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Eurocódigo 3

(Resumo do Capítulo I – Introdução)

1.1 Campo de Aplicação

1.1.1 Campo de Aplicação do EC3


O EC3 aplica-se a projectos de edifícios e obras de engenharia civil em aço.
Este, trata apenas dos requisitos de resistência, utilização e durabilidade das
estruturas, não considerando outros requisitos, tal como o isolamento térmico
e/ou acústico.
As disposições apresentadas, relacionadas com a execução e mão-de-obra
devem ser consideradas como exigências mínimas, podendo ser
complementadas, no caso dos edíficios ou obras de engenharia civil.
O EC3 não abrange os requisitos especiais do projecto relativo à acção dos
sismos (são definidos no EC8).
Os valores numéricos das acções a ter em conta no projecto de edifícios e de
obras de engenharia civil não são indicados no EC3 (são definidos no EC1 e
aplicados a todos os tipos de construção).

1.1.2 Campo de Aplicação da Parte 1.1 do EC3


A parte 1.1 do EC3 estabelece uma base geral para o projecto de edifícios e
obras de engenharia civil em aço. Esta parte, apresenta também regras
pormenorizadas que se aplicam principalmente a edifícios correntes, sendo que
a aplicabilidade destas regras poderá ser limitada, por motivos de ordem
prática ou devido a simplificações.
É de notar que, tanto o capítulo 1 como o capítulo 2 são comuns a todos os
Eurocódigos, com excepção de algumas cláusulas adicionais, específicas de
cada Eurocódigo.

Constituição da Parte 1.1 do EC3:

Capítulo 1 Introdução
Capítulo 2 Bases do projecto
Capítulo 3 Materiais
Capítulo 4 Estados limites de utilização
Capítulo 5 Estados limites últimos
Capítulo 6 Ligações sujeitas a acções estáticas
Capítulo 7 Execuão e montagem
Capítulo 8 Dimensionamento baseado em ensaios
Capítulo 9 Fadiga
Anexo B Normas de referência Normativo
Anexo C Dimensionamento contra a rotura frágil Informativo
Anexo E Comprimento de encurvadura de um elemento comprimido Informativo
Anexo F Bambeamento Informativo
Anexo J Ligações entre vigas e pilares Normativo
Anexo K Ligações de vigas reticuladas com perfis de secção tubular Normativo
Anexo L Bases dos pilares Normativo
Anexo M Método alternativo para soldaduras de ângulo Normativo
Anexo Y Directivas para ensaios de carga Informativo
Anexo D Utilização de aço do tipo Fe E 460 A aguardar
aprovação
Anexo K Ligações de vigas reticuladas com perfis de secção tubular – Versão A aguardar
revista incluindo nós multiplanares aprovação
Anexo Z Determinação da resistência de cálculo a partir de ensaios A aguardar
aprovação
Anexo G Dimensionamento para resistência à torção Futuramente
incluído
Anexo H Modelação de estruturas de edifícios para análise Futuramente
incluído
Anexo J Ligações de vigas a pilares – versão alargada Futuramente
incluído
Anexo N Aberturas em almas Futuramente
incluído
Anexo S Utilização de aço inoxidável Futuramente
incluído

NOTA: A parte 1.1 do EC3 não abrange: a resistência ao fogo; aspectos


particulares de tipos especiais de edifícios; aspectos particulares de tipos
especiais de obras de engenharia civil (pontes, mastros, torres ou plataformas
“offshore”); casos em que possam ser necessárias medidas especiais para
limitar as consequências de acidentes.

1.1.3 Outras Partes do EC3


A parte 1.1 do EC3 será complementada com outras partes, que o completarão
e o adaptarão, para abordar aspectos particulares de tipos especiais de
edifícios e de obras de engenharia civil.

Futuras partes do EC3:

Parte 1.2 Resistência ao fogo


Parte 1.3 Elementos e chapas finas enformados a frio
Parte 2 Pontes e estruturas laminares
Parte 3 Torres, mastros e chaminés
Parte 4 Depósitos, silos e oleodutos
Parte 5 Estacas
Parte 6 Estruturas de aparelos de elevação
Parte 7 Estruturas navais e marítimas
Parte 8 Estruturas agrícolas

1.2 Distinção Entre Princípios e Regras de Aplicação


Os princípios englobam:

 afirmações e definições gerais para as quais não há possibilidade de


alternativa, bem como requisitos e modelos analíticos para os quais não
se permite qualquer alternativa, a não ser que tal seja indicado.
As regras de aplicação são regras bem estabelecidas e aceites, que seguem
os princípios e satisfazem os seus requisitos. Permite-se a utilização de regras
de dimensionamento alternativas, desde que se demonstre que tais regras
estão de acordo com os princípios correspondentes e que são equivalentes no
que respeita à resistência, utilização e durebilidade da estrutura.

