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Em 1972, por ocasião do sesquicentená-

BICENTENÁRIO BICENTENÁRIO
rio da Independência, o diplomata Álvaro

Teixeira Soares
BRASIL BRASIL
Teixeira Soares publicou História da formação
das fronteiras do Brasil, obra reeditada duas
vezes na mesma década. A gênese do livro
1822 | 2022 1822 | 2022
está nas várias conferências que proferiu
em instituições militares, como a Escola
de Guerra Naval.
Álvaro Teixeira Soares O livro argumenta que a política ex-
Álvaro Teixeira Soares nasceu em 10
de outubro de 1903, no Rio de Janeiro, e
Teixeira Soares terna brasileira resulta, sobretudo, de sua
projeção geográfica no mundo. A definição

História da formação das fronteiras do Brasil


formou-se em 1925 em ciências jurídicas
pela Universidade do Rio de Janeiro.
Ingressou por concurso no Itamaraty
A Portaria nº 270 do Ministério das Relações Exteriores, de 22 de
março de 2018 (modificada pela Portaria nº 339, de 26 de janeiro
de 2021), criou o Grupo de Trabalho do Bicentenário da Independên-
da fronteira, por sua vez, seria um processo
concomitante de ocupação humana e de

História da formação
em 1929, tendo servido em Lisboa (1934-36), cia, incumbido de, entre outras atividades, promover a publicação de choque político de entidades soberanas.
Washington (1936-39), Montevidéu (1942- obras alusivas ao tema. A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) A erudição do texto e o conhecimento da
48), Nova York (1950-52), La Paz (1954-58),
das fronteiras do
atua como secretaria de apoio técnico ao grupo. literatura clássica são registros importantes
Atenas (1958-59), Bogotá (1960-64) e Tó- dos debates da nascente área de geopolítica
quio (1964-65). Na Secretaria de Estado, Foi no contexto de planejamento da importante efeméride que,

Brasil
foi oficial de gabinete dos ministros Mello no âmbito da FUNAG, criou-se a coleção “Bicentenário: Brasil 200 no Brasil, que já contava com autores como
Franco e Oswaldo Aranha, duas vezes chefe anos – 1822-2022”, abrangendo publicações inéditas e versões fac-simi- Mário Travassos e Golbery do Couto e Silva.
da Divisão Política e chefe do Departamen- lares. O objetivo é publicar obras voltadas para recuperar, preservar Do ponto de vista da organização do
to Político e Cultural. Notabilizou-se, na e tornar acessível a memória diplomática sobre os duzentos anos da volume, dez capítulos analisam o arco de
carreira, pelo grande conhecimento sobre
as fronteiras brasileiras e sobre relacio-
história do país, principalmente de volumes que se encontram esgo-
tados ou são de difícil acesso. Com essa iniciativa, busca-se também
Edição fac-similar fronteira desde o seu ponto mais nordeste
namento político do Brasil com os países até o extremo sul do Brasil. O mais denso
incentivar a comunidade acadêmica a aprofundar estudos e diversificar
vizinhos. as interpretações historiográficas, promovendo o conhecimento da é o capítulo sobre a Bolívia, país no qual o
Atuou por vários anos na imprensa história diplomática junto à sociedade civil. autor chefiou a embaixada brasileira por
como colunista do Diário de Notícias, de quatro anos.
A Nação e do Jornal do Commercio, onde
fundou, em 1939, a seção “Política inter- Por fim, Teixeira Soares apresenta três
nacional”. tópicos transversais. O primeiro é o apro-
Foi autor de 41 livros, opúsculos e mo- veitamento hidroelétrico dos rios, um tema
nografias. Destacam-se, além desta obra, candente na época de publicação do volume,
Diplomacia do Império no Rio da Prata: até
em decorrência das negociações com o Pa-
1865 (1955), O drama da Tríplice Aliança:
1865-1876 (1956), O Marquês de Pombal (1961, raguai e a Argentina sobre a construção de
1983), Um grande desafio diplomático no sécu- Itaipu. O segundo é sobre o mar territorial
lo passado: navegação e limites na Amazônia, e sua exploração, trecho influenciado pela
missão de Nascentes de Azambuja a Bogotá: ISBN 978-65-87083-16-2
decisão do governo de estabelecer, em 1970,
1840-1928 (1971), O Brasil no conflito ideoló-
gico global: 1937-1979 (1980), e Organização e que o mar territorial teria uma faixa de
9 786587 083162 >

administração do Ministério dos Estrangeiros duzentas milhas marítimas. Por fim, Tei-
(1984). Faleceu em março de 1988. xeira Soares estuda o que denomina como
“fronteira lateral marítima”, tema muito
ligado às nossas ilhas no Atlântico.

