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consulting Foto: Cláudia V.

Godoy

OÍDIO DA SOJA
BOLETIM TÉCNICO
Neste boletim você irá aprender:

Sobre a doença Prejuízo na lavoura Formas de Controle


Saiba as principais Entenda a importância da Saiba quais as principais
características da doença doença e os prejuízos que formas de controle para
e como identificá-la no ela causa na lavoura um manejo mais eficiente
campo

Sua soja está assim?


Você sabia que essa doença pode causar uma perda de rendimento de até 50 %?

Amanda Ghelfi Dumit, Claudio Dias da Silva Junior e Victor Henrique Neves
OÍDIO
1

Microsphaera diffusa (sin. Erysiphe diffusa)/Oidium sp.

IMPORTÂNCIA DA DOENÇA
O oí di o é uma das doenças mai s ant i gas dessa cul t ur a,
r egi st r ada pel a pr i mei r a vez em 1921 na Al emanha,
por ém, só passou a t er i mpor t ânci a no Br asi l a par t i r da
saf r a de 1996/ 97 devi do a sever a i nci dênci a que at i ngi u
di ver sas cul t i var es de t odas as r egi ões pr odut or as do
Cer r ado ao Ri o Gr ande do Sul . At ual ment e, é uma
doença que mer ece at enção, poi s o f ungo causador
pode se i nst al ar em qual quer est ádi o de
desenvol vi ment o da soj a e é capaz de pr ovocar per das
de pr odut i vi dade de 26 a 50% ( I GARASHI , 2010;
YORI NORI , 1997) .

SOBRE O PATÓGENO
Tr at a- se de um f ungo ascomi cet o car act er i zado por ser
bi ot r óf i co ( dependent e de um hospedei r o vi vo)
di ssemi nado pr i nci pal ment e pel o vent o e que pode
i nci di r em qual quer est ádi o f enol ógi co da cul t ur a,
causando mai s per das de r endi ment o nos est ádi os
i ni ci ai s. Em condi ções de bai xa umi dade r el at i va do ar e Cadeia de conídios em formação
nos conidióforos
(Arquivo pessoal de Claudio Dias da
t emper at ur as amenas ( em t or no de 20º C) , o espor o Silva Jr. e Belashew Asalf Tedesse)

( coní di o ou ascospor o) que est ej a na super f í ci e f ol i ar


ger mi na e pr oduz uma t ei a de mi cél i o ( pont os br ancos)
que se espal ha pel a super f í ci e da pl ant a e nut r e- se do
cont eúdo cel ul ar . Sob condi ção de i nf ecção sever a, a
cober t ur a de mi cél i o e a f r ut i f i cação do f ungo i mpedem
Conídios de oídio
(ALMEIDA, 2010)
a f ot ossí nt ese, r esul t ando em per da de pr odut i vi dade
( GRI GOLLI , 2013; YORI NORI , 1997) .
OÍDIO
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Microsphaera diffusa (sin. Erysiphe diffusa)/Oidium sp.

CICLO DA DOENÇA
O oí di o da soj a é uma doença pol i cí cl i ca. Você sabe o que i sso
si gni f i ca? Como apr esent ado no esquema abai xo, a cada 7- 10
di as o f ungo pode i ni ci ar um novo ci cl o de i nf ecção, ou sej a, é
capaz de i nf ect ar a soj a i númer as vezes dur ant e seu ci cl o
pr odut i vo e, por i sso, mer ece uma at enção especi al . Al ém di sso,
o f ungo t em vár i os hospedei r os, como a soj a vol unt ár i a e
di ver sas espéci es de l egumi nosas, o que pode f aci l i t ar a sua
per manênci a e di st r i bui ção gener al i zada na ár ea, di f i cul t ando o
cont r ol e ( PI CI NI NI ; FERNANDES, 2003) .

(AGRO BAYER BRASIL, 2018)

SINTOMAS
Pode- se obser var uma f i na camada de mi cél i o e
espor os ( coní di os) pul ver ul ent os do f ungo em t oda a
par t e aér ea da pl ant a ( f ol has, pecí ol os, hast es e
vagens) . Nas f ol has, obser va- se pequenas manchas
Oídio na folha
(GODOY, 2005)
pul ver ul ent as br ancas que evol uem par a col or ações
cast anho- aci nzent adas, que, em si t uações mai s
sever as, causam a sua queda pr emat ur a e o
engr ossament o das hast es, l evando a ocor r ênci a de
r achadur as e ci cat r i zes super f i ci ai s ( GRI GOLLI , 2013) . Oídio na haste
(AGROBASE, [entre 2000 e 2020])
Controle
3

CONTROLE QUÍMICO
Exi st em r egi st r ados no AGROFI T 157 f ungi ci das com
gr ande var i edade de pr i ncí pi os at i vos par a cont r ol e do
oí di o da soj a. Dest acam- se f ungi ci das a base das
mi st ur as de f l ut r i af ol + t i of anat o met í l i co, t r i f l oxi st r obi na
Controle químico
+ t ebuconazol e e t r i f l oxi st r obi na + ci pr oconazol e, que se (COTRISOJA, 2017)

most r am mui t o ef i cazes, i ncl usi ve, ger ando i ncr ement o
de pr odut i vi dade ( TOI GO et al . , 2008) .

