra vã.
uma palavra vã.
Por
Por outrooutro lado.
lado, DeusDeus éé um um Deus Deus justo,
justo, mas
m as não vingativo. Nos
não vingativo. Nos
assuntos humanos, a aplicação do castigo resulta muitas vezes não
assuntos humanos, a aplicação do castigo resulta muitas vezes não
tanto
tanto da da caridade
caridade como como do ressentimento. O
do res.sentimento. O castigo
castigo éé frequentemen­
frequentemen-
te imposto mais
te imposto mais para para salvar
salvar oo amor-próprio
amor-próprio ofendido ofendido do do queque aa
almaa de
alm de quem ofende. Com
quem ofende. Com Deus passa-se oo contrário.
Deus passa-se contrário. Se, Se, por
por um um
lado, aa sua
lado, justiça exige
sua justiça exige que pecado seja
que oo pecado seja reparado
reparado com com uma uma com com- ­
pensação
pensação adequada,
adequada, por outro, oo que
por outro, que Deus procura não
Deus procura não éé essaessa com
com- ­
pensação em
pensação em si;si; seu
seu objetivo
objetivo éé sempresempre aa salvação
salvação de de quem
quem oo ofende:
ofende:
antes do
antes do pecado, tornando oo seu
pecado, tornando seu preço
preço demasiado
demasiado elevado; depois do
elevado; depois do
pecado, tornando
pecado, tornando dolorosas
dolorosas as as suas
suas conseqüências.
consequências.
EE para
para falar
falar com propriedade, nem
com propriedade, nem sequer
seqüer se pode dizer
se pode dizer queque éé
Deus quem
Deus quem castiga
castiga oo pecador.
pecador. ÉÉ antes antes o o pecador quem se castiga
pecador quem se castiga
aa sisi mesmo.
mesmo. ÉÉ ele ele quem escolhe livremente
quem escolhe livremente oo pecado pecado e, e, portanto,
portanto,
O0 castigo
castigo que que lhe lhe éé inerente.
inerente. Quem Quem comete comete um um pecado
pecado m mortal
ortal opta
opta
livremente por viver separado
livremente por viver separado de Deus de Deus para para sempre
sempre (o (o inferno),
inferno), em em
troca de
troca fazer agora
de fazer agora aa sua sua própria
própria vontade.
vontade. Quem Quem comete
comete um pecado
um pecado
venial aceita
venial antecipadamente oo purgatório,
aceita antecipadamente purgatório, em em troca
troca dede uma insigni-
um a insigni­
ficante satisfação atual. Esta
ficante satisfação atual. E sta escolha éé um escolha pouco parecida
um pouco parecida àà do do
ae dado que
bêbado aceita aa ressaca
que aceita ressaca de de amanha
amanhã em em troca
troça dos seus excessos
dos seus excessos
hoje.
dee hoje.

O pecado
O pecado mortal provoca duas
mortal provoca duas espécies de castigo.
espécies de castigo, Emm primei­
E primei-
ro
ro lugar, O castigo
lugar, o castigo: eterno,
eterno, aa perda
perda de
de Deus
Deus para
para sempre,
sempre, que
que é
é sua
sua
sequela inevitável.
seqüela Perdoada aa culpa
inevitável. Perdoada culpa dodo pecado,
pecado, seja
seja pelo
pelo Batismo,
Batismo,
seja no
seja Sacramento da
no sacramento da Penitência,
Penitência, fica perdoado este
fica perdoado este castigo eterno.
castigo eterno.
Além do
Além do castigo
castigo eterno,
eterno, háhá também
também um um castigo
castigo temporal
temporal (quer
(quer
dize > por
izer, um certo
por um período de
certo período de tem
tempo), que podem
po), que podemosos dever
dever a Deus
a Deus
mesmo depois de o pecado
niesmo depois de o pecado mortal mortal ter
ter sido
sido perdoado,
perdoado, ee que
que oo pecado
pecado
342 4 CONFISSÃO

venial também merece.


venial também merece. EsteEste castigo
casugo temporal
temporal éé aa reparação
reparação que
que de-
de­
vemos
vemos oferecer
oferecer aa Deus
Deus (pelos
(pelos méritos
méritos de de Cristo)
Cristo) por termos violado
por termos violado
aa sua
sua justiça,
justiça, mesmo
mesmo depois
depois dede perdoado
perdoado oo pecado;
pecado; éé aa satisfação
satisfação
que oferecemos
que oferecemos aa Deus
Deus porpor nossas
nossas insuficiências
insuficiências na na intensidade
intensidade dada
dor
dor por nossos pecados.
por nossos pecados. Pagamosos este
Pagam este débito com os
débito com os sofrimentos
sofrimentos
do purgatório, a não ser que o cancelemos nesta vida (como facil-
do purgatório, a não ser que o cancelemos nesta vida (como facil­
mente está
mente está ao nosso alcance)
ao nosso alcance) mediante adequadas obras
mediante adequadas obras de peni-
de peni­
tência,
tência.

Háá uma
H uma diferença
diferença notável
notável entre entre os os sacramentos
sacramentos do Batismoo ee
do Batism
da Penitência
da Penitência quanto quanto aos aos respectivos
respectivos efeitos efeitos sobresobre oo castigo
castigo temporal,
temporal.
O Batism
O Batismoo éé um renascimento espiritual,
um renascimento espiritual, um um começar
começar aa vida vida outra
outra
vez. Quando
vez. Quando um um adulto
adulto éé batizado,
batizado, não não só só sese apagam
apagam os os pecados
pecados
mortais, juntamente com
mortais, juntamente com oo pecadopecado original
original ee oo castigo castigo eternoeterno porpor
eles devido,
eles devido, como como também também todo todo oo castigocastigo temporal
temporal por por eleseles mere-
mere­
cido.
cido. Quem Quem morressemorresse imediatamente
imediatamente depois depois do do batismo
batismo iria iria para
para oo
céu nesse
céu nesse mesmomesmo instante.
instante. ÉE isto isto seria assim mesmo
seria assim mesmo que que aa dor dos
dor dos
pecados cometidos
pecados cometidos antes antes do do batismo
batism o fosse fosse imperfeita,
imperfeita,
Mas a pessoa que morresse logo depois de
M as a pessoa que morresse logo depois de se se confessar,
confessar, não não
iria imediatamente
iria imediatamente para para oo céu céu necessariamente.
necessariamente. Enquanto
Enquanto o o castigo
castigo
eterno
eterno devido
devido pelo pelo pecado
pecado éé perdoado
perdoado por por completa
completo no no sacramento
sacramento
da Penitência,
da Penitência, aa porção porção do do castigo
castigo temporal
temporal cancelada dependerá da
cancelada dependerá da
perfeição
perfeição da da dor dor que que oo penitente
penitente tiver tiver tido.
tido. QuantoQuanto mais mais ardente
ardente
tenha sido aa sua
tenha sido sua contrição,
contrição, menor menor satisfação
satisfação lhe lhe restará
restará por por oferecer
oferecer
aqui
aqui ou ou nono purgatório.
purgatório.
Uma
U historieta (não
m a historieta (não da da vida vida real,
real, claro) ilustrará este
claro) ilustrará este ponto.
ponto.
Conta-se
Conta-se de de um um homem
homem que que foi foi confessar-se
confessar-se depois depois de de viver muitos
viver muitos
anos afastado
anos afastado de de Deus.
Deus. Em penitência, oo sacerdote
Em penitência, sacerdote prescreveu-lhe
prescreveu-lhe
que rezasse
que rezasse um um terçoterço todos
todos os os dias durante um
dias durante um mês.
mês. OO penitente
penitente
exclamou:
exclamou: ““Como
Com o éé possível,
possível, se se fui
fui ingrato
ingrato com com DeusDeus tantos
tantos anos!anos!
Com certeza absoluta
Com certeza absoluta tenho tenho que que fazer
fazer muito
muito mais mais do do queque issoisso!”,
!” .
““Se
Se você está tão arrependido — respondeu-lhe o sacerdote —, talvez
você está tão arrependido — respondeu-lhc o sacerdote — , talvez
um terço
um diário durante
terço diário durante uma uma semanasemana seja suficiente”
seja suficiente” Então oo pe­
Então pe-
nitente, comovido,
nitente, comovido, começou começou aa chorar:
chorar: ““Quanto
Quanto Deus Deus me me amou,
amou,
quanto suportou
quanto suportou aa minha minha inpratidão
ingratidão ee os os meus meus pecados!
pecados! Não
N ão há há
nada que
nada que eu eu nãonão fizesse
fizesse porpor Ele agora”
Ele agora” ““Se
Se cstá tdo arrependido
está tão arrependido ■——
replicou oo sacerdote
replicou sacerdote —, basta tiue
— , basta que reze
reze cinco pai-nossos ee cinco
cinco pai-nossos cinco ave-
ave-
-marias
-marias uma uma só só vez”
vez”
Esta história realça
E sta história realça aa importância
importância das das nossas
nossas disposições
disposições inte- inte­
riores
riores na na recepção
recepção do do sacramento
sacramento da da Penitência.
Penitência. Quanto Quanto mais mais pro-
pro­
funda
funda for for aa nossanossa dor dor ee mais
mais nos sentirmos movidos
nos sentirmos movidos por por um um desin­
desin-
teressado amor a Deus, menos “relíquias”
teressado am or a Deus, menos “ relíquias” do pecado restarão; menos do pecado restarão; menos
dividas
dívidas de de castigo
castigo temporal
temporal nos nos ficarão,
ficarão, sem sem dúvida,
dúvida, por por satisfazer
satisfazer
com satisfação pcenitencial.
com satisfação penitencial.
PECADO E CASTÍCO 343

Quanto
Quanto mais mais intensa
intensa for for aa nossa
nossa dordor ao confessar-nos, menos
ão confessar-nos, menos
teremos que pagar a Deus depois, como castigo
teremos que pagar a Deus depois, como castigo temporal.
temporal. Mas
M as nem
nem
0 nosso confessor
o nosso confessor nem nem nós nós mesmos
mesmos podem
podemosos avaliar adequadamente
avaliar adequadamente
esta intensidade. Só Deus pode ver o coração humano ee só
esta intensidade. Só Deus pode ver o coração humano só EleEle
sabe num
sabe num determina
determinado do momento
momento qual qual aa nossa
nossa dívida para com
dívida para com E!e.Ele.
Por isso
Por isso Oo sacerdote impõe-nos sempre
sacerdote impõe-nos sempre uma penitência para
um a penitência para serser cum-
cum ­
prida depois
prida depois da confissão: rezar
da confissão: certas orações
rezar certas orações ou ou praticar
praticar certascertas
obras. Para que a nossa confissão seja boa,
obras. Para que a nossa confissão seja boa, devemos
devemos aceitar
aceitar aa pe-
pe­
nitência
nitência que sacerdote nos
que oo sacerdote prescreve ee ter
nos prescreve intenção de
ter aa intenção de cumpri-la
cumpri-la
no tempo que
no tempo nos fixar.
ele nos
que ele fixar.
A medida da penitência dependerá
A medida da penitência dependerá da d a gravidade
gravidade dos dos pecados
pecados
confessados;
confessado quanto maior
s; quanto maior for gravidade dos
número ee aa gravidade
for oo número dos pecados
pecados
cometidos, será
cometidos, será lógico
lógico esperar
esperar uma penitência maior.
uma penitência maior. Mas M as oo con-con­
fessor não deseja impor uma penitência que supere a capacidade
fessor não deseja impor uma penitência que supere a capacidade
penitente. Se
do penitente.
do alguma vez
Se alguma prescrita uma
nos éé prescrita
vez nos penitência que
um a penitência que nos nos
parece
parece impossível
impossível de de cumprir,
cumprir, seja seja por
por que
que motivo
motivo for, for, devemos
devemos di- d i­
zê-lo ao sacerdote,-e ele a ajustará convenientemente,
zê-lo ao sacerdote,-e ele a ajustará convenientemente.
Uma
Um a vez vez prescrita
prescrita aa penitência,
penitência, temos
temos obrigação
obrigação em em consciênci
consciência a
de
de cumpri-la
cumpri-la ee de de cumpri-la
cumpri-la do do modo
modo que que nosnos foifoi prescrita.
prescrita. Por Por
exemplo,
exemplo, se se me
me foi
foi dito
dito que
que fizesse
fizesse umum ato
ato de
de fé,
fé, esperança
esperança ee caridade
caridade
uma vez ao dia durante uma semana, não seria correto “liquidar” oo
uma vez ao dia durante uma semana, não seria correto “ liquidar”
assunto
assunto rezando
rezando os os sete
sete atos
atos de de uma
uma vez.
vez.
Negligenci
Negligenciar ar deliberad amente oo cumprimen
deliberadamente cumprimento to da da penitência
penitência seria seria
pecado mortal, se se tratasse de uma penitência grave imposta por
pecado mortal, se se tratasse de um a penitência grave im posta por
pecados
pecados graves.
graves. Negligenci
Negligenciar ar umaum a penitência
penitência leve leve seria
seria um um pecado
pecado
venial.
venial. ÉÉ claro claro queque esquecer-s
esquecer-se e dela
dela não
não éé pecado,
pecado, pois pois ninguém
ninguém
pode pecar por ter memória fraca. Se nos esquecemo de cumprir
pode pecar por ter memória fraca. Se nos esquecemos s de cumprir
aa penitência,
penitência, acontece
acontece simplesme
simplesmente nte que
que aa dívida
dívida temporal,
temporal, da da qual
qual
aa penitência
penitência nos nos teria
teria absolvido,
absolvido, permanece
permanece aindaainda em em nosso
nosso débito.
débito.
Por esta razão, deveríamo
Por esta razão, deveríamos acostumar s -nos
acpstumar-nos aa cumpri-la
cumpri-la imediatam
imediatamente ente
após aa confissão,
após confissão, aa não não serser aue
que oo confessor
confessor rios nos indique
indique outra ooca-
outra ca­
sião para
sião para fazê-lo.
fazê-lo.

' Deve-se
Deve* se recordar
recordar que que aa penitênci
penitênciaa prescrita
prescrita nana confissão
confissão tem
tem uma
uma
eficácia especial para
eficácia especial para pagar
pagar aa dívida
dívida de de castigo
castigo temporal,
temporal, porpor ser
ser
parte
parte do sacramento da
do sacramento Penitência.
da Penitência. Devemos, claro
Devemos, claro está,
está, fazer vo-
fazer vo-
luntariamente outros
luntariamente atos de
outros atos de penitência
penitência.. T Todas
odas asas nossas
nossas obras
obras m me-e­
ritórias podem
ritórias podem ser ser oferecida
oferecidass emem satisfação
satisfação dosdos nossos
nossos pecados,
pecados, ee éé
conventen te fazê-lo
conveniente fazê-lo assim
assim; ; ee não somente as
não somente as orações
orações que que rezamos,
rezamos,
as
as Missas
M issas que oferecemos, ou
que oferecemos, ou os
os atos
atos dede religião
religião ouou de caridade que
de caridade que
praticamo s, mas
praticamos, m as todas todas ee cada uma de
cada uma de nossas
nossas ações
ações praticada
praticadas
s no no
decorrer da nossa jornada
decorrer da nossa jornada centrada em centrada em Cristo;
Cristo: quer
quer dizer,
dizer, todas
todas
as
as ações
ações (exceto
(exceto as más, evidentem
as más, ente) realizadas
evidentemente) realizadas em em estado
estado de dc
graça e
graça e com
com um um sentido
sentido de de oferenda
oferenda aa Deus.
Deus. Estas
E stas acções
ações ganham-
344 A CONFISSÃO

-nos
-nos méritos para oo céu
méritos para tempo são
mesmo tempo
ao mesmo
céu ee ao são aceitas como satis-
aceitas como satis­
fação
fação pelos
pelos nossos pecados.
nossos pecados,
Não obstante, oração
N ào obstante, oração por
por oração
oração ee obra
obra por
por obra, nada nos
obra, nada nos
pode dar
pode dar maior
m aior certeza
certeza dede satisfazermos
satisfazerm os por por nossos
nossos pecados
pecados do do que
que
aa penitência
penitência queque nosnos éé imposta
imposta na na confissão.
confissão. Estas E stas penitências
penitências ofi- ofi­
ciais
ciais têmtêm uma
um a eficácia
eficácia sacramental,
sacramental, um um poder
poder de de reparação
reparação que que ne-ne­
nhuma
nhuma penitência
penitência espontânea
espontânea podepode igualar.
igualar.
ÉÉ oportuno
oportuno recordar
recordar que nenhuma de
que nenhuma de nossas
nossas obras
obras de de penitên-
penitên­
cia teria
cia teria valor
valor algum
algum diante
diante dede Deus
Deus se se Jesus
Jesu s Cristo
Cristo já já nãonão tivesse
tivesse
pago pelos nossos pecados. A reparação oferecida por Jesus Cristo
pago pelos nossos pecados. A reparação oferecida por Jesu s Cristo
na
na Cruz
Cruz éé infinita,
infinita, mais
m ais do
do que
que suficiente
suficiente para para pagar
pagar aa totalidade
totalidade
da
da dívida
divida espiritual
espiritual de de toda
toda aa humanidade.
hum anidade. Mas M as Deus,
Deus, por por um um de-de­
sígnio
sígnio expresso,
expresso, quer quer que
que partilhemos
partilhemos com com Cristo
Cristo aa suá suã obra
obra de de
satisfação
satisfação pelos
pelos pecados.
pecados. DeusDeus aplica
aplica os os méritos
méritos de de Cristo
Cristo àà nossa
nossa
divida
dívida de de castigô
castigo' temporal
temporal na na medida
medida da da nossa
nossa disposição
disposição de de fazer
fazer
penitência.
penitência. OO valor valor real
real das
das nossas
nossas penitências
penitências pessoais
pessoais éé insignifi-
insignifi­
cante aos olhos de Deus, mas esse valor torna-se enorme quando
cante aos olhos de Deus, m as esse valor torna-se enorme quando
unido
unido aos aos méritos
méritos de de Jesus
Jesus Cristo.
Crislo.
Este
Este motivo
motivo permite
permite queque asas nossas
nossas orações,
orações, boas
boas obras
obras ee sofri-
sofri­
mentos
mentos possam
possam ser ser oferecidos
oferecidos emem satisfação
satisfação pelos
pelos pecados
pecados dos dos outros,
outros,
atém dos nossos. Deus quer que participemos na obra de redenção.
além dos nossos. Deus quer que participemos na obra de redenção.
ÉÉ parte
parte dodo privilégio
privilégio dede sermos
sermos membros
membros do do Corpo
Corpo Místico
Místico de de Cristo
Cristo
podermos
podermos satisfazer
satisfazer comcom Ele
Ele oo castigo
castigo temporal
temporal devido
devido pelospelos peca-
peca­
dos
dos dosdos outros.
outros. Conscientes
Conscientes desta
desta possibilidade,
possibilidade, devemos
devemos aproveitar
aproveitar
as
as oportunidades.
oportunidades. Em Em cada
cada doença
doença (inclusive
(inclusive nessa
nessa ligeira
ligeira dordor dede
cabeça
cabeça de de hoje),
h oje), em
em cada
cada frustração,
frustração, em em cadacada contrariedade,
contrariedade, sabere- sabere­
mos
m os verver aa matéria
m atéria prima
prima da da qual
qual temos
temos que que tirar
tirar satisfação
satisfação pelospelos
pecados e salvar almas.
pecados e salvar almas. E nunca nos assaltará a tentação (rara,
E nunca nos assaltará a tentação (rara,
certamente)
certamente) de de pensar
pensar que
que oo confessor
confessor nos nos impôs
impôs umauma penitência
penitência mui- mui­
to
to grande.
grande. Se Se nós
nós nãonão necessitamos
necessitamos dela, dela, em em algum
algum lugar lugar existe
existe
uma
um a alma
alm a queque dela
dela precisa.
CAPÍTULO X X X II
C a p í t u l o XXXII

A PENA
A TEMPORAL E
PKNA TEMPORAL INDULGÊNCIAS
AS INDULGÊNCIAS
E AS

ASS IN
A INDULGÊNCIAS
D U L G Ê N C IA S

Ass indulgências
A indulgências proporcionam-nos
proporcionam-nos um um modo
modo acessível
acessível ee provei­
provei-
toso
toso dede podermos
podermos satisfazer
satisfazer pelo
pelo castigo
castigo temporal
temporal queque ficam
ficamosos de-
de­
vendo depois de os nossos pecados terem sido perdoados.
vendo depois de os nossos pecados terem sido perdoados. Podemos
Podemos
ganhar indulgências
ganhar todos -os
indulgências todos «os dias.
dias. Sabemos
Sabem os que que abreviam
abreviam o o nosso
nosso
purgatório.
purgatório. Talvez
Talvez sejamos
sejam ós até
até capazes
capazes de de citar de cor
citar de cor aa sua
sua defi­
defi-
nição
nição no no catecismo:
catecismo: ““Indulgência
Indulgência éé aa remissão
remissão da da pena temporal
pena temporal
devida pelos
devida pelos nossos
nossos pecados
pecados já já perdoados
perdoados quanto
quanto àà culpa,
culpa, que
que aa
Igreja
Igreja concede
concede fora do sacramento
fora do sacramento da
da Penitência”
Penitência”
Mas
Mas alguma vez você
alguma vez tentou explicar
você tentou explicar aa doutrina
doutrina ddasas indulgên­
indulgên-
cias aa um
cias um amigo
amigo não católico?
não católico? Saberá então
Saberá por experiência
então por experiência que
que
não éé tarefa
não tarefa fácil.
fácil. Em Em primeiro lugar, há
primeiro lugar, há todo
todo um um emaranhado
em aranhado de de
mal-entendidos
mal-entendidos por por esclarecer.
esclarecer. AA própria própria palavra
palavra ““indulgência”
indulgência” veio veio
aa adquirir
adquirr nos nos nossos
nossos tempostempos uma uma conotação
conotação ligeiramente desfavo-
ligeiramente desfavo­
rável. Um
rável. Uma a mãe indulgénte parece
mãe indulgénte parece ser aquela que
ser aquela que deixa
deixa os os filhos
filhos
fazerem oo que
fazerem lhes apetece;
que lhes apetece; uma uma pessoa
pessoa indulgente
indulgente consigoconsigo própria
própria
será aquela
será aquela que que se se abandona
abandona aos aos instintos,
instintos, queque despreza
despreza as as m motiva-
otiva­
ções mais nobres. Em resumo,
ções mais nobres. Em resumo, aa palavra palavra ““indulgência” significa hoje
indulgência” significa hoje
certo relaxamento
certo relaxamento moral, moral, certacerta degradação
degradação dos ideais.
dos ideais.
- Por
Por isso, normalmente temos
isso, normalmente temos que que começar
começar por explicar as
por explicar as indul-
indul­
gências dizendo o que
gências dizendo o que elas não elas não são.
são. É É evidente
evidente que que uma
um a indulgência
indulgência
não éé nenhuma
não nenhuma licença
licença para para pecar,
pecar, comocomo nãonão éé nenhum
nenhum perdão
perdão dos dos
pecados cometidos.
pecados cometidos. N Naa verdade,
verdade, as as indulgências
indulgências nada nada têm têm aa verver com
com
os pecados
os pecados enguanto
enquanto tais. tais. As indulgências dizem
A s indulgências dizem respeito unica-
respeito unica­
mente
mente àà pena pena temporal
temporal que que devemos
devemos aa Deus Deus depois
depois de de os os nossos
nossos
pecados
pecados terem
terem sidosido perdoados
perdoados no no sacramento
sacramento da da Penitência
Penitência (ou (ou porpor
um
um ato de contrição
ato de perfeita). ÉÉ preciso
contrição perfeita). preciso frisar,
frisar, pois,
pois, queque sósó pode
pode ga-g a­
nhar uma indulgência
nhar uma indulgência quem quem estiver
estiver em em estado
estado de de graça
graça santificante.
santificante.
346 A PENA TEMPORAL E AS INDULGENCIAS

Depois de
Depois de esclarecer
esclarecer os os mal-entendidos,
mal-entendidos, o o nosso
nosso objetivo seguin-
objetivo seguin­
1:te será
será dar
dar uma uma explicação positiva da
explicação positiva da natureza
natureza ddas indulgências.
as indulgências,
Um primeiro passo consistirá em demonstrar o direito que aa Igreja
ü m primeiro passo consistirá em demonstrar o direito que Igreja
tem de
tem de remir
remir o o castigo
castigo temporal
temporal que devemos aa Deus
que devemos Deus pelos
pelos nossos
nossos
pecados perdoados._ Para
pecados perdoados. Para isso,
isso, basta recordar as
basta recordar as palavras
palavras de de Cristo
Cristo
a são Pedro e aos sucessores de São Pedro, os Papas:
a Sao Pedro e aos sucessores de São Pedro, os P apas: “Tudo oo
“ Tudo
que ligares
que ligares na terra será
na terra será ligado
ligado nos nos céus,
céus, ee tudo
tudo o o que
que desligares
desligares na na
terra
terra será desligado nos
será desligado nos céus”
céus” (Mt. 16, 19);
(Mt. 16, 19); ee quase
quase as as mmesmas
esm as pala-
pala­
vras repetidas numa ocasião posterior a todos os Apóstolos bem
vras repetidas numa ocasião posterior a todos os A póstolos bem
como
como aos seus sucessores,
aos seus sucessores, aos aos bispos
bispos da da Igreja
Igreja Católica
Católica (Mt 18, 18).
(M t 18, 18).
Jesus pronunciou
Jesus pronunciou essas essas palavras
palavras sem sem acrescentar
acrescentar condições
condições ou ou exce­
exce-
cões, quer
ções, quer dizer,
dizer, deudeu àà sua sua Igreja
Igreja o o poder
poder de de tirar
tirar da almaa dos
da alm dos
homens qualquer
homens qualquer impedimento
impedimento que que dificultasse
dificultasse aa sua sua entrada
entrada no no céu.
céu.
Este poder
Este poder inclui, portanto, não
inclui, portanto, não só só o o de perdoar os
de perdoar os pecados,
pecados, que que se se
realiza pelo
realiza pelo sacramento
sacramento da da Penitência,
Penitência, como também oo de
como também de remir
remir aa
pena temporal, que se obtém por meio das indulgências.
pena temporal, quê se obtém por meio das indulgências.

AA Igreja
Igreja exerceu
exerceu este
este poder
poder de remir aa pena
de remir pena temporal
temporal desde
desde
os primórdios
'bs primórdiosdada história
história cristã.
cristã. Nesses
Nesses primeiros
primeiros tempos,
tempos, em em queque
oscristãos tinham um horror ao pecado muito maior do que atual-
os cristãos tinham um horror ao pecado muito maior do que atual­
mente,
mente, os os pecadores arrependidos tinham
pecadores arrependidos tinham de de cumprir
cumprir grandes
grandes peni­
peni-
tências antes
tências antes de de serem
serem readmitidos
readmitidos na comunidade cristã.
na comunidade cristã, Havia
Havia
pecadores que podiam ter de fazer penitência pública durante qua-
pecadores que podiam ter de fazer penitência pública durante qua­
renta dias,
renta dias, três
três anos,
anos, ou mesmo por
ou mesmo toda aa vida,
por toda conforme aa gravi­
vida, conforme gravi-
dade do
dade do pecado
pecado ee do do escândalo ocasionado.
escândalo ocasionado. As penitências podiam
A s penitências podiam
consistir, por
consistir, por exemplo,
exemplo, em vestir-se de
em vestir-se de saco
saco ee cobrir-se
cobrir-se de cinzas, je-
de cinzas, je­
juar, autoflagelar-se, retirar-se para um convento, ajoelhar-se à porta
juar, autoflagelar-se, retirar-se para um convento, ajoelhar-se à porta
de um
de umaa igreja para suplicar
igreja para suplicar as as orações
orações dosdos que que nela
nela entrassem,
entrassem,
ou vagar
ou vagar pelos campos
pelos cam pos vivendo
vivendo de de esmolas.
esmolas.
Na
N a eraera dos mártires, quando
dos mártires, quando milhares
milhares ee milhares
milhares de cristãos
de cristãos
eram
eram presos
presos ee mortos
mortos pela pela sua
sua fé,fé, tomou-se
tornou-se costume
costume entreentre osos peni­
peni-
tentes recorrerem
tentes recorrerem àà intercessão
intercessão desses
desses mártires,
mártires, isto é, dos
isto é, cristãos
dos cristãos
que estavam
que estavam encarcerados
encarcerados àà esperaespera do do dia da execução.
dia da execução. Um mártir
U m mártir
encarcerado redigia então um pedido de perdão dirigido ao bispo, ee
encarcerado redigia então um pedido de perdão dirigido ao bispo,
entregava-o
entregava-o ao ao penitente.
penitente. E Estes escritos chamavam-se
stes escritos chamavam-se “cartas“ cartas dede paz”.
paz” .
Quando oo penitente
Quando penitente apresentava
apresentava aa sua carta ao
sua carta ao bispo,
bispo, este
este absolvia-o
absolvia-o
da árdua penitência
da árdua penitência pública
pública queque oo confessor
confessor lhe lhe impusera,
impusera, ee não não só só
da
da penitência
penitência pública,
pública, masmas também
também da dívida para
da dívida para com
com Deus, isto é,
Deus, isto é,
do
do castigo temporal que
castigo temporal que aa penitência visava satisfazer.
penitência visava satisfazer. Conseguia-se
Conseguia-se
esse efeito
esse efeito transferindo
transferindo para para o o pecador
pecador arrependido
arrependido oo valor valor satisfa-
satisfa­
tório dos
tório dos sofrimentos
sofrimentos do do mártir.
mártir.
Assim
A ssim começou
começou na na Igreja
Igreja aa prática
prática das indulgências.
das indulgências. Esta
E sta éé
também aa origem
também origem do do “sistema
“ sistema de de medição
medição das indulgências que
das indulgências que aa
Igreja utilizou
Igreja utilizou durante
durante séculos
séculos (ultimamente simplificado pela
(ultimamente simplificado pela Cons-
(Ss INDULGENCIAS 347

tituição “ Indulgentiarum doctrina”,


tituição “Indulgentiarum doctrina” , de Paulo V
de Paulo VD.
I). UUma indulgência
m a indulgência
de trezentos dias, por exemplo, não queria dizer trezentos dias menos
de trezentos dias, por exemplo, não queria dizer trezentos dias menos
110 purgatório.
no Queria dizer
purgatório. Queria esse ato
que esse
dizer que ato de piedade reduzia
de piedade tanta
reduzia tanta
pena temporal
pena temporal quanta
quanta aa que
que seria
seria remida se aa pessoa,
remida se segundo aa
pessoa, segundo
disciplina da
a n iisa disciplina
antiga da Igreja,
Igreja, fizesse
fizesse trezentos dias de
trezentos dias penitência pública.
de penitência pública.

No plano
No plano salvífico
salvífico de de Deus,
Deus, nem nem uma uma só oração, nem
só oração, nem um umaa lá- lá­
grima dc
otima arrependimento, nem
de arrependimento, nem uma picada de
uma picada de dordor se perdem: até
se perdem; até oo
menor mérito satisfatório que uma pessoa possa ganhar e
menor mérito satisfatório que uma pessoa possa ganhar e de
de que
que
não precise para
não precisc para os próprios pecados,
seus próprios
os seus pecados, junta-sejunta-se ao tesouro de
ao tesouro de
méritos de
méritos de quequc aa Igreja Igreja pode dispor para
pode dispor para atender
atender às necessidades
às necessidades
espirituais
espirituais de de seusseus filhos,
filhos, unidos
unidos uns uns aoaoss outros,
outros, intimamente,
intimamente, pelo pelo
vínculo da Comunhão dos Santos.
vínculo da Comunhão dos Santos. Este grande depósito de satisfa-
Este grande depósito de satisfa­
ção acumulada
ção acumulada está está àà nossa
nossa disposição
disposição para para pagarm
pagarmosos as as penas tem-
penas tem­
porais devidas
porais devidas pelos nossos pecados.
pelos nossos pecados. É É o o cham
chamado ado tesouro
tesouro espiritual,
espiritual/
da Igreja, que a Igreja conserva e distribui.
da Igreja, que a Igreja conserva e distribui.
AA basc
base deste tesouro espiritual
deste tesouro espiritual da Igreja encontra-se
da Igreja encontra-se nos^ nos méritos
méritos
infinitamente satisfatórios do
infinitamente satisfatórios do próprio Cristo,
próprio Cristo. Sendo Deus,
Sendo Deus, (Udotuao 0o
que Jesus fez e sofreu tinha um valor infinito, Com a sua vida
que Je.sus fez e sofreu tinha um valor infinito. Com a sua vida e€
moric, constituiu
morlc, constituiu um depósito inesgotável
um depósito inesgotável de de méritos,
méritos, suficiente
suficiente para para
atender
atender às necessidades de
às necessidades de todatoda aa humanidade
humanidade até até oo fim fim dosdos tempos.
tempos.
A este
A tesouro somam-se
este tesouro somam-se os méritos de
os méritos de M Maria,
aria, nossa
nossa Santíssima
Santíssim a M Mãeãe
(que
(que não necessitou desses
não necessitou desses méritos
méritos para para si),si), os os dos santos que
dos santos que fize-
fize­
ram boas
ram boas obras
obras muito muito além além das d as suas
suas necessidades,
necessidades, ee as as satisfações
satisfações
excedentes de
excedentes de todos
todos os os membros
membros do Corpo Místico
do Corpo Místico de de Cristo.
Cristo,
A Igreja concede as indulgências tirando-as do tesouro espiritual
A Igreja concede as indulgências tirando-as do tesouro espiritual
de
de méritos satisfatórios de
méritos satisfatórios de Cristo
Cristo ee dos dos santos.
santos. Vejamos
V ejam os como como atua atua
uma indulgência:
uma indulgência: aa Igreja Igreja diz diz queque concede indulgência parcial
concede indulgência parcial aa
qualquer
q ualquer oraçãooração legitima
legítima com com que que façamos
façam os um um ato ato de de féfé (e(e também
também
de esperança,
de esperança, caridadecaridade ee contrição),
contrição). Com
Com isso, isso, aa Igreja
Igreja declara:
declara: “Se “ Se
você está
você sem pecado
eslá sem pecado mortal mortal ee recita recita um um ato ato de de fc fé comcom atenção
atenção ee
devoção.
devoção, eu, eu, sua sua Mãe. Mãe. aa Igreja, Igreja, ofereço
ofereço aa Deus, Deus, do do meumeu tesouro
tesouro
espiritual,
espiritual, os méritos que
os méritos forem necessários
que forem necessários para para satisfazer
satisfazer o o castigo
castigo
temporal
temporal devido devido pelos pelos seus pecados, pelo
seus pecados, pelo mesmo
mesmo valor valor meritório
meritório quc que
teria, independentemente
teria, independentemente da da indulgência,
indulgência, oo seu seu ato ato de de fé”fé”
Com eleito, na disciplina
Com efeito, na disciplina atual atual da da Igreja,
Igreja, ““ao fiel que,
ao fiel quc, ao ao menos
menos
contrito de
contrito coração, realiza
de coração, realiza uma uma obraobra enriquecida
enriquecida com com uma um a indul-
indul­
gencia parcial, éé concedida
gência parcial, concedida pela pela Igreja
Igreja uma uma remissão
remissão de de pena
pena tem­tem-
poral igual à que ele
poral igual à que ele mesmo obtém por mesmo obtém por suasua ação”ação”. . Isto quer dizer
Isto quer dizer
que
quc aa Igreja,
Igreja, em em virtude
virtude do do poder
poder dadodado aa ela ela porpor Cristo,
Cristo, duplica
duplica oo
valor satisfatório d
valor satisfatório daa boaboa obra obra realizada.
realizoíla.
- Qualquer oração ou
Qualquer oração ou boa obra aa que boa obra que foram concedidas indul­
foram concedidas indul-
gencias
gências é€ como como um cheque que
um cheque que aa Igreja
Igreja nosnos põe põe nas nas mãos. Podemos
m ãos. Podemos
descontá-lo da
descontá-lo conta do
da conta do banco
banco espiritual
espiritual das das superabundantes
superabundantes satis- satis­
348 A PENA TEMPORAL E AS INDULGÊNCIAS

fações
fações de dos santos,
Cristo ee dos
de Cristo pagar aa nossa
assim pagar
santos, ee assim própria divida
nossa própria dívida
com Deus.
para com
para Deus. E Esta divida éé paga
sta dívida paga em maior
em m ou menor
aior ou grau —
menor grau — nono
caso das indulgências parciais — segundo o amor com
caso das indulgências parciais — segundo o amor com que
que fizermos
fizermos
enriquecida com
obra enriquecida
aa obra indulgências.
com indulgências.

