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SÃO PAULO
2009
II
SÃO PAULO
2009
III
Trabalho_______________________em:___de_________________de 2009
_____________________________________________________________
Nome do Orientador
Comentários:_____________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
___________________________________________________
IV
AGRADECIMENTOS
Ao professor e orientador José Carlos Jacintho, pela presteza e envolvimento nas horas
dispensadas para o desenvolvimento deste trabalho.
Ao professor Francisco Carlos Damante, pelas dicas e detalhamentos dos itens que
compõe o trabalho.
RESUMO
ABSTRACT
This paper explores the main challenges regarding the operations of a thermal power
plant, facing the demand, features and Brazilian energy market transformation, relating the
period’s barrier and the needs associated to energy request.
Through analysis tools management, such as possibility tree and SWOT tool, it is pointed
advantages and disadvantages at the sector’s scenario, becoming a simulator template to
help taking decisions.
Keywords: Electric Sector, Energy Market, Thermal Power Plant, Possibility Tree and
SWOT Analysis.
IX
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Evolução do consumo energético total por fonte (em Mtep) .............................. 12
Tabela 2: Resultados das usinas termelétricas participantes dos Leilões de Energia Nova
(1º ao 7º Leilão) ................................................................................................................. 24
Tabela 3: Resultados das usinas participantes do leilão de fontes alternativas ................ 25
Tabela 4: Resultado das usinas participantes do leilão de energia de reserva ................. 26
Tabela 5: Histórico de preços médios ................................................................................ 36
Tabela 6: Análise dos dados de receita fixa dos leilões de Energia Nova ......................... 39
Tabela 7: Análise dos dados de receita fixa do Leilão de Energia de Fontes Alternativas 40
Tabela 8: Análise dos dados de receita fixa do Leilão de Energia de Reserva ................. 41
XI
LISTA DE SÍBOLOS
MW MEGAWATT
KV KILOVOLT
XIII
Conteúdo
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 1
2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 5
4 JUSTIFICATIVA............................................................................................................ 7
9 ESTUDO DE CASO.................................................................................................... 24
10 Conclusões .............................................................................................................. 48
ANEXO A ............................................................................................................................. 1
ANEXO B ............................................................................................................................. 2
ANEXO C............................................................................................................................. 6
ANEXO D............................................................................................................................. 7
1
1. INTRODUÇÃO
No entanto esse desempenho nem sempre foi satisfatório assim, ao longo do século XX a
farta oferta de energia era obtida principalmente por combustíveis fósseis que também
fomentaram o crescimento e as transformações da economia mundial.
De acordo com o gráfico que segue, é relativamente baixo o custo para produzir energia a
partir de quedas d’água, no entanto, esta não se caracteriza a fonte mais barata:
3
Desta forma as usinas termelétricas incorporam de maneira tática, uma função de grande
importância no desafio citado, nesse sentido o trabalho demonstra uma contribuição
acadêmica ao exposto.
5
2 OBJETIVOS
Tendo como referência os itens principais postos no objetivo geral, é mantido como meta
atender as seguintes questões de maneira específica:
Elaborar uma situação estudo de caso, que possibilite a análise e tomada de decisões
frente aos desafios de uma usina termoelétrica2 fictícia, com a pretensão de comercializar
energia.
2
Instalação na qual a energia calorífica oriunda da queima de combustíveis é transformada em energia
elétrica.
6
3 MÉTODOLOGIA DE TRABALHO
A Metodologia formada quanto aos fins, foi realizada em primeira instância com base em
pesquisas dos tipos descritivas e documental, além da bibliográfica.
4 JUSTIFICATIVA
Entretanto, como aplicar este conceito tendo em vista que a energia elétrica é uma
commoditie não passível de armazenamento? Neste sentido, outras questões que nos
desafiam são:
De que maneira um insumo de produção não tangível pode ser poupado e sua utilização
dosada estrategicamente evitando escassez de produção? De que forma o governo
anteviu situações onde a demanda conflitava oferta e qual o planejamento adotado para
evitar os chamados “apagões”?