Fundação Alexandre de Gusmão


Em 1972, por ocasião do sesquicentená-
BICENTENÁRIO BICENTENÁRIO
rio da Independência, o diplomata Álvaro

Teixeira Soares
BRASIL BRASIL
Teixeira Soares publicou História da formação
das fronteiras do Brasil, obra reeditada duas
vezes na mesma década. A gênese do livro
1822 | 2022 1822 | 2022
está nas várias conferências que proferiu
em instituições militares, como a Escola
de Guerra Naval.
Álvaro Teixeira Soares O livro argumenta que a política ex-
Álvaro Teixeira Soares nasceu em 10
de outubro de 1903, no Rio de Janeiro, e
Teixeira Soares terna brasileira resulta, sobretudo, de sua
projeção geográfica no mundo. A definição

História da formação das fronteiras do Brasil


formou-se em 1925 em ciências jurídicas
pela Universidade do Rio de Janeiro.
Ingressou por concurso no Itamaraty
A Portaria nº 270 do Ministério das Relações Exteriores, de 22 de
março de 2018 (modificada pela Portaria nº 339, de 26 de janeiro
de 2021), criou o Grupo de Trabalho do Bicentenário da Independên-
da fronteira, por sua vez, seria um processo
concomitante de ocupação humana e de

História da formação
em 1929, tendo servido em Lisboa (1934-36), cia, incumbido de, entre outras atividades, promover a publicação de choque político de entidades soberanas.
Washington (1936-39), Montevidéu (1942- obras alusivas ao tema. A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) A erudição do texto e o conhecimento da
48), Nova York (1950-52), La Paz (1954-58),
das fronteiras do
atua como secretaria de apoio técnico ao grupo. literatura clássica são registros importantes
Atenas (1958-59), Bogotá (1960-64) e Tó- dos debates da nascente área de geopolítica
quio (1964-65). Na Secretaria de Estado, Foi no contexto de planejamento da importante efeméride que,

Brasil
foi oficial de gabinete dos ministros Mello no âmbito da FUNAG, criou-se a coleção “Bicentenário: Brasil 200 no Brasil, que já contava com autores como
Franco e Oswaldo Aranha, duas vezes chefe anos – 1822-2022”, abrangendo publicações inéditas e versões fac-simi- Mário Travassos e Golbery do Couto e Silva.
da Divisão Política e chefe do Departamen- lares. O objetivo é publicar obras voltadas para recuperar, preservar Do ponto de vista da organização do
to Político e Cultural. Notabilizou-se, na e tornar acessível a memória diplomática sobre os duzentos anos da volume, dez capítulos analisam o arco de
carreira, pelo grande conhecimento sobre
as fronteiras brasileiras e sobre relacio-
história do país, principalmente de volumes que se encontram esgo-
tados ou são de difícil acesso. Com essa iniciativa, busca-se também
Edição fac-similar fronteira desde o seu ponto mais nordeste
namento político do Brasil com os países até o extremo sul do Brasil. O mais denso
incentivar a comunidade acadêmica a aprofundar estudos e diversificar
vizinhos. as interpretações historiográficas, promovendo o conhecimento da é o capítulo sobre a Bolívia, país no qual o
Atuou por vários anos na imprensa história diplomática junto à sociedade civil. autor chefiou a embaixada brasileira por
como colunista do Diário de Notícias, de quatro anos.
A Nação e do Jornal do Commercio, onde
fundou, em 1939, a seção “Política inter- Por fim, Teixeira Soares apresenta três
nacional”. tópicos transversais. O primeiro é o apro-
Foi autor de 41 livros, opúsculos e mo- veitamento hidroelétrico dos rios, um tema
nografias. Destacam-se, além desta obra, candente na época de publicação do volume,
Diplomacia do Império no Rio da Prata: até
em decorrência das negociações com o Pa-
1865 (1955), O drama da Tríplice Aliança:
1865-1876 (1956), O Marquês de Pombal (1961, raguai e a Argentina sobre a construção de
1983), Um grande desafio diplomático no sécu- Itaipu. O segundo é sobre o mar territorial
lo passado: navegação e limites na Amazônia, e sua exploração, trecho influenciado pela
missão de Nascentes de Azambuja a Bogotá: ISBN 978-65-87083-16-2
decisão do governo de estabelecer, em 1970,
1840-1928 (1971), O Brasil no conflito ideoló-
gico global: 1937-1979 (1980), e Organização e que o mar territorial teria uma faixa de
9 786587 083162 >