As
À s vezes, no entanto,
vezes, no entanto, aa Igreja
Igreja nos
nos dá,
dá, por
por assim
assim dizer,
dizer, um
um
cheque em
cheque em branco
branco contra o seu
contra o seu tesouro
tesouro espiritual:
espiritual: éé oo que
que chamamos
cham am os
indulgência plenária.
indulgência plenária. NesteNeste caso,
caso, éé comocomo se se aa Igreja
Igreja nosnos dissesse:
dissesse;
“Cumpra
“Cum pra estas estas condições
condições que que estabeleci
estabeleci — — comcom todas
todas as as disposições
disposições
devidas
devidas — — ee eu,eu, sua
sua Mãe,
Mãe, aa Igreja,
Igreja, tirarei
tirarei dodo meu tesouro espiritual
meu tesouro espiritual
toda a satisfação que for necessária para apagar inteiramente as
toda a satisfação que for necessária para apagar inteiramente as suas
suas
dívidas
dívidas de pena temporal”.
de pena temporal” . Se Se ganhássemos
ganhássem os uma uma indulgência
indulgência ple- ple­
nária ee morrêssemos
nária morrêssemos logo após, reunir-nos-íamos
logo após, reunir-nos-í'amos aa Deus Deus no no céu
céu
imediatamente,
imediatamente, sem sem ter que satisfazer
ter que satisfazer pelos
pelos nossos pecados no
nossos pecados no pur-
pur­
gatório,
gatório.
Na
N a prática,
prática, éé muitomuito difícil ter a^ certeza dede sese ter
difícil ***»• ter ganho
ganho uma uma
indulgência pplenária.
indulgência le n á ria ^Para consegui-la, éé necessário
Para consegui-la,
y
necessário estarestar absoluta-
absoluta-
“menté desprendido de todo pecado deliberado, o qu e exige unTá~dõr
méhté~gêsprehdido de fbdo pecado deliberado, o que exijge umaa dor
sincera de todoss osòs pecados,
sínceradêToidÕ tanto veniais
pecados, tanto veniais còmcomo d mortais,
mortais, êé o o propó-
propó­
sito de
sito de evitar
evitar daí.
daí porpor diante
diante atéaté oo menor
menor pecado.
pecado. 1 Nem Nem sempre
sempre
podemos
podem os ter ter aa certeza
certeza de de que
que~ãà ~nõssânrêhúncra
nossa rênúnciaao ao pecado
pecado éé tão total
tâo to ta l
como se exige. A Igreja, no entanto, ao conceder uma indulgência
como se exige. A Igreja, no entanto, áo conceder uma indulgência
plenária,
plenária, concede-a
conceide-a com com aa idéia
idéia dede que,
que, sese não estamosos devidamente
não estam devidamente
preparados
preparados para para lucrá-la,
lucrá-la, ao ao menos
menos ganhemos
ganhemos aa indulgência
indulgência parcial-
parcíat-
mente, segundo aa m
mente, segundo maior
aior ou menor perfeição
ou menor perfeição das nossas "d
das nossas disposições.
ísp õ ^ õ ^ s.
Para ganhar cada uma das indulgências plenárias, além da
Para ganhar cada uma das indulgências plenárias, além con-
da con­
dição
dição mencionada,
mencionada, são requeridas outras
são requeridas outras três: o o sacram
três; confissão Pa ental,
comunhão eucarística ee oração
comunhão eucarística oração pelaspelas intenções
intenções do do Suma-J!Qntifice>
Pontífice.
ÁsA strês
três condições
condições podem podem ser ser preenchidas
preenchidas em em dias
dias diversos,
diversos, antes
antes ouou
após
após aa realização
realização da da obra
obra prescrita;
prescrita; m masas convém
convém que que aa comunhão.
comunhão
ee aa oração
oração pelaspelas intenções
intenções do Soberano Pontífice
do Soberano Pontífice, se se façam
façam no no mes-
m es­
mo
mo dia
dia em em queque sese pratica
pratica aa obra.
obra.


J á dissemos
dissemos queque oo primeiro requisito essencial
primeiro requisito essencial éé possuir
possuir oo estado
estado
de
de graça
graça santificante no momento
santificante no momento de de ganhar
ganhar aa indulgência.
indulgência. IstoIsto signi­
signi-
fica
fica que
que uma
uma pessoa pode começar
pessoa pode com eçar aa ganhar
ganhar uma indulgência inclu-
uma indulgência inclu­
sive com um
sive com pecado mortal
um pecado na alma,
mortal na alma, mas
m as deve
deve estar em estado
estar em estado dede
graça
graça ao ao terminar
terminar aa obra
obra aa que
que sese concederam indulgências. Por
concederam indulgências. Por
exemplo,
exemplo, se se se
se podem
podem ganhar indulgências visitando
ganhar indulgências visitando um um santuário,
santuário,
desde
desde que também nos
que também confessemos ee comunguemos,
nos confessemos comunguemos, podemos
podemos estarestar
em pecado mortal
em pecado mortal nono momento
momento de de realizar
realizar aa visita,
visita, ee ainda
ainda ganhar
ganhar
aa indulgência
indulgência se se recebermos
recebermos dignamente
dignamente os sacramentos da
os sacramentos da Penitên-
Penitên­
cia
cia ee da
da Eucaristia. e rezarmos
Eucaristia-.e. rezarmos pelas
pelasintenções
intenções,dodo Santo Padre. Para
Santo Padcê_ Para
este último
este último ponto,
ponto, éé suficiente
suficiente rezar
rezar um
um Pai-nosso
Pai-nosso ee uma Ave-Maria.
uma A ve-M ana-
INDULGÊNCIAS PLENÁRIAS 349

Além disso,
Além éé necessário
disso, nece ssárter ao
ter menos aintenção.
menos
ao io geral deík Ju
aJn íen ção . fifitaL lucrar
çrar
aa indulgênci
indulgência,a, vistovisto queque aa Igreja não nos
Igreja não nos força aceitá-la. Para
força aa aceitá-la. Para
isso, basta a intenção
isso, basta a intenção geral. g e ral Assim, se cada domingo formulo ^esta
Assim , se cada domingo fo rm u lo sta
intenção; ““Deus
intenção: misericordioso, quero
Deus misericordioso, quero ganTiar todas as
ganhar todas indulgências.
as indulgências
que puder
qúe puder nestJ.iémáiTá,"é7s
nestã Semana é sempre”, então então ganharei
gan h ^ei quaisquer
quaisquer indul- indul-
gências que tenham sido concedidas às orações e boas obras que
Dad

^ncTas que te n ^ m sido concedidas às oráçoes e boas obras que


digã ou
diga pu faça durante
^fesârduraníe. Ês&a semana,
essa mesmo que
semana, mesmo que nãonão me lembre disso
me lembre disso
no momento
no momento de de realizá-las, mesmo que
realizá-las, ee mesmo ignore se
que ignore se tal ação ou
tal ação ou oora-
ra­
ção goza de
ção goza concedidas pela
indulgências concedidas
de indulgências Melhor ainda
Igreja. Melhor
pela Igreja. ainda queque
expressar essa intenção uma vez por semana, é a prática de fazê-lo
expressar essa intenção um a vez por semana, é a prática de fazê-lo
cada ddia,
cada comoo parte
i^ com parte das nossas orações
das nossas orações da manhã. |
da manhã,
Não éé preciso
Não preciso dizer que, para
dizer que, ganhar determinada
para ganhar indulgência, éé
determinada indulgência,
preciso, por
preciso, por último,
último, realizar exatamente no
realizar exatamente tempo, lugar
no tempo, lugar ee modo modo
prescritos todos os requisitos que a Igreja tenha estabelecido para se
prescritos todos os requisitos que a Igreja tenha estabelecido para se
ganhar
ganhar essaessa indulgência.
indulgência.

INDULGÊNCIAS
IN D U L G Ê N C IA S PLENÁRIAS
P L E N Á R IA S

Quando
Quando consideramos
consideramos oo grandegrande número
número de de indulgências
indulgências plená-
plená­
rias que
rias que aa Igreja pôs àà nossa
Igreja pôs nossa disposição,
disposição, torna-se evidente que,
torna-se evidente que, se
se
tivermos
tivermos de de sofrer no purgatório
sofrer no purgatório antes
antes de entrar no
de entrar no céu, será dupla­
céu, será dupla-
mente por culpa nossa. As indulgências plenárias são tão numerosas
mente por culpa nossa. A s indulgências plenárias são tão numerosas
ee as
as obras
obras prescritas
prescritas para
para lucrá-las
lucrá-las tão
tão fáceis, que só
fáceis, que só aa mais
m ais irres-
irres­
ponsável das
ponsável das preguiças
preguiças espirituais
espirituais nos pode levar
nos pode levar aa descurá-las
descurá-las ou ou
ignorá-las.
ignorá-las. -
AA indulgência plenária só
indulgência plenária só pode
pode ser ser lucrada
lucrada uma um a vez por dia.
vez por dia.
Exceptua-se apenas
Exceptua-se apenas aa indulgência
indulgência plenária
plenária que que aa Igreja
Igreja concede
concede em em
perigo de morte,
perigo de morte, que podeque pode serser ganha
ganha mesmo
mesmo que, que, nesse
nesse dia,
dia, oo mori-
mori­
bundo
bundo já já tenha
tenha lucrado outra indulgência
lucrado outra indulgência plenária.
plenária. Nisto diferem
Nisto diferem
as
as plenárias das parciais,
plenárias das que podem
parciais, que podem ser ser ganhas
ganhas tantas
tantas vezes
vezes quantas
quantas
se realizem
se realizem as obras prescritas.
as obras prescritas. Assim, quando digo
Assim , quando com devoção
digo com devoção
aa Salve-Rainha,
Salve-Rainha, ganho ganho um umaa indulgência
indulgência parcial,
parcial, e,e, se
se aa disser
disser cem
cem
vezes
vezes aoao dia,
dia, ganharei
ganharei cem cem vezes
vezes essa indulgência.
essa indulgência.
Convém
Convém ter ter emem conta
conta que
que asas indulgências
indulgências plenárias
plenárias que
que ganhe­
ganhe-
mos não
mos podem
nâo_podeuLser ser aplicadas
aplicadas aa outras pessoas vivas.
outras pessoas vivas. Nesta
N esta matéria,
matéria,
cada qual
cada qual tem
tem que que enfrentar
enfrentar oo seu seu próprio débito. Mas podemos
próprio débito. M as podemos
aplicar todas
aplicar todas as’ as indulgências
indulgências — — plenárias
plenárias ou ou parciais
parciais — — às às almas
alm as
do purgatório.
do purgatório.
- Como
Com o aa Igreja
Igreja tem
tem autoridade
autoridade direta
direta sobre
sobre os
os seus
seus membros
membros
YIvos, podemosos ter
vivos, podem ter aa certeza
certeza dos
dos efeitos
efeitos das
das indulgências
indulgências que gga-a ­
que
nhamos para nós, sempre
nhamos para nós, sempre que que cum
cumpramos as condições
pram o* as condições necessá-
necessá­
ras. Este
rias. Este éé 0o ensinamento
ensinamento comum
comum de de um
um considerável
considerável número
350 A PENA TEMPORAL E AS INDULGENCIAS

de teólogos. Mas
de M as aa Igreja
Igreja não
não temtem autoridade
autoridade direta
direta sobre
sobre asas alm
almasas
do purgatório.
do purgatório. As A s indulgências
indulgências que oferecemos por
que oferecemos por elas
elas são
são aa titulo
título
de sutrágio,
de sufrágio, isto é, têm
isto é, ícm o o valor
valor dede petição
petição aa Deus,
Deus, para
para que
que aplique
aplique
aa indulgência
indulgência a determimada-atrmra ou almas pelas quais se ganha ee
a dctèriTnnadii alina l)U ' almas" pelás quais se ganha
se oferece. Se
se oferece. Se esta
esta indulgência
indulgência éé realmente aplicada ou
realmente aplicada não, depen-
ou não, depen­
de
de da misericórdia de
da misericórdia de E>eus.
Deus. Devemos
Devemos confiar confiar em que essa
em quc essa alma
alma
receberá a indulgência que ganhamos para ela; mas, como não há
leceberá a indulgência que ganham os para ela; mas, como não hã
maneira de
maneira sabê-lo com
de sabê-lo com certeza,
certeza, aa Igreja
Igreja nos nos permite oferecer mais
permite oferecer m ais
de
dc uma
uma indulgência
indulgência plenária
plenária pelapela alma
alma do do mesmo
mesmo defunto.
defunto.
Podemos
Podemos estarestar bem
bem certos
certos dede que
que aa maioria
maioria de de nós
nós incorre
incorre cons­
cons-
tantemente
tantemente em em dívida
divida com com Deus.
Deus. Não somos anjos
N ão somos anjos que
que levam
levam um umaa
vida sem pecado,
vida sem pecado. E me.smo
E mesmo que que osos nossos pecados não
nossos pecados não sejam
sejam muito
muito
grandes, temos
grandes, temos que fazer penitência
que fazer penitência por eles, aqui
por eles, aqui ouou nono m mais
ais além
além.
E ninguém senão nós terá a culpa se nos apresentarmos no outro
E ninguém senão nós terá a culpa se nos apresentarmos no outro
mundo carregados
mundo carregados dessadessa dívida.
dívida. Mencionamos
Mencionamos aa seguir seguir algumas
algum as dasdas
mdulgências
indulgências que que podem
podem ser ser facilmente
facilmente ganhasganhas no no dia
dia aa dia,
dia, mman-
an­
tendo assim
tendo assim aa nossa
nossa conjfa
conía em em zero,
zero,

Assindulgências
A indulaêiicias outorgadas
outorgadas àà recitação
recitação do doterço são tão
_tcrco_s^ tão nume-
nume^
rosas como
rosas como seria seria de esperar de
de esperar de uma
uma devoção cuiõ cujo centro
çenitQ, éé ÃqpÊlaL
Aquela.
que
Que éé _““oo refúgio.
refú gb -dos
d os pecadores”.
pecadores” . Ao A o recitarmos
recitarmos as as cinco
cinco dezenas
dezenas
do terço,
do terço, aa Igreja concede uma
Igreja concede indulgência parcial,
um a indulgência mesmo que
parcial, mesmo que as as
contas do terço não estejam bentas. Se esta recitação for feita em
contas do terço não estejam bentas. Se esta recitação for feita em
família
fam ília ou ou numanuma igreja,
igreja, pode-se ganhar indulgência
pode-se ganhar indulgênçia plenária,
plenágia, ddesdeesde
que se
que se rezem
rezem cinco
cinco dezenas
dezenas sem interrupção, em
sem interrupção, em vozvoz alta
alta ee medi­
medi-
tando cada
tando cada mistério.
mistério. Tam Tambémbém foi concedida indulgência
foi concedida indulgência parcialparcial ao ao
uso devoto
uso devoto de de umum terço devidamente bento.
terço devidamente bento.
À Mia-Saçra
A Vi;i-Sat:ra éé outro fácil atalho
outro fácil atalho parapara o o céu.
céu. TTodas odas as as vezes
vezes
gue aa fazemos
que fazem os diante
diante de de estações
estações legitimamente erigidas, ganhamos
legitimamente erigidas, ganhamos
indulgência plenária, É muito fácil compreender por quê. Ninguém
indulgência plenária, É muito fácil compreender por quê. Ninguém
que
que sigasiga devotamente
devotamente oo Senhor Senhor no no seu caminho de
seu caminho de agonia poderá
agonia poderá
deixar
deixar de de sentir uma dor
sentir uma dor m mais profunda de
ais profunda de seus
seus pecados,
pecados, que que foram
foram
aa causa
causa dessesdesses sofrimentos,
sofrimentos, ee renovarrenovar os seus propósitos
os seus propósitos de de emenda.
emenda.
Por isso, a Igreja concede também indulgência plenária aos que
Por isso, a Igreja concede também indulgência plenária aos que — —
estando impedidos
estando impedidos de de ir ir aa uma igreja ou
uma igreja ou capela
capela parapara fazer
fazer aa Via-
Via-
-Sacra —
-Sacra dedicam pelo
— dedicam pelo menos
menos meiameia horahora àà leitura
leitura ee meditação
meditação da da
paixão
paixão ee morte morte de de Cristo.
Cnsto.
Para ganhar
Para ganhar aa indulgência
indulgência da da Via-Sacra,
Via-Sacra, o o que
que se requer éé que
se requer que
vamos
vamos de estação em
de estação em estação
estação — — costumam
costumam ser ser cruzes,
cruzes, quadros
quadros ou ou
relevos
relevos — — meditando
meditando nos nos sofrimentos
sofrimentos de de Cristo.
Cristo. Isto Isto quer
quer dizer
dizer que
que
uevemos
devemos considerar
considerar o o significado
significado do do queque Jesus quis sofrer
Jesus quis sofrer por por nós
nós
ee tirar disso algum
tirar disso algumaa conclusão
conclusão prática.
prática. Por Por exemplo,
exemplo, se se meditarmos
meditarmos
que Jesu
que Jesuss foifoi despojado
despojado da da última
última coisa
coisa que
que lhelhe restava
restava — — as as suas
suas
vestes —, sentir-nos-emos envergonhados das
vestes — , sentir-nos-emos envergonhados das nossas ânsias de pos- nossas ânsias de pos-
INDULGENCIAS PLENÁRIAS 351

suir
cuir sempre
sempre mais
mais ee da da nossa cegucira em
nossa cegueira relação às
em relação necessidades dc
as necessidades do
próximo.
próximo.
Podemos fazer
Podemos fazer aa V ia-Sacra
Via-Sacr a em em poucos minutos ou
poucos minutos hora.
numa hora.
ou numa
Desde
Desde que percorramos as
que percorramos as estações Paixão de
sobre aa Paixão
meditando sobre
estações meditando de
N osso Senhor
Nosso Senhor Jesus
Jesus Cristo,
Cristo, ganharemos indulgência.
ganharemos aa indulgência, Quando aa
Quando
Via-Sacr
Via-Sacraa é feita publicam
é feita ente
publicamente por um grupo (como na paróquia,
por \im grupo (como na paróquia,
durante aa Q
durante uaresm),
Quaresma a), basta que um
basta que dos presentes
um dos presentes vává de estação em
de estação em
estação, mas
cstação, m as todos
iodos têm
têm que fazer aa sua
que fazer meditação pessoal.
sua meditação pessoal. ParaPara
fazer a Via-Sacra, não necessitamos de nenhum livro.
fazer a Via-Sacra, não necessitamos de nenhum livro, Se a nossa
Se a nossa
imaginação é pequena, podemos servir-nos de um
imaginação é pequena, podemos servir-nos de um livro,
livro, mas pode-
m as pode­
mos" também fazer
mos também as nossas
fazer as reflexões pessoa!s.
nossas reflexões pessoais.

O “Enchiridion
O “ Enchiridion Indulgentiarum”
Jndulgentiarum” contém contém uma uma longalonga relação
relação de de
indulgências, que são manifestação da
indulgências, que são m anifestação da solicitude
solicitude maternal
maternal da
da Igreja
Igreja
para com
para com seus filhos. T
seus filhos. "Todas
odas elas constituem, além
elas constituem, disso, um
além disso, um incentivo
incentivo
para vivermos uma
para vivermos uma vida vida cristã
cristã maism ais intensa
intensa ee parapara santificarmos
santificarmos os os
deveres quotidianos. Assim, por exemplo, estão enriquecidas com
deveres quotidianos. Assim , por exemplo, estão enriquecidas com
indulgência parcial
indulgência parcial as as seguintes
seguintes práticas piedosas: fazer
práticas piedosas: fazer o o sinal
sinal da da
Cruz, dizendo
Cruz, dizendo “Em “ Em nomenome do do PaiPai *”: aa visita
visita ao ao Santísssmo
Santíssimo Sacra- Sacra-
mento para adorá-lo (se se prolonga por meia hora, a indulgência
inentb para adorá-lo (se se prolonga por meia hora, a indulgência
éé plenária);
plenária); dizer dizer umauma comunhão espiritual; fazer
comunhão espiritual; fazer oração mental;
oração mental;
visitar
visitar um um cemitério
cemitério ee lá rezar, pelo
lá rezar, pelo menos mentalmente, pelos
menos mentalmente, pelos de- de­
funtos
funtos (esta indulgência aplica-se
(esta indulgência aplica-se às às almas
almas do Purgatório, ee éé plená­
do Purgatório, plená-
ria
ria se
se aa visita
visita sese faz
faz entre
entre os os dias
dias 11 ee 88 de de novembro);
novem bro); ler ler aa Bíblia
Bíblia
(a indulgência éc plenária
(a indulgência plenária se se aa leitura
leitura se se faz durante meia
faz durante meia h hora);
ora);
ensinar ou
ensinar aprender aa doutrina
ou aprender doutrina cristã;
cristã; participar
participar de de umum recolhimento
recolhimento
mensal, etc.
mensal, etc,
E,
E, ao lado destas
ao lado destas práticas
práticas espirituais,
espirituais, há há três
três concessões
concessões gerais gerais
de indulgências,
de indulgências, com com as as quais
quais aa IgrejaIgreja quer ajudar os
quer ajudar os fiéis
fiéis aa im im- ­
pregnar
pregnar de de espírito
espírito cristão
cristão aa vida diária: I.^)
vida diária: 1.2) concede-se
concede-se indulgência
indulgência
parcial
parcial ao fiel cristão
ao fiel cristão que,que, ao ao cumprir
cumprir os os seus
seus deveres
deveres ee aceitar
aceitar os os
sacrifícios
sacrifícios da vida, levanta
da vida, levanta oo coração
coração aa Deus Deus com com confiança
confiança humilde,
humilde,
acrescentando
acrescentando — — mesmo
mesmo que que sejaseja só só mentalmente
mentalmente — — uma jacula-
uma jacula-
tória:
tória; 2.^)2.2) também
também se concede indulgência
se concede indulgência parcialparcial ao fiel cristão que,
ao fiel cristão que,
com
com fé fé ee espírito
espírito de de caridade,
caridade, se se dedica
dedica —— com com esforço pessoal ou
esforço pessoal ou
com
com os seus bens
os seus bens materiais
materiais — — aa servir
servir os os irmãos
irmãos que que padecem
padecem ne­ ne-
cessidade; 3.2) por último,
cessidade; 3.®) por úUimo, concede-se concede-se indulgência
indulgência parcial parcial àqueles
àqueles
que,
que, comcom espirito
espírito de de penitência,
penitência, se se abstêm espontaneamente de
abstêm espontaneamente de algu-
algu­
ma
ma coisa lícita que
coisa lícita que lhes seja agradável.
lhes seja
CAPÍTULO XXXIII

AA UNÇÃO
UNÇÃO DOS ENFERMOS
DOS ENFERMOS

OO SACRAMENTO DOS ENFERMOS


SA C R A M E N T O DOS EN FERM O S

Em seus
Em esforços misericordiosos
seus esforços misericordiosos por levar-nos para
por levar-nos para oo céu céu e€
unir-nos a Ele, Deus chega até os últimos limites. Jesus deu-nos oo
unir-nos a Ele, Deus chega até os últimos limites. Jesus deu-nos
sacramento
sacramento do do Batismo,
Batismo, com com oo qualqual nosnos limpa
limpa do do pecado
pecado original
original
ee de de todos
todos os os pecados cometidos antes
pecados cometidos antes do do Batismo. Conhecendo
Batism o. Conhecendo
aa nossa
nossa fraqueza, deu-nos também
fraqueza, deu-nos também oo sacramento
sacramento da da Penitência,
Penitência, pelopelo
qual se perdoam os pecados cometidos depois do Batismo.
qual se perdoam os pecados cometidos depois do Batism o. (Comoo
Com
se
se oo impacientasse
impacientasse ver ver uma
uma almaalm a demorar-se
demorar-se um um sósó instante
instante aa entrar
entrar
no
no céu, céu, Jesus
Jesu s deu
deu àà sua Igreja oo poder
sua Igreja poder de de remir
remir aa pena temporal
pena temporal
devida
devida pelo pelo pecado,
pecado, mediante
mediante aa concessão
concessão de de indulgências.
indulgências. Final-Final­
mente, como que para ter toda a certeza de que ninguém perderá
mente, como que para ter toda a certeza de que ninguém perderá
oo céucéu ou sofrerá no
ou sofrerá no purgatório,
purgatório, aa não não serser por culpa própria,
por culpa própria, Jesus
Jesus
instituiu oo sacramento
instituiu sacramento da Extrema-Unção ou
da Extrema-Unção Unção dos
ou Unção dos Enfermos.
Enfermos.
Podemos
Podemos defini-ladefini-la como
como “um “ um sacramento
sacramento instituído
instituído para alívio espi­
para alívio espi-
ritual
ritual ee mesmomesmo temporal
temporal dos dos fiéis
fiéis que correm risco
que correm risco de de morte
morte por por
doença ou
doença ou velhice”
velhice”. .
O antigo
O antigo nome nome destedeste sacramento,
sacramento, “Extrema-Unção”,
“ Extrem a-Unçâo” , começou começou
aa ser
ser usado
usado nos nos fins
fins do do século
século XII.
X II. N Nosos séculos anteriores, era
séculos anteriores, era
conhecido
conhecido como como “Unção
“ Unção dos dos Enfermos”,
Enferm os” , tal como nos
tal como nossos dias.
nos nossos dias.
OO termo
termo ““Extrema-Unção”
Extrem a-Unção” tinha tinha um significado puramente
um significado puramente litúr-litúr-
gico.
gico. Indicava
Indicava que, geralmente, se
que, geralmente, se tratava
tratava da última d
da última das quatro
as quatro
unções
unções que que um um cristão podia receber:
cristão podia receber: o o Batismo,
Batismo, aa Confirmação,
Confirm ação, aa
Ordem Sagrada
Ordem Sagrada e, e, finalmente,
finalmente, aa Extrema-Unção.
Extrema-Unção. Mas M as oo povo
povo en- en­
tendia
tendia erroneamente
erroneamente que que se se tratava
tratava da da unção
unção última última ee que, depois de
que, depois de
recebê-la,
recebê-la, o o mais
mais provável
provável era que aa pessoa
era que pessoa morresse,
morresse. Foi, Foi, pois,
pois,
oportuno que
oportuno que o o Concilio Vaticano IIII tivesse
Concilio Vaticano tivesse dadodado preferência
preferência ao ao
termo
termo “Unção
“ Unção dos dos Enfermos”
Enferm os” sobre sobre oo de de ““Extrema-Unção”.
Extrem a-Unção” .
DOS ENFERMOS 35:
O SACRAMENTO

Lv)
WU
OO Evangelho
Evangelho de de São M arcos (6,
São Marcos 12-13) dá-nos
(6. 12-13) dá-nos notícia notícia deste
deste
sacramento dos
sacramento dos enfermos
enfermos ao ao dizer
dizer que que os Apóstolos. ““tendo
os Apóstolos, partido.
tendo partido,
pregavam
pregavam aà penitência,penitência, expulsavamexpulsavam numerosos numerosos demônios, demônios. ee ungiam ungiam
com óleo muitos enfermos e os curavam” | Mas a descrição
com óleo muitos enfermos e os curavam ” M as a descrição clássica
clássica
que
que as as Escrituras
Escrituras nos nos dão dão deste
deste sacramento encontra-se na
sacramento encontra-se Epístola
na Epístola
de
de São
São TiagoTiago (5, (5, 14-15):
14-15): ““Está E stá doente
doente algum algum de vós?
de vós? Chame os
Chame os
sacerdotes da Igreja, e estes façam orações sobre ele, ungindo-o
sacerdotes da Igreja, e estes façam orações sobre ele, iingindo-o com
com
óleo em
óleo em nomenome do do Senhor;
Senhor; ee aa oração oração da da fé salvará o
fé salvará enfermo, ee o
o enfermo, o
Senhor
Senhor oo aliviará;aliviará; e, e, se estiver com
se estiver pecados, scr-lhe-ão
com pecados, perdoados”
ser-lhe-ão perdoados”
O óleo que
O óleo que se usa na
se usa administração deste
na administração sacramento éé cham
deste sacramento chama-a­
do “óleo dos enfermos” ou “Santos Óleos”. É
do “ óleo dos enfermos” ou “ Santos Óleos” . É um
um dos
dos três
três óleos
óleos
bispo da
que oo bispo
que da diocese abençoa na
diocese abençoa na sua catedral na
sua catedral manhã de
na manhã Quinta-
de Quinta-
-Feira
“Feira Santa;
Santa; os outros dois
os outros dois são são o Santo Crism
o Santo Crismaa ee o Óleo dos
o Óleo dos C Cate-
ate­
cúmenos, que é utilizado no Batismo. Os Santos
cúmenos, que é utilizado no Batism o. O s Santos Oleos
óleo s são
são de
de azeite
azeite
puro de
puro oliveira —
de oliveira — ou ou de outro óleo
de outro extraído de
óleo extraído plantas —
de plantas bento
—. . bento
bispo, sem
pelo bispo,
pelo sem adição nenhuma.
adição nenhuma. É matéria muito
É matéria adequada para
muito adequada para
manifestar parte do sinal externo do sacramento, se considerarmos
m anifestar parte do sinal externo do sacramento, sc considerarmos
os efeitos
os fortalecedores que
medicinais ee fortalecedores
efeitos medicinais que são atribuidos ao
são atribuídos óleo.
ao óleo.
Em casos
Em urgentes, oo óleo
casos urgentes, óleo podepode ser bento pelo
ser bento pelo próprio sacerdote ao
próprio sacerdote ao
realizar oo rito
realizar rito da Unção dos
da Unção Enfermos.
dos Enfermos.
administração do
Naa administração
N sacramento da
do sacramento Unção dos
da Unção Enfermos, há
dos Enfermos, há
leituras ee orações
certas leituras
certas orações — — anteriores subsequentes —
anteriores ee subsequentes que oo sa
—, . que sa- ­
cerdote diz
cerdote quando há
diz quando suficiente. M
tempo suficiente.
há tempo essência do
Masas aa essência sacra-
do sacra­
mento está
mento está na própria unção
na própria unção ee na breve oração
na breve oração que acompanha.
que aa acompanha.
administrar este
Ao administrar
Ao sacramento, oo sacerdote
este sacramento, sacerdote unge unge com com oo óleo óleo aa
fronte ee as
fronte mãos do
as mãos enfermo.
do enfermo. Emm caso
E caso de necessidade, basta
de necessidade, basta que que
realize uma
realize uma única única unção unção na fronte ou,
na fronte segundo as
ou, segundo condições do
as condições do
doente, na
doente, parte m
na parte mais apropriada do
ais apropriada corpo,
do corpo.
Enquanto faz
Enquanto faz as unções, recita
as unções, oração:
seguinte oração;
recita aa seguinte ““Por
Por esta esta
unção ee por
santa unção
santa por sua misericórdia, oo Senhor
piíssima misericórdia,
sua piíssima Senhor venha venha em em teuteu
auxilio com
auxílio com aa graça graça do Espírito Santo,
do Espírito Santo, para liberto dos
que, liberto
para que, dos teusteus
pecados, Ele
pecados, Ele te salve e,
te salve e, nana sua bondade, alivie
sua bondade, alivie os sofrimentos”
teus sofrimentos”
os teus

Quando chega oo momento


Quando chega momento de
de ter
ter que
que enfrentar
enfrentar oo risco
risco da
da morte,
morte,
por doença
por doença ou ou velhice, experimenta-se normalmente
velhice, experimenta-se normalmente uma uma sensação
sensação
de grande angústia, oo que
de grande angústia, que éé natural. Deus dotou
natural. Deus dotou aa natureza huma-a­
natureza hum
na de um forte apego à vida —
na de um forte apego à vida — o chamado o chamado instinto
instinto de conservação —,
de conservação —,
»recisamente para
orecisamente para garantir
garantir queque concedamos
concedamos ao ao nosso
nosso bem físico oo
bem físico
cuidado necessário
cuidado necessário ee não
não exponhamos
exponhamos aa vida
vida aa perigos desnecessários.
perigos desnecessários.
Não há razão para
N ão há razão para nos nos envergonharmos
envergonharmos ou ou para
para pensar
pensar que que
nos falta
nos fé se
falta fé se nos
nos assustam
assustamos ao sentir
os ao sentir que
que começa
começa aa pairar
pairar sobre
sobre
nós a sombra
nós a sombra da da morte.
morte. Para
P combater esse
ara combater essp medo àã morte ee para
pnra
causa de
tirar toda causa de temor. Deus outorgou-nos
temor, Deus outorgou-nos o o sacramento
sacramento da da Un-
Un­
ção dos
ção dos Enfermos.
354 A UNÇÃO DOS ENFERMOS

É um
É sacramento que
um sacramento que nos
nos confere
confere aa graça
graça do do Espirito
Espírito Santo, neste
Santo, neste
caso
caso um um aumento
aumento de de graça
graça santificante, pois oo sacramento
santificante, pois sacramento da Unção
da Unção
dos
dos EnfermEnfermosos requer
requer queque aa pessoa
pessoa queque oo recebe
recebe já já esteja livre de
esteja livre de
pecado
pecado mortal. mortal. Assim
Assim se robustece na
se robustece na alma
alma essa vida sobrenatural,
essa vida sobrenatural,
essa união
essa união com com Deus,
Deus, queque éé aa raiz
raiz de
de toda
toda aa fortaleza
fortaleza ee aa medida
medida
da nossa
da nossa capacidade
capacidade parapara aa felicidade
felicidade do do céu.
céu.
A Unção
A Unção dos dos Enfermos,
Enfermos, além além dede aumentar
aumentar em em nósnós aa graça san-
graça san­
tificante, dá-nos aa sua
tificante, dá-nos especifica graça
sua específica sacramental. OO principal
graça sacramental. principal ob-ob ­
jeto
jeto dessadessa graçagraça do
do Espirito Santo éé confortar
Espírito Santo confortar ee fortalecer
fortalecer aa almaalma
do enfermo,
do enfermo, ““reanimado
reanimado pcla pela confiança
confiança em em Deus
Deus ee fortalecido
fortalecido con-con­
tra
tra as as tentações
tentações do do maligno
maligno ee as as aflições
aflições da da morte”
morte”, , como
como diz diz oo
novo
novo Ritual.Ritual, É É aa graça
graça queque alivia
alivia aa angústia
angústia ee dissipa
dissipa oo medo.
medo. ÉÉ
aa graça
graça que que permite ao enfermo abraçar a vontade de Deus e enfrentar
permite ao enfermo abraçar a vontade de Deus e enfrentar
sem
sem apreensões
apreensões aa possibilidade
possibilidade da da morte.
morte. ÉÉ aa graça graça que
que ddáá forças
forças
àà almaalma para para vencer
vencer asas tentações
tentações de dúvida, para
de dúvida, para desapegar-se
desapegar-se das das
coisas desta vida e mesmo para enfrentar o desespero que pode causar
coisas desta vida e mesmo para enfrentar o desespero que pode causar
oo último
último esforço de Satanás
esforço de Satanás parapara arrebatar
arrebatar essaessa alma
alm a aa Deus.
Deus. Sem Sem
dúvida,
dúvida, alguns alguns dos que mc
dos que léem já
mc lêem devem ter
já devem recebido alguma
ter recebido alguma vez vez
aa Unção
Unção dos dos Enfermos,
Enfermos, se se não
não mais
mais de de uma
uma vez. vez, Se Se assim
assim foi,
foi,
sabem por
sabem por experiência
experiência própria,
própria, como
como o o sabe
sabe quemquem escreve estas li­
escreve estas li-
nhas,
nhas, que que éé grande
grande aa paz paz ee aa confiança
confiança em em DeusDeus que que este sacra-
este sacra­
mento outorga.
mento outorga.

AA serenidade
serenidade ee aa fortaleza
fortaleza espirituais
espirituais são
são aumentadas
aumentadas ainda mais
ainda m ais
pelo segundo efeito
pelo segundo efeito deste sacramento: preparar
deste sacramento; preparar aa alma alm a para entrar
para entrar
jmediatamente no
imediatamente no céu,
céu, concedendo-lhe
concedendo-lhe oo perdão perdão dos dos pecados veniais
pecados veniais
ee purificando-a
purificando-a dos dos resíduos do pecado.
resíduos do pecado. Se tivermos a grande feli­
Se tivermos a grande feli-
cidade de
cidade poder receber
de poder este sacramento
receber este sacramento quando quando começarmos
com eçarm os aa correr
correr
oo risco
risco da da morte, poderemos ter
morte, poderemos ter aa confiança
confiança quase absoluta de
quase absoluta de en-
en­
trar
trar na na bem-aventurança
bem-aventurança do do céu
céu logo depois de
logo depois expirarmos.
de expirarm os. Espe-
E sp e­
ramos
ram os queque os os nossos parentes continuem
nossos parentes continuem rezandorezando por por nósnós após
após aa
nossa morte, pois
nossa morte, pois nunca
nunca poderemos
poderemos estar estar certos
certos dada qualidade
qualidade das das
nossas disposições
nossas disposições ao ao recebermos
recebermos este este sacramento,
sacramento, e,e, de qualquer m
de qualquer ma-a­
neira,
neira, se se não necessitamos dessas
não necessitamos dessas orações,
orações, alguém
alguém se se beneficiará
beneficiará de­ de-
las. Mas
las. M as podemos
podemos ter ter uma grande confiança
um a grande confiança em em que,que, um umaa vezvez
recebida
recebida aa Unção U nção dos Enfermos,
dos Enferm os, veremos
veremos aa face face de de Deus
Deus logo
logo
depois
depois de de aa nossa
nossa alma
alma deixar
deixar oo corpo.
corpo. A A alma
alm a purificou-se
purificou-se de de
tudo
tudo oo que que poderia
poderia afastá-la dessa união;
afastá-la dessa união: dos dos pecados
pecados veniais
veniais ee da da
pena
pena temporal devida pelos
temporal devida pelos pecados.
pecados.
Os resíduos do
O s resíduos do pecado
pecado que que esteeste sacramento
sacramento purifica incluem aa
purifica incluem
fraqueza
fraqueza moralmoral da da alma
alma que resulta dos
que resulta dos pecados,
pecados, tanto
tanto do do original
original
como
como dos dos pessoais.
pessoais. E Esta fraqueza —
sta fraqueza — que que chega
chega atéaté àà indiferença
indiferença
moral
moral — — podepode assaltar facilmente na
assaltar facilmente na hora
hora da da morte
morte quem
quem foi foi umum
pecador habitual. Mais
pecador habitual. M ais uma vez, uma vez, porém,
porém, aa alma alma dodo enfermo
enfermo éé agora
QUANDO DEVEMOS CHAMAR O SACERDOTE 355

cidaa ee preparada
fo rtalecid
fortale preparada para para repelir
repelir osos últimos embates do
últimos embates mundo,
do mundo,
demônio ee da
do demônio
do carne.
da carne.
Como a Penitência éé o
Como a Penitência o sacramento
sacramento que que Deus
Deus estabeleceu para
estabeleceu para
perdão dos
oo perdão dos pecados enfermo que
mortais, oO enfermo
pecados mortais, estiver em
que estiver pecado
em pecado
deverá
deverá confessar-se
confessar-se antes
antes dede receber
receber aa Unção
Unção dos Enfermos.
dos Enferm os. N en-
Noo en­
tanto, é consolador saber que a Extrema-Unção perdoa
tanto, é consolador saber que a Extrema-Unção perdoa também
também o
o
pecado
pecado mortal,
mortal, se se oo enfermo
enfermo não não estiver
estiver em condições de
em condições de se con-
se con­
fessar.
fessar. ÉÉ oo que que pode suceder, por
pode suceder, quando aa Unção
exemplo, quando
por exemplo, Unção éé
administrada a uma pessoa que está inconsciente e, antes
administrada a uma pessoa que está inconsciente e, antes de
de perder
perder
aa consciê faz um
ncia, faz
consciência, um atoato dede contrição imperfeito.
contrição imperfeito.