A partir da década de 70, com a publicação da Lei nº 5655/71, que estabelecia o regime
tarifário denominado “custo do serviço”, consistente em estipular tarifas de energia elétrica
que custeassem as etapas de geração, transmissão e distribuição, uma remuneração
específica era garantida para as empresas do setor.
3
Consumidor que só pode comprar energia elétrica da concessionária ou permissionária que detém a
concessão do serviço de distribuição de energia elétrica para na região em que se encontra instalado,
ficando submetido à tarifa e condições de fornecimento determinados pela ANEEL.
9
do setor elétrico nacional. Desta maneira o governo federal publicou a Lei nº 8.631/93,
que extinguiu a equalização tarifária vigente e criou os contratos de suprimento entre
geradores e distribuidores, visando estancar as dificuldades financeiras das empresas na
época, sendo essa ação considerada como marco inicial da reforma do Setor Elétrico
Brasileiro. Como segundo passo, a publicação da Lei nº 9.074/95 trouxe estímulo a
participação da iniciativa privada no setor de geração de energia elétrica com a criação da
figura do Produtor Independente de Energia (PIE), sendo estabelecida a possibilidade de
uma empresa privada produzir e comercializar energia, atividade antes vedada às
concessionárias estatais.
De acordo com Leite (2007, p. 297), os primeiros passos para a concepção de um novo
modelo surgiram no governo Fernando Henrique Cardoso, com o lançamento de uma
licitação abrangente de estudo sobre a reforma do setor, elegendo 34 questões chaves
passível de solução na área. Em paralelo era criada uma organização denominada RE –
SEB5, com o objetivo de discutir e alinhar as questões propostas pelo edital, além do
aumento da capacidade e produção da matriz de geração do Brasil.
4
Consumidor de energia que exerce a opção de compra de energia elétrica, conforme definido nos art. 15 e
16 da Lei nº 9.074/95. Fonte: Decreto nº 5.163/04.
5
Projeto de Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia,
criado com a missão de
10
São consideradas usinas termoelétricas a as que utilizam como combustível para geração
de energia: carvão, óleo, gás, energia nuclear e biomassa. Onde segundo Reis (2003, p.
6
Programa é coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, que tem a meta de levar energia elétrica para
mais de 10 milhões de pessoas do meio rural. Fonte: MME, 2008.
11
Leite (2007, p.295), cita que as usinas nucleares são demasiadamente inflexíveis por
razões técnicas. As usinas a carvão e a óleo, devido à possibilidade de estocagem de
combustível em armazéns ou tanques, podem operar com maior variação estacional. As
usinas a gás, geralmente supridas por contratos de suprimento take-or-pay7 e ship-or-
pay8, onde a parcela de pagamento é obrigatória, tem sua flexibilidade reduzida, devida a
ausência de reservatórios de regularização. A biomassa no entanto, é uma das fontes
com maior potencial de crescimento nos próximos anos, segundo a ANEEL (2008, p.65).
Apesar da boa flexibilidade, ainda é uma opção em maturação com representação pouco
expressiva no matriz nacional.
7
Arranjo contratual que estabelece que o comprador do gás está obrigado a (1) receber/retirar um
determinado volume mínimo de gás junto ao vendedor, pagando o preço acordado pelo volume mínimo ou
(2) caso não possa retirar o volume mínimo acordado, apenas pagar o preço ajustado. Fonte: Valor
Econômico 2005.
8
Acordo que estabelece cobrança do serviço de transporte em um determinado modal, independente dos
montantes movimentados e consumidos. Fonte: www.petrobras.com.br
12
Segundo Leite (2007, p. 293), o sistema elétrico brasileiro possui diversas particularidades
que diferenciam sua operação e o destaca em meio aos outros grandes sistemas
nacionais, como exemplo podem ser citadas:
3. O País ainda tenta alcançar (tenha ou não sucesso nessa pretensão) crescimento
econômico em ritmo intenso, equivalente ao que já teve em décadas anteriores, o
que pode requerer fortes taxas de expansão dos serviços de eletricidade;
4. As usinas hidrelétricas demandam muito mais tempo (cinco anos) que as usinas
térmicas (três anos), para sua construção
Outro fator de grande valia para entendimento conceitual é conforme Vieira (2007, p.