1.3 Pressupostos
Os pressupostos em que o EC3 se baseia são os seguintes:
 as estruturas são projectadas por técnicos qualificados e experientes;
 é assegurada a fiscalização e controlo de qualidade adequados;
 a construção é executada por pessoal qualificado e experiente;
 os materiais utilizados estão de acordo com as especificações desde
Eurocódigo ou com especificações apropriadas aos materiais ou
produtos utilizados;
 as obras são objecto de manutenção adequada;
 as obras têm uma utilização de acordo com o previsto.

Para além disto, considera-se que os métodos de dimensionamento só são


válidos se forem também satisfeitos os requesitos relativos à qualidade de
execução (Capítulo 7).

1.4 Definições

1.4.1 Termos Comuns a Todos os Eurocódigos


 Construção: Tudo o que é construído ou resulta de trabalhos de
construção, tanto de edifícios como de obras de engenharia civil,
quer em termos de elementos estruturais quer em termos de
elementos não estruturais.
 Execução: A actividade de criar um edifício ou obra de
engenharia civil. O termo abrange os trabalhos no estaleiro, bem
como a montagem em obra.
 Estrutura: Combinação organizada de peças ligadas, concebidas
para proporcionarem rigidez.
 Tipo de edifício ou de obras de engenharia civil: Tipo da
construção designado a finalidade pretendida.
 Forma da estrutura: Tipo estrutural designado a disposição dos
elementos estruturais.
 Material de construção: Um material usado em obras de
construção.
 Tipo de construção: Indicação do material etrutural principal.
 Processo construtivo: Modo como a construção será executada.
 Sistema estrutural: Os elementos resistentes de um edifício ou
de uma obra de engenharia civil e o modo como esses elementos
irão funcionar para efeitos de modelação.
NOTA: No Quadro 1.1. da página 25 do EC3 podem ser encontrados os termos
equivalentes aos que foram apresentados acima, em diferentes linguas.

1.4.2 Termos Especiais Usados na Parte 1.1 do EC3


 Estrutura reticulada: Parte de uma estrutura, englobando um
conjunto de elementos estruturais directamente ligados,
dimensionados para actuarem em conjunto de orma a resistirem a
cargas. Este termo abrange as estruturas reticuladas planas e as
estruturas tridimensionais.
 Sub-estrutura: Uma estrutura reticulada que faz parte de uma
estrutura maior, mas é tratada como estrutura separada numa
análise esrtutural.
 Tipo de modelo construtivo: Termos usados para distinguir
entre estruturas reticuladas, que podem ser: semi-
contínuas,contínuas e simples.
 Análise global: Determinação de uma distribuição consistente de
esforços numa estrutura, que esteja em equilíbrio com um
determinado conjunto de acções sobre a estrutura.
 Comprimento do sistema: Distância entre dois pontos contíguos
em que uma peça esteja contraventada em relação ao
deslocamento lateral num dado plano, ou entre um desses pontos
e a extremidade da peça.
 Comprimento de encurvadura: Comprimento do sistema de
uma peça semelhante articulada nas extremidades, que tenha a
mesma resistência à encurvadura que a peça dada.
 Projectista: Pessoa com as devidas qualificações e experiência,
responsável pelo projecto estrutural.

1.5 Unidades S.I.


Forças e cargas kN , kN/m , kN/m2
Massa volúmica kg/m3
Peso volúmico kN/m3
Tensões e resistências N/mm2 (MPa)
Momentos kN.m

1.6 Símbolos Usados na Parte 1.1 do EC3


1.6.1 Letras Maiúsculas Latinas 1.6.3 Letras Minúsculas Latinas
A Acção acidental a Distância; Propriedades geométricas
A Área a Espessura de uma soldadura
B Força em parafusos a Relação de áreas
C Capacidade; Valor fixado; Coeficiente b Largura
D Dano c Distância; Saliência
E Módulo de elasticidade d Diâmetro; Profundidade; Comprimento de diagonal
E Efeito de uma acção e Excentricidade; Desvio do eixo neutro
F Acção e Distância ao bordo; Distância ao topo
F Força f Resistência
G Acção permanente g Largura de uma faixa de tracções; Afastamento
G Módulo de distorção h Altura
H Carga ou reação horizontal total i Raio de giração; Inteiro
I Momento de inércia k Coeficiente; Factor
K Coeficiente de rigidez l Comprimento; Vão; Comprimento encurvadura
L Comprimento; Vão; Comprimento do sistema n Relação de esforços ou tensões normais
M Momento em geral n Número de ...
M Momento flector p Afastamento; Espaçamento
N Esforço normal q Força uniformemente distribuída
Q Acção variável r Raio
R Resistência; Reacção s Espaçamento distribuição em quincôncio; Distância
S Esforços t Espessura
S Rigidez uu Eixo principal de inércia máxima
T Momento torsor; Temperatura vv Eixo principal de inércia mínima
V Esforço transverso xx Eixos rectangulares
W Módulo de flexão yy Eixos rectangulares
X Valor de uma propriedade de um material zz Eixos rectangulares