Não
N ão há dúvida de
há dúvida que oo fim
de que principal
fim principal do
do sacramento
sacramento da da Unção
Unção
dos Enfermos
dos Enfermos éé espiritual: preparar aa alma
espiritual: preparar alma parapara aa morte,
morte, se se esta
chegar. Mas
chegar! produz também
M as produz também um um efeito secundário ee condicional:
efeito secundário condicional:
devolver a saúde corporal ao enfermo ou a quem está com
devolver a saúde corporal ao enfermo ou a quem está com um um
ferimento
ferimento grave. grave. O O novo
novo Ritual
Ritual — — repetindo
repetindo aa doutrina
doutrina tradicional
tradicional
da Igreja
da Igreja — — indica
indica qualqual éé aa condição
condição para para queque se se possa esperar
possa esperar
este efeito:
este efeito: “quando
“ quando for conveniente àà salvação
for conveniente salvação espiritual”.
espiritual” . Por Por
outras
outras palavras:
palavras: se se for
for espiritualmente
espiritualmente bom bom parapara o o enfermo
enfermo recupe-
recupe­
rar aa saúde,
rar saúde, então
então pode-se
pode-se certamente
certamente esperar
esperar que que sese cure.
cure.
Masas não
M não seráserá uma
uma cura cura súbita
súbita ee miraculosa.
miraculosa. Deus Deus não multi-
não multi­
plica os seus prodígios desnecessariamente. Sempre que possível, atua
plica os seus prodígios desnecessariamente. Sempre que possível, atua
por meio
por meio de de causas
causas naturais.
naturais. Neste caso, aa cura
Neste caso, será oo resultado
cura será resultado
das forças
das naturais estim
forças naturais estimuladas
uladas pelas graças do
pelas graças sacramento. Na
do sacramento. N a me-
me­
dida
dida em em que elimina aa angústia,
que elimina angústia, tira
tira oo medo,
medo, inspira
inspira confiança
confiança em em
Deus ee leva
Deus leva aa aceitar
aceitar aa sua sua vontade,
vontade, aa Unção
U nção dos dos Enfermos
Enferm os atua atua so-
so ­
bre
bre osos processos
processos corporais,
corporais, suscitando
suscitando aa melhora
melhora física
física do paciente.
do paciente.
ÉÉ evidente
evidente que que nãonão temos
temos o o direito
direito dede esperar
esperar estaesta melhora
melhora se se oo
sacerdote só
sacerdote for chamado
só for chamado quando quando o o enfermo
enfermo já já estiver desenganado
estiver desenganado
ee sem esperança.
sem esperança.
Mas
M as ““semsem esperança”
esperança” não não éé umumaa boa
boa expressão.
expressão. Q Qualquer
ualquer sa- sa­
cerdote que
cerdote que tenha experiência nesta
tenha experiência nesta matéria
matéria poderá
poderá relatar
relatar algum
algumasas
curas surpreendentes ee inesperadas
curas surpreendentes inesperadas que que se se sucederam
sucederam àà administração
administração
da Unção dos
da Unção dos Enfermos.
Enfermos.

QUAN
Q U A NDO DEVE
DO D E V EMOS CHAM
MOS C H A MAR O SSACE
AR O A C ERDOT
RDOTEE

Qualquer
Qualquer católico que tenha
católico que tenha atingido
atingido oo uso
uso da
da razão
razão pode
pode ee
deve
deve receber
receber oo sacramento
sacramento da da UUnção dos Enferm
nção dos Enfermosos quando
quando estiver
estiver
“m perigo
em perigo dede morte
morte por doença, acidente
por doença, acidente ouou velhice.
velhice. Este
E ste sacra-
sacra-
O pode ser repetido
mento pode ser rep>etido se o se o doente convalescer após
doente convalescer ter recebido
após ter recebido
atrar. nçâo,
ção, ou
ou também
também se,se, perdurando
perdurando aa mesma doença, vier a encon-
mesma doença, vier a encon-
Sé em
rar-se em situação mais grave.
situação mais grave. Também
Tam pode ser
bém pode administrado an
ser administrado an-­
396 A UNÇÃO DOS ENFERMOS

tes de
tes de uma cirúrgica, se
operação cirúrgica,
um a operação causa da
se aa causa intervenção for
da intervenção for uma
um a
doença grave.
doença grave. ComoComo oo fim fim deste
deste sacramento
sacram ento éé confortar
confortar aa alma alm a
em suas angústias,
em suas angústias, eliminar
elim inar os os efeitos
efeitos do pecado ee proteger-nos
do pecado proteger-nos con­ con-
tra
tra os os seus
seus assaltos,
assaltos, éé evidente
evidente que que este
este sacramento
sacram ento só só pode
pode ser ser
conferido
conferido às às crianças
crianças sempre
sem pre que que tenham atingido tal
tenham atingido tal usouso de de razão
razão
que
que possam
possam encontrar
encontrar conforto
conforto nele. nele. Pode Pode ser ser dada
d a d a aa Unção
U nção aos aos
doentes privados dos sentidos ou do uso da razão, desde que haja
doentes privados dos sentidos ou do uso da razão, desde que haja
base
base parap ara pensar
pensar que que provavelmente
provavelm ente aa pediriam pediriam se se estivessem
estivessem no no
pleno
pleno gozogozo de de suas
suas faculdades.
faculdades.
O perigo de morte deve
O perigo de m orte deve estar
estar nono corpo
corpo da da pessoa,
pessoa, quer quer em em con-
con­
sequência
seqüência de de uma
um a doença,
doença, de de umu m ferimento
ferim ento ou ou da d a velhice.
velhice. Neste N este
último
últim o caso,
caso, deve
deve tratar-se
tratar-se de de pessoas
pessoas de de idade,
idade, cujas
cujas forças
forças se se en-
en­
contrem
contrem sensivelmente
sensivelmente debilitadas,
debilitadas, mesmo m esm o que que nãonão sofram
sofram de de uma
um a
enfermidade
enferm idade grave. grave. AA Unção U nção dos dos Enfermos
Enferm os não não pode,
pode, pois,pois, serser ad-
ad­
ministrada
m inistrada aos aos soldados
soldados antes antes de de entrarem
entrarem em em combate,
com bate, mesmo m esm o que,que,
logicamente,
logicamente, corram corram Oo risco risco de de ser
ser mortos.
m ortos. Também
T am bém não não pode
pode ser ser
administrada
adm inistrada aa um u m criminoso
crim inoso antes antes de d e ser
ser executado.
executado. OO perigo perigo de de
morte
m orte devido
devido aa causas
causas externas
externas não nâo habilita
habilita ninguém
ninguém aa receber receber esteeste
sacramento.
sacram ento.
Infelizmente,
Infelizm ente, há h á às
às vezes
vezes pessoas
pessoas que que têm têm todoto d o oo direito
direito de de
receber
receber aa Unção U nção dos dos Enfermos,
Enferm os, ee que que morrem
m orrem sem sem recebê-la
recebê-la pelo pelo
descuido
descuido ou ou por
p o r um
um carinho
carinho errôneo
errôneo dos dos que
que as as assistem.
assístem. ÉÉ oo que que
se passa quando se desconhecem ou se conhecem mal os fins deste
se passa quando se desconhecem ou se conhecem m al os fins deste
sacramento.
sacram ento. AA Unção U nção dos dos Enfermos
E nferm os não não éé apenas
apenas para p a ra os os que
que es-es­
tão
tão prestes
prestes aa soltar
soltar oo último
últim o suspiro.
suspiro. ÉÉ para p ara todos
todos aqueles
aqueles cujo cujo
estado
estado permita
perm ita pensar
pensar que que estão
estão em em perigo
perigo de de morte;
m orte; para p a ra qualquer
qualquer
tipo
tipo de de doença,
doença, ferimento
ferim ento ou o u operação
operação que que umum médico
m édico diagnostique
diagnostique
como
com o crítico;
critico; atéaté mesmo
m esm o para p a ra qualquer
qualquer estado
estado físico
físico queq u e alguns
alguns mé- m é­
dicos
dicos considerem
considerem simplesmente
sim plesm ente sério. sério. Nessas
Nessa? circunstâncias,
circunstâncias, deve-se deve-sc
conceder
conceder ao ao enfermo
enfermo oo benefício
benefício da d a dúvida.
dúvida. Por Por exemplo,
exemplo, se se aa víti-
víti­
ma
m a de de umum acidente
acidente parece
parece estar
estar gravemente
gravem ente ferida,
ferida, oo sacerdote
sacerdote não não
deve
deve esperar
esperar pelopelo resultado
resultado das d as radiografias
radiografias ee demais dem ais reconhecimen-
reconhecim en­
tos
to s para
p a ra administrar-lhe
adm inistrar-lhe oo sacramento.
sacram ento.
Um
U m princípio
principio basilar
basilar que que aa família,
fam ilia, osos amigos
amigos ou ou qualquer
qualquer pes- pes­
soa
soa responsável
responsável por p o r um
um enfermo
enferm o deveriam
deveriam seguir chamar o sacer­
seguir éé chamar o sacer-
dote a tempo.
dote a tempo. A tempo quer dizer com aa antecedência
A tem po q uer dizér com antecedência suficientesuficiente
para
p a ra que
que aa Unção
U nção dos dos Enfermos
E nferm os produza
produza no no paciente
paciente todos todos os os seus
seus
efeitos,
efeitos, tanto
tanto espirituais
espirituais comocom o físicos.
físicos. AA que que éé que que isso
isso leva?
leva? Uma Uma
regra
regra geral
geral éé que,
que, se se uma
u m a pessoa
pessoa se se encontra
encontra doente
doente aa ponto p o nto de de
precisar
precisar de de umu m médico,
médico, deve deve também
tam bém estar estar doente
doente aa ponto p o nto de de ser
ser
necessário
necessário avisaravisar oo pároco,
pároco, poispois normalmente
norm alm ente não n ão sese chama
cham a oo médico
m édico
por
p o r qualquer
qu alq u er doença
doença sem sem importância.
im portância.
Ao
A o serser avisado,
avisado, Oo próprio
pró p rio sacerdote
sacerdote se se encarregará
encarregará de de fazer
fazer as as
perguntas
perguntas suficientes
suficientes parap ara saber
saber se se éé ouo u não
não necessária
necessária aa unção unção ime-im e­
QUANDO DEVEMOS CHAMAR O SACERDOTE 357

diata.
diata. Talvez
Talvez resolva
resolva que
que não,não, mas,
mas, como
como bombom pastor
pastor que que é,é, gos-
gos­
tará de
tará de saber
saber quem
quem estáestá doente
doente ou acamad
ou acam o na
ado na sua paróquia, ee
sua paróquia,
quererá visitar os membros enfermos da sua grel, nem que seja
quererá visitar os membros enfermos da sua grei, nem que para
seja para
lhe dar a sua bênção e levar-lhe umas palavra
lhe dar a sua bênção e levar-lhe um as s
palavras de
He afeto.
afeto. Mesmo
M esmo
nos casos
nos casos emem que
que não
não lhe lhe pareça conveniente adm
pareça conveniente adminis
inistrar Unção
trar aa Unção
dos Enfermo
dos Enfermos, levar aa Sagrada
desejará levar
s, desejará Comunhão aos
Sagrada Comunhão aos queque se en-
se en­
contrem recluídos em casa por algum tempo.
contrem recluídos em casa por algum tempo. Nunca
N unca devemo
devemos s ter
ter
receio de
receio de aborrec er um
aborrecer sacerdote chaman
um sacerdote do-o ppara
chamando-o atender uma
ara atender pes-
um a pes­
soa doente
soa doente da nossa família,
da nossa mesmo que
família, mesmo que aa doença não seja
doença não de morte.
seja de morte.

T ão desastrado
Tão desastrado como demorar aa Unção
como demorar Unção dos dos Enfermos
Enferm os por igno-
por igno­
rância éé fazê-lo
rância fazê-lo por por um afeto m
um afeto entendido. ÉÈ oo que
malal entendido. que se se dá quando
dá quando
parentes mais
os parentes
os próximosos do
m ais próxim do enfermo
enfermo temem temem que visita do
que aa visita do sacer-
sacer­
dote cause um trauma no doente.
dote cause um trauma no doente. “Não queriamos
“ N ão queríamos assustar
assustar mamãe
m am ãe
dizendo-lhe
dizendo-lhe que que estava
estava muito muito m al” . Em
mal”. Em m mais
ais de de um ocasião o
umaa ocasião o
sacerdote terá
sacerdote terá que conter aa sua
que conter pressão sanguínea
sua pressão sanguínea ao ao ouvir explica-
ouvir explica­
ções deste jaez, às três da madrugada, junto ao corpo inconsciente
ções deste jaez, às três da m adrugada, junto ao corpo inconsciente
de um
de pessoa que
umaa pessoa deveria ter
que deveria recebido aa Unção
ter recebido Unção dos Enfermosos uma
dos Enferm uma
semana antes.
semana antes.
Para nos
Para darmos conta
nos darmos conta d falta de
daa falta caridade que
de caridade que isso representa,
isso representa,
basta perguntarmo-nos a nós mesmos:
basta perguntarmo-nos a nós m esm os: “Se eu estivesse em
“ Se eu estivesse perigo
em perigo
de quereria ser
morte, quereria
de morte, avisado ou
ser avisado ou n não?”
ão?” De De cem, noventa ee nove
cem, noventa nove
responderiam que
responderiam que sim.sim. Por muito cristã
Por muito cristã que seja aa vida
que seja vida que leve-
que leve­
mos, sabemosos que
mos, sabem poderíamosos pôr
que poderíam pôr um pouco m
um pouco mais
ais de intensidade em
de intensidade em
orações se
nossas orações
nossas soubéssemosos que
se soubéssem que oo nosso nosso JuízoJuízo estava próximo.
estava próximo.
verdade éé que
E aa verdade
E que não vamos morrer
não vamos morrer só só por receber oo sacra­
por receber sacra-
mento da
mento Extremaa Unção,
da Extrem Unção. Qualquer inquietação que
Qualquer inquietação possamosos sen­
que possam sen-
tir ao
tir sabermos do
ao sabermos estado será
nosso estado
do nosso rapidamente acalm
será rapidamente acalmada ada ee maismais
que acalm
que acalmada ada pelaspelas graças
graças do do sacramento.
sacramento. O medo
O medo àà U Unção
nção dos dos
Enfermosos como
Enferm como arauto arauto da da morte
morte éé uma uma superstição
superstição que que remonta
remonta àà
Idade Média.
Idade Média. Os Os historiadores
historiadores da da Igreja
Igreja contam-nos
contam-nos que, que, na na Idade
Idade
Média,
M édia, era era tal tal aa idéia
idéia errada
errada que que se se fazia
fazia deste
deste sacramento
sacramento que que aa
pessoa que se recuperava
pessoa que se recuperava depois de depois de ter ter sido
sido ungida
ungida era era tratada
tratada como como
se, literalmente,
se, literalmente, tivesse tivesse regressado
regressado da da sepultura.
sepultura. Se Se eraera casada,
casada, não não
ihe era
lhe era permitido
permitido continuarcontinuar as as relações
relações conjugais;
conjugais; não não podiapodia prestar
prestar
Juramento; legalmente,
juramento; legalmente, tinha tinha morrido.
morrido.
Há outro ponto
H á outro ponto digno digno de de menção
menção aa respeito respeito do do momento
momento em em
que se deve chamar
que se deve chamar o sacerdote: éé que o sacerdote: que aa Unção
Unção dos dos Enferm
Enfermosos só só
produz os seus efeitos espirituais
produz os seus efeitos espirituais se a alma, ainda se a alma, ainda presente
presente no no corpo,
corpo,
estiver em
estiver em estado
estado de de graça
graça ou ou tiver
tiver feitofeito um um atoato de de contrição
contrição antes antes
de perder
de perder aa consciência,
consciência. N Não sabemosos em
ão sabem em que que momento
momento aa alma alma
abandona oo corpo.
abandona corpo. O fato de
O fato coração não
de oo coração bater ee de
não bater de ter cessado
ter cessado
respiração não
a4 respiração garantia de
não éé garantia de queque aa alma alma já já não esteja no
não esteja no corpo.
358 A UNÇÃO DOS ENFERMOS

É por
É por isso
isso que
que aa Igreja
Igreja autoriza
autoriza os
os sacerdotes
sacerdotes aa administrar
administrar oO sacra­
sacra-
mento se
mento se ainda
ainda houver dúvida quanto
houver dúvida quanto àà morte.
morte. Em Em caso
caso de
de morte
morte
repentina,
repentina, comocomo um um acidente
acidente ou
ou um ataque cardíaco,
um ataque cardíaco, também
também se se
deve chamar o sacerdote.
deve cham ar o sacerdote, A não ser que e até que já tenha come-e­
A não ser que e até que já tenha com
cado
çado aa decomposição,
decomposição, aa alm almaa ainda
ainda pode
pode estar
estar presente
presente no
no corpo,
corpo.
O sacerdote
O sacerdote ainda
ainda pode administrar oo sacramento
pode administrar sacramento de de forma condi-
form a condi­
cional.
cional.

Um membro
Um membro da da suasua família
fam ília está doente. A
está doente. A doença
doença parece
parece séria,
séria,
ou, pelo
ou, pelo menos,
menos, deixarádeixará aa pessoa incapacitada por
pessoa incapacitada por longo
longo tempo
tempo
(como
(com o uma uma fratura
fratura da da bacia).
b acia). Você Você informa
informa oo pároco pároco ee oo pároco
pároco
ihe diz que irá visitá-la. Que preparativos são necessários?
ihe diz que irá visitá-la. Que preparativos são necessários?
Evidentemente,
Evidentemente, se se aa visita
visita nãonão for senão uma
for senão uma visita
visita de de amigo,
amigo,
porque
porque aa doençadoença não parece grave
não parece grave (“ (“passarei
passarei por por aí ai esta
esta tarde
tarde para
para
ver aa vovó”
ver vovó”),), nãonão haverá necessidade de
haverá necessidade de preparar
preparar nada. nada. Mas M as sese 0o
sacerdote disser: “Irei amanhã cedo, depois da Missa das oito, para
sacerdote disser: “ Irei amanhã cedo, depois da M issa das oito, para
levar-lhe aa Sagrada
levar-lhe Sagrada Com Comunhão”,
unhão” , serão serão necessários
necessários alguns alguns pre­ pre-
parativos.
parativos.
Neste caso,
Neste caso, deve-se
deve-se colocarcolocar uma uma mesinha
mesinha junto junto àà cam camaa ou ou àà
cadeira do
cadeira do enfermo.
enfermo. Se Se você
você nãonão aa tem,tem, bastabasta aa parteparte superior
superior da da
cômoda.
cômoda. Cobre-se(Cobre-se aa mesinha mesinha (ou (ou o o que fizer as
que fizer as suas
suas vezes)
vezes) com com
um
um panopano branco
branco ee limpo. Coloca-se em
limpo. Coloca-se em cimacima um um crucifixo
crucifixo ladeado
ladeado
por
por duasduas velas
velas de de cera.
cera. Deve Deve haver também um
haver também aspersório de
um aspersório de água
água
benta
benta ou,ou, se se não
não se se dispõe
dispõe dele,dele, um um pratinho
pratinho cheio cheio de água com
de água com um um
raminho,
raminho, que que oo sacerdote
sacerdote poderá poderá usar usar como como aspersório
aspersório depois depois de de
benzer a água. Convém que haja também um copo com água da
benzer a água. Convém que haja também um copo com água da
torneira,
torneira, para para o o sacerdote
sacerdote poder poder purificar
purificar os os dedos
dedos após após aa comu­
comu-
nhão,
nhão, ee um um paninho
paninho ou ou guardanapo
guardanapo limpo. limpo.
Às
A s vas
velas devem
devem ser ser acesas
acesas antes
antes de de oo sacerdote
sacerdote entrar.entrar. A Aoo en­
en-
trar,
trar, Oo sacerdote
sacerdote diz: diz: “A “ A paz
paz esteja nesta casa
esteja nesta casa ee com todos os
com todos seus
os seus
habitantes”
habitantes” ou ou outra
outra fórmula
fórmula litúrgica
litúrgica de de saudação.
saudação. AA seguir, seguir, em em
silêncio, ajoelha-se ee coloca
silêncio, ajoelha-se coloca sobre
sobre aa mesinha
mesinha aa bolsa bolsa que que contém
contém aa
Sagrada H
Sagrada Hóstia; depois levanta-se
óstia; depois levanta-se ee asperge
asperge oo quartoquarto com com aa água
água benta.
benta.
Os
O s parentes
parentes ee demais
demais pessoaspessoas que que estiverem
estiverem no quarto ajoelham-se
no quarto ajoelham-se àà
entrada
entrada do sacerdote. Após
do sacerdote. A pós aa aspersão
aspersão ee aa oraçãooração que que aa acompanha,
acompanha,
oo sacerdote
sacerdote faz sinal às
faz sinal pessoas que
às pessoas que estão
estão no no quarto
quarto para para que
que saiam,
saiam,
se tiver que
se tiver que ouvir
ouvir aa confissão
confissão do do enfermo.
enfermo.
Terminada
Term inada aa confissão,
confissão, o o sacerdote
sacerdote chama chama de de novo
novo aa família,
família,
que,
que, ao ao entrar,
entrar, se ajoelha outra
se ajoelha vez.
outra vez. Se
Se o o doente
doente não não forfor confes­
confes-
sar-se
sar-se ou ou sese houver
houver no quarto outras
no quarto outras pessoas
pessoas que desejam comungar,
que desejam comungar,
recitará oo ato
recitará penitencial, e,
ato penitencial, e, depois
depois de de umauma leitura
leitura do do N Novo
ovo T Testa-
esta­
mento, rezará
mento, rezará com com todostodos oo Pai Pai Nosso.
N osso. Depois Depois de de dardar aa comunhão
comunhão
ao
ao enfermo,
enfermo, limpa limpa aa teca teca (a (a caixinha
caixinha metálica
metálica que que continha
continha aa SSa-a ­
grada Hóstia)
grada H óstia) ee purifica
purifica os dedos com
os dedos com água. água. Como Com o essa essa água
água nãonão
SUA! O
SLAND DEVEMOS CHAMAR O SACERDOTE 359

pode ser
pode scr jogada
jogada na na pia,
pia, agradecerá
agradecerá que que haja quarto um
haja nono quarlo umvasovasode de
flores
flores para derramar aa água
para derramar água na terra da
na terra planta.
da planta.
Se tiver que
Se tiver comunhão aa outros
levar aa comunhão
que levar outros doentes, sacerdote
doentes, oo sacerdote
não faz esta opcração, porque ainda conserva Hóstias
não faz esta operação, porque ainda conserva H óstias consagrad
consagradas as
na teca.
na teca. Neste
Neste caso,
caso, antes
antes dede sair,
sair, faz
faz o o sinal da Cruz
sinal da sobre o
Cruz sobre en-
o en­
fermo,
fermo, comcom aa bolsa
bolsa que
que contém
contém o o Santíssimo Sacramento. AA seguir,
Santíssimo Sacramento. seguir,
acompanhado em silêncio até a
éé acompanhado cm silencio até a porta.
porta.
casos de
Em casos
Em enfermidades longas,
de enfermidades longas, em em que sacerdote tem
que oo sacerdote tem queque
levar os
levar sacramentos com
Os sacramentos com frequência, recomenda-se àà família
frequência, recomenda-se família que que
adquira um
adquira exemplar do
um exemplar do R Ritual
itual dos Sacramentos. EEste
dos Sacramentos. ste livreto con-
livreto con­
tém as orações que se utilizam na comunhão dos
tém as orações que se utilizam na comunhão dos enfermos,
enfermos, e
e com
com
cle qualquer
ele membro da
qualquer membro família
da fam ília pode adequadamente às
responder adequadamente
pode responder às
orações, cm
orações, em vezvez dede obrigar próprio sacerdote
obrigar oo próprio fazê-lo.
sacerdote aa fazê-lo.

Quando
Quando há há grave
grave perigo
perigo de de morte,
morte, o o doente
doente recebe
recebe — — alémalém da da
Penitência ee da
Penitência Unção —
da Unção —rdmddisar
a Eucaristia sto em em forma
form a de de Viático.
Viático. É. È
útil recordar
útil recordar que,que, como
como àáT gIgreja
re ja ensina,
ensina, todos
todos os os fiéis
fiéis em perigo de
em perigo de
morte, seja qual for a causa, têm obrigação de receber a Sagrada
niortc, seja qual for a causa, têm obrigação de receber a Sagrada
Comunhão.
Comunhão. Se
Se oo bispo autoriza, pode-se
bispo autoriza, pode-se celebrar
celebrar aa Missa
M issa na na casa
casa
do docente
do doente e,e, dentro
dentro dela, administra-se-lhe oo Viático.
dela, administra-se-lhe Viático.
““Viático”
Viático” éé uma uma palavra latina que significa “provisão
palavra latina que significa “ provisão de via-
de via­
gem”. , OO Santo
gem” Santo Viático
Viático é,c, por por isso, simplesmente, aa Sagrada
isso, simplesmente, Sagrada Comu- Com u­
nhão administrada aa quem
nhão administrada quem estáestá em perigo de
em perigo de morte.
morte. A Aoo administrar
administrar
o Santo
o Viático, oo sacerdote
Santo Viático, sacerdote seguesegue um rito análogo
um rito análogo ao ao dada comunhão
comunhão
dos doentes,
dos doentes, mas,mas, ao ao dar dar aa partícula
partícula consagrada,
consagrada, depois depois de de dizer
dizer
““OO Corpo
Corpo de de Cristo”
Cristo”, , acrescenta
acrescenta imediatamente
imediatamente — — ou ou depois
depois de de ter
ter
dado
dado aa comunhão
comunhão ““Que
Que Ele te guarde
Ele le guarde ee te te conduza
conduza àà vida vida eterna!”
eterna!”. .
Comoo YViático,
Com Viático, aa SagradaSagrada Comunhão
Comunhão pode pode ser dada aa qual-
ser dada qual­
quer hora
quer hora do dia ou
do dia ou da da noite,
noite, mesmo
mesmo que que oo enfermo
enfermo já já tenha
tenha rece-
rece­
bido aa comunhão
bido comunhão nesse nesse dia comoo ato
dia com ato dede devoção,
devoção, ee sem sem levar
levar em em
conta o tempo decorrido
conta o tempo decorrido desde desde aa última
ültima vez vez queque tomou
tomou alimento.
alimento.
Evidentemente, em
Evidentemente, em casos
casos de extrema urgência,
de extrema urgência, não não devemos de-
devemos de­
morar-nos aa chamar
morar-nos chamar o o sacerdote
sacerdote por por não termos preparado
não termos preparado o o quarto
quarto
do enfermo.
do enfermo, A A sua
sua presença
presença imediata
imediata éé m maisais importante
importante do do queque asas
velas ece aa água
velas água benta.
benta. O O sacerdote
sacerdote não não se se queixará
queixará por não encon-
por não encon­
trar
trar as as coisas
coisas bem bem preparadas.
CapíTULO
C XXXIV
a p ítu lo X X X IV

AS ORDENS
AS ORDENS SAGRADAS
SAGRADAS

OO Q
QUE
U E ÉÉ UM
UM SACERDOTE?
SA C ER D O TE?

Para saber
Para saber oo que que éé um sacerdote, éé preciso
um sacerdote, preciso saber primeiro oo que
saber primeiro que
éé um
um sacrifício.
sacrifício. Hoje H oje em em dia, dia, aa palavra
palavra “sacrifício”
“ sacrifício” éé u usada
sad a em em
muitos
muitos sentidos.
sentidos. Mas, M as, no no seu significado estrito
seu significado estrito ee original,
original, éé aa ofe­
ofe-
renda de um dom a Deus, feita por determinado grupo, por intermé-
renda de um dom a Deus, feita por determinado grupo, por intermé-”’
dio
"dib dede"alguém
alguém que tenha oo direito
que tenha direito de de representar
representar esse esse grupo.
grupo.
OO propósito
propósito da da oferenda
oferenda éé prestar culto coletivo
prestar culto coletivo aa Deus;
Deus; querquer
dizer, reconhecer
dizer, reconhecer oo supremosupremo domínio
domínio de de Deus sobre os
Deus sobre os homens,
homens, agra-agra­
decer-lhe suas mercês, satisfazer pelos pecados do homem e pedir-
decer-lhe suas mercês, satisfazer pelos pecados do homem e pedir-
-Jhe seus
-Ihe seus benefícios.
benefícios. Deus Deus não necessita dos
não necessita nossos dons,
dos nossos dons, pois
pois tudo
tudo
o que
o que existe, foi Ele
existe, foi Ele queque oo fez.fez. Mesmo
M esm o que que lhelhe oferecêssemos
oferecêssemos uma uma
montanha
montanha de de diamantes,
diamantes, estes estes em em si si não
não teriam
teriam nenhum
nenhum valorvalor aos aos
olhos de Deus.
olhos de Deus. Antes de Jesus se ter dado a nós como oferenda
Antes de Jesu s se ter dado a nós como oferenda
perfeita no
perfeita Sacrifício da
no Sacrifício da Missa,
M issa, o o homem
homem nada nada tinha
tinha aa oferecer
oferecer aa
Deus que
Deus fosse realmente
que fosse realmente digno digno dEle.dEle.
Não
N obstante, desde
ão obstante, desde oo começo
começo da da história
história humana,
humana, foi do agra-
foi do agra­
do de Deus que o homem lhe manifestasse os seus sentimentos por
do de Deus que o homem lhe m anifestasse os seus sentimentos por
meio de
meio sacrifícios. De
de sacrifícios. De tudo
tudo oo que que EleEle nos desse, tom
nos desse, tomariamos
aríam os oo
melhor (fossem
melhor (fossem cordeiros,
cordeiros, bois,bois, frutas
frutas ou ou grãos),
grãos), ee lho restituiriamos,
lho restituiríamos,
destruindo-o
destruindo-o no altar com
no altar comoo símbolo
símbolo da nossa oferenda.
da nossa oferenda. EstasE stas ofe-
ofe­
rendas
rendas não não podiam
podiam ser ser senão
senão um um gestogesto simbólico,
simbólico, como como aa gravata
gravata
que um
que um joão-ninguém presenteia aa seu
joão-ninguém presenteia seu tio rico ee generoso
tio rico pelo Natal.
generoso pelo Natal.
Masas expressavam
M expressavam melhor melhor que que as as palavras
palavras os os profundos
profundos sentimentos
sentimentos
do coração
do coração humano
humano para para comcom Deus:Deus: ““Deus onipotente —
Deus onipotente — quereria
quereria
dizer oo ofertante
dizer ofertante — —, , sei que T
sei que Tuu meme deste
deste tudo
tudo oo que que tenho. Dou-te
tenho. Dou-te
graças por
graças por luatua bondade.
bondade. Peço-te Peço-te perdãoperdão por por não não tete servir
servir melhor.
melhor.
Por favor, mostra-te
Por favor, mostra-te bom bom ee misericordioso
misericordioso para comigo”. . U
para comigo” Umm sa- sa ­
crifício éé uma
crifício oração em
uma oração em ação.
ação. ÉÊ aa oração oração em em ação
ação dede umum grupo.
O OUE f UM SACERDOTE? 381

E
E aquele que oferece
aquele que oferece oO sacrifício em nome
sacrifício em grupo —
do grupo
nome do minis-
como minis-
— como
tri'
tro dede DDeus
eus — sacerdote.
— éé oo sacerdote.
C o m o os
Como homens ofereceram
os homens ofereceram sacrifícios Deus desde
sacrifícios aa Deus começo
desde oo começo
da raça humana,
da raça desde o
humana, desde sacerdotes.
houve sacerdotes.
começo houve
o começo N primeiro
Noo primeiro
pfríodo
periodo da da história
história bíblica
bíblica — — aa eraera dos patriarcas —.º
dos patriarcas sacerdote
— , o sacerdote
era
era o próprio chefe
o próprio chefe jdee fam família.
ília. E ele quem
Erara ele quem oferecia" sacrifícios
oferecia boss sacriticioT
í4 ^Deus por si
ê u s por família. A
pela família.
si ee pela Adão
dão foi sacerdote da
foi oo sacerdote família,
sua família,
da sua
assim como Noé, Abraão e os demais patriarcas o foram
assim como Noé, A braão e os demais patriarcas o foram das
das suas.
suas.
M
Mas.as, nos
nos tempos
tempos de de M Moisés,
oisés, Deus dispôs que
Deus dispôs sacerdote do
que oo sacerdote do seuseu
povo
povo escolhido,
escolhido, os os judeus,
judeus, pertencesse família de
pertencesse àà família de A Aarão,
arão, da tribo
da tribo
de Levi. O primogênito de cada geração dos descendentes de Aarão
de Levi. O primogênito de cada geração dos descendentes de A arão
sacerdote, ee os
sumo sacerdote,
seria oo sumo
seria os demais levitas seus
demais levitas ajudantes.
seus ajudantes.
Quando se
Quando estabeleceu aa N
se estabeleceu Nova
ova Lei Lei de terminou aa Lei
Cristo, terminou
de Cristo, Lei
Antiga ee com
Antiga com ela sacerdócio que
ela oo sacerdócio que lhe lhe era próprio. A
era próprio. Nova Lei
A Nova Lei
do amor teria um sacrifício e um sacerdócio novos.
do amor teria um sacrifício e um sacerdócio novos. Na
N a Ultima
Última Ceia,
Ceia,
instituiu oo Santo
Jesus instituiu
Jesus Sacrifício da
Santo Sacrifício da M Missa,
issa, em que oo dom
em que oferecido
dom oferecido
Deus não
aa Deus seria m
não .seria mais
ais uma simbólica de
oferenda simbólica
simples oferenda
uma simples ovelhas
de ovelhas
ou bois, de pão ou vinho. Pela primeira vez e para sempre, seria
ou bois, de pão ou vinho. Pela primeira vez e para sempre, seria
um dom
um digno de
dom digno Deus; seria
de Deus; seria oo dom dom do Filho de
próprio Filho
do próprio Deus;
de Deus;
um dom
um dom de infinito, tanto
valor infinito,
de valor como oo próprio
tanto como próprio Deus infinito. Na
Deus éé infinito. Na
Santa M
Santa Missa,
issa, sobsob as aparências de
as aparências de pãopão ee de de vinho, renovaria
Jesuss renovaria
vinho, Jesu
incessante mente
incessantemente o oferecimen
o oferecimento to que, de uma vez para sempre, fez
que, de uma vez para sempre, fez
na cruz,
na imolando-se aa Si
cruz, imolando-se próprio. N
Si próprio. Santa M
Naa Santa Missa dar-nos-ia aa
issa dar-nos-ia
cada um
cada um de nós, seus
de nós, seus membros oportunidade de
batizados, aa oportunidade
membros batizados, de nosnos
unirmos aa Ele
unirmos Ele neste ofereciment
neste oferecimento. o.

Mas
M as quem
quem seria
seria oo sacerdote humano que
sacerdote humano que estaria diante do
estaria diante do altar,
altar,
oo homem
homem cujos
cujos lábios
lábios ee mãos Cristo usaria
m ãos Cristo para aa oferenda
usaria para oferenda dede Si?
SÍ?
Quem seria
Quem seria oo sacerdote humano aa quem
sacerdote humano quem Cristo daria oo poder
Cristo daria poder dede
tornar
tornar Deus-Homem
Deus-Homem presentepresente no
no altar,
altar, sob
sob aa aparências
aparências de de pão
pão ee
de vinho?
de vinho? ParaPara começar,
começar, havia
havia onze
onze sacerdotes (não há a certeza
sacerdotes (não há a certeza
de
de que Judasas estivesse
que Jud estivesse presente
presente no momento em
no momento em queque o oss A
Apóstolos
póstolos
foram
foram feitos sacerdotes). Na
feitos sacerdotes). N a Ultima
Ültima Ceia,
Cwa^ como sabemos,
r omo sabem os, Jesus
Jesus con-
con-
feriu o sacerdócio aos seus Apóstolos
feriu_o .sacerdócio aos seus A p ó sto lo sqquando
u a n d o lhes
lhes mandou-e-40
man^Olf e, aíT
mandá-lo,
h ia n d íJõ , Thes deu oo poder
Ihes^deiT dee fazer
p o d e fT fazer oo que
que Ele
Ele acabara de fazer.
acabara de fazer.
Disse-lhes:
Disse-lhes; ““Fazei isto em
Fazei isto em minha
minha memória”
memória” (Luc 22, 20).
(Luc 22, 20).
Foi este poder, o poder de oferecer
Foi este poder, o poder de oferecer sacrifíciossatrifícios emem nome
nome dede Cristo
Cristo
ee no
no do Corpo Místico,
do Corpo Místico, aa Igreja
Igreja (o(o que
que significa
significa em
em nome dos que
nome dos que
estão
estão unidos
unidos aa Cristo
Cristo pelo
pelo Batismo,
Batismo, istoisto é,é, no seu nome
no seu nome ee no no meu),
m eu),
que tornou
que tornou os os Apóstolos
Apóstolos sacerdotes.
sacerdotes. A A este
este poder
poder de de m mudar
udar o o
Pão
pao €e oo vinho
vinho no seu Corpo
no seu Corpo ec Sangue,
Sangue, Jesus Jesus acrescentou
acrescentou na na noite
noite
do Domingo da
do Domingo da Res.surrcição
Ressurreição o o poder
poder de de perdoar
perdoar os os pecados
pecados emem
seu nome.
seu nome. quando
quando disse:
disse: ““Aqueles
Àqueles aa quemquem perdoardes os pecados,
perdoardes os pecados.
362 AS ORDENS SAGRADAS

ser-lhes-ão perdoados;
ser-lhes-ão perdoados; aquelesàqueles aa quemquem os retiverdes, scr-lhes-ão
os retiverdes, ser-lhes-ão reti­ reti-
dos” (Jo
dos” (Jo 20,20, 22-23).
22-23). Além A lém desses
desses poderes, Cristo conferiu
poderes, Cristo conferiu aos aos A Após-
p ós­
tolos o poder de evangelizar — anunciando em nome de Cristo a Boa
tolos o poder de evangelizar — anunciando em nome de Cristo a Boa
NNovaova — — ee oo de de reger
reger como Pastores oo povo
como Pastores povo de Deus.
de Deus.
Este poder
Este poder sacerdotal
sacerdotal que Jesus conferiu
que Jesus conferiu aos aos seus
seus Apóstolos
Apóstolos
não era
não para morrer
era para morrer com com eles.
eles. Jesus
Jesus veio
veto salvar
salvar as as almas
alm as de de fodos
todos
os homens, até
os homens, até oo fim fim do mundo.
do mundo. Por conseguinte,
Por conseguinte, os os Apóstolos
Apóstclos
transmitiram
transmitiram esse esse poder
poder aa outros homens na
outros homens na cerimônia
cerimônia que que hojehoje cha­
cha-
mmamos o sacramento da Ordem Sagrada. No livro dos Atos dos
am os o sacramento da Ordem Sagrada. No livro dos A tos dos
Apóstolos,
A póstolos, vemos vemos relatada
relatada uma uma d dasas primeiras
primeiras (se (se nãonão aa primeira)
primeira)
das ordenações
das ordenações conferidas
conferidas pelospelos A Apóstolos:
póstolos: ““AA proposta
proposta foi foi bem
bem rece-
rece­
bida por toda a assembléia e escolheram Estêvão, homem chcio de fé
bida por toda a assembléia e escolheram Estêvão, homem cheio de fé
ee do Espirito Santo,
do Espírito Santo, ee Filipe,
Filipe, Prócoro,
Prócoro, Nicanor,
Nicanor, Timão,Tim ão, Pármenas
Párnienas
ee Nicolau,
Nicolau, prosélito
prosélito de de Antioquia.
Antioquia. Apresentaram-nos
Apresentaram-nos aos Apóstolos,
aos Apóstolos,
ce estes,
estes, depois
depois de de terem
terem orado,
orado, impuseram-lhes
impuseram-lhes as as m mãos”
ãos” (A (Att 6,6, 5-6).
5-6).
Estes homens foram ordenados diáconos, não sacerdotes. M
Esles homens foram ordenados diácoiios, não sacerdotes. Masas
aa cena
cena permite-nos
pcrmile-nos ver ver osos A Apóstolos compartilhando ee transmitindo
póstolos compartilhando transmitindo
o sagrado
o sagrado poder poder queque Cristo
Cristo lhes outorgara. Com
lhes outorgara. Com oo decorrer
decorrer do do tem-
tem­
po, os
po, os A Apóstolos
póstolos consagraram
consagraram bispos, bispos, parapara que estes prosseguissem
que estes prosseguissem
aa sua
sua missão.
m issão. Estes Estes bispos,
bispos, por por sua
sua vez,
vez, ordenaram
ordenaram mais mais bispos
bispos ee
presbíteros, ee estes
presbíteros, estes últimos bispos, por
últimos bispos, sua vez,
por sua vez, outros
outros mais.
mais. De De taltal
modo
modo que que oo sacerdote
sacerdote católico
católico de de hoje pode dizer,
hoje pode dizer, na na verdade,
verdade, que que
o seu poder sacerdotal, recebido pelo sacramento da Sagrada Ordem,
o seu poder sacerdotal, recebido pelo sacramento da Sagrada Ordem,
lhe foi
lhe foi dado
dado pelo próprio Cristo,
pelo próprio Cristo, numanuma cadeia ininterrupta que
cadeia ininterrupta que re-re­
monta
monta até até Ele,
Ele.