112), a questão do mecanismo de comercialização ser paralelo e independente de todo o
mecanismo de operação do sistema elétrico, o ONS, que aciona as usinas de forma que a
operação hidrotérmica interligada seja otimizada.
GERAÇÃO:
9
As Tarifas de Uso do Sistema de Transmissão – TUST referem-se ao pagamento do serviço de transporte
de grandes quantidades de energia elétrica por longas distâncias que, no caso do Brasil, é feito utilizando-
se de uma rede de linhas de transmissão e subestações em tensão igual ou superior a 230 kV, denominada
Rede Básica. Qualquer agente do setor elétrico, que produza ou consuma energia elétrica tem direito ao
uso da Rede Básica, uma vez atendidas certas exigências técnicas e legais.
10
As Tarifas de Uso do Sistema de Distribuição – TUSD referem-se ao pagamento pelo uso do sistema de
distribuição de energia elétrica de uma agente de distribuição (linhas de transmissão com tensão inferior a
230 kV, estações transformadoras e redes de distribuição)
18
Martins e Laugeni (2000, p. 173) afirmam que apesar de as previsões serem importantes
e úteis para o planejamento das atividades, elas apresentam erros em suas estimativas,
devendo-se ser cuidadoso tanto na coleta de dados como na escolha do modelo de
previsão, para que erros sejam diminuídos.
Para Martins e Laugeni (2000, p. 174), os tipos mais comuns de demanda são:
Média
Tendência linear
Sazonal
Comparando com uma base mensal dos últimos dois anos, o perfil enquadra
características de demanda média:
Já em outro gráfico do ONS que compara a carga de energia nos períodos com e sem
horário de verão, em uma amplitude diária, o perfil da demanda é extremamente sazonal:
Essa prática pode ser adotada baseada em dois pilares de gerenciamento, custos do
estoque e objetivo do estoque.
Em outra vista com uma abordagem mais direta, Ritzman e Krajewski (2004, p. 378),
sugerem que estoques de segurança ou dessa natureza devem ser reduzidos e
finalmente eliminados, quando a causas da incerteza forem diagnosticadas.
23
Neste contexto que se enquadra o conceito das usinas por disponibilidade, que além da
própria energia, ofertam a disponibilidade para gerarem com um nível de prontidão acima.
Relacionando sua atividade de operação com o volume do combustível utilizado no
processo e não com abundância pluvial.
9 ESTUDO DE CASO
O estudo de caso tem como principal foco os prováveis cenários e possibilidades de uma
usina termelétrica entrante no mercado de energia elétrica, para a venda de energia,
visando a otimização do empreendimento.
Tabela 2: Resultados das usinas termelétricas participantes dos Leilões de Energia Nova (1º ao 7º
Leilão)
Valores
energia garantia física potência ICB/ICE receita fixa[R$/ano]
contratada da usina [MW instalada na [R$/MWh]
Empresa/Usina no leilão médios] usina [MW]
[MW médios]
ACUCAR RIBEIRO
Colorado 8,00 16,00 34,00 R$ 134,21 R$ 9.502.510,00
ACUCAREIRA QUATA
Quata 10,00 10,50 53,60 R$ 137,00 R$ 12.365.900,00
ACUCAREIRA ZILLO
São Jose 28,00 28,30 50,00 R$ 134,20 R$ 32.993.000,00
CISFRAMA
Cisframa 2,00 2,30 4,00 R$ 133,92 R$ 1.476.000,00
