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NOÇÕES INICIAIS
brasileiros e atuamos em outros países da América Latina e Europa. Mais dia menos
dia haveremos de estar fazendo algo na África ou no oriente!
não se trata mais apenas de encantar o cliente; é preciso que ele considere sua oferta
de valor mais atraente que a de seu concorrente.
conhece, a introdução de um novo produto trará questões novas, é claro, mas sendo
o relacionamento com o canal maduro, você pode presumir ou conter mais facilmente
a variabilidade.
Por outro lado, se o aumento da oferta de variedade para o seu mercado traz
consigo fornecedores, processos, materiais ou consumidores não típicos, é plausível,
e bastante provável que você se depare com variações que não conhece bem ainda,
processos não estabilizados e flutuações imprevistas de desempenho.
Há uma terceira razão para o mundo das operações, no dia a dia, parecer de
pernas para o ar: tudo se comunica muito rapidamente, velocidade meteórica!
Citamos há pouco nossa memória de vinte e cinco anos atrás. Pois, embora
em uma perspectiva histórica esse seja um período irrisório, o fato é que naquela
altura a comunicação era ainda dominada por carta e telex. A ligação telefônica era
cara, o aparelho de telefone era um bem (listado como um ativo na declaração do
imposto de renda). Ligar da rua dependia de encontrar um “orelhão”.2 Computadores
pessoais tinham custo elevado. Para nós, por exemplo, era ainda um item inacessível
ao nosso orçamento pessoal. Entre pergunta e resposta o tempo parecia passar mais
devagar e ninguém ficava aflito se a resposta a uma carta demorava dias e não
minutos. Havia mesmo um romantismo nessa espera: imaginar o interlocutor abrindo
o envelope, lendo sua carta, preparando a resposta!
E observe que a fonte de pressão não é só seu cliente ávido por novidade. É
dura, meu amigo, a vida de quem inventa algo! Você investe em pesquisa e
desenvolvimento, arca com esses custos, e “dez minutos depois” é seguido por
concorrentes que atalham o processo e sem arcar com os mesmos custos copiam
seus produtos colocando-se par e passo na competição. Por exemplo: nós, como
consultores, testemunhamos recentemente uma situação em que uma empresa, líder
em seu mercado, teve que adotar como política alterar continuamente as peças de
seus produtos apenas para impedir que a concorrência as copiasse. É que sua rede
de concessionárias espalhada por todo o território nacional é uma de suas grandes
vantagens competitivas e estava sendo usada predatoriamente pelos concorrentes
que para tanto fabricavam produtos com peças idênticas às suas.
Quando a cadeia de suprimento reúne processos que estão distantes uns dos
outros; ou são muito turbulentos; ou quando a gestão dos fluxos é conduzida sob o
estresse de relações de poder desbalanceadas – em lugar de parcerias ganha-ganha
– tende a haver ações defensivas de proteção, seja com estoques ou com
antecipações de tempo. A consequência é que a fluidez desejada fica obstaculizada
por eficiências locais; a complexidade cresce e com ela, a chance de erros.
Isto é, suponha que você tem uma máquina cara com capacidade para
processar 100 produtos em certo período. Considere também que você tem uma
demanda de 95 produtos que a consome quase que integralmente. Se a sua demanda
avançar para 120, o que você faz? Compra outra máquina? Meio arriscado, não é?
Ativos caros significam um risco a mais para a gestão!
Bem, quanto ao “amargo problema”, nem é preciso dizer que grande tensão
haverá se ativos caros ficarem subutilizados. Provavelmente, a ineficiência e o baixo
aproveitamento do capital imobilizado deixarão o acionista de “cabelo em pé”.
O que nos faz não querer mudar? Por que manter a posição? Uma causa é a
que mencionamos: a hipótese (na maioria das vezes falaciosa) de que onde estamos
é a zona de maior conforto. Outra possibilidade (talvez um pouco menos honrosa) é a
de estarmos tomados pela vaidade, seduzidos pelo próprio ego, encantados com
escolhas que fizemos no passado (e porventura nos trouxeram recompensas). Tais
fatos e sucessos muitas vezes nos iludem, contribuindo para uma certa cegueira de
paradigma que nos retém, paralisa. E quando despertamos, em geral tardiamente,
vemos que em lugar do conforto almejado estamos é “perdendo o barco” e elevando
assim a ansiedade à sua máxima potência.