Mil novecentos
Mil novecentos ee poucos anos Iran.scorrcram
poucos anos transcorreram desde desde aquela
aquela oca-
oca'
são em
sião em que Jesus Cristo
que Jesus Cristo elevou
elevou os onze Apóstolos
os onze A póstolos ao sacerdócio,
ao sacerdócio,
na noite da Páscoa, quando se reuniu com eles para celebrá-la. Desde
na noite da Páscoa, quando se reuniu com eics para cclebrá-la. Desde
então, talvez tenha
então, talvez tenha havido
havido alguma
algum a ocasião
ocasião na na história
história da da Igreja
Igreja emem
que se
que se contasse
contasse com suficiente número
com suficiente número de de sacerdotes
sacerdotes para para atender
atender àsàs
necessidades do
necessidades do Povo
Povo de de Deus,
Deus, mas esta ocasião
m as esta ocasião não não éé certamente
certamente
aa nossa.
nossa, São precisos sacerdotes, sacerdotes e mais sacerdotes; éé uma
São precisos sacerdotes, sacerdotes e mais sacerdotes; uma
das necessidades mais
d as necessidades mais urgentes
urgentes de hoje.
de hoje,
São
São precisos
precisos sacerdotes fiéis ee piedosos
sacerdotes fiéis picdosos no no nosso
nosso próprio país,
próprio país,
onde
onde tantas
tantas paróquias
paróquias estão
estão insuficientemente
insuficientemente dotadas dotadas ee muitas
muitas almas
almas
são parcamente
são parcamente atendidas.
atendidas. AA necessidade
necessidade éé ainda ainda maior
m aior em em terras
terras
de m
de missão,
issão, onde
onde povos
povos inteiros
inteiros clamam
clamam por por um um sacerdote,
sacerdote, ee não não háhá
sacerdotes
sacerdotes para para enviar. Podemosos estar
enviar. Podem estar certos
certos de de queque Deus,
Deus, cujocujo
interesse
interesse na na salvação
salvação das das alm
almasas éé absoluto,
absoluto, não não temtem aa culpa
culpa deste
deste
estado das
estado das coisas. Podemos estar
coisas, Podemos certos de
estar certos que Ele
de que Ele está chamando
está chamando
continuamente ao
continuamente ao sacerdócio
sacerdócio muitos
muitos jovens
jovens que,que, porpor uma razão OU
um a razão ou
por outra, não
por outra, não prestam
prestam ouvidos
ouvidos àà sua voz.
sua voz.
Nenhum jovem
Nenhum jovem deveria escolher o
deveria escolher o seu estado na
seu estado na vida sem antes
vida sem
363
O) QUE É UM SACERDOTE?

se perguntar:
se perguntar: ““Não será que
Nào será que Deus
Deus iiic
me quer
quer sacerdote?”
sacerdote?” Note-se
Note-sc
que aa pergunta
que pergunta não é:
não é; “Gostaria
“G ostaria eu eu de ser sacerdote?”
de ser sacerdote?”, , mmasas sim:
sim:
'‘Deus quer
Deus quer que cu seja
que eu sacerdote?”
seja sacerdote?” É pergunta que
uma pergunta
E uma se deveria
que se deveria
o rm u la r e
fformular e ponderar
ponderar nana oração por um
oração por um período
período de de tempo
tempo razoavelmen-
razoavelmen­
te Jongo.
te longo. É evidente que Deus não quer que todos os jovens se
É evidente que Deus nào quer que todos os jovens façam
se façam
sacerdotes: há outras vocações a cumprir,
sacerdotes: há outras vocações a cumprir, especialmente
especialmente a
a da
da pater-
pater­
nidade. Mas
nidade. M as todos
todos os mais felizes
serão mais
homens serão
os homens felizes no seu matrimônio
no seu matrimônio
cristão ee na
cristão sua paternidade
na sua paternidade se antes se
se antes se certificarem
certificarem de que não
de que não
fecharam os ouvidos à chamada de Deus para uma
fecharam os ouvidos à cham ada de Deii.s para uma paternidade
paternidade es-
es­
piritual.
piritual.

Quais
Quais são Os sinais
são os sinais da
da vocação
vocação para
para oo sacerdócio?
sacerdócio? Na
N a verdade,
verdade, aa
vocação
vocação éé uma
uma chamada
cham ada dodo bispo, Quando um
bispo, Quando bispo comunica
um bispo comunica aa
um jovem, ao
um jovem, término dos
ao término estudos do
dos estudos do seminário,
seminário, que que deve
deve preparar-se
preparar-se
para receber o sacramento da Ordem Sagrada, esse é o fator essen-
para receber o sacramento da Ordem Sagrada, esse é o fator essen­
cial
cial da vocação.
da vocação. Para responder
Para responder aa essa essa chamada,
chamada, éé necessário
necessário que que
oo jovem
jovem estejaesteja em estado de
em estado graça ee tenha
de graça tenha um caráter excepcional-
um caráter excepcional­
mente
mente sólido.solido. ÉÉ imprescindível
imprescindível que que tenha
tenha concluído
concluído os necessários
os necessários
estudos
estudos de de filosofia
filosofia ee teologia,
teologia,
ÉÈ necessário
necessário também
também que que tenha
tenha 24 24 anos
anos feitos;
feitos; sem dispensa,
sem dispensa,
não
não se se pode administrar oo sacramento
pode administrar sacramento da da Ordem
Ordem aa jovens
jovens de menos
de menos
idade. É necessário que seja filho de pais católicos validamente ca­
idade. É necessário que seja filho de pais católicos validamente ca-
sados.
sados. AA Igreja Igreja confia muito na
confia muito na formação
formação que que oo candidato
candidato ao ao sa-sa ­
cerdócio recebeu
cerdócio recebeu num num lar lar cabalmente católico, no
cabalmente católico, no espírito
espírito de de féfé ee
amor
amor aa Deus Deus em em queque cresceu,
cresceu, porque
porque moldam decisivamente oo ca­
moldam decisivamente ca-
ráter
ráter do do homem
homem que virá depois.
que virá depois. Mas M as aa Igreja dispensa desta
Igreja dispensa desta con­
con-
dição
dição o o filho
filho de de umum matrimônio
matrimônio misto, misto, inclusive
inclusive um um filho ilegítimo,
filho ilegítimo,
se os demais fatores para
se os demais fatores para oo sacerdócio forem favoráveis.
sacerdócio forem favoráveis. Finalmente,
Finalmente,
o0 candidato
candidato àà Ordem Ordem Sagrada
Sagrada devedeve ter reta intenção:
ter reta intenção; aa intenção
intenção de de
se dedicar ao
se dedicar ao serviço
serviço de de Deus
D eus nono sacerdócio,
sacerdócio, parapara santificar
santificar aa sua sua
alma ee santificar
alma santificar os outros. E
os outros. Emm seu
seu coração
coração não não deve haver nenhum
deve haver nenhum
outro motivo além
outro motivo desse, quando
além desse, quando se se ajoelha
ajoelha para
para receber
receber oo sacramento
sacramento
da Ordem
da Sagrada.
Ordem Sagrada.

Estamos, porém, falando


Estam os, porém, falando do fim do
do fim do caminho
caminho para
para oo sacerdócio.
sacerdócio.
OO que
que éé que
que ocorre com oo seu
ocorre com seu com
começo?
cço? Como
Como éé que
que um
um rapaz
rapaz
pode
pode conhecer esse caminho
conhecer esse caminho ee começar
começar aa segui-lo?
segui-lo? Em primeiro
Em primeiro
lugar,
lugar, não
nào se
se deve
deve esperar
esperar nenhuma
nenhuma revelação
revelação especial, pois, pelo
especial, pois, pelo
menos,
menos, não
não éé isso
isso oo normal.
normal. Deus não
Deus não dará
dará um piparote no
um piparote rapaz
no rapaz
ee lhe dirá: “Eh, você. Quero
lhe dirá: “ Eh, você. Quero que
que seja
seja sacerdote!”
sacerdote!” Deus
Deus nos
nos deu
deu
cabeça
cabeça ée quer
quer que
que aa utilizemos.
utilizemos. Ele
Ele iluminará
iluminará aa nossa
nossa razão
razão €e
Sular-nos-á
guiar-nos-á suavemente,
suavemente, sese lhe
lhe dermos
dermos oportunidad e na
oportunidade na nossa
nossa oração
oração
Pessoal,
pessoal, mas
m as espera
espera também
também queque sigamos
sigam os os
os sinais
sinais indicadores,
indicadores, Já

que
que osos pôs
pôs para
para isso,
isso.
564 AS ORDENS SAGRADAS

Deixemos que
Deixemos que o o rapaz
rapaz pergunte
pergunte aa si si mesmo:
mesmo; “Tenho“ Tenho boa boa saúde?”
saúde?”
Não éé necessário
iNão necessário que que sejaseja um um super-homem,
super-bomem, mas m as umauma constituição
constituição
enfermiça não é o que mais ajuda a perseverar nos longos anos
enfermiça não é o que m ais ajuda a perseverar nos longos anos de de
estudo.
estudo. Depois, deve
Depois, deve perguntar-se:
perguntar-se; Tenho Tenho uma uma capacidade razoável
capacidade razoável
para estudar
para estudar ee para para aprender?”
aprender?” Não
N precisa ser
ão precisa ser um gênio, mas,
um gênio, mas,
em
em geral, os estudos que se requerem são mais exigentes que em
geral, os estudos que se requerem são mais exigentes que em
outras instituições
outras instituições docentes.
docentes. É É muito provável que,
muito provável que, se se habitualmente
habitualmente
tem notas más,
tem notas m ás, tudo aponte numa
tudo aponte numa direçãodireção oposta
oposta ao ao sacerdócio.
sacerdócio.
As perguntas continuam:
A s perguntas continuam: “Confesso-me regularmente ee comun-
“ Confesso-me regularmente comun­
go
go com com frequência?”
freqüência?” Se Se aa resposta
resposta for for “não”,
“ não” , aíaí está
está umum defeito
defeito
que
que pode
pode scr ser facilmente
facilmente reparado:
reparado: basta basta começar
começar agora.
agora. Finalmente,
Finalmente,
o jovem
ü Jovem deve deve interrogar-se:
interrogar-se: ““Vivo habitualmente em
Vivo habitualmente em estado
estado de de gra­
gra-
ça, evito o pecado mortal?”
ça, evito o pecado m ortal?” Se a resposta for negativa, issc também
Se a resposta for negativa, isso também
se pode
sc remediar facilmente
pode remediar facilmente com com aa ajuda ajuda da da graça
graça ee dosdos sacramentos.
sacramentos.
Para
Para que que um um jovern
Jovem pensepense no no sacerdócio,
sacerdócio, não não éé necessário
necessário que que seja
seja
um santo. Sc
um santo. Sc fosse
iosse assim,
assim , haveria
haveria muito muito poucos
poucos sacerdotes
sacerdotes ou ou até
até
nenhum.
nenhum. Antes, porém, é preciso que queira ser melhor.
Antes, porém, é preciso que queira ser melhor. Boa saú- ­
B oa saú
de. inteligência
de, Inteligência ee virtude:virtude: são são donsdons da da natureza
natureza ee da da graça
graça queque cons­
cons-
tituem
tituem os os pré-requisitos
pré-requisitos para para oo sacerdócio.
sacerdócio.
Se um jovem está em condições de
Se um jovem está em condições responder afirmativamente
de responder afirmativamente
às quatro
às quatro perguntas
perguntas anteriores
anteriores e e encontra
enconira em em seuseu coração
coração aa genero-
genero­
sidade suficiente para
sidade suficiente para se entregar aa Deus
se entregar Deus ee ao serviço dos
ao serviço dos seus
seus irmãos,
irmãos,
então convém
então convém que que fale logo com
fale logo com o o seu pároco ou
seu pároco ou oo diretor
diretor espiritual
espiritual
sobre a possibilidade de ir para o seminário. E quando revelar as
sobre a possibilidade de ir para o seminário. E quando revelar as
suas intenções
suas Intenções aos pais, estes
aos pais, estes devem
devem dar-lhedar-lhe todatoda cspécie
espécie de ânimos.
de ânimos.
Não
N ão têm têm por por queque empurrá-lo,
empurrá-lo, m masas simsim animá-lo.
animá-lo. Mais
M de uma
ais de uma vo­ vo-
cação se
cação se perdeu
perdeu pelapela falsa
falsa prudência
prudência de de alguns
alguns pais pais que que diziam:
diziam:
““Espera
Espera até até terminares o secundário”, “Espera até o fim do curso”.
terminares o secundário” , “ Espera até o fim do curso” .
Comoo se
Com se pudesse
pudesse haver
haver esperas
esperas quando quando Deus Deus chama!
chama! N Nãoão há pe-
há pe­
rigo de
rigo de que que oo jovem
jovem seja seja coagido
coagido aa perseverarperseverar no no seminário.
seminário. Pelo Pelo
contrário, até chegar ao final, deverá provar continuamente que pos­
contrário, até chegar ao final, deverá provar continuamente que pos-
sui as
sui as condições
condições necessárias.
necessárias.
Isto éé oo que
Isto que um um Jovem
jovem ee seus seus pais podem fazer.
pais podem fazer. M Masas oo queque
todos devemos fazer é pedir todos os dias em nossas orações e em
todos devemos fazer é pedir todos os dias em nossas orações e em
nossas M
nossas Missas pela santidade
issas pela santidade dos dos sacerdotes
sacerdotes ee dos dos seminaristas,
seminaristas, com com
uma
uma súplica
súplica especial
especial parapara que que muitos
muitos jovens jovens ouçam
ouçam aa voz voz de de Deus
Deus
ee se
se encaminhem
encaminhem para para oo altar.altar.

OS G
OS GRAUS DAA O
RAUS D ORDEM
R D E M SAGRADA
SA G R A D A

O sacramento
O sacramento dada Ordem
Ordem difere
difere dos
dos outros
outros sacramentos
sacramentos pelo fato
pelo fato
de nele
de nele existirem
existirem três
três graus:
graus:
— Oo primeiro
— primeiro grau são os
grau são os bispos
bispos que, como sucessores
que, como dos Após-
sucessores dos A p ós­
Os GRAUS DA ORDEM SAGRADA 65

tolos, têm
tolos. têm aa plenitude
plenitude do sacramento da
do sacramento participam do
Ordem ee participam
da Ordem do
Sacerdócio
Sacerdócio de
de Cristo,
Cristo, sumo
sumo ee eternoeterno Sacerdote Cabeça da
Sacerdote ee Cabeça Igreja,
da Igreja,
“presidindo no
**prcsidindo lugar de
No lugar rebanho do
Deus oo rebanho
de Deus qual são
do qual pastores, como
são pastores, como
mestres da doutrina, sacerdotes do culto sagrado e ministros
mestres da doutrina, sacerdotes do culto sagrado e ministros do
do go-
go­
Gentium, n.
(Lumen Gentium,
verno (Lumen
verno 20).
n. 20).
— o
— segundo grau
o segundo constituído pelos
grau éé constituído presbíteros —
pelos presbíteros — os sacer-
os sacer-
jjjtes
dotes — —. que unidos ao
estão unidos
que estão bispos na
aoss bispos na dignidade sacerdotal, em­
dignidade sacerdotal, em-
bora só o bispo possua a plenitude do sacerdócio e o presbítero oo
bora só o bispo possua a plenitude do sacerdócio e o presbítero
o ssu a em
possua
p em grau subordinado, como
grau subordinado, cooperador da
como cooperador da Ordem episcopal.
Ordem episcopal.
virtude do
“Em virtude
“Em sacramento d
do sacramento Ordem, segundo
daa Ordem, imagem de
segundo aa imagem Cristo,
de Cristo,
sumo e eterno Sacerdote, eles são consagrados para pregar o E
sumo e eterno Sacerdote, eles são consagrados para pregar o Evan-
van ­
apascentar os
gelho, apascentar
gelho, celebrar oo culto
fiéis ee celebrar
os fiéis divino, de
culto divino, maneira que
de maneira que
verdadeiros sacerdotes
são verdadeiros
são sacerdotes do do Novo Testamento” (Lum
Novo Testamento” (Lumen Gentium,
en Gentium,
n. 28).
n. 28).
— oo terceiro
— constituído pelos
grau éé constituído
terceiro grau diáconos. N
pelos diáconos. Não possuem
ão possuem
sacerdócio, m
oo sacerdócio, masas um sagrado para
ministério sagrado
um ministério que ““fortaleci
para que dos com
fortalecidos com
sacramental, sirvam
graça sacramental,
aa graça sirvam ao Povo de
ao Povo Deus no
de Eteus serviço da
no serviço Liturgia,
da Liturgia,
palavra ee da
da palavra
da caridade, em
da caridade, comunhão com
em comunhão bispo ee seu
com oo bispo presbi-
seu presbi­
tério” (Lumen Gentium, n.º 29).
tério” (Lumen Gentium, n P 2 9).

Diáconos, presbiteros
Diáconos, presbíteros ee bispos:
bispos: eis
eis os
os três graus da
três graus da Ordem
Ordem SSa-a ­
grada instituída
grada instituída por Jesuss Cristo.
por Jesu Cristo. Cada
C ada um um deles, como cada
deles, como cada sa-sa­
cramento, aumenta
cramento, aumenta aa graça graça santificante.
santificante. Cada grau imprime
C ada grau imprime um um
caráter na
caráter na alma;
alma; cada cada grau ascendente, como
grau ascendente, como um um solsol gradativamente
gradativamente
mais brilhante,
mais brilhante, envolveenvolve ee contém
contém oo caráter
caráter do do que
que oo havia
havia precedido.
precedido.
Nesse caráter se enraiza e se fundamenta o direito c o poder pró-
Nesse caráter se enraiza e se fundamenta o direito e o poder pró­
prios da
prios da Ordem
Ordem que que se recebe: para
se recebe: para oo diácono,
diácono, oo de de batizar, pregar,
batizar, pregar,
administrar
administrar aa Sagrada Sagrada Comunhão,
Comunhão, assistir
assistir ee abençoar
abençoar oo matrimô-
matrimô­
nio, etc.; para
nio, etc.; para o o presbítero,
presbítero, o o dede mmudar
udar o o pão
pão ee oo vinho
vinho no no Corpo
Corpo
ee Sangue
Sangue de de Cristo
Cristo ee o o de perdoar os
de perdoar os pecados;
pecados; para para oo bispo,
bispo, oo
Unico
único que que temtem aa plenitude
plenitude do do sacerdócio,
sacerdócio, oo de confirmarar ee oo de
de confirm de
ordenar, isto é, o de transmitir
ordenar, isto é, o de transmitir aa outros outros o o sacerdócio
sacerdócio por por meio
meio do do
sacramento da Ordem Sagrada.
sacramento da Ordem Sagrada. E além do aumento E além do aumento da da graça
graça san­
san-
bficante ee do
tificante do caráter
caráter sacerdotal,
sacerdotal, oo ordenado
ordenado receberecebe aa graça
graça especial
especial
do sacramento,
do sacramento, que clamaa aa Deus
que clam Deus em em seuseu favor
favor parapara queque receba
receba
todas as graças atuais de que
todas as graças atuais de que possa necessitar possa necessitar parapara oo fiel
fiel cumpri­
cumpri-
mento da
mento da sua
sua missão.
missão.

Nosos primeiros
N primeiros tempos
tempos do do Cristianismo,
Cristianismo, aa ordemordem do do diaconato
diaconato
era O final; quer dizer, era uma
Çra o final; quer dizer, era um a meta em si, meta em si, ee os
os diáconos
diáconos eram
eram
importantes auxiliares
importantes auxiliares dos
dos bispos
bispos ee dos
dos sacerdotes.
sacerdotes. Em séculos
Em séculos mais
mais
Tecentes, o
recentes, o diaconato
diaconato caiu
caiu em em desuso
desuso como
como ““ordem” ativa, ee con­
ordem” ativa, con-
Verteu-se em mero passo para o sacerdócio
verteu-se eni mero passo p ara o sacerdócio. Assim , só . Assim, só sese podiam
podiam
encontrar diáconos
diáconos nosnos seminários,
seminários, ee um um diácono
diácono permanecia
encontrar permanecia nessa
nessa
366 AS ORDENS SAGRADAS

condição por
condição por poucos meses, até
poucos meses, receber aa ordenação
até receber sacerdotal,
ordenação sacerdotal,
Concílio V
Felizmente. oo Concilio
Felizmente, aticano II
Vaticano restaurou aa primitiva
II restaurou concepção
primitiva concepção
do diaconato. Os seminaristas continuarão a receber a Ordem do
do diaconato. Os seminaristas continuarão a receber a Ordem do
antes da
diaconato antes
diaconato da ordenação sacerdotal. M
ordenação sacerdotal. procura-se que
Masas procura-se haja
que haja
outros homens (mesmo
outros homens casados) que
(mesmo casados) diáconos com
ordenados diáconos
sejam ordenados
que sejam com
o propósito de permanecerem
o propósito de permanecerem nessa
nessa condição.
condição. Ajudarão
A judarão os
os bispos
bispos
ee os batizando, pregando,
sacerdotes, batizando,
os sacerdotes, distribuindo aa Sagrada
pregando, distribuindo Sagrada Com Comu-u­
nhão, abençoando oo matrimônio,
assistindo ee abençoando
nhão, assistindo instruindo oo povo,
matrimônio, instruindo povo,
presidindo às orações dos fiéis e a certos atos de culto, oficiando
presidindo às orações dos fiéis e a certos atos de culto, oficiando
enterros ee exéquias,
enterros dedicando-se aa ofícios
exéquias, dedicando-se oficios dede caridade administra-
caridade ee adm inistra­
ção.
ção. De fato,
De farão quase
fato, farão tudo o
quase tudo que faz
o que sacerdote, aa nâo
um sacerdote,
faz um ser
não ser
celebrar aa Santa
celebrar Santa M issa ee confessar.
Missa confessar.
No
N o entanto,
entanto, aa maioria
maioria dos dos queque recebem
recebem o o diaconato,
diaconato, fazem-no
fazem-no
como passo para se tornarem sacerdotes, presbíteros. Este segundo
como passo para se tornarem sacerdotes, presbíteros. Este segundo
passo
passo do sacramento da
do sacramento da Ordem
Ordem Sagrada
Sagrada será será para
para eles
eles oo definitivo
defimtivo
— exceto
— exceto para para os os que venham aa ser
que venham ser bispos
bispos — — ee ninguém
ninguém poderá poderá
sonhar
sonhar ou ou desejar
desejar uma uma dignidade
dignidade m maior:
aior: aoao inclinar-se
inclinar-se cada cada manhã
manhã
sobre
sobre oo pão pão ee oo vinhovinho ee pronunciar
pronunciar as as palavras
palavras de de Cristo:
Cristo; ““Isto Isto éé
o meu
o meu Corpo
Corpo Isto
Isto éé oo meu Sangue”, , o
meu Sangue” o sacerdote
sacerdote se se sentirá
sentirá ani-
ani­
quilado pelo
quilado sentimento da
pelo sentimento sua própria
da sua própria indignidade,
indignidade, pela consciên-
pela consciên­
cia da sua humana fraqueza. E, certamente, seria aniquilado se
cia da sua humana fraqueza. E , certamente, seria aniquilado se não
nào
fosse
fosse sustentado
sustentado pela graça do
pela graça sacramento da
do sacramento da Ordem Sagrada, que
Ordem Sagrada, que
Deus concede
Deus concede infalivelmente
infalivelmente aa quem quem aa pede pede com com humildade.
humildade.
Evidentemente,
Evidentemente, este este poder
poder de de oferecer
oferecer oo sacrifício
sacrifício da da Hóstia Per-
H óstia Per­
feita a Deus, como instrumento vivo de Cristo Sacerdote e em nome
feita a Deus, como instrumento vivo de Cristo Sacerdote e em nome
de todo
de todo o o povo
povo de Deus, éé oo que
de Deus, que distingue
distingue um sacerdote de
um sacerdote de umum
ministro
ministro ou pastor protestante.
ou pastor protestante. Não N ão seria
seria incorreto
incorreto chamchamarar ministro
ministro
ou pastor
ou pastor aa um um sacerdote,
sacerdote, pois pois éé ministro
ministro do do altar, servidor de
altar, servidor de Cristo
Cristo
ec do do rebanho
rebanho de de Cristo.
Cristo. É É também pregador, ee poder-se-ia
também pregador, poder-se-ia chamá-lo
chamá-lo
assim, , pois
assim pois nos nos prega
prega aa mensagem
mensagem da da salvação.
salvação.
Mas,
M as, sese éé correto
correto chamar
cham ar aa um sacerdote ministro
um sacerdote ministro ou pregador,
ou pregador,
éé incorreto
incorreto cham chamarar sacerdote
sacerdote aa um um ministro
ministro ou ou pregador
pregador protestante.
protestante,
O ministro protestante não tem o poder de oferecer sacrifícios, que
O ministro protestante nâo tem o poder de oferecer sacrifícios, que
éé precisamente
precisamente oo que que torna sacerdote um
torna sacerdote sacerdote.
um sacerdote. Aliás,
A liás, osos mi-
mi­
nistros
nistros protestantes
protestantes — — com com exceção
exceção dos dos membros
membros da da A Alta Igreja A
lta Igreja An-n ­
glicana
glicana ou ou Episcopaliana
Episcopaliana — — nem nem sequer
sequer acreditam
acreditam nesse poder.
nesse poder.
Alguns ministros episcopalianos
Alguns ministros episcopalianos ou ou anglicanos consideram-se aa si
anglicanos consideram-se si
mesmos
mesmos sacerdotes,
sacerdotes, mas infelizmente estão
m as infelizmente enganados.
estão enganados. Não
N ão têmtêm
quem
quem lhes lhes possa
possa conferir
conferir o o poder sacerdotal.
poder sacerdotal.
AA linha
linha de de sucessão
sucessão pela pela qual
qual oo poder
poder sacerdotal
sacerdotal chegouchegou até até
nós,
nós, de de Cristo
Cristo para para os os Apóstolos,
A póstolos, de de bispo
bispo parapara bispo,
bispo, neles
neles que-
que­
brou-se
brou-se há séculos. quando
há séculos, quando aa IgrejaIgreja Anglicana repudiou totalmente
Anglicana repudiou totalmente
aa idéia
idéia da da Santa
Santa Missa
M issa ee de de umum sacerdote
sacerdote sacrificial.
sacrificial. Em E m tempos
367
Os BISPOS É QUTRAS DIGNIDADES

mais
mais modernos,
modernos, alguns
alguns membros
membros da da Alta
Alta Igreja Anglicana reviveram
Igreja Anglicana reviveram
^q idéia
idéia dada Missa,
Missa. m masas não têm bispos
não têm bispos que
que sejam
sejam verdadeiros suces-
verdadeiros suces­
sores dos
sores dos Apóstolos,
Apóstolos, nem nem bispos
bispos que
que possuam qualquer dos
possuam qualquer dos poderes
poderes
que o sacramento da Ordem Sagrada
cJue o sacramento da Ordem Sagrada confere.
confere. Não
N ão mencionamo
mencionamos s
este fato
este fato com
com espírito
espírito dede altivo
altivo desdém,
desdém, mas como um
mas como fato
triste fato
um triste
histórico: devemos sentir-nos mais motivados a renovar a nossa
histórico: devemos sentir-nos mais motivados a renovar a nossa ora-
ora­
ção
ção pelos
pelos irmãos
irmãos separados,
separados, para
para que
que voltem
voltem ao ao autêntico único
autêntico ee único
rebanho
rebanho de to.
Cristo.
de Cris

OS BISPO
OS BISPOSS H OUTRA
E O UTRA DIGNI
SS D DADES
IG N ID ADES

OO terceiro
tercciro ee oo mais elevado passo
mais elevado do sacramento
passo do sacramento da
da Ordem
Ordem
Sagrada éé oo episcopal.
Sagrada episcopal. Quando Quando se se necessita
necessita de de umum novo
novo bispo para
bispo para
presidir
presidir urna uma diocese
diocese oii ou para
para alguma
alguma missãomissão importante
importante dentro dentro da da
Igreja, o Papa. como sucessor de Pedro, designa o sacerdote que
Igreja, o Papa, como sucessor de Pedro, designa o sacerdote que
deve
deve ser ser elevado
elevado àà ordem episcopal.
ordem episcopal. Este sacerdote
Este sacerdote recebe
recebe entãoentão aa
terceira
terceira “imposição
“ imposição de de mãos”
m ãos” de de outro
outro bispobispo (as (as duas
duas antenores
anteriores
foram no diaconato e no presbiterato) ec, por sua vez, converte-se
foram no diaconaio e no presbiteralo) c, por sua vez, converte-se
em
em bispo.
bispo. Ao Ao poder
poder de de oferecer
oferecer aa Santa Santa MissaM issa ee de de perdoar
perdoar os os
pecados. junta-se agora
pecados, junta-se agora oo de de administrar
administrar aa Confirmação
Confirm ação por por direito
direito
próprio
próprio «c 0 o poder exclusivo dos
poder exclusivo dos bispos
bispos de administrar oo sacramento
de administrar sacramento
da Ordem
da Ordem Sagrada,Sagrada, de de poder
poder ordenar
ordenar outros sacerdotes ee de
outros sacerdotes de consa­
consa-
grar
grar outros
outros bispos.
bispos.
Com
Com esta esta terceira
terceira imposição
imposição de de mãos
m ãos do bispo consagrante
do bispo consagrante (habi- (habi­
tualmente acompanhado
tualmente acompanhado por por outros
outros bispos,
bispos, cham chamadosados co-consagran-
co-consagran-
tes). o novo bispo recebeu o Espírito Santo pela última vez.
tes), 0 novo bispo recebeu o Espírito Santo pela última vez. OO
Espirito
Espírito Santo Santo desceu
desceu sobre sobre ele ele pela
pela primeira
primeira vez vez quando recebeu
quando recebeu
oo Batismo,
Balism o, ee deu-lhedeu-lhe oo poder poder de de participar
participar com com Cristo
Cristo na na suasua ofe-
ofe­
renda
renda sacrificial
sacrificial ee de de receber
receber aa graça graça dos dos demais
demais sacramentos.
sacramentos. O O
Espírito Santo desceu outra
Espírito Santo desceu outra vez sobre ele vez sobre ele nana Confirm
Confirmação, ação, ee confe­
confe-
riu-lhe oo poder
riu-lhe poder de participar com
de participar Cristo no
com Cristo no seuseu ofício profético: oo
ofício profético:
poder
poder dc de propagar
propagar aa fé fé com
com aa palavra
palavra ee com com as as obras.
obras. OO Espírito
Espirito
Santo veio mais
Santo veio mais uma vez, com uma vez, com novosnovos poderes
poderes ee graças,graças, no no diaco-
diaco-
nato
nato ee no no presbiterato.
presbiterato. E, E, agora,
agora, ao ao ser ordenado bispo,
ser ordenado bispo, o o Espírito
Espírito
Santo desce
Santo desce sobresobre ele ele pela
pela última
última vez: vez: já já nãonão há há novos poderes
novos poderes
que
que DeusDeus possa possa conferir
conferir ao homem.
ao homem. Pela
Pela última
última vez, vez, aa sua sua alma
alma
ficará
ficará marcada
m arcada com com um um caráter
caráter — — oo plenopleno ee completo
completo carátercaráter do do
sacramento da Ordem
sacramento da Ordem Sagrada Sagrada — —, , oo caráter
caráter episcopal.
episcopal.
AA essência
essência da da ordem episcopal reside
ordem episcopal reside no no poder
poder de de oo bispo
bispo se se
perpetuar a si mesmo, no poder de ordenar sacerdotes e de consa-
ptírpetuar a si mesmo, no poder de ordenar sacerdotes e de consa-
srar outros bispos,
.crar outros bispos, isto isto é, é, no
no poder
poder de de ele,
ele, sucessor
sucessor dos dos Apóstolos,
Apóstolos,
perpetuar esta sucessão
perpetuar esta sucessão apostólica. É apostólica. É umum poderpoder que que jamjamais
ais sese ppo-o ­
derá perder.
derá perder. Assim Assim como como um sacerdote nunca
um sacerdote nunca pode perder oo poder
pode perder poder
368 AS ORDENS SAGRADAS

de converter oo pão
de converter pão ee oo vinho
vinho no Corpo ee Sangue
no Corpo Sangue do
do Senhor. mesmo
Senhor, mesmo
que apostate
que apostate ee abandone
abandone aa Igreja
Igreja Católica,
Católica, umum bispo
bispo jamais poderá
jam ais poderá
perder oo seu
perder poder de
seu poder de ordenar
ordenar outros sacerdotes ee bispos,
outros sacerdotes bispos, nem mes-
nem mes­
mo
mo no caso de
no caso de abandonar
abandonar aa Igreja
Igreja Católica. Aqui se
Católica. Aqui se encontra
encontra aa
principal diferença entre
principal diferença entre aa Igreja
Igreja Católica
Católica ee as
as diversas
diversas confissões
confissões
protestantes.
protestantes.

Como
Com o já
já vimos,
vimos, osos protestantes
protestantes não
não crêem
crêem na Santa M
na Santa Missa
issa nem
nem
num
num sacerdócio que inclua
sacerdócio que inclua oo poder de oferecer
poder de oferecer oo Santo Sacrifício
Santo Sacrifício
e,e, por
por conseguinte,
conseguinte, não
não crêem
crêem no
no sacramento da Ordem
sacramento da Ordem Sagrada. Fez-
Sagrada. Fez-
-se
-se notar que os
notar que os membros
membros da da Alta
A lta Igreja Anglicana ee Episcopaliana
Igreja Anglicana Episcopaliana
crêem na Missa e no sacerdócio, mas deixaram de ter bispos
crêem na M issa e no sacerdócio, mas deixaram de ter bispos ee sa sa- ­
cerdotes
cerdotes reais reais no no século
século XVI.X V I. O Oss que
que estavam então àà testa
estavam então testa da da
Igreja
igreja na Inglaterra eliminaram
na Inglaterra eliminaram da da cerimônia
cerimônia da ordenação toda
da ordenação toda re­ re-
ferência à Missa e ao poder de oferecer o Santo Sacrifício. Sem aa
ferência à M issa e ao poder de oferecer o Santo Sacrifício. Sem
intenção
intenção de de ordenar sacerdotes sacrificiais,
ordenar sacerdotes sacrificiais, oo sacramento
sacramento da da Ordem
Ordem
éé inválido,
inválido, não não há há tal tal sacramento.
sacramento. Ocorre Ocorre oo mesmo
mesmo com com qualquer
qualquer
sacramento: faltando
sacramento: faltando aa intenção,
intenção, falta
falta o sacramento. Se
o sacramento. Se umum sacer-
sacer­
dote
dote pronuncia
pronuncia as as palavras
palavras da da Consagração
Consagração tendo tendo diante
diante de de si si pão
pão
ee vinho
vinho (por
(por exemplo,
exemplo, no no almoço),
alm oço), o o pão
pão €e oo vinho não ficarão
vinho nào ficarão con- con­
sagrados
sagrados se se oo sacerdote
sacerdote não não teve
teve aa intenção
intenção de de fazê-lo.
fazê-lo. SejaSeja quemquem
for que administre um sacramento, deve ter a intenção de fazer oo
for que administre um sacramento, deve ter a intenção de fazer
que
que o o sacramento
sacramento pretende pretende fazer,
fazer, ou então oo sacramento
ou então sacramento será será invá-
invá­
lido.
lido. FoiFoi porpor issoisso que que se extinguiram os
se extinguiram bispos ee os
os bispos os sacerdotes
sacerdotes na na
Igreja Anglicana: ao suprimirem na cerimônia da ordenação a in-
Igreja Anglicana: ao suprimirem na cerimônia da ordenação a in­
tenção
tenção de de ordenar
ordenar sacerdotes
sacerdotes ee bispos
bispos que oferecessem oo Sacrifício,
que oferecessem Sacrifício,
suprimiram seus
suprimiram seus bispos
bispos ee sacerdotes.
sacerdotes.