administração do Ministério dos Estrangeiros duzentas milhas marítimas. Por fim, Tei-
(1984). Faleceu em março de 1988. xeira Soares estuda o que denomina como
“fronteira lateral marítima”, tema muito
ligado às nossas ilhas no Atlântico.

Fundação Alexandre de Gusmão


BICENTENÁRIO
BRASIL

1822 | 2022

História da formação
das fronteiras
do Brasil
Ministério das Relações Exteriores
Fundação Alexandre de Gusmão
Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais

BICENTENÁRIO
BRASIL

1822 | 2022

Grupo de Trabalho do Bicentenário da Independência


Portaria nº 270 do Ministério das Relações Exteriores, de 22 de março de 2018
(modificada pela Portaria nº 339, de 26 de janeiro de 2021)
O grupo de trabalho é coordenado pelo Secretário de Comunicação e Cultura e
conta com representantes das seguintes unidades:
Gabinete do Ministro de Estado;
Secretaria-Geral das Relações Exteriores;
Cerimonial; e
Fundação Alexandre de Gusmão.

 
A Fundação Alexandre de Gusmão – FUNAG, instituída em 1971, é uma fundação
pública vinculada ao Ministério das Relações Exteriores e tem a finalidade de le-
var à sociedade civil informações sobre a realidade internacional e sobre aspectos
da pauta diplomática brasileira. Sua missão é promover a sensibilização da opi-
nião pública para os temas de relações internacionais e para a política externa
brasileira.
A FUNAG, com sede em Brasília-DF, conta em sua estrutura com o Instituto de
Pesquisa de Relações Internacionais – IPRI e com o Centro de História e Docu-
mentação Diplomática – CHDD, este último no Rio de Janeiro.
BICENTENÁRIO
BRASIL

1822 | 2022

Teixeira Soares

História da formação
das fronteiras
do Brasil

Edição fac-similar

Brasília, 2021
Direitos de publicação reservados à
Fundação Alexandre de Gusmão
Ministério das Relações Exteriores
Esplanada dos Ministérios, Bloco H, anexo II, Térreo
70170­­‑900 Brasília–DF
Tel.: (61)2030-9117/9128
Site: www.funag.gov.br
E­‑mail: funag@funag.gov.br

Equipe Técnica:
Acauã Lucas Leotta
Denivon Cordeiro de Carvalho
Henrique da Silveira Sardinha Pinto Filho
Ricardo Padue
Rogério de Souza Farias
Projeto Gráfico:
Yanderson Rodrigues
Programação Visual e Diagramação:
Varnei Rodrigues - Propagare Comercial Ltda.
Apoio:
Biblioteca Azeredo da Silveira do Ministério das Relações Exteriores
Capa:
Mapa da América do Sul, publicado por Samuel Augustus Mitchell em 1831 na Filadélfia.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

S676 Soares, Álvaro Teixeira


História da formação das fronteiras do Brasil / Álvaro Teixeira Soares. – Brasília: FUNAG,
2021.
416 p. – (Bicentenário: Brasil 200 anos – 1822-2022)
Fac-sím. da: História da formação das fronteiras do Brasil 1972
ISBN 978-65-87083-16-2
1. Relações internacionais - fronteiras - Brasil. I. Titulo.
CDD 327.81
CDU 327(81)

Depósito legal na Fundação Biblioteca Nacional conforme Lei nº 10.994, de 14/12/2004.