Investigamos aqui algumas das causas que estão por trás da complexidade
das operações no mundo contemporâneo. Listamos 7+1 aspectos da realidade que
em combinação trazem grande dificuldade para a gestão articular, consistentemente,
as decisões e ações locais do dia a dia com o nível estratégico, os planos e resultados
desejados pela corporação. A Figura 1 resume as fontes de complexidade aqui
identificadas.
Há até mesmo razões matemáticas que explicam isso. Pode-se provar por
exemplo que a complexidade de solução de um problema de programação da
produção aumenta muito mais que proporcionalmente quando o escopo de análise
cresce. Com efeito, agendar quatro clientes em dois recursos, de forma integrada,
oferece uma gama de alternativas muitíssimo superior que o dobro das existentes
para o agendamento integrado de apenas dois clientes nesses mesmos dois recursos.
Por exemplo: imagine que por algum motivo o mercado se aqueceu. Essa
informação é passada pela ponta de venda ao supridor e assim por diante. A cada elo
da cadeia, a tendência de nos protegermos do desconhecido faz com que as reações
se amplifiquem. Além disso, como há um tempo entre o estímulo e a resposta, a cada
passo vai também se estendendo mais e mais a defasagem em relação ao fato
original. No fim das contas, frequentemente, a onda inicial já começou a se inverter
(por exemplo, o mercado começou a cair) e a ponta oposta da cadeia de suprimentos
O mundo está rápido e complexo? Estou perdendo a visão global e tudo parece
fragmentado? Como recuperar a percepção do todo e enfrentar a velocidade e a
complexidade? Ora, quem tem capacidade de velozmente processar uma extensa
massa de dados? Elementar, meu caro! O computador, é claro!
A empresa comprou várias plantas, em diferentes lugares, cada uma faz vários
produtos, relaciona-se com diferentes clientes. Que tal comprar um sistema
computacional integrado e padronizar os processos de gestão? Colocar sensores nos
equipamentos para capturar seu desempenho em tempo real e acioná-los
automaticamente? Etiquetar produtos e materiais com “tags eletrônicos” inteligentes
para que revelem sua localização e se relacionem autonomamente com os recursos
de produção sem intervenção humana? Aproximar-se do cliente com sistemas
inteligentes que armazenam informações sobre seus hábitos de consumo e
interesses, de forma a tentar adivinhar a sua necessidade? E por que não integrar
estas várias informações em uma base de dados centralizada, calculando-se perdas
e ganhos, e disponibilizar no notebook que fica na mesa do presidente da empresa o
resultado global de todo o sistema atualizado, em tempo real? Que tal (re)integrar os
sistemas usando a tecnologia?
Para além do cenário ilustrado na Figura 6, tal abordagem evolui hoje a passos
rápidos, no caminho da integração, também, de toda a cadeia de valor, abrangendo
verticalmente as estruturas de suprimento, desde a fonte de matérias-primas até a
distribuição (o fornecedor do meu fornecedor e o cliente do meu cliente), e incluindo a
experiência do consumo pelo cliente final na ponta final da cadeia de valor e a logística
reversa de reciclagem até de volta à origem dela.
Um leigo tenderá a dizer: a riqueza está na mina, claro! Mas, vamos supor que
a capacidade de produção da mina neste instante supera a capacidade de transporte
da linha férrea, e que esta é, por seu turno, mais restrita que a capacidade de
embarque do porto. Nessa hipótese, quem limita a geração de riqueza do sistema é a
estrada de ferro, certo? Pois não é possível faturar nenhum real a mais que o referente
ao minério transportado na linha. Não é possível vender o minério se ele não for
Se a eficiência da mina aumentar e mais minério for extraído por hora, qual
será o impacto disso no resultado global? O que acontecerá com o material excedente
que porventura vier a ser disponibilizado pela mina para transporte, mas não tiver
como ser transportado imediatamente? Haverá faturamento adicional ou, muito ao
revés, o que haverá será o aumento das despesas operacionais para extrair o minério
e para armazená-lo até que chegue a sua vez de transporte?
o sucedem podem ser “empurrados”, ou seja, acionados assim que o material oriundo
do gargalo ali chegue.
O mundo está rápido e complexo? Estou perdendo a visão do todo? Que tal,
em lugar do computador ou da psicanálise, rever nossas escolhas e tornar a vida mais
simples? Driblar os “Vs” da complexidade. Ora, se a complexidade vem da variedade
e do volume de coisas processadas no “continente”, por que não dividir o problema
em pequenas “ilhas”? Problemas menores, complexidade menor. “Small is beautiful!”
(Pequeno é bonito), dizem com propriedade os ingleses.