As
A s coisas são muito
coisas são diferentes com
muito diferentes com as
as chamadas igrejas orto-
cham adas igrejas orto­
doxas, como aa Igreja
doxas, como Igreja Ortodoxa
O rtodoxa Grega,
Grega, aa R Russa,
ussa, aa Rom
Romena,
ena, aa Arm
Armê-ê­
nia
nia ee demais.
demais. Há uns mil
H á uns mil anos,
anos, quando
quando todotodo oo mundo cristão era
mundo cristão era
católico, os hierarcas eclesiásticos de alguns países separaram-se de
católico, os hierarcas eclesiásticos de alguns países separaram-se de
Roma, rompendo aa sua
R om a, rompendo comunhão hierárquica
sua comunhão hierárquica com com o o Papa.
Papa. N Não
ão
obstante, continuaram aa crer
obstante, continuaram crer em
em todas
todas as as verdades
verdades queque aa Igreja
Igreja C Cató-
ató­
lica ensinava, como
lica ensinava, como aa M Missa
issa ee os
os sacramentos.
sacramentos. Seus Seus bispos conti-
bispos conti­
nuaram
nuaram aa ser ser bispos.
bispos. EE estesestes bispos
bispos continuam
continuam aa ordenar
ordenar sacer­
sacer-
dotes validamente ee aa consagrar
dotes validamente consagrar outros
outros bispos
bispos como
como seusseus sucessores.
sucessores.
Com
Com o o poder sacerdotal assim
poder sacerdotal assim transmitido através dos
transmitido através dos séculos,
séculos, as as
igrejas ortodoxas possuem
igrejas ortodoxas possuem ainda
ainda hoje
hoje aa M Missa
issa ee os sacramentos. B
os sacramentos. E
por isso, nos
por isso, casos de
nos casos necessidade previstos
de necessidade previstos pelas
pelas leis
leis da Igreja, um
da Igreja, um
católico
católico pode assistir aa uma
pode assistir um a Missa
M issa numa igreja ortodoxa,
numa igreja ortodoxa, ee — — nosnos
lugares onde não há um sacerdote católico — poderia
lugares onde não há um sacerdote católico — poderia inclusive con­ inclusive con-
fessar-se com
fessar-se com umum padre ortodoxo ee receber
padre ortodoxo receber aa comunhão
comunhão ee aa Unção Unção
dos Enfermos.
dos Enferm os. E Emm total,
total, háhá dezesseis
dezesseis ramosramos da da Igreja
Igreja Ortodoxa.
E OUTRAS DIGNIDADES 369
OS BISPOS

As igrejas ortodoxas
A s igrejas ortodoxas não devem ser
não devem confundidas com
ser confundidas com os os mem-
mem­
bros da Igreja Católica que pertencem aos
bros da Igreja Católica que pertencem aos ritos orientais. Quase ritos orientais. Quase
todos
todos nósnós somos
somos católicos
católicos de de rito latino. M
rito latino. Masas há grupos
grandes grupos
há grandes
de
de católicos
católicos em alguns países,
em alguns sobretudo na
países, sobretudo na Europa oriental ee na
Europa oriental na
Ásia,
Ásia, queque jájá desde
desde os começos da
os começos tiveram aa Santa
Igreja tiveram
da Igreja Santa M issa ee
Missa
os
os sacramentos
sacramentos na na sua
sua própria
própria língua;
lingua, assim,
assim, por exemplo, os
por exemplo, cató-
os cató­
licos
licos gregos
gregos ou ou os os católicos
católicos armênios.
armênios. Muitas das
Muitas das suas cerimônias
suas cerimônias
são diferentes das
são diferentes nossas. M
das nossas. crêem no
Masas crêem Papa como
no Papa como cabeça
cabeça da da
Jgreja e são tão verdadeiros católicos como você e como
Igreja e são tão verdadeiros católicos como você e como eu.
eu. Os
Os
católicos
católicos de latino podem
rito latino
de rito assistir àà M
perfeitamente assistir
podem perfeitamente Missa, sempre
issa, sempre
que
que oo desejarem,
desejarem, numa numa igreja católica de
igreja católica oriental —
rito oriental
de rito como aa
— como
maronita ou
maronita ou aa melquita
melquita — — ee receber nela aa Sagrada
receber nela Comunhão.
Sagrada Comunhão.
Orientais ou ocidentais, somos um em Cristo.
Orientais ou ocidentais, som os um em Cristo.
Diáeono,
Diácono, sacerdote, bispo: os
sacerdote, bispo: os três graus do
três graus do sacramento
sacramento da da Ordem.
Ordem,
Acima do bispo não existe
Acirna do bispo não existe poder
poder maior
maior que
que Deus
Deus dê
dê aos
aos homens.
homens.
Então
Então que acontece com
que acontece com oo Papa?P apa? Não Não tem tem mais poder que
mais poder que os os
bispos
bispos ordinários?
ordinários? EE que que se se passa
passa com com os os cardeais
cardeais ee os os arcebispos?
arcebispos?
Onde é que entram e que fazem?
Onde é que entram e que fazem ?
Não.
Não. OO Papa
Papa nãonão tem tem um um poder espiritual maior
poder espiritual m aior que que oo dos dos
demais bispos. Tem
demais bispos. Tem m mais
ais autoridade,
autoridade, uma uma jurisdição
jurisdição m maisais extensa
extensa
que aa de
que de qualquer
qualquer outro outro bispo.
bispo. Por Por serser bispo
bispo de de R Roma,
om a, sucessor
sucessor
de São Pedro, tem autoridade sobre toda a Igreja. Estabelece leis
de São Pedro, tem autoridade sobre toda a Igreja. Estabelece leis
para toda
para toda aa Igreja.
Igreja. Designa
Designa os os sacerdotes
sacerdotes que que serão bispos ee atribui
serão bispos atribui
dioceses aa esses
dioceses esses bispos.
bispos. Goza G oza também
também de de um um privilégio
privilégio muito muito es- es­
pecial, que
pecial, que Jesus
Jesus deu deu aa SãoSão Pedro
Pedro ee aos aos seus sucessores: oo privilégio
seus sucessores: privilégio
da infalibilidade.
da infalibilidade. Por este privilégio
Por este privilégio divino,
divino, Deus preserva oo P
Deus preserva Papa
apa de de
erro
erro quando
quando se se pronuncia
pronuncia definitivamente,
definitivamente, para para aa IgrejaIgreja universal,
universal,
sobre matérias
sobre matérias de de fé
fé ou
ou de de moral, usando da
m oral, usando da plenitude
plenitude da da sua
sua auto-
auto­
ridade
ridade docente.
docente. Mas M as o o poder essencial do
poder essencial Santo Padre,
do Santo Padre, ao ao ser
ser eleito
eleito
Papa,
Papa, nãonão se torna m
se torna maior
aior dodo que que quando
quando oo consagraram
consagraram bispo. bispo.
O ofício
O ofício de de Cardeal
Cardeal não não tem tem absolutamente
absolutamente nada nada aa ver ver comcom o o
poder sacerdotal.
poder sacerdotal. OO cardinalato
cardinalato éé um um posto
posto honorífico,
honorífico, inteiramente
inteiramente
àà margem do sacramento
margem do sacramento da Ordem Sagrada.
da Ordem Sagrada. Os cardeais
Os cardeais não não sãosão
sendo os
senão os conselheiros
conselheiros do Papa, colaboradores
do Papa, colaboradores especiais especiais em em altos
altos car-
car­
gos do
gos do governo
governo da da Igreja,
Igreja, ee formam
formam o o colégio
colégio eleitoral
eleitoral que que escolhe
escolhe
um novo
um novo Papa. Papa. Teoricamente,
Teoricamente, um cardeal nem
um cardeal sequer tinha
nem sequer tinha que que serser
sacerdote. Atualmente, não se costuma
sacerdote. Atualmente, não se costuma nomear cardeais que não nomear cardeais que não
sejam sacerdotes
sejam sacerdotes ou bispos, mas
ou bispos, m as houve
houve um um tempotempo na Igreja em
na Igreja em queque
também eram
também eram nomeados
nomeados entre entre os os leigos.
leigos. O O título
título de cardeal éé muito
de cardeal muito
antigo
antigo na na Igreja,
Igreja, mas mas foi foi oo Papa
Papa Nicolau
Nicolau II II que
que no no ano ano de de 1059
1059
organizou o colégio cardinalício de forma muito semelhante à que
organizou o colégio cardinalício de forma muito semelhante à que
conhecemos hoje,
conhecemos hoje, ee deudeu aos cardeais oo direito
aos cardeais direito de elegerem o
de elegerem o novo
novo
Papa,
Papa, quando
quando aa Santa Santa Sé Sé fica
fica vacante.
310 AS ORDENS SAGRADAS

Para entendermos
Para entendermos oo ofício ofício de de arcebispo,
arcebispo, devemos
devemos conhecer
conhecer um um
pouco
pouco da da composição física da
com posição física da Igreja.
Igreja. O O mundo
mundo divide-se
divide-se em em dioceses
dioceses
ou circunscrições equivalentes. Deve haver cerca de duas mil divisões
ou circunscrições equivalentes. Deve haver cerca de duas mii divisões
dessas
dessas na na Igreja
Igreja dede hoje.
hoje. Cada
C ada diocese
diocese ou prelatura tem
ou prelatura tem limites
limites
geográficos
geográficos bem bem precisos,
precisos, comocomo os os têm
têm as as nações
nações ee as as províncias.
províncias.
Só algumasas circunscrições
Só algum circunscrições — — como
como os Vicariatos militares
os Vicariatos militares — — não
não têm
têm
território,
território, ee abrangem
abrangem um um grupo
grupo de de pessoas
pessoas — — porpor exemplo,
exemplo, os os mmi-i­
ltares
litares — — dede umum determinado
determinado pais. Cada pessoa
país. Cada domiciliada dentro
pessoa domiciliada dentro
dos
dos limites
limites dede uma
uma diocese
diocese pertence
pertence aa essaessa diocese.
diocese. CadaC ada diocese
diocese
divide-se em paróquias que, por sua vez — fora os casos de paró-
divide-se em paróquias que, por sua vez — fora os casos de paró­
quias pessoais,
quias pessoals, como paróquias para
como paróquias para grupos
grupos de de imigrantes,
imigrantes, para uni-
para uni­
versitários etc.
versitários etc. —— têmtêm limites geográficos bem
limites geográficos bem definidos,
definidos, cc qualquer
qualquer
pessoa domiciliada
pessoa domiciliada dentro
dentro desses
desses limites pertence aa essa
limites pertence cessa paróquia,
paróquia,
esteja
esteja ou ou não
não “registrada”.
“ registrada” . O Oss únicos
únicos queque podem
podem dizer verdadei-
dizer verdadei­
ramente
ramente que que não pertencem aa nenhuma
não pertencem nenhuma paróquia
paróquia são são osos vagabundos
vagabundos
permanentes, aqueles que
permanentes, aqueles que não
não lemtêm domicilio
domicílio fixo
fixo em nenhum lugar.
em nenhum lugar.

AÀ frente
frente dede cada
cada diocese
diocese há há um um bispo.
bispo. OO bispo bispo queque governa
governa
uma diocese chama-se o Ordinário dessa diocese. O título de Ordi­
uma diocese chama-se o Ordinário dessa diocese. O título de Ordi-
nário distingue
nário distingue oo bispo
bispo queque governa
governa uma uma diocese
diocese dos bispos titulares,
dos bispos titulares,
que
que são são os que não
os que não têmtêm diocese própria. Quando
diocese própria. Quando são são consagrados
consagrados
bispos,
bispos, pode-se
pode-se dardar aa estes
csles oo título
título dede uma diocese extinta,
uma diocese geralmente
extinta, geralmente
o0 de
de uma
uma cidade
cidade dada África
África ou ou dada Ásia que deixou
Á sia que deixou de existir como
de existir como
diocese séculos
diocese atrás. Um
séculos atrás. Um bispo titular pode
bispo titular pode ser ser designado
designado para para
ajudar
ajudar oo Ordinário
Ordinário de de uma
uma diocese
diocese grande,
grande, cee nesse caso éé cham
nesse caso chamado ado
bispo auxiliar. Ou pode também ocupar-se de algum trabalho dio-
bispo auxiliar. Ou pode também ocupar-se de algum trabalho dio­
cesano
cesano ou ou inter-diocesano,
inler-diocesano, como como ser ser reitor
reitor dede uma
uma universidade
universidade ca­ ca-
tólica ou
tólica ou delegado
delegado papal.
papal.
Várias dioceses adjacentes
V árias dioceses adjacentes agrupam-se
agrupam-se para para formar
form ar uma
um a provincia
província
da Igreja. AA diocese
da Igreja. diocese principal
principal da da província
província chama-se
chama-se arquidiocese,
arquidiocese,
cce seu
seu Ordinário,
Ordinário, arcebispo.
arcebispo. Este Este nãonão éé oo “chefe”
“ chefe” das dioceses da
das dioceses da
província,
província, pois cada bispo
pois cada bispo governa
governa aa sua sua própria
própria diocese.
diocese. M Masas
tem aa precedência
tem precedência de honra ee oo dever
de honra dever de de convocar
convocar os os bispos
bispos da da
província
província ee de presidir às
de presidir suas reuniões.
às suas reuniões. E E, , assim como há
assim como há bispos
bispos
titulares, há
titulares, há também
também arcebispos titulares, que
arcebispos titulares, que não estão àà frente
não estão frente de de
nenhuma arquidiocese. O
nenhuma arquidiocese. O Papa
Papa deu-lhes
deu-lhes esse tratamento como
esse tratamento como uma uma
dignidade
dignidade em em reconhecimento
reconhecimento pelo pelo importante
importante trabalho
trabalho de de queque se se
ocupam ou
ocupam ou pelos
pelos mcritórios
meritórios serviços
serviços que que prestaram,
prestaram.

Voltando
Voltando àà organização
organização da Igreja em
da Igreja em dioceses, vemos que
dioceses, vemos que aa
maioria delas se
m aioria delas se divide
divide emem vários
vários arciprestados,
arciprestados, cada
cada um abran-
um abran­
gendo várias paróquias
gendo várias paróquias limítrofes.
limítrofes. Um dos párocos
Um dos párocos dentro
dentro desse
desse ter-
ter­
ritório
ritório éé nomeado
nomeado arcipreste
arcipreste pelo
pelo bispo,
bispo, ee oo Ordinário delega nele
Ordinário delega nele
iImerosas tarefas
numerosas tarefas menores
menores de supervisão.
de supervisão. Esta
Esta é,é, pois,
pois, aa organiza­
organiza-
Os BISPOS | OUTRAS DIGNIDADES 37!

ção
ção paroquial da Igreja;
paroquial da Igreja: várias
várias paróquias
paróquias formam
formam um arciprestado
um arciprcslado
vários arciprcstados, uma
vários arciprestados, uma diocese;
diocese; várias dioceses, uma
várias dioceses, província, «0
uma província,
todas
todas as províncias do
as províncias do mundo compõem aa Igreja.
mundo compõem universal.
Igreja, universal.
Aoo chegar
A chegar aqui,
aqui, alguém
alguém perguntará:
perguntará: “E “ E osos monsenhores?
monsenhores? Que Que
têm
têm aa ver com tudo
ver com isto”?” | OO título
ludo islo título dede monsenhor.
monsenhor, com com oo direito
direito
de usar uma batina roxa em lugar da preta, é uma honra que
de usar uma batina roxa em lugar da preta, é um a honra que q
Papa
Papa confere
confere aa um um sacerdote, normalmente aa pedido
sacerdote, normalmente pedido do-do bispo
bispo emem
cuja
cuja diocese reside. Geralmente,
diocese reside. Geralmente, oo sacerdote
sacerdote aa quem quem sese concede
concede taltal
honra
honra éé um um membro
membro da da “família oficial” do
“ fam ília oficial” do bispo:
bispo: oo chanceler,
chanceler, o q
secretário, Oo vigário
secretário, vigário geral, etc.; ou um pároco cujo trabalho excep-
geral, etc.; ou um pároco cujo trabalho excep­
cional merece um
cional merece um reconhecimento
reconhecimento especial.especial. AA concessão
concessão do título
do título
de monsenhor aa um
de monsenhor um sacerdote
sacerdote também
também lhe lhe d dáá como
como queque umum selo
selo
oficial
oficial dede aprovação
aprovação do do bispo,
bispo, masm as não lhe confere
não lhe confere nenhum aumento
nenhum aumento
de poder
de sacerdotal ou
poder sacerdotal ou dede autoridade.
CapíTULO XXXV

O MATRIMÔNIO
O m a t r j :\[ ô n t o

Oo MATRIMÔNIO
M A T R IM Ô N IO FOI FEITO
FO I F PORR DEUS
E IT O PO D EU S

OO ser vivo mais


ser vivo m ais simples
simples éé aa célula.
célula. Uma
Uma célula viva repro-
célula viva repro-
duz-se por
duz-se por umum processo
processo de
de fissão, de divisão.
fissão, de divisão. Começa
Com eça aa crescer
crescer dede
tamanho, depois comprime-se
tamanho, depois comprime-se aa sisi mesma
mesma pelo meio ee divide-se
pelo meio divide-se emem
duas
duas células vivas. À
células vivas. A medida
medida que que asas células crescem ee se
células crescem se multipli-
multipli­
cam, o processo repete-se continuamente.
cam , o processo repete-se continuamente.
Ao
A o planejar
planejar aa raça humana, Deus
raça humana, Deus poderia
poderia ter ter decretado
decretado que que
ela se
ela propagasse de
se propagasse maneira semelhante.
de maneira semelhante. Sob Sob taltal desígnio,
desígnio, um um ho-ho-
nem poderia
nem poderia começar
começar aa dilatar-se
dilatar-se mais
m ais ee mais,
mais, até até formar
form ar gradual-
gradual­
mente um duplicado dos seus órgãos originais e, no momento preciso,
mente um duplicado dos seus órgãos originais e, no momento preciso,
separarem-se
separarem-se as as duas
duas metades
metades ee constituirem
constituirem duas pessoas em
duas pessoas em vezvez
de
de uma.
uma.
Isto
Isto éé um umaa quimera,
quimera, éé claro,
claro, mas servc para
m as serve para compreendermos
compreendermos
que
que Deus
Deus não não tinha
tinha porpor que
que terter feito
feilo aa humanidade
humanidade composta com posta de de
homens
homens ee mulheres.
mulheres. Deus Deus não tinha por
não tinha por que
que terter compartilhado
compartilhado seu seu
poder criador com
poder criador com as as criaturas
criaturas ee fazer depender oo começo
fazer depender começo de umaa nova
de um nova
vida
vida da livre cooperação
da livre cooperação de de umum homem
homem ee uma mulher com
uma mulher com Ele.Ele.

H á um número ilimitado
um número ilimitado de maneiras diferentes
de maneiras diferentes que que Deus poderia
Deus poderia
ter
ter escolhido
escolhido para para aa multiplicação
multiplicação dos dos seres humanos, se
seres humanos, se oo tivesse
tivesse
querido.
querido.
MasM a ^Deus
Deus quis precisamente como
quis precisamente como é: é: dividiu
dividiu os os seres
ser humanos os
em homens ee riuiiheres.
em homens mulheres, ee deu-lhes
deulhes oo poder poder de de produzirem
produzirem novas novas
vidas humanas
vidas hum anas em em união
união com com Ele.Ele. Pela
Pela íntima
íntima uniãounião aa que que cha-
cha-
mamos o ato sexual,
m am os.j3^ato o homem
sexuaL-XX-Jiom em ee aa mulher
mulher produzem
produzem um umaa imagem
imagem
física deles mesmos, e neste novo corpo, tão maravilhosamente co­
física deles m esmos, e nes^ n o v o corpoT tão maravilhosamente co-
meçado,
meçado, Deus Deus infunde
infunde uma um a almalmaa espiritual
espiritual ee imortal.
imortal. FFoio i Deus Deus
quem concedeu aos
quem concedeu aos homens
homens aa faculdade
faculdade de de procriar,
procriar, que que éé como
como
se chamaa aa faculdade
se cham faculdade sexual.
sexual. Foi Deus
Foi Deus quemquem planejou
planejou ee deu deu ao ao
O MATRIMONIO FOI FEITO POR DEUS 373

homem ee àà mulher
homem mulher os os órgãos
órgãos genitais.
genitais. Foi Ele
Foi Ele quem — para.
-—— para
e a r a u tri r aa perpe
garanti pcrpeiuação tuaçãdo gênero humano
odo gêncri^hum anp — uniu ao
— uniu ao uso desses
uso desses
órgãos um
órgãos ifm graugrau muito elevado de
fuúTTó' elèvãUo de ..prazer fisico. Do
prazer físico. Do fatofato dc ser
de ser
Deus o
Deus o autorautor do do sexosexo ee de de serser bom
bom tudo tudo o que Ele
o que segue-se
faz, segue-se
Ele faz,
que o
que o sexo sexo éé algo algo bom.bom. E assim é,
E assim realmente, pois
é, realmente, pois pela relação
pela relação
e l l com
s s e n c ia
essencia com Deus, Deus. que que participa
participa no no ato procriador, o
ato procriador, sexo não
o sexo não éé
alvo simple
aUo simplesmente smente bom, mas .santo e sagrado
bom, mas-,.saiito e sagrado. .
Tocamos uni ponto que
T o c a m o s iini ponió merece ser
que merece suntidade bbá-á­
salientado: aa santidade
ser salientado:
sica cio
sica do sexo. sexo. Quando
Quando se se perde
perde ò sentido da
o sentido sacralidade do
da sacralidade sexo,
do sexo,
a n t i d ade
aa ssantida d e dodo matrimônio é esquecidae o sexo se converte num
matrimônio é esquecida e o sexo se converte num
brinquedo, num instrumento excitante de prazer,
brinquedo, num instrumento excitante de prazer, deixan
deixando do de
de ser
ser
instrum
instrumento ento de Deus.
de Deus. A infidelidade conjugal
A infidelidade prostituição, oo
conjugal ee aa prostituição,
divórcio fácil
divórcio fácil ee as casuais são
uniões casuais
as uniões alguns dos
são alguns males que
dos males surgem
que surgem
quando
quando se se violenta
violenta o o sexo, arrancando-o da
sexo, arrancando-o ordem divina
da ordem divina das coisas.
das coisas.
Há até pessoas boas que podem sofrer
Há até pessoas boas que podem sofrer por
por uma
uma concep
concepçãoção errônea
errônea
do
do sexo.sexo. A distorção produzida
A distorção produzida pelo pelo pecado original cria
pecado original frequen-
cria frequen­
temente dificuldades
temente dificuldades para manter oo impulso
para manter impulso sexual dentro do
sexual dentro do rumorumo
que Deus lhe traçou, que é o do matrimônio genuíno.
que Deus lhe traçou, que é o do matrimônio genuíno. Por outro
Por outro
lado, até
lado. mesmo pessoas
até iiiesniu piedosas podem
pessoas piedosas podem cometercometer oo erro erro de confun-
de confun­
dir oo ato
dir procriador com
ato procriador com oo abuso abuso do do sexosexo e, por um
e, por umaa falsa lógica,
falsa lógica,
conside
considerar rar oo ato sexual como
ato sexual como algo algo sujo degradante, quando
sujo ee degradante, quando na na
realida
realidade de é um present magnífi
é um presente e magnífico co de Deus. Mais de um casal se
de Deus. M ais de um casal se
tem visto
tem despojado da
visto despojado plena felicidade
da plena conjugal por
felicidade conjugal errôneo
esse errôneo
por esse
estado de
estado consciência.
de consciência.

Deus,
Deus, para para assegurar
assegurar oo reto reto uso
uso do do poder
poder procriador,
procriador, fundoufundou
aa instituição
instituição matrimonial:
matrimonial: aa união união indissolúvel,
indissolúvel, por por toda
toda aa vida,
vida, de de
um
um homem
homem com com uma uma mulher.
mulher. A A necessidade
necessidade dessa dessa união
união éé evi­ evi-
dente,
dente, pois
pois não não só só éé necessário
necessário que que nasçam
nasçam filhos,
filhos, masm as também
também que que
sejam cuidados
sejam cuidados ee criados criados comcom amoramor pelopelo paipai ee pela
pela m mãe que os
ãe que os
trouxeram ao
trouxeram ao mundo.
mundo. Os juizados
Os juizados de menores ee os
de menores os manicômios
manicômios dão dão
testemunho
testemunho diário diário dos dos males
males queque sese produzem
produzem quandoquando se se quebra
quebra aa
unidade ee aa permanência
unidade permanência do do matrimônio.
matrimônio.
Mas
M as DeusDeus não instituiu oo matrimônio
não instituiu matrimônio com com o o fim exclusivo de
fim exclusivo de
povoar
povoar aa terra.
terra. ““Não Não éé bom bom que que oo homem
homem estejaesteja só”,
só” , disse Deus
disse Deus
quando
quando A Adão dormia no
dão dormia no Eden.
Eden. ““Dar-lhe-ei
Dar-lhe-eí uma uma companheira
companheira se- se­
melhante a ele”
melhante a ele” É desígnio divino É desígnio divino que que 0 o homem
homem ee aa mulher mulher se se
completem
completem um um ao outro, que
ao outro, que se apoiem um
se apoiem um no no outro,
outro, que que contri-
contri-
buamuam para
para oo mútuo mútuo crescimento espiritual. N
crescimento espiritual. Nessa união por toda
essa união por toda
àa vida de um homem
vida de um homem ee uma uma mulher,
mulher, tantotanto suas
suas mentes
mentes e€ coraçoes
corações
“OMO seus corpos
como seus corpos se fundem numa se fundem numa unidade
unidade novanova ee m mais
ais rica,
rica, cum-
cum-
prindo assim o fim estabelecido por Deus. Estabeleceu º esta
Deus
prmdo assim o fim estabelecido por
única e: T LXDeus. Estabeleceu Deus esta
auniãoE única irrevogável do
única ee irrevogável matrimônio quando,
do matrimônio quando, no Paraíso, fez
no Paraíso, fez
“c Eva companheira de
Eva aa companheira de AAdão
dão..
374 O MATRIMÔNIO

Esta
E sta unidade
unidade ee indissolubilidade
indissolubilidade foi
foi estritamente confirmada
estritamente confirm por
ada por
Deus
Deus aoao longo de toda
longo de toda aa história
história bíblica, com duas
bíblica, com duas exceções.
exceções. Depois
Depois
do dilúvio,
do dilúvio, Deus permitiu aos
Deus permitiu aos patriarcas
patriarcas como como Abraão
A braão ee Jacó que
Ja c ó que
tomassem
tom assem m mais
ais dede uma
uma esposa
esposa aa fim fim dede que
que aa terra
terra sese repovoasse
repovoasse
mais rapidamente.
m ais rapidamente. Mais tarde, quando os judeus se libertaram da
M ais tarde, quando os judeus se libertaram da
escravidão do
escravidão do Egito,
Egito, permitiu-lhes
permitiu-lhes oo divórcio
divórcio ee um um novo matrimônio
novo matrimônio
em casos
em casos de de adultério
adultério comprovado;
com provado; ainda ainda que, como lhes
que, como lhes fezfez notar
notar
mais
m ais tarde, tenha afrouxado
tarde. tenha afrouxado aa lei lei estrita
estrita até
até esse
esse ponto
ponto por causa
por causa
da
da “dureza
“ dureza de de seus
seus corações”
corações”. .
Com a vinda de Jesus,
Com a vinda de Jesus, cessaram
cessaram essas exceções àà unidade
essas exceções unidade ee àà
permanência
permanência do vínculo matrimonial.
do vínculo matrimonial. Até os
Até tempos de
os tempos de Cristo,
Cristo, oo
matrimônio,
matrimônio, ainda ainda que união sagrada,
que união sagrada, era apenas um
era apenas um contrato
contrato civilcivil
entre
entre um homem ee uma
um homem um a mulher.
mulher. M Masas Jesus assumiu esse
Jesu s assumiu esse contrato
contrato — —
aa troca
troca de consentimentos maritais entre um homem e uma mulher
de consentimentos m aritais entre um homem e uma mulher
— ee fez
— fez dele
dele canal
canal da graça, transformou-o
d a graça, transformou-o num num sacramento
sacramento para para
OS
os Cristãos. Define-se oo matrimônio
cristãos. Define-se matrimônio como como ““um sacramento que
um sacramento que esta-
esta­
belece um
belece umaa santa
santa €e indissolúvel
indissolúvel união união entre
entre um um homem
homem ee uma uma mu- mu-
lher
Iher ce lhes
jhes_ dád á graças
- g ^ ç a s para
para se se amarem
^m arem um um ao outro santamentee e
ao outro__santamente
educarem cristâmente .os filhos”.
educarem
e O ——
cristãmente
mm +
-OS filhos” . R
Não
N ão éé dificil compreender aa razão
díficil compreender razão pelo qual Jesus
pelo qual Jesus Cristo
Cristo fez do
fez do
matrimônio um
matrimônio um sacramento.
sacramento. Já desde oo começo
J á desde começo da da humanidade
humanidade
o0 matrimônio
m atrimônio era umaa união
era um sagrada. EErara oo instrumento
união sagrada. instrumento divino divino para
para
engendrar, criar
engendrar, criar ee educar
educar as as sucessivas
sucessivas gerações
gerações de seres humanos.
de seres humanos. Era E ra
“obrigatório”,
“ obrigatório” , poderíamos dizê-lo, que
poderíamos dizê-lo, que fosse
fosse elevado
elevado àà categoria
categoria de de
sacramento. FFora
sacramento. do sacerdócio,
o ra do sacerdócio, não não há há estado
estado na vida que
na vida que clame
clame
com tanta força pela concessão da graça como o matrimônio.
com tanta força pela concessão d a graça como o matrimônio.
Independentemente de
Independentemente que se
de que se queiram
queiram bem, bem, éé muito difícil que
muito difícil que
duas pessoas
duas possam viver
pessoas possam viver juntas
juntas diadia após
após dia,dia, anoano após
após ano,
ano, comcom
as
as inevitáveis
inevitáveis falhasfalhas ee defeitos
defeitos de de suas
suas personalidades chocando-se
personalidades chocando-se
entre
entre si; si; que possam ajudar-se
que possam mutuamente aa crescer
ajudar-se mutuamente crescer em em bondade
bondade
ee perfeição
perfeição apesar apesar dessas faltas —
dessas faltas — ajustando-se
ajustando-se pouco pouco aa pouco pouco uma uma
aà outra,
outra, de de modo
modo que que os defeitos de
os defeitos de umumaa se se ““encaixem”
encaixem” nas nas virtu-
virtu­
des
des da outra, ec da
da outra, da sua
sua própria
própria diferença
diferença surja
surja aa unidade.
unidade. N Nãoão éé
tarefa fácil.
tarefa fácil. É É uma
uma m maravilhosa
aravilhosa evolução
evolução — — como como aa da da borboleta
borboleta
que
que sai sai dada crisálida
crisálida —, —, m masas muito
muito custosa.
custosa.
Além
Além disso,
disso, no novo plano
no novo plano que que Jesus
Jesus Cristo tinha para
Cristo tinha para aa humhuma-a­
nidade, havia
nidade, havia uma uma necessidade
necessidade adicional
adicional de de graça:
graça: JesuJesuss dependeria
dependeria
dos pais
dos pais parapara o o contínuo
contínuo crescimento
crescimento do seu Corpo
do seu Corpo Místico,
Místico, dessadessa
união
união na na graça
graça pela
pela qual
qual todos
todos os batizados são
os batizados são um um cm Cristo. Daí
cm Cristo. Daí
em diante, não
em diante, não bastaria
bastaria que que os pais católicos
os pais católicos gerassem, criassem
gerassem, criassem
2e educassem
educassem aa prole prole para
para aa vidavida natural:
natural: Jesus confiava-lhes essa
Jesus confiava-lhes essa
larefa
tarefa também
também para para aa vida
vida dede santidade.
santidade. Sem Sem aa orientação
orientação ee aa forta­
forta-
leza
leza da da graça,
graça, os os homens
homens estariam
estariam perante
perante umauma tarefa
tarefa impossível.
FEITO POR DEUS 373
O MATRIMÔNIO FOI

Não
Não éé de
de surpreender,
surpreender, pois,
pois, que
que Jesus Cristo elevasse
Jesus Cristo elevasse oo matri-
matri­
mônio àà
m ônio categoria de
categoria sacramento. O
de sacramento. momento preciso
O momento preciso em isso
que isso
em que
sucedeu, não
sucedeu, não o o sabemos.
sabemos. A Alguns pensam que
lguns pensam pode ter
que pode ter sido nas bodas
sido nas bodas
de Caná.
de Outros dizem
Caná. Outros dizem que foi quando
que foi quando esclarecia aos fariseus:
esclarecia aos fariseus: ““Não
N ão
festes que no princípio o Criador os fez homem e mulher?
lestes que no princípio o C riador os fez homem e mulher? E disse:
E disse:
“Por isso O homem deixará o pai e a mãe e
‘Por isso o homem deixará o pai e a mãe e unir-se-á
unir-se-á à
à mulher,
mulher, ee
serão
serão os os dois uma só
dois uma carne’. Portanto,
só carne”. Portanto, o o que uniu, oo homem
Deus uniu,
que Deus homem
não separe” (Mt 19, 4-7). Mas as especulações sobre o momento
não separe” (M t 19, 4-7). M as as especulações sobre o momento
preciso
preciso em em queque Jesus Cristo converteu
Jesu s Cristo converteu oo matrimônio
matrimônio em sacramento
em sacramento
são inúteis.
são inúteis. Basta-nos saber, pela
Basta-nos saber, pela constante
constante ee ininterrupta
ininterrupta tradição
tradição
d Jesu s operou
que Jesus
Igreja, que
daa Igreja, operou essa transformação do
essa transformação vínculo matri-
do vínculo m atri­
monial.
monial.

Como sabemos, um
Como sabemos, um sacramento
sacramento éé um sinal externo
um sinal externo que confere
que confere
uma
uma graçagraça interna.
interna. N Noo matrimônio,
matrimônio, o o sinal
sinal externo
externo éé aa troca troca de de
consentimentos maritais entre um homem e uma mulher batizados.
consentimentos maritais entre um hornem e um a mulher batizados.
Por outras
Por outras palavras,
palavras, oo homem homem ee aà mulher mulher que que vão contrair matri-
vão contrair m atri­
mônio administram
mônio administram oo sacramentosacram ento um um ao ao outro.
outro. Não N ào éé correto
correto dizerdizer
(embora
(embora se se diga frequentemente) que
diga frequentemente) que “João
“ Jo ão ee M Maria
aria foram
foram casados
casados
pelo padre Pio”. O correto é dizer: “João e Maria casaram-se
pelo padre Pio” . O correto é dizer: “ Jo ã o e M aria casaram -se na
na
presença do
presença padre Pio”
do padre Pio”. . OO sacerdote
sacerdote não não pode
pode administrar
administrar o o sacra-
sacra­
mento
mento do matrimônio: os
do matrimônio: os únicos
únicos que que podem
podem fazê-lofazê-lo são são osos nubentes.
nubentes.
O sacerdote
O sacerdote ou ou oo diácono
diáeono não n ão sâosão senão
senão aa testemunha
testemunha oficial oficial queque
representa Cristo e a sua Igreja. Ordinariamente, a presença do m
representa Cristo e a sua Igreja. Ordinariamente, a presença do mi-i­
nistro, sacerdote
nistro, sacerdote ou ou diácono,
diáeono, éé essencial;
essencial; sem sem ele,ele, não
não haveria
haveria sacra-
sacra­
mento
mento nem nem matrimônio.
matrimônio. Mas M as nãonão éé ele quem oo administra.
ele quem administra.
O caso
O caso raro
raro em em que que nãonâo éé necessária
necessária aa presença
presença de de umum sacerdote
sacerdote
ou
ou diácono
diáeono para para oo sacramsacramentoento do do matrimônio
matrimônio não não nosnos dizdiz respeito,
respeito,
masas éé interessante
m conhecê-lo.
interessante conhecê-lo, Se
Se umum homemhomem ee uma mulher bati­
um a mulher bati-
zados desejam casar-se,
zados desejam casar-se, m masas lhes
lhes éé impossível
impossível conseguir
conseguir aa presença
presença
de um
de um sacerdote
sacerdote dentrodentro de de trinta
trinta dias
dias ou ou mais,
mais, entãoentão aa Igreja esta-
Igreja esta­
belece que, para
belece que, para haver haver sacramento,
sacramento, basta prestarem oo mútuo
basta prestarem mútuo con- con­
sentimento marital
sentimento marital peranteperante duas testemunhas. São
duas testemunhas. São casos
casos que se ppo-o ­
que se
dem
dem dar,dar, porpor exemplo,
exemplo, em em países
países ondeonde aa religião
religião éé perseguida
perseguida ou ou
cm paises
cm países de de missão,
missão, em cm que, salvo nas
que, salvo nas zonas
zonas periféricas,
periféricas, rara rara vez
vez
se vê um sacerdote.
sc vê um sacerdote. Se algum dos Se algum dos nubentes
nubentes estiverestiver em em perigo
perigo de de
morte, nem
morte, nem sequer
sequer éé precisopreciso esperar
esperar os os trinta
trinta dias:
dias: se se não se pode
não se pode
conseguir
conseguir aa presença
presença de de umum sacerdote,
sacerdote, os os noivos
noivos poderão casar-se
poderão casar-se
prestando
prestando o o mútuo
mútuo consentimento
consentimento perante perante duas duas testemunhas,
testemunhas, ee rece- rece­
berão sem dúvida o
berão sem dúvida o sacram ento do sacramento do matrimônio.
matrimônio.
Exceptuados
Exceptuados estes estes casos,
casos, um um católico
católico não não podepode casar-se
casar-se valida-
valida­
mente
mente aa não não serser na presença de
na presença de umum sacerdote,
sacerdote, ou ou dede outra
outra testemu­
testemu-
nha qualificada, designada pela autoridade
nha qualificada, designada pela autoridade eclesiástica eclesiástica competente.
competente.
Para presidir ao casamento, tem competência o sacerdote que
Para presid»r ao casamento, tem competência o sacerdote que esteja
376 O MATRIMÔNIO

àà frente
frente da paróquia em
da paróquia em queque sese celebra
celebra aa cerimônia,
cerimônia, ou ou oo bispo
bispo da da
diocese, ou
diocese, ou o O sacerdote
sacerdote delegado
delegado pelopelo pároco
pároco ou ou pelo
pelo bispo.
bispo. OO cató­cató-
lico que pretenda
lico que pretenda casar-se
casar-se perante
perante um um m magistrado
agistrado civil civil (um juiz civil
(um juiz civil
ou um
ou um juiz
Juiz de
de paz)
paz) nãonão estará
estará casado
casado de de maneira
maneira nenhuma,
nenhuma, €e come-come­
terá um pecado mortal consentindo nessa cerimônia; o casal viverá
terá um pecado mortal consentindo nessa cerimônia; o casal viverá
em pecado
em pecado mortal habitual durante
mortal habitual durante todotodo oo tempo
tempo em em que
que os os dois
dois
estiverem vivendo juntos.
estiverem vivendo juntos. DoisDois nãonão católicos
católicos que que se se casam
casam perante
perante
um
um pastor protestante ou
pastor protestante ou umum m magistrado civil estão
agistrado civil estão autenticamente
autenticamente
casados. Se não são batizados, o matrimônio é puramente “natural”,
casados. Se não são batizados, o matrimônio é puramente “ natural” ,
como
com o os que se
os que davam antes
se davam antes de Jesuss Cristo
de Jesu Cristo ter instituído oo sacra-
ter instituído sacra­
mento
mento do do Matrimônio.
Matrimônio. Mas
M as sese os dois não
os dois não católicos
católicos são são batizados,
batizados,
oo seu matrimônio éé sacramento,
seu matrimônio sacramento. Para P ara um um católico,
católico, portanto,
portanto, não não

há outro
outro modo
modo de de se
se casar validamente aa nào
casar validamente não serser recebendo
recebendo oo sacra- sacra­
mento do
mento do Matrimônio.
Matrimônio. Quando Quando JesusJesu s instituiu
instituiu os os sacramentos,
sacramentos, foi foi
para que
para seus seguidores
que seus seguidores os os utilizassem.
utilizassem.