CORONA BIOENERGIA
Usina Bonfim 21,00 23,40 41,00 R$ 137,60 R$ 25.921.215,62
COSAN CENTROESTE
25
Valores
energia garantia potência ICB/ICE receita
contratada no física da instalada na [R$/MWh] fixa[R$/ano]
Empresa/Usina
leilão [MW usina [MW usina [MW]
médios] médios]
FENIX
R$
25,00 27,10 30,00 R$ 138,50
Xanxere 27.484.500,00
FLORALCO
R$
8,00 21,80 55,00 R$ 139,12
Florida Paulista 10.025.088,67
GDA DEDINI
26
Valores
energia garantia física potência ICB/ICE receita
contratada no da usina [MW instalada na [R$/MWh] fixa[R$/ano]
Empresa/Usina
leilão [MW médios] usina [MW]
médios]
ABENGOA
São Luiz 8,00 24,00 70,00 R$ 180,12 R$ 32.909.992,26
AGUA EMENDADA
Unidade de
Bioenergia Água 27,00 27,00 72,70 R$ 164,19 R$ 64.626.734,76
Emendada
ALDA
CBB - Companhia
6,00 6,00 18,10 R$ 179,43 R$ 16.470.000,00
Bioenergética Brasileira
27
ANGELICA
Angélica 10,00 18,00 32,00 R$ 179,55 R$ 41.299.882,23
BARRA47
Barra Bioenergia 34,00 51,50 136,00 R$ 180,12 R$ 87.586.328,10
BARRA66
Bonfim 10,00 18,80 45,00 R$ 180,12 R$ 35.622.920,39
BEN
BEN Bioenergia 24,00 26,40 30,00 R$ 175,47 R$ 66.405.742,39
BIOPAV
Biopav II 15,00 49,60 140,00 R$ 180,12 R$ 62.060.758,98
BOA VISTA
Boa Vista 11,00 36,20 80,00 R$ 178,50 R$ 45.289.482,00
BRENCO
Unidade de
27,00 27,00 72,70 R$ 158,07 R$ 87.682.313,89
Bioenergia Alto Taquari
Unidade de
27,00 27,00 72,70 R$ 161,22 R$ 77.587.638,63
Bioenergia Costa Rica
Unidade de
Bioenergia Morro 27,00 27,00 72,70 R$ 167,61 R$ 89.520.862,69
Vermelho
CHAPADAO
Chapadão 12,00 39,80 192,00 R$ 180,12 R$ 48.702.012,69
CLEALCO
Clealco Queiroz 7,00 11,30 35,00 R$ 181,47 R$ 21.994.133,03
COCAL
Cocal II 22,00 55,50 160,00 R$ 183,00 R$ 74.527.916,57
CONQUISTA PONTAL
Conquista do Pontal 22,00 26,00 100,00 R$ 180,12 R$ 58.900.698,24
CONSANDRADE
Destilaria Andrade 20,00 20,00 33,00 R$ 179,40 R$ 83.102.616,00
COSAN CO
Jataí 34,00 41,00 105,00 R$ 180,12 R$ 80.486.453,93
DECASA
Decasa 16,00 43,00 70,00 R$ 179,70 R$ 62.551.815,65
FERRARI
Ferrari 6,00 15,00 34,50 R$ 182,28 R$ 19.270.958,00
NOROESTE
Nobre Energia 11,00 16,00 30,00 R$ 180,00 R$ 45.801.000,00
Noroeste Paulista 11,00 20,40 60,00 R$ 179,91 R$ 45.474.000,00
PORTO AGUAS
Porto das Águas 12,00 12,50 70,00 R$ 180,12 R$ 42.036.573,50
RIO CLARO
28
Receita Fixa: Montante invariável de pagamento aos vendedores no leilão pela energia
contratada.
CALOR
VAPOR (ALTA PRESSÃO)
CALDEIRA
QUEIMA
DO
COMBUSTÍVEL
GERADOR
LÍQUIDO TURBINA
CONDENSADOR
LÍQUIDO
BOMBA
CALOR
Como os resíduos de cana podem ser armazenados por alguns meses, a produção de
eletricidade também pode ser feita com base num período anual. Diante desse quadro, a
geração de energia utilizando resíduos de cana fica claramente associada a projetos de
coogeração, com venda de excedentes para o Setor Elétrico.
11
Entendem-se como novos empreendimentos de geração aqueles que: a) não sejam detentores de
concessão, permissão ou autorização; b) sejam parte de empreendimento existente que venha a ser objeto
de ampliação, restrito ao acréscimo da sua capacidade instalada. Fonte: DECRETO Nº 5.163, DE 30 DE
JULHO DE 2004.