Alguém dirá: ilusão! Nossa mão de obra é despreparada, não há como delegar
o desafio gerencial. E, ainda, na linha da contra-argumentação: o que precisamos é
Será de fato que um adulto que gerencia sua própria vida, que providencia
alimento, residência e escola para os filhos não é capaz de resolver um pequeno
problema cuja solução já é conhecida? Será que a causa-raiz desse distanciamento
é de fato ele, o operador, ou sou eu, o gerente, que o confino num papel meramente
operacional e reativo? Será que não é mesmo possível motivá-lo para o processo de
solução de problemas? Será que não é possível organizar previamente planos de
contingência e treiná-lo para a execução desses planos quando pequenas questões
ligadas ao seu posto de trabalho porventura ocorrerem?
sabe que agora está atrás do seu objetivo, sabe o tempo que lhe resta, tenta recuperar
o terreno perdido sem que ninguém lhes sopre isso no ouvido. Instintivamente, os
jogadores correm atrás do prejuízo. Acontece todos os dias.
E ainda: se, logo abaixo do placar, o chefe houvesse preparado e afixado ali
um plano de contingência do tipo “se” acontecer isso “então” faça aquilo “ou” alerte
alguém, será que o operador não estaria apto a transformar-se de fato no grande
personagem da solução rápida dos problemas que assolam o cotidiano, deixando
assim de ser mera “mão de obra” e tornando-se uma autêntica “cabeça pensante”?
Figura 10 – O conceito atual de produção que abarca, além da produção de bens, também a
prestação de serviços
A resposta mais imediata a essa pergunta que tende a vir à nossa mente são
os materiais, insumos, coisas assim. Talvez porque lá atrás no tempo o imaginário da
Revolução Industrial tenha deixado gravado no nosso inconsciente a associação entre
produção e transformação de materiais. Isso de fato se revela no conceito
tradicionalmente atribuído ao termo “Produção”, muito referido aos setores primário e
secundário da economia, como é descrito também na Figura 10. Mas repare que hoje,
de algum modo, participamos de inúmeros sistemas que não processam exatamente
materiais.
traduz em desenhos, projetos. A um advogado você passa argumentos, sua visão dos
fatos, e ele, com base nas leis, prepara sua linha de defesa ou de acusação.
Nigel Slack, pesquisador inglês, que organizou com clareza esta discussão,
propõe um modelo simples que abrange os diversos tipos de produção e serviços.
Considera-se que são quatro os tipos de processamento ou OPERAÇÕES presentes
no mundo contemporâneo:
Figura 11 – Mapa geral dos sistemas de produção categorizados pelo posicionamento na matriz
“Itens processados × Tipo de operação dominante”
Por seu turno, a operação de distribuição trata da mudança do local onde está
o bem. Porém, não apenas as características que determinam o estado do bem devem
ser preservadas, como também agora a propriedade dele é mantida.
A operação está para um sistema assim como o átomo está para a substância,
um gene para um ser vivo.
Rede de suprimentos é uma expressão que vem sendo mais e mais utilizada
atualmente em função dos múltiplos arranjos que se tornam cada dia mais frequentes
e incluem, por exemplo, a colaboração de elos concorrentes e fluxos reversos ao longo
da cadeia.
Um fato subjacente a esse cenário seria a paulatina substituição dos grandes sistemas
centralizados de energia, comunicação e produção por novos arranjos produtivos baseados em
redes de energia e internet, descentralização, cooperação e partilha.
Esse mundo da concentração pode entretanto vir de fato a ser desmantelado se: (i) a
fabricação de bens materiais por indivíduos passa a ser possível com impressoras 3D que
materializam objetos em suas casas a partir de projetos próprios ou de terceiros comercializados
diretamente por via digital; (ii) a distribuição de itens individuais passa a ser possível através de
veículos aéreos não tripulados como os drones que, pelo menos em tese, permitem a entrega entre
as janelas do apartamento do produtor e do consumidor; (iii) o controle da posição física dos bens
passa a ser informado por eles mesmos via tags eletrônicos e rádio frequência; (iv) a venda pode
ser feita por e-commerce diretamente entre os interessados; além da (v) consultoria, apoio técnico
e treinamento que também podem ser disponibilizados via Educação a distância.
Será um cenário desafiador para todos nós. Queremos crer, entretanto, que os elementos
básicos de um sistema de produção e serviços, ofertante de valor e cliente e os critérios de
produtividade e qualidade permanecerão existindo, e quanto mais contundente for esse cenário de
grande oferta e variedade tecnológica, mais a competência na gestão das operações haverá de
tornar-se um extraordinário diferencial competitivo.