O MATRIMÔNIO
O ENCERRA
M A T R IM Ô N IO E N C E R R A GRAÇAS ESPECIAIS
GRAÇAS E S P E C IA IS

Se 0o esposo
Se esposo (ou (ou aa esposa)
esposa) tiver
tiver tido
tido um dia m
um dia mauau ee estiver
estiver tal­tal-
vez desanimado pela pressão de um problema doméstico sério,
vez desanimado pela pressão de um problema doméstico sério,
sentindo-se tentado
sentindo-se tentado aa autocompadecer-se
autocompadecer-se ee aa pensar pensar queque foi foi um erro
ura erro
casar-se, esse
casar-se, esse éé oo momento
momento de de recordar
recordar que que oo matrimônio
matrimônio éé um um
sacramento. ÉÉ oo momento
sacramento. momento de recordar que
de recordar que tem absoluto direito
tem absoluto direito aa
qualquer graça de que possa necessitar nessa situação; a qualquer
qualquer graça de que possa necessitar nessa situação; a qualquer
graça de
graça de que
que possa
possa carecer
carecer para fortalecer aa sua
para fortalecer humana fraqueza
sua humana fraqueza
ee chegar
chegar àá solução
solução do do problema.
problema. Aos esposos que
A o s esposos que fazemfazem tudo tudo
oo que
que estáestá emem suas
suas m mãos
ãos para
para queque seu matrimônio seja
seu matrimônio seja verda-
verda­
deiramente cristão.
deiramente cristão, Deus
Deus comprometeu-se
comprometeu-se aa dar todas as
dar todas graças de
as graças de que
que
necessitam ee quando
necessitam quando as as necessitem,
necessitem, ee Deus Deus éé sempre
sempre fiel fiel aosaos seus
seus
compromissos.
com prom issos.
Sendo
Sendo um um sacramento,
sacramento, o o matrimônio
matrimônio confereconfere graça,
graça, e, e, como
como
qualquer sacramento,
qualquer sacramento, confere
confere doisdois gêneros
gêneros de de graça.
graça. Em primeiro
E m primeiro
lugar,
lugar, nono próprio
próprio momento
momento em que éé recebido,
em que recebido, infunde
infunde um um aumento
aumento
de graça santificante.
de graça santificante. Quando
Quando os os noivos
noivos se se voltam
voltam para para descer
descer os os
degraus do
degraus do altar,
altar, suas
suas almas
alm as sãosão espiritualmente
espiritualmente m mais
ais fortes
fortes ee mais mais
belas do que quando, minutos antes, subiram ao altar.
belas do que quando, minutos antes, subiram ao altar.
ÉÉ essencial,
essencial, claro
claro está, que se
está, que se apresentem
apresentem aa receber
receber oo sacramento
sacramento
com
com aa alm almaa emem estado
estado de graça. O
de graça. O fimfim do
do sacramento
sacramento do do Matrni-
M atri­
mônio
mônio não não éé perdoar
perdoar os os pecados,
pecados, ee aa pessoa
pessoa queque o o recebesse
recebesse em em
pecado
pecado mortal cometeria um
mortal cometeria um sacrilégio,
sacrilégio, um um pecado
pecado grave.
grave. OO casa­ casa-
mento seria
mento seria real
real ee válido,
válido, m masas não
não sese pode
pode conceber
conceber um um início
início maism ais
infeliz do
infeliz do que
que esse para uma
esse para um a obra
obra queque supõe
supõe aa mais
mais íntima
íntima colabo-
colabo­
Tação com
ração com Deus.
à MATRIMÔNIO ENCERRA GRAÇAS ESPECIAIS 377

Além do
Além do aumento
aumento dada graça santificante —
graça santificante — todos
todos os sacramentos
os sacramentos
vivos aà conferem
dc vivos
de conferem ——, , oo matrimônio também aa sua
confere também
matrimônio confere própria
sua própria
craça especial,
graça especial, aa graça
graça sacrariental,
sacramental, que
que consiste
consiste no
no direito
direito de
de rece-
rece­
ber Deus as
de Deus
ber de as graças atuais de
graças atuais que os
de que possam necessitar
esposos possam
os esposos necessitar
através dos
através dos anos
anos para assegurarem uma
para assegurarem uma união feliz ee frutuosa.
união feliz Para
frutuosa. Para
que possa
que possa produzir plenamente os
produzir plenamente seus efeitos,
os seus esta graça
efeitos, esta necessita
graça necessita
da cooperação de
da cooperação de am bos os
ambos cônjuges. A
os cônjuges. A graça
graça destina-se essa
destina-se aa essa
entidade esse “um
singular, aa esse
entidade singular, “ um em dois” que
em dois” matrimônio operou.
que oo matrimônio operou.
Mas sc uma das partes falta ao cumprimento dos seus deveres cris-
Mas sc uma das partes falta ao cumprimento dos seus deveres cris­
tãos, o
tãos, O outro cônjuge poderá
outro cônjuge contar ainda
poderá contar com graças
ainda com excepcionais
graças excepcionais
de fortaleza ee sabedoria.
de fortaleza sabedoria.
Concretizando
Concretizando m mais,
ais, aa graça
graça sacramental
sacramental do matrimônio aper-
do matrimônio aper­
feiçoa oo amor
feiçoa amor natural
natural entre
entre marido
marido ee mulher,
mulher, elevando-o
elevando-o aa um um nível
nível
sobrenatural!
sobrenatural que que ultrapassa
ultrapassa indizivelmente
indizivelmente aa mera mera compatibilidade
compatibilidade
mental ee física.
mental fisica, D Dãá ao ao amamoror conjuga!
conjugal uma uma qualidade
qualidade santificante
santificante
que
que oó torna
torna Instrumento
instrumento ee caminho caminho para crescer ee alcançar
para crescer alcançar aa santi­santi-
dade. Confere, além disso, generosidade e responsabilidade para ge­
dade. Confere, além disso, generosidade e responsabilidade para ge-
rar c criar os filhos, prudência e discernimento para enfrentar os
rar e criar os filhos, prudência e discernimento para enfrentar os
inúmeros problemas que
inúmeros problemas que aa vida familiar traz
vida familiar consigo.
traz consigo. Ajuda
A juda os os
esposos
esposos aa adaptarem-se
adaptarem-se aos aos defeitos
defeitos um um do do outro
outro ee aa desculpá-los.
desculpá-los.
EE tudo
tudo isto
isto éé apenas
apenas uma parte do
uma parte do queque aa graça
graça do do matrimônio
matrimônio pode pode
fazer por
fazer por aqueles
aqueles que, que, comcom aa sua sua cooperação,
cooperação, dão dão aa Deus
Deus ocasião
ocasião
de mostrar
de mostrar o o seu poder.
seu poder.
Há uns
Há quatrocentos anos,
uns quatrocentos anos, ao ao propor
propor aa doutrina católica sobre
doutrina católica sobre
o0 matrimônio,
matrimônio, oo Concilio Concílio de de Trento declarava: “A
Trento declarava: graça que
“ A graça que aper-
aper­
feiçoa o
feiçoa o amor
amor natural
natural (de (de m marido
arido ee mulher),
mulher), confirma
confirma aa união união in­ in-
dissolúvel
dissolúvel ee santifica
santifica os esposos, éé aa que
os esposos, que o o próprio
próprio Cristo
Cristo nos mere-
nos mere­
ceu por
ceu por sua
sua Paixão,
Paixão, comocomo indicaindica oo Apóstolo
Apóstolo São Paulo quando
São Paulo quando diz: diz:
Esposos, amai
‘Esposos, arnai as as vossas esposas, como
vossas esposas, como Cristo
Cristo amouamou aa sua sua Igreja”
Igreja’ ””. ,
Considerar
Considerar que gue Jesus Cristo, quando
Jesu s Cristo, sofria aa sua
quando sofria Paixão, pen­
sua Paixão, pen-
Sava nos esposos
sava nos cristãos, aperceber-se
esposos cristãos, aperceber-se de de que que um um dos fins pelos
dos fins pelos
quais
quais Jesus morreu na
Jesus morreu na cruz
cruz foifoi ganhar
ganhar as as graças
graças de de que
que eleseles neces­
neces-
sitariam no matrimônio,
sitariam no matrimônio, parece-me parece-me um um pensamento
pensamento m maravilhosa-
aravilhosa­
mente fecundo para os esposos
mente fecundo para os esposos católicos. católicos. Igualmente
Igualmente fecundo
fecundo será será
meditar
meditar que que oo Espírito
Espírito SantoSanto inspirou
inspirou São São Paulo
Paulo aa comparar
com parar o o
estado matrimonial àà união
estado matrimonial união ee àà comunitação,
comunicação, repletas repletas de de frutos
frutos ee
de
dc graça.
graça, queque existem
existem entreentre Cristo
Cristo ee suasua E Esposa,
sposa, aa Igreja.
Igreja.
Além de
Além de conferir
conferir graça,
graça, oo sacramento
sacramento do do MMatrimônio
atrimônio cé aa forja
forja
do
do vínculo
vínculo matrimonial, desse intercâmbio
matrimonial, desse intercâmbio moral que se efetua na
m oral que se efetua na
alma
alma dos
dos cônjuges.
cônjuges. H Háá apenas três sacramentos
apenas três que, por
sacramentos que, terem por
por terem por
objeto diretamente Deus
objeto diretamente Deus ee oo seu
seu culto
culto — — oo Batismo,
Batism o, aa Confirmação
Confirm ação
é^ àa Ordem
Ordem Sagrada —, imprimem
Sagrada — , imprimem na alma na alma esse sinal espiritual
esse sinal espiritual ee
indelével
indelével aa que
que chamamos
cham am os “caráter”
“ caráter” dodo sacramento.
sacramento. EstesEstes três
três sa-
374 O MATRIMÔNIO

cramentos fazeni-nos
cramentos fazem-nos participar
participar de diversas maneiras
de diversas maneiras no
no sacerdó-
sacerdó­
cio de
cio Cristo. Não
de Cristo. N ão obstante,
obstante, osos teólogos
teólogos não
não vacilam
vacilam em comparar
cm com parar
o vínculo matrimonial a esses caracteres sacramentais. e Inclusive aa
o vínculo matrimonial a esses caracteres sacramentais, e inclusive
«enominá-lo
clcnomíná-lo um quase-curdter.
um quase-caraíer.
Deste
Deste “quase-caráter”, deste vínculo
“ quase-caráter” , deste vínculo matrimonial, surgem as
matrimonial, surgem as duas
duas
propriedades do matrimônio: a unidade e a indissolubilidade.
propriedades do matrimônio: a unidade e a indissoluhilidade.

AA unidade
unidade do do matrimônio significa que
matrimônio significa que um
um homem
homem só só pode
pode
ter uma
ter uma esposa,
esposa, ee uma mulher um
uma mulher um sósó marido.
marido. A unidade
A unidade do
do m matri-
atri­
mônio opõe-se à poligamia (várias esposas) e à poliandria (vários
mônio opôe-se à poligam ia (várias esposas) e à poliandria (vários
maridos).
m Desde aa vinda
aridos). Desde vinda de
de Cristo,
Cristo, aa monogamia
monogamia (um(um mmarido
arido comcom
uma
uma mulher) tornou-se aa regra
mulher) tornou-se sem exceção.
regra sem exceção.

A indissolubilidade
A indissolubilidade do do matrimônio
matrimônio significa
significa que que éé uma um a união
união
permanente.
permanente. Uma a vez
Um vez que que um um homem
homem ec uma uma mulhermulher se tenham
se tenham
unido em
unido em matrimônio
matrimônio cristão cristão consumado,
consumado, não não há há poder
poder na na terra,
terra,
nem seguer o do Papa, que possa dissolver esse vínculo. “O que
nem sequer o do Papa, que possa dissolver esse vínculo. “ O que
Deus uniu,
Deus uniu, o o homem
homem não não separe”
separe” (Mt (M l 19, 6). Sob
19, 6). Sob circunstâncias
circunstâncias
muito especiais, aa Igreja
muito especiais, Igreja tem poder para
tem poder para dissolver
dissolver um matrimônio
um matrimônio
que não
que não seja seja oo sacramental
sacramental (por (por exemplo,
exemplo, o o de de duas pessoas não
duas pessoas não
batizadas, quando
batizadas, quando uma uma das das partes
partes recebe
recebe oo batismo
batismo m mais
ais tarde),
tarde), ee
para dissolver
para dissolver oo matrimônio sacramental que
matrimônio sacramental que nunca
nunca foi foi consumado.
consumado.
Masas mesmo
M mesmo oo matrimônio
matrimônio entre entre doisdois protestantes
protestantes validamente
validamente bati- bati­
zados éé uma
zados uma união
união sacramental
sacramental e,e, uma uma vez vez consumado,
consumado, nem nem aa pró­ pró-
pria Igreja
pria Igreja pode dissolvê-lo. As
pode dissolvê-lo. leis civis
A s leis civis poderão
poderão permitir
perm itir oo jiv
mta
4e E
divórcio
ó r c io
ee um novo casamento
casamento civil, civil, mas nem üm um nemnem outro
outro valem
valemabsolu-
—— —— o—

um novo m as nem aBsòli>;


tamento nada diante
tamente^nãda diante de de Deus.
Deus. AA pessoa
pessoa divorciada
divorciada que que se se casa
casa
“oulfa
In ilra vez
N e z ee seu seu novo
novo companheiro
companheiro vivem vivem em adultério habitual,
em adultério habitual, se se
o matrimônio
o matrimônio anterioranterior foi válido; éé um
foi válido; um adultério legalizado, m
adultério legalizado, masas
adultério apesar
adultério apesar de de tudo.
tudo.
Háá ocasiões
H ocasiões em em queque aa indissolubilidade
indissolubilidade do do vínculo
vínculo matrimonial
matrimonial
parece de
parece de umaum a dureza
dureza excessiva. Pensamos em
excessiva. Pensamos em casos como oo do
casos como do
marido cuja
marido esposa perde
cuja esposa perde aa razão.
razão. É É declarada
declarada incurável,
incurável, ee nuncanunca
sairá do
sairá manicômio em
do manicômio em queque foifoi internada.
internada. OO marido marido fica fica com
com várias
várias
crianças
crianças nas nas m mãos
ãos e,e, não
não obstante,
obstante, não não poderá
poderá casar-se
casar-se outra
outra vez vez
enquanto aa esposa
enquanto esposa viver.
viver. Ou Ou podemos pensar também
podem os pensar também na na esposa
esposa
que,
que, para
para garantir
garantir aa segurança
segurança d dos
o s filhos
filhos ee aa suasua própria,
própria, éé obrigada
obrigada
aa separar-se
separar-se de de umum marido bêbado ee brutal.
marido bêbado brutal. As As crianças
crianças necessitam
necessitam
de um
de um pai,
pai, m masas ela
ela não
não pode
pode contrair
contrair novonovo matrimônio enquanto Oo
matrimônio enquanto
marido
m viver. Ou
arido viver. Ou podemos
podemos pensar ainda no
pensar ainda no cônjuge
cônjuge cujocujo m marido
arido ou ou
mulher
mulher éé claramente
claramente ““um um maumau caráter”
caráter” ee aa parte
parte inocente
inocente éé deixada
deixada
sozinha
sozinha para levar adiante
para levar adiante aa família
fam ília ou ou sese vê condenada aa viver
vê condenada viver umauma
vida
vida de de solidão
solidão ee frustração.
frustração. Não N ão pode
pode haver
haver novo novo matrimônio
matrimônio
enquanto
enquanto oo desertor
desertor viver.
O MATRIMÔNIO ENCERRA GRAÇAS ESPECIAIS 379

£E lícito,
lícito, evidentemente,
evidentemente, obter obter aa separação
separação civil,
civil, sc
sc for
for necessário
necessário
para
píira o marido ou
o marido mulher se
ou aa mulher protegerem do
se protegerem m alvado ou
cônjuge malvado
do cônjuge ou
desertor. M
desertor. Masas aa separação civis não
divórcio civis
separação ee oo divórcio poderão quebrar
não poderão quebrar
oo vínculo
vínculo matrimonial,
matrimonial. Se Se aa pessoa
pessoa emem questão
questão contraísse
contraísse m matri-
atri­
mônio civil com um novo esposo, separar-se-ia da graça
mônio civil com um novo esposo, separar-se-ia da graça de
de Deus
Deus
para viver ern
para viver pecado habitual.
em pecado sua felicidade
Trocaria aa sua
habitual. Trocaria eterna pelos
felicidade eterna pelos
poucos anos
poiieos anos de de consolo
consolo ee companhia
com panhia que que espera
espera encontrar
encontrar no no seu
seu
segundo “matrimônio”.
segundo “ matrimônio” , Mas mesmo esse consolo estaria minado pela
M as mesmo esse consolo estaria minado pela
certeza de se ter afastado de
certeza de se ter afastado Deus.
de Deus.
Sentimos
Sentimos uma uma grande
grande comcompaixão
paixão pelas pessoas que
pelas pessoas que se véem aa
se vêem
braços com
braços com essa essa alternativa,
alternativa, ee tenta-nos
tenta-nos aa revolta:
revolta: ““Por que Deus
Por que Deus
tem de ser tão intransigente em não desfazer o vínculo matrimonial?
tem dc scr lão intransigente em não desfazer o vínculo m atrim onial?
Por que
Por que não não prevê
prevê alguma
algum a saída para casos
saída para casos de de injustiça
injustiça tão
tão fla-
fla ­
grante?”
grante?”

A resposta
A resposta éé que,que, tendo
tendo DeusDeus decidido
decidido criar criar oo gcnerogênero humano
humano
composto de
composto homem ee mulher,
de homem mulher, ee lendo tendo estabelecido
estabelecido que que os os dois
dois
juntos cooperassem
juntos cooperassem para para povoar
povoar aa terraterra ee também
também oo céu, viu-se obri-
céu, viu-se obri­
gado a fazer do matrimônio uma união permanente, a fim de asse-
gado a fazer do matrimônio uma união permanente, a fim de asse­
gurar oo cumprimento
gurar cumprimento dos dos seus
seus fins
fins (quando
(quando dizemosdizemos “decidido”
“ decidido” ee
““obrigado”,
obrigado” , estamos falando de
estamos falando de Deus
Deus em em termos
termos puramente
puramente huma- hum a­
nos). Se
nos). Se osos filhos
filhos tinham
tinham dc de alcançar
alcançar aa idade idade adulta
adulta na na plenitude
plenitude
da nobreza que Deus quis que tivessem — de filhos de Deus, feitos
da nobreza que Deus quis que tivessem — de filhos de Deus, feitos
àà sua
sua imagem
imagem ee semelhança
semelhança — —, cracra essencial
essencial que que tivessem
tivessem aa estabili­
estabili-
dade emociona],
dade emocional, mentalmental ee espiritual
espiritual que que só só sese pode alcançar cres-
pode alcançar cres­
cendo junto dos pais.
cendo junto dos pais.
Mais
M ais ainda.
ainda. MesmoM esmo que não houvesse
que não houvesse filhosfilhos aa levarlevar em em conta,
conta,
oo fimfim secundário
secundário do do matrimônio
matrimônio continuaria
continuaria aa exigir exigir um umaa união
união per-per­
manente.
manente. Este Este fim secundário éé aa mútua
fim secundário mútua complementação
complementação que que um um
homem
homem cc uma uma mulher
mulher estãoestão destinados
destinados aa alcançaralcançar um um no no outro,
outro, Oo
enriquecimento
enriquecimento ee o o amadurecimento
amadurecimento que que resultam
resultam de de fundirem
fundirem suas suas
vidas numa
vidas numa unidade
unidade nova.
nova. ÉÉ um um fimfim queque jamais
jam ais se se poderia
poderia alcançar
alcançar
sc
sc Oo vínculo
vinculo matrimonial
matrimonial fosse temporário ou
fosse temporário ou rescindível.
rescindível.
Estas
Estas razões
razões nos nos levam
levam aa afirmarafirmar que que aa indissolubilidade
indissolubilidade do do
vínculo matrimonial
vínculo matrimonial está está baseada
baseada na na lei natural, aa qual
lei natural, qual éc obrigatória
obrigatória
mesmo que não
mesmo que não existisse existisse nenhuni decreto posiHvo
nenhum decreto positivo da da parte
parte de de Deus,
Deus,
porque
porque nasce nasce da própria natureza
da própria natureza do homem tal
do homem tal como é.
como c.
Podia-se argumentar:
Podia-se argumentar: ““Sim,
Sim, ludotudo isso
isso está
está muito
muito bem. bem. M Masas
não poderia haver
nao poderia haver umumaa dispensa
dispensa para para os os casos
casos excepcionalmente
excepcionalmente difí­ difí-
ceis?” Infelizmente, se
ceis?” Infelizmente, se ooss planos
planos de de Deus
Deus têm têm que que se cumprir, não
se cumprir, não
pode haver
pode haver exceções.
exceções. QuandoQuando um homem ee uma
um homem uma mulher
mulher sabem sabem que que
tem que
bnn que aceitar-se
aceitar-se um um ao ao outro
outro ““atéaté queque aa morte
morte os os separe”
separe”, , então,
então,
noventa e nove de cada cem casos
noventa e nove de cada cem casos conseguirão levar conseguirão levar para para aa trente
frente
àa sua vida matrimonial.
sua vida matrimonial. Se o
Se o adultério,
adultério, ou ou aa brutalidade,
brutalidade, ou ou aa de-
386) O MATRIMÔNIO

serção, fossem
scrção. fossem razãorazão suficiente
suficiente parapara quebrar
quebrar oo vínculo
vínculo ee dardar oo direito
direito
de
de casar-se
casar-se outraoutra vez, comoo seria
vez, com seria fácil arrumar esses
fácil arrumar esses motivos!
motivos! Para Para
confirmá-lo,
confirmá-lo, basta basta observar
observar essesesses paises
países comcom grandes
grandes facilidades
facilidades para para
o divórcio, cujos índices. juntamente com os de novos matrimônios,
o divórcio, cujos índices, juntamente com os de novos matrimônios,
sobem
sobem continuamente
continuamente de de forma
form a alarmante.
alarmante. N Não;
ão; trata-se
trata-se de de umum caso
caso
em
em queque DeusDeus não não poderá
poderá cederceder nem nem um pouco, se
um pouco, se nãonão quiser
quiser que que
se perca aa sua
se perca sua causa,
causa.
E um dos casos
E um dos casos em em queque um um individuo
indivíduo (por (por exemplo,
exemplo, uma uma mãe mãe
inocente abandonada)
inocente abandonada) tem tem que sofrer pelo
que sofrer pelo bem comum.
bem comum. Os que
Os que
dizem
dizem que que os inocentes nunca
os inocentes nunca deveriam
deveriam “sofrer,
'sofrer, oo que que na realidade
na realidade
querem
querem dizer dizer éé que que aa virtude devera ser
virtude deveria ser praticada
praticada só só quando
quando fosse fosse
fácil
fácil fazê-lo.
fazê-lo. Por Por esseesse princípio,
princípio, seriaseria perfeitamente
perfeitamente aceitável
aceitável que que
um
um católico
católico presopreso num num paíspaís comunista
comunista negassenegasse aa sua sua fé,fé, se
se com
com issoisso
se
se livrasse
livrasse da prisão. Por
da prisão. Por esse
esse princípio,
princípio, os os mártires
mártires teriam
teriam sido sido
uns pobres tontos, e a virtude dependeria simplesmente do pouco
uns pobres tontos, e a virtude dependeria simplesmente do pouco
que de
que de nós
nós se se exigisse.
exigisse.
EE quanto
quanto àà esposaesposa abandonada
abandonada ee ao ao marido solitário, Deus
marido solitário. Deus co- co­
nhece
nhece os seus problemas
os seus problemas melhor melhor que ninguém, ee podem
que ninguém, podemosos estar
estar certos
certos
de
de que
que E Elele lhes
lhes dará
dará o o valor,
valor, aa fortaleza
fortaleza ee aa ajudaajuda necessárias,
necessárias, se se oo
deixarem intervir,
deixarem intervir. AA criançacriança abandonada
abandonada necessitanecessita de de um pai, sim,
um pai, sim,
ee por
por essa razão Deus
essa razão Deus seráserá duplamente
duplamente Pai Pai para
para ela.
ela. Tenhamos
Tenhamos aa
confiança de saber que Deus se preocupa com elas, pelo menos
confiança de saber que Deus se preocupa com elas, pelo menos tantotanto
como
com o nós.nós.
Uma conclusão prática
U m a conclusão prática deriva
deriva de de tudo
tudo isto:
isto: aa de de que
que umum cató­
cató-
lico de
lico de reta
reta consciência
consciência jam jamais deverá sair
ais deverá frequentemente com
sair frequentemente com um um
marido ou uma mulher separados ou divorciados. Normalmente, esta
m arido ou um a mulher separados ou divorciados. Normalmente, esta
companhia
com panhia éé já já de per sisi um
de per um pecado
pecado grave,grave, mesmo
mesmo que que ninguém
ninguém
esteja
esteja pensando
pensando em em casamento.
casamento. AA ocasião
ocasião de de pecado,
pecado, oo perigo
perigo de de
apego, estão
apego, estão sempre
sempre presentes.
presentes.
É útil repetir aqui que
É útil repetir aqui que oo casamento
casam ento de de dois
dois nãonão católicos
católicos pe­ pe-
rante
rante um um Juiz civil ou
juiz civil ou um ministro de
um ministro de outra
outra confissão
confissão ou ou religião,
religião,
éé umum matrimônio
matrimônio verdadeiro
verdadeiro ee válido,
válido, uma união permanente.
um a união permanente. OO não
não
católico divorciado
católico divorciado pode pode pensar
pensar queque éé livre
livre dede contrair novas núpcias,
contrair novas núpcias,
masas os
m os decretos
decretos de de Deus
Deus são diferentes.
são diferentes.

AA P
PREVISÃO
R E V IS Ã O FORJA
F O R JA MATRIMÓNIOS FELIZES
M A T R IM Ô N IO S F E L IZ E S

E triste
E triste ver
ver que,
que, às vezes, algum
às vezes, algumasas pessoas
pessoas póem
põem m mais
ais cuidado
cuidado
na escolha
na escolha de de um
um carro
carro ouou da casa que
da casa que na
na do
do marido
marido ou ou dada esposa,
esposa,
apesar de
apesar de ser esta uma
ser esta união por
uma união por toda
tc^a aa vida,
vida, indissolúvel,
indissolúvel, ppara
ara as
as
horas boas
horas boas ee asas horas más. M
horas más. Mais
ais ainda,
ainda, oo que
que osos noivos
noivos estão esco-
estão esco­
lhendo
lhendo éé uma vocação divina,
um a vocação divina, um estado de
um estado de vida
vida dede que
que dependerá
dependerá
aa sua própria salvação
sua própria salvação e,e, em parte, aa dos
em parte, dos filhos.
A PREVISÃO FORJA MATRIMÔNIOS FELIZES 381

Antes de
Antes de pronunciar
pronunciar o o seu
seu compromisso
compromisso dede celibato
celibato ee de
de aceitar
aceitar
aa sua
sua chamada
chamada ao sacerdócio, um
ao sacerdócio, um jovem pensa ee reza
jovem pensa reza durante
durante muitos
muitos
anos,
anos, sob
sob aa orientação
orientação de
de um
um diretor
diretor espiritual
espiritual competente.
competente. E
E, , ape-
ape­
sar de oo compromisso
sar de compromisso matrimonial tão permanente
ser tão
matrimonial ser tão abso-
permanente ee tão ab so ­
Juto como oo do
luto como celibato, um
do celibato, um jovem
jovem ee uma
uma moça
moça decidem,
decidem, às vezes,
às vezes,
pronunciá-lo
pronunciá-lo depois
depois de poucos meses
de poucos meses (ou
(ou mesmo
mesmo semanas) de conhe­
sem anas) de conhe-
cimento, baseados
cimento, talvez, como
baseados talvez, como única
única recomendação,
recomendação, na na mútua
mútua atra­
aftra-
ção
ção física.
física. Quando esta desaparece,
Quando esta desaparece, não restam senão
nâo restam cinzas.
senão cinzas.
Para
Para aa pessoa
pessoa prudente,
prudente, que que sabe
sabe que
que oo matrimônio
matrimônio éé aa sua sua
vocação, quais sâo
vocação, quais são osos passo
passoss preliminares
preliminares parapara aa escolha
escolha do futuro
do futuro
cônjuge?
cônjuge? A primeira e a mais elementar das precauções há de ser
A primeira e a m ais elementar das precauções há de ser
namorar
namorar alguém
alguém que
que seja católico, ee católico
seja católico, católico praticante.
praticante. QuandoQuando
marido
marido ee mulher
mulher sabem
sabem que que nãonão poderão
poderão ajoelhar-se
ajoelhar-se diante
diante do do altar
altar
para comungar juntos, nem viver sob um código de princípios mo-
para comungar juntos, nem viver sob um código de princípios m o­
rais comum,
rais comum, nem rezar as
nem rezar as mesmas
m esm as orações em companhia
orações em com panhia dos filhos
dos filhos
que
que virão,
virão, dão
dão começo
começo àà sua sua vida
vida de casados com
de casados com um umaa desvanta-
desvanta­
gem terrível. EE aa única
gem terrível. única maneira
maneira de de garantir que alguém
garantir que alguém se se casará
casará
com um bom católico é namorar quem o seja. Isto traz à nossa
com ura bom católico é nam orar quem o seja. Isto traz à nossa
consideração
consideração oo problema
problema dos dos matrimônios
matrimônios mistos:
mistos: ““Caso-me
Caso-m e com com
este rapaz protestante,
este rapaz protestante, queque éé melhor
melhor que muitos católicos
que muitos católicos que que co-
co­
nheço”
nheço” Muito bem. Mas
Muito bem. M as quemquem disse
disse que
que éé umumaa boa
boa idéia querer
idéia querer
casar-se com um
casar-se com um mau católico?
m au católico?

OO princípio
princípio moral
moral básico que rege
básico que rege aa situação que se
situação que se origina
origina
quando
quando um um rapaz
rapaz ee umauma m moça
oça saem frequentemente juntos,
saem frequentemente juntos, cé que que
essa
essa assiduidade
assiduidade só se justifica
só se justifica quando
quando éé parteparte da da procura
procura de de com-
com ­
panheiro
panheiro para para o o sacramento
sacramento do Matrimônio.
do Matrimônio. A constante
A constante ee amistosa
am istosa
relação
relação entreentre duas
duas pessoas
pessoas de de sexo
sexo oposto
oposto ocasiona
ocasiona perigos
perigos morais,
morais,
que são
que são muito
muito reais
reais ee que
que não
não desculpam
desculpam os os nam
namorosoros ““para
para diver-
diver­
tir-se” ee nada
tir-se” nada mais.
mais. Isto não quer
Isto não quer dizer
dizer que um jovem
que um deva casar-se
jovem deva casar-se
com aa primeira
com primeira m moça
oça com quem sata
com quem saia ouou que
que uma
um a moça
moça devedeve con-
con­
trair matrimônio com
trair matrimônio com oo seu seu primeiro
primeiro acompanhante.
acompanhante. T Todo
odo o o pro-
pro­
poósito do
pósito do namoro
namoro éé conhecerem-se
conhecerem-se um um ao ao outro
outro o o suficiente para que
suficiente para que
cada uma das
cada uma das partes possapartes possa responder
responder adequadamente
adequadamente aa esta per-
esta per­
gunta:
gunta; “Poderia eu viver feliz e santamente com esta pessoa, em
“ Poderia eu viver feliz e santamente com esta pessoa, em
matrimônio
matrimônio cristão, para sem
cristão, para sempre?”
pre?” É É bem
bem possível
possível queque seja
seja preciso
preciso
descartar muitos candidatos antes
clcLscartar muitos candidatos antes de de encontrar
encontrar oo adequado.
adequado.
OO que
que oo princípio fundamental do
princípio fundamental do namoro aconselha éé que
namoro aconselha que umum
moço
moço ee uma uma moçamoça não não saiam
saiam juntos
juntos aa não não ser
ser queque ambos
am bos sejam
sejam
livres
livres cc queiram
queiram ee possam
possam contrair
contrair matrimônio,
matrimônio, se se assim
assim oo decidirem.
decidirem.
Este princípio, evidentemente,
Este princípio, evidentemente, proscreve proscreve os encontros regulares
os encontros entre
regulares entre
adolescentes,
adolescentes, um um mai bastante alastrado
mal bastante alastrado na na sociedade
sociedade de de hoje.
hoje. Não
N ão
se
se pode
pode pretender
pretender que jovens ainda
que jovens ainda no no ginásio
ginásio possam casar-se antes
possam casar-se antes
de
de passados
passados muitosmuitos anos.
anos. Pôr-se injustificadamente em
Pôr-se injustificadamente em ocasião
ocasião de
352 O MATRIMÔNIO

pecado grave
pecado grave ““porpor saírem
saírem juntos”
juntos” é, é, com
com toda
toda aa objetividade,
objetividade, um um
pecado grave.
pecado grave. Não Não existe rapaz tão
existe rapaz tão forte nem m
forte nem moça
oça tãotão boa
boa que
que
eliminem
eliminem oo perigo
perigo do do pecado.
pecado.
Para aa m
Para maioria das pessoas,
aioria das pessoas, aa adolescência
adolescência éé um um período
período de de
conflitos emocionais,
conflitos emocionais, porque
porque os os adolescentes
adolescentes se se encontram
encontram em terra
em terra
de
de ninguém:
ninguém; já já não são crianças
não são crianças ee aindaainda não
não chegaram
chegaram aa homens.
homens.
Estão divididos entre o desejo de independência pessoal, próprio da
E stão divididos entre o desejo de independência pessoal, próprio da
maturidade, ee aa relutância
maturidade, relutância em cm abandonar
abandonar aa segurança
segurança da da meninice.
meninice.
Vêem-se perturbados por
Vêem-se perturbados por sentimentos
sentimentos recém-despertados
recém-despertados ee por por ânsias
ânsias
prementes do seu desenvolvimento glandular. Os pais que acrescen-
prementes do seu desenvolvimento glandular. Os pais que acrescen­
tam aa essas
tam essas tensões
tensões umauma nova
nova pressão, animando ou
pressão, animando ou aceitando
aceitando com-
com-
placentemente os
placentemente os nam
namoros
oros de de seus filhos, estão-lhes
seus filhos, estão-lhes causando
causando um um
verdadeiro mal.
verdadeiro mal. JoãoJoão ee Maria
M aria podem
podem form formarar um lindo par,
um lindo par, viver
viver
um romance inocente, encantador, angelical, mas, se continuam sain­
um romance inocente, encantador, angelical, m as, se continuam sain-
do juntos,
do juntos, emem breve
breve isso deixará de
isso deixará de ser assim.
ser assim.