CONTROLE BIOLÓGICO
Ai nda não exi st em mui t as opções par a cont r ol e bi ol ógi co
dest a doença no Br asi l . As opções mai s r el evant es
est ão baseadas em r el at os de ef i cáci a na apl i cação de
sol uções de l ei t e ( VI ECELLI et al . , 2014) que pr omovem
um cont r ol e l ocal i zado da doença, sendo que, al ém
dest e, exi st e a opção de est r at os de cogumel os, t ai s
como o da espéci e L. edodes ( DE ARRUDA et al . , 2012) . Conídios de oídio sendo
parasitado por Ampelomyces
sp.
Há vár i os i ni mi gos nat ur ai s desse pat ógeno, mas os (KISS, 1998)

pr i nci pai s são os f ungos do gêner o Ampel omyces ( KI SS


et al . , 2004) , por ém, ai nda não há r egi st r o no Br asi l de
pr odut os a base dest es f ungos.

CONTROLE GENÉTICO
Est e mét odo de cont r ol e é o que possui o mel hor cust o
benef í ci o em r el ação aos demai s, poi s, al ém de não
causar cont ami nações no mei o ambi ent e, é um dos mai s
ef i ci ent es. Exi st em di ver sos cul t i var es de soj a que
apr esent am r esi st ênci a moder ada a est a doença, com
car act er í st i cas r ecomendadas par a di f er ent es r egi ões do Cultivar BRS 8560 RR
(Sementes Faita)
Br asi l . Dent r e as cul t i var es moder adament e r esi st ent es
a doença, pode- se ci t ar : BRSGO 7654RR, BRS 8560RR
e BRS 544RR ( EMBRAPA SOJA, 2019) .
Referências
4

AGRO BAYER BRASIL. Oídio. Disponível em:


<https://www.agro.bayer.com.br/alvos/oidio#tab-3>. Acesso em: 6 jun.
2020.
ALMEIDA, A. C. S. ESTUDOS EM DOENÇAS DE PLANTAS: Oídio
(Oidium sp.) incidente em folhas de soja (Glycine max). Disponível em:
<https://fitopatologia1.blogspot.com/2010/07/oidio-oidium-sp-incidente-em-
folhas-de.html>.
AGROBASE. Oídio - Doenças. Disponível em:
<https://agrobaseapp.com/brazil/disease/oidio-2>. Acesso em: 5 jun. 2020.
COTRISOJA. Tecnologia de Aplicação de Defensivos e Uso de
Adjuvantes. Disponível em:
<http://www.cotrisoja.com.br/tecnologia-de-aplicacao-de-defensivos-e-uso-de-
adjuvantes/>.
DE ARRUDA, R. S. et al. Efeito de extratos de cogumelos na indução de
fitoalexinas e no controle de oídio da soja em casa de vegetação. Bioscience
Journal, v. 28, n. 2, 2012.
EMBRAPA SOJA (LONDRINA, PR). Catálogo de cultivares
de soja: Centro-Sul, Brasil. 1. ed. Londrina, PR: [s. n.], 2019. 35 p.
GODOY, C. V. Manejo de doenças deve ocorrer de forma
integrada. [entre 2000 e 2020]. Disponível em:
<https://www.esalq.usp.br/visaoagricola/sites/default/files/va05-
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GRIGOLLI, J. F. J. Manejo de Doenças na Cultura da Soja. In: Nematoides da
Soja. [s.l: s.n.]. p. 216.
IGARASHI, S. et al. DANOS CAUSADOS PELA INFECÇÃO DE OÍDIO EM
DIFERENTES ESTÁDIOS FENOLÓGICOS DA SOJA. Arq. Inst. Biol., São Paulo,
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KISS, L. et al. Biology and biocontrol potential of Ampelomyces mycoparasites,
natural antagonists of powdery mildew fungi. Biocontrol Science and
Technology, v. 14, n. 7, p. 635-651, 2004.
KISS, L. Natural occurrence of Ampelomyces intracellular mycoparasites in
mycelia of powdery mildew fungi. The New Phytologist, v. 140, n. 4, p. 709-714,
1998.
PICININI, E. C.; FERNANDES, J. M. Doenças de soja: Diagnose, epidemiologia
e controle, Embrapa, n. 16, 104 p. dez. 2003.
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VIECELLI, C. A.; CARVALHO, J. C.; DE MARCHI, F. H. CONTROLE
BIOLÓGICO DE OÍDIO DA SOJA COM A UTILIZAÇÃO DA LEVEDURA
Saccharomyces cerevisiae E LEITE IN NATURA. Revista Thêma et Scientia, v.
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YORINORI, J. T. Oídio da soja. Embrapa, n. 59, p. 1–5, 1997.

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