32
Fonte: CCEE
Dividindo por característica da fonte, o montante total negociado ao longo dos leilões
supracitados é possível visualizar a participação de cada tipo de usina nos contratos do
mercado regulado. A figura a seguir ilustra ainda a participação de cada tipo de fonte
térmica nos leilões:
33
Figura 10: Análise por fonte das energias totais contratadas em leilões
Figura 11: Análise por fonte das energias totais contratadas em leilões
12
Instrumento jurídico que formaliza a compra e venda de energia elétrica entre agentes cadastrados na
CCEE, tendo por objeto estabelecer preços, prazos e montantes de suprimento em intervalos temporais
determinados. Fonte: www.ccee.org.br
35
Entre os principais parâmetros utilizados na formação do cálculo desse índice podem ser
citados:
Capacidade de Intercâmbio;
Previsão de Vazões;
Manutenção de Turbinas;
13
Modelo de otimização para o planejamento de médio prazo (até 5 anos), com discretização mensal e
representação a sistemas equivalentes. Seu objetivo é determinar a estratégia de geração hidráulica e
térmica em cada estágio que minimiza o valor esperado do custo de operação para todo o período de
planejamento. Fonte: www.ccee.org.br
14
Seu objetivo é determinar o despacho de geração das usinas hidráulicas e térmicas que minimiza o custo
de operação ao longo do período de planejamento, dado o conjunto de informações disponíveis (carga,
vazões, disponibilidades, limites de transmissão entre subsistemas, função de custo futuro do NEWAVE).
Fonte: www.ccee.org.br
36
Através do histórico dos preços determinados ao longo dos últimos anos pela CCEE
pode-se estipular um referencial médio para a contratação do MW/h para uma eventual
opção por venda no Mercado de comercialização livre. Observando-se que na negociação
bilateral de venda de energia, o valor pode variar para mais, tendo em vista que o PLD é o
patamar mínimo.
8.1, onde podemos encontrar uma estável e linear variação das receitas fixas tabeladas,
que apesar da ampla distribuição de dados, segue um padrão, e 8.3, onde são detalhadas
as características dos mercados ACR e ACL.
Em nosso caso esse conjunto são os valores das receitas fixas, que indiretamente
representam os retornos associados às decisões dos nós da árvore. Dessa maneira esse
processo auxiliou na definição dos indicadores de probabilidade e retorno para os dados
considerados na árvore no que se tange ao Ambiente de Contratação Regulada, não
somente com próprio gráfico, mas sim com a metodologia de elaboração citada por
Werkema (1995 p. 116), demonstrada da seguinte forma:
15
Gráfico de barras no qual o eixo horizontal, subdividido em vários pequenos intervalos, apresenta os
valores assumidos por uma variável de interesse. Para cada um destes intervalos é construída uma barra
vertical, cuja área deve ser proporcional ao número de observações na amostra cujos valores pertencem ao
intervalo correspondente. (WERKEMA, 1995, p. 113)
39
Tabela 6: Análise dos dados de receita fixa dos leilões de Energia Nova
Histograma LEN
18 100,00%
16 90,00%
14 80,00%
70,00%
12
Freqüência
60,00%
10
50,00%
8 Freqüência
40,00%
6 % cumulativo
30,00%
4 20,00%
2 10,00%
0 0,00%
R$ 22.351.140,00 R$ 44.702.280,00
Bloco (limites superiores)
40
Tabela 7: Análise dos dados de receita fixa do Leilão de Energia de Fontes Alternativas
Histograma LFA
7,2 100,00%
7 90,00%
6,8 80,00%
70,00%
6,6
Freqüência
60,00%
6,4
50,00%
6,2 Freqüência
40,00%
6
30,00% % cumulativo
5,8 20,00%
5,6 10,00%
5,4 0,00%
R$ 14.220.351,47 R$ 28.440.702,93
Bloco (limites superiores)
41
Histograma LER
20 100,00%
18 90,00%
16 80,00%
14 70,00%
Freqüência
12 60,00%
10 50,00%
8 40,00% Freqüência
6 30,00% % cumulativo
4 20,00%
2 10,00%
0 0,00%
R$ 88.269.130,93 R$ 44.134.565,47 R$ 132.403.696,40
Bloco (limites superiores)
42
O produto do montante instalado (23 MWmédios) pela quantidade de horas médias dos
messes (730 horas), resulta em 16790 MWh hábeis para venda, que valorados ao preço
de 58,76 R$/MWh resulta o montante de R$ 986.580,40.