Quando
Quando chega chega aa idade
idade dede casar-se, papai cc m
casar-se, papai mamãe não têm
am ãe não têm queque
fazer
fazer aa escolha
escolha em em lugar
lugar do
do filho
filho ou
ou da
da filha.
filha. EÉ oo filho
filho ou ou filha
filha
quem terá
quem terá dede viver
viver comcom o o cônjuge
cônjuge escolhido,
escolhido, ee devem
devem ser ser cles
cies aa
tomarar aa decisão.
tom decisão.
Não
N ão obstante,
obstante, aa não não ser
ser que
que sejam
sejam uns tolos integrais,
uns tolos integrais, papai
papai
ee mmamãe
am ãe terão
terão aprendido bastante da
aprendido bastante da natureza humana com
natureza humana cora oo trans­
trans-
correr dos
correr dos anos,
anos, ee aosaos quarenta
quarenta ou ou cinquenta saberão atravessar
cinqüenta saberão atravessar aa
máscara
m áscara do encanto superficial
do encanto superficial de umaa pessoa
de um pessoa ee chegar
chegar ao ao seu
seu serser
real muito
real muito m mais
ais facilmente
facilmente que que umum jovem
jovem de de vinte.
vinte.
Jovem sensato é aquele que fala destas coisas
Jovem sensato é aquele que fala destas com oo pai
coisas cora pai ouou
aa mmãeãe antes
antes de contrair um
de contrair compromisso sério
um compromisso sério de casar-se. Insensato
de casar-se. Insensato
éé oo filho
filho ouou filha
filha que
que acolhe
acolhe qualquer
qualquer manifestação
manifestação de de reserva
reserva dos dos
pais
pais com com um um magoado:
m agoado: ““Bom, Bom , aa mim
mim agrada-me,
agrada-me, ee oo que que conta
conta
éé isso”
isso”. . ÉÉ verdade
verdade que que ooss pais
pais podem
podem ter ter preconceitos:
preconceitos: éé difícildifícil
que um
que um paipai admita
admita que que fulaninho
fulaninho éé suficientemente
suficientemente bom bom para lhe
para lhe
levar aa filha;
levar filha; éé difícil
dificil que
que umumaa mãemãe admita
admita queque essa m oça cuidará
essa moça cuidará
tão bem do seu filho como ela o faz. Mas, em geral, os pais conhe-
tão bem do seu filho como ela o faz. M as, em geral, os p ais conhe­
cem
cem os os seus próprios preconceitos
seus próprios preconceitos ee esforçam-se
esforçam-se por ser objetivos
por ser objetivos
em
em suassuas apreciações.
apreciações. EE muito muito m mais quando oo filho
ais quando filho ouou aa filha
filha pa-
pa­
recem
recem estar sinceramente apaixonados.
estar sinceramente apaixonados.
Se aa atitude
Se atitude paterna parece totalmente
paterna parece totalmente irrazoável,
irrazoável, há há um
um terceiro
terceiro
árbitro
árbitro objetivo
objetivo aa quemquem oo jovem
jovem pode
pode recorrer
recorrer para
para obter
obter um bom
um bom
conselho: oo diretor
conselho: diretor espiritual. Tendo em
espiritual. Tendo em conta que oo matrimônio
conta que matrimônio
ºc uma
uma vocação
vocação parapara toda
toda aa vida,
vida, com
com tãotão importantes
importantes ee duradouras
duradouras
consequências,
conseqüências, parece parece de de elementar
elementar sensosenso comum
comum consultar
consultar sobre esta
sobre esta
decisão quem
decisão quem possapossa aconselhar-nos
aconselhar-nos bem: bem: oo nosso
nosso diretor
diretor espiritual.
espiritual.
Além de
Além de pedir conselho ee de
pedir conselho refletir, oo jovem
de refletir, jovem sinceramente
sinceramente cató-cató­
tico deve
lico deve impregnar
impregnar aa sua sua decisão
decisão de de uma
uma contínua oração.
contínua oração. Os
Os pais
4 PREVISÃO FORJA MATRIMONIOS FELIZES 383

podem enganar-se,
podem enganar-se, o O diretor
diretor espiritual
espiritual pode enganar-se, m
pode enganar-se, masas DeusDeus
nunca
nunca se se engana.
engana. Pedir luzes aa Deus
Pedir luzes Deus para para fazerfazer aa escolha escolha ade- ade­
quada em matéria tão delicada e ouvir a sua resposta nos
quada em matéria tão delicada e ouvir a sua resposta nos momen-
momen­
tos dc
tos íntima oração
de íntima oração diantediante do sacrário, são
do sacrário, são passos elementares do
passos elementares do
noivado.
noivado.
confissão ee aa comunhão
A confissão
A frequentes farão
comunhão freqüentes farão parte parte destedeste pro­ pro-
erama de oração. Tendo por meta um lar
grama de oração. Tendo por meta um lar feliz
feliz e
e cristão,
cristão, os
os noivos
noivos
procurarão
procurarão fazer fazer oo queque estiver
estiver ao ao seu alcance para
seu alcance merecer as
para merecer bên-
as bên­
çãos
çãos divinas
divinas para para aà sua sua futura união.
futura uj.ião. Mesmo
M esmo com com aa melhor melhor das das
intenções, a constante companhia que os noivos fazem
intenções, a constante companhia que os noivos fazem um
um ao
ao outro
outro
apresen ta certo
apresenta perigo para
certo perigo virtude da
para aa virtude castidade. Com
da castidade. Com isto,isto, nãonão
querendo semear
estam o s querendo
estamos semear aa som sombrabra da dúvida sobre
da dúvida sobre aa virtude virtude dos dos
jovens. Simplesmente, dizemos que a natureza decaída é a natu-
jovens. Simplesmente, dizemos que a natureza decaída é a natu­
reza decaída ee que
reza decaída que éé um insensato todo
um insensato aquele que
todo aquele que se vanglorna de
se vangloria de
que aa sua
que virtude não
sua virtude não tem ponto de
tem ponto ruptura. P
de ruptura. Para
ara duas pessoas
duas pessoas
que estão
que estão noivas, frequente ee aa Sagrada
confissão freqüente
noivas, aa confissão Sagrada Com Comunhão
unhão são são
melhor garantia de que não começarão a burlar os preceitos divi-
aa melhor garantia de que não começarão a burlar o s preceitos divi­
nos, aa melhor
nos, garantia de
melhor garantia que não
de que não em panarão aa beleza
empanarão santidade
beleza ee aa santidade
matrimônio, tomando
do matrimônio,
do prematrimonais aa que
liberdades prematrimonais
tomando liberdades que nãonão têm têm
direito.
direito. Os noivos que
Os noivos realmente queiram
que realmente queiram que que seu matrimônio seja
seu matrimônio seja
feliz, irão ao
feliz, irão ao altar segurança de
com aa segurança
altar com saber que
de saber que foram felizes em
foram felizes em
guardar-se um
giiardar-se um parapara oo outrooutro sob sob oo controle
controle da da razãorazão ee da graça.
da graça.
Só depois que
Só depois que aa sua união se
sua união realizado com
tiver realizado
se tiver participação de
com aa participação de
Deus, ao contraírem o Matrimônio
Deus, ao contraírem o Matrimônio, , é que buscarão essa unidade de
é que buscarão essa unidade de
mediante oo ato
corpos mediante
corpos nobre ee santo
ato nobre santo que que éé parte
parte do do plano criador
plano criador
Deus, ee que
cie Deus,
de que se converte num
se converte num desafio irreverente aa D
desafio irreverente Deus quando
eus quando
se realiza àà margem
se realiza margem da vontade.
sua vontade.
da sua
Aconselhar
Aconselhar-se prudentemente, orar,
-se pnidcntemente, guardar aa pureza
orar, guardar prematri-
pureza prematri-
monial ee procurar
inoiiial procurar um católico: estes
cônjuge católico:
um cônjuge estes sãosão os alicerces sobre
os alicerces sobre
Os quais se
os quais se constrói
constrói um um matrimônio
matrimóriio feliz, feliz, seguro
seguro ee fecundo.
fecundo.

Se
Se possível, celebrar-se-á dentro
possível, celebrar-se-á dentro da
da Missa.
M issa. Esta
E sta Missa nupcial
M issa nupcial
não éé essencial
não essencial para
para que
que se celebre oo sacramento
se celebre sacramento do do M Matrimônio,
atrimônio, que que
éé recebido quando os
recebido quando os noivos prestam mútuo
noivos prestam consentimento diante
mútuo consentimento diante
do
do sacerdote
sacerdote ee de de outras
outras testemunhas.
testemunhas. Por Por isso,
isso, o o sacramento
sacramento do do
Matrimônio
Matrimônio pode pode ser
ser celebrado
celebrado sem sem Missa.
M issa,
Mas não há
M as não noivos que,
há noivos desejando conseguir
que, desejando toda aa graça
conseguir toda graça queque
lhes seja possível para cumprir
lhes seja possível para cumprir aa sua sua vocação,
vocação, nãonão solicitem
solicitem queque se se
celebre aa M
celebre Missa
issa de casamento.
de casamento. Tanto
Tanto mais que aa Igreja
mais que Igreja recomenda
recomenda
a4 celebração
celebração do matrimônio dentro
do matrimônio dentro dada Missa.
M issa, H Háá nana liturgia
liturgia uma
uma
Missa especial de
M issa especial Ordenação para
de Ordenação para quando alguém se
quando alguém se oferece
oferece aa Deus
Deus no no
sacerdócio. H
sacerdócio. Háá uma
uma M Missa
issa especial
especial de Consagração quando
de Consagração quando se ofe-
se ofe­
tece
rece aa Dcus
Deus umauma igreja
igreja nova,
nova, um um novo edifício. N
novo edifício. Nãoão éé de surpreen-
de surpreen­
der, pois, que
der, pois, que haja uma M
haja uma Missa para os
issa para os nubentes
nubentes queque se se vão
vão dedicar
dedicar
384 O MATRIMÔNIO

aa Deus
Deus como cooperadores da
como cooperadores sua obra
da sua obra dede criação
criação ee redenção,
redenção, como
como
uma
uma pequena
pequena igreja
igreja dentro
dentro da sua Igreja.
da sua Igreja. Esta
Esta éé aa importância
importância que
que
aa Igreja
Igreja concede
concede ao sacramento do Matrimônio.
ao sacramento do Matrimônio.
Os
Os esposos
esposos católicos que encarem
católicos que encarem aa suasua união como uma
união como uma voca­
voca-
ção
ção divina
divina receberão
receberão oo sacramento
sacramento do do Matrimônio
Matrimônio depois de um
depois de um
noivado casto, em
noivado casto, em que
que se conservaram perto
se conservaram perto de Deus pela
de Deus pela oração
oração ee
pelos sacramentos, e ajoelhando-se juntos para receber a Sagrada
pelos sacramentos, e ajoelhando-se juntos para receber a Sagrada
Comunhão
Comunhão durante
durante aa M
Missa
issa de
de casamento: aqui está
casamento: aqui está um
um matrimônio
matrimônio
em que
em que tanto os noivos
tanto os noivos comcomoo asas pessoas que os
pessoas que os amam poderão
amam poderão
apolar-se, inteiramente certos de que não lhe faltará solidez.
apoiar-se, inteiramente certos de que não lhe faltará solidez.

PATERNIDADE
P A T E R N ID A D E RESPONSAVEL
R ESPO N SÁ V EL

Nestes últimos
Nestes últimos tempos,
tempos, fala-sefala-se muitomuito de de ““paternidade
paternidade respon- respon­
sável”, . São
sável” São comentários
comentários que que se se inspiram
inspiram em dois fatores.
cm dois fatores. Um, o
Um, o
perigo imaginado
perigo imaginado por alguns demógrafos
por alguns demógrafos de de que
que aa terra
terra sese povoará
povoará
até
até o o ponto
ponto de não haver
de não alimento suficiente
haver alimento suficiente parapara todos.
todos. OO outro, outro,
oo custo crescente do
custo crescente do atendimento
atendimento médico, médico, da da educação
educação ee form formação
ação
cultural
cultural de de queque os os filhos
filhos necessitam
necessitam para para integrar-se
integrar-se com com êxitoêxito na na
vida do mundo moderno.
vida do mundo moderno.
A paternidade
A paternidade responsável
responsável significa
significa que que os os pais
pais devem
devem viver viver aa
prudência
prudência cristã cristã ao ao engendrar
engendrar seus seus filhos.
filhos. Generosos
Generosos ee realistas,
realistas, de­de-
vem considerar as
vem considerar as suas
süas circunstâncias
circunstâncias atuais atuais ee agir
agir em consequência,
em conseqüência.
Nisto nada há de anticristão.
Nisto nada há de anticristão. Deus dotou-nos de inteligência, ee
Deus dotou-nos de inteligência,
espera que
espera que os os esposos
esposos saibam
saibam usá-lausá-la àà hora hora dede cooperarem
cooperarem na na con-
con­
tinuidade da
tinuidade da obra
obra divina
divina da Criação.
da Criação.
A questão
A questão crucial
crucial surgesurge quando
quando se se consideram
consideram os os meios
meios para para
conseguir
conseguir esta paternidade responsável.
esta paternidade responsável, Abster-se do
Abster-se uso do
do uso matri-
do matri­
mônio
mônio por por consentimento
consentimento mútuo mútuo ee livre,livre, tanto
tanto periodicamente
periodicamente como como
por
por longas temporadas é,
longas temporadas é, certamente,
certamente, um um direito
direito legítimo
legitimo dos dos esposos.
esposos.
Prevenir
Prevenir aa concepção
concepção por meios mecânicos
por meios mecânicos ou químicos já
ou químicos já éé doutrina
doutrina
contrária
contrária àà lei lei natural
natural e,e, portanto,
portanto, gravemente
gravemente pecaminosa.
pecaminosa. De acor­
De acor-
do
do comcom os ensinamentos da
os ensinamentos da Igreja,
Igreja, só só em determinadas circunstân-
em determinadas circunstân­
cias pode
cias pode ser ser lícita
lícita aa limitação
limitação da da natalidade mediante oo recurso
natalidade mediante recurso àà
continência periódica.
continência periódica. “Se, para espaçar
“ Se, para espaçar os os nascimentos
nascimentos existem existem
motivos sérios,
motivos sérios, derivados
derivados das condições físicas
das condições físicas ou ou psicológicas
psicológicas dos dos
cônjuges ou
cônjuges ou de circunstâncias exteriores,
de circunstâncias exteriores, aa IgrejaIgreja ensina
ensina que que então
então
éé lícito ter em
lícito ter em conta
conta os os ritmos
ritmos naturais, imanentes às
naturais, imanentes às funções
funções gera-gera­
doras, para
doras, para usar
usar do do matrimônio
matrimônio só só nos
nos períodos infecundos” | (Paulo
períodos infecundos” (Paulo
VVI,I, HHumanae Vitae, n
um anae Vitae. n.º,° 16).
16).
Masas não
M não se se há há dede esquecer
esquecer que que devem
devem existir causas propor-
existir cansas propor­
cionalmente graves para adotar essa conduta (diversos documentos
cionalmente graves para adotar essa conduta (diversos documentos
do M
do Magistério
agistério empregam
empregam as as expressões
expressões ““motivos sérios ec proporcio-
motivos sérios proporcio­
PATERNIDADE RESPONSAVEL 385

nados”,
nados” , “graves razões pessoais”,
‘/ graves razoes pessoais” , “motivos
‘ motivos morais suficientes ee se-
morais suficientes se­
euros”
guros” “justas causas”
“ justas causas” )): se não fosse assim, “só o fato de os
: se não fosse assim, “ só o fato de os
cônjuges não
cônjuges não atacarem
atacarem aa natureza
natureza do ato ee estarem
do ato estarem também
também dispos­
dispos-
tos aà aceitar
tos aveltar oo filho
filho que. não obstante
que, não obstante as suas precauções,
as suas precauções, viesse
viesse àà
luz, não bastaria por si só para garantir a retidão da intenção ee aa
liiz, não bastaria por si só para garantir a retidão da intenção
moralidade
moralidade irrepreensível
irrepreensível dos próprios motivos”
dos próprios motivos” (Pio
(Pio XXII,
II, Alocução,
Alocução,
29-10-1951). Portanto,
29-10-1951). Portanto, Irata-se
trata-se de ver em
de ver cada easo
em cada caso se concorrem
se concorrem
as
as circunstâncias
circunstâncias queque permitem seguir esse
permitem seguir esse caminho.
caminho. EÉ uma
uma situa­
situa-
cão delicada, que não se deve resolver sem recorrer à oração ee aos
ção delicada, que não se deve resolver sem recorrer à oração aos
sacramentos, ecc àà orientação
sacramentos, orientação dede um
um confessor
confessor de
de reto
reto critério.
CarituLo XXXVI

O S sSACRAMENTALS
OS a c r a :\i e x t a i s

AGENTES
A G E N T E S DA
DA GRAÇA
GRAÇA

AA palavra
palavra ““sacramental” assemelha-se muito
sacramental” assemelha-se muito àà palavra
palavra ““sacra-
sacra­
mento”,
mento” , ee com com motivo, pois ““sacramental”
motivo, pois sacramental” significa:
significa; “algo“ algo seme-
seme­
lhante
lhante aa um um sacramento”, embora haja
sacramento” , embora haja um umaa grande diferença entre
grande diferença entre
um
um ee outro.
outro. Um Um sacramento
sacramento éé um um sinal
sinal externo
externo instituído
instituído porpor Jesus
Jesus
Cristo
Cristo comcom oo fimfim dede dar
dar aa graça
graça às às nossas almas. Um
nossas almas. Um sacramental
sacramental
éé também
também um sinal externo, mas os sacramentais foram instituídos
um sinal externo, m as os sacramentais foram instituídos
pela Igreja
pela Jgreja ee não
não dãodão aa graça
graça por si, antes
por si. antes nosnos preparam
preparam para para aa
graça, despertando
graça, despertando em em nós sentimentos de
nós sentimentos de féfé ee de
de amor;
amor; intercedem
intercedem
diante
diante dede Deus para que
Deus para que nos conceda aa sua
nos conceda graça. Qualquer
sua graça. Qualquer graça
graça
que possamos
que possam os obter pelo uso
obter pelo uso dos sacramentais vem
dos sacramentais vem das nossas dis-
das nossas dis­
posições interiores
posições interiores ee do poder da
do poder da oração
oração da da Igreja,
Igreja, que garante os
que garante os
sacramentais.
sacramentais.
Veremos tudo
Veremos isto m
tudo isto mais
ais claramente
claramente se se examinarmos
examinarmos um um dosdos sasa- ­
cramentais
cramentais que que nosnos éé mais
m ais familiar:
fam iliar: aa águaágua benta.
benta. AA água benta
água benta
éé pura
pura água da tomneira, que a Igreja, por meio do sacerdote, abençoa.
água da torneira, que a Igreja, por meio do sacerdote, abençoa.

Ao
A o abençoá-la,
abençoá-la, o o sacerdote
sacerdote dirige-se
dirige-se aa DeusDeus comcom aa seguinte
seguinte
oração:
oração: “Deus“ Deus eterno
eterno cc todo-poderoso,
todo-poderoso, quisestes
quisestes queque pela água, fonte
pela água, fonte
de vida ee princípio
de vida princípio de purificação, as
de purificação, as nossas
nossas alm almasas fossem purifi-
fossem purifi­
cadas e recebessem o prêmio
cadas e recebessem o prêmio da
da vida
vida eterna.
eterna. Abençoai
Abençoai esta água
esta água
para
para que nos proteja
que nos neste dia
proteja neste que vos
dia que renovai em
consagrado, ee renovai
vos éé consagrado, em
viva da
fonte viva
nós aa fonte
nós da vossa graça, aa fim
vossa graça, de que
fim de que nos livre de
nos livre de todos
todos
os
os m possamosos aproximar-nos
ales ee possam
males aproximar-nos de coração puro
com oo coração
V ós com
de Vós puro €e
receber
receber aa vossa
vossa salvação”.
salvação” .
Isto éé aa água
Isto benta. AA Igreja
água benta. Igreia tomou
tomou um um elemento comum da
elemento comum da
vida cotidiana
vida converteu em
cotidiana ee oo converteu instrumento da
em instrumento da graça, embora não
graça, embora não
dispensador da graça, não portador direto
dispensador da graça, não portador direto da
da graça,
graça, como
como são
são Os
os
as”
AGENTES DA GRAÇA

sacramentos,
sacrame ntos. pois pois só só o o poder
poder pessoal
pessoal de Jesus pode
de Jesus fazê-lo.
pode iazè-Io. Com
Com
a
todo o poder que, como Corpo Mísuco de Cristo, lhe é próprio, a
todo o poder que, como Corpo M isiico de Cristo, lhe é próprio,
jgreja
Igreja dirige
dirige aa DeusDeus uma uma súplica
súplica queque se se estende
estende aa todostodos os que
os que
devotamente
devotamente utilizem
utilizem essa essa água
água benta
benta em nome de
cm nome Cristo.
de Crislo.
Quando usamos a água benta com devoção, refugia
Quando usamos a água benta com devoção, refugi mo-nos sob
amo-nos sob
aa ampla
ampla oração
oração da da igreja, como as
Igreja. como crianças procuram
as crianças proteger-se
procuram proteger-se
da
da chuva
chuva refugiando-se
refugiando-se debaixo debaixo do guarda-chuva aberto
do guarda-chuva aberto pela mãe,
pela mãe.
Um a fé
Uma fé interior
interior na na am providência divina
orosa providencia
amorosa consciência da
divina ee aa consciência da
nossa total dependência de Deus, são as disposiç
nossa total dependência de Deus, são as ões
disposições pessoais
pessoais que
que
tornarão
tornarão aa oração
oração da da Igreja
Igreja eficaz
eficaz em nós.
em nós. Esta
E raiz
dupla raiz
sta éé aa dupla
da eficácia dos
da eficácia sacramentais: aa oração
dos sacramentais: oração da Igreja ee as
da Igreja disposições
as disposições
interior es dc
interiores dc quem
quem os os usa.
usa.

Alguns sacramentais
Alguns sacramentais são são coisas, outros ações.
coisas, outros ações. AlémAlém da da água
água
benta, há muitas coisas que a Igreja abençoa e que. com essa bênção,
benta, há muitas coisas que a Igreja abençoa e que, com essa bênção,
destina aa usos
destina religiosos.
usos religiosos. Entre elas
Entre elas estão
estão os os que chamamos
que cham artigos
am os artigos
de devoção: velas,
de devoção: velas, cinzas.
cinzas, palmpalmas. crucifixos, medalhas,
as, crucifixos, medalhas, terços, esca:
terços, esca-
pulários, imagens
pulários, imagens do Senhor, da
do Senhor, da Virgem
Virgem ee dos santos,
dos santos.
Os sacramentais que são ações compreendem diferentes
Os sacramentais qiie são ações compreendem diferentes bênçãos
bênçãos
ee exorcismos
exorcismos que que aa Igreja
Igreja concede
concede por por meio
meio dos seus bispos
dos seus bispos ee sacer-
sacer­
dotes. Algumas
dotes. A lgum as destas
destas bênçãos
bênçãos têm têm por
por fimfim dedicar
dedicar alguma
alguma coisacoisa
ao culto divino. como um cálice, um altar, paramentos litúrgicos, etc,
ao culto divino, como um cálice, um altar, paramentos ülúrgicos, etc.
Outras destinam-se
Outras destinam-se simplesmente
simplesmente aa invocar invocar aa misericórdia
misericórdia ee aa pro- pro­
teção de
teção Deus sobre
de Deus sobre aa coisa
coisa ou ou pessoa
pessoa que que sese benze,
benze. como
como um um lar,
lar.
um automóvel.
um campos ee colheitas,
automóvel, campos colheitas, crianças
crianças ou ou doentes. Pouca gente
doentes. Pouca gente
conhece a grande abundância de bênçãos com que a Igreja proveu
conhece a grande abundância de bênçãos com que a Igreja proveu
oo seu
seu depósito
depósito de de sacramentais.
sacramentais. Háá uma
H uma bênção,
bênção, quer dizer, uma
quer dizer, uma
oração oficial,
oração oficial, com
com todo todo o o poder
poder de de Cristo
Cristo apoiando
apoiando aa sua sua Igreja.
Jgreja.
para praticamente
para praticamente cada cada necessidade
necessidade ou instrumento de
ou instrumento de importância
importância
na vida
na humana.
vida humana.

Um sacramental
Um sacramental de de um um gênero
gênero muito especial éé oo exorcismo,
muito especial exorcismo,
pelo qual
pelo qual aa Igreja,
Igreja. cm cm nome
nome de Cristo, manda
de Cristo, manda ao ao demônio
demônio que que aban-
aban­
done oo corpo
done corpo de de umauma pessoa
pessoa dc de quem
quem se se tenha
tenha apossado.
apossado. Antes
Antes
da morte
da morte de de Jesus
Jesus na na cruz,
cruz. oo poder
poder de de Satanás
Satanás sobresobre oo homem
homem ee
aa natureza
natureza era era muito maior que
muito maior que agora.
agora. Por Por isso
isso aa possessão
possessão dia- dia­
bólica era
bólica muito mais
era muito mais frequente antes do
freqüente antes do Calvário
Calvário do do que agora.
que agora.
Por sua
Por sua morte, Jesus redimiu
morte, Jesus redimiu o o homem
homem ee anulou
anulou oo domínio
domínio de de Sata-
Sata-
nas. Raras vezes agora
nas. R aras vezes agora — ee para — para alcançar
alcançar um um bem bem que que sósó Ele
Ele
conhece
conhece — — Deus
Deus permite
permite aa pos.sessão
possessão diabólica.
diabólica.
Por
Por esta
esta razão,
razão, antes
antes dede permitir
permitir um um exorcismo
exorcismo oficial,
oficial, aa Igreja
Igreja
ée muito cuidadosa
muito cuidadosa em em verificar
verificar se se se
se trata
trata dede umum casocaso dede possessão
possessão
real ou
real ou dede umum simples
simples desequilíbrio
desequilíbrio mental.
mental. Só o
Só o sacerdote
sacerdote nomnomea- ea­
do pelo bispo pode realizar um exorcismo solenemente. Quando
do pelo bispo pode realizar um exorcismo solenemente. Quando
389 OS SACRAMENTAIS

têm lugar,
lêm lugar, éé m
muito"
uito'difícil ter notícia
difícil ter notícia desses
desses exorcismos,
exorcismos, pois
pois aa Igreja
Igreja
estabelece com muito rigor que se guarde segredo total por parte
estabelece com muito rigor que se guarde segredo total por parte
de todos
de todos os
os que neles participam.
que neles participam.
Alguns dos
Alguns dos sacramentais
sacramentais mais m ais usados
usados numnum lar
lar católico são oo
católico são
crucifixo, a água benta e os círios ou velas bentas.
crucifixo, a água benta e os círios ou velas bentas. O mais usado
O mais usado
pelas pessoas
pelas pessoas éé oo escapulário
escapulário do Carmoo ou,
do Carm ou, emem sua substituição, aa
sua substituição,
medalha-escapulário.
medalha-escapulário.

Nos
N os lares
lares dos católicos que
dos católicos procuram ter
que procuram ter nana féfé oo motor
motor da sua
da sua
vida, o crucifixo ocupa um lugar proeminente.
vida, o crucifixo ocupa um lugar proeminente. E colocado numa
È colocado numa
parede ou
parede ou sobre
sobre um um móvel
móvel ou peanha da
ou peanha da sala
sala m mais digna da
ais digna da casa,
casa,
ee também
também nos quartos de
nos quartos de dormir.
dormir. O O valor
valor de de umum crucifixo
crucifixo comocomo
ajuda para
ajuda para aa oração
oração ee parapara aà vida
vida cristã
cristã cé evidente:
evidente: não não háhá símbolo
símbolo
que nos lembre tão vivamente o infinito amor de Deus pelo homem
que nos lembre tão vivamente o infinito amor dc Deus pelo homem
como esta
como esta imagem
imagem do do próprio
próprio Filho
Filho de Deus pregado
de Deus pregado na na cruz
cruz por por
amor
am or dede nós, para que
nós, para quc possamos alcançar aa vida
possam os alcançar vida eterna.
eterna. Nada N ada pode
pode
incitar-nos mais
incitar-nos mais ao ao arrependimento
arrependimento dos nossos pecados
dos nossos pecados do que essa
do quc essa
representação de
representação de Jesus
Jesus crucificado
crucificado por por nossas culpas.
nossas culpas. Nada pode
N ada pode
ser melhor
ser âncora cm
melhor âncora cm nossas tribulações ee contrariedades
nossas tribulações contrariedades de de cada
cada
dia que
dia que esta imagem de
esta imagem de Cristo agonizante, que
Cristo agonizante, que dá dá sentido
sentido ee valor
valor
ao nosso sofrimento.
ao nosso sofrimento.
Num
Num lar lar católico,
católico, éé bom que haja
bom que também água
haja tambcm água benta.
benta. A A água,
água,
clemento
elemento universal
universal de limpeza, não
de limpeza, requer explicações
não requer explicações complicadas
com plicadas
como simbolo do
como símbolo poder purificador
do poder purificador da da graça
graça de de Deus.
Deus. Já se expôs
J á se expôs
atrás
atrás oo valor
valor da da águaágua benta como sacramental.
benta como sacramental. ÉÊ surpreendente
surpreendente
que
que nãonão sese vejam
vejam m mais
ais católicos encherem seus
católicos encherem seus frasquinhos
frasquinhos com com aa
água benta que lhes podem facilitar em todas as igrejas.
água benta que lhes podem facilitar em todas as igrejas.

Em
Em muitos
muitos lareslares católicos
católicos há há também
também alguns círios ou
alguns círios ou velas
velas
hentas.
bentas, guardados
guardados num lugar dc
num lugar de fácil
fácil acesso
acesso ou ou colocados
colocados eim em dois
dois
candelabros
candelabros ao ao lado
lado da imagem do Crucificado.
da imagem do Crucificado. O uso de lampa-
O uso de lam pa­
rinas ou
rinas ou velas
velas como
como elemento
elemento acessório
acessório do do culto
culto religioso parece ter
religioso parece ter
sido uma
sido prática universal)
uma prática universal na na história
história do homem.
do homem. Mesmo
M esmo entreentre osos
pagãos e,e, evidentemente.
pagãos evidentemente, entre entre os antigos judeus,
os antigos judeus, as as velas
velas tinham
tinham
por
por expresso desígnio de
expresso desígnio de Deus
Deus um papel importante nas cerimônias
um papel importante nas cerimônias
religiosas. Na
religiosas. primitiva Igreja.
N a primitiva Igreja, asas velas
velas ec outras
outras luzes
luzes eram eram neces-
neces­
sárias porque
sárias porque o o Santo Sacrifício sc
Santo Sacrifício sc oferecia
oferecia na na escuridão
escuridão da da madru-
m adru­
gada ou
gada ou nas trevas das
nas trevas das catacum
catacumbas. Aliás. não
bas. Aliás, não éé dede estranhar
estranhar que que
oo uso
uso das
das velas
velas tenha
lenha acudido
acudido àà imaginação
imaginação dos dos primeiros cristãos co­
primeiros cristãos co-
mo
mo simbolo
símbolo de de Cristo,
Cristo, LuzLuz dodo mundo
mundo (Lc (Lc 1,1, 78-79).
78-79).
A Igreja
A Igreja apressou-se
apressou-se aa santificar este simbolismo
santificar este simbolismo ao ao prescrever
prescrever
expressamente o uso de velas no culto divino: devem arder duas
expressamente o uso de velas no culto divino: devem arder duas ou ou
mais velas na
mais velas Santa M
na Santa Missa
issa ee na
na administração
administração da maioria dos
da maioria dos sasa-­
cramentos ee em
cramentos em muitas
muitas outras cerimônias religiosas.
outras cerimônias religiosas. Se
Se um um sacer-
DA CGHAÇA 389
AGENTES

tltuc lc\a
dote leva aà Sagrada
Sagrada C om unhão
Comunh ão aà um
um enfermo,
enfermo, as
as velas
velas ardem também
ardem lambém
na mesinlia onde se coloca
na mesinha onde se coloca a Hóstia. a Hóstia. Nalguns países, acendem ve­
Nalguns países, acendem ve-
ias bentas lados de
dois lados
dos dois vrucifixo enquant
um crucifixo o os membros
as bentas dos de um enquanto os membros
da família
da família sc
se ajoelham rezar juntos
para rezar
ajoelham para diárias ou
orações diárias
as orações
juntos a.i terço.
ou oo terço.

ÀA exceção
exceção das das contas
contas bentas
bentas do do rosário,
rosário, o sacramental mais
o sacramental mais usado
usado
pelas pessoas
pelas pessoas éé possivelmente escapulário do
possivelmente oo escapulário Consiste em
Carmo. Consiste
do Canno. em
duas peças retangulares de
duas peças retangulares de lã marrom (as estampas lã marrom (as estam pas que
que trazem
trazem não
não
são essenciais),
são essenciais), unidas unidas por fitas ou
duas fitas
por duas ou cordões levados sobre
cordões levados sobre os os
ombros. A
ombros. maioria de
A maioria dc nós
nós recebeu quando se
escapulário quando
recebeu oo escapulário se prepa-
prepa­
rava para a primeira comunhão, provavelmente sem perceber bem
rava para a primeira comunhão, provavelmente sem perceber bem
do
do que que sese tratava.tratava.
OO costume
costume de de usarusar oo escapulário
escapulário data data da da Idade
Idade Média.
Média. Na- N a­
quela época, era frequente permitir-se aos leigos ingressarem nas or-
quela época, era freqüente permitir-se aos leigos ingressarem nas or­
dens
dens religiosas
religiosas como como “oblatos”
“ oblatos” ou ou membros
membros associados.
associados. EstesEstes oblatos
oblatos
participavam
participavam das das orações
orações ee boas boas obras
obras dosdos monges,
monges, ee era-lhes
era-lhes per- per­
mitido usar o escapulário monástico.
mitido usar o escapulário monástico, Esse escapulário (da palavra
Esse escapulário (da palavra
latina
latina “scapula”,
“ scapula” , que que significa
significa “ombro”)
“ ombro” ) éé uma uma longa
longa peça
peça de de pano
pano
que
que se se enfiava
enfiava pela pela cabeça
cabeça do do monge,
monge, cobrindo-lhe
cobrindo-lhe aa frentefrente ee as as
costas, sobre a túnica.
costas, sobre a túnica, Para ficarem mais práticos, os escapulários
Para ficarem mais práticos, os escapulários
usados
usados pelos pelos membros
membros leigos leigos das das ordens
ordens religiosas
religiosas começaram
começaram aa di- di­
minuir
minuir de de tamanho,
tamanho, até até chegarem
chegarem ao ao irredutível
irredutível minimo
mínimo dos dos escapu-
escapu­
lários de hoje.
lários de hoje.
Nos
N os nossos
nossos dias, dias, há há um um total
total de de dezoito
dezoito tipos
tipos dede escapulários
escapulários
difundidos
difundidos entre cntrc os os católicos,
católicos, cada cada um um originado
originado numa numa ordem
ordem reli-reli­
glosa
giosa diferente.
diferente. Mas M as oo mais
m ais usado
usado éé oo escapulário
escapulário marrom
marrom da da Or-
O r­
dem
dem Carmelita,
Carmelita, cuja cuja especial
especial patrona
patrona éé aa Virgem
Virgem do do Carmo.
Carmo. AA po- po­
pularidade
pularidade do do escapulário
escapulário marrom marrom éé devida,devida, em em parte.
parte, aa uma
uma visão
visão
atribuída
atribuída aa São São Simão
Sim ão Stock,
Stock, um um dos dos carmelitas
carmelitas do do século
século XIII.
X III. Afir-
A fir­
ma-se
ma-se que que aa Santíssima
Santíssima Virgem Virgem Maria M aria prometeu
prometeu aa São São Simão
Simão que que
ninguém
ninguém morreria morreria em em pecado
pecado mortal
mortal se se usasse
usasse oo seu.
seu escapulário.
escapulário.
ÀA visão
visão de de São São Simão
Sim ão Stock
Stock éé uma uma tradição
tradição piedosa
piedosa ee não não ma-
m a­
téria de fé, não é algo
téria de fé, não é algo em que devamos em que devamos crer crcr necessariament
necessariamente. e. Mas,
M as,
quer
quer creiamos
creiamos ou ou não não na na autenticidade
autenticidade da da visão,
visão, devemos
devemos ter ter pre-
pre­
sente
sente que que muitos
muitos Papas P apas fomentaram
fomentaram oo uso uso dodo escapulário
escapulário do do Carmo
Carm o
ee lhe concederam
lhe concederam indulgências, comoindulgências, como uma uma devoção
devoção gratagrata aa Santa
Santa
Maria:
M aria: ao ao usá-lo.
usá-k), ficamos
ficam os sob sob oo seu seu amparo
amparo maternal;
maternal; ee aqueles
aqueles aa
quem
quem foi foi colocado
colocado pelo pelo sacerdote
sacerdote participam
participam das das Missas,
M issas, orações
orações €e
boas obras da
boas obras da Ordem Carmelita.Ordem Carmelita.
Uma
Um a vez vez colocado,
colocado, pode-se pode-se substituí-lo
substituí-lo por por uma
um a medalha-esca-
medalha-esca-
pulário
pulário que que se se traz
traz constantement
constantemente e sobre
sobre oo corpo,
corpo, como
como uma
uma etiqueta
etiqueta
ou selo que nos lembra
ou selo que nos lembra a cada momento aa nossaa cada momento nossa dedicação
dedicação àà Mãe Mãe
de
de Deus
Deus ce M Mãeãe n noss:.
ossa.
a píiu l ü x
CaPiLULO
C xxvir
XXXVI

AA ORAÇÃO
ORAOÃO

QUE É AA O
QUE É ORAÇÃO
R A Ç Ã O EE PO
PORR Q
QUE ORAR?
UE O RAR?