Como na fábula da “Galinha dos Ovos de Ouro” – onde o dono mata a ave que
lhe traz riqueza para retirar o ouro que supunha existir em sua barriga –, muitas vezes,
na vida real, a ânsia de maximizar resultados deixa de lado alguns dos aspectos mais
estruturais das questões.
Uma boa estratégia de marketing não será capaz de garantir o sucesso estável
de uma empresa no mercado se não estiver sintonizada com as forças e limitações
do sistema produtivo existente. Do mesmo modo, aplicações especulativas de alta
rentabilidade podem aumentar a lucratividade de uma empresa em certo momento,
mas não necessariamente garantem a sua posição competitiva no tempo.
Desde então muita coisa mudou! Terry Hill [3], pesquisador inglês, que está
entre os pioneiros da “Estratégia de Manufatura”, registra o que se passou em
seguida. Em meados do século XX, a busca de novos mercados e a disputa dentro
dos já existentes trouxe ao centro da cena empresarial as funções de Marketing, como
consequência da relação demanda/capacidade que se tornava mais exigente. Em
muitos casos, os diretores de Marketing vieram a se tornar os diretores das empresas
e a tomada de decisão estratégica passou a se vincular diretamente a essa função.
duas últimas décadas, quando a competição nos mercados mundiais se tornou mais
acirrada, a função Produção voltou a ser paulatinamente recolocada na ordem do dia.
As análises feitas até aqui referem-se não apenas à produção, mas à empresa
como um todo. Com efeito, observando-se a natureza dos fatores de competitividade,
citados na Figura 16, constata-se que a obtenção de uma diferenciação positiva
nesses fatores é fruto não do desempenho de um setor isolado da empresa, mas sim
do esforço conjunto e integrado de suas várias funções (e. g., marketing, finanças,
produção, dentre outras).
A MATRIZ DE COMPETITIVIDADE
Uma forma de usar essa matriz: debata com sua equipe qual a percepção que têm em
relação aos fatores que diferenciam a oferta de valor de sua empresa daquela feita pelos
concorrentes. Determine assim as linhas da matriz. Inclua também linhas para fatores que hoje não
são decisivos, mas talvez devessem ser.
Agora capture a percepção sobre como cada função da empresa está alavancando o fator.
Pode-se atribuir por exemplo valores para cada célula, designando-se o nível de importância da
contribuição.
Num primeiro momento, pense o sistema como ele é. Em seguida, pense como o sistema
deveria ser numa situação ideal. Comparando os graus atribuídos a cada célula em cada um dos
dois cenários, identifique os “gaps” e estabeleça a partir daí seu plano de ação para potencializar
seus diferenciais competitivos.
Com efeito, há uma série de decisões e escolhas de longo, médio e curto prazo,
relativas ao sistema de produção, que afetam diretamente a posição competitiva da
empresa no mercado. São questões que vão desde a localização das instalações,
identificação da tecnologia do processo mais adequada e do arranjo físico dos
recursos, passam pela filosofia de acionamento da produção, pela definição da política
de recursos humanos e dos sistemas de suprimentos, qualidade e manutenção, até
alcançar o planejamento de estoques e a programação de atividades.
Tal complexidade faz, inclusive, com que muitas empresas prefiram adotar
estratégias de produção focadas, visando reduzir a dimensão do problema e, assim,
favorecer um melhor desempenho do sistema pela especialização, aprendizado e
eliminação de desperdícios.
Figura 18 – Algumas das decisões de longo, médio e curto prazo no contexto da manufatura
Figura 19 – “O ovo em pé” – roteiro de reflexão para subsidiar o projeto estratégico do sistema de
controle
O LUCRO
A LUCRATIVIDADE
Mas, qual é o sentido desse real Valor? Para consolidarmos esse conceito,
vamos imaginar que você dispõe de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e opta por
empregá-lo na empresa de um amigo.
Ao final do mês, esse amigo – num intuito de mostrar que o seu investimento
valeu à pena – informa que – além do milhão investido – você já dispõe de R$ 4.000,00
(quatro mil reais) a mais. Responda rápido: você ficaria satisfeito? Foi agregado valor
ao seu capital?
Com uma simples conta pode-se responder que não! Por quê? O retorno
mensal dado ao seu capital foi de 0,4% (isto é, R$ 4.000 / R$ 1.000.000,00). Muito
pouco quando sabemos que no Brasil a caderneta de poupança tem uma taxa de
retorno – com riscos mínimos – raramente abaixo de 0,5% ao mês (isso sem
considerar outras hipóteses que – no caso de se dispor de um milhão de reais –
poderiam ser certamente melhores que a poupança e equivalentemente confiáveis).