Conforme Caixeta-Filho (2000, p. 98), esta é uma “técnica de Pesquisa Operacional que
auxilia a análise de decisão por meio de identificação do melhor caminho ou estratégia a
serem seguidos”. Esses caminhos são diagramados de maneira a associar os eventos
aos dados. Desta forma as decisões de entrada no mercado energético por parte de uma
termelétrica podem ser esquematizadas da seguinte forma:
43
1. Energia Nova:
2. Fontes Alternativas:
3. Energia de Reserva:
4. Contratos Bilaterais:
44
Esses gastos reduzem sensivelmente a possível lucratividade oferecida pelo mercado dos
leilões, e certamente estes custos devem ser considerados nessa modalidade.
Segundo o item 12.4 do mesmo edital, este aporte de garantias deve corresponder a 10%
do valor do investimento do empreendimento.
“As VENDEDORAS deverão aportar Garantia de Proposta no valor de 1% (um por cento)
do valor do investimento, conforme Habilitação Técnica da EPE.”
Essas garantias são exigidas para que não haja desistências infundadas no certame do
leilão por parte das geradoras, futuramente são devolvidas ao empreendedor, mas em
algumas condições podem ser confiscadas. Conforme os respectivos artigos do edital,
geralmente são adotados os seguintes critérios:
45
Os pontos levantados até agora são úteis para distinguir as regras, características e
lucratividade dos leilões, porém para a tomada efetiva de decisão, ferramentas
estratégicas tomam importância.
“Em geral, uma unidade de negócios tem que monitorar importantes forças
macro-ambientais (econômico-demográficas, tecnológicas, político-legais e
socioculturais) e significativos agentes microambientais (clientes,
concorrentes, distribuidores, fornecedores) que afetam sua capacidade de
obter lucros. A unidade de negócios deve estabelecer um sistema de
inteligência de marketing para acompanhar tendências e mudanças
importantes. A administração precisa identificar as oportunidades e ameaças
a cada tendência e desenvolvimento.” (KOTLER, 2007)
Forças Fraquezas
Oportunidades Ameaças
•Tendência de aumento de •Legislação regulatória
participação no mercado •Aumento da
•Financiamento do responsabilidade
empreendimento (BNDES) ambiental
•Multas por não
cumprimento do
contratos
47
As ameaças não são tão alarmantes, pois somente surgiriam quando da falta de
regularidade da empresa e não atendimento dos requisitos legais.
48
10 Conclusões
Diante das bases do estudo, conclusões das análises podem ser tecidas em dois
sentidos.
Situações que por um lado instalam certo senso de utilização e economia à população
brasileira, e por outro refletem um nível de displicência, falta de preparo e previsão do
governo quanto as questões energéticas do país (ANEXO C). Em suma, as ações
esboçadas na reforma, foram feitas de maneira tardia, gerando a necessidade de
estratégias que inibam esse risco futuramente e estabeleçam o setor energético como
mais seguro e sólido através de uma nova política.
Neste formato, viu-se então, espaço para expansão do mercado de usinas termelétricas,
com destaque para as de produção por biomassa, que do ponto de vista conceitual e
16
A usina de Itaipu fica localizada no Paraná, A capacidade instalada (potência) da Itaipu é de 14 mil
megawatts (MW). Atualmente responde por cerca de 40% da produção de energia hidrelétrica. Fonte:
http://www.itaipu.gov.br.
49
empresarial, pode ser considerada polivalente, pela possibilidade de permuta entre três
mercados: açúcar, álcool e energia.
O estudo evidenciou que o mercado de energia nessas condições é atrativo, pois deriva
de uma necessidade governamental do estado e com o devido enquadramento das
questões socioambientais, por parte do empreendedor certamente potencializam o
sucesso do negócio. Igualmente devem ser observados alguns riscos pertinentes ao esse
mercado que como todos os outros, não é plenamente estável, entre eles:
A estratégia mais dinâmica nesta situação seria focar a produção do álcool e açúcar nas
possíveis valorizações de mercado desses comódities e atrelar a venda de energia à
sazonalidade das safras desses processos. Em contrapartida, quanto maior for a meta do
empreendedor em obter receita através da geração de energia, maior a necessidade de
que a usina participe de um leilão de ambiente regulado e sedimente seu plano de
negócio com essa outra estratégia.
