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Cartas a uma ditadura

O documentário “Cartas a Uma Ditadura” leva-nos até 1958. Ano em que centenas de
mulheres portugueses escreveram cartas onde mostravam apoiar e admirar a ditadura
comandada por António de Oliveira Salazar. Este documentário permite-nos conhecer um
pouco a época em que isto aconteceu, tem imagens e algumas referências ao Movimento
Nacional das Mulheres na imprensa. No ano de 1958 o candidato à presidência da República
era o general Humberto Delgado, que por sua vez este já anunciara que se fosse eleito o seu
primeiro ato como presidente seria demitir Salazar. Na forma de protesto contra esta afronta à
ditadura, um grupo de mulheres organiza um movimento de apoio ao ditador e envia uma
circular a milhares de mulheres de todo o País. As cartas a que Inês de Medeiros teve acesso
são algumas das respostas a essa circular. Mulheres que escreviam a garantir estar "d'alma e
coração" interessadas em trabalhar no movimento. Muitas cartas eram escritas de forma a
explicar o porquê do apoio dado ao ditador, outras eram apenas cartas de força, mas o que
todas as cartas tinham em comum era o poder que uma mulher tinha na sociedade como
exemplo temos: "Sou portuguesa, esposa e mãe e desejo para os meus filhos e para todos nós
o ambiente de paz e de ordem que tem embalado toda a minha vida". Como podemos
perceber neste excerto retirado de uma carta uma mulher era esposa, mãe, dona de casa. A
mulher tinha que realizar múltiplas funções como cozinhar para toda a família, cuidar da casa
entre muitas outras. Este tipo de governo instalado em Portugal trazia a estas mulheres uma
certa paz.

Na minha opinião este documentário leva-nos a pensar e a perguntar como é que estas
mulheres podem afirmar que este regime autoritário conseguia transmitir calma e paz. A meu
ver a calma transmitida por este regime deve-se ao facto de que era uma constante, havia
determinadas regras e restrições, quem não as ultrapassa-se conseguia viver em “paz”. Estas
mulheres ao escrever as suas cartas não conseguiam relatar o lado negro e frio deste comando
mas só a parte em que viviam numa concha protegida e à espera.

Comentário de Carolina Carneiro Lopes da Silva Nº18 Turma: 11CT_CSE

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