Assim é que esse seu amigo – mesmo tendo gerado R$ 4.000,00 a mais com
o seu R$ 1.000.000,00 – desagregou valor ao seu capital. Colocando em termos
quantitativos, você teve um prejuízo econômico mínimo de R$ 1.000,00, resultado da
conta que retira do lucro obtido (que foi de R$ 4.000,00) o quanto você poderia ganhar
caso aplicasse o seu capital na outra alternativa fácil e garantida da poupança (no
caso, R$ 5.000,00 ou 0,5% de R$ 1.000.000,00).
O LUCRO ECONÔMICO
Essa taxa é ainda referida no mercado como Custo Financeiro (do dinheiro) ou
Custo de Oportunidade. Mas, sobre essa segunda denominação, cumpre fazer um
registro. Considerando que há um sistema ou negócio que se apresenta como uma
nova oportunidade de investimento, então mais preciso seria ela ser chamada de
Custo de Falta de Oportunidade.
Mas alguém pode ainda indagar: o capital empregado não foi considerado no
cálculo do Lucro Econômico? Sim, é verdade, ele foi levado em conta, mas não o seu
valor total. Apenas computamos uma fração do mesmo, calculada com base na
referida TAM. Fazendo aqui uma analogia com um apartamento comprado, incluímos
nas (nossas) despesas o “condomínio” do imóvel e não o capital empregado na sua
compra (“condomínio” esse que é igualmente proporcional ao valor do bem adquirido,
como são os juros no caso do capital empregado).
A RENTABILIDADE
Como o seu próprio nome sugere, esse quarto indicador relativiza ou divide o
Lucro pelo Capital Empregado ou Inventário (dois termos que, para efeito de
simplificação, são para nós equivalentes nesse texto), dando origem à fórmula:
Logo, a resposta tem que ser algo inevitavelmente superior à TAM. Esse
percentual a mais é chamado internacionalmente, na linguagem bancária, de Spread
– isto é, a diferença entre a taxa de juros que o banco cobra dos tomadores de crédito
e a taxa de juros que ele paga aos seus depositantes ou investidores.
Por que dessa diferença? A resposta pode ser resumida nas expressões:
natureza do negócio e risco. Um banco se propõe a ser um negócio de menor risco
que o de uma empresa. Por isso, entre empresa e banco, quando há empréstimos de
lado a lado, o banco quer sempre receber mais do que paga (em juros).
O FLUXO DE CAIXA
Por fim, pode parecer à primeira vista que essas quatro precisas e lógicas
medidas (lucro, lucratividade, lucro econômico e rentabilidade) já seriam minimamente
suficientes para avaliarmos se um sistema está – ao longo do tempo – financeira e
economicamente saudável.
De nada adianta um negócio ter previsto com precisão (sem erro) que ao final,
por exemplo, de cinco anos será bem lucrativo e rentável (acima da TAM + TEN) se,
“no meio do caminho”, não teve dinheiro para pagar as suas contas e foi à falência.
Assim, o Fluxo de Caixa não é uma conta única, mas sim uma sincronia ao
longo do tempo entre entradas e saídas de dinheiro; logicamente, para cada “saída
de $” deve haver uma “entrada de $” correspondente.
Da enunciação feita até aqui pode-se concluir as formas pela qual a operação
de Produção e Serviços faz diferença no ganhar dinheiro.
Observe agora que mesmo que não seja possível acrescentar nenhum real de
receita a mais, nem tampouco reduzir nem um real de despesa a menos, ainda assim
a Produção pode fazer o negócio ficar muito mais atraente para o acionista. Como?
Por fim, há ainda uma quarta forma de a Produção contribuir com o “fazer
dinheiro”. Diz respeito à medida de sobrevivência, o fluxo de caixa. Mesmo que você
não consiga mais lucro nem retorno no período, antecipar um faturamento pode ser
valor! Se um pagamento que está sendo feito agora puder ser postergado (sem que
isso seja um desrespeito à ética ou aos direitos dos demais stakeholders), isso é valor!
Pois as despesas não costumam esperar para cobrar seu preço e, portanto, dinheiro
na mão, no mundo de hoje é, como vimos, estratégico.
A Figura 20 resume as formas pelas quais a gestão da Produção e dos Serviços pode fazer a
diferença no curto prazo.