1.6.2 Letras Maiúsculas Gregas 1.6.4 Letras Minúsculas Gregas


Δ (delta) Diferença em ... α (alfa) Ângulo; Relação; Coeficiente
α (alfa) Coeficiente de dilatação térmica linear
β (beta) Ângulo; Relação; Coeficiente
γ (gama) Coeficiente parcial de segurança; Relação
δ (delta) Deslocamento; Flecha; Deformaão
Є (epsilon) Deformação; Coeficiente = (235/fy)0,5
ή (eta) Coeficiente (Anexo E)
θ (teta) Ângulo; Inclinação
λ (lambda) Coeficiente de esbelteza; Relação
μ (mu) Coeficiente de atrito; Coeficiente
ν (nu) Coeficiente de Poisson
ρ (ró) Coeficiente de redução; Massa volúmica
σ (sigma) Tensão normal
τ (tau) Tensão tangencial
Φ (fi) Rotação; Inclinação; Relação
χ (chi) Coeficiente de redução (encurvadura)
ψ (psi) Relação entre tensões; Coeficientes de redução

1.6.5 Índices
A Acidental; Área nom Nominal
a média (Tensão cedência o Furo; Inicial; Exterior
a,b ... Primeiro, segundo ... o Encurvadura local
b básica (Tensão de cedência) o Ponto de momento nulo
b Apoio; Encurvadura ov Sobreposição
b Parafuso; Viga; Travessa p Chapa; Articulação; Cobrejunta
C Capacidade; Consequências p Pré-Esforço
c Secção transversal pl Plástico
c Betão; Pilar Q Acção variável
com Compressão R Resistência
cr Crítico r Rebite; Restrição
d Dimensionamento; Diagonal rep Representativo
dst Destabilizante S Esforço
E Efeito de acções s Tensão de tracção
E Euler s Escorregamento; Piso
eff Efectivo s Rígido; Reforço
e Efectivo ser Utilização
el Elástico stb Estabilizante
ext Externo sup Superior; Mais alto
f Banzo; Conector t (ou ten) Tracção
g Bruto t (ou tor) Torção
G Acção permanente u Eixo principal de inércia máxima da
secção transversal
h Altura; Superior u Última (Resistência à tracção)
h Horizontal ult Último (Estado limite)
i Interior V Esforço transverso
inf Inferior; Mais baixo v Corte; Vertical
i, j, k Índices v Eixo principal de inércia mínima da
secção transversal
j Nó vec Efeitos vectoriais
k Característico w Alma; Soldadura; Empenamento
l Mais baixo x Eixo ao longo da peça; Extensão
L Longo y Cedência
LT Lateral (Encurvadura lateral) y Eixo transversal da secção
M Material z Eixo transversal da secção
M Momento flector σ Tensão normal
m De flexão; Média τ Tensão tangencial
max Máximo ‗ Paralelo
min Mínimo ┴ Perpendicular
N Esforço normal
n Normal
net Útil

1.6.6 Utilizaão de índices na Parte 1.1 do EC3


 As resistências e propriedades dos materiais de aço são valores
nominais, tratados como valores característicos (o k de
característico é omitido):

fy - tensão de cedência
fu - resistência última
E - módulo de elasticidade

 Nos casos em que são necessários símbolos com vários índices,


estes são organizados na seguinte sequência:

1) Parâmetro principal;
2) Tipo de variante;
3) Sentido;
4) Localização;
5) Natureza;
6) Nível;
7) Índice.

 Utilizam-se pontos para separar índices em pares de caracteres


excepto quando: os índices com mais de um caracter não são
sub-divididos; as combinações como Rd e Sd não são sub-
divididas.

 Nos casos em que são necessários dois índices de tipo variante


para descrever um parâmetro, esses índices podem ser
separados por uma virgula.

1.6.7 Convenção para os eixos dos elementos


 Em geral, a convenção dos eixos é:

1) xx - ao longo da peça;
2) yy - eixo da secção transversal;
3) zz - eixo da secção transversal.

 Para os aços, de um modo geral:

1) yy - eixo da secção transversal paralelo aos banzos;


2) zz - eixo da secão transversal perpendicular aos
banzos;

 Para as cantoneiras:

1) yy - eixo paralelo à aba menor;


2) zz - eixo perpendicular à aba menor;

 Sempre que necessario:

1) uu - eixo principal de inércia máxima (nos casos que


não coincide com o eixo yy);
2) vv - eixo principar de inércia mínima (nos casos que
não coincide com o eixo zz);

NOTA: A convenção utilizada relativamente aos índices indicados é: “Usar o


eixo em torno do qual o momento actua”.

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