51
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERMANN, Célio. Energia no Brasil: para quê? Para quem? Crise e alternativas para
um país sustentável. São Paulo: Livraria da Física, 2001.
BRASIL. Lei nº 8.631, de 04 de março de 1993. Dispõe sobre a fixação dos níveis das
tarifas para o Serviço Público de Energia Elétrica, extingue o regime de remuneração
garantida e dá outras providências.
CERVO, Amado L.; BREVIAN, Pedro A. Metodologia Científica. São Paulo: Pretntice
Hall, 2002
REIS, Lineu Belico. Geração de Energia Elétrica. São Paulo: Manole, 2003.
WANKE, Peter. Gestão de estoques na cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2003.
ANEXO A
O Jornal da Globo exibido 12/11/2009, na Rede Globo de Televisão, retratou em grande
parte da programação, os problemas de fornecimento de energia ocorridos em 10/11/09,
por volta das 22:00 horas. Por um período de mais de 4 horas, São Paulo, Rio de Janeiro
e outros 15 estados do Brasil foram afetados pela escuridão, além do país vizinho
Paraguai.
ANEXO B
1/11/09 - 07h58 - Atualizado em 11/11/09 - 10h50
Um blecaute atingiu na noite desta terça-feira (10), a partir das 22h13, pelo menos dez estados brasileiros, além
do Paraguai. A região mais afetada foi a Sudeste. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo
ficaram totalmente sem luz. Em Minas Gerais, houve blecaute nas regiões do Triângulo Mineiro e da Zona da
Mata, mas em partes de Belo Horizonte a luz não caiu durante a noite.
O apagão também afetou o interior do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, o
interior da Bahia e partes de Pernambuco. Do outro lado da fronteira, o Paraguai, que também recebe energia de
Itaipu, ficou às escuras, em conseqüência do que usina chamou de "efeito dominó".
Espírito Santo
Todo o estado foi atingido pelo apagão. Em Vitória, uma senhora de 87 anos precisou ser atendida em casa após
seu aparelho respiratório ter parado de funcionar. Ambulâncias do Samu prestaram socorro. Os bombeiros
também tiveram muito trabalho ao socorrer as pessoas presas nos elevadores. O trânsito ficou confuso com
semáforos apagados e o governo determinou um reforço na segurança - foram acionados mil policiais para atuar
nas ruas, delegacias e nos presídios do estado. No Espírito Santo, o apagão começou por volta das 22h e só
terminou por volta da meia-noite. Agora de manhã a energia já foi estabelecida.
Pernambuco
De acordo com a concessionária de energia elétrica que abastece o estado, o apagão em Pernambuco começou às
21h12 horário local (22h12 no horário de Brasília) e toda a situação durou 35 minutos. Trinta e sete municípios
foram atingidos. No Recife, as áreas mais afetadas incluem três grandes hospitais, que precisaram acionar os
geradores. Até o fim da noite, toda a situação foi normalizada.
Bahia
O apagão atingiu principalmente cidades localizadas no interior do estado, nas regiões norte, extremo sul e
também no sertão. Nestas áreas, o abastecimento foi normalizado por volta das 21h25. Salvador e as regiões
metropolitanas não foram atingidas pelo blecaute.
Minas Gerais
4
Em Belo Horizonte, o apagão ocorreu pouco depois das 22h. Segundo a Companhia Energética de Minas Gerais,
20% das casas ficaram sem luz, o equivalente a 110 mil consumidores da capital e região metropolitana. Os
bombeiros registraram algumas chamadas de pessoas presas em elevadores. O blecaute também atingiu o interior
de Minas Gerais. Na capital, a luz voltou por volta das 23h.
Blecaute escureceu a cidade de São Paulo e a energia voltou em etapas (Foto: Daigo Oliva/G1)
São Paulo
O apagão ainda afeta parte do serviço de transporte coletivo de São Paulo na manhã desta quarta-feira (11). Trens
do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) operam normalmente, mas há problemas
com os ônibus elétricos na manhã desta quarta-feira (11). O Metrô informou que restabeleceu a operação em
todas as suas linhas durante a madrugada desta quarta. O rodízio de veículo foi suspenso nesta manhã.