Talvez não
Talvez não nos tenhamos apercebido
nos tenhamos apercebido suficientemente
suficientemente do do grande
grande
privilégio que
privilégio que éé oo podermos
podermos falar falar comcom DeusDcus na oração. ÉÉ duro
na oração. duro
imaginar
imaginar como como teriateria sido
sido aa nossa
nossa vidavida se se Deus
Deus tivesse
tivesse optado
optado por por
agasalhar-se sob
agasalhar-se sob oo manto
manto da da suasua majestade,
majestade, deixando
deixando que que os:
os ho­ho-
mens se arranjassem como pudessem.
mens se arranjassem como pudessem. Se não houvesse comunicação
Se não houvesse comunicação
possível
possível entre Deus ee nós,
entre Deus seríamos como
nós, seriamos barcos sem
como barcos leme nem
sem leme nem rá­ rá-
dio,
dio, àà deriva
deriva no no meio
meio do do oceano,
oceano, sem direção, nem
sem direção, nem guia, nem es­
guia, nem es-
perança.
perança.
AA oração
oração se se define
define como
como ““aa elevação
elevação da da mente
mente ee do do coração
coração
aa Deus”
Deus”. . Elevamos
Elevam os aa nossa mente aa Deus
nossa mente Deus quando
quando concentramos
concentramos
nEle
nEle aa nossa
nossa atenção,
atenção, comocomo quando
quando nos dirigimos aa alguém
nos dirigimos alguém aa quemquem
temos
temos uma uma importante
importante mensagem
mensagem aa comunicar
comunicar ee estamosestam os verdadei-
verdadei­
ramente empenhados em
ramente empenhados em consegui-lo;
consegui-lo; como como quando
quando concentramos
concentramos aa
nossa atenção em
nossa atenção em quem
quem tem tem algo
algo importante
importante aa dizer-nos,
dizer-nos, ee nãonão que-que­
remos perdê-lo.
remos perdê-lo. Elevamos
Elevam os oo nosso nosso coração
coração aa Deus quando deixa-
Deus quando deixa­
mos que a nossa vontade seja arrebatada por um ato de amor; como
m os que a nossa vontade seja arrebatada por um ato de am or; como
o marido
o marido que, que, porpor cima
cima dodo jornal aberto, contempla
jornal aberto, contempla aa mulhermulher ee oo
filho
filho pequeno,
pequeno, ee éé arrastado
arrastado aa um um atoato dede amor
amor por eles, talvez
por eles, talvez semsem
pronunciar
pronunciar uma unia palavra
palavra sequer.
sequer.
A necessidade de orar (e
A necessidade de orar (e sem
sem oração
oração não não há há salvação)
salvação) está está
enraizada
enraizada na própria natureza
na própria natureza do do homem,
homem, que que éé criatura
criatura de Deus e€
de Deus
beneficiário de
beneficiário suas mercês.
de suas mercês. Foi Foi Deus
Deus que que nosnos fez,
fez, no
no corpo
corpo ee na na
alma,
alma. Somos seus cem por cento. Todo o bem que ternos vem-nos
Som os seus cem por cento. Todo o bem que temos vera-nos
de Deus;
de dependemos dEle
Deus; dependemos dEle até para oo ar
até para ar que respiramos.
que respiramos.
Por esta relação
Por esta relação que que temos
temos com com Deus,
Deus, devemos-lhe
devemos-lhe aa obrigação
obrigação
de orar. AA oração
de orar. oração éé um um atoato de de justiça,
justiça, nãonâo umum voluntário
voluntário ato ato de de
piedade;
piedade; éé um dever que
um dever que temos
temos de de cumprir,
cumprir,- nãonão um gesto amável
um gesto amável
que,
que, graciosamente,
graciosamente, nos nos dignamos
dignamos fazer.
QUE E A ORAÇÃO E POR QUE ORAR? 391

Em primeiro lugar,
Em primeiro lugar, devemos reconhecer aa infinita
devemos reconhecer infinita m ajestade de
majestade de
Deus,
Deus, seu seu supremo
supremo poder poder como como A Amo Senhor de
m o ee Senhor Criação:
toda aa Criação:
de toda
este é o primeiro e o principal fim da oração.
este o primeiro e o principal fim da oração. Oferecer
Oferecer Deus
aa Deus
uma adoração digna
uma adoração digna dEle dEle era primeira das
era aa primeira intenções de
das intenções Jesuss ao
de Jesu ao
entregar-se na cruz, e também a primeira intenção na oração
entregar-se na cruz, e também a primeira intenção na oração que
que
compôs ee nos
Ele compôs
Ele nos deu:deu: ““Santificado
Santificado seja vosso nome”.
seja oo vosso nome” . Também Também
deve ser
deve ser aa primeira
primeira das intenções ao
nossas intenções
das nossas ao orar.
orar.
Devemos, além disso, reconhecer a infinita bondade
Devemos, além disso, reconhecer a infinita bondade de de Deus,Deus,
ee agradecer-lhe
agradecer-lhe os inumeráveis favores
os inumeráveis favores ee benefícios
benefícios que que nos nos conce­
conce-
deu. Por
deu. Por cada
cada graçagraça que que recebemos
recebemos da da m mãoão de Deus na
de Deus nossa vida,
na nossa vida,
há dez
há dez mil mil maismais que que só só conheceremos
conheceremos na eternidade, quando
na eternidade, quando se se
desdobrar ante os nossos olhos o plano completo
desdobrar ante os nossos olhos o plano completo de
de Deus
Deus para
para nós.
nós.
Som os como
Somos crianças pequenas
como crianças pequenas que que se se dãodão contaconta do do am amoror de sua
de sua
mãe
m ãe quando
quando esta esta lheslhes sacia
sacia aa fomefome ee lhes lhes cura
cura as as feridas;
feridas; ee reconhecem
reconhecem
o amor do pai quando este lhes dá presentes e brinca com elas;
o am or do pai quando este lhes d á presentes e brinca com elas; m masas
não têm
não têm aa menormenor consciência
consciência das das precauções
precauções ee cuidados, cuidados, das das previ­
previ-
sões
sões ee planos,
planos, das das preocupações
preocupações ee sacrifícios sacrifícios que que se se derram
derramaram aram so so- ­
bre estes seres pequenos e despreocupados.
bre estes seres pequenos e despreocupados. Assim devemos a Deus
A ssim devemos a Deus
mais gratidão pelos
m ais gratidão pelos dons dons que que não não conhecemos
conhecemos do do queque por por aqueles
aqueles
que conhecemos.
que conhecemos. E este
E este éé o o segundo
segundo fim fim ddaa oração:
oração: agradecer
agradecer aa
Deus os
Deus os seus
seus benefícios.
benefícios.
Como pertencemos aa Deus
Como pertencemos Deus até até aa última
última fração
fração do do último
último milímetro
milímetro
do nosso ser,
do nosso devemos-lhe uma
ser, devemos-lhe uma lealdade
lealdade absoluta.
absoluta. Somosos obra
Som obra de de
suas mãos,
suas mãos, muitomuito mais mais que que um relógio éé obra
um relógio obra do do relojoeiro
relojoeiro que que oo
construiu, Não
construiu. N ào há há nadanada que que E Elele nãonão tenha direito aa pedir-nos.
tenha direito pedir-nos.
Se
Se optarmos
optarm os por por desobedecer-lhe,
desobedecer-lhe, aa malícia malícia do do nosso
nosso ato ato éé muito
muito su su- ­
perior àà do
perior do filho desnaturado que
filho desnaturado que levanta
levanta aa m mão para ferir
ão para ferir aa mãe mãe
mais
m ais amorosa
am orosa ee sacrificada.
sacrificada. Se Se osos anjos
anjos tivessem
tivessem corpo,
corpo, tremeriam
tremeriam
ante oo abismo
ante abismo de de ingratidão
ingratidão que que um um pecado
pecado supõe. supõe. D Daíaí oo terceiro
terceiro
dos fins
dos fins da da oração:
oração: pedir pedir perdão
perdão por por nossas
nossas rebeliões
rebeliões ee reparar
reparar (me­ (me-
lhor aqui
lhor aqui do do queque no no m mais além) aa pena
ais além) pena que que tenhamos
tenhamos merecido.
merecido.
Em último
Em último lugar lugar — — ee muitomuito em em último
último lugarlugar —, —, o o fim
fim ddaa oração
oração
éé pedir
pedir as as graças
graças ee o oss favores
favores de de que necessitamos, para
que necessitamos, p ara nós nós ou ou parapara
Os outros. Se ignoramos os fins
os outros. Se ignoramos os fins da oração ee aa encaram da oração encaramosos sim simples-
ples­
mente
mente como como um um meio meio de de forçar
forçar Deus Deus aa dar-nos
dar-nos oo que que queremos,
queremos, aa
nossa oração
nossa oração dificilmente
dificilmente será será oração:
oração: não não devemos
devemos surpreender-nos
surpreender-nos
se volta à terra como o foguete
se volta à terra como o foguete que falha no seu que falha no seu lançamento
lançamento ee cai cai
sem ter
sem ter alcançado
alcançado o o objetivo.
objetivo. É melhor,
É melhor, sem sem dúvida,
dúvida, fazerfazer oração
oração de de
Petição do que que não não orar orar nunca.
nunca. H Háá nesta
nesta oraçãooração um um mínimo
mínimo de de
adoração porque, ao fazermos um pedido, reconhecemos que as mer-
adoração porque, ao fazermos um pedido, reconhecemos que as mer-
ces
ces nos nos vêm vêm de de Deus.
Deus. Contudo,Contudo, se se todas
todas as as nossas
nossas orações
orações fossem fossem
do tipo
ao tipo ““dá-me, dá-me. Senhor”Senhor”, , estaríam
estaríamosos falhando
falhando lamentavelmente
lamentavelmente cm em
dar
aa r aa Deus
Deus o o queque lhe lhe éé devido.
392 À ORAÇÃO

Quando elevamos
Quando elevamos o o nosso
nosso coração
coração aa Deus,Deus, suplicando-lhe
suplicando-lhe que que
atenda às nossas necessidades, é evidente que não lhe contamos nada
atenda às nossas necessidades, é evidente que não lhe contamos nada
que Ele já
que Ele já não
não saiba. Deus sabe
saiba. Deus sabe oo que que nos faz falta
nos faz muito melhor
falta muito melhor
que nós mesmos:
que nós mesmos: conhece
conhece as as nossas necessidades desde
nossas necessidades desde toda
toda aa eter­
eter-
nidade.
nidade. Uma oração de petição por nós concentra-nos a atenção na
U m a oração de petição por nós concentra-nos a atenção na
nossa
nossa indigência
indigência ee mantém
mantém viva viva aa consciência
consciência da bondade de
da bondade de Deus;
Deus;
na oração
na oração pelospelos outros
outros dá-se-nos
dá-se-nos aa oportunidade
oportunidade de de realizarmos
realizarmos atosatos
dc caridade sem fim. E por estes motivos que Deus quer que fa
dc caridade sem fim. É por estes motivos que Deus quer que fa- ­
çamos oração de
çam os oração de petição,
petição, ee não não para
para queque com ela tratemos
com ela tratemos de de refres­
refres-
car-lhe
car-lhe aa memória:
memória: Ele sabe
Ele sabe muitomuito bem bem de de que coisas necessitamos,
que coisas necessitamos,
masas quer
m quer que que nósnós também
também o o saibam
saibamosos ee que estejamos tão
que estejamos tão empenha-
empenha­
dos nelas
dos nelas que que as as peçamos.
peçamos.
Adoração,
A doração, aagradecimento,
gradecimento, reparação,
reparação, petição:
petição: sãosão estes
estes os quatro
os quatro
fins
fins ^ Hda aoração.
^ ò rãçãa^ '” o o
É preciso considerar que, quando rezamos à Santíssima Virgem
É preciso considerar que, quando rezamos à Santíssima Virgem
ou aos santos,
ou aos estamos adorando
santos, estamos adorando aa Deus. Deus. Nós
N ós o o honramos
honramos quando
quando
honramos
honram os aa sua sua M Mãeãe ee os
os seus seus amamigos
igos mais queridos. Louvamo-lo
m ais queridos. Louvam o-lo
quando reverenciamos essas obras primas da graça divina. Com-
quando reverenciamos essas obras primas da graça divina. Cont-
prazemo-lo
prazemo-lo quando pedimos o
quando pedimos o auxílio
auxílio destes
destes companheiros
companheiros do do Corpo
Corpo
Místico
M ístico de de Cristo,
Cristo, agora triunfantes no
agora triunfantes no céu.
céu. ÉÉ vontade
vontade de Deus
de Deus
que reconheçamos aa nossa
que reconheçamos nossa unidade
unidade em em Cristo,
Cristo, nossa
nossa Cabeça,
Cabeça, aa Inter-
inter­
dependência de
dependência de uns
uns para
para comcom os os outros
outros na na terra,
terra, ee aa nossa
nossa depen­
depen-
dência da
dência da Mãe
M ãe ee dos irmãos do
dos irmãos céu.
do céu.

Não somosos anjos.


N ão som anjos. Somos
Som os criaturas
criaturas compostas
compostas de uma alma
de uma alm a es­ es-
piritual e de um corpo físico. É o homem completo — alma e cor-
piritual e de um corpo físico. É o homem completo — alm a e cor­
po —
po — quem
quem devedeve adorar
adorar aa Deus.
Deus. Com Comoo era,era, pois,
pois, dede esperar,
esperar, aa forma
forma
mais
m elementar de
ais elementar de oração
oração éé aa que que chamamos
chamamos oraçãooração vocal,vocal, na qual
na qual
aa mente,
mente, Oo coração
coração ee os órgãos vocais
os órgãos vocais se se unem
unem parapara oferecer
oferecer aa DeusDeus
aa adoração,
adoração, aa gratidão,
gratidão, aa dor dor ee aa súplica
súplica queque lhe
lhe sãosão devidas.
devidas.
AA oração
oração vocal
vocal não não deve
deve serser necessariamente
necessariamente uma uma oração
oração audível.
audível
Podemos —
Podemos — ee assimassim o o fazemos
fazem os frequentemente
frequentemente — — orar
orar em em silên-
silên­
cio, mexendo
cio, mexendo somente
somente ““os os lábios
lábios da da mente”
mente” Mas
M as se,se, para
para rezar,
rezar,
usamosos palavras,
usam palavras, ainda ainda queque asas digamos
digam os silenciosamente,
silenciosamente, essa essa oração
oração
éé oração
oração vocal.
vocal. As À s vezes,
vezes, os os gestos
gestos assumem
assumem oo lugar lugar dasdas palavras
palavras
na oração. Uma genuflexão reverente a Jesus no Santíssimo Sacra­
na oração. Um a genuflexão reverente a Jesus no Santíssimo Sacra-
mento, por
mento, por exemplo,
exemplo, ou ou benzer-se
benzer-se sem sem pronunciar
pronunciar palavra
palavra alguma,
alguma,
ou
ou fazer uma inclinação
fazer uma inclinação respeitosa
respeitosa ao ao ouvir
ouvir oo nome
nome de de Deus,
Deus, são são
formas corporais de
form as corporais de oração,
oração, ee entram
entram na classificação de
na classificação de oração
oração vo­ vo-
cal, mesmo
cal, mesmo que que nãonão se se emitam
emitam sons.sons.
A oração
A oração vocalvocal devedeve serser necessariamente
necessariamente audível quando for
audível quando for
um grupo
iirn grupo que que reza.
reza. Deus Deus nãonão fezfez dos
dos homens
homens seresseres solitários, des-
solitários, des­
tnados aa viverem
tinados separados uns
viverem separados uns dos dos outros.
outros. Fez-nos entes
Fez-nos entes sociais,
sociais,
membros de
membros de grupos, dependentes uns
grupos, dependentes uns dosdos outros, primeiro do
outros, primeiro do grupo
grupo
QUE E A ORAÇÃO E POR QUE ORAR? 193

da familia e,
da família e, depois,
depois, do maior composto
grupo maior
do grupo por muitas
composto por famílias:
muitas famílias;
aa comunidade.
comunidade.

AA oração
oração em grupo ou
cm grupo ou emem comum
comum éé especialmente
especialmente grata grata aa Deus.
Deus.
JJáá desde
desde aa origem
origem do homem, aa oração
do homem, oração em em comum exprimiu aa nossa
comum exprimiu nossa
unidade em Deus, os laços de caridade fraterna que
unidade em Deus, os laços de caridade fraterna que deveriam
deveriam unir
unir
todos os
todos os homens
homens de de boaboa vontade.
vontade. Para Para os os católicos, representa
católicos, representa
além
além dissodisso aa nossa
nossa unidade
unidade no Corpo Místico
ho Corpo Místico de de Cristo.
Cristo. É É esta
esta uni-
uni­
dade que dá à oração de um grupo muito mais força que a mera
dade que dá à oração de um grupo muito m ais força que a mera
somaa das
som das orações
orações dos dos indivíduos
indivíduos que que oo compõem.
compõem. Neste Neste sentido,
sentido, aa
oração em
oração em comum
comum éé aa oraçãooração de de Cristo
Cristo de de um
um modo
modo especial,
especial, ““porque
porque
onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou E
onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou Euu nono
meio deles”
meio deles” (Mt 18, 20).
(M t 18, 20). É É oo que
que fazfaz que
que as orações de
as orações de uma família
um a família
que
que rezareza unida
unida ouou de de um grupo que
um grupo que reza
reza junto,
junto, sejam
sejam tão eficazes ee
tão eficazes
tão gratas
tão gratas aa Deus.
Deus.
Muitas
M uitas orações
orações comocomo oo terço
terço ou ou asas novenas
novenas recitadas
recitadas em em comum
comum
são
são orações
orações de de umum grupo
grupo nãonão oficial
oficial e,e, por isso, são
por isso, são chamadas
cham adas ora- o ra­
ções privadas.
ções privadas. Mas M as quando
quando oo Corpo
Corpo Místico
Místico de de Cristo,
Cristo, aa suasua Igreja,
Igreja,
ora oficialmente em seu nome, temos a chamada oração litúrgica ou
ora oficialmente em seu nome, temos a cham ada oração litúrgica ou
pública.
pública. AA Santa Santa M Missa
issa éé oração litúrgica. AA Liturgia
oração litúrgica. Liturgia das das H Horas,
oras,
que todos
que todos os sacerdotes têm
os sacerdotes têm oo dever
dever de de recitar
recitar diariamente,
diariamente, éé oraçãooração
btúrgica.
litúrgica. Os sacramentos, consagrações e bênçãos oficiais concedidas
Os sacramentos, consagrações e bênçãos oficiais concedidas
pela Igreja são
pela Igreja são oração
oração litúrgica.
litúrgica. AA oração
oração litúrgica
litúrgica éé sempre
sempre oração
oração
pública, mesmo
pública, mesmo que que aa recite
recite uma
um a só só pessoa
pessoa — — como,
como, por exemplo,
por exemplo,
quando um
quando um sacerdote
sacerdote reza reza aa Liturgia
Liturgia das das H Horas
oras —, — , porque,
porque, na na ora­
ora-
ção litúrgica, éé toda
ção litúrgica, toda aa Igreja
Igreja queque ora.
ora. ÉÉ Cristo
Cristo no no seu
seu Corpo
Corpo Mís-M ís­
tico (o
tico (o que nos inclui
que nos inclui aa você
você ee aa mim)
mim) quem quem ora, ainda que
ora, ainda que oo faça
faça
através dc
através de um
um único indivíduo, designado
único indivíduo, designado como como seu representante.
seu representante.

Além
Além da oração vocal,
da oração há outra
vocal, há outra forma de oração
forma de oração aa que
que cha­
cha-
mamos oração mental,
mamos oração mental, AA form
formaa de
de oração mental m
oração mental mais comum éé
ais comum
aa chamada meditação. N
cham ada meditação. Naa oração
oração mental, como oo próprio
mental, como próprio nome
nome
indica, aa mente
indica, mente ee oo coração
coração fazem fazem todotodo oo trabalho,
trabalho, sem sem que inter-
que inter-
venham os
vcnham órgãos da
os órgãos da palavra
palavra ou ou as as próprias palavras. N
próprias palavras. Não
ão éé oo
mesmo que
mesmo oração silenciosa,
que oração silenciosa, na qual as
na qual as palavras
palavras têm têm ainda
ainda aa sua
sua
função. Poderíamos dizer que
função. Poderíamos dizer que a essência da a essência da oração
oração mental
mental está
está emem
deixarmos que
deixarmos que Deus
Deus nosnos fale,
fale, emem vezvez dede lhe estarmos nós
lhe estarmos nós falando
falando
oO tempo
tempo todo,
todo, como
como na oração vocal.
na oração vocal.
Na forma de
N a forma de oração mental denominada
oração mental denominada meditação,
meditação, oo que que faze-
faze-
mos,
nios, simplesmente,
simplesmente, éé meditar
meditar (isto(isto é, é, pensamos,
pensamos, ““ruminamos”),
ruminamos” ) , fa fa-­
lando com
lando com Deus
Deus sobre
sobre um umaa verdade
verdade de fé ou
de fé ou umum episódio
episódio da vida
da vida
do
do Senhor
Senhor ou de seus
ou de santos. EE fazemos
seus santos. fazemos isso isso não para aumentar
não para aumentar
OS nossos
os Nossos conhecimentos,
conhecimentos, o o que seria estudo,
que seria estudo, m masas para aumentar
para aumentar
àa n^ssa
nossa fé,
fé, aa nossa
nossa esperança
esperança ee o o nosso
nosso amor, tratando de
amor, tratando de aplicar
aplicar
5 4 À ORAÇÃO

a nós,
11 nós, de de um um modo
modo prático,
prático, aa verdade
verdade ou ou oo episódio
episódio que que conside-
conside-
rumos.
iumos. O O Evangelho
Evangelho éé aa ajuda ideal para
a ju d a ideal para aa nossa
nossa meditação,
m editação, aindaainda
que quase todos
cjuc quase todos os os bons
bons livros
livros de de espiritualidade
espiritualidade p possam proporcio-
o ssam proporcio­
nar-nos
nar-nos um um bom bom trampolim
trampolim p para alcançá-la. T
a ra alcançá-la. Todos praticamosos aa
od os praticam
oração
oração mental mental em algum grau,
em algum quando meditamos
grau, quando meditamos os os mistérios
mistérios do do
Rosário
R osário ou ou os os sofrimentos
sofrimentos do Senhor ao
do Senhor ao fazermos
fazermos aa V Via-Sacra.
ia-Sacra.
Mas,
M para crescermos
as, para realmente em
crescermos realmente em santidade
santidade ee obtermos
obtermos luzes divi-
luzes divi­
nas em
nas em todas todas as as nossas necessidades, teríamos
nossas necessidades, teriamos que que dedicar
dedicar todos
todos os os
dias um tempo fixo à oração mental; talvez quinze ou vinte minu-
dias um tempo fixo à oração mental; talvez quinze ou vinte m inu­
tos no
tos recolhimento da
no recolhimento nossa ccasa
da nossa a sa ou diante de
ou diante de Jesus
Je su s no sacrário,
no saerário.
Além
A lem da da meditação,
meditação, hã há uma um a forma
form a m mais
ais elevada
elevada de de oração
oração
mental: a oração de contemplação, em que a merMe cessa a sua ati­
mental: a oração de contemplação, em que a mciiHe cessa a sua ati-
vidade cc simplesmente,
vidade simplesmente, por por um um ato ato dede amor,
amor, ““vê” vê” aa Deus
Deus na na sua
sua
infinita amabilidade, ee deixa
infinita amabilidade, deixa que que sejaseja Ele
E le aa fazer
fazer na na alma
alm a oo que que
quiser fazer. Se
quiser fazer. Se você pensa que
você pensa que este tipo de
este tipo de oração
oração estáestá fora
fora dodo seu
seu
alcance, basta que se lembre daquela vez em que se ajoelhou numaa
alcance, basta que se lembre daquela vez em que se ajoelhou num
igreja,
igreja, sem sem fazer outra coisa
fazer outra coisa senão
senão olharolhar para
para oo sacrário,
saerário, com com aa
mente em
mcntc em quietude.
quietude. Sem Sem palavras
palavras nem nem esforços
esforços para ordenar os
para ordenar pen-
os pen­
samentos,
samentos, você você sentiu
sentiu uma
um a grande sensação de
grande sensação de paz,
paz, dede alegria,
alegria, ee uma
um a
nova
nova fortaleza:
fortaleza: fez fez uma
uma oração
oração contemplativa.
contemplativa.
AA verdade
verdade éé que que aa maioria
maioria de de nós fala excessivamente
nós fala excessivamente aa Deus; Deus;
não
não lhellie damos suficicntes oportunidades
dam os sufieicnlcs oportunidades para para que seja Ele
que seja Ele quem
quem nos nos
fale
fale «a(1 nós.
nós.

AA ORAÇÃO
O R A Ç Ã O QUE CHEGA
QUE C A DDEUS
HEGA A EUS

Não acho que


N ão acho que muitos
muitos de nós tenhamos
de nos tenhamos oo privilégio
privilégio de conseguir
de conseguir
uma
uma entrevista
entrevista pessoal
pessoal com
com um um chefe
chefe dede estado
estado ouou uma audiência
um a audiência
privada com oo Papa.
privada com Papa. Mas não éé dificil
M a s não imaginar como
difícil imaginar com o estaríamos
estaríam os
atentos
atentos ao que iríamos
ao que iriamos dizer,
dizer, atentos
atentos aa cada
cada palavra que esse
palavra que esse ilustre
ilustre
personagem nos
personagem dissesse, sc
nos dissesse, essa ocasião
sc essa ocasião se se apresentasse. Portanto,
apresentasse. Portanto,
quando
quando nos nos dispomos
dispom os aa falar
falar com
com o o Augusto Personagem que
Augusto Personagem que cé Deus,
Deus,
nem sequer éé necessário
nem sequer necessário mencionar
mencionar que que aa primeira
primeira das condições
das condições
para
para fazê-lo
fazê-lo éé oo recolhimento,
recolhimento, aa atenção,
atenção, sc se quisermos
quisermos que que aa nossa
nossa
coração
oração sejaseja algo
algo mais que uma
m ais que uma ficção.
ficção.
Não
N ão há nenhuma magia
há nenhuma especial nas
m agia especial palavras, por
nas palavras, por muito
muito que
que asas
alonguemos ou
alonguemos ou multipliquemos.
multipliquemos. A Aoo ensinar-nos
ensinar-nos aa sua sua própria
própria ora-
o ra­
ção,
ção, o o Pai
Pai N Nosso,
osso, Jesus disse-nos: “Nas
Jesu s disse-nos: “ N a s vossas
vossas orações,
orações, nãonão multi-
multi­
pliqueis
pliqueis as palavras, como fazem os pagãos, que julgam que serão
as palavras, como fazem os pagãos, que julgam que serão
ouvidos àà força
ouvidos força de palavras. N
dc palavras. Não
ã o osos imiteis,
imiteis, porque vosso Pai
porque vosso sabe
Pai sabe
de que coisas
dc que coisas estais
estais necessitados, antes que
necessitados, antes que vósvós lho
lho peçais.”
peçais.” (Mt 6,
(M t 6,
7-8). N
7-8). Nosso
o sso Senhor
Senhor nãonão desaconselha
desaconselha aa quantidadequantidade na oração; ; Oo
na oração
que condena éé aa quantidade
(lUC eondcMia quantidade aa expensas
expcnsas da da qualidade.
qualidade. Uma U m a dezena
305
à ORAÇÃO QUE CHEGA A DEUS

do terço,
do terço, rezada
rezada com com devoção,
devoção, vale vale maismais que que um um terço completo re­
terço completo re-
zado àà velocidade
zado velocidade de de metralhadora,
metralhadora, sem sem pararparar para para pensarpensar no que
no que
sc está dizendo, É perfeitamente possível cair
se está dizendo. É perfeitamente possível cair numa
numa neurose
neurose com-
com ­
pulsiva em
pulsiva em matéria
matéria de oração: aa de
de oração: pensar que
de pensar que certas orações ou
certas orações ou
determinado
determinado número número delas delas têm necessariamente que
têm necessariamente chegar aa Deus,
que chegar Deus,
ainda que o tempo de que dispomos não nos permita
ainda que o tempo de que dispom os não nos permita fazê-lo
fazê-lo com
com
atenção
atenção ee piedade interior.
piedade interior.
Temos, pois,
Temos, pois, que começar aa nossa
que começar nossa oração recolhendo-nos em
oração recolhendo-nos em
Deus, formulando o propósito de rezar bem, de manter a atenção,
Deus, formulando o propósito de rezar bem, de manter a atenção,
se não
se não no no que dizemos, ao
que dizemos, menos nAquele
ao menos nAquele aa quem quem dizemos.dizemos. É É im im- ­
portante começar
portante começar com com esta intenção, porque,
esta intenção, porque, aa não não ser ser que estejamos
que estejamos
com um
com humor espiritual
um humor excepcional, aa nossa
espiritual excepcional, mente se
nossa mente perderá em
se perderá em
divagaçõ
divagações es pouco depois de termos começad
pouco depois de termos começado o a orar. Orar é tra-
a orar. Orar é tra­
balho duro.
balho duro. 'A mente humana
A mente humana não facilmente uma
aceita facilmente
não aceita concen-
uma concen­
intensa. A
tração intensa.
tração dificuldade de
A dificuldade manter uma
de manter constante pio­
atenção constante
uma atenção pio-
ra se a nossa mente estiver perturbada por preocupações ou ansie-
ra se a nossa mente estiver perturbada por preocupações ou ansie­
enfraquecida pela
dades, enfraquecida
dades, doença ou
pela doença pelo cansaço.
ou pelo cansaço. E evidentemente,
E, , evidentemente,
podemos também
podemos também estar certos de
estar certos de queque oo diabodiabo L fará
r á os esfor-
maiores esfor­
os maiores
desviar aa nossa
para desviar
ços para
ços atenção para
nossa atenção enquanto pro­
coisas, enquanto
outras coisas,
para outras pro-
curamosos orar.
curam orar.
Masas nada
M disto nos
nada disto inquietar se
deve inquietar
nos deve começamos com
se começamos sincero
com oo sincero
propósito de
propósito mantermos recolhidos
nos mantermos
de nos recolhidos ee atentos, atentos, se estendemos aa
se estendemos
mão para agarrar a mente
m ão para agarrar a mente de
de cada
cada vez
vez que
que a
a pilhamos
pilhamos vagabun-
vagabun-
deando.
deando. É somente quando
E somente quando as distrações são
nossas distrações
as nossas voluntárias,
são voluntárias,
quando nascem
quando indiferença ou
nascem ddaa indiferença ou do desinteresse pelo
do desinteresse pelo que fazemos,
que fazemos,
que a nossa oração deixa de ser oração.
que a nossa oração deixa de ser oração. Deus
Deus só
só nos
nos pede
pede que
que
façamosos oo possível;
façam conhece as
possível; conhece nossas dificuldades
as nossas dificuldades ee não levará em
não levará em
conta oo que
conta que nãonão for nossa.
culpa nossa.
for culpa
Mais
M ais ainda. Quanto m
ainda. Quanto mais importunados form
ais importunados formosos pelas distrações
pelas distrações
involuntárias, tanto
involuntárias, tanto m mais oração será
nossa oração
ais aa nossa agradável aa Deus,
será agradável Deus, pelo pele
maior
m esforço que
aior esforço requereu. U
que requereu. Umam a ação trabalhosa feita
ação trabalhosa feita por Deus éé
por Deus
sempre
sempre m mais meritória que
ais meritória que aa m mesma
esm a ação ação feitafeita com facilidade. Esta
com facilidade. Esta
é, diremos
é, diremos de passagem, , aa resposta
de passagem resposta às pessoas que
às pessoas que se desculpam de
se desculpam de
não fazer
não oração com
fazer oração pretexto de
com oo pretexto de queque não sentem nada,
não sentem nada, de de queque
não têm
não vontade. Quanto
têm vontade. Quanto menos menos vontadevontade se tenha, m
se tenha, mais agradável
ais agradável
Deus será
aa Deus oração que
será aa oração que lhe oferecer
lhe oferecermos mos com essa
com dificuldade. A
essa dificuldade. A
nossa oração
nossa oração não não deve
deve depender
depender do do nosso
nosso estadoestado de de ânimo.
ânimo. É É um um
dever que
dever que temostemos para
para com com Deus,
Deus, não não um entretenimento aa que
um entretenimento que nos nos
entregam
entregamos os para passar uns
para passar momento
bons momentos.
uns bons s.
Além
Além do recolhimento necessário
do recolhimento para orar
necessário para com atenção,
orar com atenção, deve­
deve-
mos manter
mos manter na oração um
na oração um espírito
espírito de
de humildade,
humildade, aa consciência da
consciência da
nossa total dependência
nossa total dependência de
de Deus,
Deus, do
do nosso absoluto desam
nosso absoluto desamparo
paro sem
sem
Ele. Oração
Ele. Oração ee orgulho
orgulho são termos que
são termos que se
se excluem
excluem mutuamente:
mutuamente; não
não
JU + ORAÇÃO

podem
podciu cocaisuro
cíicxi.^ur. ÀA oração torua-se inuilo
oração torna-sc muito diticil
ditícil para
para í"»
e soberbo,
soberbo,
para o que se julga auto-suficiente e não quer dever nada a ninguém,
para o quc se julga aitlt.)-,siiriciv.>iUe c uão quer dever nada a ninguém.
Abaixar
A baixar aa cabeçaeat>eça ee dobrar
dobrar oo joelho joelho para
para reconhecer
reconhecer oo próprio
próprio
nada diante
nada diante dc de Deus
Deus éé um pesto muito
uin goslo muito doloroso para uma
doloroso para um a pessoa
pessoa
assim.
assim. Isto explica por que a soberba leva tantas vezes à perda
Isto explica por que a soberba leva tantas vezes à perda
da fé.
da fé.

Um terceiro requisito
Um terceiro requisito da da nossa
nossa oração
oração éé que, que. quando
quando pedimos,
pedimos,
devemos
devemos ter ler umum profundo
profundo ce sincero descjo de
sincero desejo de conseguir
conseguir as as graças
graças
que
que pedimos.
pedimos. É É dede temer que, algumas
temer que, algumas vezes,
vezes. pcçam
peçamosos essas
essas graças
graças
icvados simplesmente
levados simplesmente pelo pelo sentido
sentido do dever, mas
do dever, mas semsem querê-las
querê-las real- real­
mente.
mente, Nestes casos, a nossa oração pretende amordaçar-nos a cons-
Nestes casos, a nossa oração pretende amordaçar-nos a cons­
ciência; não
ciência; não éé oração
oração mental
mental de de maneira
maneira nenhuma.
nenhuma. Assim, Assim , um um bê­bê-
bado pode
bado estar pedindo
pode esfar pedindo aa graça graça da da tempcerança,
temperança, m masas sem
sem querer
querer
de coração deixar de beber. O jovem impuro pode rezar pedindo
de coração deixar de beber. O jovem impuro pode rezar pedindo
aa castidade,
castidade, mas mas semsem querer realmente deixar
querer realmente deixar o o seu
seu vício
vício ou,ou, oo queque
vem aa ser
vem ser oo mesmo,
mesmo, sem lançar mão
sem lançar mão dos meios necessários
dos meios necessários para para
evitar as
evitar as ocasiões
ocasiões de de pecado.
pecado. Não temos oo direito
N ão temos direito dede pedir
pedir aa DeusDeus
as suas
as suas graças
graças se se não
não estamos decididos aa fazer
estam os decididos fazer oo queque estiver
estiver ao ao
nosso
nosso alcance
alcance para.para, aoao menos.
menos, tirar
tirar os obstáculos que
os obstáculos que possam
possam estor-estor­
var aa ação
var ação da da graça.
graça.
Como exemplo final,
Com o exemplo final, citaremos
citaremos oo da da pessoa
pessoa que pede aa Deus
que pede Deus
que
que lhelhe aumente
aumente aa caridade,
caridade, sem sem querer
querer de de verdade
verdade abandonar
abandonar cc
prazer
prazer da da murmuração
murmuração m maliciosa,
aliciosa, sem querer realmente
sem querer realmente fazer
fazer as as pazes
pazes
“com essa pessoa
“ com essa pessoa impossivel”
impossível” do escritório ou
do escritório ou da oficina, sem
da oficina, que-
sem que­
rer ver
rer ver 110
no próximo
próximo menosmenos educado
educado ou ou dede diferente
diferente classe
classe social
social unium
irmão igual aa ele
irmão igual ele perante Deus.
perante Deus,
Juntamente
Juntamente com com aa soberba
soberba (da (da qual
qual éé aliada),
aliada), aa falta
falta de de cari-
cari­
dade é um obstáculo terrível para obtermos fruto da nossa oração.
dade é um obstáculo terrível para obtermos fruto da nossa oração.
Não
N ão podemos
podemos esperaresperar queque Deus
Deus acolha
acolha aa nossa
nossa oração
oração se se olhamos
olhamos
com desdém ou
com_ desdém rancor para
ou rancor para alguma
alguma almaalma queque Ele criou ee pela
Ele criou pela qual
qual
Cristo morreu na cruz. Uma oração que carrega o lastro das faltas
Cristo morreu na cruz. Um a oração que carrega o lastro das faltas
habituais
habituais de caridade tem
de caridade tem pouca
pouca oportunidade
oportunidade de chegar até
de chegar até Deus.
Deus.

Numa
Num a aula
aula de
de catecismo,
catecismo, um sacerdote perguntou
um sacerdote perguntou certa
certa vez
vez aa
um menino:
um menino; “Deus
“ Deus sempre
sempre responde às nossas
responde às nossas orações?”
orações?” OO meni-
meni­
no respondeu;
no respondeu: “Sim, padre”
“ Sim, padre” O sacerdote
O sacerdote insistiu:
insistiu: “Então,
“ Então, por
por
que
que nãonão conseguimos sempre oo que
conseguimos sempre que pedim
pedimos?”.
os?” . Após
A pós umum instante
instante
de perplexidade, oo menino
de perplexidade, respondeu:
menino respondeu: ““Dcus sempre responde
Deus sempre responde àsàs
nossas
nossas orações;
orações; oo que
que acontece
acontece ó é que umas vezes
que umas responde sim,
vezes responde sim, €e
outras
outras vezes responde não”
vezes responde não”
OO jovem
jovem teólogo merecia nota
teólogo merecia nota máxima
máxima pelo pelo seu
seu esforço,
esforço, em-
em­
bora
bora aa sua resposta não
sua resposta não tenha
tenha sido
sido completa.
completa. Deus nunca
Deus responde
nunca responde
aa uma
uma oração
oração — isto é,
— isto é, aa uma
uma oração
oração verdadeira
verdadeira — — com
com umum sim-
| ORAÇÃO QUE CHEGA A DEUS 397

pies
ples não.
não. As vezes, responde:
Ás vezes, responde: ““Não. Não, não te darei
não le isso que
darei isso que me pedes,
me pedes,
porque,
porque, em vez de ajudar-te no teu caminho para o céu, seria para
em vez de ajudar-te no teu caminho para o céu, seria para
li um obstáculo.
ti um obstáculo. Em vez disso, dar-te-e: uma coisa
Em vez disso, dar-te-ei uma coisa muito
muito melhor”
melhor”
A comum
A comum sabedoria
sabedoria dos dos homens
homens seguesegue também
também essa linha.
essa linha. Quando
Quando
o Carlinhos. que tem três anos, se embeiça de repente pela faca
0 Carlinhos. que tem trcs anos, se embeiça dc repente pela faca
brilhante
brilhante queque mamãe
mamãe tem lern na mão, esta
na mão, esta não
não lhalha dará,
dará, porpor muito
muito que que
ele aa peça.
ele peça. Mas, se for

Você também pode gostar