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O roteiro segue fielmente a narrativa da comédia teatral grega “Lisístrata”, de Aristófanes

adaptada para a area cinematográfica. O desafio é que como adaptação de filme, também tem a
preocupação em ser mais literário ou menos literário junto a linguagem da Grécia antiga (Século
V) presente na narrativa, visto que lida-se com outro sistema semiótico. Tanto o roteiro para
filme quanto o livro comunicam-se com seus públicos, mas, naturalmente, por serem meios
distintos de comunicação, cada um possui suas vantagens e desvantagens. É inviável a
comparação entre um e outro justamente porque são maneiras diferentes de se ter contato com
um conteúdo, são maneiras distintas de interpretação de um mesmo ponto.

A peça de Aristófanes (445 - 385 a. C.) foi uma tentativa real de acabar com uma guerra de
verdade. Na época em que foi representada a peça (411 a.C.), Atenas atravessava um período
dificílimo de sua história, ainda não refeita do desastre da expedição malograda à Sicília (413
a.C.). Abandonados por seus aliados, os atenienses tinham a 24 quilômetros de suas cidades as
tropas espartanas. Essa luta fatricida enfraquecia a Grécia toda, pondo-a à mercê dos bárbaros.
Inspirado por um profundo sentimento de patriotismo e humanidade, Aristófanes se fez porta-
voz de todas as esposas e mães gregas e, por intermédio de Lisístrata, lançou um veemente apelo
em favor da paz, não somente aos atenienses mas a todos os gregos. Infelizmente a mensagem
em forma de peça teatral de Aristófanes não foi ouvida e a guerra continuou, arruinando a
Grécia, e as guerras continuaram, mutilando o mundo.

Embora Lisístrata seja a mais licenciosa das comédias de Aristófanes, pela elevação dos
sentimentos que animam a heroína, pela nobreza das intenções do comediógrafo e por suas
próprias qualidades como teatro a peça bem merece a fama que até hoje desfruta em todas as
platéias civilizadas.

Na Antigüidade grega, as comédias eram vistas pelas classes cultas como um gênero popular
menor, que nada acrescentava ao espírito. Entretanto, a genialidade do poeta ateniense
Aristófanes (445 - 385 a. C.) conseguiu suplantar o descaso com que as peças cômicas eram
vistas pelos eruditos aqueles que, justamente, determinavam e registravam o que iria passar à
posteridade, e várias das suas comédias chegaram até nós.

Lisístrata, permeia numa relação de liderança sujeita protagonismo título à obra. Lisístrata ao
tomar a iniciativa de reunir as mulheres em torno de um acordo para acabar com as guerras,
através da greve de sexo, promove uma associação entre elas, que acarretará uma tomada de
consciência a respeito do papel da mulher, e o seu grau de submissão, dispostas em passagens
que denotam diversas catarses. No primeiro momento ao propor a intervenção, há um choque
geral dentre as outras mulheres por não ser um padrão comumente empregado, já que a esfera
social na qual elas estão dispostas inviabilizaria essa iniciativa por não terem autonomia plena
sobre as decisões sociais e políticas. Ao analisar onde, após a tomada da Acrópole, os homens
querem reagir em ofensiva, observa-se adiante toda categorização de fala de Lisístrata ao indagar
sobre o sistema patriarcal, com as variadas formas de repreensão e submissão da mulher, nas
formas mais básicas que encadeiam o sistema.

Por fim, nos momentos finais, Lisístrata consegue estabelecer um acordo dentre os homens, que
já não agüentavam mais toda a situação, e faz com que haja um acordo entre as cidades-estados
para a regulação da paz e a volta dos soldados ao convívio social com suas determinadas
esposas.

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