Rio de Janeiro
A SuperVia, concessionária que administra a linha férrea no Rio, informou que as 89 estações de trens já foram
reabertas e voltaram a operar às 5h50 desta quarta-feira (11). A circulação foi interrompida após o apagão que
afetou vários estados do Brasil. Moradores de Copacabana, na Zona Sul do Rio, deixaram as suas casas na noite
desta terça-feira (10) e lotaram os bares da região. A Polícia Militar recebeu diversos chamados na madrugada
desta quarta-feira (11), durante o apagão, e que, quando verificados, eram alarmes falsos
5
Santa Catarina
Em Florianópolis e em todo litoral catarinense não faltou luz. Houve apenas oscilações de energia em algumas
regiões do estado, especialmente na região oeste, oscilou energia por cerca de 10 minutos. De acordo
com Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), a oscilação foi concentrada na região oeste e ocorreu depois
que o blecaute atingiu os demais estados do país.
Mato Grosso
O estado ficou 40 minutos sem energia. Como as oscilações foram curtas nesse período, nem todo mundo
percebeu o apagão. Só na baixada cuiabana, 20% dos consumidores ficaram sem luz e em todo o estado 240 mil
foram atingidos pelo blecaute. O problema só foi resolvido por volta das 22h.
ANEXO C
Direto de Brasília
O presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP) disse nesta quarta-feira que o apagão registrado ontem em alguns
estados do País revela a "fragilidade" do sistema elétrico brasileiro. Sarney é "padrinho" político do ministro de Minas e
Energia Edison Lobão e foi decisivo para sua nomeação ao cargo.
Na visão dele, o ocorrido demonstra que o País precisa repensar sua tecnologia de consumo de energia e seguir
sistemas semelhantes aos de alguns países da Europa.
"Isso mostra uma certa fragilidade do sistema, principalmente se tratando de uma hidrelétrica como Itaipu, que é uma
tecnologia mais avançada", disse.
"Temos que passar para nova etapa de matéria de tecnologia para consumo de energia de todo o sistema elétrico
como um todo, como existe na Europa. O enfoque não é somente na produção de energia é também em relação às
maneiras de consumo mais modernos", afirmou.
O presidente Sarney disse ainda que não dá pra se comparar o episódio de agora com o antigo apagão do governo
Fernando Henrique (PSDB). Isso porque, na visão dele, o que ocorreu ontem foi apenas um acidente, ao contrário do
problema anterior que tinha um contexto mais amplo.
"O que houve naquela época não tem nenhuma signitude com esse agora. Foi apenas um acidente raro. Ultimamente
nós não temos tido fato dessa natureza", disse.
Segundo o diretor de Itaipu, Jorge Samek, por volta das 22h30 de terça-feira, todas as 18 unidades geradoras da usina
da usina começaram a "rodar no vazio", ou seja, não conseguiam passar eletricidade para a rede distribuidora. O
problema atingiu pelo menos 12 Estados: Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Acre e Santa Catarina. Em alguns Estados, a
situação foi normalizada entre a noite de terça-feira e a madrugada e manhã desta quarta-feira.
Segundo o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, três linhas de transmissão com
problemas teriam causado o apagão. De acordo com o secretário, duas das linhas vão do Paraná a Itaberá, no sul de
São Paulo, e outra liga Itaberá a Tijuco Preto, no sul de Minas Gerais. O problema, afirma Zimmermann, foi
possivelmente causado por condições meteorológicas adversas.
Com 20 unidades geradoras e 14 mil megawatts de potência instalada, a usina binacional de Itaipu fornece 19,3% da
energia consumida no Brasil e abastece 87,3% do consumo paraguaio. De acordo com o Operador Nacional do
Sistema (ONS), cerca de 17 mil megawatts de potência - o equivalente a toda a energia necessária para o Estado de
São Paulo - foram perdidos com a pane, o que impossibilitou o fornecimento para as demais regiões.”
ANEXO D