Bibliotecária responsável: Raimunda Lima Evangelista, CRB-1/3382
Copyright © Fundação Alexandre de Gusmão

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Teixeira Soares publicou História da formação
das fronteiras do Brasil, obra reeditada duas
vezes na mesma década. A gênese do livro
1822 | 2022 1822 | 2022
está nas várias conferências que proferiu
em instituições militares, como a Escola
de Guerra Naval.
Álvaro Teixeira Soares O livro argumenta que a política ex-
Álvaro Teixeira Soares nasceu em 10
de outubro de 1903, no Rio de Janeiro, e
Teixeira Soares terna brasileira resulta, sobretudo, de sua
projeção geográfica no mundo. A definição

História da formação das fronteiras do Brasil


formou-se em 1925 em ciências jurídicas
pela Universidade do Rio de Janeiro.
Ingressou por concurso no Itamaraty
A Portaria nº 270 do Ministério das Relações Exteriores, de 22 de
março de 2018 (modificada pela Portaria nº 339, de 26 de janeiro
de 2021), criou o Grupo de Trabalho do Bicentenário da Independên-
da fronteira, por sua vez, seria um processo
concomitante de ocupação humana e de

História da formação
em 1929, tendo servido em Lisboa (1934-36), cia, incumbido de, entre outras atividades, promover a publicação de choque político de entidades soberanas.
Washington (1936-39), Montevidéu (1942- obras alusivas ao tema. A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) A erudição do texto e o conhecimento da
48), Nova York (1950-52), La Paz (1954-58),
das fronteiras do
atua como secretaria de apoio técnico ao grupo. literatura clássica são registros importantes
Atenas (1958-59), Bogotá (1960-64) e Tó- dos debates da nascente área de geopolítica
quio (1964-65). Na Secretaria de Estado, Foi no contexto de planejamento da importante efeméride que,

Brasil
foi oficial de gabinete dos ministros Mello no âmbito da FUNAG, criou-se a coleção “Bicentenário: Brasil 200 no Brasil, que já contava com autores como
Franco e Oswaldo Aranha, duas vezes chefe anos – 1822-2022”, abrangendo publicações inéditas e versões fac-simi- Mário Travassos e Golbery do Couto e Silva.
da Divisão Política e chefe do Departamen- lares. O objetivo é publicar obras voltadas para recuperar, preservar Do ponto de vista da organização do
to Político e Cultural. Notabilizou-se, na e tornar acessível a memória diplomática sobre os duzentos anos da volume, dez capítulos analisam o arco de
carreira, pelo grande conhecimento sobre
as fronteiras brasileiras e sobre relacio-
história do país, principalmente de volumes que se encontram esgo-
tados ou são de difícil acesso. Com essa iniciativa, busca-se também
Edição fac-similar fronteira desde o seu ponto mais nordeste
namento político do Brasil com os países até o extremo sul do Brasil. O mais denso
incentivar a comunidade acadêmica a aprofundar estudos e diversificar
vizinhos. as interpretações historiográficas, promovendo o conhecimento da é o capítulo sobre a Bolívia, país no qual o
Atuou por vários anos na imprensa história diplomática junto à sociedade civil. autor chefiou a embaixada brasileira por
como colunista do Diário de Notícias, de quatro anos.
A Nação e do Jornal do Commercio, onde
fundou, em 1939, a seção “Política inter- Por fim, Teixeira Soares apresenta três
nacional”. tópicos transversais. O primeiro é o apro-
Foi autor de 41 livros, opúsculos e mo- veitamento hidroelétrico dos rios, um tema
nografias. Destacam-se, além desta obra, candente na época de publicação do volume,
Diplomacia do Império no Rio da Prata: até
em decorrência das negociações com o Pa-
1865 (1955), O drama da Tríplice Aliança:
1865-1876 (1956), O Marquês de Pombal (1961, raguai e a Argentina sobre a construção de
1983), Um grande desafio diplomático no sécu- Itaipu. O segundo é sobre o mar territorial
lo passado: navegação e limites na Amazônia, e sua exploração, trecho influenciado pela
missão de Nascentes de Azambuja a Bogotá: ISBN 978-65-87083-16-2
decisão do governo de estabelecer, em 1970,
1840-1928 (1971), O Brasil no conflito ideoló-
gico global: 1937-1979 (1980), e Organização e que o mar territorial teria uma faixa de
9 786587 083162 >

administração do Ministério dos Estrangeiros duzentas milhas marítimas. Por fim, Tei-
(1984). Faleceu em março de 1988. xeira Soares estuda o que denomina como
“fronteira lateral marítima”, tema muito
ligado às nossas ilhas no Atlântico.

Fundação Alexandre de Gusmão

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